30
Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento de Economia Universidade Estadual de Maringá e-mail: [email protected] José Ricardo Fucidji Departamento de Economia, Universidade Estadual de Maringá e-mail: [email protected] Junho de 2003

Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro:Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais

  

Marcos Roberto VasconcelosDepartamento de Economia

Universidade Estadual de Maringáe-mail: [email protected]

   

José Ricardo FucidjiDepartamento de Economia,

Universidade Estadual de Maringáe-mail: [email protected]

  

Junho de 2003

Page 2: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Literatura sobre Efeitos de Eficiência gerados por Bancos Estrangeiros:

• Pressões Competitivas

• Sofisticação de Arranjos Organizacionais

• Modernização das Práticas Gerenciais

• Emuladores para os Agentes Domésticos

• Promoção da Estabilidade Macroeconômica

Page 3: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Visão Alternativa:

• As condições do setor, anteriores à liberalização, também importam..

• Os impactos da reestruturação são específicos ao segmento do mercado e do tipo de liberalização implementado.

• Em vários estudos de caso, os efeitos de eficiência também se mostram específicos em termos locacionais.

Page 4: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Objetivo:

O texto discute a supostamente melhor performance operacional dos bancos estrangeiros, quando comparado aos domésticos, a partir da liberalização do acesso ao mercado. Para cumprir este objetivo, são apresentadas duas trajetórias: a do crédito bancário (como proxy para a eficiência macroeconômica) e alguns indicadores operacionais (como proxies para a eficiência microeconômica), para os 19 maiores bancos (privados nacionais, privados estrangeiros e públicos).

Page 5: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Fontes de Dados:

• Base de dados do Banco Central do Brasil (Sisbacen)

• Jornais e publicações especializadas• Informações sobre as 19 instituições• Os dados são semestrais, de dez/1994 a jun/2001• Os dados de bancos individuais contam para o

grupo, em caso de aquisição ou fusão no período

Page 6: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Operações de Crédito• É freqüentemente suposto na literatura - e por

alguns gestores públicos - que a entrada de bancos estrangeiros promova um aumento da eficiência micro e macroeconômica, particularmente do crédito.

• A despeito do aumento da participação estrangeira no setor, o crédito agregado não se elevou.

Page 7: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Gráfico 1Evolução do Crédito Bancário

(em bilhões de reais constantes de 1994)

145

165

185

205

225

12-94 06-95 12-95 06-96 12-96 06-97 12-97 06-98 12-98 06-99 12-99 06-00 12-00 06-01

Page 8: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Gráfico 2Distribuição do Mercado de Crédito

(por tipo de instituição)

28

20

37

87

28

3

32

8

29

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Bancos Publicos Federais Bancos Públicos Estaduais Bancos Privados Nacionais Bancos com ParticipaçãoEstrangeira

Bancos com ControleEstrangeiro

1994

2000

Page 9: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Gráfico 3Razão Crédito/PIB (em %)

29,23

27,62

32,0031,78

32,80

30,4330,15

29,00

29,66

27,82

25,00

26,00

27,00

28,00

29,00

30,00

31,00

32,00

33,00

34,00

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Page 10: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

• Estes resultados mostram que todos os bancos, qualquer que seja sua origem de capital, adotaram uma postura mais cautelosa, modificando as posições de suas carteiras, com mais títulos públicos (de rentabilidade maior e risco menor que as operações de crédito ao setor privado).

• Os níveis de crédito agregado são baixos mesmo em comparação com outros países da América Latina.

• Os bancos estrangeiros seguem o mesmo padrão de comportamento dos privados nacionais (os concorrentes estabelecidos).

Page 11: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Existem duas explicações para esse comportamento:

• Por um lado, afirma-se que a instabilidade macroeconômica e as crises na Ásia, na Rússia e no Brasil tornaram os agentes mais avessos ao risco.

• Alguns estudos afirmam, por outro lado, que mudanças institucionais, como as Resoluções 2099 e 2784 “empurraram” os bancos para o mercado de títulos públicos.

• Bancos estrangeiros têm relutado em adotar uma política agressiva de concessão de crédito.

• Mesmo os bancos públicos têm ampliado a proporção de títulos públicos em suas carteiras.

Page 12: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Gráfico 4Proporção de Títulos no Ativo Operacional

(por tipo de instituição)

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00

%

Instituições públicas Instituições privadas nacionais Instituições privadas estrangeiras

Page 13: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Gráfico 5Proporção de Empréstimos no Ativo Operacional

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00

%

Instituições públicas Instituições privadas nacionaisInstituições privadas estrangeiras

Page 14: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

• Outro aspecto é a existência do fenômeno “cereja do bolo” (cherry picking) – i.e., se as instituições estrangeiras estão relegando as piores faixas do mercado (operações de maior risco ou para menores clientes) aos agentes domésticos.

• A este respeito, contudo, os dados não parecem mostrar diferença entre os bancos privados nacionais e os estrangeiros.

• Os bancos públicos ainda detêm as carteiras de maior risco.

Page 15: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Tabela 1Classificação do Risco das Carteiras de Crédito dos 19 Maiores

Grupos Bancário Atuantes no BrasilJun/01 Jun/00

1) VOTORANTIM** 8,47 8,74 (2)2) SAFRA** 8,43 8,42 (5)3) HSBC*** 8,37 8,52 (4)4) MERCANTIL** 8,16 8,65 (3)5) BILBAO VIZCAYA*** 8,05 7,47 (10)6) BBA-CREDITANSTALT** 8,00 8,06 (6)7) CITIBANK*** 7,96 7,82 (7)8) BANKBOSTON*** 7,92 8,82 (1)9) UNIBANCO** 7,65 7,73 (8)10) BANCO DO BRASIL* 7,56 6,16 (17)11) ABN AMRO*** 7,50 7,60 (9)12) BRADESCO** 7,37 7,26 (12)13) LLOYDS*** 7,37 7,15 (13)14) ITAÚ** 7,35 7,34 (11)15) SANTANDER BR*** 7,15 7,10 (14)16) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL* 6,96 6,77 (15)17) BNB* 6,76 6,67 (16)18) NOSSA CAIXA* 6,29 5,90 (19)19) BANRISUL* 6,01 6,16 (18)Fonte: Elaboração dos autores, a partir de dados dos balanços.1 Esta classificação foi obtida fazendo uma média ponderada dos percentuais aplicados nasmodalidades AA, A, B, C, D, E, F, G e H; considerando, respectivamente, os pesos 9, 8, 7, 6,5, 4, 3, 2 e1.2 Os valores entre parênteses indicam a classificação da instituição em junho de 2000.* indica instituição pública** indica instituição privada nacional*** indica instituição privada estrangeira

Page 16: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Indicadores operacionais:Grau de Alavancagem

• Esta variável é ambígua como um indicador de eficiência.

• Os três tipos de instituições ampliaram seus graus de alavancagem entre 1994 e 1998, reduzindo-o daí em diante.

• Contudo, os bancos privados nacionais ampliaram seu grau para o período como um todo, apontando dessa forma seu controle sobre o mercado.

Page 17: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Gráfico 6Evolução dos Graus de Alavancagem

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00

%

Instituições públicas Instituições privadas nacionais Instituições privadas estrangeiras

Page 18: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Dec-94 Dec-95 Dec-96 Dec-97 Dec-98 Dec-99 Dec-00 Jun-01

INTITUIÇÕES PÚBLICASBANRISUL 10,58 25,70 19,96 29,65 30,71 9,85 11,85 13,57

BB 10,62 14,14 13,43 16,73 18,50 15,84 16,30 16,38CEF 32,89 21,19 21,94 22,00 31,36 30,86 42,87 9,67

BNB 9,65 13,92 8,02 5,47 6,15 6,38 7,01 6,53

NOSSA CAIXA 9,00 10,17 11,67 13,77 12,65 13,40 16,05 15,91

MÉDIA 14,46 16,80 16,43 18,27 21,33 18,97 21,17 12,76

INTITUIÇÕES PRIVADAS NACIONAISGRUPO BRADESCO 2,99 4,13 4,59 5,55 7,81 8,39 8,65 8,88

GRUPO ITAÚ 3,46 4,64 6,13 8,17 7,69 5,45 7,30 7,53

GRUPO UNIBANCO 9,46 9,59 9,78 8,20 8,11 6,47 6,98 7,34

SAFRA 14,49 11,89 15,58 16,51 16,15 15,44 16,11 14,11

BBA-CREDITANSTALT 10,60 17,59 11,39 12,89 12,09 12,07 13,16 12,47

VOTORANTIN 9,58 14,18 12,53 10,29 14,76 13,81 11,51 14,43

MÉDIA 4,85 6,02 6,80 7,78 8,59 7,67 8,55 8,78

INSTITUIÇÕES PRIVADAS ESTRANGEIRASGRUPO SANTANDER BR 7,03 5,31 6,20 4,44 7,95 9,45 10,37 3,98

GRUPO ABN AMRO 6,98 6,24 8,58 8,97 12,77 3,87 4,19 4,24

GRUPO BANKBOSTON 8,14 10,88 16,62 14,30 11,59 17,89 17,43 21,79

GRUPO HSBC 6,32 27,20 26,55 10,67 12,26 12,28 11,66 15,84

GRUPO CITIBANK 3,80 5,77 8,21 8,71 5,72 6,41 6,95 9,31

GRUPO BIL BAO VYSCAYA 8,79 5,57 6,46 17,76 12,92 12,00 12,30 13,34

GRUPO LLOYDS 12,17 10,82 8,78 18,34 12,54 10,84 9,71 14,53

MÉDIA 7,12 8,28 10,14 10,87 10,31 7,76 8,40 6,84

Fonte: Cálculos dos autores, a partir de dados do Sisbacen.

GRAU DE ALAVANCAGEM

Page 19: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Rentabilidade Patrimonial

• Os bancos privados nacionais apresentam a mais alta rentabilidade patrimonial desde 1995; em junho de 2001 apresentavam uma rentabilidade mais elevada que a registrada em dezembro de 1994.

• Os bancos estrangeiros apresentaram declínio de rentabilidade até 1997, ocorrendo o oposto daí até dezembro de 2000.

• Ocorreu uma melhora na rentabilidade da média do grupo bancos públicos.

Page 20: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Gráfico 7Evolução da Rentabilidade Patrimonial

-30,00

-25,00

-20,00

-15,00

-10,00

-5,00

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00

%

Instituições públicas Instituições privadas nacionais Instituições privadas estrangeiras

Page 21: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

RENTABILIDADE PATRIMONIAL

Dez-94 Dez-95 Dez-96 Dez-97 Dez-98 Dez-99 Dez-00 Jun-01

INTITUIÇÕES PÚBLICASBANRISUL 9,32 4,90 -6,72 -2,44 5,41 -2,68 -1,36 7,71

BB -6,57 -41,45 4,78 4,93 5,20 2,74 7,76 3,82

CEF -28,64 7,00 6,22 2,10 5,97 7,56 9,50 -51,19

BNB 8,71 24,84 5,82 5,76 5,31 5,11 3,08 0,85

NOSSA CAIXA -7,77 -5,68 0,12 5,61 5,02 1,07 11,56 6,92

MÉDIA -9,41 -17,80 4,54 3,74 5,42 3,91 7,69 -20,58

INTITUIÇÕES PRIVADAS NACIONAISGRUPO BRADESCO 6,14 5,23 7,69 -0,45 3,31 -0,10 3,64 7,83

GRUPO ITAÚ 3,47 2,10 8,83 2,88 14,82 7,50 11,44 14,10

GRUPO UNIBANCO -0,43 -0,40 7,72 10,31 4,03 4,09 7,41 7,82

SAFRA 11,97 28,78 20,70 3,76 6,81 -2,27 6,07 6,48

BBA-CREDITANSTALT 61,54 27,07 22,50 11,55 12,25 7,16 13,75 8,79

VOTORANTIN 14,52 19,88 3,52 1,45 1,18 -4,54 1,95 14,90

MÉDIA 6,48 5,02 9,10 3,13 7,40 3,38 7,38 9,82

INSTITUIÇÕES PRIVADAS ESTRANGEIRASGRUPO SANTANDER BR 15,84 6,75 -4,04 -20,66 0,30 0,97 5,26 -60,22

GRUPO ABN AMRO 4,39 1,62 6,50 5,44 3,55 0,47 2,39 4,70

GRUPO BANKBOSTON 52,08 7,67 4,47 6,69 5,06 7,03 10,65 35,14

GRUPO HSBC 29,04 5,31 7,41 1,48 0,44 0,53 1,36 7,67

GRUPO CITIBANK 17,63 10,17 -9,37 -3,08 1,57 9,73 6,07 19,41

GRUPO BILBAO VYSCAYA 21,49 25,60 5,62 -21,72 -27,88 4,84 2,35 1,81

GRUPO LLOYDS 19,12 3,03 -2,66 2,86 13,94 7,72 10,25 10,16

MÉDIA 16,76 5,86 2,46 -1,57 0,39 3,18 4,33 -25,74

Fonte: Cálculos dos autores, a partir de dados do Sisbacen.

Page 22: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Margem Líquida• Os indicadores de margem líquida e rentabilidade

patrimonial têm um desempenho similar.• Este indicador também dá ao grupo bancos privados

nacionais o melhor resultado.• Deve-se notar também a melhora da margem líquida

da média do grupo bancos públicos e uma piora desse indicador para a média do grupo bancos estrangeiros em todo o período.

• Pode-se perceber um contágio dos resultados da Caixa Econômica Federal e do Santander para seus respectivos grupos de instituições.

Page 23: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Gráfico 8Evolução da Margem Líquida

-12,00

-10,00

-8,00

-6,00

-4,00

-2,00

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00%

Instituições públicas Instituições privadas nacionais Instituições privadas estrangeiras

Page 24: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

MARGEM LÍQUIDA

Dez-94 Dez-95 Dez-96 Dez-97 Dez-98 Dez-99 Dez-00 Jun-01

INTITUIÇÕES PÚBLICASBANRISUL 3,44 1,34 -1,82 -0,57 1,87 -1,45 -0,78 4,18

BB -2,00 -13,11 2,39 1,43 1,62 0,95 3,22 1,73CEF -3,88 1,96 2,10 0,77 1,63 2,38 2,48 -28,96

BNB 4,59 12,89 3,31 5,04 4,22 3,06 2,64 0,75

NOSSA CAIXA -2,59 -2,24 0,05 2,23 2,05 0,43 6,62 3,57

MÉDIA -2,40 -5,50 1,87 1,24 1,73 1,40 3,02 -10,67

INTITUIÇÕES PRIVADAS NACIONAISGRUPO BRADESCO 5,25 4,42 9,01 -0,47 2,61 -0,07 2,28 3,79

GRUPO ITAÚ 2,06 1,65 7,49 2,22 9,88 6,03 9,13 8,69

GRUPO UNIBANCO -0,05 -0,20 3,95 4,77 2,11 1,80 5,04 4,02

SAFRA 2,22 9,20 10,89 1,44 2,88 -1,01 2,77 2,59

BBA-CREDITANSTALT 14,41 10,86 13,47 4,08 5,06 3,41 6,05 3,28

VOTORANTIN 2,72 7,05 1,62 0,86 0,34 -1,18 0,90 3,52

MÉDIA 2,58 3,38 7,38 2,17 4,61 2,00 4,79 4,86

INSTITUIÇÕES PRIVADAS ESTRANGEIRASGRUPO SANTANDER BR 6,03 3,15 -2,96 -13,26 0,13 0,38 1,19 -36,79

GRUPO ABN AMRO 2,01 0,90 5,62 4,00 2,01 0,46 1,56 2,30

GRUPO BANKBOSTON 8,43 3,42 2,03 2,21 1,71 1,42 3,44 5,20

GRUPO HSBC 5,63 1,54 2,26 0,85 0,15 0,18 0,40 1,46

GRUPO CITIBANK 3,46 4,14 -6,45 -1,61 1,01 5,24 3,78 5,86

GRUPO BILBAO VYSCAYA 6,71 11,81 4,38 -9,97 -11,34 2,48 1,38 0,83

GRUPO LLOYDS 4,82 0,89 -1,40 0,57 3,34 2,20 4,82 3,07

MÉDIA 4,64 2,60 1,61 -0,80 0,17 1,57 1,79 -10,53

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados do Sisbacen.

Page 25: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Receita de Ativos Operacionais

• Este indicador exibe uma tendência decrescente entre 1994 e 1997, e ascendente daí em diante.

• Isto parece se dever a um uso mais eficiente e lucrativo dos fundos (por exemplo em aplicações de tesouraria).

• Os bancos estrangeiros apresentam o melhor desempenho neste indicador e os bancos públicos, o pior.

Page 26: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Gráfico 9Evolução da Geração de Receitas de Ativos

Operacionais

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00

%

Instituições públicas Instituições privadas nacionais Instituições privadas estrangeiras

Page 27: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

GERAÇÃO DE RECEITAS DE ATIVOS OPERACIONAISDez-94 Dez-95 Dez-96 Dez-97 Dez-98 Dez-99 Dez-00 Jun-01

INTITUIÇÕES PÚBLICASBANRISUL 23,67 9,86 17,87 14,24 9,24 17,28 13,49 12,81

BB 26,23 22,12 13,31 19,90 15,75 17,28 14,09 13,05CEF 25,75 17,91 14,75 13,78 12,92 12,24 12,05 25,31

BNB 17,71 12,69 18,69 16,73 16,23 20,66 13,30 13,76

NOSSA CAIXA 32,32 24,31 20,61 19,62 20,03 17,85 10,48 11,93

MÉDIA 26,00 19,04 14,64 16,96 14,52 15,40 13,08 16,18

INTITUIÇÕES PRIVADAS NACIONAIS

GRUPO BRADESCO 37,46 22,31 12,91 14,77 15,32 18,17 17,33 22,87

GRUPO ITAÚ 46,60 24,64 16,05 14,18 18,73 19,35 15,12 21,09GRUPO UNIBANCO 84,29 19,04 17,81 21,88 20,55 28,41 16,96 22,64

SAFRA 36,12 24,01 8,77 13,09 11,36 12,69 11,71 16,16

BBA-CREDITANSTALT 35,19 11,79 13,81 19,70 18,03 16,37 15,97 18,72

VOTORANTIN 50,02 13,00 10,12 12,37 21,16 26,56 16,29 26,17MÉDIA 49,90 21,10 14,20 15,92 16,99 19,90 15,91 21,53

INSTITUIÇÕES PRIVADAS ESTRANGEIRAS

GRUPO SANTANDER BR 34,46 34,21 18,49 27,60 25,69 26,67 36,64 32,11GRUPO ABN AMRO 30,66 27,48 10,26 12,23 11,09 22,95 29,48 40,12

GRUPO BANKBOSTON 67,63 16,54 9,31 18,26 20,11 23,48 15,26 25,80

GRUPO HSBC 60,56 8,58 7,98 14,21 23,69 22,73 24,91 31,53

GRUPO CITIBANK 101,43 34,82 15,55 20,60 23,41 23,12 18,14 32,28GRUPO BILBAO VYSCAYA 32,19 33,54 16,30 7,97 17,26 14,62 11,88 14,33

GRUPO LLOYDS 24,87 25,72 16,90 19,42 28,59 25,20 16,64 17,72

MÉDIA 44,49 22,47 11,30 14,33 19,37 22,89 23,99 30,01

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados do Sisbacen,

Page 28: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Razão Custo-Receitas

• Os bancos públicos apresentam mais uma vez o pior desempenho, e os grupos privado nacional e estrangeiro apresentam desempenhos muito similares.

• Neste indicador, os bancos privados nacionais apresentam eficiência mais elevada que os bancos estrangeiros.

• Note-se que desde 2000 os bancos públicos têm passado por processos de reestruturação.

Page 29: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

Gráfico 10Evolução da Razão Custo-Receitas

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00

%

Instituições públicas Instituições privadas nacionaisInstituições privadas estrangeiras

Page 30: Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento

RAZÃO CUSTO-RECEITAS

Dez-94 Dez-95 Dez-96 Dez-97 Dez-98 Dez-99 Dez-00 Jun-01

INTITUIÇÕES PÚBLICASBANRISUL 60,53 58,84 60,69 58,90 52,50 52,57 53,15 46,68

BB 61,19 73,40 72,46 85,43 74,63 75,79 66,87 65,15

CEF 67,46 69,69 80,74 66,86 67,68 68,36 62,33 124,22

BNB 76,35 76,87 93,86 82,07 90,92 95,56 51,95 47,47

NOSSA CAIXA 73,65 69,08 88,43 75,31 77,70 101,97 62,27 68,83

MÉDIA 63,93 71,02 76,28 76,15 71,61 74,31 63,95 82,45

INTITUIÇÕES PRIVADAS NACIONAISGRUPO BRADESCO 68,36 68,89 72,52 75,10 68,41 67,66 59,41 54,94

GRUPO ITAÚ 60,83 67,36 67,11 73,58 69,56 68,87 70,22 60,82

GRUPO UNIBANCO 53,72 65,43 68,20 63,37 63,07 57,39 56,64 54,72

AFRA 61,56 57,64 60,10 58,25 56,09 58,25 52,72 51,97

BBA-CREDITANSTALT 64,50 50,99 54,09 59,55 54,41 51,85 51,30 51,91

VOTORANTIN 63,00 49,61 53,91 54,23 52,93 52,27 52,62 49,49

MÉDIA 59,45 65,15 67,35 67,75 64,66 62,42 59,61 55,31

INSTITUIÇÕES PRIVADAS ESTRANGEIRASGRUPO SANTANDER BR 59,20 67,06 69,86 79,90 59,64 59,99 68,58 81,82

GRUPO ABN AMRO 62,68 67,17 64,33 67,53 67,47 67,13 62,40 57,35

GRUPO BANKBOSTON 128,43 57,21 61,09 60,77 57,49 58,68 57,19 51,92

GRUPO HSBC 64,35 57,28 52,99 74,78 64,46 67,24 57,97 54,54

GRUPO CITIBANK 60,23 57,81 76,05 60,16 57,96 53,91 52,79 48,98

GRUPO BILBAO VYSCAYA 61,39 56,10 67,39 71,48 86,57 62,82 59,30 59,52

GRUPO LLOYDS 65,18 52,68 55,42 59,32 57,01 56,74 55,01 52,47

MÉDIA 69,40 53,78 63,30 66,47 62,73 60,99 61,08 63,09

onte: Elaboração dos autores a partir dos dados do Sisbacen.