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SEXTA-FEIRA, 2 NOVEMBRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N. o 1593 (II Série) | Preço: 0,90 Começou o jogo das cadeiras nas autarquias alentejanas pág. 9 A verdade ou a mentira segundo o bispo de Beja pág. 12 Câmara vota extinção da ExpoBeja sem avisar a ACOS pág. 11 Oito comerciantes do Mercado de Beja não pagam renda pág. 10 EMAS de Beja pretende manter tarifário da água em 2013 Rui Marreiros diz que a situação financeira da empresa é “robusta” págs. 6/7 JOSÉ FERROLHO Reportagem Em busca do Cabeço da Vida págs. 16/17 Entrevista Fernanda Cunha revisita José Saramago pág. 32 Pereiras-Gare fica onde ninguém se lembra. Nos confins do concelho de Odemira. Sem transportes públicos, rede de comunicações móveis, escola primária… e muito em breve junta de freguesia. Esta é uma das quatros freguesias de Odemira que deixarão de existir ao abrigo da reorganização territorial que está em curso. págs. 4/5 Pereiras-Gare: A estação do fim do mundo

Ediçao N.º 1593

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Diario do Alentejo

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SEXTA-FEIRA, 2 NOVEMBRO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXXI, N.o 1593 (II Série) | Preço: € 0,90

Começou o jogo das cadeiras nas autarquias alentejanas

pág. 9

A verdade ou a mentira segundo o bispo de Beja

pág. 12

Câmara vota extinção da ExpoBeja sem avisar a ACOS

pág. 11

Oito comerciantes do Mercado de Beja não pagam renda

pág. 10

EMAS de Beja pretende manter tarifário da água em 2013

Rui Marreiros diz que a situação fi nanceira da empresa é “robusta”

págs. 6/7

JOSÉ

FER

ROLH

O

Reportagem

Em busca do Cabeço da Vida págs. 16/17

Entrevista

Fernanda Cunha revisita José Saramago pág. 32

Pereiras-Gare fi ca lá onde já

ninguém se lembra. Nos confi ns

do concelho de Odemira. Sem

transportes públicos, rede de

comunicações móveis, escola

primária… e muito em breve

junta de freguesia. Esta é uma das

quatros freguesias de Odemira que

deixarão de existir ao abrigo da

reorganização territorial que está

em curso. págs. 4/5

Pereiras-Gare:A estação do fi m do mundo

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2012 Editorial

RefundaçãoPaulo Barriga

É a palavra do momento: re-fundação. Foi o primeiro - -ministro que a reinven-

tou, a refundação. Quando já não resta pedra sobre pedra no edifício social do Estado, quando o garrote da austeri-dade já não consegue fazer expe-lir mais uma única gota de san-gue dos corpos ressequidos dos portugueses, Passos Coelho re-lembrou-se dela, da refundação. Da refundação do próprio Estado. Que é uma forma muito simpática e muito habilidosa de dizer demo-lir. Já que demolição é uma palavra que fica muito mal quando a ideia que se quer passar, como frequen-temente acontece no discurso polí-tico, é inversamente proporcional à intenção que lhe subjaz. E Coelho tem-se revelando um verdadeiro mestre do ilusionismo das palavras. Um requintado Houdini da metá-fora. Mas será que tem escapa este escapista da gramática? Será que o truque semântico da refundação do Estado social passará desperce-bido aos olhos do público como cos-tumam passar as pombas brancas nas mangas dos mágicos de pacoti-lha? Terá Coelho cartola para tanto? Não é fácil. Nem o inigualável David Copperfield se atreveria a tama-nha patranha. Fazer desaparecer da vista um avião Concorde ou até um prédio de 20 andares ainda é como o outro. Mas dar sumiço a um povo inteiro, de uma só penada, é coisa a que até hoje ninguém se atreveu. E o que Passos Coelho, mágico de se-gundo plano, se propõe fazer pe-rante o seu público de tecnocratas, financeiros e outros garganeiros es-trangeiros, é precisamente isso: fa-zer desaparecer o povo de Portugal. A maga Ferreira Leite, em tempos, demonstrou intenção semelhante. Mas os seus desígnios não iam além da interrupção da democracia. Mas apenas por seis meses. Coelho é muito mais ambicioso. Quer não apenas interromper a democra-cia por tempo indeterminado, como também passar o manto por todas as funções sociais do Estado. Como a proteção social, a educação ou até mesmo a saúde. É esta a sua refunda-ção. Que tem muito mais a ver com afundar do que com refundar. Com o afundar da própria Constituição da República Portuguesa, essa bíblia vermelha. Com o afundar da pró-pria democracia, esse luxo faraónico. Com o afundar do próprio povo, essa cambada de pedintes. Já se percebeu que este Governo não pode ser refun-dado. Mas será que demora muito tempo a ser afundado?

“Queremos mais Estado ou mais iniciativa particular, mais impostos para alimentar um Estado absorvente e omnipresente ou menos carga fiscal com cidadãos mais intervenientes e corresponsáveis pelo bem comum? (…) Muita gente deixou de acreditar e confiar nos políticos, porque, uma vez no poder, fazem leis para se protegerem e deixam-se dominar por lobbies poderosos, que lhes prometem segurança, uma vez deixada a vida política”.

D. Vitalino Dantas, bispo de Beja

Henrique Belchior,

60 anos, reformado (motorista de pesados)Poupo no que posso. Na ali-mentação não gasto mais que o necessário. Na roupa a mesma coisa, só compro quando pre-ciso. E informo-me acerca dos preços mais económicos. Nesta altura não podem existir des-perdícios. Amealhar já não consigo. Já consegui já, à custa de muito trabalho. Agora e por enquanto vai chegando para as despesas. O que já não é mau.

Francisco Varela,

63 anos, reformado(operador de máquinas)Tenho de ter. A vida está difí-cil, não está para brincadeiras. Sendo razoável, a minha reforma não é grande. Ainda assim vou tentando aforrar um dinheiri-nho por mês, numa conta. Mas às vezes tenho que ir lá mexer. Basta haver uma despesa impre-visível, qualquer coisa que ava-rie. Gostava de economizar para passear com a minha mulher. Sair de casa de vez em quando.

Alcimar Dias,

30 anos, rececionistaProcuro poupar o máximo. Não tenho luzes acesas nem torneiras abertas desneces-sariamente. Nos supermerca-dos procuro comprar produ-tos mais baratos e durante as promoções. Compro o vestu-ário durante a época de sal-dos. No combustível uso os va-les de desconto. Mesmo assim não consigo economizar nada. Se pudesse, juntava para pa-gar a faculdade da minha filha.

Ana Cristina Arocha,

43 anos, educadora de infânciaTomo atenção à poupança de energia. Procuro gastar só em bens essenciais. No su-permercado é difícil. Tenho duas crianças, e acabo por ir ao encontro das suas pre-ferências. No vestuário reci-clo. Modifico, crio a partir do velho. Ainda consigo amea-lhar alguma coisa. A pensar em férias, viagens, dias em sí-tios agradáveis com os meus fi-lhos, com a minha família.

Voz do povo Tem hábitos de poupança? (Dia 31 de outubro, comemorou-se o Dia Mundial da Poupança) Inquérito de José Serrano

Vice-versa“É preciso adequar as funções do Estado àquilo que a sociedade portuguesa e o sistema político português são capazes de, de forma sustentável, financiar. O nosso grande desafio é mostrar em Portugal o que é possível, quais são as funções do Estado que são prioritárias, quais são as funções do Estado que são financiáveis, qual é o custo que está associado com essas funções do Estado”.

Vítor Gaspar, ministro das Finanças

Fotonotícia Todos juntos pelas juntas. Decorreu no último sábado, em Beja, uma manifestação contra a reorganização

territorial em curso e contra a extinção de juntas de freguesia em meio rural. Centenas de manifestantes, oriundos das sete paragens do dis-

trito de Beja, concentraram-se no jardim fronteiro ao tribunal da cidade para exigir… justiça. Justiça que, aqui, passa pela manutenção das

autarquias locais de proximidade que, em muitos casos, são as únicas instituições existentes em localidades longínquas, envelhecidas e ab-

solutamente esquecidas. PB Foto de José Serrano

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2012Rede social

Termina no domingo, 4, mais um pe-

ditório nacional da Liga Portuguesa

Contra o Cancro (LPCC). Como cos-

tuma caracterizar-se o contributo

dos bejenses?

Poucas pessoas recusam dar. A grande maioria dá nem que seja al-guns cêntimos, os trocos que tem na carteira. Isso para nós, enquanto vo-luntários, é muito valioso. Por um lado, significa que essas pessoas são solidárias com a LPCC; por outro, ao fim dos quatro dias, pode representar o valor de uma prótese. Os bejenses têm sido sempre generosos; confiam na LPCC e sabem que o peditório é a sua principal fonte de receita.

Que tipo de serviços presta o Grupo

de Apoio de Beja (GAB) da LPCC e

que importância têm para o doente

com cancro?

O GAB, que está integrado no Núcleo Regional Sul, tem neste momento duas valências principais. Por um lado, o voluntariado hospitalar junto à sala de quimioterapia, que é um apoio sobretudo emocional. Estamos ali a tentar reconfortar, a conversar, a oferecer chá, leite, umas bolachinhas, um sorriso. A mínima atitude que possa minorar o sofrimento e a ansie-dade das pessoas já é um ganho. Por outro lado, temos o “Vencer e Viver”, que é o movimento de apoio à mulher com cancro da mama, prestado ape-nas por mulheres que já venceram a doença. Este voluntariado age a nível hospitalar – junto à consulta de se-nologia e no pós-operatório – assim como no gabinete do GAB, onde te-mos uma sala disponível exclusiva-mente para atender a mulher recém --operada. Aí, temos também próteses capilares, para quando são necessá-rias, qualquer que seja o tipo de can-cro, naturalmente. É de extrema im-portância este tipo de voluntariado, pois estas mulheres já passaram por todo esse processo e são testemunhas de que é possível “vencer” o cancro e “viver” com qualidade.

Quais são as principais carências do

GAB?

Atualmente, são os voluntários. Infelizmente, há poucas pessoas dis-postas a dar duas horas por semana do seu tempo. Se tivéssemos mais vo-luntários, poderíamos certamente prestar mais apoio a doentes com ou-tro tipo de cancro, como por exemplo a ostomizados ou a laringectomiza-dos. Também poderíamos fortalecer o trabalho ao nível das escolas, pois é precisamente junto dos mais jovens que se tem que iniciar aquele que é o melhor meio de luta contra o cancro: a prevenção.

Carla Ferreira

3 perguntasa Rita

Mira CoroaCoordenadora do Grupo

de Apoio de Beja da Liga Portuguesa Contra o Cancro

Semana passada

QUINTA-FEIRA, DIA 25

VIDIGUEIRA CÂMARA COMPARTICIPA MEDICAMENTOS A IDOSOS

A Câmara de Vidigueira procedeu, nos dias 25, 26 e 29, em várias localidades do concelho, à entrega de comparticipação financeira na compra de medicamentos para idosos. As primeiras entregas foram em Selmes e Alcaria da Serra; depois em Vila de Frades e Vidigueira; e, por último, em Pedrógão do Alentejo e Marmelar. A iniciativa surge no âmbito “de uma estratégia de combate às desigualdades sociais” e de apoio aos “idosos do concelho com baixos rendimentos e encargos pesados com despesas de saúde”.

SEXTA-FEIRA, DIA 26

ODIVELAS E VIDIGUEIRA MULTIBANCO E BOMBA DE GASOLINA ASSALTADOS

A madrugada de sexta-feira, 26, foi pródiga em assaltos no distrito. Uma caixa multibanco, instalada na sede da Junta de Freguesia de Odivelas, Ferreira do Alentejo, foi assaltada com explosão por injeção de gás. Segundo as autoridades, que estão a investigar o ocorrido, o roubo terá sido levado a cabo por três indivíduos encapuzados que conseguiram levar o dinheiro contido na caixa. Em Vidigueira, foi a vez de um posto de abastecimento de combustíveis, de onde os assaltantes levaram tabaco e produtos alimentares.

DOMINGO, DIA 28

BEJA HOMEM MORTO EM ACIDENTE COM VELOCÍPEDE

Um homem de 47 anos morreu no último domingo, na sequência de uma colisão entre um veículo ligeiro de passageiros e um velocípede, na EN 260, próximo de Nossa Senhora das Neves, Beja, disse fonte da GNR à Lusa. A vítima é um homem que seguia de bicicleta, cujo corpo foi encaminhado para a morgue do Hospital de Beja, para ser efetuada a autópsia.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 29

SERPA APOSTA NA MÚSICA REVISITADA EM LIVRO

A novíssima Casa do Cante acolheu esta segunda-feira, 29, a apresentação do livro Serpa, Cidade da Música, numa sessão que contou com a participação de Pedro Roseta, ex-ministro da Cultura, e do cartunista Luís Afonso. A obra, editada pela Câmara Municipal de Serpa, pretende fazer uma retrospetiva do trabalho realizado na área da cultura, ao longo dos últimos 30 anos. Período durante o qual, sublinha a autarquia, o concelho se tem “reinventado através da música, celebrando os talentos próprios e a diversidade da cena musical, combinando a tradição com a criatividade e aproximando os seus habitantes dos sons do mundo”.

TERÇA-FEIRA, DIA 30

BEJA INALENTEJO E CEBAL ASSINAM CONTRATOS

O Inalentejo e o Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Baixo Alentejo e Litoral (Cebal) assinaram, na terça-feira, os contratos de financiamento dos projetos GenoSuber e WaterTre&Val. Os projetos aprovados, com a duração de 30 meses, enquadram-se num programa de investigação multi e interdisciplinar para a valorização de dois recursos naturais - o sobreiro e a água. O total do investimento previsto é de 1,311 milhões de euros e os projetos serão financiados em 85 por cento por fundos comunitários.

QUARTA-FEIRA, DIA 31

ALVITO SEMINÁRIO DISCUTE ENVELHECIMENTO

A Câmara de Alvito promoveu na quarta-feira, primeiro dia de mais uma Feira dos Santos, o seminário “Igualdade de oportunidades no envelhecimento”. Um encontro que, “para além da abordagem ao envelhecimento ativo”, pretendeu “reforçar as competências técnicas dos que operam nas áreas sociais, conciliando a vida profissional com a vida privada, saúde e direitos, poder e tomada de decisão, pobreza e exclusão”. Distribuído entre dois painéis – “Saber + para agir melhor” e “Medidas e iniciativas na prática do envelhecimento ativo” – o seminário contou com cerca de duas dezenas de oradores.

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Do produto ao prato, do prato ao produto Beja também esteve na rota do ciclo de conferências Escolha Portugal, uma forma de promover o setor agrícola, levada a cabo pelo Continente, “Correio da Manhã” e “Jornal de Negócios”. No Teatro Pax Julia, discutiu-se “A cadeia de valor da indústria agrícola”.

Distrito abrandou a marcha por melhores estradas Tem sido quase um exclusivo do êxtase futebolístico mas, nos dias que correm, é simbólico de resistência nacional. Como este, com as cores portuguesas, andaram em Beja, no sábado, 27, mais cerca de 200 veículos, pela construção do IP2 e do IP8.

Cebal deixa Governo bem impressionado A secretária de Estado da Ciência deixou o Cebal, que visitou a 29, com uma “excelente impressão”. E garantiu que o Governo está “disponível” para apoiar novos projetos, sem prejuízo dos já aprovados. Boas notícias para a ciência que se faz em Beja.

Alunos da Estig na linha de montagem das notícias locais Alunos de Turismo, quase 60, passaram pelo “Diário do Alentejo” na segunda-feira, 29, de onde levaram um “cheirinho” de como se faz jornalismo por estas bandas. Uma visita do ensino superior que, pela raridade, merece registo.

Feira da Ladra à moda de Ferreira do Alentejo Os bens em segunda mão são uma excelente opção em tempo de crise, além de uma forma de consumo que poupa recursos e resíduos à mãe natureza. Ferreira, como outras localidades da região, já o percebeu e cumpriu a sua II Feira da Ladra no sábado, 27.

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Pereiras-Gare

Aldeia fica situada a 48 quilómetros da sede de concelho, Odemira

População contesta extinção da freguesiaV

inte e sete anos após ter sido criada, a freguesia de Pereiras-Gare, no concelho de Odemira, corre o risco de ser extinta

ao abrigo do processo de reorganização admi-nistrativa territorial autárquica, voltando a per-tencer a Santa Clara-a-Velha. A proposta de ex-tinção foi apresentada e aprovada pelo Partido Socialista na Assembleia Municipal de Odemira do passado dia 10 de outubro. Uma bandeira negra já foi hasteada no edifício da junta de fre-guesia em sinal de protesto e entre a população circula um abaixo-assinado. A concretizar-se a extinção, dizem os habitantes, será “a macha-dada final” numa aldeia que já viu partir o mé-dico de família e fechar as portas da escola pri-mária e onde os comboios “deixaram de parar há 10 meses”.

Para Joaquim Rodrigues, que encontramos ao final da manhã num dos pontos de encontro mais concorridos de Pereiras-Gare para dois dedos de conversa – a paragem do autocarro –, a extinção da freguesia é algo inevitável. E se não for agora, “será daqui a quatro anos”, diz re-signado. A aldeia “vai perdendo o eleitorado, por isso isto termina, temos trinta e tal pessoas com mais de 80 anos e temos 216 eleitores, o que é que a gente está à espera?”, questiona-se. A anexação à freguesia de Santa Clara-a-Velha, acrescenta o ferroviário aposentado, vai obrigar agora a grandes deslocações, e a grandes despe-sas, uma vez que quem não tem viatura própria, “seja motorizada ou carro”, “tem de ir de táxi”, dado que “só há um autocarro” por dia.

E são precisamente as distâncias que sepa-ram Pereiras-Gare da sede de concelho – 48 quilómetros – e das freguesias mais próximas – a 17 quilómetros de Santa Clara-a-Velha e a 14 de Saboia –, que têm levado a população ao

longo dos anos “a pender” para o Algarve, des-locando-se com frequência a São Marcos da Serra (que fica a menos de 10 quilómetros) ou a Messines para as compras de maior vulto ou para uma simples ida à farmácia. “Enquanto vai um para o lado de Odemira vão 99 para o Algarve”, refere o antigo ferroviário.

Francisco Guerreiro, um dos companhei-ros de tertúlia de Joaquim Rodrigues, não tem dúvidas de que a possível extinção da fregue-sia não passa de “uma questão política”. E en-tre os seus conterrâneos haverá mesmo quem fique “satisfeito” com a decisão, acusa o sep-tuagenário. “Mas isso é um erro deles, porque isto abrange toda a gente. Uma pessoa tem aqui uma casa e quer vendê-la, assim passará a ren-der menos dinheiro ou não há quem a compre. Temos falta de desenvolver isto, não de tirar tudo quanto temos”.

O ex-funcionário da Câmara de Odemira acredita que se o bairro municipal projetado para uns terrenos situados nas imediações do edifício da junta tivesse sido concluído “na altura devida” – o processo arrasta-se há mais de duas décadas – a aldeia teria agora “mais famílias”, não se co-locando o atual problema do decréscimo popu-lacional. “Nesse tempo o Algarve dava trabalho a toda a gente e tínhamos para lá bons acessos. Agora [a construção do bairro] já não resolve nada porque o Algarve também já está ruim, mas também não vamos pensar que a crise não passa, estou convencido que isto melhora”.

“É mais um prejuízo para as pessoas que cá moram”, acrescenta Idálio Tomé, de 65 anos, outro dos “frequentadores” habituais da para-gem do autocarro. Uma decisão que vai “desva-lorizar” a aldeia, as “casas”. “As pessoas dizem que pode ser por motivos políticos, mas há uma

determinação no sentido de se extinguirem fre-guesias e começam pela que tem menos popu-lação, que é isso que conta mais para a extinção, apesar de sermos a freguesia que fica mais dis-tante de Odemira”, salienta. Mas se “houvesse opção” no que diz respeito à freguesia que irá acolher a aldeia, diz o ex-manobrador de má-quinas, a sua escolha recaía em Saboia e não em Santa Clara-a-Velha, dado que a primeira “fica mais próxima, tem um agrupamento de esco-las, uma Caixa Agrícola e um posto da GNR”. “Ficávamos favorecidos porque Santa Clara não tem nada disto”, diz, frisando que a extinção de-penderá dos critérios que “a classe política lá em Lisboa” irá utilizar: “Se for pela distância então não é extinta, se for por uma questão de eleito-res pois é natural que sim”.

A realidade atual é bem diferente daquela que levou Rodrigo Silva, natural de Silves, a fi-xar-se em Pereiras-Gare já lá vai quase meio século. Ferreiro à semelhança do pai e do ir-mão, que na ocasião trabalhavam em Odemira e Saboia, viu “nas lavouras trabalhadas com juntas de bois ferrados” uma boa fonte de rendimento.

“Isto aqui era uma área em que era tudo tra-balhado com juntas de bois e eram ferrados. A agricultura era o que fazia movimentar aqui esta zona toda, as sementeiras do trigo, aveia, cevada. Tinham grão, feijão, criavam porcos, borregos, vacas, tinham isso tudo”, diz, recor-dando ainda que em 1965, no ano em que che-gou a Pereiras-Gare “acabado de sair da tropa”, “havia vinte e tal casas comerciais” na aldeia, entre “mercearias, drogarias, talho, taberna, serração, carpintarias e armazéns de mate-riais”. Sapateiros, que “faziam daquelas botas de sola de pneu cosidas à mão, para o pessoal

que trabalhava aí no campo”, eram quatro; bar-beiros, “por acaso bons barbeiros”, eram dois. A rua 25 de Abril, que albergava grande parte dos estabelecimentos comerciais, “era toda ha-bitada”. Atualmente contam-se pelos dedos das mãos “as pessoas que vivem aqui [na rua 25 de Abril]”, diz Rodrigo Silva, adiantando que pela linha de caminho de ferro que liga Lisboa ao Algarve – e cujos trabalhos de construção te-rão dado origem à aldeia no início do século XX – passavam comboios “que davam ligação até Luzianes, a Saboia”. “Agora já acabou tudo. O comboio era uma coisa maravilhosa, quem ti-vesse, por exemplo, uma consulta em Faro, por exemplo, ia de manhã e vinha à tarde. Paravam aqui cinco comboios regionais por dia, três comboios para o Algarve e dois para o Alentejo, já serviam o povo muito bem. Que só ficassem dois, um de manhã para o Algarve e outro de regresso à tarde, já era muito bom, mas tira-ram tudo, sem pena nem dó, foi uma coisa hor-rível”, diz revoltando, recordando os investi-mentos que “a CP e a Refer” fizeram “há meia dúzia de anos” na remodelação das linhas e na construção de gares novas, que agora estão ao abandono.

Se não tivessem suprimido o serviço regio-nal, o ferrador continuaria a prestar apoio aos antigos clientes que tem no Algarve, “ferrando cavalos de turismo”, um segmento que come-çou a explorar “quando se acabou a agricultura, o pessoal do campo desapareceu e os montes da região ficaram abandonados”.

“A extinção da freguesia é uma parvoíce, porque as pessoas, na sua maioria idosas, não têm transportes, não tem médico, não tem con-dições nenhumas, e agora acaba a freguesia? É um problema muito grande”, conclui.

População A freguesia de Pereiras-Gare tem actualmente cerca de 270 habitantes

Pereiras-Gare é uma das quatro freguesias do concelho de Odemira

que deverá ser extinta no âmbito do processo de reorganização ad-

ministrativa territorial autárquica, voltando a pertencer a Santa

Clara-a-Velha, de onde foi desanexada em outubro de 1985. A po-

pulação contesta a sua extinção, apontando, entre outras razões, as

distâncias à sede de concelho e a Santa Clara-a-Velha e a inexistência

de uma rede de transportes públicos.

Texto Nélia Pedrosa Fotos José Ferrolho

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Existe a possibilidade de a freguesia de Pereiras-

-Gare poder vir a ser extinta. Que repercussões

poderão advir dessa decisão? Andamos a lutar para que isso não aconteça mas, enfim, eles é que mandam. Se isso se concretizar será um desastre, porque já nos tiraram a escola, não temos comboio, o posto médico também fe-chou. Irá ter muitas implicações na vida das pes-soas, porque se precisam de alguma coisa diri-gem-se à junta, para pagarem a água, para fazerem pedidos, qualquer coisa, é a junta que as pessoas têm à mão, sempre. E ficamos a 17 quilómetros de distância de Santa Clara-a-Velha, sem acessibilida-des quase nenhumas, transportes só o próprio e te-mos um autocarro de manhã e outro de regresso à tarde. Implica que as pessoas fiquem um dia inteiro fora de casa, que tenham de pagar almoço, todas as despesas, e estamos a falar de uma população um pouco envelhecida.

Para além do abaixo-assinado, que outras me-

didas foram tomadas no sentido de evitar a

extinção?

Temos tido várias reuniões com a Anafre – Associação Nacional de Freguesias. No edifício da junta já hasteámos uma bandeira preta e va-mos ainda colocar faixas pretas à entrada da al-deia e na junta. Participámos também na mani-festação de sábado passado em Beja [promovida pela Plataforma Nacional Contra a Extinção de Freguesias e pela estrutura regional da Anafre] e vamos reunir-nos com a CDU [partido pelo qual foi eleito] para fazermos chegar uma proposta à Assembleia da República mostrando que as pes-soas precisam da freguesia.

Quantos habitantes tem Pereiras-Gare?

Somos cerca de 270 habitantes, sendo que 70 ou 80 por cento são idosos. A população tem decaído muito, porque uns vão envelhecendo e outros aba-lam. Os jovens abalam porque não há emprego. Há um projeto de um bairro municipal em Pereiras, mas como ainda não foi feito as pessoas novas não se fixam na aldeia. É um projeto que se arrasta há vinte e tal anos. Nós estamos aqui muito pertinho do Algarve, estamos a 25 minutos de Albufeira, as pes-soas podiam viver aqui e trabalhar fora. Mas as mi-nhas esperanças em relação ao bairro já são muito poucas, porque a câmara tem aquilo sempre em pro-cesso de espera, de espera e de espera, e nunca mais sai. Temos depois vinte e tal habitações em montes da freguesia habitadas por estrangeiros.

A que setores de atividade se dedica a população

em idade ativa?

Alguns trabalham no Algarve, na horticultura; ou-tros trabalham na construção civil em Pereiras, mas agora também não há muito trabalho nessa área; e outros ainda na agricultura também na fre-guesia, que é já muito pouca. Temos aqui uma pa-daria que emprega cerca de meia dúzia de pessoas e alguma indústria do mel, que emprega uma pes-soa ou duas. Mas agora também já há menos pes-soas a trabalhar no Algarve, porque as empresas fecharam, por isso alguns estão no fundo de de-semprego. Está tudo à espera a ver se este governo melhora um pouco.

Processo de constituição de freguesia“foi longo e complicado”

É com tristeza que Aníbal Simão, o primeiro presidente da Junta de Pereiras-Gare, eleito pela APU – Aliança Povo Unido em maio de 1986, vê a possível extinção da freguesia e sua reanexação a Santa Clara-a-Velha. “Vai ser uma coisa muito prejudicial para os habitantes desta terra, que até agora estavam bem servidos”, adianta o ex-autarca de 80 anos, ge-rente comercial, lembrado que o processo de constituição da freguesia “foi longo e complicado”, uma vez que a “junta-mãe [Santa Clara-a-Velha] não foi a favor da sua criação”. A sua constituição como freguesia, refere o também poeta popular, justificava-se “pela distância a que estava de Santa Clara, pelo sacrifício que eram os 17 quilómetros, pelo incómodo que era para as pessoas, e o prejuízo, de terem de se deslocar à sede da junta de freguesia por uma vacina de um cão ou uma licença, sem trans-portes. Era um incómodo muito grande para os habitantes desta terra e foi isso que me levou a avançar”. Num dos vários livros de que é autor, o ex-presidente de junta refere que “criada a sua autonomia própria em 1985, herdou-se uma aldeia sem estradas, sem pontes, água, esgo-tos, etc… Foi abraçar um problema que tinha de ser urgentemente re-solvido de forma a evitar a desertificação da região”, e foi nesse sentido que “a então junta de freguesia se moveu a envidar esforços junto da câ-mara municipal para que fossem criadas condições dignas de se poder vi-ver nesta aldeia em igualdade de circunstâncias com as outras localidades do concelho”. Aníbal Simão, natural de Aljustrel, foi ainda fundador da Associação de Caçadores de Pereiras-Gare e do Futebol Clube Pereirense.

Leonel RodriguesPresidente da Juntade Freguesia de Pereiras-Gare

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Entrevista

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Apesar das obras de remodelação da rede de Beja

Fatura da água não aumenta em 2013A Empresa Municipal de Águas e

Saneamento de Beja (EMAS) vai

terminar o exercício de 2012 com

um volume de negócios superior

aos seis milhões de euros. E um ba-

lanço em termos de receitas “sig-

nificativamente superior” em re-

lação às despesas. Quem o afirma

é Rui Marreiros, administrador -

-delegado de uma empresa muni-

cipal que se diz financeiramente

“robusta”. Apesar dos investimen-

tos em curso e numa altura em que

existem oito frentes de obra na re-

modelação da rede de águas de

Beja, que apenas estará concluída

no verão de 2013, Marreiros prevê

que o tarifário da água possa não

ser alterado no próximo ano. Isto

porque a EMAS diversificou as suas

fontes de receita, nomeadamente

prestando serviços laboratoriais. E

porque espera poupar perto de 60

por cento com a modernização da

rede urbana, tal como aconteceu

com as recentes obras na rede de

Beringel.

Texto Paulo Barriga

Fotos José Serrano

Como estão a decorrer as obras de remo-

delação da rede pública de distribuição de

águas de Beja?

Estão a correr bem e a bom ritmo. Estávamos preocupados porque tivemos um problema com o primeiro empreiteiro. Mas isso dei-xou-nos de sobreaviso e mais atentos à ma-neira como os trabalhos decorrem. Neste momento temos cerca de oito frentes ativas na cidade. Em relação ao plano de trabalhos que está traçado, o empreiteiro está a cum-prir e a fiscalização continua no terreno. Portanto, os trabalhos estão a decorrer a bom ritmo e dentro do previsto. Atualmente, temos datas chave ao longo das várias fases da empreitada. A primeira foi agora esta se-mana e estamos com dois dias de atraso, o que, na prática, significa que não há atraso nenhum.

Quanto tempo falta para acabar as obras?

Esta é uma empreitada para durar sensivel-mente um ano. Pensamos que no final do mês de agosto, início de setembro de 2013, as obras estejam todas concluídas. Este é um tipo de obra que tem uma dinâmica di-ferente. Como há intervenções praticamente em todas as zonas da cidade, seguramente que muito antes disso há de haver zonas que vão ficar concluídas. A rua Cidade Dili ou a rua Cidade de São Paulo, por exemplo,

já foram intervencionadas. Já têm o equipa-mento e a tubagem toda instalada e pratica-mente só falta pavimentar. É um setor da ci-dade que a muito curto prazo fica liberto. O grosso da empreitada não vai ficar para o fim, vai terminando gradualmente ao longo do tempo.

As pessoas queixam-se de a cidade estar

completamente esventrada numa altura

bastante chuvosa…

Costumo ir para o terreno para falar com as pessoas que estão a circular de carro ou a pé e tenho visto com algum satisfação que há uma perceção por parte da maioria das pes-soas de que os trabalhos estão a correr de-pressa. Inicialmente havia alguma preo-cupação. Não se sabia exatamente quando é que aquilo iria estar pronto. Agora, vê-se em determinadas zonas a abertura de vala, a colocação do tubo e o tapamento acontece num dia ou dois. As pessoas percebem isso e compreendem. Há zonas em que agora se complicou um bocadinho com a questão das chuvadas, mas há um grande cuidado tam-bém na reposição da zona da vala que ficou afetada e acho que a população está a lidar bem com estes constrangimentos. Costumo dizer que o que estamos a fazer agora de-via ter sido feito, se calhar, há 30 anos atrás. Não o foi por uma série de razões. Portanto,

temos de o fazer e acho que as pessoas com-preendem isso.

Qual é o valor desta empreitada?

Estamos a falar de uma empreitada na or-dem de um milhão e 800 mil euros.

A renovação da rede de Beringel também

já está concluída e foi agora inaugurada. Já

se percebem melhorias no fornecimento de

água?

Estivemos a fechar os números depois de um mês completo de consumos de água após a nova rede estar em funcionamento e verifi-cámos uma redução de perdas na ordem dos 60 por cento, que é uma coisa perfeitamente brutal. Estávamos a gastar 60 por cento de água a mais, água que se perdia nas redes. Para além do impacto no meio ambiente, já que estamos a gastar um recurso desneces-sariamente, existe também um impacto eco-nómico brutal, porque tínhamos de com-prar mais 60 por cento do volume de água do que aquele que distribuíamos. São me-lhorias desta natureza e desta dimensão que esperamos aqui em Beja.

A EMAS tem conseguido financiar-se nos

mercados?

Na região Alentejo devemos ter sido a única entidade que conseguiu obter financiamento

Estávamos a gastar 60 por cento de água a mais, água que se perdia nas redes.

Para além do impacto no meio ambiente, já que estamos a gastar um recurso

desnecessariamente, existe também um impacto económico brutal, porque tínhamos

de comprar mais 60 por cento do volume de água do que aquele que distribuíamos.

Rui Marreiros❝

Robustez financeira A EMAS prevê ultrapassar os seis milhões de euros de faturação em 2012

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do Banco Europeu de Investimentos, isso também demonstra um bocado a robustez financeira da empresa. Na empreitada de Beja há uma percentagem do investimento que já é financiada pelo Banco Europeu de Investimentos, que é uma linha que foge muito à linha habitual dos fundos comuni-tários, com juros obviamente mais requi-sitos. O BEI normalmente apenas financia projetos de caráter produtivo, portanto te-mos de demonstrar que aquela intervenção gera alguma receita significativa ou tem um grau de eficiência importante para poder ser financiada.

Falou em robustez financeira. Como é que

está a situação financeira da EMAS?

Robusta, salvaguardando a situação atual. A EMAS é, acima de tudo, uma empresa mu-nicipal. Portanto, o nosso objetivo primeiro não é visar o lucro, muito pelo contrário. O nosso objetivo é prestar um serviço de qua-lidade, tendendo para a recuperação inte-gral de custos que é aquilo que o regulador nos obriga. Esta é uma condição essencial e é para aí que nós caminhamos. Atingimos um patamar em que temos condições para recu-perar a maior parte dos custos que temos e ainda obter alguma margem para apoiar in-vestimento. Desse ponto de vista, não de-pendemos da receita de terceiros, receitas do município. Temos autonomia para nos sal-vaguardar. Agora temos de gerir isto tam-bém em função da situação económica do País e da região.

A EMAS é uma empresa que está em con-

traciclo com aquilo que está a acontecer no

País?

Em contraciclo, nesta fase, não diria. Diria antes que houve uma preocupação, princi-palmente a partir do final de 2009, com a mudança da administração que foi coinci-dente com a mudança do executivo, de ajus-tamento financeiro numa fase em que até nem se sabia bem que isto ia acontecer. A empresa estava numa situação financeira muitíssimo complicada e, se não tivesse ha-vido um esforço de ajustamento, com o que aconteceu posteriormente em termos de crise, diria que a EMAS estaria numa situa-ção dificilmente ultrapassável.

Qual é volume de negócios previsional para

2012?

Para 2012 não temos já grandes dúvidas que

vamos ultrapassar os seis milhões de euros, naquilo que tem a ver com as nossas ativi-dades principais, abastecimento de água, saneamento de águas residuais e depois na prestação de serviços, saneamento, labora-tório… Vamos ter resultados positivos supe-riores ao ano passado. O balanço em termos das receitas é significativamente superior em relação às nossas despesas.

A adesão da EMAS à Águas Públicas do

Alentejo foi uma aposta ganha?

São processos que levam alguns anos até atingirem a sua estabilidade. A expectativa que a administração tem, de acordo com os resultados que vamos obtendo, é que a ade-são foi positiva. Na mediada em que, in-dependentemente do modelo, gerir negó-cios desta natureza de forma isolada não faz muito sentido. Em termos das economias de escala e economias de gama consegue-se ge-rar um efeito bastante positivo havendo um ganho de dimensão. Esta adesão à Águas Públicas do Alentejo foi negociada pelo an-terior executivo. Sem fazer juízos de valor, aquilo que achamos é que Beja, em relação a todas as outras entidades gestoras que in-tegraram a Águas Públicas do Alentejo, não tem uma posição dominante. A posição da entidade gestora EMAS ou da Câmara de Beja na Águas Públicas devia ter sido sal-vaguardada doutra forma. Beja, no fundo, contribui com uma parcela maior em ter-mos de clientes e a EMAS de Beja é o cliente da Águas Públicas do Alentejo que compra mais água, portanto tem mais clientes para servir, tem mais água para distribuir.

O laboratório da EMAS está a trabalhar a 100

por cento? Que tipo de serviços presta? A

quem é que presta esses serviços?

Posicionarmo-nos no mercado como uma em-presa de prestação de serviços na área do la-boratório puro e duro. Os nossos principais clientes são outras entidades gestoras, nomea-damente outras câmaras municipais, a própria Águas Públicas do Alentejo a quem nós presta-mos serviço. O laboratório está perfeitamente acreditado, está reconhecido pelo regulador, te-mos tido várias etapas de acreditação até che-garmos ao ponto onde estamos agora. Havia uma última fase de adaptação que tinha a ver com o processo de recolha das amostras que era preciso também acreditar, também já o conse-guimos, portanto, neste momento, já presta-mos serviços para um conjunto de municípios.

desmistificar esse mito da água da torneira que hoje é um bem de qualidade perfeita-mente controlável sem qualquer problema, incentivar à utilização eficiente da água.

Não deixa de ser curioso que uma empresa

que disponibiliza água às populações, que

vende água, faça campanhas no sentido da

poupança da água.

Costumo dizer que somos o único tipo de empresas que apela ao não consumo. Mas isso decorre um bocado do nosso posiciona-mento, para já, enquanto empresa municipal e depois também temos responsabilidade ambiental. Aquilo que a nós nos interessa é captar a água suficiente para depois, com o mínimo de perdas na rede, conseguirmos entregá-la ao consumidor para satisfazer as suas necessidades. Não temos interesse em criar um impacto acrescido no meio am-biente nem criar impacto acrescido em ter-mos financeiros.

Costuma beber água da torneira?

Bebo. Não comecei a beber no início quando vim para a EMAS, precisei de conhecer isto, mas há pessoas que bebem água em Beja já há muito tempo sem qualquer problema.

O sabor da água não é bem a mesma coisa...

A água é um produto alimentar. Às vezes também brinco um bocadinho com isso, mas é verdade. Há pessoas que não gostam da água do Luso, outras não gostam da água de Monchique, ainda que a nossa água te-nha melhorado muito em termos de sabor e hoje é uma água perfeitamente aceitável. Há pessoas que não gostam não é? Mas a nossa maior preocupação é em termos de quali-dade da água e aí é comprovadamente boa. Digamos que é uma das vantagens de tam-bém ter um laboratório nosso a trabalhar para nós. Temos a capacidade de controlar a água muito melhor que uma entidade ges-tora que não tem laboratório. Em tempo real temos programas de controlo operacional muito densos e temos o índice da qualidade da água acima da média nacional.

Está previsto algum aumento das tarifas da

água para 2013, em virtude das obras que

estão em curso?

É sempre uma questão mais ou menos po-lémica. Estamos neste momento a fechar os documentos previsionais para o ano que vem, a fechar os orçamentos de exploração, os planos de investimento, e a expectativa que estamos a tentar perseguir é pelo me-nos durante o próximo ano não haver au-mento das tarifas de água. O objetivo será esse. Isto fruto do ajustamento que fizemos. Digamos que a chave de poder agora, no fundo, estagnar aqui um bocadinho o ajus-tamento de tarifário e fazer face à crise foi de facto as adaptações que se fizeram essen-cialmente em 2010 e em 2011. Estamos a fa-zer todos os esforços para não onerar mais a fatura da água e do saneamento em 2013. Tudo indica que vamos conseguir manter o tarifário em 2013.

Estamos a fazer todos os esforços para não onerar mais a fatura da água e do saneamento em 2013. Tudo indica que vamos conseguir manter o tarifário em 2013.

É mais uma fonte de receita?

É mais uma fonte de receita e foi o que nos permitiu no fundo convencer o regulador de como é que uma empresa municipal estava na disposição de se posicionar no mercado e prestar serviços desta natureza. Nós já tí-nhamos a infraestrutura criada, já tínha-mos as pessoas no laboratório, não contratá-mos mais pessoas para prestar este serviço. Aquilo que conseguimos foi com a infraes-trutura que já existia, com o investimento relativo do processo de acreditação, gerar mais receita. Se tivermos outras atividades paralelas que nos gerem receita, evitamos onerar os consumidores sobre tudo isso. Quanto mais receita o laboratório der, me-nos temos de aumentar a fatura da água. E agora somos usados como exemplo de uma entidade que conseguiu maximizar a receita por outras vias sem ser diretamente pelo au-mento da fatura.

No que consiste o projeto educativo Os

Heróis da Água?

Aquilo que decidimos foi envolver a comu-nidade escolar praticamente de forma trans-versal e temos ofertas de colaboração do pré --escolar até ao politécnico. Vamos dinamizar uma série de idas à escola onde envolvemos os professores e os miúdos de uma forma muito ligeira com teatros, com ações educa-tivas e sensibilizá-los muito para a utiliza-ção da água, o consumo da água da torneira,

Laboratório As análises realizadas no EMAS geram receitas que evitam onerar as tarifas da água

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AtualRegime Jurídico das Autarquias Locais

Eleitos locais consideram lei “inoportuna e desadequada”

Aconteceu no sábado passado, em Beja, um encontro de eleitos lo-cais, promovido pela Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal). Em debate esteve o Regime Jurídico das Autarquias Locais e o Estatuto das Entidades Intermunicipais.

De acordo com José Maria Pós-de- -Mina, presidente do conselho executivo da Cimbal, “este foi um

encontro útil que permitiu discutir ideias e tomar uma posição sobre as matérias em discussão, possibilitando uma reflexão so-bre a proposta de lei em análise”.

As conclusões do encontro foram apro-vadas por maioria, com um voto contra, e defendem que “qualquer reforma admi-nistrativa do território deve incluir como um dos elementos essenciais a criação das regiões administrativas”.

Na verdade, durante o encontro, con-cluiu-se ainda que “a proposta de Lei- -Quadro – Atribuições e Competências das Autarquias Locais e Estatuto das Entidades Intermunicipais – é inoportuna e desadequada e deverá ser suspenso o cor-respondente processo legislativo”.

Considerou a maioria dos eleitos

Entidades da região reuniram-se com EP

IP2 requalificado e aproveitada parte da obra do IP8

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Empreendedorismodebatido em Cuba O município de Cuba promove na

próxima quinta-feira, dia 8, um colóquio

subordinado ao tema “Empreendedorismo:

Um pilar para o desenvolvimento”. A

iniciativa, que tem início pelas 9 e 45 horas,

no centro cultural local, enquadra-se

no plano de atividades do projeto “Cuba

Empreende”, visando “promover e fomentar

o espírito do empreendedorismo junto da

população, em especial dos mais jovens”,

refere a autarquia. Salientam-se, entre

os oradores presentes, os comendadores

Rui Nabeiro e António Silvestre Ferreira,

“empresários de sucesso que irão dar um

testemunho na primeira pessoa”, bem como

Pedro Beja Neves, da ANA – Aeroportos de

Portugal, e António Cebola, do Iapmei.

Tomé Pires sucedea João Rocha em Serpa A concelhia de Serpa do PCP sublinha o

“importante contributo” de João Rocha,

presidente cessante do município local

desde ontem, dia 1, “ao longo de mais de

30 anos na construção e concretização do

projeto autárquico da CDU” e também “o

seu empenho em dar corpo à sua dimensão

democrática e participativa em defesa do

poder local democrático, do interesse público

e das aspirações dos trabalhadores e das

populações, em Serpa e na região Alentejo”.

Na mesma nota enviada à comunicação

social, os comunistas de Serpa informam que

a presidência da Câmara de Serpa será agora

assumida por Tomé Pires, até então vereador

e vice-presidente. Por seu turno, Miguel

Valadas, 31 anos, natural de Vila Nova de São

Bento e quinto candidato da lista da CDU à

autarquia, assumirá a responsabilidade de

vereador, acrescentam, convictos também

de que João Rocha, “militante comunista,

continuará a dar o seu forte contributo em

defesa dos valores de Abril”.

Estepes cerealíferas é tema de seminário em Castro Verde O Cineteatro Municipal de Castro Verde

acolhe, entre os próximos dias 7 e 8, o

seminário “Conservação das Estepes

Cerealíferas”, organizado pela Liga para

a Proteção da Natureza (LPN), no âmbito

do Projeto LIFE Estepárias, com o objetivo

de atualizar e promover o intercâmbio de

conhecimentos sobre estes ecossistemas e

as aves ameaçadas associadas. O encontro

tem como público-alvo biólogos, técnicos de

conservação da natureza, investigadores na

área da Biologia da Conservação e Agronomia,

agricultores, agentes locais, técnicos de

desenvolvimento local e funcionários das

autoridades nacionais, regionais e locais, e

público em geral. E é composto por três painéis

principais: Ecologia das Espécies, Projeto LIFE

Estepárias e Gestão do Habitat.

Vereadores da CDU defendem Outeiro do Circo Os vereadores da CDU na Câmara Municipal de Beja pretendem que o municí-pio assuma o projeto arqueológico do Outeiro do Circo, num território entre as freguesias de Mombeja e Beringel, “como um projeto importante para a valorização do património histórico e um contributo para o desenvolvimento do concelho”. Recorde-se que as escavações, que decorrem desde 2008, foram suspensas em 2012, por falta de uma verba de cerca de quatro mil euros, que serviria para pagamento das despesas de ali-mentação da equipa de oito voluntários. A iniciativa dos eleitos da CDU surge na sequência de uma reunião realizada no dia 24 de outubro, com a presidente da Junta de Freguesia de Mombeja e um representante da empresa de arqueologia Palimpseto.

A Comunidade Intermunicipa l do Baixo Alentejo (Cimbal), a Entidade Regional de Turismo

do Baixo Alentejo (ERT) e a Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Nerbe – Aebal), enquanto repre-sentantes de um grupo de 21 entidades da região, reuniram-se, na segunda-feira, 29, com o presidente da Estradas de Portugal (EP), com o objetivo de dar a conhecer, mais uma vez, a sua preocupação em re-lação às acessibilidades da região, desta-cando-se a intervenção no IP2 e a requali-ficação do IP8.

As entidades reiteram, assim, “a sua preocupação em que a região tenha aces-sibilidades que sejam garantes de segu-rança rodoviária e propícias ao seu desen-volvimento”. Recorde-se que as entidades

em questão defendem a conclusão da in-tervenção no IP2 e a requalificação do IP8, através da plataforma de obra já constru-ída e num formato de quatro faixas.

De acordo com um comunicado en-viado, aquando da reunião, foi transmitido às entidades, pelo presidente da Estradas de Portugal, que “a preocupação mais pre-mente é a da conclusão das obras do IP2 e do IC2”, uma vez que, na opinião da EP, “são as que mais problemas de segurança rodoviária oferecem”.

Foi ainda veiculado, segundo o mesmo comunicado, que “a renegociação com o consórcio que permitirá o desenvol-vimento da empreitada não está ainda concluída, mas que se pretende resol-vida nos moldes conhecidos e apresenta-dos pela EP”. Após concluída esta fase de

negociação, a EP apresentará “um pro-grama de proximidade, que terá como ob-jetivo aproveitar parte da obra iniciada, de acordo com uma relação custo/benefício, que se considere possível e adequada”. Não foram, deste modo, dadas garantias no sentido de se vir a aproveitar toda a exten-são da obra iniciada, nem que o aproveita-mento a executar seja na sua total exten-são, e em perfil de quatro faixas.

A Estradas de Portugal informou ainda que quando o plano estiver pronto a apre-sentar, o que se espera que venha a acon-tecer no fim do ano, discuti-lo-á com as entidades da região, que entretanto já agendaram uma reunião para dia 19, às 11 horas, na sede da Cimbal, com o intuito de discutir o tema, bem como o seguimento a dar ao mesmo.

O Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio (COTR) promove na terça-feira, 6, nas suas

instalações (Quinta da Saúde), em Beja, uma sessão técnica sobre o uso eficiente da água no

olival. A sessão tem início pelas 10 horas e pretende “divulgar as mais recentes inovações no

âmbito da tecnologia da gestão da rega adaptadas ao olival”. Destina-se a técnicos gestores de

explorações agrícolas, olivicultores ou futuros olivicultores e a técnicos comerciais de campo,

enquadrando-se nas ações de divulgação de boas práticas agrícolas no âmbito do projeto Rede para

a Monitorização e Divulgação das Melhores Práticas Agroambientais (Remda) para o Olival.

COTRpromove

sessão sobre uso da água

no olival

presentes que “esta proposta de lei articu-lada com outras medidas legislativas que têm vindo a ser tomadas se insere numa estratégia de centralização de recursos e meios a pretexto da crise económica e fi-nanceira, quando o que se impõe neste momento é o respeito pela Constituição da República Portuguesa e dos seus princí-pios relativos ao Poder Local”.

Durante o encontro, concluíram tam-bém: “No âmbito da cooperação intermu-nicipal o princípio que deve prevalecer é o do voluntariado e da livre associação. As estruturas intermunicipais não de-vem ter competências próprias, mas sim as que lhes forem delegadas pelo município”. Condenando a maioria, deste modo, “o es-vaziamento de competências das câmaras e assembleias municipais que está implí-cito na proposta de lei”.

“Qualquer alteração de competências, entre os diversos escalões das administra-ções, deve ser acompanhada da transferên-cia dos correspondentes meios”, conside-raram os eleitos. E ainda que “a estrutura de governação deve ter por base o papel de direção dos eleitos das câmaras munici-pais e a participação dos eleitos das assem-bleias municipais no órgão deliberativo das CIM”, até porque sublinharam “a im-portância do respeito pela autonomia das autarquias locais nos seus diversos níveis”.

Por fim, adiantaram “a sua disposição e determinação de continuar a intervir nos órgãos onde estão eleitos na defesa da valo-rização do Poder Local como instrumento essencial de resolução dos problemas das populações e de promoção do desenvolvi-mento local”.

Pós-de-Mina Contra reforma administrativa

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Apesar de as eleições autárquicas es-tarem previstas apenas para daqui a um ano, em outubro de 2013, começa-ram esta semana a revelar-se os pri-meiros candidatos a diferentes mu-nicípios do Baixo Alentejo. O PSD anunciou Manuel Maria Barroso, para Alvito, e foi surpreendido pela au-toproposta de Ricardo Colaço para Almodôvar. Em Beja é apresentado amanhã o manifesto de um movimento cívico que pretende “atacar” a au-tarquia. Em Cuba, o atual presidente eleito pelo PS, que está impedido le-galmente de se recandidatar, deixa um sucessor: Carlos Almeida.

Texto Paulo Barriga

Manuel Maria Barroso é, formal-mente, o primeiro candidato oficial às próximas eleições au-

tárquicas no distrito de Beja. Quadro da Presidência do Conselho de Ministros, Manuel Barroso é atualmente assessor da presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. O PSD, com acordo expresso do CDS-PP, avança assim com uma figura de peso para uma das autar-quias mais voláteis do País em termos eleitorais. Alvito já fez eleger autarcas da CDU, PSD, PS e até de um movimento de cidadãos. Pelo que se adivinha uma eleição disputada ao voto num dos menos popu-losos concelhos do Baixo Alentejo. Tanto

mais que Manuel Maria Barroso é um na-tural da terra.

Já em Almodôvar, um tanto à revelia da própria direção distrital de Beja do PSD, o atual presidente da junta de freguesia e da concelhia laranja, Ricardo Colaço, anun-ciou a sua disponibilidade para se candi-datar à presidência da Câmara Municipal. Colaço, de 38 anos, disse esta semana na comunicação social que tem apoios ao ní-vel da concelhia de Almodôvar e da própria distrital do PSD. No entanto, esta autopro-posta pode representar um forte emba-raço para a direção distrital social-demo-crata que, numa eleição a realizar num ano que será certamente adverso para a po-pularidade do Governo e dos partidos da coligação, estaria em busca de um nome de maior “peso” para suceder a António Sebastião, que não pode recandidatar-se em Almodôavar devido à lei de limitação de mandatos.

António Sebastião, que é dado como “muito provável” candidato à Câmara de Beja pelo Partido Social Democrata. Numa eleição que terá contornos bastante dife-rentes da anterior. Logo pelo aparecimento de um novo movimento de cidadãos com intenções eleitorais, o “Por Beja com to-dos”, que amanhã à tarde apresenta o seu manifesto e principais subscritores. Um “movimento independente, de pessoas co-muns, que quer envolver a população na construção de um projeto para o conce-lho”, segundo palavras de Lopes Guerreiro,

que é o principal rosto do movimento e pu-tativo candidato à presidência da Câmara de Beja.

Tudo indica que o atual presidente da autarquia de Beja, o socialista Jorge Pulido Valente, tornará a candidatar-se. Com os dados baralhados à esquerda, com o apare-cimento deste novo movimento, aguarda - -se com grande expetativa qual será o can-didato a apresentar pela CDU. Os nomes mais falados são os dos atuais presiden-tes de Moura, José Maria Pós-de-Mina, e Serpa, João Rocha. Rocha, aliás, que pediu a 17 de outubro a suspensão do seu man-dato, com efeitos a partir de ontem. E que já se mostrou disponível para “novos de-safios”. A visita que Jerónimo de Sousa re-aliza amanhã a Beja poderá ser esclare-cedora quanto à escolha dos candidatos comunistas. Nomes que, por certo, apenas serão anunciados após o XIX Congresso do PCP que se realiza em Almada entre 30 de novembro e 2 de dezembro próximos.

Numa semana politicamente agitada na região, Francisco Orelha, atual presidente de Cuba, anunciou que cumprirá o seu mandato até ao final. Também ele abran-gido pela lei de limitação de mandatos, o autarca do PS não poderá recandidatar-se àquela autarquia local. No entanto, em re-cente entrevista à Rádio Pax, não deixou de relembrar que estava acordado com o seu atual vice-presidente, Carlos Almeida, a sua candidatura à Câmara Municipal de Cuba.

Começou a pré-campanha para as Autárquicas 2013

Autarcas agitam-se

Lopes Guerreiro é o principal rosto do movimento “Por Beja com todos”.

Manuel Maria Barroso é o candidato do PSD para Alvito, inaugurando a “época” das Autárquicas 2013.

João Rocha suspendeu o mandato em Serpa, desde ontem, dia 1, e já se mostrou disponível para “novos desafios”.

Jerónimo amanhã em Beja O secretário-geral do PCP, Jerónimo de

Sousa, é esperado em Beja amanhã, sábado,

no âmbito de um comício promovido pela

organização regional de Beja do partido cujo

lema é “Pôr fim ao desastre. Rejeitar o pacto

de agressão. Com o PCP por uma política e

um governo patrióticos e de esquerda!”. A

iniciativa, que tem início pelas 16 horas, na

Casa da Cultura, encontra-se integrada na

“campanha de esclarecimento e contacto com

os trabalhadores e as populações” que o PCP

está a realizar em todo o País, no momento

em que se discute o Orçamento do Estado

para 2013 e se prepara a greve geral para o

próximo dia 14. O comício contempla ainda

um momento musical a cargo de Paulo Colaço.

Mário Simões visita Inatel Em visita na segunda-feira, 29, à delegação

distrital de Beja da fundação Inatel, o

deputado Mário Simões reconheceu o

papel “muito importante” desenvolvido

pela instituição, nomeadamente “num

quadro de emergência nacional”, e realçou

a atividade da delegação de Beja, que

dispõe de um orçamento de 200 mil euros,

e onde “é possível fazer muito com poucos

recursos”. O deputado social-democrata

eleito por Beja destacou ainda a importância

da delegação na divulgação do cante

alentejano, que este ano assinala com um

evento inovador em Beja, Serpa e Almodôvar,

associando-se também às comemorações do

Ano Europeu do Envelhecimento Ativo.

Defesa da Cultura em Beja A representação de Beja do Manifesto em

Defesa da Cultura concentrou-se ontem, dia

1, junto à Casa da Cultura, numa iniciativa

de luta contra a austeridade e de defesa de

“1 por cento para a cultura no Orçamento

do Estado”. Estavam previstas, até ao fecho

desta edição (dia 31), as intervenções de André

Gregório, Andreia Egas, António Revez,

Cantoria, Jorge Feliciano, José Baguinho,

Mariana Goinhas, Marisa Caraça, Paulo

Ribeiro, Jorge Serafim e Vítor Alegria.

OE “não augura nada de bom” para Beja O Orçamento do Estado para 2013 é um

documento que “é contrário aos interesses

do País e do distrito de Beja”, afirmou João

Ramos, deputado do PCP por Beja, numa

conferência de imprensa dada na segunda-feira,

29. João Ramos sublinhou que no relatório e na

proposta de lei “não existe qualquer referência

ao distrito de Beja” e que o que se conhece das

transferências para a saúde e ensino superior

“não augura nada de bom”: “O IPBeja tem uma

redução de mais um milhão e 400 mil euros nas

transferências, relativamente a 2011, e a ARS do

Alentejo vê as transferências reduzidas, de 2012

para 2013, em mais de 28 milhões de euros”.

A Assembleia Municipal de Ferreira do Alentejo aprovou, por unanimidade,

na sua última reunião, a 24 de setembro, duas moções em que se pronuncia a

“A favor da Televisão Digital Terrestre de Qualidade” e “Contra o abandono

de obras da autoestrada do Baixo Alentejo (A26/IP8)”. No primeiro

documento, é sugerido que se manifeste junto da entidade reguladora

Anacom e da Portugal Telecom o “desagrado pelo facto de não estar a ser

fornecido um serviço com a qualidade mínima que a TDT pressupunha e

a que os seus destinatários tinham direito”, situação que “é prejudicial ao

bem-estar pessoal” e contrária “ao direito de fruição de um serviço universal

e gratuito como o é o da televisão”. Na segunda moção é manifestado

“um repúdio público” diante do abandono das obras da A26/IP8, entre

Santa Margarida do Sado e o acesso ao aeroporto de Beja, e exorta-se o

executivo municipal a utilizar os meios legais à disposição para contestar

“este ato gravoso para o futuro dos ferreirenses e do Baixo Alentejo”.

Assembleia Municipal

de Ferreira pronuncia-se

sobre TDT e IP8

PCP de Mértola contra o encerramento do tri-bunal “Insensível e tecnicamente injustificável”. É deste modo que a concelhia de Mértola do PCP classifica a proposta de reorganização do mapa judicial, que determina o encerra-mento do tribunal naquele território. Um propósito governa-mental, considera a estrutura em comunicado, que representa

“um sério obstáculo dos cidadãos do concelho à justiça”, além de “uma das mais sérias afrontas à memória cultural deste ter-ritório que, durante séculos, praticamente desde a fundação da nacionalidade, manteve o seu tribunal a funcionar ininterrup-tamente”. Os comunistas, que apelam “a um forte movimento de cidadania cívica e política de todos, que leve o Governo a

retroceder nesta proposta”, lembram ainda que Mértola já per-deu a representação do Ministério da Agricultura, viu diminu-ído o horário de atendimento no centro de saúde, bem como o número de efetivos da GNR, e assistiu ao encerramento de es-colas, além de ter sido, na última década, o concelho do distrito de Beja que mais população perdeu.

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Planos de pagamento não foram cumpridos

Rendas em atraso no Mercado de BejaAlguns comerciantes do Mercado Municipal de Beja têm as rendas em atraso há alguns anos. A Câmara de Beja estabeleceu aos devedores pla-nos de pagamento, mas tais não foram cumpridos. A via judicial é agora equa-cionada, embora a autarquia esteja dis-posta a receber propostas apresenta-das pelos devedores, de modo a que o problema possa ser solucionado.

Texto Bruna Soares Foto José Serrano

Oito concessionários do Mercado Municipal de Beja encontram-se em situação de incumprimento, no-

meadamente com várias rendas em atraso. Situação, esta, que se arrasta há alguns anos e que tem vindo a piorar. “A dívida no total ronda os 87 mil euros”, avança o executivo.

“Até agora não se conseguiu solucionar o problema e, inclusive, a dívida agravou-se”, explica ao “Diário do Alentejo” Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara Municipal de Beja. “A autarquia já traçou planos de pa-gamento, de modo a que os concessioná-rios fossem amortizando as dívidas, mas os mesmos não foram cumpridos. Estamos pe-rante uma situação bastante complicada”, afirma o autarca.

A autarquia, na última reunião de câ-mara, admitiu recorrer à via judicial, mas, de acordo com Jorge Pulido Valente, está disponível para ouvir os concessionários devedores, esperando que estes possam “apresentar propostas alternativas”.

“Estamos a procurar formas que nos per-mitam resolver este problema. A Câmara de Beja, porém, tem de ser ressarcida destas

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Beja abre candidaturas para bolsas de es-tudo A Câmara de Beja já abriu o processo de candi-daturas a bolsas de estudo para o ensino superior, res-peitantes ao ano letivo 2012/2013. Este apoio municipal tem a natureza de uma comparticipação nos encargos

normais dos estudos, sendo que os interessados de-verão comprovar a sua residência no concelho de Beja há mais de três anos e a falta de recursos económicos para a continuação dos estudos, entre outros requisi-tos. O formulário de candidatura e a informação sobre

os documentos a anexar estão disponíveis no sítio do município de Beja (www.cm-beja.pt), devendo ser en-tregues até 30 de novembro, nos serviços administra-tivos da divisão de Educação, localizados na Biblioteca Municipal de Beja.

A Casa do Povo de Penedo Gordo, Beja, está a organizar um

jantar de solidariedade cujo objetivo é angariar verbas que

permitam a continuidade do trabalho que vem desenvolvendo.

O jantar está agendado para o próximo dia 10, pelas 20 horas, no

pavilhão do Jardim de Infância de Penedo Gordo, e as inscrições

devem ser formalizadas até à próxima segunda-feira, dia 5.

Jantar de solidariedade

pela Casa do Povo de

Penedo Gordo

Gregg Simpson no Museu

O Museu Regional de Beja inaugura, já no

próximo dia 8, a exposição “The Atlantean

Years: 1970-1975”, do pintor canadiano

Gregg Simpson. A mostra, de entrada

gratuita, mantém-se patente até 31 de

janeiro de 2013, resultando de uma parceria

com o Museu Municipal de Estremoz Prof.

Joaquim Vermelho. Compõem-na pinturas

e colagens que denunciam uma forte

influência mística e do “neo-surrealismo”,

na tradição das colagens pintadas à mão

pelo surrealista belga René Magritte.

Gregg Simpson, autor por diversas vezes

premiado, já fez inúmeras exposições um

pouco por todo o mundo.

Fotos da Mina em Vidigueira

Inaugurada ontem, quinta-feira, mantém-se

patente até 2 de dezembro, no Museu

Municipal de Vidigueira, a exposição de

fotografia “Min’Arte”, de Jorge Salvador,

sobre a Mina de São Domingos. O fotógrafo

aborda “a herança da exploração mineira

na Mina de São Domingos” nos seus aspetos

“histórico, social e paisagístico”, uma mão

humana que transformou a “desconcertante

beleza da paisagem alentejana num

laboratório de metamorfoses, de elementos

e matérias que evidenciam de forma

ímpar as contradições e mutações da era

industrial”. Com a duração de dois anos, o

projeto fotográfico pretende, justamente,

“promover a reconciliação do homem com a

sua ação”.

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dívidas”, diz, acrescentando: “Sabemos que as pessoas estão a passar por uma fase muito complicada, mas é impossível conti-nuar tudo como está”.

“Estamos a falar de montantes muito elevados. Não podemos deixar esta situação arrastar-se por mais tempo. E, inclusive, não se pode correr o risco de abrir-se pre-cedentes”, avança o autarca, lembrando que “esta dívida afeta o orçamento camarário”, até porque são “receitas que revertem para o bem da comunidade”.

“O País está a passar por uma fase muito complicada. Os negócios estão com sé-rias dificuldades. Temos plena consciência disso, no entanto, estas são dívidas que se prolongam há vários anos e que, tendo em conta a situação que se verifica, tendem a acumular-se”.

O autarca lembrou ainda que a Câmara Municipal de Beja está a fazer os possíveis para, dentro das suas possibilidade, “dina-mizar o mercado”, nomeadamente através das obras de requalificação do espaço da peixaria. “Estamos ainda a tentar ocupar o piso superior das lojas com entidades e ser-viços”, avançou Jorge Pulido Valente, dando como exemplo a Loja Social e o Serviço de Informação Autárquica ao Consumidor. O objetivo? Levar cada vez mais gente ao mercado.

“Sabemos que é necessária uma reestru-turação maior, mas temos falta de financia-mento para todas as intervenções necessá-rias”, avançou, considerando que é preciso “dotar, assim, o mercado de novos usos, mantendo a componente do mercado tra-dicional, de compra e venda de produtos de qualidade”.

As crises no Litoral Alentejano

O Centro Cultural Emmerico Nunes, em

Sines, recebe entre amanhã e domingo, 4, o V

Encontro de História do Alentejo Litoral, que

tem como tema geral “Alentejo litoral: Espaço

e tempo de crises”. Na sessão de abertura,

agendada para as 10 horas de amanhã, vão

usar da palavra Luís Raposo, diretor do

Museu Nacional de Arqueologia, e Fernando

Branco, do Departamento de História da

Universidade de Évora. No primeiro dia, a

discussão, distribuída por três salas, centrar-

-se-á em três períodos: épocas Moderna

e Contemporânea, da Pré-história ao

Romano, e época Medieval. No segundo e

último dia discutem-se as épocas Moderna

e Contemporâneo e o património. Ao todo,

serão apresentadas 20 comunicações.

Arte Pública no Pax Julia

A companhia Arte Pública apresenta na terça-

-feira, dia 6, pelas 21 horas, no Pax Julia Teatro

Municipal, a performance poética “Homens que

falam como mulheres”, inspirada nos cantares

dos trovadores galego-portugueses da Idade

Média. Trata-se de uma reinterpretação poética

e musical de Gisela Cañamero e José Manhita,

através da qual o público poderá ter acesso, em

português contemporâneo – com retroversão

de Natália Correia e de Gisela Cañamero – a

poemas e autores que fazem parte do início da

história da literatura portuguesa (século XII),

como João Garcia de Guilhade, Pero Viviães,

João Airas de Santiago ou Martim de Guinzo,

entre outros.

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Decisão ainda vai à Assembleia Municipal

Câmara aprova extinção

da ExpoBeja

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Inserção Profissional Imigrante já funciona em Beja Já se encontra a funcionar em Beja o Gabinete de Inserção Profissional (GIP) Imigrante. O serviço, dispo-nível na Associação Solidariedade Imigrante (rua Mestre Manuel, n.º 13), é reconhecido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e está inserido numa rede

criada pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, que se pretende dinamizada pela sociedade civil. O GIP Imigrante tem como objetivo promover uma maior igualdade de oportunidades no acesso ao traba-lho, prevenir e combater a formação de bolsas de desem-prego, prevenir as vulnerabilidades específicas que afetam

os imigrantes e jovens descendentes de imigrantes no acesso ao mercado de trabalho e à formação, e ainda com-bater atitudes discriminatórias e xenófobas. Em todos os GIP Imigrante o atendimento é feito por um mediador, que procurará fazer a ligação entre os utentes, as empresas e os centros de formação, entre outras entidades.

O secretário-geral, António José Seguro, e vários dirigentes do PS estão a desdobrar-se

em plenários por todo o País, para discutir e apresentar as suas propostas para

o Orçamento do Estado que está atualmente em discussão na Assembleia da

República. Hoje mesmo, sexta-feira, António Serrano, ex-ministro da Agricultura,

estará em Serpa, na Junta de Freguesia de Salvador (21 horas), e Carlos Zorrinho,

líder da bancada socialista, é esperado amanhã, sábado, em Sines, numa sessão

que decorre no salão nobre da câmara municipal, a partir das 16 e 30 horas.

Socialistas discutem

OE emSerpa e Sines

Hortas Urbanas em Beja

Vão ser inauguradas, já no próximo dia

10, as obras da primeira fase do projeto

Hortas Urbanas – Cidade de Beja, que se

localiza entre a Quinta d`El Rei e o Bairro

do Pelame. Nesta primeira fase, o município

de Beja disponibilizou 62 talhões, sendo

que “a procura superou a oferta, com a

totalidade dos talhões a terem inscrições”,

informa a autarquia, que continua a

aceitar inscrições, quer “para colmatar

eventuais desistências”, quer tendo em vista

a segunda fase do projeto, através da qual

serão disponibilizados mais 76 talhões,

“cumprindo-se assim o objetivo de 138

talhões”. A autarquia recorda também que

nestas hortas apenas se prevê a produção em

modo biológico, ou seja, sem a utilização de

produtos químicos de síntese, sublinhando

que este projeto permitirá “obter alimentos

de qualidade de forma rápida, segura e

económica”.

Beja nas “cidades inteligentes”

A equipa de consultores da Cisco Portugal

visitou recentemente o município de Beja,

no âmbito do projeto Smart + Connected

Communities (Starnet Alentejo – rede

colaborativa do Alentejo), do qual a

câmara é parceira. No decorrer da

visita, foram realizadas várias reuniões

de trabalho com o executivo e serviços,

no sentido de promover a apresentação

do projeto e, conjuntamente, abordar a

aplicação de tecnologias de informação

na sustentabilidade e desenvolvimento da

cidade e região. A iniciativa é promovida

pela Agência de Desenvolvimento Regional

do Alentejo (Adral) e pela Cisco Portugal,

que irão aplicar em conjunto um projeto de

cidades inteligentes e interligadas – Smart

+ Connected Communities (S+CC) – em

cidades de média dimensão do Alentejo.

Para além de Beja, estão também envolvidos

os municípios de Évora e Portalegre.

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A Câmara Municipal de Beja, na sua última reunião, aprovou a extinção da ExpoBeja, entidade gestora do Parque de Feiras e Exposições de Beja, em vir-tude dos resultados negativos apresen-tados pela empresa nos últimos três anos. Uma decisão que apanhou de sur-presa o sócio minoritário, a ACOS, que diz “temer pelo futuro” do recinto onde anualmente decorre a Ovibeja.

A decisão da autarquia, segundo pa-lavras do presidente Jorge Pulido Valente, “deveu-se a imperativos

legais” e por ser essa a “vontade expressa” do município perante “uma empresa que apenas gera prejuízos para os sócios”. A ExpoBeja, que tem um capital social de 75 mil euros, é detida em 60 por cento pela Câmara de Beja, pertencendo os restan-tes 40 por cento à ACOS – Agricultores do Alentejo, entidade que promove a Ovibeja.

Ao abrigo de um novo imperativo legal criado pelo Governo, a ExpoBeja encon-tra-se entre as empresas com capitais mu-nicipais que são obrigadas a encerrar, em virtude de acumularem três exercícios ne-gativos consecutivos. E, de facto, o saldo das contas da ExpoBeja é deficitário desde 2009, ano em que o balanço foi negativo em mais de nove mil euros. As contas agrava-ram-se em 2010 com a perda de mais 27 mil euros, a que se juntam outros 19 mil euros em 2011.

De acordo com Manuel Castro e Brito, presidente da ACOS, estes resultados de-vem-se não apenas ao momento económico e financeiro atual, mas “sobretudo à prática que foi imposta pela autarquia na gestão da empresa, uma prática que revela uma vi-são política e de Estado, que não se coaduna com o mundo empresarial. O Parque de Feiras e Exposições de Beja foi uma grande conquista e deve funcionar em prol do de-senvolvimento da região e não para fazer política”, sustenta Castro e Brito.

O presidente da ACOS afirma mesmo que “a ExpoBeja não teria problemas fi-nanceiros, nem de liquidez, se a Câmara de Beja pagasse o que deve e o que é devido”. O “Diário do Alentejo” conseguiu apurar junto da autarquia que esta, apesar de re-centemente ter efetuado um pagamento de 40 mil euros à ExpoBeja, ainda tem em dí-vida mais de 60 mil euros, relativos à última

Vinipax, aos pagamentos dos mercados quinzenais e à comparticipação do municí-pio no resultado negativo dos últimos três anos.

Os principais credores da ExpoBeja são, à presente data, a empresa de segurança PSD (13 mil euros), a EMAS (oito mil eu-ros) e a própria ACOS (60 mil euros) que paga por conta as faturas da eletricidade. “Fechámos o exercício de 2011 com pouco mais de 19 mil euros de prejuízo. Mas se a autarquia pagasse pelo uso do espaço, como a ACOS ou qualquer outra entidade paga, a ExpoBeja teria lucro”, assegura Castro e Brito, revelando que a autarquia nada paga pela realização do mercado abastecedor di-ário e apenas paga metade do que está esti-pulado pela tabela pelo mercado quinzenal.

Mesmo assim, o presidente da ACOS concorda com a extinção da ExpoBeja. “Era importante e simpático que nos avi-sassem, enquanto sócios, que querem aca-bar com a empresa. A ACOS não aceita a política do facto consumado, como se nada tivesse a ver com aquilo. E também não se opõe que a câmara fique com a gestão ex-clusiva do Parque de Feiras e Exposições. Mas isso tem de ser acordado”, adianta Castro e Brito.

O modelo de gestão futura do Parque de Feiras e Exposições de Beja, após a extinção da ExpoBeja, que terá de ser consumada nos próximos seis meses, ainda vai dar muito que falar. A Câmara Municipal de Beja, se-gundo Jorge Pulido Valente, “está ainda a estudar o modelo a seguir”. Mas Castro e Brito recusa liminarmente participar numa gestão conjunta: “Ou avançam eles, ou avan-çamos nós. Já percebemos que em conjunto não vamos a lado nenhum”. Pulido Valente não exclui a hipótese de passar a gestão para a ACOS, mas teme que tal decisão não obte-nha a aprovação da Assembleia Municipal. Pelo que o mais provável será que seja a pró-pria câmara a assegurar a gestão daquela infraestrutura, ressarcindo a ACOS da sua quota no capital social da empresa e liqui-dando as dívidas que permanecem em aberto.

A ExpoBeja assegura, atualmente, o or-denado a dois auxiliares de serviços gerais. O diretor da empresa, José Lopes Guerreiro, está destacado pela ACOS e a Câmara de Beja destacou para o Parque de Feiras e ex-posições um técnico administrativo. PB

Odemira observa educação

O município de Odemira vai implementar

um Observatório das Políticas Educativas

do Concelho de Odemira – Opeco, que visa

a recolha e análise de dados que permitam

um melhor acompanhamento do percurso

da população local, desde o ensino pré-

-escolar até à conclusão do ensino superior,

e contribuir para a definição de respostas

para o desenvolvimento e a melhoria

dos indicadores de educação e formação

superior do concelho. Este recurso

permitirá uma maior transparência na

monitorização da aplicação das medidas e

atividades previstas no âmbito do Projeto

Educativo Municipal (PEM), uma melhor

aferição de impactos e uma mais acessível

e transparente leitura da utilização dos

recursos públicos.

Almodôvar atribui bolsas

Os alunos do concelho de Almodôvar

que frequentam o ensino superior e não

dispõem de meios financeiros suficientes

para suportar os encargos com os estudos

podem candidatar-se, durante este mês,

a bolsas de estudo do município. Através

da atribuição das bolsas, a Câmara de

Almodôvar “pretende auxiliar os alunos

economicamente mais carenciados,

que, de outra forma, teriam dificuldade

em prosseguir os seus estudos”, explica

o município. Segundo a autarquia, as

bolsas destinam-se a alunos naturais

ou que residam há mais de três anos

no concelho e que estão inscritos num

curso do ensino superior e não sejam

detentores de curso equivalente, nem

tenham reprovado no ano anterior. Cada

bolsa, cujo valor será definido caso a

caso, pode ser de “até um terço do salário

mínimo nacional”. Terá uma duração

máxima de 10 meses e será depositada

mensalmente na conta indicada pelo

bolseiro.

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“De vez em quando os políticos e a comunicação social lançam para a praça pública palavras e

expressões para alimentar polémicas e dis-trair-nos dos reais problemas da nossa socie-dade”. É assim, que D. António Vitalino, se refere à proposta de “refundação” do memo-rando da troika, lançada esta semana pelo primeiro-ministro Passos Coelho, durante a apresentação, à Assembleia da República, do Orçamento de Estado para 2013.

O bispo de Beja questiona, na sua crónica semanal, se o País precisará de uma “refun-dação ou de uma organização mais trans-parente, participada e responsável; de mais Estado ou mais iniciativa particular; mais impostos para alimentar um Estado absor-vente e omnipresente ou menos carga fiscal com cidadãos mais intervenientes e corres-ponsáveis pelo bem comum?”

O prelado chama a atenção para a falta de “valores morais que fomentem mais hu-manidade, mais verdade, mais respeito e amor uns pelos outros, mais igualdade e empenho pelo bem dos concidadãos”, o que

impede “a construção dum país fraterno, com mais igualdade e livre de estruturas pe-sadas e escravizantes”.

Os poderes legislativo, judicial e execu-tivo também não escapam à crítica de D. António Vitalino, lembrando que “as demo-cracias se baseiam na autonomia destes três poderes”. No entanto, o bispo de Beja, cons-tata que “hoje surgiram outros poderes, que se infiltram e os enfraquecem, como é o caso dos meios de comunicação, que alguns denominam de quarto poder. Mas, ainda mais forte, é hoje o poder financeiro, muitas vezes anónimo, sem atenção pela dignidade das pessoas e corrosivo dos valores morais”.

O bispo recorre à Bíblia para lembrar que “Jesus dizia que não podemos servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro, à ver-dade e à mentira, ao poder e ao serviço, à so-lidariedade e à corrupção”, e aponta o dedo aos políticos que “uma vez no poder, fazem leis para se protegerem e deixam-se domi-nar por lobbies poderosos, que lhes pro-metem segurança, uma vez deixada a vida política”.

D. António Vitalino critica falta de “valores morais”

Bispo de Beja diz que não se pode “servir a Deus e ao dinheiro”

Igreja do Convento de São Francisco reabriu em Moura A Igreja do Convento de São Francisco,

em Moura, reabriu ao público, ontem, 1

de novembro, após obras de reabilitação e

conservação levadas a cabo pela Câmara

Municipal de Moura. A intervenção, que

custou mais de meio milhão de euros, foi

cofinanciada em 45 por cento pelo Programa

de Intervenção do Turismo, e, numa

segunda fase, irá centrar-se na recuperação

e preservação dos retábulos das diversas

capelas da igreja, em articulação com a

Direção Regional de Cultura do Alentejo e o

Centro Hércules, da Universidade de Évora.

Câmara de Aljustrel entrega material a bombeirosA Câmara de Aljustrel entregou material

de imobilização e estabilização aos

bombeiros do concelho para poderem

“responder com mais eficácia” a

situações de emergência médica,

anunciou o município. A entrega de seis

planos rígidos de adultos e pediátricos,

três imobilizadores de cabeça, 10 colares

cervicais reguláveis para adultos e

três coletes de extração pediátricos,

“lacunas já identificadas há muito

pelo comando da corporação”, foram

entregues no âmbito de um protocolo

assinado entre as duas entidades.

Informação ao consumidor reativada em Beja A Câmara Municipal de Beja vai reativar

o Serviço de Informação Autárquica

ao Consumidor (SIAC), “de forma

continuada e permanente”. O SIAC será

inaugurado no próximo dia 9 (na loja n.º

6 do rés do chão do mercado municipal),

passando a contar com os serviços de

um técnico superior e, sempre que for

necessário, com apoio jurídico. A atuação

deste serviço centra-se essencialmente na

formação, informação dos consumidores

e na mediação de conflitos de consumo,

“com o intuito de promover e proteger os

interesses dos cidadãos consumidores”.

O Município de Beja, no âmbito do processo de Modernização Administrativa,

anunciou que pretende arrancar com a fatura eletrónica, explicando que “está

em desenvolvimento uma solução tecnológica e os respetivos procedimentos

que permitam a receção e o tratamento de faturas de forma digital, evitando,

de forma gradual, o uso do papel”. Na lista das prioridades encontra-se a

integração de faturas eletrónicas entre a EMAS, EDP, PT e GALP.

Câmara de Beja adera às faturas

eletrónicas

Alentejo no top 3 dos destinos de férias A Homelidays, especialista europeu em alojamentos para fé-rias entre particulares, aponta o Alentejo como a região que registou o segundo maior crescimento de procura turística no último verão, com um aumento na ordem dos 41 por cento em relação a 2011. De acordo com a empresa, “em matéria de

oferta disponível, a região do Alentejo superou a tendência verificada a nível nacional e registou um aumento no volume de novos anúncios publicados no portal de 34 por cento”.Em média, os turistas nacionais passaram oito dias de férias na região, enquanto que os turistas estrangeiros permanece-ram até 10 dias, sendo que Vila Nova de Milfontes, Comporta,

Troia, Melides e Zambujeira do Mar foram as localidades alentejanas que receberam mais pedidos de reserva, informa também a empresa. A Homelidays tem uma oferta de 80 mil anúncios em 120 países e cerca de cinco mil relativos a aloja-mentos em Portugal. O portal é visitado por mais de seis mi-lhões de pessoas por mês.

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A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, garantiu, na terça-feira, que os agricultores receberiam na

quarta-feira cerca de 300 milhões de eu-ros de apoios diretos autorizados pela Comissão Europeia no contexto das medi-das de apoio à seca.

“Estarão na conta dos agricultores aproximadamente 300 milhões de euros.

Estes 300 milhões de euros correspondem à antecipação de 50 por cento dos paga-mentos diretos autorizados pela Comissão Europeia, no contexto das medidas de apoio à seca num ano de grandes dificul-dades para o setor, este pagamento resulta de um enorme esforço do Governo que lu-tou desde a primeira hora para a necessi-dade de se olhar para o problema que se

viveu em Portugal devido à seca”, disse a governante. Assunção Cristas, que fez uma intervenção já na fase final do primeiro dia de debate da proposta de Orçamento do Estado para 2013, deu conta ainda das difi-culdades em executar este pagamento de-vido ao “sistema informático desajustado” que estará a provocar várias dificuldades na operacionalização destes pagamentos.

Ministra da Agricultura garante 300 milhões de euros

Apoios à seca chegam aos agricultores

Estágio profissional para seis mil jovens na área da agricultura O secretário de Estado da Agricultura

anunciou que seis mil jovens da

área da agricultura vão ter estágios

profissionais remunerados durante

seis meses. Os estágios destinam-se

a jovens com idades entre os 18 e 35

anos, que vão receber entre 420 e 691

euros, em função do grau académico

que tiverem. Vão ainda receber

formação profissional, através das

organizações de agricultores e das

empresas agrícolas, para o exercício de

funções no setor agrícola. As empresas

receberão um prémio de integração

desde que, no final, decidam contratar

o formando. A medida representa

“um investimento da ordem dos 20

milhões de euros, financiado pelo

Fundo Social Europeu, e faz parte do

Programa Impulso Jovem que prevê um

investimento de 344 milhões de euros

para um universo de 90 mil formandos”.

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OpiniãoEste governoé um Sporting!Marcos Aguiar Licenciado em Psicologia

O Governo de Portugal, coitado, demonstra analogias muito pre-ocupantes com o meu clube – o Sporting Clube de Portugal. Escolhido o treinador para o novo ciclo – um jovem ambi-cioso e feito no clube – rapida-mente se começou a preparar o plantel, contratando 11 jogado-res para as diferentes posições,

recorrendo à prata da casa, ao mercado nacional e, inclusivamente, ao mercado internacional. Passos Coelho prometia como treina-dor. Apesar do curriculum vitae curto (curtíssimo), era ambicioso e de sangue quente, como os adeptos gostam.

Os 11 eleitos foram: guarda-redes (Portas) – jogador do plantel com mais cartel no estrangeiro, foi resgatado ao clube satélite onde era figura de proa. Lateral direito (Paulo Macedo) – lento mas efi-ciente. Trataria da saúde a quem lhe surgisse pela banda. Lateral esquerdo (Nuno Crato) – apesar de inexperiente, gozava de uma boa imagem junto dos adeptos. Defesas centrais (Aguiar Branco e Miguel Macedo) – dois caceteiros com larga experiência no clube. Trinco (Teixeira da Cruz) – uma velha raposa especialista em anular os adversários atuando nos limites da lei do jogo. Extremos (Cristas e Mota Soares) – oriundos da cantera do clube satélite, prometiam trazer juventude e irreverência ao grupo. Médio volante (Gaspar) – o box-to-box por excelência. Metódico, pequeno mas com uma re-sistência colossal. Foi descoberto no estrangeiro onde gozava de al-gum prestígio. Médio criativo (Relvas) – um filho da casa. Capitão de equipa e extensão do treinador em campo. O mestre da técnica. Ponta de lança (Álvaro) – foi contratado no Canadá. Um predesti-nado. Veio para fazer golos.

Pouco depois de entrar em funções, o técnico desta equipa de es-trelas decadentes está de malas aviadas. A sua imaturidade e impre-paração é mais que evidente. Nenhum dos seus pupilos cumpriu com o que prometia. O guarda-redes andou sempre com a cabeça no estrangeiro. O lateral direito, de tão mau jogador, começou a afetar a saúde dos adeptos. Crato, por sua vez, revelou-se um péssimo aluno e conseguiu virar contra Passos a fação de adeptos que mais tinha feito pela contratação do mister. Os centrais, supostamente durões, são, afinal, mansos. Teixeira da Cruz deu “porrada” a mais e esqueceu-se que o jogo tem leis. Os dois jovens extremos são, afinal, vazios de cria-tividade. Gaspar, sonso, foi ganhando cada vez mais preponderância na manobra da equipa, ao ponto de anular o colega de meio campo e de se substituir ao treinador, jogando mais para os olheiros estran-geiros do que para a equipa. Relvas, infeliz, começou por se agarrar demasiado à bola e, depois de algumas atuações desastradas, que ti-veram eco na comunicação social, desapareceu de campo ofuscado por Gaspar. E, finalmente, o ponta de lança. Caros/as adeptos/as, o que dizer deste ponta de lança? O Álvaro não marcou um único golo, à exceção, claro, dos que marcou na própria baliza. É um pastel de nata esquecido na área dos adversários.

Esta paródia futebolística pretende ilustrar o estado de um go-verno que já não o é. Esgotada rapidamente a confiança dos seus adeptos por via do incumprimento obsceno do programa eleitoral, primeiro, e do programa de governação, logo a seguir, restou-lhes a fé das pessoas em Gaspar e na sua putativa aptidão para a coisa. Agora, que já toda a gente percebeu que o Gaspar, para além de individu-alista, é um incompetente que falhou em toda a linha, o que resta? Um primeiro-ministro sem capacidade para desenvolver uma tática para o País? Um Paulo Portas que se sente melhor a jogar no estran-geiro do que em casa? Um Relvas que é um flop monumental? Um clube de amigos chamado PSD, em que todos criticam todos? Ou um PP amarrado a uma marcação da qual não se livra? Este governo já

não existe porque está, ele próprio, sem governo. E quem não se sabe orientar a si mesmo não tem condições para dirigir outros.

Entretanto, no meu Sporting, Sá Pinto e Oceano já foram. Que Passos lhes siga o caminho sem demora!

Revolta-te BejaFilipe Nunes Arqueólogo

O sentimento de revolta que per-corre este país assenta em Beja num lento fervilhar que – ainda assim – serve de ânimo aos in-quietos espíritos e às desespera-das contas feitas à vida de quem se encontra nas calendarizadas iniciativas apartidárias na praça pública ou na partilha de indig-nações nesse confortável mundo

das “redes sociais” virtuais. Para lá desse pano de fundo do sistema ao fundo em que nos encontramos, as condições hoje vividas no distrito de Beja parecem finalmente reunir as condições para con-trariar esse ar de apatia, resignação e profundo conservadorismo que se pega ao corpo na calina dos calores dormentes desta pla-nície. O abandono das obras rodoviárias, já depois de sangrados os bons barros de Beja, acabou por ser o reconhecimento que fal-tava ao sentimento de orfandade que esta cidade e distrito sempre sentiram, seja com o Terreiro do Paço ou com a praça do Giraldo. Caíram os pés de barro de quem perspetivara o progresso à boleia da autoestrada e aeroporto.

O movimento “Revolta-te por Beja” criado no Facebook – com a inerente perspetiva de poder agregar à partida todo o tipo de pessoas – apelou à “revolta” contra a paragem das obras no IP8 e IP2. Exigir a “reposição da segurança e qualidade dos acessos a Beja” não merece sequer discussão, mas apenas a constatação da indiferença a que es-tão votadas as pessoas, secundarizadas pela preocupação primeira em assegurar os lucros aos consórcios do betão e em como dar a volta ao embuste das Parcerias Público Privadas, sem que ninguém se res-ponsabilize obviamente pelas pessoas, a região ou os danos ambien-tais já causados. Terá felizmente merecido alguma discussão, isso sim, o próprio sentido das obras, mas é lamentável que sejam os ou-trora vendilhões do progresso a virem agora dar o dito por não dito quanto à indispensabilidade de uma autoestrada, mantendo-se ao invés uma ideia de que tantos milhões investidos não podem ser dei-tados fora (“fora” entenda-se nas PPP) pelo que o que há a fazer é ar-ranjar maneira de continuar a recompensar com ouro o bandido.

Essa discussão arriscou-se a ser ferida de morte quando “Revolta-te por Beja” passou de uma iniciativa espontânea a uma marcha lenta de protesto organizada e mobilizada pela mesma trupe política, partidária e institucionalizada que antes aceitou sem dis-cussão o sentido, ou pelo menos o modelo, dessas obras. “Revolta-te por Beja” passou das pessoas para os políticos. Não assisti a mais nin-guém a falar para câmaras que os suspeitos do costume, inusitada-mente juntos pela circunstância, pois os “likes” do Facebook também são votos nas urnas cujo “partilhar” se avizinha. E uma vez mais re-pousará o ânimo da mobilização para a rua e para a ação na mesma lógica bafienta da representatividade do sistema, impedido os seus hábeis atores de dar palco ao sentimento apartidário ou enojado do pé de chinelo da disputa camarária que se aproxima. E no entanto há motivos para crer que uma outra forma de lidar com o que nos aflige existe, como ilustra o espírito “andarilho”, lição dada pelas pes-soas da cidade. Urge pegar nesse “desassossego” e dar-lhe expressão nas ruas sem ter de pedir licença à política de que nos queixamos to-dos os dias.

Por outro lado a questão das acessibilidades de Beja, é por isso mesmo, e como nunca foi até aqui, um momento chave para discu-tir o que está em causa em termos de “desenvolvimento”. Para que serve uma autoestrada e inarráveis viadutos de usos duvidosos e

gastos evidentes, quando uma melhoria dos traçados rodoviários e necessárias circunvalações servem perfeitamente. E no quadro mais vasto como não pensar se realmente faz sentido persistir na mesma lógica de progresso delineada nos conselhos de ministros fascistas de 1971, caucionado sucessivamente até ao recente PROT Alentejo, num plano de acessibilidades no Alentejo que obedece tão somente ao es-coamento portuário de Sines para a Europa. O aeroporto de Beja é nessa história um episódio marginal e falhado, evidente quando o eixo escolhido à larga escala da finança mercantil é Sines-Badajoz, pelo caminho cabendo a Évora a passagem de ligação dos projeta-dos eixos de mercadorias (ferroviárias incluídas). Por essa razão a au-toestrada do Baixo Alentejo ficou-se agora por Santa Margarida do Sado, não inviabilizando o projeto do IC33 que daí para Évora estaria pronto a rasgar impunemente o ainda intocado montado do Sado, à semelhança das paisagens que para trás condenou nas serras de Santiago do Cacém e Grândola. Recordemos a esse propósito as po-voações de Aracena e Aroche que do lado espanhol negaram a pre-tensão de uma autoestrada para preservar a riqueza natural de uma região, cuja destruição veria como no caso português a imensa van-tagem de “ver o progresso a passar”. As últimas duas décadas de be-tão em Portugal manifestamente produziram as vias rápidas que afastam não apenas as pessoas do interior, mas interiorizam nas pes-soas a ideia de que somente a larga escala do progresso nos irá trazer o bem-estar. Será assim? Que “revolta” é afinal pedida? Servirão os protestos simplesmente para pedir mais massa betuminosa, ou ter-mos finalmente alguma massa crítica a mexer-se por estes lados…

Melhorar a democracia

Manuel António Guerreiro do Rosário Padre

É quase um refrão repetido até à exaustão o do distanciamento entre eleitos e elei-tores, ou, se quisermos, entre cidadãos e partidos políticos, o que estará na base, segundo algumas leituras, do aumento crescente da abstenção e do descrédito generalizado da política e da atividade partidária.

Talvez precisemos de nos lembrar que a atividade política e a democracia exi-

gem a participação dos cidadãos, a qual não se resume ao voto nos atos eleitorais, mas supõe outras formas complementares e inova-doras de fazer política. As democracias, apesar de todas as suas li-mitações, podem ser aperfeiçoadas e é missão de todos nós, de forma individual ou organizada, darmos o nosso contributo.

Por outro lado, talvez necessitemos de uma nova geração de políticos, que, animados de um espírito novo, movidos por ideais nobres, e empenhados na defesa e construção do bem comum, se entreguem com generosidade e sentido de serviço ao bem das pes-soas. Não podemos deixar o campo da política entregue aos “pro-fissionais” e depois ou criticamos, dizendo que é “mais do mesmo”, ou baixamos a cabeça e desinteressamo-nos, e passivamente dei-xamos que decidam por nós e hipotequem o nosso futuro.

No distante século XIII, S. Tomás de Aquino não tinha dúvidas em afirmar a nobreza e a crucial importância da política, pelo que a ela se deveriam dedicar “os melhores”. Como necessitaríamos hoje, em Portugal e no mundo, de meditar nestas sábias palavras!

A democracia possui virtualidades que a tornam não apenas um sistema, mas um processo que pode renovar-se, regenerar-se e re-propor-se. Como diria o saudoso Papa João Paulo II, é necessário en-contrar caminhos e propostas para melhorar as nossas democracias, para que elas retornem à sua essência e a essência da democracia é um regime no qual os cidadãos se sintam representados, identifica-dos, comprometidos, e onde aqueles que governam não se esqueçam que foram eleitos para dar corpo à realização da res publica.

Ao fim de ano e meio Passos Coelho descobriu que o PS fazia falta. Apetece dizer como naquela série de humor da SIC – “ca-becinha pensadora!”. 18 meses passados, descobriram que o país não se endireita sem um acordo de regime, que vá para lá dos quatro anos de ciclo eleitoral, que ultrapasse em muito a politiquice e que devolva a Política (assim com P grande) ao seu devido lugar. Henrique Monteiro, “Expresso online”, 30 de outubro de 2012

14 Por fim começou a roda eleitoral para as AUTÁRQUICAS 2013. E isso, a propaganda, traz logo outro ânimo ao inestimável mundo da política

local. O PSD, que está no Governo e que vai levar pancada como nunca antes levou, foi a primeira força partidária a lançar candidaturas. Uma oficial, em Alvito, outra por conta própria, em Almodôvar. Em Beja, um movimento de independentes exibe o rosto, finalmente. E em Serpa, despede-se um autarca que está cheio de vontadinha de se atirar a Beja. A coisa promete. PB

Neste momento, as políticas públicas vão atrás do mercado. Se não há gente, fecha-se. Em vez de ser o Estado a coman-dar o mercado, a dar sinais de como quer as coisas, o Estado vai a reboque do mercado. Silva Peneda, “Pessoas e Lugares”, outubro de 2012

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Pessoas como Manuela Ferreira Leite, Ângelo Correia e Bagão Félix, que no seu tempo usaram foleiríssimas mariconeras, repu-diam agora a mariconera de Gaspar. Cavaco Silva está tão transtornado com a mariconera que já lhe teceu críticas no Facebook e num jornal espanhol. A paciência do Presidente está a esgotar-se e, se o Governo continuar a irritá-lo, Cavaco pode mesmo per-der as estribeiras e cometer a loucura de prestar uma declaração a um jornal português. Ou, Deus nos livre, de fazer alguma coisa. O Governo está a brincar com o fogo. E de mariconera à cintura. É uma combinação muito perigosa. Ricardo Araújo Pereira, “Visão”, 25 de outubro de 2012

15 A extinção da EXPOBEJA, empresa que até aqui vinha gerindo o Parque de Feiras e Exposições de Beja, ainda

vai fazer correr muita tinta. A câmara, que é sócia maioritária, decidiu avançar com o fim de uma empresa que, em abono da verdade, nunca chegou propriamente a sê-lo. O problema é que avançou sem avisar o outro sócio, a ACOS, que detém 40 por cento do capital. Tão amigos que eles eram. PB

Segundo o bendito calendário dos festejos imposto pela troika, celebrou-se ontem com feriado nacional o derradeiro DIA DE

TODOS OS SANTOS. Uma festa que a Igreja assinala há séculos em honra de todos os santos “conhecidos e desconhecidos”. Daqueles que se conhecem, já percebemos que pouco nos podem valer. Resta-nos ter uma ponta de fé nalgum santo anónimo que apareça para redimir os pecados destes impuros vilões que desgovernam a Nação. PB

Pereiras- -Gare – 1Aníbal Mendes Simão Pereiras-Gare

Naturalmente está na iminência a sua extinção. O PS na Assembleia Municipal de Odemira, a 10 de outubro, votou em parte favoravelmente à extinção de qua-tro freguesias, incluindo Pereiras-Gare. Estranhamente, todas elas da CDU.

Isso obriga-nos a fazer uma minu-ciosa apreciação à freguesia de Pereiras--Gare, vista por um prisma humano e democrático, não se encontrando ra-zões de maneira alguma para que acon-teça a extinção da freguesia. O que daria ainda mais um contributo para a deser-tificação de toda esta área.

Neste caso concreto, lamentamos não termos ouvido uma voz bastante alta para segurar a freguesia e explicar as vantagens de a manter. Seria por to-das as circunstâncias uma obra digna para as suas gentes. Agora não podemos ficar sem dizer que a aldeia está sem mé-dico, sem farmácia, sem rede de cober-tura para telemóveis, sem transportes rodoviários, nem ferroviários, a 48 qui-lómetros da sede do concelho, a 17 qui-lómetros de Santa Clara-a-Velha. Esta decisão é um ato de abandono total.

Pereiras- -Gare – 2José António Dias Pereiras-Gare

Destruir uma freguesia é fácil nestes tempos de incertezas, apesar de es-tas serem o elo mais forte e perto das populações.

As câmaras municipais que es-tão a salvo desta situação deveriam ter um papel principal na defesa das po-pulações, pugnando para que a deser-tificação não se acentuasse. Contudo, não é assim. A Câmara de Odemira, por exemplo, fez precisamente o con-trário, apostando na decapitação das freguesias e, assim, movida por inte-resses pessoais e políticos, não olhou a meios para atingir os fins, eliminando aquelas cujas cores políticas não lhe agradam.

Em reunião da Assembleia Municipal, alguns membros (…) deci-diram, quais coronéis brasileiros, ris-car do mapa as freguesias de que não gostavam. Assim, pura e simplesmente, foi votado e aprovado, com os votos do PS e do PSD, a extinção da freguesia de Pereiras-Gare, situada a 50 quilóme-tros da sede do concelho, e que até tem

cadastro e brasão próprios, e isto em detrimento de outras situadas a menos de cinco quilómetros, que nem infra-estruturas completas ainda possuem, dada a pouca existência de vida.

É evidente que já se vinha notando um certo mal-estar da câmara para com a freguesia desde há algum tempo a esta parte com o abandono que se ob-servava. Foi, em primeiro lugar, a su-pressão da paragem dos comboios na estação local, obrigando a população a deslocar-se 12 quilómetros, quase sempre de táxi, para se servir deste meio de transporte, dada a ausência de outro. Depois, foi o fecho da escola, que funcionava desde 1937, apesar de ainda existirem crianças a atingir bre-vemente a idade escolar. Foram assim colocados os alunos longe dos pais, em qualquer dos casos sem que a câmara se impusesse. Neste particular até as mobílias foram retiradas e armazena-das noutra freguesia, e isto para não se falar em obras que não têm fim à vista, ou que não deixam executar.

Esta é uma freguesia situada no Alentejo profundo, mas apenas a cinco quilómetros do Algarve, e que alguns, até eleitos por nós, não gostam agora, talvez porque nos tornámos numa lo-calidade airosa, decidiram destruir primeiro aquilo que era bonito para depois votar a extinção.

E assim, o que foi a criação de uma freguesia que tem tudo para o bem-estar e serviço da popula-ção, depois de uma luta titânica com a aprovação na Assembleia da República, vêm agora uns senhores feudais decretar de moto próprio a morte da freguesia.

Matar o doente com a curaJosé Fernando Batista Aljustrel

O povo está mais que assustado. Cada vez que o Governo fala é como se usasse choques elétricos e a todos nos atordo-asse. Com as medidas do Orçamento de 2013 é anunciado o enterro dos mais pobres e a morte lenta e agoniante da classe média portuguesa. E dizem-no sem um pingo de vergonha, sem sen-sibilidade, com a arrogância do posso, quero e mando, porque tem de ser as-sim, mas que daqui a uns anos virá a bonança e, quiçá, o paraíso ressusci-tado e por eles inventado. (…) Querem curar o doente com a doença de que pa-dece. Todos sabemos que é uma estu-pidez. Todos, menos os iluminados do Governo. Vítor Gaspar, o rosto destas

medidas de austeridade, enquanto eco-nomista, está a perder a sua credibi-lidade nas instâncias internacionais. Passos Coelho não deu a cara, mas vai dar o corpo. Este orçamento e o desem-prego em alta transformam-no num ca-dáver político a curto prazo. E a Grécia é já ali…

Beja,ontem e hojeReinaldo Amador Rebelo Almada

Recordo a Beja do ano de 1666. Com efeito, ainda hoje existe o conhecido Convento da Conceição onde, segundo a lenda, o marquês de Chamilly, ofi-cial francês durante as guerras da Restauração, consta ter mantido, em se-gredo, um “romance” de amor com so-ror Mariana Alcoforado, mais conhe-cida pela “freira de Beja”.

Recuando nos tempos, recordo D. Manuel I, “O Venturoso”, duque de Beja, e grande impulsionador do domínio lu-sitano na Índia.

Séculos mais tarde, precisamente no último dia do ano de 1961, ouviu--se o rebentar de “um foguete” aqui, na Cova da Piedade, assinalando a partida de um grupo de revoltosos que pre-tendiam assaltar o antigo Quartel de Infantaria 3 (hodiernamente pousada de S. Francisco) como revolta contra o regime político em vigor. Se a memó-ria me não atraiçoa, entre os revolto-sos contava-se o general Humberto Delgado, tendo a iniciativa resultado em fracasso.

Estas linhas são apenas uma pe-quena “ajuda” para os historiadores fa-zerem a história da cidade.

O desempregoDiamantino António Funcheira

A 12 de outubro foi publicada uma grande entrevista no “Diário do Alentejo”. O entrevistado foi o senhor Carlos Moedas, secretário de Estado do Primeiro-Ministro, que reconheceu que há desemprego no nosso país. Eu digo ao senhor Carlos Moedas que o de-semprego tem aumentado por culpa do seu governo. Explique o senhor Carlos Moedas, como é que este país vai sair da crise? Com a brutalidade de impos-tos? Obrigando a fecharem fábricas to-dos os dias? Senhor Carlos Moedas, este governo é tresloucado e não sabe o que anda a fazer. O melhor é fazer as malas e ir embora (…).

Há 50 anosHouvesse em cada vila ou cidade um corvo...

Assinado por Cândido Marrecas, a abrir a edição do “Diário do Alentejo” de 31 de outubro de 1962,

um bem escrito artigo sobre “A utilidade dos corvos...” utilizava a ironia para criticar, não aqueles pássaros, mas os homens. Alguns ex-certos:

“Aos corvos, desde a fábula, atribuem-se certas qualidades de instinto claro que são como que vislumbres de inteligência. Astutos e chocarreiros, com a casaca negra e luzidia, a sua presença tem o que quer que seja de académico...

Até nas falas – ou naquilo que os ho-mens cuidam descortinar de expressivo no seu grasnar – têm seu ar de sentencioso e de profético.

(...) Como símbolo destas qualidades de inteligência, de astúcia e de prevenção caute-losa, o corvo é de uma utilidade imensa!

Aquilo que os homens não se atrevem, por acomodação, por temor de represálias, ou por simples timidez, di-lo o corvo catando a asa e baloiçando-se desdenhosamente so-bre o ramo em que poisou...

Em cada cidade ou vila, se do alto de al-gum campanário cimeiro ou de um beiral desafrontado houvesse sempre um corvo ou dois que dissesse de sua justiça sobre o de-sacerto das gentes, ou sobre os seus erros, é possível que, por receio desse grasnar atilado e repassado de mofa, se prevenissem faltas e se evitassem muitas das suas desastrosas consequências.

Nada para chamar à razão como estes palratórios de ave que paira muito acima das nossas cabeças e que mimoseia os incautos com três ou quatro das suas falas descom-passadas, das tais que ninguém gosta de ou-vir, quando alguma coisa lhe está pesando no ânimo intranquilo...

Aos que têm a consciência ligeira, e em-botado o sentido das responsabilidades, um corvo ‘que lh’as cante bem alto’ tem uma ser-ventia impagável!

E não há torre de marfim, nem telhado blindado onde não penetre o som daquela voz que tem a agudeza subtil da razão!

E para as pessoas impantes, cheias de su-ficiência e surdas às vozes do bom-senso, ou para aqueles que se intrincheiram por detrás de certos lugares públicos como ao abrigo de muralhas espessas, o grasnar do corvo, que em seu discorrer sagaz tem ressaibos escarni-nhos, possui o valor penetrante que não con-seguem quaisquer advertências humanas...

Eu confesso a minha simpatia por esses pássaros! Admiro-os pelo seu aspecto pul-cro e brilhante, pelo ar altivo com que vivem a seu modo, ora nas serras petiscando do que por lá podem encontrar, ora nas cidades onde o seu feitio civilizado se acomoda, sem perder a liberdade de ave do Céu.

Mas, sobretudo, o que mais neles me se-duz, é justamente a independência altiva com que fazem os seus comentários atilados dizendo, do bem e do mal, aquilo que se an-tolha ao seu conspícuo entendimento! (...)”.

Carlos Lopes Pereira

Cartas ao diretor

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Reportagem

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Cientista da NASA veio ao Alentejo estudar bactéria única na terra

Em busca do Cabeço da Vida

“Por algum lado deve ter come-çado”. É assim que Armando Beleza, um pedreiro que por es-

tes dias anda a trabalhar no antigo balne-ário das Termas da Sulfúrea, reage às notí-cias que dão como provável a origem da vida na Terra em Cabeço de Vide.

Joaquim Pinga, companheiro de jornada nas obras que pretendem trazer à luz do dia as antigas banheiras romanas, também concorda. Se é inquestionável que a vida co-meçou em algum lugar, por que não acredi-tar que foi ali?

O assunto está na ordem do dia. Desde que a informação foi tornada pública, quer pela junta de freguesia, quer pelas reporta-gens das televisões, a “origem da vida” é o principal tema das conversas na vila.

Manuel Fontainhas, presidente da autar-quia cabeçovidense há mais de três déca-das, acha que “isto pode ser uma coisa boa para o País e para a região”, e revela que já começaram a receber telefonemas de foras-teiros para saberem se se pode visitar as ter-mas, e a pedir indicações acerca de locais para pernoitar.

Qualidade de vida Maria António Nave, mé-dica a exercer nas termas vai para 20 anos, também nota que “tem aparecido mais gente”, e considera o facto “muito positivo”. Não se incomoda que o assunto já tenha en-trado no anedotário nacional, quer nas re-des sociais, quer, principalmente, através de uma rábula que Ricardo Araújo Pereira

protagonizou na Rádio Comercial. Onde o humorista, na pele de um habitante local, garante que há muito que se sabia que “a vida no planeta tinha nascido” em Cabeço de Vide, transformando a localidade “na vulva do mundo”.

De uma coisa tem a certeza Maria António Nave: ao longo da sua vida profis-sional tem acompanhado centenas de doen-tes com patologias respiratórias, reumato-lógicas e dermatológicas, e é testemunha de francas melhoras na sua qualidade de vida.

Nem que seja só por isso, para ela, a vida passa por ali.

Na vila, no café Rossio, os clientes tam-bém não se fazem rogados a falar do as-sunto. Barradas, o dono, não tem dúvidas. Pragmático, entre o avio de uma mini e um “canudinho” de tinto da região, acredita que “tem de haver alguma coisa para a água ser tão boa”.

António Alpalhoeiro, encostado ao balcão, a matar o tempo até ir fisgar uns achigãs, antevê um futuro risonho para

a freguesia. “Ainda vamos ter aqui uma grande cidade”, diz esperançado no desen-volvimento da terra que, hoje em dia, tem nas termas administradas pela junta de fre-guesia o seu maior empregador.

Outro António, mais conhecido por Borlinhas, eleva o assunto ao nível da fé. “É como acreditar em Jesus. Mas respeitam-se todas as opiniões”, diz, deixando perceber que existem céticos na comunidade, o que, apesar dos esforços, o “Diário do Alentejo” não conseguiu confirmar.

Aliás, o padre Rui não vê que a fé possa ser posta em causa, nem admite “conceitos contraditórios” entre as teorias evolucio-nistas e a Bíblia. “A Igreja não está de costas voltadas para a ciência. Uma coisa não inva-lida a outra. Não será a descoberta de uma bactéria em Cabeço de Vide que vai colocar em questão Deus Criador, que olha por nós, e que nos acompanha, em tudo o que criou”, disse-nos o pároco da freguesia.

A solução para a crise Menos assertivo é o presidente da junta. “O futuro a Deus per-tence, mas se se vier a certificar que o iní-cio da vida está aqui, então…”. Então pode ser a saída para o marasmo em que o terri-tório se encontra. A agricultura está parada, e o turismo não deu aquilo que se esperava. O Hotel da Candelária está fechado, e a es-talagem na antiga estação ferroviária, com o respetivo restaurante mesmo ao lado, está na mesma situação.

Francisco Vasco, Laranjinha para os

Joaquim e Armando “Por algum lado deve ter começado...” Alpalhoeiro e Borlinhas “Ainda vamos ter aqui uma grande cidade”

Os cientistas da NASA só agora descobriram as termas de Cabeço de Vide.

Mas naquela vila do norte alentejano as águas sulfurosas há mais de dois

milénios que tratam das maleitas de vários povos. Estudos sobre a geolo-

gia local, liderados por investigadores do Instituto Superior Técnico, cha-

maram a atenção de cientistas do outro lado do Atlântico que identifi-

caram, nos dados recolhidos, semelhanças com dezenas de meteoritos

chegados à terra vindos de Marte. Acresce que as rochas alentejanas são

responsáveis pela composição e cheiro únicos da água, que apresenta um

pH elevado, e bactérias só detetáveis numa montanha americana e nos

indícios de água do planeta vermelho. Razões mais do que suficientes

para se crer que o mistério da origem da vida na terra possa ter aqui uma

explicação.

Texto Aníbal Fernandes

Foram gastos cerca de oito mil contos, talvez um bocadinho

mais, para descobrir a idade da água, mas não estamos

repesos. Tem um pouco mais de três mil anos”.

Manuel Fontainhas

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Manuel Fontainhas O homem que quis saber a idade da água

Francisco Laranjinha A crise impede novos investimentosBarradas “Tem de haver alguma coisa...”

Um americanono Alentejo

O astrofísico Seve Vance, do Jet Propulsion Lab, da NASA, veio a Portugal mo-

tivado pela singularidade das ro-chas de Castelo de Vide, que con-ferem à água um pH de 11.5, único na Europa, apenas semelhante à de uma nascente em The Cedars, uma zona termal americana, e às dos indícios de água e rochas de Marte.

Em conjunto com investiga-dores do Cepgist, pretende anali-sar, comparar e relacionar as ro-chas e as águas dos três locais, o que, segundo o cientista ameri-cano, poderá trazer respostas so-bre a origem da vida na Terra. Para isso, conta com a preciosa ajuda da sonda Curiosity (na foto) , que se en-contra neste momento em Marte, a recolher e a analisar amostras que poderão completar a investigação.

O mesmo pode acontecer em relação a uma bactéria comum aos três locais, que, mesmo não pas-sando de suspeitas, José Manuel Marques acredita “poderem vir a confirmar-se”, já que está provado que houve água em Marte, e exis-tem fortes probabilidades de ainda existir no subsolo.

A colaboração entre os cientis-tas portugueses e americanos re-sulta da publicação de um estudo, numa revista científica interna-cional, que após ser lido por Steve Vance, deu origem a um convite para o autor, José Manuel Marques, apresentar na NASA uma palestra sobre as águas termais de Cabeço de Vide e a sua relação com a astrobiologia.

Os investigadores estão con-vencidos de que a geologia do lo-cal é a ideal para gerar as condições para o desenvolvimento de vida na Terra e em Marte, mas também na lua de Júpiter, Europa.

amigos, é o tesoureiro da junta de fregue-sia, e cliente do Barradas. À conversa com o “Diário do Alentejo”, fala do anteprojeto de ampliação das termas, que inclui um ho-tel, três espelhos de água, um parque de me-rendas, e outro de campismo. Ideias adia-das por causa da crise.

As obras do novo edifício das termas ficaram concluídas quando os mercados começaram a dar sinais de falência. Dos 3.700 utilizadores anuais, registados há três anos atrás, as termas passaram para cerca de dois milhares de aquistas. Para isso contribuíram “os cortes nas compar-ticipações dos frequentadores” impostos pelos últimos orçamentos do Estado, diz o tesoureiro, que tem acompanhado com interesse todo o trabalho realizado pelos cientistas.

O empenho da junta de freguesia na va-lorização das termas é evidente. Desde sem-pre que tem sido a autarquia o motor de ar-ranque de sucessivos estudos sobre este valioso património. Ainda agora, revela Francisco Vasco, foi a autarquia que cus-teou a estadia do cientista da Nasa em ter-ras portuguesas.

E valerá bem a pena, se a descoberta da tal bactéria que consegue fazer a fo-tossíntese, tal como as plantas, e que mo-tivou a vinda de um cientista americano até ao Alentejo, vier confirmar que o ter-ritório que hoje é conhecido por Cabeço de Vide, foi em tempos Cabeço de Vida, como o povo diz.

A idade da água

Manuel Fontainhas, presidente da Junta de Freguesia de Cabeço de Vide, é a pessoa certa para falar das Termas da Sulfúrea. Ao leme da autarquia, quase interruptamente, desde 1977, tem acompanhado e promovido o seu

desenvolvimento e apoiado todos os estudos realizados.Depois de, em 1939, o professor Orlando Carvalho ter realizado o estudo de to-

das as águas de Portugal, e de ter classificado a que corria em Cabeço de Vide como “única no País”, em 1977, confrontado com o caudal disponibilizado aos aquistas, “que era pouco para desenvolver as termas”, a junta de freguesia intercedeu junto da Direção-Geral de Geologia e Minas”, para “se arranjar mais água”.

“Quem não sabe é como quem não vê”, diz o presidente. “A ideia era esgravatar a ver se se encontrava mais água, como se faz num poço. Se não desse aquela altura, escavava-se mais um bocado”. No entanto, de Lisboa, alertaram para a necessidade de se fazer um estudo geológico, indicação que foi seguida pela autarquia. “Ainda bem que não fomos atrevidos”, reconhece Manuel Fontainhas.

O estudo - o primeiro do género efetuado em Portugal - liderado pelos professo-res José Martins Carvalho e João Mendonça, iniciou-se no ano seguinte e demorou três anos.

Após a marcação e abertura do furo, passou-se de uma capacidade de 900 litros por hora para três litros por segundo. Estava-se nos anos 80 do século XX. “Ia apa-recendo gente, e nós tínhamos de ir aumentando a casa velha”, diz o presidente, ga-rantindo que “todas as pedras e areias retiradas durante os furos de prospeção estão guardadas, e têm servido para vários estudos universitários”.

Anos passados, a curiosidade de Manuel Fontainhas levou-o a tentar saber a idade da água. Depois de uma tentativa falhada no Laboratório de Energia Nuclear, em Sacavém, o professor Aires de Barros, do IST, telefonou-lhe a dizer que a sua ins-tituição dispunha das condições técnicas para fazer essa avaliação. “Foram gastos cerca de oito mil contos, talvez um bocadinho mais, mas não estamos repesos”, diz o autarca.

O estudo isotópico da água ficou a cargo de uma equipa que integrava dois geólo-gos americanos, de outras tantas universidades, e do professor José Manuel Marques, coordenador do Centro de Petrologia e Geoquímica do IST. A conclusão foi clara: a água servida aos aquistas, tem “um pouco mais de três mil anos”. AF

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Futebol juvenil

Numa ronda de empates o Castrense obteve a sua primeira vitória

Um novo derby em Aljustrel

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Desporto

Campeonato Distrital de Benjamins (3.ª jornada): Série A: Bairro Conceição - -Ferreirense A, 1-16; Alvito-Desportivo Beja, 4-2; Vasco Gama-Figueirense, 10-0; Despertar A-Sporting Cuba, 10-1. Folgou o Bairro Conceição. Líder: Ferreirense, nove pontos. Próxima jornada (3/11): Ferreirense A-Vasco da Gama; Desportivo Beja-B.º Conceição; Figueirense-Despertar; Sporting Cuba-Aljustrelense. Folga o Alvito. Série B: CB Beja-Sobral da Adiça, 18-0; Santo Aleixo-Moura, 4-1; Ferreirense B-Serpa, 1-2; NS Beja-Piense, 20-0. Folgou o Despertar B. Líder: Santo Aleixo, nove pontos. Próxima jornada (3/11): Despertar B-Santo Aleixo; CB Beja-NS Beja; Moura-Ferreirense B; Serpa - -Pi ense;. Folga o Sobral da Adiça. Série C: Milfontes A-Odemirense, 0-16; São Marcos - -Almodôvar, 1-8; Ourique-Boavista, 18-0; Castrense-Milfontes B, 11-0; Renascente-Ro-sairense, 12-2. Líder: Castrense, nove pontos. Próxima jornada (3/11): Odemirense-Ou-rique; Almodôvar-Milfontes A; São Marcos --Re nascente; Boavista-Castrense; Milfontes B-Rosairense.

Campeonato Distrital de Infantis (3.ª jornada): Série A: Despertar A-Vasco Gama, 5-0; Sporting Cuba-NS Beja, 0-5; Alvorada-Alvito, 2-9; Ferreirense-Bairro Conceição, 6-0. Folgou o Desportivo Beja. Líder: Despertar A, nove pontos. Próxima jornada (3/11): Vasco Gama-Alvorada; NS Beja-Despertar; Alvito-Ferreirense; B.ºConceição-Desportivo Beja. Série B: Piense-Amarelejense, 4-6; Aldenovense--Ope rário, 11-2; Serpa-Guadiana, 3-5; Moura - -Des pertar B, 3-3. Folgou a CB Beja. Líder: Guadiana, nove pontos. Próxima jor-nada (3/11): Amarelejense-Serpa; Operário --Piense; Guadiana-Moura; Despertar B-CB Beja. Série C: Castrense A-Aljustrelense, 5-4; Milfontes A-Renascente, 1-11; Boavista - -Mil fontes B, 0-7; Odemirense-Castrense B, 20-0. Folgou o Almodôvar. Líder: Milfontes B, sete pontos. Próxima jornada (3/11): Aljustrelense-Boavista; Renascente-Cas-trense A; Milfontes B-Odemirense; Castrense B-Almodôvar.

Campeonato Distrital de Iniciados (2.ª jornada): Ourique-Odemirense, 0-6; Vasco Gama-B.º Conceição, 4-0; Serpa-Despertar, 1-2; Milfontes-Rio Moinhos, 3-5; Moura --Sporting Cuba, 2-0. Folgaram Amarelejense e Guadiana. Líder: Odemirense, seis pon-tos. Próxima jornada (4/11): Amarelejense - -Ourique; Odemirense-Vasco Gama; B.º Conceição-Serpa; Despertar-Milfontes; Rio Moinhos-Moura; Folgam Guadiana e Cuba.

Campeonato Distrital de Juniores (1.ª jornada): Vasco Gama-Despertar, 3-1; Cabeça Gorda-Aldenovense, 2-5; Sobral da Adiça -Castrense, 1-2. Desportivo Beja --Odemirense, 0-4. Líder: Odemirense, três pontos. Próxima jornada (3/11): Despertar --Cabeça Gorda; Odemirense-Vasco da Gama; Aldenovense-Sobral da Adiça; Castrense --Des portivo Beja.

Campeonato Nacional de Iniciados (8.ª jornada): Despertar-São Luís, 4-1; Imortal - -Desportivo Beja, 7-0. Líder: V Setúbal, 21 pontos. 7.º Despertar, 10. 9.º Desp. Beja, três. Próxima jornada (4/11): Louletano --Despertar; Desportivo Beja-Lusitano VRSA.

Campeonato Nacional de Juvenis (7.ª jor-nada): Odemirense-Lusitano, 3-3; Despertar-Louletano, 2-4. Líder: Louletano, 18 pon-tos. 9.º Despertar, quatro. 10.º Odemirense, dois. Próxima jornada (4/11): Odemirense-C Piedade; V Setúbal-Despertar.

Campeonato Nacional de Juniores (7.ª jornada): Oeiras-Moura, 3-0. Líder: Oeiras, 21 pontos. 9.º Moura, quatro. Próxima jor-nada (3/11): Moura-Farense.

Campeonato Distrital de Futsal (3.ª jor-nada): Vasco Gama-Politécnico Beja, 4-2; NS Moura-Desportivo Beja, 1-4; Vila Ruiva - -Ferreirense, 2-11; ADVNS Bento-Luzerna, 5-6; Alcoforado-Safara, 8-2; Baronia --Barrancos, 11-0. Folgou o Almodovarense. Líder: Baronia, nove pontos. Próxima jor-nada (2/11): Desportivo Beja-Vasco Gama; Ferreirense-NS Moura; Luzerna-Vila Ruiva; Safara-ADVNS Bento; Barrancos-Alcoforado; Almodovarense-Baronia. Folga o IP Beja.

Campeonato Distrital de Seniores Femininos (2.ª jornada): Serpa-Vasco Gama, 1-2; CB Castro Verde-Almansor, 3-1; Odemirense-Almodôvar, 23-0. Folgou o Ourique. Líder: CB Castro Verde, seis pontos. Próxima jornada (3/11): Almansor-Serpa; Vasco Gama-Ourique; CB Almodôvar-CB Castro Verde.

3.ª Divisão – Série F

6.ª jornada

Aljustrelense-U. Montemor ............................................. 0-0 Vasco da Gama-Esp. Lagos ...............................................2-2Sesimbra-At. Reguengos ..................................................1-1Lusitano VRSA-Juventude Évora .................................... 0-2 Moura-Lagoa ........................................................................1-1 Castrense-Monte Trigo ..................................................... 2-0

J V E D G P

Moura 6 4 1 1 15-5 13Esp. Lagos 6 3 3 0 8-3 12U. Montemor 6 3 3 0 6-3 12At. Reguengos 6 3 2 1 7-4 11Juventude Évora 6 3 1 2 7-6 10Aljustrelense 6 2 2 2 5-3 8Sesimbra 6 2 2 2 6-8 8Vasco da Gama 6 2 1 3 11-11 7Lagoa 6 1 3 2 7-11 6Lusitano VRSA 6 1 1 4 7-15 4Castrense 6 1 1 4 6-13 4Monte Trigo 6 1 0 5 9-12 3

Próxima jornada (4/11/2012): Aljustrelense-Vasco da Gama,

Esp. Lagos-Sesimbra, At. Reguengos- Lusitano VRSA, Juven-

tude Évora-Moura, Lagoa-Castrense, U. Montemor-Monte

Trigo.

1.ª Divisão – AF Beja

5.ª jornada

Aldenovense-Serpa ........................................................... 0-2 Amarelejense-Praia Milfontes ........................................ 2-4 Desp. Beja-Rosairense ...................................................... 1-4 Almodôvar-São Marcos .................................................... 4-0 Sp. Cuba-Bairro da Conceição ......................................... 1-0 Piense-Guadiana ................................................................ 8-0 Odemirense-Cabeça Gorda ..............................................2-1

J V E D G P

Almodôvar 5 4 1 0 12-4 13Odemirense 5 4 1 0 9-2 13Serpa 5 3 2 0 9-2 11Rosairense 5 3 1 1 12-6 10Piense 5 3 1 1 16-5 10Praia Milfontes 5 2 1 2 9-7 7Aldenovense 5 2 1 2 5-6 7São Marcos 5 2 1 2 7-10 7Sp. Cuba 5 1 2 2 3-7 5Cabeça Gorda 5 1 1 3 5-9 4Bairro da Conceição 5 1 1 3 4-6 4Guadiana 5 1 0 4 4-17 3Desp. Beja 5 0 2 3 2-8 2

Amarelejense 5 0 1 4 3-11 1

Próxima jornada (4/11/2012): Serpa-Odemirense, Praia Mil-fontes-Aldenovense, Rosairense-Amarelejense, São Marcos - -Desp. Beja, Bairro da Conceição-Almodôvar, Guadiana-Sp. Cuba, Cabeça Gorda-Piense.

Quatro equipas do distrito a disputar o mesmo campeonato originam um inte-ressante quadro de derbies durante a temporada. Aljustrelense e Vasco da Gama são os protagonistas do próximo.

Texto e foto Firmino Paixão

Separados por um ponto, mas em me-tades diferentes da classificação, e isto é importante porque influencia

os objetivos finais, Mineiro Aljustrelense e Vasco da Gama da Vidigueira, vindos de

uma jornada em que tiveram resultados se-melhantes, encontram-se no próximo do-mingo na Vila Mineira. O Castrense, em-balado pela primeira vitória da temporada, desce até ao terreno do Lagoa, recinto onde os algarvios já ganharam e empataram, mas também já perderam, pelo que não sur-preenderia que a turma de Castro Verde lá pontuasse. O Moura, que lidera a série, sobe para Évora e apresenta-se no campo do Juventude, onde os eborenses também já as-sinaram os três resultados possíveis. E tam-bém não será de todo surpreendente que

os mourenses regressem a casa com pon-tos. Surpreendente foi o empate consentido no seu terreno, perante a equipa do Lagoa, que impediu a equipa de Joaquim Mendes de ganhar um avanço mais confortável no topo da tabela. A ajuda para o Moura não perder a liderança veio de Aljustrel, onde o Mineiro empatou com o Montemor, e de Vidigueira, onde o Vasco da Gama empatou com o Esperança de Lagos. Assim, o verda-deiro triunfador da jornada anterior foi o Castrense, com o primeiro triunfo da época, sobre a formação do Monte Trigo.

Beja e Serpa recebem jogos importan-tes para a manutenção do atual pódio do campeonato. Mas na “margem es-querda”, entre o Serpa e o Odemirense, pode jogar-se algo mais.

Texto Firmino Paixão

A “Terra Forte” recebe o jogo grande da próxima jornada: Serpa e Odemirense, atuais segundo e ter-

ceiro classificados do campeonato, têm pela frente uma jornada muito competitiva. Ao mesmo tempo, o Desportivo de Almodôvar estará no terreno do Bairro da Conceição para ali tentar ganhar e manter a liderança da prova, que agora reparte com a turma de Odemira.

O Rosairense (recebe o Amarelejense) e o Piense (joga na Cabeça Gorda), que

completam o quinteto da frente, ficam na ex-pectativa de uma possível aproximação aos lugares de comando. Tal como o Milfontes, a jogar em casa com um Aldenovense com o orgulho ferido pelo castigo imposto pelo vi-zinho de Serpa.

Magoado estará também o Guadiana (pela pesada derrota sofrida em Pias), a quem cabe receber o Sporting de Cuba, vindo da vitória tangencial ante o Bairro da Conceição. O Desportivo de Beja, forte-mente castigado em casa pelo Rosairense, viaja para São Marcos.

A jornada anterior teve uma história, a dos golos, apesar de quatro equipas não te-rem marcado, mas o Piense estabeleceu o recorde da prova (8/0) e o máximo por jor-nada (29), ficando com o melhor ataque (16 golos). As melhores defesas moram em Odemira e Serpa (dois golos).

Serpa segura 3.º lugar com triunfo no terreno do Aldenovense

Guadiana separa as emoções

3.ª Divisão José Feio lutou muito com os defesas do Esperança de Lagos

Taça Armando Nascimento Um sempre apetecível derby be-jense entre Desportivo e Despertar assinala o início da Taça Armando Nascimento, em juvenis, cuja ronda inaugural terá ainda os jogos, todos marcados para domingo às 11 horas: Juventude Boavista - -Aljustrelense; Castrense-Moura; Serpa-Almodôvar. O campeonato distrital deste escalão inicia-se apenas em 23 de dezembro.

Os Independentes, de Sines, golearam (7-2) a formação do Pedro Mourinha (Portimão)

em jogo da 3.ª jornada do Nacional de Futsal da 3.ª Divisão. O Sporting de Viana

perdeu na Cova da Piedade (9-7) e o União de Montemor foi derrotado em Loulé por

2-0. A série é liderada pelo Fonsecas e Calçada, com nove pontos, o Montemor é o

quinto (seis), o Sporting de Viana é o sétimo (quatro) e Os Independentes estão no

décimo lugar (três). O campeonato será retomado apenas em 10 de novembro.

Campeonato Nacional de Futsal

da 3.ª Divisão

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2012Joaquim Jorge

Gonçalves Rodeia

Joaquim Rodeia, hoje com 33 anos, nasceu na Alemanha, num tempo em que os seus

progenitores eram emigrantes na-quele país, mas as suas verdadei-ras raízes estão divididas pelas fre-guesias de Peroguarda e Faro do Alentejo, sendo, por isso, natural que a sua formação como futebo-lista, de elevada aptidão específica para guarda-redes, tenha sido rea-lizada no Sporting Clube de Cuba, emblema com o qual percorreu to-dos os escalões etários.

Terminado o percurso forma-tivo, foi também entre os postes da baliza daquela filial do Sporting Clube de Portugal que fez a sua primeira época de sénior. Deixou o Estádio Amado de Aguilar, na vila de Cuba, para vestir a camisola da União Desportiva e Cultural Beringelense e dali para o Sporting Clube Ferreirense cumpriu apenas um pequeno passo. Antes de aban-donar a sua carreira jogou ainda pelo Desportivo de Portel e pelo Futebol Clube de Serpa.

Já como treinador passou pelo Desportivo de Beja, treinando a formação de juvenis. Há cerca de três anos voltou a “casa” para orientar os seniores do Sporting Clube de Cuba, subindo a equipa à 1.ª Divisão Distrital depois de um interregno de cinco anos em que o futebol sénior do clube não teve atividade. Lá se mantém e são dele os vaticínios para a próxima ronda do “Distritalão”.

(X) SERPA/ODE MI RENSEJogo de empate, entre duas equipas bem organizadas do nosso futebol dis-trital. Julgo que será uma partida pau-tada pelo equilíbrio.

(X) MILFONTES / ALDENOVENSESão dois candidatos ao título, mas penso que o Aldenovense irá pontuar em Milfontes, ou mesmo trazer os três pontos para a “margem esquerda”.

(1) ROSAIRENSE/AMARELEJENSEVitória da equipa do Rosairense que tem vindo a mostrar que quer ter uma palavra na luta pelo pódio do campeonato.

(X) SÃO MARCOS/DESPORTIVO DE BEJAO fator casa pode prevalecer, mas o Desportivo de Beja não se deixará sur-preender e pontuará em São Marcos da Ataboeira.

(X) BAIRRO DA CONCEIÇÃO/ALMO DÔVARConfesso ter gostado da equipa do Bairro no confronto de há oito dias com o Sporting de Cuba, razão para ar-riscar na divisão de pontos na cidade de Beja.

(2) GUADIANA/SPORTING DE CUBAVitória da minha equipa em Mértola e a conquista dos primeiros três pontos fora de casa.

(1) CABEÇA GORDA/PIENSEVai ser um jogo equilibrado que pode pender para o triunfo do “Ferrobico”.

19Hoje palpito eu...

Um invulgar número de equipas, que não o recorde absoluto, e com oito coletividades estreantes, começa amanhã a dis-putar a Taça Fundação Inatel em Futebol.

Texto e foto Firmino Paixão

Quarenta e sete equipas, salteadas por quase todo o distrito de Beja (e três de outros distritos), enquadrando mais de 850 jogadores amadores, de várias nacionalidades, come-

çam na tarde de amanhã a competir no vulgarmente denominado Campeonato Distrital do Inatel. Uma competição que a Fundação Inatel quer ver desenvolvida “em observância com os princípios da ética e da verdade desportiva e da formação integral dos participan-tes”. A um elevado número de centros de Cultura e Desporto, que in-corporam o espírito do histórico “desporto para trabalhadores”, jun-taram-se, nesta temporada desportiva, algumas das equipas que, em passado recente, competiam no segundo escalão sénior da Associação de Futebol de Beja, campeonato inviabilizado por inexistência do nú-mero regulamentar de clubes inscritos. São elas o Messejanense, o Alvorada de Ervidel, o Saboia, e o Juventude Boavista de Pinheiros. Do anterior quadro competitivo federado, apenas o Negrilhos e o Ourique não consideraram a opção de participarem na Taça Fundação Inatel. Àquelas equipas concorrentes juntam-se outros estreantes como o Vale de Oca (Aljustrel), Vila Nova de Milfontes, Associação de Combatentes de Cuba e o Serrano Futebol Clube (São Marcos da Serra).

Recorde-se que está vedada a participação nestas provas aos atletas inscritos na mesma época em clubes filiados nas associações regionais de futebol e que tenham tomado parte ativa em qualquer jogo particu-lar ou oficial, sendo que a interpretação de tomar parte ativa implica a sua menção no boletim de jogo, tenha, ou não, sido utilizado.

A primeira fase da competição (que inclui cinco grupos com sete equipas, e dois grupos com seis) decorre entre amanhã, sábado, e o dia 17 de fevereiro de 2013. Para a segunda fase passarão as 20 me-lhores equipas, até ao apuramento final do campeão distrital (cetro que na última época pertenceu ao Luzianes Gare), sendo que as res-tantes 27 manter-se-ão em atividade numa competição denominada Troféu Agência de Beja (em três grupos de cinco equipas e dois gru-pos de seis equipas).

A distribuição das equipas por concelho revela que Odemira está representado pelo maior número de coletividades (15), seguindo-se Beja (11) e Aljustrel (4). O Soneguense (Sines) e o Cercalense (Cercal do Alentejo), ambos do distrito de Setúbal, a par do Serrano (São Marcos da Serra), do distrito de Faro, são ilustres convidados, por falta de competição nas respetivas áreas geográficas. No termo das competições serão premiados os vencedores e finalistas vencidos da Taça Fundação Inatel e do Troféu Agência de Beja, atribuída a Taça Disciplina e distinguidos, na fase final, o melhor marcador, o melhor jogador e o melhor guarda-redes. Amanhã, pelas 15 horas, soarão os apitos que dão início à grande maratona de jogos (80 minutos, com 10 de intervalo), dirigidos por árbitros retirados dos quadros federados e sem policiamento obrigatório.

A grande festa do futebol amador começa já este fim de semana

Futebol vai chegar às aldeias

Futebol do Inatel A delegada regional da Fundação Inatel, Leontina Bastos, saudou os delegados dos 47 clubes presentes no sorteio

O Castrense bateu a equipa do Estremoz (3-2) em jogo relativo à 3.ª jornada do

Nacional da 3.ª Divisão de hóquei em patins, numa ronda em que o Hóquei de

Santiago folgou. Na próxima jornada, folga a equipa de Castro Verde, o Santiago

joga em Azeitão e o Estremoz recebe o Marítimo. Na 2.ª Divisão Nacional jogou-se

a 4.ª jornada com o Hóquei de Grândola derrotado em casa pelo Sesimbra (3-3) e

o Vasco da Gama goleado em Sines pelo Mealhada (0-8). Amanhã os grandolenses

recebem o Campo de Ourique e o Vasco da Gama joga em Sintra (Nafarros).

Nacional da 3.ª Divisão

em hóquei em patins

Quadro competitivoÉpoca 2012/2013

Série APedrógão do Alentejo

Brinches

Quintos

Luso Morense

UAI Ficalho

Sobral da Adiça

Salvadense

1.ª jornada (3/4/novembro) UAI Ficalho-Salvadense

Quintos-Pedrogão

Sobral da Adiça-Brinches

Folga o Luso Morense

Série BAC Cuba

Faro do Alentejo

São Matias

Beringelense

Neves

Penedo Gordo

Louredense

1.ª jornada (3/4 novembro)São Matias-Louredense

Faro do Alentejo-Penedo Gordo

Neves-AC Cuba

Folga o Beringelense

Série CMessejanense

Vale da Oca (Aljustrel)

Jungeiros

Alvorada

Figueirense

Santa Vitória

Mombeja

1.ª jornada (3/4 novembro)Messejanense-Vale da Oca

Alvorada-Figueirense

Jungeiros-Mombeja

Folga o Santa Vitória

Série DDesportivo Sete

Albernoense

Sanjoanense

Trindade

Alcariense

Fernandes

1.ª jornada (3/4 novembro)Albernoense-Alcariense

Fernandes-Sete

Trindade-Sanjoanense

Série ELuzianes Gare

Cercalense

Sonega (Sines)

Colos

Santa Luzia

Relíquias

Amoreiras Gare

1.ª jornada (3/4 novembro)Cercalense-Luzianes

Sonega-Colos

Relíquias-Santa Luzia

Folga o Amoreiras Gare

Série F

Milfontes

Cavaleiro

Malavado

Boavista Pinheiros

Campo Redondo

Saboia

Bemposta

1.ª jornada (3/4 novembro) Bemposta-Malavado

Cavaleiro -Milfontes

Saboia-Campo Redondo

Folga o Boavista

Série GSantaclarense

Pereirense;

Naveredondense

Serrano (S. Marcos da Serra);

Santa Clara-a-Nova

Almodovarense

1.ª jornada (3/4 novembro) Sta Clara-a-Nova-Pereirense

Serrano-Naveredondense

Santaclarense-Almodovarense

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2012

20

Com cinco jornadas

disputadas, o campeonato

distrital da 1.ª Divisão da

Associação de Futebol de

Beja deixa antever um

ordenamento das equipas

na tabela, que pressupõe

uma luta pela conquista

do título 2012/2013.

Constatando a verdade

por enquanto exposta,

é-me perfeitamente

credível que os virtuais

candidatos ao rótulo se

coloquem em posições

ancestrais que fazem

prever alguma segurança

no futuro. Confesso que,

numa leitura prévia à

evolução da competição,

retiro conclusões que me

deixam algo surpreso. Mas

a procissão ainda vai no

adro. Nada de embandeirar

em arco e entregar o ouro

ao pressuposto malfeitor.

Neste contexto, admito

que, literalmente, nada

está decidido. Todavia,

diz-me a vivência destas

andanças desportivas

que é de início que se

estabelecem metas que

traçam, a priori, algumas

das complementações

fi nais. Na frente da

tabela estão o Desportivo

de Almodôvar e o

Odemirense, ambos

com 13 pontos. Se

porventura a posição

da equipa das margens

do rio Mira não levanta

dúvidas, já o conjunto de

Almodôvar é o reforçar

de opiniões adquiridas

quando em causa está a

evolução paulatina da

turma almodovarense.

No terceiro lugar

surge, justamente, o FC

Serpa com 11 pontos.

Não me surpreende,

confesso. A equipa da

margem esquerda é,

indiscutivelmente, um dos

expoentes máximos do

futebol regional de Beja.

A surpresa, se por acaso

existe, vem do Rosário. É o

quarto. Surpreendente é a

quinta posição do Piense.

De Pias surgem laivos de

esperanças. O Milfontes

trilha velhos caminhos

conhecidos. Segue-se o

Atlético Aldenovense.

Alvitrava-se uma entrada

na prova imaginariamente

forte. Tal não aconteceu.

Porém, a equipa não

está longe dos objetivos

almejados. Coloca-se a

seis pontos do líder, tal

como o São Marcos. Numa

segunda linha estão um

conjunto de formações que

lutarão em campo para

honrar com justeza os seus

emblemas. Este é, por ora,

o ordenamento do futebol

primodivisionário bejense.

Ordenamento

José Saúde

Sete anos depois da sua última participação no Campeonato N a ci o n al d e S e n i o r e s Masculinos, o Centro de Cultura Popular (CCP) de Serpa voltou, esta época, a apre-sentar uma equipa naquele escalão.

Texto Firmino Paixão

Uma decisão bem-sucedida, a avaliar pelos primeiros resultados no Nacional da

3.ª Divisão: dois jogos e duas vitó-rias. A equipa pretende ser uma es-pécie de porto de abrigo que per-mita a continuidade da prática desportiva aos jovens saídos da for-mação. Manuel Ramos começou a praticar andebol aos seis anos no CCP de Serpa, e hoje, com 37, assu-miu a liderança técnica da equipa sénior. O treinador confessa que “o andebol, para mim, é uma paixão, e o Centro de Cultura é e será sem-pre o clube do meu coração”, afir-mando que este projeto de seniores é para ter continuidade.

Esta equipa dá sequência ao bom

trabalho na formação?

Há alguns anos que o Centro de Cultura Popular de Serpa não fa-zia equipa de seniores, e era de ex-trema importância aproveitarmos as camadas jovens que têm feito o seu percurso na formação, so-bretudo os juvenis que, há mui-tos anos, participam em campe-onatos nacionais. É também um incentivo para que esses atletas, quando atingem o escalão de ju-niores e seniores, se mantenham em competição.

Num clube que tem tratado bem

dos seus alicerces …

Na verdade, os nossos jovens têm sido muito bem tratados, não lhes falta nada em termos de condições para a sua formação e para o seu desenvolvimento desportivo. O que, às vezes, temos sentido é falta de recursos humanos para darmos continuidade a esse trabalho, so-bretudo ao nível dos escalões mais jovens, em infantis e iniciados. Serpa tem uma oferta variada em termos de modalidades e eles di-videm-se entre o andebol e o fute-bol; fazem normalmente esse per-curso entre as duas modalidades,

Campeonato Nacional

de Seniores Masculinos

3.ª Divisão, 1.ª Fase – Zona 5

Resultados da 4.ª jornada: CCP Serpa-Costa

d’Oiro, 22-19; AC Sines-NA Redondo, 19-38; La-

cobrigense-Zona Azul, 19-68; Náutico do Gua-

diana-Olhanenses, 28-21.

Classificação: 1.º NA Redondo, nove pontos.

2.º Zona Azul, nove. 3.º Costa d’Oiro, sete. 4.º CCP

Serpa, seis. 5.º Náutico do Guadiana, cinco. 6.º La-

goa, quatro. 7.º Andebol Clube de Sines, três. 8.º

Lacobrigense, três. 9.º Os Olhanenses, dois.

Próxima jornada (3/11): Lagoa-Náutico,

Olhanenses-Lacobrigense, Zona Azul-AC Sines

(adiado para 15/12), NA Redondo- CCP Serpa.

Centro de Cultura Popular de Serpa regressou ao andebol sénior

O objetivo é manter esta equipa

Meeting Jovem em Castro Verde A pista simplificada do Estádio Municipal 25 de Abril recebe na tarde de amanhã (15 horas) o III Meeting Jovem de Castro Verde, uma prova desportiva organizada pelo município local, com a colaboração da Associação de Atletismo de Beja, e destinada a atletas, populares e federados, nas categorias de benjamins, infantis, ini-ciados e juvenis.

Serpa Equipa senior de andebol do Centro de Cultura Popular (CCP)

mas aqueles que gostam mesmo de andebol acabam por ficar.

O CCP de Serpa tem um lugar de

relevo na comunidade desportiva

local?

Penso que sim. O andebol, o fute-bol e a patinagem são as modali-dades mais importantes aqui em Serpa, todas elas têm uma boa vi-sibilidade e dão uma excelente imagem da cidade de Serpa.

O campeonato começou bem,

com uma vitória em Sines…

Foi uma vitória importante. É sempre bom entrar com o pé di-reito, mas, este ano, não temos grandes objetivos, vamos ten-tando fazer o melhor em cada jogo. Em termos de classificação, naturalmente, procuraremos a melhor possível, mas sabemos que há três equipas que estão num ní-vel superior. A Zona Azul, o Lagoa e o Redondo são equipas que es-tão num nível muito superior ao nosso, mas em cada jogo procura-remos o equilíbrio.

Mas procuram a permanência

nesta divisão?

Exatamente. O objetivo principal é garantirmos a permanência, ten-tando concluir o campeonato no melhor lugar possível, porque para o próximo ano continuaremos

também a ter esta equipa de senio-res. Esse sim, é o nosso grande ob-jetivo mais imediato.

A primeira jornada da prova foi

suspensa. Isso alterou alguma

coisa na programação da sua

equipa?

Em termos de planeamento teria sido bom começarmos o campeo-nato em casa, era um fator impor-tante jogarmos a primeira partida em Serpa, porque há muito tempo que não jogávamos neste escalão e isso teria sido motivador, tanto para a equipa como para o pú-blico. Por outro lado, como ganhá-mos em Sines naquele que acabou por ser o nosso primeiro jogo, essa questão foi ultrapassada.

Um triunfo em Sines, outro em

casa com o Costa D’Oiro. E ama-

nhã no Redondo?

O Sines e o Costa d’Oiro são equipas do nosso campeonato. Amanhã com o Redondo é que va-mos avaliar o nosso nível compe-titivo, saber em que ponto está o nosso rendimento relativamente àquele trio que antes referi e que considero serem as equipas mais fortes da nossa série. Não estare-mos muito distantes, no entanto, os resultados é que o dirão.

Quais são os grandes argumentos

da sua equipa?

Principalmente o facto de termos uma boa defesa, um bloco coeso e depois tentarmos jogar bem no contra-ataque e em velocidade, mas o mais importante, de facto, é defendermos bem.

Há muitas equipas alentejanas

nesta série…

O campeonato desta época tem essa particularidade. Pela pri-meira vez, é organizado por uma associação, neste caso a do Algarve, e estão em prova apenas as equipas do Alentejo e Algarve. Para nós é mais aliciante e, em termos financeiros, é bom para o clube porque não temos desloca-ções muito longas.

A Associação Portuguesa “Movimento Contra a Obesidade” realiza,

no próximo fim de semana, a segunda edição da iniciativa “Beja em

Movimento”. O certame, dirigido a toda a população, inclui a 2.ª maratona

BTT “Luta conta a Obesidade” e a 1.ª corrida “Pelos valores da vida”. O

evento decorre no multiusos da ExpoBeja e inclui atividades radicais,

um passeio pedestre, um ateliê de culinária e feira de bicicletas usadas.

“Beja em Movimento”

este fim de semana

Page 21: Ediçao N.º 1593

Diário do Alentejo2 novembro 2012

21institucional diversos

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Diário do Alentejo n.º 1593 de 02/11/2012 Única Publicação

VENDABEJA

Falência de JOSÉ MARIA DA COSTA MIRA ALMODÔVAR

FLORENTINO MATOS LUIS, Liquidatário Judicial, com escritório na Ave-nida Almirante Gago Coutinho, 48-A - 1700-031 LISBOA, nomeado nos Autos de Falência n°. 254/04.3TBBJA a correr termos pelo 2°. Juízo do Tribunal Judicial de Beja, em que foi declarado falido JOSÉ MARIA DA COSTA MIRA ALMODÔVAR, faz saber que, ouvida que foi a Comissão de Credores, vai proceder à venda no estado fi sico e jurídico em que se encontram, por negociação particular e por meio de propostas que serão remetidas em carta fechada, dos seguintes imóveis:

Verba n.º 11/2 do prédio “misto” denominado “Monte Adiante”, sito na freguesia de Ca-

beça Gorda, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha n°. 00251/190689, composto por uma parte rústica (art°. matricial n°. 3 da Secção G1) e outra urbana (art°. matricial 595), com a área total de 150.4750 ha., pelo valor (base de licitação) de 158.900,00 €

Verba n.º 21/2 do prédio misto – Herdade do Picamilho, sito na freguesia de Santa Clara

de Louredo, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha n°. 00084/190689, composto por uma parte rústica (art°. matricial n°. 7 da Secção E) e outra urbana (art°s. matriciais n°s. 233 e 234), com a área total de 229,93 89 ha., pelo valor (base de licitação) de 243.600,00 €

Verba n.º 31/3 do prédio “urbano” denominado “Moinho do Poço”, sito na freguesia de

Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha n°. 00729/070292, c/ a s.c. de 1237 m2 e s.d. de 65 m2., pelo valor (base de licitação de 3.150,00€

Verba n.º 41/3 do prédio “urbano” denominado “Herdade do Monte Carril”, sito na

freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha n°. 00730/070292, c/ a área de 246 m2., pelo valor (base de licitação) de 630,00 €

Verba n.º 51/3 do prédio “urbano” situado à “Herdade do Monte Carril”, sito na freguesia

de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha n°. 00733/070292, c/ a área de 146 m2., pelo valor (base de licitação) de 350,00 €

Verba n.º 61/3 do prédio “misto” denominado “Herdade da Almocreva”, (no qual se situa

“O Sítio Arqueológico de Pisões”, classifi cado de interesse público pelo Dec.-Lei n°. 251/70, publicado no Diário do Governo n°. 129, de 3 de Julho), sito na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha n°. 00726/070292, composto por uma parte rústica (art°s. matriciais n°. 3 da Secção C e 28 da Secção E – c/ 657,5725 ha) e outra urbana (art°s. matriciais 209, 2057, 2058, 2059 e 2060 – c/ 2.928 m2)., pelo valor (base de licitação) de 950.000,00 €

Consigna-se que deste prédio foi, pela Universidade de Évora, destacada a área de 125,878 ha, encontrando-se tal destaque registado na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha n°. 2537/20090921, da freguesia de Santiago Maior, pelo que a área efectiva do prédio, no que à parte rústica diz respeito, é de 531,6975 ha e não 657,5725 ha.

Verba n.º 81/3 do prédio “urbano” situado à “Herdade do Monte Carril”, sito na freguesia

de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha n°. 00732/070292, c/ a área de 172 m2., pelo valor (base de licitação) de 420,00 €

Verba n.º 91/3 do prédio “urbano” situado à antiga “Herdade da Torre de Carrilho”, sito

na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha n°. 00727/070292, c/ a área de 189 m2., pelo valor (base de licitação) de 455,00 €

Verba n.º 101/3 do prédio “urbano” denominado “Herdade da Chanoca”, sito na freguesia

de Santa Vitória, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha n°. 00327/070292, c/ a área de 200 m2., pelo valor (base de licitação) de 490,00 €

Para efeito da apresentação das propostas, os bens podem ser vistos mediante marcação pelos telefones 218406953 ou 917247040.

REGULAMENTO:– As propostas serão remetidas, até ao dia 12/11/2012, que inclui a data

do registo de expedição dos CTT, remetidas em envelope fechado, por sua vez introduzido em carta registada, dirigida ao Liquidatário Judicial da falência de JOSE MARIA DA COSTA MIRA ALMODOVAR, Florentino Matos Luis, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, n°. 48-A, 1700-031 LISBOA, Telef. 218406953.

– As propostas deverão ser de valor igual ou superior ao de base de licitação e deverão conter: nome ou denominação completa da entidade proponente; morada ou sede social; número de contribuinte ou de pessoa colectiva; representante, em caso de pessoa colectiva, indicação de telefone e/ou fax de contacto e valor ofere-cido por extenso, bem como a identifi cação da(s) verba(s) a que se reporta(m).

– A abertura das propostas realizar-se-á no dia 15/11/2012, pelas 15H00, no Tribunal Judicial de Beja, perante o Liquidatário Judicial e a Comissão de Credores, onde deverão comparecer os proponentes, condição para que as s/ propostas sejam aceites. Serão excluídas as propostas que não contenham todos os elementos solicitados.

– Desde que exista mais que um proponente com propostas válidas serão os mesmos convidados a licitarem entre si a compra dos bens, cujo valor base de licitação será o da melhor proposta recebida, o que se fará nas mesmas instalações pelas 15H30 do referido dia 15/11/2012.

– Se os bens identifi cados sob as verbas n.°s 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9 e 10 forem adjudicados, o promitente comprador entregará um cheque no valor de 20% do preço, devendo fornecer no prazo de 8 (oito) dias os seguintes documentos: Certidão do Registo Comercial (caso de pessoa colectiva); fotocópia do cartão de pessoa colectiva ou n°. fi scal de contribuinte; Bilhete de Identidade do comprador ou do representante da pessoa colectiva;

– No que concerne às verbas n.°s 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9 e 10, também se recebem propostas por valor inferior ao anunciado, no entanto, caso tal se venha a verifi car, estas fi cam condicionadas à aceitação da Comissão de Credores.

– A competente escritura de compra e venda será realizada no prazo máximo de 60 dias, após a data da licitação, em dia, hora e local a notifi car ao comprador, devendo este, até 10 dias antes da celebração da mesma depositar à ordem da massa falida na C. G. D. o valor remanescente ainda em falta.

– Se não for possível realizar a escritura por razões imputáveis ao promitente comprador, este perderá o sinal entregue.

– Serão de conta do comprador todos os encargos legais decorrentes da compra, designadamente o IMT, escritura e registos. São igualmente por conta do comprador os encargos de emolumentos com o cancelamento dos ónus existentes.

– Caberá ao Meritíssimo Juíz do processo de falência, a resolução de todas e quaisquer questões surgidas, que não estejam contempladas no presente regulamento.

O Liquidatário JudicialFlorentino Matos Luís

Diário do Alentejo n.º 1593 de 02/11/2012 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE CUBA

AVISONos termos do n.° 2 do artigo 78.° do Decreto-Lei

n.° 555/99, de 16 de Dezembro, na redação que lhe foi conferida pelo Dec-Lei n.° 26/2010, de 30 de março, tor-na-se público que a Câmara Municipal de Cuba emitiu, em 24 de outubro de 2012, o alvará de Licenciamento de Loteamento n.° 1/2012, em nome de José Francisco Relíquias Marques e outros, contribuinte n.° 104620749, através do qual é licenciado o loteamento que incide sobre o prédio urbano sito na Rua Nova, n.°(s) 11,13, 15, lugar de Albergaria dos Fusos, da freguesia de Vila Ruiva, descrito na Conservatória do Registo Predial de Cuba sob o n.° 959, e inscrito na matriz predial urbana sob o art.° n.° 761, da respetiva freguesia.

A operação de loteamento cujo licenciamento foi aprovado por deliberação de Câmara de 26/09/2012, respeita o disposto no Plano Diretor Municipal e apre-senta, de acordo com a planta que constitui o anexo 1, as seguintes características:

Área total de terreno a lotear 935,10m2Área total dos lotes: 935,10m2Área total de construção: 202,40m2Número de lotes constituídos: 2,Número de pisos acima da cota de soleira: 1Número de lotes para habitação: 2Alvará de loteamento sem obras de urbanização.Paços do Município de Cuba, 24 de Outubro de

2012.O Presidente da Câmara Municipal

Francisco António Orelha

Diário do Alentejo n.º 1593 de 02/11/2012 Única Publicação

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA

DE ALJUSTREL

CONVOCATÓRIANos termos do disposto no n.º 1 do Artigo 30º do

Compromisso da Santa Casa da Misericórdia de Aljus-trel e n° 2 do Artigo 59 do Decreto Lei 119/83 de 25 de Fevereiro, convoco os Irmãos a reunirem em Assembleia Geral Ordinária, no dia 15 de Novembro de 2012, pelas dezanove horas e trinta minutos , no Edifício do Lar do Jardim sito na Avenida 1° de Maio, em Aljustrel, com a seguinte ordem de trabalhos:

1 - Período de antes da ordem do dia.2 - Apreciação e votação da Conta de Exploração

Previsional e Orçamento de Investimentos, para o ano de 2013.

3 - Outros assuntos de interesse para a SCMA.Nos termos do n.° 2 do Artigo 28.° do Compromisso

da Misericórdia, se à hora marcada não estiver presente maioria legal, a sessão terá lugar meia hora depois, em segunda convocatória, com qualquer número de irmãos.

Nota: Os documentos a apreciar, respeitantes ao ponto 2 da ordem de trabaIhos poderão ser consultados na sede Social da Instituição a partir de 12/11/2012 das 9h00 às 17h00.

Aljustrel, 30 de Outubro de 2012.O Preidente da Assembleia Geral

Luís Maria Bartolomeu Afonso da Palma

Diário do Alentejo n.º 1593 de 02/11/2012 Única Publicação

No âmbito da abertura do Lar Residencial “Vidas Colori-das II” pretende a CERCIBEJA admitir os(as) seguintes profi ssionais: Ajudante de Acção Directa (2 vagas - contrato a tempo

completo e a termo resolutivo incerto); Ajudante de Acção Directa (2 vagas - contrato a

tempo completo); Trabalhador(a) Auxiliar (Serviços Gerais) (contrato a

tempo inteiro); Licenciado(a) em Serviço Social (contrato a tempo

parcial).Requisitos:1. Formação adequada lugar a que se candidata (pre-ferencial, excepto no caso da Licenciatura);2. Experiência profi ssional comprovada (preferencial);3. Idade inferior aos 40 anos (preferencial);4. À procura de primeiro emprego ou em situação de desemprego de longa duração (preferencial);5. Carta de condução (preferencial);6. Espírito de equipa;7. Disponibilidade imediata.

O prazo de candidatura decorre nos 5 dias úteisa partir da publicação

Deverão os(as) interessados(as) enviar Curriculum vitae para:

Por correio: Cercibeja – Quinta dos Britos, Apartado 6115 – 7801(908) Beja

ou por e-mail: [email protected].

Diário do Alentejo n.º 1593 de 02/11/2012 Única Publicação

UNIÃO DOS SINDICATOS

DO DISTRITO DE BEJA/CGTP-IN

CONVOCATÓRIANos termos do número 1 do artigo 29º e para efeitos

do disposto na alínea d) do artigo 25º.dos Estatutos e conforme deliberação da Direcção já comunicada aos Sindicatos fi liados, convoca-se o Plenário Eleitoral da União dos Sindicatos do Distrito de Beja/CGTP-IN, para reunir, em sessão ordinária, no dia 08 de Dezembro de 2012 pelas 09,00 horas, nas instalações do SINDICATO DA INDUSTRIA MINEIRA, Largo do Mineiro, nº 15 – 7600 ALJUSTREL com a seguinte:

ORDEM DE TRABALHOS1. Discussão e deliberação sobre o regulamento de

funcionamento do Plenário Eleitoral;2. Discussão e deliberação sobre o Programa de

Acção para o quadriénio 2012/2016;3. Eleição dos Órgãos Dirigentes da USDBEJA/

CGTP-IN para o quadriénio 2012/2016.Beja, 13 de Agosto de 2012

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Page 22: Ediçao N.º 1593

Diário do Alentejo2 novembro 2012

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Page 23: Ediçao N.º 1593

Diário do Alentejo2 novembro 2012

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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido ValenteDr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de LisboaDr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de BejaDr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de BejaDr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumarDr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina FamiliarDr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de BejaDrª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de LisboaDr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. BejaDr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de ÉvoraDr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do SonoDr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo AlentejoDr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/ObstetríciaDr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante SantoDr. Jorge Araújo – Ecografi as ObstétricasDr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de BejaDr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta.Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação VocacionalDr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da FalaDr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

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Page 24: Ediçao N.º 1593

Diário do Alentejo2 novembro 2012

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Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail [email protected]

Desejo assinar o Diário do Alentejo, com início em _______________, na modalidade que abaixo assinalo:

Assinatura Anual (52 edições): País: 28,62 € Estrangeiro: 30,32 €

Assinatura Semestral (26 edições): País: 19,08 € Estrangeiro: 20,21 €

Envio Cheque/Vale Nº___________________ do Banco _____________________________________

Efectuei Transferência Bancária para o NIB 0010 00001832 8230002 78 no dia ___________________ Nome _______________________________________________________________________________

Morada ______________________________________________________________________________

Localidade ___________________________________________________________________________

Código Postal ________________________________________________________________________

Nº Contribuinte ________________________Telefone / Telemóvel ______________________________

Data de Nascimento __________________________________ Profissão _________________________

*A assinatura será renovada automaticamente, salvo vontade expressa em contrário* Cheques ou Vales Postais deverão ser emitidos a:

AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral

Cuba

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Francisco Jorge Bancaleiro Moreira

Sua família, na impossibilidade de fazer pessoalmente,

agradece por este meio a todas as pessoas que o acom-

panharam à sua última morada ou que de outra forma ma-

nifestaram o seu pesar.

António Simenta de CarvalhoNasceu a 07/07/1926 em Beja

Faleceu a 25/10/2012 em Sines

“Num contacto de serviço que tive hoje, pelas três horas da ma-nhã, com a estação, recebi a triste notícia da inesperada morte do meu Mestre, Camarada e Amigo António Simenta de Carvalho.Iniciou a sua actividade na Corporação de Pilotos do Douro e Leixões em 20 de Maio de 1958. Foi o Piloto nomeado pela Comissão Central para iniciar os serviços da Secção de Pilotagem no futuro Porto de Sines, em 1976, por ter manifestado vontade para tal. Manteve-se no act ivo a té ao d ia 22 de Ju lho de 1991, a l tu ra em que comple tou 65 anos de ida-de e, muito contra a sua vontade, teve de se reformar.Foi um Homem bom, extremamente educado, sério e de trato fácil, com quem tive o privilégiode aprender os primeiros pas-sos na actividade, sempre pronto a esclarecer as inúmeras dúvidas com que se depara quem está a iniciar uma carreira.Foi-se o Homem, ficou o legado. Não tenho a míni-ma dúvida que a ‘escola’ Simenta de Carvalho preva-lece e prevalecerá nesta PLT. A ‘arte’ tem sido passada aos que se lhe tem seguido. Este Porto deve-lhe muito.Mantinha a vontade de estar actualizado. Sempre que nos en-contrávamos, o que acontecia inúmeras vezes, o tema principal da conversa era a Pilotagem. Queria ter conhecimento de tudo que se passava ao nível das novas tecnologias, dos desenvolvi-mentos das ‘ajudas’ à actividade, dos relatórios dos congressos internacionais. Ainda há poucos dias, quando o vi pela última vez, me lembrou que estava em falta com ele por não lhe ter feito che-gar as conclusões do Congresso da International Maritime Pilots Association, que se realizou em Londres no início deste mês.Foi meu ‘conselheiro’ nas horas más que a Pilotagem na-cional passou, com a sua experiência de largos anos.Nunca o esquecerei.Paz à sua alma”

João Francisco de Amorim CarvalhoChefe dos Pilotos de Sines.

de Sines.

A família agradece todas as manifestações de solidariedade e pesar neste momento de dor.

Page 25: Ediçao N.º 1593

Diário do Alentejo2 novembro 2012

necrologia diversos 25

VENDE-SEExploração agrícola

Rio de Moinhos/Aljustrel

144,5 ha (divididos em 5 parcelas juntas), vedada,

2 charcas + furos, será abrangida pelo plano de

rega do Alqueva na última fase de construção.

Contactar pelo tm. 917824571

MISSA

José Fernando

Ravasco da Palma

Guerreiro

3.º Ano de Eterna Saudade

A sua família participa a todos

as pessoas de suas relações

e amizade que será celebra-

da missa pelo eterno descan-

so do seu ente querido no dia

03/11/2012, sábado, pelas

18 e 30 horas, na Igreja do

Carmo, em Beja, e agradece

desde já a todos os que nela

participarem.

AGRADECIMENTO

António Luís TeixeiraN. 14/05/1923 F. 12/10/2012

Agradecemos a todos os familiares e amigos que neste doloroso

momento nos acompanharam e deram força.

Emília Simenta de Carvalho Teixeira

Maria Paula de Carvalho Teixeira

Aldeia de Ruins – Ferreira do Alentejo

AGRADECIMENTO

E MISSA DE 30.º DIA

Flora de Carvalho

Sua fi lha, genro e netos agradecem reconhecidamente a todas

as pessoas que se dignaram assistir ao funeral da sua ente

querida ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Agradecemos de uma forma muito particular a todos os fun-

cionários da Casa de Repouso Henry Dunant, em Beja (Cruz

Vermelha Portuguesa), pelo apoio e carinho demonstrados

de forma tão calorosa e humana durante a sua estadia na

instituição.

Será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia

08/11/2012, quinta-feira, às 18 e 30 horas, na Igreja do Carmo,

em Beja.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor JOAQUIM ANTÓNIO BICHO, de 86 anos, natural de Salvador - Beja. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 26 de Outubro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

MINA DA JULIANA / SANTA VITÓRIA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIANA VITÓRIA BRAVO PAQUETE, de 71 anos, natural de Ferreira do Alentejo, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Outubro, da Casa Mortuária da Mina da Juliana, para o cemitério de Santa Vitória.

TRINDADE

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA CUSTÓDIA SILVA, de 85 anos, natural de Trindade - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Outubro, de Casa Mortuária da Trindade, para o cemitério local.

SANTA CLARA DE LOUREDO / BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA BOLOTINHA, de 91 anos, natural de Marrocos, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Outubro, da Casa Mortuária de Santa Clara do Louredo, para o cemitério de Beja.

BERINGEL

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA DE ALMEIDA MATOS, de 81 anos, natural de São Teotónio - Odemira, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Outubro, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

MOMBEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor JOSÉ CARLOS INOCÊNCIO GONÇALVES, de 82 anos, natural de Mombeja - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Outubro, da Casa Mortuária de Mombeja, para o cemitério local.

VILA ALVA / ALFUNDÃO

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA JÚLIA SOARES, de 77 anos, natural de Alfundão - Ferreira do Alentejo, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 28 de Outubro, da Casa Mortuária de Vila Alva, para o cemitério de Alfundão.

FIGUEIRA DE CAVALEIROS

†. Faleceu a Exma. Senhora D. CONCEIÇÃO DA GRAÇA SALGADO DOS SANTOS, de 80 anos, natural de Figueira dos Cavaleiros - Ferreira do Alentejo, casada com o Exmo. Sr. João José Santana. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 28 de Outubro, da Casa Mortuária de Figueira de Cavaleiros, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. AURA DA GLÓRIA BARROS DA COSTA, de 80 anos, natural de São Sebastião - Lagos, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30 de Outubro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremada.

TRIGACHES

†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. FRANCISCO JOSÉ TORRÃO, de 86 anos, natural de Beringel - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Margarida D'Assunção Matias. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30 de Outubro, da Casa Mortuária de Trigaches, para o cemitério local.

NOSSA SENHORA DAS

NEVES

†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. JOSÉ CARLOS BARROCAS DUARTE, de 47 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Elisabete Maria Beirão Barbancho Duarte. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30 de Outubro, de Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

BEJA / CORTE DO PINTO

†. Faleceu a Exma. Senhora D. BÁRBARA MARIA EUGÉNIO, de 66 anos, natural de Salvador - Serpa, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 31 de Outubro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Corte do Pinto - Mértola

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. JOAQUIM DOS SANTOS PAULINO CASACA, de 69 anos, natural de Beringel - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 01 de Novembro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

NOSSA SENHORA DAS NEVES

†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. FLORÊNCIO ROSA DAVID, de 77 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Custódia de Jesus das Neves. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 01, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

Às famílias enlutadas

apresentamos as nossas mais

sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309

www.funerariapaxjulia.pt E-mail: [email protected]

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

Moura

PARTICIPAÇÃO

João Palma GomesÉ com pesar que participamos o falecimento do sr. João Palma Gomes

ocorrido no dia 28/10/2012, de 80 anos, casado com a sra. D. Georgina

dos Santos Ricardo, natural da freguesia de Aldeia Nova de São Bento.

O funeral a cargo desta agência realizou-se no dia 29/10/2012, pelas

12 horas, da Casa Mortuária de Moura para o cemitério local.

Apresentamos à família as cordiais condolências.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDAGerência: António Coelho

Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 | Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

Vidigueira

AGRADECIMENTO

Ana Maria

Doutor Caetano Nasceu a 22.03.1929

Faleceu a 29.10.2012

Sua família, na impossibi-

lidade de o fazer pessoal-

mente, agradece por este

meio a todas as pessoas

que a acompanharam à sua

última morada ou que de

outro modo manifestaram

o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA

ESPÍRITO SANTO, LDA.Tm.963044570 – Tel. 284441108

Rua Das Graciosas, 7

7960-444 Vila de Frades/Vidigueira

Page 26: Ediçao N.º 1593

Diário do Alentejo2 novembro 2012

26

76%É a percentagem de leitores de jornais

que no distrito de Beja todas as semanas leem o “Diário do Alentejo” na sua versão papel.

No Facebook, todos os dias, mais de 4 000 leitores seguem a atualidade

regional na página do “DA”.

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Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011

Todas as semanas

os leitores do “Diário

do Alentejo” vão ter descontos.

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dar um impulso à economia local e, por outro, ajudar

os consumidores

neste tempo de crise.

Aproveite as oportunidades.

Page 27: Ediçao N.º 1593

Diá

rio d

o A

lent

ejo

2 no

vem

bro

2012

27Há cerca de uma semana que o salão Laura Fish SPA, sediado em Beja, acolheu os chamados peixes Garra Rufa.

Descobriu-se há uns anos atrás as propriedades curativas destes peixes que são procurados por gente de todo

o mundo em busca de uma solução para os mais diversos problemas de pele. A sua função de descamação é

instintiva e extremamente agradável. O Garra Rufa não possui dentes e alimenta-se exclusivamente das peles

mortas por um efeito de sucção delicada. O salão Laura tem agora um amigo que cuida de si através de uma

experiência única de tratamento e beleza que esta maravilhosa invenção da natureza oferece.

PeixeGarra Rufa

em Beja

As marcas ainda são importantes

É fundamental regressarmos ao comércio tradicional

A Davide & Filhos, Lda, mais conhecida como a loja Expert, fundada há uma dé-cada com a abertura de uma loja em Ferreira do Alentejo, inaugurou em 2012 um novo espaço em Beja. A operar desde 1990, a empresa reagiu às exigên-cias do mercado em 2003 com a aber-tura de um ponto de venda, separando assim o comércio da assistência técnica.

Publireportagem Sandra Sanches

A Davide & Filhos, Lda, empresa familiar constituída por dois sócios e dois cola-boradores, é especializada no comér-

cio e assistência técnica de eletrodomésticos, informática, eletrónica de consumo e climati-zação, bem como ar condicionado e energias renováveis, frio industrial, equipamento hote-leiro e artigos para o lar.

Atualmente é o elevado sentido de hones-tidade e responsabilidade com foco na satisfa-ção da necessidade do cliente que sustenta um modelo de negócio com mais de 20 anos de experiência.

O facto de ser também um concessioná-rio de assistência técnica autorizada de vá-rias marcas, segundo refere Ricardo Ribeiro Alves, gerente comercial e sócio, “permite-nos um serviço pós- venda de excelência com co-nhecimentos técnicos profundos sobre os ar-tigos, o que se traduz numa vantagem diferen-ciadora para o cliente no momento da decisão de compra”.

Considerando apenas as vendas,

atualmente a Expert concentra um maior nú-mero de clientes no concelho onde está se-diada, Ferreira do Alentejo, onde é líder de mercado. No entanto, a proximidade dos con-celhos de Aljustrel e Beja faz com que os mes-mos surjam na segunda e terceira posição do volume de vendas, embora a recente inaugu-ração da Expert em Beja esteja a inverter rapi-damente esta ordenação. Por outro lado, con-siderando os clientes de assistência técnica, a concessão autorizada de algumas marcas fez com que o território geográfico de ação se alar-gasse, abrangendo clientes de Troia a Odemira, numa faixa que se prolonga por todo o interior até aos limites da fronteira.

Detentores de vários canais de comunica-ção, têm também clientes do ramo privado, empresarial e imobiliário em todo o território nacional, com mais ênfase no Algarve, Grande Lisboa, Santarém e Grande Porto.

A ameaça das grandes superfícies comer-ciais, parece não passar de um mito para a Expert. “A realidade é que os preços flutuam quase diariamente e é mais difícil ao comér-cio tradicional ou a retalho atualizá-los por uma questão de disponibilidade dos recursos humanos absorvidos nas tarefas de gestão”, afirma Ricardo Alves, adiantando que, “por outro lado, a demora na competitividade do comércio tradicional face à distribuição mo-derna fidelizou o consumidor às grandes su-perfícies, onde os ‘produtos âncora’ alavancam a compra por impulso de outros artigos muitas vezes mais caros que no comércio tradicional. Não há dúvida de que o surgimento da grande

distribuição em Portugal surpreende os clien-tes com a quantidade de artigos em exposição, bem como com as marcas brancas, mais ba-ratas embora de qualidade inferior, mas que agarram o consumidor. No ramo dos eletro-domésticos, à semelhança dos automóveis, as marcas ainda são muito importantes”.

Segundo o lema da Expert, a proximidade com o cliente permite oferecer um serviço de “valor acrescentado”, satisfazendo a sua real necessidade - a dificuldade reside, muitas ve-zes, em perceber qual o produto que melhor serve. Ricardo Alves refere que “a nossa expe-riência e posição no mercado permite-nos afir-mar que as opções de investimento a médio ou longo prazo são mais inteligentes; mais do que nunca é importante preferir produtos com ci-clos de vida longos de forma a valorizar o es-forço de compra”.

É inegável que, face à conjuntura eco-nómica do País, já se viveram dias melho-res, mas, para esta empresa, há também muito alarmismo em torno deste assunto. A Expert acredita que existem grandes as-simetrias sociais resultantes de uma ges-tão menos boa dos orçamentos familia-res, entre outras variantes, o que provocou uma “morte lenta” do comércio de proximi-dade. E afirma ser importante, mais do que nunca, olhar-se para os restantes países da Europa e regressarmos ao comércio tradi-cional, mais sustentável, que promove em-pregos estáveis e melhor remunerados, e preserva a unidade familiar, numa lógica de protecionismo económico regional.

Mercado automóvel enfrenta “a maior crise de sempre”

O empresário bejense António Chícharo

considera que o mercado automóvel

enfrenta atualmente a maior e a mais

longa crise de que há memória, não sendo

previsível a sua solução a curto prazo. “A

crise ainda vai continuar, porque além

de ser económica e financeira, é também

uma crise política e de valores. Os nossos

políticos não têm instrumentos nem

capacidade de resolver a quebra que se

sente nesta altura no mercado automóvel”,

refere o responsável pela empresa

concessionária da Toyota no distrito de

Beja e presidente da Associação Nacional

das Empresas do Comércio e da Reparação

Automóvel (Anecra).

Adega de Vidigueira quer aumentar exportação de vinhos

A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e

Alvito (Acvca) quer aumentar a exportação

de vinhos, reforçando vendas para

mercados onde já atua, sobretudo Angola, e

conquistando novos, como o Canadá, para

onde prepara uma primeira encomenda.

“O volume de vinhos exportados pela adega

é baixo em relação ao desejável” e por

isso “queremos, claramente, aumentar o

volume de exportação dos nossos vinhos”,

refere o presidente da Acvca, José Miguel de

Almeida. Para tal, explicou, a adega, para

já, quer “consolidar e reforçar” a presença

nos mercados para os quais já exporta,

nomeadamente Angola, o mercado

“mais emblemático”, e “conquistar novos

mercados”, como o Canadá.

I Encontro de Produtoresde Vinho da Costa Alentejana

Foi no passado dia 26 de outubro, na

Herdade das Barradas da Serra, em

Grândola, que se reuniram vários

produtores de vinho da costa alentejana,

com o objetivo de dar a conhecer a

qualidade dos vinhos produzidos

na região. O evento, promovido pela

Entidade Regional de Turismo do

Alentejo Litoral e pela Associação de

Desenvolvimento do Litoral Alentejano,

contou com a participação de um vasto

leque de produtores vitivinícolas da

região, nomeadamente Herdade do

Brejinho, Herdade do Cebolal, Herdade

da Comporta, Herdade das Cortes de

Cima, Herdade da Monteira, Herdade

dos Nascedios, Herdade do Porto Carro,

Herdade das Soberanas, Monte da

Serenada e Pinheiro da Cruz. Com o

destaque da “Costa Alentejana”, o primeiro

encontro sobre os vinhos produzidos no

seu território revelará mais um segmento

da sua vocação turística com ofertas de

grande qualidade.

EmpresasNuNNuNuNuNuNuNuNuNuNNuNNNN mamamamamamamamamam a altura a ememem q queeeeeeeeeeeeeeeeeeeueeeeeosososososososos hhh hhhh hhhhhhipipipipipipipipipippppererererererrerrererererererere mememememememeemmmmmeeeercrcrcrcrcrcrccrcrcrcrcrcrccrr dddddddddadddaddadadadaaaadadadadadadaddadadosososososossososososo ssssssssssss sseeeeeeeeeeeeeeee eeeeeeeeimimimimpupuppupppp nhnhhamamaamamamamaamamaaaamaa cccccccc ccomomomomomomomomomommommomoom fffffffffff ff fffffiriririririiiiririiiiiirrriiri memememememememememmememememezazazazazaazazazzazzazazaa,,,,,,,,,,,a emememememememememememmemememeeememememeememmemeemememeeeeeeemmeee prprprprprpppppprrrrprrrppprrrrrrrrrprrrrrrprrrrprrrp esesesesesesesesesesesesesessesessssesseseeeeesesesessesa fafafffffffffffffffffffffffff miiiiiiiiilliillilll aaaraaararaarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrassosososoooooooossosooooooooooociciciciciciciciciciiciicicc ouoououououououououuouououououuooooouoooouoouuuuu---s-see à ceeeeeeeeeeeeennntntttttttntttttttttttttttttttnttttttttttrararraaarararaaraaaarraraararaaraararraldeddddddddddddd comoomomomomomommmmmommmoommmmoomommoomprasas C oddddddddddddddeele poooooooooooooooorrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr(d(d((d(d(d(d((d(d((((((((((d(dd(d(d(d(ddd(d(d(ddd(dd((( ttetetenttooootooototoooootoooootooooooooooooooraa d da a innnnnnnnsíggggnggngngngngngnng iaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiaaaaaaaaaEEExExExExExExEEEExEEExEEExEExExExEEEEExExEExpepepepepepepepepepeepepepeppeepepepppepp rtrtttrtrttrttrtttrtrtrttt eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeemmm mmmm PoPortrtuuuuuuguuuuuuu aaaalalalalalalalaaaaaaaa )))),)))ppppppeeppp rmrmrmrrmrrmitititinddddddoddodddddodoooo ssssss s sssssusususususususuusususususussusususussusususttteeeeeteeeteeeeeeteeetteeeettetetettetettetetetetttetetetetentntttntttttttttttntntntnntnntntntntntnntntntntntntntntntnttararararararararrarrararararaarrrarararararraararraraaaarararararo oooooooooo nnnneenenenneeeneeennnn ggócicccccccccccccccccccccccc oo o o oooo ooo cccccocccooccocccccocccocccooc mm mm m m m m umumumumumumumumuuma aaaaaaa gagagagagagagaggamamamamamamammmammamamamamamammmmmmmmmmmmm mammamaaaamamaamammmmmmamaaaaisissss aa a a aaalaaaaargrrgrgrgrgrgrgrgrggggrggggrgrggrrggrgggggadadaaddadadaddddaaadddaddddaaddaadaaaddddadadaaadadadaadddda aaaaaaaaaaaa dededededededededededede pppppppppppprorororrodddududduduudududud totttttttttottotottttttottosssssssssssss sssa pprppprprprprrrrprpprprpprrrreçeçee oooosossssssssoosssssosssososs ccc ccccccc cccc cccccccc cccomoooooomomomommomomoooommooo petitit vooss.s.ss

Page 28: Ediçao N.º 1593

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Como fazer um ovo cozido em forma de coração.

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À soltaAgora que se aproxima o Dia de São Marti-nho as duas próxi-mas pági-nas serão de-dicadas a esta celebração que marca o início do outono. E porquê São Mar-tinho? Conta a lenda que certo dia um soldado romano chamado Mar-tinho estava a caminho da sua terra natal. O forte frio que se fazia sentir quase regelava os ossos. Ao ver um mendigo cheio de frio, Martinho ras-gou a sua capa em duas partes ofere-cendo uma delas. Nesse mesmo ins-tante o frio parou e o tempo aqueceu. Lenda ou não a verdade é que ainda hoje por essa altura o tempo brinda- -nos com um sol morno que apetece tirar a roupa. A este tempo chama-mos-lhe verão de São Martinho.É nesta altura que as castanhas e a água pé (vinho mais fraco) são in-gredientes à mesa como manda a tradição.

É inaugurada no próximo dia 13 a exposição intitulada “Matilde Rosa Araújo – O Destino

das Fadas”, que estará patente ao público até ao dia 15 de dezembro, na Biblioteca Municipal

Abade Correia da Serra, em Serpa. A entrada é gratuita e convidam-se as escolas e os pais a

aventurarem-se nesta viagem evocativa da vida e obra da escritora. A exposição foi cedida pela

Sociedade Portuguesa de Autores. Para visitas guiadas é necessário uma inscrição prévia. O

horário é de terça-feira a sábado, das 10 às 13 horas e das 14 e 30 às 19 horas.

Serpa revisita o mundo

de Matilde Rosa Araújo

Pais A páginas tantas... Já tínhamos falado de Shaun Tan a propósito dos livros A Ár-vore Vermelha e Contos dos Subúr-bios, mas chegou recentemente às livrarias pelas mãos da edi-tora Kalandraka um novo livro do mesmo autor que se chama A Coisa Perdida. Duas persona-gens um tanto bizarras, um ra-paz e uma “coisa perdida”. O autor e ilustrador apresenta-nos uma diferente e melan-cólica narrativa sobre a dife-rença e a amizade, num cená-rio completamente futurista e industrializado. Em 2011 o au-tor ganhou o Óscar de Me-lhor Curta Metragem de Ani-mação com o filme “The lost thing” a partir deste livro. Po-des ver um pouco a partir deste link http://www.youtube.com/watch?v=wExXAFx6dZQ

Dica da semanaNa semana passada prometemos falar um bocadinho da pintora Frida Kahlo a propósito da tradição mexicana do “Dia dos mortos”. Mas a obra desta pintora não se resume a isso, apesar de toda a sua vida estar envolta num grande dramatismo. Nasceu no México em 1907, vindo a falecer em 1954. Em criança foi vítima de uma doença que a obrigou a passar grande parte do tempo na cama e aos 18 anos sofreu um acidente gravíssimo que a deixou de novo sem poder andar. Toda esta angús-tia, tristeza e solidão acabaram por passar dos pincéis para as suas telas. Existe um livro (ainda não foi editado em português de Portugal) que explica aos mais peque-nos a vida e obra desta artista. O livro foi escrito por Jo-nah Winter e ilustrado por Ana Juan. Podes conhecer mais um pouco desta ilustradora em http://www.ana-juan.net/.

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Boa vida

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Comer Sopa de bacalhau com ovos e ervas alentejanas

Ingredientespara 4 pessoas:

800 g. de bacalhau (de preferência postas e abas);1,5 dl. de azeite; 1 pimento verde;1,5 kg. de tomate maduro sem pele e sem sementes;3 cebolas;4 dentes de alho;q.b. de hortelã da ribeira;q.b. de poejos;8 batatas grandes cortadas às rodelas não muito grossas;q.b. de sal grosso;1 pão do dia anterior;4 ovos.

Confeção:Coloque um tacho ao lume com azeite, cebolas e alhos às rodelas e sal. Deixe alourar um pouco e junte o tomate esmagado com a mão. Adicione água suficiente para a sopa e quando começar a ferver junte as batatas.Quando estas estiverem quase cozidas, junte o pimento às tiras e o bacalhau.Por fim coloque os ramos de hortelã da ribeira e os poejos. Retifique o tempero a seu gosto.Retire um pouco de caldo para um tacho e escalfe os ovos.Numa terrina coloque o pão cortado às fatias finas. Tire para uma travessa o bacalhau e as batatas e na terrina coloque o caldo.Sirva de imediato e bom apetite.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

LetrasO bairro da Estrela Polar

O autor mourense Fran-cisco Moita Flores acaba de lançar um novo livro

que é a versão mais elaborada do argumento da série televisiva “O bairro”, ainda sem data de estreia prevista. Produzida pela TVI e protagonizada por Maria João Bastos, a série tem como referên-cia o aclamado filme “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, e as séries policiais norte-america-nas (como “The wire”). O bairro da Estrela Polar é uma daque-las ilhas de prédios degradados que se avistam de Monsanto, em Lisboa. Desempregados, peque-nos criminosos, gente que nasceu virada para o lado errado da lua, habitam o bairro onde, de resto, só sobem os viciados em droga. Além da polícia, claro. Volta e meia, a polícia fecha as ruas da Estrela Polar e é dia de rusga. Com jeito prende-se alguém que ande a pisar o risco. Com sorte, angaria-se a informação que con-duza a outras prisões, de maior vulto. Moita Flores criou uma heroína, Diana, a qual, servida de dotes como a beleza e a inte-ligência, não esquece o drama que a fez crescer sozinha, nas ruas, esperando a oportunidade para se vingar. É ela que lidera o bando de pequenos criminosos da Estrela Polar e faz frente ao Dragão, o líder de um bando ri-val, com ganas de tomar conta do negócio do bairro. É ela também quem ajuda os mais pobres e a quem o padre recomenda que vá ao médico para perceber quantas pessoas há dentro dela.

Moita Flores escreve com o es-tilo fluído que lhe é característico sobre uma realidade que conhe-ceu bem no âmbito da sua ativi-dade na Polícia Judiciária. O jar-gão sai-lhe de modo fluído e os diálogos ganham com isso.

Maria do Carmo Piçarra

FilateliaDia Mundial da Poupança com exposição

Está a decorrer na sede do CCD do Hospital de Beja uma exposição de li-teratura filatélica subordinada ao tema

“Poupança”.Esta é uma temática que tem muitos segui-

dores, tanto a nível nacional como internacional, havendo até alguns agrupamentos filatélicos es-pecializados neste tema. À poupança também al-gumas instituições bancárias dedicam especial atenção, promovendo a realização tanto de ma-nifestações filatélicas como de edição de obras literárias desta temática. Tempos houve em que a Caixa Geral de Depósitos se integrava neste úl-timo grupo.

A organização da exposição editou um ca-tálogo e um sobrescrito comemorativos, sendo este último franquiado com uma Etiqueta de Impressão de Franquia Automática E-Post ou SMD, que foi obliterada com a marca de dia da estação (principal) de correios da Beja.

Matoso Galveias assina um interessante artigo dedicado ao tema, tendo escolhido para o iniciar o velho provérbio da nossa sabedoria popular: “A grão gastador, o muito não basta; e a grão poupador, o pouco sobeja”. Sobre o as-sunto, diz Matoso Galveias: “Em Portugal, a dinamização deste dia surgiu em 1969 de uma forma contínua, embora viesse a ser comemo-rado com medidas avulsas quase sempre leva-das a cabo, individualmente, por alguns ban-cos dedicados à pequena poupança (...)”. Diz o autor que “em termos filatélicos e, especi-ficamente no que se refere a poupança em 31/10/1994, foi emitida uma série de um único selo de 100 escudos dedicada ao Dia Mundial da Poupança. Contudo, outras emissões há que poderão facilmente ser incluídas no tema, como sejam por exemplo: em 19/11/1946, o Centenário do Banco de Portugal; em 22/9/1954, a emissão do 150.º Aniversário da Fundação de Secretaria de Estado da Fazenda; em 19/5/1964, a emissão do Centenário do Banco Nacional Ultramarino; em 29/10/1976,

o Centenário da Caixa Geral de Depósitos; em 31/10/1994, a emissão do 150.º Aniversário da Caixa Económica Montepio Geral; em 12/11/1996, a emissão dos 150 Anos do Banco de Portugal; em15/3/1999, a emissão Euro – A Nova Moeda Europeia; em 2/1/2002, a emis-são do Euro (...).

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) desde 1971 vem dedicando ao tema alguns carimbos, flâmulas e franquias mecânicas, tendo reali-zado até, nas suas instalações, algumas mani-festações filatélicas. Durante o período com-preendido entre fevereiro de 1978 e dezembro de 1990 publicou 99 pagelas dedicadas ao tema poupança, apresentando emissões filatélicas de todo o mundo. Publicou ainda a pagela n.º 100 em agosto de 1992, sendo esta a última das pa-gelas por si publicadas. Publicou ainda vários ‘comunicados’ aos órgãos de informação, ini-ciados em março de 1976, onde informava so-bre os carimbos comemorativos e flâmulas emitidas pela CGD.

Em outubro de 1978 publicou uma pe-quena brochura intitulada ‘Lista de Carimbos Portugueses do Tema Poupança’, que foi distri-buída gratuitamente pelo Gabinete de Relações Públicas da CGD, onde apresentou todos os ca-rimbos comemorativos e flâmulas que foram produzidos pelos CTT, tanto no continente como nas antigas colónias.

Resta acrescentar que o distinto filatelista António Silva Gama foi o consultor filatélico da Caixa Geral de Depósitos e o grande impulsiona-dor de toda esta produção filatélica”.

Lubrapex 2012 De 10 a 18 deste mês vai decorrer no Brasil a Exposição Luso-Brasileira de Filatelia - Lubrapex 2012, que este ano tem como país convidado o Uruguai.

Deste certame, que é o maior em terras de língua portuguesa, daremos pormenorizada no-tícia na próxima semana.

Geada de Sousa

Francisco Moita FloresCasa das Letras332 págs.16,90 euros

A Xiquinha foi encontrada abandonada a criar uma ninhada de cachorrinhos…foi

recolhida por uma senhora, provisoriamente, para poder criar os bebés. Todas as crias

foram adotadas através do Cantinho dos Animais mas a Xiquinha ainda não teve a sorte de

encontrar uma família. É uma cadela de porte pequeno, meiga e sociável e não quer voltar

para a rua ou ir para o canil…Já está esterilizada e será vacinada antes da adoção.

Contatem o Cantinho dos Animais para ajudarem esta doce menina.

Contactos: 962432844 [email protected]

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Tempestade Misteriosa, de Sofia Fontelonga, residente em Vila Nova da Baronia, vai ser

lançado hoje, sexta-feira, a partir das 18 horas, na Biblioteca Municipal de Alvito. A obra

descreve um “futuro imaginário” e um “novo planeta”, centrando-se nas personagens

de um professor que dedicou toda uma vida a desvendar “um passado misterioso de

tecnologias desconhecidas”, e da sua filha temerária, “que se viu embrenhada na teia

das suas descobertas”. Um livro com três ingredientes fortes: guerra, ambição e poder.

Tempestade Misteriosa

lançado em Alvito

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Fim de semana

Depois de Castro Verde, no terceiro fim de semana de outubro, a Feira dos Santos, em Alvito, afigura-se como a

última oportunidade de “fazer o avio” para os meses frios que se avizinham. E para provar os frutos secos da praxe, quando chega novembro e se celebra o Dia de Todos os Santos. Já com cinco séculos de vida, o certame cumpre mais uma edição até amanhã, sábado (arrancou na quarta-feira, 31), no parque de feiras e expo-sições da vila, junto à entrada Sul e bem pró-ximo da igreja de Santo António, oferecendo o cardápio do costume – frutos secos, vestuá-rio, utensílios agrícolas, artigos domésticos, música e gastronomia – e, por certo, os mes-

mos milhares de visitantes de vários pontos da região e do País. Como em anos anteriores, o mercado secular integra a Mostra de Produtos e Serviços Locais, que cumpre a sua 17.ª edi-ção com cerca de quatro dezenas de exposito-res, entre o artesanato ao vivo e os produtos re-gionais. E propõe, para hoje ainda, música ao vivo com Abel Fava, na Tenda das Tasquinhas (21 horas). Amanhã, o dia derradeiro e também o mais forte em visitas, há atuação dos grupos corais do concelho, pelas 17 horas, seguindo --se, já noite feita (22 e 30 horas, na Tenda de Espetáculos) um concerto com Ana Malhoa. A noite prossegue com a festa After Hours, ani-mada pelos DJ Vmax e Seven.

Comédia “anticrise” no Pax Julia em Beja A atriz veterana Florbela

Queiroz e o diseur Nuno Miguel

Henriques vão estar amanhã em

Beja, no Teatro Municipal Pax

Julia, para apresentar, a partir

das 21 e 30 horas, o espetáculo

“Crise, riso e Facebook”, uma

coprodução entre o Teatro

Azul e A Voz das Ideias. A peça,

descrita como uma “mistura

de técnicas teatrais” e uma

“simbiose entre a crítica social

e o humor contemporâneo”,

integra vários “números

hilariantes”, dos quais vale a

pena destacar uma entrevista

a um teledependente, “uma

alentejana instruída e mulher a

dias”, um “fado em chinês” ou

ainda “uma visita de açorianos

ao continente”. “Crise, riso e

Facebook” é uma criação de

Nuno Miguel Henriques, que

também divide o palco com

Florbela Queiroz, atriz que já

conta com mais de 50 anos de

carreira e que recentemente

foi agraciada com a medalha

de ouro da Câmara de Lisboa.

E por ser uma produção

que pretende “contrariar a

crise”, os preços dos bilhetes

prometem ser, também eles,

“populares e anticrise”.

“Funçanada” recriada em São Bartolomeu da Serra Tocadores de concertina,

acordeão e realejo estão todos

convidados a participar hoje

à noite, em São Bartolomeu

da Serra, Santiago do

Cacém, na recriação de uma

“funçanada”. Trata-se de um

baile à moda antiga, com

início pelas 21 horas, e tem

lugar na sala de convívio da

Associação de Moradores de

São Bartolomeu da Serra.

“Brincar” com o desenho arqueológico em Beja A Galeria do Desassossego/

VovóJoaquina promove

amanhã, sábado, um workshop

gratuito de iniciação ao

desenho arqueológico, que

surge no âmbito de uma

parceria com a Trienal de

Desenho “Desenha ‘12”. A

sessão, que decorre entre as 14

e as 18 e 30 horas, é orientada

por Rui Pinheiro e pretende

“permitir a um público mais

lato ter um primeiro contacto,

quer com a arqueologia, ou

pelo menos uma parte do

trabalho arqueológico, quer

com o desenho arqueológico

de material”. Segundo o

dinamizador, não é sua

intenção “criar desenhadores,

já que isso não se consegue

ensinar num só dia”, mas

apenas “dar a oportunidade,

a um público sem nenhuma

ligação à arqueologia, de

experimentar ‘brincar’ com

o desenho arqueológico”.

Adiafa dão concerto em EstremozOs bejenses Adiafa vão estar

amanhã, sábado, em concerto

no Até Jazz Café, em Estremoz,

a partir das 23 horas. Depois

de várias formações e três

álbuns em nome próprio

(“Adiafa”, “Tá o balho armado”

e “Nã há vagar”), os Adiafa

apresentam-se agora em

palco com José Emídio, Tói

“Marreco” Santos, Luís Espinho

e João Paulo Sousa. E prometem

não defraudar o que esteve na

sua origem, há perto de 15 anos:

“a divulgação e interpretação

do cante campaniço baixo

alentejano e a recuperação do

seu instrumento tradicional

– a viola campaniça”.

Certame secular decorre até amanhã, em Alvito

“Aviar-se” para o inverno

na Feira dos Santos

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facebook.com/naoconfirmonemdesminto

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oe 2013: cada habitante

de beja vale 300 euros

(mas no mercado negro

arranjam-se a metade

do preÇo)

O Orçamento do Estado para 2013 (também conhecido como o Apocalipse em Excel) continua a ser alvo de discussão acalorada. Na última edição do “DA”, foi notícia o facto de, segundo o OE, cada habitante de Beja valer 300 euros. Contudo, segundo apurámos, esta é mais uma previsão inflacionada do Governo, como nos confirmou o especialista em economia paralela Alfredo Evasão Fiscal: “No mercado negro consegue-se arranjar um habitante de Beja a metade do preço. Na net também é fácil arranjar promoções excelentes. Ainda há dias era possível comprar dois bejenses pelo preço de um, ou comprar bejenses com pe-quenos defeitos como falar à sopinha de massa ou ter a pele encardida por andar à apanha da bolota”, afirmou, acrescentando que na época de saldos não é difícil encontrar a oferta de uma empregada de limpeza moldava na compra de quatro bejenses.

Turismo do Alentejo avança com candidatura do porco doce do Luiz da Rocha a Património da Humanidade

Há mais de duas horas que o Alentejo não manifestava a

intenção de candidatar ícones da região a Património da

Humanidade, até que a redação da nossa página foi sur-

preendida com um fax entregue por um pombo-correio

dando conta da intenção de a Turismo do Alentejo avan-

çar com mais uma candidatura junto da Unesco: depois do

cante, do montado, da arte chocalheira das Alcáçovas, dos

tapetes de Arraiolos, da tapeçaria de Portalegre, das fes-

tas do povo de Campo Maior, das jangadas de São Torpes,

da imperial do Lebrinha, das ameijoas da Zambujeira, do

pão de São Miguel do Pinheiro e da manteiga de cor de

Ervidel, chegou a vez do porco doce do Luiz da Rocha. “O

porco doce respeita a tradição de preservar a doçaria alen-

tejana e contribui para o crescimento sustentável do pneu

do alentejano. Disponível em tamanho pequeno e grande,

esta iguaria terá em breve uma versão light e outra com

sabor a tremoços e cerveja”, explica o relatório de candi-

datura do porco doce, todo feito em massapão e recheado

com trouxas de ovos.

Media: Grupo angolano compra “Diário do Alentejo” e obriga Paulo Barriga a usar carapinha

A vida continua difícil para os media portugueses que

veem alguns dos seus títulos vendidos a empresas es-

trangeiras. Na passada semana foi anunciada a compra

da Controlinveste por parte de um grupo angolano, do

qual nunca se ouviu falar – a única coisa que se sabe re-

almente é que é dirigido por uma empresária cujo nome

começa com um I, acaba em S, e no meio tem as letras,

colocadas de forma aleatória, “sabel dos Santo”. Agora

ficámos a saber que esta fúria compradora chegou tam-

bém à nossa região – cor-

respondente da nossa pá-

gina no Bié apurou que este

jornal irá ser comprado por

angolanos e sofrerá duas

transformações funda-

mentais: irá passar a cha-

mar-se “Diário do Malanje”

e Paulo Barriga será for-

çado a usar carapinha e a

escrever editoriais laudató-

rios ao governo angolano,

estando expressamente proibido de se referir a Cabinda.

Além disso, estão previstas outras pequenas mudan-

ças: o chefe Nobre só poderá fazer receitas de muamba,

desde que não seja à moda de Cabinda; esta página pas-

sará a chamar-se Ripa na Rapaqueca e poderá fazer pia-

das sobre tudo menos o pau de Cabinda; a necrologia só

poderá colocar fotos de falecidos da Unita, Bob Geldof e

Pedro Rosa Mendes, desde que não tenham morrido em

Cabinda; e a secção de filatelia fará uma evocação dos

selos relativos aos caminhos de ferro angolanos, menos

daqueles que passam por Cabinda. Tomámos, ainda, co-

nhecimento de que as rádios de Beja serão igualmente

compradas e rebatizadas: a Voz da Planicíe passará a de-

signar-se Rádio Voz do Moxico e a Pax será renomeada

Rádio Kuando-Kubango – ambas emitirão kizomba e o

“Best of Bonga” 24 horas por dia.

Inquérito O aeroporto de Beja está sem voos há três meses. O que acha desta situação?

CLARISSE HOSSANA, 75 ANOS

Colecionadora de helicópteros Puma

Oh filho, fico muito triste! Eu ajudo da única maneira possível: re-

zando. A Assunção Cristas rezava por chuva para os agricultores…

Eu rezo para que caia uma chuvada de aviões no nosso aeroporto –

Antonov’s, Boeing’s, aviões de papel, Cessnas… Não neguem o poder

da oração. Numa caminhada para Fátima senti-me com falta de açú-

car no sangue, rezei e caiu uma chuvada de bombons Allegro. Agora

ando a rezar por uma chuvada de Tonys Carreiras, mas até agora só

cairam dois Davides Carreira. Tenho que insistir…

ROGÉRIO HEATHROW BARAJAS, 36 ANOS

Blogger que acha que as pessoas

fora de Lisboa só comem palha

É por demais evidente que esse tipo de investimentos megalómanos

dá sempre nestes buracos financeiros. Pelas minhas contas, cada pas-

sageiro do aeroporto de Beja fica mais caro do que uma sandes de ca-

viar Beluga. Vejamos: se pegarmos no dinheiro investido e dividirmos

pelo número de passageiros, e multiplicarmos pelo número de vezes

que chamei ao aeroporto “elefante branco” e subtrairmos pelo nú-

mero de vezes que lavei a boca no Elefante Azul na sequência das ba-

coradas que digo, verão que este empreendimento não tem pernas

para andar!

CELESTINO INVESTIMENTO PÚBLICO, 28 ANOS

Impulsionador do “Gangnam Style” na região

É o resultado natural da falta de investimento na região. Isto só ia

lá com uma autoestrada que ligasse Sines a Varsóvia, com seis fai-

xas para cada lado, com uma linha de comboio integrada de bitola

europeia, mais duas linhas de TGV, um teleférico de alta velocidade,

sistema de teletransporte e carreiras recorrentes de neoliberais a

transportar camponeses às cavalitas. Só assim se pode potenciar o ae-

roporto, o porto de Sines, o Alqueva e a indústria da sopa de alemece.

Cebal tenta descobrir o código genético do sobreiro: Comissão Nacional de Proteção de Dados já se insurgiu contra o que poderá ser uma devassa da vida privada de cada sobreiro

É já a partir de 2013 que o Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Baixo Alentejo (Cebal) irá fazer parte de um grupo de investigação que pretende descobrir o código genético do sobreiro. Todavia, este avanço científico está a ser visto com muita desconfiança e preocupação pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), que teme pela vida privada de cada árvore, e por alguns sobreiros, como nos revelou um exemplar que pediu anonimato: “Desde o abate ilegal de sobreiros relacionado com o caso Portucale – o nosso holocausto – que não andava tão nervoso… Se descobrirem o nosso código genético, como é que nos vamos proteger? O que é que esses cientistas têm a ver com o facto de eu enganar a minha mulher com um pinheiro-manso? Já viu se a máfia da cortiça tem acesso ao nosso código genético? O poder que vai ter sobre nós? As ameaças que nos faziam de nos contaminar com pragas de lagartas-do-sobreiro vão ser uma coisa de meninos…”, declarou-nos enquanto regava o seu eucalipto de estimação.

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FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO

ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e

assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail [email protected] | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail [email protected]

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Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586) | Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Paulo Monteiro, Susa Monteiro Colaboradores da Redacção Aníbal

Fernandes, Firmino Paixão | Colunistas António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão

Opinião Ana Paula Figueira, Beja Santos, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Domitília Soares, Filipe Pombeiro, Filipe Nunes, Francisco Marques, João

Machado, João Madeira, João Mário Caldeira, José Manuel Basso, Luís Covas Lima, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho

Marques, Nuno Figueiredo, Ruy Ventura, Viriato Teles | Publicidade e assinaturas Ana Neves e Dina Rato | Departamento Comercial Sandra Sanches e Edgar Gaspar | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@

sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares

Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

www.diariodoalentejo.pt

O tempo será de chuva ao longo de todo o fi m de semana. O sol não deverá espreitar e as temperaturas oscilarão entre um mínimo de oito e um máximo de 20 graus centígrados.

Carlos Campaniço vencePrémio Literário Cidade de Almada

O romance original Os demónios de Álvaro Cobra, de

Carlos Campaniço, natural de Safara, Moura, venceu

o Prémio Literário Cidade de Almada 2012, entregue

há dias no Fórum Municipal Romeu Correia, com o

valor pecuniário de cinco mil euros. Escolhido entre

51 obras literárias originais, o romance foi atribuído

por maioria relativa por um júri constituído por

Luísa Costa Gomes, José Correia Tavares e Violante

de Magalhães, representantes, respetivamente, da

Câmara Municipal de Almada, Associação Portuguesa

de Escritores e Associação Portuguesa dos Críticos

Literários. Situada numa aldeia alentejana do século

XX, a intriga gira em torno de Álvaro Cobra, “uma

raridade da natureza, tido ora por santo, ora por

bruxo”, num retrato de um Alentejo “intemporal e

do inusitado caráter de um povo que se inventa a si

mesmo”. Carlos Campaniço nasceu em 1973 e em 2007

publicou Molinos, o seu primeiro romance. Em 2009,

edita A Ilha das Duas Primaveras, um romance histórico

que tem o Mediterrâneo como cenário.

Baal17 estreia“O entertainer” em Serpa

Com estreia marcada para o próximo dia 14, pelas

21 e 30 horas, no Cineteatro Municipal de Serpa,

“O entertainer”, a partir de “El animador” (1972),

do venezuelano Rodolfo Santana, é a mais recente

produção da companhia Baal17. Uma peça descrita

como “uma comédia frenética que traz ao de cima o

lado mais negro da ‘realidade’ que nos entra todos

os dias casa adentro através da caixa que mudou o

mundo – a TV”. Os protagonistas são Carlos e Marcelo.

O primeiro cresceu em frente ao Canal 9 e conhece a

sua programação melhor que ninguém; o segundo é

o próprio diretor do Canal 9 e responsável pelos seus

conteúdos. A ação desencadeia-se quando Carlos, o

espetador, rapta Marcelo e, ameaçando-o com uma

pistola, vai obrigá-lo a vivenciar as ficções que criou

para salvar a própria vida. Entre elas, “um novo final

para uma novela de grande audiência, filmes policiais

e de cowboys, publicidades enganadoras e concursos

onde os concorrentes são levados ao limite da

humilhação”, desvenda a companhia. “O entertainer”

mantém-se em cena, no mesmo espaço e à mesma

hora, nos dias 15, 16 e 17.

Este seu livro apresenta uma “interpre-

tação política” do romance Levantado do

Chão (1980), de José Saramago. Porquê

este livro e esta abordagem?

O livro nasce da leitura de um outro, Levantado do Chão (LC), o romance que lançou José Saramago definitiva-mente para um lugar distinto na lite-ratura. LC é um livro de resistência, de reconstrução e de esperança, que des-taca o valor do ser humano e convoca a consciência coletiva para a viabilidade do mundo. Tão fundamental nos dias de hoje. O escritor resgata do esqueci-mento os trabalhadores rurais alente-janos, esses heróis improváveis, expres-são de Soromenho-Marques, tornando possível a todos nós conhecer e com-preender tempos que, sendo outros, poderão vir a ser os nossos. Heróis im-prováveis, porque sendo a parte mais fraca, alvo fácil das injustiças e opres-sões, atreveram-se a erguer-se do chão para ganhar um lugar no mundo. Heróis, porque foram capazes de uma revolução. Não a dos Cravos, porque essa é devida aos capitães de Abril, mas a Revolução dos Nomes, assim tomo a liberdade de lhe chamar. Os trabalha-dores rurais, desprovidos de proprie-dade e de identidade, negadas pelas regras do latifúndio, conseguiram de-sequilibrar o sistema, declarado eterno, e fazer valer os seus nomes. Esses no-mes que a PIDE ferozmente perseguia e combatia. No mundo democrático, a questão dos nomes é fundamental, por isso o capítulo que encerra o meu livro é dedicado aos nomes e à impor-tância da distinção. Nas parábolas, nas metáforas, nas alegorias, no sarcasmo, na intensidade do léxico, nos discur-sos intercruzados, até nos silêncios de LC, sente-se o respirar do Alentejo.

Saramago homenageia o Alentejo e eu, através dele, presto também a minha homenagem ao Alentejo.

O que resta hoje desse Alentejo?

O Alentejo sufoca com o isolamento que toda a interioridade está a sofrer

neste momento. Tem perdido esco-las, centros de saúde, transportes pú-blicos e outros serviços sociais que ga-rantem a igualdade na cidadania. Cai sobre o Alentejo nova ameaça, a ex-tinção de freguesias, que virá ferir de morte a igualdade e representatividade políticas. Do Alentejo restarão apenas as pessoas. Mas são precisamente elas que têm o poder. A força do povo que Saramago e Arendt nos testemunham. É preciso reaprendermos a capacidade de fazer política pois as respostas, e cito Arendt, “são dadas diariamente no âmbito da política prática, sujeitas a acordo de muitos, jamais poderiam ba-sear-se em considerações teóricas ou na opinião de uma só pessoa, como se se tratasse de problemas para os quais só existe uma solução possível”.

Como e porquê se cruzam, nesta obra, a

literatura de Saramago e o pensamento

da filósofa alemã Hannah Arendt?

Saramago e Arendt são contemporâ-neos, embora nunca se tenham en-contrado. Arendt morreu em 1975, no ano em que acontece o “dia levantado e principal” que encerra LC. Arendt refletiu sobre questões como a vio-lência, a autoridade e o poder, e é au-tora de conceitos e categorias que aju-dam a pensar a condição humana. Na perspetiva arendtiana, a paisagem de Saramago é o espaço da reconcilia-ção política e LC a história de um mi-lagre político. A comunhão clara en-tre o romance de Saramago e a filosofia de Arendt confirma a universalidade e a atualidade da obra de ambos e ajuda- -nos a perspetivar a nossa própria capa-cidade perante a ameaça de um retorno ao chão, para utilizarmos a metáfora de Saramago. Carla Ferreira

Fernanda Cunha48 anos,natural de Lisboa

Lisboeta mas “alentejana de coração”, é licenciada em Biologia e mestre em Filosofia da Natureza e do Ambiente, interessando-se pelas questões filosóficas e políticas subjacentes à perceção da paisagem e à condição humana. Trabalha no Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, colabora com o Instituto de Estudos de Literatura Tradicional e é atual presidente da Assembleia de Freguesia de Garvão, Ourique.

Bióloga faz incursão na literatura

“Do Alentejo restarão apenas as pessoas e o seu poder”

Fernanda Cunha retornou ao romance Levantado do Chão e fez encontrarem-se postumamente o escritor José Saramago e a filósofa Hannah Arendt. Num livro em que homenageia o

Alentejo, através do seus “heróis improváveis”, gente comum, trabalhadora. Aqueles a quem, ontem como hoje, cabe tomar consciência do seu poder diante de uma nova ameaça de “um retorno ao chão”. A paisagem e a as palavras que lá estão – Levantado do Chão, um

romance político foi lançado na Fundação José Saramago, em Lisboa, no início de outubro.

quadro de honra

O “DA” está no canal 475533 doNº 1593 (II Série) | 2 novembro 2012

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