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Diário do Alentejo 28 setembro 2012 facebook.com/naoconfirmonemdesminto 31 pinturas murais descobertas na igreja de nossa senhora ao pÉ da cruz jÁ tinham mensagens anti-troika Sempre que há obras em Beja, é raro não se descobrirem obras importantes que marcaram a cidade e demonstraram como ela sobreviveu ao longo dos tempos. Prova disso é a recente intervenção na igreja de Nossa Senhora ao Pé da Cruz que revelou uma série de pinturas murais que demonstram que as queixas contra a troika afetam e afetaram várias gerações. Destaque para frases como “Troika phora do paíz, malditus philhus de uma meretriz” (1876); “Al-Troika algoz, levas já com um algeroz!” de Al-Mu’tamid (1080); e “Troika Roma nobis relinquit esurientem, erat submergere eos in litus Quintos – A troika de Roma deixa-nos famintos, era afogá-los na praia de Quintos” (345). Governo suspende obras: A26 já mandou escrever o testamento vital O Governo suspendeu a construção de três lanços de autoestrada no Baixo Alentejo. Fica assim adiada mais uma grande obra na região, havendo cada vez mais alentejanos que não acreditam na construção do empreen- dimento. Ao que apurámos, a própria A26 não acredita que esteja cá por muito mais tempo e já mandou redigir o seu testamento vital. Segundo o documento, a A26 não quer “ficar ligada a nenhuma máquina de terrapla- nagem” e manifestou a vontade de ser “cremada e ver as suas cinzas espa- lhadas por uma autoestrada alemã sem limite de velocidade”. Em caso de falecimento, a A26 conta receber a visita da A2 e da A22 para as cerimónias fúnebres, que, a pedido da falecida, terão como banda sonora a música dos AC/DC “Highway to Hell”. De destacar que a A26 não se esquece dos mais desfavorecidos e já anunciou que, depois de partir para o céu das rotundas, IP e alcatrão a ferver, irá doar os seus órgãos, como rails de proteção e pos- tos de iluminação, a outras estradas do terceiro mundo, como Mogadíscio ou Massamá. Terramoto sentido no Baixo Alentejo originou alerta de tsunami na praia de Quintos Não, prezado leitor, não foi um camião TIR a derrubar o Castelo de Beja. O que sentiu na noite da passada segunda-feira foi mesmo um terramoto. Segundo dados do Centro de Sismologia de Vila de Frades, o epicentro deu-se na Assembleia Municipal de Beja onde se discutia a adesão ao PAEL (Programa de Apoio à Economia Local) – o choque entre a placa tectónica Pulido e a placa tectónica Machado levou ao terramoto de 3,6 na Escala Francisco Santos. A proteção civil chegou a lançar um alerta de tsunami para a praia de Quintos, que, felizmente, não se veio a confirmar, para gáu- dio da população e tristeza dos alunos da Escola de Surf de Pias. Inquérito A manifestação do passado dia 15 ficou marcada pela imagem de uma jovem a abraçar um polícia. Quando é que foi a última vez que abraçou um agente da autoridade? ZACARIAS LIXA, 28 ANOS Pessoa com a sensibilidade social à flor da pele Não me fale disso que eu fiquei tão sensibilizada com a manif e com aquela algarvia a abraçar aquele bonzão do bófia, que tentei abraçar o meu vizinho que é GNR. Posso avançar que ele não se mostrou indiferente e respondeu- -me com 18 bastonadas no lombo e 12 multas de estacionamento, a mim, que nem tenho carro! Mas eu não desisto. Hei de o abraçar! A ele e a todos os agentes que encontrar. Vou mudar um coração de cada vez... VANDA VIDA, 33 ANOS Miss Galdéria Portugal 2007 Essa algarvia é uma oportunista, só queria aparecer. Fosse eu a abraçar o senhor agente e ele não me deslargava por nada. Tenho muita experiên- cia a abraçar agentes da autoridade… Ainda ontem abracei um inspetor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, dois inspetores da PJ, seis membros da Polícia Militar e o grupo de operações especiais da PSP. Já o meu 18.º na- morado dizia: “Quem prova um bocadinho de Vanda, nem sabe a quantas anda!”. Eu cá sou assim, muito dada... XAVIER UZI, 38 ANOS Polícia de intervenção e coração de manteiga Eu abraço os meus colegas todos os dias. Por que é que acham que a minha alcunha é “O Lapa”? As pessoas pensam que por termos grandes músculos e grandes armas não temos sentimentos, mas a verdade é que sofremos como a generalidade dos portugueses… Por isso, se me encontrarem na rua, po- dem abraçar-me à vontade. Podem fazer-me um bocadinho de cafuné que não me ralo. E as senhoras podem barrar-me com Nucrema e chamar-me Bollycaozinho que não me ralo nada! Só preciso de miminho... snif...snif... O regresso às aulas tem refletido o estado de espírito da sociedade portuguesa e os milhares de alunos que voltaram ao trabalho sentem os efeitos da crise e já não demonstram a mesma alegria quando utilizam a Wikipedia como (única) fonte de “bibliografia” para os trabalhos. Até nas universidades o descontentamento é total, conforme comprovou o nosso correspondente no campus do IPBeja, onde os próprios veteranos decidiram abrandar com as praxes. “Isto é uma cena que não ocorre só em Beja, é no mundo inteiro e também um pouco por todo o País, do Minho a Marraquexe, dos Açores à Amareleja… O Governo parece que quer tirar o nosso trabalho e praxa os portugueses o ano todo. Sinto que não me dão condições para trabalhar, pá! Já não posso pedir ao caloiros para lavarem os dentes com areia de gato quando levam uma ripada no IRS; com que cara é que peço a um aluno para rebolar na lama quando ir ao IEFP é uma experiência muito mais traumática? Eu tenho medo do Governo, a sério, quando vejo o Gaspar na TV já liberto umas pinguinhas nas cuecas...”. Ensino superior: Veteranos recusam-se a praxar caloiros por achar que o Governo já tem essa função Então, quem é que não quer aumento do IMI, quem é?

Ediçao N.º 1588

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31pinturas murais

descobertas na igreja

de nossa senhora ao pÉ da cruz

jÁ tinham mensagens

anti-troika

Sempre que há obras em Beja, é raro não se descobrirem obras importantes que marcaram a cidade e demonstraram como ela sobreviveu ao longo dos tempos. Prova disso é a recente intervenção na igreja de Nossa Senhora ao Pé da Cruz que revelou uma série de pinturas murais que demonstram que as queixas contra a troika afetam e afetaram várias gerações. Destaque para frases como “Troika phora do paíz, malditus philhus de uma meretriz” (1876); “Al-Troika algoz, levas já com um algeroz!” de Al-Mu’tamid (1080); e “Troika Roma nobis relinquit esurientem, erat submergere eos in litus Quintos – A troika de Roma deixa-nos famintos, era afogá-los na praia de Quintos” (345).

Governo suspende obras: A26 já mandou escrever o testamento vital

O Governo suspendeu a construção de três lanços de autoestrada no Baixo Alentejo. Fica assim adiada mais uma grande obra na região, havendo cada vez mais alentejanos que não acreditam na construção do empreen-dimento. Ao que apurámos, a própria A26 não acredita que esteja cá por muito mais tempo e já mandou redigir o seu testamento vital. Segundo o documento, a A26 não quer “ficar ligada a nenhuma máquina de terrapla-nagem” e manifestou a vontade de ser “cremada e ver as suas cinzas espa-lhadas por uma autoestrada alemã sem limite de velocidade”. Em caso de falecimento, a A26 conta receber a visita da A2 e da A22 para as cerimónias fúnebres, que, a pedido da falecida, terão como banda sonora a música dos AC/DC “Highway to Hell”. De destacar que a A26 não se esquece dos mais desfavorecidos e já anunciou que, depois de partir para o céu das rotundas, IP e alcatrão a ferver, irá doar os seus órgãos, como rails de proteção e pos-tos de iluminação, a outras estradas do terceiro mundo, como Mogadíscio ou Massamá.

Terramoto sentido no Baixo Alentejo originou alerta de tsunami na praia de Quintos

Não, prezado leitor, não foi um camião TIR a derrubar o Castelo de Beja. O que sentiu na noite da passada segunda-feira foi mesmo um terramoto. Segundo dados do Centro de Sismologia de Vila de Frades, o epicentro deu-se na Assembleia Municipal de Beja onde se discutia a adesão ao PAEL (Programa de Apoio à Economia Local) – o choque entre a placa tectónica Pulido e a placa tectónica Machado levou ao terramoto de 3,6 na Escala Francisco Santos. A proteção civil chegou a lançar um alerta de tsunami para a praia de Quintos, que, felizmente, não se veio a confirmar, para gáu-dio da população e tristeza dos alunos da Escola de Surf de Pias.

Inquérito A manifestação do passado dia 15 ficou marcada pela imagem de uma jovem a abraçar um polícia. Quando é que foi a última vez que abraçou um agente da autoridade?

ZACARIAS LIXA, 28 ANOSPessoa com a sensibilidade social à flor da pele

Não me fale disso que eu fiquei tão sensibilizada com a manif e com aquela algarvia a abraçar aquele bonzão do bófia, que tentei abraçar o meu vizinho que é GNR. Posso avançar que ele não se mostrou indiferente e respondeu - -me com 18 bastonadas no lombo e 12 multas de estacionamento, a mim, que nem tenho carro! Mas eu não desisto. Hei de o abraçar! A ele e a todos os agentes que encontrar. Vou mudar um coração de cada vez...

VANDA VIDA, 33 ANOSMiss Galdéria Portugal 2007

Essa algarvia é uma oportunista, só queria aparecer. Fosse eu a abraçar o senhor agente e ele não me deslargava por nada. Tenho muita experiên-cia a abraçar agentes da autoridade… Ainda ontem abracei um inspetor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, dois inspetores da PJ, seis membros da Polícia Militar e o grupo de operações especiais da PSP. Já o meu 18.º na-morado dizia: “Quem prova um bocadinho de Vanda, nem sabe a quantas anda!”. Eu cá sou assim, muito dada...

XAVIER UZI, 38 ANOSPolícia de intervenção e coração de manteiga

Eu abraço os meus colegas todos os dias. Por que é que acham que a minha alcunha é “O Lapa”? As pessoas pensam que por termos grandes músculos e grandes armas não temos sentimentos, mas a verdade é que sofremos como a generalidade dos portugueses… Por isso, se me encontrarem na rua, po-dem abraçar-me à vontade. Podem fazer-me um bocadinho de cafuné que não me ralo. E as senhoras podem barrar-me com Nucrema e chamar-me Bollycaozinho que não me ralo nada! Só preciso de miminho... snif...snif...

O regresso às aulas tem ref letido o estado de espírito da sociedade portuguesa e os milhares de alunos que voltaram ao trabalho sentem os efeitos da crise e já não demonstram a mesma alegria quando utilizam a Wikipedia como (única) fonte de “bibliografia” para os trabalhos. Até nas universidades o descontentamento é total, conforme comprovou o

nosso correspondente no campus do IPBeja, onde os próprios veteranos decidiram abrandar com as praxes. “Isto é uma cena que não ocorre só em Beja, é no mundo inteiro e também um pouco por todo o País, do Minho a Marraquexe, dos Açores à Amareleja… O Governo parece que quer tirar o nosso trabalho e praxa os portugueses o ano todo. Sinto que não me dão

condições para trabalhar, pá! Já não posso pedir ao caloiros para lavarem os dentes com areia de gato quando levam uma ripada no IRS; com que cara é que peço a um aluno para rebolar na lama quando ir ao IEFP é uma experiência muito mais traumática? Eu tenho medo do Governo, a sério, quando vejo o Gaspar na TV já liberto umas pinguinhas nas cuecas...”.

Ensino superior: Veteranos

recusam-se a praxar caloiros

por achar que o Governo já tem

essa função

Então, quem é que não quer aumento

do IMI, quem é?