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“Tenho sérias dúvidas de que o Governo conclua Alqueva” Entrevista nas págs. 8 a 10 SEXTA-FEIRA, 1 MARÇO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N. o 1610 (II Série) | Preço: 0,90 JOSÉ SERRANO Berço de Bernardim Ribeiro, o autor de Menina e Moça, a primeira novela pastoril da Península Ibérica, Torrão, no concelho de Alcácer do Sal, é sede da segunda maior freguesia do País. Conta atualmente com 2 758 habitantes e, para não destoar do restante interior, tem vindo a perder população. É o que lhe falta, dizem os habitantes. Para além do trabalho, para que mais ninguém tenha de sair. págs. 4/5 €1,20 Veja como na página 25 Postos BP Beja Este VALE na PUB Capoulas Santos estranha atraso na divulgação dos números da PAC por parte da Comissão Agricultores contra gestão da rega do Alqueva pela EDIA pág. 12 Movimento Que se lixe a troika sai à rua também em Beja pág. 11 Hemoglobinopatias: Relatos de quem vive com uma doença rara págs. 16/17 Torrão Falta trabalho na segunda maior freguesia do País António Sebastião já não é o candidato do PSD a Beja pág. 6 Pedro Paredes avança como independente em Alcácer pág. 6

Ediçao N.º 1610

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Diario do Alentejo

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“Tenho sérias dúvidas de queo Governo conclua Alqueva”

Entrevista nas págs. 8 a 10

SEXTA-FEIRA, 1 MARÇO 2013 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXXI, N.o 1610 (II Série) | Preço: € 0,90

JOSÉ

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Berço de Bernardim Ribeiro, o

autor de Menina e Moça, a primeira

novela pastoril da Península Ibérica,

Torrão, no concelho de Alcácer

do Sal, é sede da segunda maior

freguesia do País. Conta atualmente

com 2 758 habitantes e, para não

destoar do restante interior, tem

vindo a perder população. É o que

lhe falta, dizem os habitantes. Para

além do trabalho, para que mais

ninguém tenha de sair. págs. 4/5

€1,20Veja como na página 25 Postos BP Beja

Este

VALE

na

PUB

Capoulas Santos estranha atraso na divulgação dos números da PAC por parte da Comissão

Agricultores contra gestão da regado Alqueva pela EDIA

pág. 12

Movimento Que se lixe a troika sai à ruatambém em Beja

pág. 11

Hemoglobinopatias: Relatos de quem vive com uma doença rara

págs. 16/17

TorrãoFalta trabalhona segundamaiorfreguesiado País

António Sebastião já não éo candidatodo PSD a Beja pág. 6

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3 EditorialBásicoPaulo Barriga

A grande maioria dos alu-nos que no ano passado frequentou o 9.º ano de

escolaridade chumbou em seis dos sete testes intermédios in-ventados pelo Ministério da Educação. Segundo o Gabinete de Avaliação Educacional, a he-catombe repetiu-se nos testes apresentados aos alunos do en-sino secundário. Ou seja: o en-sino básico e secundário caíram de podre em Portugal. As con-sequências deste verdadeiro de-sastre escolar são fáceis de adi-vinhar: estamos a preparar uma geração pouco conhecedora, nada interessada, escassa de imaginação e criatividade, des-qualificada, desmotivada e in-capaz de futuramente se impor no mercado aberto de traba-lho. Seria muito difícil encon-trar pior notícia que esta no es-tado em que o País se acha, a contas com os vícios do passado, refém das feras do presente, se-bastianicamente sonhador com novos amanhãs que cantam. E que talvez não cantem lá tão bem afinados quanto isso. Mas se as consequências são previ-síveis, já as causas desta verda-deira desgraça nacional são ób-vias. Cá está o primeiro reflexo, muito sério reflexo e não finan-ceiro, não económico e não ape-nas social, das políticas de auste-ridade que sobre nós se abatem. Não vale a pena varrer a poeira para debaixo do tapete, fazendo crer que a educação começa em casa, que os meninos andam à vara larga ou que os profes-sores são mal formados. Este chumbo generalizado dos alu-nos que frequentam o básico e o secundário é o chumbo genera-lizado das políticas de educação implementadas por este e pelos anteriores governos da nação. Principalmente no que concerne ao atentado terrorista que os nos-sos governantes têm movido aos profissionais da educação nos últimos anos. Desacreditando-os. Desmotivando-os. Amesqui nhan-do-os em con cur sos de roda livre. Buro cratizando-os. Vedando - -lhes a progressão na carreira. Avaliando-os de forma batoteira. Desestabilizando-os com contra-tos precários. Descartando-os. Enchendo-lhes as salas de alu-nos. Aumentando-lhes a carga horária. E, agora, despedindo --os em massa. Ora cá está, por-tanto, o resultado dos tão apete-cidos cortes nas funções sociais do Estado: não empenhamos apenas o presente, vendemos ao desbarato o nosso próprio fu-turo coletivo. É básico, não é?

António Sebastião já não será o candidato do PSD à presidência da Câmara de Beja, porque “condicionou a sua candidatura à candidatura de uma determinada pessoa a Almodôvar” (…) e “chantageou” o PSD.

João Pedro Caeiro, presidente da concelhia de Beja do PSD,

citado pela Lusa, 27 de fevereiro de 2013

Carla Guerreiro

34 anos, administrativaNão. A política a mim não me interessa. No entanto, consi-dero importante que o povo se manifeste. As pessoas são li-vres de fazerem o que enten-derem. Por mais adesão que a manifestação possa ter, julgo que não trará quaisquer al-terações políticas. Apesar de todo o manifesto descontenta-mento e ineficácia do cresci-mento económico o Governo parece estar de pedra e cal.

Margarida Loff

35 anos, assistente dentáriaSim, ponho a hipótese de par-ticipar. Enquanto cidadãos te-mos o direito e o dever de nos expressarmos. A manifesta-ção de 15 de setembro foi um bom exemplo de cidadania par-ticipativa. Já vai sendo tempo de a nossa voz se fazer ouvir. Que o Governo se disponha a tratar-nos como pessoas que trabalham, que querem pro-gredir. E não como simples nú-meros numa página de papel.

Carminda Valente

50 anos, funcionária públicaSim, vou. A grande maioria dos portugueses está profun-damente insatisfeita com o go-verno que tem. O povo deve unir-se e manifestar sem reser-vas o seu descontentamento. O futuro é incerto para to-dos e devemos lutar para po-der ter uma vida melhor. Fazer ouvir que não se pode conti-nuar a viver assim. Tem de se tentar provocar alterações. A bem do povo português.

João Rocha

32 anos, informáticoAs manifestações têm a sua utilidade mas neste momento ainda não penso participar. Todavia, considero importante que o povo se manifeste. A voz do povo é a principal. Uma ma-nifestação pode contribuir para uma revolução estrutural da sociedade. Constituir uma base de mudança. Para que exista um governo em que possa-mos confiar e que nos dê ga-rantias de um futuro estável.

Voz do povo Vai participar na manifestação do próximo sábado? Inquérito de José Serrano

Vice-versa“Vou dizer algo que deixará muitas pessoas incrédulas, e admito que até o Paulo Barriga possa esboçar um sorriso, mas a candidatura do António Sebastião é para ganhar a câmara”.

Mário Simões, presidente da distrital de Beja do PSD, in “Diário do Alentejo, 18 de janeiro de 2013

Fotonotícia Pão e queijo, mesa posta é. Diz o povo, vá-se lá saber porquê, que quem come muito queijo, mais cedo ou mais

tarde esquecerá onde deixou as botas. Mesmo com elas calçadas. Mas como de provérbios e água benta cada um sabe de si, há quem não tenha

nem um assombro de cagaço dos ditos adágios. Pelo menos a julgar pelas multidões de adeptos da bendita bactéria ácido- lática, que rumaram

durante três dias ao agora ampliado queijódromo da cidade branca de Serpa. De ovelha, de cabra, de vaca, com mais ou menos cardo, bem cura-

dos para cortar de navalha afiada ou de entorna para barrar voluptuosamente o pão, lá se encontravam todos. Convidativos, atraentes e apete-

cíveis, a piscarem-nos o olho em cada barraquinha bem-posta e a aguçar-nos sem clemência nem brandura o maravilhoso e admirável pecado

da gula. Também a televisão lá esteve, o santo domingo inteiro, rendida aos encantos do ajuntamento festivo. E cantaram os de Serpa, os de Vila

Nova de São Bento, os de Vale de Vargo, os de Pias… e outros (que agora não me lembro). JS Foto de José Serrano

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Rede social

O Subdepartamento de Artes do Instituto

Politécnico de Beja promove entre os dias 5

e 8 de março mais uma edição do Artshots_

Laboratórios de Arte e Comunicação

Multimédia. O que é que se pretende com

este evento?

O principal objetivo deste evento é contri-buir para o posicionamento da formação, no domínio das Artes e da Comunicação Multimédia, como fundamental para o de-senvolvimento de um perfil de competên-cias de profissionais que irão atuar no se-tor das indústrias culturais e criativas. Setor que a própria Comissão Europeia, atra-vés do seu Livro Verde – “Realizar o poten-cial das indústrias culturais e criativas”, re-conhece como tendo um enorme potencial para a estratégia Europa 2020. A existência no IPBeja de um curso de licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia, com um per-fil de competências orientado para as belas artes, e outro em Educação e Comunicação Multimédia mais vocacionado para os audio-visuais e produção dos media, obriga-nos a uma reflexão contínua sobre as necessidade do mercado de trabalho e a adequabilidade das metodologias de ensino que adotamos como resposta a essas necessidades. Dessa re-flexão, concluímos que é fundamental ter em conta a formação ao nível do ensino secun-dário numa lógica de processo formativo que se inicia antes dos alunos ingressarem nos nossos cursos. Assim, esta iniciativa, orien-tada para workshops dinamizados pelos nos-sos alunos, permite-nos aferir a qualidade da formação que lecionamos e adequar as meto-dologias que adotamos.

Quais são as grandes novidades para a edi-

ção deste ano?

Como principais novidades para este ano, destacamos um conjunto de novos workshops e um concurso dirigido aos alunos do ensino secundário subordinado ao tema “Raízes”. Com toda a certeza que os workshops como o de VJ/Vídeo Mapping, Edição de Videoclips e Tattoo Art irão despertar o interesse dos participantes, pela atualidade do discurso e possibilidades que a formação neste domínio oferece.

Qual é o balanço que faz desta iniciativa, que

se realiza desde 2005?

O interesse manifestado por escolas de norte a sul do País, que se deslocaram até Beja nes-tes últimos oito anos, com uma participação de mais de 3 000 estudantes, demonstra o re-conhecimento e pertinência da nossa oferta formativa. O impacto nos nossos cursos é no-tório, pois são vários os alunos que optam pelas nossas licenciaturas depois de partici-parem nestes workshops. Acima de tudo, im-porta referir que iniciativas como esta contri-buem de uma forma activa para a fixação de massa crítica num setor com potencial para uma região onde os setores culturais, alia-dos à capacidade de produção de bens tran-saccionáveis, constituem uma enorme mais--valia.

Nélia Pedrosa

3 perguntasa Aldo

PassarinhoPró-diretor do Instituto

Politécnico de Beja

Semana passada

QUARTA-FEIRA, DIA 20

SANTIAGO DO CACÉM DETIDO POR CONDUZIR VEÍCULO COM CHAPAS DE MATRÍCULA FALSAS

Um homem, de 38 anos, foi detido pela GNR em Santiago do Cacém, depois de abastecer o automóvel num posto de combustíveis, alegadamente com “chapas de matrícula falsas”, seguindo-se uma “fuga com condução perigosa”. Segundo revelou a GNR, a detenção aconteceu cerca das 19 e 30 horas de quarta-feira, 20, por militares do posto de Santiago do Cacém daquela força de segurança. “A viatura foi detetada, seguida e intercetada por militares da GNR que, após a abordagem, apreenderam uma pistola de alarme portada pelo indivíduo e uma faca”, assim como “a viatura e respetivas chapas de matrícula falsas”.

QUINTA-FEIRA, DIA 21

BEJA PRISÃO PREVENTIVA PARA UM DOS QUATRO SUSPEITOS DE TRÁFICO DE DROGA

O Tribunal de Beja decretou a prisão preventiva de um dos quatro suspeitos de envolvimento em crimes de tráfico de droga e, alguns, de furto, que tinham sido detidos pela GNR na segunda-feira, 18, no concelho. Os suspeitos começaram a ser interrogados na terça-feira, 19, no tribunal, o qual decretou que um deles vai aguardar julgamento no Estabelecimento Prisional de Beja, disse à Lusa o oficial de relações públicas do Comando Territorial de Beja da GNR, tenente-coronel Carlos Belchior. Segundo decisão do tribunal, os restantes três suspeitos aguardam julgamento em liberdade, mas ficaram sujeitos a apresentações às autoridades e proibidos de contactarem entre si e terão que se sujeitar a tratamento específico na área da toxicodependência, indicou o oficial. Os suspeitos, entre os 34 e os 43 anos, tinham sido detidos durante quatro buscas domiciliárias na cidade de Beja e nas aldeias de Salvada e de Penedo Gordo, explicou o oficial. Durante as buscas, que foram realizadas no âmbito de um processo que está a ser investigado pelo Núcleo de Investigação Criminal do Destacamento Territorial de Beja da GNR, foram apreendias 166 doses de heroína e 72 sementes de canábis e quatro veículos ligeiros. A GNR apreendeu também uma arma de fogo modificada para calibre.22, uma pressão de ar, um bastão extensível, um punhal, telemóveis e objetos alegadamente relacionados com o tráfico de droga.

SÁBADO, DIA 23

VIDIGUEIRA NOVO ESPAÇO DO GABINETE DE APOIO À JUVENTUDE INAUGURADO

A Câmara de Vidigueira inaugurou o novo espaço do Gabinete de Apoio à Juventude, no Centro Multifacetado de Novas Tecnologias. O gabinete, criado pelo Pelouro da Juventude da autarquia, visa promover atividades para fomentar a participação ativa dos jovens no concelho, apoiar o desenvolvimento do associativismo juvenil e promover a transversalidade das políticas municipais orientadas para a juventude nos restantes domínios de intervenção.

ODEMIRA PROJETO PROMOVE INTEGRAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DE CRIANÇAS E JOVENS

O projeto “ST.E5G”, que pretende “impulsionar a integração social e cultural de crianças e jovens” da freguesia de São Teotónio, no concelho de Odemira, arrancou no sábado. Promovido pela Taipa – Organização Cooperativa para o Desenvolvimento Integrado do Concelho de Odemira, o projeto é financiado pelo programa governamental “Escolhas” e conta com o apoio da Câmara de Odemira.

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Baldão, despique e campaniçaEm Amoreiras-Gare, Odemira, ouviu-se, no sábado passado, o toque da viola campaniça, despique e baldão. E por lá passaram entusiastas da causa, cantadores, tocadores, investigadores, entre tantos outros. Tudo em prol da preservação da tradição.

Maria Elisa na biblioteca de BejaMaria Elisa Domingues, conhecida jornalista, veio à biblioteca de Beja apresentar o seu livro Amar e Cuidar. Consigo trouxe outras caras conhecidas, que a ajudaram nesta tarefa, e foram muitos os que por lá passaram para conhecer este seu trabalho.

Meu Futuro 24horas no Pax JuliaO projeto Meu Futuro 24horas (MF24) chegou à cidade de Beja, na semana passada. 24 horas non stop e em debate o tema: “Como conseguir emprego/Como ser empreendedor”. O objetivo? Motivar os presentes para criarem as suas oportunidades.

Quatro mil árvores para plantar em Santo AndréTodos são poucos para ajudar a reflorestar Vila Nova de Santo André. A primeira plantação já começou e foram muitos os que se juntaram à iniciativa, que, até ao final de 2014, pretende devolver quatro mil árvores à cidade.

Caleidoscópio na Taberna do ArrufaCaleidoscópio 11211, de Ana Paula Figueira, foi apresentado na Taberna do Arrufa, em Cuba. Mais uma vez a biblioteca municipal promoveu a aproximação à leitura, através de iniciativas que vão ao encontro de potenciais leitores, em ambientes mais informais.

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Torrão

Falta de trabalho é o que mais preocupa os habitantes

Os dias na segunda maior freguesia do País

O dia acordou chuvoso. A água, que caiu durante a noite e que não deu

tréguas à manhã, encharcou os campos. O alcatrão que cobre o piso da EN2 não é exceção. É esta a estrada que leva até Torrão. E a chuva, essa, não para de cair.

Deixando o concelho de Ferreira do Alentejo para trás, na berma, sobretudo, avistam--se pinheiros e eucaliptos. O gado saiu para pastar, indife-rente a qualquer gota de água.

Uma vez passados a Odivelas pouco falta para entrar no terri-tório do concelho de Alcácer do Sal e, consequentemente, noutro distrito: no de Setúbal.

Torrão é sede da segunda maior freguesia do País. Fica a 35 quilómetros de Alcácer do Sal. A 45 quilómetros de Évora, a 53 de Beja e a 87 de Setúbal. E é esta última distância que pre-ocupa muitas vezes a população. Porque é lá, em Setúbal, que está o hospital do distrito.

“Temos cá um posto médico. Os médicos são cubanos, mas raramente lá vou. Graças a Deus não tenho precisado. Acontece que quando temos de ir ao hos-pital temos de ir a Setúbal. Em minha opinião, deveríamos de pertencer a Évora. A distân-cia é muito menor”, afirma João Nunes, habitante de Torrão, en-quanto as nuvens dão, embora só por breves momentos, tréguas.

João Nunes, junto à estátua de Bernardim Ribeiro, ilustre escritor da terra, motivo de or-gulho de todos os nados e cria-dos em Torrão, lamenta a sua má sorte, que é o mesmo que dizer: a falta de trabalho. “Estou desem-pregado. Trabalhava na constru-ção civil, mas esta área está pés-sima e era o sustento de muita gente da vila”.

A agricultura, a par do co-mércio, é outro dos sustentos dos habitantes da freguesia. “Ainda há alguma pecuária, mas pouca, nada como antigamente. A agri-cultura está mais fraca, vieram as máquinas, que roubaram em-prego a muita gente. Os olivais espanhóis também pouco traba-lho dão. Isto está mau em todo o lado e aqui não é exceção”, argu-menta João Nunes.

Na paragem de autocarro, embora não estejam à espera de nenhum, nem vão para parte al-guma, sentam-se Francisco e António, que têm em comum, para além de habitarem a mesma localidade, o nome “José”.

Torrão é sede da segunda maior freguesia do País. É a terra que viu nascer Bernardim Ribeiro, es-

critor de Menina e Moça, e quase em cada esquina da vila encontra-se património. Fica a meio cami-

nho de Évora, a meio caminho de Beja, mas pertence ao concelho de Alcácer do Sal e, consequen-

temente, ao distrito de Setúbal. Torrão conta com 2 758 habitantes e, como muitas freguesias do

interior, tem vindo a perder população. É que o que falta em Torrão, segundo os habitantes, tam-

bém é semelhante ao que acontece em muitos outros sítios do País: trabalho, para que mais nin-

guém tenha de sair. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

Francisco José abre o guarda--chuva vezes sem conta. “Está ensopado, mas este tempo não o deixa enxugar”, adianta. Já António José, apesar do tempo embrulhado, não retira os ócu-los de sol. “Estamos reformados e entretemo-nos aqui até à hora de almoço, depois de tarde mais um bocadinho e a vida vai indo assim”, conta António.

Na rua, à procura de com-pradores, segue um casal. Para venda traz espargos. Mas a chuva, que continua a cair, afasta os potenciais clientes. Pouca gente se avista.

Francisco volta a pegar na conversa e apetece-lhe falar, an-tes, do que bonito há para se ver em Torrão. “Temos cá mui-tas igrejas e volta e meia apare-cem aí turistas”, diz, começando a enumera-las: “A igreja de São Fausto, a dos Azinhais, a Matriz, a do Convento…”. Faltando--lhe somar ainda a do Carmo, a ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso, a igreja de São Francisco, a capela de São João da Ponte…e, claro, mais patri-mónio edificado. E depois existe sempre a margem direita do rio Xarrama (af luente do Sado).

Numa das ruas, de casas baixas e brancas, passa Maria Engrácia. “Fiz toda a minha vida nesta terra. Sou nascida, criada, batizada e casada em Torrão. Esta terra evoluiu, mas cada vez há menos pessoal. Já vi-veu aqui muita gente, mas agora vive muito menos. Cada vez há menos crianças a nascer e há mais velhotes a morrer. Não há trabalho, não há nada, é natural que as pessoas sejam obrigadas a ir para outros sítios, para ou-tras terras e até para o estran-geiro”, diz.

Os sinos da igreja tocam e a chuva, por breves momentos que seja, não cai. Os habitantes apressam-se a fazer os serviços. Entram no banco, nas pastela-rias, nos supermercados, nos ca-fés, na junta de freguesia.

“Esta é uma terra com al-gum movimento e até esta-mos bem servidos de servi-ços. Bombeiros, posto da GNR, posto médico, biblioteca, pisci-nas. É uma boa terra, é a nossa terra e gostamos sempre dela”, explica Amândio Pereira, do alto dos seus 81 anos.

E da sua terra espera, sobre-tudo, “mais evolução”. “Tem con-dições para crescer, assim quei-ram apostar nela”, argumenta.

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Património

Destacam-se, no que diz respeito ao património, a anta de São Fausto, a estátua do escritor Bernardim Ribeiro (natural de Torrão), a igreja Matriz, a igreja de São Francisco, a capela de São João da Ponte, o povoado calcolítico do monte da Tumba, o obelisco de Algalé, o Palácio dos Viscondes do Torrão, a igreja de São João dos Azinhais e a ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso, entre outros.

A terra de Bernardim Ribeiro

Bernardim Ribeiro, escritor português, nasceu em Torrão, concelho de Alcácer do Sal. Conhecido pela sua obra Menina e Moça, romance editado, segundo fontes, “por três vezes no séc. XVI: 1554 (Ferrara, com o título His tór ia de Menina e Moça), 1557-58 (Évora, com o título Saudades) e 1559 (Colónia, a par-tir da 1.ª edição)”. De Bernardim Ribeiro se diz que foi o introdutor do bucolismo em Portugal.

História de TorrãoA origem do nome Torrão vem de torrejam, que sig-nifica “torre grande”. Segundo informação disponi-bilizada pela Câmara de Alcácer do Sal, “conta com um grande passado histórico, sendo um povoado do período Neolítico. Foi zona de alguma impor-tância no período dos romanos e esteve também sobre a influência árabe. A libertação deste domí-nio deu-se em 1217 (quando Alcácer do Sal também foi libertada) e Torrão foi então doado à Ordem de Santiago. A Ordem aforou Torrão em 1260, passando a ser vila da Ordem. Novo foral viria a ser concedido à vila em 1512, por D. Manuel I. Em 1490, D. João II, por altura do casamento do seu f ilho em Évora, concedeu as rendas de um ano de várias vilas, entre as quais as de Torrão. O concelho foi anexado ao de Alvito, tendo depois transitado para o de Alcácer do Sal, por decreto de 3 de abril de 1871.

Museu Etnográfico do Torrão

O Museu Etnográfico do Torrão foi inaugurado em 2006 e pretende privilegiar duas vertentes bastantes impor-tantes para o concelho: o fabrico de pão e a produção de azeite. É igualmente palco de exposições temporárias e de outras iniciativas culturais.

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PS deixa cair atual presidente e avança com Torres Couto

Pedro Paredes avança como independente em Alcácer

Está lançada a confusão no seio do PS de Alcácer do Sal. Pedro Paredes, presidente socialista eleito há dois man-

datos consecutivos, foi preterido pelo antigo líder da UGT, Torres Couto. Paredes fala em “manobras de bastidores”

que nada abonam em favor do “interesse das populações”. Por isso decidiu avançar com uma lista de independen-

tes a uma câmara que, neste momento, não tem dívidas e paga aos fornecedores no “espaço máximo de 90 dias”.

Texto Paulo Barriga Fotos Câmara Municipal de Alcácer do Sal

Autárquicas2013

Agora que o trabalho de requalificação dos espaços públicos e das principais infraestruturas está em marcha, gostava de ter tempo para investir em ideias de desenvolvimento. Por isso vou concorrer a um novo mandato”.

Como classificaria o seu último mandato

à frente da Câmara de Alcácer do Sal?

Durante os primeiros anos como au-tarca considerei como prioridade ab-soluta a reorganização dos próprios serviços municipais, por forma a re-duzir os desperdícios, diminuir cus-tos improdutivos e fomentar uma

cultura organizacional orientada para o serviço público e para a resposta às necessidades da população. A partir

daí centrei o trabalho do município na requalificação dos espaços

públicos, na promoção do concelho e na captação de investimento externo.

Como se encontram as

finanças do município?

Atualmente, a Câmara Municipal de Alcácer do Sal paga aos seus

gostaria de ter realizado e não conseguiu?

Gostaria de ter tido meios financeiros para investir, ainda mais, na área da educação, da cultura e da investigação científica.

Sente que tem o apoio da população?

Se não sentisse já me tinha ido embora.

Vai mesmo concorrer a um terceiro man-

dato, agora como independente, à Câmara

de Alcácer?

Agora que o trabalho de requalificação dos espaços públicos e das principais infraes-truturas está em marcha, gostava de ter tempo para investir em ideias de desenvol-vimento. Por isso vou concorrer a um novo mandato.

Sente que foi, de alguma forma, “traído”

pelo PS?

As manobras de bastidores não me inte-ressam. Estou aqui para servir o interesse público.

Como classifica e encara a candi-

datura de Torres Couto pelo PS?

O Povo é que vai escolher, no dia das eleições.

Quer clarificar melhor a sua declaração:

“O PS desligou-se da terra”?

Os partidos políticos são a base do nosso sistema democrático. No entanto, por vezes, colocam os interesses pessoais e partidários acima do interesse das populações.

Concorda com a criação das comunidades

intermunicipais ou preferia integrar uma

estrutura que abrangesse todo o Baixo

Alentejo?

As comunidades intermunicipais já existem. No caso a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral tem servido o interesse da região porque, nesse fórum, os presidentes das cinco câmaras que a constituem coor-denam projetos, decisões e investimentos.

Entrevista realizada por email.

fornecedores de bens e serviços no espaço má-ximo de 90 dias. E não tem qualquer tipo de encargos com emprés-timos bancários ou outros. Naturalmente que, sobretudo agora, tal situação só é pos-sível com um compli-cado esforço de con-

tensão de despesas.

Qual o valor da dívida da

autarquia?

Não existe qualquer dívida.

Que obras ou investimentos

João Rocha quer reforçar imagem de Beja

João Rocha é o candidato da CDU à Câmara

Municipal de Beja nas próximas eleições

autárquicas. A apresentação teve lugar, no

sábado passado, na Casa da Cultura. No seu

primeiro discurso, enquanto candidato,

afirmou: “Beja tem o principal. Só lhe falta

uma câmara competente”. Para João Rocha,

“é preciso levar adiante um projeto autárquico

que vise a defesa da população”, sendo

sua intenção impulsionar “a participação,

a sustentabilidade e o desenvolvimento

económico”. O “histórico” presidente, que

liderou Câmara de Serpa durante 33 anos,

considerou ainda que “é preciso reforçar a

imagem de Beja”, como forma de colocar

a cidade “na centralidade que lhe é devida,

enquanto capital de distrito”. João Rocha

referiu também que se candidata para

“desenvolver um projeto realista e com

futuro”, convidando todos “a arregaçarem

mangas e a trabalharem em conjunto por Beja,

pelo concelho e pela região”.

Santiago Macias apostaem continuar trabalho

Santiago Macias foi apresentado como

candidato da CDU às eleições autárquicas,

no sábado passado, no espaço Sheherazade,

em Moura. Recorde-se que Santiago

Macias pertence ao atual executivo que

lidera a Câmara de Moura. O autarca da

CDU afirmou, no dia da sua apresentação

como cabeça de lista, que pretende “dar

continuidade ao trabalho que tem vindo a

ser desenvolvido no concelho”. E defendeu:

“Vamos continuar a fazer investimentos, a

melhorar a vida das populações e, sobretudo,

exigir ao poder central, que manifestamente

não sabe onde fica Moura, aquilo que são os

nossos direitos”. Santiago Macias reforçou

que, nesta altura, “se sente perfeitamente

preparado para ser presidente da Câmara

de Moura” e que acredita que “vai ser

eleito”. Relembrando: “É um trabalho de

continuidade pessoal e coletiva”.

Sebastião já não é o candidato do PSD em Beja

A concelhia de Beja do PSD decidiu não

candidatar o atual presidente do município

de Almodôvar, António Sebastião, à Câmara

de Beja, nas autárquicas deste ano, revelou

à Lusa o presidente da estrutura partidária.

Segundo João Pedro Caeiro, presidente

da concelhia de Beja do PSD, António

Sebastião “chantageou” o PSD, porque

queria que o candidato social-democrata à

presidência da Câmara de Almodôvar fosse

o atual vice-presidente do município, João

Palma, e não o presidente da concelhia de

Almodôvar, Ricardo Colaço. Contactado

pela Lusa, António Sebastião escusou-se a

prestar declarações sobre o assunto.

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Bisca Lambida

Será o cargo de presidente de câmara, em locais de pequena dimensão, assim tão aliciante para atrair figuras de relevo,

como é o caso de Torres Couto, em Alcácer do Sal?

QuestiúnculasinternasJoão Espinho

Desconfio muito dos figurões nacionais que, de um pé para a mão, aterram em pequenas localidades com o intuito de se tornarem autarcas ou de-

putados, isto é, que desejam um novo tram-polim para aceder ao poder e com ele con-tinuar a ter ou a viver das mordomias que, normalmente, estes cargos oferecem.

E se desconfio destes para-quedistas, mais desconfio de quem lhes faz o convite para se tornarem cabeças de lista. Será que nestes concelhos não há gente válida para desem-penhar o cargo de presidente

da câmara? Ou será que este cargo é de tal forma tão pouco aliciante que ninguém lhe quer pegar?

Parece-me que os convites a estas figu-ras “de peso” têm mais a ver com questiún-culas internas dos partidos do que propria-mente com a real vontade de ter alguém de indiscutível valor a gerir os destinos de uma autarquia ou a representar uma região no parlamento.

No meio destas figuras gradas da vida nacional, temos ainda alguns “pavões” cujos objetivos estão bem camuflados sob as penas das suas “asas”, pois tanto lhes dá serem candidatos em Freixo de Espada à Cinta como na vila mais escondida do in-terior alentejano. É de desconfiar de tanto amor à causa pública, pelo que, espera-se, o julgamento popular nas eleições não deixe margem para dúvidas: ou se elege o pavão ou então mostra-se o cartão vermelho e de-volve-se a ave ao seu habitat de origem.

Vai um duque de copas, que também é carta vermelha.

É semprealicianteJoão Machado

Na minha opinião, o cargo de presidente de câmara é sempre aliciante, seja o candidato uma figura de relevo ou não. Nas lo-calidades de pequena dimen-

são, como é o caso de Alcácer do Sal, é natu-ral que isso suceda e se ainda tivermos como referência um homem que há muito tempo se encontra afastado das lides políticas, como é

Torres Couto, tudo faz mais sentido.

Ser presidente de câmara nas pequenas localidades tem, do meu ponto de vista, um atrativo muito concreto e que se centra fundamentalmente

em fazer uma política mais direta, de aborda-gem mais real aos problemas das populações. Sente-se o pulso às dificuldades do dia a dia e o poder para alterar e melhorar as condições de vida da população.

É muito gratificante ser presidente de câ-mara, pelo protagonismo que o lugar também dita, e esse é um atrativo que ninguém pode esconder, até com alguma imodéstia, contudo o que deve ser realçado, nos dias de hoje, é que ser presidente de câmara também não é fá-cil, na medida em que a lei dos compromissos veio responsabilizar pessoalmente os executi-vos municipais pelos incumprimentos no pa-gamento de faturação em atraso e pela inexis-tência de fundos disponíveis nos municípios.

Hoje, ser presidente de câmara é ali-ciante, mas não deixa de ser também uma enorme preocupação para quem é eleito, pois o que se constata é que os municípios têm cada vez menos capacidade de inter-venção face a todas as restrições impostas pela troika.

Proximidade entre eleitores e eleitosSérgio Fernandes

A cada quatro anos, o processo eleitoral autárquico mobiliza para cima de 150 000 cida-dãos na qualidade de candi-datos aos órgãos das câmaras

municipais e juntas de freguesia.Pessoalmente, considero que aquela que

é uma das principais características asso-ciadas à gestão autárquica é, também, o seu

principal aliciante. Refiro-me, claro, à proximidade entre eleitores e eleitos.

Proximidade entendida não apenas no sentido físico de conhecimento e identifi-cação dos responsáveis polí-

ticos, mas também no que diz respeito ao próprio processo de decisão e ao seu escru-tínio público.

É esse, creio, também o motivo pelo qual, ao longo das últimas décadas, a parti-cipação dos eleitores se mantém a um nível consideravelmente superior ao dos demais atos eleitorais do nosso sistema político-constitucional.

Ou seja, quando falamos de Poder Local, a gestão da coisa pública é sobretudo a ges-tão da coisa concreta, suscitando um amplo e genuíno envolvimento das diferentes co-munidades locais.

Na certeza de que neste ano de 2013, a par das trapalhadas legislativas que amea-çam ensombrar as eleições, o debate polí-tico será fortemente condicionado pela di-fícil situação económico-financeira que o País atravessa e que implica sérias limita-ções aos orçamentos da generalidade das autarquias.

Pelos muitos milhares de candidatos

que, com a sua disponibilidade e entrega, contribuem para que as eleições autárqui-cas sejam consideradas como uma verda-deira festa da democracia, bato na mesa, com sonora convicção, o ás de ouros.

Estratégia do partido dita escolhasLuís Miguel Ricardo

Estratégia partidária? Protago-nismo? Qualidade de vida? Fuga aos espaços políticos de maior stresse?…

Cada situação é única. Julgo que numa primeira instância seja a estraté-gia do partido a ditar as escolhas. Uma fi-gura mediática num espaço discreto pode, com mais facilidade, fazer a diferença no

seio da comunidade. Os par-tidos sabem disso e pode-rão jogar esses jokers no ta-buleiro eleitoral. Se é positivo ou negativo para a população e para o próprio candidato, tudo dependerá das posturas

que as partes adotem nessa relação de eleito e eleitor.

Se o candidato mediático se apresen-tar com vontade altruísta de pôr ao serviço da comunidade as competências políticas e pessoais desenvolvidas ao longo da carreira em cenários de intervenção mais comple-xos, então a população sai a ganhar e a “fi-gura” também. Uns porque beneficiam das ações, outro porque se realiza politicamente no exercício das intervenções.

Se o candidato mediático se reger pelo lema do “descaso do guerreiro depois das guerras”, desvalorizando os problemas e minimizando o seu empenho, então ne-nhuma das partes sairá beneficiada. Uns porque se indignam, outro porque com a indignação dos indignados não consegue descansar.

Em suma, duas motivações principais poderão estar na hipotética atração das fi-guras de relevo pelo cargo de presidente de câmara numa pequena autarquia: von-

tade altruísta de fazer a diferença em prol da comunidade; von-

tade egoísta de se retirar dos complexos palcos da política

nacional e internacional.

as, que também é pela troika. Pelos muitos milhares de candidatos minimizando o snhuma das parteporque se indignaindignação dos indescansar.

Em suma, dupoderão estar naguras de relevo de câmara numa

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AtualCapoulas Santos denuncia “escândalo” na negociação da PAC

“Dá impressão de que os números estão a ser martelados pela Comissão”

Onze dias depois de o Conselho Europeu ter chegado a um acordo quanto

à divisão dos fundos do próximo orçamento comunitário, os números

oficiais ainda não eram conhecidos. Capoulas Santos, eurodeputado do

PS, e relator do Parlamento Europeu para a Reforma da Política Agrícola

Comum (PAC), estranha o secretismo que lhe deixa “as maiores das pre-

ocupações”. Em entrevista, concedida em Bruxelas aos jornais “Diário do

Alentejo” e “Linhas de Elvas”, o ex-ministro da Agricultura do Governo de

António Guterres diz que a aposta no regadio deve ser “a primeira das

prioridades” para mudar o paradigma da lavoura nacional, mas “tem sé-

rias dúvidas” de que o Governo conclua Alqueva.

Entrevista Aníbal Fernandes Fotos JAA/”Linhas de Elvas”

Qual o impacto que o corte no orçamento

da União Europeia poderá ter na PAC?

Passados 11 dias do Conselho Europeu, nem o Conselho nem a Comissão fornece-ram os dados objetivos para cada estado- -membro. Portanto, os números disponíveis são os que foram tornados públicos pelo Governo português. Segundo o primeiro- -ministro, Portugal perderá cerca de 700 milhões de euros. Uma posição totalmente diferente daquela que propõe o Parlamento Europeu, e em que Portugal teria um ganho positivo de 370 milhões, mesmo tendo por base a proposta da Comissão Europeia que já era 10 por cento mais baixa do que o úl-timo orçamento.

Esta posição do Conselho não é defini-tiva, é apenas a posição dos governos, e terá agora de ser confrontada com a do PE de forma a chegarmos a um acordo, uma vez que existe, nesta matéria, obrigatoriedade de codecisão (50 por cento do poder de deci-são está no Parlamento, 50 está do lado dos governos). O que me preocupa é que a po-sição dos governos está muito afastada da do Parlamento, o que significa que, mesmo que qualquer solução negocial convirja para uma posição central, será sempre pior do que aquela que propomos.

Para além disso, o acordo do Conselho foi subscrito pelos governos dos 27 países. Ora a maioria dos deputados do Parlamento pertence aos partidos que sustentam esses governos. No caso de Portugal, os deputa-dos do PSD e do CDS-PP estão no Partido Popular Europeu (PPE). Irão eles votar contra o acordo que o seu governo firmou no Conselho e que diz que é bom? Por ou-tro lado, o PPE, bem como os principais partidos, têm vindo reiteradamente a de-fender a recusa do orçamento. Ou seja, se o Parlamento chumbar o orçamento no ano seguinte temos de viver na base de

A ser verdade algumas das coisas publicadas na imprensa internacional, isto é um escândalo que tem de ser denunciado. Como é que um país como Portugal sai desta negociação a perder e um país como a França sai com uma situação igual ou a ganhar?

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duodécimos e terá de se abrir uma nova negociação.

Mas uma nova negociação, em ano de eleições europeias, também terá consequên-cias, porque em algumas matérias é possível viver com duodécimos, mas em outras não. No caso da Agricultura, o chamado “pri-meiro pilar”, ou seja, os pagamentos dire-tos (RPU), é possível funcionar por duodé-cimos com base no orçamento atual.

Já que menciona o RPU, esse conceito não

vai desaparecer?

Passará a haver um pagamento básico (RPB). Chame-se o que se lhe chamar, RPU ou RPB, será um pagamento por hectare. O nome não é importante, o que interessa é o conteúdo.

Mas há uma diferença substantiva. Não é

exatamente igual, ou é?

Haverá um pagamento por hectare. A base de cálculo para este pagamento é que é li-geiramente diferente, e terá consequências para os agricultores – uns passarão a re-ceber mais do que recebem agora e outros passarão a receber menos…

E os que passarão a receber mais são…

São aqueles que, neste momento, têm um pagamento por hectare situado abaixo da média nacional, que é de 186 euros por hec-tare. Estima-se que, com esta negociação, a média poderá passar para 200 euros. Todos os agricultores que estão abaixo dos 200 eu-ros por hectare, até 2020, irão, progressiva-mente, caminhar para esta média. Os que estão acima de 200 euros por hectare vão baixar, tendencialmente, para esta média.

Essa era uma das suas propostas há dois

anos…

Esta solução tem vantagens e inconvenientes.

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Vantagens para aqueles que recebem me-nos, mas quem vai pagar são os que recebem mais. E em alguns setores, por razões que vêm do passado, essas ajudas são muito ele-vadas, o que quer dizer que se houver uma descida muito brusca pode pôr em causa a sua viabilidade. O exemplo mais eloquente é o do tomate que recebe cerca de dois mil euros por hectare. Se houver uma conver-gência de dois mil para 200 euros, isso sig-nificará uma redução drástica que retira viabilidade ao setor.

E poderá ser na ordem desses valores?

Segundo a proposta da Comissão pode. O meu relatório propõe – e mereceu um grande apoio do PE – três mecanismos vo-luntários que permitem aos estados-mem-bros que queiram utilizá-los reduzirem esta descida. Ou seja, um mecanismo travão, que evita, em alguns setores, descidas brus-cas até 2020, limitando essa redução até ao máximo de 30 por cento. Estou conven-cido de que tal será possível negociar com o Conselho.

E as ajudas são para todos os setores?

No futuro, o que se preconiza é que sejam por hectare, independentemente daquilo que o agricultor produzir. No entanto, fica aberta a possibilidade de os estados-mem-bros, segundo a proposta do Parlamento, poderem reservar 15 por cento do seu orça-mento para pagamentos ligados à produção em setores onde haja risco de abandono da atividade.

Será o caso das vacas aleitantes, em

Portugal?

Por exemplo. Neste momento, cada produ-tor recebe um subsídio por cada vaca. No futuro, a Comissão propõe que o agricultor receba um subsídio por hectare, e ter vacas

ou não ter vacas é uma opção sua. Qual é o risco que se corre? Em regiões onde as con-dições de produção são mais difíceis, os agricultores podem preferir ficar apenas com o subsídio e abandonar a produção de gado bovino, reduzindo a produção do País. De facto, esse risco existe. Cabe aos esta-dos-membros decidirem se é nos bovinos, nos ovinos, se é no leite, ou noutra produ-ção qualquer.

Está a falar em 2020, mas há quem fale em

2029…

Não. A crítica que fiz à proposta da Comissão, e que faço agora ao Conselho, é que há duas velocidades. A Comissão quer que os agricul-tores, dentro de cada país, estejam harmoni-zados até 2020. Mas a harmonização entre países é só a la longue, não se sabe quando. Querem que em cada país os agricultores re-cebam a sua média nacional, mas isso não é correto se não houver harmonização a ní-vel comunitário. O ideal é que haja esta du-pla convergência em simultâneo, e os países que recebem mais transfiram para os que re-cebem menos.

A Comissão quer basear o RPB nas candi-

daturas do RPU de 2011, e a proposta do

Parlamento aponta para entre 2009 e 2011.

Qual é a diferença?

Os agricultores que terão direitos de paga-mento, a partir de 2014, são os que, pelo me-nos, ativaram um direito no passado, para evitar que haja uma corrida aos direitos de pagamento. Se houvesse uma explosão dos direitos de pagamento eles teriam de bai-xar porque o dinheiro seria o mesmo e a área aumentava. Isso significa que, em Portugal, com um determinado número de hecta-res elegíveis, o Estado vai ter de ratear os

pilar 25 por cento. Nós temos cerca de 50 por cento em cada pilar e temos um orçamento europeu mais pequeno. Por isso é que nós levamos pancada no segundo. Se esse corte incidisse mais no primeiro, mantínhamos, provavelmente, o envelope e o corte dos 600 milhões não o teríamos referido no segundo pilar. Eu acho que isso foi uma proposta do Conselho que foi ao encontro das preten-sões francesas. Aliás, fiquei muito chocado quando vi numa publicação especializada o ministro francês dizer que a França man-tém mais ou menos o seu envelope nacio-nal. Como é que a França, que recebe tanto como 18 estados-membros no seu conjunto, mantém o seu envelope, e ainda aumenta o Desenvolvimento Rural, quando países que estão em pior situação perdem, como é o caso de Portugal?

O que é que se passou com a Espanha?

Não sei. Esse é que é o problema. É que os números não são conhecidos. Sabe-se que houve uma negociação, cada governo fez as suas próprias declarações, mas os números, e a possibilidade de os comparar, passados 11 dias da decisão do Conselho, não estão dis-poníveis. Eu já questionei o senhor Herman Van Rompuy e a Comissão, mas nada. Dá impressão de que os números estão a ser martelados ou que se está a procurar encon-trar uma forma que os justifique, porque de-vem ter sido negociados ad hoc. E nessa ne-gociação ad hoc parece que há quem se saiu bem e quem se saiu mal. E a ser verdade al-gumas das coisas publicadas na imprensa in-ternacional, isto é um escândalo que tem de ser denunciado. Como é que um país como Portugal sai desta negociação a perder e um país como a França sai com uma situação igual ou a ganhar? Espero que esta situação não se confirme, mas a ocultação dos núme-ros deixa as maiores inquietações.

hectares elegíveis pelos agricultores. E é justo que o faça primeiro pelos agricultores que já estão na atividade.

Mas isso não impede que alguém que venda

uma propriedade em 2012, mantenha os di-

reitos, e o agricultor que compre a terra fi-

que sem direitos…

Quem pode ativar direitos é quem os deti-nha entre 2009 e 2011. Eu propus este alarga-mento, ao contrário da Comissão que queria apenas um ano, porque, por qualquer razão, um agricultor, em determinado ano, pode não o ter ativado. Estamos a falar no passado, não permite que haja fraude, uma vez que os agricultores vão ter de ativar direitos em 2014, e só o poderão fazer aqueles que o ati-varam num período de referência anterior.

Referiu que haverá a possibilidade de haver

quem decida não produzir, mas pode alugar

essa terra a outro. Nesse caso quem é que re-

cebe? O proprietário ou o rendeiro?

O titular dos direitos tem de os ter associados a uma exploração. Não existem direitos vir-tuais. Posso vender direitos a um agricultor que tem uma exploração sem direitos, mas os direitos têm de estar sempre associados a uma exploração. Se alguém vendeu os direi-tos a outro e fica com a terra nua, e se alugar essa terra e o rendeiro não trouxer, ele pró-prio, direitos, obviamente que não os tem…

O presidente do Instituto Superior de

Agronomia, Carlos Noé, é muito crítico em

relação ao reforço das ajudas neste primeiro

pilar…

Eu estou de acordo com ele. Em termos eu-ropeus, o primeiro pilar, os pagamentos di-retos, representa 75 por cento do orçamento agrícola da União Europeia e o segundo

Menos 500 milhões para o Desenvolvimento Rural

“Tenho sérias dúvidasde que o Governo conclua Alqueva”

A ministra Assunção Cristas garantiu

que no próximo Quadro Comunitário de

Apoio (QCA) existem verbas para concluir

Alqueva...

Se a intenção deste governo fosse concluir Alqueva não teria retirado do atual QCA o dinheiro que estava disponível, e que, como é sabido, decidiu utilizar na aprova-ção de outros projetos. O Governo impe-diu o ritmo de execução a que a obra es-tava submetida, e esta interrupção é, ela mesmo, gravosa. Trata-se de projetos que implicam estudos, concursos, contestações

a esses concursos, adjudicações e, muitas vezes, concursos públicos internacionais com prazos alargados. Uma paragem nesta cadeia de procedimentos tem sempre atra-sos gigantescos. Primeiro erro inaceitá-vel foi, havendo dinheiro neste QCA, e es-tando a obra a avançar a um bom ritmo, tê-la suspendido.

Ainda por cima sem que, até ao final de 2013, haja qualquer alternativa de finan-ciamento. Lembro que a senhora ministra veio a Bruxelas pedir autorização ao co-missário para obter financiamento através

do Fundo de Coesão. Obviamente que não há nenhuma decisão nesse sentido, porque isso vai contra os regulamentos que estão em vigor e, que eu saiba, não há nenhum que esteja a ser alterado, nem a Comissão manifestou intenção de o fazer. Eu li na imprensa que a autorização tinha sido con-seguida, mas todos sabemos que não o foi, e se alguém tem dúvidas basta fazer uma pergunta à Comissão e ficará imediata-mente esclarecido.

A partir de 2014 vamos ter dinheiro no Desenvolvimento Rural, mas serão menos

500 milhões de euros, apesar de o senhor primeiro-ministro e de outros membros do Governo terem anunciado que Portugal ti-nha um envelope adicional de 500 milhões de euros, o que é completamente destitu-ído de fundamento. Portugal tinha 4,1 mil milhões de euros, passou para 3,6 mil mi-lhões (baixou 500), e dentro desses 3,6 mil milhões tem agora a possibilidade de uti-lizar 500 milhões sem cofinanciamento nacional. Ou seja, estes 500 milhões não são um envelope adicional. São 500 den-tro de um novo envelope que é mais baixo

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500 milhões do que o atual. É evidente que isso é bom para o Estado porque não pre-cisa de pôr dinheiro do seu orçamento, mas é mau para o setor porque é menos di-nheiro. Esses 15 por cento acresciam ao di-nheiro comunitário, e assim não acrescem. No próximo QCA, a senhora ministra, ou o Governo que estiver na altura, terá 3,6 mil milhões de euros, dos quais 25 por cento têm de ser, obrigatoriamente, se a pro-posta do Parlamento for aprovada, para medidas agroambientais e cinco por cento para o Programa Leader. Os outros 70 por cento são distribuídos pelas medidas que o Governo entender, entre as quais está o regadio. E estará o regadio, espero, apesar de a Comissão também ter proposto que só os novos estados-membros (os que entra-ram depois de 2004) teriam financiamento para novos regadios. Eu, no Parlamento, consegui fazer aprovar, e por larga maio-ria, que todos os estados-membros tenham direito a financiamento, e nos contactos que tenho tido com a Comissão ela diz que pode aceitar isto. Estou convencido de que é uma das questões que não será difícil ne-gociar com o Conselho.

Portanto se, como eu penso, esta pro-posta for alterada, nós teremos base legal para a partir de 2014 continuar a fazer no-vos regadios. E vamos ter orçamento, um or-çamento mais pequeno, mas o Governo vai ter de cortar noutras coisas. O que me deixa preocupado é que, tendo no atual QCA mais dinheiro, e tendo essa opção, não o tenha utilizado. Se o não fez agora, com mais di-nheiro, tenho sérias dúvidas de que o faça depois, com menos dinheiro para distribuir por todos os outros programas.

A mesma situação se passou com a barra-

gem de Veiros?

Aí foi um pouco diferente. Essa, feliz-mente, já está concluída.

Sim, mas está a deitar água fora sem apro-

veitamento nenhum...

Provavelmente não avançou o perímetro de rega. Eu estive ligado a esse processo, ou seja, lancei esse projeto que estava há mui-tos anos, como outros, na gaveta. Lancei o concurso para a execução do projeto no fi-nal de 2001 e depois, quando o governo do engenheiro Guterres caiu, sucedeu-se o go-verno do doutor Durão Barroso, que sus-pendeu o projeto, o qual só foi retomado em 2005 ou 2006. Portanto, a barragem veio a ficar concluída muito recentemente, já na vigência deste governo. Uma barragem é uma componente de um projeto hidroagrí-cola. A segunda parte do projeto, que nor-malmente tem um investimento que nunca é inferior ao da barragem, é a rede de rega, a rede de drenagem, caminhos, eletrifica-ção, instalação dos hidrantes, etc. Mas esse é um investimento que faz parte de um sis-tema de regadio e volta a pôr-se a mesma questão. Dinheiro haverá no futuro QCA. Agora, usando uma expressão muito tí-pica do Alentejo, “quem come em chibo

não come em bode”, ou seja, se faz no rega-dio, não fará outras coisas. Eu, de qualquer modo – a minha filosofia sempre foi essa no passado quando tive responsabilida-des no governo e continua a ser – acho que, num país como Portugal, em termos de in-fraestruturas agrícolas, a primeira priori-dade tem de ser o regadio.

Para mudar o paradigma da nossa

agricultura?

Tendo em conta as nossas características climáticas, e o que está feito no Alqueva evidencia bem isso, é completamente dife-rente fazer uma agricultura de sequeiro, ou usar os recursos de água disponíveis. Essa devia ter sido, sempre, a primeira priori-dade e foi pena que este governo tenha in-terrompido, porque acho que há matérias que devem ter continuidade governativa. Os governos podem mudar, mas não vejo que haja necessidade de alterar as priori-dades. Portanto, eu critico muito severa-mente este governo porque alterou uma prioridade essencial por razões que me pa-receram politicamente superficiais. Acho que a única razão foi libertar um envelope financeiro para aprovar pequenos proje-tos noutras zonas do País que são eleitoral-mente mais interessantes para o parceiro mais pequeno da coligação.

Disse que o processo negocial da reforma

da Política Agrícola Comum, nomeada-

mente em matéria de Desenvolvimento

Rural, é uma questão vital para o futuro

da agricultura portuguesa. Significa que

uma redução, no caso de a Comissão e o

Parlamento assim o entenderem, tornará o

panorama mais drástico?

Mal comparado, estamos perante uma si-tuação de uma família que não é rica e que lhe cortam 7,5 por cento do salário. Certamente continuaremos a viver, agora viveremos com mais dificuldades. Num país como o nosso, num momento em que há um problema de crise económica,

em que o relançamento da economia se faz através de investimento, se temos di-ficuldade de recursos financeiros, se estes são recursos financeiros que são da União Europeia, não são nossos... Eu consegui meter no Parlamento Europeu a possibili-dade de que estes financiamentos possam ter, para a totalidade do programa, 95 por cento de cofinanciamento comunitário, o que quer dizer que o Estado português tem apenas de pôr cinco. Portanto, nós vamos ter menos dinheiro, vamos poder fazer menos obras, aprovar menos projetos. Isto quando se trata de um setor que, quando entrámos na União Europeia, estava numa situação de grande atraso. Temos vindo a recuperar imenso e agora, felizmente, co-meça a falar-se de forma positiva na agri-cultura. Isso deve-se a 30 anos de investi-mentos estruturais.

Acha que os agricultores estão com essa

vontade?

Acho que sim. Muita coisa mudou em Portugal e uma das coisas mais relevantes que mudou foi uma geração de empresários. Nós temos hoje, felizmente, gente muito qualificada, com outra visão empresarial, que domina tecnologias, que tem acesso ao conhecimento e que tem preocupações com o marketing e com a comercialização numa proporção incomparavelmente maior do que tínhamos. Para além disso, demos um salto qualitativo enorme em termos de in-vestimento em infraestruturas. Temos hoje mais regadio, com equipamentos mais so-fisticados. Veja-se o que se passa com o Alqueva. É um sistema que está a 50 por cento da sua execução, mas é um sistema que dispõe água sem custos energéticos. O Alqueva precisa daquela primeira bom-bagem para os Álamos a partir do qual se faz a distribuição por todo o sistema. E tem ainda aquela hipótese de, do Pedrogão para o Alqueva, reaproveitar a água uma vez que é possível gastar energia quando ela é barata e depois vendê-la, nos momentos de ponta, três ou quatro vezes mais cara. Ou seja, é possível ter um sistema que se autofinancie em termos energéticos a partir da base, de forma a que todos os agricultores tenham água sob pressão sem necessidade de gas-tar energia, o que é uma vantagem compe-titiva enorme.

O recente anúncio do desvio da água para

a zona industrial de Sines não tirará recur-

sos à agricultura?

Essa é uma das valências do projeto. Quando o Alqueva foi concebido admi-tia essa tripla valência: o abastecimento de água às populações, a agricultura e a in-dústria, em Sines, sendo que o grande con-sumidor seria a agricultura. Agora resta saber se para isso estão a ser utilizados fundos agrícolas, e, sinceramente, não te-nho essa informação. Se assim fosse, se-ria lamentável, não sei até se seria legal. Provavelmente essa situação estará acaute-lada, espero…

“Não me sinto em condições de ser candidato a Évora”

Nas últimas semanas o nome de Capoulas Santos tem sido apontado como o preferido de António José Seguro para substituir José Ernesto Oliveira à frente da Câmara de Évora. No entanto, o eurodeputado

descartou ao “DA” essa possibilidade. “Ser presidente da Câmara de Évora é uma função que honra qualquer político alentejano, mas eu estou num con-texto da minha vida política em que não me sinto em condições de poder aceitar esse desafio”, disse. Capoulas Santos é, neste momento, relator do Parlamento Europeu para a Reforma da Política Agrícola Comum, para ele “o relatório mais importante desta legislatura e que não é fácil ser atribuído a um deputado de um país pe-queno”, e que incide sobre quase 40 por cento de todo o orçamento comunitá-rio. Assim, o atual presidente da Assembleia Municipal de Évora não se sente em condições de assumir “uma batalha eleitoral que implica uma grande dis-ponibilidade” e que exigiria abandonar o dossiê da PAC, traindo “a confiança depositada pelos colegas de todos os grupos políticos e de todos os países”, afirma. “É um cargo que muito gostaria de desempenhar, mas, infelizmente, o calendário político não é compatível”, conclui.Quanto à lei da limitação de mandatos, o eurodeputado do PS pensa que “não é por essa via que se combate a corrupção”. “O corrupto é corrupto ao fim de três semanas ou de três meses. Não se é corrupto por estar 12 anos no mesmo cargo”, defende, acrescentando que “estamos num país de gente esclarecida, e quem faz as escolhas é o povo”, como tal, “esse julgamento devia ser o povo a fazê-lo”.No entanto, e apesar de não concordar com a lei, considera que “a partir do momento em que há uma lei que os limita, gostando ou não gostando, te-mos de a respeitar e não de a fintar”. “Só tenho pena é que aqueles que a fi-zeram não tenham a coragem de a clarificar no momento próprio. Por que é que estão a deixar criar este tabu, e a endossar esta responsabilidade para os tribunais? Acho que é uma confusão que não abona a favor da democracia”, concretiza.

Se a intenção deste governo fosse concluir Alqueva não teria retirado do atual QCA o dinheiro que estava disponível, e que, como é sabido, decidiu utilizar na aprovação de outros projetos.

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Moçambique é a próxima aposta

Qatar, China e Japão interessam-se por Alqueva

Manifestação agendada para amanhã

Beja também sai à rua contra a troika

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O Governo está a tentar captar in-vestimentos para a área de rega-dio de Alqueva, junto do Qatar, da China e do Japão, em conjunto com a Aicep – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.

O Qatar, a China e o Japão podem vir a investir em Alqueva, adianta a edi-

ção de sábado último do semaná-rio “Expresso”. De acordo com o jor-nal, o Governo, em conjunto com a Aicep – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal “está a promover uma ofensiva diplomá-tica junto destes países no sentido de captar investimentos para a aérea de regadio de Alqueva”.

No caso do Qatar, as manifesta-ções de interesse vão para as cultu-ras da batata, da cenoura e da cebola.

Segundo a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, os representantes diplomáticos do Qatar já receberam um vídeo preparado pela Empresa de Desenvolvido e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), que mostra as po-tencialidades da região, e brevemente a Aicep deverá receber em Portugal uma missão empresarial daquele país.

Em relação à China, a minis-tra reuniu-se recentemente com o vice-primeiro-ministro chinês, que é responsável pela área do desen-volvimento rural, com vista a traça-rem uma ação conjunta na área da agricultura.

Ainda de acordo com semanário, Alqueva está também na mira de uma empresa agroindustrial japonesa que, segundo a ministra da Agricultura, “está neste momento a procurar opor-tunidades para o cultivo de tomate”.

Além destes três países, o Governo procura captar investimento para o projeto agrícola de Alqueva em Moçambique, onde a ministra da Agricultura deverá deslocar-se no início deste mês.

Ainda no âmbito da ofensiva di-plomática de captação de investi-mento para Alqueva, a EDIA esteve há poucas semanas representada na Fruit Logistica, na Alemanha, consi-derada a maior feira mundial do se-tor das frutas e legumes, tendo esta-belecido contactos com a Holanda, França e com o país anfitrião do certame.

Em curso estão já projetos de uma empresa farmacêutica britânica e de uma empresa espanhola. A primeira vai plantar papoilas para produ-ção de morfina e a segunda vai pro-duzir cebola para a multinacional McDonalds.

Beja também adere à manifes-tação nacional do movimento Que se lixe a troika (QSLT),

numa ação de protesto agendada para amanhã, sábado, pelas 16 horas, junto ao largo do Museu e com marcha por algumas ruas do centro da cidade até à praça da República, “onde se fará a concentração final”, pode ler-se num comunicado do grupo local do QSLT. No mesmo documento, assinado por

Ana Ademar, Leopoldina Almeida, Rui Eugénio, Rui Gaibino e Teresa Marujo, é feito um apelo a todos os ci-dadãos, “com ou sem partido, com ou sem emprego, com ou sem esperança”, bem como a todas “as organizações políticas e militares, movimentos cí-vicos, sindicatos, partidos, coletivi-dades e grupos informais” para que se juntem à ação de rua e “de forma criativa”, elaborem os seus cartazes

com palavras de ordem. O que está em causa, dizem, é exigir a “demissão do Governo” e também que “o povo seja chamado a decidir a sua vida”. “Resistimos”, concretiza o grupo de cidadãos, “porque esta é a única forma de preservarmos a dignidade e a vida”, e “porque sabemos que há alternati-vas e que aquilo que nos apresentam como inevitável é na verdade inviável e por isso inaceitável”.

JOSÉ

FER

ROLH

O

Fernando Durão é o candidato do PSà Câmara de Barrancos

O diretor de Finanças de Moura, Fernando Durão, é o

candidato do PS à presidência da Câmara de Barrancos

(CDU), no distrito de Beja, nas eleições autárquicas

deste ano. Militante do PS, Fernando Durão, de 51

anos, natural e residente em Barrancos, vai tentar

“reconquistar” a autarquia que os socialistas perderam

para a CDU em 2005. Para as eleições autárquicas

de outubro deste ano, Fernando Durão é, até hoje, o

único candidato conhecido à presidência da Câmara de

Barrancos, a qual é presidida pelo comunista António

Tereno, que cumpre o segundo mandato consecutivo.

António Tereno já tinha cumprido outros dois

mandatos consecutivos, entre 1993, quando foi eleito

pela primeira vez, e 2001, ano em que perdeu para o PS a

Câmara de Barrancos, a qual recuperou em 2005.

Carlos Valente pelo PSD em Mouranas próximas Autárquicas

Carlos Valente, 44 anos, é o candidato do PSD à

Câmara Municipal de Moura nas próximas eleições

autárquicas. Segundo o PSD, “trata-se de uma

aposta forte”. É licenciado em Engenharia Mecânica

e conta com um mestrado em Gestão de Marketing.

Carlos Valente trabalha na Pionner e, de acordo

com os sociais-democratas, “foi gradualmente

conquistando novos desafios na empresa. Começou

pela função de diretor do Departamento de Qualidade

para Portugual, tendo sido depois convidado para

desempenhar o cargo a nível europeu”. Na área

política, atualmente é presidente do Conselho

Estratégico da Distrital do PSD.

O candidato socialista à Câmara Municipal de Castro Verde, António José Brito, considera que a autarquia liderada

por Francisco Duarte deve fazer “um esforço maior e mais eficaz na implementação e divulgação do Cartão Social,

com o consequente reforço orçamental”. A candidatura do PS em Castro considera “positivas” as medidas anunciadas

pela câmara “no sentido de reforçar os apoios às famílias carenciadas do concelho a partir da utilização do Cartão

Social”, contudo não pode deixar de assinalar que “passados quatro anos da sua criação e num contexto de forte crise

social e económica, o Cartão Social do município beneficie pouco mais de 200 pessoas”, o que considera “insuficiente

num concelho onde há uma população tendencialmente envelhecida e com fracos recursos económicos”.

António José Brito diz que

Cartão Social de Castro deve ser

“mais eficaz” Diá

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Governo concessiona rega à empresa gestora

Agricultores contra EDIA na gestão da rede secundária do Alqueva

A gestão da rede secundária do Alqueva deve ficar a cargo das associações de regantes, que são “os verdadeiros interessa-dos na rega” proporcionada pela barragem, defendeu Castro e Brito, presidente da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, na sequência do anúncio da concessão, pelo Governo, da referida rede à em-presa gestora do projeto de fins múltiplos, a EDIA, até 2020.

O Governo anunciou há uma semana que vai concessio-nar a rede secundária do

Alqueva à empresa gestora do pro-jeto, a EDIA, até 2020, alegando que só será possível aferir o “melhor mo-delo” para gerir o empreendimento após consolidado o funcionamento das infraestruturas. Em comuni-cado, a Secretaria de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural informa que o Governo “vai proce-der à formalização do contrato de concessão da rede secundária do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva com a Empresa de

Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) pelo prazo de sete anos”. O que, adianta, “garan-tirá um período de consolidação adequado, fundamental para a ges-tão da garantia das obras, a estabi-lização tendencial do tarifário e a perceção e otimização do funciona-mento do empreendimento na sua plenitude”. A tutela defende que só após a conclusão de todas as infraes-truturas, prevista para 2015, “e sub-sequente período de consolidação do seu funcionamento, estará disponí-vel o quadro de indicadores neces-sários para aferir do melhor modelo para prosseguir com a gestão, a ex-ploração, a manutenção e a conser-vação do empreendimento”.

Contra a decisão já se manifesta-ram os agricultores da região, reu-nidos na Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (Faaba). Em declarações à Lusa, o presidente da Faaba, Castro e Brito, disse ter recebido a notícia com “sur-presa”, uma vez que recentemente “foi aprovada pelo Governo uma reco-mendação para a gestão dos períme-tros de rega da rede secundária pelas

associações de regantes”. Para Castro e Brito, tal medida “não traz nada de bom, nem de positivo, para a agricul-tura”, já que a gestão da rede secundá-ria deve ficar a cargo das associações de regantes, que são “os verdadeiros interessados na rega” proporcionada pelo Alqueva. “O que pensamos é que há uma empresa do Estado que está a ter poderes e a substituir-se à ativi-dade privada dos agricultores”, disse ainda o responsável.

Também a Federação Nacional de Regantes de Portugal (Fenareg) já contestou, em comunicado, a re-ferida decisão, considerando que “contraria” a lei e “não reconhece a competência” dos agricultores. Ao “entregar a uma empresa pú-blica, que depende do Orçamento do Estado, a exploração e a conservação das infraestruturas secundárias de rega do EFMA”, o Governo “regride” no “princípio” do modelo de gestão de obras de rega pelas associações de regantes e beneficiários, o qual “tem mais de 60 anos e é o mais indicado para a exploração e a conservação dos perímetros de rega coletivos”.

Pedido será feito ao próximo papa

Bispo de Beja vai pedir bispo coadjutor

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Câmara de Ourique cede edifício para constru-ção de centro de saúde No âmbito da visita do secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, a Garvão, na passada sexta-feira, 22, o presidente da Câmara Municipal de Ourique, Pedro do Carmo, manifestou a disponibili-dade do município para ceder “um edifício em fase de construção,

avaliado em 340 mil euros, para o novo centro de saúde de Ourique”. “Considerando as oportunidades de financiamento dos fundos comunitários, torna-se de todo viável a construção de uma infraestrutura fundamental para o concelho de Ourique, sem custo para o erário público”, refere a autarquia em comuni-cado, frisando que “apesar de ser uma decisão governativa e não

da autarquia, a construção de um novo centro de saúde trata-se de uma oportunidade única proporcionada pelo município de Ourique”. A construção de um novo centro “vem colmatar uma falha existente, já que Ourique é o único caso, no distrito de Beja, sem edifício próprio, sendo que o atual não reúne as condições ideais para profissionais e utentes”, conclui a câmara.

A Distrital de Beja do PSD reage com “apreensão” e “reserva” à decisão

do Ministério da Agricultura, anunciada há uma semana, de atribuir

à empresa EDIA a gestão e exploração da rede secundária de rega do

Alqueva, até 2020. Isto porque, adianta a estrutura em comunicado, não

foi “considerado, em linha de conta, o contributo dos agricultores e das

associações que os representam”. A distrital laranja explica também

que “sempre se manifestou favorável à gestão da rede secundária pelas

associações de beneficiários de rega” e recorda que a Assembleia da

República aprovou uma recomendação nesse sentido, lamentando,

por isso, que tal advertência, vinda de um órgão de soberania, “não

tenha sido atendida”. A concluir o comunicado, o PSD de Beja defende

“a aplicação de um período transitório na gestão e exploração da

rede secundária de rega, por parte da EDIA, que possibilite de forma

progressiva a entrega aos agricultores da gestão dos blocos de rega”.

PSD vê com “reserva”

gestão da rega nas mãos

da EDIA

Furtos de óleo alimentar usado aumentam de forma “exponencial”

Os furtos de óleo alimentar usado depositado em óleões

têm aumentado de forma “exponencial” este ano no Baixo

Alentejo, sobretudo em Beja, onde, em 2012, foram furtados

mais de 2 000 litros. Em comunicado de imprensa, a empresa

responsável pela recolha e pela posterior venda do resíduo,

a Resialentejo, refere que, desde o início deste ano, “tem

constatado um aumento exponencial” de furtos de óleo

alimentar usado e depositado por empresas e particulares

nos oleões de que é proprietária, instalados nos concelhos de

Almodôvar, Barrancos, Beja, Castro Verde, Mértola, Moura

e Serpa. Apesar de terem ocorrido anteriormente “furtos de

pequenas quantidades” de óleo alimentar usado dos oleões

instalados nos oito municípios, as quantidades furtadas desde

o início deste ano, “principalmente na cidade de Beja, têm sido

significativas do ponto de vista económico”, refere a empresa.

Os furtos têm-se traduzido na “diminuição” das quantidades

de óleo alimentar usado recolhidas, globalmente, nos oleões

instalados nos oito municípios, lamenta a empresa, que já

apresentou uma queixa contra desconhecidos no Ministério

Público de Beja. A Resialentejo estima que tenham sido furtados

mais de 2 000 litros de óleo alimentar usado em 2012 só na

cidade de Beja, onde estão instalados 15 oleões da empresa.

JOSÉ CÂNDIDO CHÍCHARO & FILHO, LDA.Rua D. Afonso III, Ed. Toyota, Apart 76 7800-050 Beja

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O bispo de Beja, António Vitalino Dantas, vai pedir ao próximo papa para nomear

um bispo coadjutor com direito de sucessão para a diocese.

O prelado explicou à Lusa que, após o conclave que vai eleger o su-cessor de Bento XVI, irá pedir ao pró-ximo papa para nomear um bispo coadjutor, com quem irá trabalhar durante algum tempo e ao qual irá “passar o testemunho” de bispo de Beja, quando completar 75 anos e pe-dir a resignação.

Um bispo coadjutor é um bispo ti-tular da Igreja Católica com direito de sucessão e que é nomeado para ajudar

e depois substituir um bispo no exer-cício das suas funções.

António Vitalino Dantas, atual-mente com 71 anos, explicou ainda que vai pedir a nomeação de um bispo coadjutor para que a sua su-cessão decorra “sem vazios”, já que, “normalmente, os processos de no-meação de um bispo demoram cerca de dois anos”.

O prelado admitiu que a nomeação de um bispo coadjutor para a Diocese de Beja poderá ocorrer daqui a dois anos, altura em que já terá 73 anos.

“Se Deus me der vida e saúde, até completar 75 anos, terei ainda dois anos para trabalhar com o bispo

coadjutor e depois passar-lhe o tes-temunho”, disse António Vitalino Dantas.

O prelado lembrou que o seu pe-dido de nomeação de um bispo co-adjutor tem precedente na Diocese de Beja, já que o seu antecessor, Manuel Falcão, foi nomeado em 1974 bispo coadjutor com direito de sucessão a pedido do anterior bispo de Beja, Manuel dos Santos Rocha, a quem “ajudou imenso” e sucedeu.

António Vitalino Dantas foi or-denado em 1996 bispo-auxiliar do Patriarcado de Lisboa, onde esteve até 1999, ano em que foi nomeado bispo de Beja, sucedendo a Manuel Falcão.

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O “DA” está no canal 475533 do

Colaborador do “Diário do Alentejo”

Faleceu António (Ni) Almodôvar

O “Diário do Alentejo” está de luto, Beja está de luto, o Alentejo está de luto. Faleceu, na quarta-feira, dia

27, no Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, o nosso amigo e colaborador Ni Almodôvar. Ni Almodôvar assinava regu-larmente no “DA”, até que a doença o atin-giu, uma crónica sobre gastronomia. O valor indiscutível desta sua desapegada co-laboração no “DA” levou a que a Colares Editora se interessasse pela publicação em livro dos seus melhores textos. Uma edição que será apresentada na próxima Ovibeja e cujo projeto estava a ser um bom estímulo para Ni Almodôvar prosseguir a sua luta desigual contra a doença. À família enlu-tada, e a todos os seus amigos, a equipa do “Diário do Alentejo” endereça as suas mais sentidas condolências. E para que a me-mória de Ni Almodôvar se perpetue, to-mamos a liberdade de publicar por anteci-pação a nota biográfica que a sua cunhada Conceição Almodôvar preparou para o li-vro, assim como esta deliciosa aguarela que o amigo Leonel Borrela criou para a mesma edição. PB

Nota biográfica de Conceição Almodôvar:

Foi-nos pedido para fazer um curriculum do António Joaquim.Entendemos manifestamente insuficiente e cru apresentar apenas a sua história factual.Preferimos, portanto, retratar al-guma coisa da sua personalidade e ca-ráter e assim dá-lo a conhecer um pouco, às pessoas que irão ler este livro.Aproveitamos para agradecer a iniciativa.Fazer um curriculum é realmente um trabalho ingrato, quando se trata duma pessoa como o António Joaquim.O que ele fez durante os seus 65 anos de vida é sem dúvida muito importante. Mas mais importante seguramente, é a maneira como o fez, o cunho pessoal que imprimiu a cada atividade, o encanto que conseguiu trans-mitir às coisas mais simples ou mais triviais.Nasceu em Beja, ou melhor, em Lisboa como era hábito naquela altura.Mas em Beja, terra dos seus Pais, ele es-tudou, viveu a sua infância, a sua ado-lescência e a sua vida já adulta.Esteve ausente o tempo suficiente, para tirar o curso de História na Faculdade de Letras de Lisboa e mais dois longos anos passados em Timor.Aí, do outro lado do mundo, fez um grupo de Amigos que perdura até hoje.E eu tive ocasião de presenciar alguns desses reencontros, recheados de amizade, de ale-gria, de reviver de tempos passados, de ve-lhas histórias, de recordações sem fim…Este é um dos principais traços da sua persona-lidade. Quem convive com ele, quem tem o pri-vilégio da sua companhia, não fica indiferente.Ele encanta e cativa toda a gente. Entretanto, já casado e com a filha mais ve-lha já nascida, regressou a Beja e reali-zou o seu sonho. Ir viver para uma Quinta.Não sendo um homem rural por natu-reza, apreciava a vida no campo, as ár-vores, os pássaros e as rosas que po-dava com as suas próprias mãos.Por força da família em que es-tava inserido, dedicou- se também à

agricultura, em períodos em que essa ati-vidade trouxe mais preocupações do que bons resultados. Tudo encarou com a se-renidade e a calma dos grandes Homens.Foi Presidente do conselho Fiscal da Adega Cooperativa da Vidigueira, Presi-dente do NERBE, Presidente do Clube Desportivo de Beja, Presidente da Real Associação, membro ativo do CDS-PP, professor de História no Liceu de Beja.Todo este leque tão abrangente e dife-renciado de cargos, desempenhou com brio e entusiasmo e em todos estes luga-res foi deixando amigos e admiradores.Uns anos depois, já com a segunda filha nas-cida e o rapaz a caminho, mudou-se para a Quinta da Saudade onde vive até hoje.A Quinta é um lugar mágico para todos, mas principalmente para os seus sete ne-tos, que aí têm tido o privilégio de brin-car com cães, pássaros, pavões e de to-mar belos banhos, num lindo tanque, nos dias em que o calor mais aperta.A Família foi sempre a sua prioridade. Mas a sua grande paixão são os livros. Ou me-lhor a leitura. Ao entrar na sua bela sala, ninguém consegue ignorar este facto. As paredes estão forradas de lindas estantes, re-cheadas de milhares de livros. Livros que fo-ram lidos, relidos, recapitulados, saboreados.Daí a sua cultura. Daí os seus conhe-cimentos sem fim. Daí o que todos aprendemos com ele. Daí o gosto in-finito, que temos na sua companhia.Como também é próprio destes espíri-tos, há que realçar a sua esmerada edu-cação, a sua delicadeza e afabilidade.Conviver com ele é um verdadeiro privilégio.É um conversador brilhante, requin-tado nas ideias, extravagante nas opi-niões, mas sempre e em todas as cir-cunstâncias, uma pessoa cativante.Recordo com particular carinho o jan-tar de S. Martinho que todos os anos or-ganiza no Clube da nossa cidade.Depois duma magnifica refeição confec-cionada por ele e pelo seu filho Manuel, é um deslumbramento vê-lo aparecer com um grande avental, os seus lindos olhos azuis, o seu belo cabelo já embranquecido e aquele ar de príncipe que toda a gente lhe co-nhece, para agradecer a presença de todos.O agradecimento será sempre nosso, pelos mo-mentos inesquecíveis que a todos proporciona.

Conceição Almodôvar

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OpiniãoContra as candidaturas paraquedistas José Manuel Basso Médico termalista

1Correspondendo a um sentimento ins-talado em muitos munícipes de firme vontade de reforço da democracia local e renovação dos seus principais prota-gonistas, o parlamento nacional apro-vou legislação para limitar a três man-datos sucessivos (são 12 anos, caramba!) o exercício de funções de presidentes de câmara e juntas de freguesia.

2. O regime de limitação de man-datos nas instituições políticas (e mesmo nas direções executi-vas dos partidos) vigora em muitos países e é, indiscutivelmente, um sintoma de pujança democrática e renovadora. Infelizmente, no caso português, além do Presidente da República (aqui, desde o início do regime democrático), o alcance da medida foi dema-siado tímido, dela ficando fora muitos dos atores políticos.

Aliás, uma medida deste tipo devia aplicar-se, por exemplo, também aos responsáveis máximos de organizações como asso-ciações sindicais e empresariais, de que há casos no Alentejo (e não só) em que os cargos parecem de exercício vitalício...

3. A garantia legal da limitação temporária do poder, não sendo obviamente solução só por si, parece-nos uma condição in-dispensável e salutar para assegurar a renovação dos mandatos, neste caso nas autarquias locais. Aliás, é uma prática corrente em vários países de democracia local bem mais participativa que a nossa (que vem sendo cada vez mais débil). Até em Cuba, no úl-timo congresso do Partido Comunista, sem reservas, foi apro-vada resolução nesse sentido.

4. À boa maneira portuguesa, fingindo respeitar a lei e o seu espírito, o chicoespertismo de alguns quer fazer vingar a tese de que um presidente de câmara não pode recandidatar-se onde está há (pelo menos) três mandatos a exercer, mas já poderá con-correr ao mesmo cargo num outro concelho. Por razões de cir-cunstância, acompanhámos de perto o trabalho parlamentar que produziu esta norma legal e, sem margem para dúvidas, o que se pretendeu foi impedir, nas circunstâncias definidas, qual-quer possibilidade de prosseguir no cargo, fosse em que concelho fosse. Aliás, os principais redatores da lei, com origem no campo do bloco central, ainda estão vivos e afirmam sem tibiezas o que pretenderam limitar. Sem quaisquer nuance. Todo o expediente usado para “dar a volta” à questão não passa de mera (e grave) hipocrisia.

5. É verdade que, já antes, ocorreram fenómenos de “para-quedismo”, com candidatos a presidentes de câmara que pouco (ou nada) tinham a ver com os concelhos onde se apresentavam a eleição. Um dos primeiros (e mais paradigmáticos) casos foi a ida de Santana Lopes (sempre ele!) para a estância da Figueira.

Consideramos firmemente que às freguesias e municípios de-vem apresentar-se como candidatos gente da terra ou que tenha a ver com a terra. É essa uma marca original do poder local, da ga-rantia da identidade dos territórios e das suas gentes...

6. No caso do Alentejo, já nos basta a afronta de impingirem como deputados personalidades que vêm donde calha. Não fa-çam o mesmo nas autarquias. A região está desertificada tam-bém no plano humano. Mas não tanto... Em cada concelho e freguesia haverá sempre alguém para, honrosa, bairrística e de-dicadamente assegurar a gestão da coisa pública. E depois ainda se pode recorrer, com imaginação e vontade, a uma diáspora que temos com quadros de altíssima experiência...

7. Terminamos, voltando à questão essencial: as leis são para cumprir, sem subterfúgios de conveniência. Vamos caricaturar um pouco: extrapolando a “interpretação” que convém a alguns, na tal tese “territorial” e não a da função, que tal Cavaco Silva,

impossibilitado de se recandidatar em Portugal, apresentar-se como adversário de François Hollande nas próximas eleições à presidência da república francesa?

Não há pior cego do que aquele que não quer ver Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

Quando soube que a estação arque-ológica da Villa de Pisões ia vol-tar a abrir ao público, fiquei con-tente: é inconcebível que aquela “peça” patrimonial descoberta em 1967, e classificada como Imóvel de Interesse Público em 1970, se tenha vindo a degradar, por nunca ter tido a devida atenção de quem de di-reito, em vez de ser justamente pre-

servada e promovida. Contudo, não pude deixar, também, de me sentir incomodada com a solução que as entidades envolvidas – Universidade de Évora, sua proprietária; a Direcção Regional de Cultura do Alentejo, que tutela o sítio; e a Câmara Municipal de Beja, que “não tem responsa-bilidade directa” sobre a villa – encontraram para resolver o problema: “Família carenciada vai tomar conta da villa romana de Pisões sem contrato nem salário”, noticia o jornal “Público” no dia 16 de Fevereiro. Será que esta família tem a formação adequada para o que lhe é pe-dido? Bem sei que o objectivo é, segundo a mesma fonte, “garantir a vi-gilância e a limpeza” do local. Todavia, este não é um local qualquer. E o argumento do mal menor também não me parece que seja a justifi-cação. Será este um exemplo sem mais exemplos, ou será, pelo contrá-rio, o primeiro de muitos outros, similares, que se seguirão pelo país? Veio-me à lembrança a proposta de Petros Doukas, divulgada no seu blogue (Get Greece Back to Work.90+ New Deal II), para reduzir o de-semprego na Grécia: os desempregados deveriam ser convidados a tra-balhar em regime de voluntariado, sem remuneração… e não, não se reportaria a estágios profissionais... Histriónico, não? Por cá – entendi eu – fomos um pouco mais contidos… o ministro Pedro Mota Soares propôs e viu aprovada em Conselho de Ministros do ano passado a se-guinte medida: “os beneficiários do Rendimento Social de Inserção terão de aceitar trabalho de até 15 horas por semana em autarquias e IPSS, sem remuneração. Entidades só pagam o subsídio de almoço, transporte e o seguro.” (“Jornal de Negócios” on line, 23 Agosto 2012). Pensei que ficasse por aí. Mas agora, esta nova “solução consensual”, apresentada como parte do “caminho adequado para que Pisões possa ser valorizada” só veio acentuar as minhas interrogações. Recordei an-tigos serões em família, quando os meus avós falavam, com amargura, da sua vida neste Alentejo em meados do século passado. Nessa altura, o poder sobre um largo grupo de famílias de trabalhadores agrícolas estava concentrado numa elite; aquelas, para sobreviverem, necessi-tavam da parcela de terra que lhes era dada por via do arrendamento ou da parceria, e/ou da jorna que ganhavam nas explorações agríco-las de maior dimensão. Trabalhavam árdua e duramente a terra, obe-decendo a uma rotina diária e anual o que, para além de outros factores estruturais, condicionava a sua aptidão quanto à criação de estruturas de representação e aumentava o seu grau dependência. De repente, fi-quei com a sensação – e medo – de estarmos a trilhar, de novo, esse ca-minho de escuridão… de desrespeito pelo conceito de direitos huma-nos, de liberdade de pensamento, de expressão, e de igualdade perante a lei… aquela conquista que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a 10 de Dezembro de 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos depois de se ter tomado consciência das atrocidades que tiveram lugar no decurso da II Grande Guerra. E pensei que não há pior cego que aquele que não quer ver.

Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

14 A INTERNACIONALIZAÇÃO do projeto agrícola de Alqueva parece estar no bom caminho. Notícias recentes dão conta que

o projeto está a suscitar bastante interesse junto de investidores do Qatar, China ou Japão. Recorde-se que em marcha estão já projetos de uma multinacional farmacêutica britânica, com a plantação de papoilas para produção de morfina, e de uma empresa espanhola, que produz cebolas para a multinacional McDonalds. NP

A sociedade em rede em que vivemos necessita, na gestão política, da capacidade dos atores institucio-nais, os políticos, buscarem permanentemente inspi-ração no que se passa à sua volta e à volta dos protes-tos, pois será aí algures que as tendências que darão origem à solução se estarão a formar. Gustavo Cardoso, “Público”, 27 de abril

Há 50 anos

A magana da bruxa foi surradano Carmo Velho

Um habitual e respeitado articulista do “Diário do Alentejo”, Cândido Marrecas, abria a edição de 28 de

fevereiro de 1963 com um escrito intitulado “Cá e lá mais bruxas há”.

O homem espantava-se por ainda exis-tirem bruxas “no tempo em que vivemos” e consolava-se por isso não acontecer só em Portugal (“não são apenas coisas nossas”) mas até na civilizada França, segundo teste-munhos jornalísticos recentes.

Depois de tecer considerações várias so-bre bruxas – o texto era enorme, ocupava duas colunas de alto a baixo da primeira pá-gina do vespertino – e de as dividir em “bru-xas boas” e “bruxas maléficas”, Marrecas contava a estória de um infeliz bejense que queria “livrar-se do bruxedo que arrastava consigo”. Tinha já tentado “todos os remé-dios e mezinhas de outras bruxas que po-diam ter artes de lhe sacudir para fora do corpo aquela alimária malfazeja”.

A vítima gastara “o que tinha e o que pediu emprestado. Trazia consigo, sobre o corpo, além de muitos bentinhos, outros em-blemas secretos e confusos que têm virtudes de exorcismo e que são como que o antídoto daquela peste que lhe consumia a alma e lhe tornava os dias negros.”

Um dia aconselharam-lhe um estrata-gema que podia ter resultado miraculoso: “Levar consigo a bruxa para um lugar ermo e, aí, desancá-la a pau, até que ela não tivesse forças para novamente se agarrar a ele...”.

O homem assim o fez. E sigam agora, com Marrecas, o resto da narrativa:

“O sítio escolhido foi o Carmo Velho, longe das antigas pedreiras e do povoado triste que ali se tem acumulado.

E quando nesse local solitário se achou a sós com a bruxa, rapou de um arroxo que le-vava escondido e tratou de surrar a maléfica criatura, gritando tanto quanto podia: ‘anda magana! anda magana!’.

Parece que, dum cabeço vizinho, alguém enxergou aquela cena imprevista: um homem colérico que batia com um estadulho sobre o chão pedregoso, gritando a bom gritar.

Não me perguntem os senhores como foi que o paciente fez sair de si próprio a ruim alimária, para melhor a poder surrar. Isso não são contas do meu rosário.

O que lhes asseguro é que esta his-tória é tão exacta como exacto é eu estar aqui a contá-la, para vosso pasmo e salutar indignação.

Triste, não é? Confrangedora é a possibi-lidade de ainda existirem coisas destas, no tempo em que vivemos.

Mas não são apenas ‘coisas nossas’ – consolemo-nos!”.

Carlos Lopes Pereira

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Não queremos viver assim. Não deixamos que nos tirem direitos como se fossem esmolas dos poderosos à população. Quando tudo seca e fecha à nossa volta, do comércio a escolas e em-presas, quando o desespero sufoca os mais fracos e jovens, não podemos ficar em casa, calados, à espera que o pesadelo acabe. Este governo julga-nos comodistas. Mas não vamos entrar no matadouro de cabeça baixa. É hora de lhes fazer frente, de lhes provar que não somos mercadoria para sacrificar e vender. Luís Rainha, “i”, 27 de abril

15Capoulas Santos, na entrevista hoje publicada no “DA”, defende a aposta no regadio e critica a

suspensão das obras de ALQUEVA. O eurodeputado, que é relator do Parlamento Europeu para a reforma da PAC, diz ainda não acreditar que o Governo conclua o projeto, pois “se não o fez agora com mais dinheiro” tem “sérias dúvidas que o faça depois, com menos dinheiro”. AF

”NI” ALMODÔVAR partiu, e com ele partiu, inevitavelmente, a crónica que assinava no “DA”.

Acontece que a palavra escrita, uma vez passada para o papel, é eterna. Tão eterna como a gastronomia, sobretudo a desta região, que gostava de perpetuar. Que o seu entusiasmo, aquando da chegada deste jornal à redação, depois de uma semana de labuta, se continue a multiplicar por aí. BS

CrónicaAinda a propósito de cães João Mário Caldeira

Tem um ar, se não triste, pelo me-nos inexpressivo. Vive na Avenida de Roma, em Lisboa. Mais preci-samente num terceiro andar de um prédio sem elevador situado à direita de quem vai da Praça de Londres para Alvalade. Aparece algumas vezes à janela quando o tempo está bom.

Só não é extremamente infeliz por-que se conformou com a situação dramática de a terem querido fazer feliz ao arrepio do que manda a natureza. Tem hoje a idade provecta de dez anos e algumas cáries. Engordou. Cai-lhe mais pelo, tem uma certa dificuldade em andar e a divisar as imagens da televisão que a ocupam grande parte do tempo.

Grace Kelly, como se chama a visada, quase perdeu a condi-ção canina apesar de manter o figurino próprio de um cão, ainda que um tanto adulterado.

Está hoje reduzida a alguns caprichos que dificilmente o ho-mem não urbanizado conseguiria entender ou suportar. É um ser inútil, menos para a senhora a quem consola com a sua dis-ponível inutilidade.

Ao contrário de um cão vulgar, nunca pisou terra. Nunca dis-putou nem roeu um osso. Nunca ninguém lhe gritou, muito me-nos lhe deu um pontapé. Nunca apanhou chuva, nem frio, nem se sujeitou a altas temperaturas. Nunca soube o que é ter fome, poder urinar e defecar onde bem lhe apetece. Desconhece o que é levar uma dentada de outro cão e conformar-se lambendo o lo-cal da mordedela.

O faro que trouxe de nascença deixou de lhe servir, seja para sua sobrevivência seja para funções essenciais, como por exem-plo cheirar o rabo de outro cão para o convencer como parceiro, coisa que nunca lhe passou pela cabeça não só pelo seu isola-mento como pela castração a que foi submetida no começo da juventude.

Desconhece o que é ter uma ocupação, ónus com que o ho-mem sobrecarregou os animais mas que os torna dignos de ad-miração e reverência. A caça, a condução e guarda de rebanhos, que eram aptidão dos seus antepassados, são coisas de que nunca ouviu falar. É certo que tem hoje uma função, a de minorar o iso-lamento da senhora com quem vive, mas para isso bastou não fa-zer nada, acomodar-se, transverter-se em bibelot.

Goza de uma vida de cão ao contrário, tantas são as farturas, comodidades e bizarrias com que é cumulada dia e noite.

Grace Kelly é um produto da solidão humana. Um instru-mento do desespero de quem se vê desamparado.

– Estou só... preciso de companhia... um cão não me levanta ondas... está sempre à mão para uma festa... um carinho... uma conversa em particular... até sobre coisas íntimas que não posso falar com mais ninguém... – pensou D. Carlota quando se deci-diu pela compra da sua “menina”. Adquiriu-a numa grande su-perfície sem saber nada de cães, de preços e muito menos de ra-ças. Viu-a por detrás de uma vitrine iluminada, só, dormindo sobre uma cama de aparas de madeira, ao lado de uma tina com água e de outra com granulado. Tinha o pelo branco, basto, aos caracóis, o nariz negro. – Uma bola de peluche, como ainda hoje refere com ternura mal disfarçada. Engraçou com ela. Só depois confirmou o nome da raça, caniche, designação de que já ouvira falar sem ligar o nome aos cães daquela espécie. A partir daí foi a paixão.

Sem saber minimamente como se cuida de um cachorro, D. Carlota foi obrigada a seguir as instruções escritas que lhe deram no ato da compra, torcendo o nariz a muita coisa, especialmente à alimentação, por não a considerar digna de ninguém, quanto mais da sua “mais que tudo”.

– Acho que a infeliz vai enjoar isto... com tanto que há para comer... para saborear... quer de salgados... quer de doces... , la-mentava-se olhando depreciativamente para ração que lhe foi aconselhada e que a cadelinha não recusava como era de esperar.

No entanto, o veterinário a que recorreu para vacinas e ou-tros cuidados, foi perentório: ou a senhora cumpria as indicações fornecidas ou “a menina” sofreria consequências no futuro, po-dendo até não chegar à idade adulta. Carlota teve medo e retraiu os ímpetos afetivos que induziam a uma dieta mais a seu gosto.

Entretanto começou a frequentar as lojas de produtos para animais tendo adquirido uma panóplia de acessórios que vão do essencial ao absolutamente desnecessário, alguns atingindo por vezes a raia do impensável.

De pessoas como a D. Carlota se alimenta o negócio, adap-tando-se às mais caricatas fantasias dos fregueses a quem res-ponde com stoks renovados. Os comerciantes do ramo cedo aprenderam que os bichos adotados em habitações citadinas fo-ram a pouco e pouco perdendo as características originais, ce-dendo às circunstâncias do meio. Transformaram-se em peque-nas máquinas manipuláveis e de consumo assegurado. Por isso as lojas dão a D. Carlota tudo o que a sua imaginação precisa para seu consolo e bem-estar da sua “menina”.

– A Grace anda tão triste... outro dia até parece que a vi chorar...

– Olhe, temos agora um CD com música de entretenimento para cães que dá muito resultado...

– Vou levar...– Ela anda a dormir mal... sinto que dá muitas voltas na

cama...– Já experimentou os novos colchões?... de sumaúma...

encordoados...– Levo um...Para além de uma dúzia de trelas de todas as cores e feitios,

de um serviço completo de taças para comida líquida e sólida, de dois ou três recipientes espalhados pela casa com areia para as necessidades de momento, de um trem de escovas próprias para limpar os dentes e de ossos artificiais para trincar, de várias te-souras para corte das unhas, de brinquedos de plástico especial a imitar ratinhos e coelhos, de adereços vários de compostura

como capas de verão e de inverno, tudo D. Carlota compra. Na área da “higiene” então é um vez se te avias de sabões, de cham-pôs, de cremes, de águas de colónia...

Grace Kelly teve assim desde pequena o que precisava e não precisava, como parece não ter faltado à célebre personagem de quem herdou o nome e que é muito querida de D. Carlota como se depreende. Só assim se explica que a sensível senhora conserve ainda o número de uma revista, talvez a “Flama”, referente a abril de cinquenta e seis em que a bela diva americana contraiu matri-mónio com um ricaço europeu que era príncipe de Mónaco. Para Carlota, Grace foi e continua a ser o ícone imbatível da beleza fe-minina. Em sua memória, pois que ela acabou por falecer num desastre de automóvel, crismou de Grace Kelly a sua bijou, pala-vra preferencial com que, por último, a mima a cada momento.

No terceiro andar da Avenida de Roma, um andar antigo de quatro assoalhadas, começa cada vez mais a reinar um ambiente cheio de interrogações. A caniche e D. Carlota envelheceram a par. Os dez anos de Kelly e os oitenta e dois da senhora equiva-lem-se. É como se tivessem nascido no mesmo ano. Ambas so-frem de dores, têm dificuldade em andar e vai-lhes faltando a vista embora, neste caso, D. Carlota use óculos que não se aca-nha de pôr a Grace quando esta olha para a televisão parecendo não ver bem. A casa, apesar de muitos móveis e de bugigangas sem conta colocados junto às paredes e espaços livres, começa a ser grande de mais. Parece mais vazia e o silêncio invade-a sem pedir licença. Os olhos da senhora detêm-se constantemente em Grace e esta, quando a olha, parece não saber o que dizer-lhe.

Na rua, o aspeto que dão ao caminhar já não é o melhor. Há qualquer coisa de comovente ao olhá-las. Grace, apesar de há muito não ter sido tosquiada (D. Carlota não gosta da palavra) de acordo com os cânones de beleza instituídos para a raça, leva ainda na cabeça o laço de seda a condizer com a cor do vestido da companheira. Marcha já ofegante, de língua de fora, ao lado de Carlota que se apoia numa bengala de cabo de marfim e que não vai melhor. A corrente dourada da trela que liga uma à outra só serve de enfeite. É uma espécie de cordão umbilical. Os passos hesitantes das duas, estão já medidos até à pastelaria do lado.

– Bom dia senhora D. Carlota e menina Grace... como vão vosselências?... – cumprimenta o empregado da casa quase tão velho como elas, fazendo uma vénia e puxando duas cadeiras para amesendação das recém chegadas.

– Isto não vai grande coisa, sr. Januário...– Vão querer o habitual... – avança o empregado ajeitando as

pontas do laço preto que ressalta no colarinho da camisa branca.Carlota já não respondeu, preocupada em sentar à mesa a

sua bijou, o que só conseguiu depois de algum tempo e esforço. Sentou-se a seguir a seu lado, pondo-lhe ao pescoço um babete debruado a renda.

– Cá estão os dois pastelinhos de nata, a taça de aguinha do Luso, a meia de leite, os dois pacotinhos de açúcar e os dois de ca-nela... – curvou-se o empregado, servindo-as.

– Obrigado... – agradeceu Carlota.Senhores fotógrafos das cenas típicas de Lisboa deste pri-

meiro quartel do século vinte e um, desçam à Avenida de Roma, Pastelaria “A Primorosa” (fundada em 1953) e disparem as má-quinas sem se deixarem emocionar. D. Carlota dá à sua “menina” com uma colherinha de prata pequenas doses da nata de um pas-tel a que juntou açúcar e canela. O semblante da caniche, de laço vermelho na cabeça, é de enjoo, mas não se mexe. Impávida, abre a boca à chegada da colher. Corre-lhe alguma baba e restos de nata pelo canto dos beiços (talvez melhor, dos lábios) que D. Carlota limpa, pressurosa, com um guardanapo da casa. Chega--lhe depois a taça com água do Luso em que ela mergulha a lín-gua cor-de-rosa produzindo um quase inaudível chape-chape. Segue-se um curto intervalo até a senhora recomeçar de novo com um empenho que se reflete nos trejeitos que lhe afloram ao rosto, especialmente aos lábios cor de carmim. Tudo feito com gestos medidos, como quem ministra sacramentos.

Em Lisboa a solidão também se abate, nem que seja à custa da nata dos pastéis.

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Reportagem

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“Vivo dia a dia. Penso no dia de amanhã e no depois de amanhã”. Isabel Rosa, 31 anos, natural de

Castro Verde, tinha quatro meses quando lhe foi diagnosticada talassémia, uma do-ença que devido à ausência de glóbulos ver-melhos no sangue, em quantidade e qua-lidade, provoca uma anemia acentuada e muito grave, tornando o doente talassémico “dependente de transfusões de sangue men-sais ao longo de toda a sua vida” e dos con-sequentes tratamentos diários para elimi-nação do excesso de ferro no organismo que poderá afetar vários órgãos. Pelo pouco que a mãe lhe contou – Isabel nunca quis “saber ao pormenor” todos os primeiros sintomas que levaram ao diagnóstico –, aos quatro meses “tinha falta de apetite, estava muito pálida e chorava os dias inteiros”.

Isabel levou a primeira transfusão de san-gue logo após o diagnóstico. Até aos 15, 16 anos, altura em que lhe foi retirado o baço, era submetida a transfusões de “três em três semanas”. Atualmente faz de “quatro em quatro ou de cinco em cinco”, dependendo de como se sente. “Nós, os doentes de talas-sémia, já sentimos quando precisamos de le-var uma transfusão”, diz a educadora de in-fância, atualmente a fazer uma substituição no Agrupamento de Escolas de Colos, sem conseguir esconder algum nervosismo por se aproximar mais uma transfusão (agendada para a última quarta-feira). “É um dia em que me apetecia fechar os olhos, dormir e só acor-dar à tardinha”. Uma transfusão demora “no máximo duas horas, para não se perderem os componentes” do sangue e Isabel leva sempre duas unidades. Acresce a isso o tratamento para a eliminação do excesso de ferro, com re-curso a um medicamento injetável, num pro-cesso doloroso, que demora cerca de 10 horas.

A talassémia, que pode ser major (que é caso de Isabel Rosa) ou intermédia, é, a par da drepanocitose, também chamada de ane-mia de células falciformes, a hemoglobino-patia mais comum em Portugal. No caso da drepanocitose existe a produção de uma he-moglobina anormal que, em determinadas situações, modifica os glóbulos vermelhos, “ficando estes com uma forma que se as-semelha a uma foice ou lua em quarto min-guante”. “Anemia grave, crises dolorosas fre-quentes e tendência para ter infeções são as manifestações mais visíveis” decorrentes desta situação.

Quer uma quer outra “são doenças genéti-cas hereditárias (não contagiosas), até à data incuráveis e transmitidas aos filhos por am-bos os pais”. No caso de ambos os pais serem portadores (não doentes) de uma hemoglo-binopatia – talassémia ou drepanocitose –,

No Hospital de Beja estão referenciados atualmente sete doentes com as

formas graves das hemoglobinopatias mais comuns em território nacional

– drepanocitose, ou anemia de células falciformes, e talassémia. Duas do-

enças genéticas hereditárias (não contagiosas), raras, até à data incuráveis

e transmitidas aos filhos por ambos os pais. Beja é o distrito alentejano, se-

gundo a Associação Portuguesa de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias,

com maior número de casos. A referida associação prepara-se para abrir,

brevemente, em Beja, o seu primeiro núcleo.

Texto Nélia Pedrosa Fotos e infografia José Serrano

Associação de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias cria núcleo em Beja

Viver com uma doença rarapor cento da população é portadora de uma hemoglobinopatia, sendo que no Alentejo se calculava que cerca de 21 por cento da popu-lação pudesse ser portadora de uma hemoglo-binopatia, com prevalência para a talassémia, sendo assim o Alentejo uma região de maior prevalência”. A Appdh pretende ainda este ano levar a cabo um novo estudo, em coorde-nação com a Direcção-Geral de Saúde, as ad-ministrações regionais de saúde e o Instituto Ricardo Jorge, entre outros, “para verificar se houve ou não uma mudança em termos de lo-calização dos focos principais de portadores”.

De acordo com uma circular normativa da Direcção-Geral da Saúde, que recomenda “a deteção e informação precoce, preferencial-mente pré-concecional, de adultos portado-res”, as hemoglobinopatias “atingem incidên-cias mais elevadas nas populações de origem mediterrânica, africana e oriental”, sendo que em Portugal as zonas de maior prevalên-cia são o centro e o sul, com especial destaque para os distritos de Beja, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Santarém e Setúbal.

“A talassémia chegou a Portugal com a invasão dos Fenícios e que vieram pe-los rios, por isso é que só existe até à zona do Mondego, até à zona de Coimbra, e vê-se muito no Alentejo e no Algarve. No caso da drepanocitose ela chegou a Portugal atra-vés dos africanos que vieram em 1 500 tra-balhar para os arrozais do Sado. Enquanto o gene da talassémia é mediterrânico, o gene da drepanocitose vem da zona do Gana, da Etiópia, daquela zona da África Subsariana. Esses trabalhadores africanos, sendo porta-dores de drepanocitose, portanto não doen-tes, eram os únicos que conseguiam resis-tir à malária que havia nos arrozais do Sado. A partir daí disseminou-se com a miscige-nação das culturas”, diz Manuel Pratas, sa-lientando que “o problema das doenças ra-ras é que a maior parte delas são hereditárias e normalmente ‘silenciosas’, porque se trans-mitem de geração em geração sem se dar conta, a não ser quando existe a infeliz coin-cidência de dois portadores se encontrarem e geraram uma criança doente”. Perante isto, o dirigente chama a atenção para a impor-tância da sensibilização, junto dos profissio-nais de saúde e da população em geral, para a existência das doenças raras e para as im-plicações que as mesmas poderão ter a vários níveis.

“Existe uma normativa da Direção-Geral de Saúde desde 2004, n.º18, em que diz que todas as jovens em idade fértil e grávidas de-verão ser rastreadas para ver se são portado-ras ou não, mas esses rastreios dependente muito da sensibilidade dos médicos de famí-lia, dos centros de saúde. Já estamos melhor

existem 25 por cento de probabilidades de a criança ser doente, 50 por cento de ser porta-dora e 25 por cento de ser saudável. Um por-tador nunca poderá vir a ser um doente. (ver infografia)

No Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, estão referenciados atualmente sete do-entes com hemoglobinopatias, adianta Manuel Pratas, presidente da Associação Portuguesa de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias (Appdh), constituída em novembro de 1992 e com sede no concelho de Almada. Os sete do-entes (quatro com talassémia major, dois com talossodrepanacitose, ou seja, a conjugação entre as duas patologias, e um com drepano-citose) são originários dos concelhos de Beja, Castro Verde, Vidigueira e Serpa. De acordo com Manuel Pratas, que é portador de talas-sémia e doente de drepanocitose, Beja é o dis-trito alentejano com maior número de casos. “Em Évora neste momento temos um doente e em Portalegre não temos conhecimento de nenhum”, diz. A nível nacional “existem

cerca de 590 doentes com drepanocitose e 70 com talassémia, entre major e intermé-dia”. Em média “nascem 13 crianças por ano em Portugal com uma hemoglobinopatia, a maior parte delas com drepanocitose”.

Devido à sua baixa prevalência no País, as duas patologias estão classificadas como do-enças raras (cujo Dia Mundial se comemorou ontem, quinta-feira). “Na Europa calcula-se que quatro por cento da população tenha uma doença rara, isso segundo dados da Eurordis [aliança não governamental de organizações de pacientes com doenças raras]. E é consi-derada doença rara quando atinge menos de uma pessoa em cada 2 000 na população. Em Portugal as hemoglobinopatias são conside-radas doenças raras por terem poucos doen-tes”, esclarece o dirigente.

Quando ao número de portadores (que não apresentam sintomas nem necessitam de qualquer tratamento), adianta Manuel Pratas, o estudo existente sobre hemoglobi-nopatias, que remonta a 1991, “refere que um

A Appdh deverá abrir brevemente, na cidade de Beja, o seu primeiro

núcleo. A apresentação oficial do mesmo deverá ser feita no decorrer de

um espetáculo de angariação de fundos que reverterá para a associação

e que terá lugar no dia 18 de abril, pelas 21 horas, no Pax Julia Teatro

Municipal. O evento, que surgiu por iniciativa de um grupo de amigos

da Appdh, com especial destaque para os Lendias d’ Encantar, deverá

contar com as participações de Virgem Suta, Jorge Serafim, Tango

Paris, Fernando Pardal, Adiafa, António Revez, Bruno Ferreira, Em

Tom de Fado, Paulo Ribeiro, Caracol Blues e Coro de Câmara de Beja. O

núcleo irá disponibilizar, à semelhança do que é feito na sede, “apoio nas

questões do emprego, nomeadamente na elaboração de um currículo”,

e promover “ateliês de capacitação e ações de formação” destinados aos

doentes e aos seus familiares, “que são normalmente pessoas com algumas

fragilidades em termos financeiros e sociais”, diz Manuel Pratas.

Núcleo em Beja

e espetáculo de angariação

de fundos

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do que há uns anos atrás, mas ainda continua a haver muitos ‘descuidos’, situações que não são identificadas”. Manuel Pratas esclarece, no entanto, que a associação “não quer que as pessoas deixem de ter filhos”: “Não é nada disso, o que dizemos nas nossas ações é que as pessoas devem estar conscientes de que es-tas realidades existem, principalmente se for em determinadas zonas do País onde a preva-lência é elevada, e que caso pensem avançar para uma gravidez que possam fazer o exame, uma simples análise ao sangue, e no caso de serem portadores que falem com o seu mé-dico para que o mesmo possa fazer um acon-selhamento genético. O que acontece mui-tas vezes é que de repente um casal com vinte e poucos anos, que não fez o estudo, não foi identificado como sendo portador, vê-se com um bebé doente nos braços, e isto são doen-ças muito severas, muitos complicadas de se gerirem no início de uma vida de casal, por-que obriga praticamente a que um deles não trabalhe, porque os primeiros anos de vida da criança são passados constantemente em hospitais. Ver um bebé a levar transfusões, a ser picado a toda a hora, a gritar, é muito com-plicado. Em termos da vida da criança e da fa-mília é uma desagregação total”.

Estas doenças, precisamente pelo facto de atingirem uma pequena parcela da popula-ção, não se tornam tão “apetecíveis” em ter-mos de investigação e carreira, frisa Manuel Pratas, se bem que “a palavra doença rara já começou a entrar nas universidades e nas

escolhas das especialidades”. Atualmente existem em Portugal cerca de 100 hemato-logistas, um número “claramente insufi-ciente”, salienta.

Em 2011 e 2012 a Appdh levou a vários hospitais e centros de saúde do País uma mostra itinerante (roadshow), tendo rea-lizado encontros e reuniões com técnicos, estudantes, doentes e familiares, entre ou-tros, com vista a disponibilizar “informa-ção e apoio sobre hemoglobinopatias, no-meadamente na apresentação da vertente mais humana e pessoal do doente e dos seus familiares”. A associação promove ainda com regularidade ações de formação junto de autarquias e estabelecimentos de ensino, com destaque para as universidades.

“A nossa função é informar as pessoas, dizer o que é que é viver com uma hemoglo-binopatia, e por isso é que eu dou sempre o meu exemplo. É perfeitamente possível vi-ver com uma doença destas até aos 40, 50, 60 anos, coisa que há umas décadas atrás não era possível fazer. Normalmente estes doentes não passavam dos 28, 30 anos, de-vido à tal acumulação de ferro, que provo-cava enfartes de miocárdio. Agora já não é assim, e não há que ter receio, mas há que ter consciência de que esta patologia existe”, adianta o presidente da associação.

“Consciência” é precisamente o que Isabel Rosa gostaria que “muitas pessoas ti-vessem”, até para deixarem de “fazer figuras tristes”: “É importante mostrar às pessoas

que estes problemas existem, para tomarem conhecimento destas doenças, para não nos fazerem sentir mal nem ficarem mal vistas. Por exemplo, se estou num grupo de ami-gos e alguém diz alguma coisa [em relação à doença], se eu estiver bem em vez de dar resposta brinco com a pessoa e quem fica mal vista é ela, não sou eu”, adianta a edu-cadora de infância, reforçando que há pes-soas “muito maldosas”, existindo mesmo quem a trate como uma criança, só porque é de estatura pequena: “Há adultos que go-zam, pessoas que olham, falam, que dizem ‘ai, é tão pequenina”.

Isabel salienta, no entanto, que nunca sentiu qualquer tipo de discriminação por parte dos seus colegas e professores, ao longo de todo o seu percurso escolar, nem em ter-mos profissionais. E quando é vítima de al-gum comentário menos adequado, acaba por superar a situação com ajuda da “famí-lia e dos bons amigos” que tem. O ter uma ocupação profissional, diz, também a ajuda a abstrair-se da sua doença. “Apesar de se-rem só cinco miúdos na minha sala, consigo estar durante o dia todo abstraída dos meus problemas, porque estou ocupada com eles. Depois quando chego a casa tenho que pre-parar as coisas para o dia seguinte e então isso ocupa-me imenso tempo. Quando es-tou de férias ou sem emprego ou é fim de se-mana e está um dia de chuva, escuro, logi-camente que fico mais pensativa, mais em baixo, e penso em coisas que não devia”.

“Já estamos calejados”

Marta, de quatro anos feitos em dezembro último, residente em Selmes (Vidigueira), é a doente mais nova dos sete referenciados no Hospital José Joaquim Fernandes. Os primeiros sintomas começaram a manifes-

tar-se tinha a menina oito meses. Febres altas, membros inferiores enfraquecidos. Mas o diagnóstico tardou a chegar. “Os médicos diziam que era febre”, recordam os pais. Depois de um internamento de quinze dias e de vários testes descobriram que Marta tinha drepanocitose. Maria Carapinha e José Coelho nunca tinham ouvido falar da doença. Só sabiam da existência de uma outra doença de sangue na aldeia, “que vulgarmente apelidam de anemia”, a talassémia.

Nos dois primeiros anos após o diagnóstico da doença, houve meses em que Marta esteve internada duas vezes, “por causa das dores”, conta Maria Carapinha. Quando se deslocava ao Hospital de Beja “já levava as coisas na mala, porque já sabia qual era a resposta”. Marta não é internada desde dezembro de 2011. Agora que “lida melhor” com a doença da filha, devido à informação que vai adquirindo das muitas pesquisas que faz na Internet, Maria já não recorre tanto ao hospital. “Quando lhe dói a barriga ou tem febre já sei o que é que lhe hei fazer, já estamos calejados”, diz. “Só quando é mesmo grave é que ela tem de ir ao hospital. Quando são crises a sé-rio não há mesmo hipótese de a gente em casa resolver o problema”, acrescenta José, adiantando que Marta já levou uma transfusão de sangue, com um ano de idade, após uma crise “em que chegou ao hospital com a cor de uma gema de ovo”.

As crises são agora mais espaçadas, embora sejam sempre imprevisíveis. Quando está com “uma crise muito intensa” Marta queixa-se de dores nos bra-ços, nas pernas, no abdómen. “Naqueles dias em que está mais dores, mais can-sada, chega da [pré] escola, abre a cama, deita-se e está lá sossegada”, refere a mãe, acrescentando que é sempre complicado quando algum colega de escola está do-ente, “porque ela não tem defesas”. Por isso é preciso um cuidado redobrado no inverno.

“Neste momento vivemos bem com a doença da Marta, não há problemas grandes, já nos habituámos. Os colegas da Marta sabem que ela se cansa mais que eles e que de vez em quando tem dores de barriga, e a professora já sabe tudo, ao pormenor [sobre a doença], pelo que se houver alguma coisa ela telefona logo”, di-zem os pais, que lamentam, apenas, que as deslocações para as consultas de ro-tina da filha a Lisboa “tenham deixado de ser pagas” e que a falta de informação sobre as hemoglobinopatias crie alguns constrangimentos: “Eu sou segurança e da última vez que a Marta esteve internada, eu trabalhava por turnos e como a minha sogra estava um pouco adoentada, quando eu chegava do trabalho tinha que cuidar do meu filho [de nove anos, são], fazer a lida da casa, isso tudo. Fui perguntar ao meu chefe se podia meter uns dias de férias. Ele olhou para mim e disse-me que era impossível, que tinha que arranjar alguém para ficar com o meu filho. Devia haver uma maior sensibilização”, conclui José Coelho.

Nélia Pedrosa

Drepanocitose As “crises” de Marta são agora mais espaçadas

Talassémia Isabel Rosa faz transfusões de sangue de quatro ou de cinco em cinco semanas

As hemoglobinopatias “atingem incidências mais elevadas nas populações de origem mediterrânica, africana e oriental”, sendo que em Portugal as zonas de maior prevalência são o centro e o sul, com especial destaque para os distritos de Beja, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Santarém e Setúbal.

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3Futebol juvenil

Castrense despromovido, esperança em Aljustrel e Vidigueira

Tempo de grandes emoções

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Desporto

Campeonato Distrital de Benjamins (17.ª jor-nada): Série A: Figueirense-Ferreirense A, 1-12; Sporting Cuba-Desportivo Beja, 0-1; Aljustrelense - -Al vito, 8-2; Despertar A-Bairro Conceição, 11 - -0. Folgou o Vasco Gama. Líder: Ferreirense, 42 pontos. Próxima jornada (2/3): Desportivo Beja-Figueirense; Alvito-Sporting Cuba; Bairro Conceição-Aljustrelense; Vasco Gama-Despertar A. Folga o Ferreirense A. Série B: Moura-Despertar B, 6-3; Serpa-Sobral da Adiça, 10-0; Piense-CB Beja, 4-3. NS Beja-Santo Aleixo, 8-1. Folgou o Ferreirense B. Líder: NS Beja, 45 pontos. Próxima jornada (2/3): Despertar B-NS Beja; Sobral da Adiça - -Moura; CB Beja-Serpa; Santo Aleixo-Ferreirense. Folga o Piense. Série C: Boavista-Odemirense, 0-14; Milfontes B-Almodôvar, 0-7; Rosairense --São Marcos, 0-10; Castrense-Milfontes A, 19 --0; Renascente-Ourique, 1-1. Líder: Odemirense, 49 pontos. Próxima jornada (2/3): Odemirense --Re nascente; Almodôvar-Boavista; São Marcos --Mil fontes B; Milfontes A-Rosairense; Ourique --Castrense.

Campeonato Distrital de Infantis (17.ª jor-nada): Série A: Alvito-Vasco Gama, 3-1; Bairro Conceição-NS Beja, 1-4; Desportivo Beja-Sporting Cuba, 1-7; Ferreirense-Despertar A, 1-2. Folgou o Alvorada. Despertar A, 42 pontos. Próxima jor-nada (2/3): NS Beja-Alvito; Sporting Cuba-Bairro Conceição; Despertar A-Desportivo Beja; Alvorada--Ferreirense. Folga o Vasco Gama. Série B: Guadiana-Amarelejense, 3-1; Despertar B-Operário, 8-1; CB Beja-Aldenovense, 2-9; Moura-Piense, 8-0. Folgou o Serpa. Líder: Amarelejense, 42 pon-tos. Próxima jornada (2/3): Operário-Guadiana; Aldenovense-Despertar B; Piense-CB Beja; Serpa --Moura. Folga o Amarelejense. Série C: Milfontes B- Aljustrelense, 6-2; Castrense B-Renascente, 3-4; Almodôvar-Milfontes A, 23-0; Odemirense-Cas-trense A, 6-3. Folgou o Boavista. Líder: Odemirense, 43 pontos. Próxima jornada (2/3): Odemirense --Renascente; Almodôvar-Boavista; São Marcos --Milfontes B; Milfontes A-Rosairense; Ourique --Castrense.

Campeonato Distrital de Iniciados (17.ª jor-nada): Amarelejense-Vasco Gama, 2-2; Ode-mirense-Serpa, 4-0; Bairro Conceição-Milfontes, 0-4; Despertar-Moura, 1-4; Sporting Cuba-Gua-diana, 3-2. Folgou o Rio de Moinhos. Líder: Moura, 41 pontos. Próxima jornada (3/3): Vasco Gama-Ourique; Serpa-Amarelejense; Milfontes-Ode-mirense; Moura-Bairro Conceição; Guadiana-Ope-rário. Folga o Despertar.

Campeonato Distrital de Juniores (13.ª jor-nada): Aldenovense-Despertar, 0-1; Castrense - -Vas co Gama, 1-0; Desportivo Beja-Cabeça Gorda, 1-0; Odemirense-Sobral Adiça, 6-0. Líder: Despertar, 30 pontos. Próxima jornada (2/3): Despertar-Odemirense; Vasco Gama-Aldenovense; Cabeça Gorda-Castrense; Sobral da Adiça-Des-portivo Beja.

Campeonato Distrital de Futebol Feminino (14.ª jornada): Ourique-CB Castro Verde, 1-3; Vasco Gama-Odemirense, 4-6. Folgam o Serpa e a CB Almodôvar. Líder: CB Castro Verde, 34 pontos. Próxima jornada (2/3): Odemirense-CB Almodôvar; Ourique-Vasco Gama. Folgam a CB Castro Verde e o Serpa.

Campeonato Distrital de Futsal (15.ª jor-nada): Vasco Gama-Desportivo Beja, 2-2; NS Moura-Ferreirense, 3-2; Vila Ruiva-Luzerna, 3-8; ADVNS.Bento-Safara, 9-4; Alcoforado-Barrancos, 7-3; Baronia-Almodovarense, 5-5. Folgou o IP Beja. Líder: Baronia, 44 pontos. Próxima jornada (22/2): Ferreirense-Vasco Gama; Safara-Vila Ruiva; Almodovarense-Alcoforado; Desportivo Beja-IP Beja; Barrancos-ADVNS.Bento; Luzerna-NS Moura. Folga o Baronia.

Campeonato Nacional de Iniciados (2.ª fase, 5.ª jornada): Lagos-Despertar, 3-4; Lusitano Vila Real-Desportivo Beja, 7-0. Líder: Louletano, 41 pontos; 2.º Despertar, 39. 7.º Desportivo Beja, sete. Próxima jornada (3/3): Despertar-Louletano; Desportivo Beja-São Luís.

Campeonato Nacional de Juvenis (2.ª fase, 4.ª jornada): Despertar-Estoril, 2-1; Lusitano --Ode mirense, 1-0. Líder: Louletano, 40 pontos. 7.º Despertar, 13. 8.º Odemirense, 12. Próxima jor-nada (3/3): Despertar-Lusitano Évora; Odemirense--Oeiras.

Campeonato Nacional de Juniores (2.ª fase, 3.ª jornada): BM Almada-Moura, 4-0. Líder: Farense, 40 pontos. 8.º Moura, cinco. Próxima jor-nada (2/3): Moura-Olímpico Montijo.

3.ª Divisão – Série F

20.ª jornada

Sesimbra-Vasco da Gama ................................................. 1-2 Lusitano VRSA-Aljustrelense ...........................................0-1 Moura-Esp. Lagos .............................................................. 1-1 Castrense-At. Reguengos ................................................1-0 Monte Trigo-Juventude Évora ........................................ 1-1 Lagoa-U. Montemor ..........................................................0-3 J V E D G P

U. Montemor 20 14 5 1 41-12 47

Moura 20 12 7 1 44-13 43

Esp. Lagos 20 10 8 2 35-17 38

At. Reguengos 20 10 6 4 25-14 36

Juventude Évora 20 7 7 6 24-23 28

Sesimbra 20 6 7 7 23-31 25

Vasco da Gama 20 6 6 8 25-29 24

Aljustrelense 20 6 6 8 17-17 24

Castrense 20 5 3 12 20-36 18

Monte Trigo 20 4 5 11 19-32 17

Lusitano VRSA 20 4 5 11 19-32 17

Lagoa 20 1 5 14 17-53 8

Próxima jornada (3/3/2013): Sesimbra-U. Montemor, Vasco da

Gama-Lusitano VRSA, Aljustrelense-Moura, Esp. Lagos-Cas-

trense, At. Reguengos-Monte Trigo, Juventude Évora-Lagoa.

1.ª Divisão – AF Beja

19.ª jornada

Odemirense-Serpa .............................................................3-3 Aldenovense-Praia Milfontes .........................................0-3 Amarelejense-Rosairense ............................................... 0-4 Desp. Beja-São Marcos ...................................................... 1-1 Almodôvar-Bairro da Conceição ....................................5-1 Sp. Cuba-Guadiana ............................................................1-0 Piense-Cabeça Gorda........................................................1-0 J V E D G P

Almodôvar 19 14 4 1 46-20 46Praia Milfontes 19 13 3 3 43-17 42Odemirense 19 12 4 3 34-18 40Serpa 19 10 7 2 39-20 37Piense 19 9 6 4 33-19 33Aldenovense 19 8 6 5 35-23 30Rosairense 19 7 6 6 31-26 27Sp. Cuba 19 7 5 7 23-19 26Cabeça Gorda 19 5 6 8 34-28 21São Marcos 19 4 3 12 14-45 15Guadiana 19 4 1 14 18-42 13Bairro da Conceição 19 3 4 12 13-37 13Desp. Beja 19 2 7 10 17-32 13Amarelejense 19 3 2 14 16-50 11

Próxima jornada (3/3/2013): Praia Milfontes-Serpa, Rosai-

rense-Aldenovense, São Marcos-Amarelejense, Bairro da Con-

ceição-Desp. Beja, Guadiana-Almodôvar, Cabeça Gorda-Sp.

Cuba, Piense-Odemirense.

Na hora de todas as decisões, e clarifi-cado o futuro do campeonato, esperam --se jogos quentes nas últimas duas jor-nadas da primeira fase do Nacional da 3.ª Divisão.

Texto e foto Firmino Paixão

Restam duas jornadas para que se complete a 1.ª fase do campeonato, após o que as primeiras seis equipas

da tabela lutarão (com 50 por cento dos pon-tos) pela promoção ao novo Campeonato Nacional de Seniores (sobem o 1.º e 2.º clas-

sificado de cada série e os cinco melhores terceiros). As restantes seis ficam oficial-mente despromovidas, e, entre as que se mantiverem em competição, duas (1.º e 2.º classificado de cada série) ganham o direito à participação na Taça de Portugal. Assim, temos o Moura indiscutivelmente apu-rado para a fase de subida, Vasco da Gama e Aljustrelense a um ponto do sexto classifi-cado e o Castrense, irremediavelmente, des-promovido.

E o que se espera das próximas rondas? O Vasco da Gama tem um jogo fácil com o Lusitano de Vila Real e o Aljustrelense

tem a visita, muito complicada, do Moura. Porque o Sesimbra recebe o líder e pode não pontuar, quer o Vasco, quer o Mineiro, ga-nhando, podem subir para a primeira me-tade da tabela. Entretanto, o Castrense tem uma difícil deslocação a Lagos. Na última ronda todos pontuaram, o Aljustrelense ga-nhou em Vila Real, o Vasco da Gama ven-ceu em Sesimbra e o Castrense bateu o Reguengos. O Moura jogou em casa com o Lagos e dividiram os pontos. Sobe a emoção nesta ponta final da prova, em que as equi-pas sul alentejanas voltam a jogar entre si, numa fase de grandes decisões.

Faltam sete jornadas para o final da prova

A lotação ficou mais restritaO excecional e claro triunfo do Milfontes, em Vila Nova de São Bento, deixou o Aldenovense no apeadeiro, e o empate do Serpa em Odemira foi preju-dicial às duas equipas.

Texto Firmino Paixão

Faltam sete jornadas para o final da prova e seria demasiado arris-cado eliminar candidatos, mas sem-

pre diremos, em função da observação do calendário de cada uma das equipas, que o Almodôvar, o Milfontes e, vá lá, o Odemirense (terá uma ponta final terrível) viajam em primeira classe; Serpa, Piense e Aldenovense nas carruagens da retaguarda.

Para já, o líder mantém os quatro pon-tos de vantagem sobre o Milfontes e terá um jogo em Mértola para ganhar. O Milfontes

terá a visita do Serpa, osso duro de roer, e acabado de pontuar ali ao lado.

O Odemirense visita o Pias, equipa que a jogar em casa não é fácil de ultrapas-sar. O Aldenovense tem uma deslocação ao Rosário, onde terá que pontuar para manter o sexto lugar. Na Cabeça Gorda, a turma lo-cal recebe o Cuba, uma partida entre duas equipas muito semelhantes e, em Beja, re-ata-se o dérbi entre o Bairro da Conceição e o Desportivo.

O Amarelejense, com pouco fôlego para deixar o último lugar da tabela, desloca-se ao terreno do São Marcos. Da última ronda o destaque vai, maioritariamente, para o triunfo folgado do Milfontes no terreno do Aldenovense e para o empate do Serpa em Odemira. Muitos golos, tantos como 23, seis em Almodôvar, seis em Odemira e quatro em Amareleja.

3.ª Divisão O Castrense, (a jogar de preto) já despromovido, conseguiu ultrapassar o Reguengos

Petizes e traquinas A Associação de Futebol de Beja reúne-se esta noite, pelas 20 e 30 horas, na sua sede, com os clubes que ins-creveram equipas nos escalões de petizes e traquinas para, em con-junto, planearem um modelo de organização dos encontros despor-tivos naquelas categorias.

Taça Distrito de Beja

joga-se dia 10 de março

As meias-finais da Taça Distrito de

Beja em seniores vão disputar-se

no próximo dia 10 e os jogos serão

os seguintes: Aldenovense-Piense

e Rosairense-Cabeça Gorda. O

Futebol Clube de Serpa, vencedor

da edição 2011/2012 deste troféu,

já está fora da competição.

Hóquei em patins:

Benfica em Castro

Verde

O SL Benfica desloca-se a Castro Verde no

próximo dia 16 para defrontar o Castrense

(única equipa alentejana ainda na prova)

em jogo relativo aos 16 avos da Taça de

Portugal de Hóquei em Patins. A equipa

do Castrense já eliminou o Vasco da Gama

de Sines e o Santiago do Cacém, em ambos

os casos com recurso ao “golo de ouro”.

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3Manuel Amaral

Os prognósticos vão ficando cada vez mais difíceis, à medida que a prova se

aproxima do final e os desfechos se tornam mais imprevisíveis, mas o nosso convidado desta semana, para aqui assinar os prognósticos aos jo-gos da 20.ª jornada do campeonato distrital da AF Beja, é um homem do futebol. Nascido na cidade de Évora, tem, por isso, um olhar mais amplo e descentralizado sobre o fe-nómeno desportivo da região alen-tejana. A sua carreira de futebolista iniciou-se no Juventude de Évora, o mítico clube do “Pátio do Salema”, onde fez o seu percurso formativo até viajar para Angola. Naquela, então, província, prosseguiu a car-reira com a camisola do Benfica de Luanda. No regresso a Portugal in-gressou no Atlético de Reguengos e, mais tarde, quando adotou a capi-tal do Baixo Alentejo para viver, foi com naturalidade que representou o Desportivo de Beja. Terminou ofi-cialmente a carreira no Desportivo das Neves, mas, ainda hoje, com 60 anos, mantém uma atividade des-portiva regular no grupo “Maltinha dos Quarenta” que, sob o lema do convívio, amizade e prática despor-tiva saudável, mantém em atividade alguns antigos jogadores.

(X) MILFONTES/SERPAParece-me um jogo com algum equi-líbrio, pese embora a carreira do Milfontes. O Serpa oferecerá forte oposição.

(1) ROSAIRENSE/ALDENOVENSEPrognóstico favorável aos visitados, tendo em conta a motivação de joga-rem em casa e as dificuldades criadas pelo próprio recinto.

(1) SÃO MARCOS/AMARELEJENSEComo se tem visto, este não é de forma nenhuma o ano do Amarelejense. O São Marcos vencerá a partida.

(X) BAIRRO DA CONCEIÇÃO/DES POR-TIVO DE BEJAEm condições normais não hesitaria em dar o triunfo ao Desportivo, mas como o clube não passa por uma situ-ação de normalidade, e tendo em conta a característica de dérbi, arrisco o empate.

(2) GUADIANA/ALMODÔVARO Almodôvar já mostrou que não está neste campeonato para brincadeiras, por isso não será neste jogo que vai mudar a sua atitude.

(1) CABEÇA GORDA/SPORTING DE CUBAOutro jogo muito interessante, mas o Ferrobico, como lhe é habitual nes-tas circunstâncias, vai entregar-se de corpo e alma.

(X) PIENSE/ODEMIRENSEO Odemirense tem pela frente um sé-rio obstáculo. O Piense não dá tréguas a quem o visita, mas como a equipa de Odemira está moralizada com a posição que ocupa, arrisco mais um empate.

19Hoje palpito eu...Taça Fundação Inatel – Classificação finalSérie A: 1.º Ficalho, 20 pontos. 2.º Salvadense, 19. 3.º Luso Serpense, 18. 4.º Brinches, 14. 5.º Pedrógão, oito. 6.º Quintos, quatro. 6.º Sobral da Adiça, zero. (desistiu).

Série B: 1.º Penedo Gordo, 31 pontos. 2.º Beringelense, 26. 3.º Louredense, 23. 4.º Faro Alentejo, 17. 5.º AC Cuba, 15. 6.º

São Matias, seis. 7.º Neves, três.

Série C: 1.º Vale d’Oca, 31. 2.º Santa Vitória, 25. 3.º Jungeiros, 19. 4.º Alvorada, 17. 5.º Figueirense, 16. 6.º Mombeja, nove. 7.º Messejana, dois.

Série D: 1.º Trindade, 21 pontos. 2.º Albernoense, 20.

3.º Fernandes, 19. 4.º Sete, 11. 5.º Alcariense, sete. 6.º Sanjoanense, sete.

Série E: 1.º Luzianes, 29 pon-tos. 2.º Amoreiras Gare, 26. 3.º Relíquias, 25. 4.º Cercalense, 18. 5.º Santa Luzia, 10. 6.º Soneguense, 10. 7.º Colense, um.

Série F: 1.º Saboia, 32

pontos. 2.º Milfontes, 27. 3.º Malavado, 22. 4.º Bemposta, 14. 5.º Campo Redondo, oito. 6.º Cavaleiro, oito. Boavista Pinheiros, seis.

Série G: 1.º Serrano, 22. 2 .º S a n t a c la r e n s e, 21. 3.º Santa Clara-a-Nova, 14. 4.º Pereirense, 11. 5.º Naveredondense, 11. 6.º

Almodovarense, três.

Taç a Fundaç ão Inatel ( e q u i p a s a p u r a d a s para a 2.ª fase): Ficalho, Salvadense e Luso Serpense. Penedo Gordo, Beringelense e Louredense. Vale d’ Oca, Santa Vitória e Jungeiros. Tr i n d a d e, A l b e r n o e n s e e Fernandes. Luzianes

Gare, Amoreiras Gare e Relíquias. Saboia, Milfontes e Malavado. Serrano e Santaclarense. (quatro séries de cinco equipas).

Troféu Agência de Beja (e q u i p a s a p u r a d a s) : Brinches, Pedrógão e Quintos. Faro do Alentejo, AC Cuba, São Matias e Neves. Alvorada,

Figueirense, Mombeja e Messejana. Sete, Alcariense e Sanjoanense. Cercalense, Santa Luzia, Soneguense e C o l e n s e. B e m p o s t a , Campo Redondo, Cavaleiro e Boavista Pinheiros. Santa Clara-a-Nova, Pereirense, Naveredondense e Almo-dovarense.

A equipa feminina da Casa do Benfica de Almodôvar procura afirmar-se no campeonato distrital da AF Beja. Por ora, apenas com derrotas, ocupa o úl-timo lugar, mas dos últimos também reza a história.

Texto e foto Firmino Paixão

Não é caso para confirmarmos a má-xima de que “jogam à Benfica”, porque o emblema da águia não

anda pelos rodapés das classificações. Mas melhores tempos virão para estas corajosas moçoilas que ainda não lograram conquis-tar qualquer ponto nos 11 jogos disputados, marcando apenas um golo e acumulando mais de 230 sofridos. Nada que leve o seu treinador, Fernando Rocha, ao desânimo, porque os maus resultados não têm afetado negativamente o grupo: “Não tem existido desmotivação, as atletas gostam muito de jogar futebol, adoram recrear-se com a bola, nem todas treinam, mas conseguimos que algumas o façam. Vamos ver onde isto vai parar”.

O técnico refere ainda: “Temos aqui jo-vens que gostam de jogar futebol e cons-truímos a equipa este ano. Na época pas-sada tínhamos equipa, mas saíram muitas jogadoras. Esta equipa é nova, são joga-doras inexperientes que começaram esta época a jogar e os resultados não têm apa-recido, também temos tido algum azar”. As atletas que constituem a equipa são maio-ritariamente do concelho de Almodôvar: “São miúdas que andam aqui a estudar, te-mos apenas a Fabiana e a Daniela que são do concelho de Castro Verde, mas as maio-res dificuldades vão começar quando che-garem aos 18 anos, vão para as universi-dades, deixam de poder treinar. Mas eu gostava que este projeto evoluísse porque

Futebol e ciclismo na agenda da Casa do Benfica de Almodôvar

Elas não jogam à Benfica...gosto muito de trabalhar com este grupo”, assume Fernando Rocha.

Mas o insucesso da temporada não irá por em causa este projeto? O treinador diz que não: “No próximo ano faremos uma equipa mais forte, vamos tentar contratar jogadoras de outras terras, ficarão muitas das que cá estão, não sabemos quantas, sa-bemos que quando namoram começam as dificuldades porque eles às vezes não gos-tam”. Depois, até que ponto é que a comu-nidade local se revirá neste projeto, sa-bendo que são as vitórias que alimentam o ego dos adeptos do futebol? “As pessoas de-viam apoiar esta equipa um pouco mais, eu até gostava de poder contar com mais algu-mas miúdas, mas umas vezes são elas que têm vergonha de jogar, outras vezes são os pais que não permitem, é difícil, gostava de manter uma equipa apenas com miúdas do concelho mas já vi que não é possível”, diz o treinador.

No futuro, provavelmente já na pró-xima temporada, anuncia o treinador, “te-remos que ir buscar algumas jogadoras de fora. Já falei com a direção e em princípio vamos tentar reforçar esta equipa na pró-xima época para colmatar algumas lacunas que temos. Vamos fortalecer o grupo para que os resultados sejam melhores”.

“O futebol feminino está numa fase de crescimento mas gostava que existissem mais equipas neste distrito e isso pode co-meçar pelo desempenho das raparigas no desporto escolar”, diz ainda Fernando Rocha, acentuando o exemplo da interna-cional Ana Capeta como estímulo para que venham mais praticantes: “O exemplo dela pode ser importante, já tive o prazer de a ver jogar, marcou muitos golos à minha equipa. É uma atleta com muita qualidade, movimenta-se, desmarca-se, remata bem, é uma boa atleta e será uma mais-valia para o

nosso distrito”. Quanto à decisão do título, contas onde

as benfiquistas de Almodôvar não en-tram, ele pode pender para a sua congénere de Castro Verde. “Elas sim, têm a melhor equipa do campeonato. Temos outras tam-bém fortes, mas a vantagem da CB Castro Verde já é interessante, e nós vamos sair deste campeonato com a maior dignidade. As miúdas gostam de se divertir mas não são muito assíduas aos treinos, há sempre uma desculpa, o frio, a chuva, o namoro, os estudos, e quando assim é …”. Mas o pri-meiro objetivo, a divulgação da Casa do Benfica de Almodôvar, está cumprido: “É verdade que os recursos são escassos, temos também o ciclismo e isto é tudo feito por amor à camisola, mas o nome anda por aí e esta equipa é uma família”, conclui o treina-dor almodovarense.

Ciclistas na rota do sucesso Na estrada rola também a equipa de ciclismo da repre-sentação benfiquista em Almodôvar, mas com sucesso diferente. A equipa já prepara afincadamente a época desportiva e o ob-jetivo é repetir as elevadas performances da temporada anterior, em provas nacio-nais e na vizinha Espanha, e, se possível, a conquista do nacional de masters (vete-ranos). A equipa dirigida por Francisco Camacho mantém os ciclistas Vítor Faria, Henrique Janota, João Portela, Celso Pereira, Rui Rodrigues e Bruno Sousa e re-forçou-se com David Garrido (ex-Centro de Ciclismo José Maria Nicolau/Cartaxo) e Guilherme Lourenço (ex-Effapel). A par da sua atividade nas provas do calendário da Associação de Ciclismo do Algarve e da Federação Portuguesa de Ciclismo, a Casa do Benfica já agendou para os dias 23 e 24 do corrente mês a realização da Volta ao Concelho de Almodôvar.

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A fi delidade ao mundo

desportivo assumiu ao

longo da história contornos

infi ndáveis em Moura.

Gerações transversais

recriaram as suas intenções

desportivas na velha urbe

de Salúquia, sendo que as

paixões foram literalmente

absorvidas por uma

juventude irreverente que

jamais baixou os braços

aos desafi os propostos.

Numa viagem pelo tempo,

recorro, justamente, a

documentos históricos

que nos elucidam sobre

a temática exposta e que

nos diz que o futebol terá

surgido naquela terra

da Margem Esquerda do

Guadiana no ano de 1912.

O repto desportivo estava

lançado e poucos anos

volvidos, 1916, o ciclismo,

através de António Maria

Baião, era pomposamente

apresentado ao povo

mourense. Aliás, Moura

sempre se apresentou

como uma terra solidária

nas várias componentes

desportivas. E se o MAC

(Moura Atlético Clube) é

o emblema que dá fulgor

às suas gentes, não deixa

também de ser verdade

que outras modalidades

têm elevado o bom nome

de Moura a patamares

deveras honrosos. Desde

o voleibol, passando

pelo hóquei, patinagem

artística, pesca, natação,

futsal, futebol, entre

muitas outras conjunturas,

são temáticas que nos

conduzem a esmiuçar a

verdadeira existência de

um povo desportivo sempre

astuto ante a verdade

deparada. A vertente do

associativismo em Moura

sempre se apresentou

como um dado adquirido.

O Núcleo Sportinguista

de Moura, que se dedica

à prática do futsal no

campeonato regional da

AF Beja, vai em breve

lançar-se na modalidade

de atletismo. Segundo me

foi transmitido de fonte

fi dedigna, o núcleo já

avançou com a inscrição

para a Associação e

respetiva Federação de

Atletismo, pressupondo-se

que dentro de 15 dias os

atletas estejam prontos

para participarem em

provas ofi ciais. Esta

iniciativa, por parte de uma

corporação mourense, é

afi nal uma verídica atitude

que nos leva a enaltecer o

valor das suas gentes. No

alto do pedestal lá está

Moura desportiva.

Moura desportiva

José Saúde

Fundado em 1 de março de 1923, o Sport Clube Odemirense so-pra hoje, com o brilho e a no-breza que a idade justifica, as velas do seu 90.º aniversário.

Texto Firmino Paixão

O momento é de festa e os 90 anos do clube mais repre-sentativo do concelho de

Odemira serão assinalados atra-vés da realização de uma gala com a participação de outro símbolo daquela terra, o Trio Odemira.

O clube conta atualmente com

600 associados, a maior parte dos quais, certamente, compare-cerá hoje, pelas 19 horas, no Salão dos Bombeiros Voluntários de Odemira, para se associar à co-memorações, num jantar onde se realizará também a cerimónia de entrega de emblemas de ouro e prata aos sócios que comple-tam 50 e 25 anos de antiguidade, respetivamente.

O Sport Clube Odemirense mo-vimenta atualmente cerca de cen-tena e meia de futebolistas, en-quadrados em 10 equipas, com representações nos escalões de

traquinas, petizes, benjamins, in-fantis, iniciados, juvenis, juniores, seniores (masculinos e femininos) e veteranos. Conta ainda com uma secção de pesca desportiva e está a preparar a criação de uma secção de bilhar.

Ao longo do seu prestigiado historial o Odemirense teve cinco presenças no Campeonato Nacional da 3.ª Divisão, duas épocas no Nacional de Iniciados, uma no Nacional de Juniores e quatro no Campeonato Nacional de Juvenis. Do seu currículo consta também a conquista de

quatro títulos distritais da 1.ª Divisão em seniores, dois títu-los distritais da II Divisão em se-niores, duas Taças Distrito de Beja em seniores e um em ju-niores, um título distrital de ju-niores, três títulos distritais de juvenis, um título distrital de ini-ciados, um título distrital de in-fantis, um título distrital de es-colas e cinco taças disciplina em diferentes escalões. Parabéns, pois, ao Sport Clube Odemirense por tão glorioso passado e os vo-tos de um futuro, igualmente, conquistador.

Sport Clube Odemirense comemora 90 anos de existência

O prestígio de nove décadas

O Clube de Patinagem de Beja voltou esta época a qualificar duas equipas, iniciados e ju-venis, para os campeonatos nacionais. Uma consequên-cia do bom trabalho feito na formação.

Texto e foto Firmino Paixão

“O objetivo está mais do que alcançado”, afirma António “Mané” Cas-

ti lho: “A meta era a participação no Nacional, e isso foi plenamente conseguido, depois juntámos o tí-tulo regional e vamos em frente, mas estamos muito limitados, te-mos poucos jogadores”.

O jogo inaugural da equipa nesta fase nacional foi com o Benfica, uma etapa que os téc-nicos aproveitam para formar em competição: “Tem que ser as-sim, desde que passámos a com-petir com as equipas de Setúbal as exigências evoluíram muito”, diz “Mané” Castilho, pormenori-zando: “Estarmos no campeonato nacional a competir com equipas como o Benfica e o Paço de Arcos é muito bom para a evolução des-tes jogadores, sobretudo para per-ceberem que jogando a este nível têm que ser mais agressivos e jo-garem com mais intensidade”.

O treinador diz também que “a equipa tem potencial”: “O cinco base não é mau, tem miúdos com

Clube de Patinagem de Beja tem duas jovens equipas em provas nacionais

Vamos formando a competir...

valor, são juvenis de primeiro ano, mas a intensidade já é grande, são 20 minutos cada parte e como não temos jogadores para rodar, torna - -se muito complicado ao nível fí-sico”. Os objetivos para esta fase são claros: “Vamos tentar a me-lhor classificação possível sabendo que o Benfica, o Paço d’Arcos e o Oeiras são equipas de outro cam-peonato. Vamos apreendendo jogo

a jogo, para os jogadores se diver-tirem e evoluírem o melhor que puderem”.

Importante é sublinhar o mé-rito do clube, sobretudo do tra-balho muito eficaz que está a fazer na formação, e o técnico lembra que “há três ou quatro anos que o clube anda a quali-ficar as equipas de iniciados e juvenis para o nacional”: “Esse

tem sido o nosso grande obje-tivo e a partir daí conseguimos aferir que estamos a fazer um bom trabalho, dentro das limi-tações que temos com miúdos. Conseguimos aumentar as horas de treino, conseguimos ter mais jogos com as equipas de Setúbal e o resultado está à vista, não se pode pedir muito mais”, conclui o treinador.

Hóquei em patins Juvenis do Clube de Patinagem de Beja disputam o campeonato nacional

A Piscina Municipal de Sines Carlos Manafaia acolhe no fim

de semana o Campeonato Regional de Natação do Alentejo,

competição destinada aos escalões de infantis, juvenis, juniores

e seniores. A organização pertence à Associação de Natação

do Alentejo e conta com o apoio do município de Sines.

Campeonato Regional de Natação do

Alentejo

Voleibol O Moura Volei Clube, derrotado 0/3 pelo Albufeira na ronda inaugural da 2.ª fase do Nacional da 3.ª Divisão, desloca-se amanhã a Santo Tirso para cumprir a segunda jornada. Para o Nacional de Juvenis Masculinos, o Moura antecipou o jogo da 8.ª ronda com o CN Ginástica e venceu 3/1. Amanhã a equipa mourense recebe o SL Benfica (15 horas).

Page 21: Ediçao N.º 1610

Diário do Alentejo1 março 2013

21

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Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação

PUBLICAÇÃO

DE EXTRACTOCertifi co para efeitos de publicação, que por escritura outorga-

da em treze de Fevereiro de dois mil e treze, exarada a folhas dez

e seguintes, do Livro de Notas para Escrituras Diversas número

Cento e trinta e três- B, deste Cartório:

a) MARIANA JANEIRO DE ALMADA, viúva, natural da fre-

guesia de Vila Nova de São Bento, concelho de Serpa, residente

na Avenida Alves Redol, número 7, segundo andar esquerdo,

freguesia de Belas, concelho de Sintra, NIF 139 141 529;

b) LEONOR DE JESUS DE ALMADA NOGUEIRA CARDOSO,

casada sob o regime da comunhão de adquiridos, com Paulo

Jorge Lopes Cardoso, natural da freguesia de Queluz, concelho

de Sintra, residente na Praceta José Gregório de Almeida, número

15, quarto andar C, freguesia de Massamá, concelho de Sintra,

NIF 190 327 960, declararam e confi rmaram, que são donas e

legítimas possuidoras, em comum e sem determinação de parte

ou direito, com exclusão de outrem, do prédio rústico sito em

Vale de Cardos, freguesia de Vila Verde de Ficalho, concelho de

Serpa, descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa

sob o número mil seiscentos e cinquenta e sete, da freguesia

de Vila Verde de Ficalho e inscrito na respectiva matriz predial

rústica em nome de Paulo Jorge Caetano Pereira e de Mariana

Janeiro de Almada sob o artigo número 260 da secção E com

o correspondente valor patrimonial de noventa e quatro euros e

sessenta e cinco cêntimos, a que atribuem igual valor:

Que, na verdade, sobre este prédio existe já registo de aquisi-

ção de dois terços do mesmo a favor delas primeiras outorgantes,

em comum e sem determinação de parte ou direito, nos termos

da correspondente apresentação três de dezasseis de Novembro

de dois mil e seis, tendo por causa a dissolução da comunhão

conjugal e sucessão hereditária por morte de Francisco José

Ninhos Nogueira, casado que foi sob o regime da comunhão

geral de bens com a ora primeira outorgante melhor identifi cada

na alínea a) e pai da identifi cada sob a alínea b), referido como

sujeito passivo na sobredita inscrição de aquisição:

Que, contudo, à data da morte do referido Francisco José

Ninhos Nogueira, ocorrida em catorze de Fevereiro de dois mil e

um, aquele falecido encontrava-se na posse material e efectiva

da totalidade do prédio acima identifi cado desde, pelo menos, o

ano de mil novecentos e sessenta e quatro, inexistindo, contudo,

qualquer registo de transmissão, domínio ou mera posse do

restante um terço;

Que a posse da totalidade do imóvel, como se referiu foi

adquirida sem violência ou oposição de quem quer que fosse

e exercida ostensivamente, à vista de toda a gente, de forma

ininterrupta e em nome próprio, traduzindo-se no aproveitamento

pelo mencionado Francisco José Ninhos Nogueira de tudo o que

aquele prédio produzia e dele provinha directamente, bem como

das rendas e interesses que o mesmo produzia em consequência

de relações jurídicas, cultivando-o e fazendo suas as correspon-

dentes colheitas, pagando as contribuições, taxas e impostos

devidas por ele, agindo sempre por forma correspondente ao

exercício do direito de propriedade, quer usufruindo como tal

aquele imóvel, quer suportando os respectivos encargos;

Que esta posse em nome próprio, pacífi ca, contínua e públi-

ca, desde o referido ano de mil novecentos e sessenta e quatro.

continuada, após o decesso do aludido Francisco José Ninhos

Nogueira, pelas ora primeiras outorgantes que, na qualidade de

suas únicas herdeiras, nele sucederam, mantida, portanto, há

mais de vinte anos, conduziu à aquisição da totalidade do referido

prédio por usucapião, modo de aquisição que invocam a seu favor

apenas para titularem a aquisição daquela terça parte ainda não

inscrita a seu favor, visando tão-somente o registo desta, dado

que aquela forma de aquisição não pode ser comprovada por

qualquer outro título formal extrajudicial.

ESTÁ CONFORME.

Lisboa, Cartório Notarial de Júlia Silva, treze de Fevereiro

de dois mil e treze.

A Notária

Assinatura ilegível

Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 2.ª Publicação

PEDRO BRANDÃO

Agente de Execução

C.P. 3877

ANÚNCIO

Tribunal Judicial de Beja – 1.° Juízo

Inventário / Partilha de Bens em Casos Especiais

Processo n.° 5160-A/1999

Requerente: Francisco José Silvestre Nunes Guiomar e outros

Cabeça de Casal: Maria de Fátima Borges Rocha

FAZEM-SE SABER que nos autos acima identifi cados se encontra

designado o dia 11 de Março de 2013, pelas 14:00 horas, no Tribunal

acima identifi cado, para abertura de propostas que sejam entregues

até esse momento na Secretaria do mesmo, pelos interessados na

compra dos seguintes bens:

VERBA 1 - Prédio Urbano, propriedade total, sito na Rua Ferreira

de Castro, em Beja, em cuja matriz se acha inscrito sob o artigo 2519,

descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha

965/19951115, Beja (Salvador), Terreno para Construção, Lote n.° 6 -

70% de 82.500,00€ (57.750,00€)

VERBA 2 - Prédio Urbano, propriedade horizontal, sito na Avenida

Fialho de Almeida, n.° 66, em Beja, em cuja matriz se acha inscrito sob

o artigo 2177 - Fracção H, descrito na Conservatória do Registo Predial

de Beja sob a fi cha 739/19940214 - H, Beja (Sao Joao Baptista), Rés

do Chão destinado a comércio, composto de um compartimento amplo

e instalação sanitária - 70% de 72.100,00€ (50.470,00€)

VALOR BASE: 154.600,00 €

Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de

108.220,00€, correspondente a 70% do Valor Base.

Nos termos do artigo 897° n.° 1 do CPC, os proponentes devem

juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do agente

de execução, no montante correspondente a 20% do valor base do

bem, ou garantia bancária, no mesmo valor.

É Fiel depositário que o mostrará a pedido a Sra Maria de Fátima

Borges Rocha Milene, residente na Rua Florbela Espanca, n.° 34,

em Beja.

O Agente de Execução, Céd Prof. 3877

Pedro Brandão

institucional diversos

ASSINATURA

Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail [email protected]

Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail [email protected]

Desejo assinar o Diário do Alentejo, com início em _______________, na modalidade que abaixo assinalo:

Assinatura Anual (52 edições): País: 28,62 € Estrangeiro: 30,32 €

Assinatura Semestral (26 edições): País: 19,08 € Estrangeiro: 20,21 €

Envio Cheque/Vale Nº___________________ do Banco _____________________________________

Efectuei Transferência Bancária para o NIB 0010 00001832 8230002 78 no dia ___________________ Nome _______________________________________________________________________________

Morada ______________________________________________________________________________

Localidade ___________________________________________________________________________

Código Postal ________________________________________________________________________

Nº Contribuinte ________________________Telefone / Telemóvel ______________________________

Data de Nascimento __________________________________ Profissão _________________________

*A assinatura será renovada automaticamente, salvo vontade expressa em contrário* Cheques ou Vales Postais deverão ser emitidos a:

AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral

Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação

ORGANIZAÇÃO DE PRODUTORES

PECUÁRIOS PARA A DEFESA SANITÁRIA

DOS RUMINANTES DE SERPA

CONVOCATÓRIAConvoco a Assembleia Geral Ordinária ao abrigo do

n°2 do artigo 9 dos Estatutos da OPP, nas instalações da OPP de Serpa, para as 17:00 horas do dia 21 de Março de 2013, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Aprovação do Relatório e Contas de 2012 e Parecer do Conselho Fiscal.

2. Expulsão de sócios incumpridores.3. Outros assuntos de interesse.Se à hora marcada para a reunião não estiver pre-

sente mais de metade dos associados, esta realizar-se-á uma hora depois com qualquer número de associados.

Serpa, 2013-02-21.O Presidente da Assembleia Geral

Jaime Pascoal Braga

Page 22: Ediçao N.º 1610

Diário do Alentejo1 março 2013

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Page 23: Ediçao N.º 1610

Diário do Alentejo1 março 2013

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Lisboa

Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja

Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja

Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia

Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.

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Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar

Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação

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Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H.

de Beja

Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/

Obesidade – Instituto Português de Oncologia de

Lisboa

Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias

Urinárias – H. Beja

Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de

Évora

Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-

talar de Lisboa (H.Júlio de Matos).

Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças

de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.

Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/

Alergologia Respiratória/Apneia do Sono

Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e

Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar

do Baixo Alentejo

Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital

de Beja

Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia

Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) –

Hospital da Cuf – Infante Santo

Dr. Jorge Araújo – Ecografi as Obstétricas

Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças

do Sangue – Hospital de Beja

Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica –

Hospital de Beja

Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia

da Orta.

Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/

Orientação Vocacional

Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala

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Page 24: Ediçao N.º 1610

Diário do Alentejo1 março 2013

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TIm. 968 051 518 965 217 456Tel. 284 323 555 284 322 684

NOSSA SENHORA DAS

NEVES

†. Faleceu a Exma. Senhora D. OLÍMPIA GONÇALVES SANTANA ALMEIDA, de 87 anos, natural de São Clemente - Loulé, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 22 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. VITÓRIA BERNARDA DE SOUSA, de 89 anos, natural de Castro Verde, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 23 de Fevereiro, das Casas Mortuárias Beja, para o cemitério desta cidade.

CABEÇA GORDA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. ETELVINA ROSA SILVÉRIO, de 90 anos, natural de Pedrógão - Vidigueira, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 24 de Fevereiro, da Casa Mortuária da Cabeça Gorda, para o cemitério local.

BERINGEL / TRINDADE

†. Faleceu a Exma. Senhora D. JULIETA FRANCISCA DIAS DA CONCEIÇÃO POMBINHO, de 68 anos, natural de Trindade - Beja, casada com o Exmo. Sr. José Pedro Cadete Pombinho. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 25 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério da Trindade.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. JÚLIA DE ALMEIDA CARVALHO, de 97 anos, natural de Santa Maria dos Olivais - Lisboa. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 25 de Fevereiro, da Casa Mortuária do Hospital de Beja, para o cemitério de Beja.

QUINTOS

†. Faleceu a Exma. Senhora D. RITA AUGUSTA, de 96 anos, natural de Vila Nova de São Bento - Serpa, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 26 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Quintos, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. CAROLINA MARIA CHORA DA COSTA, de 91 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Fevereiro., das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

TRINDADE

†. Faleceu o Exmo. Senhor MANUEL SEBASTIÃO MALVEIRO, de 75 anos, natural de Trindade - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Augusta do Nascimento Malveiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Fevereiro, da Casa Mortuária da Trindade, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor ANTÓNIO JOAQUIM DA CONCEIÇÃO ROCHA, de 68 anos, natural de Salvador - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Amália Teixeira Monteiro dos Santos Rocha. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Fevereiro, das Casas Mortuárias Beja, para o cemitério desta cidade.

SANTO ANDRÉ / BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor JOAQUIM FAUSTINO DE SOUSA EUGÉNIO, de 52 anos, natural de Santiago Maior - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Fevereiro, das Casas Mortuárias Beja, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremado.

SANTA CLARA DE LOUREDO

†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. ANTÓNIO MANUEL VILÃO BERNARDO, de 68 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Mariana Rosa das Dores Reis. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 27 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor Dr. ANTÓNIO JOAQUIM DA COSTA MIRA ALMODÔVAR, de 65 anos, natural de São João Baptista - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria de Fátima Candeias Galhardo de Almeida Almodôvar. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremado.

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309

www.funerariapaxjulia.pt E-mail: [email protected]

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

BALEIZÃO

†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. JOÃO HENRIQUE DIAS, de 94 anos, natural de Ferreira do Alentejo, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Baleizão, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu o menino HENRIQUE MATEUS GONÇALVES, de 10 anos, natural de Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. FELISBERTA ANTÓNIA GONÇALVES, de 93 anos, natural de São João Baptista - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA / FERREIRA DO ALENTEJO

†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. JOSÉ LUÍS GOMES PEREIRA, de 77 anos, natural de Figueira dos Cavaleiros - Ferreira do Alentejo, casado com a Exma. Sra. D. Maria Gertrudes dos Santos Pita Montes Pereira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Ferreira do Alentejo.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt ou siga-nos em www.facebook.com/funepaxjulia

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Benz, 153 000km, equipado com tesoura

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taipais duplos.

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PARTICIPAÇÃO

Vimos participar o falecimento

do exmo. sr. José Cândido

Graça, de 83 anos de idade,

viúvo, natural de Salvada, Beja.

O funeral realizou-se no pas-

sado dia 25/02/2013 da Casa

Mortuária de Salvada para o

cemitério daquela localidade.

Apresentamos à família os

sentidos pêsames.

AGÊNCIA FUNERÁRIA POPULAR BEJENSE, LDA.Rua João Conforte, 15 7800-184 Beja

Tel.284323555 Tm. 968051518Tm. 965217456

A AGÊNCIA MAIS ANTIGA DE BEJA

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.Tm.963044570 – Tel. 284441108

Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira

Selmes

AGRADECIMENTO

Camila Maria

Delgado Nasceu a 01.01.1924

Faleceu a 26.02.2013

Sua família, na impossibilidade

de o fazer pessoalmente, agra-

dece por este meio a todas as

pessoas que a acompanharam

à sua última morada ou que

de outro modo manifestaram

o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA

SERPENSE, LDAGerência: António Coelho

Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

Serpa

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

Evaristo Lourenço

GuerraEsposa, fi lhas, netos, irmãos,

sobrinhos e restante família

cumprem o doloroso dever de

participar o falecimento da sua

ente querida ocorrido no dia

24/02/2013, e na impossibili-

dade de o fazerem individual-

mente vêm por este meio agra-

decer a todas as pessoas que

a acompanharam à sua última

morada ou que de outra forma

manifestaram o seu pesar.

MISSA

Maria Sofi a Pereira

Lynce

Seus fi lhos e restante família

comunicam que será celebra-

da missa pelo 1.º ano do seu

falecimento no dia 06/03/2013,

quarta-feira, às 18 e 30 horas,

na Igreja do Carmo, em Beja.

MISSA

António Viriato Silva1.º Ano de Eterna Saudade

Esposa, fi lhos, nora, netos,

bisneto, irmãos e restante

família participam a todas as

pessoas de suas relações e

amizade que será celebrada

missa pelo eterno descanso

do seu ente querido no dia

02/03/2013, sábado, às 19

horas, na igreja do Salvador,

em Beja. Será também recor-

dada neste ato religioso, com

muita e profunda saudade,

no 25.º aniversário do seu fa-

lecimento, a sua mãe, Maria

de Jesus André. A todos os

que se dignarem comparecer,

agradecem desde já.

ARRENDA-SE OU VENDE-SE

2 ARMAZÉNS

(Zona Industrial de Beja)

1.º – Área coberta 800m2 + descoberta 200 m2 (novo)

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de sala de reuniões, gabinetes, recepção, wc com acesso

a defi cientes, zonas de exposição com montra e 2 frentes.

Variante de Beja e Parque Industrial.

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Page 25: Ediçao N.º 1610

Diário do Alentejo1 março 2013

institucional diversos 25

Todas as semanas

os leitores do “Diário

do Alentejo” vão ter descontos.

Os anúncios desta secção pretendem,

por um lado, dar um impulso à economia

local e, por outro, ajudar os consumidores

neste tempo de crise.

Aproveite as oportunidades.

descontos

atÉ 6 cÊnt.

por litro desconto em combustÍvel

atÉ 30 de abril

Vale €1,20 em abastecimentos superiores a 20 litros

1. Válido nos Postos BP Beja Luzias, BP Beja Variante e

BP Beja Castilho; 2. Este vale só poderá ser descontado

no ato de pagamento de abastecimentos iguais ou supe-

riores a 20 lts., até um máximo de 3 vales por abasteci-

mento (60 lts); 3. Este vale não é acumulável com ou-

tras campanhas desconto a decorrer no Posto de Abas-

tecimento; 4. Este vale só é válido para abastecimentos

em combustíveis cujos pagamentos não sejam efetuados

com cartões: Routex, Azul e de Sócio ACP; 5. Nenhuma

responsabilidade será aceite nos seguintes casos: perda,

roubo ou danificação do vale quer tenha sido utilizado ou

não; 6. Este vale não pode ser trocado por dinheiro; 7.

Válido até 30 de abril de 2013.

Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

CCAM de Aljustrel e Almodôvar, CRL

CCAM DE ALJUSTREL E ALMODÔVAR, CRL

CONVOCATÓRIAConforme o disposto no artº 24º dos Estatutos desta

Caixa, convoco a sua Assembleia Geral, para a reunião

a realizar no dia 20/03/2013, pelas 15 horas, no auditório

da Biblioteca Municipal de Aljustrel, junto às piscinas

Municipais, em Aljustrel, com a seguinte ORDEM DE

TRABALHOS:

1º Apreciação e votação do Relatório e Contas do

Conselho de Administração e do Parecer do Conselho

Fiscal, referentes ao Exercício de 2012;

2º Deliberação sobre a proposta de aplicação de

resultados, referente ao Exercício de 2012;

3º Proceder à apreciação geral da administração e

fi scalização da CCAM;

4º Outros assuntos de interesse associativo.

Se à hora marcada não estiverem presentes mais

de metade dos Sócios, a Assembleia reunirá uma hora

depois, com qualquer número de Sócios presentes.

Aljustrel, 27 de Fevereiro de 2013.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Dr. Francisco José Faleiro Baltazar Romano Colaço

Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação

CARNOVINA, AGRUPAMENTO

DE PRODUTORES AGRO-PECUÁRIOS, S.A.

ASSEMBLEIA GERAL

CONVOCATÓRIANos termos do artigo 377º do Código das Sociedades

Comerciais, é por este meio convocada a Assembleia-geral

Ordinária da Carnovina, Agrupamento de Produtores Agro-

Pecuários, S.A., para reunir no dia 27 de Março de 2013,

pelas 15 horas, na sua sede social, com a seguinte ordem

de trabalhos:

– Ponto Um - Deliberar sobre o Relatório de Gestão e as

Contas relativas ao exercício de 2012;

– Ponto Dois – Deliberar sobre a proposta de aplicação

de resultados;

– Ponto Três - Deliberar sobre outros assuntos do interesse

da Sociedade.

Serão colocados à disposição dos accionistas, na sede

social, no prazo legal, as propostas a submeter pelo Conselho

de Administração à Assembleia-geral e demais elementos de

informação preparatórios.

Requisitos da participação e exercício do direito de voto:

nos termos do artigo 12º dos Estatutos, a Assembleia-geral é

constituída por todos os accionistas titulares de pelo menos

cinquenta acções, registadas ou depositadas em seu nome, na

sede social ou em instituição de crédito, com a antecedência

mínima de dez dias sobre a data da respectiva reunião, corres-

pondendo um voto a cada conjunto de cinquenta acções.

Os accionistas possuidores de um número de acções infe-

rior a cinquenta poderão agrupar-se de forma a complementar

esse número fazendo-se então representar na Assembleia-

geral, por qualquer um dos agrupados.

Qualquer accionista poderá fazer-se representar por outro

accionista ou procurador, mediante carta a apresentar ao

presidente da mesa até ao início da Assembleia.

Cada accionista, na Assembleia-geral, só poderá repre-

sentar dois outros accionistas, no máximo.

No caso de existirem acções em contitularidade, os

contitulares terão de ser representados por um deles ou por

representante comum.

Beja, 25 Fevereiro de 2013

O Presidente da Mesa da Assembleia-geral

José do Rosário Oleiro Maltez

Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação

EMPRESA DE DESENVOLVIMENTO

E INFRA-ESTRUTURAS DO ALQUEVA, SA.

AVISO

Pelo presente torna-se público que já se

encontram afi xados nas Câmaras Municipais,

Juntas de Freguesia e demais locais do estilo os

Editais com o tarifário aplicável ao serviço público

de fornecimento de água para rega nos seguintes

aproveitamentos hidroagrícolas do Empreendi-

mento de Fins Múltiplos de Alqueva:

Aproveitamento Hidroagrícola de Alfundão

Aproveitamento Hidroagrícola de Alvito-

Pisão

Aproveitamento Hidroagrícola de Ervidel-

Bloco 1

Aproveitamento Hidroagrícola do Loureiro-

Alvito

Aproveitamento Hidroagrícola de Orada-

Amoreira, Brinches e Brinches-Enxoé

Aproveitamento Hidroagrícola de Ferreira,

Figueira e Valbom

Aproveitamento Hidroagrícola de Monte

Novo

Aproveitamento Hidroagrícola do Pisão

Aproveitamento Hidroagrícola de Serpa

Os Editais poderão igualmente ser consulta-

dos em www.edia.pt

Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 1.ª Publicação

TRIBUNAL JUDICIAL DE BEJA2° Juízo

ANÚNCIOProcesso: 295-D/2002

Incumprimento das Responsabilidades Parentais

Requerente: Maria Antónia Reis da Silva

Requerido: Nuno Miguel Branco Lampreia Rosa

Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados

da data da segunda e última publicação do anúncio, notifi cando Reque-

rido: Nuno Miguel Branco Lampreia Rosa, estado civil:

Divorciado, nascido(a) em 25-02-1977, freguesia de Salvada (Beja),

nacional de Portugal, NIF 208760008, BI - 11417520, Segurança social

- 11132032432, domicíilio: Rua Tras Quintais 45, Salvada, Beja, 7800-

001 Beja, com última residência conhecida na morada indicada para

no prazo de 10 dias, decorrido que seja o dos éditos, alegar, querendo,

o que tiver por conveniente, nos termos e para os efeitos do art° 181°

n°2 da OTM, com a cominação de, nada dizendo no prazo indicado, se

considerarem admitidos os factos constantes do requerimento inicial.

O duplicado da petição inicial encontra-se nesta Secretaria, à

disposição do citando.

Fica advertido(a) de que não é obrigatória a constituição de man-

datário judicial, salvo na fase de recurso.

Beja, 25-02-2013

N/Referência: 2518067

O Juiz de Direito,

Dr(a). Celine Álves

O Ofi cial de Justiça

João Santos

Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação

CASA DO POVO DE S.DOMINGOS

EDITALNos termos do Despacho Normativo n° 161/82 de 30

de Junho, D.R. n° 178, I Série, de 4 de Agosto de 1982

e dos Estatutos desta Casa do Povo, avisa-se todos

os associados que em 25 do corrente mês tem início o

Processo Eleitoral dos Órgãos Sociais da Casa do Povo

de S. Domingos, para o triénio 2013/2015, afi xando-se

conjuntamente a relação de sócios eleitores.

S. Domingos, 25 de Janeiro de 2013.

A Presidente da Assembleia Geral

Assinatura ilegível

Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação

CASA DO POVO DE S.DOMINGOS

ASSEMBLEIA GERAL

CONVOCATÓRIANos termos dos Artigos 32° e 33° dos Estatutos,

tenho a honra de convocar a Assembleia Geral da

Casa do Povo de S. Domingos, para reunir em sessão

extraordinária na sua Sede, no dia 28 de março de 2013

(quinta-feira) pelas 20,00 horas.

Ordem de trabalhos

1. Comunicação aos sócios do resultado do ato

eleitoral para os Órgãos Sociais da Casa do Povo de

S. Domingos para o triénio 2013-2015, que decorrerá

no dia 28 de março de 2013 no período compreendido

entre as 14h e as 19h e 30m.

2. Outros assuntos de interesse da Instituição.

Contamos com a vossa participação ativa no ato

eleitoral e na Assembleia;

S. Domingos, 31 de Janeiro de 2013.

A Presidente da Assembleia Geral

Assinatura ilegível

Nota: nos termos do Artigo 33º dos Estatutos, esta

Assembleia funcionará uma hora depois, no mesmo

local, com qualquer número de sócios presentes.

Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA

DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS

DE BEJA

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

EDITALPara cumprimento do estabelecido na alínea c)

do nº 2, do art°. 41° dos Estatutos, convoco a reunião

da Assembleia Ordinária, para o dia 11 de Março de

2013, Segunda-Feira, pelas vinte horas e trinta minu-

tos, na sede da nossa Associação, na Av. Fialho de

Almeida, n°.30, nesta cidade com a seguinte ORDEM

DE TRABALHOS:

1. Apresentação e votação do Relatório e Contas

de Gerência respeitantes ao ano de 2012 e Parecer

do Conselho Fiscal.

Não comparecendo número legal de sócios à hora

marcada, a Assembleia funcionará com qualquer nú-

mero de sócios, MEIA HORA DEPOIS como determina

o n°. 1 do art°. 43°. dos mesmos estatutos.

Beja, 11 de Fevereiro de 2013.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

José António Jacinto Parrinha

Page 26: Ediçao N.º 1610

Diá

rio d

o A

lent

ejo

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arço

201

326 A Câmara Municipal de Beja vai avançar com uma plataforma na Internet

que permite aproximar o Pax Julia Teatro Municipal do público. O projeto,

inserido no programa de modernização administrativa, possibilita o pedido de

reservas e a aquisição de bilhetes a partir de casa. Segundo afirma o vereador

Miguel Góis, trata-se de um “salto qualitativo” na prestação dos serviços.

Pax Julia vai ter

bilheteira on line

Macau e Europa são alvos pontuais de exportação da empresa

Montaraz disponibiliza produtos “anticrise”

A Montaraz de Garvão, empresa que se dedica à transformação de porco alente-jano, tem sede em Garvão, no concelho de Ourique. Dispondo de uma unidade industrial com cerca de 2 000 metros quadrados, construída e equipada de acordo com os mais elevados critérios de qualidade, a empresa dedica-se es-sencialmente ao fabrico de presuntos e paletas IGP Santana da Serra, enchidos de porco alentejano e carne fresca de porco alentejano em cuvetes.

Publireportagem Sandra Sanches

Surgiu do sonho de um grupo de pro-dutores de porco alentejano do conce-lho de Ourique e tornou-se realidade

através da visão e persistência do antigo presidente da Associação dos Criadores de Porco Alentejano de Ourique, José Félix, fa-lecido no ano passado. Alguns dos principais criadores e industriais anteriormente res-ponsáveis pela criação da indústria de pre-suntos de Barrancos uniram-se, com a cola-boração da Câmara Municipal de Ourique, e deram vida à Montaraz de Garvão. Um pro-jeto ambicioso que influenciou de forma significativa a economia e o mercado de

trabalho da região e fez com que a em-presa optasse por utilizar todas as mais re-centes tecnologias, mas sempre dentro dos conceitos que a tradição impõe e assegu-rando processos produtivos que respeitam todas as normas vigentes, tendo realizado um investimento de cerca de dois milhões de euros. Atualmente é o empresário Rui Carapuça quem dirige a empresa.

A Montaraz de Garvão transforma ex-clusivamente porco de raça alentejana, e na sua linha de carne fresca diz oferecer o me-lhor corte e especialidade de carne em cuvete, destinada às grandes superfícies. Os princi-pais produtos que caraterizam a empresa são os presuntos e paletas IGP Santana da Serra. Beneficiando da matéria-prima de “alta qua-lidade e das condições edafo climáticas da região de Garvão”, através de um processo de cura natural (entre os 18 e 24 meses), a Montaraz disponibiliza o melhor pata negra português. Em complemento, a empresa pro-duz ainda todo o tipo de enchidos de porco alentejano, como paios do lombo, paiolas, cupitas, chouriços e farinheiras. Os enchidos destacam-se pelo processo de cura natural sem recurso a fumeiras ou estufagem, apenas beneficiando das excelentes condições climá-ticas de Garvão. Os presuntos e paletas IGP

Santana da Serra e a carne de porco alente-jano têm certificação DOP.

A Montaraz de Garvão também exporta os seus produtos, mas apenas para merca-dos pontuais, como são os casos de Macau e Europa. No entanto, com o objetivo de alar-gar o mercado além-fonteiras, a empresa marcou presença na edição da Sisab 2013 – Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas.

A conjuntura económica que o País atra-vessa, prejudicial para todas as atividades e consumidores, também atinge a Montaraz, contudo, através de parcerias que permitem “uma grande distribuição” e da oferta de pro-dutos “anticrise”, cujos valores unitários são mais acessíveis, a empresa tem vindo a con-seguir melhorar ano após ano a sua penetra-ção no mercado de forma a poder continuar a crescer.

Rui Carapuça acredita que este ano será de facto o mais complicado na curta histó-ria da Montaraz de Garvão, mas diz acredi-tar que com a qualidade da matéria-prima que dispõe, aliada à excelência do processo de fa-brico e à aceitação crescente por parte dos clientes, a empresa “irá conseguir resistir e sair mais forte destes tempos difíceis que todos atravessamos”.

Adega da Cartuxa distinguida com dois prémiosOs vinhos Pera-Manca Tinto 2008 e Scala

Coeli 2010, da Adega da Cartuxa, figu-

ram, segundo a “Revista de Vinhos”, en-

tre os melhores vinhos de Portugal de

2012, tendo sido distinguidos com o “Pré-

mio excelência” e “Os melhores em cada

região”. Pelo 16.º ano consecutivo, a “Re-

vista de Vinhos” anunciou aqueles que

são designados como os “óscares“ do vi-

nho em Portugal, ao nomear os 131 me-

lhores vinhos nacionais das várias regi-

ões vinícolas do País e ao atribuir pré-

mios de excelência a outros 30, considera-

dos “o top do top dos vinhos portugueses”.

Roquevale lança primeiro vinho alentejano classificado como grande reservaA Roquevale, empresa vitivinícola alen-

tejana situada no concelho de Redondo,

lançou o primeiro vinho da região clas-

sificado como grande reserva, integrado

numa gama do produtor que inclui outros

quatro rótulos. A Grande Reserva da Ro-

quevale foi lançada oficialmente no Salão

Internacional do Setor Alimentar e Bebi-

das. Segundo refere a enóloga responsá-

vel, “este é o primeiro vinho classificado

como grande reserva pela Comissão Vi-

tivinícola Regional Alentejana (CVRA),

que apenas autorizou esta designação de

qualidade no passado mês”. A outra ra-

zão que explica a aposta da empresa viti-

vinícola na grande reserva como “cartão

de apresentação” da nova gama é o facto

de se tratar de um vinho de 2006. Os ou-

tros quatro vinhos da nova gama, desti-

nada a um segmento alto de mercado, são

o Reserva Tinto 2007, o Reserva Branco

2011, o Roquevale Red Label Tinto 2001

e o Roquevale White Label Branco 2012.

Ferreira Acontece potencia e valoriza os recursos da comunidade Ferreira do Alentejo vai receber entre os

dias 2 e 22 deste mês a primeira edição do

Ferreira Acontece, uma iniciativa da Rede

de Associações de Ferreira do Alentejo (Re-

cafa), enquadrada no projeto Ferreira Soli-

dária. Pretende-se com o evento “promover

a oferta, de forma integrada, de atividades

promovidas por diferentes associações, que

se propõem trabalhar em parceria e, dessa

forma, potenciar e valorizar os recursos da

comunidade”. Mostras gastronómicas, te-

atro, serões de poesia e música popular, ca-

minhadas, passeios de BTT e outras ativi-

dades de contato com a natureza e o patri-

mónio local são algumas das propostas.

EmpresasO O O OOO sasssasaaaaaaaasaaaaaaaaasasas bboboboboboobbboobbbbob rrrr rrrr rrrrrr r inininininninnininninnnnnnnnnnncocococococoooocoooooooonnfnnfnfnfffffnfnffnfnffnffffffnn uuuuunuunuunnuuuuuuuuuundídídííííííídííííídídíííídddíídídívvvveveeeeeevevveeeevvvveel ll lll ll l llllllldodododdododododooodddddddddd s ss ssssss eeeeeenennenenneeeneneeeeneeeneneeeeeeneenchchchchchchchchchhchhhhhhhhhchchhchcchchchhchhhhhhhhhhhhchhchhcchiiidididddddiidiiidididdddidosooososossss ddddddddddddddddddddddddeevevevevvvevevevveveveevveveeeevvvvee e-e-ee-e-e--e-e-ee-e--e---e-----eeeeee seseseseseeseseseeesseeseseeseseeseeess aoaoaoaoaoaoaoaoaoooaoaoaoaoaoaoaoaoaooaoaooaooaooaooaoaoaaoooaao pp ppppppppp pp pp pp p pp p p p p pp p p pppp prrororooroooorrororoorrorrororr cecececeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeessssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss o o o o ooooooooo ooooooo dededdededededeeeeeeeedededddedeedeeeed c cccccccccccccccccuuuuurururuuurrrrururuurrrrurrrrrrraa aa aaaaaaaaaaaaaddddddddddadddotototototototoottotttttototototoototottototttottoototooottaaaaaaaadadadadadddaadadddaddadadaddaaa ooooooo ooooo ooo ooo o ooooooo pppppepepepepepepepeeepeepepepepppepepeppeppepeeepelalalalalalalalll eeee eeeeeeeeee eeeeeeeemmmmmmmpmpmpppppmpmmmppppppmpmmmmmmmmm rrrererereeeeeerereereeeeeeereeeeeeeeeesasaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaaaasss ,, , ,,, ,, ,,mmmmmmmamamamamamamamamamamamamamamaamamaaamaam ss ssss ssssss s s sss ssss ssss sss tatatataaatataatataaaattaaatatattttt mbmbmmbmbmbmbmbmbbbmbmbmbmbbbmbmbmbbbbbbbbmbmmmmbmbbbbémémééméméméméméméméméméméméméééémmémém a aa aaa aaaaososososososoosossososoosoosoososoosooosoosososooosos s s ss ss ss ssssssssssssssssseeeeeeeegegeeegeeeeeeeeeegeeegeeeee rrrrrererererererrerererererrererrrrerrrrr dododdooodoooooooododooddooooooodddoood s sggggugugugugugugugggugugguguguguggugugugguuguuguuuuuararararaararrrrarararararararaararararararraaraa dadaddadadaaadaaddadddadodododododododooodoodododooodooodoooooooss s sss ssssss sss aoaoaoaoaoaooaooaoaoaoaoaooaooaoaoaoaoaaaoaaoaoaoaooaooao l l l l ll lll lll l llllllllllllloonoonooononooooonnonnnnoonooooononnoooonoonoonooooo ggogoggogogogoooooogoooooooooogoooogooo dededededededededeeeeeedededeedededeeeedeeeeeedd v v vvvv vv vvvvvvv vv vvv váráááráráráráráráráráááááárááárááááárrrrárrrrrrrrrrrrrriiaiaiaiaaaiaiiaaaaaaiaiaiaiaaiaaiaiaiaiaaaiaiaiaaiaiaiaaaaaaaaaasssssss s s ssssss sssssss gegegegegegggggggggggg rarararararaaaçõçõçõççõçõçõçõçõçõçõçõçõçõççõçõçõçõçõççõççõççõççç esesesesesesesse nn nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnoooooo oo oo oooooooooooooooolililiiiiililiiivrvrvrvrvrrrrrrrrvrvrrrrrrvrrrrvrrrrrrrrooo oooo ooo oo dededdedededededdededdededdeedddedededeededededededededeedededededededededddededdddedededeeeeddeddededd rrrrr r rr rrrrrrr rrrrrreeeececececececeececcceecceccceecccccecccccccccceieieieieieeeeieeeeeeeeeeeee tatatatatat s,s,s,s,s,ss,,s,sss oo o o ooooooooonnnnnnnnnddddnnnnnnnnddnnnnnn eeeeeee e e eee eeeeeeeeeososososososssss c c cccccccccccccc cccccccccccccccccccccccccccccccononoooooononoononononnnnnnoonnnonononnnnnnnnndidddidididddddd mememmeeeemmeeeeememeemememmememmmmmm nnnnnnnntntntnntnnnnntntnnnnnn ososososssss eee e eeeeeeeeee aaa aaaa exexexexxxxxcececececeeeeeeeeeeeeeeeeeeelêlêlêlêêêêêêlêêêêêêêêêlêncncncnciaiaiaiaiaiaiaiaiiii d ddddddddd ddddddddddddddddddaaaaa aa a aa cacaccacacacccaaarnrnrrnrnrnnnnnrnrnrrrrrrrrnee e eee seseeeeeeeeeeeeeseeeeeee eneneneneneeneeeeee cocococooooooooooooooocoooonnnnnttttttntttttnntntntn raraaarraaaaaaaaaaaaaaaaam,m,m,m,,,,m,m,,m,,,m,mmm,mm,mmm,m,m,mmmmmmmmmm ddddddddd ddddddddddddddddddddddaaaanananannaanannnananaanaa dododdododooddodddodd f f ff ffffffffforororororororororrrrorororoorororoororoo mamamamamamamamamamamaaaaaa aaa umumummmmumuuumuumuummmmmmm p p p p pp pp p pp ppp pp p p pppppppprrrrororoooooooooooooooooorooooorooorr ddddddudududuuuuduuudddddudddddudddddddddddddutttototototototototottotottotttottoot f f f f ffffff fffffinininininnninniinnnnnnnalalaalalalalaaaalaaaalallllaall d d dddddddddddddddddddddeee ee sasasasasaaaasasasasaasssssss bobbobbooobobborr r r r r r r rrr r rrrrrrrerererererereerrererrrr qquququqququuququqququuquququuquququququuuininininininnnninninnninniniini tatatatatatattatatatatatatatatattttt dodododododooooooodoooddooodo q q q q q qqqq qqqqqqquuuuuuuueueueueuuuueeuueuuuuuuu ,,, ,,,,,uuumumuuuuuumummmmmmmmmumummuumummmummmmu aaaaaaaaa a aa veveveveveveveveevevvvvvvez z z zzzz prprrrprprrrrrprroooovovovovvovovvvvvooovovooovoooo adadadadadadadadadaaaadaaaadaddadddo,o,oo,o,o,o,ooo,ooooo éééé éééééé é é ddddddidididididdiiiddiiddiifffffífííífíífífíífíffífíff ccccciciciccccc l l l dedededeedeededeededeeeeeeedededeededeeee e e e ee eeee eee e eessqsqssqsssqssqsqsqsqsqsqsqsqsqsqs ueueueueueeeeeeeueueeeeeeeeeeeeeueeeeeeeeeeececececececeeeer.r.r.rrrrr

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27Margarida Botelho, autora do livro Yara-Iara, vai estar no próximo dia 9 no polo

de Entradas, da Biblioteca Municipal de Castro Verde. Esta obra, de que já falámos

nesta página, vai ser contada por quem a escreveu com música e outras surpresas.

Yara-Iara, conta a história de duas meninas com o mesmo nome vindas de lugares

diferentes. Uma é filha da Amazónia, a outra nasceu numa cidade que se poderia

chamar Lisboa.

Yara e Lara apresentado

em Castro Verde

À solta

Continuamos a trazer para a tua página algumas ideias para decorares os ovos da Páscoa e esta da artista Ashley Lynn é, sem dúvida, divertida.

PaisUma ideia para pizzas ou tartes coloridas e que de certeza os miúdos vão adorar.

A páginas tantas... Quando a “Bags of Books” apareceu ficámos delicia-dos com os livros que propu-nha publicar. Falámos de al-guns, em particular dos li-vros de Beatrice Alemagna. Hoje voltámos a esta editora com um livro publicado em 2012, Capuchinho Vermelho: His-tórias Secretas e outras menos. Não é mais um livro sobre este clássico da literatura infan-til, é antes uma compilação de textos coordenada por Sara Reis da Silva e por José Antó-nio Gomes e conta com 11 no-mes, como António Manuel Pacheco, António Mota, Au-gusto Baptista, Carla Maia de Almeida, Eugénio Roda, Fran-cisco Duarte Mangas, Isa-bel Minhós Martins, João Ma-nuel Ribeiro, João Pedro Més-seder, Teresa Martinho Mar-ques, Vergílio Alberto Vieira e o ilustrador Gémeo Luís.Um livro que traduz os dife-rentes percursos literários e as diferentes idades dos auto-res partindo de um denomina-dor comum, mas que se trans-figura em cada leitura.

Dica da semanaApesar de não estar à venda em Portugal (pode ser adquirido on line) não podíamos deixar de falar do lançamento feito pela editora espanhola Milimbo de uma edição especial de Hansel e Gretel que tem a magnífica colaboração da ilustradora Blanca Helga. É uma série de cinco caixas que não só trazem o livro, como um conjunto de objetos originais feitos por esta ilustradora. Numa próxima edição prometemos falar mais sobre Blanca Helga.

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Boa vida

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ComerFeijão branco com bacalhau e carrasquinhas

Ingredientespara 4 pessoas: 400 gr. de feijão branco;1 dl. de azeite;q.b. de sal grosso;4 dentes de alho;1 folha de louro;1 cebola grande;1 molho pequeno de coentros;3 a 4 molhos de carrasqui-nhas;800 gr. de bacalhau (já demo-lhado e cortado em postas).

Confeção:Ponha os feijões de molho de um dia para o outro. Coza os feijões na panela de pressão e reserve.Depois das carrasquinhas ar-ranjadas, lavam-se muito bem em água corrente e cortam-se com mais ou menos oito cen-tímetros de comprimento. Num tacho coloca-se azeite, cebola picada, alhos picados, louro, um pouco de água, sal e as carrasquinhas. Deixa-se co-zer em lume brando. Quando as carrasquinhas estiverem quase cozidas “junta-se o fei-jão cozido, a água da cozedura e o bacalhau”. Por fim coloque os coentros picados e retifique o tempero a seu gosto.Sirva bem quente sobre fatias de pão do dia anterior.Bom apetite…Nota: carrasquinhas ou ten-garrinhas são cardos em que os talos são comestíveis, de-pois de se retirarem as folhas com picos.Em algumas zonas do Alentejo as pessoas refogam as carrasquinhas.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

LetrasFlorbela Espanca. O espólio de um mito

Entre 6 e 8 de dezembro de 2011 realizou-se em Vila Viçosa, terra natal da po-

etisa, o “Colóquio Internacional Florbela Espanca. O espólio de um mito”, que juntou nesta ci-dade alentejana académicos re-putados, escritores, críticos li-terários e leitores. Uma seleção das comunicações apresentadas foi reunida e publicada na edi-ção especial da Callipole, revista de cultura editada pela câmara local e pela Colibri.

Além das análises de espe-cialistas como Nuno Júdice (so-bre a Modernidade de Florbela) e António Cândido Franco (A dramatização da saudade em Florbela), à obra vieram somar--se os contributos das escritoras Maria Teresa Horta – que escre-veu sobre Florbela sob o signo do fogo – e Lídia Jorge que re-f letiu sobre “As máscaras do destino”, Contos de Florbela Espanca – Uma Leitura com mitos.

A obra da poetisa alente-jana continua a ser lida e anali-sada apaixonadamente, tendo ganho uma dimensão extraordi-nária nos países de língua por-tuguesa e sobretudo no Brasil, como comprovam as comunica-ções apresentadas. Há descober-tas a fazer: os estudos apresen-tados revelam, entre outros, que Florbela se empolgava também com as traduções e um livro de prosa que escreveria por volta de 1927. Esta edição da Callipole é, pois, um excelente pretexto não só para revisitar a poesia mas a obra e os dados biográficos co-nhecidos, os quais, em 2012, fo-ram alvo de uma abordagem ci-nematográfica – polémica para os especialistas? – por Vicente Alves do Ó que foi um êxito de público.

Maria do Carmo Piçarra

Ana Luísa Vilela, António Cândido Franco, Maria Lúcia Dal Farra, Fabio Mario da Silva (org.)Edições Colibri362 págs.20 euros

A Câmara de Ourique vai promover um espetáculo cultural

multidisciplinar, intitulado “Cantar a Liberdade”, para comemorar o

39.º aniversário do 25 de Abril e está a convidar a população a participar

e a apresentar sugestões de atuações. A iniciativa, aberta à participação

de todos, surge da intenção do município de “estimular” a criação de

um espetáculo a partir de atuações de pessoas singulares, grupos ou

entidades culturais e em vários géneros, como poesia, cante alentejano,

dança e música. A ideia é criar um espetáculo com cerca de uma hora

e meia a duas horas de duração, que vai decorrer no próximo dia 24 de

abril com atuações de pessoas ou grupos que desejem participar, explica

o município. Para tal, a Câmara de Ourique está a convidar a população

a apresentar sugestões de atuações e géneros a integrar e a pedir aos

interessados em colaborar no espetáculo para que se inscrevam até

ao próximo dia 25, junto do gabinete de cultura da autarquia.

Câmara de Ourique convida população a criar espetáculo para o 25 de Abril

Já estamos em contagem decrescente para mais uma Feira Taurina em Olivenza.

Se já no sábado, dia 2, a corrida pro-mete com o guerreiro ‘Padilla’, o regresso de Juli, após o grave acidente de viação, e com um toureiro da ‘terra’, Perera, não menores são as expectativas para o domingo. Depois de uma novilhada muito interessante, se-gue-se uma corrida de artistas: Morante, Manzanares e Talavante.

A feira de Olivenza será uma vez mais de luxo, embora com menos um dia do que é ha-bitual. O cartel é forte, e aqui mesmo ao lado, o que certamente fará com que muitos aficio-nados portugueses do toureio apeado rumem

até ao lado de lá da fronteira para assistirem à corrida “integral”.

Eis então os cartéis completos da Feira Taurina de Olivenza:

Sábado, 2 de março: Toiros de Garcigrande para Juan José Padilla, El Juli e Miguel Angel Perera.

Domingo, 3 de março, matinal: Novilhos de El Freixo para José Garrido, Lama de Góngora, Miguel Ángel Silva e Posada de Maravillas.

Domingo 3 de março, tarde: Toiros de Zalduendo para Morante de la Puebla, Jose María Manzanares, e Alejandro Talavante.

Vítor Morais Besugo

JazzCarlos Mendes Quarteto – “Estórias (oito, por quatro)”

Diz o povo tripeiro, num sotaque dificil-mente grafável, que “o Porto é uma na-ção”. Também no jazz a cidade invicta

sempre tem dado cartas, se bem que os panora-mas portuense e lisboeta só nos tempos mais re-centes – salvas as devidas e honrosas exceções anteriores – têm dado passos concretos no sen-tido de uma verdadeira aproximação. Ainda as-sim, subsistem nomes que não são suficiente-mente conhecidos fora da esfera portuense, com claro prejuízo para os amadores de jazz do resto do País. Um exemplo é Carlos Mendes, músico cujo percurso enquanto guitarrista, composi-tor e docente fala por si. Nascido em 1964 na ci-dade da Praia, em Cabo Verde, iniciou aí a sua formação musical. Radicado em Portugal desde 1982, estudou – no que a guitarristas diz res-peito – na Escola de Jazz do Porto com Ricardo Fabini e depois com Nuno Ferreira e Afonso Pais na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (Esmae), onde se licenciou em 2006 com bolsa de mérito. Bastante rodado no circuito de bares e com apresentações em inúmeros con-certos e festivais na zona do Grande Porto, tocou com gente grada do jazz nacional como Carlos Azevedo, Jorge Reis, Mário Santos, Paulo Gomes e Hugo Alves, só para nomear alguns. No final do ano passado, Mendes lançou, pela Numérica, “Estórias (oito, por quatro)”, oito peças interpre-tadas pelo seu quarteto, que se completa com o pianista Paulo Barros, o contrabaixista Miguel

Ângelo e o baterista Mário Costa. Barros é um nome seguro e de reconhecida valia, que com o seu pianismo ágil marca de forma vincada a so-noridade global do disco. Se o trabalho do bate-rista é conhecido sobretudo por via da sua parti-cipação no grupo de Hugo Carvalhais, com dois excelentes discos na Clean Feed, já o contrabai-xista dá-se aqui a conhecer a um nível muito in-teressante. Este disco reúne composições origi-nais de Mendes (quatro) e Barros (três), a que se junta um conhecido standard. As composições – assumidamente fundadas na tradição do jazz e amadurecidas antes da gravação – constroem-se sobre articulações entre guitarra e piano, que ad-

quirem formas diversas, suportadas por uma sec-ção rítmica que se revela competente e eficaz. A função abre com o balanço vigoroso de “Mitom”, da autoria do pianista, com o guitarrista a assumir o controlo das operações e a rubricar um solo ins-pirado. “Ostinato”, de at-mosfera relaxada, mostra o contrabaixista na sua melhor intervenção. Mais nervosa, “Broken” atesta os acesos diálogos entre

guitarrista e pianista. A “Balada”, plena de me-lodia, não engana, com Mendes a demandar um registo mais acústico. Mas o centro gravitacio-nal do disco é a conseguida leitura de “Alone Together”, tema clássico de Arthur Schwartz e Howard Dietz (de “Flying Colors”, musi-cal estreado na Broadway em 1932), com toda a formação a exibir bons níveis de interação. Não sendo, de todo, uma pedrada no charco, “Estórias (oito, por quatro)” encerra méritos su-ficientes para justificar audição.

António Branco

Carlos Mendes (guitarras), Paulo Barros (piano), Miguel Ângelo (contrabaixo) e Mário Costa (bateria).Editora: NuméricaAno: 2012

ToirosEste fim de semana Olivenza será o rumo de muitos portugueses

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São muitíssimos os versículos da Bíblia, no Velho e no Novo Testamento, que fazem referência ao pão. Raramente

recusado, ele é oferecido quase sem-pre sem ser pedido. Vejamos dois capítu-los do Génesis, ambos ligados à destruição de Sodoma e que envolvem Abraão e Lot: Abraão quando viu três homens desconhe-cidos em frente à sua tenda, logo lhes ofe-receu guarida e lhes disse “vou buscar um bocado de pão e, quando as vossas forças es-tiverem restauradas” … (18-5). No diálogo que estes caminhantes mantiveram com o patriarca, informaram-no que iam a ca-minho da cidade de Sodoma para a destruir, devido à con-duta indigna dos seus habitan-tes. Ao chegarem à cidade de Sodoma, Lot, o único homem justo da cidade, ofereceu-lhes abrigo “e preparou pães, que eles comeram”. Como se sabe, Lot e os seus familiares foram poupados à chuva de fogo que se abateu sobre a cidade (19-3 e seguintes).

Não andaremos longe da verdade ao afirmar que a generosidade do Homem é tão antiga como ele próprio, pois é certo que, mesmo nos nossos primór-dios, não ficaríamos indiferentes perante uma criança que acabava de perder os seus progenitores.

O papel de solidariedade foi sempre um dos vários objetivos das ordens religiosas. Uma destas, a Ordem de São Bento, a mais antiga existente em Portugal, pois estabe-leceu-se entre nós no século X, entre várias outras obrigações tinha a de dar abrigo e as-sistência aos pobres.

Avançando um pouco mais no tempo, e chegados ao século XIV, damos conta de uma lenda que nos relata o que ficou conhe-cido por “Milagre das Rosas”.

Segundo esta lenda, junto ao castelo de Sabugal, quando a rainha Isabel, es-posa do rei D. Dinis, levava, oculto no seu manto, pão para distribuir pelos pobres que a aguardavam é surpreendida pelo seu marido que, interpelando-a, procura saber o que leva no regaço. Surpreendida, a rai-nha responde-lhe “são rosas, meu senhor” e abre o manto. O rei, surpreendido, vê rosas em pleno mês de janeiro caírem do regaço da sua rainha. O pão que aí levava transfor-mara-se em rosas.

É ainda a rainha Santa Isabel, parece que influenciada por São Francisco de Assis (que viveu um século antes), que incentiva

a realização de festividades dedicadas ao Espírito Santo, nas quais o pão, depois de consagrado, era distribuído pelos mais pobres.

Pelo menos até ao ponto alto da emigra-ção nos anos 60, do século passado, havia um pouco por todo o Portugal localidades onde existiam, em franca atividade, as mais diversas confrarias (sempre leigas), que to-mavam o nome do seu patrono: Confraria do Divino Espírito Santo, do Santíssimo Sacramento, da Virgem Maria ou também de alguns santos. Os seus membros quoti-zavam-se e o produto era usado para aju-

dar as famílias mais neces-sitadas, muitas vezes pela oferta de pão. Nalguns casos e, em famílias muito caren-ciadas, a confraria ajudava com outros géneros alimen-tícios e, até, ao pagamento de medicamentos.

Num dos exemplos que conhecemos, na Confraria de São Vicente de Paulo, era um dos confrades que com-prava a farinha, a amassava,

a levava ao forno comunitário e fazia a en-trega do pão, na sua própria residência, ou então entregava-o no domicílio do bene-ficiado, caso este tivesse a sua mobilidade muito reduzida.

Refira-se também o Pão-de-Santo António, da responsabilidade dos devotos deste santo, que parece ter origem no paga-mento de uma promessa feita por uma mãe, portuguesa, desesperada, ao ver definhar a sua filha, dia após dia, sem que algum re-médio a curasse.

Com características diferentes, pede-se ainda hoje o pão por Deus. Neste caso, no dia de Todos-os-Santos, dia 1 de novembro, as crianças batem às portas ou saem à rua e pedem “Pão, pão por Deus!” Se antes, este pedido era uma forma de, nesse dia, atenu-arem a sua fome, hoje é mais para consegui-rem umas guloseimas, guloseimas estas que já estão à espera das crianças, nas localida-des onde este costume ainda se pratica.

Note-se que qualquer das entidades re-feridas, Rainha Santa Isabel, São. Bento, São Francisco de Assis, Divino Espírito-Santo, Virgem Maria ou Santo António, já se encontram representados na filatelia portuguesa.

Bibliografia: Bíblia Sagrada. Difusora Bíblica, Lisboa/Fátima, 2000

(continua)Geada de Sousa

FilateliaO pão dos pobres (XV)

g Carneiro – (21/3 - 20/4)

Durante esta semana, os nativos de Carneiro vão

sentir uma necessidade de maior liberdade, fa-

zendo da construção de um futuro melhor a sua

prioridade neste nomento da sua vida. Por agir

pensando nos outros, as suas decisões serão úteis

a si e aos que o rodeiam. Esta melhoria da sua vida

vai refletir-se a vários níveis, interior e exterior-

mente. Deixe-se contagiar por esta abundância.

Aproveite esta energia para praticar exercício fí-

sico. O verão aproxima-se.

hTouro – (21/4 – 21/5)

Este momento promete trazer aos nativos de Touro

muita inspiração e energia positiva. Aproveite este

tempo para sentir e definir qual o profundo propó-

sito da sua vida. Ao trabalhar integralmente a sua

relação consigo próprio pode também estruturar,

de uma forma mais profunda, as suas relações.

Dando ordem e sentido às relações humanas que

vivemos, podemos transcender-nos e viver o amor.

Aproveite para desfrutar dos seus amigos e para

namorar.

iGémeos – (21/5 – 21/6)

Otimista e confiante, é como vai sentir-se durante

esta semana, o que o fará mais facilmente reco-

nhecer as boas oportunidades que lhe serão ofere-

cidas. Tire um momento para parar, relaxar e ver o

que já alcançou na sua vida. Se nasceu nos primei-

ros dias do signo, conte com acontecimentos sur-

preendentes e estimulantes. Também as suas tran-

sações financeiras serão favorecidas mas utilize

de alguma contenção.

jCaranguejo – (22/6 – 22/7)

O nativo de Caranguejo vai enfrentar alguns desa-

fios. Se é, por natureza, uma pessoa disciplinada,

ser-lhe-á fácil superar estas provas, mas, se este

não é o seu caso, a vida vai pedir-lhe mais ordem

e contenção, fazendo-o reavaliar os seus obje-

tivos e testar a validade dos caminhos que esco-

lheu.Questione-se com sinceridade e tente trans-

formar, agora com mais consciência, as situações

em que não pretende continuar envolvida. Para se

sentir melhor fisicamente é importante que deixe

de fumar.

kLeão – (23/7 – 23/8)

É aconselhado ao forte e corajoso nativo de Leão

que leve as coisas com muita calma durante esta

próxima semana, pois a conjuntura está a fazer

com que as recompensas venham apenas se tra-

balhar muito afincadamente para as obter. Se for

muito claro nas suas intenções, mas tiver simulta-

neamente uma atitude de trabalho sem expectati-

vas imediatas, verá que o reconhecimento surgirá

quando menos esperar.

lVirgem – (24/8 – 23/9)

Passará por mudanças muito positivas, que o vão

fazer encher-se de boa energia! Acarrete as suas

novas responsabilidades com alegria. O seu poder

interior passa também para o seu corpo físico, que

se encontra em boa forma. Mente e corpo podem

agora mais fácil tornar-se num, principalmente se

praticar alguma disciplina física nesse sentido,

como meditação ou ioga.

aBalança – (24/9 – 23/10)

Balança, deixe o sol entrar em si, solte-se, viva

ao máximo as energias positivas que o rodeiam!

Descontraia-se e aproveite igualmente as novas

relações humanas que vai ter oportunidade de vi-

ver. Esta semana traz-lhe bons momentos, vivi-

dos em plenitude. Este momento permite-lhe igual-

mente obter uma maior consciência do todo, para

que possa usufruir melhor do que tem agora na sua

vida.

bEscorpião – (24/10 – 22/11)

Durante esta semana poderão surgir ocasiões que

poderão dar oportunidade a que desvende algum

segredo, o que pode ser algo embaraçoso para si.

Todos temos um lado sombrio e, nesta fase, você

irá lidar com esse lado das pessoas que estão pró-

ximas de si. Evite discussões, aproveitando para

trabalhar a compaixão. Por estar agora mais cons-

ciente do que o rodeia, este é um bom tempo para

avançar na concretização dos seus planos.

cSagitário – (23/11 – 21/12)

Aproveite a semana para aprofundar os seus senti-

mentos no relacionamento com os outros. Sentirá

uma maior paciência para lidar com questões re-

lacionadas com poder, autoridade e responsabili-

dade. Dedique mais tempo ao conhecimento de si.

Tente estudar uma filosofia oriental, pratique uma

atividade física profunda ou adote um novo regime

alimentar mais saudável. Caso seja possível, expe-

rimente algumas terapias de relaxamento, como o

ioga.

dCapricórnio – (22/12 – 20/01)

Nesta fase, a vida pode mostrar-lhe novos cami-

nhos: confie na sua profunda sabedoria e siga a

sua intuição. Lembre-se de que ao manifestar os

seus dons, partilhando o melhor de si próprio com

os outros, está a fazer deste mundo um local me-

lhor. A sua inteligência e a capacidade de estraté-

gia vão também ajudá-lo a pôr em prática os seus

planos nesta nova realidade. Não se esqueça de

dar a mão ao próximo, se ele precisar de ajuda para

fazer o mesmo.

eAquário – (21/1 – 19/2)

O nativo de Aquário tem grandes desafios mentais

pela frente. O fluxo de comunicação entre si e os

outros aumenta durante esta altura do mês, pe-

dindo-lhe que preste uma especial atenção ao po-

der da palavra. Pode debater-se com opiniões dife-

rentes das suas, mas seja cuidadoso na forma de

comunicar. Terceiros podem ajudá-lo a clarificar o

seu discurso, e esta nova clareza de pensamento

pode vir a ajudá-lo no futuro.

fPeixes – (20/2 – 20/3)

No início deste mês preste atenção aos aspetos

escondidos da sua vida e às mais profundas áreas

da sua mente. Sentirá necessidade de tempo para

aprofundar o seu conhecimento pessoal, a sós

ou com a ajuda de um psicoterapeuta. Este é, de

facto, um ótimo tempo para que reflita sobre a sua

vida, em toda a sua amplitude. Veja como pode ali-

mentar-se a si e aos outros, desde os níveis físico e

mental, aos emocional e espiritual.

Previsões – Semana de 1 a 7 de março

Características dos nativos de Peixes (19 de fevereiro a 20 de março)

Tendem a existir de forma emocional e instintiva. São sonhadores, pacientes e amáveis, mas dificilmente

tomam iniciativas para resolver os seus problemas. Sensíveis ao sofrimento dos outros. Dedicam-se a

atividades solidárias com empenho e dão sempre mais do que recebem.

Ana Maria Baptista – Beja

Taróloga – Método Maya

Gabinete aberto (Jardim do Bacalhau)Contacto para marcação de consultas: 968117086

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História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é mi-nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

Os irmãos Henrique e Nuno Feist, que assinalam já três décadas de carreira, têm encontro marcado

com os bejenses amanhã, sábado, no Teatro Municipal Pax Julia, a partir das 21 e 30 horas. Trata-se

do musical “Broadway baby”, que nos conta a história do musical americano através das canções dos

seus maiores compositores, de Cole Porter a George Gershwin, passando por Irving Berlin. “Como

é que a Broadway nasceu? Por que é que se instalaram dezenas de teatros naquela zona de Nova

Iorque?” A estas perguntas responderá Henrique Feist a cantar, acompanhado por Nuno ao piano.

A história da Broadway pelos irmãos

Feist em Beja

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Fim de semanaExposição de Roberto Santandreu na Galeria dos Escudeiros

Imagens da mítica Patagónia para ver em Beja

Na cidade de Puerto Natales, pro-víncia da Patagónia chilena de-nominada Última Esperança,

enquanto esperava o autocarro que o levaria até Punta Arenas, Roberto Santandreu registou as imagens que agora podem ser apreciadas na Galeria dos Escudeiros, em Beja, até ao próximo dia 28, depois de uma passagem recente por Castro Verde. Inaugurada há uma semana, “Reflexões na Patagónia” é o re-sultado das histórias que vieram à me-mória do autor, chileno mas a residir em Lisboa desde 1975, nas horas de espera que tinha por diante, enquanto percorria as ruas de Puerto Natales. “As poucas ho-ras de que dispunha levaram-me a brin-

car com o tempo em forma de exercício íntimo com a minha câmara”, diz, lem-brando as evocações que tal percurso lhe suscitou então: “As imigrações do século XIX, a presença ou ausência indígenas fruto do genocídio ocorrido nesta zona, as insurreições e a Comuna de 1919, or-ganizadas por anarquistas, os aventu-reiros que por aí haviam passado, assim como famosos bandidos perseguidos por xerifes. Tudo isto conferia àquele am-biente uma atmosfera de mistério seme-lhante ao de uma povoação do Far-West, dos já longínquos anos de oitocentos”.

As imagens, manuscritas em jeito de diário de viagem, revelam uma arquite-tura sem pudor no uso das cores, muitas e

vibrantes, como pano de fundo para a pas-sagem das gentes nos seus afazeres quoti-dianos. Ao caudal de ideias e recordações suscitadas pelo breve percurso, “umas ra-cionais e organizadas, outras espontâ-neas e caóticas, ligadas à experiência vi-tal”, adianta o fotógrafo, vieram juntar-se também “a história, a poesia, a literatura e as minhas vivências”. E são essas “refle-xões”, como bem lembra o título, que o fo-tógrafo partilha agora com o público be-jense num trabalho que resume como um “jogo do tempo, que não é outra coisa se-não a metáfora da minha vida”.

A mostra pode ser vista na rua dos Escudeiros, n.º 30, de terça a domingo, entre as 14 e as 20 horas.

Centro Cultural de Alvito acolhe obra de Olinda Bonito A alvitense Olinda Bonito expõe a sua arte no centro cultural da terra natal, numa mostra de pin-tura que se inaugurou há uma semana e que se manterá patente até ao próximo dia 22. A artista, que, “para além da poesia, faz da pintura um encontro com a arte”, propõe nesta exposição, como adianta uma nota do município local, várias “telas sobre Alvito, paisagens verdes e quentes do Alentejo e também naturezas-mortas e flores em tons suaves e delicados, sabendo transmitir a melhor essência da arte da pintura”.

“O Entertainer” sobe ao palco em Castro “O Entertainer”, da companhia

Baal 17, continua em digressão

pela região, aportando em Castro

Verde hoje à noite, pelas 21 30

horas, no cineteatro municipal.

A peça, descrita como uma

“tragicomédia frenética”, é

uma adaptação do texto “El

Animador”, do venezuelano

Rodolfo Santana, colocando

diante dos olhos do espetador

a dupla Carlos e Marcelo. O

primeiro é um consumidor ávido

e alienado de ficção televisiva; o

segundo é o diretor da estação

“canal 9”, que Carlos aprendeu a

conhecer melhor que ninguém.

A trama desencadeia-se

quando Carlos, o espetador,

rapta Marcelo, o diretor,

obrigando-o, sob a ameaça

de uma pistola, a vivenciar as

ficções que criou, como forma

de salvar a própria vida.

Ciclo 8.8.8. prossegue na Capricho Bejense Prossegue entre hoje e domingo,

3, o ciclo 8.8.8. – A Solidão do

Espetador, três dias de cinema,

textos inéditos e teatro, no palco

da Sociedade Capricho Bejense.

A organização é da Homlet/

Seara – Companhia de Teatro de

Beja, que propõe oito meses de

programação, a decorrer desde

dezembro e até ao próximo mês

de julho, sempre no primeiro

fim de semana de cada mês.

Hoje, a partir das 21 e 30 horas,

exibem-se os filmes “O quarto

do pai”, “O retorno” e “Ver no

escuro”, com o apoio da Escola

Superior de Teatro e Cinema,

seguindo-se amanhã, sábado,

a noite dos textos inéditos, em

torno dos temas “Saudade” (oito

poemas) e “Avidez” (oito contos),

resultando da colaboração do

Didascália – Centro de Recursos

Artísticos. No domingo, a

partir das 16 horas, há leituras

encenadas e monólogos em

torno dos textos “A vida é

sonho”, de Calderón de la Barca,

e “O sonho”, de Strindberg.

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31Candidatas a Miss Cidade do Vinho Vidigueira 2013 desejam o mesmo que as candidatas a Miss Universo: paz mundial,fim da fome em África, que se arranje o IP2 e que Manuel Narra chegue a primeiro-ministro.

Capoulas Santos, embaixador do Congresso Mundial do Presunto, é forte candidato ao cargo máximoda diplomacia da Feira Internacional do Colesterol.

Inquérito O jornal “SOL” (o “Expresso”angolano) revelou que o Hospitalde Santa Maria gasta tanto emenergia como a cidade de Beja. O que acha?

LUCRÉCIA ESTÉTOSCÓPIO, 72 ANOS

Sub-sub-sub-sub-secretária

de Estado da Saúde

Esse facto só é surpreendente para quem anda distraído... O próprio

Hospital de Beja gasta tanta energia como a Papua Nova Guiné ou

mesmo um concerto acústico dos Moonspell. Antes, as coisas não

eram assim, mas pioraram muito com a chegada dos médicos espa-

nhóis: com a mania das sestas, não aproveitam a luz natural, e de-

pois trabalham até às tantas gastando montes de energia com lu-

zes interiores… Um abuso! Como se fosse necessário luz para uma

operação ao apêndice...

LING ZAO FICHA TRIPLA, 64 ANOS

Administrador chinês da EDP

Acho que os hospitais consomem muita energia. A EDP, sob a nossa

administração, vai estar atenta às necessidades do consumidor

português. Vamos baixar o preço da tarifa e aceitar pagamentos

em géneros alimentícios – podem pagar com o 13, o 41, o 55 e o 90.

Queremos apelar à poupança energética e iremos começar por in-

centivar os jovens nas escolas. Tenho pena que não tenham feito

o mesmo quando eu tinha quatro anos e trabalhava na fábrica de

disjuntores.

ODETE BANHA DE PORCO, 33 ANOS

Pessoa que usa chalotas em todos

as refeições incluindo as sobremesas

Acho que é uma pergunta que não interessa ao menino Jesus, sin-

ceramente! E se em vez de inquéritos palermas fizesse uma notí-

cia sobre o Festival do Pestisco que se inicia hoje? Eu vou lá estar

só para ver o chefe Nobre: sou louca pelo homem! Todas as recei-

tas dele publicadas no “Diário do Alentejo” estão emolduradas na

minha sala de jantar... Por ele faço tudo, inclusive despir-me in-

tegralmente e besuntar-me toda com ovo; depois deixava-o fri-

tar-me em lume brando e polvilhar-me com açúcar e canela…

Seria a sua “fatiazinha parida”… Mas só para ele, que eu não

sou nenhuma oferecida.

Candidatura de João Rocha à Câmara de Beja apresentada em estilo Harlem ShakeAs hostes comunistas puderam, finalmente, respirar de alívio. A CDU (coligação do PCP com aquele partido de que faz parte uma

deputada na AR que quando fala se consegue ouvir em Santo Amador) apresentou João Rocha, no passado sábado, como candi-

dato à Câmara de Beja. O conclave comunista, que esteve reunido, durante a semana, nas catacumbas da rua da Ancha, decidiu-

-se pelo ex-autarca de Serpa (dinossáurio autárquico conhecido entre os politólogos com o nome científico de Altinhus Lebrinhae),

e anunciou a sua decisão, como é tradicional, com fumo branco, que saiu da chaminé da sede do partido após os membros do con-

clave terem queimado edições antiquíssimas do “Avante!”. Nas ruas, os comunistas exultaram de alegria, gritando a plenos pul-

mões: “Habemus Rocham”, expressão em latim que significa: “Parece que o Rodeia Machado vai ter de esperar”. A apresentação

do candidato, já realizada na Casa da Cultura, teve a particularidade de ser feita no estilo Harlem Shake, o que conferiu enorme

modernidade ao evento e permitiu que o mesmo ficasse registado no livro de recordes do Guiness como “O momento Harlem

Shake com maior número de pessoas que acreditam na Reforma Agrária”.

Nova tecnologia permite saber se fruta está madura utilizando o telemóvel, mas agricultores alentejanos afirmam já a ter inventado há séculos – chama-se “apalpar a fruta”

Quem pensava que a agricultura portuguesa não se estava a moderni-zar terá de pensar duas vezes. Em Óbidos foi criada uma aplicação para smartphone que irá permitir aos fruticultores saberem quando a fruta está suficientemente madura para ser colhida. Esta “novidade”, con-tudo, tem sido alvo de enormes críticas por parte de agricultores alen-tejanos, como nos explicou Gualter Pomar, presidente da Associação Agrícola “Romãs e Diospiros”: “Isso é tudo uma treta! A gente tem essa tecnologia desde sempre… Chama-se ‘apalpar a fruta’! E até temos as nossas próprias aplicações… Chamam-se ‘mãos’, àquelas que uti-lizamos para pegar na fruta, e ‘nariz’, à que utilizamos para a cheirar... Mas não pense que aqui também não se usa tecnologia de ponta… Por exemplo, o meu iPad tem uma aplicação que se chama iOstomates, que permite saber se os mesmos estão maduros, medir o seu grau de acidez e o teor do seu suco, e que até lhes dá a previsão do signo para o ano inteiro. Mas existem outras, como a iAmer**, que serve para li-dar com o estrume: deteta se é de origem suína ou bovina e o tipo de terrenos em que deve ser aplicado, tem uma ligação direta ao Ministé-rio das Finanças (afinal, o Orçamento do Estado tem-nos dado um ca-

madão de fezes) e acompanha, em tempo real, as eleições no Sporting, que aquilo já cheira pior que uma estrebaria no verão...”, declarou.

Contigente de romenos na Margem Esquerda proclama independência de Baleizão

A grande quantidade de imigrantes romenos que se encontra na nossa região, para trabalhar, sobretudo na apanha da azeitona, tem marcado o quotidiano local. Todavia, ao que apurámos, a presença desta comuni-dade no Alentejo poderá conhecer um desenvolvimento supreendente, já que um grupo de romenos, residentes em Baleizão, decidiu proclamar a independência daquela povoação, rebatizando-a de República Balei-zoeira dos Carpatos. Fontes ligadas ao novo governo revelaram, a quem as conseguiu compreender, que é desejo deste novo país organizar o seu próprio festival da canção e concorrer à Eurovisão (consta que até há um plano para raptar a Tonicha e a Dora), e que a toponímia daquela “an-tiga” freguesia alentejana já estará, inclusive, a ser alterada: quem se deslocar a Baleizão, poderá, agora, encontar locais como a avenida Ce-ausescu, a rua Conde Drácula e as travessas Ion Timofte e Nica Panduru. O idioma oficial da novíssima república será aquele espanholês que os ro-menos falam depois de terem visto maratonas da série “Verão Azul”, e o próximo passo desta recente nação será anexar Quintos e Brinches para formar a tão desejada União das Novas Repúblicas Romenas.

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FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO

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Marques, João Machado, João Madeira, João Mário Caldeira, José Manuel Basso, Luís Covas Lima, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça

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Hoje, sexta-feira, o céu deverá estar pouco nublado e a temperatura oscilará entre um e os 13 graus centígrados. Amanhã, sábado, esperam--se algumas nuvens e no domingo o céu deverá continuar encoberto.

Virgem Suta, Zambujo, Xutos, Buraka e The Gift na Ovibeja

A assinalar este ano, entre os próximos dias 24 e 28 de

abril, o seu 30.º aniversário, a Ovibeja já anunciou o

seu cartaz de espetáculos, integrado num programa

“ainda mais ambicioso que nas edições anteriores”,

revela a organização, da ACOS – Agricultores do Sul.

Estão, assim, já confirmadas as atuações dos bejenses

Virgem Suta e António Zambujo, logo na noite de

abertura, seguindo-se, a 25, os repetentes Xutos &

Pontapés e, a 26, os Buraka Som Sistema, já também

conhecidos dos “ovibejenses”. A fechar o cartaz de

espetáculos da 30.ª Ovibeja sobem ao palco, na noite de

sábado, 27, os The Gift, a conhecida banda de Alcobaça

formada em 1994. Os DJ vão também animar as muito

aguardadas “ovinoites”, numa edição cujo tema

central é a água, a propósito da celebração do Ano

Internacional da Cooperação para a Água.

Festival do Petisco começa hoje em Beja

Beja acolhe a partir de hoje, sexta-feira, o Festival

do Petisco. O evento prolonga-se até domingo, nos

pavilhões do Nerbe. De acordo com a organização,

“consiste numa mostra gastronómica do distrito,

onde alguns concelhos vão estar representados com

uma tasquinha e uma feira de sabores, com produtos

tradicionais do Alentejo”. O evento, porém, contará,

para além da vertente do negócio, também com vários

momentos musicais, com workshops, momentos

culinários, com um concurso do melhor petisco do

festival, com atividades para as crianças, entre tantas

outras iniciativas. O festival conta com a colaboração

de três embaixadores, nomeadamente António Nobre,

chefe, Jorge Serafim, contador de histórias, e Jorge

Benvinda, músico.

Castro Verde debate Turismo Sustentável no Espaço Rural

A Liga para a Proteção da Natureza promove, em

Castro Verde, nos dias 6 e 7, o seminário “Turismo

Sustentável no Espaço Rural: Experiências de Sucesso

em Portugal e na Europa”. O objetivo é divulgar e

sistematizar um conjunto de boas práticas ao nível da

atividade do turismo em áreas rurais.

quadro de honra

O “DA” está no canal 475533 doNº 1610 (II Série) | 1 março 2013

9 771646 923008 0 1 6 1 0

Que aconteceu na rua da Ladeira?

Que se vive nessa rua de Ferreira do

Alentejo?

Na rua da Ladeira vive-se a ami-zade e o respeito pelo outro de uma forma simples e cativante. A ajuda entre amigos e vizinhos faz-nos re-gressar a um tempo, não muito lon-gínquo, mas que parece tão dis-tante para quem vive neste início do século XXI.

Esta história é uma viagem ao pas-

sado? É fácil às pessoas de Ferreira

do Alentejo reconhecerem as per-

sonagens? E para os leitores de fora

das fronteiras do concelho?

Conhecer a história encerrada nas páginas do livro será para as gen-tes de Ferreira, particularmente os mais velhos, um momento de recor-dar o passado, em que não faltarão as identificações dos acontecimen-tos, nem das figuras reais que ins-piraram os personagens. Para o pú-blico em geral será certamente uma agradável viagem ao passado, em que não faltará emoção e mistério.

O que a levou a escrever este li-

vro, que tem a chancela da editora

Lugar da Palavra?

A história Aconteceu...na rua da Ladeira surgiu como um de-safio colocado por um amigo que me incentivou a colocar todo um conjunto de factos reais, vividos por pessoas que fizeram parte do

passado de Ferreira do Alentejo, numa única história, que imortali-zasse tudo quanto escutei aos mem-bros mais velhos da família.

De certa forma, pode considerar-

-se que esta é uma homenagem às

gentes de Ferreira e à terra que as

acolhe?

É a minha homenagem a tantos ho-mens e mulheres que viveram e so-freram para que a geração a que pertenço possa existir. A história, sendo de ficção, foi construída, na sua maioria, com factos reais que fizeram parte do passado da minha terra, e cuja importância deve ficar registada para inspiração dos mais novos.

A apresentação do livro, que acon-

tece no sábado, dia 2, vai revisi-

tar os anos 50, na própria rua da

Ladeira, hoje conhecida como rua

Eça de Queiroz. É uma maneira de

dar a conhecer a história, mesmo

até a quem não chegar a ler o

livro?

O facto de o lançamento ocorrer na rua onde a trama acontece consti-tui mais um meio de regressar ao passado, o que será favorecido pela participação de um grupo de te-atro. Todos os presentes no mo-mento do lançamento poderão con-viver diretamente com personagens da história.

Bruna Soares

Maria Ana Ameixa45 anos, natural de Ferreira do AlentejoTem dedicado a sua vida ao ensino. Há 21 anos que é docente na Escola Secundária Diogo de Gouveia, em Beja. É licenciada em Biologia pela Universidade de Coimbra e já fez, em tempos, parte da direção da escola onde trabalha. Exerceu também o cargo de responsável de Agrupamento de Exames Nacionais. Atualmente trabalha com alunos do 10.º e 12.º anos, mas antes dedicou-se aos alunos do 3.º ciclo. Dirigiu vários movimentos na Diocese de Beja e considera-se um membro ativo da sua paróquia.

Maria Ana Ameixa regressou à escrita

“Uma agradável viagem ao passado”

Maria Ana Ameixa voltou à escrita. Desta vez, inspirada pelas vivências de uma rua do seu torrão natal: Ferreira do Alentejo. O livro Aconteceu…na Rua da Ladeira, onde se vive, segundo a autora, “a amizade e o respeito pelo outro de uma forma simples e cativante”, vai ser apresentado amanhã, sábado,

na própria rua que acolhe o enredo. Os anos 50 revisitados e, em simultâneo, uma homenagem aos mais velhos, para que os mais novos, esses, se inspirem.

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