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SEXTA-FEIRA, 2 MARÇO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXX, N.º 1558 (II Série) | Preço: 0,90 PUB Museu como âncora patrimonial de Beja Joaquim Caetano, conceituado especialis- ta em arte antiga, esclarece em entrevista exclusiva ao “DA” que o Museu Regional deve ser “o grande centro interpretativo da cidade” e que, pela qualidade do seu espólio, a cidade e a região não podem aceitar o seu encer- ramento, apesar da instituição estar numa verdadeira encruzilhada. págs. 16/17 CDU deixa passar orçamento de Beja À segunda foi de vez. Graças à absten- ção da maioria CDU na Assembleia Municipal, o orçamento da Câmara de Beja foi viabilizado. Tudo porque o executivo PS recuou nas verbas a destinar às juntas de freguesia. Bloco de Esquerda votou contra e PSD voltou a abster-se. pág. 10 Candidatura do cante reúne-se amanhã em Serpa A precisamente um mês da data limite para a entrega da candidatura do can- te a Património Cultural Imaterial da Humanidade, o “DA” entrevista Carlos Laranjo Medeiros, presidente da Comissão Executiva, que desvaloriza a saída de Rui Vieira Nery e que reconhece que esta é a ocasião mais propícia para avançar. pág. 7 Aeroporto de Beja cada vez mais longe de Lisboa devido às acessibilidades Governo torna à solução Portela + 1 mas prefere as bases militares de Alverca, Montijo ou Sintra Frutos e sementes de D. Manuel Falcão Ruy Ventura O Alentejo não pode perder as suas vozes Ceia da Silva Lugares de Zeca e de nós Viriato Teles Uma agenda para o Baixo Alentejo Pedro do Carmo págs. 12 a 14 pág. 8/9 JOSÉ FERROLHO Toda a opinião, semana a semana, no “Diário do Alentejo” Esta foi a terra que Giacometti escolheu para descansar. O investigador corso que se deixou enamorar pela cultura popular portuguesa quis ficar por aqui. Para sempre. Encantado pelas suas gentes, pela sua cultura, pela sua memória, pelo cante. Numa altura em que os cantares do Alentejo são candidatos a Património da Humanidade, tornámos a Peroguarda. págs. 2/3 CDU de orçame À segu nda ção da ma i Municipa l de Bej a foi o executivo destinar à s Esquerda v abster-se. Esta fo escolhe i nvesti g enamo portug Para se gentes, memór em qu são c da H Perogu Entrevista exclusiva Alqueva: “Promessa irresponsável” para 2013, diz Assunção Cristas pág. 6 Peroguarda A terra do povo que canta O “DA” está no canal 475533 do MEO JOSÉ FERROLHO

Ediçao N.º 1558

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Diario do Alentejo

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SEXTA-FEIRA, 2 MARÇO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXX, N.º 1558 (II Série) | Preço: € 0,90

PUB

Museu como âncorapatrimonial de BejaJoaquim Caetano, conceituado especialis-ta em arte antiga, esclarece em entrevista exclusiva ao “DA” que o Museu Regional deve ser “o grande centro interpretativo da cidade” e que, pela qualidade do seu espólio, a cidade e a região não podem aceitar o seu encer-ramento, apesar da instituição estar numa verdadeira encruzilhada. págs. 16/17

CDU deixa passarorçamento de BejaÀ segunda foi de vez. Graças à absten-ção da maioria CDU na Assembleia Municipal, o orçamento da Câmara de Beja foi viabilizado. Tudo porque o executivo PS recuou nas verbas a destinar às juntas de freguesia. Bloco de Esquerda votou contra e PSD voltou a abster-se. pág. 10

Candidatura do cantereúne-se amanhã em SerpaA precisamente um mês da data limite para a entrega da candidatura do can-te a Património Cultural Imaterial da Humanidade, o “DA” entrevista Carlos Laranjo Medeiros, presidente da Comissão Executiva, que desvaloriza a saída de Rui Vieira Nery e que reconhece que esta é a ocasião mais propícia para avançar. pág. 7

Aeroporto de Beja cada vez mais longe de Lisboa devido às acessibilidades

Governo torna à solução Portela + 1 mas prefere as bases militares de Alverca, Montijo ou Sintra

Frutos e sementes de D. Manuel Falcão Ruy Ventura

O Alentejo não pode perder as suas vozes Ceia da Silva

Lugares de Zeca e de nós Viriato Teles

Uma agenda para o Baixo Alentejo Pedro do Carmo págs. 12 a 14

pág. 8/9

JOSÉ

FER

ROLH

O

Toda a opinião, semana a semana, no “Diário do Alentejo”

Esta foi a terra que Giacometti escolheu para descansar. O investigador corso que se deixou enamorar pela cultura popular portuguesa quis fi car por aqui. Para sempre. Encantado pelas suas gentes, pela sua cultura, pela sua memória, pelo cante. Numa altura em que os cantares do Alentejo são candidatos a Património da Humanidade, tornámos a Peroguarda. págs. 2/3

CDU deorçameÀ segundação da maiMunicipalde Beja foio executivodestinar àsEsquerda vabster-se.

Esta foescolheinvestigenamoportugPara segentes,memórem qusão cda HPerogu

Entrevista exclusiva

Alqueva:“Promessairresponsável”para 2013, diz Assunção Cristaspág. 6

PeroguardaA terra do povo que canta

O “DA” estáno canal

475533 do MEO

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2 EditorialEmigrarPaulo Barriga

O aeroporto de Beja foi a

maior aldrabice que nos

pregaram nos últimos

anos. Não foi a única. Nem para aí

para ao pé. Mas foi a maior, a mais

rija e bem metida trapaça desde que

forjaram Cavaco Silva para a polí-

tica, sem exceção de todos os inven-

tores de Portugal que se lhe segui-

ram. Nem a conclusão de Alqueva

supera o logro de um dia acontecer

um aeroporto civil na base militar

que os alemães em tempos constru-

íram em Beja. O aeroporto está feito.

Maneirinho. Barato. Coisa que dá

jeito em qualquer parte do mundo.

Menos aqui. Porque aqui, enjeitados,

nada dá jeito. As pessoas não sabem,

mas este governo tem um secretá-

rio de Estado que trata destas arre-

lias e aborrecimentos. Um visioná-

rio. Como tantos outros profetas que

o antecederam, observou que a aero-

gare da Portela já não dá conta do re-

cado aéreo de Lisboa. Pelo que será

necessário construir, de raiz, uma

nova infraestrutura nalguma base

militar já existente. Mas na de Beja

não, diz ele, porque não dá muito

jeito a modos das fracas acessibili-

dades. Como se não tivesse sido o

seu próprio Governo, ele próprio, há

meses atrás, a permitir com impuni-

dade a paragem das obras da autoes-

trada que nos deixaria mais perto da

capital. Como se não soubesse que,

sem custos por aí além, poderia co-

meçar a operar em Beja já amanhã.

Mas os amanhãs assim costumam

cantar. E isso é coisa que a jovem

guarda governamental não está in-

teressada em escutar. Já a empresa

que supostamente dirige o aeroporto

de Beja, a ANA, acha que isto só lá

vai para 2017. Ou assim. Quando o

turismo de massas dizimar a costa

alentejana e algum parvo quiser le-

vantar hotéis de grande calibre em

redor de Alqueva. Como tal não irá

acontecer, para o bem e para o mal,

o melhor será, entretanto, transfor-

mar o aeroporto num estaleiro de

aviões. E pronto. Não há turismo,

nem charme, nem passarinhos, mas

há mão de obra mecânica com far-

tura. À sua vez, os militares andam

a deixar-se enamorar pelos corea-

nos do sul que aqui querem instalar

uma base militar. Porreira. Com ja-

tos supersónicos impecáveis. E tudo

o resto que os asiáticos não querem lá

na sua própria terra. O aeroporto de

Beja transformou-se numa aldrabice

como não há memória. Numa tra-

palhada. E só a parca visão deste go-

verno pode deixar de enxergar como

seria bom para a sua própria polí-

tica – e para o país que quer destruir

– avançar para Beja. Agora. E em

força. Abrindo um aeroporto. Uma

porta para o mundo. Por onde todos

teríamos a possibilidade de passar.

Sem retornar. Não é isso que se pre-

tende? Um país sem gente? Mais ba-

rato e dócil?

“Não é politicamente honesto que Pita Ameixa, com a sua ‘imensa’ influência político-partidária, nunca tivesse conseguido que a CCDR do Alentejo, e os ‘autóctones socialistas’ que por lá andavam, tivessem cuidado de que a Embraer viesse para Beja ou que a eletrificação da linha férrea para Beja fosse prioritária”.

Mário Simões, deputado do PSD

Manuel Ribeiro,

49 anos, agricultorÉ evidente que vai afetar. Já de-via ter chovido. Choveu mais durante o mês de dezembro de 2010 do que neste inverno e isso já está a dificultar seria-mente a agricultura. Tenho a certeza que vai haver grandes prejuízos este ano. O que é que se pode fazer? Eu ando a ten-tar regar a seara mas é muito complicado. Com o preço da eletricidade e dos combustí-veis… é um serviço só mesmo por descargo de consciência.

André Carvalho,

44 anos, agricultor e presidente da Junta de BarrancosA agricultura está de rastos. É sempre tudo com subsídios e mais subsídios, mas os subsídios não trazem água. Gasta-se o dinheiro e não se resolve nada. É um pro-blema grave, mas como é que se resolve? É normal que não chova em dezembro, em janeiro e em fe-vereiro? Há agricultores que ga-nharam muito dinheiro nos anos em que choveu e tinham que o ter guardado para agora. Mas se a ministra quer mandar di-nheiro, pois que mande. Isto para os agricultores grandes, mas o agricultor pequeno está lixado.

Manuel Revez,

52 anos, agricultor Vai afetar tudo. A nível do ter-reno, do arvoredo. O solo tem falta de água. Está tudo quei-mado e as sementeiras de pri-mavera não se conseguem fazer porque não têm humi-dade. A solução era chover mas não é com santos e benzedu-ras que vem a água. Quanto a mim os subsídios não resolvem. Sabemos que a agricultura é um bem essencial mas há mui-tos subsídios com os quais não concordo de maneira nenhuma.

Luís Pena,

52 anos, agricultorOs cereais não têm água para se desenvolverem e as pasta-gens ainda pior. O gado já não tem nada para comer. No meu caso, por exemplo, semeei pas-tagens logo no fim de setembro para no final de novembro o gado andar lá em cima. Já esta-mos em março e ainda não têm nada para comer. Nos regadios privados os furos e as charcas estão iguais ao mês de agosto do ano passado porque não houve reposição. Está tudo pés-simo. É complicado. Por mui-tas ajudas que os agricultores tenham é muito complicado.

Voz do povo Em que medida a seca vai afetar o ano agrícola? Inquérito de Ângela Costa

Vice-versa“O Governo e os partidos que o suportam estão decisivamente apostados em estragar o Alqueva, em descredibilizar a agricultura nacional e em humilhar os agricultores alentejanos, já acusados de incapazes de desenvolver uma agricultura de regadio”. Luís Pita Ameixa, deputado do PS

Fotonotícia Freiras regressam ao museu. Poderia ser só um conjunto de freiras recolhidas no seu convento. Poderia, mas

não é. Estas moçoilas, tão bem fardadas, são alunas de um curso profissional da Escola D. Manuel I de Beja e o traje assenta-lhes bem, mas o

motivo para que o envergaram ainda lhes assenta melhor: mostrar um pouco da vida de Mariana Alcoforado, desde que entrou no Convento

da Nossa Senhora da Conceição. É a juventude a ir para o Museu Regional de Beja, que nos últimos tempos tem sido tão discutido, para mos-

trar as suas potencialidades. Quem disse que os jovens não se interessam pela sua cidade? BS Foto de José Ferrolho

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2Rede social

O que é que se pretendeu com a re-

alização do seminário “Integrated

Water Resource Management”,

que decorreu recentemente no

Politécnico de Beja e que foi minis-

trado por Ilan Adler, doutorando

da University College London?

Os docentes responsáveis pela Unidade Curricular de Gestão de Recursos Hídricos do mestrado de Engenharia do Ambiente (eu e Carlos Sequeira), do IPBeja, pre-tenderam dar a conhecer aos alu-nos várias realidades nacionais e internacionais relativas à gestão da água. Simultaneamente pre-tendem alargar a colaboração com outras instituições internacionais, de modo a permitir a docentes e discentes a mobilidade e a realiza-ção de trabalhos conjuntos.

Quais as principais conclusões re-

sultantes do mesmo?

O seminário ofereceu aos alunos, e à comunidade em geral, a visão do investigador Ilan Adler sobre os problemas da gestão dos recursos hídricos de uma megacidade ci-dade com 26 milhões de habitan-tes, a cidade do México. Foi tam-bém focada a gestão da água de pequenos aglomerados rurais ou casas isoladas. Uma das soluções aponta para o uso da água das chuvas e de sanitários secos. No caso de pequenas quintas poderá também reaproveitar-se as águas residuais através da utilização de um biodigestor de plástico tubu-lar de f luxo contínuo com possi-bilidade de produzir biogás para o uso doméstico e em simultâneo fertilizante agrícola.

Como caracteriza o Alentejo e o

País em termos de gestão de água?

Os lençóis freáticos encontram-se contaminados por nitratos, clore-tos e nas zonas mineiras por me-tais. As águas superficiais, rios e barragens, na sua maioria destina-das à produção de água para con-sumo humano e à desedentação direta dos animais, apresentam --se contaminadas essencialmente por nutrientes, fósforo e azoto. A gestão dos recursos hídricos no Alentejo e em Portugal terá neces-sariamente que passar pela reu-tilização de águas residuais tra-tadas na rega de culturas como o olival, a vinha e espaços públicos. O aproveitamento de águas das chuvas poderá ser também uma solução a considerar e a somar à da reutilização de águas residuais tratadas.

Nélia Pedrosa

3 perguntasa Fátima Carvalho

Pequenos grandes “bedeístas” com a SIC KidsOs mais pequenos criadores de banda desenhada de Beja receberam a visita da SIC Kids e mostraram o seu talento, ou não fosse esta uma cidade com “queda” para a BD.

Docente no Instituto Politécnico de Beja

Semana passada

QUINTA-FEIRA, DIA 23

ODEMIRA BOMBEIROS LEVANTAM AMEAÇA DE PARALISAÇÃO DEPOIS DE PAGAMENTO DE DÍVIDA

A direção dos Bombeiros de Odemira levantou a ameaça de paralisar o transporte de doentes e os serviços de emergência, depois de o Agrupamento de Centros de Saúde (ACS) ter pago uma dívida que tinha à corporação. “O ACS do Litoral Alentejano entregou-nos 64 mil euros de três meses” de serviços prestados, ficando em falta “66 mil de um total de 130 mil euros que estava em atraso”, adiantou à Lusa o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Odemira, Augusto Inácio Maria. De acordo com o dirigente da corporação, o valor pago pelo ACS do Litoral Alentejano é referente aos serviços prestados pelos Bombeiros de Odemira nos meses de julho, agosto e setembro de 2011.

SEXTA-FEIRA, DIA 24

SANTIAGO TRIBUNAL DECRETA PRISÃO PREVENTIVA PARA SUSPEITOS DE TRÁFICO DE DROGA

O Tribunal de Santiago do Cacém decretou a prisão preventiva de quatro dos oito homens detidos no dia 22 no litoral alentejano, por suspeitas de tráfico de droga. Fonte da GNR adiantou à Lusa que quatro dos oito detidos ficam em prisão preventiva a aguardar julgamento e os restantes ficam sujeitos a Termo de Identidade e Residência, mas dois destes terão de se apresentar periodicamente às autoridades da zona de residência. Os oito homens, com idades entre os 18 e os 49 anos, tinham sido detidos nos concelhos de Santiago do Cacém e Sines por suspeitas de tráfico de droga, tendo sido apreendidos cerca de 7,5 quilos de haxixe. Na operação, que envolveu diversos mandados de busca, os militares apreenderam 37 460 doses individuais de haxixe, que representam cerca de 7,5 quilos daquela droga, 19,5 gramas de MDMA e 69,2 gramas de liamba. Além disso, a operação permitiu apreender 4 100 euros em numerário, uma arma de pressão de ar transformada e adaptada para calibre 22, munida de silenciador, uma viatura ligeira de passageiros e 13 telemóveis, entre outros artigos.

DOMINGO, DIA 26

OURIQUE INAUGURADO ESPAÇO SOLIDÁRIO

Foi inaugurado o Espaço Solidário de Ourique, que integra várias respostas de apoio social à população do concelho, como uma loja social e um banco alimentar, num investimento de quase 92,5 mil euros. Banco do voluntariado, banco municipal de ajudas técnicas e atendimento de apoio social são as outras respostas do espaço, um projeto promovido pela paróquia em parceria com a câmara municipal e o Contrato Local de Desenvolvimento Social de Ourique. O espaço está situado no antigo edifício da Escola do Carmo, no centro da vila.

SANTIAGO ÁREA DE SERVIÇO PARA AUTOCARAVANAS

Uma nova área de serviço para autocaravanas foi inaugurada em Santiago do Cacém para satisfazer uma necessidade antiga dos autocaravanistas que visitam a região do litoral alentejano. A infraestrutura situa-se junto às piscinas municipais da cidade e vai permitir o abastecimento de água, tratamento de detritos químicos e despejo de águas residuais. Com esta nova área de serviço para autocaravanas, adianta a câmara municipal, a cidade “passa a marcar presença nos roteiros internacionais de autocaravanismo”.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 26

MÉRTOLA “AUTARQUIA FAMILIARMENTE RESPONSÁVEL”

Foi hasteada na Vila Museu a bandeira “Mértola Autarquia Familiarmente Responsável”. O galardão foi atribuído pelo Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis e tem como objetivo “reconhecer as boas práticas da câmara de Mértola em matéria de política familiar e distinguir de uma forma simbólica o investimento realizado por esta autarquia na construção de uma política integrada de apoio à família”.

Beja Merece volta a atacarO movimento Beja Merece voltou a reunir as suas tropas no IPBeja. Desta vez não foram só os comboios que vieram à baila. Foi o futuro do Alentejo que esteve em cima da mesa.

Queijo, petiscos e cantoriaSerpa foi novamente a capital do queijo por três dias. Cerca de 50 mil, entre forasteiros e gente da terra, fizeram orelhas mocas à crise e foram à feira. Mesmo se só para petiscar e cantar umas modas.

Poderá o “amor” salvar o museu?Mariana voltou ao cenário onde terá escrito as famosas cartas ao amado Chamilly. Graças aos alunos de Turismo da D. Manuel, que parecem ter percebido um importante filão em tempos difíceis.

Moura e Nigéria ligados pelo solPós-de-Mina fez as honras da casa e recebeu a embaixadora da Nigéria em Portugal. É a energia solar que anda na boca do mundo e que traz interessados a Moura, um verdadeiro lugar ao sol.

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PeroguardaA última morada de Giacometti

A terra do povo que canta

Longe vão os tempos em que Michel Giacometti, o etnomusicólogo corso que se radicou em Portugal, acompa-

nhado do seu fiel gravador “Nagra”, surgiu nesta terra uma e mais vezes para registar as vozes que ressoavam nas paredes das casas baixas e brancas, como uma rever-beração de tempos imemoriais através do cante. Diz, quem privou com Giacometti, que este preferia o verdadeiro cante alen-tejano. Não o que acontecia perfilado e or-deiro, mas o que emanava da verdadeira alma alentejana, e que muitas vez surgia nas tabernas, nas vendas, entre um copo de vinho e outro.

Giacometti considerava que Peroguarda tinha algo de maravilhoso, de extraordiná-rio, tanto que escolheu a aldeia para sua úl-tima morada, logo ele, que conheceu e per-correu o País como poucos na época. Mas hoje, o cantar é diferente. Menor, por falta de gente nova e que se interesse e por ex-cesso de gente velha que vai desaparecendo sem ter a quem transmitir o testemunho imaterial do cante.

Na praça de nome pomposo, que mais não é do que um largo daqueles que esta-vam sempre cheios de gente antigamente e que povoam o imaginário de muitos alen-tejanos quando pensam nas suas terras, ouve-se um linguajar estranho. As rou-pas não os denunciam, vestidos que es-tão iguais a tantos outros. Talvez a tez mo-rena e o facto de serem novos, muito mais novos do que a maioria da população, en-velhecida. São romenos, um grupo de meia dúzia que aproveita o sol de inverno prolon-gado, estirando-se e aquecendo-se, encos-tados às mesas e bancos de madeira da pe-quena praça, emoldurados por sebes bem

Património “A gente nova não quer saber” do cante

Numa altura em que se pretende apresentar a candidatura do cante

alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco,

Peroguarda, freguesia do concelho de Ferreira do Alentejo, parece indi-

ferente ao processo. Uma aldeia que já foi a mais portuguesa do Baixo

Alentejo e que Michel Giacometti escolheu para ficar depois da sua

morte, por se ter apaixonado em vida pelos seus habitantes e costumes,

mas, principalmente, pelo misterioso cante alentejano.

Texto Marco Monteiro Cândido Fotos José Ferrolho

Com ar bem disposto e caricato, José Ventura, de 65 anos, vai observando o que o rodeia, sentado num banco à parte das senhoras. Nascido e criado em Ferreira do Alentejo, está em Peroguarda desde que ca-sou, já lá vão 51 anos. E ao longo deste tempo a aldeia foi mudando. A principal diferença é na relação entre as pessoas, pior agora que antigamente, e a falta de gente. “Hoje as pes-soas não são tão amigas. Deviam ajudar-se uns outros, os que vivem melhor, porque a nossa obrigação é essa. E não há trabalhos. As pessoas novas veem que isto não dá fu-turo a ninguém e piram-se para o Algarve, para Lisboa, para sítios onde se safam e não querem saber disto. Daqui por 20 anos é o deserto, há de haver aí cobras e lagartos”.

À entrada da aldeia, António Revez está sentado num banco, olhando para a estrada que vem da sede de concelho. Também na-tural de Peroguarda, acha que a aldeia tem mais movimento e está mais bem arranjada do que antigamente, mas por outro lado tem muito menos gente. “Antigamente o traba-lho era um. Hoje as pessoas não vão para o campo trabalhar. Foram para Lisboa, para outros sítios, para as fábricas. Estamos me-tade do pessoal. Enquanto o estudante não pensar que tem que trabalhar no campo, não se vai a lado nenhum”.

Em Peroguarda não há quem não saiba, mesmo que vagamente, quem foi Michel Giacometti e o que o levou à aldeia por di-versas vezes: o interesse em ouvir, ver e gra-var os cantares e os costumes de antiga-mente. Se viesse hoje, com o “Nagra”, gravar no largo principal da aldeia, talvez ficasse surpreendido com o romeno que é falado na aldeia mais portuguesa do Baixo Alentejo.

tratadas de folhagem verde. São alguns dos estrangeiros que vão chegando ao concelho de Ferreira do Alentejo para trabalhar nos trabalhos do campo. Por agora não têm tra-balho. E por isso, esperam.

Os membros do grupo conversam en-tre si e com algumas senhoras sentadas por ali, todas elas com idades acima dos 60 anos. Fernanda Lança é uma delas. Natural de Vidigueira, vive em Peroguarda há já 40 anos. Gosta da terra. Simpática, asseada e com pessoas muito amigas, mas lamenta as portas cada vez mais fechadas. “Há muito pouca gente, está muito desabitada. É quase tudo gente reformada. Não há trabalho. O principal fator é esse e as pessoas têm que procurar noutro lado. Porque, casas, há aí muitas. Não estão é habitadas”.

Fernanda Lança considera que o cante ainda está enraizado na terra que esco-lheu para viver, fruto dos dois grupos co-rais que ainda existem, Alma Alentejana e As Margaridas. Apesar de ter ouvido falar vagamente na televisão na candidatura do cante a Património da Humanidade e de a considerar importante, Fernanda lá vai di-zendo que “a gente nova não quer saber disso”. “Em morrendo as pessoas de idade, acaba. É bom que fique em cassetes ou dis-cos, porque a respeito de gente nova, não querem”.

Vanda Maria Coroa está sentada no mesmo grupo que ocupa um pouco da tarde a conversar no banco da praça. Com 74 anos, considera que a vida na aldeia é muito diferente do que foi. Apesar das menores condições de outrora, a felicidade e a rela-ção entre as pessoas eram outras. “No pas-sado, vivia tudo mais ou menos igual. Agora é diferente. Umas têm mais do que outras, a

vida faz diferença. Quem tem mais não liga a quem tem menos. Antigamente, tudo vi-via bem. Tudo com fome, mas tínhamos uma vida alegre. Agora temos fartura, mas temos uma vida triste”.

Alegria que havia, também, por se can-tar muito na aldeia. Vanda Coroa, que ainda canta no grupo coral As Margaridas, re-corda-se bem. “Sempre se cantou. Havia aí um grupo que era o Alma Alentejana. Esse grupo há muitos anos que existe, mas agora também está a descair. As pessoas são muito idosas e já não têm idade para andarem a cantar aqui e além”. E se a tris-teza é uma constante da vida moderna, a falta de gente nova em Peroguarda ajuda a isso mesmo. “Os novos são os menos, os idosos são os mais. Os novos casam, vão daqui para fora. Vão ficando os velhotes”. Sobre o futuro, Vanda não tem grandes dú-vidas. “O futuro da minha terra vai morrer. Vai morrendo aos poucos. Vai-se acabando tudo. Este largo era o largo mais bonito de Peroguarda. Era aqui que faziam as fes-tas, os bailes de São João, de Santa Maria, quando eu era moça nova. Agora está tudo morto. Tudo tem um fim e a minha aldeia vai ter um fim triste”.

Giacometti considerava que Peroguarda tinha algo de maravilhoso, de extraordinário, tanto que escolheu a aldeia para sua última morada

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Sendo presidente da junta desde 1989, como

tem evoluído a freguesia de Peroguarda ao

longo destes anos?

A evolução tem sido boa. No aspeto paisagístico e de condições de vida das pessoas teve uma evolu-ção, nestes últimos 10, 12 anos, muito positiva. Em termos de trabalho e emprego também tem sido positivo porque apareceram os espanhóis na her-dade da Zambujeira que criaram 70 ou 80 hecta-res de laranjas o que dá sempre muito trabalho. Presentemente, na época da fruta, andam ali à volta de 300, 400 pessoas, que têm que vir de fora. Temos a vantagem dos citrinos e temos aqui a herdade do Pinheiro, que toda a gente conhece e que emprega muita gente anualmente. Quanto às instalações, também foi tudo praticamente construído nos últi-mos anos. O edifício da junta foi ampliado, o posto médico foi construído de raiz e o centro cultural também. Em termos de instalações e condições de vida para as pessoas temos procurado dar o melhor que podemos. A saúde é que, no último ano, há al-turas em que estamos duas, três semanas, sem mé-dico. Ultimamente já vai em cinco meses. Mas isso é uma situação que não está na nossa mão.

E como reage a população a esta falta de

médico?

Vão-se desenrascando, como se costuma dizer. Vão ali ao centro, vêm buscar as receitas, enfim, é assim que se vão desenrascando. Mas consultas não têm. Já comunicámos isso à nova presidente do conselho de administração [da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo], porque há dificulda-des para as pessoas. É o mal de todas as aldeias. As pessoas são idosas, os transportes públicos prati-camente não existem, com um de manhã e outro à tarde. Agora estamos a aguardar resposta desta nova administração.

O principal problema apontado pela popu-

lação é a falta de pessoas e de trabalho em

Peroguarda…

Falta de trabalho não direi. Agora é que está che-gando aqui. A malta da minha idade e pouco mais nova, a maior parte dela trabalha na construção civil e de há um ano e tal para cá é que tem vindo a descair. Quanto ao resto do trabalho, a mão de obra que há aqui é para o trabalho rural. O que existe é o trabalho no campo e a malta para ter al-guma hipótese marcha para outros lados. E a junta não tem hipóteses de criar postos de trabalho.

Como é que vê o futuro da freguesia?

O futuro não o vejo muito risonho. Se se concre-tizar a extinção da freguesia, o fechar da escola e o fechar do posto médico, ainda a coisa se com-plica mais. Agora, esperemos que estas coisas não se concretizem, mas não temos a certeza disso. As pessoas vão à procura de melhores condições, criam lá raízes e por lá vão ficando. Se não houver alguém que modifique a política para o interior, para que as pessoas se comecem a fixar cá, não vejo isto muito bem. Mas não é só aqui, isto é pra-ticamente em todas as freguesias.

José CoroaPresidente da Junta de Freguesia de Peroguarda

Michel Giacometti e Peroguarda

À entrada da aldeia fica o cemitério. Um cemitério como tantos outros, com espaço ainda por preencher nas entra-nhas da terra, mas esperando por aqueles que hão de che-gar. Do lado esquerdo, quando se entra pelo portão prin-cipal, uma lápide discreta, mas invulgar na branquidão encardida do tempo comum a todas as outras, sobressai serenamente. Pela sua forma e simplicidade, pela sua cor e pelo nome que encerra: Michel Giacometti.O etnomusicólogo nascido na Córsega em 1929, e que fa-leceu em Faro em 1990, escolheu Peroguarda como a sua última morada. O encanto de Giacometti por esta aldeia nasceu ao longo das deambulações que fez pelo País, gra-vando e registando os sons de uma tradição musical e cul-tural, que hoje poderiam não existir como legado para o futuro, se um estrangeiro de barbas não tivesse calcorre-ado montes, planícies e serranias.A Peroguarda foi pelo cante, que o encantava, mas voltou muitas vezes pelos amigos que criou. Virgínia Dias, cam-ponesa de uma vida, e o marido, eram os grandes amigos de Giacometti. Hoje com 76 anos e uma voz doce e serena, Virgínia Dias recorda com carinho esses tempos. “Ele vi-nha muitas vezes, como dizia, visitar os amigos. Ele foi uma pessoa que se afeiçoou muito aos amigos. Numa das últimas vezes que esteve em minha casa disse: ‘Ainda ve-nho morar para junto dos meus amigos’. E eu pensei que era mesmo porque ele queria vir morar para Peroguarda. Ainda veio mais duas vezes e tornou-me a dizer o mesmo. Depois, em novembro, veio para cá”.Virgínia Dias não sabe ao certo o que fez o etnomusicó-logo enamorar-se por Peroguarda, se foram as amizades que criou, se foi a compreensão que encontrou, até por-que não era homem de muitas falas. No entanto, falar-se de Peroguarda é falar-se de Giacometti. E falar-se deste corso é falar-se da aldeia branca de casas baixinhas.

Os cantares da terra

O cante é mantido na aldeia por dois grupos corais: Alma Alentejana, misto, e As Margaridas, feminino.O primeiro foi fundando em 1936, apresentando-se em público pela primeira em 1938, no concurso das aldeias tí-picas. O grupo Alma Alentejana teve a sua atividade sus-pensa no primeiros anos da década de 1980, tendo sido reativado em 1988, pelos 50 anos, existindo até hoje. Os seus trajes são diversificados, ao contrário de outros gru-pos, e retratam os varejadores, as azeitoneiras, os ceifei-ros, os domingueiros, os pastores e as mondadeiras.O grupo coral feminino As Margaridas foi fundado em 1997, tendo este nome em homenagem à padroeira da terra, Santa Margarida. O grupo surgiu da vontade de al-gumas mulheres que frequentaram a escola de adultos, onde aprenderam a ler e escrever, contando hoje com cerca de 20 elementos.

A aldeia mais portuguesa do Baixo Alentejo

Corria o ano de 1938, em pleno Estado Novo, e Peroguarda foi distinguida como a “Aldeia Mais Portuguesa da Pro-víncia do Baixo Alentejo”. O Concurso Nacional das Aldeias de Portugal, organizado pelo Secretariado de Propaganda Nacional, distinguiu Peroguarda como a mais típica da re-gião, tendo disputado o título diretamente com a aldeia de Salvada, no concelho de Beja.No concurso, que tinha o objetivo de ser bienal mas que nunca mais se realizou, Peroguarda teve que apresentar “a maior resistência oferecida a decomposições e influên-cias estranhas e o estado de conservação no mais elevado grau de pureza” em aspetos como a habitação; o mobili-ário e alfaia doméstica; o trajo; as artes e indústrias po-pulares; as formas de comércio; os meios de transporte; as demonstrações culturais; e a fisionomia topográfica e panorâmica.Ainda hoje, à entrada da aldeia, lá está a placa com a data de 30 de setembro de 1938, a consagrar eternamente Peroguarda como a mais portuguesa do Baixo Alentejo.

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[Devido à falta de chuva], quase não houve erva este inverno e a pouca que houve já foi consumida e, por

isso, os criadores têm vindo a esgotar as reservas de forragem conservada e estão a chegar à fase em que

vão ter que começar a comprar forragens ou rações no mercado”.João Madeira, Faaba

Os agricultores do Baixo Alentejo anuncia-

ram que vão avançar com uma queixa contra

o Estado por incumprimento da conclusão do

regadio de Alqueva em 2013...

Em primeiro lugar, Alqueva para 2013 foi uma promessa irresponsável do anterior governo. Alqueva foi feita até agora com recurso à dí-vida. Ou seja, usaram-se fundos comunitários por um lado mas, por outro lado, o dinheiro na-cional foi sempre posto lá utilizando a dívida. Neste momento a EDIA tem 600 milhões de euros de dívida e paga 18 milhões de euros por ano de juros dessa dívida. Este governo tem um compromisso que é concluir Alqueva e isto é muito claro para nós.

Mas qual é o prazo para a conclusão da obra de

Alqueva?

Depende das condições de financiamento do Estado português e depende também da ca-pacidade que nós tivermos de passar o resto do financiamento de Alqueva do Proder para o Fundo de Coesão. Isso permitirá continuar mais rapidamente a obra porque a parte nacio-nal pode ser composta com o recurso a outro fi-nanciamento que não necessariamente o orça-mento de estado ou a dívida pública. Esse é para nós um ponto importante até porque permiti-ria ter mais dinheiro do Proder para ser canali-zado para investimentos produtivos, nomeada-mente no regadio de Alqueva. Para nós é mais importante ter os 30 mil hectares, que já estão infraestruturados e ainda não estão em produ-ção, a darem sinais de que temos aqui uma nova agricultura do que, a correr e sem dinheiro para tal, continuarmos a construir e a infraestrutu-rar terra sem depois ela vir a ser aproveitada.

Os agricultores contestam esses números e di-

zem também que a taxa de utilização do rega-

dio de Alqueva já supera os 50 por cento e que

é das mais altas do País.

Os dados que tenho não correspondem exata-mente a esses, mas o mais importante para nós, no campo da hierarquia das prioridades, é pôr em produção aquilo que está infraestruturado, que pode ser regado e que pode rapidamente começar a produzir. Isso é muito mais impor-tante do que continuar a construir hectares que depois não são logo aproveitados.

A conclusão da obra de Alqueva vai ficar

adiada, pelo menos dois anos, até à entrada

em vigor do novo quadro comunitário?

Não. Significa que vamos aproveitar os fundos na medida do possível e no tempo que ainda nos resta de vigência deste quadro comunitário, mas sempre com a preocupação de acomodar o financiamento nacional da forma mais ajus-tada àquilo que são as nossas condições neste momento. Carlos Júlio

Ministra da Agricultura

Seca está a por em risco pastagens e culturas de cereais

Portugal pede ajuda à EuropaO Ministério da Agricultura está a fa-zer “um levantamento dos prejuízos já existentes e dos que previsivelmente vão ocorrer” se se mantiver a situa-ção de seca no País, disse Assunção Cristas à margem da cerimónia de inauguração da eletrificação de ca-sas e explorações agrícolas na serra de Serpa.

Texto Carlos Júlio Foto José Serrano

Concluído este “primeiro relató-rio” vão ser acionados os “meca-nismos de ajuda” comunitários em

Bruxelas. “Vai haver um conselho de agri-cultura mais para o final de março, onde vamos falar desta matéria e equacionar já a hipótese de acionar mecanismos eu-ropeus, nomeadamente para antecipar ajudas. Antes vamos ter o conselho de ambiente, no dia 9, e já pedimos para ins-crever na agenda a informação sobre a si-tuação de Portugal”, acrescentou a minis-tra.

Assunção Cristas disse estar a “acom-panhar as preocupações” do mundo ru-ral, que percebem “a angústia de muitos que veem o céu sem chover e que já não têm pasto para os animais” e que irão “pe-dir a flexibilização de tudo daquilo que for possível para podermos responder a essas situações”.

Segundo a ministra, algumas das me-didas que poderão ser tomadas a curto prazo passam pela “f lexibilização das

Assunção Cristas

Alqueva em 2013foi “promessa irresponsável”

Câmara de Beja apela ao Governo para intervir rapidamente

Apoio financeiro para a agricultura é urgente

Continua sem chover Agricultores temem que a seca arruine as culturas de cereais e pastagens

regras das medidas agroambientais e do encabeçamento dos animais”, mas é pre-ciso “termos dados muitos concretos, porque não podemos dizer a Bruxelas apenas que não chove e que temos prejuí-zos. Temos que dizer onde é que estão es-ses prejuízos, quais são em concreto e é esse trabalho de colher toda a informação que tem sido feito”.

Palavras da ministra da Agricultura à margem da cerimónia de inauguração da eletrificação de casas e explorações agríco-las na serra de Serpa e em que esteve acom-panhado pelo presidente executivo da EDP, António Mexia, e pelo presidente da

Câmara Municipal de Serpa, João Rocha.A partir de agora, e depois de longos

anos de espera, 60 casas isoladas e explo-rações agrícolas situadas na serra de Serpa já têm eletricidade, num investimento de cinco milhões de euros que, até ao final do ano, conta “levar a luz” a 246 clientes.

A primeira fase do projeto, que per-mitiu instalar 62 quilómetros de redes de baixa e média tensão e 26 postos de trans-formação, está concluída.

A segunda fase está já em marcha e, até ao final do ano, serão instalados mais 150 quilómetros de linhas, levando energia elé-trica a mais de 186 explorações agrícolas.

A Câmara de Beja (PS) defendeu no final da semana passada ser “im-perioso e urgente” o Governo to-

mar medidas para minimizar “os efeitos nefastos” da seca na região, como um pro-grama financeiro de apoio aos agricultores mais afetados.

A tomada de posição do município, aprovada, por unanimidade, na última reunião de câmara, foi enviada à comuni-cação social e vai ser remetida ao Governo, à Assembleia da República e ao Presidente da República.

O município justifica a posição refe-rindo que a situação de seca “extrema e severa” que afeta a região “agrava, signi-ficativa e preocupantemente, as já de si di-fíceis condições de trabalho e de vida dos

agricultores, com repercussões negativas em todo o tecido socioeconómico”.

No documento, a Câmara de Beja su-gere também ao Governo para iniciar “a preparação de um plano de contingência, a nível agrícola e de abastecimento de água às populações, que permita fazer face ao agudizar da situação, caso a seca perdure”.

O município pede também ao Governo para visitar a região, com o objetivo de “avaliar” a situação no terreno e “analisar as medidas imediatas a tomar”, e que “pro-ceda a uma avaliação dos prejuízos e de-sencadeie mecanismos de compensação”.

A Câmara de Beja pede ainda ao Governo para que “reveja” a sua “decisão” relativa à conclusão do projeto do Alqueva e “retome, de imediato, a programação

anterior” para que a conclusão do empre-endimento aconteça “até 2015”.

Através de um requerimento dirigido à ministra da Agricultura, o deputado do PS eleito por Beja, Luís Pita Ameixa, tam-bém já se mostrou preocupado com a seca no Baixo Alentejo e pediu ao Governo para dar “uma resposta rápida e efetiva” à situação.

O deputado quer saber que avaliação faz o Governo da situação de seca na agri-cultura, em especial no Baixo Alentejo, e que medidas o Executivo “admite tomar para responder à situação” e em que prazo “planeia agir”.

O Governo “deve” aos agricultores “uma palavra”, que “os tranquilize quanto ao futuro deste ano agrícola”.

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2❝O ponto forte do cante e da candidatura é ser absolutamente identitário de uma região e de

ter caraterísticas polifónicas únicas, bem como um passado cultural e histórico enraizado

na comunidade. O cante está vivo, pratica-se e podemos dizer que tem futuro e esse é um

dos pontos fortes que nos temos preocupado em demonstrar e sustentar”.

Laranjo desvaloriza saída de Rui Vieira Nery

Falta um mês para a Unesco ouvir cantar à alentejana

Quais os argumentos que estão

na base da candidatura do cante a

Património da Humanidade?

O principal argumento é a estreita cor-respondência desta manifestação cul-tural com a definição da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, dado o seu forte reconhecimento pelas comunidades e grupos como parte do seu patrimó-nio cultural, o comprovado processo de transmissão de geração em geração e de adaptação por parte das comu-nidades à evolução do seu enquadra-mento socioeconómico, dando-lhes um sentimento de identidade e con-tinuidade. Para a Unesco não está em causa se determinada manifestação cultural tem ou não dimensão mun-dial, como se comprova pelas mais de 200 manifestações culturais inscri-tas na lista representativa. Outro ele-mento importante é o plano de sal-vaguarda que está a ser construído a partir de uma ampla recolha de su-gestões dos grupos corais e dos mais destacados estudiosos do cante alen-tejano e que julgamos ser garantia da salvaguarda e promoção desta ma-nifestação cultural. Foi já recolhido um impressionante número de de-clarações de apoio por parte de autar-quias (já temos resposta da quase to-talidade das câmaras municipais de

As autarquias apoiantes da candidatura do cante a Património da Humanidade reúnem-se amanhã, em Serpa, pelas 11 e 30 ho-ras, no Centro Musibéria. São 35 câmaras municipais, represen-tativas de mais de 60 por cento dos municípios com grupos co-rais do Alentejo. E mais de uma centena de juntas de freguesia. Falta precisamente um mês para que esta proposta seja entre-gue em Paris, a 30 deste mês, na sede da Unesco, pela Confraria do Cante Alentejano.O “Diário do Alentejo” publica em exclu-sivo uma entrevista com Carlos Laranjo Medeiros, presidente da comissão executiva, que afirma que o cante “está vivo” e que “é absolutamente identitário da nossa região”. E que esta é a melhor altura para o candidatar a Património da Unesco.

Texto Paulo Barriga e Carlos Júlio Foto José Serrano

municípios onde há grupos de cante), de grupos corais e de pessoas ligadas ao cante. Como elas seguem o mo-delo da Unesco, exprimem o seu con-sentimento prévio, livre e informado. Por fim, há a registar que foi há muito iniciado o processo de inscrição no in-ventário nacional, estando em fase fi-nal a preparação do primeiro pedido de inscrição, o que é essencial para a aceitação da candidatura.

Quais são os principais pontos fortes

e fracos desta candidatura?

O ponto forte do cante e da candi-datura é ser absolutamente identitá-rio de uma região e de ter caraterís-ticas polifónicas únicas, bem como um passado cultural e histórico en-raizado na comunidade. O cante está vivo, pratica-se e podemos dizer que tem futuro e esse é um dos pontos fortes que nos temos preocupado em demonstrar e sustentar.

O processo vai ser entregue no fi-

nal deste mês. Qual o calendário até

lá? E depois desse dia? Que inicia-

tivas ou que desenvolvimentos do

projeto estão previstos pelos pro-

motores para sensibilizarem a opi-

nião pública e a Unesco?

A seu tempo tornaremos público o ca-lendário do que se vai seguir ao dia 30

de março. Contudo, chamo a aten-ção para o seguinte facto: a atenção que está a ser dada a esta candidatura antes da entregue do dossiê é muito grande e a expectativa também, mas a candidatura do cante não termina no dia 30 de março. Começa a partir daí.

Até agora qual tem sido o principal

problema para os promotores da

candidatura? Alheamento das enti-

dades, falta de meios, dificuldade em

reunir apoios, etc..

Não temos tido problemas de apoio. A Câmara de Serpa iniciou o pro-cesso, mas mais de 70 por cento dos municípios que têm grupos corais já manifestaram formalmente o apoio à candidatura, após deliberação em reunião do executivo e aprovação nas assembleias municipais. Além disso, temos tido o empenho de entidades oficiais, como o Turismo do Alentejo, de associações, como a MODA, a Casa do Alentejo e a Confraria do Cante e, não menos importante, de muitos grupos corais. Também ao mais alto nível, o Estado Português está com esta candidatura, começando pelo Presidente da República, presidente da Assembleia da República, pri-meiro-ministro, mas passando tam-bém pelo bispo do Porto, pelo pre-sidente da Fundação Gulbenkian, pelo comendador Nabeiro e por muitas outras entidades e persona-lidades de referência da vida polí-tica, social, económica e cultural do Alentejo e do País. Não nos queixa-mos, portanto. Quanto ao grande pú-blico, estamos a receber diariamente muitos apoios no nosso site www.can-didaturadocante.com e no Facebook.

Considera que esta candidatura

está a ser capaz de “unir” os vá-

rios protagonistas tão divididos em

questões de sensibilidade política,

estética, geográfica e cultural?

Nunca conheci nenhum desafio

importante e com sucesso que vivesse de unanimidades surdas e cegas. Felizmente que Portugal vive hoje numa sociedade pluralista onde é pos-sível discordar e até contestar. Dito isto, direi que temos conseguido unir todos os que têm o nosso objetivo: levar a Unesco a inscrever o cante alentejano na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade. E os que, por algum motivo, ainda não estão no projeto e o desejem fazer, as portas estão abertas.

Em termos de orçamento: quanto é

que vai custar, na globalidade, esta

candidatura e como se vai processar

o seu financiamento?

O orçamento aprovado para esta candidatura é de 340 mil euros, com-participados em 80 por cento pelo INAlentejo, sendo o restante su-portado pela Câmara Municipal de Serpa (16 por cento) e pelo Turismo do Alentejo (quatro por cento).

Que comentário faz à saída e aos ar-

gumentos apresentados por Rui

Vieira Nery?

Tenho muito respeito pelo professor Rui Vieira Nery e noção dos seus co-nhecimentos científicos. Foi por isso o quisemos na Comissão Científica. Em finais de dezembro transmitiu-me al-gumas preocupações e a sua indispo-nibilidade motivada por um acidente que teve no estrangeiro. Custa-me pessoalmente ir muito além disto por-que teria que entrar no comentário à forma como foi feita a divulgação pú-blica de um email que o professor Rui Vieira Nery me enviou mais recente-mente e que foi estranhamente divul-gado num blogue por alguém alheio à candidatura. Para o fazer teria que tornar públicos os vários emails que com ele troquei sobre esse assunto, que considero privados e me recuso a divulgar. Apenas direi que os moti-vos alegados pelo professor para a sua

demissão já se verificavam no mo-mento em que o convidámos e aceitou presidir a Comissão Científica. Todas as suas avaliações críticas e sugestões foram tidas em conta e implementa-das, estando pois esses motivos ultra-passados. A única novidade é mesmo a sua baixa médica prolongada, argu-mento que não posso contestar e que respeito.

É verdade que há outras demissões

na Comissão Científica, como é o

caso de Salwa Castelo-Branco?

A professora Salwa Castelo-Branco não apresentou a sua demissão e está a dirigir duas investigações que considero essenciais para a análise e estudo do cante e para a própria candidatura.

Confirma que a própria Secretaria

de Estado da Cultura está interes-

sada em que haja um adiamento por

um ano para a apresentação da can-

didatura do cante?

Estive recentemente reunido, conjun-tamente com os restantes membros da Comissão Executiva, com o se-nhor secretário de Estado da Cultura que nos manifestou o seu apoio ao trabalho que estamos a fazer e ao ca-lendário proposto.

A possibilidade desse adiamento

está em cima da mesa?

Se essa decisão viesse a ser tomada não seria certamente por responsa-bilidade da Comissão Executiva. Não vejo razões objetivas para que isso aconteça e no dia 30 de março tere-mos o dossiê pronto a ser entregue na Unesco. Também lhe digo que estou convencido de que esta é a melhor oportunidade para o cante de se can-didatar e ter sucesso. Se alguém de-fende que esta candidatura deve ser adiada terá, no futuro, que responder se nunca mais se conseguir candida-tar o cante.

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Movimento Beja Merece organiza “quadratura do desenvolvimento”

Aeroporto de Beja cresce a partir de 2017

Instituto Politécnico de Beja realiza confe-rência internacional Na qualidade de parceiro do Observatório Regional de Turismo do Alentejo, projeto da responsabilidade da Turismo do Alentejo, ERT, o Instituto Politécnico de Beja vai realizar a conferência internacional “USUS 2012 – Turismo & Inovação”, entre os dias 3 e 5 de

maio, nas suas instalações. Dirigida aos profissionais do se-tor mas também ao público em geral, a conferência USUS – ou experiências em latim – tem por objetivo apresentar exemplos internacionais e nacionais de observatórios de turismo e de organizações que, de algum modo, se distin-gam pela introdução de iniciativas inovadoras no setor do

turismo. A conferência pretende também assinalar o tér-mino do período de instalação do Observatório de Turismo do Alentejo, um projeto da Turismo do Alentejo, que conta com os institutos politécnicos de Beja e de Portalegre, a Universidade de Évora e os núcleos empresariais da região como parceiros.

A Câmara de Vidigueira está a promover, entre este mês e junho, em

todos os centros de convívio do concelho, atividades destinadas à

população sénior no âmbito do projeto “Conversas com mais saúde”. O

projeto, em parceria com o Centro de Saúde de Vidigueira, inclui sessões

de informação e esclarecimento associadas a aulas com exercícios

práticos e sobre vários temas de interesse para os mais velhos. Viver

com artroses: prevenção e tratamento, saúde na mulher, prevenir para

não cair, polimedicação, circuito de marcha e equilíbrio, reduzir o sal,

aumentar a saúde, diabetes: autovigilância dos pés, cozinha saudável

e azeites aromáticos: saber temperar são os temas das sessões.

Vidigueira promove

“Conversas com mais saúde”

50 mil foram à Feira do Queijo

“Um sucesso”. É assim que a Câmara Municipal

de Serpa descreve a última edição da Feira

do Queijo do Alentejo, certame que, segundo

as contas oficiais, terá recebido, ao longo

do passado fim de semana, “cerca de 50 mil

visitantes”. No Pavilhão de Feiras e Exposições,

e à revelia da crise, marcaram presença 94

expositores, 39 dos quais dedicados ao queijo de

ovelha, representando a região, o queijo Serpa,

anfitrião, e diversos tipos de queijos nacionais

de renome. No sábado, 25, foi transmitido

em direto o programa da RTP “A Festa é

Nossa”, com Júlio Isidro, que contou com a

participação de diversos grupos e entidades do

concelho, ajudando no programa de animação

permanente.

Oito praias candidatasàs melhores de Portugal

A praia das Furnas, Odemira (na categoria

Praias de Rios), a Zona Balnear da Tapada

Grande, Mértola (na categoria Praias de

Albufeiras e Lagoas), as praias de Zambujeira

do Mar, Odemira, e de Troia-Mar, Grândola

(na categoria Praias Urbanas), a praia de

Almograve, Odemira (na categoria Praias

de Arribas), a Ilha do Pessegueiro, Sines,

e as praias da Comporta, Grândola, e do

Carvalhal, Grândola (na categoria Praias de

Dunas), são as oito praias do Baixo Alentejo

e Alentejo Litoral que integram a lista das 70

pré-finalistas candidatas às sete melhores

praias do País, anunciou a organização

do concurso 7 Maravilhas de Portugal. A

votação para esta lista de pré-finalistas

foi realizada por um conselho científico

que elegeu 10 praias portuguesas em sete

categorias. Até 7 de maio, um conjunto de

21 personalidades irá selecionar três praias

por cada categoria, para que o público

possa escolher as sete praias vencedoras. A

declaração oficial das vencedoras decorrerá

em setembro.

O tráfego de passageiros no aeroporto de Beja deverá começar a registar um crescimento “mais forte” a partir de 2017 e, até lá, a “aposta” será a indústria aeronáutica, disse na segunda-feira o responsável da infraestrutura aeropor-tuária alentejana.

“Se tudo correr bem, como espe-ramos, 2017 será o ano em que poderemos começar a ter um

crescimento mais forte do tráfego de passa-geiros” no aeroporto de Beja com destino ao Alentejo, disse Pedro Beja Neves, da ANA – Aeroportos de Portugal.

Segundo o responsável, que falava no seminário “Alentejo 4 - Quadratura do Desenvolvimento”, que decorreu na segunda--feira em Beja, o Alentejo está a afirmar-se

como destino turístico, mas, “para ter aspira-ções mais altas, tem que aumentar a capaci-dade hoteleira”.

“Há muitos projetos de empreendimen-tos turísticos em cima da mesa”, sobretudo para as zonas do Alqueva e do litoral alente-jano, “mas não há condições para os finan-ciar”, devido à crise.

Segundo o responsável, “se tudo correr bem, como se espera, em 2017 podemos co-meçar a ter um número crescente de camas no Alentejo, que pode ser suficientemente atrativo para a região poder, cada vez mais, dinamizar rotas e atrair novas companhias aéreas”.

Desta forma, frisou, o aeroporto da cidade alentejana pode “começar a ter um tráfego de passageiros mais sustentado e em função das necessidades do mercado”.

Até 2017, frisou, o aeroporto de Beja “terá que viver de uma valência muito impor-tante”, ou seja, a “apetência” para instalação de negócios ligados à indústria aeronáutica.

Nesta lógica, é “absolutamente impor-tante” o projeto da empresa Aeromec, que prevê construir um hangar para manuten-ção de aviões no aeroporto de Beja, um in-vestimento de cinco milhões de euros, disse.

A ANA já está em conversações com ou-tro operador, com vista à instalação de um segundo hangar de manutenção de aviões no aeroporto, adiantou ainda.

Segundo Pedro Beja Neves, “é muito im-portante acarinhar estes projetos e tirar de-les o maior partido”, para “pôr o aeroporto de Beja no mapa da manutenção de aerona-ves e, por aí, criar mais postos de trabalho e potenciar riqueza”.

Começou na quarta-feira, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), a 24.ª edição da Bolsa de Turismo de Lisboa

(BTL), que apresenta este ano o Brasil e o Alentejo como destinos convidados.

Os 513 metros quadrados do “Espaço Alentejo” contam com a presença de 21 mu-nicípios e 19 privados, para além de um es-paço da Turismo do Alentejo, ERT e outro com Alqueva como tema.

Bolsa de Turismo de Lisboa termina no domingo

Alentejo em destaque mostra-se nos céusAté ao próximo domingo os milhares

de visitantes esperados vão poder contac-tar com a oferta turística da região, num es-paço que foi concebido para divulgar a cam-panha “O Alentejo Dá-lhe Tudo”.

Ceia da Silva, presidente da Turismo do Alentejo, disse ao “Diário do Alentejo” que a presença nestas feiras “é fundamental para chegar ao grande público”, e nem tanto para fazer negócios, que hoje são realizados

noutros fóruns e plataformas. Por isso mesmo, a presença do Alentejo em Lisboa vai extravasar o espaço da FIL e marcar presença em três locais de grande movi-mento da cidade – Parque Eduardo VII, Parque das Nações e Restelo –, com a ins-talação de três balões de ar quente disponí-veis para quem quiser subir e olhar o hori-zonte com calma, “dois valores ligados ao Alentejo”, afirma.

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Um estudo encomendado pela Associação Comercial do Porto à Universidade

Católica divulgado pelo “Expresso” aponta o Montijo como o local in-dicado para receber as operações das companhias de baixo custo que operam a partir de Lisboa.

A base militar situada na mar-gem sul do Tejo, em frente à ca-pital, “apresenta área suficiente para a implantação de um aero-porto e construção de novas pis-tas, permitindo desta forma a ope-ração simultânea deste aeródromo com o da Portela”, pode ler-se no documento.

No entanto, o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações valoriza também a hipótese de Sintra, isto antes do grupo de trabalho que integra ele-mentos da Força Aérea, da ANA, da NAV e do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) ter chegado a uma qualquer conclusão.

Numa segunda fase da discus-são juntar-se-ão a este grupo opera-dores e agentes da área do turismo. Ceia da Silva, presidente da Turismo do Alentejo, ERT, contactado pelo “Diário do Alentejo”, diz que não sabe em concreto o que se passa, no entanto, espera poder dar a sua opi-nião sobre o assunto no âmbito deste grupo de trabalho, a qual será sem-pre no sentido de chamar a atenção para o facto de o “aeroporto estar construído, e que deve ser feito um esforço para a sua dinamização”.

Uma fonte da Rynair, uma das maiores companhias de aviação low cost, citada pelo “Expresso”, explica que o fator decisivo para a escolha de um local para base de

operações são as “tarifas baixas”, daí não terem “nenhuma prefe-rência quanto a estas localizações e encontrarem-se disponíveis para considerar e negociar com todas as

mencionadas”.Jorge Pulido Valente, presidente

da Câmara de Beja, esteve, no final do ano passado, em Dublin, e con-versou com responsáveis da Rynair.

Do encontro, relembra ao “Diário do Alentejo” que a operadora es-taria disposta a vir para Beja “se mantivesse também Lisboa como base operacional”. No entanto, a

hipótese de Beja sozinha não foi descartada pelos irlandeses que faziam depender a sua decisão da atribuição de “compensações”.

O autarca bejense diz que “não faz sentido escolher outra localiza-ção” que não Beja, e mostra-se con-vencido que nenhum dos outros lo-cais tem melhores argumentos” do que a capital do Baixo Alentejo.

No entender de Jorge Pulido Valente, estamos na presença de uma guerra de lóbis, mas o facto de o aeroporto já estar construído e as acessibilidades estarem com obras em curso e com financiamento ga-rantido devia ser o suficiente “para o Governo escolher Beja”, até por-que é a solução mais barata.

Aníbal Costa, presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, afina pelo mesmo diapasão. O pro-motor do primeiro voo comercial efe-tuado a partir de Beja diz que as reti-cências que poderiam existir quanto à capacidade da pista suportar avi-ões de longo curso “foram desfeitas” aquando da ligação efetuada com Cabo Verde, onde se provou que o piso “está em perfeitas condições”.

O autarca de Ferreira do Alentejo gostaria de fazer parte do grupo de trabalho já que se sente “mais envol-vido do que outros municípios” nesta questão, mas espera que, pelo menos, a Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Ambaal) possa integrar o mesmo para defen-der os interesses da região.

Para além disso, chama a aten-ção para o facto de as obras entre Santa Margarida do Sado e a capi-tal de distrito terem sido retoma-das e lembra que a certificação da pista deve estar por dias.

Secretário de Estado desvaloriza aeroporto de Beja

Lisboa sempre longe de mais

Base Aérea n.º 1SINTRA

É aqui que estão instalados a Academia da Força Aérea, o Museu do Ar e o Centro de Estudos Aeronáuticos.A distância à capital é de cerca 40 qui-lómetros que são efetuados em menos de 40 minutos, havendo ainda uma es-tação ferroviária a 10 quilómetros.A pista tem apenas 1 800 metros e nas extremidades a geografia do ter-reno não permite ampliações.

Base Aérea n.º 6 MONTIJO

Esta infraestrutura da FAP tem por mis-são a busca e salvamento, vigilân-cia da zona marítima exclusiva e serve ainda de base para as aeronaves que transportam altas individualidades.Está a pouco mais de 20 quilómetros de Lisboa, feitos através da ponte Vasco da Gama (20 minutos aproximadamente).Tem duas pistas (2 187 e 2 448 metros), e apresenta espaço suficiente para a construção de mais pistas e das es-truturas de apoio necessárias ao fun-cionamento de um aeroporto civil.

Base Aérea n.º 5MONTE REAL

É nesta base que estão estaciona-dos os F16 da FAP que têm como mis-são a luta aérea defensiva e ofen-siva em cenário de guerra.Tem apenas uma pista com 2 459 me-tros e dista da capital cerca de 160 qui-lómetros que podem ser percorri-dos em entre uma hora e meia e uma hora e quarenta e cinco minutos.O espaço em redor da base permite a ampliação da infraestrutura.

Depósito Geral de Material da Força AéreaALVERCA

É uma base de apoio logís-tico às aeronaves da FAP. A OGMA tem aqui as suas instalações.A pista tem 2 500 metros e o seu grande handicap é não permitir o funciona-mento simultâneo com a Portela.

Aeroporto de Beja

O terminal de passageiros constru-ído em Beja permite o movimento de 500 passageiros por hora e o termi-nal de carga está preparado para pro-cessar 50 000 toneladas por ano.A pista principal tem 3 450 metros.A distância da capital é o grande problema: cerca de 200 quilóme-tros que levam mais de duas ho-ras a serem percorridos.

Autarcas de Beja à espera do secretário de Estado

A 19 de dezembro do ano passado, numa reunião em Beja com os autarcas e deputados do dis-trito, o secretário de Estado lançou o “desafio” para se criar um grupo de trabalho para en-contrar “soluções de consenso” com vista ao desenvolvimento do aeroporto de Beja.

José Maria Pós-de-Mina, presidente da Câmara de Moura e presidente em exercício da comissão diretiva da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Ambaal), diz que “conti-nua à espera” que Sérgio Silva Monteiro defina a composição do grupo de trabalho.

Em Beja, o secretário de Estado disse, na altura, que a sua proposta não pretendia “apenas ganhar tempo” mas visava “encontrar alternativas para estimular a utilização” do aeroporto e “permitir que a infraestrutura possa ser, de facto, um polo de desenvolvimento”.

Perante a discussão da escolha de uma solução complementar ao aeroporto da Portela, Pós-de --Mina considera que a infraestrutura de Beja é a melhor solução pois é aquela que necessita de “um investimento mais baixo”.

Com o cancelamento do pro-jeto de construção do novo aeroporto internacional de Alcochete, a solução Portela + 1 volta a estar na ordem do dia. Sérgio Monteiro, secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, revelou recentemente que em cima da mesa estão as hi-póteses de Alverca, Montijo, Sintra, Monte Real e Beja, mas a infraestrutura alentejana pa-rece estar a perder a corrida, já que o governante afirma “que a acessibilidade é um cri-tério valorativo”.

Texto Aníbal Fernandes

Voos charters entre Dusseldorf e Beja adia-dos para 2013 A operação de 31 voos charters prevista para este ano entre os aeroportos de Dusseldorf e Beja só deverá realizar-se em 2013, avançou à Lusa um responsá-vel do projeto. A operação, que deveria realizar-se entre 15 de abril e 18 de novembro e ser efetuada pelo operador

turístico alemão Olimar em parceria com o Grupo Vila Vita, “ficou sem efeito”, disse o presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (Arpta), Vítor Silva. Segundo o responsável, a operação, que envolvia tam-bém a Arpta e a ANA – Aeroportos de Portugal, “ficou sem efeito”, porque “não foi possível encontrar um avião dentro

do prazo que o Grupo Vila Vita tinha estabelecido para fe-char o acordo”. O avião foi encontrado “mais tarde”, mas o Vila Vita “já tinha estabelecido as rotas” da operação para o aeroporto de Faro, explicou. No entanto, adiantou, o Vila Vita e o Olimar, “já fecharam um acordo verbal” para a rea-lização da operação entre Dusseldorf e Beja em 2013.

A companhia aérea low cost francesa Aigle Azur está interessada em realizar

voos para o aeroporto de Beja para transportar turistas de França para o

Alentejo, o que deverá acontecer no próximo verão. “A Aigle Azur, que já

voa para Lisboa, Porto e Açores, manifestou o interesse em voar para Beja”,

adiantou à Lusa o presidente da Agência Regional de Promoção Turística do

Alentejo (Arpta), Vítor Silva. Segundo este responsável, a Aigle Azur, “em

breve, vai começar a fazer voos dedicados apenas ao Alentejo” e para trazer

turistas de França para a região, “mas a partir do aeroporto de Lisboa”. No

entanto, “se os voos começarem a correr bem”, a Aigle Azur admite “deslocar a

operação” do aeroporto de Lisboa para o de Beja “no próximo verão”, frisou.

Francesesda Aigle Azur

querem “voar” para Beja

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CDU viabiliza orçamento da Câmara de Beja com abstenção

À segunda foi de vezA segunda versão do orçamento da Câmara de Beja (PS) para este ano, de 38,5 milhões de euros, foi aprovada na terça-feira pela Assembleia Municipal, graças à absten-ção da maioria CDU, que tinha chumbado a primeira versão do documento.

O novo orçamento, que inclui altera-ções, nomeadamente na verba para as juntas de freguesia, a principal

questão que divide PS e CDU, foi votado pela Assembleia Municipal de Beja, tendo obtido também a abstenção do PSD, os votos a fa-vor do PS e o voto contra do eleito do Bloco de Esquerda.

O líder da bancada da CDU, Rodeia Machado, apesar de considerar que se trata de “um mau orçamento para o concelho de Beja”, justificou a abstenção com o argumento de que é “preferível” a autarquia ter um or-çamento para o executivo PS “deixar de se vitimizar”.

O líder da bancada do PS, Paulo Arsénio, frisando que “seria demasiado negativo” para Beja se o orçamento não fosse aprovado, con-gratulou-se com a aprovação, o que vai permi-tir devolver “a vida normal ao município”.

“De facto, não é um bom orçamento”, mas “o problema” é “saber como vai ser cumprido”, disse o eleito do Bloco de Esquerda, José Pedro Oliveira, que também tinha votado contra a primeira versão do documento, defendendo “bom senso” para se discutir a distribuição das verbas para as juntas de freguesia.

A abstenção da CDU, que permitiu a pro-vação do documento, é um “presente en-venenado” para o executivo PS da Câmara de Beja, que vai ter que cumprir um orça-mento que “não é exequível”, disse o líder da

EMAS em Ourique, Aljustrel e Barrancos

No âmbito do cumprimento dos diferentes

programas de controlo de qualidade da água de

abastecimento, a que os diferentes municípios

estão obrigados, o laboratório da Empresa

Municipal de Águas e Saneamento de Beja

(EMAS) “passou e ser o laboratório contrato para

este efeito em Ourique, Aljustrel e Barrancos

para todo ano de 2012”, adianta a Câmara de

Beja. Ainda de acordo com a autarquia, “desta

forma a carteira de trabalho já garantida

para o presente ano consolida em definitivo

o objetivo de tornar o laboratório da EMAS

um parceiro de peso das entidades gestoras de

serviços de água da região”. “A competitividade

do laboratório da EMAS, relativamente aos

demais laboratórios presentes no mercado”,

referem os responsáveis, “resulta não apenas do

seu posicionamento geográfico, mas também

de uma vantagem competitiva fruto das

economias de escala conseguidas”. Em relação a

Aljustrel o laboratório da EMAS “é igualmente

responsável pelo controlo analítico das estações

de tratamento de águas residuais e pelas análises

realizadas nas piscinas municipais”.

RI3 acolheDia da Defesa Nacional

Decorre nas instalações do Regimento de

Infantaria n.º 3 (RI3), em Beja, a segunda fase das

jornadas do Dia da Defesa Nacional (2011/2012),

onde estarão presentes os jovens do Alentejo e

dos Algarve, com idades a partir dos 18 anos. De

acordo com o RI3, “desde que foi instituído como

dever militar, nas últimas sete edições, no Centro

de Divulgação do RI3, o Dia da Defesa Nacional

teve uma participação que rondou os 84 por

cento dos convocados”. O Dia da Defesa Nacional

é “de carácter obrigatório para a totalidade dos

jovens de nacionalidade portuguesa de ambos

dos géneros, constituindo, atualmente, o único

dever militar a cumprir pelos cidadãos”.

bancada do PSD, João Paulo Ramôa.O orçamento “é mau, mas é o possível”,

porque “não há possibilidade de apresentar outro”, disse o presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente, lançando um “desafio”.

“Se alguém conseguir apresentar outro orçamento, que faça o milagre de manter to-dos os apoios que a câmara prestava e os com-promissos e conseguir pagá-los, passa a santo. Não é presidente de câmara é um santo”, disse o autarca, rematando: “Não tenho vocação para santo”.

A primeira versão do orçamento da Câmara de Beja tinha sido chumbada no fi-nal de 2011 pela Assembleia Municipal, com os votos contra da maioria CDU e do Bloco de Esquerda, a abstenção do PSD e os votos a fa-vor do PS.

Após o chumbo, o executivo PS apresentou a representantes dos partidos da Assembleia Municipal uma proposta de alteração ao orça-mento, nomeadamente ao nível da verba para as juntas de freguesia, uma das razões que le-varam a CDU e o Bloco de Esquerda a votar contra a primeira versão.

A proposta de alteração foi rejeitada pela CDU, que, entretanto, através dos eleitos na Câmara e na Assembleia Municipal, apresen-tou uma proposta alternativa, que foi rejeitada pelo executivo PS.

No final de janeiro, a Câmara de Beja apro-vou a nova versão do orçamento, com os votos a favor do executivo PS e os votos contra dos vereadores da oposição CDU.

Hoje, os eleitos da CDU, a força maioritá-ria, na Assembleia Municipal, não seguiram o sentido de voto dos vereadores da oposição co-munista na autarquia e abstiveram-se, o que permitiu a aprovação do novo orçamento.

Rodeia Machado diz que é “um mau orçamento para o concelho de Beja” e justificou a abstenção com o argumento de que é “preferível” a autarquia ter um orçamento para o executivo PS “deixar de se vitimizar”

Paulo Arsénio, que frisou que “seria demasiado negativo” para Beja se o orçamento não fosse aprovado, congratulou-se com a aprovação, o que vai permitir devolver “a vida normal ao município”

Mário Simões é mandatário distrital de Passos Coelho O presidente da distrital de Beja do PSD é o mandatário distrital da candidatura de Pedro Passos Coelho às eleições diretas para o cargo de presidente do PSD, eleições essas marcadas para amanhã, sábado. Mário Simões considera que este convite “é uma honra” que

assume “com a mesma determinação e empenho” com que assumiu “as duas anteriores, hoje com uma dupla res-ponsabilidade”. São ainda mandatários concelhios Ricardo António Monteiro Colaço (Almodôvar), Francisco José D’ Almeida Rato (Aljustrel), Fernando Acácio Vieira de Oliveira (Alvito), João David Rodrigues Araújo (Beja), Rui Duarte

Moreno Nobre da Conceição (Castro Verde), Francisco Barbosa Martins Branco (Ferreira do Alentejo), Humberto Jorge Nixon Ramalho Martins (Moura), Rui Manuel de Brito (Ourique), Carlos Filipe Bernardino da Silva (Odemira), José Luís Mendes da Palma Pires (Serpa) e Maria João Alhinho Caeiro Romana (Vidigueira).

O auditório da EBI1,2 Frei António das Chagas, em Vidigueira,

recebe na próxima segunda-feira, dia 5, pelas 15 horas, um

workshop que visa assinalar o Dia Europeu da Igualdade

Salarial. De acordo com a Câmara Municipal de Vidigueira, a

“existência de desigualdades salariais no setor agroalimentar

de Vidigueira espoletou um trabalho de proximidade, em

curso, com os agricultores do setor do vinho e do azeite,

que permitirá evidenciar um conjunto de discrepâncias

que importa minimizar e inverter no sentido de alcançar

a paridade salarial nesse grupo socioeconómico”.

Vidigueiradebate

igualdadesalarial

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Os membros da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) elege-ram a nova direção nacional e os dele-gados distritais para o próximo milénio. Em Beja, para além das reivindicações de classe, o sindicato pede mais meios para a PSP poder cumprir a sua missão.

N o passado dia 23, em Beja, cerca de 70 por cento dos associados da ASPP foram a votos, o que revela “a vitalidade e força

do sindicato”, afirmou ao “Diário do Alentejo” Francisco José Passinhas, secretário nacional e o seu responsável distrital da organização.

A única lista que se apresentou a sufrágio obteve 101 votos, tendo-se apurado, ainda, qua-tro brancos e três nulos. Quanto à votação para os sete delegados de Beja, apresentaram-se às eleições 15 candidatos. Dos eleitos, três foram--no pela primeira vez, o que, para o dirigente Francisco Passinhas, é um “sinal do interesse” dos profissionais da polícia na vida sindical.

A nova direção da ASPP tem como pon-tos fortes a alcançar durante o próximo trié-nio a progressão na carreira; a atualização dos índices remuneratórios de acordo com o esta-tuto da polícia e a Lei da Função Pública; a apli-cação de um regime especial tendo em conta

a especificidades deste grupo profissional; e a exigência de um serviço de assistência (SAP) na doença digno.

Francisco José Passinhas lembra que os pro-fissionais da polícia “não têm férias, folgas e horá-rios certos, nem ganham horas extraordinárias, ao contrário da generalidade dos funcionários públicos”, e quanto ao SAP o sindicalista aponta o dedo a “uma visão economicista que tem le-vado à degradação do sistema”, afirma.

A nível local o sindicato bate-se pelo aumento dos meios técnicos (viaturas e computadores), pela colocação de mais oficiais superiores e pela abertura da nova esquadra na Escola do Salvador o mais rapidamente possível.

Passinhas diz que, “apesar do empenho do comandante distrital”, até agora a direção na-cional da PSP não tem resolvido o problema, mas mostra-se convencido de que o novo di-retor nacional da PSP “está sintonizado” com o problema e que em breve poderá ser possível re-solver a questão.

Entretanto, os agentes de Beja, com o apoio do comandante, disponibilizaram-se para, nas horas vagas, recuperar o ginásio, uma infra-estrutura importante para a manutenção da forma física, garante de operacionalidade in-dividual. AF

ASPP alerta para a situação

PSP de Beja com falta de meios

8 de Março

Reformados do distrito convidam mulheres a participar

O pavilhão Armindo Peneque, em Aljustrel, acolhe

este fim de semana, dias 3 e 4, um encontro de

Testemunhas de Jeová, que deverá contar com a

presença das várias congregações do Baixo Alentejo

e onde são esperadas mais de 800 pessoas.

Testemunhasde Jeová

reúnem-se em Aljustrel

A Federação das Associações de Reformados Pensionista e Idosos do Distrito de Beja (Farpibe/Murpi)

“convida todas as mulheres, em especial as reformadas e pensionistas, a comemo-rarem o Dia Internacional da Mulher [8 de Março], integrando-se nas iniciativas que vierem a ser desenvolvidas, com obje-tivo de contribuírem com a sua presença e a sua vontade para que homens e mulhe-res possam vir a ter uma vida mais digna”.

Em comunicado de imprensa a Farpibe adianta que “se é verdade que as mulheres, em muitos países, têm conseguido impor na legislação alguns direitos, tais como sa-lário igual para trabalho igual, direito de voto, direito de, em igualdade com os ho-mens, ocuparem cargos de destaque na go-vernação e na sociedade, de entre muitos outros, não é menos verdade que ainda há um grande caminho a percorrer para a sua completa emancipação”.

Eleições A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia foi a votos

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Opinião

Amanhã, sábado, em Serpa, vão reunir-se as câmaras que acham importante levar o CANTE alentejano até à Unesco, já este mês. Juntas,

totalizam mais de sessenta por cento dos municípios onde existem grupos corais. Um número significativo que tenderá a aumentar com o aproximar da candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade. PB

O secretário de Estado da tutela acha que, em virtude dos maus acessos, o AEROPORTO DE BEJA dificilmente será escolhido

para dar a tal mãozinha que a gare de Lisboa necessita. Isto apesar de a infraestrutura alentejana estar concluída e de a ANA afirmar que tem todas as possibilidades de se desenvolver em pleno a partir de 2017. PB

Frutos e sementesde D. Manuel FalcãoRuy Ventura Poeta e ensaísta

Faleceu há poucos dias D. Manuel Franco da Costa de Oliveira Falcão, bispo emérito da Diocese de Beja. Se, para muitos cristãos, o desapareci-mento físico deste prelado é assunto que diz apenas respeito aos diocesa-nos do Baixo Alentejo, para quan-tos no nosso país costumam lançar um olhar atento sobre o mundo e so-bre os homens que o habitam e me-

lhoram a partida deste “pescador de homens” não os deixou indiferentes. No segundo mais extenso bispado português (e também no Patriarcado de Lisboa, onde foi bispo auxi-liar), os méritos deste antigo engenheiro serão recordados de forma poliédrica, dada a importância do trabalho pas-toral que desenvolveu. Entre os restantes portugueses, se a justiça não for completamente cega, deixará memória dura-doura enquanto promotor pioneiro de uma prática conse-quente de conhecimento, salvaguarda e divulgação do pa-trimónio religioso nacional.

Ao fundar, em 1984, o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, poucos anos depois de tomar posse plena desse território cristão, o panorama não era animador, para não dizer aterrador:

“[…] Diversas igrejas jaziam ao abandono, devido ao de-sinteresse ou à míngua de recursos, enquanto outras eram alvo de intervenções pouco criteriosas que afetavam a in-tegridade material e cultural tanto da arquitetura como dos bens móveis nela integrados. Em certas circunstâncias, ainda se procedia à venda de obras de arte existentes nas paróquias como uma forma de obtenção de fundos para a reparação do telhado ou para a aquisição de um órgão ele-trónico. Ao mesmo tempo, várias imagens seculares eram confiadas a ‘curiosos’ que as pseudo-restauravam com pur-purinas e tintas plásticas ou partiam para reparações em oficinas de santeiros do Norte, voltando desfiguradas ou substituídas por réplicas. A questão dos furtos tornava-se também acutilante com a presença de antiquários e colecio-nadores no terreno que aliciavam tanto os sacristães a ven-derem como os delinquentes locais a roubarem. E, com o pretexto do abandono, alguns serviços estatais e autárqui-cos começavam a promover a incorporação nas suas cole-ções de objetos que se sabia pertencerem à Igreja.”

Estas palavras – saídas da mão de José António Falcão, diretor do departamento então criado, onde se mantém até aos nossos dias – não descrevem, infelizmente, factos ex-clusivos de uma única região portuguesa. O quadro encon-trado por D. Manuel correspondia ao que se podia obser-var um pouco por todo o País, mesmo em zonas a que nunca se poderia colar a etiqueta (cómoda) da “descristianização precoce”, como se tem feito em relação ao distrito de Beja. Como refere aquele historiador da arte no catálogo da ex-posição “Rosa Mystica – Nossa Senhora na Arte do Sul de Portugal”(Regensburg, 1999-2000), “tal como sucedia em muitas outras áreas do País, a Igreja ainda não tinha des-pertado então – pelo menos no tocante a uma sensibiliza-ção alargada das comunidades – para a necessidade de de-fender os seus valores com todas as consequências que isso implicava.”

O bispo de Beja teve a coragem de pensar de maneira di-ferente. Tal atitude, movida por clarividência ousada, con-cretizou-se na ação de uma equipa formada sobretudo por

leigos comprometidos, que desde aí têm sabido olhar para o património histórico e artístico religioso como um fe-nómeno teológico, filosófico, antropológico e sociológico abrangente e revelador. Pastor enraizado e conhecedor pro-fundo das suas ovelhas e da história delas, revelando um entendimento inteiro da paisagem, do povoamento e das suas tradições espirituais, D. Manuel não se limitou a de-legar competências, mas soube acompanhar e estimular a descoberta, a inventariação, a salvaguarda e a divulgação de múltiplas manifestações de um património material e imaterial que é muito mais do que um simples conjunto de “bens culturais”. Por detrás da sua ação direta e indireta es-teve a consciência de que a Memória e a Criação, concreti-zadas em História e Arte, não são apenas fenómenos huma-nos, ainda que superiores, mas manifestações de um devir e de uma Transcendência que nos leva a Deus. Nos seus fun-damentos esteve ainda a assunção de que a Ética e a Estética não devem ser separadas nem na preservação do patrimó-

nio histórico e artístico nem no acolhimento que é preciso dar às manifestações válidas da nossa contemporaneidade. Consciência e ação parecem ter sido as sementes lançadas à terra portuguesa por D. Manuel Franco Falcão – e que tão bons frutos têm dado na prática mul-tiplicada e multiplicadora do departamento por ele criado. O trabalho vem sendo reconhe-cido dentro e fora de portas – sinal de que não tem sido feito em vão.

Nenhuma semente, con-tudo, se prolonga no tempo se não partilhar os seus genes. O trabalho do bispo de Beja pode-ria ter ficado confinado às (lar-gas) fronteiras da sua diocese. Tal não parece ter acontecido. Embora lentamente, um pouco por todo o País as sementes vin-das da antiga Pax Iulia começa-ram a dar origem a novas plan-tas. São ainda frágeis, é certo, mas o Espírito Santo não as dei-xará fenecer. Onde, antes, algu-mas comissões de Arte Sacra mandavam esculturas a Braga, a Fátima ou à casa de “habilido-sos” (e de lá vinham estrábicas, com estranhos e desajustados olhos de vidro, com cabeças no-vas, sem a policromia original; ou de lá não vinham, porque regressavam apenas em cópias nem sempre fiéis), há agora re-gulamentos de intervenção ri-gorosos – ainda que a sua apli-cação plena se veja prejudicada

pela extensão territorial e pela falta de acolhimento de lei-gos inteligentes, conhecedores e comprometidos. Onde, an-tes, se demoliam igrejas seculares ou se deitava para o lixo (ou para as mãos de compradores de velharias e antiguida-des) peças únicas só porque não caíam no goto de comissões fabriqueiras, de irmandades, de beatas ou de párocos, há agora uma sensibilidade acrescida e, a pouco e pouco, mais atenta e respeitadora.

Será ainda pouco – mas Roma e Pavia não se fizeram

num dia. O exemplo de D. Manuel não terá sido a única se-mente (lembro, por exemplo, o trabalho meritório que tem desenvolvido o Secretariado para os Bens Culturais da Igreja), mas não seremos justos se não dissermos que – por caminhos tortos ou direitos – o bom trabalho de Beja, vi-sível até fora de portas, serviu de adubo ou de água que fez rebentar vontades adormecidas, consciências acomodadas. Seja como for, teve um efeito de bola de neve, que a emula-ção, em muitos casos, estimulou.

O filósofo francês Henri Bergson defendeu sempre que a memória não consiste num regresso ao passado, mas na entrada de uma herança infinita no presente de cada um de nós, tornando-o livre das necessidades da existên-cia e elevando-o até uma vida projetada no futuro, en-quanto Esperança. D. Manuel Franco Falcão terá percebido a importância desta doutrina, concretizando-a numa obra exemplar. Isso lhe devemos e deveremos. Isso lhe deve e de-verá Portugal.

Lugares de Zeca e de nósViriato Teles Jornalista

Ao contrário do que por vezes nos dizem, o sítio onde nas-cemos não é necessariamente o mais importante dos nos-sos lugares. Nós somos, antes de tudo, de onde nos sentimos bem. E foi assim também com José Afonso, cidadão de toda--a-parte e patriota do mundo. Nascido à beira-Vouga, criado

entre o Mondego e o Púnguè, moldado pelas trovoadas afri-canas e pelo sol da Fuzeta, foi a sul que Zeca encontrou o seu norte.

(Em parêntesis, deixem-me que vos dê conta da minha convicção de que nenhum outro cantor, antes ou depois dele, foi capaz de descrever com tanto e tão apaixonado ri-gor a saga do Alentejo do século XX. Cantar Alentejano e Grândola, Vila Morena não são apenas duas belas canções, elas são todo um manual de história – da região e do País – porventura só comparável, nas artes lusas, ao pulsante Levantado do Chão de Saramago, às narrativas magnificen-tes de Manuel da Fonseca, e – já agora e se me dão licença – às preciosas crónicas de Miguel Serrano).

Voltemos a Zeca. A lição maior da sua vida, sabe bem quem o conheceu, não foi sequer a música ou a poesia. Essas são apenas o lado mais imediatamente belo, e com certeza o mais eterno, do legado enorme que nos deixou. Para os que tiveram o privilégio de compartir com ele alguns momen-tos, o modo de ser e de estar de José Afonso foi o melhor dos ensinamentos.

Com ele aprendemos a amar os lugares onde fomos mo-mentaneamente felizes, mas também as pessoas que lhes pertencem. Porque os lugares são as pessoas, e não é possí-vel querer bem àqueles desprezando estas. O Zeca era feito desta argamassa, eterno militante do desassossego, ciente de que a realidade é, como ele dizia, “aquilo que existe, o que nós supomos que existe e o que nós inventamos”.

No coração de um homem cabem todos os sonhos do mundo. No coração inquieto de Zeca habita(va)m os afetos partilhados onde quer que alguém lute por uma vida me-lhor. Não é um lugar unânime, mas é aí que acredito que vale a pena estar. O Zeca, esse, nunca saiu de lá.

Pastor enraizado e conhecedor profundo das suas ovelhas e da história delas, revelando um entendimento inteiro da paisagem, do povoamento e das suas tradições espirituais, D. Manuel não se limitou a delegar competências, mas soube acompanhar e estimular a descoberta, a inventariação, a salvaguarda e a divulgação de múltiplas manifestações de um património material e imaterial que é muito mais do que um simples conjunto de “bens culturais”.

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Iconografia pacense

À memória de Mário Elias, artista eclético, natural de Mértola.

Soubemos no dia 13 de outubro de 2011, através do jornal “Alentejo Popular”, que falecera, dois dias antes, no Hospital de Beja, o nosso amigo Mário

Elias, tendo sido sepultado no dia 12 na terra que o viu nas-cer há 77 anos1.

Há vários meses que não nos víamos e nada sabia do seu estado de saúde. Embora não fosse homem cumpri-dor de regras, quaisquer que elas fossem – chegando até a sua postura social a pôr em debandada muitos dos seus amigos e conhecidos, mas também a atrair muitos outros, motivados pela sua constante irreverência –, seduzia pelas suas cultura literária, experiência de vida e criatividade ar-tística. Narcisista, comunicativo, argumentava filosofica-mente as razões do seu ego até quase ao desespero e tam-bém, muito inteligentemente, não só ria dos outros como de si próprio, depois dava meia volta, encolhia os ombros, estendia os braços e ficava atormentado, em silêncio, pers-crutando tudo em redor, provavelmente analisando mais a sua mente turbilhante, como nos chegou a confessar, do que aquilo que o cercava. Porém, todos estes momentos de solidão eram, aparentemente, breves – outra volta sobre si próprio e já nos mostrava um rosto radiante, de olhos bri-lhantes, com uma tirada de um dos seus autores favori-tos, como Wagner, Dostoievski ou Edgar Allan Poe, este o principal mentor das suas incontornáveis lucubrações e do lado tétrico, mais sério, artístico e original da sua arte, ex-pressa em excelentes gravuras.

Mértola soube homenageá-lo em vida. A câmara mu-nicipal atribuiu o seu nome a um espaço cultural, a Casa das Artes Mário Elias. Foi poeta, pintor, ensaísta, crítico de arte, ilustrador, etc., mas, acima de tudo, autodidata; cola-borou nas revistas e jornais “Flama”, “Século Ilustrado”, “Almanaque Alentejano”, “Sempre Fixe”, “Ridículos”, “Diário do Alentejo” e, entre muitos outros periódicos, destaca-se o “Mensário das Casas do Povo” com artigos de grande qualidade literária, dos melhores que escreveu nos anos sessenta e setenta do século passado. Publicou vários livros: A estética do pessimismo em António Sequeira e Canhenho de um mertolense, entre outros; em 1959 participou na “I Exposição de Desenho Moderno”, em Lisboa, com Almada Negreiros, Francisco Relógio, Manuel Ribeiro de Pavia, Júlio Pomar, Abel Manta e Jorge Barradas; no seguimento de 1964, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, realizou diversas exposi-ções pelo País, tendo sido estes primeiros 10 anos o seu pe-ríodo mais fértil nas artes e na escrita.

Partiu Mário Elias, há pouco mais de quatro meses, tal como havemos de partir um dia, mas, até ao nosso reen-contro, a sua amizade, o espírito irrequieto, insatisfeito e contagiante, obriga-nos a render-lhe esta singela homena-gem. R.I.P.

Cf: dados essenciais in www.alentejopopular.pt; http://www.camertola.pt/article/at%C3%A9-sempre-m%C3%A1rio-elias1934-2011

1 Texto parcialmente reproduzido no Facebook, no mural do autor, no dia 13 de outubro de 2011.

Leonel Borrela

A ministra da Agricultura e das outras coisas todas esteve no Alentejo durante o fim de semana, onde considerou que a conclusão do regadio

de ALQUEVA em 2013 foi uma espécie de engano ou de engodo lançado pelos governos de José Sócrates. O problema é que para quem cá vive governo é governo. Palavra é palavra. Seja ele ou ela de que cor for. PB

Uma agenda para o Baixo AlentejoPedro do Carmo

Candidato a presidente da ederação do PS/Baixo Alentejo

O maior desafio das lide-ranças políticas para os próximos anos é o da proteção do interior, in-cluindo a integridade dos territórios e a quali-dade de vida das popu-lações. Muitas vezes nos perdemos em discussões sobre o acessório quando

nos deveríamos empenhar no essencial, encontrando soluções para os problemas.

Defendo a criação de uma agenda para o Baixo Alentejo, protetora da interioridade e promotora do progresso, em harmonia e respeito pelas diversidades locais. Que atribua força e credibilidade e que resulte de compromissos suprapartidários, numa visão co-mum de desenvolvimento regional, para cada um dos concelhos e em benefício das pessoas.

Sei que o Partido Socia-lista é na maioria dos casos o único reduto de esperança para muitos cidadãos sem voz, que é o pilar de cons-trução de políticas globais de progresso, como são os casos do aeroporto de Beja, de Alqueva e do porto de Sines.

Mas importa reconhe-cer que estes projetos, per si, não conseguirão resolver os problemas de crescimento regional. É importante que a partir das suas potenciali-dades e de outras que a re-gião detém possamos dar corpo e forma a uma estra-tégia comum de promoção da cultura, das políticas so-ciais e de saúde, da agricul-tura, do ambiente, das aces-sibilidades e da coesão do território, entre outras.

Para alcançar este desíg-nio – de proteção da interio-ridade – é prioritário defen-der a constituição da região do Baixo Alentejo! Com a determinação de quem en-tende que esta unidade ter-ritorial tem força própria, identidades cultural e geo-

gráfica e aceitação social, fatores determinantes para o sucesso de um modelo de regionalização progressista e moderno centrado nas pessoas.

Insisto na preocupação de direcionarmos as nossas políticas nas pessoas, porque não há territórios com valor sem pessoas, nem o desenvolvimento se afirma contra as comunidades.

É decisivo que o PS mobilize nesta nova ideia de

governação regional outros partidos e agentes da socie-dade civil. É fundamental que conquistemos a força de uma região e a sua afirmação nacional com os consen-sos e o respeito por quem nela vive e atua.

O nosso compromisso deve ser o de abrir um novo ciclo de políticas e de liderança que coloque os interes-ses do Baixo Alentejo acima de quaisquer outros, enal-tecendo a nobreza da cidadania. É por este desígnio que me empenho, com certeza de que conseguiremos fazer mais e melhor pelo Baixo Alentejo.

O Alentejo não pode perder as suas vozesCeia da Silva Presidente da Turismo do Alentejo, ERT

Estou perfeitamente tranquilo em relação às considerações que passo a referenciar, porque eu e Carlos Júlio tivemos muitas ve-zes opiniões diferentes, contra-ditórias, perspetivas diferencia-das em relação ao mundo que nos rodeia.

Há momentos em que sonha-mos em transpor as barreiras ar-

tificiais da vida e em transformarmo-nos de entrevis-tados em entrevistadores.

Sim, como me apetecia hoje fazer de repórter e per-guntar ao Carlos Júlio qual a sensação sentida com esta decisão de suprimir a delegação do Alentejo da TSF?

Qual a sensação de cortar uma voz que tantas vezes transportou o Alentejo?

Que sabor aqueles prémios terão tido comparados com o ruído seco e abafado do acabou, acabou mesmo!

Sim, esta atitude, que não é tão isolada e simples quanto possa parecer, deve merecer a nossa ref lexão.

Carlos Júlio, exemplo de um jornalismo sério, de ca-ráter e tantas vezes associado ao símbolo azul da TSF, constitui uma das vozes, muitas vezes crítica mas refe-renciadora, que projetou o nosso Alentejo.

Os seus prémios foram os prémios da nossa região, as suas reportagens foram os apontamentos desta terra que ele soube projetar de forma tão viva e com a força única da sua voz.

Desaparecer a delegação da TSF, da Lusa, a redução da RDP e RTP, etc., é desaparecer um pouco da nossa alma e força da região.

Há momentos em que temos que estar todos uni-dos, coesos, sem partidarites ou divisionismos na de-fesa imperiosa e urgente da nossa diferença e da nossa singularidade.

Sabem que a única camisola que visto é a do Alentejo.

Como dizia Régio, “não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí”, e não podemos continuar a per-der a “importância” e o relevo que o Alentejo merece e justifica.

Perder a delegação da TSF no Alentejo simboliza muito mais do que esse mero ato formal de colocar um carimbo de encerrado numa qualquer porta mais ou menos sombreada; perder a delegação da TSF no Alentejo é perder uma das nossas vozes, perder um dos nossos símbolos, uma das nossas referências.

E o Alentejo não pode, não pode mesmo, perder as suas vozes.

Insisto na preocupação de direcionarmos as nossas políticas nas pessoas, porque não há territórios com valor sem pessoas, nem o desenvolvimento se afirma contra as comunidades. É decisivo que o PS mobilize nesta nova ideia de governação regional outros partidos e agentes da sociedade civil. É fundamental que conquistemos a força de uma região e a sua afirmação nacional com os consensos e o respeito por quem nela vive e atua.

Ao fim de quase um ano de troika o País está pior do que o previsto e, mais grave ainda, não se vislumbram ao fundo do túnel nem expetativas de crescimento, nem sequer o regresso aos mercados financeiros. Quando se faz bem uma coisa má, não se está a fazer bem. O infortúnio do Governo, o nosso infortúnio, está na singeleza desta verdade. Editorial do “Público”, 29 de fevereiro de 2012

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As consequências da austeridade estão aí, mas não há boa austeridade, como não há uma boa maneira de dar más notícias. Um programa de empobrecimento orga-nizado que é, eufemisticamente, apelidado de “plano de ajustamento”, só poderia ser recessivo. António Costa, “Diário Económico”, 29 de fevereiro de 2012

Há 50 anosDa chuvaà luz tardiaem Santa Vitória

0Durante o fascismo, quando a Censura impedia que os jornais publicassem certos textos incó-

modos, os jornalistas mais talentosos eram muitas vezes forçados a escrever sobre questões “inofensivas” para as-sim preencher os espaços criados pelo lápis azul. O tempo era um tema recor-rente. Como neste caso, em que Melo Garrido filosofa sobre a chuva e a falta dela, no “Varandim da Cidade” da edi-ção de 2 de março de 1962 do “Diário do Alentejo”:

“Chove muito. Pois falemos hoje de chuva. A Primavera antecipada que es-tava a imperar eclipsou-se e desde há dias que cai água com abundância e frequência e faz um friozinho que pro-voca arrepios...

As andorinhas que já haviam che-gado, para o seu estágio normal, mos-tram-se desorientadas e devem es-tar arrependidas da pressa que as dominou...

A verdade é que não há motivo para queixas ou reclamações contra o pre-sente estado do tempo. Estamos ainda em pleno Inverno, que só findará den-tro de quase três semanas.

Tudo certo, portanto. E ainda mais certo porque estas chuvadas muito vie-ram alegrar os ‘homens da terra’ que já estavam alarmados pelo ‘tempo seco’ que fazia e que prejudicava o desenvol-vimento das searas.

Conformemo-nos, portanto, com a chuva se não a quisermos, antes, saudar.

O que seria mais justo...”Na mesma edição e também na pri-

meira página, a “Nota do Dia” dava conta que a luz aparecia tarde em Santa Vitória, assunto mais sério:

“A importante freguesia de Santa Vitória foi, recentemente, dotada com o importante e desejado melhoramento da luz eléctrica, o que causou grande e compreensível regozijo entre os seus habitantes.

Acontece, porém, que essa alegria se encontra diminuída, pois não só a luz é ligada muito tarde, quando a noite há muito se cerrou, como muitas das lâmpadas que asseguram a ilumi-nação pública estão fundidas e não são substituídas.

Pretende-se, por isso, que quem de direito determine as necessárias provi-dências, a fim de que o melhoramento em causa se traduza efectivamente em todos os benefícios que houve em vista proporcionar com a sua inauguração.”

Dois pequenos textos que bem po-diam ter sido escritos não há 50 anos mas na atualidade.

Carlos Lopes Pereira

Carta abertaao exmo. sr. presidenteda Câmara Municipal de Beja

Gonçalo Pereira Diretor da National Geographic-Portugal

Exmo. sr. dr. Jorge Pulido Valente,As notícias recentes que deram conta da vontade da

Câmara Municipal de Beja de reduzir o seu contributo finan-ceiro para o orçamento do Museu Regional de Beja (ou Museu Rainha Dona Leonor) – e que, na prática, o inviabilizam – en-tristecem quem conhece aquele espaço museológico e com ele cooperou na última década.

Numa pesquisa rápida, verifico que o espólio ali guardado já foi útil à revista que dirijo em quase uma dezena de ocasi-ões. Em Beja, concentram-se importantes núcleos romanos e islâmicos que testemunham o papel importante da cidade ao longo dos séculos. Ali está exposto também o único núcleo vi-sigótico do País, tema de uma reportagem em abril de 2008. Vagueando pelas coleções, detemo-nos facilmente no resultado de trabalhos prolíferos de pioneiros como Leite Vasconcelos, Abel Viana ou Estácio da Veiga. Cada um dos 15 mil visitan-tes anuais do museu tem aliás dois roteiros possíveis: o dos ar-tefactos, que conta um pouco da história da ocupação humana em Portugal; e o dos pioneiros da arqueologia, que testemunha a evolução da prática desta disciplina no último século.

Tratando-se de um museu regional e não municipal, o seu orçamento é, como sabe, comparticipado pelas autarquias dis-tritais, cabendo a Beja a maior fatia. Não deixa de ser irónico que o exmo. sr. presidente da autarquia de Beja, à data em que era presidente da Câmara Municipal de Mértola, tenha conge-lado as comparticipações de Mértola para o museu, alegando que o mesmo não era regional mas sim municipal; eleito em 2009 para a autarquia bejense, admitiu recentemente que lhe parecia mais adequado que fosse a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo a gerir o espaço. E entretanto a autarquia que v. ex.ª superiormente dirige votou contra o orçamento distrital de 2012, alegando incapacidade de o cumprir.

O exmo. sr. presidente da Câmara Municipal de Beja tem dito regularmente que a comparticipação da autarquia para o museu é impossível de suportar, pois não existem verbas que permitam custear esse valor. Permita-me v. ex.ª que o auxilie nesse ponto.

Consultando o portal de contratos públicos on line (www.base.gov.pt/default.htm), verifica-se que o município de Beja realizou, de 2008 a 2012, 409 ajustes diretos, no valor de 14,4 milhões de euros. Por uma questão de elementar justiça, limi-tar-me-ei a apontar a v. ex.ª despesas que resultem de ajustes re-alizados já no atual mandato.

Ora, os cerca de 50 mil euros anuais que a autarquia não con-segue comparticipar para o museu poderão porventura ser com-parados com os 29 900 euros consagrados aos serviços técnicos para a produção dos eventos da BejaBrava e Beja Kids (setembro de 2011) ou, pelo menos, poder-se-á repensar a oportunidade de investir 15 500 para animações infantis no mesmo evento (outu-bro de 2011), aos quais se juntam mais 18 800 para o mesmo fim (outubro de 2011). Bem sei que o melhor do mundo são as crian-ças, mas haverá limites para a abrangência da puericultura.

Estou igualmente certo que v. ex.ª, criativo no seu quoti-diano, poderá igualmente dispensar os 6 500 euros investidos em criatividade de eventos (agosto de 2011) ou os 7 300 gastos na impressão da revista do município (junho de 2011).

Em alternativa, deixando as festas infantis e a criatividade de parte, poderá v. ex.ª. porventura apontar baterias ao vinho. Segundo o mesmo portal, o Beja Wine Night de 2011 consumiu

42 000 euros (junho 2011), um pouco menos do que os 74 950 do Beja Wine Night de 2010 (julho 2010). Em alternativa, temos sempre os 55 800 euros do evento Vinipax (outubro 2010), um valor surpreendentemente parecido com o que não pode ser dedicado ao museu.

Se nem no vinho pudermos cortar, podemos eventualmente re-duzir o orçamento para o afeto. Penso concretamente nos 74 900 eu-ros dedicados ao importante Festival do Amor (maio de 2011) que, a serem alocados para uma área menos apaixonada, resol-veriam o problema do museu para o próximo ano e meio. Beja sofreria bastante – estou certo – com a redução do impacte do seu festival amoroso, mas, em alternativa, manteria expostos durante todo o ano os artefactos que conduzem a maioria dos visitantes à cidade.

Creia-me desejoso de continuar a explorar a lista de ajustes diretos do município em busca de soluções que possam poupar o Museu Regional de Beja. Custar-me-ia muito que o museu fosse encerrado mais de um século depois da sua fundação... Sobretudo quando o atual presidente da autarquia é licenciado em História.

Demissãode Rui Vieira Nery

Gabinete de Comunicação do Cante Alentejano

a Património Imaterial da Humanidade

Com referência à notícia “Rui Vieira Nery demitiu-se da presidência do Conselho Científico do Cante a Património da Humanidade” vimos solicitar a publicação do seguinte esclarecimento:

O professor Rui Vieira Nery aceitou presidir à comissão científica da candidatura, tendo-se demitido alegando pro-blemas físicos num primeiro momento e, mais tarde, razões técnicas. As razões técnicas que alega no seu pedido de de-missão já se verificavam no momento em que aceitou presi-dir à comissão. Isto é, o tempo, enquadramento, âmbito e a “paternidade” da candidatura são os mesmos hoje e quando aceitou o cargo. A única alteração tem a ver com o apoio re-cebido da quase totalidade dos municípios alentejanos e dos grupos corais, que hoje se verifica.

Cabe-nos esclarecer que nunca o professor Rui Vieira Nery fez qualquer diligência no sentido de reunir a comis-são a que presidiu durante alguns meses. Quando a mesma Comissão Científica reuniu com a Comissão Executiva por iniciativa desta última, o professor Rui Vieira Nery não compareceu nem explicou a sua ausência, apesar dos pe-didos para que comparecesse. A ausência do professor Rui Vieira Nery não impediu que os trabalhos de elaboração do dossiê continuassem nem colocaram em causa a elevada qualidade do processo e das personalidades que compõem a comissão.

Em nenhum momento, a candidatura tornou públi-cos quaisquer emails ou correspondência privada entre o professor Rui Vieira Nery e o presidente da Comissão Executiva. Consideramos aliás sintomático que apenas ti-vesse sido divulgado o email enviado pelo professor Rui Vieira Nery e não os vários emails de resposta e pedidos que lhe foram enviados pela Comissão Executiva desde dezem-bro. Refira-se que a divulgação do referido email aconteceu em primeiro lugar num blogue pelo autor Carlos Júlio, de-pois na TSF pelo mesmo jornalista e, finalmente, no “Diário do Alentejo”, onde também colabora o mesmo jornalista, sempre com o mesmo teor.

Cartas

O anúncio do fim da crise é o ópio dos governantes: suco extraído de certas papoilas é uma boa ajuda para momen-tos angustiantes. Mas pode causar entorpecimento e alucinação. Paulo Ferreira, “Jornal de Negócios”, 28 de fevereiro de 2012

Estamos enfraquecidos e aterrorizados. O pior ainda não chegou, avisa-nos o Governo, que já desempregou não só milhares de portugueses como a própria generosidade. Baptista-Bastos, “Diário de Notícias”, 29 de fevereiro de 2012

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Perfil

Uma curva, outra e por fim Odemira. Junto ao rio, no cimo de uma das co-linas, onde se contempla a vila, mas

também a beleza natural que a envolve, uma casinha branca ergue-se.

Bem lá no alto, na parede de cal, sobres-sai o anúncio: Chocolates de Beatriz. No car-taz uma mulher, que tantos interpretam como sendo uma bruxa, devido ao seu cabelo carac-terístico, de avental ao peito e com uma mão na anca e outra na colher de pau, mexe a por-ção. Mas não se trata de nenhum feitiço, em-bora muitos já se tenham deixado enfeitiçar pe-los chocolates que saem das mãos de Beatriz Bonacalza, argentina que trocou Bariloche, ci-dade da Patagónia, pelo litoral alentejano. Mas voltando à mulher impressa no cartaz trata-se, apenas e só, de um logotipo que representa na perfeição a fábrica artesanal de chocolate, que se instalou em Odemira, pelas mãos de Beatriz, adoçando a boca de quem passa, vindo de perto ou de longe, na busca do lugar, que embora es-teja entre o arvoredo, cheira a cacau.

Dentro da casa com teto de madeira, que faz lembrar chocolate branco, pequenas miniatu-ras preenchem as vitrinas. Umas em forma de quadrado, outras de retângulo. Outras redon-das, outras e mais outras, tantas quantas a ima-ginação permitir.

Sobre a bancada uma pequena roda que derrete o cacau. Pendurados estão os vários utensílios. Os tabuleiros repousam sobre a mesa, enquanto os condimentos sobressaem nas prateleiras.

Das janelas da casa do chocolate avista--se sobretudo verde e Beatriz, com um sor-riso rasgado, dá a conhecer o seu pequeno reino e conta como chegou até Odemira. “Vim para Portugal simplesmente à aven-tura. Estive noutros locais do País, mas a beleza natural desta terra acabou por me agradar. Sou agrónoma de formação e ar-ranjei emprego na zona; no entanto, tinha muita vontade de fazer algo que fosse meu. Queria muito trabalhar para mim e não queria abrir simplesmente uma loja”. E não abriu. Dedicou-se aos livros, à Internet, a

Uma casa com vista para o rio com cheiro a cacau em Odemira

A argentina que faz chocolate

formações e, sobretudo, a uma panela, com-panheira de tantas horas, em casa, experi-mentando, testando, até porque paciência é algo que felizmente nunca lhe faltou.

Deu a provar aos amigos vezes sem conta, apurou as receitas e percebeu que estava no caminho certo. Levou quatro anos a fermen-tar a ideia e Chocolates de Beatriz só apare-ceu no mercado há dois anos. O tempo sufi-ciente para ter caído nas delícias de locais e forasteiros.

Beatriz chegou, porém, na década de 90 e, embora as saudades da sua terra natal muitas vezes falem mais alto, pensa ficar, até porque é no litoral alentejano que o seu pequeno negó-cio cresce com muita dedicação, empenho e, como não poderia deixar de ser, criatividade.

O desejo de fabricar chocolate até já lhe po-deria estar entranhado, uma vez que é natu-ral de uma terra que tem uma forte tradição na fabricação de chocolate artesanal; contudo,

Beatriz Boncalza não sabe se foi esse o fator determinante que a chamou para este mundo. “Só quando me perguntam é que começo a pensar que a ligação à minha terra poderá ter tido influência. Sempre gostei de trabalhar a matéria. Acho que sempre tive uma certa vo-cação para atividades mais artísticas e o fa-brico de chocolate também requer um grande processo criativo”, considera.

Beatriz sabe que ainda “tem um longo ca-minho a percorrer”. “Acho que estamos sem-pre a aprender mais. Que precisamos de aprender sempre mais”, explica, lembrando que “é preciso ainda experimentar outros sa-bores, novas combinações e pôr em prática novas ideias”.

A qualidade é desde sempre a sua maior preocupação e crê que é precisamente isso que os seus clientes mais reconhecem no seu cho-colate. Clientes, estes, que aparecem de toda a parte.

Vim para Portugal simplesmente à aventura.

Estive noutros locais do País, mas a beleza

natural desta terra acabou por me agradar”.❝

Beatriz não sabe ao certo como pode defi-nir, numa só palavra, o seu produto. Sabe que procura “o sabor simples”. “Este chocolate, an-tes de ser um vício, é uma tentação”, completa a suíça Catherine, que aprendeu a fazê-lo com Beatriz e que a ajuda na sua fábrica artesanal.

Como ponto de partida, aqui, usa-se sem-pre um chocolate com caráter e aroma atra-tivo e reconhecível. Chocolate preto, de leite e branco não faltam e os aromas são variados (manteiga de amendoim, café, especiarias, framboesa, gengibre, menta, pasta de avelã e crocante). Chocolate negro com sementes ou frutos secos (desidratados ou cristalizados) são outras das opções.

O chocolate para ser trabalhado tem de ser temperado e, segundo Beatriz, “não é fácil” e requere “muitos conhecimentos”, até porque o chocolate quando solidifica “forma cristais” e pode fazê-lo de “seis formas diferentes”. Há, contudo, dois tipos de cristais que importa ob-ter, uma vez que “dão ao chocolate um aspeto brilhante e uma textura suave”.

Beatriz continua a sua busca em torno do chocolate na sua casa com vista para o rio, com uma panela por companhia, na es-trada que vai para o cemitério, no meio do arvoredo, onde o cheiro a cacau é quem mais impera.

“Sempre gostei de trabalhar a matéria. Acho que sempre tive uma certa vocação para atividades mais artísticas e o fabrico de chocolate também requer um grande processo criativo”.

Em Odemira, no cimo de uma das colinas, há uma fábrica de chocolate artesa-

nal com vista para o rio. É uma argentina radicada no concelho que os produz

e por estas paragens são fáceis de identificar: são os Chocolates de Beatriz.

Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

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Entrevista

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Joaquim Caetano alerta para o “potencial imenso” do monumento

Museu de Beja deve ser “o grande centro interpretativo da cidade”

É grande demais para ser

gerido por um único muni-

cípio, mesmo se capital de

distrito. Não se ajusta à sua

atual moldura institucio-

nal, a Assembleia Distrital

de Beja. Foi descartado pelo

Estado que, prestes a criar

uma nova Direção-Geral do

Património Cultural, não

disse ainda uma palavra so-

bre a “crise aguda” que ali

se vive. O Museu Regional

de Beja está numa encruzi-

lhada. E a cidade não pode

aceitar a perda de uma ins-

tituição que conta a sua

própria história por meio

de um espólio de riqueza

inestimável. O alerta é de

Joaquim Caetano, conser-

vador de pintura do Museu

Nacional de Arte Antiga

e um bejense para quem

o Convento da Conceição

deve ser tão-só a “âncora”

patrimonial e turística da

cidade.

Texto Carla Ferreira

passar para o Instituto Português de Museus. A meu ver, devia tê-lo feito porque o seu espólio é impor-tantíssimo, mesmo no contexto na-cional. Tem um edifício que, em si mesmo, é um edifício fundamen-tal na história da arquitetura portu-guesa, tem peças absolutamente fun-damentais, uma coleção de pintura ótima, uma coleção de paramentaria ótima; toda aquele mundo da soror Mariana também é uma mais-valia. E tem peças que são obras-primas da arte portuguesa, aqueles andores de prata de São João Batista e de São João Evangelista, a escudela do Pero de Faria…

Disse recentemente que o acervo

do Museu Regional de Beja é mais

valioso do que a Coleção Berardo,

exposta no Centro Cultural de

Belém…

Não é só uma questão de dinheiro. É possível fazer uma Coleção Berardo se houver dinheiro e se esperarmos três ou quatro anos para que aquele tipo de peças apareçam em leilões

Como comenta a difícil situação fi-

nanceira em que se encontra o Museu

Regional de Beja, cujo funciona-

mento e, inclusivamente, a abertura

ao público podem estar em causa?

Juridicamente, até me parece uma si-tuação estranha. Para todos os efei-tos, os funcionários do museu são funcionários públicos e não me consta que tenha havido muitos ca-sos de funcionários públicos com sa-lários em atraso. É uma situação atí-pica, e isso também tem a ver com o facto de o museu estar ligado a uma instituição cuja operacionalidade é também hoje bastante difusa. Não há dúvida de que o Museu Regional de Beja deve ser um museu do Estado. As assembleias distritais, antigas juntas distritais, são órgãos colegiais em que as câmaras estão em pari-dade e, obviamente, têm interesses e um empenhamento diferentes so-bre um museu que está na capital de distrito. E isto está a acontecer num timing que é também ele muito complicado. Vai ser criado, no dia 1 de março, a

nova Direção-Geral do Património Cultural, o que quer dizer que, neste preciso momento, aquilo que tem sido o motor da política museológica nos últimos 20 anos está a acabar. E é absolutamente estranho que, em re-lação a esta situação de crise muito aguda num dos principais museus fora de Lisboa, como é o de Beja, não se oiça uma voz do Instituto dos Museus e da Conservação ou da Rede Portuguesa de Museus. Há aqui um timing que me deixa muito perplexo.

No orçamento recentemente apro-

vado pela Assembleia Distrital de

Beja, a própria Câmara de Beja vo-

tou contra, ou seja, recusou a com-

participação financeira que lhe

cabe. Como classifica esta tomada

de posição?

Eu não consigo perceber. O facto de a Câmara de Beja dizer “agora não pa-gamos” não resolve coisa nenhuma, porque há os funcionários que têm que ser pagos, dada a sua estrutura ju-rídica. O espólio não pode ser desba-ratado, o edifício também não pode

ser deitado abaixo e não creio que a Câmara de Beja seja tão cega que não veja o potencial imenso que aquele museu tem para a cidade. Hoje em dia, já não se fazem museus daqueles. Seria impossível reunir um espólio com aquela riqueza num museu feito de raiz. E cidades como Beja, que se voltam para um turismo cultural de pequena escala, precisam de ter insti-tuições âncora. E por muitas escava-ções que façam, Beja não vai ter uma situação âncora do ponto de vista pa-trimonial melhor do que o Convento da Conceição e do que o espólio do seu museu. Eu, na melhor das hipóte-ses, acho que talvez a Câmara de Beja queira iniciar uma crise para que se resolva, de uma vez por todas, a situ-ação de enquadramento institucional do museu. Porque, em si mesma, esta tomada de posição é um agudizar de um problema, não resolve nada.

Consegue sugerir um caminho

alternativo?

Houve uma altura em que o Museu Regional de Beja esteve quase para

❝Por muitas escavações que façam, Beja não vai ter uma situação âncora do ponto de vista patrimonial melhor do que o seu museu. Na melhor das hipóteses, acho que talvez a Câmara de Beja queira iniciar uma crise para que se resolva, de uma vez por todas, a situação de enquadramento institucional do museu”.

Nasceu em Beja, em 1962, iniciou a sua carreira de conservador no Museu Nacional de Arte Antiga,

em 1991, e foi diretor do Museu de Évora entre os anos de 1999 e 2010, acompanhando um longo

processo de obras de remodelação e de restauro de peças, até à sua reabertura ao público. Publicou

numerosos artigos sobre a História da Arte em Portugal e hoje dedica-se principalmente ao estudo

da pintura dos séculos XV e XVI, como conservador do Museu Nacional de Arte Antiga.

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internacionais. Nada disso é possí-vel com um espólio da natureza do do Museu de Beja. Não só porque são peças que não aparecem, tout court, nos leilões internacionais, mas tam-bém porque o Museu de Beja é um museu com muitos sedimentos, que vêm da coleção de Frei Manuel do Cenáculo, da coleção arqueoló-gica que a Câmara de Beja tinha, do Governo Civil, do próprio bispo, além de todas as doações.

Que história está na origem do

Museu Regional de Beja?

A história do nascimento do Museu de Beja é verdadeiramente uma his-tória cívica. O museu começa a ser criado a partir da força e da dinâmica que Umbelino da Palma cria no jor-nal “O Bejense”, que é fundado em 1860. Estamos numa altura terrível da história do património na cidade – é a altura das grandes destruições. O Convento da Esperança, parte do Convento da Conceição, as igrejas, como a de São João, e o Hospício de Santo António estavam a ser des-truídos. Há toda uma moderniza-ção da cidade que corresponde ao ad-vento de uma nova classe dirigente, que se tinha apropriado das terras que eram dos conventos e construído uma nova riqueza. Era uma cidade que se queria de referências moder-nas, arejada, de certa maneira anti-clerical. Mas isso tinha o reverso da destruição patrimonial e “O Bejense” é a voz da cidade contra essa destrui-ção, chamando a atenção para a ne-cessidade de construção de um mu-seu que reunisse e salvaguardasse esse espólio. Esse primeiro museu é criado em 1892. E, depois, temos o século XX com as escavações do Abel Viana, que são feitas em todo o Baixo Alentejo e cujo espólio vai para ali. É uma instituição com 120 anos de his-tória continuada.

Ao nível da sua área de estudo, a pin-

tura, quais são as grandes joias da

coroa do Museu de Beja?

O meu primeiro artigo, faz este ano 30 anos, foi sobre quatro pin-turas do Museu de Beja, pintadas em 1564/65, por António Nogueira, um pintor de Évora. Há pintura fla-menga de muito boa qualidade, a “Virgem com o Menino”, de que há várias réplicas, aliás; a “Virgem da Rosa”, do Francisco de Campos, uma peça fundamental; e depois há na pintura do século XVII, da co-leção do Frei Manuel do Cenáculo, as pinturas atribuídas ao espa-nhol José de Ribera… O que é tam-bém espantoso no Museu de Beja é a ligação que as peças fazem com

Enquanto se reverencia com nostalgia uma ci-dade romana que foi florescente mas que hoje jaz sob as calçadas, esquece-se que Beja “é

um campo de experiências no Renascimento por-tuguês absolutamente incontornável”. Sem o qual não se pode estudar como se processou a mudança urbanística da Idade Média para a Modernidade, considera Joaquim Caetano. Exemplos disso são o Hospital da Nossa Senhora da Piedade, uma cons-trução manuelina de que já não restam réplicas na capital do País. Segundo o especialista em pintura desse mesmo período (séculos XV e XVI), tais ves-tígios, que estão à vista de todos – entre a praça da República, que D. Manuel I, duque de Beja, quis “monumentalizar”, e o largo da Conceição – es-tão “subaproveitados”, quer do ponto de vista “tu-rístico”, quer “referencial”. “As pessoas chegam a Beja e têm uma certa dificuldade em perceber a cidade, a sua evolução. E cada vez mais”, lamenta. Para Caetano, a maleita dá pelo nome de “nega-

ção urbanística do núcleo central”, reflete-se num centro histórico “cada vez mais deserto e degra-dado” e numa periferia que lhe “voltou comple-tamente as costas”, resultando até em sintomas que afetam a sociabilidade. “Se as pessoas vão vi-ver para longe, andam menos a pé e encontram menos as outras, não param, não conversam. É um espaço que deixou de ser um referencial”, re-flete o conservador de pintura. Outras das razões desta “profunda crise”, tanto urbanística como social, prende-se com o distanciamento das elites económicas, e em grande medida também cultu-rais, em relação a uma cidade onde outrora qual-quer grande senhor da terra tinha estabelecidos moradia e família, numa continuidade geracio-nal. “Hoje em dia, numa situação em que grande parte da exploração agrícola é de tipo empresa-rial, não é líquido que isso aconteça. Pode haver facilmente um distanciamento, pelo menos cul-tural”, remata Joaquim Caetano. CF

Bem longe do esplendor renascentista

A história do nascimento do Museu de Beja, em 1892, é verdadeiramente uma história cívica. Começa a partir da força e da dinâmica que Umbelino da Palma cria no jornal “O Bejense”.

o espaço. Podemos ir ao Museu do Azulejo e ver pequenos painéis que nos dão todo um mostruário do que era o hispano-árabe em Portugal, mas temos que ir ao Museu de Beja para ver como isso funciona e se or-ganiza, tudo montado, naquela Sala do Capítulo. É claro que o Museu de Beja precisa de investimento, por-que é pequeno para o espólio e tem muito espólio que não se dá muito bem entre si. O museu dava para criar polos dentro da cidade, fazendo um percurso que poderia ser um caso de sucesso e de ancoragem do turismo. Ou seja, o Museu de Beja é um caso que estaria destinado para uma ideia de região, se as regiões ti-vessem vingado. É o tipo de equi-pamento que é grande demais para uma câmara, em termos de gestão, e face ao qual o Estado parece que tem sobretudo preocupação em não gas-tar dinheiro. Tem de haver escolhas e, quando as instituições chegam até nós com uma vida centenária e tra-zendo atrás de si toda a história de um sítio, é claro que ninguém pode aceitar que de uma forma leviana se faça tábua rasa isso.

Há alguma forma de estas peças se-

rem rentáveis, sem a necessidade de

aliená-las?

Os nossos museus nascem de “aci-dentes” históricos e, desse ponto de vista, as peças chegam-nos carrega-das de uma determinada história, não são simplesmente posters, obras de arte descontextualizadas. O que tem que acontecer é, por exem-plo, haver uma certa responsabili-dade na criação de museus novos. O que aconteceu em muitos casos, até mesmo no Alentejo, foi que os fun-dos comunitários permitiram um grande apoio para a obra e isso le-vou câmaras a abalançar-se para fa-zer projetos novos. Depois as coisas começam a falhar. Houve museus que foram premiados, que já fecha-ram. Tem que haver uma certa ideia do investimento em continuidade e da rentabilidade cultural que se tira. Por exemplo, é muito interessante do ponto de vista do conhecimento da cidade, as escavações que se fi-zeram na rua do Sembrano. Agora, não é possível criar um museu em cada escavação que dê semelhantes resultados.

Sendo natural de Beja, nunca vis-

lumbrou no museu regional um de-

safio profissional?

Não. Eu, quando saí do Museu de Évora, onde estive 11 anos, fechei a minha carreira na administração de museus. Para ser bem feita, é uma tarefa que se faz com grande preju-ízo daquilo que mais me interessa,

que é estudar pintura dos séculos XV e XVI. Além disso, era um pro-jeto que não ia ter continuidade. O museu tinha acabado a primeira fase das obras e era claro – está a ser – que não ia haver uma segunda fase. O meu retorno ao Museu Nacional de Arte Antiga foi muito impor-tante, porque coincidiu com a pos-sibilidade de fazermos uma grande exposição sobre os primitivos por-tugueses, que foi um sucesso de pú-blico e já teve duas mostras parcela-res em Espanha. E, por outro lado, com a criação de um centro de in-vestigação na Universidade de Évora, que teve candidaturas para equipa-mentos que são hoje essenciais para um avanço qualitativo muitíssimo grande em relação àquilo que sabía-mos sobre esta pintura, de um perí-odo que corresponde exatamente ao período áureo também de Beja. Há um período para tudo e isto é de facto aquilo que me interessa agora.

Em tempos de crise, até que ponto

é necessário repensar o papel dos

museus?

Vai haver falta de dinheiro sempre, é evidente. Agora, há duas dimen-sões que têm que colocar-se. Não há nenhum tipo de democracia cul-tural sem museus. Os museus são diretamente filhos da Revolução Francesa. Nascem porque é neces-sário pôr à disposição da comuni-dade, do povo, bens patrimoniais que são relevantes e que estavam apenas nos palácios. A possibili-dade de uma pessoa “normal” ver um Ticiano, um Velásquez ou um Nuno Gonçalves deve-se à existên-cia de um museu. Outro aspeto im-portantíssimo é que os museus exis-tem para conservar, os museus não trabalham com o público deste ano. Daqui a 50, 60 anos, o público desta cidade e deste país deve continuar a fruir destas peças. Há muita falta de dinheiro para a cultura mas, sobre-tudo, o que tem havido é um malba-ratar de dinheiro em projetos que não têm continuidade. Por vezes, os autarcas têm uma espécie de orgu-lho, talvez natural, em lançar novos projetos, mas esta situação de crise o que nos deve é obrigar a repensar o que são os projetos âncora, o que é que é verdadeiramente importante. E, no caso de Beja, o que temos que pensar é o que se perde, se se perde o museu regional. É óbvio que se pode fazer três dias de glamour a beber vinho no castelo, mas não é isso que dá uma imagem à cidade. Um mu-seu como o de Beja deve ser o grande centro interpretativo da cidade.

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Desporto

Campeonato Distrital de Juniores (12.ª jornada): Amarelejense-São Domingos, 2-0; Aljustrelense-Vasco da Gama, 0-0; Odemirense - -Des portivo de Beja, 4-0; Almodôvar-Piense, 2-2; Castrense-Moura, 4-2. Classificação: 1.º Moura, 31 pontos. 2.º Castrense, 28. 3.º Odemirense, 27. 4.º Desportivo de Beja, 24. 5.º Aljustrelense, 14. 6.º São Domingos, 14. 7.º Piense, 13. 8.º Almodôvar, 10. 9.º Vasco da Gama, sete. 10.º Amarelejense, cinco. Próxima jornada (10/3): Desportivo de Beja --Ama relejense; São Domingos-Aljustrelense; Moura-Vasco da Gama; Piense-Odemirense; Castrense-Almodôvar.

Campeonato Distrital de Iniciados (17.ª jornada): Almodôvar-Desportivo de Beja, 0-2; Odemirense-Milfontes, 2-1; Negrilhos --Amarelejense; Guadiana-Serpa, 0-3; Moura - -Ou rique; Ferreirense-Bairro da Conceição, 0-4. Próxima jornada (4/3): Desportivo de Beja-Despertar; Odemirense-Almodôvar; Amarelejense-Milfontes; Serpa-Negrilhos; Ourique-Guadiana; Bairro da Conceição --Moura.

Campeonato Distrital de Infantis – Série A (20.ª jornada): Beringelense-Sporting de Cuba, 7-7; Despertar A-Operário, 23-0; Vasco da Gama-Bairro da Conceição, 11-3. Classificação: 1.º Despertar A, 45 pontos. 2.º Vasco da Gama, 37. 3.º Alvito, 25. 4.º Sporting de Cuba, 23. 5.º Sporting de Beja, 19. 6.º Ferreirense, 16. 7.º Bairro da Conceição, 13. 8.º Beringelense, 13. 9.º Operário, três. Próxima jornada (3/3): Sporting de Cuba- Sporting Beja; Operário --Vasco da Gama; Alvito-Ferreirense. Série B (16.ª jornada): São Domingos-Piense, 2-13; Guadiana-Santo Aleixo, 2-1; Serpa-Barrancos, 0-3; Aldenovense-Despertar, 0-3. Classificação: 1.º Moura, 38 pontos. 2.º Guadiana, 31. 3.º Santo Aleixo, 38. 4.º Barrancos, 25. 5.º Despertar, 20. 6.º Aldenovense, 16. 7.º Piense, 14. 8.º Serpa, 10. 9.º São Domingos, três. Próxima jornada (3/3): Moura-São Domingos; Piense-Guadiana; Santo Aleixo-Serpa; Barrancos-Aldenovense. Série C (16.ª jornada): Almodôvar --Odemirense, 4-3; Aljustrelense-Castrense, 2-4; Milfontes-Renascente, 11-0; Rio de Moinhos-Boavista, 14. Classificação: 1.º Rio de Moinhos, 36. 2.º Castrense, 33. 3.º Almodôvar, 31. 4.º Odemirense, 31. 5.º Milfontes, 27. 6.º Aljustrelense, 15. 7.º Ourique, seis. 8.º Boavista, cinco. 9.º Renascente, quatro. Próxima jor-nada (3/3): Ourique-Almodôvar; Odemirense - -A ljust relense; Cast rense-Mi l fontes; Renascente-Rio de Moinhos.

Campeonato Distrital de Benjamins (16.ª jornada) – Série A: Sporting de Cuba - -Beringelense, 3-1; Vasco da Gama-Benfica Beja, 6-2; Figueirense-Alvito, 4-6; Sporting Beja - -Despertar A, 3-1. Classificação: 1.º Ferreirense, 39 pontos. 2.º Sporting de Cuba, 37. 3.º Sporting Beja, 31. 4.º Alvito, 30. 5.º Despertar, 20. 6.º Vasco da Gama, 16. 7.º Benfica de Beja, 13. 8.º Beringelense, três. 9.º Figueirense, 0. Próxima jornada (3/3): Ferreirense-Sporting de Cuba; Beringelense-Vasco da Gama; Benfica Beja --Figueirense; Alvito-Sporting Beja. Série B: Bairro da Conceição-Aldenovense, 1-4; Serpa --Amarelejense, 3-0; Desportivo de Beja-Moura, 2-4; Piense-Guadiana, 5-4. Classificação: 1.º Despertar, 42 pontos. 2.º Bairro da Conceição, 37. 3.º Aldenovense, 33. 4.º Serpa, 26. 5.º Moura, 20. 6.º Guadiana, 14. 7.º Amarelejense, sete. 8.º Piense, quatro. 9.º Desportivo de Beja, quatro. Próxima jornada (3/3): Despertar B-Bairro da Conceição; Aldenovense-Serpa; Amarelejense-Desportivo de Beja; Moura --Piense. Série C: Odemirense-Panoias, 8-2; Almodôvar-Renascente, 4-5; Castrense --Aljustrelense, 2-1; Rosairense-Ourique, 2-14. Classificação: 1.º Renascente, 37. 2.º Castrense, 36. 3.º Aljustrelense, 31. 4.º Almodôvar, 21. 5.º Odemirense, 21. 6.º Milfontes, 18. 7.º Ourique, 15. 8.º Panoias, seis. 9.º Rosairense, 0. Próxima jornada (3/3): Milfontes-Odemirense; Panóias-Almodôvar; Renascente-Castrense; Aljustrelense-Rosairense.

Campeonato Distrital de Futebol Feminino (11.ª jornada): Benfica Almodôvar-Benfica Castro Verde (não se conclui); Aljustrelense - -Serpa, 5-0; Ourique-Odemirense, 2-6. Classificação: 1.º Aljustrelense, 28 pontos. 2.º Serpa, 22. 3.º Benfica Castro Verde, 19. 4.º Odemirense, 19. 5.º Ourique, 6. 6.º Benfica Almodôvar, 0. Próxima jornada (10/3): Benfica Castro Verde-Aljustrelense; Odemirense-Ben-fica Almodôvar; Serpa-Ourique.

Taça Distrito de Beja em Futsal (6.ª jor-nada): Série A: Sporting Moura-Alcoforado, 9-6; Alfundão-I.P.Beja, 5-9. Classificação: 1.º IPBeja, 13 pontos. 2.º Sporting de Moura, 11. 3.º Alfundão, cinco. 4.º Alcoforado, três. Série B: VNSBento-A.Surdos Beja, 11-3; Vila Ruiva-Almodovarense, 3-3. Classificação: 1.º VNSBento, 18 pontos. 2.º Almodovarense, 10. 3.º Vila Ruiva, sete. 4.º A.Surdos Beja, 0. Equipas apuradas para a fase final: IPBeja, Sporting Moura, VNSBento e Almodovarense.

Futebol juvenil

Nacional 2.ª Divisão

21.ª jornada

Moura-Juventude Évora ................................................... 0-2Mafra-Pinhalnovense .........................................................1-1Caldas-Fátima ..................................................................... 0-3Est. Vendas Novas-Louletano ..........................................2-11.º Dezembro-At. Reguengos ..........................................2-3Oriental-Monsanto ............................................................ 1-0Tourizense-Carregado ...................................................... 0-2Torreense-Sertanense .......................................................1-1 J V E D G P

Torreense 21 12 7 2 37-17 43Fátima 21 12 5 4 32-20 41Oriental 21 12 3 6 37-14 39Carregado 21 11 6 4 40-23 39Pinhalnovense 21 12 2 7 32-23 38Mafra 21 9 9 3 25-14 36E. Vendas Novas 21 9 4 8 29-22 31Sertanense 21 8 6 7 26-24 30Louletano 21 8 6 7 20-21 30Juventude Évora 21 7 3 11 21-29 241.º Dezembro 21 6 5 10 20-21 23Monsanto 21 4 8 9 17-28 20Tourizense 21 4 7 10 17-30 19At. Reguengos 21 4 7 10 21-36 19Moura 21 5 3 13 17-43 18

Caldas 21 2 5 14 11-37 11

Próxima jornada (4/3/2012): Pinhalnovense-Juventude Évora, Fátima-Mafra, Louletano-Caldas, At. Reguengos-Estrela Ven-das Novas, Monsanto-1.º Dezembro, Carregado-Oriental, Ser-tanense-Tourizense, Torreense-Moura.

Nacional 3.ª Divisão

20.ª jornada

Farense-Fabril ......................................................................3-2Sesimbra-Despertar .......................................................... 4-0Redondense-Pescadores ..................................................2-1Messinense-U.Montemor ................................................ 0-0Aljustrelense-Esp.Lagos ................................................... 2-0Lagoa-Quarteirense .......................................................... 2-0

J V E D G P

Farense 20 15 5 0 45-15 50Esp.Lagos 20 11 3 6 34-21 36Quarteirense 20 11 1 8 24-22 34Fabril 20 10 2 8 32-27 32U.Montemor 20 8 6 6 21-18 30Sesimbra 20 8 6 6 27-23 30Messinense 20 8 5 7 23-22 29Aljustrelense 20 8 4 8 31-31 28Lagoa 20 6 6 8 13-17 24Pescadores 20 6 5 9 23-27 23Redondense 20 5 2 13 17-28 17Despertar 20 0 3 17 5- 44 3

Próxima jornada (4/3/2012): U.Montemor-Farense, Pescado-

res-Messinense, Despertar-Aljustrelense, Esp.Lagos-Lagoa,

Quarteirense-Redondense, Sesimbra-Fabril.

Distrital 1.ª Divisão

19.ª jornada

Odemirense-Aldenovense ...............................................2-1Sp.Cuba-Vasco da Gama ....................................................1-5Rosairense-S.Marcos ......................................................... 7-0Ferreirense-Desp.Beja .......................................................1-1Guadiana-Milfontes............................................................0-1Panoias-Almodôvar ........................................................... 0-5Castrense-FCSerpa ............................................................ 2-0

J V E D G P

Castrense 19 15 4 0 43-7 49Milfontes 19 14 2 3 37-15 44Ferreirense 19 9 5 5 33-30 32Vasco da Gama 19 10 1 8 45-27 31Aldenovense 19 10 0 9 30-19 30Odemirense 19 9 2 8 28-25 29FCSerpa 19 8 5 6 26-24 29Rosairense 19 8 4 7 31-27 28Panoias 19 8 3 8 22-30 27Almodôvar 19 7 4 8 35-30 25Desp.Beja 19 5 4 10 20-26 19S.Marcos 19 4 4 11 18-49 16Guadiana 19 4 1 14 20-50 13Sp.Cuba 19 2 1 16 16-45 7

Próxima jornada (4/3/2012): Ferreirense-Sp.Cuba, Desp.Beja-Odemirense, Aldenovense-Rosairense, Almodôvar-Guadiana, FCSerpa-Panoias, S.Marcos-Castrense, Milfontes-Vasco da Gama.

Um jogo entre equipas vizinhas com motivações diferentes e cujo objetivo diverge. Uma quer ganhar só por ga-nhar, a outra precisa de vencer para atingir a primeira meta.

Texto Firmino Paixão

O Despertar joga no domingo, na ci-dade de Beja, mais uma partida desta sua odisseia na terceira di-

visão nacional. Mas, neste caso, o atrativo do jogo é que o adversário será o Mineiro Aljustrelense, equipa que luta de forma muito determinada pela manutenção na terceira divisão logo na primeira fase da

prova e a quem interessa de sobremaneira conquistar os três pontos em disputa. E nesta altura só depende de si próprio, ou seja, de vencer os dois jogos que faltam para o termo desta primeira fase, o de domingo, em Beja, e o seguinte, em casa, com o Sesimbra. O Despertar, que recentemente ficou órfão do seu presidente de muitos anos, tem a seu fa-vor o facto de jogar em casa, mas ao Mineiro não faltará apoio, tem uma massa associativa muito fiel e estará em grande maioria a colorir o Complexo Desportivo Fernando Mamede.

O Despertar trouxe há oito dias de Sesimbra a sua décima sexta derrota, pe-sada, quatro a zero. O Aljustrelense ven-ceu o Esperança de Lagos, numa partida

extremamente difícil, mas onde valeram os golos de Nelson Raposo (a fechar a primeira parte) e de Bruno Conduto (já em tempo de compensação). Para além de conquistarem os três pontos, os tricolores beneficiaram do empate do União de Montemor em Messines e da derrota do Fabril em Faro. O campe-onato continua sob liderança do Farense, largamente distanciado do Esperança de Lagos e do Quarteirense, segundo e terceiro classificados, respetivamente. O União de Montemor é a melhor equipa alentejana, no sexto lugar, mas em igualdade de pon-tos com o Mineiro e com o Messinense. O Redondense e o Despertar fecham a tabela classificativa.

Campeonato Nacional da 2.ª Divisão

Moura no terreno do líderO Moura viaja no domingo para Torres Vedras, onde jogará com o líder Torreense, equipa com a qual sofreu a maior goleada no seu próprio terreno.

Texto Firmino Paixão

A formação mourense joga no do-mingo o primeiro de uma série de cinco jogos fora de casa que ainda

terá pela frente até ao termo do campeo-nato. A estes juntam-se quatro partidas no seu reduto mas com adversários de elevado grau de dificuldade. O poderoso Torreense

tem liderado durante muitas jornadas, está pressionado de muito perto (dois pontos de diferença) pelo Fátima, pelo que, querendo manter o estatuto de comandante, não po-derá facilitar na partida com os alentejanos. Em Reguengos de Monsaraz joga-se uma partida entre duas formações alentejanas, o Atlético local e o Estrela de Vendas Novas, enquanto o Juventude de Évora viaja para Pinhal Novo.

Olhando para a tabela classificativa con-firma-se o que havíamos adiantado há oito dias, que o Moura não podia perder com os eborenses. Mas perdeu, e por duas bolas a

zero. Consequências? O Juventude, que an-tes era adversário em luta direta com os mourenses pela manutenção, subiu para o décimo lugar, aumentando para cinco pon-tos a vantagem para o Moura que caiu para o penúltimo lugar, a cinco pontos da pri-meira equipa acima da linha de manuten-ção. O Moura ficou em posição muito difícil para conseguir a manutenção na 2.ª Divisão Nacional. É verdade que faltam nove jogos, matematicamente tudo é possível, mas de-pois de mais este insucesso caseiro com o Juventude pode ter decidido definitiva-mente o seu destino: a despromoção.

Campeonato Nacional da 3.ª Divisão

Um derby à medida do Mineiro

Os sorteios para a segunda fase da Taça Fundação

Inatel, em futebol, vão realizar-se na próxima

segunda-feira, dia 5, pelas 19 horas, na delegação de

Beja daquela fundação. Os jogos estão agendados

para o fim de semana seguinte (10/11).

Sorteios da Taça

Fundação Inatel

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2Carlos Joaquim

Fernandes Venâncio

“Ildo”

O Ildo tinha 14 anos quan do vestiu a camisola do Sport Clube Palmense

(AFLisboa) para iniciar uma longa carreira desportiva que o mantém há 52 anos consecutivos ao ser-viço do futebol. Como jogador re-presentou, obviamente, os clubes da sua terra, o Despertar Sporting Clube e o Desportivo de Beja, mas também o Sport Luanda e Benfica (Angola) e o Mineiro Aljustrelense, tendo ficado ligado a muitos dos êxitos desportivos que hoje fazem parte do rico historial desses clubes e na memória dos seus adeptos. Era um jogador tecnicista, jogava, fazia a equipa jogar, um verdadeiro pa-trão no miolo do terreno. Quando deixou de jogar depressa envere-dou pela carreira de técnico, co-meçando pelas equipas de forma-ção do Desportivo de Beja, clube com o qual conquistou títulos dis-tritais nas categorias de iniciados, juvenis, juniores e seniores. O Ildo também foi treinador das várias equipas de seniores do clube, que disputaram campeonatos nacio-nais da segunda e da terceira divi-são. O profundo conhecimento do fenómeno desportivo e a sua luci-dez na análise do futebol regional fizeram com que fosse durante al-guns anos comentador residente do programa “Desportivamente”, emitido pela emissora local bejense Rádio Pax, espaço de informação desportiva que foi pioneiro nas rá-dios locais. Aos 66 anos mantém a sua ligação ao mundo do futebol como assessor administrativo do Clube Desportivo de Beja.

(1) MILFONTES/VASCO DA GAMASão duas boas equipas, mas o fator casa joga a favor do Milfontes. (1) ALMODÔVAR/GUADIANAFavoritismo natural do Almodôvar perante um adversário frágil e desmotivado.

(1) SERPA/PANOIASNão será fácil, mas o Serpa, apre-sentando o seu melhor plantel, é francamente favorito.

(2) SÃO MARCOS/CASTRENSEÉ um derby entre o líder e uma equipa a fugir à despromoção. Ganha o Castrense.

(1) ALDENOVENSE/ROSAIRENSENão será fácil, mas o Aldenovense, a jogar em casa, só terá o pensa-mento na vitória.

(1) DESPORTIVO DE BEJA/ODE MI-RENSEOpção clubista? Talvez. O Desportivo de Beja merece o meu incondicional favoritismo.

(1) FERREIRENSE/SPORTING DE CUBAÉ um curioso jogo entre dois sportin-gues, mas o de Ferreira do Alentejo é favorito.

Hoje palpito eu...

O segundo lugar não está em risco para a equipa do litoral mas o Vasco da Gama será um adversário de difi-culdade elevada para a equipa de Vila Nova de Milfontes.

Texto e foto Firmino Paixão

No domingo joga-se um derby con-celhio em São Marcos da Ataboeira entre a equipa local e o vizinho

Castrense, líder invicto do campeonato. O São Marcos necessita de pontuar para afas-tar o espectro de despromoção, mas vem

Campeonato Distrital da 2.ª Divisão

Que grande campeonato...O Saboia derrotou o Piense e o Cabeça Gorda regressou ao comando da prova. Mas que se cuidem porque a pressão sobre os dois primeiros lugares é cada vez maior.

Texto Firmino Paixão

Este é um dos campeonatos mais com-petitivos de sempre na segunda di-visão distrital. Esperemos que o fi-

gurino de série única se mantenha, porque este modelo tem mostrado competitivi-dade, alternância no comando entre duas equipas, o Cabeça Gorda e o Piense, e, mais do que isso, um leque de outras equipas a morderem os calcanhares a estes dois can-didatos.

Amanhã, sábado, o atual líder joga em Ourique, uma equipa do meio da tabela mas onde o triunfo do Ferrobico não será “favas contadas”. O Piense tem tarefa mais simpli-ficada pois joga em casa com o Negrilhos, equipa que tem no seu currículo apenas uma vitória (no terreno do Alvorada) e que não deverá oferecer grande resistência ao conjunto de José Manuel Rações.

Mas nas contas do campeonato entram também o Amarelejense (goleou o Vale de Vargo no seu próprio terreno), o Bairro da Conceição, que recebe o Barrancos e é favo-rito (depois da vitória magra em São Luís), o Saboia (venceu o Piense), que jogará em São Teotónio (derrotado na Cabeça Gorda), e a própria equipa do Renascente, ainda na cor-rida por um dos lugares de acesso ao escalão

principal. Um grande campeonato. Resultados da 16.ª jornada: Messejanense-Al-

vorada, 0-3; Vale de Vargo-Amarelejense, 0-4; Sanluizense-Bairro da Conceição, 0-1; Barrancos - -Ou rique, 4-0; Cabeça Gorda-Renascente, 3-1; Saboia-Piense, 1-0. Folgou o Negrilhos.

Classificação: 1.º Cabeça Gorda, 33 pon-tos. 2.º Piense, 31. 3.º Amarelejense, 30. 4.º Bairro da Conceição, 30. 5.º Saboia, 28. 6.º Renascente, 26. 7.º Ourique, 21. 8.º Alvorada, 17. 9.º Messejanense, 17. 10.º Vale de Vargo, 14. 11.º Sanluizense, 13. 12.º Barrancos, nove. 13.º Negrilhos, quatro.

Próxima jornada (3/3): Alvorada-Vale de Vargo; Amarelejense-Sanluizense; Bairro da Conceição-Barrancos; Ourique-Cabeça Gorda; Renascente-Saboia; Piense-Negrilhos. Folga o Messejanense.

Campeonato Distrital da 1.ª Divisão

Milfontes com teste difícilde uma derrota muito pesada sofrida no Rosário. Tem a seu favor o piso pelado do Campo de Jogos João Celorico Drago, mas a formação de Francisco Fernandes, que su-perou sem dificuldade o Serpa, já mostrou ser uma equipa todo-o-terreno.

Mais importante do que este duelo entre as duas equipas do concelho de Castro Verde será a partida marcada para o Campo da Foz do Mira, em Vila Nova de Milfontes, o os lo-cais não podem perder para não perderem o líder de vista (estão a cinco pontos de distân-cia), mas onde seguramente Fernando Piçarra tentará que o seu Vasco da Gama descubra o

caminho para a vitória. E tem a seu favor o “pé quente” de José Feio, atual melhor marcador do campeonato após os cinco golos assinados há oito dias em Cuba. Este é, por todos esses motivos, o jogo da jornada.

Da ronda anterior, em que se marcaram muitos golos (27), fica o registo para o exce-lente empate do Desportivo de Beja em Ferreira do Alentejo, as goleadas do Vasco da Gama em Cuba, do Rosairense em casa com o São Marcos e do Almodôvar no terreno do Panoias.

O Odemirense interrompeu a sé-rie de quatro vitórias consecutivas que o Aldenovense trazia no campeonato.

Distrital Ferreirense e Desportivo de Beja igualaram-se na atitude e no resultado

80.º Aniversário do Sporting

de Cuba

O Sporting Clube de Cuba assinala, no

próximo dia 10, o 80.º aniversário da sua

fundação com um jantar de gala durante o

qual serão distinguidos os agentes do clube

que mais se destacaram durante a época.

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O examinar de um passado quimérico leva-me a trazer à ribalta a modalidade de andebol. Atesto, porém, que jamais fui um exímio praticante dessas circunstâncias desportivas. Jogava quando o professor de Educação Física Rony, como era conhecido, o exigia. Fui, e sou, adepto do andebol mas como espectador. Aliás, nos corredores apertados de uma memória já cansada pelas agruras que o tempo impõe revejo aqueles velhos derbys entre a Escola Industrial e Comercial de Beja e o Liceu. As moças alindavam-se e os rapazes, vaidosos, embeveciam-se com a sua beleza. O calendário da vida cruzou, entretanto, novos contornos desportivos. Falar de andebol em Beja é elevar a forma como a Zona Azul tem erigido a modalidade numa região onde se destaca, também, o Centro de Cultura e Popular de Serpa (formação) e o Vasco da Gama da Vidigueira, um clube que em épocas recentes atingiu o patamar supremo no andebol nacional em seniores. Revendo, agora, o estado atual do andebol a nível distrital, deparo-me com o excelente primeiro lugar que a Zona Azul ocupa no Nacional da 3.ª Divisão, sendo que o treinador Carlos Guerreiro prepara a equipa para a passagem a uma segunda fase onde os princípios assentam, quiçá, no propósito para um eventual regresso ao escalão secundário. Claro que no contexto deparado tudo são, por ora, meras conjeturas ponderadas num tabuleiro virtual onde registamos, apenas, uma vontade inequívoca do grupo de trabalho que continua a desenvolver esforços que visam um fim talvez sonhado. A realidade diz-nos que o campeonato prossegue, que o estado de graça da equipa prevalece isenta de pressões e a Zona Azul recebeu no sábado, 25, o Náutico do Guadiana e venceu (41-21). Para a história fica, também, a dedicação do professor Bexiga Fialho em prol do desenvolvimento do andebol por estas bandas alentejanas.

Andebol

José Saúde

O “IV Memorial Ana Rita Amaro”, reunião atlé-tica que a Associação de

Atletismo de Beja levou à pista do Complexo Desportivo Fernando Mamede, evocou a memória da antiga atleta da Juventude Desportiva das Neves, falecida em 1 de novembro de 2008, na se-quência de um acidente de viação.

Dirigentes e técnicos associa-ram-se à homenagem, num gesto que revela a bondade da atividade desportiva e a solidariedade dos seus agentes. A presença dos pais da Ana Ria acrescentou ao evento maior sentimento, eles que sem-pre estiveram muito perto da mo-dalidade e da atividade dos filhos (Ana Rita e Ricardo Amaro), sendo o próprio Agnelo Amaro ex-atleta e atual dirigente da modalidade.

Os níveis de participação nesta dupla reunião atlética – in-cluiu o Campeonato Distrital de

Lançamentos Longos – agrada-ram a Joaquim Casaca, presidente da Associação de Atletismo de Beja. “Tivemos aqui a maioria dos nossos clubes filiados que normal-mente comparecem a estas pro-vas. Tivemos ainda a felicidade de poder contar com atletas das asso-ciações do Algarve e de Santarém, também um atleta da Guarda, que está em Beja a lecionar e que, ha-bitualmente, participa nas nos-sas provas”, disse, adiantando que “foi uma boa jornada, quer o cam-peonato, quer o Memorial Ana Rita Amaro, onde recordamos aquela atleta multidisciplinar que foi um exemplo enquanto esteve entre nós, mas que continua a ser um estímulo para todos”.

Alguns dirigentes e técni-cos associaram-se à homenagem competindo nas respetivas pro-vas, atitude que Casaca explicou: “Fazemos questão de participar,

embora não obtenhamos gran-des marcas, mas o importante é que todos nos associemos a este memorial em homenagem à nossa Ana Amaro”. E lembrou: “Também acontece quando faze-mos o Torneio de Lançamentos Carlos Gradiz, em que fazemos questão de participar, eu e todos os outros técnicos, para home-nagearmos essa grande figura do atletismo”.

Concordando que o desporto é um espaço privilegiado para estas manifestações em que do-mina o sentimento (e neste caso a saudade de uma antiga atleta), o dirigente disse: “Não só no atletismo, como em todas as ou-tras modalidades, é nosso en-tendimento que devemos man-ter este memorial. Para o ano assim será, não estarei como di-rigente, mas estarei como atleta e como treinador”, revelou

Casaca, deixando perceber a sua não continuidade na liderança da Associação de Atletismo de Beja.

Participaram nas competições 87 atletas, somando 147 partici-pações, tendo estado represen-tados a Zona Azul, de Beja, Beja Atlético, CNAlvito, Castrense, JDNeves, SR Entradense, to-dos filiados na associação re-gional, a quem se juntaram a Associa ção 20 km, de Almeirim (AASantarém), o Centro de Atletismo de Seia (AAGuarda), a ADCPraia da Falésia, CRCD Luzense e o Grupo Desportivo Pic-Nic, de Vila Real de Santo António, todos da Associação de Atletismo do Algarve.

Os títulos coletivos foram en-tregues à Juventude Desportiva das Neves (femininos), com 74 pontos, e ao Beja Atlético Clube (masculinos), com 93 pontos.

Firmino Paixão

O desporto e a sua componente social

A saudade bateu todos os recordes

Memorial Ana Rita Amaro André Eugénio (Castrense) no lançamento do dardo Memorial Ana Rita Amaro Atleta do Castrense no lançamento do peso

A Associação de Cultura e Recreio dos Moradores de Vale das Éguas,

Santiago do Cacém, realiza amanhã, pelas 9 horas, um evento

denominado 1.º Passeio BTT Vale das Éguas. Trata-se de um passeio

guiado, com a extensão de 20 quilómetros, que tem como pretexto

desfrutar da natureza em simultâneo com a prática desportiva.

Columbofilia A Associação Columbófila do Distrito de Beja realiza no próximo domingo o terceiro e último treino para preparação da Campanha Desportiva 2012, com soltas desde a localidade espanhola de Campanário para a zona Centro Leste e zona Sul (220 quilómetros).

BTT Vale das Éguas (Santiago)

amanhã

Page 21: Ediçao N.º 1558

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O Clube de Patinagem de Beja tem as suas equipas de ini-ciados e juvenis a competir nos campeonatos nacionais. Uma época duplamente iné-dita. Pelo brilho da sua forma-ção e pela ausência da equipa sénior.

Texto e foto Firmino Paixão

Na jornada inaugural os ini-ciados foram derrotados em Sines, mas os juvenis

jogaram em Beja e venceram folga-damente a formação do Sesimbra. Tanto uns como outros asseguram o futuro do hóquei bejense.

“Termos duas equipas dos esca-lões de formação competindo em provas nacionais, é um feito inédito na história do clube”. A revelação é de Carlos Ramos, vice-presidente do Clube de Patinagem de Beja. “Temos muito orgulho nisso, sobretudo numa época em que não tivemos equipa sénior a competir, por isso ainda nos soube melhor este apura-mento das equipas de iniciados e de juvenis”, prosseguiu. Carlos Ramos acentuou que o clube está a inves-tir bem na formação e explicou que o trabalho que têm feito nessa área “está evoluindo de ano para ano e

Andebol Náutico afogado em BejaA Zona Azul recebeu e venceu folgadamente (40/21) a equipa algarvia

do Náutico do Guadiana, de Vila Real de Santo António, mantendo-se

no comando da zona Sul do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão de

Seniores Masculinos. A três jornadas do termo desta fase preliminar da

prova, a Zona Azul folgará amanhã, sábado, depois terá uma deslocação

a Lagos e fecha com a receção ao Torrense, atual terceiro classificado.

A equipa bejense comanda isolada com mais cinco pontos que o Boa

Hora e sete que o Torrense, tendo assegurada a qualificação para a

segunda fase. No fim de semana o ACSines (último da tabela de pontos)

perdeu no pavilhão do Boa Hora (38/17) e amanhã recebe o Oriental.

Serpa no recinto do Passos ManuelO Centro de Cultura Popular de Serpa joga amanhã no pavilhão

do Passos Manuel a partida correspondente à 3.ª jornada do

Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Iniciados Masculinos, depois de

no fim de semana ter perdido em Serpa com o Ginásio do Sul (27/32),

mantendo-se no último lugar da zona 3 do grupo B, que é comandada

pelo Vitória de Setúbal. Outros resultados – Torneio Complementar

do Alentejo de Iniciados Masculinos (1.ª jornada): Zona Azul-Vasco

da Gama, 30-25: Redondo-Ponte Sor, 13-48. Campeonato Nacional

de Infantis Masculinos Zona 9 (2.ª jornada): Évora-Redondo, 34 -

-14; Zona Azul-Inijovem, 22-24. Cruz de Malta-Ponte Sor, 11-21.

Hóquei em patins Aljustrelense na Vila MorenaRealiza-se amanhã, sábado, a 16.ª jornada do Campeonato Nacional

da 3.ª Divisão Zona Sul, ronda que leva a equipa do Mineiro

Aljustrelense ao pavilhão do líder, o Hóquei Clube Patinagem de

Grândola, ferido que está com a derrota sofrida, a única até ao

momento, na última jornada no recinto do Boliqueime. O Castrense,

derrotado em casa pelo Estremoz (3/7), desloca-se para Sintra, onde

defrontará Os Lobinhos, e o Hóquei de Santiago, que empatou em

Aljustrel a quatro golos, joga em casa com o Azeitonense. Apesar

da inédita derrota, a equipa de Grândola mantém-se no comando

com 37 pontos, o Hóquei de Santiago é quinto e o Aljustrelense

e o Castrense estão nos últimos lugares da classificação. Na

segunda divisão nacional o líder Sporting esteve de visita a Sines,

onde venceu (5/1) categoricamente, mantendo-se no comando do

campeonato. O Hóquei Vasco da Gama folga na jornada de amanhã.

Basquetebol E o primeiro lugar tão perto …O Beja Basket Clube perdeu em Quarteira por escassos cinco pontos

de diferente (79/74), deixando escapar uma excelente oportunidade

de se aproximar dos Salesianos, que nesta 12.ª jornada do Nacional

de Basquetebol da 2.ª Divisão também perderam, mas no Pavilhão

do Reguengos (58/56). Face à conjugação destes resultados e do

triunfo fácil do Ferragudo perante o Tavira (74/37), o BBC baixou

para o quarto lugar, mas apenas a dois pontos dos eborenses. O

campeonato prossegue, apenas, no próximo dia 10 com a deslocação

do BBC a Albufeira. Classificação: 1.º Salesianos, 18 pontos. 2.º

Ferragudo, 18. 3.º Reguengos, 17. 4.º Beja BC, 16. 5.º Tubarões,

16. 6.º CB Albufeira, 13.7.º CBTavira, 10 (Ferragudo e Reguengos

têm mais um jogo que os Salesianos e que o Beja Basket Clube).

Futsal Baronia venceu em TaviraO Grupo Desportivo da Baronia desceu até Tavira para

surpreender a formação dos Sonâmbulos vencendo por 3/2 a

partida correspondente à 15.ª jornada do Campeonato Nacional

da 3.ª Divisão Série D, numa ronda em que Os Independentes, de

Sines, foram derrotados na Portela, por 4/3. Amanhã o Baronia

recebe a equipa do Rangel, segunda classificada da série, e Os

Independentes jogam em Viana do Alentejo frente ao Sporting

local. Os sineenses mantêm o terceiro lugar, a 15 pontos do líder, e o

Baronia é o décimo segundo classificado, em zona de despromoção.

Juvenis do CPBeja venceram Sesimbra

Entraram com o stick direito

Campeonato Nacional de Infantis (1.ª jornada): Boliqueime-Oeiras .................. 0-10 H.Grândola-Paço d’Arcos ........ 2-4 Estremoz-Sporting .................. 0-13 Próxima jornada (3/3): Oeiras-H.Grândola; Sporting-Boliqueime; Paço d’Arcos-Estremoz.Campeonato Nacional de Iniciados (1.ª jornada): Cascais-Estremoz ...................... 5-5 Paço d’Arcos-Benfica .............. 0-6 Vasco da Gama-CP Beja ........... 5-3Próxima jornada (4/3): Estremoz --Paço d’Arcos; CP Beja-Cascais; Benfica-Vasco da Gama.Campeonato Nacional de Juvenis (1.ª jornada): Seixal-H.Santiago...................... 7-6 Stuart Carvalhais-Benfica ....... 5-6CPBeja-Sesimbra ...................... 5-2 Próxima jornada (3/3):H-Santiago-Stuart Carvalhais; Sesimbra-Seixal; Benfica-CP Beja.

recrutamento, até com outra tradi-ção nestes patamares competitivos, por isso nós só por estarmos aqui já estamos orgulhoso”.

O Alentejo está representado com seis equipas nas provas nacio-nais de três escalões, o que para o dirigente bejense significa que o hó-quei da região está a evoluir: “O tra-balho está dando frutos, essa evolu-ção vai tendo visibilidade, também tem melhorado a qualidade no en-quadramento técnico e isso só pode dar resultados francamente positi-vos”, diz.

Quanto ao breve regresso da equipa sénior do clube, Ramos con-fessou que adorava que isso aconte-cesse: “Trabalhamos para isso, as condições financeiras associadas à crise que o desporto de uma forma geral está a atravessar limitam-nos nessa ambição, mas esse é um ob-jetivo nosso, está nos nossos hori-zontes concretizá-lo”. O dirigente lembrou ainda: “A cidade tem-nos apoiado e reconhecido o mérito do nosso trabalho. O hóquei em patins não é como o futebol, mas já marcá-mos os jogos para mais tarde para podermos ter aqui o nosso público, os nossos adeptos e associados. Mas Beja é uma cidade que acarinha e apoia o hóquei em patins”, concluiu.

sempre para melhor”: “Trabalhamos todos para isso, é no sentido do su-cesso que dirigimos todas as nossas energias”. Quanto às expectativas para as competições onde se enqua-dram as equipas bejenses, Carlos Ramos assumiu: “Não temos outros objetivos definidos que não seja che-garmos o mais longe que nos deixa-rem. Sabemos que vamos ter adver-sários muito fortes, com recursos diferentes e maior capacidade de

Realiza-se amanhã, sábado, pelas 15 horas, em Ferreira do

Alentejo, o Campeonato Distrital de Estrada, com partida

e meta junto ao edifício da câmara municipal. Castro

Verde recebe no domingo, pelas 9 e 30 horas, no pavilhão

municipal, o Torneio de Salto em Altura Distrital.

Tiro aos pratos O Clube de Tiro João Rebelo, de Beja, recebe no dia 25 a 3.ª contagem do Campeonato Regional Sul de Tiro aos Partos, na vertente de fosso olímpico. A organização é do Clube de Caçadores do Baixo Alentejo, com o apoio da Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça.

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saúde 23Diário do Alentejo24 fevereiro 2012

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido ValenteDr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de LisboaDr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de BejaDr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de BejaDr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumarDr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina FamiliarDr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (difi culdades específi cas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Oncologia – H. de BejaDrª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de LisboaDr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. BejaDr. Daniel Barrocas – Médico Interno de Psiquiatria – Hospital de Santa MariaDr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de BejaDr.ª Isabel Martins – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo AlentejoDr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/ObstetríciaDr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de BejaDr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta.Dr.ª Joana Freitas – Cavitação, Lipoaspiração não invasiva,indolor e não invasivo, acção imediata, redução do tecido adiposo e redução da celuliteDr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específi ca e não específi ca. Voz/Fluência.Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade.Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

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Page 24: Ediçao N.º 1558

24Diário do Alentejo2 março 2012

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Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

Empresa de Desenvolvimento

e Infra-estruturas do Alqueva, S.A.

CITAÇÃO POR EDITALEXPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS PARA APRECIAÇÃO

DO PROJECTO DE EMPARCELAMENTO RURAL

INTEGRADO DOS COUTOS DE MOURA

A Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA), entidade responsável pela elaboração do Projecto de Empar-celamento Rural Integrado dos Coutos de Moura, vem, nos termos do artigo 42º do Decreto-Lei nº 103/90 de 22 de Março, notifi car:

1. De 30 de Janeiro a 14 de Março de 2012 , foram submetidos à apreciação e reclamação dos interessados todos os elementos indicados no artigo 13º do diploma atrás citado. Para o efeito foram enviadas notifi cações a todos os interessados através de cartas registadas com aviso de recepção, de acordo com o disposto nos artigos 41º e 42º do referido diploma.

2. Dado que foram devolvidas as cartas registadas enviadas aos proprietários constantes da lista acima mencionada e não tendo sido possível obter dados adicionais sobre eles, os ele-mentos referidos no artigo 13º estarão novamente expostos para apreciação por estes interessados, nas instalações da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos durante todos os dias úteis de 05 de Março a 18 de Abril de 2012, das 9:00 às 12:30 h e das 14:00 às 18:00 h.

3. Os proprietários acima referidos ou seus representantes legais, poderão apresentar por escrito as reclamações que en-tenderem. Estas deverão ser dirigidas à Comissão de Apreciação do Projecto de Emparcelamento Rural Integrado dos Coutos de Moura, com sede na EDIA, Rua Zeca Afonso, 2, 7800-522 Beja, no prazo de 45 dias a contar da data da publicação do Edital (Artº 37º do Decreto-Lei nº 103/90). Das deliberações da Comissão de Apreciação cabe recurso para o Sr. Director Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Avª. Afonso Costa nº3, 1949-002 LIS-BOA, a interpôr no prazo de 15 dias a contar da notifi cação da deliberação sobre a respectiva reclamação.

Vem a EDIA proceder a estas citações, no cumprimento das formalidades vigentes.

Beja, 27 de Fevereiro de 2012

O Presidente do Conselho de Administração

Alexandre Francisco dos Santos Ortega Herd de Mário Fernando P Domingos António dos Reis Baltazar Herd de Pedro Valente Figueira António Feliciano Dimas Barão Herd de Raquel Conceição Figueira António Joaquim Sales Fonseca Herd de Rui de Lacerda António José Albardeiro Ganchinho Ilda Isabel Chaparro Escoval António José Rico Esteves Santos Imotwin - Sociedade Imobiliária Lda António José Ventinhas Irene Dinora Pataca Ramalho Goinhas António Manuel Marquilha Ganchinho Joana Isabel Félix Torrado António Mesa Alfaro João António Formigo António Pereira Varela João Batista Cunha Fernandes Arnaldo José Moedas Casimiro João Francisco Condeça Abade Balbina Rita Cuba Martins João Francisco Prazeres Bernardina Maria Gomes Paiva Franco João Miguel do Nascimento V Rosado Caetano José Clérigo João Pedro Fernandes Carvalho Batista Carlos Alberto Costa Nunes Aguiar Joaquim José dos Reis Esperança Carlos Manuel Palma Limpo de Lacerda Joaquim José Fernandes Camacho Diogo Luís de Matos Grade Joaquim José Garrido Casimiro Domingos Sebastião Arsénio Costa Joaquim José Garrido Pipa Elisabete do Rosário Barradas Rola Joaquim Miguel Fustiga Direcção Geral do Património do Estado Joaquim Nobre Estela Maria A J Acabado Branco Joaquina Maria Garrido Oleirinha Fernando das Mercês Dias Herd de Bárbara C Janeiro Rogado Francisco António Fernandes Falé Herd de Carlos Uva Cansado Francisco Garcia Pires Rodrigues Jorge Manuel Figueira Malato Francisco Jacinto Vestia Jorge Manuel M Fernandes Brito Francisco José dos Santos Silva José António Ravasco Raposo Deveza Francisco Luís Fialho José Fernando Costa Carvalho Francisco Manuel Roberto José Fialho Rico Francisco Maria Inverno José Francisco Formigo Guilherme de Jesus Pelica Sales José Jacinto Ferreira da Silva Guilhermina Maria Garrido Inverno José Maria Inverno Herd de Abel Fialho Rico José Pedro Pinto Herd de António Marceliano Fustiga José Perfeito Clérigo Herd de Domingos da A Seita Torres José Rodrigues Herd de Fernando Nuno C Calheiros Justino Falé Negreiros Campinos Herd de Francisco Lopes Nunes Leopoldo C Ganchinho Prazeres Herd de Francisco Nunes Prazeres Liane Rocha de Brito Herd de João José Fialho Lídia Esmeralda A G Janeiro Acabado Herd de Joaquim Augusto Garradas Luís Manuel da Silva Marques Herd de José Agostinho Vidal Luís Manuel Gomes do Prado Quintino Herd de José Evaristo Cavalo Luzia Moita Algarvia Herd de José F Valente Figueira Manuel António Cenrada Ortega Herd de José Joaquim Farinho Manuel Dias Barão Herd de Manuel Inácio Fustiga Manuel Joaquim Nogueira Herd de Mariana Angélica de Almeida Manuel Joaquim Pato Tiago Manuel Marques Gafenho Melo & Companhia Lda Manuel Moita Tomé Mercedes V Mascarenhas Filipe Monte Manuel Santana Júnior Miguel Ângelo Cenrada Ortega Marçal Moreira de Freitas Miguel Laurentino da Silva Júnior Maria Ana Rato Delgado Mendes Miguel Maria Ramirez Nunes Garcia Maria do Carmo Caeiro Carrasco Paes Otília Maria R Valente Fernandes Joaquina Maria P Pissarra Serrado Paulo Jorge Câncio Monteiro Jorge Luís Alves da Silva Paulo José Monteiro Mendonça Maria do Céu F P G Vidal da Gama Propaval Maria dos Anjos R Encarnação Viegas Rodrigo José Correia Raposo Maria Emídio Barão Serafina Sanchez Veja Maria Gabriela Acabado Aiveca Teresa de Jesus Guerreiro Nunes Maria Leonor F Pinto Correia Garcia Tomaz Manuel Acabado Maria Luiza A de Oliveira Botelho Vânia Isabel C Cavaco Condeça Maria Teresa Ramalho Vicente Pica Serrano Mário Correia Sampaio Virgílio de Sousa Fragoso de Lima Mário Manuel Rodrigues Pato Virgílio Godinho Fragoso de Lima Martinho Conceição Guerreiro Correia Zulmira da Conceição Garrido

Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

CASA DO ESTUDANTE

ASSEMBLEIA GERAL

CONVOCATÓRIA

Nos termos do art.º 40, nºs 1 e 2, dos Estatutos,

convocam-se todos os associados da Casa do Estudante

para participarem na Assembleia Geral Ordinária a rea-

lizar em Beja, no dia 25 de Março de 2012 pelas 9h00m,

nas instalações da sede, sito na rua de Moçambique

nº10 em Beja, com a seguinte ordem de trabalhos:

Ponto um – Apresentação, discussão e votação da

Conta de Gerência do Exercício do ano de dois mil e

onze, assim como o parecer do Conselho Fiscal;

Ponto dois – Outros assuntos do interesse da

instituição.

Os trabalhos iniciar-se-ão uma hora mais tarde, com

qualquer número de associados, se à hora marcada

não estiver reunido o quorum legalmente previsto.

Beja, 24 de Fevereiro de 2012

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Manuel Rebelo Lança Alves

Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 1ª Publicação

ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS

DO BAIXO ALENTEJO

E ALENTEJO LITORAL

EDITAL

Alienação, através da apresentação

de propostas para as seguintes viaturas:

Skoda Pick-Up e Renault Kangoo

Dando cumprimento ao deliberado por esta As-

sociação na reunião do Conselho Diretivo de 13 de

fevereiro de 2012, faz-se público, a alienação, através

da apresentação de propostas em carta fechada,

dos veículos Skoda Pick-Up e Renault Kangoo, nos

seguintes termos:

1. O veículo de marca Skoda, modelo Pick-Up (1.9

a gasóleo), registado em 01-10-1999, na categoria de

ligeiro de mercadorias, sem inspeção realizada, será

alienado pelo valor mínimo líquido de 1.230,00€ (mil

duzentos e trinta euros), iva incluído;

O veículo de marca Renault, modelo Kangoo (1.1

Gasolina/GPL), registado em 10-04-2000, na categoria

de ligeiro de passageiros, com inspeção realizada, será

alienado pelo valor mínimo líquido de 1.845,00€ (mil

oitocentos e quarenta e cinco euros), iva incluído;

2. Os veículos serão alienados livres de quaisquer

ónus ou encargos;

3. Poderão ser apresentadas propostas até às 15

horas do dia 16 de março de 2012, na sede da AMBA-

AL – Praceta Rainha D. Leonor, apartado 70, 7800-953

Beja. As propostas poderão ser entregues pessoalmen-

te ou remetidas pelo correio, sob registo e devem ser

apresentadas em sobrescrito fechado, identifi cando

no exterior do mesmo o proponente e o veículo, que,

por sua vez, é encerrado num sobrescrito dirigido ao

Presidente do Conselho Diretivo da AMBAAL.

4. A abertura das propostas será realizada em acto

público que terá lugar no dia 19 de março de 2012, às

15 horas, no edifício-sede da AMBAAL, sito na direção

referida no ponto 3;

5. As restantes condições de alienação e instrução

das propostas estão clausuladas em regulamento, que

deverá ser consultado pelos proponentes nos serviços

administrativos da AMBAAL, durante as horas de

expediente;

6. Os veículos poderão ser vistos, durante as horas

de expediente (09h00:12h30/14h00:17h30), na direção

referida no ponto 3.

Para constar se elaborou o presente EDITAL e

outros de igual teor que vão ser afi xados nos lugares

de estilo.

AMBAAL, 13 de fevereiro de 2012.

O Presidente do Conselho Diretivo

José Maria Prazeres Pós-de-Mina

Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO

DE SÃO TEOTÓNIO CRL

CONVOCATÓRIA

DA ASSEMBLEIA GERAL

Nos termos da Legislação em vigor e dos Estatutos

da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de São Teotónio

CRL, pessoa colectiva n° 501145370 matriculada na

Conservatória do Registo Comercial de Odemira sob

o mesmo número, com o Capital Social realizado de 17

538 210 € (variável), convoco os Associados da Caixa

de Crédito Agrícola Mútuo de S. Teotónio, no pleno gozo

dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral,

no dia 17 de Março, pelas 09h30m, na Sede desta

Instituição, sita na Rua 25 de Abril, em São Teotónio,

para discutir e votar as matérias da seguinte:

Ordem de Trabalhos:

1. Apreciação e Votação do Relatório, do Balanço e

das Contas do Exercício de 2011 e respectivo Parecer

do Conselho FiscaL

2. Outros assuntos.

São Teotónio, 25 de Fevereiro de 2012

A Presidente da Mesa da Assembleia-Geral

Ana Paula Lopes António Vasques

Nota: Se à hora marcada, não estiver presente a

maioria dos Associados, a Assembleia reunirá, com

qualquer número, uma hora depois, nos termos do

estabelecido no art° 25° dos nossos Estatutos.

Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA

DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE BEJA

ASSEMBLEIA GERAL

ORDINÁRIA

CONVOCATÓRIA

Para cumprimento do estabelecido na alínea c) do

n°. 2, do art°. 41º dos Estatutos, convoco a reunião da

Assembleia Ordinária, para o dia 12 de Março de 2012,

Segunda-Feira, pelas vinte horas e trinta minutos, na

sede da nossa Associação, na Av. Fialho de Almeida,

n°.30, nesta cidade com a seguinte ORDEM DE TRA-

BALHOS:

Apresentação e votação do Relatório e Contas de

Gerência respeitantes ao ano de 2011 e Parecer do

Conselho Fiscal.

Não comparecendo número legal de sócios à hora

marcada, a Assembleia funcionará com qualquer nú-

mero de sócios, MEIA HORA DEPOIS como determina

o n°. 1 de art°. 43°. dos mesmos estatutos.

Beja, 10 de Fevereiro de 2012.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

José António Jacinto Parrinha

Page 25: Ediçao N.º 1558

institucional diversos 25Diário do Alentejo

2 março 2012

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Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

CAIXA DE CRÉDITO AGRICOLA

DE BEJA E MÉRTOLA, C.R.L.

CONVOCATÓRIA

DA ASSEMBLEIA GERAL

De harmonia com a Lei e os Estatutos da Caixa

de Crédito Agricola de Beja e Mértola, C.R.L., pessoa

colectiva nº 501064800, com sede em Largo Eng.º

Duarte Pacheco, nº 12, em Beja, matriculada sob o nº

501064800 na Conservatória do Registo Comercial de

Beja, convoco os associados, no pleno gozo dos seus

direitos, a reunirem-se em Assembleia Geral em sessão

ordinária, no dia 20 de Março de 2012, no Balcão de

Beringel da Caixa de Crédito Agricola Mútuo de Beja

e Mértola, CRL, sito na Praça Dr. Carlos Moreira, nº

14, em Beringel, pelas 17:00 horas, com a seguinte

ordem de trabalhos:

Ordem de Trabalhos:

1. Discussão e votação do Relatório, Balanço e

Contas da Direcção e Parecer do Conselho Fiscal -

Exercício 2011;

2. Apreciação e votação da Proposta de Aplicação

de Resultados;

3. Aprovação dos Pedidos de Exoneração de As-

sociados;

4. Outros Assuntos de interesse para a Assem-

bleia;

O Relatório, Balanço e Contas da Direcção re-

lativo ao Exercício de 2011, estará à disposição dos

Senhores Associados na sede da Caixa Agrícola às

horas normais de expediente, durante os oito dias que

antecedem a Assembleia-Geral.

Se à hora marcada não estiverem presentes mais

de metade dos Associados, a Assembleia reunirá

uma hora depois, com qualquer número de sócios

presentes.

A Assembleia reunirá fora da sede social da Caixa

devido à inexistência de sala com condições para a

realização desta Assembleia.

Beja, 27 de Fevereiro de 2012.

Presidente da Mesa da Assembleia-Geral

Eng.º Rui Manuel Inácio Garrido

Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

LICENÇA DE FUNCIONAMENTO N.° 1/2010 (*)

REGIME DE INSTALAÇÃO

E FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTOS

DE APOIO SOCIAL1. Identifi cação do estabelecimento

Denominação do estabelecimento: Jardim Infantil

Nossa Senhora da Conceição

Localização do estabelecimento: Rua Afonso de

Albuquerque, n.º 9

C. Postal 7800-442 Beja Localidade: Beja

Distrito: Beja Concelho: Beja

Freguesia: S. João Batista

Telefone: 284322690 Fax: 284322690

e-mail [email protected]

2. Identifi cação da entidade gestora

Nome completo: Felisbela Tavares Santos Parrinha

Limitada

Morada: Rua Afonso de Albuquerque, n°9

C. Postal: 7800-442 Beja

Localidade: Beja

3. Actividade exercida no estabelecimento

Sala de Creche com capacidade para 15 crianças

4. Lotação máxima

O estabelecimento pode abranger o número máxI-

mo de 15 (quinze) utentes

5. Emissão

Data: 2010/1/20

Assinatura ilegível

(*) Emitida ao abrigo do Decreto-Lei n.° 64/2007, de 14 de Março.

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Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

CCAM de Aljustrel e Almodôvar, CRL

CCAM DE ALJUSTREL E ALMODÔVAR, CRL

CONVOCATÓRIA

Conforme o disposto no artº 24º dos Estatutos

desta Caixa, convoco a sua Assembleia Geral, para a

reunião a realizar no dia 27/03/2012, pelas 15 horas,

no auditório da Biblioteca Municipal de Aljustrel, junto

às piscinas Municipais, em Aljustrel, com a seguinte

ORDEM DE TRABALHOS:

1º Apreciação e votação do Relatório e Contas do

Conselho de Administração e do Parecer do

Conselho Fiscal, referentes ao Exercício de 2011;

2º Outros assuntos de interesse associativo.

Se à hora marcada não estiverem presentes mais

de metade dos Sócios, a Assembleia reunirá,

uma hora depois, com qualquer número de Sócios

presentes.

Aljustrel, 27 de Fevereiro de 2012.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Dr. Francisco José Faleiro Baltazar Romano Colaço

Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

FREGUESIA DE SELMES

EDITAL

Cemitério

EXUMAÇÃO DE CADÁVERES

ANTÓNIO JOÃO PEDRAS D’AGUILAR, PRESI-

DENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE SELMES:

Faz saber que, de acordo com a deliberação desta

Junta de Freguesia, em sua reunião ordinária de 10 de

Fevereiro de 2012;

Nos termos do art° 13°, do Capitulo IV, do regula-

mento do Cemitério de Selmes, proceder-se-á á exu-

mação dos covais abaixo mencionados, pelo que se

convidam os familiares ou responsáveis pelos falecidos,

a entrarem em contacto com a Junta de freguesia de

Selmes no prazo de 30 dias, a contar da publicação do

presente Edital, a fi m de ser acordada a data em que

terá lugar a exumação e o destino a dar às ossadas.

Decorrido este prazo, sem que os interessados

promovam qualquer diligência, será feita a exumação

considerando-se abandonadas as ossadas as quais

serão depositadas no próprio coval a profundidade

superior.

Para constar se passou o presente Edital e outros

de igual teor que irão ter a devida publicidade.

Freguesia de Selmes, 24 de Fevereiro de 2012

O Presidente

António João Pedras D’Aguilar

Page 26: Ediçao N.º 1558

26Diário do Alentejo2 março 2012

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DESLOCAÇÕES POR TODO O PAÍS

TRINDADE

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA FRANCISCA, de 93 anos, natural de Alcaria Ruiva - Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24 de Fevereiro, da Casa Mortuária da Trindade, para o cemitério local.

CABEÇA GORDA

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ FERNANDO MONTEIRO, de 64 anos, natural de Cabeça Gorda - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria de Assunção Colaço Beijinho. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Cabeça Gorda, para o cemitério local.

SANTA CLARA DE LOUREDO

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA VITÓRIA FRANCISCA DUARTE, de 89 anos, natural de Santa Clara de Louredo - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério local.

BARREIRO / BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOAQUIM INÁCIO GRANADEIRO SANTANA, de 47 anos, natural de Portimão, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 26 de Fevereiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

SALVADA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. PALMIRA DUARTE LOPES, de 92 anos, natural de Salvada - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 27 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Salvada, para o cemitério local.

BERINGEL

†. Faleceu o Exmo. Sr. ANTÓNIO MANUEL CAMPINAS, de 92 anos, natural de Beringel - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

BEJA / NOSSA SENHORA DAS NEVES

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ANTÓNIA ESCOLÁSTICA MONTES, de 87 anos, natural de Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Nossa Senhora das Neves.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOAQUIM CRISPIM DO ESTANQUE, de 94 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BALEIZÃO

†. Faleceu o Exmo. Sr. BALTAZAR FRANCISCO FARELO EFIGÉNIO, de 65 anos, natural de Baleizão - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 29 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Baleizão, para o cemitério local.

BEJA / PENEDO GORDO

†. Faleceu o Exmo. Sr. FRANCISCO JORGE, de 94 anos, natural de Mombeja - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 01, da Casa Mortuária de Penedo Gordo, para o cemitério de Beja.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras

condolências.

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Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

* O melhor das Amendoeiras em Flor – Trás os Montes – PROGRAMA ESPECIAL - Dias 03 e 04 de Março * NOVA OPORTUNIDADE – “ORA VIRA € TROIKA O PASSOS” – Dia 4 de Março no Teatro Maria Vitória* Fim de semana na Serra da Estrela – Visitando: Museu do Pão em Seia – Man-gualde – Linhares da Beira – Almoço no “Albertino” em Folgozinho - Torre – Dias 10 e 11 de Março* DISNEY ON ICE – “MUNDOS DE FAN-TASIA” – DIA 25 DE MARÇO – PAVILHÃO ATLÂNTICO* Na Rota dos Templários – Visitando Vila do Rei – Ferreira do Zêzere – Tomar – Convento de Cristo – Castelo de Almourol – Dia 11 de Março* Fallas de Valência – A grande Festa de Espanha – De 17 a 21 de Março* Festival Internacional do Chocolate em Óbidos – Dia 18 de Março* “JUDY GARLAND – O FIM DO ARCO IRIS” – TEATRO POLITEAMA – DIA 18 DE MARÇO* Fim-de-semana em Coimbra – Com passeio de barco no Mondego e visita ao Mosteiro de Lorvão – De 24 a 25 de Março* Mariscada na Ericeira “Restaurante César” – Dia 25 de Março* Passeio à Serra da Estrela – Dia 25 de Março – NOVA OPORTUNIDADE!* Excursão ao Santuário de Fátima – Dia 25 de Março

* Entre Lendas e Tradições do Norte de Portugal, visita a Marco de Canavezes, Mosteiro de Vila Boa de Quires, Penafiel – De 31/3 a 1/4 * Rota dos Castelos do Guadiana – Ju-romenha, Alandroal, Terena, Santuário da Boanova, Monsaraz, Mourão – Acom-panhamento por um historiador – Dia 1 de Abril* O MELHOR DE LA FÉRIA – CASINO DO ESTORIL – DIA 1 DE ABRIL* PARIS E EURODISNEY – De 4 a 10 de Abril – PROGRAMA DE AUTOCARRO* PARIS E EURODISNEY – De 5 a 9 de Abril – PROGRAMA DE AVIÃO* PÁSCOA EM AMESTERDÃO – De 5 a 9 de Abril* PÁSCOA NO MINHO – SEMANA SANTA EM BRAGA, PÓVOA DE LANHOSO, CAL-DAS DO GERÊS, S. BENTO DA PORTA ABERTA, PENEDA-GERÊS, GUIMARÃES – De 6 a 9 de Abril* Visita a Mérida – Dia 15 de Abril* Astúrias, Cantábria e Picos da Europa – 21 a 25 de Abril* Madeira – FESTA DA FLOR – De 21 a 25 de Abril* MOSCOVO E SÃO PETERSBURGO – DE 13 A 20 DE JULHO* CRUZEIRO “FIORDES DO NORTE” – De 18 a 26 de Maio * CRUZEIRO “LENDAS DO MEDITER-RÂNEO” – De 28 de Setembro a 06 de

Outubro

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Vidigueira

AGRADECIMENTO

José Maria Freixial Baião Nasceu 05.04.1934 Faleceu 25.02.2012

Sua esposa, fi lho, nora e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou de outro modo ma-nifestaram o seu pesar.

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

Inês Leandro

ParreiraNasceu 24/03/1926

Faleceu17/02/2012

Filho, cunhadas (os), sobri-

nhos e restantes familiares

participam a todas as pesso-

as de suas relações e amiza-

de o falecimento da sua ente

querida, e na impossibilida-

de de o fazer pessoalmente

agradecem por este meio,

reconhecidamente, a todos

os que se dignaram acompa-

nhá-la à sua última morada,

assim como aos que parti-

ciparam na missa do 7º dia

realizada em 23/02/2012, ou

que de qualquer outra forma

manifestaram o seu pesar.

AGRADECIMENTO

E MISSA

José Leandro

Jacinto

1º Mês de Eterna Saudade

Filhos, genros, netos e restan-

te família agradecem por este

meio a todas as pessoas que

estiveram presentes no dia

7 de Fevereiro e o acompa-

nharam à sua última morada.

Agradecem também a todos

os funcionários do Lar de São

Barnabé em Beja que contribu-

íram para o seu bem estar.

Será celebrada missa pelo seu

eterno descanso no dia 7 de

Março, quarta-feira, na Igreja

de São Salvador em Beja, pe-

las 18h 30m.

Que a sua alma descanse

em paz.

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Page 27: Ediçao N.º 1558

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necrologia 27Diário do Alentejo

2 março 2012

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.Rua Das Graciosas, 7 \

7960-444 Vila de Frades/VidigueiraTm.963044570 | Tel. 284441108

Vila de Frades

PARTICIPAÇÃO

Francisco José

Frade Parreira

Nasceu 15.03.1956

Faleceu 23.02.2012

Faleceu o Exmo. Sr. Francisco

José Frade Parreira, natural

de Vila de Frades, Solteiro.

O funeral a cargo desta

Agência realizou-se no pas-

sado dia 24, da casa mortu-

ária de Vila de Frades para o

cemitério local.

Marmelar

PARTICIPAÇÃO

Joaquim dos Santos

Doce André

Nasceu 29.11.1952

Faleceu 25.02.2012

Faleceu o Exmo. Sr. Joaquim

dos Santos Doce André, na-

tural de Pedrógão, Solteiro.

O funeral a cargo desta

Agência realizou-se no pas-

sado dia 26, da casa mor-

tuária de Marmelar para o

cemitério local.

Vidigueira

PARTICIPAÇÃO

José Maria Freixial

Baião

Nasceu 05.04.1934

Faleceu 25.02.2012

Faleceu o Exmo. Sr. José

Maria Freixial Baião, natural

de Vidigueira, casado com

a Exma. Sra. Zita Cordeiro

Sebastião Freixial Baião.

O funeral a cargo desta

Agência realizou-se no pas-

sado dia 26, da casa mor-

tuária de Vidigueira para o

cemitério local.

Vidigueira

PARTICIPAÇÃO

Faustino António

Aleixo da Silva

Nasceu 06.03.1955

Faleceu 26.02.2012

Faleceu o Exmo. Sr. Faustino

António Aleixo da Silva, natu-

ral da Sé

(Évora), casado com a Exma.

Sra. Maria Filomena Narra

Martins da Silva.

O funeral a cargo desta

Agência realizou-se no pas-

sado dia 27, da casa mor-

tuária de Vidigueira para o

cemitério local.

Vila de Frades

PARTICIPAÇÃO

José Luciano

do Alpendre

Conqueiro

Nasceu 17.01.1938

Faleceu 27.02.2012

Faleceu o Exmo. Sr. José

L u c i a n o D o A l p e n d re

Conqueiro, natural de Vila de

Frades casado com a Exma.

Sra. Inácia Custódia Lucas

Damas Conqueiro.

O funeral a cargo desta

Agência realizou-se no pas-

sado dia 28, da casa mortu-

ária de Vila de Frades para o

cemitério local.

Marmelar

PARTICIPAÇÃO

Bernardino José

Galheta Saiote

Nasceu 10.10.1924

Faleceu 27.02.2012

Fa l e c e u o E x m o. S r.

Bernardino José Galheta

Saiote natural de S. João

Baptista (Moura), casado

com a Exma. Sra. Catarina

Rosa Saiote Galheta.

O funeral a cargo desta

Agência realizou-se no pas-

sado dia 28, da casa mor-

tuária de Marmelar para o

cemitério local.

Angola – Entradas –

Castro Verde

PARTICIPAÇÃO,

AGRADECIMENTO

E MISSA

DO 30º DIA

Virgínia Maria

Rosa Silva1919 – 2012

Filhos, noras e netos partici-pam dolorosamente o faleci-mento da sua ente querida ocorrido no dia 30 de Janeiro, e agradecem muito reconhe-cidamente todo o apoio dado pelo Sr. Dr. João Maria Féria Colaço, pela Sra. Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Serpa, Dra. Mariana Bexiga e por todas as funcionárias do Lar São Francisco de Serpa. Agradecem também à popu-lação de Entradas e a todas as pessoas presentes nas ezéquias fúnebres e às que de outra forma nos manifesta-ram o seu pesar. Participa-se que será celebrada missa no dia 3 de Março às 17.30 horas na Igreja de Nossa Senhora da Esperança em Entradas. A todos a nossa gratidão.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas condolências

Vila Nova de S. Bento

Faleceu o Exmo. Sr. João Gonçalves Soares de 86 anos casado com Rosalina da Conceição Charraz, natural de Aldeia Nova de S. Bento. O funeral, a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 26 de Fevereiro da casa mortuária de Vila Nova de S. Bento para o cemitério local. À família enlu-tada apresentamos as nossas cordiais condolências.

AGÊNCIA FUNERÁRIA BARRADAS, LDA.Rua do Outeiro nº 21

Vila Nova de S. Bento

Telm: 967026828 - 967026517

Serpa

PARTICIPAÇÃO

Maria Luísa AlvesFaleceu a 22.02.2012

É com pesar que participa-

mos o falecimento da Sra.

D. Maria Luísa Alves, de 80

anos, natural de Serpa, vi-

úva. O funeral a cargo des-

ta Agência realizou-se no

dia 23/02/2012 pelas 12.00

horas, da Casa Mortuária

de Serpa para o cemitério

local.

Apresentamos à família as

cordiais condolências.

Vales Mortos

PARTICIPAÇÃO

Francisco Dias Soares

Faleceu a 24.02.2012

É com pesar que participa-

mos o falecimento do Sr.

Francisco Dias Soares, de

77 anos, natural de Serpa,

solteiro. O funeral a cargo

desta Agência realizou-se no

dia 26/02/2012 pelas 16.30

horas, da Casa Mortuária

de Vales Mortos para o ce-

mitério local.

Apresentamos à família as

cordiais condolências.

Serpa

PARTICIPAÇÃO

Domingos Filipe Maurício

Faleceu a 25.02.2012

É com pesar que participa-

mos o falecimento do Sr.

Domingos Filipe Maurício, de

72 anos, natural de Serpa,

viúvo. O funeral a cargo des-

ta Agência realizou-se no

dia 26/02/2012 pelas 10.00

horas, da Casa Mortuária

de Serpa para o cemitério

local.

Apresentamos à família as

cordiais condolências.

Cabeça Gorda

PARTICIPAÇÃO

Francisco Marujo Açucena

Faleceu a 26.02.2012

É com pesar que par ti-

c ipamos o fa lec imento

do Sr. Francisco Marujo

Açucena, de 83 anos, na-

tural de Salvada, casado

com a Sra. D. Senhorinha

Marques Primo Açucena,

velado nas Casas Mortuárias

de Beja. O funeral a cargo

desta Agência realizou-se

no dia 27/02/2012 pelas

14.00 horas, do Crematório

de Ferreira do Alentejo para

jazigo familiar no cemitério

de Cabeça Gorda.

Apresentamos à família as

cordiais condolências.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA

Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 | Tel. 284 549 315 | | Rua das Cruzes, 14-A | 7830-344 SERPA

CAMPAS E JAZIGOSDECORAÇÃO

Rua de Lisboa, 35 / 37 – Beja | Estrada do Bairro da Esperança Lote 2 Beja (novo) Telef. 284 323 996 – Tm.914525342 [email protected]

DESLOCAÇÕES POR TODO O PAÍS

CONSTRUÇÃO CIVIL “DESDE 1800”

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Boa vidaComer Pernil de porco com poejosIngredientes para 4 pessoas:1 kg. de perna de porco,6 dentes de alho,1 molho de poejos,q.b. de sal, q.b. de pimenta branca,80 gr. de banha,5 dl. de vinho branco,1 dl. de azeite,q.b. de água.

Confeção:Coloque os alhos num al-mofariz com os poejos e o sal. Esmague muito bem e faça um piso. Junte o azeite e a pimenta.Com esta mistura barre a carne. Coloque-a num ta-buleiro de forno, com nozes de banha por cima e o vinho branco.Leve ao forno durante mais ou menos uma hora, à tem-peratura de 170º C. Vá re-gando com o próprio mo-lho e adicione um pouco de água.Corte a carne em fatias e re-gue com o molho.Sirva com batata frita e sa-lada a seu gosto.Bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

LetrasÚltimas Notícias do Sul

Entre 1996 e 2001, o escritor chileno Luis Sepúlveda e o fotógrafo argentino Daniel

Mordzinski viajaram por um ter-ritório – a Patagónia argentina – e fixaram, ao seu modo, histórias de um mundo em desaparecimento povoado por pessoas comuns e ab-solutamente extraordinárias.

Últimas Notícias do Sul não é um livro de viagens. É um livro de emoções contadas e reveladas, com o jeito do escritor que não perdeu de vista a importância de contar his-tórias – as histórias pessoais são o único modo que reconheço de dese-nhar identidades coletivas – e de um fotógrafo (correspondente do “El Pais” em França) cuja Leica (enfim, entre outras máquinas que usou) não se tornou mais importante que o humanismo que faz o olhar.

É um livro com moral este. Enquanto traça percursos – por es-tradas em que não há voltar atrás, por linhas de um comboio quase fantasma – e retratos de gente sim-ples, anota um mundo agreste, duro, e exposto à violência no neolibera-lismo. Sepúlveda diz que deixou re-pousar as histórias na sua memória para as decantar. Os anos passaram por elas e pelas narrativas que de-las foram fazendo aos amigos, à fa-mília. Dessa memória decantada emergiu a belíssima história da “se-nhora dos milagres”, Dona Delia, 95 anos, sorriso doce e mãos que tanto cardam a lã como fazem flo-rir rosas na estepe. Revisitaram-se os mitos da Patagónia numa toada rememorativa proposta por Walter Benjamin – a da narração de uma história dos vencidos. O território por onde viajaram não existe já. São estas as “últimas notícias” captadas por dois homens que se quiseram à imagem do “anjo de Klee” e teima-ram em olhar para as ruínas que se amontoaram enquanto o “vento de progresso” teimou em empurrá-los para diante. O livro que resultou é – literalmente – encantador.

Maria do Carmo Piçarra

FilateliaO fabrico do pão – moagem (VIII)

A introdução do pão na alimentação hu-mana remonta à mais alta antigui-dade; há já vários milénios, segundo

nos ensinam os antropólogos. Foram os roma-nos quando ocuparam a Península Ibérica que o trouxeram até nós.Terão sido razões várias as que levaram o ho-mem a triturar o grão e a fazer, com a fari-nha assim obtida, uma espécie de pão, o gurel. Seria certamente nas imediações do próprio lo-cal onde o grão foi colhido que os homens de antanho o moíam e coziam. A primeira farinha terá sido obtida pela fric-ção de duas pedras, uma fixa e outra movel. E, como a imaginação e o engenho do homem não têm limites, depressa inventou o pilão, o pio, a mó de rebolo, a zangarelha e a atafona.Surge depois o aproveitamento das energias naturais; aproveitando a água inventa o rodí-zio, a azenha e o moinho de maré. Observando a força do vento descobre a forma de a aprovei-tar e nascem os moinhos de vento. Hoje estes métodos de moagem estão praticamente extin-tos, pois foram substituídos por modernas fá-bricas de moagem. Principalmente no Norte do País é vulgar ver-mos destacar-se na paisagem uma pequena construção – o espigueiro – usada para guar-dar os cereais enquanto esperam o momento propício para a moagem. Os veículos que podem ser usados no trans-porte do cereal ou da farinha, os moinhos de vento ou de maré e o espigueiro, encontram-se representados em vários produtos filaté-licos emitidos pelos correios portugueses. A piladora Bijagó ilustra o selo de $50 da emis-são “Assistência” (Guiné) criados pela Portaria 1925, de 11/11/1967.Bibliografia: BARBOFF, Mouette – Terra Mãe –Terra Pão. (Âncora Editora) Pães de Portugal. Suplemento do “Diário de Notícias/Jornal de Notícias”, fevereiro de 2012.

Geada de Sousa

JazzJoão Firmino Quinteto “A Bolha”

Gravado ao vivo durante duas noites na edi-ção de 2010 do festival Seixal Jazz (na pro-gramação do Seixal Jazz Clube), “A Bolha”

marca a estreia discográfica do quinteto liderado pelo guitarrista conimbricense João Firmino. Esta formação transnacional foi criada tendo como ce-nário o Conservatório de Amesterdão, pólo acadé-mico para o qual convergem jovens músicos pro-venientes de diferentes partes do velho continente. Aos portugueses (Firmino e o contrabaixista João Hasselberg) juntam-se o saxofonista húngaro Sosso Lakatos e, numa associação improvável por es-tes dias, o pianista grego Spyros Manesis e o bate-rista germânico Andreas Klein. Às primeiras audi-

ções, o disco até parece não revelar nada de par-ticularmente excitante e diferenciador que o dis-tinga do trabalho de um pelotão de outros mú-sicos. Efetivamente, até existem razões objetivas que poderiam concor-rer para tal situação, so-bretudo um percurso de formação análogo: es-cola de música local, de-pois Escola do Hot Clube de Portugal e uma pas-sagem pelo estrangeiro. Mas analisando a mú-sica com maior profun-didade somos confron-tados com composições sóbrias e disciplinadas, onde se nota um cuidado equilíbrio na distribuição dos papéis e que ganham com o facto de terem sido gravadas ao vivo e não no

ambiente assético de um estúdio. Denotando, por vezes, algum “academismo” em excesso, são essen-cialmente tempos médios que assentam muito nos jogos entre guitarra e saxofone, com conforto har-mónico proporcionado pelo piano e suporte eficaz da secção rítmica. Fica claro que o músico – tecni-camente bem apetrechado – procura uma identi-dade musical própria e que está no bom caminho para a alcançar e desenvolver. Os momentos mais interessantes encontram-se na peça que dá título ao disco, a mais longa e também a de maior fôlego, com toda a formação a desinibir-se e a potenciar os índices de interação, no dinamismo de “A New Door Opens” e “Frog Race”, e “Spring Potion”, com o canto sem palavras (prática que agora parece es-tar na moda) de Joana Espadinha e uma superior prestação do pianista Spyros Manesis. Já o lado lí-rico aproxima-se de domínios mais convencionais. João Firmino exibe significativa margem de pro-gressão e decerto ouviremos falar bastante dele nos próximos anos.

António Branco

João Firmino Quinteto – “A Bolha”João Firmino (guitarra), Sosso Lakatos (saxofone alto), Spyros Manesis (piano), João Hasselberg (contrabaixo), Andreas Klein (bateria) + Joana Espadinha (voz)Editora: JACC RecordsAno: 2011

Há 29 anos que anda a percorrer e a fotografar o mundo e cumpriu

recentemente o seu maior sonho. Depois da Islândia, de onde

regressou em novembro último, já não há país no mundo que lhe

falte conhecer. Nuno Lobito, viajante e fotógrafo profissional,

ministra em Beja, na sala estúdio do Pax Julia Teatro Municipal, a

partir do próximo dia 10, um workshop de fotografia de viagem. A

ação tem a duração de 14 horas e vai decorrer aos fins de semana,

focando aspetos como os vários estilos fotográficos, o planeamento

de uma reportagem de viagem ou as formas corretas de abordar as

pessoas em vários cenários.

Fotografia de viagem com Nuno

Lobito

Luis Sepúlveda, Daniel MordzinskiPorto EditoraPVP: 14,40 euros160 págs.

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Petiscos

A pérola do Guadiana

Refiro-me à lampreia. E fi-lo de propósito por-que se há coisa – nestas voltas da culinária regionalista – que me irrita supinamente é

dar-me conta da estúpida exaltação que alguns dos nossos compatriotas têm em relação a alguns pro-dutos, a que chamam muito seus, únicos e incompa-ráveis quando são comuns a Portugal inteiro. Diz-se que a melhor lampreia é a do Minho por causa do frio. Deve ser muito diferente da do Lima, ou da que existe na maioria dos rios do Norte, com menos de meio grau de diferença na temperatura média da água...

No Guadiana ainda se fazem boas pescarias desde que chova com regularidade. Infelizmente um ano “normal” de chuva, entre nós, é bicho raro. Ou chove desalmadamente ou não chove de todo. Este ano não tem chovido, não é a primeira vez, não vai ser garan-tidamente a última. Mas quer haja pouca ou muita lampreia, nada se sabe no resto do País acerca da-quela que existe no Alentejo. No que estamos bem acompanhados pelo Ribatejo, onde também se fa-zem boas capturas. Ignorância dura e crua que faz com que seja facilmente comercializável a lampreia que vem de França, de pior qualidade. “Está deli-ciosa, vê-se logo que é de Monção!”. De Bordéus e vais com sorte, ó espertinho.

Mais complicadas são as receitas. Há várias e são de facto diferentes. Mas iniciam-se com três guer-ras primordiais. A primeira é a opção entre esfo-lar a lampreia ou limpá-la com sal e água fervente: na zona do Alentejo onde esta se apanha costumava ser esfolada. Hoje as pessoas já não sabem ou não

querem ter essa chatice, donde é quase tudo limpo com água a ferver. Mas o comentário vem logo a se-guir “Por acaso o meu pai esfolava-as mas eu já não sei”. A segunda peleja é a do vinho: cozinha-se com vinho maduro ou com vinho verde? Finalmente, co-zinha-se tudo em cru ou faz-se um refogado?

Eu esfolo a lampreia, cozinho com vinho tinto maduro e faço um refogado, embora ligeiro. Cebola, azeite, toucinho fresco às tiras, alho, cebolinho bravo, salsa, louro, sal, pimenta e – no fim – noz--moscada. Há quem ponha cravo cabecinha e comi-nhos. Pessoalmente, não aprecio. Faço um refogado não muito forte. Ponho a lampreia já cortada às ro-delas de duas polegadas. Quando a lampreia muda de cor, deita-se o vinho, tapa-se, baixa-se o lume e deixa-se cozinhar. Dez minutos antes de estar pronto junta-se o sangue que se aparou para um recipiente com bom vinagre.

Serve-se com arroz branco, muito solto e tro-ços de pão frito. O arranjo da lampreia tem que fi-car para mais tarde, envolve fotografias e é neces-sário mais espaço. Lembro só que a cabeça se corta pelo terceiro opérculo, é preciso muito cuidado com o retirar da tripa, para que se não rompa e que o osso da cabeça deve ser extraído. Finalmente, a lampreia é bem lavada, depois de arranjada, com vinho tinto que se guarda e é esse com que cozinha. Mas a ma-rinada – 12 horas ou um pouco mais – é feita com um outro, de preferência branco, que depois não se aproveita.

É só para quem gosta. Se não gosta não se esforce: nunca vi ninguém passar a gostar. Experimente o sá-vel, falaremos nisso um dia. Se Deus quiser.

António Almodôvar

Mas quer haja pouca ou muita lampreia, nada se sabe no resto do País acerca daquela que existe no Alentejo. No que estamos bem acompanhados pelo Ribatejo, onde também se fazem boas capturas.

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Fim de semana

Companhia A Barraca em Castro Verde

Céu Guerra é D. Maria,

a Louca M

aria do Céu Guerra encena e encarna “Dona Maria, A Louca”, uma produção da companhia teatral A Barraca, com texto do dramaturgo brasileiro António

Cunha, que sobe amanhã, sábado, a partir das 21 e 30 horas, ao palco do Cineteatro Municipal de Castro Verde. A ação de-corre nos finais de 1807, dentro de uma nau que navega ruma ao Brasil. D. Maria, filha de D. José, e primeira mulher a ocu-par o trono português, é a rainha portuguesa em fuga das inva-sões francesas. Chegará em fevereiro de 1808 mas o príncipe re-gente, seu filho, não autoriza o seu desembarque imediato e D. Maria é, durante dois dias, “uma rainha fechada no mar”, que se ocupa das memórias do que foi a sua ação pública e privada. Mais tarde, a 20 de março de 1816, porá termo à vida ao afo-gar-se no mar do cais da praça XV, cidade do Rio de Janeiro. “É este o trágico fim da filha de D. José, a primeira mulher a ocupar o trono – ‘uma rainha num reino de homens’ – que tanto fez pelo seu país mas que não conseguiu ultra-passar os conflitos íntimos que as contradições polí-ticas e religiosas do seu tempo lhe criaram”, conclui a sinopse. Em palco, contracenando com Maria do Céu Guerra, estará também o ator Adérito Lopes.

História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é mi-nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

O Circuito de Música Antiga da Renascença e do Barroco cumpre

em Mértola mais um concerto agendado para amanhã, sábado,

no Museu de Arte Sacra. Desta feita sobe ao palco, a partir das

21 e 30 horas, o grupo galego Resonet, formado em 1990, em

Santiago de Compostela, e especializado na música alusiva ao

mais antigo trilho de peregrinação europeu. Seguem-se mais

dois concertos até ao final do mês. A programação enquadra-se

no projeto Oralities, materializado numa parceria internacional

entre os municípios de Évora, Idanha-a-Nova, Mértola, Ourense

(Espanha), Ravenna (Itália), Birgu (Malta) e Sliven (Bulgária).

“Votem em mim” sobe ao palco em Ervidel O grupo de teatro A Voz e o

Riso apresenta a produção

“Votem em mim” no próximo

domingo, 4, pelas 17 horas,

no palco do Centro Cultural

de Ervidel. A companhia foi

criada em 2001, no âmbito de

um projeto de teatro sénior,

promovido pela Câmara

Municipal do Seixal, e propõe

recriar neste espetáculo a

história de Jurubu e Pimenta,

“dois políticos rivais que se

odeiam”, através de um elenco

de sete personagens que vão

desfilar numa atribulada

cerimónia de casamento.

Carmen Souza nas Cextas de Cultura em Santo André “Se há modernidade na

música crioula, essa começa

em Carmen Souza”. É uma

boa definição para introduzir

a cantora e compositora de

origem cabo-verdiana que

visita hoje, sexta-feira, o

auditório da Escola Padre

António Macedo, em Vila

Nova de Santo André, a partir

das 22 horas, no âmbito

da programação Cextas de

Cultura. Em palco, Carmen

Souza surgirá acompanhada

de Theo Pascal, o baixista

e compositor que foi seu

cúmplice em “London Acoustic

Set”, o mais recente registo

discográfico. Para além

das novas interpretações

do repertório original, o

espetáculo, homónimo, inclui

ainda versões de “Sous le

ciel de Paris”, imortalizado

por Edith Piaf, “Sodade”

e “Song for my father”.

Dois fotógrafos bejenses na Casa da Cultura São inauguradas amanhã, sábado, na Casa da Cultura de Beja, as

exposições “Direção Prohibida”, de Álvaro Barriga, e “Imagens

Perdidas”, de Pedro Barrocas. Os autores são dois fotógrafos

bejenses, apaixonados pela sua região, que mostram nestas

coleções de imagens “um trabalho feito de pequenos e grandes

pormenores que marcam o fluir da vida e do tempo”. Álvaro

Barriga, autor do blogue aldeagar.blogspot.com, tem divulgado

o seu trabalho na comunidade de fotógrafos on line olhares.

sapo.pt, sítio onde Pedro Barrocas está também representado,

assim como em 1000imagens.com. Embora com um percurso e

uma identidade próprios, têm a uni-los a “mesma dedicação e

paixão pela fotografia”. As exposições abrem portas pelas 18 e

30 horas de amanhã e vão manter-se patentes até 28 de abril.

Música antiga

em Mértola no sábado

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facebook.com/naoconfirmonemdesminto

demissÃo de rui nery

comissÃo de candidatura

do cante tenta arranjar

novo presidente

na loja social de beja

Rui Vieira Nery demitiu-se da presidência do Conselho Científico do Cante a Património da Humanidade, o que deixou a Câmara de Serpa, prin-cipal promotora da candidatura, mais arreliada do que quando se acabam as imperiais no “Lebrinha”. Contudo, a Comissão de Candidatura do Cante recusa-se a baixar os braços e já foi em busca de um novo presidente na Loja Social de Beja: “Estamos fartos de gastar dinheiro que não temos com a candidatura… Isto assim leva-nos à bancarrota! Que moenga! O que nós queremos é apenas um musicólogo a baixo custo e de preferência em segunda mão, que é para não ter manias de grandeza. A única condição obrigatória é que use papillon...”.

Estudo que revela que o Alentejo está menos barulhento vence prémio “Duh, que novidade!” da revista “Cotonete do Novo Milénio”

Um estudo recente revelou que os níveis de ruído no Alentejo es-

tão mais baixos, mas, segundo apurámos, ainda está por descobrir o

porquê de tal fenómeno: é por o pessoal estar surdo ou por ter aba-

lado daqui? Falámos com um dos orientadores do projeto, que nos

confidenciou em tom exultante após saber que tinha ganho o con-

ceituado prémio “Duh, que novidade!” da revista “Cotonete do Novo

Milénio”: “Os resultados do estudo não podiam ser melhores… A

qualidade de vida no Alentejo está sempre a subir: o vinho está cada

vez melhor, o queijo tem mais qualidade, a paparoca é de comer e

chorar por mais, e agora isto… Há muito menos pessoas a queixa-

rem-se do ruído. É verdade que o barulho provocado pelos auto-

móveis baixou drasticamente desde que os combustíveis estão tão

caros que sai mais barato abastecer os carros com plutónio, mas o

grande ganho está nos idosos, que são menos afetados pelo ruído

porque ouvem cada vez pior… Muitos têm a capacidade auditiva de

um calhau da Mina de São Domingos ou, na melhor das hipóteses, de

um portão num monte”.

Problemas de liquidez na Câmara de Beja atrasam pagamento dos prémios da 17.ª Galeria Aberta e de um prémio de poesia ganho por D. Dinis

A Câmara Municipal de Beja ainda não pagou o prémio de 1 600 eu-

ros ao vencedor da 17.ª Galeria Aberta. Pulido Valente já afirmou

que resolverá esta questão em breve. Contudo, uma investigação

conjunta Não confirmo, nem desminto/Antena 2/Júlio Dinis desco-

briu que não se trata de um caso isolado, já que a autarquia tam-

bém não terá pago um prémio de poesia ganho por D. Dinis. Consta

que D. Dinis estaria envolvido num escândalo relacionado com o seu

curso de técnicas trovadorescas, o qual foi concluído num domingo,

na Universidade de Salamanca, pondo em causa a credibilidade do

galardão. O prémio seria um banho de imersão com água fervida e

um feitiço que permitiria chegar aos 25 anos, contrariando a espe-

rança média de vida situada nos 21.

Advogado de mulher presa com estupe-facientes afirma que a detenção da sua cliente é ilegal pois não eram “bolotas de haxixe” mas sim “boletas de haxixe”

O Tribunal de Beja mandou prender, por suspeita de tráfico de droga, uma

mulher de 56 anos que teria no seu organismo bolotas de haxixe. Todavia,

o advogado da alegada traficante declarou que vai pedir a libertação ime-

diata da sua cliente, já que ela teria, não bolotas de haxixe, mas sim “bole-

tas de haxixe”, produto tipicamente alentejano e que goza de legalidade

jurídica, como nos explicou: “Há sobreiros em Barrancos que só produzem

boletas de haxixe e ninguém vai lá apreender a árvore. Portanto, não faz

sentido fazerem isto à minha cliente. É um produto inofensivo e típico da

região. Quem come aquilo fica com alucinações que envolvem ninjas a can-

tar Whitney Houston, mas tirando isso está tudo bem, como se pode com-

provar no estudo académico “As implicações do haxixe no canal retal e

restante organismo”. As 125 “boletas de haxixe” expulsas do corpo da sus-

peita estão expostas na PSP de Beja, numa mesinha, em degradé, da mais

pequena para a maior, e já bateu o recorde do Guiness de maior quanti-

dade de droga transportada num corpo, ultrapassando o homem que foi

apanhado em Alcácer do Sal com 78 pinhas de cocaína.

Em bom alentejano: “carraspana” ou “camada”?

A Não confirmo, nem desminto inaugura

u m se g mento que pre tende ajud a r os

seus leitores a expressar-se corretamente

“Em bom alentejano”. O objetivo é evitar

desentendimentos e mostrar a riqueza deste

dialeto. Analisemos, então, o primeiro caso.

O que dizer quando vemos um bêbado? Que

“está com uma carraspana” ou “está com uma

camada”. Os dois termos, geralmente, são

sinónimos de bebedeira, de alguém que se

encontra sob o efeito de bebidas espirituosas,

como o vinho ou o café de cevada. “Carraspana”

é um termo dúbio, já que também pode

significar “gripe”, e, nessa medida, pode

considerar-se uma bebedeira de segunda. Já

“camada” é um termo claro e objetivo, o que

lhe confere outra dimensão – é o equivalente a

uma bebedeira fina. Outra possibilidade para

se referir a alguém que está num estado ébrio,

é dizer que essa pessoa está com “um pau nas

ventas”. Contudo, esta expressão só se utiliza

em zonas do Alentejo equatorial e para nos

referirmos a pessoas de quem não gostamos

ou que, quando bebem, ficam mais chatas

do que um arrumador a ressacar. Assim nos

expressamos “Em bom alentejano”.

Inquérito Vai participar no casting de modelos para o catálogo “Mértola está na moda”?

FRANCELINA OUTONO/INVERNO, 44 ANOS

Mulher que acha que o lilás é o novo preto

Estou a fazer todos os esforços. Comecei a vo-

mitar depois de todas as refeições para caber

no vestido de noiva com que me casei. Já perdi

três quilos em dois dias. Agora, só peso 135 qui-

los. Ninguém fica mais sexy do que eu debaixo

do Pulo do Lobo, só com um negligé cor de la-

ranja fluorescente. Sim, vê-se tudo, mas o que

é bom é para se ver. Mulher quer-se com chicha

e não como aquelas magricelas que para espirrar têm que se agarrar a

um poste.

OFÉLIA PRIMAVERA/VERÃO, 125 ANOS

Vencedora do concurso miss t-shirt molhada

de 5 de Outubro de 1910

Já mandei fotos em biquíni, mas parece que

um dos membros do júri até desmaiou de emo-

ção. Olhem que, apesar da idade, estou tão

bem conservada como a Betty Grafestein com

a vantagem de estar viva. Eu podia ter tido

uma grande carreira no mundo da moda. Não

me aceitam por ter mais de 65 anos. Não tenho

culpa de ter estado presente no momento em

que se usou a primeira máquina fotográfica em Mértola. Tomara mui-

tas pindéricas de 95 anos terem as curvas que eu ainda conservo.

FULGÊNCIO PASSERELLE, 26 ANOS

Modelo com o sex-appeal de uma caixa de parafusos

Não só vou participar, como vou fazer parte

do catálogo. Se Deus quiser será a rampa de

lançamento para voos mais altos. O meu so-

nho é fazer parte do catálogo da “La Redoute”

ou, se Deus quiser, da “D-Mail”: tenho o ca-

risma ideal para vender produtos como uma

“pinça para saquetas de chá” ou um “galhe-

teiro em spray”. Já dizia a minha tia em “am-

bas as três vezes” que fiz a quarta classe: “Fulgêncio, tu ‘nascestes’

para a moda!”

Page 32: Ediçao N.º 1558

Nº 1558 (II Série) | 2 março 2012

RIbanho POR LUCA

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | PRACETA RAINHA D. LEONOR, 1, 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 [email protected]ção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 [email protected] | Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro | Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido | Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão | Opinião Ana Paula Figueira, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso, Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo Publicidade e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação ([email protected]) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Grafedisport, SA – Queluz de Baixo | Distribuição VASP

www.diariodoalentejo.pt

Hoje, sexta-feira, 2, são esperados aguaceiros na região. A temperatura deverá oscilar entre os cinco e os 17 graus centígrados. Amanhã, sábado, prevê-se sol e no domingo o céu deverá estar pouco nublado.

Áurea, Tony Carreira e DJ Bob Sinclar na Ovibeja

Áurea, considerada a “artista portuguesa de maior

sucesso desde 2010 e eleita artista do ano de 2012 pelos

espetadores portugueses da MTV”, Tony Carreira, “o

artista português que mais discos vende”, e o DJ Bob

Sinclar, “top mundial de dança desde 2007”, são os

destaques do cartaz musical da 29.ª edição da Ovibeja,

que decorrerá entre os dias 27 de abril e 1 de maio, no

Parque de Feiras e Exposições de Beja. Um cartaz que

“aposta em quatro dias com artistas diferenciados

e de géneros musicais que abrangem um público

eclético, generalista e amante de música, animação

e festa”, diz a organização. Áurea, uma estreante nos

palcos da Ovibeja, atuará na primeira noite, dia 27.

Tony Carreira, um repetente, subirá ao palco no dia

seguinte, sábado. Bob Sinclar animará a noite do dia

30. O programa integra ainda as atuações da dupla

de DJ radialistas da rádio Antena 3 (dia 27); do DJ

FUNKyou2 (dia 28); das tunas académicas de Beja e

do DJ Frederico Barata (dia 29); e dos DJ André Alves

e Frank Maurel (dia 30). A Ovibeja é organizada pela

ACOS – Agricultores do Sul e tem este ano como tema

central “+ Produção”.

Barrancos debate turismo

A Câmara de Barrancos e a Comissão Nacional do

Centenário do Turismo em Portugal promovem no

dia 16 o congresso “Turismo e Fronteira: perspetivas

de desenvolvimento turístico do interior”. O evento,

que terá lugar no Cineteatro de Barrancos, pretende

“reunir empresários, técnicos, investigadores e

comunidade em geral, em torno da problemática

do turismo e da sua importância no âmbito do

desenvolvimento do interior”. O programa do

congresso foi estruturado em dois painéis, com

oradores dos dois lados da fronteira: “Valorização

do Património e Desenvolvimento Local” (Ana

Paula Figueira, Isabel Sabino, Bárbara Pinto, Victor

Figueira, Aurora Carapinha e Francisco Chalaça) e

“Turismo e Desenvolvimento do Interior” (António

Eloy, Leonel Rodrigues, Gloria Pons e Emilio

Domingues). De manhã haverá uma visita guiada ao

Parque de Natureza de Noudar e ao final da tarde um

workshop de corte de presunto.

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Editado em março último, Em me-mória de Saldanha Sanches – Transparência, Justiça e Liberdade

é um livro de tributo ao conhecido fiscalista, falecido há menos de dois anos. Natural de Baleizão, Domitília Soares é coautora da obra que reúne os contributos de José Adelino Maltez, Maria José Morgado ou Carlos Pimenta, entre outros “igualmente compro-metidos nesta batalha infindável”.

O combate travado por Saldanha Sanches

deixou sementes para uma nova cultura

de moralidade?

Saldanha Sanches trava durante toda a sua vida duros combates, não apenas no campo jurídico e político mas, particularmente, no domínio das finanças públicas portugue-sas. As suas ideias ficaram expressas em livros, jornais, revistas, conferências e se-minários, mas foi na comunicação social que denunciou as “más práticas” desen-volvidas por alguns “grupos” (elites políti-cas e sociais), com recurso à corrupção e a “paraísos fiscais”. Desde a sua juventude, Saldanha Sanches foi lançando diversas se-mentes de liberdade, integridade, justiça fiscal e solidariedade, que as novas gera-ções, certamente, saberão incorporar nas suas vidas e fazer germinar, privilegiando os interesses do País e dos grupos sociais mais desfavorecidos.

Neste livro de tributo identifica um “dé-

fice” de cultura fiscal na sociedade portu-

guesa. Quais são as principais causas deste

fenómeno?

A fiscalidade é um instrumento básico para o desenvolvimento económico e social do nosso país. Estima-se que, em 2010, a eco-nomia paralela atingiu em Portugal um peso de 24,8 por cento do Produto Interno

Domitília Soares, 62 anos, natural de Baleizão

Frequentou a então Escola Industrial e Comercial de Beja e licenciou-se em Filologia Românica. É mestre em Sociedades e Políticas Europeias, pelo Iscte, sob a orientação do fiscalista José Luís Saldanha Sanches, e exerceu funções públicas, nos ministérios do Trabalho, da Educação e das Finanças. Integrou a Rede de Peritos em Educação Fiscal (Comunidade Iberoamericana) e colaborou no Programa Eurosocial – Setor da Fiscalidade, da União Europeia para a América Latina. É uma das fundadoras da TIAC – Transparência e Integridade – Associação Cívica, ponto de contacto nacional da Transparency International.

Bruto. De uma forma simples, poderíamos dizer que seria necessário, pela via do cum-primento fiscal, aumentar o nível da arre-cadação dos impostos, para se tentar al-cançar o tão desejado “equilíbrio” e manter a sustentabilidade das finanças públicas. Mas aqui entra o tal “défice” de cultura fis-cal dos portugueses. Num estudo empírico que realizámos, este “défice” foi atribuído a uma falha dos poderes públicos e das diver-sas instituições políticas no desempenho do seu papel exemplar e socializador. Daí que, nestes tempos difíceis, o nosso alerta vá para os nossos governantes e governa-dos, na exigência de um esforço maior no fortalecimento das atitudes de responsabi-lidade moral, social e fiscal, pela via da for-mação/educação da cidadania. Só assim poderemos combater os “défices” que atra-vessam as novas vidas.

É fundadora da Transparência e Integri-

dade – Associação Cívica (TIAC), a que

Saldanha Sanches também pertenceu.

Quais são as formas de intervenção desta

estrutura?

A TIAC procura uma mudança positiva de valores na sociedade portuguesa, conscien-cializando a opinião pública para o pro-blema da corrupção, educando os cidadãos para a justiça, fomentando e apoiando a participação destes no combate à corrupção, acompanhando e compreendendo os pro-blemas que minam a confiança destes nas instituições públicas, produzindo e difun-dindo um conhecimento exaustivo, siste-mático e aplicado sobre a corrupção e o seu controlo. Uma missão que se encontra ins-crita na estratégia de uma rede de ONG de-dicada ao combate à corrupção sob a coor-denação de um secretariado internacional, o Transparency International. Carla Ferreira

Domitília Soares, especialista em educação fiscal

“Temos um défice de cultura fiscal”

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