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Diagnostico da cadeia produtiva madeireira do município de Labrea
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Diagnsticoda Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
Realizao Instituto Internacional de Educao do Brasil- IEBInstituto de Conservao e Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas IDESAM
ParceriaInstituto de Desenvolvimento Agropecurio e Florestal Sustent-vel do Estado do Amazonas - IDAM
Autores Andr Luiz Menezes Vianna Roberta Amaral de AndradeBruno Oliva Gimenez
Equipe de campoAilton Silva dos SantosAndr Luiz Menezes Vianna Bruno Oliva GimenezLeonne Balthazar Segundo Melo Marco Aurlio CecconelloRosekeila Barbosa de Paiva Pereira Thiago Paiva FonsecaValdeson Vilaa
Projeto grfi co Alessandra Arantes
Editorao eletrnicaGuilherme Guimares
Reviso ortogrfi caGuilherme Guimares
FotosAcervo IEBAcervo IdesamAlessandra Arantes
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Maurcio Amormino Jnior, CRB6/2422)
D 536Diagnstico da cadeia produtiva da madeira no municpio deLbrea-AM - Braslia: IEB, 2014. 70p.:il. Inclui Bibliografia: p. 47-50 ISBN 978-85-60443-26-0
1. Economia florestal - Lbrea (AM) - Estatsticas. 2.Poltica florestal-Brasil. 3. Produtos florestais - Lbrea (AM). I.Ttulo.
CDD-634.98
Junho, 2014
Diagnsticoda Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
Realizao ApoioParceria
Junho, 2014
Diagnsticoda Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
Realizao ApoioParceria
Resumo executivo
O municpio de Lbrea possui a maior rea desmatada do Amazo-
nas, a qual decorrente da atividade pecuria e da explorao ilegal
de madeira que ocorrem principalmente nas regies sul e sudoeste
do municpio. Nesta regio, predomina a explorao madeireira em
larga escala, tanto por Planos de Manejo de Maior Impacto como
por explorao ilegal, cujo produto escoado por estrada, princi-
palmente para o estado de Rondnia. Na sede do municpio, s mar-
gens do rio Purus, a explorao de madeira tambm tem grande im-
portncia, configurando outro cenrio, vinculado economia local,
atravs da existncia de serrarias e movelarias locais que vm traba-
lhando em conjunto no fornecimento de mveis e peas de madeira
em geral para a comunidade local. Para melhor apoiar as necessi-
dades do setor florestal de Lbrea era necessrio entender melhor
esse cenrio. Portanto, o presente estudo foi proposto como forma
de suprir as lacunas de informaes existentes, tendo como objetivo
gerar subsdios aos tomadores de decises da cadeia produtiva da
madeira de Lbrea, e, tambm, para a implementao de polticas
pblicas relacionadas ao setor do municpio. Para compor o cenrio
da produo de madeira foram obtidas informaes primrias na
sede do municpio, assim como dados secundrios em instituies
pblicas e em literatura. A obteno de dados em campo na regio
sul de Lbrea no foi possvel em funo da cheia histrica do rio
Madeira, o que tornou a regio inacessvel durante o perodo de ela-
borao do presente estudo. As informaes de campo na sede do
municpio foram obtidas por meio de questionrio semiestruturado
elaborado em funo de categorias aplicadas aos atores envolvidos
na cadeia produtiva: extratores; beneficiadores (serrarias, movela-
rias, estaleiros); empreendimentos de insumos/comercializao de
produtos de madeira.
Como resultado foram identificados 700 extratores na sede de L-
brea que exploraram em mdia 37,24 m em 2013 (variao de
24,63 a 49,85 m), o que resultaria em uma explorao mdia em
2013 de 8.689,29m (variao de 5.747,35 a 11.631,22 m). Alm
destes valores para explorao de madeira, foi quantificada a com-
pra de 1.445,54 m de madeira pescada licenciada para trs serra-
rias. Na sede de Lbrea, foram identificados 43 empreendimentos
beneficiadores (24 movelarias, 16 serrarias e 3 estaleiros). Foi veri-
ficado que o consumo mdio das movelarias de 160,00 m por
ano e das serrarias 351,02 m por ano. Portanto, estes empreendi-
mentos teriam a demanda anual de 9.456,27 m de madeira. Em
2013, estes empreendimentos comercializaram o valor de R$2,9 mi-
lhes, sendo a produo de portas o principal produto. Enquanto
as movelarias tiveram como principais consumidores distribuidores
em Lbrea, as serrarias tiveram os distribuidores em Manaus como
os principais compradores. Na sede de Lbrea foram identificados
13 empreendimentos classificados como comercializadores, sendo:
nove estabelecimentos que comercializam insumos para extratores
e beneficiadores; trs lojas que comercializam produtos acabados
advindos da atividade madeireira e um estabelecimento que tan-
to um empreendimento de insumos como de comercializao de
produtos acabados. Em 2013, os estabelecimentos afirmaram ter
comercializado R$139.635,00 em insumos e R$148.900,00 em pro-
dutos acabados.
De forma geral, a renda lquida anual dos extratores, o pagamento
de salrios nos empreendimentos beneficiadores e de comercializa-
o, assim como, o valor comercializado por estes empreendimen-
tos movimentou, em 2013, o valor R$7,2 milhes na economia na
sede do municpio. Ao se contabilizar apenas o valor da comercia-
lizao de produtos, verifica-se que o setor madeireiro da sede de
Lbrea representou 1,2% do PIB de todo municpio em 2013. A ati-
vidade madeireira na sede tambm se caracteriza como um impor-
tante gerador de empregos, contabilizando o nmero de extratores
e de empregados fixos e temporrios, a atividade absorve 7% da
populao economicamente ativa de todo o municpio.
Sumrio
10 Lista de siglas e acrnimos
12 Lista de figuras
13 Lista de tabelas
14 1. Apresentao
15 2. Justificativa
17 3. Objetivo
17 3.1. Objetivos especficos
18 4. Metodologia
18 4.1. rea de estudo
21 4.2. Coleta de dados
23 4.3. Anlise da cadeia produtiva
27 5. Resultados e discusso
27 5.1. Cadeia produtiva da madeira da sede de Lbrea
46 5.2. Cadeia produtiva da madeira do sul de Lbrea
47 6. Consideraes e direcionamentos
49 7. Referncias bibliogrficas
53 8. Anexos
10
Siglas e acrnimos
ADS - Agncia de Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas
APADRIT - Associao dos Produtores Agroextrativistas da Assembleia de Deus do Rio Ituxi
APEMOL - Associao dos Pequenos Moveleiros deLbrea
ASMADEL - Associao das Pequenas Serrarias de Lbrea
CB - Cadeias produtivas da biodiversidade
CT - Cadeias produtivas tradicionais
GT - Grupo de trabalho
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade
IDAM - Instituto de Desenvolvimento Agropecurio e Florestal Sustentvel do Estado do Amazonas
IDESAM - Instituto de Conservao e Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas
IEB - Instituto Internacional de Educao do Brasil
INCRA - Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPAAM - Instituto de Proteo Ambiental do Estado do Amazonas
OAF - Operao Arco de Fogo
OAV - Operao Arco Verde
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
11
PIB - Produto Interno Bruto
PMF - Plano de Manejo Florestal
PMFSPE - Plano de Manejo Florestal Sustentvel de Pequena Escala
PROMOVE - Programa de Regionalizao de Mveis Escolares
RDS - Reserva de Desenvolvimento Sustentvel
RESEX - Reserva Extrativista
SAD - Sistema de Alerta de Desmatamento
SEDUC - Secretaria de Estado de Educao
SEFAZ - Secretaria do Estado da Fazenda
SEMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente
UC - Unidades de Conservao
12
Lista de figuras
Figura 1. Municpio de Lbrea
Figura 2. Modelo de fluxograma da cadeia produtiva madeireira da sede
de Lbrea
Figura 3. Locais identificados como origem da madeira consumida na
sede de Lbrea
Figura 4. Organizaes sociais e locais de extrao de madeira referente
cadeia produtiva madeireira da sede de Lbrea
Figura 5. Origem da madeira consumida pelos empreendimentos benefi-
ciadores e construo civil na sede de Lbrea em 2013
Figura 6. Destinos da madeira explorada para a sede de Lbrea em 2013
Figura 7. Resduos em serraria
Figura 8. Caminho com sacos de resduo para doao
Figura 9. Destinos dos resduos de movelarias e serrarias
Figura 10. Fluxograma da cadeia produtiva de madeira em Lbrea, AM
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
13
Lista de tabelas
Tabela 1. Caractersticas da produo de empreendimentos beneficiado-
res da sede de Lbrea em 2013
Tabela 2. Valores mdios dos produtos comercializados por movelarias e
serrarias na sede de Lbrea
Tabela 3. Comercializao realizada por meio do PROMOVE em Lbrea
no ano de 2013
Tabela 4. Equipamentos dos empreendimentos beneficiadores e suas origens
Tabela 5. Resultados da anlise de empreendimentos comercializadores
na sede de Lbrea relacionados cadeia produtiva da madeira
Tabela 6. Valores mdios obtidos nos estabelecimentos na sede de Lbrea
Tabela 7. Gerao de empregos e valor comercializado na cadeia madeireira
na sede de Lbrea em 2013
14
1. Apresentao
O presente estudo foi idealizado durante as discusses e atividades
do Projeto de Desenvolvimento Local Sustentvel (PDLS) no Sul do
Amazonas, uma iniciativa do IEB apoiada pelo Fundo Vale, imple-
mentada durante trs anos em cinco municpios do sul do estado do
Amazonas: Humait, Manicor, Canutama, Lbrea e Boca do Acre.
O Projeto de Desenvolvimento Local Sustentvel (PDLS) no Sul do
Amazonas teve por objetivo fortalecer a capacidade dos poderes
pblicos municipais para formular, gerir e implementar polticas p-
blicas de apoio ao Desenvolvimento Local com bases sustentveis.
Ao mesmo tempo, o PDLS visou ao fortalecimento da atuao da so-
ciedade civil para construir parcerias com rgos pblicos e garantir
maior transparncia e governana na implementao dessas polti-
cas. A partir destes dois objetivos, foram pactuadas e desenvolvidas
agendas integradas entre a sociedade civil e os rgos pblicos.
As atividades do projeto constaram de capacitaes, treinamen-
tos, assessorias especializadas e consultorias orientadas por planos
de trabalho construdos de forma participativa em cada municpio.
Como parte do plano de trabalho do municpio de Lbrea, foram
realizadas atividades com objetivo de apoiar a oferta de madeira
de origem legal para suprir as necessidades das pequenas serrarias
e movelarias do municpio. Nesse contexto, para melhor apoiar as
necessidades do setor florestal de Lbrea, o presente estudo surge
com o objetivo de entender o cenrio local, suprindo as lacunas de
informaes existentes e servindo como ferramenta de gesto e ne-
gociao de polticas pblicas para o setor.
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
15
2. Justificativa
O municpio de Lbrea possui a maior rea desmatada do Amazo-
nas, a qual decorrente da atividade pecuria e da explorao ilegal
de madeira que ocorrem principalmente nas regies sul e sudoeste
do municpio (Carrero et al., 2013). Estas localidades, no entanto, en-
contram-se distantes da sede do municpio e no possuem acesso
direto a esta, que est localizada s margens do rio Purus e em uma
das extremidades da BR-230, a Rodovia Transamaznica. O acesso
parte sul e oeste possvel atravs dos estados de Rondnia e Acre,
pelas BR-364 e BR-317, respectivamente. Nestas regies, sul e oeste
de Lbrea, predominam a explorao madeireira em larga escala,
tanto por Planos de Manejo de Maior Impacto como por explorao
ilegal, cujo produto escoado por estrada para o estado de Rond-
nia, principalmente. Na sede do municpio, s margens do rio Purus,
a explorao de madeira tambm tem grande importncia, configu-
rando outro cenrio, vinculado economia local.
Em 2005, dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Es-
paciais (INPE) colocavam Lbrea na lista dos municpios que mais
desmatavam no estado (BRASIL, 2008; INPE, 2014). Dois anos de-
pois, em 2007, um novo relatrio destacou o municpio como sendo
o 13 na lista dos 36 que mais desmataram na Amaznia, sendo o
nico representante do estado do Amazonas (BRASIL, 2008; INPE,
2014). Diante dessa situao, o governo federal lanou mo de duas
operaes para combater o desmatamento ilegal: a Operao Arco
de Fogo (OAF) e a Operao Arco Verde (OAV), que, respectivamen-
te, intensificaram as aes de fiscalizao e estabeleceram mesas
de dilogo entre sociedade civil e governos para propor aes que
1 O GT Madeira inicialmente foi formado com as seguintes instituies: Secretaria Municipal de Meio Ambiental de Lbrea (SEMMA); Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade (ICMBio); Associao das Pequenas Movelarias de Lbrea (APEMOL) e a Associao das Pequenas Serrarias de Lbrea (ASMADEL), Associao dos Pro-dutores Agroextrativistas da Assembleia de Deus do Rio Ituxi (APADRIT); Instituto de Desenvolvimento Agropecurio e Florestal Sustentvel do Estado do Amazonas (IDAM); Prelazia de Lbrea; e Cmara dos Vereadores de Lbrea.
16
buscassem a implementao de modelos produtivos sustentveis.
O Grupo de Trabalho (GT)1 Madeira foi um dos grupos constitudos
por estas mesas de dilogos, cujo objetivo discutir solues para a
regularizao da cadeia produtiva no municpio e suprir a demanda
na sede de Lbrea com madeira legal. Oito instituies conforma-
ram esse grupo inicial, sendo elas as mesmas que, diante da falta
de comprometimento e efetividade por parte do governo federal,
seguiram trabalhando nos anos seguintes com as pautas estabele-
cidas, com o apoio do IEB atravs do Projeto de Desenvolvimento
Local Sustentvel (PDLS), financiado pelo Fundo Vale.
Como resultados importantes das aes para fornecimento de ma-
deira legal esto o licenciamento de madeira pescada para trs ser-
rarias locais em 2013 e, em 2014, o licenciamento de quatro Planos
de Manejo Florestal Sustentvel de Pequena Escala (PMFSPE) na re-
gio do rio Sepatini. Os detentores desses planos so associados da
Associao dos Pequenos Serradores de Lbrea (ASMADEL) e da As-
sociao dos Pequenos Moveleiros de Lbrea (APEMOL), constitu-
das nos anos 2000 e 1999, respectivamente, sendo as organizaes
em torno das quais o setor est organizado. Alm destes planos
licenciados, um Plano de Manejo Florestal Comunitrio na Reserva
Extrativista (Resex) do Rio Ituxi est em processo de licenciamento e
tem como detentora a Associao dos Produtores Agroextrativistas
da Assembleia de Deus do Rio Ituxi (APADRIT).
Diante desse cenrio, e como forma de apoiar e dar continuidade
s aes e discusses, props-se ao GT Madeira a realizao do pre-
sente Diagnstico.
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
17
3. Objetivo
Realizar um diagnstico da atividade madeireira levantando dados
econmicos e de produo visando subsidiar criao e implemen-
tao de polticas pblicas e de aes para fomentar a cadeia pro-
dutiva sustentvel da madeira no municpio.
3.1. Objetivos especficos
i. Obter dados quantitativos e qualitativos sobre a estrutura dos
empreendimentos ligados cadeia produtiva da madeira;
ii. Quantificar a movimentao financeira e a criao de empregos
por etapa de produo e comercializao;
iii. Elaborar cenrio da cadeia produtiva da madeira de Lbrea de 2013,
descrito por fluxograma das etapas de produo e comercializao.
18
Figura 1. Municpio de Lbrea. Fonte: Carrero et al. (2013).Disponvel em http://idesam.org.br/publicacao/Oportunidades-REDD-1-Analise-Profloram.pdf
4. Metodologia
4.1. rea de estudo
O municpio de Lbrea localiza-se no sul do estado do Amazonas,
s margens do rio Purus, fronteira com os municpios de Canuta-
ma, Boca do Acre, Tapau, Pauini e estados do Acre e Rondnia. Seu
acesso se d mais comumente por via area e fluvial. No entanto, em
determinada poca do ano, no perodo seco, que ocorre de maio a
novembro, pode-se acessar o municpio por via terrestre pela BR-
230, a rodovia Transamaznica.
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
19
Lbrea possui populao de 37.701 habitantes sendo que 64% da
populao reside na zona urbana (IBGE, 2010 citado por Carrero
et al., 2013). O PIB municipal de R$269 milhes, sendo que o PIB
agropecurio representa 54% do total. O PIB agropecurio impul-
sionado pelo fomento estadual no setor primrio, que representa
cerca de 60% do valor mdio disponibilizado pelo Governo Esta-
dual entre 2008 e 2011 (AFEAM, 2008 a 2011; IBGE, 2006 a 2009
citados por Carrero et al., 2013). O municpio vizinho, Boca do Acre
possui o maior rebanho bovino do Amazonas (IBGE, 2014), e a pe-
curia de Lbrea ocorre quase integralmente na fronteira com aque-
le municpio, estados do Acre e Rondnia, praticamente sem manter
relao econmica com a sede municipal. Nos arredores da sede, a
agricultura , em sua maior parte, voltada para subsistncia. Os pro-
dutos de lavouras temporrias que se sobressaram at 2010 foram
mandioca e cana de acar, com destaque tambm para milho e
melancia. Na produo de lavoura permanente, a banana represen-
ta metade da produo e o caf a quarta parte (IBGE, 2014).
O municpio possui rea total de 6,8 milhes de hectares, sendo
que, deste total 73% encontra-se em reas protegidas: 1,4 milho
de hectares em Terras Indgenas (TIs) e 3,7 milhes de hectares em
Unidades de Conservao (UCs) (FUNAI, 2011; IBGE, 2011; ICMBio,
2011; INCRA, 2011 citado por Carrero et al., 2013). As reas fora do
regime de proteo aparecem em pores prximas sede urbana,
no sul e no sudoeste do municpio. Principalmente nestas ltimas
duas regies, h ocupao ilegal e grilagem acelerada nos ltimos
anos (Carrero et al., 2013). Em 2007, o municpio se consagrava
como o 13 no ranking do desmatamento na Amaznia Legal, o que
o fez ingressar, em 2008, na lista dos municpios prioritrios para
interveno no controle e combate ao desmatamento do Ministrio
do Meio Ambiente (BRASIL, 2008). De acordo com dados do Siste-
20
ma de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon - Instituto do Ho-
mem e Meio Ambiente da Amaznia, em 2013, Lbrea foi o segundo
municpio mais desmatado de toda a Amaznia, foram 21,8 km des-
matados, abaixo apenas do municpio de Itaituba no Par, onde 46,7
km foram desmatados em 2013 (Heron Martins et al.,2013). Atual-
mente, Lbrea possui a maior rea de desmatamento do Amazonas,
33.355 km (PRODES, 2014). Esta rea associada em grande parte
explorao ilegal de madeira e pecuria, ambas nas regies sul e
sudoeste do municpio (Carrero et al., 2013).
Nas regies sul e sudoeste de Lbrea, fronteira com o municpio de
Boca do Acre, h predomnio da explorao de maior impacto de
madeira, tanto licenciada como ilegal, com escoamento pelas es-
tradas BR-364 e BR-317. Na sede do municpio, s margens do rio
Purus, a extrao serve indstria civil, naval, pequenas movelarias
e serrarias. Estas ltimas abastecem de produtos o mercado local e
fornecerem carteiras escolares para o municpio e para a Secretaria
de Estado de Educao (SEDUC).
A presena de rgos pblicos ligados questo ambiental e de
produo na sede do municpio se resume unidade local do Ins-
tituto de Desenvolvimento Agropecurio e Florestal Sustentvel do
Amazonas (IDAM), rgo de extenso rural do estado; s aes pon-
tuais do Instituto de Proteo Ambiental do Amazonas (IPAAM), para
fiscalizaes e vistorias; e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama). H ainda um escritrio
do Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade para
apoiar a gesto das UCs. A ausncia de um escritrio da Secretaria
de Estado de Fazendo (SEFAZ) destaca-se como entrave produo
florestal.
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
21
4.2. Coleta de dados
Para compor o cenrio da produo de madeira em Lbrea foram
obtidas informaes na sede do municpio, assim como, dados se-
cundrios em instituies pblicas e em literatura. A obteno de da-
dos em campo na regio sul de Lbrea no foi possvel em funo da
cheia histrica do rio Madeira, que tornou a regio inacessvel duran-
te o perodo de elaborao do presente estudo. Anterior e posterior-
mente coleta de dados, foram realizadas junto ao GT Madeira, uma
reunio de apresentao e validao da proposta, assim como outra
reunio de devoluo, avaliao e complementao das informaes
obtidas. As informaes de campo na sede do municpio foram obti-
das por meio de questionrio semiestruturado elaborado e aplicado
aos atores da cadeia produtiva em funo das categorias estabele-
cidas como: extrator, beneficiador, empreendimentos de insumos/
comercializao de produtos de madeira. O nmero de empreendi-
mentos e seus contatos foram fornecidos durante oficina junto a par-
ticipantes do GT Madeira de Lbrea, assim como, foi fornecido pelo
IDAM local uma lista de serrarias e movelarias existentes na sede do
municpio. O nmero total de extratores foi fornecido por um repre-
sentante da Associao de Extratores de Lbrea, que tambm apoiou
as atividades de campo atravs de contato inicial com os mesmos.
Para os extratores, foram entrevistados 30 indivduos dentre 700
existentes. Como os extratores trabalham em grupos de 3 a 4 pes-
soas a populao amostral adotada foi de 233, resultando em uma
intensidade amostral de 12,8%. Para os beneficiadores buscou-se
realizar censo, ou seja, entrevistar todos os empreendimentos iden-
tificados, mas, no entanto, foi possvel entrevistar apenas 39 dos 43
empreendimentos identificados. Para os empreendimentos, todos
foram entrevistados.
2 Os resduos gerados foram quantificados por meio do nmero de sacos de resduos gerados por semana por beneficiador.
22
Por meio das entrevistas com os extratores foram obtidos: (i) volu-
me comercializado em 2013; (ii) locais de explorao da madeira;
(iii) valor monetrio recebido pela comercializao da madeira em
2013; (iv) valor gasto em insumos e manuteno; (v) necessidades
de melhorias na atividade.
J nas entrevistas com os beneficiadores de madeira, serraria e mo-
velarias, foram obtidos: (i) nmero de funcionrios e valor pago em
2013; (ii) volume e/ou quantidade de produtos acabados em 2013;
(iii) principais espcies e valores empregados na compra de mat-
ria-prima; (iv) valor monetrio recebido pela comercializao da ma-
deira em 2013; (v) maquinrio existente; (vi) resduos gerados em
20132; (v) valor gasto em insumos e manuteno; (vi) necessidades
de melhorias na atividade.
Finalmente, as empresas de insumos e que comercializam produtos
acabados de madeira informaram: (i) nmero de funcionrios e valor
pago em 2013; (ii) quantidade e valor de produtos acabados; (iii)
insumos comercializados em 2013.
Como dados secundrios foram solicitados junto ao IPAAM, ao IDAM
e Agncia de Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas (ADS):
i. Planos de Manejo Florestal licenciados no municpio entre 2011 e
2013, contendo rea e volume licenciado;
ii. Serrarias e movelarias licenciadas no municpio entre 2011 e 2013;
iii. Valor pago pelo Programa de Regionalizao de Mveis Escola-
res (PROMOVE);
iv. Valor pago pelo PROMOVE.
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
23
4.3. Anlise da cadeia produtiva
A abordagem utilizada para a descrio da cadeia produtiva da
madeira de Lbrea foi elaborada com base em estudo de Enrquez
(2008), que demonstrou diferenas entre Cadeias da Biodiversida-
de (CB), como definiu as cadeias produtivas extrativistas, e as carac-
tersticas das Cadeias Produtivas Tradicionais (CT). De acordo com
Enrquez (2008), as CTs consideram apenas as variveis de oferta e
demanda, o que no se enquadra nas cadeias da biodiversidade.
Outros fatores de diferenciao so os ambientes institucionais e or-
ganizacionais. Dentre as diferenas apontadas por Enrquez (2008),
os seguintes aspectos foram considerados no estudo para se adotar
esta abordagem: o menor grau de importncia do preo do produto
e a maior importncia para oferta em funo de aspectos climticos
e acessibilidade ao recurso; baixo nvel de organizao dos fornece-
dores; dificuldade em se acessar reas produtivas.
A partir deste modelo (figura 2) a cadeia produtiva foi construda
utilizando-se os resultados obtidos e analisados por estatstica des-
critiva e estatstica inferencial, esta ltima utilizada para a anlise das
informaes dos extratores. Assim, baseado na abordagem de En-
rquez (2008), o fluxograma a seguir foi elaborado para descrever
cadeia produtiva da madeira de Lbrea.
Fornecedores de suprimentos orestais
Extrao Beneciamento
Fluxo de informaes e recursos
Pequena extrao com PMF
Pequena extrao sem PMF
Grandeextrao com PMF
Grandeextrao sem PMF
Serrarias
Movelarias
Estaleiros
Construocivil
Comercializao nacional
Revendedores Consumidor nal
Comercializao local e regional
Revendedoreslocais
Consumidor nal
Resduos
Destinao
Resduos
Destinao
Fluxo fsico
Figura 2. Modelo de fluxograma da cadeia produtiva madeireira da sede de Lbrea.
Ambiente InstitucionalAlm dos indivduos e instituies que participam do processo, como extrao de matria prima e beneficiamento, existem instituies que realizam trabalho de apoio, que atuam como regulamentadoras, fomentadoras e leis/regulamentaes que regem o setor.
PMF: Plano de Manejo Florestal
26
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
27
5. Resultados e discusso
Foram verificados dois cenrios distintos na produo madeireira
em Lbrea: produo em larga escala no sul de Lbrea composta
por grandes empreendimentos e por explorao ilegal; produo
na sede de Lbrea composta por diversos extratores e pequenos
empreendimentos ligados economia local do municpio. Portanto,
a cadeia produtiva de Lbrea foi divida e descrita separadamente:
Cadeia Produtiva da Madeira da Sede de Lbrea e Cadeia Produtiva
Madeireira do Sul de Lbrea.
5.1. Cadeia produtiva da madeira da sede de Lbrea
5.1.1. Extratores
Na sede do municpio de Lbrea, de acordo com estimativa de repre-
sentante da Associao de Extratores, h cerca 700 pessoas que atuam
diretamente na explorao madeireira. Estes trabalham em assenta-
mentos ou terrenos na estrada (Transamaznica), assim como em locais
com acesso por rios como a Reserva Extrativista (RESEX) Ituxi. Durante
as entrevistas foram mencionadas quatro associaes representativas
dos extratores: Associao dos Extratores de Lbrea, que atualmen-
te no est em operao; Associao Terra Jubilar do Assentamen-
to Paci, que est com sua direo indefinida; Associao Rio Umari,
que apesar de estar em funcionamento no tem apoiado a atividade
madeireira, segundo os entrevistados; APADRIT da Resex Rio Ituxi,
que est em operao, e busca a aprovao de um Plano de Mane-
jo Florestal Comunitrio pelo ICMBio, mas que, durante as entrevistas,
no foi mencionada como instituio de apoio cadeia madeireira.
28
Estradas Rios
Associao PA
PaciNo est em
operao
Associao Rio Umarino entanto, extratores
no informaram apoio a organizao
Associao dos Extratores de Lbrea - No est em operao
APADRITCom Plano de Manejo Florestal Comu-nitrio encaminhado para aprovao do ICMBio, no entanto, os extratores no informaram apoio da organizao
Figura 3. Locais identificados como origem da madeira consumida na sede de Lbrea. Cr-culo azul representa a regio de rios e o crculo amarelo a regio da estrada - Transamaz-nica.Fonte: Adaptado de IDAM, 2013.
Os extratores, de modo geral, atuam, geralmente em grupos de trs
a quatro pessoas, de forma pouco organizada e principalmente em
terrenos de terceiros, que em determinadas ocasies cobram 20%
do valor explorado para permitir a explorao da madeira.
Figura 4. Organizaes sociais e locais de extrao de madeira referente cadeia produti-va madeireira da sede de Lbrea.
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
29
De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon - Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaznia, em torno de 74% do desmatamento quantificado em Lbrea em 2013 ocorreu no Projeto de Assentamento (PA) Monte, projeto de as-sentamento localizado na regio oeste de Lbrea. Em 2013, o PA Monte registrou 12,6 km de desmatamento, tornando-se o segundo assentamento da Amaznia mais desmatado em 2013, atrs apenas do PA Rio Juma no municpio de Apu, Amazonas (Heron Martins et. al.,2013).
Como resultado dos questionrios foi verificado que os extratores
exploraram em mdia 37,24 m em 2013, com variao de 24,63 a
49,85 m, o que resultaria em uma explorao mdia em 2013 de
8.689,29m, com variao de 5.747,35 a 11.631,22 m. Alm destes
valores para explorao de madeira, foi quantificada a compra de
1.445,54 m de madeira pescada licenciada para trs serrarias, e de
acordo com IPAAM, em 2013 foi licenciado um Plano de Manejo Flo-
restal Sustentvel de Pequena Escala (PMFSPE) na regio prxima a
sede de Lbrea, autorizando a explorao de 319,97 m de madeira.
Os produtos comercializados pelos extratores so, principalmente,
pranchas para serrarias e movelarias com valor mdio de R$330,00
o metro cbico, podendo variar em funo da espcie, ou madeira
serrada para construo de casas. Esta produo resultou em uma
renda lquida mdia anual de R$6.846 por extrator, com variao de
R$ 4.322 a R$ 9.370. De acordo com informaes do representante
da Associao de Extratores, cerca de 60% da madeira extrada
na regio da estrada, em assentamentos da reforma agrria, o que
demonstra a importncia de aes de apoio produo sustentvel
pelos rgos competentes, neste caso notadamente pelo Instituto
de Colonizao e Reforma Agrria (INCRA), e tambm em reas no
inseridas em assentamentos.
3 A madeira pescada no foi contabilizada nas fi guras 5 e 6, sendo que foram comercializados 1.445,54 m para serraria.
30
Figura 5. Origem da madeira consumida pelos empreendimentos benefi ciadores e cons-truo civil na sede de Lbrea em 2013.
Como principal destino identifi cado, as movelarias absorveram
49,5% da madeira explorada. J as serrarias consumiram 24,2%
da madeira, a construo civil 18,2% e a naval 8,2%. A fi gura 6 re-
sume os resultados por local de extrao e destino da madeira.
35,5%
33,7%
22,1%
7,7%
1%
Estrada(Fora de assentamentos)
reasprotegidas
Assentamentos
Rios (Fora de reas protegidas)
Noidenticado
Os demais 40% so extrados de rios como Ituxi, Caina e Mair,
sendo que a explorao na regio da estrada ocorre no perodo
seco e a dos rios no perodo chuvoso em virtude da possibilidade
de transportes. Os questionrios demonstraram resultado muito si-
milar: 57,6% do volume extrado em 2013 foi informado como ori-
ginrio de localidades da estrada, 41,5% de rios e 1% de reas no
informadas. A fi gura 5 resume os resultados por local de extrao3.
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
31
20,0%
18,0%
16,0%
14,0%
12,0%
10,0%
8,0%
6,0%
4,0%
2,0%
0,0%Construo
civil
Noidenticado
Movelaria
Assentamento
Serraria Construocivil
Estrada( Fora de assentamentos)
SerrariaMovelaria Construocivil
Construonaval
Movelaria Serraria Construocivil
Movelaria Serraria
reas Protegidas Rios( Fora de reas protegidas)
1,0%
16,7%
5,5%
7,7%
17,6%
10,2%
7,7% 8,2%
9,8%
8,0%
1,7%
5,5%
0,5%
Figura 6. Destinos da madeira explorada para a sede de Lbrea em 2013.
Durante a validao dos dados coletados em reunio com o GT Ma-
deira, seus integrantes mencionaram que as informaes acerca da
explorao e destino de madeira, descritas nas figuras 5 e 6, esto
de acordo com a vivncia deles. Informaes que tambm esto de
acordo com os dados de consumo e comercializao de madeira dos
beneficiadores. O volume de madeira utilizado na construo civil
gerou discusses durante a avaliao de dados, pois um maior volu-
me de madeira destinado a essa atividade era esperado. Neste caso,
possvel que os resultados obtidos por meio das entrevistas este-
jam subestimados, visto o intervalo de confiana existente.No entan-
to, no se pde avaliar esta informao com uso de dados de outros
atores da cadeia, como realizado nos outros destinos da madeira,
pois as informaes da construo civil so esparsas e no h organi-
zaes que possam responder por este destino. Para se obter infor-
maes mais precisas seria necessrio um maior acesso e confiana
para a realizao das entrevistas com extratores da sede de Lbrea.
32
i. Desafios para a produo madeireira de Lbrea
Os principais desafios mencionados pelos extratores para a cadeia
madeireira sustentvel em Lbrea foram: problemas relacionados
ilegalidade da atividade (54% dos entrevistados) e ao transpor-
te (35%). Problemas que para os extratores parecem estar distantes
de uma resoluo, pois 65% dos entrevistados informaram no ter
apoio de nenhum rgo. Foi mencionado que as polticas e aes
de apoio, como assistncia tcnica do IDAM, so ofertadas mais co-
mumente para os detentores de serrarias e movelarias. No entanto,
concordaram que falta organizao dos extratores para reivindicar
maior apoio. Para os outros 35% h apoio de instituies como: Pre-
feitura, ICMBio e IDAM, alm do apoio de vereadores.
5.1.2. Beneficiadores
Os beneficiadores da sede de Lbrea se configuram como atores com
importante organizao social. Estes se organizam em duas asso-
ciaes, Associao dos Pequenos Moveleiros de Lbrea (APEMOL)
e Associao de Pequenas Serrarias de Lbrea (ASMADEL). Como
importante conquista destas organizaes, no inicio de 2014, foram
licenciados quatro Planos de Manejo Florestal Sustentvel de Pe-
quena Escala (PMFSPE) em rea estadual no Rio Sepatini, que forne-
cero madeira legal para as serrarias e movelarias da sede de Lbrea.
Na sede de Lbrea foram identificados 43 empreendimentos bene-
ficiadores, 24 movelarias , 16 serrarias e 3 estaleiros. Destes apenas
em quatro no foi possvel a realizao de entrevistas, devido ao
responsvel do empreendimento no ter sido encontrado ou ter se
recusado a participar da pesquisa. De acordo com dados do IPAAM
e das entrevistas de campo, foi verificado que o consumo mdio
das movelarias de 160,00 m por ano e das serrarias 351,02 m
ano. Portanto, estes empreendimentos teriam a demanda anual de
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
33
9.456,27 m de madeira. Em 2013, estes empreendimentos comer-
cializaram o valor de R$2,9 milhes, sendo a produo de portas o
principal produto. Enquanto as movelarias tiveram como principais
consumidores os distribuidores em Lbrea, as serrarias tiveram os
distribuidores em Manaus como os principais compradores. A Tabe-
la 1 resume os principais resultados da caracterizao dos beneficia-
dores da sede de Lbrea.
O elevado ndice de comercializao de serrarias para Manaus deve-
-se a apenas um estabelecimento, que comercializa portas para a ca-
pital amazonense e concentrou 75% do valor comercializado por to-
das as serrarias da sede de Lbrea. Outro ponto a ser considerado ao
se analisar a comercializao de produtos o fato de que h movela-
rias que possuem lojas e, no presente estudo, o valor comercializado
foi computado como comercializao para distribuidor em Lbrea.
Como pode ser visualizado na Tabela 1, a produo de portas gerou
o maior valor monetrio aos empreendimentos dentre os produtos
comercializados em 2013. No entanto, este valor poderia ser maior
caso este produto pudesse ser vendido a um preo tambm maior.
A Tabela 2 demonstra valores mdios dos produtos comercializa-
dos por movelarias e serrarias na sede de Lbrea. O valor mdio
de comercializao de portas de Lbrea em 2013 foi de R$66,77,
valor inferior aos encontrados em cidades como Maus, onde o pre-
o mdio de portas em 2012 foi de R$100,00, e Apu, onde o preo
mdio de portas em 2012 foi de R$96,00 (Idesam, 2013b).
4 Fonte: Instituto de Proteo Ambiental do Estado do Amazonas - IPAAM, 2014. Ofcio n 318/2014 de 20 de maro de 2014.
34
Tabela 1. Caractersticas da produo de empreendimentos benefi-
ciadores da sede de Lbrea em 2013
Item Estaleiros Movelaria Serraria
Nmero de estabelecimentos identificados
3 24 16
Nmero de estabelecimentos entrevistados
3 20 16
Valor comercializado (R$/ano)
530.000,00 1.355.550,00 1.108.662,00
Consumo mdio anual de madeira (m)4
160,00 351,02
Mercado consumidor
Lbrea e cidades vizinhas
i. 70% do valor monetrio comercializado para dis-tribuidor em Lbrea; ii. 20% para consumidor final em Lbrea; iii. 10% para distribuidor em Manaus.
i. 75% do valor monetrio comercializado para dis-tribuidor em Manaus; ii. 24% para consumidor final em Lbrea; iii. 1% para distribuidor em Lbrea;
Produtos Construo de 3 barcos e consertos em 13 bar-cos.
i. 28% do valor comer-cializado foi oriundo da venda de portas; ii. 16% conjunto de sala de jantar; iii. 14% conjunto profes-sor; iv. 13% quadro escolar; v. 8% cama; vi. 5% armrio; vii. 5% carteira escolar; viii. 12% demais mveis.
i. 76% do valor comer-cializado foi oriundo da venda de portas; ii. 18% tbuas; iii. 3% perna manca; iv. 3% demais peas e mveis.
Principais espcies utilizadas
Itaba Angelim, Marup, Sucu-pira
Assac, Maaranduba, Pau mulato, Castanhara-na, Pinhareira, Angelim, Marup, Cupiba, Sucu-pira, Louro
Resduos gerados (m/ms)
No informado
440 522
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
35
Tabela 2. Valores mdios dos produtos comercializados por move-larias e serrarias na sede de Lbrea
Item Valor mdio (R$/unidade)
Armrio 550,00
Cadeira 80,00
Caixilho 35,00
Cama 218,00
Carteira escolar 75,00
Cmoda 270,00
Conjunto professor 240,00
Guarda roupa 900,00
Janela 51,00
Mesa 280,00
Quadro branco 260,00
Porta 66,77
Sala de jantar 586,57
Tbua 90 a 180 a dzia
Em 2013, as compras pblicas tiveram importante contribuio na
receita de movelarias de Lbrea. De acordo com informaes for-
necidas pela Agncia de Desenvolvimento Sustentvel do Amazo-
nas ADS, a comercializao por meio do PROMOVE, Programa
de Regionalizao de Mveis Escolares, em 2013, gerou receita de
R$215,5 mil, o que corresponde a 31% do valor total comercializado
naquele ano. A Tabela 3 demonstra a comercializao realizada pelo
PROMOVE em 2013.
36
Tabela 3. Comercializao realizada por meio do PROMOVE em
Lbrea no ano de 2013
Produto Quantidade Valor unitrio (R$) Valor total (R$)
Carteira escolar 300 75 22.500,00
Quadro branco 350 260 91.000,00
Conjunto professor 425 240 102.000,00
Total 215.500,00
Fonte: Agncia de Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas ADS, 2014. Ofcio n 34/2014 de 10 de maro de 2014.
i. Maquinrio e insumos
De acordo com informaes obtidas em entrevistas, a aquisio de
equipamentos e insumos no considerada um problema para a
cadeia produtiva de madeira da sede de Lbrea. Os entrevistados
informaram que possvel obter os equipamentos e insumos neces-
srios em Lbrea, no entanto, com preo superior ao encontrado em
capitais como Manaus, Porto Velho e Rio Branco. Apesar do preo
superior ao destas capitais, os suprimentos para mquinas como: fa-
cas, lminas, rolamentos e outros so adquiridos em Lbrea devido
facilidade de compra.
Durante o perodo de chuvas, o transporte torna os produtos de ci-
dades como Porto Velho e Rio Branco muito caros. Dessa forma, o
preo do transporte e o tempo de entrega faz com que os materiais
em Lbrea tornem-se mais atraentes, o que aumenta a preferncia
por suprimentos na cidade. Entretanto, h ressalvas para os insumos
de acabamento, como verniz e selador, os quais possuem um al-
to custo em Lbrea, cerca de 3 ou 4 vezes mais caros do que os
mesmos produtos em Manaus. Nesse caso, como recomendao
para diminuio dos custos, as associaes representativas dessa
categoria poderiam implementar um sistema de compras coletivas.
5 Uma viagem de caminho transporta cerca de 100 sacos de resduos ou 0,7 m e custa aos beneficiadores R$30,00
37
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira do Municpio de Lbrea-AM
Mesmo com estas informaes, verifica-se que a maior parte dos
equipamentos existentes foi adquirida em lojas de Manaus. A Tabe-
la 4 demonstra os equipamentos existentes nos empreendimentos
e a origem destes produtos.
Tabela 4. Equipamentos dos empreendimentos beneficiadores e
suas origens
Categoria Equipamentos citados Origem dos equipamentos por categoria
Movelaria
Esmeril, furadeira industrial, lixadei-ra, plaina desengrossadeira, serra circular, serra fita, serra de bancada, serra tico tico, torno, tupia
57% Manaus; 22% Lbrea; 8% Porto Velho; 6% Fabricao caseira; 4% Rio Branco.
Serraria
Bancada para machear, Esmeril, Fu-radeira industrial, Lixadeira, Plaina Desengrossadeira, Serra circular, Serra fita, Serra de bancada, Serra tico tico, Torno, Tupia.
45% Manaus; 38% Lbrea; 12% Rio Branco 5% Porto Velho.
Estaleiros No informado No informado
ii. Resduos
Como descrito na Tabela 1, a gerao de resduos na sede de Lbrea
foi quantificada em 962,00 m por ms ou 11.544,00 m por ano,
de acordo com o nmero de sacos de resduos semanal informado
nas entrevistas. Na sede de Lbrea, as movelarias e serrarias, como
forma de atender necessidade de destino adequado aos resduos
slidos, com o apoio do IDAM, esto adotando a prtica de ensa-
car os resduos e destin-los. Das movelarias e serrarias identifica-
das, em apenas um empreendimento no foi verificada essa prtica.
Aps serem ensacados os resduos so prioritariamente doados, no
entanto, os empreendimentos arcam com os custos de transporte5.
38
Figura7. Resduos em serraria.
Figura 8. Caminho com sacos de resduos para doao.
6 Os Planos de Manejo Florestal licenciados em 2014 ofertaro cerca de 480 m de madeira serrada (45% de 1.068 m licenciados nos quatro planos de manejo), considerando que 73% do volume mdio comercializado em 2013 (8.689,29 m) foi consumido por serrarias e movelarias, ter-se-ia o valor de 6.343,18 m de madeira serrada consumida por serrarias e movelarias em Lbrea.
39
Os resduos, portanto, no tm resultado em ganhos financeiros
para os beneficiadores, todavia, o destino adequado necessrio
para o licenciamento dos empreendimentos. Alm da exigncia
para o licenciamento, aes de fiscalizao do IPAAM com aplicao
de multas para os que despejaram resduos nos igaraps de Lbrea
tambm contriburam para sua destinao adequada.
18,7%
38,2%
17,6%
Doao para a populao
Olaria
Aterro
Granja
No informado
Padaria
Lixo
Adubao
Uso prprio
Hortas
Queimada
12,3%
6,2%
1,7%
1,6%
1,5%1,2%
0,5%
0,4%
Figura 9. Destinos dos resduos de movelarias e serrarias da sede de Lbrea.
iii. Desafios para a produo madeireira de Lbrea
A oferta de madeira legal foi mencionada por 56% dos entrevistados
como o principal desafio para a cadeia produtiva de madeira em L-
brea. Em 2014, foram licenciados quatro Planos de Manejo Florestal
de Pequena Escala para as organizaes que representam os bene-
ficiadores, entretanto, o volume que ser ofertado por estes planos
de manejo ainda ser insuficiente para abastecer o municpio, ofer-
tar cerca de 8% do volume consumido anualmente6.
40
Outro ponto levantado foi a questo logstica, a situao da estrada
precria e eleva o custo do transporte, assim como a madeira levada
por rios est em reas distantes e possui alto custo de transporte. Os
entrevistados tambm consideram as reas de manejo longe e de di-
fcil acesso. Problemas relacionados ao transporte so os principais
desafios para 8% dos entrevistados. Outros desafios mencionados
foram referentes a questes como preo da madeira, maior apoio
do governo municipal, financiamento e insumos para acabamento.
Como estratgias de melhorias foram mencionadas: aes para
aproveitamento de madeira cada, como forma de ofertar madeira
legal; criao do polo moveleiro que h anos discutida pelo gover-
no municipal; maior apoio do governo municipal para a destinao
de resduos.
5.1.3. Comercializadores
Na sede de Lbrea foram identificados 13 empreendimentos classi-
ficados como comercializadores, sendo: nove estabelecimentos que
comercializam insumos para extratores e beneficiadores; trs lojas
que comercializam produtos acabados advindos da atividade ma-
deireira e um estabelecimento que tanto um empreendimento de
insumos como de comercializao de produtos acabados. Vale res-
saltar que um dos estabelecimentos de insumos uma revendendo-
ra e prestadora de servios de manuteno autorizada pela empresa
de ferramentas motorizadas Stihl, o que demonstra o interesse e o
reconhecimento do mercado de insumos florestais na cadeia produ-
tiva de madeira da sede de Lbrea.
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
41
Como resultado dos questionrios aplicados nesses estabelecimen-
tos, foi verificado que, em 2013, os estabelecimentos de insumos afir-
maram ter comercializado valor prximo ao de produtos acabados. Fo-
ram comercializados R$139.635,00 em insumos e R$148.900,00 em
produtos acabados. Essa pequena diferena pode ser explicada pela
comercializao direta das movelarias ao consumidor final. A Tabela
5 resume os resultados dos empreendimentos comercializadores.
Tabela 5. Resultados da anlise de empreendimentos comercializa-
dores na sede de Lbrea relacionados cadeia produtiva da madeira
Item Insumos Loja Loja/Insumo
Nmero de empreendimentos
9 3 1
Valor comercializado (R$/ano)
132.335,00 110.200,00 45.000,00 (Mveis R$38.700) (Insumos R$6.300)
Produtos i. 70% do valor comercializado oriundo da ven-da de motosser-ras; ii. 30% do valor comercializado oriundo da ven-da de peas.
Mveis: armrio, cama, cmoda, guar-da roupa, mesa, sala de jantar.
i. 10% do valor comercializado oriundo da venda de motosserras; ii. 4% do valor co-mercializado oriun-do da venda de peas; iii. 86% do valor comercializado oriundo da venda de mveis.
Origem dos produtos Manaus i. Mveis de Lbrea; ii. Armrios e Guarda roupas de MDF vem de Manaus e repre-sentam 20% do total destes mveis.
Insumos - Manaus; Mveis - Lbrea.
Mercado consumidor Lbrea Lbrea, Canutama, Tapau e Pauini.
Lbrea
42
Os entrevistados demonstraram estar satisfeitos com os produtos
comercializados. Todos afirmaram no ter interesse em comercia-
lizar produtos que ainda no possuem em seus estabelecimentos.
Como dificuldades apontadas, 84% dos entrevistados mencionaram
o prazo para pagamento, 8% a demora no transporte at Lbrea e
8% a qualidade dos produtos.
A Tabela 6 demonstra valores mdios dos produtos comercializados
nos estabelecimentos na sede de Lbrea.
Tabela 6. Valores mdios obtidos nos estabelecimentos na sede
de Lbrea
Item Valor mdio (R$)
Armrio de cozinha 635,00
Cama 240,00
Cmoda 260,00
Motosserra 1.204,44
Guarda roupa 980,00
Sala de jantar 545,00
Como informao a ser considerada para aes futuras, um estabe-
lecimento informou que os mveis de MDF esto sendo mais procu-
rados em funo do menor preo e dos modelos. De acordo com a
entrevistada, mveis de MDF possuem um design que tem agrada-
do mais os clientes locais.
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
43
5.1.4. Movimentao financeira e gerao de empregos
Na sede do municpio de Lbrea, a renda lquida anual dos extrato-
res, o pagamento de salrios nos empreendimentos beneficiadores
e de comercializao, assim como o valor comercializado por estes
empreendimentos movimentou em 2013 o valor R$7,2 milhes na
economia de Lbrea. Ao se contabilizar apenas o valor da comercia-
lizao de produtos, verifica-se que em 2013 o setor madeireiro da
sede de Lbrea representou 1,2% do PIB de todo municpio.
A atividade madeireira na sede de Lbrea tambm se caracteriza
como um importante gerador de empregos. Contabilizando o n-
mero de extratores e de empregados fixos e temporrios, a ativi-
dade absorve 7% da populao economicamente ativa de todo o
municpio, sem contar as pessoas que trabalham na construo civil,
de acordo com IBGE (2013) de 15.427 pessoas.
A Tabela 7 resume os resultados de gerao de empregos e valor
comercializado para a sede de Lbrea. Para a categoria comercia-
lizadores h a diferena de que os funcionrios empregados no
trabalham exclusivamente no setor madeireiro. No entanto, foram
contabilizados uma vez que atuam parcialmente na cadeia. J para a
quantificao do valor comercializado por esta categoria, foi consi-
derado apenas os insumos utilizados na cadeia madeireira e os pro-
dutos advindos da cadeia estudada.
44
Tabela 7. Gerao de empregos e valor comercializado na cadeia
madeireira na sede de Lbrea em 2013
CategoriasN. de Func. Fixos
N. de Func.Temp.
Salrio pago a func. fixos (R$/ano)
Salrio pago a func. tem-porrios(R$/ano)
Valorcomercia-lizado em 2013 (R$)
Estaleiro 0 21 - 175.112,00 530.000,00
Movelaria 21 93 187.200,00 447.331,50 1.355.550,00
Serraria 73 99 828.240,00 157.299,30 1.108.662,00
Total Empresas Beneficiadoras 94 213 1.015.440,00 779.742,80 2.994.212,00
Insumos* 40 0 352.608,00 - 132.335,00
Loja* 12 4 114.672,00 19.200,00 110.200,00
Lojas/Insumos* 5 0 51.600,00 - 45.000,00
Total Comer-cializadores 57 4 518.880,00 19.200,00 287.535,00
Total Geral 151 217 1.534.320,00 798.942,80 3.281.747,00
*Atuam parcialmente na cadeia madeireira de Lbrea.
5.1.5 Fluxograma da cadeia produtiva da madeira da regio da
sede de Lbrea em 2013
A partir das informaes descritas nos itens anteriores, elaborou-se
o fluxograma da cadeia produtiva de madeira da sede de Lbrea. A
figura 10 descreve a cadeia madeireira e expe: (i) o volume de ma-
deira explorado e a relao do destino e da origem da madeira com
a extrao total (em porcentagem); (ii) o valor comercializado pelos
beneficiadores e a relao do destino da madeira com o valor total co-
mercializado (em porcentagem); (iii) o valor comercializado pelos esta-
belecimentos de insumos e de produtos acabados na sede de Lbrea.
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
45
Insu
mos
R$ 1
39.6
35,0
0
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Extratores: 8.689,24 m
3
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8%
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1%
75%
20%
70%
10%
Res
duos
:11
.544
m3 p
or a
no
Figura 10. Fluxograma da cadeia produtiva de madeira em Lbrea, AM.
7 Estima-se que 130 caminhes de 20 m de madeira saem do sul de Lbrea por dia.
46
5.2. Cadeia produtiva da madeira do sul de Lbrea
De acordo com dados do IPAAM, entre 2011 e 2013, foram licencia-
dos cinco Planos de Manejo Florestal Sustentvel (PMFS) de Maior
Impacto na regio sul de Lbrea, os quais estariam aptos a fornecer
madeira licenciada em 2013, em virtude do prazo de validade da
licena que de dois anos. Destes PMFSs, apenas um foi licenciado
em 2011, possui rea de 928,85 ha e licenciou 3.457,08 m de ma-
deira. Os outros quatro PMFSs, licenciados em 2013, abrangem rea
total de 6.732,88 ha, mdia de 1.346,58 ha por plano, e estavam
aptos a fornecer 58.871,63 m de madeira, mdia de 11.774,33 m
por plano.
A madeira fornecida por estes PMFSs abasteceram duas indstrias
madeireiras licenciadas no sul de Lbrea, as quais tem consumo
anual de 30.000 e 14.400 m de madeira e empregam 55 e 42 fun-
cionrios cada, respectivamente. De acordo com o IPAAM, estas fo-
ram as nicas com licena em 2013.
A atividade no sul de Lbrea se caracteriza, portanto, por grandes
empreendimentos que comercializam a madeira para outros esta-
dos, como Rondnia e Acre. Alm destas movimentaes legais de
madeira, foi informada pela prefeitura de Lbrea a estimativa de cer-
ca de 78.000 m de madeira ilegal extrada e comercializada para
Rondnia e Acre por ms7.
8 Considerando seis meses de explorao no sul de Lbrea em funo do acesso s estradas.
47
6. Consideraes edirecionamentos
A atividade madeireira em Lbrea possui dois cenrios distintos. A ca-
deia produtiva madeireira no sul de Lbrea composta por grandes
empreendimentos e por explorao ilegal, em larga escala, que abas-
tecem estados como Rondnia e Acre. J o cenrio da sede de Lbrea
composto por diversos extratores e pequenos empreendimentos
ligados economia local do municpio, que extraem e processam um
volume de madeira muito inferior ao explorado na regio sul.
De acordo com as informaes analisadas, o volume de madeira
explorada de forma ilegal no sul de Lbrea foi 7,95 vezes maior do
que o volume licenciado em 2013 na mesma regio, alm de ter sido
53,47 vezes maior do que o volume explorado na regio da sede de
Lbrea8. Aes e polticas de controle so extremamente importantes,
como maior presena do Estado em aes de fiscalizao na regio
e aes de monitoramento por geoprocessamento das reas desma-
tadas. Contudo, aliadas a estas aes, polticas de valorizao e de
apoio ao licenciamento e comercializao da madeira manejada so
instrumentos fundamentais para se contrapor ao cenrio de intensa
explorao ilegal.
Na regio da sede de Lbrea a intensificao de aes para se ofer-
tar madeira legal aos empreendimentos, assim como melhorias no
transporte pela estrada so os pontos principais para o fortalecimento
e regularizao da atividade. Outro ponto fundamental a ser traba-
lhado a organizao dos atores, sendo necessrio maior apoio s
organizaes dos beneficiadores para que possam gerir os Planos de
48
Manejo Florestal que detm, pois estes no possuem esse tipo de
experincia. Alm de apoio aos extratores para que esses possam se
organizar e buscar alternativas para regularizao de sua atividade,
tanto trabalhando nos PMFSs dos beneficiadores quanto buscando
opes para comercializarem madeira prpria, pescada e de PMFSs
dos prprios extratores.
A integrao das duas cadeias, a do sul e a da sede de Lbrea, com
oferta de madeira licenciada do sul para empreendimentos da sede,
assim como, emprego de mo de obra da sede nos empreendimen-
tos do sul, uma poltica que vem sendo pensada pela prefeitu-
ra local. Esta uma importante medida, mas no deve ser tratada
como nica e isolada estratgia, e sim em conjunto com: aes de
fiscalizao e de monitoramento por geoprocessamento das reas
desmatadas no sul de Lbrea; polticas de valorizao e de apoio ao
licenciamento e comercializao da madeira manejada; melhorias
na infraestrutura da cadeia, como na estrada, apoio na destino de
resduos e criao de polo moveleiro; apoio s organizaes locais
para gerir a floresta a ser manejada.
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
49
7. Referncias bibliogrficas
ADS - Agncia de Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas. Da-
dos no publicados.
BRASIL. Portaria MMA no 28, de 24 de janeiro de 2008. Dispe sobre
os municpios situados no Bioma Amaznia onde incidiro aes prio-
ritrias de preveno, monitoramento e controle do desmatamento
ilegal. Dirio Oficial da Unio; 25 de janeiro de 2008, Seo 1, pg. 70.
Carrero, G. C., O. L. M. Nogueira, H.H.D. Barros, M. C. Cenamo, P.
G. Soares, M. N. Pavan. 2013. Anlise de mudana de uso da terra
e estrutura de governana ambiental nos municpios do Profloram.
Idesam, Manaus-AM. ISBN:978-85-64371-08-8. 88p.
Enrquez, G.E.V. 2008. Desafios da Sustentabilidade da Amaznia:
Biodiversidade, cadeias produtivas e comunidades extrativistas inte-
gradas. Tese Doutorado. Universidade de Braslia . 460p.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. 2014. Portal do
IBGE cidades (http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1).
IDAM - Instituto de Desenvolvimento Agropecurio e Florestal Sus-
tentvel do Amazonas. Mapa do municpio de Lbrea. Dado no pu-
blicado.
IDESAN. 2013. Diagnstico das Cadeias Produtivas de Origem Ex-
trativista Maus, Boa Vista do Ramos e Apu. Relatrio Tcnico. 71p.
50
INPE Instituto nacional de Pesquisas Espaciais: PRODES Project.
2014 Sattelite Monitoring Amazon Forest.
Disponvel em: www.obt.inpe.br/prodes/. Acesso em: 10 de maro
de 2014.
IPAAM - Instituto de Proteo Ambiental do Amazonas. Dados no
publicados. 2014.
Heron Martins, A.F.H; Souza Jr., Carlos; Verssimo, A. 2013. Transpa-
rncia Florestal Amaznia Legal. 13 p.
52
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
53
8. Anexos
8.1 ANEXO A - QUESTIONRIO
Questionrios 1 Extratores
Data: ___/___/2014 Questionrio n.
Pesquisador:
Regio: ( ) Urbana ( ) Rural __________________________________
I - Identificao do produtor
1. Idade: 2. Estado civil: 3. Naturalidade:
4. Sexo: M ( ) F ( ) 5. Escolaridade:
6. a) Principal atividade econmica da famlia:
________________________________________________________________________________
b) Outra: _____________________________________________________________________
7. Quantas pessoas da famlia trabalham com a atividade madeireira e qual a idade dos que trabalham?
8. Quanto tempo trabalha com a atividade?
9. A rea de extrao de produtos individual ou coletiva?
a) ( ) individual b) ( ) Coletiva (especificar): ____________________________( ) Assentamento ( ) Reserva ( ) Outro: ____________________________
c) ( ) C/ plano de manejo ( ) Sem plano de manejo
10. Em relao produo do ano anterior, sua produo cresceu ou diminuiu?
11. Quais os principais problemas enfrentados?
54
12. Existem associaes ou cooperativas em sua comunidade? O (a) Senhor (a) participa de alguma? Por qual motivo?
13. Quais benefcios o senhor obtm da associao ou cooperativa?
a) ( ) Acesso a crdito? b) ( ) Transporte: ___________________ c) ( ) Auxlio Social
d) ( ) Obteno de material e) ( ) Apoio a comercializao f) ( ) Emprstimo
g) ( ) Outros: __________________________________________________________________
Obs.:
14. O senhor saberia informar se essa associao/cooperativa recebeu algum tipo de financiamento pblico ou privado? Se sim, quais? Trouxe benefcios?
II - Produo
15. Qual foi sua renda lquida na madeira em 2013?
16. De qual forma o senhor comercializa a produo?
a) ( ) Cooperativa
( ) Contrato ( ) Nota Fiscal ( ) Pagam. vista ( ) Pagam. a prazo
Qual o percentual da venda que fica na cooperativa?
Obs.:
b) ( ) Direto c/consumidor
( ) Contrato ( ) Nota Fiscal ( ) Pagam. vista ( ) Pagam. a prazo
Obs.:
c) ( ) Empresa
( ) Contrato ( ) Nota Fiscal ( ) Pagam. vista ( ) Pagam. a prazo
Obs.:
d) ( ) Atravessadores
( ) Contrato ( ) Nota Fiscal ( ) Pagam. vista ( ) Pagam. a prazo
Obs.:
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
55
17. Produo do ltimo ano
Produto
(Escolher: madeira ser-rada, tora, em p, car-vo, lenha)
Quantida-de vendida
(colocar a unidade)
Local de ex-trao
Comprador
(Atravessa-dor ou Direto)
Comprador
(Escolher: serraria, movelaria, constru-o civil, construo naval)
Valor vendido (R$)
Renda obtida
(R$ descontando os custos)
18. Sobre os materiais utilizados, onde so comprados (ferramentas, mquinas, barcos, combustvel):
Produto: 1) _______________; 2)________________ ; 3) ______________; 4)_______________
Tipo (ferramen-ta, mquinas, etc..)
Local de aqui-sio
Periodicidade de troca
Custos
1
2
3
4
56
19. Sobre a manuteno dos materiais:
a) Pontos de venda e manuteno disponveis no municpio/regio:
b) Forma de manuteno:
Peas trocadas frequentemente
Periodicidade Local de manuteno
1 ( ) Prpria( ) Terceirizada
2 ( ) Prpria( ) Terceirizada
3 ( ) Prpria( ) Terceirizada
4 ( ) Prpria( ) Terceirizada
III Transporte
20. Sobre o transporte dos produtos?
a) Do local de extrao at a 1 Armazenagem?
Tipo (barco, canoa, jerico):__________________________ ;Distncia:____________________ Custos:_____________Pago por quem? (produtor, atravessador ou compra-dor)_______________________________
b) Da 1 Armazenagem at o Atravessador/Distribuidor/Beneficiador
Tipo:__________________________ ; Distncia: _____________Custos:__________________ Pago por quem? (produtor, atravessador ou comprador) ____________________________________________________________________________________________________________
IV - Identificao dos Resduos
21. Usa os resduos da extrao? Para qu?
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
57
V - Aspectos Institucionais
22. H algum tipo de rgo pblico atuante em sua regio?Como apoia a extrao?
23. O Senhor participa de algum programa de ajuda governamental? Se Sim, quais? Se no, gostaria de participar?
58
Questionrio 2 Empresas beneficiadoras
Data: ___/___/2014 Questionrio n.
Pesquisador:
Regio: ( ) Urbana ( ) Rural __________________________________
I - Identificao do entrevistado
1. Nome:
2. Cargo: 3. Tel.:
4. Email/site:
II - Identificao geral da instituio (empresa beneficiadora)
5. Nome Fantasia:
6. Ramo de Atividade:
( ) Movelaria; ( ) Estaleiro; ( ) Farmacutico;
( ) Cosmticos/Perfumaria; ( ) Alimentos
( ) Outros: _______________6.1 Categoria do empreendimento no CNAE (Cadastro Nacional de Atividades Econ-micas)
Cdigo:_____________ Categoria: ____________________ (caso no saiba ou no tenha, detalhar ao mximo as atividades)
7. Posio hierrquica da empresa:
( ) Matriz; ( ) Filial (dependncia direta da matriz)
( ) Outras: ________________
8. Tempo de funcionamento da empresa. (Em caso de dvida, colocar de 2 a 4 anos, por exemplo)
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
59
9. Nmero de funcionrios fixos e flutuantes:
Fixos: _______________________________; Flutuantes:________________________________
Cargo Tipo (fixo ou flutuante) Salrio mdio (R$)
Obs.:
III - Identificao dos Insumos
10 . Origem dos insumos (matria prima), produtos derivados e destinao:
Volume total de madeira comprada em 2013 (m):____________________________________________________________________________
Origem(UCs, assentamento, associao, empresa, etc.)
Volume (m) Produto Espcie Valor pago (R$)
11. Dificuldades encontradas:
60
IV - Processo de beneficiamento
12. Sobre os tipos de suprimentos/equipamentos florestais utilizados no beneficiamento
Tipo:
Equipamentos: Serra de Banca-da, Desengros-so, torno, etc.
Suprimen-tos: puxador, dobradia, parafusos, etc.
Origem
(Fbrica)
Local de Aquisio
(Fornece-dor)
Periodi-cidadede Troca/Compra
Prazo de entrega
Custos Importn-cia no processo
Manuteno*
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
* manuteno prpria = P; manuteno terceirizada = T
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
61
13. Sobre a manuteno dos suprimentos/equipamentos florestais utilizados?
a) Sobre os servios, ou pontos comerciais disponveis (no municpio, na regio, no Es-tado, etc.)
Nome Localizao
(Cidade, regio ou pas)
Ramo de atuao motivo da utilizao
(produtos vendidos, servios oferecidos, etc.)
Contatos
(endereo, telefone, etc.)
14. Sobre a relao com os fornecedores/distribuidores/fbricas de suprimentos?
a) Existe assistncia tcnica ou revenda autorizada no municpio ou regio? Onde?
( ) No( ) Sim. Onde: __________________________________________________________________
b) Quais as dificuldades encontradas na manuteno, abastecimento de suprimentos?
( ) Regularidade no Fornecimento; ( ) Qualidade do Produto; ( ) Preo; ( ) Prazo p/ pagto.; ( ) Outros: __________________________________________________
c) O Senhor teria interesse em acessar suprimentos florestais ausentes na cadeia local? ( ) No( ) Sim. Tipos de Suprimentos: ___________________________________________________
62
16. Sobre o transporte dos produtos?
a) Do local de extrao at a 1 armazenagem ou beneficiamento?
Tipo de transporte Volume transportado por viagem (m)
Custos (R$.m)
Sobre as facilidades e dificuldades do sistema de transporte?
b) Da 1 Armazenagem/Beneficiamento at o distribuidor/beneficiador
Tipo de transporte Volume transportado por viagem (m)
Custos (R$.m)
Sobre as facilidades e dificuldades do sistema de transporte?
15. Sobre os custos de produo/beneficiamento. Classifique em ordem de importncia.
Mo de Obra: _____%
Matria Prima: _____%
Equipamentos: _____%
Administrativos: _____%
Comerciais: _____%
Juros/Despesas Financeiras: _____%
Frete: _____%
Outros: _____% Ex: ______________________________________________________________
Obs.:
V - Transporte
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
63
18. Tipo de produto, qual forma e para onde a empresa comercializa a produo?
a) ( ) Distribuidores/revendedores local, regional, nacional ou internacional.
Volume vendido em 2013:________________________________________________________
Valor comercializado em 2013:____________________________________________________
1. Nome(produto/cooperativa)
2. Para onde?
3. Volume ou n. peas (com dimenso) ou n. produto
4. Preomdio
6. NF? 7-Pagto
( ) vista( ) A prazo
( ) vista( ) A prazo
( ) vista( ) A prazo
Obs.:b) ( ) Direto c/ Consumidor ( ) vista ( ) A prazo
Volume vendido em 2013:________________________________________________________
Valor comercializado em 2013:____________________________________________________
1. Nome(Produto/Co-operativa)
2. Para onde?
3. Volume ou n. peas (com dimenso) ou n. produto
4. PreoMdio
6. NF? 7-Pagto
( ) vista( ) A prazo
( ) vista( ) A prazo
( ) vista( ) A prazo
Obs.:
17. Resduos
Observaes:
VII - Relaes Comerciais
64
20. Existem instituies governamentais ou no governamentais que apoiam a ativi-dade no municpio? Quais e qual o papel de cada?
21. Existem polticas de incentivos?
22. O que precisa ser melhorado na produo de madeira do municpio?
c) ( ) Intermedirios
Volume vendido em 2013:________________________________________________________
Valor comercializado em 2013:____________________________________________________
1. Nome(produto/cooperativa)
2. Para onde?
3. Volume ou n. peas (com dimenso) ou n. produto
4. Preomdio
6. N.F.? 7. Pagto.
( ) vista( ) A prazo
( ) vista( ) A prazo
( ) vista( ) A prazo
Obs.:
19. Em resumo, quais so os principais canais de distribuio?
( ) Representante: _____________________( ) Atacadista: _____________________( ) Direto no Varejo: _____________________( ) Governo (concorrncia) : _____________________( ) Outros: _____________________
VI - Aspectos institucionais e organizacionais
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
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Questionrio 3 Mercados e Comrcio em Geral
Data: ___/___/2014 Questionrio n.
Pesquisador:
I - Identificao do entrevistado
1. Nome:
2. Cargo: 3. Tel.:
4. Email/site:
II - Identificao geral da empresa
5. Nome fantasia:
6. Ramo de atividade:( ) Comrcio ( ) Prestador de Servios Gerais( ) Assistncia Tcnica Especializada( ) Outros: _______________________
6.1 Categoria do empreendimento no CNAE (Cadastro Nacional de Atividades Econ-micas)
Cdigo:___________________________ Categoria: ___________________________________ (caso no saiba ou no tenha, detalhar ao mximo as atividades)
7. Posio hierrquica da empresa:
( ) Matriz; ( ) Filial (dependncia direta da matriz)( ) Outras: _____________________________________
8. Tempo de funcionamento da empresa: (Em caso de dvida, colocar de 2 a 4 anos, por exemplo).
66
III - Identificao dos produtos/servios oferecidos
10 . Tipos de produtos.
Produto/Servio Origem Transporte(Do produtor/beneficiador at a empresa)
Principais destinos
(Mercado local, do-mstico ou interna-cional)
11. Quais produtos o senhor gostaria de comercializar (que tem grande demanda) que no so produzidos na regio e/ou tem pouca oferta?
IV - Relaes comerciais
12. Tipo de produto, qual forma e para onde a empresa comercializou em 2013?
a) ( ) Distribuidores/revendedores local, regional, nacional ou internacional.
Valor comercializado em 2013:____________________________________________________
1. Item/Servio
2. Para onde? 3. Volume, quantidade ou n. peas
4. Preo
Mdio
6. NF? 7-Pagto
( ) vista( ) A prazo
( ) vista( ) A prazo
( ) vista
( ) A prazo
Obs.:
b) ( ) Direto c/ consumidorValor comercializado em 2013:____________________________________________________
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
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1. Item/Servio
2. Para onde? 3. Volume, quantidade ou n. peas
4. Preo
Mdio
6. N.F.? 7. Pagto.
( ) vista( ) A prazo
( ) vista( ) A prazo
( ) vista
( ) A prazo
Obs.:
c) ( ) IntermediriosValor comercializado em 2013:___________________________________________________
1. Item/Servio
2. Para onde? 3. Volume, quantidade ou n. peas
4. Preo
Mdio
6. N.F.? 7. Pagto.
( ) vista( ) A prazo
( ) vista( ) A prazo
( ) vista
( ) A prazo
Obs.:
13. Em resumo, quais so os principais canais de distribuio?
( ) Representante: _____________________( ) Atacadista: _____________________( ) Direto no Varejo: _____________________( ) Governo (concorrncia) : _____________________( ) Outros: _____________________
68
V - Relaes com fornecedores (distribuidoras/fbrica)
14. Sobre a relao com os fornecedores/distribuidores/fbricas de suprimentos/equi-pamentos:a) Existe assistncia tcnica ou revenda autorizada no municpio ou regio? Onde?
( ) No( ) Sim. Onde: __________________________________________________________________
b) Quais as dificuldades encontradas na manuteno, abastecimento de suprimentos/equipamentos?
( ) Regularidade no fornecimento; ( ) Qualidade do produto; ( ) Preo; ( ) Prazo p/ pagto; ( ) Outros:
c) O senhor teria interesse em acessar suprimentos florestais ausentes na cadeia local?
( ) No
( ) Sim. Tipos de suprimentos: ____________________________________________________
Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM
69
8.2 ANEXO B - Diferenas entre Cadeias da Biodiversidade (CB),
e as caractersticas das Cadeias Produtivas Tradicionais (CT)
Aspecto Cadeia tradicional Cadeias da Biodiversidade
Escala - preo um importante in-dicador econmico; econo-mia de escala e escopo.
- preo atinge em menor grau; oferta depende do ciclo da natureza e tambm da acessibilidade s reas extratoras.
- alto nvel de organizao (fornecedores e prestadores de servios).
- baixo nvel de organizao: fornecedores dispersos/desconhecidos, no h rede consolidada de prestadores de servios e de assistncia tcnica.
Matria Prima - maior padro da produo. - dificuldades na padroni-zao da produo.
Organizao da produo
- produtores, prestadores de servios geridos atravs de contratos.
- transaes instveis; atravessadores; alta assime-tria de informao.
Logstica - consolidada; integrada; vias de acesso e meios de transporte.
- grande dificuldade em se acessar reas produtivas, ar-mazenagem, deslocamento.
Consumidor - oferta e demanda constante.
- oferta e demanda inconstante.
Sustentabilidade geralmente alto nvel de ex-ternalidades negativas no incorporadas produo;
- baixos custos.
- externalidades positivas; - lucros socioambientais;- altos custos.
Espao de produo - grandes reas desmatadas. - pode conviver com reas florestadas.
Realizao ApoioParceria