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Diagnóstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Município de Lábrea-AM

Diagnostico Cadeia Produtiva Madeira Labrea Amazonas

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Diagnostico da cadeia produtiva madeireira do município de Labrea

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  • Diagnsticoda Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

  • Realizao Instituto Internacional de Educao do Brasil- IEBInstituto de Conservao e Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas IDESAM

    ParceriaInstituto de Desenvolvimento Agropecurio e Florestal Sustent-vel do Estado do Amazonas - IDAM

    Autores Andr Luiz Menezes Vianna Roberta Amaral de AndradeBruno Oliva Gimenez

    Equipe de campoAilton Silva dos SantosAndr Luiz Menezes Vianna Bruno Oliva GimenezLeonne Balthazar Segundo Melo Marco Aurlio CecconelloRosekeila Barbosa de Paiva Pereira Thiago Paiva FonsecaValdeson Vilaa

    Projeto grfi co Alessandra Arantes

    Editorao eletrnicaGuilherme Guimares

    Reviso ortogrfi caGuilherme Guimares

    FotosAcervo IEBAcervo IdesamAlessandra Arantes

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Maurcio Amormino Jnior, CRB6/2422)

    D 536Diagnstico da cadeia produtiva da madeira no municpio deLbrea-AM - Braslia: IEB, 2014. 70p.:il. Inclui Bibliografia: p. 47-50 ISBN 978-85-60443-26-0

    1. Economia florestal - Lbrea (AM) - Estatsticas. 2.Poltica florestal-Brasil. 3. Produtos florestais - Lbrea (AM). I.Ttulo.

    CDD-634.98

    Junho, 2014

    Diagnsticoda Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    Realizao ApoioParceria

  • Junho, 2014

    Diagnsticoda Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    Realizao ApoioParceria

  • Resumo executivo

    O municpio de Lbrea possui a maior rea desmatada do Amazo-

    nas, a qual decorrente da atividade pecuria e da explorao ilegal

    de madeira que ocorrem principalmente nas regies sul e sudoeste

    do municpio. Nesta regio, predomina a explorao madeireira em

    larga escala, tanto por Planos de Manejo de Maior Impacto como

    por explorao ilegal, cujo produto escoado por estrada, princi-

    palmente para o estado de Rondnia. Na sede do municpio, s mar-

    gens do rio Purus, a explorao de madeira tambm tem grande im-

    portncia, configurando outro cenrio, vinculado economia local,

    atravs da existncia de serrarias e movelarias locais que vm traba-

    lhando em conjunto no fornecimento de mveis e peas de madeira

    em geral para a comunidade local. Para melhor apoiar as necessi-

    dades do setor florestal de Lbrea era necessrio entender melhor

    esse cenrio. Portanto, o presente estudo foi proposto como forma

    de suprir as lacunas de informaes existentes, tendo como objetivo

    gerar subsdios aos tomadores de decises da cadeia produtiva da

    madeira de Lbrea, e, tambm, para a implementao de polticas

    pblicas relacionadas ao setor do municpio. Para compor o cenrio

    da produo de madeira foram obtidas informaes primrias na

    sede do municpio, assim como dados secundrios em instituies

    pblicas e em literatura. A obteno de dados em campo na regio

    sul de Lbrea no foi possvel em funo da cheia histrica do rio

    Madeira, o que tornou a regio inacessvel durante o perodo de ela-

    borao do presente estudo. As informaes de campo na sede do

    municpio foram obtidas por meio de questionrio semiestruturado

    elaborado em funo de categorias aplicadas aos atores envolvidos

  • na cadeia produtiva: extratores; beneficiadores (serrarias, movela-

    rias, estaleiros); empreendimentos de insumos/comercializao de

    produtos de madeira.

    Como resultado foram identificados 700 extratores na sede de L-

    brea que exploraram em mdia 37,24 m em 2013 (variao de

    24,63 a 49,85 m), o que resultaria em uma explorao mdia em

    2013 de 8.689,29m (variao de 5.747,35 a 11.631,22 m). Alm

    destes valores para explorao de madeira, foi quantificada a com-

    pra de 1.445,54 m de madeira pescada licenciada para trs serra-

    rias. Na sede de Lbrea, foram identificados 43 empreendimentos

    beneficiadores (24 movelarias, 16 serrarias e 3 estaleiros). Foi veri-

    ficado que o consumo mdio das movelarias de 160,00 m por

    ano e das serrarias 351,02 m por ano. Portanto, estes empreendi-

    mentos teriam a demanda anual de 9.456,27 m de madeira. Em

    2013, estes empreendimentos comercializaram o valor de R$2,9 mi-

    lhes, sendo a produo de portas o principal produto. Enquanto

    as movelarias tiveram como principais consumidores distribuidores

    em Lbrea, as serrarias tiveram os distribuidores em Manaus como

    os principais compradores. Na sede de Lbrea foram identificados

    13 empreendimentos classificados como comercializadores, sendo:

    nove estabelecimentos que comercializam insumos para extratores

    e beneficiadores; trs lojas que comercializam produtos acabados

    advindos da atividade madeireira e um estabelecimento que tan-

    to um empreendimento de insumos como de comercializao de

    produtos acabados. Em 2013, os estabelecimentos afirmaram ter

    comercializado R$139.635,00 em insumos e R$148.900,00 em pro-

    dutos acabados.

    De forma geral, a renda lquida anual dos extratores, o pagamento

    de salrios nos empreendimentos beneficiadores e de comercializa-

    o, assim como, o valor comercializado por estes empreendimen-

  • tos movimentou, em 2013, o valor R$7,2 milhes na economia na

    sede do municpio. Ao se contabilizar apenas o valor da comercia-

    lizao de produtos, verifica-se que o setor madeireiro da sede de

    Lbrea representou 1,2% do PIB de todo municpio em 2013. A ati-

    vidade madeireira na sede tambm se caracteriza como um impor-

    tante gerador de empregos, contabilizando o nmero de extratores

    e de empregados fixos e temporrios, a atividade absorve 7% da

    populao economicamente ativa de todo o municpio.

  • Sumrio

    10 Lista de siglas e acrnimos

    12 Lista de figuras

    13 Lista de tabelas

    14 1. Apresentao

    15 2. Justificativa

    17 3. Objetivo

    17 3.1. Objetivos especficos

    18 4. Metodologia

    18 4.1. rea de estudo

    21 4.2. Coleta de dados

    23 4.3. Anlise da cadeia produtiva

    27 5. Resultados e discusso

    27 5.1. Cadeia produtiva da madeira da sede de Lbrea

    46 5.2. Cadeia produtiva da madeira do sul de Lbrea

    47 6. Consideraes e direcionamentos

    49 7. Referncias bibliogrficas

    53 8. Anexos

  • 10

    Siglas e acrnimos

    ADS - Agncia de Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas

    APADRIT - Associao dos Produtores Agroextrativistas da Assembleia de Deus do Rio Ituxi

    APEMOL - Associao dos Pequenos Moveleiros deLbrea

    ASMADEL - Associao das Pequenas Serrarias de Lbrea

    CB - Cadeias produtivas da biodiversidade

    CT - Cadeias produtivas tradicionais

    GT - Grupo de trabalho

    IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis

    IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade

    IDAM - Instituto de Desenvolvimento Agropecurio e Florestal Sustentvel do Estado do Amazonas

    IDESAM - Instituto de Conservao e Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas

    IEB - Instituto Internacional de Educao do Brasil

    INCRA - Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria

    INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

    IPAAM - Instituto de Proteo Ambiental do Estado do Amazonas

    OAF - Operao Arco de Fogo

    OAV - Operao Arco Verde

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    11

    PIB - Produto Interno Bruto

    PMF - Plano de Manejo Florestal

    PMFSPE - Plano de Manejo Florestal Sustentvel de Pequena Escala

    PROMOVE - Programa de Regionalizao de Mveis Escolares

    RDS - Reserva de Desenvolvimento Sustentvel

    RESEX - Reserva Extrativista

    SAD - Sistema de Alerta de Desmatamento

    SEDUC - Secretaria de Estado de Educao

    SEFAZ - Secretaria do Estado da Fazenda

    SEMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente

    UC - Unidades de Conservao

  • 12

    Lista de figuras

    Figura 1. Municpio de Lbrea

    Figura 2. Modelo de fluxograma da cadeia produtiva madeireira da sede

    de Lbrea

    Figura 3. Locais identificados como origem da madeira consumida na

    sede de Lbrea

    Figura 4. Organizaes sociais e locais de extrao de madeira referente

    cadeia produtiva madeireira da sede de Lbrea

    Figura 5. Origem da madeira consumida pelos empreendimentos benefi-

    ciadores e construo civil na sede de Lbrea em 2013

    Figura 6. Destinos da madeira explorada para a sede de Lbrea em 2013

    Figura 7. Resduos em serraria

    Figura 8. Caminho com sacos de resduo para doao

    Figura 9. Destinos dos resduos de movelarias e serrarias

    Figura 10. Fluxograma da cadeia produtiva de madeira em Lbrea, AM

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

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    Lista de tabelas

    Tabela 1. Caractersticas da produo de empreendimentos beneficiado-

    res da sede de Lbrea em 2013

    Tabela 2. Valores mdios dos produtos comercializados por movelarias e

    serrarias na sede de Lbrea

    Tabela 3. Comercializao realizada por meio do PROMOVE em Lbrea

    no ano de 2013

    Tabela 4. Equipamentos dos empreendimentos beneficiadores e suas origens

    Tabela 5. Resultados da anlise de empreendimentos comercializadores

    na sede de Lbrea relacionados cadeia produtiva da madeira

    Tabela 6. Valores mdios obtidos nos estabelecimentos na sede de Lbrea

    Tabela 7. Gerao de empregos e valor comercializado na cadeia madeireira

    na sede de Lbrea em 2013

  • 14

    1. Apresentao

    O presente estudo foi idealizado durante as discusses e atividades

    do Projeto de Desenvolvimento Local Sustentvel (PDLS) no Sul do

    Amazonas, uma iniciativa do IEB apoiada pelo Fundo Vale, imple-

    mentada durante trs anos em cinco municpios do sul do estado do

    Amazonas: Humait, Manicor, Canutama, Lbrea e Boca do Acre.

    O Projeto de Desenvolvimento Local Sustentvel (PDLS) no Sul do

    Amazonas teve por objetivo fortalecer a capacidade dos poderes

    pblicos municipais para formular, gerir e implementar polticas p-

    blicas de apoio ao Desenvolvimento Local com bases sustentveis.

    Ao mesmo tempo, o PDLS visou ao fortalecimento da atuao da so-

    ciedade civil para construir parcerias com rgos pblicos e garantir

    maior transparncia e governana na implementao dessas polti-

    cas. A partir destes dois objetivos, foram pactuadas e desenvolvidas

    agendas integradas entre a sociedade civil e os rgos pblicos.

    As atividades do projeto constaram de capacitaes, treinamen-

    tos, assessorias especializadas e consultorias orientadas por planos

    de trabalho construdos de forma participativa em cada municpio.

    Como parte do plano de trabalho do municpio de Lbrea, foram

    realizadas atividades com objetivo de apoiar a oferta de madeira

    de origem legal para suprir as necessidades das pequenas serrarias

    e movelarias do municpio. Nesse contexto, para melhor apoiar as

    necessidades do setor florestal de Lbrea, o presente estudo surge

    com o objetivo de entender o cenrio local, suprindo as lacunas de

    informaes existentes e servindo como ferramenta de gesto e ne-

    gociao de polticas pblicas para o setor.

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    15

    2. Justificativa

    O municpio de Lbrea possui a maior rea desmatada do Amazo-

    nas, a qual decorrente da atividade pecuria e da explorao ilegal

    de madeira que ocorrem principalmente nas regies sul e sudoeste

    do municpio (Carrero et al., 2013). Estas localidades, no entanto, en-

    contram-se distantes da sede do municpio e no possuem acesso

    direto a esta, que est localizada s margens do rio Purus e em uma

    das extremidades da BR-230, a Rodovia Transamaznica. O acesso

    parte sul e oeste possvel atravs dos estados de Rondnia e Acre,

    pelas BR-364 e BR-317, respectivamente. Nestas regies, sul e oeste

    de Lbrea, predominam a explorao madeireira em larga escala,

    tanto por Planos de Manejo de Maior Impacto como por explorao

    ilegal, cujo produto escoado por estrada para o estado de Rond-

    nia, principalmente. Na sede do municpio, s margens do rio Purus,

    a explorao de madeira tambm tem grande importncia, configu-

    rando outro cenrio, vinculado economia local.

    Em 2005, dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Es-

    paciais (INPE) colocavam Lbrea na lista dos municpios que mais

    desmatavam no estado (BRASIL, 2008; INPE, 2014). Dois anos de-

    pois, em 2007, um novo relatrio destacou o municpio como sendo

    o 13 na lista dos 36 que mais desmataram na Amaznia, sendo o

    nico representante do estado do Amazonas (BRASIL, 2008; INPE,

    2014). Diante dessa situao, o governo federal lanou mo de duas

    operaes para combater o desmatamento ilegal: a Operao Arco

    de Fogo (OAF) e a Operao Arco Verde (OAV), que, respectivamen-

    te, intensificaram as aes de fiscalizao e estabeleceram mesas

    de dilogo entre sociedade civil e governos para propor aes que

  • 1 O GT Madeira inicialmente foi formado com as seguintes instituies: Secretaria Municipal de Meio Ambiental de Lbrea (SEMMA); Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade (ICMBio); Associao das Pequenas Movelarias de Lbrea (APEMOL) e a Associao das Pequenas Serrarias de Lbrea (ASMADEL), Associao dos Pro-dutores Agroextrativistas da Assembleia de Deus do Rio Ituxi (APADRIT); Instituto de Desenvolvimento Agropecurio e Florestal Sustentvel do Estado do Amazonas (IDAM); Prelazia de Lbrea; e Cmara dos Vereadores de Lbrea.

    16

    buscassem a implementao de modelos produtivos sustentveis.

    O Grupo de Trabalho (GT)1 Madeira foi um dos grupos constitudos

    por estas mesas de dilogos, cujo objetivo discutir solues para a

    regularizao da cadeia produtiva no municpio e suprir a demanda

    na sede de Lbrea com madeira legal. Oito instituies conforma-

    ram esse grupo inicial, sendo elas as mesmas que, diante da falta

    de comprometimento e efetividade por parte do governo federal,

    seguiram trabalhando nos anos seguintes com as pautas estabele-

    cidas, com o apoio do IEB atravs do Projeto de Desenvolvimento

    Local Sustentvel (PDLS), financiado pelo Fundo Vale.

    Como resultados importantes das aes para fornecimento de ma-

    deira legal esto o licenciamento de madeira pescada para trs ser-

    rarias locais em 2013 e, em 2014, o licenciamento de quatro Planos

    de Manejo Florestal Sustentvel de Pequena Escala (PMFSPE) na re-

    gio do rio Sepatini. Os detentores desses planos so associados da

    Associao dos Pequenos Serradores de Lbrea (ASMADEL) e da As-

    sociao dos Pequenos Moveleiros de Lbrea (APEMOL), constitu-

    das nos anos 2000 e 1999, respectivamente, sendo as organizaes

    em torno das quais o setor est organizado. Alm destes planos

    licenciados, um Plano de Manejo Florestal Comunitrio na Reserva

    Extrativista (Resex) do Rio Ituxi est em processo de licenciamento e

    tem como detentora a Associao dos Produtores Agroextrativistas

    da Assembleia de Deus do Rio Ituxi (APADRIT).

    Diante desse cenrio, e como forma de apoiar e dar continuidade

    s aes e discusses, props-se ao GT Madeira a realizao do pre-

    sente Diagnstico.

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    17

    3. Objetivo

    Realizar um diagnstico da atividade madeireira levantando dados

    econmicos e de produo visando subsidiar criao e implemen-

    tao de polticas pblicas e de aes para fomentar a cadeia pro-

    dutiva sustentvel da madeira no municpio.

    3.1. Objetivos especficos

    i. Obter dados quantitativos e qualitativos sobre a estrutura dos

    empreendimentos ligados cadeia produtiva da madeira;

    ii. Quantificar a movimentao financeira e a criao de empregos

    por etapa de produo e comercializao;

    iii. Elaborar cenrio da cadeia produtiva da madeira de Lbrea de 2013,

    descrito por fluxograma das etapas de produo e comercializao.

  • 18

    Figura 1. Municpio de Lbrea. Fonte: Carrero et al. (2013).Disponvel em http://idesam.org.br/publicacao/Oportunidades-REDD-1-Analise-Profloram.pdf

    4. Metodologia

    4.1. rea de estudo

    O municpio de Lbrea localiza-se no sul do estado do Amazonas,

    s margens do rio Purus, fronteira com os municpios de Canuta-

    ma, Boca do Acre, Tapau, Pauini e estados do Acre e Rondnia. Seu

    acesso se d mais comumente por via area e fluvial. No entanto, em

    determinada poca do ano, no perodo seco, que ocorre de maio a

    novembro, pode-se acessar o municpio por via terrestre pela BR-

    230, a rodovia Transamaznica.

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    19

    Lbrea possui populao de 37.701 habitantes sendo que 64% da

    populao reside na zona urbana (IBGE, 2010 citado por Carrero

    et al., 2013). O PIB municipal de R$269 milhes, sendo que o PIB

    agropecurio representa 54% do total. O PIB agropecurio impul-

    sionado pelo fomento estadual no setor primrio, que representa

    cerca de 60% do valor mdio disponibilizado pelo Governo Esta-

    dual entre 2008 e 2011 (AFEAM, 2008 a 2011; IBGE, 2006 a 2009

    citados por Carrero et al., 2013). O municpio vizinho, Boca do Acre

    possui o maior rebanho bovino do Amazonas (IBGE, 2014), e a pe-

    curia de Lbrea ocorre quase integralmente na fronteira com aque-

    le municpio, estados do Acre e Rondnia, praticamente sem manter

    relao econmica com a sede municipal. Nos arredores da sede, a

    agricultura , em sua maior parte, voltada para subsistncia. Os pro-

    dutos de lavouras temporrias que se sobressaram at 2010 foram

    mandioca e cana de acar, com destaque tambm para milho e

    melancia. Na produo de lavoura permanente, a banana represen-

    ta metade da produo e o caf a quarta parte (IBGE, 2014).

    O municpio possui rea total de 6,8 milhes de hectares, sendo

    que, deste total 73% encontra-se em reas protegidas: 1,4 milho

    de hectares em Terras Indgenas (TIs) e 3,7 milhes de hectares em

    Unidades de Conservao (UCs) (FUNAI, 2011; IBGE, 2011; ICMBio,

    2011; INCRA, 2011 citado por Carrero et al., 2013). As reas fora do

    regime de proteo aparecem em pores prximas sede urbana,

    no sul e no sudoeste do municpio. Principalmente nestas ltimas

    duas regies, h ocupao ilegal e grilagem acelerada nos ltimos

    anos (Carrero et al., 2013). Em 2007, o municpio se consagrava

    como o 13 no ranking do desmatamento na Amaznia Legal, o que

    o fez ingressar, em 2008, na lista dos municpios prioritrios para

    interveno no controle e combate ao desmatamento do Ministrio

    do Meio Ambiente (BRASIL, 2008). De acordo com dados do Siste-

  • 20

    ma de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon - Instituto do Ho-

    mem e Meio Ambiente da Amaznia, em 2013, Lbrea foi o segundo

    municpio mais desmatado de toda a Amaznia, foram 21,8 km des-

    matados, abaixo apenas do municpio de Itaituba no Par, onde 46,7

    km foram desmatados em 2013 (Heron Martins et al.,2013). Atual-

    mente, Lbrea possui a maior rea de desmatamento do Amazonas,

    33.355 km (PRODES, 2014). Esta rea associada em grande parte

    explorao ilegal de madeira e pecuria, ambas nas regies sul e

    sudoeste do municpio (Carrero et al., 2013).

    Nas regies sul e sudoeste de Lbrea, fronteira com o municpio de

    Boca do Acre, h predomnio da explorao de maior impacto de

    madeira, tanto licenciada como ilegal, com escoamento pelas es-

    tradas BR-364 e BR-317. Na sede do municpio, s margens do rio

    Purus, a extrao serve indstria civil, naval, pequenas movelarias

    e serrarias. Estas ltimas abastecem de produtos o mercado local e

    fornecerem carteiras escolares para o municpio e para a Secretaria

    de Estado de Educao (SEDUC).

    A presena de rgos pblicos ligados questo ambiental e de

    produo na sede do municpio se resume unidade local do Ins-

    tituto de Desenvolvimento Agropecurio e Florestal Sustentvel do

    Amazonas (IDAM), rgo de extenso rural do estado; s aes pon-

    tuais do Instituto de Proteo Ambiental do Amazonas (IPAAM), para

    fiscalizaes e vistorias; e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente

    e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama). H ainda um escritrio

    do Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade para

    apoiar a gesto das UCs. A ausncia de um escritrio da Secretaria

    de Estado de Fazendo (SEFAZ) destaca-se como entrave produo

    florestal.

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    21

    4.2. Coleta de dados

    Para compor o cenrio da produo de madeira em Lbrea foram

    obtidas informaes na sede do municpio, assim como, dados se-

    cundrios em instituies pblicas e em literatura. A obteno de da-

    dos em campo na regio sul de Lbrea no foi possvel em funo da

    cheia histrica do rio Madeira, que tornou a regio inacessvel duran-

    te o perodo de elaborao do presente estudo. Anterior e posterior-

    mente coleta de dados, foram realizadas junto ao GT Madeira, uma

    reunio de apresentao e validao da proposta, assim como outra

    reunio de devoluo, avaliao e complementao das informaes

    obtidas. As informaes de campo na sede do municpio foram obti-

    das por meio de questionrio semiestruturado elaborado e aplicado

    aos atores da cadeia produtiva em funo das categorias estabele-

    cidas como: extrator, beneficiador, empreendimentos de insumos/

    comercializao de produtos de madeira. O nmero de empreendi-

    mentos e seus contatos foram fornecidos durante oficina junto a par-

    ticipantes do GT Madeira de Lbrea, assim como, foi fornecido pelo

    IDAM local uma lista de serrarias e movelarias existentes na sede do

    municpio. O nmero total de extratores foi fornecido por um repre-

    sentante da Associao de Extratores de Lbrea, que tambm apoiou

    as atividades de campo atravs de contato inicial com os mesmos.

    Para os extratores, foram entrevistados 30 indivduos dentre 700

    existentes. Como os extratores trabalham em grupos de 3 a 4 pes-

    soas a populao amostral adotada foi de 233, resultando em uma

    intensidade amostral de 12,8%. Para os beneficiadores buscou-se

    realizar censo, ou seja, entrevistar todos os empreendimentos iden-

    tificados, mas, no entanto, foi possvel entrevistar apenas 39 dos 43

    empreendimentos identificados. Para os empreendimentos, todos

    foram entrevistados.

  • 2 Os resduos gerados foram quantificados por meio do nmero de sacos de resduos gerados por semana por beneficiador.

    22

    Por meio das entrevistas com os extratores foram obtidos: (i) volu-

    me comercializado em 2013; (ii) locais de explorao da madeira;

    (iii) valor monetrio recebido pela comercializao da madeira em

    2013; (iv) valor gasto em insumos e manuteno; (v) necessidades

    de melhorias na atividade.

    J nas entrevistas com os beneficiadores de madeira, serraria e mo-

    velarias, foram obtidos: (i) nmero de funcionrios e valor pago em

    2013; (ii) volume e/ou quantidade de produtos acabados em 2013;

    (iii) principais espcies e valores empregados na compra de mat-

    ria-prima; (iv) valor monetrio recebido pela comercializao da ma-

    deira em 2013; (v) maquinrio existente; (vi) resduos gerados em

    20132; (v) valor gasto em insumos e manuteno; (vi) necessidades

    de melhorias na atividade.

    Finalmente, as empresas de insumos e que comercializam produtos

    acabados de madeira informaram: (i) nmero de funcionrios e valor

    pago em 2013; (ii) quantidade e valor de produtos acabados; (iii)

    insumos comercializados em 2013.

    Como dados secundrios foram solicitados junto ao IPAAM, ao IDAM

    e Agncia de Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas (ADS):

    i. Planos de Manejo Florestal licenciados no municpio entre 2011 e

    2013, contendo rea e volume licenciado;

    ii. Serrarias e movelarias licenciadas no municpio entre 2011 e 2013;

    iii. Valor pago pelo Programa de Regionalizao de Mveis Escola-

    res (PROMOVE);

    iv. Valor pago pelo PROMOVE.

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    23

    4.3. Anlise da cadeia produtiva

    A abordagem utilizada para a descrio da cadeia produtiva da

    madeira de Lbrea foi elaborada com base em estudo de Enrquez

    (2008), que demonstrou diferenas entre Cadeias da Biodiversida-

    de (CB), como definiu as cadeias produtivas extrativistas, e as carac-

    tersticas das Cadeias Produtivas Tradicionais (CT). De acordo com

    Enrquez (2008), as CTs consideram apenas as variveis de oferta e

    demanda, o que no se enquadra nas cadeias da biodiversidade.

    Outros fatores de diferenciao so os ambientes institucionais e or-

    ganizacionais. Dentre as diferenas apontadas por Enrquez (2008),

    os seguintes aspectos foram considerados no estudo para se adotar

    esta abordagem: o menor grau de importncia do preo do produto

    e a maior importncia para oferta em funo de aspectos climticos

    e acessibilidade ao recurso; baixo nvel de organizao dos fornece-

    dores; dificuldade em se acessar reas produtivas.

    A partir deste modelo (figura 2) a cadeia produtiva foi construda

    utilizando-se os resultados obtidos e analisados por estatstica des-

    critiva e estatstica inferencial, esta ltima utilizada para a anlise das

    informaes dos extratores. Assim, baseado na abordagem de En-

    rquez (2008), o fluxograma a seguir foi elaborado para descrever

    cadeia produtiva da madeira de Lbrea.

  • Fornecedores de suprimentos orestais

    Extrao Beneciamento

    Fluxo de informaes e recursos

    Pequena extrao com PMF

    Pequena extrao sem PMF

    Grandeextrao com PMF

    Grandeextrao sem PMF

    Serrarias

    Movelarias

    Estaleiros

    Construocivil

    Comercializao nacional

    Revendedores Consumidor nal

    Comercializao local e regional

    Revendedoreslocais

    Consumidor nal

    Resduos

    Destinao

    Resduos

    Destinao

    Fluxo fsico

    Figura 2. Modelo de fluxograma da cadeia produtiva madeireira da sede de Lbrea.

    Ambiente InstitucionalAlm dos indivduos e instituies que participam do processo, como extrao de matria prima e beneficiamento, existem instituies que realizam trabalho de apoio, que atuam como regulamentadoras, fomentadoras e leis/regulamentaes que regem o setor.

    PMF: Plano de Manejo Florestal

  • 26

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    27

    5. Resultados e discusso

    Foram verificados dois cenrios distintos na produo madeireira

    em Lbrea: produo em larga escala no sul de Lbrea composta

    por grandes empreendimentos e por explorao ilegal; produo

    na sede de Lbrea composta por diversos extratores e pequenos

    empreendimentos ligados economia local do municpio. Portanto,

    a cadeia produtiva de Lbrea foi divida e descrita separadamente:

    Cadeia Produtiva da Madeira da Sede de Lbrea e Cadeia Produtiva

    Madeireira do Sul de Lbrea.

    5.1. Cadeia produtiva da madeira da sede de Lbrea

    5.1.1. Extratores

    Na sede do municpio de Lbrea, de acordo com estimativa de repre-

    sentante da Associao de Extratores, h cerca 700 pessoas que atuam

    diretamente na explorao madeireira. Estes trabalham em assenta-

    mentos ou terrenos na estrada (Transamaznica), assim como em locais

    com acesso por rios como a Reserva Extrativista (RESEX) Ituxi. Durante

    as entrevistas foram mencionadas quatro associaes representativas

    dos extratores: Associao dos Extratores de Lbrea, que atualmen-

    te no est em operao; Associao Terra Jubilar do Assentamen-

    to Paci, que est com sua direo indefinida; Associao Rio Umari,

    que apesar de estar em funcionamento no tem apoiado a atividade

    madeireira, segundo os entrevistados; APADRIT da Resex Rio Ituxi,

    que est em operao, e busca a aprovao de um Plano de Mane-

    jo Florestal Comunitrio pelo ICMBio, mas que, durante as entrevistas,

    no foi mencionada como instituio de apoio cadeia madeireira.

  • 28

    Estradas Rios

    Associao PA

    PaciNo est em

    operao

    Associao Rio Umarino entanto, extratores

    no informaram apoio a organizao

    Associao dos Extratores de Lbrea - No est em operao

    APADRITCom Plano de Manejo Florestal Comu-nitrio encaminhado para aprovao do ICMBio, no entanto, os extratores no informaram apoio da organizao

    Figura 3. Locais identificados como origem da madeira consumida na sede de Lbrea. Cr-culo azul representa a regio de rios e o crculo amarelo a regio da estrada - Transamaz-nica.Fonte: Adaptado de IDAM, 2013.

    Os extratores, de modo geral, atuam, geralmente em grupos de trs

    a quatro pessoas, de forma pouco organizada e principalmente em

    terrenos de terceiros, que em determinadas ocasies cobram 20%

    do valor explorado para permitir a explorao da madeira.

    Figura 4. Organizaes sociais e locais de extrao de madeira referente cadeia produti-va madeireira da sede de Lbrea.

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    29

    De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon - Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaznia, em torno de 74% do desmatamento quantificado em Lbrea em 2013 ocorreu no Projeto de Assentamento (PA) Monte, projeto de as-sentamento localizado na regio oeste de Lbrea. Em 2013, o PA Monte registrou 12,6 km de desmatamento, tornando-se o segundo assentamento da Amaznia mais desmatado em 2013, atrs apenas do PA Rio Juma no municpio de Apu, Amazonas (Heron Martins et. al.,2013).

    Como resultado dos questionrios foi verificado que os extratores

    exploraram em mdia 37,24 m em 2013, com variao de 24,63 a

    49,85 m, o que resultaria em uma explorao mdia em 2013 de

    8.689,29m, com variao de 5.747,35 a 11.631,22 m. Alm destes

    valores para explorao de madeira, foi quantificada a compra de

    1.445,54 m de madeira pescada licenciada para trs serrarias, e de

    acordo com IPAAM, em 2013 foi licenciado um Plano de Manejo Flo-

    restal Sustentvel de Pequena Escala (PMFSPE) na regio prxima a

    sede de Lbrea, autorizando a explorao de 319,97 m de madeira.

    Os produtos comercializados pelos extratores so, principalmente,

    pranchas para serrarias e movelarias com valor mdio de R$330,00

    o metro cbico, podendo variar em funo da espcie, ou madeira

    serrada para construo de casas. Esta produo resultou em uma

    renda lquida mdia anual de R$6.846 por extrator, com variao de

    R$ 4.322 a R$ 9.370. De acordo com informaes do representante

    da Associao de Extratores, cerca de 60% da madeira extrada

    na regio da estrada, em assentamentos da reforma agrria, o que

    demonstra a importncia de aes de apoio produo sustentvel

    pelos rgos competentes, neste caso notadamente pelo Instituto

    de Colonizao e Reforma Agrria (INCRA), e tambm em reas no

    inseridas em assentamentos.

  • 3 A madeira pescada no foi contabilizada nas fi guras 5 e 6, sendo que foram comercializados 1.445,54 m para serraria.

    30

    Figura 5. Origem da madeira consumida pelos empreendimentos benefi ciadores e cons-truo civil na sede de Lbrea em 2013.

    Como principal destino identifi cado, as movelarias absorveram

    49,5% da madeira explorada. J as serrarias consumiram 24,2%

    da madeira, a construo civil 18,2% e a naval 8,2%. A fi gura 6 re-

    sume os resultados por local de extrao e destino da madeira.

    35,5%

    33,7%

    22,1%

    7,7%

    1%

    Estrada(Fora de assentamentos)

    reasprotegidas

    Assentamentos

    Rios (Fora de reas protegidas)

    Noidenticado

    Os demais 40% so extrados de rios como Ituxi, Caina e Mair,

    sendo que a explorao na regio da estrada ocorre no perodo

    seco e a dos rios no perodo chuvoso em virtude da possibilidade

    de transportes. Os questionrios demonstraram resultado muito si-

    milar: 57,6% do volume extrado em 2013 foi informado como ori-

    ginrio de localidades da estrada, 41,5% de rios e 1% de reas no

    informadas. A fi gura 5 resume os resultados por local de extrao3.

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    31

    20,0%

    18,0%

    16,0%

    14,0%

    12,0%

    10,0%

    8,0%

    6,0%

    4,0%

    2,0%

    0,0%Construo

    civil

    Noidenticado

    Movelaria

    Assentamento

    Serraria Construocivil

    Estrada( Fora de assentamentos)

    SerrariaMovelaria Construocivil

    Construonaval

    Movelaria Serraria Construocivil

    Movelaria Serraria

    reas Protegidas Rios( Fora de reas protegidas)

    1,0%

    16,7%

    5,5%

    7,7%

    17,6%

    10,2%

    7,7% 8,2%

    9,8%

    8,0%

    1,7%

    5,5%

    0,5%

    Figura 6. Destinos da madeira explorada para a sede de Lbrea em 2013.

    Durante a validao dos dados coletados em reunio com o GT Ma-

    deira, seus integrantes mencionaram que as informaes acerca da

    explorao e destino de madeira, descritas nas figuras 5 e 6, esto

    de acordo com a vivncia deles. Informaes que tambm esto de

    acordo com os dados de consumo e comercializao de madeira dos

    beneficiadores. O volume de madeira utilizado na construo civil

    gerou discusses durante a avaliao de dados, pois um maior volu-

    me de madeira destinado a essa atividade era esperado. Neste caso,

    possvel que os resultados obtidos por meio das entrevistas este-

    jam subestimados, visto o intervalo de confiana existente.No entan-

    to, no se pde avaliar esta informao com uso de dados de outros

    atores da cadeia, como realizado nos outros destinos da madeira,

    pois as informaes da construo civil so esparsas e no h organi-

    zaes que possam responder por este destino. Para se obter infor-

    maes mais precisas seria necessrio um maior acesso e confiana

    para a realizao das entrevistas com extratores da sede de Lbrea.

  • 32

    i. Desafios para a produo madeireira de Lbrea

    Os principais desafios mencionados pelos extratores para a cadeia

    madeireira sustentvel em Lbrea foram: problemas relacionados

    ilegalidade da atividade (54% dos entrevistados) e ao transpor-

    te (35%). Problemas que para os extratores parecem estar distantes

    de uma resoluo, pois 65% dos entrevistados informaram no ter

    apoio de nenhum rgo. Foi mencionado que as polticas e aes

    de apoio, como assistncia tcnica do IDAM, so ofertadas mais co-

    mumente para os detentores de serrarias e movelarias. No entanto,

    concordaram que falta organizao dos extratores para reivindicar

    maior apoio. Para os outros 35% h apoio de instituies como: Pre-

    feitura, ICMBio e IDAM, alm do apoio de vereadores.

    5.1.2. Beneficiadores

    Os beneficiadores da sede de Lbrea se configuram como atores com

    importante organizao social. Estes se organizam em duas asso-

    ciaes, Associao dos Pequenos Moveleiros de Lbrea (APEMOL)

    e Associao de Pequenas Serrarias de Lbrea (ASMADEL). Como

    importante conquista destas organizaes, no inicio de 2014, foram

    licenciados quatro Planos de Manejo Florestal Sustentvel de Pe-

    quena Escala (PMFSPE) em rea estadual no Rio Sepatini, que forne-

    cero madeira legal para as serrarias e movelarias da sede de Lbrea.

    Na sede de Lbrea foram identificados 43 empreendimentos bene-

    ficiadores, 24 movelarias , 16 serrarias e 3 estaleiros. Destes apenas

    em quatro no foi possvel a realizao de entrevistas, devido ao

    responsvel do empreendimento no ter sido encontrado ou ter se

    recusado a participar da pesquisa. De acordo com dados do IPAAM

    e das entrevistas de campo, foi verificado que o consumo mdio

    das movelarias de 160,00 m por ano e das serrarias 351,02 m

    ano. Portanto, estes empreendimentos teriam a demanda anual de

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    33

    9.456,27 m de madeira. Em 2013, estes empreendimentos comer-

    cializaram o valor de R$2,9 milhes, sendo a produo de portas o

    principal produto. Enquanto as movelarias tiveram como principais

    consumidores os distribuidores em Lbrea, as serrarias tiveram os

    distribuidores em Manaus como os principais compradores. A Tabe-

    la 1 resume os principais resultados da caracterizao dos beneficia-

    dores da sede de Lbrea.

    O elevado ndice de comercializao de serrarias para Manaus deve-

    -se a apenas um estabelecimento, que comercializa portas para a ca-

    pital amazonense e concentrou 75% do valor comercializado por to-

    das as serrarias da sede de Lbrea. Outro ponto a ser considerado ao

    se analisar a comercializao de produtos o fato de que h movela-

    rias que possuem lojas e, no presente estudo, o valor comercializado

    foi computado como comercializao para distribuidor em Lbrea.

    Como pode ser visualizado na Tabela 1, a produo de portas gerou

    o maior valor monetrio aos empreendimentos dentre os produtos

    comercializados em 2013. No entanto, este valor poderia ser maior

    caso este produto pudesse ser vendido a um preo tambm maior.

    A Tabela 2 demonstra valores mdios dos produtos comercializa-

    dos por movelarias e serrarias na sede de Lbrea. O valor mdio

    de comercializao de portas de Lbrea em 2013 foi de R$66,77,

    valor inferior aos encontrados em cidades como Maus, onde o pre-

    o mdio de portas em 2012 foi de R$100,00, e Apu, onde o preo

    mdio de portas em 2012 foi de R$96,00 (Idesam, 2013b).

  • 4 Fonte: Instituto de Proteo Ambiental do Estado do Amazonas - IPAAM, 2014. Ofcio n 318/2014 de 20 de maro de 2014.

    34

    Tabela 1. Caractersticas da produo de empreendimentos benefi-

    ciadores da sede de Lbrea em 2013

    Item Estaleiros Movelaria Serraria

    Nmero de estabelecimentos identificados

    3 24 16

    Nmero de estabelecimentos entrevistados

    3 20 16

    Valor comercializado (R$/ano)

    530.000,00 1.355.550,00 1.108.662,00

    Consumo mdio anual de madeira (m)4

    160,00 351,02

    Mercado consumidor

    Lbrea e cidades vizinhas

    i. 70% do valor monetrio comercializado para dis-tribuidor em Lbrea; ii. 20% para consumidor final em Lbrea; iii. 10% para distribuidor em Manaus.

    i. 75% do valor monetrio comercializado para dis-tribuidor em Manaus; ii. 24% para consumidor final em Lbrea; iii. 1% para distribuidor em Lbrea;

    Produtos Construo de 3 barcos e consertos em 13 bar-cos.

    i. 28% do valor comer-cializado foi oriundo da venda de portas; ii. 16% conjunto de sala de jantar; iii. 14% conjunto profes-sor; iv. 13% quadro escolar; v. 8% cama; vi. 5% armrio; vii. 5% carteira escolar; viii. 12% demais mveis.

    i. 76% do valor comer-cializado foi oriundo da venda de portas; ii. 18% tbuas; iii. 3% perna manca; iv. 3% demais peas e mveis.

    Principais espcies utilizadas

    Itaba Angelim, Marup, Sucu-pira

    Assac, Maaranduba, Pau mulato, Castanhara-na, Pinhareira, Angelim, Marup, Cupiba, Sucu-pira, Louro

    Resduos gerados (m/ms)

    No informado

    440 522

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    35

    Tabela 2. Valores mdios dos produtos comercializados por move-larias e serrarias na sede de Lbrea

    Item Valor mdio (R$/unidade)

    Armrio 550,00

    Cadeira 80,00

    Caixilho 35,00

    Cama 218,00

    Carteira escolar 75,00

    Cmoda 270,00

    Conjunto professor 240,00

    Guarda roupa 900,00

    Janela 51,00

    Mesa 280,00

    Quadro branco 260,00

    Porta 66,77

    Sala de jantar 586,57

    Tbua 90 a 180 a dzia

    Em 2013, as compras pblicas tiveram importante contribuio na

    receita de movelarias de Lbrea. De acordo com informaes for-

    necidas pela Agncia de Desenvolvimento Sustentvel do Amazo-

    nas ADS, a comercializao por meio do PROMOVE, Programa

    de Regionalizao de Mveis Escolares, em 2013, gerou receita de

    R$215,5 mil, o que corresponde a 31% do valor total comercializado

    naquele ano. A Tabela 3 demonstra a comercializao realizada pelo

    PROMOVE em 2013.

  • 36

    Tabela 3. Comercializao realizada por meio do PROMOVE em

    Lbrea no ano de 2013

    Produto Quantidade Valor unitrio (R$) Valor total (R$)

    Carteira escolar 300 75 22.500,00

    Quadro branco 350 260 91.000,00

    Conjunto professor 425 240 102.000,00

    Total 215.500,00

    Fonte: Agncia de Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas ADS, 2014. Ofcio n 34/2014 de 10 de maro de 2014.

    i. Maquinrio e insumos

    De acordo com informaes obtidas em entrevistas, a aquisio de

    equipamentos e insumos no considerada um problema para a

    cadeia produtiva de madeira da sede de Lbrea. Os entrevistados

    informaram que possvel obter os equipamentos e insumos neces-

    srios em Lbrea, no entanto, com preo superior ao encontrado em

    capitais como Manaus, Porto Velho e Rio Branco. Apesar do preo

    superior ao destas capitais, os suprimentos para mquinas como: fa-

    cas, lminas, rolamentos e outros so adquiridos em Lbrea devido

    facilidade de compra.

    Durante o perodo de chuvas, o transporte torna os produtos de ci-

    dades como Porto Velho e Rio Branco muito caros. Dessa forma, o

    preo do transporte e o tempo de entrega faz com que os materiais

    em Lbrea tornem-se mais atraentes, o que aumenta a preferncia

    por suprimentos na cidade. Entretanto, h ressalvas para os insumos

    de acabamento, como verniz e selador, os quais possuem um al-

    to custo em Lbrea, cerca de 3 ou 4 vezes mais caros do que os

    mesmos produtos em Manaus. Nesse caso, como recomendao

    para diminuio dos custos, as associaes representativas dessa

    categoria poderiam implementar um sistema de compras coletivas.

  • 5 Uma viagem de caminho transporta cerca de 100 sacos de resduos ou 0,7 m e custa aos beneficiadores R$30,00

    37

    Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira do Municpio de Lbrea-AM

    Mesmo com estas informaes, verifica-se que a maior parte dos

    equipamentos existentes foi adquirida em lojas de Manaus. A Tabe-

    la 4 demonstra os equipamentos existentes nos empreendimentos

    e a origem destes produtos.

    Tabela 4. Equipamentos dos empreendimentos beneficiadores e

    suas origens

    Categoria Equipamentos citados Origem dos equipamentos por categoria

    Movelaria

    Esmeril, furadeira industrial, lixadei-ra, plaina desengrossadeira, serra circular, serra fita, serra de bancada, serra tico tico, torno, tupia

    57% Manaus; 22% Lbrea; 8% Porto Velho; 6% Fabricao caseira; 4% Rio Branco.

    Serraria

    Bancada para machear, Esmeril, Fu-radeira industrial, Lixadeira, Plaina Desengrossadeira, Serra circular, Serra fita, Serra de bancada, Serra tico tico, Torno, Tupia.

    45% Manaus; 38% Lbrea; 12% Rio Branco 5% Porto Velho.

    Estaleiros No informado No informado

    ii. Resduos

    Como descrito na Tabela 1, a gerao de resduos na sede de Lbrea

    foi quantificada em 962,00 m por ms ou 11.544,00 m por ano,

    de acordo com o nmero de sacos de resduos semanal informado

    nas entrevistas. Na sede de Lbrea, as movelarias e serrarias, como

    forma de atender necessidade de destino adequado aos resduos

    slidos, com o apoio do IDAM, esto adotando a prtica de ensa-

    car os resduos e destin-los. Das movelarias e serrarias identifica-

    das, em apenas um empreendimento no foi verificada essa prtica.

    Aps serem ensacados os resduos so prioritariamente doados, no

    entanto, os empreendimentos arcam com os custos de transporte5.

  • 38

    Figura7. Resduos em serraria.

    Figura 8. Caminho com sacos de resduos para doao.

  • 6 Os Planos de Manejo Florestal licenciados em 2014 ofertaro cerca de 480 m de madeira serrada (45% de 1.068 m licenciados nos quatro planos de manejo), considerando que 73% do volume mdio comercializado em 2013 (8.689,29 m) foi consumido por serrarias e movelarias, ter-se-ia o valor de 6.343,18 m de madeira serrada consumida por serrarias e movelarias em Lbrea.

    39

    Os resduos, portanto, no tm resultado em ganhos financeiros

    para os beneficiadores, todavia, o destino adequado necessrio

    para o licenciamento dos empreendimentos. Alm da exigncia

    para o licenciamento, aes de fiscalizao do IPAAM com aplicao

    de multas para os que despejaram resduos nos igaraps de Lbrea

    tambm contriburam para sua destinao adequada.

    18,7%

    38,2%

    17,6%

    Doao para a populao

    Olaria

    Aterro

    Granja

    No informado

    Padaria

    Lixo

    Adubao

    Uso prprio

    Hortas

    Queimada

    12,3%

    6,2%

    1,7%

    1,6%

    1,5%1,2%

    0,5%

    0,4%

    Figura 9. Destinos dos resduos de movelarias e serrarias da sede de Lbrea.

    iii. Desafios para a produo madeireira de Lbrea

    A oferta de madeira legal foi mencionada por 56% dos entrevistados

    como o principal desafio para a cadeia produtiva de madeira em L-

    brea. Em 2014, foram licenciados quatro Planos de Manejo Florestal

    de Pequena Escala para as organizaes que representam os bene-

    ficiadores, entretanto, o volume que ser ofertado por estes planos

    de manejo ainda ser insuficiente para abastecer o municpio, ofer-

    tar cerca de 8% do volume consumido anualmente6.

  • 40

    Outro ponto levantado foi a questo logstica, a situao da estrada

    precria e eleva o custo do transporte, assim como a madeira levada

    por rios est em reas distantes e possui alto custo de transporte. Os

    entrevistados tambm consideram as reas de manejo longe e de di-

    fcil acesso. Problemas relacionados ao transporte so os principais

    desafios para 8% dos entrevistados. Outros desafios mencionados

    foram referentes a questes como preo da madeira, maior apoio

    do governo municipal, financiamento e insumos para acabamento.

    Como estratgias de melhorias foram mencionadas: aes para

    aproveitamento de madeira cada, como forma de ofertar madeira

    legal; criao do polo moveleiro que h anos discutida pelo gover-

    no municipal; maior apoio do governo municipal para a destinao

    de resduos.

    5.1.3. Comercializadores

    Na sede de Lbrea foram identificados 13 empreendimentos classi-

    ficados como comercializadores, sendo: nove estabelecimentos que

    comercializam insumos para extratores e beneficiadores; trs lojas

    que comercializam produtos acabados advindos da atividade ma-

    deireira e um estabelecimento que tanto um empreendimento de

    insumos como de comercializao de produtos acabados. Vale res-

    saltar que um dos estabelecimentos de insumos uma revendendo-

    ra e prestadora de servios de manuteno autorizada pela empresa

    de ferramentas motorizadas Stihl, o que demonstra o interesse e o

    reconhecimento do mercado de insumos florestais na cadeia produ-

    tiva de madeira da sede de Lbrea.

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    41

    Como resultado dos questionrios aplicados nesses estabelecimen-

    tos, foi verificado que, em 2013, os estabelecimentos de insumos afir-

    maram ter comercializado valor prximo ao de produtos acabados. Fo-

    ram comercializados R$139.635,00 em insumos e R$148.900,00 em

    produtos acabados. Essa pequena diferena pode ser explicada pela

    comercializao direta das movelarias ao consumidor final. A Tabela

    5 resume os resultados dos empreendimentos comercializadores.

    Tabela 5. Resultados da anlise de empreendimentos comercializa-

    dores na sede de Lbrea relacionados cadeia produtiva da madeira

    Item Insumos Loja Loja/Insumo

    Nmero de empreendimentos

    9 3 1

    Valor comercializado (R$/ano)

    132.335,00 110.200,00 45.000,00 (Mveis R$38.700) (Insumos R$6.300)

    Produtos i. 70% do valor comercializado oriundo da ven-da de motosser-ras; ii. 30% do valor comercializado oriundo da ven-da de peas.

    Mveis: armrio, cama, cmoda, guar-da roupa, mesa, sala de jantar.

    i. 10% do valor comercializado oriundo da venda de motosserras; ii. 4% do valor co-mercializado oriun-do da venda de peas; iii. 86% do valor comercializado oriundo da venda de mveis.

    Origem dos produtos Manaus i. Mveis de Lbrea; ii. Armrios e Guarda roupas de MDF vem de Manaus e repre-sentam 20% do total destes mveis.

    Insumos - Manaus; Mveis - Lbrea.

    Mercado consumidor Lbrea Lbrea, Canutama, Tapau e Pauini.

    Lbrea

  • 42

    Os entrevistados demonstraram estar satisfeitos com os produtos

    comercializados. Todos afirmaram no ter interesse em comercia-

    lizar produtos que ainda no possuem em seus estabelecimentos.

    Como dificuldades apontadas, 84% dos entrevistados mencionaram

    o prazo para pagamento, 8% a demora no transporte at Lbrea e

    8% a qualidade dos produtos.

    A Tabela 6 demonstra valores mdios dos produtos comercializados

    nos estabelecimentos na sede de Lbrea.

    Tabela 6. Valores mdios obtidos nos estabelecimentos na sede

    de Lbrea

    Item Valor mdio (R$)

    Armrio de cozinha 635,00

    Cama 240,00

    Cmoda 260,00

    Motosserra 1.204,44

    Guarda roupa 980,00

    Sala de jantar 545,00

    Como informao a ser considerada para aes futuras, um estabe-

    lecimento informou que os mveis de MDF esto sendo mais procu-

    rados em funo do menor preo e dos modelos. De acordo com a

    entrevistada, mveis de MDF possuem um design que tem agrada-

    do mais os clientes locais.

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    43

    5.1.4. Movimentao financeira e gerao de empregos

    Na sede do municpio de Lbrea, a renda lquida anual dos extrato-

    res, o pagamento de salrios nos empreendimentos beneficiadores

    e de comercializao, assim como o valor comercializado por estes

    empreendimentos movimentou em 2013 o valor R$7,2 milhes na

    economia de Lbrea. Ao se contabilizar apenas o valor da comercia-

    lizao de produtos, verifica-se que em 2013 o setor madeireiro da

    sede de Lbrea representou 1,2% do PIB de todo municpio.

    A atividade madeireira na sede de Lbrea tambm se caracteriza

    como um importante gerador de empregos. Contabilizando o n-

    mero de extratores e de empregados fixos e temporrios, a ativi-

    dade absorve 7% da populao economicamente ativa de todo o

    municpio, sem contar as pessoas que trabalham na construo civil,

    de acordo com IBGE (2013) de 15.427 pessoas.

    A Tabela 7 resume os resultados de gerao de empregos e valor

    comercializado para a sede de Lbrea. Para a categoria comercia-

    lizadores h a diferena de que os funcionrios empregados no

    trabalham exclusivamente no setor madeireiro. No entanto, foram

    contabilizados uma vez que atuam parcialmente na cadeia. J para a

    quantificao do valor comercializado por esta categoria, foi consi-

    derado apenas os insumos utilizados na cadeia madeireira e os pro-

    dutos advindos da cadeia estudada.

  • 44

    Tabela 7. Gerao de empregos e valor comercializado na cadeia

    madeireira na sede de Lbrea em 2013

    CategoriasN. de Func. Fixos

    N. de Func.Temp.

    Salrio pago a func. fixos (R$/ano)

    Salrio pago a func. tem-porrios(R$/ano)

    Valorcomercia-lizado em 2013 (R$)

    Estaleiro 0 21 - 175.112,00 530.000,00

    Movelaria 21 93 187.200,00 447.331,50 1.355.550,00

    Serraria 73 99 828.240,00 157.299,30 1.108.662,00

    Total Empresas Beneficiadoras 94 213 1.015.440,00 779.742,80 2.994.212,00

    Insumos* 40 0 352.608,00 - 132.335,00

    Loja* 12 4 114.672,00 19.200,00 110.200,00

    Lojas/Insumos* 5 0 51.600,00 - 45.000,00

    Total Comer-cializadores 57 4 518.880,00 19.200,00 287.535,00

    Total Geral 151 217 1.534.320,00 798.942,80 3.281.747,00

    *Atuam parcialmente na cadeia madeireira de Lbrea.

    5.1.5 Fluxograma da cadeia produtiva da madeira da regio da

    sede de Lbrea em 2013

    A partir das informaes descritas nos itens anteriores, elaborou-se

    o fluxograma da cadeia produtiva de madeira da sede de Lbrea. A

    figura 10 descreve a cadeia madeireira e expe: (i) o volume de ma-

    deira explorado e a relao do destino e da origem da madeira com

    a extrao total (em porcentagem); (ii) o valor comercializado pelos

    beneficiadores e a relao do destino da madeira com o valor total co-

    mercializado (em porcentagem); (iii) o valor comercializado pelos esta-

    belecimentos de insumos e de produtos acabados na sede de Lbrea.

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    45

    Insu

    mos

    R$ 1

    39.6

    35,0

    0

    Res

    duos

    :Pe

    rman

    ecem

    no c

    ampo

    Ass

    enta

    men

    tos

    22%

    da

    mad

    eira

    expl

    orad

    a

    Estr

    ada

    36%

    (For

    a de

    as

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    tos)

    re

    as p

    rote

    gida

    s34

    %

    Rios

    8%

    (F

    ora

    de

    reas

    pr

    oteg

    idas

    )

    Extratores: 8.689,24 m

    3

    2.941,89m

    3

    +

    -

    Serr

    aria

    sVa

    lor

    com

    erci

    aliz

    ado:

    R$ 1

    .048

    .662

    Mov

    elar

    ias

    R$. 1

    .355

    .550

    Esta

    leir

    osco

    nstr

    uo

    nav

    alR$

    530

    .000

    Cons

    tru

    o c

    ivil

    loca

    l

    Mad

    eira

    pes

    cada

    1.44

    5,54

    m3

    com

    erci

    aliz

    ada

    para

    ser

    raria

    Cons

    umid

    or

    nal

    Lbr

    ea

    Dis

    trib

    uido

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    rea

    R$ 1

    49.9

    00,0

    0

    Dis

    trib

    uido

    r M

    anau

    s

    Bene

    cia

    dore

    sR$

    2.9

    90.0

    00,0

    0

    100%

    (jun

    tam

    ente

    com

    mun

    icp

    ios

    vizi

    nhos

    )

    5% 17%

    10% 18

    %

    8%8%

    8%

    8%10%

    0,5%

    6%

    2%

    24%

    1%

    75%

    20%

    70%

    10%

    Res

    duos

    :11

    .544

    m3 p

    or a

    no

    Figura 10. Fluxograma da cadeia produtiva de madeira em Lbrea, AM.

  • 7 Estima-se que 130 caminhes de 20 m de madeira saem do sul de Lbrea por dia.

    46

    5.2. Cadeia produtiva da madeira do sul de Lbrea

    De acordo com dados do IPAAM, entre 2011 e 2013, foram licencia-

    dos cinco Planos de Manejo Florestal Sustentvel (PMFS) de Maior

    Impacto na regio sul de Lbrea, os quais estariam aptos a fornecer

    madeira licenciada em 2013, em virtude do prazo de validade da

    licena que de dois anos. Destes PMFSs, apenas um foi licenciado

    em 2011, possui rea de 928,85 ha e licenciou 3.457,08 m de ma-

    deira. Os outros quatro PMFSs, licenciados em 2013, abrangem rea

    total de 6.732,88 ha, mdia de 1.346,58 ha por plano, e estavam

    aptos a fornecer 58.871,63 m de madeira, mdia de 11.774,33 m

    por plano.

    A madeira fornecida por estes PMFSs abasteceram duas indstrias

    madeireiras licenciadas no sul de Lbrea, as quais tem consumo

    anual de 30.000 e 14.400 m de madeira e empregam 55 e 42 fun-

    cionrios cada, respectivamente. De acordo com o IPAAM, estas fo-

    ram as nicas com licena em 2013.

    A atividade no sul de Lbrea se caracteriza, portanto, por grandes

    empreendimentos que comercializam a madeira para outros esta-

    dos, como Rondnia e Acre. Alm destas movimentaes legais de

    madeira, foi informada pela prefeitura de Lbrea a estimativa de cer-

    ca de 78.000 m de madeira ilegal extrada e comercializada para

    Rondnia e Acre por ms7.

  • 8 Considerando seis meses de explorao no sul de Lbrea em funo do acesso s estradas.

    47

    6. Consideraes edirecionamentos

    A atividade madeireira em Lbrea possui dois cenrios distintos. A ca-

    deia produtiva madeireira no sul de Lbrea composta por grandes

    empreendimentos e por explorao ilegal, em larga escala, que abas-

    tecem estados como Rondnia e Acre. J o cenrio da sede de Lbrea

    composto por diversos extratores e pequenos empreendimentos

    ligados economia local do municpio, que extraem e processam um

    volume de madeira muito inferior ao explorado na regio sul.

    De acordo com as informaes analisadas, o volume de madeira

    explorada de forma ilegal no sul de Lbrea foi 7,95 vezes maior do

    que o volume licenciado em 2013 na mesma regio, alm de ter sido

    53,47 vezes maior do que o volume explorado na regio da sede de

    Lbrea8. Aes e polticas de controle so extremamente importantes,

    como maior presena do Estado em aes de fiscalizao na regio

    e aes de monitoramento por geoprocessamento das reas desma-

    tadas. Contudo, aliadas a estas aes, polticas de valorizao e de

    apoio ao licenciamento e comercializao da madeira manejada so

    instrumentos fundamentais para se contrapor ao cenrio de intensa

    explorao ilegal.

    Na regio da sede de Lbrea a intensificao de aes para se ofer-

    tar madeira legal aos empreendimentos, assim como melhorias no

    transporte pela estrada so os pontos principais para o fortalecimento

    e regularizao da atividade. Outro ponto fundamental a ser traba-

    lhado a organizao dos atores, sendo necessrio maior apoio s

    organizaes dos beneficiadores para que possam gerir os Planos de

  • 48

    Manejo Florestal que detm, pois estes no possuem esse tipo de

    experincia. Alm de apoio aos extratores para que esses possam se

    organizar e buscar alternativas para regularizao de sua atividade,

    tanto trabalhando nos PMFSs dos beneficiadores quanto buscando

    opes para comercializarem madeira prpria, pescada e de PMFSs

    dos prprios extratores.

    A integrao das duas cadeias, a do sul e a da sede de Lbrea, com

    oferta de madeira licenciada do sul para empreendimentos da sede,

    assim como, emprego de mo de obra da sede nos empreendimen-

    tos do sul, uma poltica que vem sendo pensada pela prefeitu-

    ra local. Esta uma importante medida, mas no deve ser tratada

    como nica e isolada estratgia, e sim em conjunto com: aes de

    fiscalizao e de monitoramento por geoprocessamento das reas

    desmatadas no sul de Lbrea; polticas de valorizao e de apoio ao

    licenciamento e comercializao da madeira manejada; melhorias

    na infraestrutura da cadeia, como na estrada, apoio na destino de

    resduos e criao de polo moveleiro; apoio s organizaes locais

    para gerir a floresta a ser manejada.

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    49

    7. Referncias bibliogrficas

    ADS - Agncia de Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas. Da-

    dos no publicados.

    BRASIL. Portaria MMA no 28, de 24 de janeiro de 2008. Dispe sobre

    os municpios situados no Bioma Amaznia onde incidiro aes prio-

    ritrias de preveno, monitoramento e controle do desmatamento

    ilegal. Dirio Oficial da Unio; 25 de janeiro de 2008, Seo 1, pg. 70.

    Carrero, G. C., O. L. M. Nogueira, H.H.D. Barros, M. C. Cenamo, P.

    G. Soares, M. N. Pavan. 2013. Anlise de mudana de uso da terra

    e estrutura de governana ambiental nos municpios do Profloram.

    Idesam, Manaus-AM. ISBN:978-85-64371-08-8. 88p.

    Enrquez, G.E.V. 2008. Desafios da Sustentabilidade da Amaznia:

    Biodiversidade, cadeias produtivas e comunidades extrativistas inte-

    gradas. Tese Doutorado. Universidade de Braslia . 460p.

    IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. 2014. Portal do

    IBGE cidades (http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1).

    IDAM - Instituto de Desenvolvimento Agropecurio e Florestal Sus-

    tentvel do Amazonas. Mapa do municpio de Lbrea. Dado no pu-

    blicado.

    IDESAN. 2013. Diagnstico das Cadeias Produtivas de Origem Ex-

    trativista Maus, Boa Vista do Ramos e Apu. Relatrio Tcnico. 71p.

  • 50

    INPE Instituto nacional de Pesquisas Espaciais: PRODES Project.

    2014 Sattelite Monitoring Amazon Forest.

    Disponvel em: www.obt.inpe.br/prodes/. Acesso em: 10 de maro

    de 2014.

    IPAAM - Instituto de Proteo Ambiental do Amazonas. Dados no

    publicados. 2014.

    Heron Martins, A.F.H; Souza Jr., Carlos; Verssimo, A. 2013. Transpa-

    rncia Florestal Amaznia Legal. 13 p.

  • 52

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    53

    8. Anexos

    8.1 ANEXO A - QUESTIONRIO

    Questionrios 1 Extratores

    Data: ___/___/2014 Questionrio n.

    Pesquisador:

    Regio: ( ) Urbana ( ) Rural __________________________________

    I - Identificao do produtor

    1. Idade: 2. Estado civil: 3. Naturalidade:

    4. Sexo: M ( ) F ( ) 5. Escolaridade:

    6. a) Principal atividade econmica da famlia:

    ________________________________________________________________________________

    b) Outra: _____________________________________________________________________

    7. Quantas pessoas da famlia trabalham com a atividade madeireira e qual a idade dos que trabalham?

    8. Quanto tempo trabalha com a atividade?

    9. A rea de extrao de produtos individual ou coletiva?

    a) ( ) individual b) ( ) Coletiva (especificar): ____________________________( ) Assentamento ( ) Reserva ( ) Outro: ____________________________

    c) ( ) C/ plano de manejo ( ) Sem plano de manejo

    10. Em relao produo do ano anterior, sua produo cresceu ou diminuiu?

    11. Quais os principais problemas enfrentados?

  • 54

    12. Existem associaes ou cooperativas em sua comunidade? O (a) Senhor (a) participa de alguma? Por qual motivo?

    13. Quais benefcios o senhor obtm da associao ou cooperativa?

    a) ( ) Acesso a crdito? b) ( ) Transporte: ___________________ c) ( ) Auxlio Social

    d) ( ) Obteno de material e) ( ) Apoio a comercializao f) ( ) Emprstimo

    g) ( ) Outros: __________________________________________________________________

    Obs.:

    14. O senhor saberia informar se essa associao/cooperativa recebeu algum tipo de financiamento pblico ou privado? Se sim, quais? Trouxe benefcios?

    II - Produo

    15. Qual foi sua renda lquida na madeira em 2013?

    16. De qual forma o senhor comercializa a produo?

    a) ( ) Cooperativa

    ( ) Contrato ( ) Nota Fiscal ( ) Pagam. vista ( ) Pagam. a prazo

    Qual o percentual da venda que fica na cooperativa?

    Obs.:

    b) ( ) Direto c/consumidor

    ( ) Contrato ( ) Nota Fiscal ( ) Pagam. vista ( ) Pagam. a prazo

    Obs.:

    c) ( ) Empresa

    ( ) Contrato ( ) Nota Fiscal ( ) Pagam. vista ( ) Pagam. a prazo

    Obs.:

    d) ( ) Atravessadores

    ( ) Contrato ( ) Nota Fiscal ( ) Pagam. vista ( ) Pagam. a prazo

    Obs.:

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    55

    17. Produo do ltimo ano

    Produto

    (Escolher: madeira ser-rada, tora, em p, car-vo, lenha)

    Quantida-de vendida

    (colocar a unidade)

    Local de ex-trao

    Comprador

    (Atravessa-dor ou Direto)

    Comprador

    (Escolher: serraria, movelaria, constru-o civil, construo naval)

    Valor vendido (R$)

    Renda obtida

    (R$ descontando os custos)

    18. Sobre os materiais utilizados, onde so comprados (ferramentas, mquinas, barcos, combustvel):

    Produto: 1) _______________; 2)________________ ; 3) ______________; 4)_______________

    Tipo (ferramen-ta, mquinas, etc..)

    Local de aqui-sio

    Periodicidade de troca

    Custos

    1

    2

    3

    4

  • 56

    19. Sobre a manuteno dos materiais:

    a) Pontos de venda e manuteno disponveis no municpio/regio:

    b) Forma de manuteno:

    Peas trocadas frequentemente

    Periodicidade Local de manuteno

    1 ( ) Prpria( ) Terceirizada

    2 ( ) Prpria( ) Terceirizada

    3 ( ) Prpria( ) Terceirizada

    4 ( ) Prpria( ) Terceirizada

    III Transporte

    20. Sobre o transporte dos produtos?

    a) Do local de extrao at a 1 Armazenagem?

    Tipo (barco, canoa, jerico):__________________________ ;Distncia:____________________ Custos:_____________Pago por quem? (produtor, atravessador ou compra-dor)_______________________________

    b) Da 1 Armazenagem at o Atravessador/Distribuidor/Beneficiador

    Tipo:__________________________ ; Distncia: _____________Custos:__________________ Pago por quem? (produtor, atravessador ou comprador) ____________________________________________________________________________________________________________

    IV - Identificao dos Resduos

    21. Usa os resduos da extrao? Para qu?

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    57

    V - Aspectos Institucionais

    22. H algum tipo de rgo pblico atuante em sua regio?Como apoia a extrao?

    23. O Senhor participa de algum programa de ajuda governamental? Se Sim, quais? Se no, gostaria de participar?

  • 58

    Questionrio 2 Empresas beneficiadoras

    Data: ___/___/2014 Questionrio n.

    Pesquisador:

    Regio: ( ) Urbana ( ) Rural __________________________________

    I - Identificao do entrevistado

    1. Nome:

    2. Cargo: 3. Tel.:

    4. Email/site:

    II - Identificao geral da instituio (empresa beneficiadora)

    5. Nome Fantasia:

    6. Ramo de Atividade:

    ( ) Movelaria; ( ) Estaleiro; ( ) Farmacutico;

    ( ) Cosmticos/Perfumaria; ( ) Alimentos

    ( ) Outros: _______________6.1 Categoria do empreendimento no CNAE (Cadastro Nacional de Atividades Econ-micas)

    Cdigo:_____________ Categoria: ____________________ (caso no saiba ou no tenha, detalhar ao mximo as atividades)

    7. Posio hierrquica da empresa:

    ( ) Matriz; ( ) Filial (dependncia direta da matriz)

    ( ) Outras: ________________

    8. Tempo de funcionamento da empresa. (Em caso de dvida, colocar de 2 a 4 anos, por exemplo)

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    59

    9. Nmero de funcionrios fixos e flutuantes:

    Fixos: _______________________________; Flutuantes:________________________________

    Cargo Tipo (fixo ou flutuante) Salrio mdio (R$)

    Obs.:

    III - Identificao dos Insumos

    10 . Origem dos insumos (matria prima), produtos derivados e destinao:

    Volume total de madeira comprada em 2013 (m):____________________________________________________________________________

    Origem(UCs, assentamento, associao, empresa, etc.)

    Volume (m) Produto Espcie Valor pago (R$)

    11. Dificuldades encontradas:

  • 60

    IV - Processo de beneficiamento

    12. Sobre os tipos de suprimentos/equipamentos florestais utilizados no beneficiamento

    Tipo:

    Equipamentos: Serra de Banca-da, Desengros-so, torno, etc.

    Suprimen-tos: puxador, dobradia, parafusos, etc.

    Origem

    (Fbrica)

    Local de Aquisio

    (Fornece-dor)

    Periodi-cidadede Troca/Compra

    Prazo de entrega

    Custos Importn-cia no processo

    Manuteno*

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    * manuteno prpria = P; manuteno terceirizada = T

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    61

    13. Sobre a manuteno dos suprimentos/equipamentos florestais utilizados?

    a) Sobre os servios, ou pontos comerciais disponveis (no municpio, na regio, no Es-tado, etc.)

    Nome Localizao

    (Cidade, regio ou pas)

    Ramo de atuao motivo da utilizao

    (produtos vendidos, servios oferecidos, etc.)

    Contatos

    (endereo, telefone, etc.)

    14. Sobre a relao com os fornecedores/distribuidores/fbricas de suprimentos?

    a) Existe assistncia tcnica ou revenda autorizada no municpio ou regio? Onde?

    ( ) No( ) Sim. Onde: __________________________________________________________________

    b) Quais as dificuldades encontradas na manuteno, abastecimento de suprimentos?

    ( ) Regularidade no Fornecimento; ( ) Qualidade do Produto; ( ) Preo; ( ) Prazo p/ pagto.; ( ) Outros: __________________________________________________

    c) O Senhor teria interesse em acessar suprimentos florestais ausentes na cadeia local? ( ) No( ) Sim. Tipos de Suprimentos: ___________________________________________________

  • 62

    16. Sobre o transporte dos produtos?

    a) Do local de extrao at a 1 armazenagem ou beneficiamento?

    Tipo de transporte Volume transportado por viagem (m)

    Custos (R$.m)

    Sobre as facilidades e dificuldades do sistema de transporte?

    b) Da 1 Armazenagem/Beneficiamento at o distribuidor/beneficiador

    Tipo de transporte Volume transportado por viagem (m)

    Custos (R$.m)

    Sobre as facilidades e dificuldades do sistema de transporte?

    15. Sobre os custos de produo/beneficiamento. Classifique em ordem de importncia.

    Mo de Obra: _____%

    Matria Prima: _____%

    Equipamentos: _____%

    Administrativos: _____%

    Comerciais: _____%

    Juros/Despesas Financeiras: _____%

    Frete: _____%

    Outros: _____% Ex: ______________________________________________________________

    Obs.:

    V - Transporte

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    63

    18. Tipo de produto, qual forma e para onde a empresa comercializa a produo?

    a) ( ) Distribuidores/revendedores local, regional, nacional ou internacional.

    Volume vendido em 2013:________________________________________________________

    Valor comercializado em 2013:____________________________________________________

    1. Nome(produto/cooperativa)

    2. Para onde?

    3. Volume ou n. peas (com dimenso) ou n. produto

    4. Preomdio

    6. NF? 7-Pagto

    ( ) vista( ) A prazo

    ( ) vista( ) A prazo

    ( ) vista( ) A prazo

    Obs.:b) ( ) Direto c/ Consumidor ( ) vista ( ) A prazo

    Volume vendido em 2013:________________________________________________________

    Valor comercializado em 2013:____________________________________________________

    1. Nome(Produto/Co-operativa)

    2. Para onde?

    3. Volume ou n. peas (com dimenso) ou n. produto

    4. PreoMdio

    6. NF? 7-Pagto

    ( ) vista( ) A prazo

    ( ) vista( ) A prazo

    ( ) vista( ) A prazo

    Obs.:

    17. Resduos

    Observaes:

    VII - Relaes Comerciais

  • 64

    20. Existem instituies governamentais ou no governamentais que apoiam a ativi-dade no municpio? Quais e qual o papel de cada?

    21. Existem polticas de incentivos?

    22. O que precisa ser melhorado na produo de madeira do municpio?

    c) ( ) Intermedirios

    Volume vendido em 2013:________________________________________________________

    Valor comercializado em 2013:____________________________________________________

    1. Nome(produto/cooperativa)

    2. Para onde?

    3. Volume ou n. peas (com dimenso) ou n. produto

    4. Preomdio

    6. N.F.? 7. Pagto.

    ( ) vista( ) A prazo

    ( ) vista( ) A prazo

    ( ) vista( ) A prazo

    Obs.:

    19. Em resumo, quais so os principais canais de distribuio?

    ( ) Representante: _____________________( ) Atacadista: _____________________( ) Direto no Varejo: _____________________( ) Governo (concorrncia) : _____________________( ) Outros: _____________________

    VI - Aspectos institucionais e organizacionais

  • Diagnstico da Cadeia Produtiva da Madeira no Municpio de Lbrea-AM

    65

    Questionrio 3 Mercados e Comrcio em Geral

    Data: ___/___/2014 Questionrio n.

    Pesquisador:

    I - Identificao do entrevistado

    1. Nome:

    2. Cargo: 3. Tel.:

    4. Email/site:

    II - Identificao geral da empresa

    5. Nome fantasia:

    6. Ramo de atividade:( ) Comrcio ( ) Prestador de Servios Gerais( ) Assistncia Tcnica Especializada( ) Outros: _______________________

    6.1 Categoria do empreendimento no CNAE (Cadastro Nacional de Atividades Econ-micas)

    Cdigo:___________________________ Categoria: ___________________________________ (caso no saiba ou no tenha, detalhar ao mximo as atividades)

    7. Posio hierrquica da empresa:

    ( ) Matriz; ( ) Filial (dependncia direta da matriz)( ) Outras: _____________________________________

    8. Tempo de funcionamento da empresa: (Em caso de dvida, colocar de 2 a 4 anos, por exemplo).

  • 66

    III - Identificao dos produtos/servios oferecidos

    10 . Tipos de produtos.

    Produto/Servio Origem Transporte(Do produtor/beneficiador at a empresa)

    Principais destinos

    (Mercado local, do-mstico ou interna-cional)

    11. Quais produtos o senhor gostaria de comercializar (que tem grande demanda) que no so produzidos na regio e/ou tem pouca oferta?

    IV - Relaes comerciais

    12. Tipo de produto, qual forma e para onde a empresa comercializou em 2013?

    a) ( ) Distribuidores/revendedores local, regional, nacional ou internacional.

    Valor comercializado em 2013:____________________________________________________

    1. Item/Servio

    2. Para onde? 3. Volume, quantidade ou n. peas

    4. Preo

    Mdio

    6. NF? 7-Pagto

    ( ) vista( ) A prazo

    ( ) vista( ) A prazo

    ( ) vista

    ( ) A prazo

    Obs.:

    b) ( ) Direto c/ consumidorValor comercializado em 2013:____________________________________________________

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    1. Item/Servio

    2. Para onde? 3. Volume, quantidade ou n. peas

    4. Preo

    Mdio

    6. N.F.? 7. Pagto.

    ( ) vista( ) A prazo

    ( ) vista( ) A prazo

    ( ) vista

    ( ) A prazo

    Obs.:

    c) ( ) IntermediriosValor comercializado em 2013:___________________________________________________

    1. Item/Servio

    2. Para onde? 3. Volume, quantidade ou n. peas

    4. Preo

    Mdio

    6. N.F.? 7. Pagto.

    ( ) vista( ) A prazo

    ( ) vista( ) A prazo

    ( ) vista

    ( ) A prazo

    Obs.:

    13. Em resumo, quais so os principais canais de distribuio?

    ( ) Representante: _____________________( ) Atacadista: _____________________( ) Direto no Varejo: _____________________( ) Governo (concorrncia) : _____________________( ) Outros: _____________________

  • 68

    V - Relaes com fornecedores (distribuidoras/fbrica)

    14. Sobre a relao com os fornecedores/distribuidores/fbricas de suprimentos/equi-pamentos:a) Existe assistncia tcnica ou revenda autorizada no municpio ou regio? Onde?

    ( ) No( ) Sim. Onde: __________________________________________________________________

    b) Quais as dificuldades encontradas na manuteno, abastecimento de suprimentos/equipamentos?

    ( ) Regularidade no fornecimento; ( ) Qualidade do produto; ( ) Preo; ( ) Prazo p/ pagto; ( ) Outros:

    c) O senhor teria interesse em acessar suprimentos florestais ausentes na cadeia local?

    ( ) No

    ( ) Sim. Tipos de suprimentos: ____________________________________________________

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    8.2 ANEXO B - Diferenas entre Cadeias da Biodiversidade (CB),

    e as caractersticas das Cadeias Produtivas Tradicionais (CT)

    Aspecto Cadeia tradicional Cadeias da Biodiversidade

    Escala - preo um importante in-dicador econmico; econo-mia de escala e escopo.

    - preo atinge em menor grau; oferta depende do ciclo da natureza e tambm da acessibilidade s reas extratoras.

    - alto nvel de organizao (fornecedores e prestadores de servios).

    - baixo nvel de organizao: fornecedores dispersos/desconhecidos, no h rede consolidada de prestadores de servios e de assistncia tcnica.

    Matria Prima - maior padro da produo. - dificuldades na padroni-zao da produo.

    Organizao da produo

    - produtores, prestadores de servios geridos atravs de contratos.

    - transaes instveis; atravessadores; alta assime-tria de informao.

    Logstica - consolidada; integrada; vias de acesso e meios de transporte.

    - grande dificuldade em se acessar reas produtivas, ar-mazenagem, deslocamento.

    Consumidor - oferta e demanda constante.

    - oferta e demanda inconstante.

    Sustentabilidade geralmente alto nvel de ex-ternalidades negativas no incorporadas produo;

    - baixos custos.

    - externalidades positivas; - lucros socioambientais;- altos custos.

    Espao de produo - grandes reas desmatadas. - pode conviver com reas florestadas.

  • Realizao ApoioParceria