Click here to load reader
Upload
claudia-correia
View
31
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Caderno 7ºano
Citation preview
GRAMTICAPlano da Lngua, variao e mudanaLngua padro 223Variedades do portugus 223
Plano FonolgicoSemivogal 223Sequncia de sons 223 Ditongo 223 Hiato 224
Plano MorfolgicoPalavra varivel e invarivel 224Flexo nominal e adjetival 224Derivao e composio 224
Nomes flexo em gnero 225Nomes biformes 225Nomes uniformes 225 Nome comum de dois 225 Nome sobrecomum 225 Nome epiceno 225Formao do feminino 225
Formao do plural 225Variao em grau 226
Adjetivos flexo em grau 226Formao do grau superlativo 226Superlativo absoluto sinttico 226Irregularidades na formao dos graus dos adjetivos 226
Flexo verbal 227Verbos regulares 227Verbos irregulares 228Tempos compostos 230
Plano das Classes de Palavras 231Classe aberta de palavras 231Classe fechada de palavras 231Nome e suas subclasses 231
Adjetivo e suas subclasses 231Pronome e suas subclasses 231Determinante e suas subclasses 232
Conjuno e suas subclasses 233Advrbio 234Interjeio 234Subclasses do verbo 235Pronominalizao 235Regras de colocao do pronome pessoal 235
Plano Lexical e SemnticoPara qu e como usar o dicionrio 235Neologismo 236Arcasmo 237Expresso idiomtica 237Monossemia e polissemia 237
Plano SintticoFrase 237Constituintes da frase 237Funes sintticas 238 Sujeito 238 Vocativo 239 Predicado 239 Complementos: direto, indireto,
oblquo, agente da passiva 239 Modificador 240 Predicativo do sujeito 240Frase ativa e frase passiva 240Processos de coordenao entre oraes 241Processos de subordinao entre oraes 241Discurso direto e discurso indireto 242Atos de fala 242
Plano Discursivo e TextualTipologia textual 242Categorias da narrativa 244Elementos constitutivos da poesia lrica 244Figuras de retrica e tropos 245
Plano da Representao Grfica e OrtogrficaRelaes entre palavras escritas e entre grafia e fonia 247Sinais de pontuao 247Listas de verificao autoavaliao de textos escritos 250
222
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 222 14/06/2013 14:41
PlAno dA lnGuA, vARIAo e MudAnA
Lngua padro Variedade de uma lngua que modelo na comunicao entre os falantes da classe mdia e alta de uma
comunidade lingustica. A variedade de Lisboa considerada como lngua padro.
Variao situacional: resulta da adequao do discurso situao comunicativa.
Variao social: uma variedade usada por falantes que pertencem mesma classe social, que tm o mesmo tipo de educao, a mesma idade, sexo ou origem tnica.
Variedades do portugusExistem trs variedades do portugus: a variedade europeia, o portugus falado em Portugal conti-
nental e nos arquiplagos da Madeira e dos Aores; a variedade brasileira, utilizada no Brasil; e as variedades africanas, faladas em frica.
PlAno fonolGICo
Semivogal o som semelhante ao das vogais e ocorre junto de uma vogal, formando com ela um ditongo. Uma
semivogal nunca pode receber acento. mau pai quadro
Sequncia de sons
Ditongo a sequncia de uma vogal e de uma semivogal numa mesma slaba.
Ditongo crescente a semivogal antecede a vogal. quadro histria gua remdio tranquilidade
GRAMTICA
Oceano Pac f i c o
Ocea
no At
lntic
o
Ocea
no P
ac
f ic o
Oceano ndico
Equador
2400 km0
Brasil
Angola
Portugal
Macau
Timor-Leste
Cabo VerdeGuin-Bissau
So Tome Prncipe
Moambique
A
REA
L ED
ITO
RES
223
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 223 14/06/2013 14:41
Ditongo decrescente a vogal antecede a semivogal. carapau papis biscoito ru
HiatoSequncia de duas vogais que pertencem a slabas diferentes.
ru..do sa..de con.te..do sa..da
PlAno MoRfolGICo
Palavra varivelAdmite flexo. Os determinantes, os nomes, os adjetivos, os pronomes, os verbos e os quantificadores
so palavras variveis.
Palavra invarivelNo flexionvel. As conjunes, as preposies e as interjeies so palavras invariveis.
Flexo nominal e adjetivalOs nomes e os adjetivos podem flexionar em nmero, em gnero e em grau: gata, gatos, gatinho; alto,
altos, altssima.
deRIvAo e CoMPosIo
Alguns processos de formao de palavras: derivao e composioAs palavras podem formar-se por vrios processos, sendo dois deles a derivao e a composio.
Derivao A derivao o processo de formao de palavras que parte de uma s forma de base a que se pode jun-
tar ou no um afixo. A derivao pode ser parassinttica, por prefixao, por sufixao, e no afixal.Afixo o constituinte que ocorre associado a uma forma de base. Os afixos podem ser prefixos
(repor), sufixos (famoso) e interfixos (cafeteira), consoante estejam, respetivamente, esquerda da base, direita da base ou entre a base e o sufixo.
Derivao parassinttica o processo morfolgico de formao de palavras que consiste na asso-ciao simultnea de um prefixo e um sufixo a uma forma de base: a[podr]ecer = apodrecer.
Derivao por prefixao o processo morfolgico que consiste na associao de um prefixo a uma forma de base: i + [legal] = ilegal, re + [ler] = reler.
Derivao por sufixao o processo morfolgico de formao de palavras que consiste na associa-o de um sufixo a uma forma de base: [bel]o + eza = beleza; [livr]o + aria = livraria
Derivao no afixal o processo de formao de palavras que gera nomes a partir de verbos, acrescentando marcas de flexo nominal. Estes nomes, normalmente, indicam a ao de (errar + o = erro; recuar + o= recuo; procurar + a = procura)
Composio A composio o processo morfolgico de formao de palavras que associa duas ou mais formas de
base. H dois tipos de composio: a composio morfolgica e a composio morfossinttica.composio morfolgica o processo de composio que associa um radical a outro(s) radical(is)
ou a uma ou mais palavras. Podem ser ligados por uma vogal de ligao: [psic] + o + [pata] = psicopata; [agr] + i + [cultura] = [agricultura].
composio morfossinttica o processo de composio que associa duas ou mais palavras: guarda-roupa, surdo-mudo.
A
REA
L ED
ITO
RES
224
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 224 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
LP7-15
Ambos os elementos vo para o plural se o composto formado por:dois nomesum nome e um adjetivo um adjetivo e um nome
couve-flor/couves-florescapito-mor/capites-morescurto-circuito/curtos-circuitos
Se o primeiro elemento do composto um verbo e o segundo um nome, um adjetivo ou um verbo, s o segundo elemento vai para o plural.
(H palavras deste grupo cujo nome est sempre no plural.)
guarda-sol/guarda-sismata-borro/mata-borrestreme-treme/treme-tremes
o saca-rolhas/o salva-vidas
Se o primeiro elemento da palavra invarivel e o segundo um nome, s o segundo elemento vai para o plural.
alm-mar/alm-maresbem-aventurana/bem-aventuranas
Se o composto constitudo por dois nomes ligados por uma preposio, s o pri-meiro elemento vai para o plural.
ervilha-de-cheiro/ervilhas-de-cheiroestrela-do-mar/estrelas-do-mar
Plural dos nomes compostos
Os nomes uniformes, quanto ao gnero, classificam-se da seguinte forma:
Nome comum de doisNome ambguo quanto ao sexo da pessoa que designa. o determinante que distingue o masculino
do feminino. o/a estudante o/a jornalista o/a mrtir o/a pianista
Nome sobrecomumPossui um nico gnero para designar pessoas de ambos os sexos.
a criana, a vtima, a pessoa
Nome epicenoPossui um nico gnero para designar animais de ambos os sexos. Torna-se, por isso, necessrio
juntar ao nome as palavras macho e fmea para especificar o sexo do animal. a guia-macho / a guia-fmea a cobra-macho / a cobra-fmea o crocodilo-macho / o crocodilo-fmea
noMes flexo eM GneRo
Nomes biformesNos nomes que designam uma entidade animada (uma pessoa ou um animal), o valor de gnero corres-
ponde a uma distino de sexo: o nome do gnero feminino indica seres do sexo feminino e o do gnero masculino refere-se a seres do sexo masculino. Estes nomes so, por isso, biformes. pato, pata autor, autora
Nomes uniformesPossuem apenas uma forma para designar os seres animados de ambos os sexos.
a testemunha o/a gerente
225
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 225 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RESVariao em grau
Os nomes apresentam variao nos graus: normal, diminutivo e aumentativo. casa, casinha, casota, casaro boca, boquinha, bocarra
AdJeTIvos flexo eM GRAu
Formao do grau superlativoH duas espcies de superlativo: absoluto e sinttico.
O superlativo absoluto pode ser:a) sinttico: formado por uma nica palavra (adjetivo e sufixo):
amicssimo faclimo tristssimo
b) analtico: forma-se quase sempre antepondo ao adjetivo um advrbio de quantidade e grau. muito alegre extraordinariamente grande
Superlativo absoluto sinttico1. Forma-se, acrescentando -ssimo ao adjetivo:
original, originalssimo
Se o adjetivo terminar em vogal, esta desaparece quando se junta o sufixo: lindo, lindssimo triste, tristssimo
2. Os adjetivos que terminam em -vel formam o superlativo em -bilssimo: amvel, amabilssimo terrvel, terribilssimo
3. Os terminados em -z formam o superlativo em -cssimo: feliz, felicssimo atroz, atrocssimo
4. Os que acabam em vogal nasal (-m) fazem o superlativo em -nssimo: comum, comunssimo
5. Os terminados no ditongo -o formam o superlativo em -anssimo: pago, paganssimo
6. Muitos adjetivos apresentam uma forma no superlativo absoluto sint-tico bastante semelhante latina.
Irregularidades na formao dos graus dos adjetivos
Grau normal Comparativo de superioridadeSuperlativo
Absoluto sinttico Relativo de superioridade
bom melhor timo o melhor
mau pior pssimo o pior
grande maior mximo o maior
pequeno menor mnimo o menor
Normal Superlativo
amargoamigoantigocristocruelfiel friogeralmalficonobresbiosimplesdoceclebrelivrenegropobre
amarssimoamicssimoantiqussimocristianssimocrudelssimofidelssimofrigidssimogeneralssimomaleficentssimonobilssimosapientssimosimplicssimodulcssimocelebrrimolibrrimonigrrimopauprrimo
226
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 226 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
Flexo verbalVERBOS REGULARES respeitam a flexo do paradigma a que pertencem
1. Conjugao Lavar
INDICATIVO
Presente Futuro Pretrito Perfeito Pretrito Imperfeito Pretrito Mais-que-perfeitolavolavaslavalavamoslavaislavam
lavareilavarslavarlavaremoslavareislavaro
laveilavastelavoulavmoslavasteslavaram
lavavalavavaslavavalavvamoslavveislavavam
lavaralavaraslavaralavramoslavreislavaram
CONJUNTIVO
Presente Pretrito Imperfeito Futurolavelaveslavelavemoslaveislavem
lavasselavasseslavasselavssemoslavsseislavassem
lavarlavareslavarlavarmoslavardeslavarem
CONDICIONAL IMPERATIVO
lavarialavariaslavarialavaramoslavareislavariam
lava (tu)lavai (vs)
Infinitivo impessoal Gerndio Particpio Passadolavar lavando lavado
INDICATIVO
Presente Futuro Pretrito Perfeito Pretrito Imperfeito Pretrito Mais-que-perfeitodevodevesdevedevemosdeveisdevem
devereideversdeverdeveremosdevereisdevero
devidevestedeveudevemosdevestesdeveram
deviadeviasdeviadevamosdeveisdeviam
deveradeverasdeveradevramosdevreisdeveram
CONJUNTIVO
Presente Pretrito Imperfeito Futurodevadevasdevadevamosdevaisdevam
devessedevessesdevessedevssemosdevsseisdevessem
deverdeveresdeverdevermosdeverdesdeverem
CONDICIONAL IMPERATIVO
deveriadeveriasdeveriadeveramosdevereisdeveriam
deve (tu)devei (vs)
Infinitivo impessoal Gerndio Particpio Passadodever devendo devido
2. ConjugaoDever
227
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 227 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
VERBOS IRREGULARES afastam-se da flexo do paradigma a que pertencem
INDICATIVO
Presente Futuro Pretrito Perfeito Pretrito Imperfeito Pretrito Mais-que-perfeitopartopartespartepartimospartispartem
partireipartirspartirpartiremospartireispartiro
partipartistepartiupartimospartistespartiram
partiapartiaspartiapartamosparteispartiam
partirapartiraspartirapartramospartreispartiram
CONJUNTIVO
Presente Pretrito Imperfeito Futuropartapartaspartapartamospartaispartam
partissepartissespartissepartssemospartsseispartissem
partirpartirespartirpartirmospartirdespartirem
CONDICIONAL IMPERATIVO
partiriapartiriaspartiriapartiramospartireispartiriam
parte (tu)parti (vs)
Infinitivo impessoalido Gerndio Particpio Passadopartir partindo partido
3. ConjugaoPartir
Tempo/Modo intervir ser
Presente do indicativointervenho, intervns, intervm, intervimos, intervindes, intervm
sou, s, , somos, sois, so
Pretrito perfeito do indicativo
intervim, intervieste, interveio, interviemos, interviestes, intervieram
fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Pretrito imperfeito do indicativo
intervinha, intervinhas, intervinha, intervnha-mos, intervnheis, intervinham
era, eras, era, ramos, reis, eram
Pretrito mais-que -perfeito do indicativo
interviera, intervieras, interviera, intervira-mos, intervireis, intervieram
fora, foras, fora, framos, freis, foram
Futuro do indicativointervirei, intervirs, intervir, interviremos, intervireis, interviro
serei, sers, ser, seremos, sereis, sero
Presente do conjuntivointervenha, intervenhas, intervenha, intervenhamos, intervenhais, intervenham
seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam
Pretrito imperfeito do conjuntivo
interviesse, interviesses, interviesse, intervissemos, intervisseis, interviessem
fosse, fosses, fosse, fssemos, fsseis, fossem
Futuro do conjuntivointervier, intervieres, intervier, interviermos, intervierdes, intervierem
for, fores, for, formos, fordes, forem
Condicionalinterviria, intervirias, interviria, interviramos, intervireis, interviriam
seria, serias, seria, seramos, sereis, seriam
Imperativo intervm, intervinde s, sedeInfinitivo impessoal intervir serParticpio passado intervindo sidoGerndio intervindo sendo
228
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 228 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
Tempo/Modo trazer ir
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem vou, vais, vai, vamos, ides, vo
Pretrito perfeito do indicativo
trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram
fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Pretrito imperfeito do indicativo
trazia, trazias, trazia, trazamos, trazeis, traziam
ia, ias, ia, amos, eis, iam
Pretrito mais-que -perfeito do indicativo
trouxera, trouxeras, trouxera, trouxramos, trouxreis, trouxeram
fora, foras, fora, framos, freis, foram
Futuro do indicativo trarei, trars, trar, traremos, trareis, traro irei, irs, ir, iremos, ireis, iro
Presente do conjuntivotraga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam
v, vs, v, vamos, vades, vo
Pretrito imperfeito do conjuntivo
trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxssemos, trouxsseis, trouxessem
fosse, fosses, fosse, fssemos, fsseis, fossem
Futuro do conjuntivotrouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem
for, fores, for, formos, fordes, forem
Condicionaltraria, trarias, traria, traramos, trareis, trariam
iria, irias, iria, iramos, ireis, iriam
Imperativo traz, trazei vai, ide Infinitivo impessoal trazer irParticpio passado trazido idoGerndio trazendo indo
Tempo/Modo poder querer
Presente do indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podemquero, queres, quer, queremos, quereis, querem
Pretrito perfeito do indicativo
pude, pudeste, pde, pudemos, pudestes, puderam
quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Pretrito imperfeito do indicativo
podia, podias, podia, podamos, podeis, podiam
queria, querias, queria, queramos, quereis, queriam
Pretrito mais-que -perfeito do indicativo
pudera, puderas, pudera, pudramos, pudreis, puderam
quisera, quiseras, quisera, quisramos, quisreis, quiseram
Futuro do indicativopoderei, poders, poder, poderemos, podereis, podero
quererei, querers, querer, quereremos, querereis, querero
Presente do conjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possamqueira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Pretrito imperfeito do conjuntivo
pudesse, pudesses, pudesse, pudssemos, pudsseis, pudessem
quisesse, quisesses, quisesse, quisssemos, quissseis, quisessem
Futuro do conjuntivopuder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem
Condicionalpoderia, poderias, poderia, poderamos, podereis, poderiam
quereria, quererias, quereria, quereramos, querereis, quereriam
Imperativo pode, podei Infinitivo impessoal poder quererParticpio passado podido queridoGerndio podendo querendo
229
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 229 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
Tempo/Modo ter pr
Presente do indicativo tenho, tens, tem, temos, tendes, tm ponho, pes, pe, pomos, pondes, pem
Pretrito perfeito do indicativo tive, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram
pus, puseste, ps, pusemos, pusestes, puseram
Pretrito imperfeito do indicativo tinha, tinhas, tinha, tnhamos, tnheis, tinham
punha, punhas, punha, pnhamos, pnheis, punham
Pretrito mais-que -perfeito do indicativo
tivera, tiveras, tivera, tivramos, tivreis, tiveram
pusera, puseras, pusera, pusramos, pusreis, puseram
Futuro do indicativo terei, ters, ter, teremos, tereis, teroporei, pors, por, poremos, poreis, poro
Presente do conjuntivotenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham
ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham
Pretrito imperfeito do conjuntivo
tivesse, tivesses, tivesse, tivssemos, tivsseis, tivessem
pusesse, pusesses, pusesse, pusssemos, pussseis, pusessem
Futuro do conjuntivo tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverempuser, puseres, puser, pusermos, puser-des, puserem
Condicional teria, terias, teria, teramos, tereis, teriamporia, porias, poria, poramos, poreis, poriam
Imperativo tem, tende pe, pondeInfinitivo impessoal ter prParticpio passado tido postoGerndio tendo pondo
Modo Tempo Verbo auxiliar conjugado + particpio passado (p.p.) do verbo principal Exemplo
Indi
cativ
o
Pretrito perfeito composto Presente + p.p. do verbo principal Tenho tossido muito.
Pretrito mais-que-perfeito composto Pretrito imperfeito + p.p. do verbo principal
Ela j tinha cantado quando eu entrei.
Futuro composto Futuro + p.p. do verbo principal Quando chegares, eu j terei estudado tudo.
Conj
untiv
o
Pretrito perfeito composto Presente + p.p. do verbo principal Talvez ele tenha lavado o carro.
Pretrito mais-que-perfeito composto Pretrito imperfeito + p.p. do verbo principal
Se ele tivesse comprado uma casa, viveria melhor.
Futuro composto Futuro + p.p. do verbo principal Quando tiveres acabado o trabalho, telefona-me.
Condicional composto Condicional + p.p. do verbo principal Se ele me conhecesse bem, teria falado comigo.
Tempos compostos
230
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 230 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
prprio (aplica-se a uma entidade nica) Ana, Lisboa, Douro A Ana esteve c.
comum(no designa
um referente nico)
contvel (aplica-se a referentes que podem ser diferenciados como partes de um conjunto)
aluno, carro, leque Tenho um leque azul.
no contvel (designa algo que visto como um todo e no pode ser dividido em partes nem contado)
vento, educao, farinha
Hoje est muito vento.Ele teve boa educao.
coletivo (designa, no singu-lar, um conjunto de seres do mesmo tipo)
contvelarquiplago, car-dume, resma
Comprei duas resmas de papel.
no contvel fauna, flora A faia faz parte da flora endmica dos Aores.
PlAno dAs ClAsses de PAlAvRAs
Classe aberta de palavrasClasse de palavras que formada por um nmero quase ilimitado de palavras e qual a evoluo da
lngua acrescenta novos membros. So classes abertas de palavras, por exemplo, a classe dos nomes e a dos verbos.
Classe fechada de palavrasClasse de palavras que formada por um nmero limitado de palavras e qual a evoluo da lngua
raramente acrescenta novos membros. So classes fechadas de palavras, por exemplo, a classe das conjunes e a das preposies.
Nome e suas subclasses
Adjetivo e suas subclasses
Pronome e suas subclassesO pronome substitui o nome, nunca podendo ocorrer antes dele. A seguir, so apresentadas trs sub-
classes dos pronomes.
Exemplo: O aluno que faz hoje anos est feliz.
qualificativo atribui ao nome uma qualidade bom, alegre, novo, fraco, preto, sujo
Fiz uma boa leitura do texto.
numeral atribui ao nome uma ordem numa srie; no varia em grau
primeiro, segundo, ter-ceiro dcimo vigsimo
Fui o primeiro aluno a chegar.
relacionalestabelece uma relao de agente ou posse relativamente ao nome; surge depois do nome, no varia em grau e no tem antnimo.
portugus (de Portugal), universitrio (da universidade)
Este treinador portugus.Meu irmo estudante universitrio.
Pronomes relativos
Variveis
InvariveisSingular Plural
Masculino Feminino Masculino Feminino
o qual a qual os quais as quais que, quem
231
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 231 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
Pronomes interrogativos
Variveis qual? quais?
Invariveis que? quem? o que? o qu?
Pronomes indefinidos
Quantificadores usados como pronomes indefinidos
Singular Plural
Masculino Feminino Masculino Feminino
algumningumoutremtudonadaalgocada
algumnenhumtodomuitopouco
tantoquanto
algumanenhumatodamuitapouca
tantaquanta
algunsnenhunstodosmuitospoucosvriostantosquantos
algumasnenhumastodasmuitaspoucasvriastantasquantas
qualquer quaisquer
Determinantes indefinidos
Singular Plural
Masculino Feminino Masculino Feminino
certo certa certos certas
outro outra outros outras
Exemplo: Tens dois cavalos. Qual preferes? Quem fez os trabalhos de casa?
Exemplos: Empresta-me outro livro. No posso viajar em certos dias.
Exemplos: A aluna cujo exerccio estava correto foi ao quadro. As casas cujo telhado vermelho so novas.
Exemplo: H a mas. Leva algumas!
Determinante e suas subclasses
Determinantes relativos
Singular Plural
Masculino Feminino Masculino Feminino
cujo cuja cujos cujas
232
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 232 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
Classificao Conjunes coordenativas Exemplos
copulativa e, nem Comi peixe e fruta.
adversativa mas Ela foi praia, mas no nadou.
disjuntiva ou Queres vir ou ficas em casa?
conclusiva logo Estudei bastante, logo espero ter uma boa nota.
explicativa pois Ele tem dinheiro, pois comprou um carro.
Exemplos: Empresta-me o caderno. Que caderno? Tira os livros da estante Quais livros?
Conjuno e suas subclasses
Conjuno coordenativa
Determinantes interrogativos
Variveis qual? quais?
Invariveis que?
Conjuno subordinativa
Classificao Conjunes subordinativasLocues conjuncionais
subordinativas Exemplos
Condicionalsecaso
desde que, a menos que, a no ser que
Se estudares, passars o ano.Podes levar o livro, desde que mo devolvas.
Causalporquecomo
uma vez que, visto que, j que
Como estava com febre, fui ao mdico.Os jovens devem alimentar-se bem, uma vez que gastam muita energia.
Temporal
quandomalenquantoapenas
desde que, assim que, depois que, at que, sempre que, todas as vezes que
Moro nesta casa desde que nasci.Logo que chegares escola, avisa-me.
233
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 233 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RESAdvrbio
InterjeioA interjeio uma palavra invarivel que tem uma funo emotiva e que, na oralidade, enunciada
com uma entoao exclamativa.
Classificao dos advrbios Formas adverbiais ExemplosAdvrbio de negao no Tu no gostas de ler?
Advrbios de afirmao sim, certamenteA Lusa no gosta de peixe, mas sim de carne.
Advrbios de quantidade e grau
assaz, bastante, demasiado, mais, menos, muito, pouco, quase, tanto, to
Eu leio muito.A Tita to esperta!
Advrbios de incluso e excluso
at, inclusivamente, tambm, apenas, salvo, seno, s, somente, exclusivamente, exceto
Tu s te importas contigo.Temos apenas uma casa.Ns praticamos desporto e tambm temos aulas de dana.
Advrbio relativo onde Gosto da praia onde passei frias.
Advrbios interrogativos onde, quando, porque, como, porquEsts mal disposta. Porqu?Onde encontraste a carteira?
Adv
rbio
s de p
redi
cado
Valor locativoabaixo, acima, adiante, a, alm, ali, aqum, aqui, atrs, atravs, c, defronte, dentro, detrs, fora, junto, l, longe, onde, perto
A minha escola fica atrs do museu.A bola est detrs da mesa.Tu vives longe de mim.
Valor temporalagora, ainda, amanh, antes, anteontem, breve, cedo, depois, ento, hoje, j, jamais, logo, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde
O Jos chegou antes de ti.Vamos logo ao cinema?Meu pai j chegou a casa.Outrora vivia-se mais calmamente.
Valor de modoassim, bem, debalde, depressa, devagar, mal, melhor, pior, e muitos dos advrbios terminados em -mente, como amavelmente, lentamente
O beb come bem.Por favor, l devagar.O caracol arrasta-se lentamente.
Advrbios de frase
acaso, certamente, decerto, realmente, efetiva-mente, felizmente, talvez, infelizmente, franca-mente, porventura, naturalmente, sincera-mente, possivelmente, provavelmente
Sinceramente, no te portaste bem.Infelizmente est a chover.Talvez j seja tarde.
Advrbios conetivos
contudo, todavia, porm, assim, contraria-mente, depois, melhor, consequentemente, finalmente, nomeadamente, primeiro, primei-ramente, seguidamente, segundo
Primeiro, comes a sopa; depois comes o gelado. Est frio. Vou, porm, sair.
Valor semntico Interjeio Locues interjetivasalegria ah! oh!animao vamos! fora! coragem! eia!chamamento ! eh! ol! clera/impacincia irra! mau! hum! raios o partam!desejo oxal!dor ai! ui! ai de mim! ai Jesus! valha-me Deus!espanto/surpresa ah! oh! chia! puxa! credo! meu Deus! essa agora! que cena!silncio chiu! caluda! silncio!
234
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 234 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
Subclasses do verboO verbo pode ser principal, copulativo e auxiliar.
O verbo principal tem vrias subclasses: Intransitivo: no seleciona qualquer complemento (A rapariga caiu.) Transitivo direto: seleciona um complemento direto (Comprei um livro.) Transitivo indireto: seleciona um complemento indireto (O Joo telefonou me.) ou oblquo
(Gosto de poesia.) Transitivo direto e indireto: seleciona dois complementos: um complemento direto e um comple-
mento indireto (Dei um presente Clara.) ou um complemento oblquo (Pus a mala no carro.)
O verbo copulativo estabelece uma ligao entre o sujeito e o seu predicativo. Os principais verbos copulativos so ser, estar, ficar, parecer, continuar, permanecer.
O verbo auxiliar usado para formar tempos compostos (a) e frases passivas (b). a) O Joo tem tossido muito. b) O lixo foi reciclado pelos servios camarrios.
PronominalizaoOs pronomes pessoais de 3. pessoa o, a, os, as desempenham a funo de complemento direto; os
pronomes de 3. pessoa lhe, lhes exercem a funo sinttica de complemento indireto.
Quando colocados depois do verbo, os pronomes o, a, os, as passam a:
lo, la, los, las nas formas verbais terminadas em -r, -s ou -z: ver + o (v-lo) fizemos + o (fizemo-lo) traz + as (tr-las)
no, na, nos, nas, nas formas verbais terminadas em ditongo nasal: do + o (do-no) pe + a (pe-na) fazem + os (fazem-nos)
Regras da colocao do pronome pessoalOs pronomes pessoais colocam-se depois do verbo: A Ana viu-o na rua. antes do verbo: nas frases negativas: No me esqueci de ti. nas frases enfticas: Eu que me lembrei do teu aniversrio. nas frases nas quais o verbo vem antecedido dos advrbios bem, mal, ainda, j, sempre, s, talvez:
J a tinham avisado que ele viria mais tarde. nas frases em que o sujeito da orao constitudo por ambos, ningum, tudo, todos: Ningum lhe
deu ateno. nas frases iniciadas por pronomes e advrbios interrogativos: Quem te deu este livro?
PlAno lexICAl e seMnTICo
Para qu e como usar o dicionrio1. Deve-se usar o dicionrio para:
conhecer o significado das palavras; saber a sua grafia correta; confirmar a classe a que pertencem; ficar a saber sentidos figurados; interpretar expresses idiomticas; pronunciar corretamente certas palavras.
235
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 235 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES2. As palavras esto organizadas por ordem alfabtica.
Deve procurar-se pela primeira letra da palavra. Segue-se, depois, a ordem determinada pela segunda letra, e assim sucessivamente.
3. H regras para a forma como as palavras aparecem no dicionrio: Os nomes e os adjetivos esto no singular e no masculino. Os adjetivos encontram-se no grau normal. Os verbos vm no infinitivo.
4. As palavras encontram-se classificadas quanto sua classe e gnero. frente de cada uma, aparecem algumas abreviaturas que nos indicam a sua classe (nome ou
substantivo s. / adjetivo adj. / verbo transitivo v.tr. / verbo intransitivo v. intr. / advrbio adv.)
O gnero tambm identificado: masculino: m. / feminino: f.).
5. So apresentados os vrios significados das palavras polissmicas.
6. indicada, em casos duvidosos, a pronncia correta de certas palavras: olho ().
NeologismoPalavra nova que no existia na lngua num estdio anterior. Designa uma realidade ou conceito novo.
Surge por necessidade, devido evoluo cientfica, tecnolgica ou outra. Exemplo: alunar, telemvel, informtica, computador
A seguir a cada palavra surge a abreviatura em itlico a indicar a classe e o gnero da palavra.
Explica o sentido de expresses idiomticas.
Os vrios significados das palavras polissmicas aparecem a seguir uns aos outros.
O verbo aparece no infinitivo.
O adjetivo surge no grau normal, masculino, singular.
O nome surge no singular.
Dicionrio da Lngua Portuguesa 2009, Porto Editora
236
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 236 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
Arcasmo Palavra ou expresso cada em desuso ou considerada antiquada pela comunidade lingustica.
Exemplo: rem (coisa), asinha (depressa), soer (costumar)
Expresso idiomticaExpresso fixa que se tornou habitual na comunidade lingustica. O seu significado pouco tem a ver
com o significado de cada uma das palavras que a compem. Exemplo: fazer das tripas corao (esforar-se), ser a ovelha negra (ser o elemento menos conside-
rado), pr-se em bicos de ps (impor a sua vontade)
Monossemia e polissemiamonossemia caracterstica das palavras que s tm um significado em todos os contextos. As pala-
vras ligadas s cincias e tecnologias so monossmicas. Exemplos: flebite, estetoscpio, microscpio
polissemia caracterstica das palavras que tm vrios significados, consoante o contexto em que se encontram e a realidade a que so aplicadas. Exemplos: borracho pombo novo, homem bonito, homem bbado
No se deve confundir polissemia com homonmia. Na homonmia temos duas palavras com origens diferentes que se escrevem e se pronunciam da mesma maneira (rio, verbo rir; rio, curso de gua). A polissemia pressupe uma s palavra com significados algo diferentes.
PlAno sInTTICo
FraseA frase um enunciado com sentido completo. O Joo vai ao cinema muitas vezes. Vais sair cedo?
Constituintes da fraseGrupo nominal (GN)
Grupo de palavras que tem como ncleo um nome ou um pronome e que funciona como uma unidade sinttica.
Constituio de alguns GN:(GN = N) Portugal fica no ocidente da Europa. (GN = Pron) Ele j est a trabalhar. (GN = Det + Nome) Aquele rapaz esperto!(GN = Quant + Det + N) Todos os alunos saram contentes.
Grupo adjetival (GAdj)
Grupo de palavras cujo constituinte principal (ncleo) um adjetivo e que funciona como uma uni-dade sinttica.
Constituio do GAdj em algumas frases:As meninas estavam lindas! (GAdj = adjetivo)O filho mais velho joga basquetebol. (GAdj = advrbio + adjetivo)
237
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 237 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RESGrupo verbal (GV)
Grupo de palavras cujo ncleo um verbo e que funciona como uma unidade sinttica.
Constituio do GV em algumas frases:(GV = V) O rapaz sorriu.(GV = V + GN) A aluna declamou o poema. (GV = V + Gprep) Eles telefonaram av.(GV = V + GN + Gprep) A Maria levou flores me.(GV = V + Gprep) Ela foi a Lisboa.(GV = V + Adv) A Joana saiu ontem.
Grupo preposicional (GPrep)
Grupo de palavras cujo constituinte principal uma preposio e que funciona como uma unidade sinttica.
Constituio do GPrep em algumas frases(GPrep = Preposio + GN) O Pedro vive em Lisboa.(GPrep = Preposio + Adv) Estou tua espera desde ontem.
Grupo adverbial (GAdv)
Grupo de palavras cujo constituinte principal um advrbio e que funciona como uma unidade sinttica.
(GAdv = Advrbio) Ele falou bem.(GAdv = Advrbio + Advrbio) Vou sair muito cedo.
Funes sintticas
Sujeito a funo sinttica desempenhada pelo constituinte que controla a concordncia, em pessoa e
nmero, relativamente ao verbo.
Sujeito
A me foi s compras.As moas eram simpticas.Elas deixaram a porta aberta.Os meus primos foram a Paris.Chegaram os meus convidados.
Simples
O amor e a amizade so dois sentimentos.O Manuel e o Pedro so aplicados.Composto
(Ns) Vamos ao cinema.
Amolgaram o meu carro.
No vero, anoitece mais tarde.
Nulo
subentendido
indeterminado
expletivo
238
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 238 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
Vocativo a funo sinttica desempenhada por um constituinte que no controla a concordncia verbal e que
utilizada em contextos de chamamento do interlocutor. O vocativo ocorre muitas vezes em frases impe-rativas, interrogativas e exclamativas. Cala-te, filho, no vs que o pai est a falar! Meninos, vamos ler um poema! A que horas posso sair, me?
Predicado a funo sinttica desempenhada pelo grupo verbal. O grupo verbal integra o verbo e os seus comple-
mentos e/ou modificadores. No caso dos verbos copulativos, integra o predicativo. A minha prima dana. Aquele senhor vende fruta. Eu gosto de chocolates. O pai est muito feliz.
Funes sintticas internas ao predicadoH funes sintticas que so selecionadas pelo verbo (os complementos) e funes sintticas que so
facultativas (os modificadores).As crianas viram as gaivotas. (verbo + complemento direto) O rapaz foi praia. (verbo + complemento oblquo: o grupo preposicional praia necessrio para completar o sentido do verbo ir) Eles viram os amigos na escola. (verbo + complemento direto + modificador: na escola um grupo preposicional que no necessrio compreenso da frase)
Complementos (C)
ComplementosSo constituintes
necessrios ao sentido do verbo.
Direto a sua presena depende do verbo; pode ser um grupo nominal substituvel por um pronome pessoal (o, a, os, as).
O txi leva pessoas. O txi leva-as.
Indireto a sua presena depende do verbo; um grupo preposicional que pode ser substitudo pelo pronome pessoal lhe.
Telefonei aos meus amigos.Telefonei-lhes.
Oblquo* a sua presena depende do verbo; pode ser um grupo adverbial ou preposicional, mas no pode ser substitudo pelo pro-
nome pessoal lhe.
A minha me gosta de tarte.Ele vai depressa.
Complemento Agente da Passiva (CAP) est presente em frases passivas; desempenhado por um grupo preposicional introduzido pela preposio por; na frase ativa, passa a grupo nominal com a funo de sujeito.
As rvores foram derrubadas pelo vento.O vento derrubou as rvores.
*Alguns verbos que selecionam complemento oblquo:acabar (com) colocar (em)concordar (com) discordar (de)falar (de) gostar (de)ir (a) interessar-se (por)participar (em) pensar (em)precisar (de) vir (de)
239
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 239 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES Modificador
Funo sinttica que desempenhada por constituintes da frase que, embora no sejam necessrios ao sentido do verbo, o modificam, ao acrescentarem informao adicional. Alguns dos modificadores caracte-rizam-se pela possibilidade de ocorrerem em vrias posies na frase.
Podem ser grupos preposicionais: Encontrei de manh a minha tia no autocarro. Encontrei a minha tia de manh no autocarro.
Podem ser grupos adverbiais: O grupo de idosos passeava calmamente. Aquela atriz cantou bem. O autocarro passou aqui.
Predicativo do sujeitoFuno sinttica que desempenhada pelo constituinte que ocorre em frases com verbos copulativos
(ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-se), atribuindo uma propriedade ao sujeito ou localizando-o no espao ou no tempo.
O predicativo do sujeito pode ser um grupo nominal (a), um grupo adjetival (b), um grupo adverbial (c) e um grupo preposicional (d). a) A av era costureira. b) A criana estava espantada. c) Eles ficaram bem? d) Os alunos permaneceram no ginsio.
Frase ativa e frase passivaFrase ativa Os meus irmos comeram o bolo.
Frase passiva O bolo foi comido pelos meus irmos.
Frase ativa Os pais acompanhavam a menina.Frase passiva A menina era acompanhada pelos pais.
O GN com a funo sinttica de complemento direto na voz ativa passa a desempenhar a funo de sujeito na voz passiva.
O GN que desempenha a funo de sujeito na voz ativa passa a desempenhar a funo de comple-mento agente da passiva (CAP) na voz passiva.
O ncleo do predicado na voz passiva constitudo pelo verbo auxiliar ser (conjugado no mesmo tempo em que se encontra o verbo na voz ativa) e pelo verbo principal, no particpio passado.
240
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 240 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
LP7-16
Processos de coordenao entre oraes
Orao coordenada Exemplo
copulativa: coordenada atravs de conjuno coordena-tiva, que tem um valor de adio.
O Pedro estudou e fez os trabalhos de casa.
disjuntiva: expressa um valor de alternativa em relao orao com que se combina.
Vens comigo ou ficas em casa?
adversativa: estabelece uma relao de contraste relativa-mente orao com que se combina.
Fomos praia, mas no nadmos.
conclusiva: apresenta uma concluso relativamente ao que expresso na orao com que se combina.
Estudei, logo tive boa nota.
explicativa: apresenta uma justificao relativamente ora-o com que se combina.
O Joo no foi para o mar, pois o seu barco est no cais.
Oraes coordenadas copulativas sindticas: so introduzidas por uma conjuno coordenativa copulativa.
O Rui joga futebol e pratica natao.
Oraes coordenadas copulativas assindticas: no so ligadas por uma conjuno coordenativa copulativa.
A Maria lanchou, viu televiso, leu um bom livro.
Processos de subordinao entre oraesNo processo de subordinao, h uma orao subordinante e uma orao subordinada.
Tomei xarope durante oito dias porque estava com tosse. 3 3 orao subordinante orao subordinada adverbial causal
Orao subordinada adverbial temporal: estabelece a referncia temporal relativamente subor-dinante, sendo introduzida por uma conjuno ou locuo subordinativa temporal.
Quando era criana, andava a cavalo.
Orao subordinada adverbial causal: exprime a causa do que expresso na subordinante, sendo introduzida por uma conjuno.
Como tnhamos de estudar, no fomos ao cinema.
Orao subordinada adjetiva relativa: introduzida por um pronome relativo associado a um antecedente.
Eu levei os livros que se encontravam na estante da direita.
241
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 241 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RESDiscurso direto e discurso indireto
O quadro que se segue apresenta as principais alteraes que se verificam na passagem do discurso direto para o indireto.
Atos de falaEnunciados produzidos numa determinada situao comunicativa, atravs dos quais o emissor realiza
ou pretende realizar aes.
Discurso direto Discurso indireto
Pronomes pessoais
eu, tume, te
ele, elao, a lhe, se
ns, vs eles, elas
nos, vos os, as, lhes, se
Pronomes ou determinantes possessivos
meu(s), teunosso, vosso
seu, dele/delaseus, deles/delas
Pronomes ou determinantes demonstrativos
este, esta, istoesse, essa, isso aquele, aquela, aquilo
Tempos verbais
presente do indicativopretrito perfeito do indicativofuturo do indicativoimperativo
pretrito imperfeito do indicativopretrito mais-que-perfeito do indicativocondicionalpretrito imperfeito do conjuntivo
Advrbios com valor locativo aqui, c ali, l, acol, alm
Advrbios com valor temporal agora, hoje, ontem, amanh, logo ento, naquele dia, no dia anterior, no dia seguinte, depois
Ato de fala Objetivo Exemplo
diretivo aviso, ameaa, convite, conselho, pedido, ordem Fecha a porta!
expressivo pedido de desculpa, congratulao, agradecimento Parabns por teres passado o ano!
compromissivo compromisso, juramento, promessa Estarei l hora combinada.
assertivo verdade, explicao, informao, assero A reunio no correu bem.
declarativo declarao, transformao da realidade atravs da palavra O ru vai condenado a dez anos de priso.
PlAno dIsCuRsIvo e TexTuAl
Tipologia textual1. Textos conversacionais: produzidos por, pelo menos, dois interlocutores que tomam a palavra
vez. Este tipo de texto manifesta-se, por exemplo, numa conversa telefnica, numa conversa usual, nos debates e nas entrevistas. Ao telemvel Joana: Ol, Paula! Sempre queres ir ao cinema comigo? Paula: Claro! A que horas nos encontramos? Joana: s 8, na bilheteira. Paula: Combinado!
242
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 242 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
2. Textos narrativos: relatam acontecimentos, recorrendo a verbos no pretrito perfeito do indicativo e a advrbios com valor temporal ou locativo. Repara nesta sequncia narrativa:
Fui cozinha buscar um balde. Da panela grande de ferro, que estava junto da lareira, tirei, com a ajuda de uma malga velha gua morninha at o balde ficar meio. Atrs da porta da cozinha, beira do forno de cozer o po, havia um saco com farinha de milho. Despejei sobre a gua morna do balde quatro grandes punhados de farinha e, com as duas mos, mexi tudo muito bem. Pus o balde em frente da cabra que ainda no tinha nome, e ela cheirou-o, toda salamaleques, muito enfastiada. []
Antnio Mota, Terra do Anjo Azul, Ambar
3. Textos descritivos: enumeram as qualidades de algum ou as propriedades de um determinado objeto ou espao, utilizando verbos como ser, estar, haver, preferencialmente no pretrito imperfeito, adje-tivos qualificativos e advrbios com valor locativo. Eis um exemplo de uma sequncia descritiva:
Entre o roseiral e o parque, num lugar sombrio, solitrio e verde, havia um pequeno jardim rodeado de rvo-res altssimas que o cobriam com os seus ramos. No meio desse jardim, havia um lago redondo sempre cheio de folhas. No centro do lago, havia uma ilha muito pequena feita de pedregulhos e onde cresciam fetos. E no centro da ilha estava uma esttua que era um rapaz feito de bronze.
Sophia de Mello Breyner Andresen, O Rapaz de Bronze, Edies Salamandra
4. Textos expositivos: tm como objetivo transmitir conhecimentos acerca de um determinado assunto e/ou apresentar problemas e propostas de resoluo, acompanhadas de justificao. Repara nesta sequncia expositiva-explicativa:
O estado do tempo As previses meteorolgicas permitem conhecer com alguma antecedncia o tempo que vai fazer, isto , o
estado do tempo conjunto de condies atmosfricas que se verificam num determinado lugar, num curto per-odo de tempo.
O estado do tempo influencia a vida das pessoas e a realizao de muitas atividades econmicas. Da a grande importncia que dada divulgao da sua previso.
H certos elementos que caracterizam o estado do tempo: a temperatura grau de aquecimento do ar; a precipitao queda de gua, em forma de chuva, neve ou granizo; a nebulosidade proporo do cu coberto de nuvens.
Arinda Rodrigues e Joo Coelho, Viagens, Geografia 7. ano, Texto Editores (com supresses)
5. Textos argumentativos: tm como funo convencer a pessoa com quem se fala, obter a sua apro-vao relativamente a um determinado assunto ou rejeitar uma opinio alheia. O tempo verbal predomi-nante o presente do indicativo. Repara nesta sequncia argumentativa.
No meu entender, uma guerra nunca tem aspetos positivos, mesmo que traga como ganhos a liberdade e a democracia, e foi isso que aconteceu no fim da Segunda Guerra Mundial. O que acontece que o Homem, para melhor poder fazer a guerra, aperfeioa tcnicas e sistemas que, usados em tempo de paz, se traduzem em pro-gresso para a Humanidade. Ainda assim, repito, aquilo que se perde com uma guerra, em vidas humanas, em obras construdas ao longo dos sculos, em segurana e em liberdade, sempre mais do que aquilo que se ganha.
Jos Jorge Letria, Conversa com o Sculo XX, Ambar
6. Textos instrucionais ou diretivos: levam realizao de uma ao, apresentam regras, do ins-trues e indicam procedimentos para atingir determinado objetivo. So textos instrucionais os avisos, as receitas, os regulamentos, as regras de um jogo, as instrues de montagem e utilizao de um equipa-mento. O imperativo e o presente do conjuntivo so habitualmente utilizados nestes textos.
Sopa de feijo verde feijo verde 200g; ervilhas 100g; 2 cebolas; 3 batatas; azeite q.b.
Corte o feijo verde em tiras muito finas e leve a cozer em gua temperada com sal, juntamente com as bata-tas, as cebolas e as ervilhas. Reduza tudo a pur e regue com azeite.
243
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 243 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES7. Textos preditivos: servem para informar sobre o futuro, antecipando eventos que iro ou podero
acontecer. Os tempos verbais remetem para o futuro.
A populao mundial vai crescer 37,3 por cento at 2050, chegando aos 9,2 mil milhes de habitantes, e o nmero de pessoas com mais de 60 anos dever triplicar, at aos dois mil milhes, indica um relatrio da ONU.
Fonte: Jornal Pblico
Categorias da narrativaAo: conjunto de acontecimentos que se desenrolam num determinado espao e tempo. A ao cons-
tituda por um nmero varivel de sequncias narrativas.
Tempo: o momento em que a ao se desenrola.
Espao: local exterior ou interior que serve de cenrio ao desenrolar dos acontecimentos.
Personagem: ser ficcional que realiza a ao. A personagem pode ser principal ou secundria.
Narrador: a) participante participa na ao, expressando-se na primeira pessoa gramatical; b) no participante no participa na ao e expressa-se na terceira pessoa gramatical.
Elementos constitutivos da poesia lricaNoes de versificao
A poesia, normalmente, escreve-se em verso.Verso cada uma das linhas de um poema.O verso pode ser medido em slabas mtricas.Eu/ que/ro a/mar,/ a/mar/ per/di/da/men/te! (10 slabas mtricas)A/mar/ s/ por/ a/mar:/ A/qui/ a/lm/ (10 slabas mtricas)
Florbela Espanca
Nota: As slabas mtricas s se contam at slaba tnica da ltima palavra.
Classificao dos versos quanto ao nmero de slabas
Monosslabo uma slabaDisslabo duas slabasTrisslabo trs slabasTetrasslabo quatro slabasPentasslabo ou redondilha menor cinco slabasHexasslabo seis slabas
Heptasslabo ou redondilha maior sete slabasOctosslabo oito slabasEneasslabo nove slabasDecasslabo dez slabasHendecasslabo onze slabasDodecasslabo ou alexandrino doze slabas
Estrofe uma sucesso de vrios versos, uma parte de um poema.
Classificao das estrofes quanto ao nmero de versos
Monstico um versoDstico dois versosTerceto trs versosQuadra quatro versos Quintilha cinco versos
Sextilha seis versosStima sete versos Oitava oito versos Nona nove versosDcima dez versos
Impresso digitalverso " Os meus olhos so uns olhos E com esses olhos uns
Que eu vejo no mundo escolhos
Onde os outros, com outros olhos,
No veem escolhos nenhuns.
[] Antnio Gedeo
244
LP7_P221_256_20123110.indd 244 19/06/2013 14:38
A
REA
L ED
ITO
RES
Quando uma estrofe ou um verso se repete ao longo de um poema constitui um refro.
Rima a correspondncia de sons, normalmente a partir da vogal tnica da ltima palavra de versos prximos.
Esquema rimtico: faz-se, atribuindo, por ordem alfabtica, uma letra a cada nova rima.
Classificao da rima De acordo com as combinaes, a rima pode ser cruzada, emparelhada, interpolada. Os versos que
no rimam designam-se por versos brancos.
Figuras de retrica e troposAliterao: repetio da mesma consoante, muitas vezes na slaba inicial de palavras sucessivas,
tanto no verso como na prosa, contribuindo para a sua musicalidade.Volta e meiavem o ventovarrer tudo,vassourar.Vai-te vento,diz a velhacom o vua voltejar.
Antnio Torrado, Esquina da Rima Buzina, Caminho (sublinhado nosso)
Anfora: a repetio de uma palavra ou expresso, no incio de frase ou de versos sucessivos, como processo de sublinhar e intensificar a expresso de um sentimento ou de uma ideia.
urgente o amor urgente um barco no mar
Eugnio de Andrade, Antologia Breve, Limiar
No te abras com teu amigo aQue ele um outro amigo tem. bE o amigo do teu amigo aPossui amigos tambm b
Mrio Quintana
Rima cruzada (esquema rimtico abab)
O amor fogo que arde sem se ver a ferida que di e no se sente. b um contentamento descontente b dor que desatina sem doer. a
Lus de Cames
Rima interpolada (esquema rimtico abba)
De noite, amada, prende o teu corao ao meu a e que no sono eles dissipem as trevas bcomo um duplo tambor combatendo no bosque ccontra o espesso muro das folhas molhadas. d
Pablo Neruda
H versos que no rimam versos brancos abcd)
De todos os cantos do mundo aAmo com amor mais forte e mais profundo. aAquela praia extasiada e nua bOnde me uni ao mar, ao vento e lua. b Sophia de Mello Breyner AndresenRima emparelhada (esquema rimtico aabb)
245
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 245 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RESComparao: estabelece uma analogia entre dois termos por meio da conjuno como ou de outra expres-
so equivalente ( semelhana de) ou de verbos (lembrar, parecer, assemelhar -se a).Esta princesa vivia na serra, era uma princesa serrana. No vestia sedas nem prpuras, que l se
no conheciam. Mas como a flor da giesta, do tordo ou do cardo, ostentava uma beleza delicada e bravia. []
Irene Lisboa, Uma Mo Cheia de Nada, Outra de Coisa Nenhuma, Editorial Presena
Metfora: pode ser definida como a aproximao de dois elementos em que, com base nas suas seme-lhanas, um substitui o outro. Difere da comparao por no apresentar o termo comparado nem a part-cula comparativa.
Eram quatro frteis mulheres sozinhas, entre as quais a minha me, e trabalhavam desde o rom-per do Sol com a fora das formigas.
Ldia Jorge, A Instrumentalina, Publicaes Dom Quixote
Anttese: exprime uma oposio com base lexical e/ou sinttica.Quem ao mais alto sobe ao mais baixo vem cair. (provrbio)
Enumerao: a apresentao de vrios elementos que, em geral, pertencem mesma classe de pala-vras, consistem no mesmo tipo de constituinte de frase ou desempenham a mesma funo sinttica na frase em causa.
Foi ento que o Sr. Vicente Mascarenhas, casado de fresco, e com os bolsos recheados, deixou as verduras do campo, as vacas a pastarem junto ao ribeiro, o galo a acordar toda a gente ainda a manh vinha longe, os passarinhos a cantarem s quatro da madrugada e veio conhecer a cidade.
Alice Vieira, Meia Hora para Mudar a Minha Vida, Caminho
Hiprbole: consiste em exagerar positiva ou negativamente o elemento ou a situao que apresentada.
Ora, esquina de certa rua, no Uptown, h uma igreja []. Os casamentos so frequentes, ali, por ser chique a parquia e imponente a igreja. O arroz chove s cabazadas em cima dos noivos, sada da cerimnia, num estrago de alegria.[]
Jos Rodrigues Miguis, Arroz do Cu, in Gente da Terceira Classe, Editorial Estampa
Personificao: consiste em atribuir propriedades humanas a uma coisa, a um ser inanimado ou a um ente abstrato.
O pequeno abeto esperava ansiosamente pelos primeiros ninhos, porque lhe trariam distra-o, alegria e sobretudo seriam um sinal de maturidade [].
Susanna Tamaro, A Grande rvore, Editorial Presena
Ironia: consiste na expresso de uma ideia ou sentimento com um significado contrrio ao significado que corresponde inteno do emissor e que o recetor deve interpretar mediante a anlise do contexto.
Que linda nota tiveste no teste! Parabns! (dito a algum que teve nota negativa no teste)
246
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 246 14/06/2013 14:41
A
REA
L ED
ITO
RES
PlAno dA RePResenTAo GRfICA e oRToGRfICA
Relaes entre palavras escritas e entre grafia e fonia
Sinais de pontuao
Vrgula ( , )Emprega-se para separar:
os elementos de uma repetio: Vamos, vamos insisti. Deixe atalhar-lhe a fita e no seja atrevida.
Emily Bront, O Monte dos Vendavais, Editoral Presena
o local, da data, em dirio ou carta: Lisboa, 13 de janeiro de 2006
os vocativos, no princpio, meio ou fim da frase: Ento, Z, Estugarda no te lembra nada?
Mrio Cordeiro et alii, Como Sobreviver em Viagem, Publicaes Europa-Amrica
o modificador apositivo: Lzara Davis, a mulher de Homero, foi mais realista.
Gabriel Garca Marquez, Doze Contos Peregrinos, Publicaes Dom Quixote
o modificador adverbial, quando deslocado da sua ordem normal na frase: Hoje, no liceu, tivemos de responder a um questionrio sobre SIDA.
Aidan Macfarlane et alii, Tambm Tenho a Mania da Sade, Publicaes Europa-Amrica
as palavras com a mesma funo sinttica quando a conjuno coordenativa est omissa: O Sr. Raposo era baixo, gordinho, careca.
Ana Maria Magalhes e Isabel Alada, Uma Aventura no Palcio da Pena, Caminho
as oraes subordinadas, quando vm antes ou encaixadas na subordinante: Quando me vi pela primeira vez perante o oceano, fiquei sobressaltado.
Pablo Neruda, Confesso que Vivi, Publicaes Europa-Amrica
homofonia a relao entre palavras que so pronunciadas de forma idntica, embora tenham grafias diferentes.
cozer (cozinhar) / coser (costurar); conselho (opinio) / concelho (municpio); ao (liga de metal) / asso (v. assar); concerto (de msica) / conserto (arranjo); hera (planta) / era (v. ser)
homografia
a relao entre palavras que tm a mesma grafia, apesar de serem, nor-malmente, pronunciadas de forma diferente.
cpia (imitao) / copia (v. copiar); secretria (mesa) / secretaria (repartio); este (demonstrativo) / este (ponto cardeal); governo (administrao) / governo (v. governar); hbito (vesturio) / habito (v. habitar)
homonmia
a relao entre palavras que tm a mesma grafia e so pronunciadas da mesma forma, mas que tm signifi-cados diferentes.
canto (v. cantar) / canto (esquina); pena (ter pena de) / pena (de ave); rio (v. rir) / rio (corrente de gua); so (v. ser) / so (saudvel); fiar (con-fiar) / fiar (trabalhar na fiao)
paronmia a relao entre palavras com grafia e fonia parecidas.
comprimento (medida) / cumprimento (saudao); descrio (ato de descrever) / discrio (sensatez); emigrao (sada para outro pas) / imigrao (entrada em pas alheio); emergir (vir tona) / imergir (mergulhar)
247
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 247 14/06/2013 14:42
A
REA
L ED
ITO
RES as oraes coordenadas adversativas comeadas por mas:
Estava a escrever o outro mail e cheia de vontade de dizer que estava com montes de saudades tuas, mas no me senti bem a escrever isso num mail para toda a gente.
Ana Sofia Ferro, O M@il da Mafalda, Texto Editores
Ponto e vrgula ( ; )O ponto e vrgula indica uma pausa maior do que a da vrgula e menor que a do ponto.Serve para separar:
oraes, se dentro dela j aparecem vrgulas: Havia uma rua larga com casas pintadas a cores, um rio de nome Else, que nome de rapariga; uma
avenida debruada de pinheiros que davam flores escarlates na primavera e sombras no vero.Ilse Losa, O Mundo em que Vivi, Afrontamento
frases justapostas e independentes, com relao de significado entre si: A multido crescia de dia para dia; vinha fazer perguntas, idolatr-los ou injuri-los.
Richard Bach, Ferno Capelo Gaivota, Publicaes Europa-Amrica
enumeraes:classes de adjetivos:adjetivo relacional;adjetivo qualificativo;adjetivo numeral.
Ponto ou ponto final ( . )O ponto serve para marcar o fim da frase, delimitando o perodo ou o pargrafo:
A aventura pelos ares de Sintra tinha sido coroada de xito. O amigo do pai era fantstico e tinha uma experincia longa em paraquedismo amador.
Maria Teresa Maia Gonzalez, Ricardo, o Radical, Editorial Presena
Dois pontos ( : )So utilizados para introduzir:
o discurso direto: Certo dia chovia torrencialmente l fora estavam todos reunidos na sala grande, quando, de
repente, Harbert exclamou: Olha, olha, um gro de trigo! Um gro de trigo? perguntou vivamente o engenheiro.
Jlio Verne, A Ilha Misteriosa, Verbo
uma citao: E ela disse-me: O que ests a olhar, porventura tenho macacos na cara?
Antonio Skrmeta, O Carteiro de Pablo Neruda, Editorial Teorema
uma enumerao: Colocaram cartazes a proibir coisas: andar de bicicleta, subir s rvores, deixar os ces andar solta.
Christiane F., Os Filhos da Droga, Livros do Brasil
uma definio ou explicao: Mais ou menos nessa poca, Leonardo da Vinci pintou o seu retrato mais famoso: a Mona Lisa (tam-
bm conhecido por Gioconda).Fiona Macdonald, O Mundo no Tempo de Leonardo da Vinci, Editorial Estampa
248
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 248 14/06/2013 14:42
A
REA
L ED
ITO
RES
Reticncias ( )As reticncias assinalam:
a interrupo numa frase ou expresso: Mais cinco espirros seguidos e uma breve pausa: O seu per o seu per atchim!... o seu perfume! Aaatchim Sou alr alr atchim!... alr-
gico a per atchim!... a perfumes!Alice Vieira, Caderno de Agosto, Caminho
a hesitao, que pode ser originada por diversos sentimentos, tais como: dvida, surpresa, receio, medo. Ah, bom! Vi-te to desanimado que para dizer a verdade, as coisas no me tm corrido nada bem, percebe?
Maria Teresa Maia Gonzalez, Um Beijo no P, Editorial Presena
Ponto de interrogao ( ? )O ponto de interrogao:
assinala uma frase interrogativa direta: O vento bom? perguntou meu tio.
Jlio Verne, Viagem ao Centro da Terra, Publicaes Europa-Amrica
expressa uma dvida: O pinhal tinha ardido no vero. Quem lhe lanara fogo? Quem pudera queimar os pinheiros verdes
que tiveram pinhas e flores, ninhos, troncos que as aves amparavam, quem os pudera queimar?Matilde Rosa Arajo, O Cho e a Estrela, Verbo
Ponto de exclamao ( ! )O ponto de exclamao:
emprega-se nas frases exclamativas: Oh, pai! Que disparate! Tenho quinze anos! No sou nenhum beb!
Margarida Fonseca Santos, Encruzilhada no Tempo, Editorial Presena
utiliza-se com as interjeies e os vocativos: Ei! Rui! Rui! Ests mouco?
lvaro Magalhes, A Ilha do Chifre de Ouro, Edies Asa
serve para exprimir vrios sentimentos (alegria, tristeza, dor, entusiasmo, dvida): Desapareceu a rvore! O velho carvalho, o nosso ponto de referncia! exclamaram os marinhei-
ros. Tombou com a tempestade durante a noite! Quem poder agora substitu-lo? Ningum!O ltimo sonho do velho carvalho, in Contos de Andersen, Portuglia
Travesso ()O travesso emprega-se para:
assinalar a introduo de uma fala em discurso direto: Mas com respeito ao Polo Norte, li, na Minha-Ptria, que os irmos Corte-Reais eram muito ami-
gos, perdendo-se os dois por irem, um atrs do outro, em expedies que desapareceramAna de Castro Osrio, Viagens Aventurosas de Felcio e Felizarda ao Polo Norte, Terramar
249
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 249 14/06/2013 14:42
A
REA
L ED
ITO
RES separar, num texto narrativo, as intervenes das personagens das do narrador:
Parem, marinheiro, parem!!! gritava Ulisses. Parem!!Maria Alberta Menres, Ulisses, Edies Asa
introduzir frases ou expresses (intercaladas ou no): Ao lado de Albuquerque, o terrbil que Herculano considerava o maior capito do Mundo, depois de
Csar e de Napoleo poucos vultos ilustram tanto as pginas da nossa histria como S. Francisco Xavier []
Manuel Ferreira, Aores, Armas e Bares Assinalados, Edio do autor
lIsTAs de veRIfICAo AuToAvAlIAo de TexTos esCRITos
Resumo Sim No
1. Sublinhei as ideias principais em cada um dos pargrafos do texto.
2. Respeitei a ordem das ideias do texto original.
3. Referi apenas a informao essencial.
4. Substitu as enumeraes por uma designao mais geral.
5. Exclu os exemplos e as citaes.
6. Substitu expresses do texto por outras equivalentes.
7. Articulei os pargrafos e as frases com conectores.
8. Pontuei corretamente o texto.
9. Escrevi sem erros ortogrficos.
10. Respeitei o limite de palavras exigido (1/3 do texto-fonte).
Narrativa (real ou ficcional) Sim No
1. Fiz uma introduo, com a situao inicial, onde
apresentei brevemente as personagens.
localizei a ao no tempo e no espao.
utilizei os verbos, predominantemente, no pretrito imperfeito do indicativo.
2. Iniciei o desenvolvimento num novo pargrafo.
3. Utilizei verbos no pretrito perfeito do indicativo.
4. No desenvolvimento, referi:
o acontecimento que altera a situao inicial.
a sequncia de acontecimentos que fizeram a ao evoluir.
as dificuldades/perigos que o heri enfrentou.
as ajudas prestadas por algum ou alguma coisa personagem principal.
5. Imaginei uma concluso lgica para a histria.
6. Escrevi frases com sentido e de forma organizada.
250
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 250 14/06/2013 14:42
A
REA
L ED
ITO
RES
Descrio da paisagem Sim No
1. Na introduo, apresentei um aspeto geral da paisagem.
2. No desenvolvimento, respeitei uma ordem na observao.
3. Na concluso, expressei os sentimentos que a paisagem me despertou.
4. Em cada um dos pargrafos, enumerei os elementos constitutivos do plano escolhido.
5. Utilizei advrbios para localizar no espao os elementos.
6. Usei recursos expressivos.
7. Utilizei os verbos no presente ou no pretrito imperfeito do indicativo.
8. Sugeri sensaes atravs dos adjetivos e dos verbos que utilizei.
9. Pontuei corretamente o texto.
10. Escrevi sem erros ortogrficos.
Retrato Sim No
1. No primeiro pargrafo:
fiz a apresentao global.
2. No segundo pargrafo, dei destaque:
a alguns traos distintivos do aspeto fsico: corpo, rosto, cabelo.
a aspetos significativos da indumentria.
3. No terceiro pargrafo, referi:
o temperamento.
a relao com os outros.
os desejos e os sonhos.
4. No quarto pargrafo, apontei aspetos do retrato social.
5. Fiz uma concluso.
6. Evitei repetir os verbos ser, ter e estar.
7. Utilizei adjetivos sugestivos e recursos expressivos.
8. Pontuei corretamente o texto.
9. Revi a ortografia.
Carta informal Sim No
1. Registei o local e a data no canto superior direito.
2. Escrevi, na data, o nome do ms por extenso.
3. Separei o local da data por vrgula.
4. Comecei a carta com uma saudao.
5. Alinhei a saudao com o incio dos pargrafos.
6. Apresentei, no corpo da carta, uma introduo, um desenvolvimento e uma concluso.
7. Constru, no corpo da carta, pelo menos, trs pargrafos.
8. Inclu uma frmula de despedida.
9. Assinei a carta no canto inferior direito.
251
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 251 14/06/2013 14:42
A
REA
L ED
ITO
RES
3 das seguintes narrativas:
Alexandre Herculano, O Castelo de Faria in Lendas e Narrativas
Raul Brando, A pesca da baleia in As Ilhas Desconhecidas
Miguel Torga, Mira ou Ladino in Bichos
Manuel da Fonseca, Mestre Finezas in Aldeia Nova
Teolinda Gerso, Av e neto contra vento e areia in A Mulher que Prendeu a Chuva e Outras Histrias
Lusa Costa Gomes, A Pirata
1 conto tradicional, a escolher em:
Tefilo Braga, Contos Tradicionais do Povo Portugus
Trindade Coelho, As trs mazinhas de oiro ou A parbola dos 7 vimes in Os meus Amores
1 dos seguintes textos dramticos:
Alice Vieira, Leandro, Rei da Helria
Maria Alberta Menres, Beira do Lago dos Encantos
1 conto, a selecionar nesta obra:
Jos Eduardo Agualusa, A Substncia do Amor e Outras Crnicas
1 destas obras:
Lus Seplveda, Histria de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar (trad. Pedro Tamen)
Robert Louis Stevenson, A Ilha do Tesouro (adapt. Antnio Pescada)
Michel Tournier, Sexta-Feira ou a Vida Selvagem
2 destes livros:
Irene Lisboa, Uma mo cheia de nada, outra de coisa nenhuma
Sophia de Mello Breyner Andresen, O Cavaleiro da Dinamarca
Agustina Bessa-Lus, Dentes de Rato
Odisseia Contada a Jovens por Frederico Loureno
16 poemas de pelo menos 10 autores diferentes:
Florbela Espanca Eu quero amar, amar perdidamente!; Ser poeta in Sonetos
Jos Rgio Cntico negro in Poemas de Deus e do Diabo; O Papo in As Encruzilhadas de Deus; Tenho ao cimo da escada, de maneira in Mas Deus Grande
Vitorino Nemsio A concha; Five oclock tea in O Bicho Harmonioso; Meu corao como um peixe cego in Eu, Comovido a Oeste
Antnio Ramos Rosa No posso adiar o amor; Para um amigo tenho sempre um relgio in Viagem atravs duma Nebulosa
Antnio Gedeo Impresso digital; Pedra filosofal; Lgrima de preta; Poema do fecho clair in Obra Completa
Miguel Torga Histria antiga; Ariane in Dirio I; Segredo in Dirio VIII; A espera in Poemas Ibricos
Manuel da Fonseca O vagabundo do mar; Maria Campania; Mataram a tuna in Obra Potica
Eugnio de Andrade As palavras; Cano; urgente o amor
Sebastio da Gama O sonho in Pelo sonho que vamos; O papagaio in Itinerrio Paralelo
Ruy Cinatti Meninos tomaram coragem; Quando eu partir, quando eu partir de novo in Ns no Somos deste Mundo; Linha de rumo in O Livro do Nmada Meu Amigo; Morte em Timor; Anlise in Uma Sequncia Timorense
Alexandre ONeill Amigo; Gaivota; Auto-retrato in Poesias Completas
David Mouro-Ferreira Barco negro; Maria Lisboa; Capital; E por vezes in Obra Potica
Percy B. Shelley Correm as fontes ao rio [Loves Philosophy] (trad. Lus Cardim) in Horas de Fuga
Lista de textos e obras que deves ler, de acordo com as indicaes da tua professora ou do teu professor
252
LP7_P221_256_20123110_6P.indd 252 14/06/2013 14:42