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Língua Portuguesa para a Receita Federal Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales - Aula 05 AULA 05 Olá, futuros servidores da Receita Federal! Esta é a aula 05 de nosso curso; estamos nos aproximando da CLASSIFICAÇÃO! No encontro de hoje, apresentarei os seguintes temas: sintaxe de regência e emprego do acento grave indicativo de crase. Para orientá-los na localização dos assuntos, apresento o sumário abaixo a vocês: SUMÁRIO 01. Sintaxe de regência. ........................................................................02 02. Regência - Considerações Gerais. .............................................. 02 03. Regência Nominal . .........................................................................02 04. Regência Verbal. .............................................................................09 05. Verbos com Regência Diferente . ................................................. 24 06. Emprego do Acento Grave - Regras Básicas . ............................ 25 07. Casos Proibidos. ............................................................................28 08. Casos Especiais. .............................................................................29 09. Acento Grave antes de Pronomes Possessivos Femininos . ......31 10. Acento Grave antes de Nomes Próprios Femininos . ..................32 11. Acento Grave em Nomes de Lugar Femininos . ..........................32 12. Acento Grave em Locuções. ..........................................................33 13. Questões Comentadas. ...................................................................35 14. Lista das Questões Comentadas na A ula . .................................. 41 Reflexão "Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica: A VONTADE." (Albert Einstein) Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 48

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AULA 05

Olá, futuros ssseeerrrvvviiidddooorrreeesss da Receita Federal!

Esta é a aula 05 de nosso curso; estamos nos aproximando da CLASSIFICAÇÃO!

No encontro de hoje, apresentarei os seguintes temas: sintaxe de regência e emprego do acento grave indicativo de crase.

Para orientá-los na localização dos assuntos, apresento o sumário abaixo avocês:

SUMÁRIO

01. Sintaxe de regência. ........................................................................0202. Regência - Considerações Gerais. .............................................. 0203. Regência Nominal . .........................................................................0204. Regência Verbal. .............................................................................0905. Verbos com Regência Diferente . ................................................. 2406. Emprego do Acento Grave - Regras Básicas. ............................2507. Casos P ro ib idos. ............................................................................2808. Casos Especiais. .............................................................................2909. Acento Grave antes de Pronomes Possessivos Femininos . ......3110. Acento Grave antes de Nomes Próprios Femininos. ..................3211. Acento Grave em Nomes de Lugar Fem ininos. ..........................3212. Acento Grave em Locuções. ..........................................................3313. Questões Comentadas. ...................................................................3514. Lista das Questões Comentadas na A u la . ..................................41

Reflexão

"Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica: A VONTADE." (Albert Einstein)

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SINTAXE DE REGÊNCIA

A finalidade desta aula é orientá-los quanto à tendência da ESAF, banca que elaborará a prova para a Receita Federal, no que se refere à regência e ao emprego do acento grave indicativo de crase.

Começaremos nosso encontro com o tema sintaxe de regência. Essa expressão significa, simplesmente, "uso ou não de preposição”, isto é, “estudo dos elementos regentes e dos elementos regidos”.

Tradicionalmente, as questões da eminente banca não se concentram em apenas um determinado aspecto gramatical. Entretanto, no decorrer desta aula, apresentarei aquelas cujo assunto predominante esteja relacionado ao nosso estudo.

REGÊNCIA - CONSIDERAÇÕES GERAIS

Chamamos de regentes aos termos que pedem complemento e de regidos aos que complementam o sentido dos primeiros.

Termo regente Termo regido

Estas explicações são úteis aos candidatos.

O candidato visou ao cargo.

Percebam que os termos regidos são elementos obrigatórios, pois complementam os termos regentes. Dessa forma, a sintaxe de regência visa ao estudo das relações de dependência entre os componentes da oração.

No decorrer desta aula, apresentarei a vocês casos em que substantivos, adjetivos ou advérbios exigem determinadas preposições (a, de, com ...), ao que chamamos de regência nominal; e, de outro lado, situações em que o verbo exige o emprego de determinadas preposições, denominados regência verbal.

REGÊNCIA NOMINAL

Fiquem tranquilos quanto a essa nomenclatura. Por regência nominal compreendemos a relação, a qual é intermediada por uma preposição, entre um termo transitivo (substantivo, adjetivo ou advérbio) e seu complemento.

Exemplos:(1) Estas explicações são úteis aos candidatos. (úteis “a”)

regente regido

Em (1), o adjetivo “úteis” é o termo regente, o qual exige a preposição “a”. Por sua vez, o termo “aos candidatos” é o termo regido, o qual é necessário para complementar o sentido de “úteis”.

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(2) O menino tinha medo de fantasmas. (medo "de”)regente regido

Em (2), o substantivo "medo” é o termo regente, o qual exige a preposição "de”, ao passo que "de fantasmas” é o termo regido.

(3) Ele agiu contrariamente à sua vontade. (contrariamente "a”)regente regido

Em (3), o advérbio "contrariamente” é o termo regente, exigindo o emprego da preposição "a”, e "à sua vontade” é o termo regido.

Fiquem alerta também ao seguinte: em orações subordinadas adjetivas(aquelas iniciadas por pronomes relativos), sempre que o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exigir o emprego de uma preposição, esta deverá ser anteposta ao relativo. O mecanismo é sempre esse.

Exemplo:

O caminho, a que você tem acesso, é mais curto.

Em "O caminho, a que você tem acesso, é mais curto.”, a oração em destaque é subordinada adjetiva explicativa. Neste trecho, o substantivo "acesso” rege o emprego da preposição "a”, a qual foi anteposta ao pronome relativo "que”.

Abaixo, apresento uma relação de nomes e suas respectivas regências, visto que seu emprego é recorrente em concursos públicos, podendo figurar nas provas organizadas pela ESAF:

Substantivos e suas regências Substantivos e suas regências

acesso aadmiração a, de, por, peranteafeição a, por alusão a atenção a, para atentado a, contra aversão a, por, em busca por combate a controle sobre

habilidade de, em, para influência de, para ímpeto com invasão de liberdade a, para, de manutenção de, em medo de necessidade de obediência a, de, para com ódio a, contra

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Substantivos e suas regências Substantivos e suas regências

chegada a culto adesrespeito adevoção a, com, para com, pordificuldade com, de, em dúvida acerca de, de, em, sobreformação de, em

ojeriza a, contra, poropção de preferência a, por produto de reação arespeito a, com, de, para com, porsimpatia por zelo por

Exemplos:

Eu tenho aversão ao escuro. (aversão "a”)regente regido

O mau cidadão mostra desrespeito às leis. (desrespeito "a”)regente regido

Adjetivos e suas regências Adjetivos e suas regências

acessível a habituado a, comacostumado a, com imbuído de, emagradável a, para, de impróprio a, de, paraalheio a inacessível aansioso de, para, por indeciso ematento a, em insensível a, para, com, para comávido de, por junto a, debenéfico a leal acapaz de, para maior decarente de natural decompatível com, entre necessário aconsciente de nocivo acontemporâneo a, de obediente acontíguo a, com, entre odioso a, paracontraditório a, de, com, entre passível de, acontrário a posterior aconvicto de preferível acuidadoso com prejudicial adesacostumado a, com prestes a, em, paradesatento a próprio a, dedesfavorável a próximo a, dediferente de, entre, por querido de, poressencial a, para relacionado a, comestranho a residente emescravo de satisfeito com, de, em, por

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Adjetivos e suas regências Adjetivos e suas regências

fácil a, para, em, defavorável a, para fiel a forçado a grato ahábil em, para

semelhante a, em sensível a, para simpático a, com útil a, para

Exemplos:

O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. (prejudicial "a”)regente regido

Estudar é essencial a/para sua aprovação. (essencial “a/para”)regente regido

Estudou; portanto, estava consciente de seu bom desempenho. (consciente “de”)regente regido

Adiante, veremos que o estudo da regência nominal está intimamente relacionado ao emprego do acento grave indicativo de crase. Sendo assim, devemos ter cuidado com os nomes que exigem o emprego da preposição “a”.

O mau cidadão mostra desrespeito às leis. (desrespeito “a”)

O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. (prejudicial “a”)

Ele agiu contrariamente à sua vontade. (contrariamente “a”)

Nos exemplos acima, temos a fusão entre a preposição “a” e o artigo definido “a”, ocasionando o fenômeno da crase. Veremos com detalhes no momento oportuno.

Regência nominal não é um assunto muito exigido nas provas da ESAF. Entretanto, recomendo a leitura do Dicionário Prático de Regência Nominal, de Celso Pedro Luft.

HORA DEpraticar!

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1. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Em relação ao fragmento de texto abaixo, analise a afirmativa a seguir.

Com demissões de milhares e perdas de bilhões dominando o noticiário de negócios no dia a dia, os sinais de reativação da economia mundial continuam fora do radar. E isso não é o pior. No fim do ano passado, havia a esperança de se iniciar 2009 com a crise financeira contida. Se isso tivesse acontecido, os governos poderiam concentrar-se no combate à retração econômica e ao desemprego. Aquela esperança foi logo desfeita.

(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)

I. A presença de preposição em “ ao desemprego” (l.5) justifica-se pela regência de “ combate” .

Comentário: No trecho "...os governos poderiam concentrar-se no combate à retração econômica e ao desemprego.”, temos a seguinte estrutura:

Termo regente Termo regido

combate à retração econômica.

combate ao desemprego.

Assim, percebemos que o substantivo "combate” rege o emprego da preposição "a”, a qual iniciará a estrutura do termo regido:

combate a + a retração econôm ca = combate à retração econômica

Na análise acima, houve a fusão entre a preposição "a” e o artigo definido "a”, acarretando o fenômeno da crase (esse assunto será estudado mais à frente).

combate a + o desemprego = combate ao desemprego

Por sua vez, a estrutura apresentou a combinação da preposição "a”, regida pelo substantivo "combate”, e o artigo definido "o”. Portanto, a afirmativa está correta.

Gabarito: Correta.

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2. (ESAF-2002/Receita Federal-Adaptada) Com relação ao emprego das palavras e expressões do texto abaixo, analise a afirmativa a seguir.

O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no computador da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e algarismos. A porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, também. Cada um de nossos cartões tem senha. Se for sensato, você percebe que sua memória não pode ser ocupada com tanta baboseira inútil. Seus neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar, sim, os bons momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega tudo na sua agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre. Agora só falta descobrir em que lugar secreto você vai guardar a senha do lugar secreto que guarda as senhas.

(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)

I. Para que as regras da norma culta sejam respeitadas, é obrigatório o emprego da preposição “ de” regendo a oração “ que ele é escravo” (l.1).

Comentário: No excerto "O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo...”, a oração em destaque é iniciada pelo pronome relativo "que”, sendo, portanto, classificada como subordinada adjetiva. Segundo as lições, o mecanismo é o seguinte: sempre que o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exigir o emprego de uma preposição, esta deverá ser anteposta ao relativo. No trecho destacado, o adjetivo "escravo” rege o emprego da preposição "de”, a qual antecede, de maneira correta, a oração "que ele é escravo”. Portanto, a afirmativa está correta.

Observação: Na continuação do texto, notamos a presença do trecho "para ter acesso à vida”. Nesse segmento, o substantivo "acesso” rege o emprego da preposição "a”. Esta, por sua vez, será unida com o artigo definido "a”, admitido pelo substantivo "vida”. Sendo assim, ocorreu o fenômeno da crase, assinalado pelo acento grave.

Gabarito: Correta.

3. (ESAF-2009/SEFAZ-SP-Adaptada) Com relação ao emprego das palavras e expressões do fragmento abaixo, analise a afirmativa a seguir.

O Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas de 2006 e, mais tarde, expulsou de Gaza o Fatah, o partido secular de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Facilitaram a ascensão do extremismo em Gaza a incompetência corrupta do governo do Fatah, o cruel bloqueio à circulação de bens e pessoas imposto por Israel e a opção, tomada por EUA e União Europeia, de ignorar diplomaticamente o Hamas e fortalecer a ANP.

(Folha de S. Paulo, Editorial, 5/1/2009)

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I. O emprego da preposição em “ de ignorar” (l. 6) justifica-se pela regência de “ opção” .

Comentário: No trecho "...e a opção, tomada por EUA e União Europeia, de ignorar diplomaticamente...”, a banca teve a intenção de confundir os candidatos ao intercalar a expressão destacada entre o substantivo "opção” e o complemento "de ignorar”. No contexto, o nome "opção” rege o emprego da preposição "de”, justificando a afirmativa do examinador.

Gabarito: Correta.

4. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

A chegada da crise financeira mundial__1__pequenos municípios exibe mais umaface perversa do abalo global que já fez tremer os gigantes do crédito internacional.A população mais pobre dessas comunidades começa a pagar preço alto ao__2__situar no lado mais fraco das contas públicas brasileiras. A desaceleração daatividade econômica já seria suficiente__3__provocar uma expressiva perda dearrecadação em todos os níveis da administração pública. Mas __4__ umcomplicador a mais para os municípios pequenos. Forçado __5__ concederdesonerações tributárias para ajudar a manutenção de empregos, o governo federal abriu mão de parte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), um dos principais formadores do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Por causa da excessiva proliferação de cidades, muitas vezes, emancipadas apenas para atender a interesses de grupos políticos locais, é imensa a quantidade deorçamentos dessas comunidades em todo o país que dependem quase __6__exclusivamente desse fundo.

(Estado de Minas, 3/3/2009)

1 2 3 4 5 6a) nos o ao a em queb) aos se para há a quec) a a de é de emd) por lhe por existe por dee) em o ao é por de

Comentário: No contexto da lacuna (1), o substantivo "chegada” transmite ideia de movimento, deslocamento. Por essa razão, rege emprego da preposição "a”. Sendo assim, restam-nos apenas as opções B e C. Na lacuna (2), temos a estrutura verbal "situar” (que exprime noção estática), seguida da partícula "se”: "... ao se situar no lado mais fraco...’. verbo que exprime noção estática. Na lacuna (3), identificamos que o adjetivo "suficiente” rege emprego da preposição "para”. Por sua vez, a lacuna(4) deve ser preenchida pela forma verbal "há”, que, empregada no sentido de "existir”, permaneceu corretamente na terceira pessoa do singular. Por fim, a lacuna(5) deve ser preenchida pela preposição "a”, exigida pelo adjetivo "forçado”. Portanto, a letra B é o gabarito da questão.

Gabarito: B.

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REGÊNCIA VERBAL

Regência verbal é a relação que, em certa acepção, o verbo estabelece com seu complemento. Dependendo da relação estabelecida (preposicionada ou não), o verbo pode apresentar diferença de significado. Essa análise pode ser feita somente na construção do enunciado, pois um mesmo verbo pode requerer diferentes complementos de acordo com o significado que venha a apresentar na oração.

Não é possível esgotar, nesta aula, todas as regências existentes. Porém, apresentarei, a seguir, uma relação de verbos com as respectivas significações e regências mais recorrentes em provas. Vejamos:

respirar, inspirar, sorver (verbo transitivo direto)

almejar, desejar, pretender (verbo transitivo indireto)

Exemplos:

Nós aspiramos o perfume das flores. VTD OD

O aluno aspirava ao cargo.VTI OI

Observação: Segundo o Dicionário Prático da Regência Verbal, de Celso Pedro Luft, editora Ática, pág. 76, no sentido de "desejar ardentemente, fazer votos por (algo), procurando chamar para si ("aspirar”) o que deseja”, o verbo aspirar é transitivo indireto, regendo a preposição a.

Exemplos: Aspiramos a tudo o que é bom (OI).Todos aspiramos à felicidade (OI).

Importante!

Segundo as lições de Rocha Lima (pág. 389), com o verbo "aspirar”, o objeto indireto "a ele(s)”, "a ela(s)” não é conversível na forma pronominal lhe(s):

"... o objeto indireto vem introduzido pela preposição "a”, não admitindo a substituição pela forma pronominal "lhe” (ou "lhes), mas somente a eles, a elas”. Em outras palavras, não se diz aspiro-lhe, e sim aspiro a ele(s), a ela(s).

Essa é a mesma prescrição contida na obra Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, editora Lexikon, 2008, pág. 533.

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prestar assistência, ajudar, acompanhar (transitivo direto ou transitivo indireto)

morar(verbo intransitivo)

estar presente, presenciar, caber (verbo transitivo indireto)

Exemplos:

O médico assiste o paciente.VTD OD

O médico assiste ao paciente.VTI OI

Aquela moça linda assiste em Ipanema.VI adjunto adverbial

Os torcedores assistiram ao jogo de futebol.VTI OI

Esse direito não assiste a você.VTI OI

Observação: "Na linguagem coloquial (falada) brasileira, o verbo "assistir” constrói­-se, em tal acepção [‘estar presente, presenciar’], de preferência com objeto direto (assistir o jogo, um filme), e escritores modernos têm dado acolhida à regência gramaticalmente condenada”. (Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, pág. 534)

Exemplo: Trata-se de um filme que eu assistia. (Clarice Lispector)

5. (ESAF-2006/CGU-Adaptada) Com relação aos aspectos linguísticos do texto abaixo, analise o item a seguir.

O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na história do pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas tecnologias da comunicação, de artes, de materiais e de genética, ocorreram mudanças paradigmáticas no modo de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral, as críticas apontam para as raízes da maioria dos atuais conceitos sobre o homem e seus aspectos, constituídos no momento histórico iniciado no século XV e consolidado no século XVIII. A modernidade que surgira nesse período é agora criticada em seus pilares fundamentais, como a crença na verdade, alcançável pela razão, e na linearidade histórica rumo ao progresso. Para substituir esses dogmas, são propostos novos valores, menos fechados e categorizantes.

(http://pt.wikipedia.org (acessado em 14 de dezembro de 2005, com adaptações))

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I. A retirada da preposição “ a” antes de “ um processo” (l.1) preservaria a correção gramatical da oração, mas alteraria o sentido do verbo assistir e, consequentemente, prejudicaria a coerência textual.

Comentário: No contexto, o verbo "assistir” foi empregado na acepção de "estar presente, presenciar”, o que justifica a transitividade indireta. Nesse caso, o objeto direto foi corretamente iniciado pela preposição "a”. Por sua vez, as regras gramaticais permitem a retirada desse elemento. Entretanto, a supressão modificaria tanto o sentido do verbo quanto a coerência textual, passando a significar "prestar assistência, ajudar, acompanhar”.

Gabarito: Correto.

VISARmirar, pôr o visto

(verbo transitivo direto)almejar, pretender

(verbo transitivo indireto)

Exemplos:

O gerente visa o cheque.VTD OD

O atirador de elite visa o alvo.VTD OD

O aluno visa ao cargo.VTI OI

Importante!

No sentido de "almejar”, "pretender”, o verbo "visar” assume regência transitiva indireta, sendo o objeto indireto encabeçado pela preposição a.

Entretanto, devido à semântica de ‘buscar, procurar, pretender’, passou a aceitar também a transitividade direta, dispensando a preposição.

Segundo as lições de Celso Pedro Luft, "isto se deu, de início, principalmente com o infinitivo”.

Exemplos:

Todas essas considerações visam apenas glosar os debates. (Joaquim Ribeiro)O ataque visava cortar a retaguarda da linha de frente. (Euclides da Cunha) Aquilo não visava outro interesse. (Aluísio Azevedo)Geralmente nós não visamos o mal, visamos o remédio. (Mário de Andrade)

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Dito de outra forma, a preposição "a” é facultativa.

Para efeito de prova, é importante ter o conhecimento tradicional (transitivo indireto, regendo emprego da preposição a), pois este já foi objeto de prova na ESAF. Por outro lado, também é fundamental conhecer esse outro posicionamento, pois a banca pode inovar.

6. (ESAF-2006/TCU) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

A precariedade dos serviços públicos é responsável por cerca de(1) 8% das barreiras ao crescimento do País. Esse impacto se deve aos(2) efeitos em cascata que as deficiências no setor público causam à economia. No Brasil, esses problemas parecem tão arraigados à rotina nacional que aparentam ser imutáveis.

Não são. O Reino Unido está implementando uma reforma que visa o(3) aumento de produtividade e à melhoria da qualidade dos serviços públicos. O primeiro passo aconteceu com o estabelecimento de alguns princípios:

> metas nacionais de desempenho, mensuráveis e disponíveis para comparação pelo público;

> clara definição de responsabilidades entre as entidades públicas;

> aumento de flexibilidade, por meio da(4) simplificação de processos e da redução da burocracia;

> oportunidade de escolha por parte do público em relação aos provedores de serviços.

A estimativa é que(5) essas reformas aumentem o PIB do País em 16 bilhões de libras.

(Adaptado de Revista Veja, n. 49, p. 154.)a) 1b) 2c) 3d) 4e) 5

Comentário: O erro gramatical encontra-se na opção (3). No contexto, o verbo "visar’ foi empregado no sentido de "almejar”, "pretender”. Segundo as lições de regência verbal, quando empregada nessa acepção, essa forma verbal assume transitividade indireta, devendo o objeto indireto ser encabeçado pela preposição "a”. Portanto, o trecho correto é "... visa ao aumento de produtividade...”. Esse foi o posicionamento da banca e o gabarito da questão.

Gabarito: C.

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contentar, afagar satisfazer, ser agradável(verbo transitivo direto) (verbo transitivo indireto ou intransitivo)

Exemplos:

Preciso meter a cara no estudo, para agradar minha mãe.VTD OD

A criança chorava; a mãe se pôs a agradá-Ja.VTD OD

O discurso dos políticos não agrada à população.VTI OI

A solução agradou. (=A solução foi agradável.)VI

acarretar, ter como consequência envolver-se, ter implicância com(verbo transitivo direto) (verbo transitivo indireto)

Exemplos:

O estudo dedicado implicará sua aprovação.VTD OD

Sem recursos, ele implicou-se em assaltos.VTI OI

A babá implica com aquela criança.VTI OI

Importante!

O verbo "implicar”, no sentido de "causar”, "acarretar”, é transitivo direto, o que é pacificamente aceito pelos eminentes estudiosos.

Na obra Gramática Normativa da Língua Portuguesa, editora José Olympio, 33â edição, 1996, p. 433, Rocha Lima considera que o verbo implicar, no sentido de:

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“3) Trazer como consequência, acarretar. É transitivo direto.

Exemplo: “(...) sem que a investida do novo chefe implicasse a menor quebra no movimento político e social.” (Latino Coelho) “

Evanildo Bechara, em Moderna Gramática da Língua Portuguesa, editora Lucerna, 37â edição, 1999, p. 576, ensina que:

“(...). No significado de “resultar”, o verbo implicar é transitivo direto: Isto implica erro.”

Adriano da Gama Kury e Ubaldo Luiz de Oliveira, em Gramática Objetiva, editora Atlas, 1985, p. 131-132, ensinam que, o verbo implicar, no sentido de:

“c) trazer como consequência, acarretar. É transitivo direto.

Exemplo: “... um ver que implica desdouro para meu amigo ...” (Camilo) “

Modernamente, entretanto, já é admitida a regência indireta do verbo “implicar”, regendo emprego da preposição “em”. Conforme as lições de Celso Pedro Luft, em Dicionário Prático de Regência Verbal, editora Ática, 1999, p. 326:

“IMPLICAR

(...)

OBS.: implicar em algo é inovação em relação a implicar algo por influência de sinônimos como “redundar”, “reverter”, “resultar”, “importar”. Aparentemente um brasileirismo. Plenamente consagrado, admitido até pela gramática normativa: “Está ganhando foros de cidade na língua culta a sintaxe implicar em: Tal procedimento implica desdouro (ou em desdouro) para você.” (Rocha Lima, p. 401).

Vejamos como essa inovação sintática foi objeto de prova na ESAF.

7. (ESAF-2002/Receita Federal-Adaptada) Com relação à correção gramatical, analise os períodos a seguir.

I. A prática do racismo é definida como crime na Lei n° 7.716/89, isto é, nessa Lei estão definidas várias condutas que implicam tratamento discriminatório, motivado pelo preconceito racial. / A prática do racismo é definida como crime na Lei n° 7.716/89, isto é, nessa Lei estão definidas várias condutas que implicam em tratamento discriminatório, motivado pelo preconceito racial.

Comentário: No período original, o verbo “implicar” foi empregado no sentido de “acarretar”, “ter como consequência”, assumindo, portanto, transitividade direta. No contexto, o complemento direto da forma verbal “implicam” é a expressão “tratamen-

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to discriminatório”. Já na reescritura, a banca exigiu o conhecimento da inovação sintática, qual seja, a regência transitiva indireta do verbo “implicar” na mesma acepção. Neste caso, a presença da preposição “em” encontra respaldo na gramática normativa, estando correto o período transcrito, pois.

Gabarito: Correto.

CHAMAR

O verbo “chamar”:

- no sentido de “verificar a presença”, “invocar o nome de santos”, “acarretar”, é transitivo direto.

Exemplos:

O professor chama os alunos.VTD OD

Não chamar o nome de Deus em vão.VTD OD

Uma mentira chama a outra.VTD OD

- no sentido de “invocar auxílio, ajuda ou proteção”, é transitivo indireto, regendo emprego da preposição por.

Exemplo:

A freira chamou por Deus.VTI OI

- no sentido de “avocar”, “tomar”, “assumir”, é transitivo direto e indireto, podendo o objeto indireto ser encabeçado pelas preposições a ou sobre.

Exemplo: Ele chama a (ou sobre) si a responsabilidade da decisão.VTDI OI OD

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EstratégiaC O N C U R S O S ^

O verbo "chamar” apresenta uma particularidade: quando empregado nas acepções de apelidar, qualificar, tachar, é transobjetivo (aquele que necessita de mais alguma informação para não prejudicar a coerência do período). Em outras palavras, além de apresentar complemento verbal (objeto direto ou objeto indireto), deverá ser seguido de predicativo. Este, por sua vez, pode ou não ser acompanhado da preposição de.

Exemplos:

OBJETO DIRETO + PREDICATIVO

Chamaram-no fiel.objeto predicativo direto do objeto

OBJETO DIRETO + PREDICATIVO, precedido da preposição de

Chamaram-no de fiel.objeto predicativo direto do objeto

OBJETO INDIRETO + PREDICATIVO

Chamaram-lhe fiel.objeto predicativo indireto do objeto

OBJETO INDIRETO + PREDICATIVO, precedido da preposição de

Chamaram-lhe de fiel.objeto predicativo indireto do objeto

8. (ESAF-2002/STN-Adaptada) Em relação aos aspectos do texto, analise a afirmativa a seguir.

No passado, para garantir o sucesso de um filho ou de uma filha, bastava conseguir que eles tirassem um diploma de curso superior. Uma vez formados, seriam automaticamente chamados de "doutor” e teriam um salário de classe média para o resto da vida. De uns anos para cá, essa fórmula não funciona mais. Quem quiser

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garantir o futuro dos filhos, além do curso superior, terá de lhes arrumar um capital inicial. Esse capital deverá ser suficiente para o investimento que gerará um emprego para seu filho.

I. A regência do verbo “ chamar” empregada no texto (l.3) é considerada coloquial. A gramática ortodoxa recomenda, como mais formal, o emprego desse verbo como transitivo direto.

Comentário: No contexto, o verbo "chamar” foi empregado com transitividade direta, apresentando o sentido de "apelidar”, "qualificar”, "tachar”. Nessas acepções, as regras gramaticais asseveram que a estrutura verbal pode ser tanto transitiva direta quanto transitiva indireta, sem que haja alteração do significado. Portanto, a afirmação feita pelo examinador está errada.

Gabarito: Errada.

(verbo transitivo direto e indireto) (verbo intransitivo)Exemplos:

O impulso custou-lhe muito esforço.VTDI OI OD

A conquista do pão custa ao pobre muitos sacrifícios.VTDI OI OD

Aquele casaco custou trezentos reais.VI adjunto adverbial

Atenção!

Segundo as lições de Domingos Paschoal Cegalla, em Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, Companhia Editora Nacional, p. 497, quando o verbo custar for empregado na acepção de ser custoso, ser difícil, deverá ser empregado na 3ã pessoa do singular, tendo como sujeito a oração reduzida de infinitivo:

Exemplo: "Custou-me muito a brigar com Sabina.” (Machado de Assis)sujeito

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A oração reduzida de infinitivo pode ser precedida de preposição expletiva "a”, conforme o exemplo acima. Entretanto, sua retirada não traz prejuízo à estrutura da frase: "Custou-me muito brigar com Sabina”.

PROCEDER

dar início, realizar (verbo transitivo indireto)

Exemplos:

originar-se; agir, comportar-se; ter fundamento

(verbo intransitivo)

O juiz procedeu ao julgamento. VTI OI

Seu argumento não procede.VI

João não procedeu bem durante a cerimônia. VI adj. adv

de modo

O navio procede da Itália.VI adj. adv. de lugar

ATENDER

Segundo as lições de Celso Pedro Luft, o verbo "atender” é transitivo direto ou transitivo indireto nas seguintes acepções:

- “ dar ou prestar atenção” , é transitivo direto ou transitivo indireto, regendo, em seu complemento indireto, a prep] osição “ a” .

Exemplo: O diretor atendeu aos (ou os) interessados.

Observação: Segundo as lições de Rocha Lima, em Gramática Normativa da Língua Portuguesa, p. 392, se o complemento for um pronome pessoal referente a pessoa, só se empregam formas objetivas diretas.

Exemplo: O diretor atendeu-os no que foi possível.

- “ responder” .

Exemplo: Seu telefone não atende às (ou as) chamadas.

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- “ tomar em consideração” , “ considerar” , “ levar em conta” , “ ter em vista” .

Exemplo: Atender à (ou a) lição dos fatos.Atender às (ou as) condições do mercado.

O verbo “atender” é transitivo direto:

- significando “ conceder audiência” , “ receber” .

Exemplo: O Papa atenderá os peregrinos.

- na acepção de “ dar despacho favorável” , “ deferir” , “ acatar” .

Exemplo: O governo atendeu as reivindicações dos grevistas.

O verbo “atender” é transitivo indireto no sentido de “atentar”, “reparar”.

Exemplo: Atendia, de longe, aos acontecimentos.Não atendeu para os primeiros sintomas da doença.

9. (ESAF-2004/Instituto Rio Branco) Identifique a letra em que uma das frases apresenta erro de regência verbal.

a) Atender uma explicação.Atender a um conselho.

b) O diretor atendeu aos interessados.O diretor atendeu-os no que foi possível.

c) Atender às condições do mercado.Os requerentes foram atendidos pelo juiz.

d) Atender o telefone.Atender ao telefone.

e) Ninguém atendeu para os primeiros sintomas da doença.Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio.

Comentário: Há erro de regência verbal na assertiva (E). No contexto, o verbo “atender” foi empregado na acepção de “reparar”, “atentar”. Nessa significação, assume transitividade indireta, estando correta no primeiro período da opção. Entretanto, a transcrição apresentou um equívoco ao apresentar a forma pronominal “se atendeu”. O correto seria “Ninguém atendeu aos primeiros alarmes de incêndio”.

Gabarito: E.

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> Esquecer / Lembrar / Recordar

"Esquecer”, "lembrar” e "recordar " são verbos transitivos diretos, ou seja, não exigem preposição.

Esquecer/Lembrar/Recordar

verbos transitivos diretos

Esqueci o teu nome. VTD OD

Lembrei o teu nome. VTD OD

Recordei o teu nome.VTD OD

> Esquecer-se / Lembrar-se / Recordar-se

"Esquecer-se”, "lembrar-se” e "recordar-se” são verbos pronominais com transitividade indireta, isto é, exigem complemento indireto (esquecer-se/ lembrar-se/recordar-se DE algo).

r

Esquecer-se/Lembrar-se/Recordar-se

1

verbos transitivos indiretos

<

\

Esqueci-me do teu nome. VTI OI

Lembrei-me do teu nome. VTI OI

Recordei-me do teu nome. VTI OI

> Avisar e Informar

Estes verbos são transitivos diretos e indiretos (VTDI) e admitem objeto direto para coisa e indireto para coisa (e vice-versa). O complemento indireto (objeto indireto) pode ser introduzido pelas preposições "a” ou "de”.

Exemplos:

Avisei o menino de seu recado. / Avisei seu recado ao menino.VTDI OD OI VTDI OD OI

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Em "Avisei o menino de seu recado.”, empregou-se o objeto direto para pessoa e o indireto para coisa (avisar alguém DE alguma coisa). Já em "Avisei seu recado ao menino.”, empregou-se o objeto direto para coisa e o indireto para pessoa (avisar alguma coisa A alguém). Ambas as construções são escorreitas.

Informei o gabarito aos candidatos. / Informei os candidatos do gabarito.VTDI OD OI VTDI OD OI

Em "Informei o gabarito aos candidatos.”, empregou-se o objeto direto para coisa e o indireto para pessoa (informar algo A alguém). Já em "Informei os candidatos do gabarito.”, empregou-se o objeto direto para pessoa e o indireto para coisa (informar alguém DE alguma coisa). Novamente, ambas as construções estão corretas.

> Comunicar e Cientificar

São verbos transitivos diretos e indiretos. Entretanto, cabem algumas considerações.

Originariamente, o verbo "comunicar”, quando empregado no sentido de "fazer saber”, "participar”, deve apresentar objeto direto para ‘coisa’ e indireto para ‘pessoa’.

Exemplo:

Comuniquei o resultado aos alunos.VTDI OD OI

Em "Comuniquei o resultado aos alunos.”, empregou-se o complemento direto para coisa e o indireto para pessoa (comunicar alguma coisa A alguém).

Já o verbo "cientificar”, quando empregado na acepção de "tornar ciente”, "informar”, "tomar conhecimento”, exige, originariamente, objeto direto para pessoa e indireto para coisa.

Exemplo:

Cientifiquei os alunos do resultado.VTDI OD OI

Em "Cientifiquei os alunos do resultado.”, empregou-se o complemento direto para pessoa e o indireto para coisa (cientificar alguém DE algo).

Modernamente, admite-se a construção "Cientificar-lhe algo” (Cientifiquei o resultado aos alunos), ou seja, o emprego do complemento direto para coisa e do indireto, para pessoa. Segundo as lições de Luft (pág. 119), "às vezes ocorrer cientificar-lhe algo, inovação sintática devida ao traço semântico com ‘comunicar’ (algo a alguém): "Cientifique-lhe a nossa derrota” - inovação que também atingiu os

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verbos avisar, certificar e informar. Em linguagem escrita culta formal, preferível a sintaxe originária cientificá-lo de. . . .”

10. (ESAF-2005/STN-Adaptada) Com base nos aspectos linguísticos do texto abaixo, analise a afirmativa a seguir.

Os administradores de sociedades limitadas podem responder solidariamente perante a sociedade pelo mal desempenho de suas atribuições. Uma dessas hipóteses é justamente não comunicar aos demais associados a cessão das cotas por parte de alguns sócios a terceiros que não dispõe de patrimônio apto a honrar o compromisso.

I. O verbo “ comunicar” (l.3) está empregado erradamente, pois exige objeto direto de pessoa e indireto de coisa: comunicar alguém de/sobre/acerca de alguma coisa.

Comentário: Originariamente, o verbo “comunicar” é transitivo direto e indireto (VTDI), exigindo objeto direto para ‘coisa’ e indireto para ‘pessoa’. Foi o que ocorreu no trecho "... não comunicar aos demais associados a cessão das cotas...”, em que a função de objeto direto (coisa) é desempenhada pela expressão “a cessão das cotas” e a de objeto indireto (pessoa) é exercida pelo excerto “aos demais associados”.

Gabarito: Errada.

> Pagar e Perdoar

Estes verbos são transitivos diretos e indiretos, sendo o complemento direto relacionado à coisa, e o indireto, à pessoa (pagar/perdoar algo A alguém).

Exemplos:

Paguei a dívida ao agiota. (“Paguei-lhe a dívida.”)VTDI OD OI

Perdoei o roubo ao ladrão. (Perdoei-lhe o roubo.) VTDI OD OI

> Simpatizar e Antipatizar

Estes verbos são transitivos indiretos, regendo o emprego da preposição “com”. Fiquem alerta, pois esses verbos não são pronominais, ou seja, escrever “simpatizar-se / antipatizar-se” é considerado erro.

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Exemplos: Simpatizei com aquela moça da praia. / Antipatizei com seu amigo.VTI OI VTI OI

> Preferir

O verbo preferir é transitivo direto e indireto, regendo, em seu complemento indireto, preposição "a” (prefere uma coisa A outra).

Exemplo: Prefiro laranja a maçã.

Na linguagem cotidiana, os falantes dizem "Prefiro laranja do que maçã.”, o que, segundo a norma culta formal, é considerado erro. Igualmente ocorreria com a construção "Prefiro mais laranja do que maçã”.

Importante!

É preciso ter atenção ao paralelismo sintático (estrutural).

Exemplos:

Prefiro laranja a maçã.

Em "Prefiro laranja a maçã.”, o substantivo "laranja” foi empregado sem o artigo definido "a”. Por essa razão, o "a” antes de "maçã” é meramente a preposição regida pelo verbo "preferir”.

Prefiro a laranja à maçã.

Em "Prefiro a laranja à maçã.”, o substantivo "laranja” foi empregado com o artigo definido "a”. Por essa razão, também deverá ser empregado antes do vocábulo "maçã”. Neste caso, haverá a fusão entre o artigo definido "a” e a preposição "a”, ocasionando o fenômeno da crase.

> Obedecer

O verbo obedecer é transitivo indireto, regendo a preposição "a”.

Exemplo: O bom cidadão obedece às ordens do guarda.VTI OI

O mesmo ocorre com o verbo derivado desobedecer.

Exemplo: O mau cidadão desobedece às ordens do guarda.VTI OI

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> Morar / Residir / Situar-se

Estes verbos indicam permanência. São intransitivos, regendo o emprego da preposição "em”.

Exemplos:

Moro em Copacabana.VI adj. adverbial

Resido em Copacabana.VI adj. adverbial

Situo-me em Copacabana.VI adj. adverbial

> Ir / Chegar

Estes verbos indicam movimento. São intransitivos, regendo o emprego da preposição "a”.

Exemplos: Vou ao teatro. (correto) / Vou no teatro. (errado).

Cheguei à capital do país. (correto) / Cheguei na capital do país. (errado)

VERBOS COM REGÊNCIAS DIFERENTES

Sempre que houver formas verbais com regências distintas relacionadas a um mesmo complemento, será necessário apresentar dois objetos.

Exemplo: Olhei e gostei do quadro. (errado)Olhei o quadro e gostei dele. (correto)

No exemplo acima, o verbo "olhar” é transitivo direto (não exige preposição), enquanto o verbo "gostar” exige a preposição "de”.

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EMPREGO DO ACENTO GRAVE

Agora, abordaremos um tema que sempre aparece em provas: a crase. Mas, afinal, o que é crase ? Por crase compreende-se a fusão de duas vogais iguais.

Amigos, é preciso chamar a atenção de vocês para o seguinte: crase é diferente de acento grave. Graficamente, o fenômeno da crase, definido como a fusão de duas vogais iguais, é marcado pelo emprego do acento grave. Em outras palavras, crase não é acento, e sim um fenômeno linguístico.

Em língua portuguesa, o acento grave registra:

a) PREPOSIÇÃO A + ARTIGO DEFINIDO A(S)

Este é o primeiro caso clássico de crase. Para que vocês tenham certeza de que ocorrerá esse fenômeno, recomendo que vocês usem a seguinte desta primeira dica:

1ã) verifiquem se o termo regente - o verbo (regência verbal) ou o nome (regência nominal) - exige a preposição A. Se houver essa regência, fiquem de olho: haverá grande possibilidade de o fenômeno da crase ocorrer;

2Ê) verifiquem se o termo regido admite a anteposição do artigo definido A(S).

A essa altura, vocês podem estar se perguntando: Mas, Fabiano, como farei isso? Digo a vocês que é muito simples!

Para essa análise, construam uma frase em que o termo regido desempenhe a função de sujeito. Caso este termo aceite a anteposição do artigo definido A(S) na frase criada por vocês, haverá o encontro do A (preposição) com o A(S) (artigo definido). Logo, ocorrerá o fenômeno da crase. Vamos ver como funciona na prática?

O aluno estava atento__aula do professor.

Na frase acima, vocês, na hora da prova, desejarão saber se é possível empregar (ou não) o acento grave indicativo de crase. Então, o que fazer? Apliquem a primeira dica e cheguem à conclusão de que:

1°) o adjetivo atento - que é o termo regente - exige preposição A (atento a alguma coisa);

2°) construindo uma frase que o termo regido - aula do professor - desempenhe a função de sujeito, vocês verificarão que essa expressão admite a anteposição do artigo definido A. Vejam a frase abaixo:

A aula do professor é divertida.

Perceberam? Logo, haverá o encontro do A (preposição) com o A (artigo definido), ou seja, ocorrerá o fenômeno da crase. Portanto:

O aluno estava atento à aula do professor.

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b) PREPOSIÇÃO A + PRON. DEMONSTRATIVO AQUELE (e flexões)

Pessoal, este é o segundo caso clássico que pode implicar o fenômeno da crase. Para ter certeza de que haverá a fusão, recomendo que vocês usem esta segunda dica:

1ã) este item é igualzinho ao primeiro do método anterior: verifiquem se o termo regente - o verbo (regência verbal) ou o nome (regência nominal) - exige a preposição A. Se houver essa regência, fiquem "ligados": haverá grande possibilidade de o fenômeno da crase ocorrer;

2Ê) aqui, uma novidade: verifiquem se o termo regido é o pronome demonstrativo aquele(s), aquela(s), aquilo. Se uma dessas formas pronominais aparecer, haverá o encontro do A (preposição) com o A inicial do pronome aquele (e flexões). Logo, ocorrerá o fenômeno da crase. Vamos ver como funciona na prática ?

Refiro-me__quele(a) candidato(a).

Na frase acima, vocês, na hora da prova, desejarão saber se é possível empregar (ou não) o acento grave indicativo de crase. Então, o que fazer? Apliquem a segunda dica e percebam que:

1ã) o verbo referir-se rege a preposição A (refiro-me a alguém / a alguma coisa);

2Ê) o termo regido é o pronome demonstrativo AQUELE(A). Neste caso, como foi constatada a presença da preposição A, exigida pelo termo regente, haverá a fusão com o A inicial da forma pronominal. Então:

Refiro-me àquele(a) candidato(a).

Atenção!

Antes da preposição DE e do pronome relativo QUE, o A(S) equivalerá ao pronome demonstrativo AQUELA(S). Nesse caso, vocês deverão aplicar a segunda dica:

1ã) verifiquem se o termo regente - o verbo (regência verbal) ou o nome (regência nominal) - exige a preposição A. Se houver essa regência, fiquem em alerta: haverá grande possibilidade de o fenômeno da crase ocorrer;

2Ê) verifiquem se o termo regido é o pronome demonstrativo A(S), seguido ou do pronome relativo QUE ou da preposição DE. Quando, na frase, houver uma dessas combinações, o A(S) será equivalente ao pronome demonstrativo aquela(s). Sendo assim, uma vez constatada a obrigatoriedade da preposição A, haverá a fusão com o A inicial da forma pronominal A(S).

Vamos ver como funciona na prática:

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A prancha que ganhei é igua l__que você comprou.

Sua blusa é igual__da vitrine.

Aplicando a segunda dica nas frases acima, vocês concluirão que:

1ã) o adjetivo igual rege a preposição A (igual a alguma coisa / a alguém) ;

2Ê) Na primeira frase, o termo regido é o A, seguido do pronome relativo QUE. Na segunda, o termo regido é o A, seguido da preposição DE. Quando houver essas combinações, o A será equivalente ao pronome demonstrativo aquela. Sendo assim, haverá a fusão da preposição A com o A inicial do pronome aquela. Logo, ocorrerá a crase e as lacunas dos exemplos devem ser preenchidas da seguinte forma:

A prancha que ganhei é igual à que você comprou.

Sua blusa é igual à da vitrine.

c) PREPOSIÇÃO A + PRONOME RELATIVO A(S) QUAL(IS)

Este é o terceiro e último caso clássico que pode resultar na ocorrência da crase. Aqui, é fundamental que vocês redobrem a atenção, pois há uma oração subordinada adjetiva.

Muito cuidado, pessoal! Com o pronome relativo A QUAL / AS QUAIS, o fenômeno da crase ocorrerá somente se:

- o termo posterior ao pronome relativo reger a preposição A; e

- o termo anterior ao pronome relativo admitir o emprego do artigo definido A(S).

Vamos visualizar na prática?

Apliquem a primeira dica no exemplo abaixo:

A aula__qual o aluno estava atento é divertida.

Na frase acima, vocês, na hora da prova, desejarão saber se é possível empregar (ou não) o acento grave indicativo de crase. Aplicando a primeira dica, chegamos à conclusão de que:

1ã) o adjetivo atento (termo regente) exige a preposição A (atento a alguma coisa), que antecederá o pronome relativo QUAL;

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2-) o termo regido é o pronome relativo QUAL, que, no exemplo em análise, substitui a palavra aula. Para verificar se este vocábulo admite a anteposição do artigo definido A, criem uma frase em que essa palavra (aula) desempenhe a função de sujeito. Por exemplo:

A aula começou.

Logo, haverá o encontro do A (preposição) com o A (artigo definido), isto é, ocorrerá o fenômeno da crase. Sendo assim, a lacuna do exemplo em comento deve ser preenchida da seguinte forma:

A aula à qual o aluno estava atento é divertida.

CASOS PROIBIDOS

Já sabemos que, em língua portuguesa, a crase representa a fusão de duas vogais iguais, sendo demarcada pelo emprego do acento grave. Na maioria das vezes, a crase decorre da junção entre o A (preposição) e o A(S) (artigo definido feminino). Sempre que essa fusão acontecer, o termo regido admitirá a anteposição do artigo (lembrem-se da primeira dica!).

Sendo assim, é possível que vocês cheguem à conclusão de que NÃO haverá o fenômeno da crase antes de:

- palavras masculinas. É evidente que palavra masculina não admite a anteposição de artigo definido feminino.

Exemplos: Pedimos um bife a cavalo. / Andamos a pé.

Dica estratégica!

Se as expressões À MODA DE ou À MANEIRA DE estiverem implícitas, subentendidas, deveremos empregar o acento grave indicativo de crase.

Exemplo: Neymar fez um gol à Pelé. (= Neymar fez um gol à moda de Pelé.)

- “A” no singular (preposição rígida), quando o termo regido estiver no plural. Nesse caso, há somente uma preposição.

Exemplo: Não vai a festas em sua homenagem. (a = preposição rígida)

- pronomes pessoais, pronomes demonstrativos de 1- e 2- pessoas (ESTE(S), ESTA(S), ISTO, ESSE(S), ESSA(S) e ISSO), pronomes indefinidos (TUDO, NADA, TODO(S), CADA, QUALQUER...), pronomes relativos (CUJO(S), CUJA(S) e QUEM) e pronomes de tratamento (iniciados por VOSSA ou SUA).

Em regra, os pronomes não admitem a anteposição do artigo definido feminino, exceto os pronomes indefinidos OUTRAS, VÁRIAS, DEMAIS.

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Prof. Fabiano Sales - Aula 05Exemplos:

Contaram tudo a ela.Não dou importância a essa confusão.Atendemos a qualquer hora do dia.A pessoa a cuja filha me refiro estuda no Estratégia Concursos.Envie flores a quem você ama.Sugerimos a Vossa Excelência que o processo seja arquivado.

Mas:

Refiro-me às outras pessoas. / Refiro-me a outras pessoas. (a = preposição rígida) O galanteador dá flores às várias namoradas. / O galanteador dá flores a várias namoradas. (a = preposição rígida)

Dica estratégica!

As formas DAMA, DONA e MADAME e os pronomes de tratamento SENHORA e SENHORITA admitem a anteposição do artigo definido feminino A(S). Por essa razão, se a regência (verbal ou nominal) exigir a preposição A, deveremos empregar o acento grave.

Exemplos:

O mordomo referiu-se à madame.Diga à senhora diretora que está tudo pronto para a reunião.

- verbos. Ainda que estejam substantivados ("o cantar” , ”o nascer” ), os verbos recebem artigo masculino e não feminino.

Exemplo: A partir de hoje, não erro mais questão assim. / Preço a combinar.

- artigos indefinidos.

Exemplos:

O rapaz dirigiu-se a um canto da sala.A Internet deu origem a uma avalanche de empreendedorismo no mundo.

Dica estratégica!

Na frase "Fabiano chegou à uma.”, temos a indicação de hora ("uma hora"), e não do artigo indefinido "uma". Logo, devemos empregar o acento grave.

CASOS ESPECIAIS

É fundamental chamar a atenção de vocês para o fato de que o acento grave NÃO deverá ser empregado:

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- antes das palavras CASA e DISTÂNCIA, quando estas NÃO estiverem determinadas.

Exemplos:Pedro chegou a casa e logo foi dormir.O rapaz flertava a moça a distância.

Dica estratégica!

Se os vocábulos CASA e DISTÂNCIA estiverem DETERMINADOS, o acento grave indicativo de crase deverá ser empregado.

Exemplos:Sofia chegou à casa de Pedro.O rapaz flertava a moça à distância de um metro.

- antes da palavra TERRA, sempre que trouxer a ideia de terra firme, opondo­-se à de estar a bordo (nesse caso, a palavra é antecedida apenas pela preposição).

Exemplo: Os marinheiros voltaram a terra.

Atenção!

Se houver uma qualificação, uma determinação da palavra TERRA, será admitida a anteposição do artigo definido A, ocorrendo o fenômeno da crase se a regência permitir.

Exemplo:Os marinheiros voltaram à terra de seus sonhos.

Aqui, cabe uma ressalva importante: quando o vocábulo TERRA designar o nome do planeta, ocorrerá a crase se a regência exigir.

Exemplo: Os astronautas retornaram à Terra. (= Os astronautas retornaram ao planeta.)

- entre palavras repetidas. Aqui, há apenas a preposição unindo dois substantivos que originam uma expressão.

Exemplos:Finalmente fiquei face a face com a tão esperada prova. (face com face)Li seu relatório página a página. (página por página)

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ACENTO GRAVE ANTES DE PRONOMES POSSESSIVOS FEMININOS

Pronome adjetivo possessivo femininoQuando o pronome adjetivo possessivo feminino estiver no singular, poderão

ocorrer duas situações:

1â) caso o pronome adjetivo possessivo esteja empregado sem artigo, não haverá crase, ainda que o termo regente exija a preposição A.Exemplo: O cônsul enviou várias cartas a sua filha. (a = preposição)

2â) caso o pronome adjetivo possessivo esteja empregado com artigo, haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição A.Exemplo:O cônsul enviou várias cartas à sua filha. (à = preposição A + artigo definido A) Sendo assim, vocês podem concluir que, antes de pronome adjetivo possessivo feminino no singular, o emprego do acento grave indicativo de crase será facultativo.

Se o pronome adjetivo possessivo feminino aparecer no plural, oemprego do acento grave será, em regra, obrigatório.

Exemplo:O cônsul enviou várias cartas às suas filhas. (às = preposição A + artigo definido AS)

Dica estratégica!

Se, no contexto, aparecer apenas a preposição A, não ocorrerá crase, ainda que o pronome adjetivo possessivo feminino esteja no plural.

Exemplo:O cônsul enviou várias cartas a suas filhas. (a = preposição rígida)

Pronome substantivo possessivo femininoAntes de pronomes substantivos possessivos femininos (no singular ou

no plural), o emprego do acento grave será obrigatório.

Exemplo:Não deram atenção a(à) minha queixa, nem à sua. (o pronome sua substitui queixa)Não deram atenção às minhas queixas, nem às suas. (o pronome suas substitui queixas)

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ACENTO GRAVE ANTES DE NOMES PRÓPRIOS FEMININOS

Antes de nomes próprios (ou personativos) femininos, o emprego do acento grave será facultativo.

Exemplo:Diga a Joana que a estamos esperando.Diga à Joana que estamos esperando.

Dica estratégica!

Se o nome próprio feminino designar personagem histórica ou entidade religiosa, não se emprega o acento grave, ainda que a regência exija a preposição A.

Exemplos:Na aula de ontem, o estagiário fez alusão a Joana d'Arc.Joana estava solteirona; por isso, pediu um milagre a Nossa Senhora.

Cuidado!

Se o nome próprio feminino que designar personagem histórica ou entidade religiosa estiver determinado, emprega-se o acento grave indicativo de crase.

Exemplo: Na aula de ontem, o estagiário fez alusão à corajosa Joana d'Arc.

ACENTO GRAVE ANTES DE NOMES DE LUGAR FEMININOS

MÉTODO PRÁTICOPara verificar se haverá ou não crase antes de nomes de lugar femininos,

recomendo que vocês utilizem o método prático a seguir, composto por dois versos:

Quem vai A e volta DA, crase há.Quem vai A e volta DE, crase para quê?

Não entenderam? Acompanhem abaixo:

Se, ao substituirmos o verbo IR pelo antônimo VOLTAR, aparecer DA (contração da preposição DE + artigo definido A), constatamos que o topônimo (nome de lugar) admite a anteposição do artigo. Logo, o acento grave indicativo de crase deve ser empregado.

Contudo, se, ao substituirmos o verbo IR pelo antônimo VOLTAR, aparecer somente DE (preposição), constatamos que o nome de lugar feminino não admite a anteposição do artigo. Logo, o acento grave indicativo de crase não deve ser empregado.

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Prof. Fabiano Sales - Aula 05Exemplos:

COM CRASE

Pretendo ir à Bahia. (= Pretendo voltar da Bahia.)Fui à França. (= Voltei da França.)

SEM CRASE

Iremos a Paris. (= Voltaremos de Paris.)Pretendo ir a Copacabana. (= Pretendo voltar de Copacabana.)

Dica estratégica!

Se os topônimos estiverem determinados, ocorrerá a crase. Por quê? Ora, ao substituirmos o verbo IR pelo antônimo VOLTAR, aparece DA (contração da preposição DE + artigo definido A). Logo, o acento grave indicativo de crase deve ser empregado.

Exemplos:Iremos à Paris das luzes. (= Voltaremos da Paris das luzes.)Pretendo ir à Copacabana da Bossa Nova. (= Pretendo voltar da Copacabana da Bossa Nova.)

ACENTO GRAVE EM LOCUÇÕES

Vitoriosos alunos, o acento grave deve ser empregado em locuções cujo núcleo é formado (sempre) por palavra feminina.

As locuções femininas classificam-se em:

- adverbiais: à baila, à beça, às claras, à direita, às escondidas, à esquerda, à força, às moscas, à noite, às pressas, à revelia, à solta, à tarde, às vezes, à vista, à vontade ...

Exemplos:Passarei no concurso e comprarei um carro à vista.Para comemorar a aprovação no concurso, iremos ao teatro à noite.

Cuidado!

Em locuções adverbiais femininas de instrumento, regidas de preposição A, temos um ponto divergente: alguns gramáticos consagrados não recomendam o emprego do acento grave; outros, porém, admitem o emprego do acento grave, a fim de que seja mantida a clareza da frase.

Em um concurso do Banco do Brasil (organizado por outra banca), por exemplo, havia um item em que constava o excerto 'preencher à maquina'. Após os recursos, o item foi anulado, haja vista a divergência doutrinária.

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O que fazer, afinal? No momento da prova, analisem todas as alternativas (inclusive quanto à clareza) antes de julgá-las.

- prepositivas (terminadas por uma preposição essencial): à altura de, à base de, à beira de, às custas de, à espera de, às expensas de, à frente de, à maneira de, à mercê de, à moda de, à procura de ...

Exemplos:Os alunos do Estratégia Concursos ficarão à frente dos demais candidatos.O aluno foi aprovado no concurso; portanto, está à espera da convocação.

Observação!

Na locução prepositiva ATÉ A (equivalente à preposição ATÉ), o emprego da preposição A é facultativo.

Vocês podem me perguntar: Fabiano, é por isso que as gramáticas expõem que, antes da preposição ATÉ, o emprego do acento grave é facultativo? Eu lhes respondo: acompanhem.

Se empregarmos a locução prepositiva ATÉ A, e o termo regido admitir a anteposição do artigo definido A, haverá crase, demarcada pelo acento grave.

Exemplo: Empolgado com a aprovação, corri até à praia de Botafogo. (à = preposição A + artigo definido A)

Por outro lado, se empregarmos somente a preposição ATÉ, não haverácrase.

Exemplo: Empolgado com a aprovação, corri até a praia de Botafogo. (a = artigo definido A)

Perceberam que, após a preposição ATÉ, o emprego da preposição A é facultativo? Por isso, as gramáticas prescrevem que o emprego do acento grave é facultativo.

- conjuntivas: à medida que, à proporção que.

Exemplos:Você ficará mais preparado para o concurso à medida que estudar.À proporção que você for promovido, sua remuneração aumentará.

- adjetivas: à brasileira, à milanesa, à toa ...

Exemplos:Fiquei em casa à toa.Ontem comi um bife à milanesa.

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O acento grave também deve ser empregado em locuções femininas que indicam hora.

Exemplo:Saí de casa às quatro horas da tarde.Ele voltará à uma.

Cuidado!

Indicando tempo passado, devemos usar o verbo HAVER.

Exemplo: O candidato terminou a prova há duas horas.

Indicando tempo futuro, devemos usar a preposição A.

Exemplo: O candidato terminará a prova daqui a duas horas.

11. (ESAF-2005/STN) Assinale a opção que preenche de forma correta as lacunas do texto.

João Paulo II, com a acuidade de sua inteligência e a abrangência e profundidade de sua vivência, cultura e saber, clamou com forte carisma, como verdadeiroherdeiro dos profetas bíblicos,_____1___ perenidade e atualidade dos valores quenos foram transmitidos pelo povo da Aliança e levados___2____ perfeição porJesus Cristo, que revelou a vocação_____ 3____ transcendência da humanidade,seu sentido maior e definitivo. O hedonismo e o utilitarismo induzem____ 4______relativização do respeito_____ 5____ vida humana, em especial_____ 6_______dos mais frágeis e indefesos.

(Paulo Leão, “A fé não teme a razão”, Folha de S. Paulo, 9/4/2005, com adaptações)

1 2 3 4 5 6a) a à à a à àb) a à à à à ac) à à a a a àd) à a a a a àe) à a à a à à

Comentário: Na primeira lacuna, o termo regido é "perenidade”, que admite a anteposição do artigo definido "a”. Entretanto, o termo regente - "clamou” - é transitivo direto, não regendo emprego de preposição. Sendo assim, no trecho "... clamou com forte carisma, como verdadeiro herdeiro dos profetas bíblicos, a perenidade...”, não

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houve o fenômeno da crase. Há tão somente o artigo "a”. Sendo assim, já eliminados as assertivas C, D e E. Na segunda lacuna, o termo regente é "levados”, que exige o emprego da preposição "a”. Por sua vez, o termo regido "perfeição” admite a anteposição do artigo "a”. Logo, no trecho "... levados à perfeição...”, ocorreu o fenômeno da crase. Como a terceira lacuna é igual nas opções A e B, vamos analisar a quarta. No trecho "... O hedonismo e o utilitarismo induzem....”, o vocábulo destacado é o termo regente, que exige o emprego da preposição "a”. Então, sinal de alerta! Por seu turno, o termo regido "relativização” admite a anteposição do artigo definido "a”. Logo, houve a fusão entre esses dois elementos, sendo demarcada pelo acento grave: "... induzem à relativização...”. Eliminamos, assim, a letra A. Portanto, a letra B é o gabarito da questão.

Gabarito: B.

12. (ESAF-2006/CGU) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A iniciativa do governo federal em conjunto com o Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)vai selecionar e dar visibilidade__1___ experiências em todo o país que estãocontribuindo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio(ODM), como __2__ erradicação da extrema pobreza e __3__ redução damortalidade infantil. Os ODM fazem parte de um compromisso assumido, perante__4__Organização das Nações Unidas, por 189 países de cumprir__ 5__18 metassociais até o ano de 2015.

(Em Questão, Subsecretária de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390, Brasília, 06 de janeiro de 2006)

1 / 2 / 3 / 4 / 5a) a / à / à / a / àsb) as / a / a / à / asc) às / à / a / à / àsd) a / a / a / a / ase) as / a / a / à / às

Comentário: Na primeira lacuna, devemos empregar somente a preposição "a”. Esse elemento é exigido pelo termo regente "dar” (VTDI), tendo como complemento direto o vocábulo "visibilidade’ e indireto a palavra "experiências”. Como esta última está no plural, há duas possibilidades:

1â - empregar a forma "às”, caracterizando a fusão entre a preposição "a” e o artigo definido "as”;

2â - empregar a forma "a”, caracterizando uma preposição rígida.

Diante dessas duas hipóteses, já eliminamos as letras B e E.

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Por sua vez, a segunda lacuna deve ser preenchida apenas pelo artigo definido "a”, admitido pelo nome "erradicação”. Portanto, eliminamos as assertivas A e C, tendo a letra D como gabarito da questão.

Vamos analisar as demais lacunas: na terceira, novamente temos somente o artigo definido "a”; na quarta, há apenas o artigo definido "a”, uma vez que já foi empregada a preposição "perante”; por fim, temos somente o artigo definido "as”, pois o termo regente "cumprir” é transitivo direto, não exigindo emprego da preposição "a”.

Gabarito: D.

13. (ESAF-2006/MTE) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

Os primeiros imigrantes trazidos por empresas importadoras eram, em geral,obrigados__1__assinar contratos de parceria com o importador para trabalharemnas lavouras do café do estado de São Paulo. O contratante adiantava__2__despesas de transporte da Europa __3__ colônias e o necessário__4__subsistência inicial. Nas colônias, o imigrante recebia determinado número depés de café para cultivar. Tinha direito__5__meação no resultado da venda.

(Sidnei Machado, http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/ viewPDFInterstitial/1766/1463)

1 2 3 4 5a) à as as à ab) à às às à àc) a as as a ad) a às às a àe) a as às à à

Comentário: Na primeira lacuna, temos apenas a preposição "a”, pois verbos não admitem a anteposição do artigo definido "a”: "... obrigados a assinar...”. Na segunda, o termo regente "adiantava” é transitivo direto e indireto, ou seja, rege emprego da preposição "a” apenas no objeto indireto "às colônias”. Temos, portanto, apenas o artigo definido "as”: "... adiantava as despesas...”; por sua vez, na terceira lacuna houve o emprego do acento grave indicativo de crase, pois ocorreu a fusão entre a preposição "a” e o artigo definido "as”, admitido pelo substantivo "colônias”: "...O contratante adiantava as despesas de transporte da Europa (OD) às colônias (OI) ...”. Já a quarta lacuna deve ser preenchida com a forma "à”, em virtude da fusão da preposição "a”, exigida pelo termo regente "necessário”, com o artigo definido "a”, admitido pelo vocábulo "subsistência”; por fim, a forma correta é "à”, pois vocábulo "direito” rege emprego da preposição "a” , e o termo regido "meação” admite a anteposição do artigo definido "a”: "Tinha direito à meação...”.

Gabarito: E.

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14. (ESAF-2009/SEFAZ-SP) Julgue os a/as destacados no texto abaixo e assinale a opção correta em relação à existência de crase.

A sociedade brasileira, cada vez mais, quer conhecer e debater as políticas, planos e programas de desenvolvimento, previamente a (1) tomada de decisão pelo Poder Público e a (2) luz dos objetivos da sustentabilidade e da melhoria dos processos de negociação e de controle social. Essa discussão é orientada pela busca do melhor juízo sobre a (3) defesa ambiental com vistas a (4) adoção de um processo de natureza negocial, baseado numa abordagem de gestão pública compartilhada, que não deve estar restrita as (5) agências ambientais. Visa, também, à definição de espaços adequados e permanentes para o diálogo de forma a (6) se antecipar aos potenciais conflitos socioambientais associados as (7) propostas de desenvolvimento e a (8) redução de ações de intervenção que remetam as (9) decisões a (10) esfera do Judiciário.

(http://www.planejamento.sp.gov.br/PUBLICACOES/Desenv_sustent_ambientais.pdf)

Devem ser acentuados com acento grave os a/as destacados com os números:

a) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9b) 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10c) 3, 6, 9, 10d) 1, 2, 4, 5, 7, 8, 10e) 1, 2, 5, 6, 10

Comentário: Na opção (1), o termo regente “previamente” exige emprego da preposição “a”, à qual se fundirá o artigo definido “a”, admitido pelo vocábulo “tomada”: “...previamente à tomada de decisão...”. Portanto, eliminados as opções B e C. Na opção (2), temos uma locução feminina “à luz de”, que exige o acento grave. Em (3), há somente o artigo definido “a”, admitido pelo substantivo “defesa”, uma vez que, no trecho, já existe a preposição “sobre”, dispensando a preposição “a”. Por sua vez, a opção (4) apresenta locução prepositiva feminina: “à vista de”. Portanto, devemos empregar o acento grave. Em (5), deve haver o acento grave, haja vista a fusão entre a preposição “a” - exigida pelo vocábulo “restrita” - e o artigo definido “a”, admitido pelo substantivo “agências”. Em (6), o “a” é somente preposição, pois os verbos não admiti m a anteposição do artigo definido feminino “a”. Na opção (7), o “as” deve ser acentuado para mostrar a fusão entre a preposição “a” e o artigo definido “a”, elementos exigidos, respectivamente, pelos vocábulos “associados” e “propostas”. Em (8), o termo regido permaneceu sendo o adjetivo “associados”, tendo, agora, a palavra “redução” como termo regido. Também ocorre, nesse trecho, o emprego do acento grave. Em (9), o termo regente é a forma verbal “remetam”, cuja transitividade é direta e indireta (VTDI). Entretanto, a preposição “a” deve anteceder apenas o complemento indireto “esfera do Judiciário”, o qual admite a anteposição de artigo. Portanto, não há crase em (9), por se tratar de um objeto direto, e há na opção (10).

Gabarito: D.

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15. (ESAF-2009/Agência Nacional de Águas-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise o item a seguir.

O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de despoluição das águas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações de tratamento de esgotos (ETE) é reconhecidamente reduzida, em razão dos altos investimentos iniciais necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altos custos operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos têm incentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de Serviços em ETE, como os Estados Unidos e países da Comunidade Europeia. No Brasil, o problema de viabilidade econômica do investimento público torna-se ainda mais agudo, devido à elevada parcela de população de baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a água de qualidade também é um fator de exclusão social, uma vez que a população de baixa renda dificilmente tem condições de comprar água de qualidade para beber ou até mesmo de pagar assistência médica para remediar as doenças de veiculação hídrica, decorrentes da ausência de saneamento básico.

(http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp)

I. O emprego do sinal indicativo de crase em “ à sua construção” (l.4) é opcional porque é opcional a presença de artigo definido singular feminino antes de “ sua” .

Comentário: Conforme estudamos nas lições, quando o pronome adjetivo possessivo feminino estiver no singular, poderão ocorrer duas situações:

1â) caso o pronome adjetivo possessivo esteja empregado sem artigo, não haverá crase, ainda que o termo regente exija a preposição A.Exemplo: O cônsul enviou várias cartas a sua filha. (a = preposição)

2â) caso o pronome adjetivo possessivo esteja empregado com artigo, haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição A.Exemplo:O cônsul enviou várias cartas à sua filha. (à = preposição A + artigo definido A)

No trecho "...necessários à sua construção...”, o termo regente "necessário” exige o emprego da preposição "a”. Entretanto, o termo regido "sua produção” faculta a utilização do artigo definido "a”. Temos, portanto, um caso facultativo do acento grave indicativo de crase. Logo, a afirmação feita pelo examinador está correta.

Gabarito: Correto.

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16. (ESAF-2010/MPOG)

A preocupação com a herança que deixaremos as (1) gerações futuras está cada vez mais em voga. Ao longo da nossa história, crescemos em número e modificamos quase todo o planeta. Graças aos avanços científicos, tomamos consciência de que nossa sobrevivência na Terra está fortemente ligada a(2) sobrevivência das outras espécies e que nossos atos, relacionados a(3) alterações no planeta, podem colocar em risco nossa própria sobrevivência. Contudo, aliado ao desenvolvimento científico, temos o crescimento econômico que nem sempre esteve preocupado com questões ambientais. O que se almeja é o desenvolvimento sustentável, que é aquele viável economicamente, justo socialmente e correto ambientalmente, levando em consideração não só as(4) nossas necessidades atuais, mas também as(5) das gerações futuras, tanto nas comunidades em que vivemos quanto no planeta como um todo.

(Adaptado de A. P . FOLTZ, A Crise Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável: o crescimento econômico e o meio ambiente. Disponível em http://www.iuspedia.com.br.22 jan. 2008)

Para que o texto acima respeite as regras gramaticais do padrão culto da Língua Portuguesa, é obrigatória a inserção do sinal indicativo de crase em:

a) 1, 2 e 3b) 1 e 2c) 1, 3 e 5d) 2 e 4e) 3, 4 e 5

Comentário: A inserção do sinal indicativo de crase é obrigatória nos itens 1 e 2. Vejamos. Em (1), o termo regido é a forma verbal "deixaremos”, cuja transitividade é direta e indireta. Esse elemento exige, portanto, um complemento direto - o pronome relativo "que” - e um complemento indireto - a expressão "gerações futuras”. Portanto, haverá a fusão obrigatória entre a preposição "a” e o artigo definido "as” no trecho "...herança que deixaremos às gerações futuras...”. Em (2), temos o seguinte: o termo regente "ligada” exige emprego da preposição "a”. Por sua vez, o termo regido "sobrevivência” admite o emprego do artigo definido "a”, ocorrendo, portanto, a fusão obrigatória entre esses dois elementos. Em (3), o emprego do acento grave é proibido por se tratar exclusivamente de uma preposição rígida, exigida pelo termo regente "relacionados”. Isso ocorreu porque o termo regido "alterações” está no plural. Por fim, as opções contidas em (4) e em (5) são apenas objetos diretos do verbo "levar”. Portanto, não há exigência de preposição e, por conseguinte, não ocorreu o fenômeno da crase.

Gabarito: B.

Por hoje é só, pessoal.Bons estudos e até o próximo encontro!

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Prof. Fabiano Sales - Aula 05 QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Em relação ao fragmento de texto abaixo, analise a afirmativa a seguir.

Com demissões de milhares e perdas de bilhões dominando o noticiário de negócios no dia a dia, os sinais de reativação da economia mundial continuam fora do radar. E isso não é o pior. No fim do ano passado, havia a esperança de se iniciar 2009 com a crise financeira contida. Se isso tivesse acontecido, os governos poderiam concentrar-se no combate à retração econômica e ao desemprego. Aquela esperança foi logo desfeita.

(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)

I. A presença de preposição em “ ao desemprego” (l.5) justifica-se pela regência de “ combate” .

2. (ESAF-2002/Receita Federal-Adaptada) Com relação ao emprego das palavras e expressões do texto abaixo, analise a afirmativa a seguir.

O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no computador da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e algarismos. A porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, também. Cada um de nossos cartões tem senha. Se for sensato, você percebe que sua memória não pode ser ocupada com tanta baboseira inútil. Seus neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar, sim, os bons momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega tudo na sua agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre. Agora só falta descobrir em que lugar secreto você vai guardar a senha do lugar secreto que guarda as senhas.

(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)

I. Para que as regras da norma culta sejam respeitadas, é obrigatório o emprego da preposição “ de” regendo a oração “ que ele é escravo” (l.1).

3. (ESAF-2009/SEFAZ-SP-Adaptada) Com relação ao emprego das palavras e expressões do fragmento abaixo, analise a afirmativa a seguir.

O Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas de 2006 e, mais tarde, expulsou de Gaza o Fatah, o partido secular de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Facilitaram a ascensão do extremismo em Gaza a incompetência corrupta do governo do Fatah, o cruel bloqueio à circulação de bens e pessoas imposto por Israel e a opção, tomada por EUA e União Europeia, de ignorar diplomaticamente o Hamas e fortalecer a ANP.

(Folha de S. Paulo, Editorial, 5/1/2009)

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I. O emprego da preposição em “ de ignorar” (l. 6) justifica-se pela regência de “ opção” .

4. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

A chegada da crise financeira mundial__1__pequenos municípios exibe mais umaface perversa do abalo global que já fez tremer os gigantes do crédito internacional.A população mais pobre dessas comunidades começa a pagar preço alto ao__2__situar no lado mais fraco das contas públicas brasileiras. A desaceleração daatividade econômica já seria suficiente__3__provocar uma expressiva perda dearrecadação em todos os níveis da administração pública. Mas 4 umcomplicador a mais para os municípios pequenos. Forçado 5 concederdesonerações tributárias para ajudar a manutenção de empregos, o governo federal abriu mão de parte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), um dos principais formadores do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Por causa da excessiva proliferação de cidades, muitas vezes, emancipadas apenas para atender a interesses de grupos políticos locais, é imensa a quantidade deorçamentos dessas comunidades em todo o país que dependem quase __6__exclusivamente desse fundo.

(Estado de Minas, 3/3/2009)

1 2 3 4 5 6a) nos o ao a em queb) aos se para há a quec) a a de é de emd) por lhe por existe por dee) em o ao é por de

5. (ESAF-2006/CGU-Adaptada) Com relação aos aspectos linguísticos do texto abaixo, analise o item a seguir.

O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na história do pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas tecnologias da comunicação, de artes, de materiais e de genética, ocorreram mudanças paradigmáticas no modo de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral, as críticas apontam para as raízes da maioria dos atuais conceitos sobre o homem e seus aspectos, constituídos no momento histórico iniciado no século XV e consolidado no século XVIII. A modernidade que surgira nesse período é agora criticada em seus pilares fundamentais, como a crença na verdade, alcançável pela razão, e na linearidade histórica rumo ao progresso. Para substituir esses dogmas, são propostos novos valores, menos fechados e categorizantes.

(http://pt.wikipedia.org (acessado em 14 de dezembro de 2005, com adaptações))

I. A retirada da preposição “ a” antes de “ um processo” (l.1) preservaria a correção gramatical da oração, mas alteraria o sentido do verbo assistir e, consequentemente, prejudicaria a coerência textual.

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6. (ESAF-2006/TCU) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

A precariedade dos serviços públicos é responsável por cerca de(1) 8% das barreiras ao crescimento do País. Esse impacto se deve aos(2) efeitos em cascata que as deficiências no setor público causam à economia. No Brasil, esses problemas parecem tão arraigados à rotina nacional que aparentam ser imutáveis.

Não são. O Reino Unido está implementando uma reforma que visa o(3) aumento de produtividade e à melhoria da qualidade dos serviços públicos. O primeiro passo aconteceu com o estabelecimento de alguns princípios:

> metas nacionais de desempenho, mensuráveis e disponíveis para comparação pelo público;

> clara definição de responsabilidades entre as entidades públicas;

> aumento de flexibilidade, por meio da(4) simplificação de processos e da redução da burocracia;

> oportunidade de escolha por parte do público em relação aos provedores de serviços.

A estimativa é que(5) essas reformas aumentem o PIB do País em 16 bilhões de libras.

(Adaptado de Revista Veja, n. 49, p. 154.)a) 1b) 2c) 3d) 4e) 5

7. (ESAF-2002/Receita Federal-Adaptada) Com relação à correção gramatical, analise os períodos a seguir.

I. A prática do racismo é definida como crime na Lei n° 7.716/89, isto é, nessa Lei estão definidas várias condutas que implicam tratamento discriminatório, motivado pelo preconceito racial. / A prática do racismo é definida como crime na Lei n° 7.716/89, isto é, nessa Lei estão definidas várias condutas que implicam em tratamento discriminatório, motivado pelo preconceito racial.

8. (ESAF-2002/STN-Adaptada) Em relação aos aspectos do texto, analise a afirmativa a seguir.

No passado, para garantir o sucesso de um filho ou de uma filha, bastava conseguir que eles tirassem um diploma de curso superior. Uma vez formados, seriam automaticamente chamados de "doutor” e teriam um salário de classe média para o resto da vida. De uns anos para cá, essa fórmula não funciona mais. Quem quiser

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garantir o futuro dos filhos, além do curso superior, terá de lhes arrumar um capital inicial. Esse capital deverá ser suficiente para o investimento que gerará um emprego para seu filho.

I. A regência do verbo “ chamar” empregada no texto (l.3) é considerada coloquial. A gramática ortodoxa recomenda, como mais formal, o emprego desse verbo como transitivo direto.

9. (ESAF-2004/Instituto Rio Branco) Identifique a letra em que uma das frases apresenta erro de regência verbal.

a) Atender uma explicação.Atender a um conselho.

b) O diretor atendeu aos interessados.O diretor atendeu-os no que foi possível.

c) Atender às condições do mercado.Os requerentes foram atendidos pelo juiz.

d) Atender o telefone.Atender ao telefone.

e) Ninguém atendeu para os primeiros sintomas da doença.Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio.

10. (ESAF-2005/STN-Adaptada) Com base nos aspectos linguísticos do texto abaixo, analise a afirmativa a seguir.

Os administradores de sociedades limitadas podem responder solidariamente perante a sociedade pelo mal desempenho de suas atribuições. Uma dessas hipóteses é justamente não comunicar aos demais associados a cessão das cotas por parte de alguns sócios a terceiros que não dispõe de patrimônio apto a honrar o compromisso.

I. O verbo “ comunicar” (l.3) está empregado erradamente, pois exige objeto direto de pessoa e indireto de coisa: comunicar alguém de/sobre/acerca de alguma coisa.

11. (ESAF-2005/STN) Assinale a opção que preenche de forma correta as lacunas do texto.

João Paulo II, com a acuidade de sua inteligência e a abrangência e profundidade de sua vivência, cultura e saber, clamou com forte carisma, como verdadeiroherdeiro dos profetas bíblicos,____ 1____ perenidade e atualidade dos valores quenos foram transmitidos pelo povo da Aliança e levados___2____ perfeição porJesus Cristo, que revelou a vocação_____ 3____ transcendência da humanidade,

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seu sentido maior e definitivo. O hedonismo e o utilitarismo induzem____ 4______relativização do respeito_____ 5____ vida humana, em especial_____ 6_______dos mais frágeis e indefesos.

(Paulo Leão, “A fé não teme a razão”, Folha de S. Paulo, 9/4/2005, com adaptações)

1 2 3 4 5 6a) a à à a à àb) a à à à à ac) à à a a a àd) à a a a a àe) à a à a à à

12. (ESAF-2006/CGU) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A iniciativa do governo federal em conjunto com o Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)vai selecionar e dar visibilidade__1___ experiências em todo o país que estãocontribuindo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio(ODM), como 2 erradicação da extrema pobreza e 3 redução damortalidade infantil. Os ODM fazem parte de um compromisso assumido, perante__4__Organização das Nações Unidas, por 189 países de cumprir__ 5__18 metassociais até o ano de 2015.

(Em Questão, Subsecretária de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390, Brasília, 06 de janeiro de 2006)

1 / 2 / 3 / 4 / 5a) a / à / à / a / àsb) as / a / a / à / asc) às / à / a / à / àsd) a / a / a / a / ase) as / a / a / à / às

13. (ESAF-2006/MTE) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

Os primeiros imigrantes trazidos por empresas importadoras eram, em geral, obrigados __1__assinar contratos de parceria com o importador para trabalharemnas lavouras do café do estado de São Paulo. O contratante adiantava__2__despesas de transporte da Europa __3__ colônias e o necessário__4__subsistência inicial. Nas colônias, o imigrante recebia determinado número depés de café para cultivar. Tinha direito__5__meação no resultado da venda.

(Sidnei Machado, http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/ viewPDFInterstitial/1766/1463)

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1 2 3 4 5a) à as as à ab) à às às à àc) a as as a ad) a às às a àe) a as às à à

14. (ESAF-2009/SEFAZ-SP) Julgue os a/as destacados no texto abaixo e assinale a opção correta em relação à existência de crase.

A sociedade brasileira, cada vez mais, quer conhecer e debater as políticas, planos e programas de desenvolvimento, previamente a (1) tomada de decisão pelo Poder Público e a (2) luz dos objetivos da sustentabilidade e da melhoria dos processos de negociação e de controle social. Essa discussão é orientada pela busca do melhor juízo sobre a (3) defesa ambiental com vistas a (4) adoção de um processo de natureza negocial, baseado numa abordagem de gestão pública compartilhada, que não deve estar restrita as (5) agências ambientais. Visa, também, à definição de espaços adequados e permanentes para o diálogo de forma a (6) se antecipar aos potenciais conflitos socioambientais associados as (7) propostas de desenvolvimento e a (8) redução de ações de intervenção que remetam as (9) decisões a (10) esfera do Judiciário.

(http://www.planejamento.sp.gov.br/PUBLICACOES/Desenv_sustent_ambientais.pdf)

Devem ser acentuados com acento grave os a/as destacados com os números:

a) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9b) 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10c) 3, 6, 9, 10d) 1, 2, 4, 5, 7, 8, 10e) 1, 2, 5, 6, 10

15. (ESAF-2009/Agência Nacional de Águas-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise o item a seguir.

O tratamento de esgotos é fundamenta para qualquer programa de despoluição das águas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações de tratamento de esgotos (ETE) é reconhecidamente reduzida, em razão dos altos investimentos iniciais necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altos custos operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos têm incentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de Serviços em ETE, como os Estados Unidos e países da Comunidade Europeia. No Brasil, o problema de viabilidade econômica do investimento público torna-se ainda mais agudo, devido à elevada parcela de população de baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a água de qualidade também é um fator de exclusão social, uma vez que a população de baixa renda dificilmente tem condições de comprar água de qualidade para beber ou até mesmo de pagar assistência médica para remediar as doenças de veiculação hídrica, decorrentes da ausência de saneamento básico.

(http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp)

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I. O emprego do sinal indicativo de crase em “ à sua construção” (l.4) é opcional porque é opcional a presença de artigo definido singular feminino antes de “ sua” .

16. (ESAF-2010/MPOG)

A preocupação com a herança que deixaremos as (1) gerações futuras está cada vez mais em voga. Ao longo da nossa história, crescemos em número e modificamos quase todo o planeta. Graças aos avanços científicos, tomamos consciência de que nossa sobrevivência na Terra está fortemente ligada a(2) sobrevivência das outras espécies e que nossos atos, relacionados a(3) alterações no planeta, podem colocar em risco nossa própria sobrevivência. Contudo, aliado ao desenvolvimento científico, temos o crescimento econômico que nem sempre esteve preocupado com questões ambientais. O que se almeja é o desenvolvimento sustentável, que é aquele viável economicamente, justo socialmente e correto ambientalmente, levando em consideração não só as(4) nossas necessidades atuais, mas também as(5) das gerações futuras, tanto nas comunidades em que vivemos quanto no planeta como um todo.

(Adaptado de A. P . FOLTZ, A Crise Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável: o crescimento econômico e o meio ambiente. Disponível em http://www.iuspedia.com.br.22 jan. 2008)

Para que o texto acima respeite as regras gramaticais do padrão culto da Língua Portuguesa, é obrigatória a inserção do sinal indicativo de crase em:

a) 1, 2 e 3b) 1 e 2c) 1, 3 e 5d) 2 e 4e) 3, 4 e 5

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Gabarito

01. Correta 09. E02. Correta 10. Errada03. Correta 11. B04. B 12. D05. Correto 13. E06. C 14. D07. Correto 15. Correta08. Errada 16. B

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