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Eliane Aparecida dos Reis08614095660 1 Aula 2 (Sintaxe da oração, do período composto por subordinação substantiva, adjetiva e pontuação) Olá, como estamos? Não deixe a matéria acumular, ok!! Isso é muito importante para se manter motivado e organizado. Estou sempre à disposição no fórum para procurar ajudá-lo(a)!!! Na aula passada, você viu em muitas questões a expressão “valor semântico”; a partir desta, começará a perceber expressões como “prejuízo morfológico”, “erro sintático” etc. Mas o que significam essas expressões? Para responder a isso, vamos trabalhar os princípios gramaticais. A gramática normativa divide-se em três estruturas básicas: a semântica, a morfologia e a sintaxe. O valor semântico é o sentido que o vocábulo terá no contexto da frase. A base de seu estudo são os sentidos das conjunções coordenativas, subordinativas adverbiais, preposições, além dos substantivos, adjetivos, advérbios. A morfologia é tudo que norteia o vocábulo em si: a fonologia (som da palavra), a estrutura da palavra, a ortografia, a acentuação gráfica e as classes de palavras. Estas classes são os nomes dos vocábulos dentro de uma frase. Esses vocábulos podem ser: a) substantivo (dá nome aos seres); b) artigo (determina o substantivo); c) adjetivo (caracteriza o substantivo); d) advérbio (modifica o verbo, adjetivo ou outro advérbio); e) pronome (substitui ou acompanha um termo substantivo); f) verbo (transmite processos, como ação, atividade intelectual, desejo, etc); g) conjunção (liga orações ou palavras); h) preposição (liga orações, palavras ou inicia complementos); i) numeral (quantifica, ordena, multiplica ou divide os seres); j) interjeição (marca exclamações). Essas classes de palavras normalmente ocupam uma função sintática, que é o seu desempenho dentro de uma oração. Uma classe gramatical pode desempenhar várias funções sintáticas, dependendo do contexto em que é inserida. Um substantivo, por exemplo, pode desempenhar as funções de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo, vocativo, aposto, agente da passiva. Já um adjetivo pode, além das funções de predicativo e aposto, desempenhar a de adjunto adnominal. O advérbio ocupa unicamente a função de adjunto adverbial. Das classes gramaticais, as que não possuem funções sintáticas são o verbo, a conjunção, a preposição e a interjeição. PORTUGUÊS P/ ATA (ESAF) - TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS PROFESSOR: DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br Português p/ Assistente Técnico-Administrativo (ESAF) (teoria e questões comentadas)

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Aula 2

(Sintaxe da oração, do período composto por subordinação substantiva, adjetiva e pontuação)

Olá, como estamos?

Não deixe a matéria acumular, ok!! Isso é muito importante para se manter motivado e organizado.

Estou sempre à disposição no fórum para procurar ajudá-lo(a)!!! Na aula passada, você viu em muitas questões a expressão “valor

semântico”; a partir desta, começará a perceber expressões como “prejuízo morfológico”, “erro sintático” etc. Mas o que significam essas expressões?

Para responder a isso, vamos trabalhar os princípios gramaticais. A gramática normativa divide-se em três estruturas básicas: a

semântica, a morfologia e a sintaxe. O valor semântico é o sentido que o vocábulo terá no contexto da frase. A base de seu estudo são os sentidos das conjunções coordenativas, subordinativas adverbiais, preposições, além dos substantivos, adjetivos, advérbios.

A morfologia é tudo que norteia o vocábulo em si: a fonologia (som da palavra), a estrutura da palavra, a ortografia, a acentuação gráfica e as classes de palavras. Estas classes são os nomes dos vocábulos dentro de uma frase. Esses vocábulos podem ser:

a) substantivo (dá nome aos seres); b) artigo (determina o substantivo); c) adjetivo (caracteriza o substantivo); d) advérbio (modifica o verbo, adjetivo ou outro advérbio); e) pronome (substitui ou acompanha um termo substantivo); f) verbo (transmite processos, como ação, atividade intelectual, desejo, etc); g) conjunção (liga orações ou palavras); h) preposição (liga orações, palavras ou inicia complementos); i) numeral (quantifica, ordena, multiplica ou divide os seres); j) interjeição (marca exclamações).

Essas classes de palavras normalmente ocupam uma função sintática, que é o seu desempenho dentro de uma oração.

Uma classe gramatical pode desempenhar várias funções sintáticas, dependendo do contexto em que é inserida. Um substantivo, por exemplo, pode desempenhar as funções de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo, vocativo, aposto, agente da passiva. Já um adjetivo pode, além das funções de predicativo e aposto, desempenhar a de adjunto adnominal. O advérbio ocupa unicamente a função de adjunto adverbial. Das classes gramaticais, as que não possuem funções sintáticas são o verbo, a conjunção, a preposição e a interjeição.

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Veja a seguir um quadro que estrutura melhor essa explicação:

Classe de palavras Função sintática Substantivo

(valor substantivo)

Núcleo do sujeito Núcleo do objeto direto Núcleo do objeto indireto Núcleo do complemento nominal Núcleo do aposto Núcleo do predicativo Núcleo do agente da passiva Vocativo

Adjetivo

(valor adjetivo)

Aposto Adjunto adnominal Predicativo

Artigo (valor adjetivo) Adjunto adnominal Núcleo do sujeito Núcleo do objeto direto Núcleo do objeto indireto (valor substantivo) Núcleo do complemento nominal Pronome Núcleo do aposto Núcleo do predicativo Núcleo do agente da passiva Vocativo Aposto (valor adjetivo) Adjunto adnominal Predicativo Núcleo do sujeito Núcleo do objeto direto Núcleo do objeto indireto (valor substantivo) Núcleo do complemento nominal Núcleo do aposto Numeral Núcleo do predicativo Núcleo do agente da passiva Vocativo Aposto (valor adjetivo) Adjunto adnominal Predicativo Advérbio Adjunto adverbial Verbo

(sem função sintática) Preposição Conjunção Interjeição

Naturalmente, você não tem que decorar esse quadro, ele é apenas um elemento de consulta, para que você compreenda melhor a diferença entre morfologia, semântica e sintaxe; pois, quando a ESAF junta os conteúdos numa só questão, isso ajudará muito.

Esta aula é uma continuação da anterior. Na aula passada, vimos os valores semânticos das conjunções coordenativas e subordinativas adverbiais, além da pontuação. Nesta, vamos falar primeiro da sintaxe da oração, para trabalharmos as orações subordinadas substantivas e adjetivas.

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Vamos retomar a construção básica da oração, vista na aula passada:

1. O candidato realizou a prova. 2. duvidou do gabarito. 3. enviou recursos à banca examinadora. 4. tem certeza de sua aprovação. 5. viajou. 6. estava tranquilo.

Vimos, simplificadamente, que os verbos se flexionam de acordo com o

sujeito e que essa relação é chamada de concordância verbal, a qual veremos na aula 3.

Também vimos que os verbos “realizou”, “duvidou”, “enviou” e “tem” são transitivos, pois exigem complementos.

Algumas vezes, esse complemento verbal é precedido de preposição. Para facilitar o entendimento, podemos dizer que essa preposição seria um obstáculo. Havendo uma preposição, o trânsito é indireto. Retirando-se a preposição, o trânsito é livre, direto.

Então, observe o verbo “realizou”. Ele não exige preposição. Assim, o termo que vem em seguida é seu complemento verbal direto. Já o complemento do verbo “duvidou” é indireto, pois o trânsito está dificultado (indireto) tendo em vista a preposição “de”.

Já que, na frase 1, há complemento verbal direto, o verbo “realizou” é chamado de transitivo direto (VTD). Na frase 2, como há preposição exigida pelo verbo “duvidou”, diz-se que este verbo é transitivo indireto (VTI) e seu complemento é indireto. Na frase 3, há dois complementos exigidos pelo verbo: um direto e outro indireto.

A gramática dá o nome a todo complemento verbal de objeto, por isso o complemento verbal direto é o objeto direto (OD) e o complemento verbal indireto é o objeto indireto(OI).

Já que entendemos que a transitividade é uma exigência do verbo, pois necessita de um complemento verbal, a gramática dá o nome a este processo de “Regência”, pois ele exige (rege) o complemento. Se é um verbo que exige, é natural que a regência seja verbal. Há um capítulo nas gramáticas que trabalha só isso: Regência Verbal (reconhecimento da transitividade do verbo), a qual veremos na aula 4. Mas agora cabe apenas entender a estrutura abaixo:

1. O candidato realizou a prova. VTD + OD

2. duvidou do gabarito. VTI + OI

3. enviou recursos à banca examinadora. VTDI + OD + OI

sujeito predicado

Regência Verbal

sujeito predicado

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Mas não é só o verbo que pode ser transitivo. Nome também pode ter transitividade. Nomes como “certeza”, obediência, dúvida, longe, perto, fiel, etc são chamados de transitivos porque necessitam de um complemento para terem sentido. Alguém tem certeza de algo, dúvida de algo, obediência a alguém ou a algo. Alguém mora perto de outra pessoa ou longe dela. Alguém é fiel a algo ou a alguém.

Estes nomes exigem transitividade, com isso há um complemento, o qual é chamado de complemento nominal (CN).

Logicamente, há contextos em que o complemento não estará explícito na frase; por exemplo, se queremos dizer que alguém reside muito distante, podemos dizer que ele mora longe. Neste caso o nome “longe” deixou de ser transitivo, não exigiu o complemento nominal, pois este ficou implícito. Por isso não devemos decorar, mas entender o contexto, a funcionalidade. Se o complemento não está explícito, não temos de identificá-lo. Assim, tudo depende do contexto.

Vimos que a regência verbal trata basicamente do complemento do verbo. Se há um nome que exige complemento, então temos a Regência Nominal. Veja a frase 4:

4. O candidato tem certeza de sua aprovação. VTD + OD + CN

Note que o verbo “tem” é transitivo direto e “certeza” é o objeto direto. A

expressão “de sua aprovação” não complementa o verbo, mas o nome “certeza”: certeza de sua aprovação.

O estudo da Regência Nominal, na realidade, é realizado para descobrirmos quais preposições iniciam o complemento nominal.

Então atente quanto à diferença da oração 3 (VTDI + OD + OI) para a 4 (VTD + OD + CN).

A oração 5 já foi explorada na aula passada. Note que o verbo “viajou” não exige nenhum complemento verbal. Então não há transitividade:

O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho. Assim, o termo que se segue a este verbo é o adjunto adverbial. Essas 5 frases possuem verbos com transitividade (VTD, VTI, VTDI) e

sem transitividade (VI). Toda vez que, na oração, ocorrerem esses tipos verbais, dizemos que eles são os núcleos (palavra mais importante) do predicado, assim teremos os Predicados Verbais, com a seguinte estrutura:

Predicado verbal = VTD + OD VTI + OI VTDI + OD + OI VI

sujeito predicado

Regência Nominal

sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv tempo

Adj Adv modo

Adj Adv causa

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Esse é o esquema básico, mas nada impede de haver adjunto adverbial e complemento nominal em todos eles.

Bom, falta apenas um tipo de verbo: o de ligação.

Veja a frase 6: O candidato estava tranquilo.

O termo “tranquilo” caracteriza o sujeito “O candidato”, por isso se flexiona de acordo com ele. O verbo “estava” serve para ligar esta característica ao sujeito, por isso é chamado de verbo de ligação, e o termo que caracteriza o sujeito é chamado de predicativo.

Note que, se o sujeito fosse “candidata”, naturalmente o predicativo seria “tranquila". A essa flexão de um predicativo em relação ao sujeito damos o nome de Concordância Nominal. Nas gramáticas, há um capítulo só para a concordância nominal (veremos na aula 3), e a flexão do predicativo em relação ao sujeito é um dos pontos principais, mas isso será aprofundado na próxima aula.

O predicativo sempre será o núcleo, por causa disso seu predicado é chamado de Predicado Nominal, com a seguinte estrutura:

Predicado Nominal = VL + predicativo

O predicativo não ocorre somente no predicado nominal, ele também pode fazer parte do predicado verbo-nominal; mas isso é assunto para outra aula. Por enquanto, é importante entender a seguinte estrutura:

1. O candidato realizou a prova. VTD + OD

2. duvidou do gabarito. VTI + OI

3. enviou recursos à banca examinadora. VTDI + OD + OI

4. tem certeza de sua aprovação.

VTD + OD + CN 5. viajou.

VI 6. estava tranquilo.

VL + predicativo

Com nisso, vimos a estrutura básica dos predicados verbal (VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI) e nominal (VL + predicativo). Portanto, podemos perceber que, entre sujeito, verbo, complementos (verbais e nominais) e predicativo, não há vírgula. Observe as orações anteriores. Elas não possuem vírgula, justamente porque são constituídas de termos básicos da oração.

sujeito predicado

Concordância verbal

Concordância nominal

Regência verbal

Regência nominal

Predicado Nominal

Predicado Verbal

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Atente ao fato de que os objetos direto e indireto servem para completar o sentido do verbo e o complemento nominal serve para completar o sentido do nome. Lembre-se também de que o predicativo existe para caracterizar o sujeito.

Vimos que o verbo intransitivo não exige complemento verbal, mas pode necessitar de adjunto adverbial para transmitir uma circunstância.

Veja: Adoeci. Fui à praia.

verbo intransitivo adjunto adverbial de lugar predicado verbal

Na realidade, há dois tipos de verbos intransitivos.

O primeiro diz respeito àquele que não exige nenhum termo que complemente seu sentido, como “Adoeci.”; “Juvenal morreu.”; “Um vendaval ocorreu.”. Esses verbos não necessitam de termo que os complete. Esse tipo de intransitividade mostra que o verbo por si só já transmite o sentido necessário; podendo o autor acrescentar termos acessórios para transmitir mais clareza ou ser mais pontual no sentido, por exemplo: “Adoeci por causa do mal tempo.”; “Juvenal morreu anteontem.” e “Um vendaval ocorreu aqui.”.

Por outro lado, existe a intransitividade que necessita de um termo que produza sentido. Se alguém diz que vai, tem que dizer que vai a algum lugar. Se alguém diz que voltou, tem que continuar a fala mostrando de onde voltou. Por isso muita gente confunde esse tipo de intransitividade com a transitividade indireta; mas há uma diferença muito grande, pois o termo que completa o sentido deste tipo de intransitividade transmite normalmente circunstâncias de lugar ou modo. Veja:

Vou a São Paulo. Vim de Manaus. Estou bem.

O objeto indireto apenas completa o sentido do verbo, ele não transmite valores circunstanciais de lugar ou de modo, sentidos que são demonstrados nos vocábulos “a São Paulo”, “de Manaus” e “bem”. Quando se quer saber se há circunstância de lugar ou modo, faz-se a pergunta “Onde?”, “Como?”, respectivamente.

Didaticamente, podemos dividir o adjunto adverbial em dois tipos:

Adjunto adverbial solto: O problema ocorreu naquela tarde de sábado. Adjunto adverbial preso: Eu estou bem.

Eu estou em São Paulo. Eu vim de São Paulo.

Caro aluno, esta divisão dos adjuntos adverbiais é apenas didática, não é cobrada em prova dessa forma, mas entendermos isso é importante para a pontuação. Veja que não é comum vermos vírgula separando adjuntos adverbiais presos, como as três últimas frases. Já com o adjunto adverbial solto, é natural podermos inserir a vírgula. Veja:

O problema ocorreu, naquela tarde de sábado.

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Sintaticamente, o adjunto adverbial é o termo que modifica o verbo, o adjetivo ou o advérbio, atribuindo-lhes uma circunstância qualquer.

Os atletas correram muito. (modifica verbo) Seu projeto é muito interessante. (modifica adjetivo) O time jogou muito mal. (modifica advérbio)

a) O adjunto adverbial pode ser representado por um advérbio, uma locução adverbial ou um pronome relativo.

Deixei o embrulho aqui. (advérbio) À noite conversaremos. (locução adverbial) A empresa onde trabalhei faliu. (pronome relativo)

b) Pode ocorrer elipse (omissão) da preposição antes de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, ela não veio. (Naquela noite)

Domingo ela estará aqui. (No domingo) Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (De ouvidos atentos)

Veja os principais valores semânticos dos adjuntos adverbiais:

1) afirmação: Farei realmente a prova. 2) negação: Não estarei presente. 3) dúvida: Talvez eu lhe peça explicação. 4) tempo: Ontem poucos fizeram comentários. 5) lugar: A caixa ficou atrás do armário. 6) modo: Todos saíram às pressas. 7) intensidade: A criança chorava muito. 8) causa: Tremiam de medo. (O medo causava a tremedeira) 9) condição: Não vivemos sem ar. (O ar é a condição para que vivamos) 10) instrumento: Machucou-se com a lâmina. 11) meio: Viajaram de trem. 12) assunto: Falavam sobre economia. (A economia era o assunto da conversa) 13) concessão: Apesar do frio, tirou a camisa. (ideia de contraste: normalmente não se tira a camisa no frio) 14) conformativa: Agiu conforme a situação. 15) fim ou finalidade: Trabalhava para o bem geral. 16) companhia: Voltei com meu amigo. (junto com ele) 17) preço ou valor: O livro custou cem reais.

Questão 1: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: Mesmo assim, torna-se importante considerar que o fantasma do desemprego não deixa de estar presente, embora suas consequências sejam mais atenuadas sobre a mão-de-obra juvenil.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A negativa na expressão “não deixa de estar presente” corresponde semanticamente a deixa de não estar ausente. Comentário: Note que a mudança de posição do advérbio de negação faz com que o sentido mude. No texto original, há uma negação referente ao verbo “deixar”. Com a substituição, passa a haver uma negação referente ao verbo “estar”. Gabarito: E

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Questão 2: Técnico da Receita Federal 2003 Fragmento do texto: O panorama da sociedade contemporânea sugere-nos incontáveis abordagens da ética. À medida que a modernidade — ou a pós-modernidade — avança, novas facetas surgem com a metamorfose do espírito humano e sua variedade quase infinita de ações.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A preposição “com”(ℓ.3) está sendo empregada para conferir a ideia de comparação entre “novas facetas”(ℓ.3) e “metamorfose do espírito humano”(ℓ.3 e 4). Comentário: É a conjunção “como” que poderia transmitir o sentido de comparação entre “novas facetas”(ℓ.3) e “metamorfose do espírito humano”(ℓ.3 e 4). Neste contexto, a preposição “com” tem o valor adverbial de meio. Para nos certificarmos desse valor, podemos subentender a locução “por meio de”. Gabarito: E Questão 3: Secretaria de Fazenda RJ 2010 Fragmento do texto: A divulgação do resultado do Tesouro Nacional e das contas fiscais poderia criar certo otimismo. No quadrimestre, o Tesouro apresentou um superávit primário equivalente a 2,38% do PIB, ante 2,02% no mesmo período de 2009, e para o conjunto do setor público esse superávit já supera a meta do ano (3,3% do PIB).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir o termo “ante”(ℓ.3) por perante. Comentário: O erro da questão foi o verbo “Prejudica-se”. A preposição “ante” tem o sentido de posicionamento. É importante ressaltar que ela não exige outra preposição. A preposição “perante” transmite a mesma ideia de posicionamento e também não admite ser seguida de outra preposição. Por isso, pode-se, sim, substituir uma pela outra sem prejuízo gramatical. Gabarito: E Questão 4: Técnico de Finanças e Controle 2000 Texto: O mercado de ações desempenha duas funções importantes: fornece um mercado de novos lançamentos, em que as companhias e o governo podem levantar capital através da venda de novas cotas e ações, além de um mercado secundário para a compra e venda diária de ações e participações já existentes.

(Adaptado de Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais – Isto É- p.204 e 205)

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A palavra “através” pode ser substituída pela expressão por intermédio. Comentário: A palavra “através”, segundo a norma culta, não deve ser usada com o sentido adverbial de meio. Ela tem o sentido implícito do verbo “atravessar”. Por exemplo, posso dizer que caminhei através da mata (atravessei a mata). A banca ESAF quis que você observasse a adequação vocabular. O uso

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culto implica retirar a preposição “através” e substituir pela locução “por meio de” ou “por intermédio de”. Agora, sim, temos o adjunto adverbial de meio, corretamente usado de acordo com a norma culta. Note que a banca não informou que o uso no texto original está errado, pois é muito usado na linguagem coloquial. Ela apenas quis adequar o vocábulo ao uso culto. Gabarito: C Questão 5: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: Há uma relação importante entre a fragilidade dos órgãos da administração e determinadas deficiências do sistema tributário nacional.

Julgue as afirmativas como CERTAS (C) ou ERRADAS (E) Em “órgãos da administração e determinadas deficiências” a conjunção “e” corresponde, gramatical e semanticamente, à preposição com. Comentário: A preposição “entre” delimita intervalo entre elementos (entre uma coisa e outra). Essa preposição exige a conjunção “e”. Por isso, não corresponde à preposição “com”. Gabarito: E Questão 6: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: O mundo de hoje, especialmente nos países que adotam o sistema capitalista, apresenta acentuados desníveis econômicos, sociais e políticos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Mantém-se a característica modificadora, restritiva de mundo, na expressão “mundo de hoje” mesmo se dela for retirada a preposição. Comentário: A expressão “de hoje” liga-se ao substantivo “mundo”, restringindo-o. Isso quer dizer que essa expressão é uma locução adjetiva na função sintática de adjunto adnominal. Com a retirada da preposição “de”, o vocábulo “hoje” deixa de se ligar ao substantivo. Ele passa a ocupar a função sintática de adjunto adverbial de tempo e a ter ligação com o verbo “apresenta”. Perceba isso com os deslocamentos apontados abaixo:

O mundo hoje (...) apresenta acentuados desníveis econômicos... Hoje o mundo (...) apresenta acentuados desníveis econômicos... O mundo (...) apresenta hoje acentuados desníveis econômicos... O mundo (...) apresenta acentuados desníveis econômicos (...) hoje.

Esses deslocamentos provam que há o adjunto adverbial. Mas note que, mesmo mudando a função sintática, ele não deixa de restringir a ideia de atualidade. Não é o mundo em qualquer momento na história, é o mundo no momento atual: hoje. Gabarito: C Vimos os valores semânticos dos adjuntos adverbiais, agora exercitaremos a pontuação.

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Pontuação com adjunto adverbial “solto”

É marcante nos adjuntos adverbiais a sua mobilidade posicional, pois este termo pode movimentar-se para o início, para o meio ou para o fim da oração. Essa mobilidade é percebida nos termos soltos, os quais não são exigidos pelo verbo, apenas ampliam o contexto com a circunstância. Isso é notado principalmente nos advérbios de lugar, tempo e modo; nos advérbios que modificam toda a oração (e não somente um termo); e nas locuções adverbiais:

O custo de vida é bem alto em Brasília. Em Brasília, o custo de vida é bem alto. O custo de vida, em Brasília, é bem alto. O custo de vida é bem alto, em Brasília.

Prefeitos de várias cidades foram a Brasília. A Brasília prefeitos de várias cidades foram. Prefeitos de várias cidades a Brasília foram. Naturalmente, você já percebeu o problema. Sim, eu sei. Quando a locução adverbial solta for de grande extensão e estiver

antecipada da oração ou no meio dela, a vírgula será obrigatória. Se estiver no final, a vírgula será facultativa.

Antes da última rodada, o time já se dizia campeão. O time, antes da última rodada, já se dizia campeão. O time já se dizia, antes da última rodada, campeão. O time já se dizia campeão, antes da última rodada. O time já se dizia campeão antes da última rodada.

Questão 7: Técnico da Receita Federal 2000 Médio Fragmento do texto: No ano passado, pessoas e empresas contribuíram com 51 bilhões de reais para os cofres públicos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Para separar adjunto adverbial anteposto após “passado”, a vírgula é opcional. Comentário: A expressão “No ano passado” é entendida como adjunto adverbial de pequena extensão. Assim, a vírgula é facultativa. Gabarito: C

Técnico da Receita Federal 2003

Texto: 1

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O governo, de janeiro a maio deste ano, arrecadou R$ 937 milhões adicionais por meio do Programa de Integração Social – PIS. Em dezembro do ano passado, a ali-quota da contribuição subiu de 0,65% para 1,65%. O aumento foi concedido para com-pensar possíveis perdas de arrecadação com o fim da cumulatividade – incidência da con-

Esta locução adverbial de lugar não é exigida pelo verbo, por isso se considera um termo solto, o qual pode receber vírgula. Compare com a seguinte.

Esta locução adverbial de lugar é exigida pelo verbo, por isso não se considera termo solto, ela pode se mover na oração, mas não recebe vírgula.

Os advérbios referem-se a toda a oração.

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tribuição em todas as etapas da fabricação do mesmo produto –, que foi aprovado no final do ano passado.

(Sílvia Mugnatto, Folha de S.Paulo, 01/09/2003)

Julgue estas afirmativas como CERTAS (C) ou ERRADAS (E) Questão 8: As vírgulas da linha 1 se justificam por isolar um complemento circunstancial intercalado entre o sujeito e o predicado do período. Comentário: Termo circunstancial é o mesmo que adjunto adverbial. Esse termo está intercalado. Assim, recebe a dupla vírgula. Gabarito: C Questão 9: Se a expressão “Em dezembro do ano passado”(ℓ.4) estivesse no final do período (com minúscula) não haveria exigência de isolá-la antecedendo-a com uma vírgula. Comentário: Como o adjunto adverbial de tempo está antecipado e o entendemos como grande extensão, a vírgula que o separa é obrigatória. Ao posicioná-lo no final da oração, a vírgula passa a ser facultativa. Por isso, pode ser retirada. Gabarito: C

Questão 10: Técnico da Receita Federal 2002 Marque o sinal de pontuação que foi mal empregado.

A transição para a democracia no Brasil produziu resultados diferentes daqueles obtidos nos países vizinhos. Aqui,(A) pela primeira vez na história,(B) operários e camponeses conquistaram um lugar permanente na cena política oficial. Forjaram suas organizações independentes e logo,(C) passaram a contracenar com as elites tradicionais. CUT,(D) MST e partidos de esquerda são frutos desse processo. Na Argentina,(E) a redemocratização reconduziu à cena velhos atores presentes há setenta anos.

(Baseado em Walter Pinheiro) a) A b) B c) C d) D e) E Comentário: Nas alternativas (A) e (B), a dupla vírgula está bem empregada, pois intercala o adjunto adverbial de tempo “pela primeira vez na história”. A alternativa (C) é a errada, pois possui o advérbio “logo” entre a conjunção “e” e o verbo “passaram”. Assim, não se admite apenas uma vírgula. Ou o advérbio fica entre duas vírgulas, ou fica sem vírgula. Perceba que o contexto nos indica uma sequência temporal, podendo subentender a expressão “em seguida”. Por isso, admitimos o vocábulo “logo” como advérbio e não como conjunção coordenada conclusiva. Mas isso não importa, o que devemos ter como princípio é que deve haver dupla vírgula ou nenhuma. Na alternativa (D), a vírgula após “CUT” separa termos enumerados, por isso é obrigatória.

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Na alternativa (E), a expressão “Na Argentina” é um adjunto adverbial de lugar e se encontra antecipado. Isso explica o uso da vírgula. Gabarito: C

Questão 11: Secretaria de Fazenda RJ 2010 Fragmento do Texto: Constata-se que, desde a metade do século passado, apesar das diferentes políticas adotadas pelos governos da América Latina — com mais ou menos intervenção do Estado na economia, com mais ou menos liberdade para a ação empreendedora, com menor ou maior grau de abertura política —, a desigualdade tem sido alta, persistente e se reproduz num contexto de baixa mobilidade social.

Julgue esta afirmativa como CERTA ou ERRADA O segmento “desde a metade do século passado” está entre vírgulas porque se trata de oração explicativa. Comentário: A expressão “desde a metade do século passado” está entre vírgulas por ser um adjunto adverbial que se encontra intercalado. Gabarito: E

Questão 12: Técnico da Receita Federal 2009 Fragmento do texto: Na Europa, a notícia ruim para as bolsas foi a redução de 70% do lucro anual do banco HSBC, de US$ 19,1 bilhões para US$ 5,7 bilhões.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego da vírgula após “Europa” justifica-se porque isola adjunto adverbial de lugar no início do período. Comentário: A expressão “Na Europa” é realmente um adjunto adverbial de lugar. Como está no início da oração, a vírgula foi empregada. Gabarito: C

Questão 13: Secretaria Municipal de Fazenda Rio 2010 Fragmento do texto: No passado, esse déficit provocaria grande apreensão entre os agentes econômicos. Agora, a divulgação desses dados sequer mexeu com as cotações no mercado de câmbio.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgulas após “No passado”(ℓ.1) e “Agora”(ℓ.2) tem a mesma justificativa gramatical. Comentário: Os dois termos são adjuntos adverbiais de tempo e estão antecipados, por isso são separados por vírgula. Gabarito: C

Questão 14: Técnico de Finanças e Controle 2000 Fragmento do texto: A ordem jurídica vigente, nesses casos foi, e é, a do dominador.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) É inadmissível uma vírgula antes da forma verbal “foi”. Comentário: A vírgula para fechar o adjunto adverbial “nesses casos” é obrigatória, pois esta expressão encontra-se intercalada. Por ser de pequena extensão, poderíamos até retirar a vírgula após “vigente”, mas, como ela já

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está no texto, devemos inserir a outra. Gabarito: E

Questão 15: Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL 2004 Fragmento do texto: A combinação dos princípios de reciclagem, descentralização e conservação de energia com os mecanismos de democratização, avaliação dos impactos ambientais e opções energéticas menos agressivas promoverá mudanças substanciais na matriz energética e na economia global. Em decorrência, haverá amplo acesso de energia às populações e menor impacto nas florestas e no efeito estufa, bem como maior benefício na redução do lixo atômico e na conservação dos recursos hídricos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição do trecho “Em decorrência, haverá” (ℓ. 5) por "Haverá, consequentemente," mantém a correção gramatical do período. Comentário: Primeiro, há de se notar que “Em decorrência” e “consequentemente” são termos de mesmo valor semântico: consequência. Além disso, devemos notar que no texto “Em decorrência” está antecipada e a vírgula separa este termo. O advérbio “consequentemente” está intercalado, por isso está entre vírgulas. Portanto, a substituição está correta. Gabarito: C

Questão 16: Técnico da Receita Federal 2000 O Secretário da Receita Federal [ 1 ] afirmou [ 2 ] após receber os integrantes da subcomissão do Senado encarregada de aprofundar as investigações da CPI do Poder Judiciário [ 3 ] que qualquer CPI ''ajuda muito'' o trabalho da Receita Federal. ''As CPIs têm realizado um trabalho de parceria com a Receita. Pelo seu trabalho investigativo e seu poder de quebrar sigilos bancário e fiscal de pessoas envolvidas em investigação [ 4 ] as CPIs trazem informações valiosas [ 5 ] à Receita para fins fiscais'' [ 6 ] disse o secretário.

(Folha de S. Paulo, 18/08/2000 p. A6, com adaptações) Assinale a opção em que as vírgulas estão bem empregadas nas lacunas respectivas.

1 2 3 4 5 6

a) , , , ,

b) , , ,

c) , , , ,

d) , , ,

e) , , , , , ,

Comentário: Não pode haver vírgula na lacuna 1, tendo em vista que não se pode separar o sujeito “O Secretário da Receita Federal” de seu verbo “afirmou” por vírgula. Com isso, já eliminamos as alternativas (A), (B) e (E). As lacunas 2 e 3 devem receber vírgula, pois a estrutura adverbial “após receber os integrantes da subcomissão do Senado encarregada de aprofundar as investigações da CPI do Poder Judiciário” está intercalada. Assim, essas vírgulas são obrigatórias. Dessa forma, eliminamos a alternativa (D), por não

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possuir a primeira destas duas vírgulas. Você já teria marcado a alternativa (C) e partiria para outra questão, mas, didaticamente, vamos continuar a explicação da pontuação. A vírgula na lacuna 4 é obrigatória, tendo em vista que o adjunto adverbial de causa “Pelo seu trabalho investigativo e seu poder de quebrar sigilos bancário e fiscal de pessoas envolvidas em investigação” é de grande extensão e está antecipado. Não pode haver vírgula na lacuna 5 porque não se separa objeto indireto (à Receita) de seu verbo (trazem) por vírgula. A vírgula na lacuna 6 é obrigatória, porque separa uma citação (trecho entre aspas que demarca a fala do secretário) da voz do autor do texto. Essa é uma variação do discurso direto. Isso tudo confirma a alternativa (C) como correta. Gabarito: C

Questão 17: Técnico da Receita Federal 2000 1

5 10 15 20 25

“As versões anteriores sobre a existência, no Novo Mundo, de alguma nação de mulheres adversas ao jugo varonil, deviam predispor os aventureiros europeus a acolher, colorindo-as e enriquecendo-as, segundo lhes pediam a imaginação, certas notícias sobre tribos indígenas onde as esposas porfiavam com os maridos na faina guerreira. Foi às beiradas daquele rio-mar, porém, e quando pela primeira vez na história um bando de espanhóis o cursou em sua maior extensão até chegar à embocadura, que elas vieram a ganhar corpo. Tendo saido de Quito em 1541, rumo ao imaginário País da Canela, Francisco de Orellana e seus companheiros, foram avisados de que, águas abaixo, no grande rio, se achavam amazonas, e que apartadas dele e metida terra adentro estavam as dependências do chefe Ica, abundantíssimas em metal amarelo. Esse último senhorio nunca o viram e nem ouviram falar os expedicionários. Das amazonas, no entanto, voltaram a ter notícia, quando, mais adiante, lhes advertiram-nos outros índios do perigo a que se expunham de alcançá-las, por serem poucos e elas muitas.”

(Sérgio Buarque de Holanda)

Ocorre erro de pontuação na linha

a) 3 b) 1 c) 22 d) 9

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e) 15 Comentário: Na alternativa (A), há erro, pois na linha 3 há uma vírgula entre o sujeito (As versões anteriores), seguido de estrutura que o determina, e o predicado (predispor os aventureiros europeus). A alternativa (B) está correta, porque a vírgula utilizada na linha 1 inicia o adjunto adverbial de lugar, o qual se encontra intercalado. A alternativa (C) está correta, porque “no entanto” é uma locução conjuntiva coordenada adversativa deslocada de sua posição normal. Assim, a dupla vírgula é obrigatória. A vírgula antes da conjunção “quando” é facultativa, pois inicia a oração subordinada adverbial temporal, a qual se encontra após a oração principal. Na alternativa (D), a conjunção coordenada adversativa “porém” está deslocada de sua posição original, por isso a dupla vírgula está corretamente empregada. Na alternativa (E), também há erro e isso anulou a questão. Não pode haver vírgula entre sujeito (Francisco de Orellana e seus companheiros) e predicado (foram avisados de que). Gabarito: ANULADA

Questão 18: Técnico da Receita Federal 2002 Marque o sinal de pontuação que foi mal empregado.

A transição para a democracia no Brasil produziu resultados diferentes daqueles obtidos nos países vizinhos. Aqui,(A) pela primeira vez na história,(B) operários e camponeses conquistaram um lugar permanente na cena política oficial. Forjaram suas organizações independentes e logo,(C) passaram a contracenar com as elites tradicionais. CUT,(D) MST e partidos de esquerda são frutos desse processo. Na Argentina,(E) a redemocratização reconduziu à cena velhos atores presentes há setenta anos.

(Baseado em Walter Pinheiro) a) A b) B c) C d) D e) E Comentário: O problema no emprego da pontuação está na alternativa (C), pois novamente uma conjunção coordenada conclusiva encontra-se deslocada. Assim, a conjunção “logo” deve ficar entre vírgulas. As vírgulas das alternativas (A) e (B) marcam a intercalação do adjunto adverbial de tempo “pela primeira vez na história”. A vírgula na alternativa (D) está correta porque separa o primeiro (“CUT”) do segundo termo (“MST”) de uma enumeração. A vírgula na alternativa (E) também está correta, porque marca a antecipação do adjunto adverbial de lugar “Na Argentina”. Gabarito: C

Aprofundamos um pouco no verbo intransitivo e percebemos os valores dos adjuntos adverbiais. Agora, vamos trabalhar um pouquinho mais os

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complementos verbais (OD e OI), mais precisamente, em algumas formas como aparecem na oração.

Objeto direto

1) Objeto direto pleonástico: Normalmente, por uma questão de ênfase, antecipamos o objeto, colocando-o no início da frase, e depois o repetimos através de um pronome oblíquo átono. A esse objeto repetido damos o nome de objeto pleonástico ou enfático. É muito comum essa construção no diálogo, como um meio de o interlocutor retomar a fala do outro, emendando a sua postura diante do fato:

- O que você acha desta roupa? - Essa roupa, ninguém a quer.

Esses “rabiscos”, foi um genial artista que os pintou e vale muito.

Veja que a vírgula separando esses objetos diretos é obrigatória. (isso é muito importante na prova)

2) Objeto direto preposicionado: Aquele cuja preposição não é exigência do verbo, que é transitivo direto, mas ocorre por ênfase, por necessidade do próprio complemento e para se evitar ambiguidade.

Amo a Deus. (ênfase) Cumpri com a minha palavra. (ênfase) Ele puxou da espada. (ênfase) Aos mais desfavorecidos atingem essas medidas. (para evitar ambiguidade) Ninguém entende a mim. (é o pronome “mim” que exige a preposição “a”)

Perceba que os verbos amar, caçar, puxar e entender não exigem preposição: são transitivos diretos. Perceba, também, que, se a expressão “Aos mais desfavorecidos” não tivesse a preposição, não haveria erro gramatical, mas ficaríamos na dúvida sobre quem seria o sujeito, pois as expressões estão no plural e o verbo também. Assim, o leitor ficaria na dúvida: foram as medidas que atingiram os desfavorecidos ou foram os desfavorecidos que atingiram as medidas? O objeto direto preposicionado retira esta dúvida. 3) Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto direto são “me, te, se, o, a, nos, vos, os, as”:

Quando encontrar seu material, traga-o até mim. Respeite-me, garoto. Levar-te-ei a São Paulo amanhã.

Objeto indireto: Pode também ser pleonástico: repetição, por meio de um pronome oblíquo, do objeto indireto.

Ao amigo, não lhe peça tal coisa.

Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto indireto são “me, te, lhe, nos, vos, lhes”:

Eu obedeci ao meu pai. Eu lhe obedeci.

Adjunto adnominal: O termo sintático da oração necessita de um núcleo, constituído de um substantivo ou palavra de valor substantivo. Esse

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núcleo pode ser caracterizado, determinado, modificado, especificado por um termo, chamado de adjunto adnominal. Esse termo pode ser representado por:

1) um artigo: O carro parou. 2) um pronome adjetivo: Encontrei meu relógio. 3) um numeral adjetivo: Recebi a segunda parcela. 4) um adjetivo: Tive ali grandes amigos. 5) uma locução adjetiva: Tenho uma mesa de pedra.

As nossas primeiras experiências científicas fracassaram. artigo pronome numeral substantivo adjetivo verbo intransitivo

adjuntos adnominais núcleo adj adnominal

sujeito predicado

Questão 19: Técnico da Receita Federal 2003 Fragmento do texto: Como indica Fridman (2000, p. 11), “se a modernidade alterou a face do mundo com suas conquistas materiais, tecnológicas, científicas e culturais, algo de abrangência semelhante ocorreu nas últimas décadas, fazendo surgir novos estilos, costumes de vida e formas de organização social”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Preserva-se a correção gramatical e os sentidos do texto ao retirar “de abrangência”(ℓ.3). Comentário: Note que “de abrangência semelhante” é o adjunto adnominal do núcleo do sujeito “algo”. O adjetivo “semelhante” caracteriza apenas o substantivo “abrangência”. Percebemos, assim, que a abrangência de algo ocorrido nas últimas décadas é semelhante à conquista da modernidade (alterou a face do mundo). A retirada do termo “de abrangência” altera o sentido, porque o adjetivo “semelhante” passa a caracterizar o núcleo “algo”, mas não há incorreção gramatical. Com a retirada, agora não é mais algo com abrangência semelhante, mas algo ocorrido nas últimas décadas é semelhante à modernidade. Gabarito: E

Predicativo: Esse termo se liga ao sujeito ou ao objeto, atribuindo-lhes uma qualidade ou estado. É representado por diferentes classes gramaticais, como adjetivo, substantivo, numeral e pronome. A caracterização do predicativo em relação ao objeto será vista na próxima aula.

A seguir, perceba os pares com predicação nominal e predicação verbal, respectivamente. Nestes exemplos, note que o grupo à esquerda é constituído de verbos de ligação mais os predicativos. É fácil perceber o predicativo, pois basta o sujeito flexionar-se no plural, que o predicativo também se flexionará, pois este caracteriza aquele. Já no grupo da direita, há predicação verbal. Os vocábulos que vêm após os verbos não se flexionam por causa do sujeito, pois são complementos verbais ou adjuntos adverbiais:

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O candidato está tranquilo. O candidato está na sala.

Os candidatos estão tranquilos. Os candidatos estão na sala.

Bom filho torna-se bom pai. Bom filho torna a casa.

Bons filhos tornam-se bons pais. Bons filhos tornam a casa.

A aula permanece difícil. A aula permanecerá no feriado.

As aulas permanecem difíceis. As aulas permanecerão no feriado.

Ela ficou triste. Ela ficou na praia.

Elas ficaram tristes. Elas ficaram na praia.

O paciente acha-se acamado. O estudante achou o local de prova.

Os pacientes acham-se acamados. Os estudantes acharam o local de prova.

Complemento nominal: Como já comentamos, a transitividade não é privilégio dos verbos: há também nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) transitivos. Isso significa que determinados substantivos, adjetivos e advérbios se fazem acompanhar de complementos. Esses complementos são chamados complementos nominais e são sempre introduzidos por preposição:

1) complemento nominal de um substantivo:

Você fez uma boa leitura do texto. sujeito VTD objeto direto complemento nominal

Predicado verbal

Note que o substantivo “leitura” é o nome da ação de “ler”. Como é natural o verbo ser transitivo, o substantivo também fica transitivo. Observe:

Você leu o texto. sujeito VTD objeto

direto Predicado verbal

Compare: Júlia aproveitou o momento. (objeto direto) Júlia tirou proveito do momento. (complemento nominal)

2) complemento nominal de um adjetivo:

Você precisa ser fiel aos seus ideais. sujeito locução verbal

de ligação adjetivo na função de predicativo

complemento nominal

Predicado nominal

Quem é fiel é fiel a alguma coisa. Assim, o adjetivo “fiel” é transitivo, ou seja, necessita de complemento.

Predicados nominais Predicados verbais

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3) Complemento nominal de advérbio:

Você mora perto de Maria. sujeito verbo intransitivo advérbio na função de

adjunto adverbial de lugar complemento

nominal Predicado verbal

Note que o advérbio “perto” necessita de um complemento: perto de

algo ou de alguém. Podemos dizer que o complemento nominal é mais uma função substantiva da oração: nos casos citados anteriormente, o núcleo dos complementos é um substantivo (texto, ideais, Maria). Pronomes e numerais substantivos, assim como qualquer palavra substantivada, podem desempenhar essa função. Observe o pronome “lhe” atuando como complemento nominal na oração seguinte:

Não posso ser-lhe fiel: já empenhei minha palavra com outra pessoa. (fiel a alguém)

Observe que o complemento nominal não se relaciona diretamente com o verbo da oração, e sim com um nome que pode desempenhar as mais diversas funções.

A realização do projeto é necessária à população carente. Adj. Adn

núcleo complemento nominal

VL predicativo do sujeito

complemento nominal

sujeito predicado nominal

A banca ESAF não cobra os nomes dos termos na prova; mas, em seu estudo, você pode ficar na dúvida quanto à diferenciação entre o adjunto adnominal e o complemento nominal. Segue a regra geral.

Como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal

O adjunto adnominal formado por uma locução adjetiva pode ser confundido com o complemento nominal. Normalmente não haverá dúvida, pois, segundo o que foi visto, o adjunto adnominal é constituído de vocábulo que caracteriza o núcleo do termo de que faz parte. Já o complemento nominal é termo que completa o sentido de um nome. Há dúvida quando os dois termos são preposicionados. Por exemplo:

A leitura do livro é instigante. A leitura do aluno foi boa.

Para percebermos a diferença, é importante passarmos por três critérios:

1º critério:

Adjunto adnominal: Complemento nominal: O termo preposicionado caracteriza o substantivo.

O termo preposicionado complementa um substantivo, adjetivo ou advérbio.

Assim, em orações como “Estava cheio de problemas.”, “Moro perto de você.”, logo no primeiro critério já saberíamos que “de problemas” e “de você” são complementos nominais, pois completam o sentido do adjetivo “cheio” e do advérbio “perto”, respectivamente.

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2º critério:

O substantivo caracterizado pode ser concreto ou abstrato.

O substantivo complementado deve ser abstrato.

Sabendo-se que um substantivo abstrato normalmente é o nome de

uma ação (corrida, pesca) ou de uma característica (tristeza, igualdade) e que o substantivo concreto é o nome de um ser independente, que conseguimos visualizar, pegar (casa, copo). Nas orações “Trouxe copos de vidro.” e “Vi a casa de pedra.”, os termos “de vidro” e “de pedra” são adjuntos adnominais, pois caracterizam os substantivos concretos “copos” e “casa”, respectivamente.

Se o substantivo for abstrato, devemos passar para o próximo critério:

3º critério:

O termo preposicionado é agente. O termo preposicionado é paciente.

Este último normalmente é o cobrado em prova. Se os termos abaixo sublinhados são agentes, automaticamente serão os adjuntos adnominais. Se pacientes, serão complementos nominais. Veja:

Adjuntos adnominais:

O amor de mãe é especial. (agente: a mãe ama) A invenção do cientista mudou o mundo. (agente: o cientista inventou) A leitura do aluno foi boa. (agente: o aluno leu)

Complementos nominais:

O amor à mãe também é especial. (paciente: a mãe é amada) A invenção do rádio mudou o mundo. (paciente: o rádio foi inventado) A leitura do livro é instigante. (paciente: o livro é lido)

Questão 20: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: A reforma do Estado é vista frequentemente como um processo de redução do tamanho do Estado, que envolve a delimitação de sua abrangência institucional e a redefinição de seu papel.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A expressão “do tamanho” funciona como complemento nominal de “processo”. Comentário: Veja que o referente está errado. Na realidade, a expressão “do tamanho” completa o sentido do nome “redução”. Se tivéssemos o verbo “reduzir”, a expressão “o tamanho” seria o objeto direto (complemento verbal): reduzir o tamanho. Porém, no texto temos o substantivo “redução”. Assim “do tamanho” é o complemento nominal: redução do tamanho. Gabarito: E Questão 21: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento de texto: O CPF é hoje um dos documentos mais utilizados no Brasil. Foi criado em 1965, com o objetivo de identificar o contribuinte – pessoa física – perante a Secretaria da Receita Federal e para que ela tivesse

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um maior controle dos contribuintes brasileiros. Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

A preposição de, em “controle dos contribuintes”, estabelece entre os nomes que liga uma relação semântica correspondente a os contribuintes que controlam. Comentário: O substantivo “controle” exige o complemento nominal “dos contribuintes”. Note que o complemento nominal é termo paciente (os contribuintes são controlados). Então tem sentido diferente da expressão “os contribuintes que controlam”, pois neste caso a expressão contribuintes passa a ter sentido agente (os contribuintes controlam). Gabarito: E Questão 22: Técnico da Receita Federal 2003 Fragmento do texto: As aventuras de Ulisses sintetizam e representam o confronto de ideais nobres e de paixões mesquinhas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O período permaneceria correto se a preposição na expressão “confronto de ideais” fosse, sem outras alterações no período, substituída por entre. Comentário: O substantivo “confronto” é gerado do verbo “confrontar”. Assim, é um substantivo abstrato que exige o complemento nominal composto “de ideais nobres e de paixões mesquinhas”. Perceba que a preposição “de” se repete enfatizando que há um termo composto. Veja:

As aventuras de Ulisses sintetizam e representam o confronto de ideais nobres e de paixões mesquinhas.

Assim, a substituição da primeira ocorrência da preposição “de” pela preposição “entre” obrigaria a substituição da segunda ocorrência da preposição “de” pela conjunção “e”. Veja:

As aventuras de Ulisses sintetizam e representam o confronto entre ideais nobres e paixões mesquinhas. Gabarito: E

Agente da passiva: Este termo será mais explorado na próxima aula, quando falaremos das vozes verbais. Cabe aqui perceber que ele é quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva analítica. É introduzido pelas preposições por (e suas contrações) ou, mais raramente, de:

A grama foi aparada pelo jardineiro. (voz passiva) A casa estava cercada de ladrões. (voz passiva)

Aposto: Funciona na oração como uma ampliação, explicação, desenvolvimento ou resumo da ideia do termo anterior:

Este país, o Brasil, tem procurado desenvolver políticas econômicas aliando produção e sustentabilidade.

Nessa oração, “Este país” é o sujeito, e “o Brasil” é aposto desse sujeito, pois explica o conteúdo do termo a que se refere.

O aposto pode ser classificado em:

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suaa

Em relação à pontuação do texto abaixo, analise as modificações propostas e assinale a opção correta.

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Lidar com leis, processos demorados, cartórios e tribunais talvez não seja uma atividade comumen-te associada à nova economia. No entanto, poucas profissões foram renovadas e se tornaram tão necessárias ao bom funcionamento das novas empresas quanto o ofício do advogado. Além dis-

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I – explicativo: muito cobrado nas provas da ESAF quanto à pontuação, pois pode ser separado por vírgulas, dois-pontos, travessões e até por parênteses. Ele também pode vir antecipado de palavras denotativas de explicação do tipo: a saber, isto é, quer dizer etc.

Raquel, contadora da empresa, está viajando. Só queria algo: apoio. Um trabalho – tua monografia – foi premiado. A ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) foi criada em 1999.

II - enumerativo ou distributivo: é uma sequência de elementos, a qual chamamos de enumeração, usada para desenvolver uma ideia anterior. É separado por dois-pontos, e cada um dos elementos enumerados é separado por vírgula, como visto na aula passada (nas enumerações). Se houver apenas dois elementos enumerados, eles podem ser separados também pela conjunção “e”. Veja:

Ganhei dois presentes: um tênis e uma camisa.

As reivindicações dos funcionários incluíam muitas coisas: melhor salário, melhores condições de trabalho, assistência médica extensiva a familiares.

III - resumitivo ou recapitulativo: é usado para condensar a ideia de termos anteriores, geralmente, por meio de um pronome indefinido.

“Grana, poder, sucesso, nada sobrevive à marcha inexorável do tempo.”

O sujeito composto “Grana, poder, sucesso” é resumido pelo pronome indefinido tudo, por isso o verbo concorda com o aposto e se flexiona no singular. Note que este tipo de aposto é separado por vírgula do termo anterior.

IV - especificativo ou apelativo: indica o nome de alguém ou de algo dito anteriormente. Note que não é separado por sinais de pontuação.

O compositor Chico Buarque é também um excelente escritor. O estado é cortado pelo rio São Francisco.

Observação: O aposto também pode se referir a uma oração:

Esforcei-me bastante, o que causou muita alegria em todos.

Palavras como o, coisa, fato etc. podem referir-se a toda uma oração. Nestes casos, obrigatoriamente haverá separação por vírgula.

Questão 23: Técnico MPU 2004

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so, embora a sociedade brasileira não chegue per-to da americana em termos de mentalidade litígio-sa, temos bem concentrada na herança cultural uma dose gigantesca de burocracia regulamenta-ções e cartórios. Lidar com essa herança já é o campo de trabalho para muitas gerações.

(Gilson Schwartz, As profissões do futuro, São Paulo, Publifolha, 2000, p.36)

Modificações propostas:

I. por se tratar de aposto explicativo, suprimir as vírgulas que isolam a expressão após “processos demorados” (ℓ.1).

II. inserir vírgula antes de “talvez” (ℓ.2) porque se inicia uma oração explicativa.

III. eliminar a vírgula após “No entanto” (ℓ.3) para não isolar circunstância. IV. inserir vírgula após “americana” (ℓ.8) para isolar oração explicativa

subsequente. V. inserir vírgula após “burocracia” (ℓ.10), pois se trata de uma enumeração.

Para deixar o texto corretamente pontuado,

a) é necessário implementar as modificações I e II. b) as modificações II e IV são necessárias. c) somente a modificação III é necessária. d) são necessárias as modificações III e IV. e) apenas a modificação V é necessária. Comentário: Na modificação I, o erro é retirar a dupla vírgula que isola o aposto explicativo. Assim, eliminamos a alternativa (A). Na modificação II, o erro está em inserir apenas uma vírgula antes do advérbio “talvez”. Como está intercalado, ou se inserem duas vírgulas, ou não se insere nenhuma. Assim, eliminamos a alternativa (B). Na modificação III, a vírgula após “No entanto” isola a conjunção coordenada adversativa, e não uma circunstância. Essa vírgula pode ser retirada, o erro está em afirmar que há uma circunstância. Na modificação IV, o erro está em afirmar que a expressão “em termos de mentalidade litigiosa” é uma oração explicativa. Essa expressão é um adjunto adverbial. A modificação V é realmente necessária, haja vista que os termos “burocracia regulamentações e cartórios” fazem parte de uma enumeração de três elementos. Entre o primeiro e o segundo deve haver a vírgula: “burocracia, regulamentações e cartórios” Gabarito: E Questão 24: Secretaria de Fazenda RJ 2010 No caso do Tesouro Nacional, sua receita bruta em abril apresentou crescimento de 33,8% e a da Previdência Social, de 8,4%, o que explica que nas contas fiscais o governo central tenha surgido com um superávit nominal de R$ 7 bilhões, o segundo do ano de 2010. Convém, todavia, notar que esse resultado positivo tem uma causa provisória: redução de R$ 21,2 bilhões da dívida bancária líquida e de R$ 5,6 bilhões no financiamento externo líquido.

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego do sinal de dois pontos(ℓ.5) justifica-se por inserir uma citação no texto. Comentário: O sinal de dois-pontos sinaliza o início do aposto explicativo, pois há apenas um núcleo “redução”. Este núcleo do aposto exigiu o complemento nominal composto (“de R$ 21,2 bilhões da dívida bancária líquida e de R$ 5,6 bilhões no financiamento externo líquido”). Assim, não há citação da fala de alguém, mas uma explicação. Gabarito: E Questão 25: Técnico da Receita Federal 2000 Texto:

5

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O imposto de renda é a maior fonte de recursos do governo federal. No ano passado, pessoas e empresas contribuíram com 51 bilhões de reais para os cofres públicos. O imposto sobre produtos industrializados entrou com 16 bilhões de reais e a Cofins, uma contribuição social paga pelas empresas, com 32 bilhões. Esse dinheiro, somado à CPMF e a outros impostos, forma um total que é repartido, no Orçamento Federal, para áreas como educação, saúde, transportes e pagamento de salários e aposentadorias.

(VEJA, Edição 1646 -26/4/2000)

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A expressão “uma contribuição social paga pelas empresas”(ℓ. 6 e 7) está entre vírgulas por se tratar de aposto explicativo. Comentário: Note que realmente a expressão “uma contribuição social paga pelas empresas” explica o termo “Cofins". Por isso, ocorreu a dupla vírgula. Gabarito: C

Técnico da Receita Federal 2003 1

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O governo, de janeiro a maio deste ano, arrecadou R$ 937 milhões adicionais por meio do Programa de Integração Social – PIS. Em dezembro do ano passado, a ali-quota da contribuição subiu de 0,65% para 1,65%. O aumento foi concedido para com-pensar possíveis perdas de arrecadação com o fim da cumulatividade – incidência da con-tribuição em todas as etapas da fabricação do mesmo produto –, que foi aprovado no final do ano passado.

(Sílvia Mugnatto, Folha de S.Paulo, 01/09/2003)

Julgue estas afirmativas como CERTAS (C) ou ERRADAS (E) Questão 26: Eliminando-se o travessão(ℓ.3), “PIS” poderia estar entre parênteses, sem prejuízo gramatical para o período.

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Comentário: Vimos que o aposto explicativo pode ficar separado por dupla vírgula, duplo travessão e parênteses. Como a sigla “PIS” nada mais é do que uma forma de explicar o termo anterior, é também um aposto explicativo. Assim, a regra também vale para este termo. Gabarito: C Questão 27: Os travessões das linhas 8 e 10 poderiam ser substituídos por parênteses e o período se manteria gramaticalmente correto. Comentário: O termo “incidência da contribuição em todas as etapas da fabricação do mesmo produto” é o aposto explicativo do vocábulo “cumulatividade”. Por isso, pode-se substituir o duplo travessão por parênteses. Gabarito: C Questão 28: Técnico da Receita Federal 2009 Fragmento do texto: A legislação brasileira diz que o instrumento só pode ser decretado em dois casos excepcionais previstos: um, quando há risco de exposição pública de questões privadas do investigado ou réu, como relacionamentos amorosos e doenças; e, outro, quando o processo contém documentos sigilosos, como extratos bancários ou escutas telefônicas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O sinal de dois-pontos após “previstos”(ℓ.2) justifica-se por marcar a introdução de um diálogo. Comentário: Os dois pontos sinalizam o início de um aposto enumerativo. Os elementos enumerados são “um” e “outro”, os quais se encontram desenvolvidos no contexto. Gabarito: E Questão 29: Técnico da Receita Federal 2009 Fragmento do texto: Os mercados financeiros entraram em março assombrados pelo maior prejuízo trimestral da história corporativa dos Estados Unidos – a perda de US$ 61,7 bilhões contabilizada pela seguradora American International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O travessão após “Estados Unidos” pode ser substituído por sinal de dois-pontos sem prejuízo para a correção gramatical do período. Comentário: A expressão “a perda” é um aposto explicativo, por isso o travessão pode ser substituído por dois-pontos. Note que esse aposto explicativo é seguido de complemento nominal e de adjunto adverbial de tempo. Gabarito: C

Outro termo importante é o vocativo, pois implica diretamente o uso de vírgula.

Vocativo: é o termo sintático que serve para convocar, chamar um interlocutor a quem se dirige a palavra. É um termo independente: não faz parte do sujeito nem do predicado, por isso deve ser separado por vírgula. Veja que ele pode aparecer em posições variadas na frase.

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Júlia, venha cá. Veja, menina, aquela nuvem. Estamos aqui, meu amigo.

Palavras denotativas: Já falamos nesta aula sobre os adjuntos adverbiais. Agora, cabe inserirmos palavras que se aproximam de valores adverbiais, porém não constituem circunstâncias. São as chamadas palavras denotativas. Elas são importantes para a interpretação de texto, pontuação e reescrita de frases.

1. Designação: eis.

Eis o homem!

Esta construção admite que o substantivo posterior seja substituído pelo pronome oblíquo átono o, na forma Ei-lo!

2. Exclusão: exceto, senão, salvo, menos, tirante, exclusive, ou melhor etc.

Voltaram todos, menos André. Roubaram tudo, salvo o telefone.

3. Limitação: só, apenas, somente, unicamente:

Só Deus é imortal. Apenas um livro foi vendido.

A possibilidade de cobrança em prova é na interpretação de texto. Quando se inserem as palavras só, somente, apenas; há o recurso textual chamado palavra categórica. Ele transmite uma ideia veemente do autor, que não abre caminhos para outra possibilidade. Isso dirige a interpretação de texto. Veja:

Só o rico ganha. O dinheiro chega apenas à classe nobre.

Compare com as estruturas sem essas palavras categóricas:

O rico ganha. O dinheiro chega à classe nobre.

Naturalmente você observou que o sentido mudou significativamente. Na prova normalmente o texto sugere algo de maneira geral, com a segunda construção. Já, na interpretação de texto, a banca inclui a palavra categórica para o candidato perceber o erro.

4. Explicação, explanação ou exemplificação: a saber, por exemplo, isto é, como, ou melhor etc.

Eram três irmãos, a saber, Pedro, Antônio e Gilberto. Lá, no inverno, usa-se roupa pesada, como sobretudo e poncho. Os elementos do mundo físico são quatro, a saber: terra, fogo, água e ar.

Esses valores são normalmente separados por vírgula ou dois-pontos. Pode-se ter em mente que, quando se explica, quer-se ratificar, confirmar argumentos; então isso pode ser cobrado numa interpretação de texto ou no uso da pontuação.

5. Inclusão: mesmo, além disso, ademais, até, também, inclusive, ainda, sobretudo etc.

Até o professor riu-se. Ninguém veio, mesmo o irmão.

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I - Costumam-se ficar entre vírgulas as estruturas além disso, também, inclusive, ainda. Normalmente a banca insere apenas uma das vírgulas e isso torna o texto errado.

Ele disse, inclusive que não viria hoje. (errado)

Ele disse, inclusive, que não viria hoje. (certo)

II – Cumpre lembrar que não se pode confundir o valor de mesmo (inclusão), mesmo (pronome demonstrativo de valor adjetivo) e advérbio de afirmação/certeza. O primeiro não se flexiona e pode ser substituído por até, inclusive: Mesmo ela realizou as atividades.

O segundo flexiona-se e diz respeito a um reforço reflexivo, equivalendo a sozinha: Ela mesma realizou as atividades.

O terceiro não se flexiona e serve para ratificar, confirmar uma ação, equivalendo-se a sim, com certeza: Ela realizou mesmo as atividades.

6. Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes etc.

Comprei cinco, aliás, seis livros. Correu, isto é, voou até nossa casa.

Para a banca é importante notar a ideia de correção ao que foi dito anteriormente e por isso a expressão deve ficar separada por vírgula(s). Note que a expressão “isto é” também foi vista como explicação (ratificação). Por isso, deve-se ter muito cuidado com o contexto.

7. Situação: mas, então, pois, afinal, agora, etc.

Mas que felicidade. Então duvida que se falasse latim? Pois não é que ele veio. Afinal, quem tem razão? Posso mostrar-lhes o sítio; agora, vender eu não vendo.

A banca pergunta se os vocábulos “Mas”, “Então” e “Pois”, nestes casos, possuem valor de oposição, conclusão e explicação, respectivamente. Pode-se notar claramente que não; estes vocábulos apenas motivam o início do discurso, como ocorre com o coloquialismo “Hum...”, “senão vejamos”, etc.

8. Expletivo e realce: é que; lá, cá, só, ora, que, mesmo, embora.

Nós é que somos brasileiros. Eu sei lá! Eu cá me arranjo. Vejam só que coisa! Ora, decidamos logo o negócio. Oh! Que saudades que tenho! É isso mesmo. Vá embora!

Normalmente as palavras expletivas ocorrem por motivo de ênfase e estilo; mas o vocábulo “ora” geralmente inicia uma consideração do autor, uma avaliação que pode também ser entendida como conclusão.

9. Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem:

Felizmente não me machuquei. Ainda bem que o orador foi breve!

Questão 30: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: A secular luta da mulher pela realização profissional enfrenta também, a negligência do registro histórico de suas conquistas, por

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muitos historiadores. Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

A vírgula após “também“ deve ser retirada. Comentário: O vocábulo “também” é uma palavra denotativa de inclusão. Ela possui valor adverbial, por isso pode ficar entre vírgulas, quando está intercalada. Mas não pode haver apenas uma vírgula. Na intercalação, ou ficam as duas vírgulas, ou não fica nenhuma. Gabarito: C

Questão 31: Técnico da Receita Federal 2000 Texto: Esse dinheiro, somado à CPMF e a outros impostos, forma um total que é repartido, no Orçamento Federal, para áreas como educação, saúde, transportes e pagamento de salários e aposentadorias.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Logo após “como”(ℓ. 2) pode ser colocado um sinal de dois pontos, já que se segue uma enumeração. Comentário: O vocábulo “como” é uma palavra denotativa que inicia uma exemplificação. Como essa exemplificação possui mais de dois termos, é entendida como enumeração e então se pode inserir o sinal de dois-pontos. Gabarito: C

Questão 32: Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL 2006 Fragmento do texto: No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Por se tratar de verbo expletivo, “foi” pode ser retirado da oração sem prejuízo do sentido e da sintaxe. Comentário: Podemos considerar a expressão “foi que” (e não apenas o verbo) como expletivo, pois podemos excluí-la sem alteração de sentido, desde que a vírgula seja inserida após o adjunto adverbial de causa “graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados”. A diferença é que haveria menos ênfase. Compare:

No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.

No entanto, graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados, as importações de bens de consumo duráveis foram contidas. Gabarito: E

Você percebeu que não temos que ficar decorando todos os termos da oração. Temos que entender a funcionalidade. Nas próximas aulas, trabalharemos concordância, regência e crase. Naturalmente, vamos aprofundar um pouco mais neste conteúdo.

Agora vamos mudar de assunto. Entraremos no tópico período composto por subordinação substantiva. Para isso, lembre-se do seguinte:

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Vimos os termos básicos de uma oração, os quais não podem ser separados por vírgula, além do aposto e do vocativo, que são termos acessórios e, na prova, basicamente se cobra o uso da vírgula.

Também vimos na aula anterior que, se no enunciado há apenas um verbo, naturalmente temos apenas uma oração; porém, se inserirmos mais um verbo, obviamente teremos duas orações.

Devemos perceber que os termos sujeito, objeto direto, objeto indireto e complemento nominal são eminentemente substantivos. Isso quer dizer que seus núcleos devem ser substantivos ou palavras de valor substantivo. Os termos predicativo e aposto podem ter núcleos substantivos ou adjetivos, mas cabe agora falarmos apenas de seu valor substantivo.

Por exemplo, “isso” é um pronome. Por possuir valor substantivo, pode ocupar as funções sintáticas faladas anteriormente. Veja:

Isso é lindo. (Isso = sujeito) Vi isso. (isso = OD) Sei disso. (disso = OI) Sou obediente a isso. (a isso = CN) Ela é isso. (isso = predicativo) Só quero uma coisa: isso. (isso = aposto)

Um macete para sabermos se a palavra tem valor substantivo é trocá-la pelo pronome demonstrativo substantivo “ISSO”. Não é sempre que dá certo com o aposto, mas ele tem uma estrutura bem característica.

E por que isso é importante?

Quando os termos sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo e aposto (de valor substantivo) recebem um verbo, transformam-se numa oração subordinada substantiva.

Período composto por subordinação substantiva

Com base nas frases abaixo, observe os termos em negrito e suas funções sintáticas. Quando o termo recebe um verbo, vira uma oração. Veja:

Era indispensável teu regresso. VL + predicativo (sujeito simples)

período simples (oração absoluta)

Era indispensável que tu regressasses. VL + predicativo Suj + VI

oração principal oração subordinada substantiva subjetiva período composto

Era indispensável tu regressares. VL + predicativo Suj + VI

oração principal oração subordinada substantiva subjetiva (reduzida de infinitivo) período composto

Na frase 1, temos apenas uma oração (período simples), pois há apenas um verbo: “Era”. Esse verbo é de ligação, seguido do predicativo “indispensável” e o sujeito “teu regresso”.

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Na frase 2, o então sujeito “teu regresso” recebeu um verbo e foi modificado para “que tu regressasses”. Assim, há duas orações (período composto). Note que esta oração recentemente formada não produz sentido sozinha; por isso a chamamos de subordinada. Ela é considerada substantiva por ter sido gerada de um termo substantivo. Para se reforçar isso, podemos trocá-la pelo pronome “isso”. Veja: Isso era indispensável. O pronome “isso” continua na função de sujeito, então a oração sublinhada terá a função de sujeito da oração principal.

Note que a oração subordinada substantiva será sempre o termo que falta na oração principal. Confirme isso na frase 2: na oração principal só há (VL + predicativo), falta o sujeito, que é toda a oração posterior. Esta oração é chamada de desenvolvida, pois possui conjunção (integrante “que”) e o verbo está conjugado em tempo e modo verbal (regressasses).

Na frase 3, a oração sublinhada perdeu a conjunção integrante “que” e isso fez com que reduzíssemos a quantidade de vocábulos da oração. Assim, o verbo que se encontrava conjugado passou a uma forma infinitiva. Por esse motivo, dizemos que a oração sublinhada na frase é reduzida de infinitivo.

Essa denominação completa você não precisa decorar, basta entender o processo, a estrutura. A banca ESAF não pergunta o nome, mas quer saber o emprego disso.

Seguem agora outras estruturas em que o termo, ao receber o verbo, passa a ser uma oração subordinada substantiva. Veja:

Na ata da reunião constava a presença deles. (Isso constava na ata da reunião) adjunto adverbial de lugar + VI + sujeito

Na ata da reunião constava que eles estavam presentes. (Isso constava...) oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva

Na ata da reunião constava eles estarem presentes. (Isso constava...) oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo

Foi anunciado o debate deles. (Isso foi anunciado) locução verbal + sujeito

Foi anunciado que eles debateriam. (Isso foi anunciado) oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva

Foi anunciado eles debaterem. (Isso foi anunciado) oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo

As orações subordinadas substantivas subjetivas são também denominadas de sujeito oracional. Vale lembrar que o verbo da oração principal que tem como sujeito a oração subordinada substantiva subjetiva deve ficar sempre na terceira pessoa do singular. Assim, mesmo que haja vocábulos no plural no sujeito oracional, a oração principal permanecerá com o verbo no singular. Veja que os verbos “constava” e “Foi anunciado” não se flexionaram no plural, mesmo o sujeito oracional possuindo vocábulos no plural.

Agora veremos o complemento verbal direto. Perceba a seguir que, nas orações principais, os verbos possuem sujeito, são transitivos diretos e necessitam de um complemento, o qual será toda a oração posterior.

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Economistas previram um aumento no desemprego. (Economistas previram isso.) sujeito + VTD + objeto direto

Economistas previram que o desemprego aumentaria. (Economistas previram isso.)

oração principal + oração subordinada substantiva objetiva direta

Economistas previram aumentar o desemprego. (Economistas previram isso.) oração principal + oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo

Mas cabe uma peculiaridade da oração subordinada substantiva objetiva direta. Nas frases interrogativas indiretas, as orações subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pela conjunção subordinada integrante “se” e por pronomes ou advérbios interrogativos:

Ninguém sabe se ela aceitará a proposta. Ninguém sabe como ela aceitará a proposta. Ninguém sabe quando ela aceitará a proposta. Ninguém sabe onde ela aceitará a proposta. Ninguém sabe qual é a proposta. Ninguém sabe quanto é a proposta.

Com os verbos deixar, mandar, fazer (chamados auxiliares causativos) e ver, sentir, ouvir, perceber (chamados auxiliares sensitivos) ocorre uma forma peculiar de oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo:

Deixe-me repousar. Mandei-os sair. Ouvi-o gritar.

Nesses três últimos casos, as orações destacadas são todas objetivas diretas reduzidas de infinitivo e, o que é mais interessante, os pronomes oblíquos átonos atuam todos como sujeitos dos infinitivos verbais e são conhecidos por sujeito acusativo. Essa é a única situação da língua portuguesa em que um pronome oblíquo pode atuar como sujeito. Para perceber melhor o que ocorre, convém transformar as orações reduzidas em desenvolvidas:

Deixe que eu repouse. Mandei que eles saíssem. Ouvi que ele gritava.

É bom esclarecer que os verbos causativos e sensitivos não formam locução verbal, pois fazem parte de um período composto.

Agora, passemos às orações com função de objeto indireto e complemento nominal. Se o objeto indireto e o complemento nominal (os quais são termos iniciados por preposição) recebem o verbo, naturalmente vão continuar com a preposição antecedendo-os.

Teus amigos confiam em tua vitória. (Teus amigos confiam nisso.) sujeito + VTI + objeto indireto

Teus amigos confiam em que tu vencerás. (Teus amigos confiam nisso.) oração principal + oração subordinada substantiva objetiva indireta

Teus amigos confiam em venceres. (Teus amigos confiam nisso.) oração principal + oração subordinada substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo

Perceba que, na completiva nominal, não é o verbo que exige o complemento, é o nome.

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Teus pais estavam certos de tua volta. (Teus pais estavam certos disso.) sujeito + VL + predicativo + complemento nominal

Teus pais estavam certos de que tu voltarias. (Teus pais estavam certos disso.) oração principal + oração subordinada substantiva completiva nominal

Teus pais estavam certos de voltares. (Teus pais estavam certos disso.) oração principal + oração subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo Note que a oração predicativa transmite a característica do sujeito.

Nossa maior preocupação era a chuva. (Nossa maior preocupação era isso) sujeito + VL + predicativo

Nossa maior preocupação era que chovesse. (Nossa maior preocupação era isso) oração principal + oração subordinada substantiva predicativa

Nossa maior preocupação era chover. (Nossa maior preocupação era isso) oração principal + oração subordinada substantiva predicativa reduzida de infinitivo

Todas as orações até aqui elencadas puderam ser substituídas pela

palavra “ISSO”. Apenas a oração apositiva não transmite coerência com essa troca; porém, observe que a banca não cobra o nome, mas pergunta se os dois pontos marcam o início de um aposto ou se marcam o início de um esclarecimento, desenvolvimento de uma palavra anterior. Veja:

Todos defendiam esta ideia: a desapropriação do prédio. sujeito + VTD + objeto direto + aposto

Todos defendiam esta ideia: que o prédio fosse desapropriado. oração principal + oração subordinada substantiva apositiva

Todos defendiam esta ideia: o prédio ser desapropriado. oração principal + oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo

Agora que já vimos todas as orações substantivas, vem a pergunta: Por que temos de identificar esse tipo de oração? Porque...

a) excetuando o aposto, vimos que esses termos substantivos não são separados por vírgula, portanto também não podemos separar a oração subordinada substantiva de sua oração principal por vírgula;

b) quando esse tipo de oração tiver a função de sujeito, objeto direto e predicativo, não deve haver uso de preposição antecedendo-os;

c) a conjunção que as inicia é chamada de integrante (que, se), a qual não possui valor semântico, nem função sintática;

d) quando houver oração subordinada substantiva subjetiva (sujeito oracional), o verbo da oração principal sempre ficará na terceira pessoa do singular.

Outra coisa importante!!!

A conjunção integrante “que” geralmente expressa certeza: Diga que começou o trabalho.

A conjunção integrante “se” geralmente expressa dúvida: Diga se começou o trabalho.

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Questão 33: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: Mister se faz entender que o objetivo da lei, ao estabelecer a obrigatoriedade de que as instituições financeiras também prestem informações às autoridades fiscais, é de lhes impor um dever de colaboração no intuito de auxiliar a atividade do Fisco.

Julgue a afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Uma forma de eliminar o segundo “que” do período é transformar a oração subordinada iniciada por ele em reduzida de infinitivo. Assim: “as instituições financeiras também prestarem ...”. Comentário: Perceba que a oração iniciada pelo vocábulo “que” é subordinada substantiva completiva nominal, a qual se encontra desenvolvida. Sua forma reduzida faz com que o verbo se flexione no infinitivo pessoal, concordando com o seu sujeito “as instituições financeiras”. Assim, é sempre importante reescrevermos para entendermos mais didaticamente a estrutura:

...a obrigatoriedade de que as instituições financeiras também prestem informações às autoridades fiscais...

...a obrigatoriedade de as instituições financeiras também prestarem informações às autoridades fiscais...

Gabarito: C

Vimos, até agora, os termos da oração e as orações subordinadas substantivas, que provêm da maioria destes termos. Agora veremos as orações subordinadas adjetivas.

Período composto por subordinação adjetiva

As orações subordinadas adjetivas têm esse nome porque equivalem a um adjetivo. Em termos sintáticos, essas orações exercem a função que normalmente cabe a um adjetivo (a de um adjunto adnominal ou aposto explicativo). O adjunto adnominal é termo sobre o qual falamos pouco, mas basta-nos entender o seguinte: todo termo da oração possui no mínimo um vocábulo, o qual chamamos de núcleo. Por vezes, esse núcleo vem antecipado ou seguido de outros vocábulos de valor adjetivo, os quais passam à função de adjunto adnominal.

Perceba isso no exemplo a seguir. O objeto direto é o termo “gente mentirosa”. O núcleo é o substantivo “gente” e o adjunto adnominal é “mentirosa”, o qual serve para caracterizar o núcleo.

Detesto gente mentirosa. VTD núcleo do

OD Adj Adn

objeto direto período simples

Na primeira construção, o adjetivo “mentirosa” é adjunto adnominal, o qual caracteriza o núcleo do objeto direto “gente”. Ao se inserir um verbo nesta função adjetiva, naturalmente haverá uma oração de mesmo valor. Por isso passa a ser uma oração subordinada adjetiva.

Detesto gente que mente. oração principal Or Sub Adjetiva

período composto

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A conexão entre a oração subordinada adjetiva e a oração principal é feita pelo pronome relativo que. Esse vocábulo não pode ser confundido com a conjunção integrante “que”, vista anteriormente, a qual inicia uma oração subordinada substantiva. Portanto, vamos às formas de se evitar o erro:

1. Detesto mentiras. 2. Detesto gente mentirosa.

1. Detesto que mintam. 2. Detesto gente que mente.

a) O vocábulo “mentiras” é um substantivo. Quando é substituído por verbo, passa a fazer parte de uma oração subordinada substantiva. b) “mentiras” é núcleo do objeto direto do verbo “Detesto”, por isso “que mintam” é oração subordinada substantiva objetiva direta da oração principal “Detesto”. c) O vocábulo “que” é uma conjunção integrante e toda a oração a partir desse vocábulo pode ser substituída pelo vocábulo “isso”, para a confirmação de ser oração substantiva. (Detesto isso.)

a) O vocábulo “mentirosa” é um adjetivo. Quando é substituído por um verbo, passa a fazer parte de uma oração adjetiva. b) “mentirosa” é adjunto adnominal e restringe o núcleo do objeto direto. c) Não há coesão em se substituir a oração “que mente” pelo vocábulo “isso”. Veja: Detesto gente isso. Assim, não é oração substantiva. O segundo passo é substituir o “que” por “o qual” e suas variações, para confirmar se é pronome relativo iniciando oração adjetiva. Veja: Detesto gente a qual mente.

No período “Detesto gente que mente”, desenvolvem-se duas ideias, relacionadas à palavra “gente”: a primeira é a de que eu a detesto e a segunda a de que ela mente. Assim:

Detesto gente. Gente mente. VTD + OD Suj + VI

Entendendo-se que o vocábulo “gente” está se repetindo desnecessariamente, pode-se inserir no lugar desse vocábulo repetido o pronome relativo “que” ou “a qual”. “Gente” está na função de sujeito, então os pronomes “que” ou “a qual” também ocupam a função de sujeito. Veja:

Detesto gente.Gente mente. Detesto gente que mente. Detesto gente a qual mente.

sujeito

Visando ao que pode ser exigido pela banca ESAF, muitas vezes se vê questão que pede para substituir um vocábulo por outro, permanecendo o sentido e a gramaticalidade. Neste caso, se a banca pedisse para substituirmos “gente” por “pessoas”, permaneceria a semântica, mesmo um estando no singular e o outro no plural. Mas essa substituição implicaria mudança na concordância do verbo “mente”, que deveria flexionar-se no plural, haja vista que o pronome relativo “que” é sujeito e retomaria “pessoas”. Veremos esse tipo de questão mais detidamente na aula 3. Assim:

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Detesto pessoas que mentem. VTD + objeto direto Suj + V. intransitivo

oração principal oração Sub Adjetiva

Outras vezes a banca ESAF cobra simplesmente a atenção voltada ao contexto para identificar o referente. Chamamos isso de coesão referencial:

1. Conheci o dono daquela empresa de cosméticos que demitiu duzentos funcionários.

2. Conheci o dono daquela empresa de cosméticos que exportou para a Europa.

3. Conheci o dono daquela empresa de cosméticos que embelezam as mulheres.

Na frase 1, o pronome relativo “que” retomou o substantivo “dono”, pois se entende que quem demite é o “dono”; na frase 2, foi retomado o substantivo “empresa”, pois é mais adequado dizer que a exportação é feita pela “empresa” e não pelo “dono”. Na frase 3, a concordância é feita no plural, porque o pronome relativo retomou “cosméticos”, que também está no plural. Isso é muito cobrado na prova, por isso tenha muita atenção. Uma forma de isso ficar mais claro é substituir o pronome “que” pelo pronome relativo “o qual” e suas variações. Assim, na frase 1 seria “o qual”, na 2 “a qual” e na 3 “os quais”.

Questão 34: Secretaria Municipal de Fazenda Rio 2010 Texto:

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De teor histórico-filosófico, os livros de M. Foucault investigam, em determinadas sociedades e em determinados períodos, quais os modos efetivos e historicamente variáveis de produção de verdade. Uma consideração que se estende para a sociedade moderna, a partir das suas instituições, diz respeito ao que podemos identificar como o traço fundamental, comum a todas elas e que, certamente, é aplicável a toda sociedade. Trata-se do princípio da visibilidade. A um tempo global e individualizante, a visibilidade constitui uma espécie de princípio de conjunto. À primeira vista sinal de transparência e de revelação da verdade, pode-se contudo questionar se o gesto de mostrar-se, de deixar-se ver, significaria uma postura despojada de desvelamento da verdade de cada um ou se o desnudamento de si mesmo não seria uma injunção, se a exposição de si não encobriria uma certa imposição decorrente das regras que regem nosso modo de produção da verdade. Acrescentemos que a investigação que quer melhor compreender nossa época não pretende apenas situá-la pela sua diferença com o que a precede, mas também, e sobretudo, instigar mudanças que, a partir e do interior do nosso presente, possam inaugurar perspectivas outras na

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direção do que está por vir. (Salma T. Muchail, A produção da verdade.

Filosofia especial, n. 08, p. 7, com adaptações)

No desenvolvimento do texto, a função do pronome relativo QUE é,

a) na linha 7, retomar “instituições”(ℓ.6). b) na linha 24, retomar “o”(ℓ.23). c) na linha 20, retomar “imposição”(ℓ.19). d) na linha 8, retomar “todas elas”(ℓ.8). e) na linha 27, retomar “perspectivas” (ℓ.26). Comentário: Na alternativa (A), o pronome relativo “que” retoma o pronome demonstrativo “o” (ao que). Na alternativa (B), “que” retoma o pronome “o”. Na alternativa (C), “que” retoma “regras”. Na alternativa (D), “que “retoma o pronome demonstrativo “o” (linha 7). Na alternativa (E), “que” retoma o pronome demonstrativo “o” (do) (linha 27). Gabarito: B Questão 35: Secretaria de Fazenda RJ 2010 Fragmento do Texto: Não é pouco o que precisa ser feito. Mas pode ser feito.

Julgue esta afirmativa como CERTA ou ERRADA Em “o que precisa ser feito”, “o” funciona como artigo definido masculino singular. Comentário: Vimos que o pronome relativo “que” retoma palavra de valor substantivo anterior. Esse pronome relativo “que” não admite artigo antecipando-o. Assim, o vocábulo “o”, que se encontra antes do pronome relativo “que”, é um pronome demonstrativo reduzido (=aquilo). Note que este pronome “o” ocupa a função sintática de sujeito do verbo de ligação “é” e do predicativo “pouco”. Mais um motivo para não o confundirmos com artigo. Gabarito: E Não veremos nesta aula quais são os pronomes relativos e suas funções sintáticas. Isso será visto na aula 4, quando aprofundaremos a regência verbal e nominal. Vamos trabalhar agora a pontuação nestas orações.

A pontuação e a classificação das orações adjetivas

Para entendermos a pontuação referente a termos adjetivos, é necessário sabermos a diferença entre dois tipos de adjetivo.

Adjetivo explicativo: é aquele que denota qualidade essencial do ser, característica inerente, ou seja, qualidade que não pode ser retirada do substantivo. Por exemplo, todo homem é inteligente, todo fogo é quente, todo leite é branco, então inteligente, quente e branco são adjetivos explicativos, em relação a homem, fogo e leite, respectivamente.

Adjetivo restritivo: é o adjetivo que denota qualidade adicionada ao ser, ou seja, nem sempre o substantivo terá aquela característica. Por exemplo, nem todo homem é educado, nem todo fogo é alto, nem todo leite é

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enriquecido, então educado, alto e enriquecido são adjetivos restritivos, em relação a homem, fogo e leite, respectivamente. inteligente quente branco explicativo homem fogo leite educado alto enriquecido restritivo

Quando o adjetivo estiver imediatamente após o substantivo qualificado por ele, teremos o seguinte: se ele for adjetivo explicativo, deverá estar entre vírgulas e funcionará sintaticamente como aposto explicativo; se for adjetivo restritivo, não poderá estar entre vírgulas e funcionará como adjunto adnominal.

Por exemplo: “O fogo, quente, morna a água em minutos.” Nessa frase, quente é adjetivo explicativo, pois indica uma qualidade essencial do substantivo, por isso está entre vírgulas e sua função sintática é a de aposto explicativo.

Já na frase “O fogo alto pode queimar a comida rapidamente.”, alto é adjetivo restritivo, pois se entende que nem todo fogo é alto, por isso não está entre vírgulas e sua função sintática é a de adjunto adnominal.

Assim, o adjetivo pode ter o valor restritivo (especifica o sentido do termo antecedente, individualizando-o) e explicativo (realça um detalhe ou amplifica características básicas sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido). Como aprofundamento disso, vejamos o adjetivo “inteligente”.

1. O homem, inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.

2. O homem inteligente não joga lixo no chão.

Na frase 1, esse adjetivo possui valor básico do homem: ser pensante, que raciocina. Essa é a condição básica para que ele possa ter a capacidade cognitiva e então através dos séculos ter a possibilidade de isso ser ampliado. Esse adjetivo está entre vírgulas para marcar o valor explicativo e com isso há a função sintática de aposto explicativo.

Na frase 2, esse mesmo adjetivo possui valor semântico diferente, pois se sabe que nem todos os homens deixam de jogar o lixo no chão. Então esse não é um princípio só do poder de raciocínio, mas da virtude, da educação. Assim, inteligente, neste caso, é o homem educado. Como sabemos que nem todos são educados, há certamente um valor restritivo. Por isso esse vocábulo não está separado por vírgulas e cumpre a função sintática de adjunto adnominal.

Portanto, se o aposto explicativo recebe um verbo, tornar-se-á uma oração subordinada adjetiva explicativa. Se o adjunto adnominal recebe um verbo, tornar-se-á oração subordinada adjetiva restritiva. O uso de vírgula continua da mesma forma que nos termos da oração ditos anteriormente.

Veja:

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O homem, inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.

sujeito aposto explicativo VTD + objeto direto + adjunto adverbial de tempo período simples

O homem, que é inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos. oração subordinada

adjetiva explicativa oração principal período composto

O homem inteligente não joga lixo no chão. Adj Adn + núcleo adjunto adnominal Adj Adv VTD OD Adj Adv lugar

negação

sujeito simples período simples

O homem que é inteligente não joga lixo no chão. oração subordinada

adjetiva restritiva oração principal período composto

Portanto, dependendo do uso da vírgula numa oração adjetiva, haverá mudança de sentido. Em determinados momentos, a vírgula poderá ser inserida ou retirada, isso fará com que a oração mude o sentido, mas não quer dizer que haverá incoerência com os argumentos do texto. Exemplo:

Angélica, encontrei seu irmão que mora em Paris.

Angélica, encontrei seu irmão, que mora em Paris.

Uma forma prática de se enxergar melhor a restrição é subentendendo a expressão somente aquele que.

Assim, no primeiro período, observa-se que somente o irmão de Angélica o qual mora em Paris foi encontrado por mim, os outros irmãos dela não foram citados no contexto. Portanto, sem vírgulas, entende-se que ela tem mais de um irmão.

Já no segundo período, entende-se que a característica básica de irmão de Angélica é ser morador de Paris, pois ele é o único irmão. Veja outros:

O curso possui oitocentos alunos que farão a prova da OAB.

O curso possui oitocentos alunos, que farão a prova da OAB.

No primeiro período, entende-se que somente oitocentos alunos do curso farão a prova da OAB, os outros não. Então o curso possui mais de oitocentos alunos. No segundo período, percebe-se que todo o efetivo discente do curso fará a prova da OAB. E sua totalidade é de oitocentos alunos.

Escolha a joia de que goste. Escolha a joia, de que gosta.

No primeiro período, alguém foi convidado a escolher uma joia ainda não apreciada, conhecida pela felizarda. Aquela da qual gostar poderá ser escolhida. Ao passo que, no segundo período, a pessoa presenteada já conhecia a joia e já gostava dela, por isso passou a haver a característica explicativa.

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Outro ponto importante. Se o aposto explicativo pode ser separado por vírgulas, travessões e parênteses, o mesmo vai ocorrer com a oração subordinada adjetiva explicativa.

Questão 36: Secretaria de Fazenda RJ 2010 Fragmento do Texto: Ao apontar os fatores que emperram as políticas públicas destinadas a combater as desigualdades, o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) indica meios para reduzir o problema.

Julgue esta afirmativa como CERTA ou ERRADA Não é preciso usar vírgula após “fatores” porque a oração subsequente tem natureza restritiva. Comentário: Como a oração subordinada adjetiva “que emperram as políticas públicas destinadas” não se encontra antecipada por vírgula, ela possui valor restritivo. Gabarito: C

Questão 37: Secretaria Municipal de Fazenda Rio 2010 Fragmento do texto: O Brasil voltou a registrar déficits elevados nas transações correntes com o exterior, que contabilizam o movimento de mercadorias, rendas e serviços, entre os quais remessa de lucros e dividendos, o pagamento e recebimento de juros, o turismo, os fretes, os seguros, os aluguéis de equipamentos, os royalties pelo uso de marcas e patentes, os direitos autorais etc.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula após “exterior”(ℓ.2) justifica-se por isolar expressão que indica circunstância. Comentário: A vírgula após “exterior” inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa. Gabarito: E

Questão 38: Técnico da Receita Federal 2000 Fragmento do Texto: Essa tolerância com a sonegação, que não é vista como crime, faz parte da nossa cultura, do nosso processo histórico.

Julgue esta afirmativa como CERTA ou ERRADA A expressão “que não é vista como crime” (ℓ. 1,2) está entre vírgulas por tratar-se de uma explicação Comentário: Vimos que as orações subordinadas adjetivas explicativas são separadas por vírgula. Por isso, a questão está certa. Gabarito: C

Questão 39: Técnico da Receita Federal 2003 Texto:

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É inegável que a possibilidade de vermos a multiplicidade da vida humana em um mundo globalizado, que as telas do computador e de outros meios de comunicação possibilitam, tem colaborado em tal questionamento ao vermos de perto como vivemos em um mundo multicultural e que essa multiculturalidade, para qual muitas vezes

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torcíamos/torcemos os narizes, está em nossa própria vida local, atravessando os limites nacionais: os grupos gays, feministas, de rastafaris, de hip-hop, de trabalhadores rurais sem-terra etc.

(Luiz Paulo da Moita Lopes, Discursos de identidades, p. 15) Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Preservam-se a correção gramatical e os sentidos do texto ao inserir o diante de “que”(ℓ.2), desde que seja retirada a vírgula após “possibilitam”(ℓ.3). Comentário: Vamos realizar a inserção que a questão pediu, depois comentamos:

Texto original: É inegável que a possibilidade de vermos a multiplicidade da vida humana em um mundo globalizado, que as telas do computador e de outros meios de comunicação possibilitam, tem colaborado em tal questionamento...

Reescrita da questão: É inegável que a possibilidade de vermos a multiplicidade da vida humana em um mundo globalizado, o que as telas do computador e de outros meios de comunicação possibilitam tem colaborado em tal questionamento...

Com a inserção do pronome “o”, mudamos o referente. Em vez de retomar a expressão “mundo globalizado”, passa a retomar toda a oração anterior. Mas o problema é que a questão colocou a condição de retirarmos a vírgula após “possibilitam”. Essa vírgula é obrigatória, por fechar a oração de natureza explicativa. Gabarito: E

Questão 40: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: É algo muito diferente da abertura incondicional, unilateral, subserviente e sem projeto que caracterizou o ciclo de reformas liberais na América Latina.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A colocação de uma vírgula após a palavra “projeto” transforma a oração subsequente em restritiva. Comentário: Primeiro, temos que ter certeza de que a oração após a palavra “projeto” realmente é adjetiva. Para isso, basta substituir o vocábulo “que” por “o qual” e verificar se transmite coerência: e sem projeto o qual caracterizou o ciclo. Assim, percebemos que realmente a oração é adjetiva. Vimos que a oração subordinada adjetiva restritiva não possui vírgula e a explicativa possui. Por isso, a questão está errada. Gabarito: E Questão 41: Técnico da Receita Federal 2003 Fragmento do texto: O aumento foi concedido para compensar possíveis perdas de arrecadação com o fim da cumulatividade – incidência da contribuição em todas as etapas da fabricação do mesmo produto –, que foi aprovado no final do ano passado. A vírgula após o travessão(ℓ.3) justifica-se para isolar a subsequente oração de caráter restritivo. Comentário: A oração “que foi aprovado no final do ano passado” foi

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antecipada por vírgula por ser subordinada adjetiva explicativa. Gabarito: E Questão 42: Técnico da Receita Federal 2000 Texto:

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O setor comercial “online” cresce mais de 30% ao ano. À primeira vista, parece que o consumidor é beneficiado por produtos mais baratos. O problema é que o preço baixo é conseguido à custa de concorrentes, que são obrigados a pagar impostos, e de governos, que perdem receita fiscal. Apesar de estar crescendo muito, o comércio eletrônico ainda é pequeno em relação ao comércio total, o que faz as distorções econômicas e fiscais serem menores.

(Robert J. Samuelson, Exame, 22/03/2000, com adaptações)

O texto permanece correto se forem feitas as seguintes substituições, exceto:

a) o que faz / os quais fazem (ℓ. 9 e 10) b) à custa de / tendo como base o prejuízo de (ℓ.5) c) Apesar de estar / Embora esteja (ℓ.7) d) em relação ao / em comparação com (ℓ.9) e) ao ano / por ano (ℓ.2) Comentário: Na alternativa (A), o pronome demonstrativo “o” retoma toda a oração “o comércio eletrônico ainda é pequeno em relação ao comércio total” e percebemos que isso faz as distorções econômicas e fiscais serem menores. A substituição do pronome “o” por “os quais” muda a concordância, pois o pronome relativo “os quais” está na função de sujeito e com isso o verbo “fazem” está corretamente flexionado no plural. Sintaticamente, a substituição está correta. Porém, semanticamente, percebemos que o pronome relativo “os quais” passa a retomar os comércios “eletrônico” e “total”. Isso produz incoerência ao texto, pois não são esses comércios que fazem as distorções econômicas e fiscais serem menores. Por isso, esta é a alternativa errada. Na alternativa (B), o adjunto adverbial de causa “à custa de concorrentes” é iniciado pela locução prepositiva “à custa de”. O sentido é preservado com a substituição pela oração subordinada adverbial de causa reduzida de gerúndio “tendo como base o prejuízo de concorrentes”. Na alternativa (C), a oração subordinada adverbial concessiva reduzida de infinitivo “Apesar de estar crescendo muito” pode ser substituída pela oração de mesmo valor semântico “Embora esteja crescendo muito”. Na alternativa (D), perceba que há uma comparação entre “comércio eletrônico” e “comércio total” manifestada pela locução prepositiva “em relação a”. A substituição pela locução comparativa “em comparação a” mantém o mesmo sentido e a correção gramatical. Na alternativa (E), o adjunto adverbial de tempo “ao ano” pode ser substituído pelo adjunto adverbial “por ano”.

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Gabarito: A Questão 43: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: A reforma do Estado é vista frequentemente como um processo de redução do tamanho do Estado, que envolve a delimitação de sua abrangência institucional e a redefinição de seu papel.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O pronome relativo em “que envolve” representa, na oração que inicia, seu antecedente imediato “Estado”. Comentário: Perceba que não é o “Estado” que envolve a delimitação de sua abrangência institucional e a redefinição de seu papel, mas o processo de redução do seu tamanho. Gabarito: E Questão 44: Técnico da Receita Federal 2002 Assinale a opção que corresponde ao emprego incorreto do sinal de pontuação.

O Fisco terá acesso às informações declaradas tanto pelos contribuintes, como pelas administradoras de cartão de crédito e pelo comércio no Imposto de Renda, e, também, por meio do novo sistema eletrônico,(1) às informações da movimentação real. Um contribuinte que,(2) não tenha capacidade econômica, ou seja, (3) que tenha um salário baixo e que, em um mês,(4) gaste no cartão de crédito R$ 100 mil, por exemplo,(5) poderá ser investigado. As novas máquinas estão sendo implantadas em todos os estados. Entre os mais adiantados estão a Bahia e o Distrito Federal.

(Adaptado de “Sistema eletrônico para facilitar a arrecadação”, Vivian Oswald, O Globo, 29/07/2002)

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Comentário: O problema na pontuação ocorreu na alternativa (B), pois foi inserida uma vírgula após o pronome relativo “que”. Isso só poderia ocorrer se houvesse termo intercalado por duas vírgulas. A alternativa (A) está correta, porque esta é a segunda vírgula, que intercala o adjunto adverbial de meio “por meio do novo sistema eletrônico”. A vírgula da alternativa (C) está correta, porque inicia a oração subordinada adjetiva explicativa “que tenha um salário baixo”, a qual é seguida por outra oração adjetiva explicativa. A vírgula da alternativa (D) está correta, pois finaliza o adjunto adverbial intercalado “em um mês”. A vírgula da alternativa (E) está correta, pois finaliza a expressão denotativa de exemplificação “por exemplo”. Gabarito: B

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As orações reduzidas e desenvolvidas

Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo conjugado em modo e tempo verbal, as orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).

Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.

Questão 45: Técnico da Receita Federal 2000 Texto:

5

10

O imposto de renda é a maior fonte de recursos do governo federal. No ano passado, pessoas e empresas contribuíram com 51 bilhões de reais para os cofres públicos. O imposto sobre produtos industrializados entrou com 16 bilhões de reais e a Cofins, uma contribuição social paga pelas empresas, com 32 bilhões. Esse dinheiro, somado à CPMF e a outros impostos, forma um total que é repartido, no Orçamento Federal, para áreas como educação, saúde, transportes e pagamento de salários e aposentadorias.

(VEJA, Edição 1646 -26/4/2000)

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula que vem ao fim da expressão “somado à CPMF e a outros impostos”(ℓ. 8) deve ser retirada, pois trata-se de um sujeito composto. Comentário: A oração “somado à CPMF e a outros impostos” é subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio. Para se ter certeza, podemos desenvolvê-la:

Esse dinheiro, que é somado à CPMF e a outros impostos, forma um total...

Como se encontra intercalada, a dupla vírgula é obrigatória. Assim, não se pode retirar a vírgula após essa oração. Note que o sujeito do verbo “forma” é a expressão “Esse dinheiro”. Gabarito: E Questão 46: Técnico da Receita Federal 2002 Marque o sinal de pontuação que foi mal empregado.

Os episódios da crise recente na Argentina,(A) não podem ser entendidos sem uma perspectiva que abraça a noção mais ampla de tempo,(B) a envolver as duas últimas décadas. Há três dimensões – (C) uma de ordem estrutural, (D)

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uma de ordem institucional e outra de caráter sociocultural – (E) que iluminam o ocaso do país vizinho.

(Baseado em José Flávio Sombra Saraiva) a) A b) B c) C d) D e) E Comentário: A vírgula foi mal empregada na alternativa (A), pois separa o verbo “podem” de seu sujeito “Os episódios da crise recente na Argentina”. A vírgula da alternativa (B) está correta porque separa a oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de infinitivo “a envolver as duas últimas décadas” de sua oração principal. Realmente é adjetiva, porque podemos desenvolvê-la para “que deve envolver as duas últimas décadas”. Nas alternativas (C) e (E), os travessões intercalam uma explicação, que se encontra enumerada, por isso está correta a vírgula em (D). Gabarito: A

Questão 47: Secretaria Municipal de Fazenda Rio 2010 Texto:

1 5

10

15

20

25

A ocorrência dos 500 anos da chegada de Pedro Álvares Cabral, deu a inspiração para insistir na rejeição permanente da frase tola, segundo a qual “essas coisas só acontecem no Brasil”. Há que lembrar a crítica, vinda até de vo-zes autorizadas vinculando “essas coisas” à colonização portuguesa. As críticas comparam o Brasil e os Estados Unidos da colonização inglesa, o Brasil de hoje e o Brasil holandês, de Maurício de Nassau, sem considerar as possessões de seu país na Ásia. A história mostra as diferenças. No sistema jurídico dos séculos 15 e 16, dois critérios de dominação territorial predomi-naram: o da “descoberta”, e o da conquista pelas armas, em que o direito nascia da força. A descoberta foi o meio que serviu para Portugal, no Brasil, e para a Espanha, a oeste das Tordesilhas, depois de dividirem o mundo em dois. A poderosa esquadra inglesa exempli-fica a alternativa. Gerou colônias, dominadas pelas armas, das quais algumas ainda subexistem. A ordem jurídica vigente, nesses casos foi, e é, a do dominador.

(Walter Ceneviva; com adaptações)

Assinale a opção correta em relação ao uso da vírgula no texto.

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a) A vírgula após a palavra “Cabral”(ℓ. 2) é necessária para unir sujeito e predicado.

b) Após a palavra “autorizadas” (ℓ.7), uma vírgula tornaria o período incorreto. c) Após “Estados Unidos”(ℓ.9) é inadmissível o uso da vírgula. d) A vírgula após a palavra “descoberta”(ℓ.16) é desnecessária conforme a

norma culta. e) É inadmissível uma vírgula antes da forma verbal “foi”(ℓ.25). Comentário: Na alternativa (A), a vírgula está errada, porque se encontra entre sujeito e predicado. Na alternativa (B), uma vírgula pode ser inserida para iniciar essa oração subordinada adjetiva reduzida de gerúndio. A inserção da vírgula faria com que esta oração passasse a um valor explicativo. Como a questão não afirmou sobre diferença semântica, apenas de correção gramatical, a inserção da vírgula estaria correta. O erro na alternativa foi a palavra “incorreto”. Na alternativa (C), ao se inserir a vírgula após “Estados Unidos”, a expressão “da colonização inglesa” deixa de ser um adjunto adnominal (sentido restritivo) para ser aposto explicativo. Assim, é possível a inserção da vírgula. O erro da alternativa está na palavra “inadmissível”. A alternativa (D) é a correta, pois, como vimos na aula passada, a vírgula antes do “e” é utilizada quando há sujeitos diferentes, enumeração com repetição do “e” ou a conjunção com valor opositivo. Como no trecho não houve nenhum desses casos, a vírgula é desnecessária. Na alternativa (E), a expressão “nesses casos” é um adjunto adverbial de pequena extensão. Como foi iniciada com vírgula, deve ser finalizada com vírgula também. Gabarito: D

Questão 48: Técnico da Receita Federal 2002 Marque o segmento de texto que foi transcrito com erro gramatical.

a) Finalmente, após cinco anos de debate, a Lei Brasileira de Arbitragem (Lei Marco Maciel), de iniciativa do Congresso Nacional, sancionada pelo Executivo, recebeu o “nada obsta” do Supremo Tribunal, em uma de suas últimas reuniões plenárias de 2001.

b) Apesar de analisada e selada pelos três poderes da República, o fato mais marcante onde caracteriza a Lei de Arbitragem é a simpatia com que foi recebida por grande parcela da sociedade.

c) Tal aspecto, em termos brasileiros, é emblemático, pois expressa, talvez, a chancela mas importante: a do cidadão, a confirmar que a lei pegou.

d) De fato, a longa discussão quanto à constitucionalidade da Lei de Arbitragem manteve-se ao largo da atividade da sociedade civil, tendo em vista a implementação desse meio extrajudicial de solução de conflito.

e) Foram intensos, nesses cinco anos de existência da Lei Marco Maciel, os cursos, as conferências, a publicação de estudos e livros, enfim, os debates travados ao redor do tema.

(Baseado em Pedro Batista Martins) Comentário: Na alternativa (A), a expressão “após cinco anos de debate” é o adjunto adverbial de tempo e se encontra intercalada, por isso está corretamente entre vírgulas. As expressões “de iniciativa do Congresso

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Nacional” e “sancionada pelo Executivo” estão entre vírgulas por terem valor explicativo. O primeiro é aposto explicativo e o segundo é uma oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio. A expressão “em uma de suas últimas reuniões plenárias de 2001” está antecipada de vírgula por ser um adjunto adverbial de tempo. A alternativa (B) está incorreta, a estrutura adverbial de concessão “Apesar de analisada e selada pelos três poderes da República” está antecipada, por isso a vírgula é obrigatória. O pronome “onde” deve ser substituído pelo pronome “que” ou “o qual”, pois retoma o substantivo “fato” e possui a função sujeito. O pronome “onde” só pode cumprir a função sintática de adjunto adverbial de lugar. Isso será visto na aula 4. A alternativa (C) fez com que houvesse a anulação da questão, por erro de digitação. A palavra “mas” deveria ter sido digitada “mais”. Quanto à pontuação, a locução adverbial “em termos brasileiros” e o advérbio “talvez”

. • Observar que entre sujeito, verbo e complementos não há vírgula. • O adjunto adverbial solto admite a vírgula no final do período. Quando

antecipado ou intercalado e de grande extensão, a(s) vírgula(s) é(são) obrigatória(s).

• O aposto explicativo e os comentários do autor (expressão parentética) podem ser separados por vírgulas, travessões ou parênteses:

Xxxxxxx, explicação, xxxxxxx. Xxxxxxx− explicação − xxxxxxx. Xxxxxxx(explicação) xxxxxxx.

Quando em final de período, a vírgula, o travessão e os parênteses podem substituídos por dois-pontos.

estão entre vírgulas por estarem intercalados. A vírgula antes da conjunção “pois” é facultativa. O sinal de dois-pontos inicia uma explicação. A oração “a confirmar” é também explicativa, por isso ocorre a vírgula. Na alternativa (D), a expressão “De fato” é um adjunto adverbial antecipado, por isso a vírgula está correta. A vírgula antes de “tendo em vista” é facultativa, pois inicia um adjunto adverbial de causa, que se encontra no final da oração. Na alternativa (E), a expressão “nesses cinco anos de existência da Lei Marco Maciel” é um adjunto adverbial de tempo e se encontra intercalado, por isso a dupla vírgula é obrigatória. O advérbio “enfim” está intercalado e por isso fica entre vírgulas. As demais vírgulas marcam uma enumeração. Gabarito: ANULADA

O que devo tomar nota como mais importante?

• Lembre-se da estrutura básica da oração: PV= VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI PN= VL + predicativo

• Atentar para o complemento nominal: Adjetivo que exige complemento nominal: fiel a ela. Advérbio que exige complemento: perto de você. Substantivo abstrato que exige complemento: construção do prédio

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Xxxxxxx, explicação. Xxxxxxx− explicação. Xxxxxxx(explicação). Xxxxxxx: explicação.

• As orações substantivas não podem ser separadas por vírgula. • As orações adjetivas podem ser restritivas (sem vírgula) ou explicativas

(com vírgula).

Abraço. Terror

Lista de questões

Questão 1: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: Mesmo assim, torna-se importante considerar que o fantasma do desemprego não deixa de estar presente, embora suas consequências sejam mais atenuadas sobre a mão-de-obra juvenil.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A negativa na expressão “não deixa de estar presente” corresponde semanticamente a deixa de não estar ausente. Questão 2: Técnico da Receita Federal 2003 Fragmento do texto: O panorama da sociedade contemporânea sugere-nos incontáveis abordagens da ética. À medida que a modernidade — ou a pós-modernidade — avança, novas facetas surgem com a metamorfose do espírito humano e sua variedade quase infinita de ações.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A preposição “com”(ℓ.3) está sendo empregada para conferir a ideia de comparação entre “novas facetas”(ℓ.3) e “metamorfose do espírito humano”(ℓ.3 e 4). Questão 3: Secretaria de Fazenda RJ 2010 Fragmento do texto: A divulgação do resultado do Tesouro Nacional e das contas fiscais poderia criar certo otimismo. No quadrimestre, o Tesouro apresentou um superávit primário equivalente a 2,38% do PIB, ante 2,02% no mesmo período de 2009, e para o conjunto do setor público esse superávit já supera a meta do ano (3,3% do PIB).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir o termo “ante”(ℓ.3) por perante. Questão 4: Técnico de Finanças e Controle 2000 Texto: O mercado de ações desempenha duas funções importantes: fornece um mercado de novos lançamentos, em que as companhias e o governo podem levantar capital através da venda de novas cotas e ações, além de um mercado secundário para a compra e venda diária de ações e participações já existentes.

(Adaptado de Enciclopédia Compacta de Conhecimentos

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Gerais – Isto É- p.204 e 205) Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

A palavra “através” pode ser substituída pela expressão por intermédio. Questão 5: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: Há uma relação importante entre a fragilidade dos órgãos da administração e determinadas deficiências do sistema tributário nacional.

Julgue as afirmativas como CERTAS (C) ou ERRADAS (E) Em “órgãos da administração e determinadas deficiências” a conjunção “e” corresponde, gramatical e semanticamente, à preposição com. Questão 6: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: O mundo de hoje, especialmente nos países que adotam o sistema capitalista, apresenta acentuados desníveis econômicos, sociais e políticos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Mantém-se a característica modificadora, restritiva de mundo, na expressão “mundo de hoje” mesmo se dela for retirada a preposição. Questão 7: Técnico da Receita Federal 2000 Médio Fragmento do texto: No ano passado, pessoas e empresas contribuíram com 51 bilhões de reais para os cofres públicos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Para separar adjunto adverbial anteposto após “passado”, a vírgula é opcional.

Técnico da Receita Federal 2003

Texto: 1

5 10

O governo, de janeiro a maio deste ano, arrecadou R$ 937 milhões adicionais por meio do Programa de Integração Social – PIS. Em dezembro do ano passado, a ali-quota da contribuição subiu de 0,65% para 1,65%. O aumento foi concedido para com-pensar possíveis perdas de arrecadação com o fim da cumulatividade – incidência da con-tribuição em todas as etapas da fabricação do mesmo produto –, que foi aprovado no final do ano passado.

(Sílvia Mugnatto, Folha de S.Paulo, 01/09/2003)

Julgue estas afirmativas como CERTAS (C) ou ERRADAS (E) Questão 8: As vírgulas da linha 1 se justificam por isolar um complemento circunstancial intercalado entre o sujeito e o predicado do período. Questão 9: Se a expressão “Em dezembro do ano passado”(ℓ.4) estivesse no final do período (com minúscula) não haveria exigência de isolá-la antecedendo-a com uma vírgula.

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Questão 10: Técnico da Receita Federal 2002 Marque o sinal de pontuação que foi mal empregado.

A transição para a democracia no Brasil produziu resultados diferentes daqueles obtidos nos países vizinhos. Aqui,(A) pela primeira vez na história,(B) operários e camponeses conquistaram um lugar permanente na cena política oficial. Forjaram suas organizações independentes e logo,(C) passaram a contracenar com as elites tradicionais. CUT,(D) MST e partidos de esquerda são frutos desse processo. Na Argentina,(E) a redemocratização reconduziu à cena velhos atores presentes há setenta anos.

(Baseado em Walter Pinheiro) a) A b) B c) C d) D e) E

Questão 11: Secretaria de Fazenda RJ 2010 Fragmento do Texto: Constata-se que, desde a metade do século passado, apesar das diferentes políticas adotadas pelos governos da América Latina — com mais ou menos intervenção do Estado na economia, com mais ou menos liberdade para a ação empreendedora, com menor ou maior grau de abertura política —, a desigualdade tem sido alta, persistente e se reproduz num contexto de baixa mobilidade social.

Julgue esta afirmativa como CERTA ou ERRADA O segmento “desde a metade do século passado” está entre vírgulas porque se trata de oração explicativa.

Questão 12: Técnico da Receita Federal 2009 Fragmento do texto: Na Europa, a notícia ruim para as bolsas foi a redução de 70% do lucro anual do banco HSBC, de US$ 19,1 bilhões para US$ 5,7 bilhões.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego da vírgula após “Europa” justifica-se porque isola adjunto adverbial de lugar no início do período.

Questão 13: Secretaria Municipal de Fazenda Rio 2010 Fragmento do texto: No passado, esse déficit provocaria grande apreensão entre os agentes econômicos. Agora, a divulgação desses dados sequer mexeu com as cotações no mercado de câmbio.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgulas após “No passado”(ℓ.1) e “Agora”(ℓ.2) tem a mesma justificativa gramatical.

Questão 14: Técnico de Finanças e Controle 2000 Fragmento do texto: A ordem jurídica vigente, nesses casos foi, e é, a do dominador.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) É inadmissível uma vírgula antes da forma verbal “foi”.

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Questão 15: Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL 2004 Fragmento do texto: A combinação dos princípios de reciclagem, descentralização e conservação de energia com os mecanismos de democratização, avaliação dos impactos ambientais e opções energéticas menos agressivas promoverá mudanças substanciais na matriz energética e na economia global. Em decorrência, haverá amplo acesso de energia às populações e menor impacto nas florestas e no efeito estufa, bem como maior benefício na redução do lixo atômico e na conservação dos recursos hídricos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição do trecho “Em decorrência, haverá” (ℓ. 5) por "Haverá, consequentemente," mantém a correção gramatical do período.

Questão 16: Técnico da Receita Federal 2000 O Secretário da Receita Federal [ 1 ] afirmou [ 2 ] após receber os integrantes da subcomissão do Senado encarregada de aprofundar as investigações da CPI do Poder Judiciário [ 3 ] que qualquer CPI ''ajuda muito'' o trabalho da Receita Federal. ''As CPIs têm realizado um trabalho de parceria com a Receita. Pelo seu trabalho investigativo e seu poder de quebrar sigilos bancário e fiscal de pessoas envolvidas em investigação [ 4 ] as CPIs trazem informações valiosas [ 5 ] à Receita para fins fiscais'' [ 6 ] disse o secretário.

(Folha de S. Paulo, 18/08/2000 p. A6, com adaptações) Assinale a opção em que as vírgulas estão bem empregadas nas lacunas respectivas.

1 2 3 4 5 6

a) , , , ,

b) , , ,

c) , , , ,

d) , , ,

e) , , , , , ,

“As versões anteriores sobre a existência, no Novo Mundo, de alguma nação de mulheres adversas ao jugo varonil, deviam predispor os aventureiros europeus a acolher, colorindo-as e enriquecendo-as, segundo lhes pediam a imaginação, certas notícias sobre tribos indígenas onde as esposas porfiavam com os maridos na faina guerreira. Foi às beiradas daquele rio-mar, porém, e quando pela primeira vez na história um bando de espanhóis o cursou em sua maior extensão até chegar à embocadura, que elas vieram a ganhar corpo. Tendo saido de Quito em 1541,

Questão 17: Técnico da Receita Federal 2000 1

5 10

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rumo ao imaginário País da Canela, Francisco de Orellana e seus companheiros, foram avisados de que, águas abaixo, no grande rio, se achavam amazonas, e que apartadas dele e metida terra adentro estavam as dependências do chefe Ica, abundantíssimas em metal amarelo. Esse último senhorio nunca o viram e nem ouviram falar os expedicionários. Das amazonas, no entanto, voltaram a ter notícia, quando, mais adiante, lhes advertiram-nos outros índios do perigo a que se expunham de alcançá-las, por serem poucos e elas muitas.”

(Sérgio Buarque de Holanda) Ocorre erro de pontuação na linha

a) 3 b) 1 c) 22 d) 9 e) 15

Questão 18: Técnico da Receita Federal 2002 Marque o sinal de pontuação que foi mal empregado.

A transição para a democracia no Brasil produziu resultados diferentes daqueles obtidos nos países vizinhos. Aqui,(A) pela primeira vez na história,(B) operários e camponeses conquistaram um lugar permanente na cena política oficial. Forjaram suas organizações independentes e logo,(C) passaram a contracenar com as elites tradicionais. CUT,(D) MST e partidos de esquerda são frutos desse processo. Na Argentina,(E) a redemocratização reconduziu à cena velhos atores presentes há setenta anos.

(Baseado em Walter Pinheiro) a) A b) B c) C d) D e) E Questão 19: Técnico da Receita Federal 2003 Fragmento do texto: Como indica Fridman (2000, p. 11), “se a modernidade alterou a face do mundo com suas conquistas materiais, tecnológicas, científicas e culturais, algo de abrangência semelhante ocorreu nas últimas décadas, fazendo surgir novos estilos, costumes de vida e formas de organização social”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Preserva-se a correção gramatical e os sentidos do texto ao retirar “de abrangência”(ℓ.3).

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Questão 20: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: A reforma do Estado é vista frequentemente como um processo de redução do tamanho do Estado, que envolve a delimitação de sua abrangência institucional e a redefinição de seu papel.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A expressão “do tamanho” funciona como complemento nominal de “processo”. Questão 21: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento de texto: O CPF é hoje um dos documentos mais utilizados no Brasil. Foi criado em 1965, com o objetivo de identificar o contribuinte – pessoa física – perante a Secretaria da Receita Federal e para que ela tivesse um maior controle dos contribuintes brasileiros.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A preposição de, em “controle dos contribuintes”, estabelece entre os nomes que liga uma relação semântica correspondente a os contribuintes que controlam. Questão 22: Técnico da Receita Federal 2003 Fragmento do texto: As aventuras de Ulisses sintetizam e representam o confronto de ideais nobres e de paixões mesquinhas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O período permaneceria correto se a preposição na expressão “confronto de ideais” fosse, sem outras alterações no período, substituída por entre. Questão 23: Técnico MPU 2004 Em relação à pontuação do texto abaixo, analise as modificações propostas e assinale a opção correta.

1 5 10

Lidar com leis, processos demorados, cartórios e tribunais talvez não seja uma atividade comumen-te associada à nova economia. No entanto, poucas profissões foram renovadas e se tornaram tão necessárias ao bom funcionamento das novas empresas quanto o ofício do advogado. Além dis- so, embora a sociedade brasileira não chegue per-to da americana em termos de mentalidade litígio-sa, temos bem concentrada na herança cultural uma dose gigantesca de burocracia regulamenta-ções e cartórios. Lidar com essa herança já é o campo de trabalho para muitas gerações.

(Gilson Schwartz, As profissões do futuro, São Paulo, Publifolha, 2000, p.36)

Modificações propostas:

I. por se tratar de aposto explicativo, suprimir as vírgulas que isolam a expressão após “processos demorados” (ℓ.1).

II. inserir vírgula antes de “talvez” (ℓ.2) porque se inicia uma oração explicativa.

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III. eliminar a vírgula após “No entanto” (ℓ.3) para não isolar circunstância. IV. inserir vírgula após “americana” (ℓ.8) para isolar oração explicativa

subsequente. V. inserir vírgula após “burocracia” (ℓ.10), pois se trata de uma enumeração.

Para deixar o texto corretamente pontuado,

a) é necessário implementar as modificações I e II. b) as modificações II e IV são necessárias. c) somente a modificação III é necessária. d) são necessárias as modificações III e IV. e) apenas a modificação V é necessária. Questão 24: Secretaria de Fazenda RJ 2010 No caso do Tesouro Nacional, sua receita bruta em abril apresentou crescimento de 33,8% e a da Previdência Social, de 8,4%, o que explica que nas contas fiscais o governo central tenha surgido com um superávit nominal de R$ 7 bilhões, o segundo do ano de 2010. Convém, todavia, notar que esse resultado positivo tem uma causa provisória: redução de R$ 21,2 bilhões da dívida bancária líquida e de R$ 5,6 bilhões no financiamento externo líquido.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego do sinal de dois pontos(ℓ.5) justifica-se por inserir uma citação no texto. Questão 25: Técnico da Receita Federal 2000 Texto:

5

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O imposto de renda é a maior fonte de recursos do governo federal. No ano passado, pessoas e empresas contribuíram com 51 bilhões de reais para os cofres públicos. O imposto sobre produtos industrializados entrou com 16 bilhões de reais e a Cofins, uma contribuição social paga pelas empresas, com 32 bilhões. Esse dinheiro, somado à CPMF e a outros impostos, forma um total que é repartido, no Orçamento Federal, para áreas como educação, saúde, transportes e pagamento de salários e aposentadorias.

(VEJA, Edição 1646 -26/4/2000)

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A expressão “uma contribuição social paga pelas empresas”(ℓ. 6 e 7) está entre vírgulas por se tratar de aposto explicativo.

Técnico da Receita Federal 2003 1

5

O governo, de janeiro a maio deste ano, arrecadou R$ 937 milhões adicionais por meio do Programa de Integração Social – PIS. Em dezembro do ano passado, a ali-quota da contribuição subiu de 0,65% para

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1,65%. O aumento foi concedido para com-pensar possíveis perdas de arrecadação com o fim da cumulatividade – incidência da con-tribuição em todas as etapas da fabricação do mesmo produto –, que foi aprovado no final do ano passado.

(Sílvia Mugnatto, Folha de S.Paulo, 01/09/2003)

Julgue estas afirmativas como CERTAS (C) ou ERRADAS (E) Questão 26: Eliminando-se o travessão(ℓ.3), “PIS” poderia estar entre parênteses, sem prejuízo gramatical para o período. Questão 27: Os travessões das linhas 8 e 10 poderiam ser substituídos por parênteses e o período se manteria gramaticalmente correto. Questão 28: Técnico da Receita Federal 2009 Fragmento do texto: A legislação brasileira diz que o instrumento só pode ser decretado em dois casos excepcionais previstos: um, quando há risco de exposição pública de questões privadas do investigado ou réu, como relacionamentos amorosos e doenças; e, outro, quando o processo contém documentos sigilosos, como extratos bancários ou escutas telefônicas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O sinal de dois-pontos após “previstos”(ℓ.2) justifica-se por marcar a introdução de um diálogo. Questão 29: Técnico da Receita Federal 2009 Fragmento do texto: Os mercados financeiros entraram em março assombrados pelo maior prejuízo trimestral da história corporativa dos Estados Unidos – a perda de US$ 61,7 bilhões contabilizada pela seguradora American International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O travessão após “Estados Unidos” pode ser substituído por sinal de dois-pontos sem prejuízo para a correção gramatical do período. Questão 30: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: A secular luta da mulher pela realização profissional enfrenta também, a negligência do registro histórico de suas conquistas, por muitos historiadores.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula após “também“ deve ser retirada.

Questão 31: Técnico da Receita Federal 2000 Texto: Esse dinheiro, somado à CPMF e a outros impostos, forma um total que é repartido, no Orçamento Federal, para áreas como educação, saúde, transportes e pagamento de salários e aposentadorias.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Logo após “como”(ℓ. 2) pode ser colocado um sinal de dois pontos, já que se segue uma enumeração.

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Questão 32: Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL 2006 Fragmento do texto: No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Por se tratar de verbo expletivo, “foi” pode ser retirado da oração sem prejuízo do sentido e da sintaxe. Questão 33: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: Mister se faz entender que o objetivo da lei, ao estabelecer a obrigatoriedade de que as instituições financeiras também prestem informações às autoridades fiscais, é de lhes impor um dever de colaboração no intuito de auxiliar a atividade do Fisco.

Julgue a afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Uma forma de eliminar o segundo “que” do período é transformar a oração subordinada iniciada por ele em reduzida de infinitivo. Assim: “as instituições financeiras também prestarem ...”. Questão 34: Secretaria Municipal de Fazenda Rio 2010 Texto:

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25

De teor histórico-filosófico, os livros de M. Foucault investigam, em determinadas sociedades e em determinados períodos, quais os modos efetivos e historicamente variáveis de produção de verdade. Uma consideração que se estende para a sociedade moderna, a partir das suas instituições, diz respeito ao que podemos identificar como o traço fundamental, comum a todas elas e que, certamente, é aplicável a toda sociedade. Trata-se do princípio da visibilidade. A um tempo global e individualizante, a visibilidade constitui uma espécie de princípio de conjunto. À primeira vista sinal de transparência e de revelação da verdade, pode-se contudo questionar se o gesto de mostrar-se, de deixar-se ver, significaria uma postura despojada de desvelamento da verdade de cada um ou se o desnudamento de si mesmo não seria uma injunção, se a exposição de si não encobriria uma certa imposição decorrente das regras que regem nosso modo de produção da verdade. Acrescentemos que a investigação que quer melhor compreender nossa época não pretende apenas situá-la pela sua diferença com o que a precede, mas também, e sobretudo, instigar mudanças que, a partir e do interior do nosso presente, possam inaugurar perspectivas outras na direção do que está por vir.

(Salma T. Muchail, A produção da verdade. Filosofia especial, n. 08, p. 7,

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com adaptações)

No desenvolvimento do texto, a função do pronome relativo QUE é,

a) na linha 7, retomar “instituições”(ℓ.6). b) na linha 24, retomar “o”(ℓ.23). c) na linha 20, retomar “imposição”(ℓ.19). d) na linha 8, retomar “todas elas”(ℓ.8). e) na linha 27, retomar “perspectivas” (ℓ.26). Questão 35: Secretaria de Fazenda RJ 2010 Fragmento do Texto: Não é pouco o que precisa ser feito. Mas pode ser feito.

Julgue esta afirmativa como CERTA ou ERRADA Em “o que precisa ser feito”, “o” funciona como artigo definido masculino singular. Questão 36: Secretaria de Fazenda RJ 2010 Fragmento do Texto: Ao apontar os fatores que emperram as políticas públicas destinadas a combater as desigualdades, o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) indica meios para reduzir o problema.

Julgue esta afirmativa como CERTA ou ERRADA Não é preciso usar vírgula após “fatores” porque a oração subsequente tem natureza restritiva.

Questão 37: Secretaria Municipal de Fazenda Rio 2010 Fragmento do texto: O Brasil voltou a registrar déficits elevados nas transações correntes com o exterior, que contabilizam o movimento de mercadorias, rendas e serviços, entre os quais remessa de lucros e dividendos, o pagamento e recebimento de juros, o turismo, os fretes, os seguros, os aluguéis de equipamentos, os royalties pelo uso de marcas e patentes, os direitos autorais etc.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula após “exterior”(ℓ.2) justifica-se por isolar expressão que indica circunstância.

Questão 38: Técnico da Receita Federal 2000 Fragmento do Texto: Essa tolerância com a sonegação, que não é vista como crime, faz parte da nossa cultura, do nosso processo histórico.

Julgue esta afirmativa como CERTA ou ERRADA A expressão “que não é vista como crime” (ℓ. 1,2) está entre vírgulas por tratar-se de uma explicação

Questão 39: Técnico da Receita Federal 2003 Texto:

É inegável que a possibilidade de vermos a multiplicidade da vida humana em um mundo globalizado, que as telas do computador e de outros meios de comunicação possibilitam, tem colaborado em tal questionamento ao vermos de perto como vivemos em um mundo

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multicultural e que essa multiculturalidade, para qual muitas vezes torcíamos/torcemos os narizes, está em nossa própria vida local, atravessando os limites nacionais: os grupos gays, feministas, de rastafaris, de hip-hop, de trabalhadores rurais sem-terra etc.

(Luiz Paulo da Moita Lopes, Discursos de identidades, p. 15) Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Preservam-se a correção gramatical e os sentidos do texto ao inserir o diante de “que”(ℓ.2), desde que seja retirada a vírgula após “possibilitam”(ℓ.3).

Questão 40: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: É algo muito diferente da abertura incondicional, unilateral, subserviente e sem projeto que caracterizou o ciclo de reformas liberais na América Latina.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A colocação de uma vírgula após a palavra “projeto” transforma a oração subsequente em restritiva. Questão 41: Técnico da Receita Federal 2003 Fragmento do texto: O aumento foi concedido para compensar possíveis perdas de arrecadação com o fim da cumulatividade – incidência da contribuição em todas as etapas da fabricação do mesmo produto –, que foi aprovado no final do ano passado. A vírgula após o travessão(ℓ.3) justifica-se para isolar a subsequente oração de caráter restritivo. Questão 42: Técnico da Receita Federal 2000 Texto:

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O setor comercial “online” cresce mais de 30% ao ano. À primeira vista, parece que o consumidor é beneficiado por produtos mais baratos. O problema é que o preço baixo é conseguido à custa de concorrentes, que são obrigados a pagar impostos, e de governos, que perdem receita fiscal. Apesar de estar crescendo muito, o comércio eletrônico ainda é pequeno em relação ao comércio total, o que faz as distorções econômicas e fiscais serem menores.

(Robert J. Samuelson, Exame, 22/03/2000, com adaptações)

O texto permanece correto se forem feitas as seguintes substituições, exceto:

a) o que faz / os quais fazem (ℓ. 9 e 10) b) à custa de / tendo como base o prejuízo de (ℓ.5) c) Apesar de estar / Embora esteja (ℓ.7) d) em relação ao / em comparação com (ℓ.9) e) ao ano / por ano (ℓ.2)

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Questão 43: Técnico da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: A reforma do Estado é vista frequentemente como um processo de redução do tamanho do Estado, que envolve a delimitação de sua abrangência institucional e a redefinição de seu papel.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O pronome relativo em “que envolve” representa, na oração que inicia, seu antecedente imediato “Estado”. Questão 44: Técnico da Receita Federal 2002 Assinale a opção que corresponde ao emprego incorreto do sinal de pontuação.

O Fisco terá acesso às informações declaradas tanto pelos contribuintes, como pelas administradoras de cartão de crédito e pelo comércio no Imposto de Renda, e, também, por meio do novo sistema eletrônico,(1) às informações da movimentação real. Um contribuinte que,(2) não tenha capacidade econômica, ou seja, (3) que tenha um salário baixo e que, em um mês,(4) gaste no cartão de crédito R$ 100 mil, por exemplo,(5) poderá ser investigado. As novas máquinas estão sendo implantadas em todos os estados. Entre os mais adiantados estão a Bahia e o Distrito Federal.

(Adaptado de “Sistema eletrônico para facilitar a arrecadação”, Vivian Oswald, O Globo, 29/07/2002)

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Questão 45: Técnico da Receita Federal 2000 Texto:

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O imposto de renda é a maior fonte de recursos do governo federal. No ano passado, pessoas e empresas contribuíram com 51 bilhões de reais para os cofres públicos. O imposto sobre produtos industrializados entrou com 16 bilhões de reais e a Cofins, uma contribuição social paga pelas empresas, com 32 bilhões. Esse dinheiro, somado à CPMF e a outros impostos, forma um total que é repartido, no Orçamento Federal, para áreas como educação, saúde, transportes e pagamento de salários e aposentadorias.

(VEJA, Edição 1646 -26/4/2000)

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula que vem ao fim da expressão “somado à CPMF e a outros impostos”(ℓ. 8) deve ser retirada, pois trata-se de um sujeito composto. Questão 46: Técnico da Receita Federal 2002 Marque o sinal de pontuação que foi mal empregado.

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Os episódios da crise recente na Argentina,(A) não podem ser entendidos sem uma perspectiva que abraça a noção mais ampla de tempo,(B) a envolver as duas últimas décadas. Há três dimensões – (C) uma de ordem estrutural, (D) uma de ordem institucional e outra de caráter sociocultural – (E) que iluminam o ocaso do país vizinho.

(Baseado em José Flávio Sombra Saraiva) a) A b) B c) C d) D e) E

Questão 47: Secretaria Municipal de Fazenda Rio 2010 Texto:

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A ocorrência dos 500 anos da chegada de Pedro Álvares Cabral, deu a inspiração para insistir na rejeição permanente da frase tola, segundo a qual “essas coisas só acontecem no Brasil”. Há que lembrar a crítica, vinda até de vo-zes autorizadas vinculando “essas coisas” à colonização portuguesa. As críticas comparam o Brasil e os Estados Unidos da colonização inglesa, o Brasil de hoje e o Brasil holandês, de Maurício de Nassau, sem considerar as possessões de seu país na Ásia. A história mostra as diferenças. No sistema jurídico dos séculos 15 e 16, dois critérios de dominação territorial predomi-naram: o da “descoberta”, e o da conquista pelas armas, em que o direito nascia da força. A descoberta foi o meio que serviu para Portugal, no Brasil, e para a Espanha, a oeste das Tordesilhas, depois de dividirem o mundo em dois. A poderosa esquadra inglesa exempli-fica a alternativa. Gerou colônias, dominadas pelas armas, das quais algumas ainda subexistem. A ordem jurídica vigente, nesses casos foi, e é, a do dominador.

(Walter Ceneviva; com adaptações)

Assinale a opção correta em relação ao uso da vírgula no texto.

a) A vírgula após a palavra “Cabral”(ℓ. 2) é necessária para unir sujeito e predicado.

b) Após a palavra “autorizadas” (ℓ.7), uma vírgula tornaria o período incorreto. c) Após “Estados Unidos”(ℓ.9) é inadmissível o uso da vírgula. d) A vírgula após a palavra “descoberta”(ℓ.16) é desnecessária conforme a

norma culta.

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e) É inadmissível uma vírgula antes da forma verbal “foi”(ℓ.25).

Questão 48: Técnico da Receita Federal 2002 Marque o segmento de texto que foi transcrito com erro gramatical.

a) Finalmente, após cinco anos de debate, a Lei Brasileira de Arbitragem (Lei Marco Maciel), de iniciativa do Congresso Nacional, sancionada pelo Executivo, recebeu o “nada obsta” do Supremo Tribunal, em uma de suas últimas reuniões plenárias de 2001.

b) Apesar de analisada e selada pelos três poderes da República, o fato mais marcante onde caracteriza a Lei de Arbitragem é a simpatia com que foi recebida por grande parcela da sociedade.

c) Tal aspecto, em termos brasileiros, é emblemático, pois expressa, talvez, a chancela mas importante: a do cidadão, a confirmar que a lei pegou.

d) De fato, a longa discussão quanto à constitucionalidade da Lei de Arbitragem manteve-se ao largo da atividade da sociedade civil, tendo em vista a implementação desse meio extrajudicial de solução de conflito.

e) Foram intensos, nesses cinco anos de existência da Lei Marco Maciel, os cursos, as conferências, a publicação de estudos e livros, enfim, os debates travados ao redor do tema.

(Baseado em Pedro Batista Martins)

GABARITO

1 E 2 E 3 E 4 C 5 E 6 C 7 C 8 C 9 C 10 C 11 E 12 C 13 C 14 E 15 C 16 C 17 X 18 C 19 E 20 E 21 E 22 E 23 E 24 E 25 C 26 C 27 C 28 E 29 C 30 C 31 C 32 E 33 C 34 B 35 E 36 C 37 E 38 C 39 E 40 E 41 E 42 A 43 E 44 B 45 E 46 A 47 D 48 X X = Questão anulada