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    PORTUGUÊS P/ AFT - TEORIA E QUESTÕES COMENTADASPROFESSOR: DÉCIO TERROR

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    Aula 1

    Pontuação (com os termos coordenados - o paralelismo - e com os termossubordinados adverbiais) e Conjunções.

    Olá, pessoal!

    É com imenso prazer que começamos nosso curso de Português paraAuditor-Fiscal do Trabalho.

    Na Seleção do material para nossas aulas, focarei somente asquestões da banca ESAF e todas de nível superior.

    Você terá uma base teórica e em seguida a aplicação em questõescomentadas. Ao final serão elencadas as mesmas questões para sua revisão,porém sem o comentário.

    Haverá questões de CERTO e ERRADO e de marcação de alternativa. Issoocorre porque a banca ESAF, em apenas uma questão, explora, muitas vezes,5 temas diferentes. Então ficaria difícil abordar uma questão sem quetivéssemos explicado todos os assuntos. Por isso, destaquei das questões devários temas o que é importante para cada aula. A partir da quinta aula, emque teremos mais volume de matéria, as questões de cinco alternativasestarão mais presentes.

    Outra coisa importante a ser comentada: as questões em concurso sãocíclicas! O que quero dizer com isso? Em concurso, não podemos estudar ouenfatizar provas que caíram só neste ano. É natural que enfatizemos as provasmais atuais, mas não desvalorizemos provas antigas; pois aprendemos muitocom elas e há forte tendência por determinados tipos de cobrança voltarem.Isso é normal.

    Vamos ao assunto desta aula?????

    Para entendermos as estruturas coordenadas, temos que saber adiferença entre frase, período e oração.

    Todo enunciado que possua sentido completo é chamado de frase.Podemos dizer que o sentido completo ocorrerá explicitamente na linguagemquando houver as seguintes pontuações finais (. ! ? : ...). Com isso, apróxima palavra deverá estar em letra inicial maiúscula.

    Não deixe de se manter motivado. E studo é aplicação. O ponto final é utilizado para marcar o término de uma declaração. A

    frase terminada com esta pontuação é chamada de frase declarativa:

     As aulas terminaram mais cedo.

    Português p/ Auditor-Fiscal do Trabalho(teoria e questões comentadas)

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    O ponto de exclamação  transmite, de certa forma, uma emoção, umsentimento. A frase terminada com esta pontuação é chamada de fraseexclamativa:

    Lá estava ela com sua ginga exuberante e porte sensual !

    Socorro!  Te amo! O ponto de interrogação finaliza uma frase interrogativa direta:

    Por que você não veio ontem?  Algumas vezes utilizamos ponto de interrogação para chamar a atenção

    do leitor:

    O rombo da corrupção?  O povo paga.O conflito durou cerca de três anos e terminou com o país ainda dividido

    ao meio. O saldo?   Três milhões e meio de mortos.

    Veja que o autor poderia simplesmente declarar as informações de formabem objetiva: O povo paga o rombo da corrupção. O saldo foi de três milhõese meio de mortos.

    Mas ele preferiu usar o recurso da retórica, é a forma de enfatizar aquiloque poderia ser apenas uma declaração, como fizemos nos exemplos acima.

    Os dois-pontos são utilizados em diversas situações e são vastamentecobrados nas provas da ESAF, mas cabem aqui apenas os dois-pontosfinalizando frase. Os outros empregos dessa pontuação serão vistos adiante eem outras aulas. Isso ocorre quando posteriormente a ele se inicia uma

    citação, a fala de alguém, o recorte de outro texto. Veja:O ministro declarou: “Há dois anos os juros estavam mais baixos.”

    Perceba que a frase realmente foi finalizada pelo sinal de dois-pontos.Isso é ratificado porque a próxima palavra (“Há”) está com letra inicialmaiúscula.

    Como há citação, podemos trabalhar o discurso direto, que transmiteexatamente a fala de alguém. O autor do texto (narrador) não utiliza palavrasdele mesmo, ele usa as do personagem.

    Assim, o termo entre aspas ‘Há dois anos os juros estavam mais baixos’  seria a voz do personagem; e “O ministro declarou” seria a voz do narrador.

    Porém, o autor do texto pode querer relatar com suas palavras o “falar ”do personagem. Neste caso, basta que ele insira a conjunção “que” e adaptequando necessário. Neste caso, devem-se retirar as aspas, pois o recorte foimodificado. Veja:

    Discurso direto:

    O ministro declarou: “Há dois anos os juros estavam mais baixos.”

    Discurso indireto:

    O ministro declarou que há dois anos os juros estavam mais baixos.

    Algumas vezes, percebemos que a citação está integrada sintaticamenteà voz do narrador, como uma sequência de sua argumentação. Assim, o autor

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    opta em continuar a informação permeando suas palavras com as do recorte.Com isso, acaba por iniciar a citação com letra inicial minúscula, mas devepreservar as aspas para realçar que há citação. Dessa forma, não há novafrase, apenas a continuação da anterior. Veja exemplo na própria questão daESAF:

    Questão 1: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003Fragmento do texto: O próprio conceito de liberdade redefine-se através dosséculos, de acordo com as circunstâncias históricas e o desenvolvimento dasforças econômicas. E a liberdade, no mundo atual, só existirá de fato quandoassentada na segurança e em função da igualdade. É que a verdadeirademocracia, já o disse Turner, “é o direito do indivíduo de compartilhar asdecisões que respeitam a sua vida e da ação necessária à execução de taisdecisões”.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Por se tratar de uma citação, as regras gramaticais admitem que o período

    entre aspas (ℓ. 6 a 7) seja precedido do sinal de dois pontos, em lugar devírgula; e, nesse caso, as aspas podem ser retiradas.Comentário: Primeiramente, devemos perceber que a banca ESAF chamou deperíodo a estrutura entre aspas. Veremos adiante em nossa aula que,sintaticamente, essa não seria a nomenclatura ideal, pois o período, assimcomo a frase, deve ser iniciado por letra maiúscula.

    A intenção da banca, neste caso, é que você entenda que a expressãoentre aspas dá prosseguimento à estrutura inicial “É que a verdadeirademocracia”. Assim, o que se encontra entre aspas faz subentender essaexpressão inicial, por isso a banca a chamou de período.

    Ainda antes de respondermos à questão, devemos perceber que aexpressão entre aspas dá uma sequência perfeita à estrutura sintática doperíodo. Para provar isso, poderíamos retirar o termo entre vírgulas e asaspas. Veja:

    É que a verdadeira democracia é o direito do indivíduo de compartilhar asdecisões que respeitam a sua vida e da ação necessária à execução de taisdecisões.

    Mas o autor preferiu usar as aspas e o nome de alguém renomado naárea, para dar credibilidade ao assunto tratado. Isso é chamado de argumentode autoridade. Compare:

    É que a verdadeira democracia, já o disse Turner, “é o direito do indivíduo decompartilhar as decisões que respeitam a sua vida e da ação necessária àexecução de tais decisões” .

    Agora, podemos responder à questão. A banca apenas queria que ocandidato percebesse que poderia ser mantido o discurso direto, retirando-seas aspas após ter trocado a vírgula por dois-pontos. Isso é possível porque areferência ao autor (“Turner”) continua. Veja:

    É que a verdadeira democracia, já o disse Turner: é o direito do indivíduo de

    compartilhar as decisões que respeitam a sua vida e da ação necessária àexecução de tais decisões.

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      Após os dois-pontos, foi utilizada a letra inicial minúscula, porque seencontra subentendida a expressão “É que a verdadeira democracia” . É comose as palavras de Turner fossem a sequência do que o autor já vinha falandoanteriormente. Por isso, toda a questão está correta.Gabarito: C

    Agora, vamos ao uso das reticências. Elas podem ser usadas emdiversas situações, mas cabem aqui apenas em final de frase.

    Elas  são utilizadas em final de frase normalmente para indicar que adeclaração que vinha sendo feita ainda continua. Isso ocorre quandorecortamos um trecho de algum texto. Mas muitas vezes o autor usa estacontinuidade do pensamento para que o leitor reflita mais sobre o assunto.

    Um jovem sem esperança, perturbado, sem sonho, com cinco revólverese muita munição, entra num colégio em Realengo (RJ) e...

    As reticências nos remetem a pensar na catástrofe ocorrida em abril de2011, numa escola de Realengo. O autor não precisa dizer mais nada, nós jáentendemos que ele quer nossa atenção ao problema.

    Após termos visto a frase, vamos trabalhar o período.

    Período é todo enunciado com sentido completo e que possua verbo.

    Assim, há uma grande diferença entre frase e período. Apesar de os doisterem sentido completo, a frase pode ou não ter verbo, mas o períodoobrigatoriamente terá.

    Assim, todo período é uma frase, mas nem toda frase será um período.Veja:

     “Socorro!” é frase, mas não é período, porque não tem verbo.

     “ Ajude-me!” é frase e também é período, pois possui verbo.

     “Olá!” é frase, mas não é período, porque não tem verbo.

     “Você está bem? ” é frase e também é período, pois possui verbo.

    Como o período deverá ter sentido completo, então a pontuação final

    dele deve ser a mesma da frase: . ! ? : ... Agora veremos a oração.A oração deve possuir verbo. Nem sempre terá sentido completo.

     Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas.

    Neste enunciado, veja que há frase, porque tem sentido completo. Háperíodo, porque, além de ter sentido completo, tem verbo. Há orações,porque cada oração terá um verbo diferente.

    Assim, vejamos:

    1. “Socorro!” (apenas frase) 

    2. “ Ajude-me!” (frase, período e oração) 

    3. “Olá!” (apenas frase) 

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    4. “Você está bem? ” (frase, período e oração) 

    5. “Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas.”   (frase, período eorações)

    Quando há um período com apenas uma oração, chamamos este

    enunciado de período simples, como ocorre com os períodos “ Ajude-me!”, “Você está bem? ”. Dizemos que período simples  é também uma oraçãoabsoluta.

    Quando há período com dois ou mais verbos, temos um períodocomposto, como ocorre com “ Ana foi   ao trabalho e bateu  o recorde devendas.”.

    Portanto, vamos observar que uma oração absoluta é o mesmo queperíodo simples e é o mesmo que uma frase, portanto terá a mesma

    pontuação final de uma frase: . ! ? : ...

    Logicamente, não há apenas a oração absoluta, a diversidade de valoresde cada oração dentro de um período composto é o nosso foco nesta aula. Porisso dizemos que, além da pontuação final vista acima, a oração pode ser

    sucedida de: , ; ─   e às vezes não receberá nenhuma pontuação.Cada período terá um valor, o qual será simples, composto por

    coordenação ou por subordinação. Isso vai depender da oração que nele seinserir. Na sintaxe, toda oração terá um nome conforme sua função. Quandoum período é simples, já dissemos que ela será chamada de absoluta.

    Mas, quando ela está num período composto, seu nome muda porquesua relação semântica também muda e aí veremos o papel muito importanteda conjunção e da pontuação.

    Vamos a uma diferença básica entre coordenação e subordinação:

    Se você se mantiver atento à aula, realizar todas as atividades e ficar

    calmo durante a prova, passará no concurso.

    Note que temos apenas uma frase, porque só há um ponto final. Comisso, percebemos que temos também um período. Como há vários verbos, hávárias orações em um período composto.

    O resultado principal do enunciado é “ passará no concurso”. Para quealguém consiga esse resultado, deverá passar por algumas condições: “semantiver atento à aula, realizar todas as atividades, ficar calmo durante a

     prova”. Essas três condições estão paralelas, unidas, por isso as chamamos deestruturas coordenadas. Elas estão justapostas justamente porque todaspossuem o mesmo valor: condição.

    Podemos chamar esta justaposição (coordenação) de ENUMERAÇÃO.

    Assim, perceba que as orações 1, 2 e 3 estão coordenadas entre si.

    1 2 3

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    Mas perceba também que a junção destas três condições (estruturadasem coordenação) foi necessária para se ter um resultado: “ passará noconcurso”.

    Veja que estas três estruturas sozinhas, sem a última oração, não teriamsentido; por isso, além de estarem coordenadas entre si, elas dependem do

    resultado, passando a uma relação de subordinação. Elas precisam de outrapara ter sentido. Imagine a estrutura acima sem a oração 4, ela teria sentido?

    Se você se mantiver atento à aula, realizar todas as atividades e ficar

    calmo durante a prova ... passará no concurso do TSE.

    Lógico que não, então percebemos que a oração 4 é necessária para queas outras (subordinadas) tenham sentido.

    Resumindo, entendemos que as orações 1, 2, 3 estão coordenadasentre si  (justapostas, paralelas, enumeradas) e que estas mesmas oraçõesestão subordinadas em relação à oração 4 (principal).

    A oração subordinada se refere a uma oração principal, e a oraçãocoordenada se liga a outra também coordenada (ou também chamada deoração inicial).

    A enumeração (coordenação) também pode ocorrer com substantivos.Veja:

    “Fui ao mercado e comprei os seguintes itens: carnes, frutas e legumes.”

    Podemos dizer que esta estrutura possui termos coordenados, pois ostermos “carnes”, “frutas” e “legumes” estão paralelos entre si. A enumeraçãode substantivos ocorre em qualquer termo composto da oração (mais de umnúcleo).

    Então podemos entender que termos paralelos (enumerados,coordenados) podem ser substantivos (quando queremos nominar os seres),adjetivos (quando queremos caracterizá-los) e verbos (quando queremosdemonstrar uma sequência de ações).

    Enumeração de substantivos:Estudo, trabalho e disciplina acompanham o homem moderno.

    Enumeração de adjetivos: Achei a pintura clara, intrigante, linda!

    Sequência de ações:

     Joana foi ao trabalho, despachou poucos documentos, sentiu-se mal evoltou para casa.

    Você observou o uso das vírgulas nessas estruturas? Poderíamos retirara vírgula após os vocábulos “Estudo”, “clara” e “trabalho” (das frases 1, 2 e 3,

    respectivamente)? Lógico que não. Mas isso não é novidade, não é?

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    Todos já sabemos que, quando ocorre uma enumeração, naturalmenteos termos coordenados ficarão separados por vírgula. É natural, também, queo último dos termos possa ficar separado pela conjunção “e”, para que o leitorfaça a entonação final. Mas isso não é obrigatório. Veja que, na enumeraçãodos adjetivos, o autor preferiu não inserir a conjunção “e”.

    A banca ESAF algumas vezes pergunta o motivo dessas vírgulas, e aresposta é que elas ocorrem porque separam termos de uma enumeração, istoé, separam termos de mesmo valor.

    Muitas vezes essas enumerações podem ser antecipadas por dois-pontos. Veja:

    O choque dos alimentos está produzindo enormes estragos globais: semeiainflação, desarranja o abastecimento, precipita protecionismos e fermentacrises políticas.

    Assim, no exemplo acima, os dois-pontos marcam o início de uma

    enumeração, a qual tem por objetivo exemplificar quais são os “enormesestragos globais”, e esses termos enumerados são separados por vírgulas.

    Questão 2: Secretaria da Fazenda-SP ─  2009 ─  Analista POFPFragmento do texto: Motoristas dispostos a tudo mostram sua estupidez etotal falta de responsabilidade: trafegam em alta velocidade, fazemultrapassagens inconvenientes, andam pelo acostamento, usam faróis altos efrequentemente dirigem alcoolizados.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de sinal de dois-pontos após “responsabilidade” (ℓ.2) justifica-sepor anteceder uma citação de outro texto.Comentário: A citação é o recorte da fala de alguém ou do que outro autorescreveu, assumindo, assim, um discurso direto, visto no início desta aula.Certamente, não há citação neste contexto.

    Neste contexto, o sinal de dois-pontos marca que em seguida haveráuma enumeração de ações, as quais têm por objetivo exemplificar a falta deresponsabilidade dos motoristas.

    Resumindo, nesta questão, os dois-pontos sinalizam uma enumeração deações, e não uma citação.Gabarito: E

    Questão 3: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008Fragmento do texto: Com presença internacional crescente, um quadro geralpropício na economia, iniciativas relevantes, dinamismo real em vários setorese sendo objeto de apostas favoráveis para um futuro visível por parte deanalistas presumidamente competentes e distantes da briga política domésticae da correspondente atribuição de culpas e méritos, dir-se-ia que a promessado país começa a cumprir-se.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)As vírgulas após “crescente” (ℓ.1), “economia” (ℓ. 2) e “relevantes” (ℓ. 2) têm amesma justificativa gramatical.Comentário: Note que há uma enumeração de elementos no início doperíodo, tanto assim que podemos subentender a preposição “com” nos termos

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    subsequentes. Veja:

     “Com presença internacional crescente, (com) um quadro geral propício naeconomia, (com) iniciativas relevantes, (com) dinamismo real em váriossetores...”

    Assim, as vírgulas ocorrem pela mesma justificativa gramatical.Observação: Ao não utilizar demasiadamente a preposição “com”, oautor evitou a repetição desnecessária, trazendo elegância ao texto, mas issonão é obrigatório.Gabarito: C

    Questão 4: SUSEP 2006 Agente ExecutivoFragmento do texto: Na compreensão marxista de Estado, esse é ummecanismo controlador dos cidadãos comuns, das relações de propriedade, doregime de alternância dos seus poderes políticos.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As vírgulas após “comuns”(ℓ.2) e “propriedade”(ℓ.3) têm a mesma justificativagramatical.Comentário: Note que há três expressões que se ligam ao substantivo

     “controlador ” e estão coordenadas. Veja:

     “esse é um mecanismo controlador   dos cidadãos comuns, das relações de propriedade, do regime de alternância dos seus poderes políticos.”

    Assim, é fácil perceber que há uma enumeração e as vírgulas ocorrempelo mesmo motivo.

    Note que o autor optou por não inserir a conjunção “e” no último termo

    da enumeração.Gabarito: C

    Questão 5: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003Fragmento do texto: Para os iconoclastas, dinheiro é a base das relaçõessociais do mundo capitalista, a rede que organiza a sociedade.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Desrespeita a coerência ou correção gramatical trocar a vírgula da linha 2 pelaconjunção e.Comentário: Note que há duas características da palavra “dinheiro”: “a base

    das relações sociais do mundo capitalista”, “a rede que organiza a sociedade”.Essas duas características estão enumeradas. Como há somente dois termosparalelos, pode-se substituir a vírgula pela conjunção “e”.

    Veja que a questão afirmou que isso resultaria em desrespeito àcoerência ou à correção gramatical. Por isso, está errada.Gabarito: E

    Entendemos basicamente a estrutura enumerativa e o uso da pontuaçãonestes casos. Continuaremos a falar da pontuação, agora com foco no valorsemântico de cada estrutura coordenada. Para isso, vamos ver que asconjunções COORDENATIVAS podem ter cinco valores semânticos, de acordocom o esquema a seguir:

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    Esquema do período composto por coordenação

     ______________________ e ____________________. (aditiva) 

     ______________________, mas _________________. (adversativa) 

     ______________________ ou ___________________. (alternativa) 

     ______________________, portanto ______________. (conclusiva) 

     ______________________, pois _________________. (explicativa) 

    oração inicial  oração coordenada sindética 

    Este esquema vai nos guiar sempre que falarmos de oraçõescoordenadas. Os elementos coordenados estão exemplificados pelasconjunções “e”, “mas”, “ou”, “portanto”, “pois”.

    A palavra conjunção  tem alguns sinônimos como conectivos  esíndetos. Assim, quando uma oração coordenada é iniciada por conjunção, elaé chamada de coordenada sindética e a vírgula vai depender de seu valorsemântico, conforme apontado no esquema acima.

    Porém, podemos encontrar orações coordenadas sem conjunção, nestecaso as chamamos de orações coordenadas assindéticas. É importante

    reconhecê-las porque a vírgula será obrigatória, independente do sentido.Exemplo: Mauro saiu e voltou tarde. (oração sindética)

    Mauro saiu, voltou tarde. (oração assindética)A banca ESAF não cobra o nome destas orações, mas temos que

    entender sua estrutura para sabermos trocar conjunções de mesmo sentido eusar a vírgula.

    Vejamos os principais valores:

    1) Aditivas:

     ______________________ e ____________________. (aditiva)oração inicial  oração coordenada sindética 

    As conjunções aditivas servem para somar termos, encadearenumeração dentro de uma lógica. As principais são:

    e, nem, tampouco, não só...mas também, não só...como também,senão também, tanto...como.

    Ex.: Ele caminha e corre todos os dias.

    Período composto por coordenação

    Período composto por coordenação

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      Via de regra, não usamos vírgula antes da conjunção “e”. Perceba issono nosso esquema do período composto por coordenação. Mas, se o “e” forsubstituído por qualquer outra conjunção aditiva, como mostradas acima,naturalmente poderá receber a vírgula (facultativamente). Perceba isso nosexemplos.

    Ele não caminha nem corre. Josefina não trabalha, tampouco estuda.Ele não só ajuda financeiramente, mas também aconselha os amigos.

    A vírgula antes da conjunção “e” é usada em três situações:

    a) quando o sujeito for diferente:

     Ana estudou, e Jucélia trabalhou.

    Note que o sujeito para cada verbo é diferente, por isso a vírgula éfacultativa.

    b) quando o sentido for de contraste, oposição:Estudei muito, e não entendi nada.

    Não é normal uma pessoa estudar muito e não entender nada. Nestecaso houve uma contradição, um contraste. A conjunção “e”, neste caso, podeser substituída por “mas”. Esta vírgula é considerada obrigatória, maspodemos observar bons escritores dispensando esta vírgula.

    c) quando fizer parte de uma repetição da conjunção. Esta repetição pode tervalor significativo no texto, a qual chamamos de enumeração subjetiva. Veja:

    Enumeração subjetiva: _________, e _________, e _________, e _________, e __________, e _________.

     A candidata acordou cedo , e  preparou uma refeição leve , e  alimentou-secalmamente , e chegou tranquila , e realizou a prova , e saiu confiante.

    A repetição da conjunção “e” é empregada como um reforço das ações.Chamamos de subjetiva ou enfática, porque se transmite uma carga deemoção para aumentar a força nos argumentos.

    Vimos quando empregamos vírgula antes da conjunção “e”, agoravejamos um aprofundamento do que trabalhamos no início desta aula. Apontuação numa enumeração, agora objetivamente:

    Enumeração objetiva:

     _________ , _________ , _________ , _________ , __________ e _________.

     A candidata acordou cedo ,  preparou uma refeição leve ,  alimentou-secalmamente , chegou tranquila , realizou a prova e saiu confiante.

    Dizemos que esta é uma enumeração objetiva, pois o autorsimplesmente se atém a relatar aquilo que realmente ocorreu, sem

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    transparecer envolvimento emocional, como ocorre numa enumeraçãosubjetiva.

    Cada oração faz parte de um termo da enumeração, por isso as vírgulassão obrigatórias. Perceba a conjunção “e”, que sinaliza o último termo daenumeração. Ela pode ser retirada, sem prejuízo gramatical. Veja:

     _________ , _________ , _________ , _________ , __________ , _________.

     A candidata acordou cedo ,  preparou uma refeição leve ,  alimentou-secalmamente , chegou tranquila , realizou a prova , saiu confiante.

    A única diferença é na clareza. Com a conjunção, o leitor saberá fazer aentonação final da enumeração, algo que não seria tão claro sem a vírgula.Mas as duas construções estão corretas.

    Agora, vamos ver uma construção com a inserção de conjunção ouvírgula dentro dos termos enumerados. Com isso é natural separarmos esses

    elementos por ponto e vírgula. Veja:Uso do ponto e vírgula:

     ____ e _  ____ ; ____ e ____ ; _________ ; ____  e ____ ; _________ ; e _________.

    Carlos e Júlia acordaram cedo ;  prepararam o material e uma refeiçãoleve ;  alimentaram-se bem ;  chegaram tranquila e calmamente à sala ;realizaram a prova ; e saíram confiantes.

    Veja que os elementos enumerados (1 a 6) agora estão separados porponto e vírgula, porque há divisões internas nos termos 1, 2 e 4. O uso doponto e vírgula não é obrigatório, porém transmite maior clareza naenumeração, assim também o ponto e vírgula antes da conjunção “e” que uneos elementos 5 e 6. Essa pontuação também não é obrigatória; apenas éutilizada para que o leitor não confunda o último termo enumerado (6) e openúltimo (5) como apenas um.

    Assim, veja os esquemas possíveis na enumeração com divisão interna:

     ____ e _  ____ , ____ e ____ , _________ , ____  e ____ , _________ e _________.

     ____ e _  ____ , ____ e ____ , _________ , ____  e ____ , _________ , e _________.

     ____e

     _  ____ ; ____ 

    e

     ____ ; _________ 

    ; ____ 

     e

     ____ ; _________ e _________.

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    1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2

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    1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2

    6

    1 2 3 4 5

    1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2

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     ____  e _  ____ ; ____ e ____ ; _________ ; ____  e ____ ; _________ ; e _________.

    Questão 6: Secretaria da Fazenda-SP ─  2009 ─  Analista POFPFragmento do texto: Motoristas dispostos a tudo mostram sua estupidez etotal falta de responsabilidade: trafegam em alta velocidade, fazemultrapassagens inconvenientes, andam pelo acostamento, usam faróis altos efrequentemente dirigem alcoolizados.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgulas nas linhas 2 e 3 justifica-se porque isolam elementosde mesma função gramatical componentes de uma enumeração.Comentário: Veja que a oração “trafegam em alta velocidade” é a inicial e asorações “fazem ultrapassagens inconvenientes”, “andam pelo acostamento”,

     “usam faróis altos” são coordenadas assindéticas aditivas. Por esse motivo,são separas por vírgulas.Se há uma sequência de ações, entendemos que há uma enumeração e

    possuem a mesma função sintática (orações coordenadas assindéticasaditivas).Gabarito: C

    Questão 7: Analista do Banco Central do Brasil 2001Fragmento do texto: O Programa de Estímulo à Reestruturação e aoFortalecimento do Sistema Financeiro Nacional - Proer está dando lucro para

    os cofres públicos, não prejuízo, como se ouve apregoar desde que os bancosfalidos foram submetidos a essa reestruturação.Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

    Pelo sentido textual, a vírgula entre “públicos” e “não”(ℓ.3 e 4) admite asubstituição pela conjunção embora.Comentário: Entre as palavras “ públicos” e “não”, cabe o valor de adição coma conjunção “e”. Na oração “não prejuízo” subentende-se a locução verbal

     “está dando”. Veja:

    O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do SistemaFinanceiro Nacional - Proer está dando lucro para os cofres públicos, e  não

    ( está dando ) prejuízo, como se ouve apregoar desde que os bancos falidosforam submetidos a essa reestruturação.

    A conjunção “embora” tem valor adverbial de concessão, o qual serávisto adiante. Por isso, tal conectivo não pode ser inserido neste contexto.Gabarito: E

    Questão 8: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003Fragmento do texto: Sem literatura, corremos o risco de resvalarmos para amesquinhez dos jargões burocráticos, a farsa do “economês”, que tudo explicae quase nada justifica, a palilalia estéril da linguagem televisiva, a logorréiados discursos políticos, condenando-nos à visão estreita e à pobreza deespírito despida de qualquer bem-aventurança.

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    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)A substituição proposta para o trecho sublinhado prejudica a correçãogramatical do texto: tudo explica, mas quase nada justifica, Comentário: Na estrutura “tudo explica e quase nada justifica” há claramenteum valor adversativo na conjunção “e”. Assim, pode-se substituí-la pela

    conjunção “mas”.Note que o autor não havia inserido a vírgula antes do conectivo “e”. Elaé obrigatória, mas pode ocorrer, como neste contexto, que o autor não autilize. Mas a banca corrigiu este desvio, inserindo a vírgula antes do “mas”.Gabarito: E

    2) Adversativas:

     ______________________ , mas ____________________. (adversativa)oração inicial  oração coordenada sindética 

    A banca ESAF explora pouco, mas é importante saber que há vírgulaobrigatoriamente antes da conjunção coordenativa adversativa, por isso oesquema encontra-se com vírgula antecipando conjunção adversativa.

    As conjunções adversativas exprimem contraste, oposição, ressalva,compensação. As principais são:

    mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto.

    Além delas, há outras palavras que, em determinado contexto, passam avalor adversativo e podem iniciar este tipo de oração, tais como  senão , ao passo que , antes  (=pelo contrário),  já , não obstante , apesar disso , emtodo caso. Há uma diversidade de vocábulos que transmitem o valoradversativo; por isso é importante entender a oposição e não apenasmemorizar as conjunções.

    Ex.: Estudou muito, mas não passou.

    Ele teve aumento salarial, porém não quis continuar na empresa.

    Estude bastante o conteúdo específico, todavia não se desligue dosconhecimentos básicos.

    Não desmatar é importante, no entanto não é a única solução para asustentabilidade do planeta.

    O rico esbanja gastos desnecessários, já o pobre só quer sobreviver.

    Diferente da conjunção “mas”, a qual só se pode posicionar no início daoração, as conjunções porém, entretanto, contudo, no entanto, todavia têm acapacidade de mobilidade, podendo se posicionar também no meio ou no finalda oração, com vírgula(s) obrigatória(s):

    Há muito serviço, porém ninguém trabalhava.

    Há muito serviço, ninguém, porém , trabalhava.Há muito serviço, ninguém trabalhava, porém.

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    A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e nãoexige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “Contudo, o desenvolvimento desse imenso complexo”(ℓ.4)O desenvolvimento de tal sistema, todavia,Comentário: Primeiramente, observe que as expressões “desse imenso

    complexo” e “de tal sistema” têm o mesmo sentido neste contexto. Além disso,A conjunção “Contudo” tem o mesmo valor coordenativo adversativo de “todavia”. Assim, a substituição está correta. Note que a conjunção “todavia”está deslocada, por esse motivo encontra-se entre vírgulas.Gabarito: C

    Questão 11: SUSEP 2006 Analista TécnicoFragmento do texto: A concorrência constitui ingrediente fundamental docrescimento. Sem concorrência não há inovação, e sem inovação não hácrescimento sustentado. O Brasil acordou na questão da concorrência. Agora é

    preciso dotá-la de recursos adequados e implementá-la de acordo com asespecificidades do país.Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) 

    Julgue a alteração proposta para o texto que resulta em incoerência daargumentação ou incorreção gramatical. Desconsidere os necessários ajustesnas letras maiúsculas e minúsculas:

    Inserção de Mas antes de “Agora”(ℓ.3).Comentário: Note que a estrutura do texto se molda no acúmulo de oraçõescoordenadas e de períodos coordenados por adição. O mesmo ocorre entre osdois períodos finais. Por isso, Podemos até inserir a conjunção “E”. Veja:

    O Brasil acordou na questão da concorrência. E   agora é preciso dotá-la derecursos adequados e implementá-la de acordo com as especificidades do país.

    Com a inserção da conjunção “Mas”, o sentido muda: reforça-se ocontraste entre o passado e o presente (“Agora”), enfatizando-se que antesnão havia recursos adequados. Note que a mudança de sentido não implicaincoerência ou incorreção gramatical no texto.Gabarito: E

    3) Alternativas: ______________________ ou ____________________. (alternativa)

    oração inicial  oração coordenada sindética 

    A conjunção alternativa é por excelência “ou”, sozinha ou repetida emcada uma das orações. Com a conjunção “ou” sozinha, as orações alternativasnormalmente não são separadas por vírgula, como vimos no esquema acima.Ex.: Faça sua parte, ou procure outro trabalho.

    Ou você estuda, ou dorme!

    A conjunção coordenativa “ou” poucas vezes é cobrada por esta bancacomo conectivo de orações, ela normalmente cobra seu valor de inclusão ouexclusão entre substantivos ou adjetivos.

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     A vírgula ocorre neste tipo de oração, apesar de serem encontrados

    exemplos destas construções sem vírgula. Então não se cobra na prova aobrigatoriedade ou não deste sinal de pontuação. Ele simplesmente podeocorrer, é o registro mais aceitável.

    As conjunções coordenadas conclusivas são muito utilizadas em textosdissertativos, como resultado de um fato originário, fechamento de argumentoconclusivo e dedução. As principais são:

    logo, portanto, por conseguinte, pois (colocada depois do verbo), porisso, então, assim, em vista disso.

    Textualmente, podemos enquadrar a relação da oração inicial com acoordenada conclusiva, como uma estrutura de causa e consequência, muitasvezes chamada de “relação de causalidade”.

    Como a oração inicial é a origem (aquilo que ocorre primeiro), é

    entendida textualmente como uma causa; e a oração coordenada conclusiva(aquilo que ocorre depois, o resultado) pode ser entendida como consequência.Veja isso nos exemplos:

    Ele se manteve organizado, logo teve êxito nas tarefas.  (primeiro semanteve organizado, depois teve êxito nas tarefas) 

    O Brasil vem exportando muito,  portanto está  crescendoeconomicamente. (primeiro exporta muito, depois cresce economicamente)

     Joaquim trabalhou duro; terminou, pois , sua casa própria.Realizamos muitos exercícios, por conseguinte a prova foi fácil.

    Estudou, então passou.Algumas vezes, a conjunção “e” inicia oração que transmite o resultado

    de uma afirmação anterior. Neste caso, além do valor aditivo, há também o deconclusão. Veja:

    Ele pesquisou na internet e encontrou a solução.

    Da mesma forma que o valor adversativo, as conjunções coordenadasconclusivas também têm a capacidade de mobilidade, podendo se posicionarno meio ou no final da oração, com vírgula(s) obrigatória(s):

    Há muito serviço ,  portanto trabalharemos até tarde.

    Há muito serviço , trabalharemos, portanto , até tarde.Há muito serviço , trabalharemos até tarde, portanto.Há muito serviço ; trabalharemos, portanto , até tarde.Há muito serviço ; trabalharemos até tarde, portanto.Há muito serviço ;  portanto trabalharemos até tarde.Há muito serviço; portanto, trabalharemos até tarde.

    Como vimos, somente em dois valores semânticos das orações, a vírgulapode posicionar-se após a conjunção: a primeira foi a adversativa e a segunda

    é a conclusiva. Note o último exemplo da sequência anterior.

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    Questão 13: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003Fragmento do texto: Impõe-se, pois, uma igualdade econômica maior,porque os benefícios que um homem pode obter do processo social estãoaproximadamente em função de seu poder de consumo, o que resulta do seupoder de propriedade. Assim os privilégios econômicos são contrários à

    verdadeira sociedade democrática.Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Apesar de não ser obrigatório o emprego da vírgula depois de “Assim”(ℓ.4), ovalor conclusivo do advérbio recomenda que aí seja inserida.Comentário: Como vimos na teoria, o conectivo conclusivo pode ser seguidode vírgula. Quando inicia período ou parágrafo conclusivo, é de bom tom que avírgula permaneça, mesmo não havendo obrigatoriedade. Essa vírgula éestilística.Gabarito: C

    Questão 14: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003Fragmento do texto: Os hebreus imprimiram ao tempo, graças aos persas,um caráter histórico e uma natureza divina. E produziram uma literaturamonumental – a Bíblia –, que inspira três grandes religiões: o judaísmo, ocristianismo e o islamismo. Tira-se o livro dessas tradições religiosas e elasperdem toda a identidade e o propósito.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)Conforme a informação original do texto, subentende-se após a segundaconjunção “e” (ℓ.4) a idéia expressa por qualquer uma das seguintesexpressões: em conseqüência, em decorrência disso, então, por causa

    disso, imediatamente.Comentário: No período “Tira-se o livro dessas tradições religiosas e elas perdem toda a identidade e o propósito.”, nota-se que a oração “elas perdemtoda a identidade e o propósito.” é um resultado, uma conclusão, em relação àoração anterior (“Tira-se o livro dessas tradições religiosas” ).

    Perceba que a ação de tirar o livro dessas tradições religiosas leva a umaconsequência, um resultado, uma conclusão de que se perde toda a identidadee o propósito.

    Assim, esta conjunção “e”, além do valor de adição, permite-nosentender o valor coordenado conclusivo. Com isso, cabem todos os conectivosde conclusão (também entendidos como consequência): “em conseqüência”,

     “em decorrência disso”, “então”, “ por causa disso”, “imediatamente”.Gabarito: C

    Questão 15: Analista do Banco Central do Brasil 2002Fragmento do texto: Segundo dados da ONU, dois terços da populaçãomundial não se sente representada por seus governos e tem uma péssimaopinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos, muitas vezessendo o voto uma manifestação “mais contra o que se teme, do que a favor doque se espera”.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)A conjunção “e”(ℓ.2), além de ter o valor semântico de adicionar uma idéia aoutra, tem, no texto, também o valor de introduzir uma conseqüência para a

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    oração anterior.Comentário: Vimos que a conjunção “e” pode transmitir, além do valoraditivo, também o conclusivo; mas, neste contexto, tal conjunção tem valorexclusivamente de adição.

    Veja que a estrutura “e tem uma péssima opinião sobre a honestidade e

    sentido público dos políticos” não é o resultado da informação anterior. O fatode haver essa péssima opinião sobre a honestidade é que leva a populaçãomundial a não se sentir representada por seus governos.

    Por isso, essa segunda oração não ocorreu temporalmente depois daanterior e não pode ser entendida como conclusão. Há, na realidade, apenasuma enumeração, adição.Gabarito: E

    Questão 16: SUSEP 2006 Agente ExecutivoFragmento do texto: Herdeiro de uma experiência extremamente rica, mas

    esgotada pelo autoritarismo, o socialismo dos nossos tempos já não podeutilizar os referenciais do passado e ainda não tem referenciais estratégicospara encaminhar seu futuro. Está condenado a sobreviver politicamente pormeio de projetos e programas de administração “humanizada” do capitalismoglobal, o que lhe infunde permanentes crises de identidade e traumáticasexperiências de poder conforme a maior ou menor solidez ideológica dospartidos que o representam.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A inserção de portanto, entre vírgulas, após “Está” (ℓ.4) mantém a correçãogramatical do período.

    Comentário: Note que há dois períodos neste parágrafo, em que o segundotransmite um valor conclusivo, é o resultado da informação veiculada noperíodo anterior. Por isso, cabe a conjunção “portanto”.

    A inserção da conjunção coordenativa conclusiva “portanto” após o verbo “Está” obriga a utilização da dupla vírgula.

    Assim, a questão está correta.Gabarito: C

    Outro fato relevante para as provas da banca ESAF é notarmos quealgumas vezes este tipo de oração encontra-se com verbo no gerúndio e semconjunção. Chamamos isso de oração reduzida de gerúndio, a qual será maisexplorada adiante. Veja:

    O Brasil exportou mais em 2010, continuando sua trajetória econômicaascensional. 

    A ESAF pede muitas vezes para transformarmos essa oração reduzidaem desenvolvida, com as conjunções conclusivas ou até com a conjunção “e”.Neste caso, essa conjunção, além de ter valor adicional, terá também o deconclusão. Veja:

    O Brasil exportou mais em 2010,  portanto continua  sua trajetória

    econômica ascensional. O Brasil exportou mais em 2010; logo ,  continua  sua trajetóriaeconômica ascensional. 

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    O Brasil exportou mais em 2010, e continua  sua trajetória econômicaascensional. 

    Com este último exemplo, percebemos como é importante entender ocontexto para saber o valor da conjunção “e”. Vimos no geral que elatransmite valor de adição; depois verificamos que pode ter valor adversativo

    (=mas, porém), e agora estamos trabalhando seu valor conclusivo (=portanto,por isso). Assim, muito cuidado com esta conjunção.

    Questão 17: Analista do Banco Central do Brasil 2002Fragmento do texto: A indústria cultural, além disso, cria a ilusão de que afelicidade não precisa ser adiada para o futuro, por já estar concretizada nopresente – basta lembrar o caso da telenovela brasileira. E, finalmente, elaelimina a dimensão crítica ainda presente na cultura burguesa, fazendo asmassas que consomem o novo produto da indústria cultural esquecerem suarealidade alienada. Com a dissolução da obra de arte e da cultura no cotidiano,extinguem-se a remessa para o futuro e a promessa de felicidade, inerentes àobra de arte burguesa.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)Segundo a argumentação do texto, a forma verbal de gerúndio “fazendo”(ℓ.4)corresponde a e faz e está sendo empregada com o valor de causa.Comentário: A estrutura “fazendo as massas...” é uma oração reduzida epode ser entendida com valor conclusivo, além de adicional. Por isso, cabe asubstituição de “fazendo” por “e faz ”, permanecendo a coerência e o sentidodo texto. Compare:

    E, finalmente, ela elimina a dimensão crítica ainda presente na cultura

    burguesa, fazendo  as massas que consomem o novo produto da indústriacultural esquecerem sua realidade alienada.

    E, finalmente, ela elimina a dimensão crítica ainda presente na culturaburguesa e faz  as massas que consomem o novo produto da indústria culturalesquecerem sua realidade alienada. 

    O erro na questão foi afirmar que a referida oração teria o valor decausa. Como visto anteriormente, ela pode ser entendida com valor adicionalou conclusivo.Gabarito: E

    Questão 18: Analista do Banco Central do Brasil 2001Fragmento do texto: O Banco Central deixa de ser responsável pelaintermediação das ordens de pagamento, transferindo essa atribuição para umconjunto de câmaras de compensação e liquidação (clearings), que passam agarantir a finalização destas operações.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)A forma verbal “transferindo”(ℓ.2) pode ser substituída, sem prejuízo para acorreção do período, por e transfere, eliminando-se a vírgula após

     “pagamento”(ℓ.2).Comentário: Podemos entender nesse período uma sequência de processosverbais referentes ao Banco Central. Primeiro, ele deixa de ser responsávelpela intermediação. Depois, transfere essa atribuição para um conjunto de

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    câmaras de compensação e liquidação (clearings) e estes passam a garantir afinalização destas operações.

    Assim, entre a segunda e a primeira oração há, além do valorcoordenado aditivo, o conclusivo, pois entendemos que há uma sequência: umprocedimento após o outro.

    Por esse motivo, pode-se substituir a oração reduzida de gerúndio pelasua forma desenvolvida, com conjunção “e” e verbo conjugado no presente(“transfere”).

    Como a conjunção “e” liga duas orações de mesmo sujeito, é natural nãohaver vírgula.Gabarito: C

    5) Explicativas:

     ______________________, pois ____________________. (explicativa)

    oração inicial  oração coordenada sindética 

    As conjunções coordenadas explicativas iniciam termo que esclarece umadeclaração anterior ou ameniza uma ordem.

    As principais conjunções são:

     porque, pois(anteposto ao verbo) , porquanto, que, tanto que. 

    As conjunções de causa também podem ter valor de explicação. Assim, énatural a banca ESAF pedir para substituir essas conjunções explicativas por

     “uma vez que”, “ já que”, etc. Reconheceremos a seguir as conjunções.Podem-se dividir as orações coordenadas explicativas em duas:

    a) Esclarecimento de uma informação anterior:

    Ele deve ter chorado muito, porque os olhos estão inchados.

    Choveu muito, pois o chão está alagado.

     Joana está mesmo cansada, porquanto pediu desconto em férias.

    A vírgula neste caso é facultativa.

    b) Amenização de uma ordem:Estudem, que o concurso não é fácil.

    Tranque a porta, pois tem havido muito assalto aqui.

    A vírgula neste caso é obrigatória, pois mudamos a entonação em cadaoração. A primeira expressa uma ordem; a segunda, uma explicação.

    Tem sido cobrada nas provas desta banca a inserção da conjunçãocoordenada explicativa com a retirada de ponto final ou dois-pontos. Mas, paraisso, deve-se entender SEMPRE o valor semântico da oração no texto. Veja osexemplos:

    Ele não foi à casa dos pais. Sua aparência de esgotamento os preocuparia.

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    Pode-se substituir o ponto final pela conjunção “pois”, desde que ovocábulo “Sua” mude a inicial maiúscula para minúscula. Veja:

    Ele não foi à casa dos pais  pois  sua aparência de esgotamento os preocuparia.(Note que a vírgula antes da conjunção “pois” é facultativa.)

    Esta mesma estrutura poderia ser separada por dois-pontos e atétravessão. Veja:

    Ele não foi à casa dos pais: sua aparência de esgotamento os preocuparia.Ele não foi à casa dos pais  –  sua aparência de esgotamento os

     preocuparia.

    Questão 19: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003Fragmento do texto: A sociedade baseada na liberdade contratual serásempre, em grande parte, uma sociedade de classes, cuja estrutura édefendida em vantagem dos ricos. Cumpre associar o indivíduo no processo deautoridade, isto é, o trabalhador no poder industrial. A exclusão de alguém deuma parcela do poder é, forçosamente, a exclusão daquele dos benefíciosdeste.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Devido ao valor explicativo do período iniciado por “A exclusão”(ℓ.4), as regrasgramaticais permitem trocar o ponto final que o antecede pelo sinal de doispontos, desde que se empregue o artigo com letra minúscula.Comentário: O período iniciado na linha 4 é uma explicação, umesclarecimento da necessidade de associação do trabalhador no poderindustrial, veiculado no período anterior. Por isso, da mesma forma comofizemos na teoria, podemos iniciar tal período pela conjunção “pois” ousimplesmente trocarmos o ponto final por dois-pontos. Compare:Cumpre associar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o trabalhadorno poder industrial. A exclusão de alguém de uma parcela do poder é,forçosamente, a exclusão daquele dos benefícios deste.

    Cumpre associar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o trabalhadorno poder industrial  , pois a  exclusão de alguém de uma parcela do poder é,forçosamente, a exclusão daquele dos benefícios deste.

    Cumpre associar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o trabalhadorno poder industrial : a  exclusão de alguém de uma parcela do poder é,forçosamente, a exclusão daquele dos benefícios deste.

    Gabarito: C

    Questão 20: ANEEL - Analista 2006Fragmento do Texto: Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, eraexímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo. 

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) No lugar dos dois-pontos da linha 1, o autor poderia ter optado por empregar oponto final. Tal opção também manteria a correção gramatical do texto e não

    alteraria o sentido original do texto.Comentário: Veja que os dois-pontos sinalizam que a estrutura posterior écoordenada explicativa e se encontra enumerada, por haver duas orações

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    coordenadas assindéticas aditivas. Assim, há a opção de substituição de talsinalização pela conjunção “pois”. Compare:

    Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, airmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo.

    Tratava-se de uma família musical  , pois o pai, Leopold, era exímio violinista, airmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo. 

    Naturalmente, poderia também haver o ponto final, desde que o artigo “o” estivesse em letra maiúscula:

    Tratava-se de uma família musical . O  pai, Leopold, era exímio violinista, airmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo. 

    Como a questão não informou sobre o ajuste de letra maiúscula, estáerrada.Gabarito: E

    Questão 21: ANEEL - Analista 2006Fragmento do Texto: Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, eraexímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo. Mas talentoso eramesmo Wolfgang, e talento precoce. Aos quatro anos, também tocava cravo, edepois órgão, piano e violino. Aos cinco anos, compôs um concerto para cravode incrível complexidade. Leopold não perdeu tempo; organizou um conjuntomusical que viajou por vários países da Europa, sempre com bons cachês. 

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O ponto-e-vírgula empregado na linha 5 poderia ser substituído, com correção

    gramatical, por um desses sinais: ponto-final (passando-se a letra inicial de “organizou” para maiúscula), dois-pontos e travessão.Comentário: O fato de organizar um conjunto musical que viajou por váriospaíses da Europa, sempre com bons cachês, explica, esclarece o motivo de oautor ter usado a expressão “Leopold não perdeu tempo”. Assim, a estruturaapós o ponto-e-vírgula é coordenada explicativa. Com isso, cabe ponto final,dois pontos ou travessão. Compare:

    Leopold não perdeu tempo; organizou um conjunto musical que viajou porvários países da Europa, sempre com bons cachês.

    Leopold não perdeu tempo. Organizou um conjunto musical que viajou por

    vários países da Europa, sempre com bons cachês.Leopold não perdeu tempo: organizou um conjunto musical que viajou porvários países da Europa, sempre com bons cachês.

    Leopold não perdeu tempo  – organizou um conjunto musical que viajou porvários países da Europa, sempre com bons cachês.

    Gabarito: C

    Questão 22: Analista do Banco Central do Brasil 2001Fragmento do texto: Dependendo da situação, a recuperação da estruturaoperacional pode levar algumas horas e, no caso do SPB, afetar não só ainstituição como eventuais parceiros. É importante o planejamento e a

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    implementação de uma solução de continuidade de negócios.Os riscos não são desprezíveis. Um estudo feito pela Universidade do

    Texas com empresas que sofreram uma perda catastrófica de dados concluiuque 43% jamais voltaram a operar, 51% faliram em dois anos e apenas 6%sobreviveram.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)À linha 5, a articulação semântica entre os dois períodos pode ser expressapela conjunção tanto que.Comentário: Note que, na linha 5, o segundo período é uma explicação doprimeiro, por isso podemos subentender uma conjunção explicativa, como

     “pois”, “porque”, “tanto que” etc.Note que a questão não pediu para inserir a locução conjuntiva “tanto

    que”, pois necessitaria de ajustes de letras maiúscula e minúscula. Elasimplesmente afirmou que entre esses dois períodos a articulação semântica(isto é, o sentido) pode ser expressa por “tanto que”. Isso está certo.

    Gabarito: C

    Após termos visto os cinco valores semânticos das orações coordenadas,cabe ressaltar que elas são chamadas de independentes, pois geralmente nãodependem de outras para fazerem sentido.

    Assim, algumas vezes encontramos frases muito grandes nos textos e abanca ESAF pede apenas para que nós nos atentemos na divisão dosargumentos.

    Veja um exemplo em que o autor deixou um parágrafo, com um períodomuito longo. Isso prejudica a clareza:

    Octaciano Nogueira, em trabalho a respeito do tema, parte da premissade que essa distorção “não é obra do regime militar, que, na verdade, seutilizou desse expediente, como de inúmeros outros, para reforçar a Arena,durante o bipartidarismo ; sua origem remonta à Constituinte de 1890, quando,

     por sinal, o problema foi exaustivamente debatido ; a partir daí, incorporou-seà tradição de nosso direito constitucional legislado, em todas as subsequentesconstituições ; o princípio, portanto, estabelecido durante as fases democráticassob as quais viveu o País e mantido sempre que se restaurou o livre debate,subsequente aos regimes de exceção, foi invariavelmente preservado, comoocorreu em 1946 e 1988.”

     Arlindo F. de Oliveira. Sobre a representação dos estados na Câmara dos Deputados. In:Textos para Discussão, n.º 5, abr./2004 (com adaptações).

    Se você produzisse um parágrafo nas questões discursivas com apenasum período tão longo como este, certamente perderia pontos preciosos naprova!!!!

    De maneira geral, esta estrutura textual se constitui de oraçõescoordenadas e, internamente, encontramos subdivisões com termossubordinados. Mas se atenha basicamente às informações separadas pelossinais de ponto e vírgula. Eles demarcam pausas maiores com orações

    coordenadas e podem ser substituídos por ponto final, para mantermos a

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    clareza. Note que cada oração (numerada a seguir) constitui um argumento amais na composição do texto, por isso cabe a divisão em novos períodos. Veja:

    Octaciano Nogueira, em trabalho a respeito do tema, parte da premissa de que essa

    distorção “não é obra do regime militar, que, na verdade, se utilizou desse

    expediente, como de inúmeros outros, para reforçar a Arena, durante o

    bipartidarismo. Sua origem remonta à Constituinte de 1890, quando, por sinal, o

    problema foi exaustivamente debatido. A partir daí, incorporou-se à tradição de nosso

    direito constitucional legislado, em todas as subsequentes constituições. O princípio,

    portanto, estabelecido durante as fases democráticas sob as quais viveu o País e

    mantido sempre que se restaurou o livre debate, subsequente aos regimes de

    exceção, foi invariavelmente preservado, como ocorreu em 1946 e 1988.”

    Naturalmente, pode ocorrer o contrário. Às vezes, há períodos pequenose o autor pode optar por transformá-los em um período maior. Veja aaplicação disso:

    Questão 23: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003Fragmento do texto: Sem utopia não há ideal – sem ideal não há valoresnem projetos. A vida reduz-se a um joguete nas oscilações do mercado.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)A substituição proposta para o trecho sublinhado prejudica a correção

    gramatical do texto: nem projetos, e, nessas condições, a vida reduz-se...Comentário: Os dois períodos estão coordenados e as duas informações sesomam. Assim, podem-se unir os dois períodos em apenas um, ligados pelaconjunção “e”. Compare:

    Sem utopia não há ideal – sem ideal não há valores nem projetos. A vidareduz-se a um joguete nas oscilações do mercado.

    Sem utopia não há ideal – sem ideal não há valores nem projetos, e , nessascondições, a vida reduz-se a um joguete nas oscilações do mercado.

    Gabarito: E

    Questão 24: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003Fragmento do texto: Os hebreus imprimiram ao tempo, graças aos persas,um caráter histórico e uma natureza divina. E produziram uma literaturamonumental – a Bíblia –, que inspira três grandes religiões: o judaísmo, ocristianismo e o islamismo.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)Mantém-se a correção gramatical do texto substituindo-se o ponto-final após

     “divina”(ℓ.2) por vírgula e colocando-se a conjunção aditiva subseqüente em

    minúscula.Comentário: A conjunção aditiva “E” já nos mostra que o segundo períodotem valor de adição e está coordenado ao primeiro. Por esse motivo, eles

    1

    4

    2

    3

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    podem se juntar a um único período.A vírgula que restará antes da conjunção “e” (“e  produziram um

    literatura”) não é obrigatória, ela apenas sinalizará que esta conjunção separaorações, diferentemente da conjunção anterior, que separa apenas termosinternos (“um caráter histórico e uma natureza divina”). Veja:

    Os hebreus imprimiram ao tempo, graças aos persas, um caráter histórico euma natureza divina , e produziram uma literatura monumental – a Bíblia –,que inspira três grandes religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.Gabarito: C

    Questão 25: Analista do Banco Central do Brasil 2002Fragmento do texto: Segundo dados da ONU, dois terços da populaçãomundial não se sente representada por seus governos e tem uma péssimaopinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos, muitas vezessendo o voto uma manifestação “mais contra o que se teme, do que a favor do

    que se espera”.Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

    A estruturação sintática do período admite que a vírgula após “políticos”(ℓ.3)seja substituída por ponto final sem que isso prejudique a correção gramaticalou a coerência do texto.Comentário: A estrutura “sendo o voto uma manifestação...” tem valorcoordenado conclusivo e se encontra reduzida de gerúndio.

    Apesar de ser uma oração coordenada, considerada independente,estando reduzida de gerúndio, necessita ligar-se diretamente à sua oraçãoinicial, para transmitir coerência e coesão. Por isso, não pode iniciar novo

    período.Mas, se a oração fosse desenvolvida (isto é, com conjunção e o verbo

    conjugado em modo e tempo verbal), caberia ponto final, desde que houvesseajuste de letra maiúscula. Compare:

    ...tem uma péssima opinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos,  por isso  muitas vezes o voto é  uma manifestação “mais contra oque se teme, do que a favor do que se espera”.

    ...tem uma péssima opinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos. Por isso  muitas vezes o voto é  uma manifestação “mais contra o

    que se teme, do que a favor do que se espera”.Gabarito: E

    Questão 26: Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná 2003Fragmento do texto: Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz comhomens e livros", por certo indicou o caminho das pedras àqueles que,descuidadamente, promovem a história sem a preocupação de seu registro eque, por conseqüência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito –certo ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livrosregistram a história.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)É uma opção correta unir o segundo e o terceiro períodos, substituindo-se osinal de ponto final por vírgula após “história”(ℓ.5) e inserindo-se a expressão

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    ao passo que antes de “Os livros”(ℓ.5), com mudança da inicial maiúsculapara minúscula.Comentário: Note que há dois períodos sintáticos “Os homens fazem ahistória.” e “Os livros registram a história.”, os quais possuem uma relação decontraste entre si. Assim, podem ser unidos em um só período pela locução

    conjuntiva adversativa “ao passo que”.Gabarito: C

    Estrutura subordinada adverbial

    Vimos no início da aula que, se no enunciado há apenas um verbo,naturalmente temos apenas uma oração (oração absoluta = período simples);porém, se houver outro verbo dentro deste enunciado, teremos duas orações(período composto).

    Antes de entrarmos no assunto oração subordinada adverbial, devemosentender o que é sintaxe e o que é adjunto adverbial.

    A sintaxe trabalha a relação das palavras dentro de uma oração. Naspróximas aulas, falaremos muito sobre ela, mas agora cabe entenderbasicamente que uma oração deve ter um verbo e este verbo normalmente seflexiona de acordo com o sujeito (de quem se fala) e relaciona-se com opredicado (o que se fala), de acordo com a transitividade.

    Veja as frases a seguir para que fique tudo bem claro. Pautemo-nos naestrutura SVO (sujeito→verbo→complemento).

    1. O candidato realizou a prova.2. duvidou do gabarito.3. enviou recursos à banca examinadora.4. tem certeza de sua aprovação.5. viajou.

    Toda vez que fazemos uma análise sintática, devemos nos basear noverbo. A partir dele, reconhecemos os outros termos da oração. Não se quer

    aqui que você decore todos os termos da oração, basta entendê-los, pois aESAF tem uma forma bem própria de cobrar isso em prova.

    Veja os verbos elencados nos exemplos. Todos eles estão no singular.Isso ocorreu porque eles dizem respeito a um termo, que é o sujeito “Ocandidato”. Se ele está no singular, é natural que o verbo também esteja. Jáque o verbo se flexiona de acordo com o sujeito, a gramática dá o nome a issode “concordância verbal”.

    Veja agora a relação do verbo dentro do predicado. Nas frases de 1 a 4,os verbos “realizou”, “duvidou”, “enviou” e “tem” necessitam dos vocábulosposteriores para terem sentido na oração, por exemplo: realizou o quê?,

    duvidou de quê?, enviou o quê? a quem?, tem o quê?

    sujeito predicado

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    Assim, você vai notar que eles dependem dos termos subsequentes paraterem sentido. Isso ocorre porque o sentido deve transitar do verbo para ocomplemento. Por isso falamos que o verbo é transitivo. Sozinho, nãoconsegue transmitir todo o sentido, necessitando de um complemento. Dessaforma, os termos “a prova”, “do gabarito”, “recursos”, “à banca examinadora”

    e “certeza” completam o sentido destes verbos.Agora, vamos à oração 5. Note que o verbo “viajou” não exige nenhumcomplemento verbal. Então não há transitividade. Se quisermos uma estruturaposterior, naturalmente inseriremos uma ou mais circunstâncias. A essascircunstâncias damos o nome de adjunto adverbial. Poderíamos dizer que ocandidato viajou a algum lugar, em determinado momento, o modo comoviajou, a causa da viagem. Tudo isso são circunstâncias, as quais possuem ovalor de lugar, tempo, modo e causa. Essas são as circunstâncias básicas, mashá mais e veremos isso nas próximas aulas. Então veja como ficaria:

    O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho.

    O adjunto adverbial não ocorre só com verbo intransitivo, ele podeaparecer junto a qualquer verbo. Por exemplo, nas frases 1 a 3, poderíamosinserir o adjunto adverbial de tempo “ontem”. Na frase 4, poderíamos inserir oadjunto adverbial de causa: “devido a seu estudo”.

    Essas 5 frases possuem verbos com transitividade (VTD, VTI, VTDI) esem transitividade (VI). Estruturalmente, esses verbos são o núcleo dopredicado, por serem considerados a palavra mais importante de seuspredicados.

    Sujeito também possui núcleo: é a palavra mais importante. Nas 5 frasesacima, o núcleo do sujeito é o substantivo “candidato”.

    Agora, é importante trabalharmos a pontuação com o adjunto adverbial.

    O candidato passou no concurso ,  devido ao seu esforço no estudo.VTI objeto indireto adjunto adverbial de causa

    sujeito predicado verbalperíodo simples

    A oração acima possui a estrutura básica S V O: “O candidato passou noconcurso”. O termo “devido ao seu esforço no estudo” é o adjunto adverbial.Esse termo transmite a causa de o aluno ter passado no concurso. Esseadjunto adverbial é chamado por nós de solto, porque o verbo não o exigiu.Por isso, podemos inserir a vírgula facultativamente. Esta estrutura não foiobrigatória, ela foi inserida para que houvesse mais clareza e situasse melhoro leitor sobre a circunstância que levou o candidato à aprovação.

    Agora, perceba o seguinte: se disséssemos somente “Devido ao seuesforço no estudo”, alguém entenderia o enunciado?

    Logicamente, não! Concorda? Por isso, dizemos que esta estrutura é

    dependente da estrutura S V O, isto é: subordinada à principal:

    sujeito VI Adj Adv lugar Adj Advtempo

    Adj Advmodo

    Adj Advcausa

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    O candidato passou no concurso ,  devido ao seu esforço no estudo.

    Quando esse adjunto adverbial recebe um verbo, observamos quepassaremos a ter duas orações: a principal e a subordinada adverbial causal.

    O candidato passou no concurso ,  porque se esforçou no estudo.

    sujeitoVTI objeto indireto VTI + objeto indireto

    predicado verbal predicado verbaloração principal oração subordinada adverbial causal

    período composto

    Oração principal? Por quê?

    Diferentemente das orações coordenadas que são independentes umasdas outras (e por isso o nome da primeira é oração inicial), a oração principal éa base para que a oração subordinada possa se apoiar nela, para havercoerência.

    Oração subordinada? Por quê?

    A oração subordinada é aquela que depende da principal para tersentido, assim como aconteceu com o adjunto adverbial, no exemplo acima.

    Oração adverbial? Por quê?

    Porque foi gerada de um adjunto adverbial. Veja, bastou inserir o verbo “esforçou”, para que houvesse a oração adverbial.

    Questão 27: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFPAssinale a opção que apresenta período construído com os núcleos do sujeito edo predicado da oração principal do período transcrito a seguir.

    A partir de um fragmento perdido, no qual o filósofo Blaise Pascal fala, depassagem, sobre loucura política, julgada por ele território fértil em

    imperfeição humana, o velho jornalista e também filósofo italiano Emilio Rossi,morto há um mês, escreveu livro saboroso, com o título deste artigo e osubtítulo Ironia e veritá di Pascal (Edizioni Studium, Roma, 1984).

    ( Rubem Azevedo Lima , A política como loucura, Correio Braziliense,12/1/2009, 12.)

    a) Com o título  A política como loucura, Emilio Rossi escreveu um livrosaboroso, a partir de um fragmento de Pascal.

    b) No livro que tem como título o mesmo do artigo de Rubem Azevedo Lima,Blaise Pascal trata, de passagem, da loucura política.

    c) Jornalista e filósofo, Emilio Rossi morreu em dezembro de 2008.d) A loucura política foi julgada pelo filósofo Blaise Pascal, em um fragmento

    perdido, como imperfeição humana.

    vírgulafacultativa

    Estrutura básica (principal)  Estrutura adverbial (subordinada) 

    vírgulafacultativa

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    e) Tida pelo autor como território fértil em imperfeição humana, a loucurapolítica é tratada em livro pelo jornalista e filósofo Emilio Rossi.

    Comentário: A questão pede apenas que identifiquemos a oração principal esua divisão básica em sujeito (de quem se fala) e predicado (o que se fala).Veja que há muitas informações adicionais, explicativas, mas não transmitem

    o valor principal. Devemos, assim, encontrar a estrutura S V O, sobre a qual asoutras informações se juntam. Veja:

     A partir de um fragmento perdido, no qual o filósofo Blaise Pascal fala,de passagem, sobre loucura política, julgada por ele território fértil emimperfeição humana, o velho jornalista e também filósofo italiano Emilio Rossi,morto há um mês, escreveu livro saboroso, com o título deste artigo e osubtítulo Ironia e veritá di Pascal (Edizioni Studium, Roma, 1984).

    Dessa forma, encontramos a oração principal: “o velho jornalista etambém filósofo italiano Emilio Rossi escreveu livro saboroso”. 

    Devemos, agora, retirar os núcleos do sujeito (“o velho jornalista etambém filósofo italiano Emilio Rossi” ) e do predicado (“escreveu livrosaboroso”).

    Veja que a expressão “o velho jornalista e também filósofo italiano”  é acaracterística do núcleo do sujeito “Emilio Rossi” , e o núcleo do predicadoverbal é o próprio verbo: “escreveu”.

    Assim, temos de achar uma alternativa que possua os vocábulos “EmilioRossi”  e “escreveu”. A única possibilidade é a alternativa (A).Gabarito: A

    Tanto o adjunto adverbial quanto a oração adverbial podem deslocar-se

    para o início ou para o meio da estrutura principal. E, com isso, a vírgula seráempregada conforme foi visto nos adjuntos adverbiais de grande extensão. Aoração subordinada adverbial, quando posposta à oração principal, seráiniciada por vírgula facultativamente. Mas, se for antecipada ou intercalada,receberá vírgula ou vírgulas obrigatoriamente.

    Antecipando a estrutura adverbial...

    Devido ao seu esforço no estudo ,  o candidato passou no concursoadjunto adverbial de causa VTI objeto indiretosujeito

    predicado verbalperíodo simples

    Porque se esforçou no estudo ,  o candidato passou no concursoVTI + objeto indireto VTI objeto indireto

    predicado verbal sujeito predicado verbal oração subordinada adverbial causal oração principal 

    período composto

    vírgulaobrigatória

    vírgulaobrigatória

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    Agora, intercalando...

    O candidato ,  devido ao seu esforço no estudo ,  passou no concurso.

    adjunto adverbial de causa  VTI  objeto indireto sujeito  predicado verbalperíodo simples

    O candidato ,  porque se esforçou no estudo ,  passou no concursoVTI + objeto indireto VTI objeto indireto

    sujeito  predicado verbal predicado verbal oração subordinada adverbial causal 

    oração principal período composto

    As orações subordinadas podem ser divididas também em dois tipos:desenvolvidas (aquelas que possuem conjunção e verbos conjugados emmodos e tempos verbais);

    O candidato passou no concurso ,  porque se esforçou no estudo.

    reduzidas (aquelas que perdem a conjunção e por isso os verbos passama uma das formas nominais: gerúndio, infinitivo e particípio).

    O candidato passou no concurso ,  por se esforçar no estudo.

    Por que é chamada de reduzida?Porque, ao perder uma conjunção, reduz-se a quantidade de vocábulos

    daquela oração.

    Por que tenho que saber as orações reduzidas?Muitas vezes a banca ESAF pede para desenvolver a oração reduzida,

    inserindo a conjunção adequada à sua circunstância (valor semântico), por isso

    veremos os valores das orações adverbiais.Elas basicamente se dividem em 9.

    1. Causais: exprimem causa, motivo, razão. Esta oração faz parte daestrutura causa-consequência, em que a origem ocorre temporalmente antes.E a consequência, por ser o resultado, ocorre depois. As principais conjunçõescausais são:  porque, pois, que, como  (quando a oração adverbial estiverantecipada) , já que, visto que, desde que, uma vez que, porquanto, na medidaem que, que, etc:

    Estudo porque necessito.

    Como fazia frio , fechou as janelas. Já que estou cansado , vou descansar.Uma vez que estudou muito , foi aprovado.

    vírgulas obrigatórias 

    vírgulas obrigatórias 

    oração principal  oração subordinada adverbial causal(reduzida de infinitivo) 

    oração principal  oração subordinada adverbial causal(desenvolvida) 

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    Observações:

    I - A conjunção se também pode transmitir valor de causa a orações quefuncionam como base ou ponto de partida de um raciocínio, em construçõescomo:

    Se o estudo é o princípio do concurseiro , é imprescindível aorganização de seu material didático.

    II - Vimos anteriormente que as conjunções porque, porquanto e poispodem ser coordenativas explicativas. Agora, percebemos que elas tambémpodem ser causais. A banca ESAF não pergunta qual é a diferença entre elas,apenas pede a troca das conjunções. Isso é correto.

    Questão 28: Analista do Banco Central do Brasil 2001Fragmento do texto: A implementação do Sistema de PagamentosBrasileiro - SPB altera todo o processo de transferência de recursos através dosistema financeiro. O Banco Central deixa de ser responsável pelaintermediação das ordens de pagamento, transferindo essa atribuição para umconjunto de câmaras de compensação e liquidação (clearings), que passam agarantir a finalização destas operações. Algumas destas câmaras já existem háanos e são responsáveis pelas operações de liquidação e custódia de ações,ativos e derivativos. No novo cenário, ganham autonomia patrimonial, segurose novos métodos de gestão de risco.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)A articulação entre os dois primeiros períodos do texto pode ser expressa pelaidéia de já que.Comentário: O fato de o Banco Central deixar de ser o responsável pela

    intermediação das ordens de pagamento e transferir essa atribuição para umconjunto de câmaras de compensação e liquidação (clearings) gera umaconsequência, a qual é expressa no primeiro período: a alteração de todo oprocesso de transferência de recursos através do sistema financeiro.

    Assim, confirmamos que o segundo período é a causa do primeiro. Poresse motivo, podemos subentender a locução conjuntiva de causa “ já que”,entre eles.

    Note que a questão não pediu a inserção desta locução conjuntiva, o queseria errado, pois não se falou de ajustes das iniciais maiúscula ou minúscula.Gabarito: C

    Questão 29: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008Fragmento do texto: O favoritismo do Partido Democrata também é citadopor alguns exportadores como um fator que pode dificultar as exportaçõesbrasileiras, pois os democratas são considerados mais conservadores do queseus rivais republicanos em matéria de comércio exterior — o que, ressalve-se,nem sempre foi comprovado na prática.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)O termo “pois”(ℓ.3) pode, sem prejuízo para a correção gramatical, sersubstituído por porque, porquanto ou conquanto.

    Comentário: A conjunção “ pois” inicia uma causa, a qual é confirmada pelasconjunções “ porque” e “ porquanto”, mas a conjunção “conquanto” tem valor

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    adverbial de concessão, a qual veremos adiante. Assim, a questão está errada.Gabarito: E

    2. Consecutivas: Na relação causa-consequência, o processo verbal daconsequência ocorre após o da causa, e suas conjunções exprimem um efeito,um resultado e aparecem de duas formas:

    I - conjunção que precedida de tal , tão, tanto, tamanho:

    Trabalharam tanto que suas mãos ficaram inchadas.

    Tal foi o problema na empresa que todos foram demitidos.

    Nesta estrutura, os intensificadores tal , tamanho, tão, tanto podem ficarsubentendidos.

    Bebia que caía pelas ruas. (bebia tanto...) 

    II – locuções conjuntivas de maneira que, de jeito que, de ordem que, de

    sorte que, de modo que, etc:Motivamos a classe empresarial, de sorte que o Brasil aumentou onível de empregos regulares. 

    “As notícias de casa eram boas, de maneira que pude prolongarminha viagem.” (Domingos Paschoal Cegalla) 

    III – locução conjuntiva sem que,  e a conjunção que, seguida denegação.

    Lúcia não pode ver uma roupa bonita na vitrine sem que a queira comprar .Lúcia não pode ver uma roupa bonita na vitrine, que não a queira comprar . 

    Perceba que, na primeira estrutura, a preposição sem  tem valor denegação; na segunda, sua ausência é substituída pelo advérbio de negação

     “não” .

    Questão 30: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002Fragmento do texto: Todos concordam que o sistema tributário brasileiro érepleto de distorções e deficiências, porém, quando se aprofunda o debate, osconflitos de interesses aparecem, dificultando a aprovação do projeto. 

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Uma forma opcional de redação para o trecho seria a substituição da forma

     “dificultando” por causando dificuldades para.Comentário: Nesta questão, cabe ressaltar o valor de consequência geradopela oração reduzida de gerúndio.

    Note que, primeiro, os conflitos de interesses aparecem e com isso háuma dificuldade de aprovação do projeto.

    Esta estrutura é a mesma que vimos nas orações coordenadasconclusivas, não havendo necessidade de especificar se há conclusão ouconsequência. Na realidade, é a mesma coisa. A diferença pode existir quandose vai desenvolver a oração, utilizando os diversos conectivos com valoresdiferentes. Veja:

    ...os conflitos de interesses aparecem, dificultando a aprovação do projeto....os conflitos de interesses aparecem e dificultam  a aprovação do projeto. 

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    (adição ou conclusão)

    ...os conflitos de interesses aparecem,  por isso dificultam  a aprovação do projeto. (conclusão)

    ...os conflitos de interesses aparecem, de modo que dificultam a aprovação

    do projeto. (consequência)Assim, o que importa para a ESAF é entendermos que a segunda oração

    gera um resultado, que pode ser expresso por conjunções coordenadasconclusivas ou subordinadas adverbiais consecutivas, ou até, como foi pedidona questão, traduzi-la em outra oração reduzida de gerúndio. Veja:

    ...os conflitos de interesses aparecem, causando dificuldades para  aaprovação do projeto. Gabarito: C

    3. Condicionais: Nesta relação de condição, hipótese, é muito cobrada

    a correlação de modo e tempo verbal. Veja:verbo no futuro do subjuntivo

    verbo no futuro do presentedo indicativo

    Se o candidato estudar  bastante,  passará no concurso.

    condição no futuro resultado provável no futurooração subordinada adverbial condicional oração principal

    verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo verbo no futuro do pretéritodo indicativo

    Se o candidato estudasse bastante,  passaria no concurso.

    condição no passado resultado improvável no futuro

    oração subordinada adverbial condicional oração principal

    verbo no presente do subjuntivo verbo no futuro do presentedo indicativo

    Caso o candidato estude bastante,  passará no concurso.

    condição no presente resultado provável no futurooração subordinada adverbial condicional oração principal

    Se uma condição é expressa no futuro ou presente, há condições decumpri-la; por isso o resultado expresso na oração principal é provável. Não hácerteza de o candidato ser aprovado, mas há grande possibilidade.

    Já numa condição expressa no passado, não há condições de cumpri-la;por isso o resultado expresso na oração principal é pouco provável, ou mesmoimprovável. A banca ESAF normalmente pede para substituir as conjunções ouos verbos.

    Algumas vezes, por motivo de ênfase e reforço motivacional, o autor dotexto troca o tempo verbal da oração principal de futuro do presente parapresente do indicativo e futuro do pretérito para pretérito imperfeito doindicativo. Veja a diferença:

    Se o candidato estudar, passa no concurso.

    Se o candidato estudasse, passava no concurso