Annie Besant - Sete Principios

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    OS SETE PRINCPIOS

    DO HOMEM *Annie BesantPesquisadores atrados para Teosofia por sua doutrina central defraternidade entre os homens, e pelas esperanas que ela traz deconhecimento mais amplo e de crescimento espiritual, podem ser repelidosquando fazem sua primeira tentativa de entrar mais em contato com ela, porcausa dos - para eles - nomes estranhos e embaralhantes que fluem

    facilmente dos lbios de Teosofistas reunidos em conferncia.

    Eles ouvem um emaranhado de tm-Buddhi, Kma-Manas, Trade,Devachan, e sabe-se l o que mais, e sentem de imediato que para eles aTeosofia um estudo por demais abstruso. Mas poderiam ter-se tornadoTeosofistas muito bons, no tivesse seu entusiasmo inicial sido esfriadocom a ducha dos termos Snscritos. Neste Manual o confuso emaranhadoser tratado com mais moderao, e s poucos nomes Snscritos serocolocados diante do pesquisador.

    De fato, o uso destes termos se tornou geral entre os Teosofistas porque alngua portuguesa no tem equivalentes para eles, e uma frase longa eobscura tem de ser usada em seu lugar para a idia ser transmitidaintegralmente. O problema inicial de se aprender estes nomes tem sidopreferido do que o problema contnuo de usar-se frases descritivasaproximativas - "Kama", por exemplo, sendo mais curto e mais preciso doque "parte passional e emocional de nossa natureza".

    De acordo com o ensino Teosfico o homem um ser stuplo, ou, naterminologia usual, tem uma constituio setenria. Colocando de outraforma, a natureza do homem tem sete aspectos, pode ser estudada de setediferentes pontos de vista, composta de sete princpios. O modo melhor emais claro de todos pelo qual imaginar o homem consider-lo como uno, oEsprito ou Eu [Self, no original - NT] Verdadeiro; este pertence mais altaregio do universo, e universal, o mesmo para todos; um raio de Deus,uma centelha do fogo divino. Isto vai se tornar um indivduo, refletindo a

    perfeio divina, um filho que cresce semelhana de seu pai.

    Para este propsito o Esprito, ou Eu Verdadeiro, veste-se com roupa apsroupa, cada uma pertencendo a uma regio definida do universo, e

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    capacitando o Eu para entrar em contato com aquela regio, ganharconhecimento dela, e trabalhar nela. Assim ele ganha experincia, e todasas suas potencialidades latentes so gradualmente transformadas empoderes ativos. Estas roupagens, ou invlucros, so distinguveis umas dasoutras tanto terica como praticamente.

    Se um homem for observado pela clarividncia, cada uma distinguvel ao

    olhar, e so separveis entre si durante a vida fsica ou na morte, de acordocom a natureza de cada invlucro particular. Quaisquer palavras quepossam ser usadas, o fato permanece o mesmo - de que ele essencialmente stuplo, um ser em evoluo, parte de cuja natureza j semanifestou, parte permanecendo latente no presente, at onde concerne vasta maioria da humanidade. A conscincia do homem capaz defuncionar atravs de tantos destes aspectos quantos tiverem nele jevoludo at a atividade.

    Esta evoluo, durante o presente ciclo do desenvolvimento humano, temlugar em cinco dentre sete dos planos da natureza. Os dois planossuperiores - o sexto e o stimo - exceto nos casos mais excepcionais, nosero atingidos por homens desta humanidade neste ciclo atual, e podemser portanto deixados de lado para nosso objetivo presente.

    Entretanto, como tem surgido alguma confuso sobre os sete planos porcausa da diferena de nomenclatura, so dados dois diagramas no final

    deste tratado, mostrando os sete planos como eles existem em nossadiviso do universo, em correspondncia com os planos mais vastos douniverso como um todo, e tambm a subdiviso dos cinco em sete, comoso representados em parte de nossa literatura.

    Um "plano" meramente uma condio, um estgio, um estado; de modoque poderamos descrever o homem como disposto pela sua natureza,quando esta natureza est plenamente desenvolvida, para existirconscientemente em sete diferentes condies, ou sete diferentes estgios,

    em sete diferentes estados; ou tecnicamente, em sete diferentes planos deexistncia.

    Tomando um exemplo facilmente verificvel: um homem pode serconsciente no plano fsico, isto , em seu corpo fsico, sentindo fome esede, e a dor de um golpe ou corte. Mas deixemos o homem ser umsoldado no corao da batalha, e sua conscincia estar centrada em suaspaixes e emoes, e ele pode sofrer um ferimento sem perceber, suaconscincia estando fora do plano fsico e agindo no plano das paixes eemoes: quando passa a excitao, a conscincia voltar ao fsico, e ele"sentir" a dor de seu ferimento.

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    Deixemos o homem ser um filsofo, e enquanto ele ponderar sobre algumintrincado problema ele perder toda a conscincia das necessidades deseu corpo, das emoes, do amor ou do dio; sua conscincia passar aoplano do intelecto, estar "abstrado", isto , afastado das consideraespertinentes sua vida corporal, e fixo no plano do pensamento.

    Assim um homem pode viver nestes diversos planos, nestas diversas

    condies, sendo uma ou outra parte de sua natureza posta em atividadeem cada momento dado; e um entendimento do que o homem, de suanatureza, seus poderes, suas possibilidades, ser alcanado maisfacilmente e assimilado de maneira mais til se ele for estudado ao longodestas linhas claramente definidas, do que se ele for deixado sem anlise,um mero feixe confuso de qualidades e estados.

    Tambm tem sido considerado conveniente, a respeito da vida mortal e

    imortal do homem, reunir estes sete princpios em dois grupos - umcontendo os trs princpios superiores e portanto chamado de Trade, ooutro contendo os quatro inferiores, destarte chamado Quaternrio. A Trade a parte imortal da natureza humana, o "esprito" e alma da terminologiaCrist; o Quaternrio a parte mortal, o "corpo", do Cristianismo.

    Esta diviso em corpo, alma e esprito usada por So Paulo, e aceita emtoda a cuidadosa filosofia Crist, embora geralmente ignorada pela massado povo Cristo. No linguajar comum, alma e corpo constituem o homem, e

    as palavras esprito e alma so usadas intercambiavelmente, com muitaconfuso de pensamento como resultado.

    Esta vagueza fatal para qualquer viso clara sobre a constituio dohomem, e o Tesofo pode bem apelar para o filsofo Cristo contra oCristo casual no-pensador se for acusado de estar fazendo distinesdifceis de entender. Nenhuma filosofia digna do nome pode serapresentada mesmo em sua feio mais elementar sem fazer algumademanda inteligncia e ateno do eventual aprendiz, e cuidado no uso

    dos termos uma condio para todo o conhecimento.

    PRINCPIO I

    O Corpo Fsico Denso

    O corpo fsico denso do homem chamado o primeiro de seus seteprincpios, j que certamente o mais bvio. Construdo de molculas

    materiais, no sentido geralmente aceito do termo - com seus cinco rgossensoriais - os cinco sentidos - seus rgos de locomoo, seu crebro esistema nervoso, seu aparato para desempenhar as vrias funesnecessrias para a continuidade de sua existncia, h pouco a ser dito

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    sobre este corpo fsico em um esboo to breve como este sobre aconstituio do homem.

    A cincia ocidental est quase pronta para aceitar a viso Teosfica de queo organismo humano consiste de inumerveis "vidas", que constituem asclulas. H.P.Blavatsky diz sobre isto: "A cincia ainda no foi longe obastante para concordar com a doutrina Oculta que nossos corpos, assim

    como os dos animais, plantas e pedras, so tambm constitudos de taisseres (bactrias, etc): os quais, com exceo das espcies maiores,nenhum microscpio pode detectar..."

    Sendo os constituintes fsicos e qumicos idnticos em todos os seres, acincia qumica pode bem dizer que no existe diferena alguma entre amatria que compe o touro e a que forma o homem. Mas a doutrina Oculta muito mais explcita: No s os componentes qumicos so os mesmos,

    mas as mesmas vidas infinitesimais invisveis compe os tomos doscorpos da montanha e da margarida, do homem e da formiga, do elefante eda rvore que o protege do sol. Cada partcula - seja chamada orgnica ouinorgnica - uma vida.

    Cada tomo e molcula no universo d tanto a vida como a morte a estasformas (Doutrina Secreta, vol. I, p. 281 [as pginas de referncia dizemrespeito edio inglesa - NT]). Os micrbios [do grego, literalmente:pequenas vidas - NT] assim "perfazem o corpo material e suas clulas", sob

    a energia construtiva da vitalidade - uma frase que ser explicada quandochegarmos a tratar da "vida", como o Terceiro Princpio, e com estesmicrbios como parte dela. Quando a "vida" j no suprida, os micrbios"so deixados agir livremente como agentes destruidores", e elesdecompem e desintegram as clulas que construram, e ento o corpo dedesfaz.

    A conscincia puramente fsica a conscincia das clulas e dasmolculas. A ao seletiva das clulas, extraindo do sangue o que

    precisam, rejeitando o que no precisam, um exemplo de suaautoconscincia. O processo continua sem a ajuda de nossa conscincia ouvolio. Assim o que pelos fisiologistas chamado de memria inconsciente a memria da conscincia fsica, na verdade inconsciente para ns, atque tenhamos aprendido a transferir nossa conscincia cerebral para l.

    O que sentimos no o que as clulas sentem. A dor de um ferimento sentida pela conscincia cerebral, agindo, como dissemos, no plano fsico;mas a conscincia da molcula, assim como a do agregado de molculasque chamamos clulas, leva-as celeremente a reparar os tecidosdanificados - aes de que o crebro inconsciente - e sua memria as fazrepetir a mesma ao repetidas vezes, mesmo quando j se tornou

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    desnecessria.

    Da as cicatrizes nos cortes, quelides, calosidades, etc. O estudante podeencontra muitos detalhes sobre este assunto em tratados de fisiologia. Amorte do corpo fsico denso ocorre quando a retirada da energia vitalcontroladora deixa os micrbios seguirem seu prprio rumo, e as muitasvidas, j no mais coordenadas, separam-se e fragmentam as partculas

    das clulas do "homem de barro", e o que chamamos decomposio seapresenta.

    O corpo se torna um torvelinho de vidas sem controle, sem regulao, e suaforma, que resultava de sua correlao, destruda pela exuberante energiadas suas vidas individuais. A morte s um aspecto da vida, e a destruiode uma forma material apenas um preldio para a construo de outra.

    PRINCPIO II

    O Duplo Etrico

    Linga-Sharira, corpo astral, corpo etrico, corpo fludico, duplo, fantasma,doppelganger, homem astral - estes so alguns dos muitos nomes que tmsido dados ao segundo princpio na constituio do homem. O melhor nome Duplo Etrico, porque este termo designa somente o segundo princpio,sugerindo sua constituio e aparncia: enquanto que os outros nomes tm

    sido usados algo genericamente para descrever corpos formados dematria um pouco mais sutil do que a que afeta nossos sentidos fsicos,sem considerarmos a questo de se outros princpios esto ou noenvolvidos em sua construo. Doravante usarei apenas este nome.

    O duplo etrico formado de matria mais rarefeita ou mais sutil do que aque perceptvel pelos nossos cinco sentidos, mas ainda matriapertencendo ao plano fsico, ao qual seu funcionamento restrito. oestado da matria que est logo depois de nossos "slido, lquido egasoso", que formam as pores densas do plano fsico.

    Este duplo etrico a duplicata ou contraparte exata de nosso corpo fsicodenso ao qual pertence, e separvel dele, embora incapaz de ir muitolonge. Em seres humanos normalmente saudveis a separao difcil,mas em pessoas conhecidas como mdiuns fsicos ou materializadores, oduplo etrico desliza para fora sem qualquer grande esforo. Quandoseparado do corpo denso ele visvel para o clarividente como uma rplica

    exata, unida a ele por um fio delgado.

    To estreita a unio fsica entre os dois que um ferimento infligido aoduplo etrico aparecer como uma leso no corpo denso, um fato conhecido

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    sob o nome de repercusso. A. d'Assier, em seu trabalho bem conhecido,traduzido para o ingls pelo Coronel Olcott, o Presidente-Fundador daSociedade Teosfica, sob o ttulo Posthumous Humanity - apresenta vrioscasos (vide pp. 51-57) nos quais a repercusso teve lugar.

    A separao do duplo etrico do corpo denso geralmente acompanhadade um considervel decrscimo na vitalidade do ltimo, ficando o duplo mais

    vitalizado medida que a energia no corpo denso diminui. Diz o Cel. Olcott(p. 63):

    "Quando o duplo etrico projetado por um perito treinado, at o corpoparece entorpecido, e a mente fica em um estado de estupor [brown study,no original - NT]; os olhos no tm expresso de vida, o corao e ospulmes atuam fracamente, e muitas vezes a temperatura cai bastante. muito perigoso fazer qualquer rudo ou pancada repentinos na sala, em tais

    circunstncias; pois o duplo, sendo por reao instantnea trazido de voltaao corpo, faz o corao contrair-se convulsivamente, e a morte pode mesmoser causada".

    No caso de Emilie Sage (citado nas pp. 62-65), percebeu-se que a meninaparecia plida e exausta quando o duplo era visvel: "quanto mais ntido oduplo e mais material a aparncia, a pessoa realmente material estavaefetivamente enfraquecida, sofrendo e lnguida; quando ao contrrio, aaparncia do duplo enfraquecia, a paciente era vista recuperar a fora".

    Esta fenmeno perfeitamente compreensvel para o estudante Teosfico,que sabe que o duplo etrico o veculo do princpio vital, ou vitalidade, nocorpo fsico, e que sua sada parcial deve portanto diminuir a energia quecom este princpio atua nas molculas mais densas.

    Os clarividentes, como a Vidente de Prvorst, dizem que podem ver o braoou perna etricos ligados a um corpo de onde o membro denso foiamputado, e d'Assier assinala a este respeito: "quando eu estava absorvido

    nos estudos fisiolgicos, freqentemente era atrado por um fato singular.s vezes acontece de uma pessoa que perdeu um brao ou pernaexperimentarem certas sensaes nas extremidades dos dedos. Osfisiologistas explicam esta anomalia postulando haver no paciente umainverso de sensibilidade ou de lembrana, que os faz localizar na mo ouno p a sensao com que somente o nervo do coto afetado... Confessoque estas explicaes me pareciam artificiosas e jamais me satisfizeram.Quando estudei o problema do duplo do homem, a questo das amputaesrecorreu minha mente, e me perguntei se no seria mais simples e lgicoatribuir a anomalia de que falei duplicata do corpo humano, que por suanatureza fluida pode escapar amputao" (loc. cit., pp. 103-104).

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    O duplo etrico desempenha um grande papel nos fenmenos espiritas.Novamente aqui o clarividente pode nos ajudar. Um clarividente pode ver oduplo etrico escapando pelo lado esquerdo do mdium, e isso o queaparece amide como um "esprito materializado", facilmente moldado emvrias formas pelas correntes de pensamento dos presentes, e ganhandofora e vitalidade medida que o mdium mergulha em transe maisprofundo. A condessa Wachtmeister, que clarividente, diz que tem visto o

    mesmo "esprito" reconhecido como o de um parente prximo ou amigo pordiferentes assistentes, cada qual vendo-o de acordo com suas expectativas,enquanto que aos seus olhos era o mero duplo do mdium.

    Ento de novo H.P.Blavatsky me disse que quando estava na fazenda deEddy, observando a notvel srie de fenmenos l produzidos, eladeliberadamente moldou o "esprito" que aparecia semelhana depessoas conhecidas dela e de ningum mais presente, e os outros viram asformas que ela produziu pelo poder de sua prpria vontade, moldando aplstica matria do duplo do mdium.

    Muitos dos movimentos de objetos que ocorrem em tais sesses, e emoutras ocasies, sem contato visvel, so devidos ao do duplo etrico, eo estudante pode aprender como produzir tais fenmenos vontade. Sobastante comuns: a mera projeo da mo etrica no mais importante doque a projeo da contraparte densa, e nem mais ou menos miraculosa.Algumas pessoas produzem estes fenmenos inconscientemente, simples

    derrubamento fortuito de objetos, produo de rudos, e assim por diante:eles no tm controle sobre seus duplos etricos, e eles apenas pairam emsua vizinhana prxima, como um beb tentando caminhar.

    Pois o duplo etrico, como o corpo denso, possui somente uma conscinciadifusa pertencente s suas partes, e no dispe de nenhuma mentalidade.Tampouco serve como veculo de mentalidade, quando desvinculado de suacontraparte densa.

    Isto nos conduz a um ponto interessante. Os centros da sensao estolocalizados no quarto princpio, que pode ser dito formar uma ponte entre osrgos fsicos e as percepes mentais; impresses do universo fsicoagem sobre as molculas materiais do corpo fsico denso, colocando emvibrao as clulas constituintes dos rgos de sensao, ou nossos"sentidos".

    Estas vibraes, por sua vez, colocam em movimento as molculasmateriais mais rarefeitas do duplo etrico, nos rgos sensoriaiscorrespondentes de sua matria mais fina. Destes, as vibraes passampara o corpo astral, ou quarto princpio, logo a ser considerado, onde estoos centros de sensao correspondentes.

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    Da estas sensaes so propagadas ainda mais rarefeita matria doplano mental inferior, de onde so refletidas de volta at, chegando smolculas materiais dos hemisfrios cerebrais, se tornarem nossa"conscincia cerebral". Esta sucesso inter-relacionada e inconsciente necessria para a atuao normal da conscincia como a conhecemos.

    No sono ou no transe, natural ou induzido, os dois primeiros e o ltimoestgios geralmente so omitidos, e as impresses iniciam no e voltam aoplano astral, e assim no deixam qualquer trao na memria cerebral; mas opsquico natural ou treinado, o clarividente que no precisa de transe para oexerccio de seus poderes, capaz de transferir sua conscincia do planofsico para o astral sem perda de continuidade, e pode impressionar amemria cerebral com o conhecimento obtido no plano astral, retendo-oassim para uso.

    A morte significa para o duplo etrico exatamente o mesmo que para ocorpo fsico denso: a ruptura de suas partes constituintes, a dissipao desuas molculas. O veculo da vitalidade, que anima o organismo corpreocomo um todo, escapa do corpo quando chega a hora da morte, e vistopelo clarividente como uma luz violeta, ou uma forma violeta, pairando sobrea pessoa moribunda, ainda ligado ao corpo fsico pela fina linha de quefalamos antes. Quando esta linha se rompe, exala-se o ltimo alento, e ospresentes murmuram: "morreu".

    O duplo etrico, sendo de matria fsica, permanece nas redondezas docadver, e o "espectro", ou "apario", ou "fantasma", algumas vezes vistono momento da morte e logo aps por pessoas perto do local onde a morteocorreu. Ele desintegra-se lentamente pari passu com sua contrapartedensa, e seus restos so vistos por sensitivos em cemitrios e campossantos como luzes violeta pairando sobre as tumbas.

    Eis uma das razes que tornam a cremao prefervel ao enterro comomodo de descarte do envelope fsico do homem; o fogo dissipa em poucashoras as molculas que doutra forma ficariam livres somente no lento cursoda putrefao gradual, e assim devolve rapidamente aos seus prpriosplanos os materiais densos e etricos, prontos para uso mais uma vez naconstruo de novas formas.

    PRINCPIO III

    Prna, a Vida

    Todos os universos, todos os mundos, todos os homens, todos os brutos,todos os vegetais, todos os minerais, todas as molculas e tomos, tudo oque existe, est mergulhado em um grande oceano de vida, vida eterna,

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    vida infinita, vida incapaz de aumento ou decrscimo. O universo apenasvida em manifestao, vida feita objetiva, vida diferenciada.

    Mas cada organismo, seja minsculo como uma molcula ou vasto comoum universo, pode ser pensado como se apropriando para si mesmo umpouco da vida, como encarnando em si mesmo como sua prpria vida algodesta vida universal.

    Imagine uma esponja viva, se expandindo na gua que a banha, a cerca, apenetra; existe a gua, ainda o oceano, circulando em cada passagem,enchendo cada poro; mas podemos pensar no oceano fora da esponja, ouna parte do oceano apropriado pela esponja, distinguindo-os empensamento se quisermos fazer asseres sobre cada um distintamente.

    Assim cada organismo uma esponja banhando-se no oceano da vida

    universal, e contendo dentro de si um pouco daquele oceano como seuprprio alento vital.

    Na Teosofia ns distinguimos esta vida capturada sob o nome de Prna,alento, e chamamo-lo de o terceiro princpio na constituio do homem.Para falarmos com mais preciso, o "alento da vida" - o que os hebreusdenominavam Nephesh, ou o alento da vida soprado nas narinas de Ado -no s Prna, mas Prna e o terceiro princpio conjuntos. So estes dois

    juntos que fazem a "centelha vital" (Dout. Sec., vol. I, p. 262), e so o

    "alento de vida no homem, assim como na besta ou no inseto, ou na vidafsica, material" (ibid., nota da p. 263).

    o "alento da vida animal no homem - o sopro da vida instintiva noanimal" (ibid., diagrama na p. 262). Mas neste momento estamosinteressados somente no Prna, na vitalidade como o princpio animante emtodos os animais e corpos humanos. Desta vida veculo o duplo etrico,agindo, a bem dizer, como meio de comunicao, como ponte, entre Prnae o corpo denso.

    O Prna explicado na Doutrina Secreta como tendo por sua subdivisomais baixa os micrbios da cincia; estas so as "vidas invisveis" queconstrem as clulas fsicas (vide ant., pp. 8-9); estas so as "incontveismirades de vidas" que constrem os "tabernculos de argila", os corposfsicos (Dout. Sec., vol. I, p. 245). "A cincia, vagamente percebendo averdade, pode encontrar bactrias e outros seres infinitesimais no corpohumano, e ver nelas somente, visitantes ocasionais e anormais a quem as

    doenas so atribudas."O ocultismo - que discerne uma vida em cada tomo e molcula, seja emum mineral ou no corpo humano, no ar, fogo ou gua - afirma que todo

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    nosso corpo feito de tais vidas; em relao a elas as menores bactriasdos microscpios so, como comparao, como um elefante em relao aomenor dos infusrios" (ibid., p. 245). As "vidas gneas" so as controladorase dirigentes destes micrbios, destas vidas invisveis, e "indiretamente"constrem, isto , constrem controlando e dirigindo os micrbios, osconstrutores imediatos, suprindo-os com o que necessrio, agindo como avida destas vidas; as "vidas gneas", a sntese, a essncia do Prna, so a

    "energia construtiva vital" que possibilita aos micrbios construrem asclulas fsicas.

    Um dos comentrios arcaicos resume o assunto em frases sucintas eluminosas: "Os mundos, o profano, so feitos dos elementos conhecidos.Na concepo de um Arhat, estes mesmos elementos so coletivamenteuma vida divina; distributivamente, no plano das manifestaes, so osinumerveis e incontveis crores [um crore = dez milhes] - de vidas.

    "S o fogo UM, no plano da Realidade nica; no da manifestao, porisso ilusrio, de existncia, suas partculas so vidas gneas que vivem etm seu ser s expensas de cada outra vida que consomem. Por isso elesso chamados Os Devoradores... Toda coisa visvel neste universo foi feitade tais vidas, desde o homem primordial consciente e divino, at os agentesinconscientes que constrem a matria... Da Vida nica, informe e incriada,procede o universo de vidas (Dout. Sec., vol. I, p. 269).

    Assim como neste universo, tambm no homem, e em todas as vidasincontveis, toda esta vitalidade construtiva, tudo isso resumido peloTeosofista como Prna.

    PRINCPIO IV

    O Corpo de Desejo

    Estudando nosso homem atingimos agora o princpio algumas vezesdescrito como a alma animal, no linguajar Teosfico Kma Rpa, ou o corpode desejo. Ele pertence, em constituio, ao segundo plano, o astral, e neleatua. Ele inclui todo o corpo de apetites, paixes, emoes e desejos, quese juntam, em nossa classificao psicolgica ocidental, sob o nome deinstintos, sensaes, sentimentos e emoes, e so tratados como umasubdiviso da mente.

    Na psicologia ocidental a mente dividida - pela escola moderna - em trs

    regies principais: sentimentos, vontade, intelecto. Os sentimentos sodivididos de novo em sensaes e emoes, e estas so divididas esubdivididas em numerosas classes. Kma, ou desejo, inclui todo o grupode "sentimentos", e poderia ser descrito como nossa natureza passional e

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    emocional.

    Todas as necessidades animais, como a fome, a sede, o desejo sexual,renem-se aqui; todas as paixes, como o amor (em seu sentido inferior), odio, a inveja, o cime. o desejo por experincia senciente, porexperincia de alegrias materiais - "a luxria da carne, a luxria dos olhos, oorgulho da vida".

    Este princpio o mais material em nossa natureza, o nico que nos atapesadamente vida terrena. "No matria constituda molecularmente,pelo menos no como o corpo humano, o Sthla Shrira, isto , o maisgrosseiro de todos nossos 'princpios', mas na verdade o princpio mdio,o verdadeiro centro animal; da ser nosso corpo apenas sua concha, o fatore meio irresponsveis atravs dos quais a besta em ns tem toda suavida" (Dout. Sec., vol. I, pp. 280-81).

    Unido parte inferior de Manas, a mente, como Kma-Manas, se torna ainteligncia cerebral humana normal, e este seu aspecto ser consideradobrevemente. Tomado em si mesmo, constitui o bruto em ns, o "macaco e otigre" de Tennyson, a fora que mais provoca nossa ligao terra e sufocaem ns todas as mais altas aspiraes pelas iluses dos sentidos.

    Kma unido a Prna , como vimos, o "sopro da vida", o princpio vitalsenciente difundido em cada partcula do corpo. , portanto, a sde da

    sensao, aquilo que possibilita aos rgos de sensao funcionarem. Jassinalamos que os rgos fsicos dos sentidos, os instrumentos corpreosque entram em contato imediato com o mundo externo, esto diretamenterelacionados aos rgos de sensao no duplo etrico (vide ant., p. 14).

    Mas estes rgos seriam incapazes de funcionar se Prna no os fizessevibrar em atividade, e suas vibraes permaneceriam apenas vibraes,movimento no plano material do corpo fsico, se Kma, o princpio desensao, no traduzisse a vibrao em sentimento. Na verdade, o

    sentimento a conscincia no plano Kmico, e quando um homem est sobo domnio de uma sensao ou uma paixo, o Teosofista diz que ele estno plano Kmico, significando com isso que sua conscincia estfuncionando naquele plano.

    Por exemplo, uma rvore pode refletir os raios da luz, isto , vibraesetricas, e estas vibraes atingindo o olho externo estabelecero vibraesnas clulas nervosas fsicas; estas sero propagadas como vibraes aos

    centros fsico e astral, mas no haver viso da rvore at que a sde dasensao seja alcanada, e Kma nos possibilite perceber.

    A matria do plano astral - incluindo aquela chamada de essncia elemental

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    - o material de que composto o corpo de desejo, e so as propriedadespeculiares desta matria que a habilitam para servir como o invlucro noqual o Eu pode ganhar experincia da sensao (Falar da constituio daessncia elemental nos levaria longe demais para um tratado bsico).

    O corpo de desejo, ou corpo astral, como freqentemente chamado, tem aforma de uma mera massa nevoenta durante os primeiros estgios de

    evoluo, e incapaz de servir como um veculo independente deconscincia. Durante o sono profundo ele escapa do corpo fsico, maspermanece perto dele, e a mente em seu interior est quase to despertaquanto o corpo. Contudo, ele est sujeito a ser afetado por foras do planoastral similares sua constituio, o que d origem a sonhos de um tiposensorial.

    Em um homem de desenvolvimento intelectual mediano o corpo de desejo

    j se tornou mais altamente organizado, e quando separado do corpo fsico visto assemelhando-se sua forma e caractersticas; mesmo ento,entretanto, no consciente de seu entorno no plano astral, mas encapsulaa mente como uma concha, dentro da qual a mente pode funcionarativamente, embora ainda no capaz de us-lo como um veculoindependente de conscincia.

    S no homem altamente desenvolvido o corpo de desejo se tornainteiramente organizado e vitalizado, um veculo de conscincia no plano

    astral tanto quanto o corpo fsico o no plano fsico.

    Aps a morte, a parte superior do homem permanece por um tempo nocorpo de desejo, e a durao de sua estadia depende da comparativamentegrosseria ou delicadeza de seus constituintes. Quando o homem escapadele, ele ainda persiste por algum tempo como uma "concha" e quando aentidade defunta de um tipo baixo, e durante a vida terrena possua umamentalidade restrita natureza passional, alguns de seus restos se fundemcom a concha.

    Ela ento possui uma conscincia de ordem muito inferior, tem astciabruta, no possui conscincia - uma entidade totalmente deplorvel,freqentemente descrita como um "fantasma". Paira a esmo, atrada a todosos lugares em que os desejos animais so encorajados e satisfeitos, e colhida nas correntes daqueles cujas paixes animais so fortes eirrefreadas.

    Mdiuns de um tipo inferior inevitavelmente atraem estes visitanteseminentemente indesejveis, cuja vitalidade decadente reforada em suassalas de sesso, que apanham reflexos astrais, e assumem o papel de"espritos desencarnados" de uma ordem inferior. E isso no tudo; se em

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    tal sesso houver presente algum homem ou mulher de desenvolvimentoigualmente baixo, o fantasma ser atrado para aquela pessoa, e pode ligar-se a ele ou ela, e assim pode estabelecer correntes entre o corpo de desejoda pessoa viva e o corpo de desejo moribundo da pessoa morta, gerandoresultados do tipo mais deplorvel.

    A persistncia maior ou menor do corpo de desejo como uma concha ou

    fantasma depende do maior ou menor desenvolvimento da natureza animalou passional na personalidade em extino. Se durante a vida terrena anatureza animal foi alimentada e permitiu-se-lhe que corresse livre, se aspartes intelectual e espiritual do homem foram negligenciadas ou sufocadas,ento, como as correntes foram dispostas fortemente na direo da paixo,o corpo de desejo persistir por um longo perodo depois de o corpo dapessoa morrer.

    Ou ainda, se a vida terrena foi cortada subitamente por acidente ou porsuicdio, o elo entre Kma e Prna no ser facilmente rompido, e o corpode desejo estar fortemente vivificado. Se, por outro lado, o desejo foiconquistado e governado durante a vida terrena, se foi purificado e treinadona subservincia da natureza humana superior, ento haver apenas poucopara energizar o corpo de desejo e ele rapidamente se desintegrar edissolver.

    Permanece um outro fato, terrvel em suas possibilidades, que pode afetar o

    quarto princpio, mas no pode ser entendido claramente at que o quintoprincpio tiver sido estudado.

    O QUATERNRIO

    Ou os Quatro Princpios Inferiores

    (Diagrama do Quaternrio; transitrio e mortal; vide Dout. Sec., vol. I, p.262. O duplo etrico aqui chamado Linga Sharira, um nome agoradescartado em conseqncia da confuso causada pelo emprego de umtermo filosfico hindu bem conhecido de um modo inteiramente novo. Antesde sua partida H.P.B. instou seus pupilos a reformarem a terminologia, quetem sido reunida por demais descuidadamente, e estamos tentando cumprirseu desejo).

    Estudamos assim o homem quanto sua natureza inferior, e atingimos oponto em sua senda evolutiva em que ele acompanhado pelo bruto. O

    quaternrio, considerado isoladamente, antes de ser afetado pelo contatocom a mente, meramente um animal inferior; ele espera a chegada damente para tornar-se homem.

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    A Teosofia ensina que atravs de idades passadas o homem foi construdos lentamente, etapa por etapa, princpio por princpio, at que constituiu-secomo um quaternrio, vigiado pelo Esprito mas no em contato com ele, espera daquela mente que sozinha poderia habilit-lo a progredir mais, eentrar em unio consciente com o Esprito, cumprindo assim o verdadeiroobjetivo de sua existncia.

    Esta evoluo enica, em sua lenta progresso, acelerada atravs daevoluo pessoal de cada ser humano; cada princpio evoluiusucessivamente no curso das eras no homem na terra, aparecendo comoparte da constituio de cada homem no ponto de evoluo alcanado emcada momento dado, permanecendo latentes os demais princpios,esperando sua manifestao gradual.

    A evoluo do quaternrio, at atingir o ponto em que progresso ulterior

    seria impossvel sem a mente, descrita em eloqentes sentenas nasestncias arcaicas em que baseada a Doutrina Secreta de H. P. Blavatsky(O alento o Esprito para o qual o tabernculo humano deve serconstrudo; o corpo grosseiro o corpo fsico denso; o esprito de vida Prna; o espelho de seu corpo o duplo etrico; o veculo de desejos Kma):

    "O Alento precisou de uma forma; os Pais a deram. O Alento precisou deum corpo grosseiro; a Terra o moldou; o Alento precisou do Esprito da Vida:

    os Lhas Solares o sopraram na sua forma. O Alento precisou de umEspelho de seu Corpo; 'Ns lhe daremos o nosso', disseram os Dhynis. OAlento precisou de um Veculo de Desejos; 'J o tem', disseram osDrenadores das guas. Mas o Alento necessita de uma Mente para abarcaro Universo; 'No podemos d-la', disseram os Pais, 'Jamais a tive', disse oEsprito da Terra. 'A forma seria consumida se eu lhe desse a minha', disseo Grande Fogo... O homem permanecia um Bhta (fantasma) vazio einconsciente".

    Assim o homem pessoal sem a mente. O quaternrio sozinho no ohomem, o Pensador, e como Pensador que o homem realmente homem. Mas neste ponto deixemos o estudante descansar, e refletir sobre aconstituio humana, at onde ele pde chegar. Pois este quaternrio aparte mortal do homem, e distinguida na Teosofia como a personalidade.Esta precisa ser compreendida muito clara e definidamente, se aconstituio do homem h de ser entendida, e se o estudante for lertratados mais avanados com inteligncia.

    Na verdade, para fazer a personalidade humana ela ainda tem de sertrazida sob os raios da mente, e ser iluminada por ela como o mundo o pelos raios do sol. Mas mesmo sem estes raios j uma entidade

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    claramente definida, com seu corpo denso, seu duplo etrico, sua vida e seucorpo de desejo ou alma animal. Tem paixes, mas no razo; tememoes, mas no intelecto; tem desejos, mas no vontade racionalizada;ela espera a vinda de seu monarca, a mente, o toque que a transformarem homem.

    PRINCPIO V

    Manas, o Pensador, ou a Mente

    Chegamos parte mais complicada de nosso estudo, e algum pensamentoe ateno so necessrios do leitor para que obtenha mesmo uma idiaelementar da relao mantida pelo quinto princpio com os outros princpiosno homem.

    A palavra Manas vem do Snscrito man, a raiz do verbo pensar; oPensador em ns, do qual se fala vagamente no ocidente como mente.Pedirei ao leitor considerar Manas como o Pensador antes que como mente,porque a palavra Pensador sugere algum que pensa, isto , um indivduo,uma entidade. E exatamente esta a idia Teosfica sobre Manas, poisManas o indivduo imortal, o "Eu" real, que se veste repetidamente depersonalidades transientes, mas ele perdura para sempre.

    Ele descrito na Voz do Silncio na exortao endereada ao candidato

    iniciao: "Persevera como algum que perdura para sempre. Tuassombras (personalidades) vivem e se dissipam; aquilo que em ti viver parasempre, aquilo que em ti conhece, pois conhecimento, no da vidapassageira; o homem que era, que , e que ser, para quem a hora nuncasoar" (p. 31). H.P.Blavatsky o descreveu mui claramente em A Chave daTeosofia: "Tente imaginar um 'Esprito', um ser celestial, seja chamado deum nome ou de outro, divino em sua natureza essencial, embora no puro obastante para ser um com o TODO, e tendo, a fim de obter isso, quepurificar sua natureza para finalmente alcanar aquela meta.

    "Ele pode faz-lo somente passando individual e pessoalmente, isto ,espiritual e fisicamente, atravs de todas as experincias que existem nouniverso mltiplo ou diferenciado. Tem, portanto, depois de ter ganho talexperincia nos reinos inferiores, e tendo que ascender mais alto e aindamais alto com cada degrau na escada do ser, que passar atravs de todasas experincias nos planos humanos.

    "Em sua vera essncia Pensamento, e , portanto, chamado em suapluralidade de Mnasaputra, 'os Filhos da Mente (universal)'. Este'Pensamento' individualizado o que os Teosofistas chamam de overdadeiro Ego humano, a entidade pensante aprisionada em uma caixa de

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    carne e ossos. Ele seguramente uma entidade espiritual, no matria(isto , no matria como a conhecemos, no plano do universo objetivo) - etais entidades so os Egos encarnantes que animam o agregado de matriaanimal chamada humanidade, e cujos nomes so Manasa ou mentes" (AChave da Teosofia, pp. 183-184 da ed. inglesa).

    Esta idia pode ser tornada ainda mais clara talvez com uma rpida olhada

    na evoluo do homem no passado. Quando o quaternrio havia sidolentamente desenvolvido, era uma boa casa sem um dono, e estava vaziaesperando a vinda daquele que havia de residir l.

    O nome Mnasaputra (os filhos da mente) cobre muitos graus deinteligncia, desde os poderosos "Filhos da Chama" cuja evoluo humana

    j ficou muito para trs, at aquelas entidades que obtiveram aindividualizao no ciclo precedente ao nosso, e estavam prontas para se

    encarnar nesta terra a fim de completar sua etapa humana de evoluo.Algumas inteligncias super-humanas encarnaram como guias e instrutoresde nossa humanidade infante, e se tornaram fundadores e regentes divinosde antigas civilizaes. Grande nmero das entidades mencionadas acima,que j haviam desenvolvido algumas faculdades mentais, fizeram suamorada no quaternrio humano, no homem sem mente. Estas eram osMnasaputra reencarnantes, que se tornaram proprietrios das moldurashumanas j ento evoludas na terra, e estes mesmos Mnasaputras,

    reencarnando era aps era, so os Egos Reencarnantes, o Manas em ns,o indivduo perdurvel, o quinto princpio no homem.

    Atravs das idades sucessivas o restante da humanidade recebeu do maisalto Mnasaputra sua primeira fasca de mente, um raio que estimulou aocrescimento o germe da mente latente dentro de si, tendo assim a almahumana ali seu nascimento no tempo. So estas diferenas de idade, comopodemos dizer, no incio da vida individual, da especializao do EspritoDivino eterno em uma alma humana, que explicam as enormes diferenas

    na capacidade mental encontrada em nossa humanidade atual.

    A multiplicidade de nomes dados a este quinto princpio provavelmentetendeu a aumentar a confuso em seu redor nas mentes dos muitos queesto comeando a estudar Teosofia.

    Mnasaputra o que chamamos o nome histrico, o nome que sugere aentrada na humanidade de uma classe de almas j individualizadas em

    certo ponto da evoluo; Manas o nome comum, descritivo da naturezaintelectual do princpio; o Indivduo ou "Eu", ou Ego, lembra o fato de queeste princpio permanente, no morre, o princpio individualizante,separando-se em pensamento de tudo o que no ele mesmo, o Sujeito

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    oposto ao Objeto, na terminologia ocidental; o Ego Superior o coloca emcontraste com o ego pessoal, do qual logo diremos algo.

    O Ego Reencarnante enfatiza o fato de que o princpio que reencarnacontinuamente, e assim une em sua prpria experincia todas as vidaspassadas na Terra. H vrios outros nomes, mas estes no seroencontrados em tratados elementares.

    Estes de acima so os nomes mais freqentemente encontrados, e no hnenhuma dificuldade real a seu respeito, mas quando so usadosintercambiavelmente, sem explicao, o infeliz estudante capaz dearrancar seus cabelos de aflio, espantando-se com quantos princpios elepossui, e com que relao eles guardam entre si.

    Devemos agora considerar Manas durante uma nica encarnao, que

    servir como prottipo para todas, e comearemos quando o Ego foi atrado- por causas estabelecidas antes em vidas terrenas prvias - famlia emque h de nascer o ser humano que servir como seu prximo tabernculo(No trato aqui da reencarnao, uma vez que esta grande eessencialssima doutrina da Teosofia deve ser exposta em separado).

    O Pensador, ento, espera a construo da "casa da vida" que ele vaiocupar; e agora surge uma dificuldade; sendo ele mesmo uma entidadeespiritual vivendo no plano mental, ou terceiro de baixo para cima, um plano

    muito mais elevado do que o do universo, no pode influenciar as molculasde matria grosseira de que feita sua moradia pela ao direta, sobreelas, de suas partculas muito mais sutis.

    Deste modo, ele projeta parte de sua prpria substncia, que se reveste dematria astral, e ento, com a ajuda da matria etrica, penetra todo osistema nervoso da criana ainda no-nascida, para formar, medida que oaparato fsico amadurece, o princpio pensante no homem. Esta projeo deManas, dita seu reflexo, sua sombra, seu raio, e de muitos outros nomes

    descritivos e alegricos, o Manas inferior, em contraste com o Manassuperior - sendo Manas, durante cada perodo de encarnao, dual.

    Sobre isto, diz H.P.Blavatsky: "Uma vez aprisionado, ou encarnado, suaessncia (o Manas) se torna dual; quer dizer, os raios da Mente divinaeterna, considerados como entidades individuais, assumem um atributoduplo que so (a) suas mentes essenciais, inerentes, caractersticas,anelantes pelo cu (Manas superior), e (b) a qualidade humana de

    pensamento, ou cogitao animal, racionalizada devido capacidadesuperior do crebro humano, o Manas que tende a Kma, ou Manasinferior" (A Chave da Teosofia, p. 184).

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    Agora devemos voltar nossa ateno a este Manas inferior somente, e verque parte ele tem na constituio humana.

    Ele est mergulhado no quaternrio, e podemos consider-lo comosegurando Kma com uma mo, enquanto que com a outra segura em seupai, o Manas superior. Se h de ser completamente arrastado para baixopor Kma e separado da Trade qual por sua natureza pertence, ou se ir

    triunfante carregar de volta sua fonte as experincias purificadas de suavida terrestre - o problema vital apresentado e resolvido em cadaencarnao sucessiva.

    Durante a vida terrena, Kma e o Manas inferior esto unidos, e so amidechamados convenientemente de Kma-Manas. Kma supre, como vimos,os elementos animais e passionais; o Manas inferior os racionaliza, eacrescenta as faculdades intelectuais; de modo que temos a mente

    cerebral, a inteligncia cerebral, isto , Kma-Manas funcionando nocrebro e no sistema nervoso, usando o aparato fsico como seu rgo noplano material.

    No homem estes dois princpios esto interligados durante toda a vida, eraramente agem separados, mas o estudante deve perceber que "Kma-Manas" no um princpio novo, mas o entrelaamento do quarto com aparte inferior do quinto.

    Assim como com uma chama podemos acender um pavio, e a cor da chamado pavio que arde depender da natureza do pavio e do lquido em queestiver embebido, igualmente em cada ser humano a chama de Manasacende o crebro e o pavio Kmico, e a cor da luz deste pavio dependerda natureza Kmica e do desenvolvimento do aparato cerebral.

    Se a natureza Kmica for forte e indisciplinada, poluir a pura luz Mansica,emprestando-lhe uma tonalidade opaca e sujando-a com desagradvelfumaa. Se o aparato cerebral for imperfeito ou subdesenvolvido, embotar

    a luz e impedir sua radiao para o exterior.

    Como foi claramente assertado por H.P.Blavatsky em seu artigo Gnio: "Oque chamamos 'as manifestaes do gnio' em uma pessoa so somenteos esforos mais ou menos bem sucedidos do Ego de impor-se sobre oplano externo sua forma objetiva - o homem de barro - na vida diriafactual deste ltimo.

    Os Egos de um Newton, um squilo ou um Shakespeare so da mesmaessncia e substncia do que os Egos de um parvo, um ignorante, umlouco, ou mesmo um idiota; e a auto-afirmao de seus gnios animantesdepende da construo psicolgica e material do homem fsico. Nenhum

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    Ego difere de outro em sua essncia e natureza primordial e original.

    O que faz de um mortal um grande homem e de outro uma pessoa vulgar eestpida , como se disse, a qualidade e constituio do invlucro oumoldura fsica, e a adequao ou no do crebro e corpo em transmitir e darexpresso luz do homem interno real; e esta aptido ou inpcia , por suavez, o resultado do Karma.

    "Ou, para usarmos outro paralelo, o homem fsico o instrumento musical,e o Ego o artista que o toca. A potencialidade de perfeita melodia de somest no primeiro - o instrumento - e nenhuma habilidade do ltimo podedespertar uma harmonia impecvel a partir de um instrumento quebrado oumalfeito.

    "Esta harmonia depende da fidelidade de transmisso, por palavra ou ato,

    ao plano objetivo, do pensamento divino impronunciado nas verdadeirasprofundezas da natureza interna ou subjetiva do homem. O homem fsicopode - para seguir o exemplo - ser um Stradivarius inestimvel, ou umarabeca barata e rota, ou tambm uma mdia entre os dois extremos, nasmos do Paganini que o anima" (Lucifer, novembro de 1889, p. 229).

    Tendo em mente estas limitaes e idiossincrasias (limitaes eidiossincrasias devidas ao do Ego em vidas terrenas anteriores, sejabem lembrado) impostas sobre as manifestaes do princpio pensante pelo

    rgo atravs do qual ele tem de funcionar, teremos pouca dificuldade emacompanhar a atuao do Manas inferior no homem; a habilidade mental, afora, finura e sutileza intelectuais - tudo isso so suas manifestaes; elaspodem chegar at onde o que chamado gnio, de que H.P.Blavatsky falacomo "um gnio artificial, o florescimento da cultura e da agudezapuramente intelectual". Sua natureza freqentemente demonstrada pelapresena de elementos Kmicos nele, de paixo, vaidade e arrogncia.

    O Manas superior apenas raramente pode manifestar-se no presente

    estgio da evoluo humana. Ocasionalmente um claro daquelas regiesmais altas ilumina a penumbra em que vivemos, e s tais clares o que oTeosofista chama de gnio verdadeiro; "Vde em toda manifestao degnio, quando combinada com a virtude, a inegvel presena do exiladoceleste, o Ego divino cuja gaiola s, oh homem de matria".

    Pois a Teosofia ensina "que a presena no homem de vrios poderescriativos" - chamados gnio em sua coletividade - devida no a um acaso

    cego, nem a qualidades inatas atravs de tendncias hereditrias - emboraaquilo que conhecido como atavismo possa freqentemente intensificarestas faculdades - mas a uma acumulao de experincias individuaisantecedentes do Ego em sua vida ou vidas anteriores.

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    Pois a oniscincia em sua essncia e natureza ainda requer a experincia,atravs de suas personalidades, das coisas da Terra, terrenamente noplano objetivo, a fim de aplicar a fruio daquela experincia abstrata a elas.E, acrescenta nossa filsofa, o cultivo de certas aptides atravs de umalonga srie de encarnaes passadas deve culminar finalmente, em uma ououtra vida, em uma florada como gnio, em uma ou outra direo" (Lucifer,

    novembro de 1889, pp. 229-30). Pois para a manifestao do gnioverdadeiro, pureza de vida uma condio essencial.

    Kma-Manas o eu pessoal do homem; j vimos que o quaternrio, comoum todo, a personalidade, a "sombra", e o Manas inferior d o toqueindividualizante que faz a personalidade reconhecer-se como "eu". Torna-seintelectual, reconhece-se como separada de todos os outros eus; iludidapela separao que sente, no percebe uma unidade alm de tudo que capaz de sentir.

    E o Manas inferior, atrado pela vividez das impresses da vida material,empolgado pelo borbulhar das emoes, paixes e desejos Kmicos,atrado pelas coisas materiais, cego e surdo pelas vozes tempestuosas porentre as quais mergulhado - o Manas inferior capaz de esquecer a glriapura e serena de seu lugar de origem, e jogar-se na turbulncia que lhe darroubos em vez de paz.

    E, seja lembrado, este Manas bem inferior que concede o derradeirotoque de deleite aos sentidos e natureza material; pois o que a paixoque no pode nem antecipar nem lembrar, onde est o xtase sem a forasutil da imaginao, as delicadas cores da fantasia e do sonho?

    Mas pode haver cadeias ainda mais fortes e restritivas, atando o Manasinferior pesadamente Terra. Elas so forjadas de ambio, de desejo porfama, seja por aquela do poder do homem de estado, ou da supremarealizao intelectual. Enquanto qualquer trabalho for executado por causa

    do amor, do aplauso, ou mesmo do reconhecimento de que o trabalho "meu" e no de outrem; enquanto permanecer nas cmaras mais remotasdo corao algum sutilssimo anelo de ser reconhecido como separado detodos; enquanto isso durar, por mais grandiosa que seja a ambio, pormais vasta a caridade, por mais excelsa a conquista, Manas estarmanchado de Kma, e no ser puro como sua fonte.

    O MANAS EM ATIVIDADE

    J vimos que o quinto princpio dual em seu aspecto durante cada perodode vida terrena, e que o Manas inferior unido a Kma, dito por conveninciaKma-Manas, atua no crebro e sistema nervoso do homem. Precisamoslevar nossa investigao um pouco mais alm a fim de distinguir com

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    clareza entre as atividades do Manas superior e do inferior, de modo que aao na mente do homem possa ser menos obscura para ns do que amuitos atualmente.

    Assim, as clulas do crebro e sistema nervoso (como todas as outrasclulas) so compostas de partculas nfimas de matria, chamadasmolculas (literalmente, "pequenos amontoados"). Estas molculas no

    tocam umas nas outras, mas so mantidas juntas por aquela manifestaoda Vida Eterna que chamamos de atrao. No estando em contato entre si,so capazes de vibrar para c e para l se postas em movimento, e,realmente, esto em um estado de vibrao contnua.

    H.P.Blavatsky assinala (Lucifer, outubro de 1890, pp. 92-3) que omovimento molecular a forma mais inferior e material da Vida Eternanica. Ela prpria movimento como "Grande Alento", e fonte de todo

    movimento em todos os planos do universo. No snscrito, as razes dostermos para esprito, respirao, ser e movimento so essencialmente amesma, Rma Prsad diz que "todas estas razes tm por sua origem osom produzido pela respirao dos animais" - o som da expirao einspirao.

    Assim, a mente inferior, ou Kma-Manas, atua nas molculas das clulasnervosas atravs de movimento, e as coloca em vibrao, despertando aconscincia mental no plano fsico. O Manas em si no poderia afetar estas

    molculas. Mas seu raio, o Manas inferior, tendo-se revestido de matriaastral e se unido aos elementos Kmicos, capaz de colocar as molculasfsicas em movimento, dando assim origem "conscincia cerebral",incluindo a memria cerebral e todas as outras funes da mente humana,como a conhecemos em sua atividade usual.

    Estas manifestaes, "como todos os outros fenmenos no plano material...devem ser relacionadas em ltima anlise ao mundo da vibrao", diz H.P.Blavatasky. Mas, adianta ela, "em sua origem elas pertencem a um mundo

    diferente e mais elevado de harmonia". Sua origem est na essnciaMansica, no raio; mas no plano material, agindo sobre as molculasmateriais do crebro, so traduzidas como vibraes.

    Esta ao do Kma-Manas dita pelos Teosofistas como sendo psquica.Todas as atividades mentais e passionais so devidas a esta energiapsquica, e suas manifestaes so necessariamente condicionadas peloaparato fsico atravs do qual ela age. J vimos isso largamente explanadoe as bases da assero agora ficaro bvias.

    Se a constituio molecular do crebro for boa, e se a atuao dos rgosespecificamente Kmicos (fgado, bao, etc.) for saudvel e pura - de modo

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    a no prejudicar a constituio molecular dos nervos que os colocam emcomunicao com o crebro - ento o alento psquico, ao passar atravs doinstrumento, desperta nesta verdadeira harpa elica melodias harmoniosase refinadas; enquanto que se a constituio molecular for grosseira oupobre, se for desordenada pelas emanaes do lcool, se o sangue forenvenenado pela vida grosseira ou excessos sexuais, as cordas da harpaelica se tornam frouxas ou tensas demais, cobertas de sujeira ou abaladas

    pelo uso rude, e quando o alento psquico passa por elas, permanecemmudas ou produzem notas asperamente dissonantes, no porque o alentoesteja ausente, mas porque as cordas esto em mau estado.

    Agora, imagino, ser entendido claramente que o que chamamos de mente,ou intelecto, , nas palavras de H.P. Blavatsky, "um reflexo plido eexcessivas vezes distorcido" do prprio Manas, ou nosso quinto princpio;Kma-Manas "o intelecto racional, mas terreno ou fsico, do homem,encerrado na e limitado pela matria, e portanto sujeito sua influncia"; o"eu inferior, ou aquilo que se manifestando atravs de nosso sistemaorgnico, agindo neste plano de iluso, imagina-se o Ego sum, e caidestarte no que a filosofia Budista estigmatiza como a "heresia daseparatividade". a personalidade humana, de onde procede "na melhordas hipteses a sabedoria psquica, ou seja, a 'sabedoria terrena', uma vezque influenciada por todos os estmulos caticos das paixes humanas ouantes animais do corpo vivente" (Lucifer, outubro de 1890, p. 179).

    Um entendimento claro do fato de que Kma-Manas pertence personalidade humana, que funciona no e atravs do crebro fsico, queage nas molculas do crebro, pondo-as em vibrao, facilitar muito acompreenso da doutrina da reencarnao pelo estudante.

    Este grande tpico ser tratado em outro volume desta srie, e no meproponho a demorar-me nele aqui mais do que para lembrar ao estudanteque aperceba-se cuidadosamente do fato de que o Manas inferior um raiodo Pensador imortal, iluminando a personalidade, e que todas as funes

    que so trazidas atividade na conscincia cerebral so funescorrelacionadas ao crebro particular, personalidade particular, ondeocorrem.

    As molculas cerebrais que so postas a vibrar so rgos materiais nohomem de carne; elas no existiam como molculas cerebrais antes de suaconcepo, nem persistiro como tais depois de sua desintegrao. Suaatividade funcional limitada pelos limites de sua vida pessoal, a vida docorpo, a vida da personalidade transitria.

    Assim, a faculdade que chamamos de memria no plano fsico depende daresposta destas mesmas molculas cerebrais ao impulso do Manas inferior,

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    e no existe elo algum entre os crebros das personalidades sucessivasexceto atravs do Manas superior, que envia seu raio para anim-las eilumin-las sucessivamente.

    Segue-se, ento, inevitavelmente, que a menos que a conscincia dohomem possa erguer-se dos planos fsico e Kma-Mansico at o plano doManas superior, nenhuma memria de uma personalidade pode passar para

    outra. A memria da personalidade pertence parte transitria da complexanatureza humana, e s podem recuperar a memria de suas vidaspassadas aqueles que podem elevar suas conscincias at o plano doPensador imortal, e podem, por assim dizer, viajar conscientemente paracima e para baixo no raio que a ponte entre o homem pessoal que perecee o homem imortal que perdura.

    Se, enquanto encarcerados na carne humana, pudermos elevar nossa

    conscincia ao logo do raio que conecta nosso eu inferior com o Eu real,atingindo assim o Manas superior, encontraremos armazenada l namemria daquele Ego eterno o conjunto inteiro de nossas vidas passadasna Terra, e poderemos trazer estes registros de volta nossa memriacerebral atravs do mesmo raio atravs do qual podemos subir at o nosso"Pai".

    Mas esta uma conquista que pertence a uma etapa posterior da evoluohumana, e at que seja atingida as personalidades sucessivas animadas

    pelo raio Mansico ficam separadas umas das outras, e nenhuma memriatranspe o hiato intermdio. O fato bvio o bastante para qualquer um quemedite sobre o assunto, mas como a diferena entre a personalidade e aindividualidade imortal um tanto desconhecida no ocidente, pode ser bomremover uma possvel pedra de tropeo no caminho do estudante.

    Deste modo, o Manas inferior pode fazer uma de trs coisas: pode elevar-seat sua fonte, e por esforos incansveis e estrnuos tornar-se uno com seu"Pai no cu", ou Manas superior - Manas no contaminado com elementos

    terrenos, imaculado e puro. Ou pode parcialmente aspirar e parcialmentetender para baixo, como de fato geralmente o caso do homem comum.Ou, destino o mais triste de todos, pode se tornar to entranhado noselementos Kmicos a ponto de se unificar a eles, e ser finalmente amputadode sua fonte e perecer.

    Antes de considerarmos estes trs destinos, h mais algumas palavras aserem ditas a respeito da atividade do Manas inferior.

    Quando o Manas inferior liberta-se de Kma, torna-se o soberano da parteinferior do homem, e manifesta mais e mais de sua natureza verdadeira eessencial. Em Kma est o desejo, movido por necessidades corpreas, e a

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    Vontade, que a energia derramada pelo Eu em Manas, freqentemente capturada pelos turbulentos impulsos fsicos. Mas o Manas inferior, "sempreque desconecta-se de Kma, durante este tempo, se torna o guia das maisaltas faculdades mentais, e rgo do livre arbtrio no homemfsico" (Lucifer, outubro de 1890, p. 94).

    Mas a condio desta liberdade que Kma seja subjugado, seja prostrado

    sob os ps do conquistador; se a donzela Vontade h de ser liberta, o SoJorge Mansico deve matar o drago Kmico que a mantm cativa; poisenquanto Kma no for conquistado, o Desejo dominar a Vontade.

    Ento, medida que Manas liberta-se de Kma, torna-se mais e mais capazde transmitir personalidade humana com que est associado os impulsosque lhe chegam de sua fonte. ento, como vimos, que o gnio fulgura, aluz do Ego superior passando atravs do Manas inferior at o crebro, e

    manifestando-se ao mundo. Assim tambm, como assinala Blavatsky, estaao pode elevar um homem acima do nvel normal do poder humano.

    "O Ego superior", diz ela, "no pode agir diretamente no corpo, j que suaconscincia pertence a um plano e planos muito diferentes de ideao; o euinferior o pode; e sua ao e comportamento dependem de seu livre-arbtrioe da escolha se gravitar mais para sua origem (o 'Pai no cu') ou para o'animal' que ele anima, o homem de carne. O Ego superior, como parte daessncia da Mente Universal, incondicionalmente onisciente em seu

    prprio plano, mas s potencialmente em nossa esfera terrestre, uma vezque obrigado a agir unicamente atravs de seu alter ego, o eu pessoal.

    "Assim (...) o primeiro o veculo de todo conhecimento do passado, dopresente e do futuro, e (...) desta fonte primeira que seu 'duplo' obtmvislumbres ocasionais do que est alm dos sentidos do homem, e ostransmite a certas clulas cerebrais (cujas funes so desconhecidas dacincia), fazendo assim do homem um vidente, um conhecedor do futuro eum profeta" (Lucifer, novembro de 1890, p. 179)

    Esta a vidncia autntica, e sobre ela devem ser ditas agora algumaspalavras. Ela , naturalmente, extremamente rara, e to preciosa quantorara. "Um reflexo plido e distorcido" dela freqentemente encontrado noque chamado de mediunidade, e sobre isso H.P.Blavatsky diz: "Ento, oque um mdium? A palavra mdium, quando no aplicada a coisas eobjetos, supostamente uma pessoa atravs de quem a ao de uma outrapessoa ou ser ou manifesta ou transmitida.

    "Os espritas que acreditam na comunicao com espritos desencarnados,e que estes podem se manifestar atravs, ou impressionar sensitivos paratransmitirem mensagens suas, consideram a mediunidade uma bno e

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    um grande privilgio. Ns, Teosofistas, por outro lado, que no acreditamosem 'comunho de espritos' como o fazem os Espritas, consideramos odom como uma das mais perigosas das doenas nervosas anormais.

    Um mdium simplesmente algum em cujo Ego pessoal, ou menteterrestre, a porcentagem de luz astral prepondera tanto a ponto deimpregnar toda sua constituio fsica. Todos os rgos e clulas so

    sintonizados desta forma, por assim dizer, e sujeitos a uma tenso enormee anormal" (Lucifer, novembro de 1890, p. 183).

    Retornando aos trs destinos mencionados antes, qualquer um deles podesuceder ao Manas inferior. Ele pode ascender sua fonte e se tornar unocom o Pai no cu. Este triunfo somente pode ser conquistado atravs demuitas encarnaes sucessivas, todas direcionadas conscientemente paraesta finalidade. medida que as vidas se sucedem, a moldura fsica se

    torna mais e mais delicadamente sintonizada a vibraes responsivas aimpulsos Mansicos, de modo que gradualmente o raio Mansico precisamenos e menos da matria astral mais grosseira como seu veculo.

    " parte da misso do raio Mansico livrar-se gradualmente do elementocego enganador que, embora faa dele uma verdadeira entidade espiritualneste plano, tambm o traz ao contato to estreito com a matria a ponto deobnubilar inteiramente sua natureza divina e embotar suas intuies".(Lucifer, novembro de 1880, p. 182)

    Vida aps vida ele se livra deste "elemento cego e enganador", at queenfim, dominando Kma, e com o corpo responsivo mente, o raio se tornauno com sua fonte radiante, a natureza inferior inteiramente afinada superior, e o Adepto surge completo, tendo-se tornado, "o Pai e o Filho",unos em todos os planos, assim como sempre foram "unos no cu".

    Para ele a roda das encarnaes est terminada, o ciclo da necessidade foipercorrido. Da para frente ele pode encarnar vontade, para fazer algum

    servio especial humanidade; ou ele pode permanecer nos planosprximos Terra sem o corpo fsico, auxiliando na ulterior evoluo doglobo e da raa.

    Ele pode em parte aspirar e em parte tender para baixo. Esta aexperincia normal do homem comum. Toda a vida um campo de batalha,e as batalhas se travam na regio do Manas inferior, onde Manas combatecom Kma pelo domnio sobre o homem. Quando a aspirao vence, as

    cadeias dos sentidos so quebradas, e o Manas inferior, com a radincia desua origem em si, voa para cima com asas poderosas, desdenhando o soloterreno.

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    Mas, lstima!, as asas cedo se cansam, pendem, tremem, cessam de baterno ar; e cai o rgio pssaro cujo reino verdadeiro aquele do ar mais alto, eele despenca pesadamente no lodaal da Terra mais uma vez, e Kma oacorrenta.

    Quando termina o perodo de encarnao, e o portal da morte fecha aestrada da vida terrena, o que sucede ao Manas inferior no caso que

    estamos considerando?

    Logo aps a morte do corpo fsico, Kma-Manas deixado livre, epermanece por um tempo no plano astral revestido de um corpo de matriaastral. Da, tudo o que puro e imaculado do raio Mansico gradualmentese desprende, e, depois de um longo perodo passado nos nveis inferioresdo Devachan, volta sua origem, carregando consigo o tanto dasexperincias da vida que forem de natureza passvel de ser assimilada pelo

    Ego Superior.O Manas ento se torna uno mais uma vez, durante a ltima parte doperodo que h entre duas encarnaes. O Ego Mansico, observado decima por tm-Buddhi - os dois princpios mais elevados na constituiohumana, ainda no considerados por ns - passa para o estadodevachnico de conscincia, repousando das canseiras da luta pela vidapelas quais passou.

    As experincias da vida terrena recm encerrada so levadas para aconscincia Mansica pelo raio inferior recolhido sua fonte. Elas fazem doestado devachnico uma continuao da vida terrena, isenta porm de suastristezas, uma completude dos anelos e desejos da vida terrena, at ondeeles tiverem sido puros e nobres.

    A potica frase "a mente cria seu prprio cu" mais verdadeira do quemuitos podem ter imaginado, pois em toda parte o homem o que elepensa, e no estado devachnico a mente no obstruda pela matria fsica

    densa atravs da qual opera no plano objetivo.

    O perodo devachnico o tempo para a assimilao das experinciasvitais, da recuperao do equilbrio, antes que uma nova jornada inicie. odia que sucede noite da vida terrena, o oposto da manifestao objetiva.Tambm aqui existe periodicidade, assim como em tudo na natureza; fluxoe refluxo, trabalho e descanso, o ritmo da Vida Universal.

    Este estado devachnico de conscincia dura por um perodo de extensovarivel, proporcional ao estgio evolutivo alcanado, sendo o Devachan dohomem comum dito se estender por cerca de mil e quinhentos anos.

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    Enquanto isso, aquela poro da vestimenta impura do Manas inferior quepermanece mesclada com Kma d ao corpo de desejo uma conscinciaalgo confusa, uma recordao fragmentria dos eventos da vida recmterminada. Se as emoes e paixes foram fortes e o elemento Mansicofraco durante o perodo de encarnao, o corpo de desejo ficar fortementeenergizado, e persistir em sua atividade por um considervel perodo detempo depois da morte do corpo fsico.

    Ele apresentar tambm uma considervel quantidade de conscincia, otanto do raio Mansico que tiver sido subjugado pelos vigorosos elementosKmicos e tiver ficado fundido a eles. Se, por outro lado, a vida terrenarecm terminada foi caracterizada por mentalidade e pureza antes do quepor paixo, o corpo de desejo, sendo s pobremente energizado, ser umplido simulacro da pessoa a quem pertenceu, e se dissipar, desintegrare perecer antes que transcorra um perodo longo.

    O "fantasma" j mencionado agora ser compreendido. Ele pode apresentarinteligncia bem considervel, se o elemento Mansico ainda estiverlargamente presente, e este ser o caso do corpo de desejo de pessoascom forte natureza animal e pensamento vigoroso mas grosseiro.

    Pois a inteligncia atuando em uma personalidade Kmica bastantepoderosa ser excessivamente forte e energtico, embora no sutil edelicado, e o fantasma de tal pessoa, ainda mais vitalizado pelas correntes

    magnticas de pessoas ainda vivendo no corpo, pode mostrar muitahabilidade intelectual de um tipo inferior.

    Mas um tal fantasma no possui conscincia, desprovido de bonsimpulsos, e tende desintegrao, e as comunicaes com ele s podemagir para o mal, se as considerarmos como prolongando sua vitalidadepelas correntes que suga dos corpos e elementos Kmicos dos vivos, ouexaurindo a vitalidade destas pessoas vivas e poluindo-as com conexesastrais de um tipo inteiramente indesejvel.

    Nem deveria ser esquecido que mesmo sem freqentar absolutamentesalas de sesso as pessoas vivas podem entrar em contato indesejvel comestes fantasmas Kmicos. Como j mencionamos antes, eles so atradospara lugares nos quais a parte animal do homem principalmente se rene:bares, sales de jogo, bordis - todos estes lugares esto cheios do piormagnetismo, so verdadeiros torvelinhos de correntes magnticas do tipomais impuro.

    Eles atraem os fantasmas magneticamente, e eles se dirigem para estesvrtices psquicos de tudo o que terreno e sensual. Vivificados porcorrentes to similares a eles mesmos, os corpos de desejo se tornam mais

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    ativos e potentes; impregnados com as emanaes de paixes e desejosque j no podem satisfazer fisicamente, suas correntes magnticasreforam as correntes semelhantes nas pessoas vivas, ao e reaocontinuamente se sucedendo, e as naturezas animais dos vivos se tornammais potentes e menos controladas pela vontade medida em que soinfluenciadas por estas foras do mundo Kmico.

    Kma-loka (de kama, lugar, e da lugar de Kma) um nomefreqentemente usado para designar aquele plano do mundo astral ao qualpertencem estes fantasmas, e dali partem correntes magnticas de cartervenenoso, assim como de uma casa empestada fluem germes de doenaque podem plantar razes e crescer no solo afim de algum corpo fsicopobremente vitalizado.

    muito possvel que muitos digam, ao ler estas linhas, que a Teosofia

    uma retomada das supersties medievais e conduziro a terroresimaginrios. A Teosofia explica as supersties medievais, e mostra osfatos naturais onde se fundamentavam e de onde hauriam sua vitalidade.

    Se h outros planos na natureza alm do fsico, nenhuma quantidade deargumentao poder se livrar deles e a crena na sua existnciaconstantemente reaparecer; mas o conhecimento lhes por em seu lugarinteligvel dentro da ordem universal, e prevenir a superstio atravs deum acurado entendimento de sua natureza, e das leis sob as quais

    funcionam.

    E seja lembrado que pessoas cuja conscincia normalmente est no planofsico podem proteger-se de influncias indesejveis mantendo suas menteslimpas e sua vontade forte. Ns nos protegemos melhor contra a doenamantendo nossos corpos numa sade vigorosa; no podemos nos guardarcontra germes invisveis, mas podemos evitar que nossos corpos se tornemsolo propcio para o crescimento e desenvolvimento dos germes.

    Nem nos lanaremos deliberadamente no rumo da infeco. O mesmotambm a respeito destes germes malignos do plano astral. Podemosprevenir a formao de solo Kma-Mansico em que poderiam germinar edesenvolver-se, e no precisamos entrar em lugares nefastos, nemencorajar deliberadamente a receptividade e tendncias medinicas. Umavontade forte e ativa e um corao puro so nossa melhor proteo.

    Permanece a terceira possibilidade para Kma-Manas, qual devemos

    agora voltar nossa ateno, o destino dito antes como sendo "terrvel emsuas conseqncias, que pode suceder ao princpio Kmico". Ele poderomper com sua fonte tornado um com Kma em vez de com o Manassuperior. Afortunadamente este um evento raro, to raro num dos plos da

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    vida humana quanto a completa reunio com o Manas superior, no outro.Mas a possibilidade permanece e deve ser apresentada.

    A personalidade pode ser to fortemente controlada por Kma que, na lutaentre os elementos Kmicos e Mansicos, a vitria pode ficar inteira com osprimeiros. O Manas inferior pode se tornar to escravizado que suaessncia pode ser fragilizada e esmaecida cada vez mais, pelo atrito e

    tenso constante, at que ento a persistente condescendncia para comas instncias do desejo produz seu inevitvel fruto, e o delgado fio que uneo Manas superior ao inferior, o "cordo de prata que o une ao Mestre", parte-se em dois.

    Ento, durante a vida terrena, o quaternrio excludo da Trade ao qualestava ligado, e a natureza superior completamente separada da inferior.O ser humano partido em dois, o bruto conseguiu libertar-se, e prossegue

    desgovernado, arrastando consigo os reflexos daquela luz Mansica quedeveriam ter sido o seu guia atravs do deserto da vida.

    Ele um bruto mais perigoso que seus companheiros do mundo animalsubdesenvolvido, exatamente por causa destes fragmentos nele damentalidade superior do homem. Um tal ser, humano na forma mas bruto nanatureza, humano na aparncia mas sem verdade humana, ou amor, ou

    justia - um tal ser pode aqui e ali ser encontrado entre as multides depessoas, putrescente mas ainda vivo, uma coisa para deplorar-se com a

    mais profunda, embora desesperanada, compaixo. Qual seu destinodepois que os sinos fnebres foram ouvidos?

    Em ltima anlise, ocorre o perecimento da personalidade que desta formaseparou-se dos princpios que s eles poderiam dar-lhe imortalidade. Masainda resta adiante um perodo de persistncia. O corpo de desejo de umser destes uma entidade de terrvel potncia, e tem a peculiaridade nicade ser capaz, em certas circunstncias raras, de reencarnar no mundo doshomens.

    No um mero "fantasma" no rumo da desintegrao; ele retm, misturadoem seus torvelinhos, demasiado elemento Mansico para permitir adissipao natural no espao. Ele uma entidade independente o suficiente- sombria em vez de radiante, com a chama Mansica corrompida em vezde purificante - para ser capaz de tomar para si uma veste de carne maisuma vez e viver como homem entre os homens.

    Um homem assim - se o termo pode realmente ser aplicado a uma meracasca humana com interior bruto - passa por um perodo de vida terrenacomo o inimigo natural de todos que ainda so normais em suahumanidade. Sem nenhum instinto alm dos do animal, levado somente

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    pela paixo, jamais pela emoo, com uma astcia com que nenhum brutopode rivalizar, uma maldade deliberada que planeja males desconhecidosaos meros impulsos francamente naturais do mundo animal, a entidadereencarnada beira a maldade ideal.

    A pgina da histria humana possui imundcies assim; os monstros dainiqidade que nos assombram causando sempre um grito de espanto: "Isto

    um ser humano?" Afundando cada vez mais com cada encarnaosucessiva, a fora maligna eventualmente se esvai, e uma tal personalidadeperece separada da fonte da vida.

    Enfim se desintegra, para ser retrabalhada em outras formas de coisasvivas, mas como existncia separada, est perdida. um pedao arrancadoda corrente da vida, e o Ego imortal que encarnou naquela personalidadeperdeu a experincia daquela encarnao, no recolheu fruto algum

    daquela semeadura vital. Seu raio no trouxe nada de volta, seu trabalho devida naquele nascimento foi um total e completo fracasso, e por isso nofica nada para ser tecido na tapearia de seu Eu eterno.

    FORMAS MAIS SUTIS DOS PRINCPIOS IV E V

    O estudante j ter percebido integralmente que um "corpo astral" umtermo vago que pode abranger uma variedade de formas diferentes. Podeser bom neste estgio resumir as formas mais sutis s vezes chamadas

    imprecisamente de astral que pertencem aos princpios quarto e quinto.

    Durante a vida um corpo astral verdadeiro pode ser projetado - formado,como seu nome implica, de matria astral - mas, ao contrrio do duploetrico, dotado de inteligncia, e capaz de viajar a uma distnciaconsidervel do corpo fsico ao qual ele pertence. Este o corpo de desejo,e , como j vimos, um veculo de conscincia. Ele projetado por mdiunsem sensitivos de modo inconsciente, e por estudantes treinados,conscientemente.

    Ele pode viajar velocidade do pensamento at um lugar distante, podeconseguir l impresses de objetos circundantes, pode trazer de volta estasimpresses ao corpo fsico. No caso de um mdium, pode transmiti-las aoutros por meio do corpo fsico durante o transe, mas como regra, quando osensitivo sai do transe, o crebro no retm as impresses assim feitasnele, e na memria no fica nenhum trao das experincias assimadquiridas.

    Algumas vezes, mas raro, o corpo de desejo suficientemente capaz deafetar o crebro pela vibrao que ali imprime, a ponto de deixar umaimpresso duradoura nele, e ento o sensitivo capaz de recordar o

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    conhecimento adquirido durante o transe. O estudante aprende aimpressionar o seu crebro com o conhecimento ganho no corpo de desejo,estando sua vontade ativa enquanto que a do mdium est passiva.

    Este corpo de desejo o agente inconsciente usado por clarividentesquando sua viso no meramente o ver na luz astral. Esta forma astralento viaja de fato a lugares distantes, e pode aparecer l a pessoas que

    so sensitivas ou que naquele momento estejam por acaso em um estadonervoso anormal.

    s vezes ele lhes aparece - quando animado fracamente pela conscincia -como uma forma vagamente delineada, que no percebe seu entorno. Umcorpo destes tem aparecido perto da hora da morte em lugares distantes dapessoa moribunda, queles que foram intimamente unidos ao moribundopor laos de sangue, de afeio, ou de dio. Estando mais altamente

    energizado, demonstrar inteligncia e emoo, como em alguns casosregistrados, nos quais mes morte visitaram seus filhos que moravamlonge, e em seus ltimos momentos disseram o que viram e fizeram.

    O corpo de desejo tambm liberado em muitos casos de doena - assimcomo o duplo etrico - assim como no sono e no transe. A inatividade docorpo fsico uma condio para tais viagens astrais. Parece que o corpode desejo tambm ocasionalmente surge em sesses, dando origem aalguns dos fenmenos mais intelectuais que acontecem.

    No deve ser confundido com o "fantasma" j suficientemente familiar aoleitor, sendo este ltimo sempre os restos Kmicos ou Kma-Mansicos dealguma pessoa morta, enquanto que o corpo de que estamos tratandoagora a projeo de um duplo astral de uma pessoa viva.

    Uma forma mais elevada de corpo sutil, pertencendo ao Manas, conhecido como Myvi Rpa, ou "corpo de iluso". O Myvi Rpa umcorpo sutil formado pela vontade conscientemente dirigida do Adepto ou

    discpulo; ele pode, ou no, se assemelhar ao corpo fsico, sendo a formaque lhe dada a mais adequada para o propsito para o qual projetado.

    Neste corpo est a plena conscincia, pois ele meramente o corpo mentalrearranjado. O Adepto ou discpulo pode assim viajar vontade, sem ofardo do corpo fsico, em pleno exerccio de cada faculdade, em perfeitaautoconscincia. Ele torna o Myvi Rpa visvel ou invisvel vontade - noplano fsico - e a frase freqentemente usada por discpulos aceitos e outros

    sobre verem um Adepto "em seu astral", significa que eles foram visitadospor ele em seu Myvi Rpa.

    Se ele escolher assim, pode faz-lo indistinguvel de um corpo fsico, quente

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    e firme ao toque tanto quanto visvel, capaz de manter uma conversao,em todos os sentidos como um ser humano fsico. Mas o poder para formarum verdadeiro Myvi Rpa est confinado a Adeptos e discpulos aceitos;no pode ser feito pelo estudante destreinado, por mais psquico ele possaser naturalmente, pois ele uma criao Mansica e no psquica, e ssob a instruo de seu Guru que o discpulo aprende a formar e usar o"corpo de iluso".

    O MANAS SUPERIOR

    O prprio Pensador imortal, como a esta altura j ter ficado claro para oleitor, pode manifestar-se apenas pouco no plano fsico no presente estgioda evoluo humana. Embora sejamos capazes de captar alguns relancesdos poderes nele residentes, principalmente encontramos estes poderes"estreitados, engavetados e confinados" no Manas inferior, mas ainda

    existindo.Assim, vimos que o Manas inferior " o rgo do livre-arbtrio no homemfsico". O livre-arbtrio reside no prprio Manas, no Manas que orepresentante de Mahat, a Mente Universal. Do Manas vem o sentimento deliberdade, o conhecimento de que podemos nos governar - verdadeiramenteo conhecimento de que a natureza superior em ns pode reger a inferior,por mais que possa esta natureza inferior rebelar-se ou lutar.

    Uma vez nossa conscincia identifique-se com Manas em vez de comKma, a natureza inferior se torna o animal que cavalgamos, e j no o"Eu". Todos os seus desvarios, suas lutas, suas disputas pelo predomnioficam, pois, fora de ns, e no dentro, e o governamos e conduzimos comose domssemos um ginete bravio e o submetssemos nossa vontade.

    Sobre esta questo do livre-arbtrio arrisco citar de um artigo meu queapareceu no Path: "S a vontade incondicionada pode ser absolutamentelivre: o incondicionado e o absoluto so a mesma coisa: tudo o que

    condicionado deve, por fora deste condicionamento, ser relativo e portantoparcialmente limitado. medida que aquela vontade faz evoluir o universo,torna-se condicionada pelas leis de sua prpria manifestao.

    As entidades Mansicas so diferenciaes daquela vontade, cada umacondicionada pela natureza de sua potncia manifesta, mas, enquanto condicionada fora, ainda livre dentro de sua prpria esfera de atividade,sendo assim a imagem, em seu prprio mundo, da vontade universal no

    universo. Mas medida que esta vontade, agindo em cada plano sucessivo,cristaliza-se mais e mais densamente como matria, a manifestao condicionada pelo material em que trabalha, enquanto que, relativamente aomaterial, ela prpria livre.

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    Assim em cada estgio a liberdade interna aparece em conscincia, emboraa investigao mostre que aquela vontade trabalha dentro dos limites doplano de manifestao em que est atuando, livre para trabalhar sobre oinferior, embora limitada no que toca manifestao pela irresponsividadedo inferior para com o seu impulso. Assim o Manas superior, em quemreside o livre-arbtrio, at onde est envolvido o quaternrio - sendo a prole

    de Mahat, o terceiro Logos, o Verbo, isto , a Vontade em manifestao - limitado em sua manifestao em nossa natureza inferior pela indolncia daresposta da personalidade aos seus impulsos.

    No prprio Manas inferior - estando imerso naquela personalidade - reside avontade a que estamos acostumados, arrastada pelas paixes, pelosapetites, pelos desejos, pelas impresses que vm de fora, mas capaz deafirmar-se entre tudo isso, por virtude de sua natureza essencial, una comaquele Ego superior de que o raio.

    Ele livre no que diz respeito a tudo abaixo de si, capaz de agir sobreKma e sobre o corpo fsico, embora muito de sua plena expresso possaser distorcida e impedida pela rudeza do material em que est trabalhando.Fosse a vontade um simples fruto do corpo fsico, dos desejos e paixes,quando poderia emergir o senso do "Eu" que capaz de julgar, de desejar,e de vencer?

    Ele age a partir de um plano superior, rgio quando toca o inferior ereivindica sua realeza de nascena, e a prpria luta de sua auto-afirmao o melhor testemunho do fato de que em sua natureza ele livre. E assim,passando aos planos inferiores, encontramos em cada grau esta liberdadedo superior ao reger o inferior, mesmo que no plano do inferior seja limitadaem sua manifestao.

    Revertendo o processo e partindo de baixo, a mesma verdade se tornamanifesta. Se os membros de um homem so presos com correntes, a cru

    matria frrea impedir a manifestao da fora nervosa e muscular que osmembros possuem; no obstante a fora est presente, embora limitada emsua atividade no momento. Sua fora pode se mostrar nos prprios esforospara romper as cadeias que os prendem: no existe no ferro o poder deimpedir o livre extravasamento de energia muscular, embora o fenmeno damovimentao possa ser tolhido.

    Mas mesmo esta energia no podendo ser governada pela natureza fsicainferior abaixo, seu dispndio determinado pelo princpio Kmico; as

    paixes e desejos podem desencade-la, podem dirigi-la e control-la. Aenergia nervosa e muscular no pode governar as paixes e desejos, elasso livres neste ponto, ela determinada pelo seu intermdio.

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    Mas ainda assim Kma pode ser dirigido, controlado e determinado pelavontade; no toque [de Manas em Kma] o princpio Mansico limitado, eno livre, e da o senso de liberdade no escolher qual desejo sergratificado, qual ato executado. Quando o Manas inferior rege Kma, oquaternrio inferior assume sua posio adequada de subservincia tradesuperior, e regido por uma vontade que reconhece como superior a simesmo, uma vontade que livre.

    Aqui em muitas mentes surgir uma pergunta: "E sobre a vontade do Manassuperior; ela por sua vez determinada pelo que h acima dele, enquantoele livre em tudo o que est abaixo?" Mas chegamos a um ponto onde ointelecto nos falha, e onde a linguagem no pode com facilidade transmitir oque o Esprito sente naqueles domnios mais elevados.

    S vagamente podemos sentir que l, como em toda parte, "a liberdade

    mais verdadeira deve estar em harmonia com a lei, e que a aceitaovoluntria da funo de agir como um canal para a Vontade Universal deveunir numa s coisa a perfeita liberdade e a perfeita obedincia".

    Este um problema verdadeiramente obscuro e difcil, mas o estudanteencontrar muita luz descendo nele se acompanhar as linhas depensamento assim traadas.

    Um outro poder residente no Manas superior e que manifesto nos planos

    inferiores naqueles em que o Manas superior conscientemente prevalece, o da criao de formas pela vontade. A Doutrina Secreta diz: "Kriyashakti".O misterioso poder de pensamento que o capacita para produzir resultadosfenomnicos externos, perceptveis, por virtude de sua prpria energiainerente. Os antigos sustentavam que qualquer idia se manifestarexternamente se a ateno de algum concentrar-se profundamente nela.

    "Similarmente, uma volio intensa ser seguida pelos resultadosdesejados" (vol. I, p. 312). Aqui jaz o segredo da verdadeira "magia", e

    como o assunto importante, e a cincia ocidental est comeando a tocarem suas beiras, uma seo separada mais adiante ser devotada suaconsiderao, a fim de no romper a seqncia dada aqui sobre osprincpios.

    Novamente aprendemos de H.P.Blavatsky que o Manas, ou o Ego superior,como "parte da essncia da Mente Universal, incondicionalmenteonisciente em seu prprio plano", quando ele desenvolveu completamente a

    autoconscincia atravs de suas experincias evolucionrias, e " o veculopara todo o conhecimento do passado e do presente, e do futuro".

    Quando esta entidade imortal capaz de impressionar o crebro de um

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    homem atravs de seu raio, o Manas inferior, este homem um quemanifesta qualidades anormais, um gnio ou um vidente. As condies davidncia so dadas abaixo:

    "O anterior [as vises do vidente real] pode ser obtido por um de dois meios:(a) na condio de paralisar vontade a memria e a ao instintivaindependente de todos os rgos materiais e mesmo as clulas no corpo de

    carne, um ato que fcil, uma vez tendo o Ego superior consumido esubjugado para sempre a natureza passional do ego pessoal inferior, masrequer [que a pessoa seja] um Adepto; (b) ser uma reencarnao de algumque, em prvio nascimento, conseguiu atravs de extrema pureza de vida eesforos na direo correta atingir um estado quase Yogi de santidade.

    Ainda h uma terceira possibilidade de atingir em vises msticas o plano doManas superior; mas somente ocasional, e no depende da vontade do

    vidente, mas da extrema fraqueza e exausto do corpo material atravs dadoena e sofrimento. A Vidente de Prvorst foi um exemplo deste ltimocaso; e Jacob Boheme da segunda categoria" (Lucifer, novembro de1890, p. 183)

    O leitor agora estar em posio de perceber a diferena entre as aes doEgo superior e as do seu raio. O gnio, que v em vez de argumentar, doEgo superior; a verdadeira intuio uma de suas faculdades. A razo, aqualidade que pondera e equilibra os fatos reunidos pela observao, os

    avalia um contra outro, os inquire, e retira concluses deles - este oexerccio do Manas inferior atravs do aparato cerebral; seu instrumento oraciocnio; por induo ascende do conhecido at o desconhecido,construindo uma hiptese; por deduo desce novamente ao conhecido,verificando sua hiptese atravs de experincia nova.

    A intuio, como vemos por sua derivao, simplesmente uma visointerior [insight, no original - NT] - um processo to direto e rpido como aviso corporal. o exerccio dos olhos da inteligncia, o reconhecimento

    infalvel de uma verdade apresentada no plano mental. Ela v com certeza,sua viso desanuviada, seu relato no tem falhas. Nenhuma prova podeacrescentar certeza de seu reconhecimento, pois est alm a acima darazo.

    Muitas vezes nossos instintos, cegos e confusos pelas paixes e desejos,so erroneamente chamados de intuies, e um mero impulso Kmico aceito como a sublime voz do Manas superior. necessrio um longo ecuidadoso autotreinamento antes que a voz possa ser reconhecida comcerteza, mas de uma coisa podemos nos sentir bastante certos: enquantoestivermos no vrtex da personalidade, enquanto as tempestades dosdesejos e apetites se insurgem ao nosso redor, enquanto as ondas da

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    emoo nos jogam para c e para l, a voz do Manas superior no podealcanar nossos ouvidos.

    No no fogo nem no furaco, nem no trovo da tempestade que chega omandato do Ego superior: somente quando l tiver descido a calmaria deum silncio que ele pode ser sentido, somente quando o prprio ar estiverimvel e a calma for profunda, somente quando o homem envolver sua face

    em um manto que bloqueie at mesmo o silncio que procede da terra, sento ressoa a voz que mais plcida que o silncio, a voz do seuverdadeiro Eu.

    Sobre isso escreveu H.P.Blavatsky em seu sis sem Vu: "Aliada metadefsica da natureza humana est a razo, que o habilita a manter suasupremacia sobre os animais inferiores, e subjugar a natureza aos seusintentos. Aliada sua parte espiritual est sua conscincia, que servir

    como sua guia infalvel atravs do tumulto dos sentidos; pois a conscincia aquela percepo instantnea entre o certo e o errado que somente podeser exercitada pelo esprito, o