Analise desbalanceamento

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    ANLISE ROTODINMICA DE EQUIPAMENTOS SUJEITOS A

    DESBALANCEAMENTO ESTTICO, DINMICO E MODAL

    Joilson de Souza Rangel Junior

    DISSERTAO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAO DOS

    PROGRAMAS DE PS-GRADUAO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE

    FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSRIOS

    PARA A OBTENO DO GRAU DE MESTRE EM CINCIAS EM ENGENHARIA

    MECNICA.

    Aprovada por:

    Prof. Max Suell Dutra, Dr.-Ing.

    Prof. Felipe Maia Galvo Frana, Ph.D.

    Prof. Jules Ghislain Slama, D.Sc.

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

    JUNHO DE 2008

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    RANGEL JUNIOR, JOILSON DE SOUZA

    Anlise rotodinmica de equipamentos

    sujeitos a desbalanceamento esttico,

    dinmico e modal [Rio de Janeiro] 2008

    V, 82 p. 29,7 cm (DEM/UFRJ, M.Sc.,

    Engenharia Mecnica, 2008)

    Dissertao de Mestrado Universidade

    Federal do Rio de Janeiro, COPPE

    1. Rotodinmica2. Desbalanceamento

    I. COPPE/UFRJ II. Ttulo ( srie )

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    Ao meu av Hernandes dos Santos.

    Meu referencial de fora, serenidade e perseverana.

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    AGRADECIMENTOS

    Acima de tudo a Deus, por me proporcionar sade fsica e mental para

    desenvolvimento deste trabalho.

    A minha esposa Patrcia Correa Rodrigues pelo seu grandioso amor, apoio

    incondicional e pacincia durante toda esta trajetria. Te amo muito.

    A minha querida famlia: minha me Ana Maria dos Santos, meus irmos Renato e

    Ana Paula, meus avs Hernandes e Odilla, meu querido sobrinho Yago, como

    reconhecimento a todo amor despendido por vocs durante toda minha vida. Somente

    sou a pessoa que sou hoje graas a vocs e, por isso, sou completamente apaixonado

    por vocs.

    Ao meu orientador, professor Dr.-Ing Max Suell Dutra, pelas suas preciosas

    orientaes, pelo seu apoio e amizade, por acreditar neste trabalho e confiar em mim.

    Aos professores, D. Sc. Moyss Zindeluk (COPPE/UFRJ) e Dr. Ing Hans Ingo

    Weber (PUC/RJ), pelos valiosos ensinamentos proporcionados, sem os quais no

    seria possvel a realizao deste trabalho.A todos os meus amigos e familiares que souberam compreender a necessidade

    de minha ausncia durante o desenvolvimento deste trabalho.

    Aos engenheiros Luis Csar de Almeida, Emilson Manoel Ribeiro e todos os meus

    companheiros de trabalho, do Setor de Assessoramento Tcnico aos

    Empreendimentos da Engenharia (SEQUI) - Petrobras, pelo incentivo de que este

    projeto poderia se tornar realidade e suporte durante todo o processo.

    Aos colegas de mestrado, especialmente Fabrcio, Alox, Omar, Magda,

    Melquesedeque e Fausto por sua ateno, apoio e principalmente pelo incentivo.Ao pessoal da secretaria da mecnica, em especial a Vera, por ter sempre me

    ajudado com muita dedicao e pacincia durante todo este perodo.

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    Resumo da Dissertao apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos

    necessrios para a obteno do grau de Mestre em Cincias (M.Sc.)

    ANLISE ROTODINMICA DE EQUIPAMENTOS SUJEITOS A

    DESBALANCEAMENTO ESTTICO, DINMICO E MODAL

    Joilson de Souza Rangel Junior

    Junho / 2008

    Orientador: Max Suell Dutra

    Programa: Engenharia Mecnica

    A proposta deste trabalho avaliar o comportamento rotodinmico de equipamentos

    operando acima de suas primeiras freqncias naturais, dotados de rotores apoiados

    em mancais anisotrpicos, excitados por foras de desbalanceamento esttico,

    dinmico ou modal e sob a ao de efeitos giroscpicos. Uma anlise crtica

    apresentada a respeito das margens de separao seguras do ponto de operao

    destes equipamentos em relao as suas freqncias ressonantes, sugeridas pelas

    principais normas internacionais sobre o assunto.

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    Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

    requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

    ROTORDYNAMIC ANALYSIS OF EQUIPMENTS SUBJECTED TO STATIC,

    DYNAMIC AND MODAL UNBALANCE

    Joilson de Souza Rangel Junior

    June / 2008

    Advisor: Max Suell Dutra

    Department: Mechanical Engineering

    The purpose of this work is evaluate the equipments rotordynamic behaviors operating

    beyond the fist critical speeds, with rotors supported by anisotropic bearings, excited by

    static, dynamic and modal unbalance forces and with the presence of gyroscopic

    effects. A critical analysis is presented about the security separation margins between

    the equipments operating points and their resonant frequencies, suggested by the main

    international standards about this subject.

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    NDICE DO TEXTO

    Captulo 1 Introduo ..................................................................................... 01

    1.1 Objetivo ........................................................................................................... 01

    1.2 Reviso de Literatura ..................................................................................... 02

    1.3 Desenvolvimento ........................................................................................... 04

    Captulo 2 - Desbalanceamento de Rotores ..................................................... 05

    2.1 Caractersticas do Desbalanceamento de Rotores ......................................... 05

    2.2 Causas do Desbalanceamento ........................................................................... 06

    2.3 Limites de Desbalanceamento ........................................................................... 06

    2.4 Tipos de Rotores ............................................................................................ 09

    2.4.1 Rotores Rgidos ............................................................................................ 092.4.2 Rotores Flexveis ............................................................................................ 10

    2.5 Tipos de Desbalanceamento de Rotores ........................................................... 11

    2.5.1 Desbalanceamento Esttico ............................................................................ 11

    2.5.2 Desbalanceamento Acoplado ....................................................................... 12

    2.5.3 Desbalanceamento Semi-esttico ................................................................. 13

    2.5.4 Desbalanceamento Dinmico ....................................................................... 14

    2.6 Mtodos de Balanceamento ............................................................................ 15

    2.6.1 Balanceamento de Rotores Rgidos ................................................................. 152.6.2 Balanceamento de Rotores Flexveis ........................................................... 16

    2.6.3 Balanceamento em 01 Plano ............................................................................ 17

    2.6.4 Balanceamento em 02 Planos ....................................................................... 18

    2.6.5 Balanceamento de Baixa Velocidade ........................................................... 21

    2.6.6 Balanceamento de Alta Velocidade ................................................................. 22

    Captulo 3 Vibraes de Rotores ....................................................................... 25

    3.1 Vibraes Livres em Sistemas Discretos ........................................................... 263.1.1 Vibrao Livre No Amortecida ....................................................................... 26

    3.1.2 Amortecimento de Rotores ............................................................................ 31

    3.1.3 Vibrao Livre Amortecida ............................................................................ 33

    3.1.3.1 Sistema Superamortecido ............................................................................ 36

    3.1.3.2 Sistema Criticamente Amortecido ................................................................. 37

    3.1.3.3 Sistema Sub-amortecido ............................................................................ 37

    3.2 Vibraes Foradas em Sistemas Discretos ...................................................... 39

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    Captulo 4 - Anlise Rotodinmica ....................................................................... 44

    4.1 Sistema no amortecido com um disco desbalanceado posicionado no centro do

    vo de um eixo isotrpico apoiado em mancais isotrpicos ..................................... 45

    4.2 Sistema no amortecido com disco desbalanceado posicionado no centro do vo

    de um eixo isotrpico apoiado em mancais anisotrpicos ..................................... 52

    4.3 Sistema no amortecido com rotor desbalanceado composto por discos fixados

    em um eixo flexvel isotrpico apoiado em mancais isotrpicos ................................ 57

    4.4 Sistema no amortecido com rotor desbalanceado composto por discos fixados

    em um eixo flexvel isotrpico apoiado em mancais anisotrpicos ........................... 67

    4.5 Influncia do amortecimento no comportamento rotodinmico do sistema .... 71

    4.6 Recomendaes das normas do Instituto Americano de Petrleo ..................... 75

    Captulo 5 Consideraes Finais ....................................................................... 79

    Referncias Bibl iogrficas .................................................................................. 80

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    1 INTRODUO

    1.1 Objetivo

    Os equipamentos rotativos empregados atualmente nos diversos segmentos da

    indstria, principalmente em setores ligados as atividades de Explorao e Produo

    de Petrleo e Gs Natural, apresentam uma tendncia a trabalhar em condies

    operacionais cada vez mais severas. Adicionalmente, o mercado exige que estas

    mquinas de alto valor agregado, tenham uma grande confiabilidade e baixo risco

    operacional, elevado tempo mdio entre intervenes de manuteno e que sejam

    mais leves e compactas.

    Encontramos nestes processos industriais, diversos equipamentos de altssima

    rotao que operam acima de suas primeiras velocidades crticas, em regies

    limitadas lateralmente pelas freqncias naturais de seus rotores. A coincidncia da

    frequncia de operao com a frequncia natural do rotor determina o aparecimento

    de um fenmeno denominado ressonncia, que se caracteriza pelo crescente

    aumento das amplitudes de vibrao da mquina. Este fenmeno altamente

    destrutvel aos equipamentos rotativos, como pode ser evidenciado atravs da Figura

    1.1. Assim, seus rotores so projetados para operar com margens seguras de

    afastamento de suas freqncias naturais, sugeridas pelas principais normas

    existentes sobre o assunto.

    A proposta deste trabalho avaliar o comportamento dinmico de um rotor

    apoiado em mancais anisotrpicos, operando acima de sua primeira frequncia

    natural, excitado por uma fora de desbalanceamento residual e sob a ao de efeitos

    giroscpicos. Uma anlise crtica apresentada a respeito das margens de separao

    seguras do ponto de operao dos rotores em relao as suas freqncias

    ressonantes, sugeridas pelas normas de equipamentos rotativos do Instituto

    Americano de Petrleo (API) [18-22].

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    Figura 1.1: Falha catastrfica de um compressor centrfugo de mltiplos estgios pelo

    fenmeno de ressonncia [16]

    1.2 Reviso de Literatura

    O projeto de rotores de mquinas de alta velocidade vem sendo um desafio

    para seus fabricantes, requerendo solues tecnologicamente sofisticadas para

    problemas relacionados com a estrutura mecnica do equipamento, o balanceamento

    do conjunto rotativo, o projeto de mancais e a estabilidade do conjunto completo.

    Sendo o desbalanceamento de rotores uma das mais freqentes causas de vibraes

    em mquinas, presente em diferentes graus em praticamente todos os equipamentos

    rotativos [35], tem sido abundantemente publicado na literatura tcnica artigos sobreeste assunto.

    Os primeiros estudos sobre o comportamento dinmico dos rotores foram

    apresentados pelo engenheiro alemo August Otto Fppl [1] (1854-1924). Fppl

    realizou extensos trabalhos experimentais em dinmica de rotores, utilizando um

    dispositivo composto de um nico disco fixado no centro do vo de um eixo apoiado

    entre mancais, denominado Rotor de Laval. Este modelo elementar de sistema

    rotodinmico at hoje frequentemente utilizado por projetistas e analistas de

    equipamentos rotativos para simular as caractersticas dinmicas de seus rotores.Este nome foi atribudo em homenagem ao engenheiro sueco Carl Gustav Patric de

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    Laval (1845 1913), reconhecendo as suas grandes contribuies no

    desenvolvimento de turbomquinas de altas velocidades, estudo de velocidades

    criticas e passagem de rotores pela ressonncia [2]. Em seguida, diversas pesquisas

    foram realizadas envolvendo dinmica, balanceamento e vibraes de rotores de

    mquinas. As primeiras tcnicas aplicadas para balanceamento de rotores de

    mquinas foram apresentadas em [3]. Os estudos pioneiros sobre as tcnicas de

    balanceamento de rotores flexveis foram demonstrados em [4]. Em seguida, uma

    proposta de balanceamento de rotores atravs da anlise de suas rbitas foi

    apresentada em [5]. A partir da, comearam a haver estudos a respeito do nmero de

    planos perpendiculares ao eixo de rotao, necessrios para o correto balanceamento

    de rotores flexveis em [6]. Uma anlise mais aperfeioada de um dos mtodos mais

    utilizados atualmente para balanceamento de rotores rgidos, o Mtodo dos

    Coeficientes de Influncia, foi apresentada em [7] para aplicao em rotores flexveis

    com larga faixa de velocidade de operao e velocidades crticas de mltiplas

    curvaturas. Uma anlise experimental do comportamento dinmico de rotores de alta

    velocidade e as aplicaes prticas do mtodo dos coeficientes de influencia para

    balanceamentos multiplanos e multivelocidades foi demonstrada, respectivamente, em

    [8] e [9].

    Com o advento de tecnologias computacionais mais rpidas e robustas,

    associado a necessidade de mercado por equipamentos rotativos com criticidade

    operacional mais elevada, iniciaram-se estudos sofisticados sobre o comportamento

    dinmico de rotores em alta velocidade. Uma anlise sobre a vibrao lateral de

    rotores flexveis acelerados atravs de suas velocidades crticas, com utilizao do

    modelo de Laval, foi apresentada em [10]. Uma anlise experimental de uma dos

    mtodos mais utilizados atualmente para balanceamento de rotores flexveis, o

    Balanceamento Modal, foi demonstrado em [11], sem a utilizao de massas de teste

    e giros de tentativa para correo do desbalanceamento. Uma apresentao dosresultados tericos e experimentais dos principais mtodos de balanceamento

    aplicados em rotores de alta velocidade operacional foi feita em [12]. Em seguida, foi

    apresentado um estudo em [13] sobre o balanceamento de rotores flexveis operando

    em regime transiente de velocidades, com a utilizao conjunta dos Mtodos de

    Elementos Finitos e Coeficientes de Influncia. A influncia do amortecimento do

    sistema na passagem do rotor por suas velocidades ressonantes foi demonstrada em

    [14]. Uma reviso analtica do balanceamento de rotores afetados por momentos

    giroscpicos foi apresentada em [15].

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    1.3 Desenvolvimento

    Para facilitar sua apresentao, a dissertao foi estruturada em cinco captulos.

    Neste primeiro captulo, apresenta-se a motivao inicial do trabalho, bem como

    uma breve descrio sobre o processo de desenvolvimento da anlise dinmica de

    rotores.

    O Captulo 2 trata do fenmeno de desbalanceamento de rotores, suas causas,

    limites operacionais, seus diferentes tipos e uma descrio sucinta de uma das

    metodologias de correo utilizada atualmente.

    No Captulo 3 so descritos aspectos relacionados ao comportamento vibratrio de

    sistemas no amortecidos e sob a influncia do amortecimento, submetidos ou no auma fora externa de excitao.

    O Captulo 4 aborda o comportamento rotodinmico de rotores de mquinas,

    descrevendo a influncia da rigidez dos mancais, do efeito giroscpico dos rotores e

    do amortecimento no sistema. Discute-se tambm, as recomendaes normativas

    quanto as margens seguras de separao entre as velocidades de operao e as

    freqncias ressonantes do equipamento.

    O Captulo 5 apresenta as consideraes finais e as concluses obtidas, assim

    como sugestes para trabalhos futuros.

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    2 DESBALANCEAMENTO DE ROTORES

    2.1 Caractersticas do Desbalanceamento de Rotores

    Havendo um desbalanceamento no conjunto rotativo de uma mquina seu centro

    de gravidade geralmente se desloca em relao ao centro geomtrico do rotor,

    favorecendo o surgimento de foras e momentos, que sero suportadas pelos

    mancais, induzindo vibraes mecnicas nos mesmos, conforme visualizado na Figura

    2.1. A distribuio de massa ao longo de um rotor essencialmente randmica, o que

    faz com que, dois rotores nominalmente iguais tenham um desbalanceamento similar,

    mas raramente idntico [35].

    Figura 2.1: Excitao nos mancais devido a ao da fora de desbalanceamento

    Em um rotor perfeitamente balanceado, no somente o centro de gravidade, mas

    tambm o eixo principal de inrcia deve estar localizado exatamente sobre o eixo de

    rotao do conjunto girante. Esta condio ideal quase impossvel de ser alcanada,

    sendo, na maioria das aplicaes, economicamente invivel sua busca. Assim,

    conforme [34], o balanceamento pode ser definido como um procedimento na qual a

    distribuio de massa de um rotor verificada e, se necessrio, ajustada de modo a

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    garantir que o desbalanceamento residual ou os esforos nos mancais estejam dentro

    de limites especificados para uma determinada frequncia de operao. Este

    procedimento de ajuste pode ser executado atravs da adio ou retirada de massa

    do rotor.

    2.2 Causas do Desbalanceamento

    As principais causas do desbalanceamento em rotores de mquinas, segundo [38],

    podem ser classificadas como o resultado de:

    Configuraes assimtricas;

    Falta de homogeneidade dos materiais; Deformao do material devido a velocidade de operao;

    Excentricidade de mancais;

    Desalinhamento dos mancais;

    Desbalanceamento hidrulico ou aerodinmico;

    Gradiente trmico;

    Incrustaes de materiais durante a operao.

    2.3 Limites de Desbalanceamento

    O desbalanceamento residual mximo permissvel em um rotor rgido de uma

    mquina rotativa sugerido pela norma DIN ISO 1940-1 (2003) Mechanical Vibration

    Balance Quality Requirements for Rotor in a Constante State [17].

    =

    meU

    per

    per 1000 (2.1)

    Onde:

    perU desbalanceamento residual permissvel [g.mm];

    pere grau de qualidade de balanceamento selecionado [mm/s];

    m massa do rotor [kg];

    velocidade angular de operao [rad/s]

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    O desbalanceamento residual permissvel apresentado na equao (2.1) equivale

    ao grau de desuniformidade remanescente na distribuio de massa ao longo do rotor

    aps a concluso do processo de balanceamento. Isto determinar o grau de

    qualidade final alcanado no processo de balanceamento do rotor, que varia de

    acordo com tipo de equipamento, como demonstrado na Figura 2.2., e conforme sua

    velocidade de operao, como ilustrado na Figura 2.3.

    Figura 2.2: Tabela de referncia de graus de qualidade de balanceamento para

    rotores rgidos [17]

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    Figura 2.3: Desbalanceamento residual permissvel baseado no grau de qualidade de

    balanceamento e na velocidade de operao [17]

    Os principais requisitos referentes ao projeto, fabricao e testes de equipamentos

    mecnicos rotativos destinados a indstria de petrleo e gs so descritos em

    algumas normas do Instituto Americano de Petrleo [18-22]. Estas normas sugerem

    que, para obtermos nveis de vibraes aceitveis durante a operao destes

    equipamentos, os principais componentes de seu conjunto girante, como eixo e

    impelidores, devem ser individualmente balanceados com uma qualidade mnima de

    balanceamento G1, conforme descrito na norma ISO 1940-1 [17]. Assim, o resultado

    final de um balanceamento adequado ser uma pequena excitao do sistema e,

    consequentemente, ocorrncia de baixas amplitudes de vibrao no equipamento.

    Durante os testes efetuados em fbrica nos equipamentos rotativos, antes de seu

    embarque para planta de processo, o nvel satisfatrio de desbalanceamento residual

    indiretamente evidenciado atravs amplitudes de vibrao apresentadas na

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    frequncia de operao do equipamento. Portanto, no teste de funcionamento

    mecnico deste equipamento em fbrica, com o mesmo operando em sua velocidade

    mxima contnua, a amplitude de vibrao sem utilizao de filtros no pode exceder o

    valor calculado atravs da equao (2.2) ou 25 m pico a pico, o que for menor:

    =

    000.12A (2.2)

    Sendo, equivalente a velocidade mxima contnua do rotor em RPM.

    Estes valores mximos de vibrao recomendados pelas normas visam evitar

    amplitudes superiores a 75 % da folga diametral mnima entre as partes estacionrias

    e rotativas da mquina, em qualquer velocidade dentro da faixa operacional do

    equipamento, fazendo com que no haja roamentos internos e, consequentemente,

    danos ao equipamento [18-22].

    2.4 Tipos de Rotores

    2.4.1 Rotores Rgidos

    A flexo em um rotor pode ocorrer pela ao de seu prprio, pela atuao da fora

    centrfuga desbalanceadora, pela passagem por suas velocidades crticas adquirindo

    suas formas modais, ou pela conjugao de todas estas possibilidades. Os rotores

    que operam abaixo de sua primeira frequncia natural de vibrao lateral, geralmente

    so dimensionados para resistirem ao peso prprio sem flexo. Alm disto,

    apresentam um deslocamento do seu centro geomtrico devido flexo menor que o

    deslocamento do centro de massa devido ao desbalanceamento e, em geral, no

    esto sujeitos s flexes modais. Portanto, so denominados Rotores Rgidos [30].

    Estes rotores podem ser balanceados com sucesso em at dois planos

    perpendiculares ao eixo de rotao. Sem dvida, o maior nmero de rotores

    fabricados e instalados em equipamentos pode ser classificado como rgidos por

    definio. Por isso, a grande maioria das mquinas balanceadoras projetada para

    realizar balanceamentos de rotores rgidos, que pode ser executado em baixas

    velocidades, menores que a velocidade de operao [24].

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    2.4.2 Rotores Flexveis

    Os rotores flexveis apresentam um deslocamento do centro geomtrico do eixo

    em relao a linha de centro dos mancais maior que o deslocamento do centro de

    massa em relao ao centro geomtrico do conjunto girante, conforme ilustrado na

    Figura 2.4. Estes rotores operam em velocidades maiores que as suas velocidades

    ressonantes ou crticas. Assim, requerem que as massas de correo para

    estabilizao da operao, em nveis aceitveis de vibrao, sejam colocadas em trs

    e as vezes mais planos perpendiculares ao eixo de rotao do rotor. Estas massas de

    correo nos rotores flexveis devem minimizar tanto a flexo devido ao das foras

    e momentos desbalanceadores, quanto deflexo do eixo associada aos seusdiferentes modos de vibrao. Portanto, seu balanceamento deve ser executado em

    velocidades prximas a de operao [24].

    Figura 2.4: Fora relativa ao desbalanceamento residual atuando em um rotor flexvel

    Pela mecnica clssica, os modos de vibrao so definidos como uma descrio

    do movimento de uma estrutura. Assim, conforme descrito [24], os rotores flexveis ao

    se aproximarem de suas velocidades crticas, excitados por foras de

    desbalanceamento, adquirem uma configurao fletida correspondente ao modo de

    vibrao equivalente a frequncia natural excitada. Com isto, h uma amplificao da

    distncia entre o centro geomtrico do eixo e a linha de centro dos mancais em

    determinados pontos. Portanto, quanto maior for o desbalanceamento residual, maior

    ser a deflexo do eixo de um rotor flexvel, o que aumenta os nveis de vibraes do

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    conjunto girante e intensifica a possibilidade de contato entre as partes estacionrias e

    rotativas da mquina, possibilitando a ocorrncia de srios danos ao equipamento e

    acidentes catastrficos em caso de fludos perigosos.

    2.5 Tipos de Desbalanceamento de Rotores

    Existem alguns tipos caractersticos de desbalanceamento que se forem

    reconhecidos tornam a sua correo enormemente simplificada. Definiremos cada tipo

    de desbalanceamento pela relao entre o eixo principal de inrcia e a linha de centro

    geomtrica de um rotor, conforme descrito em [30].

    2.5.1 Desbalanceamento Esttico

    O desbalanceamento esttico a forma mais simples de desbalanceamento,

    sendo a condio na qual o eixo principal de inrcia est posicionado paralelamente

    ao eixo geomtrico do rotor. Se considerarmos um rotor apoiado entre mancais, o

    deslocamento paralelo de sua linha de distribuio de massa em relao sua linha de

    centro, resultar em uma fora concentrada em um ponto do rotor causando ummovimento pendular. Assim, este ponto mais pesado ter apresentar a tendncia,

    por ao da acelerao da gravidade, de deslocamento para parte inferior do conjunto

    girante, como pode ser visualizado atravs da Figura 2.5. A compensao deste efeito

    pode ser efetuada pela remoo de material deste ponto mais pesado ou adio de

    massa no lado oposto. Como este desbalanceamento atua mesmo sem a rotao da

    mquina denominado: Desbalanceamento Esttico.

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    Figura 2.5: Rotor com desbalanceamento esttico

    O desbalanceamento esttico interessante por ser o nico tipo de

    desbalanceamento que pode ser totalmente resolvido pela utilizao de massas de

    correo em um plano simples de referncia. Pode ser usualmente identificado pela

    comparao das leituras de amplitude e fase de vibraes obtidas com sensores

    instalados nos mancais. Para rotores suportados entre mancais, o balanceamento

    esttico ir resultar em leituras de amplitude e fase praticamente idnticas. No sendo

    verdadeiro, entretanto, para rotores montados em uma configurao em balano.

    2.5.2 Desbalanceamento Acoplado

    Desbalanceamento acoplado a condio na qual o eixo principal de inrcia

    intercepta o eixo geomtrico do rotor no centro de gravidade. O desbalanceamento

    acoplado , assim, uma condio criada por um ponto pesado em cada extremidadedo rotor, em lados opostos em relao a sua linha de centro, como pode ser

    observado na Figura 2.6.

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    13

    Figura 2.6: Rotor com desbalanceamento acoplado

    Diferentemente do desbalanceamento esttico, o desbalanceamento acoplado se

    torna aparente somente quando o rotor est girando, podendo ser frequentemente

    identificado pela comparao das leituras de amplitudes e fases de vibraes obtidas

    pelos sensores instalados nos mancais. Rotores bi-apoiados iro tipicamente revelar

    iguais amplitudes de vibrao, com uma diferena de fase de 180 graus. Entretanto,este mtodo de deteco do desbalanceamento acoplado no se aplica aos rotores

    em balano.

    Infelizmente, somente uns poucos problemas de balanceamento so puramente

    estticos ou acoplados. A maioria apresenta uma combinao de ambos, o que torna

    muito mais difcil a visualizao da distribuio do desbalanceamento somente

    comparando as caractersticas de amplitudes e fases de vibraes. Sendo, tambm,

    muito mais complexos de serem resolvidos. Estas combinaes so classificadas

    como balanceamento semi-esttico e dinmico.

    2.5.3 Desbalanceamento Semi-esttico

    O desbalanceamento semi-esttico a condio na qual o eixo principal de inrcia

    intercepta o eixo geomtrico do rotor em um ponto no coincidente com seu centro de

    gravidade. Este tipo de desbalanceamento pode ser imaginado como a combinao

    do desbalanceamento esttico e acoplado, onde o desbalanceamento esttico est

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    14

    diretamente alinhado com um dos componentes do acoplamento, conforme ilustrado

    na Figura 2.7.

    Figura 2.7: Rotor com desbalanceamento semi-esttico

    O desbalanceamento semi-esttico pode tambm existir se o rotor estiver

    desbalanceado em somente uma extremidade. No caso de um desbalanceamento

    semi-esttico, a amplitude a vibrao ser notoriamente maior em uma das

    extremidades do rotor. Leituras de fases comparativas podem ser iguais ou defasadas

    180 graus, dependendo de onde o eixo principal de inrcia intercepta o eixo

    geomtrico do rotor.

    Condies de desbalanceamento semi-esttico no so incomuns. A instalao de

    um acoplamento desbalanceado na mquina ou a troca de somente as primeiras

    palhetas de uma turbina ou os primeiros impelidores de um compressor podem causar

    o aparecimento deste fenmeno. Em todo caso, o desbalanceamento semi-estticopode ser frequentemente resolvido em nveis satisfatrios pela aplicao de um plano

    nico de soluo na extremidade com maiores nveis de vibraes e pela colocao

    ou remoo de massas de correo neste plano de referncia.

    2.5.4 Desbalanceamento Dinmico

    O desbalanceamento dinmico certamente o tipo de desbalanceamento mais

    comum e simplesmente representa uma combinao randmica do desbalanceamento

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    15

    esttico e acoplado, onde a componente esttica no esta alinhada com nenhuma das

    componentes acopladas, o que pode ser visualizado atravs da Figura 2.8. Como

    resultado, o eixo principal de inrcia est tanto inclinado quanto deslocado em relao

    ao eixo geomtrico do rotor.

    Em geral um rotor no possui uma nica rea da seo transversal

    desbalanceada, mas teoricamente vrios planos distribudos aleatoriamente ao longo

    do eixo de rotao. Usualmente, estas vrias regies desbalanceadas distribudas

    podem ser substitudas por duas foras resultantes, posicionadas em dois planos

    arbitrrios, que possuem em geral diferentes valores e posies angulares. Assim,

    para correo integral do desbalanceamento dinmico, so necessrios ao menos

    dois planos de compensao. Como este estado de desbalanceamento somente pode

    ser determinado completamente sob rotao, ele denominado: Desbalanceamento

    Dinmico

    Figura 2.8: Rotor com desbalanceamento dinmico

    2.6 Mtodos de Balanceamento

    2.6.1 Balanceamento de Rotores Rgidos

    Quando um rotor balanceado estaticamente, sua linha de centro geomtrico e

    seu eixo principal de inrcia podem no estar coincidentes. O balanceamento em um

    plano simples assegura somente um ponto em comum, o centro de gravidade do rotor.

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    16

    Assim, a menos de casos muito especiais como os mencionados anteriormente, o

    balanceamento satisfatrio da maioria dos rotores rgidos no atingido desta

    maneira. Para obt-lo, o eixo principal de inrcia precisa girar sobre o centro de

    gravidade em um plano formado pela linha de centro do rotor e o eixo principal de

    inrcia. Poderamos obter esta situao pela modificao do posicionamento dos

    mancais, mas isto seria na realidade impraticvel. Assim, torna-se necessrio efetuar

    a adio ou subtrao de massa no plano longitudinal formado pela linha de centro do

    rotor e seu eixo de distribuio de massa. Geralmente, o incremento ou reduo de

    massa causa a rotao do eixo principal de inrcia em relao ao eixo geomtrico,

    mas tambm perturba o balanceamento esttico eventualmente j alcanado. Assim, a

    modificao de massas deve ocorrer em igual magnitude em cada uma das

    extremidades do eixo principal e em cada um dos dois planos radiais. Isto reduzir

    tanto as foras, quanto os momentos desbalanceadores. Segundo [35], a escolha dos

    planos de balanceamento o mais distante possvel um do outro importante, para que

    sempre que o acesso seja possvel, haja a minimizao das massas a serem

    alteradas.

    O processo de aproximar o eixo principal de inrcia do rotor o quanto possvel de

    seu eixo geomtrico chamado: balanceamento dinmico em dois planos. Se o rotor

    for balanceado em dois planos, ento, por definio, est balanceado estaticamente.

    No entanto, o inverso no verdadeiro.

    2.6.2 Balanceamento de Rotores Flexveis

    Quando um rotor opera em velocidades superiores as correspondentes a sua

    primeira frequncia natural de vibrao transversal, o seu desbalanceamento se torna

    associado ao deslocamento do eixo geomtrico do rotor devido flexo do conjunto

    girante, relacionada aos seus diferentes modos de vibraes. Conforme [35], devido a

    este fenmeno, estes conjuntos girantes so denominados rotores flexveis e o sua

    distribuio irregular de massa denominada: Desbalanceamento Modal.

    Durante o aumento de velocidade destes rotores para atingir suas velocidades de

    operao, ocorrem diversas mudanas na sua forma modal e nas relaes entre as

    fase e amplitudes de vibraes. Assim, no podemos considerar que as foras e

    momentos geradas pelo desbalanceamento de um rotor flexvel estejam sempre

    alinhadas (em fase) com as amplitudes de vibraes desenvolvidas nos mancais.

    Consequentemente, a tcnica de balanceamento dinmico em dois planos,

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    17

    usualmente aplicados em rotores rgidos, torna-se inadequada para afirmar que o rotor

    esta balanceado em seus modos flexveis. Os rotores flexveis que operam em alta

    velocidade requerem tcnicas de balanceamento em diversas velocidades, inclusive

    na velocidade nominal de operao, utilizando vrios planos de balanceamento para

    efetuar a necessria correta distribuio de massa ao longo do eixo.

    2.6.3 Balanceamento em 01 Plano

    Correes de desbalanceamento esttico, acoplado e alguns semi-estticos

    podem ser efetuadas com a escolha correta de um nico plano de balanceamento.

    Existem na literatura diversos modelos de procedimentos para efetuar obalanceamento de rotores. Abordaremos neste trabalho o Mtodo dos Coeficientes de

    Influncia. Segundo [34], a efetividade deste mtodo no influenciada pelo

    amortecimento, pela movimentao dos locais onde as leituras so realizadas ou pela

    curvatura inicial do eixo e, por isso, vem sendo largamente utilizado para o

    balanceamento de rotores de mquinas.

    O procedimento de balanceamento atravs do Mtodo dos Coeficientes de

    Influncia se inicia com a medio de amplitude e fase de vibrao do rotor

    desbalanceado. Posteriormente, massas de teste previamente conhecidas so

    adicionadas ao rotor e uma anlise de sua nova resposta em vibrao efetuada para

    determinao da massa de correo necessria e de seu posicionamento angular. Se

    considerarmos um rotor desbalanceado apoiado entre mancais, monitorado por

    sensores de vibrao e fase, poderemos efetuar a ilustrao do mtodo dos

    coeficientes de influncia atravs do sistema de coordenadas ( )iyx, representado na

    Figura 2.9. A amplitude de vibrao 0A , decorrente da resposta gerada pelo

    desbalanceamento do rotor, sentida pelo sensor de vibrao instalado no mancal,com um atraso (fase) em relao passagem de um ponto de referncia no eixo

    captada pelo sensor de fase. Se adicionarmos uma massa de teste em uma posio

    aleatria do rotor obteremos uma nova amplitude de vibraotA e uma fase . A

    massa de teste adicionada no deve ser superior a 5% da massa do rotor, sob o risco

    de causar srios danos ao conjunto rotativo e seus mancais. Esta nova amplitude de

    vibraotA o vetor soma da amplitude inicial 0A e da amplitude de influncia iA .

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    18

    Figura 2.9: Representao vetorial do Mtodo dos Coeficientes de Influncia.

    Para termos uma resposta nula de tA , o efeito do desbalanceamento adicionado

    dever ser 0A . Atingimos esta condio rotacionando a massa de tentativa tm de um

    ngulo e aumentando sua massa na razo de iAA /0 . Com isto determinamos a

    localizao e dimenso requerida da massa de correo [2].

    2.6.4 Balanceamento em 02 Planos

    Para minimizarmos os efeitos do desbalanceamento dinmico e modal devemos

    recorrer a utilizao de correes em dois ou mais planos perpendiculares ao eixo de

    rotao, conforme descrito em [29]. Adotando o Mtodo dos Coeficientes de

    Influncia, consideraremos novamente um rotor desbalanceado apoiado entre

    mancais, monitorados por sensores de vibrao e fase. As respostas em vibrao

    medida nos mancais da mquina referentes aos dois planos de balanceamento sero

    aqui denominadas 1oA e2

    oA , com os respectivos ngulos de fase 1 e 2 . Planos

    acessveis de balanceamento so escolhidos para adio das massas de testes e de

    correo. As massas de testes so adicionadas em cada um dos planos

    separadamente. A adio de uma massa de teste conhecida no plano 1 resulta em

    uma resposta em vibrao nos mancais de 11tA e

    12

    tA , com os ngulos de fase 11 e

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    19

    12 . As amplitudes de influncia nos planos 1 e 2, referentes a adio de uma massa

    de teste no plano 1 so, respectivamente:

    11111

    oti AAA =

    21212

    oti AAA =

    Similarmente, com a adio de uma massa desbalanceadora no plano 2 obtm-se

    os seguintes efeitos de resposta em vibrao nos mancais:

    12121

    oti AAA =

    22222

    oti AAA =

    Se o balanceamento requerido for 1U e 2U , podemos expressar na forma

    cartesiana as seguintes equaes:

    1212111

    oiiAAUAU =+

    2222121oii AAUAU =+

    Assim, efetuando uma substituio de variveis, teremos duas equaes com as

    incgnitas complexas 1U e 2U :

    )(

    )(21122211

    212

    0

    2211

    iiii

    iio

    AAAA

    AAAAU

    +=

    )(

    )(21122211

    1210

    1122

    iiii

    iio

    AAAA

    AAAAU

    +=

    Se:

    iyxA +=

    Ento:

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    28/91

    20

    DibbiaaU /))(( 21211 ++=

    DibbiccU /))(( 21212 ++=

    Onde:

    )( 2122122212211 yyxxyyxxa ++=

    )( 2122122212212 yyyxxyyxa ++=

    )( 21122112221122111 yyxxyyxxb +=

    )( 21122112221122112 yyyxxyyxb ++=

    )( 1211211121121 yyxxyyxxc ++=

    )( 1211211121122 yyxxyyxxc +++=

    2

    2112211222112211

    2

    2112211222112211 )()( yyyxxyyxyyxxyyxxD +++=

    Sendo:

    1

    1

    1 cosoAx =

    2

    2

    2 cosoAx =

    1

    1

    1 senAy o=

    2

    2

    2 senAy o=

    11

    11

    11 costAx =

    12

    12

    12 costAx =

    21

    21

    21 costAx =

    22

    22

    22 costAx =

    11

    11

    11 senAy t=

    12

    12

    12 senAy t=

    21

    21

    21 senAy t=

    22

    22

    22 senAy t=

    E ainda:

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    29/91

    21

    D

    babaibabaU

    )()( 122122111 ++=

    D

    bcbcibcbcU

    )()( 122122112 ++=

    Assim, os valores das massas de correo sero os mdulos das quantidades

    complexas, multiplicada pela massa tentativa:

    D

    babababam

    2

    1221

    2

    2211

    1

    )()( ++=

    D

    bcbcbcbcm

    2

    1221

    2

    2211

    2

    )()( ++=

    Os pontos de adio ou retirada de massa para o balanceamento definitivo do rotor

    so orientados pelos ngulos 1 e 2 :

    +=

    2211

    12211 arctan baba

    baba

    +=

    2211

    12212 arctan

    bcbc

    bcbc

    2.6.5 Balanceamento de Baixa Velocidade

    Em rotores rgidos, onde no h influncia da deflexo do eixo em decorrncia daconfigurao de seus modos laterais de vibrao, podemos efetuar o balanceamento

    em velocidades seguras, mais baixas que a de operao. Conforme [24], em um

    balanceamento de baixa velocidade de rotores rgidos, cada componente do conjunto

    girante (eixo, impelidores, acoplamento, etc) individualmente balanceado em at

    dois planos. Quando se utiliza sensores de proximidade instalados nos mancais da

    mquina, onde a vibrao do rotor detectada pela alterao de um campo magntico

    formado entre o eixo e o mancal, so realizadas verificaes de imperfeies

    superficiais e metalrgicas (runout) na regio do eixo onde este sensor atuar, antesdo balanceamento do rotor. Esta verificao se faz necessria para que possa haver

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    30/91

    22

    uma subtrao vetorial destes valores nas leituras de vibraes encontradas no

    processo de balanceamento, garantindo a leitura real de resposta em vibrao do

    rotor. Posteriormente, o rotor completamente montado e balanceado em dois planos

    para diminuio das foras e momentos remanescentes, dentro de padres tolerveis.

    2.6.6 Balanceamento de Alta Velocidade

    Em rotores flexveis que por definio operam acima de suas velocidades criticas,

    torna-se necessrio identificar a distribuio de massas ao longo do rotor, bem como,

    definir as velocidades necessrias de correo dos desbalanceamentos. Conforme

    descrito em [33], se considerarmos um rotor que opera acima de sua segundavelocidade critica, por exemplo, dever ser efetuado um registro de balanceamento

    nico para cada uma das duas primeiras freqncias naturais do rotor, com o intuito

    de permitir uma melhor visualizao da resposta modal. Em todos os sistemas

    vibratrios, a distribuio do desbalanceamento ao longo do rotor pode ser expressa

    em termos de suas componentes modais, sendo a vibrao do rotor um somatrio

    destas componentes. A resposta modal de um rotor apresenta um mximo em

    qualquer uma de suas velocidades crticas, o que caracteriza o fenmeno de

    ressonncia. Assim, quando um rotor opera em uma velocidade prxima de sua

    critica, levado a adotar uma forma de deflexo correspondente quele modo. A

    amplitude de deflexo do rotor uma funo da componente modal excitada pelo

    desbalanceamento e da quantidade de amortecimento presente no sistema rotativo.

    A rigidez do um rotor, de seus mancais e da estrutura de suporte tambm afeta as

    velocidades criticas e por conseqncia suas formas modais de uma maneira

    complexa, o que pode ser visualizado atravs da Figura 2.10.

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    31/91

    23

    Figura 2.10: Influncia da rigidez dos mancais nas formas modais

    Portanto, os rotores flexveis so direcionados para balanceadoras de alta rotao

    com a finalidade medir as amplitudes de vibrao e identificar suas formas modais

    excitadas pelo desbalanceamento, para que seja possvel efetuar as correes

    necessrias com o intuito de minimizar estas respostas vibratrias e as deflexes do

    eixo. Estas correes so efetuadas em algumas velocidades caractersticas, como:

    giro lento, rotao inferior a primeira velocidade crtica, rotaes entre duasvelocidades crticas subseqentes e rotao de operao plena, conforme descrito em

    [24].

    A verificao em giro lento utilizada para identificar as imperfeies superficiais e

    metalrgicas do eixo (runout), que devero ser descontadas vetorialmente de todas as

    amplitudes de vibrao encontradas nas velocidades de balanceamento

    subseqentes, com a finalidade de determinar o vetor resposta em vibrao real do

    rotor. Em seguida, o rotor balanceamento em dois planos, abaixo da primeira

    velocidade crtica, para correo da resposta em vibrao gerada pelas foras e

    momentos atuantes devido a distribuio desuniforme de massas. Depois, realizada

    a correo do desbalanceamento em dois ou mais planos, com a finalidade de

    minimizar o efeito de excitao dos modos de vibrao do rotor pelas massas

    desbalanceadoras residuais. Alguns estudos demonstram que o balanceamento de

    rotores flexveis pode ser satisfatoriamente realizado com a escolha de um nmero de

    planos igual ao nmero de velocidades crticas ultrapassadas pelo rotor para atingir o

    ponto de operao, conforme apresentado em [31]. Porm, quanto maior for o nmero

    de planos escolhidos melhor ser a qualidade do balanceamento obtido. Entretanto,

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    32/91

    24

    maior ser tambm o custo envolvido no processo de balanceamento. Adicionalmente,

    um ou mais pontos previamente balanceados so violados para se atingir nveis de

    vibraes tolerveis no ponto ou faixa de operao. Assim, o julgamento humano

    precisa ser aplicado para dimensionar e posicionar o conjunto mais adequado de

    pesos de correo de desbalanceamento, com a finalidade de atingir a menor

    amplitude de vibrao possvel em toda faixa operacional do rotor, com o mais baixo

    custo envolvido no processo.

    O objetivo de qualquer procedimento de balanceamento reduzir os efeitos das

    vibraes dos rotores quando em operao, causados pela incorreta distribuio de

    massa ao longo do mesmo. A eficcia deste procedimento depende da geometria e

    isotropia do rotor, estabilidade e linearidade do sistema, correta escolha dos planos de

    balanceamento (fora dos pontos nodais e com possibilidade de adio ou retirada de

    massa) e posicionamento dos mancais para um amortecimento efetivo. Entretanto,

    mesmo quando os rotores saem de fabrica com um nvel de balanceamento

    normativamente satisfatrio, eventualmente esto sujeitos ao desbalanceamento em

    operao. Os rotores de mquinas que operam com fluidos sem tratamento, fato que

    frequentemente ocorre na indstria de Petrleo, principalmente em sua extrao,

    esto sujeitos aos efeitos de desbalanceamento em funcionamento devido a

    deposio de partculas slidas em componentes do conjunto rotativo. Em

    conseqncia disto, um compressor centrfugo, axial ou uma turbina a gs podem

    apresentar um crescente aumento na excitao de seus conjuntos girantes por ao

    do fenmeno de desbalanceamento. Ocasionando, assim, a elevao das amplitudes

    de vibrao destas mquinas, o que pode ser extremamente danoso ao equipamento

    e perigoso para os operadores, uma vez que estes muitas vezes operam com fluidos

    de processo inflamveis, explosivos ou letais. Assim, qualquer que seja a causa do

    desbalanceamento seus efeitos devem sempre que possvel ser evitados e

    controlados.

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    33/91

    25

    3 VIBRAES DE ROTORES

    Nas mquinas rotativas, a energia rotacional recebida no eixo no pode ser

    totalmente convertida em trabalho devido ao seu alto potencial de transformao em

    diversas outras formas de energia, como: trmica, acstica, vibracional, etc. A energia

    na forma de vibrao do rotor tem algumas caractersticas de manifestao durante a

    operao do equipamento, podendo haver uma conjugao de movimentao lateral,

    torcional e axial do conjunto girante. Na grande maioria dos casos, os modos laterais

    so os mais relevantes na anlise de vibrao dos rotores de mquinas, por

    produzirem maiores esforos nos mancais e eixo. Por meio dos suportes dos mancais

    e dos fluidos que circundam o conjunto girante, as vibraes laterais do rotor sotransmitidas para as partes estacionrias do equipamento. Eventualmente, as

    vibraes espalham-se para a fundao da maquina, para equipamentos adjacentes e

    para o meio que circunda o equipamento em forma de ondas acsticas. H uma longa

    lista de fatores que contribuem para transferncia da energia de rotao nesta forma

    de perturbao mecnica chamada vibrao. No entanto, segundo [23], a principal

    fonte inquestionavelmente o desbalanceamento do rotor. O desbalanceamento age

    como uma fora centrifuga excitada externamente. Como resultado, o rotor responde

    com vibraes laterais relacionadas com a velocidade de rotao da mquina,denominadas vibraes sncronas [25].

    Como o desbalanceamento de rotores praticamente inevitvel, torna-se

    importante assegurar que, durante a operao da mquina, as amplitudes de

    vibraes sncronas, excitadas pelo desbalanceamento do rotor, estejam dentro de

    limites aceitveis. Em mquinas que operam em alta velocidade, deve ser

    adicionalmente garantida sua suave e rpida passagem pelas diversas velocidades

    ressonantes de vibrao lateral, durante a parada e partida do equipamento. Alm

    disto, as margens de afastamento das velocidades de operao em relao asfreqncias ressonantes devem ser muito bem dimensionados, principalmente no

    caso de mquinas que operam com rotao varivel.

    As amplitudes de vibrao do rotor devem ser controladas, com a finalidade de

    evitar fadiga nos mancais, sobrecarga nos selos mecnicos ou o contato entre o

    conjunto girante e as partes fixas da mquina nos pontos de menores folgas,

    geralmente as vedaes internas do equipamento. Adicionalmente, as formas modais

    laterais de vibrao de um rotor devem ser estudadas, para um correto

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    34/91

    26

    posicionamento dos mancais, a fim de tornar mais efetivo o seu amortecimento,

    conforme orientado por [27].

    3.1 Vibraes Livres em Sistemas Discretos

    Segundo [25], os modelos matemticos de sistemas dinmicos podem ser

    divididos em duas classes: discretos e contnuos. Os sistemas discretos so

    representados por um nmero finito de graus de liberdade, enquanto nos sistemas

    contnuos h um nmero infinito de coordenadas independentes necessrias para

    especificar a posio do sistema a cada instante. Efetuaremos neste trabalho uma

    avaliao do comportamento vibracional de rotores atravs de uma modelagemdiscreta, conforme descrito em [36].

    3.1.1 Vibrao Livre No Amortecida

    Considerando inicialmente um movimento harmnico simples, que pode ser

    representado por estruturas que tenham foras elsticas restauradoras, modelaremos

    um sistema discreto de 01 grau de liberdade, atravs do mecanismo massa-molarepresentado na Figura 3.1.

    Figura 3.1: Mecanismo massa-mola

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    35/91

    27

    Se considerarmos )(txx = como a representao do deslocamento de uma massa

    M , ligada a uma mola de rigidez K, de sua posio de equilbrio em funo do

    tempo t, teremos a seguinte equao de movimento:

    )(estxxKMgxMF +== &&

    Assim:

    0)( =++ MgxxKxM est&&

    Sendo estx a deflexo esttica da mola sob a acelerao da gravidade g , teremos

    da anlise esttica que:

    estKxMg =

    Portanto, a equao de movimento de torna:

    0)()( =+ tKxtxM&&

    Esta expresso representa a equao de movimento de um sistema de 01 grau de

    liberdade no amortecido, atravs de uma equao diferencial ordinria, linear, de

    segunda ordem e a coeficientes constantes. Assim:

    xM

    K

    dt

    xd=

    2

    2

    Definio 2.1 Uma funo ( )tx pode ser denominada como autovetor de um

    operador diferencial linear L de segunda ordem ( )22 dtd , se [ ] AxxL = . Sendo A

    um escalar, real ou complexo, que representa o autovalor da funo ( )tx , conforme

    descrito em [26].

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    36/91

    28

    Uma vez que, a funo exponencial a nica cuja derivada prpria funo

    multiplicada por uma constante, assumiremos ela como soluo inicial da equao.

    Portanto:

    tAetx

    =)(

    Assim:

    02 =+ tt KeeM

    Como 0te e 0A , ento:

    02 =+M

    K

    Portanto:

    niM

    K

    i ==

    Onde a unidade imaginria da representao complexa equivale a 2/1)1(=i

    Assim, a soluo geral ser:

    titi nn eAeAtx += 21)(

    Onde 1A e 2A so constantes de integrao arbitrrias, complexas conjugadas,

    que podem ser determinadas pelas condies iniciais:

    0)0( xx =

    0)0( vx =&

    Ento:

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    37/91

    29

    21)0( AAx +=

    nn iAiAx 21)0( =&

    Como 1A e 2A so nmeros complexos, tero a forma:

    111 ibaA +=

    222 ibaA +=

    Assim:

    2

    021

    xaa ==

    n

    vbb

    2

    021 ==

    Ento:

    n

    vixA22

    001 =

    n

    vi

    xA

    22

    002 +=

    Portanto, 1A complexo conjugado de 2A , representado da forma abaixo:

    *

    21 AAA ==

    Com isto, teremos como soluo complexa da equao diferencial:

    ti

    n

    ti

    n

    titi nnnn ev

    ix

    ev

    ix

    eAAetx

    ++

    =+=

    2222)( 0000*

    Podemos utilizar uma transformao de coordenadas complexas em coordenadas

    lineares, onde inicialmente teremos que:

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    38/91

    30

    titi nn eAAetx += *)(

    Utilizaremos ento o recurso matemtico desenvolvido pelo matemtico e fsico

    Leonhard Paul Euler (1707-1783), cuja frmula especfica da anlise complexa,

    demonstra uma relao entre as funes trigonomtricas e a funo exponencial,

    como sendo:

    isene i += cos

    Assim, passaremos a equao:

    tsenBtBtx nn 21 cos)( +=

    Para satisfazer as condies iniciais:

    0)0( xx =

    0)0( vx=&

    Teremos como soluo da equao diferencial:

    tsenv

    txtx nn

    n

    00 cos)( +=

    Utilizando identidades trigonomtricas, podemos escrever a equao da seguinte

    forma:

    +

    +=

    0

    01

    2

    02

    0 tan)(v

    xtsen

    vxtx n

    n

    n

    Que representa a forma:

    )()( += tAsentx n

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    39/91

    31

    Onde a amplitude de vibrao :

    2

    02

    0

    +=

    n

    vxA

    E o ngulo de fase ser:

    =

    0

    0arctanv

    xn

    3.1.2 Amortecimento de Rotores

    Durante a deformao de elementos elsticos, uma parte da energia mecnica

    irreversivelmente transformada em energia trmica e dissipada. Nas estruturas

    mecnicas, este processo modelado pelo amortecimento. Durante a vibrao destas

    estruturas, o amortecimento pode ocorrer tanto devido a dissipao interna de energia

    dos componentes micro-cristalinos dos materiais, quanto devido ao movimento relativo

    de frico entre as superfcies dos elementos mecnicos em contato, conforme

    descrito em [28].

    Em rotores elsticos, os efeitos dos amortecimentos associados as suas vibraes

    laterais so usualmente divididos em duas categorias: amortecimentos externos e

    internos.

    O amortecimento externo est associado a resistncia dinmica imposta pela

    frico com o ambiente fluido entre as partes rotativas e estticas da mquina. A

    dissipao de energia promovida pela pelcula de leo em mancais hidrodinmicos e a

    circulao de fluido de processo ao redor do rotor, so exemplos de formas de

    amortecimento externo. As foras de amortecimento externas que atuam em um rotor

    vibrando em seus modos laterais dependem da velocidade absoluta do conjunto

    girante, sendo seus efeitos geralmente favorveis a estabilizao do sistema,

    conforme descrito em [31].

    As foras de amortecimento internas so devidas a dissipao de energia

    mecnica no interior da estrutura micro cristalina dos materiais ou devido ao

    movimento relativo de frico em superfcies de componentes do rotor que

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    40/91

    32

    permanecem em contato (como juntas de acoplamento, pontos de fixao dos discos

    no eixo, etc). Como o amortecimento interno ocorre em elementos envolvidos com o

    movimento de vibrao lateral e de rotao, as foras de amortecimento interno iro

    depender da velocidade relativa do sistema, isto , da diferena entre a velocidade

    absoluta de vibrao lateral do rotor e a velocidade rotacional. Esta velocidade relativa

    pode ser positiva, ou seja, com a mesma direo da velocidade de movimentao

    lateral absoluta, quando a velocidade de rotao for menor que a frequncia de

    vibrao lateral. A velocidade relativa pode ser negativa, se opondo a velocidade

    lateral absoluta, quando a velocidade de rotao for maior que frequncia de vibrao

    lateral. Quando a velocidade relativa for positiva, as foras correspondentes ao

    amortecimento interno atuam como um estabilizador, somando-se ao amortecimento

    externo para aumentar o amortecimento total efetivo no sistema. Quando a velocidade

    relativa for negativa, ocorre uma desestabilizao do sistema, pois as foras de

    amortecimento interno diminuem o amortecimento externo, reduzindo ou anulando o

    amortecimento total efetivo do sistema. Como, neste ltimo caso, o papel clssico do

    amortecimento como estabilizador do movimento violado, usualmente utiliza-se para

    estas foras desestabilizadoras o nome frico interna e no amortecimento. Assim, a

    frico interna influencia no comportamento de vibrao lateral do rotor causando,

    eventualmente, uma instabilidade em operao e um bloqueio no processo de

    acelerao do rotor em sua partida. Este bloqueio significa uma interrupo na

    acelerao do rotor mesmo com a continuidade do fornecimento de torque de

    acionamento, pois toda energia disponibilizada utilizada para manter o sistema em

    regime de vibrao lateral, no restando nenhuma energia para aumentar a

    velocidade de rotao, conforme mencionado em [37].

    Existem muitos outros fatores de desestabilizao de um rotor em operao, como

    o roamento entre as partes mveis e rotativas da mquina, os efeitos dinmicos dos

    fluidos nos mancais e selos ou os fenmenos de relativos ao escoamento dos fluidosde processo. Estes ltimos efeitos so usualmente mais fortes que os efeitos de

    frico interna. As disfunes relacionadas com os fluidos so muito frequentemente

    observadas no desempenho de mquinas rotativas. Elas resultam em vibraes

    subsncronas auto excitadas. Entretanto, a frico interna deve ser sempre analisada

    e observada por projetistas de mquinas, pois representa um papel negativo na

    estabilidade do sistema pela reduo de eficcia do amortecimento externo do

    sistema, especialmente quando o rotor opera em altas velocidades, de acordo com

    [31].

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    41/91

    33

    3.1.3 Vibrao Livre Amortecida

    Como uma estrutura dinmica no oscila indefinidamente quando perturbada,

    modelaremos um sistema discreto de 01 grau de liberdade, atravs do mecanismo

    massa-mola-amortecedor, representado na Figura 3.2.

    Figura 3.2: Mecanismo massa-mola-amortecedor

    Consideraremos )(txx = como a representao do deslocamento de uma massa

    M , ligada a uma mola de rigidez K e a um amortecedor com coeficiente de

    amortecimento viscoso C. Sabendo que na posio de equilbrio esttico referente a

    Figura 3.2 (b) o sistema est em repouso, no havendo nenhuma fora desenvolvida

    pelo amortecedor, podemos escrever a seguinte equao de equilbrio esttico:

    estKxMg =

    Considerando uma posio qualquer da massa equivalente a representao da

    Figura 3.2 (c), teremos um deslocamento x em relao a posio de equilbrio, uma

    velocidade x& e uma acelerao x&& . Sabendo que o amortecimento surge de foras

    dissipativas proporcionais a velocidade, podemos escrever a equao de movimento

    nesta posio, como sendo:

    KxxCKxxCKxMgxxKxCMgxMF estest ==+==&&&&&

    )(

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    42/91

    34

    Assim:

    0=++ KxxCxM &&& (3.1)

    Esta expresso representa uma equao diferencial ordinria, linear, de segunda

    ordem e a coeficientes constantes, relativa ao movimento de um sistema de 01 grau

    de liberdade amortecido, podendo ser alternativamente apresentada como:

    02 =++ xxM

    Cx n&&&

    Se considerarmos que o coeficiente de amortecimento viscoso, multiplicado pela

    velocidade, representa uma fora dissipadora de energia, podemos afirmar atravs da

    anlise dimensional abaixo que:

    x

    x

    M

    C

    xM

    xM

    M

    C

    Mx

    F

    M

    C

    x

    FC

    &

    &&

    &

    &&

    &&====

    ''

    Como, em termos de unidades teremos que:

    Tx

    x 1

    &

    &&

    Ento, podemos afirmar que:

    n

    M

    C=

    Onde equivale ao chamado Fator de Perda do sistema amortecido:

    MK

    C=

    Considerando, o Coeficiente de Amortecimento Reduzido , como sendo:

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    43/91

    35

    2

    =

    Teremos:

    nM

    C

    MK

    C

    22==

    Se considerarmos:

    tAetx

    =)(

    Teremos que:

    teAtx=)(&

    teAtx2)( =&&

    Se substituirmos na equao (3.1), teremos:

    02 =++ ttt KAeeCAeMA

    Podendo ainda ser representada como:

    022 =

    ++ n

    t

    M

    CAe

    Sendo a soluo trivial 0A no interessante e uma vez que te nunca igual a

    zero, teremos que:

    022 =++ nM

    C

    Ou

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    44/91

    36

    02 22 =++ nn (3.2)

    Assim:

    n 12 =

    Com isto, passam a existir 03 casos de interesse: o Sistema Superamortecido, o

    Sistema Criticamente Amortecido e o Sistema Subamortecido.

    3.1.3.1 Sistema Superamortecido

    Um sistema classificado como Superamortecido quando 1> . Da teoria de

    equaes diferenciais, sabemos que a soluo para equao (3.1) tem a seguinte

    forma caracterstica:

    ttt nnn eeAeAtx

    += 12

    1

    1

    22

    )(

    Considerando as condies iniciais:

    0)0( xx =

    0)0( vx =&

    Teremos a seguintes amplitudes de vibrao para o sistema:

    12

    1

    2

    0

    2

    0

    1

    ++=

    n

    nxvA

    12

    1

    2

    0

    2

    0

    2

    +=

    n

    nxvA

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    45/91

    37

    3.1.3.2 Sistema Criticamente Amortecido

    Um sistema denominado Criticamente Amortecido quando 1= . Neste caso,

    teremos como soluo para equao diferencial (3.1) a seguinte expresso:

    ( ) tnetAAtx += 21)(

    Considerando as condies iniciais:

    0)0( xx =

    0)0( vx =&

    Teremos a seguintes amplitudes de vibrao:

    01 xA =

    nxvA 002 +=

    3.1.3.3 Sistema Sub-amortecido

    Um sistema dito como Sub-amortecido quando 1

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    46/91

    38

    Utilizando a Representao Exponencial de Euler, podemos escrever:

    t

    ddnetbsentatx

    += )cos()(

    Considerando as condies iniciais:

    0)0( xx =

    0)0( vx =&

    Teremos:

    0xa =

    d

    nxv

    b

    00 +=

    Assim:

    t

    d

    d

    n

    dnetsen

    xvtxtx

    ++= 000 cos)( (3.3)

    Escrevendo como uma funo seno defasada:

    ( ) td

    netXsentx

    +=)( (3.4)

    Onde a amplitude de vibrao e a fase sero respectivamente iguais a:

    2

    002

    0

    22

    ++=+=

    d

    nxvxbaX

    +=

    =

    n

    d

    xv

    x

    b

    a

    00

    0arctanarctan

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    47/91

    39

    3.2 Vibraes Foradas em Sistemas Discretos

    Se considerarmos uma fora de excitao harmnica causada pelo

    desbalanceamento de massa em um disco esbelto, posicionado no centro do vo de

    um eixo flexvel, que gira a uma frequncia de operao constante , teremos como

    amplitude desta fora:

    )(2 += mF

    Assim, um sistema de 01 grau de liberdade, de massa total M , rigidez K e com

    um amortecimento C, sujeito a ao de uma fora desbalanceadora, pode serrepresentado pela seguinte equao de movimento diferencial ordinria, linear, de

    segunda ordem e a coeficientes constantes:

    ( )tFKxxCxM =++ &&& (3.5)

    Adotaremos como uma soluo para esta equao a seguinte igualdade:

    ( ) )()( txtxtx ph +=

    Que atende as condies iniciais:

    0)0( xx =

    0)0( vx =&

    Sabendo que a soluo homognea )(txh da equao diferencial (3.5)

    representada, por exemplo, pela equao (3.3), em um sistema sub-amortecido,

    podemos determinar a sua soluo particular )(txp . Dividindo a equao (3.5) pela

    massa do sistema, obteremos:

    ( )M

    tFxxx nn =++

    22 &&&

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    48/91

    40

    Sabendo que:

    ( ) ( )tKutF =

    Ento:

    ( )( )tu

    M

    tFn

    2=

    Considerando que o desbalanceamento uma excitao harmnica, classificada

    como um caso particular de uma excitao peridica, a equao normalizada torna-se:

    [ ] ( )tuxxxxL nnn222 =++= &&& (3.6)

    Onde L representa um operador diferencial linear, de segunda ordem, a

    coeficientes constantes. Utilizando a Definio 2.1 e o operador diferencial mais

    elementar existente, teremos que:

    xdt

    dx=

    Cuja soluo :

    tetx=)(

    Assim, se fizermos:

    ( ) tnn

    tn

    edt

    ed

    =

    Onde:

    n=

    Ento:

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    49/91

    41

    [ ] tt eeL =

    Onde:

    ( ) KCM ++= 2

    Considerando a equao (3.6), podemos representar ( )tu como uma combinao

    linear de exponenciais, utilizando a Representao de Euler, na frequncia de

    excitao:

    ( ) ( ) ( ) titi eAAetbsentatu +=+= cos (3.7)

    Onde:

    22

    bi

    aA =

    Buscando uma soluo para equao (3.7) acima, faremos inicialmente:

    titieeL

    =

    Onde:

    ( ) 22 )(2)(nn

    iii ++=

    Se considerarmos:

    ( )ti

    ti

    ei

    eL

    =

    Ento:

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    50/91

    42

    ( )ti

    n

    ti

    n Aei

    eAL

    =

    2

    2

    Fazendo:

    ( )ti

    ti

    ei

    eL

    =

    Teremos que:

    ( )ti

    n

    tin eAi

    eAL

    =

    22

    Considerando que ( )R , representa a Funo Resposta em Frequncia (FRF),

    descrita por:

    ( )

    ( ) ( ) nnnn

    ii

    R

    +

    =

    =

    222

    22

    Assim:

    ( )rir

    i

    R

    nn

    21

    1

    21

    122 +

    =

    +

    =

    Onde r representa a Sintonia do Sistema.

    Assim, a soluo particular da equao (3.7), que atende as condies iniciais do

    sistema, ser:

    titi

    p eiRAeiARtx += )()()(

    Retornando a representao trigonomtrica, podemos escrever:

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    51/91

    43

    ( )+= tXtxp cos)( (3.8)

    Sendo a amplitude de vibrao do sistema e sua fase, respectivamente iguais a:

    ( )( ) ( )222

    2

    21

    1

    +==

    M

    mRtuX

    =

    21

    2

    arctag

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    52/91

    44

    4 ANLISE ROTODINMICA

    Sistemas rotodinmicos so normalmente modelados com a interligao do eixo,

    mancais, amortecedores e mecanismos fludos de trabalho, garantindo uma conexo

    entre as partes fixas e mveis do equipamento. Um modelo elementar de sistema

    rotodinmico, frequentemente utilizado por projetistas e analistas para simular as

    caractersticas dinmicas dos rotores das mquinas, o denominado Rotor de Laval.

    Este modelo foi apresentado pela primeira vez por A. Fppl [1] na Alemanha em 1895.

    Fppl o chamou de Rotor de Laval em reconhecimento as contribuies realizadas na

    rea de turbomquinas pelo engenheiro sueco Carl Gustaf Patrik de Laval (1845-

    1913). Neste modelo as tcnicas lineares clssicas podem ser aplicadas, refletindocom tima aproximao muitas aplicaes prticas, por apresentar fracos mecanismos

    no lineares [39].

    Como pode ser visto na Figura 4.1, trata-se originalmente de um nico disco rgido,

    circular e de pequena espessura quando comparada ao seu dimetro. Este disco

    fixado no centro do vo de um eixo flexvel uniforme de massa desprezvel e

    suportado por mancais de rigidez considerada infinita. Estes suportes rgidos evitam

    os movimentos laterais do rotor, permitindo sua livre movimentao angular.

    Figura 4.1: Rotor de Laval

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    53/91

    45

    4.1 Sistema no amortecido com disco desbalanceado

    posicionado no centro do vo de um eixo isotrpico apoiado

    em mancais isotrpicos.

    Utilizando o modelo desenvolvido por Laval, consideraremos que um disco rgido

    possui uma massa m distribuda de maneira no uniforme, ocasionando um

    deslocamento do centro de gravidade G em relao ao centro geomtrico do rotor

    C. Consideraremos que o centro geomtrico do rotor coincida com a origem do

    sistema quando o eixo encontra-se em repouso, ou seja, no h deflexo do eixo em

    decorrncia do seu peso prprio. Com a rotao do conjunto girante a uma velocidade

    , este desbalanceamento do disco promove o surgimento de uma fora centrfuga

    F excitadora do sistema. Em funo da flexibilidade do eixo, a ao desta fora

    centrfuga causar um deslocamento do centro geomtrico do eixo em relao

    linha de centro dos mancais. Com isto, o disco passar a descrever uma rbita de raio

    em torno da linha de centro dos mancais. Considerando que o eixo tenha uma

    rigidez a flexo k, que depende de suas propriedades geomtricas e de seu material,

    surgir uma fora restauradora equivalente a:

    kFr =

    Para um eixo de comprimento L , com mdulo de elasticidade E e momento de

    inrcia diametral deI , a sua rigidez a translao, considerando um disco colocado no

    centro do vo, ser:

    348LEIk de=

    Sendo a fora centrfuga gerada pelo desbalanceamento do disco igual a:

    )(2 += mF

    Podemos considerar que:

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    54/91

    46

    rFF =

    Ento:

    km =+ )(2

    Fk =

    Estas foras podem ser esquematicamente representadas atravs da Figura 4.2

    abaixo:

    Figura 4.2: Representao dos esforos no Rotor de Laval

    Consequentemente:

    2

    2

    =

    mk

    m

    Se considerarmos nesta anlise preliminar que no h influncia do amortecimento

    viscoso interno e externo no movimento de translao do rotor, podemos afirmar que

    sua frequncia natural ser:

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    55/91

    47

    m

    kn =

    Assim:

    ( )

    ( )2

    2

    1 n

    n

    =

    Esta equao demonstra que:

    (1) Se 0>>> n

    Conforme descrito em [37], isto fisicamente significa que, quando o sistema

    subcrtico (1), ou seja, o rotor opera em uma rotao abaixo de sua frequncia natural,

    o centro de massa do disco projetado para fora da rbita descrita pelo centro

    geomtrico do disco em relao linha de centro dos mancais, por ao da foracentrfuga atuante. Se o sistema for supercrtico (2), com o rotor operando acima de

    sua frequncia natural, teremos um deslocamento negativo do centro do disco em

    relao linha de centro dos mancais. Isto significa que, a passagem do rotor pela

    sua frequncia ressonante causa uma perturbao no sistema e o surgimento de

    foras centrpetas que projetam o centro de massa para dentro da rbita do disco, com

    um posicionamento estvel deste ponto pela ao das aceleraes de Coriolis. Este

    nome foi atribudo em homenagem ao descobridor deste fenmeno, o engenheiro e

    fsico francs Gustave Gaspard Coriolis (1792-1843). No caso de velocidades deoperao muito superiores a frequncia natural do rotor (3), o deslocamento do centro

    geomtrico do rotor em relao linha de centro dos mancais praticamente se iguala

    ao deslocamento do centro de gravidade do disco em relao ao seu centro

    geomtrico. Isto significa uma auto-centragem do rotor, posicionando o centro de

    massa do disco sobre a linha de centro dos mancais, que passa a ser o centro da

    rbita descrita pelo disco.

    A rbita do centro geomtrico do rotor tambm denominada precesso. A

    configurao desta rbita pode ser influenciada pela rigidez dos mancais. A

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    56/91

    48

    considerao de que os mancais tm rigidez infinita, faz com que no haja

    movimentao lateral do eixo nos pontos de apoio. Assim, o centro geomtrico do

    disco descreve uma rbita perfeitamente circular, de raio , ao redor da linha de

    centro dos mancais. Para determinarmos o posicionamento do centro geomtrico e do

    centro de massa do disco em suas rbitas, consideraremos a representao da Figura

    4.3.

    Figura 4.3: Representao do deslocamento do centro geomtrico e gravitacional do

    Rotor de Laval

    Observamos que o disco se movimenta em um plano perpendicular ao eixo de

    rotao, com 3 graus de liberdade ( ),,zy . Onde representa o deslocamento

    angular prprio do disco. Aplicando a Segunda Lei de Newton para um sistema em

    equilbrio, temos que:

    = 0F

    Assim:

    CG kyym =&& (4.1)

    CG kzzm =&&

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    49

    Sabendo que:

    cos+= CG zz

    senyy CG +=

    Teremos:

    senzz CG &&& =

    cos&&& += CG yy

    Ento:

    cos2&&&&&&& = senzz CG (4.2)

    senyy CG2cos &&&&&&& +=

    Substituindo as equaes (4.2) em (4.1), temos que:

    ( )CC kysenym =+

    2cos &&&&&

    CC kzsenzm = cos2

    &&&&&

    Assim:

    cos2 &&&&& =+ senkyym CC

    senkzzm CC&&&&& =+

    cos

    2

    Considerando, que a velocidade de rotao do conjunto girante seja constante,

    teremos:

    ( ) += tt

    ( ) =t&

    ( ) 0=t&&

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    50

    Com isto:

    senkyym CC2

    &&& =+

    cos2&&& =+ CC kzzm

    Podendo ser tambm representado por:

    ( ) +=+ tsenyy CnC22

    &&

    ( ) +=+ tzz CnC cos22

    &&

    A soluo da equao diferencial ser:

    ( ) ( ) ( )tytytyph CCC

    +=

    A soluo homognea ser equivalente a equao (3.3), desprezando o

    amortecimento do sistema:

    t

    n

    n

    nCn

    hetsen

    vtyty

    += 00 cos)(

    E sua soluo particular ser equivalente a equao (3.8):

    ( )

    +

    = tsentypC 2

    2

    1

    )(

    Analogamente:

    ( )

    +

    = ttz

    pCcos

    1)(

    2

    2

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    51

    Verificamos novamente a rbita circular descrita pelo centro geomtrico do disco,

    cujo raioCr igual a deflexo do eixo flexvel , causada pelo desbalanceamento do

    rotor:

    2

    2

    1

    ==Cr

    Como podemos representar a distncia do centro de massa do disco em relao a

    origem do sistema, em funo do centro geomtrico do disco, teremos que:

    ( ) ++= tsenyy CG

    ( ) ++= tzz CG cos

    Assim:

    ( ) ( )

    +++

    = tsentseny

    pG 2

    2

    1

    ( ) ( )

    +++

    = ttz

    pGcoscos

    1 22

    Com isto:

    ( )

    +

    = tsenypG 21

    1

    ( ) += tz pG cos11

    2

    Portanto, com estas consideraes, a rbita descrita pelo centro de massa do rotor

    em relao a origem do sistema, tambm circular com raio igual a:

    21

    1

    =Gr

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    52

    4.2 Sistema no amortecido com disco desbalanceado

    posicionado no centro do vo de um eixo isotrpico apoiado

    em mancais anisotrpicos.

    Nos casos reais os mancais so geralmente anisotrpicos, ou seja, no

    apresentam uma distribuio de rigidez uniforme em diferentes direes, conforme

    mencionado em [16]. Considerando um sistema composto de mancais ortotrpicos,

    onde a rigidez em dois planos ortogonais so diferentes, poderemos representar o

    sistema atravs da Figura 4.4.

    Figura 4.4: Rotor apoiado em mancais ortotrpicos.

    Onde a rigidez horizontal do sistema, segundo [2], pode ser descrita como:

    kk

    kkk

    h

    h

    y+

    =2

    2

    Sendo hk a rigidez dos mancais no plano horizontal e k a rigidez do rotor.

    Analogamente, a rigidez vertical do sistema pode ser representada por:

    kk

    kk

    kv

    v

    z+= 2

    2

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    53

    Ondevk representa a rigidez dos mancais no plano vertical e k a rigidez do rotor.

    Assim, desconsiderando o amortecimento do sistema, teremos:

    ( ) +=+ tsenmykym CyC2

    &&

    ( ) +=+ tmzkzm CzC cos2

    &&

    Que tambm pode ser representado como:

    ( )( )

    +

    +

    =

    +

    t

    tsenmz

    y

    k

    k

    z

    y

    m

    m

    C

    C

    z

    y

    C

    C

    cos0

    0

    0

    02

    &&

    &&

    Cuja soluo particular ser:

    ( )

    +

    = tsenty

    y

    p

    n

    C 22

    2

    )(

    ( ) +

    = ttzz

    p

    n

    C cos)( 22

    2

    Denominando:

    22

    2

    =

    yn

    y

    22

    2

    =zn

    z

    Assim, teremos a representao de uma rbita elptica do centro geomtrico do

    disco em relao a linha de centro dos mancais, onde o deslocamento do centro do

    disco pode ser apresentado de maneira complexa atravs da Figura 4.5.

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    54

    Figura 4.5: Representao complexa da rbita do centro do disco em relao a linha

    de centro dos mancais

    Portanto, as componentes de deslocamento de translao do centro geomtrico do

    disco C, denotadas por( )vu, relativo as direes ( )zy, respectivamente, so:

    = cosyu

    = senv z

    Considerando:

    ivu +=

    Teremos:

    += seni zy cos

    Considerando o rotor operando em velocidade constante, teremos:

    cte== &

    Integrando, obteremos:

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    55

    += t

    Assim:

    )()cos( +++= tsenit zy

    Esta equao equivale a:

    ( ) ( ) ( ) ( ) ++ ++= tizytizy ee2

    1

    2

    1

    Denominando:

    )(2

    1zyR +=+

    )(2

    1zyR =

    Teremos:

    ( ) ( ) ++

    + +=titi

    eReR

    Onde, conforme descrito em [37] o primeiro termo da equao complexa

    representa uma trajetria circular do centro do disco em relao linha de centro dos

    mancais, de raio +R , no mesmo sentido da rotao do eixo do rotor. Analogamente,

    o segundo termo representa uma trajetria circular do centro do disco em relao

    linha de centro dos mancais, de raio R , em sentido oposto a rotao do eixo do

    rotor. Assim, considerando a equao complexa completa, se tivermos:

    + > RR

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    56

    O centro geomtrico do rotor descrever uma trajetria elptica em relao linha

    de centro dos mancais, no mesmo sentido da rotao do eixo, o que denominado

    Precesso Direta.

    Por outro lado, se tivermos:

    + < RR

    O centro geomtrico do rotor descrever uma trajetria elptica em sentido

    contrrio a rotao do eixo, denominada Precesso Retrgrada.

    Assim, desconsiderando o efeito do amortecimento no sistema, a rigidezanisotrpica dos mancais favorecer o desenvolvimento de duas diferentes

    freqncias naturais do rotor, aumentando a faixa a ser evitada durante a operao da

    mquina para que no haja ressonncia do sistema.

    m

    kyny

    =

    m

    kz

    nz =

    Isto pode ser graficamente visualizado atravs da Figura 4.6.

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

    65/91

    57

    Figura 4.6: Espectro de freqncias de rotor suportado por mancais ortotrpicos.

    4.3 Sistema no amortecido com rotor desbalanceado

    composto por discos fixados em um eixo flexvel isotrpico

    apoiado em mancais isotrpicos.

    Os equipamentos rotativos de mltiplos estgios apresentam vrios discos

    (impelidores, rodas de palhetas, etc) fixados ao eixo e, portanto, girando

    solidariamente com o mesmo. Se este rotor for flexvel por concepo, ou seja, operar

    acima de sua primeira velocidade crtica ressonante, o desbalanceamento residual

    causar uma flexo no eixo pela excitao do conjunto girante em seus modos laterais

    de vibrao. A configurao modal do rotor por sua vez ocasionar uma

    movimentao lateral angular dos discos. Sempre que ocorre esta rotao do eixo na

    qual o corpo est girando, em relao a outro eixo de referncia, surge um fenmeno

    denominado: Efeito Giroscpico. Assim, o movimento giroscpico ocorre sempre

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    58

    quando o eixo de um rotor girando a uma velocidade constante roda (precessa) em

    relao a outro eixo numa razo constante, conforme descrito em [2].

    Considerando um eixo flexvel circular homogneo, apoiado entre mancais de

    rolamentos que apresenta mesma rigidez em todas as direes, havendo o

    posicionamento deslocado de um disco em relao ao centro do vo entre apoios,

    teremos a ocorrncia do efeito giroscpico, representado atravs da Figura 4.7.

    Figura 4.7: Rotor sujeito ao efeito giroscpico.

    Com o rotor em movimento a uma rotao na direo x , ocorre o

    deslocamento do centro geomtrico do disco nas duas direes ortogonais ( )zy, ,

    descrevendo uma rotao em torno da linha de centro dos mancais, alm de um

    deslocamento lateral angular do disco em relao aos eixos coordenados. Se o eixo

    gira a uma velocidade =x& , ento haver momentos atuantes no disco devido a

    inrcia de rotao e a influncia do efeito giroscpico, nas direes ( )zy, ,

    respectivamente, iguais a:

    zpydy IIM &&& =

    ypzdz IIM &&& +=

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    59

    Considerando a atuao da fora devido ao desbalanceamento residual do rotor

    em um sistema sem amortecimento, podemos representar sua equao de movimento

    pelo sistema de equaes diferenciais (4.3) abaixo:

    ( )

    ( )

    +

    +

    =

    +

    +

    0

    0

    cos

    00

    00

    00

    00

    000

    0000

    000

    0000

    000

    000

    000

    000

    2

    2221

    1211

    2221

    1211

    tsen

    t

    my

    z

    kk

    kk

    kk

    kk

    y

    z

    I

    I

    y

    z

    I

    m

    I

    m

    z

    y

    z

    y

    p

    p

    z

    y

    d

    d

    &

    &

    &

    &

    &&

    &&

    &&

    &&

    Onde:

    =dI Momento de inrcia diametral do disco;

    =pI Momento de inrcia polar do disco;

    =ijk Coeficiente de influncia de rigidez do eixo (i, j = 1, 2, ..., n) .

    Conforme descrito em [2], pela configurao de montagem do disco no rotor

    apresentado acima como exemplo, teremos:

    33

    22

    11)(3

    ba

    babaLEIk d +=

    ab

    LEIk d

    322 =

    ( )222112

    3

    ba

    baLEIkk d

    ==

    Em um caso hipottico, no havendo inclinao do disco:

    02112 == kk

    Com a finalidade de representarmos o sistema de equaes (4.3) em sua forma

    complexa, adotaremos as seguintes igualdades, conforme descrito em [16]:

    jyzs +=

    yz j +=

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    60

    Assim, podemos escrever (4.3) como:

    ( )

    +

    =

    +

    +

    tj

    pdem

    s

    kjk

    jkks

    jI

    s

    I

    m2

    2212

    1211

    0

    00

    0

    0

    &

    &

    &&

    &&

    Onde ( ) + tjem 2 equivale a excitao no sistema em decorrncia do

    desbalanceamento residual do rotor. Esta fora excitadora promover o

    desenvolvimento de uma trajetria circular do centro geomtrico do disco em relao a

    linha de centro dos mancais a uma velocidade d , no mesmo sentido da rotao do

    conjunto girante. Em funo disto, este movimento denominado direto ou para

    frente.

    Se propusermos como soluo:

    ( )

    +

    =

    tj

    ess

    Teremos:

    ( )

    =

    +

    +

    0

    2

    22

    2

    12

    1211

    2

    ms

    kIIjk

    jkkm

    dp

    Cuja soluo ser:

    ( )

    ( )

    +

    +

    +

    =

    12

    22

    2

    22

    2

    12

    1211

    2

    2

    jk

    kII

    kIIjk

    jkkm

    ms dp

    dp

    Fazendo:

    ( )0

    22

    2

    12

    1211

    2

    =+

    +

    kIIjk

    jkkm

    dp

  • 7/27/2019 Analise desbalanceamento

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    61

    Obteremos a seguinte equao:

    ( ) ( )[ ] ( ) 02122211211224 =+ kkkkIImkIIm dpdp

    Cujas razes sero:

    ( ) ( )( )

    ( )

    +

    =

    dpdpdp

    dIIm

    kkk

    II

    k

    m

    k

    II

    k

    m

    k2

    122211

    2

    22112211 4

    2

    1(4.4)

    Assim, o efeito giroscpico torna as freqncias naturais dependentes davelocidade de rotao . O sinal negativo a frente da equao significa simplesmente

    que se o eixo girar no sentido oposto as frequncia naturais no alteraro, segundo

    [16]. Fazendo uma anlise da equao (4.4) verificamos que quando um rotor for

    composto de discos finos fixados ao eixo seu momento de inrcia polar ser maior que

    o momento de inrcia diametral dp II > e, consequentemente, a expresso na

    segunda raiz ser maior que a primeira expresso. Como uma rotao complexa

    no tem significado fsico, este valor desconsiderado. Com isto, teremos para este

    caso, somente um valor de rotao referente a rbita de descrita pelo centro

    geomtrico do disco em um movimento para frente, ou seja, no mesmo sentido da

    rotao do rotor.

    Uma forma de representao grfica a cerca do comportamento das freqncias

    naturais, quando o efeito giroscpico incide sobre um sistema rotodinmico, foi

    desenvolvida pelo fsico W. Campbell em 1910 e, em sua homenagem, denominado

    Diagrama de Campbell, que neste