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ANLISE ROTODINMICA DE EQUIPAMENTOS SUJEITOS A
DESBALANCEAMENTO ESTTICO, DINMICO E MODAL
Joilson de Souza Rangel Junior
DISSERTAO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAO DOS
PROGRAMAS DE PS-GRADUAO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSRIOS
PARA A OBTENO DO GRAU DE MESTRE EM CINCIAS EM ENGENHARIA
MECNICA.
Aprovada por:
Prof. Max Suell Dutra, Dr.-Ing.
Prof. Felipe Maia Galvo Frana, Ph.D.
Prof. Jules Ghislain Slama, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
JUNHO DE 2008
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RANGEL JUNIOR, JOILSON DE SOUZA
Anlise rotodinmica de equipamentos
sujeitos a desbalanceamento esttico,
dinmico e modal [Rio de Janeiro] 2008
V, 82 p. 29,7 cm (DEM/UFRJ, M.Sc.,
Engenharia Mecnica, 2008)
Dissertao de Mestrado Universidade
Federal do Rio de Janeiro, COPPE
1. Rotodinmica2. Desbalanceamento
I. COPPE/UFRJ II. Ttulo ( srie )
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Ao meu av Hernandes dos Santos.
Meu referencial de fora, serenidade e perseverana.
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AGRADECIMENTOS
Acima de tudo a Deus, por me proporcionar sade fsica e mental para
desenvolvimento deste trabalho.
A minha esposa Patrcia Correa Rodrigues pelo seu grandioso amor, apoio
incondicional e pacincia durante toda esta trajetria. Te amo muito.
A minha querida famlia: minha me Ana Maria dos Santos, meus irmos Renato e
Ana Paula, meus avs Hernandes e Odilla, meu querido sobrinho Yago, como
reconhecimento a todo amor despendido por vocs durante toda minha vida. Somente
sou a pessoa que sou hoje graas a vocs e, por isso, sou completamente apaixonado
por vocs.
Ao meu orientador, professor Dr.-Ing Max Suell Dutra, pelas suas preciosas
orientaes, pelo seu apoio e amizade, por acreditar neste trabalho e confiar em mim.
Aos professores, D. Sc. Moyss Zindeluk (COPPE/UFRJ) e Dr. Ing Hans Ingo
Weber (PUC/RJ), pelos valiosos ensinamentos proporcionados, sem os quais no
seria possvel a realizao deste trabalho.A todos os meus amigos e familiares que souberam compreender a necessidade
de minha ausncia durante o desenvolvimento deste trabalho.
Aos engenheiros Luis Csar de Almeida, Emilson Manoel Ribeiro e todos os meus
companheiros de trabalho, do Setor de Assessoramento Tcnico aos
Empreendimentos da Engenharia (SEQUI) - Petrobras, pelo incentivo de que este
projeto poderia se tornar realidade e suporte durante todo o processo.
Aos colegas de mestrado, especialmente Fabrcio, Alox, Omar, Magda,
Melquesedeque e Fausto por sua ateno, apoio e principalmente pelo incentivo.Ao pessoal da secretaria da mecnica, em especial a Vera, por ter sempre me
ajudado com muita dedicao e pacincia durante todo este perodo.
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Resumo da Dissertao apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessrios para a obteno do grau de Mestre em Cincias (M.Sc.)
ANLISE ROTODINMICA DE EQUIPAMENTOS SUJEITOS A
DESBALANCEAMENTO ESTTICO, DINMICO E MODAL
Joilson de Souza Rangel Junior
Junho / 2008
Orientador: Max Suell Dutra
Programa: Engenharia Mecnica
A proposta deste trabalho avaliar o comportamento rotodinmico de equipamentos
operando acima de suas primeiras freqncias naturais, dotados de rotores apoiados
em mancais anisotrpicos, excitados por foras de desbalanceamento esttico,
dinmico ou modal e sob a ao de efeitos giroscpicos. Uma anlise crtica
apresentada a respeito das margens de separao seguras do ponto de operao
destes equipamentos em relao as suas freqncias ressonantes, sugeridas pelas
principais normas internacionais sobre o assunto.
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Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
ROTORDYNAMIC ANALYSIS OF EQUIPMENTS SUBJECTED TO STATIC,
DYNAMIC AND MODAL UNBALANCE
Joilson de Souza Rangel Junior
June / 2008
Advisor: Max Suell Dutra
Department: Mechanical Engineering
The purpose of this work is evaluate the equipments rotordynamic behaviors operating
beyond the fist critical speeds, with rotors supported by anisotropic bearings, excited by
static, dynamic and modal unbalance forces and with the presence of gyroscopic
effects. A critical analysis is presented about the security separation margins between
the equipments operating points and their resonant frequencies, suggested by the main
international standards about this subject.
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NDICE DO TEXTO
Captulo 1 Introduo ..................................................................................... 01
1.1 Objetivo ........................................................................................................... 01
1.2 Reviso de Literatura ..................................................................................... 02
1.3 Desenvolvimento ........................................................................................... 04
Captulo 2 - Desbalanceamento de Rotores ..................................................... 05
2.1 Caractersticas do Desbalanceamento de Rotores ......................................... 05
2.2 Causas do Desbalanceamento ........................................................................... 06
2.3 Limites de Desbalanceamento ........................................................................... 06
2.4 Tipos de Rotores ............................................................................................ 09
2.4.1 Rotores Rgidos ............................................................................................ 092.4.2 Rotores Flexveis ............................................................................................ 10
2.5 Tipos de Desbalanceamento de Rotores ........................................................... 11
2.5.1 Desbalanceamento Esttico ............................................................................ 11
2.5.2 Desbalanceamento Acoplado ....................................................................... 12
2.5.3 Desbalanceamento Semi-esttico ................................................................. 13
2.5.4 Desbalanceamento Dinmico ....................................................................... 14
2.6 Mtodos de Balanceamento ............................................................................ 15
2.6.1 Balanceamento de Rotores Rgidos ................................................................. 152.6.2 Balanceamento de Rotores Flexveis ........................................................... 16
2.6.3 Balanceamento em 01 Plano ............................................................................ 17
2.6.4 Balanceamento em 02 Planos ....................................................................... 18
2.6.5 Balanceamento de Baixa Velocidade ........................................................... 21
2.6.6 Balanceamento de Alta Velocidade ................................................................. 22
Captulo 3 Vibraes de Rotores ....................................................................... 25
3.1 Vibraes Livres em Sistemas Discretos ........................................................... 263.1.1 Vibrao Livre No Amortecida ....................................................................... 26
3.1.2 Amortecimento de Rotores ............................................................................ 31
3.1.3 Vibrao Livre Amortecida ............................................................................ 33
3.1.3.1 Sistema Superamortecido ............................................................................ 36
3.1.3.2 Sistema Criticamente Amortecido ................................................................. 37
3.1.3.3 Sistema Sub-amortecido ............................................................................ 37
3.2 Vibraes Foradas em Sistemas Discretos ...................................................... 39
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Captulo 4 - Anlise Rotodinmica ....................................................................... 44
4.1 Sistema no amortecido com um disco desbalanceado posicionado no centro do
vo de um eixo isotrpico apoiado em mancais isotrpicos ..................................... 45
4.2 Sistema no amortecido com disco desbalanceado posicionado no centro do vo
de um eixo isotrpico apoiado em mancais anisotrpicos ..................................... 52
4.3 Sistema no amortecido com rotor desbalanceado composto por discos fixados
em um eixo flexvel isotrpico apoiado em mancais isotrpicos ................................ 57
4.4 Sistema no amortecido com rotor desbalanceado composto por discos fixados
em um eixo flexvel isotrpico apoiado em mancais anisotrpicos ........................... 67
4.5 Influncia do amortecimento no comportamento rotodinmico do sistema .... 71
4.6 Recomendaes das normas do Instituto Americano de Petrleo ..................... 75
Captulo 5 Consideraes Finais ....................................................................... 79
Referncias Bibl iogrficas .................................................................................. 80
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1 INTRODUO
1.1 Objetivo
Os equipamentos rotativos empregados atualmente nos diversos segmentos da
indstria, principalmente em setores ligados as atividades de Explorao e Produo
de Petrleo e Gs Natural, apresentam uma tendncia a trabalhar em condies
operacionais cada vez mais severas. Adicionalmente, o mercado exige que estas
mquinas de alto valor agregado, tenham uma grande confiabilidade e baixo risco
operacional, elevado tempo mdio entre intervenes de manuteno e que sejam
mais leves e compactas.
Encontramos nestes processos industriais, diversos equipamentos de altssima
rotao que operam acima de suas primeiras velocidades crticas, em regies
limitadas lateralmente pelas freqncias naturais de seus rotores. A coincidncia da
frequncia de operao com a frequncia natural do rotor determina o aparecimento
de um fenmeno denominado ressonncia, que se caracteriza pelo crescente
aumento das amplitudes de vibrao da mquina. Este fenmeno altamente
destrutvel aos equipamentos rotativos, como pode ser evidenciado atravs da Figura
1.1. Assim, seus rotores so projetados para operar com margens seguras de
afastamento de suas freqncias naturais, sugeridas pelas principais normas
existentes sobre o assunto.
A proposta deste trabalho avaliar o comportamento dinmico de um rotor
apoiado em mancais anisotrpicos, operando acima de sua primeira frequncia
natural, excitado por uma fora de desbalanceamento residual e sob a ao de efeitos
giroscpicos. Uma anlise crtica apresentada a respeito das margens de separao
seguras do ponto de operao dos rotores em relao as suas freqncias
ressonantes, sugeridas pelas normas de equipamentos rotativos do Instituto
Americano de Petrleo (API) [18-22].
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Figura 1.1: Falha catastrfica de um compressor centrfugo de mltiplos estgios pelo
fenmeno de ressonncia [16]
1.2 Reviso de Literatura
O projeto de rotores de mquinas de alta velocidade vem sendo um desafio
para seus fabricantes, requerendo solues tecnologicamente sofisticadas para
problemas relacionados com a estrutura mecnica do equipamento, o balanceamento
do conjunto rotativo, o projeto de mancais e a estabilidade do conjunto completo.
Sendo o desbalanceamento de rotores uma das mais freqentes causas de vibraes
em mquinas, presente em diferentes graus em praticamente todos os equipamentos
rotativos [35], tem sido abundantemente publicado na literatura tcnica artigos sobreeste assunto.
Os primeiros estudos sobre o comportamento dinmico dos rotores foram
apresentados pelo engenheiro alemo August Otto Fppl [1] (1854-1924). Fppl
realizou extensos trabalhos experimentais em dinmica de rotores, utilizando um
dispositivo composto de um nico disco fixado no centro do vo de um eixo apoiado
entre mancais, denominado Rotor de Laval. Este modelo elementar de sistema
rotodinmico at hoje frequentemente utilizado por projetistas e analistas de
equipamentos rotativos para simular as caractersticas dinmicas de seus rotores.Este nome foi atribudo em homenagem ao engenheiro sueco Carl Gustav Patric de
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Laval (1845 1913), reconhecendo as suas grandes contribuies no
desenvolvimento de turbomquinas de altas velocidades, estudo de velocidades
criticas e passagem de rotores pela ressonncia [2]. Em seguida, diversas pesquisas
foram realizadas envolvendo dinmica, balanceamento e vibraes de rotores de
mquinas. As primeiras tcnicas aplicadas para balanceamento de rotores de
mquinas foram apresentadas em [3]. Os estudos pioneiros sobre as tcnicas de
balanceamento de rotores flexveis foram demonstrados em [4]. Em seguida, uma
proposta de balanceamento de rotores atravs da anlise de suas rbitas foi
apresentada em [5]. A partir da, comearam a haver estudos a respeito do nmero de
planos perpendiculares ao eixo de rotao, necessrios para o correto balanceamento
de rotores flexveis em [6]. Uma anlise mais aperfeioada de um dos mtodos mais
utilizados atualmente para balanceamento de rotores rgidos, o Mtodo dos
Coeficientes de Influncia, foi apresentada em [7] para aplicao em rotores flexveis
com larga faixa de velocidade de operao e velocidades crticas de mltiplas
curvaturas. Uma anlise experimental do comportamento dinmico de rotores de alta
velocidade e as aplicaes prticas do mtodo dos coeficientes de influencia para
balanceamentos multiplanos e multivelocidades foi demonstrada, respectivamente, em
[8] e [9].
Com o advento de tecnologias computacionais mais rpidas e robustas,
associado a necessidade de mercado por equipamentos rotativos com criticidade
operacional mais elevada, iniciaram-se estudos sofisticados sobre o comportamento
dinmico de rotores em alta velocidade. Uma anlise sobre a vibrao lateral de
rotores flexveis acelerados atravs de suas velocidades crticas, com utilizao do
modelo de Laval, foi apresentada em [10]. Uma anlise experimental de uma dos
mtodos mais utilizados atualmente para balanceamento de rotores flexveis, o
Balanceamento Modal, foi demonstrado em [11], sem a utilizao de massas de teste
e giros de tentativa para correo do desbalanceamento. Uma apresentao dosresultados tericos e experimentais dos principais mtodos de balanceamento
aplicados em rotores de alta velocidade operacional foi feita em [12]. Em seguida, foi
apresentado um estudo em [13] sobre o balanceamento de rotores flexveis operando
em regime transiente de velocidades, com a utilizao conjunta dos Mtodos de
Elementos Finitos e Coeficientes de Influncia. A influncia do amortecimento do
sistema na passagem do rotor por suas velocidades ressonantes foi demonstrada em
[14]. Uma reviso analtica do balanceamento de rotores afetados por momentos
giroscpicos foi apresentada em [15].
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1.3 Desenvolvimento
Para facilitar sua apresentao, a dissertao foi estruturada em cinco captulos.
Neste primeiro captulo, apresenta-se a motivao inicial do trabalho, bem como
uma breve descrio sobre o processo de desenvolvimento da anlise dinmica de
rotores.
O Captulo 2 trata do fenmeno de desbalanceamento de rotores, suas causas,
limites operacionais, seus diferentes tipos e uma descrio sucinta de uma das
metodologias de correo utilizada atualmente.
No Captulo 3 so descritos aspectos relacionados ao comportamento vibratrio de
sistemas no amortecidos e sob a influncia do amortecimento, submetidos ou no auma fora externa de excitao.
O Captulo 4 aborda o comportamento rotodinmico de rotores de mquinas,
descrevendo a influncia da rigidez dos mancais, do efeito giroscpico dos rotores e
do amortecimento no sistema. Discute-se tambm, as recomendaes normativas
quanto as margens seguras de separao entre as velocidades de operao e as
freqncias ressonantes do equipamento.
O Captulo 5 apresenta as consideraes finais e as concluses obtidas, assim
como sugestes para trabalhos futuros.
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2 DESBALANCEAMENTO DE ROTORES
2.1 Caractersticas do Desbalanceamento de Rotores
Havendo um desbalanceamento no conjunto rotativo de uma mquina seu centro
de gravidade geralmente se desloca em relao ao centro geomtrico do rotor,
favorecendo o surgimento de foras e momentos, que sero suportadas pelos
mancais, induzindo vibraes mecnicas nos mesmos, conforme visualizado na Figura
2.1. A distribuio de massa ao longo de um rotor essencialmente randmica, o que
faz com que, dois rotores nominalmente iguais tenham um desbalanceamento similar,
mas raramente idntico [35].
Figura 2.1: Excitao nos mancais devido a ao da fora de desbalanceamento
Em um rotor perfeitamente balanceado, no somente o centro de gravidade, mas
tambm o eixo principal de inrcia deve estar localizado exatamente sobre o eixo de
rotao do conjunto girante. Esta condio ideal quase impossvel de ser alcanada,
sendo, na maioria das aplicaes, economicamente invivel sua busca. Assim,
conforme [34], o balanceamento pode ser definido como um procedimento na qual a
distribuio de massa de um rotor verificada e, se necessrio, ajustada de modo a
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garantir que o desbalanceamento residual ou os esforos nos mancais estejam dentro
de limites especificados para uma determinada frequncia de operao. Este
procedimento de ajuste pode ser executado atravs da adio ou retirada de massa
do rotor.
2.2 Causas do Desbalanceamento
As principais causas do desbalanceamento em rotores de mquinas, segundo [38],
podem ser classificadas como o resultado de:
Configuraes assimtricas;
Falta de homogeneidade dos materiais; Deformao do material devido a velocidade de operao;
Excentricidade de mancais;
Desalinhamento dos mancais;
Desbalanceamento hidrulico ou aerodinmico;
Gradiente trmico;
Incrustaes de materiais durante a operao.
2.3 Limites de Desbalanceamento
O desbalanceamento residual mximo permissvel em um rotor rgido de uma
mquina rotativa sugerido pela norma DIN ISO 1940-1 (2003) Mechanical Vibration
Balance Quality Requirements for Rotor in a Constante State [17].
=
meU
per
per 1000 (2.1)
Onde:
perU desbalanceamento residual permissvel [g.mm];
pere grau de qualidade de balanceamento selecionado [mm/s];
m massa do rotor [kg];
velocidade angular de operao [rad/s]
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O desbalanceamento residual permissvel apresentado na equao (2.1) equivale
ao grau de desuniformidade remanescente na distribuio de massa ao longo do rotor
aps a concluso do processo de balanceamento. Isto determinar o grau de
qualidade final alcanado no processo de balanceamento do rotor, que varia de
acordo com tipo de equipamento, como demonstrado na Figura 2.2., e conforme sua
velocidade de operao, como ilustrado na Figura 2.3.
Figura 2.2: Tabela de referncia de graus de qualidade de balanceamento para
rotores rgidos [17]
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Figura 2.3: Desbalanceamento residual permissvel baseado no grau de qualidade de
balanceamento e na velocidade de operao [17]
Os principais requisitos referentes ao projeto, fabricao e testes de equipamentos
mecnicos rotativos destinados a indstria de petrleo e gs so descritos em
algumas normas do Instituto Americano de Petrleo [18-22]. Estas normas sugerem
que, para obtermos nveis de vibraes aceitveis durante a operao destes
equipamentos, os principais componentes de seu conjunto girante, como eixo e
impelidores, devem ser individualmente balanceados com uma qualidade mnima de
balanceamento G1, conforme descrito na norma ISO 1940-1 [17]. Assim, o resultado
final de um balanceamento adequado ser uma pequena excitao do sistema e,
consequentemente, ocorrncia de baixas amplitudes de vibrao no equipamento.
Durante os testes efetuados em fbrica nos equipamentos rotativos, antes de seu
embarque para planta de processo, o nvel satisfatrio de desbalanceamento residual
indiretamente evidenciado atravs amplitudes de vibrao apresentadas na
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frequncia de operao do equipamento. Portanto, no teste de funcionamento
mecnico deste equipamento em fbrica, com o mesmo operando em sua velocidade
mxima contnua, a amplitude de vibrao sem utilizao de filtros no pode exceder o
valor calculado atravs da equao (2.2) ou 25 m pico a pico, o que for menor:
=
000.12A (2.2)
Sendo, equivalente a velocidade mxima contnua do rotor em RPM.
Estes valores mximos de vibrao recomendados pelas normas visam evitar
amplitudes superiores a 75 % da folga diametral mnima entre as partes estacionrias
e rotativas da mquina, em qualquer velocidade dentro da faixa operacional do
equipamento, fazendo com que no haja roamentos internos e, consequentemente,
danos ao equipamento [18-22].
2.4 Tipos de Rotores
2.4.1 Rotores Rgidos
A flexo em um rotor pode ocorrer pela ao de seu prprio, pela atuao da fora
centrfuga desbalanceadora, pela passagem por suas velocidades crticas adquirindo
suas formas modais, ou pela conjugao de todas estas possibilidades. Os rotores
que operam abaixo de sua primeira frequncia natural de vibrao lateral, geralmente
so dimensionados para resistirem ao peso prprio sem flexo. Alm disto,
apresentam um deslocamento do seu centro geomtrico devido flexo menor que o
deslocamento do centro de massa devido ao desbalanceamento e, em geral, no
esto sujeitos s flexes modais. Portanto, so denominados Rotores Rgidos [30].
Estes rotores podem ser balanceados com sucesso em at dois planos
perpendiculares ao eixo de rotao. Sem dvida, o maior nmero de rotores
fabricados e instalados em equipamentos pode ser classificado como rgidos por
definio. Por isso, a grande maioria das mquinas balanceadoras projetada para
realizar balanceamentos de rotores rgidos, que pode ser executado em baixas
velocidades, menores que a velocidade de operao [24].
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2.4.2 Rotores Flexveis
Os rotores flexveis apresentam um deslocamento do centro geomtrico do eixo
em relao a linha de centro dos mancais maior que o deslocamento do centro de
massa em relao ao centro geomtrico do conjunto girante, conforme ilustrado na
Figura 2.4. Estes rotores operam em velocidades maiores que as suas velocidades
ressonantes ou crticas. Assim, requerem que as massas de correo para
estabilizao da operao, em nveis aceitveis de vibrao, sejam colocadas em trs
e as vezes mais planos perpendiculares ao eixo de rotao do rotor. Estas massas de
correo nos rotores flexveis devem minimizar tanto a flexo devido ao das foras
e momentos desbalanceadores, quanto deflexo do eixo associada aos seusdiferentes modos de vibrao. Portanto, seu balanceamento deve ser executado em
velocidades prximas a de operao [24].
Figura 2.4: Fora relativa ao desbalanceamento residual atuando em um rotor flexvel
Pela mecnica clssica, os modos de vibrao so definidos como uma descrio
do movimento de uma estrutura. Assim, conforme descrito [24], os rotores flexveis ao
se aproximarem de suas velocidades crticas, excitados por foras de
desbalanceamento, adquirem uma configurao fletida correspondente ao modo de
vibrao equivalente a frequncia natural excitada. Com isto, h uma amplificao da
distncia entre o centro geomtrico do eixo e a linha de centro dos mancais em
determinados pontos. Portanto, quanto maior for o desbalanceamento residual, maior
ser a deflexo do eixo de um rotor flexvel, o que aumenta os nveis de vibraes do
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conjunto girante e intensifica a possibilidade de contato entre as partes estacionrias e
rotativas da mquina, possibilitando a ocorrncia de srios danos ao equipamento e
acidentes catastrficos em caso de fludos perigosos.
2.5 Tipos de Desbalanceamento de Rotores
Existem alguns tipos caractersticos de desbalanceamento que se forem
reconhecidos tornam a sua correo enormemente simplificada. Definiremos cada tipo
de desbalanceamento pela relao entre o eixo principal de inrcia e a linha de centro
geomtrica de um rotor, conforme descrito em [30].
2.5.1 Desbalanceamento Esttico
O desbalanceamento esttico a forma mais simples de desbalanceamento,
sendo a condio na qual o eixo principal de inrcia est posicionado paralelamente
ao eixo geomtrico do rotor. Se considerarmos um rotor apoiado entre mancais, o
deslocamento paralelo de sua linha de distribuio de massa em relao sua linha de
centro, resultar em uma fora concentrada em um ponto do rotor causando ummovimento pendular. Assim, este ponto mais pesado ter apresentar a tendncia,
por ao da acelerao da gravidade, de deslocamento para parte inferior do conjunto
girante, como pode ser visualizado atravs da Figura 2.5. A compensao deste efeito
pode ser efetuada pela remoo de material deste ponto mais pesado ou adio de
massa no lado oposto. Como este desbalanceamento atua mesmo sem a rotao da
mquina denominado: Desbalanceamento Esttico.
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Figura 2.5: Rotor com desbalanceamento esttico
O desbalanceamento esttico interessante por ser o nico tipo de
desbalanceamento que pode ser totalmente resolvido pela utilizao de massas de
correo em um plano simples de referncia. Pode ser usualmente identificado pela
comparao das leituras de amplitude e fase de vibraes obtidas com sensores
instalados nos mancais. Para rotores suportados entre mancais, o balanceamento
esttico ir resultar em leituras de amplitude e fase praticamente idnticas. No sendo
verdadeiro, entretanto, para rotores montados em uma configurao em balano.
2.5.2 Desbalanceamento Acoplado
Desbalanceamento acoplado a condio na qual o eixo principal de inrcia
intercepta o eixo geomtrico do rotor no centro de gravidade. O desbalanceamento
acoplado , assim, uma condio criada por um ponto pesado em cada extremidadedo rotor, em lados opostos em relao a sua linha de centro, como pode ser
observado na Figura 2.6.
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Figura 2.6: Rotor com desbalanceamento acoplado
Diferentemente do desbalanceamento esttico, o desbalanceamento acoplado se
torna aparente somente quando o rotor est girando, podendo ser frequentemente
identificado pela comparao das leituras de amplitudes e fases de vibraes obtidas
pelos sensores instalados nos mancais. Rotores bi-apoiados iro tipicamente revelar
iguais amplitudes de vibrao, com uma diferena de fase de 180 graus. Entretanto,este mtodo de deteco do desbalanceamento acoplado no se aplica aos rotores
em balano.
Infelizmente, somente uns poucos problemas de balanceamento so puramente
estticos ou acoplados. A maioria apresenta uma combinao de ambos, o que torna
muito mais difcil a visualizao da distribuio do desbalanceamento somente
comparando as caractersticas de amplitudes e fases de vibraes. Sendo, tambm,
muito mais complexos de serem resolvidos. Estas combinaes so classificadas
como balanceamento semi-esttico e dinmico.
2.5.3 Desbalanceamento Semi-esttico
O desbalanceamento semi-esttico a condio na qual o eixo principal de inrcia
intercepta o eixo geomtrico do rotor em um ponto no coincidente com seu centro de
gravidade. Este tipo de desbalanceamento pode ser imaginado como a combinao
do desbalanceamento esttico e acoplado, onde o desbalanceamento esttico est
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diretamente alinhado com um dos componentes do acoplamento, conforme ilustrado
na Figura 2.7.
Figura 2.7: Rotor com desbalanceamento semi-esttico
O desbalanceamento semi-esttico pode tambm existir se o rotor estiver
desbalanceado em somente uma extremidade. No caso de um desbalanceamento
semi-esttico, a amplitude a vibrao ser notoriamente maior em uma das
extremidades do rotor. Leituras de fases comparativas podem ser iguais ou defasadas
180 graus, dependendo de onde o eixo principal de inrcia intercepta o eixo
geomtrico do rotor.
Condies de desbalanceamento semi-esttico no so incomuns. A instalao de
um acoplamento desbalanceado na mquina ou a troca de somente as primeiras
palhetas de uma turbina ou os primeiros impelidores de um compressor podem causar
o aparecimento deste fenmeno. Em todo caso, o desbalanceamento semi-estticopode ser frequentemente resolvido em nveis satisfatrios pela aplicao de um plano
nico de soluo na extremidade com maiores nveis de vibraes e pela colocao
ou remoo de massas de correo neste plano de referncia.
2.5.4 Desbalanceamento Dinmico
O desbalanceamento dinmico certamente o tipo de desbalanceamento mais
comum e simplesmente representa uma combinao randmica do desbalanceamento
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esttico e acoplado, onde a componente esttica no esta alinhada com nenhuma das
componentes acopladas, o que pode ser visualizado atravs da Figura 2.8. Como
resultado, o eixo principal de inrcia est tanto inclinado quanto deslocado em relao
ao eixo geomtrico do rotor.
Em geral um rotor no possui uma nica rea da seo transversal
desbalanceada, mas teoricamente vrios planos distribudos aleatoriamente ao longo
do eixo de rotao. Usualmente, estas vrias regies desbalanceadas distribudas
podem ser substitudas por duas foras resultantes, posicionadas em dois planos
arbitrrios, que possuem em geral diferentes valores e posies angulares. Assim,
para correo integral do desbalanceamento dinmico, so necessrios ao menos
dois planos de compensao. Como este estado de desbalanceamento somente pode
ser determinado completamente sob rotao, ele denominado: Desbalanceamento
Dinmico
Figura 2.8: Rotor com desbalanceamento dinmico
2.6 Mtodos de Balanceamento
2.6.1 Balanceamento de Rotores Rgidos
Quando um rotor balanceado estaticamente, sua linha de centro geomtrico e
seu eixo principal de inrcia podem no estar coincidentes. O balanceamento em um
plano simples assegura somente um ponto em comum, o centro de gravidade do rotor.
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Assim, a menos de casos muito especiais como os mencionados anteriormente, o
balanceamento satisfatrio da maioria dos rotores rgidos no atingido desta
maneira. Para obt-lo, o eixo principal de inrcia precisa girar sobre o centro de
gravidade em um plano formado pela linha de centro do rotor e o eixo principal de
inrcia. Poderamos obter esta situao pela modificao do posicionamento dos
mancais, mas isto seria na realidade impraticvel. Assim, torna-se necessrio efetuar
a adio ou subtrao de massa no plano longitudinal formado pela linha de centro do
rotor e seu eixo de distribuio de massa. Geralmente, o incremento ou reduo de
massa causa a rotao do eixo principal de inrcia em relao ao eixo geomtrico,
mas tambm perturba o balanceamento esttico eventualmente j alcanado. Assim, a
modificao de massas deve ocorrer em igual magnitude em cada uma das
extremidades do eixo principal e em cada um dos dois planos radiais. Isto reduzir
tanto as foras, quanto os momentos desbalanceadores. Segundo [35], a escolha dos
planos de balanceamento o mais distante possvel um do outro importante, para que
sempre que o acesso seja possvel, haja a minimizao das massas a serem
alteradas.
O processo de aproximar o eixo principal de inrcia do rotor o quanto possvel de
seu eixo geomtrico chamado: balanceamento dinmico em dois planos. Se o rotor
for balanceado em dois planos, ento, por definio, est balanceado estaticamente.
No entanto, o inverso no verdadeiro.
2.6.2 Balanceamento de Rotores Flexveis
Quando um rotor opera em velocidades superiores as correspondentes a sua
primeira frequncia natural de vibrao transversal, o seu desbalanceamento se torna
associado ao deslocamento do eixo geomtrico do rotor devido flexo do conjunto
girante, relacionada aos seus diferentes modos de vibraes. Conforme [35], devido a
este fenmeno, estes conjuntos girantes so denominados rotores flexveis e o sua
distribuio irregular de massa denominada: Desbalanceamento Modal.
Durante o aumento de velocidade destes rotores para atingir suas velocidades de
operao, ocorrem diversas mudanas na sua forma modal e nas relaes entre as
fase e amplitudes de vibraes. Assim, no podemos considerar que as foras e
momentos geradas pelo desbalanceamento de um rotor flexvel estejam sempre
alinhadas (em fase) com as amplitudes de vibraes desenvolvidas nos mancais.
Consequentemente, a tcnica de balanceamento dinmico em dois planos,
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17
usualmente aplicados em rotores rgidos, torna-se inadequada para afirmar que o rotor
esta balanceado em seus modos flexveis. Os rotores flexveis que operam em alta
velocidade requerem tcnicas de balanceamento em diversas velocidades, inclusive
na velocidade nominal de operao, utilizando vrios planos de balanceamento para
efetuar a necessria correta distribuio de massa ao longo do eixo.
2.6.3 Balanceamento em 01 Plano
Correes de desbalanceamento esttico, acoplado e alguns semi-estticos
podem ser efetuadas com a escolha correta de um nico plano de balanceamento.
Existem na literatura diversos modelos de procedimentos para efetuar obalanceamento de rotores. Abordaremos neste trabalho o Mtodo dos Coeficientes de
Influncia. Segundo [34], a efetividade deste mtodo no influenciada pelo
amortecimento, pela movimentao dos locais onde as leituras so realizadas ou pela
curvatura inicial do eixo e, por isso, vem sendo largamente utilizado para o
balanceamento de rotores de mquinas.
O procedimento de balanceamento atravs do Mtodo dos Coeficientes de
Influncia se inicia com a medio de amplitude e fase de vibrao do rotor
desbalanceado. Posteriormente, massas de teste previamente conhecidas so
adicionadas ao rotor e uma anlise de sua nova resposta em vibrao efetuada para
determinao da massa de correo necessria e de seu posicionamento angular. Se
considerarmos um rotor desbalanceado apoiado entre mancais, monitorado por
sensores de vibrao e fase, poderemos efetuar a ilustrao do mtodo dos
coeficientes de influncia atravs do sistema de coordenadas ( )iyx, representado na
Figura 2.9. A amplitude de vibrao 0A , decorrente da resposta gerada pelo
desbalanceamento do rotor, sentida pelo sensor de vibrao instalado no mancal,com um atraso (fase) em relao passagem de um ponto de referncia no eixo
captada pelo sensor de fase. Se adicionarmos uma massa de teste em uma posio
aleatria do rotor obteremos uma nova amplitude de vibraotA e uma fase . A
massa de teste adicionada no deve ser superior a 5% da massa do rotor, sob o risco
de causar srios danos ao conjunto rotativo e seus mancais. Esta nova amplitude de
vibraotA o vetor soma da amplitude inicial 0A e da amplitude de influncia iA .
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18
Figura 2.9: Representao vetorial do Mtodo dos Coeficientes de Influncia.
Para termos uma resposta nula de tA , o efeito do desbalanceamento adicionado
dever ser 0A . Atingimos esta condio rotacionando a massa de tentativa tm de um
ngulo e aumentando sua massa na razo de iAA /0 . Com isto determinamos a
localizao e dimenso requerida da massa de correo [2].
2.6.4 Balanceamento em 02 Planos
Para minimizarmos os efeitos do desbalanceamento dinmico e modal devemos
recorrer a utilizao de correes em dois ou mais planos perpendiculares ao eixo de
rotao, conforme descrito em [29]. Adotando o Mtodo dos Coeficientes de
Influncia, consideraremos novamente um rotor desbalanceado apoiado entre
mancais, monitorados por sensores de vibrao e fase. As respostas em vibrao
medida nos mancais da mquina referentes aos dois planos de balanceamento sero
aqui denominadas 1oA e2
oA , com os respectivos ngulos de fase 1 e 2 . Planos
acessveis de balanceamento so escolhidos para adio das massas de testes e de
correo. As massas de testes so adicionadas em cada um dos planos
separadamente. A adio de uma massa de teste conhecida no plano 1 resulta em
uma resposta em vibrao nos mancais de 11tA e
12
tA , com os ngulos de fase 11 e
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19
12 . As amplitudes de influncia nos planos 1 e 2, referentes a adio de uma massa
de teste no plano 1 so, respectivamente:
11111
oti AAA =
21212
oti AAA =
Similarmente, com a adio de uma massa desbalanceadora no plano 2 obtm-se
os seguintes efeitos de resposta em vibrao nos mancais:
12121
oti AAA =
22222
oti AAA =
Se o balanceamento requerido for 1U e 2U , podemos expressar na forma
cartesiana as seguintes equaes:
1212111
oiiAAUAU =+
2222121oii AAUAU =+
Assim, efetuando uma substituio de variveis, teremos duas equaes com as
incgnitas complexas 1U e 2U :
)(
)(21122211
212
0
2211
iiii
iio
AAAA
AAAAU
+=
)(
)(21122211
1210
1122
iiii
iio
AAAA
AAAAU
+=
Se:
iyxA +=
Ento:
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20
DibbiaaU /))(( 21211 ++=
DibbiccU /))(( 21212 ++=
Onde:
)( 2122122212211 yyxxyyxxa ++=
)( 2122122212212 yyyxxyyxa ++=
)( 21122112221122111 yyxxyyxxb +=
)( 21122112221122112 yyyxxyyxb ++=
)( 1211211121121 yyxxyyxxc ++=
)( 1211211121122 yyxxyyxxc +++=
2
2112211222112211
2
2112211222112211 )()( yyyxxyyxyyxxyyxxD +++=
Sendo:
1
1
1 cosoAx =
2
2
2 cosoAx =
1
1
1 senAy o=
2
2
2 senAy o=
11
11
11 costAx =
12
12
12 costAx =
21
21
21 costAx =
22
22
22 costAx =
11
11
11 senAy t=
12
12
12 senAy t=
21
21
21 senAy t=
22
22
22 senAy t=
E ainda:
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21
D
babaibabaU
)()( 122122111 ++=
D
bcbcibcbcU
)()( 122122112 ++=
Assim, os valores das massas de correo sero os mdulos das quantidades
complexas, multiplicada pela massa tentativa:
D
babababam
2
1221
2
2211
1
)()( ++=
D
bcbcbcbcm
2
1221
2
2211
2
)()( ++=
Os pontos de adio ou retirada de massa para o balanceamento definitivo do rotor
so orientados pelos ngulos 1 e 2 :
+=
2211
12211 arctan baba
baba
+=
2211
12212 arctan
bcbc
bcbc
2.6.5 Balanceamento de Baixa Velocidade
Em rotores rgidos, onde no h influncia da deflexo do eixo em decorrncia daconfigurao de seus modos laterais de vibrao, podemos efetuar o balanceamento
em velocidades seguras, mais baixas que a de operao. Conforme [24], em um
balanceamento de baixa velocidade de rotores rgidos, cada componente do conjunto
girante (eixo, impelidores, acoplamento, etc) individualmente balanceado em at
dois planos. Quando se utiliza sensores de proximidade instalados nos mancais da
mquina, onde a vibrao do rotor detectada pela alterao de um campo magntico
formado entre o eixo e o mancal, so realizadas verificaes de imperfeies
superficiais e metalrgicas (runout) na regio do eixo onde este sensor atuar, antesdo balanceamento do rotor. Esta verificao se faz necessria para que possa haver
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22
uma subtrao vetorial destes valores nas leituras de vibraes encontradas no
processo de balanceamento, garantindo a leitura real de resposta em vibrao do
rotor. Posteriormente, o rotor completamente montado e balanceado em dois planos
para diminuio das foras e momentos remanescentes, dentro de padres tolerveis.
2.6.6 Balanceamento de Alta Velocidade
Em rotores flexveis que por definio operam acima de suas velocidades criticas,
torna-se necessrio identificar a distribuio de massas ao longo do rotor, bem como,
definir as velocidades necessrias de correo dos desbalanceamentos. Conforme
descrito em [33], se considerarmos um rotor que opera acima de sua segundavelocidade critica, por exemplo, dever ser efetuado um registro de balanceamento
nico para cada uma das duas primeiras freqncias naturais do rotor, com o intuito
de permitir uma melhor visualizao da resposta modal. Em todos os sistemas
vibratrios, a distribuio do desbalanceamento ao longo do rotor pode ser expressa
em termos de suas componentes modais, sendo a vibrao do rotor um somatrio
destas componentes. A resposta modal de um rotor apresenta um mximo em
qualquer uma de suas velocidades crticas, o que caracteriza o fenmeno de
ressonncia. Assim, quando um rotor opera em uma velocidade prxima de sua
critica, levado a adotar uma forma de deflexo correspondente quele modo. A
amplitude de deflexo do rotor uma funo da componente modal excitada pelo
desbalanceamento e da quantidade de amortecimento presente no sistema rotativo.
A rigidez do um rotor, de seus mancais e da estrutura de suporte tambm afeta as
velocidades criticas e por conseqncia suas formas modais de uma maneira
complexa, o que pode ser visualizado atravs da Figura 2.10.
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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23
Figura 2.10: Influncia da rigidez dos mancais nas formas modais
Portanto, os rotores flexveis so direcionados para balanceadoras de alta rotao
com a finalidade medir as amplitudes de vibrao e identificar suas formas modais
excitadas pelo desbalanceamento, para que seja possvel efetuar as correes
necessrias com o intuito de minimizar estas respostas vibratrias e as deflexes do
eixo. Estas correes so efetuadas em algumas velocidades caractersticas, como:
giro lento, rotao inferior a primeira velocidade crtica, rotaes entre duasvelocidades crticas subseqentes e rotao de operao plena, conforme descrito em
[24].
A verificao em giro lento utilizada para identificar as imperfeies superficiais e
metalrgicas do eixo (runout), que devero ser descontadas vetorialmente de todas as
amplitudes de vibrao encontradas nas velocidades de balanceamento
subseqentes, com a finalidade de determinar o vetor resposta em vibrao real do
rotor. Em seguida, o rotor balanceamento em dois planos, abaixo da primeira
velocidade crtica, para correo da resposta em vibrao gerada pelas foras e
momentos atuantes devido a distribuio desuniforme de massas. Depois, realizada
a correo do desbalanceamento em dois ou mais planos, com a finalidade de
minimizar o efeito de excitao dos modos de vibrao do rotor pelas massas
desbalanceadoras residuais. Alguns estudos demonstram que o balanceamento de
rotores flexveis pode ser satisfatoriamente realizado com a escolha de um nmero de
planos igual ao nmero de velocidades crticas ultrapassadas pelo rotor para atingir o
ponto de operao, conforme apresentado em [31]. Porm, quanto maior for o nmero
de planos escolhidos melhor ser a qualidade do balanceamento obtido. Entretanto,
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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24
maior ser tambm o custo envolvido no processo de balanceamento. Adicionalmente,
um ou mais pontos previamente balanceados so violados para se atingir nveis de
vibraes tolerveis no ponto ou faixa de operao. Assim, o julgamento humano
precisa ser aplicado para dimensionar e posicionar o conjunto mais adequado de
pesos de correo de desbalanceamento, com a finalidade de atingir a menor
amplitude de vibrao possvel em toda faixa operacional do rotor, com o mais baixo
custo envolvido no processo.
O objetivo de qualquer procedimento de balanceamento reduzir os efeitos das
vibraes dos rotores quando em operao, causados pela incorreta distribuio de
massa ao longo do mesmo. A eficcia deste procedimento depende da geometria e
isotropia do rotor, estabilidade e linearidade do sistema, correta escolha dos planos de
balanceamento (fora dos pontos nodais e com possibilidade de adio ou retirada de
massa) e posicionamento dos mancais para um amortecimento efetivo. Entretanto,
mesmo quando os rotores saem de fabrica com um nvel de balanceamento
normativamente satisfatrio, eventualmente esto sujeitos ao desbalanceamento em
operao. Os rotores de mquinas que operam com fluidos sem tratamento, fato que
frequentemente ocorre na indstria de Petrleo, principalmente em sua extrao,
esto sujeitos aos efeitos de desbalanceamento em funcionamento devido a
deposio de partculas slidas em componentes do conjunto rotativo. Em
conseqncia disto, um compressor centrfugo, axial ou uma turbina a gs podem
apresentar um crescente aumento na excitao de seus conjuntos girantes por ao
do fenmeno de desbalanceamento. Ocasionando, assim, a elevao das amplitudes
de vibrao destas mquinas, o que pode ser extremamente danoso ao equipamento
e perigoso para os operadores, uma vez que estes muitas vezes operam com fluidos
de processo inflamveis, explosivos ou letais. Assim, qualquer que seja a causa do
desbalanceamento seus efeitos devem sempre que possvel ser evitados e
controlados.
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25
3 VIBRAES DE ROTORES
Nas mquinas rotativas, a energia rotacional recebida no eixo no pode ser
totalmente convertida em trabalho devido ao seu alto potencial de transformao em
diversas outras formas de energia, como: trmica, acstica, vibracional, etc. A energia
na forma de vibrao do rotor tem algumas caractersticas de manifestao durante a
operao do equipamento, podendo haver uma conjugao de movimentao lateral,
torcional e axial do conjunto girante. Na grande maioria dos casos, os modos laterais
so os mais relevantes na anlise de vibrao dos rotores de mquinas, por
produzirem maiores esforos nos mancais e eixo. Por meio dos suportes dos mancais
e dos fluidos que circundam o conjunto girante, as vibraes laterais do rotor sotransmitidas para as partes estacionrias do equipamento. Eventualmente, as
vibraes espalham-se para a fundao da maquina, para equipamentos adjacentes e
para o meio que circunda o equipamento em forma de ondas acsticas. H uma longa
lista de fatores que contribuem para transferncia da energia de rotao nesta forma
de perturbao mecnica chamada vibrao. No entanto, segundo [23], a principal
fonte inquestionavelmente o desbalanceamento do rotor. O desbalanceamento age
como uma fora centrifuga excitada externamente. Como resultado, o rotor responde
com vibraes laterais relacionadas com a velocidade de rotao da mquina,denominadas vibraes sncronas [25].
Como o desbalanceamento de rotores praticamente inevitvel, torna-se
importante assegurar que, durante a operao da mquina, as amplitudes de
vibraes sncronas, excitadas pelo desbalanceamento do rotor, estejam dentro de
limites aceitveis. Em mquinas que operam em alta velocidade, deve ser
adicionalmente garantida sua suave e rpida passagem pelas diversas velocidades
ressonantes de vibrao lateral, durante a parada e partida do equipamento. Alm
disto, as margens de afastamento das velocidades de operao em relao asfreqncias ressonantes devem ser muito bem dimensionados, principalmente no
caso de mquinas que operam com rotao varivel.
As amplitudes de vibrao do rotor devem ser controladas, com a finalidade de
evitar fadiga nos mancais, sobrecarga nos selos mecnicos ou o contato entre o
conjunto girante e as partes fixas da mquina nos pontos de menores folgas,
geralmente as vedaes internas do equipamento. Adicionalmente, as formas modais
laterais de vibrao de um rotor devem ser estudadas, para um correto
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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26
posicionamento dos mancais, a fim de tornar mais efetivo o seu amortecimento,
conforme orientado por [27].
3.1 Vibraes Livres em Sistemas Discretos
Segundo [25], os modelos matemticos de sistemas dinmicos podem ser
divididos em duas classes: discretos e contnuos. Os sistemas discretos so
representados por um nmero finito de graus de liberdade, enquanto nos sistemas
contnuos h um nmero infinito de coordenadas independentes necessrias para
especificar a posio do sistema a cada instante. Efetuaremos neste trabalho uma
avaliao do comportamento vibracional de rotores atravs de uma modelagemdiscreta, conforme descrito em [36].
3.1.1 Vibrao Livre No Amortecida
Considerando inicialmente um movimento harmnico simples, que pode ser
representado por estruturas que tenham foras elsticas restauradoras, modelaremos
um sistema discreto de 01 grau de liberdade, atravs do mecanismo massa-molarepresentado na Figura 3.1.
Figura 3.1: Mecanismo massa-mola
7/27/2019 Analise desbalanceamento
35/91
27
Se considerarmos )(txx = como a representao do deslocamento de uma massa
M , ligada a uma mola de rigidez K, de sua posio de equilbrio em funo do
tempo t, teremos a seguinte equao de movimento:
)(estxxKMgxMF +== &&
Assim:
0)( =++ MgxxKxM est&&
Sendo estx a deflexo esttica da mola sob a acelerao da gravidade g , teremos
da anlise esttica que:
estKxMg =
Portanto, a equao de movimento de torna:
0)()( =+ tKxtxM&&
Esta expresso representa a equao de movimento de um sistema de 01 grau de
liberdade no amortecido, atravs de uma equao diferencial ordinria, linear, de
segunda ordem e a coeficientes constantes. Assim:
xM
K
dt
xd=
2
2
Definio 2.1 Uma funo ( )tx pode ser denominada como autovetor de um
operador diferencial linear L de segunda ordem ( )22 dtd , se [ ] AxxL = . Sendo A
um escalar, real ou complexo, que representa o autovalor da funo ( )tx , conforme
descrito em [26].
7/27/2019 Analise desbalanceamento
36/91
28
Uma vez que, a funo exponencial a nica cuja derivada prpria funo
multiplicada por uma constante, assumiremos ela como soluo inicial da equao.
Portanto:
tAetx
=)(
Assim:
02 =+ tt KeeM
Como 0te e 0A , ento:
02 =+M
K
Portanto:
niM
K
i ==
Onde a unidade imaginria da representao complexa equivale a 2/1)1(=i
Assim, a soluo geral ser:
titi nn eAeAtx += 21)(
Onde 1A e 2A so constantes de integrao arbitrrias, complexas conjugadas,
que podem ser determinadas pelas condies iniciais:
0)0( xx =
0)0( vx =&
Ento:
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29
21)0( AAx +=
nn iAiAx 21)0( =&
Como 1A e 2A so nmeros complexos, tero a forma:
111 ibaA +=
222 ibaA +=
Assim:
2
021
xaa ==
n
vbb
2
021 ==
Ento:
n
vixA22
001 =
n
vi
xA
22
002 +=
Portanto, 1A complexo conjugado de 2A , representado da forma abaixo:
*
21 AAA ==
Com isto, teremos como soluo complexa da equao diferencial:
ti
n
ti
n
titi nnnn ev
ix
ev
ix
eAAetx
++
=+=
2222)( 0000*
Podemos utilizar uma transformao de coordenadas complexas em coordenadas
lineares, onde inicialmente teremos que:
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30
titi nn eAAetx += *)(
Utilizaremos ento o recurso matemtico desenvolvido pelo matemtico e fsico
Leonhard Paul Euler (1707-1783), cuja frmula especfica da anlise complexa,
demonstra uma relao entre as funes trigonomtricas e a funo exponencial,
como sendo:
isene i += cos
Assim, passaremos a equao:
tsenBtBtx nn 21 cos)( +=
Para satisfazer as condies iniciais:
0)0( xx =
0)0( vx=&
Teremos como soluo da equao diferencial:
tsenv
txtx nn
n
00 cos)( +=
Utilizando identidades trigonomtricas, podemos escrever a equao da seguinte
forma:
+
+=
0
01
2
02
0 tan)(v
xtsen
vxtx n
n
n
Que representa a forma:
)()( += tAsentx n
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31
Onde a amplitude de vibrao :
2
02
0
+=
n
vxA
E o ngulo de fase ser:
=
0
0arctanv
xn
3.1.2 Amortecimento de Rotores
Durante a deformao de elementos elsticos, uma parte da energia mecnica
irreversivelmente transformada em energia trmica e dissipada. Nas estruturas
mecnicas, este processo modelado pelo amortecimento. Durante a vibrao destas
estruturas, o amortecimento pode ocorrer tanto devido a dissipao interna de energia
dos componentes micro-cristalinos dos materiais, quanto devido ao movimento relativo
de frico entre as superfcies dos elementos mecnicos em contato, conforme
descrito em [28].
Em rotores elsticos, os efeitos dos amortecimentos associados as suas vibraes
laterais so usualmente divididos em duas categorias: amortecimentos externos e
internos.
O amortecimento externo est associado a resistncia dinmica imposta pela
frico com o ambiente fluido entre as partes rotativas e estticas da mquina. A
dissipao de energia promovida pela pelcula de leo em mancais hidrodinmicos e a
circulao de fluido de processo ao redor do rotor, so exemplos de formas de
amortecimento externo. As foras de amortecimento externas que atuam em um rotor
vibrando em seus modos laterais dependem da velocidade absoluta do conjunto
girante, sendo seus efeitos geralmente favorveis a estabilizao do sistema,
conforme descrito em [31].
As foras de amortecimento internas so devidas a dissipao de energia
mecnica no interior da estrutura micro cristalina dos materiais ou devido ao
movimento relativo de frico em superfcies de componentes do rotor que
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32
permanecem em contato (como juntas de acoplamento, pontos de fixao dos discos
no eixo, etc). Como o amortecimento interno ocorre em elementos envolvidos com o
movimento de vibrao lateral e de rotao, as foras de amortecimento interno iro
depender da velocidade relativa do sistema, isto , da diferena entre a velocidade
absoluta de vibrao lateral do rotor e a velocidade rotacional. Esta velocidade relativa
pode ser positiva, ou seja, com a mesma direo da velocidade de movimentao
lateral absoluta, quando a velocidade de rotao for menor que a frequncia de
vibrao lateral. A velocidade relativa pode ser negativa, se opondo a velocidade
lateral absoluta, quando a velocidade de rotao for maior que frequncia de vibrao
lateral. Quando a velocidade relativa for positiva, as foras correspondentes ao
amortecimento interno atuam como um estabilizador, somando-se ao amortecimento
externo para aumentar o amortecimento total efetivo no sistema. Quando a velocidade
relativa for negativa, ocorre uma desestabilizao do sistema, pois as foras de
amortecimento interno diminuem o amortecimento externo, reduzindo ou anulando o
amortecimento total efetivo do sistema. Como, neste ltimo caso, o papel clssico do
amortecimento como estabilizador do movimento violado, usualmente utiliza-se para
estas foras desestabilizadoras o nome frico interna e no amortecimento. Assim, a
frico interna influencia no comportamento de vibrao lateral do rotor causando,
eventualmente, uma instabilidade em operao e um bloqueio no processo de
acelerao do rotor em sua partida. Este bloqueio significa uma interrupo na
acelerao do rotor mesmo com a continuidade do fornecimento de torque de
acionamento, pois toda energia disponibilizada utilizada para manter o sistema em
regime de vibrao lateral, no restando nenhuma energia para aumentar a
velocidade de rotao, conforme mencionado em [37].
Existem muitos outros fatores de desestabilizao de um rotor em operao, como
o roamento entre as partes mveis e rotativas da mquina, os efeitos dinmicos dos
fluidos nos mancais e selos ou os fenmenos de relativos ao escoamento dos fluidosde processo. Estes ltimos efeitos so usualmente mais fortes que os efeitos de
frico interna. As disfunes relacionadas com os fluidos so muito frequentemente
observadas no desempenho de mquinas rotativas. Elas resultam em vibraes
subsncronas auto excitadas. Entretanto, a frico interna deve ser sempre analisada
e observada por projetistas de mquinas, pois representa um papel negativo na
estabilidade do sistema pela reduo de eficcia do amortecimento externo do
sistema, especialmente quando o rotor opera em altas velocidades, de acordo com
[31].
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41/91
33
3.1.3 Vibrao Livre Amortecida
Como uma estrutura dinmica no oscila indefinidamente quando perturbada,
modelaremos um sistema discreto de 01 grau de liberdade, atravs do mecanismo
massa-mola-amortecedor, representado na Figura 3.2.
Figura 3.2: Mecanismo massa-mola-amortecedor
Consideraremos )(txx = como a representao do deslocamento de uma massa
M , ligada a uma mola de rigidez K e a um amortecedor com coeficiente de
amortecimento viscoso C. Sabendo que na posio de equilbrio esttico referente a
Figura 3.2 (b) o sistema est em repouso, no havendo nenhuma fora desenvolvida
pelo amortecedor, podemos escrever a seguinte equao de equilbrio esttico:
estKxMg =
Considerando uma posio qualquer da massa equivalente a representao da
Figura 3.2 (c), teremos um deslocamento x em relao a posio de equilbrio, uma
velocidade x& e uma acelerao x&& . Sabendo que o amortecimento surge de foras
dissipativas proporcionais a velocidade, podemos escrever a equao de movimento
nesta posio, como sendo:
KxxCKxxCKxMgxxKxCMgxMF estest ==+==&&&&&
)(
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42/91
34
Assim:
0=++ KxxCxM &&& (3.1)
Esta expresso representa uma equao diferencial ordinria, linear, de segunda
ordem e a coeficientes constantes, relativa ao movimento de um sistema de 01 grau
de liberdade amortecido, podendo ser alternativamente apresentada como:
02 =++ xxM
Cx n&&&
Se considerarmos que o coeficiente de amortecimento viscoso, multiplicado pela
velocidade, representa uma fora dissipadora de energia, podemos afirmar atravs da
anlise dimensional abaixo que:
x
x
M
C
xM
xM
M
C
Mx
F
M
C
x
FC
&
&&
&
&&
&&====
''
Como, em termos de unidades teremos que:
Tx
x 1
&
&&
Ento, podemos afirmar que:
n
M
C=
Onde equivale ao chamado Fator de Perda do sistema amortecido:
MK
C=
Considerando, o Coeficiente de Amortecimento Reduzido , como sendo:
7/27/2019 Analise desbalanceamento
43/91
35
2
=
Teremos:
nM
C
MK
C
22==
Se considerarmos:
tAetx
=)(
Teremos que:
teAtx=)(&
teAtx2)( =&&
Se substituirmos na equao (3.1), teremos:
02 =++ ttt KAeeCAeMA
Podendo ainda ser representada como:
022 =
++ n
t
M
CAe
Sendo a soluo trivial 0A no interessante e uma vez que te nunca igual a
zero, teremos que:
022 =++ nM
C
Ou
7/27/2019 Analise desbalanceamento
44/91
36
02 22 =++ nn (3.2)
Assim:
n 12 =
Com isto, passam a existir 03 casos de interesse: o Sistema Superamortecido, o
Sistema Criticamente Amortecido e o Sistema Subamortecido.
3.1.3.1 Sistema Superamortecido
Um sistema classificado como Superamortecido quando 1> . Da teoria de
equaes diferenciais, sabemos que a soluo para equao (3.1) tem a seguinte
forma caracterstica:
ttt nnn eeAeAtx
+= 12
1
1
22
)(
Considerando as condies iniciais:
0)0( xx =
0)0( vx =&
Teremos a seguintes amplitudes de vibrao para o sistema:
12
1
2
0
2
0
1
++=
n
nxvA
12
1
2
0
2
0
2
+=
n
nxvA
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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37
3.1.3.2 Sistema Criticamente Amortecido
Um sistema denominado Criticamente Amortecido quando 1= . Neste caso,
teremos como soluo para equao diferencial (3.1) a seguinte expresso:
( ) tnetAAtx += 21)(
Considerando as condies iniciais:
0)0( xx =
0)0( vx =&
Teremos a seguintes amplitudes de vibrao:
01 xA =
nxvA 002 +=
3.1.3.3 Sistema Sub-amortecido
Um sistema dito como Sub-amortecido quando 1
7/27/2019 Analise desbalanceamento
46/91
38
Utilizando a Representao Exponencial de Euler, podemos escrever:
t
ddnetbsentatx
+= )cos()(
Considerando as condies iniciais:
0)0( xx =
0)0( vx =&
Teremos:
0xa =
d
nxv
b
00 +=
Assim:
t
d
d
n
dnetsen
xvtxtx
++= 000 cos)( (3.3)
Escrevendo como uma funo seno defasada:
( ) td
netXsentx
+=)( (3.4)
Onde a amplitude de vibrao e a fase sero respectivamente iguais a:
2
002
0
22
++=+=
d
nxvxbaX
+=
=
n
d
xv
x
b
a
00
0arctanarctan
7/27/2019 Analise desbalanceamento
47/91
39
3.2 Vibraes Foradas em Sistemas Discretos
Se considerarmos uma fora de excitao harmnica causada pelo
desbalanceamento de massa em um disco esbelto, posicionado no centro do vo de
um eixo flexvel, que gira a uma frequncia de operao constante , teremos como
amplitude desta fora:
)(2 += mF
Assim, um sistema de 01 grau de liberdade, de massa total M , rigidez K e com
um amortecimento C, sujeito a ao de uma fora desbalanceadora, pode serrepresentado pela seguinte equao de movimento diferencial ordinria, linear, de
segunda ordem e a coeficientes constantes:
( )tFKxxCxM =++ &&& (3.5)
Adotaremos como uma soluo para esta equao a seguinte igualdade:
( ) )()( txtxtx ph +=
Que atende as condies iniciais:
0)0( xx =
0)0( vx =&
Sabendo que a soluo homognea )(txh da equao diferencial (3.5)
representada, por exemplo, pela equao (3.3), em um sistema sub-amortecido,
podemos determinar a sua soluo particular )(txp . Dividindo a equao (3.5) pela
massa do sistema, obteremos:
( )M
tFxxx nn =++
22 &&&
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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40
Sabendo que:
( ) ( )tKutF =
Ento:
( )( )tu
M
tFn
2=
Considerando que o desbalanceamento uma excitao harmnica, classificada
como um caso particular de uma excitao peridica, a equao normalizada torna-se:
[ ] ( )tuxxxxL nnn222 =++= &&& (3.6)
Onde L representa um operador diferencial linear, de segunda ordem, a
coeficientes constantes. Utilizando a Definio 2.1 e o operador diferencial mais
elementar existente, teremos que:
xdt
dx=
Cuja soluo :
tetx=)(
Assim, se fizermos:
( ) tnn
tn
edt
ed
=
Onde:
n=
Ento:
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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41
[ ] tt eeL =
Onde:
( ) KCM ++= 2
Considerando a equao (3.6), podemos representar ( )tu como uma combinao
linear de exponenciais, utilizando a Representao de Euler, na frequncia de
excitao:
( ) ( ) ( ) titi eAAetbsentatu +=+= cos (3.7)
Onde:
22
bi
aA =
Buscando uma soluo para equao (3.7) acima, faremos inicialmente:
titieeL
=
Onde:
( ) 22 )(2)(nn
iii ++=
Se considerarmos:
( )ti
ti
ei
eL
=
Ento:
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42
( )ti
n
ti
n Aei
eAL
=
2
2
Fazendo:
( )ti
ti
ei
eL
=
Teremos que:
( )ti
n
tin eAi
eAL
=
22
Considerando que ( )R , representa a Funo Resposta em Frequncia (FRF),
descrita por:
( )
( ) ( ) nnnn
ii
R
+
=
=
222
22
Assim:
( )rir
i
R
nn
21
1
21
122 +
=
+
=
Onde r representa a Sintonia do Sistema.
Assim, a soluo particular da equao (3.7), que atende as condies iniciais do
sistema, ser:
titi
p eiRAeiARtx += )()()(
Retornando a representao trigonomtrica, podemos escrever:
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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43
( )+= tXtxp cos)( (3.8)
Sendo a amplitude de vibrao do sistema e sua fase, respectivamente iguais a:
( )( ) ( )222
2
21
1
+==
M
mRtuX
=
21
2
arctag
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44
4 ANLISE ROTODINMICA
Sistemas rotodinmicos so normalmente modelados com a interligao do eixo,
mancais, amortecedores e mecanismos fludos de trabalho, garantindo uma conexo
entre as partes fixas e mveis do equipamento. Um modelo elementar de sistema
rotodinmico, frequentemente utilizado por projetistas e analistas para simular as
caractersticas dinmicas dos rotores das mquinas, o denominado Rotor de Laval.
Este modelo foi apresentado pela primeira vez por A. Fppl [1] na Alemanha em 1895.
Fppl o chamou de Rotor de Laval em reconhecimento as contribuies realizadas na
rea de turbomquinas pelo engenheiro sueco Carl Gustaf Patrik de Laval (1845-
1913). Neste modelo as tcnicas lineares clssicas podem ser aplicadas, refletindocom tima aproximao muitas aplicaes prticas, por apresentar fracos mecanismos
no lineares [39].
Como pode ser visto na Figura 4.1, trata-se originalmente de um nico disco rgido,
circular e de pequena espessura quando comparada ao seu dimetro. Este disco
fixado no centro do vo de um eixo flexvel uniforme de massa desprezvel e
suportado por mancais de rigidez considerada infinita. Estes suportes rgidos evitam
os movimentos laterais do rotor, permitindo sua livre movimentao angular.
Figura 4.1: Rotor de Laval
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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45
4.1 Sistema no amortecido com disco desbalanceado
posicionado no centro do vo de um eixo isotrpico apoiado
em mancais isotrpicos.
Utilizando o modelo desenvolvido por Laval, consideraremos que um disco rgido
possui uma massa m distribuda de maneira no uniforme, ocasionando um
deslocamento do centro de gravidade G em relao ao centro geomtrico do rotor
C. Consideraremos que o centro geomtrico do rotor coincida com a origem do
sistema quando o eixo encontra-se em repouso, ou seja, no h deflexo do eixo em
decorrncia do seu peso prprio. Com a rotao do conjunto girante a uma velocidade
, este desbalanceamento do disco promove o surgimento de uma fora centrfuga
F excitadora do sistema. Em funo da flexibilidade do eixo, a ao desta fora
centrfuga causar um deslocamento do centro geomtrico do eixo em relao
linha de centro dos mancais. Com isto, o disco passar a descrever uma rbita de raio
em torno da linha de centro dos mancais. Considerando que o eixo tenha uma
rigidez a flexo k, que depende de suas propriedades geomtricas e de seu material,
surgir uma fora restauradora equivalente a:
kFr =
Para um eixo de comprimento L , com mdulo de elasticidade E e momento de
inrcia diametral deI , a sua rigidez a translao, considerando um disco colocado no
centro do vo, ser:
348LEIk de=
Sendo a fora centrfuga gerada pelo desbalanceamento do disco igual a:
)(2 += mF
Podemos considerar que:
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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46
rFF =
Ento:
km =+ )(2
Fk =
Estas foras podem ser esquematicamente representadas atravs da Figura 4.2
abaixo:
Figura 4.2: Representao dos esforos no Rotor de Laval
Consequentemente:
2
2
=
mk
m
Se considerarmos nesta anlise preliminar que no h influncia do amortecimento
viscoso interno e externo no movimento de translao do rotor, podemos afirmar que
sua frequncia natural ser:
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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47
m
kn =
Assim:
( )
( )2
2
1 n
n
=
Esta equao demonstra que:
(1) Se 0>>> n
Conforme descrito em [37], isto fisicamente significa que, quando o sistema
subcrtico (1), ou seja, o rotor opera em uma rotao abaixo de sua frequncia natural,
o centro de massa do disco projetado para fora da rbita descrita pelo centro
geomtrico do disco em relao linha de centro dos mancais, por ao da foracentrfuga atuante. Se o sistema for supercrtico (2), com o rotor operando acima de
sua frequncia natural, teremos um deslocamento negativo do centro do disco em
relao linha de centro dos mancais. Isto significa que, a passagem do rotor pela
sua frequncia ressonante causa uma perturbao no sistema e o surgimento de
foras centrpetas que projetam o centro de massa para dentro da rbita do disco, com
um posicionamento estvel deste ponto pela ao das aceleraes de Coriolis. Este
nome foi atribudo em homenagem ao descobridor deste fenmeno, o engenheiro e
fsico francs Gustave Gaspard Coriolis (1792-1843). No caso de velocidades deoperao muito superiores a frequncia natural do rotor (3), o deslocamento do centro
geomtrico do rotor em relao linha de centro dos mancais praticamente se iguala
ao deslocamento do centro de gravidade do disco em relao ao seu centro
geomtrico. Isto significa uma auto-centragem do rotor, posicionando o centro de
massa do disco sobre a linha de centro dos mancais, que passa a ser o centro da
rbita descrita pelo disco.
A rbita do centro geomtrico do rotor tambm denominada precesso. A
configurao desta rbita pode ser influenciada pela rigidez dos mancais. A
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48
considerao de que os mancais tm rigidez infinita, faz com que no haja
movimentao lateral do eixo nos pontos de apoio. Assim, o centro geomtrico do
disco descreve uma rbita perfeitamente circular, de raio , ao redor da linha de
centro dos mancais. Para determinarmos o posicionamento do centro geomtrico e do
centro de massa do disco em suas rbitas, consideraremos a representao da Figura
4.3.
Figura 4.3: Representao do deslocamento do centro geomtrico e gravitacional do
Rotor de Laval
Observamos que o disco se movimenta em um plano perpendicular ao eixo de
rotao, com 3 graus de liberdade ( ),,zy . Onde representa o deslocamento
angular prprio do disco. Aplicando a Segunda Lei de Newton para um sistema em
equilbrio, temos que:
= 0F
Assim:
CG kyym =&& (4.1)
CG kzzm =&&
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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49
Sabendo que:
cos+= CG zz
senyy CG +=
Teremos:
senzz CG &&& =
cos&&& += CG yy
Ento:
cos2&&&&&&& = senzz CG (4.2)
senyy CG2cos &&&&&&& +=
Substituindo as equaes (4.2) em (4.1), temos que:
( )CC kysenym =+
2cos &&&&&
CC kzsenzm = cos2
&&&&&
Assim:
cos2 &&&&& =+ senkyym CC
senkzzm CC&&&&& =+
cos
2
Considerando, que a velocidade de rotao do conjunto girante seja constante,
teremos:
( ) += tt
( ) =t&
( ) 0=t&&
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50
Com isto:
senkyym CC2
&&& =+
cos2&&& =+ CC kzzm
Podendo ser tambm representado por:
( ) +=+ tsenyy CnC22
&&
( ) +=+ tzz CnC cos22
&&
A soluo da equao diferencial ser:
( ) ( ) ( )tytytyph CCC
+=
A soluo homognea ser equivalente a equao (3.3), desprezando o
amortecimento do sistema:
t
n
n
nCn
hetsen
vtyty
+= 00 cos)(
E sua soluo particular ser equivalente a equao (3.8):
( )
+
= tsentypC 2
2
1
)(
Analogamente:
( )
+
= ttz
pCcos
1)(
2
2
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51
Verificamos novamente a rbita circular descrita pelo centro geomtrico do disco,
cujo raioCr igual a deflexo do eixo flexvel , causada pelo desbalanceamento do
rotor:
2
2
1
==Cr
Como podemos representar a distncia do centro de massa do disco em relao a
origem do sistema, em funo do centro geomtrico do disco, teremos que:
( ) ++= tsenyy CG
( ) ++= tzz CG cos
Assim:
( ) ( )
+++
= tsentseny
pG 2
2
1
( ) ( )
+++
= ttz
pGcoscos
1 22
Com isto:
( )
+
= tsenypG 21
1
( ) += tz pG cos11
2
Portanto, com estas consideraes, a rbita descrita pelo centro de massa do rotor
em relao a origem do sistema, tambm circular com raio igual a:
21
1
=Gr
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52
4.2 Sistema no amortecido com disco desbalanceado
posicionado no centro do vo de um eixo isotrpico apoiado
em mancais anisotrpicos.
Nos casos reais os mancais so geralmente anisotrpicos, ou seja, no
apresentam uma distribuio de rigidez uniforme em diferentes direes, conforme
mencionado em [16]. Considerando um sistema composto de mancais ortotrpicos,
onde a rigidez em dois planos ortogonais so diferentes, poderemos representar o
sistema atravs da Figura 4.4.
Figura 4.4: Rotor apoiado em mancais ortotrpicos.
Onde a rigidez horizontal do sistema, segundo [2], pode ser descrita como:
kk
kkk
h
h
y+
=2
2
Sendo hk a rigidez dos mancais no plano horizontal e k a rigidez do rotor.
Analogamente, a rigidez vertical do sistema pode ser representada por:
kk
kk
kv
v
z+= 2
2
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53
Ondevk representa a rigidez dos mancais no plano vertical e k a rigidez do rotor.
Assim, desconsiderando o amortecimento do sistema, teremos:
( ) +=+ tsenmykym CyC2
&&
( ) +=+ tmzkzm CzC cos2
&&
Que tambm pode ser representado como:
( )( )
+
+
=
+
t
tsenmz
y
k
k
z
y
m
m
C
C
z
y
C
C
cos0
0
0
02
&&
&&
Cuja soluo particular ser:
( )
+
= tsenty
y
p
n
C 22
2
)(
( ) +
= ttzz
p
n
C cos)( 22
2
Denominando:
22
2
=
yn
y
22
2
=zn
z
Assim, teremos a representao de uma rbita elptica do centro geomtrico do
disco em relao a linha de centro dos mancais, onde o deslocamento do centro do
disco pode ser apresentado de maneira complexa atravs da Figura 4.5.
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54
Figura 4.5: Representao complexa da rbita do centro do disco em relao a linha
de centro dos mancais
Portanto, as componentes de deslocamento de translao do centro geomtrico do
disco C, denotadas por( )vu, relativo as direes ( )zy, respectivamente, so:
= cosyu
= senv z
Considerando:
ivu +=
Teremos:
+= seni zy cos
Considerando o rotor operando em velocidade constante, teremos:
cte== &
Integrando, obteremos:
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55
+= t
Assim:
)()cos( +++= tsenit zy
Esta equao equivale a:
( ) ( ) ( ) ( ) ++ ++= tizytizy ee2
1
2
1
Denominando:
)(2
1zyR +=+
)(2
1zyR =
Teremos:
( ) ( ) ++
+ +=titi
eReR
Onde, conforme descrito em [37] o primeiro termo da equao complexa
representa uma trajetria circular do centro do disco em relao linha de centro dos
mancais, de raio +R , no mesmo sentido da rotao do eixo do rotor. Analogamente,
o segundo termo representa uma trajetria circular do centro do disco em relao
linha de centro dos mancais, de raio R , em sentido oposto a rotao do eixo do
rotor. Assim, considerando a equao complexa completa, se tivermos:
+ > RR
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56
O centro geomtrico do rotor descrever uma trajetria elptica em relao linha
de centro dos mancais, no mesmo sentido da rotao do eixo, o que denominado
Precesso Direta.
Por outro lado, se tivermos:
+ < RR
O centro geomtrico do rotor descrever uma trajetria elptica em sentido
contrrio a rotao do eixo, denominada Precesso Retrgrada.
Assim, desconsiderando o efeito do amortecimento no sistema, a rigidezanisotrpica dos mancais favorecer o desenvolvimento de duas diferentes
freqncias naturais do rotor, aumentando a faixa a ser evitada durante a operao da
mquina para que no haja ressonncia do sistema.
m
kyny
=
m
kz
nz =
Isto pode ser graficamente visualizado atravs da Figura 4.6.
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57
Figura 4.6: Espectro de freqncias de rotor suportado por mancais ortotrpicos.
4.3 Sistema no amortecido com rotor desbalanceado
composto por discos fixados em um eixo flexvel isotrpico
apoiado em mancais isotrpicos.
Os equipamentos rotativos de mltiplos estgios apresentam vrios discos
(impelidores, rodas de palhetas, etc) fixados ao eixo e, portanto, girando
solidariamente com o mesmo. Se este rotor for flexvel por concepo, ou seja, operar
acima de sua primeira velocidade crtica ressonante, o desbalanceamento residual
causar uma flexo no eixo pela excitao do conjunto girante em seus modos laterais
de vibrao. A configurao modal do rotor por sua vez ocasionar uma
movimentao lateral angular dos discos. Sempre que ocorre esta rotao do eixo na
qual o corpo est girando, em relao a outro eixo de referncia, surge um fenmeno
denominado: Efeito Giroscpico. Assim, o movimento giroscpico ocorre sempre
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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58
quando o eixo de um rotor girando a uma velocidade constante roda (precessa) em
relao a outro eixo numa razo constante, conforme descrito em [2].
Considerando um eixo flexvel circular homogneo, apoiado entre mancais de
rolamentos que apresenta mesma rigidez em todas as direes, havendo o
posicionamento deslocado de um disco em relao ao centro do vo entre apoios,
teremos a ocorrncia do efeito giroscpico, representado atravs da Figura 4.7.
Figura 4.7: Rotor sujeito ao efeito giroscpico.
Com o rotor em movimento a uma rotao na direo x , ocorre o
deslocamento do centro geomtrico do disco nas duas direes ortogonais ( )zy, ,
descrevendo uma rotao em torno da linha de centro dos mancais, alm de um
deslocamento lateral angular do disco em relao aos eixos coordenados. Se o eixo
gira a uma velocidade =x& , ento haver momentos atuantes no disco devido a
inrcia de rotao e a influncia do efeito giroscpico, nas direes ( )zy, ,
respectivamente, iguais a:
zpydy IIM &&& =
ypzdz IIM &&& +=
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59
Considerando a atuao da fora devido ao desbalanceamento residual do rotor
em um sistema sem amortecimento, podemos representar sua equao de movimento
pelo sistema de equaes diferenciais (4.3) abaixo:
( )
( )
+
+
=
+
+
0
0
cos
00
00
00
00
000
0000
000
0000
000
000
000
000
2
2221
1211
2221
1211
tsen
t
my
z
kk
kk
kk
kk
y
z
I
I
y
z
I
m
I
m
z
y
z
y
p
p
z
y
d
d
&
&
&
&
&&
&&
&&
&&
Onde:
=dI Momento de inrcia diametral do disco;
=pI Momento de inrcia polar do disco;
=ijk Coeficiente de influncia de rigidez do eixo (i, j = 1, 2, ..., n) .
Conforme descrito em [2], pela configurao de montagem do disco no rotor
apresentado acima como exemplo, teremos:
33
22
11)(3
ba
babaLEIk d +=
ab
LEIk d
322 =
( )222112
3
ba
baLEIkk d
==
Em um caso hipottico, no havendo inclinao do disco:
02112 == kk
Com a finalidade de representarmos o sistema de equaes (4.3) em sua forma
complexa, adotaremos as seguintes igualdades, conforme descrito em [16]:
jyzs +=
yz j +=
7/27/2019 Analise desbalanceamento
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60
Assim, podemos escrever (4.3) como:
( )
+
=
+
+
tj
pdem
s
kjk
jkks
jI
s
I
m2
2212
1211
0
00
0
0
&
&
&&
&&
Onde ( ) + tjem 2 equivale a excitao no sistema em decorrncia do
desbalanceamento residual do rotor. Esta fora excitadora promover o
desenvolvimento de uma trajetria circular do centro geomtrico do disco em relao a
linha de centro dos mancais a uma velocidade d , no mesmo sentido da rotao do
conjunto girante. Em funo disto, este movimento denominado direto ou para
frente.
Se propusermos como soluo:
( )
+
=
tj
ess
Teremos:
( )
=
+
+
0
2
22
2
12
1211
2
ms
kIIjk
jkkm
dp
Cuja soluo ser:
( )
( )
+
+
+
=
12
22
2
22
2
12
1211
2
2
jk
kII
kIIjk
jkkm
ms dp
dp
Fazendo:
( )0
22
2
12
1211
2
=+
+
kIIjk
jkkm
dp
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61
Obteremos a seguinte equao:
( ) ( )[ ] ( ) 02122211211224 =+ kkkkIImkIIm dpdp
Cujas razes sero:
( ) ( )( )
( )
+
=
dpdpdp
dIIm
kkk
II
k
m
k
II
k
m
k2
122211
2
22112211 4
2
1(4.4)
Assim, o efeito giroscpico torna as freqncias naturais dependentes davelocidade de rotao . O sinal negativo a frente da equao significa simplesmente
que se o eixo girar no sentido oposto as frequncia naturais no alteraro, segundo
[16]. Fazendo uma anlise da equao (4.4) verificamos que quando um rotor for
composto de discos finos fixados ao eixo seu momento de inrcia polar ser maior que
o momento de inrcia diametral dp II > e, consequentemente, a expresso na
segunda raiz ser maior que a primeira expresso. Como uma rotao complexa
no tem significado fsico, este valor desconsiderado. Com isto, teremos para este
caso, somente um valor de rotao referente a rbita de descrita pelo centro
geomtrico do disco em um movimento para frente, ou seja, no mesmo sentido da
rotao do rotor.
Uma forma de representao grfica a cerca do comportamento das freqncias
naturais, quando o efeito giroscpico incide sobre um sistema rotodinmico, foi
desenvolvida pelo fsico W. Campbell em 1910 e, em sua homenagem, denominado
Diagrama de Campbell, que neste