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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO LEANDRO MEINTANIS BAPTISTA PLANO DE VIABILIDADE FINANCEIRA E MERCADOLÓGICA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM RESTAURANTE DE GASTRONOMIA GREGA EM FLORIANÓPOLIS-SC FLORIANÓPOLIS 2009

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAO EM CINCIAS DA ADMINISTRAO

    LEANDRO MEINTANIS BAPTISTA

    PLANO DE VIABILIDADE FINANCEIRA E MERCADOLGICA PARA IMPLANTAO DE UM RESTAURANTE DE GASTRONOMIA GREGA EM

    FLORIANPOLIS-SC

    FLORIANPOLIS 2009

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    LEANDRO MEINTANIS BAPTISTA

    PLANO DE VIABILIDADE FINANCEIRA E MERCADOLGICA PARA IMPLANTAO DE UM RESTAURANTE DE GASTRONOMIA GREGA EM

    FLORIANPOLIS-SC

    Trabalho de concluso de estgio apresentado disciplina Estgio Supervisionado CAD 5236, como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel em Administrao da Universidade Federal de Santa Catarina.

    Professor Orientador: Esperidio Amin Helou Filho

    FLORIANPOLIS

    2009

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    LEANDRO MEINTANIS BAPTISTA

    PLANO DE VIABILIDADE FINANCEIRA E MERCADOLGICA PARA IMPLANTAO DE UM RESTAURANTE DE GASTRONOMIA GREGA EM

    FLORIANPOLIS-SC

    Este trabalho de Concluso de Estgio foi julgado adequado e aprovado em sua

    forma final pela Coordenadoria de Estgios do Departamento de Cincias da

    Administrao da Universidade Federal de Santa Catarina, em...

    Prof. Dr. Rudimar Antunes da Rocha

    Coordenador de Estagio

    Apresentada Banca Examinadora integrada pelos professores:

    Prof. Esperidio Amin Helou Filho

    Orientador

    Prof. Aniele Fischer Brand

    Membro

    Prof. Raimundo Nonato de Oliveira Lima

    Membro

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    minha famlia, que sempre me proporcionou a oportunidade de realizar sonhos.

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    AGRADECIMENTOS

    Aos meus pais, Luiz Aurlio Baptista e Spiridoula Meintanis Baptista, e

    minha irm, Juliana Meintanis Baptista, por estarem sempre ao meu lado e por

    doarem incansavelmente o amor dirio. Por terem sido os maiores responsveis por

    minha capacidade de realizar sonhos.

    Francielle Neves Thives, que, sem esforos, tem a capacidade de me

    transformar em algum melhor, e que arranca sorrisos at nos momentos mais

    difceis. Por conselhos, conforto e palavras de carinho.

    Ao amigo, companheiro e scio Guilherme Reitz. Por me ajudar a crescer e

    por despertar em mim, cada vez mais, o esprito empreendedor.

    A todos os professores do curso, por terem sido magnficos em sua atividade

    e pela humildade com que passam o conhecimento. Em especial ao professor

    Esperidio Amin Helou Filho, de quem tive o prazer de receber orientao neste

    trabalho, declaro admirao por sua postura, competncia e simpatia.

    Aos amigos que conheci nesta faculdade, em especial a Andr Luiz Rebelato

    Filomeno, Ricardo Goss Madeira Neves, Fernando Ventura de Oliveira, Andr

    Borges Thiele, Rafaelle Rosso Cardoso, Fernando Csar Cani, rica Antunes dos

    Santos, Andreas Schneider de Oliveira, Accio Pereira Freitas e Roberto Rosa

    Machado. Por terem compartilhado trabalhos, provas, festas, momentos de

    descontrao e tantos outros momentos inesquecveis.

    Muito obrigado a todos.

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    Voc nasceu para vencer, mas para ser um vencedor voc precisa planejar para vencer, se preparar para vencer, e esperar vencer."

    (Zig Ziglar)

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    RESUMO

    BAPTISTA, Leandro Meintanis Baptista. Plano de Viabilidade Financeira e Mercadolgica para Implantao de um Restaurante de Gastronomia Grega em Florianpolis. 151 p. Trabalho de Concluso de Estgio (Graduao em Administrao). Curso de Administrao, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, 2009.

    Para que se possa abrir uma empreendimento de maneira estruturada e ter retorno sobre o investimento e sobre o esforo deve-se analisar muito bem o mercado e os fatores cruciais de sucesso. Este trabalho teve como foco verificar a viabilidade de implantao de um restaurante de gastronomia tpica grega em Florianpolis-SC. A pesquisa tem grande importncia para a implantao do negcio, pois o interessado no tem experincia no ramo gastronmico e dever munir-se de todo o conhecimento possvel. Para conhecer os potenciais consumidores do restaurante foi realizada uma pesquisa de mercado exploratria-descritiva quanto aos fins e quantitativa quanto aos meios, atravs de questionrios estruturados e no disfarados. Foram aplicados 204 questionrios iguais, com 19 questes cada em regies estratgicas da cidade. Diante do estudo foi possvel elaborar a estrutura do restaurante e estratgias de ao que podem influenciar diretamente no sucesso do empreendimento. Verificaram-se tambm dados financeiros e de mercado que potencialmente caracterizam um restaurante do gnero. Pde-se concluir que vivel a implantao do restaurante, porm, em cenrios nos quais a sazonalidade influencia diretamente o resultado do negcio. Palavras-Chave: Empreendedorismo. Gastronomia. Turismo. Grcia.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Organograma da brigada ........................................................................... 62 Figura 2: Fluxograma de trabalho ............................................................................. 69 Figura 3: Localizao ................................................................................................ 71

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    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1: Distribuio PIB de Florianpolis .............................................................. 79 Grfico 2: Sexo .......................................................................................................... 82 Grfico 3: Idade ......................................................................................................... 83 Grfico 4: Estado Civil ............................................................................................... 84 Grfico 5: Numero de filhos ....................................................................................... 85 Grfico 6: Ocupao profissional .............................................................................. 86 Grfico 7: Classe Social ............................................................................................ 87 Grfico 8: Renda ....................................................................................................... 88 Grfico 9: Motivos de escolha ................................................................................... 89 Grfico 10: Hbito de almoar e jantar ...................................................................... 90 Grfico 11: Freqncia com que costuma jantar em restaurantes ............................ 91 Grfico 12: Dias da semana que mais freqenta restaurantes.................................. 92 Grfico 13: Mdia gasta (por pessoa), em restaurantes no perodo noturno ............ 93 Grfico 14: Maneira preferida de pagamento ............................................................ 94 Grfico 15: Tipo de comida preferido quando opta por jantar fora de casa ............... 95 Grfico 16; Conhecimento sobre a comida tpica grega ............................................ 96 Grfico 17: Experimentou comida grega ................................................................... 97 Grfico 18: Interesse em experimentar a comida tpica grega .................................. 98 Grfico 19: Quanto estaria disposto a pagar por uma refeio grega? ..................... 99

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Sexo .......................................................................................................... 82 Tabela 2: Idade ......................................................................................................... 83 Tabela 3: Estado Civil ............................................................................................... 84 Tabela 4: Nmero de filhos ....................................................................................... 85 Tabela 5: Ocupao profissional ............................................................................... 86 Tabela 6: Classe social ............................................................................................. 87 Tabela 7: Renda ........................................................................................................ 88 Tabela 8: Principais motivos que o levam a escolher um restaurante ....................... 89 Tabela 9: Hbito de almoar e/ou jantar fora de casa ............................................... 90 Tabela 10: Freqncia com que costuma jantar em restaurantes ............................. 91 Tabela 11: Dias da semana que mais freqenta restaurantes .................................. 92 Tabela 12: Mdia gasta (por pessoa), em restaurantes no perodo noturno ............. 93 Tabela 13: Maneira preferida de pagamento............................................................. 94 Tabela 14: Tipo de comida preferido quando opta por jantar fora de casa ............... 95 Tabela 15: Conhecimento sobre a comida tpica grega ............................................ 96 Tabela 16: J experimentou comida grega? ............................................................. 97 Tabela 17: Interesse em experimentar a comida tpica grega ................................... 98 Tabela 18: Quanto estaria disposto a pagar por uma refeio grega? ...................... 99

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1: Depreciao ............................................................................................. 36 Quadro 2: Uniformes ................................................................................................. 44 Quadro 3: Insumos .................................................................................................... 67 Quadro 4: Equipamentos e utenslios ....................................................................... 72 Quadro 5: Novos empreendedores ........................................................................... 76 Quadro 6: Brasil e pases da OCDE .......................................................................... 76 Quadro 7: Movimento Estimado de Turistas em Florianpolis .................................. 80 Quadro 8: Concorrentes .......................................................................................... 105 Quadro 9: Fornecedores ......................................................................................... 107 Quadro 10: Foras e fraquezas do restaurante Zanthe Cozinha Grega .................. 108 Quadro 11: Oportunidades e ameaas ao restaurante Zanthe Cozinha Grega ...... 109 Quadro 12: Despesas pr-operacionais .................................................................. 111 Quadro 13: Imvel e reforma................................................................................... 112 Quadro 14: Equipamentos e utenslios ................................................................... 112 Quadro 15: Capital de giro ...................................................................................... 113 Quadro 16: Estoque inicial ...................................................................................... 113 Quadro 17: Marketing inicial .................................................................................... 114 Quadro 18: Investimento inicial ............................................................................... 114 Quadro 19: Mo de obra ......................................................................................... 115 Quadro 20: Imvel e reforma................................................................................... 115 Quadro 21: Imvel e reforma................................................................................... 116 Quadro 22: Custo dos produtos produzidos ............................................................ 118 Quadro 23: Custos cenrio pessimista .................................................................... 119 Quadro 24: Custos cenrio realista ......................................................................... 121 Quadro 25: Custos cenrio otimista ........................................................................ 122 Quadro 26: Custos variveis com desconto ............................................................ 122 Quadro 27: Custo total ............................................................................................ 123 Quadro 28: Receita cenrio pessimista ................................................................... 124 Quadro 29: Receita cenrio realista ........................................................................ 126 Quadro 30: Receita cenrio otimista ....................................................................... 127 Quadro 31: Projeo receita pessimista .................................................................. 128 Quadro 32: Projeo receita realista ....................................................................... 129 Quadro 33: Projeo receita otimista ...................................................................... 130 Quadro 34: DRE do exerccio................................................................................. 131 Quadro 35: Payback ................................................................................................ 131 Quadro 36: Retorno em 24 meses .......................................................................... 132

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ...................................................................................................... 15 1.1 Contextualizao do tema e apresentao do problema de pesquisa ......... 15 1.2 Objetivos ............................................................................................................ 17 1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 17 1.2.2 Objetivos especficos ....................................................................................... 18 1.3 Justificativa ........................................................................................................ 18 2 FUNDAMENTAO TERICA ............................................................................. 20 2.1 Empreendedorismo ........................................................................................... 20 2.2 Plano de negcios ............................................................................................. 21 2.3 Aspectos tcnicos ............................................................................................. 23 2.4 Aspectos jurdicos e legais .............................................................................. 24 2.4.1 Aspectos jurdicos ............................................................................................ 25 2.4.2 Aspectos legais ................................................................................................ 25 2.4.2.1 Empresas de Pequeno Porte e Micro Empresas .......................................... 26 2.4.2.2 Porte das empresas pelo nmero de funcionrios ........................................ 27 2.5 Aspectos administrativos ................................................................................. 28 2.6 Aspectos mercadolgicos ............................................................................... 29 2.6.1 Definio do Negcio ....................................................................................... 29 2.6.2 Produtos oferecidos.......................................................................................... 30 2.6.3 Mercado Concorrente ....................................................................................... 31 2.6.4 Mercado Consumidor ....................................................................................... 31 2.6.5 Mercado Fornecedor ........................................................................................ 32 2.7 Estratgia ........................................................................................................... 33 2.8 Aspectos econmico-financeiros .................................................................... 33 2.8.1 Planejamento financeiro ................................................................................... 34 2.8.2 Investimento .................................................................................................... 34 2.8.3 Fluxo de caixa .................................................................................................. 35 2.8.4 Depreciao ..................................................................................................... 36 2.8.5 Capital de giro .................................................................................................. 37 2.8.6 Custos .............................................................................................................. 38 2.8.7 Determinao do preo de venda .................................................................... 38 2.8.8 Ponto de equilbrio ........................................................................................... 39 2.8.9 Retorno sobre o investimento ........................................................................... 40 2.9 Fundamentos sobre restaurante comercial .................................................... 40 2.9.1 Pontos cruciais para o sucesso de um restaurante .......................................... 42 2.9.1.1 Compras e estoques .................................................................................... 42 2.9.1.2 Higiene ......................................................................................................... 43 2.9.1.3 Vesturio ....................................................................................................... 44 2.9.2 Modelos de organizao de restaurantes ......................................................... 45 2.9.2.1 Critrios de organizao ................................................................................ 45 2.9.2.2 Tipos de servio ............................................................................................ 46 2.9.3 Organizao fsica ............................................................................................ 47 2.9.3.1 Mveis, materiais, utenslios e equipamentos ............................................... 47 2.9.3.2 Mveis, materiais, utenslios e equipamentos de salo................................. 48 2.9.3.3 Mveis, materiais, utenslios e equipamentos de cozinha ............................. 48 2.9.3.4 Decorao e msica ambiente ..................................................................... 49

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    2.9.4 Organizao da brigada ................................................................................... 50 2.9.4.1 Atribuies e responsabilidades da brigada quanto ao salo ........................ 50 2.9.4.2 Atribuies e responsabilidades da brigada quanto cozinha ...................... 51 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 53 3.1 Natureza e tipo da pesquisa ............................................................................. 53 3.2 Coleta de dados ................................................................................................. 54 3.3 Universo da pesquisa ....................................................................................... 55

    4 PLANO DE NEGCIOS ......................................................................................... 57 4.1 Aspectos jurdicos e legais .............................................................................. 57 4.1.1 Caracterizao do empreendimento ................................................................ 57 4.2 Autorizao para funcionamento ..................................................................... 59 4.3 Aspectos administrativos ................................................................................. 59 4.3.1 Funcionrios ..................................................................................................... 60 4.3.2 Horrios ............................................................................................................ 61 4.3.3 Organograma e nveis hierrquicos ................................................................. 61 4.3.4 Atuao da empresa ........................................................................................ 62 5 ASPECTOS TCNICOS ........................................................................................ 64 5.1 Relao de produtos a serem comercializados .............................................. 64 5.1.1 Entrada ............................................................................................................. 64 5.1.2 Saladas ............................................................................................................ 65 5.1.3 Carnes .............................................................................................................. 65 5.1.4 Frango .............................................................................................................. 65 5.1.5 Frutos do mar ................................................................................................... 66 5.1.6 Guarnies ....................................................................................................... 66 5.1.7 Sobremesas ..................................................................................................... 66 5.1.8 Bebidas ............................................................................................................ 67 5.2 Insumos .............................................................................................................. 67 5.3 Processo produtivo ........................................................................................... 68 5.4 Localizao ........................................................................................................ 70 5.5 Instalaes ......................................................................................................... 71 5.5.1 Layout (planta baixa) ........................................................................................ 73 5.6 Diferenciais competitivos ................................................................................. 74

    6 ASPECTOS MERCADOLGICOS ........................................................................ 75 6.1 Empreendedorismo ........................................................................................... 75 6.2 Gastronomia ...................................................................................................... 77 6.3 Caractersticas do local de implantao do restaurante ............................... 78 6.4 Turismo em Florianpolis ................................................................................. 79 6.5 Pesquisa mercadolgica .................................................................................. 81 6.5.1 Mercado consumidor ........................................................................................ 81 6.5.1.1 Consideraes a respeito do mercado consumidor .................................... 100 6.5.2 Anlise da concorrncia ................................................................................. 102 6.5.3 Anlise dos fornecedores ............................................................................... 106 6.6 Anlise SWOT .................................................................................................. 108 6.7 Estratgias de atiao..................................................................................... 109

    7 ASPECTOS ECONMICO-FINANCEIROS ........................................................ 111 7.1 Oramento do investimento inicial ................................................................ 111

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    7.1.1 Gastos pr-operacionais ................................................................................ 111 7.1.2 Investimentos em ativos fixos ......................................................................... 112 7.1.3 Capital de giro e estoques .............................................................................. 113 7.1.4 Marketing inicial .............................................................................................. 113 7.1.5 Investimento inicial total ................................................................................. 114 7.2 Custos fixos ..................................................................................................... 114 7.2.1 Mo de obra ................................................................................................... 115 7.2.2 Depreciao ................................................................................................... 115 7.2.3 Custos fixos totais .......................................................................................... 116 7.3 Custos variveis .............................................................................................. 116 7.3.1 Custo do produto produzido ........................................................................... 116 7.3.2 Custo total dos produtos vendidos ................................................................. 118 7.4 Custo total ........................................................................................................ 123 7.5 Receitas operacionais..................................................................................... 123 7.5.1 Projees da receitas ..................................................................................... 127 7.6 Demonstraes dos resultados ..................................................................... 131 7.7 Prazo de retorno sobre o investimento (PAYBACK) .................................... 131 8 CONSIDERAES FINAIS ................................................................................. 134 REFERNCIAS ....................................................................................................... 137

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    1 INTRODUO

    1.1 Contextualizao do tema e apresentao do problema de pesquisa

    Vive-se em uma poca de mudanas constantes e vorazes, que modificam a

    cada instante o cenrio macro econmico das organizaes. nesta conjuntura que

    empresas de pequeno, mdio e grande porte, fecham suas portas ou so foradas a

    realizar cortes e modificaes em suas estruturas de uma maneira nunca vista

    anteriormente. Dessa maneira, os administradores se encontram frente a um

    caminho longo e desafiador.

    neste ambiente que aes empreendedoras de sucesso so tidas como

    hericas, e da figura do empreendedor que surgem novas idias e novas

    oportunidades de gerao de emprego e de giro do capital econmico.

    Na viso Degen (2009, p.2):

    O empreendedor o agente do processo de destruio criativa que, de

    acordo com Joseph A. Schumpeter, o impulso fundamental que aciona e

    mantm em marcha o motor capitalista, constantemente criando novos

    produtos, novos mtodos de produo, novos mercados e,

    implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos mtodos menos eficientes e

    mais caros.

    Entretanto, para que atinja o sucesso, o empreendedor deve munir-se de

    todas as informaes necessrias para poder tomar decises mais precisas e estar

    preparado para enfrentar as adversidades que podero surgir ao longo da trajetria.

    Nessa linha de raciocnio, Baron & Shane (2007) enquadram o

    empreendedorismo como atividade executada por indivduos especficos,

    envolvendo aes-chave, que incluem: identificar uma oportunidade que seja

    potencialmente valiosa no sentido de poder ser explorada em termos prticos, como

    um negcio (ou seja, uma oportunidade que possa produzir lucros sustentveis) e

    identificar as atividades envolvidas na explorao ou no desenvolvimento real dessa

    oportunidade. Alm disso, os autores comentam que o processo de empreender no

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    termina com o lanamento do novo empreendimento; ele tambm envolve a

    capacidade de administrar uma nova empresa com sucesso aps a sua criao.

    Ainda assim, micro e pequenas empresas, muitas vezes no sobrevivem ou

    passam por dificuldades por falta de uma qualificao de quem s conduzem, j que

    estes no se muniram de tcnicas administrativas ou no s geriram de maneira

    correta.

    Em um pas como o Brasil, onde a taxa de mortalidade das micro e pequenas

    empresas alta, estudar e entender o panorama em que se ir abrir um novo

    negcio torna-se crucial na afirmao de seu sucesso, e neste sentido que novos

    empreendedores devem encarar as oportunidades.

    Este cenrio se confirma em dados levantados pelo SEBRAE (Servio

    Brasileiro de Apoio Micro e Pequenas Empresas), expondo que, no ano de 2002,

    metade dos empreendimentos fecharam suas portas antes de completar dois anos

    de atuao. J em 2005, de cada 100 pessoas que constituram firma, 22 tiveram

    que encerrar suas atividades antes do negcio chegar aos dois primeiros anos de

    vida. Para o SEBRAE essa melhora no resultado est ligada melhoria da economia

    brasileira, e, principalmente a um maior preparo por parte dos empreendedores, ou

    seja, quem faz um bom plano de negcio, conhece o mercado, seus clientes e

    dispe de capital de giro e, portanto, tem mais chance obter sucesso.

    Apesar deste cenrio de alta mortalidade das empresas, em pesquisa

    realizada pelo GEM (Global Entrepreneurship Monitor) no ano de 2008, o Brasil, com

    estimativa de 14.644.000, ocupa a 3 posio dentre os pases com o maior nmero

    de empreendedores, ficando atrs apenas da ndia e dos Estados Unidos

    (respectivamente primeiro e segundo colocados). Alm disso, o Brasil continua com

    uma TEA (Taxa de Empreendedores em Estgio Inicial) superior mdia dos pases

    observados pela pesquisa GEM, que foi de 10,48%. A TEA mdia brasileira de 2001

    a 2008 de 12,72% contra uma TEA mdia dos demais pases GEM de apenas

    7,25%. Isso refora que o Brasil um pas de alta capacidade empreendedora e

    que, na mdia entre 2001 e 2008, o brasileiro 75,58% mais empreendedor que os

    outros. (SEBRAE, 2009).

    Alm disso, as micro e pequenas empresas tm participao expressiva na

    economia brasileira e na criao e colocao de empregos. De acordo com dados

    do ano de 2009 publicados pelo SEBRAE, das 5,1 milhes das empresas formais,

    98% so micro ou pequenas. Estes empreendimentos representam:

  • 17

    a) 67% das pessoas ocupadas no setor privado;

    b) 56% dos empregados com carteira assinada;

    c) 62% das empresas exportadoras;

    d) 2,3% do valor das exportaes;

    e) 20% do PIB

    Dentro deste mercado empreendedor, esto tambm inseridos os

    empreendimentos de bares e restaurantes. De acordo com a ABRESI (2009), o setor

    gastronmico fatura o equivalente a 2,4% do Produto Interno Bruto brasileiro, e

    responsvel por 8% dos empregos diretos no pas.

    Reforando este dado, de acordo com o presidente da ABRASEL Brasil, Sr. Clio

    Phillipi Salles, o setor gastronmico s cresce e uma indstria em transformao.

    Tal setor, acaba por acompanhar as mudanas estruturais necessrias para se

    poder atender uma demanda turstica cada vez maior no pas.

    Balizado nestes pontos, julga-se importante o estudo de Viabilidade e

    Empreendimento, pois o futuro de uma empresa recm criada depende de uma

    meticulosa anlise de variveis e possveis contingncias que venham atrapalhar o

    sucesso de um novo negcio.

    O ponto central desse estudo resume-se a seguinte pergunta: vivel a

    implantao e abertura de um restaurante de gastronomia grega em Florianpolis?

    Esse trabalho, seguindo sua metodologia proposta, responder a essa questo

    central.

    1.2 Objetivos

    1.2.1 Objetivo geral

    Verificar a viabilidade de implantao de um restaurante de gastronomia

    grega em Florianpolis.

  • 18

    1.2.2 Objetivos especficos

    a) destacar o atual cenrio de empreendedorismo;

    b) verificar fatores econmico, social e poltico que potencialmente

    influenciem no empreendimento;

    c) verificar os procedimentos e requisitos bsicos para a implantao do

    negcio;

    d) apresentar as projees financeiras referentes implantao do

    empreendimento;

    1.3 Justificativa

    Este estudo importante para o acadmico, pois atravs dele possvel

    perceber a aplicao e importncia de referenciais tericos no dia-a-dia, quanto a

    questes de empreendedorismo. Isso ajuda o acadmico a acreditar que o tempo

    que investe em seus estudos importante e muito tem a contribuir para as

    organizaes que ainda podem surgir no mercado. Ainda na importncia prtica, a

    sociedade tem a oportunidade de entrar em contato com o meio acadmico,

    deparar-se com conceitos muitas vezes desconhecidos e tambm entender o motivo

    de tantos mtodos que so utilizados, pois com a experincia adquirida no cotidiano,

    nota-se que a cincia est presente em muitos momentos. Essa a maneira atravs

    da qual a academia pode contribuir futuros empreendedores.

    Para a universidade, poder estar em contato com o meio externo de

    extrema importncia, visto que um dos objetivos de um curso, como o de

    Administrao, formar bons profissionais para o mercado de trabalho. Quando

    percebido pelo acadmico que noes tericas, aprendidas no meio universitrio,

    tm aplicao prtica, isso acaba tornando-se uma motivao para que o mesmo

    encare com seriedade sua caminhada acadmica.

    Quanto sua originalidade pode-se apontar o fato de o estudo abordar as

    questes referentes a um tipo de empreendimento ainda no explorado pelo ramo

    gastronmico na regio de Florianpolis. Alm disso, refora a dificuldade do

  • 19

    empreendedor que no tem preparo e acaba por inserir-se no mercado sem uma

    base de conhecimento do ambiente que o cerca.

    Tambm se pode destacar a viabilidade desse estudo, pois o acadmico tem

    a possibilidade de realizar um bom trabalho, apresentando boas sugestes e

    averiguando pontos positivos e negativos quanto implantao desse tipo de

    negcio.

    Por fim, pode-se ressaltar que, atualmente, o empreendedor que no se

    auxilia de dados e experimentos que precedem o seu negcio, tem grandes chances

    de falha no sucesso e aplicao de um empreendimento.

  • 20

    2 FUNDAMENTAAO TERICA

    A fundamentao apresentada no seguinte trabalho abordar a reviso da

    viso do que tericos j escreveram e discutiram sobre o tema que ser abordado

    no decorrer deste trabalho alimentando-o de base terica como auxlio na pesquisa

    em questo.

    2.1 Empreendedorismo

    Segundo Dornelas (2005) a palavra empreendedor tem origem francesa e

    quer dizer aquele que assume riscos e comea algo novo. Ainda segundo o autor, o

    mundo tem passado por vrias transformaes em curtos perodos de tempo,

    principalmente no sculo XX, quando foi criada a maioria das invenes que

    revolucionaram o estilo de vida das pessoas. Essas invenes segundo Dornelas

    so frutos de inovao, de algo indito ou de uma nova viso de como utilizar coisas

    j existentes, mas que ningum antes ousou olhar de outra maneira.

    De acordo com Chiavenato (1987) o empreendedor a pessoas que inicia ou

    desenvolve um negcio em que se arrisca a perder capital aplicado.

    Na concepo de Degen (2009), so vrios os motivos que fazem com que

    alguns indivduos desejem ter seu prprio negcio: vontade de ganhar muito

    dinheiro, desejo de sair da rotina de emprego, vontade de determinar seu futuro,

    necessidade de provar a si e aos outros que capaz de realizar um

    empreendimento e desejo de desenvolver algo que traga reconhecimento e

    benefcios, no s para si, mas para a sociedade. Ainda segundo o autor, ser

    empreendedor significa ter, acima de tudo, a necessidade de realizar coisas novas,

    pr em prtica idias prprias, caracterstica de personalidade e comportamento que

    nem sempre fcil de encontrar. Degen (2009) ainda comenta que existem fatores

    inibidores do potencial do empreendedor como:

    a) imagem social: a imagem social como fator inibidor compreende o fato de

    que para algumas pessoas obter o sucesso como empreendedor significa

  • 21

    abandonar o conforto de sua carreira bem sucedida para sujar mos com

    atividades necessrias para iniciar um empreendimento prprio;

    b) disposio para assumir riscos: a disposio para assumir riscos pode ser

    visto como um fator inibidor, pois nem todas as pessoas apresentam as

    mesmas disposies para assumi-los;

    c) capital social: so os valores e idias que subliminarmente nos foram

    incutidos por nossos pais, professores, amigos e outros que influenciaram na

    nossa formao intelectual e que, inconscientemente orientam nossas vidas; e,

    d) outros interesses: tais interesses podem tornar a opo de iniciar um

    negcio prprio pouco atrativo.

    Na viso de Drucker (1997), o que caracteriza a capacidade empreendedora

    exatamente saber tirar vantagem da mudana. O empreender sempre est

    buscando mudanas, inovaes, novas oportunidades. Ele deve sempre encarar

    estas situaes, reagir e explorar como reais oportunidades.

    2.2 Plano de negcios

    O projeto de um novo empreendimento constitudo de informaes que

    permitem analisar a viabilidade do negcio. A funo do projeto trazer um conjunto

    de elementos que permitam avaliar, quantitativa e qualitativamente as vantagens e

    desvantagens da aplicao de recursos para a realizao do negcio.

    Segundo De Mori (1998), um plano de negcio deve responder a trs

    questes: 1. Por que o negcio vai dar certo? 2. Como ser atingido o objetivo e, 3.

    Quando a empresa comea a dar lucro?.

    Dornelas (2005, p.93) define que O plano de negcio parte fundamental do

    processo empreendedor. Empreendedores precisam saber planejar suas aes e

    delinear as estratgias da empresa a ser criada ou em crescimento.De acordo com

    o autor o plano de negcios uma ferramenta de gesto que deve ser utilizada por

    todo empreendedor que queira transformar seu sonho em realidade, seguindo o

    caminho lgico e racional que se espera de um bom administrador. Dornelas (2005)

    complementa dizendo que o plano de negcios uma ferramenta extremamente

  • 22

    eficaz e proporciona resultados internacionalmente comprovados tanto na

    concepo do negcio, quanto na obteno de recursos financeiros e gerenciamento

    corporativo da empresa.

    Degen (2009, p.208) salienta que a elaborao do plano de negcio que o

    candidato a empreendedor pretende desenvolver lhe garante os seguintes

    benefcios:

    a) reunir ordenadamente todas as informaes e idias sobre o novo negcio;

    b) escrever o plano de negcios fora o candidato a empreendedor a analisar,

    formalizar e justificar todos os aspectos crticos do novo negcio;

    c) vender o negcio para si mesmo;

    d) simular as conseqncias de diferentes estratgias competitivas, ofertas de

    valor, de planos financeiros;

    e) apresentar o plano do negcio a pessoas experientes e de confiana para

    valida-lo, ouvir sugestes, crticas;

    f) motivar e focalizar a ateno do candidato a empreendedor e dos possveis

    scios e colaboradores nos riscos do negcio e como super-los, alm de

    focar nos aspectos crticos para o sucesso do negcio;

    g) testar a oportunidade de negcio, o conhecimento, a motivao e a dedicao

    do candidato a empreendedor e dos possveis scios e colaboradores do

    novo negcio;

    h) convencer possveis scios, investidores, financiadores, fornecedores e

    futuros clientes do sucesso do novo negcio e, assim, obter os recursos

    necessrios para realiz-lo;

    i) orientar a montagem e a operao do novo negcio no primeiro ano; e,

    j) controlar o investimento da montagem e os custos da operao por meio da

    projeo do fluxo de caixa do novo negcio no primeiro ano.

    Para elaborao de um plano de negcios devem ser utilizadas algumas regras

    bsicas, mas que no so estticas e permitem ao empreendedor utilizar sua

    criatividade ou bom senso, enfatizando um ou outro aspecto que mais interessa ao

    pblico-alvo do plano de negcios em questo (DORNELAS, 2005). Segundo o

    autor a estrutura de um plano de negcios para pequenas empresas prestadoras de

    servio pode ser definido da seguinte maneira:

  • 23

    a) Capa;

    b) Sumrio;

    c) Sumrio Executivo;

    d) O Negcio;

    e) Dados financeiros; e,

    f) Anexos.

    2.3 Aspectos tcnicos

    Para operacionalizar o negcio, o empreendedor deve estudar e decidir sobre

    os aspectos tcnicos do empreendimento, dentre os quais: a localizao, as

    instalaes, os equipamentos e o mobilirio. (PEREIRA; SANTOS, 1995).

    Segundo Chiavenato (1995), a localizao da empresa refere-se ao local

    especfico escolhido para as instalaes da empresa. O autor salienta que a escolha

    de um local para situar as instalaes depende de vrios fatores, os quais variam se

    a empresa produtora de bens ou prestadora de servios, ou ainda, se industrial

    ou comercial.

    Para uma empresa com localizao comercial, Chiavenato (1995) ressalta a

    relevncia dos seguintes fatores:

    a) proximidade dos clientes

    b) facilidade de acesso;

    c) facilidade de transporte;

    d) facilidade de estacionamento;

    e) infra-estrutura recreacional;

    f) adequao do local; e,

    g) baixos custos imobilirios e condominiais.

    O SEBRAE orienta que o empreendedor deve basear-se em dados concretos,

    concentrando esforos na pesquisa de informaes sobre clientes, fornecedores,

  • 24

    concorrentes, infra-estrutura e logstica, pois o sucesso do empreendimento

    depende, em grande parte, de sua localizao.

    Quanto s instalaes, equipamentos e mobilirios, Pereira e Santos (1995),

    denotam que estes constituem os principais investimentos fixos da fatura empresa e

    que variam conforme o setor e as peculiaridades do negcio. Os autores sugerem o

    detalhamento dos seguintes aspectos:

    Quanto s instalaes:

    a) concepo arquitetnica para reforma ou construo;

    b) estudo do layout interno;

    c) estudo da fachada; e,

    d) projeto eltrico/hidrulico, de comunicao.

    Quanto aos equipamentos e mobilirio:

    a) equipamentos e mquinas necessrias operao;

    b) veculos;

    c) mobilirio; e,

    d) equipamentos complementares: computadores, fax, impressora, etc.

    2.4 Aspectos jurdicos e legais

    Os aspectos jurdicos e legais dizem respeito s formas de cumprimento das

    Leis e normas que regem o setor da atividade econmica. Ou seja, refere-se

    constituio da empresa, aos encargos incorridos, sobre sua atuao e outros

    aspectos incidentes durante a operacionalizao da gesto.

    Chiavenato (1995), afirma que para que possa desenvolver suas atividades e

    operaes, a empresa precisa ser legalmente estabelecida e constituda, e para

    faz-lo necessrio escolher entre as vrias alternativas jurdicas para abrir uma

    sociedade, como os diferentes tipos de scios, dentro da legislao brasileira.

    Seguindo a mesma linha de pensamento, Woiler e Mathias (1985), afirmam

    que os aspectos jurdicos correspondem forma societria da empresa: seu tipo,

    quais so os scios e qual a participao acionria de cada um, o registro na Junta

  • 25

    Comercial, etc. J os aspectos legais esto relacionados com as exigncias legais

    e/ou incentivos fornecidos pelos governos federal, estadual e municipal. Nestas

    categorias enquadram-se os impostos, os incentivos fiscais, os incentivos estaduais

    e/ou municipais para favorecer a instalao de indstrias em determinado local e

    outros.

    2.4.1 Aspectos jurdicos

    Os aspectos jurdicos apresentam os seguintes fatores relacionados com a forma

    societria da empresa, e que devero ser definidos, segundo Woiler e Mathias

    (1985, p.37):

    a) tipo de sociedade;

    b) nome e razo social;

    c) sede e foro da organizao;

    d) qualificao e participao acionria de cada scio;

    e) data da fundao;

    f) dirigentes e administradores principais;

    g) registro na junta comercial.

    Com relao escolha da forma jurdica a ser adotada, existem trs opes

    bsicas: firma individual, sociedade de pessoas e sociedades annimas

    (CHIAVENATO, 1995, p.37). Depois de tais procedimentos deve-se projetar seus

    estatutos e atender s formalidades de constituio da nova pessoa jurdica.

    2.4.2 Aspectos legais

    Os aspectos legais esto relacionados com as exigncias legais ou os incentivos

    concedidos pelos governos Federal, Estadual e Municipal. Segundo Woiler e

    Mathias (1985, p.36), devem ser verificados os seguintes aspectos:

  • 26

    a) viabilidade de localizao junto esfera municipal (alvar de licena para

    localizao);

    b) tributos incidentes (impostos e taxas) e encargos sociais.

    2.4.2.1 Empresas de Pequeno Porte e Micro Empresas

    De acordo com a Receita Federal, o Sistema Integrado de Pagamento de

    Impostos e Contribuies das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

    (Simples) um regime tributrio diferenciado, simplificado e favorecido, aplicvel s

    pessoas jurdicas consideradas como microempresas (ME) e empresas de pequeno

    porte (EPP), nos termos definidos na Lei no 9.317, de 1996, e alteraes

    posteriores, estabelecido em cumprimento ao que determina o disposto no art. 179

    da Constituio Federal de 1988. Ainda de acordo com o a Receita Federal,

    constitui-se em uma forma simplificada e unificada de recolhimento de tributos, por

    meio da aplicao de percentuais favorecidos e progressivos, incidentes sobre uma

    nica base de clculo, a receita bruta.

    Para efeito do SIMPLES, considera-se Micro Empresa, a pessoa jurdica que

    tenha auferido, no ano-calendrio, receita bruta igual ou inferior a R$120.000,00

    (cento e vinte mil reais). J quanto s empresa de pequeno porte considera-se, a

    pessoa jurdica que tenha auferido, no ano-calendrio, receita bruta superior a

    R$120.000,00 (cento e vinte mil reais) e igual ou inferior a R$1.200.000,00 (um

    milho e duzentos mil reais).

    De acordo com a Receita Federal, a pessoa jurdica que optar por se inscrever no

    Simples ter os seguintes benefcios:

    a) tributao com alquotas mais favorecidas e progressivas, de acordo com a

    receita bruta auferida;

    b) recolhimento unificado e centralizado de impostos e contribuies federais,

    com a utilizao de um nico DARF (DARF-Simples), podendo, inclusive,

    incluir impostos estaduais e municipais, quando existirem convnios firmados

    com essa finalidade;

  • 27

    c) clculo simplificado do valor a ser recolhido, apurado com base na aplicao

    de alquotas unificadas e progressivas, fixadas em lei, incidentes sobre uma

    nica base, a receita bruta mensal;

    d) dispensa da obrigatoriedade de escriturao comercial para fins fiscais, desde

    que mantenha em boa ordem e guarda, enquanto no decorrido o prazo

    decadencial e no prescritas eventuais aes, os Livros Caixa e Registro de

    Inventrio, e todos os documentos que serviram de base para a escriturao;

    e) dispensa a pessoa jurdica do pagamento das contribuies institudas pela

    Unio, destinadas ao Sesc, ao Sesi, ao Senai, ao Senac, ao Sebrae, e seus

    congneres, bem assim as relativas ao salrio-educao e Contribuio

    Sindical Patronal (IN SRF no 355, de 2003, art.5o, 7o);

    f) dispensa a pessoa jurdica da sujeio reteno na fonte de tributos e

    contribuies, por parte dos rgos da administrao federal direta, das

    autarquias e das fundaes federais (Lei no 9.430, de 1996, art. 60; e IN SRF

    no 306, de 2003, art. 25, XI);

    g) iseno dos rendimentos distribudos aos scios e ao titular, na fonte e na

    declarao de ajuste do beneficirio, exceto os que corresponderem a pr-

    labore, aluguis e servios prestados, limitado ao saldo do livro caixa, desde

    que no ultrapasse a Receita Bruta.

    2.4.2.2 Porte das empresas pelo nmero de funcionrios

    Para se determinar o porte de uma empresa, o SEBRAE utiliza, alm do

    critrio adotado no Estatuto da Micro e Pequena Empresa, a ponderao de nmero

    de funcionrios nas empresas, principalmente nos estudos e levantamentos sobre a

    presena da micro e pequena empresa na economia brasileira, conforme os

    seguintes nmeros:

    a) Microempresas: na indstria e construo at 19 funcionrios; no comrcio e

    servios, at 09 funcionrios;

    b) Pequena empresa: na indstria e construo: de 20 a 99 funcionrios; no

    comrcio e servios, de 10 a 49 funcionrios.

  • 28

    2.5 Aspectos administrativos

    Segundo o SEBRAE (Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas

    Empresas), administrao o processo de tomar e colocar em prtica, decises

    sobre objetivos e utilizao de recursos. Neste sentido, uma boa gesto pode ser

    dividida em quatro roteiros:

    a) planejar: traar metas e definir aes e recursos necessrios para se obter

    o resultado desejado;

    b) organizar: delegar autoridade, dividindo tarefas e responsabilidades entre

    as pessoas e distribuir os recursos necessrios;

    c) liderar: conseguir que cada pessoa, voluntariamente, d o melhor de si,

    formando um grupo de pessoas unidas em torno de um objetivo comum;

    d) controlar: acompanhar o desenvolvimento das tarefas e tomar decises,

    visando compatibilidade entre objetivos desejados e resultados alcanados;

    De acordo com Resnik (2001), apenas o proprietrio-gerente consegue

    determinar os principais propsitos, valores e a identidade da empresa. Nesse

    contexto, cabe ao proprietrio-gerente, desenvolver uma equipe de empregados

    capazes e motivados. Bem como alocar os recursos disponveis. O autor determina

    dez condies decisivas para o sucesso e sobrevivncia da pequena empresa, que

    so fundamentais a um administrador:

    a) ser objetivo: essencial uma viso honesta e imparcial dos pontos fortes e

    fracos da companhia e de suas habilidades empresariais e administrativas;

    b) manter tudo simples e focalizado: concentrar esforos e recursos onde o

    impacto e os lucros forem maiores;

    c) proporcionar bens e servios excelentes e distintos que satisfaam as

    necessidades e desejos de grupos seletos de clientes;

    e) criar, administrar e motivar uma equipe vencedora que faa o que voc no

    pode fazer sozinho;

    f) manter os registros e controles contbeis que voc precisa usar para

    compreender e administrar a empresa;

  • 29

    g) nunca ficar sem disponibilidade de caixa;

    h) evitar as armadilhas do crescimento rpido;

    i) conhecer a firma de trs para frente; e

    j) planejar o futuro.

    2.6 Aspectos mercadolgicos

    De acordo com Dornelas (2005), a anlise de mercado apresenta o

    entendimento do mercado da empresa, seus clientes, seus concorrentes e

    conhecimento do mercado onde atua. Da mesma forma Dolabela (1999) afirma que

    a anlise de mercado permite o conhecimento dos clientes, concorrentes,

    fornecedores e do ambiente que a empresa vai atuar, contribuindo para a verificao

    da viabilidade do negcio.

    O bom planejamento e tomada de decises exigem o acesso e anlise de

    dados para gerar informaes teis no tempo apropriado, e isso faz com que os

    gestores percam um tempo considervel desenvolvendo tais planos. A anlise

    ambiental uma das tarefas mais importantes para qualquer organizao. Isso

    porque a anlise tem que ser um esforo progressivo. Deve ser um fator cultural da

    empresa. (FERREL, 2000).

    Na viso de Chiavenato (1995, p.18), [...] o estudo do mercado importante

    para sinalizar a empresa e balizar o seu comportamento frente a seus fornecedores

    e aos clientes ou consumidores. Na viso do autor o estudo de mercado, ou

    pesquisa de mercado, consiste no levantamento e investigao dos fenmenos que

    ocorrem no processo de trocas e de intercmbios de mercadores do produto ao

    consumidor.

    2.6.1 Definio do Negcio

    De acordo com Degen (2009), depois de identificada a oportunidade de

    negcio e coletadas as informaes sobre ela, o empreendedor precisa ordenar

    essas informaes em um conceito que, para o autor, deve descrever claramente a

  • 30

    necessidade do grupo de clientes a que o negcio pretende atender, com algo

    produto ou servio que sabe fazer a um custo compatvel com a realidade destes

    clientes. O autor ainda ressalta que, para definio do negcio, no necessrio

    nenhum investimento, a no ser dedicao e tempo do futuro empreendedor.

    Chiavenato (1995) afirma que, qualquer tentativa sria de definir o negcio da

    empresa deve partir do cliente, da sua realidade, da sua situao, do seu

    comportamento, das suas expectativas e valores. Ainda segundo o autor, preciso

    atender s necessidades dos vrios parceiros da empresa, pois alm do cliente

    (consumidor ou usurio), existem outros participantes aos quais a empresa deve

    ateno: acionistas, empregados, fornecedores e a prpria sociedade. Chiavenato

    (1995), tambm destaca que o melhor negcio aquele que conseguem juntar a

    experincia e conhecimentos do empreendedor com as necessidades do mercado, e

    que no basta o empreendedor possuir vastos conhecimentos em determinado

    negcio se o mercado para o mesmo j estiver saturado, ou se os concorrentes j o

    fizerem melhor.

    2.6.2 Produtos oferecidos

    De acordo com o SEBRAE (2009), nesta parte da pesquisa necessrio

    definir que trabalho ser feito quem far, com que material e com que equipamento.

    Estes passos caracterizam o registro de como a empresa ir operar.

    Ainda segundo o SEBRAE (2009), necessrio examinar alternativas em

    relao aos processos, ao jeito de fazer, aos equipamentos, s matrias primas,

    visando sempre qualidade e ao preo da mercadoria ou servio.

    Para Chiavenato (1995, p.18), cada produto ou servio apresenta

    determinados componentes que so os aspectos que determinam suas

    caractersticas fsicas. Os principais componentes tangveis so: marca, logotipo,

    embalagem, qualidade e preo.

  • 31

    2.6.3 Mercado Concorrente

    Para Chiavenato (1995), o mercado concorrente composto por pessoas ou

    organizaes que oferecem produtos ou servios iguais ou similares ao que se

    pretende oferecer aos consumidores. Por este motivo, o autor afirma que preciso

    conhecer o que o concorrente est oferecendo, para tentar descobrir pontos fortes

    ou pontos a serem melhorados no prprio empreendimento. E para essa

    investigao dos concorrentes, Chiavenato (1995), afirma que deve-se saber

    quantos e quem so eles, quais as estratgias e participao do mercado, alm de

    suas caractersticas financeiras.

    De acordo com Dornelas (2005), conhecer a concorrncia dever de

    qualquer empreendedor que queira competir e vencer no mercado. Ainda segundo o

    autor, a importncia de uma anlise criteriosa dos principais concorrentes fica

    evidente quando a empresa precisa estabelecer uma estratgica de marketing.

    Portanto, deve-se manter constantemente informado e atento s aes

    concorrenciais no mercado, alm da monitorao quanto entrada de novos

    concorrentes. Para este ltimo, Degen (2009) diz que todo negcio bem sucedido

    atrai novos concorrentes, e que, se no houver barreiras entrada para tais, os

    negcios tendem a perder rentabilidade devido ao excesso de concorrncia,

    podendo se transformar, segundo o autor, em negcios medocres.

    2.6.4 Mercado Consumidor

    O fato de que o consumidor o principal agente de sucesso de uma empresa,

    faz com que este deva ser atentamente pesquisado, para que se possa saber de

    suas necessidades, preferncias e caractersticas econmicas.

    A anlise do mercado consumidor avalia a situao atual e futura a respeito

    dos mercados-alvos da empresa. Essa anlise deve coletar informaes que

    identifiquem os consumidores atuais e potenciais da empresa, as necessidades

    prevalecentes desses consumidores, as caractersticas bsicas dos produtos da

  • 32

    empresa e dos concorrentes e as mudanas previstas nessas necessidades

    (FERREL, 2000).

    Kotler (1998), afirma que o comportamento do comprador influenciado por

    quatro importantes fatores:

    a) fatores culturais;

    b) fatores sociais;

    c) fatores pessoais; e

    d) fatores psicolgicos.

    Ainda de acordo com Kotler (1998), a cultura o determinante mais

    fundamental dos desejos e do comportamento de uma pessoa. J nas subculturas

    incluem-se nacionalidades, religies, grupos sociais e regies geogrficas.

    Na viso de Chiavenato (1995), para vender, a empresa precisa fazer uma

    pesquisa de mercado de consumidores, a fim de saber onde esto localizados, onde

    e como compram, suas preferncias quanto a preo ou caractersticas do produto. O

    autor destaca ainda, que a empresa precisa escolher os meios mais adequados de

    levar seus produtos aos consumidores.

    2.6.5 Mercado Fornecedor

    Dos agentes que colaboram para o desempenho satisfatrio de uma

    organizao, os fornecedores assumem papel de inegvel relevncia. Isto porque,

    do fornecedor depende a qualidade dos insumos adquiridos e, conseqentes

    reflexos no produto final.

    Nesse contexto, Chiavenato (1995) afirma que o mercado fornecedor pode

    ser definido como o conjunto de pessoas ou organizaes que suprem a empresa de

    insumos e servios necessrios ao seu funcionamento. O autor complementa que,

    para comprar, a empresa precisa fazer uma pesquisa de mercado de fornecedores,

    a fim de conhec-los melhor e escolher os fornecedores mais adequados em funo

    do preo, qualidade e condio de pagamento.

  • 33

    Na viso de Cunha (1997), um bom relacionamento entre empresa e

    fornecedor pode ser obtido atravs de respeito e confiana mtua, um claro

    entendimento de necessidades do cliente final, uma responsabilidade compartilhada

    com comunicao clara e aberta, e um compromisso mtuo de melhoria contnua da

    satisfao total do cliente final.

    2.7 Estratgia

    Porter (1999, p.47) afirma que tanto a eficcia operacional como a estratgia

    so essenciais para o desempenho superior, que, afinal, o objetivo primordial de

    todas as empresas. Segundo Porter (1999), estratgia a essncia de

    desempenhar atividades de forma diferente ou realizar atividades diferentes em

    relao aos seus concorrentes, para criar uma posio exclusiva e valiosa. Ainda

    segundo o autor, estratgia se traduz na realizao de atividades diferentes, ou, de

    atividades semelhantes realizadas de forma diferente.

    Ainda Porter apud Carvalho & Laurindo (2007), afirma que existem dois tipos

    bsicos de vantagem competitiva, que so: a liderana em custo e a diferenciao.

    Podendo assim definir o escopo de atuao estratgico tendo um mercado amplo

    com diversos segmentos, ou um restrito, atuando em um segmento mais especfico.

    O posicionamento estratgico pode ser realizado de trs formas distintas, so

    elas: variedade nos produtos e servios, atendimento das necessidades de um

    determinado grupo de consumidores e particularidade de modalidades de acesso,

    segundo defende Porter Apud Carvalho & Laurindo (2007).

    2.8 Aspectos econmico-financeiros

    Para uma empresa sobreviver no mercado, imprescindvel que tenha uma

    base financeira bem definida e elaborada e que d sustento para a vida e

    continuidade do empreendimento. Portanto, sero apresentadas vises de autores

    que fundamentem tal rea da empresa.

  • 34

    2.8.1 Planejamento financeiro

    Weston & Brigham (2000) destacam que o planejamento financeiro envolve a

    concretizao de projees de vendas, renda e ativos fundamentada em estratgias

    alternativas de produo e de marketing, acompanhadas pela deciso de como

    acatar s necessidades financeiras presumidas. Em um mesmo contexto, Ross

    (1995, p. 525), afirma que o planejamento financeiro formaliza o mtodo pelo qual

    as metas financeiras devem ser alcanadas.

    De uma maneira esquemtica, Braga (1989, p.78) explana que o

    planejamento financeiro deve:

    a) estimar os recursos necessrios para executar os planos operacionais da

    empresa;

    b) determinar o montante destes recursos que podero ser obtidos pela

    prpria empresa e quanto dever ser originado de fontes externas;

    c) identificar os melhores meios e fontes para obteno de recursos

    adicionais quando necessrios;

    d) estabelecer os melhores mtodos para aplicao dos recursos, sejam de

    origem interna ou externa.

    2.8.2 Investimento

    Na viso de Sanvicente (1983, p.11), a deciso de investimento consiste num

    conjunto de decises visando dar empresa a estrutura ideal em termos ativos

    fixos e correntes para que os objetivos da empresa como um todo sejam

    atingidos.

    Em uma mesma linha, porm de maneira mais resumida, pode-se citar

    Holanda (1987, p.259), que comenta que investimento [...] qualquer aplicao de

    capital com vistas obteno de um fluxo de benefcios, ao longo de determinado

    tempo futuro.

  • 35

    Em se tratando de capital fixo, Chiavenato (1995) afirma que este composto

    de ativos imobilizados. Os investimentos em ativos imobilizados, segundo o autor,

    so executados em longo prazo, possuem estabilidade e sofrem escassas

    modificaes ao mesmo prazo.

    Ainda de acordo com Chiavenato (1995), o capital de giro, ou capital de curto

    prazo, composto de ativos circulantes, sendo que estes sofrem modificaes de

    maneira freqente, quase habituais, j que o capital de giro est relacionado,

    sobretudo, s vendas, que so realizadas diariamente e podem sofrer oscilaes

    com constncia.

    2.8.3 Fluxo de caixa

    Para domnio e controle cotidiano das finanas de uma empresa, essencial

    que se faa uma utilizao e julgamento correto do instrumento do fluxo de caixa.

    Atravs desta ferramenta, obtm-se informaes atualizadas sobre entradas e

    sadas de caixa, possibilitando, dessa maneira, o melhor jeito de se usar os recursos

    e evitar eventuais faltas dos mesmos.

    De acordo com Gitman (1997), o planejamento de caixa a base de uma

    empresa. Sem ele, o autor afirma que no se ter conhecimento quando haver

    caixa aceitvel para amparar as operaes ou quando ser preciso recorrer

    financiamentos bancrios. Gitman (1997) complementa que organizaes que

    sucessivamente apresentem falta de caixa e que necessitam de crdito de ltima

    hora, podero compreender como difcil localizar bancos que s financie.

    Campos Filho (1999) diz que a demonstrao dos fluxos de caixa formada por

    quatro grandes grupos, os quais so:

    a) disponibilidades;

    b) atividades operacionais;

    c) atividades de investimento;

    d) atividades de financiamento.

  • 36

    2.8.4 Depreciao

    Na viso de Groppelli & Nikbakht (1999), a depreciao a alocao do custo

    de investimento em ativos imobilizados (como mquinas e equipamentos) por alguns

    anos.

    Em complemento a esta definio, Casarotto Filho & Kopittke (2000) afirmam

    que a depreciao contabilmente descrita como o gasto equivalente perda de

    valor de um determinado bem, seja por obsolescncia ou desgaste. Para os autores,

    a depreciao no um desembolso, porm, um passivo e pode ser descontada

    das receitas, diminuindo o lucro tributvel e, por conseguinte, o imposto de renda,

    este sim um desembolso autentico, e com conseqncia sobre o fluxo de caixa.

    Um ponto importante, destacado por ambos os autores, com relao s

    regras sobre o perodo de depreciao de cada tipo de bem, uma vez que se no

    existissem regras, os valores seriam depreciados rapidamente, recuperando de

    maneira clere o investimento imobilizado.

    Ribeiro (1999, p.166) apresenta uma tabela com prazos e taxas usualmente

    admitidos para depreciao:

    ITENS PRAZO DE DEPRECIAO TAXA ANUAL DE

    DEPRECIAO

    Computadores e perifricos 5 anos 20%

    Edifcios e benfeitorias 25 anos 4%

    Motociclos 4 anos 25%

    Mveis, utenslios e

    instalaes 10 anos 10%

    Veculos de pessoas e

    cargas 5 anos 20%

    Quadro 1: Depreciao Fonte: Ribeiro, 1999

  • 37

    2.8.5 Capital de giro

    A conservao do capital de giro crucial para que se conservem saudveis

    os ndices de liquidez de uma organizao, contribuindo tambm com a

    possibilidade de rentabilidade.

    Na viso de Braga (1997), o capital de giro faz relao aos recursos aplicados

    no ativo circulante, composto essencialmente pelos estoques, contas a receber e

    disponibilidades. Uma abordagem mais ampla contempla tambm os passivos

    circulantes.

    Degen (2009) diz que de acordo com o estudo realizado com o SEBRAE e

    pela FURBA sobre Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas

    brasileiras, indica entre as principais causas do fracasso de negcios a falta de

    capital de giro, que indica descontrole do fluxo de caixa, e problemas financeiros,

    devido ao alto endividamento, o que indica, segundo o autor, um planejamento de

    caixa ineficiente.

    Degen (2009, p.174) complementa que para que o candidato a empreendedor

    administre de maneira eficiente o fluxo de caixa, deve:

    a) manter uma rigorosa contabilidade de caixa para o novo negcio desde o

    primeiro dia de operao;

    b) fazer uma cuidadosa e detalhada projeo do fluxo de caixa antes de inici-lo

    para avaliar sua viabilidade financeira, e refazer periodicamente essa

    projeo durante seu desenvolvimento;

    c) procurar obter informaes sobre o fluxo de caixa histrico de negcios

    semelhantes a fim de validar as projees do fluxo de caixa do novo negcio;

    d) calcular o ponto de equilbrio operacional de caixa, avaliando sua viabilidade

    financeira;

    e) ponderar, baseado na projeo do fluxo de caixa, se o novo negcio propicia

    a remunerao adequada ao risco do investimento, considerando sua curva

    de remunerao e de risco em relao ao mercado financeiro em que est

    inserido; e

    f) fazer a anlise da sensibilidade da projeo do fluxo de caixa do novo

    negcio aos possveis riscos.

  • 38

    2.8.6 Custos

    O conhecimento dos custos (sejam eles administrativos, financeiros ou

    operacionais) precisam ser de noo do administrador, j que afeta inteiramente a

    posio da empresa e tambm o preo final ao consumidor e a margem de

    lucratividade.

    De maneira sucinta e explicativa, Casarotto Filho (2000), afirma que custos

    fixos so aqueles que independem da quantidade produzida, j os custos variveis

    so variavelmente proporcionais quantidade produzida.

    Semelhantemente, Assef (1997) considera os custos fixos como sendo

    aqueles que no variam, involuntariamente ao nvel de atividade da empresa, ou

    seja, vendendo-se ou produzindo-se quantidade qualquer, os custos fixos

    permanecero. O autor ainda diz que, apesar de fixos, eles acabam por variar de

    maneira recorrente, seja em funo de racionalizao administrativa ou por ajustes

    de estrutura.

    Braga (1997) ainda identifica determinados custos denominados Custos

    Semivariveis ou Semifixos. De acordo com o autor, alguns custos contm subsdios

    variveis e fixos, e a constatao do ponto de equilbrio demanda da separao

    desses elementos de maneira a agreg-los nos dois conjuntos. Como exemplo, o

    autor cita os custos de energia eltrica e remunerao a vendedores, como

    comisses por vendas.

    2.8.7 Determinao do preo de venda

    Para se definir o preo de venda dos produtos ou servios aos clientes,

    realizado um estudo em que so considerados mltiplos fatores, como a renda do

    pblico-alvo, o preo que o mercado est proporcionando, alm dos custos de

    fabricao.

    A correta formao de preos de venda questo fundamental para

    sobrevivncia e o crescimento auto-sustentado das empresas, independentemente

    de seus portes e de suas reas de atuao. (ASSEF, 1997, p.29).

  • 39

    Aprofundando o tema, Kuhnen (2001) diz que, quando a empresa inquieta-se

    em gerar o preo de venda, deve-se tambm ter ateno com o custo do produto

    produzido. Caso o custo no esteja bem definido, o autor afirma que possivelmente

    o preo de venda tambm no estar.

    De acordo com Kuhnen (2001, p.479), a concepo do preo de um produto

    ou servio deve avaliar avalia:

    a) custo do produto;

    b) percentual de impostos;

    c) percentual de despesas;

    d) percentual de lucro pretendido; e

    e) valor do lucro pretendido.

    2.8.8 Ponto de equilbrio

    Para que se tenha uma noo mensurada do desempenho do negcio,

    essencial para a organizao ter a idia da quantidade mnima a ser vendida para

    que no haja prejuzo.

    Weston & Brigham (2000) afirmam que a anlise do ponto de equilbrio um

    procedimento para gerar o ponto em que as vendas vo apenas cobrir os custos, ou

    seja, o ponto em que a empresa vai equilibrar-se, servindo tambm para demonstrar

    a amplitude das perdas ou lucros da empresa se as vendas diminurem ou

    excederem para um nvel diferente desse ponto.

    Aprofundando-se no tema, Welsh (1990) afirma que o ponto de equilbrio,

    acentuado como o volume ao qual a receita precisamente igual ao custo total,

    quase incidental grande amplitude da anlise de relaes entre custos, volume e

    lucro. Essa anlise, segundo o autor, preocupa-se inteiramente com o efeito sobre

    os resultados de:

    a) alteraes de custos fixos;

    b) alteraes de custos variveis;

    c) alterao do volume fsico de vendas;

  • 40

    d) alteraes de preos de vendas; e

    e) alteraes da distribuio relativa de produtos vendidos.

    2.8.9 Retorno sobre o investimento

    A anteviso e a ponderao dos retornos sobre os investimentos legitimam

    tomadas de decises dos investimentos. Uma importante forma de mensurao do

    retorno sobre o investimento o designado mtodo Payback.

    Sanvicente (1983) define tal mtodo como o nmero de anos ou meses

    necessrio para que o desembolso correlativo ao investimento inicial seja

    readquirido. Para tal clculo, o autor expe a seguinte frmula:

    PAYBACK = Invesitmento Inicial

    Lucro lquido do perodo

    Casarotto Filho e Kopittke (2000, p.163) alertam que o procedimento do

    mtodo payback [...] no leva em considerao a vida do investimento, e pode ser

    dificultada sua aplicao quando o investimento inicial se der por mais de um

    ano[...].

    Kuhnen (2001) ainda afirma que tal mtodo deve estimar a remunerao do

    capital designado no tempo. Para o autor, a vida de retorno do investimento refere-

    se a quanto tempo ocorre o retorno do capital inicial investido mais a taxa mnima de

    atratividade.

    Portanto, o mtodo payback permite que se aponte a real rentabilidade e o

    retorno do investimento, uma vez que pode haver alternativas de investimento do

    capital com maior liquidez.

    2.9 Fundamentos sobre restaurante comercial

    De acordo com Lbo (1999) o restaurante do nosso tempo expressa mesa a

    arte gastronmica de uma poca ou das mltiplas facetas da prpria histria, e esta

  • 41

    mostra-nos que a cozinha, em suas vrias manifestaes, a resultante histrica do

    desenvolvimento social e da criatividade artesanal e industrial do homem. O autor

    tambm complementa dizendo que gostos e sabores servidos mesa exigem hoje,

    em paralelo arte de cozinhar, a cincia de bem servir, pois o restaurante passou a

    ser ao longo dos tempos local de trabalho, confraternizao e de comemoraes

    diversas, incorporando-se vida das pessoas e aos seus hbitos, valorizando datas,

    eventos e encontros significativos.

    Partindo para uma viso de mercado, Davies (2001) afirma que o conceito de

    gerenciamento do servio de restaurantes, no que se refere s operaes de

    alimentos e bebidas, relativamente novo em todo mundo. No sculo XIX, mesmo

    as pessoas que tinham suficiente renda para freqentar restaurantes no o faziam.

    As refeies, segundo o autor, eram feitas em suas prprias casas ou nas dos

    amigos, e o servio de restaurante era uma funo em baixa na poca. Os

    empregados domsticos, geralmente sob a superviso da dona da casa, serviam

    uma grande variedade de refeies completas, muitas vezes desde cedo da manh

    at tarde da noite, incluindo as bebidas de acordo com o cardpio.

    Nos Estados Unidos, por exemplo, esse comportamento comeou a mudar

    em 1827, quando os irmos Delmonico, de origem sua, abriram em Nova Iorque

    uma casa de doces e salgados, onde tambm serviam caf. Uns anos depois de

    abrirem o primeiro restaurante, a arte de degustar alimentos e bebidas comeou a

    ser reconhecida como uma parte importante da experincia de comer. No era mais

    suficiente simplesmente servir uma boa comida em lugar pblico; era preciso,

    tambm, que esta tivesse um aspecto atraente, fosse servida de uma maneira

    educada, acompanhada dos melhores vinhos e no mais agradvel dos ambientes.

    (DAVIES, 2001).

    Como fato histrico do surgimento e evoluo dos restaurantes que vemos

    atualmente, Lbo (1999) afirma que o primeiro restaurante pblico aberto em Paris

    em 1765 iniciou a prestao de servios, que se ampliou na capital francesa at

    1795, e a partir da saiu por mundo afora, universalizando a Frana, e criando um

    histrico que recebeu atualizaes e mudanas nas vrias fases da gastronomia

    universal. Segundo o autor, o mundo foi tomado por uma srie de inovaes que

    no cessaram mais de acontecer, e que em nossos dias chegam ao requinte na

    elaborao de pratos sugestivos e processos de atendimento surpreendentes.

  • 42

    A lgica, afirma Lbo (1999), inovar buscando transformar o restaurante em

    um local aprazvel e centro de acontecimentos sociais, conceituando este ramo de

    negcios com um papel preponderante no encontro de pessoas, tanto os que ali

    trabalham quanto os que usufruem dos seus servios. O restaurante, segundo o

    autor, hoje, mais do que nunca, um lugar especial e uma empresa diferenciada.

    2.9.1 Pontos cruciais para o sucesso de um restaurante

    Dentre os fatores que podem influenciar o sucesso de um restaurante, so

    observados pontos destacados pela maioria dos autores. Tais pontos sero

    destacados logo abaixo.

    2.9.1.1 Compras e estoques

    Comprar matrias-primas para o restaurante no deve significar

    obrigatoriamente imobilizar capital de giro, mas estabelecer uma rotina de

    administrao de estoques rotativos por itens, e diretamente ligados demanda,

    sem que haja necessidade de ocupar grandes espaos fsicos para armazenamento,

    e conseqentemente, onerar ainda mais a deciso de compras. (LBO, 1999)

    De acordo com Castelli (2003), o comprador deve conhecer os fornecedores

    dos diferentes produtos com os quais normalmente trabalha. A partir desse

    conhecimento, o comprador poder melhor se organizar nas suas atividades dirias,

    como, por exemplo, no horrio de visita dos mesmo. preciso, segundo o autor,

    organizar uma agenda de visitas, pois s assim o comprador poder atender bem

    aos seus fornecedores. Alm disso, Castelli (2003) destaca que o comprador dever

    efetuar visitas constantes aos seus fornecedores, para, dessa maneira, conhecer

    melhor o processo do produto que estar consumindo.

    Na mesma linha de raciocnio, Davies (2001) destaca que comprar mais do

    que pegar o telefone e fazer um pedido. muito importante, segundo o autor,

    comprar o pedido certo, na hora certa, do fornecedor certo e pelo preo certo. Para

  • 43

    Davies (2001), planejar a compra dos suprimentos e dos equipamentos que se usa

    ir influir no produto apresentado aos clientes e na qualidade do servio do

    restaurante.

    Lbo (1999) prope um modelo de rotina de compras que poderia seguir

    respectivamente a seguinte seqncia:

    a) fazer as compras: fazer as compras de acordo com mtodo vivel adotado,

    tendo sempre como preocupao o controle total do sistema de

    abastecimento, e tomando os necessrios cuidados para prover

    adequadamente os perodos de maior movimento;

    b) organizar e manter constantemente limpos os almoxarifados, cmeras frias,

    freezers e balces definindo estoques mdio e mnimo de todos os itens,

    dentro do histrico das matrias-primas e da sazonalidade do restaurante.

    c) Estabelecer estoques rotativos para o perodo mnimo adotado pela empresa,

    cumprindo com rigor os prazos de pedidos, de maneira que no ocorram

    faltas;

    d) Organizar a relao de fornecedores viabilizando sempre preo, qualidade,

    embalagem, meio de transporte e horrios de entrega mais convenientes;

    e) Procurar sempre novas fontes de abastecimento, mantendo atualizados

    catlogos, listas de preos e informaes do mercado, de maneira que se

    consigam opes de interesse da empresa; e

    f) Ouvir sempre os encarregados dos setores a respeito das listas de compras,

    prioridades e outros detalhes, principalmente quando houver necessidade de

    substituir algum item.

    2.9.1.2 Higiene

    De acordo com Castelli (2003), a rea de produo de alimentos requer

    cuidados muito especiais pelo fato de se estar interferindo diretamente na sade das

    pessoas. O autor complementa dizendo que uma comida pode ter uma excelente

    aparncia, um excelente aroma e sabor e nem por isto ser uma alimentao sadia.

    Para tal, o autor sugere o controle da higiene de trs maneiras:

  • 44

    a) higiene pessoal: ter cuidados de higiene com as mos, com cabelos, com

    barba, bigode e costeletas; com a roupa de proteo e com o hbito de

    fumar;

    b) higiene dos alimentos: deve-se, alm de conhecer a procedncia dos

    alimentos e adquirir produtos devidamente tratados, armazenar corretamente

    e manipular de maneira correta e tcnica, evitando toxinfeces alimentares e

    intoccicaes, tanto qumicas quanto naturais;

    c) higiene ambiental: deve-se conhecer os desinfetantes e mtodos adequados

    para a higienizao de pisos, paredes, tetos, equipamentos e utenslios.

    Afinal, a contaminao dos alimentos tambm ocorre devido falta de higiene

    ambiental.

    2.9.1.3 Vesturio

    De acordo com Castelli (2003), o uniforme um valioso componente para a

    boa aparncia do pessoal do restaurante, fator de fundamental importncia para o

    sucesso do estabelecimento. Por tal motivo, o autor sugere alguns procedimentos e

    recomendaes quanto aos uniformes, os quais podero ser observados no quadro

    abaixo:

    Os uniformes devem Recomenda-se

    Ser confeccionados com tecidos de

    qualidade que garantem maior

    durabilidade e melhor aparncia

    Utilizar os uniformes to somente

    quando da execuo das tarefas

    pertinentes

    Ser facilmente lavados e passados

    Diariamente trocar de camisa e

    substitu-la sempre que for constatado

    esgaamento do colarinho e/ou dos

    punhos

    Ser confortveis para facilitar os

    movimentos necessrios para a

    execuo dos servios

    Limpar os sapatos diariamente

    Quadro 2: Uniformes Fonte: Castelli, 2003

  • 45

    2.9.2 Modelos de organizao de restaurantes

    De acordo com Lbo (1999), o restaurante possui aspectos fundamentais

    para se qualificar no mercado. Categoria, tipo de servio e os recursos humanos de

    que dispe, devem atender o que se deseja oferecer ao cliente, e que certamente

    influi na qualidade do servio apresentado. Adiciona-se a isso, a infra-estrutura de

    organizao e a ambientao fsica que determinar o espao, a decorao e todos

    os demais detalhes conjugados para a prestao de um bom servio.

    Consequentemente, a categoria sustentada pela qualidade das matrias-primas a

    serem utilizadas, tipos de cardpios, preos, quantidade e qualidade das pores e

    variedade dos produtos.

    Ainda de acordo com o autor, variam os modelos de organizao para o

    restaurante comercial, pois de uma forma geral, so empresas de pequeno para

    mdio porte, e no meio delas depois surgem as redes, tambm familiares na sua

    grande maioria, e as multinacionais.

    Lbo (1999) tambm afirma que o modelo de organizao necessrio ao

    restaurante de hoje pressupe um gerente profissional, pesquisador constante,

    sensvel s mudanas de mercado, e com liderana suficiente para enfrentar os

    embates do dia-a-dia, aproveitando o mximo os recursos humanos que dispem.

    2.9.2.1 Critrios de organizao

    Tradicionalmente, de acordo com Lbo (1999), existem quatro critrios para se

    estruturar um restaurante, so eles:

    a) por finalidade ou objetivo: um restaurante, muito embora possa dispor de um

    sistema de organizao geral, idntico ao de outras empresas prestadoras de

    servios, ter obrigatoriamente departamentos, assessorias e servios

    especficos ligados ao seu ramo;

  • 46

    b) por funo: neste caso, o restaurante segue a tradio j implantada pelos

    seus concorrentes diretos, partindo do pressuposto que os mesmos atuam

    estruturalmente de maneira mais convincente;

    c) por rea geogrfica: significa estruturar-se para atender dentro dos princpios

    de qualidade determinados pelos usos e costumes sociais da clientela, em

    funo do bairro, regio ou cidades em que se situam as lojas;

    d) por clientela: segundo as necessidades de servio, status ou outros detalhes,

    procurados pela clientela.

    2.9.2.2 Tipos de servio

    De acordo com Lbo (1999), praticaram-se ao longo do tempo nos

    restaurantes inmeros servios que acabaram ficando superados ou em completo

    desuso. Atualmente, de acordo com Davies (2001, p.74), pode-se destacar cinco

    tipos principais de servios:

    a) servio inglesa direto: usado nos restaurantes de primeira categoria.

    Consiste em trazer da cozinha as travessas j preparadas. Os pratos so

    colocados em frente aos clientes e, em seguida, o garom se aproxima

    pelo lado esquerdo, servindo a comida diretamente da travessa para o

    prato. Esta forma tambm usada em banquetes. As bebidas so sempre

    servidas pelo lado direito;

    b) servio inglesa indireto: consiste em trazer da cozinha o guridon com

    travessas e pratos at a mesa do cliente. Os pratos so servidos com

    cuidado pelo garom, diante do cliente. As travessas no guridon, com o

    que ainda resta, devem ser mantidas aquecidas para que, depois, se

    possa oferecer uma nova poro ao cliente. As bebidas so servidas pelo

    lado direito;

    c) servio americana: neste servio, os pratos so preparados diretamente

    na cozinha, trazidos pelos garons, e colocados na mesa, na frente do

    cliente, pelo lado esquerdo. As bebidas so servidas pelo lado direito.

  • 47

    Outra modalidade do servio americana o buffet ou self service, que

    tambm muito usado em banquetes;

    d) servio russa: este tipo de servio est em desuso devido sua

    complexidade e lentido. Consiste em trazer a comida j pronta em

    recipientes e travessas, mas com as peas inteiras, que so fatiadas e

    montadas em frente ao cliente;

    e) servio francesa: geralmente usado em recepes e jantares

    importantes. Embora seja um servio cerimonioso, facilita o garom, pois

    consiste em trazer da cozinha as travessas j montadas com os

    respectivos talheres para servir. O garon posiciona-se ao lado esquerdo

    do cliente para que ele mesmo se sirva. Neste tipo de servio, escalado

    outro garom para servir as bebidas.

    2.9.3 Organizao fsica

    De acordo com Castelli (2003), para que um restaurante possa funcionar

    precisa ter uma estrutura que garanta um bom funcionamento do restaurante e

    esteja preparado para um possvel crescimento do empreendimento. O autor detalha

    tpicos que fazem parte de uma estrutura genrica de um restaurante, os quais

    sero detalhados logo abaixo.

    2.9.3.1 Mveis, materiais, utenslios e equipamentos

    Ainda de acordo com Castelli (2003), o mobilirio, os materiais, utenslios e

    equipamentos de um restaurante devem:

    a) estar em harmonia com o tipo e a categoria do estabelecimento;

    b) facilitar o servio por parte da brigada do restaurante;

    c) oferecer conforto para os comensais;

    d) ser de fcil limpeza;

    e) ser padronizados, para facilitar sua rerposio; e

  • 48

    f) ser resistente, para o uso dirio.

    Alm disso, o autor afirma que devem estar dispostos de tal forma, dentro do

    espao da cozinha, que permitam o desenvolvimento do trabalho da maneira mais

    racional possvel, oferecendo condies para maximizar a produtividade dos

    funcionrios.

    2.9.3.2 Mveis, materiais, utenslios e equipamentos de salo

    Dentre os vrios mveis necessrios para o funcionamento do salo de um

    restaurante, Castelli (2003) cita os principais como: mesas, cadeiras, aparadores,

    mesas auxiliares, carrinhos diversos (para o servio de sobremesa, de bebidas, de

    frios e flambar) e mesa para o buffet. Castelli (2003) ainda cita materiais diversos,

    que incluem principalmente a necessidade de se possuir dentro da estrutura loua,

    talheres, cristaleira, roupas e utenslios para poder operar.

    2.9.3.3 Mveis, materiais, utenslios e equipamentos de cozinha

    Castelli (2003) afirma que cada setor da cozinha necessita de mveis,

    equipamentos e utenslios em quantidade e qualidade as mais adequadas para o

    tipo de produo que a cozinha objetiva realizar. O autor cita que tais podem ser

    classificados ou agrupados da seguinte maneira:

    a) equipamentos para coco: foges e fornos;

    b) equipamentos para a preparao: mquinas;

    c) equipamentos para refrigerao: geladeiras e freezers;

    d) equipamentos para lavagem: mquinas;

    e) Materiais para coco: panelas;

    f) Materiais para distribuio: travessas e bandejas;

    g) Produtos e materiais de limpeza;

    h) Roupas e uniformes de cozinha;

    i) Ferramentas de cozinha

    j) Mveis;

  • 49

    k) Utenslios em geral

    O autor ainda complementa dizendo que os utenslios de cozinha podem ser

    confeccionados com diversos tipos de materiais, tais como: ferro fundido, ao

    inoxidvel, cobre, alumnio, vidro, cermica, plstico etc.

    2.9.3.4 Decorao e msica ambiente

    Na viso de Castelli (2003), a decorao contribui para criar uma atmosfera

    agradvel e peculiar, interferindo no bem-estar do cliente. Da a importncia,

    segundo o autor, de se harmonizar cores, mobilirio, quadros, cortinas, arranjos

    florais, etc. Tudo deve estar de em equilbrio com o ambiente que se deseja criar

    para a clientela visada.

    Em uma mesma linha de raciocnio, Lbo (1999) afirma que o aroma da

    comida pronta vai misturar-se ao ambiente,