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A HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA

A História Da Fotografia

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A HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA

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A HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA

O PRINCÍPIO DE TUDO

500 a.C. — Filósofos gregos e chineses descrevem os princípios da óptica.

330 a.C. Grécia — ARISTÓTELES (384 a.C/322 a.C). Descreve o princípio da câmera obscura – criação da imagem através de um orifício.

ÓPTICA

A ciência óptica é antiga – a formação de imagens por câmeras "furo de agulha" (PINHOLE) foi mencionada por Aristóteles em 350 a.C. e, cerca de cinqüenta anos depois, Euclides publicou um tratado óptico que continha a primeira construção conhecida de uma imagem por meios geométricos. No segundo século de nossa era, Ptolomeu publicou tabelas que mostram os índices de curva da luz numa interface ar/água. Embora lentes individuais pudessem ter sido construídas e utilizadas para formação de imagem, como uma ajuda prévia à visão, isto não aconteceu até o século XVI, quando este saber foi utilizado para a confecção de microscópios e telescópios, e não foi antes do final deste mesmo século que surgiram as leis de como administrar uma combinação de lentes, descobertas por Kepler.

Adão no Frigidarium Galo-Romano, Musée de Cluny – Paris, 1996. Matriz: negativo p&b. Monocromia.

Papel KODAK metálico, 20 X 25 cm Coleção do artista

180 — Inventor TING HUAN aperfeiçoa um dispositivo para projetar imagens móveis; são informadas invenções semelhantes na China já em 207 a.C.

Século X — AL-HAZEN (árabe) descreveu como observar um eclipse solar no interior de uma câmera obscura.

950 o árabe Hassan ou Ibn Haitam (965/1039) descreve a câmara obscura em manuscritos.

1030 — AL-HAZEN escreve o texto "Illusion", óptico que descreve a "Máquina fotográfica Obscura". Estes conceitos significativamente influenciam o trabalho do pintor renascentista italiano Brunelleschi, que os aplica para a pintura de perspectiva.

A câmera obscura (ou escura), consiste numa caixa fechada, e num de seus lados, existe um orifício pequeno por onde a luz entra. Caso posicionemos este orifício em direção a um objeto iluminado, vemos na parede interna da caixa, oposta àquela que tem um furo, a imagem invertida e de ponta cabeça do objeto. Como isto funciona?

A inversão do objeto e a sua reflexão do outro lado da câmara ocorre quando, devido ao pequeno orifício, somente um raio de luz passa pela extremidade do objeto, atravessa o orifício e é refletido do outro lado da caixa.

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Visão da parte translúcida da câmara obscura, é nesse lado que se forma a imagem inversa. Do lado oposto existe um orifício por onde a

luz entra.

Visão lateral de uma câmera obscura.

COMO ERA ENCARADA A LUZ NA IDADE MÉDIA

Na Idade Média, século X a XII, o "uso e o abuso" das cores despertou a curiosidade de muitos estudiosos da época, de diferentes áreas do conhecimento – o que possibilitou um grande impulso na formulação teórica da óptica.

Época em que a beleza era muito levada em consideração, não somente a estética pertencente aos guerreiros, mas também em relação à riquezas – ao nobre; aos santos – por terem os sete dons (amizade, sabedoria, concórdia, honra, poder, segurança e alegria) de alma e os sete dons do corpo (beleza, agilidade, força, liberdade, saúde, volúpia e longevidade); e às luzes – trazendo junto consigo a idéia de tranqüilidade e um sinal de nobreza e santidade.

As Catedrais deste tempo, usavam vitrais coloridos para que o interior da nave fosse todo sistematicamente iluminado. Principalmente as Igrejas góticas; o simbolismo dava uma significação para as cores das diferentes luzes, e proporcionava uma "clareza aos olhos fatigados e aos deficientes".

Com essa chamada "metafísica medieval da luz", aos santos eram dadas características luminosas – "o santo é um ser de luz – André Vauchez", e cada tom era dada uma significação. Deus era portanto considerado um foco luminoso e incandescente, no entanto, belo, deleitoso e perfeito. Toda essa concepção de luz e cores, somada às observações do arco-íris vão fazer da óptica, um assunto técnico de interesse aos sábios.

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1300 — é dito que ROGER BACON (1214/1294), inventou a câmera obscura, antes mesmo deste ano, pois a usava para observações de eclipses solares, no entanto isto nunca foi aceito pelos estudiosos.

1515 ou 1519 ou por volta de 1554 — O italiano LEONARDO DA VINCI (1452/1519) descreve cientificamente a câmera escura ou obscura. Precursora das câmeras fotográficas atuais, consiste em uma sala totalmente escura, com um pequeno orifício em uma das paredes através do qual a luz passa, projetando imagens invertidas dos objetos externos na parede oposta à abertura. No final do século XVI, colocam-se lentes no orifício para melhorar a projeção das imagens. Nesse período, a câmera escura era usada pelos pintores para copiar imagens da natureza.

Princípio da câmera escura: a luz refletida por um objeto projeta fielmente sua imagem no interior de uma câmera escura, se existir apenas um orifício para a entrada dos raios luminosos. Baseados neste princípio, os artistas simplificam o trabalho de copiar objetos e cenas, utilizando câmeras dos mais diversos formatos e tamanhos. Enfiavam-se dentro da própria câmera e ganhavam a imagem refletida em uma tela ou pergaminho preso na parede oposta ao orifício da caixa.

Não é difícil imaginar os passos seguintes desta evolução: uma lente, colocada no orifício, melhorou o aproveitamento da luz; um espelho foi adaptado para rebater a imagem na tela; mecanismos foram desenvolvidos para facilitar o enquadramento do assunto. Com esses e outros aperfeiçoamento, a caixa ficou cada vez menor e o artista trabalhava já do lado de fora, tracejando a imagem protegido por um pano escuro.

ENTENDENDO

Diante de uma câmara sofisticada, o leigo imagina impossível a compreensão e o domínio da fotografia. Ilusão. O princípio que norteia todas as câmeras é rigorosamente simples, descoberto por diferentes estudiosos da Ótica em diferentes épocas. Aristóteles, o famoso

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filósofo grego, já observara há 2.400 anos que a imagem de um eclipse solar se projetava no chão, ao passar pelos espaços formados pelas folhas de uma copa de árvore.

Dos matemáticos árabes do século XI e XIII à Renascença de LEONARDO DA VINCI, vários pesquisadores "descobriram" o curioso efeito do comportamento da luz ao trocar a copa das árvores por um orifício em uma caixa (ou câmara, quarto) escura. Todo objeto reflete luz em todas as direções.

O orifício de uma caixa escura deixa passar os raios refletidos por cada ponto do objeto, que reproduzirão, ao fundo, a imagem desse objeto, só que invertida e de cabeça para baixo. Este é o princípio da câmera fotográfica. Nada mais do que uma câmara escura com um orifício. A lente é o componente que dará nitidez a essa imagem.

DA VINCI chegou a descrever o princípios da câmara escura. Mas, o recurso da lente no lugar de um simples orifício foi concebido por um cientista napolitano, GIOVANI BATTISTA DELLA PORTA. A caixa, aprimorada com um espelho disposto em diagonal ao fundo, auxiliava pintores a visualizar de perto o objeto a ser desenhado, pelo menos 150 anos antes da descoberta da fotografia.

CONTINUANDO...

1550 — GEROLOMO CARDANO faz a primeira lente de máquina fotográfica. Uma lente biconvexa no orifício para que a imagem pudesse aparecer com maior nitidez e com um tamanho satisfatório.

1550 — FRIEDRICH RISNER (data de nascimento desconhecida/1580) desenha uma câmera portátil.

1553 — GEMMA FRISIUS constrói uma funcional "Máquina fotográfica Obscura".

1558 — GIOVANNI BATTISTA DELLA PORTA (1538-1615), físico e filósofo em Nápoles, publica o livro Magic The Natural, sua primeira edição descreve a câmera obscura. Em 1575, fez uma câmera fotográfica enorme onde os convidados sentavam dentro dela, do lado de fora os atores encenavam enquanto, suas sombras eram vistas na parede oposta.

1558 — DANIELO BARBARO (1513-1570) implanta um diafragma no orifício da câmara obscura, fazendo com que objetos em diversas distâncias pudessem ser focalizados.

1573 — EGNATIO DANTI (04/1536-19/10/1586) utilizou um espelho côncavo para reverter a imagem projetada na parte translúcida da câmera obscura.

1604 — ANGELO SALA (1576-02/10/1637), percebe que o nitrato de prata pulverizado é enegrecido pelo Sol.

1636 — DANIEL SCHWENTER introduz três lentes no orifício da câmera obscura, isto faz com que melhore ainda mais o foco de objetos à distâncias diferentes.

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1650 — ROBERT BOYLE (25/01/1627-30/12/1691), expõe cloreto de prata ao ar livre e pensa que a sensibilização se deu pela ação do ar.

1657 — ATHANASIUS KIRCHER (1601 ou 1602-1680) e KASPAR SCHOTT, seu discípulo, reelaboram uma câmera obscura portátil em forma de liteira, não era mais necessário que o homem se introduzisse dentro da mesma para que pudesse usá-la.

1676 — JOHANN CHRISTOPH STURM, professor de matemática, elabora um mecanismo interno na câmera obscura, onde foi implantada uma lente interna de 45º que refletia a imagem num pergaminho na posição horizontal.

OS PRIMÓRDIOS

No século XVIII, o árabe JABIR IBN HAYYAM foi o primeiro homem a registrar que uma combinação de prata (nitrato de prata) tornou-se visivelmente escura com o passar do tempo. A razão para esta transformação não foi conhecida em definitivo até 1727, quando JOHANN HEINRICH SCHULTZ descobriu que o escurecimento era causado pela ação da luz.

SCHULTZ, no seu primeiro experimento, formou imagens de estêncil em superfícies de cloreto de prata sem o uso de uma máquina fotográfica. Excetuando-se o fato de que essas imagens não eram permanentes, SCHULTZ poderia ter levado o crédito da descoberta da fotografia...

Continuando as experiências de SCHULTZ, THOMAS WEDGEWOOD E HUMPHREY DAVY, ingleses, usaram em 1800 uma câmera para captar imagens num papel sensibilizado com cloreto de prata. Estas imagens também não eram permanentes.

1725 — O professor alemão JOHANN HEINRICH SCHULZE (1684/1744), considerado o "pai" da fotoquímica, descobriu o motivo do enegrecimento dos sais de prata. Certos líquidos mudavam de cor quando colocados em contato com a luz, além disso percebe que cristais de prata ao receberem luz adquirem um aspecto escuro - prata metálica negra. Assim, constatou que a luz provoca o escurecimento de sais de prata. Essa descoberta, em conjunto com a câmera escura, fornece a tecnologia básica para o posterior desenvolvimento da fotografia.

Sustentáculos da arte Musée de Cluny – Paris, 1996

1760 — DE LA ROCHE (1729-1774), escreve "GIPHANTIE", obra em que era possível capturar imagens permanentes da natureza através de uma tela coberta com uma substância pegajosa.

1765 — ANTONIO CANALETTO (1697-1768), elabora uma câmera obscura com lentes intercambiáveis para melhor aperfeiçoamento nas visões panorâmicas.

JEAN SENEBIER, em 1782, pesquisou a velocidade com que as cores do espectro atuavam sobre o cloreto de prata.

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CARL SCHEELE, demonstrou que os sais de prata afetados pela luz se tornavam insolúveis após um banho de amoníaco.

O estágio do conhecimento humano já permitia a solução fotográfica, embora só no século seguinte se tornou realidade. Até hoje, o elemento básico fotossensível utilizado pela indústria fotográfica é o Bromureto de prata, obtido através da reação química entre o Nitrato de prata e um Bromureto de sódio ou potássio.

1786 — GILLES-LOUIS CHRÉTIEN desenvolve a "PHYSIONOTRACE" – retratos de perfil.

O CIANOTIPO

1800 — JOHN FREDERICK WILLIAM HERSCHEL (07/03/1792-11/05/1871), astrônomo britânico, nascido na Alemanha, descobre a região infravermelha do espectro de luz. Em 1819, descobre o fixador fotográfico, hiposulfato de sódio.

Herschel, a quem a História sempre atribuiu o mérito de ter criado palavras relativas ao novo invento. Inscreveu seu nome já em 1839, quando conseguiu a primeira fotografia em vidro – um suporte que imediatamente foi incorporado pelos daguerreotipistas. Foi um homem que soube usar as palavras, pois cunhou em seus diários os termos fotografia e fotográfico.

No ano seguinte, pronunciando-se na Royal Photographic Society, criou os termos Matriz: negativo e positivo. Em 1860, idealizou outras palavras que fariam carreira: disparo e instantâneo. Também foi um visionário: previu arquivos públicos em que a documentação seria microfilmada e lida em ampliadores (fato que só ocorreu no século seguinte). Tem o mérito da primeira cópia azul, o cianotipo.

A cianotipia foi um dos primeiros processos de impressão fotográfica em papel. Foi descoberta por Sir JOHN HERSCHEL, notável cientista, cuja atividade principal era a astronomia, tendo feito diversas descobertas neste campo. Além disso, fez pesquisas relevantes na fotografia e, segundo autores abalizados, deve-se a ele também a descoberta do HIPOSSULFITO como agente fixador.

A cianotipia tem este nome porque as imagens assim produzidas apresentam-se em azul. Isto acontece porque se baseia em sais de ferro e não de prata. Também é conhecida como FERROPRUSSIATO ou "BLUEPRINT", além de outros nomes menos conhecidos.

Não é um processo para produzir negativos, mas cópias em papel. A emulsão é muito lenta, mais ou menos da ordem de 0.05 ISO. Por causa disso, é impraticável ampliar negativos sobre papel ao ferroprussiato. A cópia é obtida por contato, numa prensa especialmente construída, embaixo de uma luz rica em UV, podendo ser a própria luz do sol. Nesse caso, a impressão pode demorar de 15 a 45 minutos, dependendo da densidade do negativo. Após o tempo de exposição, a folha de papel é lavada em água corrente por alguns minutos e, ao secar, a imagem adquire tons azuis bem saturados.

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Alguns operadores desenvolveram métodos para ampliar negativos pequenos para poderem imprimi-los por contato. Os sais que entram na composição da emulsão sensível são citrato de ferro amoniacal, ácido oxálico e ferricianeto de potássio, podendo às vezes entrar bicromato de potássio como regulador de contraste, devendo ser dissolvidos de preferência em água destilada. Existem muitas fórmulas e procedimentos.

Os negativos a serem impressos por cianotipia devem ser "duros". Isto é assim porque a emulsão, embora lentíssima, tem uma gradação muito suave. Um negativo bom para ser ampliado em papel comum de grau dois vai produzir uma cianotipia sem contraste. Se falando em termos de "Zone System", um negativo processado a N+2 é o ideal. E se o assunto for de baixo contraste, um processamento N+3 é recomendado. A emulsão, para maior durabilidade, pode ser preparada em duas partes que se juntam no momento do uso.

Em princípio, qualquer papel serve, desde que não seja ácido. Há os papéis importados, especialmente feitos para processos alternativos, como por exemplo o ARCHES PLATINE, que também é excelente. Via de regra, o papel, ANTES de receber a emulsão, precisa ser banhado numa solução de amido ou gelatina e posto a secar, para que a solução sensível não seja absorvida a fundo pelas fibras do papel, o que ocasionaria resultados inferiores.

Para trabalhar com processos alternativos - assim chamados por se apresentarem como opções frente à grande massa da fotografia industrializada - requer grande dose de paciência, romantismo, curiosidade e um objetivo definido. Pode começar como simples curiosidade, mas derivar para algo mais profundo. Assim é com a Platinotipia, Goma bicromatada, Kallytipia, Bromóleo, Daguerreotipia, Ambrotipia, só para citar alguns. Muitos outros existem.

Saindo um pouco do tema central, vem a indagação: por que todos esses processos caíram em desuso? Acredito que os procedimentos padronizados com base na prata surgiram mais por força de interesses industriais do que qualquer outro fator. A prata é - pelo menos até agora - o metal mais conveniente para ser explorado em larga escala pela indústria fotográfica. Não é tão caro como a platina, que dá resultados reconhecidamente superiores, e fornece emulsões rápidas o bastante, ao contrário dos sais de ferro. Outros procedimentos, como Goma bicromatada, Bromóleo, etc, são muito sujeitos a variações individuais.

Raios du temple? Rio Sena – Paris, 2000

CONTINUANDO...

THOMAS WEDGEWOOD ou WEDGWOOD (14/05/1771 - 11/07/1805) captura algumas imagens, mas suas silhuetas não tornaram-se permanente.

HUMPHEREY DARVY ou HUMPHRY DAVY registra certas imagens de bactérias.

Ambos em junho de 1802, conseguiram fixar imagens por um "tempo muito moderado". No entanto, elas só podiam ser observadas à luz de velas, em local escuro e, mesmo assim, iam enegrecendo. Faltou pouco para que eles conseguissem as primeiras fotografias permanentes...

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Eremítico ou melhor a imagem da santa dentro da igreja com as velas Musée de Cluny – Paris, 1996

1807 — WILLIAM HYDE WOLLASTON, químico e físico de Londres, inventa a "Máquina fotográfica Lucida". Este é um dispositivo óptico que projeta a imagem virtual de um objeto sobre uma tela.

1815 — DAVID BREWSTER (11/12/1781-10/02/1868) é eleito companheiro da Royal Photographic Society. Em 1849, melhora o estereoscópio, aumentando o realismo 3D quando são vistos em quadros.

SURGE A FOTOGRAFIA...

NIÉPCE, TALBOT E DAGUERRE

Para o processo se tornar mais automático, faltava descobrir ainda, como substituto do pergaminho, um material sensível à ação da luz, isto é, capaz de registrar uma imagem ao ser atingida pela luz refletida de um objeto. Em 1816 o químico francês Nièpce deu os primeiros passos para resolver o problema, conseguindo registrar imagens em um material recoberto com cloreto de prata. Mais tarde, em 1826, ele associou-se ao pintor também francês Daguerre, e ambos desenvolveram uma chapa de prata que, tratada com vapor de iodo, criava uma camada superficial de iodeto de prata, substância capaz de mudar de cor quando submetida à luz.

1821 — Um teatro para a exibição de panoramas com efeitos de luz variáveis e pinturas, conhecido como DIORAMA , é projetado pelo ator e pintor francês LOUIS JACQUES MANDE DAGUERRE . Co-inventor e proprietário desse processo – trata-se de panoramas imensos pintados sobre telas semitransparentes, nos quais se exibiam alguns “efeitos especiais” que, refletidos por uma luz, contavam uma história.

DAGUERRE — Físico francês, autor, pintor, inventor. Nasceu em 18 de Novembro de 1787, em Cormeilles - Paris, França. Ele inventou o Daguerriótipo (daguerrotype), em 1839. Morreu em 12 de Julho de 1851, em Paris, França.

NIEPCE — Físico francês, químico, autor. He originated a process of . From 1829 he worked with, who perfected the process after the death of Niepce. A nephew, Claude Felix Abel

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Niepce de Saint-Victor, 1805–70, also a chemist, was the first to use albumen in photography and also produced photographic engravings on steel.

1826 — Niépce aprimora a técnica e faz a foto A Mesa Posta. No mesmo ano, Daguerra teve contato com os trabalhos de Niépce.

1826 — Pioneiro, o físico francês JOSEPH NICÉPHORE NIÉPCE (07/03/1765 - 05/07/1833) foi a primeira pessoa do planeta a obter uma verdadeira imagem fotográfica. Conseguiu fixar a primeira imagem fotográfica de que se tem notícia. A experiência foi o primeiro passo prático para a fotografia em toda a Europa, possibilitando combinar a chapa fotossensível (filme) e a câmera escura (máquina fotográfica).

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Título: Punto de vista desde las ventanas del Gras. "Ponto de vista", assim é como chama Niépce as imagens obtidas do natural para distinguir as "heliografias". Esta é a primeira fotografia que se conhece, tirada em 1826.

É uma paisagem campestre, vista da janela da casa de campo do inventor, em Gras, França. Resultado de um processo heliográfico com exposição de oito horas à luz, num dia de verão.

Ele usa betume de Judéa para fixar fotografias em metal. Coloca uma placa sensibilizada quimicamente dentro de uma câmara escura com orifício para exposição à luz, processo que demora, na época, oito horas.

Vue sur les remparts Mont Saint Michel – Normandie?, 2000

1827 — Niépce consegue produzir o primeiro quadro fotográfico próspero, com imagem permanente...

Poucos anos após a primeira imagem de NIÉPCE, os fotógrafos já se dividiam em seis aficionados gêneros temáticos. Duas áreas eram privilegiadas, o retratismo e o paisagismo (cenários urbanos ou naturais). Os fotógrafos profissionais começavam a criar suas associações; e iniciava-se uma linha divisória entre amadores e profissionais, arte e comércio, registro documental e de cenários idílicos, arranjos vulgares e expressões pessoais. O registro de paisagens e monumentos foi outro desejo que, aos poucos, foi saciado. Os europeus tendiam a ir para centros da antigüidade clássica ou oriental: monumentos gregos e romanos, pirâmides egípcias, marcos sacros de Jerusalém passavam a habitar o imaginário popular de uma maneira muito mais palpável. Já os americanos iam para o oeste, retratando uma paisagem e uma expansão que eram motivos de orgulho e identidade nacionais. Ateliês têm como atividades principais os retratos e as paisagens. A curiosidade por um país tropical e "primitivo" imprime às fotografias um tom exótico e bastante comercial...

1829 — Niépce e Daguerre unem-se numa sociedade, para avanços nas pesquisas relativas à fotografia, no entanto Niépce morre depois de quatro anos.

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1832 — O físico britânico WILLIAM HENRY FOX TALBOT (11/02/1800 - 17/09/1877) é eleito companheiro da ROYAL ASTRONOMICAL SOCIETY. Um dos inventores da fotografia, produziu os primeiros negativos em papel por volta de 1834. Fotografou sua casa em Abadia de Lacock – um negativo pequeno e pobre em qualidade.

TALBOT — o Princípio do Negativo Outros dois nomes devem ser lembrados na história daquilo que se entende hoje por fotografia. DAGUERRE e outros continuaram a aperfeiçoar as chapas sensíveis, os materiais de revelação e fixação e até mesmo as objetivas. Mas foi uma invenção de JOSE PETZVAL, matemático húngaro, que libertou os primeiros fotógrafos dos absurdos tempos de exposição, que chegavam a 30 minutos nos primórdios: uma lente dupla, formada por componentes distintos, com abertura f 3.6, trinta vezes mais rápida do que as tradicionais lentes CHEVALIER, adotadas até então. Mesmo assim, o invento não resolvia o problema final para a total popularização da fotografia: a reprodução, pois todos os processos produziam um só positivo. Foi o inglês FOX TALBOT quem resolveu o problema, ao criar o sistema para reprodução infindável de uma imagem fotográfica a partir da chapa exposta - o negativo. Isto ocorreu na década de 40 do Século XIX. De lá para cá, todas as demais invenções foram aperfeiçoamentos de um mesmo sistema. Outra revolução igual só aconteceria com o advento da câmera digital.

1835 — DAGUERRE descobre a imagem latente, uma imagem oculta que reduzia o tempo de exposição de oito horas para trinta minutos (fotografia prática). Descobre que placas de cobre cobertas com sais de prata conseguem captar imagens, que podem se tornar visíveis ao ser expostas ao vapor de mercúrio. Isso o leva, em 1837, a fixar suas imagens – o que chamaou de DAGUERREÓTIPO – processo capaz de fixar a imagem com um tempo menor de exposição (em geral 30 minutos), o que possibilita realizar fotografias mais rápidas. Cada uma ainda é exemplar único, do qual não é possível fazer cópias...

Em Boulevard du Temple, de 1838, vê-se uma paisagem de Paris com uma pessoa na parte inferior esquerda da fotografia. Proeminente, no dia 19 de agosto de 1839, anunciou oficialmente ao mundo a fotografia. Sua única e não duplicável imagem invertida sobre uma placa de metal – daguerreótipo. Alcançou grande popularidade em seu tempo. Publicou um manual em que descrevia seu método: Historique et description des procédés du Daguerreótype et du Diorama.

Faire une promenade au temps? Mont Saint Michel – Normandie, França 2000

1838 — Físico, CHARLES WHEATSTONE, inventa um dispositivo óptico, o estereoscópio. Com a ajuda de espelhos estrategicamente colocados, convergem dois quadros ligeiramente diferentes quando visto pela máquina e dá uma sensação de profundidade à imagem.

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RESUMINDO...

Durante muito tempo, alguns escritos reverenciaram DAGUERRE como o "inventor" ou descobridor da fotografia, ou seja, aquele que primeiro produziu uma imagem fixa pela ação direta da luz...

Diz a história que, em 1835, ao fazer pesquisa em seu laboratório, DAGUERRE estava manipulando uma chapa revestida com prata e sensibilizada com Iodeto de prata, que não apresentava nenhum vestígio de imagem. No dia seguinte, a chapa, misteriosamente, revelava formas difusas.

Estava criada uma lenda: o vapor de mercúrio proveniente de um termômetro quebrado teria sido o misterioso agente revelador...

Rapidamente, DAGUERRE aprimorou o processo, passando a utilizar chapas de cobre sensibilizadas com prata e tratadas com vapores de iodo. O revelador era o mesmo mercúrio aquecido e o fixador, uma solução de sal de cozinha.

Já em 1839, sua invenção, batizada de DAGUERRÓTIPO – nome pelo qual a fotografia foi conhecida durante décadas – foi vendida ao governo francês em troca de uma polpuda pensão vitalícia. DAGUERRE, mais do que um competente pesquisador, era um hábil comerciante.

Sem dúvida, DAGUERRE vinha trabalhando na idéia há muito tempo, acompanhando de perto, desde 1929, seu sócio na pesquisa da HELIOGRAFIA (gravação através da luz) - NIÉPCE, este sim o primeiro a obter uma verdadeira fotografia...

Ao contrário de seu colega, NIÉPCE era arredio, de poucas falas, compenetrado na invenção de aparelhos técnicos e na idéia de produzir imagens por processos mecânicos através da ação da luz.

O apego à produção de imagens começou com a LITOGRAFIA em 1813, curiosamente uma atividade ligada às artes, outra das áreas dominadas por DAGUERRE, talentoso pintor e desenhista de cenários.

Em 1816, NIÉPCE iniciou os estudos com a HELIOGRAFIA. Só dez anos depois conseguiu chegar à primeira imagem inalterável: uma vista descortinada da janela do sótão de sua casa. Os resultados, porém, não foram nada auspiciosos...

Utilizando verniz de asfalto sobre vidro e uma mistura de óleos fixadores, o processo não era muito prático para se popularizar. Daí os méritos inegáveis de DAGUERRE. Seus experimentos podiam ser repetidos sem grandes dificuldades por qualquer pessoa e o resultado era melhor.

O primeiro DAGUERRÓTIPO foi obtido 2 anos após a morte NIÉPCE, mas, sem suas descobertas, talvez não tivesse acontecido...

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1º DAGUERREÓTIPO (1839) E O CALÓTIPO (1840)

14 de Março de 1839 — primeira pessoa a dar o nome "fotografia" ao que chamava de "a aplicação dos raios químicos de luz para a representação pictórica".

19 de Agosto de 1839 — os direitos de Daguerre (daguerreótipo) é comprado pelo Governo Francês e exposto ao mundo com detalhes pela Academia de Ciência em Paris.

1839 — O DIÁRIO DO COMMERCIO, do Rio de Janeiro, noticia a invenção do daguerreótipo, primeiro processo fotográfico reconhecido mundialmente (Página da História da Fotografia no Brasil).

1840-1841 — TALBOT cria uma base de papel emulsionada com sais de prata que registra uma matriz em negativo, a partir da qual é possível fazer cópias positivas. Assim, descobriu o processo negativo/positivo usando como filme folhas de papel sensibilizado (preparado para reagir à luz) que depois foi substituído por vidro (os negativos de vidro foram usados até os anos 50). Publicou o processo, mas os materiais eram lentos e o tempo de exposição era muito longo para permitir a imagem de pessoas (ou qualquer coisa que se movesse).

Em 23 de setembro de 1840, Talbot inventou o processo CALÓTIPO , o qual consistia no desenvolvimento da imagem latente em um tempo de exposição rápida. Em 10 de outubro, o inventor usou o novo processo para retratar sua esposa, Constance, em uma pequena experiência. Quatro dias mais tarde, ele executou o primeiro calótipo. O negativo foi feito em três minutos, de acordo com a anotação em outra cópia enviada ao senhor John Herschel (a cópia encontra-se na Coleção de Gernsheim, na Universidade do Texas).

The Footman. Calotype, 6-3/8" x 8-1/4" . October 14, 1840. A primeira fotografia de uma figura humana em papel.

Essa impressão está em um papel de marca d’água "J. Whatman 1839". Seus tons delicados de rosa e roxo indicam que foi estabilizado com sal comum ao invés de ser fixada com solução "hypo" descoberta por Herschel (e mais tarde, adotada universalmente). Em Sun Pictures Catalogue Three (New York, H. P. Kraus, Jr., Inc., 1988), o historiador fotográfico Larry J. Schaaf observa: Talbot tinha sido recentemente eleito delegado de Wiltshire, e a magnífica vestimenta do homem foi um importante caminho para expressar o seu estatus. Baseado somente na estética da foto e na aparência documental, esse calótipo é uma impressionante marca do estilo de Talbot.

A porta aberta? (ampliada ao contrário) Mont Saint Michel – Normandie, 2000

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1840 — JEAN BAPTISTE LOUIS GROS, numa missão diplomática, em 1840, foi o primeiro a ultrapassar os limites das cenas urbanas e campestres, registrando daguerreótipos do Parthenon. Começava a se perceber o valor documental e memorial do invento.

Colinne coríntia de la Madeleine? Fachada da Igreja Maria Madalena – Paris, 2000.

1840 — ALEXANDER WALCOTT emitiu patente americana para a sua máquina fotográfica.

PRIMEIROS ESTÚDIOS E O BOOM

1840 — O norte-americano ALEXANDER WOLCOTT abre o primeiro estúdio fotográfico do mundo em Nova York (EUA), onde realiza pequenos retratos com um daguerreótipo.

1841 — Começa a funcionar o primeiro estúdio europeu, em Londres (Reino Unido), dirigido pelo fotógrafo britânico RICHARD BEARD. Abaixo, daguerreótipo de 1843. Hogg fotografando no estúdio de Richard Beard. De autor desconhecido. Quatro anos depois da novidade de Daguerre, os estúdios já adquiriam importância nas maiores capitais européias...

Lado esquerdo da tela: Daguerreótipo de 1943.

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1841 — Talbot patenteia o Calotipia. Mais barato do que o de Daguerre, tornou a fotografia mais acessível e presente na vida das pessoas. Entre 1844 e 1846, TALBOT publica um livro chamado "THE PENCIL OF NATURE ", onde estavam escritos em seis grandes volumes os detalhes de seu trabalho. Esse é o primeiro livro do mundo ilustrado com fotografias.

Em 1830 ou 1840 – JOSEF MAX PETZVAL ou JOSEPH PETZVAL (matemático húngaro ou austríaco) cria uma nova lente com dupla abertura e a apresenta como F 3.6 Petzval, lente fotográfica projetada para difundir 16 vezes mais luz que a lente de campo, é usada perfeitamente para fotografias em retratos - 30 vezes mais rápida que a anterior.

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Foi o primeiro a dar uma solução para o retrato – ambição dos fotógrafos. Em 1841, criou uma câmera que tirava fotografias circulares com 9 centímetros de diâmetro. Funcionava com uma objetiva combinada (dupla), propciava excelente definição, oferecia opções variáveis de abertura e cada exposição durava cerca de 90 segundos a dois minutos. Suas lentes, um grande avanço, foram usadas por meio século.

L’expression du Duret La Fontaine Saint Michel, Place Saint Michel – Paris, 2000

1841 — JEAN FRANÇOIS ANTOINE CLAUDET (12/08/1797 - 27/12/1867), um dos primeiros fotógrafos comerciais, que comprou a licença do daguerreótipo de seu inventor, para operar na Inglaterra, montou um estúdio no telhado da Galery of Adelaide, (hoje o Nuffield Center). Claudet inventou também: a luz escura vermelha, para a revelação dos negativos, a descoberta do cloro no lugar do bromo.

1842 — Influências de Talbot sobre Claudet (calotipia).

1844 — MARC ANTOINE GAUDIN escreve um livro onde testemunha a excitação com que os anúncios do daguerreótipo trouxe cinco anos mais tarde.

1845 — CLAUDET compra a lente projetada por Joseph Petzval.

1846/48 — JOSIAH HAWES e ALBERT SOUTHWORTH, por volta de 1846/48, realizaram a imagem Sala de operação, um daguerriótipo feito no Hospital Geral de Massachussets, Boston.

L’arqueiro du Antoine Boudelle Musée d’Orsay – Paris, 2000

1847 — O britânico ROGER FENTON - primeiro fotógrafo de guerra - em 1847, foi membro fundador do Clube Fotográfico de Londres, o qual se transformou na Royal Photographic Society, em 1853.

1848 — ABEL NIÉPCE DA SAINT-VICTOR usa albumina (clara de ovo, mais Iodeto de potássio) para melhor fixação da prata no vidro.

Bagagem pesada - As câmeras para calótipos e daguerreótipos eram semelhantes.

INSERING, um gravador suíço, registrou vistas de várias cidades e coloriu daguerreótipos a mão, iniciando um gênero temático que iria ser dominante entre 1850 e 1880, o paisagismo.

1850 — A América sofria um grande crescimento de galerias fotográficas, somente em Nova Iorque haviam 77. CHARLES BAUDELAIRE (1826-1867), poeta e crítico, da época das expanções das galerias fotográficas, comentava: "nossa sociedade esquálida apressou, Narciso para um homem, se regozijar a sua imagem trivial em um pedaço de metal".

1851 — CLAUDET cria o "Temple to Photography" (Templo da Fotografia), um estúdio na Rua Regent, 107.

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Em 1851, o escultor britânico FREDERICK SCOTT ARCHER (1813-1857), desenvolve o processo de negativo em vidro chamado: COLÓDIO ÚMIDO – negativo feito sobre placas de vidro sensibilizadas com uma solução de nitrocelulose com álcool e éter. Tal processo, tinha mais sensibilidade à luz, era 20 vezes mais rápido que os anteriores, reduzindo o tempo de exposição para dois ou três segundos (melhorando a qualidade do negativo e abrindo novos horizontes para a fotografia). Os negativos apresentavam uma riqueza de detalhes semelhante à do daguerreótipo, com a vantagem de permitir a produção de várias cópias. O fotógrafo tinha que sensibilizar a placa imediatamente antes da exposição e revelar a imagem logo depois.

1851 — LOUIS JULES DUBOSCQ projeta uma máquina fotográfica estereoscópica, baseado nos conceitos dois anos desenvolvidos mais cedo por Senhor DAVID BREWSTER, na Inglaterra.

1853 — CLAUDET recebe honras da Rainha Victoria como "Photographer-in-ordinary", e dez anos mais tarde, honras do imperador da França. Menos de um mês depois de sua morte, seu estúdio fotográfico estava queimado e suas valiosas obras fotográficas perdidas.

1852 — TALBOT patenteia um protótipo de "fotografia-engraphing".

1853 — Primeiro foto clube do mundo o ROYAL PHOTOGRAPHIC SOCIETY .

PHILIP HENRY DELAMOTTE, em 1853, fez uma tomada de valor documental, intitulada de Colunata aberta para o jardim na frente do Crystal Palace. A fotografia dá idéia da esbelta arquitetura do Crystal Palace em Londres, que foi destruído posteriormente.

Colunnes Panthéon – Paris, 2000

1854 — TALBOT entra com uma reivindicação da patente do "colódiotipo".

CARLO PONTI documentou os monumentos locais de Veneza, obtendo imagens de grande beleza.

??? Les maisons in Kaysersberg, Haut-Rhin, Alsace, 1996.

CHARLES NÈGRE fotografou cenas cotidianas nas ruas de Paris.

Enamorados Ponte ? – Paris, 2000.

CARTE-DE-VISITE

1854 — ANDRÉ-ADOLPHE DISDÉRI (1819-1889 ou 1890) patenteou sua técnica de fabricação de pequenos retratos chamados de "carte-de-visite". Esse sistema, além de durável, era um novo produto comercial.

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Uma vez popularizado o retrato, a fotografia tornou-se mais econômica, prática e acessível. Uma chapa era dividida em oito fotos, criando um produto semelhante ao que muitas crianças de hoje ainda têm em suas casas.

PICTORIALISMO E FOTOJORNALISMO

1855 — Patrocinado pelo governo inglês, ROGER FENTON, atendeu encomendas oficiais para registrar a Guerra da Criméia contra a Rússia (de 1853 a 1856, na Península do Mar Negro), onde fez muitas fotografias durante a primavera de 1855 – fotografou durante quatro meses. Para fazer seu trabalho, transforma uma carruagem puxada por cavalos em quarto escuro, onde revela as chapas. Ao todo, produz 360 fotografias. Realiza assim a primeira grande documentação de uma guerra e dá início ao FOTOJORNALISMO.

Dans du Hôtel des Invalides Musée de l’Armée – Paris, 2000

1854-1910 — Nesse período desenvolve-se o movimento denominado PICTORIALISMO , que se caracteriza por uma tentativa de aproximação da fotografia com a pintura. Para isso, os fotógrafos retocam e pintam as fotos, riscam os negativos ou embaçam as imagens.

Também empregam em suas obras composições e assuntos característicos da pintura. Seus temas são, em geral, paisagem, natureza-morta e retrato. Entre os grandes fotógrafos dessa fase está o francês FÉLIX NADAR, o primeiro a realizar fotos aéreas a partir de um balão, em 1858.

Apesar do preconceito de alguns pintores em relação à fotografia, vários se baseiam em fotos para pintar, como os franceses INGRES e DELACROIX e, posteriormente, muitos impressionistas.

1855 — ARCHER juntamente com PETER FRY inventou o processo de AMBRÓTIPO, processo que substituiu o COLÓDIOTIPO. (Ambrótipo da sra. William Blake, 1854.) O ambrótipo, variante do primeiro processo de

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Archer, era um positivo direto sobre vidro. Ele o obtinha com o branqueamento de um Matriz: negativo subexposto. Colocado sobre papel aveludado, entre molduras douradas, era um substituto barato para o daguerreótipo.

Em 1855 houve na Europa um aumento de galerias fotográficas considerável (66 galerias), dois anos mais tarde para 147.

1857 — GUSTAV OSCAR REJLANDER, trabalhou na Inglaterra em 1853 como retratista e fotógrafo de comportamento. Um expoente notável de revelação fracionada, sua fotografia mais famosa The two ways of life (Os dois caminhos da vida), foi feita em 1857 a partir de mais de 30 Matriz - negativos. Compôs nus e outros estudos para servirem de modelos a artistas plásticos. Fez fotos que ilustraram As expressões das emoções no homem e nos animais, de Charles Darwin, publicado em 1872.

Foto da mulher com o cachorro Château de Vincennes – Paris, 2000

1858 — Fotógrafo THOMAS SKAIFE constrói o "PISTOLGRAPH", uma máquina fotográfica instantânea cuja novidade o leva para a prisão quando aponta isto a Rainha Victoria.

1859 — NAPOLEÃO entra no estúdio de DISDÉRI e leva suas fotografias, isso atrai o público e torna-o famoso e rico.

La plus fotografada du mundo (8 inteiras, das coloridas em P/B, cada 10X15)

Tour Eiffel – Paris, 2000

1859 — THOMAS SUTTON, editor da publicação "Notas Fotográficas", é o primeiro a desenvolver uma lente líquida panorâmica, mais conhecida pelo largo ângulo da lente fotográfica.

O reverendo CHARLES LUTWIDGE DOGSO, conhecido como LEWIS CARROL , nasceu em 27 de janeiro de 1832 em Daresbury, Cheshire.

Apaixonado por matemática, praticou como hobby a fotografia, conseguindo através de impecável composição entre os elementos gráficos que compõe a imagem, lugar de destaque entre os grandes fotógrafos do século XIX.

Carroll se especializou em dois tipos de fotografia: portraits de pessoas importantes da época (artistas, escritores, poetas, religiosos, cientistas, professores, atores e políticos) e crianças (pequenas garotas em sua maioria).

Estas fotografias foram tiradas ao longo de 24 anos, entre 1856 a 1880, sempre documentadas em seus diários. Suas obras, ainda que incluídas na corrente pictorialista, situavam-se em um âmbito visual mais direto e moderno.

Em 1859, tirou uma fotografia de uma menina com o fundo levemente desfocado, avançado para o conceito da época. Filho mais velho do Rev. Charles Dogson, ele publicou seu

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consagrado livro: Alice no País das Maravilhas, em 1865. Morreu em 14 de janeiro de 1898, na casa de sua irmã em Surrey.

As xícaras do chapeleiro maluco Euro Disney, Fantasyland, Paris, 1996

MATHEW B. BRADY (Irlanda, norte-americano, 1823-1896). É um dos pioneiros da fotografia. Sua obra mais extensa é retratos de personagens célebres da época, como chefes militares, o presidente da nação, entre outros. Em 1861, fez a cobertura da Guerra Civil Americana e torna-se um dos primeiros fotojornalistas do mundo.

Quando a guerra civil começou nos Estados Unidos, o fotógrafo já era proprietário de vários estúdios, fotografando proeminentes cidadãos e reunindo as obras na chamada Galeria dos Americanos Ilustres. Não foi difícil obter autorização para fotografar o front com seus amigos do governo. Carroças foram adaptadas para serem seu laboratório, onde imediatamente após a tomada das imagens, as chapas eram reveladas. Era o processo de placas úmidas. Suas fotos se restringem aos limites dos campos de batalha, pois devido ao processo das placas úmidas, não era possível captar cenas de movimento e combate. Mas nem por isso suas fotos perdem o impacto do horror da guerra com cenários permeados de canhões, armas e feridos.

? Cimetière du Père Lachaise, Paris, 2000 - Foto: Albino Family. Albumen carte de visite, cerca de 1860.

1861 — JAMES CLARK MAXWELL, em 1861, a teoria tricromática ficou sendo chamada de Young-Helmholtz. Autor da teoria eletromagnética da luz, reproduziu pela primeira vez uma imagem em cores por síntese aditiva, inaugurando a aplicação prática dessa teoria. O processo partia do princípio de decomposição (seleção) da luz branca nas três cores-luz primárias através de três filtros coloridos, cada um deles possibilitando a obtenção de uma película monocromática contendo todas as variações de uma das cores primárias existentes no objeto fotografado.

ARCO DE LA DEFENSE – MODERNO E COLORIDO? L’Arche de la Fraternité, Le Grand Arche, La Defense, Paris, 2000

PRIMEIROS PROFISSIONAIS

1862 — O profissionalismo foi levado à fotografia pelo escultor francês ANTHONY SAMUEL ADAM-SALOMON , em meados do século XIX. Trocou a pintura pela nova forma de expressão, por volta de 1862. Ele posicionava seus modelos sob uma luz lateral alta que, desde então, foi chamada de "ILUMINAÇÃO REMBRANDT". Ele os vestia com cortina aveludada para alcançar um efeito similar à pintura, e arrumava suas fotos em cartões azuis, impressos com a legenda "composta e fotografada pelo escultor ADAM-SALOMON". Mais tarde, levou essa tendência da Inglaterra para os Estados Unidos.

ALPHONSE DE LAMARTINE, que havia chamado a fotografia de "um plágio da natureza", confessou: "depois de admirar os retratos captados no estouro da luz solar por Adam-Salomon, o escultor emocional que desistiu da pintura, não poderíamos levar adiante o clamor

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de que a fotografia é um comércio - é uma arte, é mais que uma arte, é um fenômeno solar, no qual o artista participa graças ao sol".

Flamaeur du Paris? Bauconistes às margens du Seine, Paris, 2000

DAVID OCTAVIUS HILL, entrou para a história como um dos fotógrafos de retratos mais importantes. A ausência das cores era sentida por todos, especialmente por retratistas e retratados. Logo os daguerreótipos foram coloridos com pigmentos secos e os calótipos com aquarelas. (retrato pintado – talvez ampliar e cortar alguma foto)

TOMOTHY H. O'SULLIVA, em 1863, retratando a Guerra Civil Americana, realizou a fotografia "A colheita da morte".

? Cimetière du Père Lachaise, Paris, 2000

1869 — HENRY PEACH ROBINSON, inglês que plagiava a composição de quadros, converteu-se no luminar da fotografia. Cobrava altos preços e arrebatava prêmios atrás de prêmios. Escreveu um livro, em 1869, intitulado A fotografia pictórica. Seus títulos eram típicos: Pobre Joe, Tempos difíceis, Desvanecimento, Agonizando, Aí vem o papai, Amigos íntimos, Paisagem romântica, À beira do arroio, Fim de um dia de inverno, Beijo de orvalho, Dedos da manhã.

PICTORIALISTA; FOTO DO QUADRO A LIBERDADE Foto do quadro?

São Paulo, Brasil, 2001

JEAN LAURENT, por volta de 1870, trabalhando em terras ibéricas, registrou um vendedor de relíquias e estampas. Realizou reportagens de monumentos, cidades e povoados espanhóis, dando especial atenção aos tipos humanos de cada lugar e aos costumes do país. Trabalhos desse tipo ganham imenso valor histórico e antropológico.

Algum vendedor do metro P/B Metro ... , Paris, 1996

FOTOGRAFIA MODERNA

1871 — O médico britânico RICHARD LEACH MADDOX (04/08/1816 - 11/05/1902), à favor da saúde, já que o vapor do éter era maléfico, propôs um substituto para colódio úmido, uma "gelatina", também conhecida como "placa seca". Assim, cria a primeira chapa usando gelatina com sais de prata, para manter o brometo de prata no lugar. Denominadas: chapas secas, substituiu o colódio úmido. Fabricadas em larga escala a partir de 1878, marcam o início da fotografia moderna. A grande vantagem em relação ao colódio úmido é que os fotógrafos podem comprar as chapas já sensibilizadas quimicamente, em vez de ter que prepará-las antes de sua exposição.

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Em 1902, ele recebeu uma medalha de "progresso" da Royal Photographic Society, que conduziram as invenções relativas à placas secas a fundação de indústrias de filme. No entanto sua técnica era livre e nunca chegou a patenteá-la, isto o fez morrer na pobreza.

1873 — HERMANN WILHELM VOGEL (1834-1898) aumenta a sensibilidade espectral de emulsões fotográficas somando soluções de tinturas, que ajudariam a reagir com a luz verde, ótimo para a retratação de paisagens. Isto fez com que chapas fotográficas fossem sensíveis ao espectro.

1873 — um disco com base no daguerreótipo é inventado no Observatório Astrophysical de Meudon, França, por PIERRE JULES CESAR JANSSEN, para fotografar o movimento das estrelas.

JULIA MARGARET CAMERON (England, India-Britânica, 1815-1879). Começou a fotografar com 48 anos. Muito admirada por seus close-ups penetrantes, os quais buscavam revelar a personalidade única de cada modelo. Ela criou românticas alegorias fotográficas de cenas e personagens históricos e bíblicos, também realizou ilustrações para Idylls of the King, de Tennyson, publicado em 1875. A família, os amigos e funcionários eram freqüentemente convocados para servirem de modelos, trajados como a Virgem Maria ou Jesus Cristo, Rei Arthur ou Merlin. Ela foi uma das mais importantes fotógrafas com expressão pessoal da Inglaterra vitoriana. Julia Margaret Cameron fotografou Charles Darwin em 1868. On mount: blindstamp of Messrs. Colnaghi (Mrs. Cameron's printsellers) and a facsimile inscription in Darwin's hand, "I like this Photograph very much better than any other which has been taken of me. Ch. Darwin" Darwin and his family went to Freshwater, Isle of Wight (http://www.photographymuseum.com/wight.html), for a long summer holiday in 1868.

Monalisa dans chez moi - São Paulo, Brasil, 2001

1877 ou 1878 — O fotógrafo inglês-americano EADWEARD MUYBRIDGE (Inglaterra, 09/04/1830 - 08/05/1904), tornou-se famoso pelos seus estudos de movimento. Elaborou reconhecidos estudos da motricidade animal e humana, das quais se destaca o movimento de um cavalo galopando. Usou uma bateria de 12 ou 24? máquinas fotográficas, juntas umas das outras, de forma a conseguir registrar o ciclo desse cavalo correndo para Leland Stanford, em todas as fases de seu movimento. As fotos tornaram-se imagens em movimento pela primeira vez.

1878 – publica "The horse in motion". Ele vai inventar o "Zoogyroscope" (projetor) que se tornou "Zoopraxograph" e então o Zoopraxiscope, uma sensação à "World's Columbian Exposition of 1893", em Chicago. Também realizou um extenso arquivo do lejano ocidente Norte-americano e das ruínas indígenas Centro-americanas.

Foto da mulher na chuva - Ile de la Cité, Paris, 2000

1880 — Publicação da primeira fotografia pela imprensa, na capa do jornal DAILY HERALD (Daily Harold), de Nova York - Estados Unidos. Mas somente no início do século XX o uso de fotografias nos jornais e revistas torna-se comum.

RODOLPHO FREDERICO FRANCISCO LINDEMANN, 1880, foi um francês que retratou a raça negra.

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Retratos de tipos negros. P/B Metro ... , Paris, 1996

1882 — O francês APHONSE BERTILLON inventa o sistema de identificação de criminosos através da ampliação fotográfica das impressões digitais.

1882 — Esforçando-se para capturar os detalhes minuciosos de movimento, JULESS ETIENNE MAREY, um fisiólogo francês, desenvolve o photographique de fusil, ou pistola fotográfica que pode tirar 12 fotos sucessivas por segundo.

1888 — Físico alemão WILHELM HALLWACHS notou que certas substâncias emitem elétrons quando expostas à luz. Hallwachs demonstrou a possibilidade de usar células fotoelétricas em máquinas fotográficas. Esta propriedade chamada "photoemission" era aplicado na criação de imagem permitindo, mais tarde, a criação da máquina fotográfica de televisão eletrônica.

PETER HENRY EMERSON, publicou Naturalistic Photography, um artigo que defendia a fotografia inspirada na pintura impressionista. Pouco tempo depois, publicou outro no qual rejeitava tudo o que havia defendido e propunha uma fotografia objetiva, sem retoques, nem manipulações de qualquer espécie. Tal polêmica estava relançada e, logo, iria desembocar no modernismo. Em 1888, fotografou um homem de costas arando a terra com um carro de bois. Naturalista, essa fotografia é testemunha de que a única imagem fotográfica legítima deve corresponder ao que o olho vê.

Foto dos homens trabalhando no mangue Monte Saint Michel, 2000

1888 — normalmente cansado do sistema de prato de vidro de difícil controle usado no trabalho dele, o fotógrafo JOHN CARBUTT, comissiona um fabricante de celulóide para lhe proporcionar folhas magras, cobertas com emulsão que rolará por uma máquina fotográfica.

Este mesmo ano, George Eastman comercializará um filme fotográfico em rolos...

"REVOLUÇÃO"

1888 — Até este ponto de nossa história, a fotografia foi de domínio exclusivo dos profissionais...

Mas GEORGE EASTMAN desenvolve a primeira câmera portátil – a KODAK – vendida com um filme em rolo de papel suficiente para tirar 100 fotografias. Agora, disponível a qualquer um, tornou a fotografia mais barata, pois a máquina da Kodak usa filme de rolo com uma base de papel, coberta com uma emulsão fotossensível.

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Um rolo de filme tem a capacidade de 100 quadros circulares com um 2 1/4 de diâmetro. Terminado o rolo, o cliente manda a câmera inteira para a empresa EASTMAN, que revela o filme e faz as cópias, devolvendo o aparelho com um novo rolo de filme.

A simplicidade da câmera Kodak é responsável pela popularização da fotografia amadora. No ano seguinte, Eastman substitui o filme de papel por um de plástico transparente à base de nitrocelulose.

"AMERICAN FILM"

Por iniciativa do norte-americano GEORGE EASTMAN (12/07/1854 - 14/03/1932), a fotografia começou a se popularizar e o filme passou a ser embalado em rolos.

A partir de 1880, as chapas podiam ser compradas já sensibilizadas quimicamente. Eastman popularizou a fotografia com a criação do filme flexível (em rolo), que tinha o nome de "American Film".

A fotografia do lado esquerdo, assinada por Nadar em 1890, mostra George Eastman no estúdio em Paris. A foto ao lado, a qual ilustra também o FDC abaixo, eu não sei a autoria...

Como era grande o número de amantes da fotografia dessa época, tornou-se possível a produção industrial de máquinas, materiais e acessórios fotográficos.

Os americanos incluíram também o investimento em publicidade e na expansão de usuários, levado à perfeição pela Kodak, que inaugurou uma nova relação entre os usuários e a indústria: a bobina de filme exposto era novamente levada à empresa para a revelação e a

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tiragem de cópias. Pode-se avaliar o impacto dessa novidade para a família média americana, ávida por registrar cada momento de sua existência...

A democratização definitiva da prática da fotografia ocorreu a partir de 1888, quando foi lançada a primeira câmera da linha KODAK, capaz de produzir 100 fotografias com um único filme, que era revelado em seguida pelo fabricante – talvez o principal fator propiciador do surgimento da fotografia de amador.

Com o slogan "VOCÊ SÓ APERTA O BOTÃO E NÓS FAZEMOS O RESTO" o fotógrafo amador apenas operava a máquina enviando-a à firma em, Nova York, onde o filme seria cortado em tiras, revelado, a emulsão separada da base e colocada em suporte transparente.

Depois eram feitas cópias de todos os negativos que, juntamente com a câmera e um novo filme, eram devolvidas ao proprietário que pagava 10 dólares pelo serviço.

Selo emitido em 12/07/1954 (Scott: 1062), alusivo ao centenário de nascimento do inventor e filantropista George Eastman (1854-1932). Ambas imagens são fragmentos do Envelope de

Primeiro Dia de Circulação (FDC).

Alguma coisa desfocada?, melhor bonita ... , Paris, 2000

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EASTMAN-KODAK COMPANY

GEORGE EASTMAN introduz seus primeiros filmes flexíveis. Inventor, industrial e filantropo norte-americano nascido em Waterville, New York, criador do filme de rolo (patenteado em 1884) e da máquina fotográfica Kodak (1888).

Aos 23 anos montou uma pequena oficina de fotografia, na época em fase de grande desenvolvimento e em vias de converter-se em importante processo técnico e meio expressivo.

Aperfeiçoou a chapa com gelatina de brometo e começou a fabricar chapas secas (1880). Fundou a Eastman Dry Plate and Film Company (1884), em Rochester, New York, localidade onde viveria até sua morte, a primeira empresa a produzir equipamentos fotográficos padrões em série e também filmes transparentes flexíveis, o primeiro filme em rolo, que deu grande impulso a indústria cinematográfica.

Inventou a câmara Kodak (1888), que rapidamente adquiriu popularidade e, no ano seguinte, introduziu a película transparente, que possibilitou o desenvolvimento do filme cinematográfico e da poderosa indústria do cinema.

Três anos depois fundou a poderosa indústria Eastman-Kodak Company (1892), que se transformou numa das maiores empresas mundiais de equipamentos e materiais fotográficos.

Fez fortuna e, durante sua vida doou mais de 75 milhões de dólares a instituições de ensino e educação dos EEUU, Inglaterra, França, Bélgica, Suécia e Itália.

Grande parte de suas doações foram para o Massachusetts Institute of Technology e a criação da Eastman School of Music (1918) e a escola de medicina e odontologia na University of Rochester (1921).

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HISTÓRIA DA KODAK

Quando George Eastman, um jovem bancário, resolveu acatar a sugestão de um colega para fotografar o passeio que faria em suas primeiras férias do trabalho, estava dando início à história da fotografia moderna. Entusiasmado, adquiriu um equipamento completo de fotografia. O equipamento era volumoso, pesado, de difícil manuseio e custou 125 dólares.

A câmara fotográfica era do tamanho de um televisor e precisava ser montada em tripé. Havia necessidade, também, de uma tenda suficientemente espaçosa para garantir a colocação de chapas, que eram umedecidas em emulsões químicas antes e depois de a foto ser batida. Acrescia-se ainda um tanque de vidro, suporte para as chapas, um jarro para água e produtos químicos.

Fascinado com as primeiras experiências, George Eastman cancelou as férias e começou a ler tudo o que era publicado a respeito do assunto. Em revistas inglesas, descobriu que fotógrafos ingleses preparavam chapas fotográficas com emulsões gelatinosas, que as mantinham sensíveis mesmo depois de secas, eliminando a complicada preparação de pouco antes e logo após à exposição. Assim se reduzia significativamente o material básico que o fotógrafo devia carregar. Ainda que não tivesse conhecimento de processos químicos, George tentava elaborar emulsões, baseando-se em fórmulas publicadas.

Em 1880, após três anos de experiências, chegou à fórmula ideal, e foi à Londres patentear a chapa seca, como se tornou conhecida, e uma máquina para fabricá-la. No ano seguinte, George fundou a Eastman Dry Plate, para produzir chapas, e instalou a empresa em Rochester, NY, que hoje é conhecida mundialmente como centro industrial dedicado à fabricação de instrumentos fotográficos, ópticos e de precisão. A comercialização da invenção obteve sucesso imediato.

Eastman demitiu-se do banco e passou a elaborar um plano de diversificação que visava simplificar o processo fotográfico. Em pouco tempo, chegou ao filme flexível, acondicionado

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em rolo, mas suas vendas ainda eram insatisfatórias. Percebeu, então, que também a câmara deveria sofrer modificações...

A primeira câmara Kodak foi lançada em 1888. A Kodak número 1 tipo caixão, era portátil, fácil de manejar e custava 25 dólares (quando custava 62 dólares para ser fabricada). Usava um filme de papel sensível com 608 X 7 cms, suficiente para tirar 100 negativos circulares de 3,8 cms. de diâmetro.

Após bater as cem poses, quantidade que o filme permitia, o consumidor remetia a máquina para Rochester, onde o filme era retirado, revelado e reposto, num serviço que custava 10 dólares. Tudo por reembolso postal. O lançamento dessa máquina exigia uma divulgação em larga escala e, numa das primeiras campanhas publicitárias da história, foi criado o slogan:

"Você aperta o botão e nós fazemos o resto"

A palavra Kodak, criada por George Eastman e registrada como marca de fábrica em 1888, teve sua origem a partir de um grande número de combinações de letras, que formassem palavras começando e terminando com "K", letra pela qual Eastman tinha uma certa predileção.

A intenção era obter uma palavra que representasse todas as necessidades de uma marca de fábrica: ser curta, impossível de ser mal pronunciada em qualquer idioma e ter uma personalidade forte e inconfundível.

Com o advento do filme em rolo, também foi possível o cinema se desenvolver, quando som e movimento foram conjugados com a imagem. Os primeiros filmes produzidos para o cinema foram criados por Eastman em 1889.

O passo seguinte foi a primeira "câmara de bolso", a BROWNIE, uma novidade que custava 5 dólares e podia ser manejada até por uma criança. Sua campanha de lançamento incluía uma extensa programação que atingia escolas e criava fãs-clubes mirins.

No início do século XX, a Kodak já produzia em larga escala, a baixo custo e com alcance internacional. Depois do primeiro escritório em Londres, começava a instalar unidades em outros países da Europa e no Japão, numa política de expansão que se tornou marcante na empresa.

Durante as duas guerras mundiais, as pesquisas e os novos lançamentos foram deixados de lado e os esforços dirigidos para a adaptação de filmes, papéis e equipamentos fotográficos para uso militar, como as câmaras para fotografias aéreas e os filmes para raio X, que permitiam fotografar estruturas de aviões, e o VS-Mail, um programa de microfilmagem para facilitar o envio de correspondências entre os continentes.

A constante busca pela diversificação levou a empresa a estar presente, hoje, nos mais variados segmentos de atuação, ampliando em muito os horizontes imaginados inicialmente por George Eastman.

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1910 - PRIMEIRAS CÂMERAS KODAK CHEGAM AO BRASIL

O primeiro escritório foi inaugurado no Rio de Janeiro em 11 de outubro de 1920 e contava com apenas seis funcionários. Nesta época, a empresa importava e comercializava chapas, filmes e papéis fotográficos.

Em 1933, a empresa chegou a São Paulo com a instalação de uma loja e um laboratório de revelação de filmes preto e branco. A terceira loja foi inaugurada em Porto Alegre, no mesmo ano.

A fase industrial no País começou em 1954, quando a Kodak adquiriu a Wessel, uma fábrica paulista de papel fotográfico preto e branco. Com isso, a Kodak modernizou e atualizou a tecnologia até então utilizada na fabricação de papel. Nesta época, o número de funcionários passou para 190.

No ano seguinte, a empresa transformou-se em sociedade anônima, sob a denominação de Kodak Brasileira S.A - Comércio e Indústria.

O impulso que o mercado nacional necessitava aconteceu em 1965, quando a empresa lançou a primeira câmara Kodak brasileira, a Rio 400, em homenagem ao IV centenário da cidade do Rio de Janeiro.

Nesta época, a empresa produzia também papéis fotográficos e alguns produtos químicos, contando com 430 funcionários.

A primeira grande expansão de suas operações na História da Fotografia no Brasil aconteceu na década de 70, com a inauguração do complexo industrial de São José dos Campos, onde foi incrementada a produção de câmaras e papéis fotográficos coloridos e preto e branco, além de fotoquímicos.

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Nos anos 80, a companhia lançou o Plano P-80 no Brasil, responsável por investimentos de US$ 80 milhões, como capital de risco, para ampliar a capacidade de produção de câmaras, papéis fotográficos e fotoquímicos, em São José dos Campos.

O “P80” também possibilitou o início da fabricação de filmes 35mm e filmes para Artes Gráficas, a fim de substituir importações e atender às necessidades do mercado doméstico.

Com a execução deste programa, a Kodak passou a ser a primeira e também a única indústria fotográfica a produzir câmaras, papéis fotográficos, filmes, equipamentos e fotoquímicos. Na ocasião, o então presidente da Kodak Brasileira, William R. Haines, salientava a atitude da companhia:

"Este programa significa um voto de confiança no País, porque há muito tempo a Eastman não investe uma quantia tão elevada, de uma só vez, como está sendo feito agora. Os investimentos são feitos visando longo prazo, porque estamos aqui para uma longa permanência."

O P-80 também significou uma economia de US$ 200 milhões em importações nos cinco anos seguintes, aliviando a balança comercial brasileira e gerando mais empregos. Nos anos 90, a Kodak Brasileira superou a marca de 18 milhões de câmaras fotográficas produzidas no território nacional.

Hoje, a empresa possui cerca de 2,5 mil funcionários e comercializa mais de 3,5 mil produtos. Fabricando câmaras, filmes, papéis fotográficos e fotoquímicos e dispondo de uma rede de distribuição que engloba mais de 10 mil pontos-de-venda, a Kodak coloca uma linha de produtos à disposição dos clientes, tornando o consumidor brasileiro tão atualizado com os mais recentes lançamentos quanto os mercados mais avançados do mundo...

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CONTINUANDO...

DIMITRI JERMAKOV, em 1889, publicou: Álbum histórico de fotografias da Georgia. Durante o tempo em que esteve ativo, reuniu um total de 127 álbuns. Uma de suas obras: Tiflis junto às margens do rio Kura, cerca de 1895.

Vue aérienne sur la Seine et la Tour Eiffel Paris junto às margens do rio Sena Place de la Concorde, Paris, 2000

JACOB RIIS — Norte-americano, 1849-1914. É o primeiro repórter gráfico na América. Seu interesse por denunciar as injustiças sociais através da câmera, como um instrumento de propaganda, o levou a realizar um amplo registro das condições sociais menos favorecidas em New York.

1890 — Popularização da lanterna mágica, diapositivos em vidro de lugares pitorescos.

1892 — FREDERICK IVES inventa o primeiro sistema completo para fotografia de cor natural.

LEON ROBERT DEMACHY, em 1896, fazia retratos pictorialistas. Longe de defender uma linguagem autônoma na fotografia, os pictorialistas tentavam alcançar em suas produções algo que fosse o mais parecido possível com a pintura, o desenho ou a gravura (chamadas de "impressões nobres"), numa tentativa de equiparação que parecia, então, a única forma de conseguir que o seu trabalho fosse considerado artístico.

PICTORIALISTA: FOTO da torre levemente desfocada Quand les hombres alcançam les céus?

Tour Eiffel, Paris, 2000

GEORGE DAVIDSON, tirou uma foto de um lago com um reflexo de uma árvore em 1898. Os pictóricos tentavam, por vezes, multiplicar os véus para reduzir a realidade às sombras.

O casal sentados no louvre – acho que não, melhor o louvre azul com a lua Musée du Louvre, Paris, 2000

1899 — WILHELM VON GLOEDEN, alemão que se mudou para a Sicília por causa de uma doença pulmonar, alcançou fama pelos retratos de rapazes nus em poses antigas clássicas que fazia ao ar livre. Em 1899 a Sociedade Fotográfica de Berlim convidou-o para ministrar uma palestra sobre fotografia ao ar livre. Tornou-se conhecido internacionalmente no final do século XIX e foi redescoberto só no início dos anos 70, do século seguinte.

Andrógino, meio homem e meio peixe - Place de la Concorde, Paris, 1996

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FOTO-SECESSÃO

A Foto-secessão - um movimento fotográfico conduzido por STEICHEN e STIEGLITZ, que se iniciou em 1902 e durou até 1916, aproximadamente - estabeleceu o direito da fotografia ser considerada uma das belas-artes. Através de suas fotografias e suas apresentações em concursos e exibições, os Secessionistas demonstraram conclusivamente que era necessário diferenciar a fotografia como informação visual da fotografia como expressão visual. O tema, por si só, não faz da fotografia uma arte; usada como uma forma de compreensão estética, ela poderia ser um meio expressivo. Apesar das técnicas de pintura favorecidas pelo Secessionistas, seus melhores trabalhos são bastante bonitos.

1902 — ALFRED STIEGLITZ (Estados Unidos, 1864-1946), funda o movimento FOTOSSECESSÃO, que discute a fotografia como arte. Sua fotografia reflete a necessidade expressiva do artista. Sua obra inicial foi influenciada em grande parte pelo movimento pictorialista, e explorou as técnicas alternativas de manipulação dos materiais fotográficos para criar imagens com tendências plásticas ou gráficas. Sua etapa final, a mais conhecida, inclina-se a fotografia pura, baseado na idéia de que era mais importante a visão que as condições. Assim, buscava condições atmosféricas que de alguma maneira repassavam os efeitos visuais elaborados, destacando sempre suas composições. Funda o movimento FOTOSSECESSÃO, no qual a foto passa a ser valorizada como expressão artística própria, diferente das demais artes. Os fotossecessionistas defendem a fotografia sem retoques ou manipulação nos negativos e nas cópias, em reação ao pictorialismo. A fotografia se aproxima do ABSTRACIONISMO, com ênfase na forma e não no objeto em si. O trabalho dos fotossecessionistas é divulgado pela revista CAMERA WORK, fundada por Stieglitz e publicada entre 1903 e 1917. EDWARD STEICHEN, ALVIN LANGDON COBURN e PAUL STRAND estão entre os principais nomes do movimento.

Provavelmente a idéia mais madura já apresentada na atividade fotográfica foi o conceito de EQUIVALÊNCIA, nomeado por ele em 1920 e por ele praticado em toda a sua vida. Conseqüentemente, a teoria agora é praticada por um número sempre crescente de fotógrafos sérios e dedicados, amadores e profissionais. O conceito e disciplina de Equivalência é, na prática, a coluna vertebral e o cerne da fotografia como um meio de expressão e criação. (Circo, todas as fotos focadas, Ver página 672 , Paris, 1996)

PAUL STRAND — (Estados Unidos, 1890-1976). Sua obra corresponde à época do modernismo na América do Norte e na Europa. É importante dentro deste marco histórico por revolucionar uma estética baseada na natureza objetiva da realidade e as possibilidades visuais que permitem as câmeras de grande formato uma imagem de alta resolução. PAUL STRAND – página 686.

WILLIAM BOYOD POST, no final do século XIX, já era um fotógrafo amador proeminente. Realizou Clima de Inverno, uma de suas fotografias mais famosas, de 1904. Teve objetivo de promover a fotografia como forma de expressão artística, centrando seu trabalho, sobretudo, em paisagens de neve. A neve constituía seu particular desafio, pois fazia realçar as nuances sutis da interação de luz e sombras sobre as superfícies brancas.

1907 — Os irmãos franceses AUGUSTE E LOUIS LUMIÈRE simplificaram muito o processo de seleção de cores por filtros, dando o primeiro vislumbre de possibilidades comerciais para a fotografia colorida com suas chapas AUTOCHROME – o primeiro

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processo fotográfico colorido. Fabricadas em Lyon a partir de 1907, consiste em uma placa de vidro coberta com grãos de amido tingidos (que agem como filtros para as cores primárias) e de poeira preta (que bloqueiam a luz não filtrada pelo amido). Sobre essa placa preparada é colocada uma fina camada de emulsão pancromática (sensível a todas as cores), obtendo-se uma transparência colorida positiva, uma chapa positiva colorida. ANTOINE LUMIÈRE, pai deles, trabalhou como fotógrafo em Lyon.

Abaixo, um selo da República Francesa, datado de 1955, que mostra os irmãos Lumière (Auguste e Louis) e um projetor de filmes. Este selo foi emitido para comemorar os 60 anos

da invenção do Cinema Francês (1895-1955), pois já em 1894 eles inventaram o CINEMATÓGRAFO . Entretanto, esse e outros processos tiveram vida relativamente curta no mercado devido à baixa sensibilidade. Precisavam de uma fonte de luz muito intensa e um

largo tempo de exposição...

Evolução da Cor La Tour Eiffel, Paris, 1996

HARRY C. RUBICAM, a sua fotografia No circo, surgiu ao lado das de outros fotógrafos na edição de número 17, de Camera Work, 1907. Este livro mostrou que a fotografia artística estava a dividir-se em duas direções, que podiam ser definidas como "fotografia pictórica contra fotografia direta".

(Colocar o cavalo do carrossel – ver página 555 , Paris, 1996)

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CLARENCE HUDSON WHITE (U.S., 1871-1925), em 1907 fez um planotipo de natureza morta, ele levou ao extremo a estética do distanciamento, ao confundir uma bola de cristal com uma peneira de seda usada em laboratórios.

"What Was It Trying To Remind Me Of?"

Title page design, collodion print and ink, 14 x 10.75 inches, 1903 From a unique portfolio by the great Photo-Secessionist photographer and teacher, containing six images illustrating the short story "Beneath the Wrinkle." Three of the images were published along with Clara Morris's story in the February 1904 issue of McClure's. This distinctive title page design by White, depicting the story's prologue, was not included in McClure's, and remained unpublished until 1980. Another image from the portfolio was published along with the story and also appeared in Alfred Stieglitz's famed magazine, Camera Work. The portfolio was produced at the time when White was leaving Newark, Ohio to become a full-time photographer and teacher in New York, and thus represents an important commission in his career. In this image, the narrator is shown holding an old, faded ribbon. In the story, the narrator notices a brilliant streak of color hidden inside a wrinkle in the fabric... reminding her of an episode that began half a century before. (Qu’es que ce? Ce une esfére ou ce le céu? La Géode, Parc de la Villette, Paris, 1996)

JOSEPH TURNER KEILEY, em 1907, realizou Um pequeno pedaço de Paris. (Um pequeno pedaço de Paris? Foto de qualquer pedaço ou casa, Paris, 1996)

WILLIAM H. "DAD" MARTIN, em 1908-1912 fazia fotos surreais, nas quais objetos eram grandes, como os homens pegando um ganso...

ANTONIN PERSONNAZ, um dos primeiros fotógrafos a utilizar o processo autocromático dos irmãos Lumière. Em 1908, ele explicou, por escrito, como fotografava paisagens. Utilizava uma máscara negra que permitia expor o céu durante dois segundos e a parte terrestre em quinze segundos. (foto terra/céu em cor , Paris, 2000)

HIPPOLYTE AUGUSTE COLLARD documentou, a pedido do Ministério das Obras Públicas, a profunda reforma urbana de Paris. (Antigo e moderno Musée du Louvre – Paris, 2000)

GEORGII PETRUSSOW — produziu um documentário sobre um edifício; usou a sua máquina para documentar a ocupação soviética da cidade; usou perspectivas arrojadas. (foto do CHAFARIZ à noite)

EL LISSITZKY — russo, vanguardista, criou um importante conjunto de obras, um dos pioneiros de desenvolvimento pessoal em tendências, dispunha objetos, de preferência, do quotidiano, tais como colheres, alicates, óculos, sobre papel fotográfico, mas ao contrário de László Moholy-Nagy, não tentava criar um espaço leve imaterial. (cromo raio X? ver página 394)

LÁSZLÓ MOHOLY-NAGY — húngaro, criou um importante conjunto de obras, um dos pioneiros de desenvolvimento pessoal em tendências, ele tentou clarificar a relação entre a pintura e a fotografia, promovendo uma separação clara entre as duas formas de expressão.

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Esforçou-se sempre por tornar a fotografia num meio com o mesmo valor artístico da pintura. Ele é a qualidade sem igual da fotografia (1923) "O fotograma, ou registro sem câmera, que registra formas produzidas por luz, encarna a única natureza do processo fotográfico, e é a chave real para fotografia. É ele que nos permite capturar o intervalo padrão da luz numa folha com papel sensibilizado, sem recorrer a qualquer aparato. O fotograma abre perspectivas de uma morfose completamente desconhecida governada por leis ópticas peculiares, feitas para si mesma. É o meio mais completamente desmaterializado comandado pela nova visão." (nem imagino, ver página 450)

LUCIA SCHULZ (solteira) MAHOLY - quando casada com László. (foto de um edifício em perspectiva...)

BORIS IGNATOVICH — gostava de tirar fotos de posições extremamente baixas ou altas da máquina e, através destes ângulos de visão não convencionais, descobriu uma nova maneira de olhar para a vida cotidiana. Um vôo turístico sobre Leningrado ofereceu-lhe novas oportunidades na sua procura de perspectivas não convencionais. Criou vistas aéreas como chaminés e fábricas de um complexo industrial, em que a arquitetura é representada como uma composição abstrato-construtiva. (foto de cima da roda gigante)

ALVIN LANGDON COBURN — (Inglês-Americano, 1882-1996). É um dos mais conhecidos fotógrafos que se dedicou as composições abstratas e experimentos químicos e ópticos na fotografia. Autodenominou suas imagens como "vortografias". Trouxe a mudança da arte pictórica do século XIX para o estilo de fotografia de orientação vanguardista. (a torre desfocada colorida)

E. J. BELLOCQ — (Estados Unidos, 1873-1949). Sua obra inicial é de caráter comercial, porém sua obra mais importante é um registro documental de Nueva Orleáns, na qual fotografou a vida cotidiana nas casas de citas e retratou as prostitutas fora de seu contexto laboral.

KARL BLOSSFELDT — (Alemanha, 1865-1932). Realizou um documento fotográfico muito extenso sobre a forma das plantas, em uma espécie de expedição botânica de laboratório, porém com uma expressão artística dramática no manejo da luz e nas composições.

Tabard, Maurice — (1897, Lyon, França - 1984, Nice) Fotógrafo da chamada Nouvelle Vision francesa, passa a sua vida entre os Estados Unidos e a França. Chega em Nova York em 1914, onde estuda com Emile Bunuel. Volta à França em 1928 e Philippe Soupault o apresenta a Lucien Vogel, diretor do Jardin des Modes et de Vu, iniciando a sua carreira como fotógrafo de moda e de publicidade. A partir de 1932, experimenta a técnica de solarização e de montagem para suas fotos pessoais.

A MINNOGRAPH 35mm, criada por LEVY-ROTH em 1914, tirava 50 fotos de 18x24mm, e tinha as dimensões externas de 5x6x13cm, muito semelhantes às da futura Leica.

A primeira LEICA surgiu no mesmo ano, desenhada pelo construtor de microscópios o engenheiro OSKAR BARNACK para a casa LEITZ, de Wetzlar. Mas a Leica demoraria dez anos para se aperfeiçoar devido ao início da I Guerra Mundial e a inflação que se seguiu na Alemanha, prejudicando a indústria de modo geral. A primeira câmera fotográfica de dimensões reduzidas: 35mm, a LEICA , afirma-se em 1924. Em 1925 a empresa começa a

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comercializá-la. Ela dá um grande impulso ao fotojornalismo por ser silenciosa, rápida, portátil e por ter disponíveis diversos tipos de lentes e acessórios. Quando iniciou sua trajetória, era a primeira câmera miniatura a vir com telêmetro acoplado à sua objetiva ELMAR, de excelente definição, com abertura máxima de f3,5. O poder de resolução era incomparável: como ressaltam HELMUT e ALISON GERNSHEIM, elevou as câmeras miniaturas a "verdadeiros instrumentos de precisão". Isso foi percebido a partir de 1931, quando os reveladores de grão fino reduziram a granulosidade dos filmes rápidos, assegurando boas ampliações.

1915 — Com o aperfeiçoamento dos processos de impressão, os jornais diários começam a utilizar a fotografia com mais freqüência para ilustrar as reportagens, em substituição ao desenho. A presença de fotos na imprensa firma-se com os jornais Daily Mirror, de Londres (Reino Unido), e Ilustrated Daily News, de Nova York (EUA).

1919 — CHRISTIAN SCHAD – Descobriu a fotografia sem máquina, fazendo experiências com objetos encontrados e papéis fotográficos. Essas fotos, das quais produziu cerca de 30 em 1919, são os primeiros fotogramas artísticos. A partir de 1936 foram denominadas "SHADOWGRAPHS", termo utilizado primeiro por TRISTAN TZARA, alemão de espírito inquieto. (talvez aquela foto tirada debaixo da torre, à noite que não dá para perceber o que é)

1919-1938 — Ao final da I Guerra Mundial, a fotografia liga-se a movimentos artísticos de vanguarda, como o CUBISMO e o SURREALISMO. Fotógrafos como o norte-americano MAN RAY e o húngaro LÁSZLÓ MOHOLY-NAGY trabalham em estreita ligação com pintores e outros artistas. As técnicas de FOTOMONTAGEM (manipulação de negativos) e FOTOGRAMA (imagem direta sobre o papel fotográfico, sem o uso do negativo e da câmera) são amplamente usadas.

1925 — Na Alemanha surge um estilo realista conhecido como NOVA OBJETIVIDADE, que propõe uma fotografia puramente objetiva, em oposição ao pictorialismo. Seu maior representante é ALBERT RENGER-PATZSCH, autor de fotografias que se caracterizam por linhas fortes, documentação factual e grande realismo. Outro expoente do movimento é AUGUST SANDER, alemão, fez muita fotografia de paisagens na zona do rio Reno, mas seu trabalho principal foi ser retratista. Em Käthe Lamers com Hannelore e Helmy, trabalho de 1922, ele retratou uma mãe com suas filhas. (Cláudia Baptiste avec sus files? Maison de la familie Baptiste, Strasbourg, Bas-Rhin, Alsace, 1996)

HUGO ERFURTH, um dos mais significativos fotógrafos de retrato em seu tempo, dispensava cenários decorativos, concentrando-se inteiramente no rosto do modelo, cultivava um estilo bastante sóbrio em seus retratos. (Reis de Judá ? Galeria dos Reis, Musée du Cluny, Paris, 1996)

MICHEL BERCKELAERS —"SEUPHOR" (anagrama de Orpheus), por volta de 1925, tornou-se cronista da cena artística de Paris e tirou retratos de muitos dos seus colegas artistas. (Arts dans du metro Champs-Élysées Clemenceau, Paris, 1996)

WILLIAM KLEIN — (Estados Unidos, 1928). Suas fotografias tem sido de grande influência no meio fotográfico por sua prodigiosa noção de composição. Seus temas são muito variados,

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mas principalmente sua obra se enfoca no registro da vida cotidiana. Además da fotografia se dedica a otras artes visuais como o cine, a pintura e a ilustração.

GEORGE HOYNINGEN-HUENE, considerado um dos grandes expoentes da fotografia de moda dos anos vinte e trinta, trabalhou para a Vogue. Composições sem defeitos, com uma iluminação bem equilibrada é a sua marca registrada, assim como a inclusão de propriedades gregas clássicas e efeitos surrealistas. (talvez a foto do vaso em primeiro plano – ver o sol)

1929 — As fotografias começam a ocupar grande espaço na publicidade, considerada um dos principais processos de criação artística nesse período. Vários profissionais importantes na época, como CECIL BEATON, MAN RAY, MOHOLY-NAGY e EDWARD STEICHEN, fazem fotografias publicitárias paralelamente ao seu trabalho artístico pessoal.

CECIL BEATON — fotografou retratos de atrizes famosas, como MARILYN MONROE, MARLENE DIETRICH, com o fundo produzido. (foto da torre laranja – cromo horizontal; talvez, fotografei a mais famosa de todas as “atrizes”: la Tour Eiffel, não me utilizando de construir fundos elaborados com materiais vistosos tais como espelhos ou celofane, mas sim do fundo não menos vistoso, todavia mais claro e direto, assim como no final de sua carreira).

1928-1929 — O fotojornalismo desenvolve-se na Alemanha nas revistas Berliner Illustrierte e Münchener Illustrierte Presse. Os principais nomes dessa época são o alemão ERICH SALOMON e o britânico FELIX MAN. ERICH SALOMON – judeu nascido em Berlim. Em 1928 chamou atenção com uma série de imagens tiradas com uma máquina oculta numa sala de tribunal. A forma dele fotografar acontecimentos políticos e sociais tornou-o fundador do fotojornalismo político moderno. Possuía um dom inimitável para estar em todo o lado sem ser notado e as fotos refletiam assim uma observação precisa. As suas imagens davam ao observador a sensação de estar realmente presente nos acontecimentos retratados. Foi chamado de "o rei do indiscreto". (sem flash, alguma foto dentro do museu, como o cluny por exemplo ou algo proibido)

ALEXANDER RODCHENKO — (Rússia, 1891-1956). Ele surge na revolução bolchevique. Sua obra fotográfica tem uma inclinação social notável, mas ao tomar consciência de uma necessidade de análise documental na imagem, opta por fazer esses registros de ângulos visuais pouco usuais. Vanguardista, criou um importante conjunto de obras. Em 1928, escreveu: "Para educar o homem para um novo desejo, os objetos familiares do quotidiano devem-lhe ser mostrados de perspectivas e situações completamente inesperadas. Os novos objetos devem ser representados de lados diferentes de modo a proporcionar uma impressão completa dos mesmos". Sua fotografia é dominada pelo elemento artístico da linha. Uma de suas fotos mais famosa é Pinheiro, de 1925 ou Escadas, de 1930. (obelisco na diagonal - tríptico Place de la Concorde, Paris, 2000)

ALMA LAVENSON, americana, autodidata, pictorialista, adepta de um foco suave. Seu trabalho demonstra a influência e o engajamento com a fotografia espontânea. Esteve entre os quatro fotógrafos convidados a expor com os sete sócios de Grupo f/64 na polêmica exibição do Museu De Young, em San Francisco, 1932. Ela manteve sua atividade como fotógrafa durante toda a sua longa vida.

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WALKER EVANS — americano. Fotógrafo documental de pessoas pobres. (foto das crianças no Saint Michel... metrô)

Roger Parry (1905-1977) Francês, fotógrafo desde 1928, assistente de Maurice Tabard, logo passa a fazer parte das exposições coletivas que reúnem nomes como Man Ray e Lee Miller. Em 1932, expõe na Galeria Julien Levy, em Nova York. No começo dos anos 30, viaja para a África e a Polinésia, publicando, em 1934, o livro Tahiti. Realiza a fotografia do último filme de Jean Vigo.

Roland Penrose (1900-1984) Pintor, fotógrafo e poeta londrino, fundador e organizador do surrealismo na Inglaterra. Em Paris, de 1922 a 1935, estabelece relações com o grupo francês, que sustentará o movimento inglês. Em 1936, organiza a exposição do surrealismo em Londres, formando um grupo que durará até 1947.

Pierre Jahan (1909) Fotógrafo francês. Chega em Paris em 1932 onde encontra Emmanuel Sougez e torna-se fotógrafo profissional. Faz mais de 20 exposições individuais e mais de 30 coletivas, onde Paris aparece sempre como cenário de suas obras. A partir de 1941, influenciado por artistas surrealistas, começa a desenhar e a pintar.

Dora Maar (1909-1997) Fotógrafa francesa, amiga do cineasta Louis Chavance. Adere ao surrealismo em 1934. Mulher de Picasso, entre 1936 e 1940, fotografa os sucessivos estados de Guernica, no ateliê do pintor, na rue des Grands-Augustins. Man Ray realiza um retrato seu em 1936. Anos mais tarde, retira-se voluntariamente no campo, em Ménerbes.

LEWIS WICKES HINE — (Norte-americano, 1874-1940). É um dos pioneiros. Foi o expoente mais notável da fotografia documental social da América. Suas fotos foram usadas numa campanha contra o trabalho infantil. Foi incumbido de documentar o gigantesco projeto de construção do Empire State Building. É um dos mais reconhecidos foto-repórter na história. Através da câmera fotográfica, suas intenções eram gerar imagens capazes de criar reformas políticas, focando-se nas injustiças sociais. Alguns de seus trabalhos mais conhecidos neste âmbito foram os trabalhos árduos das crianças e o trato de imigrantes em New York. (talvez algum edifício ENORME...)

MARGARET BOURKE-WHITE — americana. Fotojornalismo de tendência política e social. Foi a primeira repórter estrangeira a ter autorização de fotografar as instalações industriais soviéticas. Tem uma foto de Gandhi, na qual realça em primeiro plano a roca – símbolo da independência da Índia.

A foto da luminária com a roda gigante. Place de La Concorde, Paris, 2000. A luminária representa Gandhi X a roda gigante que representa a roca.

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MEXICANIDAD

EDWARD WESTON — (Estados Unidos, 1886-1958). Sua obra é reconhecida principalmente por sua capacidade de ressaltar a sensualidade das formas físicas, sejam humanas ou em objetos. Destacam-se nesse propósito seu manejo da luz, do quarto escuro, e da óptica, ajudando a ressaltar os volumes e as texturas de maneira muito particular. Arte do nu. Americano influenciado pelo México, amante de TINA MODOTTI . Leitura da imagem quase que circular, impedindo que o espectador saia do tema proposto pelo autor. Separou-se da família. Em busca do que chamou de "quintessência da coisa em si", Weston realçou as qualidades literais do fotográfico mediano para enfatizar detalhes descritivos e formas elementares sugeridas pelos temas, fossem estes arquiteturas, paisagens ou pessoas. Integrando realismo e abstração, fato e símbolo, Weston foi orientado pela sua experiência mexicana a refinar sua visão modernista da fotografia. Ele se concentrou unicamente no objeto fotografado e, de quebra, anunciou as qualidades intrínsecas de sua fotografia. "Apresentação em vez de interpretação". Em 1923, introduz a fotografia pura, sem retoques ou manipulações. Ele adota o uso mais realista e direto da câmera, com certa ênfase na forma abstrata, porém sem impedir a identificação do objeto fotografado.

(ver pág. 730, foto da estátua dos mortos no cemitério , 30X40 – circular e textura?) CONTEMPORÂNEO

TINA MODOTTI — (México, 1896-1942). Seu trabalho combina um sentido sofisticado do desenho visual e temáticas de orientação prática e social. Suas fotografias da classe trabalhadora mexicana se converteram em poderosos emblemas revolucionários. (tocador de instrumentos no metrô)

Museo Tina Modotti - http://www.modotti.com/

Emissão da Itália (1978) que mostra uma foto de Tina sobre energia elétrica.

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Para muitos fotógrafos, a importância de um lugar, seja o lar ou o país, contribui para definir a expressão da vida e da arte. O México era esse lugar para os fotógrafos Tina Modotti e Edward Weston (visão mais moderna). O movimento Mexicanidad, liderado por uma comunidade de artistas, escritores e ativistas políticos, sustentava a identidade nacional, privilegiando os indígenas e as antigas heranças ao invés do passado colonial.

Promoveu todas as coisas mexicanas – daí o termo Mexicanidad, e afirmou a originalidade da cultura nativa. Ele, um fotógrafo realizado, reconheceu uma chance de dar uma nova direção para sua fotografia e para sua vida, e isso incluiu uma separação irrevogável de sua família. Embora houvesse uma aproximação, fundada em princípios de pura composição formal e do fato descritivo, cada um deles buscou metas diferentes em seu trabalho.

A carreira de Modotti como fotógrafa pode ser medida pelos sete anos em que ela viveu no seu país adotivo, o México. Desde o início, ela mesclou suas ambições fotográficas com um

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profundo envolvimento na reforma social e política empreendida pela Revolução. Suas imagens eloqüentes da vida nativa devem muito às lições aprendidas com o movimento Mexicanidad, e refletem a sua própria motivação em usar da câmera como uma ferramenta de mudança social.

As feiras livres, trabalhadores, mulheres e crianças foram os temas que Modotti escolheu para celebrar o caráter heróico da maioria dos cidadãos mexicanos não-reconhecidos - a classe trabalhadora indígena. Como resultado, sua intrigante composição de fotos apresenta um modernismo arrojado, baseado na condenação política.

Intensamente afetado pela herança cultural mexicana, Weston nunca abrigou um propósito político ou social em sua fotografia. Pelo contrário, os anos em que ficou no México com Modotti - cerca de dois anos e meio - permitiram-lhe desenvolver um novo formato estético, pelo qual se tornou altamente reconhecido.

Embora suas vida tenham tomado rumos muito diversos, Modotti e Weston permaneceram amigos e colegas de coloridorespondência após a separação em 1926. Weston retornou à Califórnia, onde construiu uma longa e prodigiosa carreira. Sua insistência na auto-expressão criativa, descoberta quando fotografava no México, ajudaria a determinar a forma e qualidade do modernismo americano na fotografia.

Como conseqüência da estatura de Weston, até recentemente o legado de Modotti como fotógrafa esteve obscurecido. Para isso também contribuíram as afiliações políticas e atividades de Modotti. Depois de se filiar ao Partido Comunista em 1927, sua fotografia assumiu uma grande importância política, e surge freqüentemente em publicações partidárias. Ela continuou a fotografar em todos seus anos no México, mas, depois de sua expulsão, refugiada na Alemanha, Rússia e Espanha, ela finalmente põe a fotografia de lado para dedicar toda sua energia à política.

Em 1942, com quarenta e cinco anos, Modotti morreu no México, tendo retornado como uma refugiada política da Guerra Civil na Espanha. Modotti e Weston foram modificados decisivamente pelo seus encontros com o México, sua cultura e suas pessoas. Fizeram uma renovação de propósitos e identidades em suas vidas, e a arte surgiu de uma renovação semelhante àquela produzida pelo movimento Mexicanidad. Juntos e depois individualmente, Modotti e Weston vislumbraram a fotografia como um passo no seu tempo, dando voz às necessidades e preocupando-se tanto com o pessoal como com o social.

HERBERT BAYER — 1930. Astríaco. Surrealismo. (foto dos cilindros do Louvre – que eu não acho; foto do céu e jardim do Palácio; foto da igreja de notre dame de la garde)

1932 — Fundação do GRUPO 64, nos Estados Unidos, pelos fotógrafos ANSEL ADAMS, EDWARD WESTON e seu filho BRETT, WILLARD VAN DYKE, IMOGEN CUNNINGHAM e SONIA NOSKOWIAK. O nome refere-se à mínima abertura das lentes (diafragma) que permite a máxima profundidade de campo com o máximo de nitidez, a principal proposta do grupo.

1933 — O norte-americano HAROLD EDGERTON desenvolve e introduz o flash eletrônico.

ARKADII SAMOILOVICH SHAIKHET — fotojornalista russo de estilo vanguardista. O seu trabalho lidou sobretudo com a nova vida sob o socialismo, em particular a luta heróica do

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indivíduo, representava uma imagem do elevado padrão de vida dos trabalhadores industriais soviéticos e que estava fortemente tingido de propaganda. Fez uma foto chamada Locomotiva em movimento; outra Torre na Praça Vermelha. (Página 593 - aquela foto de todo mundo entrando no Monte Saint Michel, pois retrata fortemente a propaganda de turismo de um certo lugar)

ROBERT ADAMS — (Estados Unidos, 1937). Fotógrafo paisagístico cujo tema se enfoca principalmente em expressar a atmosfera solitária da geografía no ocidente norte-americano, como una forma de poesia visual. Também é um reconhecido escritor sobre o tema da fotografia.

GEORGE PLATT LYNES — tirou fotos de amigos, nu feminino e masculino, surrealista, americano, foi diretor da Vogue. (página 404, é importante)

1935 — Os norte-americanos LEOPOLD GODOWSKY JR. E LEOPOLD MANNES inventam o filme KODACHROME, que permite a obtenção de transparências (slides) coloridas com grande riqueza de detalhes e de tons, próprias para reprodução ou projeção.

1935-1943 — A FARM SECURITY ADMINISTRATION, entidade criada pelo presidente norte-americano FRANKLIN ROOSEVELT para estudar e diminuir os problemas da população rural dos Estados Unidos (EUA) durante a Grande Depressão, recorre à fotografia para registrar suas atividades, dando impulso à fotografia documental e de denúncia social. Destacam-se o trabalho dos fotógrafos WALKER EVANS, DOROTHEA LANGE, MARGARETH BOURKE-WHITE, BEN SHAHN, ARTHUR ROTHSTEIN e GORDON PARKS.

1936 — O norte-americano HENRY LUCE funda a REVISTA LIFE, nos Estados Unidos, com o objetivo de substituir a fotografia acidental, improvisada, por uma edição de fotografia planejada. Os fotógrafos a serviço da revista, um marco da fotorreportagem mundial, são pautados para cada matéria e encorajados a produzir uma grande quantidade de imagens para dar mais opções de escolha aos editores. Vários dos principais nomes do fotojornalismo mundial trabalham para a Life, entre eles ROBERT CAPA, que faz a cobertura de guerras em todo o mundo, durante vinte anos, até morrer no Vietnã, ao pisar em uma mina terrestre. Entre suas fotos mais famosas estão Morte de um Soldado Legalista (soldado sendo alvejado na Guerra Civil Espanhola, entre 1936-1939) e a série de imagens feitas durante o desembarque das tropas aliadas na Normandia, em 1944, durante a II Guerra Mundial.

YURI EREMIN — russa. Sua foto mais famosa chama-se: Rua em Buchara com camelos, na qual documentou a atmosfera oriental dessa cidade no sul da URSS, com um encanto especial à imagem: as figuras escurecidas em primeiro plano criam um contraste com o fundo brilhante inundado de sol, realçando a impressão de profundidade da fotografia. (foto das pessoas com fundo à sacre coeur - Le Sacré-Coeur, Montmartre, Paris, 2000)

DAVID SEYMOUR — fez a guerra civil na Espanha; efeitos da guerra sobre as crianças; foi morto no Canal de Suez no dia 10/11/1956 por tiros de metralhadoras egípcias quando estava a registrar uma troca de prisioneiros. (talvez o casal de estátua do cemitério?)

Bibliografia e Referências:

• H. Baines, em The Science of Photography

Page 42: A História Da Fotografia

• Basic Photography, Departamento de Força Aérea, Washington (15/09/1959) • Andrew Davidhazy ([email protected]) - para PhotoForum na Internet • "The Keepers of Light - A history and working guide to early photographic processes"

Autor: William Crawford Editora: Morgan & Morgan - Dobbs Ferry, New York - 1979

• The History of Photography (from 1839 to the present), por Beaumont Newhall Andrew Davidhazy

• Photography as a Fine Art, por Robert Doty , da George Eastman House, 1960 Andrew Davidhazy

EMISSÕES FILATÉLICAS MUNDIAIS I

ALEMANHA

1959 – GERMAN DEMOCRATIC REPUBLIC. Michel: 678/679. Câmera n.679, valor facial de 25. Feira Internacional de Leipziger. Logotipo. 1965 – GERMAN DEMOCRATIC REPUBLIC. Michel: 1130/1132. Câmera n.1130, valor facial de 10. Feira Internacional de Leipziger. Logotipo. 1984 – ALEMANHA. Yvert: 1050/1052. Tema fotografia. 19 Congresso de UPU em Hamburg. 80p tri automatique du currier et celules photoèlectrique.

ANDORRA

Selo emitido em 1999 para comemorar o aniversário de 50 anos da Federação Internacional de Arte Fotográfica (FIAP).

Page 43: A História Da Fotografia

AUSTRÁLIA

13/05/1991 – Yvert: 1207/1210 (4). Scott: 1215/1217. Sujets: oeuvres d’artistes australiens. n.1207: "Bondi" by Max Dupain (43c). n.1208: "Gears for the Mining Industry", Vickers Ruwolt Melbourne by Wolfgang Sievers (43c). n.1209: "Wheel of Youth" by Harold Cazneaux (70c). n.1210: "Teacup Ballet" by Olive Cotton ($1.20). Aniversário de 150 anos de fotografia na Austrália. 150th Anniversary, Photography in Australia - 13 May, 1991. NT

ÁUSTRIA

Page 44: A História Da Fotografia

Europhot Convention Vienna 1973 – 956 Europhot Photographers Congress Vienna. Josef Petzval’s photographic lens. Ausgabe: 8.10.1973. Value in ATS / EUR: 2.50 / 0.18. Special issue stamp - Although just 135 years old, photography has become a natural fact. The snapshot found in journalism, publishing, graphic art, advertising, industry and business, and in research and science all represent photography - replication using light. The first practical application of this kind of photography first served artists as a new means of expression, followed by researchers and scientists. As a result, photography was pursued in a professional capacity. Thanks to advancements in the industry, today photography can be practiced by everyone and has become a means of expression for all of humanity. Professional photographers came together 20 years ago in Graz to form EUROPHOT, the association of professional European photographers. It's goal was to promote the international exchange of ideas and experiences and to encourage industrial cooperation and organize exhibits, conventions and seminars. Frequent committees take on questions of schooling and copyright. The stamp shows a portrait of one of the first photographic objectives from Josef Petzval.

BERMUDAS

Bermudas 1989 – Yvert: 543/548 (6). Scott: 555/560. Aniversário de 150 anos da Photography. PEDIR.

CANADÁ

Série de 4 selos com valor facial de 38 centavos cada, emitidos em 1989, alusivos a fotógrafos canadenses: 1237: William Notman (1826-1891), 1238: W. Hanson Boorne (1859-1945),

1239: Alexander Henderson (1831-1913), 1240: Jules-Ernest Livernois (1851-1933).

Page 45: A História Da Fotografia

1996 - Scott: 1615/1616 Motion pictures: Lumière cinematography. NT

CHINA

CHINA, PEOPLE'S REPUBLIC OF 1989 - Scott: 2241 Câmera fotográfica. Sesquicentennial of Photography. Camera. Flowers. Complete.

CHINA, PEOPLE'S REPUBLIC OF 1995 - Scott: 2620/2621 Projetor: 20f black and white filme e 50f filme colorido.

CHINA, PEOPLE'S REPUBLIC OF 2000 – Journalist's Day, mint postal card. STAMP DESIGN: association building; AT LEFT: doves, satellite dish, laptop computer, camera, paper & pen, clock, Earth & Sun. NT

ESPANHA

Selo de 1995 que mostra uma Câmera Fotográfica - Centenário da Associação de Imprensa de Madri.

Page 46: A História Da Fotografia

1997 - Artistas espanhóis – 1 fotógrafo.

Page 47: A História Da Fotografia

1995 – Scott: 2820. Auguste e Louis Lumiere, early camera. NT

ESTADOS UNIDOS

Page 48: A História Da Fotografia
Page 49: A História Da Fotografia

Outras emissões: UNITED STATES 1954 – George Eastman 1978 – 1758 Photography equipment. Camera, Lens, Filters, Light Bulb, Photo Album. 1996 – 3061/3064 Pioneers of communication, complete set (4) singles. Eadweard Muybridge, Ottmar Mergenthaler, Frederick Ives, William Dickson.

FINLÂNDIA

Selo emitido em 1989 para comemorar os 150 anos da Fotografia.

Page 50: A História Da Fotografia

FRANÇA

Emitido em 1939, para comemorar o Centenário da Fotografia (07/01/1839), o selo mostra os pioneiros: J.N. Niepce & L.J.M. Daguerre.

Page 51: A História Da Fotografia

Série de 2 selos emitidos em 1983. Europa La Photographie. Symbolic Chutter and lents - two scren diagram. C.E.P.T. - Great achievements of Human genius.

Page 52: A História Da Fotografia

1992 – B691/B696 Famous photographers.

GANA

1995 - Scott: 1849 (sheet of 9, valor facial de 400). a: 1903 H. Ernmann camera. NT

GIBRALTAR 1993 – Scott: 626/629. Europa contemporany art. Série com 4, um deles é sobre filme fotográfico 35mm e câmara de vídeo. Comprei da Just.

Page 53: A História Da Fotografia

GRENADA GRENADINES

Grenada-Grenadines (SAINT VINCENT - GRENADA GRENADINES) - Scott: 8748. DAGUERRE, Louis Jacques Mande (1787-1851).

GUIANA

GUIANA 1989 - Yvert: 2123/2125 (3). Sesquicentenário da fotografia. NT

HUNGRIA

Hungria 1989 – Scott: 3181. Photography 150th anniversary. NT

Hungria 1998 – Scott: 3587. Zsigmond Szechenyi, african explorer. Máquina fotográfica. NT.

EMISSÕES FILATÉLICAS MUNDIAIS II

ILHA DE MAN

(103k)

(103k)

MARSHALL ISLANDS 1997 – Scott: 768/782 (15). Scott: 627a-o (627c: Photography, single from sheet. family with Eastman box câmera. Photography for every man). Le siècle XX (I). La premier décennie (1900-1909). Dentelés. 770: essor de la photographie (photo de famille avec un appareil de George Eastmen – Etats-Unis, en 1900). NT

Page 54: A História Da Fotografia

INGLATERRA

1989 - Fox Talbot's Report on Photographic Process £1.90. Booklet complete 1987 – Scott: 1168/1171 Set of 4. Flower Photographs by Alfred Lammer. NT 1994 - The Age of Steam (Photographs by Colin Gifford) u/m set of 5 - Preço: USD: $4.80. 1998 – Scott: 1825/1828 Notting Hill Carnival. Expressionist photographic images of dancers, color of costumes. NT 1999 – Scott: 1839/1842 Inventions. Willian Henry Fox Talbot’s. NT 2001 – Scott: 1954/196 Fotos de gatos e cachorros.

ÍNDIA 1995 – Yvert: 1268. Scott: 1515/1516 Centenário do Cinema; filme colorido, mapa do mundo, Early camera, filme P&B. NT

ITÁLIA - 1978, mostra uma foto de Tina Modotti sobre energia elétrica (página fotografia 5).

LESOTO

WEDGWOOD, Josiah (1730-1795) English potter, author - Lesotho - Scott: 301.

LUXEMBURGO

Selo emitido em 1999 que comemora os 50 anos da Federação Luxemburguesa de Fotógrafos Amadores (1949-1999).

Page 55: A História Da Fotografia

MADAGASCAR

Ilha de Madagascar 1993 – Scott: 1100a-p sheet of 16. Um deles é sobre o Daguerre. NT

Page 56: A História Da Fotografia

MALI

Um selo aéreo de 1970 (Scott: C100), mostra os irmãos Lumière (o qual eu não tenho a imagem). Abaixo, um par de selos sem picote, emitido por ocasião do aniversário de morte de

NIEPCE, Joseph Nicephore (1765-1833).

MÉXICO

(300k)

(300k)

México 2002 – Scott: 2251. Manuel Alvarez Bravo, centenário de nascimento do fotógrafo. NT

Mônaco 1995 – Scott: 1982. Lumière. NT

Page 57: A História Da Fotografia

MICRONESIA 1995 – Yvert: 332/335 (4). Scott: 209. Fotógrafo dentro do mar.

NÍGER 1989 – 805A/805C. Irmãos Lumière. NT

NAURU

NAURU 1989 – Yvert: 354/357 (4). Scott: 358/361. Anniv & Events – Emblems, Photography, U.P.U. 150 anos da fotografia. Sujeitos: 15c, 15aniversário da Sociedade de Assurances, logo; 50c, jarnada mundial das telecomunicações e 10 aniversário de APT (Communauté Asie-Pacifique de Télécommunications), logos de UIT e de APT antena; 1d, sesquicentenário da fotografia, vista antiga; 2d, 20 congresso de UPU em Washington, le Capitole e logo de UPU. NT

NICARÁGUA

O selo de 1991, mostra a obra: "A Identidade Nicaragüense" - prêmio de fotografia de Claudia Gordillo. Os outros dois selos, ambos de 2002, marcam o aniversário de 30 anos do

Terremoto ocorrido em Managua.

"A Identidade Nicaragüense"

Page 58: A História Da Fotografia

NOVA ZÊLANDIA

Nova Zelândia 1979 – B105a: Mini Sht.of 6 Underwater Photography.

PALAU

A folhinha abaixo emitida em 2000, com 17 selos, marca fatos do Milênio ocorridos entre 1800 a 1850. Highlights of 1980/89: Lech Walesa, política, Primeira Fotografia do Planeta

Saturno, a Invenção da Fotografia, entre outros.

(82k)

PORTUGAL

Selo de 1980 ilustrado com diferentes tipos de câmeras fotográficas e projetores, incluindo um animatógrafo...

REPÚBLICA CENTRO AFRICANA

1998 – Scott: 1199/1202/1203/1204/1205 Fotos de futebol com logotipo da FUJIFILM. NT

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REPÚBLICA TCHECA

Selo emitido em 1996 que comemora o centenário de nascimento do fotógrafo tcheco Josef Sudek (1896-1976).

RÚSSIA

Rússia – NOYTA CCCP 1985 – Verificar no tema fotografia: Youth & Students Festival 20k (Youth with Camera) SG 5543 - preço: USD: $0.80. NT Scott 5775: 5k Photography 150th Anniversary.

SAN MARINO

Selo emitido em 1985 para comemorar a Bienal Internacional de Arte Fotográfica (FIAP), ilustrado com uma objetiva e foto de R. Bonelli.

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SUÉCIA

Série de 3 selos emitida em 1990: câmera bellows, August Strindberg, câmera 35mm, respectivamente. Há também o bloco completo.

1998 – Scott: 2261/2262 and 2261-2262a: Photographer Jan Lindblad (1932/87) & his tigers. NT

SUÍÇA

Selo de 1978 emitido em comemoração à Segunda Trienal Internacional de Fotografia - exibição ocorrida em Friburgo, entre 17 de junho a 22 de outubro.

Page 62: A História Da Fotografia

TURQUIA

Turquia 1989 – Scott: 2450/2451. 150 anos de fotografia.

TURKS AND CAICOS ISLANDS 1981 – Scott: 491/494. Fotos da vida marinha. 1998 – Scott: 1248/1253. Fotos da vida marinha. NT

URUGUAI

URUGUAY 1991 – Scott: 1388 Fotografia. Photography: 150th anniv, history, photo camera. NT 1995 – Scott: 1598 Irmãos Lumiére. NT

WALLIS E FUTUNA

Wallis and Futuna Islands 1983 – Scott: C125. AÉREO. 150 anos da morte de Nicephore Niépce (1765-1833). Portrait do inventor da fotografia e foto noturna.

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INÍCIO DA FOTOGRAFIA NO BRASIL

Em 1839, o Diário do Commercio, do Rio de Janeiro, noticia a invenção do DAGUERREÓTIPO (imagens obtidas com um aparelho capaz de as fixar em placas de cobre cobertas com sais de prata), primeiro aparelho a fixar a imagem fotográfica, também o primeiro processo fotográfico reconhecido mundialmente, criado pelo francês LOUIS-JACQUES MANDÉ DAGUERRE (1787-1851). No ano seguinte são feitas as primeiras fotos...

A fotografia chegou no Brasil no dia 16 de Janeiro de 1840, pelas mãos do abade LOUIS COMPTE , capelão de um navio-escola francês (corveta franco-belga L’Orientale) que aportou de passagem pelo Rio de Janeiro. Ele trouxe a novidade de Paris para a cidade, introduzindo a DAGUERREOTIPIA no país. Realizou 3 demonstrações do funcionamento do processo e apresentou o daguerreótipo ao imperador D. Pedro II. Foi a primeira demonstração no Brasil e na América Latina!

Deve-se imaginar quanto seria enriquecedor se pudéssemos conhecer o que teriam dito nos poucos corredores solenes da capital do Império, os que viram as primeiras exposições de 17 de janeiro de 1840, no Hotel Pharoux, no Largo do Paço, quando se depararam com o requinte daquela modernidade: a fotografia.

Abaixo (lado esquerdo), Cartão Postal da primeira metade do século XX, sobre o Jornal do Commercio. Lado direito: foto de Louis Compte, Rio de Janeiro (1840) — 1º

DAGUERREÓTIPO tirado na América do Sul.

"É preciso ter visto a cousa com os seus próprios olhos para se fazer idéia da rapidez e do resultado da operação. Em menos de 9 minutos, o chafariz do Largo do Paço, a Praça do

Page 64: A História Da Fotografia

Peixe e todos os objetos circunstantes se achavam reproduzidos com tal fidelidade, precisão e minuciosidade, que bem se via que a cousa tinha sido feita pela mão da natureza, e quase sem a intervenção do artista" (trecho do Jornal do Commercio, de 17/01/1840).

La grand association avec l’histoire de Paris? Tríptico da Cathédrale Nôtre-Dame – Ile de la Cité, Paris, 2000

O cronista do Jornal Diário registrou a facilidade com que era possível obter "a representação dos objetos de que se deseja conservar a imagem...", e seguiu narrando as proezas do vistoso instrumento que em poucos nove minutos registrara o chafariz do Largo do Paço, a praça do Peixe, o mosteiro de São Bento, "... e todos os outros objetos circunstantes se acharam reproduzidos com tal fidelidade, precisão e minuciosidade, que bem se via que a cousa tinha sido feita pela própria mão da natureza, e quase sem intervenção do artista."

Rio de Janeiro (1840). Autor desconhecido...

Muito pouco se conhece até hoje, de amadores que naqueles primeiros anos teriam praticado a DAGUERREOTIPIA e os processos subsequentes aqui no Brasil. O Imperador, teria sido um dos primeiros brasileiros...

IMPERADOR D. PEDRO II, em 21 de janeiro de 1840, aos 14 anos de idade, entusiasmado com a nova invenção apresentada por Compte, encomenda um equipamento de DAGUERREOTIPIA em Paris. Em março de 1840, adquiriu um aparelho, comprando-o diretamente de Felicio Luzaghy, por 250 mil réis, possivelmente a primeira máquina desta arte em mãos brasileiras.

Tornou-se assim, o primeiro fotógrafo brasileiro com menos de 15 anos de idade! Mais tarde, já um grande colecionador e um verdadeiro mecenas dessa arte, atribuiu títulos e honrarias aos principais fotógrafos atuantes no país. Promoveu a arte fotográfica brasileira e difundiu a nova técnica por todo o país.

O maior e mais diversificado acervo de fotografia oitocentista constituído por um particular é, justamente, a coleção que foi reunida durante vários anos pelo Imperador D. Pedro II . Oficialmente, ele é considerado o primeiro deguerreotipista brasileiro; fazia imagens de paisagens e de pessoas.

Page 65: A História Da Fotografia

A família de Dom Pedro II, Imperador do Brasil. Da esquerda para à direita: Conde d'Eu, Dom Pedro II, Teresa e Isabella.

Teresa foi a esposa de Dom Pedro II, Isabella was his daughter e o Conde d'Eu foi o marido de Isabella.

Abaixo, um cartão telefônico emitido pela Telebrás com o retrato de D. Pedro II (quadro do Museu Imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro).

Page 66: A História Da Fotografia

Bíblia, tesouro e obra-prima de Saint Louis? La Sainte-Chapelle – Ile de la Cité, Paris, 2000

No mesmo ano, em 1840, o americano AUGUSTUS MORAND (1815-1862) produz as primeiras fotos da Família Real e do Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Foi possivelmente o primeiro fotógrafo a retratar o imperador Pedro II. Em fins de 1842, montou um estúdio no salão 52, do segundo andar da casa nova do Hotel Pharoux, no largo do Paço, ainda que temporário e improvisado, foi provavelmente o primeiro estúdio de fotografia do Brasil. (Colline du Palais du Trocadéro ou alguma foto de Versailles Palais de Chaillot – Paris, 1996)

Page 67: A História Da Fotografia

A partir de maio de 1843, este mesmo salão seria ocupado por J. D. DAVIS, consolidando a vocação fotográfica do hotel que, por sua localização estratégica (situava-se diante do Paço Imperial), acabou recebendo diversos outros DAGUERREOTIPISTAS itinerantes que passaram pela Corte no mesmo período. De retorno à sua cidade natal, nos Estados Unidos, Morand tornou-se em 1851, presidente da Associação da DAGUERREOTIPISTAS do Estado de Nova Iorque.

Mas, a divulgação da fotografia no Brasil, ficou restrita a poucos profissionais, a maioria dos quais estrangeiros que, aqui chegando, nela encontraram um novo e promissor meio de vida e por razões óbvias, procuravam guardar para si os “segredos” da nova arte...

Em 1842, a senhora HIPPOLYTE LAVENUE expôe daguerreótipos de sua autoria na Exposição Geral de Belas-Artes (na cidade do Rio de Janeiro), tornando-se assim a primeira mulher no mundo a expor fotografias num salão de arte, muitos anos antes que o processo começasse a ser exibido nos salões do Hemisfério Norte.

Em 1851, o Imperador atribui o título de "Photographo da Casa Imperial" aos retratistas LOUIS BUVELOT e PRAT. É a primeira vez que um soberano concede uma honraria a um fotógrafo! Entre 1851 a 1889, ele concedeu esse título a mais de duas dezenas de fotógrafos...

A partir da segunda metade do século XIX, imigrantes europeus trazem novas tecnologias ao país... Em 1853, começa a funcionar no Rio de Janeiro a primeira oficina de calótipo do país, dirigida por C. GUIMETE . O calótipo é o processo fotográfico que permite a reprodutibilidade – a obtenção de cópias das chapas.

Ateliê fotográfico de 1870. Autor desconhecido...

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A fotografia foi arrebatando interessados em todos os setores da vida daqueles anos "perdidos"... Os pintores, artistas do traço, aderiram ao movimento de que foi pioneiro o pintor alemão FRANCISCO NAPOLEÃO BAUTZ, chegado ao Brasil em 1839 e que logo em 1846 anunciava a sua adesão ao daquerreótipo, na loja que possuía na rua do Cano, 146 (atual rua Sete de Setembro, no Rio de Janeiro), cujo anúncio comercial possibilita reconhecermos a rápida evolução técnica e do equipamento que já permitia fosse cumprido seu papel em apenas um minuto.

Desde então passaram a surgir as oficinas que tiravam e vendiam retratos, em fumo e coloridos, e os professores de fotografia, e os especiais fotógrafos aos quais o Imperador permitia o uso das armas imperiais na fachada da oficina, como foi possível conhecer ali pela rua dos Latoeiros, depois rua de Gonçalves Dias, na capital.

W. R. Williams, Beauvelot, Duprat, Guilherme Telfer, os húngaros Birany e Kornis, e outros mais contribuíram para o conhecimento e evolução da técnica na Corte brasileira e o crescimento dos especialistas em fotografia...

Atualmente, o Arquivo Histórico reúne importantes documentos manuscritos e iconográficos referentes à nossa história e divididos em coleções, como a "Coleção Família Imperial", compreendendo 1.445 documentos de diversas procedências, relacionados aos Imperadores D. Pedro I e D. Pedro II e respectivos familiares.

São gravuras e álbuns de fotografias com retratos da realeza e nobreza da época, vistas de cidades brasileiras e estrangeiras... Assim como documentos pessoais, como os exercícios de caligrafia de D. Pedro II, de correspondência entre membros da família imperial e outros, além de homenagens como poesias, sonetos, hinos ou músicas dedicados a membros da família.

Abaixo, uma foto de 1888, feita por FRANCISCO PESCE que também fotografou o Imperador.

Museu da República — Palácio do Catete Rua do Catete, 153 - Catete, CEP: 22220-000 Rio de Janeiro (RJ)

[email protected] — http://www.museudarepublica.org.br/

Page 69: A História Da Fotografia

HÉRCULES FLORENCE (1804-1879)

Entretanto, a verdadeira história da fotografia no Brasil começa em 1832, quando HÉRCULES FLORENCE (1804-1879), residente na então pequenina Vila de São Carlos (atual cidade de Campinas - São Paulo), realiza as primeiras imagens fotográficas no país...

O BRASIL NA ROTA DOS PIONEIROS ANTOINE HERCULE ROMUALD FLORENCE

A França, sem dúvida, foi a mãe da fotografia. Mas não se pode definir precisamente o pai. Hoje, graças ao trabalho incansável e obstinado do jornalista e professor BORIS KASSOY, um terceiro nome disputa a paternidade da fotografia: ANTOINE HERCULE ROMUALD FLORENCE , francês de nacionalidade, mas brasileiro de mulher (duas), filhos (20), netos, bisnetos e tataranetos.

KASSOY investiu, entre 1972 a 1976, em uma das mais ardorosas pesquisas e reconstituições de métodos, técnicas e processos já realizadas no Brasil para levar uma pessoa do anonimato ao pódio da história - HÉRCULES FLORENCE , como ficou internacionalmente conhecido a partir da publicação do livro de KASSOY: "1833: a Descoberta Isolada da Fotografia no Brasil" (editora Duas Cidades, 1980).

Em 1976, o historiador brasileiro BORIS KOSSOY divulga publicamente as experiências de HÉRCULES FLORENCE no III SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE FOTOGRAFIA da PHOTOGRAPHIC HISTORICAL SOCIETY OF ROCHESTER (EUA), comprovando seu pioneirismo. Em 1980, KOSSOY publica ORIGENS E EXPANSÃO DA FOTOGRAFIA NO BRASIL, SÉCULO XIX, pela FUNARTE.

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HÉRCULES FLORENCE (1804-27/03/1879)

No tempo em que FLORENCE esteve no Brasil, conteve-se em experiências e invenções relacionadas com fotografia. Participou da expedição LANGSDORFF, a qual percorreu os estados de São Paulo, Mato Grosso e Pará. Desde então, empenhou-se em buscar o registro de imagens.

FLORENCE nasceu em 1804, em Nice (sul da França) e, com a ajuda do pai, pintor autodidata, estudou artes plásticas. Aos 20 anos, sua natureza inquieta e uma insistente falta de emprego o conduzem a um desconhecido Rio de Janeiro, onde chega em 1824 e passa um ano como modesto caixeiro de uma casa comercial e, depois, vendedor de livros.

Através dos jornais, descobre a vinda do famoso naturalista russo, o barão LANGSDORFF, e é aceito como desenhista daquela que viria a ser uma das maiores e mais profícuas expedições científicas realizadas no Brasil dos séculos passados.

(48k)

Acima (lado esquerdo da tela), um selo postal emitido pela Rússia em 23/06/1992 (Michel: 1822/28), com valor facial de 1 R e desenhado por Yu Levinovsky, o qual ilustra o retrato do barão Langsdorff (com seu nome em russo, o mesmo que Grigori Ivanovitch Langsdorff) e o mapa da rota da Expedição Geográfica e Científica no Brasil, ocorrida entre 1822 a 1828. Do lado direito, retrato de Rugendas.

O barão contratou eficientes pesquisadores e grandes pintores como Antoine Hercule Romuald Florence que participou como segundo desenhista da Expedição de Langsdorff, retratando toda a viagem, juntamente com Amado Adriano Taunay (Aimé-Adrien Taunay) e Johann Moritz Rugendas.

Tal expedição percorreu os estados de São Paulo, Mato Grosso e Pará, de onde ele coletou 60 mil exemplares de plantas e enviou para São Petersburgo... Apesar de todas as dificuldades, estes artistas realizaram inúmeros desenhos em aquarela sobre aves, mamíferos, peixes, plantas, paisagens e índios de nosso país. Todo este acervo encontra-se hoje em São Petersburgo, na antiga União Soviética.

Page 71: A História Da Fotografia

LANGSDORFF

O Barão Langsdorff (1774-1852) nasceu na Prússia e foi membro da Academia de Ciências de São Petersburgo. Nomeado cônsul geral da Rússia no Rio de Janeiro, com aprovação do Czar Alexander, em 1821. No Brasil, o barão empreendeu uma série de viagens de estudos pelo interior do país, na primeira metade do século XIX.

Em 1824, Langsdorff percorreu Minas Gerais, na primeira parte de sua expedição. Em viagem pela província de São Paulo, em 1825, Langsdorff inicia a organização de uma outra expedição, conhecendo em Itu o Dr. Engler; este lhe sugeriu realizar a viagem pelo rio Tietê, até Cuiabá, informação esta confirmada por Hércules Florence. Ainda indicou algumas pessoas com as quais deveria manter contato, como Francisco Álvares de Machado e Vasconcellos, que muito auxiliou nos preparativos.

A Expedição Langsdorff partiu de Porto Feliz em 22 de Junho de 1826, visando atingir o rio Amazonas por via fluvial. Alcançou o porto de Cuiabá em 30 de janeiro de 1827, mas a viagem só recomeçou em 5 de dezembro, em dois grupos.

O primeiro, com o barão Heinrich von Langsdorff e Hércules Florence, subiu o Tapajós e chegou a Santarém em 1º de julho de 1828. Nesse trajeto, o barão adoeceu gravemente, assim como muitos dos expedicionários, ficando mentalmente perturbado (a demência de Langsdorff se deveu a malária).

No segundo grupo, o primeiro desenhista Taunay sofreria pior sorte, morrendo afogado no rio Guaporé. A expedição só se reuniu em Belém, regressando de navio ao Rio de Janeiro, em 13 de Março de 1829.

Page 72: A História Da Fotografia

Todo o trajeto foi registrado sistematicamente nos Diários de Langsdorff, cujos originais estiveram perdidos por vários anos até serem localizados na Rússia, em 1930. Até então, as informações sobre a Expedição tinham como base o diário publicado por Hércules Florence.

Com a criação da Associação Internacional de Estudos Langsdorff (AIEL), em 1990, houve o esforço para trazer cópia da documentação da expedição para o Brasil, que agora está disponível para consulta na Casa de Oswaldo Cruz, da FIOCRUZ, no Rio de Janeiro (RJ) e no Centro de Memória da Unicamp (CMU), em Campinas (SP).

Os Diários de Langsdorff, após anos de trabalho, foram publicados em três volumes, pela FIOCRUZ, com o apoio de diversas empresas. Com base nesta documentação, entre 1999-2000, foi refeita e filmada a Expedição para a Discovery Channel, em parceria com a Grifa Cinematográfica.

A refilmagem dessa Expedição contou com a participação da artista plástica Adriana Florence, tetraneta de Hércules Florence: http://members.tripod.com/CybelleF/Engler/cengler/langsdorff.htm#refilmagem

O barão falaceu em 1852, na cidade de Freiburg - Alemanha.

O selo brasileiro (abaixo) é um de uma série emitida em 1992, para a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que aconteceu no Rio de Janeiro (ECO92). Ele também mostra o retrato do barão Langsdorff e o mapa da rota da Expedição Geográfica.

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A contribuição de FLORENCE à Ciência, às Artes e à História estava apenas começando... Em 1829, com o fim da expedição, ruma para São Paulo... Antes da fotografia, Florence estudou a zoofonia (sons produzidos por animais; atualmente, estabelecida como bioacústica).

Em 4 de Janeiro de 1830, a filha única de Álvares Machado - Maria Angélica Álvares Machado e Vasconcellos tornou-se a primeira esposa de Hércules Florence. Este casamento foi registrado por Silva Leme, em sua Genealogia Paulistana, no Título Oliveiras, v. 8, p. 529, onde foi citado como Antonio Hercules Romualdo Florence.

A partir de 1830, começou a pesquisar as técnicas de fixação de imagem e inventa seu próprio meio de impressão, a POLYGRAFIE ou POLYGRAPHIA – sistema de impressão simultânea de todas as cores primárias - POLIGRAFIA (processo semelhante ao mimeógrafo).

FLORENCE gosta da idéia de procurar novos meios de reprodução e descobre isoladamente um processo de gravação através da luz, que batizou de FOTOGRAFIA (PHOTOGRAFIE ), em Agosto de 1832, três anos antes de DAGUERRE.

Habilidoso, contudo solitário, no ano de 1833, inventou uma câmera fotográfica rudimentar - utilizou uma chapa de vidro em uma câmera escura, cuja imagem era passada por contato para um papel sensibilizado -, descobrindo isoladamente a fotografia no Brasil.

Foi o primeiro a usar a técnica Matriz: negativo/positivo, empregado até hoje! Conforme seu diário, passou a usar urina, rica em amônia, como fixador...

Foi na casa (ou farmácia) de Dr. Carlos Engler que Florence soube da pesquisa, realizada, na França, por Daguerre, sobre o mesmo processo fotográfico (FLORENCE, 1999; PRADA, 2000), abandonando as pesquisas...

Com o falecimento de Maria Angélica, em 1850, Florence casou-se com a alemã Carolina Krug , em 1854.

A ironia histórica (oculta por 140 anos) é que o processo era mais eficiente do que o de DAGUERRE... Autor de vários livros, entre os quais se destaca: "Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas de 1825 a 1829", publicado em 1875.

Criou o vocábulo "PHOTOGRAPHIE" – definidor do processo de impressão de imagens pela ação da luz - seis anos antes do britânico JOHN HERSCHEL – considerado o primeiro a fazer menção à palavra...

Embora não conhecesse o trabalho de JOSEPH NICÉPHORE NIÉPCE, que fixou a primeira fotografia em 1826, Florence pesquisa a gravação de imagens pela ação da luz. Tal processo, desenvolvido por ele aqui no Brasil, baseia-se no mesmo princípio estabelecido pelo inglês WILLIAM HENRY FOX TALBOT : a reprodutibilidade das chapas (negativo/positivo).

Em 1976, após 4 anos de pesquisas e estudos exaustivos sobre documentação já existente a respeito de Florence, o historiador BORIS KOSSOY conseguiu comprovar em Rochester Institute of Technology, nos Estados Unidos, as experiências pioneiras e as aplicações práticas realizadas em 1833 sobre a descoberta isolada da fotografia no Brasil.

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Graças à essas comprovações, hoje, qualquer livro clássico e sério sobre história da fotografia inclui a figura de Hércules Florence como um dos grandes precursores da invenção da fotografia...

Para saber mais e fontes:

• Em 2004, a família Florence comemorou o bicentenário de nascimento de Hercules Florence. Leia o discurso proferido naquela ocasião, disponível em: http://www.hercules200.hpg.ig.com.br/

• FLORENCE, Francisco A. Hércules Florence faz duzentos anos. Usina de Letras (03/03/2004): http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=2388&cat=Discursos&vinda=S

• SUGIMOTO, Luiz ([email protected]). Retrato do homem bicentenário. Jornal da Unicamp, Campinas, n. 241, 16 a 29 fev. 2004. http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/fevereiro2004/ju241pag12.html

• Família Engler - Genealogia - Langsdorff e Carlos Engler Cybelle de Assumpção Fontes (página elogios, em 12/10/2005) http://members.tripod.com/CybelleF/Engler/cengler/langsdorff.htm

• O livro e o trabalho de KASSOY, incluindo a reprodução dos métodos registrados por Florence nos laboratórios do Rochester Institute of Technology, levaram ao reconhecimento internacional do pesquisador franco-brasileiro. Assim, até a França assimilou que a fotografia tem:

MÚLTIPLAS PATERNIDADES...

O professor e pesquisador de Fotografia BORIS KOSSOY lançou, no dia 29 de agosto de 2001, a nova edição do livro "Fotografia & História", pela Ateliê Editorial. A obra, que há

muito tempo se achava esgotada, tornou-se referência obrigatória em toda a América Latina, sendo pioneira na abordagem teórica sobre o emprego da fotografia como fonte de pesquisas

históricas e sociais. É de Boris Kossoy a comprovação da descoberta independente da fotografia no Brasil, pesquisa que rendeu ampla repercussão internacional.

Navegando pelo rio Sena em 2000 - Rio Sena – Paris, 1996

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Durante muito tempo um tesouro ficou ignorado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Um dos maiores acervos de fotos do mundo permaneceu empilhado em caixas e acondicionado em péssimas condições, sem que se desse a importância merecida a seu valor histórico.

Num processo pioneiro na América Latina, iniciaram-se os trabalhos de restauração e recuperação das 25.000 fotos da Coleção D. Thereza Christina Maria, reunidas pelo Imperador D. Pedro II.

Tal coleção abrange vasta gama de temas de interesse no século XIX. Por isso, além de refletir a personalidade e os interesses do Imperador, espelha a realidade nacional e internacional de seu tempo.

Como se sabe, o Monarca não circunscrevia à rotina administrativa dos assuntos de Estado. Dava, ele, muita importância ao estudo, à pesquisa e à troca de colaborações com centros de cultura da Europa, favorecendo as artes e as ciências.

Assim, ele deu atenção especial à fotografia, que teria suas aplicações científicas, mas sobretudo se tornaria uma nova expressão artística.

Quando D. Pedro adquiriu sua câmera, tornou-se o primeiro brasileiro e possivelmente o primeiro monarca do mundo a tirar fotos.

D. Pedro II investiu muito na construção de sua biblioteca particular. Mandava comprar tudo quanto o pudesse interessar, incluindo fotografias.

Utilizava para isso até os serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros. A maior parte desse acervo ficava em instalações especialmente construídas no último andar do Paço Imperial.

Partes de sua Biblioteca estavam ainda no palácio da Quinta da Boa Vista e na sua residência de veraneio em Petrópolis.

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Nosso segundo Imperador também ganhava ou comprava fotografias em suas viagens, tanto nas que realizou pelo interior do Brasil como nas três que fez ao estrangeiro.

Encontram-se nessas fotografias, com freqüência, dedicatórias ou anotações de seu próprio punho. Após o malfadado 15 de novembro o Imperador foi banido com sua família, pelo regime republicano.

Chegado a Portugal, logo sua esposa faleceu. Partiu, então, para a França e encarregou um advogado de cuidar de seus interesses e bens aqui deixados.

Mas havia uma determinação do governo republicano de apropriar-se de sua Biblioteca. Além disso, alguns dos mais importantes nomes do regime eram anti-monarquistas convictos e

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coniventes com o roubo de obras da sua biblioteca, com a violação de sua correspondência pessoal, dificultando pois a localização e liberação dos objetos solicitados pelo Imperador.

Após tensas negociações o monarca, sempre tendo em vista o bem e a grandeza do Brasil, decidiu doar o acervo constituído por livros, publicações periódicas, mapas, partituras, desenhos, estampas, fotografias e outros documentos, à Biblioteca Nacional, ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e ao Museu Nacional.

A única exigência de D. Pedro II foi que as partes doadas às duas primeiras instituições mantivessem as suas respectivas unidades sob o nome da Imperatriz, "Coleção D. Thereza Christina Maria " e que a terceira parte, doada ao Museu Nacional, recebesse o nome de sua mãe, "Coleção Imperatriz D. Leopoldina".

Coube à Biblioteca Nacional a maior parte desse acervo particular de D. Pedro II, constituindo-se assim na maior doação de toda a sua história.

Estava incluída nele a parte mais considerável de suas fotografias, hoje a maior e mais abrangente coleção de documentos fotográficos brasileiros e estrangeiros existente numa instituição pública de nosso país.

Por volta de 1860, chega ao Brasil a técnica do colódio úmido (negativo feito sobre placas de vidro sensibilizadas com uma solução química), que melhora a qualidade da matriz, isto é do negativo, e faz proliferar os estúdios de retratistas nas principais cidades brasileiras...

Em 1864, já tínhamos cerca de trinta destes artistas instalados no Rio de Janeiro. Há famosos e obras que ainda se revelam primas. Dentre esses o alemão Revert Henrique Klumb e Joaquim Insley Pacheco. E por aí seguem os sucessos do novo invento dando forma e cor definitiva à paisagem brasileira, às praças, a elite, em registros que valem por si e pela preservação do tempo no grato registro do documento fotográfico, ainda que os equipamentos de então possam ser considerados rudimentares diante da alta tecnologia e popularização das máquinas hoje dispostas nas esquinas.

Ainda assim, é preciso sensibilidade e mesmo com todos os truques das máquinas moderníssimas, faz-se a fotografia, mas a arte da foto resta preservada a poucas lentes. E os olhos expressivos, as poses compostas, os detalhes bem demonstrados, as palmeiras em balanço, os monumentos das cidades ou o traço simples do casario modesto, as folhas derrubadas, o lixo aglomerado, o carvoeiro tisnado, o instantâneo para o jornal, o improviso que alcança o incauto e o distraído, a solenidade das festas, as roças, as obras urbanas, os folguedos populares, os deuses e os mitos que assanham multidões, em tudo e por todos os cantos o milagre da fotografia é capaz de desnudar, até o que restar sob as vestes seculares, como o que possa servir de prova e estudos nos laudatórios processos que porfiam entre si em busca da verdade do crime.

E tudo vejo com os olhos que conhecem a floresta e são lavados pela imensidão dos rios de água límpida, bem da cidade do povo manaós, de cuja belle époque a fotografia registrou mitos, lendas, paragens, orgias e misérias. Pelo rincão do norte não faltaram o gênio e a criação, e a mesma arte fez-se nas matas, seringais, cidades, saraus e mundanismo, pelos anos

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1900, pouco antes e além depois, em falas que mesclavam alemão, inglês, francês e português dos lusos...

O alemão ALBERT HENSCHEL abre escritório no Recife, em Salvador, no Rio de Janeiro e em São Paulo, tornando-se o primeiro grande empresário da fotografia brasileira no século XIX. Nessa época, destacam-se ainda:

• WALTER HUNNEWELL , que faz a primeira documentação fotográfica da Amazônia

• MARC FERREZ que produz fotos panorâmicas de paisagens brasileiras e • MILITÃO AUGUSTO DE AZEVEDO , primeiro a retratar sistematicamente a

transformação urbana da cidade de São Paulo.

Veja neste site os mais importantes fotógrafos do mundo: http://masters-of-photography.com/mopcd.html

AUGUST STAHL Fotógrafo alemão, documenta a implantação da RECIFE AND SÃO FRANCISCO RAILWAY (1858/1859), na província de Pernambuco, a segunda estrada de ferro a ser construída no Brasil.

AUGUST RIEDEL Em 1868, documenta a viagem do Duque de Saxe (marido da Princesa Leopoldina, filha do Imperador Dom Pedro II) às províncias de Minas Gerais, Bahia e Alagoas. Compõe um álbum com as fotografias então realizadas.

BENJAMIN MULOCK Documenta na província da Bahia a construção da BAHIA AND SÃO FRANCISCO RAILWAY, a quinta estrada de ferro brasileira.

CONRADO WESSEL (1891-1941) Engenheiro químico formado em Viena, em 1928, funda na cidade de São Paulo a primeira fábrica de papel fotográfico da América Latina, comprada mais tarde pela EASTMAN KODAK, quando a empresa norte-americana se instala no Brasil. A atividade de Wessel contribui para a difusão da fotografia no país entre as décadas de 30 e 50.

GEORGE LAUZINGER - Porto do Rio de Janeiro, 1867. Livro MHN - Banco Safra.

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GUILHERME GAENSLY Foi um fotógrafo suíço protestante, reconhecido internacionalmente que atuou em Salvador, Bahia, desde a década de 1860. Aos 50 anos de idade transferiu-se para São Paulo, onde retratou aspectos da capital paulista entre 1895 e 1925. De autoria dos pesquisadores da Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, o livro IMAGENS DE SÃO PAULO: GAENSLY NO ACERVO DA LIGHT (1899-1925), tem o objetivo de realizar um estudo abrangente sobre a vida do fotógrafo. A equipe de pesquisadores empreendeu um trabalho de caráter nacional, envolvendo o estudo em vários acervos de São Paulo, Salvador, Rio e Curitiba. A obra traz fotos que versam sobre uma grande variedade de assuntos, como aspectos da paisagem urbana paulistana, das oficinas de bondes, de obras da antiga Light (como instalação de postes, construção de usinas e assentamento de trilhos) e pretende, através desse trabalho, trazer uma contribuição científica à história da fotografia brasileira, recuperando a trajetória pessoal e profissional de Gaensly. Maiores informações na Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, fone: 3272-2400 (Maria Inês). Rua dos Lavapés, 463. Cambuci – São Paulo. CEP: 01519-000. Vera Maria de Barros Ferraz – presidente da Fundação. Conteúdo Genérico: coleção composta por imagens de vários marcos arquitetônicos da cidade de São Paulo no início do século, tais como: Estação da Luz, Monumento do Ipiranga, Rua Direita, Praça da República, Largo de São Bento, Avenida Paulista, Largo do Rosário, Rua São João, Bairro de Santa Cecília e Serra da Cantareira. Feitas em 1911 e doadas ao Arquivo do Estado de São Paulo, em 1980, pelo Sr. Victor Neublum.

Cartão Postal: Largo de São Bento - São Paulo Foto de Guilherme Gaensly

Reprodução coleção Antônio Marcelino - Funarte (1982)

LOUIS NIEMEYER Fotógrafo alemão, registra a implantação da Colônia Dona Francisca, na província de Santa Catarina (atual cidade de Joinville). Raro documento da gênese de uma cidade de porte no Brasil.

Foto: Louis Niemeyer, SC, 1866/Biblioteca Nacional. O engenheiro A. Wunderwald e seus amigos paramentados para a caça, exibindo suas armas.

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LUÍS FERREIRA Em 1888, registra a multidão reunida de fronte do Paço Imperial, após o anúncio da assinatura da Lei Áurea, extinguindo a escravidão no Brasil, no dia 13 de maio, e a missa comemorativa realizada no dia 17 na Praça Pedro I (atual Campo de São Cristóvão). Trabalho precursor da fotografia de cunho jornalístico.

LOUIS DUCOS DU HAURON, em seu livro de 1869: As cores na fotografia, solução do problema, avançou na questão de chegar à fotografia colorida (ou heliocromia, como a chamou). Ele disse: "Observar os pintores me ensinou que uma mistura em proporções corretas de vermelho, amarelo e azul produz quase todas as outras cores." Expôs três negativos revestidos com filtros verde, laranja e violeta. Os positivos foram realizados sobre folhas bicromatadas que incorporavam pigmentos de carvão de cores vermelha, azul e amarela. Depois, superpunha as três cópias transparentes sobre papel ou vidro. (usar foto com filtro laranja da torre) L’explosion de la Tour Eiffel Tour Eiffel, Paris, 2000)

COLEÇÃO DO SERVIÇO DA REPARTIÇÃO DE ÁGUA E ESGOTOS DA CIDADE DE SÃO PAULO - Coleção formada por 107 fotografias, soltas e em álbum, produzidas pelo fotógrafo P. DOUMET, em 1893, para a Repartição de Águas e Esgotos da cidade de São Paulo. Conteúdo genérico: composto por uma série de fotografias referentes à construção de represas na Serra da Cantareira. A Coleção oferece ao pesquisador fotos antigas, algumas com imagens singulares da geografia da Serra, além de informações sobre as concepções técnicas dos engenheiros da época. Forma de acesso: a acesso à documentação é feito por uma listagem de referência. Arquivo do Estado de São Paulo.

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REVERT HENRIQUE KLUMB Em 1872, lança o livro DOZE HORAS EM DILIGÊNCIA. Guia do viajante de Petrópolis a Juiz de Fora. Com textos e fotografias de sua autoria, foi um dos primeiros livros integralmente impressos no Brasil.

RODOLPHO FREDERICO FRANCISCO LINDEMANN Natural de Paris, nasceu por volta de 1852, de pais austríacos. Iniciou suas atividades profissionais em Salvador, no começo da década de oitenta do século XIX, como assistente do já reconhecido fotógrafo Guilherme Gaensly, no Largo do Theatro, 92, atual Praça Castro Alves. Mais tarde tornaram-se fotógrafos associados no estabelecimento Photographia Gaensly & Lindemann, talvez o estúdio mais produtivo e reconhecido da cidade até o final do século. Rodolpho Lindemann trabalhou em Salvador, Recife e Maceió, produzindo vistas urbanas, mas era responsável também pelos retratos realizados no estúdio. Com apurada direção de cena e excelente domínio técnico, ele desenvolveu uma série de retratos de tipos negros que foi intensamente veiculada através de milhares de cartões postais produzidos já no início do século XX. Parte dessa série, foi amplamente divulgada, principalmente na Europa.

WALTER HUNNEWELL Em março de 1865, acompanhando uma expedição de um naturalista suíço LOUIS AGASSIZ, ele é o primeiro a documentar fotograficamente a região amazônica. HUNNEWELL trouxe uma câmera e trabalhou muito aprendendo a usar aquela "engenhoca" que chamava a atenção. Enquanto na expedição AGASSIZ estava especialmente interessado nos nativos, mas não seria prático levá-los, HUNNEWELL recomendou que os fotografasse (provavelmente, foi o primeiro antropologista). Em julho de 1866, a expedição terminou, conseguindo-se mais de 80 mil exemplares para o Museu de Zoologia Comparativa de CAMBRIDGE.

1867 – O alemão ALBERTO HENSCHEL se estabelece em Recife (PE), tornando-se o maior empresário da fotografia do século XIX.

Em 1895, a fábrica de fumos Veado (Rio de Janeiro) inicia a difusão maciça da fotografia no país, ao distribuir vistas estereoscópicas como brinde para seus clientes.

Em 1888, foi lançada a primeira câmera da linha KODAK , capaz de produzir 100 fotografias com um único filme, que era revelado em seguida pelo fabricante – com certeza isso foi o principal fator do surgimento da fotografia de amador...

Mais de 20 anos depois, as PRIMEIRAS CÂMERAS KODAK CHEGAM AO BRASIL EM 1910... Só no ano de 1925 que ocorreu o lançamento da câmera 35mm da LEICA...

1900 - NOVIDADES NA VIRADA DO SÉCULO

As primeiras fotos da imprensa brasileira aparecem na REVISTA DA SEMANA , em 1900. Nos anos seguintes, outros jornais e revistas intensificam o uso de fotografias, entre eles A Cigarra, O Malho, Kosmos, A Vida Moderna, Fon-Fon, Careta, Paratodos, entre outros.

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Em 1901, CASTRO MOURA introduz o cartão postal no Brasil... Em 1910, as primeiras câmeras KODAK chegam ao Brasil... No ano seguinte (1911), AUGUSTO MALTA registra cenas do carnaval carioca, tornando-se o primeiro fotojornalista brasileiro ...

Grandes formatos – Em 1924, antes da difusão da Leica, foi uma câmera de chapas que facilitou a vida dos fotógrafos que queriam uma câmera rápida. A Ermanox, lançada pela casa Ernemann de Dresden, traziam objetivas potentes (f1.8 e f.2.0) que levavam chapas pancromáticas de 4,5x6cm e, com um pouco de luz, permitia fotografar interiores, e foi utilizada pelos primeiros repórteres fotográficos, como Erich Salomon e Felix H. Man. Outra câmera reflex muito conhecida, anterior à II Guerra, também era alemã: a Reflex Korrelle. Depois da guerra, todas perderiam fama e espaço para a sueca Hasselblad, de Gotemburgo, que acomodava chapas de 6x6cm em compartimento intercambiável.

ROLLEIFLEX - Em 1929, a Frank & Heidecke, de Braunschweig, lançou a Rolleiflex, a precursora de inúmeras reflex de duas objetivas e filme de rolo, que logo sofreu uma inovação que a tornou muito popular, a possibilidade de troca das lentes para mudança de distâncias focais.

Impossível não destacar a REVISTA SÃO PAULO, publicação do governo paulista dos anos 30. Fundada em 1935, com publicação de projeto gráfico arrojado, que valoriza o fotojornalismo e a fotomontagem, na qual se destacam os trabalhos de BENEDITO JUNQUEIRA DUARTE , que assinava VAMP, e de THEODOR PREISING .

Abaixo, fotos do arquivo particular de DOUGLAS PREISING APTEKMANN , neto de Theodor Preising. (Rua das Perobas, 405 - São Paulo. Tel. 5012-2652)

Cito este pintor para se ter uma idéia do que ocorria com a influência de idéias não apenas aos fotógrafos...

FLÁVIO DE CARVALHO (1899, Barra Mansa, RJ - 1973, Valinhos, São Paulo)

Pintor, escultor, cenógrafo, jornalista e escritor, definido por Le Corbusier como um “revolucionário romântico”. Vive na França e na Inglaterra, onde forma-se em arquitetura. Retorna ao Brasil em 1924, tendo absorvido as idéias do grupo Bauhaus. Em 1931, desafia os

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devotos na procissão de Corpus Christi, sendo quase linchado. Como arquiteto e artista plástico, é um dos modernistas que mais contribui para a mudança de valores de sua época. Em 1933, funda em São Paulo um teatro experimental, criando O Bailado do Deus morto, cuja montagem é proibida pela polícia. Em 1934, em Paris, entra em contato com o grupo surrealista. No ano seguinte, torna-se correspondente e representante comercial da revista Minotaure no Brasil e na América Latina. Em 1947, realiza a Série trágica, que contém 9 desenhos de sua mãe morrendo, o que provoca a repulsa geral, sendo então qualificado de "pintor maldito".

No final dos anos 30, sobretudo em 1939, fotógrafos de origem alemã imigram para o Brasil trazendo influências do movimento Bauhaus, como a ênfase nas formas e no grafismo e o uso de recursos como ampliação, montagem, dupla exposição e solarização, entre outros. Destacam-se os trabalhos de HILDEGARD ROSENTHAL, HANS GUNTER FLIEG, FREDI KLEEMAN e ALICE BRILL.

<>ERWIN VON DESSAUER Chileno que morreu no Brasil. Fez uma foto chamada: Junto à água, em 1939.

A partir da década de 40, iniciam-se os estudos do desenvolvimento da fotografia com a publicação do primeiro e clássico texto de GILBERTO FERREZ , A Fotografia no Brasil, na Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1946.

PROFISSIONAIS E AMADORES

A fotografia, desde o final do século XIX, consolidou-se como o meio tecnológico de expressão mais popular e acessível da história. Ao lado das câmeras profissionais, foram desenvolvidos modelos práticos, as chamadas câmeras automáticas, que progressivamente foram eliminando "requintes" como a abertura do diafragma e o tempo de exposição, permitindo que a atividade fotográfica fosse dissociada do conhecimento da luz e do processo fotográfico.

No entreguerras, a mais difundida dessas câmeras foi a OPTIMA, fabricada pela AGFA. Em 1947, surgiu a primeira POLAROID, criada por EDWARD H. LAND, nos EUA, permitiu que um positivo fosse obtido em 60 segundos após a exposição, revelando o papel dentro da própria câmera e aproximando a fotografia de uma brincadeira de criança, lúdica e divertida.

Em 1947, ocorreu o lançamento da REVISTA IRIS , a mais antiga publicação brasileira especializada em fotografia ainda em circulação!

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GUERRAS

Batalha de Guararapes - Pernambuco (1649), Primeira Batalha dos Guararapes (19/04/1643)

TRÍPLICE ALIANÇA (Rio Grande do Sul) De 01/05/1865 a 01/03/1870.

REVOLTA DA ARMADA (Rio de Janeiro) De 06/09/1893 a 13/03/1884.

TRÍPLICE ALIANÇA

Diversos fotógrafos registram aspectos da guerra da TRÍPLICE ALIANÇA (formada por Brasil, Argentina e Uruguai) contra o Paraguai, ocorrida entre 1 de maio de 1865 a 1 de março de 1870. Destacam-se entre eles os profissionais sediados na província do Rio Grande do Sul: CARLOS CESAR, LUIZ TERRAGNO e AUGUSTO AMORETTY.

CARLOS CEZAR

Rancho do comandante do Batalhão Argentino, durante a Guerra do Paraguai. Esta imagem

faz parte de um pequeno álbum de fotografia no formato cartão de visita dedicado ao visconde de Rio Branco.

LUIZ TERRAGNO

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Embora Luiz Terragno tenha fotografado aspectos da guerra, eu não tenho nenhum exemplar, tampouco o seu auto-retrato... Se você puder contribuir, eu agradeço. Abaixo, 4 fotos de Luiz

Terragno - contribuição do gaucho João Paulo Flores, recebida em 18/01/2006.

Chegada de Dom Pedro no Largo do antigo Mercado Público, em Porto Alegre, em 1865.

Teatro São Pedro?

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Vista do Morro Santana.

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Vista da Praça da Matriz, com o antigo Palácio do Governo no alto.

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REVOLTA DA ARMADA

PHOTOGRAPHIA CENTRAL 1890

Casa fotográfica que funciona na cidade do Rio de Janeiro durante essa década. Em 1893/1894, documenta a Revolta da Armada. Os trabalhos de pesquisa ainda não revelaram pormenores, tais como a localização e o nome do proprietário deste estabelecimento carioca que funcionou entre fins do século dezenove e início do século vinte.

Contudo, a documentação realizada por esta casa fotográfica sobre a Revolta da Armada, transcorrida entre 6 de setembro de 1893 a 13 de março de 1894, merece destaque especial, por ser a única sobre esta sublevação a mostrar um combate naval em curso: o bombardeio da fortaleza de Villegaignon pelo encouraçado Aquidaban.

Tal documentação inscreve a Photographia Central entre os pioneiros no registro dos conflitos armados no Brasil. Inteiramente ausente até o momento dos compêndios sobre história da fotografia no Brasil, a documentação sobre a Revolta da Armada, apresenta pela primeira vez cenas de um combate naval, mostra ainda outro aspecto inédito desse conflito: os prisioneiros reunidos na Ilha das Enxadas. Constituindo-se portanto num raro e importante exemplo precursor da documentação de conflitos armados em nosso país.

PEDRO KARP VASQUEZ

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JUAN GUTIERREZ

Juan Gutierrez documentou a Revolta da Armada entre 06/09/1893 e 13/03/1894, no Rio de Janeiro, pelo vice-almirante Custódio José de Melo contra Floriano Peixoto. Cerca de 10.200 fotografias, entre as quais os primeiros processos fotográficos, como DAGUERRÓTIPOS e ambrótipos, integram o acervo do Arquivo Histórico .

São fotografias de MARC FERREZ e AUGUSTO MALTA , além de cartões postais de diversas épocas. Destaque para a "Coleção Juan Gutierrez". Fotógrafo espanhol que atuou no Rio de Janeiro entre 1880 e 1890. Documentou a Revolta da Armada, retratando as fortificações, os soldados e o armamento utilizado sem, contudo, apresentar cenas do embate.

Suas lentes captaram, ainda, vistas de vários bairros da antiga cidade do Rio de Janeiro, reproduzindo sua arquitetura e seu cotidiano. Com o apoio da Associação dos Amigos do Museu Histórico Nacional, foi lançado em 1998 o CD-ROM "O Rio de Janeiro de Gutierrez", à venda na Recepção do Museu, contendo as 118 fotografias desta coleção.

Desenhos, gravuras e aquarelas de importantes artistas como RUGENDAS, DEBRET, NORFINI e REIS CARVALHO, retratam cidades e paisagens brasileiras ao longo dos séculos XIX e XX, estando também preservados no Arquivo Histórico.

GUERRA DE CANUDOS

AS IMAGENS DE CANUDOS Por Flávio de Barros (1897)

Em 1897, documentou a fase final da campanha de Canudos, no interior da província da Bahia, estando presente à ofensiva final de 01 de outubro e fotografando o cadáver do beato Antonio Conselheiro (Antonio Vicente Mendes Maciel).

Flávio de Barros viveu o extraordinário privilégio de documentar com uma câmera fotográfica a Guerra de Canudos. Ele é precursor de dezenas de outros fotógrafos que nos anos posteriores também registraram esta epopéia sertaneja.

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Flávio chegou a Canudos em 26 de setembro de 1897, acompanhando a Divisão de Artilharia Canet, das suas fotografias originais, são conhecidas três coleções que pertencem ao Museu da República, no Rio de Janeiro (72 fotos), ao Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (68 fotos, que desapareceram) e a Casa de Cultura Euclides da Cunha de São José do Rio Pardo (24 fotos).

Agradecemos ao Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (IPHAN/SR - BA), a cessão das fotos históricas que publicamos a seguir.

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FILME: GUERRA DE CANUDOS Foto de Estevam Avellar (1997)

Com Paulo Betti, Marieta Severo, José Wilker e Cláudia Abreu no elenco, chega aos cinemas, em 3 de outubro de 1997, Guerra de Canudos.

Dirigido por Sérgio Resende, o filme foi rodado em uma cidade cenográfica. A fotografia é de ESTEVAM AVELLAR, com produção de Marina Leal.

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CANUDOS 100 ANOS Por Evandro Teixeira

"Publicar um livro de fotos sobre Canudos era um sonho que eu cultivava há anos. Baiano, ainda menino, ouvia as histórias de Antônio Conselheiro e de sua Canudos contadas por meus avós.

Adolescente, li “Os Sertões” pela primeira vez e me apaixonei. O que Euclides da Cunha escrevia, eu transpunha para imagens. E, com elas, o fascínio sobre a batalha crescia. Quando me tornei fotógrafo profissional, com 20 anos de idade, Canudos já era um projeto, não pronto, mas com objetivo ainda não definido.

Quando defini tal sonho, consumi centenas de obras de pesquisa e viagens. Refiz a trajetória de Conselheiro, conversei com seus herdeiros, registrei, lado a lado, a antiga e a nova Canudos.

O mais difícil foi selecionar as 100 imagens para compor o livro. A essa altura, já me sentia parte daquela realidade. Canudos é sinônimo de luta, de resistência, de mudança, de esperança.

É, a história do país, vivida e contada por gente simples, cuja força parece vir da agrura da terra, da beleza rude do sertão. São assim as minhas imagens de Canudos."

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FOTOCLUBISMO

No dia 29 de abril de 1939 é fundado nas dependências do edifício Martinelli , na capital de São Paulo, o FOTO CLUBE BANDEIRANTE . Posteriormente, em 1945, muda seu nome para FOTO CINE CLUBE BANDEIRANTE por seus trabalhos na área cinematográfica.

ERWIN VON DESSAUER – chileno que morreu no Brasil. Fez uma foto chamada: Junto à água, em 1939. (colocar aquela foto do leão e nomear: Rumo aos céus)

O movimento Fotoclubista teve seu apogeu nas décadas de 40/60, com diversas manifestações, como: exposições, concursos, salões, mostras internacionais. Também, organizou por anos o Salão Internacional de Arte Fotográfica e duas Bienais P/B, em 1972, e a Colorida em 2003.

Na década de 40, o auge do fotoclubismo, movimento que reunia profissionais de diferentes áreas interessados na prática da fotografia como uma forma de expressão artística. Os primeiros fotoclubes surgem no início do século XX, mas é a partir dos anos 30 que passam a ter papel de destaque na formação e no aperfeiçoamento técnico dos fotógrafos brasileiros.

Os principais são o PHOTO CLUB BRASILEIRO (uma das principais agremiações do gênero, responsável pelo incremento da fotografia como meio de expressão pessoal), fundado no Rio de Janeiro, em 1923, e o já citado Foto Cine Clube Bandeirante, criado em São Paulo, cuja atuação é fundamental para o desenvolvimento da fotografia de autor no país.

Enquanto nos outros países já se contavam com muitas sociedades fotográficas, por exemplo: ROYAL PHOTOGRAPHIC SOC., Londres (1853), SOCIETÉ FRANÇAISE DE PHOTOGRAPHIE, Paris (1854), SOCIETÁ FOTOGRÁFICA SUBALPINA, de Turim (1889), aqui no Brasil, só no século seguinte...

A primeira de que se tem notícia positiva aconteceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 1918, o primeiro foto clube brasileiro: o "PHOTO CLUB HELIOS ".

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HISTÓRIA DO FOTO CINE CLUBE BANDEIRANTE (FCCB)

A fundação ocorreu em uma loja de artigos fotográficos, a "PHOTO-DOMINADORA ", que surgiu a idéia de organizar um clube fotográfico. A loja, de ANTÔNIO GOMES DE OLIVEIRA e LOURIVAL BASTOS CORDEIRO, também praticantes da fotografia, era palco freqüente de discussões acerca de equipamentos e materiais fotográficos, e de trocas de experiências entre fotógrafos e amadores.

Anteriormente, já havia ocorrido uma primeira tentativa de se formar um clube fotográfico em São Paulo. Foi no ano de 1926, e se chamou SOCIEDADE PAULISTA DE PHOTOGRAPHIA que, infelizmente, não resistiu por muito tempo. Esta sociedade chegou a editar uma revista de boa qualidade, a SOMBRAS E LUZES, mas acabou em 1929, logo após sua primeira exposição pública. Ainda não havia ambiente para a "fotografia-arte", poucos acreditavam nela e os críticos de arte não a admitiam como tal...

Somente 10 anos depois, destacados paulistanos voltaram a pensar em nova sociedade. Eles costumavam reunir-se na "Photo-Dominadora" - uma loja de artigos fotográficos na Rua São Bento, de propriedade de Antônio Gomes de Oliveira e Lourival Bastos Cordeiro, eles próprios adiantados praticantes da fotografia.

Um desses freqüentadores era José Medina, que pelas ondas da P.R.K.9 - Radio Difusora, mantinha um programa diário sobre fotografia - "Instantâneos no Ar" - no qual dava conselhos, anunciava as novidades, comentava as fotos enviadas por ouvintes e promovia concursos.

Nas reuniões vespertinas na "loja do Gomes", esses aficionados mostravam e discutiam suas fotos e experiências, as câmaras, objetivas etc. Até que um dia, não se sabe de quem partiu a idéia, decidiram fundar um novo foto-clube. Abriram-se listas de adesões e ao atingir o número considerado mínimo necessário - 50 aderentes - convocou-se a Assembléia Geral de Fundação, para a noite de 28 de Abril de 1939, no salão do Portugal Clube, no Edifício Martinelli, gentilmente cedido.

Foto da fundação: 28 de Abril de 1939 (Acervo Biblioteca FCCB).

Participaram da Assembléia 32 membros do clube, que assinaram a ata de fundação. Assim, com os estatutos aprovados, nasceu o Foto Clube Bandeirante. A sugestão do nome ficou por conta de JOSÉ DONATTI, alusão aos desbravadores do Brasil.

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Compareceram e assinaram a ata de fundação: Antônio Gomes de Oliveira, José Donatti, Eugênio Fonseca Filho, Benedito Junqueira Duarte, José V. E. Yalenti, Alfredo Penteado Filho, Waldomiro Moretti, Luiz F. Lima, Victor Caccurri Jr., José Medina, Lourival Bastos Cordeiro, Jorge Backer, Eduardo de S. Thiago, Júlio S. Toledo, Joaquim R. Borges, Simon Kessel, José Louzada F. Amargo, Jorge Siqueira Silva, Francisco B. M. Ferreira, Edgar Flacquer, Antonio Ferrero, José A. Vergareche, João A. Giuzio, Mário Caccurri, Aldo Dacomo, Dyano Castanho, José M. Francisco, Waldomiro Ract, Gelmindo Poltronieri e Jorge Bittar.

E o clube iniciou suas atividades, instalando sua sede em três salas alugadas ali mesmo, no 22º andar do Edifício Martinelli, por 700$000 (Setecentos Mil réis) mensais. Para primeiro presidente do Clube, elegeu-se ALFREDO PENTEADO FILHO. A primeira excursão fotográfica do Clube aconteceu em 9 de julho do mesmo ano, e foi à Guararema. Logo após, com as fotografias obtidas neste passeio, foi realizado o primeiro concurso interno, cujo vencedor foi RANDOLFO HOMEM DE MELLO.

Foto da Excursão à Guararema 1939 (Acervo Biblioteca FCCB).

Foram vencedores desse primeiro concurso: 1º lugar, Randolfo Homem de Mello (Pereiras); 2º lugar, Lourival Bastos Cordeiro (Faina Diária) e em 3º lugar, José V. E. Yalenti (Outono).

Mas logo veio a Segunda Guerra Mundial, e suas dificuldades acabaram por atingir o Foto Clube. O material fotográfico não chegava às prateleiras, já que havia grandes restrições à importação, e a prática da fotografia foi proibida em diversos lugares. Para resistir, o Clube teve que tomar algumas providências; uma delas foi a mudança da sede para um lugar menor, decisão tomada pelo Conselho de Fundadores, que à época assumiu a direção...

Em fevereiro de 1940 o clube transferiu-se para duas pequenas salas, à Rua São Bento, 357 - 1º andar, prédio em cujo pavimento térreo estava a loja Fotótica.

03/10/1942 1º SALÃO PAULISTA DE ARTE FOTOGRÁFICA

A realização do primeiro salão de fotografia se apresentou como uma saída para escapar da crise causada pela Segunda Guerra e, ao mesmo tempo, chamar a atenção da imprensa e dos

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interessados nesta arte. Foi assim que, a 3 de outubro de 1942, o Primeiro Salão Paulista de Arte Fotográfica foi inaugurado.

1º Salão de 1942 (Acervo Biblioteca FCCB).

Entregas de diplomas do 1º Salão - 1942 (Acervo Biblioteca FCCB).

A exposição ocorreu no "Salão Almeida Júnior", da Galeria Prestes Maia, nos baixos do Viaduto do Chá, e teve o apoio da Prefeitura do Município de São Paulo (PMSP), que colaborou com a impressão do seu catálogo. Apesar do nome, a mostra teve âmbito nacional; também fizeram parte dela, pela primeira vez no país, fotografias de estrangeiros, em uma seção chamada "Boa Vizinhança".

Estas fotos, que estavam fora de concurso, eram de convidados argentinos, dos Foto Clubes de Concórdia e de Rosário. Este primeiro salão serviu para reafirmar o nome do Foto Clube, pois teve uma ótima repercussão na imprensa. No fim deste ano foi eleito para a presidência EDUARDO SALVATORE , cuja gestão teve início em janeiro de 1943.

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Excursão do Foto Clube Bandeirante para Ribeirão Pires, em 1942.

Salvatore incentivou as atividades internas e a participação dos membros do clube nos Salões Internacionais, que renderam diversos prêmios aos "bandeirantes". No Segundo Salão, em novembro de 1943, uma novidade: pela primeira vez, abriu-se um lugar para os fotógrafos da imprensa, filiados da Associação Paulista de Imprensa. Estes fotógrafos puderam mostrar seus trabalhos no "Estande Dr. José Maria Lisboa".

Em novembro de 1944 ocorreu o 3º Salão, já com âmbito internacional, com oito países participantes, entre eles os Estados Unidos da América do Norte e a Inglaterra. Dai por diante, o Salão seria sempre internacional. Já no ano de 1945, com a entrada de um grupo de cineastas amadores, criou-se o Departamento de Cinema, com a direção de Jean Jurre Roos.

O clube mudou seu nome para Foto Cine Clube Bandeirante, e teve que pensar em mudar de sede, já que a antiga ficou pequena. Assim, em 1949 ocorre a mudança para sede própria. Isto propiciou a criação dos primeiros cursos de fotografia e cinema do país...

Excursão do Foto Clube Bandeirante para o Rio de Janeiro.

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Antes e Depois do Bandeirante

Evidentemente, todas essas realizações granjearam grande prestígio para o Foto Cine Clube Bandeirante. Seu maior renome adveio, porém, das novas concepções que trouxe para a fotografia artística brasileira, sendo equiparado aos grandes grupos fotográficos renovadores de outros, como por exemplo o "FOTOFORM ", na Alemanha; o "BUSSOLA", na Itália; o "GRUPO DOS XV", na França; o "LA VENTANA ", no México.

Com efeito, ao ser fundado o Foto Cine Clube Bandeirante, em 1939, na fotografia brasileira, como aliás, na grande maioria das sociedades fotográficas, salões e exposições de todo o mundo, ainda prevaleciam os conceitos clássicos e os processos denominados "artísticos", como o bromóleo, goma-bicromatada, carbro etc.

Era o "pictorialismo", grandemente influenciado pela pintura acadêmica: as paisagens em meio tons, suaves; a natureza morta; os retratos de "velhos barbudos" que tinha seu grande arauto na "Photographic Societ of América – PSA" e no Brasil, o Foto Clube Brasileiro, com JOÃO NOGUEIRA BORGES, HERMINIA NOGUEIRA BORGES, GUERRA DUVAL, DJALMA GAUDIO, JAYME H. TÁVORA, BELLINI DE ANDRADE e outros.

Em São Paulo, no Bandeirante, eram expoentes dessa "escola", entre outros, VALENCIO DE BARROS, HEITOR DE ASSIS PACHECO, CARLOS QUIRINO SIMÕES, ISMAEL ALBERTO DE SOUZA, GUILHERME MALFATTI, WALDOMIRO MORETTI, DOMINGOS BUSNELLI, CLAUDIO PUGLIESI, HENRI E. LAURENT, PLINIO S. MENDES.

EXPOENTES DO FOTOCLUBISMO

O "Pictorialismo" fotográfico prevaleceu nos dois primeiros salões...

Mas, a partir do terceiro, em 1943, mais precisamente a partir de 1945 e nas décadas de 50/60, instigados por YALENTE, SALVATORE e BENEDITO J. DUARTE, os bandeirantes se lançaram à experimentação renovadora e modernizadora.

A pesquisa, o estudo e o aproveitamento dos efeitos de luz, desde a luz lateral, os seus contrastes e o contra-luz total, levaram a uma sintetização e simplificação cada vez mais acentuada das linhas e formas geométricas.

É a fase da "fotografia arquitetônica" (JOSÉ YALENTI, THOMAZ J. FARKAS, BENEDITO JUNQUEIRA DUARTE, GERTUDES ALTSCHULL, EDUARDO SALVATORE e CHICO ALBUQUERQUE - ambos abaixo) explorando as linhas, os planos, os detalhes dos modernos edifícios e que, através de processos como o "alto contraste", a "solarização" e o uso do papel brilhante (antes banido das exposições fotográficas) logo evoluiu...

EDUARDO SALVATORE nasceu em São Paulo (1915). Abaixo (lado esquerdo da tela), uma foto de sua autoria datada de 1948. Do lado direito, uma foto de CHICO

ALBUQUERQUE (Acervo Biblioteca FCCB), quem em 1948, fez a primeira campanha publicitária fotográfica no país.

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... Evoluiu para o "abstracionismo", o "concretismo" o "grafismo", com MARCEL GIRÓ, GERALDO DE BARROS, RUBENS TEIXEIRA SCAVONE, ADEMAR MANARINI, WILLIAN BRIGATO, EMIL ISSA, entre outros.

De outro lado, porém, o "surrealismo" com ROBERTO YOSHIDA (o mestre do "table-top" e da fotomontagem), GERMAN LORCA, MOACIR MOREIRA, ALFIO TROVATO e também GERTUDES ALTSCHULL (perita na "separação de tons" e na solarização)...

MARCEL GIRÓ (1956) ROBERTO YOSHIDA (1959)

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A fotografia "Subjetiva" e o "néo-realismo" também tinham vez com IVO FERREIRA DA SILVA, DULCE CARNEIRO, JACOB POLACOW, KAZUO KAHAWARA, M. LAERT DIAS, CAMILO JOAN, NELSON PETERLINI...

O "movimento" se descongelava nas fotografias de RAUL CHAMA, ARNALDO MACHADO FLORENCE, JOÃO B. NAVE FILHO; o retrato e a figura humana ganhavam conotações "expressionistas" com ALDO DE SOUZA LIMA, TUFY KANJI, RAUL EITELBERG...

As cenas e os personagens anônimos da grande cidade tinham seus intérpretes nos flagrantes de JÚLIO AGOSTINELLI, EDUARDO AYROSA, ANTÔNIO DA SILVA VICTOR, JOÃO MINHARRO...

JÚLIO AGOSTINELLI

A própria paisagem e a natureza morta ganharam novos enfoques com CARLOS COMELLI, LUDOVICO MUNGIOLI, LUIS VACCARI, TAKASHI KUMAGAI, JOSÉ GALDÃO, GASPAR GASPARIAN...

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TAKASHI KUMAGAI

GASPAR GASPARIAN

E HERROS CAPPELLO revolucionaria a fotografia em cores com processos próprios e originais, alterando a seu bel prazer as cores originais dos objetos, solarizando os negativos em cores e fazendo fotografia colorida partindo de negativos branco e preto, numa primazia mundial...

Foram os anos da grande ruptura na fotografia nacional, buscando novas formas de expressão e uma linguagem mais específica para a fotografia, provocando até a conversão de renitentes acadêmicos como por exemplo, JOSÉ OITICICA FILHO, até então o artista-fotógrafo brasileiro mais premiado em certames fotográficos no país e no estrangeiro.

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Com suas "recriações", Oiticica veio engrossar a corrente abstracionista e concretista que teve no seu ápice em 1965, quando o Foto Cine Clube Bandeirante obteve da VIII Bienal de Arte Moderna a criação de uma sala especialmente dedicada à fotografia.

Todos esses "ismos" e os que os sucederam como o "supra-realismo", a "arte-pop" etc, encontravam guardia e duelavam no Bandeirante através dos seus concursos internos, seminários, salões, artigos na revista Foto-Cine, tornando-o o grande foro de debates da fotografia brasileira.

Também no setor de cinema o clube revelou grandes cineastas, entre eles, BENEDITO J. DUARTE que se tornaria um nome internacional no documentário médico-ciêntifico; GERALDO JUNQUEIRA DE OLIVEIRA, THOMAZ J. FARKAS, CÉZAR YASBECK, ESTANISLAU SZAKOWSKI, ABRÃO BERMAN...

Com todo esse movimento, começaram, finalmente, a cair as barreiras que se opunham à fotografia artística; os críticos de arte passaram a olhá-la com maior atenção; os museus e as galerias de arte principiaram a se abrir para ela...

O Bandeirante instala os primeiros cursos de fotografia e cinema que se realizaram no país; promove os primeiros Festivais Nacionais e Internacionais de Cinema Amador; o Boletim Informativo (criado em 1946) na revista "Foto cine"; realiza exposições com renomados autores do país e do estrangeiro, seminários, debates, palestras etc.

Sob sua inspiração e orientação, vários outros foto-clubes se organizaram no interior do Estado e em outros Estados do Brasil. Em dezembro de 1950, promove a 1º Convenção Nacional de Arte Fotográfica, reunindo delegações de todos os foto-clubes então existentes. Presidiu o veterano Dr. João Nogueira Borges, Presidente – Perpétuo do Foto Clube Brasileiro.

Dentre outra inúmeras resoluções destinadas à maior divulgação e aperfeiçoamento da arte fotográfica, dessa convenção resultou a fundação da Confederação Brasileira de Fotografia e Cinema, que passou a representar o Brasil na Federation Internationale de l’Art Photographique – FIAP.

Pouco antes, pela lei Estadual nº 839, de 14 de novembro de 1950, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo havia declarado o Foto Cine Clube Bandeirante "Entidade de Utilidade Pública".

Com o correr dos anos, também a sede da Rua Avanhandava se tornou pequena. E, meados de 1970, repetindo o feito anterior, o clube adquiriu outra, maior e mais confortável, a sede a rua José Getúlio, 442, onde se prossegue em suas atividades.

Destacados artistas-fotógrafos e dirigentes de foto clubes estrangeiros que a visitaram, entre os quais o Dr. Maurice Van de Wyer, fundador e Presidente de Honra da Federacion Internationale de l’Art Photographique, a consideram-na uma das melhores e mais bem aparelhadas do mundo...

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Na metade do século XX, a categoria fotográfica foi assumida, portanto ganha o direito de estar em um museu...

Graças à visão inovadora de seu diretor, PIETRO MARIA BARDI, o MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO ASSIS CHATEAUBRIAND (MASP), se firmará no decorrer do período como o principal espaço de valorização e de ensino sistemático da fotografia.

Dois profissionais egressos do FOTO CINE CLUBE BANDEIRANTE , tornam-se os primeiros a realizar exposições individuais de fotografia num museu brasileiro de arte, foram expostos os trabalhos de THOMAS FARKAS (1948) e de GERALDO DE BARROS (1950).

Nesse período, ambos foram os responsáveis pela implantação do laboratório fotográfico do museu, também pelo programa de cursos de fotografia, que contribuíram na formação de diversos profissionais nos anos seguintes...

O Clube continua com suas atividades e, recentemente (abril de 2005), foi inaugurada a exposição coletiva "Espontaneidade Estética", na qual eu participei; veja página de exposições!

FCCB — Um clássico em cursos no Brasil! Rua Augusta, 1.108 - São Paulo (SP) — Telefone: (11) 214-4234 E-mail: [email protected] — http://www.fotoclub.art.br/

FOTO-CINE CLUBE GAÚCHO

Era 3 de julho de 1951, um grupo composto por doze apaixonados pela fotografia estava disposto a criar um clube para as pessoas que, como eles, usavam a fotografia como forma de expressão.

Dessa maneira, em assembléia geral realizada no auditório do Correio do Povo, o FOTO-CINE CLUBE GAÚCHO foi fundado por JOSÉ ALBERTO JOÃO STELKENS, JORGE ALBERTO CASTRO DE FARIA, BRUNO REIMANN, NELSON FRANÇA FURTADO, ERNI BRUNO GUTTLER, ARNO ANTÔNIO RÜDIGER, JOSÉ MACHADO DE OLIVEIRA JÚNIOR, RICARDO HELMUTH BERGER, LUIZ CARLOS SERRANO, NESTOR IBRAHIM NADRUZ, ORTWIN SAUER, e PAULO DERLY STREHL.

Anteriormente, Porto Alegre já havia testemunhado a criação e dissolução do PHOTO CLUB HELIOS , um departamento da Sociedade de Ginástica da capital gaúcha, e um dos primeiros clubes de fotógrafos amadores do país. Na época da fundação do Foto-Cine Clube Gaúcho já existia a Associação dos Fotógrafos Profissionais do Rio Grande do Sul - AFPRGS.

Por ser voltada aos profissionais, a AFPRGS não contemplava os interesses dos fotógrafos amadores. Assim surgiu o Clube, como uma dissidência daquela Associação, criado para preencher as necessidades de quem não vivia da fotografia, mas se utilizava dela como um meio de manifestação artística.

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De lá para cá, o Clube já formou mais de 4.000 alunos. A grande maioria de associados é composta por médicos, dentistas, engenheiros, arquitetos, que encaram a fotografia como um hobby levado a sério. Muitos fotógrafos que hoje atuam profissionalmente também tiveram suas primeiras lições nas dependências do Clube, como LUIZ ACHUTTI, RUY VARELLA, LUIZ ABREU, MYRA GONÇALVES, LÍGIA BIGNETTI, ANDRÉ CHASSOT, AMAURY FAUSTO.

O cinqüentenário do Foto-Cine Clube Gaúcho deve ser um momento de reflexão acerca da importância do clubismo como movimento. Porque sem dúvida, o clubismo teve um papel fundamental na difusão da fotografia e no seu reconhecimento como arte no Brasil.

O Foto-Cine Clube Bandeirante, por exemplo, colaborou fortemente para essa mudança de mentalidade. A Escola Paulista de Fotografia, que introduziu o modernismo na fotografia brasileira por volta da década de 50, causou uma ruptura, modificando a maneira de ver e compor a imagem.

Infelizmente, o clubismo atualmente não conta com muitos adeptos pelo Brasil. Talvez isso se deva à popularização das câmeras compactas, ou ao alto custo de materiais e equipamentos que dificultam a manutenção de um hobby tão oneroso para amadores...

PESQUISA - REVISTAS - HISTÓRIA

ANÚNCIOS DE FOTÓGRAFOS

A cidade de Brusque, em Santa Catarina, tem uma ponte estaiada, a prefeitura, o fórum, a rodoviária, as beiras rios, o pavilhão da Fenarreco, o ginásio multiuso, o zoobotânico...

A amiga Lídia (que reside em Curitiba) escreveu uma breve biografia sobre os feitos de seu saudoso pai, Balthazar Bohn, que morava na rua Hercílio Luz, 350, em Brusque.

Ele que em dias de festa sempre se vestia de terno, gravata, chapéu de feltro, camisa branca e suspensório, foi o pioneiro no transporte coletivo urbano da cidade. Teve três ônibus!

Em 30/04/2005, a rádio local da cidade anunciava um evento, convidando os brusquenses à inauguração do novo terminal urbano de Brusque, o Terminal Urbano Balthazar Bohn.

Políticos, autoridades, representantes da sociedade, trabalhadores e muitas crianças reuniram-se no pátio recém-construído da obra. A família Bohn, o governador Luiz Henrique da Silveira, o prefeito Ciro Roza e o vice Dagomar Carneiro, entre outros, estiveram à frente da comemoração...

A foto recuperada data de 1945, mostra Balthazar Bohn e seu ônibus circular (Chevrolet Ramona, 1929), uma de suas primeiras aquisições.

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A foto mostra o ônibus de Balthazar Bohn - pioneiro no transporte urbano da cidade de Brusque.

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A foto de 1948/1949, mostra Balthazar Bohn ostentando a sua Chevrolet Gigante (1933), com capacidade de 50 a 100 pessoas, que levava operários para as fábricas.

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"Atenção passageiros..."

30/04/2005: Lídia Bohn, filha de Balthazar Bohn - que empresta o nome ao novo Terminal - tirou o chapéu à administração, pela homenagem à família e deu início aos discursos da noite.

Com elogios à administração municipal, Lídia agradeceu e se disse honrada pelo fato de o nome do pai ter sido lembrado na obra.

"Tiro o chapéu ao novo Terminal Urbano", disse Lídia, em um discurso emocionado. Ao fim, de maneira simbólica, ela convidou os passageiros a embarcarem. "A todos, uma boa

viagem", desejou, arrancando aplausos do público...

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(parte da matéria publicada em Município, Brusque, 2 de maio de 2005 - http://www.omunicipio.com.br/)

O pesquisador RICARDO MENDES mergulha nas páginas de antigas listas telefônicas para resgatar parte de nossa história fotográfica...

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FOTOJORNALISMO

O grande impulso para o fotojornalismo no país é dado na década de 50, pela revista O CRUZEIRO e pelo JORNAL DO BRASIL , do Rio de Janeiro, ao destinar um espaço destacado nas reportagens para as fotografias, até então usadas como acessórios do texto.

A fotorreportagem atinge o auge nos anos 60, com o surgimento da revista REALIDADE e do JORNAL DA TARDE , de São Paulo. A revista O Cruzeiro, por meio de seu diretor, ASSIS CHATEAUBRIAND , contratou o fotógrafo francês JEAN MANZON , da revista Paris Matiche, que valorizou a fotografia e, aos poucos, transformou o periódico no mais importante do país...

Entre os principais nomes desse período estão JEAN MANZON , JOSÉ MEDEIROS, FLÁVIO DAMM , LUIZ CARLOS BARRETO, INDALÉCIO WANDERLEY, ED KEFFEL, LUCIANO CARNEIRO, PETER SCHEIER e MARCEL GAUTHEROT.

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Primeira edição de Cruzeiro

(10 de Novembro de 1928)

• Editorial • O Rio de Janeiro de 1950 • A côr de São Paulo • A caricatura no estrangeiro • A Éra das Forças Hydraulicas - Uma visão do anno 2000

ANOS DOURADOS DA FOTOGRAFIA BRASILEIRA

Eram dois os movimentos na década de 50: o FOTOJORNALISMO da revista “O CRUZEIRO” e a fotografia CONSTRUTIVISTA da ESCOLA PAULISTA. Ambos buscavam uma fotografia crítica, que retratasse um desejo de modernização do Brasil.

Antes desses movimentos, o trabalho dos fotógrafos artistas e o dos fotojornalistas eram considerados totalmente distintos. O fotojornalismo, a partir de O Cruzeiro, deixou de ser mero registro e passou a usar recursos artísticos. Da mesma maneira, as fotos da Escola Paulista, com muita ênfase na forma, não eram apenas estéticas: retratavam uma visão de mundo daquela época.

Os construtivistas da Escola Paulista revelavam toda uma ideologia de modernização política, econômica e social do Brasil através de fotos com linhas geométricas e ângulos inusitados. O cuidado estético de fotógrafos como GERALDO DE BARROS, EDUARDO ENFELT e JOSÉ YALENTI visava mostrar possibilidades criativas de uma nova visão do país.

Na “Cruzeiro” as inovações vieram com o fim da censura do Estado Novo, em 1945. Foi possível começar um jornalismo mais crítico, e isso se refletiu nas fotos. Tal revista foi pioneira ao abrir suas páginas a imagens do homem simples, do negro, do índio.

Ao deixar de ser cúmplice da autoridade, a revista abandonou a fotografia oficial, sisuda, do início do século, e adotou uma outra, mais criativa e com beleza plástica.

Os fotógrafos JEAN MANZON e JOSÉ MEDEIROS foram peças-chave nessa mudança. A Escola Paulista e a revista O Cruzeiro forneceram, portanto, o germe da fotografia contemporânea...

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JEAN MANZON

Jean Manzon se transfere para o Rio de Janeiro em 1940. É responsável pela inovação do fotojornalismo brasileiro a partir de 1944, introduzindo o conceito de ensaio fotográfico no país. Revolucionou a fotografia de imprensa ao realizar ampla reportagem sobre os índios XAVANTES, publicada na edição de 24 de junho na revista O Cruzeiro, ocupando a capa e 18 páginas inteiras.

Ambas de Jean Manzon (lado esquerdo da tela), Portinari com seu filho João Candido, Rio de Janeiro, 1943. Do lado direito, Portinari durante a execução dos painéis para a "Série Bíblica",

Rio de Janeiro, 1943.

JOSÉ ARAÚJO DE MEDEIROS (1921 TERESINA, PI - 1990 ÁQUILA, ITÁLIA)

Começou a fotografar profissionalmente em Teresina, antes de se transferir para o Rio de Janeiro em 1939, onde colaborou com as revistas Tabu e Rio. Em 1946, foi convidado por JEAN MANZON para integrar a equipe da revista O Cruzeiro, na qual, durante os quinze anos seguintes, firmou seu nome como um dos mestres do fotojornalismo brasileiro.

Fundou em 1962 a AGÊNCIA FOTOGRÁFICA IMAGE (com FLÁVIO DAMM), uma das empresas precursoras do gênero. A partir de 1965, começou a trabalhar em cinema, assinando a direção de fotografia de obras clássicas do moderno cinema nacional, como A falecida (Leon Hirszman, 1965), Xica da Silva (Carlos Diegues, 1976) e Memórias do Cárcere (Nelson Pereira dos Santos, 1983), e dirigindo o longa Parceiros da aventura (1979).

Em fins dos anos 80, foi professor da Escola de Cinema de Santo Antonio de los Baños em Havana (Cuba). Publicou, em 1957, o livro Candomblé, primeira obra a documentar fotograficamente esta religião afro-brasileira. Foi homenageado, em 1986, com a retrospectiva José Medeiros, 50 anos de fotografia, pela Fundação Nacional de Arte, no Rio de Janeiro (RJ).

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Expedição Roncador - Xingu (MT, 1949)

Primeiro encontro pacífico com a tribo Kubenkrankein (sul do Pará, 1957)

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FLÁVIO SILVEIRA DAMM

Começou como auxiliar de laboratório do fotógrafo alemão Ed Keffel, que se refugiou do nazismo em Porto Alegre (RS), durante a Segunda Guerra Mundial; passando a fotografar para a Revista do Globo, em 1946. Obteve a consagração profissional no ano seguinte, ao realizar as primeiras fotografias de Getúlio Vargas em sua fazenda, após seu afastamento da presidência da República, o que lhe valeu um convite para integrar a equipe da revista O Cruzeiro, no Rio de Janeiro (RJ).

Trabalhando nesta publicação durante uma década e meia, celebrizou-se como um dos mais importantes fotojornalistas brasileiros; tendo ainda papel importante como um dos fundadores (com José Medeiros), da AGÊNCIA FOTOGRÁFICA IMAGE , em 1962, uma das primeiras do gênero no país. Publicou os livros Brasil Futebol Rei (1965), Bahia Boa Terra Bahia (1967), Ilustrações do Rio (1970), Um Cândido pintor Portinari (1971), Pernambuco Sim (1974) e Fotografias de Flávio Damm (1990).

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"Terceira Classe" - Asterio Rocha (1950).

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Em 1951, ocorreu a I BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO , tendo como fotógrafo oficial HANS GUNTHER FLIEG. A Bienal abriu um espaço crescente para a fotografia, contribuindo para a sua aceitação como meio de expressão autônomo no circuito das artes plásticas e entre o grande público.

Em abril de 1952, no Rio de Janeiro, houve o lançamento da REVISTA MANCHETE, que procura estabelecer uma narrativa visual independente do texto em suas reportagens... e persiste até hoje como uma das derradeiras representantes das grandes revistas ilustradas internacionais.

Fotógrafos no jogo Brasil

X Uruguai, final da Copa do Mundo, ocorrida no Estádio do Maracanã - Rio de Janeiro, em

1950 (auge do fotojornalismo!) - Autor desconhecido...

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ANOS 60

No período dos anos 60, desenvolve-se um grande intercâmbio entre o trabalho de fotógrafos e artistas plásticos. Muitos fotógrafos usam técnicas manuais de manipulação de imagens, como retoques e pinturas de negativos e de cópias. Os pintores, por sua vez, imitam a visão fotográfica (figurativa) e introduzem fotos em suas obras, por meio de colagem ou reprodução em silkscreen, como ocorre na pop art, nos trabalhos dos norte-americanos ANDY WARHOL e JAMES ROSENQUIST.

A fotografia também é bastante utilizada pela arte conceitual, como meio para a expressão de um conceito...

Com seu jornal Última Hora (1951-1971), Samuel Wainer revolucionou a moderna imprensa brasileira. "Um jornal vibrante, uma arma do povo", como era conhecida essa publicação de cunho nitidamente popular e populista, tinha como padrinho o Presidente

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Getúlio Vargas e incluía, entre outros colunistas, Chacrinha, Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) e Nelson Rodrigues ("A vida como ela é").

O acervo fotográfico do Última Hora do Rio de Janeiro, de mais de 160 mil fotos e 200 mil negativos, encontra-se hoje consultável no Arquivo do Estado (SP) e compõe uma inestimável história diária do Brasil das décadas de 50 e 60.

Em dezembro de 19.. foi lançado o primeiro livro da "Coleção Arquivo em Imagens Série Última Hora", que mostra um panorama do conteúdo do acervo. Neste ano, ainda serão lançados volumes sobre futebol e ilustrações no UH. A dimensão desse acervo é rara dado o mau hábito que tinham certos órgãos da imprensa brasileira, até pouco tempo, de queimar seus próprios arquivos alegando, por exemplo, "falta de espaço". (Pesquisa e produção: Silvana Jeha)

SAMUEL WAINER vê rodar a primeira edição do Última Hora (Junho de 1951).

PAULO FRANCIS (Novembro de 1952) Foto: ERNESTO

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A foto abaixo (lado esquerdo da tela), mostra ASSIS CHATEAUBRIAND na cadeira de rodas. Carlos Lacerda é o segundo à direita (Abril de 1964). Do lado direito da tela, a foto

retrata o "crime da mala" - Isabel, servente assassinada e colocada em pedaços dentro de uma mala num terreno baldio, em Janeiro de 1969. Ambas as fotos são de J. Marques.

Edson Luís, o estudante morto pela Polícia Militar durante confronto com estudantes em São Paulo. Foto: SOARES E MEIRA (Março de 1968).

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A Documentação Iconográfica do Arquivo do Estado de São Paulo possui um grande volume de documentação iconográfica ainda pouco conhecida. Em seu acervo, reúne cerca de um milhão de imagens, entre negativos, cópias fotográficas, postais, caricaturas e ilustrações. O Setor Iconográfico define-se, estruturalmente, pelo tratamento dado à documentação não-textual. Ele é o responsável pela organização, guarda e disseminação da informação contida nesse gênero de documentos.

ARQUIVO: "ÚLTIMA HORA"

Constituído pelo arquivo fotográfico do jornal Última Hora , do Rio de Janeiro, fundado pelo jornalista Samuel Wainer. O jornal surgiu em julho de 1951 na capital carioca e em poucos anos inaugurou edições regionais em diversas cidades brasileiras. Em São Paulo, apareceu em 1952.

Última Hora é considerado um dos marcos da imprensa brasileira, pela inovação gráfica de suas páginas e o conteúdo de apelo popular. Wainer vendeu a edição carioca em 1971 para a Arca Editorial e a edição paulista para a Folha de São Paulo.

O arquivo do jornal estava sob guarda de sua filha Pinky Wainer até 1989, quando foi adquirido pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e sua guarda e conservação confiadas ao Arquivo do Estado. É composto por 170 mil cópias fotográficas, 2 mil caricaturas e 800 mil negativos, além de 246 volumes encadernados das edições paulista e carioca do jornal; 6 volumes da revista Diretrizes e 555 rolos de microfilmes do jornal, que foram depositadas na hemeroteca do Arquivo do Estado.

Conteúdo Genérico: este segmento de acervo é uma rica fonte para os mais diversos campos de estudo, compreendendo o período 1951-1971. No campo da política, permite o acesso a uma documentação bastante variada do quadro político, tanto em nível nacional quanto regional, durante os governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitchek, Jânio Quadros, João Goulart, Castelo Branco, Costa e Silva e Médici.

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Para a história social, existe um farto material para pesquisas sobre comportamento, diferenças sociais, moda, hábitos e costumes, relações pessoais, papel feminino na sociedade, modo de vida nas cidades, violência e criminalidade e movimentos populares. O mesmo pode ser dito sobre a história das artes, do esporte, da literatura, da cultura popular, etc.

Formas de Acesso: as cópias fotográficas foram arranjadas conforme a organização dada pelo próprio arquivo do jornal. Existe um catálogo que permite o acesso do pesquisador aos grupos documentais que compõem este segmento do acervo. As ilustrações receberam catalogação individual e existe um catálogo onde foram aglutinadas as principais informações a respeito de seu conteúdo e produção.

Condições de acesso: as cópias fotográficas e as ilustrações podem ser consultadas na sede do Arquivo do Estado. Os negativos fotográficos encontram-se indisponíveis à consulta.

CURIOSIDADE: ÁLBUM DE RETRATOS

Álbum formado por uma série de 67 retratos pessoais, de origem desconhecida, do final do século XIX. A maior parte dessas fotos são em formato carte-de-visite, em voga na época.

Permite a visualização de um quadro peculiar da época, pelas informações a respeito do vestuário, dos costumes, da concepção estética, da imagem da mulher e da criança. Para a

história da fotografia, possibilita o levantamento dos principais fotógrafos das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, entre os quais se destacam: F. VOTTSACK , A. RIZZO e J.

CARVALHO .

Forma de acesso: a única forma de acesso é a consulta direta ao álbum.

FRANCISCO ASZMANN

Três irmãos de origem húngara têm o sobrenome mais requisitado para fotografar os casamentos dos ricos, chiques e famosos do Rio de Janeiro... Eles são a família Aszmann, que chegou ao Brasil em 1948, depois de perder tudo na II Guerra Mundial.

O pai, FRANCISCO ASZMANN, foi escritor, pintor e fotógrafo, e recebeu mais de 400 prêmios nos salões de fotoclubismo internacional. Acabou sendo o modelo inspirador para os filhos. Ao longo dos anos, o STÚDIO ASZMANN, criado em 1965 pelos irmãos: FERENC, EGON e AKOS ASZMANN, utiliza com sucesso o conceito de fotografia de arte, herdado do patriarca da família - tornando-se referência para a elite carioca.

Um trabalho que rompeu divisas e leva a família Aszmann a fotografar também em Salvador, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo. A carteira de clientes é seleta e recheada de gente famosa. Endereço: Travessa Angrense 14, Gr. 303 - Copacabana Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 257-0726 /256-0955 /257-2828. E-mail: [email protected]

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"FOTOARTE" era uma revista dirigida por FRANCISCO ASZMANN (grande artista húngaro, brasileiro por opção), um dos maiores fotógrafos de sua época e um dos mais premiados no mundo!

Tirou a foto e pulou da ponte pela ribanceira de dez metros, na Hungria. A foto ficou anos esquecida, porque o boi da direita estava ligeiramente desfocado: um crime para os padrões estéticos daquela época. Mas em 1940, o conceito mudou e Aszmann pode ganhar todos o títulos com uma única foto.

O Brasil, que hoje tem SEBASTIÃO SALGADO, já teve Francisco Aszmann, o professor. Abaixo, a foto "BOIS", uma das mais premiadas fotos do mundo publicada em 1940. "Desejo fazer arte. Não só registrar fotograficamente aquilo que vejo, mas transmitir através da fotografia impressões e sentimentos vividos."

"Bois" - Francisco Azzmann (1940).

FOTORREPORTAGEM

Nos anos de 1959/1960, houve a reforma gráfica do Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), definindo novos parâmetros para a utilização da fotografia na imprensa cotidiana no Brasil...

A década de 1960 caracteriza-se pelas transformações radicais adotadas na fotografia brasileira... É o auge da fotorreportagem no país, com o surgimento das revistas Realidade (1966), Bondinho e Veja (1968 - Editora Abril) e do Jornal da Tarde (1966).

A Realidade valoriza a fotografia em um projeto gráfico ousado e monta uma equipe de profissionais que fez escola no fotojornalismo brasileiro. Vale lembrar o importante papel de MAUREEN BISILLIAT (1931-) e DAVID DREW ZINGG (1923-) que fizeram fotos informativas e de grande qualidade estética.

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Também CLAUDIA ANDUJAR, GEORGE LOVE, LUIGI MAMPRIN e WALTER FIRMO são autores de grandes ensaios. Destaca-se ainda o trabalho de LUÍS HUMBERTO, que consegue realizar fotos irônicas sobre a situação do Brasil sob regime militar apesar do controle da censura.

Veja também cria uma equipe arrojada que se destaca no fotojornalismo político em pleno regime militar e é responsável pelo esforço inicial pelo reconhecimento do crédito, do direito autoral e da função específica do editor de fotografia...

Em 1962/1963, os norte-americanos EMMETT LEITH e JURIS UPATNIEKS e o soviético YURI DENISYUK desenvolvem simultaneamente a HOLOGRAFIA, fotografia em três dimensões obtida por meio da exposição de um filme ou chapa à luz de raio laser refletida em um objeto...

KYOICHI SAWADA – tornou-se conhecido como fotógrafo jornalístico que trabalhou durante a guerra do Vietnã. Morreu trabalhando... Recebeu várias distinções internacionais, tais como o primeiro prêmio da World Press Photo e o prêmio Pulitzer pela fotografia Fuga para a liberdade, uma foto tirada na década de 60, na qual pessoas conseguiram fugir a um ataque à sua aldeia nadando para se salvar, falando da realidade da Guerra do Vietname.

Em 1964, nave americana obtém fotos muito próximas da superfície lunar... pouco tempo depois... a fotografia (abaixo) foi publicada pela revista LIFE ,

no ano de 1969, onde podemos observar o astronauta Amstrong pisando na lua (utilizaram-se filmes Kodak e uma câmera Hasselblad).

Em 1965, a FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO introduz fotografias em suas exposições oficiais e, em 1969, ALÉCIO DE ANDRADE ingressa na prestigiosa agência francesa MAGNUM , abrindo as portas do circuito internacional do foto-jornalismo para os brasileiros (foi seguido, na década de 80, por SEBASTIÃO SALGADO e MIGUEL RIO BRANCO).

Na foto de JOSÉ ANTONIO (abaixo), aparecem em pé quatro dos cantores mais conhecidos da Jovem Guarda: Eduardo Araújo, Wanderley Cardoso, Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

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Sentadas, Martinha e Wanderléa. O movimento surge nos anos 60 e faz sucesso cantando em português grandes sucessos internacionais de rock’n’roll. O principal nome é Roberto Carlos,

que também apresenta o programa Jovem Guarda, na TV Record.

Jovem Guarda - foto de José Antonio

ANOS 70

Na década de 70, as fotografias ganham maior importância como obras de arte. Começam a ser produzidas com mais freqüência em formato de livro, são exibidas em galerias e museus e compradas por colecionadores.

A fotografia passa também a ser objeto de estudo acadêmico, como arte que deve ser compreendida e estudada, a exemplo das demais manifestações artísticas (pintura, música, literatura, entre outras).

A fotografia documental continua a ser desenvolvida, apesar de ter perdido espaço para a televisão e o cinema. Aumenta o uso da cor, em especial na fotografia de moda e de publicidade.

Nos anos 70, surgem em diversos pontos do país agências de fotografias, fundadas por profissionais que desejam independência criativa e maior controle sobre a difusão de suas fotos. As principais são CÂMARA TRÊS (RJ), ÁGIL (Brasília), F4 (SP) e FOCONTEXTO (Porto Alegre).

A fotografia de autor começa a tomar corpo no Brasil...

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As exposições se multiplicam aos poucos e surge uma série de livros de fotografia, como VI-VENDO (PEDRO DE MORAES), CARNAVAL E FOTOGRAFIAS (BINA FONYAT), FOTOGRAFIAS (OTTO STUPAKOFF), FOTOGRAFIAS (CARLOS A. MOREIRA), O ENCONTRO DA UNE (MILTON GURAN) e BRASÍLIA: SONHO DO IMPÉRIO, CAPITAL DA REPÚBLICA (LUÍS HUMBERTO).

Também surgem inúmeras oficinas e escolas de fotografia no país, como a ENFOCO e a IMAGEM E AÇÃO , em São Paulo.

A falta de lugares especializados para exposições leva à criação de diversas galerias como a FOTÓPTICA (criada em 1979 por THOMAZ FARKAS, com curadoria de ROSELY NAKAGAWA, ainda em funcionamento) e a ÁLBUM (criada por ZÉ DE BONI que permaneceu em atividade por 4 anos).

FOTOGALERIA , no qual fotógrafos cariocas e paulistas constituem um grupo com o objetivo de inserir de forma definitiva a fotografia no circuito da arte (a presidência era ocupada por GEORGE RACZ no RJ e a vice-presidência por BORIS KOSSOY em SP.

SILVINO SANTOS

Fotógrafo e cineasta, português da aldeia de Sernache de Bomjardim, aqui chegado pelos 14 anos de idade e pouco depois, valendo-se de uma máquina 13X18 varou o interior da Amazônia, seguindo também para Iquitos com o fotógrafo LEONEL ROCHA e após idas e vindas, ficou estabelecido em Manaus.

O país das amazonas mereceu o registro fotográfico da alma portuguesa embrenhada nas selvas, transformando-se, sem saber e desejar, no maior documentarista visual da Amazônia de cujas lentes guardam-se centenas de negativos em vidro, prontos a revelar o apogeu e a decadência da região.

O artista Márcio Souza o classificou como "...o poeta da técnica, o único caso de criatividade numa época de mórbida imitação..." Até maio de 1970, realizou milhares de fotografias, 9 longra-metragens, 57 documentários de média e curta metragem e uma série de 26 filmes de família.

Sua fotografia documenta o objeto da produção artesanal, registra a sua concepção, linhas, formas e detalhes que o enriquecem e melhor identificam. Ao mesmo tempo o expõe como peça de consumo, de uso comum das populações dos sítios de produção e, também, como exemplar de identificação dos valores inventivos do homem brasileiro, ou seja, de identidade cultural.

Nota: O texto, com ampliações e pequenas modificações, fez a apresentação ao livro Arte Brasileira, editado em 1999, com trabalhos de arte popular de várias regiões do país.

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ART KANE (1923-1995)

http://www.artkane.com/

Apesar de ser mais conhecido como um dos melhores retratistas norte-americano, das décadas de 60 e 70, Art Kane não é somente isso. Sua fotografia relata toda a mudança social e política da época, opinando, delatando e persuadindo com suas imagens simples e poderosas.

Nasceu em New York em 1923. Durante a II Guerra Mundial, serviu à US Army na Europa. Aos 27 anos se graduou na Cooper Union School of Art e tornou-se diretor de arte da revista Seventeen. Kane deixou a revista em 59 e dedicou seu tempo totalmente à fotografia.

Kane tem um grande senso de cor e composição, que vem de sua grande experiência e conhecimento da área de layout, impressão e artes gráficas. Kane ministrou vários workshops fotográficos pelo mundo; passou inclusive muito tempo aqui no Brasil, entre 1976 e 1977, trabalhando em um livro de fotografia para a Time-Life e gostou muito daqui.

Kane morreu em fevereiro de 1995 e infelizmente nenhum destes workshops foram documentados em filme ou vídeo. Visite o site oficial em www.artkane.com

Não deixe de conhecer também o incrível site www.harlem.org e você pode conhecer mais fotos de Art Kane, da coleção "Black is beautiful" no www.liquidart.com (pelo menos uma destas fotos foram tiradas no carnaval do Rio de Janeiro).

RODRIGO WHITAKER SALLES

Fotógrafo em São Paulo, 1979... A cianotipia foi um dos primeiros processos de impressão fotográfica em papel. Foi descoberta por Sir JOHN HERSCHEL .

Provavelmente, o primeiro livro de fotografia registrado foi feito com cianotipia. Em 1843, ANNA ATKINS, em seus estudos botânicos editou o livro "Photographs of British Algae: Cyanotype Impressions", depositando seus espécimes sobre folhas de papel sensibilizado ao

ferroprussiato e fazendo contatos... Saiba tudo sobre CIANOTIPIA no livro: "THE KEEPERS OF LIGHT - A HISTORY AND WORKING GUIDE TO EARLY PHOTOGRAPHIC

PROCESSES", do autor: WILLIAM CRAWFORD, Editora: MORGAN & MORGAN - DOBBS FERRY, New York.

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Em 1977, a primeira câmera compacta AUTOFOCUS é fabricada...

Em 1978, STEFANIA BRIL promove o primeiro (dos dois) Encontro de Fotografia de Campos do Jordão (SP), o outro é realizado no ano seguinte. Este evento antecipou as Semanas Nacionais da Fotografia da FUNARTE, que seriam realizadas a partir de 1982 em diversas cidades, contribuindo para a difusão e sedimentação das atividades fotográficas no país...

Em 1979, ZECA ARAÚJO cria o Núcleo de Fotografia da Fundação Nacional de Arte FUNARTE (RJ), primeiro organismo federal dedicado ao fomento da atividade fotográfica no Brasil - órgão do Ministério da Cultura. A iniciativa marca o começo de uma política oficial para a área, o que possibilita o mapeamento da produção fotográfica da época...

Posteriormente, em 1984, PEDRO VASQUEZ cria o Instituto Nacional da Fotografia, incrementando e diversificando as atividades da FUNARTE em prol da fotografia, com a criação de um programa de bolsas e do Projeto de preservação e Pesquisa da Fotografia.

Atualmente, tem o objetivo de promover, incentivar e amparar, em todo território nacional, a prática, o desenvolvimento e a difusão das atividades artísticas. Rua da Imprensa, nº16, sala 706 - Rio de Janeiro -RJ CEP: 20030-120 Tel: (21) 297-6116 - ramais 222 e 271 www.funart.gov.br e-mail: [email protected]

ANOS 80

A década de 80, marca um período que é reforçada a visão da fotografia como obra capaz de transmitir informação e prazer, mas também como meio de comunicar mensagens políticas e sociais. Cresce a importância da imagem fotográfica como instrumento da publicidade.

Um dos principais nomes da fotografia publicitária é o italiano OLIVIERO TOSCANI, que causa polêmica com as campanhas para a grife Benetton, iniciadas em 1982, ao tratar de questões como violência e racismo em seus trabalhos.

Técnicas antigas de reprodução voltam a ser utilizadas para a produção de imagens mais elaboradas e verifica-se uma tendência a se reduzir o número de cópias de uma fotografia...

Nos anos 80, a imprensa intensifica o uso de fotos com a introdução do sistema digital de transmissão de imagens, que permite o envio através da linha telefônica. A fotografia brasileira torna-se conhecida no exterior por meio da participação em exposições internacionais e da publicação do trabalho de fotógrafos brasileiros em revistas estrangeiras.

Entre os principais nomes do período estão SEBASTIÃO SALGADO, WALTER FIRMO, PEDRO MARTINELLI, MÁRIO CRAVO NETO, CRISTIANO MASCARO, MIGUEL RIO

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BRANCO, LUIZ CARLOS FELIZARDO, HUGO DENIZART, CLÁUDIO EDINGER, ARNALDO PAPPALARDO, KENJI OTA e MARCOS SANTILLI.

MÁRIO CRAVO NETO (1947-)

As fotos de Neto irradiam força e um simbolismo desusado...

CRISTIANO MASCARO

Mascaro tem suas fotos em acervo de importantes museus do mundo: MASP (SP), MAC (SP), Pinacoteca do Estado (SP), MAM (RJ), Centro Georges Pompidou / Beaubourg (Paris -

França), Museu Internacional da Fotografia de Rochester (EUA), entre vários outros. Publicou livros de fotografia de autor, entre os quais se destaca "Luzes da Cidade" (1996).

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Em 1984, ocorre o início da produção das primeiras câmeras eletrônicas...

Ken Moody - Robert Sherman (1984)

Gianni Versace

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UBIRATAN CASTANHA

http://www.castanha.fot.br/

Descendente de pais franceses e espanhóis, nasceu em Recife. Começou a desenvolver suas habilidades artísticas já criança, onde cursou o Liceu e Belas Artes, nas licenciaturas de Desenho e Artes Plásticas, começando a se interessar pela fotografia a partir de um contato com um grupo de estudos no próprio Liceu no ano de 1966.

Em Recife, começou a trabalhar no Jornal do Comércio, como "Reporter Mirim", atendendo a alguns clientes comerciais e também retratando a sociedade Recifense. Estabelecido em Brasília na década de 70, teve a sua passagem pelo Governo Federal, sendo contratado pelo Palácio, na acessória de imprensa do então presidente Figueiredo.

Em 1982, de passagem por Goiânia, resolveu montar um estúdio publicitário e conquistar o mercado goiano. Desenvolveu trabalhos como a Implantação da Fotografia Intra-Oral para a ABO-GO, atendimento as Agências de Propaganda, Governo de Goiás, Prefeituras da Capital e Interior, Jornal Folha de Goiás, O Popular.

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Além de fotografar a sociedade goianiense, lançou o primeiro Jornal de Moda da Capital o "Moda e Costumes" fotografado por ele e editado pelo seu amigo Antônio Spada, que através desse veículo ganharam projeção nacional no setor de moda daquele momento.

Algumas modelos, atualmente de projeção nacional, começaram a fotografar com ele, como Claudia Lis, Sonia Abrão entre outras. Foi em 1989 que aconteceu sua vinda definitiva a São Paulo, onde se apaixonou pela cidade e se encontra até hoje, contribuindo para retratar o dia-a-dia da metrópole...

ANOS 90

Na década de 90, intensifica-se o uso das câmeras digitais, principalmente no fotojornalismo e na publicidade. Nessas câmeras, o filme é substituído por um disco ou cartão de memória no qual as imagens são armazenadas digitalmente.

Elas podem, assim, ser transmitidas por meio de linha telefônica para um computador em qualquer lugar do mundo de forma extremamente rápida, já que o processo digital elimina a necessidade de revelação e ampliação...

Também nesta década, a fotografia deixa de ser utilizada apenas como imagem bidimensional e objetiva e passa a fazer parte de instalações, representando elementos abstratos, como sensações, sentimentos e emoções...

São seguidores dessa linha ROSÂNGELA RENNÓ, EUSTÁQUIO NEVES, RUBENS MANO e CÁSSIO VASCONCELLOS. Na fotografia documental, destacam-se os trabalhos de LUIZ BRAGA, ELZA LIMA, TIAGO SANTANA, GAL OPPIDO, ED VIGGIANI e EDUARDO SIMÕES, entre outros.

Exatamente em 1990 é criado em São Paulo o grupo NAFOTO - Núcleo dos Amigos da Fotografia, responsável pela realização da Bienal Mês Internacional da Fotografia de São Paulo, o maior do gênero no Brasil.

Entre seus fundadores se encontram RUBENS FERNANDES JUNIOR, STEFANIA BRIL, MARCOS SANTILLI, NAIR BENEDICTO, EDUARDO CASTANHO e ROSELY NAKAGAWA.

Também em 1990, a Kodak lança a PhotoCD, que digitaliza imagens de filmes em 35mm, gravando-as em CDs que podem ser vistos pela televisão...

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STEFANIA BRIL cria a CASA DA FOTOGRAFIA FUJI , patrocinada pela FUJI FILM do Brasil, coordenando as atividades até 1993, ano de seu falecimento.

CENTRO CULTURAL SÃO PAULO (CCSP)

Divisão de Pesquisas Rua Vergueiro, 1.000. Implantado a partir de março de 1993, o setor registra a atividade de difusão de fotografia na cidade de São Paulo, mantendo bases de dados sobre eventos e mercado editorial. Atende basicamente pesquisadores especializados.

NEBULOSA DE ORION

Em janeiro de 1994, a NASA divulga as primeiras fotos feitas pelo telescópio espacial Hubble, após seu conserto em pleno espaço. São imagens da nebulosa de Orion. Assim começa a era da fotografia digital...

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Em 1997, o INSTITUTO CULTURAL ITAÚ inaugura o setor Fotografia no Brasil no Banco de Dados Culturais/Informatizado. O banco fornece, além de nomes de fotógrafos brasileiros ou estrangeiros que trabalham no país, textos sobre técnicas fotográficas, críticas de exposições e fotografias digitalizadas nos mais diversos temas.

O Módulo História da Fotografia Brasileira é o primeiro centro de referência sobre o tema, inaugurado em maio de 97. Reunindo dados sobre cerca de 80 fotógrafos brasileiros, a base de dados permite uma consulta variada... Parece que foi feito pelo professor de fotografia RUBENS FERNANDEZ JUNIOR...

Centros de referência sobre fotografia: Av. Paulista, 149 - Telefone: 238-1700

http://www.itaucultural.org.br/

Em 1998, o INSTITUTO MOREIRA SALLES (São Paulo) adquire a coleção pessoal de fotografia do historiador GILBERTO FERREZ . O maior e mais diversificado acervo de fotografia oitocentista constituído por um particular desde a coleção reunida por Dom Pedro II.

Em 1999 é reconhecido pelo MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO e, entra em funcionamento o primeiro CURSO SUPERIOR DE FOTOGRAFIA no Brasil, criado pelo SENAC de São Paulo, sob a coordenação de MARCOS LEPÍSCOPO e THALES TRIGO.

ADI LEITE

As figuras impressas nessas fotografias falam de outros valores envolvidos no que seja o culto ao corpo. ADI LEITE, através de uma técnica original, dilata o padrão preceptivo do corpo e as possibilidades do registro fotográfico. Essas pessoas alongadas não são mais flagradas pela malícia do "clic" fotográfico que busca no instante um possível reflexo do todo.

São o avesso do esperado modelo. Elas dialogam com uma narrativa mais extensa, um espaço de tempo em que as marcas terrestres do corpo humano se estendem num contexto quase pictórico, de entendimento gradual e desafiador de nossos padrões realistas...

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A FLOR DA PELE - ANDRÉA MONTEIRO

Flor da Pele é um projeto da fotógrafa, no qual ela reverência, com um olhar único e sensível, flores e homens, mostrando como universos aparentemente tão distintos podem se relacionar de forma harmoniosa.

"As flores fazem parte da minha vida; de nossas vidas, e buscá-las na vida do homem, do ser másculo, tornou-se um desafio. Ao se tornar meu modelo, o homem com sua flor demonstra uma relação sensível sem quaisquer preconceitos".

Andréa Monteiro já fotografou para este projeto personalidades consagradas como RAI, CARLINHOS BROWN, NICO PUIG e OTÁVIO MESQUITA e profissionais de diferentes áreas como o pintor Achiles Luciano, o advogado Eduardo Muylaert, o têxtil designer Eduardo Paziam, além de músicos, atores, um fotógrafo, um cantor de ópera, entre outros...

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CASSIO VASCONCELOS

E-mail: [email protected] — www.cassiovasconcellos.com

CAMPANHA VARIG BRASIL AG. Y & R - 1999

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MÁRCIO SCAVONE

Nascido em 1952, começou a fotografar cedo. Aos 20 anos já dirigia o Departamento Fotográfico da ALMAP. Nesta época, viveu por 3 anos em Londres, aperfeiçoando-se no Ealing Technical College.

Nos anos 90, realizou trabalhos editoriais e publicitários em Londres e Lisboa. Em 1992, foi homenageado pela revista Vogue, ao retratar celebridades para uma edição especial.

Versátil, Scavone por vontade própria e paixão pelo retrato tem se especializado cada vez mais em fotografar gente. Único fotógrafo brasileiro com uma sessão fixa de retratos em uma revista nacional, produz imagens de criatividade, semanalmente para a revista Carta Capital.

Publicou seu primeiro livro em 1997 – E ENTRE A SOMBRA E A LUZ – edit. DBA, SP. Colaborou como único fotógrafo estrangeiro no livro de celebridades da Louis Vuitton, Rebonds, Paris – 1998.

Figurou como um dos 50 fotógrafos no mundo que usam a câmera Hasslblad no livro comemorativo dos 50 anos da marca. Participou de várias exposições no Brasil e no exterior, entre elas: Coleção Pirelli/MASP 8 São Paulo, MAM/Rio de Janeiro, Galerie Debret, Mois de la Photo/Paris, Casa da Fotografia Fuji, Galeria São Paulo.

VALÉRIO TRABANCO

"A fotografia paira no ar, assim como a poesia..." Palavras do fotógrafo no Workshop: TÉCNICA & PERFORMANCE. Realização: PHOTO IMAGE BRAZIL 2001 – FEIRA INTERNACIONAL DE IMAGEM (08/2001)

Trabanco iniciou sua carreira em 1989, trabalhando como assistente no Estúdio Abril. Trabalhou como fotógrafo na Espanha, por 2 anos. De volta ao Brasil em 1992 abriu seu próprio estúdio, fotografando para as principais revistas de moda e comportamento, tais como: Marie Claire, Elle, Vogue e para os clientes Cia. Marítima, Valisére, Pepsi, entre outros.

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Atualmente, com muito nu artístico, vem realizando trabalhos em parceria com as principais agências de publicidade – DPZ, Thompson, MacCan Ericsson, Bran Group, New Lab, em campanhas para a C&A, Cúmplice e Einstein, para o site Terra THEGIRL e atuando em parceria com a Editora Abril nas revistas Playboy e VIP.

DO PICTORIALISMO À FOTOGRAFIA MODERNA - 2001

São 42 trabalhos de nove fotógrafos que comentam o momento em que a fotografia se libertou do compromisso de documentar a realidade e avançou para as ousadias geométricas e jogos de luz e sombra. Segundo a curadora da mostra, Helouise Costa, o pictorialismo afirmou a fotografia como uma realidade construída e fez do experimentalismo a base da atividade artística.

"O pictorialismo liberou os sentidos do observador do entorpecimento imposto pela fotografia documental, no seu compromisso obrigatório com o registro do real", comenta a curadora. Participam do evento os fotógrafos HERMÍNIA NOGUEIRA BORGES, GASPAR GASPARIAN, GERMAN LORCA, THOMAZ FARKAS, GERALDO DE BARROS, JOSÉ OITICICA FILHO, EDUARDO SALVATORE, ADEMAR MANARINI e JOSÉ YALENTI. A exposição integra o evento Trajetórias na Arte Brasileira...

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UTILIZADAS PARA ESTE PORTAL:

• Almanaque Abril 98, Ed. Abril Multimídia, São Paulo, SP. • Apostila redigida e copilada pelo Corpo Docente da Clínica Fotográfica (SP): Andréa

Sendyk, Malu Dabus Frota e Iatã Cannabrava. • Apostila da Escola Panamericana de Arte, São Paulo, SP. • Apostila do Foto Cine Clube Bandeirantes, São Paulo, SP. • Banco Itaú. • Centro Educacional Kodak, Iluminação Fotográfica. • Coleção Life A Fotografia, O Aparelho Fotográfico, Estados Unidos. • Coleção Life A Fotografia, Manual Completa da Arte e Técnica, Estados Unidos. • Creative Camera International Year Book 1975 - Coo Press, London. • Diálogo con la Fotografia - Paul Hill & Thomas Cooper - Gustavo Gili, Barcelona,

1979. • Eastman Kodak Company, O Prazer de Fotografar, Ed. Abril Cultural, São Paulo, SP. • Fuji Photo Film, Aprenda a Fotografar, São Paulo, SP. • Daimon, Fotografia Recreativa Para Ñinos, Barcelona, Espanha. • Man Ray - Filipacchi, Paris, 1973.

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• Photography in America - Robert Doty - Thames & Hudson, London, 1974. • Questionário Desenvolvido pelo CEK – Centro Educacional Kodak. • The Persuasive Image - Art Kane - Thames & Hudson, London, 1975.

OUTROS LIVROS:

INTERPRETAÇÃO DA LUZ – O Controle de Tons na Fotografia Preto e Branco Autores: João Luiz Musa e Raul Garcez Pereira.

FÍSICA UM OUTRO LADO – LUZ E CORES (física) Editora FTD. Autores: Anibal Fiqueiredo e Maurício Petrocolor.

FOTOGRAFIA - MANUAL COMPLETO DE ARTE TÉCNICA (didático) Editora Abril – adaptação da série Time Life.

DA COR A COR INEXISTENTE (física) Editora Universidade de Brasília. Autor: Israel Pedrosa.

A ARTE DA COR Autor: Johans.

MÁQUINA E IMAGINÁRIO (campo da semi ótica) Editora Ilustre. Autor: Arlindo Machado – professor da PUC.

A ILUSÃO ESPECULAR – INTRODUÇÃO A FOTOGRAFIA (campo da semi ótica) Editora Brasiliense. Autor: Arlindo Machado – professor da PUC.

ENSAIO DA FOTOGRAFIA Editora Arbor Ltda. Autora: Susam Sontag.

FOTOGRAFIA PENSANTE Luiz Guimarães Monforte. Editora Senac São Paulo – 238 páginas.

CAMERA OBSCURA Milton Montenegro. Editora Francisco Alves – 135 páginas.

O ZEN E A ARTE GLORIOSA DA FOTOGRAFIA Arthur Omar. Editora Cosac & Naify – 80 páginas, edição bilíngüe.

IMAGENS DA FOTOGRAFIA BRASILEIRA 1 Simonetta Persichetti. Estação Liberdade / Editora Senac São Paulo. Entrevistados: Mario Cravo Neto, Cristiano Mascaro, João Urban, Renata Castello Branco, Pedro Martinelli, Nair Benedicto, Chico Albuquerque, Luiz Braga, Marcio Scavone, Maurren Bisilliat, Walter Firmo, Sebastião Salgado, Cláudio Edinger, Thomaz Farkas, Elza Lima, Luiz Carlos Felizardo, Cláudia Jaguaribe, Carlos Moreira.

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IMAGENS DA FOTOGRAFIA BRASILEIRA 2 Simonetta Persichetti. Estação Liberdade / Editora Senac São Paulo. Entrevistados: Cláudia Andujar, Celso Oliveira, Ella Dürst, Eduardo Simões, Ed Viggiani, Eustáquio Neves, Juan Esteves, Juca Martins, Hélio Campos Mello, Luís Humberto, Paula Sampaio, Rosa Gauditano, Manuel da Costa, Arnaldo Papallardo, Miguel Rio Branco, Tiago Santana, Pedro Karp Vasquez.

Acervo da Coleção Pirelli-Masp de Fotografias

Coleção Pirelli-Masp de Fotografias - Acervo que acompanha a evolução da fotografia desde 1950 até os dias de hoje. Uma exposição dedicada a reflexão sobre a verdadeira importância da imagem.

1. 1ª COLEÇÃO - 60 FOTOS DE 18 AUTORES: Claudia Andujar / Maureen Bisilliat / Orlando Brito / Mario Cravo Neto / J.R.Duran / Cláudio Edinger / Luiz Carlos Felizardo / Walter Firmo / Luis Humberto / Juca Martins / Cristiano Mascaro / Miro / Arnaldo Pappalardo / Antonio Saggese / Sebastião Salgado / Marcos Santilli / Otto Stupakoff / Bob Wolfenson

2. 2ª COLEÇÃO - 48 FOTOS DE 16 AUTORES: Araquém Alcântara / Geraldo de Barros / Nair Benedicto / Luiz Braga / Eduardo Castanho / Valdir Cruz / Carlos Fadon Vicente / Andréas Heiniger / George Leary Love / Carlos Antônio Moreira / Ana Regina Nogueira / Gal Oppido / Cássio Vasconcellos / Pedro Vasquez / Pierre Verger / Ed Viggiani

3. 3ª COLEÇÃO - 51 FOTOS DE 14 AUTORES: Chico Albuquerque / Jorge Araújo / Orlando Azevedo / Hans Gunter Flieg / Antonio Augusto Fontes / Rosa Gauditano / Milton Guran / José Medeiros / Klaus Mitteldorf / Leopoldo Plentz / Carlos Humberto TDC / Evandro Teixeira / João Urban / Pierre Verger

4. 4ª COLEÇÃO - 50 FOTOS DE 14 AUTORES: José Albano / Aristides Alves / Willi Biondani / Mario Cravo Neto / Sérgio Jorge / Claudia Jaguaribe / Anna Mariani / Pedro Martinelli / Milton Montenegro / João Luiz Musa / Kenji Ota / Wilma Slomp / Paulo Vainer / David Drew Zingg

5. 5ª COLEÇÃO - 57 FOTOS DE 14 AUTORES: Roberto Cecato / Miguel Chikaoka / Antonio Carlos D' Ávila / Cláudio Elisabetsky / Juan Esteves / João Paulo Farkas / Walter Firmo / Isabel Garcia / Elza Lima / Jean Manzon / Claus Meyer / Rogério Reis / Tiago Santana / Eduardo Simões

6. 6ª COLEÇÃO - 60 FOTOS DE 20 AUTORES: Lalo de Almeida / Zé de Boni / Thomaz Farkas / Carlos Freire / Paulo Fridmann / Antonio Gaudério / Jacqueline Joner / Fredi Kleemann / Boris Kossoy / Bettina Musatti / Eustáquio Neves / Celso Oliveira / Ameris Paolini / Marcos Piffer / Marcos Prado / Lamberto Scipioni / Piero Sierra / Luiz Trípoli / Ruy Varella

7. 7ª Coleção - 60 FOTOS DE 20 AUTORES: André Andrade/ Paulo Baptista / Celso Brandão / Alice Brill / Christiana Carvalho / Manuel Da Costa / Flávio Damm / Carlos Fadon Vicente / Cláudio Feijó / Romulo Fialdini Marcel Gautherot / German Lorca / Emidio Luisi / Márcia Ramalho / Miguel Rio Branco / Hildegard Rosenthal / Lily Sverner

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8. 8ª COLEÇÃO - 63 FOTOS DE 19 AUTORES: Claudia Andujar / Zeka Araújo / Rocarsdo Azxoury / Stefania Bril / Cafi / Leonardo Crescenti / Hugo Denizart / Zeca Linhares / Luiz G. Monforte / Juvenal Pereira / Domício Pinheiro / Tuca Reines / João Roberto Ripper / Eduardo Salvatore / Paula Sampaio / Marcio Scavone / Madalena Schwartz / Paula Simas / Maurício Simonetti

9. 9ª COLEÇÃO - 66 FOTOS DE 20 AUTORES: Alécio de Andrade / Sebastião Barbosa / Derli Barroso / Fernando Brentano / Ricardo Chaves / Fernanda Chemale / Rochelle Costi / Benedito Junqueira Duarte / Ella Durst / Luiz Garrido / Antonio Guerreiro / Geraldo Guimarães / Assis Hoffmann / Olney Krüse / Marcelo Lerner / Ricardo Malta / Luigi Mamprin / Arthur Omar / Dulce Soares / Leonid Streliaev

10. 10ª COLEÇÃO - 18 AUTORES: Américo Vermelho / Avani Stein / Bina Fonyat / Christian Cravo / Cris Bierrenbach / Daniela Goulart / Edouard Fraipont / Egberto Nogueira / Gaspar Gasparian / Georges Racz / Marcelo Buaianan / Marcos Magaldi/ Odires Mlászho / Paulo Leite / Pedro de Moraes / Pedro Lobo / Penna Prearo / Rosangela Rennó

11. 11º edição - 18 fotógrafos. Rafael Assef / Luiz Carlos Barreto / Hélio Campos Mello / Salomon Cytrynowicz / Pablo Di Giulio / André Dusek / Alex Flemming / Alair Gomes / Adenor Gondim / Neide Jallageas / Hirosuke Kitamura / Daniel Klajmic / Luiz Cláudio Marigo / Vicente de Mello / Arnaldo Pappalardo / Ricardo Teles / Cassio Vasconcelos / Marcelo Zocchio

Links interessantes:

• Canon — http://www.canon.com/ • Fujifilm — http://www.fujifilm.com/ • Fujifilm do Brasil — http://www.fujifilm.com.br/ • Grupo Manfrotto — http://www.manfrotto.com/ • Kodak do Brasil — http://www.kodak.com.br/ • Nikon — http://www.nikon.com/ • Pentax — http://www.pentax.com/ • Sigma — http://www.sigmaphoto.com/ • Photo Net — http://photo.net/photo (site com várias dicas sobre fotos, câmeras e

filmes) • Revista Fotografe Melhor — http://www.europanet.com.br/fotografe/fotografe.htm • Revista Photo Magazine — http://photo-magazine.com/de/02conde.htm • Photos by John Davies — http://www.compulink.co.uk/~bonzo/photos.html (site

cheio de fotografias, tiradas apenas com máquinas Canon, e lentes da série L)

ABRA — Academia Brasileira de Arte Av. Portugal, 191 (Brooklin) e R. Vergueiro, 1001. Fone: 5539-6599

BG — Bet Galo June Gallo, Marcos Kim. Fone: (11) 5536-4724 E-mail: [email protected] — http://www.betgallo.com/

Page 153: A História Da Fotografia

FOCUS — Escola de Fotografia — http://www.focusfoto.com.br/ Av. Brigadeiro Faria Lima, 1912 - Loja 123, Cal Center - Jd. Paulistano CEP: 01452-001 — São Paulo (SP) Telefones: (11) 814-0728 / 870-8688 — Fax: 814-9987 PS: Enviei a foto "Palmito-juçara" para o concurso da Focus...

FOTO FORMA — José Maurício M. Simonetti E-mail: [email protected] — http://www.fotoforma.com.br Workshop ([email protected]) de Fotografia sobre natureza — Fone: (11) 5575-2917

FOTOGRAMA IMAGENS Emidio Luisi — Fotograma Fotojornalismo Docum. Ltda. Rua Iperoig, 229 — CEP: 05016-000 — São Paulo (SP) Fone/fax: (11) 3872-1349 — http://www.fotogramaimagens.com.br/

FOTOPRO — http://www.fotopro.com.br/ Muito completo, o site é um ótimo ponto de partida para interessados em fotografia. Tem muitos links para artistas, classificados, guias de serviços e fornecedores, com explicações técnicas.

FOTOSITE — http://www.fotosite.com.br/

ÍMÃ — FOTO GALERIA Inaugurada em 04/07/2001. Rua Fradique Coutinho, 1239. Vila Madalena - São Paulo. Fone: (11) 3816-1290. [email protected] — http://www.imafotogaleria.com.br/

IMAGEM AÇÃO (escola de fotografia) — http://www.olhar.com.br/ VIRTUAL PHOTO (Boletim Online) — http://www.virtualphoto.net/ Cláudio Feijó — Workshop "Descondicionamento do Olhar" Rua Teodoro Sampaio. Fone: (11) 3064-4080 — E-mail: [email protected] Desenvolvimento da Linguagem Visual e Criatividade. Realizada através de exercícios, dinâmicas e vivências (como jogos, role playings, trocas, dramatizações e técnicas de sensibilização), a oficina procura resgatar o contato direto com as sensações e emoções, recuperando nossos sentimentos suprimidos e reavendo a nossa humanidade perdida.

PHOTOSYNTHESIS (fotografia e papo furado) — http://www.photosynt.net/ Cadastro Nacional de Fotógrafos ([email protected]) http://www.photosynt.net/cnf/

PULSAR IMAGENS Rua Apiacás, 934 - SP. Tel: (11) 3875-0101 [email protected] — http://www.pulsarimagens.com.br/index.asp

TECHIMAGE FOTOGRAFIA — Bruno Sellmer Rua Marselhesa, 62 — São Paulo (SP). Tel: (11) 5572-0510 E-mail: [email protected] — http://www.techimage.com.br/

Daniel Annunciato (Email: [email protected]) Professor da Escola Panamerica de Arte — EPA