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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL SARAH DA SILVA ALMEIDA RELATÓRIO DA PRÁTICA DE LABORATÓRIO ARGAMASSAS Brasília Junho, 2014

RELATÓRIO ARGAMASSA

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

SARAH DA SILVA ALMEIDA

RELATÓRIO DA PRÁTICA DE LABORATÓRIO

ARGAMASSAS

Brasília

Junho, 2014

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SARAH DA SILVA ALMEIDA

12/0022184

RELATÓRIO DA PRÁTICA DE LABORATÓRIO

ARGAMASSAS

Relatório técnico apresentado para critério de avaliação da

disciplina Materiais de Construção Civil Experimental (turma A)

do Curso Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília.

Profª Drª Valdirene Maria Silva Capuzzo

Brasília

Junho, 2014

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RESUMO

Este relatório apresenta os métodos, instrumentos e resultados realizados em laboratório para

os estudos de argamassas. A partir dos ensaios foram averiguadas as características exigíveis

para a avaliação de corpos de prova de argamassa, conforme as normas técnicas NBR

13276/2022, NBR 14081/2012, NBR 13528/2010, NBR 15259/2005, NBR 13281 da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A prática laboratorial específica deste

relatório descreve os ensaios para determinar o índice de consistência, a penetração de cone e

sua resistência a tração e compressão. Será apresentada não somente a metodologia utilizada,

como também o desenvolvimento do trabalho, a instrumentação adequada, as tabelas

preenchidas com os resultados obtidos das amostras e o resultado final de acordo com a NBR,

alegando ou não a conformidade do material. O estudo teve como objetivo, passar para o

aluno a capacidade de discernir os materiais adequados para o uso em obras de construção e

um entendimento não apenas teórico dos possíveis comportamentos a serem apresentados.

Palavras-chave: Relatório técnico, materiais de construção, argamassa, ensaios.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4

2 DESENVOLVIMENTO 6

2.1 OBJETIVO 6

2.2 APARELHAGEM E INSTRUMENTAÇÃO 6

2.3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 7

2.4 RESULTADOS 13

3 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 15

REFERÊNCIAS 17

APÊNDICE 18

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1 INTRODUÇÃO

As argamassas são materiais de construção com propriedades de aderência e

endurecimento. São obtidas a partir da mistura homogênea de um ou mais aglomerantes,

agregado miúdo (areia) e água, podendo conter ainda aditivos e adições minerais. Elas podem

ser classificadas segundo alguns critérios previamente definidos ou a partir de suas funções:

Critérios de Classificação das Argamassas Segundo Critérios Previamente Definidos.

Critérios de Classificação das Argamassas a partir de suas Funções.

As argamassas de revestimento são utilizadas para revestir paredes, muros e tetos, os

quais, geralmente, recebem acabamentos como pintura, revestimentos cerâmicos, laminados,

etc. Apresenta camadas como o chapisco, que é a camada de preparo da base aplicada de

forma contínua ou descontínua com a finalidade de uniformizar a superfície quanto à

absorção e melhorar a aderência do revestimento; o emboço, que é camada de revestimento

executada para cobrir e regularizar a base, propiciando uma superfície que permita receber

outra camada, de reboco ou de revestimento decorativo; o reboco, que é a camada de

revestimento utilizada para cobrimento do emboço, propiciando uma superfície que permita

receber o revestimento decorativo ou que se constitua no acabamento final; o reboco paulista,

que é um revestimento de um único tipo de argamassa aplicado à base, sobre o qual é aplicada

uma camada decorativa; e o revestimento decorativo monocamada, o qual se trata de um

revestimento aplicado em uma única camada e que tem a função de regularização e

decoração.

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Desenhos Ilustrativos de como Funciona a Aplicação da Argamassa em Substratos.

Esse tipo de argamassa apresenta a função de proteger a alvenaria e a estrutura contra

a ação do intemperismo, no caso dos revestimentos externos e de integrar o sistema de

vedação dos edifícios, contribuindo com diversas funções, tais como isolamento térmico

(~30%), isolamento acústico (~50%), estanqueidade a agua (~70 a 100%), segurança ao fogo

e resistência ao desgaste e abalos superficiais.

Esquema de Como Funciona a Argamassa de Revestimento.

As propriedades essenciais para o bom desempenho das argamassas de revestimento

são a trabalhabilidade, especialmente consistência, plasticidade e adesão inicial; a retração; a

aderência; a permeabilidade à água; a resistência mecânica, principalmente a superficial; a

capacidade de absorver deformações; e a durabilidade.

A trabalhabilidade é a propriedade das argamassas no estado fresco que determina a

facilidade com que elas podem ser misturadas, transportadas, aplicadas, consolidadas e

acabadas em uma condição homogênea. É resultante da conjunção de diversas outras

propriedades, tais como consistência, plasticidade, retenção de agua e de consistência, coesão,

exsudação, densidade de massa, e adesão inicial. No estado fresco, a argamassa deve ter uma

fluidez adequada para preencher as saliências, fissuras e protuberâncias da base, e uma

plasticidade compatível de modo a manter-se na posição em que foi aplicada.

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Propriedades da Trabalhabilidade.

Os vazios presentes na argamassa são ar aprisionado, ou mesmo incorporado, ou ainda

espaços resultantes da evaporação do excesso de água. O teor de ar tem influência sobre a

resistência de aderência dos sistemas de revestimento, fato que limita a dosagem de aditivos

incorporadores de ar utilizados em argamassas de revestimento. Assim, a presença do ar

incorporado nas argamassas no estado fresco provoca um ganho de consistência e plasticidade

e a mudança provocada pelos aditivos incorporadores de ar nas argamassas de revestimento

pode ser observada nas figuras:

Foto 1: Argamassa Sem Aditivos Incorporadores de Ar e Foto 2 - Argamassa Com Aditivos Incorporadores de Ar.

O desempenho das argamassas de revestimento no seu estado endurecido depende da

aderência, da retração, da permeabilidade ou capilaridade, da abrasão, da elasticidade ou

deformabilidade, da resistência e da durabilidade. A resistência mecânica diz respeito à

propriedade dos revestimentos de possuírem um estado de consolidação interna capaz de

suportar esforços mecânicos das mais diversas origens e que se traduzem, em geral, por

tensões simultâneas de tração, compressão e cisalhamento.

O módulo de deformação está relacionado com a capacidade de deformação do revestimento.

Não existe normalização específica para argamassa, sendo utilizada a norma para concreto.

Assim, os tipos de módulo são o estático, que faz a simulação de estrutura onde a carga

permanente prevalece, o dinâmico, que corresponde a uma deformação muito pequena,

devido a uma carga muito baixa e que não induz nenhuma microfissura e o de flexão, que

representa melhor o revestimento de argamassa.

A aderência representa a propriedade das argamassas que resiste às tensões atuantes na

interface com o substrato. Assim, a resistência de aderência à tração é a tensão máxima

aplicada por uma carga perpendicular à superfície da argamassa aplicada no substrato. A

aderência deriva da conjunção de três propriedades da interface argamassa-substrato:

resistência de aderência à tração, resistência de aderência ao cisalhamento e extensão de

aderência (razão entre a área de contato efetivo e a área total possível de ser unida). Há a

penetração da pasta aglomerante e argamassa nos poros do substrato e a precipitação dos

produtos de hidratação do aglomerante.

Os sistemas de revestimento atuam em suas funções e propriedades em conjunto com o

substrato. Não se pode falar da aderência da argamassa, mas sim da aderência argamassa-

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substrato. Com isso, observa-se a tendência de empregar procedimentos em camada única. Os

substratos devem ser adequados ou preparados para receber o revestimento. Caso não tenham

a adequabilidade necessária, ou seja, bom desempenho deve-se optar pelo uso de elementos

que venham a compor uma solução satisfatória em âmbito geral como o chapisco.

Os substratos podem ser classificados de diferentes formas, ou seja, pela natureza dos

materiais constituintes: alvenaria de blocos cerâmicos, blocos de concreto, blocos de concreto

celular; elementos estruturais em concreto (pilares, vigas e lajes); pela função: elementos de

vedação, estruturais; e por suas características físicas: textura, porosidade, capacidade de

sucção de água (absorção capilar), propriedades mecânicas.

A preparação do substrato é feita a partir da remoção de resíduos e remoção de incrustações

(limpeza); da remoção de irregularidades, preenchimento dos furos, rasgos e depressões

localizadas (correção de irregularidades); e da preparação do chapisco e umedecimento

(preparação superficial). De modo geral, os blocos de concreto propiciam resistências maiores

que os cerâmicos e com isso, não há a necessidade de se utilizar chapisco.

Fatores que Exercem Influência na Aderência de Argamassas sobre Bases Porosas.

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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 OBJETIVO

O ensaio realizado com argamassas visa promover ao aluno a experiência de lidar e

ver o material na realidade. Assim como o concreto, a argamassa pode ser feita no local e a

analise visual permite que se faça um julgamento prévio do material. A prática realizada no

laboratório segue as instruções fixadas pela ABNT para o material em avaliação. Conferindo

então, características exigíveis como o índice de consistência, a penetração de cone medida,

resistência à tração e a compressão.

2.2 APARELHAGEM E INSTRUMENTAÇÃO

a) Cimento Votoran, marca Votorantim de múltiplo uso, principal

matéria prima utilizada para fazer a mistura da argamassa.

b) Flow Table Aparelho manual ou elétrico usado para fazer a

determinação do índice de consistência da Argamassa utilizada.

c) Argamassadeira equipamento utilizado para mistura de argamassa

e similares. Resistente e de fácil operação, proporciona alto rendimento,

qualidade e homogeneidade no material.

d) Cone de metal utilizado no ensaio de penetração de cone que

determinada se o tipo de argamassa obtida é pouco plástica, plástica ou

fluída.

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e) Balança eletrônica de bancada proporcionam pesagens mais exatas, o

que assegura a redução de perdas. Esta característica resulta em enorme

benefício para a empresa ao longo do tempo.

f) Paquímetro é um instrumento utilizado para medir a distância entre dois

lados simetricamente opostos em um objeto. Na prática de laboratório em

questão foi usado para aferir o diâmetro nominal da barra analisada

g) Serra Copo para regularizar imperfeições dos corpos de prova de

Cimento e Argamassa, sem necessidade de capeamento.

h) Saco Plástico em vez de se levar os corpos de prova para a câmera úmida como no

concreto, eles são embrulhados e preservados em sacos plásticos.

i) Cuba

j) Pá/Soquete

2.3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Os ensaios usuais nas argamassas no estado endurecido são a resistência à tração e à

flexão; resistência à compressão; resistência potencial da aderência à tração; a capilaridade; e

a densidade de massa. No estado fresco, devem-se fazer ensaios de penetração cone; mesa de

consistência; densidade de massa; retenção de água; e ar incorporado.

A certificação da qualidade dos produtos relacionados às argamassas é feita pela NBR

13276/2002, que estabelece a determina o ensaio de mesa de consistência para as argamassas

de assentamento e revestimento de paredes e tetos. Com isso, avalia a consistência das

argamassas em função do espalhamento após a aplicação de um determinado número de

golpes na mesa de consistência. A medida obtida relaciona-se com a viscosidade e não com a

tensão de escoamento (golpes>T.E.), embora o ensaio não permita uma avaliação do material

em função do tempo, o que seria necessário para uma possível correlação com a viscosidade.

O procedimento de ensaio é feito da seguinte maneira: há a pesagem do material, que é de 2,5

Kg de material seco (massa de argamassa industrializada ou soma dos componentes anidros –

argamassa dosada em obra); mistura da argamassa fresca com água, o que depende do tipo de

argamassa (industrializada, à base de cimento com adições ou aditivos, à base de cimento e

cal hidrata, à base de cimento e cal virgem ou dosada em obra) para ser realizado;

determinação do índice de consistência; limpar a mesa com pano úmido; encher o molde

tronco-cônico (3 camadas – 15, 10 e 5 golpes); rasamento com régua metálica; acionar a

manivela 30 vezes; e medir 3 diâmetros o espalhamento com paquímetro.

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Ensaio da Mesa de Consistência.

O ensaio de penetração de cone é determinado pela ASTM C 780 e representa um

método extremamente simples para se avaliar a consistência de argamassas de revestimento.

Com isso, a profundidade de penetração de um determinado corpo dependerá da tensão de

escoamento do material testado e a massa do corpo será preestabelecida, e assim, se avaliará

se a tensão aplicada é maior ou menor que a tensão de escoamento do material.

O procedimento de ensaio é feito da seguinte maneira: mistura de argamassa com água;

preenchimento com argamassa no copo cilíndrico; três camadas de igual volume; 20 golpes

da espátula por camada; rasar e fazer o acabamento da superfície de topo; cerar a haste de

penetração do aparelho contendo o cone; com a ponta do cone posicionada no centro da

circunferência delimitada pelo copo, libera-se então a haste rapidamente; e decorridos 30

segundos desta operação se faz a leitura de penetração do cone.

Ensaio de Penetração de Cone.

Particularidades Operacionais do Método de Penetração de Cone.

A determinação do teor de qualquer tipo de ar em argamassa no concreto fresco é feita pelo

método pressométrico definido pela norma NM 47/2002. Assim, é determinado o teor de ar

em concreto fresco a partir da mudança do volume do concreto devido a uma mudança na

pressão. O teor de ar representa o volume de ar aprisionado ou incorporado ao concreto,

expresso em porcentagem do volume total de concreto fresco adensado. O mostrador do

manômetro deve estar calibrado em porcentagem de ar para a pressão final observada.

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O procedimento de ensaio é feito da seguinte maneira: calibração do equipamento; preparação

da amostra; adensamento da amostra; rasar a superfície do concreto ou argamassa com régua;

fechamento hermético do equipamento; injetar água através de uma das chaves até que a água

saia através da chave oposta; sacudir o equipamento suavemente até que todo o ar acima da

superfície da amostra de concreto seja expulso através da chave; fechar a válvula de

sangramento de ar e bombear ar para a câmara até que o manômetro esteja na linha de pressão

inicial; fechar as chaves que se encontram na tampa e abrir a válvula de ar principal; e ler a

porcentagem de ar na escala.

A moldagem dos corpos de prova de concreto é determinada pela NBR 13279/2005, que

estabelece a resistência à tração na flexão e à compressão. Os procedimentos de ensaio são

realizados da seguinte maneira: moldar 3 corpos de prova; preparar os moldes; colocar os

moldes prismáticos sobre a mesa de adensamento; aplicar uma fina camada de óleo mineral

nas faces internas; preparara argamassa por meio do índice de consistência; moldar os corpos

de prova; introduzir a argamassa em 2 camadas e aplicar 30 quedas da mesa de adensamento;

e em cada asar os corpos de prova com a régua metálica, em que os corpos de prova devem

permanecer (48-24 hrs) nos moldes, em condições de temperatura de 23oC e umidade relativa

do ar (60%).

A determinação da resistência à tração na flexão e à compressão é definida pela NBR

13279/2005. Assim, devem ser moldados 3 corpos de prova prismáticos, em que as rupturas

devem ser realizadas na idade de 28 dias. A resistência à tração na flexão é definida pela

fórmula: Rf = 1,5 x Ff x L / 40³, em que 40³, em que Rf = resistência à tração em Mpa, Ff =

carga aplicada em N, L = distância entre os suportes em mm e o desvio máximo deve ser de

0,3 Mpa com no mínimo 2 corpos de prova.

Ensaio de Resistência à Tração na Flexão.

Pode-se fazer também o ensaio de resistência à tração axial, em que se utiliza as

metades dos 3 corpos de prova do ensaio de flexão realizado aos 28 dias de vida. Assim,

calcula-se a resistência à compressão pela fórmula: Rc = Fc / 1600, em que Rc = resistência à

compressão em Mpa, Fc = carga máxima aplicada em N, 1600 = área de seção em mm² e o

desvio máximo deve ser de 0,5 Mpa com no mínimo 4 corpos de prova.

Ensaio de Resistência à Compressão Axial.

A determinação da resistência potencial de aderência à tração é feita pela NBR 15258/2005,

em que objetivo é determinar a resistência potencial de aderência à tração para argamassas de

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revestimento de paredes e tetos. Os resultados obtidos não caracterizam o desempenho do

produto no sistema construtivo.

O corpo de prova é definido como parte da argamassa, de seção circular, com um diâmetro de

50 mm. O substrato representa a superfície sobre a qual é aplicada a argamassa de ensaio e o

substrato-padrão possui espessura mínima de 20 mm e dimensões mínimas de 25 x 50 cm de

acordo com a NBR 14081/2012. No caso mais da metade dos resultados apresentarem ruptura

no substrato, o resultado não é a aderência da argamassa, é a resistência do substrato.

O procedimento de ensaio é feito da seguinte maneira: preparação das amostras (limpar a

superfície, substrato seco e preparo e aplicação da argamassa); corte do revestimento deve ser

feito 3 dias antes da ruptura; colagem da pastilha; ruptura com idade de 28 dias (ensaiar 10

corpos de prova, aplicar o esforço de tração perpendicular ao corpo de prova, medir a área

superficial do corpo de prova e examinar e registrar a forma de ruptura do mesmo). A

resistência à aderência é determinada pela fórmula: Ri = Pi / Ai.

Ensaio de Determinação da Resistência Potencial.

Formas de Ruptura no Ensaio de Resistência à Aderência à Tração Para um Sistema de Revestimento sem Chapisco.

A determinação da resistência de aderência à tração é definida pela NBR 13528, em que o

objetivo é determinar a resistência de aderência à tração de revestimentos de argamassas

aplicados em obra ou laboratório sobre substratos inorgânicos não metálicos. A cola deve ser

à base de resina epóxi, poliéster ou similar.

O procedimento de ensaio é feito da seguinte maneira: preparo dos corpos de prova (forma de

lançamento da argamassa ao substrato interfere na aderência manual ou mecanicamente);

número de determinações (12 corpos de prova); distribuição dos corpos de prova; corte do

revestimento; colagem da pastilha; retirar 3 amostras de revestimento para determinação da

umidade e ruptura (idade 28 dias - argamassas mistas ou de cimento e areia ou 56 dias -

argamassas de cal e areia; aplicar o esforço de tração perpendicular ao corpo de prova; medir

a área superficial do corpo de prova; e examinar e registrar a forma de ruptura do mesmo.

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Ensaio de Resistência de Aderência à Tração.

A determinação da absorção de água por capilaridade e coeficiente de capilaridade é feita pela

NBR 15259, em que o objetivo é determinar a absorção de água por capilaridade e o

coeficiente de capilaridade de argamassas para assentamento e revestimento de paredes e tetos

no estado endurecido.

O procedimento de ensaio é feito da seguinte maneira: usar os 3 corpos de prova prismáticos (

do ensaio tração na flexão - NBR 13279), que devem ter idade de 28 dias; lixar a superfície e

limpar; determinar a massa inicial; posicionar os corpos de prova; determinar a massa de cada

corpo de prova aos 10 minutos e aos 90 minutos; e calcular a absorção de água por

capilaridade e o coeficiente de capilaridade.

Os requisitos estabelecidos para classificar as argamassas conforme as características e

propriedades que apresentam são determinados pelos diferentes métodos de ensaio de acordo

com a NBR 13281. Assim, P= Resistência à compressão (NBR 13279); M = Densidade de

massa aparente no estado endurecido (NBR 13280); R = Resistência à tração na flexão (NBR

13279); C = Coeficiente de capilaridade (NBR 15259); D = Densidade de massa no estado

fresco (NBR 13278); U = Retenção de água (NBR 13277); e A = Resistência potencial de

aderência à tração (NBR 15258). Isso deve ser feito de acordo com a tabela abaixo.

Tabela das Classes das Argamassas.

A argamassa colante industrializada utilizada para assentamento de placas cerâmicas é

definida pela norma NBR 14081/2012. É um produto industrial no estado seco, composto de

cimento portland, agregados minerais e aditivos químicos, que, quando misturado com água

forma uma pasta viscosa, plástica e aderente empregada no assentamento de placas cerâmicas

de revestimento.

O tempo de aberto representa o maior intervalo de tempo no qual uma placa cerâmica pode

ser assentada sobre a pasta de argamassa colante. O deslizamento é o deslocamento vertical

sofrido por uma placa cerâmica aplicada sobre a argamassa colante ainda fresca, sob ação de

seu próprio peso.

Sua classificação é feita da seguinte maneira: AC I: revestimentos internos (com exceção de

casos especiais); AC II: revestimento de paredes e pisos externos e internos; AC III: apresenta

aderência superior que os tipos I e II; com tempo de aberto estendido (E): dos tipos I, II e III;

e com deslizamento reduzido (D): dos tipos I, II e III.

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Propriedades Fundamentais para Argamassas Colantes.

2.4 RESULTADOS

1 - Determinação do índice de consistência (NBR 13276/2005):

Tipo de Argamassa: Assentamento e Revestimento (múltiplo uso)

Peso do Material: 2,5Kg

Consumo de Água: 405Kg

Relação Água/Aglomerante: 8,1/50= 0,162

Tabela 1 – Índice de Consistência:

Leituras Espalham. (mm)

Nº 1 245

Nº 2 245

Nº 3 245

Índice de

Consist.(Média) 245

A argamassa utilizada no ensaio é do fabricante VOTORATIM, com utilização para

múltiplos usos, código 5201 , composta por cimento portland + agregados minerais

selecionados + aditivos químicos não tóxicos;

2 - Penetração de cone (ASTM C780/2012):

Penetração de cone medida = 58 mm

Tabela 2 - Resumo dos resultados de penetração de cone obtidos no estudo de ANGELIM

(2000):

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Segundo os resultados do ensaio, a argamassa se comportou se encontra no intervalo entre

plástica e fluída.

3 - Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão (NBR 13279/2005):

Tabela 3 - Dados dos corpos de prova no ensaio da resistência à tração na flexão e à

compressão:

CP Comp.(mm)

Larg.

(mm) Alt. (mm) Massa (g)

Dens. Ap.

(Kg/m³)

1 160,53 40,15 40,37 401,20 1541.9

2 160,54 40,15 41,43 391,31 1465,3

3 160,35 40,32 41,65 412,22 1532,7

Média 1513,3

Tabela 4 – Para cálculo da resistência à tração na flexão de prisma (16mm x 40mm x 40mm): Ensaiado aos 7 dias.

CP Carga (Ft) em N Rf (Mpa)

1 200 0,46

2 250 0,57

3 260 0,59

Média 0,54

Tabela 5 – Para cálculo da resistência à compressão de cubos (40mm x 40mm):

Ensaiado aos 7 dias.

CP Carga(Fc) em N Rc (Mpa)

1 1940 1,21

2 1830 1,14

3 1820 1,14

4 1690 1,06

5 1440 0,90

6 2070 1,29

Média 1,12

Tabela 6 – Requisitos da Norma NBR 13281/2005:

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Onde:

P = Resistência à compressão (NBR 13279)

M = Densidade de massa aparente no estado endurecido (NBR 13280)

R = Resistência à tração na flexão (NBR 13279)

C = Coeficiente de capilaridade (NBR 15259)

D = Densidade de massa no estado fresco (NBR 13278)

U = Retenção de água (NBR 13277)

A = Resistência potencial de aderência à tração (NBR 15258)

3 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Nos dias 9 e 16 de junho de 2013 foi realizada a aula de Materiais Experimental com a

intenção de se determinar a consistência da argamassa e a sua resistência à tração na flexão e

à compressão. Com isso, foram realizados ensaios em que a determinação do índice de

consistência permitiu saber que a argamassa ensaiada possuía trabalhabilidade classificada no

intervalo entre plástica e fluida, sendo considerada como fluida no final pela analise do

técnico acompanhando o ensaio.

Com o ensaio de penetração de cone, a argamassa ensaiada seria pouco plástica, pois

estava abaixo da tabela da norma. Porém, de acordo com os ensaios visuais realizados no

laboratório pode-se perceber que ela aparenta ser plástica. O saco de argamassa utilizado para

realizar os ensaios não apresentava qual era a sua densidade aparente no estado endurecido.

Com isso, de acordo com os resultados obtidos nos ensaios experimentalmente, a

argamassa seria classificada com M4, pois a média dos resultados foi igual a 1513,3Kg/m3.

Além da densidade aparente, o saco de argamassa também não apresentava o valor de

resistência à tração na flexão. Apesar disso, de acordo com os ensaios feitos em sala de aula, a

argamassa seria classificada como R1, pois apresentou média dos corpos de prova igual a

0,54Mpa. Nos ensaios, apresentou resultados que a classificariam como P1, pois a média

encontrada dos seis cubos foi igual a 1,12 MPa. Apesar de estar inferior aos valores

determinados pela norma, o ensaio foi realizado com apenas sete dias após a moldagem dos

corpos de prova, não sendo o tempo recomendado para realizar a averiguação.

Depois desses ensaios realizados, foi-se possível perceber que a argamassa industrial é

mais certeira em termos de dosagem, pois seguindo as instruções do fabricante de maneira

correta, pode-se fazer uma argamassa com qualidade, segurança e sem gastar muito. A

produzida no canteiro de obras pode-se ser feita sem a mínima supervisão de qualidade, o que

pode prejudicar o funcionamento de precisão da obra. Porém, mesmo com toda a precisão

possível, a industrializada não fornece algumas informações importantes para alguns ensaios

para que o controle de recebimento seja feito de maneira correta.

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3.2 APRENDIZAGEM

Após o ensaio realizado em laboratório com a argamassa é possível perceber que seu

preparo adequado e correto tempo para ganho de resistência vai influenciar muito em suas

características. A averiguação da qualidade da mistura pode ser parcialmente feita por meio

de uma analise visual de sua textura e aparência do material. A prática laboratorial cria o

contato real com as características do material caso o procedimento seja seguido de forma

correta ou de forma falha. A avaliação dos corpos de prova após setes dias demonstrou que o

tempo afeta muito a resistência do material, visto que o corpo de prova ensaiado após 28 dias

resistiu ao dobro da carga. Nota-se a importância do controle dos procedimentos para se evitar

uma variação grande entre um corpo de prova para outro. Concluindo-se que é indispensável

à realização dos ensaios de verificação da conformidade do material.

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REFERÊNCIAS

NBR 13276/2022 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - Preparo

da mistura e determinação do índice de consistência

NBR 14081/2012 – Argamassa colante industrializada para assentamento de placas

cerâmicas

Parte 1: Requisitos

NBR 14081/2012 – Argamassa colante industrializada para assentamento de placas

cerâmicas

Parte 2: Execução do substrato-padrão e aplicação da argamassa para ensaios

NBR 13528/2010 – Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas -

Determinação da resistência de aderência à tração

NBR 15259/2005 – Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos -

Determinação da absorção de água por capilaridade e do coeficiente de capilaridade

NBR 13281 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos requisitos

ASTM C 780 - Standard Test Method for Preconstruction and Construction Evaluation of

Mortars for Plain and Reinforced Unit Masonry

NM 47/2002 - Concreto - Determinação do teor de ar em concreto fresco - Método

pressométrico

NBR 13279/2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos -

Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão

http://www.argamassabrasil.com.br/

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APÊNDICE

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