23
Introdução Este é um trabalho que baseou-se na experiencia, reflexão e nos conhecimentos adquiridos ao longo de dezenas de aulas de auditoria. Foi também desenvolvido a partir de doutrinas recomendadas e outras desconhecidas com a intenção de ampliar a visão em relação a matéria discutida durante a cadeira de auditoria, contribuindo assim, para a clarificação de ideias e conceitos, identificação de caminhos, linhas de acção e tendências para a função da auditoria. O trabalho irá trazer uma síntese de alguns temas já prendidos e alguns não. São matéria deste trabalho os temas relacionados com, Normas da auditoria, técnicas, planificação, evidencias, papéis de trabalho e programa de auditoria. 1

Auditoria (Normas)

Embed Size (px)

Citation preview

IntroduçãoEste é um trabalho que baseou-se na experiencia,

reflexão e nos conhecimentos adquiridos ao longo de

dezenas de aulas de auditoria. Foi também desenvolvido

a partir de doutrinas recomendadas e outras

desconhecidas com a intenção de ampliar a visão em

relação a matéria discutida durante a cadeira de

auditoria, contribuindo assim, para a clarificação de

ideias e conceitos, identificação de caminhos, linhas

de acção e tendências para a função da auditoria. O

trabalho irá trazer uma síntese de alguns temas já

prendidos e alguns não. São matéria deste trabalho os

temas relacionados com, Normas da auditoria, técnicas,

planificação, evidencias, papéis de trabalho e programa

de auditoria.

1

NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR EXTERNO INDEPENDENTENo exercício de suas funções, o auditor deve observardeterminadas normas profissionais estabelecidas eaprovadas pelas entidades responsáveis pela regulação efiscalização da actividade. Martins de Oliveira (2001),apresenta algumas normas estabelecidas por uma entidadebrasileira, o Conselho Federal de Contabilidade, quesão elas as seguintes:

Competência técnico-profissionalO auditor na função de auditor independente, devemanter seu nível de competência profissional peloconhecimento actualizado dos Princípios Fundamentais decontabilidade, das técnicas contáveis, especialmente naárea auditoria, da legislação inerente á profissão, dosconceitos e técnicas administrativas e da legislaçãoespecífica aplicada à entidade auditada. Antes deaceitar o trabalho, o auditor deve obter conhecimentopreliminar da actividade da entidade auditada, medianteavaliação, com a administração, estrutura

2

organizacional, da complexidade das operações e do graude exigência requerido para a realização do trabalho deauditoria, de modo a poder avaliar se está capacitado aassumir a responsabilidade pelo trabalho a serrealizado.

IndependênciaO auditor deve ser independente, não podendo deixar-seinfluenciar por factores estranhos, por preconceitos ouquaisquer outros elementos materiais ou afectivos queresultem em perda, efectiva ou aparente, de suaindependência. É proibido de executar trabalho deauditoria independente, o auditor que no período que serefere a auditoria ou durante a sua execução dosserviços, em relação a entidade auditada tenha:

Vínculo de parentesco consanguíneo em linha rectacom administradores, accionistas, sócios ouempregados da entidade;

Relação de trabalho como empregado, administradorou colaborador assalariado, ainda que esta relaçãotenha sido indirecta nos dois últimos anos;

Interesse financeiro directo, imediato, ousubstancial interesse financeiro indirecto;

O auditor deve recusar o trabalho ou renunciar à funçãona ocorrência de qualquer das hipóteses de conflitos deinteresses previstos nos itens anteriores.

Responsabilidade do auditor na execução dos trabalhosO auditor deve aplicar o máximo de cuidado e zelo narealização dos trabalhos e na exposição de suasconclusões. Ao opinar sobre as demonstrações contáveis,ele deve ser imparcial. O exame das demonstraçõesfinanceiras não por objectivo precípuo a descoberta defraudes. Todavia, o auditor independente deve

3

considerar a possibilidade de sua ocorrência.

HonoráriosO auditor deve estabelecer e documentar seus honoráriosmediante avaliação dos serviços, considerando osseguintes factores:

Relevância, vulto, complexidade do serviço e custode serviço a executar;

Número de horas estimadas para a realização dosserviços;

Peculiaridade de se tratar de cliente eventual,habitual ou permanente;

Qualificação técnica dos clientes que irãoparticipar da execução dos serviços;

O lugar onde os serviços que serão prestados.Os honorários deverão contar de carta-proposta oudocumento equivalente, elaborados antes do início daexecução do trabalho que também contenha:

A descrição dos serviços a serem realizados,inclusive referencia às leis e regulamentosaplicáveis ao caso;

O prazo estimado para realização dos serviços; Os relatórios a serem emitidos; As condições de pagamento dos honorários.

Guarda da documentaçãoO auditor, para fins de fiscalização do exercícioprofissional, deve conservar a boa guarda, pelo prazode cinco anos, a partir da data da emissão de seuparecer, de toda a documentação, papéis de trabalho,relatórios e pareceres relacionados com os serviçosrealizados.

SigiloO auditor deve respeitar e assegurar o sigilo deve

4

respeitar e assegurar o sigilo relativamente àsinformações obtidas durante seu trabalho na entidadeauditada, não as divulgando, sob nenhuma circunstância,sem autorização expressa da entidade, salvo quandohouver legal de faze-lo.

Responsabilidade pela utilização dos trabalhos doauditor interno A responsabilidade do auditor não será modificada,mesmo quando o contador, na função de auditor interno,contribuir para a realização dos trabalhos.

Responsabilidade pela utilização do trabalho deespecialistasO auditor pode utilizar especialista legalmentehabilitados como forma de contribuir para a realizaçãode seu trabalho, mantendo integral sua responsabilidadeprofissional.

Informações anuais dos conselhos regionais decontabilidadeQuando solicitado, o auditor deve disponibilizar efornecer, no prazo de 30 dias, a relação de seusclientes e outras informações necessárias àfiscalização da actividade da auditoria independente.

Educação continuadaO auditor independente, no exercício de sua actividade,deve comprovar a participação em programa de eduçãocontinuada.

Exame de competência profissional O auditor independente, para poder exercer suaactividade, deve submeter-se a exame de competênciaprofissional.

5

NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR INTERNOO Conselho Federal de Contabilidade estabelece asseguintes normas:Competência técnico-profissionalO contador, na sua função de auditor interno, devemanter seu nível de competência profissional peloconhecimento actualizado das normas de contabilidade,das técnicas contáveis, especialmente na área deauditoria, da legislação inerente à profissão, dosconceitos e técnicas administrativas e da legislaçãoaplicável á entidade.

Autonomia profissionalO auditor interno, não obstante sua profissãofuncional, deve preservar sua autonomia profissional.

Responsabilidade do auditor interno na execução dostrabalhosO auditor interno deve ter o máximo de cuidado,imparcialidade e zelo na realização dos trabalhos e naexposição das suas conclusões;A amplitude do auditor interno e sua responsabilidadeestão limitadas pela sua área de actuação;A utilização de equipa técnica supõe razoável segurançade que o trabalho venha a ser executado por pessoas comcapacidade profissional e treinamento requeridos nascircunstâncias;Cabe também ao auditor interno, quando solicitado,prestar assessoria ao conselho fiscal ou órgãosequivalentes.

6

Relacionamento com profissionais de outras áreasO auditor interno pode realizar trabalhos de formacompartilhada com profissionais de outras áreas,situação em que a equipa fará a divisão de tarefassegundo a habilitação técnica e legal de seusparticipantes.

SigiloO auditor interno deve respeitar o sigilo relativamenteàs informações obtidas durante seu trabalho, não asdivulgando para terceiros, sob nenhuma circunstância,sem autorização expressa da entidade em que actua.O dever de manter o sigilo continua depois de terminadoo vínculo empregatíco ou contratual.

Cooperação com o auditor independenteO auditor interno, quando previamente estabelecido coma administração da entidade em que actua, e, no âmbitode planejamento conjunto de trabalho a realizar, deveapresentar seus papéis de trabalho ao auditorindependente e entregar-lhe cópias, quando esteentender necessário.

Qualificação do auditor para os tempos actuais Já não há espaço para o profissional do passado,satisfeito apenas em cumprir as tarefas rotineiras.Actualmente, os conhecimentos exigidos do auditor são:Contabilidade e finanças; auditoria; ciências docomportamento; comunicações; sistemas e equipamentos decomputador; economia; aspectos legais de negócios;processo administrativo e actividades gerências;Métodos quantitativos; Sistemas e métodos.

7

O PROCESSO DE AUDITORIA Qualquer auditoria desenvolve-se em três grandes fases:Planeamento, execução e relato. Segue se uma descriçãodestas fases, bem como as acções complementares doprocesso de auditoria nomeadamente: supervisão,acompanhamento das recomendações e avaliação dedesempenho/qualidade.

O Planejamento das actividades dá-se, basicamente, pormeio de dois documentos: o Plano Anual de Actividadesde Auditoria Interna (PAINT) e Programa de Auditoria(PA). O PAINT trata-se de um planejamento macro deactividades de auditoria interna a serem implementadasno decorrer de um ano na Instituição. Que a Unidade deAuditoria Interna apresentará ao órgão ou à unidade decontrole interno a que estiver jurisdicionada.

O PAINT deverá abordar os seguintes itens: Acções de auditoria interna previstas e seus

objectivos; Acções de desenvolvimento institucional e

capacitação Previstas para o fortalecimento das actividades

do órgão de auditoria Interna.

Programa de Auditoria – PA O programa de auditoria é o objectivo final da fase deplanejamento. Trata-se de um planejamento micro. Oprograma visa definir os meios mais económicos,eficientes e oportunos para se atingir os objectivos daauditoria.

8

Planeamento da Auditoria Ao planear a auditoria, o auditor deve considerar entreoutros, os seguintes aspectos:

As informações relativas á actividade da entidade eao ambiente em que opera, tendo em vista oobjectivo de avaliar os riscos e determinar arelevância dos assuntos a serem auditados;

Normativos legais, estatutários, regulamentos eprincípios contabilísticos aplicáveis à entidade;Principais sistemas e controlos administrativos,avaliando-os previamente para a identificação dosrespectivos pontos fortes e fracos;

Estimativa preliminar dos aspectos significativosda entidade e seus efeitos no exame de auditoria.

O planeamento compreende as seguintes etapas: Revisão da informação compilada sobre a entidade

auditada e sua organização; Análise do risco; Avaliar o risco de auditoria e definir limites de

materialidade; Elaboração do plano de auditoria e o memorando de

planeamento da auditoria.

Revisão da informação compilada sobre a entidade auditada e suaorganização Se estiver perante uma primeira auditoria, torna-senecessário desenvolver um importante trabalho delevantamento preliminar e geral sobre a entidade e suaorganização. O auditor deve obter um amplo conhecimentoda entidade a auditar. Se for a primeira auditoria deveser criada a pasta permanente da entidade a ser auditada.A qual deve conter:

Informação geral sobre a instituição auditada;9

Estatuto orgânico e regulamentos internos; Quadro de pessoal; Descrição da organização (organograma); Planos estratégicos e programas; Legislação específica do Sector; Orçamento Descrições dos sistemas e rotinas de controlo

interno nas áreas de administração e finanças,recursos humanos e planeamento;

Contratos e acordos importantes celebrados pelainstituição;

Relatórios de auditoria interna e externa; Listas sobre contas bancárias; Outros relatórios: avaliação do risco, etc.

No caso de uma auditoria recorrente, a revisão poderáconfinar-se a identificação das eventuais alteraçõesocorridas durante o período em análise. Neste caso seráde grande utilidade consultar:

O plano da auditoria anterior; O relatório da auditoria anterior e o seguimento

dado pela instituição quanto as recomendaçõesformuladas;

O plano e relatórios da auditoria interna.

Análise de risco No processo de uma auditoria à uma entidade a análisede risco é uma parte essencial na fase do planeamentoda auditoria. A análise de risco é feita com base nainformação recolhida sobre a entidade. O auditorinterno deve:

Identificar os processos/áreas/entidades de risco; Medir os riscos em termos de probabilidade e

relevância; Avaliar a gestão de risco da organização;

10

Direccionar a auditoria para as áreas de maiorrisco e dar prioridade a actividades nessas áreas.

Memorando de planeamento O memorando de planeamento deve conter um resumo dasinformações gerais sobre a entidade, os resultados daanálise do risco e um plano de auditoria. Um plano deauditoria deve definir os objectivos da auditoria, oâmbito da auditoria, as metodologias e procedimentos,os recursos necessários em termos de dias úteis detrabalho e a calendarização das actividades.

A Execução da auditoria A avaliação do controlo interno A avaliação do controlo interno deve ser realizadatendo em conta o objectivo e tipo de auditoria. Aavaliação do controlo interno instituída numaorganização integra as seguintes fases metodológicas:

Levantamento e descrição dos sistemas implantados; Confirmação dos sistemas- testes de procedimentos; Identificação dos pontos-chave do controlo e sua

avaliação preliminar; Realização de testes de conformidade; Apreciação do funcionamento do sistema.

Fases da avaliação do controlo interno Levantamento do sistema Para poder avaliar o sistema, o auditor precisa umconhecimento seguro dos sistemas implantados e umacompreensão clara sobre a sua adequação e funcionamento

11

efectivo. Para o efeito, o auditor deve reunir toda ainformação relevante, designadamente a seguinte:

Legislação, regulamentos e Normas internas; Organigramas gerais e analíticos; Identificação de funções, níveis de

responsabilidade e delegação de competências; Manuais de procedimentos; Sistemas administrativos, contabilísticos e

financeiros implantados; Sistema de informação de gestão sobre as

actividades planeadas e realizadas.

Descrição do sistema Em auditoria é fundamental ficar-se com prova-evidência- do trabalho realizado. Existem as seguintesformas de registar um sistema de controlo interno,devendo ser feito de forma clara e objectiva:

Descrições narrativas; Fluxogramas; Mista.

A narrativa consiste numa descrição relativamentedetalhada dos procedimentos e das medidas de controlointerno existentes em cada uma das áreas operacionais aauditar, devendo incluir exemplares dos documentos maisimportantes com ela relacionados.

Um fluxograma é uma representação gráfica com símbolosespecíficos. Na avaliação do controlo interno ofluxograma pode ser utilizada para visualizar osprocessos, funções etc. Por exemplo para compreendercomo funciona o processo de execução de orçamento ouprocessamento de salários. O método dos fluxogramasfacilita a rápida identificação e compreensão do

12

sistema e dos pontos fortes e fracos do controlo. Expõecom grande clareza a situação e funções de cadadepartamento, a responsabilidade dos intervenientes nasoperações, o movimento dos documentos em cada fase doprocesso e a situação dos registos e arquivos. A terceira forma de registar o sistema de controlointerno, a forma mista, significa combinar a descriçãonarrativa com um fluxograma.

Confirmação do SistemaDescrito o sistema, torna-se necessário verificar aconfirmação da informação registada mediante arealização de testes de procedimento que consistem emseleccionar uma operação e acompanhá-la através de todoo circuito. Deverão ser realizados testes deprocedimentos a todas as operações consideradasrelevantes tendo em conta os objectivos previamentedefinidos.

Identificação dos pontos-chave de controlo e avaliação preliminar Quando o auditor dispuser de um conhecimento seguro dosistema estará em condições de fazer uma avaliaçãopreliminar da sua adequação, recorrendo para o efeito atestes de conformidade. Os testes de conformidade destinam-se a confirmar se osistema de controlo interno descrito é consideradoadequado e se funciona efectivamente e de modo uniformeao longo de todo o período da análise. Consistem,normalmente, na realização de observações, exames deevidência e reexeclusões, a fim de tirar uma conclusãodo tipo “sim” ou “não” – o controlo-chave é cumprido- edeterminar a frequência com que o procedimento decontrolo não ocorreu (taxa de erro ou desvio).

13

Apreciação do funcionamento do sistema Além dos aspectos atrás referidos, que podemos designarpor avaliação quantitativa na apreciação dofuncionamento do sistema, também é necessário ter emconsideração a natureza e a causa de erros – avaliaçãoqualitativa, nomeadamente para verificar:

Se os erros detectados são independentes entre siou se há alguma ligação entre eles. Por exemploapontam para um determinado empregado, só ocorremem determinadas circunstâncias, etc.;

Se os erros são intencionais, motivados pornegligência ou má compreensão de instruções;

Se os erros são sistemáticos ou não, etc. Feita a avaliação do sistema de controlo interno, oauditor está em condições de determinar a maior oumenor extensão dos testes substantivos de auditoria arealizar subsequentemente.

EVIDÊNCIAUma parte importante do trabalho do auditor consiste emobter evidência de auditoria para poder fundamentar assuas conclusões. Uma vez que raramente se analisamtodas as informações acerca da entidade auditada, éessencial que as técnicas de compilação de dados e deamostragem sejam cuidadosamente escolhidas e sejamsuficientes para detectar adequadamente todos os errose irregularidades materialmente relevantes. Osauditores devem documentar adequadamente as informaçõesprobatórias em papéis de trabalho.

Classes de evidência Segundo a fonte de obtenção, a evidência de auditoriapode ser classificada em:

14

Física Documental Analítica Confirmações

Evidência física A evidência física obtém-se mediante a inspecção ouobservação directa. A inspecção efectua-serelativamente a determinados bens do activo. Ainspecção de activos tangíveis proporciona evidênciasobre a sua existência, mas não sobre sua propriedade.A evidência física deverá ser documentada sob a formade memorandos, resumindo os assuntos inspeccionados ouobservados em mapas, gráficos, fotografias ou amostrasreais.

Evidência documental A evidência documental consiste no exame de registoscontabilísticos, contratos, cartas, facturas, etc. Oexame destes registos e documentos proporcionadistintos graus de evidência segundo a natureza dafonte e a eficácia dos controlos internos. As trêscategorias mais importantes de evidência documental queproporcionam o auditor distintos graus de confiança sãoa:

Produzida e mantida pela entidade; Produzida por terceiros e em poder da entidade; Produzida e mantida por terceiros.

Evidência analíticaConsiste em cálculos, comparações, estudo de índices etendências, assim como a investigação de variações etransacções não habituais.

15

Requisitos de evidência Em poucas situações poderá o auditor ter certezaabsoluta sobre a correcção ou exactidão da informaçãoauditada. Contudo, precisa de ter um a evidênciaadequada pertinente e razoável para fundamentar a suaavaliação e a conclusão a que chegou após a realizaçãodos testes de auditoria. Isto é, o auditor deve reunirevidência suficiente. Uma evidência suficiente deve permitirque terceiras pessoas cheguem às mesmas conclusões aque o auditor chegará.

PAPÉIS DE TRABALHOTodos os passos e etapas da auditoria devem sercuidadosa e adequadamente documentados, bem como osresultados das observações efectuadas e as conclusõesextraídas- Essa documentação, preparada ou obtida peloauditor, é colectivamente designada por papéis detrabalho, e constitui o elo de ligação entre o trabalhode campo e o relatório de auditoria. Os auditoresdeverão registar a informação relevante parafundamentar as conclusões e os resultados do trabalho.Os papéis de trabalho servem para:

Fornecer o suporte principal para o relatório deauditoria;

Ajudar no planeamento, realização e revisão dasauditorias;

Facilitar revisões por terceiros; Fornecer uma base para o controlo de qualidade das

auditorias; Fornecer suporte em circunstâncias tais como

reclamações de seguros, casos de fraude e acçõesjudiciais;

Ajudar no desenvolvimento profissional dosauditores;

Demonstrar o cumprimento das Normas de Auditoria.

Os papéis de trabalho deverão ser:

16

Completos e exactos, de forma a poderem documentar osfactos comprovados, as avaliações e conclusões emostrar a natureza e alcance do trabalho; Claros, compreensíveis e detalhados, de forma a nãonecessitarem de esclarecimentos adicionais para acompreensão da sua finalidade, fontes, natureza esuficiência do trabalho realizado e pertinência dasconclusões; Relevantes, de modo a que somente incluam assuntos deimportância para os objectivos da auditoria. Existemalgumas técnicas típicas na preparação de papéis detrabalho. Cada papel de trabalho deve conter: Cabeçalho: Que incluíra o nome da entidade pública

auditada, o exercício económico, a codificação e

referência do papel de trabalho e uma breve descrição

do seu conteúdo;

Identificação: Iniciais dos auditores responsáveis pela

sua elaboração e revisão, data de realização e

assinaturas;

Fonte: Indicação da maneira como a informação foi

obtida, com referência aos documentos base e às pessoas

que a facilitaram;

Explicação: Comentários ao trabalho realizado,

assinalando os objectivos prosseguidos e as provas

levadas a cabo para sua consecução;

17

Referências: Indicação das folhas de trabalho relacionada,

de acordo com um sistema de referências cruzadas que

permita a sua revisão;

Alcance do trabalho: Indicação da unidade usada para as

quantias e valores, tamanho das amostras e a forma da

sua obtenção;

Informação geral: Sobre problemas deparados, deficiências

encontradas, aspectos a aprofundar em auditorias

posteriores, alterações a introduzir ao programa de

trabalho etc.;

Conclusões: Exposição sucinta dos resultados obtidos e

opinião final sobre o trabalho, uma vez finalizado.

TÉCNICASTécnica de auditoria é a ferramenta operacionalutilizada pela Auditoria Interna na realização de seutrabalho. São várias as técnicas de auditoria, dentreelas, destacam-se:

Análise documental; Conferência de cálculos; Indagação escrita (questionário) ou oral

(entrevista); Circularização (confirmação externa); Exame de registos e sistemas; Verificação física (observação de activos); Observação; Triangulação; Rastreamento; Fotografia; Cinematografia, etc.

18

Técnicas de Entrevista Um método que o auditor interno pode empregar com oobjectivo de obter informação sobre a entidade auditadae sobre as rotinas de controlo interno é através deentrevistas.

Entrevista estruturada - é uma entrevista com perguntaspredeterminadas, seguindo um roteiro preestabelecido eaplicada a pessoas seleccionadas. A entrevistaestruturada possibilita comparações e permite maiorcontrolo sobre a qualidade dos dados colectados. Entrevista aberta – A entrevista aberta é umaentrevista onde não tem respostas pré-definidas.O entrevistador introduz o tema e o entrevistado temliberdade de analisar e discutir a tema. É uma forma deexplorar uma questão mais amplamente. Entrevista semi-estruturada – Este tipo de entrevistacombina perguntas abertas e fechadas.

Técnicas de AmostragemDurante a fase de planeamento tem de ser decidido ométodo de amostragem a ser aplicado: Amostra estatística – A amostra em que a determinaçãodo tamanho da amostra, a selecção dos itens que aintegram e a avaliação dos resultados se fazem pormétodos matemáticos, baseados nos cálculos dasprobabilidades.

Amostra não estatística – A amostra que é baseada numcritério subjectivo, tal como um análise de risco, e nojuízo profissional. Também é chamada de apreciação oude julgamento.

19

ConclusãoA partir deste trabalho foi possível reter que aAuditoria é um processo pelo qual uma empresa sesubmete para avaliar como está a utilização de seusrecursos e como melhorá-los. E sendo a auditoria umprocesso, existem vários passos a que se deve respeitarpara uma excelente auditoria, são eles os tais, aplanificação, que é o processo pelo qual prepara-se aauditoria, colocando a disposição todos elementos queserão necessários para o início de uma auditoria, aexecução, que é a materialização da actividade daauditoria, o que posteriormente culmina com a emissãode relatórios e pareceres acerca da situação encontradana entidade auditada. Neste processo é necessário o usode alguns instrumentos e procedimento para auxiliar notrabalho, tais como os papéis de trabalho, asevidencias e respeitar a normas de auditoriauniversalmente aceites.

20

BibliografiaOliveira, Luís Martins de, eat al, Curso Básico deAuditoria, 2a ed., Atlas editora, 2008.Marques, Madeira, Auditoria e Gestão, 1a. ed., EditorialPresença, Lisboa, 1997.Costa, Carlos Batista da, Auditoria financeira (teoriae pratica), 7a ed., editora Rei dos Livros, Lisboa,2000.MINISTÉRIO DAS FINANÇAS, Manual Básico de Auditoria Interna: Inspecção-Geral de Finanças, Moçambique.Universidade Federal de Pelotas – UFPel, Manual de Auditoria Interna, Julho 2011, Brasil.

21

ÍndiceIntrodução............................................1NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR EXTERNO INDEPENDENTE. .2NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR INTERNO...............4O PROCESSO DE AUDITORIA...............................5Planeamento da Auditoria.............................6A Execução da auditoria..............................8

EVIDÊNCIA............................................10Classes de evidência.....................................10Requisitos de evidência...................................11

22

PAPÉIS DE TRABALHO.....................................11TÉCNICAS.............................................12

Técnicas de Entrevista....................................13Técnicas de Amostragem.................................13

Conclusão............................................14Bibliografia.........................................15

23