Walker Travels Magazine | 08 | Quirguistão

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O símbolo da bandeira é a janela pela qual os nômades quirguizes enxergam o universo. É o centro de suas “yurtas”. Ao redor brilha o sol e, em noites de lua, é por ali que entra a luz que ilumina seus corpos dormidos sobre tapetes coloridos. Ao redor latem seus cães e ruminam suas cabras. O ouvido perto da terra escuta os passos firmes de seus cavalos que, fiéis, não abandonam os donos. Recebem ainda os viajantes como se fossem hóspedes e os tratam com esmero e dignidade. Sim, ainda existem lugares assim no mundo.

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NAS ALTURAS DO

QUIRGUISTÃO

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edição, diagramaçãofotos e textos

edson walkerrevisão ortográfica

tânia ottonisetembro 2013

O símbolo da bandeira é a janela pela qual os nômades quirguizes enxergam o universo. É o centro de suas “yurtas”. Ao redor brilha o sol e, em noites de lua, é por ali que entra a luz que ilumina seus corpos dormidos sobre tapetes co-loridos.

Ao redor latem seus cães e ruminam suas ca-bras. O ouvido perto da terra escuta os passos firmes de seus cavalos que, fiéis, não abandonam os donos. Recebem ainda os viajantes como se fossem hóspedes e os tratam com esmero e dignidade. Sim, ainda existem lugares assim no mundo.

Mas não é fácil. As latrinas são malcheirosas. Banhos são raros. As estradas esburacadas. A comida não é aquela da mamãe e a sobreme-sa um copo de leite de égua fermentado. Mas a experiência vale a pena e em muitos momentos você vai encantar-se com o novo e genuíno. No alto da montanha, em noite de lua nova, você vai ter a sensação de estar flutuando em plena via láctea.

festival de libélulas

bishkek quirguistão

pinturas rupestres urbanas

bishkek quirguistão

tiozinho da carona

vila de tolok quirguistão

amigos da estrada

vila de tolok quirguistão

crianças quirguizes

vila de tolok quirguistão

hellow tio barbudo

vila de tolok quirguistão

a simpática samira colhendo aveia

vila de tolok quirguistão

preparando o feno para o inverno

vila de tolok quirguistão

reflexos do pôr do sol

vila de tolok quirguistão

pôr do sol

vila de tolok quirguistão

pôr do sol

vila de tolok quirguistão

pôr do sol e mesquita

vila de tolok quirguistão

com medo das visitas

vila de tolok quirguistão

Dizem que aproximadamente 75% da super-fície do país são cobertos por montanhas. Cada uma mais linda do que a outra, mas viajar por aqui é realmente um sobe e desde quase interminável. Vira para a esquerda. Vira para a direita. Aperta daqui. Aperta dali. Desvia do buraco. Atravessa o rio. Pega um atalho. Não é nada confortável, mas... é sempre muito lindo.

Saí da capital Bisqueque com dois amigos paquistaneses e uma amiga polonesa. Deci-dimos ir juntos até um lago chamado Son, que fica a mais de 3000 m de altura e uns 400 km da capital. Diziam que era um des-ses lugares isolados do mundo onde nem mesmo celulares funcionam e a estrada asfaltada termina a muitos quilômetros do lugar. Era bem aonde eu queria ir e ficar alguns dias, na natureza, sem me preocu-par com nada, nem mesmo com a guerra iminente na Síria.

Só que o desafio era chegar lá de carona em um grupo de 4 pessoas. O que pare-cia ser difícil acabou sendo uma das melho-res experiências dessa viagem. Muito bom ter mais tempo para conhecer pessoas de diferentes culturas e aprender a traba-lhar em equipe. Fomos aos poucos conse-guindo as nossas caronas. A maioria dos carros que paravam eram táxis fazendo

transporte de locais e turistas, já que o país não possui um bom sistema público de transporte. É realmente um desafio con-seguir se locomover sem pagar nada num país tão turístico quanto esse, mas sempre encontramos pessoas dispostas a ajudar.

anfitriã

Conhecemos assim pessoas muito diverti-das e tivemos que nos esforçar para con-seguir utilizar todo o pouco de russo e quirguiz que havíamos aprendido. Mas éramos entendidos. Bom, muitas vezes tínhamos essa impressão para logo mais tarde ter certeza de que não havíamos entendido nada. Fazíamos questão pelo menos de sempre deixar claro que está-vamos querendo carona, e de graça. Um dos motoristas recebeu uma liga-ção e fez a volta. Parou alguns quilôme-tros adiante num restaurante abandonado na beira da estrada. Saiu do carro e foi conversar com alguns rapazes sentados embaixo de uma sombra. Atitude meio suspeita, mas antes que ficássemos preo-cupados, um dos paquistaneses falou que não era nada, ele só havia parado para comprar maconha. “Confie em mim”, ele disse sorrindo. “Eu entendo dessas coi-sas”. Depois de 2 minutos o senhor volta para o carro e mostra para nós o pacotinho de plástico com a erva verde dentro dele. Era o aniversário do Jaffar e ele queria pro-var. O motorista, depois que entendeu os gestos que ele fazia, parou o carro na beira da estrada uns quilômetros adiante, entre umas árvores, e começou a enrolar o base-ado passando para ele. Ele ria como uma

criança e parecia estar passando um dos seus mais divertidos aniversários da vida. Pelo que me dizia, no Paquistão o álcool é proibido e difícil de achar, mas a erva é amplamente consumida por muita gente. Mais um desses paradoxos do controle do estado através de ideias religiosas.

continua >>

vila de tolok quirguistão

No final do dia ficamos encalhados por horas numa pequena e simpática vila tentando evi-tar o bêbado mais chato de todas as minhas viagens. Estava começando a escurecer e resolvemos procurar um lugar para pas-sar a noite. E o bêbado lá, ao nosso redor, querendo até já arrumar confusão. Nisso chega uma senhora que nos leva para sua casa, onde nos daria um quarto e jantar em troca de uns R$14,00 de cada um. Oferta mais do que justa e simpática que aceita-mos imediatamente. E o bêbado resolveu nos acompanhar e quanto já tentava invadir o terreiro da senhora, ela pega um pedaço de pau e começa a dar nele sem piedade! Pensamos até em ajudá-la, mas ela pare-cia estar tomando conta sozinha da situa-ção. Ele ficou ainda lá por alguns minutos reclamando, ela o ameaçando de dar mais algumas pauladas e ele finalmente resolve ir embora.

Na manhã seguinte conseguimos rapida-mente a última carona até o tão sonhado lago. Subimos felizes na carroceria de um caminhão utilizado para puxar animais na região. Na metade do caminho eles param e começam a carregar uma vaca que estava sendo puxada num trailer por um carro de passeio. A vaca é amarrada lá em cima ao nosso lado e começa a se movimentar de

um lado para outro. Ficamos lá tentando nos desviar e proteger nossas mochilas da pontaria da vaca assustada.

jantar à luz de lampião

Chegamos finalmente ao tão sonhado lago. Uma planície com belíssimas montanhas ao redor e o imenso lago ao centro com sua cor azul escura. Algumas famílias de nôma-des vivem ali durante o verão em suas “yur-tas”. Ao redor, centenas de ovelhas, vacas e cavalos pastam livremente enquanto pasto-res montados em belíssimos cavalos circu-lam pela planície. Ficamos hospedados na casa de uma dessas famílias que hospedam turistas. A mulher tratava-nos com tanto carinho e dedicação que fazia até com que nos sentíssemos hospedes e não clientes. Para o café da manhã servia sempre chá com leite, pão caseiro, nata fresca e geleia de damascos feita por ela mesma. Ao anoi-tecer reuniam os animais ao redor da “yurta” para a ordenha e depois ela preparava o nosso jantar. Ao final de cada refeição havia sempre a opção de beber o “qumus”, uma das bebidas mais tradicionais do Quirguis-tão: leite de égua fermentado. Um japonês que dividia a “yurta” com a gente era um grande entusiasta da bebida, mas eu sin-ceramente preferia repetir mais uma dose de chá. Já experimentei muitas variações dessa bebida durante os meus últimos anos de viagens pela Ásia.

son kul quirguistão

vales e montanhas

son kul quirguistão

vales e montanhas

son kul quirguistão

vales e montanhas

son kul quirguistão

vales e montanhas

son kul quirguistão

trailer de nômades

son kul quirguistão

vida nômade

son kul quirguistão

pia nômade

son kul quirguistão

fogão nômade e animais de guarda

son kul quirguistão

beleza e estilo dos cavalos quirguizes

son kul quirguistão

detalhe interno de yurta

son kul quirguistão

mercado improvisado em yurta

son kul quirguistão

futuras amazonas

son kul quirguistão

caminhos de liberdade

son kul quirguistão

acampamento nômade

son kul quirguistão

ordenha das karovas

son kul quirguistão

gang signs

son kul quirguistão

azul quirguiz

son kul quirguistão

pinturas naturais

son kul quirguistão

pastores solitários

son kul quirguistão

estradas improváveis

tolok quirguistão

cercas improvisadas

narin quirguistão

a arquitetura do improviso

narin quirguistão

parada para a vodka com os amigos

kazarman quirguistão

marco polo

kazarman quirguistão

antiga frota da aeroflot russa

kazarman quirguistão

money, money!

kazarman quirguistão

cavalos celestiais

kazarman quirguistão

cavalos celestiais

kazarman quirguistão

montanhas na rota da seda

kazarman quirguistão

montanhas na rota da seda

kazarman quirguistão

montanhas na rota da seda

kazarman quirguistão

vila quirguiz com a cordilheira pamir ao fundo

vila quirguiz com a cordilheira pamir ao fundo sarytash quirguistão

passado abandonado

passado abandonado sarytash quirguistão

camadas de história

camadas de história sarytash quirguistão

apaixonadas por fotografia

apaixonadas por fotografia sarytash quirguistão

bêbados de plantão

bêbados de plantão sarytash quirguistão

cuidado crianças

cuidado crianças sarytash quirguistão

pequenos pastores

pequenos pastores sarytash quirguistão

antiga rota da seda

antiga rota da seda sarytash quirguistão

feno para o inverno

feno para o inverno sarytash quirguistão

detalhes

detalhes sarytash quirguistão

vladimir ilitch lenin

vladimir ilitch lenin sarytash quirguistão

vista da hospedaria

vista da hospedaria sarytash quirguistão

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