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REVISTA DE VIAGENS PRODUZIDA POR EDSON WALKER IRÃ

Walker Travels Magazine | 10 | Irã

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“Irã? Mas não é perigoso lá?” Não, não é. E você até pode pensar que estou escrevendo isso como uma provocação, mas... além de tudo, é um dos países mais seguros que já conheci. Assim como você talvez tenha uma imagem de um país perigoso, eles também acreditam que o “Bersil” é um paraíso.

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REVISTA DE VIAGENS PRODUZIDA POREDSON WALKER

IRÃ

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edição, diagramaçãofotos e textos

edson walkerrevisão ortográfica

tânia ottonidezembro 2013

“Irã? Mas não é perigoso lá?” Não, não é. E você até pode pensar que estou escrevendo isso como uma provocação, mas... além de tudo, é um dos países mais seguros que já conheci. Assim como você talvez tenha uma imagem de um país peri-goso, eles também acreditam que o “Bersil” é um paraíso.

Por isso que viajar é preciso! Tira em primeiro lu-gar a arrogância que nos faz sermos conhecedo-res de coisas baseados apenas em manchetes de jornal. Irã, um país de belezas naturais e arquitetô-nicas impressionantes, mas é seu povo que acaba lhe conquistando. Gentis, inteligentes e hospita-leiros. Essa foi aliás a única reclamação que já ouvi de outros viajantes sobre os iranianos: excesso de hospitalidade. É “Mister Walker” pra cá e pra lá que até cansa.

No entanto, é duro ver mulheres cobertas por panos negros nas ruas. Mas aos poucos elas vão vencendo as restrições impostas pelo governo. Vi-ve-se no Irã duas vidas: uma dentro e outra fora de casa. Por isso é difícil fazer qualquer tipo de jul-gamento sem antes entrar em suas casas. E estas estão sempre abertas para quem vier em paz. A curiosidade é recíproca e verdadeira.

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detalhe no palácio golestan

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teerã irã

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palácio golestan

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palácio golestan

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teerã irã

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à espera da copa do mundo

O ano dessa história é 1392 e começa no décimo primeiro dia do Muharram, pri-meiro mês do calendário islâmico. É uma sexta-feira e o clima nas ruas das cidades é de domingo. A fronteira estava fechada no dia anterior por causa do feriado onde os chiitas, maioria muçulmana no Irã, res-peitam o dia de luto chamado Ashura, em memória do assassinato do Imã Hussein ibn Ali, neto de Maomé. Este é o marco que acabou dividindo para sempre os muçul-manos entre chiitas e sunitas. E o san-gue vem sendo derramado desde então. Espero pacientemente na fila da imigra-ção. Um senhor gentil me pega pelo braço e me leva até o início da fila. Apresenta-se e diz ser um tal de inspetor do governo: “Não precisamos esperar na fila como todos os outros”. Olho para as pessoas humildes da fila, a maioria mulheres que moram no Azer-baijão e fazem compras no Irã para revender em suas cidades, e me sinto mal por aquela mentalidade do meu novo amigo inspetor. Já na cidade iraniana de Astara, meu amigo Nourouz me leva para comprar pão fresco numa padaria. Saímos de lá segurando nossos pães ainda quentes e fomos esperar o táxi que nos levaria até o ônibus de um de seus amigos que estava indo até Teerã, capital do Irã. Esperamos num pequeno restaurante ao lado da estrada e o ônibus

chegou em alguns minutos. Todo mundo muito simpático comigo; logo já estava me sentindo à vontade e confiante de que não estava entrando em nenhuma rou-bada. Estava sem dinheiro iraniano, o Rial, e consegui pagar com os últimos 3 dólares que tinha trocado. O cobrador não queria

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rasht irã

aceitar o dinheiro mas, depois de muita insistência minha, ele acabou cedendo. Havia decidido parar antes na cidade de Rasht, que fica mais ou menos na metade do caminho entre Astara e Teerã. O norte do país, ao redor do mar Cáspio, é muito verde e úmido. Lugar perfeito para o cul-tivo do kiwi, que era possível ver ao redor da rodovia. Depois de algumas horas, paramos numa pequena rodoviária, num trevo de acesso à cidade de Rasht. Pensava que era apenas uma parada para lanche, mas logo vi o cobrador retirando minha mochila do bagageiro e fazendo sinal para segui-lo. Conversou com um taxista e foi colocando minha mochila no táxi coletivo, enquanto pagava a minha pas-sagem. Tudo isso muito rápido, e eu nem ainda sabia direito o que estava aconte-cendo. Meu amigo Nourouz me explicou então que o táxi iria me levar até o centro da cidade, que ficava a uns 15 minutos dali. O cobrador do ônibus se despediu e eu mal tinha palavras para agradecer-lhe. Chegando a Rasht vi logo que tudo estava fechado. Era como uma tarde de domingo no Brasil. Bancos e casas de câmbio fecha-das e eu sem nenhum Rial no bolso. Aqui no Irã, por causa do embargo americano, os cartões de crédito internacionais não fun-cionam. O viajante precisa trazer dinheiro em dólar e trocar aqui mesmo por Rials.

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Quando havia perdido a esperança de poder trocar dinheiro, passei apenas a procurar um hotel, pois isso pelo menos eu poderia pagar no dia seguinte. Um senhor me indi-cou um lugar e foi logo parando um taxi

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sahar, apaixonada pelo brasil

para me levar até lá. Expliquei para ele que eu iria andando, pois não tinha dinheiro. Demorou um pouco para ele entender mas, assim que o fez, foi logo pagando o taxista e dando instruções para onde me levar. Achei finalmente um hotel barato no final da tarde, no centro da cidade. As ruas agora estavam cheias de pessoas pas-seando e fazendo compras. Saí para dar uma volta, com a fome já apertando. Ten-tei perguntar a várias pessoas e em lojas se eu poderia encontrar algum lugar para trocar alguns dólares. Ninguém podia me ajudar. Entrei numa pizzaria e perguntei se podia pagar em dólares e o proprietá-rio, um sujeito com uma expressão muito amável, me levou para a frente onde algu-mas pessoas vendiam livros na rua. Um jovem e outro senhor falavam um pouco de inglês. “Você não precisa trocar dóla-res, pois hoje você será o nosso convi-dado”. O jovem, Moein, entrou comigo na pizzaria e me fez escolher uma das pizzas do cardápio e fez o pedido. Tudo acon-teceu de uma forma tão natural que era impossível não aceitar a sua generosidade. Enquanto esperava a pizza, Moein voltou para conversar um pouco comigo. Havia um amigo dele que chegaria em breve, que sabia falar francês, e me esperaria lá

fora para conversar. Na TV passavam cenas de centenas de homens em uma mesquita de Teerã que se flagelavam usando corren-tes amarradas a um cabo. Todos seguiam o mesmo ritmo, primeiro o lado direito das costas e depois o esquerdo. Todos demostrando a dor do luto que os chiitas sentem pelo neto assassinado de Maomé.

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teerã irã

Alguns chegam até a flagelar-se desfe-rindo golpes de espadas na cabeça. E eu lá pensando: “Nossa! Estou mesmo no Irã!” Comi a pizza e fui lá fora conversar com Moein. Estava lá seu amigo que falava fran-cês e conversamos um pouco. Moein me mostrou um livro: “Macbeth”, de Shakes-peare, traduzido para o farsi, língua falada no Irã, e com o original em inglês. “Este é um presente para você”, me falou com um sorriso. “Como assim?! Hospitalidade tam-bém deve ter limites”, eu pensava. Tentei insistentemente não aceitar o presente, mas desisti quando vi que o livro já estava até com dedicatória e tudo. O que fazer? A única coisa que lhe resta é colocar a mão direita no coração e dizer “teshekur”. E este é apenas o primeiro dia no Irã. Nem vai dar tempo para falar das maravilhas dos palácios, museus, monumentos, tapetes persas, doces, caos do trânsito e dos novos amigos de Teerã. Conheci através do web-site Couchsurfing uma iraniana chamada Sahar que fala fluentemente português e tem me levado para conhecer alguns luga-res da cidade e também seus amigos. Mas amanhã já é dia de continuar a viagem para conhecer outras das muitas maravi-lhas dessa grande civilização persa.

Este Irã é diferente do que você imagi-nava? Você nem tem ideia do quanto ele é diferente do que aparece nos noticiários da mídia ocidental!

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torre azadi: obra prima da arquitetura mundial

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torre azadi: obra prima da arquitetura mundial teerã irã

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construída em 1971, hoje um dos principais símbolos do irã

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construída em 1971, hoje um dos principais símbolos do irã teerã irã

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ponte “si-o-se pol”: local de encontros

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ponte “si-o-se pol”: local de encontros esfahan irã

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ponte “si-o-se pol” sem rio nessa época do ano

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ponte “si-o-se pol” sem rio nessa época do ano esfahan irã

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a melhor acústica da cidade

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a melhor acústica da cidade esfahan irã

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it’s shisha time!

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it’s shisha time! esfahan irã

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cores do outono

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cores do outono esfahan irã

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cerâmica pérsa

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cerâmica pérsa esfahan irã

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bazar de artesanato

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bazar de artesanato esfahan irã

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detalhe de mesquita na praça naqsh-e-jahan

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detalhe de mesquita na praça naqsh-e-jahan esfahan irã

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praça naqsh-e-jahan

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praça naqsh-e-jahan esfahan irã

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arte até na loja de tubos e conexões

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arte até na loja de tubos e conexões esfahan irã

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a arquitetura iraniana em detalhes

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a arquitetura iraniana em detalhes esfahan irã

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a arquitetura iraniana em detalhes

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a arquitetura iraniana em detalhes esfahan irã

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hamid e sua filha que fala apenas em georgiano

“O que esperar de uma cidade habi-tada por descendentes de georgianos no Irã?”, pensava no ônibus com des-tino à cidade de Fereydun Shahr, perto de Esfahan. Hospitalidade era quase uma cer-teza em minha mente, e ela realmente não iria me desapontar nessa maravilhosa região cercada por montanhas nevadas. Cheguei às 14h30 de uma ensolarada, mas fria, tarde de domingo. Havia mesmo um clima de tarde de domingo, apesar de ser um dia normal da semana para os muçulmanos. No Irã, a maioria das lojas fecham depois do almoço e só reabrem lá pelas 4 da tarde. Pou-cas pessoas e carros passavam pelas ruas. Fui caminhando na direção do que parecia ser o centro da cidade em busca de um hotel para passar a noite. Olhos curiosos me acompa-nhavam pela calçada. Não demorou muito até que, para minha total surpresa, alguém de dentro de uma loja grita: “Gaumarjos!” “Gaumarjos” é uma saudação na língua “kartuli”, o que chamamos de georgiano. Me aproximo para cumprimentar o proprietá-rio que logo pergunta: “Sakartvelo?” Estava ele mesmo pensando que eu era da Geór-gia? “Não”, respondo. “Bersil”. E a notícia espalha-se rapidamente pela cidade, afinal, Fereydun Shahr não faz parte do roteiro turís-tico do Irã. Hamid faz aquele gesto universal

com sua mão direita: “Aonde você está indo mister hareji (estrangeiro na língua persa)?!” Respondo que estou procurando um hotel. “Hotel? No hotel Fereydun Shahr”, responde utilizando todo inglês que conhece. Pensa um pouco e faz sinal para eu entrar em seu carro. Mesmo sem saber para onde ele estava me levando entrei confiante, afinal, não havia possibilidade nenhuma de esperar algo ruim

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hamid e sua filha que fala apenas em georgiano fereydunshahr irã

de um sujeito tão engraçado e amigável. Parou num lugar que parecia ser a única hospedaria da cidade, que estava fechada e em obras. Esforçava-se para lembrar algu-mas palavras em inglês que aprendeu na escola. Deu alguns telefonemas, me levou para casas de amigos, mas não achamos ninguém que pudesse me hospedar. Hamid me olhava com aquele olhar de solidarie-dade deixando claro que não me deixaria na mão. Eu já era seu hóspede e ele havia assu-mido a responsabilidade de ser meu anfi-trião enquanto estivesse lá. Paramos no res-taurante de seus amigos para um chá. Todos lá falavam georgiano e alguns cartazes nas paredes tinham também palavras escritas com aquele alfabeto arredondado de 33 letras de que gosto tanto. Incrível que, depois de exatos 400 anos de emigração, exista ainda essa pequena comunidade, única em todo o Irã, que preserva sua língua materna. Hamid liga para mais uma pessoa e me passa o telefone. Era seu professor de inglês, que estava vindo para nos encontrar no restaurante. O professor, um senhor todo sério, entra e toma uma xícara de chá com a gente. Me faz um monte de perguntas e pede para olhar meu passaporte. Depois de ter sua curiosidade saciada, me oferece um lugar para passar a noite em um apar-tamento que está construindo para alugar.

continua >>

O lugar está quase finalizado, mas ainda sem móveis. Apenas um tapete, um pequeno colchão e um fogareiro no chão da cozinha. Logo começa a aquecer água para mais um chá. É chá toda hora. Depois de alguns minu

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knok, knok! quem é?

tos chega um de seus amigos, que senta conosco para se aquecer ao redor do fogo. Enquanto bebemos o chá, o amigo biblio-tecário, com toda calma do mundo, tira um plástico de sua carteira com uma pasta preta e começa a grudá-la na ponta de um pequeno arame. Meu novo anfitrião faz o mesmo. Colocam outro pedaço de arame para aque-cer no fogo. Quando este fica incandes-cente aproximam-no da pasta preta e, com um canudo de plástico, inalam a fumaça. Com toda tranquilidade conversam entre si e voltam a repetir o processo. No celu-lar começa a tocar uma música iraniana. E eu lá, bebendo meu chá, já sem dúvidas de que “o bagulho era loco”, mas sem saber como perguntar que tipo de droga que estavam usando. “Você sabe o que é isso?” me perguntam. “Ópio?” “Sim” me respondem. “Bom para acalmar a mente, mas proibido aqui no Irã. Quer provar?” Eu que sou do tipo que não perde a via-gem, pisciano de curiosidade incontrolá-vel, já que estou no inferno aproveito para testar a novidade. Inalo 3 vezes e me dou por satisfeito. Melhor ficar no chá mesmo. Chegam mais amigos. Um senhor agricul-tor e outro comerciante que já havia visitado a Geórgia. Todos muito amáveis e curiosos para saber mais sobre mim e sobre minha via-

gem pela Geórgia. Mostro as fotos que tirei lá e em seus olhos vejo uma espécie de sau-dade da pátria que nunca conheceram. Ligo para um amigo que mora em Tbilisi e passo o telefone para um deles. Ambos conversam por alguns minutos, apesar do idioma não ser mais exatamente o mesmo, pois aqui no Irã ele sofreu outros tipos de interferências

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knok, knok! quem é? fereydunshahr irã

durante esses 400 anos de emigração. Todos ficam muito felizes e meu amigo na Geórgia me agradece muito por ter feito essa ponte na história de seu povo.

Depois chega meu amigo Hamid, que me leva para jantar no restaurante e depois tomar mais um chá em sua casa. Ele, no carro, repete muitas vezes: “I’m sorry, mister Walker. I’m very sorry.” Está sem jeito por ter me deixado ficar lá naquele apartamento. Muçulmano correto, não aprova os hábitos de seus amigos. “Amanhã você vai dormir na minha casa”. Depois de visitá-la e conhe-cer sua esposa e filha de 3 anos que fala ape-nas em georgiano, voltamos para o aparta-mento. Durmo lá sozinho, aquecido pelos cobertores que Hamid trouxe para mim. Na manhã do dia seguinte, ele vem me bus-car para um passeio pela região. Visitamos outras vilas, onde também moram descen-dentes de georgianos. São vilas pequenas, quase desertas, com vários idosos se aque-cendo ao sol da manhã fria de inverno. Várias mulheres com suas crianças se amontoam na parte de trás de um furgão que vende rou-pas e acessórios. Uma loja ambulante que visita as vilas na região. Hamid me mostra as aldravas (campainhas antigas de metal) de algumas das portas das casas mais anti-gas. “Veja, são duas. A da esquerda é para

homens e a da direita para mulheres”. Dessa forma, a mulher dentro de sua casa, quando estiver sozinha, sabe se pode ou não abrir a porta. Coisas do Irã. Mas quase não se vê mais isso pelo país.

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iranianos com coração georgiano

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iranianos com coração georgiano fereydunshahr irã

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caixeiro viajante

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caixeiro viajante choghyurt, fereydunshahr irã

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solzinho na varanda numa manhã de inverno

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solzinho na varanda numa manhã de inverno sibak, fereydunshahr irã

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aquecendo-se ao sol com os amigos

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aquecendo-se ao sol com os amigos fereydunshahr irã

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na oficina do ferreiro o canivete é feito lá mesmo

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na oficina do ferreiro o canivete é feito lá mesmo fereydunshahr irã

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cada visitante é motivo para um novo chá

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cada visitante é motivo para um novo chá fereydunshahr irã

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a ferraria é o lugar mais animado da cidade

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a ferraria é o lugar mais animado da cidade fereydunshahr irã

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reflexos no espelho

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reflexos no espelho fereydunshahr irã

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casa de descendentes de georgianos

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fereydunshahr irãcasa de descendentes de georgianos

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paisagens de inverno

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paisagens de inverno fereydunshahr irã

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paisagens de inverno

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paisagens de inverno choghyurt, fereydunshahr irã

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paisagens de inverno

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paisagens de inverno choghyurt, fereydunshahr irã

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vida de manequim

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vida de manequim fereydunshahr irã

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hellow mister!

“Hello Mister! Where are you from? Ber-sil? Oh, very good! Thank you sir. Wel-come to Iran”. E lá vai mais um iraniano sorridente abanando ou colocando sua mão direita no lado esquerdo do peito. Feliz por ter feito contato com mais um “harigi” (estrangeiro) visitando o seu país. O povo iraniano é sem dúvida o mais hospi-taleiro de todos os que já conheci. “Mas não deveria ser o mais hostil?”, alguns podem até estar se perguntando. Não, não é. Esse medo do Ocidente quando ouve a palavra Irã é um dos principais motivos pelos quais eu não me canso de repetir: “Viaje mais!” E não é apenas o mais hospitaleiro, é também um dos mais pacíficos do mundo. Por aqui pode-se viajar tranquilamente e é muito difí-cil algo ruim acontecer com você. Essa não é apenas a minha opinião, mas também a de todos os outros viajantes com quem já conversei que estão ou estiveram no Irã. São geralmente muito curiosos e bem educa-dos. É muito comum ter boas discussões com os que falam bem inglês e, apesar do con-trole da mídia e da internet no país, possuem

uma opinião clara do que está acontecendo fora do país. A grande maioria despreza o ex-presidente Ahmadinejah e veem com grande esperança o novo presidente Rou-hani, mais equilibrado e moderno. Sempre dispostos a ajudar de uma forma ou outra; às vezes ajudam tanto que até atrapalha. Essa é aliás a única reclamação que já ouvi de estrangeiros viajando por aqui. Querem lhe receber tão bem que acabam sufocando um pouco. Mas nada tão sério também que uma boa dose de sinceridade não resolva.

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hellow mister! yazd irã

No Irã existe uma expressão chamada “tarof” que é parte marcante de sua cul-tura. “Tarof” é a arte da hospitalidade na qual uma das partes insiste em lhe dar algo e a outra insiste em não aceitar. Vence quem for o mais determinado. Geralmente é o iraniano, já mestre nessa arte, o vencedor. É, porém, sempre esperado que você não aceite, ou que pelo menos dê algum tra-balho para que finalmente o convençam a aceitar. Oferecem com tanta convicção, que muitas vezes parece que você está dando a eles uma grande felicidade ao aceitar sua generosidade. Por exemplo, em Teerã, entrei num táxi com minha amiga iraniana e, no volante, ia uma destemida mulher. A pri-meira coisa que falou quando me viu foi: “Ah, ein Ausländer!”, e seguiu conversando comigo em alemão. Havia morado por vários anos na Alemanha e no final não queria aceitar o dinheiro da corrida. Essa mulher me deu muito trabalho. Eu não conseguia admitir o fato de alguém não receber pelo trabalho de dirigir no caótico trânsito da capital iraniana e acabei deixando o dinheiro no banco do táxi. Me lembrei da minha mãe fazendo “tarof” com as minhas tias.

continua >>

Visitei nessa semana algumas cidades famo-sas do Irã como Esfahan, Yazd e Shiraz. Em todas elas, belíssimos palácios, mesquitas e casas antigas cobertas por uma camada de barro misturado com palha. A engenhosi-dade dos arquitetos iranianos é às vezes sur-preendente. Em Esfahan, por exemplo, exis-tem duas estátuas de leões, cada uma numa margem do rio. À noite, os olhos da estátua da outra margem brilham. O brilho só é visto

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vou-me embora pra pasárgada!

à distância. Ao examinar os olhos de perto é impossível entender como eles brilham, pois não há nenhuma espécie de tinta ou material diferente do resto da escultura. Um mistério que ninguém sabe explicar como funciona. Em Yazd fiquei surpreso com as torres chama-das “badguirs” , que captam o vento do exte-rior e o trazem para dentro das casas refres-cando o ambiente nos dias quentes de verão. Numa vila perto de Yazd, um iraniano me contou que lá ainda existem casamentos de homens com crianças de até 12 anos. Algo tão errado em nossa cultura mas ainda praticado em alguns lugares do Irã mais conservador. Tão estranho ouvir histórias como essa num país tão moderno em tan-tas outras coisas. Aos poucos, as mulhe-res vão conquistando mais seu espaço, estudando mais e se tornando mais inde-pendentes dos homens. A revolução das mulheres aqui é muito mais lenta do que no ocidente, mas também está acontecendo.

Amanhã vou poder finalmente dizer uma frase dos sonhos de qualquer viajante bra-sileiro: “Vou-me embora pra Pasárgada”. Vou-me embora literalmente para lá, para aquele ideal de paraíso do Manuel Ban-deira. Ele mesmo escreve sobre este famoso poema: “Vou-me embora pra Pasárgada foi o poema de mais longa gestação em toda minha obra. Vi pela primeira vez esse nome de Pasárgada quando tinha os meus dezes-seis anos e foi num autor grego. [...] Esse nome de Pasárgada, que significa “campo dos persas”, suscitou na minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delícias [...]. Mais de vinte anos depois, quando eu morava só na minha casa da Rua do Curvelo,

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vou-me embora pra pasárgada! persépolis irã

num momento de fundo desânimo, da mais aguda doença, saltou-me de súbito do sub-consciente esse grito estapafúrdio: “Vou-me embora pra Pasárgada!”. Senti na redon-dilha a primeira célula de um poema [...].” Mas a legendária capital do império Persa “Pasargad” não é mais a mesma do que provavelmente escreveu o autor grego. Hoje é apenas uma região desértica com algumas ruínas que sobreviveram ao tempo e à con-quista da Pérsia por Alexandre o Grande no século III a.C. Não tem mais rei para ter como amigo, nem vinho, nem prostitutas bonitas. Nem sequer tem mar para banhar-se, aliás, nunca teve. Não sei de onde o Bandeira tirou essa ideia. Talvez no imaginário brasileiro de paraíso o mar seja essencial. Bom, de qual-quer forma, amanhã “Vou-me embora pra Pasárgada”.

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mesquita com os maiores minaretes do irã

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mesquita com os maiores minaretes do irã yazd irã

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mesquitas de yazd

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mesquitas de yazd

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mesquitas de yazd yazd irã

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a vida atrás do vidro

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a vida atrás do vidro yazd irã

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a alegria de fazer algo em comunidade

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a alegria de fazer algo em comunidade yazd irã

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aqueles olhos iranianos

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aqueles olhos iranianos yazd irã

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aqueles olhos iranianos

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aqueles olhos iranianos yazd irã

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fechado para reformas

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fechado para reformas yazd irã

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na mesquita

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na mesquita yazd irã

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uma das cidades antigas mais bonitas do mundo

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uma das cidades antigas mais bonitas do mundo yazd irã

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o mundo da moda no irã

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o mundo da moda no irã shiraz irã

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as aparências enganam

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as aparências enganam shiraz irã

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na borracharia iraniana não tem foto de mulher pelada

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na borracharia iraniana não tem foto de mulher pelada shiraz irã

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mesquita com vitrais coloridos

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mesquita com vitrais coloridos shiraz irã

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tem também michey mouse

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tem também michey mouse shiraz irã

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mais de 2500 anos de história

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mais de 2500 anos de história persépolis irã

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o que sobrou depois da “visita” de alexandre (330 a.C)

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o que sobrou depois da “visita” de alexandre (330 a.C) persépolis irã

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difícil fugir dos impostos depois que inventaram as cidades

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difícil fugir dos impostos depois que inventaram as cidades persépolis irã

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“this... is... persépolis!”

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“this... is... persépolis!” persépolis irã

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detalhe de estátua de leão

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detalhe de estátua de leão persépolis irã

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aqui a cidade também sobe o morro

E quando você pensava que já havia expe-rimentado todos os tipos de hospitalidade do mundo, eis que lhe resta ainda provar da famosa hospitalidade curda no noroeste do Irã, fronteira com o Iraque. Esta sim, é capaz de surpreendê-lo mais que tudo. O mundo, aliás, nunca para de me surpreender. Quanto mais você o conhece, mais complexo ele fica. Sentado confortavelmente no sofá da minha casa, ele parecia ser tão simples! Mas aqui, ouvindo música clássica nesse café na cidade de Sanandaj, Curdistão iraniano, ele parece tão difícil de ser explicado. Viajar real-mente torna o ser humano mais modesto, e a única coisa que posso oferecer nessa coluna são apenas mais algumas das particu-laridades desse mundo tão distante de nós. Caminhando pelas sinuosas ruas da cidade de Paveh, próxima daqui, vejo flocos de neve cairem sobre as casas construídas nas encostas das montanhas. “Parece o Rio de Janeiro”, brinco com um simpático senhor vestindo tradicionais “bombachas” curdas, dono de uma loja de tapetes, que fala fluen-temente alemão. Quase todo mundo aqui já morou ou tem um parente que mora na Europa ou nos EUA. Nas ruas fala-se um dia-leto curdo que é totalmente diferente do persa e bem diferente do dialeto falado em outras regiões do Curdistão. Caminhando sob a neve, penso numa cena de outro livro que provavelmente jamais irei escre-ver, onde extraterrestres viajam pela terra

e se surpreendem com o fato de seres da mesma espécie, morando num planeta tão pequeno, não falarem a mesma língua.

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aqui a cidade também sobe o morro paveh, curdistão irã

Às 6 da tarde, molhado e com frio, volto para o restaurante onde conheci Farshad, um jovem curdo que fala consideravel-mente bem inglês, para jantar com ele. Quem aparece é seu irmão, também de olhos verdes, todo sorridente e brincalhão, que já vai pegando minha mochila e me levando para o táxi esperando na frente para me levar para sua casa. Começa assim mais uma louca experiência no coração de mais uma família desse impressionante Irã. Aqui você realmente aprende a se entregar. Não tem como evitar. Leva um certo tempo até você voltar a confiar no ser humano, mas aqui não tem “esquema”. Não tem segundas intenções além da mais pura von-tade de aprender mais sobre você, seu país e sua cultura. Abrem as portas de suas casas com alegria e orgulho por poderem hos-pedar alguém de um lugar tão distante e, além de tudo, modéstia à parte, brasileiro. Sabem listar sem dúvidas os países do grupo do Brasil na copa do mundo, e vocês podem ter certeza de que milhões de iranianos estarão torcendo por nós no próximo ano. O jantar foi na casa do tio e vizinho de Far-shad. Vários primos já me esperavam lá, todos também vizinhos. Cresceram juntos, alguns foram até mesmo colegas na escola. A família aqui é uma instituição tão forte! Independência só depois do casamento, e mesmo assim muitos acabam morando

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numa extensão da casa de seus pais ou até mesmo com eles. É uma cultura tão estranha para mim, que saí de casa aos 18 anos. Essa forma de “ditadura da família” me oprime,

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hospitalidade imbatível

pois já estou tão acostumado com a liber-dade, essa fruta que, depois de provada pela primeira vez, seu gosto nunca mais sai da sua boca. O pai de Farshad chega mesmo a dizer que eu não tenho sentimentos ficando longe de meus pais por tanto tempo sem ligar para eles todos os dias. Sentado na sala coberta por confortáveis tapetes, à minha frente acumula-se um monte de diferentes tipos de comidas. Vou saboreando lentamente, enquanto res-pondo às dezenas de perguntas que me fazem. Querem saber de tudo sobre a minha vida. É tanta pergunta que algumas até me confundem, por não tê-las respondido por muito tempo. Querem saber se acredito em Deus. Se acredito que Jesus era mesmo filho de Deus ou apenas mais um profeta. O que penso sobre o profeta Maomé, sobre o governo iraniano, sobre as mulheres ira-nianas terem que se esconder em público pelo véu negro, se bebo álcool e por que ainda não sou casado e não tenho filhos. Falam também sobre eles mesmos e recla-mam do governo e da falta de liberdade que as leis muçulmanas lhes impõem. “Eu nem sequer posso olhar no rosto das minhas vizinhas na rua”, diz um de seus primos. Na minha frente, seis jovens fortes e inteligen-tes, nenhum ainda casado e com emprego fixo. Quase todos sonham em viver nos EUA ou na Europa e se juntar aos seus irmãos ou

parentes que já estão lá. Um dos primos de Farshad, campeão de boxe tailandês, deita-se no tapete com uma cara pensativa. “Me sinto tão deprimido”, diz, depois de ouvir minhas histórias de vida e viagens. Eu me

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hospitalidade imbatível paveh, curdistão irã

deprimo também ouvindo histórias de jovens tão cheios de potencial sonhando com liber-dade. Mas essa liberdade também tem um preço alto que não tenho certeza se estão prontos para aceitar. Cada povo, cada ser humano, carrega em si um peso diferente por estar vivo. Não há como evitá-lo. Só nos resta aceitá-lo e lutar para torná-lo, a cada dia que passa, mais leve.

É tanta coisa que dá até vontade de chorar. Carrego em mim um pouco da dor e da ale-gria de cada pessoa que conheci em minhas viagens. Acho que é hora de parar de viajar...

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esperando o ônibus lotar

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esperando o ônibus lotar hamadan, curdistão irã

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o homem curdo

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o homem curdo paveh, curdistão irã

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dia de nevasca

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dia de nevasca mahabad, curdistão irã

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não sabia que também fazia frio no irã? nem eu!

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não sabia que também fazia frio no irã? nem eu! mahabad, curdistão irã

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dia de nevasca

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dia de nevasca mahabad, curdistão irã

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dia de nevasca também é dia para brincar

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dia de nevasca também é dia para brincar mahabad, curdistão irã

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