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O símbolo da bandeira é a janela pela qual os nômades quirguizes enxergam o universo. É o centro de suas “yurtas”. Ao redor brilha o sol e, em noites de lua, é por ali que entra a luz que ilumina seus corpos dormidos sobre tapetes coloridos. Ao redor latem seus cães e ruminam suas cabras. O ouvido perto da terra escuta os passos firmes de seus cavalos que, fiéis, não abandonam os donos. Recebem ainda os viajantes como se fossem hóspedes e os tratam com esmero e dignidade. Sim, ainda existem lugares assim no mundo.
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REVISTA DE VIAGENS PRODUZIDA POREDSON WALKER
NAS ALTURAS DO
QUIRGUISTÃO
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edição, diagramaçãofotos e textos
edson walkerrevisão ortográfica
tânia ottonisetembro 2013
O símbolo da bandeira é a janela pela qual os nômades quirguizes enxergam o universo. É o centro de suas “yurtas”. Ao redor brilha o sol e, em noites de lua, é por ali que entra a luz que ilumina seus corpos dormidos sobre tapetes co-loridos.
Ao redor latem seus cães e ruminam suas ca-bras. O ouvido perto da terra escuta os passos firmes de seus cavalos que, fiéis, não abandonam os donos. Recebem ainda os viajantes como se fossem hóspedes e os tratam com esmero e dignidade. Sim, ainda existem lugares assim no mundo.
Mas não é fácil. As latrinas são malcheirosas. Banhos são raros. As estradas esburacadas. A comida não é aquela da mamãe e a sobreme-sa um copo de leite de égua fermentado. Mas a experiência vale a pena e em muitos momentos você vai encantar-se com o novo e genuíno. No alto da montanha, em noite de lua nova, você vai ter a sensação de estar flutuando em plena via láctea.
festival de libélulas
bishkek quirguistão
pinturas rupestres urbanas
bishkek quirguistão
tiozinho da carona
vila de tolok quirguistão
amigos da estrada
vila de tolok quirguistão
crianças quirguizes
vila de tolok quirguistão
hellow tio barbudo
vila de tolok quirguistão
a simpática samira colhendo aveia
vila de tolok quirguistão
preparando o feno para o inverno
vila de tolok quirguistão
reflexos do pôr do sol
vila de tolok quirguistão
pôr do sol
vila de tolok quirguistão
pôr do sol
vila de tolok quirguistão
pôr do sol e mesquita
vila de tolok quirguistão
com medo das visitas
vila de tolok quirguistão
Dizem que aproximadamente 75% da super-fície do país são cobertos por montanhas. Cada uma mais linda do que a outra, mas viajar por aqui é realmente um sobe e desde quase interminável. Vira para a esquerda. Vira para a direita. Aperta daqui. Aperta dali. Desvia do buraco. Atravessa o rio. Pega um atalho. Não é nada confortável, mas... é sempre muito lindo.
Saí da capital Bisqueque com dois amigos paquistaneses e uma amiga polonesa. Deci-dimos ir juntos até um lago chamado Son, que fica a mais de 3000 m de altura e uns 400 km da capital. Diziam que era um des-ses lugares isolados do mundo onde nem mesmo celulares funcionam e a estrada asfaltada termina a muitos quilômetros do lugar. Era bem aonde eu queria ir e ficar alguns dias, na natureza, sem me preocu-par com nada, nem mesmo com a guerra iminente na Síria.
Só que o desafio era chegar lá de carona em um grupo de 4 pessoas. O que pare-cia ser difícil acabou sendo uma das melho-res experiências dessa viagem. Muito bom ter mais tempo para conhecer pessoas de diferentes culturas e aprender a traba-lhar em equipe. Fomos aos poucos conse-guindo as nossas caronas. A maioria dos carros que paravam eram táxis fazendo
transporte de locais e turistas, já que o país não possui um bom sistema público de transporte. É realmente um desafio con-seguir se locomover sem pagar nada num país tão turístico quanto esse, mas sempre encontramos pessoas dispostas a ajudar.
anfitriã
Conhecemos assim pessoas muito diverti-das e tivemos que nos esforçar para con-seguir utilizar todo o pouco de russo e quirguiz que havíamos aprendido. Mas éramos entendidos. Bom, muitas vezes tínhamos essa impressão para logo mais tarde ter certeza de que não havíamos entendido nada. Fazíamos questão pelo menos de sempre deixar claro que está-vamos querendo carona, e de graça. Um dos motoristas recebeu uma liga-ção e fez a volta. Parou alguns quilôme-tros adiante num restaurante abandonado na beira da estrada. Saiu do carro e foi conversar com alguns rapazes sentados embaixo de uma sombra. Atitude meio suspeita, mas antes que ficássemos preo-cupados, um dos paquistaneses falou que não era nada, ele só havia parado para comprar maconha. “Confie em mim”, ele disse sorrindo. “Eu entendo dessas coi-sas”. Depois de 2 minutos o senhor volta para o carro e mostra para nós o pacotinho de plástico com a erva verde dentro dele. Era o aniversário do Jaffar e ele queria pro-var. O motorista, depois que entendeu os gestos que ele fazia, parou o carro na beira da estrada uns quilômetros adiante, entre umas árvores, e começou a enrolar o base-ado passando para ele. Ele ria como uma
criança e parecia estar passando um dos seus mais divertidos aniversários da vida. Pelo que me dizia, no Paquistão o álcool é proibido e difícil de achar, mas a erva é amplamente consumida por muita gente. Mais um desses paradoxos do controle do estado através de ideias religiosas.
continua >>
vila de tolok quirguistão
No final do dia ficamos encalhados por horas numa pequena e simpática vila tentando evi-tar o bêbado mais chato de todas as minhas viagens. Estava começando a escurecer e resolvemos procurar um lugar para pas-sar a noite. E o bêbado lá, ao nosso redor, querendo até já arrumar confusão. Nisso chega uma senhora que nos leva para sua casa, onde nos daria um quarto e jantar em troca de uns R$14,00 de cada um. Oferta mais do que justa e simpática que aceita-mos imediatamente. E o bêbado resolveu nos acompanhar e quanto já tentava invadir o terreiro da senhora, ela pega um pedaço de pau e começa a dar nele sem piedade! Pensamos até em ajudá-la, mas ela pare-cia estar tomando conta sozinha da situa-ção. Ele ficou ainda lá por alguns minutos reclamando, ela o ameaçando de dar mais algumas pauladas e ele finalmente resolve ir embora.
Na manhã seguinte conseguimos rapida-mente a última carona até o tão sonhado lago. Subimos felizes na carroceria de um caminhão utilizado para puxar animais na região. Na metade do caminho eles param e começam a carregar uma vaca que estava sendo puxada num trailer por um carro de passeio. A vaca é amarrada lá em cima ao nosso lado e começa a se movimentar de
um lado para outro. Ficamos lá tentando nos desviar e proteger nossas mochilas da pontaria da vaca assustada.
jantar à luz de lampião
Chegamos finalmente ao tão sonhado lago. Uma planície com belíssimas montanhas ao redor e o imenso lago ao centro com sua cor azul escura. Algumas famílias de nôma-des vivem ali durante o verão em suas “yur-tas”. Ao redor, centenas de ovelhas, vacas e cavalos pastam livremente enquanto pasto-res montados em belíssimos cavalos circu-lam pela planície. Ficamos hospedados na casa de uma dessas famílias que hospedam turistas. A mulher tratava-nos com tanto carinho e dedicação que fazia até com que nos sentíssemos hospedes e não clientes. Para o café da manhã servia sempre chá com leite, pão caseiro, nata fresca e geleia de damascos feita por ela mesma. Ao anoi-tecer reuniam os animais ao redor da “yurta” para a ordenha e depois ela preparava o nosso jantar. Ao final de cada refeição havia sempre a opção de beber o “qumus”, uma das bebidas mais tradicionais do Quirguis-tão: leite de égua fermentado. Um japonês que dividia a “yurta” com a gente era um grande entusiasta da bebida, mas eu sin-ceramente preferia repetir mais uma dose de chá. Já experimentei muitas variações dessa bebida durante os meus últimos anos de viagens pela Ásia.
son kul quirguistão
vales e montanhas
son kul quirguistão
vales e montanhas
son kul quirguistão
vales e montanhas
son kul quirguistão
vales e montanhas
son kul quirguistão
trailer de nômades
son kul quirguistão
vida nômade
son kul quirguistão
pia nômade
son kul quirguistão
fogão nômade e animais de guarda
son kul quirguistão
beleza e estilo dos cavalos quirguizes
son kul quirguistão
detalhe interno de yurta
son kul quirguistão
mercado improvisado em yurta
son kul quirguistão
futuras amazonas
son kul quirguistão
caminhos de liberdade
son kul quirguistão
acampamento nômade
son kul quirguistão
ordenha das karovas
son kul quirguistão
gang signs
son kul quirguistão
azul quirguiz
son kul quirguistão
pinturas naturais
son kul quirguistão
pastores solitários
son kul quirguistão
estradas improváveis
tolok quirguistão
cercas improvisadas
narin quirguistão
a arquitetura do improviso
narin quirguistão
parada para a vodka com os amigos
kazarman quirguistão
marco polo
kazarman quirguistão
antiga frota da aeroflot russa
kazarman quirguistão
money, money!
kazarman quirguistão
cavalos celestiais
kazarman quirguistão
cavalos celestiais
kazarman quirguistão
montanhas na rota da seda
kazarman quirguistão
montanhas na rota da seda
kazarman quirguistão
montanhas na rota da seda
kazarman quirguistão
vila quirguiz com a cordilheira pamir ao fundo
vila quirguiz com a cordilheira pamir ao fundo sarytash quirguistão
passado abandonado
passado abandonado sarytash quirguistão
camadas de história
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apaixonadas por fotografia
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bêbados de plantão
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cuidado crianças
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pequenos pastores
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antiga rota da seda
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feno para o inverno
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detalhes
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vladimir ilitch lenin
vladimir ilitch lenin sarytash quirguistão
vista da hospedaria
vista da hospedaria sarytash quirguistão
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