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Walker Travels Magazine - Edição Lançamento

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Revista independente das viagens de Edson Walker. Primeira edição. Tibete-China. 2013. À partir de abril, assinantes receberão em casa todo mês um postal com uma das minhas fotos tiradas na próxima expedição pela rota da seda.

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Alguns até chamam-me de predestinado por causa do meu sobrenome. Talvez seja apenas mais uma prova de que deus também tem senso de humor. Na verdade, não consigo acreditar mais que seja possível evitar nosso destino; o melhor mesmo é aceitá-lo, vivê-lo, seja ele qual for. Cansei muito cedo de lutar contra o que parecia ser o meu, segui minha intuição e virei um andarilho viajante.

Faz tempo que viajo e, para tristeza da minha mãe, cada vez me dá mais vontade. Com a Walker Travels Magazine, quero mostrar um pouco do que faz ser tão apaixonante viajar. Esta edição de lançamento contém histórias e fotos da minha viagem pela China e o Tibete em 2010. A partir de março, começará minha nova jornada: voltarei à China para fazer a Rota da Seda. Em abril, os assinantes da revista passarão a receber um cartão postal todo mês enviado por mim, não importa o fim de mundo em que eu estiver.

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Tashi Delek! Estou no Tibete. Enquanto os yaks (uma espécie de miniboi) da nossa caravana des-cansam lá fora, estou aproveitando para enviar as últimas notícias da viagem. Depois de vários dias subindo e descendo montanhas montado no lombo de simpáticos e mal cheirosos yaks, meu grupo chegou finalmente a Lhasa, a capi-tal do Tibete. Lá fora, enquanto o trigo cresce nos vales aquecidos pelo calor do último mês da primavera, os pássaros cantam alegremente por todos os lados. Nas ruas, sorridentes mon-ges caminham lentamente recitando mantras. Simpáticos agricultores com suas carroças pu-xadas por mulas chegam ao mercado com suas frutas e verduras. Enquanto os homens jogam dados na calçada, as crianças brincam alegres ao redor de suas mães ocupadas, como sem-pre, com os serviços domésticos.

Bom, na verdade essa poderia ser uma descri-ção de um viajante mais de 60 anos atrás, mas as coisas mudaram radicalmente desde que os chineses invadiram o país em 1950. Lhasa não é mais a mesma do filme Sete Anos no Tibete. Hoje ela é uma cidade moderna, com amplas avenidas cheias de carros luxuosos, shopping centers e prédios quadrados de arquitetura co-munista. A presença da polícia e do exército na cidade é chocante: há soldados acampados até no alto de prédios, com binóculos e armas carre-gadas. Estamos sempre sendo vigiados, e todo o nosso roteiro até aqui foi marcado por inúme-ros postos policiais, onde conferiam novamente nossos passaportes para ver se nenhum mem-bro do grupo havia se perdido pela região.

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Tivemos muita sorte, pois os tibetanos celebra-ram nos últimos três dias o aniversário de Buda. Todos estavam nas ruas ou nos monastérios tomando galões de cerveja caseira. Eles costu-mam reunir-se em família e fazer piqueniques em qualquer lugar da cidade onde haja uma sombra. Esses tibetanos são incríveis mesmo! São muito alegres e generosos: fui convidado várias vezes para me sentar com eles e beber a tal cerveja comendo batata cozida e uma espé-cie de orelha-de-gato tão dura que daria para segurar a porta da sua casa. Recusei educada-mente a carne de cabra seca ao sol que me ofe-receram, mas não consegui evitar o tal chá feito com manteiga de yak. Experimentem fazer em casa se tiverem a curiosidade de saber o quanto estou sofrendo nesta viagem.

Visitamos ontem o palácio Potala, onde vivia o Dalai Lama. A visita é regulada e dura apenas 1 hora, mas podem-se ver muitas relíquias budis-tas e as tumbas dos Dalai Lamas anteriores. Al-gumas dessas tumbas possuem mais de 3.000 kg de ouro e centenas de pedras preciosas de valores incalculáveis. A tumba do 5º Dalai Lama tem até uma pérola que, acreditem ou não, foi encontrada dentro da cabeça de um elefante. Assim é o budismo, cheio de crenças e histórias incríveis. Acreditem se puderem, como diria o Jaca Paladium, da antiga TV Colosso.

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Cavalos de vento é o nome dado a essas ban-deirinhas coloridas que os budistas tibetanos colocam ao vento para que ele dissolva as pre-ces nelas gravadas e que as mesmas se tornem realidade. Estamos a mais de 5.200 m de alti-tude. O ar rarefeito aumenta ainda mais o tor-por diante dessa paisagem com o Himalaia ao fundo.

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Depois de alguns dias viajando pela China, é di-fícil conter a frustração diante da sua total inca-pacidade de se expressar. Você sente-se como uma criança pronunciando as primeiras sílabas enquanto todos à sua volta riem de você. Ainda bem que os chineses inventaram esses práticos sinais com os quais você pode contar facilmen-te até 10 utilizando apenas uma mão. Após aprendê-los, sua próxima ida ao mercado será muito mais produtiva.

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Imaginem aqueles vovozinhos andando pesa-damente com as mãos às costas, vestidos com roupa azul comunista e boina na cabeça. Imagi-nem aquelas senhoras com aqueles leques co-loridos dançando no parque ao som da banda de cordas dos antigos membros do partido. Ho-mens nas calçadas jogando jogos de tabuleiro que você nunca viu na vida. Avenidas gigan-tescas apinhadas de crianças vestidas em azul e branco voltando da escola. Prédios enormes cheios de janelas de onde se veem velhinhos praticando tai-chi-chuan no parque lá embaixo.

A China mudou muito nas últimas décadas, mas tudo isso ainda pode ser visto nas ruas das cidades. O país parece estar praticamente pron-to. Os últimos prédios estão sendo finalizados e as últimas estradas construídas. O progresso, depois de tanto trabalho, finalmente chegou. Os avós dos jovens de hoje trabalharam duro para que os seus bisnetos, no futuro, pudessem desfrutar uma vida mais digna e, quem sabe, ter uma jornada de trabalho menor do que 12 horas por dia.

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Sinto-me um completo idiota por aqui. É como ter que aprender a andar novamente. Eu não consigo sequer ler o menu nos restaurantes. Já sei pelo me-nos reconhecer o banheiro masculino. Não, nem sempre eles têm os símbolos dos bonequinhos. Outro dia fui comprar creme dental com uma es-cova de dentes na mão para poder mostrar o que eu queria. Hoje, com um casal de holandeses, fo-mos comprar leite num minimercado. A moça do caixa ficava apenas olhando e rindo com aquele jeitinho tímido dos orientais. Meu amigo teve que apelar colocando os dedos indicadores na cabeça imitando chifres e depois fazendo os gestos de alguém tirando leite. Isso só fez aumentar o sorri-so e aparentemente deixou-a mais confusa ainda. Então, como último recurso, escrevi num papel a palavra “milk” que recebeu imediatamente a se-guinte exclamação: “Oh, milko, né?!” E foi logo nos levando para o local onde estavam as caixinhas com os desenhos das vaquinhas nas embalagens.

No trem na semana passada, um homem, já bem bêbado, arrumou uma intérprete e me convidou a me sentar perto deles. Comprou um monte de cervejas, amendoins, sementes de abóbora e... pés de galinha exageradamente apimentados! Eu, claro, não podia deixar de experimentar, afi-nal não é fácil arrumar esses quitutes no Brasil. No mercado você pode encontrar facilmente vários tipos de carnes com os corações dos bi-chos ainda batendo. Há sapos, tartarugas, co-bras, patos, galinhas, cabras e, expostas sobre as mesas, todas as partes imagináveis de suínos. É bem divertido ir ao mercado aqui. Você passa e alguns vendedores vão lhe dando frutas para experimentar. Umas mulheres jogavam peteca e eu tentei deixar o meu país orgulhoso de mim, mas não tem como competir aqui com eles!

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Cheguei a essa pequena cidade depois de mais um daqueles dias loucos de caronas, subindo e descen-do montanhas na província de Sichuan. A última pessoa a me dar carona tentou me extorquir mais dinheiro do que o combinado. Mas, tudo bem, isso só aumentava ainda mais o meu sentimento de re-verência por aquele dia. Eu nem sequer sabia onde me encontrava, ainda um pouco maravilhado com o arco-íris que havia se formado sobre as pradarias cobertas de grama verde e pequenas florezinhas tí-picas do verão. Felizmente consegui um quartinho limpinho, porém sem a tão esperada água quente para o banho. Na frente do hotel encontrei Ivy, que logo veio falar comigo, afinal, por ali não há muitas oportunidades para se praticar o inglês.

Ela me levou para passear pela vila e, com um jeito tímido intercalado sempre por aquela típica risadinha oriental, foi contando sobre sua cidade, família e a universidade na capital. Na volta, encontramos dois peregrinos budistas que estavam indo, a pé, até a capital tibetana Lhasa. A história deles me impressio-nou muito e, depois de ter visto no mapa o quanto ainda faltava, minha admiração por eles aumentou ainda mais. Deu vontade de ir junto, afinal, é difícil encontrar pessoas assim tão livres. Ivy ia me ajudan-do na tradução. Eles queriam me convidar para jan-tar ali mesmo no hotel e, pelo que logo percebi, seria impossível eu pagar qualquer coisa. “Nesta vida nós tivemos a oportunidade de poder lhe oferecer essa refeição. Quem sabe na próxima você nos encontre novamente e tenha então a chance de retribuir”, tra-duzia Ivy para mim. Isso só fez aumentar ainda mais a minha admiração por aqueles tibetanos tão fiéis praticantes do budismo.

Ivy ChangEstudante de arquitetura

em Chengdu, Província de Sichuan21 anos

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Se um dia eu fosse escrever um livro sobre a se-mana que passou, seria difícil evitar o título “As aventuras de um andarilho perdido na China”. Como eu gostaria de poder traduzir em palavras pelo menos um pouco da emoção que experi-mentei durante esses últimos dias. Não tem jeito, como eu não tenho o dom da escrita, vocês terão que vir para cá um dia a fim de saber do que estou falando e fazer o seu próprio livro de aventuras. Agora, quando fecho os olhos, vejo cavalos correndo, monges sorrindo, crianças com o na-riz escorrendo, dentes de ouro, yaks pastan-do, marmotas se escondendo e, claro, chá com manteiga sempre me esperando. Isso é apenas um pouco do que se pode ver nessa imensa re-gião de pradarias verdejantes que antes da in-vasão chinesa era o Tibete. Na verdade, mesmo depois de tantos anos, ela nunca deixou de ser

tibetana, sendo chamada de província de Xin-ghai pelo governo chinês apenas no mapa, para efeitos de separação e colonização.

Eu saí de Xinning, a capital dessa província, na semana passada, com um mapa em chinês na mão e a ideia fixa de me perder pelo interior dessa região. Segui lentamente, sempre em di-reção ao sul, tentando chegar até a fronteira com o Laos antes do dia 25 deste mês, quando expiraria o meu visto chinês.

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Conheci dois monges em uma cidade fria e chu-vosa, que me levaram para conhecer a região. Entramos em um táxi e começamos a sair da cidade. De repente, vendo uma multidão reuni-da no meio de uma pradaria, entendi os gestos que um deles ficava sempre repetindo duran-te a manhã. Sim, não havia dúvida, eu estava prestes a presenciar uma típica corrida de cava-los tibetana. Meu coração, que aos poucos está se transformando em um coração de fotógrafo, pulava de alegria diante de tanta variedade de trajes típicos, de tantas crianças, cores e sorri-sos. Era como estar numa espécie de paraíso fotográfico onde havia possibilidades de fotos em todos os lados para onde apontasse a mi-nha câmera. As pessoas ficavam indecisas entre assistir a corrida ou ver qual seria o próximo pas-so daquele estrangeiro perdido naquela região

tão isolada do mundo. As crianças simplesmen-te ficavam paralisadas, atraídas pela novidade. Copa do Mundo na China tem suas curiosi-dades. Uma delas é o nome dos países: Nuze-lando, Eslovaco, Englante, Baxí (Brasil), Fagoh (França), J’ban (Japão), Micoh (USA), e muitos outros. Engraçado é ouvir o Dunga falando chi-nês. Combina muito com ele... Eu não entendo nada do que falam, mas já consegui assistir a alguns jogos, inclusive o jogo do “Baxí” contra a “Kôrea” no qual o sotaque do narrador ao falar Kaka fez jus ao seu desempenho.

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Esta foto é uma das minhas favoritas. Ela possui uma misticidade que nem sei bem como explicar. O ho-mem com um livro de sutras budistas abençoa a mi-nha partida e a dos meus dois amigos monges que conheci no dia anterior. Eles me levaram para a casa dessa senhora que, pelo que entendi, era parente de um deles. Ela nos recebeu com o maior carinho, nos deu chá com manteiga e biscoitos para o nosso café da manhã. Meu amigo monge trouxe um pôster do Dalai Lama para ela que, ao vê-lo, fez uma série de reverências na sua frente. Acho que o maior sonho da vida de todos eles é poder um dia se encontrar com o seu líder religioso. Sonho tão impossível hoje em dia.

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Quais são as imagens que surgem em sua men-te quando você ouve a palavra paraíso? Você vê um vale entre montanhas com picos nevados e um rio com águas cristalinas correndo entre plantações de trigo e macieiras florindo em ple-na primavera? Tem também em sua imaginação mulheres com vestidos coloridos carregando em suas costas cestos com lenha para aquecer suas casas? Crianças alegres com cabelos negros e olhinhos puxados voltando da escola ilumina-das pelos últimos raios de sol do dia? Monges recitando mantras em coloridos monastérios budistas com ovelhas pastando ao redor em gramados com pequenas flores coloridas? Vem também à sua mente a palavra Xangrilá?

Claro que a descrição acima não tem nada a ver com aquela praia gaúcha, destino de milhares de porto alegrenses nos quentes finais de se-

mana de verão, mas sim com um livro chamado Horizonte Perdido, escrito em 1925 por James Hilton. Onde fica exatamente Xangrilá ninguém sabe ao certo, pois o livro é uma obra ficcional. Mas no caminho até aqui eu passei por vários lugares parecidos, e devem existir ainda outras centenas de vales semelhantes nessa imensa região de montanhas do Himalaia. Várias cida-des tentam atrair turistas com a promessa des-se paraíso, mas na verdade ele acaba deixando de existir quando começa a ser explorado tu-risticamente, como é o caso de Lijiang, na pro-víncia de Yunnan, no sudoeste chinês. Aqui, ao invés desse pacato vale, você encontra redes de hotéis, lojas de marcas e barulhentos karaokês construídos em belíssimos prédios de arquite-tura medieval chinesa. A cidade, é claro, tem o seu charme, mas, se você é daqueles que pre-ferem beber chá com manteiga de yak em uma

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casa de simpáticos tibetanos ao invés de uma cerveja em um barulhento restaurante chinês, você pode ficar desapontado com essa moder-na versão de Xangrilá.

Realmente, a China muitas vezes me parece um lugar virado de cabeça para baixo. Banheiros, por exemplo, são lugares para os quais você certamente não vai levar uma revista para ler. Se você tem banheiros de rodoviária em baixa estima, você não tem noção do quanto esses lugares podem ser ainda piores. No Brasil, pelo menos, você pode manter sua privacidade nes-ses momentos, enquanto que aqui você pode olhar para o lado e ver um chinês, também de cócoras, fumando um cigarro enquanto você tenta apressar ao máximo esse momento tão desonroso de sua manhã. O bom é que, se você esqueceu o papel higiênico, pode pedir para o

seu vizinho do lado. Mas se realmente aquele não for o seu dia de sorte, ele não usa essa co-modidade ocidental.

Nas alturas das montanhas tibetanas você nota-rá facilmente a ausência de banheiros nas casas e hotéis. Em um desses hotéis, que ficava em cima do moinho da cidade, ao perguntar pelo banheiro, fui guiado para um beco lamacen-to ao lado. Eu mal podia acreditar que usavam aquele lugar como banheiro, e passei a noite in-teira sem beber água para não precisar acordar no meio da madrugada.

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Você acorda com aquela louca vontade de tomar um café, comer um ovo frito, umas torradas com manteiga e lá vem novamente a tsampa, algo que, como tudo na vida, você aprende a amar.

O mais difícil é conseguir tomar o chá com a camada de gordura flutuando na superfície. É preciso dar uma asso-prada e beber rapidamente um gole antes que a gordura volte e grude no seu bigode.

Coloque em uma tigela umas colheradas de cevada tos-tada e moída. Adicione uma generosa colher, das de sopa, de manteiga de nak (fêmea do yak), um pouco de açúcar e... tcharam! adicione finalmente o chá. Requer uma certa prática amassar tudo isso com apenas uma mão. Se houver chá demais, é preciso beber um pouco antes de começar a fazer a massa. Quando ela já tiver a forma de uma bola, estará pronta para o consumo.

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Nawang Kechog acompanha minhas viagens já há muito tempo. Dizem que sou um cara de sorte; algumas vezes chego até a acreditar nis-so. Tive a oportunidade de assistir a um con-certo dele durante as celebrações do Losar, o ano novo tibetano, numa pequena cidade de Massachusetts, em 2005. Ele é mais um dos mi-lhares de tibetanos espalhados pelo mundo e mora hoje nas Montanhas Rochosas, no Colo-rado. Provavelmente isso é o mais próximo de sua casa que conseguiu encontrar nos EUA.

Ele foi monge durante 11 anos e estudou filosofia budista e meditação com o próp-rio Dalai Lama. Passou anos vivendo como

eremita nas montanhas do Himalaia du-rante o período em que viveu como refugia-do na Índia. Devia passar horas tocando sua flauta, espalhando notas de paz ao vento. Tem uma voz muito profunda, um jeito calmo de falar e se mover. De sua boca apenas palavras de bondade são proferidas. Quando começa a tocar, o ambiente silencia. De sua flauta, sons improváveis confundiam meus ouvidos. Vento, chuva, ondas quebrando na praia. “Como é que ele consegue fazer isso?!” perguntava a mim mesmo, naquele jeito tão ocidental que temos de tentar entender sempre as coisas que precisam ser apenas sentidas.

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