O EU (EGO) E O ID (1923) · Inconsciente – Obras Psicológicas de Sigmund Freud. ... Obras...

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O EU (EGO) E O ID

(1923)

Professora: Laura Carmilo

Granado

EU (EGO) (O Ego: das Ich)

Há uma consciência atada a ele

Controla acesso à motilidade

Instância que mesmo dormindo detém o controle da censura onírica

EGO

Está numa relação de dependência tanto

para com as reivindicações do Id, como

para com os imperativos do superego e

exigências da realidade

EGO

No conflito neurótico, o ego representa o

polo defensivo da personalidade, põe em

jogo uma série de mecanismos de defesa,

estes motivados pela percepção de um

afeto desagradável.

Desse Eu (Ego) que procedem os

recalques

Ego e primeira tópica

Resistência pertence ao Eu e dele procede – no

Eu há algo que é inconsciente

O Ego é mais vasto que o sistema pré-

consciente-consciente, na medida em que suas

operações defensivas são em grande parte

inconscientes

Sistema Perceptivo:

núcleo do Eu.

O Eu se estende de início

até o Pré-consciente

Mas o Eu também é

inconsciente

EGO (EU) “De certa forma, o Eu resultou do

processo de diferenciação que se

deu na superfície do Id. O Eu se

empenha em fazer valer a influência

do mundo externo junto ao Id e aos

propósitos deste, bem como tenta

substituir pelo princípio de realidade

o princípio do prazer – que reina no

Id sem restrições. O papel da

percepção no Eu é análogo ao da

pulsão no Id. O eu representa aquilo

que podemos chamar de razão e

ponderação, ao contrário do Id, que

contém as paixões”. p. 38.

Produto de uma diferenciação progressiva

do Id resultante da influência da realidade

exterior

Sistema Perceptivo: o núcleo do Eu

“O Eu não está nitidamente separado do Id; há

uma zona de transição em que ele se

interpenetra com o Id situado abaixo dele até o

ponto em que ambos se fundem” p. 37.

“Podemos comparar o relacionamento do Eu com

o Id ao do cavaleiro que deve conduzir um cavalo

muito mais forte do que ele, com a diferença de

que o cavaleiro tenta fazê-lo com suas próprias

forças, enquanto o Eu precisa fazê-lo com forças

emprestadas do Id” p. 38

Ego (Eu)

“Lembremos que o Eu inicia seu desenvolvimento a partir de uma

percepção ainda muito imediata das pulsões e evolui no sentido de

adquirir uma capacidade de controlar essas pulsões. Ele também

parte de uma subserviência inicial às pulsões até conseguir inibir as

pulsões. Também o Superego que, em parte, é, ele mesmo, uma

formação reativa contra os processos pulsionais oriundos do id,

participa intensamente desses processos do Eu. Aliás, na verdade,

mesmo nosso tratamento psicanalítico é um instrumento que visa

possibilitar ao Eu a progressiva conquista do Id.

Por outro lado, esse mesmo Eu é um pobre coitado que, tendo de

servir a três diferentes senhores, vive ameaçado por três perigos: o

mundo externo, a libido do Id e a severidade do Superego” p. 63

EGO

Produto de identificações que levam à

formação no seio da pessoa de um objeto

de amor investido pelo Id

“…o Eu, lidando com os primeiros investimentos objetais

do Id – e aliás, também com os outros investimentos

que mais tarde o Id venha a fazer nos objetos -, absorve

a libido desses investimentos e enlaça à modificação

que, por meio de identificação, ele mesmo [o Eu] pôde

promover em si”. P. 54

ID (o Id: das Es) Pólo pulsional

Conteúdos: pulsões, são inconscientes

inatas e

recalcadas –adquiridas

Id

Recalcado: uma parte do Id

Separa-se do ego pelas resistências de

recalcamento

Id

George Groddeck: “…aquilo que

chamamos de nosso Eu se comporta

durante nossa vida de forma

essencialmente passiva… nós somos

‘vividos’ por forças desconhecidas e

incontroláveis” (p. 36)

Linguagem de pacientes: “Aquilo (id) foi

mais forte do que eu, isso me veio de

repente, etc.”

Id

Abrange os mesmos conteúdos

anteriormente abrangidos pelo Ics, mas

não o conjunto do psiquismo inconsciente.

Energia utilizada pelo Ego é retirada

desse fundo comum.

Id luta pelo imediato atendimento da

satisfação – princípio do prazer

Ics e Pcs

“…a verdadeira diferença entre uma

representação Ics e uma representação Pcs

consistiria em que a representação Ics se

referiria a um material que permaneceria

desconhecido, enquanto a representação Pcs.

estaria sendo conectada a determinadas

representações-de-palavra…como algo se torna

pré-consciente? …Por meio de sua conexão

com as representações-de-palavra

correspondentes” (p. 32)

Superego -Herdeiro do complexo de

Édipo:

Interiorização das exigências e interdições

parentais.

Criança renuncia à satisfação de seus desejos

edipianos marcados pela interdição,

transformando o seu investimento nos pais em

identificação com os pais, interiorizando a

interdição.

Para promover e fortalecer o recalque foi

necessário o Ego infantil tomar emprestado o

obstáculo externo ( à realização dos desejos

edípicos) e erigi-lo dentro de si.

Superego

Menino

“No rapaz, o complexo de Édipo esbarra irrevogavelmente

na ameaça de castração; ‘um superego rigoroso é seu

sucessor” (FREUD, 1932)

“você deve ser assim (como seu pai)”,

“Você não pode ser assim (como seu pai)”

“Isto é, você não pode fazer tudo o que ele faz, algumas

coisas permanecem prerrogativa dele’” p. 44

Superego

É enriquecido pelas contribuições

ulteriores das exigências sociais e

culturais (educação, religião, moralidade)

“Quanto à moral, ao longo do

desenvolvimento, o papel de pai foi

rendido por professores e autoridades, de

modo que as regras e proibições

proferidas por este irão manter seu poder

no Ideal-de-Eu e exercer a censura moral

na forma de uma consciência moral” p. 47.

Superego

FUNÇÕES:

consciência moral

interdição - encarna a lei e proíbe sua transgressão

formação de ideais

auto-crítica: instância que se separou do ego e parece dominá-lo

(luto patológico ou melancolia: sujeito se vê criticar e depreciar)

EFEITO:

Sentimento de culpa: percepção do Eu à crítica - tensão entre o Eu

e o Ideal-de-Eu. Ele é a expressão de uma condenação moral ao

Eu promovida pela instância crítica.

Culpa na melancolia e na neurose obsessiva.

SUPEREGO

“o superego da criança não se forma à imagem dos pais, mas sim à

imagem do superego deles; enche-se do mesmo conteúdo, torna-se

o representante da tradição de todos os juízos de valor que

subsistem assim através das gerações” (FREUD, 1932)

O representante da nossa relação com os pais. Viemos a conhecer

esses seres superiores quando ainda éramos crianças pequenas,

passamos então a admirá-los, temê-los e, mais tarde, abrigamo-los

dentro de nós mesmos

“O Superego nos serve como lembrança da antiga fraqueza e

dependência do Eu e mesmo mais tarde seu domínio ainda se

estenderá ao Eu maduro. Tal como a criança já esteve submetida à

imposição de obedecer aos pais, o Eu maduro tem de se submeter

ao imperativo categórico do Superego” p. 56-57

A censura pode operar de forma

inconsciente (diferente dos pontos

de vista clássico sobre a

consciência moral). Consciência

moral surge estreitamente atrelada

ao complexo de Édipo, o qual por

sua vez, pertence ao Ics” p. 59

“Ao erigir o Ideal-de-Eu, o Eu

logrou se apoderar do complexo de

Édipo, mas ao mesmo tempo,

submeteu-se ao Id” p. 46.

“o Superego mergulha

profundamente para dentro do Id e

por essa razão está mais distante

da consciência do que ocorre com o

Eu” p. 57

Conferência XXXI: A dissecação da

personalidade psíquica 1932.

“O homem comum é mais imoral do que

ele mesmo imagina e muito mais ligado à

moral do que ele percebe” p. 59.

“o Superego se mostra independente do Eu

consciente e revela sua estreita relação com o

Id Ics” p. 60

“sua origem se situa naquilo que foi um dia

escutado. Assim, na verdade, ele é uma parte

do Eu. E mais, ele se mantém sempre

acessível à consciência, justamente por meio

destas imagens-de-palavra. Por outro lado a

energia de investimento aportada aos

conteúdos do Superego não se origina de

eventuais percepções auditivas, lições ou

leituras, mas sim de fontes situadas no Id” p. 60

Posição especial que Superego ocupa no

Ego: produto das primeiras identificações

que ocorreram quando o ego ainda era

fraco “…o fato de os primeiros investimentos objetais se originarem do Id,

portanto, do complexo de Édipo, traz ainda outras implicações: coloca o

superego… em relação direta com as antigas aquisições filogenéticas do Id

e faz dele uma reencarnação de formações do Eu muito antigas (que há

muito depositaram seus precipitados no Id). Por isso o Superego estará

perenemente próximo do Id e é capaz de representá-lo frente ao Eu.

Diremos, também que o Superego mergulha profundamente para dentro do

Id e por essa razão está mais distante da consciência do que ocorre com o

Eu” p. 57

Teorias das Pulsões

Primeira Teoria

PULSÃO DE

AUTOCONSERVAÇÃO

Necessidades ligadas às

funções corporais

essenciais à conservação

do indivíduo

X

PULSÃO SEXUAL

Segunda teoria

PULSÃO DE VIDA

X

PULSÃO DE MORTE

Segunda teoria das pulsões:

EROS,PULSÃO SEXUAL

OU PULSÃO DE VIDA

Amor – construção

Meta: conservação, ligação

Teria como meta amalgamar cada

vez mais partículas fragmentadas

de substância viva, dando à vida

uma forma mais complexa e, assim,

preservando-a

PULSÃO DE MORTE

Ódio – demolição

Meta: dissolver os

agregados, destruir

Teria como missão conduzir a

vida orgânica de volta ao

estado inanimado.

SUPEREGO E PULSÃO DE

MORTE

Melancolia:

Superego ataca o Ego com

impiedosa dureza como se tivesse se

apoderado de todo o sadismo,

disponível no indivíduo. Componente

destrutivo foi depositado no

Superego e dirigido ao Ego. No

superego predomina pura pulsão de

morte : destrutividade voltada para o

Eu. Eu se reconhece como culpado e

se submete às punições.

Neurose obsessiva:

Revolta-se contra imputação de culpa e solicita ao

médico ajuda para rejeitá-la.

Impulsos recalcados que levam à culpa podem ser

encontrados - Superego está mais informado sobre

o Id inconsciente do que o Ego

Ego não acolheu as tendências destrutivas e se

rebela por formações reativas e medidas

preventivas de modo que tendências destrutivas

ficam confinadas no Id. O Superego, porém, trata o

eu como se ele fosse o responsável por essas

tendências.

“Sem ajuda nenhuma das partes, o Eu em vão tenta

se defender contra as exigências de um id

sanguinário e contra as acusações de uma

consciência moral punitiva. Mas o máximo que ele

consegue é apenas inibir as ações mais truculentas

provenientes de ambos os lados” p. 61.

Sadismo no Superego voltado ao Ego: sentimento de culpa consciente

REFERÊNCIAS:

FREUD, S. (1915) O Ego e o Id. In: Escritos sobre a Psicologia do

Inconsciente – Obras Psicológicas de Sigmund Freud. Trad.: Luiz

Alberto Hanns. Rio de Janeiro: Imago, 2006, v.3, p. 13-74.

FREUD, S. (1932b) Conferência XXXI: A dissecação da

personalidade psíquica das novas conferências introdutórias. In:

Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 22. Rio de

Janeiro: Imago, 1980, p.139-165.

LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J. BVocabulário da psicanálise. Trad.:

Pedro Tamen, 4ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.