26
Sistema de Classificação Decimal de Dewey TELMA SOCORRO SILVA SOBRINHO PROFESSORA DO DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA MESTR EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO 1 HISTÓRIA DA CDD A CDD foi criada por Dewey em 1876 e acaba de lançar a sua 22ª edição. Melvil Dewey, seu criador era Bibliotecário do Amherst College em Massachusetts, Estados Unidos. Sentiu a necessidade de criar um método para organização dos itens do acervo da biblioteca sob sua responsabilidade. Antes de Dewey W. T. Harris havia criado um sistema baseado nas idéias de Francis Bacon, porém em ordem inversa. Dewey resolveu tomar por base a mesma classificação. Nos sistemas criados antes da CDD havia um problema: o fato de não permitir a inserção de novas matérias a estrutura já definida, nem tão pouco a divisão apropriada de disciplinas. O sistema idealizado por Dewey veio a suprir esta deficiência por ser um sistema com arranjo decimal e por isso, apresentar a característica de hospitaleiro. O sistema de Dewey trazia algumas novas idéias: O número de classificação atribuído aos documentos não indicava a posição dos livros nas estantes, mas respondia a relação das disciplinas entre si; os números atribuídos a uma disciplina atende a uma estrutura decimal, por que a cada novo dizimo que se adiciona surge uma subdivisão da disciplina imediatamente anterior. Deste modo permite em princípio uma infinidade de subdivisões, sem que seja necessário alternar a ordem previamente estabelecida; Outra mudança importante foi que as tabelas principais e auxiliares podem ser localizadas em um índice relativo, porque relaciona cada termo com a disciplina a qual corresponde. Os mesmos termos correspondentes à matérias diferentes podem encontrar-se separados nas disciplinas do esquema, mas se encontram juntos no índice. A primeira edição da CDD foi intitulada A classification and Subject Index for Cataloguing and Arranging the Books and Pamphlets of a Library, contendo mais de 921 categorias dividas em 10 classes principais de 000 a 900. Além do esquema existia um índice com mais de 2.500 entradas. Dewey participou da atualização do sistema até a 13ª edição, publicada em 1932, um ano depois de sua morte. Pode-se dizer que o sistema vivenciou três períodos com visões diferentes a respeito de sua atualização considerando a evolução da ciência e da tecnologia

CDD

Embed Size (px)

Citation preview

Sistema de Classificação Decimal de Dewey

TELMA SOCORRO SILVA SOBRINHO PROFESSORA DO DEPARTAMENTO DE

BIBLIOTECONOMIA MESTR EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

1 HISTÓRIA DA CDD

A CDD foi criada por Dewey em 1876 e acaba de lançar a sua 22ª edição. Melvil Dewey, seu criador era Bibliotecário do Amherst College em Massachusetts, Estados Unidos. Sentiu a necessidade de criar um método para organização dos itens do acervo da biblioteca sob sua responsabilidade. Antes de Dewey W. T. Harris havia criado um sistema baseado nas idéias de Francis Bacon, porém em ordem inversa. Dewey resolveu tomar por base a mesma classificação. Nos sistemas criados antes da CDD havia um problema: o fato de não permitir a inserção de novas matérias a estrutura já definida, nem tão pouco a divisão apropriada de disciplinas. O sistema idealizado por Dewey veio a suprir esta deficiência por ser um sistema com arranjo decimal e por isso, apresentar a característica de hospitaleiro.

O sistema de Dewey trazia algumas novas idéias:

O número de classificação atribuído aos documentos não indicava a posição dos livros nas estantes, mas respondia a relação das disciplinas entre si;

os números atribuídos a uma disciplina atende a uma estrutura decimal, por que a cada novo dizimo que se adiciona surge uma subdivisão da disciplina imediatamente anterior. Deste modo permite em princípio uma infinidade de subdivisões, sem que seja necessário alternar a ordem previamente estabelecida;

Outra mudança importante foi que as tabelas principais e auxiliares podem ser localizadas em um índice relativo, porque relaciona cada termo com a disciplina a qual corresponde. Os mesmos termos correspondentes à matérias diferentes podem encontrar-se separados nas disciplinas do esquema, mas se encontram juntos no índice.

A primeira edição da CDD foi intitulada A classification and Subject Index for Cataloguing and Arranging the Books and Pamphlets of a Library, contendo mais de 921 categorias dividas em 10 classes principais de 000 a 900. Além do esquema existia um índice com mais de 2.500 entradas.

Dewey participou da atualização do sistema até a 13ª edição, publicada em 1932, um ano depois de sua morte.

Pode-se dizer que o sistema vivenciou três períodos com visões diferentes a respeito de sua atualização considerando a evolução da ciência e da tecnologia

2

desde sua criação até os dias de hoje. Enquanto Dewey era vivo, caracteriza-se como o primeiro período, pois ele pensava em não alterar os números dados a uma matéria a fim de evitar as mudanças de organização dos acervos nas bibliotecas. O segundo período vai da 14ª a 17ª edição em que foram feitas muitas mudanças, embora parciais, pois as disciplinas não eram alteradas em sua essência. Já o terceiro período é o contemporâneo em que a dinâmica da ciência e da tecnologia exigem a reconfiguração completa de uma disciplina, porém deixando aquelas que não sofreram alterações radicais intactas.

Novas edições são publicadas a cada sete anos. A 22ª edição é de 2003. E desde a 21ª edição já está disponível uma versão do sistema em CD-ROM. Por enquanto a versão disponível em CD-ROM é apenas para bibliotecários e especialistas, no entanto, está sendo preparada uma versão para usuários.

A atual responsável pelas atualizações da CDD é a Biblioteca da Library of Congress. O trabalho está a cargo de um Conselho formado por representantes de bibliotecários e professores de biblioteconomia.

A distribuição do Dewey é feita pela Forest Press, que é um departamento da OCLC. A Forest Press também publica uma versão abreviada. Esta versão é indicada para bibliotecas escolares e públicas ou comunitárias, como forma de introduzir os usuários, em seus primeiros contatos com as bibliotecas, no uso de sistema de organização da informação.

Outra inovação é que a OCLC, publicou uma versão para o uso na Internet. Disponível em:

HTTP://www.oclc.org/dewey/resources/tutorial/default.htm

2 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA

A CDD é uma ferramenta de organização do conhecimento geral, apropriada para a organização de bibliotecas de acervo geral. Foi desenvolvido hierarquicamente em uma rede de relações entre assuntos. Na CDD as categorias básicas são organizadas por disciplinas ou campos de estudo.

No inicio a CDD era um sistema puramente enumerativo, porém devido as influências sofridas por outros sistemas como a CDU e a classificação de Ranganathan, passou a adotar características facetadas, embora muitos ainda a classifiquem como um sistema enumerativo, o fato de possuir disciplinas que aparecem em vários locais do sistema conforme sua contextualização, e de apresentar as tabelas auxiliares, para possibilitar o enfoque de características e facetas dos assuntos, pode caracterizá-la com um sistema facetado. Certamente não podemos dizer que seu nível de facetas e tão profundo como em Ranganathan e CDU, mas apresenta sim alguns indícios de um sistema facetado.

3 ESTRUTURA DO SISTEMA

3

A estrutura é formada por dez classes principais, distribuídas segundo a classificação das ciências de Francis Bacon: razão imaginação e memória e também 7 tabelas auxiliares (até 21.ed.) ou 6 tabelas auxiliares (a partir da 22.ed.)

A décima classe (000 – generalidades) foi criada para arrolar as disciplinas que por ter um caráter de transversalidade não se apresentavam em nenhuma outra classe, como biblioteconomia, jornalismo, computação, etc.

Cada classe principal é dividida em mais dez divisões, e cada divisão em mais dez secções, embora nem todos os algarismos para as divisões e secções tenham sido utilizados.

O numero de tabelas auxiliares foi alterado na 22.ed., passou a ser apenas 6. Até a 21.ed. eram 7 tabelas auxiliares, mas na edição atual a tabela 7 de pessoas foi retirada. As notações para representar pessoas foi para 08 da tabela 1.

4

A estrutura principal da CDD é apresentada resumidamente no começo do volume 2 em forma de sumários. O primeiro contém as dez principais categorias. O segundo sumário contém as cem primeiras divisões. O terceiro sumário contém mil secções. Além destes sumários ainda existem outros, distribuídos por todo o esquema principal.

4 SUMÁRIOS (SUMMARY)

Os sumários sintetizam as principais divisões de um determinado assunto. Eles aparecem quando a cadeia de um assunto estiver disposta em mais de duas páginas, a fim de facilitar o entendimento da classe como um todo.

Exemplo:

SUMMARY

025.001-.9 Standard subdivisions

.02 [Technical processes, information storage and retrieval systems]

.2 Administration

5

.3 Bibliographic analysis and control

.4 Subject analysis and control

.5 Services for users

.6 Circulation services

.7 Physical preparation for storage and use

.8 Maintenance and preservation of colletions

5 INDICE RELATIVO

O indice relativo é assim denominado porque relaciona assuntos às disciplinas.

No esquema de classificação os assuntos são distribuídos entre disciplinas, a partir de um principio hierárquico e um arranjo decimal. No índice relativo os assuntos são arranjados alfabeticamente. Os termos podem ser usados para representar contextos diferentes ou os vários aspectos pelos quais os assuntos podem ser abordados, e então vão aparecer reunidos no índice com os símbolos correspondentes para cada disciplina ou matéria, o que possibilita a escolha daquele que melhor se encaixa no conceito que se deseja representar. Aparecem arranjados alfabeticamente abaixo da primeira entrada em margens recuadas.

Exemplo:

Libraries 027

Accounting 657.832

armed forces 355.346

law 344.092

operations 025

political aspects 021.8

public administrative support 352.744

publications for

bibliographies 011.67

reviews 028.167

publishing 070.594

relationships 021

6

residential interior decoration 747.73

No índice o classificador busca os termos que expressam os conceitos para localizar os símbolos numéricos que os representam, para depois procurá-los no esquema principal ou nas tabelas auxiliares.

No exemplo acima se o assunto fosse bibliotecas das forças armadas a notação a ser escolhida seria 355.346 (Libraries – armed forces)

A ordenação do índice se dá palavra-por-palavra, e quando a busca é feita por meio de frase ou termo formado por várias palavras se usa o principio da gramática inglesa em que se inverte a posição do adjetivo com a do substantivo. Exemplo: Forças armadas – traduz-se : armed forces. As exceções para este caso está no tratamento para alguns países, porque o nome do país aparece primeiro.

Exemplo:

India 954

India-Pakistan conflict 95492051

India rubber tree 635.93345

No índice encontramos tanto entradas de conceitos do esquema principal quanto das tabelas auxiliares, sendo que os números das tabelas auxiliares são aqueles identificados pelo T de tabela e o número correspondente a referida tabela

No índice encontramos também entradas que não aparecem completas nas tabelas principais ou auxiliares, porque são fruto de uma síntese de notação.

O assunto administração de uma coleção de mapas será assim localizado no índice: Maps – library treatment 025.176 (soma de 025.17 + 6, veja maiores detalhes no item sobre síntese de notação)

Maps 912

T-1 – 022 3

Aeronautics 629.132 54

Cartography 526

military engineering 623.71

7

cataloging 025.646

geographic 912

library treatment 025.176

printing 686.283

publishing 070.579 3

6 PRINCIPIO HIERÁRQUICO

O sistema atende a um principio hierárquico e um arranjo decimal, expressos por sua estrutura e notação. As disciplinas vão se subdividindo conforme suas características. Ficarão agrupadas se tiverem semelhanças entre si ou separadas se tiverem diferenças.

A estrutura hierárquica significa que todos os assuntos (além das dez categorias principais) são parte dos assuntos mais genéricos acima eles. Do mesmo modo, o conjunto das partes (assuntos específicos) forma o todo (classes principais).

O encadeamento que ocorre entre as classes, divisões e seções da CDD são facilmente ilustráveis pela Árvore de Porfírio:

SUBSTÃNCIA

CORPOREA INCORPOREA

CORPO

ANIMADO INANIMADO

CORPO ANIMADO

SENSÍVEL INSENSÍVEL

ANIMAL

RACIONAL IRRACIONAL

HOMEM

MARIA PAULO JOÃO MARCIA

Parte-se de números de pouca extensão, mas com grande intenção(genérico), para números de muita extensão mais com pouca intenção (específicos)

8

Quando as disciplinas vão se agrupando por suas semelhanças e dividindo-se por suas diferenças é tecida uma rede de conceitos.

025 operações em bibliotecas,

arquivos e centros de informação

Conceito: ações para a organização da biblioteca

025.1 administração

025.2 desenvolvimento de coleções

025.3 controle

bibliográfico

025.4 Análise de

assunto

025.5 Serviços

ao usuário

025.43 sistemas de classificação

025.47 catalogação de

assunto

025.48 indexação de

assunto

025.49 vocabulários controlados

025.482 Precoordinate indexing

025.484 Coordinate e postcoordinate

indexing

025.486 Title Manipulation (Kwic, Kwoc, etc.)

A divisão análise de assunto (025.4) foi escolhida como um dos itens da classe Operações de bibliotecas (025), por tratar-se de um dos tipos dessas operações, que em coordenação com outros tipos de operação (administração - 025.1,

9

desenvolvimento de coleções - 025.2, controle bibliográfico – 025.3, serviços ao usuário – 025.5, serviços de circulação – 025.6, Espaço físico – 025.7 e preservação de coleções – 025.8) formam o todo da classe superordenada (025). Todas essas subdivisões de 025 tem em comum o fato de serem ações que operacionalizam a organização da biblioteca, e portanto são conceituadas quase de forma idêntica, apenas com diferenças sutis. Por outro lado a análise de assunto tem como itens subordinados todos os tipos específicos de instrumentos e metodologias utilizados na análise de assunto. E assim a rede de conceitos vai se tecendo – o tema analise de assunto é ao mesmo tempo superordenado, subordinado e coordenado com outros temas com quem possui alguma tipo de semelhança ou diferença. Apesar dos assuntos coordenados serem ligados por algum tipo de semelhança, eles também possuem diferenças que os individualizam entre si.

7 NOTAÇÃO

Notação é o sistema de símbolos utilizado para representar as disciplinas e suas subdivisões na categorização de um sistema. A notação dá um significado exclusivo para cada assunto, não podendo existir assuntos diferentes com um mesmo conjunto de símbolos. A notação da CDD é formada por números arábicos o que a torna uma linguagem universal. O primeiro dos três dígitos representa a classe principal. Por exemplo , 500 representa Ciências Puras. O segundo dos três dígitos indica a divisão. Por exemplo, 510 para matemática (sendo 5 ciências puras e 1 matemática), 520 para astronomia (sendo 5 ciências puras e 2 astronomia, 530 para física (sendo 5 ciências puras e 3 física). O terceiro dos três dígitos indica a seção. Por exemplo, 530 é utilizado para trabalhos gerais sobre física e 531 para mecânica clássica.

As notações devem ter no mínimo três dígitos. Portanto, quando uma classe está em seu nível máximo de generalidade, como por exemplo, 5 (ciências puras) a notação deve ser completada com dois zeros (500 – ciências puras). Vale ressaltar que estes zeros que estão a direita não possuem valor semântico, e podem a qualquer tempo ser substituídos por outros quando for acrescentado um outro conceito a este primeiro (exemplo: 605 – revista de tecnologia, onde 6 e tecnologia e 05 e a s.s. para revista). Neste caso os dois últimos zeros de tecnologia (que não tinham valor semântico) foram substituídos por 05 (s.s. para periódicos).

Devido a notação apresentar-se hierarquicamente, de acordo com o comprimento da notação os conceitos terão maior ou menor nível de especificidade. Algarismos de um determinado nível são habitualmente subordinados a uma classe cuja notação tem um dígito a menos; coordenada com um classe cuja notação tem o mesmo número de dígitos e superordenada a um classe com uma quantidade maior de dígitos.

Cães e gatos são mais específicos que animais domésticos. Dentro da cadeia hierárquica eles estão no mesmo nível e são portanto coordenados entre si. Cães e gatos em relação a animais domésticos são assuntos subordinados

10

enquanto que animais domésticos em relação a cães e gatos é um assunto superordenados.

Caso seja necessário utilizar mais de três dígitos, entre o terceiro e o quarto dígito será inserido um ponto decimal, para facilitar a leitura e memorização da notação.

Dentro do sistema propriamente dito, quando estão arrolados os assuntos das tabelas principais, os três primeiros dígitos aparecem apenas uma vez (classe principal, divisão e seção). Não se repete o primeiro conjunto de dígitos que estão separados por ponto do restante da notação, ficando subentendido que antes do ponto está o grupo de números mencionados no inicio do desenvolvimento daquela seção.

Exemplo:

023 Personnel management (human resource management)

.2 Professional positions

.3 Technician positions

.4 Administrative position

8 SÍNTESE DE NOTAÇÃO

Coordenadas entre si

11

O classificador poderá não encontrar nas tabelas principais um número preciso

para representar um determinado assunto, sendo necessário construir uma

síntese. Porém só é possível realizar uma síntese de notação quando o sistema

autoriza por meio de instruções específicas distribuídas ao longo do sistema.

Exceção se faz para as subdivisões padrão, que podem ser usadas

indistintamente com qualquer número das tabelas principais e para a tabela dois

(área geográfica), pois quando não há a instrução, faz-se a síntese usando o

recurso indireto, com a interposição do – 09 (s.s.) entre o assunto principal e a

tabela de área.

A síntese começa sempre por um número base indicado na instrução ao qual

outro número vai ser adicionado, normalmente atendendo a um extremo

determinado também na instrução “Add to base number........”. Esta instrução

poderá apresentar variações muito sutis, dependendo de cada caso:

Há quatro formas de construir uma síntese de notação:

a) Adicionando uma s.s. a um número das classes principais (independentemente da existência de instrução autorizando a síntese);

b) Adicionando as tabelas de 2 a 7(até 21ª.ed.) ou 2 a 6 (a partir da 22ªed.), sendo necessário a existência de uma instrução autorizando o uso da tabela especifica. No caso da tabela 2 o sistema permite o uso indireto da tabela para aqueles assuntos em que não haja a instrução.

c) Adicionando outras notações das tabelas principais, aproveitando cadeias hierárquicas já desenvolvidas em outro assunto;

d) Adicionando tabelas auxiliares criadas para serem usadas em pontos específicos da tabela principal a outros assuntos principais. Como acontece nas tabelas auxiliares especiais da CDU. Normalmente a orientação de uso desse processo se dá pelas notas de rodapé.

O uso da síntese de notação usando um número da tabela principal com um número da tabela auxiliar será desenvolvido no item tabelas auxiliares.

8 .1 SÍNTESE DE NOTAÇÃO DE ASSUNTO PRINCIPAL COM ASSUNTO

PRINCIPAL

Exemplo:

Uma publicação que aborde o assunto administração de uma coleção de

mapas poderá assim ser classificada: 025.175.

025.17 é a notação para administração de coleções de materiais especiais,

para acrescentar a coleção específica(mapas), o sistema autoriza utilizar a

mesma subdivisão de coleções especiais (025.34) já desenvolvida em outra

parte do sistema no extremo entre 025.341-025.349.

“Add to base number 025.17 the number following 025.34 in 025.341 a 025.349”

12

Ao consultar no extremo indicado pelo sistema, observa-se, que a notação para

mapas é 025.346. Deste modo, de acordo com a instrução deve-se acrescentar

ao número base 025.17 os dígitos que aparecerem depois de 025.34, ficando

assim: 025.176

Número base (025.17)

025.34 Cataloging, classification, indexing of special materials

025.341 Manuscripts, archival materials, rarities

025.342 Clipping, broadsides, pamphlets

025.343 Serial, government publications, report literature

025.344 Electronic resources

025.346 Maps, atlases, globes

025.347 Pictures and materials for projection

025.348 Sound recording and music scores

025.349 Other specials materials

8.2 ORDEM DE CITAÇÃO

A ordem da citação permite que o classificador construa a síntese de notação

usando duas ou mais características de um assunto (facetas), conforme

especificado em notas de instrução. O sucesso em construir um número da CDD

está em determinar que características se aplicam a um trabalho específico, e

então de acordo com as instruções previstas no esquema de classificação

estabelecer a seqüência em que as facetas serão dispostas na notação.

A ordem de citação é sempre detalhada com muito cuidado nas instruções

abaixo do número do esquema de classificação que se deseja usar.

Exemplo:

909.04 History with respect to ethnic and national groups

Add to base number 909.04 notation 05 - 99 from Table 5, e.g.,

world history of Jews 909.04924; then add 0 and to the result add

the numbers following 909 in 909.1 - 909.8, e.g., world history

of Jews in 18th century 909.0492407

O numero 6 e resultante de

025.346, depois de retirado 025.34

13

Para um trabalho sobre a história dos judeus no século XVIII (904.0492407),

esta nota estipula a seguinte ordem de citação para as facetas do assunto:

904.04 - HISTÓRIA DO MUNDO (a escolha deste número é feita porque o povo

judeu não está limitado a uma localização geográfica) + 924 – Judeus (grupo

nacional e étnico) + 0 (o zero que o sistema manda acrescentar após a raça) + 7

- período histórico (proveniente de 909.1 e 909.8, onde 909.7 é século XVIII. O

período histórico será mencionado após a introdução do 0 (zero), conforme

estabelecido na nota “...then add 0 and to the result...”.

8.3 ORDEM DE PREFERENCIA

Se não há a possibilidade de mostrar mais de uma das características ou

aspectos de um assunto tratado na publicação, porque uma escolha deve ser

feita entre elas. A escolha deve ser baseada nas notas de preferência que

estabelecem como fazer a opção.

Exemplo:

305.9 Occupational and miscellaneous groups Unless otherwise instructed, class a subject with aspects in two or more subdivisions of 305.9 in the number coming last,e.g., unemployed librarians 305.9092 (not 305.90694)

A tradução da nota diz que “a menos que haja outra instrução, classifique um

assunto com aspectos cobertos por duas ou mais subdivisões de 305.9 no

número que estiver por último na hierarquia do esquema de classificação”

O assunto bibliotecários desempregados, deve assim ser classificado 305.9092. Neste caso o assunto base é o grupo de pessoas. A segunda característica é o emprego e a ocupação. A ocupação do bibliotecário é 305.9092 e pessoas desempregadas é 305.90694 dentro da hierarquia das tabelas principais. Pela instrução apresentada abaixo de 305.9 a característica a ser escolhida é a da ocupação do bibliotecário, porque é a que vem por último.

9 NOTAS E SINAIS DA CDD

O manuseio da CDD e facilitado pela grande quantidade de notas e sinais que ela apresenta como forma de esclarecer seu uso.

As notas são importantes porque fornecem a informação que não é óbvia na

hierarquia notacional ou no título, no que diz respeito à ordem, à estrutura, a

subordinação, e às outras matérias. As notas podem aparecer tanto no número

quanto em sua extensão ou no começo de uma tabela. As notas de rodapé são

usadas para as instruções que se aplicam às subdivisões múltiplas de uma

classe, ou a um tópico dentro de uma classe. As entradas individuais no manual

são consideradas também notas.

14

Estas notas e sinais estão divididos em quatro grupos, conforme Benito, Miguel (Disponível em : http://www.adm.hb.se/~mb/cdu/dewey.htm. capturado em 19.11.2007)

a) Notas que indicam o conteúdo de uma classe ou os sinônimos de tópicos que correspondem a classe, e que podem ser mais gerais ou específicos.

b) Notas que indicam a posição de uma dada disciplina que precisa de um signo próprio, ora porque tem insegurança na sua posição, ora porque a disciplina é muito especifica. Também há notas que ajudam o classificar a subdividir uma disciplina com exemplos.

c) notas que indicam o conteúdo de outras seções, e/ou como remissivas.

Estas notas servem para ajudar a encontrar o conceito mais apropriado. Tendo a oportunidade de comparar os conceitos entre si o classificador ficará mais seguro sobre qual é o mais preciso.

d) notas que explicam as mudanças que ocorreram no sistema tanto nas tabelas principais como nas auxiliares. Estas notas aparecem abaixo ou ao lado de números entre colchetes, o que significa que este número deixou de ser usado apontando para um número que naquela edição está apto a ser usado.

EXEMPLOS:

Add to – acrescentar para

Quando aparece esta nota normalmente é para autorizar uma síntese de

notação.

Exemplo:

727. 8 Library Buildings - (Construção de bibliotecas no geral)

Quando o classificador quer especificar o tipo de biblioteca, será

necessário fazer uma síntese de notação. A síntese neste caso é

autorizada desta forma.

> 727.82 – 727.84 Specific kinds of libraries (tipos específicos

de bibliotecas)

.82 General Libraries

Add to base number 727.82 the numbers following 027 in 027.1-

027.8, e.g., public libraries buildings 727.824

15

Class here – Classificar aqui

Exemplo:

572 Human races (raças humanas)

class here physical ethnology (classificar aqui etnologia física)

Use ... para as subdivisões padrão – Use.... for standard subdivisions

Esta nota normalmente aparece para especificar o número de zeros que

deve ser empregado quando o classificador vai utilizar uma s.s. para

complementar o sentido de um assunto principal.

Exemplo:

661 Technology of industrial chemicals

Use 661.001 - 661.009 for standard subdivisions

Common name – Nome vulgar

Obs: estas notas são encontradas em 580 – botânica e 590 - zoologia

Exemplo:

583.135 Violates

Contains Violaceae (violet family)

Common name: pansy (amor-perfeito)

See – ver referências

Significa que parte da classe aonde é feita a referência será classificada na

classe para a qual é feita a remissiva.

Exemplo:

16

727.6 Museum buildings (Edificações de museus)

For art museum building, see 727.7

Há uma variante desta nota quando aconselha ver o manual : See Manual

See also – ver também

Faz remissivas para assuntos relacionados com aquele que está sendo

utilizado pelo classificador.

Exemplo:

641.563 6 Vegetarian cooking (arte culinária vegetariana)

See also 641.65 for cooking vegetables

Relocated – Recolocado

Esta nota indica que o número que está imediatamente anterior a ela não é

mais usado e que foi recolocado em outro lugar da tabela.

Exemplo:

641[.508 82] Cooking with respect to religious groups (arte culinária de

grupos religiosos)

Relocated to 641.567

Do not use – não use

Esta nota tem o mesmo significado da nota anterior relocated , ou seja

remete de um número em desuso para aquele que está em uso.

Exemplo:

641[.502 4] Works for specific types of users (trabalhos para tipos

específicos de usuários)

Do not use; class in 641.51

17

Formerly - Anteriormente

Esta nota faz a referência inversa das notas relocated ou Do not use, ou

seja, informa em que notação aquele assunto era classificado em edições

anteriores.

Exemplo:

641.567 For religious limitations and observances

Class here cooking with respect to religious groups [formerly 641.50882],

cooking for days of feast and fast

Discontinued – Descontinuada (subdivisões descontinuadas)

Representa que aquela subdivisão foi suspensa e deve ser classificada na

divisão imediatamente acima.

Exemplo:

149[.943] Linguistic analysis

Number discontinued; class in 149.94

[Unassigned] – Não utilizado

Significa que o referido número já foi utilizado como assunto em alguma

edição passada. Vem acompanhada de outra nota Most recently used in

Edition, na qual apresenta a última edição onde o número foi utilizado.

Exemplo:

[444] [Unassigned]

Most recently used in Edition 16

Além das notas também existem no sistema sinais que ajudam nas

instruções para seu uso.

a) [ ] Colchetes (square brackets)

18

Um número entre colchetes não está sendo utilizado na presente edição.

Exemplo>

384[.4] Submarine cable telegraphy

Relocated to 384.1

b) ( ) Parênteses – Parenthesis

Um número entre parênteses é opcional e vem acompanhado da nota

(optional number, prefer ...). Com esta nota o sistema remete para o número

mais apropriado.

Exemplo:

(026) Law

c) Sinal de maior

Apresenta os extremos de um assunto

Exemplo:

> 430.1 – 438.6 Subdivisions of German Language (significa que

entre os números 430.1 a 438.6 serão arroladas as subdivisões para a língua

alemã)

d) * Asteriscos – Asterisks

Adaga - Daggers

Estes dois sinais remetem para nota de rodapé, onde devem ser

observadas notas para cada caso.

Exemplo:

429 * Old English (Anglo-Saxon)

19

Na nota de rodapé aparecerá a seguinte nota:

* Add to base number as instructed under 420-490

442 + Etymology of Standard French

Na nota de rodapé aparecerá a seguinte nota:

+ Add to 44 as instructed under 420-490

Quando se busca e encontra um número no esquema é importante que seja observado o número hierárquicamente acima e a baixo pode-se encontrar alguma dessas notas de interesse, e o título pode não ser suficiente para entender do que se trata.

10 CLASSIFICAR OBRAS USANDO A CDD

Classificar um trabalho com a CDD requer a determinação do assunto, do foco

disciplinar, e, se aplicável, do enfoque e da forma.

Classificar um trabalho depende primeiro de saber determinar o assunto do

trabalho corretamente. Um elemento chave para determinar o assunto da

publicação é a intenção do autor.

Alguns elementos da publicação devem ser levados em conta:

a) O título é um indício do assunto, mas nunca deve ser a única fonte da

análise. Para o exemplo, quem comeu meu queijo? é um trabalho sobre

como lidar com as mudanças, não é um trabalho relacionado culinária. Do

mesmo modo, a Casa de Invenções, fala sobre bibliotecas e não sobre

tecnologias. Também um título com termos específicos que são

subdivisões de um campo maior pode no uso de tais termos

simbolicamente representar o tópico mais geral. Para o exemplo, os

títulos que contêm termos como chromosomes, DNA, genes, e os

genomas podem representar simbolicamente o assunto geral, como

sendo genética bioquímica.

b) O sumário pode listar os principais tópicos discutidos. Os títulos do

capítulo podem substituir a ausência de um índice. E os subtítulos dos

capítulos podem ser também úteis.

c) O prefácio ou a introdução indicam geralmente a finalidade do autor. Se

um prefácio for fornecido, freqüentemente indica o assunto do trabalho e

20

sugere o lugar do trabalho no desenvolvimento do pensamento sobre

aquele assunto. A orelha do livro ou outros elementos como o índice

também podem ajudar.

d) Uma leitura mais detalhada do texto pode fornecer uma orientação

adicional ou confirmar a análise preliminar.

e) As referências bibliográficas e as entradas do índice podem ser uma fonte

de informação

f) A ficha da catalogação na fonte freqüentemente é útil fornecendo títulos,

responsabilidade, números da classificação e notas. Tal cópia aparece

em serviços online e no verso da folha de rosto ou falsa folha de rosto dos

livros. No entanto os dados destas fontes devem ser verificados, pois nem

sempre estas fichas são feitas por pessoal qualificado.

g) Em último caso devem ser feitas consultas a fontes externas, como

recensões, obras de referência, e até mesmo especialistas.

10.1 A DISCIPLINA QUE MELHOR REPRESENTA O ASSUNTO DA

PUBLICAÇÃO

Após determinar o assunto, o classificador deve então selecionar a disciplina

apropriada, ou o campo de estudo do trabalho.

O principio que rege a CDD é que um assunto deve ser classificado dentro da

disciplina da qual resulta o trabalho e não na disciplina da qual deriva o trabalho.

Isto permite que os trabalhos que abordam os mesmos assuntos sejam

arranjados juntos. Para o exemplo, um trabalho geral sobre animais utilizados no

controle de peste na agricultura deve ser classificado em agricultura, não em

zoologia, junto com outros trabalhos que abordam o controle de pestes na

agricultura.

Se o assunto foi determinado e a disciplina foi encontrada, o classificador vai

para as tabelas principais. Os sumários podem ser utilizados para uma

navegação inicial. Os sinais, as notas das tabelas principais e o manual

fornecem muita orientação. O índice relativo pode ajudar sugerindo as

disciplinas em que um assunto pode ser normalmente tratado.

Se o índice relativo for usado, o classificador deve confirmar no esquema de

classificação durante todo o processo até chegar no lugar apropriado para

classificar o trabalho. Mesmo que o número indicado pelo índice seja totalmente

confiável a confirmação deve ser feita, pois o esquema de classificação é o

único lugar onde se encontra uma posição definitiva.

10.2 MAIS DE UM ASSUNTO NA MESMA DISCIPLINA

Um trabalho pode incluir múltiplos assuntos tratados separadamente ou em

relação um a outro, do ponto de vista de uma única disciplina. Use as seguintes

orientações para determinar a melhor classificação de um trabalho:

21

a) Classifique um trabalho que trata de vários assuntos de uma mesma

classe na disciplina que abrange todos eles. Esta é chamada de regras de

aplicação e precede todas as outras regras.

b) Classifique um trabalho com dois assuntos no assunto que recebe o

tratamento mais significativo.

c) Se os dois assuntos receberem o tratamento igual, e um não for usado

para introduzir ou explicar o outro, classifique o trabalho com o assunto

cujo o número vem primeiramente nas tabelas da CDD. Esta é regra

chamada primeiro dos dois. Por exemplo, uma publicação que trata

igualmente dos estados unidos e do Japão, mesmo que os estados

unidos forem discutidos primeiramente e apareçam primeiramente no

título, a publicação será classificada em história do Japão, porque Japão

(952) precede Estados Unidos (973) no esquema de classificação.

Obs: às vezes, instruções específicas orientam para o uso de números

que não venham primeiramente nas tabelas. Esqueça também a regra

primeiro dos dois quando os dois tópicos forem duas subdivisões

principais de um mesmo assunto.

d) Classifique um trabalho com três ou mais assuntos todos de uma mesma

subdivisão de assunto geral no primeiro número mais amplo na cadeia

hierárquica e que inclui a todos (a menos que um assunto seja tratado

mais detalhadamente do que o outro). Esta é a chamada regra dos três.

Por exemplo, historia de Portugal (946.9), Suécia (948.5), e Grécia

(949.5) são classificados com historia da Europa (940).

e) As subdivisões que começam com o zero devem ser evitadas se houver

uma escolha entre 0 e 1-9 no mesmo ponto na hierarquia da notação.

Similarmente, as subdivisões que começam com os 00 devem ser

evitadas quando há uma escolha entre 00 e 0. Esta é a chamada regra

dos zeros. Por exemplo, uma biografia de um missionário metodista

americano na China, classifica-se em 266 – Missões. O conteúdo pode

ser representado em três números diferentes:

266.0092 – biografia de um missionário

266.02373051 – Missões estrangeiras dos estados unidos na China

266.76092 – Biografia de um missionário americano da Igreja

metodista

O último número é o preferido porque tem o zero na quarta posição

10.3 MAIS DE UMA DISCIPLINA

Tratar um assunto do ponto da vista de mais de uma disciplina é diferente de

tratar diversos assuntos em uma mesma disciplina. Use as seguintes

orientações para ajudar a determinar a melhor e mais apropriada classificação

para um trabalho:

22

a) Caso exista no índice uma opção interdisciplinar dê preferência a ele. Mas

para usar um número interdisciplinar é necessário o trabalho conter o

material significativo na disciplina em que o número interdisciplinar é

encontrado. Por o exemplo, 305.231 (um número para sociologia) são

indicados para trabalhos interdisciplinares no desenvolvimento da criança.

Entretanto, se um trabalho que seja interdisciplinar com respeito ao

desenvolvimento da criança der pouca ênfase ao desenvolvimento social

e a ênfase maior for para o desenvolvimento psicológico e físico da

criança (155.4 e 612.65, respectivamente), classifique-o em 155.4 (o

primeiro número que aparece na tabela principal das duas escolhas

óbvias).

b) Quando não houver um número interdisciplinar, utiliza-se aquele que foi

abordado no trabalho com detalhamento. Por exemplo, um trabalho que

trata dos princípios científicos e da engenharia da eletrodinâmica é

classificado em 537.6, se os aspectos de engenharia forem introduzidos

primeiramente para finalidades ilustrativas, mas em 621.31 se as teorias

científicas básicas forem somente preliminares à exposição do autor

sobre os princípios e práticas da engenharia.

c) Ao classificar trabalhos interdisciplinares, não deixe de observar as

possibilidades das classes principais de 000, computadores, informação e

referência geral, por exemplo, 080 para uma coleção das entrevistas de

pessoas famosas das várias disciplinas.

As outras situações são tratadas da mesma forma como naquelas

instruções encontradas em mais de um assunto da mesma disciplina

Quando diversos números forem adequados para classificar um trabalho,

e não se tendo como escolher entre eles, os critérios a seguir podem ser usados

na ausência de outra regra:

1) Tipos de coisas

2) Parte das coisas

3) Os materiais, os tipos e as partes de que as coisas são feitas

4) Propriedades das coisas, dos tipos, das peças, ou dos materiais

5) Processos dentro das coisas, dos tipos, das peças, ou dos materiais

6) Operações em cima das coisas, dos tipos, das peças, ou dos materiais

7) Instrumentos para executar tais operações

OBS: Mas não aplique estas regras se ocasionarem um

distanciamento em relação as intenções do autor ao escrever a obra.

11 TABELAS AUXILIARES

As tabelas auxiliares foram criadas para evidenciar aspectos ou facetas tratadas em relação a um determinado assunto, daí porque no manual da CDD (22.ed.) os organizadores do sistema a intitulam como um sistema também

23

facetado, embora a maioria dos autores que escrevem sobre a CDD a intitulem como enumerativa.

11. 1 SUBDIVISÕES PADRÃO (tabela 1)

As subdivisões padrão (s.s.) são aplicáveis a qualquer número das

classes principais, a não ser que exista alguma instrução aconselhando a não

usá-las sob uma determinada notação. Podem ser utilizadas para:

a) indicar uma forma bibliográfica, como: enciclopédias, periódicos, materiais audiovisuais, etc.

b) indicar delimitações que restringem o assunto tratado pelo autor, como: áreas geográficas, períodos históricos e tipos de pessoas, etc.

c) especificar os tipos de informações dadas sobre o assunto, como: ilustrações, listas de produtos, identificação de marcas, estatísticas, etc.

d) indicar os métodos trazidos de outras disciplinas como forma de abordagem do assunto, como: educação, administração, pesquisa,etc.

e) indicar um assunto por seus usuários, como: o assunto como profissão, trabalhos sobre um tipo especifico de usuário, etc.

f) indicar subdivisões diversas, como: biografia, tratamento humorístico, etc.

As características comuns de uma s.s. é que elas identificam as delimitações de um assunto. Mas só devem ser usadas quando absolutamente necessárias, para evitar confusões dos usuários. Em alguns casos elas podem ser redundantes. Por exemplo: em um trabalho sobre carpintaria em que seja usado o número 694 (assunto principal), torna-se desnecessário incluir o número –024694 (tabela 1 – para indicar carpinteiros).

Não se deve adicionar uma subdivisão padrão à outra, exceto quando indicado por alguma instrução especifica para o caso. A seguir serão descritos casos em que um s.s. pode ser acrescentada à outra.

a) Com a divisão T1-04, que não é propriamente uma subdivisão, mas um tópico especial para permitir a introdução de aspectos ainda não desenvolvidos de –1 a –9;

b) Com uma s.s. que tiver, especialmente, seu significado estendido ou trocado, por exemplo, periódico de psicologia educacional, 370.1505, pirometalurgia 669.028205, situação e condições políticas 320.9005 ;

c) Para a s.s. –09 (historia) certas subdivisões são especificamente providenciais, notadamente para estatística(T1-021) , ilustrações (T1-022), museus, coleções, etc(T1-074) . No caso de T1–074, não é redundante acrescentar a segunda área, que é mais especifica que a primeira, exemplo, o uso T1 –09810748161 – coleções de objetos brasileiros em São Paulo.

24

d) Com subdivisões com conceitos deslocados para números diferentes de zero (usualmente para tratamento geográfico) um rol completo de subdivisões esta disponível, exemplo, administração de instituições penais na Grã-Bretanha 365.941068. No entanto, Administração de hospitais na Grã-Bretanha é classificado em 362.11068 (não foi permitido o uso de duas s.s.). Para enciclopédias sobre as instituições penais da Inglaterra a classificação é 365.94103 e enciclopédias sobre hospitais da Inglaterra 362.110941.

As subdivisões padrão são sempre iniciadas com um zero, e será este

zero que as identificarão no numero de notação (-074). No momento de fazer a síntese de notação utilizando uma s.s. para completar o número principal existem casos em que será necessário acrescentar zeros.

Antes de explicar melhor este caso é bom lembrar que existem assuntos principais terminados em zero (300-ciencias sociais, 320-politica). Estas notações terminam em zero para cumprir a um principio da CDD que diz que será necessário o mínimo de 3 dígitos para representar um assunto. No entanto, estes zeros à direita não possuem valor semântico e, portanto, não tem qualquer significado.

Exemplo: 100 O número 1 significa filosofia e os dois zeros restantes completam um mínimo de três dígitos exigidos.

filosofia 150

O numero 1 significa filosofia e o número 5 psicologia entendida como um ramo da filosofia e o zero restante para completar um mínimo de três dígitos.

(1) (5) filosofia Psicologia No momento de fazer a síntese de notação (tabela principal + tabela

auxiliar) os zeros à direita perdem a função, pois a notação será completada com uma tabela auxiliar, passando a ter um número igual ou superior a 3 dígitos. E assim estes zeros podem ser eliminados.

Exemplo: Revista de tecnologia

Revista T1-05 605

Tecnologia - 600

O número 6 significa tecnologia e o 05 revista. Nota-se que os dois zeros finais de tecnologia foram eliminados.

25

Porém em certos casos, o sistema determina um número de zeros superior a um para identificar uma s.s.

Exemplo: Revista de Ciências Sociais Revista T1-05

300.5 Ciências Sociais Em casos como este se imagina que os zeros das Ciências Sociais foram

mantidos. No entanto, o sistema determinou que fosse acrescentado mais um zero para identificar a s.s. O fato do ponto decimal estar depois dos dois zeros não significa que os zeros são do assunto principal. Na verdade primeiro se constrói a notação e depois se coloca o ponto decimal entre o terceiro e o quarto dígito.

Existem casos ainda que o número do assunto principal não termina em

zero e mesmo assim o sistema determina que sejam acrescentados um número de zeros superior aquele que representará a s.s.

Exemplo:

660.2 general topics in chemical engineering

.28 specific types of chemical plant and specific activities in

chemical plants

.208 01-.280 09 Standard Subdivisions

.280 4 Safety measures

.280 7 specific types of chemical plants

.280 71 Bench-scale plants

.280 72 pilot plants

.280 73 full-scale plants

Neste caso, além do zero próprio da s.s. o sistema manda acrescentar mais um

zero. Isto ocorre porque a apresentação apenas com um zero foi desenvolvida

para subdivisões do próprio 660.28 (660.2804 Safety measures)

As subdivisões padrão não são listadas no esquema principal exceto quando é

necessário completar os três dígitos, por exemplo, 605 revista de tecnologia.

26

11. 2 TABELA DE ÁREA GEOGRÁFICA (tabela 2)

O uso da tabela 2 pode ser feito de duas formas:

Uso direto – a subdivisão de área pode ser adicionada diretamente aos números

das classes principais, mas somente quando especificada em uma nota. Neste

caso é necessário ser encontrada uma instrução autorizando o uso da tabela 2

“add to base number .... notation ... from table 2”.

Exemplo: Bibliotecas escolares do Pará 027.828115

Número base

027.823-.829 Specific libraries

Add to base number 027.82 notation 3-9 from table 2

Uso indireto – a tabela 2 é usada a maioria das vezes com a notação -09 da

tabela 1, quando não for encontrada as instruções específicas. Para o exemplo,

leitura no ensino fundamental da Austrália é 372.40994 (372.4 leitura no ensino

fundamental + 09 (tratamento histórico,, geográfico e de pessoas da tabela 1) +

94 (Austrália da tabela 2). A notação da tabela 2 é adicionada também a outras

subdivisões padrão da tabela 1 (por exemplo, subdivisões padrão – 025, – 074)

Leitura no ensino subdivisão padrão (T1) Austrália

Fundamental Tratamento geográfico Tabela 2

Área geográfica

Pará

372.4

444

09 94