Convertei-Vos Pela Minha Repreensão
. R. M. M ’Cheyne
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Traduzido do original em Inglês
Turn You At My Reproof
By R. M. M'Cheyne
Extraído da obra original, em volume único:
The Sermons of the Rev. Robert Murray M'Cheyne
Minister of St. Peter's Church, Dundee.
Via: Books.Google.com.br
Tradução por Filipe Ferreira
Revisão por Camila Almeida
Capa por William Teixeira
2ª Edição: Novembro de 2015
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative
Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.
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Convertei-vos Pela Minha Repreensão
Por R. M. M’Cheyne
“A sabedoria clama lá fora; pelas ruas levanta a sua voz. Nas esquinas
movimentadas ela brada; nas entradas das portas e nas cidades profere as suas
palavras: Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? E vós escarnecedores,
desejareis o escárnio? E vós insensatos, odiareis o conhecimento? Atentai para a
minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do meu espírito e
vos farei saber as minhas palavras.” (Provérbios 1:20-23)
Que não é outro senão o nosso Senhor Jesus Cristo que é representado diante de nós sob
a figura majestosa da Sabedoria contida no Livro de Provérbios, é evidente a partir da pas-
sagem diante de nós. De quem, além do Salvador, pode ser dito, que verdadeiramente, es-
teve de mãos estendidas nas ruas, nos mercados e nas portas das cidades, chorando após
os simples, os publicanos, pecadores e os escarnecedores; os escribas e os fariseus; e
aqueles que odiavam o conhecimento, os sacerdotes judeus. Outra vez digo, de quem além
do Salvador pode ser dito em verdade, que se ofereceu para derramar do seu Espírito sobre
o pecador arrependido fazendo-o conhecer a Sua palavra? Só Cristo “ascendeu aos céus
nas alturas levando cativo o cativeiro; tendo assim comprado dons para o homem, sim,
incluindo os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse no meio deles”.
Irmãos antes de pressionar sobre vocês a respeito deste sério e arrebatador chamado do
Salvador, existem duas explicações que eu ansiosamente desejo que cada um de vós tenha
em mente.
Primeiramente, que o chamado do Salvador, nas palavras que estão diante de nós, assim
como a promessa que as acompanha, são dirigidas a pecadores e não a santos. Ainda
mais, elas não são dirigidas a todos os pecadores indiscriminadamente; elas não são dirigi-
das àqueles que foram despertados ao saber que estão em perigo e clamam: “varões ir-
mãos, que faremos?”. Elas foram dirigidas aos simples, que estão amando a sua simplici-
dade; aos escarnecedores que se deleitam no seu escárnio; aos loucos, que odeiam o
conhecimento. A Bíblia é cheia de promessas preciosas àqueles que estão “escondidos em
Cristo”, o Seu povo peculiar, o Seu corpo, a Sua noiva; e existem muitos chamados à perse-
verança e encorajamentos de vitória para aqueles em que Deus começou a obra ao con-
vencê-los do pecado. Mas as palavras que estão diante de nós não pertencem a nenhum
destes; elas são dirigidas àqueles que estão mortos em suas transgressões e seus peca-
dos; àqueles que estão tão perdidos e que não sabem que estão perdidos; àqueles que são
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felizes de uma forma confortável nos seus pecados; àqueles que não têm a menor dúvida
quanto à suficiência da sua decência mundana e respeitabilidade como justos diante de
Deus, como quem não se move a se interrogar muito se é salvo ou não; o simples amando
a sua simplicidade, os escarnecedores deleitados em seu escárnio e os tolos que odeiam
o conhecimento.
Algum de vocês tem alguma secreta suspeita que pode ser exatamente uma destas perso-
nagens que acabamos de descrever? Eu suplicaria, que o homem sentisse que o é, e que
neste dia é lhe dirigido pelo Salvador, não em termos de ira, mas a partir do maior carinho
e delicadeza. É para você que Jesus estica as mãos suplicando. É para você que Jesus
fala estas gentis palavras. Oh! Quão cego você está para as entranhas e compaixões do
Salvador. Oh! Como você O desonra todos os dias pelos seus violentos e blasfemos pensa-
mentos sobre Ele. Você pensa que ao você se deleitar em se afastar dEle, ele não tem
nada a não ser mensagens de ira e de julgamento final para você. Mas oh! Quão mais sábio
é reunir os Seus pensamentos direcionados a você a partir das Suas próprias palavras:
“Atentai para a minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do meu
espírito e vos farei saber as minhas palavras”.
A minha segunda explicação é, que o chamado de Cristo é para uma conversão imediata.
Ele não diz: “Porque é amarás a tua simplicidade?” e sim “Até quando amareis a tua simpli-
cidade?”. Outra vez, Ele não diz: “atentai a qualquer momento, e Eu derramarei abundante-
mente do Meu Espírito sobre vós”, e sim “atentai para a Minha repreensão”; isto é, “atentai
hoje, enquanto Eu te reprovo”. Imediata conversão para Deus; imediata aplicação do san-
gue de Cristo; imediata aceitação da justiça de Deus; uma ação hoje; conversão hoje; esta,
e não outra, é a doutrina deste texto. Que nenhum de vós diga, “eu tomarei esta graciosa
oferta em consideração”; “Eu considerarei a questão um dia destes com toda a devida
deliberação”; “eu separarei um dia para resolver este propósito em particular”. Esse homem
dentre vocês, está lançando de uma forma tão efetiva uma zombaria sobre a palavra do
Salvador, como se ele dissesse: “não terei parte ou porção neste assunto”. Não são resolu-
ções para o futuro que Cristo demanda de você, e ao que Ele une a promessa do Espírito;
é “atentai hoje”, conversão hoje, enquanto Ele repreende você.
Tendo explicado estas coisas, é agora meu desejo pressionar sobre vocês o chamado do
Salvador por meio de três argumentos:
I. O chamado do Salvador deve ser obedecido por você por causa da rica promessa na qual
está envolvido: “Atentai para a minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundante-
mente do meu espírito e vos farei saber as minhas palavras”.
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Frequentemente na Bíblia, os pecadores suplicam para se converterem e crerem em Jesus,
por causa da paz e do perdão encontrados ao crerem; mas o argumento aqui é mais raro,
e ainda mais profundo. Aqui, você está sendo solicitado a converter-se e a crer, para que
você possa ser uma nova criatura: “Atentai para a minha repreensão; pois eis que vos der-
ramarei abundantemente do meu espírito”.
1. Pense como é essencial esta mudança para sua bem-aventurança: “aquele que não nas-
cer de novo, não pode ver o Reino de Deus”; “Sem santidade, ninguém verá o Senhor”. Pa-
ra habitar nos novos céus e na nova terra, nós temos que ser feitos novas criaturas. Haverá
um cenário peculiar no Céu, quando os portões de pérola da nova Jerusalém aparecerem;
mas um homem cego, não conseguiria apreciá-lo. Haverá uma extraordinária melodia no
Céu, vindo das harpas de ouro dos anjos e dos redimidos; mas um homem sem audição
para musica, não conseguiria apreciá-la. E exatamente assim, haverá santidade impecável
no céu, esta será a própria atmosfera do Céu. Como pode então, uma alma impura aprecia-
lo? “Não te maravilhes de te ter dito: necessário vos é nascer de novo”.
2. Mas se esta é uma mudança essencial, pense como é impossível para o homem.
Examine cada seita e sistema de filosofia, pesquise cada plano de educação, pesquise de
uma ponta da terra à outra, onde é que você encontrará um poder que o torne santo?
“As profundezas dizem, não está em mim:
e o mar diz: não está comigo,
Não se dará por ela ouro fino,
nem se pesará a prata em troca dela.
Não se fará menção de coral nem pérolas;
porque o valor da sabedoria é melhor que o dos rubis”.
Um homem pode ser capaz de mudar os seus pecados mas, ah! Que homem pode mudar
o seu coração? A razão disto ser totalmente impossível para o homem, é que ele não é a-
penas apaixonado pelos objetos do pecado, mas ele é apaixonado pelo seu coração pe-
cador; ele não é apenas simples, ele ama a sua simplicidade; não apenas escarnecedor,
ele deleita-se no escárnio; não somente louco, mas ele odeia todo o conhecimento que o
tornará sábio para a salvação.
Quantos de vocês não sentem o poder da ternura do Salvador, ternura na oferta que Ele
faz neste dia para os mais descuidados e adormecidos entre todos vocês: “Atentai para a
minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do meu espírito”. Se vocês
apenas atentarem e receberem a Cristo neste dia, Ele oferece-Se para lhe dar aquele
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Espírito que por Si só, pode fazê-lo uma nova criatura, que por Si só pode dar-lhe um cora-
ção que será apto ao Céu.
Você errou totalmente nesta questão, se pensa que Cristo aqui oferece coloca-lo debaixo
de um sistema de rigor e contenção. Você errou totalmente neste assunto, se você pensa
que o dom do Espírito é para faze-lo caminhar por caminhos de rigidez e dor; porque toda
a Bíblia testifica que os caminhos em que o Espírito nos dirige são caminhos de deleite e
paz. Suponha que um homem passou a ser tão tolo e imprudente como ter um gosto
invencível por alguma droga venenosa, por causa da doçura e da agradabilidade do sabor;
e habituou-se a fazer esse uso constantemente, de modo que a morte seria, ao longo do
tempo, uma consequência inevitável. Eu posso imaginar pelo menos duas maneiras pelas
quais os amigos daquele homem inconstante, ansioso por sua vida, podem curá-lo de seu
apetite estranho e mui destrutivo. Primeiro, Eles podem contê-lo à força e mantê-lo longe
do uso do veneno, proibindo-o sequer de traze-lo à sua vista. Este seria o sistema de restri-
ção; o apetite permaneceria, mas ser-lhe-ia impedido e recusado. Ou, em segundo lugar,
em vez de forçosamente retirar o veneno, poderiam trazer um novo e saudável objeto diante
ele, cujo sabor seria mais agradável e excelente, de forma que quando ele provasse este,
não haveria mais temor que ele desejaria o antigo veneno. Um novo sabor foi introduzido,
para que a droga que antes parecia doce e agradável, não fosse mais saborosa. Ainda que
esta parábola seja muito imperfeita, mostra claramente a distinção de uma característica
na santificação, a qual eu desejo trazer à luz, nomeadamente, a sua agradabilidade. O
Espírito que Cristo oferece nunca nos santifica da primeira forma, e sim, sempre da segunda
forma; não por restrição e sim fazendo de nós novas pessoas. Por natureza, nós amamos
o pecado, o mundo e as coisas do mundo, apesar de sabermos que o salário do pecado e
a morte. Agora, para curar isto eu posso imaginar um homem esforçando-se deliberada-
mente para cortar todas as suas paixões corrompidas, para restringir todos os seus ape-
tites, para rejeitar e pisar em todos os objetos que o seu coração natural está alicerçado.
Este é o sistema recomendado por Satanás, pelo anti-Cristo e pelo mundo, mas existe uma
forma que de longe, é bem mais excelente, que é a que o Espírito Santo usa para nos
santificar; não mudando os objetos, mas mudando as afeições; não por restrição externa e
sim por uma renovação interna. Como diz em Ezequiel: “e dar-vos-ei um coração novo, e
porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vós
darei um coração de carne. E porei em vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus
estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis”.
Ah! Irmãos, se houver aqui um pobre pecador que tenha sido enganado pela detestável he-
resia do mundo; como se o cumprimento dos mandamentos pelos santos, fosse um serviço
penoso e sem vontade; que esse homem, hoje, abra os olhos para a verdadeira natureza
da santidade do Evangelho; que Deus não opera em você o efetuar, sem primeiro operar
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em você a querer. Ele não opera para impedir os seus objetos favoritos; mas Ele concede-
lhe um novo apreço por objetos muito mais elevados; e como um jovem não encontra
dificuldade em lançar fora os seus brinquedos e ninharias que eram seus amigos próximos
em sua infância, da mesma forma, os santos, não sentem dificuldade em lançar fora os
brinquedos miseráveis que tanto tempo divertiram e enganaram a alma; para contemplar
um novo mundo que lhe foi aberto pelo Espírito de Deus, para contemplar com o olhar ena-
morado do crente em Jesus. Então contemplem, vocês, simples, que estão amando a sua
simplicidade, que argumento é exposto para movê-lo à conversão imediata; à aceitação
imediata de Jesus! Se você unicamente se lançar em Cristo, contemple que Ele oferece-
Se hoje para começar uma obra de recriá-lo mais uma vez; não por impedi-lo ou restringi-
lo, ou por amarrá-lo a afazeres em que você falhará, e sim dando-lhe um apreço e um de-
leite em objetos em que os próprios anjos e santos e bem-aventurados seres se deleitam.
“Atentai para a Minha repreensão”.
II. O chamado do Salvador para atentarmos para Ele hoje, deve ser obedecido por nós, por-
que a conversão, torna-se mais difícil a cada dia. Não existe lei na nossa natureza que
trabalhe com mais eficácia e subtileza do que a lei da habituação. De início nós achamos a
máxima dificuldade na realização, fica mais fácil após cada tentativa, até que o hábito se
torna como era, uma segunda natureza. É como aprender a ler, quão lento e gradual é esse
processo, até ser treinado por várias tentativas repetitivamente, a língua balbuciante torna-
se uma língua de graça e fluência. Esta tarefa fica tão fácil que nos esquecemos de notar
as letras que compõem as palavras que lemos. Semelhantemente, é o crescimento do há-
bito de pecar. Depravado como é o coração natural, assim a mente ingênua da juventude
acha algo doloroso e revoltante adquirir o primeiro juramento que a moda ou a companhia
o obriga a aprender. O gracejo e o escárnio irreligioso, em geral, farão aparecer a face co-
rada de indignação do jovem de coração simples, recentemente introduzido neste mundo
agitado. Mas quem é que não conhece o poder do hábito na raspagem da fina verniz da
mente delicada? Quem é que não ouviu em poucos meses, juramento como que com uma
vivacidade natural na língua? Quem não viu a depravação e profanação passar sem repro-
vação, até mesmo pelo silencioso rubor da vergonha? Como ocorre com esses pecados,
assim é com o maior pecado do qual a humanidade é culpada; o pecado de rejeitar o
Salvador.
Existe um momento na juventude, onde a mente parece peculiarmente aberta à recepção
de um Salvador. Existe um momento, onde o entendimento e as afeições repentinamente
explodem e avançam para a maturidade, como o botão de rosa torna-se a rosa plenamente
desabrochada; um tempo que todas as paixões da nossa natureza desprezam o controle,
e rompem com uma impetuosidade imprudente; e toda a experiência comprova que esse é
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o momento em que a convicção do pecado pode mais facilmente ser forjada na alma; o
momento em que a obra e os sofrimentos do Salvador podem com maior esperança de su-
cesso ser apresentados à mente. É então que toda a cena da verdade do Evangelho brilha
sobre a mente com uma frescura e um poder que, com toda a probabilidade humana, nunca
fará outra vez. A ternura do amor do Salvador, se resistida, perderá a cada dia mais a sua
novidade e o seu poder de tocar o coração; o hábito da resistência à Palavra, ao testemunho
e da suplica a Deus ficará predominante a cada dia que passa; o coração endurecido ficará
a cada dia mais duro; a tripla camada de bronze da incredulidade, todos os dias, se tornará
mais impenetrável.
Oh! Meus amigos, é terrível pensar quantos dentre nós estão a cada hora sujeitando nossos
corações a este silencioso e certo processo de endurecimento. Olhem para trás irmãos,
quantos de vocês podem fazê-lo, para o tempo em que Cristo e os Seus sofrimentos tive-
ram pela primeira vez um interesse despertador na sua alma. Olhem para trás, para a pri-
meira morte em sua família, ou para a primeira vez que se prepararam para se sentarem
diante do santo sacramento. Não havia sentimentos despertadores, agitados e vivificadores
em seu peito que agora vocês não têm? Não havia alguma luta na consciência; algo como
um sentimento de alguém recalcitrando contra aguilhões em rejeitar Cristo, em afastar a
ternura do Ser mais terno? Mas vocês foram bem sucedidos na luta, sufocaram cada sus-
surro inquietante, vocês embalaram cada pontada de inquietação. O Espírito estava lutando
com vocês; mas vocês sufocaram as Suas influências despertadoras. E agora, não sentem
que estes dias foram sentidos como a boa noite que passou, que as estações de agitação
espiritual estão ficando cada ano mais e mais raras para vocês? Mortes estão mais fre-
quentemente à sua volta; mas elas falam com menos poder à sua consciência. Cada sa-
cramento parece que perde alguns dos seus efeitos poderosos; cada Sabath torna-se mais
tedioso e monótono. É verdade que você pode não sentir todas estas coisas. Há um estado
de consciência que é dito ser insensível. Mas, se existe alguma verdade na Bíblia, e alguma
identidade na natureza humana, este processo de endurecimento está acontecendo dia
após dia em cada mente não-convertida.
Oh! A mais triste de todas as visões que um ministro piedoso pode contemplar é ver o seu
rebanho, Sabath após Sabath, esperando mui fielmente as ministrações perscrutadoras da
Palavra, e ainda assim, irem embora adormecidos e nada impressionados; porque ele bem
sabe, que o coração que não está convertido, é cada vez mais endurecido. Quão simples
e poderoso é este argumento para o persuadir a voltar para Deus neste dia.
Neste dia propomos a você todas as vantagens de ser encontrado em Cristo; perdão pelo
Seu sangue, a aceitação por Sua justiça, santificação pelo Seu Espírito. Rejeite e você não
apenas adicionará mais um ato pecaminoso ao fardo da sua culpa, como adicionará tam-
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bém mais uma crosta ao seu coração impenitente e endurecido. Recuse Cristo neste dia,
e por todo o cálculo humano, você vai mui certamente recusá-lo no dia seguinte; de modo
que, sem qualquer intenção de questionar a soberania do Espírito de Deus, que opera
quando quer e em quem quer segundo o Seu propósito, a única conclusão que qualquer
homem razoável tem o direito de ter é que neste dia, de todos os dias entre este e o julga-
mento, é o melhor e mais provável para a sua conversão; e que o dia da sua morte (aquela
triste temporada de tosses e ânsias antes que o espírito saia desta habitação terrena), é,
em todo o cálculo humano, o pior dia da sua vida para se converter a Deus. Quando o
ministro de Cristo afasta as cortinas da sua cama, para falar as palavras de Jesus Cristo, o
ouvido que por uma vida ouviu a alegre mensagem de salvação, inamovível, naquela hora
ouvirá como se nunca tivesse ouvido. O coração que durante tanto tempo se colocou à
margem da palavra de vida, será então como a mó inferior. “Hoje, se ouvirdes a sua voz,
não endureçais os vossos corações, como na provocação”.
III. O chamado do Salvador para converter-se agora deve ser obedecido por nós, porque o
Salvador não chamará para sempre. “Não contenderá o meu Espirito para sempre com o
homem”, foram os avisos de Deus dados ao mundo anti-diluviano. “Mas agora isto está en-
coberto aos teus olhos”, foi um aviso semelhante dado pelo Salvador a Jerusalém. A pas-
sagem imediata que segue o texto expressa o mesmo sentimento numa linguagem ainda
mais assustadora. E quem não vê a solenidade e o poder que há no chamado do Salvador,
que o tempo está próximo, o tempo em que Ele não chamará mais? Contemple a Sua figura
majestosa, tendo em Seu corpo as marcas do Homem de Dores; carregando em Seus olhos
e palavras a aparência dAquele que vive e foi morto, mas eis aqui está vivo para todo o
sempre. Contemple que suplicantes mãos estão estendidas! Ouça os tons suaves de
misericórdia do convite da promessa: “Derramarei abundantemente do Meu Espírito”. Mas
lembre-se que o ato de misericórdia existe apenas por um tempo; as Suas mãos estendidas
e suplicantes estão assim somente por um momento; estes tons de gentileza existem,
apenas por um tempo.
O dia está chegando, quando Ele aparecerá entre as nuvens e todo o olho o verá, “até os
mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele”. Esta é a
atitude de Cristo no julgamento. Não haverá mais as mãos convidativas, estendidas e supli-
cantes; a vara de ferro estará em Sua mão direita e os Seus inimigos estarão diante dEle
como um vaso do oleiro. Sua mão direita ensina coisas terríveis; a Sua destra ensinará coi-
sas terríveis. As Suas flechas são agudas no coração dos inimigos do Rei, e por elas os
povos cairão debaixo dEle. Oh! Quão terrivelmente os tons de ternura serão mudados!
“Também de minha parte eu me rirei na vossa perdição e zombarei, em vindo o vosso
temor. Vindo o vosso temor como a assolação, e vindo a vossa perdição como uma tor-
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menta, sobrevirá a vós aperto e angústia”. Oh! Que dia será, quando o Jesus de coração
sensível que chorou junto a sepultura de Lázaro, se rirá diante da sua calamidade e
zombará em seus terrores! O contraste entre estas duas representações é tão marcante,
que ninguém pode escapar. Mas, o que eu desejo que você observe é: esta não é apenas
uma mudança muito notável, mas sim uma mudança muito repentina. A transição da bon-
dade para indignação não é gradual como a mudança do dia para a noite. Não há crepús-
culo, a transição é tanto súbita quanto é terrível. Isso não intenciona nos ensinar que Deus
cessa de lutar com os homens não gradualmente e sim subitamente? Não apenas a que a
morte é frequentemente repentina, e que a vinda do Filho do Homem será com toda a
certeza repentina, como um ladrão na noite, mas que a retirada do suplicante Salvador do
homem vivente, que por muito tempo resistiu ao Seu chamado, muitas vezes é repentina e
irremediável?
Despertem, pois, irmãos, vocês que pensam que é tudo o mesmo, que vocês se arrepen-
dam e abracem o Salvador, desde que seja feito antes que morram. Despertem vocês que
dizem: “um pouco a dormir, um pouco a tosquenejar, um pouco a repousar de braços cru-
zados”. O sol da graça pode não ser como o sol da natureza; pode não haver nenhum cre-
púsculo calmo e tranquilo, quando você deve ver a si mesmo entrando em trevas; corra
para Aquele que é a luz do mundo.
Todavia, existe suficiente certeza no fato que o Espírito Se retira daqueles que Lhe resis-
tem, de repente ou gradualmente; que Ele mova cada um de vocês neste dia à imediata
conversão. Deve ser agora, ou pode não ser nunca mais. Numa noite de inverno, quando
o gelo está crescendo com intensidade, e quando o sol já está muito além do meridiano, e
gradualmente afundando no céu ocidental, há uma razão dupla que o solo cresça a cada
momento mais duro e mais impenetrável para o arado. Por um lado, a geada da noite, com
cada vez mais intensidade crescente, está endurecendo os torrões do solo; por outro lado,
os raios suaves, que por si só podem suavizá-lo, são a cada momento retirados, perdendo
o seu valor vivificante.
Oh irmãos, tomem cuidado para que não seja assim com vocês. Enquanto vocês não forem
convertidos, vocês estão sobre um duplo processo de endurecimento. O gelo de uma noite
eterna está caindo sobre a sua alma; e o Sol da Justiça, pondo-se, está acelerando para
retirar-se de sobre você para sempre. Se, então, o arado da graça não puder forçar o seu
caminho em seu coração gelado hoje, é mais provável é que ela o fará amanhã? Amém.
Larbert, 15 de Novembro de 1835.
Soli Deo Gloria!
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11
10 Sermões — R. M. M’Cheyne
Adoração — A. W. Pink
Agonia de Cristo — J. Edwards
Batismo, O — John Gill
Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo
Neotestamentário e Batista — William R. Downing
Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon
Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a
Doutrina da Eleição
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos
Cessaram — Peter Masters
Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da
Eleição — A. W. Pink
Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer
Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida
pelos Arminianos — J. Owen
Confissão de Fé Batista de 1689
Conversão — John Gill
Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel
Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon
Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards
Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins
Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink
Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne
Eleição Particular — C. H. Spurgeon
Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —
J. Owen
Evangelismo Moderno — A. W. Pink
Excelência de Cristo, A — J. Edwards
Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon
Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink
Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink
In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah
Spurgeon
Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —
Jeremiah Burroughs
Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação
dos Pecadores, A — A. W. Pink
Jesus! – C. H. Spurgeon
Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon
Livre Graça, A — C. H. Spurgeon
Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield
Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry
Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill
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Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —
John Flavel
Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston
Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.
Spurgeon
Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.
Pink
Oração — Thomas Watson
Pacto da Graça, O — Mike Renihan
Paixão de Cristo, A — Thomas Adams
Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards
Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —
Thomas Boston
Plenitude do Mediador, A — John Gill
Porção do Ímpios, A — J. Edwards
Pregação Chocante — Paul Washer
Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon
Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado
Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200
Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon
Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon
Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.
M'Cheyne
Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer
Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon
Sangue, O — C. H. Spurgeon
Semper Idem — Thomas Adams
Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,
Owen e Charnock
Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de
Deus) — C. H. Spurgeon
Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.
Edwards
Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina
é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen
Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos
Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.
Owen
Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink
Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.
Downing
Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan
Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de
Claraval
Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica
no Batismo de Crentes — Fred Malone
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2 Coríntios 4
1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste também nos nossos corpos; 11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. 12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13
E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
por isso também falamos. 14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15
Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus. 16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia. 17
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18
Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas.