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C. E. Oscar de Macêdo SoareS X Concurso de Poesias Poesias dos Alunos, Professores e Funcionários do CEOMS “Comovo-me em excesso, por natureza e por ofício. Acho medonho alguém viver sem paixões.” Graciliano Ramos 2013 CN 2001 -

X Concurso de Poesias - Coletânea 2013

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Poemas de alunos, professores e funcionários do C.E. Oscar de Macêdo Soares. Coletânea organizada a partir do X Concurso de Poesias do Colégio - 2013.

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Page 1: X Concurso de Poesias - Coletânea 2013

C. E. Oscar de Macêdo SoareS

X Concurso de Poesias

Poesias dos Alunos, Professores e

Funcionários do CEOMS

“Comovo-me em excesso, por natureza e por ofício. Acho medonho alguém viver sem paixões.”

Graciliano Ramos

2013

CN 2001 -

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Secretaria Estadual de Educação

Diretoria Regional Pedagógica das Baixadas Litorâneas

Colégio Estadual Oscar de Macêdo Soares

Diretor Geral Saulo Miranda Fabrício

Diretores Adjuntos

Elizete Cruz Nunes

Jorge Fidélis Bernardo Copello

Coordenação Pedagógica

Ana Ruth Hinsch da Silva

Filomena Maria do Rosario Serra

Coordenadores e Articuladores

Carlos Alexandre de Oliveira Soares

Jussara Pádua

Maria José Pache

Marianí Oliveira Guimarães

IGT SEEDUC

Maria Aparecida Ravoni Massa

Coordenadora NTE

Eliane Ramalho

Professores de Língua Portuguesa

Valéria Regina Alves Serrano

Edna Oliveira carvalho

Luciano Santos

Martha Leite Moreira Costa

Juçara F. Cabral

Andrei Sandher Aguiar Kelly Cristina da S. Neves

Flávia Helena F. da Silva

Mileide Bastos V. de Figueiredo

Bruna de Oliveira Bastos Pinto

Os desenhos deste livro foram feitos pelos alunos da turma FG 3001, para o “Projeto Graciliando”, apre-

sentado na Semana de Artes da SEEDUC.

Editoração Eletrônica

Filomena Serra Edição Própria CEOMS – novembro 2013

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ÍNDICE

POESIAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

A Caminhada no Sertão – Sara Costa de Almeida

A Seca – Paloma de Assis Ribeiro Pimenta

A Vida na Seca – Juliana do Prado Valeriano

Bens Materiais – Rayssa Teixeira da Conceição

Miséria Nordestina – Julie Jander Ribeiro

O Amor no Sertão – Thaiany Coutinho de Nazareth

O Sofrer – Anna Clara da Silva Fernandes

Vidas Sofridas – Maria Eduarda de Souza Carvalho Pereira

POESIAS DO ENSINO MÉDIO

A morte na Terra – Pedro Nunes de Oliveira Junior

Busca – Beatriz de Souza Viana

Esperança Serrtaneja – Sullen Ferreira da Silva

Espinho Retorcido – Bruno de Souza Garcia

O Nordeste – Larissa Lourenço de Mendonça

Pelas Estradas do Sertão – Fernanda Soares de Freitas

Saindo do Deserto – André Luiz Lima Florentino Junior

Saudades da Minha Terra – Marineia Souza Viana

Seca – Vanessa de Oliveira Costa

Um Dia Depois de Amanhã – Hayla da Silva Pinheiro

Sertão Nordestino – Ingrid Soares de Oliveira

Vida no Sertão – Lucas da Silva Bravo

Vida Vazia – Jéssica do Prado Valeriano

POESIAS DOS PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS

Inferno – Filomena Maria do Rosario Serra

Vidas Secas –Liliane Ramos da Silva Carvalho

Meu Sertão – Maria José Pache

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Agradecimentos

Agradecemos a todos os professores que trabalharam a pro-

dução das poesias com seus alunos.

Aos professores e funcionários que aceitaram despertar a sua

sensibilidade tão necessária para a formação do ser.

Aos Diretores e Coordenadores que se empenharam, se en-

volveram na realização do trabalho.

Aos nossos queridos alunos, que souberam transformar uma

atividade de Língua Portuguesa em um momento de prazer e bele-

za.

Sem a dedicação, o empenho, a boa vontade e acima de tudo

sem o amor que envolve cada gesto nosso, não se tornaria possível

este projeto!

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POEMAS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

“Um dia... Sim, quando as secas

desaparecessem e tudo andasse di-

reito... Seria que as secas iriam

desaparecer e tudo andaria certo?

Não sabia.”

Graciliano Ramos—Vidas Secas

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A caminhada no sertão O deserto e a pobreza,

Acabaram com a nossa nobreza,

O que restou foi a tristeza.

O nordeste brasileiro foi deixado,

Sem o amor foi largado.

Foram encontradas dificuldades,

Mas nada que um povo forte não passe.

Sem água,

Sem plantações.

Sem animais.

Como sobrevivem em paz?

Mesmo com todo sofrimento,

Nunca faltou amor.

A única coisa que havia era a dor.

Queriam paz e o fim da tristeza,

E a fome que não existisse nunca mais.

Caminhando no sertão,

Porém sem ninguém demonstrar compaixão.

Dois filhos sofrendo,

Sem poder fazer nada,

Caminhando infeliz por essa longa estrada!

Aluna: Sara Costa de Almeida

Turma: 901

Professora: Valéria

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A seca

A seca acaba com tudo,

Com a seca não sobra nada.

Eu perdi o meu amor,

No meio da estrada.

A seca é igual queimada,

Quanto mais seca,

Não vai sobrar nada.

Com a seca não terá planta,

Sem a planta não terá ar,

Sem o ar não terá sobrevivência,

Sem sobrevivência as pessoas vão faltar!

Aluna: Paloma Assis

Turma: 801

Professora: Valéria

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A vida na seca A vida na seca

É a vida sem água

A vida sem água

É a vida sem amor

A vida sem amor

É a vida sem vida

Como podemos viver

Em um lugar assim?

Onde só há pobreza,

Tristeza e escuridão?

É assim que é

A vida no sertão!

O que essas pessoas passaram

Não é fácil não!

Não se vive sem água,

Pessoas morreram, então.

A vida na seca era triste,

Pois não tinha salvação!

Aluna: Juliana do Prado

Turma: 801

Professora: Valéria

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Bens materiais

E eu aqui querendo de tudo

E muita gente não tendo nada.

Eu esqueço que dinheiro não dá em árvore.

Exigindo do bom e do melhor...

Principalmente a comida...

E pensando bem, isso tudo é palhaçada!

Quase sempre deixo de comer,

Só porque não gosto de algo,

Mas tenho que agradecer,

Pois exijo muito de comida

E tem muita gente que nem

A tem para comer...

Muita gente com casa, carro, telefone...

Muita gente nas ruas, descalço e até biruta.

Muita gente saudável, esnobe, limpando,

Nariz com nota de 10 reais.

Muita gente doente, com fome

E não tem como correr atrás.

É por isso que quando vejo uma

Dessas pessoas eu lhe dou do que

Comer ou beber com compaixão...

E saio de lá feliz...

Pois não sai do meu bolso,

E sim do meu coração.

Aluna : Rayssa Teixeira da Conceição

Turma : 801

Professora : Valéria

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Miséria Nordestina

Sofrimento, dor, temor!

Uns com tanto, outros com nada.

Está tudo errado, um horror!

Uma vida tão amarga, tão sofrida.

Chega de desigualdade! Chega de desumanidade!

O nordeste também faz parte do Brasil, parte da humanidade.

Pessoas não sabem dar valor para as coisas mais simples.

A seca ocorre sim, mas não foi você quem a fez!

Tanto pranto, clamor, miséria!

Isso realmente é uma coisa séria.

Vamos acordar, moramos no Rio de Janeiro.

Mas os nordestinos também são brasileiros!

Aluna: Julie Jander

Turma: 901

Professora: Valéria

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O amor no sertão No sertão o amor

Não é conto de fadas,

Parece até que a mulher

É maltratada!

O home é bruto,

É covarde.

A mulher é fruto

De tanta maldade!

Não tem amor ,

Não tem alegria,

Só tem tristeza

E desarmonia.

Será que existe amor no sertão?

Ou isso é apenas uma ilusão?

Aluna: Thaiany Coutinho de Nazareth

Turma: 801

Professora: Valéria

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O sofrer Caminhando pela vida,

Andando sem destino,

À procura de poucas coisas,

Um pai, uma mãe, dois meninos...

A fome, a miséria,

Dói que não tenho ideia,

Esperando por uma vida mais bela.

O inferno na terra,

Sem comida,

Sem água,

Sem animais,

Como manter a paz?

Não querem nada de mais.

Uma cama macia,

Um pouco de água na pia,

E uma vida meio vazia.

Aluna: Anna clara

Turma: 901

Professora: Valéria

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Vidas Sofridas A vida no sertão está ruim,

Que nem tem capim! Gado morrendo

De sede e de fome, pode até matar um homem!

Se eu estivesse nessa vida, estaria destruída!

Sem ter minha comida...

Seca para qualquer família,

Sem ser decidida, minha doce vida, estaria já só osso.

Quem comeria um cachorro?

Tadinho lá sem seu dono,

Há mais de um ano.

Mãe e pai sofrendo, vendo.

O filho não comendo.

Quem estaria assim, teria um fim.

Só o amor que conta, e a força?

Porque sem isso não

Sobrevive nem a moça!

Aluna: Maria Eduarda

Turma: 801

Professora: Valéria

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POEMAS DO ENSINO

MÉDIO

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“Mas um dia sairia da toca, andaria

com a cabeça levantada, seria

homem.”

Graciliano Ramos—Vidas Secas

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A morte na terra

O homem trabalha na terra

Com marcas nos pés e nas mãos

A morte cerca o seu corpo

E persegue o seu coração.

A morte lá no sertão

É como um corvo no ar

Que ronda a sua presa

E espera sua hora chegar.

Na terra o desespero

Onde o sofrimento brotou

Plantado no grande sertão

Onde o homem cultivou.

Já não há forças para lutar.

Pois cansado fico a esperar

A morte em mim repousar

Só então na terra o meu corpo descansar.

Pedro Nunes de Oliveira Junior

Turma 3001

Professor: Luciano

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Busca

Parei, precisava descansar.

Pensei, em uma forma de continuar.

Deitei, não aguentava mais andar.

Levantei, não podia desse jeito me entregar.

Ao longe, uma pequena casa.

Ao longe, uma árvore seca.

Ao longe, um animal já sem asa.

Ao longe, nada, vista embaçada.

Chorar, não posso, as lágrimas já não vêm.

Gritar, não posso, as forças já não tenho.

Comer, não posso, comida já não tem.

Viver, eu posso e só por isso eu venho.

Mundo, totalmente desigual.

Vida, claramente sem sinal.

Sertão, passando por um problema nacional.

Eu, tentando me tornar imortal.

Acredite, sou só mais um.

Ontem, vi três como eu.

Mortos, enterrados em um lugar comum.

Sofrimento deles acabou, aguardo o final do meu.

O tempo passou.

Minha hora chegou

Só mais um, que não aguentou.

E minha busca, enfim acabou.

Beatriz de Souza Viana

Turma CN 3001

Professora: Juçara

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Esperança sertaneja

Lugar sofrido e destemido

Onde o desânimo não pode habitar

Lá se encontra o sertanejo a lamentar

O sol que aquece as terras do Nordeste

É o mesmo que padece a cada canto do sertão.

Amanhã é um novo dia, com uma leve brisa

Irão se levantar na companhia da esperança

Que renasce das cinzas como a Fênix

Para reanimar a paisagem linda

A nascente doente daquele lugar.

Suellen Ferreira da Silva

Turma: CN 2001

Professora: Martha Leite

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Espinho Retorcido

Vejo à frente minha silhueta extraviada,

Minha sombra seca e cansada

Vejo nela o meu saudoso sonho, meu desejo escondido

Meu singelo pedido.

Que desmanche a areia e o calor

Que sacie a terra e o nosso labor

Que germine não só neste solo

Mas também neste calejado coração.

Quem dera este meu sonho se transformasse em realidade

Deixar a fome, a sede

E esses olhos vorazes que nos rodeiam

Que me deixam mudo, seco demais para lutar.

Essa nossa barreira farpada

Vem em nossas vidas manchar de sangue

Apenas nos resta sobreviver

Neste emaranhado de retorcidos espinhos

E agradecer ao bom Deus, por um dia ter vivido.

Bruno Garcia

Turma: 1001

Professora: Edna

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O Nordeste

O Nordeste sofre

A terra ardente fica doente

A vida fica ameaçada

O gado que não come mais, cai morto na estrada.

Vêm pelos caminhos

Descalços, com seus pés sangrando com o fogo do chão

Os sertanejos que choram sozinhos

Implorando por um pedaço de pão.

Sem cama e sem teto

Morrendo de fome na solidão

Implorando por um pouco de afeto

Por um pouco de compaixão.

Tentemos guiá-los pelos triste passos

Que dão na escuridão

E sem hesitação apoiá-los em nossos braços

Compartilhar o nosso pão.

Protegendo os mais afetados

Pela pobreza do Sertão

Esperando cair a chuva

Neste finito ardente chão.

A miséria do mundo é a fome

Que nos deixa a pensar

Será que damos valor

Ao que a vida nos dá?

Larissa Lourenço

Turma: 1001

Professora: Edna

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Pelas estradas do Sertão

Numa seca arrasadora

Cercados de miséria

Pobreza e fome

Um sentimento

Apenas um

Prevalece nos corações em comum.

Em meio à dor

À dura caminhada

Só o amor é capaz

De nos guiar pela estrada.

Estrada dos encontros

Despedidas

Estrada dos amores

Partidas

Estrada das misérias

Dessa vida

Estrada das mortes?

Talvez até ressurgidas.

Pais com fome

Filhos sem nome

A família

Chamada Sertão.

Fernanda Soares

Turma: 3002

Professora: Juçara

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Saindo do deserto

A seca no Sertão traz a morte

Há escassez da água, escassez de vida, escassez de sorte

Nenhuma esperança há pra quem vive no Sertão

Cangaceiros e animais vivem na sequidão.

A morte é aliada da seca

Cangaceiros rezam pra que seus animais não percam

Já que a seca pra com as pessoas do Sertão não tem piedade

Com minhas trouxas me mudo pra cidade.

André Luiz Lima Florentino Junior

Turma: 3001

Professor: Luciano

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Saudades da Minha Terra

Hoje me veio à lembrança

Os meus tempos de criança

De quando eu era feliz

Vivia no sertão nordestino

E era só um menino

Que da vida era aprendiz.

No quadro da memória

Cenas de minha história

Acompanhada pelo som da mata

Que “inté” então dormia

Sob o sereno da manhã vazia.

Ai! Saudades de minha terra!

Das festinhas, das brincadeiras

Da fogueira de São João!

Saudades dos almoços no domingo

Da comida caipira

Feita no fogo da lenha no fogão.

Marineia Sousa Viana

Turma: 3001

Professor: Luciano

Page 34: X Concurso de Poesias - Coletânea 2013

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Seca

A seca no Nordeste de efeito desastroso

Nas mãos de político e empresário ambicioso

Vira indústria que transforma miséria em algo rendoso

Enchendo o bolso de corrupto asqueroso.

Enquanto vazia a barriga e sonhos

De mulheres e homens tristonhos

Mata de vergonha e revolta o sertanejo

Que espera uma reviravolta e não uma esmola.

Sertanejos nordestinos

Caminham sem destino

À procura de uma gota d'água

Para manter seu gado no sofrido sertão.

A falta de chuva no Nordeste

Seca açude, rio, barragem

A água que por aqui se vê

Escorre dos tristes olhos de pai e mãe

Ao ver seus filhos chorarem.

O sertão pede socorro

Mas seu grito ecoa esquecido, abafado e ignorado

Pela imensidão de preconceito e discriminação

Onde o problema da seca não é apenas climático

E todos sabem a solução.

Vanessa Oliveira

Turma: 1001

Professora: Edna

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Um dia depois de amanhã

No meio do sertão

Pela estrada andava a morte

Matando todo ser vivo

Deixando a terra à própria sorte.

Descalço na terra sua

Um homem vivia na pobreza

Como a maioria tão pobre

E só alguns têm a riqueza.

Olhava para a terra

Em seus olhos refletiam

Seu caixão nas suas costas

Aos poucos ele morria.

Lá se vai Severino

Levando para cova

Todo sentimento

De toda gente sofrida.

Hayla Pinheiro

Turma: 3001

Professor: Luciano

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Sertão Nordestino

Ó terra querida!

Antes tão doce,

Agora tão amarga.

Seu solo já não tem mais vida;

Suas árvores já não tem mais frutos;

Seu sol já não tem mais brilho.

Vago por aí

Em busca de alimento,

Em busca de comida!

Com a minha cria

E com a minha rapariga,

Foco na esperança

De um dia encontrar

Campos verdejantes

Além do horizonte.

Ingrid Soares de Oliveira

Turma: 2002

Professor: Juçara

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Vida no Sertão

Um cachorro chamado Baleia

Pai e mãe buscando uma ceia,

Um pedaço de pão.

Quando o tempero é a fome

Carne de papagaio se torna salame

Para nossos irmãos.

Imagine você,

Que esses irmãos conseguem amar,

Conseguem viver

Mas sem deixar de sofrer.

Fome, sede, miséria, amor.

Amor pela vida,

Pelo próximo,

Pela pátria e

Pelo próprio solo

Mesmo que infértil.

Amor puro, sofrido, doloroso,

Mas amor.

Lucas da Silva Bravo

Turma: 3002

Professora: Juçara

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Vida Vazia

O barulho do vento

O zumbido no ouvido

Mas o barulho da água

Era desconhecido.

Trabalhava pro seu sustento

Por comida trabalhava

E quando acabava tudo

Pelo sertão peregrinava.

Procurava vida melhor

Mas vida melhor não podia ter

Quando devia ter estudado

Trabalhou para sobreviver.

Não havia onde morar

E a seca sua pele rachava

A cada minuto de vida

A morte se aproximava.

Passou a vida vivendo

Vivendo sem nem ter vida

Vivia à espera da morte

Sua morte Severina.

Jéssica Prado Valeriano

Turma: 3001

Professor: Luciano

Page 41: X Concurso de Poesias - Coletânea 2013

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“Quem dormiu no chão deve lembrar-se

disto, impor-se disciplina, sentar-se em

cadeiras duras, escrever em tábuas es-

treitas. Escreverá talvez asperezas, mas é

delas que a vida é feita: inútil negá-las,

contorná-las, envolvê-las em gaze.”

Graciliano Ramos

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POEMAS DOS PROFESSORES

E FUNCIONÁRIOS

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“Admirava as palavras compridas e

difíceis da gente da cidade, tentava

reproduzir algumas, em vão, mas

sabia que elas eram inúteis e talvez

perigosas.”

Graciliano Ramos— Vidas Secas

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Page 44: X Concurso de Poesias - Coletânea 2013

Inferno

Terra seca

Areia quente

Pés descalços

Olhos ardentes

Inferno

Comida escassa

Água ausente

Teto incerto

Sono escavado

Inferno

Vida deflorada

Trabalho inútil

Descanso frustrado

Jogo roubado

Inferno

Ideia da CAMA

Passado estéril

Colóquio solitário

Sentidos mortos

Inferno

Crianças velhas

Roupas rasgadas

Bolsas vazias

Infância roubada

Inferno

Inferno – inferno

Lugar desgraçado

Capeta armado

Maldade sem termo

Inferno

Anjo baleia

Gente animal

Sensível humana

Fora do real

Inferno

Amor não existe

Nexo absurdo

Morre a cachorra

Ficam os humanos

Inferno

Água boa

Gado gordo

Miragem instantânea

Seca voltando

Inferno

Promessa política

Seca acabar

Mentira – vergonha

Voto comprar

Inferno

Pé na estrada

Rudeza da vida

Esperança do dia

De quê?

Inferno

Professora Filomena Maria do Rosario

Serra

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Vidas Secas

Vidas secas,

Indignadas, indiferentes

Deserto de dor,

Ardor, sem amor,

Solidão e sofrimento.

Sequidão de estio,

Esperança inexistente,

Calor que arde a alma

Ardor que cala a gente

Sem voz, sem vez.

Cai sobre nós,

Hoje e sempre, a chuva,

Um momento de refrigério, que

Vivifica e refresca a

Alma sedenta de amor

Liliane Ramos da Silva carvalho

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Meu Sertão

Sertão de terra seca, árida.

Sol ardendo, queimando o

Coração de um povo

Sofrido, sedento de emoção.

Sedento de sede e de vida

Vida verde

Que explode na Caatinga,

No barro, no barranco

Na terra sofrida.

O leito do rio seco, estorricado

Mostra a terra arranhada pelo

Sol, pelo vento, pelo tempo,

Pelo céu abandonado.

O sol aquece, entristece

O coração nordestino

Cheio de vida,

Ávido pela lida

Na terra da Caatinga

Nesse deserto

O chão em ebulição

No oásis da extinção

Nasce a esperança na devastação.

Do espinho do mandacaru

A vida renasce na terra

Deixando pra trás a tristeza

Alimentando a fome que aflora da natureza

E nasce da chuva no sertão.

Professora Maria José dos Santos Pache de Faria

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CEOMS

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