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Ano II Edição 7 maio/2008 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BRINCA DIREITO MENINO ! IMPRESSO VARANDA CULTURAL

Varanda Cultural - 7ª Edição

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Sétima edição do jornal de bairro Varanda Cultural

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Ano II Edição 7 maio/2008

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

BRINCA DIREITOMENINO !

IMPRESSO

VARANDA CULTURAL

Page 2: Varanda Cultural - 7ª Edição

Varanda Cultural 2

Criação e Execução: Cristiane de Freitas e César CamargoJornalista: Márcia Landsmann (MTB: 30514)Revisão: Fausto Bischoff Colaboradores: José Fraga, Santiago, Mariah de Oliviéri, Marcelo da Silva Duarte, Dedé Costa, Pedro Pastoriz, Muriel de Freitas, Amanda Barreto, Tiago Rostirolla.Todos os artigos estão expressamente autorizados pelos autores. O jornal não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados. Infelizmente os colaboradores e colunistas não possuem vínculo empregatício. CONTATO: [email protected] Tiragem: 10 mil exemplares

EXPEDIENTE

Varanda- Qual a poética do cd Epahei?

Karine- Palavra em yourubá: Epahei é o grito de Oyá (Iansã), orixá dos ventos e tempestades. O CD é uma homenagem a cultura afro e a figura do negro. Nas letras estão as lendas desses deuses que se manifestam na natureza e que estão muito presentes na vida dos brasileiros, não há como negar a influência da cultura afro no nosso cotidiano. Também fazem parte muitas canções de amor como Fascínio de luna um bolero que canto em espanhol, Milonga do chegar que é uma milonga estilizada, Viração, um chamamé tocado no cavaquinho, sem falar de 3 poemas que musiquei: Carretéis do Sérgio Napp, Por Gentileza do cearense Alan Mendonça e Bilhete de Mario Quintana.

Varanda- Como foi pesquisado esse tema?

Karine- Além da presença desse tema no cotidiano e informações

essência tem influência da música afro) com temática afro. Porque a música em si vem das minhas vivências desde a universidade, onde tive contato com a música erudita atéminhas experiências com a música popular, além da i n f l u ê n c i a d e compositores como Dorival Caymmi , Baden Powe l l , Vinícius, Clara Nunes, etc.

Varanda- Como e s tá a receptividade do público?

Karine- Está ótima. Desde o primeiro impacto com o visual do CD, na arte de Rafael Oliveira e projeto gráfico do Marcus Bonilla (indicado ao Açorianos), até o show onde estou muito bem acompanhada de músicos especiais como Vinícius Prates ( i n d i c a d o a m e l h o r instrumentista de MPB no Açorianos), Edgar Araújo, Aninha Freire no contrabaixo acústico que integra a nossa sonoridade, Marcus Bonilla que também está tocando viola caipira, luz do Osório, direção de Beto Russo e a participação especial da atriz Alessandra Carvalho que executa assim como eu, coreografias da Heloísa Bertoli. É um show e CD de "gente grande" que me dá muito prazer em fazer e que reforça o propósito que canto no final do show: Minha missão nesse mundo é cantar!

básicas, como "Iemanjá" é a deusa das águas, suas cores são azul e branco no sincretismo é Nossa Senhora dos Navegantes, pesquisei em alguns sites e revistas especializadas sobre as lendas e características de cada orixá como cores, regência, armas e personalidade.

Varanda- Existe diferença entre a música afro aportada no nordeste brasileiro com a sulista?

Karine- Acredito que exista, assim como o gênero música afro é muito complexo e em todo o Brasil encontramos diferentes linhas e a maioria muito ligadas a religião. Confesso que não sei muito sobre isso, conheço pouco.

Varanda: O Epahei incorpora essas matizes, como acontece esse diálogo?

Karine- Para começar o CD Epahei não é música-afro. É música brasileira (que na sua

p i n g - p o n g

Todas as músicas do Epahei e do Fluida podem ser ouvidas no www.karinecunha.com.br na sessão “vitrine”. Tem também o blog karinecunha.blogspot.

Os CDs estão a venda no site, na Palavraria (Vasco da Gama, 165), na loja Mundo Paralelo (General Câmara 424)e na Livraria Cultura (Bourbon Country).

Financiamento

Rafael Correa

KARINECUNHA

Luciana Lee

Os ingressos para o show no DC Navegantes, dia 31 de maio, 21 horas, estarão à venda no local a R$ 20 e antecipados na Palavraria a R$ 15, R$ 12 para Clube do Assinante e a R$10 para estudantes, idosos e classe artística. Venda de ingressos também para grandes grupos com a produção: 8408-0920.

VARANDA CULTURAL

Jornal

Também realizamos os serviços de Diagramação e Arte-Final

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Se o indivíduo é um animal poético, um poema inconcluso, cada sujeito está incumbido, no decorrer de sua existência, de escrever o poema de sua identidade. Wagner sentencia que a arte tem a função de lembrar ao ser humano o verdadeiro objetivo de sua existência, que é desenvolver a força criativa que reside em cada ser. Portanto, o mais alto objetivo do ser humano é a expressão artística.

Em uma sociedade que glorifica a massificação, onde cada um deve ser uma cópia fiel, não de si e sim de seu vizinho, essa idéia é absolutamente subversiva. O conceito de massificação vai aniquilando a singular criatividade de cada ser humano, o transformando em um indivíduo castrado, apático, cordato, que não foge um milímetro do padrão vigente do politicamente correto, um indivíduo carente de ousadia.

O século XXI nos traz a contra-cultura que rompe e destrói convenções, necessitamos buscar outros paradigmas. A expressão da criatividade é a versão pessoal do gênio da espécie, o modo de relação entre identidade e alteridade, onde

pessoas comuns não representa senão um dos tantos prejuízos culturais que, no fundo, reforça a trágica dissociação do indivíduo e sua obra. A educação repressora massifica e consolida de maneira obscena a dissociação entre o que sentimos e o que expressamos. Nossa civilização, de forma declarada, reprime a função natural da criatividade humana. Porém, o protesto frente à posição elitista está tomando força nesses tempos pós-modernos. Surge o conceito de educar através da arte, a criatividade como o caminho natural do ser humano, uma função quase que biológica.

A expressão criativa irrompe freqüentemente como uma ação convulsiva e incontrolável, não apenas como uma nostalgia de integração entre o indivíduo e sua obra, senão como um gesto desesperado de sobrevivência, sendo o impossível necessário onde viver é a arte da edificação de si, isso significa tomar-se como amante e fazer da sua existência uma autêntica obra de arte.

O ato criador possui muito de gestação, de grito, de orgasmo, é por excelência um parir-se a si mesmo, sendo o impulso visceral nato para expressarmos nossa superabundância, ou seja, o que de mais sublime e genuíno possuímos. Dentro dessa perspectiva, o ato criativo tem semelhança com a expressão mais profunda do gênio da vida: Autopoyesis: aquele que cria e emerge da forma, extraindo das sombras o fruto iluminado.

a função criadora é intrínseca à existência humana. Duchamp menciona que a arte é um caminho que leva a regiões que o tempo e o espaço não regem, ela é o território existencial, o abrigo poético onde pulsa a existência. É a racionalidade do inconsciente manifestada de forma comovente. Essa é a trajetória do indivíduo-artista, a construção, expressão e criação de si. Resgatar a criatividade perdida, que é uma pulsão vital, constitui-se em apreender o humano em nós, exercitando o olhar e propondo uma nova ordem, a sua ordem, onde a criatividade pressupõe um sujeito criador, isto é, um ser humano inventivo que produz e dá existência a algo inusitado. Newman afiança que a característica essencial do indivíduo é a superabundância. Essa riqueza interior, essa abastança de potencialidades existe em todas as pessoas.

O indivíduo-artista é apenas aquele que tem a ousadia de expressar seus potenciais por mais adversas que sejam as suas condições. O conceito elitista que separa os criadores das

José Fraga é escritor e cartunista. Seus textos podem ser degustados no site

www.coletiva.net

Que estéril está minha alma e meu pensamento e quão freqüentemente sofrem, todavia, pesares sem moderação, doces e amargos! Se soltará alguma vez em mimo freio do espírito? Terei que falar sempre?O que eu necessito é uma voz penetrante como a vista do lince, terrível como o suspiro dos gigantes, constante como um grito da natureza, trapaceira como uma rajada gelada, traiçoeira como o indiferente engano do eco: que tenha um volume que vá desde o baixo mais profundo aos tons mais agudos, modulada a partir de um doce e leve sussurro até a explosão da fúria. É o que eu necessito para respirar, para comover as entranhas da ira e da simpatia. Porém minha voz é estridente como o grito de uma gaivota, ou suave como a benção nos lábios de um mudo.

Kierkegaard

Varanda Cultural

Mariah de Oliviéri

Mariah de Oliviéri é Mestre em Filosofia e terapeuta

[email protected]

O indivíduo-artista e a poética existencial

José Fraga

A diferença entre o regime semi-aberto de onde tantos escapam e o sistema

semi-fechado em que vivemos, é que nós não temos escapatória.

Ao meu modo de ver...

... a TV paga, como concessão pública, é duas vezes mais vergonhosa

e tediosa que a TV aberta: além da programação ser o mesmo lixo de

cabo a rabo, ainda cobra pela enxurrrada de comerciais que exibe.

A fragilidade do ensino e o baixo rendimento escolar consagraram uma

solução didática, à altura das deficiências: “Procura no Google.”

Se a Lei Seca evitasse desastres nas estradas,

os evangélicos jamais se acidentariam.

Se “às vezes um charuto é apenas um charuto”,

talvez, de quando em quando, as cinzas não sejam somente cinzas.

Se a voz do povo é a voz de Deus, então Ele tá precisando de um foniatra.

Se o homem é um produto do meio, o fiscal corrupto deve ser o do meio a

meio.

Se as boas maneiras estão no nível em que estão

é porque são ensinadas da pior maneira.

Se o silêncio é de ouro, o blablablá é a mais completa

descapitalização.

Etc.

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CONVITE

A Associação Artística e Literária a 'Palavra do Século XXI' – ALPAS XXI convida os amigos, amigas, familiares e demais amigos para os eventos que marcam o reinício das suas atividades lítero-culturais com o lançamento da Coletânea “PALAVRAS DE ABRIL” em homenagem ao Jurista, Escritor e Poeta Nadir Silveira Dias.

Na mesma ocasião ocorrerá a cerimônia de premiação dos autores classificados nos concursos em

http://www.diariogauche.blogspot.com

Este blog é do sociólogo Cristóvão Fiel. Assim como o La Vieja, realiza pertinentes e irreverentes análises sobre a política e a mídia gauchesca.

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O Grupo RBS, nesse último verão , rea l izou uma campanha institucional pela redução da violência no trânsito intitulada “Violência no Trânsito – Isto Tem Que Ter Fim”. Veiculada sobretudo na Zero Hora, na RBS tevê e na Rádio Gaúcha, tinha como objetivo conscientizar e mudar o comportamento do público que mais morre vitimado por acidentes de trânsito: homens entre 18 e 29 anos.

Campanhas desse tipo, é importante observar, são sempre de

grande valia para o poder público, o principal interessado e maior beneficiado com a preservação das vidas de seus cidadãos, bem como com a economia feita com os custos envolvidos em acidentes de trânsito, desde seguros obrigatórios até internações hospitalares, indenizações e custos processuais.

Entretanto, empresas que organizam campanhas dessa natureza poderiam engrandecer seu trabalho de ajuda ao Estado se outras atitudes tomadas por elas não colocassem em xeque suas intenções. O Grupo RBS, por exemplo, ao mesmo tempo em que realiza campanhas de conscientização de jovens motoristas, organiza eventos musicais direcionados a esses mesmos jovens patrocinados por cervejarias.

Convém ressaltar, em primeiro lugar, que não é consenso entre especialistas em Marketing e em Comunicação, e até mesmo entre profissionais dessas áreas, que as ações de

Marcelo Duarte é bacharel em Comunicação Social e mestrando em

Filosofia. Mantém o blog www.laviejabruja.blogspot.com

Marcelo DuarteMÍDIA

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responsabilidade social empresariais - categoria na qual se incluem campanhas institucionais como essa do Grupo RBS - tenham como fim último o interesse público. Para alguns, tais campanhas têm como objetivo conquistar a simpatia de determinada parcela de consumidores e da comunidade em geral.

É o que pensa, por exemplo, Robert Reich, ex-secretário do Trabalho no governo de Bill Clinton, ex-presidente dos EUA. Em entrevista veiculada pelo site do Instituto Humanitas , da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Reich afirmou que as ações de responsabilidade social empresariais levam os cidadãos a acreditar que os problemas sociais são responsabilidade da iniciativa privada, o que acaba esvaziando o papel do Estado e fazendo com que as pessoas se acomodem e deixem de se preocupar em fazer com que a democracia funcione e responda aos dilemas cotidianos.

Já Roberto Patrus Mundin Pena, especialista em Administração de Empresas, afirma que nem toda empresa q u e m a n t é m p r o g r a m a s d e responsabilidade social necessariamente é uma empresa ética, já que suas ações de responsabilidade social podem ser utilizadas como mera fachada, como mero instrumento de marketing institucional, e isso a fim de encobrir inconsistências entre os valores sociais que suas campanhas tentam transmitir e as práticas cotidianas dessas mesmas empresas.

Esse parece ser o caso, por exemplo, de grandes grupos de comunicação como a RBS, que ao mesmo tempo em que realizam campanhas pela redução da violência no trânsito, nunca dizem não às gordas verbas publicitárias de anunciantes que vendem e incentivam o culto à velocidade e à potência dos automóveis, e nem aos anunciantes de bebidas alcoólicas, que em geral direcionam os apelos de seus anúncios exatamente para os jovens que a campanha do Grupo RBS tentou atingir. E, como sabemos, os especialistas são

unânimes ao afirmar que os grandes responsáveis pelos acidentes de trânsito com morte, envolvendo principalmente jovens, são exatamente o consumo de álcool e a imprudência ao volante.

Como se isso tudo não bastasse, convém observar que esse mesmo Grupo RBS, ao mesmo tempo em que realiza campanhas clamando pela diminuição do número de mortes em acidentes de trânsito envolvendo jovens motoristas, também realiza eventos musicais voltados a esse mesmo público patrocinados por cervejarias. É o caso do evento musical de verão conhecido como “Planeta Atlântida”, realizado todos os anos pelo referido grupo no litoral gaúcho, que esse ano foi patrocinado por uma conhecida cervejaria brasileira.

Portanto, cabe a pergunta: que sentido há em se organizar uma campanha pela redução da violência no trânsito, voltada a adolescentes e jovens adultos, e simultaneamente se realizar um evento a eles direcionado patrocinado por uma cervejaria, sabendo-se que uma das principais causas dos acidentes de

trânsito envolvendo esses mesmos jovens é exatamente o consumo de álcool?

O balanço oficial do Grupo RBS s o b re s u a p r ó p r i a c a m p a n h a , recentemente apresentado pela Zero Hora (“Verão deixa 348 mortos”, 22/03/08), não deixa nenhuma dúvida sobre esse sentido.

Segundo os dados apresentados pela própria RBS, entre 22 de dezembro

no ano passado e 20 de março deste ano, o jornal Zero Hora noticiou 299 acidentes com vítimas fatais, que resultaram em 348 mortes. Dessas 348 vítimas fatais, 103 eram adolescentes e jovens adultos com idades entre 18 e 29 anos, número que perfaz quase 30% daquele total. E jovens de 18 a 24 anos, convém não perdermos de vista, foram o público-alvo da campanha pela redução da violência no trânsito veiculada pelo Grupo RBS, que também organiza um evento voltado para esse público, mas também freqüentado por crianças e adolescentes, patrocinado por uma cervejaria.

Os especialistas ouvidos por ZH nessa mesma reportagem também foram unânimes ao apontar as principais causas dessas 103 mortes: a trágica mistura entre imprudência ao volante e álcool.

E n q u a n t o d e t e r m i n a d a s empresas não entenderem que problemas sociais como a violência no trânsito entre jovens são causados por uma série de fatores, entre eles o incentivo ao consumo de álcool e o culto à velocidade divulgados amplamente e sem controle social pelos meios de comunicação, suas campanhas institucionais e suas ações de responsabilidade social não passarão de boas intenções.

Se é que não estamos diante da mais pura hipocrisia.

A ALPAS XXI lança “PALAVRAS DE ABRIL” e divulga concursos

EM DEBATE

Violência no trânsito: é assim que ela terá fim?

VARANDA RECOMENDA

homenagem a José Moreira da Silva, 2006, a Dalvina Ebling, 2007 e Letras Premiadas, 2007, tendo por local o Auditório da OAB/RS, na Rua dos Andradas, n° 1261, 9° andar, Centro de Porto Alegre, RS, entre a Avenida Borges e a General Câmara, na data de 16 de maio de 2008, sexta-feira, às18h30min.

A entidade tem sede e Presidência em Cruz Alta, e Vice-Presidências em Porto Alegre. Conta com a presença e participação de todos neste integrativo evento. Caso assim o

Diário Gauche

queira, confirme a sua presença e o número de seus convidados até 30 de abril de 2008 através do imeio [email protected] ou telefone: (55) 3324 1687.

Veja o nome dos demais autores da Coletânea “PALAVRAS DE A B R I L ” n o B l o g http://alpas.palavrasdeabril.zip.net .

A ALPAS XXI – Associação Artística e Literária 'A Palavra do Século XXI' agradece e aguarda você.

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Plato Divorak & os Exciters estão pra lançar um disco. Fala sobre os Exciters.

Os músicos são: Leonardo Bomfim, guitarra e backing vocals, Rodrigo Layne, baixista que também toca na banda ‘Os Faunos’ de Canoas e João Gabriel Cogumegglio na bateria e contamos com a participação especial

de Lorean Linchen, nos teclados. Os shows de Plato Divorak & Os

Exciters tem sido bons para cima e o público sempre retribui bem. O CD está quase pronto.

Nossas canções são um jato de anilina sobre o marasmo da cidade.

Tu estás escrevendo um livro virtual, como funciona?

Comecei com esses escritos sob u m a ó t i c a R o c k N ’ R o l l e d a s transformações culturais que aconteceram dos anos 50 para cá. Tudo começou em 1998, quando escrevi algumas páginas e elegi o ator ‘Olho de Vidro’(David Bowie na fase 65/66) como um ‘ator de mim mesmo’. Engoli o sabonete de mim mesmo usando David Bowie como ator. Quando eu conheci Leonardo Bomfim (responsável pelo Zine virtual Freakium) fui convidado pra ter uma participação mensal e publicar esses escritos nesse zine virtual.

O nome escolhido é Rock N´Roll Fantazy. Logo nas primeiras vezes que publiquei, já recebi uma resposta positiva de algumas pessoas, que disseram que eu escrevia com desenvoltura, que os personagens eram bons e que eu deveria continuar. Com o tempo, foi se aglutinando um grande circo do Rock N’Roll. Os Rolling Stones, que escrevo sob o nome de ‘Essências’, o Lou Reed se chama ‘Joe Extremo’, Bob Dylan se chama ‘Dark Bob’ e está em Londres. Entre outros.

Resolvi escrever sobre eles porque todos me parecem bons amigos, com quem a gente pode contar nas horas mágicas, e solitárias.

Por ali as pessoas podem acompanhar episódios passados em San

Você trabalha a semana inteira e resolve sair de casa no fim de semana. É tempo de conhecer pessoas, descansar com uma boa companhia, ouvir boa música, enfim. Você tem o fim de semana como um tempo para se recompor fisicamente e psicologicamente antes do trabalho te pegar novamente na segunda-feira. O que acontece é que algumas 'categorias' profissionais vêem justamente o fim de semana como uma maneira de engordar o bolso com algumas moedas a mais: garçons, vendedores ilegais (seja qual for o ramo) e músicos, por exemplo. Também existem alguns que trabalham a semana inteira e no fim de semana se transformam em músicos, quando não em estrelas do Rock. Acredito que você que trata bem os garçons, dá umas moedas pro cara que guarda seu carro e às vezes até contribui com as outras categorias, deve pensar no músico que na maioria das vezes faz o possível para te divertir.

O que tem acontecido em Porto Alegre é o que, no alto da minha ingenuidade, vejo como um 'desentendimento' na questão dos cachês. Os bares e casas de show, em sua maioria (é bom que fique registrado que não são todos, pois temos casas como o 'Ocidente', que reconhece e bem trata os músicos da cidade), tratam os músicos como pessoas que precisam de um espaço físico, não de dinheiro - o que não é verdade.

Os bares estão trocando atrações de qualidade por 'meninos' que aceitam cervejas como pagamento no fim da noite.

Música é algo que envolve pesquisa, dinheiro gasto no transporte até o bar (bateristas são os mais prejudicados), horas de prática e dedicação; não é algo feito para conseguir uma companhia de saias ou um pseudo-status social. O que tenho visto, nesse pouco tempo de experiência nessa área, são músicos apertando a mão dos donos de bares no começo da noite, combinando um preço antes do show, e no fim da noite, bêbados, a aceitar moedas como pagamento. Quando estão exaustos, imersos na mediocridade de alguns bares, todos ensaiam a revolta: 'não podemos continuar sendo explorados, blurps.'Elis Regina dizia que Porto Alegre é um cemitério de músicos e acho que todos têm livre capacidade de interpretação.

Estamos começando um novo tempo em Porto Alegre, onde os músicos têm subido cada vez mais para o eixo Rio - São Paulo e conseqüência disso é uma troca com outros músicos, de outros lugares do país. Além de uma maior aposta na estética. Mas na questão financeira tudo permanece estático.

Porto Alegre é conhecida como uma referência cultural e de formação de bons músicos no resto do país, mas os preços que pagamos para ver os artistas que aqui se apresentam são cada vez mais altos. A

cerveja é cara, os lugares não costumam dispor de ar condicionado, banheiros com o mínimo de condições de uso, iluminação apropriada ou mesmo de segurança (não estou falando de um ou dois gorilas na porta, se é que você me entende).

E vivemos em um mundo adulto, onde os parabéns depois do show não mudam o fato de o músico ter que escolher entre o café, o arroz ou o feijão do outro dia. Vejo que a noite musical de Porto Alegre, tão cheia de confetes e vaidades, num verdadeiro show de espelhos e fumaça, tende a piorar ,se os bares continuarem a não cobrar um couvert correspondente com a realidade e esse couvert for repassado a quem lhe é dono de fato. E também não devem repassar preços ao público caso isso fosse regularizado, até porque essas pessoas que saem de casa para ouvir os músicos da noite, também consomem no bar. Proponho uma união entre nós músicos, que se converse sobre esse assunto, que se deixe de lado quaisquer diferenças e que tomemos uma atitude condizente com o que carregamos dentro de nossos chapéus. Acredito que estou fazendo minha parte, da maneira que me foi possível.

Essa matéria foi feita depois de uma conversa com Luciano Bolobang, baterista do Sexteto Blazz (no 'Cultura Rock Bar', Cidade Baixa, em passagem de som que fez algumas horas antes do show).

Ele toca a 14 anos na noite, é formado em licenciatura em música pela UFRGS, fez concertos ao lado da Orquestra Sinfônica de POA e com a Orquestra da PUC, toca na banda Municipal de Farroupilha, num quinteto de Jazz chamado 'Até Jazz', gravou o disco Hisscivilization com Júpiter Maçã, além de outros trabalhos. Ele me falou de uma porção de bateristas que passaram suas vidas numa entrega total a música e agora estão em casa, em péssimas condições. Apontou-me o baterista Argus Montenegro, pai de vários bateristas porto-alegrenses (como Kiko Freitas e o próprio Bolobang), que agora se encontra nessa situação. Baraldo, baterista excepcional na época da Bossa Nova, morreu na casa do artista de uma forma não condizente com tudo que ele fez, na sua época de ouro. Além disso, Bolobang me falou desses 14 anos e suas experiências com os bares de Porto Alegre.

Acho que você deve pensar onde gasta o seu dinheiro e na qualidade da sua noite, se quiser ser respeitado nesses lugares que te vêem como mais um ingresso e mais algumas cervejas compradas.

por Pedro Pastoriz

Francisco, ou com os Mods ingleses, toda a cena Warholiana (Andy Warhol) ou ainda com os Beatniks. Tudo num contexto de livres associações. O nome do site é freakium.com

Me fala alguma pérola que tenha encontrado na internet e o que tem determinado tuas últimas pesquisas.

A última pérola que achei foi o

lostin-tyme.blogspot.com e esse site tem rock desde 67 até os dias de hoje. Tem um setor só pra Kraut Rock alemão, que é uma coisa que pesquiso bastante. Bandas como Guru Guru, Can, Gila, Krokodil, Xhol Caravan. Esse tipo de banda é maravilhoso e sinto por não ter conhecido elas nos anos 80, que foi a época que eu estava crescendo com a música e me alimentando dela. Acho o Google um verdadeiro Pai- de- Santo.

Em todas essas pesquisas literárias, cinematográficas e musicais, quais principais personagens contribuíram na ‘construção’ do Plato Divorak?

Em 1977 fui ao meu primeiro show. No Gigantinho, vi o Gênesis com um Phil Collins de barba crescida e camiseta do Internacional. Lembro do cheiro de maconha, que chegava a arder nos olhos. Através disso eu passei por diversas experiências em todas essas áreas e absorvi filmes como ‘Terra em Transe’ (de Glauber Rocha), que via seguido na Sessão Coruja. Entre os discos que eu posso citar, lembro do 2º do Buffalo Springfield (B. Springfield again), ‘Spaces’ do Larry Corryel, ‘Vintage Violence’ do John Cale e esses são os discos que são o miolo do que eu gosto. E quanto aos livros, o que me vem primeiro a cabeça é ‘Cocktails’ do Luis Aranha, que é dos anos 20, numa poesia totalmente futurista. É um texto arrasador. As linhas dele são como ratos roendo a folha branca. Tristessa, do Jack Kerouac –lançado recentemente pela L&PM editora- tem pouquíssimas páginas mas também é uma referência. A indiazinha da capa é muito parecida com um dos meus últimos amores, Raquel. Obviamente muita coisa fica fora dessas listas, mas é o que me lembro agora.

Quantos discos tu já lançou?

Por enquanto tenho 12 discos lançados, sem contar singles/coletâneas (Brazilian Beebles e baladas do bomfim, por exemplo). Fiz a arte de várias delas. Um verdadeiro faz tudo! Canáálha!

Sobre Espelhos, Fumaça.Locomotores-Locomotores

Melhor disco de Rock feito no Brasil em 2007, ele mostra que a "Música Popular Brasileira" deve abranger, de fato, o gênero Rock.Fantástico.Letras de bom gosto e boas

tiradas, todas em um português audível e bem pontuado. Fantástico.

Obra prima de Tom Waits.Ele dá um tom circense e debochado nas letras e nas melodias. É um disco excêntrico para quem só ouve Beatles e Bob Dylan, mas vale a

Tom Waits - Rain Dogs

pena ser escutado. Fabuloso.

Clube da Esquina ISão poucos os discos que servem para ser estudados na questão harmônica, pelos músicos e ouvidos, para quem simplesmente quer relaxar e não está nem aí. É o registro da perfeita sintonia de Lô

Borges e Milton Nascimento. Curioso.

Plato Divorak !

'Discos que sua mãe adoraria receber’

RÁDIO DE PILHA

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MANIFESTO DO COLETIVO PRÁTICOS DE DANÇA

Prezados colegas e simpatizantes da arte do Estado do Rio Grande do Sul:

Atualmente em Porto Alegre uma das formas mais s igni f ica t ivas de reconhecimento da produção artística em artes cênicas é o Prêmio Açorianos de Dança, Prêmio Açorianos de Teatro Adulto e o Prêmio Tibicuera de Teatro Infantil. A questão que nos traz à reflexão é a forma com que esse instrumento está sendo conduzido, pois ao verificarmos o edital que o rege constatamos fragilidades que possivelmente podem torná-lo manipulável: 1º Qual sua opinião com relação ao coordenador de dança do Município Airton Tomazzoni, funcionário público do Município de Porto Alegre, servidor da Secretaria de Cultura, conforme consta confirmação do cargo de funcionário público do Município no Diário Oficial - Órgão de divulgação do Município - Ano X - Edição 2.523 - Quinta-feira, 5 de Maio de 2005 e Diretor de Dança do Município, ser um dos participantes do concurso da Premiação Açorianos de Teatro e Dança e do Prêmio Tibicuera de Teatro Infantil, finalista da premiação com indicações às categorias dos prêmios, sendo este responsável pela indicação de uma das comissões julgadora do concurso? 2º O que você pensa da jurada de dança Jenifer Guedes fazer parte da comissão que indicou seu irmão Sommer Guedes como melhor bailarino? 3º Consta no edital do concurso, os espetáculos que cumpriram temporada e /ou receberam indicações em temporadas anteriores não podem mais concorrer ao prêmio. O que você acha dos espetáculos de Eduardo Severino representante da dança no SATED-RS (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Diversões do RS), Lixo, Lixo Severino e Planetário contemplados com indicações e premiações em 2000 e 2002 respectivamente; receberem indicações em 2007 pelos mesmos trabalhos? Porquê o SATED e a ASGADAN (Associação Gaúcha de Dança) órgãos representativos de nossa classe não se manifestaram até o momento com relação a isto? Será que não haveria outras produções merecedoras de indicação? 4º Qual sua opinião a respeito do espetáculo Memórias e Pinturas de Luciano Hoeltz que recebeu indicações ao Açorianos de dança de 2007 nas categorias melhor bailarino e melhor figurino terem protocolado na Secretaria Municipal de Cultura o ofício para retirada das indicações de espetáculo, devido à quebra do acordo firmado com a referida secretaria, já que o espetáculo foi avaliado com menor número de jurados do que o previsto no edital, que estabelecia com amparo na lei 8.666/93 em seu artigo 51, que os espetáculos deveriam ser julgados pela comissão permanente ou especial de no mínimo três membros e somente dois assistiram seu trabalho; e como se não bastasse Memórias e Pinturas estreou após o encerramento dos prazos de inscrição do prêmio e mesmo assim foi indicado? 5º E quanto a este fato? Após o resultado da indicação solicitamos informações sobre o

Varanda Cultural

parecer feito pela Comissão Julgadora do Prêmio Açoriano de Dança, sob orientação da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul protocolamos o devido recurso administrativo, já que este de forma “casual” nos foi negado pelos funcionários do Centro Municipal da Cultura (fato que não poderia ter ocorrido, já que se trata de documento público e deve estar à disposição de todos). O objetivo do protocolo foi saber os pareceres da comissão julgadora referente às categorias de premiação de acordo com os critérios que estavam descritos no edital utilizado na avaliação, e o resultado destes critérios, conforme o próprio edital norteia. No entanto, o recurso administrativo não forneceu o que lhe foi requerido, informando: "não tem condições de atender ao solicitado..." Para nossa surpresa não há nenhum registro feito pela comissão julgadora de dança a respeito dos espetáculos assistidos por esta comissão durante o ano de 2007.O que você pensa sobre tudo isto?

O que nos move a proporcionar estes momentos de reflexão é o crédito que damos ao poder transformador e criativo da arte na sociedade, acreditamos que não podemos jogar "pérolas aos porcos e é nosso dever lutar pela democratização e popularização da arte no Estado do Rio Grande do Sul. Por este motivo o conteúdo deste documento foi elaborado e encaminhado sob a orientação da De fenso r i a Púb l i ca do Es t ado ao Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública da Comarca de Porto Alegre - Estado do Rio Grande do Sul. Objeto: Ação ordinária c/c pedido de antecipação de tutela, contra o Município de Porto Alegre/ RS, pessoa jurídica de direito público interno, na pessoa do procurador-geral do Município.

Acreditamos que estas reflexões se não tiverem o intuito de restabelecer a ordem e contribuir para que a ética oriente as decisões que determinarão o futuro da cultura gaúcha, de nada valem! Estamos às vésperas de uma eleição municipal, vamos pensar nas atitudes que estão sendo tomadas sejam pelos órgãos públicos, pelas entidades ou por nós mesmos artistas. Será que não é o momento de banir as pessoas que usam estes mecanismos coletivos e m b e n e f í c i o p r ó p r i o e d e s e u s "apadrinhados”?

O processo não está perdido e iremos recorrer na Justiça, mas no momento este documento encontra-se parado por motivo da greve da Defensoria Pública do Estado. As ações seguem, porque as oportunidades perdidas não voltam mais e o arrependimento é o pior castigo. Analise todas estas questões, e caso ache válidas estas reflexões e denúncias, junte-se a nós! Enviando sua confirmação, ao acrescentar seu nome completo e artístico e o número de identidade na lista de participantes; você estará dando um passo para formarmos uma grande corrente e mostrarmos para sociedade que a classe artística tem voz. Só o coletivo tem a força para restabelecer a dignidade, o respeito e resgatar nossos direitos. Acabando pelo menos desta vez, com os oportunistas que impedem o processo democrático das políticas culturais públicas e privadas deste estado. Não vamos jogar: "PÉROLAS AOS PORCOS!"

Email para contato: [email protected]

Somos um coletivo de artistas e entidades!

RESPOSTA DO COORDENADOR DE

DANÇA

A circulação de questionamentos quanto ao Prêmio Açorianos de Dança faz necessário esclarecer fatos que, de maneira distorcida e mal interpretada, oportunamente, em ano eleitoral, desejam fazer de desafetos pessoais (a não indicação ao Prêmio) e partidários motivos para desfazer um trabalho sério e comprometido para com o desenvolvimento da dança em nossa cidade.

Uma gestão pública que se pretendeu a ampliar o acesso e o alcance de sua atuação, atitude que, com certeza, incomoda aqueles acostumados a políticas de balcão e da crença de lugares perpétuos a serem incensados e privilegiados por uma trajetória que se coloca acima dos demais. Por isso, venho me manifestar para poder dar o direito à todos a informações que costumam ser omitidas em textos levianos e inconseqüentes que têm circulado referentes ao Prêmio.

Começo, portanto, a recordar que o Prêmio Açorianos de Dança, desde 2005, quando assumi o Centro Municipal de Dança, vem buscando se pautar por um olhar sensível para a produção local. Tal prática está inclusa desde a seleção de um corpo de jurados capaz de perceber e analisar as mais diversas formas de expressão, sem privilegiar um ou outro estilo, e também de perceber a coerência e potencial artístico específico de criadores de dança.

Fruto disso é que na edição de 2007 se tem pela primeira vez na história um espetáculo de dança flamenca com 10 indicações, incluindo a de melhor espetáculo. Foi desta forma que em 2005, pela primeira vez um grupo de dança de rua, a Hackers Crew obteve suas primeiras indicações. Foi desta forma que se premiou o Terpsí com uma trajetória de quase 20 anos, e os exitosos trabalhos de recentes companhias e coreógrafas que chegaram a Porto Alegre como Heloísa Bertolli e Luciana Paludo. E é desta maneira que inúmeros outros talentos vêm sendo incluídos na lista de indicação e na premiação, das quais nunca estiveram presentes artistas como Fernanda Santos, Sommer Silveira, Maria Albers, entre outros. Foi dentro deste espírito que foram entregues os Prêmios Especais de Dança ao Ballet Lenita Ruschel e ao Grupo Afro Sul. E foi dentro desta mesma filosofia, e numa edição organizada por esta mesma equipe que ainda coordena o Centro de Dança, que Joca Vergo recebeu seu primeiro Troféu Açorianos em 2005 como melhor figurinista. Esse espectro de diversidade permite verificar a intenção de poder estar atento à dinâmica que vem mudando o cenário local, reconhecendo as diferenças e o compromisso com o avanço artístico na dança em Porto Alegre para além de rótulos e guetos.

Ao mesmo tempo, em nenhuma das edições do Prêmio Açorianos de Dança, desde

que assumi o Centro Municipal e Dança, tive qualquer indicação ou premiação, por entender a postura ética que estar à frente deste órgão exige. Posição que infelizmente não é adotada em outras esferas, como no último Prêmio Quero-Quero 2006 do SATED, quando o representante da dança e um dos organizadores do evento na entidade, Joca Vergo, foi indicado e ganhou os prêmios de melhor Bailarino, Coreógrafo e Produção. É isto que se considera postura ética?

Por último resta ressaltar que quanto às questões levantadas, de distorções no processo de indicação de 2007, cabe esclarecer:

- como já enfatizado, não concorro ao Prêmio Açorianos de Dança;

- o voto individual de um dos cinco componentes da comissão julgadora não garante a indicação de qualquer concorrente;

- remontagens têm sido consideradas aptas a concorrerem ao Açorianos e Tibicuera, como já aconteceu com montagens teatrais que se configuraram como nova leitura da obra, como Lili inventa o mundo, Por um punhado de Jujubas e Serragem, farinha e farofa, entre outras.

- o espetáculo Memórias e Pinturas por opção da produção do mesmo, em contínuo diálogo com a direção do Prêmio, optou por concorrer ao Prêmio Açorianos de Dança em 2008, pois mesmo com esforço dos membros da Comissão Julgadora, não pôde ser avaliado por dois dos seus integrantes.

- todos os questionamentos estão sendo respondidos juridicamente.

- serão tomadas as providências cabíveis de minha parte por danos morais contra os detratores que não apresentam apresentarem sustentação de acusações descabidas como de manipulação, apadrinhamento e privilégios pessoais.

Airton TomazzoniJornalista, coreógrafo e professor universitárioDiretor do Centro Municipal de Dança/ [email protected]

Uma importante conquista para classe artística porto-alegrense é o Prêmio Açorianos. No entanto, o grupo de artistas Coletivo Práticos de Dança, organizado por Joca Vergo e Marilice Bastos, denuncia que o edital aponta irregularidades que o tornam passível de manipulação quanto à seleção dos indicados e participantes do júri. Por outro lado, o Coordenador de Dança da SMC, Airton Tomazzoni, afirma não ser verdade tais acusações.

Abaixo, trechos do manifesto do Práticos e da resposta de Airton.

a POLÊMICA dO PRÊMIO AÇORIANOS

Page 7: Varanda Cultural - 7ª Edição

7

registra rotina dos papeleiros

Até o dia 09 de maio a exposição poderá ser visitada na Câmara Municipal de Porto Alegre, que, aliás, sempre apresenta grandes atividades culturais.

A m o s t r a d e 2 0 fotografias foram captadas em 2003/2004 pelas ruas e na Vila dos Pape le i ros , en t re a Voluntários da Pátria e a Avenida Castelo Branco.

Atualmente, este local abriga o Condomínio Sta. Teresinha.

A mostra também destaca a luta da Associação dos Papeleiros e da comunidade pela urbanização da área.

O currículo de Laércio exibe exposições realizadas em Porto Alegre, Bagé, Novo Hamburgo, Rio de Janeiro, Nova Friburgo (RJ) e Brasília. Na capital gaúcha, expôs na C as a d e C u l tu r a M ar io Quintana, Instituto Cultural

Norte-Americano, Theatro São Pedro, Restaurante Birra & Pasta, Espaço Cultural da CEEE, Galeria de Arte do Centro de Convenções do Sesc, na Escola João Paulo I, Ulbra e na Gravura Galeria de Arte, dentre outros locais.

Exposição: Catadores de Papéis

Local: Câmara de Vereadores.

Horário: das 9 às 18 horas, de segunda a quinta-feira, e das 9 às 15 horas, na sexta-feira. Até o dia 09 de maio.

Informações: Assessoria de Relações Institucionais da Câmara, telefone (51) 3220-4392.

Laércio de Menezes

Varanda Cultural

Page 8: Varanda Cultural - 7ª Edição

8

Laura Souza Telles

As Histórias do Palhaço Pipoca são formadas por um roteiro, com três criativas narrativas, apresentadas em um tradicional teatro de bonecos.

Resultante da necessidade de aproximar a criança do boneco, em uma comunicação onde a afetividade seja imediata. Imprimindo nas histórias um ritmo dinâmico, com climas bem definidos que acentuam as situações, sem o uso de textos muito extensos.

Propõe-se nesta montagem a participação do espectador em tempo integral, de uma forma inteligente, onde ele analisa uma situação e procura solucioná-la, e também de uma forma lúdica, onde ele é transportado ao plano existencial do boneco, e encontra o absurdo, a irreverência, a ternura, o inesperado.

E assim simplesmente, através de um palhaço que gosta de crianças e histórias, o objetivo de comunicar-se de uma forma dinâmica, direta, e de estabelecer diálogo e cumplicidade é alcançado.

Os manipuladores Marina Veluza e Celso Veluza utilizam técnicas de luva, marote e vara. A montagem é formada por três histórias reunidas a partir da intervenção do palhaço Pipoca. Com uma comunicação direta junto às crianças, o personagem estabelece a possibilidade de interferência do público no desenrolar da narrativa.

T í t u l o : C i n c o SentidosAutora : Laura Souza TellesEdição do autor, 20081 6 4 p . c o n t é m manuscritosPorto Alegre

Um livro de poemas inspirados nas coisas simples da vida, escrito por uma jovem que coloca em suas rimas motivos para pensar, refletir. Tenta mostrar o belo em seus versos e por outro lado critica comportamentos sociais e políticos da atualidade. É uma obra que tenta amenizar o lado rude da vida com a leveza da poesia.

Autora e suas obras: Publicou seu primeiro livro Assim como o céu em 2002. Participou de algumas Antologias Poéticas.

Projeto Duas Vozes

Quando: 11 e 25 de maio e 01 e 08 de junho (domingos)Horário: 16hOnde: Sala 502, da Usina do Gasômetro, (Av. Presidente João Goulart, 551)Ingresso: R$ 6,00Abertura da bilheteria às 15h45Maiores informações pelo fone: (51) 9161 5014Foto: Pablo Veluza

Varanda Cultural

RESTAURANTE

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almoço, café e lanches em

geral

fone: 3233-5645

FAROL

Dra. Regina Maria S. OliveiraAdvogada

OAB/RS: 48.096

Direito do Trabalho (empregados e empresas)

Consulta com hora marcada

Av. Borges de Medeiros, 453/ conj. 41-AFones: 3026.2927 / 9262.9430Centro - Porto Alegre

Pedro Rocha – Durante 10 anos de regime militar, o Brasil, viveu sob forte esquema de censura. Só pra ter uma idéia, o AI 5 deixou um saldo trágico que suspendeu direitos políticos de 454 pessoas em cargos eletivos, aposentou 548 funcionários civis, demitiu 334 servidores públicos, cassou 110 deputados federais, cassou 161 deputados estaduais, proibiu ou mutilou 500 filmes, proibiu ou mutilou 450 peças de teatro, proibiu ou mutilou mais de 500 letras de músicas, dentre outras muitas coisas.

A censura inventava um país que não era real. As marcas dessa história podem ser

conferidas aqui mesmo, em nosso p o r ã o , n o C e n t r o d e Desenvolvimento e Pesquisa Sônia Duro.

Diversos registros, livros, reportagens e textos dramáticos que levam impressas as marcas da censura, mantém acesa, e ao alcance de todos, a chama da memória. O convite está feito! Venha nos visitar e vamos juntos relembrar, vivenciar e trilhar novos caminhos de cultura, arte e liberdade! Palavra de Rocha.

Teatro de Arena - Av. Borges de Medeiros, 835 - Centro

PAPO FIRME - Palavra de Rocha.

Pedro Rocha

- hipnose no tratamento do pânico, fobias, depressão, distúrbios sexuais, stress pós-traumático, na preparação para concursos/vestibular.

- Cursos intensivos de auto-hipnose, para leigos.

- Avaliação sem custo.

www.hipnoterapia.psc.br

Page 9: Varanda Cultural - 7ª Edição

9Varanda Cultural

A Dança Clássica Indiana Bharata Natyam

“Você conhece a língua do Pê?” O Projeto PTerPsí Pum PBrinPcanPte Pno PMuPseu é idealizado pela companhia Terpsí Teatro de Dança e tem o especial objetivo de inaugurar o Centro de Estudos Coreográficos Terpsí, em parceria com o Teatro do Museu do Trabalho. O projeto inclui uma série de atividades para a comunidade, fazendo do Teatro do Museu do Trabalho um espaço de criação, (trans)formação e expressão por meio da dança, com uma abordagem diferenciada e explorando histórias e brincadeiras oriundas da cultura popular, “compreendendo o brincar como ato do conhecimento sensível e iniciador do processo criador humano”, como sintetiza a arte-educadora e brincante Peó. Este projeto é financiado pelo Fumproarte e recebe apoio do Museu do Trabalho.

Informações: 51 9112 2808 (Ana) ou [email protected]

Lançamento do Projeto TerPsí

Os hindus acreditam que a dança é capaz de transformar a personalidade do dançarino, levá-lo ao transe, ao êxtase, ser o caminho que o conduz ao divino, à compreensão de sua natureza. Na Índia, durante inúmeros séculos, a dança esteve ligada a práticas ascéticas, pois, para que o dançarino “representasse” a magia e encantasse o público, ele precisava primeiro dominar o corpo e a mente. Para tanto, era necessário meditar, jejuar, evocar e devotar-se ao sagrado. Essa disciplina física e mental

relacionou a dança à Shiva, o Senhor dos Yogues. Este, ao manifestar-se como bailarino cósmico (que esmaga Pasmara, o Demônio da Ignorância, com um passo de dança) é denominado Shiva Nataraja (Senhor da Dança). Conta uma antiga lenda que a dança foi uma dádiva do deus Brahma aos humanos. Essa intrínseca relação entre os deuses criadores do universo e a dança, confere a esta um caráter a l tamente sagrado, sendo realizada como uma oferenda, como p a r t e d o s r i t u a i s religiosos diários, tida como um importante ato de devoção. Por isso, até hoje, no início de uma apresentação de Bharata Natyam, por exemplo, pede-se permissão à Terra para bater com os pés no chão, saúda-se os deuses e oferta-se flores.

Dentre os 7 estilos de danças clássicas indianas destaca-se o Bharata Natyam. Originário da região de Tamil Nadu, no sul da Índia, suas raízes remontam há mais de dois mil anos. Essa antiga forma de teatro e dança é praticada por homens e mulheres e o ator/bailarino representa personagens da mitologia hindu, utilizando ricos movimentos corporais acrescidos do gestual das mãos (mudras) e da exótica expressão dos olhos.

As aulas pretendem ensinar passos

“onde a mão vai, o olho segue;onde o olho vai a mente vai,

onde a mente vai, está o coração; onde está o coração, repousa a realidade de

existir”. (Nandikeshwara).

Segundas das 12h30 às 14hQuartas das 18h30 às 20h

Aula experimental gratuitaInformações/inscrições: 98674531

[email protected]

"Eu preciso aprender a ser só" estende

temporada no mês de maio

*Na arte de Eliza Pierim

básicos e coreografias simples, bem como, proporcionar ao aluno uma inusitada vivência corporal.

Não há necessidade de experiência em dança.

Desde março de 2006 as aulas permanentes de dança clássica indiana integram o Projeto Usina das Artes.

Prof ª Eliza Pierim

Aluna de Sri Hadesh (Índia) nos estilos Bharata Natyam e Odissi. Iniciou seus estudos de Bharata Natyam em 1996, sendo professora do estilo desde 1998. Formada em Artes Cênicas pela UFRGS, licenciando em Educação Física pela mesma instituição, integra o elenco do espetáculo AKASH de Música, Poesia e Dança Clássica Indiana que teve estréia em jun/07 em Belo Horizonte(MG).

O Terpsí Teatro de Dança é uma companhia de Dança Contemporânea, criada em 1987 pela união de alguns artistas gaúchos. Sua trajetória tem sido dedicada, em essência, à pesquisa de uma linguagem única, que

resgata as experiências humanas e rompe a barreira que separa os intérpretes da obra, pois eles são a obra. É nesta vertente que se identifica com a Dança-teatro.

Com direção de Eduardo Kraemer, a peça “Eu preciso aprender a ser só” mostra as diversas possibilidades de relações que o ser humano se utiliza em busca da felicidade. Num mundo fragmentado, regido por leis de mercado e regras politicamente corretas, três casais de atores interpretam personagens em constante transformação.

Bill e Betty se encontram num bar de happy-hour e a partir daí percorrem um caminho sem volta. Solidão, paixão, tesão, traição, amor, ódio e vingança misturam-se nesse tour-de-force. No final a possibilidade do amor é sombreada pelo fantasma do medo. Integram o elenco Marco Sório, Sayonara Sosa, Claudia Canedo, Rafael Guerra, Débora Geremia e Everson Silva.

Vencedor do troféu açorianos 2005 de melhor trilha sonora pequisada (Eduardo Kraemer), indicado na categoria melhor atriz (Saionara Sosa) e melhor cenografia (Eduardo Kraemer).

"Eu preciso aprender a ser só" faz parte da programação do projeto Usina das Artes, promovido pela Secretaria Municipal

da Cultura.

O quê: "Eu preciso aprender a ser só"Quando: 19 de abril a 11 de maio (sábados e domingos).Horário: 19hOnde: Sala 302 da Usina do Gasômetro (Av. Presidente João Goulart, 551)Ingresso: R$ 10,00 (desconto de 50% para estudantes, idosos e classeartística)

DE 17/05 A 14/06

"CAIO DE BOCA E ALMA"

LOCAL:SALA 302 DA USINA DO GASÔMETRO

SÁBADOS E DOMINGOS 19HS

R$10,00

Claudio Etges

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Eliza e Hadesh

Page 10: Varanda Cultural - 7ª Edição

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Doutora, minha juventude foi

muito underground...

Me sinto ofendido!

É um lixo!

Direção: Cristiane de FreitasElenco:Muriel de FreitasAmanda BarretoTiago RostirollaCristiane de Freitas

César Camargo

Varanda Cultural

Ele é um....

UNDERGROUND !Na terapia...

Quando chegava nas baladas...Eu arrasava com meu intelecto !

Me sinto como no

livro “Cem Anos de Solidão”

É de um realismo

fantástico...

Você se sente um Buendía ?

Ele ousou na

forma...

Era crítico do Fórum Social Mundial:

Não vai dar em nada mesmo...

Meu Deus,

uma passeata !

oigalê !

Depois eu arrasava nas discussões...

Não tenho a ilusão da felicidade eterna...

hum...

Sofro como um Paul Auster sem

o Brooklin...

hum...

hum...ÓÓÓ!

ÓÓ!

ÓÓÓ!

Quando a América se dará conta desses

governos?

lindo!

Precisamos de um novo Che

Guevara!

Meu herói!

mais um...

E eu te prometo o mundo !

Eu prometo

meu amor !

Intelectuais passam fome!

Eu passo!

Mas com o tempo,

percebi que era um macaco!

Ele apóia o

Fidel...

...se diz de esquerda, adora literatura russa e teatro de vanguarda...

...entende a Bienal e dança Maracatú c o m a s n e w -hippies...

Você vai pro paredón

agora !

FORA JÁ !

FORA JÁ DAQUI !

O FHC E O FMI !

Mas sou um poeta, e não posso párar...

E depois de um tempo, o amor...

Ele é descolado, usa roupas alternativas e tem a discografia do Chico Buarque...

Música de Lou Reed ao fundo...

Page 11: Varanda Cultural - 7ª Edição

11Varanda Cultural

Até em Seminário de Seicho-no-iê fui...

Que só imitava outros

undergrounds!

Socorro, estou perdido !

Senhor, me dê um sinal !

É isso! Serei concursado!

E do Banco do Brasil !

Agora tenho tudo: convênio, cheque...

Mas virei um burocrata de marca maior!

Você fez o que precisava....

Eu achava que era o

predestinado !

Mas no fim se entra pro rebanho...

Que não me venderia ao sistema !

E você só trocou a máscara

querrrido!

Desculpa, mas isso é para outra

sessão...

TEATRO PARA CRIANÇAS

Com Su Ribeiro- Faixa etária: 6 a 12 anos

TEATRO PARA ADOLESCENTES

AVANÇADO

Com Hyro Mattos

Faixa etária: 13 a 18 anos

INICIANTES

Com Hyro Mattos

Faixa etária: 13 a 18 anos

TEATRO PARA ADULTOS

DESINIBIÇÃO

Com Nilton Filho e Hyro Mattos

Faixa etária: acima de 19 anos

INTERPRETAÇÃO

Com Nilton Filho e Hyro Mattos

Faixa etária: acima de 19 anos

MATCH IMPROVISATION

Com Nilton Filho e Hyro Mattos

Atores com experiência.

CURSOS NO TEATRO NILTON FILHO

DESDE 1990

18 Anos de RealizaçõesRua Grão Pará, 179 - Menino Deus

Fones: 3233 0449 ou 3028 3663

Mas e meu lado underground ?

Precisava decidir minha vida...

Até que chegou o

grande dia...

Quem busca a felicidade duradoura encontra na Kriya Yoga de Babaji uma poderosa ferramenta. Com técnicas especialmente selecionadas por Babaji, este poderoso ramo sidhanta da yoga produz uma transformação integral do indivíduo nos 5 níveis de consciência — físico, vital, mental, intelectual e espiritual — de forma gradual, equilibrada e segura. Todos podem praticar e encontrar a paz e a felicidade.

Palestra: 16/05 (gratuita)

contato para reserva: [email protected]

fones: (51) 33334047 e 99631951 / (11) 38121313

Circo Artístico Star SchoolBatmam em Porto Alegre

O Caribenho Mark Octave, mais conhecido na Europa e Estados Unidos como Batman, o morcego voador, está em Porto Alegre com sua partner Gigi, a Maravilhosa, para ministrar oficinas de atividades físicas modeladoras com técnicas circenses. O programa constitui-se de "malhação lúdica", em que os participantes obtêm força, vigor e bom humor através de aulas em Trapézio Fixo, Tecido e Lyra, entre outras modalidades lúdicas circenses elaboradas para profissionais e iniciantes no decorrer do programa.

Local: Academia Natasul, Marquês do Pombal, 1309 - Auxiliadora

Contatos: 3343.1410 ou 9335.1218.

Produção: Sandro Lopes - 8108 5631

FIM

Eu só queria agarrar alguém!

Sou um cara carente !

Page 12: Varanda Cultural - 7ª Edição

Inauguração do Atelier&Galeria CONFRARIA DA ESCULTURA

Jorge Herrmann se graduou em Desenho, no Instituto de Artes no final dos anos 90. Nessa época participou de exposições coletivas e realizou duas individuais. Por motivos profissionais interrompeu sua pesquisa pessoal, seguindo outras paragens até o ano de 2006, quando retomou seu trabalho e realizou uma mostra individual. O desenho faz parte de sua vida desde piá, porém, não era sua paixão, nessa época, quem lhe arrebatava o coração pueril, eram os animais e a

natureza. O interesse pelo traço e a linha contidos no desenho só o arrebatou na faculdade, quando então descobriu seu poder de narração. Sua inspiração parte do poder metafórico que o desenho possui justamente por sua simplicidade. É através dele que Jorge consegue desnudar as relações que modelam o mundo na atualidade.

Jorge anda sempre munido de um pequeno caderno, aonde vai desenhando suas idéias, pois afirma que pensa melhor quando desenha. O enfoque de sua obra, a natureza, o mobiliza profundamente, onde descobriu através do desenho a possibilidade de relatar o conflito de sensibilidades que está destruindo o planeta. É através da força que possui o desenho que ele consegue anular o sentimento de impotência perante o

Varanda Cultural

Jorge Herrmann

inexorável, pois o traço é vivo. As densas modificações e destruições que vêm ocorrendo à sua volta o afetam de maneira irremediável, e é através do desenho que ele conta como estas ocorrem. Afirma que: estamos criando o mundo a nossa imagem e semelhança.

Sua pesquisa envolve, entre outras coisas, releituras de fotografias antigas, que fornece sempre um novo olhar e um novo assunto, trabalhando com a lembrança da foto, explorando a questão narrativa da memória e do esquecimento. Na atual fase, sua busca é por horizontes, o que, em sua concepção, no ambiente urbano é praticamente impossível. Para esse resgate, ele se refugia em ambientes ainda pouco explorados e contaminados como o Bosque de Canela, uma reserva ecológica particular.

Jorge é um artista polivalente, atuando em múltiplas áreas artísticas, fazendo o que ele chama de arte aplicada: são ilustrações, (ilustrou o livro de filosofia infantil Ula- brincando de pensar de Sérgio Sardi), execução de projetos gráficos, criação de cenários além de capas para cds. A série de desenhos intitulada Miragens partiu do imaginário do artista, inspirado na busca por um mundo mais vivo, mais verde e menos agredido pela “urbanização e avanços tecnológicos”.

Local: Atelier Confraria da Escultura Riachuelo, 370- Centro

Inauguração: 14 de maio, quarta feira, às 17 horas Integrantes: Ana Aita, Julia Dorneles, Leandro Michels, Renata Martins e Xaplin

Proposta: Atelier & Galeria de Arte, local onde pode ser apreciado a produção dos artistas. Cada um dos integrantes do Atelier tem o seu espaço para produção, além de local permanente de exposição e vendas de seus trabalhos. Objetivo: O atelier servirá de espaço para os artistas desenvolverem seu processo escultórico, mostrando a produção para a comunidade através de cursos e seminários.

Da Praia das Pombas - Aquarela (19,3x34,3)

ULA- Brincando de Pensar - Editora Vozes/2004

Estudo para Cenário Musical Infantil - Histórias Verdes - 2006

Perto -Acrílica sobre Eucatex (70x49)

O Princípio -Acrílica sobre Eucatex (97x64)

O Cenotáfio de Grünewaldt -lápis grafite e conte sobre papel (66x96)

Jorge ministra oficinas nos mais diversos estilos e

técnicas.

Entre em contato:[email protected]

obra de Leandro Michels

obra de Julia Dorneles

[email protected]

por Mariah de Oliviéri