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00310 2009 SP-PP-00310 VALORES PARA O LEUCOGRAMA E TROMBOGRAMA DE JUVENIS DE DOURADO (Salminus brasiliensis) EM CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS DE CULTIVO* BLOOD CELLS, LEUCOGRAM AND THROMBOGRAM OF JUVENILES DOURADO (Salminus brasiliensis) IN EXPERIMENTAL CONDITION OF CULTURE Santiago Benites de Pádua'; Márcia Mayumi lshikawa'; Fabiana Satake'; Hamilton Hisano ' e Marcos Tavares-Dias' ABSTRACT. Pádua, S.B.; Ishikawa, M.M.; Satake, S.B.; Hisano, H. & Tavares-Dias, M. [Leucogram and thrombogram values of juveniles dourado (Salminus brasiliensisv in experimental condition of culture]. Valores para o leucograma e trombograma dejuvenis de dourado iSalminus brasiliensis) em condições experimentais de cultivo. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 31 (4):282-287, 2009. Curso de Medicina Veterinária, Faculdade Anhanguera, Rua Manoel Santiago, 1.775, Vila São Luis, Dourados, 79.925. I50, MS. Brasil. E-mail: [email protected] The aim of this study was characterized the blood cells and quantified the blood thrombocytes and leukocytes ofjuveniles Salminus brasiliensis maintained in experimental conditions ofculture, since fingerling culture. Thirty-five health specimens were used for total thrombocytes and leukocyte counts, and differential leukocytes counts. The blood cells were identified as: erythrocytes, neutrophils, heterophils, eosinophils, monocytes, Iymphocytes, immature leukocytes and thrombocytes. The average values of leukocytes and thrombocytes were: thrombocytes 18,820.75 ± 7,067.64 .I-\-L· ' ,total leucocytes 2 1.072,93 ± 7.867,62 .I-\-L·',monocytes 509.73 ± 363.0 I .I-\-L·',Iymphocytes 18,312.21 ± 6,977.27 .I-\-L' 1, heterophils 247.20 ± 497.69 .I-\-V, eosinophils 450.89 ± 423.89 .I-\-L· ' , neutrophils I, I65.42 ± 937.75 .I-\-L· ' and immature leukocytes 392.58 ± 344.67 .I-\-L· ' . KEY WORDS. Fish hematology, blood cells, freshwater fish. RESUMO. Este estudo teve por objetivo caracteri- zar as cálulas sanguíneas e quantificar os trombóci- tos e leucócitos de juvenis de Salminus brasiliensis mantidos em condições experimentais de cultivo, desde a alevinagem. Foram utilizados trinta e cinco espécimes sadios para as contagens de trombócito e leucócitos totais e contagens diferenciais de leucó- citos. As células identificadas foram eritrócitos, trem- bócitos, neutrófilos, heterófilos, eosinófilos, monó- citos, linfócitos e leucócitos imaturos. Os valores médios do leucograma e trombograma foram: trom- bócitos totais 18.820,75 ± 7.067,64 .IlL·', leucócitos totais 21.072,93 ± 7.867,62 .IlL·', monócitos 509,73 ± 363,01 .IlL·1,linfócitos 18.312,21 ± 6.977,27 .IlL', * Recebido em 15 de outubro de 2009 ; Curso de Medicina Veterinária. Faculdade Anhanguera. Rua Manoel Santiago, 1.775, Vila São Luis. Dourados, MS 79925-150. E-mail: saruiago ..psbr'li)hotmail.com , Médica-veterinária. DSc. Embrapa Agropecuária Oeste, BR 163 km 253.6. Cx. Postal 661. Dourados. MS 79804-970. E-mail: marciai(l)cpao.embrapa.br. 'Médica-veterinária, DSc. Centro Universitário da Grande Dourados, Rua Balbina de Matos, 2121. Jardim Universitário, Dourados, MS 79824-900. E-mail: [email protected] 'I.ootecnista, DSc. Embrapa Agropecuária Oeste. BR 163, km 253,6. Cx. Postal 661. Dourados. MS 79804-970. E-mail: 11 h isano({~cpao.embrapa. br I Biólogo, DSc. Embrapa Arnapá, Rodovia Juscelino Kubitschek, km 5, 2600 Caixa Postal 10, Macapá, AI' 68903-419. E-mail: ma rcosta [email protected] 282 Valores para o leucograma ... 2009 SP-PP-00310 11111111111111111 11111111111111111111111111111111111 11111 111111111111111111 Rev, Bras. Med. Vet., 31(4):282-287, out/dez 2009 CPAF-AP- 14875-1

VALORES PARA O LEUCOGRAMA E TROMBOGRAMA DE JUVENIS … · Valores para o leucograma e trombograrna de juvenis de dourado iSalminus brasiliensisv em condições experimentais de cultivo

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003102009SP-PP-00310

VALORES PARA O LEUCOGRAMA E TROMBOGRAMA DEJUVENIS DE DOURADO (Salminus brasiliensis) EM CONDIÇÕES

EXPERIMENTAIS DE CULTIVO*

BLOOD CELLS, LEUCOGRAM AND THROMBOGRAM OF JUVENILESDOURADO (Salminus brasiliensis) IN EXPERIMENTAL CONDITION OF

CULTURE

Santiago Benites de Pádua'; Márcia Mayumi lshikawa'; Fabiana Satake'; HamiltonHisano ' e Marcos Tavares-Dias'

ABSTRACT. Pádua, S.B.; Ishikawa, M.M.; Satake, S.B.; Hisano, H. & Tavares-Dias,M. [Leucogram and thrombogram values of juveniles dourado (Salminusbrasiliensisv in experimental condition of culture]. Valores para o leucograma etrombograma dejuvenis de dourado iSalminus brasiliensis) em condições experimentaisde cultivo. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 31 (4):282-287, 2009. Curso deMedicina Veterinária, Faculdade Anhanguera, Rua Manoel Santiago, 1.775, Vila SãoLuis, Dourados, 79.925. I50, MS. Brasil. E-mail: [email protected]

The aim of this study was characterized the blood cells and quantified the bloodthrombocytes and leukocytes ofjuveniles Salminus brasiliensis maintained in experimentalconditions ofculture, since fingerling culture. Thirty-five health specimens were used fortotal thrombocytes and leukocyte counts, and differential leukocytes counts. The bloodcells were identified as: erythrocytes, neutrophils, heterophils, eosinophils, monocytes,Iymphocytes, immature leukocytes and thrombocytes. The average values of leukocytesand thrombocytes were: thrombocytes 18,820.75 ± 7,067.64 .I-\-L·',total leucocytes2 1.072,93 ± 7.867,62 .I-\-L·',monocytes 509.73 ± 363.0 I .I-\-L·',Iymphocytes 18,312.21 ±6,977.27 .I-\-L'1 , heterophils 247.20 ± 497.69 .I-\-V, eosinophils 450.89 ± 423.89 .I-\-L·',neutrophils I, I65.42 ± 937.75 .I-\-L·'and immature leukocytes 392.58 ± 344.67 .I-\-L·'.

KEY WORDS. Fish hematology, blood cells, freshwater fish.

RESUMO. Este estudo teve por objetivo caracteri-zar as cálulas sanguíneas e quantificar os trombóci-tos e leucócitos de juvenis de Salminus brasiliensismantidos em condições experimentais de cultivo,desde a alevinagem. Foram utilizados trinta e cincoespécimes sadios para as contagens de trombócito eleucócitos totais e contagens diferenciais de leucó-

citos. As células identificadas foram eritrócitos, trem-bócitos, neutrófilos, heterófilos, eosinófilos, monó-citos, linfócitos e leucócitos imaturos. Os valoresmédios do leucograma e trombograma foram: trom-bócitos totais 18.820,75 ± 7.067,64 .IlL·', leucócitostotais 21.072,93 ± 7.867,62 .IlL·', monócitos 509,73± 363,01 .IlL·1,linfócitos 18.312,21 ± 6.977,27 .IlL',

* Recebido em 15 de outubro de 2009; Curso de Medicina Veterinária. Faculdade Anhanguera. Rua Manoel Santiago, 1.775, Vila São Luis. Dourados, MS 79925-150. E-mail:

saruiago ..psbr'li)hotmail.com, Médica-veterinária. DSc. Embrapa Agropecuária Oeste, BR 163 km 253.6. Cx. Postal 661. Dourados. MS 79804-970. E-mail:

marciai(l)cpao.embrapa.br.'Médica-veterinária, DSc. Centro Universitário da Grande Dourados, Rua Balbina de Matos, 2121. Jardim Universitário, Dourados, MS

79824-900. E-mail: [email protected]'I.ootecnista, DSc. Embrapa Agropecuária Oeste. BR 163, km 253,6. Cx. Postal 661. Dourados. MS 79804-970. E-mail:

11 h isano({~cpao.embrapa. brI Biólogo, DSc. Embrapa Arnapá, Rodovia Juscelino Kubitschek, km 5, 2600 Caixa Postal 10, Macapá, AI' 68903-419. E-mail:

ma rcosta [email protected]

282 Valores para o leucograma ...2009 SP-PP-00310

11111111111111111 11111111111111111111111111111111111 11111 111111111111111111

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Valores para o leucograma e trombograrna de juvenis de dourado iSalminus brasiliensisv em condições experimentais de cultivo

heterófilos 247,20 ± 497,69 .IlL-1,eosinófilos 450,89±423,89 .IlL-1,neutrófilos 1.165,42±937,75 .IlL-1eleucócitos imaturos 392,58 ± 344,67 .IlL-1.

PALAVRAS-CHAVE. Hematologia de peixes, células sanguí-neas, peixe de água doce.

INTRODUÇÃONos peixes, os elementos figurados do sangue são

compostos por eritrócitos, leucócitos e trombócitos cujaorigem, desenvolvimento e função, principalmente dosleucócitos e trombócitos, não são ainda conhecidos porcompleto (Tavares-Dias & Moraes, 2004). Os leucóci-tos são as células responsáveis pela defesa humoral ecelular do organismo (Tavares-Dias & Moraes, 2007),os quais utilizam a via sanguínea para realizar o moni-toramento de possíveis infecções causadas por diferen-tes patógenos. Integram diferentes linhagens celularesnas quais podem ser diferenciados morfologicamentepela presença ou ausência de granulação, assim comopelas suas características rnorfológicas, tintoriais ecitoquímicas (Satake et aI., 2009).

Vários autores relataram a necessidade da carac-terização dos trombócitos e leucócitos sanguíneos ea determinação dos valores basais para os diversosteleósteos em condições de higidez (Ranzani-Paiva,1995; Tavares-Dias et aI., 2000b; Tavares-Dias &Moraes, 2003; Tavares-Dias & Mataqueiro, 2004;Azevedo et al., 2006; Atencio-García et aI., 2007).Para que as análises hematológicas de peixes sejamempregadas rotineiramente em averiguações de pa-tologias que podem acometê-los, é imprescindívelque se conheça os valores de referência de cada es-pécie em boas condições de saúde e nos diferentesambientes. Assim, em dourado S. brasiliensis do RioMogi-Guaçu, Cachoeira das Emas (Pirassununga,SP), linfócitos, neutrófilos tipo I e tipo 11,monócitose eosinófilos foram caracterizados citoquimicamente(Veiga et al., 2000), morfologica e quantitativarnente(Ranzani-Paiva et al., 2003). Todavia, o perfiltrombocitário e leucocitário desta importante espé-cie para a piscicultura nacional, ainda não foram es-tudados em condições de cultivo.

O dourado S. brasiliensis é uma espécie perten-cente à família Characidade, sendo um peixeneotropical, piscívoro, nativo de rios da AméricaLatina, podendo alcançar mais de 20 kg (Souza etal., 2008). Caracteriza-se por ser uma espécie espor-tiva, além de possuir excelente qualidadeorganoléptica (Weingartner & Zaniboni-Filho, 2005)com grande potencial para a piscicultura nacional(Braga et aI., 2007). Neste sentido, é de grande irn-

portância e maior conhecimento científico de sua fi-siologia, reprodução, larvicultura, sanidade, bemcomo suas exigências nutricionais para que sejamdesenvolvidas tecnologias apropriadas na expansãode seu cultivo no Brasil.

Este estudo teve como objetivo caracterizar ascélulas sanguíneas e quantificar os trombócitos e leu-cócitos de S. brasiliensis mantidos em condiçõesexperimentais de cultivo.

MATERIAL E MÉTODOSJuvenis de dourado Salminus brasiliensis (12-

I5g), de uma mesma desova, foram adquiridos depiscicultura comercial e mantidos em tanques circu-lares de fibra de vidro (10 peixes m') com capacida-de de 1000 L, abastecidos com fluxo contínuo deágua originária de poço artesiano (10 Llmin), noLaboratório de Piscicultura da Embrapa Agropecu-ária Oeste, Dourados, Mato Grosso do Sul, duranteum período de 14 meses, quando atingiram pesomédio de 146,54 ± 16,08 g.

Os peixes foram alimentados com ração comer-cial para carnívoros (45% PB, 14% extrato etéreo,6% matéria fibrosa, 14% extrato mineral, 1% fósfo-ro e 2,5% de cálcio) e granuIometria de 4-6 mm,fornecida duas vezes ao dia. A temperatura da água eo teor de oxigênio foram aferidos diariamente, pormeio de oxímetro digital YSI® 55. Semanalmente,era realizada a limpeza do tanque de manutenção,por meio de sifonagem para a retirada de eventuaisresíduos orgânicos (fezes e sobras de ração).

Após anestesia com óleo de cravo, de acordo comas preconizações de Hisano et al. (2008), 35 peixesforam submetidos à venopunção caudal com auxíliode seringas (3 mL) e agulhas hipodérmicas (25 x 7mm) banhadas com EDTA (10%). Imediatamenteforam confeccionadas extensões sanguíneas em du-plicatas, as quais foram coradas pancromicamentecom May Grünwald-Giemsa- Wright (Tavares-Dias& Moraes, 2003) e utilizadas para contagem dife-rencial de leucócitos, em 200 células de interesse.Essas extensões foram também utilizadas para a con-tagem de trombócitos e leucócitos totais, seguindoas recomendações de Tavares-Dias & Moraes (2006),com algumas modificações descritas a seguir. Comoos grandes granulócitos e os monócitos tendem a seencontrar nos bordos e no final das extensões san-guíneas, procurou-se realizar a contagem dos leucó-citos em relação a 1.000 eritrócitos nas bordas e ou-tros 1.000 eritrócitos a partir do centro dessas exten-sões, com o objetivo de obter maior homogeneidade

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Santiago Benites de Pádua et al.

na contagem dos leucócitos. Para a diferenciação enomenclatura das células sanguíneas foram segui-das as recomendações de Tavares-Dias & Moraes(2004), Affonso et aI. (2007) e Clauss et aI. (2008).A partir dos resultados adotou-se estatística descriti-va, pela qual foi calculada a média aritmética, o des-vio padrão e o coeficiente de variação das variáveishematológicas estudadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃOAs células identificadas no sangue periférico de

S. brasiliensis foram eritrócitos, neutrófilos,heterófilos, eosinófilos, monócitos, linfócitos, leu-cócitos imaturos e trombócitos (Figura I).

Os neutrófilos de S. brasiliensis são células cir-culares, com núcleo circular, em forma de bastãoou segmentado, excêntrico e com cromatina de co-loração púrpuro-violeta predominantementecornpactada nas células mais maturas, sendo maisfrouxa em alguns neutrófilos jovens, que ocasio-nalmente foram identificados nas extensões. O ci-toplasma dessas células possui granulaçõesneutrofílicas finas (Figura Ib). Este granulócitocorresponde ao neutrófilo tipo I descrito por Veigaet aI. (2000) e ao neutrófilo descrito por Ranzani-Paiva et aI. (2003) para S. brasilensis de vida livre.Similarmente, o Anostomidae Leporinus macroce-phalus (Tavares-Dias et aI., 2000a) e o CharacidaeBrycon aniazonicus (Affonso et aI., 2007) possu-em neutrófilos comas mesmas peculiaridades mor-fológicas e tintoriais do S. brasiliensis, do presenteestudo.

Os heterófilos de S. brasiliensis, são células circu-lares, com núcleo de formas variadas e excêntrico, maspode ser ligeiramente deslocado para a periferia dacélula, com a cromatina compacta e de coloraçãopúrpuro-roxa. Possui granulações grosseiras de for-mato circular e de quantidade variável, com colora-ção acidófila-basofll ica, mas predom inantementeacidófila (Figura 1c). A nomenclatura deste granulócitoem S. brasiliensis é controversa. Veiga et aI. (2000)adotaram o termo neutrófilo tipo 11para essa célula,enquanto Ranzani-Paiva et aI. (2003) denominaramde célula granulocítica especial (CGE), Atencio-Garcíaet aI. (2007) não identificaram heterófilos e ou CGE.em Salminus affinis, diferentemente do presente estu-do, estes autores relataram a ocorrência de basófilosna circulação dessa espécie. Possivelmente, as diver-gências existentes na classificação dos leucócitos des-tes peixes podem ser atribuídas aos diferentes tiposde metodologias adotadas para a coloração das célu-las sanguíneas (Tavares-Dias & Moraes, 2006).

No sangue de alguns peixes há neutrófilos, emoutros há somente heterófilos e em alguns há tantoneutrófilos como heterófilos (Tavares-Dias &Barcellos, 2005; Tavares-Dias, 2006). Similarmenteao que ocorreu em S. brasiliensis, do presente estu-do, neutrófilos juntamente com heterófilos foramdocumentados em peixes teleósteos, comoHoplosternum littorale (Tavares-Dias & Barcellos,2005), Brycon orbignyanus (Tavares-Dias & Moraes,2006) e B. amazonicus (Affonso et aI., 2007), assimcomo em elasmobrânquio como o Rhinchodon typus(Clauss ct al., 2008).

Figura I. Células sanguíneas de Salminus brasiliensis. Eritróeitos (a), neutrófilo (b), heterófilo (e), eosinófilo(d), monócito (e), leucócito imaturo (f). linfócito (g) e trornbócitos (h). Coloração May Grünwald-Giernsa-WrightBarra = 10 um,

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Valores para o leucograrna e trombograrna de juvenis de dourado (Solminus brasiliensis) em condições experimentais de cultivo

Os eosinófilos de S. brasiliensis apresentaram-sepredominantemente pequenos quando comparadosaos demais granulócitos e monócitos. A cromatinanuclear possui coloração púrpuro-violeta, sendo com-pacta, localizando-se na periferia da célula e acumu-lando a granulação no pólo oposto. Estas célulaspossuem ampla variação no formato, sendo geral-mente circulares a ovóides, podendo apresentar pe-quenos pseudópodes. O citoplasma possui grânulosde coloração eosinofílica com considerável variaçãoda quantidade e formato, em sua maior parte em for-ma de bastões e ocasionalmente arredondados (Fi-gura I d). Veiga et aI. (2000) e Ranzani-Paiva et aI.(2003), também relatam a ocorrência de eosinófílosem dourados do ambiente natural, com característi-cas similares aos do presente estudos, assim comoAtencio-García et aI. (2007) em dourado S. a.ffinis.Veiga et aI. (2000) relataram que este granulócitopossui forte reação citoquímica para proteínas, indi-cado por coloração com azul de bromofenol.

Entre os leucócitos, os rnonócitos são as maiorescélulas identificadas no sangue circulante de S. brasi-liensis possuem ampla variação do formato do núcleo,podendo ser arredondados, reniformes ou em formade ferradura, localizados na periferia da célula comcromatina púrpura de frouxa a compactada de acordocom a ontogênese da célula. Este agranulócito possuio citoplasma basofílico com variada quantidade devacúolos e ocasionalmente apresentam pseudópodes(Figura le). Células semelhantes a essa foram descri-tas em S. brasiliensis (Veiga et al., 2000; Ranzani-Paiva ct al., 2003), S. (I/fins (Atencio-García et aI.,2007) e em vários outros teleósteos (Anderson et al.,1996; Tavares-Dias et aI., 2000a; Tavares-Dias et aI.,2000b; Tavarcs-Dias & Moraes, 2004: Tavares-Dias& Moraes, 2006) e em elasrnobrânquios (Valenzuelaet al., 2003; Clauss et al., 2008).

Os linfócitos de S. brasiliensis são os menores leu-cócitos. Possuem alta relação núcleo: citoplasma, comnúcleo central c cromatina de coloração púrpuro-viole-ta, de frouxa a compacta; o citoplasma é ba .ofilico,desprovido de granulação, podendo apresentar peque-nas projeções (Figura 1g). São células de tamanhosvariados, sendo que os grandes linfócitos apresentam acromatina nuclear mais frouxa em relação aos peque-nos linfócitos, possivelmente por se tratar de célulasmais jovens ou de diferentes populações linfocitárias.

De forma semelhante, os peixes marinhos Sarpasalpa, Dicentrarchus labrax, Diplodus sargus, Dentexdentex, Sparus aurata e Pagruspagrus (Pavlidis et aI.,2007), assim como o peixe de água doce Brycon sp.

(Ranzani-Paiva, 1996) apresentam grandes e pequenosIinfócitos. Já em Lates calcarifer (Anderson et al., 1996)foi observado apenas pequenos linfócitos, mas com asmesmas projeções citoplasmáticas descritas paraS. bra-siliensis. Linfócitos com as mesmas propriedades mor-fológicas e tintoriais aqui encontradas foram relatadospara S. brasiliensis de ambiente natural (Veiga et aI..2000; Ranzani-Paiva et aI., 2003), em S. affins (Atencio-García et aI., 2007), bem como em várias outras espé-cies de peixes teleósteos (Ranzani-Paiva, 1995; Tavares-Dias et al., 2000a; Tavares-Dias et aI., 2000b; Tavares-Dias & Moraes, 2004; Tavares-Dias & Moraes, 2006)e elasmobrânquio (Valenzuela et al., 2003; Clauss etal.,2008).

Na diferenciação entre os grandes Iinfócitos e osleucócitos imaturos (LI) de S. brasiliensis, levou-seem consideração o tamanho da célula, a quantidadede citoplasma, o aspecto da cromatina nuclear e aspropriedades tintoriais do citoplasma. A partir dessescritérios, observou-se que os LI apresentam tamanhointermediário aos grandes linfócitos e aos monócitos,possuem cromatina nuclear frouxa, maior quantidadede citoplasma que os linfócitos, intensa basofilia cito-plasmática e ausência de vacuolização citoplasmática(Figura 1f). A morfologia dos LI é amplamente variá-vel e sua identificação no sangue periférico pode serdificultada pela presença de eritrócitos jovens e oueritroblastos basofilicos, dada sua íntima semelhan-ça. Ocasionalmente foi observada a presença de pou-cos grânulos de formato e tamanho variado e de colo-ração púrpura em alguns LI. Ranzani-Paiva (1995),cita que a classificação dos leucócitos em peixes nãoé uniforme devido ao grande número de leucócitosimaturos na circulação periférica.

Os trombócitos de S. brasiliensis são células pre-dominantemente elípticas e ocasionalmente ovais.sendo que o núcleo de coloração roxo-púrpura e cen-tral, acompanhando o formato da célula. Possui cito-plasma escasso de coloração hialina, sendo ocasio-nalmente id ntificada fina granulação acidófila (Fi-gura 1h). Similarmente, células com tais característi-cas foram relatadas em S. brasiliensis de ambientenatural (Veiga et aI., 2000; Ranzani-Paiva et aI., 2003),em S. a.ffins (Atencio-García et aI., 2007) e tambémem várias outras espécies de peixes teleósteos(Ranzani-Paiva, 1995; Ranzani-Paiva, 1996; Tavares-Dias et aI., 2000a; Tavares-Dias et aI., 2000b; Tavares-Dias & Moraes, 2004; Tavares-Dias & Moraes, 2006;Clauss et aI., 2008). Em S. brasiliensis, os grânuloscitoplasmáticos de trombócitos possuem glicogênio(Veiga et aI., 2000), substância importante no proces-

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Santiago Benites de Pádua et aI.

so de fagocitose nos peixes (Tavares-Dias 2006;Tavares-Dias & Moraes, 2007).

Os valores médios, assim como o mínimo e máxi-1110 e coeficiente de variação das contagens de trom-bócitos e leucócitos de S. brasiliensis em condiçõesexperimentais de cultivo estão relacionados na Tabe-la 1. Observa-se se que os valores da contagem detrombócitos foram inferiores aos de S. cffinis (Atencio-García et al., 2007), P mesopotamicus (Mataqueiro&Tavares-Dias, 2004) e B. orbignyanus (Tavares-Dias& Moraes, 2006). Possivelmente, estas deferenças sãoespécie-específicas, uma vez que o método de conta-gem usado para S. brasiliensis foi também o mesmo

Tabela I, Valores médios ± desvio padrão (DP), variação e coeficiente devariação (CV) dos parâmetros trornbornétricos e leucométricos de ju-venis de Salminus brasi/iensis em condições experimentais de cultivo,

Parámctros Valores medias ± DP Variação CV(%)

Trombócitos (ul,:')I.cucócitos totais (~IL")Monócitos (%)Monócitos (ul.:')l.infocitos (%)

l.infocitos (flL")Hcterotilos (%)I IctcrófilosÜIL")losinófilos (%)l.osinótilcs (ul,")Neutrófilos (%)

Neuirófilos (flL")l.eucócito Imaturo (ul,")l.eucócito Imaturo (ul.:')

J 8.820,75±7.067,642 J .On,93±7.867,62

2J4±1,18509, 73±363,0 I

86,39±5,2218.31221 ±6.977,27

1,27±2,45247,20±497,69

2,04±1,53450,89±423,89

5,84±4,17I 165,42±937,75

2,11±1.75392,58±344,67

5.662,50-38.745,003352,50 45.920,fXl

0-60-1358,44

72-952.413.80-40.868,80

0-11,50-2212,65

0-5,50-1560,00

0-18164,81-4.559,40

0-6,50-1639,54

37,5537,3454,4871,216,0638,11192,74201,3374,7093,9570,3580,468~,7487,79

usado para estes dois últimos caracídeos, porém paraS', affinis o método foi distinto.

Os valores de leucócitos totais de S, hrasilicnsis fo-ram superiores aos descritos por Tavares-Dias &Mataquciro (2004) para r niesopotamicus e inferioresaos descritos por Tavares-Dias & Moraes (2006) paraB. orbignyanus. Da mesma forma, os valores absolu-tos de lin tócitos do dourado foram maiores que os de P.mesopotamicus (Tavares-Dias & Mataqueiro, 2004) e/J, orbignyunus (Tavares-Dias & Moraes, 2006).

O percentual de neutrófilo (33,3 %) de douradosoriundos do ambiente natural (Ranzani-Paiva et al.,20(3) roi maior que o do presente estudo, conscquen-temente os valores de linfócitos (53,1 %) foram me-nores. Similarmente, Atencio-García et aI. (2007),também relataram valores de neutrófilos (28,4%)superiores e de linfócitos (68,8%) inferiores para em51, affinis de vida livre, quando comparados aos dopresente estudo. Essas diferenças podem ser atribuí-das às condições estressantes de captura, transportee cativeiro pelo quais os peixes de vida livre são ine-v itavelmente expostos. Vários autores têm relatado

o aumento do percentual de neutrófilos e diminui-ção do percentual de linfócitos em peixes submeti-dos as mais variadas condições estressantes (Carneiroet al., 2002; Martins et aI., 2002; Martins et aI., 2004;Falcon et aI., 2008). Porém, outros fatores tais comodiferença de ambiente e variação interespecífica tam-bém devem ser considerados (Tavares-Dias &Moraes 2004; Tavares-Dias & Mataqueiro, 2004).

Os valores do percentual de heterófilos, leucóci-tos imaturos, eosinófilos e monócitos do dourado deambiente natural (Ranzani-Paiva et aI., 2003) sãopróximos aos encontrados no presente estudo com amesma espécie, em condições experimentais de cul-tivo. Da mesma forma, o percentual de monócitosde S brasiliensis foi similar aos de Mugil platanus(Ranzani-Paiva, 1995), tambacu (Tavares-Dias et aI.,2000b) e S affinis (Atencio-García et aI., 2007). Poroutro lado, o percentual de linfócitos, os valores ab-solutos de eosinófilos, neutrófilos e leucócitos ima-turos foram inferiores aos de P mesopotamicus oriun-dos do cultivo intensivo (Tavares-Dias & Mataqueiro,2004), e também quando comparados os valores ab-solutos de neutrófilos e heterófilos de S, brasiliensisforam menores que os de B. orbignyanus (Tavares-Dias & Moraes, 2006) e B, amazonicus Affonso etaI., 2007), contudo estes dois autores quantificaramjuntos neutrófilos/heterófilos, por considerá-Iosgranulócitos com mesma similaridade de função.

CONCLUSÃOO presente estudo descreve as propriedade mor-

fológicas e classificação das células sanguíneas, alémda quantificação das variedades celulares responsá-veis pela defesa orgânica de S brasilíensis. Com isso,estes resultados podem ser utilizados como préviopadrão para comparação dessa espécie quando emoutras condições de cultivo, assim como sob desafi-os experimentais, No entanto, estudos adicionaisdevem ser conduzidos com esta espécie cultivada empisciculturas comerciais, estabelecendo os valores dereferência apropriados,

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Valores para o leucograma e trornbograrna de juvenis de dourado (Salminus brasiliensisv em condições experimentais de cultivo

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