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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Educação Física Douglas Figueiredo Cossote DESEMPENHO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM CASOS DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA: CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO PROFISSIONAL São Paulo 2013

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Educação Física

Douglas Figueiredo Cossote

DESEMPENHO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA

EM CASOS DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA:

CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO PROFISSIONAL

São Paulo

2013

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Programa de Pós Graduação Stricto Sensu

Mestrado em Educação Física

DESEMPENHO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA

EM CASOS DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA:

CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Douglas Figueiredo Cossote

Dissertação apresentada à Banca Examinadora

da Universidade São Judas Tadeu, como

exigência parcial para obtenção do título de

Mestre em Educação Física, linha de pesquisa:

Educação Física, Escola e Sociedade, sob

orientação da Profa. Dra. Sheila Aparecida

Pereira dos Santos Silva.

São Paulo

2013

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Cossote, Douglas Figueiredo

C836d Desempenho do profissional de educação física em casos de parada

cardiorrespiratória : considerações sobre a formação profissional / Douglas

Figueiredo Cossote. - São Paulo, 2013.

91 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Sheila Aparecida Pereira dos Santos Silva.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2013.

1. Educação física – Formação profissional. 2. Parada cardiorrespiratória. I. Silva,

Sheila Aparecida Pereira dos Santos. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título

CDD 22 – 796

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da

Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecário: Ricardo de Lima - CRB 8/7464

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo que faz na minha vida, aos meus pais, Luiz e

Francelina, por serem a base de tudo que sou, onde estiveram ao meu lado nos

momentos mais difíceis, a minha esposa, Alessandra pela dedicação que teve ao

conseguir os participantes da minha pesquisa, aos meus filhos que tanto amo,

Danilo e Aline, pois são a razão do meu viver, onde em muitos momentos fiquei

longe deles para poder dar continuidade nesta missão.

Agradeço também à minha orientadora, Professora Sheila Aparecida

Pereira dos Santos Silva, que não me deixou desanimar, em alguns momentos

parecia acreditar mais em mim do que eu mesmo, soube me orientar de forma

extremamente profissional na execução desse trabalho.

Não posso deixar de agradecer a professora Miranda, pelo carinho e

atenção que teve comigo durante todo processo, a professora Graciele que tanto

contribuiu não só nas disciplinas que ministrou, mas também na minha qualificação,

ao meu amigo, professor Aylton, que lá no começo do mestrado me apoiou

bastante, me dando força para dar continuidade no meu projeto.

E agora aquelas pessoas que dividiram todos os momentos de alegria, de

angústias, de sofrimento.... Meus amigos acadêmicos Ana Carolina, Giuliano,

Kamila, Luciana e Osmar, que direta ou indiretamente contribuíram para eu chegar

à realização deste sonho.

A todos que acreditaram e torceram por mim.....

Muito obrigado !!!!!!!!!!!!!

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EPÍGRAFE

VISÍVEL E INVISÍVEL

“Entre as portas do visível e do invisível,

uma tênue barreira nos separa da eternidade.

Além da materialidade passageira das coisas,

fica o reino das coisas verdadeiras

que a gente carrega como um tesouro no coração.

Laços inquebráveis de um amor insuperável.

Ternuras profundas de uma amizade real.

Mãos que se selam como guardiãs de nossa caminhada.

Espíritos de luz iluminando nosso coração

Fantasmas familiares como guias,

como forças de proteção

Aí a gente vê que o tempo não vale nada

É pó na estrada da evolução.”

(Autor desconhecido)

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RESUMO

O conhecimento dos profissionais da área da saúde no que se refere ao pronto atendimento

em situações de emergência, como na Parada Cardiorrespiratória (PCR) é fundamental para

sua formação, uma vez que em sue ambiente de trabalho lidam com pessoas que podem

sofrer um evento súbito. O objetivo deste estudo é contribuir com a formação do profissional

de Educação Física em relação ao conhecimento sobre intervenção primária em PCR e

RCP, apresentando observações e sugestões a respeito da formação inicial e continuada.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, envolvendo 24 professores de Educação Física que

trabalham em academias da zona leste de São Paulo, de ambos os sexos, com no mínimo

dois e no máximo doze anos de formados, que foram submetidos a uma intervenção

didática na qual foi sondado o conhecimento teórico e prático a respeito do assunto por meio

de um questionário fechado com 21 questões, sendo treze referentes à identificação do

respondente e aspectos relativos à sua formação inicial e oito para avaliar os conhecimentos

técnicos em relação ao atendimento de primeiros socorros com o uso da manobra de

reanimação cardiopulmonar (RCP) em possíveis causas de eventos súbitos. Após o

preenchimento do questionário, participaram, individualmente, de uma simulação de

atendimento a Parada Cardiorrespiratória (PCR) em adulto, utilizando um boneco para

treinamento, onde deveriam executar as técnicas de RCP estabelecidas pela diretriz de

2005 da American Heart Association (AHA), sendo usada uma Ficha de observação, com a

finalidade de obter dados que permitiam identificar o conhecimento via aplicação das

técnicas de RCP, verificando seu conhecimento teórico-prático para uma intervenção. A

etapa seguinte constou de um treinamento teórico-prático de 04 horas/aula, onde puderam

se atualizar com relação às novas diretrizes da AHA/2010 e, após o curso, responderam a

um questionário com 04 questões abertas, onde se manifestaram a respeito do conteúdo do

curso e fizeram observações sobre a formação inicial e continuada. O estudo conclui que é

recomendável a oferta permanente de atualização de profissionais de Educação Física em

relação à PCR e RCP.

Palavras-chave: Parada cardiorrespiratória, reanimação cardiopulmonar, Educação Física,

formação continuada.

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ABSTRACT

The Knowledge of health professionals in relation to emergency care in emergency situations

such as in Cardiopulmonary Resuscitation (CPR) is critical for their formation, as in sue

workplace deal with people who may experience a sudden event. The objective of this study

is to contribute to the professional training of Physical Education in relation to knowledge

about intervention in primary PCR and CPR, with comments and suggestions regarding the

initial and continuing training. This is a qualitative study involving 24 Physical Education

teachers working in academies east of São Paulo, of both sexes, at least two and no more

than twelve years of graduates who underwent a didactic intervention in which was probed

the theoretical and practical knowledge on the subject through a closed questionnaire with 21

questions, being thirteen regarding identification of respondents and aspects of their initial

training and eight for evaluating the technical knowledge in relation to the first aid care with

the use of maneuver cardiopulmonary resuscitation (CPR) on the possible causes of sudden

events. After completing the questionnaire, participated individually in a simulation care for

Cardiopulmonary Resuscitation (CPR) in adults, using a doll for training, which should

perform CPR techniques established by the 2005 guidelines of the American Heart

Association (AHA), being used one sheet of observation, in order to obtain data that allow

the identification of knowledge through the application of the techniques of CPR, checking

their theoretical and practical knowledge for intervention. The next stage consisted of a

theoretical and practical training of 04 hours / class, where they could catch up with new

guidelines regarding the AHA/2010 and after the course, answered a questionnaire with 04

open-ended questions where opinions regarding the course content, and made observations

on the initial and continuing training. The study concludes that it is advisable to offer

permanent update of Physical Education professionals regarding PCR and CPR.

Keywords: Cardiopulmonary resuscitation, CPR, Physical Education, training continued.

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LISTA DE QUADROS

Página

Quadro 1- Caracterização geral dos sujeitos .......................................................... 37

Quadro 2 - Caracterização gênero feminino – formação ........................................ 38

Quadro 3 - Caracterização gênero feminino – análise da disciplina de PS...............38

Quadro 4 - Caracterização gênero masculino – formação .......................................39

Quadro 5 - Caracterização gênero masculino – análise da disciplina de PS............ 40

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LISTA DE GRÁFICOS

Página

Gráfico 1 – Sentir-se preparado para atender em caso de desmaio ou perda de

consciência ...............................................................................................................44

Gráfico 2 – Sinais de alerta de um ataque cardíaco ................................................45

Gráfico 3 – Atendimento da pessoa no chão ..........................................................46

Gráfico 4 – Diagnóstico para RCP ..........................................................................47

Gráfico 5 – Sequência e RCP .................................................................................48

Gráfico 6 – Saber o que fazer caso a vítima não esteja respirando .........................49

Gráfico 7 – Saber realizar o procedimento de RCP estabelecido pela AHA/2005....50

Gráfico 8 – Avaliação do estado de consciência da vítima .......................................52

Gráfico 9 – Verificação da respiração da vítima .......................................................53

Gráfico 10 – Liberação das vias aéreas ...................................................................54

Gráfico 11 – Realização de duas ventilações artificiais de resgate ..........................54

Gráfico 12 – Verificação do pulso da vítima ............................................................56

Gráfico 13 – Realização de 30 compressões torácicas ...........................................57

Gráfico 14 – Realização de duas ventilações de resgate adicionais ........................58

Gráfico 15 – Realização de 4 ciclos de 30 compressões e 02 ventilações ..............58

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LISTA DE APÊNDICES

Página

APÊNDICE A - Termo de autorização e responsabilidade da instituição ................73

APÊNDICE B - Termo de consentimento livre e esclarecido - especialistas............75

APÊNDICE C - Termo de consentimento livre e esclarecido - professores............ 76

APÊNDICE D – Questionário para o profissional ....................................................78

APÊNDICE E – Ficha de Observação..................................................................... 83

APÊNDICE F – Questões Abertas...........................................................................84

APÊNDICE G - Programação do Curso de 04 horas/aula ......................................85

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LISTA DE ANEXOS

Página

ANEXO 1 - VALIDAÇÃO DO QUESTIONÁRIO....................................................... 86

ANEXO 2- APROVAÇÃO CEP................................................................................ 89

ANEXO 3 – MODELO DA BONECA DE TREINAMENTO .......................................91

ANEXO 4 – MODELO DO DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO ...............91

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LISTA DE ABREVIATURAS

IDB Indicadores de dados Básicos

SIM Sistema de Informações de Mortalidade

DATASUS Banco de Dados do Sistema Único de Saúde

ILCOR International Liaison Committee on Resuscitation

AVC Acidente Vascular Cerebral

OMS Organização Mundial de Saúde

PCR Parada Cardiorrespiratória

AHA American Heart Association

ACSM American College of Sports Medicine

BLS Basic Life Support

RCP Reanimação Cardiopulmonar

SBV Suporte Básico de Vida

CONFEF Conselho Federal de Educação Física

CFE Conselho Federal de Educação

CNS Conselho Nacional de Saúde

MEC Ministério da Educação e Cultura

EF Educação Física

IES Instituição do Ensino Superior

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

CREF Conselho Regional de Educação Física

DEA Desfibrilador Externo Automático

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13

2. OBJETIVO DA PESQUISA ................................................................................... 20

3. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 21

3.1 Formação inicial: a disciplina de primeiros socorros nos cursos de educação

física ...................................................................................................................... 21

3.2 Formação continuada e permanente em educação física em assuntos da

saúde .................................................................................................................... 24

3.3 Responsabilidades legais na atuação dos profissionais de saúde ................. 27

4 MÉTODO ................................................................................................................ 29

4.1 Natureza da pesquisa ...................................................................................... 29

4.2 Região de inquérito .......................................................................................... 29

4.3 População e Amostra ....................................................................................... 30

4.3.1 Critérios de Inclusão Profissionais de Educação Física - Sujeitos da

pesquisa ............................................................................................................. 30

4.3.2 Critérios de Exclusão Profissionais de Educação Física - Sujeitos da

pesquisa ............................................................................................................ 31

4.3.3 Riscos aos sujeitos da pesquisa ................................................................ 31

4.3.4 Prejuízo aos sujeitos da pesquisa .............................................................. 31

4.3.5 Benefícios gerados pela pesquisa ............................................................. 32

4.3.6 Técnicas, instrumentos e procedimentos para coleta e análise das

informações ........................................................................................................ 32

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................................................. 35

5.1 Caracterização dos sujeitos ......................................................................... 36

5.2 Caracterização do conhecimento técnico .................................................... 43

5.3 Caracterização do conhecimento prático ..................................................... 51

5.4 Caracterização dasquestões abertas após o curso ..................................... 59

CONCLUSÃO.............................................................................................................64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 66

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1. INTRODUÇÃO

Através da minha formação profissional e formação acadêmica passei a

me interessar pelo assunto, pois como bombeiro militar ao longo dos meus 22 anos

trabalhando nesta área, venho constatando que a população em geral não possui

conhecimento mínimo necessário para agir em casos de Parada Cardiorrespiratória

(PCR) e Reanimação Cardiopulmonar (RCP), ficam apenas esperando o Serviço de

Emergência Médica.

A partir do momento que comecei a ministrar a disciplina de Primeiros

Socorros em Instituições de Ensino Superior, sempre procurei mostrar aos alunos a

importância de um suporte básico de vida, caso seja necessário a sua atuação em

uma pessoa com Parada Cardiorrespiratória.

Mas foi no momento que comecei a dar aulas em pós-graduação e

ministrar cursos de capacitação de Primeiros Socorros em academias e escolas para

profissionais e professores de Educação Física, constatei que quando era abordado

o assunto de PCR e RCP, a grande maioria desses profissionais não tinha o

conhecimento teórico e estavam totalmente despreparados quando submetidos às

abordagens práticas em situações de emergência.

Isso me preocupou me levando desta forma a procurar entender o “por

que” deste despreparo, pois cada vez mais aumenta o número de óbitos por

problemas cardíacos e o profissional de Educação Física está sujeito a se deparar

com possíveis situações de PCR e quanto mais tempo se demora a ser aplicado o

suporte básico de RCP, a chance de sobrevida diminui drasticamente.

As cardiopatias de origem isquêmica representam uma das principais

causas de óbito no Brasil e no mundo (Ferreira e colaboradores, 2001; Ferreira e

Garcia,2001; Canesin e colaboradores,2001; Zimerman,1999). A escassez de

conhecimento na identificação dos sintomas e a desvalorização da queixa levam a

80% dos óbitos no ambiente extra-hospitalar e, com isso, retardam o acionamento

do sistema de atendimento emergencial (Mesquita,1999).

Através dos Indicadores de Dados Básicos (IDB) do Brasil, constatamos

por meio do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde

(http://www.datasus.gov.br/idb), que os óbitos por doença isquêmica do

coração nas Unidades da Federação, entre 1999 e 2010 aumentaram

consideravelmente conforme tabela 1.

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Unidades da Federação

1999 2010 Diferença Unitária

Diferença (%)

Rondônia 264 478 214 81%

Acre 92 132 40 43%

Amazonas 281 671 390 139%

Roraima 30 81 51 170%

Pará 1.054 1.941 887 84%

Amapá 66 69 3 5%

Tocantins 206 535 329 160%

Maranhão 585 2.272 1687 288%

Piauí 511 1.511 1000 196%

Ceará 1688 3.299 1611 95%

Rio Grande do Norte 972 1.696 724 74%

Paraíba 556 2.155 1599 288%

Pernambuco 3.506 6.252 2746 78%

Alagoas 540 1.109 569 105%

Sergipe 355 754 399 112%

Bahia 2.453 4.799 2346 96%

Minas Gerais 6.856 8.220 1364 20%

Espírito Santo 1.202 2.237 1035 86%

Rio de Janeiro 10.647 11.546 899 8%

São Paulo 24.689 27.228 2539 10%

Paraná 5.487 5.944 457 8%

Santa Catarina 2.582 3.216 634 25%

Rio Grande do Sul 8.523 7.821 -702 -8%

Mato Grosso do Sul 976 1.576 600 61%

Mato Grosso 573 1.131 558 97%

Goiás 1.371 2.573 1202 88%

Distrito Federal 574 709 135 24%

TOTAL 76.639 99.955 23.316 30,42%

TME - Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

Tabela 1. Óbitos p/doenças isquêmicas coração – Estados da Federação

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Regiões do Brasil 1999 2010 Diferença Unitária

Diferença (%)

NORTE 1993 3.907 1.914 96%

NORDESTE 11.166 23.847 12.681 114%

CENTRO-OESTE 3.494 5.989 2.495 71%

SUDESTE 43.394 49.231 5.837 13%

SUL 16.592 16.981 389 2%

TOTAL 76.639 99.955 23.316 30,42%

TME - Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes

Tabela 2. Óbitos p/doenças isquêmicas coração - região

Essa afirmação pode ser justificada quando o International Liaison

Committee on Resuscitation (ILCOR, 2010) declara que a doença isquêmica

coronariana é a principal causa de morte súbita no mundo, sendo equivalente a 60%

de 335 mil mortos anuais nos EUA, chegando a mais de 200 mil mortes anuais. No

mundo, estima-se que 17 milhões de pessoas sofram ataque cardíaco e Acidente

Vascular Cerebral (AVC) todo ano (OMS, 2004).

Nos últimos 50 anos, o amplo conhecimento a respeito da etiologia,

fisiopatologia, epidemiologia, história natural, diagnóstico e tratamento das doenças

cardiovasculares evidencia que elas continuam sendo o mais importante grupo de

causas de morbidade e mortalidade. Entre elas, destacam-se a doença

arteriosclerótica coronariana e o infarto do miocárdio com seus conhecidos fatores

de risco: idade, sexo, dislipidemia, hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo,

sedentarismo, estresse, hereditariedade, entre outros. (YAZLLE et al., 2000)

É reconhecida que a parada cardiorrespiratória (PCR), definida como o súbito

cessar da atividade miocárdica ventricular útil associada à ausência de respiração

(Bueno e colaboradores, 2005), é uma intercorrência relativamente frequente na

população de cardiopatas e apresenta chances consideráveis de reversão se tratada

precocemente.

A parada cardiorrespiratória pode ser decorrente do infarto agudo do

miocárdio, o qual é uma das manifestações da doença arterial coronariana, em que

há formação de placas de gordura nas artérias do coração. Essa gordura interrompe

uma ou mais artérias, diminuindo o fluxo sanguíneo no músculo cardíaco,

ocasionando a isquemia. Desta forma, há necessita de atendimento médico e

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rapidez na confirmação do diagnóstico e intervenção imediata. Mais da metade dos

óbitos ocorrem na primeira hora da evolução. Se tiver pessoas treinadas e

preparadas para o primeiro socorro do indivíduo infartado, reduziria a mortalidade

hospitalar (MELO et al, 2006).

Dados estimativos revelam que nos Estados Unidos mais de 330 mil

pessoas morram anualmente vítimas de paradas cardiorrespiratórias fora dos

hospitais e departamentos de emergência (AHA, 2005).

Para Piegas et al. (2004), a recuperação nos casos em que as manobras

de socorro básico, ou seja, técnicas de compressões torácicas e ventilações

artificiais onde tiveram início em até 4 minutos após a parada cardiorrespiratória

apresenta até 40% de sucesso se ressuscitados antes da admissão hospitalar.

O American College of Sports Medicine – ACSM (2006), Lopes (2008),

Silveira & Moulin (2008), apontam também que se o atendimento pré-hospitalar

ocorrer dentro dos três primeiros minutos, a chance de sobrevida é de 70-80%,

diminuindo de 7% a 10% a cada minuto perdido, podendo vir a vítima a falecer em

poucos minutos caso não tenha o devido atendimento.

Neste sentido, Follador e Castilho (2007) apontam a relevância do

atendimento precoce da parada cardiorrespiratória, a qual traz consequências

severas como sequelas neurológicas e, em casos mais extremos, a morte súbita.

Timerman e colaboradores (2010) também enfatizam que a maior parte

das vítimas morre fora do hospital, por não ter recebido intervenções norteadas

pelas diretrizes de suporte básico de vida, afirmando que o determinante mais

importante para a sobrevivência por um mal súbito é a presença de um socorrista

leigo treinado.

Berg, Hemphill, Abella, et al (2010), por sua vez, explicam que o Suporte

Básico de Vida (SBV) consiste no pilar do atendimento ao paciente em parada

cardiorrespiratória, com o objetivo de manter oxigenação e, principalmente, perfusão

dos órgãos vitais por meio de manobras contínuas. Os aspectos fundamentais do

SBV incluem reconhecimento imediato da parada cardíaca e acionamento do serviço

de emergência, RCP precoce e desfibrilação rápida.

O curso de Suporte Básico de Vida (Basic Life Support – BLS), foi criado

pela American Heart Association (AHA) para lidar com as emergências cardíacas,

em especial a Reanimação Cardiopulmonar (RCP), é usado em vários países para

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treinar profissionais da área da saúde, para melhora da sobrevida na morte súbita

cardíaca (AHA, 2002).

De acordo com as diretrizes do ILCOR (AHA, 2005), que norteiam o

Suporte Básico de Vida, a primeira ação a ser realizada em um atendimento de

emergência é o acionamento dos órgãos responsáveis pelo atendimento pré-

hospitalar móvel, SAMU (192) e Corpo de Bombeiros (193), que fazem parte do

Sistema de Emergência Brasileiro, e são regulamentados pela Portaria 2.048/02 do

Ministério da Saúde e pela Resolução 1.671/03 do Conselho Federal de Medicina,

que visa minimizar as sequelas das vítimas de traumas.

É importante destacar que no ano de 2010 o ILCOR – AHA publicou as

novas diretrizes, sendo as principais alterações a inversão de algumas técnicas na

RCP, como por exemplo, sua ordem de realização, iniciando-se pelas compressões

torácicas, para, em seguida, prosseguir para as vias aéreas e respiração (C-A-B),

em vez de iniciar pelas vias aéreas, prosseguindo para a respiração e, por último, as

compressões torácicas (A-B-C) (FIELD, HAZINSKI, SAYRE, et al. 2010)

Em nossa pesquisa nos embasamos nas diretrizes de 2000 e de 2005,

pelo fato das atuais diretrizes ainda não terem sido suficientemente ensinadas e

utilizadas pelos profissionais de Educação Física quando da elaboração deste

trabalho, como também pelo critério de inclusão usado, considerando que

profissionais formados no máximo há 12 anos e no mínimo há 02 anos,

possivelmente não tiveram contato com as novas diretrizes da AHA-2010.

O suporte básico de vida (SBV) compreende etapas e pode ser iniciado

fora do ambiente hospitalar e realizado por leigos, devidamente capacitados e

informados com relação ao reconhecimento da PCR, execução das manobras de

reanimação cardiopulmonar (RCP) e o acesso rápido ao suporte avançado de vida,

favorecendo o aumento da sobrevida e a redução das sequelas da PCR.

(FERREIRA et al.,2001; FERREIRA E GARCIA, 2001; FOLLADOR E CASTILHO,

2007; TIMERMAN E SANTOS, 2000; FERREIRA, 2001; AREND,2000).

De acordo com Piegas et al. (2004), a RCP tem por finalidade:

restabelecer imediatamente a irrigação sanguínea para os órgãos vitais (cérebro e

coração) com ajuda das técnicas de ventilação pulmonar e circulação artificial;

retomando, com isso, os batimentos cardíacos.

A RCP realizada de maneira incorreta está associada a uma taxa de

sobrevida de 4%, comparada a 16% quando realizada corretamente (LASELVA E

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MOURA JUNIOR, 2005). O atendimento da PCR deve ser considerado como

conhecimento obrigatório e prioritário de todo profissional de saúde, independente

de sua especialidade (FEITOSA et al., 2006).

Segundo o Conselho Federal de Medicina, na Resolução 1.671/03, um

adequado funcionamento do atendimento pré-hospitalar trará diminuição dos riscos

dos agravos de urgência/emergência e o interesse público na diminuição das

sequelas em vítimas de traumas, consequentemente reduzindo os custos

hospitalares.

Contudo, estudos realizados por Barbosa e colaboradores (2006) e Zanini

et al. (2004) revelam deficiências no conhecimento de médicos e enfermeiros

quando questionados sobre as técnicas usadas na PCR. Estas pesquisas sustentam

a hipótese da necessidade de melhor qualificação.

Diante dessas informações, Steinhilber (2002) acrescenta que o educador

físico tem que estar habilitado para as exigências de qualidade profissional e de

ética profissional nas suas diversas intervenções. O profissional deverá sempre

capacitar-se para compreender, analisar e aplicar em diversas áreas profissionais.

O profissional de Educação Física pode em sua atuação se deparar com

indivíduos que apresentam alguns fatores de risco para a prática de exercícios.

Situações essas, geralmente diagnosticadas pelo educador físico, através de

avaliação, ou então por um médico, necessitam de atendimentos diferenciados pelos

profissionais atuantes durante atividades físicas, por fazerem parte dos chamados

grupos especiais (cardiopatas, hipertensos, diabéticos, obesos, gestantes, crianças).

Levando essas concepções para a atuação do profissional de Educação

Física, Hoviley e Frantz, citados por Minozzi e Marson (2010), afirmam que o

aumento da frequência das sessões, intensidade, velocidade, bem como mudanças

rápidas de direção e condições ambientais, influenciam no aumento do risco de

outras lesões, além das coronarianas. Aliás, ocorre hoje entre praticantes de

exercício físico o aumento do uso de suplementos alimentares de forma ilícita,

trazendo consequências muitas vezes fatais, por exemplo, palpitações, tremores,

hipoglicemia, síncopes, podendo até causar infarto no miocárdio (FORTE et al.,

2006).

Sendo assim, torna-se cada vez mais importante que os profissionais de

Educação Física estejam preparados para situações de emergência, possíveis de

ocorrer durante sua atuação. Logo, Silveira (2002) relata que o grau de exigência na

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intervenção deste profissional é cada vez maior, devido à complexidade do

funcionamento e da organização do corpo humano.

Para o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF-2010), a

competência do profissional de Educação Física envolve conhecimentos,

habilidades e atitudes específicas de sua área de atuação, na qual é imprescindível

conhecer os benefícios e riscos que a prática de exercícios físicos pode trazer aos

diversos grupos em que ele atua.

É importante ressaltar que a grade curricular do curso de Educação Física

abrange diversas possibilidades de atuação profissional, como a docência escolar,

as atividades de academia, o treinamento desportivo, o lazer, a administração

esportiva, a própria formação superior, entre outras. Porém observa-se que é

comum que nos cursos de Educação Física, a disciplina de Primeiros Socorros,

privilegie os aspectos teóricos, deixando a desejar o desenvolvimento de habilidades

práticas.

Além disso, parece faltar abordar conhecimentos da legislação o que

pode culminar em problemas relativos às responsabilidades legais dos futuros

profissionais que irão ingressar no mercado de trabalho. Há, inclusive, cursos de

graduação em Educação Física em que o ensino de Primeiros Socorros não ocorre.

Portanto, a formação adequada dos profissionais da área da saúde, em

especial do educador físico, é vital para o pronto atendimento na PCR. O

conhecimento teórico e prático a respeito de PCR e RCP é um requisito importante a

ser abordado durante os cursos de graduação, uma vez que são profissionais que

atuam diretamente com pessoas que podem sofrer um evento súbito em seu

ambiente de trabalho.

Silveira & Moulin (2008) também ressaltam a importância da atualização

dos profissionais de Educação Física, estando estes, treinados e preparados para os

acidentes e fatalidades que venham a acontecer durante a sua atuação, através do

reconhecimento do quadro clínico, sabendo qual é a melhor forma de abordagem

em cada uma das situações.

Na literatura especializada, não foram observados estudos que mostram o

conhecimento de profissionais de Educação Física na intervenção primária em

casos de PCR e RCP e sobre as melhores formas de ensinar a lidar com elas.

Desta maneira, levantamos algumas questões: será que estes

profissionais de Educação Física têm conhecimentos técnicos essenciais sobre a

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identificação de sinais e sintomas em uma situação de Parada Cardiorrespiratória?

Será que possuem conhecimento sobre intervenções que envolvam manobras e

técnicas de RCP, conhecimentos estes, relevantes no auxílio emergencial em suas

diversas áreas de trabalho, como por exemplo, verificar se a pessoa está

consciente, se sabe liberar as vias aéreas, fazer ventilação e compressões

torácicas?

A partir dessas respostas, espera-se que essa pesquisa possa contribuir

com sugestões para cursos de formação continuada e, também, para a disciplina de

Primeiros Socorros ministrada em cursos de formação inicial em Educação Física.

2. OBJETIVOS DA PESQUISA:

OBJETIVO GERAL

Contribuir com a formação do profissional de Educação Física em relação

ao desenvolvimento da competência de intervenção primária em PCR e RCP;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

A- Identificar o conhecimento teórico-prático de profissionais de

Educação Física em PCR e RCP;

B- Analisar se um curso de curta duração sobre PCR e RCP favorece o

domínio das técnicas específicas necessárias;

C- Discutir a formação oferecida na graduação e em cursos de formação

continuada.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 - FORMAÇÃO INICIAL: A DISCIPLINA DE PRIMEIROS SOCORROS NOS

CURSOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA.

A grade curricular dos cursos de Educação física foi adequada por lei,

através da Resolução nº 69/69, onde o Conselho Federal de Educação (CFE), por

meio da Secretaria de Educação Física e Desportos, determinou a inclusão da

disciplina de Socorros de Urgência.

Com o passar do tempo, ocorreram mudanças no campo da educação

física, através da Resolução nº 7/2004 foi instituído pelo Conselho Nacional de

Educação, as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em

Educação Física.

Esta resolução em seu artigo 3º dispõe:

“A Educação Física é uma área de conhecimento e de intervenção

acadêmico-profissional que tem como objeto de estudo e de aplicação o

movimento humano, com foco nas diferentes formas e modalidades do

exercício físico, da ginástica, do jogo, do esporte, da luta/arte marcial, da

dança, nas perspectivas da prevenção de problemas de agravo da saúde,

promoção, proteção e reabilitação da saúde, da formação cultural, da

educação e da reeducação motora, do rendimento físico-esportivo, do lazer,

da gestão de empreendimentos relacionados às atividades físicas,

recreativas e esportivas, além de outros campos que oportunizem ou venham

a oportunizar a prática de atividades físicas, recreativas e esportivas”.

Neste artigo fica claro que o tema a ser abordado é a Prevenção de

Acidentes. Menciona ainda a análise e avaliação dos campos da prevenção,

promoção e reabilitação da saúde, o que permite que a disciplina de Primeiros

Socorros seja denominada de diversas maneiras no currículo (ALVES e SILVA,

2011).

Para Tani et al (2006), os diversos conteúdos curriculares estão sujeitos

às atualizações necessárias e aos seus desafios, pois estamos em constante

reconstrução, em busca de um grande número de pontos de apoio, levando a

responsabilidade ética de desenvolver e renovar conhecimentos, teorias, princípios e

estratégias para construir ou intervir na construção de realidades.

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Considerando que a disciplina de Primeiros Socorros está inserida no

contexto da formação profissional em Educação Física, ela objetiva definir o papel

do profissional de Educação Física no atendimento de primeiros socorros, ou seja,

proporcionar conhecimento, através de procedimentos padronizados, com o intuito

de solucionar ou minimizar o agravamento da ocorrência. Além disto, visa discutir a

responsabilidade dele na intervenção, através dos acidentes e as lesões mais

frequentes relacionadas à prática da Educação Física e do Esporte.

A disciplina Primeiros Socorros por um bom tempo foi ministrada,

exclusivamente, por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. Atualmente

encontramos docentes universitários formados em Educação Física respondendo

por ela. Isso é muito importante considerando que esses docentes vão selecionar os

conteúdos mais específicos para a profissionalização dos graduados.

Segundo Flegel (2008), o profissional de Educação Física tem que estar

preparado para agir de maneira eficiente, segura e adequada frente a um acidente

que possa ocorrer em sua prática pedagógica. Não se pode aprender como se

preparar para as lesões pelo método de tentativa e erro.

Através da Resolução n° 218/97, o Conselho Nacional de Saúde (CNS)

reconheceu a Educação Física como uma das treze profissões de nível superior

pertencentes à área da saúde. Desta forma, devemos possuir conhecimentos de

Primeiros Socorros.

Entende-se por primeiros socorros, o tratamento aplicado de imediato ao

acidentado ou portador de um mal súbito, antes da chegada do médico (NOVAES &

NOVAES, 1994). Na área da Educação Física, Menezes, (citado por MINOZZI &

MARSON, 2010), conceitua primeiros socorros como o tratamento imediato e

provisório, prestado por médico ou técnico, em casos de lesões sofridas durante um

treinamento, até que se possa por o atleta em uma unidade de tratamento

especializada.

Novaes (2006) define primeiros socorros como o tratamento aplicado de

imediato ao acidentado ou ao portador de mal súbito. Já Garcia (2005) resume os

primeiros socorros como todo e qualquer tipo de atendimento emergencial dentro

dos limites da prudência.

Em uma pesquisa realizada por Souza e Tibeau (2008), através de um

levantamento junto ao site do MEC (2007), verificou-se que no Cadastro das

Instituições do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura (MEC) no

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Município de São Paulo, existiam cadastrados 32 (trinta e dois) cursos de EF, em

dezoito (18) Instituições de Ensino Superior. Após uma sondagem assistemática,

junto às faculdades de EF, através dos respectivos sites, constataram que 83%

dessas instituições oferecem a disciplina Primeiros Socorros ou outra disciplina que

contém o assunto de socorros de urgência em sua grade curricular.

Esses mesmos autores concluíram que grande parte dos profissionais

que entrevistaram teve, em seu curso de formação, noções sobre socorros de

urgência, porém responderam que o conteúdo ministrado era superficial, não

atendendo as necessidades para se prestar um socorro de urgência. Porém

somente 60% dos entrevistados na época, fizeram algum tipo de curso sobre

“Primeiros Socorros” depois de formados. Aproximadamente 64% disseram que

seria importante que houvesse curso de reciclagem ou aperfeiçoamento em

primeiros socorros

Os dados atualizados pelo MEC (2012), através do Cadastro das

Instituições do Ensino Superior mostram um aumento tanto no número de cursos de

Educação Física, quanto nas Instituições de Ensino Superior (IES). Mostrando que

existem 86 (oitenta e seis) cursos de Educação Física em 26 (vinte e seis)

Instituições de Ensino Superior dentro do Município de São Paulo

(http://emec.mec.gov.br/).

Corroborando com estes apontamentos, Alves e Silva (2011) realizaram

uma pesquisa, através de observação na formação documental dentro da trajetória

da disciplina Primeiros Socorros como componente da matriz curricular dos cursos

de bacharelado e de licenciatura em Educação Física das IES do estado do Rio de

Janeiro, a conclusão desta pesquisa mostrou que os currículos dos cursos de

Educação Física necessitam abranger conteúdos suficientes para preparar o

egresso a atuar de forma eficaz quando da necessidade de prestar primeiros

socorros.

Mesmo antes dos resultados apresentados nesta pesquisa, Ghirotto

(1998) já relatava, em sua tese de Doutorado, que os programas da disciplina de

Socorros de Urgência eram frágeis, que havia a necessidade de reformulação geral

desses programas, que havia necessidade de um aumento da carga horária, melhor

distribuição entre aulas teóricas e práticas, e aumento do número de aulas práticas.

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3.2 FORMAÇÃO CONTINUADA E PERMANENTE EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM

ASSUNTOS DA SAÚDE.

Em minha experiência profissional, tenho constatado que alguns cursos

de graduação em Educação Física, que dispõem da disciplina de primeiros socorros,

ou similar, em sua grade curricular, abordam predominantemente aulas teóricas

desvalorizando o aprendizado prático, principalmente os assuntos relacionados à

PCR e RCP.

Desta forma, quando ministro palestras ou cursos sobre o referido tema,

para profissionais de Educação Física, verifico a falta de conhecimento e total

despreparo desses profissionais em situações emergenciais, o que pode ter uma

forte relação com a forma que estes conhecimentos são passados durante a

graduação.

Ghirotto (1998) defende que deve ser analisada a elaboração de um

programa para a disciplina de primeiros socorros, mas pelo fato de profissionais de

diferentes áreas atuarem como professores nesta especialidade acabam

influenciando na preparação do programa da disciplina.

Gonçalves (2004) afirma que o conteúdo Primeiros Socorros mostra-se

fundamental para que se possam evitar danos graves à saúde e bem-estar das

pessoas, uma vez que o socorro rápido, seguro, correto e eficiente trará um melhor

atendimento tanto no âmbito pré-hospitalar, como no ambiente intra-hospitalar e

também na melhora pós-hospitalar.

Por exemplo, se um profissional de Educação Física durante sua

graduação, não tiver conhecimentos específicos, como constatar uma PCR em um

aluno, terá muita dificuldade para realizar as técnicas necessárias para oferecer o

suporte básico de vida.

Ao longo dos anos, os objetivos e as propostas educacionais da

Educação Física foram se transformando, e todas essas convergências, de uma

forma ou de outra, influenciam na formação do profissional de Educação Física e de

suas práticas profissionais.

Uma das formas de abordar a formação profissional em Educação Física

é através do posicionamento a respeito da finalidade dos cursos de graduação em

relação ao papel que o graduado deve desempenhar na sociedade, afirma Silva

(2003).

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Desta forma, foi através da Resolução CONFEF nº 046/2002, que definiu

a Intervenção do Profissional de Educação Física, suas competências e os seus

campos de atuação profissional.

Sendo assim, o profissional de Educação Física é aquele especialista em

atividades físicas, nas suas mais variadas manifestações. Tal Resolução ainda

aponta que a intervenção do profissional de Educação Física deverá ser dirigida de

forma individual ou em grupos, de diferentes faixas etárias, portadores de diferentes

condições corpóreas e com necessidades de atendimentos especiais, sendo que

esses atendimentos podem ser de forma individualizada ou em equipe

multiprofissional.

Com relação à atuação do profissional de Educação Física, a Resolução

determina que a este incumba identificar, planejar, programar, coordenar,

supervisionar, assessorar, organizar, lecionar, desenvolver, dirigir, dinamizar,

executar e avaliar serviços, programas, planos e projetos, bem como, realizar

auditorias, consultorias, treinamentos especializados, participar de equipes

multidisciplinares e interdisciplinares, informações técnicas, científicas e

pedagógicas, todas nas áreas das atividades físicas, do desporto e afins.

A intervenção do profissional de Educação Física poderá ser de forma

autônoma e/ou em Instituições e Órgãos Públicos e Privados de prestação de

serviços em Atividade Física, Desportiva e/ou Recreativa e em quaisquer locais

onde possam ser ministradas atividades físicas, tais como: Instituições de

Administração e Prática Desportiva, Instituições de Educação, Escolas, Empresas,

Centros e Laboratórios de Pesquisa, Academias, Clubes, Associações Esportivas

e/ou Recreativas, Hotéis, Centros de Recreação, Centros de Lazer, Condomínios,

Centros de Estética, Clínicas, Instituições e Órgãos de Saúde, "SPAs", Centros de

Saúde, Hospitais, Creches, Asilos, Circos, Centros de Treinamento Desportivo,

Centros de Treinamento de Lutas, Centros de Treinamento de Artes Marciais,

Grêmios Desportivos, Logradouros Públicos, Praças, Parques, na natureza e outros

onde estiverem sendo aplicadas atividades físicas e/ou desportivas. (RESOLUÇÃO

CONFEF nº 046/2002).

Desta maneira, podemos verificar como são amplas as possibilidades de

atuação do profissional de EF e que, dependendo do seu local de atuação, deverá

dispor de conhecimento, habilidade e atitude para atuar com competência na sua

vida profissional.

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Segundo parecer do Conselho Nacional de Educação (2002) com relação

às competências e habilidades explicitadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do

Curso de Graduação em Educação Física, aponta que o profissional de Educação

Física:

“Como profissional da área da saúde, dentro do âmbito da Educação Física,

deve estar apto a desenvolver ações de prevenção, reabilitação, promoção e

proteção da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo” .

Este parecer aponta também, que o trabalho desses profissionais tem que

estar baseado na capacidade de tomar de decisões, possuindo habilidades e

conhecimentos atualizados, avaliando e decidindo a conduta mais apropriada no seu

campo de atuação.

Corroborando, Pimenta (2005), afirma que os professores são essenciais

nos processos de mudança das sociedades e por este fato é preciso investir na

formação e no desenvolvimento profissional dos professores.

Para Candau (1997) e Nóvoa (1995), a formação continuada vem

procurando caminhos de desenvolvimento, de renovação. Está deixando de ser

concebida na perspectiva da acumulação de cursos, conhecimentos ou técnicas e

passando a ser concebida com um processo de reflexão das práticas e de

(re)construção permanente de uma identidade pessoal e profissional.

De acordo com Rossi e Hunger (2012):

“As novas tendências em formação continuada enxergam um professor

capaz de apropriar-se de um pensamento autônomo, baseando-se na

reflexão de todo o processo que envolve suas ações docentes e nas

experiências advindas da sua prática cotidiana, e capaz de atuar como

principal agente da formação, assumindo como sujeito do seu

desenvolvimento e na construção da sua profissionalidade docente” (p.

335).

Deste modo, conforme Alves e Silva (2011), o profissional de Educação

Física no exercício de sua profissão está sujeito às normas preestabelecidas seja

pelo Conselho Federal e Regional de Educação Física, por meio do seu Código de

Ética e também através dos Códigos Civil, Penal e de Defesa do Consumidor

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Brasileiro. De modo que possam orientar os papéis do exercício profissional,

independente do cargo ou função que este esteja ocupando no seu ambiente

profissional.

Neste sentido, Souza (2009) relata que o atual sistema de educação

formal tem-se apresentado incapazes de atender às necessidades massivas,

diversificadas e dinâmicas de educação e formação de adultos.

Observa-se que a demanda maior venha a ser por um processo

continuado de formação, o qual permita fazer frente a um mercado complexo e em

transformação constante, pois, a sociedade deste século, é caracterizada como a

sociedade do conhecimento, para isso, é fundamental que o profissional de

Educação Física tenha uma educação continuada, uma educação ao longo da vida,

visando atualizar seus conhecimentos para melhorar a qualidade e competitividade

dos serviços que presta a população. (SOUZA 2009)

Complementando, Demo (2002) descreve que a educação continuada

constitui uma realidade no âmbito da educação, visto que o professor age

diretamente com a fonte principal da inovação, que é o conhecimento e, certos tipos

de conhecimento tendem a virarem-se obsoletos, necessitando constantemente de

serem atualizados, para assim nos postarmos a frente do tempo.

3.3 RESPONSABILIDADES LEGAIS NA ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE

SAÚDE.

Antes da Lei n. 9.696/98, que regulamenta a prática profissional da

Educação Física, era comum que nas academias de ginástica fosse oferecida

orientação das atividades físicas e suas diversas manifestações por ex-atletas,

pessoas com habilidades especificas, como lutadores e dançarinos, o que

certamente causou muitos danos a diversos alunos, pois quem os orientava não

tinha o conhecimento cientifico e técnico específico para fazê-lo. Essa prática

diminuiu, mas ainda existe.

A partir da regulamentação da profissão de educação física, através da lei

n. 9.696/98, ficaram estabelecidas todas as competências do graduado em

Educação Física, que pode atuar de maneira ampla na área das atividades físicas.

Pereira (1988) assegura sobre a participação do profissional no desenvolvimento de

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sua profissão, que este tem direito de trabalhar em tudo o que se refere à cultura

física e esportes.

Corroborando, o Conselho Federal de Educação Física (2010)

recomenda que na atuação dos profissionais de Educação Física, é dever

fundamental a preservação da saúde, implicando na responsabilidade social do

profissional, cabendo-lhe assegurar uma intervenção de forma segura e competente,

livre de danos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência.

De acordo com o Código Civil Brasileiro, art. 186, a responsabilidade

civil baseia-se nos pressupostos da ação ou omissão do agente, na culpa do agente

e relação de causalidade, e estabelece que aquele que causar dano a outrem deve

ressarci-lo pelos prejuízos. Segundo o art. 188, do mesmo código, não será

constituído ato ilícito aquele que for realizado no exercício regular de um direito

reconhecido ou caso ocorra lesão à pessoa com o fim de remover perigo iminente.

Por isso, o educador físico, ao exercer sua profissão, deve estar

preparado para agir em diversas situações de emergência, que possam ocorrer sob

pena de ser enquadrado nos artigos 129, 133 e 135 do Código Penal Brasileiro, que

fazem referência, a ofender integridade corporal ou saúde de outrem (art. 129),

abandonar pessoa que está sob seu cuidado (art. 133), e, omissão de socorro (art.

135) em situações que não haja risco pessoal, respectivamente.

Além desses artigos, o profissional também pode ser enquadrado no art.

121, que faz referência ao homicídio, podendo ser esse doloso (com intenção de

matar) ou culposo (quando não há intenção de matar, por exemplo, colocar um

aluno com carga excessiva num agachamento e este sofrer um acidente, vindo a

falecer).

O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (Brasil, 1990) esclarece,

no artigo quarto, que é dever da família, da comunidade e do Poder Público

assegurar, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação e à

educação. Garante, dessa forma, às crianças e adolescentes a “primazia de receber

proteção e socorro em quaisquer circunstâncias”.

O educador físico tem que estar capacitado para as exigências de

qualidade profissional e de ética profissional nas suas diversas intervenções. O

profissional deverá sempre capacitar-se para compreender, analisar e aplicar em

diversas áreas o seu conhecimento, sejam na área escolar, clubes, acampamentos,

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academias e outros lugares que pode haver a intervenção do profissional de

educação física. (STEINHILBER, 2002).

Independentemente do tipo de intervenção, a este profissional compete

coordenar, organizar, planejar e supervisionar a aula/treino, avaliar o aluno, e,

ocupando lugar de destaque, o educador físico deve, dentre todas as atividades, ter

um conhecimento prático dos procedimentos de primeiros socorros (CONFEF,

2010).

4. METODO:

4.1 Natureza da pesquisa:

O presente estudo se caracteriza como pesquisa de cunho qualitativo,

com base em amostra não probabilística, intencional, selecionada pelo pesquisador

a partir do problema de pesquisa e levando em consideração condições temporais,

técnicas e de facilidade de acesso às instituições de condicionamento físico

(THOMAS; NELSON, 2002; DIONNE; LAVILLE, 1999)

Cervo e Bervian (2002) ressaltam que as pesquisas que utilizam a

abordagem qualitativa descrevem a complexidade de uma hipótese ou problema,

podendo analisar a relação e interação de certas variáveis, além de possibilitar o

entendimento dos processos dinâmicos experimentados, apresentando

contribuições no que diz respeito ao processo de mudança.

O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da

Universidade São Judas Tadeu, em 18/04/2013 e aprovado conforme parecer

número: 266.637, datado de 08/05/2013.

4.2 Região de inquérito:

O estudo foi realizado na zona leste de São Paulo, em 05 (cinco)

academias de ginástica, mediante assinatura de Termo de Autorização dos

Proprietários (Apêndice A) e um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

assinado pelos Profissionais de Educação Física (Apêndice C) que participaram da

pesquisa. O critério de escolha das academias deu-se pela facilidade de acesso do

pesquisador aos seus coordenadores.

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4.3 População e Amostra:

Segundo Thomas & Nelson (2002), a amostra é um grupo de sujeitos que

possuem características analisadas de acordo com variáveis nas quais o estudo é

conduzido, ou seja, é uma parcela selecionada da população ou universo (grupo)

que se pretende analisar.

Nessa pesquisa a população foi composta por 35 profissionais que

trabalham em academias, sendo que apenas 24 puderam participar da pesquisa.

sendo 13 homens e 11 mulheres, devidamente autorizados pelos responsáveis ou

coordenadores dessas academias que manifestaram a permissão para que

participassem da pesquisa assinando um Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (Apêndice C). Os demais não participaram devido aos critérios

de exclusão utilizados pelo pesquisador.

4.3.1 Critérios de Inclusão dos Profissionais de Educação Física -

Sujeitos da pesquisa.

Profissionais com nível superior completo: já vivenciou todas as disciplinas da

graduação;

Com no mínimo 02 anos de formados: por, provavelmente, conhecerem a

diretriz da AHA 2005-2010;

Com no máximo 12 anos de formados: por, provavelmente, conhecerem a

diretriz da AHA 2000-2005;

Atuantes nas atividades envolvidas pelas academias: profissionais que

ministram aula, não podem ser ligados à parte administrativa.

Todos devidamente registrados no Conselho Regional de Educação Física

(CREF): forma de garantir que todos os participantes sejam realmente

formados em nível superior.

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4.3.2 Critérios de Exclusão Profissionais de Educação Física - Sujeitos

da pesquisa.

Possuir duas ou mais formações superiores na área da saúde: podem ter

experiências mais abrangentes com primeiros socorros, o que levaria à perda

da proposta do trabalho;

Profissionais que atuam em serviços de emergência: têm abordagem

técnica/específica no assunto relacionado, o que levaria à perda da proposta

do trabalho;

Profissionais que já fizeram cursos de BLS (Basic Life Support) ou outro com

abordagem específica em PCR e RCP: tem abordagem técnica/específica no

assunto relacionado, o que levaria à perda da proposta do trabalho;

4.3.3 Riscos aos sujeitos da pesquisa

Aos profissionais de Educação Física envolvidos na pesquisa:

A sensação de certo desconforto pela possibilidade de não conseguirem

responder as perguntas do questionário. Esta sensação foi minimizada à

medida que o pesquisador realizou uma breve explicação prévia a respeito do

questionário e demonstrou sua conduta ética na condução da pesquisa.

A sensação de certo desconforto e constrangimento pela possibilidade de não

conseguirem executar as técnicas de reanimação cardiopulmonar, durante o

simulado. Esta sensação diminuiu após serem informados pelo pesquisador

que não importa naquele momento saber executar de forma correta as

técnicas de RCP, apenas para que o pesquisador avalie o nível de

conhecimento técnico que os profissionais assimilaram durante a formação

universitária.

4.3.4 Prejuízo aos sujeitos da pesquisa.

Todos os sujeitos da pesquisa sofreram pequeno prejuízo em termos do

tempo necessário para responder os questionários, participarem do simulado e

frequentarem o curso de quatro horas de RCP que foi ministrado pelo pesquisador,

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situações essas necessárias à realização da pesquisa, compensados, entretanto,

pelos possíveis benefícios proporcionados pela experiência.

4.3.5 Benefícios gerados pela pesquisa:

Os profissionais envolvidos se beneficiaram da oportunidade de aprimorar

o seu conhecimento, através de um curso específico teórico-prático de RCP que foi

ministrado pelo pesquisador, sem ônus nenhum para os participantes. A possível

ampliação de seus conhecimentos pode contribuir para o aprimoramento de sua

atuação profissional.

Além dos profissionais de Educação Física, as academias também se

beneficiarão com o aprimoramento dos seus professores.

4.3.6 Técnicas, instrumentos e procedimentos para coleta e análise das

informações:

A pesquisa foi realizada em três etapas de acordo com o sugerido por

Jaramillo Echeverry (2005), sendo elas:

pré-configuração do universo da pesquisa, quando ocorreram os contatos

com os coordenadores ou responsáveis pelas academias, como também

com os profissionais de Educação Física para identificar o possível interesse

e possibilidade em participar da pesquisa; a coleta da assinatura do Termo

de Autorização para realização da pesquisa (apêndice A) e dos Termos de

Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice C);

a inserção no campo de pesquisa, quando foram colhidas as assinaturas dos

Termos de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE – (apêndice C)

tomando conhecimento do objetivo da pesquisa, dos procedimentos, do sigilo

quanto ao material produzido, dos prováveis riscos e benefícios provenientes

de sua participação na pesquisa, da possibilidade de não participar ou deixar

de participar da pesquisa, uma vez que tenha iniciado sua participação.

Devolutiva dos conhecimentos produzidos pela pesquisa aos profissionais

que foram colaboradores, um relato sucinto dos resultados coletados e das

reflexões realizadas a respeito da realidade pesquisada e que poderão servir

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33

como estímulo à reflexão desses profissionais de Educação Física no sentido

de aprimorarem sua atuação profissional.

Quanto aos instrumentos:

Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados dois questionários

(Apêndice D e F), o primeiro questionário (Apêndice D) foi organizado com vinte e

uma questões, sendo distribuídas em treze questões referentes à identificação do

respondente e aspectos relativos à sua formação inicial. Outras oito questões

serviram avaliar os conhecimentos técnicos em relação ao atendimento de primeiros

socorros com o uso da manobra de reanimação cardiopulmonar (RCP) em possíveis

causas de eventos súbitos, com o objetivo de verificar se o conhecimento que foi

transmitido pelo docente durante a graduação foi assimilado.

O segundo questionário (Apêndice F) foi elaborado com quatro questões

abertas para levantar aspectos que possam ser sugeridos para o aprimoramento da

formação inicial no tema Socorros de Urgência, relacionado ao desempenho do

profissional de Educação Física em casos de Parada Cardiorrespiratória.

Esses questionários foram elaborados com base na experiência do

pesquisador como docente da disciplina de Primeiros Socorros e como profissional

da área da emergência. Sua pertinência e abrangência foram validadas por meio de

consulta a outros três profissionais que possuíam características semelhantes às do

pesquisador, sendo um médico que trabalha no SAMU, um Bombeiro Militar que

trabalha no serviço de Resgate, e uma professora Universitária que ministra aulas

de Socorros de Urgência em uma Instituição de Ensino Superior (Apêndice B).

Já a Ficha de Observação (Apêndice E) foi elaborada com o intuito de

avaliar cada participante, separadamente, por meio de uma simulação de Parada

Cardiorrespiratória em adulto, utilizando um boneco para treinamento, onde

deveriam executar as técnicas de Reanimação Cardiopulmonar, estabelecidas pela

diretriz/2005 da American Heart Association.

O curso de 04 horas/aula teve os seguintes conteúdos (Apêndice G):

a) Análise primária e secundária;

b) Sinais e sintomas de uma PCR;

c) Abordagem de RCP;

d) Utilização do Desfibrilador Externo Automático (DEA).

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34

Quanto ao processo de coleta de dados:

A coleta de dados foi aplicada individualmente nas próprias academias,

em horários antecipadamente agendados entre o pesquisador e o seu respectivo

coordenador, que reservava um local próprio para ser aplicada a pesquisa e

convidava os professores interessados em participar.

O pesquisador chegava antecipadamente nas academias, levando todo o

material necessário para aplicação da pesquisa e do curso básico de R.C.P. e

utilização do DEA, como bonecas (Ressuci-Anne – Anexo 3), desfibriladores (DEA –

Anexo 4) .

Ao receber os professores, o pesquisador explicava como seria realizada

a pesquisa e o curso básico, sendo que tal proposta servirá para auxiliar os

participantes da pesquisa e o pesquisador a identificar necessidades de formação

complementar neste tema.

Foi aplicado um questionário com questões básicas (dados pessoais) e

técnicas aos participantes da pesquisa, ou seja, profissionais de educação física que

trabalhavam nas respectivas academias, contendo questões de múltipla escolha.

As questões técnicas abordavam se os participantes conseguiam

identificar os sinais e sintomas de uma PCR e as técnicas utilizadas para a RCP.

Tomou-se o cuidado do questionário ser respondido por escrito na

presença do pesquisador, com a finalidade de impedir que os participantes se

comunicassem entre si e, com isso, comprometerem o resultado da pesquisa no que

se refere ao conhecimento teórico sobre PCR / RCP.

Além disso, utilizando uma Ficha de Observação (Apêndice E), o

pesquisador avaliou seus procedimentos por meio de simulação de Parada

Cardiorrespiratória em adulto, utilizando um boneco para treinamento, onde

deveriam executar as técnicas de Reanimação Cardiopulmonar, estabelecidas pela

diretriz/2005 da American Heart Association, que possivelmente fora ensinada na

sua graduação. Essa simulação teve como objetivo verificar se os pesquisados

detinham conhecimento prático para a intervenção no caso de uma parada cardíaca.

Esse teste simulado é um instrumento utilizado com a finalidade de obter

dados que permitam medir a capacidade técnica e o rendimento ou a conduta dos

sujeitos da pesquisa na abordagem da RCP (THOMAS E NELSON, 2002).

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35

O pesquisador, além de verificar o nível de conhecimento prático do

profissional através da ficha de observação (Apêndice E), também permitiu

confrontar com as respostas dadas no questionário técnico, sondando se o

conhecimento teórico-prático que eles possuem é suficiente para a intervenção.

Foi utilizada a técnica da observação enquanto os professores

participaram da simulação com foco nos seguintes pontos:

1) Avaliar se a vítima está ou não consciente;

2) Verificar se a vítima está respirando;

3) Liberar as vias aéreas conforme técnica necessária;

4) Efetuar duas ventilações artificiais de resgate;

5) Verificar se a vítima apresenta pulso palpável;

6) Efetuar apenas 30 compressões torácicas;

7) Efetuar novamente mais duas ventilações de resgate;

8) Efetuar os quatro ciclos de 30 compressões torácicas e 02 ventilações.

A partir do desempenho dos participantes, foram atribuídos os conceitos

de “SIM” ou “NÃO” para orientar a análise do pesquisador, sem os mesmos serem

comunicados aos pesquisados.

Após essa primeira constatação, esses profissionais foram submetidos a

um treinamento teórico-prático de 04 (quatro) horas/aula (Apêndice G) e, no final,

foram reavaliados em um novo simulado de Reanimação Cardiopulmonar, utilizando

um manequim (Ressuci-Anne – Anexo 3) para demonstrar a manobra de RCP e

solicitados que os mesmos respondessem a um questionário com questões abertas

para levantar aspectos que pudessem ser sugeridos para o aprimoramento da

formação inicial no tema Socorros de Urgência, relacionado ao desempenho do

profissional de Educação Física em casos de PCR.

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Visando garantir o sigilo e diminuir as possibilidades de identificação dos

participantes, os mesmos foram denominados de Sujeito 1 (S1) até Sujeito 24 (S24).

As informações sobre a caracterização dos sujeitos foram obtidas por

meio das questões 1 a 13. Já com relação ao conhecimento técnico foram obtidas

da questão 14 até a questão 21.

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36

5.1. Caracterização dos Sujeitos:

O quadro 1 traz as informações mais relevantes da caracterização do

grupo pesquisado. Sendo: (B) Bacharel, (L) Licenciatura; (PS) Primeiros Socorros;

(S) Sim; (1S) 1 semestre; (2S) 2 semestre; (+2S) mais que 2 semestres; (T) Teórica,

(P) Prática.

Suj.

Sexo

Idade

Gradu

ação

em

B / L

Tempo

de

Forma

do

(anos)

Duração

do Curso

(anos)

Disc. de PS

no Curso e

Duração

(semestre)

Tipo

de

aula

Avaliação

da Aula e

PS

Formação

do

professor

1 F 40 B 7 4 S / 1S T Ótima Educ.

Fís.

2 M 27 B e L 7 4 S / 1S T/P Ótima Educ.

Fís.

3 M 28 B e L 3 4 S / 1S T Regular Educ.

Fís.

4 M 30 B e L 5 4 Não ___ _____ _____

5 F 22 B 2 4 S / 2S T/P Ótima Educ.

Fís.

6 F 34 B e L 5 4 S / 1S T Regular E.F. / Fis.

7 M 27 B e L 5 4 S / + 2S T/P Ótima E. F. /

Fis.

8 M 40 L 10 4 S / 1S T/P Ótima Medicina

9 M 28 B e L 2 4 S / 1S T/P Boa Educ.

Fís.

10 M 39 B 10 4 S / 1S T Regular Medicina

11 F 24 B e L 3 4 S / 1S T/P Ruim Enferm.

12 F 25 B 3 4 S / 2S T/P Boa Educ.

Fís.

13 M 31 B 4 4 S / 1S T Boa Educ. Fís.

14 F 24 B e L 4 4 S / 1S T/P Boa E. F. /

Fis.

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37

15 F 27 B e L 2 4 S / 1S T Regular E. F. /

Fis.

16 M 23 B 2 4 S / 1S T/P Boa Fisiot.

17 M 23 B 3 4 S / 1S T/P Regular Educ.

Fís.

18 M 33 B e L 7 4 Não ___ ______ _______

19 M 38 L 10 4 S / 1S T Regular Medicina

20 F 33 L 8 4 S / 2S T/P Ótima Medicina

21 F 34 L 12 4 S / 1S T/P Ótima Educ.

Fís.

22 F 30 B e L 10 4 S / +2S T/P Boa Enferm.

23 F 36 B e L 5 4 S / 1S T/P Boa Fisiot.

24 M 29 B 3 4 S / 1S T/P Boa Educ.

Fís.

Quadro 1 – Caracterização Geral dos Sujeitos

A intenção deste quadro foi caracterizar o grupo que participou da

pesquisa, de forma geral, sendo este quadro subdivido em dois quadros, um com o

perfil do gênero feminino e outro com o perfil do gênero masculino, conforme segue

abaixo.

Perfil Gênero Feminino – Formação

IDADE

BACH.

LICEN.

DURAÇÃO DO

CURSO

(ANOS)

TEMPO DE

FORM.

(ANOS)

22 B 4 2

25 B 4 3

40 B 4 7

24 B e L 4 3

24 B e L 4 4

27 B e L 4 2

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30 B e L 4 10

34 B e L 4 5

36 B e L 4 5

33 L 4 8

34 L 4 12

Quadro 2 – Caracterização Gênero Feminino / Formação

Conforme o Quadro 2, este grupo foi composto de 11 mulheres com idade

entre 22 e 34 anos, sendo 03 com formação apenas em Bacharelado, 02 com

formação só em Licenciatura e 06 com formação em Bacharelado e Licenciatura em

Educação Física.Todas concluíram o curso em 04 anos, das quais 07 já tem entre

dois e seis anos de formadas, e, as outras 04 entre sete a doze anos de formadas.

ANALISE DE CONTEUDOS DA DISCIPLINA DE PRIMEIROS SOCORROS

GÊNERO FEMININO

Formação de

quem aplicou a

Disc.

Disciplina de

PS no Curso

Duração

(Semestre)

Tipo de Aula

Avaliação da

aula de OS

E. F. / Fisio. SIM 1 Teoria e Prática Boa

E. F. / Fisio. SIM 1 Teoria Regular

E.F. / Fisio. SIM 1 Teoria Regular

Educ. Fís. SIM 2 Teoria e Prática Ótima

Educ. Fís. SIM 2 Teoria e Prática Boa

Educ. Fís. SIM 1 Teoria e Prática Ótima

Educ. Fís. SIM 1 Teoria Ótima

Enfermagem SIM 1 Teoria e Prática Ruim

Enfermagem SIM + 2 Teoria e Prática Boa

Fisioterapia SIM 1 Teoria e Prática Boa

Medicina SIM 2 Teoria e Prática Ótima

Quadro 3 – Caracterização Gênero Feminino / Análise da Disciplina de P.S.

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Em relação ao conteúdo da disciplina de Primeiros Socorros (Quadro 3)

nos respectivos cursos, constatamos que a formação dos professores que

ministraram esta disciplina, 03 apresentavam dupla graduação, em Educação Física

e Fisioterapia; 04 eram formados em Educação Física; 02 formados em

Enfermagem; 01 formado em Fisioterapia e 01 em Medicina.

Todas as participantes tiveram a disciplina no curso, sendo que 07

tiveram a disciplina em apenas um semestre, 03 tiveram em dois semestres e

apenas 01 teve a disciplina em mais do que dois semestres.

Quanto ao tipo de aula ministrada, 08 tiveram aulas teóricas e práticas e

03 tiveram apenas aulas teóricas, sendo que estas aulas foram conceituadas como

ótimas e boas por 04 participantes cada, regular por 02, e ruim por 01 participante.

Perfil Gênero Masculino – Formação

IDADE

BACH.

LICEN.

DURAÇÃO DO

CURSO

(anos)

TEMPO DE

FORM.

(anos)

23 B 4 2

23 B 4 3

29 B 4 3

31 B 4 4

39 B 4 10

27 B e L 4 7

27 B e L 4 5

28 B e L 4 3

28 B e L 4 2

30 B e L 4 5

33 B e L 4 7

38 L 4 10

40 L 4 10

Quadro 4 – Caracterização Gênero Masculino / Formação

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Conforme o Quadro 4, este grupo foi composto de 13 homens com idade

entre 23 e 40 anos, sendo 05 com formação apenas em Bacharelado, 02 com

formação só em Licenciatura e 06 com formação em Bacharelado e Licenciatura em

Educação Física. Todos concluíram o curso em 04 anos, dos quais 08 já têm entre

dois e seis anos de formados, e, os outros 05 entre sete a doze anos de formados.

ANALISE DE CONTEUDOS DA DISCIPLINA DE PRIMEIROS SOCORROS

GÊNERO MASCULINO

Formação de

quem aplicou a

Disc.

Disciplina de

PS no Curso

Duração

(Semestre)

Tipo de Aula

Avaliação da

aula de OS

_____ Não ------ ___ _____

_____ Não ------ ___ _____

E. F. / Fisio. Sim + 2 Teoria e Prática Ótima

Educ. Fís. Sim 1 Teoria e Prática Regular

Educ. Fís. Sim 1 Teoria e Prática Boa

Educ. Fís. Sim 1 Teoria Boa

Educ. Fís. Sim 1 Teoria e Prática Ótima

Educ. Fís. Sim 1 Teoria Regular

Educ. Fís. Sim 1 Teoria e Prática Boa

Fisioterapia Sim 1 Teoria e Prática Boa

Medicina Sim 1 Teoria Regular

Medicina Sim 1 Teoria Regular

Medicina Sim 1 Teoria e Prática Ótima

Quadro 5 – Caracterização Gênero Masculino / Análise da Disciplina de P.S.

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Em relação ao conteúdo da disciplina de Primeiros Socorros (Quadro 5)

nos respectivos cursos, constatamos que a formação dos professores que

ministraram esta disciplina, 01 apresentava dupla graduação, em Educação Física e

Fisioterapia; 06 eram formados em Educação Física; 01 formado em Fisioterapia e

03 em Medicina.

O interessante neste grupo foi verificar que 02 participantes não tiveram a

disciplina de Primeiros Socorros na grade curricular do seu curso, lembrando que

ambos estudaram em Instituições de Ensino Superior em outro Estado, sendo que

os demais, ou seja, 11 participantes tiveram a disciplina, destes apenas 01 teve mais

do que dois semestres a disciplina, onde os demais tiveram a disciplina em apenas

um semestre.

Quanto ao tipo de aula, 07 tiveram aulas teóricas e práticas e 04 tiveram

apenas aulas teóricas, sendo que estas aulas foram conceituadas como ótimas por

03 participantes, boas e regulares por 04 participantes cada, sendo que nenhum

declarou que a aula tenha sido ruim.

Através desses dados podemos levantar algumas informações

importantes para o objetivo do nosso trabalho. Uma porcentagem de 8% dos

participantes não teve em sua grade curricular a disciplina de Primeiros Socorros,

contrariando desta forma a Resolução CFE de nº 69/69.

De acordo com Tojal (2005), foi através desta resolução que ocorreu à

inserção de um rol de disciplinas obrigatórias, subdivididas em básicas e

profissionais, nos cursos de todo país, sendo este modelo chamado de currículo

mínimo. As disciplinas eram as seguintes: Básicas: Biologia, Anatomia, Fisiologia,

Cinesiologia, Biometria e Higiene; e, as Profissionais: Socorros Urgentes, Ginástica,

Rítmica, Natação, Atletismo, Recreação e as matérias pedagógicas de acordo com o

parecer nº 672/69 (Psicologia da educação, Didática, Prática de Ensino através de

Estágios Supervisionados e Estrutura de Ensino de 1º e 2º graus).

Outro dado importante constatado no grupo foi que aproximadamente

30% deles tiveram apenas aulas teóricas de Primeiros Socorros, mostrando, desta

forma, que a falta de vivência prática nesta disciplina interfere bastante no processo

de ensino–aprendizado, pois caso tenha que interferir em qualquer técnica de

primeiros socorros, especificamente em uma situação como a PCR, não conseguirão

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42

executar tais procedimentos, conforme será constatado mais a frente do trabalho, no

momento que os participantes tiveram que demonstrar o que aprenderam de forma

prática em um boneco para simulação de RCP.

Com relação à formação profissional dos professores que ministraram a

disciplina de Primeiros Socorros, percebemos que aproximadamente 66% desses

professores eram formados em Educação Física e os demais possuíam formações

diversas como: médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. Esses números são

importantes para mostrar a relevância da atuação do professor de Educação Física

como responsável pela disciplina, uma vez que outros profissionais podem ser

questionados quanto da relação direta com a realidade da Educação Física, e corem

o risco de deixar de abordar assuntos relevantes para a área de atuação

profissional.

É importante destacar que o professor de Educação Física não irá

substituir a figura do médico com relação ao seu conhecimento, mas é importante

habilitar o profissional mais próximo dessa prática a atuar com maior presteza e

competência. (GHIROTTO, 1998).

Podemos perceber também que aproximadamente 68% dos professores

ministravam aulas teóricas e práticas, sendo que 32% ministravam apenas aulas

teóricas.

Apesar da constatação, segundo dados dos participantes, que a maioria

das aulas eram teóricas e práticas, ficou evidenciado que os mesmos não

conseguiram reter o conhecimento prático, pois, quando foram submetidos a um

simulado prático, muitos não apresentaram conhecimento básico sobre abordagem

de RCP. Isso mostra deficiência nos resultados do aprendizado da disciplina de

Primeiros Socorros em relação aos protocolos existentes.

Um fator importante para que isso ocorra pode estar relacionado,

segundo Ghirotto (1998), à falta de identidade e coerência dos programas e

conteúdos da disciplina de Primeiros Socorros voltados à especificidade da área de

Educação Física, o que faz com que cada professor responsável pela disciplina

trabalhe com conteúdos com os quais tenham mais familiaridade.

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43

5.2. Caracterização do Conhecimento Técnico:

A caracterização geral do conhecimento técnico dos participantes foi

abordada da questão 14 até a questão 20, as questões foram:

14 – Você se sente preparado (a) a atender seu aluno em caso de um

desmaio ou perda da consciência?

15 – Identifique a alternativa que descreve os sinais de alerta de um

ataque cardíaco?

16 - Qual a sequência recomendada de procedimentos que deve ser

realizada quando se depara com uma pessoa deitada no chão?

17 – Como se faz o diagnóstico de uma pessoa em parada

cardiorrespiratória (PCR)?

18 – Qual a sequência recomendada de procedimentos na manobra de

reanimação cardiopulmonar (RCP)?

19 – Você realiza uma inclinação da cabeça-elevação do queixo e olha,

ouve e sente a respiração. Se a vítima não estiver respirando, o que você deve fazer

a seguir?

20 - Em relação à compressão-ventilação (massagem cardíaca-respiração

de resgate), presente na manobra de RCP, qual procedimento é realizado em

adulto, conforme a diretriz da American Heart Association 2000-2005 / 2005-2010?

Para facilitar a compreensão das respostas dadas pelos participantes,

foram sistematizados em gráficos, onde foi possível mostrar que a maioria dos

pesquisados detêm pouco conhecimento técnico-teórico sobre uma situação de PCR

e RCP.

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44

Gráfico 1: Sentir-se preparado para atender em caso de desmaio ou perda de

consciência.

A questão 14 abordou se: “o pesquisado sentia-se preparado para

atender o aluno em caso de um desmaio ou perda da consciência”, sendo que o

resultado obtido mostra que 75% dos professores participantes responderam que

não estão preparados para agir em tal situação.

Bellan (2010) ressalta que mesmo a inconsciência ser um dos sinais da

PCR, ela pode ser decorrente de outras alterações que não a parada, o que dificulta

ainda mais a confirmação do referido diagnóstico.

Além disso, a manobra de RCP estabelecida pelas diretrizes da AHA

(2005) aponta que o primeiro procedimento que uma pessoa deve executar, ao

encontrar uma pessoa necessitando de ajuda é verificar se a mesma está ou não

consciente. Ferreira (2001) acrescenta que assim que se constatar a perda súbita de

consciência de uma pessoa, a primeira atitude ao prestar o primeiro atendimento

deve ser o acionamento do serviço médico de emergência.

Desta forma, ficou claro, que a maioria não conseguiria dar continuidade

ao procedimento de RCP.

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45

Gráfico 2: Sinais de alerta de um ataque cardíaco

A questão 15 era para indicar a alternativa que: “descreve os sinais de

alerta de um ataque cardíaco”, sendo que o resultado do gráfico mostra que 59%

dos professores participantes não acertaram a questão, mesmo a alternativa correta

ser bem específicas de um alerta de um ataque cardíaco, ou seja, pressão

desconfortável, aperto ou dor no centro do tórax que dura mais que 15 minutos.

Esse resultado se torna mais delicado quando se verifica que, segundo

dados do DATASUS (2010) e do Ministério da Saúde, as mortes por doença

isquêmica chegaram perto de 100.000 óbitos.

Sendo assim, é muito importante que o profissional de Educação Física

tenha conhecimento necessário para saber se uma pessoa está apresentando um

quadro de ataque cardíaco e com isso, consiga prestar um suporte de emergência,

evitando assim o agravamento do quadro.

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Gráfico 3: Atendimento da pessoa no chão

A questão 16 era para indicar a sequência recomendada de

procedimentos que devem ser realizados quando se depara com uma pessoa

deitada no chão, sendo que o resultado do gráfico 3, mostra que 67% dos

professores participantes não sabiam informar qual era a sequência, ou seja,

deveriam: “verificar nível de consciência, ligar para o serviço de emergência, verificar

respiração (ver, ouvir e sentir) e verificar circulação (batimento)”.

Para Ferreira e Garcia (2001), em situações de emergência a avaliação

da vítima e seu atendimento devem ser eficazes, permitindo a redução de sequelas

e o aumento da sobrevida.

Através das respostas dadas, verificamos que a maior parte desses

profissionais de Educação Física não estão preparados para agir de maneira

eficiente, segura e adequada frente a um acidente ou incidente que possa ocorrer

em sua prática profissional, pois segundo Flegel (2008), não se pode aprender como

se preparar para possíveis situações de emergência pelo método de tentativa e erro.

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Gráfico 4: Diagnóstico para PCR

A questão 17 era para indicar: “como se faz um possível diagnóstico de

uma pessoa em parada cardiorrespiratória (PCR)”, sendo que o resultado deste

gráfico aponta uma situação diferente das respostas anteriores, uma vez que 58%

responderam a alternativa correta, que seria: “constatar que a pessoa estava

inconsciente e sem pulso”, mas tal porcentagem de acerto pode ter ocorrido

principalmente por questões óbvias, ou seja, se a pessoa não tem pulso, logo ela

está correndo risco de morte. Mas o que mais chama atenção é que 42% não

conseguiram chegar a essa conclusão, demonstrando dessa forma falta de

conhecimento necessário até mesmo em outras disciplinas da grade curricular.

Mais um fator que pode gerar dúvidas quanto à porcentagem de acertos

desta questão é se compararmos com a questão 15, onde os mesmos participantes

deveriam responder se sabiam descrever os sinais de alerta de um ataque cardíaco,

sendo que quase 70% responderam a questão de forma errada.

É importante destacar que o acesso rápido ao serviço de emergência está

relacionado ao diagnóstico precoce de PCR, com o objetivo de não atrasar o início

das manobras de RCP, proporcionando um aumento da chance de sobreviver e a

redução de sequelas. (ILCOR, 2005)

Lembramos que para esta pesquisa foi utilizada as diretrizes de RCP da

American Heart Association (2005).

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Gráfico 5: Sequência de RCP

A questão 18 era para indicar: “qual era a sequência recomendada de

procedimentos na manobra de Reanimação Cardiopulmonar (RCP)”, sendo que o

resultado deste gráfico também mostra que 67% dos participantes responderam a

alternativa correta, que seria: “Abrir as vias aéreas, verificar respiração, fornecer 2

ventilações de resgate, se necessário, procurar sinais de circulação, fazer

compressões torácicas”.

Segundo Pergola e Araújo (2009), a RCP é um procedimento de

emergência fundamental para manter a circulação de sangue oxigenado para o

organismo, nessa situação, há uma relação direta entre o tempo e a preservação

das funções miocárdicas e cerebrais, além da redução do risco de sequelas com o

atendimento precoce.

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49

Gráfico 6: Procedimento caso a vítima não esteja respirando

Na questão 19 abordamos uma situação prática: “você realiza a

inclinação da cabeça e elevação do queixo da vítima, passa a olhar, ouvir e sentir a

respiração, caso perceba que a vítima não respire o que deve ser feito a partir desse

momento?”. O resultado deste gráfico mostra que 63% dos participantes

responderam a alternativa correta que era: “Fornecer 2 ventilações (respirações)

lentas”.

Nesta questão, no momento que os participantes respondiam,

percebemos que quase todos não conseguiam responder, obviamente isso leva a

crer que muitos acabaram assinalando a questão não por conhecimento, mas sim

porque tinham que responder uma delas, o que talvez aumentasse o número de

acertos.

Percebemos a partir deste ponto, a falta de abordagem prática nas aulas

de primeiros socorros, durante a graduação, uma vez que a técnica para se realizar

a ventilação artificial necessita de material, tais como: boneca própria de

treinamento, máscara descartável, material para higienização, etc.

Aproveitamos para explicar que a técnica de ventilação artificial é muito

perigosa, pois caso o profissional resolva executar as ventilações, principalmente

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usando o boca-a-boca, sem treinamento adequado e segurança, poderá correr

riscos de contrair doenças infectocontagiosas.

“Preocupações relativas à transmissão de doenças criaram barreiras

significativas para a realização do boca-a-boca tanto dentro como fora do

ambiente hospitalar, diminuindo a vontade e disponibilidade no socorro à

vítima de parada cardiorrespiratória” (AREND,2000, p.80).

Gráfico 7: Procedimento de RCP estabelecido pela AHA/2005

A questão 20 abordava: “Em relação à compressão-ventilação

(massagem cardíaca-respiração de resgate), presente na manobra de RCP, qual

procedimento é realizado em adulto, conforme a diretriz da American Heart

Association 2000-2005/2005-2010”. O resultado apresentado neste gráfico mostra

que 79% dos participantes responderam a alternativa incorreta, não sabiam que a

resposta certa era: “30 compressões para 02 ventilações (30:2)”.

Verificamos que mesmo esta questão sendo teórica e com alternativas,

uma grande porcentagem respondeu errada, mostrando desta forma que durante a

graduação desses professores de Educação física, este assunto foi abordado muito

superficialmente, onde não conseguiram assimilar o conhecimento, ou seja, o

processo de ensino-aprendizagem não foi realizado.

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Para Moule e Albarran (2002), todo profissional de saúde, independente a

área que venha a trabalhar, desde sua formação deve saber não só reconhecer os

sinais e sintomas a PCR, como também prestar os primeiros cuidados do suporte

básico de vida (SBV).

5.3. Caracterização do Conhecimento Prático:

A caracterização da vivência prática dos professores de Educação Física

que participaram da pesquisa foi através de uma Ficha de Observação (Apêndice E),

que tinha o intuito de avaliar individualmente, por meio de uma simulação de Parada

Cardiorrespiratória em adulto, utilizando um boneco para treinamento, onde

deveriam executar as técnicas de Reanimação Cardiopulmonar, estabelecidas pela

diretriz 2005 da American Heart Association.

O checklist utilizado foi:

CHECK-LIST SIM NÃO

1) Avaliou se a vítima está ou não consciente?

2) Verificou se a vítima está respirando?

3) Liberou as vias aéreas conforme técnica necessária?

4) Efetuou duas ventilações artificiais de resgate?

5) Verificou se a vítima apresenta pulso palpável?

6) Efetuou 30 compressões torácicas?

7) Efetuou novamente mais duas ventilações de resgate?

8) Efetuou quatro ciclos de 30 compressões torácicas e 02

ventilações?

TOTAL

Apresentamos os resultados da simulação por meio de gráficos, sendo

que cada item da ficha de observação foi comentado, pois desta maneira fica mais

fácil verificar o nível de conhecimento prático dos participantes em uma situação de

Parada Cardiorrespiratória e Reanimação Cardiopulmonar.

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Gráfico 8: Avaliação do estado de consciência da vítima.

Conforme estabelece a diretriz 2005 da AHA, para constatar se uma

pessoa está em PCR, o primeiro sinal que temos que observar é se a pessoa está

ou não consciente, para isso, é necessário que a pessoa ao prestar o primeiro

atendimento saiba verificar de forma correta esta técnica, uma vez que trata-se do

primeiro passo para começar a constatar a Parada Cardiopulmonar.

No caso do gráfico acima, percebemos que a maior parte não conseguiu

executar a técnica, ou seja, 67% pularam esta fase, sendo que alguns comentaram

sobre a “consciência”, mas não executaram a técnica conforme determina a diretriz.

Este resultado é extremamente preocupante, pois no momento que é

constatada a inconsciência de uma pessoa, imediatamente o serviço de Emergência

médico deve ser acionado, como também a demorara em constatar que a vítima

está em PCR e iniciar a RCP, pode neste caso o fator tempo, constituir uma variável

fundamental na recuperação do paciente.

Colaborando, Silva e Padilha (2001), acrescenta que a chance de uma

pessoa sobreviver, depende muito da aplicação imediata, competente e correta das

manobras de Reanimação Cardiopulmonar, em um curto espaço de tempo, evitando

desta forma que ocorra lesão cerebral irreversível.

Essas autoras acrescentam que a finalidade da RCP, além de preservar a

vida, aliviar o sofrimento, restaurar a saúde e a limiatação das incapacidades,

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quando a reanimação cardiopulmonar acontece tardiamente é possível restabelecer

as funções vitais por algum tempo, mas a lesão cerebral grave e irreversível que se

instala em decorrência da demora do atendimento, estará determinando a qualidade

de vida desta pessoa no futuro.

Gráfico 9: Verificação da respiração da vítima

Constatamos que 62% dos participantes observaram se a vítima estava

respirando, porém nem todos com o método correto, apenas observavam a

respiração ou pela pela boca ou pelo tórax, não seguiam procedimento protocolar, o

que pode trazer complicações caso ocorra uma situação real, pois não ter a certeza

que a pessoa parou de respirar, pode acarretar uma demore na constatação da

PCR.

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Gráfico 10: Liberação das vias aéreas.

Este item era para verificar se os participantes sabiam liberar as vias

aéreas conforme técnica apropriada, ou seja, promover a abertura das vias aéreas

através da hiperextensão da cabeça e elevação do mento (em situações que não

envolviam vítimas de trauma), com isso, facilitando a ventilação artificial. O gráfico

aponta que 88% dos professores não tinham a menor ideia de como fazer está

técnica, mostrando que em nenhum momento vivenciaram tal procedimento em sua

graduação.

Gráfico 11: Realização de duas ventilações artificiais de resgate

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Neste procedimento os participantes deveriam realizar a ventilação

artificial na boneca de treinamento, ficando a critério dos mesmos, a forma como

iriam fazer, mas independente do critério escolhido, foi colocado a sua disposição

três tipos de máscara para ventilação, uma máscara descartável, uma conhecida

como pocket mask e a terceira conhecida como Ambu, materiais estes que foram

apresentandos para todos os participantes antes da simulação.

Mesmo que todos tiveram informação do material e como deveria ser

usado, 79% dos professores não fizeram a ventilação arificial, pois desconheciam

essa técnica. Os demais que fizeram a ventilação, poucos fizeram uso do material, a

maioria simulava o boca-a-boca, talvez por “ouvir dizer”, mas não conseguiam

ventilar de forma correta. O que percebemos nos participantes é que a falta de

vivência prática impedia os mesmos de executarem a ventilação ou executarem de

forma inapropriada.

É muito importante que a pessoa ao fazer as ventilações, faça de maneira

correta, pois para Berg et. al. (1998), durante a ventilação pode ocorrer a

hiperinsuflação gástrica, o que pode comprometer a adequada ventilação e facilitar

aspiração do conteúdo gástrico.

As guidelines da American Heart Association (2005), recomendam o

cuidado com as ventilações, pois uma ventilação com alta pressão, acaba

aumentando a pressão intratorácica, que, por sua vez, acaba reduzindo o fluxo de

sangue que irá passar pelo tórax, além disso, acrescenta também que a

hiperventilação poderá causar danos para a pessoa.

Zorzela, Garros e Caen (2007) acrescentam que a hiperventilação acaba

ocasionando redução do retorno venoso ao coração e redução do fluxo sanguíneo

cerebral, aumentando o risco de isquemia cerebral.

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Gráfico 12: Verificação do pulso da vítima.

A constatação de pulso pela diretriz da AHA/2005 é fundamental,

segundo este orgão, todo profissional da saúde deve verificar pulsação, pois a falta

de batimento cardíaco irá determinar que o paciente encontra-se em PCR.

No caso, este gráfico, expõe que 63% dos participantes não verificaram

se a vítima apresentava pulso, muitos por não ter ciência exata do local para

aferição, sendo assim, iniciavam imediatamente as compressões torácicas, sem

antes ter a certeza que a pessoa estava em PCR.

É importante esclarecer que a diretriz/2010 da American Heart

Association, alterou algumas técnicas, entre elas, a constatação de batimento, ou

seja, não há necessidade de verificação de pulso (público leigo), a não ser os

profissionais da área da saúde que podem continuar aferirindo pulsação.

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Gráfico 13: Realização de 30 compressões torácicas.

Neste item constatamos que 58% dos participantes chegaram a efetuar

as trinta compressões, mas quase todos não sabiam o que fazer após terminarem

as massagens, conforme aponta o próximo gráfico.

Destacamos que foi interpretado como certo, a partir do momento que

faziam a massagem no centro do torax, não foi considerado se o participante

executava a técnica corretamente, ou seja, conforme estabele a diretriz de 2005 da

AHA, pois caso fosse avaliado, os valores apontariam para quase 100% de erro.

Compressões torácicas eficazes restabelecem o fluxo sanguíneo durante

a RCP e as diretrizes enfatizam os seguintes aspectos: para as compressões

torácicas serem eficazes, todos que prestarem o primeiro atendimento devem fazer

“compressão forte, rápida, sem parar”; comprimindo o tórax em uma frequência de

aproximadamente 100 compressões por minuto, para todas as vítimas (exceto

recém –nascido); permitindo que o tórax retorne a posição normal após caa

compressão, utilizar aproximaddamente o mesmo tempo para compressão e

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relaxamento; tentando minimizar as compressões torácicas, uma vez que ao

interromper as compressões, o fluxo de sangue deixa de circular (AHA,2005) .

Gráfico 14: Realização de duas ventilações de resgate adicionais.

Nesse gráfico podemos observar que quando aplicamos a abordagem

prática, ficou claro que os participantes não conseguem executar alguns

procedimentos básicos de Reanimação Cardiopulmonar.

Neste caso, 96% dos professores que participaram da pesquisa não

executaram as ventilações necessárias, após as compressões torácicas.

Gráfico 15: Realização de 4 ciclos de 30 compressões torácicas e 02

ventilações.

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Quando os participantes foram submetidos ao simulado, para que

demonstrassem a técnica completa de RCP, verificou-se que 96% não conseguiram

executar, ou seja, os dados desta pesquisa aponta que quase a totalidade dos

professores avaliados não estão preparados para uma intervenção de RCP.

Esses valores são preocupantes, pois demonstram um déficit de

conhecimento sobre as ações críticas durante um atendimento em Parada

Cardiorrespiratória, podendo levar o profissional a executar uma técnica

erroneamente e com isso, causar complicações para a pessoa que necessita deste

tipo de intervenção, além do que poderá ser responsabilizado pelas suas ações

incorretas ou omissões, conforme já foi descrito neste trabalho.

Com relação a essas complicações na ocorrência de uma PCR, a

literatura médica chama de ocorrências iatrogênicas.

Segundo Padilha (1992, p. 70), ocorrência iatrogênica pode ser entendida

como:

“[...] um evento indesejável, de natureza danosa ou prejudicial ao paciente,

consequente ou não de falha profissional e que compromete ou tem o

potencial de comprometer a segurança do paciente.”

Mesmo que a identificação e o cuidado desses fatores iatrogênicos não

dependam apenas de recursos humanos, sabe-se que outros fatores também são

fundamentais, como rapidez do serviço de Emergência Médica, utilização de

equipamentos específicos, como o Desfibrilador Externo Automático (DEA), tudo

importantíssiomo e necessário para um suporte básico de emergência.

5.4. Análise das respostas às questões feitas após o curso:

Após todos terem respondido o primeiro questionário e participarem do

simulado de PCR, foi ministrado um curso básico de RCP e utilização do

Desfibrilador Externo Automático com carga horária de 04 horas/aula, onde foram

abordados os seguintes tópicos: análise primária e secundária; sinais e sintomas de

uma PCR; técnicas de RCP de acordo com a nova diretriz de 2010 da American

Heart Association, e utilização do desfibrilador.

A intenção deste curso foi de colaborar no aprimoramento da sua

formação e melhorar seu desempenho em casos de PCR.

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Os participantes, logo que terminaram o curso, responderam um

questionário com quatro questões abertas, com o objetivo de trazer sugestões para

verificar se a proposta de formação continuada é válida e pertinente; como também,

o que pode ser mudado na forma como a disciplina de Primeiros Socorros é

ministrada nos cursos de Educação Física.

A primeira questão indagava: “Do conteúdo ministrado no curso, o que foi

novidade para você?”. Surgiram algumas respostas, mais a maioria respondeu que

foi a forma como abordar uma pessoa que está passando mal, reconhecer uma

PCR, executar as técnicas conforme determina o protocolo de RCP e principalmente

a utilização do DEA, sendo que neste caso, nenhum dos participantes sabia operar o

Desfibrilador.

A questão nº 02, dizia: “Quais aspectos você julga mais difícil memorizar e

aplicar?”. Algumas respostas apontavam para o uso do Desfibrilador, outras que

depois do curso as informações ficaram claras, mas o que mais chamou a atenção

foi que algumas respostas não apontaram dúvidas com relação ao que foi ensinado,

mas sim com relação à conduta na hora de agir, ou seja, lidar com a situação de

stress, manter a calma, controlar a ansiedade em uma situação de emergência. As

respostas sugeridas nesta questão mostram que a falta de vivência prática contribui

bastante na assimilação e aplicação dessas manobras.

Nesse contexto, a própria American Heart Association destaca que

componentes emocionais podem afetar a aprendizagem e o desempenho de

atividades, de diferentes modos, em diferentes pessoas. Salienta que é possível

encontrar adultos que se deixam envolver de forma negativa por suas tensões,

medos e ansiedades. Da mesma forma valores e convicções podem afetar a

capacidade de agir sobre uma determinada situação. Muitas vezes se aceita ou

rejeita determinada informação dependendo de como esta se ajusta à escala de

valores e experiências prévias. (AHA, 2004)

A questão nº 03 indagava: “O que você tem a sugerir para que as

faculdades de Educação Física ensinem adequada e suficientemente as técnicas

envolvidas na RCP?”. Foram várias as sugestões, as mais comuns eram em relação

à necessidade de aulas práticas, algumas são interessantes citar:

“...deveriam ensinar através de exames práticos, com simulação próximo

a realidade” (S 2);

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“ ...que a disciplina de Primeiros Socorros deveriam ser ministradas por

profissionais que trabalham na área ou que venha a ter conhecimento prático” (S 5,

7, 20);

“...mais aulas práticas e menos teoria, aula mais voltada a realidade do

serviço de emergência” (S 11);

“...professores que ministram as aulas de Primeiros Socorros mais

qualificados, aulas práticas voltadas ao que o professor de Educação Física poderá

se deparar no dia-a-dia” (S12, 13, 14, 16,);

“...as aulas de Primeiros Socorros tem que ser dadas com assunto

atualizado, pois não teve no seu curso de graduação” (S 15, 18);

“...abordagem mais profunda sobre o assunto, pois na faculdade é muito

básico” (S 17);

“...o professor que ministra a disciplina tem que passar essas

informações de forma mais clara e objetiva” (S 21).

A última questão, a nº 04, dizia: “O que você tem a sugerir para que os

locais de trabalho do profissional de Educação Física atualizem esse profissional a

respeito das técnicas envolvidas na RCP?”. Esta questão teve vários tipos de

sugestões, como:

“...treinamento prático a cada seis meses para os professores e

estagiários” (S 2, 3, 4, 5, 17, 18);

“...cursos periódicos e profissionais capacitados para ensinar” (S 6, 11,

16);

“...recapitular todo ano com simulações e situações frequentes do dia-a-

dia” (S 7,10,13);

“...que os coordenadores, gerentes de academia, fiquem atentos e

valorizem a necessidade de ter profissionais qualificados para aplicar as manobras e

RCP, valorizando a qualidade do trabalho e a credibilidade do profissional” (S 12);

“...ter equipamentos básicos e sempre estar em treinamento para

atualização dos professores” (S 22, 23).

Então como ajudar os futuros professores de Educação Física a lidar com

este tipo de situação e envolvê-los nesse processo para que possam se sentir mais

capacitados no momento de atuar em uma situação real?

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Pensamos que, durante a formação do professor de Educação Física, os

conteúdos teóricos e práticos relacionados à PCR e procedimentos de RCP estão

sendo ministrados de forma muito superficial e limitada, o que acaba não suprindo

as necessidades dos alunos, que acabam indo para o mercado de trabalho com

pouco conhecimento, pouca habilidade e nenhuma atitude.

Segundo Murphy e Fitzsimons (2004), o treinamento dos procedimentos

de RCP deve estar voltado para aquisição de conhecimento teórico, habilidades

práticas e atitudes dos profissionais, trabalhados de forma concomitantes, dentro do

contexto da prática dos participantes, facilitando sua atuação no atendimento de

uma PCR, o que será fundamental para uma assistência mais qualificada.

Cummins e Paiva (1997) acreditavam que a capacitação deveria começar

na formação acadêmica, num método que exigiria treinamento e reciclagem

contínua, procurando atualizar seus conhecimentos e desenvolver as habilidades

básicas conforme estabelecida pela AHA, como também, simulações em grupos, na

presença de um líder, com a função de coordenar as ações e a utilizar os protocolos

que norteie as informações a serem adotadas durante o atendimento à uma PCR.

Para isso ocorrer, Silva (2006) descreve que a padronização das

condutas de RCP ajuda na adoção de linguagem única dos profissionais de saúde

para executar as manobras com eficácia. Mas a pesquisa mostrou o contrário: quase

todos os participantes não dominam conhecimento teórico e prático suficiente sobre

as medidas de urgência no caso de uma PCR, muito menos sabem agir caso ocorra

um incidente deste tipo.

A pesquisa assinalou que a disciplina de Primeiros Socorros, em muitos

cursos de Educação Física tem sido abordada de forma teórica e superficial,

faltando por parte dos professores responsáveis pela disciplina uma melhor

abordagem sobre o assunto sugerido, talvez isso ocorra por falta de experiência do

professor, falta de formação específica da área, entre outros fatores.

Ramos, Graça e Nascimento (2008, p. 168), através de um estudo que

realizaram, mostram que:

“[...] a experiência pessoal do professor e a forma particular como este

interpreta e utiliza esta experiência, contribuem no desenvolvimento de um

tipo de conhecimento processual muito útil à sua intervenção. A experiência,

portanto, é um elemento crucial neste processo de elaboração do

conhecimento profissional.”

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Na pesquisa realizada por Soares e Bueno (2005), revelou que os

discentes almejam uma forma de ensino na qual o professor seja o estimulador do

aluno, através de aulas práticas, envolvendo a participação do educando em seu

planejamento, com suas experiências consideradas; que privilegie o aprendizado do

aluno e não o ensino do professor; que proporcione ao aluno a reflexão sobre o

aprendizado e o relacionar com sua vida; em suma, os discentes visam ao ensino

por descoberta, que lhes represente significado.

Desta forma o professor ideal é aquele que conhece profundamente a

disciplina que leciona, tem clareza, demonstra existir maneiras diferentes de ensinar,

não faz descriminações entre alunos, sabe organizar o ensino e mantém um bom

relacionamento com os aprendizes. (GRABIELLI e PELÁ, 2004)

Um apontamento que foi comum de todos os participantes era a falta de

abordagem prática dos professores que ministraram as aulas de Primeiros Socorros,

onde sugeriram técnicas diferentes de ensino. Uma dessas sugestões foi a

execução de simulados, para melhor compreensão e assimilação do conteúdo

passado, pois uma simulação de Parada Cardiorrespiratória, permite identificar e

corrigir os principais dificuldades de atuação em um situação emergencial.

Pimentel, Mota e Kimura (2007) ressaltam que a introdução de

metodologias de ensino inovadoras é um processo moroso, no entanto cada vez

mais os alunos de graduação desejam ser participantes ativos desse processo,

passando a ser mais que meros receptores de conhecimentos para serem

construtores da sua própria formação.

Dentro desta perspectiva, “...cabe então aos professores desempenhar

um papel de mediadores desse processo, apoiando, ajudando, desafiando,

provocando e incentivando a construção do saber” (PERES, MEIRA, LEITE, 2007, p.

278).

Após avaliar o conhecimento e as atitudes dos profissionais de Educação

Física que participaram desta pesquisa demonstraram com relação ao que é

preconizado pelas diretrizes da AHA/2005 perante uma PCR e a RCP, ficou claro

que existe necessidade de mudanças efetivas no processo educacional para garantir

a atualização constante desses profissionais. Para isso, são necessários cursos de

formação continuada e permanente, uma vez que o processo de ensino-

aprendizagem da técnica de Reanimação Cardiopulmonar tem alto grau de

complexidade (MIYADAHIRA, 2001) e podem sofrer atualizações.

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Gil (2005) sugere que, ao se propor programas de formação continuada

para profissionais da saúde, deve-se considerar que o processo de aprendizagem é

complexo e alguns fatores podem exercer grande influência, como as estratégias de

ensino, as diferenças individuais, formas de motivação, nível de concentração,

feedback, memorização e retenção.

Uma das formas para se ter a formação continuada nesta área específica,

são os treinamentos específicos de RCP que devem ser baseados nos protocolos

recomendados pela American Heart Association, pois esses protocolos visam

garantir a uniformização dos procedimentos e técnicas preconizadas para o

atendimento de pacientes vítimas de PCR.

Portanto, é necessário não só pensarmos em formação continuada, mas

sim em formação permanente, uma vez que a formação profissional nunca pode ser

vista como completa e definitiva.

CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos neste estudo, cujo objetivo era

contribuir com a formação profissional do professor de Educação Física em relação

ao conhecimento sobre intervenção primária em PCR e RCP com vistas a discutir a

formação oferecida na graduação e em cursos de formação continuada, chegamos à

conclusão que a maioria dos profissionais de Educação Física não estão

capacitados para atender um mal súbito e muito menos intervir com manobras de

RCP.

Acreditamos que este resultado possa ser mudado durante a formação

acadêmica, onde os educadores que ministram a disciplina de Primeiros Socorros

devem buscar estratégias facilitadoras no processo de ensino-aprendizagem dos

discentes, procurando seguir protocolos específicos e padronizar treinamentos de

PCR e RCP, promovendo desta forma, uma melhora do conhecimento, da

habilidade e da atitude do profissional de Educação Física frente a um incidente

deste tipo.

Além disso, cursos de formação continuada e/ou permanente, são

fundamentais nesta área, uma vez que órgãos internacionais realizam revisões

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periódicas abordando este tema, com o objetivo de alcançar resultados melhores na

intervenção de uma PCR, possibilitando um aumento da sobrevida das pessoas.

Portanto, do ponto de vista da formação acadêmica, é necessário que o

educador busque estratégias de ensino diferentes no contexto de suas aulas, ao

passo que, com relação aos profissionais de Educação Física, a formação

continuada e permanente é uma necessidade para melhorar sua capacitação

profissional.

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73

APÊNDICES:

Apêndice A:

TERMO DE AUTORIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO

PARA EXECUÇÃO DA PESQUISA

(RESPONSÁVEL PELA ACADEMIA)

Título da Pesquisa: Desempenho do profissional de Educação Física em casos

de Parada Cardiorrespiratória: uma proposta para formação continuada.

Eu, __________________________________________________________,

nascido em ____________________, portador (a) do RG nº

_______________________, responsável técnico pela Academia

___________________________, situada à

___________________________________, São Paulo – SP, e email

_______________________________________________, abaixo assinado,

autorizo(a) a realização da pesquisa supracitada, nas dependências da academia

supramencionada, como também me responsabilizo pela oferta de condições de

acesso as informações e pessoas necessárias de modo a garantir a execução da

referida pesquisa, sob-responsabilidade do pesquisador Douglas Figueiredo

Cossote, aluno do curso de Mestrado em Educação Física, da Universidade São

Judas Tadeu, orientado pela Profª Dra. Sheila Aparecida Pereira dos Santos Silva,

membro do Curso de Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas

Tadeu.

Assinado este Termo de Consentimento, estou ciente que:

1. O objetivo desta pesquisa é contribuir com a formação profissional em relação

ao conhecimento sobre intervenção primária em Parada Cardiorrespiratória

(PCR) e Reanimação Cardiopulmonar (RCP).

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74

2. Durante a pesquisa serão utilizados como instrumentos para a coleta de

dados:

a) Dois questionários;

b) Um teste (simulado);

c) Um curso básico de 04 horas/aulas de R.C.P.

3. Todos os participantes da pesquisa preencherão o Termo de Consentimento

e Livre Esclarecimento;

4. Riscos aos sujeitos da pesquisa:

Aos profissionais de Educação Física envolvidos na pesquisa.

São Paulo, ________de _____________ de __________.

_________________________________________

Assinatura do responsável pela Academia

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75

Apêndice B:

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

VALIDAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS

Título da Pesquisa: Desempenho do profissional de Educação Física em casos de Parada

Cardiorrespiratória: uma proposta para formação continuada.

Eu, __________________________________________________________, nascido (a) em

____________________, portador(a) do RG nº _______________________, vinculado à (nome da

instituição onde trabalha) ____________________________________________________, situada à

_________________________________________________________________________, e

conhecedor de assuntos relativos à prestação de socorros urgentes, em especial fundamentos,

técnicos e manobras de Reanimação Cardiopulmonar, e-mail

_______________________________________________, abaixo assinado, concordo em opinar

sobre o conteúdo dos questionários que serão aplicados nesta pesquisa, de modo a garantir que ela

atinja aos objetivos propostos.

Estou ciente que a pesquisa será desenvolvida sob-responsabilidade do pesquisador Douglas

Figueiredo Cossote, aluno do curso de Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas

Tadeu, orientado pela Profª Dra. Sheila Aparecida Pereira dos Santos Silva.

Assinando este Termo de Consentimento, estou ciente que:

O objetivo desta pesquisa é contribuir com a formação profissional em relação ao conhecimento

sobre intervenção primária em Parada Cardiorrespiratória (PCR) e Reanimação Cardiopulmonar

(RCP).

Durante a pesquisa serão utilizados como instrumentos para a coleta de dados: dois questionários;

um teste (simulado); um curso básico de 04 horas/aulas de R.C.P.

Todos os participantes da pesquisa preencherão o Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento.

São Paulo, ________de _____________ de 2013.

________________________________________

Assinatura do (a) especialista

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Apêndice C:

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TÍTULO DA PESQUISA: Desempenho do profissional de Educação Física em casos

de Parada Cardiorrespiratória: uma proposta para formação continuada.

Assinando este Termo de Consentimento, estou ciente de que:

1) O trabalho tem o objetivo identificar o conhecimento teórico-prático de educadores

físicos em relação à PCR e RCP com vistas a elaborar propostas efetivas para sua

formação continuada nessa habilidade específica. Participarão deste estudo,

profissionais de Educação Física que trabalham em academias de Ginástica da zona

leste de São Paulo;

2) Minha participação será responder dois questionários, um contendo perguntas

fechadas e outro com perguntas abertas sobre os procedimentos de primeiros

socorros e a manobra de Reanimação Cardiopulmonar, como também participarei

de um simulado, demonstrando as manobras de RCP.

3) A participação neste estudo, não me trará qualquer tipo de riscos e os

desconfortos causados serão minimizados pelas informações dadas pelo

pesquisador durante as avaliações. Estou ciente que serei beneficiado com a

possibilidade de aprimorar os meus conhecimentos, através de um curso específico

teórico-prático sobre RCP;

4) Compreendo que os resultados da pesquisa podem ser publicados, mas que o

meu nome e/ou minha identidade não serão revelados. Para manter a

confidencialidade dos meus registros o pesquisador utilizará códigos para os sujeitos

para que as informações pessoais dos voluntários sejam confidenciais; e qualquer

documentação gerada pela pesquisa será posteriormente destruída;

5) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente

sobre a minha participação na referida pesquisa;

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6) Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa

sem ser prejudicado(a) por isso;

7) Para participar desta pesquisa não haverá qualquer tipo de despesa, bem como

nada será pago pela participação;

8) Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas

Tadeu para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo

telefone (11) 2799-1665;

9) Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Profº Douglas

Figueiredo Cossote, sempre que julgar necessário pelo telefone (11) 98456-5765;

Eu,______________________________________________________(nome),

idade__________,RG:________________,endereço:_________________________

___________________________________________________________,telefone

____)___________________________________________________,

e-mail:_____________________________________, abaixo assinado, dou meu

consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário(a) do projeto de

pesquisa supracitado;

9) Este Termo de Consentimento é feito em duas vias – uma que permanecerá

em meu poder ,e outra com o pesquisador responsável.

São Paulo, ________de _____________ de________.

Nome e assinatura do Voluntário

__________________________________________________

Nome e assinatura do pesquisador

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Apêndice D:

QUESTIONÁRIO PARA O PROFISSIONAL

Questionário básico

1. Você é profissional da área de Primeiros Socorros (ex.: bombeiro, médico,

enfermeiro).

( ) Sim, qual atuação: ______________________________.

( ) Não.

2. Idade:________________

3. Nome da academia:__________________________________________

4. Você sabe se no seu trabalho, existe algum plano de atendimento para

emergência?

( ) Não ( ) Sim, qual:_____________________________________

5. Graduação cursada:

Bacharelado: ( ) Licenciatura: ( )

6. Local de Formação: _________________________________ cidade:

__________________

7. Há quanto tempo se formou?: _____________________

8. Duração do seu Curso de Graduação:

3 anos( ) 4 anos ( ) Mais que 4 anos ( )

9. Na graduação você teve alguma disciplina relacionada a Primeiros Socorros?

( )Sim, um semestre;

( )Sim, dois semestres;

( )Sim, mais que dois semestres;

( )Não.

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10. Como eram as aulas?

( ) Teóricas

( ) Práticas

( ) Teóricas e Práticas

11. Como você avaliaria as aulas que recebeu sobre Primeiros Socorros?

( ) Ótimas

( ) Boas

( ) Regulares

( ) Ruins

12. O Professor que ministrou esta disciplina era formado em:

( ) Medicina ( ) Enfermagem ( ) Educação Física ( ) Fisioterapia

( )Outra área. Qual? _______________________________.

13. Você realizou algum curso de especialização na área de Primeiros

Socorros?

( )Sim, durante a graduação;

( )Sim, depois da graduação;

( )Não, nunca realizei curso de especialização em Primeiros Socorros;

Questionário Técnico

14. Você se sente preparado (a) a atender seu aluno em caso de um desmaio

ou perda da consciência?

a. ( ) Sim, estou preparado(a);

b. ( ) Não.

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15. Identifique a alternativa que descreve os sinais de alerta de um ataque

cardíaco?

a. ( ) Pressão desconfortável, plenitude, aperto ou dor no centro do tórax

que dura mais do que alguns minutos.

b. ( ) Dor torácica aguda, como uma punhalada, que dura apenas poucos

segundos.

c. ( ) Tontura, fraqueza no braço ou perna e desvio de rima.

d. ( ) Segurar o pescoço com uma ou ambas as mãos e não conseguir

falar, tossir ou respirar.

e. ( ) Não sei responder.

16. Qual é a seqüência recomendada de procedimentos que deve ser

realizada quando se depara com uma pessoa deitada no chão?

a. ( ) Verificar nível de consciência, verificar respiração (ver, ouvir e

sentir), Reanimação cardiopulmonar (RCP), ligar para emergência.

b. ( ) Verificar nível de consciência, ligar para emergência, verificar

respiração (ver, ouvir e sentir), verificar batimento.

c. ( ) Ligar para emergência, verificar nível de consciência, RCP, verificar

respiração (ver, ouvir e sentir).

d. ( ) Verificar respiração (ver, ouvir e sentir), verificar consciência, RCP,

ligar para emergência.

e. ( ) Não sei responder.

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17. Como se faz o diagnóstico de uma pessoa em parada cardiorrespiratória

(PCR)?

a. ( ) Quando a pessoa não responde ao chamado.

b. ( ) Pela ausência de respiração.

c. ( ) Pessoa inconsciente e sem pulso.

d. ( ) Pela cor da pele.

e. ( ) Não sei responder.

18. Qual é a seqüência recomendada de procedimentos na manobra de

reanimação cardiopulmonar (RCP)?

a. ( ) Procurar sinais de circulação, abrir as vias aéreas, fornecer 2

respirações de resgate, se necessário.

b. ( ) Abrir as vias aéreas, fazer compressões torácicas, procurar sinais de

circulação, fornecer 2 respirações de resgate, se necessário.

c. ( ) Abrir as vias aéreas, verificar respiração, fornecer 2 respirações de

resgate, se necessário, procurar sinais de circulação, fazer compressões

torácicas.

d. ( ) Fornecer 2 respirações, procurar sinais de circulação, abrir as vias

aéreas, começar as compressões torácicas.

e. ( ) Não sei responder.

19. Você realiza uma inclinação da cabeça-elevação do queixo e olha, ouve e

sente a respiração. Se a vítima não estiver respirando, o que você deve

fazer a seguir?

a. ( ) Fornecer 3 respirações rápidas.

b. ( ) Fornecer 2 respirações lentas.

c. ( ) Fornecer 1 respiração rápida.

d. ( ) Fornecer 1 respiração lenta.

e. ( ) Não sei responder

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20. Em relação à compressão-ventilação (massagem cardíaca-respiração de

resgate), presente na manobra de RCP, qual procedimento é realizado em

adulto, conforme a diretriz da American Heart Association 2000-2005 /

2005-2010?

a. ( ) 15 compressões para 1 ventilação (15:1).

b. ( ) 15 compressões para 2 ventilações (15:2).

c. ( ) 5 compressões para 01 ventilação (5:1).

d. ( ) 30 compressões para 02 ventilações (30:2).

e. ( ) Não sei responder.

21. Você tenta fornecer uma respiração de resgate à vítima, mas o tórax dela

não se eleva. O que você deve fazer?

a. ( ) Usar a manobra de Heimlich (fazendo compressas abdominais rápidas

e forçadas).

b. ( ) Fazer uma varredura digital e depois tentar uma respiração de resgate,

o mais rápido possível.

c. ( ) Reabrir as vias aéreas e tentar a respiração de resgate novamente.

d. ( ) Procurar sinais de circulação.

e. ( ) Não sei responder.

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Apêndice E:

Ficha de Observação

Durante a simulação, o participante:

CHECK-LIST SIM NÃO

9) Avaliou se a vítima está ou não consciente?

10)Verificou se a vítima está respirando?

11)Liberou as vias aéreas conforme técnica necessária?

12)Efetuou duas ventilações artificiais de resgate?

13)Verificou se a vítima apresenta pulso palpável?

14)Efetuou 30 compressões torácicas?

15)Efetuou novamente mais duas ventilações de resgate?

16)Efetuou quatro ciclos de 30 compressões torácicas e 02

ventilações?

TOTAL

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Apêndice F:

QUESTÕES ABERTAS

1) Do conteúdo ministrado no curso, o que foi novidade para você?

2) Quais aspectos você julga mais difícil memorizar e aplicar?

3) O que você tem a sugerir para que as faculdades de Educação Física

ensinem adequada e suficientemente as técnicas envolvidas na RCP?

4) O que você tem a sugerir para que os locais de trabalho do profissional de

Educação Física atualizem esse profissional a respeito das técnicas

envolvidas na RCP?

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Apêndice G:

Programação do Curso de 04 horas/aula

As aulas teóricas serão ministradas com a utilização de data show, conforme

segue abaixo:

Assuntos Duração

1) Biossegurança 10 min.

2) Análise Primária 10 min.

3) Análise Secundária 20 min.

4) Parada Cardiorrespiratória 30 min.

5) Reanimação Cardiopulmonar de acordo com a AHA-

2005/2010

20 min.

6) Desfibrilador Externo Automático (D.E.A.) 30 min.

Total 02 horas

As aulas práticas serão ministradas com a utilização de bonecos simuladores

e aparelhos desfibriladores para treinamento, conforme segue abaixo:

Assuntos Duração

1) Análise Primária e Secundária 30 min.

2) Reanimação Cardiopulmonar de acordo com a AHA-

2005/2010

45 min.

3) Desfibrilador Externo Automático (D.E.A.) 45 min.

Total 02 horas

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ANEXOS:

Anexo 1: Validação dos Questionários

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Anexo 2- Aprovação do CEP

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Anexo 3: Boneca do treinamento

Anexo 4: Desfibrilador Externo Automático (DEA)