Upload
vandien
View
221
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
ARTIGO CIENTÍFICO
Biossegurança aplicada para área da maquiagem de embelezamento
Bruna Rubbo Zanchetta1 - Acadêmica do Curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.
Janaína Braun Pozzebom2
- Acadêmica do Curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.
Janine Maria Pereira Ramos3 – Farmacêutica - bioquímica; Mestra em Biotecnologia, especialista
em Farmácia Magistral, Professora do Curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.
Contatos
RESUMO
A postura ética do profissional de beleza inclui as condutas de Biossegurança que devem ser
adotadas em diversas áreas, incluindo a área da maquiagem de embelezamento. Biossegurança é
o conjunto de procedimentos que visa a minimizar os riscos que possam comprometer a saúde
humana, animal e o meio ambiente. Nesse processo prático, o maquiador e o cliente estão
envolvidos em riscos de diversas naturezas, como biológico (contato com a pele não integra,
gerando contaminações cruzadas e infecções), químico (uso de produtos cosméticos, que podem
acarretar alergias e hipersensibilidade), físico (falta de organização e estrutura ambiental) e
ergonômico (postura inadequada e movimentos repetitivos). Diante da detecção e identificação
destes riscos, é fundamental para o profissional maquiador a adoção de medidas de
Biossegurança, dentre elas, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) e coletiva
(EPC’s), a correta higienização e anti-sepsia das mãos do profissional, limpeza e desinfecção de
utensílios e do ambiente de trabalho, o gerenciamento dos resíduos gerados, além do correto
manuseio e aplicação dos produtos cosméticos. Este trabalho tem por objetivo conscientizar o
profissional maquiador e o público em geral, através da produção de um material científico e ao
mesmo tempo didático. Mudanças de conduta e postura são essenciais para que haja
aprimoramento dos profissionais ligados tanto à realização do trabalho na área de beleza quanto a
sua fiscalização, servindo como modelo para pesquisas posteriores direcionadas ao
aperfeiçoamento das normas de Biossegurança para a área da maquiagem, incentivando os
profissionais na aplicação dessas condutas na sua rotina de trabalho.
Palavras-chave: 1: Biossegurança; 2: embelezamento; 3: maquiagem.
INTRODUÇÃO
A valorização da aparência e a harmonia visual refletem o bem-estar psicológico e social
do homem moderno. A maquiagem, que se caracteriza pela luminosidade natural, transmitindo a
sensação de leveza e suavidade, é uma forma de arte produzida pelo profissional maquiador, o
qual consegue, a partir de um processo criativo, solidificar o contexto de produção. Consiste em
um fascinante jogo de luzes, cores e sombras, que harmonizam os traços e realçam a beleza
individual, sobrepondo sensualidade e efeitos ao visual. As individualidades dos conceitos de
beleza devem ser respeitadas, pois transmitem as qualidades de cada indivíduo, tais como
atividade, força, dinamismo, autocontrole e harmonia, além da auto-estima (VIGARELLO, 2004;
HALLAWEL, 2004).
O profissional transforma esse conceito em imagem, através do conhecimento de
produtos, além de técnicas atualizadas. A seriedade e importância que o profissional dedica a este
meio ganha espaço no dia-a-dia em diferentes classes sociais, regiões e ocupações (CURY,
2006).
No processo prático que envolve a maquiagem, destaca-se o uso adequado de
procedimentos de Biossegurança, sendo esta definida pela condição de segurança alcançada por
um grupo de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos próprios às
atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente (TEIXEIRA e
VALLE, 1996). Os cuidados relacionados à Biossegurança têm importantes aspectos neste
contexto, porque asseguram ao profissional a prática correta de suas atividades, minimizando os
riscos biológicos, químicos, físicos, de acidentes e ergonômicos inerentes à profissão, dando
credibilidade ao seu trabalho. Esta maneira de atuação requer, porém, profissionais capacitados e
especializados, com formação voltada a princípios científicos e éticos, e acima de tudo, atenta às
novas tendências (ANVISA, 2003; WATANABE, 2007).
A atuação profissional dos maquiadores compreende uma variedade de técnicas e recursos
a serem escolhidos. No Brasil a classificação é definida por maquiagem de embelezamento,
maquiagem artística, e ainda maquiagem de caracterização. No presente artigo, a abordagem será
exemplificada nas condutas de Biossegurança voltadas à maquiagem de embelezamento
(THIVES, 2009).
A evolução tecnológica propiciou ao mercado rápidas inovações, sendo que este processo
influenciou diretamente na reorganização das formas de atuação dos profissionais em diversas
áreas, principalmente na área de beleza e estética. Analisando essa evolução, os profissionais da
beleza perceberam a necessidade de elaboração de um material informativo de Biossegurança
específico para a área da maquiagem. A atuação do profissional maquiador dentro de condutas e
normas de Biossegurança consiste em um grande diferencial no mercado e de exclusividade no
segmento da maquiagem de embelezamento, associando, assim, os conceitos de beleza,
maquiagem e Biossegurança. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo conscientizar os
profissionais da maquiagem no uso adequado dos procedimentos de Biossegurança, através de
um material contendo informações científicas, porém didáticas, em uma linguagem simples e
objetiva.
METODOLOGIA
Este trabalho de pesquisa caracteriza-se por um estudo exploratório com análise qualitativa, a
partir de dados bibliográficos, constituindo-se assim em um estudo de revisão bibliográfica,
através da consulta de livros e artigos relacionados à Biossegurança, além de legislações,
resoluções e normas técnicas elaboradas por órgãos regulamentadores, especialmente a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). De acordo com Gil (1994) este é um
método adequado para analisar temas ainda pouco explorados na literatura atual, visando uma
melhor compreensão.
As informações obtidas neste trabalho destinam-se aos profissionais maquiadores que
procuram aperfeiçoamento de suas técnicas, atualizações e comprometimento ético, e ainda visa
acrescentar informações ao público leigo, que tem interesse na área da maquiagem.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A ética está em constante processo de evolução, adaptando-se cada vez mais a diferentes
áreas de atuação, direcionada para o atendimento das necessidades concretas do homem, com a
visão da responsabilidade pessoal, adotando novos comportamentos e atitudes (NISHIDA, 2006).
A adoção de condutas de Biossegurança pelos profissionais da beleza faz parte de um conjunto de
comportamentos éticos, ou seja, de uma nova postura profissional, na qual ele assume as
responsabilidades pela minimização de riscos de diversas naturezas, proporcionando segurança e
bem estar ao cliente durante a execução do procedimento da maquiagem.
Costa (2002) destaca que a Biossegurança pode ser entendida como uma ocupação
agregada a qualquer atividade que envolva a saúde. Oppermann e Pires (2003) corroboram que a
Biossegurança é um processo funcional de extrema importância para com os serviços de saúde,
que abrangem medidas de controle de infecções, para proteção da equipe de prestação de serviços
e seus usuários. É de destaque que a Biossegurança tem papel fundamental na consciência
sanitária da sociedade onde opera, priorizando a preservação do meio ambiente na manipulação e
no descarte de resíduos químicos, tóxicos, infectantes e recicláveis, bem como a redução geral de
riscos à saúde e acidentes ocupacionais. Considera-se que a Biossegurança é um processo
constante, que não tem fim em sua terminologia, pois deve ser sempre atualizado e
supervisionado, e ainda sujeito à exigência de respostas imediatas ao aparecimento e proliferação
de microrganismos mais resistentes e agressivos.
O sucesso da atuação do profissional na área da maquiagem resulta da sinergia de vários
fatores, dentre eles a adoção de condutas de Biossegurança. O processo que envolve essas
condutas deve ser iniciado através da análise dos riscos que permeiam este meio, são eles:
biológicos, químicos, físicos e ergonômicos (WATANABE, 2007; MTE, 2008).
Riscos biológicos
A rotina humana, especialmente na área da maquiagem, proporciona um contato diário
entre seres vivos e microrganismos. Porém, somente este contato não indica necessariamente em
uma evolução patológica, mas sim um processo natural, quando devidamente equilibrado. Os
microrganismos são seres microscópicos encontrados no ar, na água, nas superfícies, no ambiente
e no organismo humano, fazendo parte de diversos grupos taxonômicos, como os protozoários,
bactérias, fungos ou vírus. A homeostase entre seres humanos e microrganismos se dá através de
uma relação comensal, na qual estes últimos sobrevivem e alimentam-se em um meio propício,
que é a superfície corporal humana, oferecendo, em contrapartida, proteção à barreira cutânea e
mucosas contra a invasão de outros germes mais nocivos (patogênicos), além de sintetizarem
vitaminas e outros compostos. Entretanto, o equilíbrio desta relação pode ser rompido devido a
vários fatores, tais como: estado nutricional, variação hormonal, doenças, cirurgias, estresse, uso
de corticóides, quimioterapia, radioterapia, doenças imunossupressoras (HIV, leucemia e outras),
fatores climáticos e precárias condições de higiene. Estas condições influenciam na capacidade
de defesa do ser humano contra microrganismos, favorecendo o estabelecimento de infecções
(MURRAY, et al, 1992; ROBERTS, et al, 1998)
Se não forem tomadas as medidas cabíveis de Biossegurança, os procedimentos que
envolvem contato humano na área da beleza podem gerar fatores de risco biológico, que
culminam com as chamadas infecções cruzadas. Estas se definem pela transmissão de doenças de
uma pessoa para outra, através do contato direto ou por meio de objetos contaminados, podendo
ocorrer entre o profissional, o cliente, como também entre os profissionais responsáveis pela
conservação e limpeza de um estabelecimento de beleza (COVISA, 2006). O risco biológico
também pode ocorrer através do manuseio de materiais pérfuro-cortantes, como durante a troca
da lâmina do apontador de lápis de maquiagem (WATANABE, 2007).
O exercício profissional na área da maquiagem, quando realizado em uma ambiente onde
as condutas de Biossegurança não são adotadas, propicia a transmissão de várias doenças, sendo
de maior relevância as que seguem abaixo:
CLAMÍDIA – DST. A Chlamydia trachomatis é o agente causador de doenças do trato
urogenital, linfogranuloma venéreo (LGV), tracoma, conjuntivite de inclusão e pneumonia no
recém-nascido. O maior impacto da infecção por clamídia ocorre no sistema reprodutivo das
mulheres. É transmitida também através de secreção e feridas abertas de ambos os envolvidos.
Uma transmissão muito comum ocorre através do compartilhamento do batom (SEADI, et al,
2002).
CONJUNTIVITE - a conjuntiva é uma membrana mucosa que reveste a esclerótica e a
superfície interna das pálpebras. Sua inflamação é denominada conjuntivite. De origem alérgica,
bacteriana e viral, sendo esta última a mais comum. Sua transmissão ocorre por contato direto
(olho para olho, mãos contaminadas) ou indireto (vestuários e proliferação de moscas)
(MURRAY, et al, 1992).
DERMATITES BACTERIANAS OU FÚNGICAS - Causadas por microrganismos
provenientes de materiais contaminados, que tiveram contato biológico (contato direto)
(MURRAY, et al, 1992; DUARTE, et al, 2000).
HEPATITE B - causada pelo Vírus da Hepatite B (HBV), que invade as células hepáticas. É
uma doença de difícil tratamento e, quando não leva à morte, traz consequências graves como
câncer de fígado e cirrose. A transmissão se dá através do sangue e secreção contaminados,
podendo ser transmitida pela via sexual. O vírus HBV é altamente resistente, podendo ser viável
por semanas quando lançado ao meio ambiente. Para que haja a contaminação, basta uma
pequena quantidade de secreção na ferramenta de trabalho (MURRAY, et al, 1992; PANNUTI,
et al, [2008]).
HERPES - causada pelo Herpes Simples tipo 1 (HSV1), da família Herpesviridae. O vírus
penetra no corpo por infecção das mucosas ou soluções de continuidade na pele, a replicação do
vírus nesse local pode ser inaparente ou produzir lesões vesiculares, que cicatrizam geralmente
sem produzir escara. Pode ser ativada através de vários estímulos como estresse, trauma, febre ou
a luz do sol (MURRAY, et al, 1992; BAPTISTA, 2003).
INFECÇÕES DA OROFARINGE - estas infecções podem ser amigdalites, faringites,
infecções de garganta, infecções respiratórias, entre outras, transmitidas por contato direto
(MURRAY, et al, 1992; TEIXEIRA E VALLE, 1996).
INFLUENZA (GRIPE) - é uma doença respiratória aguda, causada pelo vírus Influenza, que
pode ser transmitido através de partículas de saliva da pessoa infectada, ao falar, tossir ou
espirrar. Os sintomas mais intensos são: febre alta, dores musculares e nas articulações, tosse e
inflamação nos olhos (MURRAY, et al, 1992; DÍAZ, 1998).
TUBERCULOSE - é uma doença causada por uma bactéria, o Mycobacterium tuberculosis. Esta
doença agride os pulmões preferencialmente, sendo a infecção disseminada através de gotículas
transportadas pelo ar, que levam a bactéria ao pulmão. Os sintomas são tosse intensa, dor toráxica
e tosse sanguinolenta (hemoptise) (MURRAY, et al, 1992).
Riscos Químicos
Diversos produtos químicos, incluindo os cosméticos, podem reagir com a superfície
cutânea causando reações dos mais diversos tipos, como irritações, intolerância local,
desconforto, vermelhidão entre outros. A alergia é um processo imunológico, no qual o
organismo humano reconhece e elabora uma resposta contra substâncias consideradas estranhas
(FORTE, 2004). A resposta imunológica pode variar a sua intensidade, sendo algumas reações
imediatas, como dermatite de contato e urticária; e outras de resposta prolongada e/ou tardia,
como as hipersensibilidades. As hipersensibilidades envolvem mecanismos imunológicos e
podem manifestar-se em outra área diferente da área de aplicação (DUARTE, et al, 2000).
É importante, portanto, insistir que o profissional maquiador deve verificar se um produto
é capaz de desencadear uma resposta alérgica em pessoas pré-sensibilizadas, através de um teste
cutâneo em uma pequena área. Verifica-se, ainda, a necessidade de avaliar o risco dos
ingredientes que constituem a fórmula. O efeito sistêmico da aplicação de um produto químico na
barreira cutânea resulta da passagem de quaisquer ingredientes do produto para a circulação
geral, diretamente por via inalatória, transcutânea ou transmucosa, metabolizados ou não
(MURRAY, et al, 1992).
Outro fator importante, que deve ser levado em consideração é o armazenamento dos
produtos cosméticos, que deve ser em local arejado, evitando calor e umidade. O prazo de
validade delimitado pelo fabricante deve ser respeitado. A variação de cor, textura e odor que são
perceptíveis, determinam que o produto perdeu sua estabilidade e consequentemente sua eficácia
(ANVISA, 2004).
Riscos físicos, de acidentes e ergonômicos
Os riscos físicos se definem como formas de energia a que os profissionais e clientes
encontram-se expostos no cotidiano, nos quais as mais comuns durante os procedimentos da
maquiagem são: disposição inadequada dos mobiliários no ambiente; organização e limpeza
incorretas dos móveis e instrumentos de trabalho; instalações elétricas impróprias e sem
manutenção, principalmente se a construção do local for antiga; a área de trabalho insuficiente;
Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) inadequados ou não fornecidos; presença de ruídos
excessivos e temperaturas não confortáveis decorrentes de equipamentos e instalações; (INSS,
1998; BÔAS, 2003; PAGANINI e SILVA, 2007; WATANABE, 2007).
Um exemplo de risco físico é o climatizador de ambientes, que pode proporcionar ruídos
intermitentes, contribuindo para o aumento de casos de estresse e mudanças de humor; bem como
a variação de temperatura e acúmulo de microrganismos e sujidades nos filtros, que podem levar
à predisposição para doenças das vias respiratórias ou fadiga física. Há ainda riscos de incêndios
caso não seja realizada a correta manutenção elétrica (ABNT, 1987; ANVISA, 2000; FIOCRUZ,
2003; PAGANINI e SILVA, 2007; WATANABE, 2007).
Os riscos ergonômicos são os fatores que podem afetar a integridade física ou mental do
trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença, sendo considerados os principais riscos
ergonômicos: esforço físico contínuo, postura inadequada, produtividade e rotina intensa,
situação de estresse, trabalhos em período noturno, monotonia e repetitividade. Tais riscos podem
gerar distúrbios à saúde, comprometendo a produtividade, saúde e segurança, como Lesões por
Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares (LER/DORT), cansaço físico, dores
musculares, alteração do sono, doenças nervosas, doenças do aparelho digestivo (gastrite e
úlcera), tensão e ansiedade, como demonstra a Tabela 1 (MTE, 1978; INSS, 1998; ANVISA,
2000; BÔAS, 2003; PAGANINI e SILVA, 2007; WATANABE, 2007).
Visto tais fatores, é notável a necessidade de medidas de Biossegurança para prevenção,
diminuição ou eliminação dos riscos no ambiente de trabalho, como será detalhado a seguir.
MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA NA ÁREA DA MAQUIAGEM
Estrutura, organização e limpeza do ambiente de trabalho
O local de trabalho para a realização dos procedimentos da maquiagem de embelezamento
pode estar inserido em um estabelecimento ou centro de beleza, sendo uma sala específica, uma
cabine, ou um espaço reservado para esta atividade. Este ambiente contará com toda a estrutura
geral do estabelecimento, incluindo recepção, local de paramentação, lavabo e sanitários
destinados a clientes e profissionais (COVISA, 2006; KEMPER, 2006).
O espaço físico deve possuir estrutura planejada e adequada, provido de mobiliários, tais
como: cadeiras ergonômicas para os clientes, cadeiras para o profissional, cadeira ou sofá
auxiliar, bancada de trabalho com tamanho adequado à disposição dos artigos e utensílios,
lixeiras com pedais (identificadas com seu resíduo específico), espelho fixo e móvel, lavatório de
mãos e artigos, armário para estoque de materiais, expositor de produtos. O piso, as paredes e
aberturas devem ser constituídas de materiais lisos, impermeáveis, laváveis e resistentes a
produtos químicos; preferencialmente de cores claras (COVISA, 2006; KEMPER, 2006; MPOG,
2005).
O ambiente onde será realizada a maquiagem deve ser arejado, possuindo conforto
térmico, que pode ser natural ou artificial. O sistema de ar condicionado é um recurso
complementar que, quando bem planejado, ajuda a garantir o bem-estar térmico (COVISA, 2006;
KEMPER, 2006; MPOG, 2005). A iluminação do local de trabalho deve mimetizar a
luminosidade do ambiente do evento ao qual a cliente irá freqüentar. Para maquiagens realizadas
à luz do dia, a iluminação ideal é realizada sob a luz natural, ou a luz mais próxima do natural.
Ao se tratar de uma maquiagem direcionada para um local fechado e/ou à noite, a lâmpada
apropriada deve ser a luz branca ou fluorescentes para iluminar o ambiente geral e a utilização de
lampadas incadescentes direcionadas ao profissional e cliente (MOLINOS, 2007).
A rede elétrica do estabelecimento deve estar em boas condições de funcionamento, e sua
manutenção deve ser realizada periodicamente por profissional competente. Deve-se evitar fios
soltos, expostos e desencapados, sobrecarga de equipamentos no mesmo interruptor e
equipamentos sem aterramento e estabilização (MTE, 1978; COVISA, 2006; KEMPER, 2006).
Um ambiente limpo e organizado, mesmo em instalações físicas simples, proporciona
bem-estar tanto para os clientes quanto para a equipe de trabalho. A limpeza e desinfecção do
ambiente devem ser diárias, alternando os produtos utilizados para que os microrganismos não se
proliferem e desenvolvam resistência. A proteção das superfícies com filme plástico, desde que
trocado periódicamente, auxilia a sua proteção. Cada estabelecimento de beleza deve elaborar e
implantar seu próprio plano de limpeza e desinfecção do ambiente, adequando os processos e
produtos químicos a sua realidade, levando em conta os riscos a que está exposto, sempre
acompanhado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) específicos em relação à
natureza do risco ao qual o profissional está exposto (ANVISA, 1991; OPPERMANN e PIRES,
2003; COVISA, 2006; WATANABE, 2007; MPOG, 2005).
Todo local de trabalho deve possuir Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s), como
extintores de incêndio em quantidade, tipos e localização adequados, de acordo com a
determinação da legislação vigente. A carga dos extintores necessitam de recarga renovada
regularmente, em intervalos estabelecidos pelo fabricante (ABNT, 1994; MTE, 2006).
Higienização e anti-sepsia das mãos do profissional
É a diminuição ou remoção da sujidade e da maior parte da microbiota transitória das
mãos, a fim de amenizar o risco de transmissão de doenças infecciosas. Essa remoção pode ser
feita através da lavagem e desinfecção das mãos por meio da ação mecânica, em conjunto de
água, sabão líquido (com pH idêntico ao da pele) e álcool 70º GL, como também através da
Clorexidina a partir da concentração de 1%, esta geralmente incorporada à formulação do
sabonete líquido. O processo se inicia pela abertura da torneira, umedecendo as mãos com água,
em seguida aplicando o sabão líquido em quantidade suficiente para formação de espuma quando
as mãos são friccionadas (conforme mostra a figura1), sem esquecer-se dos punhos. Após
remover completamente a espuma com água corrente, realizar-se a secagem das mãos com papel
toalha descartável e, ao fechar a torneira utilizar o mesmo papel toalha, assim evitando a
contaminação com germes já presentes pela abertura da torneira anteriormente. Ao desprezar o
papel toalha, deve-se usar o pé para a abertura da lixeira. Com as mãos secas, borrifar álcool 70º
GL nas mesmas, deixando-as secar naturalmente. Esse processo deve ser feito antes e após o
procedimento da maquiagem (DEFFUNE, [2001]).
Figura1: Higienização das mãos
Fonte: Hinrichsen, 2004.
Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s)
Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto, de uso
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho (MTE, 2006). O uso dos EPI’s é de extrema importância, pois
impedem que microrganismos e os produtos químicos possam contaminar o profissional e o
cliente (COVISA, 2006; MPOG, 2005).
O avental ou jaleco utilizado como EPI impede que os procedimentos da maquiagem
sejam realizados apenas com a roupa do corpo, evitando sujidade dos produtos e do cliente, bem
como a contaminação microbiológica. O material indicado para a confecção do avental/jaleco
deve ser constituído de tecidos laváveis, não inflamáveis ou do tipo descartável, devendo ter
comprimento na altura dos joelhos e mangas longas (SCHMIDLIN, 1998). A lavagem domiciliar
ou até mesmo a realizada em lavanderias deve ser realizada separadamente de outras roupas,
antecedida de desinfecção, por 30 minutos em solução de hipoclorito de sódio a 0,02% (10 ml de
alvejante comercial a 2 a 2,5% para cada litro de água), e deve ser um processo rotineiro
(FIOCRUZ, 2003).
Outro EPI utilizado nos procedimentos da maquiagem é a máscara, que além de proteger
as vias respiratórias contra aerossóis (gerados por saliva ou produtos em spray) e contra
aerodispersóides (gerados por produtos em pó), evita também o desconforto provocado pela
proximidade do profissional com o cliente, o que pode acarretar em contaminação de
microrganismos. A máscara é um EPI de uso individual, intransferível e não reutilizável, sendo
que sua vida útil varia de acordo com seu estado, saturação (evidenciada pela dificuldade da
respiração), odores presentes ou quando o elástico estiver solto, sendo que sua barreira protetora
é estimada em aproximadamente duas horas, quando fica saturada (SCHMIDLIN, 1998;
WATANABE, 2007). A máscara deve ser utilizada cobrindo completamente a mucosa da boca e
o nariz, não deve ser utilizada no pescoço e sob os cabelos, devendo ser descartada em lixo
biológico (ANDRADE, 1999; PAGANINI e SILVA, 2007; WATANABE, 2007).
Art.17. “Toda pessoa envolvida em procedimentos de
Biossegurança deverá utilizar Equipamentos de
Proteção Individual – EPI’s, conforme a técnica
utilizada para o processamento e de acordo com o
estabelecido pela legislação vigente”. (CONSELHO
FEDERAL DE ODONTOLOGIA, 1999).
Outros EPI’s como óculos de proteção, gorros e luvas descartáveis são de uso opcional
pelo maquiador, pois se ele seguir as recomendações acima, não há a necessidade de uso, porém,
são recomendadas durante procedimentos de limpeza e desinfecção de materiais, artigos e do
estabelecimento, devendo ser descartadas em lixo biológico (ANDRADE, 1999; PAGANINI, e
SILVA, 2007; WATANABE, 2007).
Limpeza e desinfecção de artigos e utensílios
Os materiais envolvidos no processo da maquiagem necessitam de uma adequada limpeza
e desinfecção. A tabela 1 apresenta uma breve listagem de artigos e utensílios utilizados pelo
profissional maquiador para a maquiagem de embelezamento. A limpeza é um processo no qual
são removidos sujidades de superfícies e objetos, enquanto a desinfecção reduz um grande
número de microrganismos potencialmente patogênicos em objetos e superfícies, mas não
destrói, necessariamente, vírus e esporos, sendo geralmente utilizados desinfetantes e anti-
sépticos (ANDRADE, 1999; CFO, 1999; PAGANINI e SILVA, 2007; WATANABE, 2007).
Para a correta aplicação da Biossegurança no processo da maquiagem é realizado em todo
e qualquer utensílio a limpeza e a desinfecção. Os procedimentos de esterilização não são
necessários para os artigos da maquiagem, porque estes não são considerados críticos e sim semi-
críticos, uma vez que não entram em contato com tecidos subepiteliais e sistema vascular, bem
como todos os que estejam diretamente conectados com este sistema (OPPERMAN e PIRES,
2003; KEMPER, 2006).
O procedimento inicia-se com a limpeza dos materiais, podendo-se utilizar detergente
enzimático diluído adequadamente em imersão por tempo determinado conforme o fabricante; ou
um detergente neutro e suave, como sabonete líquido de pH neutro, seguindo-se com o enxágue
em água corrente. Os utensílios devem ser secos através de estufa regulada a 40 – 50º C ou por
meio de ar quente, como o secador de cabelos. Após secos, os materiais são desinfetados,
podendo ser utilizados vários produtos disponíveis no mercado. A utilização de etanol a 70º GL
através da imersão ou borrifamento, é a forma mais comum de desinfecção de artigos semi-
críticos devido a sua praticidade e capacidade de evaporação. Porém soluções aquosas de
clorexidina a partir da concentração de 1% demonstraram maior eficácia na desinfecção de
superfícies quando comparadas com solução aquosa de clorexidina 0,5% e álcool 70º GL gel ou
líquido, ressaltando que a solução de clorexidina apresenta níveis extremamente baixos de
toxicidade (CFO, 1999; BOMBACE, et al, 2003).
Os artigos limpos, desinfetados e secos devem ser armazenados em locais adequados, de
preferência envoltos em plásticos selados ou em estojos próprios. Todo o processo de limpeza e
desinfecção deve ser realizado com as mãos higienizadas e fazendo o uso de EPI’s adequados,
como jalecos, máscaras e luvas (ANDRADE, 1999; CFO, 1999; PAGANINI e SILVA, 2007;
WATANABE, 2007).
Tabela 1. Materiais e utensílios que devem sofrer os processos de limpeza e desinfecção e suas
respectivas especificações (THIVES, 2009).
ARTIGOS
E UTENSÍLIOS
ESPECIFICAÇÃO
Apontador inoxidável O ideal é do tipo dois em um, que serve tanto para lápis de boca quanto de
olhos.
Curvador de cílios Tem função de curvar os cílios, seu tempo máximo de aplicação é de quinze
segundos.
Escova de sobrancelhas Auxilia para realçar o formato natural das sobrancelhas, além de possuir a
função de delinear as sobrancelhas quando um lápis específico é passado em
suas cerdas.
Escova ergonômica Para a limpeza de materiais.
Escova para máscara de cílios
Formas e tamanhos variados de cerdas, este auxilia o alongamento, a
definição e o curvamento dos cílios através do uso da máscara de cílios.
Faixa de cabelo de tecido Para prender os cabelos da cliente, assim impedindo que caiam sobre a face.
Kit Paleta e espátula de inox Para a deposição dos materiais a serem aplicados no cliente.
Pincel aplicador de base (cerdas
sintéticas)
Para aplicar base na face.
Pincel aplicador de blush (cerdas
naturais ou sintéticas)
Lembra um pincel de pó, mas normalmente contém menor número de cerdas,
além de estas terem um corte específico que se moldam as maças do rosto.
Pincel aplicador de corretivo (cerdas
sintéticas)
Indicado para aplicação de corretivo na face.
Pincel aplicador de pó facial (cerdas
naturais ou sintéticas)
Cerdas arredondadas (ou de seda) têm a função de empoar, optar sempre por
pincéis de cerdas macias.
Pincel aplicador de sombras (cerdas
naturais ou sintéticas)
Possuem cerdas arredondadas e achatadas são indicados para um efeito
esfumado perfeito. Os de cerdas alongadas auxiliam para aplicar as sombras
por toda a região dos olhos.
Pincel de cerdas arredondadas
(cerdas naturais ou sintéticas)
Para esfumar sombras.
Pincel chanfrado (cerdas naturais ou
sintéticas)
Para o delineamento de olhos.
Pincel para contorno de lábios
(cerdas naturais ou sintéticas)
Para delinear os lábios.
Pincel para lábios (cerdas naturais
ou sintéticas)
Redondo para a aplicação do batom.
Pincel leque (cerdas naturais ou
sintéticas)
Para arrastar as partículas da maquiagem que encontram-se em excesso na
face .
Pincel língua de gato (cerdas
naturais ou sintéticas)
Indicado para aplicar e esfumar áreas superiores e inferiores dos olhos. Evita
que partículas da maquiagem caiam sobre a face.
Condutas gerais de Biossegurança imprescindíveis na área da maquiagem
O profissional maquiador deve manter os cabelos limpos e presos, roupas limpas e
discretas, realizar a higienização e anti-sepsia das mãos, utilizar sapatos fechados e confortáveis,
não fazer uso de perfumes durante os procedimentos, além de fazer o uso adequado dos EPI’s. De
preferência, o profissional deve apresentar-se maquiado (ANDRADE, 1999; PAGANINI e
SILVA, 2007; WATANABE, 2007).
Na realização da maquiagem devem-se adotar medidas e critérios visando prevenir
possíveis contaminações químicas e biológicas (ANDRADE, 1999). A aplicação dos produtos de
maquiagem não deve ser realizada diretamente no cliente, por exemplo, o batom não deve ser
aplicado diretamente sobre os lábios do cliente, e sim deve ser depositado sob uma paleta de aço
inox ou de material descartável, para então ser manuseado com o uso do pincel; assim como
sombras, pós, bases, lápis retráteis, máscara de cílios. Os lápis devem ser apontados antes de cada
aplicação, proporcionando a retirada da camada mais externa, esta contaminada.
Os materiais compostos por esponjas para a aplicação de bases, corretivos líquidos ou
pastosos, sombra ou pó, são obrigatoriamente descartáveis. Estes e outros são de uso opcional do
profissional, como os citados na tabela 2, ressaltando que o uso de materiais descartáveis
aumenta o volume de resíduos gerados (THIVES, 2009).
Tabela 2. Materiais descartáveis utilizados em procedimentos da maquiagem (THIVES, 2009).
MATERIAIS E
UTENSÍLIOS
ESPECIFICAÇÃO
USO OBRIGATÓRIO
(O) OU OPCIONAL (P)
Algodão ou toalhas faciais de
falso tecido
Utiliza-se para a limpeza da pele. O
Escova para máscara de cílios
Formas e tamanhos variados de cerdas, este auxilia o
alongamento, a definição e o curvamento dos cílios
através do uso da máscara de cílios.
P
Espátula para aplicar
maquiagem
Formas e tamanhos variados de plástico ajuda o
profissional a retirar a maquiagem sem contaminar o
produto.
P
Faixa para cabelos
Serve para prender os cabelos da cliente, assim
impedindo que caiam sobre a face.
P
Hastes de algodão Destinadas à correção de imperfeições na
maquiagem.
P
Lenços de papel
Devem absorver excessos de produtos ou suor da
pele, sem danificar a maquiagem.
P
Paleta descartável para
maquiagem (isopor)
Para a deposição dos materiais a serem aplicados no
cliente.
P
Papel toalha Para secagem dos instrumentos e das mãos. O
Pincel plástico de batom Formas e tamanhos variados de cerdas, este auxilia a
aplicação do batom.
P
Gerenciamento dos resíduos gerados nos procedimentos da maquiagem de embelezamento
É um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases
científicas e técnicas, normativas legais, que tem por objetivo diminuir a produção de resíduos.
Tais resíduos devem ser encaminhados de maneira segura e eficiente, para a proteção dos
trabalhadores, preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente (ANVISA,
2002).
O estabelecimento deve possuir locais determinados para a localização das lixeiras dos
resíduos gerados, os quais se dividem em: comuns (papel toalha usado e não contaminado com
material biológico, restos de alimentos), recicláveis (papéis, embalagens de produtos cosméticos
não tóxicos, caixas de papelão, latas e plásticos em geral), infectantes (máscaras, algodão e
lençóis descartáveis contaminados com material biológico), químicos (embalagens de produtos
cosméticos contendo substâncias tóxicas, paleta descartável) e pérfuro-cortantes (lâmina de
apontador) (ABNT, 1997; ANVISA, 2004; COVISA, 2006).
Esses resíduos devem ser separados no momento e local de geração em recipientes
específicos para cada resíduo, sendo que os resíduos químicos e infectantes devem ser
acondicionados em sacos brancos leitosos contendo os respectivos símbolos e inscrições,
enquanto os pérfuro-cortantes devem ser acondicionados em recipientes especiais de papelão e
paredes duplas (rígidos resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa e identificados).
Os resíduos recicláveis devem ser recolhidos através da coleta seletiva, enquanto que os resíduos
hospitalares (químicos, infectantes e pérfuro-cortantes), devem ser recolhidos por coleta especial,
geralmente através do recolhimento de uma taxa (ABNT, 1987; ANVISA, 2004; COVISA,
2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A diminuição ou a prevenção dos riscos próprios da atividade da maquiagem é
estabelecida pela Biossegurança. Dentro deste contexto, existe uma diversidade de normas, sendo
que poucas delas são direcionadas especificamente para o profissional maquiador. Desta forma, é
notável a importância da aplicação e adaptação das mesmas nesta área, assegurando a qualidade
dos serviços, o comprometimento ético e a segurança do profissional e do cliente. Na prática é
notável a necessidade da existência de um material informativo, que posteriormente capacitará a
publicação deste artigo, tornando-o de fácil acesso tanto para profissionais quanto para o público
em geral. O material produzido servirá como modelo para pesquisas posteriores direcionadas ao
aperfeiçoamento das normas de Biossegurança para a área da maquiagem, incentivando os
profissionais na aplicação dessas condutas na sua rotina de trabalho.
O ideal deste trabalho surgiu pelo conhecimento dos riscos de contaminação que podem
comprometer não só o resultado final, mas também a saúde do cliente e do profissional. Visto a
escassez de referências bibliográficas sobre condutas de Biossegurança na área da maquiagem,
aliada à observação da não aplicação dessas normas pelos profissionais serviu de incentivo para a
produção deste trabalho.
A conscientização da humanidade é o primeiro passo para que ocorra uma mudança de
comportamento, onde nem sempre o mais “fácil” é o correto. Dispor apenas dos EPI’s e EPC’s,
não é a solução, mas insistir em treinamentos é o recomendado. A falta de uma cultura
prevencionista tem sido o principal obstáculo para as que os indivíduos operem com precaução
em sua prática do trabalho.
Mudanças de conduta são essenciais para que haja aprimoramento dos profissionais
ligados tanto à realização do trabalho na área de beleza quanto a sua fiscalização. Perante as
normas vigentes é importante que os profissionais cumpram seu papel. Sugere-se que os
fabricantes de cosméticos de maquiagem disponibilizem a validade do produto não apenas na
embalagem externa e sim diretamente no produto de uma forma visível e durável.
Torna-se oportuno sugerir mais criatividade na confecção e uso dos EPI’s, criando
parcerias com estilistas e faculdades de moda, como por exemplo, aventais com design
personalizado, máscaras coloridas ou com estampas diferenciadas. Uma ação para concretizar
essa idéia seria a criação de um concurso entre profissionais relacionados à moda e design, em
conjunto com profissionais da beleza, para o desenvolvimento destes EPIs, levando em
consideração critérios como criatividade, acessibilidade e praticidade, visando tornar esse nicho
de mercado da beleza mais atraente e aceitável.
Espera-se que o material produzido durante este trabalho, possa incrementar ao
profissional os conceitos de Biossegurança voltados especificamente para a área da maquiagem
de embelezamento, e ressaltar sua importância, para que os profissionais assumam essa
responsabilidade na prática do seu trabalho e se conscientizem da importância do uso das
condutas de Biossegurança.
REFERÊNCIAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas de 1994. Inspeção, Manutenção e Recarga
em Extintores de Incêndio.
___ NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987.
___ NBR 10004: Resíduos sólidos: coleta de resíduos de serviços de saúde. Rio de Janeiro,
1997.
ANDRADE, L. M. Curso de Biossegurança da UNIFENAS- Universidade José do Rosário
Vallano. Biossegurança: Manual para profissionais da área odontológica. Belo Horizonte,
1999, 17p. Disponível em www.unifenas.br/radiologia/word/cursodebiosseguranca.doc. Acesso
em 24 de abr. de 2009.
BÔAS, R. D. S. V. -. Análise Macroergonômica do Trabalho em Empresa de Artigos de
Perfumaria e Cosméticos: um Estudo de Caso. 2003. 77 f. Curso de Mestrado
Profissionalizante em Engenharia, Departamento de Escola de Engenharia, UFRGS -
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.
BOMBACE, A. M. J. Barros, E. J. A., Santos, S. S. F., Jorge, A. O. C. Eficácia de Soluções
Aquosas de Clorexidina para desinfecção de superfícies. Rev. Biociênc.,Taubaté, v.9, n.2,
p.73-81, abr - jun 2003.
BRASIL. CFO - Conselho Federal de Odontologia. Biossegurança. Art. 17, 1999. 31 p.
Disponível em www.odontonews.com.br/html/downloads.htm. Acesso em 12 de Maio de 2009.
BRASIL. Instituto Nacional de Seguridade Social. Ordem de Serviço/INSS n.º 606/1998, de 5
de agosto de 1998, que aprova a norma técnica sobre distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho. Diário Oficial da União, Brasília, Distrito Federal, de 19 de ago. de
1999. Seção I, p. 29514.
BRASIL. Ministério da Saúde. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução
RE nº 176 de 24 de outubro de 2000. Padrões referências de qualidade do ar interior em
ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo. Brasília: MS, 2000.
___ Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos - 1. ed. -- Brasília: ANVISA, 2004. 52 p.
Disponível em www.anvisa.gov.br/cosmeticos/guia_series.htm. Acesso em 29 mar. 2009.
____ Manual de procedimentos básicos para o controle de infecção hospitalar. Brasília,
1991, 92p.
___RDC nº 306 – Gerenciamento de Resíduos. Brasília, 2004, 39p. Disponível em www.e-
legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=13554. Acesso em 16 de Abr. de 2009.
___Saúde Ambiental e Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde: Projeto Reforsus. Brasília:
Ministério da Saúde, 2002, 450 p.
. Acesso em 22 de nov. de 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz. Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar: Manual de Limpeza.
___Módulo 4: Biossegurança, produtos perigosos, gases, climatização e higiene. Rio de
Janeiro, 2003. Disponível em www.saude.gov.br/bvs/publicacoes/UNIDADE04.PDF. Acesso em
07 fev. 2009.
___Módulo 5: Controle de Resíduos de Serviços de Saúde. Rio de Janeiro, 2003. Disponível
em www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/UNIDADE05.PDF. Acesso em 07 fev. 2009.
BRASIL. MTE - Ministério do Trabalho e do Emprego. NR23: Proteção contra incêndios.
Brasília, 1978. Disponível em: www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras. Acesso
em 2 de abr. de 2009.
___ NR6: Equipamento de proteção individual - EPI. Brasília: MTE, 2006. Disponível em
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras. Acesso em 01 ago. 2008.
___ NR17: Ergonomia. Brasília, 2008.
BRASIL. MPOG - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. NR32: Segurança e saúde
no trabalho em serviços de saúde. Brasília: Diário Oficial da União- Seção 1, ISSN 1677-7042,
2005.
COSTA, M. A. F. Qualidade em Biossegurança. Qualitymark editora. Rio de Janeiro, 2002,
100p.
COVISA - Coordenação de Vigilância em Saúde: Guia de Orientação para Estabelecimentos
de Assistência à Saúde. São Paulo, 2006, 16p. Disponível em www.prefeitura.sp.gov.br/covisa.
Acesso em 20 de mar. de 2009.
CURY, M. C. F. da S.; SERRA, J.; CARVALHO, M. L.; ROMANO, I. S.; TALIBERTI, H. Q.;
Beleza com Segurança: Guia Técnico para Profissionais. São Paulo, 2006, 16p.
DEFFUNE, E. Higienização das Mãos. São Paulo, [2001], 13p. Disponível em
www.hemocentro.fmb.unesp.br. Acesso em 09 mar. 2009.
DÍAZ, H. R. H. Seção III: Aspectos clínicos e tratamento. Cap. 9: Resfriado Comum.
Washington, D. C. Março 1998, 491p. Disponível em www.paho.org/Portuguese/AD/DPC/CD.
Acesso em 12 de fev. de 2009.
DUARTE, I. A. G. Dermatite de Contato. Santa Casa de São Paulo: Associação Brasileira de
Editores Científicos, 2000, 19 p. Disponível em: www.anaisdedermatologia.org.br/public. Acesso
em 23 jan. 2009.
FORTE, W. N. Imunologia Básica e Aplicada. Porto Alegre: Artmed, 2004, 359 p.
HALLAWEL, P. Visagismo: Harmonia e Estética. 2ª Senac. São Paulo, 2004, 288 p.
HINRICHSEN, Sylvia Lemos. Biossegurança e controle de infecções: risco sanitário
hospitalar. Medsi, 2004, 896 p.
KEMPER, M. M. Manual de Desinfecção e Biossegurança do Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência SAMU – 192 Santa Catarina. Florianópolis, 2006, 166p.
MOLINOS, D. Maquiagem - Duda Molinos. 9. ed. São Paulo: SENAC, 2007, 223 p.
MURRAY, P. R.; DREW, W. L.; KOBAYASHI, G. S.; THOMPSON, J. H. Microbiologia
Médica. 1992, 511p.
NISHIDA, N. F. A imagem da mulher na publicidade: cenário das representações da ética
de responsabilidade. UNIrevista (UNISINOS. Online), v. I, p. 1, 2006.
OPPERMANN, C. M. e PIRES, L. C. Manual de Biossegurança para Serviços da Saúde.
Porto Alegre, 2003, 80p.
PAGANINI, T.; SILVA, M. S. A esterilização dos instrumentos de manicure e pedicure nos
estabelecimentos de Florianópolis: reconhecendo a realidade. Balneário Camboriú:
UNIVALI- Universidade do Vale do Itajaí, 2007, 14p.
PANNUTI, C. S.; FERREIRA, A. W. ; FERREIRA, A. R.; BRAZ, L. M. A.; KANASHIRO, E.
H. Y.; FINK M. C. D. da S.; LEMOS, C. P. A.; OLIVEIRA, M. I. S. de M.; OLIVEIRA, I. S.;
NEGRETTI, M. T. B.; SILVA, J. T. J. S.; JESUS, E. R.; GONÇALVES, M. Doenças Tropicais
e Saúde Internacional. 13ª Semana de Arte e Cultura da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão
Universitária - USP São Paulo: Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo,
[2008]. 20 p. Disponível em www.imt.usp.br. Acesso em 20 fev. 2009.
ROBERTS, C. E; NESTER, E. W.; PEARSALL, N. N.; ANDERSON, D. G.; NESTER, N. T.
Microbiology: A Human Perspective. Boston, Massachusetts: WCB McGraw-Hill.1998, 847 p.
SCHMIDLIN, K. C. S. Biossegurança na estética: equipamentos de proteção individual.
Personalité, n. 44. São Paulo, jan. 2006, p.80-101.
SEADI, C. F.; ORAVEC, R.; POSER, B. V.; CANTARELLI, V. V.; ROSSETTI, M. L.
Diagnóstico laboratorial da infecção pela Chlamydia trachomatis: vantagens e
desvantagens das técnicas. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. Rio de
Janeiro, 2002. Vol. 38 nº2.
TEIXEIRA, P. e VALLE, S. Biossegurança: Uma abordagem multidisciplinar. Rio de
Janeiro: Fiocruz, 1996. 362 p.
THIVES, F. Make - UP Profissional. Disponível em www.fabianathives.com.br/. Acesso em 12
de Abr. de 2009.
VIGARELLO, G. Historia da Beleza. Único São Paulo: Difel, 2004, 438 p.
WATANABE, E. Padronização das normas de Biossegurança em salões de beleza, clínicas
de estética e afins. UNIVALI- Universidade do Vale do Itajaí. Balneário Camboriú, 2007, 15p.
ANEXOS
Máscara descartável
Toalhas faciais de falso tecido
Escova para máscara de cílios descartável Maquiagem á ser aplicada
Espátula para retirar maquiagem
Esponja descartável
Faixa de cabelo lavável
Touca descartável
Pincéis
Máscara de cílios
Maquiagem depositada na paleta descartável