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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ VIVIANE COPPI BUDAL ARINS OBTENÇÃO E AVALIAÇÃO DE CHALCONAS E DERIVADOS PIRIMIDÍNICOS SOBRE A ATIVIDADE INIBIDORA NA COX-1 E COX-2 IN VITRO E ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA IN VIVO Itajaí 2015

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍsiaibib01.univali.br/pdf/Viviane Coppi Budal Arins 2015.pdfFátima de Campos Buzzi Co-orientador: Prof. Dr. Rogério Corrêa Itajaí, Novembro de 2015

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

VIVIANE COPPI BUDAL ARINS

OBTENÇÃO E AVALIAÇÃO DE CHALCONAS E DERIVADOS

PIRIMIDÍNICOS SOBRE A ATIVIDADE INIBIDORA NA COX-1 E

COX-2 IN VITRO E ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA IN VIVO

Itajaí

2015

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E

SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS BIOATIVAS

VIVIANE COPPI BUDAL ARINS

OBTENÇÃO E AVALIAÇÃO DE CHALCONAS E DERIVADOS

PIRIMIDÍNICOS SOBRE A ATIVIDADE INIBIDORA NA COX-1 E

COX-2 IN VITRO E ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA IN VIVO

Dissertação submetida à Universidade do Vale do Itajaí como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas. Orientadora: Prof

a. Dr

a. Fátima de Campos Buzzi

Co-orientador: Prof. Dr. Rogério Corrêa

Itajaí, Novembro de 2015

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FICHA CATALOGRÁFICA

A43

Arins, Viviane Coppi Budal, 1975- Obtenção e avaliação de chalconas e derivados pirimidínicos sobre a atividade inibidora na cox-1 e cox2 in vitro e atividade antinociceptiva in vivo / Viviane Coppi Budal Arins. 2015. 185f. ; il., tab. ; fig. Anexos Cópia de computador (Printout(s)). Dissertação (Mestrado) Universidade do Vale do Itajaí, Mestrado em Ciências Farmacêuticas. “Orientador : Profª. Drª. Fátima de Campos Buzzi” “Co-orientador: Prof. Dr. Rogério Corrêa” Bibliografia : p. 137-146 1. Chalconas. 2. Inibidores de Ciclo-Oxigenase. 3. Pirimidinas. 4. Atividade Antinociceptiva. I. Título. CDU: 615.32

CDU: 612.78

Josete de Almeida Burg – CRB 14.ª 293

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OBTENÇÃO E AVALIAÇÃO DE CHALCONAS E DERIVADOS

PIRIMIDÍNICOS SOBRE A ATIVIDADE INIBIDORA NA COX-1 E

COX-2 IN VITRO E ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA IN VIVO

Viviane Coppi Budal Arins „Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em Ciências Farmacêuticas, Área de Concentração Produtos Naturais e Substâncias Bioativas e aprovada em sua forma final pelo Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí. ‟

____________________________________ Fátima de Campos Buzzi, Doutora

Orientadora

__________________________________________________________ Clóvis Antônio Rodrigues, Doutor

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas

Apresentado perante a Banca Examinadora composta pelos Professores:

______________________________________ Doutora Fátima de Campos Buzzi (UNIVALI)

Presidente

_______________________________________

Doutor Rogério Corrêa (UNIVALI) Co-orientador

______________________________________ Doutor José Roberto Santin (UNIVALI)

Membro Banca Interna

______________________________________ Doutor Sérgio Faloni de Andrade (UNIVALI)

Membro Banca Interna

____________________________________ Doutora Patrícia de Aguiar Amaral (UNESC)

Membro Banca Externa

Itajaí (SC), 27, Novembro de 2015

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Ao meu esposo Luciano, aos meus filhos Gustavo,

Benícia e José.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser a fonte de tudo que é bom... Por me amar tanto apesar de mim... Obrigada Senhor! Ao meu esposo Luciano, por estar sempre ao meu lado em todos os momentos... Só nós sabemos quão alto foi o preço... Te amo! Aos meus filhos Gustavo, Benícia e José, por me mostrarem o que é o amor incondicional... Os abraços que recarregam as baterias... Aos meus pais José e Vilma e minha irmã Vanessa, por todo o incentivo e apoio desde sempre... Pai... Acho que agora acabou... As minhas fiéis escudeiras Locenir e Laíde... Sem o compromisso e a dedicação de vocês eu não teria chego até aqui. Muito Obrigada! A minha orientadora Fátima de Campos Buzzi... Tenho muito que te agradecer Fá... Não só por todo o conhecimento adquirido... Mas principalmente pelo privilégio de conviver com alguém que busca a excêlencia em tudo que faz, sem esquecer os valores... É uma honra fazer parte deste grupo... Ao querido Rogério Corrêa, meu co-orientador... Obrigada por todo incentivo, carinho e atenção... Te admiro muito! A Karina Elisa Machado, por “colocar a mão na massa” e realizar os experimentos da COX... Por ter sempre uma palavra de apoio nos momentos de desespero... Muito Obrigada! Ao professor Niero por estar sempre disponível para ajudar... Ao professor José Roberto Santin pela realização dos ensaios in vitro e pelas valiosas sugestões. Ao professor Sérgio Faloni de Andrade por contribuir com a correção e avaliação deste trabalho. Ao professor Clóvis por todo apoio e compreensão... Ao aluno Cassiano por ser imprescindível na primeira etapa deste trabalho. Muito Obrigada! A Karen, técnica do laboratório de síntese, por toda ajuda... A Juliana Nunes pelo carinho e amizade... sentirei saudades das nossas conversas... As alunas Ivana, Aline, Bianca e Anie, por tornar minhas tardes mais animadas... Obrigada meninas! A todos os irmãos em Cristo que lembraram de mim em suas orações... Muito pode a oração do justo em seus efeitos... Agradeço a todos que participaram direta ou indiretamente na realização deste trabalho... Deus abençoe!!

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“Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito, o meu Servo, o Justo, com o seu

conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará

sobre si.” (Isaías, 53:11)

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OBTENÇÃO E AVALIAÇÃO DE CHALCONAS E DERIVADOS

PIRIMIDÍNICOS SOBRE A ATIVIDADE INIBIDORA NA COX-1 E

COX-2 IN VITRO E ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA IN VIVO

Viviane Coppi Budal Arins

Novembro/2015 Orientadora: Fátima de Campos Buzzi, Doutora. Co-Orientador: Rogério Corrêa, Doutor Área de Concentração: Produtos Naturais e Substâncias Sintéticas Bioativas. Número de Páginas: 183

Uma série de chalconas foi obtida por meio de uma derivação do método de condensação aldólica de Claisen-Schmit e utilizada como precursora para a obtenção de derivados pirimidínicos. Estas moléculas foram obtidas por meio da reação das chalconas com cloridrato de guanidina em meio básico por três diferentes condições reacionais: temperatura ambiente, refluxo convencional e refluxo por microondas. Foram obtidas 7 chalconas e 7 derivados pirimidínicos. Os rendimentos variaram entre 60,80% a 97,06% para as chalconas e para as aminopirimidinas de 12,69% a 37,12%; 18,41% a 43,94% e 36,70% a 64,38% nas condições em temperatura ambiente, refluxo convencional e refluxo por microondas, respectivamente. As séries foram avaliadas quanto aos efeitos sobre a inibição das ciclooxigenases COX-1 e COX-2 por meio de ensaio imunoenzimático in vitro. Obteve-se bons resultados de inibição, sendo o melhor resultado para as chalconas a CHX (66,79%), para COX-1 e CHDCl (86,43%) para COX-2. Para as aminopirimidinas os melhores resultados foram AMNM (84,25%) e AMH (46,73%) para COX-1 e AMH (57,27%) para COX-2. Em relação ao CI50, a chalcona mais

efetiva para COX-1 foi a CHNM (0,08101 µM/ml) e para COX-2 a CHH (0,02915 µM/ml) entre as aminopirimidinas a mais efetiva foi a AMH (0,02511 µM/ml). Com os

resultados de CI50 obteve-se o índice de seletividade COX-2. Dentre as chalconas mais seletivas está a chalcona CHH (5,0785591). As aminopirimidinas apresentaram índice de seletividade superior ao controle e às chalconas correspondentes, com exceção da AMNM que apresentou valores inferiores. As aminopirimidinas foram avaliadas quanto à atividade antinociceptiva in vivo utilizando o modelo de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético. Todas as moléculas apresentaram-se mais efetivas que o controle AAS, com resultados de DI50 de 15 a

29 µM/kg. Os ensaios de citotoxicidade e atividade sobre a produção de NO não

apresentaram alterações. As análises in silico para verificar a biodisponibilidade por via oral, permeabilidade e absorção apresentaram-se dentro dos valores aceitáveis para candidatos a fármacos. Ao analisarmos a ordem de potência da série pirimidínica em relação às atividades anti-inflamatória e antinociceptiva podemos observar que não segue os parâmetros hidrofóbicos ou eletrônicos propostos por Topliss, porém os parâmetros estéreos estão envolvidos na atividade biológica. Obtiveram-se moléculas promissoras para futuros fármacos, em relação à atividade antinociceptiva e anti-inflamatória com seletividade COX-2, com perspectivas de aperfeiçoamento das rotas sintéticas, continuidade dos estudos no intuito de avaliar os mecanismos de ação farmacológica e modelagem molecular.

Palavras-chave: Inibidores da ciclooxigenase. aminopirimidinas. chalconas

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OBTAINING AND EVALUATING CHALCONES AND PYRIMIDINE

DERIVATES FOR THEIR INHIBITORY ACTIVITY IN COX-1 AND

COX-2 ACTIVITY IN VITRO, AND ANTINOCICEPTIVE ACTIVITY IN

VIVO

Viviane Coppi Budal Arins November/2015

Supervisor: Fátima de Campos Buzzi, Doctor Co-Supervisor: Rogério Corrêa, Doctor Area of Concentration: Natural Bioactive Substances and Products Number of Pages: 183 A series of chalcones was obtained through the Claisen-Schmit aldol condensation derivation method, and used as a precursor for obtaining pyrimidine derivatives. These molecules were obtained by reaction of chalcones with guanidine hydrochloride in basic medium for three different reaction conditions: room temperature, conventional reflux, and microwave reflux. Seven chalcones and seven pyrimidine derivatives were obtained. The yields ranged from 60.80% to 97.06% for the chalcones, and 12.69% to 37.12%; 18.41% to 43.94% and 36.70% to 64.38% for the aminopyrimidines, under the conditions of room temperature, conventional reflux and microwave reflux respectively. The series were evaluated for effects on the inhibition of COX-1 and COX-2 cyclooxygenase by the enzyme-linked immunosorbent assay in vitro. Good results were obtained for inhibition; the best resultsfor thechalcones wereCHX (66.79%), for COX-1, and CHDCl (86.43%) for COX-2. For the aminopyrimidines, the best results were AMNM (84.25%) and AMH (46.73%) for COX-1, and AMH (57.27%) for COX-2. In relation to IC50, the most effective chalcone for COX-1 was CHNM (0.08101 µM/ml) and for COX-2, CHH (0.02915 µM/ml). For the aminopyrimidines, the most effective was AMH (0,02511 µM/ml). From the results of COX-2, the gave IC50 selectivity index was obtained. Among the most selective chalcones was chalcone CHH (5.0785591). The aminopyrimidines showed a selectivity index greater than the control and the corresponding chalcones, except for AMNM, which showed lower values. The aminopyrimidines were evaluated for antinociceptive activity in vivo through the acetic acid-induced writhing model.All the molecules were more effective that the Control AAS, with ID50 results of between 15 and 29 µM/kg. Cytotoxicity assays and activity on the production of NO showed no changes. The in silico analysis to determine the oral bioavailability, permeability and absorption were within the acceptable limits for drug candidates.Analyzing the order of potency of the pyrimidine series in relation to anti-inflammatory and antinociceptive activities, we found that it does not follow the hydrophobic or electronic parameters proposed by Topliss, but the stereo parameters are involved in biological activity.Promising molecules were obtained for future drugs, in terms of the antinociceptive and anti-inflammatory activity with COX-2 selectivity, with prospects for improvement of the synthetic routes and furthering studies to assess the mechanisms of pharmacological action and molecular modeling. Keywords: Cyclooxygenase inhibitors. aminopyrimidines. chalcones

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Ilustração da síntese de eicosanóides via COX................................. 35

Figura 2 Ilustração dos sítios de reconhecimento molecular da COX-1 e COX-2.............................................................................................

37

Figura 3 Estruturas dos fármacos: AAS (1); antipirina (2); fenacetina (3);

acetaminofeno (4); fenilbutazona (5), ibuprofeno (6) e naproxeno (7)........................................................................................................

39

Figura 4 Estrutura dos fármacos: etoricoxib (1); valdecoxibe (2) e celecoxibe (3).........................................................................................................

40

Figura 5 Núcleo fundamental das chalconas..................................................... 48

Figura 6 Estrutura do núcleo pirimidínico........................................................... 50

Figura 7 Estrutura do Aloxana (1) e Ácido barbitúrico (2).................................. 51

Figura 8 Imagem Ilustrativa da composição da placa utilizada no ensaio......... 73

Figura 9 Imagem Ilustrativa da reação de EIA................................................... 74

Figura 10 Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da

aminopirimidina AMH para comparação visual entre as técnicas de obtenção...............................................................................................

92

Figura 11 Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMM para comparação visual entre as técnicas de obtenção...............................................................................................

93

Figura 12 Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMX para comparação visual entre as técnicas de obtenção ..............................................................................................

94

Figura 13 Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMCl para comparação visual entre as técnicas de obtenção.........................................................................................

95

Figura 14 Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMDCl para comparação visual entre as técnicas de obtenção.........................................................................................

96

Figura 15 Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMNM para comparação visual entre as técnicas de obtenção.............................................................................................

97

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Figura 16 Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMOH para comparação visual entre as técnicas de obtenção..............................................................................................

98

Figura 17 Espectro de IV da 4-(4-metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMM), (DRS/ KBr, cm-1).............................................................................

99

Figura 18 Espectro de RMN1H da 4-(4-metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina

(AMM), (300 MHz, CDCl3)....................................................................

100

Figura 19 Espectros de RMN13C da 4-(4-metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMM), (300 MHz, CDCl3)....................................................................

101

Figura 20 Fragmento mutagênico presente na estrutura da chalcona CHH...... 114

Figura 21 Fragmentos irritante e efeitos sobre o sistema reprodutor presente

na estrutura da chalcona CHX.............................................................

115

Figura 22 Fragmentos mutagênico e tumorigênico presentes na estrutura da chalcona CHNM...................................................................................

116

Figura 23 Fragmento tumorigênico referente ao substituinte presente na

estrutura da aminopirimidina AMNM...................................................

117

Figura 24 Percentual de inibição das enzimas COX-1 e COX-2, frente às moléculas (CHH, CHM, CHX, CHCl, CHDCl, CHNM, CHOH, AMH, AMM, AMX, AMCl, AMDCl, AMNM, AMOH) e controles (Indometacina e Celecoxibe) na concentração de 100 µM..................

118

Figura 25 Derivados Pirimidínicos utilizados nos estudos de Armelin (2010)...... 123 Figura 26 Efeito das aminopirimidinas AMM, AMX, AMOH e AMNM, na

viabilidade celular de neutrófilos peritoneais através do Azul de Trypan..................................................................................................

124

Figura 27 Efeito das aminopirimidinas AMM, AMX, AMOH e AMNM, na secreção de Óxido Nítrico (NO) por neutrófilos de peritônio estimulados ou não por LPS................................................................

125

Figura 28 Efeito da aminopirimidina AMM administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético............................................................................

127

Figura 29 Efeito da aminopirimidina AMCl administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético.................................................................................

128

Figura 30 Efeito da aminopirimidina AMH administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético.................................................................................

128

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Figura 31 Efeito da aminopirimidina AMX administrada em 3 concentrações

3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético.................................................................................

129

Figura 32 Efeito da aminopirimidina AMDCl administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético.................................................................................

129

Figura 33 Efeito da aminopirimidina AMNM administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético.................................................................................

130

Figura 34 Efeito da aminopirimidina AMOH administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético.................................................................................

131

Figura 35 Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da aminopirimidina AMX.....................................................................................................

148

Figura 36 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMX.................. 149

Figura 37 Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da aminopirimidina

AMCl....................................................................................................

150

Figura 38 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMCl................ 151

Figura 39 Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da aminopirimidina AMM....................................................................................................

152

Figura 40 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMM................ 153

Figura 41 Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da aminopirimidina

AMDCl..................................................................................................

154

Figura 42 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMDCl.............. 155

Figura 43 Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da aminopirimidina AMH.....................................................................................................

156

Figura 44 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMH................ 157

Figura 45 Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da aminopirimidina

AMNM..................................................................................................

158

Figura 46 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMNM.............. 159

Figura 47 Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CD3CO) da aminopirimidina AMOH..................................................................................................

160

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Figura 48 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMOH.............. 161

Figura 49 Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da chalcona CHNM..................................................................................................

164

Figura 50 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHNM......................... 165

Figura 51 Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CD3CO) da chalcona

CHOH...................................................................................................

166

Figura 52 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHOH.......................... 167

Figura 53 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHH............................. 171

Figura 54 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHM............................ 173

Figura 55 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHX............................. 175

Figura 56 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHCl............................ 177

Figura 57 Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHDCl......................... 179

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Ordem de potência para parâmetros físico-químicos proposta por Topliss...................................................................................................

70

Tabela 2 Proposta de Topliss para a seleção de novos substituintes em função dos prováveis parâmetros mais ativos......................................

70

Tabela 3 Reagentes utilizados para a reação de EIA.......................................... 73

Tabela 4 Dados de obtenção da série de chalconas........................................... 81

Tabela 5 Dados de obtenção da série de aminopirimidinas................................ 89

Tabela 6 Dados de rendimento e tempo reacional das aminopirimidinas obtidas por temperatura ambiente, refluxo convencional e refluxo por reator de microondas............................................................................

91

Tabela 7 Propriedades "in silico" de solubilidade e permeabilidade das aminopirimidinas...................................................................................

111

Tabela 8 Propriedades "in silico" de solubilidade e permeabilidade das

chalconas .............................................................................................

112

Tabela 9 Resultados do estudo "in silico" para a presença de fragmentos tóxicos da série de chalconas e aminopirimidinas................................

113

Tabela 10 Valores das CI50 e SI para as moléculas (CHH; CHM; CHX; CHCl; CHDCl; CHNM, CHOH, AMH; AMM; AMX; AMCl; AMDCl, AMNM e AMOH)..................................................................................................

121

Tabela 11 Dados comparativos do efeito antinociceptivo da série de aminopirimidinas administradas em 3 concentrações 3, 6 e 10 mg/kg pela via intraperitonial no modelo de dor induzida pelo ácido acético..

131

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LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 1 Esquema geral de reação de síntese para obtenção de chalconas......................................................................................

56

Esquema 2 Esquema geral de obtenção de aminopirimidinas derivadas de

chalconas..........................................................................................

60

Esquema 3 Mecanismo de Reação de Condensação Aldólica............................. 79

Esquema 4 Proposta para o mecanismo de reação de formação do núcleo pirimidínico através da reação de Michael.........................................

87

Esquema 5 Proposta para a formação do núcleo pirimidínico através do ataque

a carbonila acílica..............................................................................

88

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LISTA DE ABREVIATURAS

A – Acidez para ligações de Hidrogênio

AA – Ácido Araquidônico

AAS – Ácido Acetil Salicílico

AChE – Enzima Acetilcolinesterase

ADMET – Absorção, distribuição, metabolismo, excreção e toxicidade

AINEs – Anti-inflamatórios Não-Esteroides

B – Basicidade

BC1 – Branco COX-1

BC2 – Branco COX-2

Blk – Branco

B0 – Ligação Máxima

CC – Cromatografia de Coluna

CCD – Cromatografia em Camada Delgada

CDCl3 – Clorofórmio deuterado

CD3CO – Cetona deuterada

CO2 – Gás Carbônico

COX – Ciclooxigenase

COX -1 – Enzima Ciclooxigenase isoforma 1

COX -2 – Enzima Ciclooxigenase isoforma 2

COX -3 – Enzima Ciclooxigenase isoforma 3

DMEM – Meio de Cultura Eagle, modificado por Dubelco

DMSO – Dimetilsulfóxido

DNA – Ácido Desoxiribonucléico

DRIFTS – Diffuse Reflectance Infrared Fourier Transform Spectroscopy

DRS – Diffuse Reflectance Spectroscopy

E – Refração Molar

EDTA – Ácido Etileno Diamino Tetracético

EIA – Enzimaimunoensaio

Es – Efeitos estéreos

HCl – Ácido Clorídrico

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IA1 - Atividade Inicial 1

IA2 - Atividade Inicial 2

IA2 – Atividade Inicial 3

IL-1β – Interleucina 1-β

IL-6 – Interleucina 6

i.p - Intraperitoneal

IV – Infravermelho

KBr – Brometo de Potássio

Log P – Lipofilicidade

Log S – Solubilidade

LOX – Lipoxigenase

LPS – lipopolissacarídeo

mRNA – RNA mensageiro

MTT – Brometo de 3-(4,5-dimetil-2,5-difenil-2H-tetrazólio)

NaCl – Cloreto de Sódio

NaOH – Hidróxido de Sódio

NH+OH – Grupos doadores de ligação Hidrogênio

N + O – Grupos aceptores de ligação Hidrogênio

NO – Óxido Nítrico

NO2- - Nitrito

NO3- - Nitrato

NOS – Enzima Óxido Nítrico Sintase

NOS II / iNOS – Enzima Óxido Nítrico Sintase Induzível

NOS III / eNOS – Enzima Óxido Nítrico Sintase Endotelial

NSB – Ligações Não-Específicas

PBS – Solução Tampão Fosfato-Salina

PF – Ponto de Fusão

PG - Prostaglandina

PGD2 – Prostaglandina D2

PGE2 – Prostaglandina E2

PGF2α – Prostaglandina F2α

PGG2 – Prostaglandina G2

PGH2 - Prostaglandina H2

PGI2 – Prostaciclina

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PLA2 – Fosfolipase A2

QSAR – Quantitative Structure-Activity Relationship (Relação Quantitativa entre

Estrutura Química e Atividade Biológica)

RAW 264-7 – Linhagem celular de macrófagos murinos

REA – Relação Estrutura Atividade

Rf - Ratio of front

RMN 13C – Ressonância Magnética Nuclear de Carbono

RMN 1H – Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio

RNA – Ácido Ribonucleico

S – Polarizabilidade

TA – Atividade Total

TPSA –Total Polar Surface Area (Área de Superfície Polar Total)

TMS – Tetrametilsilano

TNF-α – Fator de Necrose Tumoral α

TXA2 – Tromboxano A2

V- Volume de McGowan

σ – Parâmetros eletrônicos

π – Parâmetros hidrofóbicos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 29

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 31

2.1 Objetivo Geral: ................................................................................................... 31

2.2 Objetivos Específicos: ...................................................................................... 31

3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 33

3.1 O Processo Inflamatório ................................................................................... 33

3.2 Anti-inflamatórios Não-esteroidais (AINEs) .................................................... 38

3.3 Química Medicinal ............................................................................................. 41

3.4 Chalconas .......................................................................................................... 48

3.5 Pirimidinas ......................................................................................................... 50

3.6 Atividades biológicas, relacionadas à chalconas e derivados ..................... 53

4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 57

4.1 Purificação e Caracterização estrutural dos derivados ................................. 57

4.2 Síntese de chalconas ........................................................................................ 58

4.3 Síntese dos derivados pirimidínicos ............................................................... 61

4.3.1 Síntese dos derivados pirimidínicos em temperatura ambiente ................ 62

4.3.2 Síntese dos derivados pirimidínicos em refluxo convencional ................. 64

4.3.3 Síntese dos derivados pirimidínicos em refluxo por reator de microondas

.................................................................................................................................. 67

4.4 Relação Estrutura -Atividade - Método de Topliss ......................................... 69

4.5 Análise "In silico": Cálculos teóricos computacionais .................................. 71

4.6 Porcentagem de absorção ................................................................................ 71

4.7 Avaliação da atividade inibitória para COX-1 e COX-2 ................................... 71

4.7.1 Preparo das amostras (inibidores e controles) ........................................... 71

4.7.2 Avaliação da atividade inibitória "in vitro" da COX-1 e COX-2 ................... 72

4.8.1 Obtenção de Neutrófilos Migrados para o Peritônio ................................... 75

4.8.2 Viabilidade Celular ......................................................................................... 75

4.8.3 Determinação do Óxido Nítrico (NO) ............................................................ 76

4.9. Avaliação da Atividade Antinociceptiva ......................................................... 76

4.9.1 Animais ........................................................................................................... 76

4.9.2 Modelo de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético ............. 77

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4.10. Análise estatística .......................................................................................... 77

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 79

5.1 Síntese das chalconas ...................................................................................... 79

5.2 Síntese das pirimidinas .................................................................................... 85

5.3 Análise computacional ................................................................................... 106

5.4. Ensaio de Inibição da ciclooxigenase (COX) in vitro .................................. 117

5.5 Avaliação in vitro da citotoxicidade e dos efeitos das aminopirimidinas

AMM, AMX, AMOH e AMNM na produção de óxido nítrico em neutrófilos

estimulados com LPS in vitro. ............................................................................. 123

5.6 Avaliação da atividade antinociceptiva ......................................................... 126

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS ................................................. 133

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 137

ANEXO A ................................................................................................................ 147

ANEXO B ................................................................................................................ 163

ANEXO C ................................................................................................................ 169

ANEXO D ................................................................................................................ 181

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29

1 INTRODUÇÃO

Inflamação é uma resposta biológica complexa de tecidos circunjacentes ao

dano celular, induzido por agentes biológicos, químicos ou mecânicos irritantes. Esta

lesão desencadeia a ativação de fatores de transcrição que controlam a expressão

de diversos mediadores inflamatórios (GLAROS; LARSEN; LI, 2009; RICCIOTTI;

FITZGERALD, 2011).

Entre os mediadores da inflamação de maior importância destacam-se os

eicosanóides, os oxidantes biológicos e as citocinas, que constituem alvos

terapêuticos para agentes anti-inflamatórios (RICCIOTTI; FITZGERALD, 2011).

Fármacos anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) exercem os seus efeitos

a partir da inibição da produção de prostaglandinas. O alvo farmacológico dos AINEs

é a ciclooxigenase (COX), que cataliza o primeiro passo no metabolismo do ácido

araquidônico (AA). Duas isoformas de COXs são conhecidas: COX-1, expressa

constitutivamente na maioria dos tecidos, e responsável pela produção fisiológica de

prostaglandinas e COX-2, induzida por citocinas, mitógenos e endotoxinas em

células inflamatórias, é responsável por elevar a produção de prostaglandinas

durante a inflamação (CAPONE et al, 2007).

Em virtude da não seletividade da maioria dos AINEs, ou seja, por atuarem

inibindo tanto COX-1 quanto COX-2, estes medicamentos apresentam efeitos

indesejáveis, principalmente relacionados ao trato gastrointestinal. Estes efeitos

estão relacionados diretamente com a inibição da isoforma COX-1, que

fisiologicamente é responsável pela produção de prostaglandinas citoprotetoras

(ZARGUI et al, 2007).

Quando é feita uma comparação estrutural entre os AINEs seletivos para

COX-2 e AINEs não seletivos, pode-se observar que a composição estrutural que

confere a seletividade para COX-2 é caracterizada por moléculas tricíclicas, como é

o caso dos coxibes que apresentam um anel central hetero ou carbocíclico diaril

substituído (ZARGHI; ARFAEI, 2011).

A obtenção de derivados tricíclicos pode ser realizada utilizando-se o núcleo

pirimidínico como ponto de partida, sendo um heterociclo de grande importância

químico medicinal, e estudado extensivamente devido a sua ocorrência nos sistemas

vivos, porém são escassas as pesquisas relacionadas ao estudo quantitativo da

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relação estrutura química-atividade biológica (CHANDASEKARAN; NAGARAJAN,

2005; EL-SAYED et al, 2012).

A partir das chalconas, derivados pirimidínicos podem ser sintetizados de

forma a obter-se estruturas tricíclicas que possam atuar de forma mais seletiva no

sítio COX-2, buscando menores efeitos adversos, a nível gastrointestinal, renal,

vascular, entre outros, visando principalmente uma melhor ação anti-inflamatória

(ZARGHI; ARFAEI, 2011). Neste sentido, os estudos de relação estrutura atividade

(REA) podem ajudar a sintetizar chalconas farmacologicamente ativas, menos

tóxicas e mais eficazes (DIMMOCK et al, 1999; NOWAKOWSKA, 2007).

Neste aspecto, considerando que as chalconas podem ser derivatizadas em

diferentes grupos, o objetivo do presente trabalho foi sintetizar uma série de

pirimidinas a partir de chalconas, avaliar a atividade analgésica e anti-inflamatória,

bem como o índice de seletividade COX-2 das moléculas.

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31

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

Obter e avaliar a ação de chalconas e derivados aminopirimidínicos na

inibição da atividade da COX-1 e COX-2 e atividade antinociceptiva utilizando

metodologias in silico, in vitro e in vivo.

2.2 Objetivos Específicos:

Obter derivados pirimidínicos a partir de chalconas que apresentem afinidade

e seletividade com as enzimas ciclooxigenases;

Avaliar "in silico" as propriedades moleculares das moléculas sintetizadas

quanto as suas características de permeabilidade segundo as regras de Lipinski e

quanto as suas características de fármacos e sua toxicidade;

Determinar a atividade inibitória de chalconas e derivados mais promissores

sobre as enzimas COX-1 e COX-2 utilizando ensaio imunoenzimático (EIA);

Constatar a seletividade das chalconas e derivados mais promissores sobre a

atividade da COX-1 e/ou a COX-2, por meio de reações de competição;

Determinar a atividade dos compostos mais seletivos sobre a produção de

óxido nítrico em neutrófilos estimulados com LPS;

Avaliar a atividade antinociceptiva dos derivados pirimidínicos sintetizados

utilizando o modelo de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético in vivo;

Relacionar os dados obtidos para estabelecer indícios de relação estrutura-

atividade biológica dos compostos avaliados.

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33

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 O Processo Inflamatório

A inflamação é um processo que envolve múltiplos fatores que atuam em uma

rede complexa, quando um estímulo como, por exemplo, uma infecção, estresse

físico ou estresse químico, provoca lesão celular. Esta lesão desencadeia a ativação

de fatores de transcrição que controlam a expressão de diversos mediadores

inflamatórios. A migração de leucócitos para o local da inflamação é crucial para a

patogênese de doenças inflamatórias. O recrutamento de neutrófilos para o foco

inflamatório é um processo complexo, altamente orquestrado por uma enorme

variedade de mediadores inflamatórios. Alguns destes mediadores são responsáveis

pela locomoção orientada de leucócitos para a área inflamada, na qualidade de

agentes quimiotáticos. As interações dos neutrófilos circulantes para as células

endoteliais são a fase inicial do processo e mediada por uma expressão contínua da

molécula de adesão em ambos os tipos de células (HEBEDA et al, 2011).

Neutrófilos e macrófagos têm um papel central na inflamação aguda e

crônica, respectivamente. No sítio inflamado, as células recrutadas são ativadas e

liberam mediadores inflamatórios que induzem a iniciação e manutenção da

resposta inflamatória, causando uma mudança da fase aguda para a fase crônica da

inflamação (GLAROS; LARSEN; LI , 2009; RICCIOTTI; FITZGERALD, 2011; BASILE

et al, 2012).

No foco da inflamação, os neutrófilos desempenham um papel central na

imunidade inata por englobar microrganismos invasores por fagocitose destruindo-

as. Neste contexto, eles produzem espécies reativas de oxigênio, liberam enzimas

proteolíticas, e secretam mediadores químicos, tais como os metabolitos do ácido

araquidônico, citocinas e óxido nítrico (NO). NO é produzido fisiologicamente pela

óxido nítrico sintase constitutiva (NOS), enzimas Ca2+- dependente, chamadas NOS

I ou NOS neuronal (nNOS) e NOS III ou NOS endotelial (eNOS). Uma isoforma

induzível (iNOS/NOSII), cuja atividade é Ca2+-independente, fornece maiores

quantidades de NO do que eNOS em várias circunstâncias patológicas, incluindo a

inflamação. A reação de NO e superóxidos gerados durante a inflamação resulta na

formação de peroxinitrito, que é um dos agentes oxidantes mais poderosos,

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conduzindo a acontecimentos vasculares e celulares de reações inflamatórias.

Portanto, a inibição de derivados NO-iNOS parece ser uma estratégia promissora

para o tratamento de doenças inflamatórias (STEFANI et al, 2012).

Em consequência da resposta inflamatória, lesões colaterais nos tecidos do

hospedeiro podem ocorrer, visto que muitos mediadores inflamatórios não são

específicos de determinado tecido-alvo. Na maioria dos casos, a resposta

inflamatória acaba regredindo; todavia, se essa regulação não ocorrer, a resposta

inflamatória irá exigir uma intervenção farmacológica. Entre os mediadores da

inflamação de maior importância destacam-se os eicosanóides, oxidantes biológicos,

citocinas, fatores de adesão e enzimas digestivas (proteases, hialuronidase,

colagenase e elastase). Apenas os três primeiros constituem alvos terapêuticos para

agentes anti-inflamatórios (DINARELLO, 2010; BUKHARI et al, 2014).

Desde a década de 1930 iniciou-se o interesse pelos eicosanóides,

principalmente devido aos relatos de que o sêmen continha uma substância que

causava a contração do músculo liso uterino. Acreditou-se que a substância fosse

originária da próstata e, por isso recebeu a designação incorreta de prostaglandina.

Com a evolução dos estudos, constatou-se que a prostaglandina não era apenas

uma substância, mas toda uma família de compostos, que eram produzidos em

muitos tecidos, sendo a maioria derivada do AA (ZARGHI; ARFAEI, 2011).

Os eicosanóides estão implicados no controle de muitos processos

fisiológicos, incluindo-se entre os mediadores moduladores mais importantes da

reação inflamatória. Em razão da potência biológica desses compostos, o ácido

araquidônico é mantido em níveis muito baixos na célula através da sua forma

esterificada. Desta forma, a disponibilidade de ácido araquidônico livre é descrita

como etapa limitante na produção de eicosanóides (ZARGHI ARFAEI, 2011).

A síntese de eicosanóides pode ser desencadeada por diversos estímulos

que ativam receptores de membrana, acoplados a uma proteína regulatória ligada a

um nucleotídio guanínico (proteína G), resultando na ativação da fosfolipase A2 ou

elevação da concentração intracelular de Cálcio (Ca2+). A fosfolipase A2 hidrolisa

fosfolipídios da membrana, particularmente fosfatidilcolina e fosfatidiletanolamina,

liberando o AA. Uma vez liberado, o AA servirá como substrato para duas vias

enzimáticas distintas: a via das ciclooxigenases (Figura 1), que desencadeia a

biossíntese das prostaglandinas e dos tromboxanos (prostanóides), e a via das

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lipoxigenases, responsável pela síntese de leucotrienos, lipoxinas e outros

compostos (CARVALHO; LEMÖNICA, 1998; BUKHARI et al, 2014).

Raz e colaboradores (1989) descreveram a existência de uma isoforma

induzível da ciclooxigenase (COX), os quais demonstraram a sua indução por

estímulos inflamatórios e citocinas em culturas de fibroblastos. Passou-se então a

admitir, devido as diferentes características de expressão, a existência das

isoformas denominadas COX-1 e COX-2 (RAZ; WYCHE; NEEDLEMANN, 1989;

NEEDLEMAN et al, 1990; MITCHELL et al, 1994).

Figura 1 – Ilustração da síntese de eicosanóides via COX

Fonte: Adaptado de http://biocolesterol.blogspot.pt/2011/01/omega-3-e-o-cancer.html

A COX-1 foi a primeira a ser caracterizada e ocorre na maioria das células

como enzima constitutiva, ou seja, está sempre presente nas células em condições

fisiológicas, principalmente nos vasos sanguíneos, plaquetas, estômago e rins

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(KUJUBU et al, 1991; BAZAN; FLOWER, 2002; CARVALHO; CARVALHO; RIOS-

SANTOS, 2004; ZARGHI; ARFAEI, 2011).

A COX-2 pode ser induzida principalmente durante a inflamação, sendo

expressa caracteristicamente por células envolvidas no processo inflamatório, como

macrófagos, monócitos e sinoviócitos e tende a facilitar a resposta inflamatória.

Entretanto, no cérebro, rins e alguns outros tecidos, a COX-2 é expressa

constitutivamente (BAZAN; FLOWER, 2002; CARVALHO; CARVALHO; RIOS-

SANTOS, 2004; COUTINHO; MUZITANO; COSTA, 2009).

A COX-1 e COX-2 são proteínas integrais que se localizam dentro do folheto

interno da bicamada lipídica de fosfolipídios de membrana. A localização do gene da

COX-1 é no cromossomo 9 enquanto o da COX-2 é no cromossomo 1. O número de

aminoácidos que compõe as duas enzimas é bastante semelhante, variando de 576

aminoácidos para a COX-1 e de 581 aminoácidos para a COX-2 (CARVALHO;

CARVALHO; RIOS-SANTOS, 2004; PATRIGNANI, PATRONO, 2014).

Estudos com as duas isoformas de COX indicaram a mesma afinidade pelo

ácido araquidônico. A diferença observada no sítio ciclooxigenase reside na

presença de um resíduo de valina na posição 523 da COX-2, enquanto que a COX-1

apresenta um resíduo de isoleucina na mesma posição (Figura 2). A valina e a

isoleucina são aminoácidos homólogos lineares. Em virtude da cadeia lateral da

valina ser menor, facilita o acesso, aumentando em muitas vezes o volume do sítio

ativo ligante da COX-2, o que influencia o volume molecular do inibidor sobre a

seletividade à isoforma da enzima (GARG et al, 2003;. SCIULLI et al, 2005).

Outra diferença importante entre COX-1 e COX-2 parece estar na sua

capacidade de utilizar diferentes substratos. Por exemplo, em ambos fibroblastos e

células imunitárias, a COX-2 é capaz de utilizar ácido araquidônico endógeno

enquanto que a COX-1 não. Nestes sistemas, a COX-1 requer substrato exógeno.

Os genes da COX-1 e COX-2 são regulados através de dois sistemas

independentes e bastante diferentes, porém a reação enzimática que catalisam é

idêntica (DUBOIS et al, 1998; SCIULLI et al, 2005).

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37

Figura 2 – Ilustração dos sítios de reconhecimento molecular da COX-1 e COX-2

Fonte: http://ejb-eliezer.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html

As COXs possuem duas atividades distintas. Uma atividade de endoperóxido

redutase a qual catalisa a incorporação do oxigênio ao ácido araquidônico, formando

o endoperóxido cíclico intermediário a prostaglandina G2 (PGG), e outra atividade

peroxidase que converte o PGG em prostaglandina H2 (PGH2). A PGH2 é

transformada por várias enzimas e também por mecanismos não enzimáticos em

tromboxano e nas séries de prostaglandinas D, E, F e I. A COX é, portanto

responsável pelos dois primeiros passos na síntese de prostanóides, sendo as

etapas posteriores dependentes de enzimas específicas de cada tecido. Assim, por

exemplo, as plaquetas produzem tromboxano A2 (TXA2); as células endoteliais

vasculares produzem prostaciclina (PGI2); os mastócitos produzem prostaglandina

D2 (PGD2); a vasculatura, trato gastrintestinal, pulmões e outros tecidos produzem

prostaglandina E2 (PGE2) (AULOCK; HERMANN; HARTUNG, 2003; CARVALHO;

CARVALHO; RIOS-SANTOS, 2004; ZARGHI; ARFAEI, 2011).

As prostaglandinas formadas a partir da ação das COXs ligam-se a

receptores prostanóides que se encontram localizados na membrana celular,

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38

acoplados à proteína G. A ativação da proteína G resulta na estimulação de

sistemas efetores responsáveis pela liberação de segundos mensageiros em

diversos tecidos. Existem cinco classes de receptores prostanóides denominados

receptores DP, FP, IP, TP e EP, respectivamente, com base nas cinco classes de

prostanóides naturais: PGD2, PGF2, PGI2, PGE2 e tromboxano A2 (DINARELLO,

2010; PATRIGNANI; PATRONO, 2014).

Simmons e colaboradores (2002), estudando linhagens celulares,

descobriram uma nova isoforma da ciclooxigenase, a COX-3. Esta isoforma é uma

variante do gene da COX-1, através de um splicing alternativo do mRNA. Esses

pesquisadores encontraram grande quantidade de COX-3 no coração e no córtex

cerebral em humanos (SIMMONS et al, 2002; BOTTING, 2006).

3.2 Anti-inflamatórios Não-esteroidais (AINEs)

O ácido salicílico foi sintetizado quimicamente, em 1860, na Alemanha, e foi

utilizado como antisséptico, antipirético, antirreumático e, quase 40 anos mais tarde,

Felix Hoffman, um jovem químico que trabalhava para a Bayer, foi instigado por seu

pai para fazer uma forma mais palatável de salicilato para tratar seu reumatismo

grave. Assim Felix obteve o acetilsalicilato, ou ácido acetilsalicílico (AAS) (VANE;

BOTTING, 1998; PRAVEEN RAO; SAAD; TAREK, 2010).

Devido à acetilação do grupo hidroxila a molécula apresentou um menor

caráter ácido, reduzindo os efeitos adversos, como problemas estomacais, e não

alterou suas propriedades analgésica, antitérmica e anti-inflamatória. Obteve-se

assim o primeiro fármaco sintético, oriundo da otimização de um produto natural,

através de uma correlação de estrutura e propriedade química, com possibilidade de

ser usado de forma maciça, devido à sua facilidade de síntese e baixo custo, sendo

denominado comercialmente como Aspirina ® (VANE; BOTTING, 1998; PRAVEEN

RAO; SAAD; TAREK, 2010).

O AAS (Figura 3) foi introduzido no mercado em 1899, sendo reconhecido

como antipirético, anti-inflamatório e analgésico. Logo depois, outros fármacos com

ações semelhantes à Aspirina® foram descobertos, incluindo a antipirina, fenacetina,

acetaminofeno, fenilbutazona, também, os fenamatos, Ibuprofeno e naproxeno. Este

grupo foi denominado “aspirin-like” (medicamentos como a Aspirina®), além disso,

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por apresentarem-se distintos dos glicocorticóides foram denominados também

como drogas anti-inflamatórias não-esteroidais (AINEs). Antes de 1971, pouco se

sabia sobre o mecanismo de ação dos AINEs, exceto que eles produziam um efeito

anti-inflamatório diferente dos glicocorticóides mais potentes (BOTTING, 2006;

LIMONGELLI et al, 2010).

Figura 3- Estruturas dos fármacos: AAS (1); antipirina (2); fenacetina (3); acetaminofeno (4); fenilbutazona (5); ibuprofeno(6) e naproxeno (7).

Em 1971, Vane, publicou na revista Nature, os resultados da experiência que

demonstrou a inibição da formação de prostaglandinas de modo dose-dependente

pela indometacina, salicilato de sódio e a morfina. Sendo a indometacina com ação

mais potente, o salicilato de sódio menos potente e a morfina, inativa. Desde então,

o conceito de que os AINEs funcionam pela inibição da COX, foi aceito (VANE,

1971; VANE; BOTTING, 1998; LIMONGELLI et al, 2010).

A COX-1 tem funções fisiológicas claras. A sua ativação conduz, por exemplo,

para a produção de prostaciclina, a qual, quando liberada pelo endotélio é

O CH3

O OH

O

N

N

O

CH3

CH3NH

OCH3

O

CH3

NH

OH

CH3

ON

N

O

O

CH3

CH3

CH3

OH

O

CH3 OH

OCH3

CH3

O

(1) (2)(3)

(4)

(5)

(6)(7)

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antitrombogênica e quando liberada pela mucosa gástrica é citoprotetora (VANE;

BOTTING, 1998; JANTAN et al, 2014).

A COX-2 é induzida por estímulos inflamatórios e citocinas em outras células

migratórias, o que sugere que a ação anti-inflamatória dos AINEs seja devido à

inibição da COX-2, enquanto que os efeitos secundários indesejados, tais como

irritação da mucosa do estômago e efeitos tóxicos sobre os rins, seja devido à

inibição da COX-1 (VANE; BOTTING, 1998; JANTAN et al, 2014).

Desde a elucidação do mecanismo de ação do ácido acetilsalicílico, muitos

AINEs foram desenvolvidos por empresas farmacêuticas. Estes incluem o

naproxeno, ibuprofeno, piroxicam, diclofenaco e muitos outros. A inibição da síntese

das prostaglandinas explica todas as ações dos AINEs. O AAS, a indometacina e o

Ibuprofeno são muito menos ativos contra a COX-2 do que contra a COX-1. A gama

de atividades dos AINEs contra a COX-1 em comparação com a COX-2 explica as

variações nos efeitos adversos destes medicamentos em suas doses terapêuticas.

(VANE; BOTTING, 1998; BOTTING, 2006; LIMONGELLI et al, 2010).

Os inibidores seletivos da COX-2 foram introduzidos no mercado em 1999. Os

primeiros AINEs a serem comercializados como inibidores da COX-2 foram o

celecoxibe (Celebrex®) e o rofecoxib (Vioxx®). Foram realizadas alterações na

estrutura molecular destes compostos. O celecoxibe, em vez do grupo carboxila

comum à estrutura dos AINEs, contém um grupo sulfonamida e na estrutura do

rofecoxib foi realizada a substituição por uma metilsulfona (Figura 4). Os enxofres

contidos nos anéis fenila destes compostos ligam-se a bolsa lateral do canal

catalítico-COX da COX-2, porém a interação é fraca (BOTTING, 2006; SHI; KLOTZ,

2008).

Figura 4- Estruturas dos fármacos: etoricoxibe (1), valdecoxibe (2) e celecoxibe (3).

N

N

Cl

CH3

SO2CH3

O

N

SO2CH3

CH3

N N

SO2NH2

CH3

F3C

(1) (2) (3)

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O AAS ainda é utilizado principalmente para a profilaxia antitrombótica. Em

doses baixas (30 mg/dia a 160 mg/dia) é capaz de acetilar irreversívelmente a COX-

1, eliminando a sua atividade enzimática. A COX-1 é a principal isoforma da enzima

na plaqueta que, por ser anucleada não pode mais sintetizá-la após ser inibida

irreversivelmente. A consequente cessação da síntese de TXA2 persiste durante

toda a vida das plaquetas afetadas (8 a 10 dias), representando o efeito

antitrombótico e constituindo a base molecular para os seus efeitos de profilaxia

contra a doença cardiovascular. Também em doses baixas, o AAS tem um efeito

mínimo sobre a síntese de COX-2, mediada por PGI2 nas células endoteliais, que

são nucleadas, tendo a capacidade de reposição (PATRIGNANI; FILABOZZI;

PATRONO, 1982; CRYER; DUBOIS, 1998; MARNETT, 2002; CAIRNS, 2007).

Este fármaco continua a ser associado a efeitos farmacológicos benéficos.

Vários estudos epidemiológicos sugerem que a ingestão de AAS está associada à

redução da mortalidade por câncer de cólon. O seguimento clínico e experimental

desta observação levou à descoberta de que a forma induzível da COX, ou seja, a

COX-2 é supra-regulada no câncer de cólon e outros canceres, o que pode

proporcionar uma base molecular para a atividade quimiopreventiva do AAS e outros

AINEs (MARNETT, 2002; CAIRNS, 2007).

Apesar da eficácia dos AINEs estar bem estabelecida, ainda há necessidade

de alternativas terapêuticas. Os compostos isolados de plantas medicinais poderão

assim constituir a base para a produção de novos fármacos para o tratamento da dor

e inflamação, com efeitos secundários reduzidos (RIJO et al, 2012).

Entre as diversas estratégias utilizadas para a introdução de novos fármacos

na terapêutica, as modificações moleculares mostram-se promissoras. Estas

consistem na transformação química de moléculas conhecidas, com o objetivo de

aumentar a potência e a segurança, garantindo assim um melhor perfil

farmacocinético e farmacodinâmico (WERMUTH, 2004).

3.3 Química Medicinal

A química medicinal engloba todas as etapas que levam ao desenvolvimento

de novos fármacos, desde a descoberta, planejamento, identificação e a preparação

de substâncias biologicamente ativas. Estes estudos também englobam o

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mecanismo de ação, metabolismo e as relações estrutura-atividade biológica,

buscando o desenvolvimento de novos fármacos mais eficientes e com menos

efeitos adversos (CAMPOS-BUZZI, CECHINEL-FILHO, CORRÊA, 2010).

A química dos compostos heterocíclicos é a mais importante na descoberta

de novos fármacos. O estudo destas substâncias é de grande interesse tanto em

aspectos teóricos quanto práticos. Vários compostos, tais como alcalóides,

aminoácidos essenciais, vitaminas, hormônios, hemoglobina, grande número de

fármacos sintéticos e corantes contêm sistemas de anéis heterocíclicos. Há grande

número de substâncias heterocíclicas sintéticas, como pirrol, pirrolidina, furano,

tiofeno, piperidina, piridina e tiazol e possuem aplicações importantes e muitos são

intermediários importantes nas reações de síntese (PRATYUSHA et al, 2013).

A descoberta de novos fármacos baseada na modificação da estrutura de

moléculas conhecidas, geram novos protótipos com mecanismo farmacológico

idêntico a molécula original. A indústria farmacêutica emprega esta técnica na

pesquisa de novos fármacos, porém, a inovação farmacêutica só é caracterizada

quando ocorre a descoberta de novas substâncias bioativas autênticas e com

possibilidade de aplicação terapêutica (BARREIRO; FRAGA, 2008).

A substituição de um átomo de hidrogênio por um determinado substituinte

(como um halogênio ou grupos alquila, nitro, ciano, carboxilato, entre outros) pode

ocasionar modificações na potência, duração e ainda a natureza do efeito

farmacológico de uma molécula. São comuns em química medicinal os estudos de

correlação estrutura-atividade, fundamentados no efeito do substituinte em um

determinado anel aromático, uma vez que mais de 50% dos fármacos ou compostos

bioativos possuem este tipo de anel. As modificações produzidas pela introdução de

um substituinte podem atingir várias propriedades físico-químicas da molécula, tais

como a hidrofobicidade, a densidade eletrônica e a conformação estrutural, cuja

análise pode orientar novas sínteses (CECHINEL-FILHO, YUNES, 2001).

Um dos pilares da química orgânica moderna está relacionado ao conceito de

substituintes orgânicos e sua influência nas propriedades moleculares, servindo de

base para as análises quantitativas entre estrutura química e atividade biológica

(QSAR). Várias estratégias foram desenvolvidas para compreender os diversos

parâmetros físico-químicos numa pequena série de compostos ou grupo de teste.

Entre estas, podemos citar os métodos de Hansch (HANSCH; FUJITA, 1964;

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FUJITA; IWASA, HANSCH, 1964), Craig (CRAIG, 1971), Topliss (TOPLISS, 1972), e

mais recentemente, o método modificado de Topliss (YUNES et al, 2002).

O Método Manual de Topliss é baseado na equação de Hansch (TOPLISS,

1972). É um método prático que consiste na utilização de uma chave para seleção

dos análogos a serem sintetizados. A atividade de um análogo específico é

comparada com a atividade do análogo que o precede na chave, permitindo que o

número de moléculas a serem sintetizadas seja reduzido. Este método é útil

principalmente quando não é possível sintetizar um grande número de moléculas

necessárias para produzir uma equação de Hansch precisa. O Método Manual de

Topliss, além de não contemplar todos os análogos possíveis de serem sintetizados,

tem limitações devido à exigência de que o composto protótipo tenha ao menos um

anel aromático não fusionado, onde devem ser adicionados os substituintes da

chave. Entretanto, como muitos fármacos usados atualmente satisfazem esta

exigência, este método pode ser uma das estratégias utilizadas no descobrimento

de novos análogos mais efetivos (THOMAS, 2000).

O método manual consiste na análise dos resultados da atividade

farmacológica de cinco compostos que possuam anel aromático na sua estrutura e

que estejam presentes os seguintes substituintes: H, 4-Cl, 3,4-Cl2, 4-CH3, e 4-OCH3

(CECHINEL-FILHO; NUNES; YUNES, 1993).

A partir da avaliação dos resultados é proposta a seleção de novos

substituintes que podem aperfeiçoar a atividade farmacológica das moléculas em

estudo. Aos parâmetros relacionados π e σ, baseados nos estudos de correlação de

Hansch, Topliss incluiu também os efeitos estéreos (Es), que em muitos casos

exercem maior influência. Sendo assim, a avaliação da atividade biológica está

relacionada aos parâmetros hidrofóbicos (π), eletrônicos (σ) e estéreos (Es)

(THOMAS, 2000).

Este método orienta uma síntese mais racional e objetiva, pois, fazendo

primeiramente uma análise e comparação dos resultados da atividade biológica com

a estrutura química das moléculas podem-se prever modificações estruturais

objetivando a obtenção de uma molécula mais potente que as precursoras

(WERMUTH, 2004).

O planejamento adequado de variações na estrutura molecular de um

composto pode resultar em derivados mais eficazes por apresentarem maior

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atividade com menor toxicidade, além de apresentarem características

farmacotécnicas otimizadas. Uma vez obtido um composto biologicamente ativo,

pode se lançar mão de estratégias de modificação molecular, também chamada de

variação molecular ou manipulação molecular, que se constitui, certamente no

método mais usado e recompensador para otimizar essa atividade. A correlação

entre a estrutura química e atividade biológica pode ser quantificada e então é

denominada de QSAR (Quantitative Structure-Activity Relationship - Relação

Quantitativa entre Estrutura Química e Atividade Biológica) (TAVARES, 2004).

As relações quantitativas de estrutura-atividade correlacionam dentro de uma

série de compostos congêneres, a afinidade dos ligantes aos seus sítios ativos,

constantes de inibição, constantes de velocidade e outras atividades biológicas, ou

ainda certas características estruturais, como átomos, grupos ou descritores

moleculares, tais como lipofilicidade, polarizabilidade, propriedades eletrônicas ou

estéreas (CAMPOS-BUZZI, CECHINEL-FILHO, CORRÊA, 2010).

A abordagem fisiológica, pode servir de embasamento para as estratégias

modernas utilizadas para o planejamento racional de novos protótipos, o que permite

planejar a estrutura química de uma nova molécula com base na definição prévia do

mecanismo de ação terapêutica. Esta ação, dependerá do local de interação entre o

novo fármaco e o sítio ativo, para que ocorra a alteração de um determinado

processo bioquímico (BARREIRO, FRAGA, 2008).

Técnicas de screening virtual estão sendo utilizadas para analisar problemas

de absorção, distribuição, metabolismo, excreção e toxicidade (ADMET). Assim, com

o intuito de filtrar e selecionar compostos que possam ter características de

fármacos, o Log P e a massa molar incluídos nas regras de Lipinski, são importantes

parâmetros a serem usados (YUNES; CECHINEL-FILHO, 2012).

A lipofilia é uma das características físico-químicas mais importantes para o

estudo e o planejamento de fármacos. O estudo da influência da lipofilia permite

prever a permeabilidade e biodisponibilidade do fármaco no meio aquoso

extracelular ou nos tecidos celulares. Este parâmetro foi avaliado em fármacos com

as mais variadas atividades farmacológicas, como os analgésicos,

anticonvulsivantes, ansiolíticos, anti-inflamatórios, antifúngicos, antivirais e

antitumorais, estes estudos permitiram a identificação de determinados padrões

moleculares úteis na construção de novas moléculas biologicamente ativas

(NOGUEIRA et al, 2008).

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A pesquisa de Lipinski iniciou devido à observação de um grande número de

candidatos à fármacos, inicialmente promissores, terem sido abandonados em

estágios avançados de pesquisa, em virtude de problemas relacionados à

propriedades farmacocinéticas inadequadas (CAMPOS-BUZZI, CECHINEL-FILHO,

CORRÊA, 2010).

A regra de Lipinski, também denominada regra dos 5, objetiva estimar a

solubilidade e a permeabilidade de fármacos administrados pela via oral, predizendo

a influência da estrutura química na absorção de uma substância, uma vez que a

previsão dos processos farmacocinéticos logo nos estágios iniciais da pesquisa é de

extrema importância para o desenvolvimento de um candidato a fármaco. De acordo

com Lipinski, os critérios a serem analisados são: a massa molar, a qual não deve

exceder 500 g/mol; o Log P, cujo valor limite é 5; e os grupos doadores (NH + OH) e

aceptores (N + O) de ligação hidrogênio, cujas somatórias não devem ultrapassar a

5 e 10, respectivamente. Apenas classes de compostos que são substratos para

transportadores biológicos e produtos naturais são consideradas exceções à regra

(LIPINSKI et al, 2001).

A absorção pode ser determinada pelo grau de dissolução no fluido

gastrointestinal, difusão passiva através da membrana intestinal ou perfusão via

sistema porta (MARTIN; KUTTER; AUSTEL, 1989). Propriedades físico-químicas

dos fármacos-protótipo e fatores fisiológicos influenciam no limite deste processo e

podem afetar a extensão da absorção. Geralmente os descritores físico-químicos

das moléculas candidatas à fármacos podem ser utilizados para predizer se a

absorção será por difusão passiva. Alguns estudos têm demonstrado a importância

de se obter previamente dados relacionados à absorção intestinal, sendo necessária

certa afinidade entre a estrutura lipofílica e a membrana celular. Estudos nesta área

demonstraram que aceptores e doadores de ligação de hidrogênio são importantes

para a absorção gastrointestinal de fármacos por difusão passiva (ZHAO et al,

2001).

Clark (1999) e Palm (1997) desenvolveram um método teórico, baseado nas

propriedades dinâmicas da superfície - área de superfície polar total (TPSA), para

predizer a absorção intestinal em humanos. Os dados de absorção podem ser

expressos de diferentes formas. Os métodos tradicionais utilizam a porcentagem

para expressar a extensão de absorção. Esta forma de apresentação tem a

vantagem de ser muito simples direta e de fácil compreensão. Zhao e colaboradores

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(2002) descreveram os cálculos necessários e apresentaram tabelas com os

cálculos utilizando resultados da análise da regressão linear entre a porcentagem de

absorção e descritores como o Log P, ou TPSA e os descritores de Abraham

(refração molar (E), polarizabilidade (S), acidez para ligações de hidrogênio (A),

basicidade para ligações de hidrogênio (B) e volume de McGowan (V)) (ABRAHAM,

1993).

Além dos descritores de Lipinski e a porcentagem de absorção, tem-se

utilizado outros parâmetros moleculares como a solubilidade, Drug likeness, Drug

score e toxicidade para avaliar a biodisponibilidade das moléculas candidatas a

fármacos. Estes parâmetros podem ser calculados através de software específicos

(Molinspiration e OSIRIS), através da análise do desenho da estrutura nos

programas.

A solubilidade aquosa de uma substância afeta significativamente suas

características de absorção e distribuição. Uma baixa solubilidade resulta em uma

baixa absorção, desta forma, com este dado, procura-se modificar a estrutura da

molécula a fim de evitar a síntese de substâncias fracamente solúveis. O valor

estimado da solubilidade (Log S) é apresentado em forma logarítmica (base 10) na

unidade mol/litro. Dados experimentais estimaram que o valor para uma substância

apresentar boa solubilidade deve ser maior que - 4mol/L (ORGANIC CHEMISTRY

PORTAL, 2015).

Existem diferentes formas de como avaliar a drug likeness (farmaco-

semelhança) de uma substância, podendo ser usado como base os descritores

topológicos, impressões digitais da estrutura, Log P e pesos moleculares. O

programa OSIRIS Property Explorer, pode ser utilizado para prever a drug likeness

com base em fragmentos das substâncias sintetizadas comparando-as com uma

base de dados com 3300 medicamentos comercializados e 15 mil produtos químicos

(supostamente não-fármacos) disponíveis no mercado produzindo uma lista

completa de todos os fragmentos disponíveis. A pontuação drug likeness avalia a

freqüência de ocorrência de cada fragmento na estrutura individual. Cerca de 80%

dos fármacos comercializados têm valor positivo ao passo que os fragmentos “não-

fármacos” em sua grande maioria apresenta valores negativos (HASSAN et al,

2015).

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A pontuação drug score, considera os valores de drug likeness, Log P; Log S;

peso molecular e riscos de toxicidade e os combina em um valor global de um

potencial novo candidato a fármaco, sendo calculado usando a seguinte equação:

DS é a drug score e Si são as contribuições de Log P, Log S, peso molecular

e drug likeness (π) obtidos a partir da equação (2),que é uma curva de ranhura 'a' e

'b' são parâmetros para Log P, Log S, peso molecular e drug likeness (1, -5), (1, 5),

(0,012, -6) e (1, 0) , respectivamente. 'ti' são as contribuições dos tipos e risco de

toxicidade e tem valores de 1,0, 0,8 e 0,6 por nenhum risco, risco médio e alto risco,

respectivamente. Um valor positivo de drug score indica que a molécula tem

predominantemente grupos farmacofóricos e pode ser um fármaco em potencial

(ORGANIC CHEMISTRY PORTAL, 2015; HASSAN et al, 2015).

A grande maioria dos fármacos deve seus efeitos à sua ligação específica a

uma biomacromolécula ou alvo molecular, geralmente uma enzima ou um receptor.

Porém, quando a estrutura do biorreceptor não é conhecida, o desenho molecular do

candidato a novo fármaco inicia-se pela estrutura da micromolécula endógena

envolvida na patologia do processo em questão, variando-se o índice de similaridade

molecular, de tal forma que se identifique um análogo ativo, e neste ponto a intuição

química tem papel fundamental. Desta forma, é imprescindível a estreita ligação

entre a química e a farmacologia para o desenvolvimento de novas substâncias

ativas (BARREIRO, 2001; CECHINEL-FILHO; YUNES, 2001).

Os estudos em síntese orgânica determinam as condições experimentais

ideais para a preparação de derivados e o estabelecimento de parâmetros

estruturais que indiquem o caminho a ser seguido quando se deseja obter

compostos biologicamente ativos e mais potentes que seus precursores (CAMPOS-

BUZZI, 2007).

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3.4 Chalconas

As chalconas são substâncias de interesse medicinal, uma vez que são

abundantemente encontradas na natureza, em plantas rasteiras ou superiores como

metabólitos secundários na biossíntese dos flavonóides e também podem ser

obtidos sinteticamente (CORREA et al, 2001; CAMPOS-BUZZI et al, 2006; YADAV

et al, 2011).

São moléculas de cadeia aberta que contêm dois anéis aromáticos ligados

por um fragmento enona de três carbonos, ou seja, são cetonas α,β-insaturadas, em

que um anel aromático está diretamente ligado à carbonila e o outro ao carbono β da

função olefínica. Estes anéis são identificados como anel A (advindos da cetona) e

anel B (advindos do aldeído) (Figura 5). Biologicamente, elas também podem ser

definidas como uma classe de compostos pertencentes à família das fitoalexinas

produzidas durante a biossíntese de flavonoides (PAXTON, 1981; YADAV et al,

2011; BUKHARI et al, 2014).

Figura 5 - Núcleo fundamental das chalconas

O

A B

2'

3'

5'

4' 6'

23

4

5

6

As chalconas naturais ocorrem principalmente como pigmento nas pétalas,

justificando o nome derivado do grego chalcos = bronze, mas também têm sido

encontradas em caules, raízes, folhas, frutos e sementes de uma variedade de

plantas. O isômero trans da chalcona é considerado a forma termodinamicamente

mais estável e, portanto encontrada em maior concentração nas plantas. A presença

dos derivados hidroxilados também é uma característica química marcante, assim

como a insaturação α, β (porção cetona) a qual é atribuída uma série de atividades

biológicas (NI; MENG; SIKORSKI, 2004).

As chalconas possuem duplas ligações conjugadas e um sistema de elétrons

π completamente deslocalizados em ambos anéis aromáticos. As moléculas que

possuem tal sistema têm baixo potencial redox e maior probabilidade de sofrer

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49

reações de transferência de elétrons. Além disso, a introdução de substituintes nos

dois anéis arila também desperta interesse, pois levam a conclusões de relação

estrutura-atividade (REA) úteis e, assim, ajudam a sintetizar chalconas

farmacologicamente ativas, menos tóxicas e mais eficazes (NOWAKOWSKA, 2007;

PATIL; MAHAJAN; KATTI, 2009; YADAV et al, 2011).

Chalconas são precursores versáteis na síntese de compostos heterocíclicos.

Do ponto de vista da síntese orgânica, a porção enona é importante para a

transformação estrutural das chalconas. Atuando como um eletrófilo, as chalconas

podem reagir com um nucleófilo na adição de Michael. Em uma reação de

ciclocondensação, as chalconas podem atuar como um bi-eletrófilo que reage com

um bi-nucleófilo, sendo uma via atrativa para a síntese de compostos heterocíclicos,

como o derivado de pirazolina, oxirano, pirano, oxopirimidina, isoxazolina, derivados

de piridina, derivados de benzheteroazepina, e outros heterociclos (SUWITO et al,

2014).

Apesar de ser um produto natural, fonte de inúmeras pesquisas científicas, o

isolamento pioneiro de chalconas só foi realizado em 1910 por Kametaka e Perkin,

mediante manipulação de extratos da espécie Carthamus tinctorius - flores de

açafrão. Um fator de diversificação encontrado nas chalconas naturais é a natureza

e a posição dos substituintes presentes nos anéis A e B. Geralmente, observam-se

grupos hidroxilas, metoxilas, O-glicosilas, C-glicosilas e C-alquilas, distribuídos nas

posições orto, meta e para. A partir dos adventos da química orgânica sintética é

possível produzir esses biocompostos com uma variedade de substituintes, de forma

cada vez mais versátil (BIEBER, 1999).

A técnica mais empregada para a obtenção de chalconas é a partir da

condensação aldólica (condensação de Claisen-Schmidt), na qual aldeídos e

acetofenonas reagem na presença de um catalisador ácido ou básico (ABUO-

RAHMA et al, 2012; BUKHARI et al, 2014).

As reações de condensação de Claisen-Schmidt entre aril-cetonas e

derivados de benzaldeído mostram-se a estratégia sintética mais utilizada para a

construção do núcleo chalcônico. Uma vez formadas tais biomoléculas, diversas

outras reações podem ser feitas para a introdução de átomos ou grupos no

esqueleto das chalconas para utilizá-las como material de partida na tentativa de

obter novas substâncias. Dentre as alterações estruturais mais descritas na

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50

literatura, podem-se citar as reações de halogenação na ligação dupla α-β-

insaturada (ABUO-RAHMA et al, 2012; BUKHARI et al, 2014).

3.5 Pirimidinas

Em química orgânica, compostos cíclicos que contêm no mínimo um átomo

no anel que não seja o carbono são chamados heterociclos. A maioria dos

heteroátomos contidos nos heterociclos são o nitrogênio, o oxigênio e o enxofre.

Na natureza, os heterociclos são de grande importância. Mais da metade de

todos os produtos naturais contêm heterociclos em sua estrutura. Heterociclos

contendo nitrogênio são particularmente muito difundidos na natureza entre eles a

pirimidina (KACHROO, PANDA, YADAV, 2014).

Pirimidinas são anéis heterocíclicos de 6 membros, compostos por nitrogênio

e carbono. As substituições de C-H em meta em relação ao outro no anel benzênico

por dois átomos de nitrogênio (posição 1 e 3), forma o anel pirimidínico (Figura 6). A

reatividade dos átomos de carbono 2, 4, 5 e 6, bem como os substituintes ligados a

eles variam individualmente (HIREMATH, 2010).

Estão presentes na natureza de várias formas e fazem parte da estrutura de

antibióticos, vitaminas e hormônios. São comumente reconhecidos nas bases de

RNA e DNA sendo mais abundantes na citosina, timina e uracila. O nitrogênio

contido nos heterocíclicos desempenha um papel importante na química medicinal e

também contribui para a sociedade, ajudando em diferentes processos da vida

(ARIKKATT et al, 2014; SUWITO et al, 2014).

Figura 6 – Estrutura do núcleo pirimidínico

A origem do termo pirimidina data por volta de 1884 quando Pinner criou o

termo a partir de uma combinação das palavras piridina e amidina por causa da

N1

2

6

N3

5

4

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semelhança estrutural com estes compostos. Desde os estudos iniciais, numerosas

modificações têm sido feitas na estrutura original tornando-a um interessante objeto

de estudo (HIREMATH, 2010).

O anel pirimidinínico é essencialmente plano. A deficiência de elétrons na

posição orto e para relativamente ao átomo de nitrogênio eletronegativo é mais

acentuada na pirimidina do que em outras diazinas, como a pirazina e pirazidina. Isto

porque os dois átomos de nitrogênio das 1,3-diazinas são posicionados de modo

que seus efeitos individuais reforçam um ao outro, e assim atuam um uníssono. Por

isso que o efeito resultante é maior na pirimidina do que nas suas diazinas

isoméricas, onde os efeitos eletrônicos dos dois átomos de nitrogênio antagonizam

parcialmente uns aos outros de modo que os carbonos C-2, C-4 e C-6 no anel

pirimídico tornam-se fortes centros eletropositivos, enquanto que a o carbono C-5

retém eletronegatividade, embora em menor grau. Reagentes eletrofílicos quase

invariavelmente atacam a pirimidina na posição C-5, local de maior deficiência de

elétrons, facilitando reações de nitração, halogenação ou sulfonação. Embora os

carbonos C-2, C-4 e C-6 do anel pirimidínico sejam um melhor alvo para o ataque

nucleofílico direto, apenas alguns exemplos de reação são conhecidos em que a

substituição nucleofílica do hidrogênio ocorra de forma direta (HIREMATH, 2010).

A síntese de pirimidinas tem sido de grande interesse para a química orgânica

devido a sua ampla variedade de atividades biológicas. Em 1818, Gasfare B. isolou

o primeiro derivado pirimidínico, o Aloxana (Figura 7), através da oxidação do ácido

úrico com ácido nítrico. O primeiro exemplo importante da síntese de pirimidinas foi a

síntese do ácido barbitúrico (Figura 7), em 1878, através da reação do ácido

malônico e uréia (HIREMATH, 2010; ARIKKATT et al, 2014; SUWITO et al, 2014).

Figura 7 – Estruturas do Aloxana (1) e Ácido barbitúrico (2)

NHNH

O

O

O

O

(1)

NHNH

O

O O

(2)

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A rota de síntese mais comum para a obtenção de derivados de pirimidinas

acontece através da condensação de compostos 1,3-dicarbonilados com reagentes

tendo um fragmento N-C-N, tais como a ureia, uma amidina, ou guanidina. A

utilização de um ortoéster formamida ou em combinação com amonia como um

reagente de N-C-N substituto potencial para a síntese de pirimidinas também tem

sido relatadas. Nestas condições tem sido obtida uma série de pirimidinas

substituídas (TYAGARAJAN; CHAKRAVARTY, 2005).

Os métodos de síntese de pirimidinas são classificados com base nos

componentes empregados na ciclização pirimidínica. A reação de ciclização pode

ocorrer utilizando-se um, dois ou três componentes. A ciclização para formação do

núcleo pirimidínico que utiliza um componente envolve a ciclização intramolecular de

certos intermediários de cadeia aberta. Um exemplo deste tipo é a reação do

derivado de N-cianoamina para 2-aminopirimidina, em meio básico. A utilização de

dois componentes para a obtenção do núcleo pirimidínico envolve a condensação de

dois reagentes. Um dos componentes utilizados pode contribuir com 3, 4 e 5 átomos;

enquanto o outro componente pode contribuir com 3, 2 ou 1 átomo respectivamente.

Quando se utiliza três componentes para a síntese do núcleo pirimidínico, cada um

dos componentes contribui com dois átomos para a reação de ciclização. Um

exemplo é a reação do acetileno com duas moléculas de nitrila na presença de

trifluoreto de boro (HIREMATH, 2010).

As condições reacionais para a formação do núcleo pirimidínico também

podem variar, podendo ser realizadas em temperatura ambiente, refluxo

convencional ou irradiação por microondas. A irradiação de microondas tem sido

utilizada desde a década de 1980 como uma forma alternativa para acelerar reações

orgânicas endotérmicas. A radiação de microondas pode ser focada no meio de

reação e transferir eficientemente a energia diretamente para as espécies reagentes,

ocorrendo um sobreaquecimento de um modo muito mais rápido, quando

comparado com o aquecimento por convecção regular, facilitando, assim, as

transformações químicas pretendidas. Como resultado, muitas reações orgânicas

são realizadas usando energia de microondas, como cicloadição, adições ao grupo

carbonila, substituições eletrofílicas e síntese de heterociclos (XAVIER et al, 2013).

Os sistemas heterocíclicos exibem uma variedade de bioatividades, incluindo

antitumoral, antifúngica, antimicrobiana, antibacteriana, anti-inflamatória entre outras.

A presença da função insaturada, juntamente com o tipo e posição do substituinte

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nos anéis aromáticos, estão frequentemente relacionados à atividade biológica

associada a estes derivados através de modificações estruturais do esqueleto

chalcônico (FAVARIN et al, 2013).

3.6 Atividades biológicas, relacionadas à chalconas e derivados

Corrêa e colaboradores (2001), obtiveram várias chalconas com potente

efeito antinociceptivo quando avaliadas no ensaio de dor induzido por formalina. A

chalcona, que não continha grupos substituintes em qualquer anel aromático,

apresentou um valor equipotente a aspirina e paracetamol, fármacos amplamente

empregados na prática clínica (CORRÊA et al, 2001).

Nowakowska (2007) cita estudos que comprovam as propriedades anti-

inflamatórias de diversos derivados de chalconas, entre eles: dimetilamino-

chalconas, trimethoxi-chalconas, (com vários padrões de fluoração), chalconas com

grupos prenil ou geranil e derivados de chalcona isolados de frutos de Mallotus

philippinensis. Todos estes compostos foram testados in vitro e apresentaram

atividade inibitória sobre a produção de NO e PGE2 em células RAW 264.7, ativadas

por lipopolissacarídeo (LPS) e redução de edema de pata induzido por carragenina.

Além disso, estes compostos inibiram a NO sintase induzível (iNOS), ciclooxigenase

2 (COX-2), interleucina 6 (IL-6) e a expressão de mRNA do gene IL-1β

(NOWAKOWSKA, 2007).

Tran e colaboradores (2009), sintetizaram 18 derivados da 2‟-hidroxichalcona,

e avaliaram quanto a atividade inibidora de PGE2 e a citotoxicidade dos compostos,

utilizando ensaios de viabilidade celular por MTT. Os dados obtidos mostraram que,

seis chalconas apresentaram atividades biológicas mais acentuadas que o composto

original. Os requisitos estruturais para a atividade inibidora dos análogos de 2‟-

hidroxichalcona sobre a produção de PGE2 a partir de células RAW 264.7 podem ser

utilizadas como se segue: (i) a concomitância de, pelo menos, dois grupos alcoxi no

anel B de chalconas em que um grupo substituído na posição 4 e o outro substituto

em 3 - ou 5- na posição do anel B pode aumentar a atividade inibitória para a

produção de PGE2, (ii) o radical benziloxi desempenha um papel importante no

estabelecimento de interações fortes entre chalcona e COX-2, (iii) a inibição da

produção de PGE2 a partir de células RAW 264.7 de derivados da 2‟-

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hidroxichalcona não está associado com a sua citotoxicidade. As informações da

relação estrutura atividade (REA) são significativas para projetar e desenvolver

novos compostos com maior atividade anti-inflamatória (TRAN et al, 2009).

Com o objetivo de sintetizar novas moléculas derivadas de chalconas com

atividade anti-inflamatória, Jantan e colaboradores (2014), investigaram através de

testes in vitro, 4 séries, totalizando 17 moléculas a capacidade de inibição das

enzimas COX-1 e COX-2. Foram testados também ensaios para lipoxigenase (LOX),

para TNF-α e IL-6. Após avaliação, constatou-se que as chalconas avaliadas

apresentaram potencial inibitório contra COX-1, COX-2 e LOX, bem como

apresentaram bons resultados nos testes de inibição de IL-6 e TNF-α. Estudos

adicionais foram sugeridos para a otimização dos efeitos anti-inflamatórios (JANTAN

et al, 2014).

Pirimidinas que possuem grupo hidroxila desempenham papel vital nos

processos biológicos. Os fármacos obtidos sinteticamente, com pirimidinas

hidroxiladas ou derivados pirimidínicos em sua estrutura estão associados a várias

atividades terapêuticas. Foram descritos exemplos como o 5-fluoracil, como

antitumoral, idoxuridina e trifluridina como antivirais; zidovudina e estavudina com

atividade anti- HIV, trimetoprim e sulfadiazida, como agentes antibacterianos;

minoxidil e prazosina como anti-hipertensivos, e outros com atividade anti-

tuberculose, anti-inflamatória , diurética, antimalária e cardiovascular (AMIR; JAVED;

KUMAR, 2007; FAVARIN et al, 2013).

Modica e colaboradores (2000) sintetizaram uma série de

tiazolotienopirimidinonas e os testes para a atividade anti-inflamatória e analgésica

foram promissores (MODICA et al, 2000).

Bekhit e colaboradores (2003) relataram a síntese de duas séries de

derivados pirimidínicos os quais foram avaliados através do ensaio edema de pata

induzido por carragenina, sendo os compostos mais ativos avaliados in vitro sobre a

atividade inibitória das enzimas COX-1 e COX-2 humanas. Alguns compostos

apresentaram notável atividade anti-inflamatória e pouco ulcerogênica (BEKHIT et al,

2003).

Sondhi e colaboradores (2005) sintetizaram derivados pirimidínicos mono, bi e

tricíclicos e submeteram a testes para avaliar a atividade anti-inflamatória e

analgésica através do edema de pata induzido por carragenina. Alguns dos

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compostos testados apresentaram boa atividade anti-inflamatória (SONDHI et al,

2005).

Moléculas tricíclicas que possuem como característica comum a 1,2-diaril

substituição no anel heterocíclico central ou no sistema de anel carbocíclico

representam uma importante classe de inibidores da COX-2 seletivos. O anel

pirimidínico tem sido pouco usado como molde para a síntese de novos inibidores

seletivos COX-2. As pirimidinas e as pirimidinas condensadas são uma importante

classe de compostos heterocíclicos e exibem um grande espectro de atividades

biológicas. O núcleo pirimidínico contendo cloro na posição 2 mostra atividade anti-

inflamatória significativa (ORJALES et al, 2008; SINGOUR et al, 2012).

Bukhari e colaboradores (2012) sintetizaram uma série de chalconas e

análogos pirimidínicos e avaliaram a capacidade anti-inflamatória destas moléculas

através da inibição da atividade da ciclooxigenase in vitro, utilizando ensaio

imunoenzimático (EIA). Concluiu-se, através dos resultados obtidos que as

chalconas e pirimidinas sintetizadas apresentaram potencial anti-inflamatório além

de uma excelente inibição da COX-2 comparado a inibição da COX-1, ou seja,

compostos seletivos (BUKHARI et al, 2012).

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Purificação e Caracterização estrutural dos derivados

As reações de síntese, bem como a pureza preliminar das moléculas foram

monitoradas por cromatografia em camada delgada (CCD). Os procedimentos

utilizados para a purificação foram: recristalização, cromatografia em coluna (CC),

cromatografia automatizada de baixa pressão e extração reativa. A caracterização

das moléculas sintetizadas foi realizada através da verificação do ponto de fusão

(PF), espectroscopia no infravermelho (IV) e espectroscopia de ressonância

magnética nuclear de próton (RMN-1H) e carbono (RMN-13C).

Para a técnica de CCD foram utilizadas placas de sílica gel 60 F254 em folhas

pré-revestidas de alumínio da marca Merck®. Para este procedimento foram

utilizados sistemas solventes em diferentes polaridades: hexano/acetato de etila

(90:10; 80:20; 70:30 e 50:50). As substâncias sintetizadas foram visualizadas na

CCD através da luz UV de ondas curtas e longas.

Para a recristalização foram utilizados os solventes, etanol e clorofórmio.

A cromatografia em coluna (CC) foi realizada em coluna de vidro, utilizando a

sílica gel 60 (0,063-0,200mm) – Merck, como fase estacionária.

Para a cromatografia em baixa pressão foi utilizado o equipamento de

Cromatografia Flash Isolera Four - Biotage, Estados Unidos.

A extração reativa foi realizada através funil de separação, utilizando-se

clorofórmio e solução de HCl 10%.

O ponto de fusão das moléculas foi determinado diretamente através do

equipamento MQAPF-302 - Microquímica.

As análises espectrométricas no infravermelho foram realizadas em

espectrômetro de infravermelho por Transformada de Fourier - IR Prestige-21. As

amostras foram trituradas com brometo de potássio (KBr) e os espectros obtidos por

aquisição direta pela técnica de espectroscopia por refletância difusa no

infravermelho médio com transformada de Fourier (DRIFTS). O registro das

absorções foi feita em escala de centímetro recíproco (cm-1).

Os espectros de RMN 1H e RMN 13C foram obtidos através do equipamento

de espectrometria Bruker – Advance – DPT-300 - 300 MHz. Os deslocamentos

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químicos foram expressos em valores adimensionais (δ = ppm) em relação ao

tetrametilsilano (TMS). Para a realização destas análises as amostras foram

dissolvidas em clorofórmio deuterado (CDCl3) ou acetona deuterada (CD3CO) As

constantes de acoplamento (J) foram expressas em Hertz (Hz). Os sinais foram

indicados como: s= simpleto; d= dupleto; dd= duplo dupleto; t= tripleto e m=

multipleto.

4.2 Síntese de chalconas

A escolha dos substituintes foi baseada no princípio de Topliss (TOPLISS,

1977) na tentativa de verificar uma possível relação entre a estrutura química e

atividade biológica.

As chalconas foram sintetizadas segundo uma derivação do método geral de

condensação aldólica de Claisen-Schmidt (CORRÊA et al., 2001; 2008). As

chalconas foram preparadas a partir de uma mistura equimolar de benzaldeídos

(substituídos ou não) e acetofenonas dissolvidos em etanol na presença de

hidróxido de sódio (Esquema 1). A mistura foi submetida à agitação magnética em

temperatura ambiente até a verificação do término da reação. A formação de

produtos foi monitorada por cromatografia em camada delgada utilizando como

eluente hexano:acetato de etila (80:20); ao término das reações os produtos foram

isolados. Quando necessário, as substâncias sintetizadas foram submetidas à

purificação por recristalização ou por métodos cromatográficos apropriados.

Esquema 1 - Esquema geral de reação de síntese para obtenção de chalconas

CH3

O

+H

O

R1

O

R1

NaOH / EtOH

Nota: R1 (CHH) = H; R

1 (CHM) = 4-CH3; R

1 (CHX) = 4-OCH3; R

1 (CHCl) =4-Cl; R

1 (CHDCl) = 3,4 Cl2,

R1 (CHNM) = 4-N(CH3)2; R

1 (CHOH) = 4-OH.

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(2E)-1,3–difenilprop-2-en-1-ona (CHH)

Foram utilizados 2,91 mL (0,025 mmol) de acetofenona e 2,53 mL (0,025

mmol) de benzaldeído na presença de 5 mL (0,062 mmol) de hidróxido de sódio

50%, p/v, dissolvidos em etanol (20 mL) sob agitação magnética. Ao término da

reação, monitorada por CCD, o precipitado formado foi filtrado em funil de Büchner

com etanol gelado e mantido em dessecador por 24 horas. A caracterização da

molécula foi realizada através do ponto de fusão e espectro de infravermelho (Anexo

C), sendo identificado como (2E)-1,3–difenilprop-2-en-1-ona.

(2E)-3-(4-metilfenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona (CHM)

Foram utilizados 2,91 mL (0,025 mmol) de acetofenona e 3,08mL (0,025

mmol) de tolualdeído na presença de 5 mL (0,062 mmol) de hidróxido de sódio 50%,

p/v, dissolvidos em etanol (20 mL) sob agitação magnética. Ao término da reação,

monitorada por CCD, o precipitado formado foi filtrado em funil de Büchner com

etanol gelado e mantido em dessecador por 24 horas. A caracterização da molécula

foi realizada através do ponto de fusão e espectro de infravermelho (Anexo C),

sendo identificado como (2E)-3-(4-metilfenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona.

(2E)-3-(4-metoxifenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona (CHX)

Foram utilizados 2,91 mL (0,025 mmol) de acetofenona e 3,03 mL (0,025

mmol) de anisaldeído na presença de 5 mL (0,062 mmol) de hidróxido de sódio 50%,

p/v, dissolvidos em etanol (20 mL) sob agitação magnética. Ao término da reação,

monitorada por CCD, o precipitado formado foi filtrado em funil de Büchner com

etanol gelado e mantido em dessecador por 24 horas. A caracterização da molécula

foi realizada através do ponto de fusão e espectro de infravermelho (Anexo C),

sendo identificado como (2E)-3-(4-metoxifenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona.

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(2E)-3-(4-clorofenil)-1-fenillprop-2-en-1-ona (CHCl)

Foram utilizados 2,91 mL (0,025 mmol) de acetofenona e 3,51g (0,025 mmol)

de 4-clorobenzaldeído na presença de 5 mL (0,062 mmol) de hidróxido de sódio

50%, p/v, dissolvidos em etanol (20 mL) sob agitação magnética. Ao término da

reação, monitorada por CCD, o precipitado formado foi filtrado em funil de Büchner

com etanol gelado e mantido em dessecador por 24 horas. A caracterização da

molécula foi realizada através do ponto de fusão e espectro de infravermelho (Anexo

C), sendo identificado como (2E)-3-(4-clorofenil)-1-fenillprop-2-en-1-ona.

(2E)-3-(3,4-diclorofenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona (CHDCl)

Foram utilizados 2,91 mL (0,025 mmol) de acetofenona e 4,37g (0,025 mmol)

de 3,4-clorobenzaldeído na presença de 5 mL (0,062 mmol) de hidróxido de sódio

50%, p/v, dissolvidos em etanol (20 mL) sob agitação magnética. Ao término da

reação, monitorada por CCD, o precipitado formado foi filtrado em funil de Büchner

com etanol gelado e mantido em dessecador por 24 horas. A caracterização da

molécula foi realizada através do ponto de fusão e espectro de infravermelho (Anexo

C), sendo identificado como (2E)-3-(3,4-diclorofenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona.

(2E)-3-[4-(dimetilamino)fenil]1-fenilprop-2-en-1-ona (CHNM)

Foram utilizados 2,91 mL (0,025 mmol) de acetofenona e 2,91g (0025 mmol),

de 4-dimetilaminobenzaldeído na presença de 5 mL (0,062 mmol) de hidróxido de

sódio 50%, p/v, dissolvidos em etanol (20 mL) sob agitação magnética. Ao término

da reação, monitorada por CCD, o precipitado formado foi filtrado em funil de

Büchner com etanol gelado e mantido em dessecador por 24 horas. A

caracterização da molécula foi realizada através do ponto de fusão e espectros de

infravermelho e RMN1H e RMN 13C (Anexo B), sendo identificado como (2E)-3-[4-

(dimetilamino)fenil]1-fenilprop-2-en-1-ona.

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61

(2E)-3-(4-hidroxifenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona (CHOH)

Foram utilizados 2,91mL (0,025 mmol) de acetofenona e 3,053 g (0,025

mmol) de 4-hidroxibenzaldeído na presença de 9,92 mL (0,124 mmol) de hidróxido

de sódio 50%, p/v, dissolvidos em etanol (20 mL) sob agitação magnética. Ao

término da reação, monitorada por CCD, o precipitado formado foi filtrado em funil de

Büchner com etanol gelado e mantido em dessecador por 24 horas. A

caracterização da molécula foi realizada através do ponto de fusão e espectros de

infravermelho, RMN1H e RMN 13C (Anexo B), sendo identificado como (2E)-3-(4-

hidroxifenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona.

4.3 Síntese dos derivados pirimidínicos

Os derivados pirimidínicos foram sintetizados reagindo as chalconas iniciais

(CHH; CHM; CHX, CHCl; CHDCl, CHNM e CHOH) com cloridrato de guanidina e

hidróxido de sódio em etanol (Esquema 2), através da adaptação das técnicas

descritas por Chandrasekaran e Nagarajan (2005); Thanh e Mai (2009) e Bansal,

Chaudhary e Kothiyal (2013).

As moléculas foram obtidas em diferentes condições reacionais: temperatura

ambiente, refluxo e microondas. Para a síntese em reator de microondas foi utilizado

o equipamento CEM - Focused Microwave Synthesis Sistem, modelo Discover.

progresso das reações foi acompanhado por cromatografia de camada delgada

(CCD). Ao término da reação a mistura reacional foi vertida em gelo para a

precipitação do produto. Substâncias variando tons de amarelo a laranja conforme a

molécula foi obtida na forma sólida. Os sólidos foram filtrados a vácuo, sendo

lavados em água gelada durante a filtração e deixados em dessecador por um

período de 72 horas. As purificações foram realizadas através de recristalização em

clorofórmio ou cromatografia de coluna (CC) ou cromatografia automatizada de

baixa pressão ou extração reativa, conforme a necessidade de cada substância,

utilizando solvente adequado. Após o processo de purificação obteve-se cristais na

cor branca ou levemente amarelada. As moléculas foram caracterizadas por ponto

de fusão, IV e RMN-1H e RMN-13C (Anexo A).

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O

R1 +

NH

NH2 NH2

NaOH

NN

NH2

R1ClH-

Esquema 2- Esquema geral de obtenção de aminopirimidinas derivadas de chalconas

Nota: R

1 (AMH) = H; R

1 (AMM) = 4-CH3; R

1 (AMX) = 4-OCH3; R

1 (AMCl) =4-Cl; R

1(AMDCl) = 3,4 Cl2;

R1 (CHNM) = 4-N(CH3)2; R

1 (CHOH) = 4-OH.

4.3.1 Síntese dos derivados pirimidínicos em temperatura ambiente

4,6-difenilpirimidin-2-amina (AMH)

Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 0,72 mL (0,045 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a agitação

magnética por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,4165 g (0,01 mmol) de

chalcona CHH. A mistura reacional foi mantida sob agitação até o término da reação

monitorada por CCD. Na sequência a reação foi vertida em gelo para a precipitação

do produto e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e

mantido em dessecador por 72 horas. O produto final foi identificado como 4,6-

difenilpirimidin-2-amina.

4-(4-metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMM)

Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 0,72 mL (0,045 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a agitação

magnética por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,4445 g (0,01 mmol) de

chalcona CHM. A mistura reacional foi mantida sob agitação até o término da reação

monitorada por CCD. Na sequência a reação foi vertida em gelo para a precipitação

do produto e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e

mantido em dessecador por 72 horas e o produto final foi identificado como 4-(4-

metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina.

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4-(4-metoxifenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMX) Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 0,72 mL (0,045 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a agitação

magnética por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,4765 g (0,01 mmol) de

chalcona CHX. A mistura reacional foi mantida sob agitação até o término da reação

monitorada por CCD. . Na sequência a reação foi vertida em gelo para a precipitação

do produto e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e

mantido em dessecador por 72 horas e o produto final foi identificado como 4-(4-

metoxifenil)-6-fenilpirimidin-2-amina.

4-(4-clorofenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMCl)

Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 0,72 mL (0,045 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a agitação

magnética por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,4854 g (0,01 mmol) de

chalcona CHCl. A mistura reacional foi mantida sob agitação até o término da reação

monitorada por CCD. . Na sequência a reação foi vertida em gelo para a precipitação

do produto e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e

mantido em dessecador por 72 horas e o produto final foi identificado como 4-(4-

clorofenil)-6-fenilpirimidin-2-amina.

4-(3,4-diclorofenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMDCl)

Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 0,72 mL (0,045 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a agitação

magnética por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,5543 g (0,01 mmol) de

chalcona CHDCl. A mistura reacional foi mantida sob agitação até o término da

reação monitorada por CCD. Na sequência a reação foi vertida em gelo para a

precipitação do produto e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi

filtrado a vácuo e mantido em dessecador por 72 horas e o produto final foi

identificado como 4-(3,4-diclorofenil)-6-fenilpirimidin-2-amina.

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4-[4-(dimetilamino)fenil]-6-fenilpirimidin-2-amina (AMNM)

Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 0,72 mL (0,045 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a agitação

magnética por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,5026 g (0,01mmol) de

chalcona CHNM. A mistura reacional foi mantida sob agitação por até o término da

reação monitorada por CCD. Na sequência a reação foi vertida em gelo para a

precipitação do produto e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi

filtrado a vácuo e mantido em dessecador por 72 horas e o produto final foi

identificado como 4-[4-(dimetilamino)fenil]-6-fenilpirimidin-2-amina.

4-(4-hidroxifenil)-6-fenilpirimidin-2-amina(AMOH)

Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 1,44 mL (0,09 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a agitação

magnética por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,4485 g (0,01 mmol) de

chalcona CHOH. A mistura reacional foi mantida sob agitação por até o término da

reação monitorada por CCD. Na sequência a reação foi vertida em gelo para a

precipitação do produto e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi

filtrado a vácuo e mantido em dessecador por 72 horas e o produto final foi

identificado como 4-(4-hidroxifenil)-6-fenilpirimidin-2-amina.

4.3.2 Síntese dos derivados pirimidínicos em refluxo convencional

4,6-difenilpirimidin-2-amina (AMH)

Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 0,72mL (0,045 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a refluxo

por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,4165g (0,01 mmol) de chalcona

CHH. A mistura reacional foi mantida em refluxo até o término da reação monitorada

por CCD. Na sequência a reação foi vertida em gelo para a precipitação do produto

e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e mantido em

dessecador por 72 horas e o produto final foi identificado como 4,6-difenilpirimidin-2-

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65

amina.

4-(4-metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMM)

Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 0,72 mL (0,045 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a refluxo

por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,4445 g (0,01 mmol) de chalcona

CHM. A mistura reacional foi mantida em refluxo até o término da reação monitorada

por CCD. Na sequência a reação foi vertida em gelo para a precipitação do produto

e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e mantido em

dessecador por 72 horas e o produto final foi identificado como 4-(4-metilfenil)-6-

fenilpirimidin-2-amina.

4-(4-metoxifenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMX) Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 0,72 mL (0,045 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a refluxo

por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,4765 g (0,01 mmol) de chalcona

CHX. A mistura reacional foi mantida em refluxo até o término da reação monitorada

por CCD. Na sequência a reação foi vertida em gelo para a precipitação do produto

e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e mantido em

dessecador por 72 horas e o produto final foi identificado como 4-(4-metoxifenil)-6-

fenilpirimidin-2-amina.

4-(4-clorofenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMCl)

Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 0,72 mL (0,045 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a refluxo

por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,4854 g (0,01 mmol) de chalcona

CHCl. A mistura reacional foi mantida em refluxo até o término da reação monitorada

por CCD. Na sequência a reação foi vertida em gelo para a precipitação do produto

e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e mantido em

dessecador por 72 horas e o produto final foi identificado como 4-(4-clorofenil)-6-

fenilpirimidin-2-amina.

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4-(3,4-diclorofenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMDCl)

Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 0,72 mL (0,045 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a refluxo

por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,4854 g (0,01 mmol) de chalcona

CHDCl. A mistura reacional foi mantida em refluxo até o término da reação

monitorada por CCD. Na sequência a reação foi vertida em gelo para a precipitação

do produto e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e

mantido em dessecador por 72 horas e o produto final foi identificado como 4-(3,4-

diclorofenil)-6-fenilpirimidin-2-amina.

4-[4-dimetilamino)fenil]-6-fenilpirimidin-2-amina (AMNM)

Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 0,72 mL (0,045 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a refluxo

por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,5026 g (0,01 mmol) de chalcona

CHNM. A mistura reacional foi mantida em refluxo até o término da reação

monitorada por CCD. Na sequência a reação foi vertida em gelo para a precipitação

do produto e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e

mantido em dessecador por 72 horas e o produto final foi identificado como 4-[4-

dimetilamino)fenil]-6-fenilpirimidin-2-amina.

4-(4-hidroxifenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMOH)

Foram adicionadas 0,5732 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 10 mL

de etanol e 1,44 mL (0,09 mmol) de hidróxido de sódio 50% submetendo a refluxo

por 2 horas. Após este período foi acrescentada 0,4485 g (0,01 mmol) de chalcona

CHOH. A mistura reacional foi mantida em refluxo até o término da reação

monitorada por CCD. Na sequência a reação foi vertida em gelo para a precipitação

do produto e mantida em geladeira por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e

mantido em dessecador por 72 horas e o produto final foi identificado como 4-(4-

hidroxifenil)-6-fenilpirimidin-2-amina.

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4.3.3 Síntese dos derivados pirimidínicos em refluxo por reator de microondas

4,6-difenilpirimidin-2-amina (AMH)

Foram adicionadas 0,286 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 3 mL

de etanol e 0,18 g (0,045 mmol) de hidróxido de sódio submetendo a refluxo por

microondas por 5 minutos. Após este período foi acrescentada 0,2082 g (0,01 mmol)

de chalcona CHH. A mistura reacional foi mantida em refluxo por microondas, na

potência de 180 watts, até o término da reação monitorada por CCD. Na sequência a

reação foi vertida em gelo para a precipitação do produto e mantida em geladeira

por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e mantido em dessecador por 72

horas e o produto final foi identificado como 4,6-difenilpirimidin-2-amina.

4-(4-metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMM)

Foram adicionadas 0,286 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 3 mL

de etanol e 0,18 g (0,045 mmol) de hidróxido de sódio submetendo a refluxo por

microondas por 5 minutos. Após este período foi acrescentada 0,2223 g (0,01 mmol)

de chalcona CHM. A mistura reacional foi mantida em refluxo por microondas, na

potência de 180 watts, até o término da reação monitorada por CCD. Na sequência a

reação foi vertida em gelo para a precipitação do produto e mantida em geladeira

por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e mantido em dessecador por 72

horas e o produto final foi identificado como 4-(4-metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina.

4-(4-metoxifenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMX)

Foram adicionadas 0,286 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 3 mL

de etanol e 0,18 g (0,045 mmol) de hidróxido de sódio submetendo a refluxo por

microondas por 5 minutos. Após este período foi acrescentada 0,2383 g (0,01 mmol)

de chalcona CHX. A mistura reacional foi mantida em refluxo por microondas, na

potência de 180 watts, até o término da reação monitorada por CCD. Na sequência a

reação foi vertida em gelo para a precipitação do produto e mantida em geladeira

por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e mantido em dessecador por 72

horas e o produto final identificado como 4-(4-metoxifenil)-6-fenilpirimidin-2-amina.

Page 70: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍsiaibib01.univali.br/pdf/Viviane Coppi Budal Arins 2015.pdfFátima de Campos Buzzi Co-orientador: Prof. Dr. Rogério Corrêa Itajaí, Novembro de 2015

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4-(4-clorofenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMCl)

Foram adicionadas 0,286 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 3 mL

de etanol e 0,18 g (0,045 mmol) de hidróxido de sódio submetendo a refluxo por

microondas por 5 minutos. Após este período foi acrescentada 0,2427 g (0,01 mmol)

de chalcona CHCl. A mistura reacional foi mantida em refluxo por, na potência de

180 watts, até o término da reação monitorada por CCD. Na sequência a reação foi

vertida em gelo para a precipitação do produto e mantida em geladeira por 24 horas.

O precipitado foi filtrado a vácuo e mantido em dessecador por 72 horas e o produto

final foi identificado como 4-(4-clorofenil)-6-fenilpirimidin-2-amina.

4-(3,4-diclorofenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMDCl)

Foram adicionadas 0,286 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 3 mL

de etanol e 0,18 g (0,045 mmol) de hidróxido de sódio submetendo a refluxo por

microondas por 5 minutos. Após este período foi acrescentada 0,2771 g (0,01 mmol)

de chalcona CHDCl. A mistura reacional foi mantida em refluxo por microondas, na

potência de 180 watts, até o término da reação monitorada por CCD. Na sequência a

reação foi vertida em gelo para a precipitação do produto e mantida em geladeira

por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e mantido em dessecador por 72

horas e o produto final foi identificado como 4-(3,4-diclorofenil)-6-fenilpirimidin-2-

amina.

4-[4-(dimetilamino)fenil]-6-fenilpirimidin-2-amina (AMNM)

Foram adicionadas 0,286 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 3 mL

de etanol e 0,18 g (0,045 mmol) de hidróxido de sódio submetendo a refluxo por

microondas por 5 minutos. Após este período foi acrescentada 0,2513 g (0,01 mmol)

de chalcona CHNM. A mistura reacional foi mantida em refluxo por microondas, na

potência de 180 watts, até o término da reação monitorada por CCD. Na sequência a

reação foi vertida em gelo para a precipitação do produto e mantida em geladeira

por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e mantido em dessecador por 72

horas e o produto final foi identificado como 4-[4-(dimetilamino)fenil]-6-fenilpirimidin-

2-amina.

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4-(4-hidroxifenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMOH)

Foram adicionadas 0,286 g (0,03 mmol) de cloridrato de guanidina em 3 mL

de etanol e 0,36 g (0,09 mmol) de hidróxido de sódio submetendo a refluxo por

microondas por 5 minutos. Após este período foi acrescentada 0,2242 g (0,01 mmol)

de chalcona CHOH. A mistura reacional foi mantida em refluxo por microondas, na

potência de 180 watts, até o término da reação monitorada por CCD. Na sequência a

reação foi vertida em gelo para a precipitação do produto e mantida em geladeira

por 24 horas. O precipitado foi filtrado a vácuo e mantido em dessecador por 72

horas e o produto final foi identificado como 4-(4-hidroxifenil)-6-fenilpirimidin-2-

amina.

4.4 Relação Estrutura -Atividade - Método de Topliss

Foram sintetizadas sete moléculas para a série de chalconas e sete

respectivos derivados pirimidínicos. Todas as moléculas apresentavam anel

aromático na estrutura, apresentando os seguintes substituintes: H, 4-CH3, 4-OCH3,

4-Cl e 3,4-Cl2. (TOPLISS, 1977; CECHINEL-FILHO; NUNES; YUNES, 1993) e

também os substituintes 4-N(CH3)2 e 4-OH. Para a obtenção da série de chalconas

foram utilizados como reagentes os aldeídos: benzaldeído, 4-metoxialdeído, 4-

metilbenzaldeído, 4-clorobenzaldeído, 3,4-diclorobenzaldeído, 4-

dimetilaminobenzaldeído e o 4-hidroxibenzaldeído, salientando que as substituições

ocorreram no anel B das estruturas. As pirimidinas foram obtidas a partir da série de

chalconas. Todas as moléculas foram avaliadas in vitro quanto à inibição da

atividade das enzimas COX-1 e COX-2 sendo determinados os valores de CI50

(Concentração que inibe 50% da enzima) a fim de verificar uma possível relação

estrutura atividade biológica através da ordem de potência dos parâmetros

hidrofóbicos, eletrônicos e estéreos (Tabela 1).

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Tabela 1- Ordem de potência para parâmetros físico-químicos proposta por Topliss

Substituintes Parâmetros físico-químicos de Topliss

π

2π-π2

σ

π+ σ

2π-σ

π-σ

π-2σ

π-3σ

Es

3,4-Cl2

1 1-2 1 1 1 1-2 3-4 5 2-5

4-Cl

2 1-2 2 2 2-3 3 3-4 3-4 2-5

4-CH3

3 3 4 3 2-3 1-2 1 1 2-5

4-OCH3

4-5 4-5 5 5 4 4 2 2 2-5

H

4-5 4-5 3 4 5 5 5 3-4 1

Fonte: Adaptado de TOPLISS, 1977

Após a obtenção da ordem de potência para a atividade biológica dos

derivados avaliados, foi possível compará-la com a ordem dos parâmetros

apresentados na Tabela 1, e desta forma verificar quais fatores interferem na

atividade relacionada. A tabela 2 apresenta a proposta de novos substituintes em

função dos parâmetros hidrofóbicos e eletrônicos, com a finalidade de obtenção de

novas moléculas mais ativas com consequente validação do método.

Tabela 2- Proposta de Topliss para a seleção de novos substituintes em função dos prováveis parâmetros mais ativos

Prováveis parâmetros mais ativos

Seleção de novos substituintes

π, π + σ, σ

3-CF3, 4-Cl; 3-CF3, 4-NO2; 4-CF3; 2,4-Cl2;

4-c-C5H9

π, 2π - σ, π - σ

4-CH(CH3)2; 4-c(CH3)3; 3,4(CH3)2;

4-O(CH2)3CH3; 4-OCH2Ph; 4-NEt2

π - 2σ, π - 3σ, σ

4-N(C2H5)2; 4-N(CH3)2; 4-NH2;4-NHC4H9;

4-OH; 4-OCH(CH3)2; 3-CH3, 4-OCH3

2π - π2

4-Br, 3CF3; 3,4(CH3)2; 4-C2H5; 3Cl; 3-CH3;

3-OCH3; 3-N(CH3)2; 3-CF3; 3,5-Cl2

Fonte: Adaptado de TOPLISS, 1977

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71

4.5 Análise "In silico": Cálculos teóricos computacionais

Os valores de massa molecular (MM), Log P, aceptores de ligação de

hidrogênio (N + O), doadores de ligação de hidrogênio (NH + OH), número de

violações e número de ligações rotacionais, foram obtidos a partir do programa free

molinspiration online, através do JME Editor, cortesia Ertl da Novartis, disponível no

site: http://www.molinspiration.com/cgi-bin/properties. Os dados de solubilidade,

TPSA, Drug likeness e Drug score foram obtidos através do programa OSIRIS

Property Explorer on line, disponível no site: http://www.organic-

chemistry.org/prog/peo.

4.6 Porcentagem de absorção

Analisando as opções de métodos e modelos, apresentados por Zhao e

colaboradores (2002), para a obtenção da porcentagem de absorção, optou-se pelo

método que utiliza o valor do TPSA e o modelo: %Abs = 109 - (0,354 x TPSA).

4.7 Avaliação da atividade inibitória para COX-1 e COX-2

As moléculas sintetizadas foram submetidas a ensaios in vitro para a

determinação da atividade inibitória para COX-1 e COX-2 através do kit para ensaio

imunoenzimático COX (ovine) Inhibitor Screening Assay Kit (no 560101, Cayman

Chemical, Ann Arbor, MI , EUA).

Os ensaios foram realizados no laboratório de Biologia Molecular pela

professora Karina Elisa Machado.

4.7.1 Preparo das amostras (inibidores e controles)

As moléculas sintetizadas e os controles foram dissolvidos em DMSO e

testados na concentração final de 100 µM. Todas as análises foram realizadas em

duplicata.

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72

Para os controles foram selecionados indometacina e celecoxibe, inibidores

com atividade seletiva e conhecida para COX-1 e COX-2, respectivamente.

4.7.2 Avaliação da atividade inibitória "in vitro" da COX-1 e COX-2

As chalconas (CHH, CHM, CHX, CHCl, CHDCl, CHNM, CHOH),

aminopirimidinas (AMH, AMM, AMX, AMCl, AMDCl, AMNM, AMOH) e controles

(Indometacina e Celecoxibe) foram dissolvidos em DMSO. Após dissolução foram

preparadas as soluções iniciais, na concentração de 100 µM/mL, através da adição

de 970 µL de solução tampão (0,1 M Tris-HCl pH 8,0 contendo 5 mM de EDTA e

2 mM de fenol), 10 µL das enzimas COX-1 ou COX-2, 10 µL de heme e 10 µL das

moléculas (CHH, CHM, CHX, CHCl, CHDCl,CHNM, CHOH, AMH, AMM, AMX,

AMCl, AMDCl, AMNM, AMOH) ou dos controles (Indometacina e Celecoxibe).

A reação foi incubada por 5 minutos a 37°C, posteriormente foi adicionado

10 µL de ácido araquidônico (AA), na concentração de 100 mM. A reação foi

bloqueada após 2 minutos pela adição de 10 µL de ácido clorídrico (HCl), na

concentração de 1 M. Os tubos foram retirados do banho maria e adicionado a cada

um 20 µL de cloreto de estanho (SnCl2).

A ciclooxigenase catalisa o primeiro passo na biossíntese de ácido

araquidônico (AA) para prostaglandina H2 (PGH2). A prostaglandina F2α (PGF2α),

produzida a partir de PGH2, por redução com cloreto de estanho, é medida através

do ensaio Imunoenzimático (EIA) (Tabela 3). Este ensaio baseia-se na competição

entre as prostaglandinas (PG) e um conjugado PG-acetilcolinesterase (PG-marcado)

em uma quantidade limitada de anti-soro PG. A quantidade de um conjugado PG-

acetilcolinesterase, que é capaz de se ligar ao anti-soro PG, é inversamente

proporcional à concentração das PGs nos poços. Uma vez que a concentração do

conjugado PG-acetilcolinesterase é mantida constante, enquanto a concentração

das PGs testadas varia, conforme a capacidade de inibição de cada composto.

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73

Tabela 3- Reagentes utilizados para a reação de EIA Poço Tampão EIA Padrão/Controle/

Amostra

Marcador

(Trace)

Antisoro

Branco (Blk) - - - -

Atividade Total

(TA)

- - 5 µL (passo de

desenvolvimento)

-

Ligações não

específicas (NSB)

100 µL - 50 µL -

Ligação Máxima

(B0)

50 µL - 50 µL 50 µL

Padrões/Controles/

Amostras

- 50 µL 50 µL 50 µL

A placa (Figura 8) foi elaborada com base nas instruções do fabricante, e

incubada por 18 horas protegida da luz, a temperatura ambiente e com agitação

constante.

Figura 8- Imagem ilustrativa da composição da placa utilizada no ensaio

Fonte: Adaptado de COX (ovine) Inhibitor Screening Assay Kit, 2014.

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74

Durante a incubação o conjugado PG-acetilcolinesterase se liga ao anticorpo

monoclonal previamente ligado ao poço. A placa foi lavada e em seguida 200 µL do

Reagente de Ellman, que contém o substrato para a acetilcolinesterase, foi

adicionado ao poço. A leitura da reação foi realizada por ELISA a 405 nm, após 1

hora de incubação no escuro sob agitação (Figura 9).

A intensidade desta cor produzida foi diretamente proporcional à quantidade

de prostaglandinas presente nas amostras ou controles.

A porcentagem de inibição foi calculada pela comparação dos poços tratados,

com as moléculas (CHH, CHM, CHX, CHCl, CHDCl, CHNM, CHOH, AMH, AMM,

AMX, AMCl, AMDCl, AMNM, AMOH) ou controles (Indometacina e Celecoxibe), com

a ligação máxima para COX-1 ou COX-2. A concentração que provoca 50% de

inibição (CI50 uM/mL) foi calculada para cada composto a partir da curva de resposta

(concentração-inibição). Os ensaios foram realizados em duplicata.

Figura 9- Imagem ilustrativa da reação de EIA

Fonte: Adaptado de COX (ovine) Inhibitor Screening Assay Kit, 2014.

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75

4.8 Avaliação in vitro da citotoxicidade e dos efeitos das aminopirimidinas

AMM, AMX, AMOH e AMNM na produção de óxido nítrico em neutrófilos

estimulados com LPS in vitro.

Este experimento foi realizado no laboratório de Biologia Molecular pelo

professor José Roberto Santin.

4.8.1 Obtenção de Neutrófilos Migrados para o Peritônio

Foram injetados 3 mL de solução de glicogênio de ostra (1%, i.p.) para

estimular o recrutamento de leucócitos para cavidade peritoneal de camundongos

Swiss. Após um período de 4 horas, os animais foram novamente anestesiados e

exsanguinados por secção da artéria carótida. Em seguida, 3 mL de solução tampão

fosfato-salina (PBS) foram injetados na cavidade peritoneal e após suave

massagem, as células foram removidas com auxílio de pipeta Pasteur. As células

obtidas foram submetidas à centrifugação (600 g, 15 min, 4ºC) e o pellet formado foi

ressuspendido em 1 mL de meio DMEN suplementado com 10% de Soro Fetal

Bovino. A quantificação total de neutrófilos foi feita em câmara de Neubauer. Um

total de 1 x 106 neutrófilos foram adicionados por poço em placas de cultura de 96

poços, com volume final completado para 300 µL com meio DMEN, para obtenção

da cultura celular empregada nos ensaios descritos abaixo.

4.8.2 Viabilidade Celular

Para excluir possíveis efeitos citotóxicos dos compostos AMM, AMX, AMOH e

AMNM sobre neutrófilos, ensaios de viabilidade celular foram realizados. A

viabilidade foi determinada pelo teste de exclusão do corante azul de trypan. Células

viáveis são impermeáveis a este corante, uma vez que sua penetração na célula

indica a perda da integridade de sua membrana. Para tanto, neutrófilos foram

mantidos em cultura por 18 horas com incubação simultânea dos compostos e LPS

(5 µg/mL), em estufa de CO2 (atmosfera úmida, a 37 ºC 5% CO2). Vale ressaltar que

este foi o maior período de incubação empregado neste estudo. Após o período de

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incubação, 10 µL de suspensão de neutrófilos foram acrescidos a 10 µL de azul de

trypan e a quantificação das células viáveis (não coradas) foi realizada em câmara

de Neubauer.

4.8.3 Determinação do Óxido Nítrico (NO)

O óxido nítrico (NO) foi indiretamente quantificado pela formação de seus

metabólicos nitrato (NO3-) e nitrito (NO2

-), utilizando-se a reação de Griess (GREEN

et al, 1982). Para a quantificação indireta da produção de NO, neutrófilos foram

mantidos em cultura por 18 horas com incubação simultânea dos compostos AMM,

AMX, AMOH e AMNM (1,10 e 100 μM) estimulados ou não com LPS (5 μg/mL), em

estufa de CO2. Após a incubação, a concentração de nitrito (NO2-) foi determinada

no sobrenadante das culturas de neutrófilos utilizando a reação de Griess (1% de

sulfanilamida com 0,1% de α-naftil etilenodiamida, preparado no momento do uso)

em placa de 96 poços. A reação de NO2- com esse reagente produz uma coloração

rósea, que foi quantificada por meio da leitura das densidades óticas. Após 10

minutos de incubação em temperatura ambiente, a absorbância de cada amostra foi

determinada em espectrofotômetro com comprimento de onda de 550 nm. Curvas-

padrão com concentrações previamente conhecidas de NO2- (0 - 200 μM) também

tiveram as densidades óticas determinadas, permitindo a quantificação dos valores

de nitrito/nitrato, em μM, com auxílio da equação da reta.

4.9. Avaliação da Atividade Antinociceptiva

4.9.1 Animais

Foram utilizados camundongos Swiss machos pesando entre 25 a 35 gramas,

aclimatados a temperatura de 22 ± 2 °C com ciclo claro /escuro de 12 horas

mantidos no biotério central da UNIVALI, tratados com água e ração “ad libitum”. Os

animais permaneceram no ambiente do teste pelo menos 1 h antes da realização

dos experimentos para se adaptarem.

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77

Os experimentos foram realizados pela aluna Karla Capistrano do Curso de

Farmácia da UNIVALI. Todos os experimentos foram realizados de acordo com os

princípios éticos de experimentação animal recomendados pelo Conselho Nacional

de Controle de Experimentação Animal (CONCEA). O presente projeto foi submetido

e aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da Universidade do Vale do

Itajaí - UNIVALI (Protocolo CEUA/UNIVALI 041/15 (Anexo D).

4.9.2 Modelo de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético

Os diferentes grupos de camundongos foram pré-tratados com os compostos

sintetizados pela via intraperitoneal (i.p.) na dose de 10 mg /kg. Os animais do grupo

controle receberam somente veículo (soro fisiológico e tween 80). Após 30 min foi

aplicado intraperitonealmente (i.p.) ácido acético (0,6 % (v/v), dissolvido em NaCl

0,9% (p/v) numa dose de 0,10 ml /10 g de peso (SOUZA et al., 2003). As contorções

foram quantificadas cumulativamente durante 20 minutos e o indicativo de

antinocicepção foi a redução da resposta nociceptiva à contorção, em relação ao

grupo controle. Basicamente as contorções abdominais consistem na contração da

musculatura abdominal juntamente com a extensão de uma das patas posteriores,

de acordo com o método descrito anteriormente (COLLIER et al, 1968).

4.10. Análise estatística

Os resultados obtidos no teste para avaliação da atividade inibitória sobre a

COX-1 e COX-2 foram expressos como a média ± erro padrão da média (EPM). O

ensaio foi realizado em duplicata. A análise estatística foi realizada utilizando-se a

análise de variância de uma via (ANOVA), seguida pelo teste “t” de Bonferroni. Os

valores de p < 0,05 foram considerados significativamente estatísticos.

Os resultados obtidos no teste de determinação do óxido nítrico foram

expressos como a média ± erro padrão da média (EPM). Os dados apresentados

foram comparados pelo teste “t” de Student ou ANOVA. Foi utilizado o teste de

comparações múltiplas (Tukey) para determinar a significância das diferenças

calculadas entre os valores para a condição experimental. O software GraphPad

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78

Prism 5.0 (San Diego, CA, EUA) foi utilizado. As diferenças foram consideradas

significativas para p < 0,05.

Os dados obtidos para os testes in vivo foram avaliados através do parâmetro

DI50 (dose que reduz a resposta para 50% em relação ao controle) os quais foram

apresentados como média geométrica acompanhada de seu respectivo limite de

confiança em nível de 95%. As análises estatísticas dos resultados foram realizadas

através do programa estatístico Graphpad Instat, por meio de análise de variância

seguida pelo teste de múltipla comparação utilizando-se o método de Dunnett.

Valores de p < 0,05 serão considerados como indicativos de significância. Os

valores de DI50 foram estimados a partir de experimentos individuais.

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79

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Síntese das chalconas

As chalconas foram sintetizadas, reagindo-se quantidades equimolares de

acetofenona com diferentes benzaldeídos, através de uma derivação do método

geral da reação de condensação aldólica de Claisen-Schmidt (CORREA et al.,

2001). O mecanismo destas reações ocorre em quatro etapas, conforme

apresentado no Esquema 3, para a obtenção da chalcona (CHH). Na primeira etapa

ocorre a remoção do próton do carbono metílico da acetofenona, promovido a partir

da ação catalítica do NaOH, ocorrendo a formação do íon enolato, que se torna

estável por ressonância. Na segunda etapa o íon enolato atua como nucleófilo

(carbânion) atacando o carbono da carbonila proveniente dos diferentes aldeídos

aromáticos, formando um alcóxido. Na terceira etapa o alcóxido remove um próton

de uma molécula de água para formar um aldol. Na quarta etapa, ocorre a remoção

do hidrogênio α devido à sua acidez, seguida da eliminação da hidroxila β formando

uma dupla ligação. A estrutura formada é estabilizada pela ressonância das duplas

ligações conjugadas.

Esquema 3 - Mecanismo de Reação de Condensação Aldólica

1a. Etapa

OH-

+

H

O

CH2-

O

CH2

O-

+ O

H

H

2a. Etapa

H

O

+CH2

-

O O-

O

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80

Esquema 3 - Mecanismo de Reação de Condensação Aldólica (continuação)

3a. Etapa

O-

O

+ O

H

H

OH O

+ OH-

4a. Etapa

OH O

H H + OH-

OH O-

+ OH2

O

+ OH-

As chalconas sintetizadas estão descritas na literatura, e foram utilizadas

como intermediárias para a síntese das estruturas pirimidínicas. Na avaliação

biológica as chalconas foram testadas juntamente com os derivados pirimidínicos

com a finalidade de avaliar a atividade anti-inflamatória das moléculas e comparar os

resultados relacionando as alterações estruturais entre a chalcona e o seu

respectivo derivado pirimidínico. Os substituintes foram selecionados segundo o

método de Topliss a fim de verificar possível relação estrutura atividade biológica e

consequentemente direcionar sínteses posteriores, a partir da introdução de novos

substituintes a fim de sintetizar moléculas mais potentes que as iniciais.

Os valores de Rf apresentados na Tabela 4 foram calculados utilizando como

eluente hexano:acetato de etila (80:20). As chalconas foram purificadas através de

recristalização em etanol e a pureza foi acompanhada através de cromatografia de

camada delgada, sendo determinada por comparação dos pontos de fusão obtidos

com os dados fornecidos na literatura e teoricamente através do software Science

Finder. A síntese da série de chalconas foi realizada a temperatura ambiente. O

tempo reacional variou entre 4,5 a 36,4 horas com rendimentos entre 60,80 a

97,06%.

Os diferentes tempos de reação estão relacionados às propriedades dos

substituintes em doar ou sacar elétrons do anel aromático ocasionando alterações

na densidade eletrônica da carbonila tornando-a mais ou menos reativa. Os

substituintes com propriedades doadoras tornam a densidade eletrônica da carbonila

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81

parcialmente positiva e desta forma menos reativa, o contrário ocorre quando os

substituintes têm propriedades sacadoras, tornando a densidade eletrônica da

carbonila parcialmente negativa, ou seja, mais reativa. Ao considerarmos apenas os

parâmetros fisico-químicos eletrônicos, a reação de formação da chalcona CHDCl

apresentou o menor tempo reacional, seguido da reação para formação da CHCl,

isto porque o átomo de cloro atua como sacador de elétrons tornando a carbonila

mais susceptível, o que facilita a reação e desta forma diminuindo o tempo reacional.

Para as chalconas CMX e CHM, analisando a influência dos substituintes no tempo

reacional, a metoxila é um grupo ativador moderado, ou seja, doador de elétrons,

dificultando a formação do produto final, principalmente quando comparado ao metil

que é um ativador fraco, sendo assim não foi observado um parâmetro eletrônico de

substituição tendo em vista que a chalcona CHX reagiu em tempo inferior a chalcona

CHM. Para as chalconas CHNM e CHOH o tempo reacional foi maior comparado

aos outros substituintes principalmente porque se trata de grupos que são fortes

ativadores o que dificulta a reação aumentando consequentemente o tempo de

formação do produto desejado. O grupamento hidroxila além de ser um forte ativador

do anel devido às características ácidas deste substituinte fez-se necessário utilizar

uma quantidade maior de hidróxido de sódio para que ocorresse a reação.

Tabela 4: Dados de obtenção da série de chalconas

Substituinte

R

Código Tempo

(h)

Rend.*

(%)

R.f. P.F **(oC)

Literatura***

P.F **(oC)

Obtida

H CHH 6,6 60,80 0,68 55,0-56,0 57,7-58,7

4-CH3 CHM 7,6 88,29 0,70 95,0-99,0 97,4-98,4

4-OCH3 CHX 11,5 97,06 0,63 79,0**** 74,2-75,2

4-Cl CHCl 5,3 79,39 0,71 113,0-115,0 111,8-113,5

3,4-Cl2 CHDCl 4,5 62,52 0,71 114,0-115,0 114,5-115,9

4-OH CHOH 36,4 93,75 0,24 183,0-184,0**** 200,5-202,0

4-N(CH3)2 CHNM 15,2 86,92 0,53 113,0-114,0**** 115,1-116,2

Nota: *Rendimento sem recristalização;** Ponto de Fusão;***SANTOS,2008;****Science finder

CH3

O

+H

O

R

O

RNaOH

A B

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82

Avaliando os resultados da síntese de chalconas realizada por Santos (2008),

onde foram obtidas as mesmas moléculas, com exceção das moléculas CHOH e

CHNM, nas mesmas condições reacionais, observou-se que o tempo reacional

variou de 3,5 a 12 horas com rendimentos entre 68 e 95% e os valores do ponto de

fusão foram semelhantes. Desta forma podemos verificar pontos compatíveis com a

padronização da técnica.

São apresentados na sequência os dados das chalconas obtidas neste

trabalho:

(2E)-1,3–difenilprop-2-en-1-ona (CHH)

O

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

Fórmula Molecular: C15H12O (208,25518 g/mol), demais dados apresentados na

tabela 4.

IV vmax/cm-1 DRS/KBr: 3084,18 – 3024,38 (CH-Ar); 1664,57 (C=O); 1608,63 (C=C);

752,24, 688,59 (C-H arom mono-substituido)

(2E)-3-(4-metilfenil)-1-fenillprop-2-en-1-ona (CHM)

O

CH3

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

Fórmula Molecular: C16H14O (222,28176 g/mol), demais dados apresentados na

tabela 4.

IV vmax/cm-1 DRS/ KBr: 3057,17 – 2914,44 (CH-Ar); 1654,92 (C=O); 1597,06 (C=C);

817,82 (C-H arom di-substituido); 752,24, 688,59 (C-H arom mono-substituido)

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(2E)-3-(4-metoxifenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona (CHX)

O

OCH3

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

Fórmula Molecular: C16H14O2 (238,28116 g/mol).,demais dados apresentados na

tabela 4.

IV vmax/cm-1 DRS/ KBr: 3057,17 – 2841,15 (CH-Ar); 1654,92 (C=O); 1598,99 (C=C);

825,53 (C-H arom di-substituido); 779,24, 690,52 (C-H arom mono-substituido)

(2E)-3-(4-clorofenil)-1-fenillprop-2-en-1-ona (CHCl)

O

Cl

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

Fórmula Molecular: C15H11ClO (242,70024 g/mol),demais dados apresentados na

tabela 4.;

IV vmax/cm-1 DRS/ KBr: 3084,18 – 3034,03 (CH-Ar); 1654,92 (C=O); 1604,77 (C=C);

825,53 (C-H arom di-substituido); 775,38, 690,52 (C-H arom mono-substituido)

(2E)-3-(3,4-diclorofenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona (CHDCl)

O

Cl

Cl12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

Fórmula Molecular: C15H10Cl2O (277,1453 g/mol), demais dados apresentados na

tabela 4.

IV vmax/cm-1 DRS/ KBr: 3084,18 – 3030,17 (CH-Ar); 1664,57 (C=O); 1608,63 (C=C);

812,03 (C-H arom tri-substituido); 771,53, 686,66 (C-H arom mono-substituido)

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(2E)-3-(4-hidroxifenil)-1-fenilprop-2-en-1-ona (CHOH)

O

OH

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

Fórmula Molecular: C15H12O2 (224,2545 g/mol), demais dados apresentados na

tabela 4.

IV vmax/cm-1 DRS/ KBr: 3215,34 (bl -OH); 3167,12 – 3020,53 (CH-Ar); 1649,14

(C=O); 1598,99 (C=C); 1219,01 (C-O); 835,18 (C-H arom di-substituido); 781,17,

690,52 (C-H arom mono-substituido)

RMN1H (CD3CO/TMS) δ dado em ppm: 8,94 (s, 1H, OH); 8,13 – 8,10 (d, 2H, H3/5);

7,79 – 7,74 (d,1H, J: 15,90 Hz, Hα); 7,74 – 7,52 (m, 5H, H2‟-6‟); 7,57 – 7,52 (d, 1H, J:

15,90 Hz, Hβ); 6,95 – 6,92 (d, 2H, H2/6).

RMN13C (CD3CO/TMS) δ dado em ppm: 189,9 (C=O); 160,9 (C4); 145,2 (C3/5); 139,6

(C1‟); 133,4 (C2‟,6'); 131,6 (C3‟/5‟); 129,53 (C2/6); 129,23 (C4‟); 127,7 (C1); 119,8 (C);

116,8 (C).

(2E)-3-[(4-dimetilamino)fenil]-1-fenilprop-2-en-1-ona (CHNM)

O

NCH3

CH3

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

Fórmula Molecular: C17H17NO (251,3229 g/mol), demais dados apresentados na

tabela 4.

IV vmax/cm-1 DRS/ KBr: 3086,11 – 2806,43 (CH-Ar); 1649,14 (C=O); 1597,06 (C=C);

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1344,38, 1174,65 (C-N); 815,89 (C-H arom di-substituido); 777,31, 690,59 (C-H arom

mono-substituido)

RMN1H (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 8,01 – 7,99 (d, 2H, H3/5); 7,82 – 7,77 (d,1H, J:

15,60 Hz, Hα); 7,57 – 7,46 (m, 5H, H2‟-6‟); 7,37 – 7,31 (d, 1H, J: 15,60 Hz, Hβ); 6,73 –

6,70 (d, 2H, H2/6); 3,05 (s, 6H, CH3).

RMN13C (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 190,7 (C=O); 145,8 (C4); 139,1 (C1‟); 132,2

(C3,5); 128,8 (C2,6/2‟,6'); 130,4 (C2‟/6‟); 128,5 (C2/6); 128,3 (C3‟/5‟ e 4‟); 117,1 (C1); 112,0

(C); 40,2 (CH3).

5.2 Síntese das pirimidinas

As pirimidinas foram obtidas a partir das chalconas previamente sintetizadas

(CHH, CHM, CHX, CHCl, CHDCl, CHNM e CHOH), utilizando cloridrato de guanidina

e hidróxido de sódio na proporção 1:3:4,5 e etanol como solvente. As moléculas

foram obtidas utilizando métodos de agitação magnética à temperatura ambiente,

refluxo convencional e refluxo por reator de microondas, através da adaptação das

técnicas descritas por Chandrasekaran e Nagarajan (2005); Thanh e Mai (2009) e

Bansal, Chaudhary e Kothiyal (2013).

As chalconas são precursores versáteis na síntese de estruturas

heterocíclicas. Agindo como um eletrófilo, as chalconas podem reagir com um

nucleófilo em uma adição de Michael. Em uma reação de ciclocondensação, as

chalconas podem reagir como um bi-eletrófilo o qual reage com um bi-nucleófilo,

sendo esta uma rota atrativa para a síntese de compostos heterociclos, como os

derivados pirazolínicos, oxopirimidinas, derivados piridínicos e outros heterociclos

(SUWITO et al, 2014)

Para a obtenção das pirimidinas derivadas de chalconas a partir da guanidina

como um bi-nucleófilo sugere-se que os mecanismos destas reações ocorram ou via

adição de Michael ou iniciando através do ataque a carbonila acílica.

Inicialmente foi necessário realizar uma reação de “ativação” do cloridrato de

guanidina para que tivesse seus grupos amino livres e, portanto nucleofílicos. Para

isto reagiu-se com NaOH em uma reação ácido-base, gerando a guanidina e NaCl.

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86

Considerando a primeira hipótese esta reação ocorre a partir do ataque

nucleofílico do NH2 da guanidina ao carbono β da chalcona formando um

intermediário aniônico (etapa lenta da reação) o qual estabiliza a partir da abstração

do próton do nitrogênio formando o enolato.

Em seguida o outro grupo amino livre atua como nucleófilo e ataca o carbono

da carbonila formando um ânion alcóxido, o qual remove um próton do nitrôgenio,

formando um aminoálcool.

A hidroxila do aminoálcool é protonado pelo solvente gerando água como um

bom grupo de saída. A base (NaOH) abstrai o próton do nitrogênio para a formação

da dupla ligação. Este processo repete-se com o outro nitrogênio do heterociclo

formando outra dupla ligação e recuperando o próton do solvente. Esta estrutura se

tautomeriza de forma mais estável gerando a aminopirimidina (Esquema 4).

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87

Esquema 4 - Proposta para o mecanismo de reação de formação do núcleo pirimidínico através da reação de Michael

O

R + NH

NH2NH2

R

O-

N+

NHNH2

HH

R

OH N

NHNH2

H

R

O N

NHNH2

H

R

NN+

NH

HH

H

O-

OH-

R

NN

NH

HH

O+

H

HOH-

R

NN

NH

H

H

+ OH2

OH-

R

NN

NH

+ H+

R

NN

NH

R

NN

NH2

H+

OH-

R= H; 4-CH3; 4-OCH3; 4-Cl e 3,4-Cl2

NH

NH2NH2 ClH. NaOH

NH

NH2NH2

+ NaCl + OH2

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Outra possibilidade mecanística desta reação seria o ataque inicial do

nitrogênio nucleofílico sob a carbonila α, β insaturada formando um intermediário

tetraédrico o qual se estabiliza formando um aminoálcool. Este desidrata e gera uma

enamina através da migração da dupla ligação gerando um centro elétrofílico no

carbono β. O carbono eletrofílico é atacado pelo nitrogênio nucleofílico do grupo

amino livre ciclizando em um anel de seis membros, que se estabiliza por

desprotozação do nitrogênio gerando uma molécula de água. O meio básico (NaOH)

abstrai o próton do nitrogênio para a formação da dupla ligação. Esta estrutura se

tautomeriza de forma mais estável gerando a aminopirimidina (Esquema 5).

Esquema 5 - Proposta para a formação do núcleo pirimidínico através do ataque a carbonila acílica

O

R NH

NH2 NH2+ OH-

O-

N+

NH

NH2

H HR

OHH

OH-

OH-

OH-

OH-

OH2

R= H; 4-CH3; 4-OCH3; 4-Cl e 3,4-Cl2

N

OHR

HNH2

NH

N

O+

R

H NH2

NH

H H

N

R

HNH2

NH

+

NN+

R

NHH

H

H

NN

R

NH

H

H

NN

NH

H

R

NN

NH2

R

NH

NH2NH2 ClH. NaOH

NH

NH2NH2

+ NaCl + OH2

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89

Os valores de Rf apresentados na Tabela 5 foram calculados utilizando como

eluente hexano:acetato de etila (70:30). As diferenças nos valores de Rf são

relacionadas à polaridade da molécula. Quanto mais polar, maior interação com a

sílica da placa, ou seja, menor a distância de migração e vice-versa. As pirimidinas

foram purificadas através de coluna cromatográfica utilizando como eluente a

mistura de hexano:acetato de etila em diferentes gradientes e a pureza foi

acompanhada através de cromatografia de camada delgada. A caracterização das

moléculas foi feita por comparação dos pontos de fusão obtidos com os dados

fornecidos teoricamente pelo programa Science Finder, IV, RMN-1H e RMN-13C.

A série de pirimidinas apresentou ponto de fusão com intervalos até dois

graus de diferença, caracterizando um bom grau de pureza das moléculas.

Comparando os pontos de fusão obtidos com os pontos de fusão teóricos pode-se

observar que somente a aminopirimidina AMH, apresentou valores do ponto de

fusão próximos aos valores teóricos, as outras moléculas, porém apresentaram

valores acima dos valores estipulados teoricamente, como as moléculas foram

caracterizadas por métodos espectroscópicos e confirmadas as estruturas, pode-se

sugerir que a diferença entre as pontos de fusão teórica e prática seja por diferenças

na conformação ou rearranjo espacial das moléculas após os processos de

purificação.

Tabela 5 – Dados de obtenção da série de aminopirimidinas

Substituinte

R

Código R.f. P.F**

Teórica***

(oC)

P.F**

Obtida

(oC)

H AMH 0,62 135,0-137,0 136,4-137,7

4-CH3 AMM 0,58 120,0-121,0 129,2-130,2

4-OCH3 AMX 0,49 159,0-161,0 179,9-181,7

4-Cl AMCl 0,64 147,0-149,0 163,9-164,5

3,4-Cl2 AMDCl 0,72 NF**** 181,8-183,2

O

R +

NH

NH2 NH2

NaOH

NN

NH2

R

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4-OH AMOH 0,19 239,0-240,0 250,3-251,0

4-N(CH3)2 AMNM 0,46 140,0-142,0 170,9-172,0

Nota:**Ponto de Fusão ***Science finder; ****Não fornecido

Com o intuito de aperfeiçoar a técnica de obtenção de pirimidinas derivadas

de chalconas, comparando as condições reacionais e os rendimentos, as sínteses

foram realizadas em temperatura ambiente, em refluxo convencional e refluxo por

reator de microondas. Analisando os tempos reacionais apresentados na Tabela 6,

observa-se que para a síntese realizada por agitação magnética a temperatura

ambiente o tempo reacional variou entre 18,6 a 75,4 horas; nas condições de refluxo

convencional o tempo reacional variou entre 6,4 e 41 horas e nas condições de

refluxo por microondas entre 20 e 120 minutos. Em virtude do aumento da

temperatura nas condições de refluxo e microondas, era de se esperar que estas

reações apresentassem um tempo menor de reação comparado à reação em

temperatura ambiente. A temperatura está relacionada à agitação das moléculas.

Quanto mais calor, maior a agitação, pois com o aumento da temperatura no meio

reacional ocorre o aumento da energia cinética aumentando o número de choques

efetivos, diminuindo a energia de ativação e em consequência, o aumento da

velocidade da reação. Ao compararmos os tempos reacionais entre a técnica de

refluxo convencional e por microondas, podemos observar uma diferença

significativa entre elas. Na síntese realizada por refluxo convencional o aquecimento

ocorre por convecção, sem controle da temperatura ou pressão, enquanto que no

reator de microondas o aquecimento ocorre por irradiação, com a possibilidade de

controlar a temperatura, a pressão e a potência do equipamento. A irradiação de

microondas pode ser focada no meio de reação e transferir eficientemente a energia

diretamente para as espécies reagentes, ocorrendo o aquecimento de um modo

muito mais rápido, quando comparado com o aquecimento por convecção regular,

facilitando, assim, as transformações químicas pretendidas. Como resultado, muitas

reações orgânicas são realizadas usando energia de microondas, como cicloadição,

adições ao grupo carbonila, substituições eletrofílicas e síntese de heterociclos

(XAVIER et al, 2013).

Os diferentes tempos de reação entre as moléculas podem ocorrer devido às

propriedades dos substituintes em doar ou sacar elétrons do anel aromático,

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91

semelhantemente como foi descrito para as chalconas. Salientando que o

grupamento hidroxila por ser um forte ativador do anel exigiu a adição de uma

quantidade extra de hidróxido de sódio no meio reacional.

Tabela 6 – Dados de rendimento e tempo reacional das aminopirimidinas obtidas por temperatura ambiente, refluxo convencional e refluxo por reator de microondas

Substituinte

R

Código Tempo

(h)

T.A.a

Rend.d

(%)

Tempo

(h)

Refluxob

Rend.d

(%)

Tempo

(min)

Microondasc

Rend.d

(%)

H AMH 23,4 34,37 19,2 30,39 40 39,71

4-CH3 AMM 36,8 37,12 22,0 43,94 20 39,13

4-OCH3 AMX 27,7 36,26 16,4 31,31 40 42,16

4-Cl AMCl 21,3 35,62 8,3 38,27 30 64,38

3,4-Cl2 AMDCl 18,6 37,00 6,4 35,21 20 36,78

4-N(CH3)2 AMNM 56,8 32,24 29,5 30,57 40 36,70

4-OH AMOH 75,4 12,69 41,0 18,41 120 27,53

Nota: a Temperatura Ambiente

b Refluxo Convencional

cRefluxo por microondas

d Rendimento Bruto

Durante a execução das reações foi possível observar diferenças

significativas no tempo e rendimento reacional, quando a guanidina e o hidróxido de

sódio em etanol reagiram primeiramente por um tempo determinado para cada

técnica, antes da adição da chalcona correspondente. Após algumas tentativas, foi

padronizado, o que chamamos de “ativação prévia da guanidina”, em 2 horas, 1 hora

e 5 minutos, para as condições em temperatura ambiente, refluxo convencional e

refluxo por microondas, respectivamente. Ao reagir com o hidróxido de sódio, a

guanidina que está na forma de cloridrato protona liberando o Cl- ficando na sua

forma molecular, formando NaCl e água. Desta forma a molécula de guanidina fica

com um par de elétrons livre para reagir com a chalcona adicionada posteriormente,

solubilizada em etanol.

O

R +

NH

NH2 NH2

NaOH

NN

NH2

R

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92

Os rendimentos obtidos na síntese dos derivados pirimidínicos variaram entre

as técnicas de reação. Os resultados estão apresentados na Tabela 6. Para as

reações realizadas em temperatura ambiente os rendimentos obtidos ficaram entre

12,69% a 37,12%. Para as reações em refluxo convencional os valores de

rendimento obtido foram entre 18,41% a 43,94%, e para as reações em refluxo por

reator de microondas os valores de rendimento variaram entre 27,53% e 64,38%.

Como o tempo de reação e os rendimentos aparentemente não apresentaram

uma mesma relação para toda a série julgou-se válido avaliar individualmente cada

molécula relacionando-as com as técnicas de obtenção e assim verificar e comparar

os resultados.

Analisando a molécula AMH verifica-se que apesar da técnica por refluxo

convencional apresentar um tempo 4,2 horas menor que em temperatura ambiente,

o rendimento foi 6,98% menor que este. Na Figura 10 é possível observar que a

técnica de refluxo convencional apresentou uma quantidade maior de subprodutos

(o que diminui ainda mais o rendimento final) comparada à técnica de microondas e

temperatura ambiente.

Figura. 10. - Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMH para comparação visual entre técnicas de obtenção.

Legenda: P=Padrão; T=Temperatura ambiente; R=Refluxo Convencional; M=Refluxo por microondas. Eluente: hexano: acetato 70:30, em luz UV 254 nm; 360nm.

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93

Sugere-se que devido o refluxo convencional utilizar aquecimento por um

período prolongado (19,2 horas), possa ser um motivo para gerar subprodutos, o

que acontece em menor proporção quando a reação ocorre por refluxo por

microondas, onde o aquecimento é mais rápido e menos duradouro. Comparado ao

refluxo convencional a reação no microondas aconteceu 30 vezes mais rápida com

rendimento 9,32% maior e comparado a reação em temperatura ambiente, a reação

no microondas ocorreu 40 vezes mais rápida com rendimento 5,34% maior.

Ao compararmos as técnicas para obtenção da molécula AMM pode-se

observar que houve uma diferença no tempo reacional de 14, 8 horas entre a técnica

em temperatura ambiente e em refluxo convencional e rendimento superior de

6,82%. Comparando as condições em temperatura ambiente com o refluxo por

microondas observa-se uma redução do tempo de reação de aproximadamente 110

vezes e rendimento 2,01% superior, e entre o refluxo convencional ao refluxo de

microondas observa-se uma diminuição no tempo reacional de 66 vezes, utilizando o

microondas, porém neste caso obteve-se um rendimento 4,81% inferior. Apesar do

rendimento menor, ao observar a Figura 11, nota-se que a formação de subprodutos

no microondas foi menor comparado às técnicas em temperatura ambiente e refluxo

convencional o que pode significar um rendimento semelhante ou maior, após

submeter às técnicas de purificação.

Figura 11.- Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMM para comparação visual entre técnicas de obtenção

Legenda: P=Padrão; T=Temperatura ambiente ; R=Refluxo Convencional; M=Refluxo por microondas. Eluente: hexano:acetato 70:30, em luz UV 254 nm; 360nm.

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Ao compararmos os tempos reacionais e os rendimentos para as técnicas de

obtenção da molécula AMX é possível verificar que entre as técnicas em

temperatura ambiente e refluxo convencional ocorre uma redução de 11,3 horas no

tempo reacional, porém com uma redução no rendimento bruto de 4,95%. Entre as

técnicas em temperatura ambiente e microondas ocorre uma redução no tempo de

reação em torno de 41,55 vezes com um rendimento 5,9% maior e entre as técnicas

de refluxo convencional e refluxo por microondas ocorre uma redução no tempo

reacional em torno de 24,6 vezes com um aumento do rendimento em 10,85%.

Analisando a Figura 12, nota-se a formação de subprodutos em todas as técnicas,

aparentando ser um pouco mais acentuada na condição de refluxo convencional.

Figura 12. - Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMX para comparação visual entre técnicas de obtenção

Legenda: P=Padrão; T=Temperatura ambiente ; R=Refluxo Convencional; M=Refluxo por microondas. Eluente: hexano:acetato 70:30, em luz UV 254 nm; 360nm.

Para a AMCl, entre as técnicas de obtenção em temperatura ambiente e

refluxo convencional foi possível constatar uma redução de 13 horas no tempo

reacional com aumento de 2,65% no rendimento. Entre as técnicas em temperatura

ambiente e refluxo por microondas foi observado uma redução do tempo reacional

de 42,6 vezes com um aumento no rendimento de 28,76% um dos melhores

resultados obtidos e por fim entre as técnicas de refluxo convencional e microondas

foi possível obter uma redução de 16,6 vezes o tempo reacional com 26,11% de

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aumento no rendimento bruto. Na Figura 13 é possível observar que aparentemente

uma menor quantidade de subprodutos ocorre na técnica de refluxo por microondas

comparado a temperatura ambiente e refluxo convencional.

Figura 13- Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMCl para comparação visual entre técnicas de obtenção

Legenda: P=Padrão; T=Temperatura ambiente ; R=Refluxo Convencional; M=Refluxo por microondas. Eluente: hexano:acetato 70:30, em luz UV 254 nm; 360nm.

Para a AMDCl (Figura 14), o tempo reacional apresentou uma redução de

12,2 horas entre as técnicas em temperatura ambiente e refluxo convencional,

porém com decréscimo de 1,79% no rendimento. Entre as técnicas em temperatura

ambiente e microondas também ocorreu redução no rendimento de 0,22% e redução

no tempo de reação de 55,8 vezes. Já entre as técnicas de refluxo convencional e

microondas houve um acréscimo de 1,57% no rendimento com uma redução no

tempo reacional de 19,2 vezes. Aqui vale salientar a necessidade de experimentar

outras proporções de reagentes e condições reacionais relacionados ao tempo e

temperatura, a fim de obter um melhor rendimento, tendo em vista que o substituinte

-3,4Cl2 teoricamente torna o anel mais susceptível à reação, isto porque o átomo de

cloro atua como sacador de elétrons, o que facilita a reação e desta forma diminui o

tempo reacional.

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Figura 14- Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMDCl para comparação visual entre técnicas de obtenção

Legenda: P=Padrão; T=Temperatura ambiente ; R=Refluxo Convencional; M=Refluxo por microondas. Eluente: hexano:acetato 70:30, em luz UV 254 nm; 360nm..

Ao compararmos os dados obtidos para a molécula AMNM (Figura 15) é

possível verificar uma redução de 27,3 horas no tempo reacional entre as técnicas

em temperatura ambiente e refluxo convencional, porém com uma redução de

1,67% no rendimento. Entre as técnicas em temperatura ambiente e refluxo por

microondas verificou-se redução de 96 vezes o tempo reacional com acréscimo de

4,46% no rendimento. Foi possível constatar também um aumento no rendimento de

6,13% com redução de 44,25 vezes no tempo reacional, ao comparar as técnicas de

refluxo convencional e microondas.

Esta molécula em particular, apresentou muitas dificuldades para a

purificação em virtude dos subprodutos da reação. Pode-se observar o aparecimento

de um maior número de manchas na CCD durante o procedimento da coluna

cromatográfica do que na CCD inicial, o que nos leva a sugerir uma possível

interação da AMNM com a sílica durante o procedimento de separação. Esta

interação pode estar relacionada a uma reação ácido-base entre a sílica, com

propriedades ácidas e a molécula AMNM com característivas básicas.

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Figura 15- Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMNM para comparação entre técnicas de obtenção

Legenda: P=Padrão; T=Temperatura ambiente ; R=Refluxo Convencional; M=Refluxo por microondas. Eluente: hexano:acetato 70:30, em luz UV 254 nm; 360nm.

Para a molécula AMOH (Figura 16) foi observado uma diminuição de 34,4

horas no tempo reacional com aumento de 5,72% no rendimento entre as técnicas a

temperatura ambiente e refluxo convencional. Entre as técnicas a temperatura

ambiente e refluxo por microondas o tempo reacional foi 37,7 vezes mais rápido com

um acréscimo de 14,84% no rendimento. E por fim entre as técnicas de refluxo

convencional e por microondas, o tempo reacional foi reduzido 20,5 vezes com

aumento de 9,12% no rendimento.

A síntese para obtenção da AMOH foi bastante difícil em virtude das

características do substituinte hidroxila (-OH). Até que o ajuste da quantidade de

hidróxido de sódio fosse estabelecido, algumas tentativas de síntese não obtiveram

êxito. Pois a molécula apresenta característica anfótera, como o grupo amino (NH2)

básico e o grupo fenólico (Ar-OH) ácido, assim durante a reação em meio básico a

hidroxila fenólica consome parte da base sendo necessário aumentar a quantidade

de NaOH para que a reação ocorra, além disso ao terminar a reação é necessário

acidificar lentamente o meio para a precipitação do produto, cuidando para que o sal

do grupo amino não se forme novamente.

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Figura 16- Imagem da placa de cromatografia em camada delgada (CCD) da aminopirimidina AMOH para comparação entre técnicas de obtenção

Legenda: P=Padrão; T=Temperatura ambiente ; R=Refluxo Convencional; M=Refluxo por microondas. Eluente: hexano:acetato 70:30 e 50:50 em luz UV 254 nm.

Ahmad e colaboradores (2012) realizaram a síntese de 2,4,6-

aminopirimidinas, através dos métodos convencional e microondas e compararam o

rendimento e o tempo reacional para obtenção dessas moléculas. Os rendimentos

obtidos foram de 35% a 49% e 44% a 56%, para o método convencional e

microondas, respectivamente sendo semelhantes aos rendimentos obtidos neste

trabalho. Cada técnica apresenta vantagens e desvantagens, sendo necessário

atentar para as características dos substituintes e principalmente para a formação de

subprodutos que possam reduzir muito o rendimento por conta de perdas durante o

processo de purificação. Não foram encontrados artigos relatando a obtenção de

aminopirimidinas em temperatura ambiente.

No intuito de caracterizar o perfil dos espectros obtidos, selecionou-se a

molécula 4-(4-metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMM) para uma descrição mais

detalhada. Desta forma, no espectro de infravermelho apresentado na Figura 17,

verifica-se a presença de bandas de deformações axiais situadas em 3313,71 e

3199,91 cm-1, referentes ao N-H; estas bandas por se apresentarem na forma de

dupleto caracterizam a ligação N-H da amina primária. Na região de 3064,89 e

3034,03 observam-se os C-H aromáticos. Observam-se também bandas de vibração

de deformação axial das ligações do anel na região entre 1631,78 a 1452,40 cm-1,

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99

devido a expansão e contração das ligações do anel. Bandas de absorção forte de

deformação axial C-N situa-se em 1365,60 e 1222,87 cm-1. A molécula apresenta

um anel di-substituído na posição 1,4 que pode ser identificado por uma banda em

821,68 e um anel mono-substituído que apresenta as bandas em 769,60 e 698,23

conforme descrito na literatura (SILVERSTEIN; WEBSTER; KIEMLE, 2006; LOPES;

FASCIO, 2004).

Figura 17 - Espectro de IV da 4-(4-metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMM) (DRS/ KBr,cm-1)

No espectro de RMN1H (Figura 18), pode-se observar um simpleto em 2,42

ppm referente aos três hidrogênios do substituinte metila ligado ao anel p-substituído

que apresenta os seus sinais como um duplo dupleto, em 7,96 ppm, referente aos

hidrogênios H3/5 e 7,29 ppm, referente aos hidrogênios H2/6, com uma constante de

acoplamento (J) de 8,1 Hz para ambos (detalhe ampliado). O anel não substituído

apresenta seus sinais referentes aos H2'/6' como um multipleto de 8,05 - 8,02 ppm e

os H3'/4'/5' como tripletos sobrepostos em 7,48 ppm. Em 7,43 ppm observa-se um

NN

NH2

CH3

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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100

simpleto referente ao H5” do anel heterocíclico, e em 5,33 ppm outro simpleto

atribuído ao NH2.

Figura 18 - Espectro de RMN1H da 4-(4-metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMM), (CDCl3, 300MHz)

No espectro de RMN13C (Figura 19), o sinal em 21,43 ppm refere-se ao

carbono do substituinte metila. Este anel p-substituído apresenta sinais de carbonos

em 127 ppm (C3/5); em 134,9 ppm (C4); em 129,5 (C2/6); 104,02 ppm observa-se o

C5", o anel não substituído apresenta os sinais de carbono em 137,9 ppm (C1'); em

130,4 (C4'); em 128,8 ppm (C3'/5') ppm e; 127,1 ppm (C2'/6'). O anel pirimidínico

NN

NH2

CH3

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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101

apresenta os sinais de carbono em 140,8 ppm (C1"); 163,8 ppm (C2"); 166,1 ppm

(C4"); 104,0 ppm (C5"); 166,2 ppm (C6").

Figura 19 - Espectro de RMN13C da 4-(4-metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMM), (CDCl3, 300MHz)

São apresentados na sequência os dados das pirimidinas derivadas de

chalconas obtidas neste trabalho:

NN

NH2

CH3

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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102

4,6-difenilpirimidin-2-amina (AMH)

NN

NH2

1

2

3

4

5

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

Fórmula Molecular: C16H13N3 (247,29452 g/mol). demais dados apresentados na

tabela 5.

IV vmax/cm-1 DRS/ KBr: 3469,94, 3319,49, 3192,19 (NH2); 3064,89, 3043,67 (C-H

arom) 1600,92 – 1450,47 (C-H arom); 1363,67, 1234,44 (C-N arom); 765,74, 692,44

(C-H arom monosubstituido).

RMN1H (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 5,39 (s, 2H, NH2); 7,47 (s, 1H, H5‟) 7,49 –

7,51(m, 6H, H3/4/5 e H3'/4'/5'); 8,04 – 8,07(m, 4H, H2/6'e H2'/6');

RMN13C (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 166,2 (C4”/6"); 163,3 (C2"); 137,5 (C1/1"); 130,6

(C4/4"); 128,8 (C2,6/2‟,6'); 127,2 (C3,5/3‟,5); 104,3 (C5");

4-(4-metilfenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMM)

NN

NH2

CH3

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

Fórmula Molecular: C17H15N3 (261,3211 g/mol). demais dados apresentados na

tabela 5.

IV vmax/cm-1 DRS/KBr: 3313,71, 3199,91 (NH2); 3064,89, 3034,03 (C-H arom)

1631,78 – 1452,40 (C-H arom); 1365,60, 1222,87 (C-N arom); 821,68 (C-H arom

disubstituido 1,4); 769,60, 698,73 (C-H arom monosubstituido).

RMN1H (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 2,42 (s, 3H, CH3); 5,33 (s, 2H, NH2); 7,97-7,94

(d, 2H, H3/5, J=8,1Hz), 7,28-7,30 (d, 2H, H2/6, J=8,1Hz); 8,05-8,02 (m, 2H, H2'/6'); 7,47-

7,50 (t, 3H, H3'/4'/5') 7,43 (s, 1H, H5);

RMN13C (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 166,2 (C6"); 166,1 (C4"); 163,6 (C2"); 140,8

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103

(C1"); 137,9 (C1'); 134,9 (C4); 130,4(C4'); 129,5(C2/6); 128,8(C3'/5'); 127,1 (C2'/6'); 127,0

(C3/5); 104,0 (C5"); 21,4 (CH3).

4-(4-metoxifenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMX)

NN

NH2

OCH3

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

Fórmula Molecular: C17H15N3O (277,3205 g/mol), demais dados apresentados na

tabela 5..

IV vmax/cm-1 DRS/ KBr: 3363,86, 3325,28, 3197,98 (NH2); 3034,89, 3014,01 (C-H

arom) 1643,35 – 1516,65 (C-H arom); 1361,74, 1259,52 (C-N arom); 1031,92 (C-O)

821,68 (C-H arom disubstituido 1,4); 771,53, 686,66 (C-H arom monosubstituido).

RMN1H (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 3,88 (s, 3H, CH3); 5,22 (s, 2H, NH2); 6,99-

7,02 (d, 2H, H3/5, J=8,7 Hz); 7,41 (s,1H, H5'); 7,48 – 7,50 (t, 3H, H3'/4'/5'); 8,03-8,06 (d,

2H, H2/6, J=8,7Hz); 8,04 (m, 2H, H2'/6');

RMN13C (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 166,0 (C6"); 165,7 (C4"); 163,6 (C4); 161,1

(C2"); 137,9 (C1); 130,3 (C4'); 130,1 (C1'); 128,7 (C2/6); 128,6 (C3'/5'); 127,1 (C2'/6');

114,1 (C3/5); 103,6 (C5"); 55,4 (OCH3).

4-(4-clorofenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMCl)

NN

NH2

Cl

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

Fórmula Molecular: C16H12ClN3 (281,73958 g/mol). demais dados apresentados na

tabela 5.

IV vmax/cm-1 DRS/ KBr: 3493,09, 3313,71, 3192,19 (NH2); 3062,89, 3031,03 (C-H

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104

arom) 1631,78 – 1492,90 (C-H arom); 1359,82, 1234,44 (C-N arom); 823,60 (C-H

arom disubstituido 1,4); 769,60, 690,02 (C-H arom monosubstituido).

RMN1H (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 5,23(s, 2H, NH2); 7,43-7,45 (d, 2H, H3/5,

J=9,0Hz); 7,48 (s, 1H, H5'); 7,49-7,51 (t, 3H, H3/'4'/5); 7,99-8,03 (d, 2H, H2/6,J=9,0 Hz);

8,04-8,06 (m, 2H, H2'/6');

RMN13C (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 166,5 (C6"); 164,9 (C4"); 163,6 (C2"); 137,6

(C1'); 136,36 (C1); 166,1 (C4); 130,6 (C4'); 128,9 (C2/6); 128,8 (C3'/5'); 128,4 (C2'/6');

127,1 (C3/5) ; 103,9 (C5").

4-(3,4-diclorofenil)-6-fenilpirimidin-2-amina (AMDCl)

NN

NH2

Cl

Cl

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

Fórmula Molecular: C16H11Cl2N3 (316,18464 g/mol) demais dados apresentados na

tabela 5..

IV vmax/cm-1 DRS/ KBr: 3495,01, 3319,49, 3199,91 (NH2); 3069,79, 3032,30 (C-H

arom) 1625,99 – 1460,11 (C-H arom); 1352,10, 1228,66 (C-N arom); 821,68 (C-H

arom disubstituido 1,4); 775,38, 707,88 (C-H arom monosubstituido).

RMN1H (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 5,27 (s, 2H, NH2); 7,41 (s, 1H, H5'); 7,49-7,51

(t, 3H, H3'/4'/5'); 7,55-5,58 (d, 2H, H2‟/6, J=8,4Hz); 7,88-7,92 (dd, 1H, H5); 8,03-8,07 (m,

2H, H6); 8,19-8,20 (d, 1H, H2);

RMN13C (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 166,6 (C6"); 163,6 (C4"); 163,4 (C2"); 137,5

(C4); 137,2 (C3); 134,7 (C1); 133,2 (C1); 130,8 (C2); 130,7 (C5); 129,1 (C6); 128,8

(C3'/5'); 127,2 (C2'/6'); 126,2 (C4'); 103,9 (C5").

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105

4-(2-amino-6-fenilpirimidin-4-il)fenol (AMOH)

NN

NH2

OH

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

Fórmula Molecular: C16H13Cl2N3O (263,293 g/mol), demais dados apresentados na

tabela 5. .

IV vmax/cm-1 DRS/ KBr: 3508,54, 3400,50 (NH2); 3057,17 (C-H arom), 2881,65 –

2479,81 (bl -OH); 1602,85 – 1516,05 (C-H arom); 1363,67, 1232,51 (C-N arom);

1280,73 (C-O); 823,60 (C-H arom di-substituido 1,4); 771,53, 690,52 (C-H arom

mono-substituido).

RMN1H (CD3CO/TMS) δ dado em ppm: 6,04 (s, 2H, NH2); 6,94-6,98 (d, 2H, H2/6,

J=9,3Hz); 7,48-7,51 (t, 3H, H3'/4'/5'); 7,66 (s, 1H, H5'); 8,13-8,17 (d, 2H, H3/5, J=9,3Hz);

8,20-8,24 (m, 2H, H2'/6').

RMN13C (CD3CO/TMS) δ dado em ppm: 166,2 (C6"); 165,9 (C4"); 165,2 (C2"); 160,7

(C4); 138,9 (C1'); 131,0 (C4); 130,0 (C1); 129,6 (C3‟/5‟); 129,4(C2‟/6‟); 127,8 (C2/6); 116,2

(C3'/5'); 102,2 (C5").

4-[(4-dimetilamino)fenil]-6-fenilpirimidin-2-amina (AMNM)

NN

NH2

NCH3

CH3

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

Fórmula Molecular: C18H18N4 (290,362 g/mol), demais dados apresentados na tabela

5.

IV vmax/cm-1 DRS/ KBr: DRS/ KBr: 3479,58, 3280,92, 3157,57 (NH2); 3064,89 (C-H

arom) 1612,49 – 1519,91 (C-H arom); 1363,67, 1232,51 (C-N arom); 823,60 (C-H

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106

arom disubstituido 1,4); 771,53, 690,52 (C-H arom monosubstituido).

RMN1H (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 3,05 (s, 6H, CH3); 5,37 (s, 2H, NH2); 6,75-6,78

(d, 2H, H2/6, J=9,0 Hz); 7,39 (s, 1H, H5”); 7,48-7,51 (t, 3H, H3'/4'/5'); 7,99-8,02 (d, 2H,

H3/5, J=9,0 Hz); 8,03-8,04 (m, 2H, H2'/6').

RMN13C (CDCl3/TMS) δ dado em ppm: 165,6 (C6"); 165,4 (C4"); 163,1 (C2"); 152,2

(C4); 137,9 (C1); 130,3 (C4‟); 128,8 (C3'/5'); 128,4 (C2'/6');127,1 (C2/6); 124,3 (C1); 111,8

(C3/5); 102,8 (C5"); 40,2 (CH3).

5.3 Análise computacional

Na avaliação "in silico" da predição das propriedades moleculares dos derivados

pirimidínicos sintetizados, foram calculados os parâmetros disponíveis a partir do

programa free Molinspiration online, onde foram obtidos os valores de massa

molecular (MM), Log P, aceptores de ligação de hidrogênio (N + O), doadores de

ligação de hidrogênio (NH + OH), número de violações e número de ligações

rotacionais. Os dados de solubilidade, TPSA, Drug likeness e Drug score foram

obtidos através do programa OSIRIS Property Explorer on line. Os valores de

porcentagem de absorção foram calculados através do método e modelo, descritos

por Zhao e colaboradores (2002). Todos os dados obtidos estão apresentados na

tabela 8.

Inicialmente, entre os parâmetros avaliados podem-se destacar os descritores

de Lipinski (massa molar, a qual não deve exceder 500 g/mol; o log P, cujo valor

limite é 5; e os grupos doadores (NH + OH) e aceptores (N + O) de ligação

hidrogênio, cujas somatórias não devem ultrapassar a 5 e 10, respectivamente)

(LIPINSKI et al, 2001).

Ao analisarmos os descritores de Lipinski apresentados na Tabela 7, é possível

observar que nenhuma das substâncias sintetizadas apresentou violações aos

parâmetros estabelecidos por Lipinski. O valor de MM variou entre 247,30 e 316,19

g/mol. O TPSA ficou entre 51,8 e 72 Å2 e o Log P entre 2,90 e 4,50. Além disso,

apresentaram 3 a 4 aceptores e 2 a 3 doadores de hidrogênio, o que faz com que

estas substâncias possuam boa permeação e biodisponibilidade adequadas a um

candidato a fármaco, sendo este dado apresentado por Bali e colaboradores (2012),

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107

que afirmam que substâncias que apresentam baixa permeação e baixa absorção

possuem mais de 5 a 10 doadores e aceptores de hidrogênio, respectivamente.

Bakht e colaboradores (2010), afirmam que para o desenvolvimento de

moléculas com atividades terapêuticas, a biodisponibilidade é uma propriedade

importante.

Boa absorção intestinal, redução da flexibilidade molecular, baixo TPSA são

necessários para que a molécula em desenvolvimento seja biodisponível por via

oral. O valor de TPSA dá uma boa perspectiva sobre a absorção do fármaco que

inclui a absorção intestinal, biodisponibilidade e de penetração da barreira hemato-

encefálica (HASSAN, SHIREEN, MURALEEDHARAN, ABDUL MUJEED, 2015).

De acordo com Swathi e colaboradores (2013), o valor de TPSA inferior a 140 Å2

indica que a substância possui boa permeabilidade na membrana celular.

Além disso, o número de rotações (RB) é importante para as mudanças

conformacionais da molécula e para a ligação das moléculas aos receptores ou

canais. Para existir biodisponibilidade por via oral o RB deve ser menor ou igual à 10

(HASSAN, SHIREEN, MURALEEDHARAN, ABDUL MUJEED, 2015). Para as

moléculas analisadas, o RB ficou entre 2 e 3.

Em relação à solubilidade, a maioria dos fármacos comerciais tem geralmente

valor de Log S maior do que - 4.0 (HASSAN, SHIREEN, MURALEEDHARAN,

ABDUL MUJEED, 2015). Para os valores de Log S das pirimidinas estudadas,

verificou-se que estão entre -5,99 a -4,22, o que indica que são moléculas que não

possuem boa solubilidade em água devido ao caráter lipofílico. Porém, não é um

dado que comprometa a utilização destas substâncias como candidatos a fármacos

se compararmos os resultados das pirimidinas aos controles celecoxibe e

indometacina, que também apresentam valores negativos para solubilidade, -4,17 e

-5,40, respectivamente.

A porcentagem de absorção (% ABS) foi calculada de acordo com Zhao et al.

(2002), apresentando valores entre 83,51 e 90,66% , o que sugere uma ótima

absorção, pois Hassan e colaboradores (2015), consideraram uma boa absorção,

valores entre 55,22 e 73,75%.

Os valores positivos de drug likeness apontam que a substância contém

predominantemente fragmentos que estão frequentemente presentes em fármacos

comercializados, e poucos ou nenhum fragmento considerados não-fármacos

disponíveis (http://www.organicchemistry.org/prog/peo/) (ORGANIC CHEMISTRY

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108

PORTAL, 2015; JME, 2015; HASSAN; SHIREEN; MURALEEDHARAN; ABDUL

MUJEED, 2015).

Avaliando a pontuação drug likeness, apresentada na Tabela 7, pode-se

observar que somente a pirimidina AMCl apresentou valor positivo, 0,17, para este

parâmetro. Os valores das demais substâncias variaram entre -2,79 a -0,82. Este

dado também é muito relativo e deve ser avaliado em conjunto com outros dados,

principalmente se observarmos a pontuação -8,11 do celecoxibe.

A pontuação drug score é um termo cumulativo, usado para avaliar o potencial

dos novos candidatos a fármacos, e combina: drug likeness, lipofilicidade,

solubilidade, peso molecular e risco de toxicidade para um valor numérico único. A

pontuação positiva indica a predominância das porções farmacofóricas na molécula

(HASSAN; SHIREEN; MURALEEDHARAN; ABDUL MUJEED, 2015). A série de

piridiminas avaliadas; têm uma pontuação de drug score positivo variando 0,26 a

0,50.

A análise in sílico também foi realizada na série de chalconas com intuito de

comparação dos resultados com os derivados pirimidínicos (Tabela 8). Para os

descritores de Lipinski, as chalconas não apresentaram nenhuma violação O valor

de MM variou entre 208,26 e 277,15 g/mol. O TPSA ficou entre 17,07 e 26,30 Å2 e o

Log P entre 3,53 e 4,52. Apresentaram 1 a 2 aceptores de hidrogênio e apenas a

chalcona CHOH apresentou 1 doador de hidrogênio, o que faz com que esta

chalcona possua melhores características de permeação e biodisponibilidade, desta

série.

Em relação ao número de rotações (RB) os resultados obtidos ficaram entre 3 e

4, o que confere biodisponibilidade por via oral. A solubilidade (Log S), das

chalconas comparada às pirimidinas apresentaram-se mais solúveis com valores

entre -5,31 a -3,54, e quatro substâncias apresentaram valores superiores a -4,0: a

chalcona sem substituição (CHH), -3,84, chalcona com substituinte metoxila (CHX) -

3,86, a chalcona com substituinte hidroxila (CHOH) – 3,54 e a chalcona com o

substituinte dimetilamina (CHNM) – 3,88. Caracterizando uma melhor solubilidade,

segundo Hassan e colaboradores (2015).

A porcentagem de absorção (% ABS) foi calculada de acordo com Zhao et al.

(2002), apresentando valores entre 95,79 e 102,95%.

Avaliando a pontuação drug likeness, apresentada na Tabela 8, pode-se

observar que a chalcona CHCl apresentou o melhor valor positivo, 1,49, valor muito

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109

superior ao derivado pirimidínico que foi de 0,17 para este parâmetro. As chalconas

CHDCl, CHX e CHOH apresentaram os valores 0,87, 0,83 e 0,76 respectivamente.

A pontuação drug score das chalconas apresentou valores positivos que

variaram entre 0,15 e 0,71. Ao compararmos aos derivados pirimidínicos é possível

observar valores de drug score para as chalconas CHM, CHCl, CHDCl e CHOH

foram maiores.

Ao compararmos os dados in silico obtidos para a série de chalconas e

aminopirimidinas é possível observar o aumento da massa molar na série

pirimidínica em virtude da formação de mais um anel com consequente aumento do

volume molecular; as diferenças de lipofilicidade foram pequenas sendo as

aminopiridiminas mais lipossolúveis e consequentemente com menor solubilidade

em água (Log S) e maior porcentagem de absorção; as aminopirimidinas têm

características de serem mais bem absorvidas por via gastrointestinal por difusão

passiva do que as chalconas, tendo em vista terem maior número de doadores e

aceptores de hidrogênio, parâmetro relacionado a esta característica.

Em relação às ligações rotacionais as chalconas são mais flexíveis do que as

aminopirimidinas correspondentes, tendo em vista que com a formação do anel

pirimidínico a molécula “perde” uma ligação rotacional tornando-se mais rígida. Ao

compararmos os valores de TPSA entre as chalconas e aminopirimidinas

correspondentes observa-se um aumento nos valores, o que é esperado, pois as

aminopirimidinas são mais polares e este parâmetro está relacionado com a área de

superfície polar total. Boa absorção intestinal, redução da flexibilidade molecular e

baixo TPSA são necessários para que a molécula em desenvolvimento seja

biodisponível por via oral. O valor de TPSA também dá uma boa perspectiva quanto

à penetração da barreira hemato-encefálica (HASSAN et al, 2015).

Avaliando os resultados de Drug likeness foi possível observar que a maioria

das aminopirimidinas apresentou uma menor pontuação do que a chalcona

correspondente, exceto as aminopirimidas AMH e AMNM, que apresentaram valores

maiores. O conceito de Drug Likeness pode ser entendido como compostos que

possuem grupos funcionais e/ou têm propriedades físicas parecidas com a maioria

dos fármacos conhecidos. Essas propriedades, principalmente lipofilicidade,

distribuição eletrônica, características de ligação hidrogênio, tamanho e flexibilidade

molecular e a presença de características farmacofóricas influenciam o

comportamento da molécula em um organismo vivo, incluindo fatores envolvidos nas

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110

regras de ADMET. A pontuação Drug score, considera os valores de Drug likeness,

Log P; Log S; peso molecular e riscos de toxicidade e os combina em um valor

global de um potencial novo candidato a fármaco. (ORGANIC CHEMISTRY

PORTAL,2015 ; HASSAN et al, 2015).

Todas as moléculas sintetizadas apresentaram valor positivo de drug score

indicando a presença de grupos farmacofóricos, ou seja, características de fármacos

potenciais.

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111

Tabela 7 - Propriedades "in silico" de solubilidade e permeabilidade das aminopirimidinas

R(Cód.)

Descritores de Lipinski

TPSA

(Å2)

Vol.

(Å3)

RB

%

ABS

Solub

LogS

Drug

likeness

Drug

Score

MM (g/mol)

N+O NH+OH Log P Viol.

H(AMH) 247,30 3 2 3,29 0 51,8 229,84 2 90,66 -4,52 -1,68 0,42

4-CH3 (AMM) 261,33 3 2 3,63 0 51,8 246,40 2 90,66 -4,86 -2,79 0,36

4-OCH3 (AMX) 277,33 4 2 3,22 0 61,0 255,38 3 87,40 -4,53 -0,84 0,47

4-Cl (AMCl) 281,75 3 2 3,89 0 51,8 243,37 2 90,66 -5,25 0,17 0,47

3,4-Cl2 (AMDCl) 316,19 3 2 4,50 0 51,8 256,91 2 90,66 -5,99 -0,82 0,32

4-OH (AMOH) 263,30 4 3 2,90 0 72,0 237,85 2 83,51 -4,22 -0,91 0,50

4-N(CH3)2 (AMNM) 290,37 4 2 3,48 0 55,05 275,74 3 89,51 -4,55 -1,42 0,26

Celecoxibe 381,38 5 2 3,61 0 77,99 298,65 4 81,42 -4,17 -8,11 0,37

Indometacina 343,77 5 1 4,13 0 68,54 286,44 3 84,73 -5,40 9,41 0,56

MM=massa molar; N+O= Somatório de N e O (aceptores de ligação hidrogênio); NH+OH= Somatório de NH e OH (doadores de ligação de hidrogênio); LogP=Logarítimo do Coeficiente de Partição; Viol: Violações; TPSA= Área de superfície polar total; Vol= Volume Molecular; RB=ligações rotacionais; %ABS=porcentagem de absorção;; Solub.LogS=Solubilidade. Fonte: Valores calculados nos programas Molinspiration e OSIRIS

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112

Tabela 8 - Propriedades "in silico" de solubilidade e permeabilidade das chalconas

R(Cód.)

Descritores de Lipinski

TPSA

(Å2)

Vol.

(Å3)

RB

%

ABS

Solub

LogS

Drug

likeness

Drug

Score

MM (g/mol)

N+O NH+OH Log P Viol.

H(CHH) 208,26 1 0 3,30 0 17,07 201,85 3 102,9 -3,84 -2,88 0,25

4-CH3 (CHM) 222,29 1 0 3,65 0 17,07 218,41 3 102,9 -4,18 -0,94 0,48

4-OCH3 (CHX) 238,29 2 0 3,23 0 26,30 227,40 4 99,68 -3,86 0,83 0,32

4-Cl (CHCl) 242,70 1 0 3,91 0 17,07 215,39 3 102,9 -4,58 1,49 0,62

3,4-Cl2 (CHDCl) 277,15 1 0 4,52 0 17,07 228,92 3 102,9 -5,31 0,87 0,48

4-OH (CHOH) 224,26 2 1 3,33 0 37,30 209,87 3 95,79 -3,54 0,76 0,71

4-N(CH3)2 (CHNM) 251,33 2 0 3,91 0 20,31 247,76 4 101,8 -3,88 -3,31 0,15

Celecoxibe 381,38 5 2 3,61 0 77,99 298,65 4 81,42 -4,17 -8,11 0,37

Indometacina 343,77 5 1 4,13 0 68,54 286,44 3 84,73 -5,40 9,41 0,56

MM=massa molar; N+O= Somatório de N e O (aceptores de ligação hidrogênio); NH+OH= Somatório de NH e OH (doadores de ligação de hidrogênio); LogP=Logarítimo do Coeficiente de Partição; Viol: Violações; TPSA= Área de superfície polar total; Vol= Volume Molecular; RB=ligações rotacionais; %ABS=porcentagem de absorção;; Solub.LogS=Solubilidade. Fonte: Valores calculados nos programas Molinspiration e OSIRIS

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113

A estimativa de riscos potenciais relacionados à toxicidade através da

avaliação dos fragmentos das estruturas, também podem ser obtidos através do

OSIRIS property explorer. São avaliados a mutagênicidade, a tumorigenicidade,

efeitos irritantes e efeitos no sistema reprodutivo. O software verifica a existência de

fragmentos na molécula que sejam susceptíveis de causar toxicidade. O

conhecimento preliminar dos riscos de toxicidade é essencial no domínio da

concepção de medicamentos (HASSAN et al, 2015). As chalconas,

aminopirimidinas, indometacina e celecoxibe também foram avaliadas para este

parâmetro, os dados estão apresentados na tabela 9.

Tabela 9 - Resultados do estudo "in sílico" para a presença de fragmentos tóxicos da série de chalconas e pirimidinas

Moléculas Mutagênico Tumorigênico Irritante Sistema reprodutor

Indometacina

Celecoxibe

CHH

CHM

CHX

CHCl

CHDCl

CHOH

CHNM

AMH

AMM

AMX

AMCl

AMDCl

AMOH

AMNM

Legenda Sem Toxicidade Médio Risco para Toxicidade

Alto Risco para Toxicidade

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114

A chalcona sem substituição (CHH) apresentou fragmento com alto risco para

mutagenicidade. O fragmento tóxico (Figura 20) com esta característica está

relacionado à ligação insaturada do fragmento enona, tanto que no derivado

pirimidiníco correspondente com a formação do anel, o risco mutagênico deixa de

existir.

Figura 20 - Fragmento mutagênico presente na estrutura da chalcona CHH

Fonte: ORGANIC CHEMISTRY PORTAL, 2015

A chalcona com substituinte metoxila (CHX) apresentou fragmentos de alto

risco para efeitos irritantes e médio risco para efeitos no sistema reprodutor. De

acordo com o programa Osiris Property Explorer, o fragmento da molécula

responsável pela toxicidade está na ligação do carbono e a dupla ligação com o

oxigênio (carbono da carbonila) demonstrado na Figura 21. Ao observarmos o

derivado correspondente, não há fragmentos tóxicos em virturde da formação do

anel pirimidínico. Neste caso o programa não considerou a ligação insaturada como

um fragmento mutagênico.

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115

Figura 21- Fragmentos irritante e efeitos sobre o sistema reprodutor presente na estrutura da chalcona CHX

Fonte: ORGANIC CHEMISTRY PORTAL, 2015

A chalcona CHNM apresentou fragmentos de alto risco mutagênico e

tumorigênico. Ao analisarmos a Figura 22, é possível observar que o responsável

pela mutagenicidade é a ligação insaturada da fração enona e o fragmento

tumorigênico está relacionado ao substituinte dimetilamino, à ligação entre o

nitrogênio e a metila. Com a formação do anel pirimidínico no derivado AMNM

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116

(Figura 23), a fração enona deixa de existir juntamente com o risco mutagênico

permanecendo somente o risco tumorigênico do substituinte. Nas demais chalconas,

embora possua a porção enona insaturada, os substituintes introduzidos no anel B

da chalcona diminuiram ou anularam o efeito tóxico observado nas chalconas CHH e

CHNM.

Figura 22 - Fragmentos mutagênico e tumorigênico presentes na estrutura da chalcona CHNM

Fonte: ORGANIC CHEMISTRY PORTAL, 2015

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117

Figura 23 – Fragmento tumorigênico referente ao substituinte presente na estrutura da aminopirimidina AMNM

Fonte: ORGANIC CHEMISTRY PORTAL, 2015

Avaliando os dados de toxicidade obtidos in silico e comparando os dados

das chalconas e os respectivos derivados pirimidínicos pode-se observar que a

avaliação teórica dos derivados sugere uma maior segurança destes compostos

quanto aos riscos toxicológicos. É importante ressaltar que a avaliação da toxicidade

in silico é apenas uma predição sendo necessária a continuidade dos estudos para a

comprovação destes resultados.

5.4. Ensaio de Inibição da ciclooxigenase (COX) in vitro

A ciclooxigenase é a enzima limitante da velocidade na síntese de

prostaglandinas durante o processo inflamatório. Os níveis de prostaglandinas, em

especial a prostaglandina G2 (PGG2), são muitas vezes utilizados para avaliação da

atividade da ciclooxigenase (BASILE et al, 2012). A COX-1 e COX-2 são enzimas

que catalisam a conversão do ácido araquidônico em PGG2 (por via da atividade da

ciclooxigenase), a subsequente conversão de PGG2 e PGH2 e a redução de PGH2 a

PGF2α (por via da atividade da peroxidase).

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118

A atividade das moléculas (CHH, CHM, CHX, CHCl, CHDCl, CHNM, CHOH,

AMH, AMM, AMX, AMCl, AMDCl, AMNM, AMOH) e dos controles (Indometacina e

Celecoxibe) foi realizada utilizando o ensaio imunoenzimático EIA (que avalia a

PGF2α) e os resultados encontram-se na Figura 24.

Figura 24 - Percentual de inibição das enzimas COX-1 e COX-2, frente às moléculas (CHH, CHM, CHX, CHCl, CHDCl, CHNM, CHOH, AMH, AMM, AMX, AMCl, AMDCl, AMNM, AMOH) e controles (Indometacina e Celecoxibe) na concentração de 100µM.

Nota:A atividade foi avaliada utilizando o ensaio imunoenzimático EIA (COX Inhibitor Screening Assay Kit). Cada ponto representa a média ± EPM de dois experimentos. Diferença estatisticamente significante em relação ao grupo controle (branco). * p<,0,5 e ** <0,01 e *** <0,001, utilizando ANOVA one way e post teste t de Bonferroni.

Como pode ser observada na Figura 24, a maioria das moléculas

apresentaram potencial de inibição tanto para a enzima COX-1 quanto para COX-2,

comparados aos respectivos brancos (controle negativo).

Como controles foram utilizados a indometacina, que apresentou 90,70% de

inibição para COX-1 e 37,98% para COX-2 e o Celecoxibe que apresentou 4,30% de

inibição para COX-1 e 74,98% para COX-2, caracterizando assim os controles mais

seletivos para COX-1 e COX-2, respectivamente.

Para COX-1 as moléculas da série das chalconas apresentaram os seguintes

resultados: CHX (66,79%), CHM (66,00%), CHNM (65,87%), CHDCl (55,94%), CHH

(48,32%),CHCl (47,96%) e CHOH (14,59%). As aminopirimidinas apresentaram os

Bra

nco

Indom

etac

ina

Cel

ecoxi

beCHH

CHM

CHX

CHCl

CHDCl

CHM

N

CHOH

AM

H

AM

MAM

X

AM

Cl

AM

DCl

AM

NM

AM

OH

0

20

40

60

80

100

120

***

***

***

***

***

**

******

***

***

**

***

**

***

** **

******

***

*********

***

***

Cox 1

Cox 2

Moléculas (100 µM)

Inib

ição

Co

x (

%)

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119

seguintes resultados em relação a inibição da atividade de COX-1: AMNM (84,25%);

AMH (46,73%), AMCl (24,82%), AMM(18,8%), AMX (17,47%), AMDCl (11,50%) e

AMOH (6,65%). Os valores apresentados pelas moléculas CHOH, AMDCl e AMOH,

não foram significativamente estatísticos, podendo estar relacionada a uma maior

seletividade COX-2.

Para COX-2 as chalconas apresentaram os seguintes resultados de inibição:

CHDCl (86,43%), maior que o controle Celecoxibe (74,67%); CHX (67,03%); CHH

(58,20%), CHM (12,71%), CHNM (11,26%), CHCl (4,39%) e CHOH (3,93%). Os

valores de CHM, CHCl, CHNM e CHOH não foram estatisticamente significativos. As

aminopirimidinas apresentaram os seguintes valores para inibição COX-2: AMH

(57,27%), AMNM (52,25%), AMX (42,23%), AMCl (33,54%), AMDCl (29,25%), AMM

(20,35%) e AMOH (14,69%).

Com esses resultados, foi possível calcular o CI50 (µM/mL), que é a

concentração da molécula que inibe 50% da atividade enzimática, os valores estão

descritos na Tabela 7. Para COX-1 o valor de CI50 dos controles foi 0,01548 µM/mL

e 0,16318 µM/mL, para a indometacina e celecoxibe respectivamente. Para as

chalconas os resultados variaram entre 0,08101 µM/mL e 0,22728 µM/mL, sendo

mais efetivas as moléculas CHNM (0,08101 µM/mL), CHCl (0,08478 µM/mL); CHX

(0,08544 µM/mL ) e CHM (0,08915 µM/mL ), com valores bastante próximos. As

aminopirimidinas apresentaram valores entre 0,03237 µM/mL e 0,27135 µM/mL,

sendo as moléculas mais efetivas, AMNM (0,03237 µM/mL) e AMH (0,12851µM/mL).

Para COX-2, os controles indometacina e celecoxibe apresentaram os valores

0,04226 µM/mL e 0,09841 µM/mL, respectivamente. Os valores de CI50 para as

chalconas também estão descritos na Tabela 10 e variaram entre 0,02915 µM/mL e

0,20253 µM/mL, sendo mais efetivas as moléculas CHH (0,02915 µM/mL), CHNM

(0,05129 µM/mL), CHCl (0,05723 µM/mL), CHOH (0,06733 µM/mL) e CHM (0,07364

µM/mL), com valores menores que o controle celecoxibe. Os valores de CI50 COX-2,

para as aminopirimidinas variaram entre 0,02511 µM/mL e 0,07618 µM/mL, toda a

série apresentou resultados mais efetivos que o controle celecoxibe, sendo a

molécula AMH, sem substituintes, a mais efetiva (0,02511 µM/mL).

Analisando os resultados de CI50 para COX-2 entre as chalconas e seus

correspondentes pirimidínicos é possível verificar um aumento na efetividade destes

demonstrado na diminuição dos valores de CI50., com exceção da molécula AMNM.

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120

O aumento da efetividade pode estar relacionada a modificação estrutural, tendo em

vista que as aminopirimidinas derivadas de chalconas são estruturas tricíclicas.

O índice de seletividade COX-2 é obtido ao dividir o valor de CI50 COX-1 pelo

valor de CI50 COX-2. Os valores do índice de seletividade das chalconas e

aminopirimidinas estão descritos na Tabela 10.

O celecoxibe é um fármaco com estrutura tricíclica e com conhecida

seletividade COX-2 com valor para este experimento de 1,6581648. Os valores de

seletividade para as chalconas variaram entre 0,5528069 e 5,0785591. A chalcona

sem substituintes (CHH) foi a mais seletiva com valor 5,0785591, bem superior ao

controle. A chalcona CHOH foi a segunda mais seletiva com valor 3,3756126 e a

chalcona CHDCL apresentou menor valor de seletividade, 0,5528069. Relacionado

aos valores de CI50, quanto maior o valor para COX-1 e menor para COX-2, mais

potente para a COX-2 é a substância.

Ao compararmos os índices de seletividade das chalconas e seus respectivos

derivados é possível relacionar o aumento da seletividade com a modificação

estrutural. Este dado fica evidente ao compararmos o índice de seletividade da

molécula CHDCl, a menos seletiva entre as chalconas, com seu derivado AMDCl o

mais seletivo entre as aminopirimidinas. Este dado corrobora as afirmações de

Zargui e Arfael (2011) de que quando é feita uma comparação estrutural entre os

AINEs seletivos para COX-2 e AINEs não seletivos, a composição estrutural que

confere a seletividade para COX-2 é caracterizada por moléculas tricíclicas que

apresentam um anel central hetero ou carbocíclico diaril substituído.

As demais aminopirimidinas apresentaram índice de seletividade superior a

chalcona relacionada, com exceção da molécula AMNM. Com valor 0,4249146. Isto

se deve ao fato de esta molécula ser bastante efetiva tanto para COX-1 quanto para

COX-2. A molécula AMDCl foi a mais seletiva, com valor 6,4733928, seguida da

molécula AMM, com valor 6,1294330.

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121

Tabela 10- Valores das CI50 e SI para as moléculas (CHH, CHM, CHX, CHCl, CHDCl,CHNM, CHOH, AMH, AMM, AMX, AMCl, AMDCl, AMNM e AMOH).

Moléculas Cox 1

CI50 µM/mL

Cox 2

CI50 µM/mL

SI

Indometacina 0,01548 0,04226 0,3663038

Celecoxibe 0,16318 0,09841 1,6581648

CHH 0,14804 0,02915 5,0785591

CHM 0,08915 0,07364 1,2106192

CHX 0,08544 0,10181 0,8392102

CHCl 0,08478 0,05723 1,4581391

CHDCl 0,11196 0,20253 0,5528069

CHNM 0,08101 0,05129 1,5794501

CHOH 0,22728 0,06733 3,3756126

AMH 0,12851 0,02511 5,1178813

AMM 0,27135 0,04427 6,1294330

AMX 0,17817 0,03025 5,8899173

AMCl 0,15922 0,03425 4,6487591

AMDCl 0,21045 0,03251 6,4733928

AMNM 0,03237 0,07618 0,4249146

AMOH 0,24174 0,06327 3,8207681

Nota: CI50= Concentração da molécula requerida para produzir 50% inibição / SI = Indice de Seletividade (COX-1 CI50/COX-2 CI50)

Ao analisar o padrão de substituição proposto por Topliss (TOPLISS, 1977),

constata-se que os parâmetros hidrofóbicos e eletrônicos não estão relacionados à

atividade biológica destas moléculas. De acordo com a Tabela 1, para que a

atividade biológica esteja relacionada aos parâmetros estéreos, hidrofóbicos e/ou

eletrônicos faz-se necessário seguir uma ordem de potência determinada. Avaliando

a ordem dos valores de CI50 para a COX-2 das aminopirimidinas, que retrata a

potência das moléculas em inibir 50% da atividade da enzima, observa-se que a

molécula mais potente é a AMH, sem substituição, seguida da molécula AMX, com

substituinte 4-OCH3; AMDCl, com substituinte 3,4-Cl2., AMCl, com substituinte 4-Cl

por fim a AMM, com substituinte 4-CH3 , o que não segue a ordem de potência

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122

determinada para os parâmetros hidrofóbicos e eletrônicos propostos por Topliss,

sugerindo que parâmetros estéreos estejam relacionados, pois a AMH, sem

substituição, sendo a mais potente segue a ordem de potência determinada para

estes parâmetros.

Os parâmetros estéreos estão relacionados à presença de um átomo ou

grupo ligante volumoso em uma molécula podendo dificultar o seu contato sob uma

determinada orientação espacial com outra molécula, ou sítio ativo, dificultando ou

tornando inviável uma possível reação entre estas. Além disso, a proximidade

desses mesmos átomos pode levar a uma alteração da geometria da mesma

visando estabelecer um sistema com a menor energia possível (ELIEL; WILEN,

1994).

Apesar de o modelo chave-fechadura ser útil na compreensão dos eventos

envolvidos no reconhecimento molecular ligante-receptor, caracteriza-se como uma

representação parcial da realidade, uma vez que as interações entre a

biomacromolécula (receptor) e a micromolécula (fármaco) apresentam

características tridimensionais dinâmicas. Dessa forma, o volume molecular do

ligante, as distâncias interatômicas e o arranjo espacial entre os grupamentos

farmacofóricos compõem aspectos fundamentais na compreensão das diferenças na

interação fármaco-receptor (BARREIRO; FRAGA, 2008).

Armelin (2010) ao realizar estudos de modelagem molecular com derivados

pirimidínicos e estudos de docking nas enzimas COX-1 e COX-2, constatou que de

uma forma geral a orientação das conformações escolhidas dos compostos no sítio

da COX-2 envolve a formação de ligações de hidrogênio entre os resíduos His90 e

Arg513 do bolso lateral da COX-2, com a porção SO2-CH3 e entre os resíduos

Arg120 e Tyr 355 com os grupos substituintes do anel pirimidínico CF3, Cl,

Se-CH2CH3, SO2- CH2CH3 e OH. As moléculas que apresentaram os resultados

mais favoráveis para a formação do complexo com a COX-2 são apresentados na

Figura 25, tais ligantes tiveram um padrão bem definido de orientações interagindo

com os resíduos His 90, Arg513, Arg120 e Tyr355 e se orientam de maneira

semelhante. Os anéis fenil, tiofenil, cicloxil e pirimidínico interagem com os resíduos

Tyr385, Met522, Val523, Ala527 e Ser530.

Em relação a seletividade COX-2, ao compararmos as estruturas da Figura 21

com as estruturas obtidas neste trabalho espera-se que o grupo amino livre das

aminopirimidinas sintetizadas possam interagir no sítio receptor através de ligações

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123

NH

N

N

SO2CH3

CF3

SNH

N

N

SO2CH3

CF3

S

Cl(2)

NH

N

N

SO2CH3

Cl

S

(15)

(17)

NH

N

N

SO2CH3

S

(22)

NH

N

N

SO2CH3

O

S

CH2CH3

(23)

hidrogênio e que as moléculas por serem menores e mais rígidas tenham um

posicionamento mais específico no sítio receptor.

Figura 25 – Derivados Pirimidínicos utilizados nos estudos de Armelin (2010)

Fonte: Adaptado de ORJALES (2008); ARMELIN (2010)

5.5 Avaliação in vitro da citotoxicidade e dos efeitos das aminopirimidinas

AMM, AMX, AMOH e AMNM na produção de óxido nítrico em neutrófilos

estimulados com LPS in vitro.

A determinação da viabilidade celular tem por objetivo verificar o potencial

citotóxico das aminopirimidinas selecionadas a partir da avaliação da integridade da

membrana celular dos leucócitos. A técnica do azul de trypan baseia-se na

permeabilidade das células viáveis, pois uma vez que o corante azul de trypan não é

permeável em células viáveis cujas membranas estão íntegras, consegue permear

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124

as células inviáveis (mortas), corando o citoplasma e núcleo em azul, sendo

posteriormente visualizado e quantificado por microscopia óptica, em câmera de

Neubauer (HEBEDA et al, 2011).

Após tratamento e incubação dos neutrófilos com as moléculas em estudo,

pode-se verificar (Figura 26) que as concentrações de 1, 10 e 100 µM, não

provocaram morte celular nas condições basais e nas condições estimuladas por

LPS. A viabilidade celular em condições basais manteve-se entre 90% e 99% e em

condições estimuladas por LPS entre 84% e 99%. Este dado é importante, pois

possibilitou concluir que os demais resultados deste estudo não refletiam

citotoxicidade dos compostos.

Figura 26 – Efeito das aminopirimidinas AMM, AMX, AMOH e AMNM, na viabilidade celular de neutrófilos peritoneais através do Azul de Trypan

Nota: Neutrófilos foram incubados na presença e na ausência de LPS (5 µg/mL) com AMM, AMX,

AMOH e AMNM, nas concentrações de 1, 10 e 100 µM por um período de 18 horas. A viabilidade foi

quantificada por Azul de Trypan através da avaliação por microscopia óptica. Os resultados foram

expressos como a média ± o erro padrão da média das células obtidas de 3-6 animais.

Para investigar a capacidade das moléculas AMM, AMX, AMNM e AMOH em

modificar a secreção de óxido nítrico (NO), neutrófilos peritoneais foram estimulados

ou não por LPS, e tratados com as moléculas selecionadas. O LPS é um

lipopolisacarídeo encontrado na parede celular de bactérias gram-negativa e é

capaz de desencadear uma resposta inflamatória a partir da ativação de receptores

tipo Toll (TRLs) que são expressos na membrana celular de neutrófilos. Após a

ativação específica do TLR4 pelo LPS, ocorre a ativação de vias inflamatórias,

principalmente a via do NF-κB, a qual desempenha um importante papel regulador

na expressão de genes pró-inflamatórios, além de estimular a expressão da enzima

Basal 1 10 100 1 10 100 1 10 100 1 10 1000

30

60

90

120 Basal LPS

AMM (M) AMX (M) AMOH (M) AMNM (M)

via

bil

ida

de

ce

lula

r (%

)

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125

iNOS, a qual é responsável pela produção de óxido nítrico (ALESSANDRI et al,

2013). Os níveis de nitrito (NO2-) foram quantificados nos sobrenadantes celulares e

analisando a Figura (27), observa-se que a concentração de nitrito (NO2-) em

condições basais e tratadas não apresentaram alterações significativas, mantendo-

se próximas da condição basal, ou seja, os compostos provavelmente não atuam

inibindo a via intracelular de produção de óxido nítrico.

Figura 27 – Efeito das aminopirimidinas AMM, AMX, AMOH e AMNM na secreção de Óxido Nítrico (NO) por neutrófilos de peritônio estimulados ou não por LPS

Nota: Neutrófilos foram incubados por 18 horas em meio de cultura basal ou com LPS (5µg/mL)

simultaneamente com cada molécula nas concentrações 1,10 e 100µM ou o controle. Os níveis de

NO2- foram determinados através da Reação de Griess. Os resultados foram expressos como a média

± desvio padrão da média, de células obtidas de 3-6 animais. Os dados foram comparados pelo teste

t de Student ou ANOVA. Teste de comparações múltiplas de Tukey foi utilizado para determinar a significância das diferenças entre os valores calculados para as condições experimentais. Software GraphPad Prism 5.0 (San Diego, CA, EUA) foi utilizado.*P<0,05, **P<0,01 e *** P<0,001 de acordo com o respectivo controle basal; #P<0,01 se acordo com o respectivo controle estimulado por LPS.

No entanto, assim como o aumento na síntese e liberação do NO, já é bem

estabelecido em processos inflamatórios, existe também a síntese e liberação de

outros importantes mediadores os quais tem a função principal de amplificar o

processo inflamatório, com destaque para as citocinas pró-inflamatórias. Dentre as

citocinas pró-inflamatórias, destacam-se o TNF-α e a IL-1β que possuem papel

preponderante em diversas doenças de caráter inflamatório. O TNF-α e a IL-1β,

induzem a produção/liberação de outras citocinas e quimiocinas, expressão de

moléculas de adesão, angiogênese e medeiam efeitos inflamatórios sistêmicos,

como a febre, a hipotensão além de promoverem a neutrofilia (HEBEDA et al, 2011).

Desta forma, para a melhor elucidação dos efeitos anti-inflamatórios das

moléculas selecionadas faz-se necessária à realização de outros ensaios

Basal 1 10 100 1 10 100 1 10 100 1 10 1000

30

60 Basal LPS

AMM (M) AMX (M) AMOH (M) AMNM (M)

***

NO

2-(

M/m

L)

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126

relacionados à secreção de fatores pró-inflamatórios como o do fator de necrose

tumoral (TNF-α), prostaglandina E2 (PGE2), entre outros, a fim de direcionar o

provável mecanismo de ação.

5.6 Avaliação da atividade antinociceptiva

Uma análise preliminar das aminopirimidinas foi realizada no intuito de

observar os efeitos analgésicos em comparação aos fármacos utilizados na clínica

médica, como AAS, paracetamol e dipirona.

O modelo do ácido acético tem atuação indireta através da liberação de

mediadores endógenos envolvidos na modulação da nocicepção, incluindo a

bradicinina, serotonina, histamina e as prostaglandinas (WHITTLE,1964). Ribeiro e

colaboradores (2000) mostraram que a nocicepção induzida pelo ácido acético

depende da liberação de citocinas, como a IL-1b, TNF-α e a IL-8 a partir de

macrófagos e basófilos residentes na cavidade abdominal, e que em conjunto com

outros mediadores podem induzir a nocicepção característica observada nesse

modelo.

A atividade antinociceptiva foi avaliada na série de aminopirimidinas

derivadas de chalconas, através da realização da DI50 no modelo de contorções

abdominais induzida pelo ácido acético 0,6% administrado intraperitonialmente nas

doses 3,0 mg/kg, 6 mg/kg e 10,0 mg/kg. Embora este seja um modelo de

nocicepção pouco específico, permite avaliar a atividade antinociceptiva tanto a nível

central quanto periférico (SOUZA, et al.;2003). O modelo de contorções abdominais

tem sido empregado amplamente para análise da atividade analgésica de diferentes

tipos de compostos, uma vez que mostra boa correlação com a ação analgésica

encontrada em outros modelos pré-clínicos, bem como estudos clínicos (CAMPOS-

BUZZI et al., 2006; COSTA, et al., 2007).

As aminopirimidinas apresentaram percentagem de inibição de 50,8% a

67,6% na dose de 10mg/kg (Figuras 28 a 34 e Tabela 11). Estes valores quando

comparados ao AAS, paracetamol e a dipirona, fármacos utilizados na terapêutica,

cujas inibições são de 38%, 35% e 33% respectivamente na mesma dose, foram

superiores (SANTOS, 2008).

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127

Considerando os substituintes propostos por Topliss (H, 4-CH3, 4-OCH3, 4-

Cl e 3,4-Cl2), a molécula mais efetiva foi a AMM, com substituinte 4-CH3, que

apresentou um percentual de inibição de 67,6% e DI50 de 22,5 (19,8 - 25,6) µmol/kg

(Figura 28), sendo aproximadamente 6 vezes mais potente que os fármacos

utilizados na clínica como o Ácido Acetil Salicílico (AAS), o Paracetamol e a Dipirona

que possuem valores de DI50 de 133 (73-243) µmol/kg , 125 (104-150) µmol/kg 162

(88-296) µmol/kg, respectivamente (SANTOS, 2008).

Figura 28 - Efeito da aminopirimidina AMM administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético

Nota: Cada coluna representa uma média de 6 animais por experimento e as barras verticais indicam o EPM (erro padrão médio). Asteriscos indicam diferenças significativas (**p<0,05) quando comparados com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnett.

Apesar da molécula AMCl, com substituinte 4-Cl, ser a segunda molécula

mais potente apresentando um valor de DI50 22,9 (17,24 - 350,52) µmol/kg (Figura

29), apresentou uma percentagem de inibição 60,2%, sendo menos efetiva que a

molécula AMH, sem substituinte, que apresentou 62,7% de inibição e DI50 24,95

(18,36 - 33,89) µmol/kg (Figura 30), sendo cerca de 6 e 5 vezes mais potente do que

o AAS, respectivamente.

42,4% ** 49,7%

** 67,6%

**

DI50

= 5,88 (5,17 - 6,69) mg/kg

22,5 (19,8 - 25,6) µmol/kg

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Figura 29 – Efeito da aminopirimidina AMCl administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético

Nota: Cada coluna representa uma média de 6 animais por experimento e as barras verticais indicam o EPM (erro padrão médio). Asteriscos indicam diferenças significativas (**p<0,05) quando comparados com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnett.

Figura 30 - Efeito da aminopirimidina AMH administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético

Nota: Cada coluna representa uma média de 6 animais por experimento e as barras verticais indicam o EPM (erro padrão médio). Asteriscos indicam diferenças significativas (**p<0,05) quando comparados com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnett

A molécula AMX (Figura 31), com substituinte 4-OCH3, apresentou 61,4%

de inibição e DI50 28,81 (25,17 - 32,99) µmol/kg, seguido da molécula AMDCl (Figura

DI 50 = 6,17 (4,54 - 8,38) mg/kg 24,95 (18,36 - 33,89) µmol/kg

37,0% **

50,21% **

62,7%

**

DI 50 = 6,47 (4,86 - 8,60) mg/kg 22,9 (17,24 - 350,52) µmol/kg

34,8% **

47,4% **

60,2% **

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129

32) com 50,8% de inibição e DI50 29,0 (23,84 - 35,29) µmol/kg, sendo

aproximadamente 5 vezes mais potentes do que o AAS.

Figura 31 - Efeito da aminopirimidina AMX administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético

Nota: Cada coluna representa uma média de 6 animais por experimento e as barras verticais indicam o EPM (erro padrão médio). Asteriscos indicam diferenças significativas (**p<0,05) quando comparados com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnett.

Figura 32 - Efeito da aminopirimidina AMDCl administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético

Nota: Cada coluna representa uma média de 6 animais por experimento e as barras verticais indicam o EPM (erro padrão médio). Asteriscos indicam diferenças significativas (**p<0,05) quando

comparados com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnett.

DI 50 = 9,17 (7,54 - 11,16) mg/kg 29,0 (23,84 - 35,29) µmol/kg

43,6% **

45,2% **

50,8% **

DI 50

= 7,99 (6,98- 9,15) mg/kg

28,81 (25,17 - 32,99) µmol/kg

19,1% *

41,7% **

61,4% **

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130

Foram testadas também as moléculas com os substituintes 4-N(CH3)2

(AMNM) e 4-OH (AMOH). A molécula AMNM (Figura 33), apresentou-se mais

potente, com resultado para DI50 15,0 (10,4 - 21,6) µmol/kg e efetividade de 59%,

sendo 9 vezes mais potente que o AAS. A molécula AMOH (Figura 34), apresentou

os valores para DI50 26,36 (23,43 - 29,70) µmol/kg e efetividade de 56,5%, sendo 5

vezes mais potente que o AAS.

Figura 33 - Efeito da aminopirimidina AMNM administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético

Nota: Cada coluna representa uma média de 6 animais por experimento e as barras verticais indicam o EPM (erro padrão médio). Asteriscos indicam diferenças significativas (**p<0,05) quando comparados com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnett.

41,1% ** 53,9%

** 59,0% **

DI 50 = 4,36 (3,03 - 6,27) mg/kg 15,0 (10,4 - 21,6) µmol/kg

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Figura 34 - Efeito da aminopirimidina AMOH administrada em 3 concentrações 3,6 e 10 mg/kg pela via intraperitoneal no modelo de dor induzida pelo ácido acético

Nota: Cada coluna representa uma média de 6 animais por experimento e as barras verticais indicam o EPM (erro padrão médio). Asteriscos indicam diferenças significativas (**p<0,05) quando comparados com o grupo controle, utilizando-se ANOVA seguida do teste Dunnett

Tabela 11 – Dados comparativos do efeito antinociceptivo da série de aminopirimidinas administradas em 3 concentrações 3, 6 e 10 mg/kg pela via intraperitonial no modelo de dor induzida pelo ácido acético

--R (Cod.) Concentrações DI 50

3,0 mg/kg 6,0 mg/kg 10,0 mg/kg mg/kg µmg/kg

4-CH3 (AMM) 42,4 49,7 67,6 5,88 22,5

4-Cl (AMCl) 34,8 47,4 60,2 6,47 22,9

4-H (AMH) 37,0 50,21 62,7 6,17 24,95

4-OCH3 (AMX) 19,1 41,7 61,4 7,99 28,81

3,4-Cl2 (AMDCl) 43,6 45,2 50,8 9,17 29,0

4-N(CH3)2 (AMNM) 41,1 53,9 59,0 4,36 15,0

4-OH (AMOH) 25,6 48,9 56,5 6,94 26,36

Como é possível observar, de acordo com a seleção de substituintes proposto

por Topliss, apresentado na Tabela 1, a correlação entre as estruturas químicas e a

atividade antinociceptiva encontrada não está relacionada com efeitos eletrônicos ou

hidrofóbicos, apenas com efeitos estéreos.

DI 50 = 6,94 (6,17 - 7,82) mg/kg 26,36 (23,43 - 29,70) µmol/kg

25,6% **

48,9% ** 56,5%

**

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133

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS

Foram obtidas 2 séries de substâncias: 1 série de chalconas e 1 série de

aminopirimidinas derivadas das chalconas da série 1. As chalconas foram obtidas

através do método de condensação aldólica e os derivados pirimidínicos foram

obtidos através da ciclização da porção cetônica α, β insaturada, contemplando

entre outros, os derivados sugeridos por Topliss no anel derivado do aldeído.

A reação para obtenção das chalconas foi realizada em temperatura

ambiente, com rendimentos entre 60,80% e 97,06%. As chalconas foram

recristalizadas em etanol e caracterizadas por ponto de fusão e espectroscopia de

infravermelho, obtendo-se as moléculas propostas para este estudo, com alto grau

de pureza.

A reação para obtenção dos derivados pirimidínicos foi realizada em

temperatura ambiente, refluxo convencional e refluxo por microondas. Os

rendimentos variaram entre 12,69% e 37,12%; 18,41% e 43,94% e 27,53% e

64,38%, respectivamente. Através da reação em microondas obteve-se uma

redução de até 110 vezes no tempo de obtenção dos produtos, comparada às outras

técnicas e com rendimento superior em até 28,76%.

A técnica realizada em temperatura ambiente mostrou-se uma boa opção em

relação ao refluxo convencional, por apresentar rendimentos semelhantes e menor

formação de subprodutos, não sendo encontrada descrição desta técnica na

literatura.

As moléculas obtidas foram purificadas através de coluna cromatográfica e

caracterizadas por ponto de fusão, espectroscopia de infravermelho e ressonância

magnética nuclear de hidrogênio e carbono, comprovando-se a obtenção da série de

derivados propostos, com alto grau de pureza.

Avaliando os resultados da Análise computacional é possível concluir:

As chalconas e derivados pirimidínicos foram avaliados "in silico" quanto as

propriedades de biodisponibilidade, permeabilidade e absorção segundo a

regra dos 5 de Lipinski, não apresentando violações a regra, além de boa

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porcentagem de absorção e pontuação positiva para drug score, sendo

características importantes para os fármacos protótipos.

Os fragmentos com propriedades tóxicas estão mais relacionados à porção

enona das chalconas CHH e CHNM que ao reagir formando o derivado

pirimidínico perde o potencial tóxico o que sugere uma maior segurança

destes compostos quanto aos riscos toxicológicos. É importante ressaltar que

a avaliação da toxicidade é apenas uma predição sendo necessários maiores

estudos para a comprovação- deste resultado. Contudo, ressalta o perfil

promissor desses compostos para estudos experimentais mais aprofundados.

No ensaio in vitro para avaliar a ação de chalconas e derivados pirimidínicos

sobre a inibição da atividade COX-1 e COX-2, concluiu-se:

A maioria das moléculas apresentou algum potencial de inibição tanto para a

enzima COX-1 quanto para COX-2, comparados aos respectivos brancos

(controle negativo);

Os melhores resultados de inibição da COX-1 da série de chalconas foram:

CHX (66,79%), CHM (66,00%), CHNM (65,87%),

Os melhores resultados de inibição da COX-1 da série de aminopirimidinas

foram: AMNM (84,25%); AMH (46,73%), AMCl (24,82%);

Para COX-2, as chalconas que apresentaram os melhores resultados de

inibição foram: CHDCl (86,43%), maior que o controle Celecoxibe (74,67%);

CHX (67,03%) e CHH (58,20%);

As aminopirimidinas que apresentaram os melhores resultados para COX-2

foram: AMH (57,27%), AMNM (52,25%), AMX (42,23%);

Os valores de CI50 da COX-2, para as aminopirimidinas variaram entre

0,02511 µM/mL e 0,07618 µM/mL, toda a série apresentou resultados mais

efetivos que o controle celecoxibe, sendo a molécula AMH, sem substituintes,

a mais efetiva (0,02511 µM/mL).

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135

Os derivados pirimidínicos em sua maioria apresentaram-se mais potentes e

mais seletivos comparados às respectivas chalconas, em especial as

moléculas: AMDCl, AMM, AMX e AMH.

A molécula AMNM não apresentou seletividade COX-2. Isto se deve ao fato

de esta molécula ser bastante efetiva tanto para COX-1 quanto para COX-2.

Em relação à avaliação in vitro da citotoxicidade e dos efeitos das

aminopirimidinas AMM, AMX, AMOH e AMNM na produção de óxido nítrico em

neutrófilos estimulados com LPS, é possível concluir:

As moléculas em estudo não provocaram morte celular nas condições basais

e nas condições estimuladas por LPS. A viabilidade celular em condições

basais manteve-se entre 90% e 99% e em condições estimuladas por LPS

entre 84% e 99%. Este dado é importante possibilitando concluir que os

demais resultados deste estudo não refletiam citotoxicidade dos compostos.

Ao quantificar os níveis de nitrito (NO2-) nos sobrenadantes celulares concluiu-

se que a concentração de nitrito (NO2-) em condições basais e tratadas não

apresentaram alterações significativas, mantendo-se próximas da condição

basal, ou seja, os compostos provavelmente não atuam inibindo a via

intracelular de produção de óxido nítrico.

No ensaio in vivo para avaliar a atividade antinociceptiva dos derivados

pirimidínicos concluiu-se:

A série de aminopirimidinas apresentou percentagem de inibição de 50,8%

a 67,6% na dose de 10mg/kg, resultados estes significativos quando

comparados aos fármacos de referência.

Considerando os substituintes propostos por Topliss, o melhor resultado foi

da AMM, com substituinte 4-CH3, que apresentou um percentual de inibição

de 67,6% e DI50 de 22,5(19,8 - 25,6) µmol/kg sendo aproximadamente 6

vezes mais potente que os fármacos utilizados na clínica.

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A molécula AMNM, com o substituinte 4-N(CH3)2 , apresentou-se mais

potente, com resultado para DI50 15,0 (10,4 - 21,6) µmol/kg e efetividade de

59%, sendo 9 vezes mais potente que o AAS.

Ao analisar o padrão de substituição proposto por Topliss constata-se que os

parâmetros hidrofóbicos e eletrônicos não estão relacionados à atividade

biológica destas moléculas, sendo influenciadas por efeitos estéreos.

Perspectivas:

Aperfeiçoar as técnicas de síntese a fim de melhorar os rendimentos e as

condições reacionais;

Otimizar a técnica de síntese em temperatura ambiente, tendo em vista ser

uma técnica promissora e não explorada;

Avaliar a atividade antinociceptiva das aminopirimidinas em outros modelos;

Para a melhor elucidação dos efeitos anti-inflamatórios das moléculas

selecionadas, realizar outros ensaios relacionados à secreção de fatores pró-

inflamatórios como o do fator de necrose tumoral (TNF-α), prostaglandina E2

(PGE2), entre outros, a fim de direcionar o provável mecanismo de ação.

Realizar estudos de modelagem molecular (Docking) a fim de direcionar a

modificação estrutural das moléculas obtidas e obtenção de novas moléculas.

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ZHAO, Y. H.; ABRAHAM, M. H.; LE, J.; HERSEY, A.; LUSCOMBE, C. N.; BECK, G. SHERBORNE, B., COOPER, I., Rate-Limited steps of human oral absortion and QSAR studies. Pharmaceutical Research, v.19, n.10, p. 1446-1457,oct.2002. ZHAO, Y. H., LE, J.; ABRAHAM, M. H.; HERSEY, A., EDDERSHAW, P. J.; LUSCOMBE, C. N., BUTINA, D.; BECK, G.; SHERBORNE, B.; COOPER, I.; PLATTS, A. Evaluation of human intestinal absortion data for use in QSAR studies and a quantitative relationship obtained with the Abraham descriptors. Journal of Pharmaceutical Science. v. 90, p.749-784, 2001

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147

ANEXO A

Espectros de RMN 1H (300 MHz) e RMN 13C (300 MHz) e Espectro de IV

(DRS/KBr,cm-1), das aminopirimidinas AMM, AMX, AMH,AMCl,AMDCl, AMNM e

AMOH.

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148

Figura 35- Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da aminopirimidina AMX

NN

NH2

OCH3

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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149

Figura 36 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMX

NN

NH2

OCH3

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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150

Figura 37 -.Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da aminopirimidina AMCl

NN

NH2

Cl

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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151

Figura 38 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMCl

NN

NH2

Cl

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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152

Figura 39 -.Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da aminopirimidina AMM

NN

NH2

CH3

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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153

Figura 40 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMM

NN

NH2

CH3

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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154

Figura 41-.Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da aminopirimidina AMDCl

NN

NH2

Cl

Cl

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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155

Figura 42 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMDCl

NN

NH2

Cl

Cl

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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156

Figura 43 - Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da aminopirimidina AMH

NN

NH2

1

2

3

4

5

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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157

Figura 44 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMH

NN

NH2

1

2

3

4

5

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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158

Figura 45 - Espectros de RMN 1H e 13C (300 MHz, CDCl3) da aminopirimidina AMNM

NN

NH2

N

CH3

CH3

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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159

Figura 46 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMNM

NN

NH2

N

CH3

CH3

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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160

Figura 47 - Espectros de RMN 1H e 13C ( 300 MHz, CD3CO) da aminopirimidina AMOH

NN

NH2

OH

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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161

Figura 48 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da aminopirimidina AMOH

NN

NH2

OH

1

2

3

45

6

1'

2'

3'

4'

5'

6'

1"

2"

3"

4"5"

6"

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162

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163

ANEXO B

Espectros de RMN 1H (300 MHz) e RMN 13C (300 MHz) e Espectro de IV (DRS/

KBr,cm-1),das Chalconas CHNM e CHOH

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164

Figura 49 - Espectros de RMN 1H e 13C ( 300 MHz, CDCl3) da chalcona CHNM

O

NCH3

CH3

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

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165

Figura 50 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHNM

O

NCH3

CH3

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

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166

Figura 51 - Espectros de RMN 1H e 13C ( 300 MHz, CD3CO) da chalcona CHOH

O

OH

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

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167

Figura 52 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHOH

O

OH

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

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168

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169

ANEXO C

Espectros de IV (DRS/KBr,cm-1),das Chalconas CHH, CHM, CHX, CHCl e CHDCl

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170

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171

Figura 53 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHH

O

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

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172

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173

Figura 54 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHM

O

CH3

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

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174

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175

Figura 55 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHX

O

OCH3

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

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176

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177

Figura 56 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHCl

O

Cl

12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

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178

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179

Figura 57 - Espectro de IV (DRS/ KBr,cm-1), da chalcona CHDCl

O

Cl

Cl12

3

4

5

6

3'

5'

2'1'

4' 6'

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180

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181

ANEXO D

Parecer da Comissão de Ética no uso de Animais – CEUA/UNIVALI

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182

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183