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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Potencial do extrato pirolenhoso da madeira de eucalipto como agente conservante de cosméticos e saneantes Raquel Silveira Ramos Almeida Piracicaba 2012 Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Ciências. Programa: Recursos Florestais. Opção em: Tecnologia de Produtos Florestais

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura ... · Manoel de Barros – O livro das ignorãças . 10 . 11 SUMÁRIO ... para aplicações na área cosmética e de saneantes

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Universidade de São Paulo

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Potencial do extrato pirolenhoso da madeira de eucalipto como agente conservante de cosméticos e saneantes

Raquel Silveira Ramos Almeida

Piracicaba 2012

Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Ciências. Programa: Recursos Florestais. Opção em: Tecnologia de Produtos Florestais

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Raquel Silveira Ramos Almeida

Engenheiro Química

Potencial do extrato pirolenhoso da madeira de eucalipto como agente conservante de cosméticos e saneantes

Orientador:

Prof. Dr.JOSÉ OTÁVIO BRITO

Piracicaba 2012

Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Ciências. Programa: Recursos Florestais. Opção em: Tecnologia de Produtos Florestais

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação DIVISÃO DE BIBLIOTECA - ESALQ/USP

Almeida, Raquel Silveira Ramos Potencial do extrato pirolenhoso da madeira de eucalipto como agente conservante

de cosméticos e saneantes / Raquel Silveira Ramos Almeida.- - Piracicaba, 2012. 110 p: il.

Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2012.

1. Balanço de massa 2. Carbonização 3. Cromatografia 4. Espectrometria de massa 5. Eucalipto 6. Extrato pirolenhoso I. Título

CDD 634.9734 A447p

“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”

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HOMENAGEM SAUDOSA

Ao meu pai, Algemiro Coelho Ramos e minha írmã Ruth Ramos Razera, pessoas

maravilhosas que sempre me deram apoio, incentivo e inspiração.

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DEDICO

À minha mãe Jandyra Silveira Ramos que sempre está comigo em todos os

momentos importantes de minha vida.

OFEREÇO

Ao meu esposo Henrique e aos meus filhos Bruno e Anita,

pela compreensão durante todo o percurso de meu trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof.Dr. José Otavio Brito, pela orientação, pelo incentivo e principalmente, pela

paciência em transmitir os connhecimentos sobre as florestas e suas árvores.

Ao Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz” da Universidade de São Paulo, pela oportunidade de aprimoramento

profissional.

Aos funcionários do Departamento de Ciências Florestais, em especial ao técnico

Udemilson Luis Ceribelli dos Laboratórios Integrados de Química, Celulose e

Energia-LQCE /ESALQ /USP, pela dedicação e apoio na realização dos trabalhos.

Ao pesquisador Dr. Eduardo Gloria Micotti, pela disponibilização e apoio na

realização das análises, no Laboratório de Micotoxinas do Departamento de

Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN)/ESALQ/USP.

À empresa São Manoel, pelo fornecimento de materias e informações relevantes aos

trabalhos.

Às bibliotecárias Eliana Maria Garcia e Sílvia Maria Zinsly pela orientação

bibliográfica.

Ao colega Marcel Miranda Taccini, pela troca de conhecimentos, apoio e incentivo

na realização dos trabalhos .

Aos colegas e estagiários do Departamento de Ciências Florestais, em especial aos

companheiros do Laboratórios Integrados de Química, Celulose e Energia – LQCE,

pelo apoio e incentivo e a todos aqueles que colaboraram direta ou indiretamente

para a realização deste trabalho.

À minha família que me fortalece em meus desafios e conquistas em especial aos

meus irnãos Ester e Caio, minha tia Maria da Glória e meus sobrinhos Renato, Paula

e João Pedro.

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EPÍGRAFE

“Para entrar em estado de árvore é preciso partir de

um torpor animal de lagarto às três horas da tarde,

no mês de agosto.

Em dois anos a inércia e o mato vão crescer em

nossa boca.

Sofreremos alguma decomposição lírica até o mato

sair na voz.

Hoje eu desenho o cheiro das árvores.”

Manoel de Barros – O livro das ignorãças

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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................... 13

ABSTRACT ............................................................................................................... 15

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. 17

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. 19

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... 21

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 23

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 27

2.1 O setor florestal no Brasil e a eucaliptocultura .................................................... 27

2.2 A produção de carvão vegetal e o extrato pirolenhoso ....................................... 28

2.3 O extrato pirolenhoso e suas origens .................................................................. 31

2.4 Referências de aplicação do extrato pirolenhoso ................................................ 33

2.4.1 Normas ............................................................................................................. 33

2.4.2 Pesquisas sobre aplicação do extrato pirolenhoso .......................................... 34

2.5 Os produtos “naturais/orgânicos” e a indústria cosmética e de produtos de

limpeza ...................................................................................................................... 34

2.6 Conservantes ...................................................................................................... 36

2.6.1 O conservante ideal.......................................................................................... 39

2.6.2 Regulamentações e Aprovações ...................................................................... 39

2.7 Exigências e desafios dos consevantes naturais para cosméticos e saneantes 41

3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 43

3.1 Material................................................................................................................ 43

3.1.1. Extrato pirolenhoso obtido em escala industrial .............................................. 43

3.1.2. Extrato pirolenhoso obtido em escala de laboratório ....................................... 43

3.2 Método ................................................................................................................ 44

3.2.1 Obtenção dos extratos pirolenhosos.. .............................................................. 44

3.2.1.1 Extrato pirolenhoso de laboratório ................................................................. 44

3.2.1.2 Extrato pirolenhoso industrial ........................................................................ 44

3.2.2 Balanço de massa e cálculo de rendimentos em carvão e co-produtos obtidos

em escala de laboratório ........................................................................................... 47

3.2.3 Determinação do pH do extrato pirolenhoso obtido em escala industrial e de

laboratório ................................................................................................................. 48

3.2.4 Análise organoléptica do extrato pirolenhoso ................................................... 48

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3.2.5. Análises cromatográficas do extrato pirolenhoso obtido em escala industrial e

de laboratório ............................................................................................................ 49

3.2.6 Processo de destilação para determinação do teor de alcatrão ...................... 50

3.2.7 Balanço de massa e cálculo de rendimentos em alcatrão e extrato pirolenhoso

destilado obtido em escala industrial e laboratorial .................................................. 51

3.2.8 Avaliação do potencial antifúngico dos extratos pirolenhosos ......................... 52

3.2.9 Identificação e Análise da composição química de frações antifúngicas de

extrato pirolenhoso ................................................................................................... 53

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 57

4.1 Resultados do balanço de massa e cálculo de rendimentos em carvão e co-

produtos obtidos em escala de laboratório (PLO) ..................................................... 57

4.2 Determinação do pH do extrato pirolenhoso obtido em escala industrial e de

laboratório ................................................................................................................. 57

4.3 Análise organoléptica do extrato pirolenhoso ..................................................... 58

4.4 Resultados dos balanços de massa e cálculo de rendimentos em alcatrão e

extrato pirolenhoso destilado obtido em escala industrial (PIO) e laboratorial (PLO)59

4.5 Resultados das análises cromatográficas do extrato pirolenhoso ...................... 59

4.6 Análises da avaliação do potencial antifúngico dos extratos pirolenhoso .......... 64

4.7 Identificação e Análise da composição química de frações antifúngicas de extrato

pirolenhoso ............................................................................................................... 66

4.8 Potencial do extrato pirolenhoso para aplicação em produtos cosméticos e

saneantes ................................................................................................................. 68

5 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 71

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 73

APÊNDICES ............................................................................................................. 79

ANEXOS ................................................................................................................... 97

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RESUMO

Potencial do extrato pirolenhoso da madeira de eucalipto como agente conservante de cosméticos e saneantes

O extrato pirolenhoso é uma substância orgânica resultante da condensação da fumaça gerada durante a carbonização da madeira ou de outras fontes de matéria-prima vegetal, sendo constituído por, pelo menos, 80% de água e dezenas de compostos, dentre os quais se incluem substâncias fenólicas, aldeídos e ácidos orgânicos. Portanto, não seria utópico supor-se que nessa gama de compostos possam estar incluídas substâncias que apresentem propriedades conservantes para aplicações na área cosmética e de saneantes. É nessa direção que se avaliou o potencial de utilização do extrato pirolenhoso da madeira de eucalipto. Especificamente, houve a intenção de se estudar as características e propriedades do extrato pirolenhoso obtido dessa madeira levando-se em conta duas fontes distintas; avaliar em particular suas propriedades antifúngicas, e as possibilidades do uso do extrato pirolenhoso como conservante, na substituição de ingredientes como, por exemplo, o formaldeído, ainda hoje utilizado na indústria em formulações de produtos cosméticos e atualmente proibido em produtos saneantes, segundo nova resolução RDC 35/08 da ANVISA. Foi estudado o extrato pirolenhoso obtido da carbonização de cavacos da madeira, à temperatura final de 400°C, no tempo de aquecimento de 2,5h, em um forno-mufla conjugado a um sistema de coleta de gases condensáveis. Estudou-se também o extrato pirolenhoso obtido da carbonização da madeira de eucalipto, coletado entre as temperaturas de 80 e 120°C, em fornos de alvenaria, numa carvoaria localizada na região de Atibaia, São Paulo, estocado por 3 anos. Os compostos químicos presentes am ambos os extratos foram identificados mediante análises em cromatógrafo acoplado a espectrômetro de massa (GC/MS). De forma geral, as análises dos extratos demonstraram a presença de uma gama de compostos oxigenados, tais como ácidos carboxílicos, ésteres, éteres e cetonas. Além disso, foram detectados fenol, guaicol e derivados fenólicos. Qualitativamente, o extrato pirolenhoso industrial, apresentou menor número de componentes químicos ligados ao alcatrão, o quê também foi comprovado quantitativamente pela análise do teor de alcatrão, mediante destilação simples. O produto que apresentou o melhor potencial antifúngico foi o extrato pirolenhoso laboratorial, coincidindo com o fato dele possuir maior número de componentes ligados ao alcatrão. Pela análise da composição química de frações antifúngicas de extrato pirolenhoso, os potenciais ativos da amostra a serem considerados foram: corilon, mequinol, 2-metoxi 4-metilfenol, 4-etil 2-metoxifenol, 2,6 – dimetoxifenol, 1,2,4-trimetoxibenzeno e 5-tert-butilpirogalol. As diferenças nas participações dos compostos fracionados mostraram-se também estatisticamente diferentes, com os maiores valores sendo apresentados pelo extrato laboratorial. Em todos os extratos estudados, verificam-se componentes que são descritos na literatura como potencialmente tóxicos e suas presenças restringem o uso dos mesmos em produtos cosméticos, no entanto, a alternativa de uso do extrato para aplicação em saneantes se mostra promissora.

Palavras-chave: Carbonização; Balanço de massa; Cromatógrafo-espectrômetro de

massa; Extrato pirolenhoso; Eucalipto

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ABSTRACT

Potential of pyroligneous extract of eucalyptus wood as a preservative of cosmetic and sanitizing products

The pyroligneous extract is an organic substance resulting of condensation of the smoke generated by the carbonization of the wood or other vegetal raw material. It has at least 80% of water and contains many compounds including: phenolic substances, aldehydes and organic acid. It would not be utopian, therefore, to assume that, in this gamma of compounds there could be substances having preservative properties for cosmetic and sanitizing products. This study evaluates the potential of the pyroligneous extract of eucalyptus wood. Specifically, the characteristics and properties of the pyroligneous extract from eucalyptus wood from two distinct sources; to evaluate in particular its antifungal proprieties and the possibility of using the pyroligneous extract as a preservative. This would substitute, for example, the formaldehyde currently used in the cosmetic industry in the manufacturing of shampoos and soaps. In fact formaldehyde has now been forbidden in sanitizing products; resolution RDC 35/08 of ANVISA. The experiment consisted of carbonization of wood at a final temperature of 400° C at a residence time of 2,5h in an oven-muffle joined a system to collect the condesable gases. Also, the pyroligneous extract obtained from the carbonization of the eucalyptus wood was used. This had been collected at temperatures between 80 °C and 120 °C from masonry ovens at a charcoal producer located in the Atibaia region of the State of São Paulo stored for 3 years. The chemical compounds of both extracts were identified by analyses of a gaseous chromatograph connected to the mass spectrometer (GC/MS). In general, the analysis of extracts demonstrated the presence of oxygenated components gamma such as carboxylic acids, esters, ethers and ketenes. Moreover,

phenol, guaicol and phenol derivatives were detected. The industrial pyrolignous extract, in qualitative terms, presented fewer chemical components related to the tar, and also this was proven by the tar quantitative analyzes using the method of simple distillation. The product that showed better potential antifungal results was the laboratory pyrolignous extract, coinciding with the fact that it contains a higher number of components related to the tar. From the analysis of the chemical of antifungal pyrolignous extract fractions, the potential actives under consideration from the sample were: corilon, mequinol, 2-metoxy 4-metylphenol, 4-etyl 2-methoxyphenol, 2,6-dimetoxyphenol,1,2,4-trimetoxybenzene and 5-tert-butylpirogallol. There was a significant statistically difference observed between the industrial and laboratory processes; the laboratory result showed a better participation of its fractionated compounds than those from the industrial. Toxic compounds described in the literature were shown to be presented in both of the studied extracts. These restrict use in cosmetic products, although they are still promising in sanitising products. Keywords: Carbonization, Material balance, Chromatograph-mass spectroscopy;

Pyroligneous extract; Eucalyptus

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema de recuperação de gases da carbonização de madeiras.........31

Figura 2 – Processo de pirólise e coleta dos gases ..................................................45

Figura 3 – Equipamento utilizado na pirólise laboratorial...........................................46

Figura 4 – Processo industrial de pirólise e coleta dos gases....................................46

Figura 5 – Processo de Destilação Simples...............................................................50

Figura 6 – Cromatograma produzido nas carbonizações do experimento obtido a

400° C e 2,5h na escala laboratorial..........................................................61

Figura 7 – Cromatograma produzido nas carbonizações do experimento obtido na

escala industrial........................................................................................61

Figura 8 – Curva de inibição do extrato pirolenhoso amostra da escala industrial

(PIO) e amostra laboratorial (PLO)...........................................................64

Figura 9 – Placa de Bioautografia observada após 7 dias a esquerda e placa com

revelação com solução metanólica de ácido sulfúrico a 10%, a

direita........................................................................................................66

Figura 10 – Cromatograma da amostra laboratorial utilizando-se Metanol...............67

Figura 11 – Cromatograma da amostra laboratorial utilizando-se Acetato de Etila..67

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Balanço de massa das carbonizações..........................................57

Tabela 2 - Resultados obtidos de pH.............................................................58

Tabela 3 - Balanço de massa das destilações...............................................59

Tabela 4 - Compostos químicos presentes nos extratos pirolenhosos.........62

Tabela 5 - Compostos químicos presentes nos extratos pirolenhosos

obtidos da escala laboratorial (PLO) e da escala industrial (PIO)

com seus percentuais de participação...........................................63

Tabela 6 - Resultados obtidos da análise de inibição....................................65

Tabela 7 - Frações bioativas presentes nos extratos pirolenhosos...............68

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABIPLA Associação Brasileira de Produtos de Limpeza e Afins

AFSSAPS Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Produtos de Saúde

ANVISA Agência de Vigilância Sanitária

ANOVA Análise de Variância

CMR1 “Categoria 1 de Subtâncias Carcinogênicas, Mutagênicas, Tóxica de

Reprodução (do inglês, Carcinogenic, Mutagenic, Reproduction Toxic

Substances Category 1°).

DE Detectável, mas com percentuais muito baixos, apenas traços

EMEA Agência Européia para Avaliação de Produtos Medicinais

EPA Agência de Proteção Ambiental (do inglês, Environmental Protection

Agency)

FDA Fundação de Alimentos e Medicamentos (do inglês, Food and Drug

Administration)

FISPQ Ficha de Segurança de Produtos Químicos

GC/MS Cromatógrafo acoplado a espectrômetro de massa

IARC Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (do inglês, International

Agency for Research and Cancer )

MSDS Ficha de Segurança do Material (do inglês, Material Safety Datasheet)

ND Não detectado

OSHA Segurança e Saúde Ocupacional (do inglês, Occupational Safety and

Health)

PA Peso do alcatrão (g)

PCS Peso do carvão seco (g)

PGC Peso do gás condensado (g)

PIB Produto interno bruto

PIO Extrato (licor) pirolenho obtido em escala industrial

PLO Extrato (licor) pirolenho obtido em escala laboratorial

PLP Peso do extrato (licor) pirolenhoso (g)

PMS Peso da madeira seca (g)

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

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RGA Rendimento gravimétrico em alcatrão (%)

RGC Rendimento gravimétrico em carvão (%)

RGGC Rendimento gravimétrico em gases condensáveis (%)

RGLD Rendimento gravimétrico em extrato (licor) pirolenhoso destilado (%)

RGNC Rendimento gravimétrico em gases não-condensáveis (%)

RLP Rendimento gravimétrico em extrato ( licor) pirolenhoso (%)

SBS Sociedade Brasileira de Silvicultura

SCCP Comitê Científico da União Européia para Produtos de Consumo

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1 INTRODUÇÃO

A demanda por produtos naturais tem crescido muito nos últimos anos,

principalmente devido aos conceitos que a eles são atrelados, em relação à saúde

do consumidor e à preservação do meio ambiente. Além disso, existe um movimento

mundial crescente, no sentido de se incluir os atributos de produto natural e/ou

orgânico a uma gama cada vez maior de cosméticos por meio de ingredientes,

dentre os quais se encontram aqueles que possuam ação anti-microbiana, os

chamados conservantes (COSMETICS & TOILETRIES, 2007).

No setor de saneantes, as tendências mundiais mais marcantes são o

desenvolvimento e o lançamento de produtos de limpeza com matéria-primas e

ingredientes mais “amigáveis” ao meio ambiente. A indústria tem se dedicado nos

últimos anos ao desenvolvimento de novas tecnologias para a substituição de

ingredientes considerados nocivos, por exemplo, formol, por outros conservantes

(QUÍMICA E DERIVADOS, 2011).

Conservantes são substâncias adicionadas aos produtos de higiene pessoal,

cosméticos, perfumes e saneantes com a finalidade primária de preservá-los de

danos e/ou deteriorações causados por microorganismos, durante sua fabricação e

estocagem, bem como proteger o consumidor de contaminação inadvertida durante

a utilização do produto (COSMÉTICOS E PERFUMES, 2010; AGÊNCIA NACIONAL

DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA, 2008a).

Existe uma lista de substâncias de ação conservante permitidas pela ANVISA

(Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde) para produtos de

higiene pessoal, ou seja, cosmética. Um exemplo é o ácido benzóico, tricloro-3,4,4-

hidróxi-2-difeniléter, mais conhecido pelo nome comercial Triclosan e o 3-hidroxi-4-

isopropil tolueno, ambos com definições sobre a máxima concentração permitida,

suas condições e advertências de uso. O formaldeído ainda é considerado a

substância mais utilizada e popular no meio cosmético. A solução de formaldeído, o

formol, é a matéria-prima com utilização permitida em cosméticos nas funções de

conservante, com limite máximo de 0,2% no total do produto. É também utilizado

como agente endurecedor de unhas (limite máximo de uso permitido de 5%).

Entretanto, o formol, em aplicações diferentes das citadas e em limites acima dos

permitidos, seria nocivo à saúde. Seu contato com a pele pode causar irritação,

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vermelhidão, dor e queimaduras. Por inalação, seus danos podem resultar em

câncer, irritação e sensibilização do trato respiratório. Pode ainda causar graves

ferimentos nas vias respiratórias, levando ao edema pulmonar e pneumonia. O

formol é fatal em altas concentrações (ANVISA, 2008c).

No caso de saneantes, uma nova resolução do governo brasileiro, a

RDC35/08, proíbe o uso de formaldeído e considera a necessidade de baní-lo das

formulações de tais produtos, devido à sua reconhecida carcinogenicidade e atual

classificação toxicológica pela IARC (International Agency for Research on Cancer).

Ainda há o artigo 5º da Resolução RDC nº. 184 de 22 de outubro de 2001 que

proíbe o uso de substâncias carcinogênicas, teratogênicas e mutagênicas nas

formulações de produtos saneantes (ANVISA, 2008b).

Os produtos orgânicos (por exemplo, os cosméticos orgânicos) são uma

opção interessante para quem busca atender as aspirações de saúde, ecologia e

responsabilidade social, indo contra todo possível efeito nocivo de substâncias como

o formaldeído. Mas para aproveitar esta nova tendência, é necessária atenção a

alguns detalhes importantes como o de enfrentar o desafio de selecionar um

conservante adequado para a formulação e uma embalagem que irão compor o

produto (COSMETIC & TOILETRIES, 2007). O pesquisador deve esquecer os

sistemas conservantes tradicionais e prestar atenção a ingredientes que tenham

potencial ação anti-microbiana como poderia ser o caso do extrato pirolenhoso.

O extrato pirolenhoso é uma substância orgânica resultante da condensação

da fumaça gerada durante a carbonização da madeira ou de outras fontes de

matéria-prima vegetal, sendo constituído pelo menos de 80% de água e dezenas de

compostos, dentre os quais se incluem-se substâncias fenólicas, aldeídos e ácidos

orgânicos Quadros (2005) e Loo (2007). Não seria utópico, portanto, supor-se que

nessa gama de compostos, possam existir substâncias que apresentem

propriedades conservantes para aplicações na área cosmética e de saneantes.

Ao se propor a utilização do extrato pirolenhoso, em geral considerado no

Brasil como subproduto do processo de carbonização da madeira, estaria sendo

oferecida a oportunidade para se agregar mais valor à matéria–prima da qual o

mesmo é produzido. Como consequência, a floresta estaria sendo mais valorizada,

não apenas para obtenção de carvão, mas também graças ao valor econômico dado

aos gases emitidos no processo de carbonização. Além disso, haveria uma

importante redução de emissões gasosas impactantes ao ambiente. Nesse sentido,

Page 27: Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura ... · Manoel de Barros – O livro das ignorãças . 10 . 11 SUMÁRIO ... para aplicações na área cosmética e de saneantes

25

já existem experiências importantes quanto a aplicação do extrato pirolenhoso como

agente quelante e complexante orgânico de fertilizantes orgânicos e organominerais

(LIMA, 2008). A abertura de um potencial de aplicação para o produto como agente

conservante natural para indústria cosmética e de saneantes abriria um leque

adicional para sua valorização ainda maior como matéria-prima.

No entanto, deve-se ressaltar que, diante da grande quantidade de

compostos presentes no extrato pirolenhoso, qualquer estudo que vise determinar o

seu potencial de utilização, sobretudo em novas áreas como as mencionadas, deve

levar em conta a necessidade de se ter uma série de informações, que incluem o

conhecimento preciso da sua composição e características físico-químicas. No

campo da aplicação da indústria cosmética, faz-se também necessário avaliar suas

propriedades anti-microbianas e a detecção da presença de possíveis ingredientes

tóxicos ao ser humano. Pelo exposto, justifica-se a realização do presente trabalho.

O estudo teve por objetivo geral avaliar o potencial de utilização do extrato

pirolenhoso da madeira de eucalipto como agente conservante de produtos

cosméticos e saneantes.

Como objetivos específicos pretendeu-se:

Estudar as características e propriedades do extrato pirolenhoso

levando-se em conta as duas fontes distintas de obtenção: processo em

escala laboratorial e processo em escala industrial;

Avaliar aspectos microbiológicos do extrato pirolenhoso obtido;

Avaliar as possibilidades do uso do extrato pirolenhoso como

conservante em produtos cosméticos e saneantes.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O setor florestal no Brasil e a eucaliptocultura

Com base no ano de 2007, a indústria florestal brasileira representou 3,4% do

produto interno bruto (PIB) nacional, ou seja, um equivalente a US$ 44,6 bilhões. As

exportações foram de US$ 9,1 bilhões , equivalentes a 5,6% das exportações totais

brasileiras (SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURA - SBS, 2008).

No Brasil, a área ocupada por florestas naturais é cerca de 510 milhões de ha

enquanto as florestas plantadas ocupam 6,8 milhões de ha, dos quais 4,52 milhões

de ha (66%) com eucalipto; 1,79 milhão de ha (27%) com pinus; 0,47 milhão de ha

(7%) com outras espécies (acácia negra, seringueira, paricá, teca, araucária e

outras) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTA

PLANTADA - ABRAF, 2010). Os principais produtos são a madeira em toras e seus

derivados: (madeira serrada, papel e celulose, carvão vegetal, lenha, aglomerados e

compensados, entre outros outros) (SBS, 2008).

Dentre os produtos florestais não madeireiros, destacam-se os taninos (10 mil

t/ano de 190 mil ha de acácia), a borracha natural (110 mil t/ano de 81 mil ha de

seringueira, suprindo 35% do consumo nacional), goma resina, breu e terebintina de

pinus (106 mil t de goma resina/ano), óleos essenciais de eucalipto (1,0 mil t/ano de

10 mil ha de eucalipto ) (SBS, 2008).

A instituição do Código Florestal em 1965 e os incentivos fiscais concedidos

pelo Governo Federal a partir 1966 (extintos em 1987) propiciaram o incremento das

atividades de reflorestamento com espécies de rápido crescimento por parte das

empresas do setor de papel e celulose, bem como do setor de carvão vegetal (SBS,

2008). As plantações florestais trouxeram alívio da pressão sobre as florestas

naturais e também a criação e desenvolvimento dos departamentos de silvicultura

dessas empresas, no ímpeto de aumentar o rendimento da matéria prima em suas

plantas industriais.

A expansão da eucaliptocultura é consequência direta da expansão dos

mercados interno e externo de celulose a partir da década de 1970 e da crescente

valorização da biomassa como insumo energético viável a partir das crises do

petróleo (1973 e 1979) e da incorporação definitiva da temática ambiental nas

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discussões sobre desenvolvimento sustentável a partir da década de 1990 (COUTO

et al., 2008).

O eucalipto é uma espécie arbórea que se destaca devido à extensão de sua

área plantada nas regiões de clima tropical, tendo como maiores referências Brasil,

Índia, África do Sul, Portugal, Angola, Espanha e China. O Brasil tornou-se o maior

produtor mundial de eucalipto principalmente devido ao seu potencial edafo-

climático. Os principais produtores brasileiros são os estados de Minas Gerais, São

Paulo e Bahia (ALVES, 2005). Levando-se em consideração o ano base de 2009, o

Brasil possui uma região reflorestada com eucalipto de mais de 4,5 milhões de ha

(ABRAF, 2010).

O gênero Eucalyptus ou eucalipto pertence à famíla Myrtaceae e possui como

centro de origem a Austrália e regiões próximas ao Timor, Indonésia, Papua Nova

Guiné, Molucas, Java e sul das Filipinas, ou seja, uma faixa compreendida entre

latitudes 9º N e 44º S. Este gênero compreende mais de 700 espécies, várias das

quais são de grande importância econômica (ELDRIDGE, 1993; UDOVICICI et al.,

1995 apud ALVES 2005).

O híbrido de Eucaliptus urophylla x Eucalyptus grandis, popularizado como

Eucalyptus urograndis, foi obtido via programas de melhoramento genético, para

permitir melhor qualidade das florestas plantadas e, consequentemente, maior

produtividade de matéria-prima para a obtenção de celulose. A produtividade inicial

da década de 1960, estimada em torno de 20m3/ha/ano, foi elevada para atuais 45-

60 m3/ha/ano. Embora a maior parte das plantações de eucalipto no Brasil tenha por

finalidade a produção de papel e celulose (52 milhões de m3, em 2009) e carvão

vegetal/lenha industrial (51 milhões de m3 em 2009), tem aumentado a utilização da

madeira para construção civil e das folhas para extração de essências (ABRAF,

2010; SILVA; BRITO; SILVA, 2006; ROSSI, 2009; BRAGA, 2008).

2.2 A produção de carvão vegetal e o extrato pirolenhoso

A produção de carvão vegetal, no Brasil, é destinada ao atendimento da

demanda de diversos segmentos da indústria (siderurgia, metalurgia, cimento, etc),

bem como para utilização residencial urbana e rural. O setor siderúrgico é o que

mais se destaca (BRITO, 1990).

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A produção é realizada por meio do processo denominado carbonização ou

pirólise, que consiste na decomposição da biomassa pelo calor, sob controle da

presença de ar. É um processo constituído por uma série de reações complexas,

onde o calor fraciona a estrutura molecular da biomassa, liberando compostos de

carbono na forma sólida, líquida e gasosa, que poderão ser utilizados como

combustíveis ou insumos químicos (DINIZ, 2005).

A quase totalidade das 10 milhões de toneladas anuais de carvão vegetal

produzidas no Brasil (o maior produtor mundial, respondendo por cerca de 30% do

total) é obtida pela carbonização conduzida de forma artesanal, em fornos

construídos em alvenaria (BRITO, 1990). Em diversos outros países, empregam-se

as chamadas retortas, equipamentos geralmente construídos em metal, onde a

carbonização é conduzida sob regime totalmente industrial, com elevado nível de

controle de processo (QUADROS, 2005).

A tecnologia utilizada no Brasil descarta, na maioria das vezes através da

emissão de gases à atmosfera, muitos componentes químicos. Dessa forma, o

resultado global das emissões de gases é importante tanto com relação a aspectos

ambientais quanto de perda de possíveis produtos químicos que poderiam agregar

valor à produção de carvão vegetal (BRITO, 1990).

Segundo Pimenta et al. (2000), os poluentes provenientes do processo de

carbonização podem ser classificados em três grupos principais: materiais

particulados, gases não condensáveis e os compostos orgânicos condensáveis. O

material particulado compõe-se de cinzas, partículas de carvão e fuligem, que são

arrastadas do leito de carbonização dentro de micro gotículas de alcatrão. Os gases

não condensáveis, por sua vez, se compõem essencialmente de CO2, CO, H2 e CH4,

enquanto que os compostos orgânicos condensáveis são um grupo formado por

compostos orgânicos agrupados em classes químicas variadas (BARCELLOS,

2002). A fumaça de carbonização apresenta em sua composição subprodutos

tóxicos como os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, que apresentam atividade

mutagênica e cancerígena (PIMENTA et al., 2000; CRISTALE et al., 2008).

Uma vez condensados mediante resfriamento, os compostos orgânicos dão

origem a duas frações: aquosa (extrato pirolenhoso) e oleosa (alcatrão).

(QUADROS; 2005; CAMPOS, 2007).

O extrato pirolenhoso é a fração aquosa do líquido condensado, de cor

marrom, contendo pelo menos 80% de água. O restante da sua composição

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apresenta uma gama de dezenas de componentes químicos, com destaque para o

ácido acético, o álcool metílico e a acetona (QUADROS, 2005; LOO et al., 2007).

O alcatrão, que é a fração oleosa ou pesada do condensado, apresentando

coloração negra, é composto por dezenas de produtos químicos, mostrando-se mais

denso e viscoso que o extrato pirolenhoso, do qual se separa, em sua maior parte,

por simples decantação. A separação mais completa é obtida mediante a destilação

do liquido condensado. O alcatrão decantado apresenta composição rica em

compostos fenólicos. As principais referências de uso para o alcatrão são: como

combustível; como matéria-prima para obtenção de fenóis com finalidades químicas

e farmacêuticas; como preservativo de madeira; na produção de solventes, tintas e

vernizes.(FOELKEL, 2012). Se no exterior a maior ênfase é para usos químicos, no

Brasil, a sua recuperação tem sido conduzida desde a década de 80 para utilização

como combustível em fornalhas.

Apesar do extrato pirolenhoso conter muitos compostos químicos, as

concentrações dessas substâncias são relativamente muito baixas, comparadas à

quantidade de água no extrato, conforme observado por Quadros (2005) e Loo et al.

(2007). A grande maioria dos mesmos constitui-se de ácidos, especialmente o ácido

acético. Fengel e Wegener (1984) relataram que a degradação térmica da

hemicelulose gera ácido acético, metanol, furfural, aldeídos e cetonas. Geralmente

os ácidos são formados da destruição da celulose, hemicelulose e lignina. Com

relação aos componentes fenólicos e seus derivados, provavelmente eles são

oriundos da pirólise da lignina. Segundo Ratanapisit et al. (2009), geralmente a

quantidade de compostos fenólicos aumenta com o aumento da temperatura de

pirólise.

A figura 1 mostra uma ilustração sobre os produtos que podem ser obtidos da

carbonização da madeira, incluindo-se o extrato pirolenhoso.

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Figura 1 – Esquema de recuperação de gases da carbonização de madeiras. Os valores (em kg) correspondem aos rendimentos médios de produtos obtidos da carbonização da madeira de eucalipto (valores laboratoriais para madeira seca) (BRITO, 2000)

2.3 O extrato pirolenhoso e suas origens

A fabricação e utilização do extrato pirolenhoso é muito antiga. Na China,

existem relatos de sua utilização há milênios atrás e na Índia foi muito utilizado para

tratamento de doenças. Na Europa, século 17, já havia destilação seca de madeira

para produção de alcatrão, com relato de aproveitamento do líquido pirolenhoso. O

início da produção do extrato pirolenhoso em maior quantidade ocorreu a partir de

1813 na Inglaterra, para ser utilizado na coloração do linho (CAMPOS, 2007).

Uma monografia produzida pela Sociedade Britânica para a História da

Ciência (BRITISH SOCIETY FOR THE HISTORY OF SCIENCE - BSHS, 1988)

enumera três companhias produzindo o ácido pirolenhoso em 1820 na Inglaterra e

aponta para a introdução dos destiladores para a produção do extrato pirolenhoso

em 1826. Em 1941, já havia oito companhias produzindo o extrato pirolenhoso com

grandes lucros.

A divulgação das primeiras pesquisas com o extrato pirolenhoso no Japão

data de 1874. Em 1893, as pesquisas experimentais visavam a construção de fornos

e de técnicas de carbonização para obtenção de óleo de terenbentina e alcatrão.

Após a Segunda Guerra, em 1944, no país iniciou-se a utilização do extrato

pirolenhoso nas lavouras. Em 1945, foi publicado o primeiro livro, intitulado

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“Fabricação e Utilização do Extrato Pirolenhoso”, por Tatsujiro Fukuda, com relatos

interessantes sobre a eficiência do extrato pirolenhoso na cultura do arroz, sendo

utilizado contra pragas e pássaros e no processo de compostagem e esterelização

(CAMPOS, 2007).

No Brasil, a demanda por produtos naturais e/ou orgânicos tem crescido

muito nos últimos anos e, nesse contexto, o extrato pirolenhoso tem sido uma das

referências (GLOBO RURAL, 2009). O interesse pelo produto é decorrente do seu

reduzido nível de toxidez, protegendo, dessa forma, a saúde do agricultor, bem

como a do consumidor.

O pioneirismo em relação ao uso do extrato pirolenhoso na agricultura no

Brasil é atribuído ao Agrônomo Shiro Miyasaka, fundador da Associação dos

Produtores de Agricultura Natural de São Paulo (APAN), que passou a ser uma das

referências brasileiras nessa área. Atualmente, pode-se encontrar produtos

comerciais disponíveis à base de extrato pirolenhoso para aplicação agrícola e sua

utilização é proposta, por exemplo, como veículo para os micronutrientes de plantas,

ajuste de pH, entre outras propriedades não confirmadas, como controle de pragas.

(ECOPIROL; BAUSIL, 2009).

Tipicamente, o extrato pirolenhoso aparenta ser um líquido de cor marrom

avermelhada que assemelha-se à combinação de chá preto, da cor da cerveja ou

vinho. O extrato pirolenhoso pode variar da cor verde escura para uma vermelha

escura, dependendo da estocagem, do processo de fabricação, do tipo de madeira e

suas condições climáticas. O pH do extrato pirolenhoso é baixo, variando de 2 a 3,

devido à sua elevada quantidade (8 a 10%) de ácidos voláteis, principalmente ácido

acético e ácido fórmico, sendo que os mesmos são responsáveis pela propriedades

corrosivas do extrato (SIPILÄ et al., 1998; AUBIN et al., 1980; LOO et al., 2007).

De acordo com Campos (2007), o extrato pirolenhoso puro não é

concentrado, diluído ou misturado com quaisquer substâncias similares. Ele é

produzido por meio da colocação da solução não diluída natural no tanque de

armazenamento, à espera da estabilização natural com posterior filtragem da

solução com carvão ativado para refinamento (eliminando as pequenas impurezas).

Ele deve ser acondicionado em recipiente fácil de reconhecer e resistente aos

ácidos, além de nunca ser armazenado em vasilhas de ferro ou alumínio. Seu odor

característico é o cheiro de defumados. Deve-se evitar o contato do extrato

pirolenhoso bruto com a pele e o alcance de crianças.

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Definições para o controle de qualidade do extrato pirolenhoso obtido de

diferentes métodos de produção, assim como sua utilização, ainda não existem que

especifiquem seus constituintes e uma norma mais rígida de controle de qualidade

torna-se necessária para garantir a segurança e eficácia desse produto. Um

procedimento que garantiria a segurança e eficácia do produto seria a especificação

de sua composição.

2.4 Referências de aplicação do extrato pirolenhoso

2.4.1 Normas

As regras de utilização do ácido pirolenhoso têm passado por mudanças.

Inicialmente o extrato pirolenhoso era considerado um composto

quelante/complexante, segundo a Secretária de Apoio Rural e Cooperativismo do

Ministério da Agricultura e Abastecimento (2004). Na agricultura, embora não

existisse muito material científico que comprovasse a propriedade quelante do

extrato, ele era utilizado para liberar os metais pesados adsorvidos no solo e

aumentar a sua disponibilidade, de forma que as plantas pudessem extrair maior

quantidade de metais (LIMA, 2008).

Em dezembro de 2008, o Ministério da Agricultura publicou a instrução

normativa nº 64, que mudava as regras proibindo a utilização de produtos que

tivessem contaminantes maléficos à saúde humana e mencionavam entre eles o

ácido pirolenhoso. Segundo Michella Taki, agrônoma da Cativar, Cooperativa de

Técnicos do Vale do Ribeira, essa instrução normativa proibia a utilização desse

ácido devido a falta de dados conclusivos sobre suas propriedades; por conter

alcatrão na sua composição, o produto entrou na lista de produtos proibidos na

agricultura orgânica (GLOBO RURAL, 2009).

Em 2009, a Secretaria de Defesa Agropecuária e Abastecimento aprovou

uma nova instrução normativa n°25 sobre especificações e as garantias, as

tolerâncias, o registro, a embalagem e a rotulagem dos fertilizantes orgânicos

simples, mistos, compostos, organominerais e biofertilizantes destinados à

agricultura. Nela o ácido pirolenhoso é aprovado como agente quelante e

complexante orgânico autorizado para fertilizantes orgânicos e organominerais, além

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de aprovado como aditivo autorizado para uso em fertilizantes orgânicos

organominerais.

2.4.2 Pesquisas sobre aplicação do extrato pirolenhoso

Pesquisas sobre controle de bactérias indicam que o extrato pirolenhoso é

eficaz no controle da Pseudomona sp (DE MELO et al., 2007).

Em estudos conduzidos in vitro no controle de Sclerotinia sclerotiorum, a

aplicação de extrato pirolenhoso mostrou-se mais eficiente na redução do

crescimento micelial do que no tratamento com óleo da planta “nim”. Os resultados

do extrato pirolenhoso mostraram-se muito próximos ao tratamento testemunha

positiva (MELLO et al., 2002). Outra pesquisa comparou produtos químicos

preservantes e extrato pirolenhoso obtido a partir de três espécies do cerrado

(Vochysia thyrsoidea, Qualea grandiflora e Pouteria ramiflora) na inibição de fungos

emboloradores (Aspergillus Níger e Trichoderma sp.) em meio de cultura BDA

(batata, dextrose e ágar), quando comparado com o pentaclorofenato de sódio

(PCP-Na), tribromofenol (TBF), tribromofenato de sódio (TBP-Na) e 3-iodo-2 propinil

butil carbamato (IPBC), comercialmente utilizados para esta finalidade. Os

resultados indicaram que os extratos pirolenhosos foram mais eficientes no controle

do fungo Aspergillus Níger em relação ao Trichoderma sp (DA COSTA et al., 2003).

2.5 Os produtos “naturais/orgânicos” e a indústria cosmética e de saneantes

Atualmente o cosmético e saneante são definidos como descrito a seguir

segundo ANVISA (1977).

Cosmético - O de uso externo, destinado à proteção ou ao embelezamento

das diferentes partes do corpo, tais como pós faciais, talcos, cremes de beleza,

creme para as mãos e similares, máscaras faciais, loções de beleza, soluções

leitosas, cremosas e adstringentes, loções para as mãos, bases de maquilagem e

óleos cosméticos, rouges, blushes, batons, lápis labiais, preparados anti-solares,

bronzeadores e simulatórios, rímeis, sombras, delineadores, tinturas capilares,

agentes clareadores de cabelos, fixadores, laquês, brilhantinas e similares, tônicos

capilares, depilatórios ou epilatórios, preparados para unhas e outros

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Saneante Domissanitário - Substância ou preparação destinada à

higienização desinfecção ou desinfecção domiciliar, em ambientes coletivos ou

públicos, em lugares de uso comum e no tratamento da água, compreendendo:

a) Inseticida - destinado ao combate, à prevenção e ao controle dos insetos

em habitações, recintos e lugares de uso público e suas cercanias.

b) Raticida - destinado ao combate a ratos, camundongos e outros roedores,

em domicílios, embarcações, recintos e lugares de uso público, contendo

substâncias ativas, isoladas ou em associação, que não ofereçam risco à vida ou à

saúde do homem e dos animais úteis de sangue quente, quando aplicado em

conformidade com as recomendações contidas em sua apresentação.

c) Desinfetante - destinado a destruir, indiscriminada ou seletivamente,

microrganismos, quando aplicado em objetos inanimados ou ambientes.

d) Detergente - destinado a dissolver gorduras e à higiene de recipientes e

vasilhas e à aplicação de uso doméstico.

Existe um movimento mundial crescente no sentido de se incluir os atributos

de produto natural e/ou orgânico a uma gama cada vez maior de cosméticos. Esse

movimento se intensificou a partir de 2001, inspirado, entre outras coisas, pela

virada do milênio como marco de resgate da essência do ser humano. No Brasil,

ainda não existem dados específicos sobre esse mercado, mas algumas pesquisas

estatísticas de outros países conseguem dar uma dimensão do quanto ele é

significativo. Nos Estados Unidos, onde a indústria de cosméticos já suplantou a

marca de faturamento de US$ 20 bilhões por ano, cerca de 10% dessa cifra, ou seja,

US$ 2 bilhões, são provenientes das vendas de produtos com base natural

(CORAZZA, 2006).

Segundo a revista Cosmetics & Toiletries (2007), o mercado de produtos

cosméticos naturais e orgânicos é muito promissor. Ela apresenta dados do “The US

Market for Natural Personal Care Products” informando que esses produtos

deveriam alcançar a cifra de 5,8 bilhões de dólares no ano de 2008. Na Europa,

esse mercado já ultrapassou a marca de 1 bilhão de euros, sendo que, na

Alemanha, os produtos representam 4% do que é comercializado pela indústria

cosmética, estimando-se que atinja 10% em 2012. Na França, onde esse mercado

de cosméticos é mais dinâmico, em 2005, a venda dos cosméticos naturais cresceu

40%. Apesar da extensão do território brasileiro, o país ocupa ainda a 7ª. posição

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em área destinada à produção orgânica. No entanto, acredita-se que,

acompanhando a tendência mundial, este mercado esteja em franco crescimento.

Com relação a saneantes, o segmento de produtos de limpeza, há 6 anos

consecutivos, vem registrando crescimento acima do PIB. Segundo dados da

Associação Brasileira de Produtos de Limpeza e Afins (ABIPLA), o crescimento do

faturamento do setor no Brasil, medido como percentual em relação ao ano anterior

foi de 6,5% em 2008, 7,0% em 2009, 11% em 2010 e 6,7% em 2011 (valor

estimado) atingindo um valor de R$ 14,4 bilhões (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS

INDÚSTRIAS DE PRODUTOS DE LIMPEZA E AFINS - ABIPLA, 2012). Muitos

estudos vêm apontando também que lançamentos constantes, novas tecnologias,

ingredientes especiais, maior eficiência, embalagens inovadoras e melhor relação

custo-benefício estão fazendo toda a diferença na escolha do consumidor e no

faturamento das empresas (HOUSEHOLD & COSMÉTICOS, 2009).

Como já mencionado, os produtos orgânicos são uma opção interessante

para empresas que buscam atender às aspirações de saúde, ecologia e

responsabilidade social dos novos clientes. A seleção de um sistema conservante

adequado para compor a fórmula de um produto preservando sua integridade ainda

é um grande desafio. Mencione-se que as listas de ingredientes permitidos para

cosméticos orgânicos, por exemplo, são bem restritas até o momento. No caso de

saneantes novos conservantes estão sendo estudados visando a substituição do

formaldeído, cuja utilização para este fim está proibida. Dessa forma, a busca por

novos produtos se mostra bastante importante, o que motiva a realização de estudos

nessa direção a partir do extrato pirolenhoso.

2.6 Conservantes

Os conservantes são substâncias químicas, também conhecidas como

preservantes (tradução adaptada do inglês, preservative), usados em muitos

cosméticos e saneantes para aumentar a vida útil dos produtos, impedindo o

desenvolvimento de bactérias, fungos, leveduras e mofos que podem causar

doenças ou, simplesmente, prejudicar o bom aspecto do produto final. Não é função

do conservante compensar más práticas de fabricação. Mesmo que o fabricante

possa oferecer um produto isento de contaminações, o próprio consumidor,

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inadvertidamente, pode adicionar uma certa carga microbiana durante o seu uso,

tornando-se necessário prover o produto de algum sistema eficiente de conservação.

Um produto livre de microorganismos que possam causar danos à saúde

humana constitui uma exigência crescente, principalmente por parte dos

consumidores e também dos órgãos responsáveis pela vigilância sanitária do País.

Um creme ou xampus contaminado pode causar um dano à saúde do consumidor

devido à população de microorganismos. O crescimento de microorganismos pode

ainda provocar mudanças de cor, odor e consistência, resultando no abandono do

produto pelo consumidor, reclamações de produto junto à empresa e nas

consequentes perdas financeiras e de imagem da marca ou da empresa como um

todo. Embora o seu uso seja controvertido, vários conservantes são aprovados e

aplicados em uma infinidade de produtos cosméticos. Para se selecionar o melhor

sistema conservante para cada fórmula, na sua melhor combinação de tipos de ativo

e na concentração ideal, é preciso dominar o conhecimento do trinômio produto-

conservantes-microorganismos. Como produto, é importante considerar sua

composição química, embalagem e o processo de fabricação (COSMÉTICOS E

PERFUMES, 2010; ANVISA, 2008a).

O primeiro aspecto a ser considerado na escolha do conservante é a

regulamentação do uso de substâncias de ação conservante permitidas, uma vez

que é de caráter eliminatório. No Brasil, atualmente as normas de BPFeC (Boas

Práticas de Fabricação e Controle) são estabelecidas pela Portaria do Ministério da

Saúde No 348 de 18 de agosto de 1997. A lista de conservantes permitidos para

produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes consta da Resolução RDC

(Resolução de Diretoria Colegiada) No 162 de 11 de setembro de 2001 (ANVISA,

2008c). Já a do setor de Saneantes consta da RDC n°35 de 03 de Juno de

(ANVISA, 2008b).

Para se definir se a susceptibilidade do produto é maior à contaminação por

bactérias, fungos ou leveduras, avalia-se inicialmente a atividade do produto sob a

água que, quanto maior a quantidade, mais susceptível será a bactérias. Em geral,

cremes e loções exigem atividade tanto bacteriostática quanto fungistática, fazendo-

se necessário utilizar misturas de conservantes de amplo espectro de atividade. As

propriedades físico-químicas e organolépticas devem ser avaliadas para prever-se

possíveis incompatibilidades químicas com os componentes da fórmula (e até de

inativação do conservante), possíveis interferências na cor, no odor e também no

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sabor, em caso de produtos para os lábios (COSMÉTICOS E PERFUMES, 2010;

ANVISA, 2008a).

Na prática, todos os produtos cosméticos estão sujeitos à contaminação com

microrganismos. O crescimento de fungos e bactérias nos produtos dependerá de

uma série de fatores químicos e físicos, como disponibilidade de água, composição

do produto que fornecerá nutrientes para os microrganismos e temperatura de

estocagem (ORTH, 1984). A baixa qualidade de um cosmético pode ocorrer

principalmente devido à contaminação microbiana resultante da falta de higiene na

fabricação e da baixa estabilidade dos constituintes da formulação. Durante a

fabricação é importante evitar que os microrganismos invadam o produto, o qual é

um substrato com substâncias excelentes para o seu crescimento, provocando

modificações visíveis ou não no produto final, tais como alteração de cor, odor,

viscosidade, características sensoriais, degradação dos componentes da

formulação, além de poder ocasionar reações tóxicas ao usuário, dependendo do

tipo do microrganismo presente, da via de administração utilizada e do estado de

saúde do usuário do produto (CARVALHO et al.,1989).

Uma formulação cosmética geralmente apresenta requisitos importantes para

o crescimento microbiano, como água, vários minerais e vitaminas, além de ser um

ambiente com oxigênio, pH e temperatura favoráveis (PARKER, 1984). Dessa forma,

ela se torna alvo de contaminação em sua produção, para o desenvolvimento de

microrganismos. Alguns microrganismos estão relacionados com prováveis fontes de

contaminação: água (Pseudomonas, Xantomonas, Flavobacterium e

Achromobacter), ar (esporos de fungos, Penicillium, Mucor, Aspergillus, Bacillus sp.,

leveduras e esporos bacterianos), matéria-prima (Clostridium sp., Salmonella,

coliformes, Actinomyces, bolores e leveduras) e pessoal operacional (coliformes,

Staphylococcus, Streptococcus e Corynebacterium) (CORBETT, 1992; CHORILLI et

al., 2007).

A eficácia do sistema conservante só pode ser garantida por meio de testes

de desafio ou Challenge Tests, como são conhecidos, que consistem na inoculação

do produto com microorganismos especificados pela CTFA (The Cosmetic, Toiletry

and Fragrance Association) e a constante monitorização da carga sobrevivente.

Idealmente, estes testes devem ser realizados durante os testes de estabilidade das

amostras na fábrica (COSMÉTICOS E PERFUMES, 2010; ANVISA, 2008a).

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39

2.6.1 O conservante ideal

O conservante ideal não existe e é por isso que se usam combinações ou

“blends” de produtos. Um bom conservante deve apresentar atividade de amplo

espectro, ou seja, deve eliminar todos os tipos de microorganismos, que incluem

fungos, bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Em geral, substâncias químicas

ativas contra bactérias não são ativas contra fungos e os ativos contra fungos não

são efetivos contra bactérias. Por outro lado, os conservantes devem ser usados nas

mais baixas concentrações possíveis, de acordo com as exigências, reduzindo as

chances de irritação e outras preocupações de toxicidade. O conservante ideal para

uso em cosméticos deve ser solúvel em água e insolúvel em óleo, pois os

microorganismos crescem na fase aquosa e na interface água-óleo. Assim, para

serem mais funcionais, os conservantes devem ser acrescentados na fase aquosa.

A estabilidade é outra importante propriedade tanto para cosméticos quanto para

saneantes. O conservante deve ser estável a qualquer temperatura e condições de

pH que sejam utilizadas durante o processo de fabricação dos cosméticos, deve ser

incolor e inodoro, bem como não deve reagir com outros ingredientes para formar

cores ou odores, nem deve perder atividade na sua presença. O conservante ideal

deve funcionar durante a fabricação e ao longo da vida útil dos cosméticos e

saneantes, apresentar facilidade de análise usando métodos atuais bem conhecidos

e deve ser de fácil controle, bem como não inflamável e não tóxico (COSMÉTICOS

E PERFUMES, 2010; ANVISA, 2008a).

2.6.2.Regulamentações e aprovações1

Embora existam algumas críticas ao uso de conservantes em cosméticos,

alguns deles estão inclusos em uma lista aprovada por autoridades competentes,

tendo sido testados repetidamente para assegurar sua segurança em aplicações

cosméticas.

Os parabenos, por exemplo, não são perigosos, são autorizados para uso na

indústria cosmética e atualmente são os conservantes que oferecem maior

efetividade a mais baixas doses. A regulamentação da União Européia e do Brasil

1 Os comentários desse item foram essencialmente baseados em COSMÉTICOS E PERFUMES, 2010.

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40

permite o uso de no máximo 0,4% de cada parabeno e um máximo de 0,8% de

parabeno total. Já o Japão permite no máximo 1% de parabeno total em todos os

produtos cosméticos.

Os fenoxi-etanóis são confirmados pela Comissão de Cosmetologia da

AFSSAPS (Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Produtos de Saúde) como

seguros em suas aplicações cosméticas. Na França, o fenoxi-etanol gerou

controvérsia devido aos éteres de glicol, porém, todos os estudos disponíveis foram

examinados e o caso foi arquivado.

De acordo com a Agência Internacional dos Estados Unidos de Pesquisa em

Câncer (IARC), o formaldeído é classificado como CMR1 (Carcinogenic, Mutagenic,

Reproduction Toxic Substances Category 1°) e esteve por muitos anos sob a

fiscalização da vigilância epidemiológica, em particular, com o monitoramento de

trabalhadores expostos a seus fumos. As autoridades de saúde estão revisando os

resultados deste estudo para decidir se os regulamentos precisam ser modificados.

A Agência de Substâncias Químicas Européia solicitou informações adicionais para

confirmar a classificação da IARC (Agência Internacional para Pesquisa do Câncer).

No caso de cosméticos, o formaldeído é o conservante menos usado, sendo

encontrado, principalmente, em xampus sem enxágue. O triclosan é um antimicótico

usado para propósitos terapêuticos, sendo um dos poucos antimicóticos ativos em

pacientes imunodeprimidos. Também é usado como conservante em muitos

produtos de consumo.

O problema quanto ao triclosan é a resistência, ou seja, quanto mais a pessoa

se expõe a esta substância, mais alto é o risco de ela se tornar menos resistente ao

organismo, tornando-o terapeuticamente inativo. Assim, de acordo com o SCCP

(Comitê Científico da União Européia para Produtos de Consumo) é melhor limitar

seu uso para evitar o desenvolvimento de resistência. Todavia, segundo a EMEA

(Agência Européia para Avaliação de Produtos Medicinais) seu uso tópico não

induziria à resistência.

Ainda com referência aos EUA, atualmente o FDA (Food and Drug

Administration) proíbe ou impõe severas restrições ao uso de vários conservantes. O

hexaclorofeno é um deles. Devido a seu efeito neurotóxico e a sua habilidade para

penetrar na pele humana, o hexaclorofeno só pode ser utilizado quando um

conservante alternativo não se mostrar efetivo. O nível de uso não pode exceder

0,1% e não pode ser usado em cosméticos que sejam aplicados em mucosa. As

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combinações de mercúrio também são proibidas ou restritas, porque são

prontamente absorvidas pela pele em aplicações tópicas e têm a tendência de

acumularem-se no corpo. Podem causar reações alérgicas, irritação da pele ou

manifestações neurotóxicas. Em cosméticos, seu uso é limitado na área dos olhos a

uma concentração que não exceda 65ppm de mercúrio como metal

(aproximadamente 0,01% acetato de fenilmercúrio), desde que nenhum outro

conservante efetivo e seguro esteja disponível para uso. O bitionol também é

proibido, devido à sensibilização de foto-contato. O halogenato salicilanilides

também é proibido ou tem seu uso restrito, devido à sensibilização de foto-contato.

Este ingrediente inclui dibromsalan, tribromsalan, metabromsalan e

tetraclorosalicilanilide.

A União Européia pré-aprova os conservantes, trabalhando em uma Lista

Positiva conhecida como Anexo VI da Lista de Produtos Cosméticos que Contém

Conservantes (COMISSÃO EUROPÉIA, 2011). Atualmente existem 56

conservantes permitidos. Muitos outros países seguem o regulamento geral da

União Européia e agora possuem “Listas Positivas” para conservantes permitidos. O

Japão mudou os regulamentos cosméticos e publicou uma Lista Positiva, a qual é

ainda mais restrita. O Canadá estabeleceu uma “Lista Quente” de ingredientes

cosméticos que ou são proibidos ou são restritos. A adição ou mudanças estão sob

o controle da Divisão de Cosméticos da Agência de Segurança de Produtos de

Consumo, que faz parte do Ministério da Saúde do Canadá.

No Brasil, 60 conservantes estão aprovados para uso (Anexos A e B), sendo

que as proibições e restrições estão a cargo do Ministério da Saúde. No caso de

saneantes, o conservante formaldeído comumente utilizado nos produtos foi banido

das formulações devido à sua reconhecida carcinogenicidade e atual classificação

toxicolológica pela IARC. Uma lista com as substâncias de ação conservante

permitidas e suas respectivas concentrações foi fornecida na mesma resolução RDC

n°35. Uma lista com os conservantes aprovados pela ANVISA é colocada nos

Anexos A e B.

2.7 Exigências e desafios dos conservantes naturais para cosméticos e saneantes

A partir dos anos 90, houve uma conscientização global de que o novo século

seria o da preservação dos recursos ambientais e da qualidade de vida, com o

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consequente aumento, em escala geométrica, da complexidade dos produtos, dos

mercados e da logística como um todo. O grande desafio das empresas passou a

ser, portanto, viabilizar matérias-primas e processos, que minimizem os impactos

ambientais, utilizem fontes naturais renováveis e possam ter, como vantagem

competitiva, funcionalidades que melhorem a qualidade de vida do ser humano

(PICCOLI, 2008; ROSSI, 2009).

As exigências do mercado consumidor induzem a indústria cosmética a

formular produtos seguros cada vez menos agressivos e naturais. Durante a

formulação para tais apelos, a dificuldade maior encontra-se em conservar o produto

final (PACKER; LUZ, 2007).

Tendo em vista a procura dos consumidores por produtos cada vez mais

seguros, a tendência mundial é a da minimização da concentração e do número de

tipos de ativos, permanecendo no mercado os que contam com melhores e mais

completos estudos toxicológicos, bem como com dados epidemiológicos

satisfatórios. Isto obriga o formulador a aprofundar seus conhecimentos em química,

para combinar sinergicamente um portifólio cada vez menor de ativos e reduzir a

necessidade do uso de conservantes. Repensa-se, assim, o método tradicional de

formulação em que os conservantes eram encarados como simples coadjuvantes

para se criar um conceito mais avançado de produtos auto-conservantes ou livres de

conservantes em que a conservação é inerente à própria fórmula. Esse conceito

alinha-se às metas de redução de custos de desenvolvimento e otimização de

fórmulas, uma prioridade que já se incorporou em todas as organizações (PINTO et

al., 2002).

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43

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Material

Foram utilizados dois tipos de extrato pirolenhoso:

a) Obtido em escala industrial junto a um produtor de carvão vegetal;

b) Obtido em escala de laboratório.

3.1.1 Extrato pirolenhoso obtido em escala industrial

Foi utilizado extrato pirolenhoso obtido da carbonização da madeira de

eucalipto, coletado entre as temperaturas de 80 e 120° C, em fornos de alvenaria,

numa carvoaria localizada na região de Atibaia, São Paulo2. O produto havia sido

armazenado durante 3 anos visando a separação de uma camada de residual

superior de aspecto oleoso (óleo leve) e uma camada inferior decantada (alcatrão).

A parte intermediária era considerada como o extrato pirolenhoso propriamente dito

(ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE AGRICULTURA NATURAL - APAN, 2003).

3.1.2 Extrato pirolenhoso obtido em escala de laboratório

Foi utilizado extrato pirolenhoso obtido da carbonização laboratorial de

cavacos de madeira de Eucalyptus urograndis, clone híbrido interespecífico, que

concilia as características de crescimento rápido do E. grandis, espécie muito

difundida para a produção de carvão vegetal nos estados de Minas Gerais e São

Paulo, com as maiores densidade e variedade fenotípica do E. urophylla, espécie

que assumiu posição estratégica no melhoramento genético em áreas com vocação

para a silvicultura clonal (ASSIS, 2001; COUTO et al., 2008).

O produto foi obtido mediante a condensação dos gases da carbonização

como descrito no ítem 3.2.1.2.

2 Carvoaria São Manoel.

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3.2 Método3

3.2.1 Obtenção dos extratos pirolenhosos

3.2.1.1 Extrato pirolenhoso de laboratório

Para obtenção do extrato pirolenhoso foi realizada carboninazação de

cavacos de madeira à temperatura de 400° C em forno-mulfa. Considerou-se o início

da carbonização a 100° C, equivalente àquela sob a qual o material havia sido

submetido à secagem em estufa, até peso constante. Para a condução do processo,

considerou-se um tempo total de 2,5 horas de tratamento. Foram conduzidas três

repetições de carbonizações. Após atingida a temperatura final, o aquecimento foi

interrompido e o material deixado em resfriamento natural no interior do forno-mufla

até 35 a 45° C. O forno-mufla aquecido era dotado de resistência elétrica e

indicação e controle analógicos de temperatura. Um recipiente metálico (volume

nominal de 500 cm3) foi colocado no interior da mesma, contendo amostras de

madeira seca. A quantidade de madeira utilizada em cada pirólise foi fixada em

função da máxima ocupação do volume do recipiente metálico. O forno-mufla estava

conjugado a um sistema de coleta e separação dos gases condensáveis e não-

condensáveis (figura 2 e figura 3).

3.2.1.2 Extrato pirolenhoso industrial

O extrato constou do líquido obtido pela condensação da fumaça da

carbonização da madeira, na fase em que a mesma era expelida nos limites de 80 e

120°C medida a cerca de 10cm abaixo da boca de saída da chaminé, em fornos de

alvernaria, na Carvoaria São Manoel, localizada na região de Atibaia, São Paulo.

Essa era a prática da empesa, visando a obtenção de extrato pirolenhoso para fins

de comercialização. A madeira utilizada foi Eucalyptus sp (provavelmente E.saligna)

com idade entre 5 e 8 anos, umidade entre 20 e 25% cortada a 1,10m de

comprimento e diâmetro médio de 20cm. O forno possuia volume para carga de 5

3 Os procedimentos foram conduzidos no LQCE – Laboratórios Integrados de Química, Celulose e Energia do

Departamento de Ciências Florestais / ESALQ / USP.

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metros cúbicos aparentes de madeira. A figura 4 apresenta referências do local da

obtenção do extrato pirolenhoso industrial.

Figura 2 - Processo de pirólise e coleta dos gases. As setas indicam o sentido da entrada e saída da

água do condensador, (A) Balão de coleta de gases condensáveis, (B) Balão de coleta dos

gases não-condensáveis

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Figura 3 - Equipamento utilizado na pirólise laboratorial

Figura 4 - Processo industrial de pirólise e coleta dos gases

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47

3.2.2 Balanço de massa e cálculo de rendimentos em carvão e gases obtidos em

escala de laboratório

Após resfriamento do forno-mufla, o carvão vegetal e o gás condensado

(extrato pirolenhoso) foram pesados em balança semi-analítica, o que possibilitou o

cálculo dos seus rendimentos gravimétricos.

O rendimento gravimétrico em carvão expressa a relação entre o peso do

carvão e o peso da madeira, ambos na base seca, segundo a equação 1.

(1)100PMS

PCS RGC

onde RGC corresponde ao rendimento gravimétrico em carvão (%), PCS ao peso do

carvão seco (g) e PMS a peso da madeira seca (g).

O rendimento gravimétrico em gases condensáveis expressa a relação entre

o peso do liquido condensado e o peso da madeira, na base seca, segundo a

equação 2.

)2(100PMS

PGC RLP

onde RLP corresponde ao rendimento gravimétrico em extrato pirolenhoso (%),PGC

ao peso do gás condensado (g) e PMS ao peso da madeira seca (g).

O rendimento gravimétrico em gases não-condensáveis foi obtido pela

subtração dos rendimentos em peso do carvão e do gás condensado, de um total de

100%, segundo a equação 3.

(3)RLPRGC100 RGNC

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onde RGNC corresponde ao rendimento gravimétrico em gases não-condensáveis

(%), RGC ao rendimento gravimétrico em carvão (%) e RGGC ao rendimento

gravimétrico em gases condensáveis (%).

Os dados de rendimentos gravimétricos em carvão e gases foram submetidos

a análise estatística com o intuito de verificar se havia variações no sistema.

A realização da análise de variância foi condicionada à adequação do

pressuposto de normalidade da distribuição, que foi verificada mediante a aplicação

do teste de Shapiro-Wilk. Os dados foram submetidos ao programa estatístico SAS,

Statistical Analysis System, versão 9.0.

3.2.3 Determinação do pH do extrato pirolenhoso obtido em escala industrial e de

laboratório

O pH é o logaritmo negativo da concentração o molar de íons de hidrogênio.

Representa convencionalmente a acidez ou a alcalinidade de uma solução. A escala

de pH vai de 1 (ácido) a 14 (alcalino), sendo que o valor 7 é considerado pH neutro.

O pH é determinado pela diferença de potencial entre dois eletrodos, o de

referência e o de medida, imersos na amostra a ser analisada, sendo dependente da

atividade dos íons de hidrogênio na solução. Nesse experimento foi utilizado um

phgâmetro da marca Tecnal.

Os dados de pH foram submetidos a uma análise de variância (ANOVA) com

o intuito de verificar se havia variações no sistema.

A realização da análise de variância foi condicionada à adequação do

pressuposto de normalidade da distribuição, que foi verificada mediante a aplicação

do teste de Shapiro-Wilk. Os dados foram submetidos ao programa estatístico SAS,

Statistical Analysis System, versão 9.0.

3.2.4 Análise organolética do extrato pirolenhoso

Foram realizadas avaliações no extrato pirolenhoso, compreendendo sua

estabilidade ao armazenamento em condições que pudessem ser analisadas

possíveis mudanças em suas características organolépticas ao longo de tempo.

Para tanto, as amostras foram acondicionadas em frascos de vidro, transparentes e

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opacos (âmbar), devidamente fechados para garantia de boa vedação contra saída

de gases ou vapor. Sob tais condições, as amostras foram submetidas a duas

condições de armazenagem laboratorial (temperatura ambiente): (a) sem exposição

à luz; (b) com exposição à luz ambiente. O armazenamento foi conduzido durante 4

semanas, com a avaliação de cor, odor e formação de fases por decantação. Os

testes foram realizados tendo como referências as normas da ANVISA (2008a).

Deve-se ressaltar, no entanto, que as avaliações não foram conduzidas na sua

forma completa, no sentido de que pretendeu-se apenas obter um carácter

preliminar orientativo do assunto com os resultados obtidos. Pesou para tal decisão,

o fato da composição química dos extratos apresentar-se mais relevante em termos

de qualificação dos produtos, sobretudo na questão da presença de produtos

tóxicos.

3.2.5 Análises cromatográficas do extrato pirolenhoso obtido em escala industrial e

de laboratório 4

Todos os produtos obtidos como extrato pirolenhoso sofreram caracterização

de seus compostos por meio de análises em cromatógrafo gasoso acoplado a

espectrômetro de massa (GC/MS) usando um TRACE GC Ultra, marca Thermo

equipado com um DSQII. O método usou como referência inicial a metodologia

proposta por Loo et al. (2007).

Foi utilizado coluna capilar de silica (30 m x 0,30 mm i.d. x 0,25 µm). A

temperatura inicial da coluna foi programada de 40 °C (3min) com um aumento de

15 °C/min até 270 °C (6min). Helium foi usado como o gás de arraste. A temperatura

de injeção e do detector foram de 250 °C. A injeção de volume programada foi de 0

µl no modo split. Os dados foram processados utilizando o software Xcalibur.

Os extratos pirolenhosos produzidos foram comparados, com o intuito de se

identificar possíveis discrepâncias qualitativas entre os compostos presentes.

As amostras dos extratos pirolenhosos da escala de laboratório (PLO) e

escala industrial (PIO) foram comparadas, considerando a somatória dos picos dos

compostos majoritários identificados no extrato da fração bioativa proveniente da

4 Os procedimentos foram conduzidos no LQCE – Laboratórios Integrados de Química, Celulose e Energia do

Departamento de Ciências Florestais / ESALQ / USP.

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50

bioautografia (item 4.8). A somatória dos percentuais destes picos observados para

os extratos PLO e PIO foram comparados através da análise de variância (ANOVA).

A realização da análise de variância foi condicionada à adequação do pressuposto

de normalidade da distribuição, que foi verificada mediante a aplicação do teste de

Shapiro-Wilk. Os dados foram submetidos ao programa estatístico SAS, Statistical

Analysis System, versão 9.0.

3.2.6 Processo de destilação para determinação do teor de alcatrão

Em seguida à análise cromatográfica, foi realizado o processo de destilação

para determinação do teor de alcatrão. O experimento consistiu-se na avaliação de

um processo de destilação simples, onde um balão de destilação de 250 ml foi

conectado a um conjunto condensador–coletor do destilado. O balão foi colocado

sobre uma manta de aquecimento elétrico e um termômetro foi usado para controle

da temperatura (figura 5).

Figura 5 - Processo de Destilação Simples. As setas indicam o sentido da entrada e saída da água do

condensador, (A) e (B) Balão de entrada do extrato pirolenhoso e de coleta do destilado,

respectivamente; (C) Termômetro; (D) Condensador; (E) Manta de aquecimento

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Todos os experimentos foram realizados colocando-se 180g de extrato

pirolenhoso no balão de destilação. O aquecimento se deu até a temperatura de

100°C com permanência de, em média, 1,5 horas, tempo que se mostrou suficiente

para a finalização da fase líquida no balão. Todos os experimentos foram realizados

à pressão atmosférica. A temperatura da água do condensador foi de 25ºC.

3.2.7 Balanço de massa e cálculo de rendimentos em alcatrão e extrato pirolenhoso

destilado obtido em escala industrial e laboratorial

Concluída a destilação, o alcatrão e o extrato pirolenhoso destilado foram

pesados em balança semi-analítica, o que possibilitou o cálculo dos seus

rendimentos gravimétricos.

O rendimento gravimétrico em alcatrão expressa a relação entre o peso do

alcatrão e o peso do extrato pirolenhoso, segundo a equação 4.

)4(100PLP

PA RGA

onde RGA corresponde ao rendimento gravimétrico em alcatrão (%), PLP ao peso

do extrato pirolenhoso (g) e PA ao peso do alcatrão (g).

O rendimento gravimétrico em extrato pirolenhoso destilado expressa a

diferença percentual do teor de alcatrão em relação ao extrato, segundo a equação

5.

(5)RGA100 RGLD

onde RGLD corresponde ao rendimento gravimétrico do extrato pirolenhoso

destilado (%).

Os dados de rendimentos gravimétricos em alcatrão e extrato destilado foram

submetidos a uma análise de variância (ANOVA) com o intuito de verificar se havia

variações no sistema. A realização da análise de variância foi condicionada à

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52

adequação do pressuposto de normalidade da distribuição, que foi verificada

mediante a aplicação do teste de Shapiro-Wilk. Os dados foram submetidos ao

programa estatístico SAS, Statistical Analysis System, versão 9.0.

3.2.8 Avaliação do potencial antifúngico dos extratos pirolenhosos5

Duas amostras representando extratos pirolenhosos de diferentes origens

foram avaliados quanto à atividade antifúngica. Uma amostra de extrato proveniente

da escala industrial (PIO) e outra laboratorial (PLO) foram avaliados. Uma solução

de formol, um agente reconhecidamente antifúngico, com concentração de 37%

(Merck art.1040031001) foi utilizada para comparação com os extratos avaliados.

A avaliação da capacidade antifúngica foi realizada sobre o fungo Aspergillus

niger (ATCC 16404), utilizado normalmente em avaliações de cosméticos e

saneantes. O inóculo do fungo foi preparado a partir de colônias crescento em meio

Batata Dextrose Agár de 7 a 21 dias a 28oC. Para isto, uma alça de Drigalski foi

utilizada para raspar a superfície do meio onde as colônias estava se desenvolvendo

e imergida em 50 mL de solução aquosa estéril e 500 µL de dispersante Tween 20.

Este procedimento foi realizado 3 vezes e, então a concentração de esporos na

solução foi mensurada utilizando uma câmara de Neubauer, visando ajustar a

contagem de esporos para 106.

A técnica utilizada para avaliação do potencial antifúngico foi a diluição em

meio (Vilela et al., 2009), utilizando-se diferentes concentrações dos extratos

visando se obter a curva de inibição com a respectiva Concentração Inibitória

Mínima (CIM). As doses utilizadas foram de 25, 50, 100, 150 e 200 µL para o PIO,

de 20, 25, 30, 35 e 40 para o PLO e de 2,5, 5, 10, 15 e 17 para a solução de formol.

Cada uma das doses foi adicionada a 2 mL de meio de cultura Batata Dextrose Agár

(BDA, marca Himedia) fundente (45 -50oC) e contidos em uma placa de petri de 2

cm de diâmetro. O meio e o extrato foram homogeneizados e deixados resfriar sob

condições assépticas. Como tratamentos testemunha foram preparadas placas com

meio de cultura com os mesmos volumes utilizados de extratos e formol, entretanto

utilizando somente água esterilizada.

5 Os procedimentos foram conduzidos no Laboratório de Micotoxinas do Departamento de Agroindústria,

Alimentos e Nutrição (LAN) / ESALQ / USP.

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53

Após o resfriamento o fungo foi inoculado no meio de cultura contido nas

placas utilizando-se um estilete de metal esterilizado, que foi imergido na solução de

inóculo e que perfurou o meio de cultura na posição central da placa. Três placas

para cada tratamento foram assim preparadas. As placas foram identificadas,

vedadas com filme plástico e armazenadas em câmara com controle de temperatura

a 28 ± 0,3 °C, na ausência de luz, por um período de 7 dias, após o qual foi

realizada a mensuração do crescimento radial da colônia desenvolvida a partir do

ponto de inoculação. O crescimento radial foi obtido através da média de duas

medidas perpendiculares do diâmetro da colônia. Utilizou-se para estas medidas um

paquímetro.

A percentagem de inibição foi calculada utilizando-se a equação 6.

)6(100

Controle

Tratamento - Controle PI

Como os tratamentos foram realizados em triplicatas a percentagem de

inibição representativa do tratamento constituiu-se de suas médias.

3.2.9 Identificação e análise da composição quimica de frações antifungicas do

extrato pirolenhoso

Como a amostra do extrato pirolenhoso laboratorial apresentou uma

Concentração Inibitória Mínima mais reduzida, ou seja, um potencial antifúngico

maior, esse extrato foi utilizado para o fracionamento dirigido utilizando a técnica da

bioautografia (Meepagala et al., 2002), visando tentar identificar os compostos

envolvidos nesta bioatividade6.

Nesta técnica 50 µL do extrato foram aplicados sobre uma placa de

cromatografia em camada delgada de 10 x 20 cm (Merck art. 10005553), que foi

seco com ventilação forçada e a placa colocada para desenvolver em uma cuba

contendo 50 mL da mistura de solvente tolueno e acetato de etila na proporção de

9,5:0,5. Duas placas foram assim preparadas. Uma placa foi então imersa

6 Os procedimentos foram conduzidos no Laboratório de Micotoxinas do Departamento de Agroindústria,

Alimentos e Nutrição (LAN) / ESALQ / USP.

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54

rapidamente e uma solução de ácido sulfúrico 10% e metanol, seca e colocada em

estufa a 120oC, por 5 min. e então visualizada em cabine de visualização de placas

de cromatografia, sob luz ultravioleta de comprimento de 365 nm. Esse

procedimento nessa placa teve como objetivo, observar a separação de

componentes do extrato pirolenhoso proporcionada pela cromatografia. Uma

segunda placa preparada do mesmo modo, foi seca intensamente com auxílio de

ventilação forçada com o objetivo de remover o residual dos solventes de

desenvolvimento. Após isso, a placa foi então submersa por 5 segundos em caldo

de extrato de levedura e sacarose (YES) contendo esporos do fungo Asperigillus

niger.

O caldo YES com esporos foi obtido de modo semelhante ao inóculo

preparado para a avaliação do potencial antifúngico, entretanto substituindo-se a

água pelo caldo YES.

A placa após a submersão foi deixada escoar o excesso de caldo e colocada

sobre um suporte em um recipiente hermético contendo 1 L de solução de cloreto de

sódio a 14%. A solução de cloreto de cálcio dentro do recipiente teve o objetivo de

manter a umidade relativa da atmosfera interna do recipiente em equilíbrio a 90%, e

assim proporcionar uma condição adequada ao desenvolvimento fúngico. O

recipiente contendo a placa e a solução salina foi colocado em uma câmara com

controle de temperatura a 28°C (± 2°C) sem fotoperíodo, por sete dias. A placa foi

observada, quanto ao crescimento fúngico, no terceiro e no sétimo dias.

Com base na visualização da placa foi possível identificar a região onde o

crescimento não ocorreu, denotando a presença de substância(s) com atividade

antifúngica. A partir da distância desta região ao ponto de aplicação foi possível por

analogia, identificar na placa, que foi revelada com ácido sulfúrico, a mesma região

e, assim, observar a coloração identificativa da presença de alguma substância.

Com a identificação da região do desenvolvimento cromatográfico com

atividade antifúngica, 4 outras placas cromatográficas foram preparadas com o

extrato pirolenhoso laboratorial e desenvolvidas na cuba, do mesmo modo como o

descrito anteriormente, entretanto estas placas não foram imersas após o

desenvolvimento cromatográfico nem no ácido nem no caldo YES.

Após o desenvolvimento, cada placa foi bem seca com auxílio de ventilação e

a sílica, referente a cada zona nas seis aplicações, foi raspada e reunida em um

mesmo tubo teste para a extração dos compostos adsorvidos. O objetivo desta nova

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55

placa foi de obter maior quantidade de compostos presentes em cada zona com

potencial antifúngico.

No tubo contendo a sílica da zona de inibição fez-se a extração dos

compostos. Para isso, 2 mL de metanol foi adicionado, agitou-se por 2 min. e

separou-se o sobrenadante em centrífuga (15 min. à temperatura de 27ºC e rotação

de 3000 rpm). O extrato obtido foi considerado como uma fração do extrato

pirolenhoso representando os compostos presentes na zona de inibição fúngica. O

extrato foi filtrado em filtro de seringa de poros de 0,22μm e, uma alíquota de 1600

μL foi coletada, transferida para outro tubo teste, seca a 50°C e redissolvida para

200 μL de metanol grau cromatográfico. O mesmo procedimento descrito foi repetido

com o solvente utilizado, para redissolução do material, o acetato de etila grau

cromatográfico.

O extrato da zona de inibição obtido com metanol e acetato de etila foi

analisado quanto a sua composição por cromatografia gasosa acoplada a

espectrometro de massas visando a identificação dos compostos presentes7.

7 Os procedimentos foram conduzidos no LQCE – Laboratórios Integrados de Química, Celulose e Energia do

Departamento de Ciências Florestais / ESALQ / USP.

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56

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57

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Resultados do balanço de massa e cálculo de rendimentos em carvão e co-

produtos obtidos em escala de laboratório (PLO).

Os resultados do balanço de massa são apresentados na tabela 1.

Tabela 1 - Balanço de massa das carbonizações

Carbonizações RGC (%) RGNC (%) RGGC (%)

PLO1a PLO1b PLO1c

45,1 45,9 47,4

33,8 30,8 36,3

21,1 23,3 16,4

Média Desvio padrão

C.V.

46,1 1,2 2,5

33,6 2,8 8,2

20,3 3,6

17,5

(PLO) amostra laboratorial, (RGC) rendimento gravimétrico em carvão, (RGNC) rendimento gravimétrico em gases não-condensáveis, (RGGC) rendimento gravimétrico em gases condensáveis e C.V. coeficiente de variação.

A análise de variância foi realizada, levando-se em consideração o

pressuposto de normalidade da distribuição, que foi verificada mediante a aplicação

do teste de Shapiro-Wilk. Com base nessa análise, verificou-se que para os

rendimentos de carvão e gases condensáveis não houve variações no sistema

(Apêndice A).

4.2 Determinação do pH do extrato pirolenhoso obtido em escala industrial e de

laboratório

Os resultados de pH são apresentados na tabela 2.

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58

Tabela 2 - Resultados obtidos de pH

Amostra pH

PLO 1a 1b 1c

2,10 2,29 2,24

PIO 2a 2b 2c

2,70 2,67 2,66

(PIO) extrato pirolenoso industrial; (PLO) extrato pirolenhoso laboratorial.

Análises comparativas dos dados foram realizadas por meio de ANOVA (α =

0,05) seguido do teste de Tukey (Apêndice B). Observou-se que houve diferença

significativa entre os pHs com relação ao extrato pirolenhoso obtido na escala de

laboratório e na escala industrial. Ambos, PLO e PIO, numericamente apresentavam

pH ácidos de 2,21 e 2,68 em média, respectivamente, Segundo a literatura

(ADITIVOS E INGREDIENTES, 2012), um dos métodos de inibição de atividade

fúngica é baseado em redução de pH. Assim, essa diferença de pH pode estar

influenciando os resultados comparativos da atividade antifúngica entre PLO e PIO.

4.3 Análise organolética do extrato pirolenhoso

Foram observadas alterações de cor nos dois extratos pirolenhosos

(laboratorial e industrial) acondicionados em frasco de vidro transparente, nas

condições de armazenagem (temperatura ambiente e exposição à luz). Essas

alterações não foram percebidas nos extratos acondicionados em frasco âmbar.

Não foram observadas alterações nos aromas dos extratos nas duas

condições e nas duas embalagens em questão.

Com relação à separação de fases, verificou-se que o extrato laboratorial

sofreu alteração, formando duas fases: uma camada superior de aspecto aquoso e

uma camada inferior decantada (alcatrão).

Nenhuma interação com as embalagens de vidro foram percebidas para os

dois extratos pirolenhosos.

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59

4.4 Resultados do balanço de massa e cálculo de rendimentos em alcatrão e extrato

pirolenhoso destilado obtido em escala industrial (PIO) e laboratorial (PLO)

Os resultados do balanço de massa são apresentados na tabela 3.

Tabela 3 - Balanço de massa das destilações

Destilação RGA (%) RGLPD (%)

PLO1a PLO1b PLO1c

14,09 13,54 15,38

85,91 86,46 84,62

PIO1a PIO1b PIO1c

0,58 0,21 0,86

99,42 99,79 99,14

(PIO) extrato pirolenhoso industrial; (PLO) amostra laboratorial, (RGA) rendimento gravimétrico em alcatrão e (RGLD) rendimento gravimétrico do extrato pirolenhoso destilado.

Análises comparativas dos dados foram realizadas por meio de ANOVA (α =

0,05) seguido do teste de Tukey. Observou-se que houve diferença significativa

entre os processos industrial e laboratorial com relação a rendimentos do alcatrão ou

do destilado, com maior teor de alcatrão para o extrato laboratorial (Apêndice C).

4.5 Resultados das análises cromatográficas do extrato pirolenhoso

Em termos gerais, os componentes químicos identificados nos

cromatogramas estão muito próximos aos que têm sido relatados na literatura. As

análises demonstraram a presença de uma gama de compostos oxigenados, tais

como: ácidos carboxílicos, ésteres, éteres e cetonas. Além disso, foram detectados o

fenol, guaicol e derivados fenólicos. De forma, geral, a identificação dos constituintes

químicos revelou substâncias de estruturas complexas derivadas da degradação

química dos constituintes ligno-celulósicos da madeira, também concordantes com

referências da literatura especializada (MARTINS et al., 2007; ESTEVES et al.,

2008; RATANAPISIT et al., 2009). Segundo Ratanapisit et al. (2009), a presença dos

componentes é função da temperatura em que se inicia a degradação da madeira,

em geral, seguindo uma sequência que inclui as hemiceluloses, celulose e

posteriormente a lignina.

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60

A tabela 4 mostra a maioria dos componentes químicos encontrados no

extrato pirolenhoso obtido na pirólise em escala de laboratório (PLO) e industrial

(PIO).

Deve-se ressaltar que foram obtidos cromatogramas de todos os três

pirolenhosos obtidos em escala de laboratório. A análise desses cromatogramas

permitiu observar a ausência de diferenças nos picos dos compostos, considerando

os 36 componentes mais representativos detectados. A figura 6 é um exemplo de

cromatograma do extrato pirolenhoso à 400°C e em 2,5h, e a figura 7 é de um

cromatograma do extrato pirolenhoso industrial.

Nas avaliações, os resultados obtidos se mostram compatíveis com as

análises realizadas por Ratanapisit et al. (2009), onde os ácidos e fenóis são

dominantes, comparados com outros compostos químicos presentes no extrato

pirolenhoso.

Os resultados encontrados na comparação entre os dois tipos de extratos

demonstram comportamento diferenciado para o obtido em escala industrial,

comparado aos obtidos em laboratório. Os compostos n-hexano, butirolactone, 3-

metilfenol (m-Cresol) e 3,4-dimetilfenol, presentes no extrato industrial, não foram

encontrados no extrato obtido em laboratório. O oposto ocorreu para os compostos

butanediol; 5,9-dodecadieno, 6-10 dimetil; 2-metil, 2-ciclopentanona; ciclopentanona;

ciclopropil carbinol; 2-metoxi-3-metilfenol; 1,2-benzenediol (pirocatecol); vanillin

lactoside; D-Allose; 4-propil-1,1-difenil; 4-hidroxi, 3,5 dimetoxi benzaldeído; 1,4-

hidroxi 3,5-dimetoxifenil etanona e 4-hidroxi 3,5-dimetoxi benzoidrazina.

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61

Figura 6 - Cromatograma produzido nas carbonizações do experimento obtido a 400°C e 2,5h na

escala laboratorial. Os números sobre os picos correspondem aos componentes químicos

listados na Tabela 4

Figura 7 - Cromatograma produzido nas carbonizações do experimento obtido na escala industrial.

Os números sobre os picos correspondem aos componentes químicos listados na Tabela 4

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62

Tabela 4 - Compostos químicos presentes nos extrato pirolenhosos

(PIO) amostra da escala industrial, (PLO) amostra laboratorial, (nd) não detectado.

Constatou-se que a amostra de procedência industrial apresentava menor

número de componentes, que geralmente estão vinculados ao alcatrão. Desse

modo, considerou-se ser menor seu risco de toxicidade, comparado ao obtido em

escala laboratorial. Deve-se destacar, no entanto, que o extrato com maior presença

de componentes, geralmente vinculados ao alcatrão, pode apresentar maior

potencial antifúngico, o que seria o caso do extrato pirolenhoso laboratorial.

Componente Químico PLO1a PLO1b PLO1c PIO1a PIO1b PIO1c

Metanol 1 1 1 1 1 1

Acetato de metila 2 2 2 2 2 2

n-Hexano nd nd nd 3 3 3

Ácido acético 4 4 4 4 4 4

1-Hidroxi, 2-propanona (acetol) 5 5 5 5 5 5

Ácido propanóico 6 6 6 6 6 6

1-hidroxi 2-butanona 7 7 7 7 7 7

Butanediol 8 8 8 nd nd nd

3-Furaldeido 9 9 9 9 9 9

5,9-Dodecadien 2-1, 6-10 dimetil 10 10 10 nd nd nd

2-metil, 2-ciclopentanona 11 11 11 nd nd nd

1-2-furanil etanona 12 12 12 12 12 12

Ciclopentanona 13 13 13 nd nd nd

Butirolactone nd nd nd 14 14 14

5-metil, 2-furaldeido (5 metil 2 furancarboxaldeido) 15 15 15 15 15 15

Fenol (acido carbolico) 16 16 16 16 16 16

Corilon (2-hidroxi 3-metil 2-ciclopentan-1-ona) 17 17 17 17 17 17

3-metilfenol (m-Cresol) nd nd nd 18 18 18

4-metilfenol (p-Cresol) 19 19 19 19 19 19

4-metoxifenol(mequinol) 20 20 20 20 20 20

Ciclopropil carbinol 21 21 21 nd nd nd

Maltol 22 22 22 22 22 22

3,4-dimetilfenol nd nd nd 23 23 23

2-metoxi-3-metilfenol 24 24 24 nd nd nd

2-metoxi 4-metilfenol 25 25 25 25 25 25

1,2-benzenediol (pirocatecol) 26 26 26 nd nd nd

4-etil 2-metoxifenol (p-etilguaiacol) 27 27 27 27 27 27

2,6-dimetoxifenol 28 28 28 28 28 28

Vanilin lactoside 29 29 29 nd nd nd

1,2,4,-trimetoxibenzeno 30 30 30 30 30 30

5-tert-butilpirogalol 31 31 31 31 31 31

D-Allose 32 32 32 nd nd nd

4-propil-1,1-difenil 33 33 33 nd nd nd

4-hidroxi, 3,5 dimetoxi benzaldeído 34 34 34 nd nd nd

1,4-hidroxi 3,5-dimetoxifenil etanona 35 35 35 nd nd nd

4-hidroxi 3,5-dimetoxi benzoidrazina 36 36 36 nd nd nd

Grupo Experimentais

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63

Na tabela 5, pode-se ter uma noção do percentual de participação dos

compostos.

Tabela 5 - Compostos químicos presentes nos extratos pirolenhosos obtidos da escala laboratorial

(PLO) e da escala industrial (PIO) com seus percentuais de participação

(PIO) amostra da escala industrial, (PLO) amostra laboratorial,; (nd) não detectado; (d)

detectável, mas com percentuais muito baixos, apenas traços.

N° Componentes Químicos PLO1a PLO1b PLO1c PIO1a PIO1b PIO1c

%Area %Area %Area %Area %Area %Area 1 Metanol 4,68 2,73 0,52 6,80 7,03 6,79 2 Acetato de metila d d 0,15 1,56 1,42 1,30 3 n-Hexano nd nd nd 1,00 0,64 0,49 4 Ácido acético 27,68 32,78 33,31 55,42 53,55 54,32 5 1-Hidroxi, 2-propanona (acetol) d d d 1,76 2,25 2,08 6 Ácido propanóico 1,03 1,24 1,29 0,64 0,90 0,81 7 1-hidroxi 2-butanona 0,83 0,91 1,10 1,50 1,22 1,20 8 Butanediol 0,93 1,41 0,41 nd nd nd

9 3-Furaldeido 3,94 6,89 9,85 3,19 3,28 3,05 10 5,9-Dodecadien 2-1, 6-10 dimetil 1,07 1,48 1,11 nd nd nd 11 2-metil, 2-ciclopentanona d d d nd nd nd 12 1-2-furanil etanona d d d d 0,81 0,69 13 Ciclopentanona 2,06 1,66 1,72 nd nd nd 14 Butirolactone nd nd nd 1,40 1,21 1,42 15 5-metil, 2-furaldeido (5 metil 2 furancarboxaldeido) 1,66 2,45 2,61 1,19 1,37 0,68 16 Fenol (acido carbolico) 0,82 1,37 1,23 1,72 1,38 2,08 17 Corilon(2-hidroxi 3-metil 2-ciclopentan-1-ona) 3,10 2,90 2,93 2,16 2,03 2,07 18 3-metilfenol (m-Cresol) nd nd nd 0,84 0,51 0,93 19 4-metilfenol (p-Cresol) 1,16 1,37 1,21 0,90 2,05 1,50 20 4-metoxifenol(mequinol) 6,31 6,22 5,98 2,89 2,89 2,87 21 Ciclopropil carbinol 2,71 2,04 1,93 nd nd nd 22 Maltol 1,85 1,39 1,41 1,16 1,09 1,29 23 3,4-dimetilfenol nd nd nd 0,62 0,99 0,88 24 2-metoxi-3-metilfenol 0,56 0,59 0,51 nd nd nd 25 2-metoxi 4-metifenol 1,75 1,82 1,72 1,68 1,79 1,82 26 1,2-benzenediol (pirocatecol) 4,69 3,71 3,52 nd nd nd 27 4-etil 2-metoxifenol (p-etilguaiacol) 1,89 1,96 2,73 0,89 0,99 0,97 28 2,6-dimetoxi-fenol 9,79 5,88 6,46 5,87 5,39 5,58 29 Vanilin Lactoside 1,56 1,34 1,04 nd nd nd 30 1,2,4,-trimetoxibenzeno 2,05 2,00 2,38 0,64 0,59 0,61 31 5-tert-butilpirogalol 4,02 2,96 4,75 0,63 0,57 0,60 32 D-Allose 2,87 2,89 d nd nd nd 33 4-propil-1,1-difenil 1,16 0,88 0,90 nd nd nd 34 4-hidroxi, 3,5 dimetoxi benzaldeído 1,82 1,40 1,25 nd nd nd 35 1,4-hidroxi 3,5-dimetoxifenil etanona 1,06 0,80 0,69 nd nd nd 36 4-hidroxi 3,5-dimetoxi benzoidrazina 0,69 0,42 0,43 nd nd nd

Grupo Experimentais

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64

Análises comparativas considerando a média da soma de participação dos

compostos majoritários presentes nas amostras (ítem 4.8) obtidos da escala de

laboratório (PLO) e em escala industrial (PIO), apresentados na tabela 5, foram

realizadas por meio de ANOVA (α = 0,05) seguido do teste de Tukey. Observou-se

que houve diferença significativa entre os extratos testados com relação a

participação dos compostos fracionados, com maiores teores para o laboratorial, o

que poderia estar potencializando a ação antifúngica do mesmo.

4.6 Análises da avaliação do potencial antifúngico dos extratos pirolenhoso

Os resultados são apresentados na figura 8 e na tabela 6.

R² = 0,8072

R² = 0,7374

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00

An

ális

e d

e I

nib

ição

(%

)

Dose (µl)

PLO

PIO

Logaritmo (PLO)

Logaritmo (PIO)

Figura 8 – Curva de inibição do extrato pirolenhoso amostra da escala industrial ( PIO) e amostra

laboratorial (PLO)

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65

Tabela 6 - Resultados obtidos da análise de inibição.

Tratamento

Dose (µL)

Análise de

crescimento radial

(mm)

Análise de inibição (%)

Média

(mm)

Média

(%)

1 2 3 1 2 3

PIO

25

50

100

150

200

20,3

16,1

12,2

7,5

0,0

21,8

16,1

10,2

4,3

0,0

19,2

18,0

13,1

3,1

0,0

30,0

51,2

39,0

78,6

100,0

24,8

51,2

49,0

87,7

100,0

33,8

45,5

34,5

91,1

100,0

20,4

16,7

11,8

5,0

0,0

29,5

49,3

40,8

85,8

100,0

PLO

20

25

30

35

40

5,0

3,1

0,0

0,0

0,0

6,1

0,0

0,0

0,0

0,0

6,3

0,0

0,0

0,0

0,0

76,4

84,7

100,0

100,0

100,0

71,2

100,0

100,0

100,0

100,0

70,2

100,0

100,0

100,0

100,0

5,8

1,0

0,0

0,0

0,0

72,6

94,9

100,0

100,0

100,0

FORMOL

2,5

5

10

15

17

20

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

AGUA

0

15

17

25

30

35

40

50

100

150

200

23,4

22,0

19,2

20,2

21,2

20,1

19,0

19,2

19,1

20,0

20,0

22,8

21,1

19,1

20,0

21,0

20,3

19,2

19,2

20,0

20,3

20,2

21,0

21,0

20,1

20,3

21,3

20,5

19,2

20,1

19,8

19,7

20,3

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

22,4

21,4

19,5

20,2

21,2

20,3

19,1

19,5

19,6

20,0

20,2

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

(*) Não ocorreu inibição

Por meio do teste realizado pode-se observar que os produtos PIO, PLO e

Formol apresentaram a Concentração Inibitória Mínima (CIM) de 200, 30 e 2,5µL/2

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66

mL, respectivamente. Assim, concluiu-se que o extrato pirolenoso laboratorial

apresentou maior inibição que a amostra industrial, mas menor que a solução de

formol.

4.7 Identificação e análise da composição química de frações antifungicas de extrato

pirolenhoso

Figura 9 – Placa de Bioautografia observada após 7 dias à esquerda e placa com revelação com

solução metanólica de ácido sulfúrico a 10%, à direita

A avaliação antifúngica por bioautografia mostrou que a maioria das frações

identificadas são bioativas (figura 9) e na análise cromatográfica associada à

espectrometria de massa, GC/MS, identificou quais os compostos majoritários

presentes na amostra estavam presentes na fração antifúngica.

Nessa análise qualitativa da composição química por CGMS, os extratos da

zona de inibição obtidos com metanol e acetato de etila mostraram os mesmos

componentes majoritários que foram: Corilon, Mequinol, 2-metoxi 4-metilfenol, 4-etil

2-metoxifenol, 2,6 – dimetoxifenol, 1,2,4-trimetoxibenzeno e 5-tert-butilpirogalol

(tabela 7) (figuras 10 e 11).

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Figura 10 - Cromatograma da amostra laboratorial utilizando-se Metanol. Os números sobre os picos

correspondem aos componentes químicos listados na Tabela 7

Figura 11 - Cromatograma da amostra laboratorial utilizando-se Acetato de Etila. Os números sobre

os picos correspondem aos componentes químicos listados na Tabela 7

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Tabela 7 - Frações bioativas presentes nos extratos pirolenhosos

Compostos PLO_Fracionada Metanol

PLO_Fracionada Acetato de Etila

Corilon (2-hidroxi 3-metil 2-ciclopentan-1-ona)

Mequinol(4-metoxifenol)

2-metoxi 4-metifenol

4-etil 2-metoxifenol (p-etil guaicol)

2,6-dimetoxifenol

1,2,4-trimetoxibenzeno

5-tert-butilpirogalol

1

2

3

4

5

6

7

1

2

3

4

5

6

7

(PLO) amostra laboratorial.

4.8 Potencial do extrato pirolenhoso para aplicação em produtos cosméticos e

saneantes

O extrato pirolenhoso obtido em escala de laboratório foi considerado com

maior potencial antifúngico, conforme análise descrita no ítem 4.6 e 4.7.

Para efeito comparativo, foi realizada uma análise qualitativa prévia da

presença de componentes tóxicos, baseada em regulamentações pertinentes, como

por exemplo, ANVISA (2008c). Alguns dos compostos identificados nos extratos são

citados na literatura como potencialmente tóxicos e/ou cancerígenos como é o caso

do mequinol, que deveriam ser isolados, na visão da aplicação em produtos

cosméticos. Para aplicação em saneantes, a presença desse componente oferece

ao extrato pirolenhos laboratorial um potencial para sua utilização, em substituição

ao formol. Contudo, uma análise complementar específica quanto à toxicidade do

produtos deveria ainda ser realizada.

Seguem, de forma resumida, algumas informações sobre os potenciais ativos

encontrados nos extratos:

1) Corilon (2-hidroxi-3-metil 2-ciclopentan-1-ona) – Em termos de informações

legais até a data de novembro 1999, a EPA (Environmental Protection Agency) tem

aprovado um produto insecticida, no caso uma armadilha de barata, que usa esse

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ingrediente ativo (ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY - EPA, 2012). Essa

substância não é considerada perigosa pela Regulamentação (EC) No. 1272/2008 e

de acordo com a diretiva 67/548/EEC (SIGMA ALDRICH, 2012a).

2) Mequinol (4-metoxifenol) – Pessoas que manipularam essa substância

desenvolveram despigmentação na pele (OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH

- OSHA, 2012). Ela é utilizada como químico para síntese (MERCK, 2012). Em

humanos, a exposição à 4-metoxifenol pode produzir queimadura na pele e olhos

(OSHA, 2012). Essa substância aparece na lista juntamente com as substâncias que

não podem ser utilizadas em Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

A lista aparece na resolução RDC n°48 onde fica proibido o seu uso em produtos

cosméticos das categorias I e II do IARC e outras referências internacionais,

classificadas como cancerígenas, mutagênicas ou tóxicas para a reprodução

(ANVISA, 2008d).

3) 2-metoxi 4-metifenol – Conhecido pelo seu uso em fragrâncias. Causa

irritação na pele, nos olhos e toxicidade aguda na área bucal (SIGMA ALDRICH,

2012b).

4) 4-etil 2-metoxifenol – Conhecido pelo seu uso na produção de aromas em

vinhos (RAYNE et al., 2007). Causa irritação nos olhos, vias respiratórias e na pele

(HGSPACE, 2012).

5) 2,6-dimetoxifenol – É responsável pelo aroma smoky proveniente de

produtos a base de pirólise da lignina (CHEMICAL BOOK, 2012a). Substância

irritante aos olhos, vias respiratórias e pele (SIGMA ALDRICH, 2012c).

6) 1,2,4-trimetoxibenzeno – É utilizado como inseticida, repelente de insetos

para cahorros e gatos. Substância que pode causar irritação nas vias respiratórias,

pele, olhos e no sistema digestório (CHEMICAL BOOK, 2012b).

7) 5-tert-butilpirogalol – Causa irritação nos olhos, vias respiratórias e na pele,

podendo ocasionar câncer (CHEMICAL BOOK, 2012c).

Com relação à estabilidade do extrato pirolenhoso, estudos mais completos

devem ser ainda efetuados, visto que os resultados das avaliações organolépticas

aqui realizadas, mesmo que consideradas parciais, indicaram a necessidade de

cuidados especiais para uma eventual aplicação num produto final (cosmético ou

saneante) devido a instabilidade de cor, principalmente à luz, o odor característico e

o pH ácido.

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Por ser um produto relativamente novo e com produção industrial ainda

tímida, não existem muitos estudos sobre o impacto ambiental gerado pela utilização

do extrato pirolenhoso, sobretudo em relação à presença de alcatrão ou produtos

dele derivados em sua composição, levando a questionamentos quanto à eventuais

malefícios que possam trazer às plantas e mesmo ao homem. Pode-se mencionar,

por exemplo, a eventual presença de compostos derivados do alcatrão que seriam

cancerígenos. No entanto, especialistas apontam que grande parte do alcatrão pode

ser retirado do extrato pirolenhoso, se for conduzida a destilação do composto

(HÜEBLIN, 2001).

No presente trabalho, foi observada uma potencial aplicação do extrato

pirolenhoso, principalmente como agente antifúngico e possível conservante. Na

eventualidade da aplicação em produtos cosméticos e saneantes, devem ser

aplicadas medidas para se evitar a presença de ingredientes avaliados como

tóxicos/cancerígenos e possíveis problemas de instabilidade de cor e odor no

produto final.

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5 CONCLUSÕES

As análises dos extratos pirolenhosos obtidos da madeira de eucalipto

demonstraram a presença de uma gama de compostos oxigenados, tais como

ácidos carboxílicos, ésteres, éteres e cetonas, além de fenol, guaicol e derivados

fenólicos.

Pode-se verificar que o extrato pirolenhoso obtido em escala industrial,

em termos qualitativos, apresenta um menor número de componentes químicos

ligados ao alcatrão.

Quando os extratos pirolenhosos laboratorial e industrial são

submetidos a processos de destilação simples, seus rendimentos de alcatrão

apresentam diferenças significativas, com maior teor para o laboratorial.

Os extratos pirolenhosos obtidos de escala laboratorial e industrial

apresentam diferença significativa de pH, com menor valor para o laboratorial,

podendo ser este um dos aspectos a justificar a diferença de atividade antifúngica

entre eles.

Na análise organoléptica das amostras laboratoriais e industriais foram

observadas alterações na cor quando expostas a luz.

Com relação à composição química do extrato pirolenhoso, deve-se

ressaltar um comportamento diferenciado para o obtido em escala industrial,

comparado ao obtido em laboratório. Os compostos n-hexano, butirolactone, 3-

metilfenol (m-Cresol) e 3,4-dimetilfenol, presentes no extrato industrial, não foram

encontrados no extrato obtido em escala laboratorial. O oposto ocorreu para os

compostos butanediol; 5,9-dodecadieno, 6-10 dimetil; 2-metil, 2-ciclopentanona;

ciclopentanona; ciclopropil carbinol; 2-metoxi-3-metilfenol; 1,2-benzenediol

(pirocatecol); vanillin lactoside; D-Allose; 4-propil-1,1-difenil; 4-hidroxi, 3,5 dimetoxi

benzaldeído; 1,4-hidroxi 3,5-dimetoxifenil etanona e 4-hidroxi 3,5-dimetoxi

benzoidrazina.

O produto que apresentou o melhor potencial antifúngico foi o extrato

pirolenhoso obtido de escala laboratorial. A princípio, os compostos com um maior

número de componentes ligados ao alcatrão foram considerados como sendo

responsáveis pelo maior potencial de ação antifúngica.

Pela análise da composição química de frações antifúngicas de extrato

pirolenhoso, os potenciais ativos da amostra a serem considerados foram: corilon,

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mequinol, 2-metoxi 4-metilfenol, 4-etil 2-metoxifenol, 2,6 – dimetoxifenol, 1,2,4-

trimetoxibenzeno e 5-tert-butilpirogalol.

Observou-se que houve diferença significativa entre os pirolenhosos

industrial e laboratorial com relação a participação das frações antifúngicas dos

compostos fracionados, com maior teor para o laboratorial.

Em todos os extratos estudados, verificam-se componentes

potencialmente tóxicos e suas presenças conferem restrições para suas utilizações

em produtos cosméticos, sugerindo suas remoções, visando tal destinação.

A alternativa de uso do extrato para aplicação em saneantes se mostra

promissora, principalmente para o extrato pirolenhoso laboratorial.

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RAYNE, S.; EGGERS, N.J. Quantitative determination of 4-ethylphenol and 4-ethyl-2-methoxyphenol in wines by a stable isotope dilution assay. Journal of Chromatography A, v.1167, n. 2, p.195-201, 2007. ROSSI,T. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Universidade de São Paulo – ESALQ / USP. Piracicaba, São Paulo, p.21-22, 39-40, 2009. Acesso restrito devido a processo de patente. SECRETARIA DE APOIO RURAL E COOPERATIVISMO. Instrução Normativa Nº 10, de 28 de outubro de 2004. Diario Oficial. Seção 1 . n.212, quinta-feira, 4 de novembro de 2004 1 7 ISSN 1677-7042. SIGMA ALDRICH. Material Safety Datasheet – MSDS - 3-Methyl-2-cyclopenten-1-one. Disponível em: <http://www.sigmaaldrich.com/catalog/product/aldrich/w343502?lang=pt&region=BR>. Acesso em: 14 mar.2012a. _____. Material Safety Data Sheet – MSDS - 2-Dimethoxy 4-methylphenol. Disponível em: <http://www.sigmaaldrich.com/catalog/DisplayMSDSContent.do>. Acesso em: 26 mar. 2012b. _____. Material Safety Data Sheet – MSDS - 2,6-Dimethoxyphenol. Disponível em: <http://www.sigmaaldrich.com/catalog/product/aldrich/d135550?lang=pt&region=BR>. Acesso em: 14 mar. 2012c. SILVA, P.H.M.; BRITO, J.O.; SILVA JR., F.G. Potential of eleven Eucalyptus species for the production of essential oils. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 63, n. 1, p. 85-89, 2006. SIPILÄ, K., KUOPPALA, E., FAGERNÄS, L. & OASMAA, A. Characterisation of biomassbased flash pyrolysis oils. Biomass and Bioenergy, Finlândia, v. 14, n.2, p. 103–113, 1998. SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURA. Fatos e Números do Brasil Florestal. 2008. Disponível em: <http://www.sbs.org.br>. Acesso em: 16 jan.2011. VILELA, G. R.; DE ALMEIDA, G.S. ; D´ARCEA, M.A.B.R. ; MORAES, M.H.D. ; BRITO, J.O.; DA SILVA, M.F.DAS G.F. ; SILVA, S.C.; PIEDADE, S.M.S.; CALORI-DOMINGUES, M.A. ; DA GLORIA, E.M. Activity of essential oil and its major compound, 1,8-cineole, from Eucalyptus globulus Labill., against the storage fungi Aspergillus flavus Link and Aspergillus parasiticus Speare. Journal of Stored Products Research, vol. 45, p.108-111, 2009.

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79

APÊNDICES

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80

APÊNCIDE A – Análise estatística

Os dados de rendimentos gravimétricos em carvão e gases foram submetidos

à análise estatística com o intuito de verificar se havia variações no sistema. A

realização da análise de variância foi condicionada à adequação do pressuposto de

normalidade da distribuição, que foi verificada mediante a aplicação do teste de

Shapiro-Wilk. Os dados foram submetidos ao programa estatístico SAS, Statistical

Analysis System, versão 9.0.

Obs REPETICAO RENDCARVAO RENDPIROLENHOSO RENDGASES

1 1 0.45086 0.33783 0.21131

2 1 0.45932 0.30755 0.23313

3 1 0.47388 0.36251 0.16360

Análise de Variância

Teste de normalidade de Shapiro-Wilk

The UNIVARIATE Procedure Variable: RENDCARVAO

Moments

N 3 Sum Weights 3

Mean 0.46135426 Sum Observations 1.38406278

Std Deviation 0.01164558 Variance 0.00013562

Skewness 0.761822 Kurtosis .

Uncorrected SS 0.6388145 Corrected SS 0.00027124

Coeff Variation 2.52421671 Std Error Mean 0.00672358

Basic Statistical Measures

Location Variability

Mean 0.461354 Std Deviation 0.01165

Median 0.459321 Variance 0.0001356

Mode . Range 0.02302

Interquartile Range 0.02302

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81

Tests for Location: Mu0=0

Test Statistic p Value

Student's t t 68.61736 Pr > |t| 0.0002

Sign M 1.5 Pr >= |M| 0.2500

Signed Rank S 3 Pr >= |S| 0.2500

Tests for Normality

Test Statistic p Value

Shapiro-Wilk W 0.977131 Pr < W 0.7101

Kolmogorov-Smirnov D 0.235977 Pr > D >0.1500

Cramer-von Mises W-Sq 0.033532 Pr > W-Sq >0.2500

Anderson-Darling A-Sq 0.215119 Pr > A-Sq >0.2500

Análise de Variância

Teste de normalidade de Shapiro-Wilk

The UNIVARIATE Procedure Variable: RENDPIROLENHOSO

Moments

N 3 Sum Weights 3

Mean 0.33596745 Sum Observations 1.00790236

Std Deviation 0.02752767 Variance 0.00075777

Skewness -0.3036903 Kurtosis .

Uncorrected SS 0.34013793 Corrected SS 0.00151554

Coeff Variation 8.19355173 Std Error Mean 0.01589311

Basic Statistical Measures

Location Variability

Mean 0.335967 Std Deviation 0.02753

Median 0.337834 Variance 0.0007578

Mode . Range 0.05496

Interquartile Range 0.05496

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82

Tests for Location: Mu0=0

Test Statistic p Value

Student's t t 21.13919 Pr > |t| 0.0022

Sign M 1.5 Pr >= |M| 0.2500

Signed Rank S 3 Pr >= |S| 0.2500

Tests for Normality

Test Statistic p Value

Shapiro-Wilk W 0.996553 Pr < W 0.8878

Kolmogorov-Smirnov D 0.193694 Pr > D >0.1500

Cramer-von Mises W-Sq 0.028754 Pr > W-Sq >0.2500

Anderson-Darling A-Sq 0.193333 Pr > A-Sq >0.2500

Análise de Variância

Teste de normalidade de Shapiro-Wilk

The UNIVARIATE Procedure Variable: RENDGASES

Moments

N 3 Sum Weights 3

Mean 0.20267829 Sum Observations 0.60803487

Std Deviation 0.03555526 Variance 0.00126418

Skewness -1.0277452 Kurtosis .

Uncorrected SS 0.12576382 Corrected SS 0.00252835

Coeff Variation 17.5427074 Std Error Mean 0.02052784

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83

Basic Statistical Measures

Location Variability

Mean 0.202678 Std Deviation 0.03556

Median 0.211307 Variance 0.00126

Mode . Range 0.06952

Interquartile Range 0.06952

Tests for Location: Mu0=0

Test Statistic p Value

Student's t t 9.873338 Pr > |t| 0.0101

Sign M 1.5 Pr >= |M| 0.2500

Signed Rank S 3 Pr >= |S| 0.2500

Tests for Normality

Test Statistic p Value

Shapiro-Wilk W 0.95583 Pr < W 0.5956

Kolmogorov-Smirnov D 0.26254 Pr > D >0.1500

Cramer-von Mises W-Sq 0.038772 Pr > W-Sq >0.2500

Anderson-Darling A-Sq 0.239259 Pr > A-Sq >0.2500

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84

APÊNCIDE B – Análise estatística (ANOVA) e teste de Tukey

Análises comparativas dos dados foram realizadas por meio de ANOVA (α = 0,05)

seguido do teste de Tukey para os dados de pH

A realização da análise de variância foi condicionada à adequação do

pressuposto de normalidade da distribuição, que foi verificada mediante a aplicação

do teste de Shapiro-Wilk. Os dados foram submetidos ao programa estatístico SAS,

Statistical Analysis System, versão 9.0.

Obs REPETICAO PH

1 PLO 2.10

2 PLO 2.29

3 PLO 2.24

4 PIO 2.70

5 PIO 2.67

6 PIO 2.66

Análise de Variância

Teste de normalidade de Shapiro-Wilk

The UNIVARIATE Procedure - Variable: PH

Moments

N 6 Sum Weights 6

Mean 2.44333333 Sum Observations 14.66

Std Deviation 0.26341349 Variance 0.06938667

Skewness -0.2258128 Kurtosis -2.5656265

Uncorrected SS 36.1662 Corrected SS 0.34693333

Coeff Variation 10.7809068 Std Error Mean 0.10753811

Basic Statistical Measures

Location Variability

Mean 2.443333 Std Deviation 0.26341

Median 2.475000 Variance 0.06939

Mode . Range 0.60000

Interquartile Range 0.43000

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85

Tests for Location: Mu0=0

Test Statistic p Value

Student's t t 22.72063 Pr > |t| <.0001

Sign M 3 Pr >= |M| 0.0313

Signed Rank S 10.5 Pr >= |S| 0.0313

Tests for Normality

Test Statistic p Value

Shapiro-Wilk W 0.837841 Pr < W 0.1251

Kolmogorov-Smirnov D 0.294614 Pr > D 0.0987

Cramer-von Mises W-Sq 0.087909 Pr > W-Sq 0.1337

Anderson-Darling A-Sq 0.510112 Pr > A-Sq 0.1180

Análise de homogeneidade da variância

The TRANSREG Procedure

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86

Transformation Information for

BoxCox(PH)

Lambda R-Square Log Like

-3.00 0.88 13.40822

-2.75 0.89 13.56675

-2.50 0.89 13.72474

-2.25 0.90 13.88216

-2.00 0.90 14.03897

-1.75 0.90 14.19514

-1.50 0.91 14.35063

-1.25 0.91 14.50538

-1.00 0.92 14.65936

-0.75 0.92 14.81250

-0.50 0.92 14.96474

-0.25 0.93 15.11602 *

0.00 0.93 15.26626 *

0.25 0.93 15.41539 *

0.50 0.94 15.56333 *

0.75 0.94 15.70997 *

1.00 + 0.94 15.85522 *

1.25 0.94 15.99896 *

1.50 0.95 16.14108 *

1.75 0.95 16.28145 *

2.00 0.95 16.41993 *

2.25 0.95 16.55637 *

2.50 0.96 16.69061 *

2.75 0.96 16.82247 *

3.00 0.96 16.95177 <

< - Best Lambda

* - Confidence Interval

+ - Convenient Lambda

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87

TRANSREG Univariate Algorithm Iteration History for

BoxCox(PH)

Iteration

Number

Average

Change

Maximum

Change R-Square

Criterion

Change Note

1 0.00000 0.00000 0.95936 Converged

Algorithm converged.

Análise da variância – Teste F

The GLM Procedure

Class Level Information

Class Levels Values

REPETICAO 2 PIO PLO

Number of observations 6

Dependent Variable: PH

Source DF

Sum of

Squares Mean Square F Value Pr > F

Model 1 0.32666667 0.32666667 64.47 0.0013

Error 4 0.02026667 0.00506667

Corrected Total 5 0.34693333

R-Square Coeff Var Root MSE PH Mean

0.941583 2.913255 0.071181 2.443333

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88

Source DF Type I SS Mean Square F Value Pr > F

REPETICAO 1 0.32666667 0.32666667 64.47 0.0013

Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F

REPETICAO 1 0.32666667 0.32666667 64.47 0.0013

Tukey´s Studentized Range (HSD) Test for PH

Alpha 0.05

Error Degrees of Freedom 4

Error Mean Square 0.005067

Critical Value of Studentized Range 3.92649

Minimum Significant Difference 0.1614

Means with the same letter are not

significantly different.

Tukey Grouping Mean N REPETICAO

A 2.67667 3 PIO

B 2.21000 3 PLO

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89

APÊNCIDE C – Análise estatística (ANOVA) e teste de Tukey

Análises comparativas dos dados foram realizadas por meio de ANOVA (α = 0,05)

seguido do teste de Tukey para os resultados do balanço de massa e cálculo de

rendimentos em alcatrão e extrato pirolenhoso destilado obtido em escala industrial

(PIO) e laboratorial (PLO).

A realização da análise de variância foi condicionada à adequação do pressuposto

de normalidade da distribuição, que foi verificada mediante a aplicação do teste de

Shapiro-Wilk. Os dados foram submetidos ao programa estatístico SAS, Statistical

Analysis System, versão 9.0.

Obs REPETICAO ALCATRAO LPD

1 PLI 0.5818 99.42

2 PLI 0.2050 99.79

3 PLI 0.8644 99.14

4 PLO 14.0900 85.91

5 PLO 13.5400 86.46

6 PLO 15.3800 84.62

Análise de Variância

Teste de normalidade de Shapiro-Wilk

The UNIVARIATE Procedure - Variable: ALCATRAO

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90

Moments

N 6 Sum Weights 6

Mean 7.44354604 Sum Observations 44.6612762

Std Deviation 7.57751433 Variance 57.4187234

Skewness 0.02273451 Kurtosis -3.2486456

Uncorrected SS 619.531882 Corrected SS 287.093617

Coeff Variation 101.799791 Std Error Mean 3.09350727

Basic Statistical Measures

Location Variability

Mean 7.443546 Std Deviation 7.57751

Median 7.202205 Variance 57.41872

Mode . Range 15.17498

Interquartile Range 13.50815

Tests for Location: Mu0=0

Test Statistic p Value

Student's t t 2.406183 Pr > |t| 0.0612

Sign M 3 Pr >= |M| 0.0313

Signed Rank S 10.5 Pr >= |S| 0.0313

Tests for Normality

Test Statistic p Value

Shapiro-Wilk W 0.749372 Pr < W 0.0196

Kolmogorov-Smirnov D 0.30737 Pr > D 0.0753

Cramer-von Mises W-Sq 0.126264 Pr > W-Sq 0.0377

Anderson-Darling A-Sq 0.743396 Pr > A-Sq 0.0241

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91

Análise de homogeneidade da variância

The TRANSREG Procedure

Transformation Information for

BoxCox(ALCATRAO)

Lambda R-Square Log Like

-3.00 0.23 -39.2342

-2.75 0.24 -35.8941

-2.50 0.25 -32.5838

-2.25 0.27 -29.3059

-2.00 0.30 -26.0637

-1.75 0.33 -22.8604

-1.50 0.38 -19.6996

-1.25 0.45 -16.5852

-1.00 0.54 -13.5212

-0.75 0.65 -10.5119

-0.50 0.77 -7.5620

-0.25 0.87 -4.6777

0.00 0.94 -1.8762

0.25 0.98 0.7643

0.50 0.99 2.8771 *

0.75 0.99 3.4571 <

1.00 + 0.99 2.0750 *

1.25 0.99 -0.2289

1.50 0.99 -2.7582

1.75 0.98 -5.3322

2.00 0.98 -7.9153

2.25 0.97 -10.5005

2.50 0.96 -13.0866

2.75 0.96 -15.6733

3.00 0.95 -18.2606

< - Best Lambda

* - Confidence Interval

+ - Convenient Lambda

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92

TRANSREG Univariate Algorithm Iteration History for

BoxCox(ALCATRAO)

Iteration

Number

Average

Change

Maximum

Change R-Square

Criterion

Change Note

1 0.00000 0.00000 0.99357 Converged

Algorithm converged.

Análise da variância – Teste F

The GLM Procedure

Class Level Information

Class Levels Values

REPETICAO 2 PLI PLO

Number of observations 6

Dependent Variable: ALCATRAO

Source DF

Sum of

Squares Mean Square F Value Pr > F

Model 1 285.0906722 285.0906722 569.34 <.0001

Error 4 2.0029448 0.5007362

Corrected Total 5 287.0936169

R-Square Coeff Var Root MSE ALCATRAO Mean

0.993023 9.506587 0.707627 7.443546

Source DF Type I SS Mean Square F Value Pr > F

REPETICAO 1 285.0906722 285.0906722 569.34 <.0001

Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F

REPETICAO 1 285.0906722 285.0906722 569.34 <.0001

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93

Tukey´s Studentized Range (HSD) Test for ALCATRAO

Alpha 0.05

Error Degrees of Freedom 4

Error Mean Square 0.500736

Critical Value of Studentized Range 3.92649

Minimum Significant Difference 1.6042

Means with the same letter are not

significantly different.

Tukey Grouping Mean N REPETICAO

A 14.3367 3 PLO

B 0.5504 3 PLI

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94

APÊNCIDE D – Análise estatística (ANOVA) e teste de Tukey

Análises comparativas dos dados foram realizadas por meio de ANOVA (α = 0,05)

seguido do teste de Tukey para as médias das participações nos extratos

pirolenhosos obtidos da escala de laboratório (PLO) e em escala industrial (PIO)

A realização da análise de variância foi condicionada à adequação do pressuposto

de normalidade da distribuição, que foi verificada mediante a aplicação do teste de

Shapiro-Wilk. Os dados foram submetidos ao programa estatístico SAS, Statistical

Analysis System, versão 9.0.

Obs REPETICAO PARTICIPACAO

1 PLO 22.51

2 PLO 25.74

3 PLO 27.72

4 PIO 13.08

5 PIO 12.46

6 PIO 12.70

Análise de Variância

Teste de normalidade de Shapiro-Wilk

The UNIVARIATE Procedure - Variable: PARTICIPACAO

Moments

N 6 Sum Weights 6

Mean 19.035 Sum Observations 114.21

Std Deviation 7.08924185 Variance 50.25735

Skewness 0.20953398 Kurtosis -2.7598234

Uncorrected SS 2425.2741 Corrected SS 251.28675

Coeff Variation 37.2431933 Std Error Mean 2.89417087

Basic Statistical Measures

Location Variability

Mean 19.03500 Std Deviation 7.08924

Median 17.79500 Variance 50.25735

Mode . Range 15.26000

Interquartile Range 13.04000

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95

Tests for Location: Mu0=0

Test Statistic p Value

Student's t t 6.577013 Pr > |t| 0.0012

Sign M 3 Pr >= |M| 0.0313

Signed Rank S 10.5 Pr >= |S| 0.0313

Tests for Normality

Test Statistic p Value

Shapiro-Wilk W 0.814279 Pr < W 0.0787

Kolmogorov-Smirnov D 0.299547 Pr > D 0.0897

Cramer-von Mises W-Sq 0.091252 Pr > W-Sq 0.1198

Anderson-Darling A-Sq 0.547431 Pr > A-Sq 0.0921

Análise da variância – Teste F

The GLM Procedure

Class Level Information

Class Levels Values

REPETICAO 2 PIO PLO

Number of observations 6

Class Level Information

Class Levels Values

PROCESSO 2 PLI PLO

Number of observations 42

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96

Dependent Variable: PARTICIPACAO

Source DF

Sum of

Squares Mean Square F Value Pr > F

Model 1 237.2588167 237.2588167 67.65 0.0012

Error 4 14.0279333 3.5069833

Corrected Total 5 251.2867500

R-Square Coeff Var Root MSE PARTICIPACAO Mean

0.944176 9.838162 1.872694 19.03500

Source DF Type I SS Mean Square F Value Pr > F

REPETICAO 1 237.2588167 237.2588167 67.65 0.0012

Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F

REPETICAO 1 237.2588167 237.2588167 67.65 0.0012

Tukey´s Studentized Range (HSD) Test for PARTICIPACAO

Alpha 0.05

Error Degrees of Freedom 4

Error Mean Square 3.506983

Critical Value of Studentized Range 3.92649

Minimum Significant Difference 4.2453

Means with the same letter are not

significantly different.

Tukey Grouping Mean N REPETICAO

A 25.323 3 PLO

B 12.747 3 PIO

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ANEXOS

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98

ANEXO A - LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE AÇÃO CONSERVANTE PERMITIDAS

título: Resolução RDC nº 162, de 11 de setembro de 2001

ementa: Estabelece a Lista de Substâncias de Ação Conservantes

para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

publicação: D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 12 de

setembro de 2001

órgão emissor: ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

alcance do ato: federal - Brasil

área de atuação: Cosméticos

relacionamento(s):

revoga:

Erro! A referência de hiperlink não é válida.

Resolução RDC nº 162 de 11 de setembro de 2001

Estabelece a Lista de Substâncias de Ação Conservantes para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o art. 11, inciso IV, do Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto 3.029, de 16 de abril de 1999, em reunião realizada em 5 de setembro de 2001,

considerando que a Vigilância Sanitária tem como missão precípua a prevenção de agravos à saúde, a ação reguladora de garantia de qualidade de produtos e serviços que inclui a aprovação de normas e suas atualizações, bem como a fiscalização de sua aplicação;

considerando a necessidade de atualizar as Listas de Substâncias constantes da Resolução 79/00, permitidas para uso em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e outros com abrangência neste contexto, com base na Lei 6.360/76 e seu Regulamento, Decreto 79.094/77 e na Resolução GMC nº 54/99 - Mecanismo de Periodicidade Para Atualização das Listas de Substâncias;

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99

considerando a importância de compatibilizar os regulamentos nacionais com os instrumentos harmonizados no âmbito do Mercosul, especificamente a Resolução GMC nº 72/00 - Lista de Substâncias de Ação Conservante Para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes;

considerando que a legislação sanitária vigente se aplica a produtos nacionais, provenientes dos Estados Partes do Mercosul e de outros países;

adotou a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação:

Art.1º Aprovar a Lista de Conservantes Permitidos Para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, que consta do Anexo desta Resolução.

Art. 2º Revogar o Anexo II da Resolução nº 79, de 28 de agosto de 2000.

Art . 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

GONZALO VECINA NETO

ANEXO

LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE AÇÃO CONSERVANTE PERMITIDAS PARA PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES

1. CONSERVANTES : São substâncias adicionadas aos Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes com a finalidade primária de preservá-los de danos e/ou deteriorações causados por microorganismos durante sua fabricação e estocagem, bem como proteger o consumidor de contaminação inadvertida durante o uso do produto.

2. As substâncias com o símbolo (+) também podem ser adicionadas à estes produtos em concentrações outras das listadas abaixo, com a finalidade aparente específica diferente à da conservação do produto, como por exemplo: desodorante, anticaspa, etc.

3. Existem outras substâncias usadas em formulações de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes que também possuem ação conservante nestes produtos, como por exemplo: muitos óleos essenciais e alguns álcoois. Estas substâncias não estão incluídas nesta lista.

4. Para fins desta lista:

`SAIS` significa: sais dos cátions de sódio, potássio, magnésio, amônio e etanolaminas; sais dos ânions: cloreto, brometo, sulfato e acetato.

`ESTERES` significa: ésteres de metila, etila, propila, isopropila, butila, isobutila e fenila.

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100

5. ASSOCIAÇÕES:

É permitida a associação de substâncias conservantes obedecidos seus limites individuais.

Em casos especiais, quando houver necessidade de utilizar-se uma concentração que ultrapasse os valores individuais estipulados na lista, a empresa deverá apresentar documentação técnico-científica justificando o seu uso.

. Lista de Substâncias de Ação Conservante Permitidas para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

ORD

Substância (NOME INCI) MÁXIMA

CONCENTRAÇÃO

AUTORIZADA

LIMITAÇÕES CONDIÇÕES DE

USO E

ADVERTÊNCIAS

1 Ácido benzóico, seus sais e

ésteres (+) (BENZOIC ACID,

salts e esters)

0,5% (expresso

como ácido)

. .

2 Ácido propiônico e seus sais (+)

(PROPIONIC ACID e salts)

2,0% (expresso

como ácido)

. .

3 Ácido salicílico e seus sais (+)

(SALICYLIC ACID e salts)

0,5% (expresso

como ácido)

Proibido em

crianças com

menos de 3 anos

de idade, exceto

para shampoos.

Não usar em

crianças com

menos de 3 anos

de idade.

4 Ácido sórbico e seus sais (+)

(SORBIC ACID e salts)

0,6% (expresso

como ácido)

. .

5 Formaldeído e paraformaldeído

(+) (FORMALDEHYDE e

PARAFORMALDEHYDE)

0,1% (em produtos

de higiene oral)

0,2% (outros

produtos não

destinados à

higiene oral).

(expresso como

formaldeído livre)

Proibido em

aerossóis

Contém

formaldeído

(somente para

concentrações

superiores a

0,05% no produto

final)

6 Bifenil-2-ol (o-fenilfenol) e seus

sais (+) (O-PHENYLPHENOL e

salts)

0,2% (expresso

como fenol)

. .

7 Piritionato de zinco(+) (ZINC

PYRITHIONE)

0,5% Somente em

produtos de

breve contato

com a pele e

cabelo. Proibido

em produtos de

higiene oral.

.

8 Sulfitos e Bisulfitos

inorgânicos(+) (AMMONIUM

0,2% (expresso

como SO2 livre)

. .

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101

SULFITE e BISULFITE, etc.)

9 Iodato de sódio (SODIUM

IODATE)

0,1% Somente para

produtos que se

enxagüe

.

10 1,1,1-Tricloro-2-metilpropanol-2-

(clorobutanol)

(CHLOROBUTANOL)

0,5% Proibido em

aerossóis

Contém

clorobutanol

11 Ácido 4-hidroxibenzóico, seus

sais e ésteres(+) (PARABEN

salts e esters)

0,4%( expresso

como ácido)

individual para 1

éster 0,8%(

expresso como

ácido) para misturas

dos sais ou ésteres.

. .

12 Ácido dehidroacético e seus

sais (DEHYDROACETIC ACID

e salts)

0,6%( expresso

como ácido)

Proibido em

aerossóis

.

13 Ácido fórmico e seu sal

sódico(+) (FORMIC ACID e

sodium salt)

0,5%( expresso

como ácido)

. .

14 3,3`-Dibromo-4,4`hexametileno-

dioxidibenzamidina e seus sais

(incluindo isotionato)

(dibromohexamidina)

(DIBROMIHEXAMIDINE e salts)

0,1% . .

15 Tiosalicilato de etilmercurio

sódico (Tiomersal) (Timerosal)

(THIMEROSAL)

0,007%(de Hg).Se

misturado com

outros compostos

mercuriais o total de

Hg não pode ser

maior que 0,007%

no produto final.

Somente em

produtos para a

área dos olhos.

Contém timerosal

16 Fenilmercúrio e seus sais

(incluindo borato)

(PHENYLMERCURIC e salts)

0,007%(de Hg).Se

misturado com

outros compostos

mercuriais o total de

Hg não pode ser

maior que 0,007%

no produto final.

Somente em

produtos para a

área dos olhos.

Contém

compostos

fenilmercuriais

17 Ácido undecanóico-10-eno,

(undecilênico), seus sais(+),

ésteres, aminas e

sulfosuccinato (UNDECILENIC

ACID e SALTS)

0,2% (expresso

como ácido)

. .

18 Amino-5-bis(etil-2-hexil)-1,3 0,1% . .

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metil-5-perhidropirimidina (+)

(HEXETIDINE)

19 5-Bromo-5-nitro-1,3 dioxano (5-

BROMO-5-NITRO-1,3-

DIOXANE)

0,1% Somente para

produtos que se

enxague. Evitar

formação de

nitrosaminas.

.

20 2-Bromo-2-nitropropano-1,3-diol

(Bronopol) (+) (2-BROMO-2-

NITROPROPANE-1,3-DIOL)

0,1% Evitar formação

de nitrosaminas.

.

21 3,4,4`- Triclorocarbanilida(+)

(TRICHLOCARBAN)

0,2% Critério de

pureza: 3,3`,4,4`-

Tetraclo-

roazobenzeno <

1ppm 3,3`,4,4`-

Tetraclo-

roazoxibenzeno

< 1ppm

.

22 p-cloro-metacresol (+) (p-

CHLORO-m-CRESOL)

0,2% Proibido em

produtos que

entram em

contato com

mucosas.

.

23 p-cloro-metaxileno (+)

(CHLOROXYLENOL)

0,5% . .

24 Imidazolidinil uréia(+)

(IMIDAZOLIDINYL UREA)

0,6% . . .

25 Cloridrato de polihexametileno

biguanida(+)

(POLYAMINOPROPYL

BIGUANIDE)

0,3% . .

26 2-Fenoxietanol (+)

(PHENOXYETHANOL)

1,0% . .

27 Cloreto de 1-(3-cloroalil)-3,5,7-

triazo-1-azoniadamantano

(QUATERNIUM 15)

0,2% . .

28 1-(4-clorofenoxi)-1-(1-

imidazolil)-3,3-dimetil-2-

butanona (+) (CLIMBAZOLE)

0,5% . .

29 1,3-Dimetilol-5,5-

dimetilhidantoína (+) (DMDM

HYDANTOINE)

0,6% . .

30 Álcool benzílico (+) (BENZYL

ALCOHOL)

1,0% . .

31 1-Hidroxi-4-metil-6(2,4,4-

trimetilpentil)2-piridona e seus

sais de monoetanolamina (+)

1,0% 0,5% Para produtos

que se enxágüe.

Para outros

.

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103

(Octopirox) (PIROCTONE

OLAMINE)

produtos

32 1,2-Dibromo-2,4-dicianobutano

(METHYL

DIBROMOGLUTARONITRILE)

0,1% Não usar em

produtos para

bronzear em

concentração

maior que

0,025%

.

33 4-Isopropil-m-cresol (O-

CYMEN-5-OL)

0,1% . .

34 Mistura de 5-cloro-2-metil-4-

isotiazolina-3-ona e 2-metil-4-

isotiazolina-3-ona com cloreto

de magnésio e nitrato de

magnésio (3:1)

(METHYLISOTHIAZOLINONE

+ METHYL CHLORO

ISOTIAZOLINONE)

0,0015% . .

35 2-Benzil-4-Clorofenol

(CHLOROPHENE)

0,2% . .

36 2-Cloroacetamida

(CHLORACETAMIDE)

0,3% . Contém

cloroacetamida

37 Bis-(p-clorofenildiguanida)-1,6-

hexano (+): acetato, gluconato

e cloridrato (CHLORHEXIDINE

DIGLUCONATE,

DIHYDROCHLORIDE,

DIACETATE)

0,3% (expresso

como clorohexidina)

. .

38 1-Fenoxi-2-propanol

(PHENOXYPROPANOL)

1,0% Somente para

produtos que se

enxágüe

.

39 4,4-Dimetil-1,3-oxazolidina

(DIMETHYL OXAZOLIDINE)

0,1% pH do produto

final não deve

ser < 6

.

40 N-(hidroximetil)-N-

(dihidroximetil-1,3-dioxo-2,5-

imidazolidinil-4)-

N`(hidroximetil)urea (+)

(DIAZOLIDINYL UREA)

0,5% . .

41 Glutaraldeído (GLUTARAL) 0,1% Proibido em

aerossóis.

Contém

glutaraldeído

(somente para

concentrações

superiores a

0,05% no produto

final)

42 5-Etil-3,7-dioxo-1- 0,3% Proibido em .

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104

azobiciclo(3.3.0)octano (7-

ETHYLBICYCLO

OXAZOLIDINE)

produtos para

higiene oral e

que entram em

contato com

mucosa.

43 3-Hidroxi-4-isopropil tolueno

(timol) (THYMOL)

0,1% . .

44 Farnesol (+) (FARNESOL) 0,6% . .

45 Monometilol dimetil hidantoína

(MDM HYDANTOIN)

0,5% Somente para

produtos que se

enxágüe.

.

46 6,6-dibromo-4,4-dicloro-2,2-

metilenodifenol (+)

(BROMOCHLOROPHENE)

0,1% . .

47 Álcool 2,4-Diclorobenzílico (+)

(DICHLOROBENZYL

ALCOHOL)

0,15% . .

48 Tricloro-3,4,4`hidróxi-2`

difenileter (+) (TRICLOSAN)

0,3% . .

49 Hexametilenotetramina (+)

(METHENAMINE)

0,15% . .

50 Brometo e Cloreto de

Alquil(C12-C22) Trimetilamônio

(+) (BEHENTRIMONIUM,

CETRIMONIUM,

LAUTRIMONIUM,

MYRTRIMONIUM,

STERTRIMONIUM: BROMIDE

e CHLORIDE)

0,1% . .

51 1,6-Di-(4-amidinofenoxi)-n-

hexano e seus sais (incluindo

isotionato e p-hidroxibenzoato)

(+) (HEXAMIDINE e salts)

0,1% . .

52 3-(p-clorofenoxi)-propano-1,2-

diol (CHLORPHENESIN)

0,3% . .

53 Hidroximetil aminoacetato de

sódio (SODIUM

HYDROXYMETHYL

GLYCINATE)

0,5% . .

54 Cloreto de prata depositado em

dióxido de titânio (TITANIUM

DIOXIDE + SILVER

CHLORIDE)

0,004% ( calculado

como Cloreto de

prata)

20% AgCl (p/p)

em TiO2.

Proibido em

produtos para

crianças abaixo

de 3 anos de

idade, em

produtos para

.

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105

higiene oral e em

produtos para a

área dos olhos e

lábios.

55 Brometo de dodecil-dimetil-

fenoxietilamônio (DOMIPHEN

BROMIDE)

0,3% . .

56 Cloreto de alquil piridínio

(ALKYLPYRIDINIUM

CHLORIDE)

0,3% 0,2% em

produtos para

crianças e em

produtos que

entram em contato

com mucosas.

. .

57 Cloreto, Brometo e Sacarinato

(C8-C18) de Alquil

dimetilbenzilamônio (+)

(BENZALKONIUM BROMIDE,

CHLORIDE, SACCHARINATE)

0,1% (Calculado

como cloreto de

benzalcônio)

. Evite contato com

os olhos

58 Benzilhemiformal

(BENZYLHEMIFORMAL)

0,15% Somente para

produtos que se

enxágüe.

.

59 Carbamato de 3-Iodo-2-

propinilbutil (IODOPROPINYL

BUTYLCARBAMATE)

0,05% 1.Não usar em

produtos para

higiene bucal e

em produtos

para os lábios.

2.Se a

concentração

nos produtos que

permanecem em

contato

prolongado com

a pele for

superior à 0,02%

deverá ser

mencionado no

texto: Contém

Iodo

Contém iodo

60 Cloreto de Diisobutil

Fenoxietoxietil -dimetil -

benzilamônio

(BENZETHONIUM CHLORIDE)

0,1% Somente para

produtos que se

enxágüe.

.

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106

LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE AÇÃO CONSERVANTE PERMITIDAS PARA PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES ATÉ : 31/12/2001

ORD

SUBSTÂNCIA (NOME INCI) MÁXIMA

CONCENTRAÇÃO

AUTORIZADA

LIMITAÇÕES CONDIÇÕES DE

USO E

ADVERTÊNCIAS

24a Cloreto de diisobutil-

cresoxietil-dimetilbenzil

amônio

(METHYLBENZETHONIUM

CHLORIDE)

0,2% 0,1% em

produtos infantis

Proibido em

produtos que

entram em

contato com

mucosas

.

25a Cloreto de N-(lauril-

colaminoformilmetil) Piridínio

(LAPYRIUM CHLORIDE)

0,2% Proibido em

produtos que

entram em

contato com

mucosas e em

produtos

infantis.

.

26a 6-Clorotimol

(CHLOROTHYMOL)

0,1% Proibido em

produtos

infantis.

.

27a 3,5-Dibromo-3-trifluor-metil-

salicilanilida

(FLUOROSALAN)

2% Somente para

sabonetes

.

28a 2,4-dicloro-3,5-xilenol

(DICHLORO-m-XYLENOL)

0,1% Proibido em

produtos

infantis

.

29a 2-Feniletanol (PHENETYL

ALCOHOL)

0,5% p .

31a 1-Hidroximetil-3,5-

dimetilpirazol (DIMETHYL

HYDROXYMETHYL

PYRAZOLE)

0,1% . .

35a Isotimol e carvacrol

(ISOPROPYL CRESOLS)

0,1% . .

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ANEXO B - RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 35, DE 3 DE

JUNHO DE 2008

Dispõe sobre conservantes permitidos

para produtos saneantes.

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso

da atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 11 do Regulamento aprovado

pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em vista o disposto no

inciso II e nos §§ 1º e 3º do art. 54 do Regimento Interno aprovado nos termos

do Anexo I da Portaria nº 354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada

no DOU de 21 de agosto de 2006, em reunião realizada em 29 de maio de 2008,

e

considerando que a Vigilância Sanitária tem como missão precípua a

prevenção de agravos à saúde, a ação reguladora de garantia de qualidade de

produtos e serviços que inclui a aprovação de normas e suas atualizações, bem

como a fiscalização de sua aplicação;

considerando a necessidade de implementar ações que venham contribuir

para a melhoria da qualidade, oferecendo produtos com menor risco toxicológico

e de assegurar o nível de proteção à saúde da população;

considerando a necessidade de estabelecer lista de conservantes e

respectivas concentrações para utilização na formulação de produtos saneantes;

considerando a necessidade de banir o conservante Formaldeído das

formulações de produtos saneantes, devido a sua reconhecida carcinogenicidade

e atual classificação toxicológica pela IARC (International Agency for Research

on Cancer);

considerando que o art. 5º da Resolução RDC nº. 184 de 22 de outubro de

2001 proíbe o uso de substâncias carcinogênicas, teratogênicas e mutagênicas

nas formulações de produtos saneantes;

adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretor-

Presidente, determino a sua publicação:

Art.1º Aprovar a lista de conservantes permitidos para produtos saneantes,

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108

que consta do Anexo desta Resolução.

Art. 2° A concentração máxima permitida para os respectivos

conservantes, constante no Anexo desta Resolução deve ser obedecida.

Art. 3º É permitida a associação de substâncias conservantes, obedecidos

seus limites individuais.

Art. 4° Fica proibido o uso do Formaldeído em produtos saneantes, assim

como concentrações dos demais conservantes superiores às permitidas no

anexo desta Resolução e devidas atualizações.

Art. 5º Conceder o prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias para que os

produtos anteriormente notificados e/ou registrados ajustem-se aos dispositivos

desta Resolução, observado o disposto no art. 13 da Lei nº. 6.360/76.

Parágrafo único. A empresa que não optar pelo descrito no caput deste

artigo terá automaticamente a notificação e/ou registro do produto cancelado,

com fulcro no art. 6º da Lei nº. 6.360/76.

Art. 6º. Todas as alterações, inclusões e/ou exclusões no conteúdo da

presente lista serão publicadas em Diário Oficial da União.

Art. 7º - As situações em desacordo com o disposto nesta Resolução

constituem infração sanitária, sujeitando o infrator às penalidades previstas na

Lei no 6.437, de 20 de agosto de 1977, no Decreto-Lei nº. 2.848, de 7 de

dezembro de 1940, demais regulamentos cabíveis e devidas atualizações.

Art. 8º Esta norma revoga as demais disposições em contrário.

Art. 9º Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

DIRCEU RAPOSO DE MELLO

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109

ANEXO C

LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE AÇÃO CONSERVANTE PERMITIDAS PARA

FORMULAÇÕES DE PRODUTOS SANEANTES

Nº NOME QUÍMICO NÚMERO CAS CONCENTRAÇÂO MÁX.

PERMITIDA (% p/p)

01 BENZOATO DE SÓDIO 532-32-1 1,00

02 BROMO-2 NITRO-2

PROPANODIOL

52-51-7 0,10

03 CLOROTALONIL 1897-45-6 0,05

04 MISTURA MIT/ CMIT1:3 - METIL

ISOTIAZOLINONA / METILCLORO

ISOTIAZOLINONA

2682-20-4

26172-55-4

0,0015

05 1,2-BENZO-ISOTIAZOLINONA

(BIT)

2634-33-5 0,05

06 METIL ISOTIAZOLINONA (MIT) 2682-20-4 0,01

07 OCTIL-ISOTIAZOLINONA 26530-20-1 0,0005

08 METIL BROMO

GLUTARALNITRILA

35691-65-7 0,10

09 PARA-CLORO META-CRESOL 59-50-7 0,20

10 2,4 DICLORO BENZIL ALCOOL 1777-82-8 0,15

11 ORTOFENIL FENOL 90-43-7 0,20

12 2-BENZIL 4-CLOROFENOL 120-32-1 0,20

13 1-FENOXI -2-PROPANOL 770-35-4 0,50

14 4,4-DIMETIL-1,3-OXAZOLIDINA 51200-87-4 0,10

15 7-ETIL BICICLO OXAZOLIDINA 7747-35-5 0,30

16 CLOROXILENOL 88-44-0 0,50

17 PIRITIONATO DE ZINCO 13463-41-7 0,50

18 CLORETO DE DIDECILDIMETIL

AMÔNIO

7173-51-5 0,10

19 CLORETO DE ALQUIL DIMETIL

BENZIL AMONIO / CLORETO DE

39403-41-3

68424-85-1

0,10

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110

BENZALCONIO

(C12 - C16)

63449-42-3

68424-95-3

70294-44-9

8001-54-5

20 DITIOMETILBENZAMIDA 2527-58-4 0,10

21 DIAZOLIDINIL UREIA 78491-02-8 0,50

22 IMIDAZOLIDINIL UREIA 39236-46-9 0,60

23 HIDROXIMETILGLICINATO DE

SÓDIO

70161-44-3 0,50

24 MDM HIDANTOÍNA 116-25-6 0,50

25 DMDM HIDANTOÍNA 6440-58-0 0,60

26 QUARTENIUM -15 / CLORETO DE

1- (3-CLOROALIL) -3,5,7-TRIAZO-

1-AZONIADAMANTANO

4080-31-3 0,20

27 2-FENOXIETANOL 122-99-6 1,00

28 3,4,4’ TRICLOROCARBANILIDA 101-20-2 0,20

29 POLIHEXAMETILENO BIGUANIDA 32289-58-0 0,30

30 PIRITIONATO DE SÓDIO 3811-73-2 0,064

31 ÁCIDO SÓRBICO / SORBATO DE

POTÁSSIO

110-44-1 0,60

32 ÁLCOOL BENZÍLICO 100-51-6 1,00