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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE INTELIGÊNCIA E MEMÓRIA: SUCESSO NA APRENDIZAGEM. Por: Tatiana Freire do Sacramento Orientador Prof: Luís Cláudio Lopes Alves Rio de Janeiro 2004.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

INTELIGÊNCIA E MEMÓRIA: SUCESSO NA

APRENDIZAGEM.

Por: Tatiana Freire do Sacramento

Orientador

Prof: Luís Cláudio Lopes Alves

Rio de Janeiro

2004.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

INTELIGÊNCIA E MEMÓRIA: SUCESSO NA

APRENDIZAGEM

OBJETIVOS:

− Conceituar Inteligência e memória.

− Compreender o processo de Ensino/Aprendizagem.

− Entender como o cérebro funciona.

− Investigar quais são os vários tipos de inteligência e

memória.

− Abordar os diversos fatores determinantes sobre o

problema de aprendizagem.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço ao autor da minha vida: DEUS.

À Nossa senhora, minha mãe e intercessora junto a Jesus. A

aquela que me gerou em seu ventre materno, minha mãe

Marilene Rodrigues, pelo incentivo e apoio dado durante o

percurso deste trabalho monográfico. Também agradeço aos

amigos que direta ou indiretamente colaboraram na construção

de uma leitura, realmente significativa na vida dos

psicopedagogos e outros profissionais ligados a Área de

Educação.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, em especial minha mãe

Marilene Rodrigues, fiel escudeira, grande mulher e amiga de

todas as horas.

Tatiana Freire do Sacramento

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METODOLOGIA

O estudo realizado neste trabalho monográfico, foi teórico, enfocado

diretamente com as idéias e conceitos científicos ou não, fundamentados por meios

da consulta de livros, artigos de revistas, apostilas e enciclopédias. Que deram

suporte para um aprofundamento analítico sobre o problema, na busca a solucioná-lo

de maneira fundamentada e coerente.

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RESUMO

Por muito tempo acreditou-se que a memória era apenas utilizada como

decoreba de nomes, datas e fórmulas. Sendo esta confundida com repetição. Com

base nos estudos sobre o processo de aprendizagem da criança, concluiu-se que a

decoreba era inimiga da educação. Também a Inteligência se resumia ao grau de

domínio que uma pessoa tinha sobre as habilidades lingüísticas e matemáticas

medidas em um teste de quociente intelectual. Tendo em vista, isso, este trabalho

monográfico, tende a questionar até que ponto a inteligência e a memória são

consideradas fundamentais para uma aprendizagem eficaz, nos dando bases teóricas

dos pressupostos de Goleman, Gardner, Piaget, Wallon, entre outros que comprovam

e nos mostram indicadores para intervir junto ao educando.

Sendo o discente um ser singular, não existe uma “Fórmula mágica” para que

venha ou não ter sucesso, mais sim meios que possam facilitar sua aprendizagem.

O professor como sendo um facilitador no processo de aprendizagem, deve

ter um olhar psicopedagógico aguçado para poder fazer com que seu educando se

desenvolva dentro de suas limitações, sejam elas devido a sua idade, sexo, raça,

cultura ou genética.

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SUMÁRIO

Introdução

8 Capítulo I 10

Inteligência e memória 10

Capítulo II 21

O desenvolvimento Emocional 21

Capítulo III 29

Inteligência e Criatividade 29

Conclusão 35

Bibliografia 37

Índice 39

Anexos

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INTRODUÇÃO

A presente abordagem deste estudo, nos remete analisar as novas concepções

sobre memória e inteligência por pressupostos teóricos de Goleman, Gardner, Piaget

e Wallon entre outros. Tendo em vista uma compreensão maior sobre o processo de

aprendizagem dos aprendizes. Conscientizando profissionais de educação sobre a

amplitude de fatores determinantes que fazem do processo Ensino/Aprendizagem um

“Tormento” em sala de aula e que nos leva ao fracasso na aprendizagem. Pois os

antigos conceitos sobre inteligência e memória ainda permeiam as nossas unidades

escolares. Sendo um desafio mudar o enfoque de rotulação, o qual certos professores

expõem seus alunos. Criando neles um estigma de incapacidade que pode perdurar

durante toda sua vida adulta.

Fazer com que os educadores tenham uma visão holística dos seus educandos,

é primordial neste registro.

Este Trabalho monográfico, dispõe de três capítulos:

− Capítulo I – Inteligência e Memória

− Capítulo II – O Desenvolvimento Emocional

− Capítulo III – Inteligência e Criatividade

Estes capítulos se subdividem falando sobre: Inteligência ou Inteligências?

Memória ou memórias? Conhecimento prévio e aprimoramento da memória, sucesso

através dos sentimentos, Inteligência Emocional, memória e Emoção, o

desenvolvimento da inteligência e da criatividade. Dando suporte para responder a

seguinte indagação:

Até que ponto a inteligência e a memória são consideradas pontos

fundamentais para uma aprendizagem eficaz?

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Com essa resposta podemos inculcar na mente dos novos e antigos docentes,

concepções que podem dar outra dinâmica no processo de Ensino/Aprendizagem. Foi

nessa perspectiva a base desta pesquisa.

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CAPÍTULO I

Inteligência e Memória

“Ser Inteligente, não é não errar,

é saber como aproveitar e lidar bem com

os erros.”

Mário Sérgio Cortella (2002)

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INTELIGÊNCIA

Conforme a Enciclopédia Barsa (1999/2001), um dos mais pesquisados

aspectos do pensamento foi a inteligência. Sendo definida pela psicologia como um

conjunto de aptidões em função das quais os indivíduos aprendem mais rapidamente

novas informações e se revelam mais eficientes no manejo e aproveitamento

adequados de conhecimentos armazenados por meio de aprendizados anteriores.

Aristóteles nos diz:

“Todos os homens por natureza desejam o saber.”

O psicólogo suíço Jean Piaget considera a inteligência uma qualidade que se

expressa pela maneira como o indivíduo se adapta ao meio, implicando tal adaptação

processos de assimilação e acomodação. Embora estes sejam processos distintos e

opostos, na realidade eles ocorrem ao mesmo tempo. Após ter havido a acomodação

o sujeito tenta novamente encaixar o estímulo no esquema que já possui e então

ocorrer a assimilação.

Existem momentos em que a assimilação prevalece sobre a acomodação é

mais importante. A adaptação resulta do equilíbrio entre assimilação e acomodação.

O Psicólogo Inglês Charles Edward Spearman no começo do século XIX, a

define como capacidade de fazer deduções a partir de relações e correlações. O

psicólogo Americano David Wechsler, a quem se devem duas das escalas de

inteligência mais comumente usada a explicar como sendo a capacidade global do

indivíduo para atuar de acordo com a finalidades previstas, para pensar

racionalmente e atuar de maneira eficaz em relação ao seu ambiente.

Historicamente, foram fixadas duas abordagens para o estudo da inteligência:

a quantitativa concentrada na análise das diferenças individuais visando basicamente

a medida e a qualitativa orientada no estudo da descoberta de leis gerais do

comportamento inteligente. Houve tentativas de unificação dessas duas linhas de

abordagem, mais a prática mais freqüente foi a análise separada dos aspectos.

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Na pesquisa dos aspectos qualitativos acentuaram-se estratégias de solução de

problemas e processos de formação de conceitos e nos aspectos quantitativos o

interesse centralizou-se na detecção das aptidões envolvidas nas estratégias de

solução de impasses e na questão da medida.

A introdução do conceito de inteligência em psicologia, remonta ao final do

século XIX, com os filósofos ingleses Herbert Spencer e Francis Galton. Para ambos,

a inteligência identifica-se com uma aptidão geral superposta a aptidões específicas.

Spearman partiu da constatação de que existem correlações positivas entre os

diversos testes e para explicá-las admitiu a intervenção de um fator geral comum a

todos e que atuaria ao lado de fatores específicos para cada teste. Ao estudar esse

fator geral Spearman identificou-o com uma espécie de energia geral ou mental.

Podia-se comparar o funcionamento psíquico com o de máquinas, cujo acionamento

ocorreria por conta de uma fonte geradora de energia, que é o fator geral.

A primeira grande tentativa de mensuração na inteligência foi feita pelo

psicólogo Francês Alfred Binet. Convidado a participar de uma comissão organizada

pelo governo francês para estudar o problema da educabilidade dos débeis mentais

elaborou um método que constava de uma série de perguntas, propostas às crianças.

Os resultados obtidos de uma delas eram comparado aos produzidos pelas outras da

mesma faixa etária. Ele partia da observação do que fazem os sujeitos mais bem

dotados em relação a média dos indivíduos do princípio de que as crianças mais

velhas tem a inteligência mais desenvolvida que as novas.

Deve-se à contribuição de Wilian Stern a formulação dos resultados não mais

em termos de idade mental, mas em termos de quociente de inteligência (QI). A idéia

consistiu em dividir a idade mental (IM) pela idade cronológica (IC) e multiplicar o

resultado por 100, segundo a fórmula QI= (IM / IC) X 100.

O método de Binet revelou-se inadequado quanto às possibilidades de

aplicação ao nível do adulto. Essa dificuldade foi superada pelo psicólogo

Americano Edward Lee Thorndike, que partiu dois grupos claramente identificáveis

como integrados por indivíduos brilhantes e por indivíduos deficientes. A escala

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métrica de Binet foi publicada em 1905. Mais logo sofreu revisões, quando em 1908

foi traduzida para o inglês. Em 1916 foi feita nova revisão, graças a Lewis Madison

Terman da Universidade de Stanford. A fórmula dita de Stanford – Binet, voltou a

reestruturar-se em 1937 e 1960, e desde então ficou sendo a fórmula mais usada de

avaliação da inteligência individual.

No início do período medieval Santo Agostinho, declarou:

“O primordial autor e motor do Universo é a inteligência (...) De todas as

buscas humanas a busca da sabedoria é a mais perfeita, a mais sublime, a mais útil

e a mais agradável.”

Conforme revista nova Escola (2003, Pág.31), estudos realizados por Wallon

com crianças entre 6 e 9 anos mostram que o desenvolvimento da inteligência

depende de como cada uma faz as diferenciações com a realidade exterior

ocasionando confeitos entre dois mundos necessários para evolução da inteligência.

A revista Tudo que eu quero (2002, pág.29), nos mostra que uma série de

pesquisas vem derrubando o estereotipo do nerd de óculos, como exemplo de uma

mente brilhante. Os atuais trabalhos sobre o assunto demonstram que os mecanismos

responsáveis pela inteligência são muito mais complexos, flexíveis e menos

determinados por fatores como a genética. Segundo alguns especialistas, a

capacidade cerebral não se resume ao grau de domínio que uma pessoa tem sobre as

habilidades lingüísticas e matemáticas, medidas num teste de quociente intelectual.

Elas representam apenas uma das várias aptidões que podem ser definidas como

inteligência.

Para Piaget, o desenvolvimento mental é um processo dialético de construção

que busca a equilibração das estruturas cognitivas.

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MEMÓRIA

Conforme Enciclopédia Barsa (1999/2001), os primeiros estudos

experimentais sobre a memória foram realizados pelo Psicólogo Alemão Hermam

Ebbinghaus. No fim do século XIX, ele planejou experiências sobre o aprendizado

de sílabas sem sentido que lhe permitiram avaliar a capacidade e tempo de

armazenamento da informação, bem como a facilidade de recuperação do material

armazenado.

O Britânico Frederic C. Bartlett, trabalhou com material significativo e

afirmou que só se retém esquemas muito gerais daquilo que experimentou

anteriormente.

Para Sigmund Freud, o mecanismo da recuperação da informação e

esquecimento seria causado por um fator repressivo de caráter inconsciente. Algumas

lembranças ficam “escondidas” porque estamos expostos a mais informações do que

conseguimos guardar. Voltando a consciência sem que o indivíduo controle.

Os Behavioristas e Neobehavioristas explicam o esquecimento da informação

armazenada por interferências no processo e recuperação.

O esquecimento é o descarte de algo pouco importante que só serve para

sobrecarregar os mecanismos de memorização.

Segundo as modernas teorias cognitivas são três os processos básicos da

memória: Codificação da informação armazenamento e recuperação.

1.1 - Inteligência ou Inteligências?

Segundo a coletânea de monografias (2001,Pág.86) encarar a inteligência

como os antigos estudos do Francês Alfred Binet e a sua medida de Q.I seria

insuficiente num mundo de mudanças velozes, que exige do homem cada vez mais

criatividade e cooperação para a resolução de problemas.

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A insatisfação por parte de alguns teóricos com o conceito de Q.I e com as

visões unitárias de inteligência como L.L Thurstone J.P Guilford e outros. Um

teórico porém se destaca por seus estudos relativamente recente onde propõe uma

nova abordagem da inteligência. Este é Howard Gardner, que introduziu em 1983 a

teoria da inteligência múltiplas, que considera a capacidade intelectual como um

conjunto de habilidades e vias de aprendizado independentes umas das outras.

Todos nós temos capacidades diferentes, porém cada um nasce com

capacidade para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente.

Gardner (1994) formulou uma definição do que chamou de “Inteligência”:

“Uma inteligência é a capacidade de resolver problemas ou de criar

produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais.”

Gardner, propôs algumas competências humanas e as define:

1. Lingüística ou verbal: Habilidade para falar e escrever e facilidade com

gramática, sintaxe e vocabulário.

2. Musical: Habilidade para produzir e apreciar ritmos, tons, timbres, para

discriminar sons, para apreciar música, tocar um instrumento ou compor.

3. Lógico – matemático: Sensibilidade para perceber padrões matemáticos ou

lógicos, habilidades para lhe dar com uma série de raciocínios, para explorar

padrões, levantar hipóteses, para experimentar de forma controlada.

4. Corporal – Sinestésica: Capacidade para controlar os movimentos do corpo,

para usar a coordenação final e ampla nos esportes, nas artes cênicas e

plásticas. Permite que os indivíduos manipulem objetos com precisão e

movam-se na forma coordenada e precisa.

5. Interpessoal: Talento para perceber humores, motivações e lidar com os

sentimentos das pessoas.

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6. Intrapessoal: Capacidade de profundo auto-conhecimento, de perceber e

compreender as próprias emoções e de utilizar essa sabedoria para entender e

controlar seus comportamento.

7. Naturalista: Aptidão para reconhecer os padrões da natureza usando seus

diversos seus diverso sentidos, de classificar objetos e seres e de estudar e

cuidar dos vegetais e animais.

8. Espacial: Capacidade para perceber o mundo visual e espacial e de atuar

sobre ele. Capacidade de pensar em termos tridimensionais, de perceber

imagens internas e externas, de criar, de transformar ou modificar imagens,

de se localizar e localizar objetos nos espaço.

9. Existencialista: Essa nossa inteligência que ainda está em estudo relaciona-se

à capacidade de considerar questões mais profundas da existência, de fazer

reflexões sobre quem somos, de onde viemos e por que morremos.

Gardner ainda não aceita por inteiro está última inteligência citada, por que os

cientistas ainda não provaram que ela requer áreas específicas do cérebro. Por isso

ele costuma dizer que existem oito inteligências e meia.

(JORNAL APPAT – EDUCAR – 2003).

1.2 - Memória ou Memórias?

Conforme Revista Nova Escola (2003 Pág. 43-47) na idade média a

mnmotécnica era utilizada pelos universitários para decorar nomes de reis e períodos

de governos. Assim essa capacidade mental, relacionada a repetições foi

stigmatizada como uma das barreiras para a verdadeira aprendizagem.

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Nos últimos 20 anos, a neurociência avançou muitos nas descobertas sobre o

funcionamento do cérebro. Hoje sabe-se o que acontece quando ele está captando,

analisando e transformado estímulos em conhecimento e o que ocorre nas células

nervosas quando elas são requisitadas a se lembrar do que já foi aprendido.

“ A memória Humana é um canteiro de informações e experiências para que

cada um de nós produza um fantástico mundo de idéias.”

( CURY, 2003 PÁG 69).

Acredita-se existirem tantas memórias quantas forem as experiências

acumuladas. Por isso a memória pode ser classificadas da seguinte maneira:

I. Pela sua duração

• Memória de curto Prazo

Sobreviver o tempo necessário para a informação ser utilizada é só

permanece no caso encontre vínculo com outra informação já armazenada

ou pela repetição.

• Memória de longo prazo

Fica mais tempo no cérebro, pois a informação foi aprendida, seus

estímulos geraram novas sinapses.

II. Pelo seu Conteúdo

• Memória declarativa

A episodia ou autobiográfica guarda os fatos vividos pelo sujeito.

Situações que despertaram algum tipo de emoção no indivíduo.

• Memória de procedimentos

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Composta de habilidades motoras ou sensoriais. Muitas das vezes,

aprendizagem se dá, de maneira inconsciente.

• Memória de trabalho ou Ativa

Conecta as informações da memória de curto prazo com as já arquivadas

para comparar, usando as capacidades do córtex Pré frontal do cérebro.

Segundo Antunes (1937), além dessas, possuímos também memórias

sensórias como a olfativa, tátil, gustativas, visuais e auditivas.

Sendo percebidas de maneiras mais clara, em lesões ou disfunções cerebrais.

De acordo com a revista Tudo Que Eu Quero (2002 Pág.31) exames

específicos modernos, como: tomografias que exibem imagens de atividade cerebral,

mostram que os lobos frontais de dois homens, um de 25 anos e o outro de 75 anos,

emitem um brilho idêntico nas áreas ativadas durante o mesmo teste de memória.

Segundo Antunes, a exist6encia dessas memórias são mais claramente

presenciadas de forma isolada em lesões ou disfunções cerebrais.

1.3 - Conhecimento Prévio e Aprimoramento da Memória

Tendo como fonte de referência a revista Nova Escola (2003 Pág.43),

relatamos que quando o estudante recebe informações de todo tipo elas se

transformam em estímulos para o cérebro e circulam pelo córtex cerebral antes de

serem arquivadas. Sempre que encontram um arquivo já formado arruma um

“gancho” para seu armazenamento e para que futuramente seja facilmente resgatada.

Segundo Antunes (1937), pesquisas recentes mostram que os que mais usam

sua mente de forma saudável a conservam até idades avançadas. Pois o que decidi a

qualidade da memória é a quantidade de exercícios que o cérebro costuma ser

submetido.

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Os exercícios neuróbicos são os mais conhecidos, pois estimulam a ação

cerebral na medida em que se fundamentam em fugir da rotina e impor desafios que

atuam sobre o cérebro como verdadeira ginástica, sendo estes, estimuladores dos

hemisférios esquerdo e direito.

“É a reprodução mental das experiências captadas pelo corpo por meio dos

movimentos e dos sentidos. Essas representações são evocadas na hora de executar

atividades, tomar decisões e resolver problemas, na escola e na vida.”

(Elvira Lima).

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Este capítulo aborda as diversas teorias sobre inteligência e memória.

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CAPÍTULO II

O Desenvolvimento Emocional

“O “eu”, que representa a vontade consciente ou a liberdade de decidir, tem

de ser treinado para tornar-se líder e não um fantoche.”

Augusto Cury (2003)

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Segundo Lima [S.D], uma das contribuições da psicologia é a compreensão

do papel da emoção no desenvolvimento humano. Propondo um modelo de

desenvolvimento que extrapola a noção difundida de que o indivíduo que aprende na

escola é um sujeito “cognitivo”. Na verdade o indivíduo que aprende na escola está

se desenvolvendo enquanto personalidade e enquanto membro do grupo cultural que

pertence a emoção encontra-se na origem da consciência, operando a passagem do

mundo orgânico para o social, do plano fisiológico para o psíquico.

Wallon (1879 – 1962), busca compreender as emoções tentando aprender sua

função. Elaborou a tese de que a inteligência humana se desenvolve a partir do

sistema emocional, tese hoje corroborada pelas descobertas recentes das

neurociências que nos informa sobre o funcionamento cerebral que mobiliza em toda

ação cognitiva as áreas cerebrais da emoção. Cabendo Compreender os processos

pelos quais passa o indivíduo nesta perspectiva de desenvolvimento.

Conforme a reportagem da revista Nova Escola (2003. Pág.31), a teoria de

Wallon, as emoções dependem da organização dos espaços para se manifestarem. A

escola insisti em mobilizar a criança numa carteira, limitando a fluidez das emoções

e do pensamento tão necessário para o desenvolvimento completo da pessoa.

Considera que tentam, encaixar as emoções numa lógica linear e suprimem o aspecto

que não se integra ao quadro conceitual delineado.

No primeiro ano de vida a emoção é comportamento predominante, pois sua

sobrevivência depende da ajuda de parceiros mais experientes. Seus movimentos

expressam disposições orgânicas, estados afetivos de bem estar ou de mal estar. No

primeiro ano de vida a emoção é comportamento predominante então desencadeia no

outro reações de ajuda para satisfazer suas necessidades e estas pessoas próximas

acolhem e interpretam as reações do Bebê.

Pouco a pouco o bebê estabelece co- respondência entre seus atos e os do

ambiente e os tornam cada vez mais intencionais. Com a aquisição da linguagem

diversificam-se e ampliam-se os motivos dos estados afetivos, e os recursos para sua

expressão.

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Devido a seu poder de contágio, as emoções propiciam relações inter-

individuais nas quais diluem-se os contornos da personalidade de cada um.

Tanto para o recém nascido como para as sociedades, as emoções aparecem

como forma primeira de adaptação ao meio e tendem a ser suplantadas por outras

formas de atividade psíquica. A análise genética deve ser buscada para compreensão

dos significados da emoção.

2.1 – Memória e Emoção

Segundo Cury (2003), a memória é o terreno onde é cultivada a educação, ela

é a caixa de segredos da personalidade. Tudo o que somos, o mundo dos

pensamentos e o universo de nossas emoções são produzidos a partir dela.

O registro na memória é involuntário, realizado pelo fenômeno RAM

(registro automático da memória).

As experiências tensas são registradas no centro consciente e a partir daí

serão lidas continuamente. Com o passar do tempo elas vão sendo descoladas para a

periferia inconsciente da memória, chamada de ME (memória existencial).

Em alguns casos, o volume de ansiedade ou sofrimento pode ser tão grande

que provoca um bloqueio da memória. Este bloqueio é uma defesa inconsciente que

é vista o resgate e a reprodução da dor emocional.

Normalmente as experiências com alta carga emocional ficam disponíveis

para serem lidas e gerarem milhares de novos pensamentos e emoções.

A única possibilidade de resolver nossos conflitos, é reeditar os arquivos da

memória, através do registro de novas experiências sobre as experiências negativas,

nos arquivos onde elas estão armazenadas.

Para reeditar o filme do inconsciente existem muitas técnicas cognitivas que

atuam nos sintomas, sejam técnicas analíticas que atuam nas causas. O ideal é unir as

duas.

A emoção não apenas determina se um registro será frágil ou privilegiado,

mais determina o grau de abertura dos arquivos num determinado momento.

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O acesso à memória na inteligência humana, passa pela barreira da emoção.

A memória humana não está disponível quando queremos, quem determina a

abertura dos arquivos da memória é a energia emocional que vivemos a cada

momento.

Sandra Witleson (2000), testou homens e mulheres para localizar a emoção

no cérebro. Usando imagens tocantes que primeiro eram mostradas ao hemisfério

direito através do olho e ouvido esquerdos, e depois ao hemisfério esquerdo através

do olho e ouvido direitos, ela concluiu que a emoção não é tão fácil, de determinar

precisamente no cérebro como a habilidade espacial e a função da fala.

Exames de ressonância magnética mostram que no homem a emoção se

posiciona, no hemisfério direito.

Em uma discussão o homem consegue argumentar com lógica, manejando as

palavras (hemisfério esquerdo) e muda em seguida para soluções espaciais ( parte

frontal do hemisfério direito), sem se deixar levar pela emoção. O corpo caloso do

cérebro masculino, menor que do feminino, dificulta a operação simultânea da

emoção com outras funções.

Na mulher, a emoção está presente em uma região bem mais ampla de amos

os hemisférios e consegue operar ao mesmo tempo que as outras funções cerebrais.

A mulher pode se emocionar durante uma discussão.

“Uma visão da natureza que ignora o poder das emoções é lamentavelmente

míope. O próprio homo sapiens a espécie pensante, é enganoso à luz da nova

apreciação e opinião do ligar das emoções em nossas vidas, que nos oferece hoje a

ciência. Para melhor e para pior, a inteligência não dá nada quando as emoções

dominam.”

(Antunes, 1988:25).

2.2 – Inteligência Emocional

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De acordo com a coletânea de monografias (2001 – RJ), o século passado

caracterizou-se pelo estímulo ao desenvolvimento da parte direita do cérebro mais

voltada para a razão e a cognição. O homem adquiriu inúmeros conhecimentos,

desenvolveu amplamente a tecnologia, mas desaprendem a conviver.

A história humana sempre foi conflituosa, mas há elementos novos que

acentuam o perigo e, especialmente, o extraordinário potencial de auto-destruição

criado pela humanidade durante o século XX. No mundo atual muitas vezes um

mundo de violência que se opõe a esperança posta por alguns no progresso da

humanidade.

O que o tempo todo a mídia considerável parte dos pais e educadores e a

sociedade de uma maneira geral vem ensinando é a lei do mais forte, o hedonismo, a

manifestação do analfabetismo emocional, como revela Goleman no capítulo XV de

seu livro de Inteligência Emocional.

Assim sendo, vemos que o mundo evoluiu, a sociedade mudou, mas as

pessoas não aprenderam a conviver nem expressarem bem seus próprios sentimentos.

Vive-se num tempo de pessoas tensas, ansiosas, que não sabem lidar com as

múltiplas manifestações de suas emoções e por isso se tornam prisioneiras, escravas

mesmo destas manifestações. Tendo, muitas vezes suas vidas e a vida dos outros

marcadas pela falta de habilidade inter e intra pessoal.

“O homem seguiu o racionalismo até um ponto em que o racionalismo se

transformou em completa irracionalidade. Desde Descartes, o homem vem

separando sempre mais o pensamento do afeto; só o pensamento se considera

racional-o afeto, pela própria natureza, irracional, a pessoa, eu, foi decomposta

num intelecto, que constitui o meu ser, e que deve controlar-me a mim como deve

controlar a natureza. O domínio da natureza pelo intelecto e a produção de mais e

mais coisas tornam-se as metas supremas de vida. Neste processo o homem se

converteu numa coisa, a vida ficou subordinada à propriedade, o ser é dominado

pelo haver.”

(Fromm, 2002 Pág.11)

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Em seu estudo Heart Start cita pelo menos sete ingredientes básicos da

inteligência emocional a serem desenvolvidos. São eles:

1) Confiança

2) Curiosidade

3) Intencionalidade

4) Auto Controle

5) Relacionamento

6) Capacidade de comunicar-se

7) Cooperatividade

Reconhecer a inteligência emocional como uma aptidão mestra é essencial.

2.3 - O Sucesso Através dos Sentimentos

Segundo revista Veja (1997, pág 66), a matemática Sérvia Mileva Maric, que

dividiu a cama durante dezesseis anos com o Físico Albert Einstein, era para o autor

da teoria da relatividade pouco mais do que uma escrava maltratada pelos excessos

de rabugice do cientista. Na vida privada Sigmund Freud sofria de algo que ele

próprio diagnosticou, o complexo de Édipo. Karl Max não sabia administrar suas

finanças. Charles Darwin, um pesquisador compulsivo que tinha a síndrome de

pânico.

Gente que fixou na cultura ocidental um padrão de homem inteligente e, por

conseguinte, respeitado e bem sucedido.

Goleman mostra que a fórmula para o sucesso na vida repousa numa

combinação bem temperada de pensamento racional agudo com controle e auto

conhecimento emocionais.

Embora Goleman sabia que grande parte do comportamento emocional está

calcada numa matriz estabelecida pela genética e pelas primeiras experiências da

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vida, ele admite que se pode aprender a controlar e dominar pelo menos parcialmente

os impulsos negativos, como a ira, a ansiedade, a melancolia ou os ímpetos

repressores.

Goleman, partindo de vários experimentos sobre compreensão da vida

mental, das indagações sobre o papel do emocional no convívio social e no

desenvolvimento do ser, aponta que:

As emoções, portanto são importantes para a racionalidade. Na dança entre

sentimento e pensamento, a faculdade emocional guia nossas decisões a cada

momento, trabalhando de mãos dadas com a mente racional e capacitando ou

incapacitado o próprio pensamento. Do mesmo modo, o cérebro pensante

desempenha uma função de administrador de nossas emoções a não ser naqueles

momentos em que elas lhe escapam ao controle e o cérebro emocional corre

solto(...) Isso subverte a antiga concepção de antagonismo entre razão e sentimento:

não é que queiramos eliminar a emoção e pôr a razão em seu lugar como queria

Erasmo, mais ao contrário precisamos encontrar o equilíbrio inteligente entre as

duas. O antigo paradigma nos exorta a harmonizar cabeça e coração. Fazer isso

bem em nossas vidas implica precisarmos primeiro entender com mais exatidão o

que significa usar inteligentemente a emoção.

(Goleman, 2003 Pág:30)

Hoje, a inteligência emocional é mais valorizada, devido o adensamento da

população no planeta e as formas cada vez mais intensas de conveniência social

tornam mais rara a possibilidade de sucesso solitário, pois a idéia de trabalho em

time está sendo fortemente levada em consideração para um resultado final coletivo.

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O capítulo II mostra a emoção como essência no desenvolvimento humano.

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CAPÍTULO III

Inteligência e Criatividade

“Reduzir o ser humano à razão significa

deixar de captar toda a complexidade

que o caracteriza. Reduzir o currículo ao

cognitivo significa deixar de captar toda

a complexidade que caracteriza o

processo de aprender a criar. Significa

ainda negligenciar além da imaginação e

da instituição, os sentimentos, os

desejos, o afeto, o corpo, o prazer:

fatores que tanto podem incentivar como

bloquear a construção de sabores e

conhecimentos.”

(Moreira, 1994, Pág 5-6).

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Segundo a Coletânea de monografias (2001-RJ) a inteligência caracteriza-se

por duas funções básicas: a compreensão e a invenção. Inventar é estruturar o real.

A construção do conhecimento se dá a partir da oportunidade que se tem de

interação com o objeto de conhecimento. Quanto mais desafiadoras forem as

oportunidades e situações maior e melhor aprendizagem resultará, pois estimulará a

criatividade.

A velocidade das transformações ocorridas na atualidade exige que o

indivíduo seja o mais criativo, cooperativo e atualizado possível, a fim de ajustar-se

às mudanças ocorridas a todo o tempo e a garantir a sua sobrevivência.

Em contraposição a verdadeira ordem de transformação, observa-se que a

escola, de maneira geral, embora use um discurso inovador, continua retrógrada,

privilegiando o aspecto cognitivo do desenvolvimento.

3.1 – O Desenvolvimento da Inteligência e da Criatividade

Conforme a Coletânea de monografias (2001 – RJ), para Piaget o

desenvolvimento é visto como um processo dinâmico e constante que visa atingir

formas de equilíbrio cada vez melhores. Equilíbrio vindo de um processo dinâmico e

constantemente rompido.

A medida que os processos de equilibração / desequilibração, superação de

desafios, construção de novas estruturas ocorre, havendo uma estruturação superior,

processo denominado de equilibração. A função do desenvolvimento será produzir

estruturas lógicas que permitam ao sujeito atuar sobre o mundo de formas cada vez

mais flexíveis e complexas, buscando a adaptação.

O papel do educador é garantir o desequilíbrio de acordo com o seu nível de

desenvolvimento: sensório-motor, pré-operacional, operacional, concreto ou

operacional.

Segundo Antunes (1998), toda a criança irá se desenvolver ao longo da vida

como resultado de uma evolução complexa que combinou, pelo menos, três

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percursos: a evolução biológica, a evolução histórico cultural e o desenvolvimento

individual de uma personalidade específica.

Desde o nascimento as linhas inatas do bebê interferem na maneira como pais

e professores se relacionam com essas crianças.

De acordo com a coletânea de monografia (2001-RJ), nos primeiros anos de

vida as crianças desenvolvem suas teorias e conceitos sobre o mundo. Na fase pré-

operatória demonstram suas capacidades nas diversas inteligências por meio de

sistemas simbólicos.

Entre 8 / 9 anos, fase intermediária elas querem conhecer as regras dos

domínios e as convenções da cultura, estágio operatório concreto, o qual chama

Piaget.

Na adolescência, período de crise, entra-se no estágio operatório formal,

segundo Piaget. Representa o momento da verdade no desenvolvimento da matriz no

talento.

Em torno dos 30 / 35 anos os indivíduos já tem sua situação definida trancede

a mera inteligência e busca uma existência de criatividade.

Segundo Gardner, todos os seres humanos são dotados de todas as

inteligências em certa medida.

Torna-se necessário desde a mais tensa idade, que os pais e educadores

ofereçam atividades estimuladoras, criem oportunidades, de acordo com a etapa de

desenvolvimento em que o indivíduo se encontra para que possam melhor

desenvolver sua criatividade.

3.2 – Testes de Inteligência e Seus Problemas

Segundo Leite (Psicologia diferencial Pág. 31-2), em 1904, na França, Alfred

Binet (1857 – 1911), criou os primeiros testes de inteligência, que tinham como

objetivo verificar os progressos de crianças deficientes do ponto de vista intelectual.

Partindo daquilo que as crianças poderiam realizar em cada idade.

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Quase todos os testes de inteligência são apresentados através do que se

dominou Quociente Intelectual (Q.I). Este quociente é obtido, através da relação da

idade da criança e seu desempenho no teste, verifica-se se ela está no nível de

desenvolvimento intelectual considerado normal para sua idade.

O Q.I tende a ser estável quando as condições se modificarem para melhor ou

pior, o mesmo acontecerá com o Q.I.

Na prática os testes estavam medindo fatores parecidos ou completamente

diferentes. Alguns avaliavam o aspecto verbal e outros o fator percepção espacial.

A freqüência dos testes levantou um outro questionamento a rotulação ou

classificação das crianças como deficientes, normais ou super dotadas. Os pais e

professores passavam a agir de acordo com estas classificações. Estas que vieram de

uma sociedade que valorizava o falar bem, resolver problemas com facilidade,

apresentar facilidade para aprender. Pontos básicos de uma pessoa classificada

“normal”.

3.3 - Desenvolvimento da Inteligência de meninos e meninas

Conforme Allan e Bárbara Pease (2002), o cérebro das meninas é estruturado

para responder a pessoas e rostos, enquanto o dos meninos responde a objetos e

formas. Estas diferenças entre os sexos foram avaliadas cientificamente e os

resultados mostram que cada um percebe o mundo conforme a tendência da estrutura

de seu cérebro.

Em um teste forma apresentadas as crianças em idade pré-escolar fotografias

onde de um lado havia objetos e do outro rostos. Quando perguntados sobre o que

tinham visto, as meninas lembravam das pessoas e suas emoções e os meninos dos

objetos e suas formas.

No começo, os meninos não se saem bem na escola porque sua capacidade

verbal é inferior à das meninas. Idiomas e artes não são seu forte.

Eles se sentem inferiores as garotas que são mais comunicativas.

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Anos depois, as meninas ficam para trás em física e ciências, que exigem

melhor habilidade espacial.

No cérebro da mulher, a fala tem duas áreas específicas: a principal fica

localizada na parte frontal do hemisfério esquerdo e a outra menor no hemisfério

direito. E como a fala é restrita a áreas específicas, o cérebro fica livre para executar

outras tarefas ao mesmo tempo.

Pesquisas recentes demonstram que, quando a mulher grávida fala, sua voz

ressoa pelo corpo e chega ao ouvidos do bebê em seu útero. Ele, então, aprende a

reconhecer a voz da mãe. Um recém nascido de apenas quatro dias já é capaz de

distinguir padrões da fala de sua língua nativa, de outros, de uma língua estrangeira

aos quatro meses, bebês percebem movimentos labiais associados aos sons das

vogais.

Aos dois anos de idade as meninas chegam a duas mil palavras.

A região do cérebro específica para a fala é que faz com que as meninas

aprendam outros idiomas com mais rapidez e facilidade que os meninos.

Confirmou-se a predominância feminina em matérias em que é exigida sólida

capacidade verbal em pesquisa realizada no Reino Unido em 1998.

Na Inglaterra, várias escolas tem turmas separadas pra meninos e meninas em

algumas cadeiras como Inglês, matemática e Ciências.

Na Shenfield High School, em Essex, houve uma prova de matemática em

que as meninas responderam as questões que tratavam de jardinagem, enquanto os

problemas dos meninos estavam ligados a loja de ferragens. Os resultados foram

impressionantes, pois se tira proveito das aptidões naturais dos cérebros masculinos e

femininos. Nessa escola as diferenças são respeitadas.

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Este capítulo nos mostra a falta de inércia quando a inteligência e a

criatividade estão integradas.

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CONCLUSÃO

Muitos teóricos estudam até os dias atuais o desenvolvimento da inteligência

no ser humano e qual é a sua relação com a memória, visto que estão interligadas.

Sendo a memória a responsável pela captação das experiências vividas, que faz com

que o indivíduo a conecte a nova informação e assim ocorra realmente uma

aprendizagem e não uma decoreba, como no passado.

A memória vem sendo recentemente mais estudada, e descobriu- se que esta

se subdivide-se pela sua duração e conteúdo. Mais não é somente ela que é

classificada de várias maneiras, estudos de Gardner comprovam a existência de

várias inteligências.

Enfim existem diversos estudos científicos e aprofundamentos teóricos

enfatizados por vários estudiosos, que nos remete várias possibilidades de

desenvolver práticas eficazes para a construção de conhecimento dos nossos alunos.

Mas não cabe somente a instituição escolar e ao governo viabilizar todo esse material

para os profissionais que dela fazem parte, ma também que esses professores

busquem sua formação continuada, busquem aprender a aprender, conhecer como se

dá a aprendizagem em si mesmo, para poder lidar melhor com essa geração tão

“bombardeada” de estímulos negativos. Estes que e retém ou não devido aos vários

fatores que vimos no decorrer deste trabalho e que os profissionais de educação

devem estar atentos para dar ao cérebro estímulos específicos e necessários ao

momento em que o discente está passando. Construir sentidos, ser um estimulador de

aprendizagens e um verdadeiro “adubador de memórias”, despertando em seus

educandos estratégias para uso coerente, levando estes a pensar sobre como se pensa.

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Com esse estudo, pretendo contribuir para que se acabe com o paradoxo entre

teoria / prática e possa realmente uma agir sobre a outra na medida em que ambas

contribuam para o sucesso na aprendizagem de nossos alunos.

“Atuar no aparelho da inteligência é uma arte que poucos aprendem.”

(Cury, 2003 Pág. 53).

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 10

INTELIGÊNCIA E MEMÓRIA 10

1.1 – Inteligência ou inteligências? 15

1.2 - Memória ou Memórias? 17

1.3 – Conhecimento Prévio e aprimoramento da memória. 19

CAPÍTULO II 21

O DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL 21

2.1 – Memória e Emoção 24

2.3 – Inteligência Emocional 25

2.3 – O Sucesso através dos Sentimentos 27

CAPÍTULO III 29

3.1 – O Desenvolvimento da Inteligência e da Criatividade 31

3.2 – Testes de Inteligência e seus Problemas 32

3.3 – Desenvolvimento da Inteligência de meninos e meninas 33

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