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ÍNDICE Introdução---------------------------------------------------- ----------------------------------------------2 Adolescentes em conflito com a lei e a droga:desafios para os profissionais do serviço social-------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------4 O adolescente em conflito com lei----------------------------------------------------------- -----------8 Drogas na adolescência e as conseqüências enfrentadas por esse uso-----------------------------9 A educação social como perspectiva do trabalho do orientador no acompanhamento da medida de liberdade assistida----------------------------------------------------- ----------------------11 O orientador da medida como educador social------------------------------------------------------- 13 Adolescência, drogas e escola-------------------------------------------------------- ------------------15 A prevenção na família, na escola e na comunidade------------------------------------------------16 Considerações Finais-------------------------------------------------------- ----------------------------19 1

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INTRODUO

NDICE

Introduo--------------------------------------------------------------------------------------------------2

Adolescentes em conflito com a lei e a droga:desafios para os profissionais do servio social-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------4O adolescente em conflito com lei----------------------------------------------------------------------8Drogas na adolescncia e as conseqncias enfrentadas por esse uso-----------------------------9A educao social como perspectiva do trabalho do orientador no acompanhamento da medida de liberdade assistida---------------------------------------------------------------------------11O orientador da medida como educador social-------------------------------------------------------13Adolescncia, drogas e escola--------------------------------------------------------------------------15A preveno na famlia, na escola e na comunidade------------------------------------------------16Consideraes Finais------------------------------------------------------------------------------------19Bibliografia-----------------------------------------------------------------------------------------------20

INTRODUOA partir de situaes queobservamos, como o abandono e a violncia de crianas e adolescentes moradores de nossascomunidades, pde-se perceber que esses so fatores que no contribuem para a construo deum projeto de vida digno para si.Outro ponto que serviu para fortalecer nosso empenho em desenvolver estudos nesta rea,parte tambm de nossas experincias em estgios, por inteno de atuar em projetos scio-educativose de nossos estudos no mbito da sala de aula. Mas, sobretudo do desejo de atuarnesta rea, o campo da pedagogia social, especificamente com adolescentes infratores.Sabemos que tais adolescentes so objetos de discriminao da sociedade e, portanto, dasescolas. Contudo, pouco se explana nos meios acadmicos sobre o atendimento prestado aesses adolescentes no mbito do cumprimento das medidas scio-educativas. Segundo Souza(2006, p. 55), a questo no defender ou atacar [este adolescente]. A questo real quepouco se sabe sobre o infrator e o que se deve fazer com ele. O adolescente um indivduoque ainda est em processo de construo de sua personalidade, comete ato infracional poralgum ensejo, porm, h imensa probabilidade de reinseri-lo dignamente na sociedade.H 22 anos o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA) est em vigncia, com o propsitode garantir os direitos e deveres dos adolescentes. Porm, percebemos em nossas experincias,especialmente o Estgio Curricular em Espaos no Escolares, que muitos educadores quetrabalham com esses adolescentes o desconhecem. Esses educadores provem de diversas reascomo: psicologia, educao fsica, pedagogia e assistncia social. H at educadores semformao no Ensino Superior, pois esta no uma exigncia para a atuao profissional noBrasil (Correa, 2008). Ou seja, educadores sociais que se relacionam diariamente com crianase adolescentes em situao de vulnerabilidade, muitas vezes no tem um conhecimento destafase de vida adolescncia - e do prprio ECA, para desenvolver atividades scio-educativasjunto aos adolescentes em questo.Para compor a questo central desta pesquisa nos perguntamos quais dificuldades e aspossibilidades que os processos socioeducativos trazem para estes adolescentes e quais aspossibilidades que tais processos trazem para os adolescentes infratores que participam desteprograma.Tendo em vista auxiliar no enfrentamento destas dificuldades j percebidas, realizamos opresente estudo, buscando conhecer o trabalho desenvolvido pelo Centro de RefernciaEspecializado de Assistncia Social - CREAS - GV no programa Medidas Scio-educativas,mais especificamente, na Liberdade Assistida, visando analisar as possibilidades e os desafiosdos processos educativos desenvolvidos junto a adolescentes autores de ato infracional quecumprem medida de liberdade assistida no CREAS - GV.Assim, nos propusemos a conhecer como se estrutura e se estabelece a Liberdade Assistida noPrograma; identificar as propostas scio-educativas dos educadores; perceber como osadolescentes participam e qual o sentido do Programa para eles.So oito adolescentes que participam dessa pesquisa do programa Medidas Scio-educativasdo Centro de Referncia Especializado de Assistncia Social de Governador Valadares -CREAS/ GV e seus educadores. Desenvolvemos, em abordagem qualitativa, pesquisa decampo com realizao de entrevistas e anlise da proposta do CREAS.Segundo o Plano Nacional de Assistncia Social (2004, p.32), o Centro de RefernciaEspecializado de Assistncia Social CREAS integra o Sistema nico de Assistncia Social SUAS. O CREAS constitui-se numa unidade pblica estatal, coordenadora e articuladora daproteo social especial, ou seja, responsvel pela oferta de orientao e apoio especializados econtinuados a indivduos e famlias com direitos violados, na perspectiva de potencializar efortalecer sua funo protetiva. Tem como objetivo ofertar aes de orientao, proteo eacompanhamento psicossocial individualizado e sistemtico a crianas, adolescentes e suasfamlias em situao de risco ou violao de direitos e a adolescentes autores de ato infracional.Portanto, dever organizar atividades e desenvolver procedimentos e metodologias quecontribuam para a efetividade da ao protetiva da famlia, inclusive no que tange a orientaojurdico-social nos casos de ameaa e violao de direitos individuais e coletivos. Ou seja,trabalhar no sentido educacional ou socioeducacional com crianas, adolescentes e famlias.Observamos que a este sentido dado ao trabalho do CREAS alia-se a viso de Freire (1982), deque a educao qualifique para a tomada de decises, para a responsabilidade social e poltica.Partindo de nossas vivncias, observamos a importncia da Pedagogia a servio dodesenvolvimento pessoal e social do ser humano. Tendo em vista, que o pedagogo umprofissional capacitado para desenvolver atividades condizentes a cada faixa etria.Tendo em vista, a escassez de trabalhos de concluso de curso no campo da Educao Social,especificamente com adolescentes infratores, dentro do espao acadmico h somente doistrabalhos, sendo que tais trabalhos so da rea de Servio Social. Portanto, percebemos anecessidade e a importncia de tal pesquisa para maiores conhecimentos dos processoseducativos desenvolvidos pelo programa.Essa pesquisa composta por trs captulos. No primeiro captulo intitulado Adolescncias e asMedidas Scio-educativas, aborda a questo do ser adolescente e suas especificidades,relatando tambm quais medidas scio-educativas podem ser aplicadas para cada situao. Nosegundo captulo, A educao social como perspectiva do trabalho do orientador noacompanhamento da medida de liberdade assistida, define o que educao social sob o olharde diversos autores, e qual o papel do educador social dentro de tais medidas. No captulo trs,A liberdade assistida no CREAS-GV: compreendendo e analisando aspectos educativos doprograma, abordamos a nossa compreenso dentro da nossa pesquisa de campo dos processoseducativos desenvolvidos pelo programa.O presente trabalho uma forma de mostrar para a sociedade que no existe um adolescentepadro, e sim, que alguns no tiveram a mesma oportunidade que outras. Mas que isto no ostorna nem melhores e nem piores, so adolescentes que necessitam de apoio para se integrar,dignamente, nesta sociedade em que vivemos.

Adolescentes em conflito com a lei e a droga:desafios para os profissionais do servio social

Inicialmente, preciso considerar que, historicamente, a humanidade sempre procurou por substncias que produzissem algum tipo de alterao em seu humor, em suas percepes, em suas sensaes. Tal considerao permite supor que possivelmente no existir uma sociedade sem drogas. As drogas sempre fizeram parte da experincia humana e possivelmente sempre faro. Cabe sociedade produzir respostas para enfrentar os problemas das pessoas que abusam de drogas. Entende-se que o foco do trabalho com drogas est sendo deslocado de um modelo tradicional, baseado no amedrontamento, na represso, que enfatiza a culpa de quem usa a droga, para um novo modelo voltado para a educao, para a sade e para o cuidado do ser humano, que valoriza a pessoa, a famlia e a sua participao na comunidade e que considera tambm a importncia das redes sociais na abordagem da dependncia ao lcool e outras drogas. A partir disso, no d pra falar que o problema das pessoas que abusam de drogas da famlia ou da escola ou da pessoa etc., preciso mudanas que vo desde a terminologia que usamos, at as concepes que temos sobre este assunto. Enfatiza-se assim, que o assunto drogas precisa ser considerado de forma coletiva, intersetorial e integrada, pelos diferentes atores sociais envolvidos, A ateno atual s pessoas e s famlias que enfrentam problemas com o uso/abuso de lcool e outras drogas, est baseada na lgica da reforma psiquitrica, que pressupe tratamentos ambulatoriais, com modelos de reduo de danos, e acima de tudo, garantindo seus direitos, o que s poder acontecer a partir do momento em que se estruture uma rede de cuidados intersetorial, que trabalhe com a lgica da diminuio dos fatores de risco e ampliao dos fatores de proteo, respeitando a diversidade e complexidade, tanto no que se refere s famlias, quanto dependncia de lcool e outras drogas. Historicamente, o indivduo viveu, em quase todas as sociedades conhecidas, em unidades formadas por grupos familiares. Atrelava-se existncia de um grupo familiar, questes como a necessidade de segurana, sade e a prpria vida de seus membros.Considera-se que independentemente do modelo ou concepo de famlia, nela que encontramos os fundamentos para continuar, biolgica e socialmente, a estrutura familiar. Desta forma independentemente de sua configurao e modelos que surgiram ao longo dos anos, mantm-se sua importncia perante as diferentes sociedades, sendo o ambiente familiar, base de construo da cidadania de cada indivduo, independentemente do seu modelo, uma vez que traz possibilidades que vo desde s associadas a fatores de proteo, socializao at a criao de vnculos essenciais aos indivduos. Para Jos Filho (2007), autor do livro A famlia como espao privilegiado para a construo da cidadania, a organizao familiar determinada por diversos fatores que se referem tanto s formas de organizao interna do grupo familiar, quanto aos aspectos econmicos, sociais e culturais que os envolvem.esse sentido, faz-se necessrio que os profissionais que atuam com famlias busquem compreend-las em sua totalidade, entendendo-as nos seus diferentes contextos e relaes, assim como considerem a importncia do trabalho com esta significativa instituio social. Sabe-se, todavia, que este um terreno de contradies, no qual a ao profissional do assistente social encontra importante espao para intervenes no seu exerccio profissional, sendo primordial estabelecer um contnuo repensar de seus saberes e prticas visto as mudanas sociais constantes das sociedades contemporneas. Desta forma, pretende-se tecer reflexes acerca do trabalho social realizado com famlias, a partir da anlise das polticas de atendimento s suas necessidades nas questes referentes abordagem de lcool e outras drogas. Em outras palavras, o que se verifica que a famlia vem sendo cada vez mais essencial e tambm responsvel pelo desenvolvimento dos cidados, desfazendo a tese de que a famlia, no estado de direitos, seria prescindvel e substituvel. A famlia tem papel fundamental, expresso na Constituio Brasileira de 1988 (BRASIL, 2003a) de acordo com seu artigo 227, o dever de assegurar os direitos da infncia da famlia, da sociedade e do Estado. Porm o artigo 226 declara que a famlia a base da sociedade e tem especial proteo do Estado, retomando para o Estado a obrigao legal de estabelecer polticas pblicas de proteo s famlias. Assim a Constituio Federal de 1988 deu nfase famlia, propondo que a presena do Estado como fonte reguladora dos conflitos familiares acontea atravs das polticas pblicas de atendimento famlia. Considerando (BRASIL, 2006a) o trabalho social se baseia no respeito quanto aos arranjos familiares, aos valores, crenas e identidade das famlias e se fundamenta no fortalecimento da cultura, do dilogo, no combate a todas as formas de violncia, de preconceito, de iscriminao e nas relaes familiares. Tambm objetiva a potencializao dos recursos disponveis das famlias, suas formas de organizao, sociabilidade e redes informais de apoio para o fortalecimento ou resgate de sua auto-estima e a defesa de direitos. Desta forma, a famlia parte integrante do cotidiano profissional do assistente social, sendo necessrio buscar abordagens que produzam melhores resultados nas intervenes das diferentes demandas apresentadas pelas famlias, como quelas que se prope atravs das redes de apoio nos diferentes territrios de abrangncia, onde se articulem as diferentes polticas sociais voltadas para o atendimento das necessidades das famlias. Como neste trabalho prioriza-se entender melhor a dimenso da drogadio no cenrio familiar, importante destacar que as manifestaes da drogadio, assim como as da violncia cordo com a Poltica do Ministrio da Sade para a Ateno Integral a Usurios de lcool e outras Drogas, torna-se imperativa a necessidade de estruturao e fortalecimento de uma rede de assistncia centrada na ateno comunitria associada rede de servios de sade, sociais e demais polticas intersetoriais, que tenha nfase na reabilitao e reinsero social dos seus usurios, sempre considerando que a oferta de cuidados a pessoas que apresentem problemas decorrentes do uso de lcool e outras drogas deve ser baseada em dispositivos extra-hospitalares de ateno psicossocial especializada, como o caso do Centro de Ateno Psicossocial lcool/ Drogas (CAPS ad), devidamente articulados rede assistencial em sade mental e ao restante da rede intersetorial. O municpio de Piumhi (MG), assim como a regio em torno deste municpio, no dispem de um CAPS ad e nem possuem como referncia um dispositivo deste porte. Desta forma, o CAPS II de Piumhi (MG) se institui enquanto referncia para a demanda relacionada ao uso, abuso e dependncia de lcool e outras drogas, de Piumhi e de outros municpios integrantes da Microrregio de Piumhi, sendo eles: Capitlio, Dorespolis, Vargem Bonita e So Roque de Minas. Neste sentido, o CAPS II de Piumhi (MG), considerando a atribuio do CAPS de atender as famlias conforme a Portaria n. 336/GM MS de 2002; considerando tambm a Portaria n. 384/GM MS de 2005, que autoriza o CAPS a realizar procedimento a usurios de lcool e outras drogas e o fato do municpio no ter referncia para um CAPS ad, tambm assume o atendimento aos familiares dos dependentes Entende-se que a questo da dependncia ao lcool e outras drogas, alm de ser uma questo de sade pblica, envolve no s o dependente, mas sua teia de relacionamentos, especialmente seu grupo familiar, carretando implicaes importantes nessas estruturas.onsidera-se que a famlia, deve ser entendida como eixo-primrio das relaes que possibilitam a efetividade do tratamento e acompanhamento do dependente de lcool e outras drogas, e no mais enquanto um agente causador da drogadio. Defende-se a necessidade de aes que visem promov-la e/ou fortalec-la, enquanto fator de proteo na preveno e ateno no trato da dependncia ao lcool e outras drogas. Inspirando-se em Lcia Rosa (2003) a famlia deve ser vista como ator social que constri, configura e integra a realidade social, por meio de sua expressividade em relao sade mental e dependncia ao lcool e outras drogas. Assim, ela estabelece diferentes ligaes com o meio social, aqui pensado enquanto contexto social, econmico e poltico, recebendo suas repercusses, que contriburam para a construo da sua viso de homem e de mundo, para as relaes sociais a serem estabelecidas e para seu posicionamento perante as diferentes expresses da questo social, no caso em estudo, a drogadio. Faz-se necessrio ponderar que ao lidar com o ambiente familiar, estamos trabalhando com um grande colaborador e no com o principal responsvel pelo manejo adequado da dependncia ao lcool e outras drogas. Conforme bem colocado por Costa et. al. (2009) trabalha-se com a perspectiva de se desconstruir a idia de que o problema ou a culpa ou da famlia, ou da pessoa, ou da escola para uma compreenso na qual se reconhece a participao de cada segmento e tambm o potencial de ao de cada um no enfrentamento das dificuldades que se apresentam no cotidiano e na sociedade como um todo. Ressalta-se tambm a importncia dos familiares participarem de aes dentro de uma rede intersetorial, como os grupos de apoio, uma vez que estes espaos proporcionam trocas de experincias com outros familiares que vivenciam situaes semelhantes. Quando familiares em situaes de crise encontram outros familiares que conseguem ter posturas diferentes e que j possuem retornos positivos, h um aumento da motivao para a mudana e da confiana no processo de tratamento. Assim, faz-se necessrio traar aes que se voltem para o apoio das famlias que apresentam tais vivncias, contemplando desde orientaes, grupos de apoio, at intervenes que foquem o tratamento e a reinsero social.

Sade mental e dependncia ao lcool e outras drogas. Assim, ela estabelece diferentes ligaes com o meio social, aqui pensado enquanto contexto social, econmico e poltico, recebendo suas repercusses, que contriburam para a construo da sua viso de homem e de mundo, para as relaes sociais a serem estabelecidas e para seu posicionamento perante as diferentes expresses da questo social, no caso em estudo, a drogadio. Faz-se necessrio ponderar que ao lidar com o ambiente familiar, estamos trabalhando com um grande colaborador e no com o principal responsvel pelo manejo adequado da dependncia ao lcool e outras drogas. Conforme bem colocado por Costa et. al. (2009) trabalha-se com a perspectiva de se desconstruir a idia de que o problema ou a culpa ou da famlia, ou da pessoa, ou da escola para uma compreenso na qual se reconhece a participao de cada segmento e tambm o potencial de ao de cada um no enfrentamento das dificuldades que se apresentam no cotidiano e na sociedade como um todo. Ressalta-se tambm a importncia dos familiares participarem de aes dentro de uma rede intersetorial, como os grupos de apoio, uma vez que estes espaos proporcionam trocas de experincias com outros familiares que vivenciam situaes semelhantes. Quando familiares em situaes de crise encontram outros familiares que conseguem ter posturas diferentes e que j possuem retornos positivos, h um aumento da motivao para a mudana e da confiana no processo de tratamento. Assim, faz-se necessrio traar aes que se voltem para o apoio das famlias que apresentam tais vivncias, contemplando desde orientaes, grupos de apoio, at intervenes que foquem o tratamento e a reinsero

social.

O ADOLESCENTE EM CONFLITO COM LEI

Ao desnaturalizarmos a questo do adolescente em conflito com a lei, percebemos que este expressa situao econmica e social, que se encontra em alto nvel de excluso social, gerada pelo modo de produo capitalista. Os fatores que levam esses adolescentes a excluso social so histricos e relativos, pois abrange lugar, perodo, cultura e organizao social, tornando-se relativo pelo fato desses adolescentes estarem inclusos em determinados aspectos e exclusos em outros, os adolescentes que se defrontam com a excluso social, no conseguem por fatores econmicos, culturais ou sociais, cumprir seu papel na sociedade, alargando fatores como o aumento da violncia, criminalidade e dificuldade de incluso social, porm importante ressaltar que a criminalidade no est somente ligada pobreza, mas esta propicia para que a mesma ocorra. Para compreender os fatores que envolvem os adolescentes em conflito com lei, demanda to presente na sociedade, se faz necessrio desvelar as origens determinantes para esse fenmeno. Muitos so os motivos que levam os adolescentes a cometerem o ato infracional, como carncia familiar, pobreza, influncia de amigos, a violncia e a drogadio. O uso de drogas faz com que muitos adolescentes, independente de sua classe social, cometa o ato infracional como uma forma de sustentar o vicio, porm o consumo de drogas por adolescentes em conflito com a lei, no est somente ligado a causa do ato infracional, envolve tambm outros aspectos, os quais para uma melhor apreenso preciso compreender toda a problemtica que o uso de entorpecentes

DROGAS NA ADOLESCNCIA E AS CONSEQUNCIAS ENFRENTADAS POR ESSE USO

Discutir a questo das drogas envolve fatores diversos, pois a drogadio um problema social e um problema de sade, o qual cabe ao poder pblico atentar-se para possibilidades de amenizar tal realidade, pois uma sociedade totalmente sem drogas impossvel. A histria mostra que as drogas sempre fizeram parte da sociedade. O consumo de drogas por adolescentes uma realidade em todo mundo, que tem se ampliado em todas as sociedades, um fenmeno complexo, pois na adolescncia que o uso de entorpecentes pode causar danos por toda sua vida. O uso de drogas por adolescentes se constitui em um problema psicossocial, problemtica que no est inserida apenas em nossa atualidade e sim vem sendo discutida h algum tempo, sendo necessrio refletir sobre esse problema, objetivando solues. O uso de drogas por adolescentes est vinculado ao crime e a pobreza, evidenciando que fatores econmicos implicam ao consumo de drogas. O consumo de drogas por adolescentes comum por aqueles que se encontra em situao de excluso social, porm as drogas fazem parte de todas as classes sociais, o que se diferencia so os tipos de drogas consumidas So inmeros os tipos de drogas, algumas causam uma maior dependncia e maiores conseqncias. O consumo de lcool e tabaco muito comum entre os adolescentes, os quais segundo a secretaria Nacional Antidrogas, tambm so classificadas como drogas. Por ser uma droga de menor custo e maior acesso os adolescentes passam a consumir lcool e tabaco cada vez mais cedo, em que o adolescente ao consumir bebidas alcolicas e cigarros, imagina estar inserido na vida social, em que a mdia faz o papel de propagar, pois passa a imagem de que o sujeito descolado aquele que senta em uma roda de amigos para beber e fumar, que o cigarro perpetua ao homem a imagem de poderoso e a mulher de sensual. Entre as drogas ilcitas, a maconha, uma droga comum entre os adolescentes, usada na maioria das vezes por dependentes do cigarro. A cocana uma droga que causa tanto dependncia fsica como tambm psquica, usada geralmente por adolescentes de classe mdia alta devida seu custo ser maior. O crack a droga mais comum entre os adolescentes de classe baixa por ser uma droga de menor custo. O crack causa dependncia em curto perodo de consumo e tem um efeito devastador, a droga que mais est relacionada com a criminalidade, pois quanto mais se fuma o crack, mais se tem a necessidade de consumi-la, droga muito utilizada por adolescentes moradores de rua, fazendo com que muitos passam a cometer atos infracionais como forma de sustentar o vicio. Os adolescentes drogaditos na maioria das vezes passam a consumir algum tipo de droga como uma forma de ser visto e aceitos perante a sociedade, amigos e famlia. Em muitos casos o consumo de drogas est relacionado fuga de determinadas situaes vivenciadas no cotidiano dos adolescentes, como conflitos familiares, dificuldades econmicas, dificuldade de incluso social, ou ainda por problemas acarretados na infncia, na fase de seu desenvolvimento, que segundo a psicologia, a primeira fase do desenvolvimento da criana que vai de zero a dois anos, a qual chamada de fase oral, quando a criana no recebe os devidos cuidados necessrios para o seu desenvolvimento, quando adulto pode atribuir em sua vida o consumo de algum tipo de droga, como forma de preencher a falta de algo em sua infncia. Outro fator relevante ao discutir a problemtica que o uso de drogas, levar em considerao o ciclo vicioso, ou seja, analisar a drogadio em um contexto familiar, em que comum o uso de entorpecentes por familiares do adolescente que de forma indireta faz com que este reproduza algo vivenciado em seu cotidiano. O envolvimento com a criminalidade na maioria dos casos est relacionado com o consumo de drogas, a qual designa outros aspectos como a evaso escolar, a violncia, problemas de sade, conflitos familiares e outros, uma realidade assustadora, que a cada dia as drogas esto fazendo parte do cenrio dos adolescentes. Porm a droga no o nico fenmeno desencadeador da criminalidade, a questo da drogadio um problema que est ligado com a pobreza, desigualdade, a excluso social, mas tambm ocorrem fatores culturais, econmicos e de organizao social da produo.

A EDUCAO SOCIAL COMO PERSPECTIVA DO TRABALHO DO ORIENTADORNO ACOMPANHAMENTO DA MEDIDA DE LIBERDADE ASSISTIDA

Como relatado no captulo 1, o Estatuto da Criana e do Adolescente prev atravs daabordagem socioeducativa, a interveno no punitiva do Sistema de Justia, mas prope ummodelo de interveno sistemtica que preconiza apreciar a amplitude da problemticavivenciada pelo adolescente em conflito com a lei e possibilita a este refletir sobre seus atos ebuscar novas formas de se relacionar no mundo. Portanto, o ECA vem com o objetivo depreveno e de reinsero deste adolescente na sociedade, por meio de processos educativos. Para entendermos onde se situam estes processos educativos, remetemos a Gohn (2004) queconsidera necessrio distinguir a diferena entre os trs conceitos de educao como a educaoformal, educao informal e educao no formal.

Educao Social a educao que tem por base a luta coletiva contra as injustiassociais. Tem como compromisso a emancipao das camadas populares e forja suasprticas educativas em atos, atitudes e gestos que fazem uso da tica, daindignao, da esperana e do ideal de liberdade. a busca pedaggica pelo direito vida, cidadania plena, realizao de cada um de ns como sujeitos histricoslivres e solidrios.

Para Neves, a Educao Social tem que, necessariamente, ser um processo coletivo. Seja nospartidos polticos, seja nas escolas, nos movimentos populares, nos centros de formao, nosmovimentos sindicais e at em governos democrticos. O processo educativo deve semprebuscar a construo de identidades que trabalhem juntas, que se articulem enquanto sujeitoshistricos, que criem parcerias e que fortaleam as lutas em comum. (NEVES, 2001, p. 1 e 2)Correa (2008) afirma que a educao social no Brasil surge pouco antes dos movimentos decrtica ao Cdigo de Menores, no perodo ditatorial, entre as dcadas de 60 e 70. Porm,segundo a autora, foi entre as dcadas de 80 e 90, perodo de construo do ECA, que houveuma forte mobilizao por parte da sociedade civil para a garantia dos direitos humanos dasclasses populares.Em consonncia com Graciani (2006), a educao social capaz de amenizar as desigualdadessociais, ao oferecer oportunidade para o desenvolvimento das habilidades e competnciasnecessrias para a vida em sociedade. Dessa forma, a respeito das contribuies da educaosocial a autora cita que:As contribuies positivas da educao para a sociedade destacam-se duas: areorganizao da cidadania, pela criao de ordem mais justa, fraterna e odesenvolvimento das habilidades, competncias para a vida, que permitam menosexcluso e desigualdades sociais e econmicas, levando-se em conta a diversidade eo multiculturalismo, com valorizao de valores cvicos, culturais, sociais emorais, com nfase no meio ambiente e na tica, alm da pluralidade culturalbalizadas pelo conhecimento cientfico, tcnico e humanista na formao dosaprendizes. A educao uma atividade para vida, que ocorre na famlia, na rua, naigreja, no trabalho, na escola e em todos os espaos sociais. (GRACIANI, 2006, p.3)Carvalho e Carvalho (2006) tambm ressaltam em seus estudos o repensar em uma educaosocial libertadora, onde ocorra realmente uma transformao social do sujeito. Para isso, aparticipao da sociedade civil essencial, uma vez que contribui para a abrangncia dademocracia e participao popular na poltica nacional.Segundo Silva e Sales (2009), so inmeros os motivos que levam o jovem ao abandono dosestudos e a cometer atos infracionais, a saber: dinheiro fcil, influncia de amigos, conflitosfamiliares, uso de drogas, residir em locais onde o trafico frequente entre outros. Quando seencontram em liberdade assistida a educao social se faz na forma de medida socioeducativa,sendo aplicada com o objetivo de possibilitar a reinsero ou incluso dessa parcela deindivduos na sociedade, minimizando, dessa maneira, as tenses e a crescente desigualdadesocial (RIBEIRO, 2004, apud CARVALHO, 2006, p.5).Devemos lembrar, todavia, que tais medidas incidem dentro das escolas, sendo estas muitasvezes colaboradoras da discriminao sofrida pelos adolescentes assistidos, segundo relatos deSilva e Sales (2009). As prprias instituies educativas rejeitam este aluno e vetam suaparticipao ativa na comunidade escolar. Como exemplifica Charlot (1996), adolescentesinternos reconhecem a importncia dos estudos, mesmo em uma viso utilitarista, mas diante daexcluso escolhem a no permanncia na escola.Os desafios que levam a formao de um cidado consciente, tico, ativo e responsvel porseus direitos e deveres ganham fora na ousadia da participao acoplada da sociedade civil eda escola. Para Gohn (2004) dentro de uma gesto compartilhada escola/comunidadeeducativa, que ocorre a mutao das culturas polticas arraigadas para as polticasemancipatrias. A importncia da educao no formal se d assim, em um processo deconstruo de uma sociedade justa e democrtica em um carter sociopoltico de transformar asescolas em centros de referncias civilizatrias.Contudo, percebe-se que os autores estudados apresentam diferentes vises sobre a educaosocial, porm, nenhuma se encontra isolada, ao contrrio, interagem para a construo de umasociedade igualitria. Considera-se que a educao social faz parte de um conjunto deaprendizagens e atividades indispensveis formao integral de um cidado, sendo que estasprticas sucedem tambm fora do sistema formal da educao tradicional. As reflexes devem permear as relaes do indivduo com o mundo, numa perspectiva em queo mesmo inconcluso, no entanto um ser consciente de si e de sua atividade no mundo. Pormeio deste olhar ele se torna agente de prxis, um ser que cria e transforma a sociedade na qualest inserido, sendo esta experincia o atuante do dilogo, da problematizao e da investigaodos interesses comuns, em busca da conscientizao de todos na condio de grupo.A educao social, portanto, parte do principio da igualdade, onde todos os sujeitos possuemdireito, oportunidade, capacidade, o compromisso e responsabilidade no desenvolvimento dasua realizao, valorizao pessoal e social. A responsabilidade maior deste educador fazercom que o sujeito recupere o seu vinculo com a sociedade.

O orientador da medida como educador social

A tarefa do educador social , portanto, prevenir e intervir em situaes de risco, de forma acriar mudanas qualitativas. Dever exercer influncias positivas nos indivduos. A educaosocial atua com outros trabalhadores sociais de modo interdisciplinar na proteo e promoosocial. A educao deve antes de mais nada ajudar a ser e a conviver com os outros, aprenderser com os outros e a viver juntos em comunidade.Portanto, os objetivos da educao social poderiam se concretizar no contributo para que oindivduo se integre no meio social que o envolve, mas com capacidade critica para melhor-loe transform-lo.Para Gohn, em cada campo de educao h um agente do processo de construo do saber. Naeducao formal sabemos que so os professores. Na no formal, o grande educador o outro,aquele com quem interagimos ou nos integramos. Na educao informal, os agentes educadoresso os pais, a famlia em geral, os amigos, os vizinhos, colegas de escola, a igreja paroquial, osmeios de comunicao de massa, etc. Gohn (2005, p. 29).Margareth (apud Correia, s/d) pontua que o educador social um sujeito capaz de ser povo, eeste trabalho poltico, trabalho de mudana, de transformao social. O educador social deveagir diretamente no cerne da questo para intervir na realidade do sujeito.Neves diz que o educador social tem que ser um indivduo autnomo, que sabe estar atentopara aprender, sabe ouvir, extrair, compreender as verdades e os limites de cada um para ajudloe ajudar-se a transcender. Neves (2001, p. 2).Compreendemos, ento, que, para alm da formao do educador social em uma graduao,faz-se fundamental ele ser povo, de proporcionar o movimento dialtico de ao-reflexoaopara a reconstruo da realidade do povo.Para Freire (1985), o papel do educador tambm se faz no apoio intencional as pessoas em seudesenvolvimento, potencializando as habilidades de cada um, com o intuito que as mesmasdecidam por si, possuidoras da capacidade de solucionar os seus prprios problemas, sejameles individuais ou grupais. Em outras palavras, diramos que o importante em ponderar apessoa para que ela seja capaz de entender e atuar dentro de sua comunidade, atravs de suasprprias perspectivas, conhecimentos e habilidades.Compreendemos que, os seres humanos com suas possibilidades e carncias, seus desejos esonhos, sujeitos produtores de cultura e capazes de intervenes individuais e coletivas, quedevem estar no centro das prticas escolares e, assim, do conjunto das prticas sociais (como nadefinio das polticas econmicas e socioculturais do pas).Na educao social, o ensino-aprendizagem ocorre, portanto, de maneira que o educador e oeducando so responsveis pela produo de conhecimento no ato educacional, porm nodespreza as caractersticas e a importncia das aes prticas, dos saberes e vivnciascotidianos, ou seja, o conhecimento construdo a partir de traos vivenciados por cada sujeito.Para Freire (1985) notrio que educao vai alm de contedos sistematizados, o educadordeve ser humano em sua plenitude, impossvel educar sem assimilar o contexto social dosujeito, ou seja, levar em conta a sua realidade, acreditando ser possvel uma transformao decarter pessoal e poltico. Compreendemos, assim, que a prtica da pedagogia social est almda informao, pois, acredita no ser humano como ser incompleto, ser inacabado em constantedesenvolvimento, por isso no se limita a educao social a determinada classe social ou criana, nem aos chamados excludos pela sociedade, mas esta para todos de maneira presentedurante toda a vida.Para Costa (1999) os educadores que trabalham com adolescentes com srios problemas deconduta tm trs abordagens a escolher para realizar seu trabalho: amputao, reposio esubmisso. Na abordagem de amputao, onde se cria adolescentes rebeldes ou submissos.Os rebeldes so aqueles que so agressivos consigo mesmo e com os outros criando umadificuldade de se relacionar com o outro. Os submissos so frgeis e so manipulados a todoinstante, no tem domnio prprio sobre si. Na abordagem de reposio, se identifica o queesses adolescentes no tiveram e no tem na sua vida, para ento introduzir de forma mecnica,dentro dos programas existentes para esses adolescentes. Na de aquisio, se parte doconhecimento do adolescente, do que sabem e do que so capazes, para ento buscaralternativas e maiores aprendizagem para que esse adolescente se reinsira na sociedade com oque ele tem de melhor em termos pessoais e sociais. Uma abordagem para trazer para esseadolescente tudo o que ele tem de melhor em si. Essa terceira abordagem seria a mais adequadasegundo Costa, pois possibilita aos adolescentes, uma vida de respeito diante da sociedade.Trazendo o que ele tem de melhor dentro de si prprio para uma vida.Vivemos hoje em uma sociedade capitalista, empregada pela cultura individual e determinadamuitas vezes pela globalizao, onde neste processo, modificam-se as relaes culturais,conseguintemente posturas, valores, princpios, os quais tm refletido no mbito familiar,escolar e social. Encontramos desafios para educar na atualidade.Acreditamos que o educador social sendo o profissional que trabalha com sujeitos em situaesde vulnerabilidade social, os quais so participantes de programas e projetos sociais, tem queter domnio quanto ao saber terico ou boa inteno. Suas aes no so unicamentepedaggicas, mas tambm politicas e ideolgicas. Ele deve apoiar esses sujeitos paraalcanarem e satisfazerem seus objetivos e ter competncia para avaliar o seu desempenho e taltarefa.

ADOLESCNCIA, DROGAS E ESCOLA

Segundo a Organizao das Naes Unidas para o Controle do Crime e das Drogas (UNODCCP, 2000) o abuso de drogas um fenmeno global e dificilmente existe algum pas no qual ele no ocorra. De acordo com a distribuio geogrfica das tendncias de maior consumo das diversas substncias psicoativas, temos as facilidades do acesso a determinadas drogas; os aspectos culturais mais ou menos comuns a cada regio e os fatores scio-econmicos, Em estudo realizado por Cotrim (1991) sobre drogas e populao estudantil mundial ele chega aos seguintes dados: quatro drogas mais consumidas (uso na vida) em vrias partes do mundo so basicamente as mesmas: maconha, estimulantes / anfetamnicos, inalantes e tranqilizantes / ansiolticos. Outras drogas so as cifras mais discretas, salvo excees como os Estados Unidos e Portugal (cocana) e Luxemburgo e Irlanda (alucingenos). A autora apontou tendncias de aumento desta modalidade de uso em cinco pases pesquisados (Brasil, Frana, Portugal, Itlia e Grcia), e de diminuio em dois pases (Estados Unidos e Canad). Nos demais pases estes dados estavam indisponveis ou evidenciaram manuteno dos padres de consumo,Com relao a limitaes dos estudos epidemiolgicos destacam-se, as relativas ao instrumento (questionrios auto-aplicados) nestes estudos; as dificuldades de obteno de instrumentos validados para mensurar um hbito estigmatizado e ilegal,Aspectos culturais e polticos especficos de cada pas ou regio influenciam estes estudos como, por exemplo, nos Estados Unidos pode estar ultimamente diminuindo o relato do uso de drogas, e no o uso de drogas em si, refletindo uma poltica de intolerncia crescente por parte da sociedade civil e do Estado em relao ao problema

A preveno na famlia, na escola e na comunidade

O problema do uso indevido de drogas est disseminado em todos os lugares,Escolas, clubes, condomnios, comunidades, todos enfrentam essa questo. Muitas vezes, por no se saber como abordar o problema, no se toma iniciativa para tentar resolv-lo. Considerando que so muitos e variados os fatores que causam os problemas com o abuso de drogas, uma ao isolada no suficiente. So necessrias aes conjuntas, em diferentes nveis, realizadas e dirigidas para os diversos grupos que compem a comunidade. Na definio das estratgias de preveno, preciso considerar que as palavras e as informaes no bastam. importante que todas as pessoas envolvidas tenham oportunidade de refletir sobre seus comportamentos e sobre suas opes de vida, procurando identificar os caminhos para uma vida mais saudvel, Segue agora algumas orientaes que necessitam ser consideradas em toda e qualquer abordagem, interveno quando se fala de drogas: Inicialmente os aspectos relacionados ao prprio conceito de dependncia qumica. Nem toda pessoa que consome drogas pode ser rotulado de dependente qumico, at porque h diferentes nveis de progresso do uso e que precisam ser considerados tanto pela escola como pela famlia. A Organizao Mundial de Sade (OMS apud BRASIL, 2004), reconhece a dependncia qumica como doena, porque h alterao da estrutura e no funcionamento normal da pessoa, sendo-lhe prejudicial. No tem causa nica, mas produto de uma srie de fatores (fsicos, emocionais, psquicos e sociais) que atuam ao mesmo tempo, sendo que s vezes, uns so mais predominantes em uma pessoa especfica, do que em outras. Atinge o ser humano nas suas trs dimenses bsicas (biolgica, psquica e social), e atualmente, reconhecida como uma sria questo social, medida que atinge o mundo inteiro, e todas as classes sociais. Outro aspecto diz respeito progresso do uso. Considerando as contribuies de Barros Filho (2008) e de forma resumida, temos: abstinncia refere-se ausncia de consumo. Experimentao: uso ocasional, para satisfazer a curiosidade ou interar um grupo. Uso recreacional: consumo moderado que geralmente no expe o indivduo ou o grupo a situaes de risco para a sua sade fsica ou psicolgica e do qual no advm problemas sociais. Abuso da substncia: situao em que o consumo causa danos sade fsica, psquica ou social do indivduo ou o expe a riscos. Dependncia: uso compulsivo da substncia, priorizao do seu consumo em detrimento dos danos que causa e de outros interesses pessoais, sociais ou profissionais (perda de controle)Portanto, de forma muito sinttica teramos o uso, abuso e dependncia qumica. Cada qual com aspectos especficos e sendo assim, as intervenes devem ser pautadas de acordo com as peculiaridades de cada situao. De acordo com Nogueira (2008), coordenador estadual do Programa Educacional de Resistncia s Drogas (PROERD), segue alguns princpios bsicos de preveno ao uso de drogas. Ressalta-se que os modelos de programas de preveno devem ser desenvolvidos com filosofias definidas: que ofeream aos alunos informaes sobre os efeitos das drogas; devem quando dirigidos famlia, valorizar o vnculo familiar, relaes familiares, tcnicas de comunicao, etc; devem quando para ensino fundamental e mdio aumentar as habilidades sociais; proporcionar aos alunos sentimentos positivos de auto-estima; oferecer aos alunos habilidades de resistncia s presses negativas; ser vantajosos do ponto de vista do custo-benefcio; ser especficos para as diferentes idades e culturas,De acordo com o Observatrio Brasileiro de Informaes sobre Drogas - OBID (BRASIL, 2010) as intervenes podem ser feitas em trs nveis: preveno primria, secundria e terciria,Na preveno primria o objetivo evitar que o uso de drogas se instale ou retardar o seu incio. A preveno secundria destina-se a pessoas que j experimentaram drogas ou usam-nas moderadamente e tem como objetivo evitar a evoluo para usos mais freqentes e prejudiciais. Isso implica um diagnstico e o reconhecimento precoce daqueles que esto em risco de evoluir para usos mais prejudiciais. J a preveno terciria diz respeito s abordagens necessrias no processo de recuperao e reinsero dos indivduos que j tm problemas com o uso ou que apresentam dependncia, Os nveis de preveno so um contnuum, sem limites claros, muitas vezes, entre preveno primria, secundria e terciria. Portanto, exige que as aes sejam desenvolvidas em vrios mbitos, integradas entre as diferentes reas sociais. De acordo com Marques (2003) incorporar novos conceitos e abordagens no algo fcil, contudo quando elaborados precisam ser baseados nas necessidades dosusurios com os quais so pactuados objetivos e metas, Marque (2003, p. 105) expe que h ganhos concretos / simblicos por parte destes adolescentes e que no pode ser negligenciado. Que na sociedade as drogas geram um mercado crescente de recursos. E que as polticas at ento implantadas trazem, na prtica, o discurso da intolerncia sem trazer tona a discusso do porque deste consumo, do denominado complexo fenmeno uso de substncias psicoativas nas sociedades contemporneas. Desta forma outra perspectiva desta nova poltica seria uma discusso mais problematizadora do consumo de drogas na sociedade e de possibilitar o acesso de pessoas dependentes aos servios existentes, dentre estes os da rea da sade. O autor remete a questionamentos, trazidos pela poltica de reduo de danos, que leva a sociedade a ir alm do que est posto e mudanas de comportamento. Pois se o consumo de drogas faz parte de uma ampla rede de mercado e movimenta muitos recursos fica em aberto de que forma as pessoas que se encontram presas a esta rede tem, sua vida comprometida, at que ponto encontra-se em situao de vulnerabilidade, o uso de substncias psicoativas como uma doena, assim como as aes repressoras, as violncias institudas, dentre outros. Segundo Marques (2003, p.107) boa parte destas respostas dada pela compreenso e adoo de uma poltica de drogas baseada em princpios de reduo de danos. Dentre as estratgias desta poltica de reduo de danos destaca-se: so centradas nas possibilidades que as pessoas tm de adotar comportamentos mais seguros e responsveis; aplicam-se ao uso indevido de substncias psicoativas (lcool e outras drogas); aplicam-se tanto ao uso eventual e arriscado de substncias psicoativas quanto ao uso dependente; pactuam-se metas de acordo com os riscos e danos mais imediatos e importantes de pessoas, grupos especficos e comunidades; enfim atendem pessoas e populaes que, de outra forma, estariam excludas da ateno.

CONSIDERAES FINAIS

Sua vida comprometida, at que ponto encontra-se em situao de vulnerabilidade, o uso de substncias psicoativas como uma doena, assim como as aes repressoras, as violncias institudas, dentre outros. Segundo Marques (2003, p.107) boa parte destas respostas dada pela compreenso e adoo de uma poltica de drogas baseada em princpios de reduo de danos. Dentre as estratgias desta poltica de reduo de danos destaca-se: so centradas nas possibilidades que as pessoas tm de adotar comportamentos mais seguros e responsveis; aplicam-se ao uso indevido de substncias psicoativas (lcool e outras drogas); aplicam-se tanto ao uso eventual e arriscado de substncias psicoativas quanto ao uso dependente; pactuam-se metas de acordo com os riscos e danos mais imediatos e importantes de pessoas, grupos especficos e comunidades; enfim atendem pessoas e populaes que, de outra forma, estariam excludas da

Bibliografia

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