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SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE Divisão de Vigilância Epidemiológica
Programa Estadual de Hepatites Virais
1 CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE Rua Domingos Crescêncio, 132 – Sala 304 [email protected] Porto Alegre/RS CEP 90650-090 Fone: 51 3901 -1165 Fax 3901-1054
Situação Epidemiológica das Hepatites Virais no Estado do Rio Grande do Sul - 20091
Analisando-se os dados dos casos confirmados de Hepatites Virais A, B e C do
Estado, registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação- SINAN2, da
série histórica de 1999 a 2009, pode-se observar o comportamento epidemiológico da
doença por agente etiológico nestes dez anos (tabela 1).
Tabela 1- Coeficientes de Detecção de Hepatites Virais A, B, e C, RS, 1999 a 2009
(por 100.000 habitantes)
A B C TOTAL
Ano Casos Coef. Casos Coef. Casos Coef. Casos
1999 1517 15,21 910 9,13 1913 19,18 4340
2000 2712 26,62 1066 10,46 1682 16,51 5460
2001 2551 24,74 968 9,39 1728 16,76 5247
2002 1015 9,75 800 7,69 1811 17,4 3626
2003 724 6,89 953 9,07 1788 17,01 3465
2004 1233 11,62 1030 9,7 2283 21,51 4546
2005 1393 12,84 1273 11,74 2340 21,58 5006
2006 883 8,05 1041 9,5 1794 16,36 3718
2007 285 2,57 1106 9,98 1816 16,39 3117
2008 351 3,23 1136 10,47 2157 19,87 3644
2009 557 5,10 1054 9,66 2449 22,44 4060
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES/RS março 2011
A tendência da incidência da Hepatite Viral A (HAV) por 100.000 habitantes foi
de declínio, de 15,21 em 1999 para 2,57 em 2007 e com leve acréscimo a partir de 2008,
1 Material elaborado por Miriam Vontobel com a colaboração de Ana Luiza Trois de Miranda, Programa
Estadual de Controle e Prevenção das Hepatites Virais, Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro
Estadual de Vigilância em Saúde. Porto Alegre, Dez 2010. 2 Dados acessados em dezembro de 2010.
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2 CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE Rua Domingos Crescêncio, 132 – Sala 304 [email protected] Porto Alegre/RS CEP 90650-090 Fone: 51 3901 -1165 Fax 3901-1054
quando passou para 3,23 e em 2009 para 5,10 (gráfico 1). Neste período os coeficientes
oscilaram ciclicamente, mas sempre com valores inferiores aos coeficientes mais
elevados dos anos anteriores, mantendo assim uma tendência de decréscimo.
Os coeficientes de detecção da Hepatite B (HBV) por 100.000 habitantes
apresentaram no período analisado uma tendência estável, em 1999 foi de 9,13 e em 2009
de 9,66. O mesmo ocorreu com os dados da Hepatite C (HCV) que não oscilaram
significativamente, de 19,18 em 1999 passou para 22,44 em 2009 (gráfico 1).
Gráfico 1- Coeficientes de Detecção das Hepatites virais A, B e C, RS, 1999 a 2009
(por 100.000 habitantes)
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES/RS
Focando o ano de 2009 verificou-se que houve a detecção de um total de 4060
casos, no estado, sendo 557 de Hepatite A, 1054 de Hepatite B e 2449 de Hepatite C
(tabela 1), com uma distribuição percentual de 13,71 % da HAV, 25,96 % da HBV e
60,32 % da HCV do total de casos.
Também para a avaliação do ano de 2009 foram destacadas algumas variáveis
como idade, sexo, distribuição geográfica, modos de transmissão e coinfecções.
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
po
r 1
00
.00
0 h
ab.
HAV HBV HCV
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Em relação a faixa etária, de acordo com o esperado para a Hepatite A (gráfico 2),
os maiores coeficientes, por 100.000 habitantes, ocorreram em menores de 15 anos de
idade. Para a Hepatite B os coeficientes mais expressivos foram dos 30 anos até 59 anos
de idade. E os coeficientes da Hepatite C foram bastante elevados dos 40 anos aos 69
anos de idade (66,33). Quanto a distribuição percentual dos casos verificou-se que na
HAV 61,57% dos casos ocorreram em menores de 15 anos de idade; na HBV 66,63%
ocorreram na faixa de 30 a 60 anos de idade e na HCV 66,33% dos casos estiveram
concentrados na faixa de 40 a 69 anos de idade.
Gráfico 2- Coeficientes de Detecção de Hepatites Virias A, B, e C, por faixa
etária, RS, 2009
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES/RS
Houve pouca diferença na ocorrência dos casos entre os sexos, predominando o
sexo masculino para os 3 tipos de hepatites, na razão M:F de 1,3:1 (HAV e HCV) e 1,1:1
(HBV) (gráfico 3).
0
10
20
30
40
50
60
po
r 1
00
.00
0 h
ab
HVA HVB HVC
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Gráfico 3- Percentual de casos de Hepatites Virais A, B e C por sexo e razão de
sexo, RS, 2009
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES/RS
A distribuição geográfica dos casos ocorreu de forma diversa para os diferentes
tipos de hepatites nas Coordenadorias Regionais de Saúde - CRS. A HAV concentrou-se
mais na 3°CRS (Pelotas), a HBV na 5°CRS (Caxias do Sul), 6°CRS (Passo Fundo),
11°CRS (Erechim) e 19° CRS (Frederico Westphalen) e a HCV na 1°CRS (Porto Alegre)
e 7°CRS (Bagé), como pode ser verificado no gráfico 4 e mapas a seguir.
56,453,0
56,2
43,6 47,043,8
1,3 1,1 1,3
Vírus A Vírus B Vírus C
Po
rce
nta
ge
m
M F Razão M:F
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Gráfico 4- Coeficientes de Detecção de Hepatites Virais A, B e C, por CRS, 2009
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES/RS
A distribuição espacial, dos casos de hepatites virais por agente etiológico, no
território do Estado é visualizada mais nitidamente nos mapas a seguir.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª 16ª 17ª 18ª 19ª
po
r 1
00
.00
0 h
ab
.
Vírus A Vírus B Vírus C
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Mapa 1- Coeficiente de Incidência da Hepatite A, por CRS, 2009
(por 100.000 habitantes)
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES-RS
até 9,84
9,86 até 19,87
19,87 até 29,51
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Mapa 2- Coeficiente de Detecção da Hepatite B, por CRS, 2009
(por 100.000 habitantes)
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES-RS
até 6,76
6,76 até 12,39
12,39 até 18,02
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Mapa 3- Coeficiente de Detecção da Hepatite C, por CRS, 2009
(por 100.000 habitantes)
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES-RS
As formas de transmissão para a HAV foram, predominantemente, por
alimentos/água (gráfico 5).
até 13,55
13,55 até 26,16
26,16 até 38,76
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Gráfico 5- Vias de Transmissão da Hepatite A, RS, 2009
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES/RS
A Hepatite B apresentou percentuais mais elevados de casos pela transmissão
sexual, tratamentos dentário e cirúrgico (gráfico 6).
Gráfico 6- Vias de Transmissão da Hepatite B, RS, 2009
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES/RS
Em 61% das notificações esse dado não foi informado.
98%
2%
alimentos/agua pessoa/pessoa
38%
15%13%
12%
6%
5%11%
Sexual Trat. Dentário Trat. Cirúrgico Transfusional Uso drogas inj. Vertical Outros
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A transmissão da Hepatite Viral C ocorreu principalmente por transfusão
sanguínea (no período anterior a 1993), uso de drogas injetáveis, tratamento cirúrgico e
dentário (gráfico 8).
Gráfico 7- Vias de Transmissão da Hepatite C, RS, 2009
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES/RS
Em 50% das notificações esse dado não foi informado.
Tabela 2- Detecção de Coinfecção de Hepatites Virais A, B, e C, RS, 1999 a 2009
B + D B + C A + (B ou C) TOTAL
Ano Casos Coef. Casos Coef. Casos Coef. Casos
1999 0 0,00 2 0,02 0 0,00 2
2000 1 0,01 9 0,09 0 0,00 10
2001 1 0,01 21 0,20 3 0,03 25
2002 1 0,01 42 0,40 7 0,07 50
2003 4 0,04 44 0,42 9 0,09 57
2004 1 0,01 33 0,31 7 0,07 41
2005 0 0,00 31 0,29 9 0,08 40
2006 1 0,01 33 0,30 2 0,02 36
2007 3 0,03 63 0,57 15 0,14 81
2008 4 0,04 53 0,49 5 0,05 62
2009 2 0,02 65 0,60 7 0,06 74
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES/RS
36%
27%
14%
9%
8% 6%
Transfusional Uso drogas inj. Trat. Cirúrgico
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A coinfecção entre a Hepatite B e C foi de 1,57% (tabela 3).
Tabela 3- Coinfecção – Hepatite B + C, RS, 2009
Ano Total de casos Coinfecção B+C %
2009 4943 65 1,57
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES/RS
A coinfecção da Hepatite Viral B com HIV/Aids foi de 5,78% e da Hepatite Viral
C com HIV/Aids foi de 14,12 % (tabela 4).
Tabela 4- Coinfecção – Hepatite B e C com HIV/Aids, RS, 2009
Fonte dos dados brutos: SINAN/CEVS/SES/RS
O dado da coinfecção com HIV/Aids não foi informado em 16,22% e 14,84% das
notificações de HBV e HCV respectivamente.
Entretanto, se a magnitude e transcendência das hepatites virais são
inquestionáveis, também são conhecidos os entraves e as dificuldades na prevenção,
notificação e vigilância, atendimento e acompanhamento clinico, diagnóstico laboratorial
e tratamento das hepatites virais no Estado do Rio Grande do Sul e no restante do Brasil.
É uma doença complexa para seu controle e pela sua história natural.
Classificação
Etiológica Total HIV/Aids %
Vírus B 1054 61 5,78
Vírus C 2449 346 14,12
Total 3503 407 11,61
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