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@Medcão
SINDROMES PSICÓTICAS
Separação de transtornos psicóticos agudos e transitórios (F23. —) de
esquizofrenia (F 20. )
O diagnóstico de esquizofrenia depende da presença de delírios, alucinações e
outros sintomas típicos (descritos nas páginas 85-88) e é especificada uma duração
mínima de 1 mês
A maioria dos relatos clínicos e autoridades sugerem que, na grande maioria dos
pacientes com essas psicoses agudas, o início dos sintomas psicóticos ocorre em
poucos dias ou em 1-2 semanas e que muitos pacientes se recuperam com ou sem
medicação dentro de 2-3 semanas.
Portanto, parece apropriado especificar 1 mês como o ponto de transição entre os
transtornos agudos nos quais sintomas do tipo esquizofrênico têm sido um aspecto
e a esquizofrenia em si.
A abstinência do agente tóxico é normalmente seguida pelo desaparecimento dos
sintomas em 8-10 dias
F 22 TRANSTORNOS DELIRANTES PERSISTENTES
para evitar confusão diagnostica é construir uma sequência diagnostica que reflita a
ordem de prioridade dada aos aspectos-chave selecionados do transtorno
A. um início agudo (dentro de duas semanas) como o aspecto definidor de todo
o grupo;
B. Presença de síndromes típicas: estado rapidamente mutável e variável, aqui
chamado "polimórfico", ao qual foi dado proeminência nos estados psicóticos
agudos, a presença de sintomas esquizofrênicos típicos.
C. Presença de estresse agudo associado: primeiros sintomas psicóticos
ocorrem dentro de cerca de duas semanas de um ou mais eventos, que
poderiam ser considerados como estressantes para a maioria das pessoas sob
circunstâncias similares (luto, perda inesperada de parceiro ou emprego,
casamento ou o trauma psicológico de combate, terrorismo e tortura)
Forma de início
• Início agudo é definido como uma mudança de um estado sem sintomas
psicóticos para um estado psicótico claramente anormal dentro de um período
de duas semanas ou menos.
• Início abrupto (dentro de 48 horas ou menos)
Uma recuperação completa usualmente ocorre dentro de 2 ou 3 meses, somente uma
pequena proporção de pacientes com esses transtornos desenvolve estados
persistentes e incapacitantes.
@Medcão
"Transtorno psicótico" é usado como um termo de conveniência para todos os
membros desse grupo
Nenhum dos transtornos nesse grupo satisfaz os critérios diagnósticos para
episódio maníaco (F30. —) ou depressivo (F32. —), ausência de causa orgânica, não
devem ser diagnosticados na presença de intoxicação óbvia por drogas ou álcool
F24 TRANSTORNOS DELIRANTES INDUZIDOS
Um transtorno delirante raro partilhado por duas ou, ocasionalmente, mais pessoas
que mantém laços emocionais íntimos (usualmente dependente ou subserviente à
pessoa que apresenta a psicose genuína)
Somente uma pessoa sofre, são induzidos no(s) outro(s) e usualmente desaparecem
quando as pessoas são separadas
são usualmente crônicos e de natureza persecutória ou grandiosa.
DIRETRIZES DIAGNPOSTICOS
• 2 ou mais pessoas com o mesmo delírio
• Relacionamento intimo
• Evidência temporal do desenvolvimento
Inclui: folie à deux; transtorno paranoide ou psicótico induzido; psicose simbiótica
Exclui: folie simultanée
F28 OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS NÃO ORGÂNICOS
Transtornos psicóticos que não satisfazem os critérios para esquizofrenia (F20. —)
ou para tipos psicóticos de transtornos do humor (afetivos) (F30—F39) e
transtornos psicóticos que não satisfazem os critérios sintomatológicos para
transtorno delirante persistente (F22. —) devem ser codificados aqui.
F29 PSICOSE NÃO ORGÂNICA NÃO ESPECIFICADA
Inclui: psicose SOE
Exclui: transtorno mentaí SOE (F99); psicose orgânica ou sintomática SOE (F09)
TIPO CARACTERISTICAS
F23.0 Transtorno
polimórfico agudo,
sem sintoma de
esquizofrenia
Um transtorno psicótico agudo no qual alucinações, delírios e perturbações da percepção são
óbvios, mas marcadamente variáveis, mudando de dia a dia ou mesmo de hora a hora.
Tumultos emocionais com sentimentos
intensos e transitórios de felicidade e êxtase ou ansiedade e irritabilidade
estão, também, frequentemente presentes (variáveis)
início abrupto e uma resolução rápida dos sintomas;
@Medcão
apesar da variedade de sintomas, nenhum deve estar presente com
consistência suficiente para preencher os critérios diagnósticos para esquizofrenia
(F20. —) ou para episódio maníaco ou depressivo (F30. — ou F32. —).
F23.1 Transtorno
psicótico polimórfico
agudo com sintomas
de
esquizofrenia
Um transtorno psicótico agudo, o qual satisfaz os critérios descritivos para
transtorno psicótico polimórfico agudo (F23.0), porém, no qual sintomas
tipicamente esquizofrênicos estão também consistentemente presentes.
Se os sintomas esquizofrênicos persistem por mais do que 1 mês, o diagnóstico deve ser mudado
para esquizofrenia (F20. —).
F23.2 Transtorno
psicótico
esquizofreniforme
agudo
Um transtorno psicótico agudo no qual os sintomas psicóticos são comparativamente estáveis e
satisfazem os critérios para esquizofrenia (F20.) porem tem durado menos do que 1 mês, Algum
grau de variabilidade ou instabilidade emocional pode estar presente. Início agudo, critérios de
esquizofrenia presentes na maior parte do tempo e critérios para transtorno psicótico
polimórfico agudo não são preenchidos. Se os sintomas esquizofrênicos durarem mais do que 1
mês, o diagnóstico deve ser mudado para esquizofrenia (F20. —).
Inclui: esquizofrenia aguda (indiferenciada); transtorno esquízofreniforme breve; psicose
esquízofreniforme breve; oneirofrenia; reação esquizofrênica
Exclui: transtorno delirante (esquízofreniforme) orgânico (F06.2); transtorno esquízofreniforme
SOE (F20.8)
F23.3 Outros
transtornos psicóticos
agudos
predominantemente
delirantes
delírios ou alucinações (auditivas) comparativamente estáveis são os aspectos clínicos principais,
porém não preenchem os critérios para esquizofrenia (F20) ou episódio psicótico polimórfico
agudo (F23.0)
Início agudo
Se os delírios persistem por mais do que 3 meses, o diagnóstico deve ser mudado para transtorno
delirante persistente (F22. —).
Se apenas alucinações
persistem por mais do que 3 meses, o diagnóstico deve ser mudado para outro transtorno
psicótico não orgânico (F28).
F23.8 Outros
transtornos psicóticos
agudos e transitórios
Quaisquer outros transtornos psicóticos agudos que não são classificáveis sob qualquer outra
categoria em F23 (tais como estados psicóticos agudos, nos quais delírios ou alucinações
definitivas ocorrem, porém persistem só por pequenas proporções de tempo)
Estados de excitação indiferenciada devem também ser codificados aqui, se mais informação
detalhada acerca do estado mental do paciente não está disponível, desde que não haja evidência
de uma causa orgânica.
F23.9 Transtorno
psicótico agudo e
transitório, não
especificado
Inclui: psicose reativa (breve) SOE
ESQUIZOFRENIA
EPIDEMIOLOGIA
Conceito: doença caracterizada por distorções do pensamento, da percepção de si
mesmo e da realidade externa, além de inadequação e embotamento do afeto (OMS,
1998).
@Medcão
1% da população Mundial sem diferenças de raças, idades e classes sociais → 0,92
para homens e 0,9% para mulheres
Início: 20 anos nos homens e 25 nas mulheres
Crises agudas: alucinação, delírio, desorganização do epensamento + períodos de
remissão dificuldade de expressão das emoções, apatia, isolamento social e um
sentimento profundo de desesperança.
Morte: suicídio (1º ano após diagnóstico), acidentes, outras patologias associadas
FR: drogas, baixa adesão terapêutica, baixa autoestima, estresse, desesperança,
isolamento, depressão e eventos negativos na vida do paciente.
Prejuízos cognitivos: dificuldade de abstração, déficit de memória,
comprometimento da linguagem e falhas no aprendizado.
Períodos de crises e remissão alternados → deterioração do paciente e da família
ETIOLOGIA
Foram criadas teorias com o intuito de explicar os fenômenos genéticos,
representadas por: Teoria genética, Teoria neuroquímica, distúrbio no
neurodesenvolvimento, alterações estruturais e teoria psicológica.
Teorias biológicos seriam aqueles ligados à genética e/ou aqueles que são devidos a
uma lesão ou anormalidade de estruturas cerebrais e deficiência em
neurotransmissores
Teorias psicossociais são aqueles ligados ao indivíduo, do ponto de vista psicológico
e de sua interação com o seu ambiente social, tais como: ansiedade muito intensa,
estado de estresse elevado, fobia social e situações sociais e emocionais intensas.
Teorias da mãe esquizofrênica”, definindo que comportamentos não aceitáveis
socialmente como: rejeição do filho e hostilidades eram constantes nas famílias das
pessoas que possuíam a doença.
Teorias genéticos: esquizofrenia entre gêmeos idênticos (50%) e probabilidades
variáveis entre gêmeos dizigóticos (aproximadamente 12%),
Teorias neuroquímicos: teoria dopaminpergica central → Nesse processo os
terminais dopaminérgicos são hiperativados gerando alucinações auditivas, ideias
delirantes e agitação psicomotora (usar inibidores D2)
Distúrbio no Neurodesenvolvimento: do feto ao crescimento → má nutrição fetal
leva a má formações fetais + prematuridade; doenças maternas (DM, DPOC, inanição
materna durante o primeiro trimestre de gestação)
@Medcão
Alterações anatômicas: dimensões reduzidas da estrutura cerebral,; alargamento
do ventrículo cerebral; aumento dos sulcos corticais. Áreas mais afetadas: lobo
temporal, hipocampo e giro parahipocampal)
QUADRO CLÍNICO
POSITIVOS OU
PSICÓTICOS
NEGATIVOS DESORGANIZAÇÃO
excesso de distorções dos
processos mentais, como por
exemplo, alucinações, delírios
(perseguição, de referência e
de controle) e fala ou
comportamento desorganizado.
expressão de emoções
diminuída, apatia, falta de
motivação, retraimento, falta
de interesse em contatos
sociais, pobreza de fala,
desorganização da forma ou do
fluxo de pensamento é evidente
na produção da linguagem.
movimentos e gestos sem
objetivos, além de
apresentarem discurso
desorganizado,
Comportamentos bizarros
agressividade e hostilidade,
envolvendo expressões de
raiva, ressentimentos,
sarcasmo, abuso verbal,
comportamento violento,
irritabilidade, não
cooperatividade,
DIAGNÓSTICO
F20 ESQUIZOFRENIA
são caracterizados, em geral, por distorções fundamentais e características do
pensamento e da percepção e por afeto inadequado ou embotado.
Consciência clara e a capacidade intelectual estão usualmente mantidas, embora
certos déficits cognitivos possam surgir no curso do tempo.
Delírios explicativos, a ponto de que forças naturais ou sobrenaturais trabalham de
forma a influenciar os pensamentos e as ações do indivíduo atingido, de formas que
são muitas vezes bizarras
O paciente pode ver a si próprio como o pivô de tudo o que acontece.
Alteração da percepção: As alucinações, especialmente auditivas, são comuns e
podem comentar sobre o comportamento ou os pensamentos do paciente; cores ou
sons podem aparecer excessivamente vívidos ou alterados em qualidade e aspectos
irrelevantes das coisas comuns podem parecer mais importantes que todo o objeto
ou a situação;
Perplexidade é também comum no início e leva frequentemente a uma crença de que
situações cotidianas possuem um significado especial, usualmente sinistro, destinado
unicamente ao indivíduo.
@Medcão
humor é caracteristicamente superficial, caprichoso ou incongruente.
Ambivalência e a perturbação da volição podem aparecer como inércia, negativismo
ou estupor. A catatonia pode estar presente
O começo pode ser agudo, com comportamento seriamente perturbado, ou insidioso,
com um desenvolvimento gradual de ideias e condutas estranhas.
Os sexos são mais ou menos igualmente afetados, mas o começo tende a ser mais
tardio nas mulheres → inevitavelmente crônico ou deteriorante
Devem estar presentes:
A. Eco do pensamento, inserção ou roubo do pensamento, irradiação do
pensamento;
B. Delírios de controle, influência ou passividade claramente referindo-
se ao corpo ou movimentos dos membros ou pensamentos específicos,
ações ou sensações, percepção delirante;
C. Vozes alucinatórias comentando o comportamento do paciente ou
discutindo entre elas sobre o paciente ou outros tipos de vozes
alucinatórias vindos de alguma parte do corpo;
D. Delírios persistentes de outros tipos que são culturalmente
inapropriados e completamente impossíveis, tais como identidade
política ou religiosa ou poderes e capacidades sobre-humanas (p. ex.,
ser capaz de controlar o tempo ou de se comunicar com alienígenas de
outro planeta);
E. Alucinações persistentes de qualquer modalidade, quando
acompanhadas por delírios "superficiais" ou parciais, sem claro
conteúdo afetivo, ou por ideias sobrevaloradas persistentes ou quando
ocorrem todos os dias durante semanas ou meses continuadamente;
F. Intercepções ou interpolações no curso do pensamento resultando em
discurso incoerente, irrelevante ou neologismos;
G. Comportamento catatônico, tal como excitação, postura inadequada ou
flexibilidade cérea, negativismo, mutismo e estupor;
H. Sintomas "negativos", tais como apatia marcante, pobreza do discurso
e embotamento ou incongruência de respostas emocionais, usualmente
DIRETRIZES DIAGNÓSTICAS
um mínimo de um sintoma claro, A a D ou sintomas de pelo menos dois dos grupos
referidos como E e H, devem estar claramente presentes pela maior parte do tempo
durante um período de 1 mês ou mais.
As condições que preenchem essas exigências sintomatológicas, porém de duração
menor do que 1 mês (tratadas ou não), devem ser diagnosticadas em primeira
instância como transtorno psicótico esquizofreniforme agudo (F23.2) e
@Medcão
reclassificadas como esquizofrenia, se os sintomas persistirem por períodos mais
longos.
Fase prodrômica: sintomas e comportamento, tais como perda de interesse em
trabalho, atividades sociais, aparência pessoal e higiene, juntos com ansiedade
generalizada e graus leves de depressão e preocupação, precedeu o início dos
sintomas psicóticos durante semanas ou mesmo meses.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
O diagnóstico de esquizofrenia não deve ser feito na presença de sintomas
depressivos ou maníacos nítidos,
Se ambos os sintomas, esquizofrênicos e afetivos, se desenvolvem juntos e estão
igualmente balanceados, o diagnóstico de transtorno esquizoafetivo (F25. —) deve
ser feito
A esquizofrenia não deve ser diagnosticada na presença de doença cerebral clara ou
durante estados de intoxicação ou-de abstinência de drogas. Sendo assim,
Transtornos similares que se desenvolvem na presença de epilepsia ou outra doença
cerebral devem ser codificados sob F06.2 e aqueles induzidos por drogas, sob Flx.5.
PADRÃO DE CURSO
• F20.x0 Contínuo
• F20x1 Episódico com déficit progressivo
• F20x2 Episódico com déficit estável
• F20x3 Episódico remitente
• F20x4 Remissão incompleta
• F20x5 Remissão completa
• F20x8 Outro
• F20x9 Período de observação menor do que um ano
SUBTIPOS
SUBTIPOS CARACTERÍSTICAS
F20.ESQUIZOFRENIA
PARANÓIDE
Tipo mais comum, delírios estáveis paranoides (perseguição, missão especial, mudança corporal ou
ciúmes) acompanhados de alucinações auditivas (vozes ameaçadoras que dão ordens) e perturbação da
percepção (zunidos, assovios); alucinações olfativas ou gustativas, sensações sexuais
Transtorno do pensamento óbvio em casos agudos. Afeto menos embotado
Perturbações do humor (irritabilidade, raiva repentina, receio e suspeita.)
Sintomas negativos (embotamento afetivo e comprometimento da volição – não são dominantes)
Pode ser episódico com remissões parciais ou completas ou crônico.
DD: excluir psicoses epilépticas e induzidas por drogas , estado paranoide involutivo (F22.8) paranoia
(F22.0)
F20.1 ESQUIZOFRENIA
HEBEFRÊNICA
Mudanças afetivas são proeminentes, comportamento irresponsável, imprevisível e sem objetivo,
maneirismos, afeto superficial e inadequado. Pensamento desorganizado, divagações, queixas
hipocondríacas, tendência a solidão. Inicia na idade de 15 a 25 anos com rápido desenvolvimento de
sintomas negativos, embotamento afetivo e perda de volição (proeminentes); alucinações e delírios
@Medcão
não são proeminentes. A personalidade pré mórbida é a timidez e a solidão. Período de 2 a 3 meses
de observação para fechar diagnóstico (garantir a manutenção dos sintomas)
F20.2 ESQUIZOFRENIA
CATATÔNICA
Perturbações psicomotoras proeminentes, alternância em se alternar entre extremos tais como
hipercinesia e estupor ou obediência automática e negativismo, agitação violenta. Comum em países
industrializados. Catatonia semelhando ao sonho (oniroide) com vividas alucinações. Seguintes
comportamentos deve dominar o quadro clínico: estupor ou mutismo; excitação (atividade motora sem
sentido), postura inadequada, negativismo (resistência imotidada), rigidez (manutenção da postura),
flexibilidade cérea (manutenção do membro na posição), obediência automática (cumprimento
automático de instruções) e perseveração de palavras e frases.)
F20.3 ESQUIZOFRENIA
INDIFERENCIADA
Satisfaz os critérios gerais, mas não se adequa a nenhum dos subtipos acima, ou apresenta aspectos
de mais de um deles. Essa rubrica deve ser usada somente para condições psicóticas (isto é, a
esquizofrenia residual (F20.5) e a depressão pós-esquizofrênica (F20.4) são excluídas)
F20.4 DEPRESSÃO-PÓS
ESQUIZOFRENICA
Um episódio depressivo, o qual pode ser prolongado, surgindo após uma doença esquizofrênica. Alguns
sintomas ainda podem estar presentes, mas não dominam o quadro. Os sintomas depressivos são
raramente graves para preencher os critérios de episódio depressivo grave (F32.2 e F32.3). está
associado ao aumento do número de suicídio.
F20.5 ESQUIZOFRENIA
RESIDUAL
Um estágio crônico no desenvolvimento de um transtorno esquizofrênico, no qual houve uma progressão
clara de um estágio inicial para um estágio mais tardio
caracterizado por sintomas "negativos" de longa duração (proeminentes), embora não necessariamente
irreversíveis. (retardo psicomotor, hipoatividade, afeto embotado, passividade e falta de iniciativa,
pobreza da quantidade ou do conteúdo do discurso, comunicação não verbal pobre através da expressão
facial, do olhar, da modulação da voz e da postura, autocuidado e desempenho social pobres); evidência,
no passado, de pelo menos um episódio psicótico bem definido satisfazendo os critérios diagnósticos
para esquizofrenia; pelo menos 1 ano com delírios e alucinações mínimas ou substancialmente reduzidos;
ausência de demência ou outro transtorno cerebral orgânico
F20.6 ESQUIZOFRENIA
SIMPLES
Incomum, insidioso, incapacidade de atender exigências da sociedade e declínio no desempenho
total. Delírios e alucinações não são evidentes. Os aspectos "negativos" característicos da
esquizofrenia residual se desenvolvem sem serem precedidos por nenhum sintoma francamente
psicótico. Conduta vagante, inatividade e sem objetivo. Difícil diagnóstico.
F20.8 OUTRA
ESQUIZOFRENIA
Inclui: esquizofrenia cenestopática e transtorno esquizofreniforme SOE
exclui transtorno esquizofreniforme agudo (F23.2); esquizofrenia cíclica (F25.2); esquizofrenia
latente (F23.2)
F20.9 ESQUIZOFRENIA
NÃO ESPECIFICADA
F21 TRANSTORNO ESQUIZOTÍPICO
Não existe perturbação dominante ou típica, mas algumas das seguintes podem estar
presentes:
A. Afeto inapropriado e constrangido (o indivíduo parece frio e distante);
B. Comportamento ou aparência que é estranho, excêntrico ou peculiar;
C. Pobre relacionamento com outros e uma tendência a retraimento social
D. Crenças estranhas ou pensamento mágico influenciando o comportamento e
inconsistentes com normas subculturais;
E. Suspeita ou ideias paranoides;
F. Ruminações obsessivas sem resistência interna, frequentemente com
conteúdos dismorfofóbicos, sexuais ou agressivos;
G. Experiências perceptivas inusuais, incluindo somatossensoriais (corporais) ou
outras ilusões, despersonalização ou desrealizaçao;
@Medcão
H. Pensamento vago, circunstancial, metafórico, superelaborado ou
estereotipado, manifestado por um discurso estranho ou de outras formas,
sem incoerência grosseira;
I. Episódios quase psicóticos ocasionais e transitórios, com intensas ilusões,
alucinações auditivas ou outras e
Possui curso crônico com flutuações de intensidade, Ocasionalmente, ele evolui para
esquizofrenia franca, evolução e curso são usualmente aqueles de um transtorno de
personalidade. Se acredita ser parte do "spectrum" genético da esquizofrenia.
Não é recomendada para uso geral, pois não é bem definida; 3 ou 4 aspectos devem
ser definidos, e não deve ser preenchido critérios para esquizofrenia
Inclui: esquizofrenia borderline, esquizofrenia latente, reação esquizofrênica
latente, esquizofrenia pré-psicótica, esquizofrenia prodrômica, esquizofrenia
pseudoneurótica, esquizofrenia pseudopsicopática, transtorno de personalidade
esquizotípica
Exclui: Exclui: síndrome de Asperger (F84.5), transtorno de personalidade
esquizoide (F60.1)
F25 TRANSTORNOS ESQUIZOAFETIVOS
Esses são transtornos episódicos, nos quais ambos os sintomas, afetivos e
esquizofrênicos, são proeminentes dentro do mesmo episódio de doença de forma
simultânea
Outras condições nas quais sintomas afetivos são sobrepostos ou fazem parte de
uma doença esquizofrênica pre-existente ou nas quais eles coexistem ou se alternam
com outros tipos de transtornos delirantes persistentes são classificadas sob a
categoria adequada em F20 — F29.
Delírios ou alucinações humor-incongruentes em transtornos afetivos (F30.2, F31.2,
F31.5, F32.3 ou F33.3) não justificam por si só um diagnóstico de transtorno
esquizoafetivo.
DIRETRIZES DIAGNÓSTICOS
Apenas quando ambos, sintomas esquizofrênicos + afetivos definitivo simultaneos ou
distam poucos dias uns dos outros
TIPO CARACTERISTICA
F25.0 Transtorno
esquizoafetivo, tipo
maníaco
sintomas esquizofrênicos e maníacos são ambos proeminentes no mesmo episódio de doença
Humor: Elação, aumento da autoestima e ideias grandiosas, agressivo e ideias persecutórias.
energia, hiperatividade, concentração comprometida e uma perda da inibição social normal, roubo de
pensamento
Os transtornos esquizoafetivos do tipo maníaco são usualmente psicoses floridas com um início agudo,
recuperação total dentro de poucas semanas
Ter 1ou2/4 dos critérios de A a D de F20
Inclui: psicose esquizoafetiva, tipo maníaco; psicose esquizofreniforme, tipo maníaco
@Medcão
F25.1 Transtorno
esquizoafetivo, tipo
depressivo
sintomas esquizofrênicos e depressivos são ambos proeminentes no mesmo episódio de doença
retardo, insônia, perda de energia, de apetite ou de peso, redução dos interesses normais,
comprometimento de concentração, culpa, sentimentos de desesperança e pensamentos suicidas.
Pensamentos irradiados, ou sofrendo interferência ou que forças alienígenas estão tentando controlá-
los; sensação de perseguição, escutam vozes,
são usualmente menos floridos e alarmantes que os episódios esquizoafetivos do tipo maníaco, porém
eles tendem a durar mais e o prognóstico é menos favorável.
Ter Pelo menis 2 sintomas depressivos + Ter 1ou2/4 dos critérios de A a D de F20
F25.2 Transtorno
esquizoafetivo, tipo
misto
sintomas de esquizofrenia (F20. —) + transtorno afetivo bipolar misto (F31.6)
Inclui: esquizofrenia cíclica psicose esquizofrênica e afetiva mista
F25.8 Outros
transtornos
esquizoafetivos
F25.9 Transtorno
esquizoafetivo, não
especificado
Inclui: psicose esquizoafetiva SOE
CRITÉRIOS DE KURT SCHNEIDER
Interessado em identificar sintomas patognomônicos, como Bleuler. Ele estabeleceu
uma hierarquia de sintomas, de acordo com sua importância para o diagnóstico da
esquizofrenia – Sintomas de 1ª Ordem (considerados bastante sugestivo de
esquizofrenia) e Sintomas de 2ª Ordem (com menor valor para o diagnóstico da
doença). Ele dizia que a presença de sintomas de 1ª Ordem não era obrigatória para
o diagnóstico de esquizofrenia.
1ª Ordem: Percepção delirante, alucinações auditivas (vozes que fazem comentários
e/ou vozes que dialogam entre si), sonorização do pensamento, roubo do pensamento,
vivências de influência sobre o pensamento, difusão do pensamento.
2ª Ordem: Outros distúrbios sensoperceptivos, intuição delirante, perplexidade,
disposições de ânimo depressivos ou maníacos, vivência de empobrecimento afetivo.
Estas concepções descritas anteriormente influenciaram as classificações e os
critérios atuais como o DSM IV (Diagnostic and statistical manual of mental
disorders) e a CID 10 (Classificação internacional das doenças).
Mais recentemente, Crow (1980) classificou esquizofrenia com Tipo I (com sintomas
positivos – delírios, alucinações) e Tipo II (com sintomas negativos – embotamento
afetivo, pobreza de discurso).
TRATAMENTO
A esquizofrenia requer tratamento para toda vida, através de medicamentos e
terapias psicossociais que ajudam a melhora os sintomas da doença.
@Medcão
Apoio do CAPS
Para que eles possam ser integrados na sociedade e dar apoio aos familiares que
convivem com esse paciente. Quando os pacientes passam pelos períodos de crise
são necessárias às internações hospitalares para segurança, higiene, alimentação
adequada e qualidade de vida.
Objetivos: evitar recaídas, suicídios, promover reabilitação e diminuir o stress
familiar
FÁRMACOS
• Risperidona: comprimidos de 1, 2 e 3 mg →
• Quetiapina: comprimidos de 25, 100, 200 e 300 mg
• Ziprasidona: cápsulas de 40 e 80 mg
• Olanzapina: comprimidos de 5 e 10 mg
• Clozapina: comprimidos de 25 e 100 mg
• Clorpromazina: comprimidos de 25 e 100 mg; solução oral de 40 mg/mL
• Haloperidol: comprimido de 1 e 5 mg solução oral 2 mg/mL
• Decanoato de haloperidol: solução injetável 50 mg/Ml
@Medcão
MONITORIZAÇÃO
• Avaliar: idade, medidas Antropométricas (peso, altura, circunferência
abdominal e do quadril), três medidas de pressão arterial em datas
diferentes, dosagens de colesterol total e frações, triglicerídios e glicemia
de jejum. (refeitos em 3 – 12 meses)
• A dosagem do nível sérico de prolactina deverá ser solicitada sempre que
houver relato de sintomas compatíveis com alterações hormonais, como
diminuição da libido, alterações menstruais, impotência e galactorreia.
• HF: síndromes neurolépticas malignas, distonia/discinesia
• tentativa de/risco de suicídio, obesidade, hipertensão arterial sistêmcia,
diabete mélito e outras comorbidades clínicas
• repetir a avaliação para verificar os efeitos adversos às medicações em
3,6,12 meses.
@Medcão
QUESTÕES LEGAIS
INIMPUTABILIDADE
@Medcão
• A doença mental não é tratada como fator que enseja diretamente a
inimputabilidade → ausência de vontade ou entendimento, diretamente
relacionadas com um desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
• Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) (BRASIL, 1940).
• A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (BRASIL, 1940).
• Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos
às medidas previstas nesta lei;
• CONSEQUENCIAS
o Art. 96. As medidas de segurança são:
▪ I- Internação em hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado;
▪ II - sujeição a tratamento ambulatorial.
IMPUTABILIDADE
• Imputabilidade é a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de
determinar-se de acordo com esse entendimento. O agente deve ter
condições físicas, psicológicas, morais e mentais de saber que está realizando
um ilícito penal, não apenas aquele que tem capacidade de intelecção sobre o
significado de sua conduta, mas também de comando da própria vontade, de
acordo com esse entendimento.
• três causas que excluem a imputabilidade: doença mental;
desenvolvimento mental incompleto; desenvolvimento mental
retardado; embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força
maior (art.28 §1º) e patológica.
SEMI-IMPUTABILIDADE
• A semi-imputabilidade, redução da capacidade de compreensão ou
vontade, não exclui a imputabilidade. Sendo constatada, o juiz poderá
reduzir a pena de 1/3 a 2/3 ou impor medida de segurança
• Para a aplicação da medida de segurança é necessário que o laudo de
insanidade mental indique como recomendável essa opção.
@Medcão
ESQUIZOFRENIA- ela é bem discutida no direito penal, porque o infrator
conhecido como esquizofrênico é considerado tanto como inimputável, quanto
como semi-imputável. O doente mental tem que ser diagnosticado por ser uma
doença psiquiátrica, identificando um quadro de alta desorganização cerebral.
CURATELA (Lei 13.146/2015)
• determinado encargo que por lei, alguém capaz, é nomeado para reger,
administrar os bens, e tomar decisões de uma pessoa, em regra maior, que
não pode fazê-lo por si mesmo.
• A curatela assemelha-se à tutela por seu caráter assistencial, destinando-se,
igualmente, à proteção de incapazes.
• curatela apresenta cinco características relevantes:
o Os seus fins são assistenciais;
o Tem caráter eminentemente publicita;
o Tem, também, caráter supletivo da capacidade;
o É temporária, perdurando somente enquanto a causa da incapacidade
se mantiver (cessando a causa, levanta-se a interdição);
o A sua decretação requer certeza absoluta da incapacidade.
• curatela pode ser legítima, testamentária ou dativa. O cônjuge ou
companheiro, Na falta das pessoas mencionadas, compete ao magistrado a
escolha do curador
• O Decreto n. 24.559/34, que estabelecerá normas de proteção à pessoa e
aos bens dos deficientes mentais, criando no artigo 27, § 2º, a figura do
administrador provisório. A ele incumbia receber as pensões, administrar os
bens e tomar as providencias em favor dos deficientes mentais, enquanto não
colocados sob o regime da curatela
REFERÊNCIAS
SILVA, A.M. et.al ESQUIZOFRENIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Revista
UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 13, n. 30, jan./mar. 2016, ISSN 2318-2083
(eletrônico)
MATOS A.L.S.D; PONTES, K.L.; PEREIRA, A.C REVISÃO TEÓRICA DA
ESQUIZOFRENIA E IMPLICAÇÕES CAUSADAS PELA DOENÇA NA VIDA DO
PORTADOR E DOS FAMILIARES Francisco Beltrão/PR, 01, 02 e 03 de outubro de
2014.
BRASIL, MS - Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Esquizofrenia-
Portaria SAS/MS nº 364, de 9 de abril de 2013.
https://jus.com.br/artigos/52732/a-inimputabilidade-penal-dos-doentes-mentais
@Medcão
https://raphaelgfaria.jusbrasil.com.br/artigos/483725318/o-que-muda-no-
instituto-da-curatela-com-o-vigor-da-lei-13146-2015?ref=topic_feed
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/102052/qual-a-consequencia-da-semi-
imputabilidade-ronaldo-pazzanese