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Revista Bancari@s - Agosto

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Revista do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região

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Otávio Dias ∞ BradescoPresidê[email protected]

Carlos Alberto Kanak • HSBCSecretaria [email protected]

Antonio Luiz Fermino • CaixaSecretaria de Finanç[email protected]

Marco Aurélio Vargas Cruz • HSBCSecretaria de Organização e Suporte Administrativo [email protected]

Eustáquio Moreira dos Santos • Itaú UnibancoSecretaria de Imprensa e Comunicaçã[email protected]

Marcio M. Kieller Gonçalves • Itaú UnibancoSecretaria de Formação Sindical [email protected]

Denívia Lima Barreto • HSBCSecretaria de Igualdade e da [email protected]

Ademir Vidolin • BradescoSecretaria de Assuntos Jurídicos Coletivos e [email protected]

Margarete Segalla Mendes • HSBCSecretaria de Saúde e Condições de [email protected]

André C. B. Machado • Banco do BrasilSecretaria de Políticas Sindicais e Movimentos [email protected]

Genésio Cardoso • CaixaSecretaria de [email protected]

Júnior César Dias • Itaú UnibancoSecretaria de Mobilização e Organização da [email protected]

Pablo Sérgio M. Ruiz Diaz • Banco do BrasilSecretaria de Ass. de P. Sociais e E. Socioeconô[email protected]

Anselmo Vitelbe Farias • Itaú UnibancoSecretaria de Assuntos do Ramo [email protected]

Selio de Souza Germano • Itaú UnibancoSecretaria de Esportes e [email protected]

Alessandro Greco Garcia - Banco do BrasilAna Luiza Smolka - Banco do BrasilAna Maria Marques - Itaú UnibancoAudrea Louback - HSBCCarl Friedrich Netto - Banco do BrasilClaudi Ayres Naizer - HSBCEdson Correia Capinski - HSBCEdna do Rocio Andreiu - HSBCElize Maria Brasil - HSBCErie Éden Zimmermann - CaixaGenivaldo Aparecido Moreira - HSBCHamilton Reffo - HSBCHerman Felix da Silva - CaixaIlze Maria Grossl - HSBCJoão Batista Melo Cavalcante - Caixa

Efetivos Suplentes

Jorge Antonio de Lima - HSBCJosé Carlos Vieira de Jesus - HSBCJosé Florêncio F. Bambil - Banco do BrasilKarin Tavares - SantanderKarla Cristiane Huning - BradescoKelson Morais Matos - BradescoLílian de Cássia Graboski - ABN/RealLuceli Paranhos Santana - Itaú UnibancoMarisa Stedile - Itaú UnibancoSalete A. Santos Mendonça Teixeira - CaixaSonia Regina Sperandio Boz - CaixaSidney Sato - Itaú UnibancoUbiratan Pedroso - HSBCValdir Lau da Silva - HSBCVanderleia de Paula - HSBC

Luiz Augusto Bortoletto - HSBCIvanício Luiz de Almeida - Itaú UnibancoDenise Ponestke de Araújo - Caixa

Deonísio Schimidt - HSBCTania Dalmau Leyva - Banco do BrasilBras Heleison Pens - Itaú Unibanco

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19 Sindicato em açãoAssessoria jurídica da entidade ganhou importantes

ações judiciais na defesa dos direitos de bancários da Caixa Econômica e do Banestado.

06Trabalhadores do Banco do Brasil e da Caixa Econô-

mica já elencaram suas reivindicações específicas para a campanha salarial.

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Rumos do Paraná

Bancos públicos

Cartas do leitorEditorialBancosFormaçãoEntrevistaVida sindicalCapaJurídicoOpiniãoCidadaniaQualidade de vidaCulturaAconteceuBalanço financeiroHumor

Em entrevista, o candidato ao governo do Paraná Os-mar Dias detalha suas propostas sobre segurança pública e investimento.

14 Campanha Nacional 2010Bancários querem aumento real, melhores condições de tra-

balho e respeito. Definidas as reivindicações da categoria para 2010, chegou a hora de se organizar para a mobilização.

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Conselho Editorial: Carlos Kanak, Eustáquio Moreira dos Santos, Júnior César Dias, Marcio Kieller, Marco Aurélio Cruz, Otávio Dias e Pablo Diaz

Jornalista responsável: Renata Ortega (8272-PR)Redação: Flávia Silveira, Paula Padilha e Renata Ortega

Projeto gráfico: Fabio Souza e Renata OrtegaDiagramação: Fabio Souza • Capa: Fabio Souza

Revisão: Maria Cristina PérigoImpressão: Maxigráfica • Tiragem: 8.000

Contato: [email protected]

A revista Bancári@s é uma publicação bimestral doSindicato dos Bancários de Curitiba e região,

produzida pela Secretaria de Imprensa e Comunicação.Presidente: Otávio Dias • [email protected]

Sec. Imprensa: Eustáquio Moreira • [email protected]

Rua Vicente Machado, 18 • 8° andarCEP 80420-010 • Fone 41 3015.0523

www.bancariosdecuritiba.org.brOs textos assinados são de inteiraresponsabilidade de seus autores.

Bancários aprovam mudanças

A pesquisa de opinião sobre a reformulação gráfica da Revista Bancári@s, realizada nos primeiros meses deste ano, mostrou que a categoria aprovou as mudanças. Os bancários foram unânimes ao afirmarem que a publicação se tornou mais atrativa e interessante. Além de avaliarem o projeto grá-fico, muitos trabalhadores deixaram também suas críticas e sugestões quanto ao projeto editorial da revista. Confira o que a categoria pensa sobre a Bancári@s:

“A inovação foi bastante criativa! Acho que vai atrair bas-tante o público bancário.”

“A Revista é ótima, mas poderia melhorar com mais pá-ginas de humor ou palavras cruzadas.”

“Gostaria de ver mais reportagens sobre assédio moral, com casos reais. Também sobre retorno de funcionários em licença saúde.”

“Incluir mais matérias sobre ações judiciais, com o anda-mento atual de cada ação.”

A opinião e a participação dos bancários na construção das publicações é muito importante para o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Se você tem críticas ou sugestões, mande um e-mail para [email protected].

A melhor democracia queo dinheiro pode comprarAutor: Greg PalastPáginas: 384Editora: Francis

Capitalismo: uma história de amorGênero: DocumentárioTempo de duração: 127 minAno de lançamento: 2009

O jornalista Greg Palast destrincha as relações entre o Te-souro Americano e a política de Fernando Henrique Cardo-so. Segundo ele, a vitória de FHC foi assegurada pela cúpula norte-americana e a estabilidade do real foi uma farsa.

O polêmico diretor Michael Moore pega carona nos efei-tos da crise que assolou o planeta para discutir questões como o arrocho da política fiscal, a falta de regulação do Estado e a autonomia desmedida das instituições financeiras.

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Nos dias 26 e 27 de junho, bancários de todo o Paraná se reuniram em Curitiba para debater e aprovar as reivindicações dos trabalhadores do estado. As demandas foram encaminhadas para a 12ª Conferência Nacional do Bancário, realizada no Rio de Janeiro, e já estão contempladas na minuta 2010, que norteará as negociações com a Fenaban.

Vamos à lutaApesar da data base da categoria

bancária ser em 01 de setembro, a Cam-panha Nacional 2010 vem sendo cons-truída desde o início do ano. Dirigentes dos sindicatos de todo o país têm lutado para promover debates verdadeiramente democráticos com a participação do maior número de trabalhadores. Este será um ano difícil, em que, além dos inte-resses da classe patronal, entra em jogo o futuro político e econômico do Brasil.

Está provado que, frente à atual con-juntura, os bancários não se preocupam apenas com cláusulas econômicas. Além de aumento real, esperamos pôr fim às metas abusivas e ao assédio moral. Com a reestruturação produtiva da década de 1990, a remuneração dos trabalhadores sofreu grandes mudanças, vinculando-se a estratégias de mercado. Os salários passaram a ser compostos por parcelas variáveis cada vez maiores, atreladas ao lucro e ao cumprimento de metas. Diante disso, o ambiente de trabalho se tornou cada vez mais hostil.

Por isso, em 2010, queremos res-peito ao emprego e melhores condições de trabalho: um ambiente mais humano, com dignidade e valorização, em que as pessoas sejam postas em primeiro lugar. Desejamos ainda igualdade de oportuni-dades, para que não existam mais dis-criminações que dificultem a ascensão profissional de mulheres, negros e pes-soas com deficiência. Outro ponto fun-damental é a busca por mais segurança.

Se, por um lado, os bancos alcançam resultados cada vez mais lucrativos, por outro, eles não têm apresentado contra-partida social. Em 2009, o lucro das seis maiores instituições financeiras no Brasil superou R$ 37 bilhões. No entanto, mais de 30 mil bancários, pais e mães de famí-lia, foram demitidos. Frente à falta de res-ponsabilidade, os trabalhadores também estão preocupados com o papel destas instituições no desenvolvimento do país.

Embora o cenário econômico, cujos indicadores apontam para o crescimento acelerado, seja favorável, o histórico das

campanhas salariais da categoria mostra que as negociações com a classe patro-nal nunca foram fáceis. Por isso, para conquistar novos avanços na Campanha Nacional 2010, precisamos estar unidos com o objetivo de construir uma grande mobilização.

Por fim, em 2010, os bancários tam-bém têm o compromisso de partici-par ativamente da escolha política que determinará os rumos do país. Nestas eleições, sabemos que estão postos dois projetos: um que defende o Estado míni-mo, com privatização e medidas que atacam os direitos dos trabalhadores; e outro que aposta no fortalecimento do Estado, focado no desenvolvimento econômico atrelado ao social. O pleito será uma escolha sobre o Brasil que que-remos e os bancários já definiram seu lado: o da manutenção do projeto políti-co democrático, representado por Dilma Rousseff. Agora, vamos à luta!

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Bancos públicos:prioridades para 2010

Na luta por melhores condições de trabalho, grande prioridade da Cam-panha Nacional 2010, os bancários da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil já definiram as estratégias e reivin-dicações específicas, que serão debatidas simultâneas às negociações da campanha unificada. As demandas foram referenda-das no 26º Congresso Nacional dos Em-pregados da Caixa e no 21º Congresso Nacional dos Funcionários BB, ambos re-alizados no final do mês de maio. Desde então, os trabalhadores dos bancos públi-cos já estão se organizando na construção

TRABALHADORES DO BANCO DO BRASIL E DA CAIXA JÁ DEFINIRAM SUAS REIVINDICAÇÕES ESPECÍFICAS

de uma mobilização ainda maior que a do ano passado, para garantir novos avanços.

“A construção democrática da minuta entregue à Fenaban e da pauta do BB – as-sim como a da Caixa – refletem os anseios da categoria pela melhoria das condições de trabalho”, destaca Ana Smolka, diri-gente do Sindicato dos Bancários de Cu-ritiba e região e representante do Paraná na Comissão de Empregados do BB. Na capital paranaense, a entidade já está re-alizando reuniões por locais de traba-lho, para conscientizar os bancários da importância da participação na luta por

condições mais justas para a categoria. “Assim como o BB e a Caixa têm um papel fundamental no desenvolvimento econômico do Brasil, os trabalhadores destes bancos são imprescindíveis na luta pelos direitos dos bancários”, pontua Otávio Dias, presidente do Sindicato.

Caixa Econômica FederalEntre as reivindicações específicas

dos funcionários da Caixa, estão em des-taque questões como isonomia, saúde e a necessidade da implementação de novo modelo de plano de carreira em contra-

- Implementação efetiva do PCCS;- Salário mínimo do Dieese (R$ 2.011,03) como piso do PCCS;- Adotar jornada de 6h para todos, sem redução de salários;- Não criar obrigação de migração de planos;- Buscar a isonomia;- Instituir políticas afirmativas nos processos de seleção interna;- Seleção interna por provaspara comissionamento;- Fim da trava de 2 anos;

- Fim da lateralidade e dos desvios de função;- Extensão a todos os funcionários da li-cença prêmio;- Isenção das tarifas e anuidades das tarifas novas;- Regulamentação do Art. 192 da Constitu-ição Federal;- Estatização do Sistema Financeiro;- Eleição de funcionários para o Conselho de Administração;- Combate à terceirização;- Fim do correspondente bancário.B

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posição ao PFG imposto. “2010 é o ano da isonomia na Caixa. Não podemos manter tamanhas diferen-ciações entre trabalhadores que constroem juntos o desempenho da empresa”, ressalta Antonio Luiz Fer-mino, dirigente sindical e representante paranaense na Comissão de Empregados na Caixa.

Apesar das demandas específicas, Fermino reafir-ma a importância campanha unificada. “Precisamos lutar por aumento real, saúde e condições de traba-lho e igualdade para todos”, completa. Na Caixa, os trabalhadores exigirão ainda a resolução de questões pendentes, como promoção por mérito, terceirizações (correspondentes bancários e imobiliários) e seguran-ça. Diante do cenário adverso de implantação do PFG e reestruturação interna, outra grande bandeira será contra a discriminação. “Não podemos permitir, por exemplo, a exigência do saldamento do REG/Replan para migração ao PFG ou o impedimento dos bancári-os que não migraram em substituir suas chefias”, con-clui Fermino.

Banco do Brasil Já as reivindicações específicas para o BB estão

divididas nos seguintes eixos: implementação do PCCS, um compromisso assumido em 2009, mas negligenciado pelo banco; discussão da jornada de 6 horas, piso do Dieese e incorporação das comissões; saúde e condições de trabalho; e o papel do BB e o Sistema Financeiro Nacional.

“Vamos lutar também por mais respeito e quali-dade de vida. Se nos bancos privados o medo é da demissão e do desemprego, no BB o medo é do descomissionamento (pois a comissão representa 3 ou 4 vezes mais que o salário). Essa ameaça leva os funcionários ao desespero, gerando impactos nega-tivos em sua saúde”, alerta Ana Smolka. Assim como na campanha unificada, os trabalhadores do BB vão utilizar o mote ‘as pessoas em primeiro lugar’, cha-mando a atenção do banco para a importância de ga-rantir mais saúde e condições adequadas de trabalho para seus funcionários.

“Mas a luta sempre depende de mobilização. Por isso, esperamos todos os bancários nas reuniões e as-sembleias para mostrar à classe patronal que estamos com disposição para lutar por nossos direitos”, con-clama a dirigente.

- Progressão horizontal nos cargos, por tempo de exercício;- Não exigência de saldamento REG/Replan;- Auditoria no superávit de todos os planos da Funcef (1997);- Jornada de 6h para todos, sem redução salarial;- Unificação dos planos de benefícios;- Unidades específicas para Saúde do Tra-balhador e Saúde Caixa;- Pesquisa para mapeamento do perfil do bancário da Caixa;

- Proibição do transporte de valores por empregados da Caixa;- Fim do correspondente bancário;- Unificar a luta da Isonomia com a luta contra a Reestruturação;- Criação de comitês de base deliberativos para debater a isonomia;- Buscar articulação nacional com outras categorias;- Não à flexibilização de salários por via da remuneração variável;- Calendário de luta unificado. C

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Assédio moral no HSBC

O Sindicato tem recebido inúmeras denúncias vindas de funcionários do HSBC, que acusam o banco de assédio moral. Em junho, durante uma reunião realizada no Centro Administrativo Palácio Avenida, os dirigentes sindicais expuseram as reclamações à direção do banco.

No mês de julho, o presidente do Sin-dicato também participou de um encon-tro com o presidente do HSBC, Conrado Engel. Na ocasião, foi apresentado o pla-no de desenvolvimento do HSBC para os próximos três anos. Os trabalhadores lem-braram que essas estratégias precisam ser acompanhadas de um projeto social que valorize os bancários. “Um banco do porte do HSBC deve valorizar seus empregados, cuidar das questões de saúde e condições de trabalho”, declara Otávio Dias.

Pela saúde dos bancáriosO assédio moral e a pressão pelo

cumprimento de metas são os maio-res responsáveis pelo adoecimento dos bancários. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Sindicato, 87 funcionários do banco inglês procuraram ajuda nos primeiros seis meses deste ano, apre-sentando sintomas como alto nível de estresse, baixa autoestima e depressão. O nível de insatisfação nas agências e depar-tamentos também é grande. Conforme levantamento da Secretaria de Assuntos Jurídicos, 139 funcionários pediram de-missão só no primeiro semestre de 2010.

Entre as denúncias recebidas pelo Sindicato está a questão dos atestados médicos: “quando um bancário adoece e apresenta um atestado médico, primei-ro ele deve entregá-lo ao coordenador do setor, que o acompanha até o gestor

SINDICATO JÁ REPASSOU AS DENÚNCIAS AO BANCO INGLÊS, QUE SE COMPROMETEU ACRIAR UM AMBIENTE DE TRABALHO MAIS SAUDÁVEL. NO ENTANTO, NADA FOI FEITO AINDA

da unidade; só após o carimbo do ges-tor, o atestado é repassado ao médico”, relatam os funcionários. No entanto, os trabalhadores reclamam que o gestor os pressiona, perguntando o motivo da falta, se o atestado é verdadeiro, se havia real-mente necessidade de não ir trabalhar. “Isso gera medo nos funcionários, que, muitas vezes, acabam preferindo ir tra-balhar doentes a passar por esse tipo de situação”, completa a secretária de Saúde da entidade, Margarete Segalla Mendes.

Além das reclamações encaminhadas à direção do HSBC, o Sindicato tem par-ticipado das reuniões da Mesa Temática de Saúde com a Febraban. “Como nessas negociações há sempre um representante do HSBC, o banco não pode dizer que desconhece as denúncias e descontenta-mentos dos trabalhadores. Eles estão cien-tes do problema”, afirma Carlos Kanak.

Práticas antissindicais Além do assédio constante, o HSBC

também é um dos principais protago-nistas das práticas antissindicais. Por isso, em agosto, o Sindicato realizou um protesto contra as ações levadas a cabo pelo banco inglês na tentativa de inibir a livre organização dos trabalhadores. Na ocasião, foi feita ainda a entrega de um cheque, no valor de R$25.989,69, sim-bolizando a devolução da PPR diferen-ciada paga no mês de março deste ano aos dirigentes sindicais. Desde então, o Sindicato vem cobrando explicações do HSBC. Diante do silêncio, a entidade ajuizou ação de substituição processual em favor de todos os trabalhadores do HSBC postulando o pagamento da PPR 2009. O valor devolvido pelos dirigen-tes foi depositado em consignação à ação judicial.

O HSBC foi escolhido pelo Sindicato de Curitiba e região como alvo das manifestações contra práticas antissindicais.

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Pela valorizaçãodos trabalhadores

Um projeto de desenvolvimento nacional focado na distribuição de renda e na valorização dos tra-balhadores. É essa a proposta da Plataforma da Classe Trabalhadora, um documento que contém 249 reivin-dicações, elaborado para figurar como uma nova fer-ramenta de participação popular. As orientações, já en-tregues aos candidatos à presidência do Brasil, foram originalmente pensadas pela Central Única dos Tra-balhadores (CUT) e, com o apoio das demais centrais sindicais, servirão como instrumento de negociação.

“As propostas têm como um de seus objetivos ajudar os trabalhadores a fazerem uma intervenção qualificada nas Eleições 2010, para assim conseguir eleger candidatos que representem realmente os in-teresses da classe”, afirma Roberto Von der Osten, se-cretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “A CUT tomou uma decisão histórica ao elaborar este documento. São reivindicações que tornam os trabalhadores protagonistas no processo político brasileiro”, completa.

A Plataforma possui seis eixos estratégicos que pro-movem a valorização do trabalho, buscando o desen-volvimento do país por meio da manutenção de um governo democrático e da participação popular. “As eleições deste ano – marcadas por uma acirrada dis-puta entre diferentes projetos políticos de desenvolvi-mento para o país – colocam para a classe trabalha-dora a responsabilidade de apoiar propostas que visam garantir e ampliar seus direitos, além de avançar nas transformações necessárias à construção de um país igualitário e democrático”, afirma Von der Osten.

A categoria bancáriaOs bancários irão utilizar a Plataforma da Classe

Trabalhadora já como parâmetro de negociação na Campanha Nacional 2010. Algumas reivindicações

presentes no documento interessam diretamente à categoria, sobretudo a que diz respeito ao Sistema Fi-nanceiro Nacional. “Como bancários, defendemos o desenvolvimento econômico do país, o que implica em mais emprego e renda. Queremos que o setor financeiro assuma seu papel de ampliar e garantir o crédito para a população e que o papel dos bancos pú-blicos seja fortalecido frente ao Sistema Financeiro”, pondera Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Bandeiras como a implementação de uma política monetária e fiscal compatíveis com as metas sociais, que per-mitam a valorização do tra-balho e a distribuição de ren-da; regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal; e democratização do Comitê de Política Monetária, com garantia de representatividade pelos trabalhadores; além da redução das taxas de juros e a ampliação do crédito, são itens muito importantes para a categoria.

Os bancários também de-fendem propostas de mais e melhores empregos, com igualdade de oportunidade e tratamento; políticas de proteção à saúde e ações de combate às discriminações; e garantia de trabalho decente (sem metas abusivas e outras violências or-ganizacionais). “Desejamos e esperamos que o pró-ximo presidente do país tome a Plataforma dos traba-lhadores como um compromisso com a população, visando inclusão de todos os brasileiros”, finaliza Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.

POR MEIO DA PLATAFORMA DA CLASSE TRABALHADORA, CIDADÃOS DEFENDEM PROJETO POLÍTICO FOCADO NA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E NO DESENVOLVIMENTO IGUALITÁRIO

“ As propostas têm como objetivo ajudar os trabalhadoresa fazerem umaintervenção quali-ficada nas Eleições 2010, para eleger candidatos querepresentemrealmente osinteresses da classe.”

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Eleições 2010: o futuro do Paraná

No dia 03 de outubro, os cidadãos brasileiros irão às urnas para eleger os próximos governantes do país. Mais do que decidir quem subirá ao poder, os eleitores escolherão qual projeto político será responsável pe-los rumos da nação. Os bancários já aprovaram, na Conferência Nacional, o apoio à candidatura de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), que re-presenta a continuidade do projeto democrático fo-cado no desenvolvimento econômico e social.

No Paraná, o candidato que tem o apoio de Dilma é Osmar Dias, do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Em entrevista à re-vista Bancári@s, ele falou sobre seu plano de gover-no, destacando as ações que pretende implementar com relação à Segurança Pública e agricultura familiar. O candidato se posiciona ain-da contra as privatizações e diz que pretende manter boa relação com os movi-mentos sociais e sindicais.

Bancári@s: Conforme mostram as estatísticas, houve um aumento con-siderável no número de assaltos e sequestros nos

arredores de agências bancárias. Sabemos que os investimentos em Segurança Pública são bastante escassos. Caso seja eleito, como o senhor pretende melhorar esse cenário?

Osmar Dias: Atualmente, não há como dissociar a escalada da violência do tráfico de drogas. Por isso, é preciso encarar o problema atuando em duas fren-

tes principais: 1) modernização da gestão policial; e 2) combate incansável ao tráfico de drogas. Nosso plano de governo estabelece que é preciso implan-tar novos sistemas de gestão, incluindo unificação de protocolo, investimentos em inteligência, rea-dequação, aumento e qualificação do efetivo poli-cial. É preciso também melhorar o policiamento re-pressivo, reestruturando e criando novas Delegacias Especializadas e aproximar a polícia da comunidade, promovendo a melhoria do atendimento às pessoas.

No combate às drogas, nossas propostas são: cri-ar um órgão antidrogas na estrutura governamental, com a missão de realizar campanhas e ações preven-tivas; revitalizar e implantar unidades qualificadas de combate ao crime organizado; realizar operações especiais contra narcotraficantes; operar policia-mento escolar (fixo e móvel); promover redes de proteção social; implantar centros de recuperação para dependentes químicos; e desenvolver ações de assistência e inclusão social em parceria com enti-dades do Terceiro Setor.

Bancári@s: Comparando os últimos dois gover-nantes estaduais, podemos afirmar que vivenciamos situações bem distintas. Ao longo dos oito anos de governo Lerner, houve grande interferência da polí-cia na relação capital-trabalho. Já durante o governo Requião, essa intervenção não existiu. Caso seja eleito, como pretende tratar a questão?

O.D.: Penso que quem deve interferir na relação capital-trabalho – quando existe essa necessidade – é a Justiça Trabalhista. A polícia tem outras atri-buições, importantíssimas, para garantir segurança aos cidadãos.

Bancári@s: Ainda durante o governo Lerner, o Banestado foi privatizado. Outras empresas, como a Copel, passaram a operar em regime misto. Como o senhor enxerga essa questão da privatização de em-

OSMAR DIAS, CANDIDATO A GOVERNADOR DO PARANÁ, FALA SOBRE SEU PLANO DE GOVERNO

“ Se havia problemas no Banestado, o governo e os depu-tados da época deve-riam ter lutado para saná-los. Deveriam ter votado em um plano de gestão para salvar o patrimônio dos paranaenses, que contribuía para o desenvolvimento econômico."

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presas estatais importantes, com entrada de capital estrangeiro?

O.D.: Em nossa aliança, está proibido falar em vender empresas públicas, jus-tamente porque trabalhamos na defesa e no fortalecimento destas empresas. Re-centemente, conseguimos anular uma multa injusta que nasceu de uma conta feita de maneira irresponsável e que foi transferida para as costas do Estado e para o bolso do povo paranaense. Uma dívida que teve como causa a venda do Banestado e um efeito devastador na economia paranaense.

A venda do Banco do Estado foi um equívoco avalizado pela Assembléia Le-gislativa do Paraná; um erro histórico, porque perdemos o banco, foi deixada uma dívida imensa para o Paraná, sem contar todos os prejuízos para a categoria bancária. O Banestado era o banco que fi-nanciava a produção do Paraná e possuía um competente corpo técnico. No final de 1994, contava com 13 mil funcionári-os espalhados por agências em todos os municípios do estado. No início do pro-cesso de privatização, o Banestado tinha 10 mil bancários. Após a aprovação da lei da privatização do banco pela Assembleia, em dezembro de 1997, as demissões so-mavam quase 3,5 mil trabalhadores. Hoje não se tem certeza do número exato, mas

acredita-se que menos de 1.800 em-pregados do Itaú sejam remanescentes do Banestado. Um prejuízo para milhares de famílias paranaenses.

Se havia problemas no Banestado, o governo e os deputados da época deve-riam ter lutado para saná-los. Deveriam ter votado em um plano de gestão para salvar o patrimônio dos paranaenses, que contribuía para o desenvolvimen-to econômico e para a geração de em-pregos. Não podemos deixar que isso se repita. Queremos Copel, Sanepar e Por-tos de Paranaguá e Antonina públicos e com investimentos para que sejam com-petitivos. Disto, não abriremos mão.

Bancári@s: O senhor foi Secretário de Agricultura do governo Requião, quando foram desenvolvidos impor-tantes programas para fixar o homem no campo e evitar o êxodo rural. No entanto, é bastante claro que a situação fundiária no estado ainda é um problema. Qual seu compromisso com a agricultura familiar e o pequeno agricultor?

O.D.: No Paraná, há 350 mil famí-lias (quase 1,5 milhão de pessoas) que vivem da agricultura familiar, por isso, o apoio governamental deve ser priori-dade absoluta. Vamos criar programas de incentivo à diversificação nas pequenas propriedades, com a fruticultura e oleri-

cultura; desenvolver programas voltados para o aumento da renda dos produtores, com a integração das cadeias produtivas e o foco no desenvolvimento agroindus-trial com maior valor agregado. E vamos criar o Paraná Agroindustrial, um pro-grama de apoio à criação das agroindús-trias com sustentabilidade.

Bancári@s: Durante o governo Ler-ner, os movimentos sindicais e sociais sofreram uma séria de repressões e per-seguições. Caso seja eleito, como devem ficar essas relações?

O.S.: O diálogo sempre pautou minha história na vida pública. Recentemente, inauguramos o Comitê da Classe Tra-balhadora, que reúne as seis centrais sindicais do Paraná. Recebi das mãos de representantes da Central Única dos Tra-balhadores, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores e Central dos Trabalha-dores Brasileiros uma carta de intenções com as reivindicações das centrais. E essa união não aconteceu por acaso. Sempre fui defensor do trabalhismo e dos movi-mentos sindicais e sociais. É uma união inédita de todas as centrais em torno da coligação que viabiliza a minha candida-tura. Estou aqui porque a gente viu que o Paraná corria o risco de um retrocesso e não podemos permitir que isso aconteça. Vamos governar juntos!

“ Em nossa aliança, está proibido falar em vender empresas públicas, justamente porque trabalhamos na defesa e no for-talecimento destas empresas."

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Reivindicações dos financiários

Reajuste que contemple ainflação (5,72%) mais 5%

de ganho real;

PLR de 3 salários mais verbas fixas e adicional de R$ 3.850;

Piso salarial com valor de referência do Dieese

de R$ 2.011,03;

Reajuste anual do Plano de Cargos e Salários (PCS);

Fim das metas abusivas;

Combate ao assédio moral;

Regulamentação daremuneração total;

Auxílio-refeição no valorde R$ 25 diários;

Cesta-alimentação no valorde R$ 510;

Garantia de emprego;

Fim das terceirizações;

Promoção da igualdade de oportunidade e de tratamento

para todos.

Financiários emcampanha salarial

Com data base em 01 de junho, os trabalhadores em empresas de concessão de crédito, financiamento e investimento (financiários) estão aguardando o posi-cionamento da classe patronal. A minuta de reivindicações da Campanha Salarial 2010 foi entregue à Federação Interesta-dual das Instituições de Crédito (Fenacre-fi) no dia 14 de junho. “Um dos princi-pais focos desta campanha será a questão do emprego, uma vez que a partir da crise de 2008, houve grande número de demissões no setor. E mesmo antes disso, num período de forte expansão do crédi-to, as terceirizações, via correspondentes bancários e promotores de vendas, amea-çavam os trabalhadores”, destaca Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.

A pauta de reivindicações dos finan-ciários é dividida em três temas: Remu-neração; Emprego e saúde; Condições de trabalho e segurança. Entre as prioridades da categoria estão reajuste de 5,72% (refe-rente à inflação projetada para o período pelo ICV Dieese), mais 5% de ganho real, e PLR referente à 2010 de três salários-base, mais verbas fixas de natureza salarial reajustadas e adicional de R$ 3.850. Quan-to aos pisos, o valor de referência é o sa-lário mínimo do Dieese, de R$ 2.257,52. Os trabalhadores reivindicam ainda iso-nomia no tratamento dos homoafetivos, ampliação da licença-maternidade e fim das metas abusivas.

Outra questão importante é a cláusula sobre extensão e abrangência das negocia-

TRABALHADORES LUTAM POR REAJUSTE DE 10,72%, PLR DE 3 SALÁRIOS MAIS R$ 3.850,ALÉM DO FIM DAS METAS ABUSIVAS E DO COMBATE AO ASSÉDIO MORAL

ções, que pede a extensão do acordo com a Fenacrefi a todos os financiários, em todo o país. “Hoje, além da negociação com a Fenacrefi, ocorrem negociações próprias por estado, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, entre outros”, diz Pereira. “Nossa intenção é construir uma Conven-ção Coletiva de Trabalho nacional, a partir da experiência dos bancários. Isso se justi-fica, uma vez que a maioria das financeiras tem presença nacional e é controlada pelos grandes bancos do país”, completa.

Rumo das negociaçõesSérgio Siqueira, dirigente da Contraf-

CUT, acredita que até a finalização da negociação com os bancários não haverá modificação na campanha salarial com as empresas de crédito. “Tradicionalmente, apesar da data base dos financiários ser 01 de junho, a entidade patronal não avança nas negociações antes de sair o acordo dos bancários”, critica. Após a entrega da minuta, ainda em junho, não houve ne-nhuma movimentação por parte da Fena-crefi. “Ainda estamos aguardando eles nos darem retorno, realizarem assembleias com as empresas e marcarem as datas para continuarmos a negociação. Mas ainda não se decidiu nada”, contextualiza Siqueira.

A renovação da convenção coletiva entre a Contraf-CUT e a Fenacrefi será válida para a maioria dos estados brasileiros, incluindo o Paraná, e abrange todas as sociedades de crédito, financiamento e investimento. Grande parte das empresas de crédito do país é controlada pelos bancos.

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• Reajuste salarial de 11% (reposição da inflação mais 5% de ganho real)• PLR de 3 sálarios-base mais R$ 4 mil• Salário de ingresso de R$ 2.011,03 (tendo como referência o piso do Dieese)• Plano de Cargos e Salários (PCS) para todos• Auxílio-refeição de R$ 510

• Auxílio cesta-alimentação de R$ 510• Regulamentação das remunerações variável e total• Adicional por Tempo de Serviço de 2%• Auxílio-creche ou auxílio-babá de um salário mínimo• Adicional de horas extras de 125%

Por melhores condições de trabalho

Na Campanha Nacional dos Bancári-os 2010, a categoria está unida em prol de melhores condições de trabalho, com o mote ‘Outro banco é preciso: pessoas em 1° lugar’. “Neste ano, nosso foco é ir além das questões econômicas. Cotidiana-mente, presenciamos bancários trabalhan-do em péssimas instalações, adoecendo por conta do assédio moral e da pressão pelo cumprimento de metas. Chegou a hora de pensarmos nas pessoas!”, explica o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias. Além de um ambiente de trabalho mais humano, os trabalhadores querem respeito, reco-nhecimento e condições dignas.

Para tanto, a pauta de reivindicações entregue à Federação Nacional dos Ban-cos (Fenaban) está dividida nos seguintes eixos: remuneração; emprego; igualdade de oportunidades e de tratamento; saúde

NESTA CAMPANHA SALARIAL, BANCÁRIOS DE TODO O PAÍS DEFENDEM A BANDEIRADE QUE ‘OUTRO BANCO É PRECISO’, COM AS PESSOAS EM PRIMEIRO LUGAR

e condições de trabalho; e liberdade sin-dical. Os pontos centrais do documento são a preservação e ampliação do em-prego; reconhecimento da Convenção 158 da OIT; o fim das metas abusivas e o combate ao assédio moral; mais saúde e melhores condições de trabalho e de segurança; a promoção da igualdade de oportunidade para todos; PLR de 3 salári-os mais R$ 4 mil; valorização dos pisos salariais; e reajuste salarial de 11% (veja mais prioridades abaixo).

As reivindicações que compõem a minuta foram referendadas na 12ª Con-ferência Nacional dos Bancários, realiza-da de 23 a 25 de julho, no Rio de Janeiro. Participaram do encontro 598 delegados eleitos de 25 estados brasileiros, 30 de-legados natos que compõem o Comando Nacional e 40 observadores. A delegação do Paraná, escolhida durante a Conferên-

cia Estadual dos Bancários, foi composta por 33 delegados eleitos, dois delegados natos e três observadores.

“Antes de concluirmos a construção da pauta, fizemos um debate democráti-co que envolveu milhares de bancários. A mensagem que a categoria nos deu é que a Campanha Nacional deste ano tem de contemplar tanto remuneração quan-to questões sociais enfrentadas no dia a dia”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. Além das conferências regionais, estaduais e nacional, que reuni-ram representantes dos trabalhadores em todo o país, as prioridades da categoria foram elencadas com base em consultas feitas pelos sindicatos com mais de 36 mil trabalhadores de suas bases. A Confedera-ção também contratou uma pesquisa, rea-lizada entre 14 e 22 de junho, com 1.203 bancários da ativa, distribuídos proporcio-

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• Garantia e ampliação dos empregos• Reconhecimento da Convenção nº 158 da OIT (que proíbe dispensas imotivadas)• Jornada de trabalho de 25 horas semanais (sendo 5 horas diárias)• Qualificação e requalificação profissional• Fim das terceirizações

• Fim dos correspondentes bancários• Isenção de tarifas e cobrança de juros menores• Comitês de relações trabalhistas como meio de comunicação entre os bancos e os sindicatos • Abono assiduidade de 5 dias para todos• Controle das filas das agências

nalmente no universo das dez principais bases sindicais, entre elas Curitiba.

A pesquisa demonstrou que a grande preocupação dos trabalhadores está cen-trada nas consequências nocivas do atual modelo de negócios empregado pe-los bancos. As bandeiras que receberam maior concentração de notas máximas foram a luta contra o assédio moral e as metas abusivas, além do aumento real. “As duas cláusulas somadas revelam que 77% dos bancários consideram as metas abusivas e o assédio moral os dois princi-pais problemas enfrentados hoje, seja nos

bancos privados seja nos públicos”, afir-mou Roberto Von der Osten, secretário de Finanças da Contraf-CUT e dirigente da FETEC-CUT-PR, que apresentou a pes-quisa na Conferência. “Isso mostra que a categoria não está preocupada apenas com salário, mas também com a saúde e as condições de trabalho.”

Para o movimento sindical, é funda-mental estar em sintonia com os traba-lhadores da base, pois só desta forma é possível representar verdadeiramente seus anseios e construir uma mobilização que alcance o entendimento das reivindicações.

Mobilizar é precisoConstruída e aprovada a pauta de rei-

vindicações da categoria, os bancários de todo o país precisam agora participar ativa-mente da Campanha Nacional 2010, para fortalecer e unificar a luta por avanços e conquistas. “No ano passado, os bancários me perguntavam se seria possível avançar. Nós mostramos que era possível mudar a realidade, pois conquistamos aumento real, 15 mil novos empregos nos bancos públicos, os mesmos direitos para casais homoafetivos, além da ampliação da li-cença-maternidade”, afirmou o presiden-

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• Fim das metas abusivas• Combate aos assédios moral e sexual• Eliminação dos riscos de acidente de trabalho• Proibição ao transporte de numerário pelo bancário• Assistência médica, hospitalar, odontológica e medicamentos

• Prevenção contra assaltos, sequestros e extorsões• Intervalos para atividades repetitivas• Condições de conforto e acessibilidade das agências• Plano de Previdência Complementar fechado para todos• Adicional de risco de vida de 30%

te da Contraf-CUT, na abertura da Conferência. “Mas é preciso avançar ainda mais”, completou.

Para o presidente do Sindicato de Curitiba e região a campanha salarial está entrando na etapa de orga-nização para pressionar os banqueiros na mesa de ne-gociação. “Em 2009, apesar da forte mobilização dos bancários, nós pudemos constatar a intransigência e a truculência das instituições financeiras”, pontua. “O HSBC, por exemplo, transportou funcionários para

dentro dos locais de trabalho via helicóptero, estocou la-sanhas congeladas para que os bancários não precisassem deixar seus departamentos, entre outras medidas”, relem-bra Otávio Dias.

Regulamentação do Sistema Financeiro

Nesta campanha salarial, a Contraf-CUT também está retomando as discussões so-bre o projeto criado pela ca-tegoria em 1992, que prevê

a regulamentação do artigo 192 da Constituição Fe-deral. Estabelecer regras para o Sistema Financeiro Nacional é um consenso entre todos os trabalhadores do ramo financeiro. Trata-se de uma reivindicação que ganhou ainda mais força após a crise econômica mundial, em que a falta de regulação do setor permi-tiu aos bancos manter nas alturas os bônus dos seus executivos, apesar dos problemas nos ativos.

“Temos de avançar nesse debate e estamos num momento propício para isso”, alerta Otávio Dias. “Está ganhando forças em todo o mundo capitalista a ideia de que é preciso definir limites e compromissos, so-bretudo sociais, para o capital, a fim de garantir a es-tabilidade econômica”, ressalta. Para isso, a categoria propõe a democratização do Sistema Financeiro Na-cional, mais crédito com redução da taxa de juros e das tarifas, a defesa dos bancos públicos, a ampliação do Conselho Monetário Nacional (CMN) e a imposição de limites para o Banco Central. Faz-se necessário ain-da a participação dos trabalhadores na definição da resolução do Banco Central para regrar a remuneração dos executivos nas instituições financeiras.

Apoio a DilmaDurante a 12ª Conferência Nacional dos Bancári-

os, os representantes dos trabalhadores também dis-cutiram o futuro político do país, uma vez que em 2010 ocorrem as eleições presidenciais. A avaliação que prevaleceu é a de que existem dois projetos dis-tintos em disputa: um deles, representado por José Serra (PSDB), significa a volta ao neoliberalismo e a Era FHC, com políticas sociais e econômicas con-trárias aos interesses dos trabalhadores e novas priva-tizações; o outro, concretizado por Dilma Rousseff (PT), representa a continuidade das políticas de de-senvolvimento econômico e inclusão social, geração de empregos e respeito aos trabalhadores, projetos iniciados no governo Lula.

“Diante desse cenário, nós, trabalhadores bancári-os, não podemos ficar ‘em cima do muro’”, defen-

“ Um dos desafios para 2010 é aumentar a representação dos trabalhadores nos espaços públicos de decisão para fazer valer a opiniãoda maioria dasociedade brasileira.”

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• Mesa temática de igualdade de oportunidades• Igualdade de oportunidade para todos• Isonomia de tratamento para homoafetivos• Contratação de trabalhadores com deficiência• Inclusão e capacitação de trabalhadores com deficiência

• Disponibilidade remunerada para o exercício do mandato sindical• Livre acesso dos dirigentes sindicais aos locais de trabalho• Eleição e liberação para participação em atividades de delegados sindicais• Direito de acesso à informação

deu o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, na plenária final da Conferência nacional. “Nessa disputa, temos um lado: o lado do povo, por um Brasil mais justo e melhor. E, por isso, estamos com Dilma”, concluiu. Os representantes dos bancários aprovaram por ampla maioria o apoio à candidatura de Dilma Rousseff.

Bancos continuam lucrandoApesar dos resquícios da crise econômica mun-

dial, os balanços apresentados pelas instituições fi-nanceiras no primeiro semestre de 2010 atestam que os lucros continuam exorbitantes. Segundo da-dos divulgados pelo banco, o Bradesco atingiu, mais uma vez, recorde nacional e obteve um lucro líquido recorrente de R$ 4,6 bilhões. O Santander apurou, no período que compreende os primeiros seis meses do ano, um lucro de R$ 3,5 bilhões. Já os resultados do Itaú Unibanco cresceram 39,5%, contabilizando mais de R$ 6,3 bilhões.

Esse cenário de expansão dos lucros comprova que é viável para a classe patronal atender as reivin-dicações dos bancários nesta campanha salarial. “Os maiores bancos do país vêm apresentando resultados bilionários. No entanto, não observamos contrapar-tida na direção de suas responsabilidades sociais”, analisa Otávio Dias. “Ao mesmo tempo, constatamos que esses lucros são fruto da dedicação e do trabalho da categoria, que muitas vezes enfrenta condições de trabalho adversas”, constata o presidente do Sindi-cato. “Já passou da hora dos bancários serem mais valorizados”, conclui.

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Aposentadoria por tempo de contribuição

A aposentadoria por tempo de contribuição in-tegral é o benefício a que tem direito o segurado da Previdência Social depois de determinado tempo de contribuição. No caso dos bancários, ela pode ser soli-citada pela mulher após 30 anos de contribuição e pelo homem ao completar 35 anos de contribuição. Esta modalidade de aposentadoria não exige idade mínima.

Segundo o advogado da Assessoria Jurídica do Sin-dicato dos Bancários de Curitiba e região, Diego Mar-tins Caspary, o critério para cálculo do valor do bene-fício utiliza as 80% maiores contribuições efetuadas desde julho de 1994 até o momento de sua concessão. Essa média é, então, multiplicada pelo fator previden-ciário, que considera a idade, a expectativa de vida e o tempo de contribuição, reduzindo, consequente-mente, o valor do benefício (o site www.mpas.gov.br disponibiliza uma simulação para contagem de tempo de contribuição e valor da aposentadoria).

O trabalhador bancárioA categoria bancária conta ainda, por força da

Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), com a Esta-bilidade Pré-Aposentadoria, adquirida conforme o tempo de contribuição previdenciária e o período de vínculo empregatício com o banco. “O trabalhador bancário adquire a estabilidade pré-aposentadoria

ASSESSORIA JURÍDICA DO SINDICATO ESCLARECE BANCÁRIOS SOBREAPOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E ESTABILIDADE PRÉ-APOSENTADORIA

nos 12 meses imediatamente anteriores à comple-mentação do tempo para aposentadoria proporcio-nal ou integral pela Previdência Social, caso tenha o mínimo de cinco anos de vinculação empregatícia com o banco”, esclarece Caspary.

De acordo com o advogado, a estabilidade pré-aposentadoria referente aos 24 meses imediatamente anteriores à complementação do tempo para aposen-tadoria é adquirida pelo bancário (homem) que tiver um mínimo de 28 anos de vínculo ininterrupto com o banco e pela bancária (mulher) com 23 anos. É importante ressaltar que a estabilidade pré-aposenta-doria só é válida a partir da comunicação por escrito ao banco empregador.

Muitos bancários, no entanto, estão se aposentan-do, mas continuam e exercer a atividade profissional. Nestes casos, Caspary esclarece que seria possível propor ação judicial contra o INSS, solicitando a de-nominada desaposentação. “Esta ação visa agregar o tempo de contribuição posterior à concessão do benefício de aposentadoria, obtendo majoração dos valores pagos”, completa. O Sindicato alerta que, até o momento, só há jurisdição consagrada para os ca-sos de aposentadoria proporcional. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 3232-7555 ou no site www.bancariosdecuritiba.org.br.

Confira algumas das ações que podem ser propostas

AÇÕES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (INSS)

• Ação judicial para revisão e/ou concessão de benefícios previdenciários;

• Ação judicial para conversão de benefício (previ-denciário B-31 para acidentário B-91);

• Ação judicial de desaposentação.

AÇÕES DE PREVIDÊNCIA PRIVADA

• Ação judicial para incorporaçãode diferenças obtidas na justiça do trabalho;

• Ação judicial de revisão do benefício;

• Ação judicial para incorporaçãode cesta-alimentação.

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Sindicato ganhaações judiciais

O ano de 2010 tem sido marcado por grandes conquistas da Assessoria Jurídica do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Só no primeiro se-mestre, a entidade conseguiu ganhar ações que indenizaram os bancários do antigo Banestado, impuseram o pagamento das 7ª e 8ª horas para analistas da Caixa Econômica Federal e proibiram a transferência e a redução de salários impostas pela reestruturação da empresa.

Para o Sindicato, essas vitórias atestam o bom tra-balho que vem sendo prestado à categoria. “É parte de nossa missão oferecer assessoria jurídica aos fili-ados, atuando na defesa de seus direitos”, afirma Ademir Vidolin, secretário de Assuntos Jurídicos. Di-ante do não cumprimento da legislação trabalhista, é dever da entidade buscar a reparação das irregulari-dades através da Justiça.

Unidade de Referência de Preço (URP) No mês de março, o Sindicato ganhou a ação da

Unidade de Referência de Preço, que postulou o paga-mento das diferenças salariais decorrentes do incor-reto repasse de reajustes aos trabalhadores do Banes-tado (os valores correspondem a 6% dos reajustes não repassados nos meses de abril, maio e junho de 1991). Foram mais de 18 anos de espera, até que o pleito fosse julgado. A ação contempla 2.899 bancários, que receberam um total de R$ 28 milhões. Os pagamentos, processados pela Justiça do Trabalho através da Caixa, foram feitos diretamente na conta dos contemplados e já estão praticamente concluídos.

BANCÁRIOS DA CAIXA E DO BANESTADO RECEBERAM MAIS DE R$ 130 MILHÕES. TAMBÉM FORAM IMPEDIDAS A TRANSFERÊNCIA E A REDUÇÃO DOS SALÁRIOS DOS TRABALHADORES

Contra a reestruturaçãoEm julho, foram conquistadas liminares que im-

pedem a transferência e a redução de salários impos-tas pela Caixa como parte do processo de reestrutu-ração. Os primeiros bancários a terem seus direitos garantidos foram os lotados nos setores Gicop e Gi-cot. Além de não serem transferidos de Curitiba e região, a decisão assegurou que os salários dos tra-balhadores com comissão de cargo ou gratificação não sejam reduzidos. Na sequência, os bancários da Gifug, Gimat e Gicot também obtiveram liminares nos mesmos termos. Uma outra decisão judicial im-pediu a redução dos salários dos bancários que ocu-pam cargos de Técnicos Sociais na empresa, indepen-dente da redução da jornada para 6 horas.

Analistas da CaixaO Sindicato também conseguiu que transitasse

em julgado, não cabendo mais recursos, a ação que cobra da Caixa o pagamento das 7ª e 8ª horas para analistas. Segundo a assessoria jurídica da entidade, a Justiça do Trabalho já reconheceu o direito ao rece-bimento destas verbas. São substituídos na ação os trabalhadores que ocupam ou ocuparam o cargo de analista na base de Curitiba e região, no período de novembro de 1999 em diante. A ação atinge as parce-las vencidas e também as posteriores ao ajuizamento (novembro de 2004), enquanto o empregado se mantiver na função com jornada de 8 horas. O prazo para manifestação sobre os cálculos já foi aberto e os valores individuais serão divulgados em breve.

Veja algumas das ações que podem ser propostas

Os bancários da Caixa e do Banco do Brasil podem consultar sobre novas ações no site do Sindicato (www.bancariosdecuritiba.org.br). Informações sobre todas as ações em andamento podem ser encon-tradas no link Seus direitos.

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agosto 201020

O processoeleitoral no Paraná

No Paraná, as Eleições 2010 serão disputadas por oito chapas de governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais. Porém, de fato, o pleito se dará entre duas grandes alianças, uma de-las capitaneada pelo Partido Democrático Trabalhis-ta (PDT) e outra pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

O PDT, de Osmar Dias, impedido de fazer uma aliança fora da verticalidade política por sua direção nacional, ficou no dilema entre lançar Dias a uma reeleição ao Senado ou como candidato a governador de uma frente de partidos. O candidato abriu mão de uma reeleição praticamente tranquila como senador para concorrer ao Palácio das Araucárias, um embate ainda incerto, apesar da boa aliança que firmou.

Neste cenário, o Partido do Movimento Democráti-co Brasileiro (PMDB) pareceu sair perdendo, mas be-neficiou seu principal representante, Roberto Requião, que, com a saída de Dias da disputa pelo Senado, con-solidou uma aliança que aumenta consideravelmente seu tempo de televisão. Assim, ao invés de disputar uma vaga com Gleisi Hoffmann, candidata do Parti-do dos Trabalhadores (PT), forma com ela uma dupla para fechar as duas vagas de senadores. Porém, com a aliança, o PMDB colocou abaixo a possibilidade de Orlando Pessuti continuar governando o Paraná. Mas as garantias políticas, caso exista o sucesso eleitoral, fizeram com que ele defendesse a frente de apoio a Osmar Dias e Dilma Rousseff.

Já o PSDB, que tem como candidato Beto Richa, tem ao seu lado o Democratas (DEM) e o Partido Popular Socialista (PPS), entre outros partidos meno-res. Desta forma, quem ganhou internamente no processo foi Gustavo Fruet, que conseguiu imprimir seu nome para o Senado.

O DEM, um partido que vem se apequenando ao longo dos tempos, seguiu a orientação nacional, apesar da discordância de seu presidente, Aberlardo Lupion, que queria ser candidato a senador. O par-

tido irá junto com Beto Richa, mas sem candidato às disputas majoritárias.

O PT, que há mais de um ano vinha costurando a aliança política com Osmar Dias, conseguiu seu inten-to, abrindo caminho para Gleisi Hoffmann. O partido abriu mão de lançar candidato próprio ao Governo, garantindo assim um palanque político consistente para Dilma. Por outro lado, a consolidação da aliança não agradou a maioria dos proporcionais, pois di-minuiu o número de candidatos, em um cenário em que não havia disputa interna para compor a chapa (afinal foram apresentados apenas 12 candidatos a deputados federais e 25 a estaduais). No entanto, o argumento de que a aliança garantiria maior apoio a Dilma no Paraná e ajudaria a consolidar o projeto na-cional do partido foi mais forte e a aliança acabou se consolidando (após a intermediação do próprio Lula).

Com relação aos demais partidos, tem-se duas vertentes: a dos partidos menores e ideológicos; e as legendas partidárias de aluguel. No primeiro grupo, vemos, da parte de alguns, um esforço para colocar na ordem do dia o projeto de alçarem seus quadros aos Parlamentos Estadual ou Federal. Outros vão além, apresentando candidatos às eleições majoritárias para colocar para a sociedade seus programas e projetos (nesses casos, os fins eleitorais são secundários, pois a questão central é a disputa das ideias da sociedade). Já os partidos de aluguel estão mais interessados em como as eleições podem trazer benefícios para os seus integrantes, pois participam das coligações ape-nas cedendo seu tempo de televisão. Não apresentam nomes fortes para a disputa e não exigem muito an-tes da eleição, pois seus bônus virão depois.

Com este cenário político construído, foi dada a largada do processo eleitoral de 2010. Contudo, são os eleitores que terão a responsabilidade de optar pelos melhores programas e projetos políticos, as melhores propostas e os melhores nomes para ocupar os espaços em disputa. Agora, precisamos fazer boas escolhas!

Marcio Kieller Gonçalves,secretário de Formação do Sindicato

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Direitos Humanosem risco

Desde dezembro de 2009, quando foi lançado o novo Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), diferen-tes setores da sociedade se posicionaram contrários a pontos importantes da nova versão, a maioria dos opositores vinda de partes conservadoras. Os primeiros a se manifestar foram os militares, colocando-se contra a criação da Comissão Nacional da Verdade, que investigaria casos de vio-lação dos Direitos Humanos ocorridos du-rante a ditadura militar. Depois disso, re-agiram os grandes ruralistas, os donos de empresas midiáticas e grupos religiosos.

Conservadores no ataqueOs ruralistas são contrários à mudan-

ça na forma como é feita a reintegração de posse. Na terceira versão do PNDH, é proposto que os lotes ocupados por mo-vimentos sociais só sejam reintegrados a seus donos originais após uma audiência pública. A bancada ruralista considera que essa medida legitima as ações do Movimento Sem Terra (MST).

Já os grupos religiosos se opõem às propostas de descriminalizar o aborto e garantir o direito à união e à adoção de filhos por casais homoafetivos. Os argu-mentos, nitidamente conservadores, são, por exemplo, de que a lei que permite a união entre pessoas do mesmo sexo “promoveria” a homossexualidade, o que, para eles, não é algo natural.

Outro ponto polêmico é quanto ao maior controle do conteúdo produzido pelas empresas midiáticas, que seria feito

ALTERAÇÕES FEITAS NO PNDH DESPERTAM A INSATISFAÇÃO DOS MILITARES AOS DONOSDA IMPRENSA. SOCIEDADE PRECISA SE ORGANIZAR PELO BEM COMUM

por meio de acompanhamento editorial, para posterior criação de um ranking com as empresas que respeitam ou não os Direitos Humanos. Os grupos ligados à grande mídia alegam que isso é uma forma de censura.

É preciso pressionar“É visível que os principais questio-

nadores do PNDH buscam defender seus próprios interesses em detrimento do bem coletivo amplo”, pontua o secre-tário de Mobilização e Organização da Base do Sindicato dos Bancários de Cu-ritiba e região, Júnior César Dias. Para ele, é evidente a necessidade de setores da sociedade civil se juntarem contra es-sas partes conservadores e reacionárias, conforme foi debatido no seminário Os

Direitos Humanos e um Projeto para o Brasil, organizado pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), no mês de julho, em Florianópolis.

“Precisamos desse debate. Atualmente a pressão dos conservadores é maior porque eles têm poder no Congresso”, afirma. Para o dirigente, é fundamental que sejam feitos avanços na Educação do país. “Há um grande número de pessoas que não sabem de seus direitos porque não têm acesso a essa informação, o que dificulta o surgimento de uma sociedade civil orga-nizada”, completa. “Só quem tiver maior organização conseguirá pautar suas ideias na sociedade. O PNDH apenas orienta as ações, não as determina. A sociedade pre-cisa pressionar o Estado para implementar essas ações”, finaliza o dirigente.

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Em defesa doinvestimento público

Após a crise mundial de 2009, o Brasil foi um dos primeiros países a se recuperar. Já na metade de 2010, o país vive um novo ciclo de crescimento econômico, constatado por instituições como Ipea, Dieese e Ministérios do Governo Federal. Na aval-iação desses órgãos, um dos principais fatores que acelerou esse processo foi a disposição governamen-tal em ampliar os investimentos públicos como ins-trumento de indução aos investimentos privados.

O conceito de investimento público abrange não só os gastos do tesouro nacional, incluindo empre-sas estatais e repasses para obras de estados e mu-nicípios. De acordo com o Departamento de Coor-denação e Governança das Empresas Estatais (Dest), vinculado ao Ministério do Planejamento, existem atualmente 120 empresas públicas, sendo oito delas do ramo financeiro e de seguros.

De acordo com Denise Gentil, diretora-adjunta do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o diferencial para o investimento público é a de-manda autônoma, com oferta de bens e serviços que não são baseados no retorno financeiro, como ocorre com o investimento privado. “É uma decisão política. Seus impactos na economia incluem a pos-sibilidade de investimento em áreas de risco, com menor retorno financeiro, amortização a longo pra-zo, e não se pauta pela rentabilidade, um gargalo não preenchido pelos investimentos privados”, constata.

Nesse patamar, o aumento do investimento pú-blico tornou-se não um concorrente dos investimen-tos privados, mas um estímulo, um agregador. “Em locais onde foram realizados grandes investimentos pelas estatais, surgiram empresas privadas satélites”, justifica a diretora do Ipea. A taxa de investimento público de 2009 é a maior do período do real, com 4,37% do PIB, sendo R$ 59,6 bi das estatais, R$ 33 bi da União e R$ 44 bi dos estados e municípios

INVESTIMENTO EM ESTATAIS PODE PROPORCIONAR REESTRUTURAÇÃO DOS CENTROSURBANOS COM DESENVOLVIMENTO INTEGRADO

(com utilização de recursos federais). Apesar deste cenário positivo, para o Ipea, exis-

tem dilemas com relação ao investimento público, que ainda é considerado muito baixo para propor-cionar a reestruturação dos centros urbanos com de-senvolvimento integrado.

A origem doinvestimento públicoNa visão do Secretário de Acompanhamento

Econômico do Ministério da Fazenda, Antonio Hen-rique Pinheiro Silveira, empresas estatais são ren-táveis e alavancam políticas públicas. Ele retrata a perspectiva do governo federal sobre o investimento público e fala do Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC), que representou reorganização seto-rial, restabelecendo mecanismos de regulação: “Os investimentos do governo federal são afetados pelo processo de contingenciamento. A liberação de re-cursos é avaliada ano a ano e, com o PAC, não há restrição na liberação do orçamento”.

As expectativas do Ministério para 2010 é de que 6,2% das despesas primárias do governo federal sejam em investimento. “Para o PAC 2 estão previs-tos investimentos de 21% a 22% do PIB, para que o crescimento do país fique em 5% e 6%, uma taxa confortável”, estima Pinheiro Silveira.

O papel dos bancos públicos“Durante a crise, o setor bancário se manteve

saudável”. Essa é a constatação de Denise Gentil, do Ipea, que atribuiu os reflexos econômicos da crise principalmente à indústria. Nesse contexto, os ban-cos públicos foram responsáveis pela expansão do crédito no país. “O papel da Caixa e do Banco do Bra-sil no enfrentamento da crise foi de grande destaque. Esses bancos foram os principais agentes financeiros

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do Brasil após ficarem à beira da privatização”, ar-gumentou o diretor do Departamento de Empresas Estatais (Dest) Sérgio Francisco da Silva.

Dados do Dest estimam que, em 2010, o total de empréstimos a serem concedidos pelos bancos esta-tais será de R$ 715 bilhões, sendo R$ 311,8 bi pelo Banco do Brasil e R$ 170,2 bi pela Caixa. Para com-parar, em 2000 foram concedidos R$ 130 bilhões em empréstimos. Ainda de acordo com o órgão, em 2000, as empresas estatais investiram R$ 10 bilhões; em 2010, a estimativa de investimento, considerando o orçamento previsto e em execução, é de R$ 94 bi-lhões, o que demonstra a evolução do papel dessas empresas na economia.

Crédito ecrescimento econômicoO Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

(Ipea) estabeleceu três eixos para o crescimento: ex-pansão do crédito com forte intervenção dos bancos públicos; aumento da rede de proteção social, que incorpora a sociedade ao mercado (seguro desem-prego e salário mínimo); e ampliação do consumo das famílias e do governo.

Os dados apresentados pelo Ipea, Dieese, Dest e Ministério da Fazenda foram abordados durante o Seminário Nacional de Investimento Público, realizado pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR), pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) e pelo Dieese. O evento foi em Curitiba, no dia 9 de julho, com a participação do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, demais dirigentes sindicais, engenheiros e estudantes.

EIXO 1 – Crédito: em abril de 2010, o crédito ofertado foi de 45,2% do PIB; em 2001 esse índice era de 23%;

EIXO 2 – Gasto social: impacto sobre a pobreza e desigualdade de renda (reação diferente à crise perante outros países);

EIXO 3 – Mercado de trabalho: recupe-ração do salário mínimo, que melhora patamares salariais promovendo o for-talecimento das negociações.

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Luta sindical é a saída

“Todos os dias, nós, bancários, escutamos nos bancos que se faz necessário um maior engajamento pessoal nas metas e objetivos da empresa. Para as pes-soas que nos dizem isso, parece inconteste que de-vemos nos entregar de corpo e alma para alcançá-los. Muitas vezes, nem percebemos que esse envolvimen-to exigido está consumindo nossa energia vital; que a exigência de dedicação e investimento profissional e pessoal cresce na mesma proporção que aumentam os lucros dos bancos”.

Relatos como este chegam ao Sindicato dos Bancários de Curitiba e região com bastante frequên-cia, expondo a triste realidade a que a categoria está submetida. Se, por um lado, o lucro médio das ins-

tituições financeiras dobra a cada três anos – no caso do Santander, por exemplo, a rentabilidade cresceu 58% somente em 2009, segundo dados da Austin Rating. Por outro, os bancários tornaram-se ‘peça descartável’ na corri-da pelos melhores resultados.

Conforme levantamento da Secretaria Jurídica do Sin-dicato, no HSBC, 10% dos funcionários são demitidos todo ano e substituídos por novos trabalhadores com sa-

lários 40% menores. “Desta forma, gera-se um ci-clo de ‘engajamento’, ‘desgaste’ e ‘desvalorização’ que nunca tem fim”, afirma o secretário de Políticas Sindicais e Movimentos Sociais da entidade, André Machado. “O que justifica o triste fato de haver mais desligamentos por morte nos bancos privados do que por aposentadoria”, completa.

Para envolver os bancários nesse desgastante processo, as instituições financeiras criam uma es-pécie de ‘jogo competitivo’, seja contra outro ban-co, outra agência ou mesmo o colega de trabalho. O objetivo é único e exclusivo: produzir o máximo

LÓGICA DESTRUTIVA IMPOSTA PELO RITMO DE TRABALHO DITADO PELOSBANCOS SÓ SERÁ SUBVERTIDA COM A ORGANIZAÇÃO DA CATEGORIA BANCÁRIA

que puder. “Antes que possamos perceber, já esta-mos hipnotizados. Passamos, então, a repetir, sem refletir, as regras que nos impuseram. Justificamos que a premiação é compensadora, pois no final ire-mos participar dos lucros. O que não percebemos é que as engrenagens estão aceleradas. O jogo vai aumentando o ritmo do trabalho”, descrevem os trabalhadores.

Mais do que isso, a jornada passa de seis para oito horas diárias. “O trabalho se alonga com as infin-das horas extras. Os mais engajados chegam a pedir aos chefes que estendam sua jornada para resolver as pendências do dia”, acrescenta André Machado. O trabalhador ideal para o banco, neste cenário, é aquele que simula uma máquina, que não deixa que emoções atrapalhem a produtividade, que resiste às pressões. Aos poucos, o tempo passa, mas o jogo não tem fim. O único ganhador é aquele que fica com o lucro gerado pela produção intensa dos bancários.

Para o sociólogo Sadi Dal Rosso, pesquisador das transformações da força de trabalho, o grau da in-tensidade da atividade profissional resulta sempre de uma disputa, de um conflito social que opõe o inte-resse dos trabalhadores ao dos empregadores. “Como provam os relatos dos bancários sobre suas condições de trabalho”, interpreta André Machado. “Nesta pers-pectiva, somente por meio da organização sindical e de greves poderemos fazer frente à ganância dos ban-queiros e defender nossa saúde e emprego”, constata o dirigente.

Na visão do movimento sindical bancário, a luta contra o aumento da intensidade do trabalho nos bancos está diretamente ligada à conquista de con-tratos mais sólidos de trabalho e de mais estabilidade. “Pois um trabalhador com medo de perder o em-prego está mais suscetível às pressões”, explica. Desta forma, a organização sindical se mostra como uma das poucas saídas na luta pela sobrevivência em um mundo em que o mais importante são os números e não as pessoas. Mas este é ainda um grande desafio para a categoria bancária.

“ O grau daintensidade (dotrabalho) resulta de uma disputa, de um conflito social que opõe o interesse dos trabalhadores ao dos empregadores”.

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Das máscaras da vida às máscaras do palco

Entrar no palco, holofotes acesos, um texto decorado. Dar vida a uma outra vida, uma outra pessoa. Fazer teatro é se deixar levar pelo sentimento e fazer com que a emoção chegue ao público, que se envolve nas histórias, sofre, ri, se diverte e aprende com os personagens.

Hilário Lopes Pereira Neto começou a trabalhar com teatro em 1979 e não parou mais. A princípio, escrevia apenas os tex-tos. Mas, aos poucos, foi mergulhando cada vez mais nessa arte. Hoje, também atua e dirige. Para ele, o teatro é funda-mental para ajudar as pessoas a se livrarem de máscaras cotidianas. “Temos máscaras para a família, para o trabalho, para os ami-gos. No teatro, lidamos com sentimentos e isso nos ajuda a nos livrar dessas máscaras. Aos poucos, percebemos que podemos nos soltar e sermos nós mesmos”, avalia.

No Brasil, infelizmente, o teatro ainda é visto como uma arte elitizada, e, mui-tas vezes, o acesso às grandes peças acaba

TEATRO É UM DOS MELHORES EXERCÍCIOS PARA QUEM QUER SE DESPRENDER DAS AMARRASDO DIA A DIA E RELAXAR, DANDO VIDA A PERSONAGENS E DESPERTANDO EMOÇÕES

tendo um custo alto. “O teatro começou como uma arte do povo, feito nas ruas e praças”, afirma. “É preciso redemo-cratizar esse acesso”, defende Hilário. Ele relembra a época de Shakespeare, o maior dramaturgo que já existiu, destacando que as peças eram apresentadas nas ruas e qualquer pessoa tinha acesso a elas.

Teatro para os bancáriosUm ótimo exercício para os tímidos e

uma boa opção de lazer para quem quer se distrair. O teatro ajuda a despertar o lado lúdico que existe em cada um. Pen-sando nisso, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região passará a oferecer, após o encerramento da Campanha Nacional dos Bancários de 2010, uma oficina de teatro, que aliará cultura, diversão e qua-lidade de vida. “É mais uma opção para o bancário aliviar o estresse do dia a dia e até, quem sabe, descobrir novas habi-lidades e talentos”, explica Genésio Car-

doso, secretário de Cultura do Sindicato.A oficina será ministrada pelo pro-

fessor, diretor e dramaturgo Hilário Lopes Pereira Neto, com atividades que ajudarão a exercitar o corpo e a mente, como jogos lúdicos que trabalham a ex-pressão corporal e vocal. “A ideia não é formar um profissional de teatro, mas dar uma opção de lazer para essas pessoas”, diz o professor.

De acordo com Hilário, as primeiras atividades serão para apresentar noções básicas de teatro, como posicionamento no palco e relacionamento com a plateia. Depois disso, serão passados exercícios de improvisação, em que situações são cria-das sem um texto fechado, dando liber-dade para os atores iniciantes. A oficina deve acontecer semanalmente e ao final de seis meses haverá uma apresentação da turma, para que os resultados sejam vis-tos. Mais informações estarão disponíveis em www.bancariosdecuritiba.org.br.

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15.05.2010

24.05.2010

24.05.2010

Sindicato oferece cursopreparatório CPA-10

De 24 de maio a 10 de junho, mais de 30 bancários filiados participaram da segunda edição do curso preparatório para o exame de certificação profissio-nal série 10 (CPA-10), promovido pelas Secretarias de Formação e de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. As aulas foram minis-tradas no Espaço Cultural e Esportivo da

categoria, pelo assessor financeiro Ro-berto Sevalli, pelo economista do Banco Central Erasto de Mellos e pelo profes-sor Rodrigo Kremer. Os sindicalizados que, por ventura, tenham interesse em participar de futuras edições do curso CPA-10 podem entrar em contato com a Secretaria Geral do Sindicato pelo tele-fone (41) 3015-0523.

Encontros Estaduaisdo BB e da Caixa

Durante o dia 15 de maio, bancários da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil de todo o Paraná estiveram re-unidos em Curitiba para os Encontros Estaduais dos bancos públicos. Os even-tos foram uma etapa preparatória para o XXI Congresso Nacional dos Fun-cionários do Banco do Brasil (realizado nos dias 28, 29 e 30 de maio) e para o

26° Congresso Nacional dos Emprega-dos da Caixa (que também aconteceu nos dias 28, 29 e 30 de maio). Durante os eventos, os trabalhadores discutiram as prioridades para a Campanha Nacio-nal dos Bancários 2010 e deliberaram sobre as reivindicações que foram en-caminhadas nacionalmente para as me-sas de negociação específica. SE

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Delegados sindicaisdo BB e da Caixa

Entre os dias 24 de maio e 14 de ju-nho, os trabalhadores do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal elegeram seus delegados sindicais. As votações por local de trabalho tiveram adesão maciça dos bancários. No dia 29 de junho, os delegados eleitos do BB toma-ram posse, participando de uma análise histórica da luta bancária e do cenário

que se desenha para a Campanha Na-cional dos Bancários 2010. No dia 04 de agosto, foram os delegados eleitos da Caixa que assumiram seus mandatos. Na ocasião, estiveram presentes os co-ordenadores da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e do Banco do Brasil, Jair Pedro Ferreira e Eduardo Araújo, respectivamente.

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02.06.2010

14 a 17.06.2010

12.06.2010

12.06.2010

Bancários do Itaú Unibanco aprovam PCR

No dia 02 de junho, os bancários do Itaú Unibanco aprovaram a nova pro-posta do Programa de Participação Com-plementar nos Resultados (PCR). Os avanços só vieram depois de muita mo-bilização, diversas rodadas de negociação e pressão da categoria para que o banco cedesse. O acordo de dois anos garante aos bancários ganhos entre R$ 3,2 mil e

R$ 4,2 mil, com pagamentos de R$ 1,6 mil de antecipação do PCR 2011 e o res-tante do valor, que pode chegar a R$ 4,2 mil, em fevereiro de 2012. Os trabalha-dores já receberam R$ 1,8 mil a título de PCR 2010, creditado no dia 10 de junho, mais R$ 300 de bonificação referente ao sucesso do processo de migração das agências do Unibanco para Itaú.

Bancários pedalamaté Jaraguá do Sul

A Secretaria de Esporte e Lazer do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região promoveu, no dia 12 de junho, a quarta edição do Cicloturismo dos Bancários. Mais de 20 participantes saíram de Curitiba rumo a Jaraguá do Sul, Santa Catarina. O percurso incluiu interação com os colegas e familiares e contato com a natureza e belas paisa-

gens, além de muita diversão. “Nem o frio ou a chuva foram capazes de tirar o ânimo e o brilho dos participantes, que se divertiram muito e foram unânimes em dizer que o passeio foi maravilho-so”, constata Selio de Souza Germano, secretário de Esporte e Lazer da enti-dade. Novas edições do Cicloturismo já estão sendo organizadas, fique atento.

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Sindicalizados aprendem Matemática Financeira

A Secretaria de Formação do Sin-dicato dos Bancários de Curitiba e região realizou, entre os dias 14 e 17 de junho, mais uma edição do curso de Matemática Financeira, com o professor José Airton. Foram ofertadas 30 vagas, com carga de 12 horas, somente para bancários sindicalizados. As aulas foram focadas na utilização de calculadoras

financeiras e nos seguintes conteúdos: treinamento para manuseio da HP; con-ceitos básicos de matemática financeira; capitalização simples; desconto simples; capitalização composta; equivalência de taxas; taxas nominal, efetiva e real; sé-rie de pagamentos; leasing; sistemas de amortização; fluxo de caixa; análise de investimentos.

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23.06.2010

10.07.2010

25.06.2010

Campanha de Filiaçãopremia bancários

Foi realizado no dia 25 de junho o primeiro sorteio da Campanha de Fi-liação 2010 do Sindicato dos Bancári-os de Curitiba e região. Dez bancários foram premiados com uma camisa ofi-cial da Seleção Brasileira de Futebol. E a funcionária do Itaú Unibanco Marize Sech ganhou uma TV LCD de 32’. O objetivo é fortalecer a luta da categoria,

através do estímulo à união e organiza-ção dos trabalhadores. A Campanha irá premiar também os associados que in-dicarem colegas que efetivem a filiação até dia 10 de dezembro. Outros dois sorteios serão realizados nos dias 27 de agosto (1 TV LCD de 42' e 8 Nintendos Wii) e 20 de dezembro (8 Notebooks Positivo 14').

Mobilização pelo PCCSno Banco do Brasil

Trabalhadores do Banco do Brasil de todo o país participaram do Dia Nacio-nal de Lutas, realizado em 23 de junho, para cobrar a implantação do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) e do Plano Odontológico, demandas antigas do trabalhadores. Em Curitiba e região, a mobilização foi marcada por atos rea-lizados no Centro de Suporte Operacio-

nal (CSO) e na Central de Atendimento (CABB). Os dirigentes do Sindicato esti-veram nesses locais distribuindo panfle-tos com informações sobre a reivindi-cação do PCCS e com a cobrança pelo cumprimento do compromisso assumi-do pelo banco. Outra pendência é a im-plantação do Plano Odontológico, que está atrasada desde janeiro.

Bancários participamde Copa Bancária

Entre os meses de março e julho, a Secretaria de Esporte e Lazer do Sindi-cato dos Bancários de Curitiba e região promoveu a Copa Bancária de Futebol Suíço “68 anos de luta”. Foram 10 equipes inscritas e os jogos foram dis-putados aos sábados de manhã, na Sede Campestre da entidade. Após cinco me-ses de disputa, o grande campeão foi o

time HSBC Parolin. Os segundo e ter-ceiro lugares ficaram com as equipes Fusão e Santander, respectivamente. “É esse espírito de união que deve pre-valecer também durante a Campanha Nacional dos Bancários 2010, já em andamento!”, afirma Selio de Souza Germano, secretário de Esporte e Lazer da entidade.

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22 a 28.07.2010

03.08.2010

31.07.2010

Não às práticasantissindicais

No dia 03 de agosto, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região realizou um ato no HSBC Palácio Avenida para marcar o Dia Nacional de Luta contras as práticas antissindicais. Bancários de todo o país protestaram contra as ações que tentam inibir a livre organização dos trabalhadores. “Escolhemos o HSBC devido ao histórico de práticas antis-

Arraiá dos Bancáriosgarante diversão

A tradicional Festa Julina do Sindi-cato dos Bancários de Curitiba e região foi realizada no dia 31 de julho, no Espaço Cultural e Esportivo da catego-ria. Mais de 700 trabalhadores, famili-ares e amigos compareceram ao arraiá e aproveitaram uma tarde de muita diversão. Entre as atrações, não faltou pipoca, algodão-doce, quentão, pinhão,

HSBC: eleições pararepresentante na SA8000

No final do mês de julho, foram re-alizadas nos Centros Administrativos do HSBC as eleições para representantes dos funcionários na SA8000. Trata-se de uma norma internacional que define os re-quisitos referentes às práticas sociais do emprego. No Hauer, a votação aconteceu nos dias 27 e 28, quando foi eleito o bancário de base Clovis Alberto Martins.

Já no Xaxim, as eleições foram realizadas em 22 e 23 e o eleito foi dirigente sindi-cal Jorge Antonio de Lima.

A SA8000 contribui para a adoção de um novo conceito de tratamento dos funcionários, em que o assédio moral e a discriminação são visto com seriedade, de forma a provocar mudança nas ati-tudes de gestores que usam essas práticas.

muitos doces e apresentação de uma quadrilha irreverente... sem contar as diversas brincadeiras para fazer a alegria da garotada. “A festa extrapolou nossas expectativas. Todos se divertiram com as brincadeiras. Vi muitos pais brincando no tobogã junto com seus filhos!”, co-menta Sélio de Souza Germano, secre-tário de Esportes e Lazer do Sindicato.

sindicais adotadas anualmente, que vão desde acesso remoto até transporte dos funcionários por helicópteros”, explica Otávio Dias, presidente do Sindicato. O protesto incluiu ainda a entrega de um cheque, no valor de R$25.989,69, sim-bolizando a devolução da PPR diferen-ciada paga no mês de março deste ano aos dirigentes sindicais.

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Bancários aprovam contas do Sindicato

Em assembleia realizada no dia 13 de maio, no Espaço Cultural e Esportivo da categoria, os trabalhadores aprovaram a prestação de contas anual do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Na ocasião, foi apresentado também, aos bancários presentes, o Demonstrativo de Resultados referente ao ano de 2009.

Desta forma, a entidade renova, mais uma vez, seu compromisso com a transparência e a ética, princípios essen-ciais tanto para o Sindicato quanto para a Central Única dos Trabalhadores (CUT). “A manutenção do projeto cutista de transparência na utilização dos recursos da entidade e também na prestação de contas é fundamental”, ressalta Otávio Dias, presidente do Sindicato.

Para o secretário de Finanças da enti-dade, Antônio Luiz Fermino, a prestação de contas anual aos trabalhadores é impres-cindível para a credibilidade do Sindicato perante a sociedade. “É nosso dever fazer com que a gestão dos recursos financeiros atenda de maneira fiel aos interesses da categoria”, destaca. Mais informações em www.bancariosdecuritiba.org.br.

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Antonio Luiz Fermino,secretário de Finanças do Sindicato

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