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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ UESPI CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS CCHL CURSO: LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA DISCIPLINAS: DIDÁTICA PROFESSORAS: JUTTA CRISTINA RELATÓRIO DE PESQUISA DE CAMPO AMANDA ANGELIM PAIVA DIAS MARIA DO SOCORRO BAPTISTA BARBOSA TERESINA (PI) DEZEMBRO / 2011

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – CCHL CURSO: LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA DISCIPLINAS: DIDÁTICA PROFESSORAS: JUTTA CRISTINA

RELATÓRIO DE PESQUISA DE CAMPO

AMANDA ANGELIM PAIVA DIAS MARIA DO SOCORRO BAPTISTA BARBOSA

TERESINA (PI) DEZEMBRO / 2011

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RELATÓRIO DE PESQUISA DE CAMPO

INTRODUÇÃO

Este relatório faz parte da disciplina Prática Didática, cursada durante o

quarto bloco do curso de Licenciatura Plena em História na Universidade

Estadual do Piauí. Entendendo Didática como “... uma prática social orientada

por objetivos, finalidades e conhecimentos, e inserida no contexto da prática

social. A prática pedagógica é uma dimensão da prática social ...” (VEIGA,

1992, p. 16), e considerando que “a pesquisa é elemento essencial para uma

prática pedagógica que possibilite a superação da alienação e da relação de

subalternidade cultural, política e social” (SOUZA, 2005, p. 3), este relatório

tem por objetivo apontar a importância do livro didático para o professor de

História a partir de uma pesquisa de campo realizada na Unidade Escolar

Severiano Sousa, no bairro Acarape, em Teresina, PI, como parte da prática

pedagógica, o que comprova a forte relação entre a prática e a pesquisa.

A pesquisa foi realizada durante os dias 22, 24, 29 de novembro e 01, 06,

e 08 de dezembro de 2011, sempre às terças e quintas-feiras, no turno da

tarde. Nos dias 28 de novembro e 05 de dezembro a pesquisa foi realizada à

noite, no horário das 19:30 às 21:00 horas. Para realizar tal pesquisa foi

elaborado um roteiro de observação da escola e um roteiro para entrevista

estruturada, que se encontram anexos.

1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA ESCOLA

Pode-se observar que a Unidade Escolar Severiano Sousa fica localizada

em uma parte urbana da cidade, próxima ao Conjunto Acarape, na rua São

Paulo 915, Bairro Acarape.

A escola encontra-se com aspecto novo, tendo sido totalmente reformada

e pintada. Suas salas de aula, no total de 08 (oito), são amplas e arejadas,

todas do mesmo tamanho, com quadro de giz em uma parede e quadro de

acrílico em outra. Isso se justifica porque, na falta de um material, o outro pode

ser utilizado, sem prejuízo da aula. Além das salas de aula, há também a sala

de professores, com banheiro exclusivo, diretoria, secretaria, e uma sala para o

grêmio da escola.

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A escola não tem biblioteca ainda, mas possui uma sala de leitura bem

organizada, e uma sala de vídeo com equipamentos funcionando a contento.

Há uma quadra para a prática de esportes e material esportivo à disposição

dos alunos, que realizam torneios esportivos com o apoio da direção da escola,

que também promove gincanas, feira de ciências, conferências, aulas passeio,

olimpíadas de matemática e concurso de redação e poesia. Não há uma

gráfica na escola, que conta apenas com uma impressora para a reprodução

de provas e atividades para os alunos. Possui, entretanto, dois computadores

para o uso dos professores, além de dois projetores de multimídia e dois

notebooks que permitem ao professor o uso dessas tecnologias.

A escola possui ainda 01 (um) banheiro masculino e 01 (um) feminino,

destinados aos alunos (as), ambos em bom estado de conservação. Possui

também uma cantina, na frente da qual são servidas as merendas diárias. Tem

ainda um depósito de alimentos onde são estocados os produtos destinados à

merenda escolar.

2 Caracterização do Corpo Docente e Discente da Escola

A unidade Escolar Severiano Sousa agrupa alunos de classes sociais

menos favorecidas, havendo uma enorme diversidade étnica entre os seus

alunos, sendo uma média de 25 (vinte e cinco) alunos por sala.

São no total 360 (trezentos e sessenta) alunos, distribuídos pelas 08 (oito)

salas, formando um total de 14 (quatorze) turmas, 08 (oito) pela manhã e 06

(seis) no turno da tarde. As turmas da manhã são assim distribuídas:

Quadro 01: Distribuição das Turmas do Turno da Manhã

Série Quantidade de Turmas

5ª 2

6ª 2

7ª 2

8ª 2

Total 8

No turno da tarde, percebe-se que há menor número de turmas de 7ª e 8ª

séries, já que o quadro fica da seguinte forma:

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Quadro 02: Distribuição das Turmas do Turno da Tarde

Série Quantidade de Turmas

5ª 2

6ª 2

7ª 1

8ª 1

Total 6

À noite funciona também o Ensino Médio, com 6 (seis) turmas, duas de

cada série, com 35 alunos em cada, com um total de 210 alunos.

Quanto aos professores, são ao todo 36 (trinta e seis), sendo a maioria já

graduada em alguma licenciatura. Isso pode ser observado no quadro abaixo:

Quadro 03: Formação do Quadro Docente da Escola

Nível Quantidade

Pedagógico com Adicional 3

Graduação (cursando) 2

Graduação (concluída) 24

Especialização (cursando) 2

Especialização (concluída) 5

Total 36

Dos professores citados, 3 (três) são professores de História, sendo todos

licenciados em História, mas possuem apenas graduação.

Já os funcionários do quadro administrativo, como secretário e auxiliar de

secretário, têm ensino médio completo, enquanto que os funcionários de

serviços gerais, como merendeiras, zeladores e vigias, têm ensino fundamental

incompleto.

3 Dados levantados durante a pesquisa

O objetivo principal desta pesquisa foi observar como se dá a escolha do

livro didático, de modo que foi esse o principal foco da entrevista feita aos

professores da disciplina. Entretanto, procurou-se também saber um pouco

mais sobre o professor para melhor situá-lo no contexto educacional.

Perguntou-se então há quanto tempo o professor exerce a profissão,

sendo que 1 (um) respondeu que trabalha como professor de História há 26

(vinte e seis) anos, enquanto outro respondeu que já trabalhava há 15 anos, e

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o terceiro professor afirmou que trabalha na área há quase 10 (dez) anos.

Percebe-se assim que todos têm bastante experiência em sala de aula.

Perguntados sobre o porquê de terem escolhido a profissão, 2 (dois)

responderam que foi por gostar do que fazem, enquanto 1 (um) estava ainda

pensando na possibilidade de passar em algum concurso público em outra

área, afirmando gostar da profissão de professor, mas a considera muito

desgastante. Com isso é possível notar que ainda é a vocação que rege a

escolha dos entrevistados.

Com relação ao uso do livro didático, os 3 (três) professores são

unânimes em afirmar que o utilizam, sendo na maioria das vezes exclusivista.

O único material que consideram viável de uso, além do livro, é o data-show,

mas isso só de vez em quanto, não é uma constante. Assim, o livro continua

sendo o principal recurso usado pelo professor.

Questionados sobre os critérios de escolha do livro, os professores

responderam que são os professores que selecionam, entre os livros sugeridos

pela SEDUC, daí o diretor encaminha a escolha e o MEC compra os livros.

Eles citam como critérios o conteúdo e a qualidade do material. Percebe-se, na

fala dos entrevistados, que a qualidade gráfica do livro é muito importante, mas

não se percebe, porém, preocupação com a forma como o conteúdo pode

ajudar a fortalecer ou dirimir preconceitos. Assim, não se discutem as leis de

incentivo à inclusão das questões étnico-raciais, necessidades especiais,

diferenças em geral. Observa-se também um desconhecimento razoável com

relação à LDB e aos PCNs, que não são também considerados quando da

escolha do livro.

O trabalho com o livro didático segue a linha positivista, com o professor

passando o conteúdo, cobrando a leitura e as atividades, sem levar em conta

os excluídos da história que não são citados nem trabalhados na programação

dos livros. Percebe-se também a ausência de interesse pela pesquisa por parte

do professor, que não se vê enquanto professor-pesquisador, mas como mero

reprodutor de conhecimentos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se observar, a partir da pesquisa realizada, que um material tão

importante quanto o livro não é devidamente valorizado pelo professor, que o

utiliza sem o devido questionamento. Percebe-se também que o uso

exclusivista do livro tira dos estudantes a possibilidade de verem outras fontes,

de construírem um novo conhecimento a partir de outras vivências. A escola

possui aparelho de TV, DVD, data-show, e tal material poderia ser melhor

aproveitado para dinamizar as aulas e promover o crescimento intelectual e

moral dos alunos.

REFERÊNCIAS

SOUZA, Maria Antônia de. “Prática Pedagógica: Conceito, Características e Inquietações”. In. IV Encontro Ibero-Americano de Coletivos Escolares e Redes de Professores que fazem Investigação na sua Escola. Lajeado: UNIVATES, 2005. Disponível em <http://ensino.univates.br/~4iberoamericano/trabalhos/ trabalho 024.pdf> Acesso em: 13/12/2011.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. A prática pedagógica do professor de Didática. 2. Ed. Campinas, Papirus, 1992