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Radio e Televisao No Brasil

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Raquel Figueiroa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Departamento de Artes e Comunicao Social

Curso: RadialismoDisciplina: Rdio e Televiso no BrasilProfessora: Raquel Figueira Ps-graduada em Comunicao Digital

PLANO DE AULA

Ementa:

Histria e evoluo do rdio e da televiso no Brasil. As principais emissoras, programas e profissionais que marcaram o desenvolvimento dos dois veculos no Brasil. Evoluo do rdio e da televiso na regio nordeste.

Objetivos:1 - Geral Analisar a evoluo dos processos comunicativos e dos meios de comunicao de massa (Rdio e Televiso) e seus reflexos sobre a realidade.

2 - Especficos

a) Possibilitar ao aluno a compreenso do desenvolvimento da histria dos meios de comunicao de massa eletrnicos no Brasil. b) Apresentar ao aluno uma viso histrica desses meios em Sergipe.

CONTEDO PROGRAMTICO

UNIDADE I

1 - O Rdio: a) Histria e noes bsicas;

b) As primeiras transmisses radiofnicas;

c) A fase de implantao;

d) O radio comercial;

e) O radiojornalismo;

f) Caractersticas;

g) O Rdio em Sergipe.

UNIDADE II

a) Histria e noes bsicas;

b) Os primeiros programas e telejornais;c) Caractersticas;

d) A TV em Sergipe.Avaliao:

As avaliaes correspondentes a esse contedo vo acontecer por meio de seminrios atravs de dois trabalhos, um em cada unidade de ensino.Metodologia:

Aulas expositivas, leitura e debate de textos, exibio de vdeos e realizao de seminrios temticos.Bibliografia:

BAHIA, Juarez. Jornal, histria e tcnica: A histria da imprensa brasileira. 4. Edio. So Paulo: Editora tica, 1990.

BOLANO, Csar. Mercado Brasileiro de Televiso. Sergipe: Editora da Universidade Federal de Sergipe, 1998.

CHANTLER, Paul, HARRIS, Sim. Radiojornalismo. So Paulo: Summus, 1998.

FILHO, Daniel. O Circo Eletrnico: fazendo TV no Brasil. Rio de Janeiro: Jorje Zahar Editor, 2001.

FERRARETTO, Luiz Artur. KOPPLIN, Elisa. Tcnica de Redao Radiofnica. 1 Edio. Porto Alegre: Sagra- Luzzatto, 1992.

MARCEL, Pedro. Jornalismo de Televiso: Normas Prticas. Porto Alegre: Sagra- Luzzatto.

MEDITSCH, Eduardo (org.). Rdio e Pnico: A Guerra dos Mundos 60 anos Depois. Rio de Janeiro: Record, 1992.

MOREIRA, Snia Virgnia. O Rdio no Brasil: Textos e Contextos. Florianpolis: Insular, 2005.

ORTRIWANO, Gisela Swetlana. A Informao no Rdio: Os Grupos de Poder e Determinao dos Contedos. So Paulo: Summus, 1985.

REY, Marcos. O Roterista Profissional: Televiso e Cinema. So Paulo: tica, 1997.

SILVA, Jlia Lcia de Oliveira Albano da. Rdio: Oralidade e Mediatizada. O Spot e os elementos da linguagem radiofnica. So Paulo: Annablume.

SODR, Nelson Werneck. Histria da Imprensa no Brasil. 4. Edio. Rio de Janeiro: Editora Mauad, 1999.

TAVARES, Reynaldo C. Histrias que o Rdio no contou: do Galena ao Digital, desvendando a Radiodifuso no Brasil e no Mundo. 2 Edio. So Paulo: Harbra,1999.

PLANEJAMENTO DA DISCIPLINA

01 Caderno de Estudos

O Caderno de Estudos da disciplina Rdio e Televiso no Brasil ser disponibilizado para xerox e download. Nele, o aluno ter contato com o Plano de Aula da disciplina, o planejamento de todo o trabalho do semestre, o contedo da disciplina, dicas de texto e fragmentos de livros para conhecimento e leitura. Este caderno estar sendo abastecido com mais textos e assuntos durante todo o semestre. Todos podem participar, enviando textos importantes e que tenham relao com a disciplina. No fim do semestre, todos tero um CADERNO DE ESTUDOS recheado e com um contedo riqussimo para o desenvolvimento profissional de cada um.

02 Blog Produes Radiofnicas (http://producoesradiofonicas.blogspot.com/)

O Blog Produes Radiofnicas ser parte integrante das disciplinas Laboratrio em Rdio I, Direo de Programas em Rdio, Redao e Expresso em Rdio e TV e Rdio e Televiso no Brasil.. Aqui, ser feito o resumo de todos os programas Antena UFS veiculados pela Rdio Aperip. Iremos publicar o nome de todo o grupo que produziu o programa, o dia e horrio e publicar reportagens e notas secas do programa na Internet. Alm de textos e atividades on-line para todos os alunos. As atividades dos alunos de outras disciplinas sero aproveitadas no programa Antena UFS.

03 Programa Gravado e Seminrio

Essa atividade ser realizada por todos os alunos em grupo, por meio de seminrios, com material escrito e em udio. Devem ser produzidos programas gravados, entrevistas, reportagens, enfim, material de udio que complemente o trabalho escrito.

GRUPOS: 4 grupos

a) Histria do Rdio no Brasil;

b) Histria do Radiojornalismo no Brasil;

c) Histria do Rdio em Sergipe;

d) Histria do Radiojornalismo em Sergipe;

04 Programa Gravado e Seminrio

Essa atividade ser realizada por todos os alunos em grupo, por meio de seminrios, com material escrito e em vdeo. Devem ser produzidos programas gravados, entrevistas, reportagens, enfim, material em vdeo que complemente o trabalho escrito.

GRUPOS: 4 grupos

a) Histria da TV no Brasil;

b) Histria do Telejornalismo no Brasil;

c) Histria da TV em Sergipe;

d) Histria do Telejornalismo em Sergipe.

CONTEDO PROGRAMTICO

UNIDADE I

1 - O Rdio:

a) Histria e noes bsicas;

O Comeo

Tudo comeou em 1863 quando, em Cambridge - Inglaterra, James Clerck Maxwell demonstrou teoricamente a provvel existncia das ondas eletromagnticas. James era professor de fsica experimental e a partir desta revelao outros pesquisadores se interessaram pelo assunto. O alemo Henrich Rudolph Hertz (1857-1894) foi um deles.

O princpio da propagao radiofnica veio mesmo em 1887, atravs de Hertz. Ele fez saltar fascas atravs do ar que separavam duas bolas de cobre. Por causa disso os antigos "quilociclos" passaram a ser chamados de "ondas hertzianas" ou "quilohertz".

A industrializao de equipamentos se deu com a criao da primeira companhia de rdio, fundada em Londres - Inglaterra pelo cientista italiano Guglielmo Marconi. Em 1896 Marconi j havia demonstrado o funcionamento de seus aparelhos de emisso e recepo de sinais na prpria Inglaterra, quando percebeu a importncia comercial da telegrafia.

At ento o rdio era exclusivamente "telegrafia sem fio", algo j bastante til e inovador para a poca, tanto que outros cientistas e professores se dedicaram a melhorar seu funcionamento como tal. Oliver Lodge (Inglaterra) e Ernest Branly (Frana), por exemplo, inventaram o "coesor", um dispositivo que melhorava a deteco. No se imaginava, at ento, a possibilidade do rdio transmitir mensagens faladas, atravs do espao.

E as inovaes continuavam a surgir... o rdio evolua rapidamente Em 1897 Oliver Lodge inventou o circuito eltrico sintonizado, que possibilitava a mudana de sintonia selecionando a freqncia desejada. Lee Forest, desenvolveu a vlvula triodo. Von Lieben, da Alemanha e o americano Armstrong empregaram o triodo para amplificar e produzir ondas eletromagnticas de forma contnua.

Tambm no Brasil o rdio crescia: um Padre-cientista gacho, chamado Roberto Landell de Moura, nascido em 21 de janeiro de 1861, construiu diversos aparelhos importantes para a histria do rdio e que foram expostos ao pblico de So Paulo em 1893.

J em 1890 o padre-cientista Landell de Moura previa em suas teses a "telegrafia sem fio", a "radiotelefonia", a "radiodifuso", os "satlites de comunicaes" e os "raios laser". Dez anos mais tarde, em 1900, o Padre Landell de Moura obteve do governo brasileiro a carta patente n 3279, que lhe reconhece os mritos de pioneirismo cientfico, universal, na rea das telecomunicaes. No ano seguinte ele embarcou para os Estados Unidos e em 1904, o "The Patent Office at Washington" lhe concedeu trs cartas patentes: para o telgrafo sem fio, para o telefone sem fio e para o transmissor de ondas sonoras.

Padre Landell de Moura foi precursor nas transmisses de vozes e rudos.

Nos Estados Unidos foram anos de pesquisas, tentativas e aprimoramentos at Lee Forest instalar a primeira "estao-estdio" de radiodifuso, em Nova Iorque, no ano de 1916. Aconteceu ento o primeiro programa de rdio, que se tem notcia. Ele tinha conferncias, msica de cmara e gravaes. Surgiu tambm o primeiro registro de radiojornalismo, com a transmisso das apuraes eleitorais para a presidncia dos Estados Unidos.

A "Era do Rdio"

A partir de 1919 comea a chamada "Era do rdio".

O microfone surge atravs da ampliao dos recursos do bocal do telefone, conseguidos em 1920, nos Estados Unidos, por engenheiro da Westinghouse.

Foi a prpria Westinghouse que fez nascer, meio por acaso, a radiodifuso. Ela fabricava aparelhos de rdio para as tropas da Primeira Guerra Mundial e com o trmino do conflito ficou com um grande estoque de aparelhos encalhados. A soluo para evitar o prejuzo foi instalar uma grande antena no ptio da fbrica e transmitir msica para os habitantes do bairro. Os aparelhos encalhados foram ento comercializados.

Para se ter uma idia de porque a poca ficou conhecida como a "Era do Rdio", nos EUA o rdio crescia surpreendentemente. Em 1921 eram 4 emissoras, mas no final de 1922, os americanos contavam 382 emissoras.

A chegada do rdio comercial no demorou. Logo as emissoras reivindicaram o direito de conseguir sobreviver com seus prprios recursos. A pioneira no rdio comercial foi a WEAF de Nova Iorque, pertencente Telephone and Telegraf Co.. Ela irradiava anncios e cobrava dois dlares por 12 segundos de comercial e cem dlares por 10 minutos.

O "pai do rdio brasileiro" foi Edgard Roquete Pinto. Ele e Henry Morize fundaram em 20 de abril de 1923, a primeira estao de rdio brasileira: Rdio Sociedade do Rio de Janeiro. Foi a que surgiu o conceito de "rdio sociedade" ou "rdio clube", no qual os ouvintes eram associados e contribuam com mensalidades para a manuteno da emissora. O Dia Mundial das Telecomunicaes comemorado em 17 de maio porque foi nesta data, em 1865, que institui-se a "Unio Telegrfica Internacional". b) As primeiras transmisses radiofnicas;

( Oficialmente, no dia 7 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro, em comemorao ao Centenrio da Independncia. Foi transmitido o discurso do Presidente Epitcio Pessoa. Utilizado um transmissor de 500 watts de potncia, colocado no Corcovado. Dias depois, transmitidas peras diretamente do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

c) A fase de implantao;

( No dia 20 de abril de 1923, acontece a instalao da radiodifuso no Brasil. Comea a funcionar a Rdio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada por Roquette Pinto e Henry Morize, de Cunho educativo.

d) O radio comercial;

( Em 1931, o comprometimento com os reclames (anncios daquele tempo) para garantir a sobrevivncia.

( No dia 1 de maro de 1932, a publicidade permitida atravs de decreto. A introduo de mensagens comerciais transfigura imediatamente o rdio: de educativo, erudito, cultural passa a transformar-se em popular. Voltado ao lazer e diverso.

e) O radiojornalismo;

( No dia 28 de agosto de 1941, nasce O Reprter Esso, O Grande Jornal Falado Tupi, O Matutino Tupi.

( O surgimento da TV acontece no fim da poca de ouro do rdio no Brasil. Os profissionais do rdio vo para a TV. Imita os quadros do rdio e leva a publicidade.

( Em vez das novelas de rdio e brincadeiras de auditrio: notcias e servios de utilidade pblica. Impulso do radiojornalismo.

( Em 1954, a Rdio Bandeirantes de So Paulo torna-se pioneira no sistema intensivo de noticirio.

( Em 1959, acelera corrida do radiojornalismo brasileiro. Mais atuante. Ao vivo. As reportagens eram feitas fora dos estdios e d incio as unidades mveis. Agilizando a transmisso da informao

( Na dcada de 60, ocorre a operacionalizao das primeiras emissoras FM. A primeira emissora brasileira a explorar o servio foi a Rdio Imprensa no Rio de Janeiro (dcada de 70).

f) Caractersticas;

1) IMAGINAO Dos nossos cinco sentidos, o rdio utiliza apenas um: a audio. O som do rdio faz com que o ouvinte exercite a imaginao, despertando a sua sensibilidade. Quantas vezes j nos emocionamos com uma msica, uma histria ou uma notcia que escutamos no rdio? O rdio permite que cada ouvinte crie imagens nicas, pessoais. Mas, um locutor tambm pode emocionar a audincia apenas pela maneira de ler um texto ao microfone e provocar o mesmo sentimento ou reao entre os ouvintes. Os efeitos sonoros da sonoplastia estimulam a imaginao do ouvinte: msicas e rudos podem identificar personagens, desenhar lugares e criar situaes. O som, associado fala, faz com que o pblico consiga ver o que est sendo transmitido. Cada um imagina como quer: essa a grande riqueza do rdio.

2) MOBILIDADE Em relao aos demais veculos de comunicao de massa (jornal impresso e a televiso) o rdio destacado pela sua versatilidade, imediaticidade e abrangncia social. Tambm, devido a essa versatilidade, a Radiofonia traz como qualidade intrnseca possibilidade de estar em primeiro lugar nos fatos e eventos que movimentam o cotidiano da cidade praticamente em tempo real, ou seja, no momento em que eles acontecem. Tal imediaticidade confere agilidade e dinmica a um meio que est presente em praticamente em todos os domiclios brasileiros. A linguagem clara, concisa e dinmica no abrange apenas a redao (o texto verbal escrito para ser narrado), mas toda produo Radiofnica.

3) INSTANTANEIDADE Quando o rdio foi lanado no Brasil, seus adversrios diziam que as palavras ditas no ar eram levadas pelo vento, no tinham efeito. Eles criticavam o rdio por no ter a consistncia do texto impresso, como os jornais e as revistas, que podem ser lidos e relidos vrias vezes. Com o tempo, o rdio mostrou que, o que antes era apontado como defeito, na realidade era uma das maiores qualidades: ser instantneo. O rdio um meio gil, que consegue informar de forma quase simultnea com a ocorrncia de qualquer evento. A rapidez na informao conquista o ouvinte, que pode acompanhar um fato pelo rdio no momento em que acontece.

A MENSAGEM RADIOFNICA( Meio de comunicao de massa oral, com texto claro e conciso do que o jornal ou a televiso.

( Imediatista. Utilizao hoje do telefone celular.

A notcia em rdio:

( Texto radiojornalstico um resumo que inicia sempre pelo aspecto mais importante do fato.

( LEAD (o qu? - quem? - onde? - quando?)

( DETALHES (como? - Por qu?)

g) O Rdio em Sergipe;( Em 7 de fevereiro de 1939, a Rdio Difusora (atual Rdio Aperip) iniciou os trabalhos no Palcio Olmpio Campos;

1953 (7 de setembro) - Rdio Liberdade;

1959 (21 de novembro) - Rdio Cultura;

( Rdio Jornal, Rdio Atalaia, advento da FM e as rdios pelo interior do Estado.

UNIDADE II

a) Histria e noes bsicas;

A pr-estria da Televiso no Brasil aconteceu no dia 3 de Abril de 1950. Foi com uma apresentao de Frei Jos Mojica e as imagens foram assistidas em aparelhos instalados no saguo dos Dirios Associados.

No dia 10 de setembro foi transmitido um filme onde Getlio Vargas falava sobre seu retorno vida poltica.

( O surgimento da TV( 18 de setembro de 1950, acontece a inaugurao oficial da 1. emissora no Brasil (TV Difusora, depois TV Tupi de So Paulo). Pioneira na Amrica Latina.

( O primeiro programa teve a direo de Cassiano Gabus Mendes, com a colaborao dos artistas: Mazzaropi, Walter Forster, Lia de Aguiar, Hebe Camargo, Lolita Rodrigues, entre outros.

( Janeiro de 1951, nasce a segunda emissora (TV Tupi do Rio).

( Os primeiros seis meses de TV: trs horas de programao diria (das 19 s 22 horas). Filmes, espetculos de auditrio e noticirio.

b) Os primeiros programas e telejornais;

( Em 1950, entra no ar o primeiro telejornal brasileiro (Imagens do dia). Nasceu junto com a TV Tupi de So Paulo.

( O Reprter Esso, sai do rdio e vai para a TV em 17 de junho de 1953.

( 1959, criao do VT (Vdeo-Tape).

( Em 21 de abril de 1960, o telejornalismo utiliza o VT (inaugurao de Braslia).

( Telejornais da histria de TV brasileira (Jornal da Vanguarda - TV Excelsior - Rio, 1962 - Show de Notcias - TV Excelsior - So Paulo, 1963 - Jornal Nacional - Rede Globo de Televiso - Rio de Janeiro, 1969, primeiro programa gerado em rede nacional da TV brasileira.

( 1972 - TV em cores - Festa da Uva em Caxias do Sul.

c) Caractersticas;

A linguagem dos telejornais:

( a linguagem simples, direta, objetiva, com maior clareza possvel. Afinal, nunca ser demais lembrar que o texto de televiso para ser ouvido pelo telespectador. O telespectador no tem a oportunidade de ver a matria novamente, ao contrrio do jornal. Porm, isso no quer dizer que critrios de simplicidade e clareza para o texto, o transforme em vulgar e pobre.

A notcia na televiso:

( A principal caracterstica que o fundamental em televiso a imagem. O texto importante e serve como suporte para enriquecer e dar sentido a informao visual. O jornalista deve casar texto com imagem. O texto da notcia em televiso vai ser ouvido apenas uma vez pelo telespectador, sem a possibilidade de releitura oferecida por jornais e revistas. O texto deve obedecer a ordem direta das frases:

Ex.: O Comando Vermelho j atua em Aracaju.

sujeito + verbo + complemento

d) A TV em Sergipe;( 1965 - As primeiras imagens de televiso chegaram a Sergipe. Imagens geradas pela TV Jornal do Comrcio do Recife.

( 1971 (15 de novembro) - Inaugurao da TV Sergipe, afiliada da TV Tupi. Em 1982 assinou contrato com a Rede Globo.

( O telejornalismo em Sergipe nasceu com a TV Sergipe.

( Pioneiros no telejornalismo: Acival Gomes, Gilvan Fontes, Derneval Gomes, Luiz Trindade, Nazar Carvalho, entre outros.

UMA BREVE HISTRIA DO RDIO AM NO BRASIL

1893 - O padre, cientista e engenheiro gacho Roberto Landell de Moura testa a primeira transmisso de fala por ondas eletromagnticas, sem fio. Graas a ele, a Marinha brasileira realizou, em 01 de maro de 1905, diversos testes de mensagens telegrficas no encouraado Aquidaban.Todavia, o Primeiro Mundo reconhece o cientista Guglielmo Marconi como o "descobridor do rdio".Marconi, natural de Bolonha, Itlia, realizou em 1895 testes de transmisso de sinais sem fio pela distncia de 400 metros e depois pela distncia de dois quilmetros. Ele tambm descobriu o princpio do funcionamento da antena. Em 1896 Marconi adquiriu a patente da inveno do rdio, enquanto Landell s conseguiria obter para si a patente em 1900. Marconi, em 1899, concebeu a radiotelegrafia atravs de uma mensagem de socorro transmitida pelo Atlntico. Nesse evento se populariza a sigla S. O. S. - save our souls, "salvem nossas almas" em portugus - , em todo o mundo, mesmo em pases que no falam a lngua inglesa que concebeu a sigla.Essa polmica da inveno do rdio se compara da inveno do avio, no incio do sculo XX, em que o Primeiro Mundo credita aos irmos Wright, dos EUA, a inveno do veculo areo, embora tenha sido o mineiro Alberto Santos Dumont seu pioneiro (os Wright no registraram imagens de suas experincias de vo, enquanto Dumont realizou testes com seu 14-Bis diante de multides em Paris, Frana, em 1906).1919-1923 - Outra polmica envolve o surgimento da primeira emissora de rdio no Brasil. Oficialmente se credita Rdio Sociedade do Rio de Janeiro (hoje Rdio MEC), do ento Distrito Federal (Rio de Janeiro), o pioneirismo, em 1923. Mas a Rdio Clube de Pernambuco (at hoje no ar e que chegou a ser propriedade de Assis Chateaubriand, a exemplo da Super Rdio Tupi), de Recife, quatro anos antes j realizou suas primeiras transmisses radiofnicas.Em 1922, em carter experimental, a Rdio Sociedade do Rio de Janeiro, que no havia sido inaugurada ainda, transmitiu, em razo dos 100 anos da Independncia do Brasil em 07 de setembro, o discurso do ento Presidente da Repblica, Epitcio Pessoa.O idealizador da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro foi Edgard Roquete Pinto, considerado o "pai do rdio brasileiro". Mesmo no sendo exatamente o pioneiro, considerando a Rdio Clube de Pernambuco como a primeira rdio do pas, Roquete Pinto teve sua prestigiada importncia histrica em prol da comunicao e educao no rdio. Em homenagem a ele, foi criada uma fundao com o seu nome, que existe at hoje.Anos 20 - Nessa poca, o rdio funcionava sem fins comerciais. No havia ainda a chamada publicidade no rdio, que s viria em 1927 e ganharia flego nos anos 30. Antes disso, haviam as chamadas "rdios clubes" ou "rdios sociedades", ou seja, rdios com programao elitista e raio de irradiao limitado, organizadas por pessoas da alta burguesia, que alm de sustentarem as emissoras, forneciam suas colees de discos, geralmente de msica clssica.Este detalhe foi resgatado de alguma forma pela Rdio Fluminense FM de Niteri, entre 1982 e 1985, pois sua programao rock era proveniente de discos pertencentes a seus prprios produtores (uma rdio hoje em dia funciona com acervos impessoais fornecidos pelas gravadoras), colecionadores assumidos de discos.1936 - Surge a Rdio Nacional, PRK-30, no Rio de Janeiro. Ela se tornaria um marco na histria do rdio, com seus programas de auditrio, suas comdias e suas radionovelas. Entre o final dos anos 30 e a primeira metade dos anos 50 a Nacional seria uma das lderes de audincia do rdio brasileiro, exportando sua programao, gravada e dias depois transmitida, em outras cidades brasileiras.Nessa poca as pessoas poderiam ir para os estdios das rdios, verdadeiros teatros, para assistir ao vivo programao realizada. Era poca de grandes emoes, em que as pessoas podiam ver pessoalmente os comunicadores em ao.1938 - Surge a Rdio Globo do Rio de Janeiro, que dcadas depois seria a rdio AM mais popular do pas, renovando o flego do rdio que havia sido abalado com o surgimento da televiso. dessa poca a vinheta de "O Globo no ar", at hoje utilizada tanto pela Globo AM do Rio de Janeiro como a sua similar de So Paulo.Nesta mesma poca, o Estado Novo, instaurado no ano anterior, comeava a esboar uma estratgia de cativao populista da populao, e a msica brasileira dominante no perodo, como as marchinhas de carnaval, foram estimuladas no ufanismo do governo de Getlio Vargas entre o final dos anos 30 e comeo dos anos 40.Ainda em 1938, realizada a primeira transmisso esportiva em rede nacional de rdio. Ela foi realizada durante a Copa de 1938, na Rdio Clube do Brasil (ento DF), narrada por Leonardo Gagliano Neto.Dcada de 40 - Mas a msica brasileira no se limitava s marchinhas, que tiveram seus dolos indiscutveis, vide a famosa "rivalidade" das cantoras Emilinha Borba e Marlene. Mesmo a msica regional foi bastante difundida pelo rdio, e aqui se destacam programas como os de Ary Barroso, que antes de brilhar na Rdio Nacional era inslito locutor esportivo da Rdio Cruzeiro do Sul (do ento DF), que tocava gaita quando narrava os gols e se tornou clebre autor de inmeras canes como "Canta, Brasil" e "Aquarela do Brasil" (que na opinio de muitos deveria ser adotada como Hino Nacional Brasileiro, em substituio ao atual), e o de Luiz Gonzaga, clebre cantor e compositor de baio, autor de clssicos como "Asa Branca", que fazia programas de msica regional.Em 1939, outro msico responsvel pelo primeiro programa de auditrio do rdio brasileiro. Era Almirante, pseudnimo de Henrique Foris Domingues, compositor e cantor que era vocalista do grupo O Bando dos Tangars (que, curiosamente, gravaram o primeiro videoclipe brasileiro que se tem conhecimento, em 1929, no com este nome adotado na era MTV), no qual integravam Noel Rosa e Joo de Barro (nico sobrevivente do grupo, conhecido tambm como Braguinha, que entre muitas obras, fez a letra de "Carinhoso", cano originalmente instrumental de Pixinguinha). O programa era "Caixa de Perguntas" e foi ao ar na Rdio Nacional.Dcada de 40 - Em 1941, surge o Reprter Esso, patrocinado pela famosa companhia norte-americana de combustveis, que lhe emprestava o nome. As notcias eram redigidas pela United Press International, e traduzidas para o portugus pela equipe do informativo. Era o principal veculo de informao sobre os fatos internacionais, sobretudo a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnam.O programa chegou a ter sua verso televisiva, que teve entre os apresentadores o mesmo locutor da verso radiofnica, o gacho Heron Domingues. Heron foi considerado um dos melhores locutores noticiaristas da histria, e faleceu aos 50 anos, em 1974, depois de anunciar uma notcia na televiso, quando sofreu um enfarte.Um dos ltimos apresentadores do Reprter Esso, que locucionou as ltimas transmisses radiofnicas do programa em 1968, o comunicador Roberto Figueiredo se tornou, duas dcadas depois, um dos comunicadores de sucesso no rdio carioca, com passagens pela Super Rdio Tupi e Rdio Globo do Rio de Janeiro.No final dos anos 40, a Rdio Record de So Paulo faz uma brincadeira com os ouvintes. Era primeiro de abril e o narrador esportivo Geraldo Jos de Almeida narra uma partida entre o time de So Paulo com um time europeu, realizada naquele continente. O clube paulista perde por 7 a 0. No dia seguinte, a emissora desfaz a farsa: o jogo nem sequer aconteceu. Mas foi um grande susto para os torcedores so-paulinos, isso foi.Dcada de 50 - Surge a televiso e o rdio obrigado a se transformar. J se falava na ameaa de extino do veculo rdio, o que no ocorreu. Aos poucos o formato dos programas de auditrio e das radionovelas migra do rdio para a TV. A pioneira emissora de TV foi a Tupi de So Paulo.Surgem as primeiras transmisses de radiojornalismo e as transmisses esportivas, que apareceram nos anos 30, se multiplicam e ganham mais popularidade. A Rdio Continental de So Paulo uma das pioneiras na reportagem de rua.Um dos pioneiros reprteres de rua do Brasil era conhecido como Tico-Tico, que nos anos 50 garantia credibilidade e entretenimento com sua inteligncia e humor. Era habilidoso na busca de informaes, encarando at viagem em navio. Tico-Tico se destacava mais que seus entrevistados, no por atrapalhar a resposta deles (como infelizmente fazem alguns apresentadores de tev atualmente), mas pelo seu talento peculiar.Surgem neste perodo as rdios Bandeirantes AM e Panamericana AM (que em 1966 passaria a se chamar Jovem Pan AM e, a partir de 1976, Jovem Pan 1, para diferenciar da emissora FM, chamada Jovem Pan 2, dedicada msica pop).Em 1955 surge a primeira transmisso experimental de rdio FM, pela Rdio Imprensa, no Rio de Janeiro, extinta no fim de dezembro de 2000. Sua introdutora foi a empresria Anna Khoury, que havia fundado a Rdio Eldorado AM no Rio de Janeiro e se desligou desta emissora por divergir do grupo de Roberto Marinho (jornal O Globo), que adquiriu a emissora.A transmisso da Imprensa FM se reduzia s instalaes da emissora, constituindo-se de uma freqncia de onda que ligava os transmissores ao estdio da emissora, similar a de uma linha telefnica privativa.A Imprensa FM, que ampliou suas transmisses a partir dos anos 60, tinha sua programao sem objetivos comerciais, com msica e informao. Seu perfil era light, com algumas inclinaes populares, porm sem aderir ao refinamento grosseiro do pop baba romntico nem baixaria reinante na mdia, e nos ltimos anos abrigava alguns programas de rock. A Imprensa foi extinta na virada de 2000 para 2001, quando passou a ser a nova Jovem Pan Rio.Dcada de 60 - O rdio AM assume as caractersticas atuais. No lugar dos programas de auditrio, aparecem programas de variedades comandados por locutores de boa voz e excelente estilo comunicativo. Haroldo de Andrade, locutor at hoje na ativa na Rdio Globo AM (RJ), se torna o destaque.Se popularizam os programas esportivos e os policiais - destaque para "Cidade contra o crime", da Super Rdio Tupi, apresentado por Samuel Correia, falecido em 1996 - e, num outro segmento, surgem as AMs de hit-parade, antecipando o formato "adulto contemporneo" das FMs. A Rdio Tamoio AM, do Rio de Janeiro, era uma delas. Outra emissora AM, tambm do Rio de Janeiro, se tornava um marco do gnero, a Rdio Mundial AM, do Sistema Globo de Rdio, que em seus quadros tinha o lendrio DJ Big Boy, depois reprter do jornal "Hoje" (Rede Globo) e coordenador da Eldo Pop FM, rdio de rock dos anos 70. Big Boy faleceu de ataque cardaco com apenas 32 anos, em 1977, mas depois de dar sua forte contribuio em prol da divulgao da msica norte-americana no Brasil.Durante a poca do golpe militar de 1964, que derruba o presidente Joo Goulart, diversas rdios do pas tentam conclamar o povo brasileiro a se manifestar contra o regime. Entre 1964 e 1968 h diversas tentativas de contestao do regime, que no entanto se fortaleceria com o Ato Institucional N 5, anos depois.A Jovem Guarda encontrava no rdio AM um espao complementar ao da TV (vide o famoso programa que batizou o movimento e era transmitido pela TV Record, apresentado pelo cantor Roberto Carlos), e o programa do compositor, empresrio e jornalista Carlos Imperial, "Hoje dia de rock" (apesar do ttulo, sabe-se que a Jovem Guarda era mais pop do que rock, e este estava na mesma poca mais audacioso do que imaginavam os jovens brasileiros em sua maioria), se tornava um grande sucesso de audincia. Era o rdio AM em seus momentos de "rdio jovem", algo que causa estranheza nos adolescentes da dcada de 90.O fenmeno da Jovem Guarda existia desde 1959, quando foram lanados os sucessos "Banho de Lua" e "Estpido Cupido", na voz de Cely Campello. S no tinha este nome. No ano seguinte, nomes como Renato & Seus Blue Caps, Demtrius e Srgio Murilo apareciam fazendo o mesmo tipo de som, uma leitura brasileira do rock dos anos 50, com forte influncia da msica jovem italiana, sucesso entre os anos 50 e 60. Foi preciso a suspenso das transmisses esportivas da TV Record, em 1964, para ser criado um programa que batizaria e consagraria o gnero: "Jovem Guarda", apresentado pelo dolo Roberto Carlos. Era um estilo ingnuo e conservador, comparado com o rock que era feito nos EUA e Reino Unido, s vsperas do psicodelismo, mas at para ser contestado pelos fs mais exigentes de rock a Jovem Guarda teve sua razo de ser.1969 - O Ministrio das Comunicaes havia surgido em 25 de fevereiro de 1967. Com a ditadura militar planejando um grande esquema de censura e manipulao ideolgica, o rdio AM includo entre as instituies e pessoas fsicas consideradas "subversivas".Depois de uma reunio do presidente Arthur da Costa e Silva com generais e ministros, em 13 de dezembro de 1968, foi institudo o Ato Institucional N 5, que determinava censura total imprensa e revogava as punies ao abuso de poder das autoridades policiais e militares. O livro "1968: o ano que ainda no acabou", de Zuenir Ventura, contm um relato detalhado sobre as reunies que resultaram neste ato institucional que durou dez anos e custou at a vida de muita gente.Na mesma poca do AI-5, o governo Costa e Silva investiu no surgimento do rdio FM, que em regies mais desenvolvidas (capitais do Sul e Sudeste) seguia o formato musical sisudo e tocando musak (a chamada msica ambiente, orquestrada mas sem compromissos eruditos), msica romntica e msica clssica, algo como uma linhagem ortodoxa do "adulto contemporneo" (a trinca Ray Conniff, Bee Gees e Filarmnica de Londres, s para citar trs exemplos dessas tendncias). Nas outras regies, as FMs passavam clones de programao de rdio AM nos horrios de pico e nas horas vagas tocavam msica popular e artistas oriundos da Jovem Guarda, que j eram tidos como "caretas" pelos jovens da poca.Anos 70 - O rdio AM, que era tido como "subversivo" em 1969, nos anos posteriores a 1974, quando a ditadura se afrouxou, atravs do governo Ernesto Geisel, passou a ser considerado como o rdio de "brega". Apesar disso, sua popularidade e credibilidade continuavam intactas e a juventude ainda ouvia as emissoras AM.Em 1970, o locutor Edmo Zarife (falecido em 1999, quando pertencia ao quadro de locutores da Globo AM / RJ) gravou a clebre vinheta "Brasil", que at hoje usada quando o Brasil vence em qualquer modalidade esportiva, seja futebol, tnis, Frmula Um, vlei, etc.. A princpio a vinheta era usada apenas para a Copa do Mundo do Mxico, mas imediatamente ela se popularizou.Locutores como Paulo Giovani, Paulo Barbosa e Paulo Lopes se tornariam os "Paulos" de grande prestgio do rdio AM. Desses trs, s o primeiro no atua mais no rdio, trabalhando hoje como publicitrio e empresrio, mas mesmo assim sendo uma grande referncia do rdio AM at hoje.Nessa poca se destacava tambm a ento reprter do programa "Fantstico" (Rede Globo de Televiso), Cidinha Campos. Ela se consagrou, nos anos 70 e 80, como apresentadora do "Cidinha Livre", que inclua debates, variedades e at um quadro em que ela fazia crticas Rede Globo, comentando seus programas.O rdio FM ganhava fora na segunda metade dos anos 70, naquele mesmo esquema citado acima, s que competindo com outros perfis. Havia o perfil "rdio rock", de carter experimental, feito pelas rdios Eldorado FM (vulgo Eldo Pop, RJ), e Excelsior FM (SP), e o perfil "pop ecltico", predominantemente festivo, lanado pela Rdio Cidade (RJ), em 1977 (infelizmente a Rdio Cidade hoje renega este perfil, atravs de um arremedo de milsima categoria de rdio de rock). Entre os anos 60 e 70, uma emissora AM j abraava o perfil rock, a Federal AM, do grupo de Adolpho Bloch (Manchete) que, ao acabar em 1974, mudando sua sede de Niteri para o Rio de Janeiro, virou Manchete AM.O perfil popularesco, influenciado pelos programas de auditrio (Chacrinha, Edson "Bolinha" Curi, Raul Gil, Silvio Santos), passava a ser formatado em FM, e uma das primeiras emissoras foi a 98 FM (RJ), que passou a ocupar o mesmo espao da agonizante Eldo Pop. Por sua vez a ento rdio de rock Excelsior FM, conhecida como "A Mquina do Som", que teve entre seus profissionais o hoje reprter Maurcio Kubrusly, passou por diversas mudanas entre o pop convencional e o adulto contemporneo, tendo se chamado Globo FM e Rdio X FM, at resultar hoje na CBN 90.5 de So Paulo.Anos 80 / Primeira Metade - A princpio o rdio AM continua com popularidade similar a dos anos 70. Mas o rdio FM avana em popularidade crescente, sobretudo entre os jovens. A segmentao das FMs em estilos musicais diferentes comea a ser uma realidade, com rdios de adulto contemporneo de diversos nveis, como o pop (que inclui msica romntica e disco music) e o sofisticado (somente jazz, blues, soft rock e MPB), alm da popularizao das rdios de rock a partir da Fluminense FM (Niteri) e 97 FM (ABC paulista), entre outras.Entre os anos de 1984 e 1989, o rdio carioca passava por uma tima fase que, se no era 100%, era acima da mdia. A segmentao era seguida com a mnima decncia possvel, nenhuma FM parasitava o perfil do rdio AM, havia rdios de rock com linguagem realmente rock e repertrio abrangente, rdios light com repertrio light, e rdios pop que no conseguiam convencer com suas posturas pseudo-alternativas, o que lhes impedia de avanar na postura pseudo-roqueira. Ah, e o rdio AM tinha sua audincia consolidada, sua programao diversificada que praticamente no inclua pregaes evanglicas de baixo escalo.Anos 80 / Segunda metade - O rdio AM, em 1985, sofre um duro golpe, tanto pelo esnobismo de adolescentes de classe mdia, que tinham preconceito a coisas antigas, quanto pela politicagem, atravs das concesses de rdio e TV promovidas pelo governo de Jos Sarney a todos aqueles que, polticos ou no, apoiavam o esquema de politicagem da direita brasileira. Assim, muitos donos de rdio FM, que no tinham (nem tm) competncia para controlar rdio, acabaram por fazer expandir os arremedos de rdio AM nas FMs, acostumando mal a audincia a ouvir "rdio AM" diludo e em som de FM. Comearam as primeiras queixas sobre o som do rdio AM, de que seu som ruim pra baixo. Na verdade, rdio AM s tem som ruim em duas condies: primeira, quando os equipamentos de som ou radiotransmissores no conseguem uma sintonia decente do rdio AM devido a constantes chiados, "pipocamento" e pssima recepo (os aparelhos de som atuais so terrveis nesse sentido); segunda, quando as emissoras AM possuem baixa potncia, muitas por prprio desleixo de seus donos, completos sovinas, ignorantes e leigos em rdio.A Rdio Jornal do Brasil AM, ou apenas JB AM, do Rio de Janeiro, com sua programao dedicada msica adulta sofisticada e ao jornalismo, chegando a ter um programa de jazz apresentado pelo humorista (e conhecedor de msica) J Soares, chegou a ter qualidade de estreo, com sonoridade dolby e grande potncia. Curiosamente, uma FM pirata de Salvador (BA), em 1990 repassava o som da JB AM, com programao mais musical e qualitativa que a Band FM local (ainda conhecida na Bahia com o pomposo nome de Rdio Bandeirantes), que parecia bem mais uma rdio pirata com programao tipo rdio AM. A "JB AM" era vizinha justamente dessa Band FM.1990 / 2000 - Em 1990, entra no ar a Rede CBN de rdio, ento restrita ao rdio AM. Duas afiliadas iniciam a rede, uma no Rio de Janeiro, outra em So Paulo. Em 1994 a CBN seria uma das pioneiras da "papagaiagem" eletrnica, com dupla transmisso em AM e FM em Braslia. Em 2000, a CBN AM sai do ar - apesar dela ter tido muito mais audincia que sua "clone" em FM - , entrando no seu lugar a Jovem Pan 1 AM, que tambm tem "clone" em FM na capital do pas.As emissoras de rdio AM comeam a ser compradas por seitas religiosas das mais diversas, desde a Igreja Catlica e a Igreja Universal do Reino de Deus at a mais obscura seita protestante. Aqui surge uma polmica: oficialmente, diz-se que as seitas voluntariamente se dirigiram aos donos das AMs para comprar tais emissoras, mas h indcios, em muitos casos, de que os prprios donos quiseram se livrar das AMs e trabalhar s com FM, que tem baixo custo e alta incidncia de "jab" (esquema de propinas que favorece o superfaturamento das FMs), mesmo para a programao jornalstica, que certos ouvintes de rdio julgam ser totalmente incorruptvel.Aqui a ingenuidade impera. Como essas pessoas do confiabilidade cega ao jornalismo dessas FMs, mais do que ao jornalismo televisivo, que lida com imagens? Em rdio, at um long play de efeitos sonoros pode forjar um tiroteio entre guerrilhas do Oriente Mdio, ou um imitador bastante habilidoso pode se passar por um poltico de grande projeo. Claro que isso no ocorre, mas possvel de ocorrer. Mas edies mais sutis so feitas pelo rdio, como a construo de um discurso jornalstico que coloque como "viles" os manifestantes que, diante da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, protestam contra a privatizao de uma companhia estatal. Em TV tambm existe edio, "maquiagem" jornalstica, mas um jornalismo que se v bem mais verossmil do que um jornalismo que s se ouve.A atitude romntica de determinados setores da intelectualidade reclamava o fim do "vitrolo" das FMs. Eles achavam que, com noticirio e esportes, acabaria a msica ruim das FMs. Mas, na prtica, ocorreu exatamente o contrrio: como os jabazeiros da msica no queriam perder dinheiro, eles arrumaram um jeito para transferir seus produtos para rdios mais segmentadas.Assim, as FMs classe A passaram a tocar at o mais brega da msica norte-americana, as FMs de rock, alm de tocarem tambm coisas mais melosas, exportavam locutores que no encontravam vaga nas FMs de popularesco e pop internacional, e por a vai.Pior que isso a "invaso AM" nas FMs de todo o pas, a ponto de, ironicamente, favorecer at mesmo o programa governista "A Voz do Brasil", que, antes boicotado, passava a ser ouvido por viciados em FM. Isso irnico. Em 1993, surgiu um movimento de algumas emissoras de rdio do Brasil reivindicando o fim da obrigatoriedade da retransmisso de "A Voz do Brasil", programa governista produzido pela Radiobrs, dividido em meia hora de noticirio do Poder Executivo (Governo Federal) e outra meia do Poder Judicirio (Congresso Nacional). Estranhamente, FMs com roupagem de AM como Band FM, estavam entre os assinantes. Depois se descobriu que o movimento no era exatamente contra o programa governista, mas sim a favor da flexibilidade de horrio do programa, para atender interesses comerciais das emissoras de rdio. Certas rdios transmitem o programa fora do horrio oficial (19 - 20 h), transmitindo entre 21 e 22 horas ou entre 23 horas e meia-noite. Uma coisa certa: se "A Voz do Brasil" fosse de manh, nem esse movimento haveria, pois os donos de muitas rdios j inserem noticirio poltico no horrio entre seis e oito da manh.As FMs com roupagem de AM passaram a adotar uma postura politicamente correta, contratando profissionais autnticos de AM ou mesmo retransmitindo alguns programas ou toda a programao de AM. Aqui entram os "papagaios eletrnicos".Em 2000, o rdio AM sofre o auge da discriminao. Mesmo aqueles que regularmente ouviam AM migraram para as FMs. At a revista esportiva Placar, do conservador grupo Abril, anunciou a "morte do rdio AM para as transmisses esportivas". Vale destacar que futebol em FM rende muito mais jab do que at mesmo a msica mais comercial, que em termos de propina custa muito pouco para a sede de lucro dos donos, quase uma gorjetinha.H indcios de que o mesmo esquema dos dirigentes esportivos investigado recentemente pela CPI do futebol tenha investido uma fortuna para a transferncia de locutores esportivos influentes, em todo o pas, para as emissoras FM, que coincidiu com mecanismos tendenciosos do futebol como a elevao imediata, sem jogos, para o grupo de elite do Brasileiro (rebatizado Taa Joo Havelange), de times de segunda e terceira divises, e o esticamento do calendrio do campeonato brasileiro, cuja partida final ocorreu no penltimo dia de 2000 (em outros anos o Brasileiro terminava no final de novembro ou incio de dezembro). Um marketing ostensivo e similar no rdio paulista se observa nos casos dos programas "K Sports J" (Nova FM), do "Transamrica Esporte Clube" da Transamrica, do "Estdio 97" (Energia 97 FM) e "Na geral" (Brasil 2000). Dizem que os jabazeiros pretendiam investir pesado na "Rede Nova FM", que o locutor esportivo Jorge Kajuru s no lanou por problemas causados com o governo de Gois (domiclio radiofnico de Kajuru, que tinha um programa na Rdio K AM - que possui em Goinia um "clone" em FM - que atacava o governo estadual) e o Ministrio das Comunicaes, que por ao movida pelo governo goiano teve que dar suspenso de um ms s transmisses da Rdio K. Com o imprevisto acerca de Kajuru, os jabazeiros do esporte passaram a investir no futuro programa que dissidentes da Band TV e FM montaram para a Transamrica (rdio do ABN Amro Bank). No Norte, Nordeste, Centro-Oeste e cidades interioranas, o sucateamento do AM chega a ser grosseiro e cruel.2001 - Uma nova tecnologia pode surgir. Do contrrio que pensam os poderosos, no a tecnologia contra o rdio AM, mas a favor dele. a tecnologia digital, que dar um som mais potente Amplitude Modulada. Chiados e "pipocamento" sero eliminados e o som ser to bom quanto o FM. prevista uma revoluo radiofnica que pode reverter a migrao da programao AM para as FMs, causando o processo inverso, e pode at atrair interesse de quem se recusava radicalmente a investir no rdio AM, como no caso da empresa Transamrica. At os "papagaios eletrnicos" perdero sua razo de ser. Ser um captulo feliz para um espao radiofnico popular e histrico que, em plenos anos 2000, chegou perto do fim por causa da discriminao extrema at de seus profissionais. Com o AM digital, um novo flego para o AM ser enfim dado.REMO MENEZES

As lembranas que temos da Histria da

Televiso no Brasil so de seus programas, apresentadores e artistas; mas a Televiso ss chegou a ser uma das melhores do mundo porque profissionais como o Sr. Remo brilhavamnos bastidores para que o pblico pudesse ver oglamour de seus astros. Conhea sua paixo pela TV e pela msica.

SORAYA COSTA e RENATA FIORDELISIO

Origem

Meu nome artstico Remo Menezes. Eu nasci em So Paulo, sou paulista, em 1924. Sou do dia de Santo Antnio, dia 13 de Junho. Eu comecei a cantar com sete anos. Meu pai ia cantar e me levava junto.

Programa "Peneira Rodhine" da Rdio Cultura

Ah! O "Programa de Calouros" da Peneira Rhodine era famoso. Comeou aqui no Jabaquara, depois da igreja So Judas Tadeu (So Paulo). A Rdio Cultura nasceu l e o programa era feito na Avenida So Joo. O prdio tinha trs andares e o auditrio era no primeiro andar. Comecei a cantar no programa de calouros "Peneira Rodhine ", em 1941, na Rdio Cultura de So Paulo.

Ganhei o Peneira de Ouro, na categoria popular. De tanto cantar na Rdio Cultura, um dia o diretor falou: "Voc est aqui cantando todo o Sbado, voc no quer ajudar?". Ento comecei a trabalhar l. Eu fazia as inscries. Naquele tempo, nas inscries, se pagava 10 cruzeiros para cantar e com aquele dinheiro, a gente dividia os prmios. O primeiro lugar ganhava 300 cruzeiros, o segundo 150 e o terceiro 50. Mas eram 100 candidatos. Foram 28 anos do programa de calouros "Peneira Rodhine". Foi o programa de calouros que mais tempo ficou no ar. Eu no tinha 20 anos. Eu fiquei muitos anos l. A equipe tcnica era: Eros Lelot, diretor do programa; Ibraim Jos, locutor; Remo Menezes, assistente; Cludio de Luna, animador e Jos Lcio, contra-regra.Eu ganhei o primeiro lugar e 300 cruzeiros dava para fazer uma poro de coisas. O programa era patrocinado pelo Biotnico Fontoura. E depois, terminando o patrocnio do Biotnico, foi a Casas Buri.

Programa "Peneira Rodhine" na Rdio Cultura

Caravanas de Shows de Calouros

De tanto ficar l, organizei uma caravana com os melhores calouros que tinha no programa "Peneira Rodhine". Durante a semana um amigo nosso ia no ponto dos msicos, l no Paissandu, e arrumava um circo ou um clube para fazer o show. Depois do programa, a gente tinha uma perua fornecida pelas Casas Buri que levava todo o pessoal. Iam todos esportivamente. As Casas Buri davam uma verba para dar o lanche para o pessoal depois do Show. Andava por So Paulo, ia para o interior. At em Belo Horizonte andei viajando, na Rdio Guarani e na TV Itacolomi. A minha caravana durou bastante tempo, uns quatro anos. Recebia 15 mil cruzeiros por ms de ajuda de custo, era praticamente quase nada. Com aquela ajuda de custo, pagava a gasolina da perua e terminado os shows, amos em um bar ou lanchonete e todo o pessoal comia sanduche, guaran. Esse era o cach. No podia dar dinheiro para cada um. Uns trocadinhos eu sempre ganhava! Eu que dava a idia para realizar as coisas e apresentava os shows. Um dia o Silvio Santos foi l na Rdio Cultura, no sei o que fazer e me disse: " voc que faz a caravana Buri?", eu confirmei e ele retornou: "Voc tem tirado o meu pblico!". Foi a primeira vez que falei com o Silvio... em 1966, 67.

Programa "Peneira Rodhine" na Rdio Cultura

Caravanas de platias

Hoje est bem diferente, os programas tem caravana contratada. Voc no vai esporadicamente assistir. Voc tem o nibus, o lanche e agora a moada que vai. Tm os nibus que vo levar e buscar. Tem as coordenadoras que tomam conta da turma. Antigamente, na Rdio Cultura, os programas comeavam s duas horas da tarde e iam at s cinco. Dez da manh tinha uma fila que ia at o Largo do Arouche. Antigamente, o pblico era espontneo, agora tem que buscar. Bom! A platia era bem diferente de agora. A maioria das pessoas eram mais bem vestidas. Jovenzinhos de palet e gravata... se vestiam bem! No existia a tal de cala jeans!

Rdio Excelsior

Tinha o programa "Cantor da Cidade", na Praa da Repblica, em So Paulo. Patrocinado pela Rdio Excelsior e patrocinado por uma pasta de dente. O apresentador era o Walter Ribeiro dos Santos. Voc cantava, depois os ouvintes mandavam um voto, neste voto tinha que ir com a caixinha da pasta de dente. Eu tirei o segundo lugar e sa no jornal "Folha da Manh", em 28 de Abril de 1951. O primeiro lugar foi para o Francisco Egdio, ele cantava bem.

Programa "Cantor da Cidade" - Rdio Excelsior

Rdio Tupi

Em 1963, fui assistente do programa "Calouros Buri". Os prmios eram corte de vestido, de camisa e mais prmios em dinheiro. "Festa na Roa" era um programa sertanejo da Rdio Tupi. Eu trabalhava com o Joo Rosado que era o diretor. Eu fazia a montagem do programa. Eram duplas sertanejas e humoristas. Isso em 1965.

TV Cultura

Na televiso foi o seguinte: quando foi fundada a TV Cultura, os primeiros programas foram no auditrio da Avenida So Joo. Ento, eu estava com o diretor e fui junto. Fui assistente do programa "Revelaes Cultura", programa de calouros patrocinado pela Lorenzetti. Era apresentado pelo Edson Bolinha Curi, que ia caracterizado de cartola... ele inventava!

Era transmitido aos Domingos, s 18h30. A TV Cultura encerrou os programas de auditrios na avenida So Joo, em 1967. Fui coordenador do "Clube Papai Noel", programa infanto-juvenil apresentado por Homero Silva. Eu selecionava as crianas e montava o programa todo na mquina de escrever. Depois apareceu l um produtor de programa infantil, Geraldo Rodrigues, que ainda trabalha. Ele faz "O Forno e o Fogo", programa de televiso de comida. Ele me convidou para coordenar um programa de crianas. Eu fazia as inscries das crianas e fui ficando... Isso foi, mais ou menos, em 1960. O programa infantil era "O dois nosso", as crianas cantavam, danavam... era bem diferente dos programas de hoje. TV Cultura de So Paulo

TV Excelsior

Coordenei "Novelndia", programa infanto-juvenil do Geraldo Rodrigues e o "Show do Meio-Dia" que era animado pelo Hugo Santana. Na dcada de 60, eu participei como calouro e at ganhei!

TV Excelsior

TV Tupi

O auditrio do canal 4 era na Rua da Consolao, perto do cinema Bela Vista. Era o auditrio da TV Tupi. Eu coordenava o programa de calouros. Coordenei o programa "Calouros Pinga-Fogo" e o programa infantil do Canarinho (que hoje trabalha na "Praa da Alegria"), "Clube Tupi-Mirim". Quem era o maestro l, era o Zccaro.

TV Bandeirantes

"TV Canal Um" era o nome do programa infanto-juvenil. Quem dirigia era o Geraldo Rodrigues que era o produtor e eu era o coordenador do programa. Tinha o maestro Jos Biancardi que acompanhava as crianas. Criana, a gente no pode selecionar, n? A inscrio era feita pela me que achava que o filho cantava bem. E s haviam crianas boas. As crianas iam cantar, algumas tocavam e outras iam danar.

TV Gazeta

Trabalhei no canal 11, TV Gazeta, no Programa Drcio Campos, era um programa infanto-juvenil.

SBT

Quando eu comecei a cantar na organizao Vctor Costa, no programa de calouro, o coordenador e produtor era o Luciano Callegari. Agora ele diretor da Rede Record. Eu era muito amigo do Luciano Callegari. Ele, ento, me convidou para fazer o programa de calouros do Silvio Santos, na rua das Palmeiras e fui para l em 1969 como coordenador. A primeira final de calouros do Programa do Silvio Santos que eu participei foi quando eu comecei, dia 15 de Junho de 1969, no ginsio do Pacaembu. Ele sempre fazia a final l. Eu acompanhei o Silvio Santos desde a TV Globo, ali da praa Marechal Deodoro. A minha sala era no prdio da rua Ataliba Leonel, tinham vrias salas e a minha era l no andar de cima. Na hora que eu descia para ver qualquer coisa, o pessoal da tcnica: "Ah! Canta a! Canta a!", o pessoal tcnico pedia para eu cantar para testar o som. O coordenador quem organiza, faz tudo. Era assim: tinha a inscrio de uns cem, cento e cinqenta calouros. Mas tinha uma seleo. Ia gente ruim pra caramba. Cantava que Deus me livre! duro falar, viu? Mas, s vezes, o cara ficava l na porta e perguntava: "Por que o senhor me reprovou?". No programa de calouros do Silvio Santos, todo final de ano tinha uma seleo e vinham calouros do Brasil todo. Os classificados sentavam nas poltronas com seus nomes, notas dadas pelos jurados, cidade de origem dos candidatos. Ns tnhamos no programa Silvio Santos alm dos calouros, uma seo que fazia o lanamento do disco de algum cantor. Gravou o primeiro disco, ia l, a produo ouvia o disco e colocava no programa. O primeiro disco do Silvio Brito foi l. O Silvio Brito falou um dia desses que aquela msica, "Est todo mundo louco", foi lanada l no Silvio Santos.

Inundao do SBT

A inundao do estdio Silvio Santos, na Vila Guilherme, foi em 1980. Ns samos quase nadando l de dentro. Estragou tudo. Nessas chuvaradas que tem por a, em So Paulo, entrou gua l e estragou tudo. Tivemos que comear tudo de novo. A minha sorte, que cada programa que eu fazia, trazia uma cpia para casa. Por isso que eu era muito considerado, l. Com as minhas cpias, ns voltamos a fazer como era. Mas estragou tudo: mveis, arquivo, mquinas... Tudo, tudo, tudo!

Seleo dos calouros no SBT

Ns tnhamos uma sala com piano e o maestro Zezinho que ainda est a com o Silvio Santos, tocava. Eu tinha a relao dos candidatos, chamava, encostava no piano e eu perguntava: "O que voc vai cantar?", a pessoa respondia e ento eu ouvia e fazia uma numerao. De acordo com a numerao ou era bom, ou era ruim. A pessoa aguardava e quando chegava no fim do ensaio, a gente sabia quem servia e quem no servia e ento chamava mais ou menos uns quarenta para participarem do programa. O Silvio Santos mandava fazer a turma A que era boa e outra CG, abreviao de "Com o Gongo". Nessa turma eram escolhidos uns vinte, trinta. E ele gozava os caras. De vez em quando na televiso me chamava: " Remo! Vem c! O que aconteceu com esse calouro a?". A eu olhava para ele e respondia: "Ele foi l ensaiar... era bom...". S de brincadeira, mas ele gozava as pessoas. Pessoas to ingnuas que, s vezes, nem percebiam. Alguns ficavam bravos! Uma vez, quando sa da televiso, eu tive que correr. Um cara queria me pegar. O programa era aos Domingos e ao vivo. No tinha gravao. Eu entrava s oito e saa noite, oito ou dez da noite. Ficava at o fim.

Silvio Santos e Remo Menezes

Calouros que se tornaram cantores famosos

O Jair Rodrigues foi um dos calouros que eu peguei na Rdio Progresso, na Liberdade. Eu fazia um programa de calouros com o Antnio Aguiar. Uma vez, ele me convidou para ser jurado l, a o Jair Rodrigues apareceu por l, cantando bolero. Ele era cantor de bolero e eu o levei para a Rdio Cultura, porque eu tinha o programa de calouros l... Foi a que ele comeou. Mas tiveram mais calouros que se tornaram cantores conhecidos: Djalma Pires, Carmen Silva, ngelo Mximo... Tem uma poro de calouros que passaram por mim, at o ex-prefeito de Osasco, Francisco Rossi, cantou l!

Remo e Jair Rodrigues

Histrias de calouros

Programas de calouros eram a minha especialidade. Eu selecionava os calouros. Uma vez eu fui chamado pela Justia do Trabalho. Teve um calouro que faltou no emprego para cantar. Perdeu o emprego. Ele falou onde ele tinha cantado para provar e eu fui chamado pelo Ministrio do Trabalho para testemunhar a favor dele contra a firma. Eu sempre me emocionava quando ouvia um calouro cantar bem! Eu tive um calouro que era descendente de uma tribo africana. Ele era prncipe de uma tribo da frica. Ele cantou uma vez, duas e me deu o carto... tenho ainda guardado. Tenho tanta coisa que na hora que vou procurar tenho que chamar So Longuinho para poder achar.

Os calouros de hoje

Agora, a televiso bem diferente do meu tempo. Bem diferente. Eu no gosto muito desses cantores de agora, no. Eles se dizem sertanejo, mas no so. Eu acho que a msica brasileira o canto seresteiro. Eu conheo msica, mas msica antiga.

Trabalhar com o Silvio Santos

Ele muito rgido. Toda hora o Silvio mudava o nome do programa: "Campeonato Brasileiro de Calouros", "Calouros e Silvio Santos", "Talentos Annimos", sempre mudando... Todo ano tinha programa carnavalesco e a gente apresentava os cantores com msica de carnaval e quem vencia, recebia um trofu. Inclusive eu tenho um que recebi. Mas eu no cantava em carnaval. O Silvio no me deixava cantar. Enquanto eu trabalhava com o Silvio Santos, no cantava. Depois que eu sa do Silvio, eu comecei a fazer seresta. Antigamente, quando ia fazer um programa, tinha que fazer um script. Eu tirava as cpias no mimegrafo e cada um recebia uma cpia. E o Silvio era muito esquecido. Ele perguntava uma, duas vezes o nome da pessoa. Eu dava para ele o script, s vezes, ele perdia. No sabia onde estava. Ento eu que idealizei este negcio de ficha. Se voc v essas fichas que tem nos programas, modstia a parte, eu fui o primeiro ou um dos primeiros a fazer aquilo l. Ento eu pegava um carto e botava tudo: o nome das pessoas que iam participar... Ele colocava o carto no bolso e nunca mais perdeu. Foi da que comeou a crescer esse negcio de carto. Antigamente era papel. Eu entrei no Silvio Santos em 1969... comecei a fazer isso em 1972 ou 1973. Achei que era melhor porque se ele perdesse, eu tinha outra cpia. Eu fazia sempre duas cpias. Ento, aqueles cartes que voc v, programa Hebe Camargo tem carto, programa Raul Gil tem carto... Aquilo foi uma idia minha que comeou em 1970 e pouco. O Silvio brincava muito comigo e com o Valentino. Uma vez, a tal da ficha, s vezes a mquina falhava um pouquinho, um R ou S ou qualquer coisa... um ponto e ele falou comigo: "Seu Remo, cad seu Remo?" e eu entrava: "Pois, no!", "Seu Remo, que negcio esse aqui? O que est escrito aqui, o que aconteceu?". Uma vez acabou a fora e tive que botar uma vela l. "Ah! Isso a foi a vela!", "Que vela?", "Ah! Acabou a fora e acendi uma vela e no deu para enxergar direito". Mas ele, de vez em quando me gozava, viu? Lembra aquela propaganda que saiu da Cnsul? Pe na Cnsul? Um dia ele me chamou s para reclamar, brincar comigo. E ele falou assim: "O que eu fao com voc?", "Bota numa Cnsul". Ele falou: "Voc vai pagar esse comercial". O negcio no Silvio Santos o seguinte: ele tem que ir com a cara. Se o Silvio no for com a cara... Mas ele sempre me respeitou. Qualquer errozinho... ele fala na hora, mas no no ar. Quando a gente fazia um piloto... Um piloto o seguinte: era uma espcie de um ensaio do programa. Mas era gravado. Ento estava tudo pronto, chamavam-se as pessoas, gravava. Depois ele levava para a sala dele l nos fundos, botava no vdeo para ver alguma coisa... "Esse eu no quero!", "Corta isso". O piloto era para ver o que ia para o ar. Se no gostasse, dava bronca.

Despedida do SBT

Mas, modstia a parte, trabalhava muito, viu? Eu fazia muitas coisas l. Eu montava os programas de calouros. Naquele tempo, no tinha computador nem nada. A gente fazia tudo no mimegrafo. Batia na mquina de escrever e passava no mimegrafo. Era duro, viu? E o meu salrio foi ficando pequeno. Trabalhei no SBT at 1983. Sa porque fiquei aborrecido l. Pedi demisso. Teve uma poca l que o Silvio estava selecionando estudantes. Ele queria dar oportunidade para os estudantes na produo. Mas como eu j tinha uma certa idade... Ento, naquela ocasio eu ganhava 500 cruzeiros. Pedi aumento e no davam, porque eles colocavam os estudantes para aprender e eles ganhavam mais do que eu. Eu quase 20 anos de casa, p! Para dar um aumento no dava. Da pedi as contas. Da o Silvio perguntou por que eu ia embora. Tinha um costume l. Tinha uns 3 ou 4 l, produtores do programa, cada um tinha o seu programa. s vezes, se encrencava com o Silvio e pedia demisso e ele: "No, no vai embora!". Eu fiz o mesmo voto para ver se ele me valorizava, mas no deu certo, fui embora! Sa de l! Da fui para o Raul Gil. O Silvio Santos nunca fala diretamente com os funcionrios. Cada diretor de programa que tinha sua responsabilidade. At dei uma cartinha para o diretor e eles acharam tanta graa que me deram 50 cruzeiros de aumento. S por causa do modo que escrevi a carta.

Inovaes

O Silvio tinha diversos programas, ento ele queria saber a audincia que dava. No saa na revista ou no jornal, ento fiz um esquema, espcie de um ndice de produo: 10%, 20%... Ento, eu mandei fazer um quadro com a tabela, s para o programa de calouros. Dia tal, deu tantos. Fazia em vermelho e preto. Um dia o Silvio Santos foi l, entrou na sala: "Quem foi que fez isso?". Da um outro: "Foi o Remo que inventou isso a". Pegou a minha mo: "Meus Parabns! Todas as sesses eu quero igual". ! Era dado semanalmente! O programa do Silvio era uma vez por semana. Era 10%, 20%, e uma cpia para ele no escritrio dele. A nica coisa que ele podia ter me dado, era um aumento. (risos). Mas no deu nada! Muita coisa eu inventei. Voc tinha que ver o arquivo que fiz l e que jogaram fora quando fui embora. Eu ainda tenho uma pasta com os primeiros programas de calouros que eu fiz quando era o "Cuidado com a Buzina" com aqueles carrinhos de calouros que eram classificados e sentavam no carro. Eu fazia o nome do calouro, a nota, quanto foi o pagamento, quanto foi pago naquele programa, tem tudo a. Toda semana, eu fazia o quanto foi pago de prmio pelo programa. Eu fazia junto com o Luciano Callegari, porque eu fui ser o seu secretrio. Os jurados desse programa eram Dcio Piccinini, Henrique Lobo e Jos Fernandes.

Luciano Callegari

Olha, o Luciano Callegari, hoje ele est na TV Record. Ele trabalhou muitos anos com o Silvio. Antigamente no registrava e quando eu entrei, tambm no registrava. Ele precisou fazer a aposentadoria, da telefonou para mim: "Ah, Remo! Voc que gosta de colecionar coisas antigas, tem uns negcios meus, a?" Peguei as revistas que tinha o nome dele, tudo, dei ele. Ele conseguiu a aposentadoria. Ele est aposentado, mas ele trabalha. Para conseguir a aposentadoria, teve que recorrer s revistas. Tem data, tudo.

Lombardi

O Lombardi muito convencido. Aquele negcio dele no aparecer mais para ficar misterioso. O Lombardi era locutor da Rdio de Santo Andr, do ABC. O Lombardi foi num programa da "Cidade contra Cidade" e o Silvio gostou dele e o contratou. Fez isso tambm com o Srgio Mallandro. O Lombardi acho que veio de Araraquara. Se o Silvio gostar, est feito! Tambm, agora, se ele no gosta... tchau, mesmo! At amanh!

Valentino

Ele entrou no programa do Silvio Santos convidado pelo Luciano Callegari. Ele fazia comigo o programa dos calouros. Eu entrei em 69 e ele entrou em 75 ou 76, por a. Comigo no tinha problema, mas ele era nervoso. O Valentino, antes de vir para o Silvio Santos, trabalhava na Bandeirantes. Aquele famoso incndio da TV Bandeirantes, ele era funcionrio l. Ele trabalhou demais no incndio. Depois ele veio trabalhar com a gente no "Calouros". Ele fazia a parte do "Vale Tudo", coisas diferentes que ele selecionava.

Gugu

Eu fui o secretrio do Gugu, no SBT. "Domingo no Parque" era um programa com escolas. As escolas se inscreviam, eram da prefeitura, escolas estaduais. Ento, a gente tinha uma equipe, perua e tudo. As escolas participavam no Domingo de manh. Uma escola contra a outra. Mas antes, durante a semana ia uma equipe nossa l nas escolas junto diretoria das escolas, j selecionava as crianas que queriam participar. Ento o pessoal que ia l, mostrava as provas que iam ser realizadas no programa. Ento, eles ensaiavam com as crianas. E os prmios que a gente dava eram brinquedos, tnis. Nesse programa, o Gugu era o produtor, mas antes ele foi office-boy no SBT. Ele entrou depois de mim. O Gugu me quer bem. Outro dia, fui no programa dele e ele foi l me abraar. Gozado! Me arrependo, viu! O Gugu me convidou para o programa dele e eu no quis s porque ele quis me dar s 500 cruzeiros: "Eu j ganho isso no Silvio e voc quer me dar 500?" At hoje, o meu assistente, o coordenador dele, o Carlinhos. Eu sou teimoso.

Raul Gil

Sa do SBT e fui trabalhar com o Raul Gil, 1983. Programa Raul Gil, TV Record, Canal 7, "Caminho da Fama" era o nome do programa de calouros. O Raul Gil foi o meu calouro na Cultura. Estive num show l no Elimar Santos e ele: "Esse da o que faz a inscrio..." Eu fiquei louco da vida!

Famlia artista

A minha filha Vera Lcia foi vencedora em 1972 do "Show de Calouros" do Silvio Santos e recebeu o prmio de 15 mil cruzeiros. Uma nota! Deu para comprar uma poro de coisas. Depois o Silvio colocou-a no programa "Qual a Msica?", ela trabalhou 7 anos com ele. Agora ela canta na noite. Eu conheci minha esposa no programa do Machadinho na Rdio Cultura, ela tambm era caloura.

A filha Vera Lcia e Silvio Santos

Televiso, um sonho

Hoje, eu canto seresta. Ah! Se me dessem uma chance, eu fazia alguma coisa. Mas com essa idade no d. Eu sou funcionrio pblico federal aposentado. Eu trabalhei no Silvio Santos, no comeo meio perodo, depois que eu me aposentei l no servio pblico, fiquei o perodo integral no Silvio Santos. Eu ganhava s cach. Eu s vivo da aposentadoria. A gente vai levando. Televiso est bem diferente do meu tempo. s vezes, gosto de ver o programa do Silvio porque me d uma saudade... Vou contar uma coisa. Voc no vai acreditar! Sa de l em 84 e estamos em 2002. So 19 anos. Cada quinze dias, sonho com o Silvio Santos. A cada quinze dias... Essa noite ainda sonhei com ele me chamando. Uma hora ele est me chamando para trabalhar e na outra, me mandando embora. Mas eu sonho. J at falei com uma pessoa que entende de sonho. Me disse que isso da psicologia. Voc no esquece de onde trabalhou. Sonho... Se fosse uma loira ou mulher bonita, eu no sonhava tanto, n? (risos)

A arte continua...

Remo Menezes cantando serestasAtualmente, sou apresentador e cantor de serestas no Nosso Cantinho - Grupo da Terceira Idade, na Biblioteca Viriato Corra, no Bairro de Vila Mariana, onde estou h dez anos e tambm sou o 1 secretrio. Fao parte tambm, h 8 anos da diretoria do Movimento Potico Nacional como Diretor de Cerimnias. Sou apresentador dos eventos desse grupo litero-musical participando, tambm, como cantor seresteiro.