Preparação para a Crise Final - Fernando Chaij

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O mundo caminha para a sua crisefinal. Que acontecimentos marcarão asúltimas horas da História? Esta Obra,baseada na Bíblia e nos escritos deEllen G. White, apresenta em seqüênciacronológica os eventos que terão lugarno mundo e na igreja, pouco antes doglorioso aparecimento de Cristo. Éleitura obrigatória para quem desejasaber que horas são, no grande relógioprofético, e o que nos reserva o futuro.

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Preparao para a Crise FinalCompilao e Comentrios de Passagens da Bblia e do Esprito de Profecia ~~~ FERNANDO

CHAIJ ~~~

O mundo caminha para a sua crise final. Que acontecimentos marcaro as ltimas horas da Histria? Esta Obra, baseada na Bblia e nos escritos de Ellen G. White, apresenta em seqncia cronolgica os eventos que tero lugar no mundo e na igreja, pouco antes do glorioso aparecimento de Cristo. leitura obrigatria para quem deseja saber que horas so, no grande relgio proftico, e o que nos reserva o futuro.

Preparao para a Crise Final

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PREPARAO PARA A CRISE FINAL Por

Fernando ChaijEx-redator de Publicaes Interamericanas; diviso de lngua espanhola da Pacific Press Publishing Association

~~~~~~ Com um prlogo sobre a cronologia dos escritos do Esprito de Profecia preparado por Artur L. White, ex-secretrio da Corporao do Patrimnio de Ellen G. White. ~~~~~~ Ttulo do Original em Espanhol: PREPARACIN PARA LA CRISIS FINAL Traduzido do espanhol por Carlos A. Trezza Verso impressa editada pela

CASA PUBLICADORA BRASILEIRATatu So Paulo

Verso atual digitalizada da impressa e editada por Marllington Klabin WillBelm, 2009.

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NDICEndice Chave das Abreviaturas Nota sobre a Verso Digital Prefcio Cronologia dos Escritos do Esprito de Profecia Introduo: Viso Panormica dos Acontecimentos Finais Captulo I. Um Movimento de Reforma Dentro da Igreja Captulo II. O Selamento Captulo III. A Chuva Serdia Captulo IV. A Sacudidura Captulo V. A Terminao da Obra O Alto Clamor Captulo VI. A Perseguio Os Poderes Aliados Captulo VII. A Obra do Engano: O Espiritismo Captulo VIII. O Tempo de Angstia Prvio Captulo IX. O Tempo de Angstia Captulo X. As Pragas Captulo XI. O Fim da Stima Praga: A Libertao Captulo XII. Da Libertao at a Segunda Vinda de Jesus Captulo XIII. Preparao Para a Crise Eplogo 2 3 4 6 8 12 25 51 58 69 78 91 122 132 135 153 162 170 174 184

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CHAVE DAS ABREVIATURASAA CSa CC DBGC DTN E EGW Ev. GC GCB 1ME MJ MSa MS OE PE PJ PP PR RH SC 1SDABC Sp.T 1T 1TS TM VE VC Atos dos Apstolos (1911) Conselhos Sobre Sade (Compilado em 1923) Caminho Para Cristo (1892) Daily Bulletin of the General Conference O Desejado de Todas as Naes (1898) Educao (1903) Ellen G. White Evangelismo (Compilado em 1946) O Grande Conflito (1888 e 1911) The General Conference Bulletin Mensagens Escolhidas, livro 1 (Compilado em 1958) Mensagens aos Jovens (1930) Medicina e Salvao (Compilado em 1932) Manuscrito de E. G. White Obreiros Evanglicos (1915) Primeiros Escritos (1851, 1854 e 1858) Parbolas de Jesus (1900) Patriarcas e Profetas (1890) Profetas e Reis (1917) Review and Herald Servio Cristo (Compilado em 1925) Seventh-Day Adventist Bible Commentary (Comentrio Bblico Aventista, vol. 1) Special Testimonies Testimonies, vol. 1 (vols. 1-9: 1855-1909) Testemunhos Seletos (vols. 1-3: 1855-1900) Testemunhos para Ministros e Obreiros Evanglicos (Compilado em 1923) Vida e Ensinos (1915) Vida no Campo (Compilado em 1946) ~~~~~~

Os livros de Ellen G. White publicados depois de sua morte, ocorrida em 1915, so compilaes de seus vrios escritos publicados pelos depositrios de seu acervo literrio, denominado White Estate.

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NOTA SOBRE A VERSO DIGITALPor Marllington Klabin Will, editor da verso digital.

A seguir sero apresentadas algumas informaes de interesse do leitor, feitas por Marllington Klabin Will, colaborador da Casa Publicadora Brasileira, que se disps a digitalizar a obra. H poucas peculiaridades nesta verso digital que se diferem da verso impressa. preciso apenas ressaltar que, devido nova formatao aplicada, a numerao das pginas desta verso no corresponde com a seqncia da original impressa. Sobre as figuras, todas esto em correspondncia com as originais da verso impressa. Quanto aos direitos autorais, gostaramos de ressaltar que permitida a distribuio e reproduo particular, desde que essa seja gratuita e sem intuito de lucro, pois a proibio que se faz apenas a reproduo com finalidades lucrativas, como se pode ver nas seguintes transcries grifadas: Lei de Direitos Autorais (Lei n 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998):Art. 104. Quem vender, expuser a venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depsito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, ser solidariamente responsvel com o contrafator, nos termos dos artigos precedentes, respondendo como contrafatores o importador e o distribuidor em caso de reproduo no exterior.

Art. 184 do Cdigo Penal:Violar direito autoral Pena: deteno de 3 meses a 1 ano ou multa. 1 Se a violao consistir em reproduo, por qualquer meio, com intuito de lucro, de obra intelectual, no todo ou em parte, sem autorizao expressa do autor ou de quem o represente, ou consistir na reproduo de fonograma ou videofonograma, sem autorizao do produtor ou de quem o represente. Pena: Recluso de 1 a 4 anos.

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Portanto, segundo as leis de direito autorais, desde que a finalidade se mantenha evangelstica e missionria, esse livro pode ser distribuir e repassado livre e gratuitamente.

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PREFCIOPor Fernando Chaij, autor da obra.

Este livro dedicado aos queridos irmos da Igreja Adventista do Stimo Dia. Sua finalidade apresentar, at onde for possvel, em ordem lgica e cronolgica, os tremendos acontecimentos que ho de marcar as ltimas horas da histria do mundo e da igreja de Deus em sua marcha triunfante para a meta gloriosa da segunda vinda de Cristo. A obra contm uma grande quantidade de passagens das Escrituras e trechos escolhidos dos escritos de Ellen G. White, intercalados com comentrios que ajudam a entender sua mtua relao. Foi nossa inteno que as mensagens inspiradas por Deus sejam o fundamento de tudo que aqui se apresenta. A primeira sugesto de que publicasse uma obra como esta pertence ao Dr. David A. DeLima, um ativo missionrio no assalariado que trabalha na Repblica do Mxico. Ele nos enviou um manuscrito com uma compilao parcial de citaes do Esprito de Profecia, as quais tivemos ocasio de examinar com todo o interesse. Isto induziu a Comisso de Originais da Pacific Press a estudar a idia e aprov-la em princpio. E com o propsito de dar-lhe forma completa e documentada, confiou ao signatrio a tarefa de preparar o presente livro. Ao recopi-lo consultamos o panfleto do Pastor R. F. Cottrel, intitulado Crise e Vitria (Crisis and Victory), a pequena porm bem atilada compilao do Pastor R. L. Odom, denominada A Crise e a Libertao Final (The Final Crisis and Delivery), e diferentes outros materiais, incluindo-se a bem documentada obra Our Firm Foundation (Nosso Firme Fundamento), na qual se rene a apresentao feita por uma pliade de eruditos de nossa igreja e estudiosos, por ocasio do Conclio Bblico realizado em 1952. Nossa fonte fundamental, entretanto, foram os escritos do Esprito de Profecia e a Bblia. O primeiro captulo, que oferece uma breve vista geral, se apresenta como introduo. Nesse se descrevem como em viso panormica, os grandes sucessos do imediato futuro. Os diferentes acontecimentos so estudados nos captulos subseqentes com uma ampla documentao de textos da Bblia e de tpicos de Ellen G. White, extrados de suas descries mais antigas e de suas apresentaes mais amplas feitas em datas

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posteriores. Veja-se o captulo preparado pelo Pastor Artur L. White: Cronologia dos Escritos do Esprito de Profecia. Este livro publicado como contribuio grande tarefa de estimular o povo adventista a preparar-se para o encontro com o Senhor quando Ele vier para muito breve.

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CRONOLOGIA DOS ESCRITOS DO ESPRITO DE PROFECIAPreparada pelo Pastor Artur L. White, ex-secretrio da Corporao do Patrimnio de Ellen G. White.

O leitor deste volume far bem em lembrar. que as cenas com que se encerra a Histria e que descrevem a experincia dos fiis, foram repetidamente apresentadas em viso a Ellen G. White durante um perodo de muitos anos. As revelaes iniciais que lhe foram dadas, quando a igreja era ainda jovem, eram s vezes amplas e abarcantes, mas careciam de muitos dos pormenores das vises posteriores. O Senhor foi guiando o Seu povo para uma compreenso dos acontecimentos que esperam a igreja, apenas na medida em que Seus filhos podiam apreender e compreender estas coisas. Porm em cada nova viso posterior havia certos aspectos delineados com nfase significativa, e no raro algumas destas fases eram apresentadas com minudncias. Ao reunir os diferentes relatos escritos num lapso de mais de cinqenta anos para formar um quadro abarcante, surge uma descrio iluminadora, porm com algumas inevitveis repeties de pontos mais importantes. A primeira viso dada Sra. White em dezembro de 1844, descreve a viagem do povo adventista para a cidade de Deus e o recebimento de sua eterna recompensa. Veja-se Primeiros Escritos, pgs. 14-16. Isto deu a certeza da direo divina na experincia adventista do povo de Deus. No se fazia nenhuma referncia crise. Dez meses mais tarde, no outono de 1845, foi-lhe mostrado que antes que Cristo viesse outra vez, os santos deviam passar pelo tempo de angstia de Jac. Isto era um novo conceito, e induziu os pioneiros a estudar as Escrituras a fim de encontrar referncias, como foram apresentadas pelos antigos profetas, sobre este acontecimento que ainda estava no futuro. [Veja-se A Word to the Little Flock (Uma Palavra ao Pequeno Rebanho), de Tiago White, pg. 22.] Logo, em abril de 1847, em relao com a viso que confirmou a verdade do sbado, Ellen White viu a tentativa que faria o papado para mudar o sbado e o significado do sbado no ltimo conflito da Terra. Isto ajudou os crentes adventistas a ver o tema do sbado e a mensagem do terceiro anjo. Veja-se Primeiros Escritos, pgs. 32-35, o captulo Vises Subseqentes. Nesta apresentao de menos de duas pginas esto delineados com alguns pormenores os sucessos do perodo a que se refere este livro os acontecimentos pelos quais deve passar a igreja na crise

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final desde o incio do tempo de angstia at a segunda vinda de nosso Senhor. Mais tarde, em 1848, e de novo em 1853, apresentou-se em viso a Ellen G. White o quadro completo dos acontecimentos do conflito milenrio entre os poderes da justia e as potncias do mal a luta entre Cristo e Satans desde o comeo do pecado at o presente, e o panorama do futuro at a nova Terra. Isto ela apresentou aos crentes no vero de 1858 e no livro Spiritual Gifts, vol. 1, que tem 219 pginas e levava o ttulo O Grande Conflito Entre Cristo e Seus Anjos Contra Satans e Seus Anjos. Faz-se destaque especialmente aos acontecimentos dos ltimos dias e d-se grande quantidade de informaes antecipadas que at esse momento a igreja no possua. Este precioso volume da primeira hora constitui hoje a ltima metade do livro Primeiros Escritos (pgs. 133-295) no qual as ltimas 30 pginas so dedicadas descrio dos sucessos abarcados em menos de duas pginas (pgs. 34 e 35), da viso dada em 1846. A igreja estava, porm, destinada a crescer, e com este crescimento tinha de poder abarcar e utilizar um maior e mais detalhado montante de informaes sobre os acontecimentos vindouros. Em muitas vises se apresentou a Ellen G. White, sempre com maiores detalhes, toda a histria do grande conflito, e especialmente os ltimos acontecimentos cruciais do tempo da crise. A seu devido tempo estas apresentaes mais completas foram transmitidas igreja e ao mundo ao publicar-se em forma ampliada a histria do conflito, em 400 pginas do livro O Conflito dos Sculos em 1884, e em uma nova verso ampliada em 1888, com suas 700 pginas. Esta voltou a ser publicada em 1911, na forma do livro que temos presentemente com esse nome. Neste volume a descrio da crise futura e o libertamento abarca 100 pginas. Veja-se O Grande Conflito, pgs. 551-652. Por outro lado, ao longo dos anos, em diferentes captulos aparecidos nos Testemunhos e na Review and Herald, assim como em outras revistas da igreja, Ellen G. White fez referncia crise que nos espera, especialmente em relao com os temas da lei dominical, que esteve em debate durante pelo menos uma dcada, comeando aproximadamente em 1885. As referncias so muito numerosas, porm o leitor pode encontrlas especialmente nos seguintes lugares: 2TS, 149154 A crise vindoura (1885) 2TS, 318325 O conflito impendente (1889) 2ME, 367375 Preparo para a crise final (Discurso apresentado perante o Congresso da Associao Geral em 1891)

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destas fontes combinadas do Esprito de Profecia que descrevem os acontecimentos futuros, algumas com declaraes abarcantes e esquemticas e outras com pormenores destas fontes que foram tomadas as citaes pelo compilador deste volume. Impressiona a unidade da apresentao feita no decorrer de um perodo igual a meio sculo, apresentao em que uma descrio complementa a outra. No esforo feito para apresentar os comentrios inspirados em sua amplitude, e para organiz-los com certa estrutura, a fim de que constituam um quadro dos futuros acontecimentos em sua seqncia aproximada, h considervel superposio e repetio de pontos importantes. O leitor compreender que as citaes aparecem desta maneira a fim de que se possa dar o quadro completo. Por isto roga-se-lhe que passe por alto a natural ausncia de uma transio suave. Embora em sentido geral a data de um escrito no tenha qualquer significao muito particular, a data de publicao de cada um dos livros encontra-se na lista de abreviaturas pg. 4, como denotativo de que a matria foi extrada de descries e pargrafos realizados no decorrer de um perodo igual a mais de meio sculo. Os tomos editados depois de 1915 so compilaes de matrias de Ellen G. White, realizadas pelos depositrios do patrimnio literrio de Ellen White, em obedincia a instrues que ela mesma deixou. Num dos poucos casos em que se considerou que a indicao da data era de especial significao, esta dada em relao com a referncia individual. Todos os pargrafos que aparecem com a referncia do nosso Seventh-Day Adventist Commentary, pertencem a matrias do Esprito de Profecia extrados de suplementos dessa obra, inseridos ao final de cada volume, e que abarcam os escritos da Sra. Ellen G. White. Os que estudam cuidadosamente os escritos de Ellen G. White tm a definida convico de que no possvel, baseando-se neles, fixar com preciso todos os pormenores dos acontecimentos por vir de forma cronolgica exata. Poderia dar-se o fato de ter havido certa superposio de acontecimentos que ocorrem em diferentes partes do mundo; e pode produzir-se certa variao na seqncia. Contudo, importante que passemos em revista esses acontecimentos, tais como se apresentam na Bblia e no Esprito de Profecia. Ademais, deve o leitor ter em conta que a regra de nossa igreja que quem faz uma compilao de trechos de Ellen G. White, antes de proceder a sua publicao submeta o manuscrito organizao adventista denominada White Estate, ou seja, a corporao que tem a custdia do patrimnio de Ellen G. White. E isto foi feito pelo compilador deste vo-

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lume. Entretanto, no se deve entender que a publicao deste livro indica que os depositrios do patrimnio White o patrocinam ou por ele respondem. Os depositrios nunca assumem o patrocnio deste tipo de publicaes. Em suma, declara que no existe qualquer objeo publicao das passagens dos escritos de Ellen G. White na ordem em que so dados. A responsabilidade por um livro como este ou qualquer outro similar repousa, logicamente, sobre o compilador e a editora. Quo afortunados somos os adventistas de que o Esprito de Profecia nos haja provido janelas pelas quais podemos obter uma viso clara do que espera a igreja e o mundo nas cenas que tm que ver com o apogeu do grande conflito apresentado na Palavra de Deus e nos escritos que temos ante ns hoje!

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INTRODUO VISO PANORMICA DOS ACONTECIMENTOS FINAISO mundo se encontra no angustioso crepsculo de sua acidentada histria. Como filhos de Deus, temos sido favorecidos por admirveis revelaes profticas que fixam a hora em que vivemos e o desenvolvimento dos planos divinos, e antecipam os grandes acontecimentos do porvir. Como povo temos recebido importantes mensagens atravs da pena inspirada da serva de Deus, mensagens essas que ampliam as profecias da Bblia, abrem ante ns um vasto panorama dos acontecimentos vindouros, e nos animam na busca de um preparo necessrio a ns na grande crise que se avizinha.

Conhecendo o TempoCom razo disse Paulo: J hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvao est agora mais perto de ns do que quando aceitamos a f. Rom. 13:11. Se h na Terra um povo que pode tornar suas as palavras do apstolo, e que conhece o tempo, esse povo o povo adventista. Enquanto o mundo estremece de temor pela incerteza do amanh, ns conhecemos o tempo. O viajante internacional que empreende uma longa viagem, leva sempre consigo um itinerrio ou um mapa. Em todo tempo sabe quais so as etapas j cobertas de sua viagem e que escalas o esperam no futuro. Sabe de antemo o dia e a hora da chegada a cada um dos aeroportos, e os pormenores de sua viagem cumpremse com preciso. Os filhos de Deus, associados nesta viagem maravilhosa que realizam juntos para a meta final, tm tambm um mapa admirvel a Bblia e um itinerrio preciso as profecias inspiradas.

Etapas Cumpridas

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Ao lanarem um olhar retrospectivo, os fiis ganham grande confiana e sentem robustecida sua f de que todas as etapas anunciadas h milnios tm-se cumprido com exatido. Os quatro grandes imprios da antiguidade surgiram e desapareceram conforme indicavam as profecias de Daniel, captulo dois e captulo sete. O frreo imprio romano se fragmentou constituindo-se nas modernas naes europias, e apesar de todas as tentativas para voltar a unir esses povos, eles permanecem separados como o ferro e o barro dos ps da esttua. Os 1.260 anos da supremacia papal pertencem hoje Histria, e permanece como um testemunho a mais da certeza da firme palavra proftica. A ferida mortal numa das cabeas da primeira besta de Apocalipse 13 no somente foi aplicada segundo a predio divina, mas segundo essa mesma predio a ferida foi curada, e hoje assistimos ao cumprimento do ltimo lance proftico, quando toda a Terra se maravilha aps a besta. Os acontecimentos preditos pela mais longa e mais admirvel profecia da Bblia a dos 2.300 anos com as setenta semanas inclusas cumpriu-se com assombrosa objetividade. O retorno dos judeus da Prsia para a Palestina, a reedificao da cidade e do muro, o batismo de Jesus e Sua morte no Calvrio, ocorreram com preciso matemtica, conforme o indicava o orculo inspirado. E quando chegou o fim deste perodo, momento que constitui uma das culminncias da histria religiosa de todos os tempos, no momento exato que fora predito, surgiu o movimento adventista em cumprimento da profecia de Daniel 8 e 9 e Apocalipse 14, a fim de pregar a mensagem do juzo e o evangelho eterno em seu marco de atualidade A verdade presente. As condies sociais, polticas e religiosas, assim como os fenmenos astronmicos anunciados pelo Senhor Jesus em Seu sermo proftico h dois mil anos, como sinais do tempo do fim e indicadores de Sua segunda vinda, cumprem-se ante nossos olhos com dramtico realismo. O incremento da imoralidade e da delinqncia, o temor que assalta os coraes humanos, guerras e rumores de guerras, o crescente nmero de terremotos, o escurecimento

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do Sol e da Lua e a queda de meteoros, os falsos profetas e os movimentos religiosos esprios, os sinais e prodgios realizados pelo poder do inimigo, so outras tantas indicaes eloqentes de que nos encontramos na hora undcima quando o mundo e a igreja sero testemunhas dos maiores acontecimentos da Histria. O aumento prodigioso da Cincia to rpido que j quase no nos surpreendem nem mesmo os inventos ou descobrimentos mais extraordinrios assim como os progressos na era da velocidade e a conquista do espao, cumprem de maneira emocionante a predio do profeta Daniel, segundo a qual a Cincia aumentaria e os homens correriam de uma parte para outra. Um olhar retrospectivo, enfim, nos convence de que todas as profecias da Bblia tm-se cumprido com espantosa preciso, de que todos os perodos profticos chegaram ao fim em 1844, e de que nos esperam apenas os acontecimentos da ltima hora e o acontecimento culminante de todas as pocas: o glorioso aparecimento de Jesus nas nuvens do cu. Antes porm que, como um povo, cheguemos a essa meta almejada, o ensino combinado da Palavra de Deus e os testemunhos da Sra. White nos indicam um conjunto de eventos de impressionante magnitude que passaro em rpida e estreita sucesso, e que levaro a igreja como tal, e a cada um de ns individualmente, a uma crise mxima que requer especial preparo. O passado assegura nossa confiana no futuro. A exatido com que se cumpriu cada uma das etapas das profecias at hoje, garante-nos a certeza com que sobreviro os acontecimentos do futuro. Por outro lado, a maneira admirvel com que Deus tem guiado e protegido o Seu povo atravs dos sculos, escudando-o contra os poderes malignos e fazendo-o sair sempre vencedor, um indcio da segurana com que a igreja, hoje militante, continuar sendo guiada at chegar ao ponto da igreja triunfante. Nada temos a temer do futuro, a menos que esqueamos a maneira como o Senhor nos tem conduzido, e seu ensino em nossa histria passada. Life Sketches of Ellen G. White (1915), pg. 196

Um Panorama do Futuro

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Com esta confiana e com esta certeza, passemos em ligeira revista o panorama do futuro imediato, estendendo nossa vista at o regresso de Cristo. Vejamos, como em viso panormica, quais os acontecimentos que nos confrontaro como povo at o dia de nosso livramento final. Nos captulos seguintes iremos vendo de maneira mais detida, e apresentada com palavras da inspirao, a descrio de todos esses acontecimentos. Ser til, porm, que tenhamos uma sntese prvia, uma geral viso de conjunto, que nos ajude a estabelecer a devida relao entre uma situao e outra. Antes de finalizar o tempo de graa, enquanto ainda os homens podem lanar mo das provises do evangelho e enquanto os filhos de Deus ainda se encontram em situao de ter de assegurar sua salvao, ocorrero os seguintes fatos: o selamento, a chuva serdia, a,pregao intensiva, o fim da obra e a sacudidura. Esta anunciao dos acontecimentos mencionados no implica qualquer ordem cronolgica deles. Vrios desses acontecimentos ou todos eles podero ocorrer em grande parte simultaneamente. O que sabemos com certeza que quando for proferido o decreto de Apoc. 22:11 e terminar o tempo da graa, todos os acontecimentos tero tambm terminado, para dar lugar ao comeo do tempo de angstia.~~~~~~

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Como fator coadjuvante, porm, e em certa medida preparatrio destes acontecimentos, ocorrer dentro da igreja de Deus um movimento de reformulao de vida. Fruto em grande parte da pregao da mensagem da Testemunha Fiel igreja de Laodicia, e da compreenso do grande tema da justificao pela f, esta reforma determinar um notvel despertamento espiritual e acelerar a queda da chuva serdia e a disseminao da mensagem, preparando o povo para as cenas do tempo de angstia e o aparecimento majestoso de Cristo. O selamento A fim de preparar Seus filhos para tempo de angstia, Deus deseja neles imprimir o selo de Sua lei, de Seu carter e de Sua perfeio. Esta obra, que j se est verificando, de pouca durao e logo terminar. Na verdade o selamento pode definir-se como um processo que comea na converso e termina com o fim do tempo da graa, seja por ocasio da morte do crente ou em virtude do fim do juzo investigativo. O selamento requer da parte de cada um a limpeza de todo pecado e a vitria sobre cada fraqueza ou defeito. S os que esto preparados podero ser selados, e s os que estiverem selados podero passar sobranceiros pelo tempo de angstia e enfrentar a presena terrvel do Senhor em Sua segunda vinda. A chuva serdia, a pregao intensiva e a terminao da obra Por outro lado, Deus deseja derramar sobre o Seu povo a chuva serdia do Esprito Santo. Assim como a chuva tempor habilitou a igreja apostlica para proclamar as boas novas de salvao com sucesso por todas as partes do mundo de ento, este refrigerante derramamento do poder divino permitir que o povo de Deus da atualidade complete sua obra e alcance toda nao, tribo, lngua e povo com a ltima mensagem evanglica. A promessa do derramamento do Esprito de Deus em chuva serdia para hoje e no para uma poca futura. Mas para que se cumpra, indispensvel que a grande maioria dos membros da igreja realize completa consagrao a Deus, liberte-se totalmente do eu, descarte-se do pecado em qualquer de suas formas, e com humildade e mansido busque com todo o fervor a face do Senhor.

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Breve dar-se- a forte pregao da mensagem. Ao manifestarse o poder divino, a Terra ser iluminada com a glria do Senhor, e a obra terminar de acordo com o plano e a promessa de Deus. Dentro das fileiras da igreja dever ocorrer um processo especial de reforma e santificao, o qual afetar a grande maioria dos seus membros no preparo para a chuva serdia, para a forte pregao e a terminao da tarefa evangelizadora. A sacudidura A sacudidura outro dos grandes episdios que envolvem a igreja durante o tempo de graa. Este termo designa a definitiva apostasia de certo nmero dos que participam hoje do povo de Deus. O abandono da igreja por parte de muitos adventistas dar-se porque no aceitaram de todo o corao o chamado divino para uma completa converso e consagrao, e porque recusaram a mensagem de Cristo igreja de Laodicia mensagem de arrependimento e reforma da vida mantendo apenas uma experincia formal e superficial. Quando sobrevier a grande hora da crise para a igreja, e comear a perseguio pela imposio generalizada da legislao dominical, muitos desertaro e alguns se convertero em nossos piores inimigos. S uma entrega total da vida a Deus e uma experincia profunda e crescente converso nos livrar deste perigo e nos manter unidos hoste de homens e mulheres consagrados que triunfaro gloriosamente com o povo adventista, e que daro alegres boas-vindas a Jesus em Sua iminente apario. O tempo de angstia prvio As ltimas horas do tempo de graa sero tempestuosas e difceis, para o mundo em geral e tambm para os filhos de Deus. No mundo, enquanto os quatro anjos esto contendo os ventos, estaro aumentando a luta e a confuso, os problemas polticos, econmicos e sociais, a desagregao da famlia, o temor e a angstia. Os governos, malgrado o muito esforo que faam, no podero controlar os complexos e crescentes problemas que sujeitaro seus povos a uma situao premente. Esta poca de angstia, a que

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Se referiu Jesus em S. Luc. 21:25, anterior ao verdadeiro tempo de angstia que comear no momento que terminar a graa. As horas da angstia prvia sero agravadas pela perseguio de que seremos objeto por parte dos poderes apstatas. Todavia o Senhor estar conosco para nos fortalecer e ajudar a viver ou sofrer com alegria, confiados em Seu brao onipotente. Como guardaste a palavra da Minha pacincia, tambm Eu te guardarei da hora da tentao que h de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na Terra. Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ningum tome a tua coroa. Apoc. 3:10 e lI. A perseguio Em Apoc. 13:11-13 descreve-se profeticamente um panorama de perseguio que o Esprito de Profecia ampliou. Esta perseguio comear antes do fim do tempo da graa e se agravar durante o tempo da angstia de Jac. Chegar, porm, a hora da libertao. A besta com chifres de cordeiro de Apocalipse 13 representa os Estados Unidos da Amrica do Norte, nao jovem, composta de um povo manso e bom. Estado democrtico, republicano, com uma constituio modelo, em que esto admiravelmente salvaguardados os direitos humanos e as garantias individuais, sobretudo o direito mais caro de todos: a liberdade de conscincia. Este pas tem estado a cumprir at agora, e continuar cumprindo, uma misso verdadeiramente histrica. Ao haver alcanado as culminncias da liberdade religiosa com a primeira emenda a sua constituio que probe ao congresso legislar sobre matria religiosa, estabeleceu completa e respeitosa separao entre Igreja e Estado, e converteu-se num baluarte da liberdade de conscincia. A suas praias generosas tm acorrido homens e mulheres perseguidos por suas convices em todos os pases do mundo, para amparar-se sob as garantias de seu admirvel sistema poltico. Em Sua providncia, Deus escolheu os Estados Unidos para a estabelecer o centro mundial da igreja adventista, e deste pas rico, progressista e amante da liberdade, tm sado, sem qualquer entrave, atravs dos anos, os recursos e os missionrios para levar a trplice mensagem evanglica aos quatro cantos da Terra e at os confins do mundo.

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Contudo, a profecia afirma que este pas, representado pela besta com chifres de cordeiro, mudar completamente sua natureza, e como conseqncia far o seguinte: 1) Falar como o drago (verso 11); e o drago de Apocalipse 12 uma potncia perseguidora. 2) Obrigar os moradores da Terra a adorar a primeira besta, ou seja, Roma (verso 12). Obrigar a humanidade a render vassalagem a uma potncia poltico-religiosa significa fazer imposies de carter religioso. Isto cancela toda liberdade religiosa mantida at ento, e inaugura uma poca de coero e perseguio. 3) Far grandes sinais, de tal maneira que at far descer fogo do cu Terra para enganar (versos 13 e 14). Isto se cumprir pelo extraordinrio incremento que alcanar o espiritismo, e por sua unio com o catolicismo e o protestantismo. 4) Ordenar aos moradores da Terra que faam uma imagem primeira besta, vale dizer, o poder romano (verso 14). Se a besta um poder perseguidor, a imagem da besta ter de ser outro poder que utilize os mesmos mtodos. Esta imagem da besta, como veremos no captulo prprio atravs da pena inspirada, outra coisa no seno o setor do protestantismo que ir afinal apostasia, e que se unir para exigir do Estado poder civil a fim de impor leis religiosas. 5) Far que em todos seja posto um sinal (o sinal da besta), e que ningum possa comprar nem vender a no ser que tenha o sinal. (Versos 16 e 17). O sinal da besta exatamente o que tem sido proclamado. Nem tudo que se refere a esse assunto compreendido; nem compreendido ser at que tenha sido completamente aberto o rolo do livro. 2TS 371 e 372 Sendo que o sinal ou selo de Deus a lei divina e em particular o sbado, verdadeiro dia de repouso, o sinal da besta poder inimigo de Deus e da verdade deve ser um falso dia de repouso. Assim como a observncia do sbado, de acordo com o quarto mandamento, testifica de nossa lealdade ao governo de Deus como Criador e Salvador, a observncia do domingo que ser universalmente imposta pela imagem da besta e os demais poderes aps-

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tatas o sinal da besta, ou seja, o sinal de lealdade a um falso poder inimigo de Deus e da verdade. O ponto focal da grande e milenar controvrsia entre a verdade e o erro, entre Cristo e Satans, ser a observncia ou a violao do verdadeiro dia de repouso. Os que no aceitam o sinal ou marca da besta, os que se negam a observar o domingo e a participar simultaneamente em atos de culto que comportaro a violao do santo sbado, sero perseguidos. Perdero toda proteo da parte do Estado. As garantias constitucionais sero suspensas para eles, e priv-los-o dos direitos mais essenciais, at mesmo os de subsistncia, como o de comprar e vender. Antes que termine o tempo da graa ser promulgada uma lei dominical de mbito federal. Esta dar comeo a uma grande hora de prova para a igreja, a crise mxima de sua histria. Hoje as leis que obrigam o descanso dominical pretendem ter carter social e de sade, admitem excees, e insiste-se em que esto desprovidas de todo contedo religioso. Leis semelhantes encontram-se em vigor em grande nmero de Estados do grande pas norte-americano. Breve, porm, essas leis se faro obrigatrias em todos os Estados da Unio, convertendo-se praticamente em lei federal ou nacional. Essa lei ser talvez de natureza diretamente religiosa, comportar de alguma maneira um ato de culto ou de violao do verdadeiro dia de repouso, e sua promulgao ser exigida pela imagem da besta, ou seja, pela confederao do protestantismo apostatado, o qual agir com o apoio catlico e esprita. Isto dar comeo grande perseguio. E quando essa lei se tornar federal, religiosa e obrigatria em todos os Estados Unidos, nos demais pases do mundo promulgarse-o leis idnticas, de maneira que a perseguio ser geral. Esse o momento em que os filhos de Deus devero preparar-se para sair das grandes cidades e em breve abandonar tambm as cidades pequenas.

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Depois que as sete ltimas pragas comearem a cair, quer dizer, depois de finalizar o tempo da graa, ou seja, durante o tempo de angstia, dar-se-o os seguintes acontecimentos nesta cadeia: 6) A imagem da besta o protestantismo apostatado procurar matar quantos no a adorem (verso 15). Sair um decreto de morte para os que observam o sbado, acusados que sero de inimigos da lei e da ordem, e causadores de todas as calamidades que sacodem a Terra as pragas. O decreto de morte ter uma data especfica para o seu cumprimento. Quando for promulgado, os filhos de Deus sairo de todos os centros povoados, inclusive das pequenas cidades, e se refugiaro nos bosques, nos desertos, nos lugares escarpados, onde contaro com a especial proteo de Deus e a assistncia dos anjos, os quais lhes provero alimentos. Ser um tempo de verdadeira angstia, em que os fiis clamaro a Deus de maneira incessante e com todo o fervor, solicitando libertao. Os poderes aliados na luta contra Deus, Sua verdade e Seu povo sero o drago, a besta e o falso profeta (Apoc. 16:13). O drago representa Satans, neste caso particular trabalhando por intermdio do espiritismo sob todas as suas formas: pag (agindo nas modalidades de cultos pagos e de superstio); crist (amalgamando-se com os cultos protestantes ou catlicos, por meio de milagres e na base da doutrina comum da imortalidade da alma); cientfica (sob o nome de parapsicologia e outras denominaes); etc. A besta o papado e a igreja catlica. E o falso profeta o mesmo poder que representado pela imagem da besta, isto , o protestantismo apostatado confederado. Tanto o protestantismo como o papado atuaro em estreita vinculao com o Estado para impor leis de carter religioso. E esta unio de Igreja e Estado se estender por todo o mundo. O Armagedom O ato seguinte do drama milenar da luta entre o bem e o mal descrito precisamente sob a sexta praga, ou seja, o Armagedom. O profeta viu sair da boca do drago (o espiritismo), da boca da besta (o papado), e da boca do falso profeta (o protestantismo apstata), trs espritos imundos, que so espritos de demnios, os

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quais faro grandes sinais para enganar, e iro aos reis de toda a Terra para induzi-los batalha final contra Deus, Seu povo e Sua verdade (Apoc. 16:12-14). Por todo o tempo que durar a perseguio, os fiis contaro com a proteo especial do Senhor, bem assim com a companhia dos santos anjos. Em sua ltima fuga de emergncia das cidades sero atacados pelos exrcitos perseguidores, porm as espadas levantadas contra eles se quebraro como se fossem de palha. Sero defendidos por anjos que atuaro com aparncia de guerreiros poderosos. Seu po e sua gua tambm sero providos de maneira admirvel. No mesmo dia em que expirar o prazo e dever cumprir-se o decreto de morte ditado contra eles, o Senhor os livrar miraculosamente, paralisando os mpios com tremendas comoes no cu e na Terra, e com extraordinria desagregao dos elementos da Natureza. Em meio da confuso e da ira, os atacantes comearo a lutar uns contra os outros, destruindo-se mutuamente. Ouve-se a voz de Deus, e ocorre logo uma ressurreio especial, pouco antes de aparecer nos cus o majestoso sinal do Filho de Deus. O tempo de angstia Este tempo descrito em Daniel12: 1: Naquele tempo Se levantar Miguel, o grande prncipe, que Se levanta pelos filhos do teu povo, e haver um tempo de angstia, qual nunca houve, desde que houve nao at aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se- o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro. O incio com o trmino do tempo da graa. Todas as profecias tero sido cumpridas. Terminou a sacudidura. J ter havido o refrigrio pela presena do Senhor, na chuva serdia. A pregao do evangelho est concluda. Nesse momento, Miguel, ou seja Cristo, o grande Prncipe que intercede por ns no santurio celestial, Se levantar e sair do santurio, pondo fim a Sua obra intercessria. Ele Se despojar de Suas vestes para cingir Seu manto real. O templo do Cu se encher de fumo, e ningum poder nele entrar.

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Os quatro anjos de Apocalipse 7 que estavam sustendo os ventos os soltaro, de maneira que se desencadearo furiosamente todas as paixes humanas, e sobre os mpios cairo as sete ltimas pragas. Ser esta uma poca de terrvel agonia para o mundo, de aoites tais como nunca se presenciaram na Terra. No fosse o fato de serem essas pragas locais, e no universais, o mundo inteiro ficaria despovoado. Conquanto os filhos de Deus no sejam afetados pelas pragas, para eles esta poca ser um tempo de angstia indizvel, em duplo sentido. Ser em primeiro lugar uma angstia material com raiz na perseguio desapiedada de- que sero objeto. Embora alguns tenham de perder a sua liberdade e passem dias difceis em celas e calabouos, a presena de Cristo e de Seus anjos convertero esses lugares em manses de luz. Muitos deles andaro fugitivos em lugares afastados, mas defendidos e assistidos pelos anjos de Deus. Mas ser esse tambm um tempo de angstia moral. Durante esse tempo no haver Mediador. Se houvesse em sua vida faltas no confessadas ou pecados imperdoados, estariam perdidos. Passam, pois, por uma hora de incerteza e aflio. Por um momento parecem no estar seguros de que todos os seus pecados tenham sido apagados. Como Jac na noite de angstia que passou junto ao Jaboque, eles humilham sua alma diante de Deus e clamam com todo o fervor. Conquanto sua f seja severamente provada, sai fortalecida por essa experincia extraordinria. Por fim suas oraes so atendidas e a paz obtida. No podem recordar-se de pecados inconfessados dos quais no se tenham arrependido. Todos foram confessados e perdoados antes do fim do tempo de graa. Obtiveram, pelo poder divino, a vitria sobre o mal, e foram selados. Sua salvao est assegurada. Entre o livramento e a segunda vinda de Cristo A interveno majestosa de Deus paralisa os mpios em seus intentos de destruir os fiis brilha o Sol meia-noite e h uma terrvel manifestao de fenmenos sobrenaturais h um terrvel

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terremoto, a Terra treme, o mar ferve e se encapela, e os gigantescos edifcios das cidades modernas so destrudos. ento que ocorre a ressurreio parcial: abrem-se as sepulturas e muitos santos se levantam para ser testemunhas da vinda de Cristo, mas de maneira especial os que morreram na f da mensagem do terceiro anjo (Dan. 12:2; Apoc. 1:7). Ressuscitam tambm os que traspassaram o Senhor Jesus, bem assim os mais destacados inimigos da verdade. Enquanto os mpios quedam mudos de pavor, os santos exclamam jubilosos: Este o nosso Deus, a quem temos esperado, e Ele nos salvar. Isa. 25:9. Ao reconhecer que foram enganados, milhares comeam a acusar-se mutuamente. Visam em especial os falsos pastores do rebanho. E as espadas que haviam empunhado contra os santos, vibram-nas agora uns contra os outros. Logo os ataques se voltam contra a grande igreja, contra Babilnia (Apoc. 17:16), a qual ser destruda e despedaada. Em relao com estes acontecimentos, a voz de Deus proclama o dia e a hora da vinda de Cristo. A apario majestosa de Cristo chegado o momento culminante dos sculos, a hora anunciada longo tempo antes por todas as profecias. Uma pequena nuvem negra aparece no cu, e medida que se aproxima da Terra torna-se cada vez mais branca e brilhante, at que se mostra como na verdade, um exrcito radiante de anjos que escoltam o Rei dos reis e Senhor dos senhores em Sua procisso triunfal rumo Terra. Cristo desce, envolto em chamas de fogo. O cu se recolhe como um livro que se enrola. A Terra treme. Movem-se os montes. Enquanto a grande procisso se aproxima cada vez mais da Terra, outro poderoso solavanco sacode o. planeta, e os santos de todas as idades que cerraram os olhos na f em Cristo so despertados para uma vida imortal e incorruptvel. Os justos vivos so glorificados. Os mpios ainda vivos so destrudos pelo resplendor da glria divina que fulgura com terrvel brilho e majestade. A grande espera terminou. A noite de aflio ficou para trs. E agora toda a famlia de Deus na Terra, redimida pelo sangue pre-

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cioso do Cordeiro, est reunida com o seu querido Senhor e Mestre, e com o amante Pai celestial. Milhares de anos de esperana foram concretizados na manh eterna de triunfante realidade. Tu e eu devemos estar ali. Hoje o dia da santificao; amanh o da glorificao.

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CAPTULO I UM MOVIMENTO DE REFORMA DENTRO DA IGREJANecessidade Caractersticas O corao da reforma: a pregao da mensagem a Laodicia e a justificao pela f O segredo da vitria Concluso.

Quando o inspirado profeta Joel, h mais de 27 sculos, com base na viso divina, referiu-se ao dia de Deus, escreveu: Tocai a buzina em Sio, e clamai em alta voz no monte da Minha santidade. Perturbem-se todos os moradores da Terra, porque o dia do Senhor vem, ele est perto; dia de trevas e de tristeza; dia de nuvens e de trevas espessas, como a alva espalhada sobre os montes. Joel 2:1 e 2. Se bem tenham estas palavras uma aplicao histrica imediata aos tempos do Velho Testamento, quando Israel seria invadido por um povo inimigo, a razo pela qual foram preservadas que se referem particularmente ao tempo do fim, ao dia do Senhor, vsperas do regresso de Cristo Terra. A mensagem convida a que se toque a buzina em Sio, ou seja, na igreja; a dar alarma no monte santo de Deus ou seja, o Seu povo; porque ocorreriam acontecimentos de tal magnitude que fariam tremer a todos os moradores do mundo. Ainda assim, prossegue o profeta, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a Mim de todo o vosso corao; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso corao, e no os vossos vestidos, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque Ele misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-Se, e grande em beneficncia, e Se arrepende do mal Tocai a buzina em Sio, santificai um jejum, proclamai um dia de proibio; congregai o povo, santificai a congregao. Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a Teu povo, Senhor. Versos 12-17. Em vista dos tremendos acontecimentos que estariam para ocorrer no dia do Senhor, a igreja devia ser despertada por uma

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voz de alarma, e o povo devia ser chamado a uma converso autntica, profunda, e de todo o corao. Em outras palavras, devia efetuar-se uma reforma espiritual no seio da igreja, em preparao para os grandiosos acontecimentos do fim. No h dvida de que temos chegado prpria vspera da hora suprema, e de que este chamado para uma converso genuna e uma reforma cabal na vida de cada um, deve ressoar por todos os recantos de Sio. isto o que a serva do Senhor, por autoridade divina, estabeleceu faz anos, nos seguintes pargrafos inspirados:

Necessidade de Uma ReformaUm reavivamento da verdadeira piedade entre ns, eis a major e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Busc-lo, deve ser nossa primeira ocupao. (SC 53). Importa haver diligente esforo para obter a bno do Senhor, no porque Deus no esteja disposto a outorg-la, mas porque nos encontramos carecidos de preparo para receb-la. Nosso Pai celeste est mais disposto a dar Seu Esprito Santo queles que Lho peam, do que pais terrenos o esto a dar boas ddivas a seus filhos. Cumpre-nos, porm, mediante confisso, humilhao, arrependimento e fervorosa orao, cumprir as condies estipuladas por Deus em Sua promessa para conceder-nos Sua bno. 1ME 121. O povo de Deus no suportar a prova a menos que haja um reavivamento e uma reforma entre o povo de Deus, mas esta deve comear sua obra purificadora entre os pastores. 1T 469. Haja uma reforma entre o povo de Deus. MJ 317. Tem que ter lugar um reavivamento e reforma, sob o ministrio do Esprito Santo. Reavivamento e reforma so duas coisas diferentes. Reavivamento significa renovao da vida espiritual, uma vivificao das faculdades do esprito e do corao, um ressurgimento da morte espiritual. Reforma significa reorganizao, mudana de idias e teorias, hbitos e prticas. A reforma no produzir os bons frutos da justia a menos que esteja ligada a um reavivamento do Esprito. Reavivamento e reforma devem fazer a obra que lhes designada, e para fazerem essa obra tm de se unir. Review and Herald, 25 de fevereiro de 1902, republicado em se 42.

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Fiquei profundamente impressionada por cenas que me foram recentemente apresentadas noite. Parecia haver um grande movimento uma obra de reavivamento ocorrendo em muitos lugares. Atendendo ao chamado de Deus, nosso povo se estava arregimentando. Irmos, o Senhor nos est falando. Escutar-Lhe-emos ns a voz? No espevitaremos nossas lmpadas, e no agiremos como homens que esperam a vinda de seu Senhor? Este tempo exige portadores de luz, requer ao. 3TS 441. Antes de os juzos finais de Deus carem sobre a Terra, haver, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como no fora testemunhado desde os tempos apostlicos. O Esprito Santo e o poder de Deus sero derramados sobre Seus filhos. GC 464.

Caractersticas da ReformaSatans, porm, tem estado a trabalhar assiduamente para desviar a autntica reforma espiritual que o Senhor quer operar no seio da igreja. Este tem sido o mtodo do grande inimigo desde os dias antigos: adulterar o verdadeiro e oferecer uma falsificao, para promover a desordem, o caos e a perdio, em lugar da verdadeira converso e a vida eterna. Falsificao satnica da reforma Declara a pena inspirada: Em todo avivamento est ele (Satans) pronto para introduzir os de corao no santificado e desequilibrados de esprito.,. Nenhuma reforma, em toda a histria da igreja, foi levada avante sem encontrar srios obstculos. Assim foi no tempo de S. Paulo. Onde quer que o apstolo fundasse uma igreja, alguns havia que professavam receber a f, mas introduziam heresias que, uma vez aceitas, excluiriam finalmente o amor da verdade. GC 396. Germinara por toda parte a semente que Lutero lanara Passou (Satans) a tentar o que havia experimentado em todos os outros movimentos de reforma enganar e destruir o povo apresentando-lhe uma contrafao em lugar da verdadeira obra. Assim como houve falsos cristos no primeiro sculo da igreja crist, surgiram tambm falsos profetas no sculo dezesseis. GC 186.

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O mesmo que fez em pocas passadas tem o pai da mentira estado a fazer em nosso tempo. Procura hoje desorganizar o movimento adventista e confundir os filhos de Deus. assim que, tanto em nossa histria como movimento, como particularmente nestes ltimos anos, tm surgido inmeros grupos dissolventes que a si mesmos se denominam reformistas, quando na realidade s fazem destruir. Sua obra no resistiu prova bblica: Por seus frutos os conhecereis. S. Mat. 7:16. Esprito de discrdia e revoluo Um trao muito comum nos falsos movimentos de reforma o esprito de discrdia, revoluo e crtica destrutiva, particularmente em relao aos dirigentes da igreja. Adverte o Esprito de Profecia: chegado o tempo para se realizar uma reforma completa. Quando esta reforma comear, o esprito de orao atuar em cada crente e banir da igreja o esprito de discrdia e luta. 3TS 254. (SC 53). Em outras palavras, o primeiro fruto de uma reforma a eliminao da discrdia, da crtica e do esprito de revoluo dentre os que so por ela afetados. Ao descrever vrios dos falsos movimentos de reforma, a mensageira do Senhor diz o seguinte a respeito do promotor de um deles: Ele pensava que Deus havia passado por alto todos os obreiros dirigentes e havia dado a ele a mensagem. Ento diz ela que procurou mostrar-lhe que estava errado. 2ME 64. A respeito de outro ela escreveu: Disse ele que todos os dirigentes da igreja cairiam devido exaltao prpria, outra classe de homens humildes apareceria em cena, que fariam coisas maravilhosas. Este homem pretendia crer nos testemunhos. Pretendia que eram a verdade, e os usava para dar fora e aparncia de verdade a suas pretenses. 2ME 64 e 65. Sobre este homem e sua mensagem, declarou ela:

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Recebi esta palavra do Senhor: No lhe deis crdito, porque Eu no o enviei. Disse-lhe ela que sua mensagem no era de Deus; que ele estava enganando os incautos. 2ME 65. Ainda a respeito de outro, que pretendia ter uma mensagem especial para a igreja, escreveu ela: O mesmo esprito acusador estava nele, isto que (segundo ele) a igreja estava completamente errada e Deus estava chamando um povo que operaria milagres. 2ME 66. Sempre que um desses assim chamados movimentos de reforma suscite um esprito de crtica destrutiva contra os dirigentes da obra e contra a organizao da igreja, fazendo eclodir o esprito de discrdia e de revoluo, saibamos desde logo, sem qualquer outra anlise, que Satans que o encabea, e que se trata de uma falsificao da verdadeira reforma. Ainda que tais movimentos, para angariar adeptos, pretendam no incio pertencer ao povo adventista e simulem manifestar zelo pela obra de Deus, terminam sempre na formao de setores separatistas. No suportam a prova do tempo, embora s vezes causem grande mal temporariamente, desencaminhando pessoas sinceras mas no de todo firmadas na verdade.

Satans age com energia e engano Em todo avivamento da obra de Deus o prncipe do mal est desperto para atividade mais intensa; aplica atualmente todos os seus esforos em preparar-se para a luta final contra Cristo e Seus seguidores. GC 593. Desperte do sono o povo de Deus, e inicie com fervor a obra de arrependimento e reforma; investigue as Escrituras para aprender a verdade como em Jesus; faa uma consagrao completa a Deus, e no faltaro evidncias de que Satans ainda se acha em atividade e vigilncia. Com todo o engano possvel manifestar ele seu poder, chamando em seu auxlio os anjos cados de seu reino. GC 398. Fanatismo Entre as armas que o diabo usar para desmontar o plano de Deus de proclamar e promover uma reforma entre o Seu povo, fi-

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gura o fanatismo. Ele o fez nos dias dos apstolos, na poca da reforma protestante, e praticamente tendo como motivo todos os despertamentos religiosos. O fanatismo aparecer em nosso prprio meio. Viro enganos, e de tal natureza que, se fora possvel, desviariam at os escolhidos. 2ME 16. Lutero tambm sofreu grande perplexidade e angstia pelo procedimento de pessoas fanticas E os Wesley, e outros que abenoaram o mundo pela sua influncia e f, encontraram a cada passo os ardis de Satans, que consistiam em arrastar pessoas de zelo exagerado, desequilibradas e profanas, a excessos de fanatismo de toda sorte. Guilherme Miller no alimentava simpatias para com as influncias que conduziam ao fanatismo. Declarou, como o fez Lutero, que todo o esprito deveria ser provado pela Palavra de Deus Nos dias da Reforma, os inimigos desta assacavam todos os males do fanatismo aos mesmos que estavam a trabalhar com todo o af para combat-lo. Idntico proceder adotaram os oponentes do movimento adventista. GC 396 e 397. Todavia isto no h de ser motivo para resistir ao verdadeiro reavivamento a autntica reforma que responde s caractersticas que iro sendo descritas adiante. Quando o Senhor opera mediante instrumentos humanos, quando os homens so movidos com poder do alto, Satans leva seus agentes a exclamar: Fanatismo! e a advertir o povo a no ir a extremos. Cuidem todos quanto a soltar esse brado; pois, conquanto haja moedas falsas, isso no diminui o valor da que genuna. Porque h reavivamentos e converses esprios, no se segue da que todos os reavivamentos devam ser tidos em suspeita. No mostremos o desprezo que os fariseus manifestavam quando disseram: Este homem recebe pecadores. S. Luc. 15:2 OE 170. Nova luz Outro dos mtodos que o arquienganador utiliza para ludibriar as almas incautas a proclamao de alguma nova luz. E certo que o povo de Deus poder ir vendo ampliaes das verdades fundamentais j solidamente estabelecidas. Dessa luz provir a compreenso de profecias que se esto cumprindo. Porm devemos ter em conta a seguinte instruo:

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Quando o poder de Deus testifica daquilo que a verdade, essa verdade deve permanecer para sempre como a verdade. No devem ser agasalhadas nenhumas suposies posteriores contrrias ao esclarecimento que Deus proporcionou. 1ME 161. A autntica nova luz deve ter os seguintes elementos identificadores: 1) Estar cem por cento em harmonia com a Palavra de Deus, e no corresponder a alguma interpretao caprichosa ou carente de fundamento bblico. Surgiro homens e mulheres proclamando possuir alguma nova luz ou alguma nova revelao, e cuja tendncia abalar a f nos marcos antigos. Suas doutrinas no resistem prova da Palavra de Deus. Mesmo assim, almas sero enganadas. 2TS 107. 2) No contraditar nenhuma das verdades bsicas } solidamente estabelecidas como pilares inamovveis na organizao do povo de Deus. Deus no d a um homem luz contrria estabelecida f do corpo de crentes. Em toda reforma, surgiram homens pretendendo isso. 2TS 103. 3) Os que proclamam a nova luz no estaro enfatuados com a idia de que so superiores a seus irmos, e de que Deus os escolheu passando por alto o Seu povo. Esta , de maneira geral, a posio dos assim chamados movimentos de reforma. Deus no esqueceu o Seu povo, escolhendo um homem isolado aqui e outro ali, como os nicos dignos de que lhes confie a verdade. 2TS 103. Ningum confie em si mesmo, como se Deus lhe houvesse conferido luz especial acima de seus irmos. Cristo representado como habitando em Seu povo. 2TS 103.

Caractersticas adicionais da verdadeira reforma: 1) Esprito de orao. 2) Esprito de sincera converso. 3) Esprito abnegado e generalizado de trabalho missionrio. 4) Esprito de louvor e ao de graas.

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So esses os pensamentos que sugerem os seguintes pargrafos inspirados: Em vises da noite passaram perante mim representaes de um grande movimento reformatrio entre o povo de Deus. Muitos estavam louvando a Deus. Os enfermos eram curados, e outros milagres eram operados. Viu-se um esprito de intercesso tal como se manifestou antes do grande dia de pentecoste. Viam-se centenas e milhares visitando famlias e abrindo perante elas a Palavra de Deus. Os coraes eram convencidos pelo poder do Esprito Santo, e manifestava-se um esprito de genuna converso. Portas se abriam por toda parte para a proclamao da verdade. O mundo parecia iluminado pela influncia celestial. Grandes bnos eram recebidas pelo fiel e humilde povo de Deus. Ouvi vozes de aes de graas e louvor, e parecia haver uma reforma como a que testemunhamos em 1844. 3TS 345.

O Corao da Reforma: A Pregao da Mensagem a Laodicia e a Justificao pela FA reforma se produzir de maneira fundamental no seio da igreja como resultado da aceitao da mensagem da Testemunha Fiel igreja de Laodicia. esta uma mensagem de Cristo a Sua igreja, que abate a enfatuao e o engano da justia e suficincia prprias, produzindo um esprito de sincero arrependimento, confisso e limpeza do pecado, levando o contrito ao p da cruz para aceitao da justia de Cristo. Na hora da crise por que passar a igreja no haver meiotermo. O que no comigo, contra Mim; e o que comigo no ajunta, espalha. S. Lucas 11:3. Os que aceitam esta franca mensagem de carinho (Apoc. 3:14-22), colhero em sua vida e em sua experincia benditos resultados, a saber: uma verdadeira converso, separao do mundo, vitria sobre o pecado e entrega completa da vida a Deus. Esta a essncia da reforma autntica que se h de produzir na igreja, bem como em cada corao individualmente. Os que no aceitam esta mensagem, e preferem continuar sendo mornos, formais, cheios de justia prpria, cairo durante a sacudidura e se perdero. Esclarece a mensageira do Senhor:

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Perguntei a significao da sacudidura que eu vira, e foi-me mostrado que era determinada pelo testemunho direto contido no conselho da Testemunha Verdadeira igreja de Laodicia Alguns no suportaro esse testemunho direto. Levantar-se-o contra ele, e isto o que determinar a sacudidura entre o povo de Deus. PE 270. Da maneira em que esta mensagem recebida depende nada menos que o destino da igreja. H de levar a profundo arrependimento. Todos que a recebem sero purificados: Vi que o testemunho da Testemunha Verdadeira no teve a metade da ateno que deveria ter. O solene testemunho de que depende o destino da igreja tem sido apreciado de modo leviano, se no desatendido de todo. Tal testemunho deve operar profundo arrependimento; todos os que o recebem de verdade, obedecer-lhe-o e sero purificados. PE 270.

Uma franca mensagem de carinho Ao anjo da igreja que est em Laodicia, escreve: Isto diz o Amm, a Testemunha Fiel e Verdadeira, o princpio da criao de Deus: Eu sei as tuas obras. Apoc. 3:14 e 15. A mensagem igreja de Laodicia uma impressionante acusao, e aplicvel ao povo de Deus no tempo presente. 1TS 327. O autor da mensagem ningum menos que Cristo, nosso Salvador, e tambm nosso maior amigo. Ele fiel e verdadeiro; ama-nos, porm no nos adula, porque quer nossa felicidade, nossa salvao. Ele nos fala com carinho e sinceridade. Sua mensagem direta, porm plena de misericrdia. Diz-nos: Eu sei as tuas obras. Fala-nos Aquele que nos conhece, e conhece-nos melhor do que ns mesmos nos conhecemos, porque o corao humano enganoso (Jer. 17:9). E uma mensagem muito necessria, particularmente por causa da condio enganadora a seu prprio respeito e em que se encontra Laodicia. Portanto, sendo que s Deus nos conhece, nossa atitude em face desta mensagem deve ser a do salmista: Sonda-me, Deus, e conhece o meu corao e v se h em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno. Sal. 139:23 e 24.

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Esta mensagem tem uma aplicao eminentemente individual, e seu resultado coletivo se produz to-somente na medida em que cada um a aceite e pratique em sua vida pessoal. A Testemunha Fiel fala no singular. s morno Que nos diz Aquele que conhece nosso corao? No s frio nem quente. Oxal foras frio ou quente! Assim, porque s morno, e no s frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca. Apoc. 3:15 e 16. Nos primeiros, tempos da histria da igreja recebemos esta instruo: A mensagem laodiceana aplica-se ao povo de Deus que professa crer na verdade presente. A maior parte, so professos mornos, tendo o nome mas faltando-lhes o zelo Aplica-se a esta classe o termo morno. Professam amar a verdade, todavia so deficientes no fervor e no devotamento cristo. No ousam desistir inteiramente e correr o risco dos incrdulos; no se acham, no entanto, dispostos a morrer para o prprio eu e seguir exatamente os princpios de sua f No se empenham inteiramente e de corao na obra de Deus, identificando-se com seus interesses; mas se mantm afastados, e esto prontos a deixar seus postos quando os interesses mundanos, pessoais o exijam. Carecem da obra interior da graa no corao. 1 TS 476 e 477. Graas a Deus que muitos, por haverem permitido em sua vida a obra poderosa do Esprito, no participam desta condio de tibieza ou mornido. Mas no deixa de ser penosa a realidade de que uma grande parte de Laodicia constituda de mornos que apenas professam a verdade. Isto reclama uma decidida reforma. So quatro os elementos que produzem esta mornido: 1) So deficientes na devoo e fervor cristo. Necessitamos viver diariamente uma vida de comunho com Deus, uma vida de orao e estudo de Sua Palavra. Urge darmos a devida considerao a nossas necessidades espirituais, para supri-Ias com o poder divino.

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2) No esto dispostos a morrer para o eu e a seguir de perto os princpios de sua f. Uma converso a meio no nos poder salvar. Convertei-vos a Mim de todo o vosso corao, diz o Senhor. Um corao dividido no nos dar a vitria. Cristo pede a posse completa de nossa vida. O eu deve morrer definitivamente para que Cristo domine no trono do corao. 3) No se empenham de maneira cabal e de corao na obra, identificando-se com os seus interesses. No dedicam suficiente tempo, interesse, trabalho e recursos na causa de Deus. 4) Falta em seu corao a obra interior da graa. Deus quer realiz-la plenamente na vida de cada um de ns. Aquele que comeou em vs a boa obra, diz Paulo, a aperfeioar at o dia de Jesus Cristo. Filip. 1:6. Graas a Deus que Ele quer, e pode faz-lo. Mas necessita de nosso consentimento, nosso sincero interesse, nossa franca cooperao. Vomitar-te-ei de Minha boca A gua morna produz nuseas, podendo ser administrada como vomitrio em caso de intoxicao. Tambm a indiferena e falta de converso repulsiva a Deus, e os que nela perseveram tero que ser despedidos do amoroso seio do Pai. O corao de Jesus se compadece dessa mornido e debilidade. Expressa seu fervente desejo de que a situao mude: Oxal foras frio ou quente. Seria mais aceitvel para o Senhor que os membros mornos que professam a religio nunca se houvessem chamado pelo Seu nome. So um peso contnuo para os que desejam ser fiis seguidores de Jesus. So pedras de tropeo para os incrdulos. 1T 188. Esta no necessita ser, porm, a situao de nenhum filho de Deus. A clareza da revelao divina se prope levar ao nosso nimo o alarma que nos induza a uma reforma de vida, a qual se traduz por sua vez numa obra profunda e convertedora da graa de Cristo.

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A enfatuao espiritual e a justia prpria O cerne da mensagem da Testemunha Fiel constitudo por esta outra alarmante revelao: Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e no sabes que s um desgraado, e miservel, e pobre, e cego, e nu. Apoc. 3:17. Os filhos de Deus que participam da condio de Laodicia so apresentados numa posio de segurana carnal, e numa atitude de grave justia prpria. Esto tranqilos. Crem-se numa exaltada condio espiritual. Porm o seu estado deplorvel vista de Deus. E eles no o sabem. Esto enganados. A mensagem de Laodicia se aplica aos adventistas do stimo dia que tm recebido grande luz e no tm andado nela. So os que tm feito uma grande profisso mas no se tm mantido em passo com o seu Diretor, os que sero vomitados de Sua boca a menos que se arrependam. 2ME 66. A mensagem quebranta sua segurana com 2, surpreendente denncia de sua verdadeira situao de cegueira, pobreza e misria espirituais. Essa enfatuao particularmente grave porque pe a sua vtima fora do alcance do poder redentor de Deus. O reconhecimento de nossa condio requisito indispensvel para que o plano restaurador divino possa verificar-se em nosso favor. Os sos no necessitam de mdico, mas, sim, os enfermos, declarou o Senhor. E acrescentou: Eu no vim chamar os justos, mas sim os pecadores. S. Marcos 2:17. A verdade, sem dvida, que no h um s justo, pois todos pecaram, e esto destitudos da glria de Deus. Rom. 3:10 e 23. Quem so, pois, os sos, j que so no h nenhum? So os presumidos espirituais, os que esto cheios de justia prpria, como o fariseu da parbola. No podem eles ser perdoados nem justificados enquanto conservam sua atitude. Da, pois, o conselho: Arrepende-te (verso 19). O arrependimento implica: a) reconhecimento do pecado; b) tristeza pelo pecado; c) desejo de abandon-lo. De que pode arrepender-se, porm, um corao cheio de justia prpria? Como pode alcanar o perdo e a misericrdia divina?

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No h nada que torne mais inacessvel ao corao o poder do evangelho do que esta soberba espiritual, este engano, esta justia prpria. E o plo oposto da justificao pela f, caminho nico para alcanar perdo e vitria. Este sentimento de sou rico talvez o grau mais absoluto da justia prpria, que o profeta Isaas classifica como trapos de imundcia. Isa. 64:6. O que participa desse esprito possui uma vida desprovida de frutos, como a figueira estril, que apesar de ostentar abundante folhagem de presuno, carecia por completo de frutos. Com razo queria Paulo fugir dessa condio, quando disse: No tendo a minha justia que vem da lei, mas a que vem pela f em Cristo, a saber, a justia que vem de Deus pela f. Filip. 3:9. Esta mensagem nos beneficiar se oferecermos nossa voluntria cooperao e sincero interesse. Declarou a pena inspirada: Foi-me mostrado que o testemunho aos de Laodicia se aplica aos filhos de Deus da atualidade, e que o motivo pelo qual no foi realizada uma grande obra a dureza dos seus coraes. Porm Deus tem dado mensagem tempo para fazer sua obra. O corao deve ser purificado dos pecados que por tanto tempo tm excludo a Jesus. Esta terrvel mensagem far sua obra. Quando foi apresentado pela primeira vez, levou a um ntimo esquadrinhamento do corao. Os pecados foram confessados, e o povo de Deus foi comovido por toda parte. Tem por objetivo despertar os filhos de Deus, revelar-lhes seus erros, e lev-los a um zeloso arrependimento, para que sejam favorecidos pela presena de Deus e preparados para o forte clamor do terceiro anjo. 1T 185 e 186. Um remdio eficaz A amorvel mensagem da Testemunha Fiel, porm, no se limita denncia da triste condio espiritual de Laodicia. Ela no somente diagnostica a doena com pleno conhecimento de sua causa, mas oferece o remdio um remdio radical para curar a alma de seus males. realmente uma mensagem de consolo. Aconselho-te, diz Jesus, que de Mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueas; e vestidos brancos, para que vistas, e no

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aparea a vergonha da tua nudez; e que unias os teus olhos com colrio, para que vejas. Verso 18. A trplice condio do povo de Laodicia pobre, cego, nu cura-se com o trplice e maravilhoso remdio do Cu: a) ouro purificado no fogo, para enriquecer; b) vestidos brancos, para cobrir a nudez; c) colrio, para ver. Que representam estes trs smbolos? O ouro aqui recomendado como tendo sido provado no fogo, f e amor. Ele enriquece o corao; pois foi purgado at tornar-se puro, e quanto mais provado tanto mais intenso seu brilho. Os vestidos brancos so a pureza de carter, a justia de Cristo comunicada ao pecador. E na verdade uma vestimenta de textura celeste, que s se pode comprar de Cristo por uma vida de voluntria obedincia. O colrio aquela sabedoria e graa que nos habilitam a distinguir entre o mal e o bem, e perceber o pecado sob qualquer disfarce. 1TS 477 e 478. A f e o amor A f e o amor, representados pelo ouro refinado no fogo, so dois importantes frutos do Esprito Santo. Sobre sua importncia a Sra. White escreve: Foi-me mostrado que o ouro mencionado por Cristo, a Testemunha Fiel, que todos devemos possuir, a f e o amor combinados, e o amor precede a f. Satans est trabalhando constantemente para tirar do corao do povo de Deus estes preciosos dons. Todos esto empenhados no jogo da vida. Satans sabe muito bem que se conseguir extirpar o amor e a f, colocando em seu lugar egosmo e incredulidade, todos os traos preciosos restantes sero habilmente eliminados por suas mos enganadoras, e o jogo estar perdido. 2ME 36 e 37. O amor a essncia e a maior smula da lei, o supremo princpio guiador de uma vida convertida, semelhante de Cristo. Sem amor no h cristianismo, pois o apstolo diz: Aquele que no ama no conhece a Deus, porque Deus caridade (amor). I S. Joo 4:8.

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O amor transforma radicalmente o panorama da vida (Gl. 5:19-23). Elimina a ambio e egosmo, criando a generosidade, a benevolncia, o interesse no progresso da obra e no bem-estar do prximo. O amor anula os ressentimentos, a inveja e os cimes, substituindo-os por bondade, longanimidade e cordialidade. Dissipa as contendas e a luta desleal; mata a ambio egosta; neutraliza o dio; apaga o rancor e a ira, e introduz a paz, a boa vontade e o gozo. Afugenta o temor e a desconfiana. Juntamente com o perdo do pecado obtido pela f em Cristo, o amor a terapia mais admirvel para os males do esprito, a melhor soluo para os problemas emocionais, e por sua vez um poderoso medicamento para a cura de muitas enfermidades psicossomticas. A nica forma de ter amor apropriar-se de sua fonte bendita: Cristo Jesus. Por isto o apstolo Paulo aconselha: Para que Cristo habite pela f em vossos coraes; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender o amor de Cristo. Efs. 3:17. Quando Cristo faz Sua entrada triunfal no corao e toma posse da vida vivo, no mais eu, mas Cristo vive em mim (Gl. 2:20) o amor chega a ser a motivao suprema: O amor de Cristo nos constrange. II Cor. 5:14. A f, por sua vez, junto com o amor, nos permite viver constantemente na plcida atmosfera do Cu. Estabelece entre nossa alma e Deus um vnculo to inquebrantvel que nada nem ningum pode romper, exceto o pecado. Torna acessvel a ns o perdo de Deus e o Seu poder para viver uma vida que valha a pena. Pe nossa disposio 9 cumprimento de todas as promessas de Deus. E um princpio ativo que se manifesta na vida por meio de uma obedincia voluntria aos mandamentos do Senhor. A Justificao pela f Os vestidos brancos, que representam a justia de Cristo aplicada vida do pecador, constituem um manto de confeco celestial, feito diretamente nos teares do Cu. Estes vestidos s podem ser obtidos pela f.

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O problema da obteno da justia por parte do homem to antigo como o pecado. Desde o dia em que nossos primeiros pais violaram a lei de Deus e se tornaram passveis de morte eterna, a humanidade tem estado a buscar com ansiedade a maneira de alcanar de novo a justia, ou seja, um estado espiritual que a reconcilie com Deus. O homem tem sentido genericamente atravs de sua histria o peso da culpabilidade. Um dos amigos de J expressou-o numa angustiosa pergunta do fundo da alma: Como, pois, se justificaria o homem para com Deus? J 25:4. O pecado constitui a pior de todas as enfermidades humanas. Separa o homem de Deus e o sub-merge na tristeza e no desespero. Uma grande proporo dos milhares e milhares de enfermos neurticos que desfilam pelos consultrios mdicos e psiquitricos em busca de alvio esto atormentados pelo sentimento de culpa. Faz algum tempo fiquei profundamente impressionado enquanto viajava por algumas importantes cidades latino-americanas, ao ver longas filas de homens e mulheres, jovens e ancios, esperando a vez de ajoelhar-se ante um confessionrio. Em algumas igrejas havia at seis longas filas desse tipo. Eram almas que buscavam a justificao. H dois mtodos ensaiados pelos homens para alcanar a justificao. O primeiro o esforo prprio, ou seja, o cumprimento da lei, na prtica de obras meritrias a fim de alcanar o favor de Deus. Este o mtodo mais generalizado. Mas antibblico e completamente ineficaz. O outro mtodo consiste em reconhecer a prpria incapacidade, manifestando ento f no sacrifcio de Cristo em nosso favor. Este o nico caminho que leva a Deus. A verdade que os prprios filhos de Deus podem perder de vista s vezes uma das verdades mais importantes da Bblia, qual seja a de que nenhuma carne ser justificada diante dEle pelas obras da lei. Rom. 3:20. A tendncia do que pertence a Laodicia deixar-se induzir justia prpria. Pode chegar a pensar que pelo fato de conhecer este maravilhoso conjunto de verdades bblicas, solidamente estabelecidas e logicamente elaboradas, adquiriu uma excelncia espiritual que o coloca acima dos demais cristos. Deixa-se tentar com o pensamento de que a observncia dos preceitos da santa lei de Deus lhe

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granjeia o favor divino e lhe abre as portas do Cu como um direito, chegando a arrazoar como o fariseu da parbola. possvel que comece a dizer a si mesmo, quando no em voz alta: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta. Mas o Senhor lhe responde: No sabes que s um desgraado, e miservel, e pobre, e cego, e nu. E ento lhe indica o remdio: Aconselho-te que de Mim compres vestidos brancos, vale dizer, a justia nica que tem valor, a justia de Cristo. Todos ns somos como imundos, e todas as nossas justias como trapos de imundcia, diz o profeta Isaas. Coisa alguma que o homem faa para ganhar o favor de Deus tem valor algum. Os nicos mritos que o homem pode invocar so os de Cristo, que est disposto a lanar sobre a vergonha de nossa nudez o manto purssimo de Sua perfeita justia. As boas obras, como veremos mais adiante, entram no quadro de nossa salvao, no como algo feito para nos justificarmos, no como argumento para alcanar o favor divino, no como o preo para comprar o Cu. As boas obras, a obedincia, aparecem como resultado de nossa justificao, co-mo uma evidncia de nossa f, como demonstrao do poder de Deus que atua em nossa vida, e como preparao para a vida eterna. Porm o nico direito vida eterna mediante a justia de Cristo que nos imerecidamente imputada por Ele, na base de nossa f. Regozijar-me-ei muito no Senhor, declara Isaas, o profeta evanglico, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me vestiu de vestidos de salvao, me cobriu com o manto de justia. Isa. 61:10. Somente quando este manto admirvel feito da morte expiatria de Cristo e de Sua vida perfeita em nosso favor cobre a nudez humana, o homem aparece perfeito vista de Deus, e justificado com a nica justia eficaz, que a justia de Cristo. A aquisio, porm, deste maravilhoso vestido branco que Cristo nos oferece tem condies indispensveis: 1) O reconhecimento da prpria pecaminosidade, incapacidade e indignidade. Em outras palavras, um arrependimento sincero. Por isto a mensagem de Laodicia uma mensagem de arrependimento. Arrepende-te, diz Cristo. Afasta o teu

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orgulho, abandona tua enfatuao espiritual. Quebranta o teu corao diante do Senhor ao cair sobre a Rocha da tua salvao. 2) O apropriar-se pela f da justia de Cristo, que Ele deseja primeiro imputar-nos, e ento conceder-nos. Conclumos pois, diz Paulo, que o homem justificado pela f sem as obras da lei. Rom. 3:28. A pena inspirada expe em breves pargrafos, porm magistrais, a verdadeira essncia da justificao pela f. O que justificao pela f? a obra de Deus ao lanar a glria do homem no p e fazer pelo homem aquilo que ele por si mesmo no pode fazer. TM 456. Duas classes de justia Em outra magnfica condensao do problema, a serva de Deus diz: imputada a justia pela qual somos justificados; aquela pela qual somos santificados, comunicada. A primeira nosso ttulo para o Cu; a segunda, nossa adaptao para ele. MJ 35. Neste pargrafo to iluminador, so-nos patenteados dois momentos distintos do processo de nossa salvao, dois aspectos diversos do plano de redeno, que so de certa forma sucessivos, porm simultneos; duas diferentes fases da mesma justia de Cristo, a nica que satisfaz a Deus e nos faz santos. Analisemos de forma esquemtica estas duas fases: A) A Justia de Cristo pela qual somos justificados: 1. -nos imputada, vale dizer, creditada, adjudicada gratuitamente, sem merecimento de nossa parte. 2. nosso direito ao Cu. o nico mrito que podemos invocar. 3. Justifica-nos, quer dizer, converte-nos em justos vista de Deus. 4. Recebemo-la exclusivamente pela f, de maneira gratuita e imerecida.

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Efs. 2:8 e 9: Pela graa sois salvos, por meio da f; e isto no vem de vs; dom (presente) de Deus; no vem das obras, para que ningum se glorie. Rom. 3:24: Sendo justificados gratuitamente por Sua graa, pela redeno que h em Cristo Jesus. Rom. 5:1: Sendo pois justificados pela f, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. 5. A f implica arrependimento, confisso e aceitao de Cristo como Salvador. Significa que ns outros vamos a Deus; que nos salvamos na base do plano de que, se pedirmos, receberemos aquilo que solicitamos. B) A justia de Cristo pela qual somos santificados: 1. -nos concedida num processo paulatino e interno de crescimento cristo. 2. nossa idoneidade, ou preparo para o Cu. 3. Santifica-nos, ou seja, converte-nos em santos, transformando nosso carter. 4. Tambm a recebemos por meio da f. A santificao ou justia comunicada As vestes brancas que a Testemunha Fiel nos aconselha a dela comprar representa a justificao, ou seja, a justia imputada de Cristo, por meio da qual a nudez se cobre e o pecado fica perdoado. Representam tambm a etapa seguinte e complementar, a santificao, ou seja, a justia comunicada. Esta abarca a vitria sobre o pecado, a transformao paulatina do carter, o crescimento cristo, o triunfo sobre as fraquezas e imperfeies. Ao passo que a justificao um fenmeno instantneo pois Deus nos perdoa e nos purifica no momento mesmo em que nos arrependemos, confessamos o pecado e pedimos perdo (I S. Joo 1:7-9) a santificao um processo que dura toda a vida. O certo que a santificao e a vitria sobre o pecado so um complemento indispensvel da justificao ou o perdo de Deus. Seria to ilgico conformar-se com o primeiro passo sem o segundo, como ilgico seria permanecer algum na ante-sala no caso de

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uma audincia, quando chegado o momento de termos a entrevista e somos convidados a entrar para falar com quem desejamos.~~~~~~

A cruz grande representa o momento em que o pecador aceita a Cristo, arrepende-se de seus pecados e os confessa pela primeira vez. Imediatamente a justia de cristo lhe imputada e ele perdoado. D-se o novo nascimento e inicia-se uma nova vida em busca da perfeio. No obstante, em sua marcha progressiva, o homem convertido pode cair. Cada vez que isso acontece, repete-se a experincia da justia imputada e o permite receber perdo. Assim o homem levanta-se para continuar sua marcha ascendente. Deste modo, o processo da justia comunicada que o prende ao ideal combina-se com a justia imputada que o leva a reconciliar-se com Deus.

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A paz outorgada pelo perdo e a reconciliao com Deus torna-se muito breve se no acompanhada de um processo de mudana de vida que nos faa odiar o pecado e nos permita abandonlo, alcanando sempre maiores alturas. Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento. S. Mat. 3:8. A justificao nosso direito ao Cu. O ladro na cruz, sem ter tido oportunidade de viver um aprecivel perodo de tempo depois do perdo do pecado, foi salvo. A aplicao da justia imputada de Cristo nos apresenta perfeitos e completos vista do Cu. Deus, olhando das alturas, j no v nossos andrajos espirituais, no v a vergonha de nossa nudez, mas sim o precioso manto de perfeio com que nos cobriu. No v a histria do pecado do homem arrependido e contrito, mas a perfeio absoluta da vida de Cristo, que por ele Viveu e morreu. Mas o direito ao Cu no basta. Necessitamos da idoneidade para viver ali. Necessitamos da preparao para isto. Se ganhssemos um concurso em virtude do qual uma companhia de aviao

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nos outorgasse uma passagem gratuita para viajar por algum pas extremamente frio, teramos ainda de prover nos de roupa apropriada para o tempo em que ali permanecssemos. Portanto o Senhor espera de ns que preparemos o nosso carter para o Cu, que nos exercitemos na obedincia a Sua vontade e a Seus preceitos, que andemos na luz que Ele faz resplandecer em nosso caminho, que avancemos cada dia um passo mais no caminho da perfeio. E assim poderemos ser sempre perfeitos com relao a nossa idade em Cristo, cumprindo o mandamento de Jesus: Sede vs perfeitos, como perfeito o vosso Pai que est no Cu. S. Mat. 5:48.

O Segredo da VitriaTambm para alcanar esses resultados temos de depender por completo de Cristo. A base da justia comunicada igualmente a f. Porm a f um princpio ativo que nos induz a renunciar ao eu, e a entregar-nos inteiramente ao Senhor para que Ele viva em ns. A distncia entre a perfeio relativa a nossa esfera que pela graa de Deus tivermos alcanado e a perfeio absoluta que o alvo final, o Senhor Jesus Cristo a supre em todo o momento com Sua justia imputada. Porque Ele no s nos imputa ou atribui os mritos de Seu sangue o que nos livra da morte mas tambm nos atribui os mritos de Sua vida perfeita. Por outro lado, Cristo no s cumpriu a lei na cruz, pagando a pena exigida por esta de ns, mas tambm cumpriu a lei vivendo em ns e dando-nos a vitria. A santificao a obra de Deus em nossa vida. mulher adltera, depois de perdoada, Cristo disse: Vai, e no peques mais. S. Joo 8:11. O apstolo Pedro faz-se eco do plano de Deus para o homem, quando diz: Como santo Aquele que vos chamou, sede vs tambm santos em toda a vossa maneira de viver. I S. Ped. 1:15. E o apstolo S. Joo declara: Estas coisas vos escrevo, para que no pequeis. I S. Joo 2:1. E mais tarde explica: Qualquer que nascido de Deus no comete pecado de maneira voluntria (I S. Joo 3:9).~~~~~~

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A justia imputada, de Cristo, no s produz o perdo do pecado, em virtude da morte expiatria de Jesus, mas aplica os mritos da vida perfeita do Mestre ao pecador, Dessa maneira, a diferena entre a perfeio comunicada e o nvel da norma perfeita [diferena (B) que implica em uma mudana na vida do homem], suprida por Cristo, por meio de Sua justia imputada.

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Claro est que ao longo de nossa penosa marcha ascendente pelo caminho da santificao, ocorrem acidentes, quedas, pecados. Uma e outra vez querem as velhas fraquezas voltar a manifestar-se. Por isto a Palavra nos consola com a maravilhosa certeza do perdo de Deus alcanado por meio de Cristo. Conquanto Joo diga: Estas coisas vos escrevo para que no pequeis, ele completa a frase com a grande promessa divina: Mas se algum pecar, temos para com o Pai um Advogado, Jesus Cristo, o justo. E o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado. I S. Joo 2:1 e 7. Se est no corao obedecer a Deus, se so feitos esforos nesse sentido, Jesus aceita esta disposio e esforo como o melhor servio do homem, e supre a deficincia, com Seu prprio mrito divino. 1ME 382. Assim se amalgamam e se integram de maneira harmoniosa, completando-se mutuamente, a justia imputada e a justia comunicada. So em essncia uma mesma coisa, sob dois aspectos. Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir, o ideal de Deus para com Seus filhos. A santidade, ou seja, a semelhana com Deus, o alvo a ser atingido. A frente do estudante existe aberta a senda de um contnuo progresso. Tem ele um ob-

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jetivo a realizar, uma norma a alcanar, os quais incluem tudo que bom, puro e nobre. MJ 40. Os vestidos brancos de Apocalipse so tambm mencionados por Jesus na parbola das bodas, em S. Mat. 22:11-13. Havia para a festa um vestido especial previsto. O que recusou p-lo foi expulso. Ningum poder participar da ceia das bodas do Cordeiro a no ser que se despoje de seu prprio carter maculado e obtenha o carter perfeito de Cristo. Pela veste nupcial da parbola representado o carter puro e imaculado, que os verdadeiros seguidores de Cristo possuiro A justia de Cristo, Seu prprio carter imaculado, , pela f, comunicada a todos os que O aceitam como Salvador pessoal. PJ 310.

Uma mensagem de reforma Portanto, a mensagem de Laodicia no somente uma mensagem de arrependimento e justificao pela f, mas tambm um convite divino para que se adquira o perfeito carter de Cristo, Sua justia, Sua santidade. uma mensagem de reforma. Sem dvida que o processo de santificao rduo e permanente. A santificao no obra de um momento: a colheita de toda uma existncia. Mas embora se trate de uma dura batalha contra as potncias do mal, j se inicia com a promessa de triunfo. Cristo, porm, no nos deu garantia alguma de que fcil alcanar perfeio de carter. No se herda carter perfeito e nobre. No o recebemos por acaso. O carter nobre ganho por esforo individual mediante os mritos e a graa de Cristo E formado por combates rduos e renhidos com o prprio eu. As tendncias herdadas devem ser banidas por um conflito aps outro. Devemos esquadrinhar-nos detidamente e no permitir que permanea trao algum incorreto. MJ 99. Mas apesar das dificuldades que juncam o caminho na conquista de um carter santo, trata-se de um alvo atingvel. Deus nunca pede impossibilidades. Suas ordens so habilitaes. Ningum diga: No posso remediar meus defeitos de carter. Se chegardes a esta deciso, certamente deixareis de alcanar a vida eterna. A impossibilidade est em nossa prpria vontade. Se no

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quiserdes no vencereis. A dificuldade real vem da corrupo de um corao no santificado, e da involuntariedade de se submeter direo de Deus. MJ 99. Temos de aprender a renunciar a ns mesmos e entregar-nos voluntariamente a Cristo, quele que poderoso para vos guardar de tropear, e apresentar-vos irrepreensveis, com alegria, perante a Sua glria. S. Judas 24. Temos de aprender a depender em todo momento dAquele que nos disse: :Sem Mim nada podeis fazer (S. Joo 15:5), e -Me dado todo o poder no Cu e na Terra. S. Mat. 28:18. Ento, com Paulo poderemos dizer: Tudo posso nAquele que me fortalece. Filip. 4:13. Aquilo que impossvel em virtude da debilidade da carne, Deus torna possvel por meio de Cristo. (Rom. 8:3) Com o apstolo exclamaremos: Graas a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo Jesus! II Cor. 2:14.~~~~~~ A roda da f nos leva pelo aclive da santificao s alturas da vitria. Mas o eixo dessa roda Cristo. Cristo o Salvador.

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Na base de toda esta experincia de triunfo est a f. Esta a vitria que vence o mundo, diz Joo, a nossa f. I S. Joo 5:4. A f a roda potente que nos faz ascender encosta da santificao rumo s alturas da vitria; mas o poderoso eixo dessa roda Cristo. NEle se concentra nossa esperana e nossa fortaleza. A f por si s no o elemento salvador, mas Cristo, sim, o Salvador.

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a f que nos leva a fazer uma entrega permanente, voluntria e completa. D-se ento o grande milagre: Cristo triunfa em ns e por ns. Quando a alma se rende inteiramente a Cristo, novo poder toma posse do corao. Opera-se uma mudana que o homem no pode absolutamente operar por si mesmo. E uma obra sobrenatural introduzindo um sobrenatural elemento na natureza humana. A alma que se rende a Cristo, torna-se Sua fortaleza, mantida por Ele num revoltoso mundo Uma alma assim guardada pelos seres celestes, inexpugnvel aos assaltos de Satans. DTN 324.

ConclusoA mensagem da Testemunha Fiel, pois, no apenas uma mensagem de justificao e de perdo, no s um chamado ao arrependimento, mas tambm uma mensagem de converso total, de santificao, de reforma de vida. Esta a verdadeira reforma que logo ter de realizar-se entre o povo de Deus, e que acelerar o derramamento do poder divino, na forma da chuva serdia, a pregao do evangelho eterno e o selamento. Esta a reforma de vida que cada um de ns necessita para transpor triunfante o tempo de angstia e receber o Senhor com grande alegria. Esta a experincia que nos permitir estar preparados para viver com Deus e com Cristo pela eternidade.

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CAPTULO II O SELAMENTOSntese Descrio do selamento Que o selo de Deus? Quando ocorre o selamento: tempo e durao Condies para ser selado.

SnteseDenomina-se selamento a um processo espiritual, invisvel para os olhos humanos, que se acha em marcha e muito logo terminar, no fim do tempo da graa. Por outro lado, o processo de selamento comea para cada cristo no dia de sua converso e termina quando termina para ele o tempo de graa, ou seja, por ocasio de sua morte ou ao final do juzo investigativo. Esta operao, que os anjos de Deus realizam, consiste na impresso dos princpios da lei divina inclusive o quarto mandamento na vida dos fiis que esto preparados para isto. O selamento alcana os seguintes objetivos: 1) Fixa na vida os princpios da lei de Deus. 2) Faz que os selados sejam fiis na observncia do sbado em meio da apostasia e a mais feroz perseguio. 3) Prepara-os para passarem inclumes pelo tempo de angstia enquanto se encontram sem Mediador mantendose a coberto do pecado. 4) Preserva-os da destruio final.

Descrio do SelamentoDepois disto vi quatro anjos em p nos quatro cantos da Terra, conservando seguros os quatro ventos da Terra, para que nenhum vento soprasse sobre a Terra, nem sobre o mar, nem sobre rvore alguma. Vi outro anjo que subia do nascente do Sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, queles aos quais fora dado fazer dano Terra e ao mar, dizendo: No danifiqueis nem a Terra, nem o mar, nem as rvores, at selarmos em suas frontes os servos do nosso Deus. Ento ouvi o

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nmero dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filho