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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO SERVIÇO SOCIAL MARIANE MACHADO RODRIGUES SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO

Portifolio Trajetoria Do S Social

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOSERVIO SOCIAL

MARIANE Machado RODRIGUES

servio social brasileiro

Feira de Santana - Ba2013

MARIANE machado RODRIGUES

Servio Social brasileiro

Trabalho apresentado ao Curso Servio Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paran, para as disciplinasFundamentos Histricos,Tericos e Metodolgicos do Servio Social IV, Direito e Legislao Social, Poltica Social I e Metodologia Cientifica.

Feira de Santana - Ba2013

SUMRIO

1. INTRODUO2. DESENVOLVIMENTO3. CONCLUSO4. REFERNCIA

1.INTRODUO

A emergncia do servio social brasileiro esta intrinsicamente vinculado ao processo dinmico de desenvolvimento da sociedade e contradies nas relaes sociais. A compreenso da histria, levando em considerao os aspectos econmicos e sociais, imprescindvel para entender as mudanas na atuao profissional e entendimento da realidade social a qual esteve inserido.As relaes sociais so determinadas entre os indivduos atravs do processo de produo e reproduo do capital, que consequentemente eclodem no surgimento das classes sociais, divididas em quem possue o capital burguesia - e quem vende sua fora de trabalho proletariado. Caracterizando a questo social, justamente pela relao contraditria das classes, a produo e acumulao de capitalEm meio ao surgimento das classes sociais e suas contradies que o assistente social iniciara sua atuao, tendo como base o incentivo da igreja e do Estado, enquanto instituies reguladora da ordem social e econmica, enquadrando a atuao profissional em um vis conservador, filantrpico e solidrio.

2.DESENVOLVIMENTO

Trata-se aqui sobre a dcada 30 em meio a consolidao do Estado Novo no Brasil, caracterizado pela concentrao de poder e autoritarismo, quando surgem as primeiras manifestaes de servio social no pas. Houve neste momento a necessidade de intervir na realidade econmica que se alargava com o desenvolvimento acelerado da industrializao no pas, devido aos incentivos governamentais, o que consequentemente encadeou no alto ndice de pobreza, misria e aumento da classe operaria em meio a realidade de acumulao de capital o que requisitou uma interveno focalizada nesta problemtica. Tem-se assim, os primeiros registros de aes de servio social no Brasil nos anos de 1932 com a criao de Centro de Estudos de Ao Social (CEAS), atravs do patrocnio da igreja e posteriormente com a fundao da primeira Escola de Servio Social em So Paulo no ano de 1934 e assim continuamente em outras localidades como Rio de Janeiro (1937) e a partir da dcada de 40 nas outras capitais do Brasil, como Paran, Pernambuco, Rio Grande do Norte. ( IAMAMOTO, 2012). A atuao profissional era determinantemente de profissionais femininas, que segundo os percussores deste incentivo profissional deveriam atuar na educao e reestruturao das famlias operarias para readaptao na sociedade, pois esta era a representao ideal para realizar tal interveno visto que, a funo da mulher na sociedade seria o de educar, tendo a insero de homens nesse campo de trabalho aps os anos 40.Dentre esta interveno cabia ao assistente social incentivar as operarias o amor e cuidado ao lar, assim como conselho sobre higiene, oficinas de trabalhos manuais, entre outros.

No somente justificvel a ao feminina social como ainda insdispensvel(...) No tem a mulher a funo de educar? Imaginem a restaurao da famlia se a cooperao da mulher: a remodelao da mentalidade, de hbitos e de costumes que iro depois influir na economia e na leis do pas, tem de ser, toda ela, trabalho da mulher, em qualquer classe de sociedade ( IAMAMOTO, 2012, pg 183).

Esta interveno baseava-se na justia social e caridade crist, o que levava as damas da sociedade catlica a se colocarem a disposio deste trabalho, pois deveriam ser destas e as que possussem disponibilidade de tempo a obrigao de ajudar as classes sociais mais carentes.Devido as legislaes instaurada no governo de Getlio Vargas, haver no final desta dcada, o alargamento no campo de ao do assistente social tendo como novas demandas os menores, trabalhadores, penitenciarias e hospitais, tendo como foco principal os menores e operrios.As aes eram realizadas a partir do traado de um perfil individual avaliando as causas, efeitos e as necessidades para uma interveno de assistncia ao individuo, visualizadas enquanto tratamento para mudana da realidade (IAMAMOTO, 2012).Somente aps a concluso dos cursos das primeiras turmas de servio social, meados da dcada de 40 e o estudo sobre a execuo das aes desenvolvidas no CEAS que foi possvel uma nova viso sobre a real demanda e atuao do Servio Social no Brasil.

O servio social representa uma evoluo dos antigos mtodos, favorecida pelas descobertas cientficas, pelo desenvolvimento dos estudos sociolgicos e, principalmente, pela intensidade e complexidade dos problemas sociais presentes. Isso distingue das antigas formas de assistncia [...] necessrio um conhecimento real quer do homem, quer de seu meio, sob todos os aspectos: material, econmico e moral, o que dificilmente pode ser adquirido fora de um aprendizado especial (IAMAMOTO, 2012, pg. 212).

Neste momento, entendem-se a necessidade do entendimento da realidade ao qual o ser esta inserido dentro de uma coletividade, afastando os mtodos paliativos e abrangendo a assistncia focando a interveno sobre os efeitos da questo social, de forma personalizada.Ainda assim, com um novo olhar frente a realidade social instaurada neste momento, as influncias da igreja eram primordiais, referindo como estratgia desta doutrina o controle social, pois, a formao acadmica desse profissional era de base religiosa executando aes de recristianizaro e formao moral da sociedade. Levando em considerao a realizao de atividades caridosas, assim como de suma importncia a vocao em servir ao prximo (IAMAMOTO, 2012).A dcada de 60 marcada por um processo poltico baseado no desenvolvimentismo nacional e amenizao da internacionalizao econmica do pas, controlados pelo ento presidente Joo Goulart.

Verifica-se nessa conjuntura um perodo de gestao da conscincia nacionalpopular, com o engajamento de amplos setores sociais na luta pelas reformas estruturais e reformas de base, com especial ateno para uma poltica externa independente (OZANIRA, 2011, pg 46).

Neste momento o servio social produz novas vertentes e direcionam sua atuao baseando-se como objeto de interveno as questes individuais e sociais, no tendo mais a igreja como doutrina central de sua interveno e sim as correntes psicolgicas, sociolgicas, assim como o positivismo e funcionalismo, j includas no currculo acadmico das escolas de servio social. Segue assim, o servio social em meados do ano de 64, envolvido no contexto da ditadura militar, que assim como um todo no pas, perpassou por um processo de represso aos setores populares que culminou em processo de controle rgido da sociedade.A poltica social passa a ser vinculada ao processo de trabalho e acumulo de capital, que possuam caractersticas tais quais como a centralizao poltica, privatizaes, excluso de processos polticos, autofinanciamento do investimento social dente outros.A partir dessa lgica, verifica-se, tambm, a institucionalizao da assistncia social, com subordinao da remanescente rede privada de assistncia e de servios sociais passando o Estado a manter verdadeiro controle, atravs de convnios que disciplinam as ajudas financeiras e a prestao da assistncia tcnica, tudo condicionado apresentao de planos e as fiscalizaes peridicas (OZANIRA, 2011, pg 54).

Vale salientar que concomitantemente com a ditadura militar j existiam na Amrica latina um movimento contrario a maneira que se desenvolve a atuao do servio social, que ser posteriormente definido enquanto movimento de reconceituao profissional, na dcada de 70, inicio da construo do Projeto tico poltico profissional.Este trar a foco uma discusso pertinente ao desenvolvimento da interveno profissional de acordo as mudanas ocorridas nas ltimas dcadas e ir refletir acerca das insatisfaes, limitaes, referencial terico-instrumental assim como questes relacionadas a poltica, ideologia e formao acadmica, tendo como referencial terico as perspectivas marxistas, analisando a possibilidade de executar as intervenes a favor dos mais necessitados aos invs de manipula-los em prol da elite.A categoria se mobiliza e fortalece para estabelecer novas diretrizes tanto para formao acadmica profissional quanto para sua atuao, fortalece o movimento sindical e insere aos setores de atuao profissional novas demandas, direcionadas aos movimentos sociais populares, considerando este fato condicionado ao Ano da virada 1979, ano de grandes e importantes mudanas no fazer profissional do assistente social.

A assistncia social passa ser utilizada como forma de administrar a misria na busca de evitar o aprofundamento da questo social e ampliar as bases de legitimidade social do governo, na medida que procura incorporar reinvidicaes e necessidade imediaas de sobrevivncia, direcionando-se para setores populares mais marginalizados, individualizado-os e buscando, com isso, esvaziar e imobilizar a organizao e a resistncia desses grupos enquanto classe (OZANIRA, 2011, pg 70).

a partir de tais alteraes, refletidas e discutidas em conjunto com a categoria que foi possvel incentivar os movimentos sociais a reinvidicarem por seus direitos e acima de tudo garantir a assistncia social enquanto direito, determinada assim, aps a promulgao da Constituio Federal em 1988, considerada Constituio cidad, justamente por permitir as minorias a ampliao e a extenso dos direitos sociais.Neste mesmo processo o pas novamente passa por alteraes polticas e econmicas, que incentivam a privatizao, minimizao da interveno estatal que somente aprofunda as expresses da questo social, pontualmente identificadas pelo aumento da misria, desemprego, violncia dentre outros.Sendo assim, o servio social tendo uma reestruturao na proteo social do pas, visualiza o aumento acelerado de demandas, podendo registrar um avano profissional significativo e desenvolvendo aes pautadas no acesso ao direito pelos cidados. 3.CONCLUSO

notrio que o servio social uma profisso que atravs do processo histrico, poltico e econmico se desenvolveu de forma dinmica, renovando-se, aperfeioando-se a partir da sua prpria experincia, desmitificando o perfil caridoso at avanar na conquista da assistncia social enquanto um direito.Serviu aos interesses da burguesia, favorecendo as contradies das relaes sociais a favor da classe dominante, exercendo seu papel de forma educativa, afirmando valores morais e religiosos determinantes pelo clero.Confrontou com os conservadores e rompeu com o tradicionalismo instaurando assim, um novo perfil profissional, baseando sua atuao em critrios tericos-metodolgicos, tcnico-operativo e tico-poltico.Toda trajetria profissional descrita neste artigo, contribuiu para construo do Projeto tico Poltico Profissional, que tem sua ao pautada na equidade e justia social.

4.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

IAMAMOTO, Marilda. CARVALHO, Raul de. Relaes Sociais e servio social no Brasil: esboo de uma interpretao histrico-metodolgica 36 ed. So Paulo: Cortez, 2012

OZANIRA, Maria (coord). O servio social e o popular: resgate terico metodolgico do projeto profissional de ruptura. 7 ed. So Paulo: Cortez, 2011.