Penetrado Pela Palavra- John Piper

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P ENETRADO

PELA

P ALAVRA

Traduzido do original em ingls:Pierced by the Word by John Piper Copyright 2003 by Desiring God Foundation Published by Multnomah Publishers, Inc. 601 N. Larch Street, Sisters, Oregon 97759 USA Todos os direitos para tradues em outros idiomas devem ser contratados atravs de Gospel Literature International P.O. Box 4060, Ontario, California 91761-1003 USA

ISBN N o. 85 - 99145 - 13 - 4 Primeira edio em portugus 2005 Editora Fiel Todos os direitos reservados. proibida a reproduo deste livro, no todo ou em parte, sem a permisso escrita dos Editores.Traduo: Francisco Wellington Ferreira Reviso: Marilene Paschoal Daniel Deeds Diagramao: Christiane de Medeiros dos Santos Capa: Edvanio Silva Direo de Arte: Rick Denham

EDITORA FIEL DA MISSO EVANGLICA LITERRIA Caixa Postal 81 12201-970 So Jos dos Campos - SP

Aos pastores que penetram a alma com a Verdade, como cirurgies e no como assassinos.

Porque a palavra de Deus viva,e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra at ao ponto de dividir alma e esprito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propsitos do corao.Hebreus 4.12

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ndice___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

U MA P ALAVRA AO L EITOR ............................................................... 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Q UO SINGULAR E M ARAVILHOSO O AMOR DE C RISTO ! .........

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D EUS O E VANGELHO .................................................................... 14 P ENETRADO PELA P ALAVRA DE D EUS ........................................... 18 N O S EJA M ERA S OMBRA E E CO .................................................. 23 B EBENDO S UCO DE L ARANJA PARA A G LRIA DE D EUS ............ 27 O RAES E XTENSAS E A MPLAS , M AS N O -I NSPIDAS ............... 31 O QUE H UMILDADE ? .................................................................... 35 D ESERTO, A DORAO , T RAIO , D EUS ....................................... 40 C OMO S ER UM R EFGIO PARA SEUS F ILHOS ................................. 45 C ONHECENDO MAIS A D EUS , POR ESTAR E LE L EVANDO NOSSOS F ARDOS ................................................................................. 50 P ERSEVERE NA O RAO .................................................................. 56 P OR QUE A C RENA NO I NFERNO F UNDAMENTAL ? ................ 60 P ARA V S , Q UE C REDES , E LE A P RECIOSIDADE .................... 65 O Q UE J ESUS Q UER ? ........................................................................ 69 C OMO A L EI M E A JUDA A C ONHECER M EU P ECADO ? .............. 73

616 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 UM ANELO PELA PUREZA V ERSUS O RAO P ASSIVA ................... 79 A L UTA P ELA B NO DO C AF DA M ANH .............................. 84 V OC T EM SOMENTE UMA V IDA P RECIOSA .................................. 89 T ERRORISMO , J USTIA E A MOR POR N OSSOS I NIMIGOS ............. 94 C OMO E XPERIMENTAMOS O A MOR DE D EUS NO C ORAO ? .................................................................................. 98 R AZES P OR Q UE OS CRENTES NO P RECISAM F ICAR COM M EDO ........................................................................... 103 A CEITANDO A D OR DA V ERGONHA .............................................. 109 J ESUS A JUDA OS D ISCPULOS A A UMENTAREM SUA F ................ 113 O S C AMINHOS E STRANHOS DO NOSSO M ARAVILHOSO E DIFICADOR ..................................................................................... 118 E STRATGIAS PARA L UTAR C ONTRA A L ASCVIA ......................... 123 O RAES H ORA DAS R EFEIES DA F AMLIA P IPER .............. 129 N UNCA C ORRETO F ICAR I RADO CONTRA D EUS ...................... 133 A I GREJA ERA I MPUGNADA EM T ODOS OS L UGARES .................. 140 C OM QUE T IPO DE M ORTE V OC G LORIFICAR A D EUS ? ....... 144 O P AI DE J OHN G. P ATON ............................................................. 149 A JUDANDO OS C RENTES A T EREM S EGURANA DA S ALVAO .................................................................................... 155

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UMA

PA L AV R A AO L E I T O R

E U AMO A PALAVRA DE DEUS. E ESTOU DIZENDO -Ocom seriedade. Ela terrvel. A voz do SENHOR... desnuda os bosques (Sl 29.9). Por meio de sua Palavra, Deus criou o universo. E, quando o seu Filho vier novamente, a Palavra dEle ser como uma espada afiada, para com ela ferir as naes (Ap 19.15). Por isso, eu tremo diante da Palavra de Deus. Mas este tremer agradvel. Existe uma promessa vinculada a este tremer. Deus afirma: O homem para quem olharei este: o aflito e abatido de esprito e que treme da minha palavra (Is 66.2). Nem todo o olhar de Deus desejvel, mas este olhar, devemos almej-lo. Este o olhar abenoador. E, quando Deus abenoa o aflito e contrito, a sua Palavra se torna vida. Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna (Jo 6.68). Sim, a Palavra penetra. E existe uma dor. Mas, para aqueles que crem na Palavra viva, Jesus Cristo, todo o penetrar da Palavra de Deus ser agradvel, em ltima

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anlise. A ferida ser raspada. O cncer ser extrado. O veneno, removido. Para aqueles que confiam na severa misericrdia de Jesus, todo o penetrar traz cura. Rogo a Deus que estas meditaes revelaro a Palavra de Deus, ao invs de ocult-la. Que estas meditaes se tornem, em sua vida, a incorporao viva da Palavra de Deus e penetrem os recessos de sua alma. Deus tem uma boa obra a fazer ali. John Piper

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QUO SINGULAR E M A R AV I L H O S O O AMOR DE CRISTO!

PO R M U I T O S A N O S , T E N H O P R O C U R A D O ENTENDERcomo a centralidade de Deus em Si mesmo se relaciona com o seu amor por pecadores como eu. Muitas pessoas no vem a paixo de Deus por sua prpria glria como um ato de amor. Uma das razes para isto o fato de que temos absorvido a definio do mundo a respeito do amor. O mundo diz: voc amado quando mimado. O maior problema desta definio de amor que, ao tentarmos aplic-la ao amor de Deus por ns, ela distorce a realidade. O amor de Deus por ns no se revela principalmente em que Ele nos valoriza, e sim em que Ele nos d a capacidade de nos regozijarmos em apreci-Lo para sempre. Se centralizamos e focalizamos o amor de Deus em nosso valor, estamos nos afastando do que mais

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precioso, ou seja, Ele mesmo. O amor labuta e sofre para nos cativar com aquilo que infinita e eternamente satisfatrio: Deus mesmo. Por conseguinte, o amor de Deus labuta e sofre para aniquilar nossa escravido ao dolo do eu e focalizar nossas afeies no tesouro de Deus. Podemos ver isto, de maneira surpreendente, na histria da enfermidade e morte de Lzaro, em Joo 11.1-6: 1 Estava enfermo Lzaro, de Betnia, da aldeia de Maria e de sua irm Marta. 2 Esta Maria, cujo irmo Lzaro estava enfermo, era a mesma que ungiu com blsamo o Senhor e lhe enxugou os ps com os seus cabelos. 3 Mandaram, pois, as irms de Lzaro dizer a Jesus: Senhor, est enfermo aquele a quem amas. 4 Ao receber a notcia, disse Jesus: Esta enfermidade no para morte, e sim para a glria de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado. 5 Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irm, e a Lzaro. 6 Quando, pois, soube que Lzaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava.

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Observe trs coisas admirveis: 1. Jesus escolheu deixar Lzaro morrer. No versculo 6, lemos: Quando, pois, soube que Lzaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava. No houve pressa. A inteno de Jesus no era impedir o sofrimento da famlia, e sim ressuscitar Lzaro dentre os mortos. Isto seria verdade mesmo se Lzaro j estivesse morto, quando o mensageiro chegou a Jesus. Ele deixou Lzaro morrer ou permaneceu por mais tempo, para deixar evidente que no tinha pressa de trazer alvio imediato ao sofrimento. Algo mais importante O impelia. 2. Jesus era motivado pelo amor para com a glria de Deus, manifestada em seu tremendo poder. No versculo 4, Ele disse: Esta enfermidade no para morte, e sim para a glria de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado. 3. Entretanto, tanto a deciso de deixar Lzaro morrer como a motivao de glorificar a Deus foram expresses de amor para com Maria, Marta e Lzaro. O evangelista Joo nos mostra isto pela maneira como ele uniu os versculos 5 e 6: Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irm, e a Lzaro. Quando, pois, soube que Lzaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava.

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Oh! Muitas pessoas inclusive crentes murmurariam por haver Jesus, insensivelmente, deixado Lzaro morrer e permitir que Marta, Maria e Lzaro e outros passassem por aquele sofrimento e infelicidade! E, se os nossos contemporneos percebessem que Jesus fez isso motivado pelo desejo de magnificar a glria de Deus, quantos no considerariam a atitude de Jesus como insensvel e severa? Isto revela quanto a maioria das pessoas estima levar uma vida livre de sofrimentos muito mais do que estima a glria de Deus. Para a maioria das pessoas, o amor aquilo que coloca o bem-estar humano como o centro de tudo. Por conseguinte, o comportamento de Jesus ilgico para tais pessoas. No podemos ensinar a Jesus o que o amor significa. No podemos instru-Lo a respeito de como Ele nos deve amar e colocar-nos no centro de tudo. Devemos aprender dEle o que significa o amor e o que o verdadeiro bemestar. O amor fazer tudo que for necessrio para ajudar os outros a verem e experimentarem a glria de Deus em Cristo, para todo o sempre. O amor mantm a Deus no centro, porque a alma foi criada para Deus. Nas palavras de sua orao, Jesus confirma que estamos certos: Pai, a minha vontade que onde eu estou, estejam tambm comigo os que me deste, para que vejam a minha glria que me conferiste, porque me amaste antes da fundao do mundo (Jo 17.24). Podemos presumir que esta orao seja um ato de amor de Jesus. Mas, o que Ele pediu? Pediu que, no fim, vejamos a sua glria. O amor dEle por ns O

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torna central. Jesus o nico Ser cuja auto-exaltao um ato sublime de amor. Isto verdade porque a realidade mais satisfatria que podemos conhecer Jesus. Portanto, para nos dar esta realidade, Ele tem de dar-nos a Si mesmo. O amor de Jesus O impeliu a orar e a morrer por ns, no para que o nosso valor se tornasse central, e sim para que a glria dEle se tornasse central e pudssemos v-la e desfrutla por toda a eternidade. Pai, a minha vontade que... estejam tambm comigo... para que vejam a minha glria. Isto o que significa para Jesus o amar-nos. O amor divino labuta e sofre para nos cativar com aquilo que infinita e eternamente satisfatrio: Deus em Cristo. Oh! Que vejamos a glria de Cristo pela qual Ele deixou Lzaro morrer e pela qual Ele foi cruz.

Deus, cativa-nos com este amor, Abre-nos os olhos do corao, para vermos E provarmos a glria de Cristo. E, quando cativados por Sermos amados desta maneira, Faze-nos amorosos como Jesus. Labutemos e soframos para levar muitos, Quantos pudermos, a este amor todo-satisfatrio. Em nome de Jesus, oramos. Amm.

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DEUS

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J SE PERGUNTOU POR QUE O PERDO DE

Deus valioso? Ou, se a vida eterna valiosa? J se perguntou por que algum quer ter a vida eterna? Por que desejamos viver para sempre? Estas questes so importantes por ser possvel desejarmos perdo e vida eterna por motivos que comprovam que no os temos. Por exemplo, considere o assunto do perdo. Talvez voc queira o perdo de Deus por que est muito infeliz com sentimentos de culpa. Voc quer alvio. Se puder crer que Deus o perdoa, voc ter algum alvio, mas no necessariamente a salvao. Se quer o perdo somente por causa de alvio emocional, voc no receber o perdo de Deus. Ele no d o seu perdo queles que o usam apenas para ter os dons dEle e no a Ele mesmo. Ou, talvez, voc queira ser curado de uma enfermidade

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ou conseguir um emprego e encontrar uma esposa. Ento, voc ouve que Deus pode ajud-lo a obter estas coisas, mas que, primeiramente, seus pecados teriam de ser perdoados. Algum o exorta a crer que Cristo morreu por seus pecados e lhe diz que, se voc crer nisto, seus pecados sero perdoados. Conseqentemente, voc cr, a fim de que seja removido o obstculo sua sade e consiga um emprego ou uma esposa. Isto salvao pelo evangelho? No creio que seja. Em outras palavras, o que voc espera receber por meio do perdo importante. O motivo por que voc deseja o perdo importante. Se quer o perdo to-somente por que deseja gozar da criao, ento, o Criador no honrado e voc no salvo. O perdo precioso por uma nica razo: ele o capacita a desfrutar da comunho com Deus. Se esta no razo por que voc quer o perdo, voc no o ter de maneira alguma. Deus no ser usado como moeda para a compra de dolos. Tambm perguntamos: por que desejamos ter a vida eterna? Algum pode responder: Porque o inferno a alternativa dolorosa. Outro pode dizer: Porque no haver nenhuma tristeza no cu. Outro pode replicar: Meus queridos foram para o cu, e quero estar com eles. Outros poderiam sonhar com sexo e alimentos interminveis, ou com algo mais nobre. Em tudo isso, Algum est ausente: Deus. O motivo salvfico para querermos a vida eterna apresentado em Joo 17.3: E a vida eterna esta: que te

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conheam a ti, o nico Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Se queremos a vida eterna por ela significar outra coisa, e no o regozijo em Deus, no teremos essa vida. Enganamos a ns mesmos dizendo que somos cristos, se usamos o glorioso evangelho de Cristo para buscar o que amamos mais do que buscamos o prprio Cristo. As boas-novas no se comprovaro como boas para qualquer pessoa que no tenha a Deus como seu principal bem. Jonathan Edwards apresentou esta verdade em um sermo1 sua igreja, em 1731. Leia estas palavras lentamente e permita que elas o despertem para a verdadeira vida e o verdadeiro bem do perdo. Os redimidos tm todo o seu verdadeiro bem em Deus. Ele mesmo o grande bem que possuem e desfrutam por meio da redeno. Deus o bem mais sublime, a suma de todo o bem que Cristo adquiriu. Deus a herana dos santos; o quinho da alma deles. Ele a riqueza e o tesouro, o alimento, a vida, a habitao, o ornamento e a coroa, a glria eterna e duradoura dos santos. Eles no tm nada no cu, exceto a Deus. Ele o grande bem no qual os crentes

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1. Wilson H. Kimnach, Kenneth P. Minkema, and Douglas A. Sweeney, ed., The Sermons of Jonathan Edwards: A Reader (New Haven, CT: Yale University Press, 1999), pp. 74-75.

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so recebidos na morte e para o qual eles devem ressurgir no fim do mundo. O Senhor Deus, Ele a luz da Jerusalm celestial; o rio da gua da vida que corre e a rvore da vida que cresce no paraso de Deus. As gloriosas excelncias e belezas de Deus fascinaro para sempre a mente dos santos, e o amor de Deus ser o deleite eterno deles. Com certeza, os redimidos desfrutaro outras alegrias. Eles se alegraro com os anjos e uns com os outros. Mas aquilo que lhes encantar nos anjos e uns nos outros, ou em qualquer outra coisa; aquilo que lhes proporcionar deleite e felicidade ser o que de Deus poder ser visto neles.

Deus, todo-satisfatrio, perdoa-nos por fazermos De teus excelentes dons um substituto para Ti. Somos to propensos a trocar o retrato pela pessoa. Satisfaze-nos contigo mesmo. Tu prometeste na Nova Aliana: Todos me conhecero, desde o menor deles at ao maior. Que este seja o nosso quinho, agora um tipo de conhecimento, Deus, que valoriza Aquele que conhecemos. Nos faa experimentar o evangelho em toda a sua plenitude, Que Cristo crucificado e ressuscitado pelos pecadores, Para trazer-nos de volta a Ti. Em nome dEle, oramos. Amm.

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PENETRADO PELA P A L AV R A D E D E U SUMA MEDITAO SOBRE HEBREUS 4.12 Porque a palavra de Deus viva, e eficaz , e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra at ao ponto de dividir alma e esprito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propsitos do corao.

O H! COMO PRECISAMOS CONHECER A NS MESMOS!Somos salvos? Estamos vivos em Cristo? Existe somente um instrumento que cria, detecta e confirma a vida eterna na alma do homem ou seja, a Palavra de Deus. Portanto, o que Hebreus 4.12 afirma a respeito da Palavra importantssimo.

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A Palavra de DeusA expresso Palavra de Deus pode significar uma palavra falada por Deus sem um porta-voz humano. Mas, no Novo Testamento, esta expresso normalmente significa uma palavra ou mensagem que um homem fala como representante de Deus. Por exemplo, Hebreus 13.7 diz: Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a f que tiveram. Portanto, a expresso, Palavra de Deus, em Hebreus 4.12, provavelmente se refere verdade de Deus revelada nas Escrituras e que homens falaram uns para os outros na dependncia da ajuda de Deus para entend-la e aplic-la.

Viva e eficazA Palavra de Deus no morta ou ineficaz. Ela tem vida. E, devido a isso, ela produz resultados. Existe algo sobre a Verdade revelada por Deus, que a conecta com Deus como a fonte de toda a vida e poder. Deus ama a sua Palavra. Ele tem predileo por sua Palavra. Ele a honra com sua presena e poder. Se queremos que nosso ensino e testemunho produza efeitos, devemos permanecer fiis a Palavra revelada de Deus.

Mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra at ao ponto de

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dividir alma e esprito, juntas e medulas.O que faz esta Palavra viva e eficaz? Ela penetra. Com que propsito? Para dividir. O qu? Alma e esprito. O que isto significa? O escritor sagrado nos d uma analogia. semelhante a dividir juntas e medulas. As juntas so a parte mais grossa, dura e exterior do osso. As medulas so a parte mais mole, macia, viva e interior do osso. Isso uma analogia de alma e esprito. A Palavra de Deus como uma espada bastante afiada, capaz de cortar diretamente da parte exterior, dura e grossa do osso at sua parte interior, macia e viva. Algumas espadas, menos afiadas, podem atingir um osso, resvalar e no penetrar. Outras espadas penetram somente at ao meio das juntas grossas e duras de um osso. Mas uma espada pontuda, bem afiada, de dois gumes (afiados em cada lado da ponta), penetrar a junta at alcanar a medula. Alma e esprito so como juntas e medulas de ossos. Alma aquela dimenso invisvel da vida que somos por natureza. Esprito aquilo que somos pelo novo nascimento sobrenatural. Jesus disse: O que nascido da carne carne; e o que nascido do Esprito esprito (Jo 3.6). Sem o poder vivificador, criador, regenerador do Esprito de Deus em ns, somos apenas um homem natural, e no um homem espiritual (1 Co 2.14-15). Por conseguinte, o esprito aquela dimenso invisvel de nossa vida que somos por meio da obra regeneradora do Esprito Santo.

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Qual o principal ensino da afirmativa de que a Palavra de Deus penetra at ao ponto de dividir alma e esprito? O principal ensino desta afirmativa que a Palavra de Deus revela o nosso verdadeiro eu. Somos espirituais ou naturais? Somos nascidos de Deus e estamos espiritualmente vivos? Ou enganamos a ns mesmos e ainda estamos espiritualmente mortos? Os pensamentos e propsitos de nosso corao so espirituais ou apenas naturais? Somente a Palavra de Deus pode discernir os pensamentos e propsitos do corao, como afirma Hebreus 4.12. Falando em termos prticos, quando lemos ou ouvimos a Palavra de Deus, sentimos que ela penetra em ns mesmos. O efeito deste penetrar revelar se h esprito ou no. Existe medula e vida em nossos ossos? Ou somos apenas um esqueleto sem medula viva? Existe esprito ou somente alma? A Palavra de Deus penetra fundo o suficiente, para mostrar-nos a verdade de nossos pensamentos e motivos, e o nosso prprio eu. Renda-se a esta Palavra de Deus, a Bblia. Use-a para conhecer a si mesmo e confirmar sua prpria vida espiritual. Se existe vida, haver amor, gozo e um corao obediente Palavra. Dedique-se a esta Palavra, de modo que suas palavras se tornem a Palavra de Deus para outros e revelem a condio espiritual em que eles esto. Ento, sobre a ferida causada pela Palavra, derrame o blsamo da Palavra.

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Oh! como amamos a tua Palavra, Pai! mais preciosa do que os tesouros da Terra. Inclina nosso corao tua Palavra E destri nossa servido a outras coisas. Oh! que vejamos maravilhas em tua Palavra. Penetra a nossa alma e desperta a vida espiritual. Confirma a medula de nossa f e faze-nos autnticos, Completamente. No permita que Te sejamos falsos, Infiis, e torna-nos poderosos em teu Esprito. Por meio de Cristo, oramos. Amm.

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N O S E JA MERA SOMBRA E ECO NO SOMOS DEUS . POR CONSEGUINTE, COMPARADOScom a Realidade absoluta e final, somos pequenssimos. Nossa existncia secundria e depende da absoluta Realidade de Deus. Ele o nico Ser auto-existente no universo. Somos derivados. Ele sempre existiu e no teve princpio. Portanto, ningum Lhe deu forma. Ns, pelo contrrio, recebemos forma. Ele simplesmente . Ns, porm, fomos criados. EU SOU O QUE SOU o nome dEle (x 3.14). No entanto, visto que Ele nos fez com o mais sublime propsito para uma criatura desfrutar e manifestar a glria do Criador podemos ter uma vida bastante substancial, que dura para sempre. Esta a razo por que fomos criados (Tudo foi criado por meio dele e para ele Cl 1.16). Esta a razo por que nossa sexualidade foi redimida (Fugi da impureza... Porque fostes comprados

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por preo. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo 1 Co 6.18, 20). Esta a razo por que comemos e bebemos (Portanto, quer comais, quer bebais ou faais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glria de Deus 1 Co 10.31). Esta a razo por que oramos (E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho Jo 14.13). Esta a razo por que fazemos boas obras (Assim brilhe tambm a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que est nos cus Mt 5.16). Esta a razo por que existimos manifestar a glria de Deus. A vida humana completamente centralizada em Deus. Este o significado de sermos humanos. Nossa natureza foi criada para engrandecer a Deus. A nossa glria consiste em dar glria a Deus. Quando cumprimos esta razo de sermos, temos substncia. Existe valor e significado em nossa existncia. Conhecer, desfrutar e manifestar a glria de Deus um compartilhamento da glria de Deus. No nos tornamos Deus. Mas um pouco da grandeza e beleza de Deus est sobre ns, quando cumprimos este propsito de nossa existncia refletir a excelncia de Deus. Esta a nossa substncia. No cumprir este propsito para a existncia humana corresponde a ser uma mera sombra da substncia que Deus tencionava possuiramos quando nos criou. No manifestar a glria de Deus por desfrutarmos dEle mesmo, acima de qualquer outra coisa, ser apenas um eco da msica que Deus tencionou que faramos quando nos criou.

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Esta uma grande tragdia. Os seres humanos no foram criados para serem apenas sombras e ecos. Fomos criados para termos as caractersticas de nosso Deus, para fazermos msica divina e causarmos um impacto divino. Isto o que significa ser criado imagem de Deus (Gn 1.27). Mas, quando os homens abandonam o seu Criador e amam mais as outras coisas, eles se tornam semelhantes s coisas que amam insignificantes, fteis, sem valor, inconseqentes e depreciadores de Deus. Veja como o salmista apresentou este fato: Os dolos das naes so prata e ouro, obra das mos dos homens. Tm boca e no falam; tm olhos e no vem; tm ouvidos e no ouvem; pois no h alento de vida em sua boca. Como eles se tornam os que os fazem e todos os que neles confiam (Sl 135.15-18; veja tambm Sl 115.4-8). Pense e trema. Voc se torna semelhante s coisas feitas pelos homens e nas quais voc confia: mudo, cego, surdo. Isto uma sombra da existncia. um mero eco do que Deus tencionou voc deveria ser. uma mmica vazia no palco da Histria, com muito movimento e pouco significado. Querido leitor, no seja sombra e eco. Livre-se do esprito de centralidade no homem, uma epidemia de nossa poca. Olhe com determinao, para ver, conhecer e desfrutar a vida na luz do Senhor. Vinde, casa de Jac, e andemos na luz do SENHOR (Is 2.5). Na luz do Senhor, voc O ver, bem como a todas as coisas como realmente so. Voc despertar da sonolncia de uma existncia na

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terra das sombras. Voc anelar por substncia e a encontrar. Far de sua vida uma msica divina. A morte ser apenas uma viagem rumo ao Paraso. E o que voc deixar para trs no sero sombras e ecos, e sim um tributo na terra, escrito no cu, triunfante graa de Deus.

Pai, como tememos o desperdcio de nossos anos! Perdoa-nos por amarmos o envolver-nos com coisas vazias E por nosso pequeno amor para contigo. Faze-nos perceber a f letal em dolos inocentes. D-nos ser sadiamente livres de todas as jias sem valor. Faze-nos levar o peso de glria E torna-nos mais semelhantes a teu Filho. Em seu nome todo-sustentador, oramos. Amm.

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B EBENDO S UCO DE L ARANJA PARA A G LRIA DE D EUS QUANDO ME PERGUNTAM : A DOUTRINA DA

D EPRA vao Total bblica?, minha resposta : Sim. Uma das coisas que pretendo dizer com esta resposta que todas as nossas aes (sem a graa salvadora) so moralmente maculadas. Em outras palavras, tudo o que o incrdulo faz pecaminoso e, portanto, inaceitvel a Deus. Uma de minhas razes para crer nisto encontra-se em 1 Corntios 10.31: Quer comais, quer bebais ou faais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glria de Deus. pecado desobedecermos este mandamento das Escrituras? Sim. Por isso, chego a esta triste concluso: pecado algum comer, ou beber, ou fazer qualquer outra coisa, se no for para a glria de Deus. Em outras palavras, o pecado no apenas uma lista de coisas prejudiciais (matar, roubar, etc.). Pecamos quando deixamos Deus fora de considerao nas

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realizaes triviais de nossa vida. Pecado qualquer coisa que fazemos, que no seja feito para a glria de Deus. Mas, o que os incrdulos fazem para a glria de Deus? Nada. Conseqentemente, tudo o que eles fazem pecaminoso. isso que pretendo dizer, quando afirmo que, sem a graa salvadora, tudo que fazemos moralmente ruim. Evidentemente, isto suscita uma questo prtica: como podemos comer e beber para a glria de Deus? Tal como, por exemplo, beber suco de laranja no caf da manh? Uma das respostas encontra-se em 1 Timteo 4.3-5: ...[alguns] probem o casamento e exigem abstinncia de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com aes de graas, pelos fiis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou bom, e, recebido com aes de graas, nada recusvel, porque, pela palavra de Deus e pela orao, santificado. Suco de laranja foi criado para ser recebido com aes de graas, pelos fiis e por quantos conhecem plenamente a verdade. Portanto, os incrdulos no podem usar suco de laranja para cumprir o propsito que Deus tencionou ou seja, uma ocasio para aes de graa sinceras, dirigidas a Ele, provenientes de um corao de f. Mas os crentes podem, e esta a maneira como

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glorificam a Deus. O suco de laranja que eles bebem santificado pela palavra de Deus e pela orao (1 Tm 4.5). A orao a nossa humilde resposta de agradecimento do corao. Crer nesta verdade, apresentada na Palavra de Deus, e oferecer aes de graa, em orao, uma das maneiras de bebermos suco de laranja para a glria de Deus. A outra maneira bebermos com amor. Por exemplo, no insista na poro maior. Isto ensinado no contexto de 1 Co 10.33: Assim como tambm eu procuro, em tudo, ser agradvel a todos, no buscando o meu prprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos. Sede meus imitadores, como tambm eu sou de Cristo (1 Co 11.1). Tudo o que fazemos inclusive beber suco de laranja pode ser feito com a inteno e a esperana de que ser proveitoso para muitos, a fim de que sejam salvos. Louvemos a Deus porque, pela sua graa, fomos libertos da runa completa de nossos atos. E faamos tudo, quer comamos, quer bebamos, para a glria de nosso grande Deus!

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Pai, toda boa ddiva procede de Ti. At a habilidade de receb-las vem de Ti. Apreciamos confessar nossa dependncia de Ti Quanto s pequenas e s grandes coisas. No nos ds nada que esteja separado de Ti. Em todo o tempo, faze-nos conscientes de que Tudo obtm seu verdadeiro significado A partir da maneira como se relaciona a Ti. Seja o nosso gozo o unirmos ao suco de laranja E a todas as demais coisas tua graa. Com abundante gratido, oramos, em nome de Jesus. Amm.

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ORAES EXTENSAS E AMPLAS, M A S N O -I N S P I DA S E STE UM DOS FATOS ADMIRVEIS SOBRE AS ORAESda Bblia: quo grandes e abrangentes freqentemente elas so. Mas no tm aquele tom vago de Deus, abenoa os missionrios, que parece to fraco. s vezes, tentamos remediar este erro, acrescentando: Devemos fazer oraes especficas em favor dos outros, apresentando suas necessidades especficas, e no oraes generalizadas. Isso verdade. Devemos orar assim. No entanto, existe outro motivo por que nossas grandes oraes cotidianas parecem inspidas, enquanto as grandes oraes na Bblia no o eram. Freqentemente, as nossas oraes no contm muito da pessoa de Deus e no expressam as grandes bnos espirituais que desejamos Deus realize em favor dos missionrios, ou pelas

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naes, ou pelo mundo, ou pelos perdidos. As palavras Deus abenoe no pareceriam to vagas e frgeis, se dissessem que tipo de bno desejamos para eles. Existe um mundo de diferena entre Senhor, ajuda os nossos missionrios e Senhor, ajuda os nossos missionrios a beberem abundantemente do rio de teus deleites, ou Senhor, ajuda os nossos missionrios a se regozijarem nas tribulaes e lembrarem-se de que as tribulaes produzem perseverana, e a perseverana, esperana. Oraes extensas e generalizadas tornam-se poderosas, quando so preenchidas com os objetivos bblicos, concretos e radicais, em favor da pessoa por quem oramos. Em Mateus 6.9,10, Santificado seja o teu nome... faa-se a tua vontade, assim na terra como no cu uma orao sublime, de amplo alcance. Ela roga por duas coisas concretas: que em todo o mundo o nome de Deus seja considerado precioso e que coraes sejam transformados para fazerem a vontade de Deus, com o mesmo zelo e pureza que os anjos tm no cu. Mencionar estes objetivos espirituais, com fervor, transforma nossas generalizaes inspidas em generalizaes dinmicas. Portanto, no deixe de fazer oraes extensas e de amplo alcance. Por exemplo, em Efsios 6.18, Paulo disse que devemos orar em todo tempo no Esprito... com toda perseverana e splica por todos os santos. Pense nisso. Que inacreditvel alcance e generalizao. TODOS os santos! Voc faz isso? Ora por todos os santos? Admito que no o tenho feito com bastante freqncia. Meu corao mui-

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to pequeno. Mas estou tentando lev-lo a esta amplitude. A Bblia o ordena. Estas palavras de Paulo no parecem to simples como: Deus, abenoa todos os santos. Parecem robustas e de notvel amplitude, como: Deus, olha para toda a tua igreja, em todos os lugares, e tem misericrdia; desperta-a e d-lhe nova vida, esperana, pureza doutrinria e santidade, de modo que todos os santos permaneam fortes e Te glorifiquem em dias de tentao e provao. Faamos grandes oraes em favor dos bilhes de perdidos e dos milhes de pessoas que vivem na Janela 10/40. Paulo disse: Finalmente, irmos, orai por ns, para que a Palavra do Senhor se propague e seja glorificada, como tambm est acontecendo entre vs (2 Ts 3.1). Oh! que Deus faa esta obra em nossos dias! Encorajo todos os meus leitores a comprarem o livro Intercesso Mundial, escrito por Patrick Johnstone (um guia de orao em favor de todos os pases do mundo). Depois, faa oraes intensas e abrangentes em favor das pessoas e dos missionrios desta vasta regio chamada Janela 10/40. A Janela 10/40 se estende do oeste da frica at ao leste da sia, de 10o ao norte at 40o ao sul do Equador. Esta regio contm trs dos maiores blocos religiosos do mundo. A maioria das pessoas entenebrecidas na incredulidade pelo islamismo, hindusmo e budismo vive na Janela 10/40. Este o lar da maioria dos povos no-evangelizados. Embora a Janela 10/40 constitua somente 1/3 da rea total da terra, o lar de aproximadamente 2/3 da populao

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mundial, com aproximadamente 4 bilhes de pessoas. Dos 50 pases menos evangelizados do mundo, 37 se encontram nesta Janela. E esses 37 pases tm 95% da populao total dos 50 pases menos evangelizados. Oitenta por cento das pessoas mais pobres do mundo, vive na Janela 10/40. Em mdia, eles vivem com uma renda inferior a 500 dlares anuais, por pessoa. Embora 2,4 bilhes dessas pessoas vivam na Janela 10/40, somente 8% de todos os missionrios trabalham entre elas. Com certeza, este um assunto digno de oraes intensas, abrangentes e bblicas!

Grande Deus, de graa abundante, Move o nosso corao a orar Por teu poder salvador entre as naes. Inquieta-nos com a triste situao dos povos Que no tm acesso ao evangelho. Concede-nos oraes amplas, globais, Do tamanho de Deus, e saturadas com a Bblia. No deixes que percamos de vista as ovelhas perdidas. Mas, Deus, d-nos uma paixo Por teu propsito para o mundo, De chamar tuas ovelhas, De cada povo da terra. Para a glria de Cristo E em nome dEle, oramos. Amm.

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O

QU E

H U M I L DA D E ?

E M 1908, O ESCRITOR INGLS G. K. CHESTERTONdescreveu o embrio da cultura que hoje chamamos de psmodernismo. Este j um termo desgastado. Algum dia, os leitores o pesquisaro em um livro de Histria. Uma das caractersticas de seu relativismo vulgar (conforme o chama Michael Novak)1 o erro grave de tomar a palavra arrogncia para referir-se convico e humildade para referirse dvida. Chesterton viu a chegada do ps-modernismo: O que sofremos hoje de humildade no lugar errado. A modstia se afastou do setor da ambio e se estabeleceu na rea das convic-

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1. Michael Novak, Awakening from Nihilism, First Things, no. 45 (Agosto/ Setembro, 1994), pp. 2021.

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es, o que nunca deveria ter acontecido. Um homem devia mostrar-se duvidoso a respeito de si mesmo, mas no a respeito da verdade; isto foi invertido completamente. Hoje, aquilo no qual o homem confia exatamente aquilo em que ele no deveria confiar nele mesmo. Aquilo que ele duvida exatamente o que ele no deveria duvidar a razo divina... O ctico moderno prope ser to humilde que duvida se pode aprender... Existe uma humildade caracterstica de nossa poca; acontece, porm, que ela uma humildade mais venenosa do que as mais severas prostraes dos ascticos... A velha humildade fazia que o homem duvidasse de seus esforos, e isto, por sua vez, o levaria a trabalhar com mais empenho. Mas a nova humildade torna o homem duvidoso a respeito de seus alvos; e isto o faz parar de trabalhar completamente... Estamos a caminho de produzir uma raa de homens to mentalmente modestos que sero incapazes de acreditar na tabuada de multiplicao.2 Vemos isso, por exemplo, no ressentimento para com os crentes que expressam a convico de que os judeus

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2. G. K. Chesterton, Orthodoxy (Garden City, NY: Doubleday, 1957), pp. 3132.

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(como as outras pessoas) precisam crer em Jesus, para serem salvos. A reao mais comum a esta convico que os crentes so arrogantes. A humildade contempornea est firmemente arraigada no relativismo que evita conhecer a verdade e especificar o erro. Mas isto no o que a humildade costumava significar. Se a humildade no aquiescncia s exigncias populares do relativismo, ento, o que humildade? Isto importante, pois a Bblia diz: Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graa (1 Pe 5.5); e: Pois todo o que se exalta ser humilhado; e o que se humilha ser exaltado (Lc 14.11). A humildade, portanto, sobremodo importante. Deus nos diz pelo menos cinco coisas a respeito da humildade: 1. A humildade comea com um senso de submisso a Deus, em Cristo. O discpulo no est acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor (Mt 10.24). Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mo de Deus (1 Pe 5.6). 2. A humildade no sente que tem o direito de receber melhor tratamento do que o tratamento dado a Jesus. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domsticos? (Mt 10.25.) Por conseguinte, a humildade no paga o mal com o mal. No uma vida baseada nos direitos percebidos. Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para

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seguirdes os seus passos... quando maltratado, no fazia ameaas, mas entregava-se quele que julga retamente (1 Pe 2.21-23). 3. A humildade afirma a verdade no para apoiar o eu com o domnio e triunfos dos debates, mas como um servio prestado a Cristo e expresso de amor para com o adversrio. O amor regozija-se com a verdade (1 Co 13.6). O que vos digo s escuras... No temais (Mt 10.27,28). No nos pregamos a ns mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a ns mesmos como vossos servos, por amor de Jesus (2 Co 4.5). 4. A humildade sabe que depende da graa de Deus para conhecer e crer. Que tens tu que no tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o no tiveras recebido? (1 Co 4.7.) Acolhei, com mansido, a palavra em vs implantada, a qual poderosa para salvar a vossa alma (Tg 1.21). 5. A humildade sabe que falvel; por isso, reflete sobre o criticismo e aprende dele. Mas tambm sabe que Deus fez proviso para a convico humana e nos convoca a persuadir os outros. Agora, vemos como em espelho, obscuramente; ento, veremos face a face. Agora, conheo

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em parte; ento, conhecerei como tambm sou conhecido (1 Co 13.12). O sbio d ouvidos aos conselhos (Pv 12.15). Conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os homens (2 Co 5.11).

Pai, quanto depender de ns, Humilhamo-nos sob a tua poderosa mo. Compadece-Te de ns, na luta contra o orgulho, E ajuda-nos a mortificar tudo o que arrogante E que exalta o eu, em nossa vida. Mostra nosso total desamparo sem Ti E a doura de tua misericrdia imerecida. Faze-nos andar em humildade e contrio de esprito. E faze-nos conhecer a grandeza de Cristo. Em nome dEle, oramos. Amm.

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D E S E RT O , A D O R A O , TRAIO, DEUSUMA MEDITAO SOBRE O SALMO 63

SALMO DE D AVI, QUANDO NO DESERTO DE JUD1 Deus, tu s o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra rida, exausta, sem gua. 2 Assim, eu te contemplo no santurio, para ver a tua fora e a tua glria.

3 Porque a tua graa melhor do que a vida; os meus lbios te louvam. 4 Assim, cumpre-me bendizer-te enquanto eu viver; em teu nome, levanto as mos.

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5 Como de banha e de gordura farta-se a minha alma; e, com jbilo nos lbios, a minha boca te louva, 6 no meu leito, quando de ti me recordo e em ti medito, durante a viglia da noite. 7 Porque tu me tens sido auxlio; sombra das tuas asas, eu canto jubiloso. 8 A minha alma apega-se a ti; a tua destra me ampara. 9 Porm, os que me procuram a vida para a destruir, abismar-se-o nas profundezas da terra. 10 Sero entregues ao poder da espada e viro a ser pasto dos chacais. 11 O rei, porm, se alegra em Deus; quem por ele jura gloriar-se-, pois se tapar a boca dos que proferem mentira. O autor Davi, quando era rei (vv. 1, 11). A situao que algum est procurando destruir a sua vida (v. 9). Isto corresponde ao tempo em que Absalo, o prprio filho de Davi, o coagiu a sair de Jerusalm (2 Sm 15.23). Coloque-se no lugar de Davi. Seu filho no somente alienado, mas tambm hostil o suficiente para ter o desejo de ver seu pai morto. Eis um perigo mortal misturado com uma separao dolorosa de seu filho.

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Aprenda de Davi o que fazer nos momentos angustiantes e aterrorizantes. Ele orou. Todo o salmo dirigido a Deus. Davi no pede proteo, nem vitria; pede somente uma coisa Deus mesmo, para satisfazer sua alma, como as guas satisfazem a sede em uma terra rida e exausta. Deus, tu s o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra rida, exausta, sem gua (v. 1). H ocasies de dor, perda, tristeza e escurido, quando nada digno de ser pedido, exceto Deus mesmo. Todas as outras coisas so triviais, inclusive a prpria vida. Essa razo por que Davi afirmou: Porque a tua graa melhor do que a vida; os meus lbios te louvam (v. 3). Davi poderia ser morto durante a noite, por algum traidor astuto que se vendera a Absalo. Como voc dorme? Voc relembra a si mesmo que o amor de Deus, na presena de Deus, melhor do que ser vtima da morte, durante a noite. Porm, no sentimos com facilidade este descanso no constante amor de Deus. Dizemos as palavras, mas sentimos a realidade? Davi no o sentiu como desejava. Por isso, ele clamou: Eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti. Davi precisava desesperadamente que Deus respondesse ao seu clamor de vir e ajud-lo a provar no apenas saber, mas tambm sentir que a graa dEle melhor do que a vida. Oh! que conheamos desta maneira a Deus! Isso no seria tudo para ns? No seria mais do que riquezas, fama, sucesso e sade na realidade, mais do que tudo que o

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mundo pode oferecer? Deus mesmo se aproximando e fazendo nossa alma beber de sua graa, at que todas as coisas desapaream de nossa viso e o temor seja tragado pela inabalvel segurana de gozo eterno direita de Deus! Oh! que cheguemos a este lugar em nosso andar com Deus! Quando a salvao da prpria vida e o livramento de seu filho deixam de ser os dolos de Davi, e somente Deus o envolve no firme gozo de seu amor inabalvel, Davi cantar de alegria nas tristezas da noite e, talvez, se Deus o quiser, ganhar de volta o seu filho. De que maneira Deus veio a Davi e despertou o seu sabor espiritual, de modo que ele visse a Deus e ficasse satisfeito como de banha e de gordura (v. 5)? A resposta que Davi lembrou-se dos dias de adorao na casa de Deus Eu te contemplo no santurio, para ver a tua fora e a tua glria (v. 2). Davi havia fugido de Jerusalm, o lugar de adorao corporativa do povo de Deus. E, em sua aflio, Davi recordou como era a adorao e o que ele contemplava na adorao. Eis um grande anelo que tenho em relao adorao coletiva de nossas igrejas que, ao nos reunirmos, cantarmos, orarmos e ouvirmos a Palavra de Deus, Ele mesmo se mostre to presente, em fora e glria, que, nos anos por vir, se voc for impedido deste privilgio imensurvel, a prpria recordao de t-Lo visto na adorao O tornar real novamente para voc. Voc orar comigo a Deus, rogando que Ele se encontre conosco desta maneira? Orar em favor de pastores e

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lderes, suplicando que Deus lhes d canes, oraes, silncio, Escrituras e sermes que sero to repletos da verdade e do Esprito de Deus, que todos eles provaro e vero que a graa de Deus melhor do que a vida e tudo o mais que a vida pode oferecer? E orar por si mesmo, suplicando que os sbados noite e as manhs de domingos se tornem ocasies de preparao para o encontro com Deus vestbulos do lugar santo de adorao? Ore juntamente com Davi: Deus, tu s o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra rida, exausta, sem gua. Se esta orao estivesse em nossos lbios nos sbados noite e nas manhs dos domingos, Deus no abriria as fontes do cu e nos mostraria que sua graa melhor do que a vida?

Este, Pai, o clamor do nosso corao: Provar e ver que Tu s bom. Remove os calos de nossa lngua espiritual E d-nos paladar que saboreia A realidade de Cristo e de sua Palavra. Impede que a rebelio de nossos filhos Enfraquea a nossa f. Possam os perigos e angstias da vida Levar-nos a Ti, nosso gozo e descanso. Em nome de Jesus, oramos. Amm.

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COMO SER

UM

PA R A S E U S

REFGIO FILHOS

UMA MEDITAO SOBRE PROVRBIOS 14.26 No temor do Senhor, tem o homem forte amparo, e isso refgio para os seus filhos.

S E PA PA I E S T C O M M E D O , PA R A Q U E M O F I L H I N H Ose voltar? Supe-se que os pais so seguros; que eles sabem o que fazer, como resolver problemas, consertar as coisas e, mais importante do que tudo, como proteger os filhos dos perigos. Mas, o que acontece quando uma criana v o medo na face de seu pai? O que acontece se o pai est to atemorizado quanto a criana e no sabe o que fazer? Ento, ela fica perturbada e sente pnico. No entanto, se o pai confiante, o filho tm um refgio. Se o pai no est apavorado, e sim calmo e firme, todas as

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muralhas podem ruir; todas as ondas, quebrar-se; todas as serpentes podem sibilar; os lees, rugir; e os ventos, soprar, no haver lugar mais seguro do que os braos do pai. O pai um refgio, enquanto est confiante. Esta a razo por que Provrbios 14.26 diz: Isso refgio para seus filhos, se o pai tem forte confiana. A confiana do pai um refgio para o filho. Pais, a batalha para sermos confiantes no apenas a respeito de ns mesmos; a respeito da segurana de nossos filhos. uma batalha que se refere ao senso de segurana e felicidade deles. E sobre a questo se eles crescero vacilantes ou firmes na f. At que os filhos conheam a Deus, de maneira profunda e pessoal, somos a imagem e a incorporao de Deus na vida deles. Sendo pessoas confiantes, confiveis e seguras para eles, mais provvel que eles se acheguem a Deus para t-Lo como seu refgio, quando as tempestades lhes sobrevierem. Ento, como podemos ter forte confiana? Antes de tudo, ns tambm somos crianas; vasos de barro, frgeis e quebradios, que lutam com ansiedades e dvidas. A melhor soluo usarmos a melhor aparncia que tivermos e ocultarmos nosso verdadeiro eu? Na melhor das hipteses, isso nos causar lceras e, na pior, nos levar a uma duplicidade que desonra a Deus e repele os adolescentes. Esta no a resposta. Provrbios 14.26 nos oferece outra resposta: No temor do SENHOR, tem o homem forte amparo. Isto muito estranho. Este versculo nos diz que a soluo para o medo

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o temor. A soluo para a timidez o temor. A soluo para a incerteza o temor. A soluo para a dvida o temor. Como pode ser isto? Parte da resposta que o temor do SENHOR significa temer desonrar o Senhor; e isso implica ter medo de temer aquelas coisas sobre as quais o Senhor nos prometeu ajuda para venc-las. Em outras palavras, o temor do SENHOR um grande destruidor de temores. Se o Senhor diz: No temas, porque eu sou contigo; no te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleo, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel (Is 41.10), algo temeroso inquietar-nos a respeito do problema sobre o qual Ele diz que nos ajudar. Temer esse problema, quando Ele diz: No temas, porque eu te ajudo, um voto de desconfiana contra a Palavra de Deus e uma grande desonra para Ele. E o temor do SENHOR treme desonrar a Deus. O Senhor diz: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Portanto, afirmemos confiantemente: O Senhor o meu auxlio, no temerei; que me poder fazer o homem? (Hb 13.5,6.) Se o Senhor lhe diz isso, no confiar na presena e ajuda dEle, conforme nos prometeu, um tipo de orgulho. Coloca a nossa avaliao do problema acima do prprio Deus. Esta a razo por que lemos estas admirveis palavras do Senhor: Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, s tu, para que temas o ho-

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mem, que mortal, ou o filho do homem, que no passa de erva? (Is 51.12.) Quem voc para temer o homem, quando Deus prometeu ajud-lo? orgulho temer o homem. E o orgulho oposto do temor do Senhor. Sim, este Provrbio verdadeiro e grande ajuda para ns. Pai, tema a Deus. Sim, tema a Deus. Tema desonr-Lo. Tema desconfiar dEle. Tema colocar a sua avaliao do problema acima do prprio Deus. Deus afirma que pode ajud-lo. Ele mais sbio do que voc, mais forte e mais generoso. Confie nEle. Tema no confiar nEle. Por qu? Deus trabalha por aqueles que esperam nEle (Is 64.4). Deus resolver o problema. Ele salvar a famlia. Cuidar dos pequeninos. Suprir as necessidades de vocs. Tema desconfiar dessa promessa. Ento, os seus filhos tero um refgio. Eles tero um pai que tem firme confiana no em si mesmo, e sim nas promessas de Deus, perante o Qual ele treme, se no confiar.

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Pai, somos fracos em ns mesmos. E nossos filhos precisam que sejamos fortes. Faze-nos fortes no Senhor. Torna-Te a fora de nossa vida. D-nos confiana e fora profunda, arraigada em Deus. Que nossos filhos sintam esta confiana e fiquem seguros. Mostra-lhes, por meio de nossa f humilde, Que a segurana est em Deus e no nos melhores pais. Faze-os crescer de modo que sejam fortes Em Ti, de gerao em gerao. Em nome de Jesus, oramos. Amm.

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CONHECENDO MAIS A DEUS, P O R E S TA R E L E L EVANDO NOSSOS FARDOS UMA DAS RAZES POR QUE NO CONHECEMOS PROFUNdamente a Deus que no nos aventuramos muito em seu compromisso de carregar os nossos fardos. Conhecer a Deus com um senso de realidade pessoal autntica no uma simples questo de estudar. uma questo de andar com Deus atravs do fogo e no ser queimado. uma questo de no ser esmagado por um fardo, porque Ele o leva por voc, ao seu lado. O que, ento, Deus leva?

1. Deus tem levado os nossos pecados.O meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificar a muitos, porque as iniqidades deles levar sobre si (Is 53.11).

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Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos (Hb 9.28). Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados (1 Pe 2.24). Crer nesta verdade e experimentar seu efeito libertador crucial para a vida agora. Sentimentos de culpa no tm a palavra final! Crer nesta verdade tambm crucial para a hora de nossa morte. O aguilho da morte o pecado, mas graas sejam dadas a Deus, porque esse aguilho foi removido. igualmente crucial para nosso gozo eterno. A obra de Cristo em carregar nossos pecados nos assegura uma compensao eterna para todas as supostas perdas nesta vida de amor sacrificial. Esta confiana o fundamento de conhecermos a Deus.

2. Deus se compromete a levar nossas ansiedades.Lanando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vs (1 Pe 5.7). A nica outra passagem bblica onde ocorre a palavra grega traduzida por lanar, neste versculo, Lucas 19.35, onde lemos que os discpulos puseram suas vestes sobre o jumentinho, para que Jesus o montasse. Que tipo de ansiedade Deus almeja tirar de nossas costas e levar por ns? Todo o tipo de ansiedade. Por exemplo,

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ansiedades a respeito de necessidades (Fp 4.4-7), inutilidade (Is 55.11), fraqueza (2 Co 12.9), decises (Sl 32.8), adversrios (Rm 8.31), aflio (Sl 34.19; Rm 5.3-5), velhice (Is 46.4), morte (Rm 14.7-9) e incerteza de perseverana (Fp 1.6; Hb 7.25). Quando perguntaram a George Mller como podia se sentir calmo em um dia agitado, com tantas incertezas sobre o orfanato, ele respondeu algo assim: Lancei sessenta coisas sobre o Senhor nesta manh. Quando Hudson Taylor foi informado de que missionrios sob a sua responsabilidade estavam em perigo, logo ouviu-se Taylor sussurrando seu hino favorito Jesus, estou descansando, descansando no gozo do que Tu s!

3. Deus se compromete a levar nossos cuidados.Confia os teus cuidados ao SENHOR, e ele te suster; jamais permitir que o justo seja abalado (Sl 55.22). A palavra hebraica traduzida por cuidado, neste versculo, pode ser traduzida por quinho. Qual o seu quinho hoje? O que a providncia de Deus lhe trouxe? Em ltima instncia, isto procede do Senhor. Ele o levar por voc. Este quinho no tem o propsito de esmaglo ou arruin-lo. Tem o propsito de provar sua confiana em Deus para carreg-lo por voc. (Veja Salmos 16.5, 63.8.)

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Para Amy Carmichael, o quinho era o estado de solteira. Houve vrias oportunidades para ela deixar esse estado e assumir a vida de casada. Mas ela ouviu a voz interior: No, no, no. Ela lanou esse quinho sobre o Senhor, que o levou por ela, tornando-a frutfera e plena de alegria.

4. Deus se compromete a levar a causa da justia por ns.Ele [Jesus], quando ultrajado, no revidava com ultraje; quando maltratado, no fazia ameaas, mas entregava-se quele que julga retamente (1 Pe 2.23). Em quase todos os relacionamentos da vida, voc ser tratado com injustia. Jesus nunca nos chamou para uma luta justa (George Otis Jr). Como voc no se sentir amargurado? Deixando que Deus leve a sua causa e acerte as contas quer na cruz, quer no inferno. Pedro disse que Jesus lidou com os atos errados praticados contra Ele entregando-se a Deus, que julga todas as coisas com justia. Deus administrar a nossa causa. A mim me pertence a vingana; eu que retribuirei, diz o Senhor (Rm 12.19). Entregue-Lhe sua causa. Prepare-se para ser tratado com injustia, quer seja algum furando a fila sua frente, quer seja algum dando falso testemunho a seu respeito em um tribunal.

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5. Deus se compromete a levar voc toda a sua vida.Ouvi-me, casa de Jac e todo o restante da casa de Israel; vs, a quem desde o nascimento carrego e levo nos braos desde o ventre materno. At vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda at s cs, eu vos carregarei; j o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei (Is 46.3-4). (Veja tambm x 19.4; Sl 18.35, 94.18.) A vida crist uma vida de ser levado, desde o comeo at ao final. Ns trabalhamos, mas, na realidade, Deus quem trabalha em nosso ntimo (1 Co 15.10).

ConclusoVenham a Ele, todos os que trabalham arduamente e esto sobrecarregados, e encontrem descanso para a alma. Aprofunde sua comunho com Deus e conhea-O melhor, aventurando-se mais em seu compromisso de levar voc e todas as suas inquietaes.

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Pai, obrigado pelo zelo que manifestas em ser forte para conosco. Amamos teu anelo por manifestar a tua grandeza, Servindo-nos, em vez de ser servido por ns. Apreciamos magnificar o teu poder Ao lanarmos nossos fardos sobre Ti. Pai, ajuda-nos a sermos como crianas. Ajuda-nos a no nos ressentirmos por necessitar de Ti. Ajuda-nos a crer que teu imenso poder para ns, em Cristo Jesus. Faze-nos valentes na causa do amor. Por intermdio de Cristo, oramos. Amm.

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PERSEVERE

NA

ORAO

UMA MEDITAO SOBRE COLOSSENSES 4.2-4 Perseverai na orao, vigiando com aes de graas. Suplicai, ao mesmo tempo, tambm por ns, para que Deus nos abra porta palavra, a fim de falarmos do mistrio de Cristo, pelo qual tambm estou algemado; para que eu o manifeste, como devo fazer.

E STA PASSAGEM NOS D CINCO DIRETRIZES PARA Aorao, as quais precisamos ouvir.

Primeira: Perseverai na orao.Existe muito poder a ser desfrutado em perseverarmos na orao. No esqueam o amigo inoportuno de Lucas 11.8: Digo-vos que, se no se levantar para dar-lhos por

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ser seu amigo, todavia, o far por causa da importunao e lhe dar tudo o de que tiver necessidade; e no esqueam a parbola que Jesus contou sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer. A perseverana o grande teste de genuinidade da vida crist. Louvo a Deus pelos crentes que tm perseverado em orao durante sessenta, setenta ou oitenta anos! Oh! que sejamos um povo de orao e que este ano e todos os nossos anos seja saturado com oraes ao Senhor de todo o poder e de todo o bem. Ser bom dizermos no final da vida: Completei a carreira, guardei a f, por meio da orao.

Segunda: Vigiai na orao.Isto significa: Esteja alerta! Esteja mentalmente desperto. Talvez o apstolo Paulo tenha aprendido isto do que aconteceu no Getsmani. Jesus pediu aos discpulos que orassem, mas os encontrou dormindo. Ele disse a Pedro: No pudeste vigiar nem uma hora? Vigiai e orai, para que no entreis em tentao (Mc 14.37,38). Precisamos estar em vigilncia enquanto oramos em vigilncia contra as vagueaes de nossa mente, contra as vs repeties, contra expresses vulgares e sem sentido, contra desejos restritos e egostas. Tambm devemos vigiar por aquilo que bom. Devemos estar especialmente alerta quanto orientao de Deus, nas Escrituras, para as nossas splicas. Deus quem opera em ns a vontade de orar, mas sempre experimentamos esta capacitao divina como

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nossa prpria atitude e resoluo.

Terceira: Seja agradecido em todas as oraes.So admirveis os relatos do que Deus tem feito na vida de muitos crentes, por meio da orao. Tais relatos me tm estimulado a persistir em orao com aes de graas. Compartilhe com os outros estas boas coisas.

Quarta: Pea que se abra uma porta pregao da Palavra, na sua vida.Em dois sentidos: 1. Que, semana aps semana, haja coraes abertos e receptivos em sua igreja; 2. Que seus vizinhos se mostrem receptivos ao evangelho, enquanto voc o anuncia. Certa mulher, chamada Ldia, da cidade de Tiatira, vendedora de prpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o corao para atender s coisas que Paulo dizia (At 16.14). Isto o que desejamos acontea nos domingos e durante a semana.

Quinta: Ore pelos pregadores de nossa ptria, para que eles apresentem com clareza o mistrio de Cristo.Grande o mistrio da piedade (1 Tm 3.16). Oh! que chamada para o proclamarmos! Eu amo o ministrio de

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pregador! Embora, no esteja a altura dele. Eu e todos os pregadores, pastores, necessitamos de orao para que entendamos o mistrio de Cristo, escolhamos os textos necessrios, preguemos no poder do Esprito Santo, falemos a verdade em amor. Sem Cristo, nada podemos fazer.

Pai misericordioso, obrigado por seres Um Deus que ouve as oraes. Oh! que apreciemos este dom! avassalador o pensamento de que O Criador e Sustentador de todas as coisas Atenta s nossas oraes e satisfaz nossas necessidades. Torna-nos persistentes, vigilantes, gratos e preparados para toda porta aberta. Enche-nos os lbios com oraes a Ti E com o evangelho aos outros. Aumenta-nos a f na verdade de que, pela orao, Temos no mundo uma influncia maior, em proporo pequenez que somos em ns mesmos. Em nome de Jesus, oramos. Amm.

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doze___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

POR

QUE A

CRENA

NO

INFERNO

F U N DA M E N TA L ?

HOJE O DE DIA DE COMUNICAES RPIDAS. AMANH o dia dos negcios. A eternidade o dia da verdade. Se voc vive somente para este mundo, se importar pouco com a verdade. Comamos e bebamos, que amanh morreremos. Se isso tudo que existe, podemos muito bem chamar de verdade as idias que protegem nossos apetites. Mas, se voc vive para a eternidade, rejeitar as modas populares e efmeras, para se tornar eternamente relevante. Temos de valorizar a verdade acima do sucesso temporrio. Onde a verdade minimizada e as pessoas no esto nela arraigadas e fundamentadas, o sucesso superficial, e a rvore cresce oca, embora floresa no sol da prosperidade. Que Deus nos d um amor humilde e submisso pela verdade da Palavra de Deus, na profundeza e plenitude dela. Ouam a advertncia de Paulo a respeito de nossos dias:

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Haver tempo em que no suportaro a s doutrina; pelo contrrio, cercar-se-o de mestres segundo as suas prprias cobias, como que sentindo coceira nos ouvidos (2 Tm 4.3). [Eles] perecem, porque no acolheram o amor da verdade para serem salvos (2 Ts 2.10). Considere uma verdade que no popular e tem sido abandonada por muitos que tm sobre a sua tenda a bandeira de evanglico a verdade a respeito do inferno. Oh! que grande diferena existe quando uma pessoa cr no inferno com tremor e lgrimas! Existe uma seriedade permeando toda a vida, uma urgncia em todos os esforos, um condimento de profunda seriedade que tempera tudo e faz com que o pecado sinta-se mais pecaminoso, e a santidade mais santa, a vida mais preciosa, os relacionamentos mais profundos e Deus muito mais importante. Entretanto, como em toda gerao, existem novos abandonos da verdade. Clark Pinnock, um telogo canadense que insiste em se chamar evanglico, escreveu: A princpio fui levado a questionar a crena tradicional no tormento eterno e consciente, porque me era moralmente repugnante e por consideraes teolgicas mais amplas, e no por considerao de textos bblicos. No lgico dizermos que um Deus de amor afligir pessoas para sempre, por causa de pecados cometidos no contexto de uma vida finita... tempo de os evanglicos se levantarem e afirmarem que o

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ensino bblico moralmente apropriado sobre o inferno a aniquilao, e no o tormento eterno.1 Dorothy Sayers, que faleceu em 1957, expressou um antdoto necessrio para este tipo de abandono da verdade: Parece existir um tipo de conspirao, especialmente entre os escritores de meia idade que possuem uma tendncia vagamente liberal, para esquecer ou anular de onde procede a doutrina sobre o inferno. Encontramos freqentes referncias cruel e abominvel doutrina medieval do inferno ou a grotesca e ingnua imagem medieval de vermes e fogo. O caso, porm, exatamente o contrrio. Encaremos os fatos. A doutrina do inferno no medieval; uma doutrina ensinada por Cristo. No um artifcio do clero medieval para atemorizar o povo e faz-lo dar dinheiro igreja. O inferno o julgamento deliberado de Cristo sobre o pecado. A imagem de vermes que no morrem e de fogo inextinguvel deriva-se no da superstio medieval, e sim do

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1. Clark Pinnock and Delwin Brown, Theological Crossfire: An Evangelical/ Liberal Dialogue (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1990), pp. 226227.

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profeta Isaas; e foi Cristo quem a usou enfaticamente... Ela nos confronta no mais antigo e menos editado dos evangelhos; est explcita em muitas das parbolas mais familiares e implcita em muitas outras. Esta figura tem, nos ensinos de Cristo, uma dimenso maior do que algum possa perceber, at que comece a ler todos os evangelhos, em vez de selecionar e ler somente as passagens mais consoladoras. Ningum pode se livrar desta doutrina, sem despedaar o Novo Testamento. No podemos repudiar o inferno, sem repudiarmos a Cristo.2 Eu acrescentaria: existem muitas outras coisas que, abandonadas, tambm equivalero ao eventual repdio de Cristo. No por causa de uma lealdade ultrapassada que amamos as verdades da Escritura nem mesmo as mais severas. por causa do amor a Cristo e por causa do amor para com o seu povo povo esse que somente o Cristo da verdade pode salvar.

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2. Dorothy Sayers, A Matter of Eternity, ed. Rosamond Kent Sprague (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1973), p. 86.

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Pai celestial, trememos e choramos Ante revelao do tormento eterno. Oh! quo grande o pecado do homem! Nosso pecado! Ajuda-nos a no avaliarmos a justia do inferno, Pela nossa noo fraca de pecado, Antes, faa-nos ter uma percepo justa de nosso pecado luz do horror do inferno. Oh! que o temamos corretamente, Salvemos quantos pudermos, Amemos o Cristo que levou nossa culpa E permaneamos em temor de tua justia e graa! Em nome de Jesus, oramos. Amm.

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PARA VS, QUE CREDES, E L E A P R E C I O S I DA D EUMA MEDITAO SOBRE 1 PEDRO 2.7 Para vs outros... que credes, a preciosidade.

A MARCA DISTINTIVA DE UM FILHO DE D EUS NO Aperfeio, e sim a fome por Cristo. Se temos experimentado a bondade do Senhor, desejaremos a Cristo (1 Pe 2.2-3). A razo para isso que um filho possui a natureza de seu pai. Somos participantes da natureza divina (2 Pe 1.4), se somos nascidos de Deus e temos a semente divina permanente em ns (1 Jo 3.9). Somos como que lascas da Antiga Rocha. 1 Pedro 2.4 afirma que Cristo precioso para Deus, e o versculo 7 nos diz que Ele precioso para o crente. Por conseguinte, o crer que salva no apenas uma concordncia com o fato de que a Bblia verdadeira. O crer que salva

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implica uma nova natureza que valoriza aquilo que Deus ama. luz deste fato, considere Joo 17.26. Que promessa maravilhosa! Nessa ocasio, Jesus est orando por seus discpulos e por todos os que crero nEle, pelo testemunho verbal de seus discpulos (Jo 17.20). Ele concluiu sua orao com a mais sublimes das peties: Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja. Considere atentamente. O pedido de Jesus ao Pai foi que o amor de Deus pelo Filho estivesse em ns. Voc j pensou que Jesus deseja que voc o ame no somente com o seu amor, mas tambm com o amor que Deus Pai tem pelo Filho? Como isto possvel? possvel por causa do novo nascimento. Tornar-se um crente significa ter uma nova natureza, outorgada por Deus. Em termos prticos, isto significa que Deus entra em nossa vida por intermdio do Esprito Santo e comea a dar-nos novas afeies, novas emoes, ou seja, as emoes de Deus. a presena de Deus, o Esprito, em nossa vida que nos faz amar a Jesus com o amor de Deus Pai. De fato, o Esprito Santo deve ser visto como o amor de Deus em uma Pessoa. Ser governado pelo Esprito significa ser governado por um amor divino por Jesus. Ele estava simplesmente orando que fssemos cheios do Esprito, a Pessoa divina que expressa o amor que o Pai tem para com o Filho. Deste modo, seremos cheios do prprio amor com o qual o Pai ama o Filho.

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Que imenso amor! Em todo o universo, no existe amor maior do que o amor transbordante que existe entre o Pai e o Filho, na santssima Trindade. Nenhum amor mais poderoso, mais intenso, mais contnuo, mais puro, mais repleto de deleite no Amado do que o amor de Deus para com o Filho. uma energia de gozo que faz as bombas atmicas parecerem fogos de artifcio. Oh! como o Pai se deleita no Filho! Oh! quo precioso o Filho para o Pai! Este o meu Filho amado, em quem me comprazo, disse o Pai no batismo de Jesus (Mt 3.17). Este o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi (Mt 17.5). Em todo o universo, ningum mais precioso para o Pai do que o seu Filho, Jesus Cristo. deste modo que Ele deve ser precioso para ns. Com que amor infinito o Pai ama o Filho! Esta a grandeza para a qual estamos nos dirigindo em nosso deleite no Filho. crente, junte-se ao Pai neste maior de todos os amores! Se voc nascido de Deus, veja Jesus com os olhos de Deus. Para vs... que credes, a preciosidade.

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Pai, responde a splica de teu Filho, Por ns, agora, quanto pudermos suportar: Que o amor com que amas a Ele Esteja em ns, e Ele, em ns. Confessamos que nosso amor Por Cristo no tudo que Ele merece. Anelamos am-Lo ainda mais, Com mais pureza, mais intensidade, Mais consistncia, mais regozijo. Por amor a Ti, Pai, E para a glria de teu Filho, Satisfaze-nos com a glria dEle. Em nome de Jesus, oramos. Amm.

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O QUE JESUS QUER?

O QUE J ESUS QUER ? ENCONTRAMOS A RESPOSTA EMsuas oraes. O que Ele pediu a Deus? A sua orao mais extensa pode ser lida em Joo 17, verso 24. Este o clmax de seu desejo: Pai, a minha vontade que onde eu estou, estejam tambm comigo os que me deste . Entre todos os pecadores indignos no mundo, existem alguns que o Pai deu a Jesus. Estes so os que Deus trouxe ao Filho (Jo 6.44,65). Eles so crentes pessoas que receberam a Jesus como o Salvador e Senhor, crucificado e ressuscitado, o Tesouro de suas vidas (Jo 1.12; 3.17; 6.35; 10.11,17-18; 20.28). Jesus disse que deseja que seus discpulos estejam com Ele. s vezes, ouvimos as pessoas dizerem que Deus criou o

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homem porque Ele estava sozinho. Elas dizem: Deus nos criou para que estivssemos com Ele. Jesus concorda com isto? Bem, de fato, Ele disse que queria que estivssemos com Ele! Sim; mas por qu? Considere o restante do versculo. Por que Jesus quer que estejamos com Ele? Pai, a minha vontade que onde eu estou, estejam tambm comigo os que me deste, para que vejam a minha glria que me conferiste, porque me amaste antes da fundao do mundo. Essa seria uma maneira estranha de expressar a sua solido. A minha vontade que onde eu estou, estejam tambm comigo os que me deste, para que vejam a minha glria. De fato, estas palavras no expressam a solido de Jesus. Expressam o interesse dEle pela satisfao de nosso anelo, e no de sua solido. Jesus no est sozinho. Ele, o Pai e o Esprito Santo esto plenamente satisfeitos na comunho da Trindade. Ns, e no Ele, estamos famintos por algo. E o que Jesus deseja para ns que experimentemos aquilo para o que realmente fomos criados ver e provar a glria de Deus. Oh! que Deus faa isto aprofundar-se em nossa alma! Jesus nos fez (Jo 1.3) para vermos sua glria. Pouco antes de ir para a cruz, Ele suplica ao Pai os seus desejos mais profundos Pai, a minha vontade [meu desejo] que... estejam comigo... para que vejam a minha glria.

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Mas isto somente a metade do que Jesus deseja nestas palavras finais de sua orao. J afirmamos que fomos criados para ver e provar a glria dEle. Isto o que Ele quer no somente que vejamos, mas tambm que provemos a sua glria, que tenhamos deleite e prazer nela, que a entesouremos e amemos? Considere o versculo 26: Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja. Este o final da orao. Qual o objetivo final de Jesus para ns? No apenas que vejamos a sua glria, mas que O amemos com o mesmo amor que o Pai tem por Ele a fim de que o amor com que me amaste esteja neles. O anelo e objetivo de Jesus que vejamos a sua glria e sejamos capazes de amar o que vemos com o mesmo amor que o Pai tem pelo Filho. Ele no queria dizer que devemos apenas imitar o amor do Pai para com o Filho. Ele estava dizendo que o prprio amor do Pai se torna nosso amor pelo Filho que amemos o Filho com o amor do Pai para com o Filho. Isto o que o Esprito Santo se torna e concede em nossa vida: amor pelo Filho, por meio do Pai, pela operao do Esprito. O que Jesus mais deseja que seus eleitos sejam reunidos (Jo 10.16, 11.52) e tenham o que eles mais querem ver a glria de Cristo e prov-la com o amor do Pai pelo Filho. O que eu mais quero estar reunido com vocs (e muitos

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outros) e VER a Cristo em toda a sua plenitude e que, juntos, amemos o que vemos com um amor que excede as nossas capacidades humanas. Foi isto que Jesus pediu por ns: Pai, mostra-lhes a minha glria e d-lhes que se deleitem em mim com o mesmo deleite que tens em mim. Oh! que vejamos a Cristo com os olhos de Deus e provemos a Cristo com o corao de Deus. Isto a essncia do cu. Este foi o dom que Cristo veio comprar para os pecadores, ao preo de sua prpria morte, em nosso lugar.

Pai santo, unimo-nos a Jesus em pedir Para ns aquilo que Ele mesmo pediu. D-nos que estejamos com Ele, Para que vejamos a sua glria e O amemos Com o prprio amor que tens para com Ele. Oremos para que tenhamos agora tanto Quanto pudermos dessa experincia de Cristo. Ento, completa-a no cu, com Ele, Pelo poder que O ressuscitou dos mortos. Queremos ver a Jesus. Queremos provar a glria dEle. pai de misericrdia, abre nossos olhos e leva-nos ao lar. Em nome de Jesus, oramos. Amm.

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A

C O M O A L E I M E A J U DA C O N H E C E R MEU P E C A D O ?UMA MEDITAO SOBRE ROMANOS 7.7,8 Que diremos, pois? a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu no teria conhecido o pecado, seno por intermdio da lei; pois no teria eu conhecido a cobia, se a lei no dissera: No cobiars. Mas o pecado, tomando ocasio pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscncia; porque, sem lei, est morto o pecado.

COMECEMOS OLHANDO O CONTEXTO DE ROMANOS 7.7-81. Paulo est defendendo a Lei, aps dizer algumas coisas negativas a respeito da Lei (tais como: voc precisa morrer para a Lei 7.4; paixes pecaminosas so

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despertadas pela Lei 7.6; a Lei veio para que a ofensa avultasse 5.20). 2. O argumento de Paulo que a Lei no pecado, mas expe o pecado como pecado. Ao fazer isso, a Lei freqentemente torna o pecado evidente e recebe a culpa por ele. 3. Existe uma condio pecaminosa por trs de nossos pecados, uma condio sobre a qual precisamos ter conhecimento. Paulo diz no versculo 8: O pecado... despertou em mim toda sorte de concupiscncia. Em outras palavras, o pecado da cobia produzido por uma condio que Paulo chamou de pecado. Esta a nossa depravao, a nossa queda ou (para os crentes) a nossa corrupo remanescente. 4. Paulo usou o mandamento contra a cobia para ilustrar como a Lei nos mostra nossa condio pecaminosa. 5. Cobia significa apenas desejos que voc no deveria ter. Os nossos desejos so maus porque brotam da perda de satisfao em tudo o que Deus para ns em Cristo. Os desejos so maus quando procedem da perda de contentamento em Deus. 6. At que a Lei de Deus entre em cena e proba alguns

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de nossos desejos (No cobiars), nossos desejos no so experimentados como pecado, e sim como exigncias imperativas que parecem ter sua prpria legitimidade. At que a Lei de Deus confronte esta lei sediciosa, no experimentamos nossos desejos como pecado (sem lei, est morto o pecado 7.8). Eu quero isso. Portanto, eu devo ter isso. Esse tipo de pensamento inato. Desejo equivale a merecimento, at que a Lei de Deus venha e diga: No. Percebemos isto com clareza nas criancinhas, que acham muito doloroso aprenderem que seus desejos no so leis. 7. Isto nos mostra a fonte da condio pecaminosa: independncia de Deus, rebelio contra Deus. Em sua fonte, nossa condio pecaminosa o comprometimento de sermos nosso prprio deus. Serei a autoridade final de minha vida. Decidirei o que certo e o que errado para mim, o que bom ou mau para mim, o que verdadeiro ou falso para mim. Meus desejos expressam minha soberania, minha autonomia e embora normalmente no o digamos minha suposta deidade. Esta independncia de Deus esta rebelio e hipottica soberania, autonomia e deidade produz todo tipo de cobia. A expresso toda sorte dispe-nos a pensar sobre quo diabolicamente a cobia pode se expressar. Precisamos

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saber disso, pois, do contrrio, no conheceremos o nosso prprio pecado ou a ns mesmos. Em geral, existem dois tipos de desejos maus (cobia) que a Lei desperta, e ambos so expresses de amor, de um caso de amor com a independncia e auto-exaltao. 1. Um bastante bvio, ou seja, o desejo de ter as coisas proibidas. Provrbios 9.17 afirma: As guas roubadas so doces, e o po comido s ocultas agradvel. Agostinho confessou sobre a sua juventude: Eu sentia disposio de roubar, e roubava, embora no fosse impelido por qualquer carncia, exceto pela carncia de um senso de justia ou por um desprazer por aquilo que era certo ou por um amor vido para praticar o erro... No tinha qualquer desejo de gozar das coisas que eu ansiava roubar, mas somente gozar do roubo em si mesmo e do pecado.1 Portanto, uma das formas de desejo que o mandamento desperta o desejo de fazer a prpria coisa proibida. Isto se deve ao amor inato de sermos nosso prprio deus e ao nosso desprazer por submisso. 2. O outro tipo de desejo mau, despertado pela Lei, o desejo de guardar a Lei por nossos prprios esforos, tendo em vista a exaltao de nossa proeza moral.

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1. Agostinho, Confessions, II, 4, nfase adicionada.

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Isto parece bastante diferente. No matars, no furtars, no adulterars, no mentirs. Em vez disso, apenas justia prpria. No que guardar a Lei seja errado ou cobioso. Antes, o problema o desejo de guard-la por meus prprios esforos, e no por dependncia sincera do poder de Deus. O problema desejar a glria de minha realizao, e no a glria de Deus. Esta uma forma sutil de cobia. Portanto, conhea a si mesmo! Conhea os seus pecados, sua condio pecaminosa de rebelio e insubordinao. Se isto o levar, repetidas vezes, cruz e ao evangelho da justificao somente pela graa, por meio da f, exaltar a Cristo, ser cura para a sua alma e doura para todos os seus relacionamentos.

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Pai, obrigado pela dolorosa obra da Lei em nossa vida. Obrigado por que no nos deixaste Sentir bem em nossa rebelio, e sim infelizes. Obrigado por que nos tornaste miserveis Na adorao de ns mesmos como deuses. Oh! quo preciosa a tua Lei, que nos convence de pecado! E desperta agora tanto o tremer como o valoriz-la. Continua usando-a para nos mostrar a Cristo. Capacita-nos, como pecadores justificados, A nos deleitarmos em tua Lei, Mediante o teu poder redentor. Em nome de Jesus, oramos. Amm.

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dezesseis___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

UM ANELO PELA PUREZA VERSUS O R A O P A S S I VAEu, porm, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com inteno impura, no corao, j adulterou com ela. Se o teu olho direito te faz tropear, arranca-o e lana-o de ti; pois te convm que se perca um dos teus membros, e no seja todo o teu corpo lanado no inferno.Mateus 5.28-29

QUANDO VOC TENTADO SEXUALMENTE , VOC LUTAem sua mente para dizer no imagem e se empenha, com vigor, para pensar em imagens com outra conotao que aniquilaro a imagem sedutora? Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se pelo Esprito

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mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis (Rm 8.13). Muitos crentes pensam que lutam contra a tentao quando oram por livramento e esperam que o desejo desaparea. Isto muito passivo. Sim, Deus opera em ns tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade! Mas o resultado : Desenvolvei a vossa salvao com temor e tremor (Fp 2.12-13). Arrancar os olhos talvez seja uma metfora, mas expressa uma atitude violenta. O crebro um msculo que devemos exercitar em busca de pureza, e o crebro do crente fortalecido com o poder do Esprito de Cristo. Isto significa que no devemos dar mais do que cinco segundos a uma imagem ou um impulso sexual, antes de lanarmos um contra-ataque violento em nossa mente. Isso mesmo! Cinco segundos. Nos dois primeiros segundos, dizemos: No! Saia de minha mente. Nos dois prximos segundos, clamamos: Deus, em nome de Jesus,