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O IMPERIALISMO Jorge Miklos História Contemporânea I Faculdades Guarulhos Segundo Semestre 2011.

O IMPERIALISMO

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O IMPERIALISMO

Jorge MiklosHistória Contemporânea IFaculdades Guarulhos Segundo Semestre 2011.

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Por meio de sua exploração do mercado mundial, a burguesia deu um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. Para desespero dos reacionários, retirou da indústria sua base nacional. As velhas indústrias nacionais foram destruídas ou estão-se destruindo dia a dia. São suplantadas por novas indústrias, cuja introdução se torna uma questão de vida e morte para todas as nações civilizadas, por indústrias que não empregam matérias-primas autóctones, mas matérias-primas vindas das zonas mais remotas; indústrias cujos produtos se consomem não somente no próprio país, mas em todas as partes do globo. Em lugar das antigas necessidades, satisfeitas pela produção nacional, encontramos novas necessidades que requerem para sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas e dos climas mais diversos. Em lugar do antigo isolamento local e da auto-suficiência das nações, desenvolvem-se, em todas as direções, um intercâmbio e uma interdependência universais.

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E isso tanto na produção material quanto na intelectual. (...) Com o rápido aprimoramento dos meios de produção, com as imensas facilidades dos meios de comunicação, a burguesia arrasta todas as nações, mesmo as mais bárbaras, para a civilização. Os baixos preços de suas mercadorias formam a artilharia pesada com que destrói todas as muralhas da China, com que obriga à capitulação dos bárbaros mais hostis aos estrangeiros. Força todas as nações, sob pena de extinção, a adotarem o modo burguês de produção; força-as a adotarem o que ela chama de civilização, isto é, a se tornarem burguesas. Em uma palavra, cria um mundo à sua imagem.

MARX, Karl e ENGELS, F. Manifesto Comunista. Rio de Janeiro: Zahar, 1982, p. 97

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“O mundo está quase todo parcelado, e o que dele resta está sendo dividido, conquistado, colonizado. Pense nas estrelas que vemos à noite, esses vastos mundos que jamais poderemos atingir. Eu anexaria

os planetas, se pudesse; penso sempre nisso. Entristece-me vê-los tão clara mente, e ao mesmo

tempo tão distantes.”(Cecil Rhodes 1895)

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O IMPERIALISMO DEFINIÇÃO

• Imperialismo ou Neocolonialismo: fenômeno econômico, social, político e cultural ocorrido no mundo de finais do século XIX e início do XX (mais especificamente, entre 1875 e 1914), marcado basicamente pela divisão do planeta entre as potências industriais-capitalistas européias.

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O IMPERIALISMOFATORES GERADORES

• Na segunda metade do século XIX, a Revolução Industrial, até então praticamente restrita à Inglaterra, expandiu-se e alcançou outras partes da Europa e do mundo, notadamente Alemanha e Itália recém-unificadas, Rússia, Estados Unidos e Japão.

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O IMPERIALISMOFATORES GERADORES

• Além disso, a tecnologia industrial sofisticou-se, atingindo vários setores da produção (metalurgia, siderurgia, petroquímica), ampliando significativamente a produtividade das indústrias.

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O IMPERIALISMOFATORES GERADORES

• Uma produção crescente de mercadorias exigia novos mercados consumidores de gêneros industriais, uma vez que a população européia, em sua maioria miseráveis moradores das cidades industriais, não detinha poder aquisitivo para consumir, na escala exigida pelas novas indústrias, as mercadorias que saíam da fábricas, onde normalmente trabalhavam. Verificava-se, na Europa desse período, o fenômeno da superprodução.

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O IMPERIALISMOFATORES GERADORES

• crescimento demográfico: a partir de meados do século XIX, a população européia passou a crescer em ritmo acelerado, devido, sobretudo, à queda da mortalidade dadas às inovações da ciência médica; surgiu assim um excedente demográfico, formado principalmente, por pobres, que ameaçava a estabilidade da relações sociais na Europa, até porque, esses marginalizados buscavam, cada vez mais, organizar-se em torno das propostas socialistas;

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O IMPERIALISMOFATORES GERADORES

• busca de matérias-primas: a indústria começava a usar uma tecnologia cada vez mais sofisticada, o que exigia matérias-primas exóticas, encontradas em pontos remotos do planeta, como o cobre, o petróleo, manganês, borracha, etc.

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O IMPERIALISMOFATORES GERADORES

• busca de investimentos de capital: na Europa, havia um grande capital que não podia ser reinvestido na produção sem agravar o problema do excedente produtivo; assim, esse capital precisava ser direcionado para outras áreas do planeta, favorecendo o controle político e o escoamento de mercadorias nas regiões dominadas pelos países europeus;

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O IMPERIALISMOFATORES GERADORES

• ascensão do movimento operário: os trabalhadores europeus estavam paulatinamente se organizando em torno dos sindicatos e dos partidos operários, adeptos normalmente das ideologias socialista e anarquista; para neutralizar a força política dos trabalhadores que ameaçava a dominação burguesa, apelou-se para um discurso que minimizava as reivindicações operárias (salário, jornada de trabalho, direitos trabalhistas...) em detrimento da busca da grandeza da nação, da qual todos, mais cedo ou mais tarde, seriam beneficiários.

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O IMPERIALISMOCARACTERÍSTICAS

• concentração da produção e do capital em um número reduzido de países e indivíduos (alta burguesia);

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O IMPERIALISMOCARACTERÍSTICAS

• capital financeiro: fusão entre capital industrial e capital bancário, com predomínio deste último;

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O IMPERIALISMOCARACTERÍSTICAS

• exportação de capitais dos núcleos capitalistas desenvolvidos para a periferia; os investimentos realizados nas colônias ou áreas de influência privilegiavam a infra-estrutura de transportes, energia e comunicações, a fim de agilizar o escoamento das mercadorias e facilitar a dominação;

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O IMPERIALISMOCARACTERÍSTICAS

• associações monopolistas: surgimento de trustes, cartéis e holdings que controlavam produção e mercados;

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O IMPERIALISMOCARACTERÍSTICAS

• partilha do mercado mundial e divisão territorial do planeta entre potências industriais; a dominação poderia ser direta - quando uma região se converte em colônia de uma nação - ou indireta - quando uma nação industrializada estabelece o controle econômico sobre certas regiões, contando, para isso, com a conivência da elite nativa;

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O IMPERIALISMOCARACTERÍSTICAS

• Darwinismo Social• Transposição da teoria de Darwin

acerca dos fenômenos biológicos para os fenônemos sociais

• Foi empregado para tentar explicar a pobreza pós-revolução industrial, sugerindo que os que estavam pobres eram os menos aptos (segundo interpretação da época da teoria de Darwin) e os mais ricos que evoluíram economicamente seriam os mais aptos a sobreviver por isso os mais evoluídos.

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O IMPERIALISMOCARACTERÍSTICAS

• “o fardo do homem branco”: • "The White Man's Burden"

justificativa ideológica do imperialismo; os europeus brancos julgavam-se uma raça superior detentora da civilização; os demais povos não-brancos eram considerados, até mesmo biologicamente, inferiores. Cabia, pois, aos brancos a “dura missão” de levar aos que viviam nas trevas da ignorância e da barbárie, a luz da civilização e do conhecimento.Esta propaganda de sabão usa o tema do "Fardo do Homem

Branco" para encorajar pessoas brancas a ensinar noções de higiene a membros de outras raças.

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O IMPERIALISMOCARACTERÍSTICAS

• A África e a Ásia foram os continentes sobre os quais se estabeleceu o imperialismo europeu de fins do século XIX.

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IMPERIALISMO NA ÁSIAÍndia

• A partir de meados do século XIX, a Inglaterra intensificou o controle sobre a Índia, impondo ao país uma administração britânica, que construiu estradas e organizou missões políticas e religiosas, desestruturando o antigo modo de vida dos indiano.

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IMPERIALISMO NA ÁSIAÍndia

• Tal fato gerou movimentos de cunho nacionalista que tinham por objetivo diminuir a influência britânica na região. Em 1857, eclodiu a Guerra dos Cipaios (soldados indianos), luta nacionalista contra os ingleses que acabou sendo violentamente sufocada em 1859. Rani Lakshmibai

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IMPERIALISMO NA ÁSIAÍndia

• A revolta serviu de pretexto para que a Inglaterra passasse a exercer mais de perto o poder sobre a Índia.

• Em 1877, a rainha Vitória foi aclamada imperatriz da Índia, consolidando, assim, o predomínio britânico sobre o país, que se transformou numa colônia inglesa.

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IMPERIALISMO NA ÁSIAChina

• A China, em meados do século XIX, apresentava o poder centralizado em mãos da dinastia Manchu, mas esse poder dava sinais de enfraquecimento devido ao predomínio da aristocracia agrária.

• Ao mesmo tempo, a China representava um atraente mercado consumidor devido ao número de seus habitantes (cerca de 400 milhões).

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IMPERIALISMO NA ÁSIAChina

• Durante anos, o capitalismo britânico penetrou na China através da ação da Companhia das Índias Orientais, mas outras nações também almejavam conquistar espaço no mercado chinês, gerando inúmeras rivalidades.

• Após a Guerra do Ópio (1841), a frágil resistência chinesa ao avanço do imperialismo sobre seu território foi definitivamente neutralizada.

Tratado de Nanquim (1842), a China teve de abrir cinco de seus portos ao livre comércio e entregar a ilha de Hong-Kong aos ingleses.

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IMPERIALISMO NA ÁSIAChina

• Além da Inglaterra, França e Estados Unidos, outros países acabaram se beneficiando da abertura do mercado chinês como a Rússia, a Alemanha e o Japão.

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IMPERIALISMO NA ÁSIAChina

• Em 1900, uma nova tentativa chinesa de reduzir a presença imperialista em seu território redundou no aprofundamento da dominação estrangeira sobre a China: trata-se da Guerra dos Boxers, reação nacionalista chinesa, violentamente reprimida pela intervenção militar das grandes potências industriais.

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O IMPERIALISMO NA ÁFRICA

• A África foi a maior vítima da ação imperialista européia no século XIX: seu território foi completamente partilhado entre as potências industriais, seus recursos foram largamente explorados e sua população violentamente subjugada, ocasionando graves problemas que se refletem na atualidade do continente.

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O IMPERIALISMO NA ÁFRICA• Iniciada a partir da segunda

metade do século XIX, a efetiva partilha da África atingiu seu ponto máximo na Conferência de Berlim (1884-1885), da qual participaram 14 países europeus e os Estados Unidos.

• Visando estabelecer fronteiras e normas a serem seguidas pelas nações colonizadoras, a conferência, porém, não conseguiu remover divergências entre os países quanto às suas ambições imperialistas.

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O IMPERIALISMO NA ÁFRICA• A divisão do território africano

entre os países industrializados do Ocidente não levou em consideração a realidade geográfica e humana do continente, desrespeitando características naturais e tradições que acabaram por desestruturar a forma de vida nativa.

• Tal fato até hoje causa problemas aos africanos como a imprensa denuncia constantemente.

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O IMPERIALISMO NA ÁFRICA• Dentre os principais efeitos da política

imperialista podemos destacar a ampliação territorial de alguns países - Inglaterra (10 milhões de km2), França (9 milhões), Alemanha (750 mil), Itália (250 mil).

• Os Estados Unidos não estabeleceram áreas de dominação direta, pois já tinham na América Latina sua área de influência exclusiva.

• Portugal e Espanha mantiveram seus domínios na África sobretudo porque os países europeus não chegariam a um acordo pacífico sobre sua divisão.

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Guerras dos Bôeres• As guerras dos bôeres ou guerras

dos bôers foram dois confrontos armados na atual África do Sul que opuseram os colonos de origem holandesa e francesa, os chamados bôeres ao exército britânico, que pretendia se apoderar das minas de diamante e ouro recentemente encontradas naquele território. Em consequência das guerras, os bôeres ficaram sob o domínio britânico, com a promessa de autogoverno.[

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O IMPERIALISMO NA ÁFRICA

• Além disso, as divergências quanto à partilha de territórios aprofundou as tensões existentes entre os países europeus, culminando com a Primeira Guerra Mundial.