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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA Curso de Pós-Graduação Lato Sensu Especialização em Orientação Educacional AVALIAÇÃO DOCENTE DO CURSO DE MATEMÁTICA DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MIRACEMA DO TOCANTINS UNITINS: perspectiva de melhoria da qualidade do ensino e do crescimento profissional. DENISÁLIA ALMEIDA HEITZ ARAÚJO MÁRIO FERREIRA NETO MIRACEMA DO TOCANTINS TO MARÇO - 2002

Monografia avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

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Page 1: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

Curso de Pós-Graduação Lato Sensu

Especialização em Orientação Educacional

AVALIAÇÃO DOCENTE DO CURSO DE MATEMÁTICA DO CAMPUS

UNIVERSITÁRIO DE MIRACEMA DO TOCANTINS – UNITINS: perspectiva de

melhoria da qualidade do ensino e do crescimento profissional.

DENISÁLIA ALMEIDA HEITZ ARAÚJO

MÁRIO FERREIRA NETO

MIRACEMA DO TOCANTINS – TO

MARÇO - 2002

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MÁRIO FERREIRA NETO

AVALIAÇÃO DOCENTE DO CURSO DE MATEMÁTICA DO CAMPUS

UNIVERSITÁRIO DE MIRACEMA DO TOCANTINS – UNITINS: perspectiva de

melhoria da qualidade do ensino e do crescimento profissional.

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação, lato

sensu, em Orientação Educacional da Universidade

Salgado de Oliveira do Rio de Janeiro como parte da nota

referente à obtenção do título de pós-graduado em

Orientação Educacional, sob a orientação da Professora

Msc. Nilza Fernandes.

MIRACEMA DO TOCANTINS – TO

MARÇO - 2002

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Mário Ferreira Neto

AVALIAÇÃO DOCENTE DO CURSO DE MATEMÁTICA DO CAMPUS

UNIVERSITÁRIO DE MIRACEMA DO TOCANTINS – UNITINS: perspectiva de

melhoria da qualidade do ensino e do crescimento profissional.

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação, lato sensu, em Orientação Educacional

da Universidade Salgado de Oliveira do Rio de Janeiro como parte da nota referente à

obtenção do título de pós-graduado em Orientação Educacional, sob a orientação da

Professora Msc. Nilza Fernandes.

Miracema do Tocantins – TO, março/2002.

______________________________________

Professora Msc. Nilza Fernandes

Orientadora

______________________________________

1º Examinador (a)

______________________________________

2º Examinador (a)

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AGRADECIMENTO

Primeiramente ao meu Senhor e Salvador Jesus Cristo que é único digno de toda

honra e louvor, pelo amor eterno e inspiração, por me conceder a oportunidade de estudar e

concluir o presente trabalho, pois sem Ele nada somos e nada podemos. Deus, meu amigo fiel

pela força nas horas difíceis, sei que nada estaria concretizado sem sua infinita graça,

inclusive por estar me abençoado com sua misericórdia e dando-me dias melhores com

intensa força espiritual e física para lutar contra o câncer (neoplasia maligna). Deus tem me

iluminado todos os dias de minha vida, dando-me oportunidades de continuar vivendo para

vencer o câncer.

À minha mãe, Isabel Gonçalves Lima, por toda dedicação de sempre, por não ter

medido esforços para que eu chegasse até esta etapa da minha vida. Mulher de exemplo

palpável, dedicação, coragem e perseverança, por me fortalecer com seu carinho e suas

orações, quero lhe agradecer pelo seu esforço em me educar e ensinar a enfrentar as

intempéries da vida.

Ao meu pai, Délio Ferreira, que sempre me incentivou nos estudos e estivera ao meu

lado, nunca deixando desanimar nos momentos difíceis. Também em parceria com minha

mãe, pelo exemplo que me foi passado, porque desde criança me ensinaram o caminho da

vida, que é Jesus Cristo, por todo amor dedicado a mim, sempre pensando na minha felicidade

e fazendo tudo para que eu e meus irmãos tivéssemos o melhor.

Aos meus irmãos: Carlos José Ferreira (Zezé), Pedro Paulo Ferreira, Maria

Marta Ferreira (Marica) - in memorian, Antônio Carlos Ferreira (Tunin), Délio Ferreira

Filho (Delin), Sebastião Gonçalves Ferreira (Tião) e Maria Aparecida Gonçalves

Ferreira (Cida), por terem me ajudado direta ou indiretamente na elaboração deste trabalho,

bem como pelo incentivo e pelas palavras amigas que não deixaram que eu desistisse deste

projeto.

Aos meus filhos: Yasmim Correia Ribeiro Ferreira, Yago Correia Ribeiro

Ferreira, Guilherme Lopes Ferreira e Gustavo Lopes Ferreira, pelos carinhos e

compreensões. Não tenho palavras para descrever suas importâncias na minha vida e nesta

conquista, que são inquestionavelmente a minha alegria de viver.

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À minha esposa, Mara Braga de Souza Ferreira, que sempre me apóia, estando ao

meu lado nos momentos de angústias, alegrias, tristezas, frustrações, felicidades e que nunca

deixou de acreditar em mim, que têm feito minha vida mais feliz a cada dia.

A toda minha família (avós, pais, irmãos, filhos, esposa, tios, sobrinhos, sogro, sogra e

cunhada e cunhado) por torcerem pela minha recuperação de saúde, dando-me coragem,

esperança, fé e força para vencer a neoplasia maligna gástrica (câncer de estômago), cuja

doença vem enfrentando desde 31 de março de 2008, quando me submeti à intervenção

cirúrgica de gastrectomia total (extração total do estômago), posteriormente com a submissão

às sessões de quimioterapia e radioterapia Aos professores e funcionários da Universidade

Salgado de Oliveira, que sempre nos ajudou ao longo da vida acadêmica.

Aos meus colegas de trabalho do Fórum da Comarca de Miranorte-TO: Cleusa Alves

de Jesus, Valdemi Alves Arruda, Kassandra Araújo Oliveira Kasburg, Élcio Roberto Kasburg,

Mara Núbia Santos, Sônia Maria Bezerra Ferreira, Francisco Carlos Pereira Salgado,

Jefferson da Cruz, que buscaram suprir horas de ausências, pela compreensão e tolerância,

que juntos percorremos um longo caminho, sobretudo pela colaboração.

À professora Maria de Fátima Marques, a quem tenho muita estima e consideração,

por acreditar no projeto, pela sua atenção e por ser esta pessoa maravilhosa e humana que

busca sempre confortar os amigos.

Aos amigos que fiz durante a vida acadêmica, especialmente à Denisália Almeida

Heitz Araújo, que comigo compartilhou os bons e maus momentos, dentro e fora da

Universidade, desde a graduação.

À Professora Orientadora, Msc. Nilza Fernandes por ter compartilhado seus

profundos conhecimentos no âmbito desta formação em Orientação Educacional, assim como

o apoio, incentivo, compreensão e solicitude, imprescindíveis para a concretização desta

monografia.

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À Universidade Salgado de Oliveira que através de seus docentes e funcionários

proporcionaram-me a oportunidade de aprimorar meus conhecimentos para desempenho de

minhas atividades profissionais.

Ao grande amigo, Dr. Heitor Saenger, por me incentivar e orientar, também por

sempre me dizer palavras que erguem a auto-estima e faz elevar meu potencial no exercício

profissional de Professor de Nível Superior de Matemática e de Contador Judicial.

Por fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que esta pós-

graduação fosse concretizada e mesmo não sabendo me ajudaram a enfrentar as dificuldades

do dia-a-dia, especialmente aos acadêmicos do Curso de Matemática do Campus da Fundação

Universidade do Tocantins – UNITINS pelo apoio às minhas pesquisas que de uma forma ou

de outra contribuíram para que essa obra fosse elaborada.

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A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são

doces.

Aristóteles

O homem não é nada além daquilo que a educação faz

dele.

Immanuel Kant

... a dignidade da pessoa humana é valor supremo que atrai

o conteúdo de todos os direitos fundamentais do homem,

desde o direito à vida.

José Afonso da Silva

TERMO DE RESPONSABILIDADE

Declaro, para todos os fins de direito que assumo total responsabilidade pelo aporte

ideológico conferido ao presente trabalho, isentando à Direção, Coordenação e a Banca

Examinadora da Universidade Salgado de Oliveira, de toda e qualquer responsabilidade

acerca desta monografia.

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RESUMO

Título: Avaliação Docente Universidade do Tocantins: Perspectiva de Melhoria

da Qualidade do Ensino e do Crescimento Profissional.

A Universidade tem sido uma das Instituições mais visadas da contemporaneidade.

Sobre ela recaem expectativas muito intensas, exigindo deste a formação profissional de

qualidade até a resolução dos problemas sociais, pela pesquisa e pela extensão. As

Universidades estão, hoje, determinadas a melhorar a qualidade do seu ensino. A um

consenso sobre a necessidade de se oferecer aos alunos a melhora qualidade de ensino

possível, uma melhor preparação como cidadãos e profissionais. O conhecimento acadêmico

não é um conjunto isolado de informações, mas sim um conjunto comprometido com uma

determinada visão de mundo que se manifesta no próprio processo de investigação real.

Quando o conhecimento é trabalhado como processo torna-se momento dinâmico, em que a

dimensão ideológica aparece por meio das diferentes alternativas de concepção de mundo. O

conhecimento é trabalhado como resultado de uma série de atividades transformadoras

ficando clara sua natureza social. A avaliação do desempenho docente para alcançar seu

objetivo último, que é a aprendizagem do aluno, deve ter como referencial e linhas

norteadoras claras e definidas. E para ser levada a cabo necessita de uma metodologia de

investigação viável, fidedigna e adequada aos propósitos.

PALAVRAS-CHAVE: Avaliação. Ensino. Qualidade.

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JUSTIFICATIVA

A Universidade tem sido uma das instituições mais visadas da contemporaneidade.

Sobre ela recaem expectativas muito intensas, exigindo desde a formação profissional de

qualidade até a resolução dos problemas sociais, pela pesquisa e pela extensão.

O desenvolvimento da educação superior no Brasil tem sua história inteiramente

articulada ao processo de formulação e execução de políticas, pensadas e estabelecidas de

forma fragmentada e desconectada de um projeto viável para o desenvolvimento do país.

A avaliação associada à idéia de que a universidade brasileira necessita rever seu

projeto institucional, seu papel junto à sociedade foi amplamente debatido no início da década

de, quando, o movimento estudantil, alguns docentes e outros segmentos sociais propugnaram

por uma reforma universitária, que tentava estabelecer de forma clara um compromisso, tanto

político quanto técnico-científico, com o desenvolvimento e com a transformação da

sociedade brasileira.

Com o advento e a expansão do movimento docente, principalmente nas instituições

públicas, uma nova forma de considerar a questão é encaminhada. A partir daí, ganha

destaque à preocupação com a qualidade das atividades acadêmicas sobejamente prejudicadas

pela deterioração das condições de trabalho, o resultado palpável de uma política educacional,

implementada desde meados dos anos em que a ênfase no acessório prejudicava a percepção

essencial.

Passam, então, a serem preocupações manifestadas dos educadores as propostas acerca

da necessidade da redefinição do projeto político institucional, bem como a importância da

análise da estrutura curricular dos cursos, das atividades de ensino, pesquisa, extensão e do

desenvolvimento docente.

No atual momento histórico e político, é impossível não pensar a educação como em

processo educativo que se desenvolve de forma global e articulada, em que as ações

concorrem para crescimento da visão de mundo dos alunos, através da compreensão da

realidade, da abertura intelectual, do desenvolvimento da capacidade de interpretar e da

produção do novo.

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Muitas universidades estão, hoje, determinadas a melhorar a qualidade do seu ensino e

há um clima extremamente favorável à introdução de mudanças e inovações. Há um consenso

sobre a necessidade de se oferecer aos alunos a melhor qualidade de ensino possível, uma

melhor preparação como cidadãos e profissionais. FÁVERO (1995), Universidade e estágio

curricular: subsídios para discussão descrevem:

Devemos lutar por uma concepção de universidade como instituição dedicada a

promover o avanço do saber e do saber-fazer; ela deve ser o espaço da invenção, da

descoberta, da teoria, de novos processos deve ser o lugar da pesquisa, buscando novos

conhecimentos, sem preocupação imediata; deve ser o lugar da inovação, onde se persegue o

emprego de tecnologias e de soluções; finalmente, deve ser âmbito da solicitação do saber na

medida em que divulgar conhecimentos. Essa concepção universidade implica uma estreita

relação entre ensino, pesquisa e extensão nos mais variados campos. Eximi-la de tal papel e

contribuir para a deteorização da qualidade do ensino universitário no país.

A busca incessante pela qualidade ou qualidade total tem se constituído, em todos os

segmentos da sociedade, em um objetivo a ser alcançado, muito especialmente pelas

Universidades, quer sejam elas públicas ou privadas. Neste sentido, a avaliação docente deve

enfocar a qualidade do ensino, a sua contribuição e o seu significado, explorando,

particu3larmente, o papel da avaliação feita pelos graduandos, como um instrumento para o

crescimento e as implicações dessa avaliação para a melhoria do ensino.

O tema avaliação está intimamente relacionado ao tema ensino porque a avaliação tem

sido vista como um instrumento para melhorar a qualidade do ensino.

Entretanto, muitas são as Universidades que estão determinadas hoje a melhorar a

qualidade do seu ensino e há um clima extremamente favorável ao florescimento de inovações

e à introdução de mudanças. Em grande parte das Universidades Brasileiras se busca hoje a

qualidade.

Parece que hoje, muito mais que no final da década de 70 e início de 80, há consenso

sobre a necessidade de se oferecer aos graduandos a melhor qualidade de ensino possível, a

melhor preparação como cidadãos e como profissionais.

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I – TÍTULO DA MONOGRAFIA:

Avaliação Docente do Curso de Matemática do Campus Universitário de Miracema do

Tocantins – UNITINS: perspectiva de melhoria da qualidade do ensino e do crescimento

profissional.

II – ÁREA:

Avaliação Docente.

III – JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA:

Desde 1995, quando iniciou o Curso de Matemática do Campus Universitário de

Miracema do Tocantins da Fundação Universidade do Tocantins, o ensino passou por várias

fases de ajustamento como: mudanças de grades, mudanças de regime (anual para semestral)

capacitação do seu quadro docente.

A partir do segundo semestre de 1998, por exigência da Reitoria, houve uma

organização no sentido de planejar as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão. No Campus

Universitário de Miracema do Tocantins, este planejamento tem sido um aprendizado

compartilhado pela administração, corpo docente e uma participação ainda tímida do corpo

discente.

Como resultado deste planejamento, foi elaborado o Projeto Pedagógico do Campus

Universitário de Miracema do Tocantins para o Curso de Matemática porque se sentiu a

necessidade de uma avaliação do desempenho docente e verificar se o Planejamento

Pedagógico está coeso com seus objetivos, metas e estratégias, que bem explicitadas nas

políticas educacionais, determinam as condições em que o processo de ensino-aprendizagem

deve ocorrer e que são considerados como padrões mínimos para a qualidade do ensino.

É necessária a avaliação do desempenho do professor, visando à melhoria da

qualidade do ensino e o crescimento pessoal e profissional do docente numa concepção ética

que promova a autoconfiança do educador. Mostrando seus pontos fracos e fortes, suas

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capacidades e dificuldades, o professor não irá simplesmente mudar sua maneira de ensinar,

mas sim, oportunidade de melhorar e ajustar seu comportamento e seus métodos.

IV – DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS:

Objetivo Geral

Avaliar o Corpo Docente do Campus Universitário de Miracema do Tocantins,

na perspectiva de melhoria da qualidade do ensino e o crescimento profissional.

Objetivos Específicos

Verificar a relação entre o Projeto Pedagógico do Curso e a prática didático-

pedagógica do docente;

Compreender e considerar as razões dos docentes resistirem à avaliação;

Incluir o maior número de docentes na discussão dos critérios que serão usados

na avaliação;

Criar procedimentos avaliativos apropriados à realidade do Campus;

Aprimorar a sensibilidade pessoal e profissional no exercício da avaliação.

V – METODOLOGIA A SER DESENVOLVIDA:

A metodologia adotada para obtenção dos dados para redigir a monografia consistiu

de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, sendo esta através de questionários e

entrevistas dirigidas aos professore e aos graduandos.

INTRODUÇÃO

As Universidades querem sejam públicas ou privadas, a exemplo de outros segmentos

da sociedade, têm buscado incessantemente a qualidade total.

Dentro dessa perspectiva é importante, através da avaliação docente, garantir a

melhoria da qualidade de ensino e o crescimento profissional, tendo como objetivos

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primordiais: melhorar o desempenho do corpo docente (função formativa) e embasar decisões

eqüitativas e eficientes com referência ao corpo docente (função somativa).

Tendo como meta o objetivo explicitado acima é que se viu a necessidade de avaliar o

corpo docente do Campus Universitário de Miracema do Tocantins, da Fundação

Universidade do Tocantins, numa concepção ética que promova a autoconfiança do educando,

mostrando seus pontos fracos e fortes, suas capacidades e dificuldades. O professor não irá

simplesmente mudar sua maneira de ensinar, mas sim terá a oportunidade de melhorar e

ajustar seu comportamento e suas técnicas e métodos.

O Campus Universitário de Miracema do Tocantins foi criado, no ano de 1991, com o

Curso de Administração de Empresas. O Curso de Licenciatura em Matemática se caracteriza

pela Formação de Professores e foi criado na Fundação Universidade do Tocantins, através da

Resolução CODIR/UNITINS/ N° 015/94, publicada no Diário Oficial n° 385, de 17 de

outubro de 1994. Em 1994, foi autorizado, pela Fundação Universidade do Tocantins, o

funcionamento do Curso de Matemática, iniciando suas atividades internas em janeiro 1995,

em regime de matrícula anual, com 40 (quarenta) vagas e com o público-alvo, em março do

mesmo ano, no epigrafado Campus, conforme quadro de ingresso por período letivo (ANEXO

I). O ensino passou por várias fases de ajustamento como: mudanças de grade curricular,

mudanças de regime (anual para semestral) e capacitação do seu quadro docente. Porém, a

partir de 1999, adotou-se o regime semestral, mantendo-se o mesmo número de vagas.

O Curso de Matemática - Licenciatura Plena – do Campus Universitário de Miracema

do Tocantins foi reconhecido através do parecer nº 088/99, aprovado em 25/06/99, emitido no

Processo nº 1999/2700/002277, publicado no Diário Oficial n.º 843, página 17254 em

16/09/1999.

O referido curso está em seu 7º (sétimo) ano de vigência, encontra-se vinculada

pedagógica, didática e administrativamente ao Campus Universitário de Miracema do

Tocantins e atualmente seu corpo docente é constituído por 15 professores, sendo 05 (cinco)

mestres, 01 (um) mestrando, 05 (cinco) especialistas e 04 (quatro) especializandos - entre

graduados, especialistas e mestres - que participam ativamente das atividades de ensino,

pesquisa e extensão.

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Em seu projeto de criação, o Curso de Licenciatura em Matemática do Campus

Universitário de Miracema do Tocantins, previa a duração mínima de quatro anos, e máxima

de sete anos, perfazendo um total de 2.856 (dois mil, oitocentos e cinqüenta e seis) horas.

Sua proposta estabelecia o cumprimento de 21 (vinte e uma) disciplinas, obrigatórias e

03 (três) optativas, conforme Anexo II, sendo quatro das obrigatórias, destinadas à formação

pedagógica. As disciplinas foram oferecidas para os períodos diurnos e noturnos, no sistema

seriado anuais, com um total de 20 vagas para cada período letivo.

Em processo gradativo, novas turmas foram ingressando, para os dois períodos letivos,

mediante vestibular, ressaltando que a partir do ano de 1997, foram abertas inscrições apenas

para o período noturno, para um total de 40 vagas, conforme visualização dos anexos I a V.

Com o desenvolvimento do curso, o processo de discussão promovido pela

presidência e membros da congregação, permitiu a reflexão sobre as atividades, às disciplinas

e os conteúdos trabalhados. Assim, a estrutura curricular passou por duas alterações,

respectivamente, Resolução nº 001/97 (Anexo III) e Resolução nº 001/98 (Anexo IV).

As disciplinas alteradas e criadas, no ano de 1997 para implementação em 1998, foram

cursadas, por parte dos alunos ingressos em 1995, na forma de disciplina optativa.

Ressalta-se, contudo, que as alterações feitas durante o ano de 1998, se referem tanto a

semestralização quanto ao núcleo básico de disciplinas e suas ementas, para implementação a

partir deste ano de 1999. É importante enfatizar que a formação pedagógica dos licenciandos

em Matemática, para esta nova proposta, integra 6 (seis) disciplinas1. Este procedimento se

fez necessário no sentido de contribuir para a construção da proposta pedagógica do curso em

função dos objetivos concernentes à formação do professor de Matemática. Desta forma,

neste ano de 1999, estão em vigência três estruturas curriculares: (a) para os alunos do 3º e 4º

anos, (ingressos em 1996 e 1997); (b) para os alunos do 2º ano (ingressos em 1998) e (c) para

os alunos do 1º ano (ingressos em 1999).

1 Em função do processo de semestralização, das seis disciplinas, três estão subdivididas em 1 e 2, a

Prática de Ensino será desenvolvida em três momentos, conforme Anexo IV.

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Em especial o Curso de Licenciatura em Matemática, na sua institucionalização,

apresentou-se da seguinte forma:

Denominação: Curso de Licenciatura em Matemática;

Carga Horária Total: 2.580 horas;

Número de vagas anuais: 40;

Turno de funcionamento: período matutino e noturno;

Modalidade: modular;

Integralização da carga horária em anos: mínimo de 4 anos e máximo de 7anos;

Regime de matrícula: seriado anual;

A estrutura curricular atualmente possui carga horária total de 2,520 horas, incluídas

às 300 horas do estágio supervisionado, integralizado em um período mínimo de 08 (oito)

semestres letivos e máximo de 15 (quinze) semestres, conforme aprovado pela Resolução

CEE-TO nº 046/99.

Em relação à estrutura física do curso – salas de aula, 1laboratório, Centro Acadêmico

e auditório. A biblioteca ocupa área de 105m2, em fase de expansão.

Considerando que a universidade é um espaço institucionalizado para desenvolver um

trabalho com os conhecimentos produzidos pela sociedade, o Curso de Licenciatura em

Matemática, consciente de seu papel no processo de formação de professores, se propõe a

desempenhar o papel de auxiliar a formação do cidadão para atuar em uma sociedade em que

a transição sucessiva de padrões ou regras é uma constante caracterizadora pela formação de

professores. Portanto, os estímulos à investigação, à descoberta e à invenção, devem estar

presentes no fazer pedagógico, considerando os conteúdos trabalhados como vivos, concretos

e indissociáveis da realidade social.

Com esses princípios norteadores e tendo em vista o Currículo Mínimo previsto em

lei, o Curso de Licenciatura em Matemática tem por objetivos propiciar ao licenciado:

desenvolvimento de raciocínio matemático e de capacidade de abstração;

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situações que lhe permitam estabelecer relações entre os conhecimentos matemáticos

e adquirir habilidades de compreensão e de análise destes conhecimentos;

situações que lhe permitam articular o conhecimento matemático com a realidade

social, favorecendo o desenvolvimento de uma visão crítica sobre o papel da matemática na

sociedade;

desenvolvimento de habilidades didático-metodológicas que favoreçam a sua prática

pedagógica com relação à disciplina de Matemática;

atividades de pesquisa e extensão necessárias à construção de conhecimentos sobre

ensino-aprendizagem da Matemática, compreendendo a escola enquanto realidade concreta e

inserida no contexto histórico-social.;

uma formação plurisdisciplinar, oferecendo-lhe condições necessárias para o

desempenho de todas as suas atribuições profissionais.

A partir de 1998, por exigência da Reitoria e necessidade dos Campi, houve uma

organização no sentido de planejar melhor as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão. Este

planejamento tem sido um aprendizado compartilhado pela administração, corpo docente e

uma participação ainda tímida do corpo discente. Como resultado desse planejamento, foi

elaborado o Projeto Pedagógico do Campus para o Curso de Matemática.

Na última reunião de planejamento semestral (julho/98) e pela experiência adquirida

na qualidade de acadêmico da 1ª Turma (1995 a 1998), bem como na qualidade de professor

auxiliar (agosto de 2000 até o momento) no Campus por mais de cinco anos, e, participado

ativamente das decisões do aludido Campus, senti-se a necessidade de uma avaliação do

desempenho docente e verificar se o planejamento pedagógico está coeso com seus objetivos,

metas e estratégias, que bem explicitados nas políticas educacionais, determinam as condições

em que o processo de ensino-aprendizagem deve ocorrer e que são considerados como

padrões mínimos para a qualidade de ensino.

Entendeu-se que qualquer estratégia usada para a avaliação do corpo docente só terá

êxito se os professores tiverem suas funções balizadas pelas disfunções contidas no Projeto

Pedagógico do Campus, como uma maneira de garantir um processo de construção coletiva

frente às necessidades e a realidade de nossa região.

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1. BUSCANDO UMA MELHOR QUALIDADE DE ENSINO

A Universidade tem sido uma das instituições mais visadas da contemporaneidade.

Sobre ela recaem expectativas muito intensas, exigindo desde a formação profissional de

qualidade até a resolução dos problemas sociais, pela pesquisa e pela extensão.

O desenvolvimento da educação superior no Brasil tem sua história inteiramente

articulada ao processo de formulação e execução de políticas, pensadas e estabelecidas de

forma fragmentada e desconectada de um projeto viável para o desenvolvimento do país.

A avaliação associada à idéia de que a universidade brasileira necessita rever seu

projeto institucional, seus papéis junto à sociedade, foram amplamente debatidos no início da

década de 60, quando o movimento estudantil, alguns docentes e outros segmentos sociais

propugnaram por uma reforma universitária, que tentava estabelecer de forma clara um

compromisso, tanto político quanto técnico-científico, com o desenvolvimento e com a

transformação da sociedade brasileira.

Com o advento e a expansão do movimento docente, principalmente nas instituições

públicas, uma nova forma de considerar a questão é encaminhada. A partir daí, ganha

destaque à preocupação com a qualidade das atividades acadêmicas sobejamente prejudicadas

pela deterioração das condições de trabalho, o resultado palpável de uma política educacional

implementada desde meados dos anos 70 em que a ênfase no acessório prejudicava a

percepção essencial.

Passam, então, a serem preocupações manifestadas dos educadores as propostas acerca

da necessidade da redefinição do projeto político institucional, bem como a importância da

análise da estrutura curricular dos cursos, das atividades de ensino, pesquisa, extensão e do

desenvolvimento docente.

A educação superior que envolve, além do ensino, também a pesquisa e a extensão,

deixa de servir a certos interesses e a determinadas aspirações. Passa a ser criticada, tornando

evidente a necessidade de redefinição de sua função social e científica, mediante um novo

projeto pedagógico.

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No atual momento histórico e político, é impossível não pensar a educação como em

processo educativo que se desenvolve de forma global e articulada, em que as ações

concorrem para um crescimento da visão de mundo dos alunos, através da compreensão da

realidade, da abertura intelectual, do desenvolvimento da capacidade de interpretar e da

produção do novo.

Muitas universidades estão, hoje, determinadas a melhorar a qualidade do seu ensino e

há um clima extremamente favorável à introdução de mudanças e inovações. Há um

consenso sobre a necessidade de se oferecer aos alunos a melhor qualidade de ensino possível,

uma melhor preparação como cidadãos e profissionais. FÁVERO (1995), Universidade e

estágio curricular: subsídios para discussão, descrevem:

Devemos lutar por uma concepção de universidade como instituição dedicada a

promover o avanço do saber e do saber-fazer; ela deve ser o espaço da invenção, da

descoberta, da teoria, de novos processos; deve ser o lugar da pesquisa, buscando novos

conhecimentos, sem preocupação imediata; deve ser o lugar da inovação, onde se persegue o

emprego de tecnologias e de soluções; finalmente, deve ser âmbito da socialização do saber

na medida em que divulgar conhecimentos. Essa concepção de universidade implica uma

estreita relação entre ensino, pesquisa e extensão nos mais variados campos. Eximi-la de tal

papel e contribuir para a deteorização da qualidade do ensino universitário no país.

Na literatura sobre o assunto, dentre os problemas encontrados nos cursos de

licenciaturas, destacam-se: desarticulações entre o conteúdo específico trabalhado nos

diferentes departamentos e a formação pedagógica oferecida pela Faculdade de Educação;

precária formação teórica e prática para o exercício do magistério; falta de integração entre as

diferentes disciplinas do currículo, tanto na parte de formação específica como naquela

voltada para a formação pedagógica; baixo interesse pelo curso por parte de sua clientela,

motivado pelo baixo salário e baixo prestígio da profissão; despreparo acadêmico da clientela,

uma vez que esses cursos atraem alunos que não seriam bem sucedidos no vestibular para

outros cursos mais concorridos das Universidades.

Uma pesquisa realizada por Pereira (1996), na UFMG, envolvendo alunos e

professores de curso de bacharelado e licenciaturas revela que o ensino é visto, pela grande

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maioria dos pesquisadores, como uma atividade de transmissão do conhecimento e/ou de

orientação de aprendizagem, ou como uma atividade cujo objetivo é despertar o interesse do

aluno ou favorecer sua aprendizagem. Diferentemente, a pesquisa é vista como uma atividade

voltada para a descoberta e/ou produção do conhecimento e/ou problematização e

aprofundamento em um assunto.

Esses dados, assim como a vivência no interior da universidade, mostram que a

pesquisa é vista ou representada, geralmente como uma atividade mais criativa ou mais

original do que o ensino, sendo-lhe atribuído, portanto, maior valor ou importância.

Como vimos, o ensino é muitas vezes tomado como sendo simplesmente um processo

de transmissão do conhecimento produzido nas diferentes áreas do saber. Talvez seja por essa

forma de conceber o ensino que ele termine se tornando uma atividade penosa para aqueles

que a ele se dedicam, como também para aqueles a quem se destina. Nesse contexto, tornam-

se plausíveis as queixas recíprocas de docentes e discentes sobre as relações de ensino nas

diferentes disciplinas.

O conhecimento acadêmico não é um conjunto isolado de informações, mas sim um

conjunto comprometido com uma determinada visão de mundo que se manifesta no próprio

processo de investigação real.

A forma de trabalhar o conhecimento dominante na universidade tem sido a de tratá-lo

com um produto a ser distribuído entre os estudantes de forma estática, acabada e

acumulativa, pois se resume a um conjunto de informações neutras, objetivas e impessoais.

Nesse processo encobre-se a própria forma de produção desses conhecimentos, e com isso ele

perde o seu poder criador e transformador.

Quando o conhecimento é trabalhado como processo, torna-se momento dinâmico, em

que a dimensão ideológica aparece por meio das diferentes alternativas de concepção de

mundo. O conhecimento é trabalhado como resultado de uma série de atividades

transformadoras ficando claro sua natureza social e é possível utilizá-la como forma de

aumentar o controle que as pessoas têm sobre o mundo. Como afirma Phillip Wexler (1982),

deve-se pensar no trabalho com o conhecimento, em sala de aula, como um processo de

Page 20: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

20

reedição ou recodificação, em que é possível privilegiar determinados aspectos da realidade

ou formas de pensamento, em função de concepções ou objetivos delineados ou definidos.

Terry Eagleton (1976) ressalta sobre Walter Benjamin e sua contribuição no teatro e

nas artes modificando as formas através das quais a realidade é normalmente percebida,

possibilitando uma nova percepção e compreensão da realidade. Para Benjamin, a arte como

qualquer outra forma de produção depende de certas técnicas de produção existente. Desta

forma, o artista deve ser criativo, procurar sempre revolucionar a própria forma de produção

dominante em seu campo.

Nesse contexto e a partir dessas idéias, torna-se possível pensar no ensino como uma

atividade de produção, de criação de novos sentidos e significados. O professor pode produzir

uma narrativa que privilegie determinados aspectos, aumentando a compreensão e o controle

das diferentes situações. Através de sua criatividade e dinâmica ele pode criar no campo do

ensino uma forma nova de trabalhar com a realidade. O conhecimento deve ser apresentado

como um texto aberto que, por não estar completo, exige a participação dos alunos e dos

professores, deixando de ser o conhecimento uma mercadoria a ser consumida pelos alunos.

É de fundamental importância repensar o ensino tornando-o mais significativo e

interessante para professores e alunos, trazendo para o campo do ensino novas formas de

trabalho que criem novas relações entre discentes e docentes e entre os mesmos

conhecimentos científico e cultural acumulados, possibilitando a produção de novos saberes

práticos e teóricos.

Repensar mecanismos que ajudem as universidades a garantir sua qualidade. As

atividades de pesquisa e extensão avaliada pelos seus pares, e no ensino um planejamento em

que envolve discussões e exames dos pares, não para tornar o ensino atividade controlada,

tirando a autonomia do professor, e sim com o propósito de valorizar o ensino, possibilitando

maior integração entre os docentes, objetivando até mesmo a interdisciplinaridade, tornando

público seu trabalho, compartilhando seus problemas, o sentido de grupo, tornando o ensino

um trabalho coletivo.

Este repensar das universidades feitas dentro de reflexões apuradas sobre seus

processos de ensinar e aprender, num esforço coletivo, visa à mudança. Inovações numa

Page 21: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

21

perspectiva de ruptura com o paradigma dominante, fazendo avançar, em diferentes âmbitos,

formas alternativas de trabalhos que quebrem a estrutura tradicional, pensando em propostas

alternativas de ensino, pesquisa e extensão, passando pelas relações e demandas da

comunidade.

Na universidade, usa-se a sala de aula para a formação da cidadania e da consciência,

mas este não deve ser o único espaço para as inovações.

O ensino superior de qualidade não se faz apenas pela pesquisa, faz-se também pelo

ensino.

Como diz Maria Isabel Cunha em A aula universitária: inovação e pesquisa:

Estudar a aula universitária é fazer um recorte na trajetória de todos nós, é favorecer

a possibilidade de construir uma nova universidade, delinear um novo patamar teórico-

metodológico e assim, contribuir para a construção de uma nova relação entre o ensino e o

aprender onde a cognição, o afeto e a ética sejam companheiros de uma significativa

jornada.

A mesma autora em Ensino e pesquisa: a prática do professor universitário.(CUNHA,

M. I. [1996]), relata uma pesquisa sobre o professor universitário, destaca que mesmo bons

professores, segundo opiniões dos alunos, trabalham na perspectiva de reprodução do

conhecimento. Estes professores desenvolvem um grande número de habilidades de ensino

(fazer perguntas, variar estímulos, organizar o contexto da aula, etc.) e apresentam muitas

qualidades humanas e afetivas no trato com os alunos e com o conhecimento do ensino.

Entretanto, a pesquisa mostrou que ainda não existiam professores especialmente voltados

para desenvolvê-lo habilidades intelectuais nos estudantes. Por exemplo, os professores são

capazes de apresentar o melhor esquema do conteúdo a ser desenvolvido em aula, mas não

conhecem procedimentos sobre como fazer o aluno chegar ao mapeamento próprio da

aprendizagem que está realizando. O bom professor relata e referencia resultados de suas

pesquisas, mas pouco estimula o aluno a fazer suas próprias, mesmo que de forma simples,

ele não torna vivo e relativo o conhecimento.

Page 22: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

22

Atuando, ainda, PAULO FREIRE (1997) os saberes necessários à prática educativa

crítica fundamentada, numa ética pedagógica e numa visão de mundo, são assim detalhados:

Ensinar exige:

Rigorosidade metódica;

Respeito aos saberes dos educandos;

Criticidade;

Estética e ética;

Corporificação das palavras pelo exemplo;

Risco na aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de

discriminação;

Reflexão crítica sobre a prática;

Reconhecimento e assunção da identidade cultural;

Consciência do inacabamento;

Reconhecimento do ser condicionado;

Autonomia do ser do educando;

Bom senso;

Humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores;

Apreensão da realidade;

Alegria e esperança;

Convicção de que a mudança é possível;

Curiosidade;

Segurança, competência profissional e generosidade;

Compreender a educação como forma de intervenção do mundo;

Liberdade e autoridade;

Tomada consciente de decisões;

Saber escutar, reconhecer que a educação é ideológica;

Disponibilidade para o diálogo, querer bem aos educandos.

(Freire, P. [1997]). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática

educativa. São Paulo : Paz e Terra.

2. A NECESSIDADE DA AVALIAÇÃO DOCENTE

Page 23: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

23

O tema avaliação está intimamente relacionado ao tema ensino, porque a avaliação

tem sido vista como instrumento para a melhoria da qualidade de ensino. A avaliação docente

vem sendo discutida pelas universidades brasileiras desde 1977, quando foi criado o Programa

de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino Superior – PADES. A partir daí, as universidades

brasileiras têm buscado a qualidade do ensino superior, visando a preparar seus alunos como

cidadãos e melhores profissionais.

Em todos os segmentos da sociedade, todas as funções econômicas buscam-se a

qualidade total; qualidade de vida, qualidade de consumo etc. As universidades não poderiam

deixar de buscar também esta qualidade em todos os seus segmentos no intuito de promover

esta qualidade de ensino.

O corpo docente tem que se qualificar, atualizar e preocupar-se com a qualidade do

que transmite.

O mundo está mudando e diante da crescente incorporação de ciências e tecnologias

de base, com inovações em todas as áreas, como materiais e equipamentos, vêm causar

profundos impactos sobre os processos pedagógicos, passando-se a exigir do homem novos

conhecimentos e novas atitudes no exercício de suas múltiplas funções, enquanto ser social,

político e produtivo.

Portanto, quando se busca a “qualidade total” nas diferentes áreas do conhecimento

humano, a universidade, como principal responsável pela formação de profissionais de alto

nível deve se engajar nessa nova perspectiva, formando cidadãos capazes de atuar

produtivamente no terceiro milênio. Para que esse empreendimento seja bem sucedido é

mister uma avaliação global do trabalho da universidade, em especial, do desempenho do

professor, pois esse é o recurso mais importante nesse processo e que da sustentação à

instituição.

Existe em la actualidad um sentir generalizado de que la evolucion del professorado

es um instrumento necessário e imprescindible em todo processo racional de toma de

decisiones. (BENEDITO et al. 1989. p. 280).

Page 24: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

24

A avaliação do desempenho docente para alcançar seu objetivo último, que é a

aprendizagem do aluno, deve ter como referenciais linhas norteadoras claras e definidas. E

para ser levada a cabo, necessita de uma metodologia de investigação viável fidedigna e

adequada aos propósitos.

A universidade deve discutir esta avaliação, sobretudo, mas realizá-la

permanentemente, com a adoção de ferramentas e critérios adequados e condizentes à

situação e, ao invés de cuidar só da reprodução do passado, trabalhar também na construção

do futuro. A universidade tem a obrigação de estimular o exercício pleno pela cidadania,

buscando, com muita agilidade, alternativas para melhorar a qualidade de vida do homem,

adaptando-o aos novos modos de sentir, pensar e agir do terceiro milênio. Daí a importância

da avaliação como um processo que objetiva a mudança qualitativa e a necessidade da

universidade aprender e fazê-la.

O professor universitário, sujeito capaz de criticar o desenvolvimento de seu próprio

trabalho, deve considerar a avaliação de desenvolvimento uma atividade natural, que faz parte

do próprio processo de ensino. Deve, através da reflexão, considerar os resultados de sua

avaliação para planejar, replanejar e/ou repensar a sua ação pedagógica, pois, na concepção de

PENNA FIRME (1982, p. 17), na medida em que o professor vivenciar um processo de

avaliação significativo para o seu próprio crescimento, ele descobrirá como melhor ensinar a

seus discentes e mais adequadamente avaliá-los com a mesma preocupação de conduzi-los ao

seu aperfeiçoamento como alunos, como futuros educadores e essencialmente como pessoas.

A avaliação resulta em mudanças quando os professores percebem, como melhorar e

tem oportunidades de se engajar em atividades que dêem maior brilho ao seu ensino. Estas

oportunidades podem variar desde o acesso a material diversificada de leitura sobre aspectos

selecionados do ensino, até o trato com questões com a maneira de preparar o programa de

uma disciplina ou estrutura integrada de um curso, ou uma aula agradável e eficiente, com

aulas mais interessantes e motivadas um grupo de pessoas trabalhando por objetivos comuns,

e não necessariamente o espaço geográfico de encontro dessas mesmas pessoas, aula com

espaço de convivência e de relações pedagógicas.

Aula com vivência, como vida, como realidade, como espaço que permita, favoreça e

estimule a presença, a discussão, o estudo, a pesquisa, o debate e o enfrentamento de tudo o

Page 25: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

25

que constitui o ser e a existência, as evoluções as transformações, o dinamismo e a força do

homem.

Os professores universitários podem ser considerados como aprendizes cada um deles

com forças, fraquezas, capacidades e limitações individuais. Trabalhar com colegas e seus

pares de confiança ou com especialistas treinados em aperfeiçoamento de docentes aumenta

as chances de os professores refletirem sobre o feedback, repensar algumas de suas crenças,

reverem métodos de ensino e praticarem novas técnicas e habilidades pedagógicas.

A avaliação não é um ato pelo qual A avalia B. é o ato por meio do qual A e B

avaliam juntos uma prática, seu desenvolvimento, os obstáculos encontrados ou os erros ou

equívocos porventura cometidos. Daí seu caráter dialógico. Tomando distância da ação

realizada ou realizando-se, os avaliadores a examinam. Desta forma, muitas coisas que antes

(durante o tempo da ação) não era percebida, agora aparecem de forma destacada diante

dos avaliadores. “Neste sentido, um lugar de ser um instrumento de fiscalização, a avaliação

é a problematização da própria ação”. (Freire citado por Menga, L & Mediano, Z. Avaliação

na escola de 1º grau, papirus, 1992.)

A importância da avaliação foi também mencionada há mais de uma década por Gaff

(1976).

A menos que venhamos a avaliar nossos próprios programas e a demonstrar que eles

produzem resultados em termos de melhores cursos ou estudantes mais bem formados, com

maior conhecimento, mais sensíveis e eficientes ou membros do corpo docente satisfeito ou

organizações mais bem administradas, estaremos fora dos negócios.

Mais de uma década de cortes e reduções e oportunidades diminuídas para o corpo

docente fez reduzir as fontes de estímulo e encorajamento. Com freqüência, a avaliação é

vista como uma ameaça.

Infelizmente, os professores que necessitam melhorar são, em geral, aqueles menos

envolvidos com o desenvolvimento do corpo docente. Esses professores podem especular, o

que a avaliação pode lhes oferecer, por que devem passar pelo processo de observações,

seminários e consultorias.

Page 26: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

26

James Bess (1973), em artigo denominado “A Integração dos Ciclos de Vida do

Corpo Docente e do Estudante” descreveu esse problema:

Uma vez que o prestígio é derivado da reputação da pesquisa, o sistema social

acadêmico e, em alguns casos, propensões pessoais mal direcionadas parecerão estar

levando o corpo docente a desempenhar tarefas que possam vir a não satisfazer suas

necessidades mais básicas. Em outras palavras, muitos são levados a continuar a fazer

pesquisas na crença de que as recompensas de sua carreira proporcionarão maior satisfação

pessoal. Em certa extensão, portanto, eles são, assim, seduzidos a dar relativamente menos

atenção por meio do ensino para atender às necessidades dos estudantes – uma atividade que

poderia, sob condições diferentes, conceder-lhes profundas satisfação em maior abundância.

Na maioria das instituições, os estudantes, sob as atuais circunstâncias, também não

estão capacitados a atender às suas necessidades mais importantes, principalmente aquelas

que envolvem suas personalidades em desenvolvimento. Faculdades e universidades, em

geral, dão maior atenção a estruturas estabelecidas projetadas para ajudar os estudantes a

adquirir conhecimento cognitivo, a serviço de ampla educação liberal e/ou, presumivelmente,

a preparação para a carreira, a satisfação das necessidades dos estudantes de crescimento

emocional e interpessoal e de autoconhecimento constituem, no máximo, subprodutos da

experiência estudantil. Raramente trata-se de metas explícitas da instituição. Por essa razão,

pelos menos dois dos três principais corpos em nossos campi universitários (corpo docente e

discente) podem existir sob condições antiéticas, ou pelo menos não favoráveis, para atender

às mais profundas de suas necessidades coletivas e individuais (p. 377).

A necessidade de ensinar bem e conquistar as satisfações que acompanham são não só

necessidades crônicas, mas também atuais do corpo docente mesmo se, para alguns, as

mesmas pareçam não ser reconhecidas. Os professores devem ser convencidos a dar uma

atenção compartilhada ao ensino, com ênfase sobre o feedback informado e útil, que terá a

oportunidade de levar seu nível de satisfação, ajudando-o a melhorar suas práticas de ensino,

e também mudar suas atitudes em relação à ação (ou arte) de ensinar, de forma que venham

percebê-la como uma atividade desafiadora.

Page 27: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

27

A qualidade dos esforços de um determinado professor depende muito dos tipos de

recursos disponíveis para o apoio do ensino, mas depende mais ainda de sua criatividade.

O processo de avaliação do trabalho acadêmico de cada docente deverá ter como

objetivo o estímulo do aprimoramento de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão e a

compreensão de sua articulação como projeto global da unidade acadêmica e da instituição.

Geralmente, o corpo docente desempenha satisfatoriamente seu papel de professor,

mas por motivo relacionados com a motivação, competência, o ambiente de trabalho alguns

não tem uma atuação à altura de suas habilidades. Enquanto alguns docentes conseguem

melhorar sua maneira de ensinar sem o auxílio externo, outros precisam de apoio e

encorajamento.

Os avaliadores freqüentemente usam o desempenho dos alunos como fonte de

informações para a avaliação da disciplina e do corpo discente, mas nunca são os próprios

alunos que estão sendo avaliados. Eles, por seus desempenhos, fornecem um índice do grau

em que o tratamento do ensino foi eficaz.

Como é o professor que coordena todo o processo de ensino que o aluno recebe,

consideramos cada professor constituindo um tratamento de ensino único, e,

conseqüentemente, avalia este tratamento de ensino como tal.

O principal objetivo da avaliação do desempenho é o aperfeiçoamento do próprio

desempenho. Este objetivo é atingido ajudando os claudicantes, estimulando os cansados e

orientando os indecisos. As faculdades e universidades contratam e promovem professores e

lhes dão estabilidade na expectativa de um desempenho de primeira.

Avaliar professores para melhorar seu desempenho não passa de uma extensão lógica

dessa expectativa, e fornece uma prova prática de que a administração está agindo de boa fé.

Assim como os alunos precisam de orientação para corrigir erros, os professores também têm

o direito de ser orientados a fim de aperfeiçoar seu desempenho. Dissonância é o termo mais

da moda para referir à razão mais forte que leva um professor a querer melhorar seu

desempenho.

Page 28: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

28

O feedback de uma avaliação de desempenho construtiva muitas vezes provoca ao

professor a espécie de dissonância, ou insatisfação, que atua como estímulo psicológico ao

aperfeiçoamento.

A avaliação do grupo é conseqüência da avaliação dos indivíduos. Deve haver

objetividade, critérios anteriormente discutidos e aceito por todos, com a finalidade de

aperfeiçoamento da função, valorização de distintas contribuições ao conhecimento e às

competências necessárias com o compromisso de alcançar a autodeterminação e a capacidade

de promover o próprio crescimento.

Como diz Pimentel (1993, 85), devemos ter claro que:

Todos os professores têm domínio do conhecimento amplo, profundo e atualizado,

não só do conteúdo programático, como da ciência que ensinam. Tem também o

conhecimento das ciências correlatas. Nem todos, porém tem o conhecimento da produção do

conhecimento classificado e consciente do que é ensinar.

3. OS PROCEDIMENTOS AVALIATIVOS

“A avaliação representa não apenas um processo final quando se lida com

comportamentos cognitivos, mas, também, uma ligação importante com os comportamentos

afetivos em que os valores, o gosto e o prazer (bem como a ausência e o contrário desses

termos) são os processos centrais envolvidos.” (Bloom, 1956).

Como enfocamos anteriormente, cada instituição deve criar sua própria sistemática de

avaliação, seus próprios critérios de qualidade com procedimentos pertinentes a cada

realidade.

Deve-se iniciar a avaliação com um amplo processo de sensibilização, objetivando

promover a preparação dos docentes de um modo geral.

Page 29: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

29

Os docentes, como a maioria dos profissionais, acreditam que eles são os melhores

juízes do que estão fazendo, tanto na qualidade de ensino, como nos serviços que prestam e

sabem que são subvalorizados.

Avaliar o seu desempenho pode depreciá-los. A maioria poderá criar resistência e

pensam não tem valor na avaliação formativa de suas próprias metas. Considera a avaliação

como uma forma de intromissão e punição e não como melhoria do ensino e crescimento

profissional.

Essas atitudes dos professores devem ser encaradas com seriedade e respeito. A

avaliação do desempenho não deve ser simplesmente dita que será iniciada. É preciso realizar

reuniões em que as idéias de todos os docentes sejam ouvidas, discutidas e trabalhadas e,

quando for o caso, incorporado.

É importante levar em conta as questões éticas, numa concepção sadia de avaliação

que promova a autoconfiança do educador, valorizando-o. Uma avaliação bem conduzida, que

não fira, será auto-estima, não acarretando desprestígio entre os pares e descrédito entre os

alunos.

O corpo docente deve acreditar que mais coisas positivas que negativas resultarão do

processo de avaliação e o que está sendo proposto vai beneficiá-lo. Precisa sentir, e confiar

que terá maiores probabilidades de atingir suas metas profissionais, aprendendo novas

competências, adquirindo novos conhecimentos, avançando em sua profissão, garantindo o

respeito dos colegas e alunos pela qualidade do trabalho que realiza, dentro de uma nova

perspectiva.

Em vista do exposto, a avaliação deve ocorrer em um clima de cooperação, sem

imposições, com o envolvimento de todo o corpo docente.

A avaliação precisa ocorrer numa concepção responsiva, com procedimentos

ordenados, sempre que a responsividade e as preocupações dos envolvidos exigem. Deve-se

caracterizar, essencialmente, pela negociação entre os interessados no processo avaliativo, em

que critérios, procedimentos e recomendações são discutidos na busca de consensos.

Page 30: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

30

Garantir uma postura substancialmente democrática em que não só a negociação entre

os pares e os envolvidos se faz necessário, também procurando fortalecer a competência dos

participantes do processo avaliativo, impulsionando a autodeterminação e a busca de auto-

aperfeiçoamento. O avaliado atua, principalmente, como colaborador, na medida em que

permite aos envolvidos a descoberta e o uso de seu próprio poder. Promovendo a capacitação

dos envolvidos, ajuda-os a formularem suas soluções, tomando papel decisivo nas necessárias

transformações; mostrar experiências e explicações que esclareçam compreensão de fatos,

dados e resultados e, liberação de preconceitos, mitos e limitações que embargam o processo

de autodeterminação.

Portanto, é a própria interação pessoal e o respeito profissional entre os colegas no

ambiente de trabalho, que asseguram o melhor espaço para as compreensões e os bons

resultados.

Existem múltiplas fontes de possíveis evidências para a avaliação do desempenho do

corpo docente, que podem ser consideradas para analisar a qualidade de desempenho do corpo

docente. Mas é importante a necessidade de serem coletadas apenas evidências fidedignas e

de se conseguir que os docentes aceitem a importância e a credibilidade das evidências

reunidas.

Exemplificamos, a seguir, possíveis evidências para a avaliação do desempenho do

corpo docente. Incluem: o indivíduo, seus colegas, administradores da instituição , alunos,

especialistas em aperfeiçoamento docente, colegas de profissão e disciplina, ex-alunos e

outros. Existem muitos métodos e técnicas – escalas de classificação, observações,

entrevistas, opiniões por escrito, medidas de excelência, qualidade e impacto, fitas de

vídeo/áudio, registros de trabalhos produzidos e porfólios, entre outros.

Através de pesquisas realizadas, vários autores concluíram que a capacidade do

professor em se expressar é um importante aspecto do comportamento que pode ser usado

para aumentar a aprendizagem do aluno.

Como afirma a Professora Eda C. B. M. de Sousa, “os docentes têm recebido muito

pouca preparação para o desempenho de suas funções. É preciso que esta preparação mereça

um cuidado especial e que os administradores também recebam o benefício de uma melhor

Page 31: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

31

preparação para o desempenho importante, pois a nossa percepção é a de que para melhorar o

ensino é preciso trabalhar com professores, administradores e alunos”.

Finalmente, acreditamos que, dado o necessário suporte institucional, é o professor,

individualmente, que será, em última análise, o responsável pela quantidade e qualidade do

processo ensino-aprendizagem.

É extremamente importante desenvolver a consciência do professor a respeito de sua

própria filosofia, objetivos, estilos de ensino, e também aumentar a sua formalidade e

flexibilidade no emprego de métodos alternativos para alcançar seus objetivos. Isso tudo tem

que ter por base em ambiente centrado no aluno, por quem o professor é incentivado a se

interessar e a ter prazer na interação com ele.

É necessário ressaltar, contudo, que os professores não muda sua maneira de ensinar, a

menos que eles assim o queiram, que tenham oportunidade e sejam ajudados a encontrar

meios para manter as novas atitudes, comportamentos e métodos.

Devemos ressaltar que a avaliação deve ter uma concepção de avaliação presente em

todas as fases de atividades profissionais e, mais do que presente, sendo provocadora do seu

desenvolvimento, ao denominá-la de avaliação para o desenvolvimento, Paltton 1994, 1997

(developmental avaliation), na medida em que envolvem um trabalho em movimento,

dinâmico, com um programa para contínuo aperfeiçoamento. Nessa concepção, o avaliador é

parte de uma equipe, cujos membros colaboram para conceitualizar, planejar e trabalhar novas

abordagens, num processo permanente de aperfeiçoamento, adaptação e mudança.

O crescimento acadêmico se presta mais à avaliação, muito embora as evidências da

qualidade não sejam tão diretas como na pesquisa. Os professores podem informar com

facilidade que tipos de atividades têm se dedicado para aprimorar sua eficácia como membro

do corpo docente, de serviço ou extensão. Eles têm condições de julgar o grau de qualidade de

suas realizações.

A extensão na universidade brasileira, seja qual for à área de conhecimento, abre um

espaço substancial de ação concreta generalizada de intervenção pedagógica, médica, técnica,

social, cultural ou outra, no ensino fundamental e no ensino médio, com prolongamento de

Page 32: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

32

outros setores correlatos. É um critério significativo de avaliação da extensão, o compromisso

do ensino superior com outras instâncias do sistema educacional.

Existe um vasto campo de ação para o serviço ou extensão em instituições de ensino

superior. Podem-se desenvolver práticas que inspirem um ensino mais autêntico,

comprometido com o bem-estar e desenvolvimento da comunidade e mesmo para a orientação

de novas pesquisas.

Esta interação é importante para avaliar o corpo docente, a qual não é a mesma

para cada professor, dependendo da ênfase que se dê a cada papel e de acordo com as

potencialidades e o interesse de cada um. E é importante descobrir o valor de cada interação.

É importante atentar ao aspecto da comunicação que deve ser tratado com muita

seriedade, pelo agravante das repercussões negativas como: depressões, desânimo, perda de

auto-estima, entre outros.

A utilização dos resultados da avaliação é a culminância do processo, a comunicação

desses resultados é crucial em termos do que informamos e como o fazemos.

O sucesso da comunicação vai depender da atenção voltada para o verdadeiro contexto

da avaliação, do envolvimento dos interessados em todas as etapas do processo avaliativo, da

clareza de linguagem, da informação dada a tempo de ser útil e da adequada dosagem de

aspectos positivos e negativos.

Avaliar/comunicar não são descobrimentos e fracassos, ferindo todos ao princípio de

uma avaliação verdadeira e todas as virtudes de um avaliador competente.

Devem-se comunicar os resultados com a intenção de aperfeiçoamento,

transformação, seja do professor, do aluno, do curso ou da instituição. Dar oportunidade ao

avaliando de recolher suas potencialidades, para ter o necessário equilíbrio para entender e

corrigir suas falhas. Sua auto estima preservada e fortalecida, ajudando-o a processar a crítica

com maturidade emocional para levantar-se na dificuldade e não se envaidecer no sucesso,

mas sempre buscando o aperfeiçoamento.

A metáfora criada por Patton (1982. P. 138) aqui sintetizada, exemplifica

brilhantemente a comunicação e sua importância.

Page 33: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

33

Programas como pessoas

usam máscaras.

O papel do avaliador

é levantar o véu do programa e

tirar a máscara do programa

o tempo suficiente para que as pessoas

envolvidas vejam o que está por detrás.

Elas podem gostar do que vêem

podem ficar assustadas com o que vêem

podem se recusar a ver...

Mas uma escolha deveria ser

colocar a máscara de volta

exatamente onde estava.

Isso significa que

ao tirar a máscara de um programa

o avaliador precisa ser extremamente cuidadoso

para não rasgá-la em pedaços.

3.1. Avaliação da docência por estudantes

A questão ética é extremamente importante. Os alunos devem saber, desde o início,

que a avaliação que irão fazer deverá servir para ajudar o professor a melhorar seu

comportamento na sala de aula.

Apenas o professor deve receber o resultado da avaliação dos alunos, e ela deve ser

vista como “feedback” para melhorar os pontos fracos do seu comportamento e reforçar os

pontos fortes.

A estratégia de pedir aos alunos para avaliarem seus professores pode se tornar

excelente para melhorar o trabalho do professor na sala de aula, se, associando ao trabalho de

avaliação, se fizer um programa de melhoria da qualidade do ensino, em que o professor é

ajudado nos pontos fracos, identificados na avaliação. A avaliação da docência por estudantes

é um assunto complexo, no entanto, esta avaliação é apenas um ponto a considerar na

Page 34: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

34

avaliação do desempenho de um professor. Avaliar a qualidade do ensino é uma tarefa por

demais difícil e complexada para basear-se unicamente na opinião dos alunos. Por outro lado

é difícil conceber-se uma avaliação da qualidade do ensino sem levar em conta o que pensam

os alunos, pois eles constituem a audiência para qual o ensino é dirigido.

A avaliação da docência por estudantes é comum e outros países e vem ganhando

espaço nas universidades brasileiras.

BERGAMINI (1992, p. 6) salienta a inexistência de um modelo ideal de instrumento

para a avaliação didática. Entretanto, considera a avaliação docente necessária, e que esta

deve ser feita pelos alunos.

Para MOREIRA,

Avaliar a qualidade do ensino é uma tarefa por demais difícil e complicada para

basear-se unicamente na opinião do aluno. Por outro lado, é difícil conceber-se uma

avaliação da qualidade do ensino sem levar em conta o que pensam os alunos, pois eles

constituem a audiência para o qual o ensino é dirigido. (1980, p.4)

No parecer de APODAKA e outros (1990, p. 329), a opinião dos alunos sobre os

professores é o melhor indicador de avaliação docente, mesmo que não seja perfeito. Para

TEJEDOR e MONTEIRO (1990, p. 629), a avaliação do professor pelos alunos estimula a

melhora da qualidade do ensino universitário. APODAKA e outros, referindo-se ao assunto,

dizem que:

En definitiva, la opinión de los alumnos sobre sus professores há demonstrado ser el

indicador com mayores garantias en cuanto a estabilidad, consistencia, discriminancia y

validez. Esto no puede hacer olvidar que dicha fuente puede dar información sólo de

determinados aspectos de la labor del profesor y en concreto de la conducta del profesor en

el aula. Para uma avaluación adecuada de la docencia en general y del profesorado en

particular son precisos un mayor número de fuentes de información e indicadores que deben

evaluar también los factores contextuales en que se desarrola la docencia. (1990, p. 330)

Page 35: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

35

O ensino é planejado e dirigido para o aluno. Ele, sujeito do processo, que, na

convivência direta, observa, analisa, critica e compara o desempenho do professor, não se

constitui o único, mas, certamente, o mais valioso recurso que a universidade tem para emitir

um juízo de valores sobre o docente. Sem dúvida, ao aluno cabe um papel de fundamental

importância na avaliação do desempenho do professor universitário.

Os alunos do ensino superior possuem condições de avaliar uma série de desempenhos

do professor, porém, determinados aspectos, quando avaliados por eles, carecem de

credibilidade.

Para AHUMADA ACEVEDO (1992, p. 51), a avaliação do professor por seus

alunos se constitui numa das formas mais tradicionais e utilizadas de avaliação da eficiência

docente. Essa área tem sido bastante investigada e há uma série de contradições em suas

conclusões. Por um lado, reconhece-se nesse procedimento uma alta validade e fidelidade. Por

outro, considera-se o aluno incompetente e incapaz de opinar sobre tão delicado tema. Na

verdade, o aluno não é capaz de avaliar aspectos ligados à preparação das aulas, adequações

dos objetivos e princípios de uma disciplina. Ele está apto a opinar sobre clareza das

explicitações, participação e interação, motivação, metodologia utilizada na sala de aula,

sistema de avaliação.

CASTRO é de opinião que:

Os alunos captam bem a dedicação dos professores, o seu empenho em sala de aula e

a excelência de sua pedagogia. Sua liderança, sua capacidade para motivá-los não passam

tampouco despercebidas. Contudo, têm também suas limitações. Favorecem o professor

simpático, mas que pouco ensina. Prejudicam o professor duro, secarrão, mas que acaba

fazendo os alunos aprenderem. (1991, p. 13)

4. PROPOSTA METODOLÓGICA

Nossa proposta para avaliação do corpo docente do Campus Universitário de

Miracema do Tocantins iniciaria com um sistema objetivo de pontuação. A finalidade é

fornecer um meio de auto-avaliação e comparação. Acreditamos serem importantes critérios

quantitativos no processo.

Page 36: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

36

A pontuação mínima, visada como padrão, será discutida com o grupo, devendo

representar um patamar de realizações acessível a todos e manter o grupo coeso.

O critério tempo de trabalho não será critério de avaliação, será atribuído um valor

mínimo esperado. Este valor total mínimo será dividido entre ensino, pesquisa e/ou extensão.

Exemplo: atribuindo um valor aleatório com o patamar em 800, espera-se do docente comum

400 pontos para ensino e 400 pontos na pesquisa e/ou extensão como valores-base. Do

administrador espera-se 200 no ensino, uma vez que ele costuma ter sua carga horária didática

reduzida, 200 na pesquisa e/ou extensão e 200 na administração.

Será discutido, em grupo, a lista de itens ou critérios de desempenho que definem a

ponderação em um sistema dinâmico no sentido de que a pontuação atribuída a cada tarefa é

função do incentivo que o grupo deseja criar. Mudando as prioridades, mudarão os incentivos

e com eles a pontuação relativa das tarefas.

Exemplificaremos uma proposta que será levada à discussão do grupo, em que os

objetivos são:

Quantificar o desempenho mínimo esperado dos indivíduos;

Incentivar atividades benéficas e prioritárias para o grupo;

Proporcionar a cada um, o meio de auto-avaliação;

Incentivar os indivíduos e o grupo na melhoria dos resultados do seu trabalho.

Depois do sistema objetivo de pontuação (Proposta 01), haverá um questionário de

auto-avaliação do professor (Proposta 02) e um questionário de avaliação do aluno (Proposta

03).

Page 37: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

37

PROPOSTA 01

Formulário para Avaliação Docente

Universidade: .............................................. Campus: ......................................

Nome: ................................................................................................................

Regime de trabalho: ....................................... Semestre: .................................

1. ENSINO

P 1 2 3 4 5

P

x

N

1.1. Aula 2

1.2. Preparação de disciplina (antiga) 2

1.3. Preparação de disciplina (nova) 2

1.4. Atendimento ao aluno 3

1.5. Orientação de estágio 4

1.6. Orientação de IC 4

1.7. Participação em reunião da Congregação 2

1.8. Orientação de teses, monografias, projetos 5

1.9. Correção de teses, monografias, projetos 3

1.10. Participação em bancas de IC 3

TOTAL DE ENSINO

30 MÉDIA

PONDERADA

2. PESQUISA

P 1 2 3 4 5

P

x

N

2.1. Documentos comprobatórios de produção

científica não divulgada

2

2.2. Afastamento para cursar PG stricto sensu 5

2.3. Assistir a curso de especialização de 360h 4

2.4. Assistir a curso de aperfeiçoamento de 180h 3

2.5. Publicação em revistas 5

Page 38: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

38

2.6. Apresentação de trabalho em reunião 2

2.7. Apresentação de trabalho científico

interinstitucional

3

2.8. Apresentação de trabalho em reunião científica

nacional

3

2.9. Participação passiva em reunião científica 2

2.10. Participação em banca de júri (mestrado,

doutorado, concursos, etc.)

5

2.11. Publicação de livros 5

2.12. Divulgação de apostila 2

2.13. Preparação e defesa de tese de mestrado 4

2.14. Preparação e defesa de tese de doutorado 5

TOTAL DA PESQUISA 50 MÉDIA

PONDERADA

3. EXTENSÃO

P 1 2 3 4 5

P

x

N

3.1. Curso ministrado 5

3.2. Palestra proferida 2

3.3. Consultoria prestada 2

3.4. Atividade oficial em entidade de classe 1

TOTAL DE EXTENSÃO

10 MÉDIA

PONDERADA

4. ADMINISTRAÇÃO

P 1 2 3 4 5

P

x

N

4.1. Diretor 5

4.2. Coordenador de Curso 4

Page 39: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

39

4.3. Coordenação Interna 3

4.4. Participação em Comissões 3

TOTAL DE ADMINISTRAÇÃO

15 MÉDIA

PONDERADA

Legenda:

NOTAS: 1 Ruim, 2 Regular, 3 Bom, 4 Ótimo, 5 Excelente.

P PESO, N NOTA.

Page 40: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

40

PROPOSTA 02

AUTO-AVALIAÇÃO DO PROFESSOR

Nome do Professor:...........................................................................................

Congregação:.....................................................................................................

Disciplina(s) ministrada(s):...............................................................................

I – Responda às questões, assinalando com um X, na coluna à direita, a letra correspondente à

sua opção.

A – Totalmente

B – Parcialmente

C – Nunca

1. As disciplinas ministradas por você são de sua preferência?

( ) A ( ) B ( ) C

2. As disciplinas por você ministradas foi escolha sua?

( ) A ( ) B ( ) C

3. Em suas disciplinas, você trabalha a parte teórica, fundamental e possibilita sua utilização

em atividades práticas?

( ) A ( ) B ( ) C

4. Durante o desenvolvimento das disciplinas, são relacionados os objetivos inicialmente

propostos com os conteúdos trabalhados?

( ) A ( ) B ( ) C

5. Em suas aulas, há incentivo à participação, discussão e expressão de idéias?

( ) A ( ) B ( ) C

6. Estimula os alunos a buscarem soluções alternativas para os problemas pertinentes à

disciplina?

( ) A ( ) B ( ) C

Page 41: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

41

7. Durante suas aulas, mantém o clima de respeito mútuo?

( ) A ( ) B ( ) C

8. Você incentiva seus alunos à utilização de conhecimento de outras áreas para melhor

compreensão dos conteúdos desta disciplina?

( ) A ( ) B ( ) C

9. Você demonstra domínio do conteúdo de todas suas disciplinas?

( ) A ( ) B ( ) C

10. Você está permanentemente atualizado?

( ) A ( ) B ( ) C

11. Você se comunica de forma clara e objetiva?

( ) A ( ) B ( ) C

12. Você diversifica suas técnicas de ensino e recursos didáticos (audiovisuais, experimentos,

visitas, etc.)?

( ) A ( ) B ( ) C

13. Você replaneja os objetivos e a metodologia quando há uma maior dificuldade na

aprendizagem de certos conteúdos?

( ) A ( ) B ( ) C

14. Você é pontual?

( ) A ( ) B ( ) C

15. Você é assíduo?

( ) A ( ) B ( ) C

16. Você cumpre o planejamento previamente estabelecido em todas as disciplinas?

( ) A ( ) B ( ) C

17. Em sua estratégia de ensino exige do aluno a utilização de bibliografia recomendada?

Page 42: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

42

( ) A ( ) B ( ) C

18. Em suas avaliações aborda os objetivos e conteúdos desenvolvidos na disciplina?

( ) A ( ) B ( ) C

19. As avaliações são variadas no decorrer do semestre letivo?

( ) A ( ) B ( ) C

20. Você discute o resultado das avaliações com seus alunos?

( ) A ( ) B ( ) C

21. Em suas disciplinas leva a perceber um desenvolvimento significativo nos seus

conhecimentos?

( ) A ( ) B ( ) C

22. Você utiliza atividades práticas que contribuem para a aprendizagem do aluno?

( ) A ( ) B ( ) C

23. Realiza atividades práticas em ambientes especiais (laboratórios, oficinas, campos, etc.)?

( ) A ( ) B ( ) C

24. As atividades extraclasse são desenvolvidas em suas disciplinas?

( ) A ( ) B ( ) C

25. Apresenta em suas disciplinas a perspectiva de produzir e ampliar o conhecimento, além

de transmiti-lo?

( ) A ( ) B ( ) C

26. Complementa o ensino de suas disciplinas com utilização de pesquisas/artigos recentes?

( ) A ( ) B ( ) C

27. Considera seu desempenho de bom nível?

( ) A ( ) B ( ) C

Page 43: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

43

28. Demonstram interesse, gosto e entusiasmo pelo ensino de suas disciplinas?

( ) A ( ) B ( ) C

29. Seus procedimentos de avaliação são de agrado da turma?

( ) A ( ) B ( ) C

II – No caso de alguma de suas disciplinas serem desenvolvida sob a forma de estágio

curricular responda às questões de 30 a 38, assinalando X correspondente à sua opção.

A – Totalmente

B – Parcialmente

C – Nunca

No estágio curricular (em suas disciplinas) você oferece condições para representar

uma complementação na formação acadêmica:

30.Na organização.

( ) A ( ) B ( ) C

31.Na adequação.

( ) A ( ) B ( ) C

32.Nas observações em sala.

( ) A ( ) B ( ) C

33. No incentivo e sugestões.

( ) A ( ) B ( ) C

34.Nas críticas construtivas.

( ) A ( ) B ( ) C

35.Nas reuniões após as aulas observadas.

( ) A ( ) B ( ) C

36.Despertando a consciência profissional.

Page 44: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

44

( ) A ( ) B ( ) C

37.Orientando os alunos nos relatórios do estágio.

( ) A ( ) B ( ) C

38.Nos horários reservados ao estágio, sempre disponível e receptivo.

( ) A ( ) B ( ) C

Espaço aberto para uma auto-avaliação, considerando seu desempenho.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Page 45: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

45

PROPOSTA 03

Avaliação do Desempenho Docente sob a Ótica do Discente

Questionário do aluno

Prezado aluno,

Este é um instrumento de coleta de dados para o levantamento do perfil dos docentes

do Campus Universitário de Guaraí, da Fundação Universidade do Tocantins. Tem por

objetivo avaliar o corpo docente, objetivando a melhoria da qualidade do ensino e o

crescimento profissional.

O questionário está estruturado da seguinte forma:

BLOCO I – refere-se aos seus dados pessoais e da disciplina.

BLOCO II – refere-se à disciplina, ao professor, às estratégias de ensino, à aprendizagem e

ao sistema de avaliação.

BLOCO III – refere-se à avaliação de disciplinas de estágio. Só deverá ser respondida se for

o seu caso.

Por último, reservamos um espaço aberto a informações adicionais sobre o desenvolvimento

da disciplina e desempenho do professor.

LEMBRAMOS AINDA!

A cada questão você deverá assinalar apenas uma opção.

O sigilo de suas informações será preservado dentro dos padrões éticos da Pesquisa.

BLOCO I – Responda e/ou assinale com X a sua opção.

1. Curso:...........................................................................

2. Nome da disciplina:.....................................................

3. Ano ou Semestre:........................................................

4. Atividade Profissional:

Exerce atividade profissional relacionada ao curso em realização........ A( )

Page 46: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

46

Exerce atividade profissional não relacionada ao curso em realização.. B( )

Não exerce nenhuma atividade profissional .......................................... C( )

BLOCO II – Responda às questões de número 5 a 35 assinalando com um X, na coluna à

direita, a letra correspondente à sua opção, de acordo com a seguinte escala:

A – Concordo totalmente

B – Concordo parcialmente

C – Indeciso

D – Discordo parcialmente

E – Discordo totalmente

5. Você considera esta disciplina importante para sua formação profissional.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

6. O enfoque teórico trabalhado na disciplina fundamenta e possibilita a sua utilização em

atividades práticas.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

7. A seqüência dos conteúdos apresenta-se de forma adequada.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

8. A carga horária da disciplina é suficiente.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

9. Durante o desenvolvimento da disciplina, são relacionados os objetivos inicialmente

propostos com os conteúdos trabalhados.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

10. Nas aulas desta disciplina há incentivo à participação, discussão e expressão de idéias.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

11. O professor estimula os alunos a buscarem soluções alternativas para os problemas

pertinentes à disciplina.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

Page 47: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

47

12. Durante as aulas, o professor mantém um clima de respeito mútuo.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

13. Durante as aulas, há incentivo à utilização de conhecimento de outras áreas para melhor

compreensão dos conteúdos desta disciplina.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

14. O professor demonstra ter domínio do conteúdo da disciplina.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

15. O professor demonstra estar permanentemente atualizado.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

16. O professor procura comunicar-se de forma clara e objetiva.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

17. Há diversificação de técnicas de ensino e recursos didáticos (audiovisuais, experimentos,

visitas, etc.) nas aulas desta disciplina

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

18. O professor replaneja os objetivos e a metodologia quando há uma maior dificuldade na

aprendizagem de certos conteúdos.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

19. O professor é pontual.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

20. O professor é assíduo.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

21. O professor cumpre o planejamento previamente estabelecido para a disciplina.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

Page 48: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

48

22. As estratégias de ensino exigem do aluno a utilização de bibliografia recomendada.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

23. As avaliações realizadas abordam os objetivos e conteúdos desenvolvidos na disciplina.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

24. As avaliações são variadas no decorrer do semestre letivo.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

25. O professor discute o resultado das avaliações com os alunos.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

26. Através desta disciplina, o professor procura levar o aluno a perceber um desenvolvimento

significativo nos seus conhecimentos.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

27. [Nesta disciplina são adotadas atividades práticas que contribuem significativamente para

sua aprendizagem.]

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

28. As atividades práticas realizadas em ambientes especiais (laboratórios, oficinas, etc.) são

fundamentais para aprendizagem dos conteúdos desta disciplina.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

29. Nesta disciplina são desenvolvidas atividades extraclasse.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

30. As atividades extraclasse, desenvolvidas nesta disciplina, são importantes para

complementar a sua aprendizagem.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

31. A disciplina apresenta a perspectiva de produzir e ampliar o conhecimento, além de

transmiti-lo.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

Page 49: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

49

32. O professor, no desenvolvimento da disciplina, utiliza-se de pesquisas/artigos recentes

para complementar o ensino.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

33. O professor demonstra interesse, gosto e entusiasmo pelo ensino de sua disciplina.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

34. Os procedimentos de avaliação do professor são de agrado da turma.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

35. O desempenho do professor nesta disciplina é considerado de bom nível.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

LOCO III – No caso da disciplina ser desenvolvida sob a forma de estágio curricular,

responda às questões de número 36 a 44, assinalando um X, na coluna à direita, a letra

correspondente à sua opção.

A – Concordo totalmente

B – concordo parcialmente

C – indeciso

D – discordo parcialmente

E – discordo totalmente

O professor, em seu estágio curricular, oferece condições que representam uma

complementação na formação acadêmica:

36.Na organização.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

37.Na adequação do estágio.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

38.Nas observações em sala.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

Page 50: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

50

39.No incentivo e sugestões.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

40.Nas críticas construtivas.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

41.Nas reuniões após as aulas observadas.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

42.Despertando a consciência profissional.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

43.Orientando os alunos nos relatórios do estágio.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

44.Nos horários reservados ao estágio sempre disponível e receptivo.

( )A ( )B ( )C ( )D ( )E

Espaço aberto para uma auto avaliação do aluno, considerando seu desempenho

(responsabilidade, participação, assiduidade, esforço intelectual, criatividade, criticidade,

iniciativa, relacionamento com professores e demais alunos, entre outros.). Desenvolvimento

das disciplinas e desempenho do professor, ou esclarecimento de alguma questão.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Page 51: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

51

CONCLUSÃO

Diante das pesquisas, observações e reflexões teóricas, é inquestionável a necessidade

da avaliação docente para melhorar a qualidade de ensino e proporcionar o crescimento

profissional do professor.

Acreditamos que os instrumentos propostos, além de avaliar os docentes, incentivarão

à diversificação de suas atitudes, levando-os a um trabalho com maior responsabilidade e

criatividade.

O uso do instrumento (Proposta 01), dará oportunidade ao professor demonstrar sua

capacidade produtiva, valorizando todo trabalho por ele executado.

Além disso, a avaliação será uma forma de conscientizá-lo de que o mundo está se

transformando em mudando numa velocidade vertiginosa com novas e avançadas tecnologias,

onde quem não conseguir acompanhar ficará “obsoleto”. Por isso, há necessidade de

inovações, novos comportamentos e métodos pedagógicos, pois o professor sendo receptivo

às mudanças, tem oportunidade de crescer profissionalmente e como cidadão.

Ficou claro, também, durante a realização deste trabalho, a necessidade de um

segundo momento de avaliação em todos os segmentos do Campus Universitário de

Miracema do Tocantins para a conscientização coletiva sobre a melhoria do desempenho e

eficiência profissional.

É extremamente importante aumentar a consciência do professor a respeito de sua

própria filosofia, objetivos, estilos de ensino e também aumentar sua familiaridade e

flexibilidade no emprego de métodos alternativos para alcançar seus objetivos. Isso tudo tem

que ter por base um ambiente centrado no acadêmico, onde o professor é incentivado a se

interessar pelos seus alunos e a ter prazer na interação com eles.

Finalmente, acreditamos que dado o necessário suporte institucional é o professor

individualmente que será em última análise, o responsável pela quantidade e qualidade da

melhoria do processo ensino/aprendizagem.

Page 52: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

52

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CUNHA, Maria I. da. A aula universitária: inovação e pesquisa. In ENCONTRO

NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO, 8., 1996, Florianópolis. Anais...

Florianópolis - SC: UFSC, 1996. P.357-62. Vol. 2: Formação e profissionalização do

educador.

DEPRESBITERIS, Léa. O desafio da avaliação da aprendizagem: dos fundamentos

a uma proposta inovadora. São Paulo: EPU, 1989, p. 91.

EM ABERTO. Avaliação educacional. Brasília: INEP, Vol.15, nº 66, abr./jun. 1995.

FEHR, Manfred, NASCIMENTO, Avilmar F. Avaliação docente: ruma à

quantificação do trabalho acadêmico. EDUCAÇÃO E FILOSOFIA. Uberlândia - MG: UFU,

Vol.5, nº 9, p. 19-24, jul./dez. 1990.

MOREIRA, Antônio F. Barbosa (Org.). Conhecimento educacional e formação do

professor: questões atuais. Campinas - SP: Papirus, 1994, p. 138.

O PROFISSIONAL DO ENSINO: debates sobre sua formação. CADERNO CEDES.

São Paulo: Corte, nº 17, 1989.

OLIVEIRA, Fernando A. L. de. Algumas reflexões sobre o sistema de avaliação.

EDUCAÇÃO E FILOSOFIA. Uberlândia - MG: UFU, Vol.1, nº 2, p. 77-79, jan./jun. 1987.

POPHAM, W. James. Avaliação educacional. Porto Alegre: Globo, 1983. Cap. 14:

Avaliação do professor: um caso especial.

SANTOS, Lucíola L de C. P. Concepções de ensino e formação docente. In

ENCONTO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO, 8., 1996, Florianópolis.

Anais... Florianópolis - SC: UFSC, 1996, p. 305-310. Vol.2.: Formação e profissionalização

do educador.

Page 53: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

53

SAVIANI, Demerval. A função docente e a produção do conhecimento.

EDUCAÇÃO E FILOSOFIA. Uberlândia - MG: UFU, Vol.11, nº 21/22, p. 127-40, jan/dez.

1997.

SGUISSARDI, Valdemar. Para avaliar propostas de avaliação do ensino superior.

REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGÓGICOS. Brasília: INEP, Vol. 76, nº 184,

p. 549-78, set./dez. 1995.

SOUSA, Clarilza Prado de (Org.). Avaliação do rendimento escolar. 6. ed.

Campinas - SP: Papirus, 1997, p. 177.

SOUSA, Eda C. B. Machado de (Org.). Curso de especialização em avaliação à

distância. Brasília: UnB, 1998. V.5: Avaliação de docentes e do ensino.

_________. _________. V.5: Avaliação de docente e do ensino: leituras

complementares.

ZAINKO, Maria Amélia S. Educação superior no Brasil: a avaliação institucional

como condição para seu desenvolvimento. EDUCAÇÃO BRASILEIRA. Brasília: CRUB,

Vol.15, nº 30, p. 111-23, 1993.

Page 54: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

54

ANEXO I

QUADRO 01: FORMAS DE INGRESSO POR PERÍODO LETIVO

MATRÍCULAS

1995

1996

1997

1998

1999

Vestibular 15 27 13 37 41

Transferência Interna * * * 01 *

Transferência Externa 04 * * * *

Porte de Diploma Superior * 01 * * *

Total 19 28 13 38 41

Page 55: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

55

ANEXO II

QUADRO 02: NÚMERO DE MATRÍCULAS POR PERÍODO

LETIVO/SÉRIE/TURNO - 1995/96

A N O D E 1 9 9 5 A N O D E 1 9 9 6

1.ª SÉRIE

1.ª SÉRIE

2.ª SÉRIE

D

N

TOTAL

SÉRIE

TOTAL

ANO

D

N

TOTAL

SÉRIE

D

N

TOTAL

SÉRIE

TOTAL

ANO

06

13

19

19

14

13

27

06

10

16

43

Legenda: D = Diurno/N = Noturno

Page 56: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

56

ANEXO III

QUADRO 03: NÚMERO DE MATRÍCULAS POR PERÍODO

LETIVO/SÉRIE/TURNO - 1997

A N O D E 1 9 9 7

1.ª SÉRIE

2.ª SÉRIE

3.ª SÉRIE

NOTURNO

TOTAL/

SÉRIE

D

N

TOTAL/

SÉRIE

D

N

TOTAL

SÉRIE

TOTAL/A

NO

16

16

10

15

25

05

06

11

36

Legenda: D = Diurno/N = Noturno

Page 57: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

57

ANEXO IV

QUADRO 04: NÚMERO DE MATRÍCULAS POR PERÍODO

LETIVO/SÉRIE/TURNO - 1998.

A N O D E 1 9 9 8

1.ª SÉRIE

2.ª SÉRIE

3.ª SÉRIE

4.ª SÉRIE

NOTUR

NO

TOTA

L/SÉ

RIE

NOTUR

NO

TOTA

L/

SÉRIE

D

N

TOTAL

/ SÉRIE

D

N

TOTA

L/

SÉRI

E

TOT

AL/

ANO

39

39

13

13

11

10

21

03

07

10

83

Legenda: D = Diurno/N = Noturno

Page 58: Monografia   avaliação do ensino superior - universidade salgado de oliveira

58

ANEXO V

QUADRO 05: NÚMERO DE MATRÍCULAS POR PERÍODO

LETIVO/SÉRIE/TURNO - 1999.

ANO DE 1999

1ª SÉRIE

2ª SÉRIE

3ª SÉRIE

4ª SÉRIE

NOTUR-

NO

TOTAL/

SÉRIE

NOTUR -

NO

TOTAL/

SÉRIE

NOTUR-

NO

TOTAL /

SÉRIE

DIURNO NOTUR-

NO

TOTAL/

SÉRIE

50 50 31 31 13 13 12 06 18

Legenda: D = Diurno/N = Noturno