LOUZADA, M. S. O. O ensino da norma na escola. In: MURRIE, Z. de F. (Org.) et al. O ensino de portugus: do primeiro grau universidade . So Paulo: Contexto, 2001. p. 11-21.

Sntese de reflexes sobre o ensino de LP, reunindo o que j tem sido difundido pela CENP.O que CENP.No h pretenso de veicula ideias inovadoras, mas de firmar posies j assumidas

Propostas no devem ser vistas como solues, receiturios ou contedo a ser seguido cegamente. Devem ser, antes de tudo: ponto de reflexo

No caso do documento da CENP, deve ser uma reflexo visando a mudana de ponto de vista e de atitudes em relao linguagem e lngua e a uma conscincia do papel do professor de LP, para que seja capaz de adequar suas aes a esse papel.

Por meio da reflexo: como melhorar o desempenho lingustico dos escolarizados que, apesar das manifestaes de interao e de princpios, a escola no tem conseguido realizar de modo satisfatrio.

Consideram funo inalienvel da escola: levar a criana a adquirir e praticar o dialeto padro e praticar na modalidade culta e formal, no somente porque por ela ser socialmente avaliada, mas porque por ela ter acesso tradio cultural escrita.

Segundo as autoras, cabe esclarecer dois pontos bsicos:

O que se entende por normaQuem o aluno que frequenta hoje a escola pblica

NORMA: 1) uso lingustico concreto que corresponde ao dialeto social praticado pela classe de prestgio; 2) corresponde ao que a classe socialmente de prestgio espera que as pessoas ou faam ou digam em determinada situao

Hoje, alunos entram na escola, mas l no permanecem. Por qu?

O ensino para todos continua sendo para poucos privilegiados mudou a populao escolar, mas a escola continuou ilusoriamente ensinando o que e como ensinava h 20 ou 30 anos.

Inadequao entre o que/como se ensina e para quem ensina;Trata-se indiscriminadamente, como aos alunos da dcada de 60, os eleitos, e despeja sobre elas um sem-nmero de informaes sobre uma lngua que ele desconhece.FOMENTA: preconceito e discriminao social

Para evitar tal situao (preconceitos): respeitoA aquisio e o desenvolvimento da linguagem no se do em virtude de uma atividade isolada do sujeito ela ocorre a partir da interao com o adulto

Qualquer criana que ingressa na escola j traz, portanto, uma rica prtica de linguagem, maior ou menor conforme o exerccio efetivo da comunicao e a variedade de suas experincias. A escola no pode interromper esse processo: deve manter e aprimorar os comportamentos sociais da interao verbal, multiplicando as experincias de atividade discursiva para diferentes propsitos sobre diferentes temas, em diferentes condies de produo e interlocuo.

Trabalho realizado por Egl Franchi resultados positivos em relao ao alcance dos objetivos:1) Reforar nos alunos a sensibilidade para diferentes usos da linguagem, conscientizando-os da existncia de variaes dialetais e de seu prestgio social relativo; 2) levar as crianas a compreender o fato de que os usos da lngua, independentemente de seus mecanismos, so regidos por certas convenes;

3) Caracterizar adequadamente o dialeto padro como variao socialmente prestigiada, mas equivalente ao dialeto da criana do ponto de vista da expressividade e da comunicatividade;4) Levar o aluno a observar a oposio entre o padro culto e o popular;

5) Levar o aluno a observar a oposio entre o padro culto e o popular;6) Levar a criana a produzir frases, oraes, expresses em ambos os dialetos em questo;

A professora relata que a prpria conscincia da variao permitiu s crianas fazer opes por utilizar um ou outro dialeto. Ver ex. p. 17.

levar a criana ao domnio padro e culta, dar-lhe condies de responder s exigncias formais do texto escrito, faz-la ampliar os modos de representao do mundo, so certamente, objetivos precpuos da escola.Questionar: que/como/em que situao usar uma e/ou outra forma de linguagem

No se trata de excluir das tarefas da escola a reflexo sobre a linguagem, isto , a descrio de sua estrutura ou a explicao de suas regras ... Trata-se apenas de estabelecer prioridades, deixando claro que no faz sentido, a nosso ver, descrever ou tentar sistematizar algo de que no se tenha um domnio efetivo.

Ex.: lngua estrangeira ensinava-se gramtica e o aluno no sabia como interagir / ensinar dar ferramentas para interao

No se trata to somente de mudana metodolgica ou de tcnica de ensino. Trata-se,primordialmente, de uma mudana de postura do profissional de ensino em relao concepo de linguagem e do que ensinar lngua materna.

Questionar: sobre para que serve o que o prof de lp ensina aos launos. Por que portugus difcil na escola, se os alunos j falam competentemente essa lngua?A reflexo sobre e prtica fundamental para propor o que/ como/ para que e para quem ensinar.

No devemos nos esquecer: o trabalho do professor de lngua portuguesa constitui-se em multiplicar, aumentar e acrescentar os recursos expressivos de que a criana no disponha. O aluno deve, a longo prazo, estar em contato com as formas que coloquialmente no usa, e saber us-las em situaes formais.