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POJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS São João da Boa Vista - SP 2014

LETRAS - unifeob.edu.brunifeob.edu.br/wp-content/uploads/2013/09/projeto-pedaggico-letras.pdf · compromisso coletivo com o que nele está proposto e com as transformações da universidade

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POJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

PROJETO PEDAGÓGICO

DO CURSO DE

LETRAS

São João da Boa Vista - SP

2014

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

PROFESSORES ELABORADORES DO PROJETO PEDAGÓGICO DO

CURSO DE LETRAS DO UNIFEOB

Profª Me. Márcia Mariza Belli– Mestre

Coordenador do Curso de Letras do UNIFEOB

Ana Cristina Salviato Silva - Doutora

Elisabete Brockelmann de Faria- Doutora

Helga Hinkenickel Reinhold- Doutora

Patrícia Gomes Furlanetto - Doutora

Regina Célia de Carvalho Paschoal Lima- Mestre

Docentes do Curso de Letras do UNIFEOB

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para

o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável

para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e

buscar uma nova estabilidade em função da promessa que

cada projeto contém de estado melhor que o presente. Um

projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a

determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os

campos de ação possível, comprometendo seus atores e

autores. (Moacir Gadotti).

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Missão e Valores do UNIFEOB

A missão do UNIFEOB é “educar gerações, atuar na comunidade com

responsabilidade social e influir no desenvolvimento regional, valorizando a

ética, a cidadania, a liberdade e a participação.”

Os valores que orientam o UNIFEOB são a dignidade do ser humano, o

pluralismo democrático, a transparência e responsabilidade nas relações

institucionais e comunitárias, o respeito à individualidade e diversidade de

ideias, o espírito de equipe e criatividade, além do compromisso com o meio

ambiente.

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .............................................................................................. 8

1 A INSTITUIÇÃO .............................................................................................. 9

1.1 DENOMINAÇÃO E ENDEREÇO .............................................................. 9

1.2 HISTÓRICO .............................................................................................. 9

1.3 ESPAÇO FÍSICO .................................................................................... 95

1.4 MISSÃO .................................................................................................. 96

1.5 OBJETIVOS INSTITUCIONAIS .............................................................. 98

1.6 INSERÇÃO REGIONAL ....................................................................... 199

1.7 PERFIL DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA ..................... 20

2 O PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL: ......................................... 222

FORMAÇÃO POR COMPETÊNCIAS ............................................................ 222

2.1 PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS .................................................. 244

2.1.1 Contextualização ............................................................................ 244

2.1.2 Organização curricular e planejamento .......................................... 266

2.1.2.1 Diagnóstico ................................................................................. 277

2.1.2.2 Elaboração da estrutura: a organização das matrizes curriculares

................................................................................................................ 288

2.1.2.3 Implantação: atividades e metodologias ....................................... 29

2.1.2.4 Coordenação de curso e corpo docente ..................................... 311

2.1.2.5 Acompanhamento: Gestão Do Curso .......................................... 322

2.1.2.6 Avaliação de desempenho e da formação dos alunos .................. 33

2.1.2.7 Avaliação do desenvolvimento dos cursos .................................. 355

2.1.2.8 Trabalho de conclusão de curso (tcc) ........................................... 37

2.2 ARTICULAÇÃO ENTRE OS PPC, PDI E O PPI ..................................... 39

2.3 GESTÃO INSTITUCIONAL: ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ....... 411

3 IDENTIFICAÇÃO DO CURSO .................................................................... 455

3.1 IDENTIFICAÇÃO LEGAL DO CURSO .... Erro! Indicador não definido.5

3.2 JUSTIFICATIVA, HISTÓRICO, CONCEPÇÃO DO CURSO .............. Erro!

Indicador não definido.

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

3.2.1 HISTÓRICO ......................................... Erro! Indicador não definido.9

3.2.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................. 50

4 PRINCIPIOS NORTEADORES DO CURSO .. Erro! Indicador não definido.6

4.1 REQUISITOS DE ACESSO AO CURSO ................................................ 60

5 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DOS EGRESSOS ....................................... 61

5.1 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS PELO

CURSO DE LETRAS .................................................................................... 64

5.1.1 Objetivos .......................................................................................... 64

5.1.2 competências gerais do Curso Letras .............................................. 64

5.1.3 competências e habilidades pedagógicas do curso de Letras ........ 66

5.1.4 competências e habilidades específicas do curso de Letras ............ 67

6 PERFIL DO DOCENTE, COORDENAÇÃO E NDE .................................... 688

6.1 PERFIL DOCENTE ............................................................................... 688

6.1.1 Corpo Docente atual ........................................................................ 72

6.2 COORDENAÇÃO DE CURSO ............................................................... 75

6.3 COMPOSIÇÃO DO NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE ................ 76

7 METODOLOGIA DO CURSO ....................................................................... 78

8 ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA ................................................. 81

8.1 Adequação da metodologia de Ensino à Concepção ........................... 81

8.2 Inter-relação das unidades de estudo na concepção e execução do

currículo ........................................................................................................ 82

8.3 Currículo ............................................................................................... 82

8.3.1 MATRIZ CURRICULAR ....................................................................... 85

8.3.2 Estrutura Curricular ......................................................................... 89

8.3.3 EIXO BÁSICO, EIXO ESPECÍFICO E EIXO COMPLEMENTAR

...................................................................................................................... 91

8.3.4 Eixo Específico ................................................................................. 92

8.3.4.1 Ementas e Bibliografias Básicas do Eixo Específico ..................... 95

8.3.5 Eixo complementar ........................................................................ 103

8.3.5.1 Ementas e Bibliografias Básicas do Eixo Complementar: ........... 103

8.3.6 Eixo para Formação Pedagógica .................................................. 105

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

8.3.6.1 Ementas e Bibliografias Básicas do Eixo de Formação de

Pedagógica ............................................................................................. 105

8.4 NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ............................................ 112

8.4.1 Tutoria ............................................................................................ 112

8.4.2 Infraestrutura e processos de acompanhamento dos alunos ......... 113

8.4.2.1 Rede e equipamentos ................................................................. 113

8.4.2.2 Acompanhamento e Apoio aos Alunos ................................. 114114

9 AS ATIVIDADES PRÁTICAS ...................................................................... 115

9.1 ESTÁGIO SUPERVISIONADO ............................................................ 116

9.1.1 Objetivos do Estágio Supervisionado ............................................. 117

9.1.2 Formato dos Estágios .................................................................... 118

9.2 ATIVIDADES DE PESQUISA ..................................................................120

9.3 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ........................................ 126

9.3 ATIVIDADES COMPLEMENTARES.................................................... 132

9.5 ATIVIDADES DE EXTENSÃO NA ÁREA DE LETRAS........................ 135

10 ATIVIDADES DE ATENDIMENTO E APOIO ACADÊMICO AOS

DISCENTES ............................................................................................... 13737

10.1 ATIVIDADES DO PROGRAMA DE NIVELAMENTO ...................... 13737

10.2 ATIVIDADES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE ATENÇÃO AO

ESTUDANTE .......................................................................................... 13838

11 RECURSOS HUMANOS E INFRAESTRUTURA. ................................. 14039

11.1 RECURSOS HUMANOS PARA ADMINISTRAÇÃO DO CURSO .. 14039

11.1.1 Colegiado do Curso .................................................................. 14040

11.1.2 Corpo Técnico .......................................................................... 14141

11.2. RECURSOS FÍSICOS ................................................................... 14242

11.2.1 Laboratórios de INFORMÁTICA .............................................. 14343

11.2.2 Biblioteca ................................................................................. 14343

12 AVALIAÇÃO .......................................................................................... 14646

12.1 AVALIAÇÃO DO ENSINO APRENDIZAGEM ................................. 14646

12.2 AUTO AVALIAÇÃO DO CURSO .................................................... 14949

12.3 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL ....................................................... 15050

12.4 AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO .................................. 15151

12.5 CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO, RETENÇÃO E DEPENDÊNCIAS .. 15252

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 15454

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

APRESENTAÇÃO

O Projeto Pedagógico do Curso de Letras do Centro Universitário

Fundação de Ensino “Octávio Bastos” – UNIFEOB - é o documento que

imprime a direção, especificidades e singularidades, além de apresentar, de

forma clara, o funcionamento do curso, suas prioridades e estratégias de

trabalho.

O ensino de graduação, voltado para a construção do conhecimento

e formação de profissionais, não pode pautar-se por uma estrutura curricular

rígida. Assim, a flexibilização curricular é condição necessária à efetivação de

um projeto de pedagógico de qualidade.

A elaboração participativa desse Projeto Pedagógico pretende fazer

com que cada um dos envolvidos no Curso de Letras se torne intrinsecamente

ligado pelo desafio que representa a construção e a ação universitária. Sua

caracterização, vitalidade, avaliação e atualização dependerão do

compromisso coletivo com o que nele está proposto e com as transformações

da universidade e da sociedade.

A comunidade acadêmica do Curso de Letras, assim como a de

todos os cursos (licenciaturas, bacharelados e tecnólogos), desejando

contribuir para a sustentação de prioridades educacionais e com um senso de

empreendimento e determinação em pensar constantemente sobre suas

próprias ações, apresenta este Projeto Pedagógico como resultado de amplos

debates e reuniões acadêmicas. Tal documento norteará, a partir deste ano

(2014), as ações do curso com base nas aspirações coletivas.

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

1 A INSTITUIÇÃO

1.1 DENOMINAÇÃO E ENDEREÇO

FEOB – Fundação de Ensino Octávio Bastos (Mantenedora)

UNIFEOB – Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos

Campus I – Centro

Rua General Osório, 433, Centro - São João da Boa Vista - SP - Brasil

(19) 3634-3300

Campus II

Avenida Dr. Octávio Bastos, 2439, Jardim Nova São João - São João da Boa

Vista - SP - Brasil

(19) 3634-3200

Endereço de página na WEB: www.unifeob.edu.br

1.2 HISTÓRICO

A Fundação de Ensino Octávio Bastos (FEOB) é uma entidade de direito

privado, sem fins lucrativos, mantenedora do Centro Universitário – UNIFEOB.

Localizada em São João da Boa Vista - SP, a Instituição foi fundada em

04 de novembro de 1965, com o nome de Fundação Sanjoanense de Ensino,

por um grupo de cidadãos liderados por Octávio da Silva Bastos, à época

prefeito da cidade, conforme escritura lavrada no Livro de Notas n. 199, fls.

29/40, do 1º Cartório de Notas e Anexos, devidamente protocolada sob n.

6.790, registrada sob o n. 133, do Livro Sociedade Civil, em 23/08/1968.

A primeira faculdade implantada foi a de Direito, em 1967, reconhecida

em 1972, cujo diretor foi o Dr. Octávio da Silva Bastos.

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Em 1971, foi implantada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras,

com os cursos de licenciatura em Pedagogia, Letras, Matemática e Ciências

Sociais, com reconhecimento em 1977. Desde aquela época, já havia a

preocupação dos dirigentes em atuar fortemente na formação de professores.

Em 1973, entrou em funcionamento a Faculdade de Ciências Contábeis

e Administrativas, cujo reconhecimento ocorreu em 1977.

A Faculdade de Medicina Veterinária iniciou suas atividades em 1987,

sendo reconhecida em 1992.

Em outubro de 2001, foi autorizada, pela portaria nº 2201, a abertura do

curso de bacharel em Ciências Biológicas, que entrou em funcionamento em

2002. Neste mesmo ano, foram autorizados mais três cursos, que passaram a

funcionar em 2003: pela portaria nº 2200, o curso de Bacharel em

Enfermagem; pela portaria nº 950, o curso de Bacharel em Fisioterapia e pela

portaria nº 837, o curso de Bacharel em Sistemas de Informação.

Ainda em 2002, com seu crescimento e a integração de seus cursos,

houve mudanças em seu estatuto e, juntos, os cursos de graduação e de pós-

graduação passaram a compor as FIFEOB – Faculdades Integradas da

Fundação de Ensino Octávio Bastos.

Em dezembro de 2003, depois de atender a todas as exigências do

MEC, as FIFEOB conquistaram o status de Centro Universitário. Assim, foi

adotado o nome UNIFEOB – Centro Universitário da Fundação de Ensino

Octávio Bastos.

No dia 24 de abril de 2004, o UNIFEOB passou a integrar o seleto grupo

de instituições de ensino superior, reconhecido, por seu trabalho comunitário,

como uma das 45 entidades filiadas à ABRUC- Associação Brasileira das

Universidades Comunitárias, dentre mais de 1600 escolas de ensino superior

do Brasil.

Com a autonomia concedida pelo MEC, em 2005 foram oferecidos os

cursos de licenciatura em História, Geografia, Química, Física e Ciências

Biológicas.

Em 2007, foram iniciados nove Cursos de Superiores de Tecnologia:

Comércio Exterior, Gestão Ambiental, Gestão da Qualidade, Gestão de

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Recursos Humanos, Gestão Pública, Logística, Marketing, Processos

Gerenciais e Agronegócios.

Em 2013, após uma reestruturação financeira, foram abertos os cursos

de Bacharelado em Engenharia Agronômica, Engenharia Civil e Arquitetura e

Urbanismo, além da reabertura dos cursos em licenciatura que, por motivos

financeiros, haviam sido encerrados entre 2011 e 2012.

Em seu processo de expansão, criou, em 2013, o Núcleo de Educação a

Distância (NEaD).

O UNIFEOB mantém diversos cursos de Pós-Graduação nas áreas de

Gestão (MBA) e Educação, além da Universidade da 3ª Idade; esta última, uma

das pioneiras no Brasil, funcionando desde 1999.

Em 2014, no UNIFEOB estão matriculados por volta de 5000 alunos de

São João da Boa Vista e região, também de vários estados do País,

distribuídos entre 28 cursos de graduação (licenciatura, bacharelado e

tecnólogo); 2 de pós-graduação; diversos cursos de extensão (presencial e on-

line), além de cursos técnicos.

Para atender a demanda por informações dessa comunidade acadêmica

e da população em geral, o UNIFEOB possui duas bibliotecas: no Campus I,

localiza-se a Biblioteca Central e, no Campus II, a Biblioteca Setorial.

O acervo é formado por 46.000 títulos, entre livros, obras de referência,

dicionários, enciclopédias, atlas, compêndios, periódicos nacionais e

internacionais, monografias, teses, multimídia, mapas geográficos e históricos.

Os serviços oferecidos pelo Sistema de Bibliotecas dispõem de acesso

informatizado à base de dados, de empréstimos e renovações online,

pesquisas bibliográficas, reservas de livros, pedidos de obras de comutação

bibliográfica – COMUT -, além de salas de estudo e modernos computadores

com internet. Ainda contemplando a busca de informações que possam

melhorar o aprendizado, os alunos contam com o Sistema Pergamum,

plataforma de consulta online ao acervo físico do UNIFEOB; a Biblioteca Virtual

3.0 (Pearson); a Minha Biblioteca (Saraiva) e links de periódicos on line como a

Revista dos Tribunais.

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Com o objetivo de facilitar a inclusão social de pessoas com deficiência

visual, funciona, junto à Biblioteca Central, a Biblioteca Braille, cujo espaço é

adaptado ao bem estar das pessoas com deficiência visual e outros tipos de

deficiência. Com apoio da Fundação Dorina Nowill e do Projeto Laura, o acervo

da biblioteca conta com obras impressas em Braille e em formato digital.

Também se preocupando com inserção, o UNIFEOB mantém um Núcleo

de Desenvolvimento e Inovação, que tem por objetivo oferecer aos

universitários um estímulo para aprimorar os conhecimentos e obter uma

qualificação profissional séria e de consistente que lhe abra portas no mercado

de trabalho. Para tanto, mantém convênios com empresas e entidades de toda

a região, muitas delas reconhecidas nacionalmente, como o SEBRAE e a

UNILEVER, para os cursos na área de Negócios, e o Complexo Damásio de

Jesus, para os alunos do curso de Direito.

Modernas tecnologias de informação e comunicação (TICs) foram

implementadas, potencializando o processo de ensino-aprendizagem, uma vez

que funcionam como ferramentas facilitadoras e integradoras das estratégias

metodológicas adotadas. Entre as tecnologias, destacam-se a utilização do

AVA (Ambiente Virtual do Aluno), uma evolução da plataforma Moodle, para a

disponibilização de materiais didáticos, exercícios e vídeo-aulas, envio e

desenvolvimento de atividades. Ainda no AVA disponibilizam-se cursos de

aprimoramento nas áreas de Português, Matemática, Inglês, Educação

Ambiental, Africanidade, Cultura indígena, Libras e Administração do tempo.

Outro grande trunfo do UNIFEOB é a parceria com a UNESP

(Universidade Estadual Paulista), que utiliza as instalações do campus II,

possibilitando um intercâmbio entre alunos e professores de ambas as

instituições.

O UNIFEOB é credenciado junto ao Novo FIES e PROUNI, assim como

ao Programa do Governo Estadual – Escola da Família.

Porém, sem dúvida alguma, o grande diferencial acadêmico do

UNIFEOB situa-se no corpo docente, altamente qualificado e engajado no

mercado de trabalho, e no novo Projeto Pedagógico, baseado na formação por

competências, descrito mais adiante.

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Além das atividades acadêmicas, o UNIFEOB desenvolve, com

participação dos docentes, discentes e colaboradores administrativos, vários

projetos de extensão e de ações sociais e culturais, que atendem a

comunidade extra-muro da Instituição; o que lhe confere anualmente o selo de

instituição socialmente responsável, certificado pela Associação Brasileira das

Mantenedoras de Ensino Superior – ABMES.

Dentre eles, podem-se destacar, à guisa de exemplo:

- O Projeto Laura, criado em 2002, tem por função promover a

integração social de pessoas com deficiência visual, por meio do método

Braile, que inclui leitura e escrita. Realiza ações como capacitação

profissional com a inclusão digital, aulas de Braile, programas de divulgação,

estágios, inclusão nas empresas da região, workshops de sensibilização, entre

outras. Para os deficientes visuais e todos os interessados, o Projeto Laura

oferece, desde 2009, o curso de Braille, que emite certificado como curso de

extensão.

- O Projeto Equoterapia, também iniciado em 2002, tem como sede a

Fazenda Escola do UNIFEOB. Envolve alunos de Fisioterapia, Medicina

Veterinária e Pedagogia que, além de receber uma bolsa-estágio, adquirem

conhecimentos práticos e aperfeiçoam habilidades imprescindíveis para o

mercado de trabalho, como trabalhar em equipe, comemorar avanços, ter

tolerância, saber lidar com frustrações, além de desenvolver a empatia.

A Equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de

uma abordagem interdisciplinar, buscando o desenvolvimento biopsicossocial

de pessoas que apresentam deficiências como lesões cerebrais e raqui-

medular, autismo, síndrome de Down, síndrome de Rubenstein-Taybi,

síndrome de Angelman, paralisia cerebral, lesões provocadas em acidentes,

terceira idade, transtorno opositor e microcefalia.

- O Programa de relacionamento UNIFEOB tem por objetivo contribuir,

através de palestras, aplicação de testes de sondagem vocacional, visitas aos

campi etc, para a orientação profissional dos alunos do Ensino Médio

(principalmente 3º ano).

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Destaca-se o “Universo UNIFEOB”, um evento anual frequentado por

alunos de escolas públicas e particulares de São João da Boa Vista e região,

ocasião em que cada curso do UNIFEOB apresenta aspectos interessantes de

sua proposta de ensino-aprendizagem, no intuito de auxiliar os egressantes do

Ensino Médio a decidirem sobre o prosseguimento de seus estudos.

- A Universidade da Terceira Idade teve seu início no ano letivo de 1992,

com a proposta de estimular e possibilitar a reinserção social da pessoa idosa,

permitindo-lhe acesso à educação continuada através da participação em

atividades educativas, socioculturais e de ação comunitária.

Sempre levando em conta o perfil dos participantes, a Universidade da

Terceira Idade, estruturada em encontros semanais, palestras, oficinas etc,

caracteriza-se como um espaço onde se discutem temas da atualidade,

trocam-se informações, atualizam-se conhecimentos, organizam-se teatros,

confraternizações, passeios etc, permitindo ao aluno trabalhar a autoestima,

integrar-se socialmente, além de experienciar novos desafios.

- O Projeto Um Olhar no Amanhã iniciado em agosto de 2014,

amalgamando uma proposta social de melhorar a qualidade de vida dos idosos

moradores do Lar Nossa Senhora de Lourdes, situado em Águas da Prata, e

uma proposta acadêmica de contribuir para a capacitação dos alunos no que

se refere ao gerenciamento de um lar para idosos em todos os seus aspectos,

propondo soluções para problemas e situações reais, ao mesmo tempo em que

possibilita aos envolvidos se desenvolverem como cidadãos atuantes,

socialmente comprometidos.

Sendo uma aplicação da missão e valores preconizados pelo UNIFEOB,

o projeto, que se dirige aos cursos de Medicina Veterinária, Agronomia,

Arquitetura, Enfermagem, Fisioterapia, Direito e Administração, almeja a

multiplicação da proposta para outras instituições de cuidados aos idosos.

Pela seriedade de suas propostas, - tanto para o âmbito acadêmico

como fora dele - pela qualidade de seus cursos e, consequentemente, da

formação de seus alunos; pelo pioneirismo de suas ações; por sua reverência à

tradição, associada à busca contínua de inovação em todos os seus processos,

o UNIFEOB conquistou, nestes seus quase 50 anos de história, respeito e

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

confiança, ocupando lugar de destaque dentre as mais importantes instituições

superiores da região.

1.3 ESPAÇO FÍSICO

A Instituição abriga dois campi.

No campus I, distribuídos em quatro prédios, localizam-se a secretaria

do vestibular, a biblioteca central, 04 laboratórios de informática, o escritório

modelo, o fórum escola, uma quadra poliesportiva, todos os setores

administrativos da instituição, além do Centro Cultural. Neles também se

encontram as salas de aula de cursos superiores de graduação e pós-

graduação, o estúdio do Núcleo de Educação à Distância, a Secretaria de pós-

graduação e a Central de atendimento do FIES.

No campus II, com área de 123 mil m2, alojados em nove edificações (15

mil m2 de área construída), estão instalados os laboratórios dos cursos da área

de Saúde, laboratórios de Informática, a biblioteca setorial, um moderno

hospital veterinário e a secretaria setorial. O campus II abriga cantinas, quadra

poliesportiva, estacionamentos e as salas de aula de cursos superiores de

graduação – licenciatura, bacharelado e tecnologia -, e dos cursos técnicos

oferecidos através do Pronatec; dispondo ainda de amplo espaço para os

novos cursos que a Instituição planeja oferecer.

Anexa à Santa Casa de Misericórdia “Dona Carolina Malheiros”,

localizada em São João da Boa Vista, o UNIFEOB mantém sua clínica-escola

para os alunos do curso de Fisioterapia, equipada com os mais modernos

aparelhos para as atividades práticas dos cursos e para atendimento da

comunidade.

Próximo ao campus II, em uma área com mais de 150 hectares, situa-se

a Fazenda Escola, onde são desenvolvidas atividades práticas e

interdisciplinares dos cursos de Medicina Veterinária, Ciências Biológicas,

Engenharia Agronômica, Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo,

Enfermagem, Fisioterapia, Pedagogia, Geografia, Gestão Ambiental, entre

outros.

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

1.4 MISSÃO

Acompanhando os rápidos e profundos movimentos de transição da

sociedade, em particular do mercado de trabalho e do desenvolvimento e

emprego de novas tecnologias, o UNIFEOB, em diversos momentos de sua

trajetória, passou por reformulações organizacionais significativas, tanto em

seus aspectos administrativos como acadêmicos.

Preparada para oferecer uma formação de excelência, a Instituição vem

enfrentando os novos desafios ao inovar e utilizar estratégias para

proporcionar, a seus alunos, a construção dos conhecimentos e das

competências que o profissional de nossos dias deve demonstrar para atender

às exigências crescentes da sociedade e das organizações que atuam em

ambientes cada vez mais complexos.

Projetos pedagógicos inovadores de seus cursos de graduação e pós-

graduação, adoção de novas tecnologias educacionais, qualificação e

atualização permanentes de seu quadro de funcionários em todos os níveis, de

ampliação e modernização de sua infraestrutura, relacionamento intenso com a

comunidade por meio de projetos de extensão e de prestação de serviços, são

algumas das ações que vêm sendo continuamente realizadas.

Fundamentado desde o início de sua formação nos valores de

responsabilidade ética e social, o UNIFEOB tem como proposta desenvolver

suas atividades educacionais num sentido amplo, contribuindo para a formação

de um cidadão e profissional imbuído de valores éticos que, com competência

técnica, atue no seu contexto, agindo nos mais diversos setores sociais.

A missão do UNIFEOB é educar gerações, atuar na comunidade com

responsabilidade social e influir no desenvolvimento regional, valorizando a

ética, a cidadania, a liberdade e a participação.

Desta forma, o UNIFEOB procura pautar suas atuações com base nos

valores de respeito à dignidade do ser humano, no pluralismo democrático, na

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

transparência de suas ações internas e externas, na responsabilidade em suas

relações institucionais e comunitárias, no respeito à individualidade e

diversidade de ideias, no espírito de equipe e na criatividade, além do

compromisso com o meio ambiente.

Em suma, as finalidades do UNIFEOB, inseridas em seu estatuto,

especificamente, em seu capítulo II, artigo 5º, são:

I - promover a educação integral do ser humano pelo cultivo do saber

nas áreas de conhecimento dos cursos que ministra;

II- incrementar, preservar e desenvolver a cultura por meio da

indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa, notadamente

como iniciação científica, e de extensão;

III - formar e aperfeiçoar profissionais, com vistas à sua realização,

valorização e ao desenvolvimento econômico, sócio-político, cultural e

espiritual do País;

IV - promover a pesquisa aplicada e iniciação científica;

V - promover a cultura, desenvolver a vida social dos alunos e manter

vivos os ideais de brasilidade e solidariedade humana;

VI - contribuir para o desenvolvimento harmônico e integral da

comunidade local, regional e nacional;

VII - atuar no campo da extensão, como forma de levar à comunidade os

valores e bens morais, culturais, científicos e econômicos, inerentes a

sua atividade educacional;

VIII - respeitar os valores morais, cívicos e religiosos, com vista ao

aperfeiçoamento da sociedade e à promoção do bem-estar comum;

IX - atuar na comunidade, assumindo postura crítica, livre e ética;

X - ser uma instituição democrática, comprometida com os princípios da

liberdade, responsabilidade, justiça e solidariedade humana.

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

1.5 OBJETIVOS INSTITUCIONAIS

Desde 1999, a comunidade das então Faculdades Isoladas e agora do

UNIFEOB realiza reuniões para definir e redefinir os "Objetivos e Metas" para a

Instituição. Alguns objetivos foram implantados desde então e outros são

sempre revistos. A transformação em Faculdades Integradas e, posteriormente,

em Centro Universitário criou os Órgãos Colegiados e estabeleceu um novo

fórum de discussão. Assim, o Conselho Universitário – CONSUNI - e o

Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE - passaram a ser os

órgãos máximos de deliberação. Contando previamente com objetivos e metas

traçadas, busca-se, sistematicamente consolidar os Objetivos Gerais do

UNIFEOB a partir de todo o amplo processo de discussão que é sempre

travado dentro da Instituição na direção da consolidação de seu PDI.

Ao explicitar seus objetivos gerais, o UNIFEOB reafirma seu

compromisso com sua missão e seus valores e quer ser reconhecido como

uma instituição comunitária, sem fins lucrativos, inserida em seu meio e

preocupada com o cidadão egresso de seus cursos. Os objetivos priorizados

em seu ultimo PDI foram:

1. Proporcionar uma formação emancipatória, buscando as

consciências sociais, pessoais e profissionais, valorizando as dimensões

éticas, solidárias e estéticas;

2. Melhorar a qualidade de ensino e aprendizagem;

3. Consolidar o Centro Universitário como referência regional;

4. Diversificar apoios educacionais;

5. Implantar de políticas para a melhoria de instalações físicas

funcionais.

20

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

1.6 INSERÇÃO REGIONAL

A vocação regional do UNIFEOB abrange um conjunto de municípios

localizados no leste do Estado de São Paulo e sul do Estado de Minas Gerais,

tendo como extremos aproximados as cidades de Socorro, Itapira, Descalvado,

Porto Ferreira e Santa Rosa do Viterbo, no Estado de São Paulo; e Monte

Santo de Minas, Guaxupé, Alfenas, Varginha e Pouso Alegre, no Estado de

Minas Gerais. O eixo da região é composto pelas cidades de São João da Boa

Vista, Mogi Guaçu e Poços de Caldas. A extensão aproximada da área é de

33.000 km2, sendo que, em relação à cidade de São João da Boa Vista, a

maior distância é de 200 km.

O comprometimento do UNIFEOB com o desenvolvimento regional não é

propriamente uma novidade na história da Instituição, pois desde sua

fundação, há quase cinquenta anos, a Fundação de Ensino Octávio Bastos

busca oferecer, através de sua política de inserção, benefícios sócio-

econômico-culturais para a população residente na área regional de São João

da Boa Vista. As ações implantadas decorrentes desta política proporcionam,

entre outros:

• Utilização de suas bibliotecas (central e setorial), pela comunidade;

• Suporte técnico / logístico, apoiando a realização de ações de práticas

acadêmicas, bem como de campanhas de esclarecimento da população,

nas diferentes áreas de atuação da instituição, tais como Projeto de

Castração, Saúde Coletiva, Escritório Modelo, Fórum Escola, Projeto

Laura, Equoterapia, Clínica de Fisioterapia, Projeto de Reciclagem,

Veterinária Solidária e muitos outros mais;

• Priorização de postos de trabalho para a mão de obra local;

• Realização de projetos e trabalhos na área de educação através de

parcerias com prefeituras da região, Diretorias Regionais de Ensino e

instituições privadas de ensino básico.

• Convênios com o Sistema Único de Saúde e com a rede básica de

saúde do município e o desenvolvimento de diversos projetos de

extensão dentro de Centros de Convivência para dependentes químicos

21

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

e idosos.

• Parceria com o SEBRAE para o desenvolvimento de práticas

empreendedoras em diversas áreas e para toda a região.

1.7 PERFIL DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA

São João da Boa Vista dista 229 km do município de São Paulo, 123 km

do município de Campinas, 224 km do município de Franca e 39 km do

município de Poços de Caldas.

Segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística

(IBGE), São João da Boa Vista conta com 83.312 habitantes. A economia

regional é mista, possui municípios com polos tecnológicos de referência

terceira nos setores industrial, agrícola, de ensino e de saúde, e municípios de

pequeno porte com características eminentemente rurais.

A rede de ensino básica conta com 66 instituições entre escolas públicas

e privadas, além das escolas profissionalizantes e de qualificação profissional,

como: Instituto Federal (antigo CEFET), SENAI e SENAC. O Índice de

alfabetização do município ultrapassa 94% do total de habitantes e o IDH de

São João da Boa Vista colocam-no em 15ª posição entre os 645 municípios do

Estado de São Paulo e ocupa a 54ª melhor posição do IDH no Brasil. Desde a

criação do curso de Pedagogia (1971) pela então Fundação Sanjoanense de

Ensino, o município de João da Boa Vista vem oferecendo à região um grande

número de profissionais para educação básica. Nesse sentido, a reorganização

das licenciaturas vem dar continuidade a já um perfil regional, isto é, o de

formar professores para toda a região em torno do município.

Na área da saúde, o município é sede da Direção Regional do Sistema

Único de Saúde (SUS) e atende 20 municípios. Mantém um hospital Geral

(Santa Casa de Misericórdia), com 249 leitos operacionais sendo 144 deles

conveniados SUS, 88 de outros convênios e 10 de UTI; além de atendimentos

especializados; um Hospital Cooperado (Unimed Leste Paulista) com 54 leitos;

22

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

1 Centro de Diagnóstico e Tratamento Oncológico; e Centros Diagnósticos

privados com recursos de Tomografia Computadorizada, Mamografia,

Ressonância Magnética, dentre outros.

O município possui, ainda, um asilo, cinco centros de convivência de

idosos, oito creches, dois Centros de convivência de dependentes químicos,

um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e um Centro de Atenção

Psicossocial para Dependentes Químicos (CAPSAD).

A Rede Básica de Saúde municipal possui treze Unidades Prestadoras

de Serviço, sendo seis UIS (Unidade Integrada de Saúde) no modelo

convencional e seis Unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) que

contam com agentes comunitários, odontologia preventiva, atendimento ao pré-

natal e puerpério, pacientes cardíacos e diabéticos. Tem cadastrado um Pronto

Socorro Municipal, e os Serviços de Radiologia Clínica, Serviço de

Atendimento Médico de Urgência (SAMU), Imunização, Remoção de Pacientes

e Vigilância Sanitária e Epidemiológica.

Na área de negócios, segundo a Associação Comercial e Empresarial e

o IBGE, o município conta com aproximadamente 400 indústrias em diversos

setores (metalurgia, química, álcool e açúcar, plástico, entre outros), 1.400

prestadores de serviços, 40 empresas ligadas ao agronegócio e 10 agências

bancárias, além de ter mais de 2.000 estabelecimentos comerciais, num total

de 4127 empresas cadastradas.

São João da Boa Vista também se destaca em seu perfil agrícola, com

produção de milho, café, feijão e cana-de-açúcar. Contando com 13

agropecuárias, 20 empresas cerealistas e 07 empresas de diversos produtos

agrícolas (café, batata, milho entre outros) Na pecuária, o principal produto é

gado de corte, mas mantém também a produção de gado leiteiro.

Enfim, tais setores direcionam e mantém São João da Boa Vista como

um centro regional de desenvolvimento econômico, gerando emprego, renda e

uma constante melhora na qualidade de vida. Através de políticas de incentivo,

o município vem atraindo novos empresários e novos setores não só para

cidade, mas para toda a região.

23

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

2 O PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL:

FORMAÇÃO POR COMPETÊNCIAS

Os Projetos Pedagógicos de Cursos do UNIFEOB são construídos tendo

como base seu Projeto Pedagógico Institucional (PPI), fundamentado na

Formação por Competências, em todas as suas dimensões. Respeitando as

particularidades de cada curso e a autonomia de seus coordenadores, essa

estratégia garante a manutenção, em todos os cursos, da organização

sistêmica da Instituição e do foco na formação integral de seus alunos, de sua

Missão e de seus Valores, o que reforça, em toda a comunidade acadêmica,

sua tradição, inovação e excelência no desenvolvimento de suas atividades.

O Projeto Pedagógico do Curso de Letras, aqui apresentado, segue o

mesmo princípio. Em capítulos próprios, posteriores à apresentação do PPI,

são descritos seus objetivos, perfil profissional, organização curricular,

metodologias, atividades, e outros componentes específicos.

O PPI do UNIFEOB procura refletir seu projeto acadêmico, que vem

sendo implantado e desenvolvido em todos os seus cursos presenciais e no

planejamento de seus cursos a distância. Isto significa que ele pode ser visto

como a tradução documental das ações efetivamente postas em prática, tendo,

como prioridade, a formação de seus alunos.

Embora paradoxal, já que a relação entre o dito e o feito deveria nortear

os processos educacionais de qualquer Instituição de Ensino Superior (IES),

constata-se que projetos de várias IES podem ser vistos como meros

documentos oficiais atrelados ao regimento e às normas institucionais a serem

apresentados, em diferentes ocasiões, aos órgãos de controle e avaliação das

IES como MEC/INEP/CNE. Não é o que acontece com o UNIFEOB.

Corajosamente questionando seus moldes de ensino até então vigentes,

o UNIFEOB lançou-se, a partir de 2012, no desafio de construir novo projeto

pedagógico que fosse condizente com uma concepção de ensino superior que

mescla saber fazer, - voltado para a profissionalização -, com saber pensar, -

24

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

que sustenta o aprendizado do ofício. Em outras palavras, um projeto que não

vê a educação superior unicamente como formação de especialistas, mas

como ferramenta para aprender; possibilitando ao sujeito desenvolver suas

potencialidades, conhecer melhor a si próprio e ao mundo, além de se preparar

de forma mais condizente com as exigências atuais do mercado de trabalho.

Para tanto, o UNIFEOB procurou, inicialmente, romper alguns

obstáculos culturais, de crenças e de valores, naturalmente arraigados em

membros de sua comunidade acadêmica, por meio de um processo de

desconstrução gradual, alicerçada em discussões sistemáticas com

professores e coordenadores de cursos, lideradas pela Reitoria da Instituição.

Esse processo foi essencial, uma vez que mudanças geralmente implicam abrir

mão da segurança do que se tem pronto e superar a incerteza do como inovar

e do como (re)construir.

A arquitetura do projeto foi planejada tendo, como concepção, a

Formação por Competências. Um dos princípios básicos da Instituição é

acreditar que, além da sólida formação acadêmica e profissional, formar para o

desenvolvimento de competências significa, também, educar para a autonomia,

capacidade de iniciativa e de autoavaliação, responsabilidade, ampliação da

capacidade de trabalho, de concepção e realização de trabalhos e projetos. Ou

seja, acreditar que, para desenvolver competências, é preciso promover a

mobilização e organização de conhecimentos, habilidades e atitudes.

Em suma, o Projeto Pedagógico Institucional do UNIFEOB traduz o

desafio que a Instituição se impôs: partindo do perfil dos ingressantes que

procuram seus cursos, criar as condições mais favoráveis para que possam

construir sua própria formação e expandir sua vivência profissional, tornando-

se aptos a se ajustar mais facilmente à dinâmica da sociedade e às exigências

de um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Em outras palavras,

colocar a educação a serviço das reais necessidades dos alunos,

proporcionando as melhores condições de preparação para o início do

exercício profissional.

25

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

2.1 PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS

2.1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

As mudanças sociais, econômicas e tecnológicas do mundo

contemporâneo vêm provocando, nas últimas décadas, transformações

profundas; sendo seus impactos sentidos, principalmente, na atual

configuração do mercado de trabalho e nas relações de emprego, o que reflete,

diretamente, na exigência de um profissional com competências que o

habilitem à inserção produtiva nesse novo cenário. Assim, pensar de maneira

crítica e estratégica, analisar situações e planejar ações, demonstrar atitude,

tomar decisões, coordenar e liderar equipes de trabalho, saber comunicar-se

são algumas das competências que o profissional dos nossos dias deve

demonstrar para atender às organizações que atuam em ambientes cada vez

mais complexos e, acima de tudo, mutantes, o que acresce o desafio de que o

profissional seja capaz de se repensar a cada instante.

Tendo em vista esse paradigma, o UNIFEOB (pre)ocupa-se em

organizar currículos e projetos que traduzam as competências profissionais

exigidas em competências a serem trabalhadas e desenvolvidas no âmbito

escolar, fugindo, assim, da mera adaptação das atividades do mercado de

trabalho. E, sendo que é a qualidade educacional que determina a qualificação

para o exercício profissional, assume a responsabilidade por uma

aprendizagem fundamentada e significativa.

A organização e a estrutura dos currículos baseiam-se em estratégias

pedagógicas próprias, tendo como base a associação de conteúdos

contextualizados, evitando, assim, a visão tecnicista e a dicotomia entre teoria

e prática. Isso significa proporcionar aos alunos o aumento de suas

potencialidades e a oportunidade de trabalhar com situações-problema,

desenvolvendo capacidades relativas à cooperação, comunicação, autonomia,

26

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

criatividade etc. Além disso, é pressuposto pelo UNIFEOB que tais estratégias

sejam abertas a alterações, mudanças, avaliações e adequações, garantindo a

constante atualização curricular.

Por sua vez, o Projeto Pedagógico Institucional (PPI) do UNIFEOB

norteia a elaboração dos projetos de seus cursos de graduação e de pós-

graduação, tanto presenciais como a distância. Comprometendo-se com o

desenvolvimento integral de cada aluno, todos seus PPCs (Projetos

Pedagógicos de Cursos) estão sendo construídos dentro do modelo de

Formação por Competências.

Ao contrário dos currículos tradicionais, em que o professor ocupa o

centro do processo, na formação por competências desloca-se o professor do

centro e o aluno passa a ocupar esse espaço. Privilegia-se a organização

curricular modular, flexível e contextualizada, sintonizada com o mundo do

trabalho. Formar para o desenvolvimento de competências significa, também,

educar para a autonomia, para a capacidade de iniciativa e de autoavaliação,

para a responsabilidade, para a ampliação da capacidade de trabalho, de

concepção e realização de trabalhos e projetos.

Ressalte-se que a implantação do Projeto Pedagógico Institucional

requer, necessariamente, a visão sistêmica de toda a comunidade acadêmica,

sem perder de vista, no entanto, a individualidade e a identidade própria de

cada curso.

Todo o movimento desse projeto inovador é voltado para o aluno.

Utilizando metodologias dinâmicas e orientados por professores altamente

capacitados, o trabalho, tanto presencial como em espaços virtuais, procura

fornecer, ao longo do curso, as condições para que o aluno se torne um

indivíduo motivado, comprometido e habilitado, capaz de dirigir sua própria vida

profissional.

Reside aí a proposta curricular inovadora do UNIFEOB, cujo design

sistêmico a aproxima de uma configuração espiral de abordagem dos

conhecimentos, possibilitando a prática da inter e da transdisciplinaridade.

São três os pilares que sustentam o projeto UNIFEOB de ensino-

aprendizagem baseado em competências:

27

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

1º) SABER, que envolve busca de conhecimento, de compreensão da

realidade;

2º) SABER-FAZER, que implica desenvolver diferentes competências

que habilitem o exercício de atividades;

3º) QUERER FAZER, que exige atitude para o pleno exercício de uma

atividade.

Com base nesses preceitos, são estruturadas as matrizes curriculares e

planejadas as atividades das unidades de estudo que compõem cada curso;

tendo, porém, todos eles, por objetivo que o egresso tenha desenvolvido

competências e habilidades para:

• analisar o campo de atuação profissional e seus desafios

contemporâneos;

• ter iniciativa, criatividade, determinação, vontade de aprender, abertura

às mudanças e consciência da qualidade e das implicações éticas do seu

exercício profissional;

• desenvolver capacidade de transferir conhecimento de vida e da

experiência cotidiana para o âmbito do seu campo de atuação profissional,

revelando-se profissional adaptável;

• saber buscar e usar o conhecimento científico necessário à atuação

profissional, assim como gerar conhecimento a partir da prática profissional;

• exercer sua profissão de forma articulada ao contexto social,

entendendo-a como uma forma de participação e contribuição social;

• acompanhar e incorporar inovações tecnológicas no exercício da

profissão.

2.1.2 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E PLANEJAMENTO

A organização da estrutura curricular e o planejamento das atividades

que compõem os PPCs passam, necessariamente, por diferentes fases:

diagnóstico, elaboração da estrutura, implantação, gestão, acompanhamento e

28

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

avaliação. Todas elas exigem a participação integrada dos profissionais

acadêmicos. Em vários momentos, principalmente no processo de avaliação,

os alunos também têm a sua participação assegurada.

Para o planejamento e o desenvolvimento de cada uma dessas fases,

são considerados os seguintes princípios:

- o conhecimento sobre o desenvolvimento cognitivo e as diferenças

existentes entre os alunos ingressantes;

- o interesse real do aluno e a proximidade com a prática profissional;

- a identificação das competências e conhecimentos prévios que o aluno

já possui;

- o estímulo à comunicação, ao raciocínio, à criatividade, à imaginação e

à superação de dificuldades e ao enfrentamento de desafios;

- o incentivo ao diálogo construtivo e à participação em grupo;

- o exercício da autonomia por meio de escolhas responsáveis,

autoavaliação e aceite a regras preestabelecidas em conjunto.

2.1.2.1 DIAGNÓSTICO

Análise dos perfis de ingressantes e definição dos perfis dos egressos é

realizada em todo o processo, dando sustentação efetiva à organização da

estrutura curricular e ao planejamento das atividades que compõem os PPCs.

Na definição do perfil dos egressos de cada curso, o colegiado analisa o

perfil de tais alunos no momento do processo seletivo, - através dos resultados

e análises obtidas pela CPA (Comissão Própria de Avaliação) -, em

consonância com as diretrizes curriculares nacionais dos referidos cursos.

Assim, todo planejamento, desde as matrizes curriculares até as atividades que

são desenvolvidas durante as aulas, tem como ponto de partida o perfil traçado

para os concluintes do curso, perfil esse também definido com base na análise

das ocupações - específicas e atitudinais - que compõem as áreas profissionais

(ou de grupos de ocupações afins a um processo ou atividade produtiva) e das

competências exigidas aos profissionais da área.

29

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Ressalte-se que, além dos referencias das Diretrizes Curriculares

Nacionais (DCNs/MEC) de cada curso, esse trabalho preocupa-se em atender,

igualmente, às expectativas do indivíduo, do mercado e da sociedade, além de

levar em conta as condições e as demandas locais e regionais, assim como a

vocação e a capacidade de atendimento da Instituição. Assim sendo, para a

definição do perfil, considera-se também a importância de o profissional, além

de transitar em sua área específica, desenvolver competências diversas que

lhe trarão uma visão mais sistêmica do mundo atual e suas possibilidades,

garantindo-lhe poli-valência profissional. Para tanto, busca-se responder às

seguintes questões:

- o que esse profissional precisa saber: que conhecimentos são

fundamentais?

- o que ele precisa saber fazer: que competências/habilidades são

necessárias para o desempenho de sua prática profissional?

- o que ele precisa saber ser: que valores, atitudes, ele deve

desenvolver?

- o que ele precisa saber para agir: que atributos são indispensáveis à

tomada de decisões?

2.1.2.2 ELABORAÇÃO DA ESTRUTURA: A ORGANIZAÇÃO DAS MATRIZES

CURRICULARES

Deve-se lembrar de que um PPC baseado na Formação por

Competências considera que o conteúdo é meio e não fim. Isso significa que,

ao longo de todo o curso, são trabalhados temas abrangentes, utilizando

metodologias e atividades teóricas e práticas fundamentadas, significativas

para os alunos, o que prioriza a construção de conhecimentos e lhes dá

condições para ter, desde o início do curso, contato direto com sua futura área

profissional assim como uma visão da heterogeneidade constitutiva da

atualidade.

30

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Ao contrário dos currículos tradicionais, a concepção do curso não

prioriza o "esgotamento" de conteúdos e sim a formação integrada e

significativa para os alunos, orientada por um corpo docente qualificado,

constituído por profissionais altamente reconhecidos.

Por questões operacionais, as Matrizes Curriculares dos cursos são

organizadas em módulos semestrais e, em cada um deles, tendo como base as

competências esperadas dos egressos, são delineados os eixos condutores de

cada módulo. Essa organização sustenta o planejamento, as ações e a

avaliação do professor.

A partir daí, são definidas as Unidades de Estudo (Disciplinas), com

cargas horárias pré-estabelecidas. Nada impede, no entanto, que os alunos

sejam continuamente estimulados a pensar além das Unidades, uma vez que

os limites entre elas devem ser, necessariamente, indefinidos.

Para garantir aos alunos as condições de aquisição das competências

ao longo de sua formação e para facilitar o planejamento, o desenvolvimento

de atividades interdisciplinares significativas e o processo de avaliação, as

Unidades de Estudo são organizadas na forma de Temas. Definidos pelo

professor responsável juntamente com a equipe acadêmica, o(s)

coordenador(es) do curso e os demais professores do módulo, os Temas

devem privilegiar as competências gerais e específicas preestabelecidas,

abranger os conteúdos a serem trabalhados e ser interligados

transversalmente.

Característica importante do projeto é que, considerando as

particularidades de cada curso, é recomendável que nenhuma Unidade de

Estudo seja pré-requisito de outra.

2.1.2.3 IMPLANTAÇÃO: ATIVIDADES E METODOLOGIAS

Como o foco principal de um projeto baseado no modelo de Formação

por Competências é o aluno e seu trabalho em sala da aula ou em um

ambiente virtual, um dos principais pontos do planejamento de um curso e de

31

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

suas Unidades de Estudo/Disciplinas é a escolha das atividades e das

metodologias que serão empregadas. Para garantir sua integração e a

constante motivação do aluno, esse passo deve ser seguido continuamente, ao

longo do semestre, pelo conjunto de professores de forma participativa. Além

disso, deve-se garantir a diversidade de situações e atividades de

aprendizagem, sempre articuladas com as competências em construção e

desenvolvimento.

No planejamento das Unidades de Estudo/Disciplinas, em vez de se

partir de um corpo de conteúdos disciplinares existentes, com base no qual se

efetuam escolhas para cobrir os conhecimentos considerados mais

importantes, parte-se de situações concretas, na medida das necessidades

requeridas por essas situações.

Assim, elas devem contextualizar e problematizar os temas a serem

trabalhados de maneira prática, tendo como estratégias, entre outras, debates,

seminários, aulas expositivas dialogadas, discussões sobre filmes e obras

literárias, leituras direcionadas; sendo um de seus objetivos integrar os

conteúdos desenvolvidos nas outras Unidades de Estudo que compõem o

módulo (trabalho interdisciplinar). O trabalho dos alunos envolve, também,

visitas técnicas monitoradas, atividades complementares e estágio

supervisionado que inclui a elaboração de relatórios circunstanciados.

Uma ferramenta importante para o incremento do trabalho que objetiva

desenvolver competências são as TICs, uma vez que, inseridos na sociedade

do conhecimento e da informação, docentes e discentes podem manter,

através das delas, contato direto e instantâneo, formar uma rede colaborativa

de atividades em equipes, independentemente de onde os alunos e os

professores estejam, tornando a aprendizagem mais significativa, flexível e

perene.

A comunicação instantânea com os discentes, a utilização da rede social

Facebook como ambiente colaborativo e participativo para as comunicações e

as discussões dos temas abordados em sala de aula, a postagem de materiais

e a realização de fóruns de discussões, indicações de vídeos disponíveis no

YouTube, aproximam os conhecimentos acadêmicos à interação social que os

32

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

discentes desenvolvem junto às redes sociais, em sintonia com a moderna

tendência do ensino direcionado a identificar e suprir as necessidades

formativas de cada aluno.

Para elaborar um sistema modular por competências, é preciso

aprofundar as escolhas metodológicas. Estas devem pautar-se pela

identificação de ações ou processos de trabalho do sujeito que aprende e

devem incluir projetos provocados por desafios e/ou problemas, que coloquem

o aluno diante de situações simuladas ou, preferencialmente, reais. A escolha

também deve permitir ações proativas por parte do aluno, como as de pesquisa

e estudo de conteúdos que podem estar reunidos em unidades ou trabalhados

em seminários, ciclos de debates, atividades experimentais, laboratoriais e de

campo. As metodologias adotadas devem permitir a simulação ou realização

de situações concretas de trabalho, propiciando a integração dos

conhecimentos e o desenvolvimento de níveis de raciocínio mais complexos.

Como exemplos, podem ser adotados Estudo de Caso e Problematização.

A combinação entre um determinado tipo de atividade a ser executada

no desenvolvimento de um Tema e a metodologia mais adequada para esse

caso é o ponto chave para o sucesso do trabalho docente.

2.1.2.4 COORDENAÇÃO DE CURSO E CORPO DOCENTE

Para que a proposta pedagógica se concretize com níveis de excelência

e a formação de seus alunos ocorra, de fato, dentro dos princípios da

Formação por Competências, a coordenação dos cursos deve ser exercida por

profissionais com formação acadêmica consolidada e reconhecida experiência

em suas respectivas áreas de atuação.

Norteado pelos princípios do Projeto Pedagógico Institucional, os

Coordenadores de Curso devem desempenhar um papel estratégico e ter,

como responsabilidades, o planejamento, a organização, o acompanhamento e

a avaliação de todos os processos do curso sob sua gestão. Com a orientação

e o suporte da equipe acadêmica e, juntamente com o corpo docente e tutores,

devem, ainda, propor e desenvolver conteúdos inovadores, novas tecnologias

33

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

educacionais, estratégias, atividades práticas de trabalho, utilizando as

metodologias mais adequadas e coerentes com a realidade, para que se

consiga alcançar, e mesmo superar, as expectativas dos alunos. Para isso,

deverá ter um perfil diferenciado. Ser líder e que contemple, além de

competências acadêmico-pedagógicas, indicadores de satisfação do corpo

discente, docente, e demais integrantes da equipe acadêmica.

Reuniões periódicas com o corpo docente devem provocar a reflexão

sobre as práticas pedagógicas adotadas, motivar a troca de experiências e

acompanhar o desenvolvimento do curso e o desempenho dos alunos.

O corpo docente é formado por professores titulados, especialistas ou

de reconhecida capacidade técnico-profissional, invariavelmente com produção

profissional/científica relevante. Devem, necessariamente, ter experiência

profissional no mercado de trabalho para que os ambientes educacionais

possam se transformar em um espaço de simulações e de discussões das

reais demandas dos alunos e da sociedade.

Além dessas características, no modelo de Formação por

Competências, o professor deixa de ser, ao contrário dos currículos

tradicionais, um "mero repassador de conteúdos e informações" e passa a ser

um facilitador e mediador das situações de aprendizagem. Deve ter, também,

os fundamentos e os conhecimentos necessários para o desenvolvimento das

atividades e para a reflexão sobre as ações desenvolvidas.

2.1.2.5 ACOMPANHAMENTO: GESTÃO DO CURSO

Em um projeto pedagógico baseado na Formação por Competências,

um dos pontos fundamentais para garantir o pleno desenvolvimento do curso é

a sua gestão. Em outras palavras, é o acompanhamento contínuo e a avaliação

reflexiva de todas as ações que acontecem no dia a dia, desempenhadas por

professores e alunos, a fim de estimular e capitalizar seus interesses.

Esse processo dinâmico difere, de maneira significativa, do que

acontece no desenvolvimento de cursos baseados em currículos tradicionais,

34

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

em que os professores se preocupam em cumprir, dentro de uma rígida carga

horária de aulas, o programa de conteúdos de uma determinada disciplina e os

alunos, por sua vez, acabam priorizando sua aprovação baseada,

simplesmente, em frequência e nota. Essa prática tem, como consequência, a

percepção do pouco aproveitamento do tempo de aula, uma vez que a teoria,

na maioria das vezes, não é acompanhada por atividades significativas que

demonstram sua aplicação prática. O resultado, muitas vezes observado, é a

falta de comprometimento e o afastamento dos alunos.

2.1.2.6 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E DA FORMAÇÃO DOS ALUNOS

A avaliação é concebida como um processo contínuo, desenvolvido ao

longo de todo o semestre letivo, priorizando aspectos qualitativos relacionados

ao processo de aprendizagem e ao desenvolvimento do aluno, observados

durante a realização das atividades propostas. Não tem caráter punitivo nem

deve servir como forma de competição por melhores notas. Ao contrário, busca

aferir, não somente os conhecimentos adquiridos, mas também as

competências e habilidades que os alunos vão adquirindo.

Nesse sentido, é fundamental que o docente harmonize seu

planejamento e estratégias ao desenvolvimento dos alunos, uma vez que a

avaliação longe de ficar restrita a tarefas burocráticas de classificação

caracteriza-se por ser uma forma de aprendizado relacionada aos objetivos de

cada unidade de estudo.

O processo de avaliação objetiva, também, assegurar condições para

que o aluno supere eventuais dificuldades de aprendizagem diagnosticadas

durante o desenvolvimento de cada módulo do curso. Para tanto, é condição

que os alunos participem ativamente do processo, inclusive com formas de

autoavaliação, para que possam, de maneira crítica, acompanhar a evolução

de sua aprendizagem e a aquisição de competências, bem como identificar

35

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

pontos a serem aprimorados, prática esta considerada imprescindível a uma

aprendizagem com autonomia.

Os critérios e instrumentos de avaliação não se limitam a provas

tradicionais, em que é medida apenas a memorização de conteúdos

selecionados por um professor. Ao contrário da segmentação, os instrumentos

são elaborados pelo conjunto do corpo docente de cada módulo, visando ao

desenvolvimento inter e multidisciplinar.

Dentre os instrumentos, podem constar provas práticas e teóricas

integradas, pesquisas, relatórios de atividades, visitas técnicas, estudo de

casos, diagnóstico ou prognóstico sobre situações de trabalho e, ainda, os

produtos gerados pelos projetos desenvolvidos. Sugere-se, também, que se

privilegiem questões do tipo “situações- problema” para que o aluno tenha

noção do todo, levando-o a pensar, fazendo com que, na resposta, ele

demonstre saber raciocinar, compreender e interpretar.

O sistema de avaliação é composto de três frentes:

1ª FRENTE- Valendo 15% do total da nota, analisa a aquisição de

competências e habilidades do módulo e do curso como um todo.

Compõe-se de uma avaliação diagnóstica, preparada, em conjunto,

pelos professores no início do semestre. No decorrer do processo e com

base no que foi decidido, o professor preenche uma ficha avaliativa em

que registra o que observou a respeito de cada aluno individualmente.

Várias vezes até o final do módulo, a avaliação do professor é levada

para discussão coletiva do colegiado, quando se analisam o

desenvolvimento de cada aluno e se propõem medidas com o objetivo

sempre de incrementar o processo de aquisição de saberes e

competências.

2ª FRENTE – tendo o peso de 70% da nota final, centra-se nas

competências e habilidades específicas da unidade de estudo. No início

do módulo, é firmado um contrato didático entre docente e discentes. A

nota é dada com base nos critérios estabelecidos nesse contrato, o qual

36

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

pode conter vários indicadores, como: presença, pontualidade,

participação, comprometimento, provas práticas e teóricas, pesquisas,

relatórios, autoavaliação e outros mais que se fizerem pertinentes.

3ª FRENTE – Além das avaliações realizadas pelo corpo docente, existe

uma preocupação institucional com o desenvolvimento completo do

futuro egresso. Nesse sentido, são desenvolvidas avaliações externas,

de responsabilidade da Pró-Reitoria Acadêmica, docentes e

coordenação do curso. Com peso de 15% na nota final, tais avaliações

têm como objetivo principal desenvolver nos alunos competências

necessárias para posicionamento crítico diante dos acontecimentos

gerais, questões sociais, políticas, econômicas e ambientais.

Em suma, as práticas avaliativas devem ser vistas como um processo

contínuo, tendo, como prioridade, oferecer feedback ao aluno para que ele

tenha o domínio dos passos a serem seguidos, dentro de uma sequência de

conteúdos e temas integrados que lhe permitam desenvolver competências e

conhecimento.

2.1.2.7 AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CURSOS

Componente fundamental do processo de avaliação é o

acompanhamento contínuo, pela equipe pedagógica, do desenvolvimento de

cada curso, para garantir sua identidade e seu alinhamento aos princípios do

Projeto Pedagógico Institucional. Esse acompanhamento é sustentado pela

análise dos resultados dos instrumentos aplicados aos corpos docente e

discente, pela avaliação institucional e pelos coordenadores de curso. Com

essa dinâmica, atualizações e eventuais correções de rumo nas propostas

curriculares podem ser efetivadas de forma a não comprometer a qualidade do

desenvolvimento do curso e da formação dos alunos.

37

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Diversos indicadores podem auxiliar na avaliação do desenvolvimento

de cada curso e a partir dos resultados obtidos, medidas de reformulação e

atualização dos PPCs podem ser realizadas. Tais indicadores correspondem

às informações fornecidas pelos resultados da avaliação institucional, do

exame nacional de desempenho dos estudantes (ENADE) e relatórios das

comissões avaliadoras in loco, que nos fornecem subsídios para discutirmos o

PPI, avaliando desde a infraestrutura até o corpo docente da instituição.

Os itens da avaliação institucional que subsidiam as discussões dos

colegiados, núcleos docentes estruturantes e do Conselho Superior de Ensino

e Pesquisa (CONSEPE) são:

Avaliação do desempenho dos docentes pelos discentes, e

autoavaliação dos docentes;

Avaliação de desempenho de discentes pelos docentes, por turma,

quanto a comportamentos desejáveis de estudo e pesquisa;

Avaliação da Instituição por docentes e discentes;

Avaliação do curso pelos egressantes.

De acordo com as normas institucionais e, atendendo aos

procedimentos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

(SINAES/INEP), todos os cursos são submetidos aos processos de avaliação

interna da instituição, de sistematização e de coleta de informações,

conduzidos pela Comissão Própria de Avaliação (CPA). Essa avaliação é

composta por uma série de processos autoavaliativos que permitem o

levantamento e a análise das necessidades e deficiências de toda a

comunidade acadêmica. Na execução desses processos autoavaliativos são

sempre considerados os aspectos indicados nas dimensões estabelecidas pelo

INEP para a avaliação das condições de ensino dos cursos oferecidos, sendo

elas: o projeto pedagógico (o ensino, a pesquisa, a extensão e sua inter-

relação com a sociedade); a infraestrutura (instalações e serviços), os recursos

humanos (o corpo docente, discente e técnico-administrativo); os

equipamentos e materiais disponíveis (aspectos quantitativos e qualitativos) e a

gestão administrativa (sistemáticas adotadas nos procedimentos acadêmicos).

38

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

A construção de um Projeto Pedagógico para um curso não se esgota

na sua formalização escrita. Considerando o fato de que o projeto somente

ganha sentido quando em sintonia permanente com a realidade cotidiana,

vivenciada pelos sujeitos sociais que fazem parte da instituição, e ainda

considerando que tal realidade se constitui de um dinamismo que a torna

imprevisível, inacabada e mutável, o Projeto Pedagógico não pode ser visto

como inerte pronto e acabado. Ao contrário, igualmente a esta realidade que

objetiva configurar, também deve estar revestido de uma dinamicidade e

mutabilidade real, sem as quais o mesmo não se sustentará.

Os Projetos Pedagógicos propostos para os diferentes cursos

demandam constante acompanhamento a fim de assegurar a coerência

necessária entre os seus princípios e suas realizações cotidianas. Nesse

sentido, é imprescindível que se realize avaliação contínua, estimulando o

debate em torno de seus eixos centrais, promovendo, dessa forma, um

processo permanente de (re)construção do curso.

2.1.2.8 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)

A elaboração e apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

é um dos requisitos para a obtenção do certificado de conclusão de curso.

Trata-se da redação de trabalho acadêmico, realizado sob orientação de um

professor, escolhido pelo aluno com base nas temáticas trabalhadas nos

diferentes componentes curriculares de cada curso. Os resultados obtidos

deverão ser organizados e apresentados de acordo com as normas previstas

nos projetos individuais de cada curso, respeitando as orientações que estão

compiladas no Manual UNIFEOB para Trabalhos Acadêmicos.

Foi planejado para que possa refletir, de fato, a produção dos alunos,

incentivando sua criatividade, sua capacidade de estudo, seu crescimento;

evidenciando, assim, as competências conquistadas ao longo do curso.

Considerado como um processo para o amadurecimento do aluno que se dá ao

longo de seu curso, seja no que diz respeito à sua formação ou especialização,

o objetivo primordial do TCC é proporcionar ao aluno a oportunidade de:

39

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

- organizar os conhecimentos que adquiriu sobre um determinado

assunto dentro das áreas estudadas;

- aplicar procedimentos de análise, interpretação de texto e

metodologias de pesquisa;

- iniciar-se na pesquisa acadêmica e científica para sua formação

continuada em cursos de pós-graduação que exijam a capacidade de

elaboração de projetos, monografias e teses.

Além dos objetivos formalmente estabelecidos e já citados, o TCC vem a

complementar a formação do aluno no sentido de integrar os conhecimentos

adquiridos durante o curso, tanto no que se refere à parte teórica como à

prática vivenciada durante sua participação nos estágios supervisionados e

projetos desenvolvidos no curso, e iniciá-lo em relação à produção e

transmissão de conhecimento científico na área educacional.

O TCC pode ser o resultado de uma pesquisa bibliográfica apenas, em

que as reflexões de diferentes autores sobre um tema são compiladas,

interpretadas, comparadas e discutidas. Importante ressaltar que não se trata

de mera compilação de textos, ou seja, não é uma série de cópias, resumos e

opiniões pessoais, mas sim um trabalho criterioso, sério, que contrapõe e

analisa pontos de vista variados a respeito de um mesmo assunto.

Também pode ser fruto de uma pesquisa que envolve, além de uma

base teórica, uma atividade prática no tratamento de um problema, atividade

essa que pode ser desenvolvida através de pesquisa de campo, estudo de

caso, entrevistas etc, implicando sempre uma análise qualitativa de dados.

Realizar um trabalho, ou tecer considerações sobre algo que se

elaborou tem representações simbólicas e estas podem ser consideradas de

forma muito positivas para a vida do futuro profissional. Apresentar uma nova

ideia, expor-se, mostrar as próprias ações, pensamentos e estilo próprio

contribuem também para a autoestima do aluno e para os docentes do curso

pelos resultados que apresentam.

40

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

2.2 ARTICULAÇÃO ENTRE OS PPC, PDI E O PPI

O UNIFEOB tem clareza de que todas as variáveis inerentes ao

processo de ensino-aprendizagem no interior de uma instituição educativa

vinculada a um sistema educacional é parte integrante do sistema sócio-

político-cultural e econômico do país.

Cada um destes seguimentos possui seus valores, direção, opções,

preferências e prioridades que se traduzem e se impõem por meio de normas,

leis, decretos, propagandas, burocracias, ministérios e secretarias. Nesse

sentido, reconhecemos que a qualidade necessária e exigida sofre influências

de um conjunto de determinantes que configuram os instrumentos da educação

formal e informal e o perfil do alunado.

É com esse entendimento que se propõe uma política consistente para o

UNIFEOB, que corresponda às mudanças exigidas das instituições de ensino

superior dentro do cenário mundial e do país e que demonstre uma nova

postura que faça frente às expectativas e demandas sociais, concebendo um

Projeto Pedagógico com currículos mais flexíveis e atualizados, com

ferramentas que coloquem em ação as diversas propostas para a formação do

profissional cidadão.

Ao colocar a qualidade como tema central, gerador da proposta para a

formação dos discentes tem-se por finalidade a construção de um processo

coletivo de articulação de ações voltadas para a formação competente dos

profissionais.

Assim, torna-se imprescindível a inter-relação entre o Projeto Político

Pedagógico (PPC) e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI),

principalmente, em relação às questões de ordem didático-pedagógica, como

expressão da qualidade social desejada para o cidadão a ser formado como

profissional. Além das peculiaridades próprias do curso, dever-se-á construir

um conjunto de características com base nos pressupostos institucionais que

confiram um perfil de identidade própria.

41

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Portanto, além de um acurado compromisso com a missão institucional,

o curso deverá ter clareza a respeito de sua missão, dos mercados a que se

dirige e sua dinâmica, do perfil do profissional que oferecerá a esses mercados.

Isso implica uma orientação para garantir a inserção dos graduados no

mercado de trabalho, o que inclui o desenvolvimento da capacidade de

continuar a aprender e se adaptar a novos desafios, e não mais, como no

passado, a preparação para um emprego ou ocupação com um perfil rígido e

determinado. Assim, o curso deve proporcionar a formação de indivíduos

capazes de se ajustarem de forma flexível às mudanças no mercado de

trabalho e de continuar a se aperfeiçoar, desenvolvendo o espírito

empreendedor e crítico.

Considerando que o egresso poderá atuar em situações adversas é

importante que seja capaz de desenvolver habilidades instrumentais básicas,

especialmente em comunicação e expressão, informática e nas diversas áreas

do conhecimento, além das comuns ao exercício da profissão propriamente

dito.

Finalmente, o curso deverá ter como meta consolidar-se como o melhor

no gênero, definindo seu perfil e o mercado ao qual se dirige. Isso vale tanto

para a definição do perfil de alunos quanto dos docentes envolvidos e o

estabelecimento da matriz curricular para que possa atender o que está

preconizado nos documentos institucionais, como ser capaz de proporcionar

uma formação adequada para que se formem profissionais competentes,

criativos, autônomos, capazes de empresariar a si mesmos e encontrar saídas

e mercados para aplicar e desenvolver seus talentos e habilidades.

Nesse sentido, a criação e manutenção do curso está em consonância

com os objetivos estabelecidos pelo UNIFEOB em seu Projeto Pedagógico

Institucional (PPI), que valoriza o desenvolvimento do livre pensar e do

conhecimento como instrumentos de transformação da realidade social, bem

como de seu PDI, onde se destaca como posicionamento estratégico da

instituição investir no desenvolvimento da empregabilidade de seus formandos.

42

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

2.3 GESTÃO INSTITUCIONAL: ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Segundo o estatuto do UNIFEOB, as instâncias coletivas de deliberação

são: Colegiado de Curso, Núcleo Docente Estruturante (NDE), Conselho

Universitário (CONSUNI), Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão

(CONSEPE) e Reitoria.

Cada curso conta com um Colegiado de Curso ao qual compete definir o

perfil profissiográfico; elaborar as estruturas curriculares e suas reformulações;

definir o conteúdo das unidades de estudo/disciplinas que constituem o

currículo do curso; promover a supervisão didática do curso; decidir sobre o

aproveitamento de estudos e adaptação de disciplinas, mediante requerimento

dos interessados ou referendar decisão do coordenador; propor à coordenação

providências necessárias à melhoria do ensino ministrado no curso. Cabe,

ainda, ao Colegiado, dentre outras, as seguintes atribuições: fixar normas

gerais para o desenvolvimento dos planos de ação pedagógica das unidades

de estudo, observando o perfil do profissional a ser formado e as diretrizes

fixadas pelo projeto do curso; aprovar os planos de ensino elaborados pelos

docentes; manifestar-se sobre as propostas de aproveitamento de estudo e

adaptação de disciplinas; aprovar os horários de aula do curso; manifestar-se

sobre programas e atividades complementares de ensino, pesquisa e

extensão, no âmbito do curso; manifestar-se sobre o planejamento anual das

atividades do curso.

O Colegiado do curso é presidido pelo coordenador e composto por

todos os professores e representante do corpo discente. A escolha do

representante discente no Colegiado é realizada por seus pares.

O NDE é um órgão consultivo da coordenação de curso, responsável

pelo processo de concepção, consolidação e contínua atualização do Projeto

Pedagógico.

São atribuições do Núcleo Docente Estruturante, entre outras: contribuir

para a consolidação do perfil profissional do egresso do curso; zelar pela

43

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

integração curricular interdisciplinar entre as diferentes atividades de ensino

constantes no currículo; indicar formas de incentivo ao desenvolvimento de

linhas de pesquisa e extensão, oriundas de necessidades da graduação, de

exigências do mercado de trabalho e afinadas com as políticas públicas

relativas à área de conhecimento do curso; zelar pelo cumprimento das

Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação; atualizar

periodicamente o projeto pedagógico do curso; conduzir os trabalhos de

reestruturação curricular quando necessário; supervisionar as formas de

avaliação e acompanhamento do curso definidas pelo órgãos reguladores;

analisar e avaliar os Planos de Ensino dos componentes curriculares; promover

a integração horizontal e vertical do curso, respeitando os eixos estabelecidos

pelo projeto pedagógico; acompanhar as atividades do corpo docente; exercer

as demais atribuições que lhe são explícita ou implicitamente conferidas pelo

Regimento da IES, bem como pela legislação e regulamentos a que se

subordine.

A composição do NDE deve atender, no mínimo, aos seguintes

requisitos: ter como seu presidente o(a) coordenador(a) do curso; ser

constituído por no mínimo 05 (cinco) professores pertencentes ao corpo

docente do curso; ter, pelo menos, 60% de seus membros com titulação

acadêmica obtida em programa de pós-graduação stricto sensu; ter todos os

seus membros em regime de trabalho de tempo parcial ou integral, sendo pelo

menos 20% em tempo integral; ter, pelo menos 60% dos seus membros com

formação acadêmica na área do curso.

O NDE reunir-se-á ordinariamente duas vezes por semestre, por

convocação de seu Presidente e, extraordinariamente, sempre que convocado

por este ou pela maioria de seus membros titulares.

O Conselho Universitário (CONSUNI), instância máxima de natureza

consultiva e deliberativa, é constituído por: Reitor, seu Presidente; Pró-

Reitores; um representante da Mantenedora; cinco representantes do corpo

docente; um representante do corpo técnico-administrativo; um representante

do corpo discente; um representante da comunidade. Dentre as competências

do CONSUNI estão: decidir sobre propostas de alteração do Estatuto e do

44

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Regimento Geral; fixar as diretrizes e políticas gerais do Centro Universitário;

aprovar o plano anual de atividades do Centro Universitário; aprovar o relatório

anual da Reitoria; criar e extinguir cursos de graduação e pós-graduação;

regulamentar a criação e oferta de cursos de Pós-Graduação; aprovar projetos

de desenvolvimento do Centro Universitário; apreciar os recursos interpostos

de decisões dos demais órgãos, em matéria didático-científica, administrativa e

disciplinar; aprovar o Regimento Geral e fixar normas complementares sobre

as matérias de sua competência.

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) é órgão

central de supervisão das atividades didático-científicas de ensino, pesquisa e

extensão. Tem competência deliberativa, normativa e consultiva e é integrado:

pelo Reitor, seu Presidente; pelos Pró-Reitores, pelos Coordenadores de

Cursos; por dois representantes do corpo docente; e por um representante do

corpo discente.

Dentre as competências do CONSEPE estão: elaborar as diretrizes e

políticas do ensino, da pesquisa e da extensão, para aprovação do CONSUNI;

fixar normas complementares ao Regimento Geral sobre as matérias de sua

competência; estabelecer normas sobre a realização, e o funcionamento dos

cursos de graduação, pós-graduação e extensão; expedir atos normativos

referentes a assuntos acadêmicos; deliberar sobre questões acadêmicas que

lhe sejam submetidas, inclusive as relativas ao pessoal docente; decidir sobre

propostas, indicações ou representações, em assunto de sua esfera de ação;

estabelecer critérios para elaboração e aprovação de projetos de pesquisa, de

iniciação científica e programas de extensão; aprovar o currículo pleno de cada

curso de graduação e de pós-graduação, bem como suas modificações; editar

normas sobre processo seletivo e número de vagas para matrícula inicial nos

cursos de graduação, e de extensão; propor e manifestar-se sobre proposta de

criação de cursos de graduação, pós-graduação e de extensão; deliberar sobre

a reforma do Estatuto e do Regimento Geral, no que se refere ao ensino, à

pesquisa e à extensão; emitir, promover e coordenar seminários, grupos de

estudo e outros programas para aperfeiçoamento de seus quadros docentes; e

propor a criação de comissões de estudos e trabalho.

45

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

A Reitoria é o órgão executivo incumbido de coordenar e fiscalizar as

atividades do Centro Universitário, e é composta pelo Reitor e pelos Pró-

Reitores.

Dentre as atribuições do Reitor estão: dirigir e administrar o Centro

Universitário; representar o Centro Universitário, junto a pessoas ou instituições

públicas ou privadas; autorizar pronunciamentos públicos que envolvam, de

qualquer forma, o Centro Universitário, bem como a realização, em seu recinto

ou sob seu patrocínio, de programas culturais, artísticos ou científicos; firmar

convênios, acordos ou contratos; convocar e presidir as reuniões dos

colegiados superiores; baixar atos normativos e resoluções decorrentes das

decisões dos colegiados superiores; apresentar o Plano de Carreira Docente e

Técnico-Administrativo, submetendo-o ao CONSUNI e encaminhando-o à

Mantenedora; submeter aos Colegiados Superiores representações e recursos;

articular-se com os dirigentes do Centro Universitário para resolver assuntos

administrativos ou pedagógicos, decidindo ad referendum dos colegiados

superiores.

46

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

3 IDENTIFICAÇÃO DO CURSO

CURSO LETRAS

NÚMERO DE VAGAS: 50 TURNO: NOTURNO

INGRESSO: Semestral por Processo Seletivo

CARGA HORÁRIA: 3.160 horas

MODALIDADE : LICENCIATURA

HABILITAÇÃO: PORTUGUÊS

ÁREA DO CONHECIMENTO: Linguística, Letras e Arte

REGIME DO CURSO: Modular Semestral

INTEGRALIZAÇÃO Tempo máximo: 05 anos (10 semestres)

Tempo mínimo: 03 anos (06 semestres)

CAMPUS II

ENDEREÇO Avenida Dr. Octávio Bastos, 2439, Jardim Nova São João

ANO DE IMPLANTAÇÃO DO CURSO 2013

3.1 IDENTIFICAÇÃO LEGAL DO CURSO

O presente projeto pedagógico foi elaborado em consonância com a Lei

n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da

Educação Nacional do Brasil; com a Resolução CNE/CES n° 18/2002, tendo

como fundamento o parecer CNE/CES n° 492/2001, que dispõe sobre as

Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Letras, retificado pelo parecer

CNE/CES n° 1363/2001; com a Resolução CNE/CP n° 1/2002, que institui as

47

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Diretrizes Curriculares Nacionais para formação de Professores da Educação

Básica, em nível superior, curso de Licenciatura e de Graduação plena; e com

a resolução CNE/CP n° 2/2002, que estabelece a carga horária dos cursos de

Formação de Professores da Educação Básica em nível superior, curso de

Graduação Plena e também Portaria Ministerial de Reconhecimento Nº. 1.216,

de 20 de maio de 2011.

Além disso, está em consonância com o Plano de Desenvolvimento

Institucional (PDI) da Fundação de Ensino Octávio Bastos (UNIFEOB), na

medida em que compartilha do princípio de que o currículo

reflete a concepção do educando e da sociedade que se almeja

conceber. Infere na maneira de organizar toda a estrutura de trabalho

da Instituição bem como a postura dos educadores, a organização

dos conteúdos e a metodologia de trabalho, buscando contemplar um

ensino e formação profissional de excelência. Expressa a construção

social do conhecimento e sistematiza os meios pelos quais ela se

realiza. Recorre à realidade contextual em que estão inseridos seus

alunos para sua organização. Preocupa-se com o perfil do

profissional que se deseja formar, tendo em vista cursos e programas

que possibilitem a formação profissional competente do cidadão para

atuar em sua área e nos processos de transformação social, gerando

alternativas eficientes para defrontar conjuntos de problemas e de

questões advindas da contemporaneidade. Supera as práticas

conservadoras abrigadas na rigidez dos currículos mínimos,

rompendo com o paradigma da realidade de ensino decorrente de

elevada carga horária e da falta de moderação com o número de

disciplinas. Propõe uma formação integral que torna possível a

compreensão das relações de trabalho, de propostas sociopolíticas

de transformações da sociedade, de questões referentes ao meio

ambiente e à saúde, objetivando a construção e o desenvolvimento

de uma sociedade local e regional sustentável.

Assim, esta nova proposta foi construída em conjunto com a

comunidade acadêmica do curso de Letras do UNIFEOB que tem como

princípio uma ampla formação acadêmica de cunho crítico quanto ao

desenvolvimento de competências necessárias ao exercício docente e à

pesquisa acerca do ensino-aprendizagem de língua e literatura.

48

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

3.2 HISTÓRICO, JUSTIFICATIVA, CONCEPÇÃO DO CURSO

Este projeto pedagógico parte da necessidade de uma atualização

curricular visando a adequar a formação de nosso aluno às novas exigências

do mercado de trabalho da região de São João da Boa Vista e também às

diretrizes estabelecidas pelo MEC no que tange à educação de nível superior.

Para atuar nessa esfera de espaços e sociedade em transformação, há

necessidade de um licenciado qualificado para interagir em situações

heterogêneas e complexas; nesse aspecto, o Curso de Letras do UNIFEOB,

empreendeu esforços para ofertar um curso capaz de formar profissionais

preparados para a atuação na educação no contexto regional e convicto sobre

as possibilidades de interação com as complexas transformações

socioeconômicas e culturais contemporâneas. Hoje, tem-se clareza de que as

Licenciaturas, impulsionadas não só pela voz da sociedade, que começa a se

conscientizar do direito à qualidade do ensino, mas também pela rapidez dos

avanços tecnológicos, e pela disseminação em tempo real dos conhecimentos,

necessitam voltar-se para o alcance da “qualidade” de suas ações, uma vez

que, por intermédio de seus egressos, futuros professores da educação básica,

colaborarão com a melhoria da educação como um todo. Com essa

preocupação, foi traçada a Política Nacional de Formação de Profissionais do

Magistério da Educação Básica cujos objetivos estão descritos no Art. 3o. do

Decreto 6.755/2009 e que, resumidamente, voltam-se para:

a promoção da melhoria da qualidade da educação básica pública;

o apoio à oferta e à expansão de cursos de formação inicial e continuada

a profissionais do magistério pelas instituições públicas de educação

superior;

a busca da equalização das oportunidades em território nacional de

formação inicial e continuada dos profissionais do magistério;

49

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

a valorização do docente, mediante ações de formação inicial e

continuada que estimulem o ingresso, a permanência e a progressão na

carreira;

a ampliação de oportunidades de formação voltadas para o atendimento

das políticas de educação especial, alfabetização e educação de jovens

e adultos, educação indígena, educação do campo e de populações em

situação de risco e vulnerabilidade social;

a formação de professores na perspectiva da educação integral, dos

direitos humanos, da sustentabilidade ambiental e das relações étnico-

raciais, com vistas à construção de ambiente escolar inclusivo e

cooperativo;

a promoção da atualização teórico-metodológica nos processos de

formação dos profissionais do magistério, inclusive no que se refere ao

uso das tecnologias de comunicação e informação nos processos

educativos; e

a busca de uma real integração da educação básica com a formação

inicial docente, assim como reforçar a formação continuada como prática

escolar regular que responda às características culturais e sociais

regionais.

Assim, o Curso de Letras do UNIFEOB trabalha em sentido da missão

institucional pelo fortalecimento do sistema nacional de educação e pela

melhoria das condições de vida dos brasileiros, oferecendo estruturas e

orientando atividades acadêmicas para a graduação de profissionais

licenciados, competentes na aplicação dos conhecimentos técnico-científicos e

dos métodos de ensino. Além disso, apresenta seu projeto atualizado pela

discussão colegiada, pois a produção científica e a legislação educacional são

parâmetros na produção dos planos de ensino para desenvolver formas de

intervenção que garantam a eficácia do aprendizado, a compreensão dos

processos linguísticos e a implementação das políticas educacionais.

Seguindo essa realidade, as diretrizes curriculares nacionais e a filosofia

e os objetivos norteadores dos projetos pedagógicos de nossa instituição, o

50

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Curso de Letras propõe um novo currículo para o curso em vigor a partir de

2013, delineado nos próximos itens.

3.2.1 HISTÓRICO

O curso de Licenciatura em Letras foi implantado em 1971, com base no

Decreto Federal 68.461 de 02 de abril de 1971 e reconhecido pelo Decreto

Federal 75.487 de 18 de março de 1975. Teve sua renovação de

Reconhecimento Portaria Ministerial de Nº. 1.216, de 20 de maio de 2011.

O primeiro vestibular para o Curso de Letras foi realizado em janeiro

1971, iniciando suas atividades em 05 de abril do mesmo ano.

Sua primeira turma formou-se em 1974. Contando com um bom

conceito na formação de profissionais de Letras, o curso goza de boa

referência na comunidade, diante das novas tendências da área e das

diretrizes curriculares especificadas pelo MEC.

A tradição na formação de professores de Português de qualidade e sua

atuação regional fazem da UNIFEOB uma referência no cenário regional, tendo

atuação destacada em suas atividades de ensino e extensão.

Ao longo de sua existência, o curso de Letras construiu uma cultura

peculiar que incorpora os valores desenvolvidos e praticados ao longo de 43

anos de atividade. Tem atuação consolidada no desenvolvimento de

competências, habilidades e atitudes e na formação de cidadãos altamente

qualificados, aptos a atuar de forma eficiente e eficaz nas escolas públicas e

privadas da nossa região.

Em 2012, iniciou-se um estudo para a reestruturação do Curso de Letras

e, a partir de estudos realizados pelo Núcleo Docente estruturante (NDE), o

Projeto Pedagógico do Curso teve uma grande reestruturação, bem como a

sua oferta, passando a denominar-se LETRAS: Português. A partir de 2013,

entrou em vigor a nova matriz curricular, optou-se, então por ofertar somente a

habilitação em Português, a fim de se proporcionar um curso de qualidade e

formar professores com uma consistente base teórica e prática, qualificados

para atuar no Ensino de Educação Básica.

51

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

O curso foi concebido a partir da verificação da necessidade de se

proporcionar, à comunidade da área de abrangência da região de São João da

Boa Vista, a possibilidade de contar na esfera do Ensino Superior com um

curso que, a par da graduação específica em Licenciatura, pudesse formar

profissionais competentes na área de Letras, visto entender ser esta uma das

áreas prioritárias para alavancar o processo de desenvolvimento do país e de

interesse local e regional para manter e aumentar seu nível de

desenvolvimento humano.

Assim, o projeto pedagógico parte da realidade do mercado de trabalho,

que cada vez mais exige profissionais criativos, autônomos, capazes de buscar

a solução de problemas impostos pelo dia-a-dia; e, no caso específico dos

trabalhadores em educação, que saiba atuar de maneira interdisciplinar, que

transite entre várias áreas do conhecimento com propriedade e que seja capaz

de buscar permanentemente sua formação. Propõe-se, então, um curso de

Letras que não se limite a oferecer uma elevada carga horária destinada aos

conteúdos específicos da área, mas, mais do que isso, que abra espaço para a

formação de profissionais capazes de responder às necessidades da Educação

na atualidade.

O presente curso estrutura-se de maneira a garantir a formação

específica na área de Letras- Português, oferecendo ao egresso a competência

necessária para atuar como Professor de Português, nos Ensino Fundamental

e Médio, proporcionando, também, formação complementar capaz de prover os

subsídios necessários à atuação interdisciplinar do profissional da Educação.

3.2.2 JUSTIFICATIVA

As inúmeras carências de profissionais docentes das áreas de Língua

Portuguesa e suas respectivas Literaturas na região de São João da Boa Vista

têm sido fartamente documentadas pelas Diretorias de Ensino e

Superintendências de Ensino, vinculadas às Secretarias de Educação dos

estados de Minas Gerais e São Paulo.

Nesse contexto regional, os profissionais da área de Letras atuam

prioritariamente no ensino em escolas públicas e privadas, que atendem a

52

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

alunos oriundos, em sua maioria, de famílias de classe trabalhadora. Assim, os

contextos escolares regionais se caracterizam por uma necessidade no

desenvolvimento das competências exigidas por uma sociedade grafocêntrica

e tecnológica, como se caracteriza a contemporaneidade.

Dessa forma, o Curso de Letras do UNIFEOB- Habilitação Português é

concebido visando encaminhar os discentes para o mundo do trabalho,

capacitados para lidar com as demandas profissionais na região sócio-político-

educacional e geográfica em que está inserido.

O oferecimento da Língua Portuguesa considera que essa conjuntura

educacional exorta a necessidade de professores leitores, reflexivos sobre sua

prática, que tenham autonomia na seleção e produção de objetos/materiais de

ensino.

Diante dos baixos índices das avaliações externas realizadas por órgãos

governamentais sobre leitura e escrita de alunos da Educação Básica, é função

do professor:

• atuar na formação linguístico-discursiva dos alunos, priorizando o

ensino de leitura e escrita na perspectiva dos multiletramentos;

• desenvolver a capacidade de análise e do senso crítico do aluno em

relação às estruturas linguísticas aceitáveis nos diversos contextos;

• criar condições para que os alunos reconheçam e saibam empregar a

norma padrão socialmente aceitável, quando necessário.

Dessa maneira, o curso de Licenciatura em Letras com habilitação em

Língua Portuguesa e suas respectivas Literaturas vai ao encontro da grande

demanda por profissionais capacitados para exercerem atividade docente de

qualidade no contexto em questão.

Além dessa deficiência no contexto regional, pode-se detectar déficit

alarmante também em âmbito nacional, em que a demanda por professores de

Educação Básica, da área de Língua Portuguesa, é bastante elevada,

conforme levantamento recente realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais (INEP), órgão diretamente ligado ao Ministério da

53

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Educação.

Além disso, esse problema tende a agravar-se nas próximas décadas

devido a fatores como o baixo interesse pela carreira do magistério, a

aposentadoria de docentes em atividade atualmente e com as projeções de

expansão contínua da rede básica de ensino.

Por essa razão, o oferecimento da presente Licenciatura em Letras-

Português alinha-se não apenas ao curso de Letras, mas também a um

número significativo das outras licenciaturas oferecidas pela Instituição:

Ciências Biológicas, História, Geografia, Matemática e Química oferecidas pelo

UNIFEOB, que, em conjunto, visam atender às demandas apontadas pelo

estudo do INEP.

No que se refere especificamente à Licenciatura em Letras- Português,

justifica-se, ainda, pela necessidade de formar profissionais capazes de atuar,

no âmbito de suas habilitações, de maneira prática no contexto escolar regional

com o objetivo de amenizar, ao longo de sua carreira docente, o nível

deficitário com que os alunos egressos do Ensino Médio têm chegado ao

Ensino Superior.

Desse modo, o curso de Letras deverá sempre motivar os profissionais

licenciados na área a contribuírem para a contínua e efetiva busca de teorias e

práticas educacionais que visem à atenuação de problemas como a formação

lacunar e o baixo rendimento escolar detectados entre o contingente de

estudantes oriundos dos Níveis Fundamental e Médio.

Diante da constatação dos déficits educacionais profundos e

multifatoriais citados, o oferecimento do presente curso se justifica, ainda, pela

necessidade de formar profissionais docentes aptos a colaborarem para o

combate de assimetrias educacionais que dificultam a inserção social dos

alunos de Ensino Médio não apenas na educação de Nível Superior, mas

também no mercado de trabalho.

Nesse sentido, o oferecimento do curso de Letras–Português justifica-se

também em função da necessidade em motivar a formação docente, pois se

trata de uma carreira para a qual tem havido baixo interesse, em número de

estudantes que optam pelo magistério nos últimos anos, devido a fatores como

54

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

os baixos investimentos governamentais em educação, o sucateamento do

ensino público, o desprestígio social da figura do professor, entre outros. Todos

esses problemas têm contribuído para o progressivo afastamento dos melhores

estudantes de cursos que envolvam a atividade docente, encarada por muitos

como historicamente mal remunerada. Dessa maneira, o enfrentamento do

crescente déficit de profissionais interessados em carreiras do magistério —

sobretudo nos ensinos de Língua Materna e suas respectivas Literaturas —

tem-se tornado uma meta assumida coletivamente pelo UNIFEOB, bem como

por diferentes esferas do poder público, sob a forma de incentivos em

Programas, a liberação irrestrita de créditos do FIES para alunos interessados

em cursar licenciaturas, entre outros.

O curso encontra justificativa, ainda, no fato de ser a língua produto de

cultura humana e, como tal, deve ser estudada, entendida e utilizada de

maneira a seguir aquilo que se determina como normativamente aceitável. Ao

mesmo tempo, a Língua Portuguesa deve ser entendida como veículo de

transmissão do patrimônio cultural.

Neste curso de Letras há, portanto, uma abordagem de natureza

humanística que promove uma visão crítica da língua, por meio dos estudos de

gramática, para a efetivação do que seja aceito como linguisticamente correto

e/ou adequado; e dos estudos de Linguística, para um entendimento da língua

por meio do estudo teórico das suas possibilidades de organização e

expressão; por intermédio de atividades que incentivem a escrita, para que o

educando adquira um espírito investigativo e instrumental de trabalho.

A partir do exposto, pode-se concluir que tanto a necessidade de

estudo da língua, os déficits educacionais destacados, quanto à carência de

profissionais das áreas de Letras justificam o oferecimento de um curso de

Letras, nos moldes aqui propostos.

O CURSO DE LETRAS

O Curso de Letras oferece a Licenciatura Plena em Português. O estudo

de Línguas e Literaturas levará o aluno a contatos com as culturas que

55

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

compões o estudo das línguas da habilitação, o que lhe abre amplas

possibilidades profissionais.

Fornece ao aluno uma sólida formação profissional e ampla formação

cultural, ensinando a desenvolver a sua capacidade de "aprender a aprender",

para depois estar apto a "ensinar", desenvolver a sua auto-confiança, a sua

sensibilidade e determinação; o nível de organização pessoal e no trabalho,

sua habilidade de trabalho em equipe e a facilidade de adaptação a novos

contextos; sua criatividade e o espírito inovador; o poder de liderança e de

decisão; confiabilidade e habilidade comunicativa; capacidade de análise,

síntese e de crítica, além de sua atualização tecnológica e domínio de idiomas,

para que o licenciado em Letras possa obter sucesso na vida profissional.

O profissional deve ter o domínio do uso da língua ou da língua

(materna), em termos de sua estrutura, funcionamento e manifestações

culturais. Deve ser capaz de refletir teoricamente sobre a linguagem, de fazer

uso de novas tecnologias e de compreender sua.

O Curso de Letras dispõe de salas de aula suficientes para acomodar

toda a sua clientela e de modernos laboratórios de Informática, com

capacidade de atendimento para seus alunos. Cada sala de aula está equipada

com um retroprojetor, datashow e aparelhos de som.

O espaço físico do UNIFEOB em seu atendimento geral como específico

para o curso de Letras oferece:

- segurança, adaptações de infra estrutura física de área externa e interna

para pessoas com necessidades especiais,

- prédios são equipados para combate a incêndio.

- salas de aula e áreas de circulação com iluminação de emergência com

autonomia de duas horas,

- Iluminação - iluminação natural e artificial

- Ventilação - Ventilação Natural - acima de 1/5 da área de piso (Código

Sanitário Estadual);

- Acústica das Salas de aula.

- Em função de melhor conforto térmico são instalados ventiladores de

parede com proteção em todas as salas.

56

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

A instituição oferece, ainda, um amplo acervo bibliográfico, situado nas

bibliotecas dos dois campi, com livros específicos da área do Curso. Ainda,

para conforto dos alunos, a biblioteca conta com um acervo geral, incluindo as

demais áreas do conhecimento humano, além de acervos virtuais, dispondo de

exemplares que atendem adequadamente, quanto ao número e atualizações, a

demanda das unidades de estudo.

57

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

4 PRINCÍPIOS NORTEADORES DO CURSO

A definição de um projeto pedagógico dinâmico, por parte de uma

escola, revela uma intencionalidade e, por conseguinte, descarta qualquer

possibilidade de neutralidade.

A importância dessa definição é que o projeto dá um rumo, imprime um

sentido que deve orientar a globalidade das ações desenvolvidas por sua

comunidade. Assim, a instituição se particulariza na singularidade de suas

opções, o que permite que possam ser reconhecidos os resultados de seu

processo de ensino através da forma com que se inserem, no mercado de

trabalho, os profissionais por ela formados.

Ao assumirmos nossa intencionalidade na formação de Profissionais na

área de Letras – Professores de Português, necessitamos eleger os princípios

norteadores que, ao refletirem concepções de mundo, passam a se constituir

em um desafio permanente para os professores, que buscam alcançá-los pela

superação de valores anteriormente interiorizados de modo a encontrar a

consistência necessária entre o novo discurso e a ação consequente que o

novo projeto exigirá.

É necessário ressaltar que a construção de um projeto pedagógico do

UNIFEOB está diretamente relacionada com uma diversidade de valores e um

conjunto de atitudes que têm, como ponto de partida, a missão da IES. Dessa

forma, pensar a formulação do projeto pedagógico do curso de Letras é refletir

sobre a relação que o curso estabelece com o projeto pedagógico e o Plano de

Desenvolvimento Institucional do UNIFEOB. Assim, o PPC do curso de Letras

visa a formar um profissional habilitado a promover a transformação social, em

consonância com a missão do UNIFEOB de atuar na comunidade com

responsabilidade social e influir no desenvolvimento regional, valorizando a

ética, a cidadania, a liberdade e a participação.

São princípios norteadores para o curso de Letras, os seguintes pontos:

58

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

1. A superação de barreiras que surjam no decorrer do processo

ensino/aprendizagem;

2. O exercício de reflexão continuada sobre a ação;

3. A continuidade do ato educativo, que deve ser contínuo e contemplar

todas as dimensões e contextos subjacentes das tomadas de decisões

planejadas, executadas e implementadas.

4. A consideração de que a universidade é uma das instituições sociais

de maior criatividade e com grande capacidade de regeneração e gestão

de seu próprio futuro.

5. O desafio de dar condições para a maior inclusão e justiça social.

Ao seguir esses preceitos, o curso de Letras ressalta “a preocupação

com o sucesso de seus alunos como consequência de uma formação

acadêmica e profissional de qualidade, tendo como meta o compromisso com a

construção coletiva e participativa do bem comum”.

O curso de Letras tem características próprias que devem ser

valorizadas. Vê o conhecimento como uma rede, em que cada nó é um saber

pontual e a ligação entre eles é que dará uma visão total e não fragmentada da

realidade; opondo-se à crença do conhecimento cristalizado ou de verdades

imutáveis.

Considera que o conhecimento de várias teorias, muitas vezes

antagônicas, outras vezes complementares, é que possibilitará o pensar

múltiplo1, os questionamentos que levam a diversas possibilidades de

respostas que trazem em si o germe da mudança e da escolha do ideário a ser

seguido.

As concepções que perpassam as Unidades de Estudo assumem a

língua como elemento dialógico, fruto da interação do aluno com textos de

gêneros variados, com o professor e os colegas, enfim, com o outro em geral.

Do mesmo modo, os profissionais da área concebem a língua como

espaço de agenciamentos diversos: culturais, estéticos, políticos, ideológicos,

1 Entende-se por “pensar múltiplo” o desenvolvimento da capacidade de reflexão sobre

os diversos paradigmas que coexistem nas Ciências Sociais.

59

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

religiosos, afetivos, entre outros. A língua segue, demonstra e modifica esses

agenciamentos. Os componentes curriculares que tratam dos conhecimentos

literários tomam-nos como palco de múltiplos saberes (histórico, geográfico,

antropológico, psicanalítico etc.) e como instância de construção e

desconstrução da língua.

A abordagem da Língua materna propicia ao discente expandir sua

interação com o mundo da cultura e da linguagem ao acessar, pela leitura,

textos até então desconhecidos.

Finalmente, o curso de Letras tem, em si, a possibilidade de ser um

veículo de formação reflexiva de opinião e não pode eximir-se dessa sua

prerrogativa. Nesse sentido, alguns itens devem ser privilegiados na

elaboração do marco doutrinal, a saber, educação/ensino/aprendizagem, perfil

do aluno e do docente.

4.1 REQUISITOS DE ACESSO AO CURSO

O acesso ao curso de Letras, assim como aos demais cursos de

graduação do UNIFEOB, depende do limite de vagas oferecidas e autorizadas

pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE.

Levando em conta a ênfase em sua missão de formar pessoas e

cidadãos conscientes da importância do desenvolvimento sociocultural, o

UNIFEOB inovou criando um Vestibular diferenciado, que transformou o

vestibular tradicional de provas objetivas/discursivas em um processo seletivo,

em que o vestibulando exercita sua capacidade de raciocínio, reflexão, leitura e

criatividade por meio de questões dissertativas e redação.

Estando esgotadas as listas de classificados do curso, há uma segunda

avaliação do Processo Seletivo para preenchimento das vagas remanescentes,

realizada em período posterior e que também classifica os candidatos inscritos

pelas médias gerais do Histórico Escolar do Ensino Médio e pela nota obtida na

Prova de Redação do UNIFEOB.

60

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

As inscrições para o Processo Seletivo - Vestibular são abertas através

de Edital da Reitoria, publicado no Diário Oficial da União e fixado nos quadros

de avisos nas dependências dos dois campi e no site

www.unifeob.edu.br/vestibular , constando os cursos e habilitações oferecidas

com as respectivas vagas, os prazos de inscrição, a documentação exigida no

ato de inscrição no processo seletivo, a relação das provas, os critérios de

classificação e demais informações úteis.

As condições de operacionalização do processo seletivo são

disciplinadas pela Comissão Central do Processo Seletivo, ouvidas as

Diretorias Executivas de Gestão do Ensino Superior e da Dinâmica

Universitária da própria instituição;

Os pré-requisitos mínimos para acesso à graduação são:

a) Conclusão do Ensino Médio ou equivalente;

b) Classificação em processo seletivo próprio ou outra forma de acesso

que vier a ser estabelecida em Edital pelos órgãos educacionais

competentes e/ou através do Programa Universidade para Todos –

PROUNI/MEC.

Na classificação obtida no processo seletivo, considerar-se-á que:

a) A classificação será pela ordem decrescente dos resultados obtidos,

sem ultrapassar o limite de vagas fixado, sendo eliminados os

candidatos que obtiverem nota zero, bem como os que não obtiverem a

nota mínima exigida na prova de redação, estabelecida pela Portaria –

MEC n° 391, de 07 de fevereiro de 2002, e conforme critério de pontos

aprovado pelo CONSEPE.

b) A classificação obtida será válida para a matrícula no ano letivo para o

qual se inscreveu, tornando-se nulos seus efeitos se o candidato

classificado deixar de requerê-la ou, em o fazendo, não apresentar a

documentação exigida nos prazos estabelecidos.

A divulgação da classificação do processo seletivo e das chamadas

subsequentes são sempre públicas.

61

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Em caso de desistência da matrícula de candidato aprovado em

processo seletivo, classificado em primeira chamada, far-se-ão tantas

chamadas quantas necessárias dentre os aprovados, sempre em ordem

decrescente, até o preenchimento das vagas disponíveis.

62

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

5 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DOS EGRESSOS

Em seu PDI, o UNIFEOB afirma que:

o perfil desejado, de responsabilidade do UNIFEOB, deve estar no âmbito

do perfil brasileiro, refletindo as características regionais e a potencialidade

dos cursos oferecidos. O mesmo deve ser definido a partir dos fatores

inerentes à realidade que permeia a profissão e que é relevante à formação

profissional. Torna notável o conhecimento e a disseminação dos

fundamentos da cidadania utilizando formas contemporâneas de linguagem

e de competência dos princípios científicos e tecnológicos que alicerçam a

realização da vida, especialmente da época em que vivemos.

Logo, assume a formação cidadã e profissional de um ser humano capaz de

dar continuidade a seu aprendizado de forma participativa e responsável,

integrado ao intento da sociedade da qual faz parte, e crítico de suas

mazelas.

Desta maneira, o presente curso objetiva formar o profissional de Letras

para atuar na Educação – Escolas de Ensino Fundamental e Médio, das redes

pública e privada – e que, além disto, possa atuar como cidadão de maneira

autônoma e crítica da realidade social na qual está inserido.

Os seus egressos estão habilitados a atuar como professores, pesquisadores

e consultores de instituições educacionais que atendam os referidos níveis de

escolarização.

Contudo, os licenciados estarão igualmente preparados para o mercado mais

amplo que se oferece aos profissionais do campo das Letras, poderão ainda

desenvolver pesquisas em instituições de diversas naturezas (escolas, bibliotecas,

centros e instituições de pesquisa, Ongs, etc.), assim como no âmbito da academia,

neste caso, através do ingresso em programas de Pós-Graduação.

Devem ser capazes de se envolver socialmente, desenvolvendo sua atividade

e tomando posturas que contribuam para a solução de problemas e para o

crescimento da comunidade.

Ambas características - competências profissionais, engajamento social e

formação humanística - implicam pesquisa, reflexão constante e revisão de

63

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

perspectivas e de valores. Para tanto, é fundamental que o profissional, formado

pelo Curso de graduação em Letras, esteja preparado para estabelecer uma

dinâmica de aprendizagem continuada e autônoma ao longo de sua vida profissional

adequada aos desafios da sociedade contemporânea.

A necessidade de leitura e redação, por exemplo, cresce em virtude do

avanço substancial da informatização no mercado de trabalho e da complexidade

das relações sociais. Se, por um lado, necessita-se receber uma educação cada vez

mais sofisticada para dar conta das oportunidades de trabalho atuais, por outro, a

escola oferece um ensino baseado em concepções tradicionais, que pouco

contribuem para preparar o indivíduo para interagir com o seu próprio texto e os

textos produzidos em seu meio social.

Dessa forma, o perfil do graduado em Letras concebido por este projeto

pedagógico, considerado o conjunto de competências exposto a seguir, bem como

as condições oferecidas pela organização curricular que se descreverá adiante, é o

do profissional que, orientando-se por princípios éticos e humanísticos:

1. tenha adquirido o instrumental necessário à análise do uso, estrutura e

funcionamento da língua;

2. tenha postura crítica em relação aos fatos da língua, tanto no que diz

respeito à sua observação do ponto de vista diacrônico como do ponto de

vista sincrônico;

3. apresente competência comunicativa em língua portuguesa;

4. tenha consciência crítica da realidade, com a compreensão de que o

interesse social é mais importante que o individual.

5. produza e interprete criticamente textos de diferentes gêneros com

inscrições nas diversas práticas sociais;

6. planeje, execute e gerencie práticas educativas, que considerem as

características dos alunos e da comunidade, os temas e necessidades do

mundo social e os princípios, prioridades e objetivos do projeto educativo e

curricular na instituição em que vier a desenvolvê-lo;

64

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

7. construa uma autonomia intelectual que lhe possibilite reconstruir,

continuamente, o conhecimento disponível, com base em pesquisa e

elaboração pessoal e coletiva; enfim, compreender sua formação

profissional como processo contínuo e autônomo.

8. exerça e fomente o senso estético, o senso crítico, a criatividade e a

autonomia;

9. tenha domínio ativo e crítico de diversos autores, obras, escolas literárias,

movimentos artísticos e estéticos representativos das diferentes literaturas

estudadas ao longo do curso;

10. assumir uma postura autônoma em relação à sua formação intelectual e

profissional.

Sendo assim, o curso de Letras visa proporcionar ao aluno uma formação

geral adequada ao exercício profissional a que se destina e, ao mesmo tempo, dotá-

lo de instrumental teórico-metodológico necessário ao desenvolvimento da produção

do saber. Buscando fornecer ao profissional de Letras uma visão mais ampla da

realidade, aguçando-lhe o espírito crítico e preparando-o para o exercício da uma

cidadania consciente. Além de valorizar e reafirmar, por meio de uma metodologia

interdisciplinar, multidisciplinar e contextualizada, tanto na sua ação educativa como

em aperfeiçoamento de estudos a importância da Educação Étnica Racial (Diretrizes

Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino

de História e Cultura Afro-brasileira e Africana - Resolução CNE/CP N° 01 de 17 de

junho de 2004). Valorizando também a Inclusão Social, da conscientização das

políticas ambientais (Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 e Decreto Nº 4.281 de 25

de junho de 2002) com auxílio da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e o Braile,

que conduzirão à revalorização do trabalho docente com o auxilio e a integração das

disciplinas por temas transversais.

65

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

5.1 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM ESENVOLVIDAS

PELO CURSO DE LETRAS

Com base na legislação pertinente, em especial a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996) e as Diretrizes

Curriculares Nacionais (Parecer CNE/CES 492, de 03 de abril de 2001), espera-se

que o licenciado no curso de Letras- Português desenvolva, ao longo de sua

formação acadêmica, diversas competências e habilidades de natureza teórica e

prática necessárias ao exercício da atividade docente e à pesquisa científica. Dessa

forma, o curso de Licenciatura em Letras- Português deve contribuir constantemente

para o aperfeiçoamento técnico e profissional de seus alunos por meio do

desenvolvimento de competências e habilidades.

5.1.1 OBJETIVOS

O curso de Licenciatura em Letras do UNIFEOB forma professores do Ensino

Básico. Em consonância com o PPI do UNIFEOB, parte do princípio de que a

formação por competências torna os futuros licenciados mais bem preparados para

o exercício da docência, a partir do momento em que levam adiante a mesma ideia

de que o conteúdo é o meio, e não o fim.

Buscamos coletivamente a amplitude do espírito crítico frente às demandas

sociais, econômicas, culturais e políticas de nossa sociedade, contribuindo com

reflexões que favoreçam a formação de cidadãos conscientes. Nesse sentido, as

diferentes atividades curriculares articulam-se, auxiliando o aluno na formação de

suas competências, ao correlacionar as habilidades desenvolvidas na prática da

área de Letras, com as outras habilidades necessárias ao docente do futuro.

5.1.2 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES GERAIS DO CURSO DE

LETRAS

66

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

O curso de Letras do UNIFEOB deve proporcionar o desenvolvimento das

seguintes competências e habilidades gerais:

1. Ter competência para ministrar aulas de Português e suas respectivas

literaturas tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio,

conhecendo os princípios fundamentais da relação ensino-aprendizagem,

bem como a estrutura educacional brasileira;

2. Reflexão analítica e crítica sobre a linguagem como fenômeno psicológico,

educacional, social, histórico, cultural, político e ideológico;

3. Visão crítica das perspectivas teóricas adotadas nas investigações

linguísticas e literárias, que fundamentam sua formação profissional;

4. Domínio dos métodos e técnicas pedagógicas que permitam a

transposição dos conhecimentos para os diferentes níveis de ensino,

considerando a contribuição das mesmas para o tratamento de problemas

de ensino/aprendizagem da língua materna e, consequentemente, para o

aperfeiçoamento da prática pedagógica;

5. Visão crítica das perspectivas teóricas adotadas nas investigações

linguísticas e literárias, que fundamentam a formação profissional do aluno

de Letras;

6. Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora

de significação e integradora da organização do mundo e da própria

identidade.

7. Compreender e usar a Língua Portuguesa no que se refere à sua

estrutura, funcionamento e manifestações culturais;

8. Lidar criticamente com as linguagens, em especial a verbal, nas

modalidades oral e escrita;

9. Ler e produzir textos adequados a diferentes situações discursivas;

10. Abordar criticamente as perspectivas teóricas adotadas nas investigações

linguísticas e literárias.

Tem-se como premissa maior a crença de que o aluno é um ser de

possibilidades e, por isso, passível de se projetar social e historicamente. Esta

67

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

viabilização processa-se na articulação da construção da subjetividade por meio da

ressignificação de aspectos socioculturais contextualizados, envolvendo elementos

cognitivos, afetivos, lúdicos, históricos, sociais, físicos e biológicos.

5.1.3 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES PEDAGÓGICAS DO CURSO

DE LETRAS

1. Compreender o papel social da escola;

2. Elaborar e desenvolver projetos sócio-educativos que visem à construção

da cidadania;

3. Estar preparado para atuar no mercado de trabalho compreendendo sua

dinâmica respondendo profissionalmente às suas demandas;

4. Dominar os conteúdos a serem socializados, seus significados em

diferentes contextos e sua articulação interdisciplinar;

5. Conhecer os processos de investigação que possibilitem o

aperfeiçoamento da prática pedagógica;

6. Compreender o processo de construção do conhecimento do indivíduo

em seu contexto sociocultural;

7. Atuar na educação básica com responsabilidade, competência e

comprometimento;

8. Compreender a formação profissional como processo contínuo, autônomo

e permanente, à luz da dinâmica do mercado de trabalho e das inovações

tecnológicas;

9. Desenvolver trabalho em equipe, estabelecendo diálogo entre a área

educacional e as demais áreas do conhecimento;

10. Planejar, desenvolver e avaliar situações de ensino e de aprendizagem,

de modo a elaborar objetivos, definir conteúdos e desenvolver

metodologias específicas das diferentes áreas considerando a

diversidade dos alunos e os fins da educação.

68

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

5.1.4 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ESPECÍFICAS DO CURSO

DE LETRAS

Estão relacionadas às habilidades gerais pretendidas, as seguintes

habilidades específicas:

1. Adquirir postura crítica em relação aos fatos e estrutura da língua,

objetivando-os do ponto de vista diacrônico e sincrônico;

2. Analisar criticamente os textos literários que constituem o lastro cultural e

artístico de nossa nacionalidade;

3. Produzir textos corretos, empregando o nível de linguagem mais adequado

a cada situação de comunicação;

4. Apresentar competência comunicativa em língua materna, oralmente e por

escrito;

5. Iniciar-se na pesquisa científica de linguística, língua e literatura materna.

5.1.5 CAMPO DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL

O mercado de trabalho para o licenciado em Letras fornece múltiplas possibilidades

de inserção:

1. No ensino formal, podendo prestar concursos públicos que exigem diploma de

Licenciatura em Letras;

2. No ensino formal, podendo exercer a docência de línguas e literaturas em

escolas púbicas e particulares;

69

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

3. Em outras áreas de trabalho, como o mercado editorial, o setor de serviços

(hotelaria e turismo), consultoria em comunicação, produtor cultural de

eventos, assessor linguista, secretário executivo, a construção do conteúdo

textual das páginas web e o desenvolvimento de atividades específicas da

tecnologia da informação.

A primeira grande área de atuação do profissional formado no Curso de Licenciatura

em Letras Português é na docência em Língua Portuguesa, e suas respectivas

Literaturas. O campo de trabalho na área da educação inclui atuação em escolas

públicas e privadas, tanto no Ensino Básico (Fundamental e Médio), quanto no

Ensino Superior, em ONGs e fundações.

Além disso, esse profissional pode exercer funções em áreas não diretamente

ligadas à educação, sempre que se necessite de um profissional licenciado em

Língua Portuguesa. Quanto ao campo da pesquisa, o profissional de Letras está

autorizado a seguir seus estudos em nível de Pós-graduação (Especialização,

Mestrado, Doutorado), investigando temas e problemas de sua área de formação e

contribuindo com alternativas ligadas a ensino e eventuais demandas sociais.

Pode ainda trabalhar no mercado editorial, como redator e revisor de textos nos

diversos campos de produção de conhecimento, seja ele literário, didático, técnico

ou científico. Outra possibilidade é atuar como crítico ou produtor artístico, na

redação de comentários de obras literárias e artísticas em geral, ou escrever

resenhas para jornais e revistas, roteiros para produções audiovisuais ou as

propriamente literárias (em prosa ou poesia).

6 PERFIL DO DOCENTE, COORDENAÇÃO E NDE

6.1 PERFIL DOCENTE

O docente deve atuar de forma peculiar e essencial na construção de

conhecimentos e saberes que influenciarão na ação e transformação social. Deve

ele trabalhar com a pluralidade de indivíduos e com a diversidade cultural. É um

70

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

construtor de conhecimentos junto com os alunos, assumem compromissos

sociopolíticos, éticos e educacionais para disseminação do que é considerado como

novo para seus alunos.

O docente deve ter domínio e responsabilidade acerca de suas atribuições,

como planejamento de atividades e conteúdos, didática, organização do ambiente da

sala de aula, estruturação do complexo de conhecimentos a serem adquiridos pelos

alunos, além de responsabilidades profissionais referentes aos aspectos éticos,

formação continuada, trabalho em equipe, relacionamento com seus pares e

gerenciamento de seu próprio desenvolvimento profissional.

Deve ainda estar compromissado com o papel científico e social da instituição

(e, especificamente, do curso de Letras) assim como com o desenvolvimento

sustentável e democrático local e regional.

O professor do Português é um educador, tem diante de si uma sociedade

cheia de desafios e desigualdades acentuadas.

A natureza epistemológica do papel do professor está condicionada a uma

inteligibilidade ou a um saber-fazer (por isso também é intelectual) que fomenta

saberes que vão além de saberes éticos, morais e técnico-científicos.

Requer saberes interpessoais, pessoais e comunicacionais, para que a

relação estabelecida entre alunos e professores possa favorecer o processo de

ensino e de aprendizagem.

No curso de Licenciatura em Letras- Português estes saberes assumem

importância uma vez que os professores, agindo como mediadores do

conhecimento, podem desempenhar papéis de orientadores. Os orientadores são

professores vinculados ao Curso de Letras do UNIFEOB, todos com formação

profissional na área.

Que perfil deve ter um professor de Português de forma a auxiliar o aluno a

constituir-se como cidadão, dando oportunidade para que ele conheça melhor as

relações que se estabelecem no interior da sociedade em que vive e na relação

desta com as outras, uma vez que as relações políticas e econômicas são hoje

globalizadas?

Com estas reflexões e ainda outras pertinentes ao ensino, o Curso de Letras

estabelece um perfil para o professor da graduação ao entender que o conhecimento

71

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

produzido na Universidade, fundamentado em pesquisa de campo, de laboratório,

bibliográfico, e dominado pelo professor, deve ser o instrumental teórico a ser

elaborado e recriado, para se transformar em saber escolar, ou seja, um saber a ser

trabalhado pelo egresso do curso.

Nesse perfil traçado pelo curso, há uma relação direta entre o professor e os

novos paradigmas da Educação. Isso se registra da seguinte forma:

A aprendizagem é considerada como processo, jornada;

O conteúdo é o meio e não fim;

É dada prioridade à autoimagem como geradora de desempenho;

Valorização da igualdade no relacionamento, entre os sujeitos do processo

educativo;

A relação é entre pessoas e não em funções. A autonomia é encorajada;

A experiência interior e os sentimentos são encarados como fatores

importantes para potencializar a aprendizagem;

Enfatiza-se a busca do todo, complementando teoria com prática;

A aprendizagem é vista como processo para a vida toda;

O professor também é um aprendiz;

Há preocupação com o ambiente favorável à aprendizagem.

À medida que o professor se assume como sujeito do seu próprio trabalho na

sala de aula, em que propicia condições para o aluno tornar-se coprodutor de

conhecimentos, o pedagógico e o político saem fortalecidos:

O professor universitário deverá ter as qualidades próprias a todo

educador e as qualidades específicas próprias ao trabalho especial

que ele deve realizar. Como educador, deverá aproximar-se do tipo

perfeito do homem que ele aspira a realizar em seus dirigidos, tendo

as qualidades físicas, intelectuais, morais e profissionais que

desejaria ver reproduzidas em seus discípulos. E isto, em primeiro

lugar, porque a educação se realiza, principalmente, pela virtude do

exemplo que provoca a imitação, e, em segundo lugar, porque o

educador necessita da atuação inteligente das mais aprimoradas

qualidades humanas para bem realizar o seu trabalho. Como

professor universitário, carece de qualidades muito especiais. Como

a missão da Universidade, segundo Ortega y Gasset, é a de ensinar,

72

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

pesquisar e divulgar a ciência, o professor universitário deverá ser

perito na realização dessas operações.2

Para ser professor do Curso de Letras não é necessário apenas dominar o

conteúdo a ser trabalhado, mas ter uma visão holística. Esse perfil envolve um

professor que tem conhecimentos na área da psicologia de ensino e aprendizagem;

de história da educação; conhecimentos de língua e linguagem e métodos a serem

utilizados em sala de aula.

O Curso de Letras entende que o perfil do seu professor deverá preencher as

seguintes condições: ter, ao menos, especialização na disciplina a ser lecionada; ter

formação científica adequada; ter visão profissional da sua disciplina,;manter

contatos regulares e estágios em meios profissionais à mesma correlata; possuir

adequada formação didático-pedagógica e cultura geral; possuir contatos com os

demais setores da cultura; atualizar seus conhecimentos por meio de cursos,

estágios e congressos em sua área de formação.

Para cada unidade de estudo, o professor elabora um Plano de Ensino (plano

de ação pedagógica) do qual constam ementa, conteúdo programático,

competências que serão desenvolvidas, carga horária, metodologia empregada,

recursos e estratégias didáticas utilizadas, bibliografia adotada e critérios de

avaliação da aprendizagem. Os Planos de Ensino devem ser, no início de cada

módulo, debatidos e aprovados pelo Colegiado do Curso.

O professor é o responsável pela aplicação do programa de sua unidade de

estudo e escolha do melhor método a ser adotado para cada aula: exposição,

trabalho independente, trabalho em grupo, seminário, entre outros. O professor é

também responsável pela vinculação dos conteúdos previstos no plano de ensino e

aprovados pelo colegiado do curso às exigências teóricas e práticas da formação

acadêmica.

As atividades desenvolvidas em sala de aula pelo professor da unidade de

estudo combinam quatro momentos básicos de metodologia de ensino:

2 VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (org.) Projeto político pedagógico. 13 ed. Campinas: Papirus,

2001. (Coleção Magistério). p.22.

73

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

a. Apresentação aos acadêmicos, no início do módulo, dos

objetivos de ensino e de aprendizagem, das competências que

serão desenvolvidas, a bibliografia que será utilizada e onde

encontrá-la;

b. Aplicação e consolidação dos conteúdos e habilidades;

c. Registro de frequência dos alunos;

d. Avaliação de desempenho dos alunos em relação às

competências atitudinais e específicas, além da qualidade de

aprendizagem;

As atividades desenvolvidas em sala de aula podem contar com

diferentes equipamentos didáticos à disposição do professor, como projetor de

multimídia e aparelhagem de som. As aulas de caráter técnico são frequentemente

desenvolvidas nos laboratórios específicos de informática.

Os docentes do curso de Letras são graduados na área de Letras e/ou áreas

afins, com pós- graduação também na área de Letras e/ou áreas afins, dependendo

da especialidade a que o professor está relacionado. Encontramos em nosso corpo

docente, como se verá no item a seguir, uma destacada experiência acadêmica,

esse aspecto está refletido na qualidade que se imprimiu, ao longo de sua longa

trajetória histórica, ao curso de Letras, acarretando, assim, índices e notas positivos

nas avaliações institucionais e também em avaliações de outra natureza. Cabe

destacar, ainda, que essa experiência acadêmica está refletida também na

qualidade do curso, muito bem avaliado pelos alunos, tendo em vista os resultados

que o curso vem alcançando nas avaliações realizadas, junto aos discentes, pela

comissão permanente de avaliação da UNIFEOB. Nosso conjunto de professores

também tem, em sua maioria, ampla experiência (mais de dez anos) na educação

básica, possibilitando, desse modo, que a formação dos futuros professores seja

mais condizente com a realidade da sala de aula dos ensinos fundamental e médio,

uma vez que os docentes da graduação são capazes de estabelecer diálogos e

estratégias no processo de ensino-aprendizagem que não estão desvinculados da

realidade profissional que nossos alunos irão encontrar quando ingressarem no

mercado de trabalho.

74

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

6.1.1 CORPO DOCENTE ATUAL

DISCIPLINAS

MAIOR

TITULAÇÃO

ÁREA DE CONHECIMENTO DA TITULAÇÃO

REGIME DE TRABALHO

NOME DO DOCENTE

Fonética e Fonologia Morfologia Morfossintaxe Sintaxe

Doutor

Linguística

Horista

Ana Cristina S. Silva

Sociedade e Educação Doutor

Educação

Professor

Convidado

Cláudia C. Hardagh

Análise de Textos Narrativo: Conto, Novela, Romance Estética do Romantismo e do Realismo Estudo dos Gêneros Lírico, Épico e Dramático Fundamentos da Literatura: do Brasil-Colônia ao Arcadismo Literatura Infanto Juvenil

Doutor

Literatura

Parcial

Elisabete B. Faria

Organização da Educação Básica

Especialista Educação Psicopedagogia

Integral Fátima Ap. Médici

Psicologia do Ensino e da Aprendizagem Trabalho de Conclusão de Curso

Doutor

Psicologia

Integral

Helga H. Reinhold

Língua Brasileira de Sinais – Libras

Especialista Educação Psicopedagogia

Parcial Ilza Mª de O. Agostinho

Metodologia da Pesquisa Científica

Mestre Energia Parcial João Fábio Diniz

Didática Estágio Supervisionado

Mestre

Educação

Integral

Márcia Mariza Belli

Literatura e Sociedade

Especialista

História

Parcial

Marcos Silva

Metodologia da Pesquisa Científica Trabalho de Conclusão de Curso

Doutor

História Social

Integral

Patrícia Gomes Furlaneto

75

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

DISCIPLINAS

MAIOR

TITULAÇÃO

ÁREA DE CONHECIMENTO DA TITULAÇÃO

REGIME DE TRABALHO

NOME DO DOCENTE

Psicologia do Ensino e Aprendizagem

Mestre

Saúde da Criança e

do Adolescente

Parcial

Rafael Silva Pinto

Com. e Expr. em Língua Portuguesa Estudos do Letramento História das Ideias Linguísticas Linguística Textual Prática de Leitura e Produção Textual

Mestre

Linguística

Parcial

Regina Célia de C. P. Lima

Organização da Educação Básica Trabalho de Conclusão de Curso

Doutor

Educação

Parcial

Sônia Ap. Siquelli

76

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

6.2 COORDENAÇÃO DE CURSO

A coordenação acadêmica do Curso é de responsabilidade de seu

Coordenador, designado por Ato Executivo da Reitoria para mandato de 02 (dois)

anos, podendo ser reconduzido.

A Coordenação de Curso tem papel central no desenvolvimento das

atividades ligadas ao Curso de Graduação. Entre as atribuições da Coordenação,

estão as atividades administrativo-pedagógicas que oferecem suporte ao Curso,

assim como o acompanhamento de todos os processos que envolvem o Curso de

Graduação; sendo de fundamental importância a sua participação na elaboração e

acompanhamento do desenvolvimento das atividades relacionadas ao mesmo e

descritas em seu Projeto Pedagógico, bem como a integração entre professores,

alunos, funcionários e coordenação.

Ressalta-se o contato direto e permanente do Coordenador do curso com os

docentes e discentes, no sentido de adequar situações e resolver questões que,

eventualmente, surgem no decorrer do curso.

O Coordenador de Curso de Graduação deve ter o seguinte perfil:

Graduação de nível superior na área do curso, preferencialmente, Mestrado ou

Doutorado na área de conhecimento do Curso;

Visão de todas as subáreas de conhecimento do Curso;

Visão técnica, administrativa e pedagógica do Curso;

Conhecimento de legislação vigente; das Diretrizes Curriculares do Curso;

Experiência em administração acadêmica;

Participação ativa em eventos ligados à área do Curso;

Publicação de artigos ligados à área do Curso;

Bom relacionamento com professores, alunos e funcionários;

Conhecimento das propostas metodológicas utilizadas e debatidas na

Instituição.

77

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Preocupação com a formação integral de recursos humanos.

A responsável pelo curso, atualmente é Professora Márcia Mariza Belli,

Mestre em Educação, título obtido pela Pontifícia Universidade Católica de

Campinas (PUCCAMP).

O curso proposto é supervisionado e administrado pelo coordenador de curso

e conta com o apoio do grupo técnico-administrativo, formado por profissionais

qualificados em suas áreas de atuação, disponíveis na Instituição. Conta também

com todo o corpo técnico-administrativo da Secretaria Geral, funcionários das áreas

de limpeza e segurança e áreas de comunicação e divulgação, que já atendem os

cursos existentes no UNIFEOB.

A coordenadoria deve estabelecer um vínculo entre os discentes e docentes

do curso, para avaliação constante do mesmo. Este trabalho em conjunto é

fundamental para a verificação dos aspectos positivos da estrutura curricular

proposta e modificação dos pontos necessários.

6.3 COMPOSIÇÃO DO NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE

O Núcleo Docente Estruturante é composto pelo Coordenador do curso que o

preside, até cinco representantes do corpo docente do curso (indicados pelo

Colegiado e nomeados pelo Pró Reitor Acadêmico). As decisões e sugestões do

Núcleo Docente Estruturante antes da efetiva implantação são aprovadas pelo

colegiado e na observância hierárquica pelo coordenador do curso e pró-reitor.

O trabalho do Núcleo Docente Estruturante é desenvolvido no início de cada

módulo através de reuniões presenciais ou virtuais em número suficiente para

conclusão dos trabalhos. No decorrer do semestre, com o objetivo de acompanhar o

desenvolvimento do curso, o Núcleo Docente Estruturante executa de uma a duas

reuniões presenciais e tantas quantas forem necessárias de maneira virtual.

Compete ao Núcleo Docente Estruturante (NDE): implementar e acompanhar

o desenvolvimento do projeto pedagógico, envolvendo principalmente a matriz

curricular e sua aplicabilidade prática na atividade profissional; orientar e cobrar a

78

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

elaboração e articulação dos programas e planos de ensino das unidades;

acompanhar o desenvolvimento do plano de ensino, verificando a articulação entre

objetivos, conteúdos programáticos, procedimentos de ensino e avaliação; opinar

sobre os projetos de ensino, pesquisa e de extensão que forem apresentados;

propor o plano e calendário anual de atividades do curso; opinar sobre a

programação de ensino, das atividades de extensão e de estudos interdisciplinares

ligados ao próprio curso e/ou entre os diversos cursos da instituição; sugerir normas

específicas e acompanhar, sistematicamente, a revisão e atualização de projetos

pedagógicos do curso, buscando o consenso entre a maioria dos membros do

núcleo.

Cabe ao coordenador do curso coordenar e supervisionar as atividades do

Núcleo, articulando-as no que for necessário; convocar e presidir reuniões;

acompanhar, cumprir e fazer cumprir as normas reguladoras - federais e

institucionais pertinentes ao curso -; fiscalizar a fiel execução do regime didático;

exercer as demais atribuições que a função exige e elaborar; juntamente com os

demais membros; o regimento do NDE que deverá ser submetido a aprovação do

CONSEPE.

Os membros do NDE obrigatoriamente têm formação acadêmica nas áreas

específicas do curso, ou afins, e/ou experiência comprovada na disciplina ministrada.

O mandado dos membros do NDE é coincidente com o mandato do coordenador do

curso e a escolha dos membros do NDE é sempre regida por portaria específica da

Pró reitoria Acadêmica.

Item Nome Função Titulação

Regime de

Trabalho

1 Márcia Mariza Belli Presidente Mestre Integral

2 Ana Cristina Salviato Silva Docente Doutora Horista

3 Elisabete Brockelmann de Faria Docente Doutora Parcial

4 Helga Hinkenickel Reinhold Docente Doutora Integral

5 Patrícia Gomes Furlanetto Docente Doutora Integral

6 Regina Célia de C. Paschoal Lima Docente Mestre Parcial

79

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

7 METODOLOGIA DO CURSO

O Projeto Pedagógico do Curso de Letras está em consonância com a Lei

nº 9.394/96, de 20/12/1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação

Nacional. O eixo norteador da sua concepção pedagógica prevê a articulação do

ensino-pesquisa-extensão, havendo explicitação de que a educação superior

realiza-se através do ensino, da pesquisa e da extensão, conforme preceitua o art.

64 da Lei citada.

O ensino superior tem por objetivo aperfeiçoar a formação de pessoas

para a atividade cultural, capacitá-lo para o exercício de uma profissão, e prepará-lo

para o exercício da reflexão crítica e a participação na produção, sistematização e

superação do saber. A pesquisa tem por objetivo o avanço do conhecimento teórico

e prático, em seu caráter universal e autônomo, e deve contribuir para a solução dos

problemas sociais, econômicos e políticos, nacionais e regionais. A extensão, aberta

à participação da população, visa difundir as conquistas e benefícios resultantes da

criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas no Curso.

O princípio de um projeto de formação por competências privilegia a

organização curricular modular, flexível e contextualizada, sintonizada com as novas

propostas pedagógicas. Assim, o foco principal do processo torna-se o aluno e seu

trabalho de desenvolvimento profissional.

Um dos principais pontos do planejamento do curso e de suas Unidades de

Estudo/Disciplinas é a escolha das atividades e das metodologias que são

empregadas. Para garantir sua integração e a constante motivação do aluno, esse

passo é seguido continuamente ao longo do semestre, pelo conjunto de professores

de forma participativa. Além disso, deve-se garantir a diversidade de situações e

atividades de aprendizagem, sempre articuladas com as competências em

construção e desenvolvimento.

No planejamento das Unidades de Estudo, em vez de se partir de um corpo

de conteúdos disciplinares existentes, com base no qual se efetuam escolhas para

cobrir os conhecimentos considerados mais importantes, parte-se de situações

concretas, na medida das necessidades requeridas por essas situações.

80

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Assim, elas devem contemplar discussões estratégicas sobre temas a serem

trabalhados de maneira prática, tendo como base, entre outros, debates, seminários,

aulas expositivas dialogadas, discussão sobre filmes e obras literárias, leituras

direcionadas, e que tenham, como um de seus objetivos, integrar os conteúdos

desenvolvidos em todas as Unidades de Estudo que compõem o módulo (trabalho

interdisciplinar).

O trabalho dos alunos envolve, também, visitas técnicas monitoradas,

atividades extracurriculares e estágio supervisionado que inclui a elaboração de

relatórios de análise politico-pedagógica.

Para elaborar um sistema modular por competências é preciso aprofundar as

escolhas metodológicas. Estas devem se pautar pela identificação de ações ou

processos de trabalho do sujeito que aprende e devem incluir projetos, provocados

por desafios e/ou problemas, que coloquem o aluno diante de situações simuladas.

A escolha também deve permitir ações proativas por parte do aluno, como as de

pesquisa e estudo de conteúdos que podem estar reunidos em unidades ou

trabalhados em seminários, ciclos de debates, atividades experimentais,

laboratoriais e de campo.

As metodologias adotadas devem permitir a simulação ou realização de

situações concretas de trabalho, propiciando a integração dos conhecimentos e o

desenvolvimento de níveis de raciocínio mais complexos. Como exemplos, podem

ser adotados Estudo de Caso e Problematização. A combinação entre um

determinado tipo de atividade a ser executada no desenvolvimento de um Tema e a

metodologia mais adequada para esse caso é o ponto chave para o sucesso do

trabalho docente.

O conceito de qualidade detém um duplo desafio: o de a Universidade

comprovar-se competente e o de ser um espaço de educação, onde o acadêmico

possa encontrar condições formativas e motivadoras. A conquista desse desafio

resultará na formação de um profissional competente e num cidadão ativo, capaz de

resolver as situações-problema.

A questão da pesquisa ganha um lugar de inspiração fundamental da vida

acadêmica e de todo o processo educativo que nela se desenvolve. Aparecendo

como atividade educativa, a pesquisa exige uma postura metodológica, por meio da

81

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

qual o graduando toma consciência crítica da sua concepção histórica,

reconhecendo a sua própria capacidade emancipatória, como estratégia básica de

sua autoconstrução.

Assim, para o aprendizado, os professores utilizam diferentes recursos

áudios-visuais para apresentar e discutir os conteúdos teóricos e práticos quer sejam

através de aulas teóricas em salas de aula e/ou laboratórios; seminários; estudo

dirigido; simulações em seminários, congressos e jornadas acadêmicas.

Ainda na busca do saber, de informações que possam melhorar o

aprendizado, os alunos contam com um acervo de livros e periódicos na Biblioteca,

onde também podem acessar informações através de periódicos on line e sites para

pesquisa na internet.

Através do Estágio Supervisionado os alunos têm a oportunidade de

integrar as diferentes áreas de aprendizado, visando o seu crescimento pessoal e

eficácia profissional; integrar e aplicar em prática os conhecimentos adquiridos nas

demais disciplinas do Curso, possibilitando o aprimoramento e a complementação

do ensino-aprendizagem através do desenvolvimento de atividades práticas;

aprimorar as habilidades manuais e de diagnóstico contempladas nas disciplinas

teóricas; adquirir os hábitos e as atitudes da profissão; desenvolver o senso

analítico-crítico, baseado no exercício do questionamento e da criatividade; buscar

soluções para os problemas vivenciados.

82

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

8 ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

8.1 Adequação da metodologia de ensino à concepção.

Um dos princípios que orientam a proposta curricular do curso de Letras do

Unifeob é garantir a possibilidade de trabalho interdisciplinar e transdisciplinar,

procurando intervir na articulação entre os docentes e as disciplinas ministradas,

visando à construção de projetos temáticos que permitam haver alternativas de

trabalho para a formação do professor.

Para tanto, busca-se priorizar conhecimentos e competências com a

finalidade de aperfeiçoar o currículo, adotando estratégias diversificadas de ensino

que potencializem a interação aluno-professor e aluno-aluno para a construção de

conhecimentos coletivos, organizando conteúdos em prol dos objetivos a serem

alcançados por meio de estudos interdisciplinares, transdisciplinares e projetos que

proporcionem o diálogo contínuo entre as diversas áreas do saber. Também

procura-se trabalhar os conteúdos de forma contextualizada, por meio do

aproveitamento dos mesmos e de seus contextos na intenção de outorgar

significado e préstimo ao aprendizado teórico-prático profissional, trabalhando com

os sentimentos associados às circunstâncias de aprendizagem na mediação da

relação do aluno com o conhecimento que está sendo construído por ele.

Logo, a proposta curricular apresentada, orienta-se pelos princípios

curriculares expressos nas novas Diretrizes Curriculares para o curso de Letras,

abrangendo uma visão do conhecimento firmada nos preceitos pedagógicos da

consciência da identidade profissional, da diversidade humana, da autonomia

intelectual da universidade, da prática interdisciplinar, da contextualização e da

flexibilização curricular que possibilita a ruptura com a estrutura austera de condução

de curso em outros tempos já vista, permitindo que o próprio Curso faça uso do

leque de opções de atividades acadêmicas na organização de seu currículo e

metodologia de ensino.

83

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

8.2 Inter-relação das unidades de estudo na concepção e execução

do currículo

A proposta curricular deve influir na formação professor de Português, a partir

da construção de competências, habilidades e intencionalidade de suas ações do

que pela quantidade de informações transmitidas. Assim, afirma-se no aprender a

aprender refletir, a relacionar conhecimentos com experiências vivenciadas, a inferir

significado ao que foi internalizado. Igualmente, assegura-se na prática de construir

a relação idiossincrática entre a teoria e a prática, no alicerçar a crítica pelo

desenvolvimento do espírito crítico nos alunos, no construir argumentos

fundamentados em fatos, no trabalhar com o sentimento que a magia da

aprendizagem desperta em quem está aprendendo, na integração da pesquisa e

extensão na organização curricular das unidades de estudo, na avaliação como

processo contínuo e diversificado, na valorização das unidades de estudo de

humanidades e no resgate da identidade profissional e fortalecimento do sentido

social da profissão.

O curso de Letras do Unifeob tem procurado promover esta inter-relação

desejada e prevista nas Diretrizes Curriculares de maneira que a execução ou

operacionalização do currículo é consequência da construção dos conhecimentos

que envolvem nossa história acadêmico-institucional e das metas discutidas

processualmente como atitudes, valores e princípios que acreditamos deverem estar

presentes nos estudos e atividades realizadas para a formação do futuro professor.

8.3 Currículo

A questão do currículo deve refletir a concepção do aluno e da sociedade que

se almeja conceber. Infere na maneira de organizar toda a estrutura de trabalho do

curso bem como a postura de seus professores, a organização dos conteúdos e a

metodologia de trabalho buscando contemplar um ensino e formação profissional de

qualidade. Expressa a construção social do conhecimento e sistematiza os meios

84

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

pelos quais ela se realiza. Recorre à realidade contextual em que estão inseridos

seus alunos para sua organização. Preocupa-se com o perfil do profissional que se

deseja formar, tendo em vista a formação profissional competente do cidadão para

atuar em sua área e nos processos de transformação social, gerando alternativas

eficientes para defrontar conjuntos de problemas e de questões advindas da

contemporaneidade. Supera as práticas conservadoras abrigadas na rigidez dos

currículos mínimos, rompendo com o paradigma da qualidade de ensino decorrente

de elevada carga horária. Propõe uma formação integral que torna possível a

compreensão das relações de trabalho, de propostas sociopolíticas de

transformações da sociedade.

Na preocupação com a inter-relação das disciplinas para a execução do

currículo, salienta-se a necessidade de se compreender qual é o significado da

seleção de conteúdos para o curso. Nessa busca de coerência quanto à concepção

de educação e do professor, o Unifeob firma-se com a ideia de não se impor novos

currículos, novas metodologias, novos conteúdos dentro de uma nova tendência e

prática pedagógica, pois a concepção de educação apresentada sustenta-se na

inovação baseada nas práticas cotidianas dos próprios professores e alunos que

constituem os mesmos, sendo estes os sujeitos, tanto da ação pedagógica como da

inovação; reconhecendo o espaço onde decorre o ensino como o território de

práticas educativas a partir de um olhar otimista sobre a educação e formação do

futuro professor e seus professores como captadores do que é inovador.

Portanto, a seleção dos conteúdos dentro dessa concepção de educação e

inovação deve ser construída, ou melhor, tecida em rede, levando-se em conta a

relevância da reflexão e do diálogo dialéticos sobre o conhecimento teórico e

específico da formação do professor, a partir de conhecimentos contextualizados,

científicos e profissionais, somados as experiências e aprendizagens prévias de

professores e alunos por meio da transposição didática que se dá desde o

planejamento educacional até a apropriação dos conhecimentos disseminados. Na

busca de tecer um currículo em que o direito à diferença é privilegiado pelo

englobamento dos conceitos de diversidade e complexidade humana, de

multiculturalismo e interculturalismo, firma-se o desafio de reconhecer a valorização

da diferença como condição básica para a prática política do ato de educar,

85

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

construindo um projeto político-pedagógico expressivo da diversidade e do sentido

democrático.

O currículo do curso apresenta uma estrutura flexível que faculta ao

profissional a ser formado opções de conhecimento e de atuação no mundo do

trabalho e promove articulação constante entre ensino, pesquisa e extensão,

especialmente no que se refere às atividades acadêmico-científico-culturais.

Em consonância com sua missão, estabelece pressupostos ancorados em

concepções sólidas inerentes à educação e ao campo profissional que oferece à

sociedade. Seguem as concepções a serem refletidas no espaço acadêmico e

profissional:

a) Educação: é concebida como um processo dialético de construção contínua

e contextualizada onde a condição humana é o centro de todo o ensino para

o reconhecimento de si mesmo e da diversidade cultural como parte do ser

humano. Seu caráter é histórico e cultural promovendo a disseminação e

reelaboração do saber conforme as necessidades que o tempo reclama à

sociedade.

b) Ensino: tem como seu sujeito o aluno, portanto, o futuro professor. O ensino

se dá a partir do desenvolvimento da capacidade de encadear sua variedade

de modalidades, tendo em vista a formação humana e técnico-científica numa

perspectiva participativa e coletiva, incentivando o desenvolvimento do

espírito crítico para a autonomia intelectual universitária. Vai além da simples

transmissão teórica do conhecimento para sua construção ativa, valorizando a

condição do professor em atividades de trabalhos acadêmicos, estágios,

projetos de pesquisa, atividades de extensão, além do conhecimento prévio

trazido pelas experiências já vivenciadas pelo próprio aluno.

c) Aprendizagem: compreendida como um processo contínuo na vida de todo

ser humano. Não deve ser imposta de forma prematura nem ter seu momento

negligenciado. Não concebe a possibilidade de haver indivíduos estáticos ou

imutáveis, mas processa-se na articulação da construção da subjetividade por

meio da re-significação de aspectos sócio-culturais contextualizados. Envolve

elementos cognitivos, afetivos, lúdicos, históricos, sociais, físicos e biológicos

considerando ser impossível conhecer as partes sem conhecer o todo ou

conhecer o todo sem conhecer as partes. Prima pelo desenvolvimento de

competências e pela re-significação de elementos cultural e socialmente

construídos. Implica no respeito e na valorização dos profissionais docentes

86

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

como sujeitos pertencentes a grupos sociais com experiências culturais

subjetivas, que demarcam seus interesses e necessidades de aprendizagem.

Enfoca a formação inicial em serviço utilizando-se das práticas que dão forma

à auto-aprendizagem e a interaprendizagem, reduzindo a existência do

isolamento profissional.

d) O Professor: o professor nos sistemas educacionais e em outros espaços de

trabalho se diferencia em seu pensamento, construção de conhecimento e

atuação sobre ele, a partir da compreensão das muitas e complexas relações

entre os processos de ensino e de aprendizagem e sobre eles mesmos. É um

investigador e profissional reflexivo que gera conhecimento e ensino tanto no

espaço da educação formal como não-formal.

8.3.1 MATRIZ CURRICULAR

A Matriz Curricular do curso é organizada em módulos semestrais e, em cada

um deles, tendo como base as competências esperadas dos egressos, são

delineados os eixos condutores de cada módulo. Essa organização orienta o

planejamento, as ações e a avaliação dos professores.

A partir daí, foram definidas as Unidades de Estudo, com cargas horárias pré-

estabelecidas, o que não impede, no entanto, que os alunos sejam continuamente

estimulados a pensar além das Unidades, uma vez que os limites entre elas devem

ser, necessariamente, indefinidos. Para garantir aos alunos as condições de

aquisição das competências ao longo de seu processo formativo e para facilitar o

planejamento, o desenvolvimento de atividades interdisciplinares e significativas, e o

processo de avaliação, as Unidades de Estudo são organizadas na forma de Temas,

que, por sua vez, devem privilegiar as competências gerais e específicas

preestabelecidas, abranger os conteúdos a serem trabalhados e ser interligados

transversalmente.

A matriz curricular apresenta um elenco de unidades de estudo dividido em

concentradas em eixos de formação específicos, organizados a partir das Diretrizes

Curriculares Nacionais para os Cursos de Letras (Resolução CNE/CES de

13/03/2002), que indicam a existência de dois eixos temáticos básicos, Formação

87

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

em Estudos Linguísticos e Formação em Estudos Literários (aos quais se deve

acrescentar a formação pedagógica específica). A partir dessa orientação básica,

são propostos três eixos: a) Eixo de Formação Específica; b) Eixo de Formação

Complementar; d) Eixo de Formação Pedagógica.

Os eixos estruturadores do referido Curso contemplam: 1. a questão dos efeitos de sentido, desdobrados nas vertentes da leitura e da produção de textos; 2. a questão das metalinguagens, tendo em vista os conhecimentos propostos ao estudante, futuro professor, e a formação que lhe é exigida; 3. a questão do aprender e ensinar, considerando a instrumentalização de práticas pedagógicas e o desenvolvimento de habilidades e atitudes frente ao ensino-aprendizagem.

Os alicerces do Curso de Letras – Habilitação em Português são constituídos

pelo estudo da língua e das literaturas, em suas modalidades.

A matriz curricular no propósito de atender nosso alvo de excelência de

ensino e responsabilidade com a formação de nosso corpo discente e suas

expectativas para com as exigências e necessidades da nossa Instituição, bem

como do mundo do trabalho.

De forma integrada aos conteúdos caracterizadores básicos do curso de

Letras, estão os conteúdos caracterizadores de formação profissional em Letras.

Estes são entendidos como toda e qualquer atividade acadêmica que constitua o

processo de aquisição de competências e habilidades necessárias ao exercício da

profissão, e incluem os estudos linguísticos e literários, práticas profissionalizantes,

estudos complementares, estágios, seminários, congressos, projetos de pesquisa,

de extensão e de docência. São incluídos, ainda, os conteúdos definidos para a

educação básica, as didáticas próprias de cada conteúdo e as pesquisas que as

embasam.

Também a investigação acerca dos aspectos que circundam o processo

comunicativo, revelando os mecanismos que regem a produção, a veiculação e a

apreensão de textos, bem como os fatores culturais, históricos e ideológicos que

decorrem desses fenômenos e/ou os influenciam ganham relevância. Além disso,

discute relações entre os fundamentos pertinentes ao universo da linguagem,

88

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

apresenta instrumentos de análise linguística que viabilizem o emprego de

modalidades diferenciadas da fala, da leitura e da escrita, tomadas como processo

discursivo e como instâncias de produção de conhecimento.

É de grande importância aclarar, além disso, algumas questões de extrema

relevância que orientam a estruturação da matriz curricular do curso de Letras.

Primeiramente, deve-se dizer que, em concordância com a Lei n° 11.645 de

10/03/2008, resolução CNE/CP N° 01 de 17 de junho de 2004, será trabalhada de

maneira substantiva no curso a temática História e Cultura Afro-Brasileira e

Indígena. Isso ocorrerá em diversas Unidades de Estudo como, por exemplo, nas

unidades de estudos referentes aos estudos literários, que propõem análises e

reflexões voltadas às temáticas em questão.

Outro ponto de relevância essencial no universo da prática pedagógica hoje,

que deve ser mencionado, é aquele associado à Educação Ambiental, como definido

expressamente pela Lei nº 9795 de 27/04/1999, Resolução CNE/CP nº02 de

15/06/2012. Primeiramente, deve-se dizer que, mediante a dimensão que a temática

ambiental adquiriu na atualidade, em que a questão de como a humanidade precisa

interagir de forma (mais) harmônica com os ecossistemas articula tanto a realização

de relatórios, encontros e congressos no nível internacional, quanto orienta a

definição de políticas públicas, a organização da sociedade civil e a temática de

diversas pesquisas acadêmicas no nível nacional, a própria noção de

sustentabilidade, amplamente pensada em conjunto com a de Educação Ambiental,

é uma das competências gerais que o projeto pedagógico do Unifeob objetiva

desenvolver junto aos alunos, de forma que ela será trabalhada de forma

interdisciplinar.

Os conteúdos de educação ambiental estão contemplados em diferentes

componentes curriculares, ao longo do curso (Prática de Leitura e Produção de

Texto; Práticas de Ensino de Literatura e Português, Estágio Supervisionado).

Além disso, deve-se notar que uma questão que também é pensada de forma

plural na organização da matriz curricular é a ideia de educação inclusiva, e como

essa perspectiva se insere na valorização de um tema de grande importância no

contexto atual, o dos Direitos Humanos. A Unidade de Estudo de Libras reflete esse

89

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

esforço de maneira bastante ilustrativa. Mas, mais do que isso, é decisivo salientar

que o tema dos Direitos Humanos é tratado em nosso cotidiano pedagógico a partir

da ciência da necessidade de que as instituições e os profissionais dedicados ao

exercício da Educação se pautem por uma trajetória que busque, além de

compreendê-los e respeitá-los profundamente, transmitam a mensagem de quão

importante é a sua difusão para o exercício da cidadania no mundo de hoje. Além

dessa disposição geral, o tema é trabalhado de maneira específica em duas

Unidades de Ensino: Sociedade e Educação, Literatura e Sociedade e Didática.

Dessa forma, ficam as temáticas relacionadas à educação ambiental,

questões de gênero, relações étnico-culturais e direitos humanos, devidamente

contempladas no currículo do curso. São questões também institucionalizadas, por

meio das atividades de extensão, que serão desenvolvidas de forma integrada às

disciplinas, de modo transversal, contínuo e permanente.

As temáticas citadas são, também, abordadas em questões constantes das

Avaliações Externas, que são de responsabilidade da Pró-Reitoria Acadêmica.

Sendo assim, os temas aqui citados, quando apresentados em tais avaliações, são

debatidos por um professor do curso.

Cabe ressaltar que adicionalmente são oferecidos aos alunos cursos de

extensão on line de Educação Ambiental, Africanidade e Cultura Indígena,

disponibilizados no Ambiente Virtual do Aluno (AVA).

Mas é extremamente necessário ressaltar que a organização da matriz

curricular visando explorar esses temas de grande importância no contexto

educacional do país tem por objetivo não apenas contextualizá-los e buscar construir

em nossos alunos uma visão profunda e crítica dos mesmos, mas também prepará-

los para serem capazes de transmitir essa visão na prática pedagógica do ensino de

Português e suas literaturas.

O processo articulatório entre habilidades e competências no curso de Letras

pressupõe o desenvolvimento de atividades de caráter prático durante o período de

integralização do curso.

Assim, o curso de Licenciatura em Letras do Unifeob deverá possibilitar ao

aluno a reflexão acerca das experiências metodológicas no ensino das línguas e

90

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

literaturas verificadas no cotidiano escolar, bem como a construção de metodologias

alternativas para o ensino das mesmas no ensino Fundamental e Médio.

Deve-se incentivar a produção de projetos de ensino, elaboração de pesquisa

educacional, a inserção do aluno universitário na comunidade educacional local e

regional, tanto no Ensino Fundamental como também no Ensino Médio, incentivando

a reflexão crítica do exercício profissional.

A matriz curricular do Curso de Letras/Português prevê uma carga horária de

3.160 horas, que será efetivada mediante a integralização de 2.840 (duas mil e

oitocentas e quarenta) horas, nas quais a articulação teoria-prática garanta, as

seguintes dimensões dos componentes comuns:

I — 400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular,

vivenciadas ao longo curso;

II — 400 (quatrocentas) horas de estágio curricular supervisionado a partir do

início da segunda metade do curso;

III - 1800 (mil e oitocentas) horas de aulas para os conteúdos curriculares de

natureza científico-cultural;

IV - 200 (duzentas) horas para outras formas de atividades acadêmico-

científico-culturais.

8.3.2 ESTRUTURA CURRICULAR

CURSO DE LETRAS - PORTUGUÊS / LICENCIATURA

UNIFEOB - 2014

1º MÓDULO

CARGA HORÁRIA

Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa 80

Didática 80

Estudo dos Gêneros Lírico, Épico e Dramático 80

Fonética e Fonologia 80

História das Ideias Linguísticas 80

TOTAL DE CARGA HORÁRIA - 1º MÓDULO 400

91

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

2º MÓDULO

CARGA HORÁRIA

Análise de Textos Narrativos: Conto, Novela e Romance 80

Estudos do Letramento 80

Morfologia 80

Metodologia da Pesquisa Científica 80

Organização da Educação Básica 80

TOTAL DE CARGA HORÁRIA - 2º MÓDULO

400

3º MÓDULO CARGA HORÁRIA

Fundamentos da Literatura: do Brasil-Colônia ao Arcadismo 80

Linguística Textual 80

Morfossintaxe 80

Sociedade e Educação 80

Literatura Infanto Juvenil 80

TOTAL DE CARGA HORÁRIA - 3º MÓDULO 400

4º MÓDULO

CARGA HORÁRIA

Estética do Romantismo e do Realismo 80

Literatura e Sociedade 80

Prática de Leitura e Produção Textual 80

Psicologia do Ensino e Aprendizagem 80

Sintaxe 80

TOTAL DE CARGA HORÁRIA - 4º MÓDULO 400

5º MÓDULO

CARGA HORÁRIA

Tendências Artísticas do Final do Século XIX 80

Língua e Literatura: da Idade Média Portuguesa ao Classicismo 80

Semântica 80

Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários I 40

Prática de Ensino em Literatura 80

Análise do Discurso 80

TOTAL DE CARGA HORÁRIA v - 5º MÓDULO 480

92

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

6º MÓDULO

CARGA HORÁRIA

Libras 80

Modernismo e Modernidade na Literatura Brasileira 80

Vanguardas Artísticas Europeias: Autores, Obras e

Desdobramentos

80

Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários II 40

Gramática: Teoria, Análise e Ensino 80

Prática de Ensino em Português 80

Sociolinguística 80

TOTAL DE CARGA HORÁRIA - 6º MÓDULO 480

TOTAL

2.840

Total de carga horária – teórica e prática 2.840

Estágio Supervisionado 400

Atividades Acadêmicas Culturais 200

Trabalho de Conclusão de Curso 80

TOTAL GERAL 3.160

INTEGRALIZAÇÃO CURRICULAR:

MÍNIMO: 03 ANOS -(06 semestres)

MÁXIMO: 05 ANOS -(10 semestres)

2.400 horas/aula de 50’ - 2.000 horas/aula de 60’

2.000 + 80 + 80 + 80 + 200 + 400 = 2.840

8.3.3 EIXO DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA

EIXO DE FORMAÇÃO COMPLEMENTAR

EIXO DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA

93

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Para que seja possível a realização dos objetivos o presente curso está

estruturado de maneira que seus conteúdos contemplem a formação profissional

específica, a formação complementar interdisciplinar e a formação de docentes para

o Ensino Fundamental e Médio.

Cabe ressaltar que os conteúdos mencionados são parâmetros, nos quais os

docentes devem embasar seus planos disciplinares a fim de que, cada

disciplina/unidade de estudo possa contribuir para a formação do profissional que se

deseja formar.

Para além dos conteúdos, as metodologias e estratégias de aulas, bem como

das avaliações, também deverão compor um conjunto capaz de contribuir para a

formação do professor de Português que se almeja. Assim, a utilização de diferentes

formas de linguagem e procedimentos didáticos, para além dos conteúdos, deverá

ser preocupação constante dos docentes do UNIFEOB.

Deve-se ainda ressaltar que, mais do que apresentar conteúdos “acabados”,

os docentes do UNIFEOB devem despertar o interesse pela pesquisa, enfatizando a

importância da construção do conhecimento, desenvolvendo em seus alunos a

capacidade de buscar informações e, mais do que isso, a consciência da

necessidade de capacitação e atualização profissional constante.

8.3.4 EIXO DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA

Considerando os profissionais que o curso de Letras pode formar, os

conteúdos caracterizadores específicos estão ligados à área dos Estudos

Linguísticos e Literários, contemplando o desenvolvimento de competências e

habilidades específicas. Os estudos linguísticos e literários fundamentam-se na

percepção da língua e da literatura como prática social e como forma mais elaborada

das manifestações culturais. Devem articular a reflexão teórico-crítica com os

domínios da prática – essenciais aos profissionais de Letras, de modo a dar

prioridade à abordagem intercultural, que concebe a diferença como valor

antropológico e como forma de desenvolver o espírito crítico frente à realidade.

94

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Os conteúdos linguísticos dividem-se em duas vertentes: a dos estudos

relacionados a conteúdos específicos de língua portuguesa e a dos estudos

referentes ao conhecimento das teorias linguísticas e afins.

A primeira visa, em um momento inicial, proporcionar ao aluno o nivelamento

necessário de seu conhecimento de Língua Portuguesa, considerando a diversidade

discente em relação a seus estudos anteriores. Além disso, procura dar

aprofundamento teórico e prático referentes ao conhecimento da estrutura fonética

e fonológica, morfológica, sintática e semântica da Língua Portuguesa.

Finalmente, as unidades de estudo relacionadas aos conhecimentos citados

apontam frequentemente para a prática do ensino da língua, fornecendo e

estimulando uma visão crítica, criativa e produtiva da gramática, condições

essenciais para a formação do futuro docente.

Na vertente relacionada às teorias linguísticas com o propósito de

desenvolver competências que levem o discente a comunicar-se adequadamente,

interpretando e produzindo textos apropriados a cada situação interlocutiva, a

disciplina Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa trabalha diferentes

gêneros textuais, orais e escritos, focando, sobretudo, fatores de coerência e coesão

- referencial e sequencial. Apresenta, também, alguns mecanismos de abordagem

de texto, como esquema, fichamento; e de apresentação de trabalhos, como

seminário. A disciplina problematiza uma visão cartesiana de transparência da

linguagem, buscando despertar no aluno espírito crítico e de respeito ao próximo.

A unidade de estudo História das Ideias Linguísticas tem por meta principal

introduzir o aluno na área de estudos científicos de língua(gem), apresentando a

história da constituição de uma ciência da linguagem, seus objetivos, rupturas,

pressupostos e procedimentos. Para tanto, recupera, a partir dos gramáticos hindus,

aspectos dos estudos de língua realizados através dos séculos no ocidente, até os

primórdios do século XX, com o Estruturalismo saussuriano, o Gerativismo

chomskyano e o Funcionalismo linguístico.

Trabalhando em uma perspectiva enunciativa, a disciplina Estudos do

Letramento materializa a importância de se trabalhar textos levando em conta seu

contexto de produção e circulação. Retoma teorias funcionalistas a respeito das

95

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

funções da linguagem e dos atos de fala e, de forma prática, dedica-se aos estudos

sociointeracionistas de tipos e gêneros textuais.

Pautada na teoria da Cognição e nas teorias textuais, a disciplina Linguística

Textual discute sistemas de conhecimento e processamento de texto, buscando

compreender as diferentes teorias de leitura, no intuito de oferecer ao futuro

professor subsídios para desenvolver estratégias e competências que levem à

autonomia intelectual, criatividade e criticidade.

Conceituando texto como um tecido, a disciplina Prática de leitura e

produção de textos prepara para a atividade de ensino dos processos de

construção textual, estudando teoricamente -e convertendo teoria em prática- os

fatores de coerência e coesão, responsáveis pela costura de um texto. Com base

nas teorias enunciativas, diferencia texto, enunciado, enunciação, contexto, cotexto,

hipertexto, entre outros. Apresenta os Postulados conversacionais de Grice e as Leis

do discurso, defendidas por Maingueneau.

Trabalhando na intersecção entre contribuições da Linguística, de teorias

sociais e da Psicanálise, a disciplina Análise de discurso propõe-se possibilitar a

reflexão e a crítica de produções de linguagem (orais e escritas) em geral,

circulantes em nossa sociedade, fornecendo aos alunos subsídios para análise de

textos - e de discursos - que levem em consideração não apenas o dito, mas

também o não-dito em sua relação com uma memória histórico-social. Apresenta

noções de discurso, heterogeneidade discursiva, polifonia, subjetividade, ethos,

formação discursiva, formação imaginária, formação ideológica, entre outros.

A disciplina Sociolinguística aprofunda discussões a respeito da relação

entre linguagem, história e sociedade, priorizando a variabilidade linguística. Busca

desenvolver competências que levem a identificar e justificar marcas de variação

linguística, relativas aos fatores geográficos, históricos, sociológicos e discursivos;

às diferenças entre linguagem oral e escrita; à seleção de registro em situação

interlocutiva (formal/informal); e aos diversos componentes do sistema linguístico em

que a variação se manifesta: na fonética, no léxico, na morfologia e na sintaxe.

Os conteúdos literários assumem o texto literário como o centro de suas

investigações. O conhecimento das teorias, dos aparatos críticos – imprescindíveis

para que o futuro docente faça escolhas pedagógicas, para direcionamentos em sua

96

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

prática – não substituem o conhecimento do objeto que se dá por meio da leitura do

texto literário.

Os conteúdos literários representam a possibilidade de integração entre

diferentes áreas do conhecimento – linguístico, histórico, cultural e literário –

fornecendo ao futuro professor o subsídio necessário para sua atuação em sala de

aula sob uma perspectiva interdisciplinar integrada à realidade social.

A literatura é uma das expressões mais representativas de uma cultura.

Sendo assim, as unidades de estudo que compõem esses estudos permitem

conhecê-la, tanto na sua atualidade, quanto nas manifestações pregressas, sendo

uma forma de compreender melhor a realidade do país, tornando, assim, mais eficaz

o exercício do educador, sobretudo do profissional que atua na área de Letras.

Os Estudos Literários pretendem ampliar a reflexão sobre um conhecimento

mais consistente da nossa cultura e de outras, através de estudos centrados na

criação literária em língua portuguesa, estabelecendo as ferramentas necessárias

que permitem uma apreciação crítica da produção literária nessas línguas. Além

disso, propõe a vinculação entre criação estética e consciência ética, investigando

as coordenadas teórico-históricas que norteiam a criação literária correlacionando

autor e texto aos contextos interno e externo nos quais estão inseridos.

Ao observar novas formas de compreender literatura, nossos alunos, futuros

professores, poderão ensinar literatura a partir de um novo foco que tem a leitura e o

processo literário como objeto de investigação empírica. Dessa forma, pretende-se

que eles compreendam a importância dos estudos literários não só durante o

período de sua graduação, mas durante toda a sua carreira num trabalho contínuo

de reflexão e ação sobre a prática cotidiana.

Acatando o Parecer CNE/CES 492/2001, os conhecimentos específicos

necessários à formação na área de Letras serão tratados com o suficiente

aprofundamento para que os alunos (futuros professores) sejam capazes de, mais

eficazmente, atuar na educação básica.

8.3.4.1 EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS DO EIXO DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA

Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa-80h

97

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Ementa Investiga aspectos que circundam o processo comunicativo, revelando os

mecanismos que regem a produção, a veiculação e a apreensão de textos, bem

como os fatores culturais, históricos e ideológicos que decorrem desses fenômenos

e/ou os influenciam. Discute relações entre os fundamentos pertinentes ao universo

da linguagem e ao cenário educativo. Apresenta instrumentos de análise linguística

que viabilizem o emprego de modalidades diferenciadas da fala, da leitura e da

escrita, tomadas como processo discursivo e como instâncias de produção de

conhecimento.

Bibliografia Básica:

FIORIN, J. L. e SAVIOLI, F. P. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2003. MARTINS, D. S. & ZILBERKNOP, L. S. Português instrumental Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2001. PASCHOAL LIMA, R. C. C. P. e REINHOLD, H. H. Manual UNIFEOB de Trabalhos Acadêmicos. São João da Boa Vista: UNIFEOB, 2014. __________________________________________________________________________

Estudo dos Gêneros Lírico, Épico e Dramático-80h

Ementa Conceitos de arte, literatura e literariedade; função poética da linguagem;

apresentação dos gêneros épico, lírico e dramático; elementos da mitologia e dos

mitos; leitura e análise estrutural de contos de fadas; categorias narrativas; traços

constitutivos das narrativas realistas e modernistas.

Bibliografia Básica:

BOSI, A. O ser e o tempo da poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. EAGLETON, T. Teoria da literatura: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 1997. SILVA, V. M. de A. Teoria da literatura. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2006.

__________________________________________________________________________

Fonética e Fonologia-80h

Ementa Aparelho fonador e funcionamento da fala. Fonética. Fonema. Transcrição fonética.

Fonologia. Estudo das vogais. Estudo das consoantes. Estudo da sílaba.

Bibliografia Básica

ABAURRE, Maria Bernadete (Org.) A Construção fonológica da palavra. Gramática do Português Culto Falado no Brasil, vol. VII. São Paulo: Editora Contexto, 2013. CAGLIARI, L. C. Alfabetização & Linguística. São Paulo: Scipione, 2009.

98

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

HENRIQUES, C.C. Fonética, Fonologia e Ortografia: estudos fono-ortográficos do português. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2009. __________________________________________________________________________

História das Idéias Linguísticas-80h

Ementa Introduz o aluno em questões relevantes da Linguística, especificamente no que

respeita à sua constituição histórica como ciência da linguagem. Analisa criticamente

fatos de língua e conduz investigações de linguagem, através do suporte de teorias

vindas do Estruturalismo e do Funcionalismo, visando a sua aplicação no

ensino/aprendizagem de língua materna.

Bibliografia Básica

FIORIN, J. L. Introdução à Linguística. I. Objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2002. MARTELOTTA, M. E. Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2008. SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. São Paulo: Cultrix, 1970. __________________________________________________________________________

Análise de Textos Narrativos: Conto, Novela e Romance-80h

Ementa Primórdios da narrativa no ocidente: a novela de cavalaria e seus aspectos simbólicos;

declínio da cavalaria e surgimento do romance; componentes estruturais do romance;

romance de formação; narrativa, história e ficção. Análise comparativa de contos.

Bibliografia Básica EAGLETON, T. Teoria da literatura: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 1997. GOTLIB, N. B. Teoria do conto. São Paulo: Ática, 1999. RODRIGUES, A. M. et al. Literatura Portuguesa. São Paulo: Ática, 1997. __________________________________________________________________________

Estudos do Letramento-80h

Ementa Discute a relação letramento-gênero textual, atentando para a complexidade que

envolve tanto esses objetos teóricos como sua aplicação no ensino-aprendizagem

de língua materna.

Bibliografia Básica

DIONÍSIO, A.P.; MACHADO, A.R.; BEZERRA, M.A. Gêneros textuais e ensino.Rio

de Janeiro: Lucerna, 2005.

MARCUSCHI, L.A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São

Paulo: Parábola, 2008.

SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica,

2005.

______________________________________________________________________

99

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Morfologia-80h

Ementa Sintagma, palavra e morfema. Raiz e radical. Vogal temática e tema. Desinências e afixos.

Vogal temática. Desinência modo-temporal e número pessoal. Classe das palavras. O

ensino da morfologia.

Bibliografia Básica

HENRIQUES, C.C. Morfologia: estudos lexicais em perspectiva sincrônica. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2011. KEHDI, V. Morfemas do Português. São Paulo: Ática, 2001. SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. 1 reimpressão. São Paulo: Cultrix, 2013. __________________________________________________________________________

Fundamentos da Literatura: do Brasil-Colônia ao Arcadismo-80h

Ementa Apresentação de autores e obras do período colonial brasileiro. Reflexões sobre

perspectivas históricas, políticas e econômicas do período a fim de conhecer os modos de

existência da literatura e da arte em geral.

Bibliografia Básica

BOSI, A. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. BOSI, A. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2000. RHEINHEIMER, M. et al. Do Quinhentismo ao Romantismo [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2013. 2 mb, PDF.

__________________________________________________________________________

Linguística Textual-80h

Ementa Apresenta pressupostos teóricos que enfocam interpretação/produção de textos e

análise linguística, sobretudo os vindos da Teoria da Cognição e da Linguística

Textual. Relaciona teoria e prática.

Bibliografia Básica KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. Campinas: Pontes, P.15-30, 1996. KOCH, I.V. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, p. 27, 1995. KOCH, I.V. e ELIAS, V.M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006. __________________________________________________________________________

Morfossintaxe-80h

Ementa Estudo da fronteira entre morfologia e sintaxe. Enfoque comparado das categorias

gramaticais. Noções de Sujeito e Predicado. Concordância e Regência.

Bibliografia Básica

100

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

CASTILHO, C.M. de. Fundamentos Sintáticos do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2012. SAUTCHUK, INEZ. Prática em Morfossintaxe como e por que aprender análise morfossintática . 2 ed. São Paulo: Manole, 2010. HENRIQUES, C.C. Sintaxe: estudos descritivos da frase para o texto. 3 ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2011. __________________________________________________________________________

Literatura Infanto Juvenil-80h

Ementa Perspectivas históricas; autores e obras fundamentais; práticas pedagógicas com contos e

poemas voltados ao universo da literatura infanto-juvenil.

Bibliografia Básica

COELHO, N. N. Literatura infantil – teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000. PEREIRA, M. E. et al. Literatura infanto-juvenil. Curitiba: InterSaberes, 2012. ZILBERMAN, R. A leitura e o ensino de literatura [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2012. 2MB / PDF. __________________________________________________________________________

Estética do Romantismo e do Realismo-80h

Ementa Antecedentes da escola romântica; pressupostos teóricos do romantismo; gerações

românticas na literatura brasileira; autores e obras. A estética realista: panorama do

realismo; pressupostos teóricos; distinção entre realismo e naturalismo; autores e obras.

Bibliografia Básica BOSI, A. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. ________ História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2000.

SILVA, V. M. de A. Teoria da literatura. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2006.

______________________________________________________________________

Literatura e Sociedade-80h

Ementa Problematização das dimensões da sociedade, do tempo e do espaço - Temporalidades e

espacialidades e o fazer literário, história, sociologia e o fazer literário. Enfoques clássicos

da Sociologia – Émile Durkheim: método, fato social, consciência coletiva, divisão do

trabalho social; Max Weber: ação social, status e desencantamento do mundo; Karl Marx:

conceitos operacionais. O romantismo e a ideia de nação – indianismo como portador da

brasilidade e o embate com a história. História, política e sociedade em Machado de Assis;

Um mundo de ismos: naturalismo e determinismos – permanências e mudanças num país

em transformação. Essa não era a República dos sonhos – crítica à ordem social em Lima

Barreto e Euclides da Cunha. 1922, ano de inflexões: a literatura reflete o Brasil –

grandezas, misérias e desdobramentos do modernismo preconizado pela Semana; Geração

de 1930 – a literatura dá voz aos esquecidos. Adeus sertões e veredas, as grandes

máquinas vêm ai – a construção de uma nova ordem espacial e econômica e a eternização

101

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

do sertão em Guimarães Rosa. Internacionalização do capital e urbanização: a poesia e

seus movimentos.

Bibliografia Básica BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 36. ed. São Paulo: Cultrix, 1999. MELLO E SOUZA, Antônio Cândido. Literatura e sociedade: Estudos de teoria e história literária. 8.ed. São Paulo: T. A. Queiroz, 2000. ZILBERMAN, Regina. Estética da Recepção e História da Literatura. São Paulo, SP: editora Ática, 2009. __________________________________________________________________________

Sintaxe-80h

Ementa Período simples e período composto. Coordenação. Orações coordenadas. Orações

intercaladas. Subordinação. Orações subordinadas. Orações reduzidas. Da frase ao texto. A

produção escolar.

Bibliografia Básica

CIPRO NETO, P. E INFANTE, U. Gramática da língua portuguesa. 2 ed. São Paulo: Scipione, 2003. HENRIQUES,C.C. Sintaxe: estudos descritivos da frase para o texto. 3 ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2011. CASTILHO, C.M. de. Fundamentos Sintáticos do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2012. __________________________________________________________________________

Tendências Artísticas do Final do Século XIX-80h

Ementa Caracterização do parnasianismo e simbolismo; o decadentismo, a belle époque, a

literatura e o público leitor, ecos da modernidade na sociedade brasileira, autores e

obras significativas.

Bibliografia Básica

BOSI, A. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 2000. CANDIDO, A. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011. CARVALHAL, T. F. Literatura comparada. São Paulo: Ática, 2010. __________________________________________________________________________

Língua e Literatura: da Idade Média Portuguesa ao Classicismo-80h

Ementa Contextualização histórica da sociedade medieval, primórdios da lingua e literatura

portuguesa: as cantigas medievais e a novela de cavalaria; o advento do

humanismo, a criação do teatro português; contextualização histórica e pressupostos

teóricos do classicismo; autores e obras relevantes dos períodos.

Bibliografia Básica

MOISÉS, M. A. literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1999. RODRIGUES, A. M. et al. Literatura Portuguesa. São Paulo: Ática, 1997.

102

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

SARAIVA, A. J; LOPES, Ó. História da literatura portuguesa. Porto: Porto Editora, 1999. __________________________________________________________________________

Semântica-80h

Ementa Semântica: conceito e delimitações. Significação e comunicação. O sentido na

palavra e na sentença. Relações de Sentido. Semântica formal. Semântica e ensino

de língua.

Bibliografia Básica

FERRAREZI JR, C;BASSO, R (org). Semântica, semânticas: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2013. HENRIQUES, C.C. Léxico e Semântica: estudos produtivos sobre palavra e significação. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2011. ILARI, R. Introdução à Semântica: brincando com a gramática. 8 ed. São Paulo: Contexto, 2011. __________________________________________________________________________

Análise do Discurso-80h

Ementa Dá ênfase à Análise de Discurso de linha francesa, da qual apresenta o campo, o

método e as técnicas. Analisa textos.

Bibliografia Básica

LIMA, R.C. de C.P. Leitura: múltiplos olhares. Campinas: Mercado de Letras; São João da Boa Vista: UNIFEOB, 2005. MILANEZ, N. e GASPAR, N.R. A (des)ordem do discurso. São Paulo: Contexto, 2010. PIOVEVANI, C. e SARGENTINI, V. Legados de Michel Pêcheux. São Paulo: Contexto, 2011. __________________________________________________________________________

Modernismo e Modernidade na Literatura Brasileira-80h

Ementa A literatura e a contextualização histórico-social do século XX: tendências, autores e

obras relevantes, do pré-modernismo à literatura contemporânea, leitura e análise de

textos em prosa e poesia; cotejo com autores e obras estrangeiras.

Bibliografia Básica

BOSI, A. (Org.) Leitura de poesia. São Paulo: Ática, 2007. JEANINE, C; ZINANI, A. História da literatura – questões contemporâneas. Caxias do Sul: EDUCS, 2010. REZENDE, N. A Semana de Arte Moderna. São Paulo: Ática, 2006. __________________________________________________________________________

Vanguardas Artísticas Europeias: Autores, Obras e Desdobramentos-80h

103

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Ementa

O modernismo na literatura portuguesa: heranças do simbolismo e do decadentismo;

a revolução das vanguardas: tradição e ruptura, linhas de pensamento e estilo,

autores e obras relevantes no panorama da modernidade literária; cotejo com

autores e obras estrangeiros.

Bibliografia Básica

RODRIGUES, A. M. et al. Literatura Portuguesa. São Paulo: Ática, 1997. TELLES, G. M. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. Rio de Janeiro: J. Olympio, 2012. STAIGER, E. Conceitos fundamentais da poética. Rio de Janeiro: Tempo Universitário, 1997. __________________________________________________________________________

Gramática: Teoria, Análise e Ensino-80h

Ementa

Gramáticas: tipos e conceitos teóricos. A gramática ensinada nas escolas. Análise

crítica do conteúdo de língua portuguesa no Ensino Fundamental e Médio.

Fundamentos para uma gramática produtiva.

Bibliografia Básica

PERINI, M. A. Para uma nova gramática do português. São Paulo: Ática, 2005 NEVES, M.H.M. Ensino de língua e vivência da linguagem: temas em confronto. São Paulo: Contexto, 2010. NEVES, M.H.M. Que gramática estudar na escola? 4 ed. São Paulo: Contexto, 2011. ________________________________________________________________________

Sociolinguística-80h

Ementa

Com base na Sócio e na Etnolinguística, explicita peculiaridades fonéticas,

fonológicas e morfológicas do português do Brasil, em seus aspectos estruturais e

de funcionamento sincrônico, com especial destaque para as variações regionais e

sociodialetais, e para as especificidades da norma padrão.

Bibliografia Básica

BAGNO, M. A língua de Eulália. Uma novela sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2010. ILARI, R. e BASSO, R. O português da gente. São Paulo: Contexto, 2007. MOLLICA, M. C. e BRAGA, M. L. (orgs) Introdução à Sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2010.

104

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

8.3.5 EIXO DE FORMAÇÃO COMPLEMENTAR

O eixo de formação complementar reforça a interdisciplinaridade. Nele

encontram-se a disciplinas que unem diferentes instâncias do saber, evidenciando o

caráter de rede do conhecimento e da prática docente.

Esse eixo oferece ao aluno a possibilidade de diálogo com outras áreas do

conhecimento, levando ao aprofundamento de uma reflexão sobre a linguagem

como fenômeno psicológico, educacional, social, histórico, cultural, político e

ideológico, como orienta o Parecer CNE/CES 492/2001.

Como forma de despertar as habilidades para a investigação, despertar

hábitos de leitura e de estudo, avalia-se ser importante o conhecimento dos

princípios teóricos que caracterizam o conhecimento científico. Além disso, a

discussão de procedimentos técnicos e metodológicos do trabalho científico, bem

como à elaboração de projetos de pesquisa e/ou ensino articulados com as demais

disciplinas do curso e o perfil do egressante, é fundamental. Obviamente, parte

importante para a realização de trabalhos de investigação é o conhecimento das

formas adequadas de expressão e organização para um correto planejar,

implementar, executar, acompanhar e finalizar trabalhos científicos.

Sendo assim, conhecimentos em Pesquisa Científica têm por objetivo

atender, também, ao Parecer CNE/CES 492/2001, segundo o qual a formação de

nível superior deverá oferecer a oportunidade para o desenvolvimento de

habilidades necessárias para se atingir a competência desejada no desempenho

profissional do licenciado em Letras- Português.

É nesse sentido que as disciplinas e atividades inclusas neste rol de

conhecimentos em pesquisa científica buscam contribuir para a formação de um

profissional capaz de refletir teoricamente sobre a linguagem, de fazer uso de novas

tecnologias e de compreender sua formação profissional como processo contínuo,

autônomo e permanente.

Fazem parte desses conhecimentos os Trabalhos de Conclusão de Curso,

Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários, a Metodologia da Pesquisa

Científica que se voltam para as teorias do conhecimento e da compreensão dos

objetos, assim como para a investigação epistemológica dessas teorias.

105

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

8.3.5.1 EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS BÁSICAS DO EIXO DE FORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Metodologia da Pesquisa Científica-80h

Ementa

A unidade de estudo visa apresentar uma Iniciação metodológica ao trabalho

intelectual que é esperado dos alunos na universidade. Nesse intuito, tematiza os

princípios básicos para a elaboração de trabalhos acadêmicos em geral, como: a

linguagem dissertativa acadêmica, a apresentação de seminários, as anotações em

aulas e palestras, a realização de resumos, resenhas e fichamentos e a elaboração

de artigos e de trabalhos de conclusão de curso. Na apresentação desse conteúdo,

enfatiza a responsabilidade do intelectual diante da produção de conhecimento,

mostrando as relações entre propriedade intelectual e plágio e reiterando a

necessidade da realização de citações quando se utiliza o conhecimento construído

por outros e a técnica correta para a feitura das mesmas.

Bibliografia Básica DE CARVALHO, Maria Cecilia M. Construindo O Saber: Técnicas de Metodologia Científica Campinas: Papirus Editora, 1989. MINAYO, Maria Cecília de Souza (org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. São Paulo: Vozes, 2002. REINHOLD, Helga Hinkenickel & PASCHOAL LIMA, Regina Célia de Carvalho. Manual Unifeob para trabalhos acadêmicos. São João da Boa Vista: Unifeob, 2014. __________________________________________________________________________

Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários -80h

Ementa

Orienta projetos de pesquisa articulados com as demais disciplinas do curso,

abordando a relação lógica entre pergunta (problema) e resposta (processo

científico), entre métodos, teorias e pressupostos epistemológicos.

Bibliografia Básica

BAGNO, M. Português ou brasileiro? um convite à pesquisa. São Paulo:

Parábola, 2001.

GONSALVES, E. P.. Conversas sobre iniciação à pesquisa científica. Campinas:

Alinea, 2003.

LIMA, R. C. C. P. e REINHOLD, H. H. Manual UNIFEOB para trabalhos

acadêmicos. São João da Boa Vista: UNIFEOB, 2014.

__________________________________________________________________________

Trabalho de Conclusão de Curso -80h

106

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Ementa

Acompanha o processo de elaboração de Trabalhos de Conclusão de Curso.

Organiza a Mostra Científica do Curso de Letras.

Bibliografia Básica

CASTRO, C. M. Como redigir e apresentar um trabalho científico. São Paulo: Pearson, 2011. LIMA, R. C. C. P. e REINHOLD, H. H. Manual UNIFEOB para trabalhos acadêmicos. São João da Boa Vista: UNIFEOB, 2014. PIGNATARI, N. Como escrever textos dissertativos. São Paulo: Ática, 2010.

8.3.6 EIXO DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA

O eixo de formação pedagógica é contemplado pelas disciplinas pedagógicas.

Elas visam abordagens de aspectos da psicologia, da política e da didática

relacionados à prática docente. Unem o fazer docente, seus aspectos metodológicos

ao sujeito e à coletividade. O ponto de partida é o conhecimento de cada uma

dessas esferas que, no entanto, não se esgota na unidimensionalidade, mas

ganham significância quando interconectadas: esse é o objetivo maior que as

atravessa.

Ao considerar o fato de que o objetivo principal do presente curso é formar

educadores na área de Letras, o conjunto de conteúdos sugerido a seguir é de

extrema importância.

Assim, os debates acerca do que é aprendizagem se sua natureza das

diversas situações de ensino/aprendizagem, da motivação para a aprendizagem,

bem como o conhecimento dos princípios da aprendizagem na visão dos psicólogos

modernos, tornam-se relevantes. Da mesma maneira, a compreensão do processo

de desenvolvimento humano em seus diversos aspectos (físico e psicomotor,

cognitivo, linguístico, afetivo e social) e as principais teorias que os explicam, é

necessária.

Discutir o papel do professor em uma sociedade em transformação, a

profissão docente, bem como a caracterização geral de aspectos do trabalho em

107

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

sala de aula é primordial quando se trata de formar professores. Isso deve incluir os

debates das principais teorias da educação, bem como as considerações

pedagógicas acerca da “crise educacional”. Além disso, o estudo dos aspectos

teórico-práticos do planejamento em seus vários níveis (currículo, unidade, aula),

bem como das implicações do planejamento no cotidiano do professor é

fundamental.

Para a melhor compreensão dos mais variados aspectos relacionados à

educação, é de fundamental importância a reflexão acerca da contribuição da língua

como prática social e da literatura relacionada aos aspectos sociais, econômicos e

políticos para uma análise crítica da educação. Assim, a análise de textos e autores

da literatura, em suas interlocuções com o campo da educação e das teorias

pedagógicas do século XX contribuirá para a formação do professor de Português.

As reflexões acerca do papel do professor, bem como do processo de

aprendizagem, devem ser complementadas pelos debates acerca das relações entre

educação e sociedade através da sociologia. Portanto, a unidade de estudo

Sociedade e Educação, analisa a mesma como um processo e técnica social, como

a função conservadora versus função libertadora da educação.

Além de Organização da Educação Básica, que conta com o estudo da

organização da educação básica brasileira: dimensões históricas, políticas, sociais,

econômicas e educacionais. Assim, deve-se destacar o estudo das concepções

teóricas sobre a educação no discurso dos autores clássicos das Ciências Sociais e

das principais correntes contemporâneas que analisam as relações entre educação

e sociedade numa perspectiva sociológica, em continuidade ou em ruptura com as

teorias sociológicas clássicas. Dessa forma, temas como: currículo, processos de

socialização não escolar, relação entre economia; trabalho e educação;

desigualdade e diversidade; sistema educativo e escola, reformas educacionais,

entre outros, tornam-se relevantes. Ainda, como forma de complementar a formação

do professor, é necessário refletir não apenas acerca do conceito de educação, mas

também, acerca da reforma do ensino no contexto da política nacional de educação

e dos conceitos, objetivos, funções, origens, evolução, organização, funcionamento,

tendências e perspectivas dos níveis de ensino Fundamental e Médio. Certamente

todos esses conhecimentos pedagógicos serão mais bem absorvidos pelos futuros

108

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

professores de Português se, juntamente com os estudos teóricos, forem

desenvolvidas atividades práticas. A teoria e a prática, no contexto deste projeto

pedagógico, são vistas como um todo dialeticamente estruturado e,

necessariamente, devem se complementar. Assim, as Atividades de Prática de

Ensino serão desenvolvidas desde o primeiro semestre letivo e proporcionar o

entendimento do espaço escolar como uma construção sociocultural e política.

Como em Didática, unidade de ensino de Prática, em que se discute a estruturação

do trabalho docente, relacionada às competências e habilidades de aprendizado e

ensino. O aluno deverá compreender ainda as relações internas e externas: os

múltiplos sujeitos, procedendo à observação direta sobre as estruturas

administrativas e pedagógicas da escola e reconhecendo as diversas atividades

escolares. Outros temas também serão parte constitutiva das atividades de prática

de ensino, como por exemplo, as trajetórias da formação docente, Educação e

alteridade, as representações sociais, a educação em construção contínua e Escola

e cotidiano.

Certamente todos esses conhecimentos pedagógicos serão melhor

absorvidos pelos futuros professores de Português se, juntamente com os estudos

teóricos, forem desenvolvidas atividades práticas. A teoria e a prática, no contexto

deste projeto pedagógico, são vistas como um todo dialeticamente estruturado e,

necessariamente, devem se complementar. Assim, as Atividades de Prática de

Ensino serão desenvolvidas nos 5º e 6º semestres, entretanto, ao longo do curso a

prática pedagógica como componente curricular (PPC) será oferecida aos alunos no

interior das disciplinas que constituem o eixo de formação específica, desde o início

do curso e não apenas nas disciplinas pedagógicas (cf. ementas).

Esta correlação entre teoria e prática é um movimento contínuo entre saber

e fazer na busca de resoluções de situações próprias do professor no ambiente

escolar. A prática vai permear toda a formação do futuro professor, estabelecendo e

garantindo, assim, uma dimensão abrangente e interdisciplinar do conhecimento e

proporcionar o entendimento do espaço escolar como uma construção sociocultural

e política.

O aluno deverá compreender ainda as relações internas e externas: os

múltiplos sujeitos, procedendo à observação direta sobre as estruturas

109

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

administrativas e pedagógicas da escola e reconhecendo as diversas atividades

escolares. Outros temas também serão parte constitutiva das atividades de prática

de ensino, como por exemplo, as trajetórias da formação docente, Educação e

alteridade, as representações sociais, a educação em construção contínua e Escola

e cotidiano. E, como parte fundamental da formação do professor de Português,

deverão ser discutidos temas relacionados à Prática de Ensino do Português e

respectivas Literaturas. Assim, temas como Teoria e metodologia do ensino de

Português, explicação e análise de experiências metodológicas no ensino da língua

portuguesa, construção de metodologias alternativas para o ensino de Português no

ensino Fundamental e Médio são de extrema urgência.

Este eixo também conta com as unidades Psicologia do Ensino e da

Aprendizagem, vital à formação do futuro professor, que aborda o estudo dos

processos de mudanças psicológicas, como o desenvolvimento das pessoas, dos

processos de crescimento e suas experiências vitais significativas. E Libras, que

trata dos Aspectos sobre a educação inclusiva, educação de surdos, línguas de

sinais, a história e a aquisição da escrita pelo surdo, de acordo com a Lei nº 9.795,

de 27 de abril de 1999 e Decreto Nº 4.281 de 25 de junho de 2002.

8.3.6.1 EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS BÁSICAS DO EIXO DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA

Didática-80h

Ementa

Escola, Ensino e Didática. A construção da identidade e do trabalho docente. Tendências pedagógicas na prática educativa: implicação didática das teorias atuais e suas aplicações práticas. A Dinâmica da Sala de Aula. Planejamento e Avaliação como elementos potencializadores e organizadores do trabalho pedagógico. Recursos e Técnicas de Ensino. Projeto Político-Pedagógico e Projetos Escolares.

Bibliografia Básica

CORDEIRO, Jaime. Didática. São Paulo: Contexto, 2007. MASETTO, Marcos Tarciso. Didática: A aula como centro. 4. ed. São Paulo: FTD, 1997. ZABALA, Antoni. A prática educativa: Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. ___________________________________________________________________

110

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Organização da Educação Básica-80h

Ementa

Estudo da organização da educação básica brasileira: dimensões históricas,

políticas, sociais, econômicas e educacionais. Educação e Desenvolvimento. O

significado da Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional e as reformas

educacionais. Políticas públicas e a importância da Gestão democrática na escola. O

Estatuto da Criança e do Adolescente.

Bibliografia Básica

LIBÂNEO, Jose Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de (Pimenta, Selma Garrido).

Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 10 ed. São Paulo: Cortez,

2012.

PILETTI, Nelson. Educação básica: da organização legal ao cotidiano escolar.

São Paulo: Ática, 2010.

ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil (1930 1973). 17.

ed. Petrópolis: Vozes, 1995.

SANTOS, Clovis Roberto dos. Educação escolar brasileira. 2.ed. São Paulo:

Pioneira Thomson Learning, 2003.

___________________________________________________________________

Sociedade e Educação-80h

Ementa

Desenvolvimento do pensamento sociológico; pensadores basilares da Sociologia;

globalização, cultura e identidade; individualismo e individualidade; dimensão

cultural da educação/aprendizagem. Educação como processo e técnica social.

Função conservadora versus função libertadora da educação.

Bibliografia Básica

DIAS, R.; Introdução à Sociologia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. KRUPPA, Sonia M. Portella. Sociologia da Educação. São Paulo: Cortez, 1991 MEKSENAS, Paulo. Sociologia da Educação. São Paulo: Loyola, 1995. RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da Educação. Rio de Janeiro. DP&A, 2001 ___________________________________________________________________

Psicologia do Ensino e Aprendizagem-80h

EMENTA

Tem por escopo o desenvolvimento e comportamento infantil, Principais correntes

(ou paradigmas) em psicologia: comportamentalismo, cognitivismo, humanismo e

psicanálise. A psicologia do desenvolvimento e a psicologia social. As questões da

111

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

saúde na comunidade, os grupos de risco (maternidade e infância, terceira idade,

alcoolismo e adição a drogas, prostituição) e os problemas da saúde mental.

Bibliografia Básica

SOUZA, Marilene Proença Rabello de. Ouvindo Crianças na escola: abordagens e desafios metodológicos para psicologia. São Paulo. Casa do Psicólogo, 2010. KUPFER, Maria Cristina Machado. Freud e a educação o mestre do impossível. São Paulo. Scipione , 1992. RAPPAPORT, Clara Regina. Psicologia do desenvolvimento: A idade escolar e a adolescência volume 4. São Paulo: E.P.U., 1981.

___________________________________________________________________

Prática de Ensino em Literatura-80h

Ementa

Análise de práticas e propostas metodológicas. Estudo da realidade da escola e da sala de aula, com foco em atividades de observação, participação e reconhecimento das condições de ensino e aprendizagem de literatura.

Bibliografia Básica

COLOMER, Teresa. A formação do leitor literário: narrativa infantil e Juvenil atual. 2005.Tradução de Laura Sandroni. São Paulo: Global, 2003. ZILBERMAN, Regina. A leitura e o ensino da literatura. São Paulo: Contexto, 1991. CABRAL, Sara Regina Scotta; CAVALCANTE, Moema; PEREIRA, Mara Elisa Matos. Metodologia de ensino da literatura. Curitiba: InterSaberes, 2012. (Série Por dentro da literatura). ___________________________________________________________________

Prática de Ensino em Português-80h

Ementa

A sala de aula como espaço de ensino aprendizagem. As tarefas docentes: planejar, executar, avaliar. O ensino de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental e Médio.

Bibliografia Básica

NEVES, Maria Helena de Moura. Ensino de língua e vivência de linguagem: temas em confronto. São Paulo: Contexto, 2010. ROCHA, Gladys; VAL, Maria da Graça Costa (Org.). Reflexões sobre práticas

escolares de produção de texto: o sujeito autor. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

112

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

ROJO, R. A prática de linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. São

Paulo:EDUC; Campinas, São Paulo: Mercado de Letras, 2006.

PALOMANES, Roza; BRAVIN, Ângela Marina (orgs.). Práticas de Ensino do Português. São Paulo: Contexto, 2012. ___________________________________________________________________

Estágio Supervisionado -400h

EMENTA:

Planejamento e desenvolvimento de ações de ensino formal junto a escolas de

níveis fundamental e médio.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

PIMENTA, S. G. e LIMA, M. S. L. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004. PIMENTA, S. G. e LIMA, M. S. L. O estágio na formação de professores: unidade, teoria e prática. São Paulo: Cortez, 2002.

CUNHA, Eugênio. Práticas pedagógicas para inclusão e diversidade. Rio de janeiro: WAK Editora, 2011. ___________________________________________________________________

Libras-80h

Ementa

A unidade de estudo visa trabalhar os elementos considerados relevantes para o

exercício da função do professor no interior do tema das Libras. Nesse sentido,

introduz as principais questões sobre a educação de surdos, sobre as línguas de

sinais e sobre a história e a aquisição da escrita pelo surdo, de forma a enfatizar a

importância das Libras no desenvolvimento sociocultural do surdo. Além disso, o

vocabulário básico em Libras é apresentado e contextualizado. Deve-se notar que o

conteúdo da unidade possibilita a introdução da discussão acerca dos Direitos

Humanos e do direito à educação inclusiva a partir da apreciação desse mecanismo

de cognição voltado aos deficientes auditivos.

Bibliografia Básica

Estudos surdos I / Ronice Müller de Quadros (org.). – [Petrópolis, RJ] : Arara Azul,

2006.

Estudos Surdos II / Ronice Müller de Quadros e Gladis Perlin (organizadoras). –

Petrópolis, RJ : Arara Azul, 2007.

Estudos Surdos III / Ronice Müller de Quadros (organizadora). – Petrópolis, RJ :

Arara Azul, 2008.

GESSER, Audrei. Libras?: Que língua é essa?: crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parabola, 2009. 87 p. (Série Estratégia de Ensino; 14).

113

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

PEREIRA, M. C. C. (org.), Libras conhecimento além dos sinais, São Paulo: Pearson: 2012.

QUADROS, Ronice. Educação de Surdos: A Aquisição da Linguagem. ArtMed, 2011. VitalBook file. Minha Biblioteca. Skliar, Carlos. A surdez: um olhar sobres as diferenças. 6 ed. Porto Alegre: Mediação, 2013.

8.4 NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

8.4.1 TUTORIA

O tutor tem um papel estratégico em todas as atividades em unidades de

estudo em EaD. Uma de suas atribuições principais é a de orientar o aluno para que

se conscientize de que ele estuda para seu próprio desenvolvimento profissional.

Para isso, é motivado a agir de forma responsável quanto às tarefas, prazos e tempo

de dedicação ao estudo e à pesquisa. A atuação do tutor é, em grande parte,

responsável pelo sucesso do projeto do curso.

O tutor acompanha turmas de, no máximo, 40 alunos e tem a função de

complementar, apoiar e avaliar os estudantes em seu percurso, além de ser

mediador entre currículo, interesses e capacidades dos alunos. Monitorando os

intervalos de tempo de acesso ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), pode

estabelecer, se necessário, contato telefônico com os alunos, identificando aqueles

que estão se distanciando do curso.

Para dar o devido suporte aos alunos, especialmente em dúvidas e questões

sobre os conteúdos dos temas abordados em aulas, o tutor conta com o apoio do

professor da respectiva unidade de estudo, que atua como professor formador.

É responsável pela condução e orientação nos encontros presenciais e por

plantões presenciais específicos, determinados no calendário acadêmico. Deve

apresentar, em seu perfil, as seguintes competências:

- Atuar como mediador: conhecer a realidade de seus alunos em todas as

dimensões (pessoal, social, familiar, escolar etc);

114

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

- Oferecer possibilidades permanentes de diálogo, saber ouvir, ter empatia e

manter uma atitude de cooperação, assim como proporcionar experiências de

melhoria de qualidade de vida aos alunos;

- Possuir fundamentos, metodologias e estrutura sobre a educação a

distância, a fim de sustentar as bases pedagógicas da aprendizagem frente ao

comportamento dos sujeitos;

- Dominar procedimentos de pesquisa e de confecção de materiais didáticos

nas mais diferentes mídias;

- Possuir habilidades de comunicação, relacionamento interpessoal, liderança,

dinamismo, iniciativa, entusiasmo, criatividade e capacidade para trabalhar em

equipes.

O tutor a distância atende os alunos via ambiente virtual, podendo interagir

com a turma através de chats, fóruns e e-mail.

8.4.2 INFRAESTRUTURA E PROCESSOS DE ACOMPANHAMENTO DOS

ALUNOS

8.4.2.1 REDE E EQUIPAMENTOS

Para o efetivo desenvolvimento de unidades de estudo em EaD, embora

prescinda da relação presencial em todos os momentos do processo, esta

modalidade exige o diálogo constante entre alunos, professores, tutores,

coordenadores de curso e equipe de apoio do NEaD. Por este motivo, é

imprescindível uma organização em rede que possibilite o processo de interlocução

permanente entre todos os atores da ação pedagógica. Em vista disso, para aqueles

usuários que não possuem acesso próprio à Internet, o NEaD disponibiliza 8

laboratórios de informática, com um total de 200 computadores de grande

capacidade, e link de Internet de 10 MB compartilhados.

A gravação das web aulas é feita por profissionais altamente capacitados, em

dois estúdios, construídos com isolamento acústico total e com três diferentes

cenários para simular ambientes reais, além de camarins e sala para entrevistas,

115

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

aulas e jornalismo. Cada estúdio é equipado com computadores; mesa de áudio

Behinger; mesa de corte Roland; projetor multimídia Hitachi; lousa interativa

elnstruction; câmera filmadora Panasonic; Kit de iluminação digital Mako; TV de LED

42”, entre outros equipamentos.

8.4.2.2 ACOMPANHAMENTO E APOIO AOS ALUNOS

O monitoramento do percurso dos alunos é feito nos encontros presenciais e

virtuais, sendo que, pela plataforma MOODLE, é possível acompanhar a quantidade

e qualidade da participação dos alunos nos diferentes espaços de trabalho e de

discussão. Em encontros presenciais são realizadas também avaliações de

desempenho dos estudantes e, ao final de cada semestre, em tempo

especificamente destinado a este fim (em consonância com o que dispõem o

Parecer CNE/CNES 261/2006 e a Resolução m.º 3 de julho de 2007), é realizada

uma avaliação escrita, elaborada pelo conjunto de professores das unidades de

estudo, juntamente com o coordenador do Curso, observando o caráter

interdisciplinar das unidades e sua correlação direta com o módulo em que a

unidade está alocada.

116

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

9 AS ATIVIDADES PRÁTICAS

O curso de Letras oferece aos acadêmicos do Curso de graduação,

anualmente, atividades essenciais ao aprimoramento profissional, consagradas

institucionalmente como atividades complementares. Dentro desse propósito, desde

a criação do curso em 2013, são oferecidos e desenvolvidos pela comunidade

acadêmica palestras, oficinas e os Encontros de Formação de Educadores, além do

Encontro de Produção Acadêmica. (conforme demonstra Histórico de atividades

desenvolvidas que está em anexo). Paralelamente, também são oferecidas

atividades em projetos de extensão universitária, de âmbito institucional como o

antigo Bioespaço e agora chamado de Universo UNIFEOB, Cursos complementares

na área educacional (oficinas pedagógicas), além de aulas realizadas nos sábados

letivos.

O Unifeob também possibilita que os acadêmicos do curso de Letras

participem dos Programas “Escola da Família” (projeto social) e “Residência

Educacional” (visa fortalecer a formação de professores pelas instituições de ensino

superior, que tem como objetivo atender os anos finais do Ensino Fundamental e

Ensino Médio, para elevar os índices de desempenho nos processos de avaliação

nas escolas consideradas prioritárias), em que desenvolvem atividades didáticas e

podem realizar o desenvolvimento de um projeto de ensino de na área do ensino do

Português.

Nesse sentido, para efetivar ainda mais as relações entre o ensino, pesquisa

e extensão, o curso de Letras deverá incentivar especialmente algumas ações,

dentre as quais:

a. Promoção de palestras proferidas por docentes de cursos de

graduação e pós-graduação em áreas afetas à formação do

aluno, bem como de seminários realizados por todas as

licenciaturas da Instituição;

b. Realização de atividades que incentivem o estudante a refletir

sobre sua área de formação e seu campo de atuação

profissional, por meio de práticas como a participação – e

117

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

posterior relato e análise – em palestras, seminários, oficinas, e

outros eventos;

c. Operacionalização, na prática pedagógica, de aprendizagens

realizadas pelos docentes das áreas específicas e de formação

pedagógica;

d. Disponibilização regular, pelos docentes, de contribuições

advindas de pesquisas e de eventos científicos e culturais;

e. Geração de pesquisas e de atividades de extensão a partir de

situações-problema detectadas nas análises educacionais.

9.1 ESTÁGIO SUPERVISIONADO

O Estágio Supervisionado é uma exigência que se encontra firmada na

LDBEN n.º 9394/96, dos cursos de formação de profissionais da educação dos

Cursos de Licenciatura. Determinam a Lei n.º 6494/77 e o Decreto Federal n.º

87497/82 que os estágios deverão ser cumpridos por seus estudantes, futuros

profissionais da educação, no decorrer do seu curso de graduação.

A formação de profissionais da educação, de modo a

atender os objetivos dos diferentes níveis e modalidades de

ensino e às características de cada fase do desenvolvimento

do educando, terá como fundamentos:

I – a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a

capacitação em serviço.

II – aproveitamento da formação e experiências anteriores em

instituições de ensino e outras atividades. (Art. 61 da Lei

9394/96)

Conforme a Resolução CNE/CP 2 de 19/02/2002 que institui a duração e a

carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de

professores da Educação Básica em nível superior é obrigatória a realização de 400

horas de Estágio Curricular Supervisionado. Entretanto, para os estudantes que

118

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

exercem atividade docente regular na educação básica será possível a redução da

carga horária do estágio curricular supervisionado até no máximo de 200 horas.

No Curso de Licenciatura em Letras - Português, o Estágio Curricular

Supervisionado de Ensino será desenvolvido a partir do meio do curso. Em cada um

dos módulos, caberá ao aluno/estagiário o desenvolvimento das atividades previstas

no Regulamento de Estágio. Durante o curso do Estágio, o aluno será orientado por

professor de sua área específica de atuação, indicado pela Coordenação do Curso

de Letras entre os professores do corpo docente.

Integrante do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Letras-

Português, este Projeto do Estágio Curricular Supervisionado sustenta-se na

legislação que trata da formação de Professores da Educação Básica, aparato legal

que traz um novo paradigma dessa formação, expresso, dentre outros, em eixos

articuladores das dimensões a serem contempladas na formação docente

(Resolução CNE/CP 1/2001). A legislação em vigor, conforme colocado

anteriormente, traz os elementos fundamentais que deram sustentação à

estruturação e organização deste Projeto, planejado a partir dos princípios e

objetivos gerais propostos para o estágio, conceituado como:

(...) um tempo de aprendizagem que, através de um período de

permanência, alguém se demora em algum lugar ou ofício para

aprender a prática do mesmo e depois poder exercer uma profissão ou

ofício. Assim, o estágio curricular supervisionado supõe uma relação

pedagógica entre alguém que já é um profissional reconhecido em um

ambiente institucional de trabalho e um aluno estagiário. Por isso é

que este momento se chama estágio curricular supervisionado.

(Parecer CNE/CP 28/2001, p. 10)

9.1.1 OBJETIVOS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Os objetivos do Estágio Supervisionado do Curso de Letras do Centro

Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos - UNIFEOB são:

- Proporcionar oportunidade de vivências, que permitam aplicar

conhecimentos teóricos, através da experiência em situações reais

do exercício da futura profissão.

- Proporcionar complementação ao ensino e à aprendizagem, sendo

um instrumento de vivências significativas, aprofundamento

científico, cultural e de relacionamento humano.

119

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

- Contribuir para um maior aprofundamento teórico-prático do

estudante do Curso de Letras;

- Proporcionar situações e vivências que aprimorem sua formação e

atuação profissional;

- Contribuir para que o estudante sistematize uma análise crítica a

partir do confronto entre os conhecimentos e habilidades

desenvolvidas no Curso de Letras e as atividades pedagógicas

cotidianas;

- Possibilitar maior interação entre o Cursos de Letras – UNIFEOB

com os estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio das

redes pública e privada.

O Estágio Supervisionado no que diz respeito às atividades realizadas em

campo, também deverá ser abordado em conteúdos específicos nas unidades de

estudo de Prática de Ensino ou Pedagógica de Formação devendo:

- Proporcionar ao estudante dos cursos de Licenciatura o

aprimoramento teórico referente a temas da área educacional,

relevando aqueles que são advindos das vivências em campo;

- Desenvolver ações em distintos campos de atuação do futuro

professor tendo em vista a proposta curricular de seu curso de

Licenciatura em seu Projeto Político Pedagógico;

- Promover a integração e interação do estudante estagiário com a

Instituição onde realiza os estágios.

9.1.2 FORMATO DOS ESTÁGIOS

O estágio supervisionado constitui-se em atividade obrigatória para a

formação de professores. Deve ser acompanhado por um profissional habilitado para

ministrar aulas de Português nos níveis fundamental e médio do ensino e por

profissionais da educação vinculados a uma instituição de ensino.

Serão realizadas atividades “Observação” da escola como um todo, ou

seja, nos seus aspectos físicos, humanos e pedagógicos.

Deverão ser realizadas atividades “Regência” na disciplina de Português e

suas respectivas literaturas, tanto no nível Fundamental como no Nível Médio, que

deverão vir acompanhadas do “Plano de Aula” e da “Ficha de a Avaliação” do

professor da classe em que a aula foi dada.

120

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Serão realizadas, ainda, atividades “Participação” em conjunto com os

alunos das Escolas de Ensino Fundamental e Médio onde o estágio será sendo

realizado como também com a comunidade.

Todas as atividades de Estágio Supervisionado deverão ser devidamente

registradas na “Ficha Cumulativa de Controle de Estágio” e arquivadas no setor

Conexão, que integra o Núcleo de Desenvolvimento e Inovação (NDI).

Nesta ficha deverá constar o carimbo do órgão e/ou Unidade Escolar, uma

foto do estagiário e a assinatura do respectivo responsável, devidamente

credenciado (com carimbo).

A partir do 4º módulo do curso os alunos devem, conforme plano do professor

responsável, entregar relatórios parciais de estágio em que constem as descrições

e reflexões acerca das atividades desenvolvidas, entre eles pede-se: um relatório

das observações de aulas no ensino fundamental ou médio, um relatório do contexto

físico-organizacional da escola onde o aluno está estagiando, um relatório das aulas

de regência, o plano de aulas das aulas regidas pelo aluno, uma avaliação da aula

regida feita pelo professor responsável pela turma em que a aula foi dada, projetos

de aplicação pedagógica, relatório do desenvolvimento dos projetos, entre outros

documentos conforme o caso. Ao final do sexto semestre/módulo é entregue o

relatório final de estágio em que devem constar todos os itens mencionados acima,

acrescido de texto reflexivo acerca da realidade escolar.

Ressalta-se que as atividades a serem realizadas no estágio supervisionado

são vinculadas às disciplinas/unidades de estudo de cada módulo, integrando as

reflexões acerca dos conteúdos desenvolvidos em sala de aula.

Embora articuladas às disciplinas/unidades de estudo apresentadas no

quadro, cabe recolocar que as atividades de estágio devem ser pensadas como

intrinsecamente articuladas com a prática e com as atividades de trabalho

acadêmico, conforme Parecer CNE/CP 28/2001, implicando, portanto,

responsabilidade coletiva, e não apenas do professor responsável pelo estágio, no

que toca principalmente às discussões para o seu planejamento e avaliação.

Caberá aos professores indicados pela coordenação do curso, face às

atividades planejadas para cada momento da formação, atribuir horas para as

mesmas, totalizando as horas previstas para cada etapa. Entretanto, por

121

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

entendermos que as competências e conhecimentos exigidos na prática profissional

devem ser aprendidos para serem colocados em ação, e sendo este um dos

objetivos gerais do estágio, propomos atribuição de horas para cada etapa do Curso,

com início na segunda metade do curso, para atividades intrinsecamente,

relacionadas à prática docente:

O relatório final de estágio deverá ser encadernado, seguindo as regras

acadêmicas de um trabalho de conclusão de curso e o modelo disponibilizado. As

fichas e o relatório final referente ao Estágio Supervisionado deverão ser entregues

na data fixada pelo professor responsável. A não entrega dos mesmos no prazo

estipulado antes dos dias destinados ao exame final levará o estudante a sua

reprovação. A entrega deverá ser protocolada também no setor Conexão, no

Campus II do Unifeob.

9.2 ATIVIDADES DE PESQUISA

O curso de Letras do UNIFEOB toma por pressuposto as exigências atuais do

mercado de trabalho que preconizam um profissional duplamente qualificado: ser

municiado de conhecimentos teóricos, além de capacitado a realizar uma prática que

implique renovação constante de ideias e saberes. Assim sendo, traça, como perfil

de seu egresso, não apenas um educador competente, mas também um

pesquisador interessado em buscar, - e em desenvolver -, novos conhecimentos nas

áreas de estudos de língua e literatura; conhecimentos esses que se reverterão em

benefícios tanto para sua prática pedagógica, como poderão contribuir para o

aperfeiçoamento científico e tecnológico do que se entende por Educação como um

todo.

Obedecendo a essa linha de raciocínio e em consonância com a missão do

UNIFEOB de ser uma instituição de excelência acadêmica, o curso de Letras busca

integrar ensino, pesquisa e extensão.

Especificamente na área de pesquisa, são desenvolvidas, no curso de Letras,

três frentes, todas elas preocupadas em contribuir para a formação de profissionais

capazes de problematizar sua prática, construir e/ou se apropriar de novos

conhecimentos, a fim de, cada vez mais, aprimorar sua intervenção pedagógica.

122

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Embora todas as três frentes exijam planejamento e rigor no processamento de

informações, há diferenças sensíveis nos critérios procedurais exigidos em cada

uma.

A primeira delas tem caráter interdisciplinar, envolvendo todas as unidades

de estudo do curso. Anualmente ou por semestre letivo, professores e alunos,

reunidos, desenvolvem um projeto de pesquisa que contemple um tema de

importância político-social, atual e abrangente. Tais projetos têm por objetivo

sensibilizar a todos para problemas de ordem mundial, propiciando, entre outros, a

tomada de conhecimento de situações graves de injustiça e preconceito que, na

mais das vezes, passam despercebidas. Assim, não apenas informações são

obtidas, mas valores são acrescentados.

A título de exemplo, neste ano de 2014 está tendo lugar o projeto “Cultura

africana: línguas e linguagens”, que contempla os seguintes resultados:

a) respeita o “disposto no art. 9º, § 2º, alínea “c”, da Lei nº 9.131, publicada em 25 de

novembro de 1995, e com fundamentação no Parecer CP/CNE 3/2004, de 10 de

março de 2004, homologado pelo Ministro da Educação em 19 de maio de 2004”,

que determina a inclusão de temas relacionados à Cultura Africana no ensino;

b) atende a importância de, na licenciatura em Letras, se estudar o funcionamento

da língua portuguesa, bem como a heterogeneidade constitutiva dos discursos com

que se apresentam as diferentes visões de mundo. Considerando a presença da

língua portuguesa em diferentes países e, em especial, nos do continente africano,

torna-se ainda mais relevante o conhecimento das culturas expressas por meio dela,

das diferentes concepções de mundo, do indivíduo e da arte. Tanto a observação

das variedades linguísticas quanto a literatura são fundamentais na expressão do

pensamento humano e, por isso, indispensáveis no reconhecimento dos diferentes

contextos interculturais.

c) fornece subsídios para o aprimoramento cultural do aluno, que deve reconhecer,

no Brasil e na África, as marcas da experiência histórica do colonialismo europeu;

d) desperta o interesse do aluno pelos países africanos de língua portuguesa, sua

história política, geográfica, cultural;

e) apresenta ao aluno os principais autores da literatura africana de língua

portuguesa por meio de leituras, debates literários e saraus;

123

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

f) incentiva o intercâmbio cultural entre alunos do UNIFEOB e pessoas de países

africanos de língua portuguesa por meio de troca de correspondências, campanhas

sociais e culturais.

Como metodologia, o projeto inclui, nas programações voltadas para o curso

de Letras e – quando possível – às demais Licenciaturas, atividades que despertem

no aluno o interesse pelas culturas africana e afro-brasileira. Para tanto, foram

dedicadas 2 h/a mensais para a execução das atividades propostas. As horas

referidas foram cedidas pelos professores das disciplinas, havendo o cuidado de

intercalar os dias da semana para que não houvesse prejuízo dos conteúdos

específicos.

As atividades consistiram em palestras com convidados; roda de leitura de

textos, sobretudo, crônicas e poesias de autores africanos; saraus; leitura e

discussão de textos relacionados a questões modernas acerca de países africanos.

Também se deu o recolhimento de material escolar, livros e outras prendas que

foram enviadas a crianças da Guiné-Bissau, de forma individualizada com o nome

de cada uma, mais uma cartinha a ela dirigida, escrita por um discente de Letras.

O projeto participou do Universo UNIFEOB, ocasião em que foram

apresentadas características idiossincráticas de países falantes de língua

portuguesa, aí incluídos, como é óbvio, os países da África.

A segunda frente de pesquisas pode se ater a uma unidade de estudo em

particular ou à interação de duas ou mais disciplinas.

Assim, de uma forma e/ou de outra, todas as unidades do curso de Letras, no intuito

de formar sujeitos autônomos e responsáveis pelo próprio processo de aquisição de

conhecimentos e desenvolvimento de competências, propõem atividades de

pesquisa relacionadas aos temas das aulas; atividades essas que, dependendo de

seus objetivos, podem ser desenvolvidas tanto em sala de aula, como fora dela,

através da internet, entrevistas, bibliotecas etc. Sistematicamente planejados e

executados através de critérios rigorosos, os resultados dessas atividades são

apresentados sob forma de trabalhos escritos, orais, seminários, portfólios, pôsteres

entre outros.

124

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Ainda é de grande relevância para o curso de Letras a existência de espaços

nos quais professores e alunos compartilham reflexões sobre temas diversos,

sobretudo o cotidiano da vida escolar, buscando diagnosticar problemas e apontar

soluções através das práticas que aperfeiçoam e refazem as teorias. Para tanto,

realizam-se, ao longo dos semestres letivos, oficinas, palestras e laboratórios

temáticos, na mais das vezes com convidados vindos de outras instituições e/ou

lugares sociais, eventos esses que criam espaços para uma formação mais

diversificada dos alunos, ao mesmo tempo, em que promovem maior integração com

a comunidade extra-muros.

A terceira frente propõe pesquisas com características mais científicas,

participação em congressos, simpósios e publicações em sites, livros e revistas

especializadas.

Desenvolve-se através de projetos de pesquisa, relacionados aos temas

tratados nas diferentes disciplinas do curso de Letras, dentre os quais destacam-se

os TCCs3.

Em andamento desde 2005, está o projeto do curso de Letras-UNIFEOB “O

domínio textual em atividades de análise linguística, leitura e produção escrita”, sob

coordenação da Profa. Me Regina Célia de Carvalho Paschoal Lima. Inscrito na área

de Linguística, esse projeto visa não apenas a instrumentalizar os futuros

professores da área de ensino de língua materna para o desenvolvimento, de forma

competente, de ações exigidas pelo meio onde atuarão; mas, sobretudo, a preparar

profissionais capacitados a desvelar os objetivos da própria prática, buscando tanto

compreender as teorias que a embasam, como conhecer os sujeitos a quem seu

trabalho se dirige, para melhor construir um fazer cidadão, socialmente articulado,

solidário e sensível à realidade à qual se vincula.

Situação: em andamento;

Alunos envolvidos: alunos do curso de Letras UNIFEOB;

Integrantes: Profa. Me. Regina Célia de Carvalho Paschoal Lima.

3 As atividades de TCC são descritas na sequência.

125

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Entre as publicações oriundas desse projeto, além de artigos em revistas

especializadas e publicações em anais de congressos, destacam-se dois livros,

ambos organizados pela professora coordenadora do projeto:

a) “Leitura, múltiplos olhares”, ISBN 85-7591-047-7, publicado em 2005 e reeditado

em 2008, pela Mercado de Letras em parceria com o Unifeob;

b) “Impressões”, ISBN 978-85-98398-05-1, de 2008, fruto de trabalhos de

alunos realizados para a disciplina “prática de leitura e produção de textos”. Também sob responsabilidade da Profa. Me Regina Célia de Carvalho Paschoal

Lima, o curso de Letras UNIFEOB encontra-se vinculado ao projeto “Corpos

grafados e grifados: subjetividades marginalizadas pelo crime”, coordenado pela

Profa. Dra. Maria José Rodrigues Faria Coracini, do IEL-UNICAMP. Este projeto

tem por objetivo estudar a escrita no corpo, seja de forma inconsciente, através de

marcas físico-corporais, seja de forma deliberada, através de tatuagens. Para isso,

são analisados filmes (como Amnésia) que trabalham com a questão da escritura

(inscrição de si) no corpo, respostas a entrevistas informais realizadas junto àqueles

que se tatuam, concedendo espaço privilegiado aos chamados moradores de rua.

São observadas as representações de si e do outro na materialidade linguística. O

estudo dessas subjetividades, grafadas e grifadas (anuladas), que gritam (crient) por

visibilidade, vem atender à necessidade de dar voz a quem não tem voz nem vez e

abrir, a partir de uma análise discursivo-desconstrutivista (com aportes da

psicanálise de orientação lacaniana), um debate junto a professores, alunos e

pesquisadores em torno das (in)justiças sociais, da ética e da responsabilidade..

Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.

Alunos envolvidos: Graduação: (2) / Mestrado acadêmico: (1) / Doutorado: (2) .

Integrantes: Maria Jose Rodrigues Faria Coracini - Coordenador / Márcia Aparecida

Amadeu Mascia - Integrante / Ernesto Sérgio Bertoldo - Integrante / Regina Célia de

Carvalho Paschoal Lima - Integrante / Maralice de Souza Neves - Integrante /

Juliana Santana Cavallari - Integrante / Beatriz Eckert-Hoff - Integrante / Eliane Righi

de Andrade - Integrante.

As atividades de pesquisa do curso de Letras desenvolvem-se de acordo com

a política educacional do UNIFEOB, fundamentada na Formação por Competências,

levando em conta um contexto amplo de conhecimentos e habilidades, aplicáveis à

126

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

realidade sociocultural da comunidade de São João da Boa Vista e região, de modo

que as investigações científicas sejam condizentes com essa realidade e a ela

incorporáveis, mediante os princípios de ética e cidadania.

O corpo docente do curso de licenciatura em Letras-Português acredita ser

fundamental a criação de espaços alternativos que proporcionem a ampliação do

horizonte cultural e do desenvolvimento da autonomia dos nossos egressos. É de

grande relevância a existência de espaços nos quais professores e alunos

compartilhem reflexões sobre o cotidiano da vida escolar, buscando diagnosticar

problemas e apontar soluções através das práticas que aperfeiçoam e refazem as

teorias. Para isso, busca-se realizar, ao longo dos semestres letivos, oficinas,

palestras e seminários temáticos para que seja possível criar espaços para a

formação dos alunos e, ao mesmo tempo, promover a integração com a comunidade

e com os professores da escola básica.

Todas essas ações visam à constituição de uma nova cultura institucional,

consoante com as atuais orientações para a formação de professores em cursos

superiores. De acordo com os PARECER CNE/CP 9/2001 do MEC “os cursos de

preparação de futuros professores devem tomar para si a responsabilidade de suprir

as eventuais deficiências de escolarização básica que os futuros professores

receberam tanto no ensino fundamental como no ensino médio”. (p. 20).

Cabe ressaltar que os projetos de pesquisa poderão ser elaborados em todas

as áreas de Letras, e ficará a critério do professor o número de alunos sob a

responsabilidade do mesmo. Os professores serão estimulados a encaminharem os

projetos de pesquisa para órgãos de fomento à pesquisa como a FAPESP e o

CNPq, além de Fundações Filantrópicas de Apoio à Pesquisa, para angariarem

fundos para o desenvolvimento das atividades.

Os professores podem desenvolver projetos em conjunto com docentes dos

demais cursos em andamento na UNIFEOB (Medicina Veterinária, História,

Geografia, Pedagogia, Direito, Administração etc.)

127

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

9.3 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)

Em consonância com o PPI do UNIFEOB (item 2.1.2.8) e definido como uma

das atividades de pesquisa do curso de Letras, a elaboração e apresentação do

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um dos requisitos para a obtenção do

certificado de conclusão do curso.

Estrutura-se como texto do tipo dissertativo-informativo, redigido ao longo do

curso e apresentado em seu último semestre. Quanto ao gênero, pode ser um artigo

científico (com um mínimo de 10 páginas) ou uma monografia de cunho científico

(com um mínimo de 30 páginas), formatado segundo as instruções que se

encontram no Manual UNIFEOB para Trabalhos Acadêmicos.

O TCC é visto, no curso de Letras, como uma das formas de incrementar o

processo de formação por competências, uma vez que tem por função principal

possibilitar ao aluno uma reflexão crítica a respeito do “estado da arte” no campo de

estudos que envolvem teoria e prática voltadas ao ensino de língua e literatura; além

de possibilitar-lhe conhecer experiências metodológicas verificadas no cotidiano

escolar, bem como construir metodologias e propor estratégias alternativas para o

ensino Fundamental e Médio, nas áreas de língua e literatura. Assim sendo, o tema

e o objetivo do TCC devem, obrigatoriamente, estar relacionados aos assuntos

desenvolvidos pelas diferentes disciplinas que compõem o curso de Letras.

Tal obrigatoriedade se fundamenta na intenção de oferecer ao aluno a oportunidade

de:

- integrar os conhecimentos adquiridos durante o curso, tanto no que se refere à

parte teórica como à prática vivenciada durante sua participação nos estágios

supervisionados e projetos desenvolvidos;

- aprofundar os conhecimentos que adquiriu sobre um tema específico que lhe

despertou interesse;

- fomentar procedimentos de análise, interpretação de texto e escrita acadêmica;

128

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

- dar os primeiros passos na pesquisa científica, adquirindo saberes e competências

que servirão de amparo para sua formação continuada em cursos de pós-

graduação.

Em Letras, a elaboração de um TCC, se inaugura logo no início do curso,

através da unidade de estudo Metodologia de Pesquisa Científica, momento em que

o discente é apresentado ao Manual UNIFEOB para Trabalhos Acadêmicos, o qual

tece reflexões a respeito de Ciência e Conhecimento e orienta na

interpretação/redação de textos que circulam na universidade, aí incluída a produção

de um trabalho de final de curso em todos os seus aspectos e passos.

Concomitantemente e na sequência, os professores das demais unidades de estudo

vão fornecendo, muitas das vezes de forma indireta, subsídios para o aluno decidir a

respeito de um tema que lhe interesse.

Cabe ao professor de Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários e

Trabalho de Conclusão de Curso iniciarem a orientação efetiva do TCC, discutindo

possibilidades de tema (e sua delimitação), objetivo(s) e metodologia - que podem

se concretizar através de pesquisa documental, bibliográfica, estudo de caso e

pesquisa de campo.

Dessas discussões resulta um pré-projeto de pesquisa, necessariamente

vinculado a uma das áreas de estudo de Letras, de onde se origina a

obrigatoriedade de que o trabalho seja orientado por um docente do curso –

Professor Orientador de Conteúdo Específico-; podendo, se for o caso, ser

coorientado por professor de outro curso ou instituição.

Pré-projeto em mãos, o aluno é encaminhado a um professor de Letras cuja

área de ensino maior relação tenha com a proposta do trabalho (Professor

Orientador de Conteúdo Específico), a quem caberá acompanhar todo o processo

de elaboração do TCC; sugerindo adaptações ao projeto inicial; indicando

bibliografia; estabelecendo, com o aluno, a metodologia a ser seguida; apontando

pontos que necessitem ser refeitos/ repensados/aprofundados etc. A fim de

formalizar a orientação, o aluno deverá entregar ao orientador escolhido uma carta

de aceite, que será por este assinada e devolvida ao professor de Pesquisa em

Estudos Linguísticos e Literários.

129

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Para que haja coesão nesse processo, o professor de Pesquisa em Estudos

Linguísticos e Literários, organiza juntamente com os professores de Trabalho de

Conclusão de Curso um cronograma de acompanhamento das atividades de TCC, a

ser seguido por todos e registrado em fichas individuais, que se converterão em um

dos instrumentos de avaliação do trabalho.

Em seu último ano de curso, por volta do mês de setembro, o aluno

apresentará o rascunho de seu trabalho a uma pré-banca, composta pelo orientador

mais dois professores convidados por este, cuja função será a analisar os pontos

positivos e negativos do trabalho em andamento, sugerir alterações e indicar

leituras, visando à melhoria do texto do aluno.

O início de outubro será dedicado à revisão geral e finalização do TCC; sendo

que, na última semana desse mesmo mês, o aluno deverá entregar três cópias da

versão finalizada impressa do trabalho (capa em plástico transparente) ao professor

orientador, que ficará com uma dessas cópias e enviará as restantes a dois

avaliadores por ele convidados para que as leiam e se preparem para a sessão de

comunicações. Ao mesmo tempo, é enviada, via email, uma cópia dessa mesma

versão para o professor de Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários.

No início de novembro, é realizada a Mostra Científica do Curso de Letras,

ocasião em que os trabalhos são apresentados oralmente, sob forma de

comunicação, para a avaliação de um júri composto pelos avaliadores convidados,

que atribuirão uma nota de 0,0 a 4,0.

O professor-orientador atribuirá uma nota de 0,0 a 7,0, correspondente a todo

o processo de elaboração/apresentação do TCC e o professor de Pesquisa em

Estudos Linguísticos e Literários atribuirá uma nota de 0,0 a 3,0, aí incluído um

julgamento da formatação do trabalho.

As notas acima descritas serão somadas e divididas por 2 (dois), resultando

daí a nota de TCC do aluno (no máximo, 7,0), a qual será somada às duas outras

notas (avaliação externa e nota de colegiado) que compõem o sistema de notas

UNIFEOB. Caso a soma das notas não atingir 7,0, o aluno deverá refazer seu

trabalho e apresentá-lo por ocasião das avaliações finais, em que a nota mínima

para aprovação será 5,0.

130

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

A nota obtida no TCC também poderá compor a nota final de qualquer

disciplina ministrada no último módulo, desde que o professor tenha combinado

antecipadamente com o aluno.

Cumpridas todas as etapas, o Trabalho de Conclusão de Curso é impresso

em formato de capa dura e enviado à Biblioteca Setorial do UNIFEOB, sendo

também inserido eletronicamente na Biblioteca Virtual.

Sem dúvida alguma, a elaboração de um TCC contribui enormemente para o

amadurecimento intelectual do aluno; para sua autonomia e preparo para se tornar

um profissional competente; além de fortalecer não apenas a autoestima dos

discentes, mas também dos professores, visto esse processo de construção-

desconstrução-reconstrução de saberes e competências apresentar resultados

gratificantes e motivadores.

9.4 Prática como Componente Curricular (PCC)

Conforme Resolução CNE/CP nº 2/2002, em articulação com o Estágio

Supervisionado e com as Atividades Complementares de natureza acadêmica,

importa à Instituição prever 400 horas de prática como componente curricular a se

realizar desde o início do Curso, o que pressupõe relacionamento próximo com o

sistema de educação escolar.

O Parecer CNE/CP nº 9, de 8 de maio de 2001 ressalta que uma concepção

de prática mais como componente curricular implica vê–la como uma dimensão do

conhecimento (...) presente nos cursos de formação no momento em que se trabalha

na reflexão sobre a atividade profissional (p. 23).

A Resolução CNE/CP nº 1, de 18/02/2002, que institui as Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em

nível superior, curso de licenciatura de graduação plena, define no art. 12:

§ 1ª A prática, na matriz curricular, não poderá ficar reduzida a um espaço isolado,

que a restrinja ao estágio, desarticulado do restante do curso.

§ 2º A prática deverá estar presente desde o início do curso e permear toda a

formação do professor.

131

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

§ 3º No interior das áreas ou das disciplinas que constituírem os componentes

curriculares de formação, e não apenas nas disciplinas pedagógicas, todas terão a

sua dimensão prática.

O Parecer CNE/CES nº 15, de 2 de fevereiro de 2005 assim se expressa:

“(...) a prática como componente curricular é o conjunto de atividades formativas que

proporcionam experiências de aplicação de conhecimentos ou de desenvolvimento

de procedimentos próprios ao exercício da docência. Por meio destas atividades,

são colocados em uso, no âmbito do ensino, os conhecimentos, as competências e

as habilidades adquiridos nas diversas atividades formativas que compõem o

currículo do curso. As atividades caracterizadas como prática como componente

curricular podem ser desenvolvidas como núcleo ou com o parte de disciplinas ou de

outras atividades formativas. Isto inclui as disciplinas de caráter prático relacionadas

à formação pedagógica, mas não aquelas relacionadas aos fundamentos técnico-

científicos correspondentes a uma determinada área do conhecimento (p. 03).”

Desse modo, a prática como componente curricular, em seu sentido amplo –

que não se confunde com a disciplina “Prática de Ensino”, então ligada aos estágios

–deve ser entendida como um conjunto de atividades ligadas à formação

profissional, inclusive de natureza acadêmica. Assim, a prática como componente

curricular se volta para a compreensão das práticas educativas e de aspectos

variados da cultura das Instituições educacionais e suas relações com a sociedade e

com as áreas de conhecimento específico.

Sendo assim, em relação à Prática como Componente Curricular (PCC), no

curso de Letras esta não poderá ficar reduzida a um espaço isolado, que a

caracterize como estágio, nem desarticulada de todo o curso. Em articulação

intrínseca com as atividades do trabalho acadêmico e com o estágio Supervisionado,

a PCC deve concorrer conjuntamente para a formação da identidade do professor

como pesquisador e educador em Estudos Linguísticos ou em Estudos Literários. O

Curso de Letras oferece a PCC a seus alunos no interior das disciplinas que

constituem os componentes curriculares de formação, desde o início do curso e não

132

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

apenas nas disciplinas pedagógicas (cf. ementas). Esta correlação entre teoria e

prática é um movimento contínuo entre saber e fazer na busca de resoluções de

situações próprias do professor no ambiente escolar. A prática vai permear toda a

formação do futuro professor, estabelecendo e garantindo assim uma dimensão

abrangente e interdisciplinar do conhecimento. Uma discussão dos livros didáticos (a

partir da análise da concepção de linguagem/língua assumida, dos gêneros/tipos de

textos apresentados, dos conteúdos gramaticais trabalhados etc), a observação de

práticas pedagógicas nas escolas, as análises das propostas curriculares de ensino

fundamental e médio, as experiências de leituras que possam levar a uma reflexão

sobre a heterogeneidade linguística e o valor social dos diversos falares (com ênfase

na questão dos preconceitos linguísticos), os depoimentos de alunos que já atuam

como professores, entre outras atividades, farão parte dessa integração da prática e

da teoria, de uma forma mais efetiva nas horas a elas alocadas, oferecendo

condições para a formação de um profissional mais bem preparado e seguro. Como

resultado prático, pode-se esperar, por exemplo: escritura de textos/ artigos sobre os

aspectos acima mencionados; envolvendo aspectos conceituais e metodológicos

etc. Esse tipo de procedimento se estende às demais disciplinas do currículo.

É esse espaço que vai permitir ao aluno um amadurecimento gradativo, com

a construção passo a passo de procedimentos metodológicos apropriados ao ensino

de cada conteúdo específico, culminando com as disciplinas pedagógicas de

formação geral, de natureza mais panorâmica.

Parece evidente que a estrutura atual em que a formação do licenciado se dá

de maneira concentrada apenas ao final do curso não é suficiente para dar ao aluno

uma formação eficaz na área do ensino da língua e da literatura. Dessa maneira, o

contato eventualmente burocratizado e compartimentalizado, seja com as teorias de

ensino, seja com as teorias de linguagem, cede lugar a uma vivência mais efetiva

que produza no aluno os resultados esperados quanto a uma tomada de consciência

do papel do professor e dos métodos e procedimentos para desempenhá-lo bem.

133

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

9.5 ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Em relação às atividades complementares, a Resolução CNE/CP 2, de

19/02/2002, definiu que a carga horária dos cursos de Formação de Professores da

Educação Básica, em licenciatura, deverá ter 200 horas destinadas às atividades

acadêmico-científico-culturais.

As atividades complementares objetivam atender outras exigências de um

curso que almeja formar profissionais de ensino (também em conformidade com o

Parecer CNE/CP 28/2001). Incluem-se aí atividades de caráter científico, cultural e

acadêmico, que, articuladas ao processo formativo do professor, possam enriquecer

essa formação. São previstas atividades (seminários, participação em eventos

científicos, monitorias, iniciação à pesquisa, projetos de ensino, estudos afins etc),

que podem ser oferecidas pelo próprio curso, por qualquer outro setor acadêmico do

Unifeob, ou ainda, por qualquer outra instituição de ensino superior reconhecida no

país.

As atividades acadêmico-científico-culturais são compostas pela participação

do aluno dos cursos de Licenciatura em atividades de ensino, de pesquisa, extensão

e de caráter social e têm o propósito de enriquecer o conteúdo curricular proposto

pelo curso, podendo ser adquiridas inclusive, fora do ambiente acadêmico.

São consideradas atividades complementares, dentre outras:

As Disciplinas extracurriculares ministradas nos Cursos de Licenciaturas ou em

outros Cursos do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos ou,

ainda, aquelas ministradas fora da Instituição, na qual será caracterizada como

10 horas por disciplina cursada.

Disciplinas integrantes dos demais cursos de graduação do Unifeob - podem ser

aproveitadas como Atividades Complementares, observados os critérios de

afinidade definidos pela Coordenação do curso frequentado pelo aluno. Até 80

horas por atividade realizada.

Atividades de monitoria - essas atividades devem estar vinculadas a um projeto

acadêmico de um professor dos Cursos de Licenciatura, validado pela

Coordenação do Curso frequentado pelo aluno, sendo a carga horária constante

na certidão/ declaração. Até 80 horas por atividade realizada.

134

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Atividades extracurriculares - vinculadas às disciplinas curriculares ministradas

nos Cursos de Licenciatura do Centro Universitário da Fundação de Ensino

Octávio Bastos, realizadas fora do horário normal de aulas, correspondentes a 10

horas por atividade cursada.

a) Visitas a Feiras Científicas e Culturais;

b) Visitas a Empresas e Instituições que tenham relação direta ou indireta com

as diversas áreas da Licenciatura cursada;

c) Aula de campo através de atividades práticas de observação do meio;

Atividades complementares de pesquisa, dentre outras: participação do aluno em

projetos e programas de pesquisa voluntária, remunerada ou não, orientada por

docentes dos Cursos de Licenciatura. Estas atividades serão examinadas pela

Coordenação do Curso, para sua validação, mediante apresentação de

documentação correspondente.

Elaboração e editoração de publicações, cuja carga horária será a seguinte:

a) publicação de resumos em horas (h):

Evento Local: 15 h

Evento Regional: 15 h por resumo apresentado

Evento Estadual: 20 h por resumo apresentado

Evento Nacional: 25 h por resumo apresentado

Evento Internacional: 30 h por resumo apresentado

b)publicação de trabalhos completos em:

Evento Local: 20 h por resumo apresentado

Evento Regional: 20 h por resumo apresentado

Evento Estadual: 25 h por resumo apresentado

Evento Nacional: 30 h por resumo apresentado

Evento Internacional: 35 h por resumo apresentado

c) publicação de artigos em revistas e periódicos:

Local: 25 h por resumo apresentado

Regional: 25 h por resumo apresentado

Estadual: 25 h por resumo apresentado

Nacional: 50 h por resumo apresentado

Internacional: 50 h por resumo apresentado

135

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

São consideradas atividades complementares de extensão, dentre outras:

Projetos e programas de extensão - coordenados pelo Centro Universitário da

Fundação de Ensino Octávio Bastos ou por quaisquer de seus Cursos;

Eventos diversos na área das Licenciaturas - como seminários, jornadas,

simpósios, palestras, congressos, conferências, cursos, minicursos e outros,

validados pela Coordenação do Curso, cuja carga horária deve ser a

constante nos documentos de convalidação.

Estágios extracurriculares - cuja carga horária corresponde a constante no

certificado, desde que não ultrapasse o limite de 40% (quarenta por cento) da

carga horária total prevista para as "Atividades Complementares".

São consideradas atividades complementares de cunho social, dentre outras:

A representação estudantil em órgãos discentes – com comprovação

mediante cópia autenticada da ata de posse ou eleição, dar-se-á da seguinte

forma:

a) representação oficial de turma: 10 h por ano;

b) representação no Diretório Central Estudantil: 10 h por ano;

c) representação em órgão regional: 20 h por ano;

d) representação em órgão nacional (UNE): 30 h por ano de atividade;

Participação em atividades esportivas municipais, estaduais ou nacionais –

representando o Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos.

As Atividades Complementares serão coordenadas, controladas e

documentadas pela Coordenação do Curso e pelo setor Conexão, que integra o

Núcleo de Desenvolvimento e Inovação (NDI).

Cabe ao aluno:

I. Escolher, entre as Atividades propostas, as que julgar mais pertinentes para sua formação;

II. Distribuir o desenvolvimento das Atividades ao longo de todo o curso de graduação e entre as várias modalidades propostas;

III. Recolher, para cada Atividade desenvolvida, os documentos comprobatórios e anexá-los junto as fichas cumulativas;

136

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

IV. Preencher, para cada Atividade desenvolvida, o ficha cumulativa e ou relatório correspondente;

V. Entregar o relatório e os documentos comprobatórios nos prazos definidos no calendário de Atividades Complementares. Informações sobre o controle de horas, entrega e validação das atividades, procedimentos são explicitadas no Regulamento de Atividades Complementares das licenciaturas do Unifeob.

9.6 ATIVIDADES DE EXTENSÃO NA ÁREA DE LETRAS

O componente curricular formativo do trabalho acadêmico do Curso de Letras

inclui, além do ensino presencial (disciplinas obrigatórias), outras atividades de

caráter acadêmico, científico e cultural (ACC) e de extensão (AE), aprimorando o

processo formativo do profissional de Letras. Seminários, apresentações e

exposições acadêmicas, participação em eventos científicos, monitorias, projetos de

ensino, relatórios de pesquisas, atividades de extensão, estágios não obrigatórios,

entre outras, são modalidades desse processo formativo.

O curso de Letras além de oferecer as atividades regulares dos próprios

projetos desenvolvidos pelo curso, também oferece possibilidades de participação

em diferentes atividades que são registradas como atividades complementares e

inerentes à formação do futuro professor da área de Letras.

As atividades de extensão do UNIFEOB são executadas através dos projetos

institucionais refletem a real necessidade da comunidade buscando a produção do

conhecimento e o equilíbrio entre as demandas socialmente exigidas.

O UNIVERSO UNIFEOB surgiu da realização de uma feira com o objetivo de

divulgação científica intitulada BIOESPAÇO para Todos que, uma vez ao ano, é

aberta a toda a população da região de São João da Boa Vista, no intuito de divulgar

as atividades realizadas pelos cursos de graduação. A feira BIOESPAÇO pra Todos

é realizada desde 2002 e tem recebido mais de 2000 visitantes, inclusive população

de baixa renda, uma vez que a Instituição proponente disponibiliza transporte

gratuito para o evento. Em 2005, tal feira não foi realizada, sendo esta atividade

137

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

retomada em 2006, com atividades e oficinas desenvolvidas pelos alunos dos

diversos cursos da UNIFEOB.

Os alunos do curso de Letras desenvolvem atividades práticas durante o

segundo semestre e apresentam neste evento em forma de comunicação e ou

exposição.

Nos últimos anos, têm aumentado consideravelmente o público visitante,

principalmente das escolas da rede pública e particular da região de São João da

Boa Vista. Atualmente, esta feira abrange todos os cursos do UNIFEOB e

transformou-se no UNIVERSO UNIFEOB.

Para viabilizar, ainda, o acesso às atividades de Extensão, há a

Semana/Encontro Acadêmico - uma Semana de Letras / Encontro de Formação

de Educadores por ano- que tem por objetivos:

promover o intercâmbio entre as diferentes áreas de ensino-pesquisa-

extensão do curso;

proporcionar discussões acerca da linguagem;

divulgar resultados dos projetos de pesquisa e de extensão de alunos de

Graduação, de Pós-graduação e de professores.

A Semana/Encontro contempla uma programação diversificada, que atende

diferentes áreas do curso, destacando as seguintes modalidades:

a) Apresentação de painéis

b) Comunicações Individuais

c) Comunicações Coordenadas

d) Simpósios

e) Conferências / Palestras

f) Míni-cursos (e/ou Oficinas)

g) Apresentação de atividades artístico-culturais, como performances teatrais,

musicais etc.

h) Organização de Varais Literários.

Cabe ressaltar que os projetos de extensão deverão, sempre que possível,

envolver a comunidade de São João da Boa Vista.

138

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

10 ATIVIDADES DE ATENDIMENTO E APOIO ACADÊMICO

AOS DISCENTES

Ao considerar que o papel do educador é mediar o processo de formação

acadêmica dos futuros profissionais, a coordenação sempre disponibiliza horários de

atendimento acadêmico, o que facilita o aprendizado em sala de aula, esclarece

dúvidas do aluno, incentiva a complementação do seu estudo, orienta trabalhos para

apresentação em eventos, promove estudos dirigidos e orientação profissional, bem

como desperta o espírito crítico buscando novos desafios e a integração

professor/aluno.

10.1 ATIVIDADES DO PROGRAMA DE NIVELAMENTO

O Projeto Institucional de Nivelamento destina-se, primeiramente, aos alunos

matriculados no primeiro e segundo módulos dos cursos de Graduação do

UNIFEOB, visando possibilitar ao acadêmico recém-chegado à Instituição um

contato com novas estratégias de atendimento e formato das atividades

pedagógicas desenvolvidas para a superação de dificuldades de aprendizagem;

além de ações específicas dos cursos, em razão de necessidades pontuais

apresentadas no desempenho de aprendizagem do aluno.

As ações institucionais de nivelamento objetivam:

Possibilitar ao ingressante a revisão dos conteúdos básicos das disciplinas de

Matemática e Língua Portuguesa, enfatizando os seus fundamentos através

de estratégias de atendimento e do formato das atividades pedagógicas a

serem desenvolvidas para superação de dificuldades de aprendizagem;

Reduzir problemas como evasão ou reprovação já nas primeiras séries do

curso, ensejando a adoção de métodos pedagógicos que permitam a

reorientação do processo ensino-aprendizagem e o resgate dos conteúdos

139

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

não assimilados ou mal sedimentados pelo aluno no Ensino Médio, essenciais

ao aprendizado universitário.

As atividades dos projetos de nivelamento são organizadas e ofertadas de

forma paralela às atividades letivas dos cursos de graduação, proporcionando ao

aluno a oportunidade de superar as dificuldades à medida que se constate a

insuficiência do aproveitamento, sendo realizada a distância, sob a forma de web-

aula, em dias e horários conforme a disponibilidade do aluno, podendo apoiar-se em

textos didáticos ou gravações de áudio e vídeo ou meios eletrônicos que se

encontram disponíveis. Tal programa de nivelamento está organizado em 06

módulos, com carga horária total de 40 horas, a saber:

I - Módulos I, II e III – Língua Portuguesa;

II - Módulos I, II e III – Matemática;

10.2 ATIVIDADES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE ATENÇÃO

AO ESTUDANTE

O ingresso na Universidade pode provocar sentimentos paradoxos que vão

da euforia à disforia. Os critérios e instrumentos de avaliação não se limitam a

provas tradicionais, onde é medida apenas a memorização de conteúdos. Ao

contrário, os instrumentos são elaborados pelo conjunto do corpo docente de cada

módulo, de forma integrada, e devem fazer parte de um Contrato Didático, pactuado

entre professores e alunos, para que possam promover a integração e aumentar o

grau de confiabilidade entre alunos, professores e Instituição. A auto avaliação é um

importante componente do processo.

Dos instrumentos devem constar provas práticas e teóricas integradas,

pesquisas, relatórios de atividades e visitas técnicas, estudo de casos, diagnóstico

ou prognóstico sobre situações de trabalho e, ainda, os produtos gerados pelos

projetos desenvolvidos.

Para acompanhar o desenvolvimento das competências atitudinais, os

professores preenchem uma ficha de avaliação, onde pontuam a evolução de cada

aluno, em dois diferentes momentos do módulo. Esse processo permite que a real

140

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

situação do aluno seja acompanhada constantemente, evitando que somente seja

conhecida ao final do semestre letivo. Dessa forma, se, ao longo do semestre,

forem identificadas, tanto pelos professores como pelo próprio aluno, quaisquer

situações que dificultem o seu desenvolvimento, e que não possam ser solucionadas

no ambiente da sala de aula, a Instituição conta com o apoio de um grupo de

profissionais internos que fazem parte do NAP - Núcleo de Apoio Psicopedagógico.

Dificuldades de aprendizagem, de integração e relacionamento interpessoal e

profissional no ambiente acadêmico, problemas comportamentais estão entre os

assuntos que competem ao Núcleo.

Composto por psicólogo, pedagogo, psicopedagogo e professores, com perfis

e treinamento apropriados para atender aos objetivos específicos do setor, o NAP

constitui um serviço de prevenção e intervenção oferecido ao estudante para

melhorar sua qualidade de vida acadêmica e, consequentemente, seu processo de

aprendizagem e formação como indivíduo e profissional.

Os atendimentos podem ser individuais, por busca espontânea do próprio

aluno, ou por encaminhamento (de professores, coordenadores etc.), e coletivos

(palestras, dinâmicas, seminários, encontros com pequenos grupos), por solicitação

de professores, alunos etc.

Os procedimentos realizados pelo NAP constituem-se em importante

ferramenta para o atendimento ao aluno e identificação precoce de quaisquer

dificuldades. Dessa forma, podem ser tomadas providências para tentar reverter o

processo e evitar prejuízos que possam comprometer o seu pleno desenvolvimento.

Além da avaliação realizada pelo corpo docente, é feita uma avaliação

externa, de responsabilidade da Pró-Reitoria Acadêmica, que é aplicada para

verificação das competências e habilidades predefinidas e do desenvolvimento de

cada módulo.

141

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

11 RECURSOS HUMANOS E INFRAESTRUTURA

11.1 RECURSOS HUMANOS PARA ADMINISTRAÇÃO DO CURSO

11.1.1 COLEGIADO DO CURSO

Conforme o Regimento Geral de Colegiado de Curso, cada Curso conta com

um Colegiado de Coordenação Didática, ao qual compete definir o perfil

profissiográfico do Curso; elaborar as estruturas curriculares e suas reformulações

(quando necessárias); definir o conteúdo das disciplinas que constituem o currículo

do Curso e sua atribuição; organizar a lista de oferta e disciplinas em cada período

letivo; observando o plano curricular; promover a supervisão didática do Curso,

decidir sobre o aproveitamento de estudos e adaptação de disciplinas, mediante

requerimento dos interessados; e propor à Coordenação providências necessárias à

melhoria do ensino ministrado no Curso.

O Colegiado do curso é composto de professores e também é representado

por um membro do corpo discente. A escolha do representante discente no

Colegiado é realizada através dos acadêmicos representantes de cada série do

Curso, ou seja: cada módulo elege um representante. Após informações dadas pela

Coordenação do Curso quanto o que é e quais os objetivos do Colegiado, os

acadêmicos de cada um dos módulos dão autonomia para que entre os seus

representantes possa ser escolhido o acadêmico a participar do Colegiado.

Para apoio às atividades acadêmicas é constituído um Colegiado de Curso,

presidido pelo Coordenador e formado pelos docentes que nele ministrem aulas e

pela representação discente prevista em lei.

Cabe ao Colegiado de Curso:

a. Fixar normas gerais para o desenvolvimento dos planos de ação

pedagógica das unidades de estudo, observando o perfil do

142

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

profissional a ser formado e as diretrizes fixadas pelo projeto do

curso;

b. Aprovar os planos de ensino elaborados pelos docentes;

c. Manifestar-se sobre as propostas de aproveitamento de estudo

e adaptação de disciplinas;

d. Aprovar os horários de aula do curso;

e. Manifestar-se sobre programas e atividades complementares de

ensino, pesquisa e extensão, no âmbito do curso;

f. Manifestar-se sobre o planejamento anual das atividades do

curso.

11.1.2 CORPO TÉCNICO

O corpo técnico-administrativo, constituído pela comunidade acadêmica

interna, é composta desde a Reitoria até os diversos departamentos da instituição se

encontram sempre em consonância e à disposição para o contínuo desenvolvimento

da qualidade do curso.

No que se trata ao cotidiano em período de aula, o pessoal técnico se

encontra sempre à disposição procurando esmerar-se no atendimento aos alunos

em secretarias, laboratórios de informática, central de cópias, biblioteca, apoio de

bedéis.

Na organização e realização de eventos o curso também encontra apoio dos

diversos departamentos, desde o pessoal de custos, compras, agendamentos de

multimídia e veículos até motoristas, além dos responsáveis por áudio e vídeo.

Esses profissionais recebem da instituição treinamentos de atualização

adequados às suas competências, incentivo para cursar a graduação recebendo

bolsas de estudo, além de palestras e cursos desenvolvidos pela Instituição sobre

motivação, inter-relacionamento no ambiente de trabalho e conscientização dos

riscos inerentes à profissão por meio da SIPAT – Semana Interna de Prevenção aos

Acidentes de Trabalho.

143

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

11.2. RECURSOS FÍSICOS

O investimento em infraestrutura de seus órgãos de apoio e suplementares é

preocupação constante do UNIFEOB, a fim de dar condições para que seus

docentes e funcionários técnico-administrativos realizem um trabalho de excelência.

Da mesma forma, possibilita aos discentes condições de desenvolverem com

sucesso a sua preparação/capacitação para o exercício profissional.

A expansão física para atender a crescente demanda por ambientes bem

dimensionados, iluminados e ventilados, tem sido feita continuamente, com a

aprovação de projetos perante os órgãos competentes, proporcionando melhorias ao

atendimento do corpo docente e discente.

A utilização, a manutenção e a conservação da infraestrutura física,

instalações e obras são administradas pelo Setor de Patrimônio e Manutenção.

Assim, o espaço físico do UNIFEOB em seu atendimento geral como específico para

o curso de Letras oferece:

Segurança, adaptações de infraestrutura física de área externa e interna para

pessoas com necessidades especiais;

Prédios equipados para combate a incêndio com hidrantes, extintores e

alarmes em acordo com as normas do Corpo de Bombeiros;

Salas de aula e áreas de circulação com iluminação de emergência com

autonomia de duas horas;

Iluminação - iluminação natural e artificial;

Ventilação - Ventilação Natural - acima de 1/5 da área de piso (Código

Sanitário Estadual);

Acústica das Salas de aula. As salas acima de 50 alunos recebem

equipamentos de áudio Caixas de som e microfone;

Em função de melhor conforto térmico são instalados ventiladores de parede

com proteção em todas as salas;

Salas equipadas com ar condicionado de acordo com as normas ABNT;

144

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Todas as salas e áreas de circulação e atendimento possuem iluminação de

emergência com autonomia de duas horas;

Cada Campus possui uma brigada de incêndios, treinada e habilitada a

executar os primeiros socorros;

Todos os prédios são equipados com alarmes monitorados por uma central,

Uma equipe terceirizada faz a vigilância e segurança dos Campi durante 24

horas, munidos de rádios de comunicação e veículos para ronda;

O Campus II se encontra todo cercado e, para adentrá-lo, deve-se identificar

junto à guarita de entrada;

Todos os campi do Unifeob possuem equipes de segurança com carros e

motos que circulam regularmente durante os períodos matutino, vespertino e

noturno;

Há nos campi hidrantes para entrada de bombeiros e outras necessidades.

11.2.1 LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA

Com finalidade de atender as necessidades pedagógicas do curso, o Campus

II possui salas de aulas teóricas, laboratórios de informática.

Atualmente, os dois campi possuem laboratórios de informática para

utilização dos alunos, equipados com computadores e equipamentos de alto

desempenho e de última geração e todos com acesso à internet (aproximadamente

cem computadores só no campus I). Os alunos têm acesso utilizando um login (RA)

e uma senha escolhida por eles. Esse espaço é de livre trânsito dos discentes e

constitui-se um local para a realização de trabalhos de pesquisa via web.

Muitos docentes podem utilizar dos laboratórios de informática para

realização de aulas, utilizando-se softwares específicos para aulas simuladas.

11.2.2 BIBLIOTECA

As Bibliotecas Central e Setorial do UNIFEOB dispõem de nove auxiliares de

biblioteca e uma bibliotecária.

145

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

As Bibliotecas do UNIFEOB estão diretamente subordinadas à Pró-Reitoria

Acadêmica e têm como objetivo proporcionar o aprimoramento intelectual de seus

usuários, graduandos, pós-graduandos, colaboradores, professores, bem como

auxiliar a sociedade na busca por novos conhecimentos. Para tanto, as Bibliotecas

dispõem de acervo informatizado e tombado junto ao patrimônio da instituição. Com

essa estrutura, visa apoiar as atividades de ensino, pesquisa e extensão por meio de

seu acervo e dos seus serviços.

Na função educativa, busca orientar seus usuários na utilização da informação

e enfatizar o acesso ao conhecimento disponível para o desenvolvimento de

competências informacionais e de pesquisa que são importantes para a formação

profissional. Neste foco, as atividades realizadas pela biblioteca estão divididas na

aquisição, processos técnicos, orientação em pesquisa e atendimento ao usuário.

As requisições para aquisição de livros, CDs, DVDs e vídeos, assim como

assinatura de periódicos são de fluxo contínuo, podem ser solicitadas a todo tempo,

entretanto a grande concentração de pedido dá-se ao final do ano para aquisição no

início do próximo ano letivo. Tal fato justifica-se, pois é nesse período que os

professores fazem o planejamento e solicitam mudanças e atualizações de

bibliografias.

A Biblioteca Central dispõe de uma área total de 955,05m2 estruturada para

atender as necessidades dos usuários. Na área destinada ao guarda-volumes,

encontram-se 84 armários individuais para a guarda dos materiais dos visitantes; 1

recepção para o empréstimo com 2 computadores e 1 para devolução; ínsula com 8

computadores para pesquisa; 2 computadores com terminais para pesquisa do

acervo; rede wifi; ar-condicionado; 1 sala de leitura com 12 títulos de revistas

generalistas e 4 títulos de jornais; 10 estantes com materiais em Braille e 1 máquina

de escrita Braille; 1 sala de projeção com tv, vídeo e dvd; área administrativa com 1

sala de processamento técnico com 4 computadores e 1 impressora a laser.

A Biblioteca Setorial conta com uma área total de 423,60m2. O guarda-volumes

possui 60 armários individuais; 1 recepção para empréstimo e devolução com 4

computadores, 1 área com 10 computadores para pesquisa; 2 computadores com

terminais para pesquisa ao acervo; 10 ventiladores nos corredores destinados ao

146

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

acervo; 1 sala de leitura com 12 títulos de revista generalistas e 1 título de jornais, 4

salas de vídeo com tv, vídeo e computadores com acesso à internet.

O acervo é constituído por livros e periódicos indicados pelos docentes das

unidades de estudo e pela coordenação do curso, que se destina a atender as

bibliografias básica e complementar. O material bibliográfico está disposto em

estantes de aço, com 06 prateleiras em média. A ordem de classificação CDU (

Classificação Decimal Universal), A identificação pela lateral e parte frontal das

prateleiras, com sequência numérica correspondente, facilita a orientação aos

usuários.

Todos os serviços que a Biblioteca UNIFEOB oferece estão disponíveis aos

alunos e professores de forma virtual. A consulta do acervo físico está disponível no

portal institucional.

Na expansão dos serviços oferecidos os usuários contam, ainda, com duas

Bibliotecas Virtuais que integram uma grande variedade de livros digitais nas

diferentes áreas de conhecimento: a Biblioteca Virtual Pearson e a plataforma digital

Minha Biblioteca. No total, são disponibilizados mais de 9.000 títulos virtuais que

podem ser acessados 24 horas por dia pelos graduandos, pós-graduandos,

professores e funcionários.

Pensando no pleno desenvolvimento acadêmico dos alunos do Curso de

Letras, incorporaram-se ao acervo virtual links de periódicos on line, que vêm

agregar conhecimento e proporcionar maior conforto e facilidade de acesso à

comunidade acadêmica. Essas ferramentas integram as opções de serviços

oferecidos, que facilitam o acesso da comunidade acadêmica ao conhecimento

intelectual.

A Biblioteca Setorial, responsável pelo acervo destinado ao curso de Letras

tem se mantido atualizada no que se refere à formação geral e específica do

professor da área de Letras.

O acervo é constituído por livros e periódicos indicados pelos docentes das

unidades de estudo e pela coordenação do curso.

Tais livros e periódicos são utilizados como bibliografia básica e bibliografia

complementar às unidades de estudo.

Total de Materiais Bibliográficos Biblioteca Central:

147

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Biblioteca CENTRAL

Categorias Livros CDs Vídeos Teses Periódicos

Total de Títulos 12005 507 186 1726 252

Total de Exemplares 29374 694 222 1729 16626

Total de Materiais Bibliográficos Biblioteca Setorial:

Biblioteca SETORIAL

Categorias Livros CDs Vídeos Teses Periódicos

Total de Títulos 18821 163 271 3483 1091

Total de Exemplares 33536 283 321 3917 23184

Obras em Formato Braile

Total de Títulos 278

12 AVALIAÇÃO

12.1 AVALIAÇÃO DO ENSINO APRENDIZAGEM

Como princípio do Projeto Pedagógico Institucional - Formação por

Competências - a avaliação do aluno não tem caráter punitivo, mas sim o de aferir,

não somente os conhecimentos adquiridos, como também competências e

habilidades que se desenvolvem ao longo do curso. As práticas avaliativas devem

ser vistas como um processo contínuo tendo, como prioridade, proporcionar

feedback ao aluno para que ele tenha o domínio dos passos a serem seguidos,

dentro de uma sequência de conteúdos e temas integrados que lhe permita

desenvolver, priorizando os aspectos qualitativos relacionados ao processo de

aprendizagem e ao desenvolvimento.

O processo de avaliação deve, também, assegurar condições para que o

aluno supere eventuais dificuldades de aprendizagem diagnosticadas durante o

148

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

desenvolvimento de cada módulo do curso. Os alunos devem participar ativamente

do processo, inclusive com formas de autoavaliação, para que possam acompanhar

a evolução de sua aprendizagem e a aquisição de competências, bem como

identificar pontos a serem aprimorados, prática considerada imprescindível à

aprendizagem com autonomia.

Os critérios e instrumentos de avaliação não se limitam a provas tradicionais,

onde é medida apenas a memorização de conteúdos. Ao contrário, os instrumentos

são elaborados pelo conjunto do corpo docente de cada módulo, de forma integrada,

e consta de provas práticas e teóricas, pesquisas, relatórios de atividades e visitas

técnicas, estudos de casos, diagnóstico ou prognóstico sobre situações de trabalho

e, ainda, os produtos gerados pelos projetos desenvolvidos. Para acompanhar o

desenvolvimento das competências atitudinais, os professores preenchem uma ficha

de avaliação, onde se pontua de 0 a 1,5, a transformação de cada aluno, em três

diferentes momentos do andamento do módulo.

Sugere-se aos docentes do curso de Letras, a adoção de diversos

instrumentos de avaliação, que favoreçam o desenvolvimento inter e multidisciplinar

e não a segmentação. Sugere-se ainda, que se privilegiem questões do tipo

“situações-problema” para que o aluno tenha noção do todo. Ela deve levar o aluno

a pensar, fazendo com que, na resposta, ele demonstre saber raciocinar,

compreender e interpretar a questão proposta.

Além da avaliação realizada pelo corpo docente, existe uma preocupação

institucional com o desenvolvimento completo do futuro egresso. Nesse sentido, são

desenvolvidas avaliações externas, de responsabilidade da Pró-Reitoria Acadêmica

e do Núcleo Docente Estruturante do curso. Tais avaliações têm como objetivo

principal desenvolver nos alunos competências necessárias para importante

posicionamento diante dos acontecimentos gerais, questões sociais, políticas,

econômicas e ambientais além de debates sempre atualizados sobre a produção de

conhecimento específico debatido em cada módulo (onde também se pontua de 0 a

1,5).

Em síntese, o sistema de avaliação é composto de três frentes:

1ª FRENTE (15%)

149

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Competências e habilidades dos módulos e do curso

Uma avaliação diagnóstica preparada por cada professor do módulo no início do

semestre.

Avaliação diagnóstica coletiva do colegiado do módulo.

Análise do desenvolvimento de cada aluno até o final do módulo.

Novas avaliações diagnósticas para verificação de cada processo de

aprendizagem.

2ª FRENTE (70%)

Competências e habilidades específicas das Unidades de Estudo

Contrato didático firmado entre docentes e discentes: Lembrando que tal contrato

pode conter vários indicadores: presença, pontualidade; participação,

comprometimento; provas práticas e teóricas; pesquisas; relatórios;

autoavaliação, entre outros.

3ª FRENTE (15%)

Avaliação externa aplicada para verificação do desenvolvimento do curso e

das competências e habilidades gerais e específicas definidas para os módulos.

Nesse sentido, as avaliações são processuais e contínuas de forma que o

docente busque adequar seu planejamento e estratégias de acordo com o

desenvolvimento dos alunos, além de constituir-se em momento de aprendizado,

não ficando restritas a “tarefas” burocráticas para classificar os alunos, mas, ao

contrário, caracteriza-se como uma forma de aprendizado relacionado aos objetivos

de cada disciplina buscando desenvolver nos alunos as competências gerais e

específicas que se objetiva despertar nos egressos deste curso.

Ao término de cada módulo, o aluno deverá obter média igual ou superior a

7.0 (sete) e 75% (setenta e cinco por cento) de frequência, para obtenção da

aprovação em cada unidade de estudo, respeitadas as Resoluções do Conselho de

Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE).

150

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

12.2 AUTOAVALIAÇÃO DO CURSO

Segundo a proposta deste Projeto Pedagógico, a avaliação do curso de

Letras deve constituir processo de aperfeiçoamento contínuo e de crescimento

qualitativo, portanto deve ser de natureza construtiva.

O processo de avaliação deve pautar-se:

a. Pela coerência das atividades quanto à concepção e aos objetivos

do projeto pedagógico e quanto ao perfil do profissional formado

pelo curso;

b. Pela validação das atividades acadêmicas por colegiados

competentes;

c. Pela orientação acadêmica individualizada;

d. Pelo reconhecimento da atuação sistemática do coordenador do

curso;

e. Pela aplicação de padrões reconhecidos de qualidade quanto à

estruturação orgânica do currículo, quanto aos conteúdos

caracterizadores ministrados, quanto à constituição do corpo

docente, em termos de qualificação, regime de trabalho e produção

acadêmica, e quanto à biblioteca, não só quanto à atualização do

acervo, mas também à disponibilidade de obras de referência e

periódicos;

f. Pela adoção de instrumentos variados e avaliação interna;

g. Pela disposição permanente de participar de avaliação externa.

Para efetivar tal processo de avaliação sobre o desenvolvimento do curso, o

colegiado de curso realiza, em todos os semestres, reuniões de debate sobre a

autoavaliação do curso e define diretrizes para a melhora constante do

desenvolvimento das ações de ensino, pesquisa e extensão do curso.

151

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

12.3 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

De acordo com as normas institucionais e, atendendo aos procedimentos do

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES/INEP), o curso de

Licenciatura em Letras é submetido aos processos de avaliação interna da

instituição, de sistematização e de coleta de informações, conduzidos por sua

Comissão Própria de Avaliação (CPA). Essa avaliação é composta por uma série de

processos autoavaliativos que permitem o levantamento e a análise das

necessidades e deficiências da Instituição, do curso, dos docentes e alunos.

Na execução desses processos autoavaliativos são sempre considerados os

aspectos indicados nas dimensões estabelecidas pelo INEP para a avaliação das

condições de ensino dos cursos oferecidos, sendo estes:

O projeto pedagógico (o ensino, a pesquisa, a extensão e sua inter-

relação com a sociedade);

A infraestrutura (instalações e serviços), os recursos humanos (o corpo

docente, discente e técnico-administrativo) e os equipamentos e materiais

disponíveis (aspectos quantitativos e qualitativos);

A gestão administrativa (sistemáticas adotadas nos procedimentos

acadêmicos).

Os resultados são discutidos entre todos os membros da comunidade

acadêmica da Instituição, incluindo o corpo discente, para que sejam adotadas

soluções no sentido de vencer as dificuldades e atender às necessidades

apontadas.

Entre os instrumentos e procedimentos efetivados pela CPA encontram-se o

diagnóstico do perfil dos ingressantes, a pesquisa entre alunos cursando o último

semestre letivo e entrevistas com ex-alunos. Os resultados obtidos são importantes

para orientar a organização curricular dos cursos, o planejamento das disciplinas

com seus conteúdos e atividades, as competências e habilidades que deverão ser

adquiridas, visando a contemplar a formação integral de seus egressos.

152

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

Os resultados dessa autoavaliação, segundo as orientações da Comissão

Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES), devem servir como

subsídios para o planejamento de novas ações voltadas ao desenvolvimento

institucional e à revisão dos procedimentos acadêmicos e administrativos que,

eventualmente, forem identificados como deficitários.

12.4 AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO

A construção de um Projeto Pedagógico para o curso não se esgota na

sua formalização escrita. Considerando o fato de que o projeto somente ganha

sentido quando em sintonia permanente com a realidade cotidiana, vivenciada pelos

sujeitos sociais que fazem parte da instituição, e ainda considerando que tal

realidade se constitui de um dinamismo que a torna imprevisível, inacabada e

mutável. O Projeto Pedagógico não pode ser visto como inerte pronto e acabado. Ao

contrário, igualmente a esta realidade que objetiva configurar, também deve estar

revestido de uma dinamicidade e mutabilidade real, sem as quais o mesmo não se

sustentará.

O Projeto Pedagógico proposto para o Curso de Licenciatura em Letras -

Português demandará constante acompanhamento a fim de assegurar a coerência

necessária entre os seus princípios e suas realizações cotidianas. Nesse sentido,

será imprescindível que se realize avaliação permanente.

Na gestão do Projeto Pedagógico, o Colegiado de Coordenação do Curso

tem importante papel atuando em diferentes aspectos e estimulando o debate em

torno de seus eixos centrais, promovendo, dessa forma, um processo permanente

de construção, execução e avaliação do curso.

Os instrumentos dessa avaliação serão as reuniões de Colegiado e os

cursos e oficinas de aperfeiçoamento docente, quando professores, gestores e

acadêmicos trocam informações e opiniões acerca do Projeto Pedagógico,

desenvolvendo e propondo ações que contribuam para a melhoria dos cursos.

153

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

12.5 CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO, RETENÇÃO E DEPENDÊNCIAS

O sistema de progressão do curso de licenciatura em Letras, assim como em

todas as licenciaturas segue o procedimento descrito na Portaria n.º 05, de 17 de

dezembro de 2012:

1. Para a integralização o aluno deverá estar aprovado em todos os módulos

cursados, além de cumprir com todas as obrigações e componentes curriculares

estabelecidos na matriz curricular e de acordo com as normas Estatutárias e

Regimentais.

2. O aluno deverá seguir a ordem determinada dos módulos, obedecendo as regras

de sua entrada.

2.1 Os alunos que iniciarem no 1º semestre do ano letivo seguirão a seguinte

sequência: 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º módulos (licenciaturas). 2.2 Os alunos que iniciarem

no 2º semestre do ano letivo seguirão a seguinte sequência: 2º, 1º, 4º, 3º, 6º, 5º

módulos.

3 O aluno que for reprovado em até duas unidades de estudo que compõem o

respectivo módulo será aprovado, porém, as unidades reprovadas deverão ser

cursadas em regime de dependências nos módulos seguintes.

4 O aluno não promovido por ter sido reprovado em 3 ou mais unidades de estudo

referentes a um único módulo ou a módulos anteriores, deverá cursar novamente as

unidades reprovadas nos módulos que serão oferecidos.

5 O aluno não promovido em módulos iniciais deverá cursá-lo novamente nos

semestres seguintes, desde que seja ofertado, caso o mesmo não seja oferecido o

aluno deverá cursá-lo assim que for ofertado.

6 O aluno deverá matricular-se no quinto ou sexto módulos após ter sido aprovado

em todas as unidades de estudos que compõem os 4 módulos iniciais, podendo

154

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

cursar até duas unidades de estudo em regime de dependência e continuar a

progressão.

7 Nos cursos de licenciaturas, existe a possibilidade que o aluno faça o quinto

módulo antes do quarto, porém o aluno deverá estar aprovado nos três módulos já

cursados.

155

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este documento resulta de um trabalho consciente, coletivo e participativo

de todos os envolvidos no processo educacional: professores, coordenação, Pró-

Reitoria acadêmica e alunos. Para sua elaboração foram utilizados, como referência

fundamental, os seguintes documentos: Coletânea de Ordenamentos Legais

Internos do Centro Universitário – UNIFEOB; Plano de Desenvolvimento Institucional

(PDI); Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394, de 20/12/1996 e as

propostas de reformulação para a educação superior em nível mundial anunciadas

pela UNESCO, através do documento “Tendências da Educação Superior para o

Século XXI”.

Além desses referenciais, o nosso Projeto Pedagógico do Curso (PPC)

de Letras- Português/Licenciatura congrega as diversas contribuições recebidas da

comunidade acadêmica interna e externa. Dessa forma, todos os envolvidos com a

educação no UNIFEOB contribuem para o sucesso do processo ensino-

aprendizagem ofertado pelo Curso.

O Projeto Pedagógico é para o curso de Licenciatura em Letras do Unifeob

como uma referência para o desenvolvimento de uma política educacional voltada à

formação do professor de Português enquanto profissional da educação.

O PPC não é o resultado finalizado, mas o horizonte delineado a partir de

encontros realizados entre a comunidade acadêmica para sua construção

participativa a partir de discussões e reflexões sobre a formação do professor para o

mercado de trabalho com consciência política sobre sua responsabilidade como

educador na transformação social.

O referido projeto busca identificar e apresentar aspectos relevantes e

essenciais para o desenvolvimento de um ensino superior de qualidade, apontando

a concretização do mesmo, a partir dos envolvimentos de todos no que se refere às

ações a serem praticadas.