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DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3846 | SEGUNDA-FEIRA, 05 DE SETEMBRO DE 2011 WWW.JTM.COM.MO AO SERVIÇO DE MACAU DESDE 1982 Tribuna de Macau Jornal 10 PATACAS Tufão já provocou 20 mortos e 50 desaparecidos no Japão O tufão Talas já causou pelo menos 20 mortos e 50 desaparecidos no oeste do Japão, fustigado por chuvas torrenciais e ventos fortes, indicaram os meios de comunicação e autoridades japonesas. Com ventos superiores a 100 quilómetros por hora, o Tufão atingiu o Japão no sábado e provocou inundações e deslizamentos de terras na ilha de Shikoku e na parte oeste de Honshu. Segundo a agência de notícias Kyodo, 3.600 pessoas ficaram isoladas devido a deslizamentos de terras e quedas de pontes. Cerca de 30 mil pessoas foram evacuadas no oeste do Japão, de acordo com a agência nacional de gestão de catástrofes. As cadeias de televisão japonesas mostraram casas de madeira esmagadas debaixo de deslizamentos de terras, bem como torrentes de lama a cobrir ruas e arrastando automóveis. Directora do FMI adverte para “iminência” de recessão A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, advertiu ontem para o risco da economia mundial poder estar na “iminência” de entrar em recessão. Numa entrevista publicada pela revista alemã “Der Spiegel”, Cristine Lagarde veio avivar os receios recentemente expressos pelo director-geral do Banco Mundial, Robert Zoellick, que partilha da ideia sobre o risco de “uma forte desaceleração” do crescimento económico global e da possibilidade de ocorrer uma nova recessão. No entanto, Lagarde afirmou também que ainda se está a tempo de “a evitar”, embora “a capacidade de agir seja agora menor do que há dois anos”. “As opções e as medidas para os governos e os bancos centrais são presentemente menores do que eram em 2009, mas se os diferentes bancos centrais, governos e as organizações internacionais trabalharem em cooperação, poderemos evitar uma recessão”, salientou. “Macau é a plataforma ideal” para formação em Português MARIA JOSÉ GROSSO EM ENTREVISTA AO JTM “Kaifong” pedem concessão de mais licenças para táxis PÁG 4 Santa Casa regista nova quebra nos pedidos de apoio para propinas PÁG 5 Família Estorninho indignada após agressão a menor PÁG 7 PÁGS 2 E 3

JTM 05-09-2011

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Jornal Tribuna de Macau

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Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3846 | seguNDa-feira, 05 De setembro De 2011

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

Tufão já provocou 20 mortos e 50 desaparecidos no Japão o tufão talas já causou pelo menos 20 mortos e 50 desaparecidos no oeste do Japão, fustigado por chuvas torrenciais e ventos fortes, indicaram os meios de comunicação e autoridades japonesas. com ventos superiores a 100 quilómetros por hora, o tufão atingiu o Japão no sábado e provocou inundações e deslizamentos de terras na ilha de shikoku e na parte oeste de Honshu. segundo a agência de notícias Kyodo, 3.600 pessoas ficaram isoladas devido a deslizamentos de terras e quedas de pontes. cerca de 30 mil pessoas foram evacuadas no oeste do Japão, de acordo com a agência nacional de gestão de catástrofes. as cadeias de televisão japonesas mostraram casas de madeira esmagadas debaixo de deslizamentos de terras, bem como torrentes de lama a cobrir ruas e arrastando automóveis.

Directora do FMI advertepara “iminência” de recessãoa directora-geral do fundo monetário internacional (fmi), christine lagarde, advertiu ontem para o risco da economia mundial poder estar na “iminência” de entrar em recessão. Numa entrevista publicada pela revista alemã “Der spiegel”, cristine lagarde veio avivar os receios recentemente expressos pelo director-geral do banco mundial, robert Zoellick, que partilha da ideia sobre o risco de “uma forte desaceleração” do crescimento económico global e da possibilidade de ocorrer uma nova recessão. No entanto, lagarde afirmou também que ainda se está a tempo de “a evitar”, embora “a capacidade de agir seja agora menor do que há dois anos”. “as opções e as medidas para os governos e os bancos centrais são presentemente menores do que eram em 2009, mas se os diferentes bancos centrais, governos e as organizações internacionais trabalharem em cooperação, poderemos evitar uma recessão”, salientou.

“Macau é aplataforma ideal”para formaçãoem Português

MARIA JOSÉ GROSSO Em ENtREVIStA Ao jtm

“Kaifong” pedemconcessão de mais licenças para táxis

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Santa Casa registanova quebra nos pedidosde apoio para propinas

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Família Estorninhoindignada apósagressão a menor

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PáG 02 segunda-feira, 05 de setembro de 2011 JORnAl tRIbunA de MAcAu

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Paulo Barbosa e Viviana Chan • Editor Multimédia: Pedro André Santos • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, José Simões Morais, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] e [email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

JORnAl tRIbunA de MAcAu

local“A própria noção de ensinar e divulgar a língua sempre foi tida como uma tarefa menor. Sempre foi tido como algo que não era muito importante e que não exigia cientificidade” - Idem

“Penso que o planeamento linguístico muitas vezes não está de mãos dadas com os professores de língua. Não conhece o que pensam os próprios formadores, os pais dos alunos...” - Maria José Grosso

mARIA joSÉ GRoSSo Em ENtREVIStA

“Devia haver uma ligação entre instituições”Ninguém faz nada sozinho e o mesmo acontece com as instituições. É o recado deixado por Maria José Grosso, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que defende uma maior união entre as instituições de Macau para a promoção da língua portuguesa. O território pode vir a ser a “plataforma ideal”, sobretudo devido às boas relações com os diferentes países lusófonos. Mas há aspectos em falta, alerta a directora do Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira, em entrevista ao JTM. Avaliar resultados é essencial para que se tracem acções futuras

Há quem defenda que Macau pode vir a ser uma plataforma para os professores chineses que

ensinam português. Quais são os passos que devem ser dados nesse sentido?

- Não podemos dizer agora os passos são estes.... Não há passes de mágica. Mas de facto há algo que ajuda muito e que tenho repetido várias vezes: a divulgação da língua ou como se perde num contex-to são factores que já estão estudados. Sa-bemos que os factores mais importantes são o número de falantes, a distribuição geográfica, o peso económico e relaciona-do com este último o desenvolvimento científico e tecnológico. Mas depois há uma série de outros factores que apesar de darem a sensação de não terem gran-de peso, muitas vezes fazem despoletar o aumento considerável do interesse por uma determinada língua. Ou seja, exis-tem factores imprevisíveis. De um modo geral, há alguns anos, aqui em Macau um dos factores que as pessoas indicavam era o trabalho, correspondia à principal moti-vação para estudar português. Apesar de nós termos essa ideia pré-concebida que as pessoas aqui estudam apenas por uma motivação extrínseca, ao longo dos anos tenho verificado que obviamente o portu-guês é como todas as línguas. Por exem-plo, quando estive em Pequim o que vi é que muitas pessoas que lá estavam fala-vam com muita emoção da língua portu-guesa, de Portugal e da gente portuguesa. E isto tem a ver com toda essa outra moti-vação e beleza que uma pessoa pode sen-tir ao estudar a língua, por várias razões e que não tem apenas a ver com a razão extrínseca que falava anteriormente. Isto significa que há algo mais importante que é a ligação aos contextos onde se fala por-tuguês e às pessoas que falam a língua.

- Mas de que forma é que Macau pode chamar a si esse papel?

- Há três vertentes importantes na política de divulgação de uma língua. A primeira é o efeito de divulgar essa língua. E como é que se divulga essa língua? Há um primeiro passo que é a

formação de professores e até de forma-dores. O que estamos a falar não é só de formação de professores mas essencial-mente de formação de formadores, isso é muito importante. E hoje há muitos meios para fazer esse tipo de formação, sem ser presencial, mas considero que o mais importante é sempre a ligação às pessoas, a interacção. Outro ponto im-portante é a investigação. A par da com-ponente pedagógica tem de haver o con-teúdo científico. Não pode haver ensino e aprendizagem de uma língua, sem esse substrato. O terceiro aspecto é a elabora-ção de manuais e materiais, algo que é falado há muitos anos.

- Esses objectivos podem ser concre-tizados apenas com o interesse de uma instituição ou é necessário a união das instituições académicas do território?

- Hoje as instituições não conse-guem fazer nada sozinhas. É desta in-teracção que nascem novas ideias. Aqui em Macau eu gostaria de dizer que se calhar não deviam ser só a Universidade de Macau, o Instituto Politécnico de Ma-cau, o Instituto Português do Oriente... deveria haver uma ligação entre institui-ções para um objectivo comum. Se me perguntarem se Macau tem potenciali-dades para ser um centro de formação, já há muito tempo que dizemos que Macau é um laboratório vivo de várias línguas onde se pode fazer investigação, forma-ção... Como plataforma de formação, sem dúvida, há aqui melhores condições do que noutros locais. Não há recursos humanos, mas possui facilidades de re-lação com Portugal, Brasil, bem como com outros países lusófonos. Há aqui uma confluência desses contextos e, nes-se sentido, é a plataforma ideal. Porquê? Primeiro porque quando a pessoa está fora do seu meio, vemos algo no estudo da língua que antes não víamos. É preciso colocar as questões: o desenvolvimento da língua portuguesa vai contribuir para quê? O que é que se pretende com este desenvolvimento? E vamos imaginar ao contrário: será que uma língua pode tirar

o lugar a outra? Não, há lugar para vá-rias línguas, mas tudo depende de como a pessoa as vê. Há um conceito muito in-teressante, que ainda não está posto em prática que é o conceito de língua adopti-va. As pessoas além da língua materna e da língua estrangeira que estudam na es-cola deveriam estudar uma língua com a qual tivessem uma relação efectiva. Acho que é uma aventura e é importante as pessoas verem o lado cultural espelha-do pela língua. A própria cultura tem de ser explicitada. A gestão do quotidiano implica um conhecimento sociocultural. Isso é muito importante porque muitas vezes até os próprios materiais quando são feitos e não há o conhecimento desta questão estão a negar o desenvolvimen-to da diversidade linguística e cultural. Em determinados lugares onde há duas línguas fortes, neste caso temos o chinês e depois o português, uma vez que nós queremos que a língua portuguesa possa ser divulgada os próprios materiais de-veriam ter os dois idiomas ou deveriam ser pensados por autores que dominem as duas línguas. Porque há uma cultura de aprendizagem, o modo como as pes-soas aprendem são diferentes. Tudo está interligado e, muitas vezes, as pessoas que estão ligadas a esta área partem para formação ou para esta área e não conhe-cem a realidade, o público, os contextos. Cada vez mais acho que o trabalho de interacção e ligação das próprias institui-ções é fundamental.

- E da parte de Portugal existe es-forço para uma verdadeira internacio-nalização da língua?

- Acho que Portugal, sendo um país pequeno, dentro daquilo que é possível, investiu muito na educação durante es-tes anos. Quer as pessoas concordem ou não, entendo que de facto houve um investimento na educação, para o desen-volvimento da diversidade linguística e cultural, para que fossem oferecidas vá-rias línguas na escola. Como todos nós sabemos, a educação, e também a edu-cação em línguas, não é uma tarefa fácil.

Por um lado, acho que Portugal sempre pensou na própria língua como língua internacional, mas a sua aplicação é que se calhar não teve muito sucesso, não foi bem sucedida. E, se calhar não foi, por-que muitas vezes a par da política lin-guística ou quem faz política de língua não tem em consideração os factores que os próprios linguistas e os professores sabem, por estarem a par da realida-de. Normalmente, é feito de uma outra maneira. Penso que o planeamento lin-guístico muitas vezes não está de mãos dadas com os professores de língua. Não conhece o que pensam os próprios for-madores, os pais dos alunos...

- Então quais são os critérios?- Não sei quais são. O que eu pen-

so é que os critérios importantes acabam por ter um peso muito ténue. A própria noção de ensinar e divulgar a língua sempre foi tida como uma tarefa menor. Sempre foi tida como algo que não era muito importante e que não exigia cienti-ficidade. Quando nós ensinamos a nossa própria língua a ideia que muitas vezes transmite é que de facto a língua sendo um prolongamento de nós próprios, en-tão não tem assim grande interesse. Dizer que se é linguista tem um peso diferente de se dizer que é professor de português como língua estrangeira. Isso tem a ver com o próprio estatuto de professor, e não é só em Portugal.

- Qual devia ser a abordagem, por exemplo, do Instituto Camões?

- Certamente o Instituto Camões vai encontrar o melhor caminho para actuar. Como referi, muitas vezes isso não tem só a ver com a vontade das pessoas, com o trabalho. Tem a ver também com vá-rias condições, europeias e até mundiais, bem como com o próprio caminho que a divulgação da língua portuguesa pode levar em Portugal. Houve agora uma mu-dança, não sei como vai o procedimento.

- No que toca à promoção do idio-ma luso em Macau, Portugal tem feito o suficiente?

- Por muito que se tenha feito, em promoção e divulgação, temos sempre a sensação que há mais alguma coisa a fazer. A grande questão que eu posso referir é que muitas vezes não é pela quantidade de coisas que se faz, porque se formos por aí acho que foi feita mui-ta coisa em Macau. O mais importante é avaliar os resultados e a concertação das acções, a maneira como se faz. Quantida-de existe, mas há que gerir entre si o que é que se faz e como se faz. E depois deve acontecer uma avaliação. Isso não tem a ver só com Macau, tem a ver com a pró-pria educação no geral, se não estamos sempre a recomeçar. Há muita coisa que poderia ser repensada. Muitas vezes, in-felizmente, nesta avaliação não entram critérios rigorosos que podem contri-buir para o desenvolvimento em geral. Como todos nós sabemos, entram ao in-vés disso critérios de quezílias pessoais, institucionais...e depois vamos continu-ando tipo muro de lamentações, e não se faz... Que era possível existir uma avalia-ção, acho que sim. *com A.S.S.

raquel carvalho*

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local“O que me emocionou [em Pequim] foi outras pessoas estarem a falar da minha própria língua mas com um afecto muito especial. Talvez o mais embaraçoso é que essas mesmas pessoas pediam ajuda” - Ibidem

“Tendo em conta a realidade que eu encontrei na altura, sinto que hoje há uma transformação muito grande [do ensino superior], completamente diferente. E nesse sentido muito positiva” - ibidem

Se lhe contassem há 20 anos que a China queria aprender português, Maria José Grosso, antiga directora do Centro de Línguas do Instituto de Português do Oriente, provavelmente não acreditaria. Agora que assiste ao fenómeno, mantém-se prudente, mas entende que o crescimento da língua é “promissor”. Do regresso a Macau e da passagem por Pequim, leva a emoção contida de quem vê outros a amarem um idioma que não é seu à nascença. A doutorada em linguística aplicada fala ainda da relação entre as comunidades chinesas radicadas em Portugal e o idioma luso

Do que pôde ver ao longo das últimas semanas, como avalia o ensino do português na Chi-

na?- Foi um momento muito especial

aquele que foi vivido na comemoração dos 50 anos do curso de língua portu-guesa na Universidade de Estudos Es-trangeiros de Pequim. Vi um grupo de pessoas muito motivadas pela língua portuguesa, extremamente afectuosas. As pessoas que lá estavam falavam muito bem português, faziam uma tra-dução muito rápida. O que me emocio-nou foi outras pessoas estarem a falar da minha própria língua mas com um afecto muito especial. Talvez o mais embaraçoso é que essas mesmas pesso-as pediam ajuda. A falar que precisam de mais professores, de mais contacto com Portugal, mais visitas...querem es-tudar e saber mais. Muitos alunos por-tugueses deveriam estar aqui para ver a ligação que estas pessoas têm com o próprio objecto de estudo, até a ma-neira como se expressavam, a maneira como se ligavam ao português era di-ferente.

- Mas em termos qualitativos, en-controu bons níveis?

- Eu não tenho essa investigação e análise feitas. Não gostaria de falar de cor. Nós deveríamos ter um estudo sobre quantas pessoas aqui em Macau por exemplo atingem os níveis C1 e C2 (níveis avançados de proficiência lin-guística, de acordo com ‘Quadro Co-mum Europeu de Referência para as Línguas’). Certamente serão bastantes

porque nós sabemos que há traduto-res e que há colegas que ensinam essa língua. Logo há um número suficien-temente grande que atinge esse nível mais elevado.

- Foi professora aqui em Macau durante 10 anos. Nota uma evolução no ensino superior na RAEM, espe-cialmente no ensino do português?

- Acho que houve de facto uma transformação muito grande. Cheguei a Macau no final de 1989, em que não havia uma licenciatura e muito me-nos estudos pós-graduados em portu-guês. O grande divulgador da língua portuguesa na altura era o chamado Centro de Difusão de Língua Portu-guesa. Tendo em conta a realidade que eu encontrei na altura, sinto que hoje há uma transformação muito grande, completamente diferente. E nesse sen-tido muito positiva. Até porque tam-bém tem sido feita uma investigação em áreas pluridisciplinares, não só na aprendizagem das línguas. Tem havi-do estudos e desenvolvimentos não só na linguística teórica como numa área querida da linguística aplicada que é a aquisição. Portanto, há várias áreas complementares e que de facto têm tido um papel importante no desen-volvimento da língua e cultura portu-guesas. E isso é sempre fundamental porque é o tal efeito multiplicador.

- É membro da Comissão Científi-ca Consultiva de Estudos Asiáticos da Universidade de Lisboa, existe a maré contrária, muitos portugueses tam-bém estão a interessar-se por apren-der mandarim?

- Noto. Há uma doutoranda mi-nha que é professora de chinês na Fa-culdade de Letras da Universidade de Lisboa e explica muitas vezes que tem havido um aumento significativo de pessoas a quererem aprender e falar mandarim. A questão é que o estudo desta língua exige que faça um estudo apurado de pelo menos duas horas por dia. E isso muitas vezes leva a que as pessoas não continuem a desenvolver a aprendizagem da língua chinesa por-que é necessário tempo, uma certa pa-ciência e disponibilidade. Mas há um grande aumento de pessoas interessa-das em aprender chinês, isso há. E já era tempo.

- E a comunidade chinesa radi-cada em Portugal procura aprender a língua?

- De um modo geral a comunidade

chinesa, assim como outras, por exem-plo a ucraniana, a cabo-verdiana, esse tipo de público que por várias razões se deslocou a Portugal, por trabalho, ou por motivos familiares, de um modo geral dizemos que pertence a um outro contexto que é o contexto de língua de acolhimento. São pessoas que estão em Portugal por razões profissionais. Verificamos que de um modo geral de-senvolvem a compreensão e a produ-ção oral, ou seja, aprendem estruturas e vocabulário próprios da sua área e desenvolvem com alguma fluência a oralidade. Mas num estudo que foi fei-to há algum tempo, foram comparados os chamados contextos de imersão, ou seja, as pessoas que estão em Portugal, e os contextos de não imersão, alguém que esteja, por exemplo, em França a aprender Português. Há determi-nadas actividades que essas pessoas não desenvolvem muito, como ver te-levisão em português, ler revistas em português...o uso do português está ligado, nesses casos, à resolução de questões mais rápidas. Uma das coisas que conseguimos ver é que este públi-co que se encontra a viver em Portu-gal é diferente do que está em Macau.

Há muita gente que é estudante e que está a aprender português para seguir o curso de Direito. Esse público é dife-rente daquele que está em Portugal já algum tempo, nas lojas ou na restaura-ção, esses não estudam português de modo formal. Ou têm lições particula-res ou aprendem com as pessoas. E, na generalidade, falam português só na-quele contexto em que trabalham. Fora disso não falam.

- Esta procura, na China, pela lín-gua portuguesa surpreende-a? Se lhe dissessem isto há 20 anos, acredita-ria?

- Se calhar não. Vamos mudando e sabemos que a vida a certa altura é o que acontece. Nos trabalhos que fiz nunca fui tão radical ao ponto de dizer que “a língua vai permanecer” ou “a língua vai desaparecer”. Porque de fac-to tudo depende de determinados fac-tores. Claro que na altura eu diria “isso é improvável”. Neste momento, há for-tes expectativas para que esse trabalho continue, mas não sabemos se outros factores levarão a uma reviravolta. De qualquer modo, é de facto promissor.

a.S.S./r.c.

crescimento do português é “promissor”

Um lugar nunca é para sempreesteve em macau durante uma conta certa de anos: uma década de vida. chegou em 1989 para trabalhar na universidade da Ásia oriental e saiu depois de três anos enquanto directora do centro de línguas do instituto Português do oriente. foi o território que inspirou a sua tese de doutoramento: “o Discurso metodológico do ensino do Português em macau a falantes de língua materna chinesa”. “Quando vim para macau trazia outro tema de tese, mas depois achei que era interessante aprofundar esta realidade”, partilha maria José grosso. as páginas com resquícios de oriente foram quase todas escritas veladas pela noite de lisboa. mas apesar de sempre ter estudado na capital portuguesa e de aí também leccionar, macau rima com casa. “eu gosto de macau e sinto-me em casa”, confessa. contudo, há tantos “outros lugares” onde se sente bem. “Quando vou para um sítio nunca penso que é para sempre, acho que sou o exemplo da mobilidade”. Hoje em dia não consegue destrinçar o trabalho dos tempos livros, porque trabalho é também ele sinónimo de prazer. embora gaste os olhos na forma lenta das palavras, aprecia tudo o que impele movimento. “ando muito a pé e gosto muito de pintar”. e se o tempo deixasse, se as mãos tivessem vontade, se as tintas se entregassem: “ilustrava tudo o que leio”.

“Deveríamos ter um estudo sobre quantas pessoasaqui em Macau atingem, por exemplo, os níveis C1 e C2

(níveis avançados de proficiência linguística)”

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PáG 04 segunda-feira, 05 de setembro de 2011 JORnAl tRIbunA de MAcAu

localPRODUTOS DE MACAU PROMOVIDOS EM CANTÃO. cantão vai acolher, entre 13 e 15 de Janeiro de 2012, a “feira de Produtos famosos de macau-guangzhou”. o iPim já começou a organizar a participação de empresas de macau no certame, sendo que as mesmas apenas terão de pagar 2.000 patacas por um “stand” e 1.800 pelo espaço.

AMEAÇA DE INCÊNDIO EM RESTAURANTE. a acumulação de resíduos de óleo numa chaminé de um restaurante quase provocou um incêndio num estabelecimento na zona da alameda carlos de assunção, noticiou a tDm. ao final da noite, terá saído bastante fumo da chaminé, mas foi controlado pelas autoridades, que recomendaram a limpeza do local.

voX PoPuli

JOÃO PEDRO(Visitante Português)

- Está de visita a Macau?- Tenho o meu pai a trabalhar aqui como

piloto da Air Macau já há alguns anos. Vivo em Portugal mas costumo vir cá uma vez por ano, normalmente nesta altura do ano. Já há 14 anos que venho cá. Adoro isto e ando aqui quase como em Portugal. Conheço bem Macau e noto a diferença em cada ano que venho cá. Os edifícios que crescem...

- Acha que essa evolução tem sido positi-va, tendo em conta a Macau que conheceu há alguns anos?

- Há coisas que se vão perdendo, mas ou-tras que se ganham. Ultimamente vemos o surgimento de casinos, que será um exage-ro, talvez, porque têm todos a mesma coisa.

- E o que é que se tem perdido? Nota que a qualidade de vida está diferente?

- Sei que se vive bem aqui, é mais fácil ter um bom carro e uma boa casa. Se bem que está mais caro do que há 10 anos, a primeira vez que cá vim. Mas consegue-se ter um ní-vel de vida muito bom.

- Como é que analisa os serviços na área do turismo em Macau? Há algo que gosta-ria de ver mudado?

- Macau tem bastante turismo, como se pode ver, pelos japoneses e tailandeses sem-pre com as bandeirinhas...Isso deverá ser si-nónimo de que os serviços de turismo estão bem e a fazer um bom serviço.

- Nunca colocou a hipótese de vir viver para Macau?

- No inicio sim, e têm surgido várias opor-tunidades. Quando acabei o ensino secun-dário colocou-se a hipótese de vir estudar para cá, mas não.... Gosto de Portugal e es-tou habituado. Mas entusiasma-me a ideia de viver cá, ainda por cima conheço bem Macau... Mas, por enquanto, fico por lá.

- Planeia visitar alguns países da Ásia?- Desta vez vou às Maldivas, já passei pe-

las Filipinas, Indonésia... Também vou a Pe-quim antes de regressar a Portugal.

a.S.S.

“consegue-seter um nível

de vida muito bomem Macau”

Os membros da Associação Novo Macau querem que a questão dos transportes pú-

blicos tenha tratamento prioritário por parte da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), mas duvidam que o organismo seja capaz de dar resposta aos proble-mas que afectam o sector.

“Consideramos que o trans-porte público prioritário é o futuro para resolver os problemas, mas Wong Wan disse-nos que a forma como vão tratar da questão só vai ser decidida no próximo ano. As-sim, vemos uma falta de confian-ça, ou mesmo alguma ignorância,

ASSocIAÇÃo EXIGE PRIoRIDADE AoS tRANSPoRtES PÚBLIcoS

Novo Macau acusa DSaTde “ignorância”A Associação Novo Macau considera que a DSAT tem revelado “falta de confiança” e até alguma “ignorância” na forma como encara os “problemas reais” relacionados com os transportes públicos

quanto à maneira como tratar os problemas reais (...), como a fal-ta de mão-de-obra, de condutores qualificados, as diferenças em rela-ção aos autocarros dos casinos e a forma como os profissionais estão divididos”, afirmou Jason Chao, presidente do Novo Macau, citado pela Rádio Macau.

Responsáveis da associação estiveram reunidos na sexta-feira com o director da DSAT, Wong Wan, para lhe transmitirem queixas dos residentes em relação ao fun-cionamento do novo modelo de au-tocarros. Segundo a Rádio Macau, o presidente do Novo Macau disse

que o grupo recebeu uma resposta muito positiva de Wong Wan mas, mesmo assim, Jason Chao lamen-tou a falta de um plano detalhado do Governo para dar prioridade aos autocarros.

De acordo com o presidente da Associação Novo Macau, o director da DSAT terá recordado também que as três operadoras de autocar-ros têm tentado lidar com a falta de motoristas através da oferta de me-lhores salários. Porém, Jason Chao sustentou que a falta de instrutores e veículos pesados nas escolas de condução representam um entrave à resolução do problema.

AUtocARRoS com QUALIDADE “LoNGE Do DESEjÁVEL”

“Kaifong” pedemmais licenças para táxisUm responsável dos “kaifong” fez um apelo à distribuição de mais licenças para táxis, considerando que a medida pode levar a diminuição do uso do transporte particular

A eventual distribuição de mais licenças para táxis contribuirá para “resolver os problemas de deslo-cação dos cidadãos e limita o aumento da utiliza-

ção dos carros privados”, considera o vice-presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, Leong Heng Kao, que apela à distribuição de mais licen-ças, com a validade de oito anos.

Segundo este dirigente, o táxi “é um meio trans-porte importante para a população, facilita a deslocação dos cidadãos e não pode ser substituído por nenhum outro transporte público”. Até porque, de acordo com o responsável dos “kaifong”, a qualidade dos serviços dos autocarros ainda está longe do desejável e estes têm percursos e horários fixos, não podendo satisfazer todas as necessidades. “Não é raro encontrar filas enormes de pessoas que estão à espera de táxis na Zona Central, es-pecialmente nas paragens perto dos monumentos e dos casinos”, comenta Leong Heng Kao.

O apelo do dirigente dos Moradores surge numa altura em que a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) recebeu várias propostas sobre o au-

mento da distribuição de licenças de táxi. As propostas apresentadas sugerem que sejam emitidas até mais 400 li-cenças de táxi. Até o momento, a DSAT ainda não decidiu que seguimento dar às propostas, respondendo que está a estudar os dados estatísticos para ter uma visão mais completa sobre a situação de utilização dos serviços de táxi em Macau. Além disso, a DSAT está a rever a Regu-lamento do Transportes de Passageiros em Automóveis Ligeiros de Aluguer ou Táxis, e renovou a licença com a empresa que gere os táxis amarelos, com o objectivo de-clarado de melhorar o nível dos serviços de táxi disponí-veis em Macau.

As licenças de táxis permanentes podem ter um pra-zo de validade de 8 a 10 anos. Actualmente, existem na RAEM 980 licenças, incluindo cem licenças de táxis ama-relos. Os “kaifong” alegam que a DSAT não distribuiu novas licenças desde que foi constituída. Por isso, o nú-mero dos táxis mantém-se igual há, pelo menos, 3 anos. O mesmo não acontece com o número dos visitantes em Macau, com as estimativas a apontarem que poderá atin-gir os 30 milhões no fim deste ano.

Numa outra notícia relacionada com a DSAT, foi re-velado que a fixação dos limites de emissão de gases po-luentes a que devem obedecer os motociclos com motor a quatro tempos entra em vigor este mês. O organismo explicou que esta regulamentação abrange os motociclos importados e não vai afectar os veículos que já estão em utilização. Paralelamente, a DSAT vai rever os critérios dos exames regulares dos veículos. A revisão pretende excluir da circulação os veículos que tenham níveis de emissões poluentes que sejam consideradas excessivos.

chan Wai chi defendemulta à Reoliano deputado Paul chan Wai chi considera que a reolian “não cumpriu o contrato” e exige que a nova companhia operadora de transportes públicos de macau seja multada. em interpelação escrita ao governo, o deputado da associação Novo macau sugeriu que seja aberto um concurso público para os “percursos principais dos autocarros” em que possam participar as três companhias. segundo defende, deve sair vencedora “a companhia que apresentar a tarifa mais baixa”. chan Wai chi propõe ainda que os residentes de macau usufruam de tarifas mais baixas nos serviços de autocarros.

viviana chan

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localSANtA cASA DA mISERIcÓRDIA VAI DAR SUBSÍDIoS A 26 ALUNoS DA EPm

Pedidos de apoio para propinas voltam a cairNo ano lectivo que agora começa a Santa Casa da Misericórdia vai apoiar no pagamento das propinas 26 alunos que estudam na Escola Portuguesa de Macau, provenientes de 15 famílias. O número é o mais baixo desde que a instituição criou este programa de apoio há mais de dez anos. Já desde 2006 que se regista uma quebra. Em declarações ao JTM, António José de Freitas disse esperar que o menor número de pedidos não seja sinónimo de que o universo estudantil esteja a diminuir

chEfE Do EXEcUtIVo ENcoNtRoU-SE com VIcE-PRESIDENtE DA ccPPc

Prometida “mais atenção aos jovens”No decorrer de uma visita motivada pelas comemorações do centenário da Revolução de Xinhai, Chen Kuiyuan, vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês elogiou a “estabilidade e prosperidade” da região. Chui Sai On prometeu dar mais atenção à juventude

As comemorações do Centenário da Revolução de Xinhai foram o pretexto para um encontro

entre o Chefe do Executivo e o vice-pre-sidente da Conferência Consultiva Po-lítica do Povo Chinês, Chen Kuiyuan. No encontro, que decorreu no sábado, no palácio de Santa Sancha, Chui Sai On declarou que pretende “prestar mais atenção aos jovens e que, através da Revolução de Xinhai, acredita ser possível promover o amor à Pátria e a Macau junto da população e da gera-

ção mais jovem”.De acordo com um comunicado do

Gabinete do Chefe do Executivo, Chen Kuiyuan destacou a “estabilidade e prosperidade do território ao longo dos anos”, considerando que são estas são “resultados adquiridos do Governo da RAEM, com o apoio da população”. O vice-presidente disse ainda esperar “que os sectores continuem a manter as tradições e a estabilidade e a prosperi-dade de Macau, bem como a contribuir para o desenvolvimento do País e do princípio de ‘Um país, dois sistemas’”. Chen Kuiyuan acrescentou que os sec-tores de Macau têm vindo a organizar uma série de actividades alusivas às comemorações do Centenário da Re-volução de Xinhai, o que reflectirá uma continuidade na promoção de “Amor à Pátria e a Macau”.

De acordo com o comunicado de imprensa, Chui Sai On aproveitou a reunião para apresentar os mais re-centes desenvolvimentos da RAEM, e referiu que “o Governo insiste na con-

cretização dos princípios de ‘Um país, dois sistemas’ e de ‘Macau governado pelas suas gentes’, com ‘elevado grau de autonomia’, execução rigorosa da Lei Básica, promoção de governação científica, construção dum governo

transparente, desenvolvimento da eco-nomia, melhoria da qualidade de vida da população, apresentação de uma série de medidas contra a inflação e construção acelerada de habitação pú-blica”.

A tendência decrescente mantém-se. O núme-ro de candidaturas aos subsídios atribuídos pela Santa Casa da Misericórdia para o pa-

gamento das propinas na Escola de Portuguesa de Macau (EPM) e no Jardim de Infância D. José de Costa Nunes para o ano lectivo que agora ar-ranca fixou-se nos 26, contra os 31 pedidos efectu-ados para 2010/2011. Todas as solicitações foram aceites, à custa de um aumento de 30 por cento do tecto máximo dos rendimentos per capita. Segun-do explicou ao JTM o provedor da Santa Casa da Misericórdia serão abrangidas 15 famílias, oito das quais com mais de um filho a estudar nas referidas instituições de ensino. As candidaturas foram to-das efectuadas por pais de alunos da EPM.

A subida do limite máximo dos rendimentos para obter o apoio para as propinas escolares be-neficiou três agregados, que se “encontravam no li-miar”, referiu António José de Freitas. A decisão de alargar o leque de oportunidades para este apoio foi levada a cabo precisamente para ajudar as fa-mílias cujos rendimentos estavam perto dos requi-sitos exigidos, bem como para permitir um equilí-brio com os aumentos da Função Pública.

A maioria (17), cujos rendimentos mensais “per capita” não ascendem a mais das 13.000 pa-tacas, vai receber o apoio mínimo, ou seja 25 por cento do valor integral das propinas. Cinco serão ajudadas em 80 por cento e quatro em 60 por cen-to. Este ano, a instituição vai entregar um total de cerca de 98.000 patacas, quando no ano passado entregou 127.623 patacas para dar resposta aos 31 pedidos que foram igualmente todos aceites. Por exemplo para o 1º ciclo serão alocadas 19.700 pa-tacas, contando com uma participação do Governo de 13.000 patacas, através da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude. O restante é atribuído

pela Santa Casa. Ao longo de mais de dez anos a Ir-mandade realizou um investimento global de mais de 2,7 milhões. PREOCUPAÇÃO COM DESCIDA DE PEDIDOS. A quebra no número de requerimentos é uma cons-tante pelo menos desde 2006, ano em que ficaram para trás longas “filas” de candidatos. No primeiro ano deste programa de apoio à Santa Casa regista-ram-se 87 pedidos, salientou ao JTM António José de Freitas, que não deixou de mostrar preocupação com a descida abrupta de candidaturas.

“Comparativamente com anos anteriores não é um sinal muito positivo”, sobretudo se esta situação for também justificada por uma diminuição no nú-mero de alunos a estudar nas referidas instituições de língua portuguesa. “Não sei o número de matrí-

culas para este ano, mas no que diz respeito às soli-citações está a haver uma diminuição”, vincou.

Por detrás dos números poderão estar duas fundamentações. “Há dois sinais claros: um é que os pais têm rendimentos maiores, outro é que o universo estudantil poderá ser menor”, disse. Te-mendo que a razão mais plausível seja a última, António José de Freitas realçou que a instituição que dirige ficava mais satisfeita se o resultado des-ta equação apontasse para um aumento dos salá-rios dos pais.

De qualquer forma, o decréscimo do número de pedidos não vai afectar a continuidade deste programa de apoio às famílias com rendimentos mais baixos, garantiu o provedor da Santa Casa da Misericórdia.

fátima almeida

FERIDO POR PEDRA QUE CAIU DE EDIFÍCIO. um residente de 18 anos foi ferido na cabeça por uma pedra que caiu das alturas enquanto passava junto ao edifício do Palácio, na avenida de Horta e costa. o jovem foi assistido no hospital. um responsável da associação dos moradores comentou que o acidente terá sido motivado pela falta de manutenção das paredes dos prédios antigos.

MAIS MEDIDAS ANTI-SALINIDADE. Para proteger a água canalizada das marés salgadas, o Departamento de recursos Hídricos de guangdong vai lançar medidas para assegurar o abastecimento a macau e Zhuhai, incluindo o maior armazenamento de água. Para já, a chuva diminuiu na zona dos rios entre 30 a 70%.

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PáG 06 segunda-feira, 05 de setembro de 2011 JORnAl tRIbunA de MAcAu

localASSOCIAÇÃO DE MULHERES DÁ BOLSAS. a associação geral das mulheres de macau concedeu bolsas de estudo a filhos de alguns dos seus membros. No total, 1.669 alunos oriundos de 62 escolas receberam esta ajuda financeira, incluindo 677 do ensino secundário e 992 do primário.

AIR MACAU PLANEIA SUBIR SALÁRIOS. a air macau disse ter sofrido uma “fuga” de cerca de 20% dos seus funcionários, pelo que planeia aumentar os salários no próximo ano como forma de atrair mais pessoas. No sábado, a companhia recebeu 65 candidaturas para 20 vagas de pessoal de bordo.

REcEItAS DoS cASINoS DE mAcAU PRÓXImAS Do totAL Do mERcADo NoRtE-AmERIcANo

“Bolo” do Jogo do tamanho dos EUaA indústria do Jogo local há muito que ultrapassou Las Vegas, mas também está a dar passos rápidos para suplantar as receitas geradas pelos casinos comerciais em todos os Estados Unidos

As receitas brutas dos casinos de Macau estão a aproximar-se daquelas que são averba-das por todos os casinos em funcionamen-

to nos Estados Unidos da América (EUA). Depois de terem ultrapassado Las Vegas, os casinos locais preparam-se para fazer o mesmo com os Estados Unidos, de acordo com os dados compilados pelo “South China Morning Post” (SCMP), que cotejam as informações divulgadas pela Inspecção e Coor-denação de Jogos da RAEM e pela “American Ga-ming Association”.

O jornal de Hong Kong recorda que, no mês passado, as receitas brutas dos casinos de Macau subiram 57 por cento face ao período homólogo de 2010, atingindo um número recorde de 24.769 mil milhões de patacas. Os valores indicam que este foi crescimento mais expressivo do ano (represen-tou um acréscimo de 57 por cento face a Agosto de 2010), naquilo que o SCMP apelida de “crescimen-to inebriante” das receitas de Jogo da RAEM em relação ao mercado dos Estados Unidos. Neste país existem 438 casinos comerciais registados (excluin-do os chamados casinos “tribais”) e 45 hipódromos onde se podem fazer apostas nas corridas.

O total das receitas geradas pelos espaços de Jogo norte-americanos no ano passado foi de 34,6 mil milhões de dólares americanos (cerca de 277

mil milhões de patacas). Ora, Macau estará “a ca-minho de igualar estes números”, de acordo com o SCMP, dado que, tendo em conta apenas os primei-ros oito meses do ano, as receitas do Jogo na RAEM cresceram 46,8 por cento, para se estabelecerem nos 173,1 mil milhões de patacas, próximo das receitas totais verificadas no ano passado (188,3 milhões de patacas).

Outro dado relevante prende-se com a força laboral adstrita a cada zona, bem como os salários praticados. Neste aspecto, a indústria de casinos americana empregou 340.564 funcionários no ano passado e pagou um total de 13.3 milhões de dó-lares em salários. As operadoras de Jogo desem-bolsaram 7.59 mil milhões de dólares em impostos directos sobre o jogo.

Já a RAEM tinha 47.321 funcionários a tra-balhar na indústria do Jogo no final de Junho, de acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos. O salário médio dos trabalhadores dos ca-sinos (não incluindo benefícios) é de 16.460 patacas por mês, o que corresponde a 1,14 mil milhões de dólares por ano. As previsões indicam que, caso de Macau atinja receitas de 34 mil milhões de dólares este ano, como sugere o ritmo actual, o Governo da RAEM vai arrecadar muito mais impostos do sector do Jogo do que acontece nos EUA, dado que a taxa de imposto directo cobrada pelas receitas do Jogo é de 35 por cento, uma percentagem bem su-perior à praticada nos EUA. A comparação entre os dois blocos permite concluir que Macau paga “ape-nas nove por cento dos salários que são pagos pela indústria de Jogos americana, mas cobra mais 175 por cento de impostos sobre o jogo directo”.

Segundo dados dos Serviços de Finanças da RAEM, 85 por cento das receitas do Governo são originadas em impostos directos sobre o Jogo, o que faz, comenta o SCMP, com que Macau este-ja “inundado de dinheiro do sector”. Por isso, as receitas públicas totalizaram 60,3 mil milhões de patacas nos primeiros sete meses, em comparação com os gastos de 18,1 mil milhões de patacas.

Chan Pou Ha, subdirectora da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pela alínea 7) do no 1 do Despacho nº 09/SOTDIR/2009, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) nº 16, II Série, de 22 de Abril de 2009, faz saber por este meio aos donos das obras ou seus mandatários, aos encarregados das obras, aos técnicos responsáveis pelas obras e executores das obras existentes nos locais acima indicados, cujas identidades se desconhecem, o seguinte: 1. Processo nº 1132/BC/2011/F.

Local da obra: Praça de Lobo de Ávila nº 12, Edf. Lai Wan, terraço sobrejacente à fracção 4º andar A, Macau.O agente de fiscalização desta DSSOPT deslocou-se ao local acima indicado e verificou a realização de obra sem licença cuja descrição e situação é a seguinte:

1.2 Nos termos do nº 3 do artigo 88º do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei nº 24/95/M, de 9 de Junho, o agente de fiscalização ordenou a imediata suspensão da execução da obra.

2. Processo nº 840/BC/2011/F. Local da obra:Praça de Lobo de Ávila nº 12, Edf. Lai Wan, escada comum entre os 2º e 3º andares e escada comum entre os 3º e 4º andares, Macau.O agente de fiscalização desta DSSOPT deslocou-se ao local acima indicado e verificou a realização de obra sem licença cuja descrição e situação é a seguinte:

3. Nos termos do nº 1 do artigo 88º do RSCI e no uso das competências delegadas pela alínea 7) do nº 1 do Despacho nº 09/SOTDIR/2009, publicado no Boletim Oficial da RAEM nº 16, II Série, de 22 de Abril de 2009, por meu despacho de 30/08/2011, exarado sobre as informações nº 05689/DURDEP/2011 de 23/08/2011 (Processo nº 1132/BC/2011/F) e nº 05690/DURDEP/2011 de 23/08/2011 ( Processo nº 840/BC/2011/F), determinei o embargo da obra mencionada no ponto 1.

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

1.1

Obra

Construção de um compartimento não autorizado com cobertura em betão armado e paredes em alvenaria de tijolo no terraço sobrejacente à fracção 4º andar A.

Situação da obra

Obra de renovação em

curso

Infracção ao RSCI e motivo da demolição

Infracção ao nº 4 do artigo 10º, obstrução do caminho de evacuação.

4. O despacho de embargo acima indicado só pode ser levantado depois de cessar o motivo que o determinou, em conformidade com o preceituado no nº 9 do artigo 88º do RSCI.

5. A continuação dos trabalhos depois do embargo, notificado pelo presente edital, sujeita os donos, responsáveis e executores das obras (quer sejam empreiteiros ou tarefeiros) às penas do crime de desobediência qualificada, nos termos do nº 6 do artigo 88º do RSCI.

6. O terraço referido no processo nº 1132/BC/2011/F e a escada referida no processo nº 840/BC/2011/F, de acordo com o disposto no nº 4 do artigo 10º do RSCI, as escadas e corredores comuns e terraço do edifício são considerados como caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos. As alterações introduzidas pelos infractores nos referidos espaços, descritas nos pontos 1 e 2 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto caminhos de evacuação e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, as obras executadas não são susceptíveis de legalização pelo que terão necessariamente de ser determinadas pela DSSOPT a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada.

7. Nos termos do nº 3 do artigo 87º do RSCI, a infracção ao disposto no nº 4 do artigo 10º é sancionável com multa de $4 000,00 a $40 000,00 patacas. Além disso, de acordo com o nº 4 do mesmo artigo, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, será solidariamente responsável a entidade que presta os serviços de administração ou segurança do edifício.

8. Considerando a matéria referida nos pontos 6 e 7 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data de publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no nº 1 do artigo 95º do RSCI.

9. Os processos podem ser consultados durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, nºs 32-36, Edifício CEM, 2º andar, Macau (telefones nºs 85977154 e 85977227).

10. Nos termos do artigo 97º do RSCI e das competências delegadas pelos nºs 1 e 4 da Ordem Executiva nº 124/2009, publicada no Boletim Oficial da RAEM, Número Extraordinário, I Série, de 20 de Dezembro de 2009, da decisão referida no ponto 3 do presente edital, relativamente às obras indicadas nos pontos 1 e 2, cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 8 (oito) dias contados a partir da data de publicação do presente edital.

11. O recurso referido no número anterior não tem efeito suspensivo, devendo por isso a obra manter-se embargada.

Aos 30 de Agosto de 2011

A Subdirectora dos Serviços,Engª Chan Pou Ha

EDiTALEdital nº: 151/E/2011Processo nº: 1132/BC/2011/F e 840/BC/2011/FAssunto: Notificação do despacho de embargo e do início do procedimento de audiência pela infracção às respectivas disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI)Locais: Praça de Lobo de Ávila nº 12, Edf. Lai Wan, terraço sobrejacente à fracção 4º andar A, Macau. Praça de Lobo de Ávila nº 12, Edf. Lai Wan, escada comum entre os 2º e 3º andares e escada comum entre os 3º e 4º andares, Macau.

2.1

2.2

Obra

Instalação de portão metálico na escada comum entre os 2º e 3º andares.Instalação de portão metálico na escada comum entre os 3º e 4º andares.

Situação da obra

Concluída

Concluída

Infracção ao RSCI e motivo da demolição

Infracção ao nº 4 do artigo 10º, obstrução do caminho de evacuação.Infracção ao nº 4 do artigo 10º, obstrução do caminho de evacuação.

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JORnAl tRIbunA de MAcAu segunda-feira, 05 de setembro de 2011 PáG 07

localjoVEm mAcAENSE É ALUNo DA EScoLA PoRtUGUESA

Menor agredido por tocar na campainha erradaUm indivíduo agrediu um jovem macaense de 14 anos que tocou à sua campainha e ameaçou dois outros adolescentes, todos eles alunos da Escola Portuguesa. A família de Hugo Estorninho queixa-se da actuação policial e teme represálias

Um jovem macaense de 14 anos, aluno da Escola Portuguesa, foi agredido no sábado, alegada-

mente por ter tocado à campainha erra-da. Os actos violentos aconteceram no interior de um edifício da Taipa e só ces-saram quando um morador do prédio se-parou o agressor do adolescente. Os pais de Hugo Estorninho acusam a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Polícia Judi-ciária (PJ) de negligência. O jovem terá sofrido lesões ligeiras, na sequência de várias bofetadas, mas a família está preo-cupada com as sequelas psicológicas que o episódio poderá ter provocado.

A mãe do adolescente, Margarida Estorninho, vice-presidente da Asso-ciação dos Macaenses, contou ao JTM o que se terá passado pelas 19 horas de sábado, quando dois rapazes foram ao encontro de um amigo que mora num dos edifícios do complexo Nova City, na Taipa. Sem saberem precisamente o número do apartamento onde reside o amigo, também ele aluno da Escola Por-tuguesa, os jovens tocaram na campai-nha errada. Atendeu um indivíduo que, de acordo com a descrição de Margarida Estorninho, estava “furioso e começou a berrar”, logo desferindo um “violento estalo” no rosto de Hugo. Apavorados, os três jovens (entretanto, o residente no prédio tinha-se juntado aos amigos) pu-seram-se em fuga, mas foram persegui-dos pelo homem, que é de etnia chinesa e aparenta ter cerca de 30 anos. Hugo aca-bou por ser apanhado no 21º andar, onde continuaram as “estaladas”, agora teste-munhadas por um vizinho. Percebendo

que estava a ser observado, o agressor colocou o jovem no elevador, prosse-guindo ali com as sevícias e descendo até ao “hall” de entrada do prédio, onde já se encontravam os outros dois colegas.

Na entrada, perante a passividade do porteiro, voltaram alegadamente a registar-se agressões, entremeadas por ameaças e insultos. Segundo a descrição feita a este jornal, quando o jovem mora-dor do prédio, de etnia africana, tentou chamar o pai, foi mesmo alvo de comen-tários xenófobos, num episódio compa-rável ao da recente agressão a Gina Ran-gel. “Tu és um preto. Fora daqui!” - terá dito o agressor. Foi então que entrou no prédio um indivíduo português, que terminou com a violência, separando o agressor da vítima. Este indivíduo tele-fonou para os pais dos adolescentes en-volvidos. Depois de receber a chamada, Margarida Estorninho conta que, apesar de se encontrar a fazer compras na pe-nínsula de Macau e de haver uma esqua-dra perto do local do incidente, chegou primeiro ao local do que a polícia.

Ainda antes do surgimento das au-toridades, e quando questionado sobre

os motivos que o levaram a agredir Hugo Estorninho, o agressor terá dito que bateu no jovem porque os seus filhos estavam a dormir e acordaram “assustados pelo ba-rulho da campainha”. Afirmou ainda que pensou que os jovens estariam a “fazer distúrbios” no prédio e poderiam mes-mo ser ladrões. Chegados finalmente ao local, os agentes da PSP terão actuado de uma maneira que é fortemente criticada pela mãe de Hugo, preocupando-se mais em falar com o agressor do que em reco-lher depoimentos das vítimas e das duas testemunhas. Segundo descreve Marga-rida Estorninho, só depois de muita in-sistência os polícias se deslocaram ao 21.º andar, para averiguar quem tinha visto as agressões ali praticadas (a pessoa em causa foi identificada e assumiu ter assis-tido à violência). E a “atitude de falta de seriedade” terá continuado na esquadra, para onde os queixosos, os seus pais, e a testemunha portuguesa se deslocaram, depois de permanecerem cerca de duas horas na entrada do prédio.

Na esquadra, alegadamente não havia ninguém com o domínio do portu-guês ou do inglês que pudesse recolher

todos os depoimentos e Margarida Es-torninho foi fazendo as traduções, sem-pre que necessário. “Eles não tomaram o assunto seriamente, parecia que estavam ali a fingir que trabalhavam. Estavam a apontar [os testemunhos] num papel A4. Nenhum de nós assinou as declarações”, conta, acrescentando que os agentes não demonstraram “organização mental nem prática de identificar as pessoas, dado que nem sabiam escrever os seus nomes”. Na opinião da mãe da vítima, “a polícia não teve a intenção de ouvir os pormenores do que aconteceu”.

As críticas são extensíveis á PJ, que foi chamada ao prédio pela família Es-torninho, mas retirou-se passado algum tempo. “Então eu não tenho o direito de me queixar à PJ? Disseram que tinham instruções superiores e que iam deixar o caso para a PSP”, comenta a mãe do agredido. Depois da esquadra, os pais levaram Hugo Estorninho ao hospital, onde o seu estado de saúde foi avaliado e os ferimentos que apresentava foram considerados sem gravidade. Ontem, o jovem queixava-se de zumbidos nos ou-vidos e de dores no pescoço e na cabeça. O seu pai, Carlos Estorninho, considera que, mais do que as mazelas físicas, o episódio pode ser “marcante” e traumá-tico, deixando sequelas psicológicas.

A família da vítima diz temer even-tuais represálias, até porque vive nas imediações do local onde tudo aconte-ceu. Para já, ainda com o episódio muito a quente, Margarida Estorninho confes-sa ainda não ter pensado se pretende le-var a queixa para os tribunais. “Não sei o que pode acontecer, foi uma agressão contra um menor, estou na expectativa de saber o que vão fazer”, aponta. O cer-to é que a sua confiança nas autoridades ficou muito abalada após o sucedido: “Nós somos cidadãos e temos a confian-ça de ter a protecção da polícia, mas afi-nal não”, atira. O JTM tentou contactar a PSP e a PJ, para que estas instituições apresentem as suas versões dos factos descritos. Mas, até ao fecho da edição, as autoridades policiais não prestaram qualquer esclarecimento.

“Eco-escolas” de Taipé vistas como exemploDezassete representantes de instituições de educação estiveram em Taipé onde visitaram projectos de formação ambiental e várias infra-estruturas ecológicas

Docentes premiados com o Prémio “Projecto Pedagógico de Educação Ambiental” e re-presentantes de instituições de educação e de

protecção ambiental deslocaram-se a Taipé para uma visita que serviu “para conhecerem as experiências bem sucedidas das “eco-escolas” e infra-estruturas ambientais das regiões vizinhas, de modo a que es-tas possam servir de inspiração aos profissionais do sector da educação de Macau”, segundo refere, em comunicado, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA).

A visita à capital de Taiwan decorreu entre 22 e 26 de Agosto e foi efectuada por uma delegação composta por 17 elementos, que visitou eco-escolas, o “Sustainable Development Education Center”, um

edifício construído com técnicas “amigas do ambien-te”, uma central de incineração de resíduos e vários parques naturais e zonas húmidas artificiais.

As quatro eco-escolas visitadas (em Hushan, Hutian, Quan-Yuan e Jian-An) desenvolvem progra-mas de educação ambiental específicos, tendo em consideração as características geográficas, a política educacional e o aproveitamento de recursos. Segun-do a DSPA, foram instalados nessas eco-escolas equi-pamentos destinados à educação ambiental, nomea-damente, sistemas de abastecimento de energia solar e eólica, uma mini-zona ecológica e um sistema de reciclagem de águas pluviais, destinado à poupança de água.

A delegação visitou ainda uma biblioteca em Beitou, construída com técnicas ambientalmente ade-quadas e materiais recicláveis (madeiras e aços). Esta biblioteca tem a aparência de uma casa de madeira em perfeita harmonia com a Natureza. Possui um telhado ecológico, arborização vertical (parede com plantas) e está equipada com paneis solares, com

vista à conservação de energia. Numa visita a uma central de incineração de resíduos em Beitou, os ele-mentos da delegação ficaram a conhecer como é que os habitantes fazem a separação dos resíduos na sua vida quotidiana.

Paulo barboSa

“Nós somos cidadãos e temos a confiança de ter a protecção da polícia, mas afinal não” - Idem

“Eles [os agentes da PSP] não tomaram o assunto seriamente, parecia que estavam ali a fingir que trabalhavam” - Margarida Estorninho, mãe da vítima

Caso ocorreu num dos prédios do complexo Nova City

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PáG 08 segunda-feira, 05 de setembro de 2011 JORnAl tRIbunA de MAcAu

DEBAtE Em toRNo Do SEctoR jUNtoU hoNG KoNG, mAcAU E GUANGDoNG

Turismo com cooperaçãomais vasta no DeltaCantão foi palco de um encontro de três entidades ligadas ao sector do turismo de Macau, Hong Kong e Guangdong. Em cima da mesa esteve um plano para uma maior promoção e cooperação por parte destas regiões do Delta do Rio das Pérolas. O encontro serviu ainda para debater a possibilidade de estender essa ligação para além da promoção turística

Há muito que a proximidade das três principais regiões do Delta do Rio das Pérolas é motivo para cooperações entre Macau, Hong Kong e

Guangdong, e desta vez o foco de atenção recaiu sobre o turismo. Entidades destas regiões juntaram-se em Can-tão e em cima da mesa esteve a ideia da criação de um “Plano para o Desenvolvimento do Turismo de Guang-dong, Hong Kong e Macau”, com o objectivo de fomen-tar a promoção conjunta na área do turismo.

Yang Rongsen, director da Administração do Tu-rismo da Província de Guangdong, Philip Yung, comis-sário para o Turismo do Governo de Hong Kong e An-thony Lau, director-executivo do Hong Kong Tourism Board, e João Manuel Costa Antunes, director dos Ser-viços de Turismo (DST) de Macau, foram os principais responsáveis presentes nesta reunião. Segundo a DST, no encontro levantou-se a hipótese de estender a coo-peração a outras áreas do turismo além da promoção, algo que poderia ser feito através da inclusão de análise de estatísticas ou ainda partilha de informações sobre a gestão turística.

As actividades promocionais levadas a cabo em

2010 e 2011 foram discutidas pelos responsáveis, que não esqueceram os novos desafios e oportunidades na região. Estes surgiram depois da criação das “Li-nhas Gerais do Planeamento para a Reforma e Desen-volvimento da Região do Delta do Rio das Pérolas”, e também dos projectos ligados à Ilha da Montanha, que levaram à necessidade de maior cooperação a nível re-gional. Durante a reunião foram ainda discutidas as ac-ções de promoção planeadas para o próximo ano.

A presença da DST em Cantão coincidiu com a participação na “China (Guangdong) International Tourism Expo”, algo que o organismo faz desde a pri-meira edição do evento. Com organização da Adminis-tração Nacional do Turismo da China e do Governo de Guangdong, o certame serviu também para divulgar o papel da RAEM como “Centro Mundial de Turismo e Lazer”, além de mostrar o desenvolvimento do turismo nas regiões da margem do Delta do Rio das Pérolas, que participaram num stand em conjunto.

Demonstrar a importância do Centro Histórico de Macau e da fusão de culturas foi o objectivo central da presença da DST, cujo “stand” foi subordinado ao tema “Sentir Macau”.

localESGOTADOS BILHETES PARA SARAU. os bilhetes para o sarau desportivo e cultural “espectáculo Dinâmico de grandes estrelas” esgotaram no sábado, dia em que foram colocados à venda, anunciou o instituto do Desporto. o sarau decorrerá a 1 de outubro, pelas 14:00, no “macau Dome”.

NOVO SEMINÁRIO JEAN MONNET. as perspectivas europeia e chinesa sobre a “Water governance” serão abordadas hoje, pelas 17 horas, em mais um “seminário Jean monnet”, a realizar no auditório Hg03 da universidade de macau. o lote de oradores inclui os professores Paulo canelas, da um, timothy moss, de leibniz (alemanha) e Keith richards (universidade de cambridge), entre outros.

Chan Pou Ha, subdirectora da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pela alínea 7) do nº 1 do Despacho nº 09/SOTDIR/2009, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), nº 16, II Série, de 22 de Abril de 2009, faz saber por este meio aos dono da obra ou seu mandatário, ao encarregado da obra, aos técnico responsável pela obra e executores da obra existente no local acima indicado, cujas identidades se desconhecem, o seguinte: 1. Em 16/08/2011, o agente de fiscalização desta DSSOPT deslocou-se ao local acima indicado e verificou

a realização de obra sem licença cuja descrição e situação é a seguinte:

2. Nestas circunstâncias e em cumprimento do disposto no nº 3 do artigo 88º do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei nº 24/95/M, de 9 de Junho, o agente de fiscalização ordenou a imediata suspensão da execução da obra.

3. Nos termos do nº 1 do artigo 88º do RSCI e no uso das competências delegadas pela alínea 7) do nº 1 do Despacho nº 09/SOTDIR/2009, publicado no Boletim Oficial da RAEM. nº 16, II Série, de 22 de Abril de 2009, por meu despacho de 31/08/2011, exarado sobre a informação nº 5706/DURDEP/2011 de 23/08/2011, determinei o embargo da obra.

4. O despacho de embargo acima indicado só pode ser levantado depois de cessar o motivo que o determinou, em conformidade com o preceituado no nº 9 do artigo 88º do RSCI.

5. A continuação dos trabalhos depois do embargo, notificado pelo presente edital, sujeita os donos, responsáveis e executores da obra (quer sejam empreiteiros ou tarafeiros) às penas do crime de desobediência qualificada, nos termos do nº 6 do artigo 88º do RSCI.

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

1.1

Situação da obra

Obra de renovação em

curso

Infracção ao RSCI e motivo da demolição

Infracção ao nº 4 do artigo 10º, obstrução do caminho de evacuação.

6. Sendo as escadas e corredores comuns e terraço do edifício considerados caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos, de acordo com o disposto no nº 4 do artigo 10º do RSCI. As alterações introduzidas pelo infractor nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto caminhos de evacuação e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, a obra executada não é susceptível de legalização pelo que terá necessariamente de ser determinada pela DSSOPT a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada.

7. Nos termos do nº 3 do artigo 87º do RSCI, a infracção ao disposto no nº 4 do artigo 10º é sancionável com multa de $4 000,00 a $40 000,00 patacas. Além disso, de acordo com o nº 4 do mesmo artigo, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, será solidariamente responsável a entidade que presta os serviços de administração ou segurança do edifício.

8. Considerando a matéria referida nos pontos 6 e 7 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data de publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no nº 1 do artigo 95º do RSCI.

9. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, nºs 32-36, Edifício CEM, 2º andar, Macau (telefones nºs 85977154 e 85977227).

10. Nos termos do artigo 97º do RSCI e das competências delegadas pelos nos 1 e 4 da Ordem Executiva nº 124/2009, publicada no Boletim Oficial da RAEM, Número Extraordinário, I Série, de 20 de Dezembro de 2009, da decisão referida no ponto 3 do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 8 (oito) dias contados a partir da data de publicação do presente edital.

11. O recurso referido no número anterior não tem efeito suspensivo, devendo por isso a obra manter-se embargada.

Aos 31 de Agosto de 2011

A Subdirectora dos Serviços,Engª Chan Pou Ha

EDiTAL

Edital nº: 152/E/2011 Processo nº: 1155/BC/2011/FAssunto: Notificação do despacho de embargo e início do procedimento de audiência pela infracção às respectivas disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI).Local: Rua da Praia do Manduco nº 77, Edf. Cheong Fat, terraço sobrejacente à fracção 5º andar F, Macau.

Obra

Construção de um compartimento não auto-rizado com paredes em alvenaria de tijolo e cobertura em chapa de zinco no terraço so-brejacente à fracção acima indicada.

Breves

Fórum Macau representadoem Jilin e Xiamenuma delegação do secretariado Permanente do fórum de macau, chefiada pelo secretário-geral, chang Hexi, irá participar na 7ª exposição de comércio e investimento do Nordeste da Ásia china, na cidade de changchun, Província de Jilin, evento que se prolonga até amanhã. Hoje, o secretariado do fórum irá organizar o “Dia comercial da china e os Países de língua Portuguesa”, no âmbito do qual serão feitas apresentações sobre o fórum de macau e os países lusófonos. esta actividade contará com a participação dos mais de 200 empresários da Província de Jilin. o fórum macau irá ainda participar, entre amanhã e o dia 9, na 15ª feira internacional de investimento e comércio da china, a realizar em xiamen, Província de fujian. No certame, o fórum irá instalar, pela segunda vez, um pavilhão dedicado aos países de língua portuguesa.

DSAL abre cursopara futuros inspectorescomeçam hoje as aulas do curso de formação de estagiários a inspectores da Direcção dos serviços para os assuntos laborais (Dsal) com um total de 43 formandos. este curso, com duração de um ano, é co-organizado pela Dsal, centro de formação Jurídica e Judiciária e universidade de ciência e tecnologia de macau. o director da Dsal, shuen Ka Hung, disse acreditar que o ingresso destes novos inspectores permitirá à Dsal aumentar, no âmbito da fiscalização, a eficácia do seu trabalho e acompanhar melhor as necessidades do desenvolvimento da sociedade.

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JORnAl tRIbunA de MAcAu segunda-feira, 05 de setembro de 2011 PáG 09

localcomPANhIA PREtENDE USAR mAcAU como “tRAmPoLIm” PARA A ÁSIA

“cirque du Soleil” quer alargar ofertaA presença do “Cirque du Soleil” em Macau pode servir para que a companhia canadiana se torne mais presente na Ásia, nomeadamente na China Continental e Índia. A garantia foi dada por Daniel Lamarre, CEO do “Cirque du Soleil”, que ambiciona ter três espectáculos permanentes na RAEM

Para Daniel Lamarre, que está à frente dos destinos do “Cirque du Soleil”, Macau pode tornar-se uma

plataforma para a expansão do grupo na Ásia, não só para a China Continen-tal como também para a Índia. Esta foi a ideia avançada pelo CEO da compa-nhia de espectáculos canadiana à agên-cia Reuters. “Macau, da forma como se está a desenvolver, atrai muitos clientes não apenas da China Continental mas também cada vez mais pessoas da Índia e outros países. Acho que isso nos vai ajudar a estabilizar a nossa marca, nos países vizinhos e em toda a Ásia. Esse é o nosso plano e estratégia”, afirmou o responsável.

Com uma oferta actualmente cen-trada no espectáculo “Zaia”, o “Cirque du Soleil” quer reforçar a sua presença na RAEM com mais actuações perma-nentes. “Esperamos vir a ter três espec-táculos permanentes em Macau um dia,

e espero pelo momento em que possa ter um espectáculo permanente nas grandes cidades chinesas, como Xangai ou Pe-quim. É por isso que estamos aqui, para ajudar a desenvolver este negócio de entretenimento, não apenas em Macau mas em toda a China”, salientou Daniel Lamarre.

Para o CEO da companhia cana-diana, a indústria do jogo em Macau tornou o território tão atraente para o desenvolvimento do espectáculo como Las Vegas. Daniel Lamarre considera que as actividades ligadas ao jogo as-sumem cerca de 90 por cento das acti-

vidades de Macau neste momento, e espera também que a RAEM possa se-guir o modelo de Las Vegas, onde o jogo tem vindo a perder a sua primazia em favor do aumento das atracções da ci-dade e da área do entretenimento. Para o mesmo responsável, atendendo a que a RAEM tem registado um desenvolvi-mento importante na área dos casinos e do entretenimento, estará garantida uma evolução que pode mostrar os vin-te anos de experiência que o “Cirque du Soleil” já possui em Las Vegas. UM PLANO PARA A ÁSIA. Para já, Daniel Lamarre garantiu que a compa-

nhia pretende desenvolver um plano de digressões asiáticas para os próximos 18 meses. Os espectáculos deverão passar por várias cidades chinesas, por forma a fomentar a presença do grupo de espec-táculos no continente asiático, através de actuações permanentes. Semelhante es-tratégia está a ser pensada para a Índia. “Por enquanto, é o mesmo que na China. Queremos estabilizar uma tournée com espectáculos e provavelmente vai levar quatro anos até termos uma presença forte que nos permita ter uma actuação permanente (em Nova Deli e Mum-bai)”. Daniel Lamarre referiu ainda que a Coreia do Sul é outro dos países onde o “Cirque du Soleil” quer apostar, até porque já possui lá alguma experiência de palco. “Começámos há alguns anos e temo-nos tornado uma marca cada vez mais importante no país [Coreia]”, refe-riu o responsável.

Para já, o “Cirque du Soleil” anda em digressão em todo o mundo, num le-que de 350 cidades mundiais. Osaka, no Japão, é um dos muitos locais que cons-tam na digressão, sendo que a compa-nhia vai também passar por Xangai em finais de Setembro.

Recorde-se que “Zaia” está a ser apresentado ao público no Venetian des-de 2008. Este mês foram acrescentados novos elementos acrobáticos ao espectá-culo, incluindo aspectos da cultura asiá-tica como a Dança do Leão.

a.S.S.

SJM traz Balletda china ao ccMSão dois os espectáculos de ballet que o Centro Cultural de Macau vai receber em Novembro, e que vão mostrar o trabalho da companhia de Ballet Nacional da China. A iniciativa é apoiada pela Sociedade de Jogos de Macau (SJM) e os bilhetes já se encontram à venda

O espectáculo “Ballet Gala” apresenta-se ao pú-blico no dia 24 de Novembro e foi concebido para comemorar os 50 anos de existência da

companhia de bailado chinesa, criada em 1959, se-gundo sublinha um comunicado da SJM, patrocina-dora do evento. Ao longo dos anos, a única compa-nhia nacional de bailado da China Continental tem sido responsável pela divulgação do ballet clássico e contemporâneo, com características da cultura chi-nesa. E cada vez mais o ballet chinês tem ganho re-conhecimento internacional. Prova disso foi o facto de em Maio deste ano, Feng Ying, director artístico e responsável pela Companhia de Ballet Nacional da China, ter sido convidado para fazer parte do júri do 19o Festival Internacional de Ballet “Benois de la Danse”, que decorreu em Moscovo. Já Zhu Yan venceu o prémio de melhor bailarina, cuja distinção é considerada o Óscar do ballet.

“Ballet Gala” vai contar com uma mistura de coreografias do Ocidente e da China. A primeira parte do espectáculo mostrará as características do ballet chinês, com excertos de “The Red Detachment of Women and Raise the Red Lantern”. Já a segunda parte incluirá aspectos clássicos e modernos de di-ferentes épocas do ballet, através da colaboração de coreógrafos reconhecidos mundialmente.

“Onegin”, o segundo espectáculo apoiado pela SJM, vai ter lugar no dia 27 de Novembro e é o re-sultado do trabalho do coreógrafo John Cranko. Considerado um dos mais importantes espectá-

culos de ballet do século XX, “Onegin” tem como base o romance “Eugene Onegin”, do escritor rus-so Pushkin. A música utilizada é do compositor Tchaikovsky’s, num espectáculo que mostra as ca-racterísticas do ballet sinfónico e dramático.

Ambos os espectáculos têm inicio às 20 horas. Os bilhetes podem ser comprados na rede Kong Seng.

a.S.S.

“Macau Daily Times”premeia melhores contosem três línguasO jornal de língua inglesa “Macau Daily Times” partiu em busca das melhores histórias contadas em portu-guês, inglês e chinês, e o resultado pode ser conhecido hoje, na Livraria Portuguesa, por volta das 18 horas. O concurso, que na sua primeira fase contou com o apoio da Fundação Macau, vai atribuir prémios de 5.000 pa-tacas para o primeiro lugar, e de 3.000 e 2.000 patacas para os contos classificados em segundo e terceiro luga-res, respectivamente. Nos contos de língua portuguesa, o jornalista Hélder Beja ficou em primeiro lugar com o texto “Fogo Lento”. Jerónimo Gonçalves Santos ficou em segundo com a história “O Espírito do Jogo”, en-quanto que o terceiro prémio será atribuído a Elsa Botão Alves, com “Voltar”. O júri para a escolha das melhores histórias de língua portuguesa foi composto por Ma-ria Antónia Espadinha (Universidade de Macau), Ana Paula Dias (Instituto Português do Oriente), Alexandra Domingues (Escola Portuguesa de Macau), Isabel Mo-rais (Universidade de S. José) e ainda Rogério Beltrão Coelho, director do “Macau Daily Times”. Dos sete tex-tos apresentados em chinês, foram escolhidos quatro, para dois prémios e duas menções honrosas. Lao Ka Ian venceu com a história “Here is where i was born, grew up and die”, enquanto que em segundo lugar ficou Lei Ion Long com “Death note”. Já as menções honrosas coouberam a U Ngai e Cheong Ho I. Já em língua in-glesa o conto de Zenon Arthur Siloran Udani, intitula-do “Mommy, come home”, foi considerado o melhor. “Silent cries”, de Mia Thayer, e “Denial”, de Kit Kellen, ficaram nas posições seguintes. Os contos a concurso foram apresentados sob pseudónimo e os vencedores só foram identificados depois da selecção feita pelo júri. Até ao final deste ano está ainda prevista a tradução das histórias vencedoras para as outras duas línguas, para além da sua publicação em três livros separados, em português, chinês e inglês.

“Onegin” é tido como um dosmais importantes espectáculos de ballet do século XX

(...) “Estamos aqui para ajudar a desenvolver este negócio de entretenimento, não apenas em Macau mas em toda a China” (...) - idem

(...) “Macau, da forma como se está a desenvolver, atrai muitos clientes não apenas da China Continental mas também cada vez mais pessoas da Índia e outros países. Acho que isso nos vai ajudar a estabilizar a nossa marca, nos países vizinhos e em toda a Ásia” (...) - Daniel Lamarre, CEO do “Cirque du Soleil”

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PáG 10 segunda-feira, 05 de setembro de 2011 JORnAl tRIbunA de MAcAu

(...) “Ao terminar a obra do dique, o bispo mandou fechar o portão da ilha Verde, participando em 19 de Janeiro de 1892 ao governador que todas as vezes que quisesse ir lá para piquenique, pedisse a chave ao reitor do Seminário” (...) - José Simões Morais

Quando por ordem do Conse-lheiro Borja se começou em 1890 a construir o dique para

ligar a ilha Verde à península de Ma-cau, o bispo D. António Joaquim de Medeiros começou a perceber quais poderiam ser as intenções do gover-nador. Lembrou-se então que, já em 1873 o delegado do Procurador da Coroa e Fazenda contestara o direi-to do Seminário de S. José à posse da Ilha Verde, pois aí pretendia fazer um logradouro público. Como o tri-bunal decidira a favor do Seminário, o problema parecia ter ficado resol-vido. Agora, seria possível que, com a construção do istmo, se voltasse a pensar fazer da Ilha Verde, com uma frondosa vegetação, um lugar privi-legiado de recreio para a população de Macau?

Pelo sim, pelo não, o bispo D. António Joaquim de Medeiros (1885-97) mandou amuralhar a ilha, que pertencia ao Seminário de S. José.

Também a questão do muro, que em 1834 estava já feito em três quartas partes, apesar do edital de 3 de Setembro de 1831, redigido pelo mandarim Cso-tang de Macau, proi-bir a construção de muros na ilha Verde pois o terreno fora dos muros (da cidade cristã) pertencia ao palácio imperial, parecia ter ficado resolvida após 1849, com Ferreira do Amaral.

Assim, ao terminar a obra do di-que, o bispo mandou fechar o portão da ilha Verde, participando em 19 de Janeiro de 1892 ao governador que todas as vezes que quisesse ir lá para piquenique, pedisse a chave ao reitor do Seminário.

No dia da inauguração do dique, o prelado “escreveu ao governador a

JoSé SimõeS moraiS*

a construção dos muros na Ilha Verde

Fábrica da Coca-Cola funciona na Ilha Verde

(...) “Foi só pelo “memorandum” n.º 2 apresentado pelo Comissário Chinês Kao, na 3ª sessão de 2 de Agosto de 1909, da Comissão de delimitação de Macau e suas dependências, que teve lugar em Hong Kong, sendo Alto-Comissário por parte do Governo Português o general Joaquim Machado, que o governo chinês reconheceu expressamente a ocupação portuguesa na Ilha Verde” (...) - idem

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PáG 11segunda-feira, 05 de setembro de 2011 JORnAl tRIbunA de MAcAu

(...) “Dado o grande número de refugiados chineses devido à Guerra Sino-nipónica, as casas da Ilha Verde que ficavam fora do muro do Seminário foram já antes de 1940 arrendadas a vários chineses para habitação, indústria, armazém e escolas” (...) - Ibidemlocal

felicitá-lo e a oferecer-lhe hospeda-gem na Ilha” nestes termos: “Quando lá quiser ir descansar ou veranear, é só pedir a chave ao Reitor do Seminá-rio, que terá muito gosto em lhe ser agradável”.

Foi só pelo “memorandum” n.º 2 apresentado pelo Comissário Chinês Kao, na 3ª sessão de 2 de Agosto de 1909, da Comissão de delimitação de Macau e suas dependências, que teve lugar em Hong Kong, sendo Alto-Co-missário por parte do Governo Por-tuguês o general Joaquim Machado, que o governo chinês reconheceu ex-pressamente a ocupação portuguesa na Ilha Verde.

OS AtERROS DA ILHA VERDENão deixa de ser curioso o facto

da propriedade da diocese se restrin-gir à parte montanhosa da ilha e a algumas dependências da antiga fá-brica de cimento, com os seus campos de recreio e anexos. Já a parte plana, que se estende até à beira do rio e ao Canal dos Patos, foi sendo ocupada por população chinesa.

De ambos os lados da montanha, com o tempo, os terrenos foram inva-didos e depois vendidos, a particula-res, para construção.

Dado o grande número de re-fugiados chineses devido à Guerra Sino-nipónica, as casas da Ilha Verde que ficavam fora do muro do Seminá-rio foram já antes de 1940 arrendadas a vários chineses para habitação, in-dústria, armazém e escolas.

O Bairro da Ilha Verde foi cons-truído com barracas e as 12 ruas que o compõem têm o nome com núme-ros. Em 13 de Dezembro de 1950, o bairro foi palco de um incêndio, que deixou sem abrigo 2.500 chineses po-bres. O Governo da Província, com a colaboração da Comissão Central de

Assistência Pública e das três princi-pais associações chinesas, reconstruiu no espaço de um mês o bairro. Para a sua segurança, a C.C.A.P. dotou-o com um posto de incêndio e uma re-trete pública. Também foi construído um amplo barracão onde foi instala-da uma escola gratuita para as crian-ças aí residentes.

Mas de novo, em 10 de Janeiro de 1955, um outro incêndio devorou to-das as casas feitas de madeira, fican-do sem habitações cerca de 5 mil chi-neses. Com a contribuição de Macau, passado um mês e meio já as novas casas de zinco estavam prontas.

O padre Lancelote angariou apoios para serem construídas cen-tenas de casas de pedra, no istmo da Ilha Verde e aí fundou a Casa de S. José em 1957, hoje Escola de Santa Te-resa do Menino Jesus.

O padre Manuel Teixeira diz: “Na zona SW desta pequena ilha, ora ligada à Península pelo Istmo Conselheiro Borja, encontra-se um vasto recinto vedado, ainda hoje (1960) ocupado por dependências do Seminário de S. José. Este recin-to, que pela vegetação existente, facilmente se constata que seguia pela orla oriental englobando, anti-gamente, terrenos que, hoje, fazem parte da Companhia Independente de Caçadores nº 3, que, por aluguer, os ocupa”...”Hoje da opulenta e ri-quíssima vegetação, já, pouco, resta, pois, entregues à Natureza, à mín-gua de cuidados especiais, que o seu exotismo requeria, muitas espécies foram degenerando e morrendo. Por outro lado, a cobiça e a ignorância de certos homens, a pouco e pouco acabaram por destruir as espécies mais valiosas tais como árvores de sândalo, que, há menos de meio sé-culo, ainda existiam dentro da zona

militar.”Nos anos 80 em torno da ilha

foi-se conquistando terra ao rio, para onde foram colocadas muitas empresas.

Segundo Silveira Machado no seu livro Macau na Memória do Tem-po “O aplanamento à volta da ilha (realizado nos anos 80 do século XX), a construção de cais e pontes ali pró-ximo, o alinhamento do rio naquela extensão e para o lado do istmo, per-mitiram que outras indústrias ali se instalassem, contando-se entre elas, além de outras de menor volume, uma fábrica de papel de embalagem, cartão e cartolina, uma fábrica de gelo, outra de fabrico de louça esmal-tada e, ainda uma de produtos de es-puma de borracha.

Assim, foi-se modificando o as-pecto físico e paisagístico da ilha, o que levou a um crescimento das ac-tividades concentradas nessa zona. E, hoje, a par de outras unidades industriais, de oficinas de reparação de carros, e de bastante comércio, ali laboram dois complexos de relevante importância para a economia de Ma-cau e abastecimento da sua popula-ção: o Matadouro de Macau e a Fábri-ca de Coca-Cola.”

No final do primeiro decénio do terceiro milénio, na parte Noroes-te da zona da Ilha Verde começou a construção de dois enormes edifícios para habitação económica. Parada há uns anos, encontra-se a fase de pre-paração do terreno para albergar a Universidade de S. José em terrenos da Ilha Verde.

Presente na memória de todos está a recente demolição das barracas nos aterros da Ilha Verde.

* Investigador.Colaborador regular do JTM.

a construção dos muros na Ilha Verde

Fábrica da Coca-Cola funciona na Ilha Verde

(...) “Foi só pelo “memorandum” n.º 2 apresentado pelo Comissário Chinês Kao, na 3ª sessão de 2 de Agosto de 1909, da Comissão de delimitação de Macau e suas dependências, que teve lugar em Hong Kong, sendo Alto-Comissário por parte do Governo Português o general Joaquim Machado, que o governo chinês reconheceu expressamente a ocupação portuguesa na Ilha Verde” (...) - idem

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PáG 12 segunda-feira, 05 de setembro de 2011 JORnAl tRIbunA de MAcAu

DJOKOVIC SOMA E SEGUE. o sérvio Novak Djokovic, número 1 mundial, alcançou a 60ª vitória do ano, ao derrotar o russo Nikolay Davydenko por 6-3, 6-4 e 6-2 na terceira ronda do open dos eua em ténis. federer, número 3 mundial, afastou o croata marin cilic, por 6-3, 4-6, 6-4 e 6-2. DESPoRTo

LORENzO VENCE EM SAN MARINO. Jorge lorenzo (Yamaha) venceu ontem o grande Prémio de san marino, 13ª prova do mundial de motogP, aproximando-se do líder da geral, casey stoner (Honda), que foi terceiro. atrás de lorenzo ficou Dani Pedrosa (Honda).

QUALIfIcAÇÃo PARA EURo2012

alemães já “carimbaram” passaporteA Alemanha tornou-se na primeira selecção apurada matematicamente para o Europeu de futebol de 2012, enquanto Holanda e Itália ficaram próximas da qualificação, numa ronda em que França e Inglaterra venceram

A goleada holandesa a São Mari-no, por 11-0, com quatro golos de Robbie Van Persie, destacou-

se na jornada, que contou ainda com o triunfo da Inglaterra na Bulgária, por 3-0, enquanto a Itália e a França não foram além de vitórias pela margem mínima nas Ilhas Faroe e na Albânia, por 1-0 e 2-1, respectivamente.

A selecção alemã também impôs a sua superioridade frente à Áustria, ao vencer por 6-2 e somar o oitavo sucesso consecutivo no grupo A de qualificação, sendo perseguida à dis-tância pela Turquia, que venceu em casa com dificuldade o Cazaquistão por 2-1, e pela Bélgica, que empatou a um golo no Azerbaijão. Mesut Ozil, médio do Real, assinou um “hat-trick” no triunfo da “mannschaft”, aos 08, 23

e 47 minutos, enquanto o avançado Lukas Podolski, do Colónia, marcou o quarto tento, aos 28. Arnautovic, aos 42, e Harnik, aos 51, ainda apontaram os golos austríacos, antes de André Schurrle e Mário Goetz terem selado a goleada, aos 84 e 89. A Alemanha apurou-se assim para o Europeu de

2012, juntando-se às anfitriãs Ucrânia e Polónia.

No grupo C, a Itália ficou a um passo do Euro2012 e necessita apenas de vencer a Eslovénia na próxima ron-da para carimbar o “passaporte” para a fase final, depois de ter ganho nas Ilhas Faroe, por 1-0, com um golo de Cassa-no, deixando a Sérvia, que venceu a Ir-landa do Norte (1-0), e a Eslovénia, que perdeu na recepção à Estónia (2-1), a oito pontos.

Também a Holanda está perto de assegurar o apuramento no grupo E, ao somar 21 pontos, mais seis que Hungria e Suécia, que se enfrentaram em Buda-peste, num encontro que terminou com a vitória para os magiares (2-1).

A França reforçou o domínio do grupo D, depois de ter ganho na Albâ-nia por 2-1, como golos de Benzema e M’Vila, garantindo três pontos de van-

tagem sobre a Bósnia-Herzegovina, que arrebatou o segundo posto à Bielorrússia com a vitória em Minsk, por 2-0.

A selecção inglesa também segue na liderança do grupo G, após vencer a Bul-gária por 3-0, com um “bis” de Wayne Rooney, e beneficiou do triunfo do País de Gales sobre Montenegro, por 2-1, para ficar com três pontos de vantagem.

Mais renhidas estão as “lutas” nos grupos H, com Portugal e Noruega a dividirem a liderança, e F, da Grécia. Comandada por Fernando Santos, a se-lecção helénica manteve-se invicta e pra-ticamente afastou Israel do “playoff” ao vencer em Telavive, por 1-0, graças a um golo solitário do médio ofensivo Sotiris Ninis, aos 60 minutos.

A Grécia lidera a “poule” com 17 pontos, menos um que a Croácia, que foi vencer a “lanterna vermelha” Malta, por 3-1. No outro jogo do grupo, a Letónia venceu na Geórgia por 1-0.

Também em aberto está a disputa no grupo 8, com a Rússia, que se impôs frente à Macedónia (1-0), e segue no topo com dois pontos de diferença para Irlan-da e Eslováquia, que empataram a zero em Dublin.

No grupo I, uma grande penalida-de marcada por Michal Kadlec, no últi-mo minuto, deu o empate à República Checa na deslocação à Escócia (2-2), que ficou praticamente afastada do “playoff” de qualificação. Lituânia e Liechtenstein, sem hipóteses de apuramento, empata-ram a zero.

Após seis jogos, os checos somam 10 pontos, menos cinco que a Espanha, cam-peã do Mundo e da Europa, enquanto os escoceses contam cinco pontos, à frente de Lituânia, com quatro, e Liechtenstein, com três.

Ozil assinou um “hat-trick” frente à Áustria

Espanha bate chile em amigávela espanha, campeã do mundo e europeia de futebol, esteve a perder por 2-0 no particular com o chile, mas deu a volta ao marcador e venceu, por 3-2, com um “bis” de fabregas e um golo de iniesta. mauricio isla e eduardo vargas marcaram primeiro no encontro disputado em saint gallen, na suíça. os co-organizadores do euro2012 também jogaram desafios amigáveis e registaram resultados pouco lisonjeiros: a ucrânia perdeu em casa com o uruguai, por 3-2, enquanto a Polónia empatou 1-1 com o méxico. também em jogos particulares, o Paraguai ganhou no Panamá por 2-0, com oscar cardozo a apontar o primeiro golo, e a argentina bateu a venezuela por 1-0, com um golo do defesa central otamendi, do fc Porto, numa partida disputada em calcutá, na Índia.

Em Kunming, no sudoeste da China, a equipa orientada pelo antigo treinador do Benfica recebeu a congénere de Sin-

gapura. A China esteve mesmo a perder por 1-0, golo de Aleksandar Duric, futebolista de 41 anos, nascido na Bósnia-Herzegovina (na altura, Jugoslávia). A perder desde dos 33 mi-nutos, os chineses começaram por virar o re-sultado aos 69. Zhi Zheng empatou de gran-de penalidade e, aos 73, Hai Yu confirmou a reviravolta.

Menos feliz foi a estreia do brasileiro Zico no comando técnico do Iraque, que perdeu em casa por 2-0 frente à Jordânia. O Iraque volta a jogar amanhã contra Singapura, no mesmo dia em que a Jordânia recebe a China.

Já o técnico português Carlos Queiroz, seleccionador do Irão, imitou Camacho e também se estreou com uma vitória frente à Indonésia, por 3-0, no Grupo E da terceira fase da qualificação asiática para o Mundial2014, no Estádio Azadi, em Teerão. O capitão Javad

ZoNA ASIÁtIcA DE QUALIfIcAÇÃo PARA mUNDIAL 2014

china bate Singapurana estreia de camachoO espanhol José Antonio Camacho estreou-se com uma vitória ao comando da selecção chinesa, no primeiro encontro de apuramento para o Mundial 2014, na zona asiática

Nekounam, médio dos espanhóis do Osasu-na, marcou dois golos de cabeça, aos 54 e aos 73, lançando os iranianos para uma merecida vitória. O suplente Andranik Teimourian fi-xou o resultado, aos 87, deixando em delírio os cerca de 70.000 adeptos presentes no está-dio, que não esgotou (a capacidade oficial é de 100.000).

O Grupo E integra ainda as selecções do Bahrein e do Qatar, que empataram a zero, em Manama.

O quadro da zona asiática integrou ainda as partidas Coreia do Sul-Líbano (6-0), Emira-dos Árabes Unidos-Kuwait (2-3), Japão-Co-reia do Norte (1-0), Tajiquistão-Uzbequistão (0-1), Austrália-Tailândia (2-1) e Omã-Arábia Saudita (0-0).

Usando um novo equipamen-to, em que surgem as cores da nova bandeira, a Líbia

recebeu Moçambique no “vizinho” Cairo, no Egipto, dado o clima de instabilidade que o país ainda vive. O golo da vitória foi alcançado por Rabie el-Lafi, aos 30 minutos. Com este triunfo, a Líbia ascendeu ao primeiro lugar do Grupo 3, com 11 pontos, e afastou Moçambique da fase final da competição.

Já a selecção de Cabo Verde perdeu com o Mali, por 3-0, com golos de Cheick Diabate, aos 27 e 29 minutos, e Mahamand Traoré, aos 51, e caiu para a segunda po-sição do Grupo 1 por troca com o Mali que ascendeu à liderança, com nove pontos.

O Egipto, detentor do troféu, ficou irremediavelmente afastado de defender o título ao perder com a Serra Leoa, por 2-1, em jogo do grupo 7 da fase de qualificação da CAN2012. A selecção egípcia segue

no último lugar do grupo a seis pontos dos líderes, África do Sul – que soma menos um jogo – e Serra Leoa, ambos com oito.

A Guiné-Bissau, comandada por Norton de Matos, também so-freu a sua quarta derrota no Gru-po J de qualificação, ao perder em Nairobi com o Quénia, por 2-1. Com esta derrota, a Guiné-Bissau segue na última posição do Grupo J após cinco jogos, com apenas três pontos, enquanto os quenianos su-biram provisoriamente ao segundo lugar, com sete, menos três do que o Uganda.

Mesmo sem jogar, o Burkina Faso, orientado pelo português Paulo Duarte, assegurou a quali-ficação, ao beneficiar da derrota da Gâmbia na Namíbia, por 1-0. A selecção do Burkina Faso juntou-se assim aos organizadores Gabão e Guiné Equatorial e aos já apurados Senegal, Costa do Marfim e Botswa-na na fase final da CAN2012.

tAÇA DAS NAÇÕES AfRIcANAS

líbia afasta MoçambiqueA selecção de futebol da Líbia, que fez o primeiro jogo da era pós-Kadhafi, venceu Moçambique, por 1-0, na qualificação para a Taça das Nações Africanas (CAN) de 2012

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JORnAl tRIbunA de MAcAu segunda-feira, 05 de setembro de 2011 PáG 13

INGLATERRA TENTOU MOURINHO. brian barwick, director da federação inglesa de futebol, admitiu que teve conversações com mourinho antes de avançar para a escolha de fabio capello como seleccionador. “Não estaríamos a fazer bem o nosso trabalho se não lhe tivéssemos ligado. mas foi fabio quem esteve na lista de início e que quis a vaga”, acrescentou. DESPoRTo

BENFICA GANHA SUPERTAÇA DE FUTSAL. o benfica conquistou a quinta supertaça de futsal do seu historial ao bater o sporting, por 3-2, em jogo disputado em Portimão. Joel Queirós, marinho e marcão marcaram pelas águias e alex e leitão pelos leões.

cARVALho ADmItE ERRo mAS DIZ SENtIR-SE “mAGoADo” PoR PAULo BENto

Do “desertor” para o “mercenário”Ricardo Carvalho, magoado por ter sido qualificado de desertor por Paulo Bento por ter abandonado a selecção portuguesa de futebol sem justificação, disse que poderia apelidar o seleccionador de “mercenário”

Sim [magoou]. É muito forte, uma linguagem militar, chamar-me desertor. Com a mesma lingua-

gem, eu podia chamar-lhe mercená-rio. Quando alguém vai para guerra pago, chama-se mercenário. Eu estou na selecção por amor, ele é seleccio-nador porque lhe pagam. Não mere-cia que me tratasse dessa maneira”, disse Ricardo Carvalho em entrevista à RTP.

O defesa central do Real Madrid, que abandonou o estágio da selecção em Óbidos, a dois dias do jogo com o Chipre, depois de perceber que não seria titular, diz sentir que Pau-lo Bento exagerou: “Houve um certo aproveitamento do treinador de um episódio que não foi o mais correcto da minha parte, para pisar-me e mas-sacrar-me um pouco. Isso nunca fiz”.

Depois de abandonar o hotel onde estava concentrada a equipa na quarta-feira, sem apresentar qual-quer justificação, Ricardo Carvalho anunciou a sua renúncia à selecção, em comunicado enviado à agência Lusa, manifestando-se “ferido e des-respeitado” na sua dignidade.

Com 33 anos e 75 internacionaliza-

ções, Ricardo Carvalho sublinhou que tem sido um bom exemplo e que a sua reacção foi “a quente”, não compreen-dendo as palavras do seleccionador na conferência de imprensa da véspera do jogo nem o tempo que dispensou a falar do seu caso, porque “Paulo Ben-to teve 24 horas”. “Foi um sentimen-to muito forte que tive. Foi a quente. Quando cheguei do treino, achei que não me tinham respeitado, senti que estava a mais, fizeram-me sentir as-sim. Cheguei ao quarto e nem troquei de roupa. Não foi nada premeditado, estava com cabeça quente e não falei com ninguém. Foi o meu grande erro, não me passou pela cabeça. Estava tão desorientado naquele momento”, ex-plicou Ricardo Carvalho.

O defesa disse que sentiu que “foi uma grande injustiça”, porque “tinha treinado bem”, quando viu que a titu-

laridade seria para Pepe, com o qual costuma partilhar o eixo da defesa no Real Madrid, sublinhando que nada tem contra o colega.

Ricardo Carvalho lembrou que, quando outros optaram por sair da selecção, preferiu ficar, sendo um dos mais velhos do grupo, e não fecha as portas a um eventual regresso. “Um dia mais tarde, se acharem que posso ser útil, estou disponível”, afirmou.BENtO FECHA A “PORtA”. No entanto, Paulo Bento garantiu que o defesa não voltará a vestir a camisola das “quinas” enquanto ocupar o car-go. “Enquanto eu for seleccionador, não. Não faz sentido, a porta está fechada. Foi uma atitude individual pela qual tem de ser julgado e penali-zado”, disse.

“Após o treino, quando estáva-mos na sala de refeições, houve al-

QUALIfIcAÇÃo PARA EURo2012

Gritos por Messi “embalaram” cR7

Em Nicósia, a equipa lusa jogou cerca de 60 minu-tos com mais um jogador, graças a uma “prenda” de Dobrasinovic, que foi expulso após uma come-

ter um grande penalidade, convertida por Cristiano Ro-naldo, mas só conseguiu respirar de alívio nos instantes finais.

O avançado do Real Madrid e “capitão” de Portu-gal acabou por ser a figura da partida, com dois golos (35 e 83 minutos) e uma assistência, enquanto Hugo Almeida (84) e Danny (90+2) assinaram os restantes tentos.

O encontro ficou também marcado pelas estreias de Rui Patrício e Ruben Micael no “onze” de Portugal em jogos oficiais, embora o agora médio do Saragoça tenha feito uma exibição muito apagada, assim como Hélder Postiga, que esteve absolutamente desastrado na frente de ataque.

Este triunfo mantém Portugal na liderança do Gru-po H e no bom caminho para alcançar o apuramento directo para o Euro2012 (Polónia e Ucrânia), embora es-teja em igualdade pontual (13) com a Noruega, que na sexta-feira bateu a Islândia, por 1-0.

Talvez resultado do forte calor que esteve em Nicó-sia ou mesmo por opção própria, Portugal entrou muito lento em campo, com João Pereira a ser o único que ten-tava desequilibrar, enquanto os seus companheiros de equipa pouco ou nada se movimentavam na frente.

E foi mesmo o lateral direito a ter a primeira gran-

de oportunidade do jogo, aos 13 minutos, mas isolado frente a Giorgallidis não conseguiu bater o guardião ci-priota.

Com os adeptos a gritarem por Messi nas banca-das, Cristiano Ronaldo e Pepe também somaram rema-tes à baliza e tentaram disfarçar aquela que estava a ser uma exibição muito cinzenta da selecção portuguesa, antes do lance que mudou o encontro.

Aos 34 minutos, Dobrasinovic, que já tinha visto um cartão amarelo, “ofereceu” uma grande penalidade a Portugal, ao levar a mão à bola num remate de Mouti-nho, e foi expulso, num lance que “caiu do céu” para a equipa de Paulo Bento.

Cristiano Ronaldo, que até esse momento estava uma sombra do jogador que marcou um “hat-trick” na última jornada do campeonato espanhol, converteu tranquilamente o castigo máximo.

Mesmo em vantagem no marcador e no número de jogadores, Portugal chegou ao intervalo sem conseguir pegar no encontro, enquanto o Chipre se apresentava muito “vivo”, principalmente nas laterais.

Inexplicavelmente, no regresso dos balneários, a equipa lusa deixou os cipriotas ganharem confiança e, por momentos, veio à memória o 4-4 registado no úl-timo jogo em Guimarães, com Portugal a colocar-se a jeito para sofrer o empate.

Os jogadores cipriotas demonstraram uma atitude incrível, mas com o passar do tempo acabaram por não resistir ao cansaço e recuaram muito no terreno. Portu-gal voltou a tomar conta do jogo, ameaçou por Ronaldo e Coentrão (atirou ao poste), sem sucesso.

Durante alguns minutos, o Chipre ainda renas-ceu e chegou à área portuguesa, sem perigo, e só aos 83 minutos é que Portugal, finalmente, “matou” o jogo, novamente por Ronaldo, desta vez numa jogada indi-vidual, que terminou com a bola nas redes defendidas por Giorgallidis.

O golo fez ruir por completo o espírito lutador do Chipre e os suplentes Hugo Almeida e Danny comple-taram a goleada, aos 84 e 90+2 minutos, com Cristiano Ronaldo a somar uma assistência no tento do avançado do Besiktas.

* Jornalista da Agência Lusa

guém que desertou e esse alguém foi o Ricardo Carvalho. Não houve conversa nenhuma, na quarta-feira treinou e treinou bem e depois deser-tou, foi à sua vida, deixou-nos com 22 jogadores”, afirmou o seleccionador. “Ele perspectivou, por aquilo que fo-ram os treinos, que não iria ser titular. Se não perspectivasse que não iria jo-gar provavelmente não abandonaria o estágio”, observou Paulo Bento, ad-mitindo ter sido surpreendido pelo abandono de Ricardo Carvalho.

O seleccionador defendeu que “o profissionalismo mede-se em todos os sítios onde se trabalha, seja no clu-be, seja na selecção e o sentimento até deve ser um pouco diferente quando se representa uma selecção”. “Merece o nosso respeito e admiração pelo seu passado desportivo, mas repudiamos o que é um virar de costas ao país, à selecção e aos colegas”, frisou Paulo Bento, qualificando a atitude do defe-sa de “plano de fuga”.

Ricardo Carvalho pode vir a ser suspenso entre um a três meses por ter abandonado o estágio da selecção e, eventualmente, impedido de jogar nesse período pelo Real Madrid nas competições da UEFA. Se for punido no processo disciplinar que lhe vai ser instaurado pela Federação Portu-guesa de Futebol, o jogador do Real Madrid ficará impedido de jogar em Portugal, podendo a sanção ser ex-tensiva às provas organizadas pela UEFA, caso a FPF o solicite ao orga-nismo que rege o futebol europeu.

A selecção portuguesa de futebol manteve-se na luta pela qualificação directa para o Euro2012 de futebol, ao golear o Chipre, por 4-0, num jogo que só ficou resolvido nos últimos minutos e em que sofreu sem necessidade

luíS garouPa*

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PáG 14 segunda-feira, 05 de setembro de 2011 JORnAl tRIbunA de MAcAu

acTUalSANTANA LOPES CONFIRMADO NA SANTA CASA. santana lopes já aceitou o convite para ser provedor da santa casa da misericórdia de lisboa. segundo o DN, santana pretende acumular o cargo de provedor com o de vereador na câmara de lisboa e não será remunerado pelas novas funções.

AVIAÇÃO HUMANITÁRIO EM PYONGYANG. um avião norte-americano que carrega ajuda humanitária chegou à coreia do Norte, atingida por fortes inundações, figurando como o mais recente sinal de aproximação entre os dois países. o avião carregado com alimentos, medicamentos, produtos de higiene, cobertores, entre outros bens, no valor de 900 mil dólares aterrou na capital norte-coreana.

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Estão a aumentar as “farpas laranjas” ao au-mento de impostos decidido pelo Governo de Lisboa. Manuela Ferreira Leite criticou

no sábado a política fiscal do Executivo, juntan-do-se assim a Marques Mendes e Vasco Graça Moura. Ferreira Leite não está optimista quanto aos resultados práticos das mais recentes medi-das anunciadas pelo Governo e considera mes-mo que já foi ultrapassado o limite do possível no aumento de taxas.

Numa crónica no semanário Expresso, a ex-presidente do PSD e antiga ministra das Finanças não poupa críticas sobre a política fiscal seguida pelo executivo de Passos Coelho e os recentes im-postos anunciados sem o esperado corte da despe-sa. Ferreira Leite diz ainda que ficou surpreendida com as palavras do ministro das Finanças e que, mesmo não duvidando da competência de Vítor Gaspar, tem dúvidas quanto ao optimismo por ele demonstrado.

“O crescimento da receita fiscal já não é pro-porcional ao aumento das taxas, o que significa que já se ultrapassou o limite do possível”, advertiu, criticando ainda o fim de algumas deduções fiscais, como as despesas com cuidados de saúde, e ante-cipando que “é evidente” isso vai resultar numa perda de receita fiscal para o Estado.

“De justiça tem pouco e de eficácia nada”, frisa Manuela Ferreira Leite, que termina a crónica afir-mando que espera estar a ser pessimista.

Marques Mendes, no seu comentário habitual no TVI24, também lançou duras críticas ao Executi-vo. Mais impostos “é um murro no estômago”, dis-se o ex-líder do PSD, que acusou o Governo de não ter lançado ainda uma única medida para relançar a economia, nem emagrecimento do Estado.

Vasco Graça Moura também não poupou a op-

PoRtUGAL

críticas “laranjas” à política fiscal As medidas anunciadas pelo ministro Vítor Gaspar estão a ser objecto de duras críticas de elementos dos partidos da coligação. Algumas vozes do PSD e do CDS-PP discordam do aumento de impostos, incluindo a ex-ministra Manuela Ferreira Leite

ção do ministro das Finanças. Para o ex-eurodepu-tado, “os impostos são incomportáveis sacrifícios” e o Governo deve explicá-los melhor.

As críticas também crescem no CDS-PP, sen-do que Pires de Lima e Lobo Xavier já apelaram ao corte nos gastos do próprio Estado. No Parlamento houve mesmo quem dissesse ao ministro que os deputados do CDS-PP estão descontentes com o novo aumento de impostos, anunciado na quarta-feira por Vítor Gaspar.

Já o ministro das Finanças disse não existirem dúvidas de que Portugal irá superar a crise, mas avisou que “milagres não são possíveis” e que o esforço de ajustamento será prolongado e exigirá o sacrifício de todos.

“Os países perduram sempre, não há qual-quer espécie de dúvida de que Portugal superará a crise, a questão que depende de nós é como e quão depressa seremos capazes de superar a crise”, afir-mou o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, duran-te uma ‘aula’ na Universidade de Verão do PSD, que decorreu em Castelo de Vide até ontem.

Apontando a consolidação orçamental, a di-minuição do endividamento e uma estratégia para ganhar um novo potencial de crescimento na eco-nomia portuguesa como elementos essenciais para sair da crise, o ministro da Finanças reconheceu, contudo, que essa condições “não são suficientes para o sucesso”.

Documentos secretos revelados pelo jornal britânico “The Inde-

pendent” e o norte-americano “Wall Street Journal” revelaram a existência de ligações estrei-tas entre Muammar Kadhafi, o Reino Unido, a União Europeia e os EUA.

Segundo o “The Indepen-dent”, os arquivos foram en-contrados em gabinetes priva-dos de Moussa Koussa, braço direito de Muammar Kadhafi e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, que fugiu para o Reino Unido quando começou a revolução na Líbia. Os docu-mentos estavam num edifício dos serviços secretos líbios em Tripoli e foram descobertos pela organização de defesa dos direitos humanos Human Ri-ghts Watch (HRW).

Tanto o “The Indepen-dent” como o “Wall Street Jour-nal” revelam que os Governos britânico e norte-americano cooperaram de forma estreita com Kadhafi para enviar pri-sioneiros com o objectivo de serem interrogados.

De acordo com o “The Independent”, os documen-tos referem que os serviços de espionagem britânicos M16 entregaram ao ditador líbio in-

formações sobre pessoas que se opunham ao seu regime. Acres-centa que funcionários britâni-cos ajudaram a redigir o esboço de um discurso para Kadhafi, quando este decidiu há alguns anos abandonar o apoio a gru-pos terroristas e passar a cola-borar com o Ocidente.

Além disso, os arquivos revelam que, sob a administra-ção de Bush, a CIA entregou presumíveis terroristas ao re-gime líbio com as indicações das perguntas que lhes de-veriam fazer. Em 2004, a CIA estabeleceu mesmo “uma pre-sença permanente” na Líbia, segundo uma nota de um alto responsável da agência norte-americana, Stephen Kappes, dirigida ao chefe dos serviços secretos líbios, na época, Mous-sa Koussa.

A missiva dá a entender relações estreitas entre os dois serviços, porque começa por “Caro Moussa” e termina com a assinatura “Steve”, indica o “Wall Street Journal”.

Outros documentos reve-lam ainda que a União Euro-peia e o Reino Unido actuaram em nome da Líbia nas negocia-ções deste país com a Agência Internacional da Energia Ató-mica.

REVELADAS LIGAÇÕES A REINo UNIDo E EUA

londres ajudouregime de KadhafiDocumentos secretos revelam o alcance da estreita relação entre Muammar Kadhafi e o Reino Unido, a ponto das autoridades britânicas terem facilitado ao regime líbio informações sobre os seus opositores

Vítor Gaspar está a ser criticado no PSD e CDS

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o mUNDNoS “mEDIA”

PoRtUGAL

PoRtUGAL

PoRtUGAL

ESPANhA

chINA

jAPÃo

BARROSO E WEN DISCUTIRAM CRISE. o presidente da comissão europeia, José manuel barroso, e o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, conversaram ao telefone sobre os passos que a zona do euro está a dar para superar a crise da dívida. segundo um porta-voz comum, Wen Jiabao manifestou apoio às medidas que estão a ser adoptadas na europa para superar a actual situação económica.

JORnAl tRIbunA de MAcAu segunda-feira, 05 de setembro de 2011 PáG 15

Pequim já encerrou 30 escolas de migrantesMais de 30 mil alunos ficaram sem escola depois do Governo chinês ter encerrado dezenas de estabelecimentos de ensino sem licença

Xie Zhenqing passou 12 anos a transformar uma série de casas em ruínas

na “Red Star”, uma escola de gestão privada e baixo custo para 1.400 filhos de migrantes de áreas rurais pobres de Pe-quim, mas só teve de esperar algumas horas para ver o local ser transformado numa pilha de tijolos, após a intervenção de uma equipa de demolição enviada pelas autoridades.

“O que o Governo fez connosco é inconcebível”, dis-se Xie, directora da “Red Star”, enquanto os pais dos seus alu-nos se esforçavam para encon-trar outras instituições antes do início do novo ano lectivo na quinta-feira. “Nunca mais vou trabalhar numa escola de migrantes”, assegurou.

Segundo salienta uma reportagem do “New York Ti-mes”, a “Red Star” é uma das 30 escolas particulares tecnica-mente ilegais de Pequim que foram demolidas ou fechadas nas últimas semanas no âm-bito de uma campanha oficial anunciada como uma “guer-ra” contra edifícios escolares inseguros e insalubres. No to-tal, mais de 30 mil estudantes ficaram sem as suas salas de aula nos últimos meses. Os defensores dos migrantes aler-tam que muitas das 130 outras escolas sem licença da capital chinesa podem ser as próxi-mas vítimas.

Alguns observadores en-contram outros motivos por detrás da campanha, incluin-do o empenho do governo municipal pela venda de terras como forma de encher os seus cofres. Nesse sentido, lembram que o local onde funcionava a “Red Star” é cercado por uma série de torres de apartamen-tos de luxo e uma nova estação de Metro.

Já os administradores es-colares, pais e muitos morado-res de Pequim vêem a demo-lição como um puro exercício do controlo da população. De acordo com o Instituto de Esta-tísticas de Pequim, mais de um terço dos 19,6 milhões de habi-tantes da capital são migrantes do interior rural da China, um número que cresceu cerca de seis milhões desde 2000.

A dimensão dos núme-ros estará a preocupar o Par-tido Comunista, que tem uma aversão especial às favelas ur-banas e ao seu potencial como

“caldeirões” da instabilidade social.

Embora a qualidade do ensino que oferecem possa ser questionável, as escolas pri-vadas como a “Red Star” são muitas vezes a única opção para as crianças de baixa qua-lificação, filhos de trabalhado-res migrantes, que, na maioria das vezes, não podem ter aces-so à educação pública gratuita disponível para os residentes legais de Pequim. Conhecidos pejorativamente como “wai-di ren”, ou pessoas de fora, os migrantes são aqueles que permitem aos chineses mais abastados jantar fora, contra-tar amas em tempo integral e usar novas linhas de Metro em cidades como Xangai, Cantão e Shenzhen.

“A classe média odeia ver esse tipo de pobreza, mas não pode viver sem a sua mão de obra barata”, disse ao jornal norte-americano Chan Kam Asa, professor da Universida-de de Washington que estuda as políticas da China para os migrantes rurais.

Com o intuito de gerir os enormes fluxos populacionais – e os seus próprios receios – o Governo conta com um pas-saporte interno e um sistema de registo que datam da era Mao e “amarram” o acesso à educação, saúde e pensões ao local de nascimento dos pais das pessoas. O sistema “hukou”, como é chamado, criou uma população de duas camadas em muitas cidades chinesas, dependendo do fac-to de possuírem ou não resi-dência legal.

Apesar da urbanização constituir um princípio cen-tral do mais recente plano de crescimento económico de cinco anos do partido, segun-do Chan, os 250 milhões de migrantes rurais que deverão deslocar-se para as cidades nos próximos 15 anos poderão, de facto, representar uma fonte de agitação social, caso o sis-

tema “hukou” não seja objecto de revisão. “Ter essa quanti-dade de cidadãos de segunda classe nas cidades chinesas é algo muito perigoso”, disse o académico.

A obtenção de uma au-torização de residência urba-na só é possível para aqueles com boas condições finan-ceiras ou óptimos contactos, pelo que os migrantes pobres vivem numa zona “cinzen-ta” e têm que pagar cuidados médicos, quartos alugados em locais com más condições sanitárias e escolas não regis-tadas, onde a educação é me-díocre. Os desafios ganham ainda maior dimensão depois do ensino básico, quando os filhos dos migrantes precisam de voltar para a cidade natal dos pais para continuarem os estudos - ou abandoná-los - e, consequentemente, viverem separados das suas famílias. “É um sistema cruel e injus-to que impede as pessoas de perseguirem os seus sonhos”, frisou Song Yingquan, pes-quisador do grupo Projecto Acção de Educação Rural.

No entanto, apesar dos políticos discutirem a reforma do sistema “hukou” há mais de duas décadas e de terem sido realizadas experiências limitadas em Xangai, Chon-gqing, Chengdu e nalgumas cidades menores, a Assembleia Nacional Popular, o órgão le-gislativo da China, não fez ne-nhum avanço concreto sobre essa matéria.

De acordo com o “New York Times”, a resistência vem dos donos de fábricas que que-rem os trabalhadores migran-tes mantidos na insegurança e baratos para que possam ser explorados, e das elites urba-nas que temem uma “enxurra-da” ainda maior de migrantes do campo, caso a vida na ci-dade se torne ainda mais fácil. Mas a oposição maior poderá residir nos próprios Governos locais, preocupados com os

gastos que teriam de assumir, na saúde, educação e outros benefícios, se os migrantes e respectivos filhos fossem resi-dentes legais.

No que constituiu um raro acto de desafio coordenado, mais de uma dúzia de jornais do país publicaram conjun-tamente um editorial no ano passado pedindo ao Governo para tomar uma atitude sobre a incómoda reforma. “Acredi-tamos que as pessoas nasce-ram para ser livres e possuem o direito de migrar livremen-te”, indicaram no editorial. Poucas horas depois, no en-tanto, o editorial foi retirado dos sites dos jornais e vários editores foram punidos.

Por outro lado, à medida que aumentam as diferenças salariais e a inflação prejudi-ca os rendimentos irrisórios dos migrantes nas grandes cidades, muitos trabalhado-res estão a tornar-se cada vez mais amargos. “O sistema, tal como está agora, apenas alimenta a instabilidade”, advertiu Jia Xijin, especialis-ta em políticas públicas na Universidade Tsinghua. “Os moradores das zonas rurais e urbanas contribuem para a nossa nação, ambos pagam impostos, mas não beneficiam de forma igual. A injustiça é gritante”, acrescentou.

Embora os burocratas da educação insistam que o fecho das escolas migrantes em Pequim é uma questão de segurança, muitos pais questionam o momento e a falta de alternativas. Alguns pais, especialmente aqueles cujos filhos foram transferi-dos mais de uma vez, admiti-ram a derrota e disseram que irão retornar às suas cidades de origem ou fazer regressar os filhos para serem criados por parentes. “Não vejo por que é devemos viver aqui sem dignidade”, declarou um migrante que enviou os seus dois filhos em idade es-colar de volta à província de Henan. Muitas famílias, no entanto, prometeram que vão continuar em Pequim.

Recentemente, a tensão popular aumentou ainda mais depois dos “media” terem noticiado que uma instituição de beneficência do Governo vai gastar mais de 300 milhões de dólares americanos na construção de cerca de mil escolas em Áfri-ca. A reacção do público foi imediata, levando oficiais da educação em vários distritos a relaxar as restrições que impedem as matrículas de estudantes não residentes em escolas públicas de Pequim.

acTUal

Fecho de escolas afecta mais de 30 mil filhos de migrantes

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PáG 16 segunda-feira, 05 de setembro de 2011 JORnAl tRIbunA de MAcAu

(...) “Será que pode existir uma democracia digna desse nome quando um país, para emitir dívida conjunta, prescinde da sua soberania fiscal?” (...)

João Pereira Coutinho in “Correio da Manhã”D

ito

oPINIãoIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

05/09/1991

Há 20 anos

POLÍCIA MARÍTIMACELEBROU ANIVERSÁRIORocha Vieira participou ontem em várias cerimónias que assinalaram o 123º aniversário da Polícia Marítima e Fiscal, tendo início às 8 da manhã com uma missa por alma dos falecidos membros da corporação, terminando com um beberete no Museu da Marinha. Na sessão solene a que estiveram presentes o Governador e alguns secretários-adjuntos, o comandante da PMF, Serra Rodeia, sublinhou as carências em pessoal e material com que se debate a corporação que não a têm impedido de obter resultados assinaláveis. De entre estes destacou a importante acção desenvolvida na contenção da imigração ilegal, levando à captura de 1.400 imigrantes e meia centena de aliciadores, a fiscalização de operações do comércio externo, a verificação do cumprimento dos editais da capitania dos Portos e a assistência prestada a mais de 160 embarcações. Referindo o facto das Oficinas Navais estarem agora a construir seis novas lanchas de fiscalização (que deverão estar concluídas até 1996), permitindo a progressiva renovação da frota, Serra Rodeia fez no final o elogio dos elementos que em seguida foram condecorados, apontando o seu exemplo como o que devem seguir todos os elementos da corporação.

LANÇADA PRIMEIRA PEDRADE CENTRO COMERCIALMacau vai dispor, até ao final de 1992, de um centro comercial à escala internacional, produto de uma “joint-venture” entre uma empresa local e uma companhia japonesa. O “Centro Comercial Jai-Alai”, cuja primeira pedra foi ontem lançada, será construído junto do terminal de passageiros do Porto Exterior, respondendo por um investimento de 456 milhões de dólares de Hong Kong. As duas empresas que participam na “joint-venture” – Yachan International, do Japão, e Shun Tak Development, de Macau, repartem em partes iguais o capital social do Centro Comercial Jail-Alai. Um sindicato financeiro constituído por sete bancos, entre os quais três japoneses e dois de Macau, vai apoiar a construção do empreendimento com um empréstimo por um período de sete anos e oito meses de 300 milhões de patacas. O futuro centro comercial será constituído por um edifício de quatro pisos, com uma área total superior a 25 metros quadrados. O secretário-adjunto para aos assuntos económicos, Vítor Pessoa, saudou este investimento conjunto de empresários de Macau e do Japão, salientando que é uma prova do desenvolvimento económico do território. Vítor Pessoa, que assistiu à cerimónia de lançamento da primeira pedra do empreendimento, disse que nos últimos anos Macau tem registado dos mais elevados índices de crescimento económico da região do sudoeste asiático, assinalando que o Governo está agora mais empenhado em obter um “crescimento de qualidade” em detrimento de um “crescimento em quantidade”.

falaR DE NóS Jorge A. H. Rangel*

Três pares de navios-gémeos nas águas de Macau“Quando o navio se começou a afastar do cais, rompeu uma verda-

deira trovoada de panchões. A ‘arraia miúda’, de bordo e de terra, manifestava assim a sua emoção do momento”

Relato do comandante do “Gonçalves Zarco”, da partida derradeira do navio em 28 de Março de 1964

Com recurso a textos do Comandante José Ferreira dos San-tos (“Navios da Armada Portuguesa na Grande Guerra”,

Academia de Marinha, 2008) e do Comandante Adelino Ro-drigues da Costa (“A Marinha Portuguesa em Macau - Uma relação muito singular”, Capitania dos Portos de Macau, 1999), pudemos recordar, nos últimos três artigos, a permanência de canhoneiras, cruzadores e avisos nas águas de Macau, em mis-são de soberania, no século XX.

Desta longa série de navios da Armada Portuguesa, o úl-timo que esteve em comissão nestas paragens lusas do Extre-mo Oriente foi o “Gonçalves Zarco”, aviso de 2.ª classe, que deixou definitivamente Macau no dia 28 de Março de 1964, em ambiente festivo que ficou indelevelmente gravado na me-mória de muitos residentes. Depois dessa data, deixámos de contar com a permanência de navios da Marinha de Guerra Portuguesa, os quais só ocasionalmente visitaram o território, havendo registos da passagem das fragatas “D. Francisco de Almeida” e “Comandante João Belo”, em Fevereiro de 1966 e em Março de 1970; das corvetas “Afonso de Cerqueira” e “Oliveira e Carmo”, em Outubro de 1975 e em Maio de 1976; e do navio-escola “Sagres”, em 1978, 1983 e 1993 (duas vezes). Uma outra obra do Comandante Adelino Rodrigues da Costa, o “Dicionário de Navios & Relação de Efemérides” (Comissão Cultural da Marinha, 1996), permite-nos acompanhar o per-curso dos navios que estiveram em permanência em Macau, os últimos dos quais foram os avisos de 2.ª classe “Gonçalo Velho”, “Gonçalves Zarco”, “Pedro Nunes” e “João de Lisboa” e os avisos de 1.ª classe “Afonso de Albuquerque” e “Barto-lomeu Dias”, três pares de navios-gémeos que prestigiaram Portugal no Oriente. As características dos dois primeiros eram idênticas: deslocamento máximo - 1.413 toneladas; des-locamento standard - 1.155 toneladas; comprimento – 81,5 me-tros; boca - 10 metros; calado máximo – 3,3 metros; velocidade máxima – 16,5 nós; velocidade de cruzeiro - 11 nós; autonomia à velocidade de cruzeiro - 9.830 milhas; armamento - 3 peças “Vickers - Armstrong” de 120 mm e 2 peças “Pom - pom” de 40 mm; e lotação - 119 elementos.

AVISO “GONÇALO VELHO” (1933 - 1961)“Foi construído nos estaleiros ‘Hawthorn, Leslie & Co’, de New-

castle, tendo sido lançado à água em 3-8-1932 e aumentado ao efectivo dos navios da Armada em 1-3-1933. Entrou em Lisboa pela primeira vez em 1-4-1933 e em 6-4-1933 iniciou a sua primeira missão na cos-ta norte, tendo entrado a Barra do Douro. Em 3-6-1933 iniciou uma viagem ao Algarve, Açores e Madeira. Em 27-6-1934 saíu para a pri-meira comissão de 6 meses em Angola, a que se seguiu um ano de per-manência em Moçambique. Em 12-8-1937 saíu de Lisboa para uma comissão em Macau, de onde regressou em Fevereiro de 1939. Entre Setembro de 1939 e Fevereiro de 1940 esteve em missão de soberania nos Açores e em afirmação da neutralidade portuguesa na guerra. Em 5-5-1940 largou para uma comissão em Macau e Timor, onde perma-neceu cerca de um ano. Entre Julho e Dezembro de 1942 efectuou uma comissão em Cabo Verde. Em 17-4-1943 saíu para uma comissão em Cabo Verde, mas seguiu quase de imediato para Moçambique, onde permaneceu cerca de um ano. Em 6-3-1945 iniciou nova comissão de serviço no Ultramar e Extremo Oriente, tendo permanecido cerca de 4 meses, em Moçambique, 11 meses em Macau e 7 meses na Índia. Em 1948 entrou em grandes fabricos em Lisboa e em 26-12-1949 saíu para comissão no Extremo Oriente. Durante esse longo período em que a guarnição foi substitutída em Macau, permaneceu na Índia, em Macau e em Timor, regressando a Lisboa em 29-1-1955. Entre Abril e Outubro de 1955 manteve-se atracado em Vila Franca de Xira. Entre Novembro de 1955 e Fevereiro de 1956 efectuou uma viagem de ins-trução na costa ocidental de África. Efectuou depois outras viagens aos Açores e Madeira e, em Setembro de 1957, representou a Marinha nas Festas de N. S. das Angústias, em Ayamonte, de onde regressou em 12-9-1957. Não voltou a sair a barra do Tejo e em 19-6-1961 foi abatida ao efectivo dos navios da Armada”.

AVISO “GONÇALVES ZARCO” (1933 - 1964)“Navio-gémeo do ‘Gonçalo Velho’, foi também construído nos

estaleiros ‘Hawthorn, Leslie & Co’, de Newcastle e foi aumentado ao

efectivo dos navios da Armada em 17-8-1933. Entrou em Lisboa pela primeira vez em 1-9-1933, isto é, 5 meses depois do ‘Gonçalo Velho’ e ainda nesse mês entrou a barra do Douro, tendo permanecido em Massarelos. Seguiu depois em viagem à Madeira e Açores. Em 28-2-1934 seguiu para a sua primeira comisssão, tendo permanecido em Moçambique até Janeiro de 1935. Seguiu depois para Timor e Macau, tendo regressado a Lisboa em 21-6-1935. Em Agosto de 1936 seguiu para a Madeira em apoio das forças militares e policiais que preten-diam anular algumas alterações da ordem pública. Em 8-10-1936 partiu para Angola onde permaneceu até Fevereiro de 1937, seguin-do depois para Moçambique. Depois de uma estadia de 5 meses em Moçambique regressou a Angola e, passado um mês, voltou a Lisboa onde chegou em 9-10-1937. Em 12-1-1938 largou para outra comis-são no Ultramar, tendo permanecido um mês em Angola e dois meses em Moçambique. Em 15-6-1938 saíu para Timor onde permaneceu um mês. Em 4-9-1938 chegou a Macau onde permaneceu até Abril de 1939. Visitou os Açores em Julho e Outubro de 1939 e permaneceu no arquipélago entre Janeiro e Maio de 1940. Em 24-10-1940 saíu para Cabo Verde onde permaneceu até Março de 1941. Em 11-10-1941 largou de Lisboa para uma comissão no Ultramar, chegando a Lourenço Marques em 3-12-1941. Foi designado para comboiar o transporte de tropas ‘João Belo’ destinado a Timor mas, perante uma ameaçadora sugestão japonesa, os dois navios mantiveram-se no mar entre Colombo e Java, entre os dias 18-2-1942 e 15-3-1942, regres-sando a Colombo e depois a Mormugão. Em Maio voltou a Moçam-bique onde se manteve até Dezembro e recolheu naúfragos de navios torpeados por submarinos alemães, tendo regressado a Lisboa em 14-2-1944. Em 29-4-1944 saíu de novo para Moçambique, onde voltou a recolher naúfragos. Em 29-8-1945 partia para Timor escoltando o transporte de tropas ‘Angola’, com as forças que iam reocupar a ilha após a derrota japonesa. Juntou-se-lhe o aviso ‘Bartolomeu Dias’ e juntos chegaram a Díli em 27-9-1945. Permaneceu em Timor duran-te 72 dias e em 16-1-1946 entrou em Lisboa. Em 31-8-1946 saíu para a Índia, onde permaneceu até Abril de 1949. Entre 24-11-1949 e 31-3-1950 efectuou um périplo de África em viagem de instrução de ca-detes. Efectuou depois outras viagens no Atlântico e no Mediterrâneo e em 1-8-1943 efectuou uma viagem aos Estado Unidos. Entre 15-11-1953 e 7-3-1954 efectuou uma viagem de instrução e participou nas comemorações do 4.º Centenário da Fundação da Cidade de S. Paulo. Em 1954 esteve por duas vezes em Vila Franca de Xira, para apoio à instrução da Escola de Mecânicos. Em 29-9-1955 saíu para uma das mais longas comissões feitas por navios portugueses. Esteve na Índia durante mais de um ano, seguindo depois para Macau onde esteve entre Outubro de 1955 e Maio de 1958. Em Maio de 1958 voltou à Índia, onde se manteve até 2-7-1959, data em que saíu para Timor, onde permaneceu cerca de 4 meses. Voltou a Macau onde estacionou até 28-3-1964. Chegou a Lisboa em 10-5-1964, após mais de 8 anos de ausência. Em 21 anos fizera mais de 30.000 horas de navegação. Em 4-11-1964 foi abatido ao efectivo dos navios de Armada”.

Estas transcrições, que achámos oportuno fazer, dão-nos a conhecer a extensão e a complexidade das importantes res-ponsabilidades que foram confiadas aos dois avisos que mais tempo passaram nas nossas águas e que a população local soube acolher de forma muito positiva, sentindo mesmo a sua falta quando se ausentavam para cumprir outras missões. Os avisos de 2.ª classe “João de Lisboa” (1937-1961) e “Pedro Nu-nes” (1935-1956) foram construídos no Arsenal da Marinha, em Lisboa. Ambos, com uma lotação de 112 elementos, tiveram comissões de serviço nos Açores, na Madeira e no Ultramar, tendo passado alguns anos no Oriente (Índia, Macau e Timor o primeiro e só Índia e Macau o segundo). Depois de abatidos ao efectivo como avisos de 2.ª classe, foram classificados como navios hidrográficos, continuando ao serviço até 1966 e 1977, respectivamente. O “Afonso de Albuquerque” (1935-1962) e o “Bartolomeu Dias” (1935-1967), avisos de 1.ª classe, com uma lotação de 215 elementos e armamento composto por 4 peças “Vickers-Armstrong” de 120 mm, 2 peças de 76.2 mm, 4 peças de 40 mm, 4 morteiros “Thornycroft” e 2 calhas lança-bombas de profundidade, foram ambos construídos em Newcastle pela “Hawthorn, Leslie & Co”. Nas suas longas e meritórias folhas de serviço ficaram também incluídas algumas perma-nências neste território, o primeiro em Novembro de 1945 e de Maio de 1946 a Janeiro de 1947, além de breves visitas em Janeiro de 1952 e Maio de 1960, e o segundo de Outubro de 1937 a Abril de 1938 e de Fevereiro a Agosto de 1946.

* Presidente do Instituto Internacional de Macau.Escreve neste espaço às 2.as feiras.

(...) “Desta longa série de navios da Armada Portuguesa, o último que esteve em comissão nestas paragens lusas do Extremo Oriente foi o “Gonçalves zarco”, aviso de 2.ª classe, que deixou definitivamente Macau no dia 28 de Março de 1964, em ambiente festivo que ficou indelevelmente gravado na memória de muitos residentes” (...) - Jorge Rangel

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JORnAl tRIbunA de MAcAu segunda-feira, 05 de setembro de 2011 PáG 17

oPINIão(...) “A questão, que não pode deixar de ser notada, está em que os “apertos” anunciados até agora caem quase todos em cima do contribuinte e do factor trabalho” (...) - João Marcelino

(...) “Os cortes na despesa são mais do dobro do aumento da receita. E é aqui que entra o tipo de pessoas que há mais tempo tem poder em Portugal e que tem grande responsabilidade no monstro em que se transformou a despesa do Estado” (...) - Paulo Baldaia

1. Os primeiros meses de actividade do Go-verno chefiado por Pedro Passos Coelho es-

tão a ser marcados pela aplicação do programa de assistência financeira acordado com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional. Até aí nada de novo. Vai continuar a ser assim, infelizmente, nos próximos anos, enquanto se continuar a ter de reduzir o défice até às metas comuns aos países da Zona Euro.

A questão, que não pode deixar de ser no-tada, está em que os “apertos” anunciados até agora caem quase todos em cima do contribuin-te e do factor trabalho. Primeiro veio o corte no subsídio de Natal. Agora vem outro aumento de impostos - IRS e IRC - que nem por afectar apenas quem mais ganha e mais factura deixa de ser um novo percorrer do caminho “do cos-tume”.

Esta já era a receita dos governos socialis-tas: mais impostos para pagar o funcionamento do Estado (o que é diferente, e muito, de dizer “pagar o Estado social”).

2. Convém lembrar que Pedro Passos Coelho e o PSD ganharam as últimas eleições por,

entre outras coisas, prometerem um combate ao despesismo do Estado; um ataque frontal às chamadas “gorduras” (leia-se: a despesa inútil que carradas de boys, alternadamente nomea-dos por PS e PSD, nos últimos 20 anos de de-

E os cortes no Estado?mocracia, foram criando em benefício de coisa nenhuma a não ser deles próprios).

Neste aspecto, tardam em ser conhecidas me-didas relevantes, sobretudo porque o PSD dizia ter um plano estudado e medidas concretas pron-tas a ser aplicadas.

Se tinha (tem?), ainda nada se viu.

3. Bem se pode dizer que as duas grandes rubri-cas impõem naturais cuidados na acção. A fun-

ção pública é constituída por pessoas - e é econo-mia, além de ambiente social; e a saúde não pode ser encarada à pressa, mexe com a Vida.

Mas... e os tais institutos que havia a mais? E as fundações? Onde está o desaparecimento ma-ciço de muitas estruturas duplicadas e identifica-das?

Não chega atirar metas numéricas e acenar com as poupanças que um dia irão resultar da al-teração do mapa territorial português.

Há sinais que deveriam ter sido já dados, por muito que uma análise racional deva compreen-der a urgência do momento e o porquê de mais um ataque pelo lado da receita quando o que o País precisa é de aliviar a despesa.

4. O PSD, com o PP, está ao leme num tempo muito difícil. A economia tem problemas estru-

turais e as condições do financiamento internacio-nal obrigam à aplicação de medidas recessivas, quando o que todos gostaríamos de ter eram po-

líticas de combate ao desemprego e de recupera-ção económica.

A equação é delicada aqui, como o é também em quase todos os países da periferia.

É nestes momentos que se deve apelar à coerência e ao cumprir do prometido. O debate ideológico a que assistimos na última campanha eleitoral fazia pressupor, por parte do Governo de Passos Coelho, a aplicação de políticas dife-rentes e de convicções mais sólidas (por exem-plo, já se percebeu também que uma baixa sig-nificativa da TSU, como gostaria de fazer Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia, é neste momento algo que só se poderia concretizar com nova carga de impostos a carregar ainda mais no IVA - e que Vítor Gaspar desaconselha).

Há pouco tempo, a direita venceu a esquer-da. O PSD foi preferido ao PS. Pelas medidas co-nhecidas esta semana, nem parece...

Como aqui se previu, Pedro Passos Coelho regressa do périplo europeu a admitir a possi-bilidade de negociar com o PS uma constitucio-nalização dos limites do défice (o eixo gostaria até de o fazer com a dívida). Mas... não terá sido demasiado arriscado conceder à presença inti-midatória da senhora Merkel que as obrigações europeias não são uma solução para o defesa do euro?

*Director do Diário de NotíciasJTM/DN

João Marcelino*TRIBUNa

TRIBUNa Paulo Baldaia

UM PoNToé TUDo

o ministro que falava baixinho

Ferreira Fernandes

O ministro Vítor Gaspar é um caso: é original. Estamos pouco habituados ao género. Percebeu, não sei se por truque ou se já veio assim de fábri-

ca, que a maneira mais forte de falar é com voz baixa.E tem um tom monocórdico que, estranhamente, não é um

apelo à sesta, sobretudo quando actua nas comissões parlamen-tares (nas conferências de imprensa, outro dos seus palcos, não brilha tanto).

Entre deputados de voz colocada e tiradas de belo efeito, o seu contraste, com o tal fio de voz, causa tanto alvoroço como aos médicos e enfermeiros o risco sem picos de um coração que deixou de bater numa sala de operações. Vítor Gaspar fala bai-xinho e eu acordo.

Acresce que além dessa forma de falar ele usa a ironia como não se está habituado ouvir num especialista dessa seca que são as Finanças.

A dado passo, anteontem, Vítor Gaspar disse: “Perdoem-me se falar um pouco mais devagar do que habitualmente.”

Claro que só apurou ouvidos. A um deputado que definiu Portugal como “protectora-

do”, ele suspirou: “Protectorado... Eu escolhia antes dizer que vivemos uma situação de guerra contra a tirania da dívida.”

Pareceu que ponderava a justeza da palavra do adversário e varreu-a com uma frase tanto mais eficaz quanto sussurrada.

A outro, que brincava com “milagre e mistério” das suas medidas, agarrou no alvitre: “Sim, fico por essa definição: mi-lagre e mistério.”

Na hora do balanço saberemos se trabalhou bem ou não. Para já, é um caso.

JTM/DN

Resquícios do salazarismo

Em Portugal há três tipos de cidadãos: os ri-cos que não trabalham, os das corporações

e os que não contam para nada. Quando o Go-verno resolveu sacar aos que não contam para nada (os trabalhadores/contribuintes), nin-guém se lembrou de lhes perguntar se concor-davam com a sobrecarga fiscal. Pelo contrário, toda a gente se apressou a explicar que era ine-vitável. Era a única forma de corrigir o desvio colossal. Mas quando se pensou em apertar o cinto das grandes fortunas, os jornais foram a correr perguntar aos detentores dessas fortunas se concordavam com a medida. A maioria não estava pelos ajustes e, coincidência, o Governo fez-lhes a vontade. Aumentou os impostos dos ricos salários e de algumas empresas, mas não mexe nas fortunas pessoais.

Sobre as receitas do Estado estamos fa-lados, há uns que contam e outros que não. E como será na despesa, no corte da despesa que todos reclamam? Vamos por partes:

1 - A demagogia não é um exclusivo dos go-vernantes, também ataca as oposições e os

comentadores. Ao mesmo tempo que se critica o Executivo por só aumentar a receita, também se critica pelo tipo de cortes na despesa que se propõe fazer. O debate político faz-se em Por-tugal como se fossemos todos estúpidos. Con-tas apresentadas anteontem pelo Expresso para 2012 e 2013: 8500 milhões de cortes na despesa e 3400 em aumento de receita.

2 - Os cortes na despesa são mais do dobro do aumento da receita. E é aqui que entra o tipo

de pessoas que há mais tempo tem poder em Portugal e que tem grande responsabilidade no monstro em que se transformou a despesa do Estado. O seu poder, criado em Portugal por Sa-lazar, perpetua-se com a influência que soube-rem construir junto de uma comunicação social livre, mas muitas vezes acrítica.

3 - As corporações desistem do debate sobre o sector que habitam e passam ao ataque

com questões morais para tentar pôr em cau-sa a capacidade de decisão dos eleitos. Isto funciona porque dá parangonas nos jornais. Acusar um ministro da Saúde de “não ter res-peito pela vida humana” ou de ser inimputá-vel por querer cortar 11% no funcionamento dos hospitais não acrescenta coisa nenhuma ao debate, mas dá belos títulos na comunica-ção social.

É assim que se faz o debate sobre os cor-tes que se anunciam para a Saúde. O Estado gasta hoje neste sector praticamente o dobro do que gastava há dez anos. São mais 4500 milhões de euros. Alguém acredita que a me-lhoria nos cuidados de saúde subiu na pro-porção dos gastos? É claro que há uma neces-sidade urgente de melhorar a gestão da coisa pública. As corporações não podem continuar a mandar no dinheiro dos contribuintes. Nós não podemos continuar a aceitar como defesa do bem comum o que é de forma evidente a defesa dos privilegiados.

JTM/DN

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PáG 18 segunda-feira, 05 de setembro de 2011 JORnAl tRIbunA de MAcAu

lazERBIEBER SOFREU ACIDENTE DE VIAÇÃO. o cantor norte-americano Justin bieber, de 17 anos, sofreu um pequeno acidente de carro, em los angeles. De acordo com o site “tmZ”, um automóvel bateu no ferrari que bieber conduzia. o impacto foi tão pequeno que os condutores nem sequer saíram dos veículos.

ALYSSA MILANO JÁ É MÃE. alyssa milano foi mãe pela primeira vez. milo thomas bugliari nasceu com três quilos e 48 cm. este é o primeiro filho de alyssa milano e de David bugliari, ambos de 38 anos. a actriz e o agente de Hollywood casaram-se em 2009 em Nova Jérsia.

Já À vENDA NA LIvRARIA PORTUGUESA

Madonna elogia ex-maridosmadonna chegou ao festival da cidade italiana na sua qualidade de realizadora, faceta que desenvolveu, segundo confessou, graças a sean Penn e guy ritchie. “eu sou e fui atraída por pessoas criativas e foi por isso que casei com sean Penn e guy ritchie, dois realizadores muito talentosos”, disse madonna na conferência de imprensa que se seguiu à exibição do seu novo filme W.e. “os dois incentivaram-me a ser realizadora, os dois deram muito apoio”, acrescentou a rainha da pop. o filme de madonna conta a história de Wallis simpson, a norte-americana divorciada cujo relacionamento com o rei eduardo viii o levou a renunciar ao trono de inglaterra.

Brad Pitt compraseis póneis paraoferecer aos filhosbrad Pitt surpreendeu os seis filhos com os animais da raça shetland e encontram-se na quinta que a família possui no sul de frança. vivienne, Knox, shiloh, Zahara, Pax e maddox já podem cumprir um dos desejos do pai: aprender a andar de cavalo. segundo o jornal inglês “the sun”, o actor também terá surpreendido a mulher, angelina Jolie, com a oferta de um cavalo.

Marc anthony ainda ama Jennifer lopezum mês após a separação, o cantor marc anthony falou pela primeira vez sobre o fim do casamento de sete anos com Jennifer lopez. em entrevista à abc, o cantor porto-riquenho disse que a separação de J.lo “foi uma decisão tomada em conjunto”. anthony garantiu que o pedido de divórcio de Jennifer lopez não o assustou, e negou tê-la traído, apesar da revista us Weekly ter indicado recentemente que o cantor manteve relações extraconjugais com uma hospedeira em 2009. “eu vou amar a Jennifer para sempre”, garantiu marc anthony no programa.

Gravidezde Beyoncé bate recordes no twitterassim que beyoncé anunciou estar grávida, nos vma da mtv, registou-se uma média de 8,868 “tweets” por segundo. a cerimónia foi também a mais vista de sempre com uma audiência estimada em 12,4 milhões de espectadores. a gravidez de beyoncé retardou a rodagem do filme “a star is born”, dirigido por clint eastwood, no qual será a protagonista.

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JORnAl tRIbunA de MAcAu segunda-feira, 05 de setembro de 2011 PáG 19

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20:30 Telejornal

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23:00 TDM News

23:30 TDM Desporto

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01:00 Telejornal (Repetição)

01:30 RTPi DIRECTO

30 esPn14:30 Ironman St. George

15:30 MLB -Toronto Blue Jays

vs. New York Yankees

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19:30 (LIVE) Sportscenter Asia

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20:30 Geico PBA Team Shootout

21:00 Mundialito De Clubes - Beach

Soccer Flamengo vs. Barcelona

22:00 Sportscenter Asia

22:30 Nations Of Champions

23:00 Simply The Best

23:30 Geico PBA Team Shootout

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15:00 PGA Europro Tour 2011

17:00 HSBC Sevens World Series

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21:00 Game

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22:00 Planet Speed 2011/12

22:30 Engine Block 2011

23:00 MotoGP - Di San Marino

01:55 (LIVE) England U-21 Friendlies

England vs. Israel

40 sTar movies11:55 Bad Boys

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15:45 Flicka 2

17:25 Peter Pan

19:20 The Jerk Theory

21:00 Second In Command

22:40 Born To Raise Hell

00:15 Stone Cold

41 hBo12:00 Game Of Thrones

14:00 Leap Year

15:45 The Golden Child

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20:00 Pacific Heights

22:00 Boardwalk Empire

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16:00 House Of Frankenstein

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18:45 Epad On Max 126

19:00 Babylon 5: The Gathering

20:30 Sinbad Of The Seven Seas

22:00 Assassination

23:30 Lethal Weapon 2

43 mgm14:45 Ski Patrol

16:15 Malone

17:45 Submerged

19:15 I Want to Live

21:00 Pascali’s Island

23:00 Benny & Joon

00:45 UHF

50 Discovery14:00 Man Made Marvels

16:00 Storm Chasers 2010

17:00 Dirty Jobs

18:00 How It’s Made

18:30 How Do They Do It Series

19:00 Gold Rush: Alaska

20:00 Man, Woman, Wild

21:00 Dual Survival

22:00 Man Vs. Wild

23:00 Deadliest Catch

00:00 Dual Survival

51 ngc14:00 That Shouldn’t Fly

15:00 Adventure Wanted

16:00 Riddle Of The Romanovs

17:00 Monster Fish

18:00 Shark Men

19:00 Seconds From Disaster

20:00 Don’t Tell My Mother

21:00 The Border

22:00 Liquid Bomb Plot

00:00 The Border

54 hisTory14:00 Megaquake 10.0

16:00 Malaysia Revisited

17:00 Swamp People

18:00 Modern Marvels

19:00 UFO Hunters

20:00 IRT Deadliest Roads

21:00 Pawn Stars

23:00 American Pickers

00:00 American Restoration

55 BiograPhy channel14:00 Relapse

15:00 Sean Connery

16:00 Daniel Craig

17:00 Flip This House

18:00 Sell This House

18:30 Billy The Exterminator

19:00 Relapse

20:00 Storage Wars

22:00 Child of Our Time: 2004

23:00 Relapse

00:00 I Survived

62 axn14:00 Winter Wipeout

14:55 The Amazing Race

15:50 CSI: Ny

16:40 Ncis: Los Angeles

17:30 Hawaii Five-0

18:20 Wipeout

19:15 Top Chef

20:10 Criss Angel Mindfreak

21:05 Hawaii Five-0

22:00 The Voice

22:55 Justified

23:50 The Voice

63 sTar WorlD13:35 Grey’s Anatomy

14:30 The Gates

15:25 Glee

16:20 Ugly Betty

17:15 Australia’s Next Top Model

18:10 How I Met Your Mother

18:35 Masterchef Australia

19:30 DC Cupcakes

20:00 Hell’s Kitchen

20:55 The Glee Project

21:50 Glee

22:45 Masterchef Australia

23:40 DC Cupcakes

00:05 Hell’s Kitchen

82 rTPi14:00 Telejornal Madeira

14:36 Cuidado Com A Língua!

14:48 Ei-Los Que Partem - História Da

Emigração Portuguesa

15:00 Bom Dia Portugal

18:01 Resistirei

18:48 Reportagem Rtp

19:12 Liberdade 21

20:00 Jornal Da Tarde

21:16 O Preço Certo

22:06 Maternidade

22:52 Verão Total

01:00 Portugal Em Directo

Torre De macau caPTain americaUm filme de: Joe Johnston. Com: Chris Evans, Samuel L. Jackson.

cineTeaTro SALA 2 coWBoys & aliensUm filme de: Jon Favreau • Com: Daniel Craig e Harrison Ford

14:30h 16:45h 19:15h 21:30hcineTeaTro SALA 3 WasaoFalado em CantoneseUm filme de: Yoshinari Nishiköri

14:15h 16:30h 19:30h

cineTeaTro SALA 1 rise of The PlaneT of The aPesUm filme de: Rupert WyattCom: James Franco, Freida Pinto e John Lithgow.

14:30h 16:30h 19:30h 21:30h

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Page 20: JTM 05-09-2011

PáG 20 segunda-feira, 05 de setembro de 2011 JORnAl tRIbunA de MAcAu feCHo desta edição Jtm - 00:15Horas

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PASSOS SeM ceRtezAS SObRe nOvO AuMentO de IMPOStOSO Primeiro-Ministro português garantiu on-tem que irá fazer tudo para que não haja um novo aumento de impostos até 2015. Pedro Passos Coelho não excluiu, no entanto, que as “condicionantes externas” o podem obrigar a

carregar mais na carga fiscal sobre os portugueses. No encerramento da Universida-de de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Passos aproveitou para respondeu às crí-ticas vindas do seu próprio partido contra a política fiscal do Governo, incluindo de Marques Mendes e Manuela Ferreira Leite (ver página 14). “No dia em que tiver que aumentar impostos por erros políticos meus ou do Governo, aceito a crítica de que fiz o que não estava prometido”. Em tom ríspido, assumiu também que no “dia em que for necessário cortar despesa e aumentar impostos para evitar a bancarrota, eu não hesitarei e darei a cara”. Desafiou ainda as vozes críticas a “dizer que têm uma solução diferente”. Pedro Passos Coelho frisou ainda aos jornalistas “se Portugal fa-lhar alguma das metas” previstas no memorando de entendimento com a troika, terá o mesmo destino que a Grécia. “Seria desastroso para Portugal”, garantiu, dizendo que não deixará que isso aconteça ao País. O Primeiro-Ministro prometeu ainda que o esforço de consolidação orçamental será feito pelo lado da despesa. Que, frisou, passará do nível de 50,3 do PIB em 2010 para os 43,6 em 2015. “Dificilmente se pode ir mais longe”, frisou. Já num claro discurso de mobilização no encerramento da Uni-versidade de Verão, Passos usou várias vezes a palavra “escolha” para dizer que o caminho de austeridade traçado pelo Governo tem como meta 2012. O ano que disse ser o do “princípio do fim da emergência social”.

cHInA deSAFIAdA A MudAR MOdelO ecOnóMIcOO presidente do Banco Mundial exortou a China a mudar o seu modelo de crescimento a médio prazo, através de um “aumento da procura in-terna” e “inclusão social para subverter a actual desigualdade de rendimentos”. Segundo um co-municado, Robert Zoellick, que está de visita ao país, afirmou que a China já se converteu “num país com rendimentos médios pelo que não pode continuar a ter confiança em modelos de

crescimento que funcionavam quando os rendimentos eram baixos”. Robert Zoellick reconheceu as conquistas de Pequim desde 1980, entre as quais elencou o crescimento médio do Produto Interno Bruto de 10 por cento durante três décadas, o facto de ter retirado 500 milhões de pessoas da pobreza e ainda o feito de se ter convertido no principal exportador mundial. Não obstante os feitos, o presidente do Banco Mundial sublinhou a necessidade da economia chinesa desempenhar o novo papel como um dos “grandes motores económicos mundiais”. “As autoridades chinesas sabem o que têm de fazer (…) agora o que precisam é que todos esses planos sejam colocados em marcha e passar do que fazer ao como se deve fazer”, disse Robert Zoellick num dis-curso em Pequim intitulado “Os desafios da China para 2030”. Entre os desafios que a China tem pela frente, destacou designadamente a necessidade de um crescimento interno e sustentável, a protecção ambiental, a rápida urbanização da sociedade e tam-bém a modernização dos sistemas fiscal e financeiro. “A China pode superar esses desafios e converter-se numa sociedade moderna, harmoniosa e criativa que entendeu responsavelmente o seu lugar no panorama internacional”, concluiu.

JAMAIcA bAteu RecORde dOS 4x100 MetROSA Jamaica encerrou com chave de ouro os Mun-diais de Atletismo de Daegu, na Coreia do Sul, ao vencer a estafeta dos 4x100 metros com um novo recorde mundial de 37,04 segundos. Os EUA e Grã-Bretanha não terminaram a prova. O quarteto formado por Nesta Carter, Michael Frater, Yohan Blake e Usain Bolt superou o re-corde que já lhe pertencia desde os Jogos Olím-picos de Pequim, em 2008. Com os EUA de fora, a França conquistou a prata e a medalha de bronze foi para St. Kitts e Nevis. Por sua vez, Nélson Évora, a última esperança de Portugal para conquistar uma medalha nos Mundiais, terminou a final do triplo salto na quinta posição. A prova teve um nível extremamente elevado, com o novo campeão mundial, o norte-americano Christian Taylor, a tornar-se o quinto melhor de sempre, com 17,96 metros.

cOMAndO SecRetO dOS euA MAtOu MIlHAReS de PeSSOASUm comando militar “secreto” norte-ame-ricano anti-terrorista aumentou de 1.800 efectivos para mais de 25 mil desde os atentados de 11 de Setembro de 2001 e ma-tou milhares de pessoas nos últimos anos, segundo o jornal “Washington Post”. O Comando Conjunto de Operações Espe-ciais (CCOE) cresceu mais de dez vezes em relação ao número de homens - e algu-mas mulheres - que tinha antes do 11 de Setembro e segundo um dos seus operacionais disse ao jornal “nem a [agência de serviços secretos norte-americana] CIA tem a dimensão ou a autoridade” para as missões que este grupo desempenha. Em 2008, só no Afeganistão o CCOE matou cerca de 1.000 pessoas e atacou 550 alvos. Em 2009, desempenhou 464 missões e matou entre 400 e 500 membros das forças inimigas. O Washington Post indica que de um grupo dedicado ao resgate de reféns, o CCOE tornou-se “o exército secreto da América”. A sua missão mais visível, em Maio deste ano, foi o assassi-nato do líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama Bin Laden no Paquistão, levado a cabo pela “Equipa 6”, formada por soldados da unidade especializada da Ma-rinha norte-americana, os “SEAL”.

cOndenAdO POR nãO teR RelAçõeS SexuAIS cOM A MulHeRUm tribunal condenou um francês a pagar 10 mil euros à mulher, no âmbito de um processo de divórcio, por este não ter mantido relações sexuais com a mulher durante vários anos, noticiou o jornal “Le Parisien”. De acordo com o juiz que julgou o caso, “Jean-Louis G., de 51 anos e natural de Nice, não justificou os problemas de saúde que o faziam totalmente incapaz de ter relações íntimas com sua mulher”. A mulher assen-tou a sua defesa na falta de relações sexuais, garantindo que foi essa a justificação para o divórcio. Ainda de acordo com o “Le Parisien”, a lei francesa não contempla nada sobre este assunto, pelo que cabe ao juiz decidir e fazer a sua apreciação.cHInA APReendeu 13 MIlHõeS

de PROdutOS PIRAteAdOSAs autoridades da China aprenderam mais de 13 milhões de produtos pirateados, entre cópias de CD e DVD e publicações ilegais , no âmbito de uma grande campa-nha de protecção da propriedade intelectual. Desde Outubro de 2010 a Junho, o re-forço dos inspectores permitiu “limpar” 663 locais, onde música e filmes, softwares, livros e outras publicações falsas eram manufacturadas, de acordo com dados da Administração Geral da Imprensa e Publicações (GAPP). “A nossa campanha está focada nos negócios de impressão e cópia, violação dos direitos de autor na internet e pirataria, na fiscalização do mercado de publicação e investigação dos principais casos”, disse Yu Cike, do GAPP. Dados facultados pelo mesmo órgão apontam que 18 das principais páginas da internet de vídeos na China foram obrigados a apresen-tar trimestralmente um relatório sobre o estado da autorização relativa aos direitos de propriedade intelectual para todos os filmes e série de televisão que disponibili-zam “online”. Na campanha participam outros departamentos do Governo como o Ministério da Segurança Pública que anunciou que outra ronda será levada a cabo até ao final do ano, depois da polícia ter descoberto mais de 4.500 redes criminosas e prendido cerca de 10 mil suspeitos na última operação.

“cOnGelAdOS” tRÊS MIlHõeS A JOãO PIntOO procurador do Ministério Público Rosário Teixeira apreendeu três milhões de euros ao ex-jogador de fute-bol João Vieira Pinto, de acordo com o Correio da Manhã. Segundo o jornal, a quantia foi transferida de uma conta offshore para Portugal há alguns meses. Existem suspei-tas de que o dinheiro possa ser parte da quantia que João Pinto recebeu na altura da transferência para o Sporting e que nunca chegou a declarar, o que motivou um processo por fraude fiscal. O magistrado já abriu um inquérito e

não irá devolver o dinheiro ao ex-jogador enquanto este não revelar a sua origem, para se apurar se é ou não ilícita. Até ao momento, João Pinto não revelou de que forma conseguiu arrecadar os três milhões de euros. Caso venha a provar-se que o dinheiro resultou da transferência, João Pinto terá de entregar os 700 mil euros de impostos que nunca chegou a pagar, uma vez que a verba não foi declarada na altura do negócio.