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Introdução formação Rio do Sul e folhelhos argilosos As camadas vão sendo depositadas lentamente mas elas vão afundando, então a parte oeste vai afundando.Conforme os continentes vão se movimentando em função da quebra do ganduana com essas separações dos continentes , então ele também vem subindo em direção ao equador. Então ele passa de um período glacial, em um ambiente de glaciação, até o ambiente mais tropical ou subtropical como é o nosso. Então, claro que vai ter sedimentação diferente, vai ter fauna diferente, fósseis de fauna e flora diferentes um do outro. Que vão ter também ambientes, porque não só está havendo a migração em direção ao norte, mas também está havendo a isostasia. Por isso que nós estamos hoje aqui na corda aproximada de 320 metros do nível do mar e isto aqui era o fundo do mar. Então os primeiros depósitos desta bacia ficam mais ao norte, em Mafra, nós estamos na segunda camada, que é a formação Rio do Sul. A formação Rio do Sul, é a segunda deposição, a primeira é a formação Mafra (formação glacial), aqui começa a depositar a formação Rio do Sul. Os primeiros depósitos, a camada mais inferior, é uma camada que foi depositada em um ambiente de plataforma, um ambiente marinho, de mar em torno de 500 metros de profundidade. Esta camada denomina-se folhelho Lontras, que se localiza no município de lontras, esta camada foi depositada no fundo do mar. Lentamente depois daqui nós vamos indo em direção à oeste, vai acontecer, do ponto de vista estratigráfico, vamos ver a porção superior da formação Rio do Sul, que é então uma formação glacial, são depósitos glaciais. O continente lentamente ele vai subindo, vai se deslocando para o norte e também ele vai subindo isostaticamente, então ele passa da condição de mar profundo para um mar raso e uma borda continental. Então quando chegarmos ao outro ponto, vamos estar na borda continental, onde o continente já foi subindo, e ai essa sedimentação daqui (figura 1), começa então a influenciar para lá(figura 2), através do gelo (pois estamos ainda em um ambiente glacial, estamos muito ao sul, onde tinha muita geleira de montanha que vão derretendo e vão descendo e carregando material para dentro dos lagos de geleiras que vamos ver depois) .

Introdução Formação Rio Do Sul e Folhelhos Argilosos

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. A formação Rio do Sul, é a segunda deposição, a primeira é a formação Mafra (formação glacial), aqui começa a depositar a formação Rio do Sul. Os primeiros depósitos, a camada mais inferior, é uma camada que foi depositada em um ambiente de plataforma, um ambiente marinho, de mar em torno de 500 metros de profundidade. Esta camada denomina-se folhelho Lontras, que se localiza no município de lontras, esta camada foi depositada no fundo do mar. Lentamente depois daqui nós vamos indo em direção à oeste, vai acontecer, do ponto de vista estratigráfico, vamos ver a porção superior da formação Rio do Sul, que é então uma formação glacial, são depósitos glaciais. O continente lentamente ele vai subindo, vai se deslocando para o norte e também ele vai subindo isostaticamente, então ele passa da condição de mar profundo para um mar raso e uma borda continental.

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Introdução formação Rio do Sul e folhelhos argilosos

As camadas vão sendo depositadas lentamente mas elas vão afundando, então a parte oeste vai afundando.Conforme os continentes vão se movimentando em função da quebra do ganduana com essas separações dos continentes , então ele também vem subindo em direção ao equador. Então ele passa de um período glacial, em um ambiente de glaciação, até o ambiente mais tropical ou subtropical como é o nosso. Então, claro que vai ter sedimentação diferente, vai ter fauna diferente, fósseis de fauna e flora diferentes um do outro. Que vão ter também ambientes, porque não só está havendo a migração em direção ao norte, mas também está havendo a isostasia. Por isso que nós estamos hoje aqui na corda aproximada de 320 metros do nível do mar e isto aqui era o fundo do mar. Então os primeiros depósitos desta bacia ficam mais ao norte, em Mafra, nós estamos na segunda camada, que é a formação Rio do Sul. A formação Rio do Sul, é a segunda deposição, a primeira é a formação Mafra (formação glacial), aqui começa a depositar a formação Rio do Sul. Os primeiros depósitos, a camada mais inferior, é uma camada que foi depositada em um ambiente de plataforma, um ambiente marinho, de mar em torno de 500 metros de profundidade. Esta camada denomina-se folhelho Lontras, que se localiza no município de lontras, esta camada foi depositada no fundo do mar. Lentamente depois daqui nós vamos indo em direção à oeste, vai acontecer, do ponto de vista estratigráfico, vamos ver a porção superior da formação Rio do Sul, que é então uma formação glacial, são depósitos glaciais. O continente lentamente ele vai subindo, vai se deslocando para o norte e também ele vai subindo isostaticamente, então ele passa da condição de mar profundo para um mar raso e uma borda continental. Então quando chegarmos ao outro ponto, vamos estar na borda continental, onde o continente já foi subindo, e ai essa sedimentação daqui (figura 1), começa então a influenciar para lá(figura 2), através do gelo (pois estamos ainda em um ambiente glacial, estamos muito ao sul, onde tinha muita geleira de montanha que vão derretendo e vão descendo e carregando material para dentro dos lagos de geleiras que vamos ver depois) .

Figura 1: Sedimentação das formações glaciais e as formações influenciadas pela sedimentação

Aqui então é uma formação essencialmente marinha, em um ambiente de época de glaciação, um ambiente tipo antártico. Então o que vocês estão vendo aqui são camadas de folhelhos argilosos. (figura abaixo).

Figura 2: Camadas de folhelhos argilosos encontrado na cidade de Lontras, SC.

Claro que isso é apenas um pedaço da camada, a camada toda tem mais de 50 metros de espessura. Cada centímetros desses, são resultado de milhões de anos de deposição. E como esse material veio subindo em direção à superfície, começa a haver a erosão superior e começa a descomprimir. Essa descompressão é que faz com que as folhas argilosas começam a se destacar uma das outras, ficando com esse aspecto todo estratificado, todo quebradiço assim. Por isso que se chamam de folhelhos. Eventualmente vamos encontrar alguns horizontes que são mais maciços e menos folhelho, então temos um folhelho e um argilito. Isso depende, como esse era um mar de plataforma, um mar de profundidade em torno dos 500 metros, eventualmente ocorre derrame maciço de argila devido à vários fatores, como movimentação do fundo do mar ou corrente de turgidez mais acentuada, entre outros. Então a camada de lama ela desce mais rápido e forma então esses horizontes de posicionais mais espesso, mais maciço. Mas, aquilo que está sendo depositado lentamente, vai formando então essas estruturas de posicionais que vai dar origem aos folhelhos. Então esta é a primeira camada marinha da bacia do Paraná. Esta formação ocorre hoje no fundo do mar, tanto na plataforma , quanto no talude continental, tanto na elevação continental. Todo sedimento que os rios estão levando para dentro do mar geralmente o que chega são sedimentos finos, pelíticos (areia, argila, silte). Areias ainda ficam mais perto da borda do continente, mas o que vai mais profundamente, que se afasta do continente são sedimentos mais finos, que lentamente vão depositando no talude continental essas camadas de argila, silte, formando as lamas. Após, com a dinâmica crustal, tende á um dia tudo vir à superfície, como aconteceu

aqui. O que estamos vendo aqui aconteceu a 300 milhões de anos aproximadamente, mas, o evento é igual ao que acontece hoje.

Formação Rio do Sul- Lagos de geleira, Varvito e falhamento geológico.

O que foi visto no primeiro afloramento, foi um depósito marinho profundo, de plataforma profunda. Aqui nós continuamos na mesma formação sedimentar, a formação Rio do Sul, só que aqui já é a parte superior da formação. Então levou um tempo, entre o que foi depositado naquela época e o que foi depositado aqui, questão de alguns milhões de anos. Tudo isso que nós iremos ver hoje, aconteceu no Permiano entre 225 a 280 milhões de anos, um período de 55 milhões de anos entre o primeiro depósito que foi o que vimos primeiro até o último depósito que ainda vamos ver. Nesses 55 milhões de anos, muita coisa aconteceu e o Ganduano começou a subir e começou a se partir, lentamente começou a dar as primeiras manifestações da separação dos continentes. Como foi ocorrendo isostasia também, teve deslocamento em direção ao norte e em direção ao equador. Mas, nesta fase aqui, que ainda é uma fase do início do permiano, o neo permiano . Então nós temos gelo, bastante gelo, e esse gelo cobrindo a cadeia de montanha que fica mais a leste. Esse gelo, grande parte dele desceu em direção ao oeste, as geleiras vinham descendo pelos vales, derretiam, e formavam os lagos na frente das geleiras. Como é no sul da Argentina, na região de Peñito Moreiro. Então toda essa região aqui, elas foram antigos lagos de geleiras. (Figura abaixo).

Figura 3: Região de antigo lago de geleira.

Alguns estudiosos dizem que o que acontecia é que existiam períodos de degelo e períodos de resfriamento, então esses períodos de aquecimento e resfriamento, eles destacavam as camadas deposicionais. São essas linhas escuras que a gente vê entre as camadas cinzas. Então a camada mais clara, é uma camada de deposição em época de degelo e a camada cinza mais escura e fina é uma camada de deposição em época glacial. (figura abaixo).

Figura 4: Varvito. Demonstração de variação climática sazonal, através de camadas intercaladas por períodos glaciais, como demonstra seta azul, períodos de degelo (aquecimento), como demonstra a seta vermelha e variações climáticas temporais representadas pelas espessuras das camadas, como demonstram as setas de coloração alaranjada.

E como a gente pode perceber essas camadas tem espessuras e tamanhos variados, camadas mais finas, depois camadas mais grossas, camadas médias. Mostrando não só uma variação climática sazonal mas também uma variação climática temporal. Tinha períodos de imenso frio, com camadas finas de silte, depois um intervalo de pequeno aquecimento, depois mais camadas de frio, e depois um ambiente quente, uma época quente, depois começa a esfriar novamente até camadas finas, bem frio, e depois se aquecer novamente. Então tinha uma oscilação climática de longo período, claro que uma oscilação climática de longo período, ela não é uma linha que vai esfriando e depois aquecendo, não, ela esfria, aquece, esfria, aquece, mas, na temperatura média geral vai esfriando, então a gente vai tendo um abaixamento gradual de temperatura depois um aumento gradual de temperatura, mas, sempre em cada pequeno período um aquecimento e um resfriamento como acontecem até hoje. Isso está evidente aqui, se você medir as camadas, uma por uma, e colocar em um gráfico, vocês vão ver exatamente isso que estou dizendo para vocês, uma linha geral de resfriamento, seguido de uma linha geral de aquecimento, mas com os pequenos intervalos de aquecimento e resfriamento ao longo desta linha. Essas camadas são muito claras, elas demonstram muito bem este fato. O ambiente é um ambiente bem tranqüilo, bem calmo, no chão podemos ver as marcas das ondas, a ondulação do fundo do lago.(figura abaixo).

Figura 5: Varvito. Marcas de ondulações do fundo de um antigo lago de geleira.

Então na época de resfriamento, onde o derretimento era menor porque a temperatura era mais baixa, formava esta pequena camada de argila, camada argilosa. Então olhem aqui, quando eu falei sobre esforços, que as rochas podem sofrer dois tipos de esforços. Ela pode se dobrar ou se quebrar, isso aqui é uma rocha sedimentar, mas é uma rocha sedimentar muito rígida, então com o esforço que ela sofreu ela se quebrou, então vocês podem ver o seguinte, observando o chão podemos ver que ele está levemente inclinado, o que aconteceu foi que teve um momento que houve um esforço e esse esforço gerou uma tensão e ai os blocos se partiram gerando um falhamento.

Figura 6: Falhamento geológico preenchido por sedimentos.

Isso é um falhamento geológico, essa parte inclinada é o plano de falha e aqui é o plano de falhamento que foi preenchido depois por sedimentos. Que tipo de falhamento foi esse, falhamento direto ou falhamento inverso? A camada de cima que está no teto desceu em relação a camada que está no muro, formando um falhamento direto.

Figura 7: Planos de falhas.

Além disso, o esforço que aconteceu, o bloco de baixo ele se torceu todo, sofreu uma rotação, um esforço rotacional. Tem a tensão, tem a compressão, tem a flexão e a rotação. Foram vários esforços que aconteceram que foram quebrando e dobrando toda essa parte.

Formação Rio Bonito - Ritmitos de origem deltaica.

Aqui é a Formação Rio Bonito, nós já saímos da condição glacial, significa dizer que o continente já começa ir em direção a noroeste, o continente africano em direção a nordeste, e atingindo então latitudes mais baixas, onde o clima já é mais ameno. Nessa época de clima mais ameno, o gelo praticamente derreteu todo, o clima já é quente tem bastante chuva. Então começa haver influência das condições continentais sobre a borda da bacia, a bacia continua a ser oceânica, ainda tem mar interno, mas aqueles rios que pertenciam aquelas cadeias de montanhas do litoral ao invés de fornecerem gelo começam a fornecer sedimentos formando então grandes deltas. Esses deltas vão formar planícies costeiras como é hoje aqui nosso litoral de Santa Catarina. Este ambiente aqui é o ambiente que estou descrevendo, planícies costeiras, ambientes de parte emersa de deltas, com grande formação de lagoas costeiras.

Figura 8: Ambiente deltaico com camadas de arenito finas e pouco espessas.

Essas lagoas costeiras vão ter toda uma vegetação típica de ambiente aquático que no futuro vão se transformar em carvões, como acontece hoje no sul do estado, onde tem grandes camadas de turfas, que são exploradas para queimar nas olarias lá do sul. Aconteceram camadas de turfas que depois foram soterradas e se transformaram em camadas de carvão. Então isto aqui é um ambiente deltaico, quer dizer, hora o rio traz muito sedimento, e ai são sedimentos mais grossos, arenosos, aqui são camadas intercaladas de areia, arenitos, com folhelhos argilosos. Formando então uma seqüência rítmica intercalada de arenitos e folhelhos. Os arenitos são os rios quem trazem, eles trazem e depositam na frente do delta, na parte submersa do delta, na borda do delta. A parte argilosa ocorre no espraiamento, quando a maré sobe, então ela afoga o delta, a foz do delta, e ai diminui a velocidade do rio e deposita nas bordas a argila porque perdeu velocidade. Com o passar do tempo ele vai formando com o deposito fluvial a areia e o deposito de maré a argila, formando essa seqüência, intercalando argila e areia. Neste local aqui as camadas de areia são finas, pouco espessas, mas ali quem sobe de Florianópolis a Lages pela rodovia SC-282 , quem vai pra Rancho Queimado, Alfredo Wagner, por ali, encontram-se grandes camadas de arenito. Porque ali nessa região os rios eram mais violentos, rios antigos, mais caudalosos, traziam muito mais quantidades de sedimentos para dento da bacia. Aqui a gente nota que vai diminuindo em direção ao norte a carga de sedimentos, e as camadas vão se tornando cada vez mais finas. Lá no sul as montanhas eram mais pujantes, tinham mais carga de material para depositar e aqui já era menor um pouco. Então aqui se encontram Ritmitos de origem deltaica. A formação Rio Bonito ela é formada de três seqüências diferentes. Uma basal, que contém bastante areia não argilosa. Uma intermediária, essencialmente argilosa. E uma superior que é isto aqui os deltas, onde ocorre a intercalação de areia com argila onde vamos encontrar as camadas de carvão, como tem no sul do estado, onde tem minas subterrâneas de carvão. Este vale que tem aqui ao meio ele é uma vale de falhamento, vocês podem ver que o material que está aqui é diferente do material que está lá.