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Influência da espécie de triatomíneo na seleção de
subpopulações em infecções mistas de Trypanosoma cruzi
Renato Santana de Aguiar
Orientadora: Profa. Andréa Mara Macedo
Co-orientador: Prof. Sérgio Danilo Pena
Colaboração: Prof. Egler Chiari
Laboratório de Genética BioquímicaLaboratório de Biologia do Trypanosoma cruzi
A DESCOBERTA
1909Flagelados sangüíneos
P. megistus
PREVALÊNCIA E TRANSMISSÃO
• Vetorial: 80%
• Transfusional: 17%
Modos de Transmissão
• Congênita: 2%
• Outros: 1%
?Cardíaca
Digestiva
Indeterminada
Sinal de Romanã
FASE AGUDA
FASE CRÔNICA
INFECÇÃO HUMANA
A doença de Chagas
indeterminada
cardíaca
digestiva
cardio-digestiva
Fase crônica:
indeterminada
cardíaca
digestiva
cardio-digestiva
Dias, 1985
Ciclos de transmissão
Ciclo silvestre
Ciclo doméstico
Vetores e reservatórios
•Triatoma infestans
•Triatoma brasiliensis
•Panstrongylus megistus
•Triatoma pseudomaculata
•Triatoma sordida
Principais vetores
Principais reservatórios• marsupiais
• desdentados
• roedores
• carnívoros
• lagomorfos
• primatas
Variedade Populacional de T. cruzi
1909
Morfologia
Virulência/patogenicidade
Cinética de crescimento
Susceptibilidade à drogas
Constituição antigênica
Propriedades imunológicas
Infectividade em céls. hospd.
Biológica
Isoenzimas
Z1
Z2
Z3
Gambás e triatomíneos
silvestres
Humanos
Amazônia
Esquizodema
rRNA
Mini-exon
Grupo 1 - ciclo doméstico
Grupo 2 - ciclo silvestre
Protéico
kDNA
DNA nuclear
Simpósio Internacional Comemorativo dos 90 anos da Descoberta da Doença
de ChagasRio de Janeiro, 1999
T. cruzi I
T. cruzi II
T. cruzi
Zimodema 1 (Miles e cols., 1977)Ribodemas II/III (Clark & Pung, 1994)Grupo 2 do rRNA (Souto e cols., 1996)
Zimodema 2 (Miles e cols., 1977)Ribodemas I (Clark & Pung, 1994)Grupo 1 do rRNA (Souto e cols., 1996)
Cepas sem caracterização ou inconclusivas
A doença de Chagas
INFECÇÃOPOLICLONAL
PARASITASPARA ANÁLISE
MOLECULAR
ISOLAMENTO E
MANUTENÇÃO
DE PARASITAS
in vitro
REDUÇÃOPOPULACIONAL
?
ATAT
ATAT
AT
CCGCCGCCG
CCG
CA CA CA CA
CA CA
CA
CA CA CA CA CA
CA CA CA CA CA CA
CA
Microssatélites de DNA
Taxa de mutação: 10-3 a 10-5
Dispersos em todo o genomaAltamente polimórficos
CA CA CA CA CA CA
GT GT GT GT GT GT
CA CA CA CA CA CA
GT
GT
GTGT GT
CA CA CA CA CA CA
GT
GT
GTGT GT GT GT
CA CA CA CA CA CA
GT GT GT GT
CA
CA
CA CA CA CA
GT GT GT GT
CA CA CA CA CA CA
GT GT GT GT GT
CA
CA
CA CA CA CA
GT GT GT GT GT
Replicação do DNA
Alça na fita moldeAlça na fita nascente
Inserção Deleção
Microssatélites de repetição (CA)n no genoma de T. cruzi
Loco Repetição
MCLE01 (CA)9
MCLE08 (CA)2AA(CA)12
SCLE10 (GT)2(TG)10
SCLE11 (AC)9
MCLF10 (CA)2 A (CA)14
MCLG10 (CA)8
MCLE03 (CT)4(GT)2CTAT(GT)15
MCLE05 (TC)9(GT)4
alelo A
alelo B
alelo C
AA AB AC BB BC CC
Amplificação de microssatélites (PCR)
Avaliar a influência de espécies de triatomíneos provenientes de diferentes ecótopos na seleção de sub-populações em infecções mistas de T. cruzi, através da amplificação de microssatélites de DNA diretamente das fezes de triatomíneos infectados.
ESTABILIDADE DOS MICROSSATÉLITES
Cultivo de 70 gerações do clone CL Brener
Parental10a
geração20a
geração30a
geração40a
geração50a
geração60a
geração70a
geração
Amplificação por PCR
Locos: SCLE10, SCLE11, MCLE01, MCL03, MCL05, MCLE08, MCLG10 e MCLF10
ALF
Detecção de polimorfismos de microssatélites
LASER
PCR
Eletrofluorograma das 70 gerações do clone CL Brener
10a
20a
40a
50a
60a
70a
parental
30a
MCLG10parental
10a
MCL05
40a
30a
20a
70a
60a
50a
Estabilidade dos microssatélites de T. cruzi
TAMANHO DOS ALELOS AMPLIFICADOS (pb)
Gerações Loco
SCLE10
Loco
SCLE11
Loco
MCLE01
Loco
MCLE03
Loco
MCLE05
Loco
MCLE08
Loco
MCLF10
Loco
MCLG10
Parental 239/275 153/153 132/132 279/279 218/228 128/128 184/194 176/176
10a 239/275 153/153 132/132 279/279 218/228 128/128 184/194 176/176
20a 239/275 153/153 132/132 279/279 218/228 128/128 184/194 176/176
30a 239/275 153/153 132/132 279/279 218/228 128/128 184/194 176/176
40a 239/275 153/153 132/132 279/279 218/228 128/128 184/194 176/176
50a 239/275 153/153 132/132 279/279 218/228 128/128 184/194 176/176
60a 239/275 153/153 132/132 279/279 218/228 128/128 184/194 176/176
70a 239/275 153/153 132/132 279/279 218/228 128/128 184/194 176/176
Conclusões
Os microssatélites de repetição (CA)n dos locos: SCLE10, SCLE11, MCLE01, MCL03, MCL05, MCLE08, MCLF10 e MCLG10 do clone CL Brener de T. cruzi não se alteraram nas 70 gerações avaliadas.
Os microssatélites de repetição (CA)n do genoma de T. cruzi são altamente estáveis em condições laboratoriais, sendo portanto, bons marcadores genéticos a serem utilizados nas infecções experimentais em triatomíneos.
ESTUDOS POPULACIONAIS DE ISOLADOS NATURAIS DE T. cruzi
Isolados naturais de T. cruzi
Mico leão dourado (3)Gambá (1)
Humanos (6)Humanos (3)
Triatomíneos (8)Gambá (2)
Silvestres:14Domésticos:14
Humanos (5)
Metodologia
Locos de microssatélites amplificados
SCLE10
SCLE11
MCLE01
MCLF10
MCLG10
Eletroforese em seqüenciador automático de DNA ALF
A B
C D
Perfis de amplificações
A e B (200 pm e Ig 62 / humano) monoclonais
C e D ( RB VII, RB III / Rhodnius brethesi) multiclonais
MCLE01
Infecções mistas em triatomímeos
ReservatóriosNúmero de cepas
Monoclonal Multiclonal Total
triatomíneos silvestres
3 (37,5%) 5 (62,5%) 8
mamíferos silvestres
6 (100 %) - 6
humanos 12 (85,7%) 2 (14,3%) 14
total 21 (75%) 7 (25%) 28
Cepas multiclonais
RBII, RBIII, RBVII, RB VIII, RB X, JJ/AM e
AM16
Coura e cols., 1994
LOCOS DE MICROSSATÉLITES
RB I 255/257 141/145 126/134 192/192 152/154 RB II 253/257 141/147 134/140 182/186/192 154/156 RB III 253/253 141/145 114/122/126/142 186/186 152/152 RB VI 253/253 141/145 130/132 182/192 152/152 RB VII 247/249/255 143/143 110/122/142 190/192 152/154 RB VIII 241/241 147/147 128/128 188/192/194 174/174 RB IX 253/255 143/145 132/132 184/188 174/174 RB X 253/253 141/141 114/122/130/140 188/188 154/158/174 1523 255/255 147/147 134/142 180/188 152/154 1502 255/255 145/145 134/134 190/190 152/152
GLT564 267/267 149/149 130/154 184/190 174/178 GLT593 265/279 149/149 136/154 180/180 176/176 GLT600 253/255 139/143 122/130 186/190 154/154
D7 247/253 143/143 132/138 186/186 154/154 84Ti 267/267 145/149 134/134 186/186 174/182
200pm 269/273 153/153 134/134 184/184 176/178 Ig62 275/275 153/153 126/148 184/184 174/178 Ig539 275/275 153/153 130/148 184/184 172/176 1931 269/269 145/155 138/138 184/184 180/180 803 265/275 149/149 134/150 184/184 172/182
CPI103894 267/291 155/157 134/148 184/184 176/176 OPS27/94 283/291 149/157 130/134 184/184 176/176 CPI95/94 273/275 149/155 122/130 180/180 176/176 CPI11/94 269/291 153/153 128/128 186/186 176/178 PFPI58/94 281/291 149/157 130/134 186/186 176/176
JJ/AM 253/253 141/141 126/130/132/138 188/188 160/160 AM16 253/257/283/291 141/149/157 126/130/134/138 186/186 154/176
SE 253/257 141/157 130/138 182/192 154/154
SCLE10 SCLE11 MCLE01 MCLF10 MCLG10CEPAS
pb
Caracterização da região 3’ do gene 24S rRNA
Gene rRNA 24S
A B C
125 bp -
110 bp -
Grupo 1 Grupo 1/2 Grupo 2
5’ 3’
CPI 95/94
200pm
CPI 103894
CPI 11/94
PFPI 58/94
OPS 27/94
Ig539
Ig62
803GLT593
GLT5641931
84Ti
1523
1502 D7
RBIX
RBVIGLT600
RBI
100
10
093
95
81
111
Grupo 2 rRNA 24S
Grupo 1 rRNA 24S
LEGENDA
Rede de Wagner
Método da Máxima Parcimônia
20 cepas de T. cruzi
Evidências da clonalidade de T. cruzi
Locono de alelos
Variação dos alelos
(pb)
Heterozigosidade esperada
Heterozigosidade observada
MCLE01 12 122-154 0.8481 0.7143
MCLF10 7 180-192 0.7732 0.2381
MCLG10 8 152-182 0.8039 0.4286
SCLE10 13 247-291 0.8900 0.6190
SCLE11 9 139-157 0.8481 0.5238
Cálculo da heterozigosidade (GENETIX, H = 1 - Xi2)
Desvio de equilíbrio de Hardy-Weinberg
Conclusões
Os microsstélites de repetição (CA)n são ferramentas poderosas na avaliação da clonalidade de uma cepa de T. cruzi.
Os maiores índices de infecções mistas foram encontrados em isolados naturais de triatomíneos silvestres.
A maioria dos isolados naturais de pacientes chagásicos são constituídos de apenas uma população de T. cruzi.
Conclusões
Os microssatélites foram capazes de separar os isolados naturais de T. cruzi em dois grupos, fortemente correlacionados com as tipagens realizadas pelo gene do rRNA.
A separação entre os grupos de T. cruzi proposta pelos microssatélites pode ser também correlacionada com os ciclos silvestre e doméstico dos parasitas, exceções feitas às amostras isoladas de primatas.
DESENVOLVIMENTO DE INFECÇÕES MISTAS DE T. cruzi
EM TRIATOMÍNEOS
CL Brener
Col1.7G2
JG
PNM
Mistura
SC
LE
10239 275
255 259
273 275
271 281
Infecções experimentais em triatomíneos
Dipetalogaster maximus
Ninfas de 3° estágio
CL JG PNM
Obtenção de tripomastigotas
sangüíneas
Alimentação de triatomíneos
CL + JG + PNM
JG PNM CL
JG PNM CL
JG PNM CL
200 parasitas/ml67parasitas/ml de cada
Alimentação artificial dos triatomíneos
A parafilme
B recipiente para o sangue
C sangue
D câmara aquecida (37°C)
E conector do banho maria circulante
Coleta do contéudo intestinal dos triatomíneos
Tempo de infecção
30 e 60 dias
Extração de DNA total
Proteinase K
Guanidina 6M
Lise Alcalina
Fervura
Padronização da metodologia
SCLE10
D. maximus infectados com CL Brener (60 dias de infecção)
Infecções mistas de T. cruzi em triatomíneos de diferentes ecótopos
X
Triatoma infestans(doméstico)
Rhodnius neglectus(silvestre)
Infecções em T. infestans
Infecções isoladas200 parasitas/ml
CL BrenerCol1.7G2JGPNM
Infecções mistas
CL Brener+Col1.7G2+PNM+JG50 parasitas/ml por pop.
30 dias
CL Brener+Col1.7G2+PNM+JG50 parasitas/ml por pop.
60 dias
CL Brener+Col1.7G2+PNM+JG200 parasitas/ml por pop.
60 dias
CL Brener Col1.7G2 PNMJGJG PNM
CL Brener Col1.7G2 PNM JGJG PNM
Infecções isoladas em T. infestans - SCLE10
Col1.7G2 JG
CL Brener Col1.7G2 PNMJG CL PNM
CL Brener Col1.7G2 PNMJGJG PNM
Infecções isoladas em T. infestans - SCLE10
CL Brener PNM
Infecções isoladas em T. infestans
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
CL Brener
Infecções realizadas
% d
e f
ezes
po
siti
vas
Col1.7G2 PNM JG
Infecções isoladas em T. infestans
200 parasitas/ml
60 dias
SCLE10
Infecções mistas em T. infestans
CL Brener Col1.7G2 PNM JG CL PNM
CL Brener+Col1.7G2+PNM+JG50 parasitas/ml
60 dias
T. Infestans infectados
SCLE10
C -C +
C +
Infecções mistas em T. infestans
0102030405060708090
100110
Populações de T. cruzi detectadas
% d
e fe
zes
po
siti
vas
CLBrener Col1.7G2 PNM JG
Infecções mistas em T. infestans
0102030405060708090
100110
Populações de T. cruzi detectadas
% d
e fe
zes
po
siti
vas
(CL Brener + Col1.7G2 + PNM + JG)
CLBrener Col1.7G2 PNM JG
50 parasitas/ml por pop.30 dias
50 parasitas/ml por pop.60 dias
200 parasitas/ml por pop.60 dias
Protocolos de infecção
SCLE10
Ausência do clone CL Brener na infecção mista
Protocolos de infecções
CLBrener+Col1.7G2+PNM+JG
Col1.7G2+PNM+JG
50 parasitas/ml por população
60 dias
01020304050
60708090
100110
Populações de T. cruzidetectadas
% d
e fe
zes
po
siti
vas
Infecções mistas em T. infestansInfecções mistas em T. infestans
01020304050
60708090
100110
CL Brener Col1.7G2 PNM JG
Populações de T. cruzidetectadas
% d
e fe
zes
po
siti
vas
Infecções isoladas em R. neglectus
R.Infecções isoladas em neglectus
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
Infecções realizadas
% d
e fe
zes
po
siti
vas
CL Brener Col1.7G2 PNM JG
200 parasitas/ml
60 dias
SCLE10
Infecções mistas em R. neglectus
CL Brener PNM JGCol1.7G2 JG PNMC +
R. neglectusInfecção mista
60 dias
SCLE10
CL Brener+Col1.7G2+PNM+JG (50 parasitas/ml por população)
Infecções mistas em R. neglectus
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CL Brener Col1.7G2 PNM JG
Populações de T. cruzi detectadas
% d
e in
set
os
infe
cta
do
s
CL Brener + Col1.7G2 + PNM + JG (50 parasitas/ml por população)
Tempo de infecção
30 dias
60 dias
SCLE10
Reduções populacionais em T. infestans e em R. neglectus
CL Brener + Col1.7G2 + PNM + JG (50 parasitas/ml por população)
infecções
T. infestans30 dias
T. infestans60 dias
R. neglectus30 dias
R. neglectus60 dias
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 1 2 3 4número de populações de T. cruzi
detectadas
% d
e fe
zes
infe
ctad
as
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 1 2 3 4número de populações de T. cruzi
detectadas
% d
e fe
zes
infe
ctad
as
Conclusões
Padronizamos uma metodologia capaz de identificar e caracterizar populações de T. cruzi presentes em infecções mistas diretamente nas fezes de triatomíneos infectados, utilizando microssatélites de DNA.
As populações de T. cruzi: CL Brener, Col1.7G2, PNM e JG são capazes de estabelecerem consideráveis níveis de infecções quando infectadas isoladamente em ambas espécies de triatomíneos: T. infestans e R. neglectus.
Detectamos uma seleção positiva para o clone CL Brener, em detrimento do desaparecimento gradativo das demais populações de T. cruzi em T. infestans submetidos às infecções mistas.
Não encontramos seleção para nenhuma das populações de T. cruzi presentes nas infecções mistas em R. neglectus, visto que todas as populações do parasita foram encontradas em proporções semelhantes nas fezes dos triatomíneos infectados.
O nível de redução populacional das infecções mistas em T. infestans foi maior do que o encontrado nos R. neglectus.
Todos estes resultados indicam um comportamento diferencial de infecções mistas de T. cruzi em diferentes espécies de triatomíneos.
Conclusões
Agradecimentos
À profa. Andréa Mara Macedo
Ao prof. Sérgio Pena
Aos professores Egler Chiari e Lúcia Galvão
À profa. Mirian Martins
Aos professores: Octávio Fernandes, Liléia Diotaiuti e Bianca Zingales
A todos os amigos do Laboratório de Genética Bioquímica
À Neuzinha, Katita, Miroca e Afonso.
Aos meus pais.