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H I STÓ R I A DA A S E S EMPREENDEDORISMO QUE TRANSFORMA A SERRA

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H I S T Ó R I A D A A S E S

EMPREENDEDORISMO QUE TRANSFORMA A SERRA

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Sum

ário SERRA

VIAGEM NO TEMPO

8

70

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GALERIA DE PRESIDENTES

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32

42

56

1970UNIÃO COM FOCO NO DESENVOLVIMENTO

1980INDUSTRIALIZAÇÃO ALAVANCA CRESCIMENTO POPULACIONAL

1990ARTICULAÇÃO COM O PODER PÚBLICO BENEFICIA A COLETIVIDADE

2000REPRESENTATIVIDADE EMPRESARIAL CRESCE E GANHA FORÇA

2010LUGAR DE OPORTUNIDADES E BOM DE SE VIVER

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APRESENTAÇÃO

Constituída em 1977, a Ases

é fruto da união de um grupo de empresários e lideranças com foco na

articulação de reivindicações coletivas e vem contribuindo,

ao longo da sua trajetória, para o desenvolvimento

da Serra.

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Prestes a celebrar quatro décadas de fundação, a Asso-ciação dos Empresários da Serra (Ases) vem construin-do uma trajetória vitoriosa que faz com que a entida-de tenha expressiva representatividade empresarial no Espírito Santo, servindo de referência para os que desejam somar esforços no associativismo.Alcançar esse marco é algo notável. Ainda mais com o reconhecimento por parte do Governo Estadual e do Municipal dos relevantes serviços prestados pela Ases à sociedade, que resultou na obtenção de títulos de

utilidade pública nessas duas esferas. Este livro tem como propósito reviver o curso da nossa história, ao

resgatar o passado, destacar o presente e abordar os desafios. Imaginada para celebrar a trajetória da Associação até 2015, esta publicação vai além. Retrata um pouco dos fatos marcantes da Serra, que vive profundas trans-formações a partir da década de 1970 e alcança o posto de segunda maior economia capixaba.

Desde a sua criação, a Ases vem atuando na construção de uma agenda positiva, apresentando soluções para intensificar o crescimento e aumentar a competitividade do município. É por isso que consideramos que as histórias da Associação e da cidade são inseparáveis e devem ser escritas nas mesmas páginas.

Olhando para trás, percebemos o quão importante foi o empenho de cada empreendedor que esteve à frente da Ases na realização deste grandioso trabalho em prol do desenvolvimento da Serra. Merece destaque a atuação dos demais membros de cada diretoria e dos Conselhos Fiscal e Operacional, sempre aliado e representando os interesses dos associados.

A Ases, a cada administração, segue firme para ampliar e aprimorar o que já foi feito em benefício da Serra, com isenção político-partidária, trabalhando em parceria com o poder público.

Que o movimento empresarial serrano se fortaleça ainda mais e inspi-re muitas outras histórias.

Boa leitura!

ANTONIO GERALDO DE LIMAPRESIDENTE DA ASES

Gestão 2013-2015Gab

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MS

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ASES

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SERRA

Município mais populoso

do Espírito Santo e a segunda maior economia

capixaba, a Serra reúne condições vantajosas para sediar bons investimentos

e para propiciar a seus moradores qualidade

de vida.

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Igreja dos Reis Magos, em Nova Almeida

Edson Reis

Sagr

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MS

A Serra lidera o crescimento populacional no Espíri-to Santo. Dados do Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE) apontam o município como o que mais apresentou novos habitantes de 2014 para 2015, passando a abrigar 485.376 pessoas. Tal cenário exige planejamento e investimentos permanentes, criando uma infraestrutura capaz de suportar esta expansão demográfica e de ga-rantir a qualidade de vida na região. Não por acaso a Serra está em desenvolvimento

constante. Além da localização geográfica estratégica, a cidade tem estrutu-ra logística privilegiada, mantendo-se atraente para a atividade empresarial.

O território serrano é cortado pela Estrada de Ferro Vitória-Minas – que liga o Complexo de Tubarão ao vizinho estado de Minas Gerais –, pela BR-101 e pelas rodovias estaduais ES-010 e ES-264.

O município ainda fica próximo à BR-262, ao Terminal Especializado de Barra do Riacho (Portocel), em Aracruz, à Ferrovia Centro-Atlântica e ao ae-roporto Eurico de Aguiar Salles, em Vitória.

A Serra está situada em um raio de até 1.000 quilômetros de distân-cia de centros consumidores importantes do País, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, o que também conta a seu favor na hora da atração de investimentos.

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ASES

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Balneário de Jacaraípe

Gabriel Lôrdello/PMS

A estruturação da cidade, resultante de políticas de desenvolvimento econômico-social aplicadas nos últi-mos anos, conta com personagem de destaque que contribui com esse processo: a Associação dos Empre-sários da Serra (Ases).

Desde a sua criação, a Ases vem seguindo com afinco o que foi traçado por seus fundadores em 1977: colaborar com os órgãos de governo na elaboração, implantação, proteção e execução de programas rela-cionados ao desenvolvimento tecnológico, comercial, industrial e de serviços.

Também participa de ações e projetos com diver-sas representações e entidades para contribuir com o desenvolvimento do município, que vem vivenciando avanços em saúde pública, promoção social e educa-ção, entre outros setores.

BELEZAS NATURAIS

Marcado geograficamente pelo Mestre Álvaro, uma das maiores elevações da costa brasileira, com 833 me-tros de altitude, e pela verticalização de seus empreen-dimentos em virtude do boom imobiliário vivido nos

últimos anos, o município dispõe de uma extensa área litorânea, de grande beleza natural.

Entre as principais praias estão Jacaraípe, devido às condições propícias à prática de surfe, e Manguinhos, vila pesqueira de águas mais calmas e apreciada por oferecer pratos da gastronomia capixaba, além de ser uma das regiões mais valorizadas. Integram ainda a na-tureza exuberante do município lagoas, serras e vales.

A principal manifestação cultural da Serra e do fol-clore capixaba é o congo, referência na formação e no desenvolvimento da identidade local. Em 2003, o congo da Serra recebeu da Presidência da República a Comenda da Ordem Mérito Cultural, maior honraria da cultura brasileira.

O calendário de festividades da cidade é bastante rico, com manifestações socioculturais durante todo o ano, entre as quais a Festa dos Reis Magos e a Festa de São Benedito.

A Igreja dos Reis Magos e a Igreja de Nossa Senho-ra da Conceição são alguns dos patrimônios culturais da Serra. A primeira foi tombada como Patrimônio Históri-co e Artístico Nacional em 1943, e, na segunda, está lo-calizado o Mastro de São Benedito, símbolo máximo da festa, realizada há mais de um século e meio.

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REC

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TOLIDERANÇAS COMPROMETIDAS“A Associação dos Empresários da Serra (Ases) é uma importante entidade que contribui nas deman-das e desafi os do município da Serra. A sociedade evoluiu e vivemos em um novo tempo, onde o poder público não pode agir sem ouvir a sociedade. Precisamos de lideranças empresariais comprometidas com o desenvolvimento do Estado e, neste sentido, o movimento empresarial Ases tem contribuído de forma prática, inclusive com apresentação de ideias e sugestões, nas discussões sobre os desafi os que estão presentes no dia a dia da população capixaba.”

Paulo Hartung, GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

PAPEL ESTRATÉGICO“Ao longo dos anos, a Ases desempenha um papel estratégico para o desenvolvimento do município da Serra. A nossa cidade é considerada a locomotiva do Estado, mas não seria possível assumir tal posto sem o empenho e a união dos empresários e lideranças, que enxergaram, ainda no fi nal da década de 70, a necessidade de fundar esta institui-ção. A iniciativa vitoriosa já proporcionou a solução de vários problemas comuns e apon-tou alternativas para o desenvolvimento sustentável, meta perseguida por todos nós.”

Audifax Barcelos, PREFEITO DA SERRA

CONTRIBUIÇÃO PARA O CRESCIMENTO“A Ases tem uma trajetória muito importante para o município da Serra, fun-damentada no estímulo ao desenvolvimento empresarial e baseada em ética e responsabilidade social. Como instituição de utilidade pública, representan-te dos interesses do empresariado serrano, a Ases desenvolve um trabalho que impacta e contribui diretamente para o crescimento econômico e social da cidade e do Estado do Espírito Santo.”

Neidia Maura Pimentel, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DA SERRA

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ASES

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VIA

GEM

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PO

1973 1977 1978

Entra em atividade a

segunda usina de pelotização da Companhia

Vale do Rio Doce (CVRD) – hoje Vale –, o

que representa um marco

na produção industrial capixaba

O Centro Industrial de

Vitória (Civit I) é inaugurado no Planalto de Carapina

Um grupo de empreendedores

funda a Associação dos Empresários da

Serra (Ases)

A Ases realiza o 1º Encontro

dos Empresários da Serra

O presidente do Brasil

João Batista Figueiredo

vem ao Estado para inaugurar a Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) – hoje ArcelorMittal

Tubarão –, empresa que

se tornaria um dos vetores

econômicos do Espírito Santo

A Ases promove o 1º Seminário

de Resíduos Sólidos

Industriais do Espírito Santo

O município da Serra recebe uma unidade do Corpo de Bombeiros,

após articulação da Ases com os poderes estadual e municipal

1998

19741993

1983

Acervo Suppin

ArcelorMittal Tubarão

Acervo Ases

Acervo Ases

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2007 2009 2010 2011

2014

É lançado o Café de Negócios (Caneg) da

Ases, visando a estimular a

integração entre os empresários

e a realização de negócios

A Ases atua na elaboração da

Agenda Serra do Futuro, primeiro

planejamento estratégico do município para

os 20 anos seguintes

Tem início o Qualiases,

programa de certificação e qualificação de empresas

realizado pela Ases

Empresários são homenageados

na primeira edição do

Prêmio Mérito Empresarial, que passa a integrar a agenda anual

de eventos da cidade

É assinado convênio entre

a Suppin, a Prefeitura da

Serra e a Ases para gestão

compartilhada dos polos

empresariais Civits I e II e Cercado da Pedra

Já com o título de entidade de

utilidade pública municipal, a

Ases obtém o reconhecimento

estadual

É lançada a pedra

fundamental para construção

da nova sede da Ases, em Laranjeiras II

Após intensa atuação da Ases,

é inaugurado o novo polo Cercado da Pedra, com

20% dos lotes destinados a micro e pequenas empresas

2000

2005

Acervo Ases

Acervo Ases

Pelicano

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ASES

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O governador à época, Arthur Gerhardt, com autoridades e convidados, na inauguração do Civit I

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UNIÃO COM FOCO NO DESENVOLVIMENTO

Um novo ciclo de desenvolvimento marca a história do Espírito Santo na década de 1970. Nesse período, o Estado inicia a transição de uma economia baseada na monocultura cafeeira para uma economia indus-trial, voltada para o comércio exterior.

A Serra é a cidade mais impactada com a implantação dos chamados “grandes

projetos”, que transformariam de vez a trajetória da cidade. É nesse contexto que

nasce, em 1977, a Associação dos Empresá-rios da Serra (Ases), quando empreendedores

que apostavam nas potencialidades do município decidem buscar, em conjunto, soluções para pro-blemas comuns às empresas.

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Até meados do século XX, o Espírito San-to era muito dependente da cafeicultura, que absorvia 55% da população econo-micamente ativa capixaba e gerava 22% da renda estadual em 1960. Porém, sucessivas supersafras determi-

nam uma irreparável queda nos preços do grão, levan-do a cafeicultura à decadência. Para reverter esse qua-dro, o Governo Federal adota a política de erradicar os cafezais antieconômicos ou de menor produtividade.

Em um espaço de cinco anos, de 1962 a 1967, são destruídos 300 milhões de pés de café, o equivalente a 53,8% dos cafeeiros do Espírito Santo, estado mais atin-gido. Tal medida resulta no desemprego direto de apro-ximadamente 60 mil pessoas no meio rural.

Com a crise social, cerca de 200 mil famílias são obri-gadas a migrar do campo para as áreas urbanas, princi-palmente para a Região Metropolitana, que ainda não ti-nha estrutura para receber tão signifi cativo número de novos moradores.

É nessa conjuntura que a indústria encontra um terreno fértil para solidifi car suas bases em terras ca-pixabas, uma vez que o Estado buscava uma forma de romper a grande dependência em relação à mo-nocultura do café e de promover a diversifi cação da sua economia.

Na década de 1970, as forças políticas e econômi-cas locais tinham a convicção de que a solução para a crise passaria, necessariamente, pela industrialização.

Especialmente nos governos de Christiano Dias Lopes (1967-1970) e de Arthur Carlos Gerhardt (1971-1975), a direção estadual se alinha à política desenvol-vimentista traçada no Plano Nacional do Desenvolvi-mento (PND), que impulsionava o crescimento do País por meio da descentralização das atividades produtivas.

Com estruturas logística e institucional favoráveis ao desenvolvimento da industrialização e do comércio exterior, o Espírito Santo então recebe grandes plantas industriais voltadas para a exportação, que passariam a determinar todo um processo de crescimento econô-mico de longo prazo.

A SERRA COMO PROTAGONISTA

A Serra é, sem dúvidas, o município mais impac-tado pela industrialização e, por consequência, pela rá-pida urbanização. Com posição geográfi ca estratégica, próximo a portos, aeroporto e rodovias, e tendo apro-ximadamente 30 quilômetros do território cortados por linha férrea, a cidade detinha, no período, a capacidade de concentrar a indústria no mesmo local em que havia infraestrutura e oferta de mão de obra – formada, em

Mosaico Imagem

Vista do parque industrial da Vale, que chega a 2015 com oito usinas de pelotização no Complexo de Tubarão

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grande parte, por trabalhadores que vieram do meio ru-ral para a Região Metropolitana, após a crise no campo.

Assim, com o Porto de Tubarão já em funciona-mento, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) inaugu-ra duas usinas de pelotização: uma em 1969 e outra em 1973, liderando o esforço de industrialização recente no Estado. A Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) tem suas obras iniciadas em 1977. Em 1978, entram em ope-ração a primeira unidade industrial da Aracruz Celulo-se, no município de Aracruz, e a usina de pelotização da Samarco, em Anchieta.

Como resultado, o projeto de desenvolvimento vol-tado à diversificação e modernização econômica sob a liderança do setor industrial provoca reflexos no Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Espírito Santo, que salta de modestos 5,3%, em 1960, para 34%, nos anos 1980.

A essa altura, o Estado já contabilizava avanços em infraestrutura, como reflexo do Plano de Metas, desen-

volvido durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960), a fim de garantir as condições necessárias para a produção industrial.

A BR-101, um dos mais importantes eixos viários da Serra e do Espírito Santo, é inaugurada em 1969, com a pavimentação concluída em solo capixaba, da divi-sa com o Rio de Janeiro até a Bahia. A via é decisiva no processo de urbanização, dando acesso às áreas indus-triais, aos primeiros conjuntos habitacionais e à capital, principal centro de consumo e serviços.

UM LUGAR PARA AS INDÚSTRIAS

A concessão de incentivos fiscais torna-se uma al-ternativa econômica para o Espírito Santo nos anos 1970. Já vinha sendo debatida na década anterior a ideia de se construir uma área industrial que abrigasse as empresas de forma ordenada e em local estratégico.

Como a Serra ganhava espaço no desenvolvimen-to da Grande Vitória, devido aos investimentos indus-triais e à disponibilidade de terras em região de relevo

Acervo Suppin

O Civit I com os primeiros empreendimentos industriais em atividade

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plano, não por acaso a área escolhida para a constru-ção do chamado Centro Industrial de Vitória (Civit) lo-calizava-se no município.

Após a realização de estudos de viabilidade, a con-sultoria contratada pelo Governo Estadual ratifica a es-colha do Planalto de Carapina para abrigar o Civit, por ser vizinho da área onde estava prevista a construção de uma grande usina siderúrgica. Tal proximidade seria importante para que as empresas que se instalassem ali pudessem se beneficiar da cadeia produtiva do aço.

Em 1971, logo depois de tomar posse, o governador Arthur Gerhardt cria a Superintendência dos Projetos de Polarização Industrial (Suppin), autarquia que tinha como objetivos estudar e planejar geograficamente áreas ou regiões para instalação de empreendimentos industriais.

Por fim, em 1974 é inaugurado o Centro Industrial de Vitória (Civit), localizado a três quilômetros da BR-101, que destinava uma área de 7 milhões de metros quadrados para instalações industriais e empresas do setor de serviços. Uma das principais vantagens para os

Joaquim Nunes/Jornal A Tribuna

empreendedores era a possibilidade de aquisição de ter-reno com valor abaixo do preço de mercado.

Durante as obras, foi necessário resolver um pro-blema já identificado na fase de estudos, o abasteci-mento de água. Na época, a Companhia Espírito-San-tense de Saneamento (Cesan) só atendia até a região do aeroporto de Vitória. Apenas uma estação de bom-beamento, que demandava altos investimentos, permi-tiria transpor a água até o Planalto de Carapina, devido ao aclive. A solução vem da lagoa Jacuném, de onde era retirada a água para um reservatório subterrâneo e, depois, para um elevado, o primeiro depósito de água limpa a atender o Civit.

OS PRIMEIROS DESBRAVADORES

A Fibrasa é a primeira empresa a se instalar no Civit I, logo após a criação do polo em 1972. Na contramão dos empreendedores que investiam em Vitória e em Vila

Fachada da Fibrasa: indústria

de embalagens é a pioneira

no Civit

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“Naquela época, o Civit era ainda uma grande fazenda. Não havia estrada asfaltada, energia elétrica nem água. Para chegar lá, às vezes, o carro atolava. A gente construiu a Fibrasa buscando água em barril na lagoa (Jacuném). As pessoas sabiam daquela dificuldade e diziam: olha lá o doido do Civit.”

Sergio Rogério de Castro, SÓCIO-FUNDADOR DA FIBRASA E PRIMEIRO EMPRESÁRIO A SE INSTALAR NO CIVIT

Acervo Jornal A Tribuna

Velha, o empresário Sergio Rogério de Castro acredita no projeto do centro industrial, vislumbrando o poten-cial econômico da Serra.

O ambiente de confiança para os negócios, a ga-rantia de investimentos da CVRD, a concessão de in-centivos fiscais e a perspectiva de construção da CST levam o empreendedor a deixar Muriaé (MG) para abrir sua empresa de fabricação de embalagens no Espíri-to Santo.

Pioneiro no Civit, Sergio de Castro se recorda do dia em que o centro industrial recebia iluminação pú-blica. “Era por volta de 1974. Fui à minha casa (em Vitó-ria), peguei a minha esposa e as crianças e as levei até a BR-101 para verem o clarão das luzes. Leonardo, meu filho, chegou aqui com 1 ano e viu toda a saga do Civit.”

Após dois anos de obras, a Fibrasa entra em fun-cionamento em 1974, produzindo sacaria de ráfia, que viria a substituir os sacos de juta. Outras empresas co-meçam a chegar, entre elas, a Polydomus, fábrica de embalagens plásticas, e a Carboindustrial, que tinha

A Carboindustrial entra em operação em 1976

como principal produto a pasta eletródica soderberg, destinada às indústrias siderúrgicas e de alumínio. Am-bas iniciam as operações em 1976.

O empresário Fernando Vaz, segundo presidente da Ases, destaca que, na época, o Governo Estadual se empenhava em promover a industrialização do Es-pírito Santo. “Nosso Estado respirava a atmosfera do progresso. Um vitorioso programa de incentivos fiscais atraía empresas de todos os portes e a indústria local, que apenas engatinhava, começaria a caminhar ereta e a passos firmes.”

Na capital, Vitória, fervilhavam congressos, semi-nários, palestras, tudo visando à divulgação das opor-tunidades, relembra Fernando Vaz. O município da Ser-ra, por força do Civit, despontava como o herdeiro da expansão industrial no Estado.

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ASES

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Assim que é anunciada a implantação da CST, a Suppin inicia a construção do Civit II, em 1979, den-tro do conceito de centro industrial, prevendo áreas residencial, industrial e de serviços. Esperava-se que a siderúrgica funcionasse como fator de atração de muitas outras empresas de grande porte para o Es-pírito Santo.

Até o fi nal da década de 1970, aproximadamente 20 empresas estavam em funcionamento ou prepara-vam sua instalação no plano piloto do Civit, com ocu-pação de aproximadamente 70% dos lotes urbanizados.

HORA DE SOMAR ESFORÇOS

O desenvolvimento da atividade industrial no Ci-vit, porém, vem acompanhado de desafi os. Os empre-sários enfrentavam problemas comuns, como falta de água, rede de esgoto e transporte público para traba-lhadores, além de difi culdades de acesso às empresas.

“Não havia locais para o pessoal comer. A gente fa-zia as refeições dentro da fábrica, numa cozinha de ma-deira. Cada empresário tinha de se organizar como po-dia para sobreviver ali”, relembra João Luiz Vassalo Reis, ex-presidente da Ases.

Há relatos de companhias que abrigavam famílias de empregados em suas instalações. Também era co-mum o aluguel de transporte para buscar funcionários que moravam longe, em Cariacica e Vila Velha, e não ti-nham como chegar ao Civit, pela ausência de linhas de ônibus que atendessem a região.

As companhias de transporte público, afi rmam os empresários da época, não tinham interesse em manter uma linha circulando pelo Civit, porque só ha-via movimento nos horários de entrada e saída dos trabalhadores.

Começam, então, as articulações no sentido de for-talecer a classe, com o propósito de buscar soluções para as demandas do empresariado, o que seria viável somen-te com a união de esforços.

Trecho do primeiro

Relatório de Gestão da Ases

vit, porém, vem acompanhado de desafi os. Os empre-sários enfrentavam problemas comuns, como falta de água, rede de esgoto e transporte público para traba-lhadores, além de difi culdades de acesso às empresas.

“Escolhido para ser o principal polo de desen-volvimento industrial do Espírito Santo, o municí-

pio da Serra passou a atrair um número cada vez maior de em-presários que aqui se fi xaram para implantação de suas indústrias. Grandes projetos habitacionais, inú-meros loteamentos, instalações de estabelecimentos comerciais e de empresas de prestação de serviços surgiram em função da expectativa da concentração industrial.

Apareceram então os empre-sários da Serra! Podiam se encon-trados na Prefeitura Municipal, na Suppin, na Escelsa, na Cesan, na Te-lest, na Embratel, nos cartórios, no Bandes, nas Secretarias da Indústria e Comércio e da Fazenda, no Geres. Regularização de terrenos, obras ci-vis, água, energia, telefonia, telex, registros, transportes coletivos, con-tratos, legislação de incentivos, mão de obra, fi nanciamentos, todos es-tes itens eram tratados enfrentan-do sempre as mesmas difi culdades.

A conscientização de que os problemas eram comuns a todos os empresários sugeria a criação de uma Associação. Havendo uma comunidade de empresários, a sua união facilitaria a solução dos pro-blemas comuns. A reivindicação co-letiva é mais forte. Era imprescin-dível criar um órgão que reunisse todos os homens de empresa da Serra: da indústria, do comércio, da agricultura, do setor de servi-ços. Por isso nasceu a Ases – Asso-ciação dos Empresários da Serra.”

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Matéria do jornal A Tribuna publicada no dia 24 de dezembro

de 1977

A SEMENTE DOMOVIMENTO EMPRESARIAL

A formação da Ases tem como catalisador um evento organizado pela Prefeitura da Serra, em parce-ria com o jornal A Tribuna. A ideia parte do então pre-feito José Maria Miguel Feu Rosa, que buscava ampliar o diálogo com a classe empresarial e traçar um diagnós-tico das necessidades que surgiam com o desenvolvi-mento industrial do município.

A proposta ganha a adesão da iniciativa privada e também de instituições públicas nas áreas de habita-ção, abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica e telefonia, resultando na realização do simpó-sio “Serra: Atualidade/Perspectiva”, em dezembro de 1977. Durante cinco dias, os participantes debatem di-versos temas de interesse dos segmentos envolvidos, com foco no desenvolvimento da cidade.

As principais autoridades capixabas se voltam para a conferência, tamanha a importância da Serra e da sua posição estratégica para o desenvolvimento estadual naquele momento. Entre os participantes ilustres es-tavam o então governador Élcio Álvares, e o presiden-te da CST, Arthur Carlos Gerhardt, que comandou o Es-pírito Santo de 1971 a 1975 e é apontado como um dos responsáveis por inserir o Estado no processo de in-dustrialização.

O INÍCIO DA ASES

No evento, deslumbra-se a necessidade da criação de uma entidade que pudesse aglutinar os anseios e de-fender os direitos daqueles empreendedores que ha-viam escolhido ou estavam em vias de escolher a Ser-ra como seu domicílio de trabalho e de sonhos, como relata o ex-presidente da Ases Fernando Vaz, que esta-va entre os participantes.

Às 18h30 do dia 21 de dezembro de 1977, um grupo de empresários se reúne na sede da empresa J. Paga-nini S/A, no Planalto de Carapina, na Serra, em Assem-bleia Geral, para fundar a Associação dos Empresários da Serra (Ases). É eleita, então, a primeira diretoria e constituído o Conselho Deliberativo do biênio 78/79. A posse ocorre no dia 23 de dezembro de 1977.

A instituição nasce com 25 associados fundadores, tendo como objetivos assistir as empresas associadas em todos os seus interesses comuns, colaborar com os órgãos de governo na elaboração e na implantação de programas visando ao desenvolvimento comercial e industrial da Serra, promover relacionamento entre as empresas do município e organizar conferências, pales-tras e visitas técnicas.

Os fundadores desejavam que a Ases assumisse o papel de abrigar qualquer empresa que desempenhas-

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se atividade econômica na Serra e, no futuro, se tornas-se uma referência para empresários de outros municí-pios do Espírito Santo.

“A Ases já nasceu com um capital humano espe-cial, formado por empreendedores, de muito boa for-mação, que ajudaria o Espírito Santo a se desenvolver. Então, tornou-se uma instituição forte, propositiva. Ela se posicionava adequadamente diante do poder públi-co e levava propostas que faziam sentido”, relembra o empresário Sergio Rogério de Castro, eleito o primeiro presidente da Ases.

Logo, a interação com os gestores públicos ultra-passa a esfera municipal e chega à estadual. Já nos pri-meiros anos de atividades, a diretoria recebe, em diver-sas ocasiões, visitas de prefeitos e governadores. Dois anos após a fundação da Ases, seus representantes já participavam de grupos de trabalho do Governo Esta-dual e de missões empresariais, a convite da Federa-ção das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes).

ASSOCIAÇÃO SE TORNA PORTA-VOZ

A interlocução com o poder público ganha força com o associativismo. Assim que é constituída, a Ases assu-me papel de porta-voz do empresariado local, cobrando providências junto aos órgãos municipais e estaduais.

A participação da Ases em grupo de trabalho da Se-cretaria de Estado da Indústria e do Comércio resulta na proposição de dispositivos com vistas à valorização e pro-teção da empresa capixaba, a exemplo de medidas seme-lhantes adotadas em outros estados, como Minas Gerais.

Encontro entre o então secretário da Indústria e Comércio, Adhemar Musso Leal, o governador Eurico Rezende

e o presidente da Ases, Sergio Rogério de Castro, na sede da Associação, em registro da Revista Indústria

Capixaba (Edição nº 135, fevereiro de 1980)

DIRETORIA BIÊNIO 78/79

PRESIDENTE:

Sergio Rogério de Castro (FIBRASA)

1º VICE-PRESIDENTE:

Fernando Antonio Vaz (POLYDOMUS)

2º VICE-PRESIDENTE:

Milton Alvarez (ATLANTIC LUMBER)

3º VICE-PRESIDENTE:

Gilberto Abaurre (METALES)

1º SECRETÁRIO:

Délio Neves Rocha (DELPLASTIC)

2º SECRETÁRIO:

David Gonçalves de Oliveira (CARBOINDUSTRIAL)

3º SECRETÁRIO:

Clovis Teixeira de Rezende (METALPEN)

TESOUREIRO:

Liberato Schettini (METAVISA)

2º TESOUREIRO:

Franco Fanchini (LOGASA)

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Figuravam entre as principais demandas os pedi-dos de melhorias no sistema viário e de construção de abrigos de ônibus e ciclovias, além da criação de linhas circulares para a Serra, reivindicação que é atendida.

No primeiro biênio, a Ases também cobra da Pre-feitura da Serra e do Governo Estadual a adoção de me-didas de preservação de áreas verdes perto de lagoas. Os empresários também pedem providências quanto à segurança pública e ao sistema de telefonia, dois dos principais entraves à operação das empresas na época.

Após gestões da diretoria junto à Telest, a Ases conseguiu que fossem ativados, mais rapidamente, 300 novos terminais telefônicos no Planalto de Carapi-na. Outra conquista foi a instalação de um distrito po-

licial em Carapina, com subdelegacias em Laranjeiras e Bairro de Fátima.

Um episódio que demanda a intervenção da Ases é o vendaval que destruiu instalações fabris na Ser-ra, em abril de 1979. A Associação, juntamente com a Prefeitura Municipal, reivindica ao Governo recursos fi -nanceiros para a reestruturação das empresas e rees-calonamento de obrigações fi scais, sem juros e a pra-zos adequados.

O ex-presidente da Ases Osmar Peixoto Filho desta-ca que a entidade, desde o início, teve forte atuação na busca de soluções para os problemas estruturais da Serra, principalmente do Civit, e que resultaram em benefícios para toda a comunidade. “Fomos os embriões de tudo.”

ENCONTROS PAUTADOS NO DESENVOLVIMENTO

A Associação também cumpria a função de aglu-tinar os empresários, estimulando o intercâmbio de informações e a realização de negócios. Nos primei-ros anos são promovidos encontros, nos quais eram discutidos assuntos relacionados ao desenvolvimen-to do município.

O 1º Encontro de Empresários da Serra, em julho de 1978, tem como tema o impacto da CST na comu-nidade empresarial serrana, abordado pelo então pre-sidente da Findes, Oswaldo Vieira Marques.

Em dezembro do mesmo ano, é organizado o se-gundo evento, com palestra do prefeito José Maria Mi-guel Feu Rosa sobre as oportunidades locais, ocasião em que comemora-se um ano de fundação da Ases.

No ano seguinte, são promovidos mais três encon-

tros. No último, em dezembro de 1979, ocorre a posse da diretoria do biênio 1980/1981 e é concedida uma co-letiva de imprensa para apresentação do plano de ação para o período.

A interação com os atores da economia e política do município e do Estado se mantém com a realização de mesas-redondas para discutir, entre outros assun-tos, a situação das telecomunicações na Serra. As em-presas do Civit, até o fi nal dos anos 1970, compartilha-vam um único cabo de telex ligando a subestação de Carapina ao restante do Estado, do País e do mundo.

Buscando aumentar a sua representatividade, a Ases solicita sua fi liação a entidades de classe, como federações das Indústrias, do Comércio e da Agricultu-ra, e a associações comerciais do Espírito Santo.

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aico

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em

Complexo Portuário de Tubarão

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INDUSTRIALIZAÇÃO ALAVANCA

CRESCIMENTO POPULACIONAL

Atraído pelo novo perfi l econômico do Espírito Santo a partir da implementa-ção de grandes projetos industriais, um expressivo número de pessoas

busca a Serra para morar. De 1970 a 1980, o quantitativo de habitantes é

multiplicado por cinco, representando o mais rápido crescimento populacional do

Estado. Como consequência, o município experimenta um acelerado processo de urbaniza-

ção que lança grandes desafi os ligados à mobilidade urbana, moradia, segurança, saúde e educação. Já nesta época, a Ases atuava nos principais pleitos relacionados ao desenvolvimento da cidade.

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O município da Serra é o que mais sofre os impactos das grandes plantas in-dustriais. A perspectiva de desenvol-vimento atrai uma legião de migran-tes, especialmente de Minas Gerais e da Bahia e também de municípios

do próprio Estado.O resultado dessa migração é a evolução da popu-

lação da Serra acima das médias estadual e da Região Metropolitana da Grande Vitória. Dos anos de 1970 para 1980, há intenso crescimento populacional, de 17.286 para 82.568 habitantes.

Em 1990, o quantitativo alcança a marca de 222.158 habitantes e, em 2010, já soma 409.267, representando 11,64% da população do Estado e 24,25% da Grande Vitó-ria. É a mais rápida evolução entre os municípios capixabas.

Especialmente em função da construção da CST, que já estava em curso, a região torna-se um polo de atração de mão de obra, sobretudo não qualifi cada, que é empregada principalmente nas obras para implanta-ção dos grandes projetos industriais.

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃODA SERRA: 1970-2010

1970 1980 1990 2000 2010

17.286 82

.568

222.15

8 321.18

1 409.26

7

CASA NA SERRA PARA QUEM TRABALHA NA SERRA

A expectativa de industrialização também infl uen-cia fortemente a ocupação do território. No início dos anos 1960, aproximadamente 50% da população ur-bana habitava Serra-Sede; 40%, a sede do distrito de Nova Almeida; e o restante, Carapina. A partir da déca-da seguinte, essa organização se inverte e a região de Carapina passa a concentrar 64% da população urba-na, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geogra-fi a e Estatística (IBGE).

Nesse contexto, vão surgindo dezenas de bairros, nas margens dos principais eixos viários da Serra, en-tre os quais a BR-101 e a ES-010, via estadual que liga a rodovia federal ao litoral.

O cenário econômico justifi ca a concentração dos conjuntos habitacionais, primordialmente, no distrito de Carapina, nas proximidades dos Civits I e II e também da CST, a partir da década de 1970. A política habitacional no Estado era conduzida por dois agentes ligados ao Sistema Federal de Habitação (SFH), a Companhia de Habitação do Espírito Santo (Cohab-ES) e o Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais no Espírito Santo (Inocoo-pes), com recursos do Banco Nacional de Habitação (BNH).

Em Jardim Limoeiro, no Planalto de Carapina, entre ju-nho de 1973 e fevereiro de 1976, são concluídas as primei-ras casas de cooperativados, 583 unidades ao todo, nos núcleos de São Diogo I, São Diogo II e Chácara Parreiral.

Fonte: Serra Agenda do Futuro 2012-2032

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Mas o avanço do programa habitacional se dá, sobretudo, a partir da primeira experiência com um projeto de grandes proporções, que resulta na inauguração do Parque Residencial Laranjeiras, em 1978, englobando 1.855 casas de 36 a 80 metros quadrados, em terreno próximo ao Civit.

A proximidade é intencional, uma vez que havia a necessidade de atender os trabalhadores do Civit e também os que atuavam nas obras das grandes plan-tas industriais. Desde os dois primeiros anos de ges-tão, 1978 e 1979, a Ases vinha atuando junto à Cohab e ao Inocoopes para buscar alternativas ao problema de falta de moradia para trabalhadores do centro indus-trial. “Casa na Serra para quem trabalha na Serra” tor-na-se um lema da Associação nas suas reivindicações.

“No início, não havia mão de obra local. Os trabalha-dores vinham de Vitória, Cariacica, Serra-Sede. Por isso, tínhamos uma grande preocupação de que houvesse mo-radia próximo ao Civit, pois o sistema de transporte públi-co era insuficiente e demorava até que a empresa tivesse porte para poder alugar um transporte próprio”, relembra o primeiro presidente da Ases, Sergio Rogério de Castro.

Vista do Parque Residencial Laranjeiras

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GRUPO DE TRABALHO

Na época, a Ases cria um grupo de trabalho com o fim específico de organizar cooperativas de associados para construção de habitações para seus funcionários. Busca-va-se, inclusive, a viabilidade de edificação de casas no eixo BR-101/Contorno, no eixo Jacaraípe e no eixo do Civit.

O que se registra a seguir, até 1986, é uma impac-tante expansão da política habitacional. Depois de La-ranjeiras, sucedem-se construções de conjuntos, entre os quais, o Serra Dourada I, II e III, com 2.948 casas, e o Barcelona, com 3.112 unidades. No período, o número de unidades construídas girava em torno de 26 mil, dis-tribuídas em 20 conjuntos. Como consequência, atraem a rede de comércio e serviços.

Para o prefeito da Serra à época (1983-1989), João Baptista da Motta, os empresários tiveram participa-ção importante na busca por infraestrutura para tornar a Serra atrativa para novas empresas, especialmente co-mércio e indústrias de menor porte. “O município já dis-punha de seus primeiros conjuntos habitacionais popu-lares e precisava gerar emprego para seus moradores.”

“A Ases não só contribuiu para impulsionar o crescimento da

Serra. Foi a mola-mestra de tudo. Os empresários sempre

estiveram presentes nos debates de temas maiores,

provando tecnicamente que o desenvolvimento era possível.”

João Baptista da Motta, EX-PREFEITO DA SERRA

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O momento vivido pela Serra era atrativo para no-vos negócios. Vislumbrando o crescimento que o muni-cípio experimentaria nos próximos anos, o Grupo Lider inaugura, no dia 19 de setembro de 1985, a concessio-nária CVC, a primeira revenda de veículos na cidade, responsável pela atração do maior polo automotivo da região, notadamente ao longo da BR-101 e bairros pró-ximos. A localização e o potencial econômico do muni-cípio são fatores decisivos na opção pela Serra.

O AÇO NA CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA ERA

O início das obras civis da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), em maio de 1980, com a escavação para a implantação do alto-forno, e também a forma-ção por parte da empresa da equipe que iria operar a nova planta anunciavam uma história de desenvol-vimento empresarial que faria da CST um dos veto-res econômicos mais importantes do Espírito Santo.

“Aqueles que, como eu, visualizaram o ‘antes e depois’ do parque industrial capixaba

sentem orgulho de terem estado presentes nessa época de expressiva transformação.

Cada um de nós, ex-presidentes da nossa Ases, à sua maneira,

deu um pouco de si, um pouco da própria família e um pouco

da própria vida para que a Associação sempre avançasse,

sempre fosse útil, sempre estivesse presente nas lutas cotidianas

do empresário serrano.”

Fernando Antonio Vaz, PRESIDENTE DA ASES DE 1982 A 1987

ArcelorMittal Tubarão

A Ases acompanha de perto o processo de implemen-tação da companhia, uma vez que ela funcionava como fa-tor de atração de novas empresas e a possibilidade de ne-gócios para as associadas. Um grupo de trabalho é criado, na primeira gestão da Associação, atuando junto à coor-denação do projeto da CST, como forma de ampliar a par-ticipação das indústrias locais na implantação da usina.

Em 23 de abril de 1980 era anunciada, em reunião da Ases, a filiação da CST à entidade, consagrando o início de uma duradoura parceria. Antes mesmo da for-malização já existia a interação entre a companhia e a Associação. Em agosto de 1979, por exemplo, a CST

Cerimônia de inauguração da

CST, quando é aceso o

Alto-Forno 1, em 1983

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solicitava a intervenção da Ases junto à Prefeitura lo-cal para que fosse viabilizada a construção de ciclovias na área do Planalto de Carapina, ligando os centros re-sidenciais às indústrias.

Em 30 de novembro de 1983 é realizada a inaugura-ção da CST com a participação do general João Batista Figueiredo, último presidente do regime militar no Brasil. O acendimento oficial do alto-forno e a produção da pri-meira placa de aço marcam o início da operação da usina.

Dois anos depois, em 1985, a empresa já figurava en-tre as dez maiores exportadoras brasileiras. E, em fins da década, a produção da CST ultrapassava a capacidade no-minal de 3 milhões de toneladas de placas, tornando-se a principal fornecedora mundial desse tipo de semiacabado.

GERAÇÃO DE NEGÓCIOS

As empresas do Civit estavam direta ou indireta-mente ligadas à CST, atuando na industrialização de subprodutos siderúrgicos, no fornecimento de mate-riais ou na prestação de serviços.

Em 1988, o Civit I já estava praticamente todo ocu-pado e o Civit II já dispunha de várias áreas reservadas para futuras instalações, destaca Osmar Peixoto Filho, ex-presidente da Ases, em entrevista à revista Indústria Capixaba, da Federação das Indústrias do Estado Espí-rito Santo (Findes).

Nessa época, já estavam presentes no Civit o Ser-viço Social da Indústria (Sesi), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Instituto de Desen-volvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies), o Cen-tro da Indústria do Espírito Santo (Cindes), além do Ban-co do Estado do Espírito Santo (Banestes).

Desde a sua fundação, a Ases pleiteia a abertura de agências no Civit junto a bancos e a órgãos públi-cos. São oficiadas organizações bancárias do País, mos-trando as vantagens da instalação de agências nos Ci-vits e adjacências.

Empresa em funcionamento no Civit II

Acervo Suppin

“A ocupação foi se processando na exata medida em que os

empresários se sentiam seguros para investir, para expandir

suas atividades ou criar novas unidades produtivas.”

Osmar Peixoto Filho, PRESIDENTE DA ASES DE 1988 A 1992

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Transcol entra em operação, integrando o transporte de passageiros

Esse cenário, entretanto, começava a mudar com a entrada em operação do Sistema Transcol, instituindo a tarifa única integrada, em substituição a valores por li-nha, e a inauguração do Terminal de Carapina (1989) e do Terminal de Laranjeiras (1990).

Para minimizar tempos de deslocamentos e cus-tos operacionais, são necessárias a construção e pavi-mentação de vias no interior dos bairros, como a rodo-via Norte-Sul e as avenidas Talma Rodrigues Ribeiro e Eldes Scherrer de Souza.

“A implantação do Transcol demandou muito es-forço e, por isso, o apoio da classe empresarial foi de-cisivo”, destaca João Baptista da Motta.

Em 1989, o início das atividades do Transcol repre-senta um salto na mobilidade urbana da Serra, promo-vendo a descentralização das atividades de comércio e serviços e alavancando a expansão do município. O sistema é considerado uma importante ferramenta de planejamento metropolitano.

A construção do Sesi e do Senai no Civit I também é fruto de grande atuação da diretoria da Ases junto à Fin-des, resultando, em 1978, na entrega da primeira etapa do Centro de Atividades Henrique Meyerfreund (Sesi) e lançamento da pedra fundamental do Centro de Educa-ção Profissional Jones dos Santos Neves (Senai), que ini-ciaria as atividades em 1980.

MOBILIDADE URBANA AINDA ERA UM DESAFIO

Quase no final da década de 1980, a comunicação entre os bairros ainda era difícil, lembra o ex-prefeito João Baptista da Motta, destacando que, às vezes, era preciso chegar quase à capital do Estado, para então seguir para outro bairro da Serra. Isso onerava os des-locamentos, por causa do pagamento de mais de uma tarifa, e aumentava o tempo de viagem.

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Trib

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Antônio Moreira/Jornal A Tribuna

Autoridades na solenidade de entrega da

primeira etapa do Sesi no Civit,

em 1978. No mesmo dia, é

lançada pedra fundamental

do Senai

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A DÉCADA DOS RECORDES DE INFLAÇÃO

Após um período de prosperidade na economia, os empresários têm de lidar com a hiperinflação na déca-da de 1980. Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontam que, entre 1980 e 1989, a inflação média no Brasil foi de 233,5% ao ano.

Em 1985, José Sarney assume o comando do País, após a morte de Tancredo de Almeida Neves, que ha-via conquistado a Presidência da República em eleição

indireta. Mudanças na moeda e tentativas de controle da inflação, porém, não eliminam a crise econômica.

O cenário faz com que os empresários se voltem mais para suas empresas, o que acaba fragilizando a atuação da Ases. A Associação ganha novo fôlego na década seguinte, marcada por grandes conquistas para o município, concretizadas com o apoio do movimen-to empresarial.

EMPRESÁRIOS BUSCAM MELHORIAS NA SAÚDE

Em 1988, período caracterizado por importantes transformações no campo da Saúde no Brasil, é inau-gurado na Serra o Hospital Doutor Dório Silva. Planeja-da no contexto do desenvolvimento industrial capixaba, em meados da década de 1970, a unidade hospitalar se torna uma das principais do Estado.

O momento pelo qual passava o Espírito Santo de-terminava a necessidade de abertura de leitos hospi-talares no município, principalmente para atender os trabalhadores que migravam para a Serra em busca de emprego.

A oferta de adequada assistência no setor de Saúde era uma preocupação dos empresários locais. Apoiada pela Ases, a Prefeitura, por ocasião do 2º Encontro dos Empresários da Serra, em dezembro de 1978, assinava convênio com o Instituto Nacional de Assistência Mé-dica da Previdência Social (Inamps), autarquia vinculada ao então Ministério da Previdência e Assistência Social, para a instalação de um pronto-socorro em Carapina.

Nesse período, a Ases também apoia a implemen-tação da Unimédica, empresa de prestação de serviços nessa área, para atendimentos às empresas.

Hospital Dório Silva, inaugurado em 1988, se torna um dos maiores do Estado

Acervo Jornal Tempo Novo

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BR-101: via decisiva no processo de urbanização do município da Serra

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90ARTICULAÇÃO COM

O PODER PÚBLICO BENEFICIA A

COLETIVIDADE No início dos anos 1990, a Serra con-tinuava a colher os frutos do proces-so de industrialização, mantendo-se como principal frente de expansão

econômica e populacional da Região Metropolitana. A urbanização e os

avanços na mobilidade atraem comér-cio e prestadores de serviços, gerando

novas necessidades para o município. A Ases passa a integrar conselhos temáticos da

Administração Municipal, apresentando propostas em benefício de toda a comunidade serrana, além de atuar em importantes demandas nas áreas da segurança e do meio ambiente, entre outras.

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dos ao presidente. Até que, em 1992, depois de forte pressão popular, Collor renuncia.

Na época, o engenheiro João Luiz Vassalo Reis co-mandava a Emprol, indústria de embalagens localizada no Civit, e já fazia parte da Ases. Ele relembra que foi uma época tumultuada e difícil para os empresários.

Também nesse período são iniciadas as privatiza-ções de empresas, entre as quais a Companhia Side-

“O desenvolvimento do Estado do Espírito Santo passa pela Serra.”

João Luiz Vassalo Reis, PRESIDENTE DA ASES DE 1993 A 1994

dos ao presidente. Até que, em 1992, depois de forte

Cerca de 10 anos após o início da implan-tação do Centro Industrial de Vitória, já estavam instaladas, nos Civits I e II, 117 indústrias dos mais variados ramos, en-tre os quais, metalurgia, fabricação de matéria plástica, têxtil, ótica e constru-

ção civil. Na época, as empresas em funcionamento empregavam 10 mil pessoas, segundo dados divulga-dos em caderno especial publicado no jornal A Tribu-na, em 1993.

O desenvolvimento do município vinha sendo acompanhado pela Associação dos Empresários da Serra que, em 1993, já tinha 50 sócios ativos. O gru-po se reunia toda semana para tratar de projetos e buscar alternativas para superar desafi os que ain-da representavam entraves à operação das em-presas, como segurança e transporte de funcio-nários ao Civit.

Em entrevista ao jornal A Tribuna, o pre-sidente da Ases na época, João Luiz Vassa-lo Reis, afi rma que o Civit já era o local com maior concentração de indústrias e, talvez, até de movimentação de valores den-tro do Estado, se tornando um ponto de apoio para a industrialização capixaba.

DINHEIRO CONFISCADO

A expectativa da população e dos empresários com o momento de abertura política, porém, se torna um pesadelo no início da década, quando Fernando Collor de Mello, após assumir a Presidência da República, anuncia novo plano econômico, que incluía bloqueio de poupança e aplicações fi nanceiras, gerando forte impacto na economia.

A infl ação, entretanto, continua crescendo e, em 1991, já passava dos 400% acumulados no ano, quan-do surgem os primeiros escândalos de corrupção liga-

Caderno especial sobre o Civit publicado em 1993

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rúrgica de Tubarão (CST), em 1992, e a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em 1997. Nesse processo, ainda estão inseridas a Telecomunicações do Espírito Santo (Telest), em 1998, e a Espírito Santo Centrais Elétricas (Escelsa), em 1995.

No Espírito Santo, a implantação do Corredor de Transporte Centro-Leste, em 1991, no governo Albuíno Azeredo, vem dar novo estímulo às indústrias e ao co-mércio exterior, ao permitir a integração de portos ca-pixabas com rodovias e ferrovias, principalmente com a Estrada de Ferro Vitória-Minas.

NOVO FÔLEGO

A Ases, nesse momento, entra numa fase de rea-vivamento. João Luiz Vassalo Reis conta que vinha fa-zendo um trabalho de “costurar as pontas” – como ele mesmo define –, antes de ser presidente. O objetivo era reunir novamente os empresários que haviam se dispersado e fortalecer a instituição.

“Levei um ano só fazendo reuniões para reacender a chama da Associação. Foi um trabalho intenso, até que o grupo se conscientizou da importância da atua-ção em benefício da comunidade industrial”, avalia.

Ele, então, é eleito e passa a presidir a Ases em 1993, tendo Ernesto Mosaner Junior, da Carboderiva-dos, como vice-presidente. No ano seguinte, Mosaner assume a presidência e fica no cargo até 1998.

Marinete Reis, secretária da Ases a partir de 1995, lembra que, a Associação, apesar de ainda dispor de estrutura bem enxuta, prestava serviços importantes aos empresários. “O Diário Oficial era lido diariamen-te, e todas as informações relevantes relacionadas aos processos em andamento eram repassadas para os as-sociados”, recorda Marinete, acrescentando que, nes-sa época, a comunicação era feita via fax.

COMPROMISSO COM O MEIO AMBIENTE

A atuação da Ases nas questões que envolvem o meio ambiente ganha força nos anos 1990. Problemas no descarte do lixo das empresas culminam na realiza-ção do 1º Seminário de Resíduos Sólidos Industriais do Espírito Santo, em 22 de abril de 1993.

No evento, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente procurava conscientizar o empresariado sobre os riscos da poluição industrial, ao mesmo tempo em que propu-nha alternativas para disposição e tratamento final dos resíduos produzidos pelas organizações.

Até então não existia sistema adequado para des-carte do lixo. Como também não havia fiscalização, os detritos eram despejados nas imediações do Civit e até mesmo as lagoas acabavam poluídas com lixo comum, conta o ex-presidente da Ases, Ernesto Mosaner Junior, que liderou a organização do evento.

A lagoa Jacuném, que ajudou a viabilizar o Civit for-necendo água no período da implantação do centro in-dustrial, estava ameaçada pela expansão de empresas

Primeira edição do Seminário de Resíduos Sólidos Industriais do Espírito Santo, promovido pela Ases

Acervo Ases

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e residências à sua volta. Nessa época, por causa da po-luição, a água da lagoa não era mais utilizada para abas-tecer a região.

A Superintendência dos Projetos de Polarização In-dustrial (Suppin), então, encampa um projeto de preser-vação da lagoa, desenvolvendo educação ambiental. Além dos empresários, o programa envolveu a Ases e alcançou moradores de 18 bairros do entorno.

CINTURÃO VERDE

A Ases também se engaja na implantação de um cinturão verde ao redor dos Civits I e II para melhorar a qualidade de vida da população. A intenção era isolar o setor industrial, a partir do plantio de árvores de cres-cimento rápido, evitando que o arraste de poeira atin-gisse residências. Além de servir como barreira contra a poluição, o cinturão, automaticamente, enriqueceria a área ambientalmente, como um pulmão para a cidade.

“Lutamos pelo cinturão, porque havia preocupação de se criar uma barreira para manter a qualidade de vida dos moradores do entorno. Nós sempre fomos vetores de difusão de ideias e de discussões com a Prefeitura, o Governo e a própria Suppin. Essa atuação do movimento empresarial é importante por dar suporte aos governantes e também pelas ações que se traduzem em benefícios para a comunidade.” Ernesto Mosaner Junior, PRESIDENTE DA ASES DE 1994 A 1998

O terreno usado para a fase experimental do cin-turão é doado em janeiro de 1994 pela Suppin. Em ju-nho de 1995, era realizado o plantio das primeiras mu-das do projeto.

Reportagem do jornal A Tribuna reforça apoio da Ases ao projeto do cinturão verde no Civit

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Avenida Eldes Scherrer de Souza, via que abriga rede de comércio e serviços

blico na estruturação do transporte coletivo metropo-litano conferem ao local uma acessibilidade diferencia-da no início da década de 1990.

Verifi ca-se, sobretudo, a expansão de pequenas lojas associadas ao comércio de consumo cotidiano e frequente e também de serviços profi ssionais, como na área de saúde. Em 1996, é inaugurado o Hospital Metro-politano, em uma das principais artérias do município, a Avenida Civit – que passa a se chamar Eldes Scherrer de Souza. É a segunda grande instituição de saúde a se instalar na Serra que, até o fi nal de 1999, ultrapassa a marca de 321 mil habitantes.

A Doce Saber Papelaria é outro exemplo de percep-ção desse movimento. Seus empreendedores detecta-ram a necessidade da instalação de uma papelaria para atender a carência da região, inaugurando o estabele-cimento em dezembro de 1994.

Em 1997, a indústria representa 40,3% do total de em-pregos gerados na Serra, o comércio detém 17,7% e o setor de serviços, 41,5%, conforme dados da Prefeitura da Serra.

COMÉRCIO E SERVIÇOS IMPULSIONAM CRESCIMENTO

O cenário econômico de globalização muda o perfi l dos empreendedores interessados em investir no Esta-do. A demanda passa a ser maior por parte de micro, pe-quenas e médias empresas. A Serra, no início da década, já era o terceiro maior município capixaba em estabele-cimentos comerciais. Em 1986, a cidade contava com 1.834 empresas do setor, chegando a 3.825 em 1990.

Laranjeiras é um bairro que se destaca na ativida-de, saindo de área estritamente residencial para ganhar importância econômica. As intervenções do poder pú-

3.825É O NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS NA SERRA EM 1990

Gabriel Lôrdello/PMS

EMPREENDEDORISMOQUE TRANSFORMAA SERRA

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Concentração comercial na

Avenida Central de Laranjeiras

“A representatividade da Ases vem acompanhando a realidade empresarial de cada época. No início, era muito voltada para a indústria. Depois, com o crescimento do setor de serviços, no final dos anos 1990 e início de 2000, houve desenvolvimento também do comércio. E a entidade soube compreender cada momento histórico e representar todos os anseios da classe empresarial.”Adão Cellia, PRESIDENTE DA ASES DE 2009 A 2011

Edson Reis

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BENEFÍCIO PARA ASSOCIADAS

Em agosto de 1998, as empresas associadas à Ases ga-nham um importante aliado, o SCPC (Serviço Central de Pro-teção ao Crédito). A Associação passa a disponibilizar, em ban-co de dados com consulta instantânea, um grande número de informações sobre a conduta de crédito de pessoas físicas e jurídicas. No Estado, o sistema já era usado por mais de 4 mil empresas de vários setores.

No ano seguinte, em 1999, a Ases assume a diretoria do SCPC da Serra para desenvolver ações visando ao fortaleci-mento do serviço e à divulgação da Associação. Uma cam-panha é realizada e são contratados profissionais para fazer prospecção de novos filiados, o que contribuiu para alavan-car o quadro associativo.

PARCERIA NA SEGURANÇA PÚBLICA

Protagonista de uma história de participação efetiva na política da cidade, a Ases segue articulando e encaminhando reivindicações coletivas para solucionar problemas comuns e estruturar propostas de desenvolvimento sustentável para o município.

O crescimento da Serra trazia desafios para as mais di-versas áreas, entre as quais a segurança pública. Eram cons-tantes, na região, os assaltos a funcionários no trajeto para o trabalho ou para o Senai. Outro problema que afetava os em-presários eram as invasões de áreas do Civit, o que exigia a intervenção policial.

Desde os primeiros anos de atividades, a Ases reivindica-va providências nessa área. Em 1988, o município ganha um batalhão da Polícia Militar (6º BMP), e o trabalho dessa unida-de é acompanhado de perto pela Ases.

Ernesto Mosaner Junior, ex-presidente da Ases, destaca que a Associação também participa da implantação do modelo de Polícia Interativa, em 1995, como parceira fiscal e colaboradora.

Ases anuncia novo serviço

Wylson Zon Filho, PRESIDENTE DA ASES DE 1998 A 2004

“O serviço de proteção ao crédito foi criado por

conta da necessidade de crescimento da entidade.

Nessa época, a Ases estava totalmente inserida no

contexto do Civit I, instalada dentro de uma sala do Senai.

Mas o foco era atender mais estabelecimentos

comerciais. E o SCPC nos favoreceu nesse sentido.”

Acervo Ases EMPREENDEDORISMO QUE TRANSFORMA A SERRA

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CORPO DE BOMBEIROS

Uma das grandes conquistas na década é a insta-lação da sede do Corpo de Bombeiros no município, resultado de um trabalho intenso da Ases, em parceria com os governos estadual e municipal. A inauguração ocorre no dia 30 de setembro de 1998.

“Foram várias as vezes em que, lamentavelmente, nossas guarnições chegaram atrasadas ao local da ocor-rência. Não por culpa de quem estava no comando das equipes, mas pela grande distância até o órgão Bom-beiro Militar mais próximo”, relata o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Carlindo Charpinel, du-rante o evento de inauguração. Outras vezes, segundo

ele na época, era o trânsito que atrapalhava a chegada rápida dos profissionais para prestar o devido socorro.

Com a instalação da sede, além de atuar em ca-sos de afogamento e incêndios, os bombeiros passam a fazer um importante trabalho de prevenção no muni-cípio, marcado por visitas periódicas às empresas para orientação de funcionários sobre como evitar acidentes.

Até 25 de agosto de 1997, o Corpo de Bombeiros era órgão de execução da Polícia Militar. Nessa data, por meio de Emenda Constitucional, é desvinculado e ga-nha autonomia institucional.

“Quando os bombeiros eram subordinados à Po-lícia Militar, gastava-se muito dinheiro para a capacita-ção técnica desses profissionais, que depois podiam ser deslocados para outras áreas. Por isso, defende-mos a separação da polícia dos bombeiros, como já ocorria em alguns estados”, lembra o ex-presidente Er-nesto Mosaner Junior.

É também na década de 1990 que a Ases mobiliza as associadas, a fim de arrecadar recursos para mobi-liar o Fórum da Serra.

SINERGIA PARA SER FORTE

Em setembro de 1996, a Associação abre espaço em sua agenda para apresentação e debate das propostas dos candidatos à Prefeitura da Serra e, após as eleições, é encaminhada pauta de sugestões ao prefeito eleito.

As relações com o poder público são intensifica-das com a participação da Ases nos conselhos temáti-cos da administração municipal e também no Conse-lho Administrativo da Suppin.

Em 1997, a Associação já integrava o Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU), representada por seu vice-presidente, Galdino Streii. O empresário vinha dando sua contribuição, atuando como relator de vários processos de análise de viabilidade técni-

O então presidente da Ases, Ernesto Mosaner, com o coronel Carlindo Charpinel e o prefeito da Serra, Sérgio Vidigal,

durante inauguração da unidade do Corpo de Bombeiros

Acervo Ases

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ca, nos quais procurava defender as proposições da classe empresarial serrana.

Nessa época, o empresário Wylson Zon Filho é in-dicado suplente de Galdino Streii no CMPU, ampliando a participação da Ases. Órgão consultivo e de assesso-ramento ao Poder Executivo, o CMPU tem como atri-buições analisar e propor medidas para a concretização da política urbana, bem como, verifi car a execução das diretrizes do Plano Diretor Urbano (PDU).

Já como presidente da Ases, em 1999, Zon partici-pa de reunião para reativar o Conselho de Segurança do município e também assume a presidência do órgão. Naquele momento, era discutida a necessidade de am-pliação e estruturação do 6º Batalhão da Polícia Militar (Serra) e da Polícia Civil.

A atuação da Ases nos conselhos extrapola a defe-sa dos interesses da classe empresarial, ampliando a re-presentatividade e integração com a comunidade com proposições em benefício da coletividade.

Vidigal lembra que, nesse período, a cidade atra-vessava um momento muito difícil no que tange às fi -nanças, e “a Ases foi uma das primeiras instituições a participar ativamente do conselho político, discutindo efetivamente as políticas públicas da cidade, principal-mente as de atração de investimento para o município.”

SÉRGIO VIDIGAL, EX-PREFEITO DA SERRA

“No meu primeiro mandato (1997-2000), a Associação foi

extremamente importante na defi nição do planejamento

estratégico da cidade, contribuindo efetivamente

nos conselhos municipais e, inclusive, presidindo o Conselho

Municipal de Segurança Pública. Hoje a Ases é, sem

dúvida, o maior instrumento de participação no debate, no planejamento, na execução e

no desenvolvimento da Serra.”

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Laranjeiras Shopping, inaugurado em 2002, abriga a sede da Ases

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0020

REPRESENTATIVIDADE EMPRESARIAL

CRESCE E GANHA FORÇA

A Ases vivencia, nos anos 2000, uma fase marcada pela expansão da base de fi liados, pelo aprimoramento da organização interna e, consequen-

temente, pelo reconhecimento da Associação como principal entidade

representativa do segmento empresarial da Serra. Entre as conquistas desse período

estão a criação do Conselho Operacional, for-mado por empresas mantenedoras, a elaboração

do planejamento estratégico da Ases e a importante parceria da entidade com o poder público na gestão compartilhada de polos industriais.

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A estabilidade econômica conquistada com a instituição do Plano Real mantém a Serra no caminho do desenvolvimen-to. Entre 2002 e 2010, a cidade registra a instalação de 4.641 novas empresas, saltando de 9,2 mil para 13,8 mil. Com

isso, o número de empregos formais praticamente do-bra, passando de 58,4 mil para 116,4 mil.

Uma pesquisa do Sebrae realizada em 2007 revela que, naquele ano, a cada dia, dois novos negócios eram abertos na cidade, e 97% deles estavam concentrados nas áreas de comércio e serviços.

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal alcança 11,5 bilhões, em 2009, enquanto que, no ano de 1999, somava R$ 2,5 bilhões.

No Espírito Santo, o momento é de mudança, com o início de uma nova realidade político-institucional. Após período de difi culdades, sem crédito junto a órgãos fi -nanceiros, endividado e sem capacidade para investi-mentos, o Estado recupera a credibilidade e a confi abi-lidade institucional, a partir de 2003, no governo Paulo Hartung. Também reconquista sua capacidade de in-vestimento, que salta de menos de 1%, em 2003, para aproximadamente 12%, em 2006.

O novo ambiente traz de volta os investimentos pri-vados para o Espírito Santo, contribuindo para o come-ço do terceiro ciclo de desenvolvimento econômico ca-pixaba, estabelecido a partir da ampliação do comércio exterior, da dinamização dos arranjos produtivos locais e da emergência do negócio ligado ao petróleo e gás.

Diante desse cenário de crescimento, a Ases am-plia o trabalho para expansão de sua base de associa-dos e transfere sua sede, em 2000, para uma sala loca-lizada na Segunda Avenida, em Laranjeiras.

Em 2004, é elaborado o primeiro planejamento es-tratégico da instituição. O empresário Leonardo Souza Rogério de Castro, presidente da Associação de 2004 a 2007, explica que a fi nalidade era defi nir as diretrizes que iriam nortear as atividades da Ases no cumprimen-to da sua missão de estimular e contribuir para o desen-volvimento empresarial. Desde então, grupos de traba-lho monitoram a execução dos planos elaborados com o intuito de alcançar os objetivos estratégicos.

O plano estabelece entre suas metas a contribuição da Ases para o aprimoramento da gestão das empresas associadas, por meio da oferta de seminários, cursos, palestras e treinamentos. Uma série de eventos é rea-lizada, com destaque para o “Fórum Empresarial: Crise

1 Sede da Ases é transferida

para Laranjeiras em 2000

2 Grupo de trabalho durante a elaboração do

Planejamento Estratégico

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Fotos: Acervo Ases

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Global e os Reflexos na Economia Local”, em 2008. Ao fi-nal, os participantes recebem cartilhas com orientações sobre como agir na crise.

Com foco em melhoria contínua e em resultados cada vez mais abrangentes, o planejamento estratégi-co é revisado posteriormente, dando origem ao mapa estratégico. Dois importantes resultados são a revisão do estatuto social e a criação da figura do mantenedor.

A mudança do regimento ocorre em maio de 2009, a fim de dar maior agilidade às decisões. As principais al-terações no regimento da Ases são a ampliação do nú-mero de diretores de três para seis, a redução do man-dato do presidente de três para dois anos e a proibição de reeleição sucessiva.

“Alteramos o estatuto para incentivar a formação de lideranças e garantir a alternância das gestões. Além disso, organizamos a Associação com três diretorias, uma para indústria, uma para comércio e outra para ser-viços”, explica Leonardo de Castro.

CONSELHO OPERACIONAL

A empresa mantenedora surge para oferecer uma contribuição diferenciada à Ases, que se fortalece e passa a ter condição financeira de contratar um execu-tivo para dar andamento aos projetos da Associação.

O Conselho Operacional, formado por mantene-doras, passa a se reunir mensalmente em encontros para debater assuntos de interesse da classe empre-sarial voltados ao crescimento sustentável da Serra.

Como consequência do planejamento estratégi-co, há maior integração da Ases com as demais enti-dades de representação empresarial no Estado, entre elas a Federação das Indústrias do Estado do Espíri-to Santo (Findes), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fe-comércio-ES) e o Movimento Espírito Santo em Ação.

No Espírito Santo em Ação, a Ases passa a integrar a Rede Empresarial Estadual, formada por um conjun-to de instituições que atuam de forma independente e contam com o apoio da entidade na gestão de pro-jetos que façam frente aos desafios de crescimento e sustentabilidade dos municípios.

Reunião do Conselho Operacional: assuntos de interesse da classe empresarial na pauta

Membros da diretoria e funcionários da Ases em 2002

Fotos: Acervo Ases

Iá! Comunicação EMPREENDEDORISMO QUE TRANSFORMA A SERRA

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EXEMPLO DE ORGANIZAÇÃO

“Uma entidade empresarial precisa ter ética e transparência para funcionar adequadamente, além de tratar de assuntos co-letivos, na busca pela qualifi cação das relações público-priva-das e pela melhoria da gestão municipal. A Ases objetiva isso. É preciso pensar primeiramente no desenvolvimento do Esta-do e, consequentemente, os negócios evoluem. Ao contribuir com o Plano de Desenvolvimento da Serra, a Ases busca o cres-cimento e o fortalecimento do município, gerando oportunida-des e se modifi cando.

Acompanhamos o desenvolvimento da Ases ao longo do tempo, uma entidade de grande representatividade, um exemplo de organização empresarial, que proporciona a construção de melhores condições para o negócio con-tinuar prosperando, com propostas alinhadas ao Plano de Desenvolvimento do Espírito Santo 2030. Somente quando aliamos o que queremos, podemos fazer a diferença na sociedade.”

Luiz Wagner Chieppe,PRESIDENTE DO ESPÍRITO SANTO EM AÇÃO

FORTALECIMENTO

“A Ases se consolidou como uma das entidades mais importantes da Serra e há décadas exerce a função de representar a classe empresarial junto à sociedade e aos poderes constituídos. Acredito muito na regionalização das instituições, que precisam estar perto de seus asso-ciados para ouvi-los e discutir suas demandas. Instala-mos a Diretoria Regional da Findes na Serra, que pode atuar em conjunto com a Ases pelo fortalecimento do setor industrial no município. Nossa intenção é contribuir com a bela história que a entidade escreveu até aqui.”

Marcos Guerra,PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS

DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (FINDES)

INTERLOCUTORA

“O município de Serra tem assumido um papel de destaque dentro do empreendedo-rismo capixaba, sobretudo no setores de comércio e serviços. E a Ases é uma das en-tidades mais representativas da comunidade empresarial, não apenas da Serra, como do Estado do Espírito Santo. Sem distinção do setor econômico, a Ases se apresen-ta como a interlocutora das demandas das empresas, principalmente junto aos entes públicos e se mostra sintonizada com os anseios dessa comunidade, propondo uma agenda de debates, questionamentos e sugestões preciosas aos gestores públicos.”

José Lino Sepulcri, PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (FECOMÉRCIO-ES)

“O município de Serra tem assumido um papel de destaque dentro do empreendedo-

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PENSANDO O FUTURO DA SERRA

A Ases tem papel fundamental no processo de im-plementação de dois importantes projetos para o de-senvolvimento sustentável da Serra: a Agenda 21 e o Plano Diretor Municipal Participativo (PDMP).

A Serra Agenda do Futuro tem início em 2000 e de-fine as metas e estratégias para um período de 20 anos. Tanto a elaboração quanto a nova versão, em 2007, con-tam com a mobilização decisiva da Ases, que se une ao poder público local para pensar e planejar o futuro da ci-dade, tendo em vista a promoção da qualidade de vida dos moradores da Serra.

Representantes da Ases integram as equipes de trabalho para estudo da realidade do município e defi-nição das ações em diversas áreas, entre as quais edu-cação, saúde, mobilidade urbana, cultura, economia e geração de renda.

“A discussão do Serra do Futuro foi fantástica. A Ases participou ativamente desse processo, que culmi-nou na criação da Agência de Desenvolvimento Susten-tável Serra 21”, explica o ex-presidente Wylson Zon Filho.

O empresário recorda que, por meio de captação de recurso proveniente de renúncia fiscal, houve a refor-ma de uma escola municipal. Posteriormente, a agên-cia foi desativada pela Prefeitura da Serra.

Em 2008, a Associação passa a atuar de forma efetiva na coordenação do PDMP, que estabelece as regras para a ocupação e o ordenamento da cidade. Em paralelo, a entidade promove seminários temá-ticos para discutir, entre outros assuntos, a pobreza urbana e a construção de condomínios horizontais e seus impactos.

O prefeito da Serra, Audifax Barcelos, destaca o fortalecimento da relação ética e de transparência en-tre o poder público e a iniciativa privada. “Isso garantiu um ambiente adequado para a instalação de novas em-presas, para o crescimento sustentável das atividades produtivas no município e para a estruturação de pro-jetos que visam à solução de problemas comuns, de-correntes do processo de expansão da cidade.”

VOCAÇÕES

Em novembro de 2009, a Ases patrocina a elabo-ração do Plano Integrado de Desenvolvimento Eco-nômico e Logístico da Serra. A finalidade é dotar a Administração Municipal e o setor empresarial de in-formações acerca dos espaços econômicos do mu-nicípio, úteis na atração de novos investimentos, na consolidação dos existentes e na circulação de pes-soas, bens e serviços.

Segundo Djalma Quintino Malta Filho, presidente da Ases de 2006 a 2009, a iniciativa oportuniza a iden-tificação das vocações das regiões da Serra, além do le-vantamento de dados importantes sobre o município.

Evento de lançamento do Serra Agenda do Futuro, em 2000

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Reunião do Conselho de

Desenvolvimento Econômico

da Serra, com participação de

representante da Ases

ARTICULAÇÃO EM DEFESA DO SETOR EMPRESARIAL

Em 2004, a Ases ganha espaço em instâncias de-liberativas, como conselhos, comitês e comissões liga-dos ao Executivo Municipal, representando os interes-ses do empresariado local.

Destaca-se, nesse momento, a participação sis-temática de associados ou membros da diretoria nos conselhos municipais de Desenvolvimento Econômico, de Meio Ambiente, de Educação e Interativo de Segu-rança. Os objetivos são discutir, encaminhar e defen-der os interesses e as reivindicações das empresas as-sociadas. A Ases também realiza reuniões periódicas com o prefeito, a fi m de acompanhar ações de melho-ria de competitividade.

Essa representação é ampliada a cada ano, trans-formando a Associação em importante ator no proces-so de desenvolvimento da Serra.

Entre os resultados da interação com o poder pú-blico está a revitalização da Avenida Manguinhos, an-tiga reivindicação dos moradores e empresários da Serra. A Ases participa ativamente, em 2007, das dis-cussões para elaboração do projeto que permite a du-plicação da avenida, importante alternativa viária no município.

Outro pleito da Associação, benefi ciando os mora-dores da Serra, é atendido: a melhoria da oferta de ôni-bus para a chegada dos alunos ao Sesi, localizado no Civit I. Além disso, a Ases faz gestão junto à Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) para que a unidade seja dinamizada.

REVITALIZAÇÃO

A revitalização do mais antigo polo industrial do Es-pírito Santo também está entre as conquistas da entida-de. A partir de uma demanda da Associação, os Civits I e II recebem melhorias na mobilidade, na acessibilida-de e no paisagismo.

Em parceria com a Suppin e a Prefeitura da Serra, a Ases participa do diagnóstico das necessidades dos

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Após reivindicações da Ases, Civits recebem obras de melhoria, como registra a reportagem de A Gazeta

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centros industriais por considerar a revitalização uma iniciativa fundamental para o desenvolvimento da Ser-ra e do Estado.

A ordem de serviço para a modernização das áreas, assinada em fevereiro de 2008, inclui instalação de lixei-ras, abrigos para pontos de ônibus, ciclovias, placas de sinalização com nomes das ruas e identificação de em-presas, projeto de paisagismo e rebaixamento de cal-çadas para entrada de carros e usuários de cadeiras de rodas. As obras são concluídas em 2009.

Algumas regiões dos polos estavam tomadas por matagais, justamente por onde os funcionários deve-riam passar. Então as intervenções eram necessárias para a melhoria das condições de trabalho e do deslo-camento dos trabalhadores.

A Associação ainda atua na implantação do proje-to condominial da Rua 7, no Civit II. A partir de uma ini-ciativa pioneira, o acesso à via passa a ser controlado, resolvendo o problema de segurança no local.

GESTÃO COMPARTILHADA DOS POLOS EMPRESARIAIS

A fim de dinamizar a administração de polos em-presariais e de promover uma ação conjunta mais efi-caz na solução de questões relacionadas à infraestru-tura, a Ases assina, em novembro de 2009, convênio para a implantação de um sistema de gestão com-partilhada com a Superintendência dos Projetos de Polarização Industrial (Suppin) e a Prefeitura Munici-pal da Serra.

A parceria é firmada envolvendo os Civits I e II, além do Cercado de Pedra, que seria inaugurado anos depois, em novembro de 2014.

“A Suppin era responsável pelo lançamento dos polos. Pleiteamos a gestão compartilhada, não com o intuito de definir ou exigir poderes sobre as decisões, mas para conhecer melhor a política de desenvolvimen-to. E, a partir daí, discutir as necessidades de cada um deles”, ressalta Djalma Quintino Malta Filho, ex-presi-dente da Ases.

FORTALECIMENTO DA DEMOCRACIA

A Ases recebe os candidatos à Prefeitura da Serra, em agosto de 2004, para apresentação de seus planos de governo. Os debates são conduzidos pelo presidente interino da Associação, Francisco de Assis Soares, que assume a entidade em substituição ao presidente Wylson Zon Filho, licenciado do cargo. Em 17 de setembro, o empresário Leonardo Souza Rogério de Castro é eleito presidente da Ases.

Como porta-voz das demandas da classe empre-sarial, a Associação leva aos senadores capixabas, em 2007, o pedido de não aprovação da Contribuição So-cial para a Saúde (CSS), manifestando a insatisfação dos empresários da Serra quanto à possibilidade de eleva-ção da carga tributária.Assinatura do convênio entre Ases, Suppin e Prefeitura da Serra

Acervo Ases

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SERRA É APOSTA DO MERCADO IMOBILIÁRIO

No decorrer dos anos 2000, o momento de prosperi-dade faz com que a Serra desperte o interesse das incor-poradoras, sobretudo de fora do Estado. Aos poucos, vai mudando o perfil de moradia, historicamente vinculado a loteamentos populares e conjuntos habitacionais des-tinados, principalmente,a trabalhadores das indústrias.

Nesse período, a Serra tinha entre suas metas atrair para a cidade grandes empreendimentos e abrigar popula-ção de maior poder aquisitivo, o que se torna uma realidade.

Uma das mais importantes instituições privadas na área de saúde é instalada no município no início da dé-cada, apostando no potencial serrano. O Vitória Apart Hospital inicia suas atividades em 2001, com o objeti-vo de ser referência em medicina de alta complexidade.

No segmento residencial, a escassez de espaços no litoral de Vitória e Vila Velha contribui para que a ci-dade comece a ganhar condomínios fechados de casas e edifícios, não necessariamente em bairros litorâneos. Ao lado de pontos requisitados, como Manguinhos e

Leonardo Souza Rogério de Castro,PRESIDENTE DA ASES DE 2004 A 2006

“A Ases possui um papel cada vez mais relevante no desenvolvimento da cidade. Seus líderes têm a capacidade de pensar à frente e de sinalizar o que vai acontecer na Serra, o que é necessário mudar. A Associação é a grande interlocutora do setor empresarial e produtivo com o setor público e vem desempenhando essa função de forma muito competente.”

1 Expansão imobiliária

ao longo da avenida Paulo

Pereira Gomes

2 Município começa a

receber grandes empreendimentos

e condomínios residenciais de

alto padrãoArquivo Faculdade UCL Gabriel Lôrdello/PMS

1 2

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Jacaraípe, a região de Laranjeiras é um dos focos de atenção das construtoras, principalmente com o avan-ço comercial na Avenida Central.

Bairro vizinho, Morada de Laranjeiras passa a ser apon-tado como vetor de crescimento da Serra, principalmente após a inauguração da avenida Paulo Pereira Gomes. Próxi-mo ao Terminal de Laranjeiras e ao balneário de Manguinhos, a via concentra grande parte das construções da região.

Nas adjacências está ainda a Faculdade do Centro Leste (UCL).A instituição educacional inicia suas ativi-dades na Serra em janeiro de 2000, em Valparaíso. Em 2008, se estabelece na Rodovia ES-010, na região de Manguinhos, contribuindo para a valorização local.

O diretor da UCL Sandro Madureira Lobato, que é ex-presidente da Ases, acompanhou o processo de ex-pansão imobiliária no local. “Quando compramos a área, em 2002, a avenida Paulo Pereira Gomes não era asfalta-da ainda e praticamente não tínhamos vizinhos. A partir de 2007, a região foi tomada por empreendimentos. Do outro lado da rua, há cerca de 25 torres residenciais. Te-mos ainda, nas proximidades, o maior hospital do Espí-rito Santo (Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves), e o bairro vem se desenvolvendo no nosso entorno.”

CRESCIMENTO RECORDE

Enquanto entre 2003 e 2005 a participação de Ser-ra no volume de unidades habitacionais na Grande Vi-tória não ultrapassava os 10%, em 2008 essa fatia al-cança 37%, superando Vitória e Vila Velha. No final da década, o índice chega a 40%, principalmente devido ao programa Minha Casa, Minha Vida.

Em novembro de 2008, a Serra dispõe de 7.942 uni-dades em construção, entre casas e apartamentos, con-forme dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES). Des-de então, o município vem se consolidando como uma importante frente para a atividade imobiliária.

Além do aspecto quantitativo, há uma diversificação da produção imobiliária, inclusive com o lançamento de empreendimentos de alto padrão, entre eles, o Alpha-ville Jacuhy, em 2008. Localizado na BR-101 (Contorno de Vitória), o loteamento de luxo, com vista privilegia-da para a Baía de Vitória e o Mestre Álvaro, é compos-to por áreas residenciais e comerciais.

CAFÉ DE NEGÓCIOS INTEGRA EMPRESARIADO

Com o objetivo de promover a integração do empre-sariado local, a Associação realiza um Café de Negócios (Caneg), em agosto de 2000. Sucesso desde a primeira edição, o evento ganha espaço na agenda empresarial por propiciar a discussão de temas relevantes e estimu-lar a realização de negócios.

Djalma Quintino, idealizador do Caneg, destaca que, nesses encontros, eram comuns testemunhos de empresas que tinham fornecedores em outros estados por não saberem que ao lado delas havia o produto ou serviço procurado. “Então esse movimento, de fazer poeira, era a minha preocupação. Era preciso mostrar o poder da Ases.”

Empresários trocam experiências durante o Café de Negócios, iniciado em 2000

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Empresários em almoço promovido

pela Ases

Na programação do Caneg é destaque a apresenta-ção de cases de sucesso e de projetos inovadores, per-mitindo que os participantes conheçam experiências bem-sucedidas de outros empresários, assim como pro-postas diferenciadas. A média de público chega a 100 pessoas, entre empresários, inclusive de outros municí-pios da Grande Vitória, executivos e gestores públicos.

ALMOÇO INFORMAL

Em junho de 2004, a Ases cria mais um espaço para integração e compartilhamento de informações e expe-riências: os almoços informais em restaurantes da Serra.

Djalma Malta Quintino Filho, PRESIDENTE DA ASES DE 2006 A 2009

“Incomodava-me a falta de comunicação entre as empresas pelo fato de o município ser muito grande. Havia concentração de estabelecimentos nos Civits I e II, mas também em Jacaraípe e em Laranjeiras. Então era preciso somar esforços para transformar essa realidade, estimulando a prática do relacionamento, e achava que um café da manhã podia resolver.”

PROGRAMA CERTIFICA EMPRESAS

A preocupação com a com-petitividade faz nascer, em agos-to de 2005, o Programa de De-senvolvimento e Qualificação das Empresas Associadas à Ases (Qualiases). O objetivo é realizar ações que apoiem a moderniza-ção da gestão dos negócios, por meio de serviços de consultoria e treinamento.

O Qualiases segue os mes-mos requisitos definidos pela norma internacional da qualidade ISO 9001:2000, que estabelecem as con-dições mínimas que uma empresa deve atender para assegurar a qualidade de seus produtos e serviços vi-sando à satisfação dos clientes e ao fortalecimento do seu negócio.

Em abril de 2007, são certificadas as primeiras em-presas participantes. Recebem o Selo Ouro o Restauran-te Enseada de Manguinhos, o Cartório do Primeiro Ofí-cio da 2ª Zona da Serra e a MVA Industria e Comércio. O Selo Prata é concedido às empresas Doce Saber Papela-

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ria e Livraria e BVC Indústria. Posteriormente, o progra-ma passa a seguir o modelo da norma ISO 9001:2008.

PRÊMIO PARA QUEM FAZ A DIFERENÇA

No ano que em completa 30 anos, em 2007, a Ases lança o Prêmio Mérito Empresarial da Serra para home-nagear os empreendedores que se destacam em seus ramos de atuação e que contribuem para o desenvol-vimento do município. A condecoração logo se firma como um dos principais eventos sociais do município.

O prêmio é a forma que a Ases e seus associados encontram para homenagear aqueles empresários que se destacam em sua vida profissional. São pessoas que participam ativamente em suas atividades e que fazem a diferença na sociedade.

Além dos destaques nos ramos Indústria, Comércio e Serviços, a entidade ainda condecora uma personali-dade que tenha colaborado com a Serra. Os eleitos são escolhidos por meio de votação da qual participam as empresas associadas à Ases e recebem uma estatueta desenvolvida pelo artista plástico capixaba Penithência.

Os premiados na primeira edição do Prêmio Mé-rito Empresarial da Serra são José Francisco Aresi (Co-mércio), Maurício da Silva Ribeiro (Indústria), Remegildo Gava Milanez (Serviços) e o fundador e primeiro presiden-te da Ases, Sergio Rogério de Castro (homenageado).

AÇÕES PARA FOMENTAR NEGÓCIOS

Em 2007, como parte das comemorações do 30º aniversário da Ases, a Associação também realiza a Fic’s Serra (Feira da Indústria, Comércio e Serviço do Municí-pio da Serra), com os objetivos de integrar os três setores

de produção do mu-nicípio e de promover oportunidades de ne-gócios.

Na programa-ção, destaque para encontros empre-sariais, facilitando o contato de grandes organizações com fornecedores locais e estreitando os laços de pequenos e médios empresários com empreendedores já consolidados no mercado.

Paralelamente à Feira, a Ases promove o 5º Semi-nário de Gestão Empresarial Contemporânea, com pa-lestras direcionadas a empresários, executivos, profis-sionais e estudantes da área de gestão empresarial. Criado em 2003, o seminário passa a integrar a agenda anual de eventos da Ases, gerando oportunidades para discussão de temas relacionados à gestão e apresenta-ção de práticas gerenciais bem-sucedidas.

Primeiro Seminário de Gestão Empresarial, promovido pela Ases em 2003

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INTERCÂMBIO

Em 2007 e 2008, a Associação realiza intercâmbios comerciais com Moçambique e China, por meio de en-contros com os embaixadores desses países, nos quais as discussões giram em torno das oportunidades de ne-gócios com empresas brasileiras.

ATUAÇÃO RECONHECIDA

Em 27 de março de 2008, a Ases é homenageada pela Assembleia Legislativa em reconhecimento por seus 30 anos de atuação. Na sessão solene proposta pelo deputado sargento Valter de Paula, são condeco-rados empresários e parceiros que fazem parte da his-tória da Associação.

INTERAÇÃO COM A COMUNIDADE

Além de buscar soluções para problemas que bene-fi ciem todo o município, a Ases interage com a comuni-dade por meio de ações sociais, culturais e ambientais.

Um exemplo é o apoio ao projeto Praia Limpa, cujo objetivo é despertar na população a importância de con-servar o litoral, por meio de ações educativas.

Em 2007, a Ases se engaja no Projeto Sacola do Sorriso, em parceria com o 1º Cartório de Ofício da 2ª Zona da Serra, com doação de roupas, brinquedos e jo-gos pedagógicos para o Natal da Apae Serra.

A Associação também participa, em 1999 e 2000, do Programa Acorda Brasil – Está na Hora da Escola, viabilizando junto às associadas a doação de mais de 60 minidicionários à Escola de Primeiro Grau Profes-sor Luiz Baptista.

A entidade ainda se torna parceira do Manguinhos Gourmet, evento gastronômico da Serra e um dos prin-cipais do Estado, como forma de contribuir para ala-vancar a visibilidade da cidade como destino turístico.

Em 2009, a Ases passar a ocupar três salas do La-ranjeiras Shopping. Mais bem localizada, a nova sede dispõe de mais espaço físico para atender às deman-das da entidade.

Entrega de dicionários para escola municipal

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EVOLUÇÃO DA MARCA

1977A primeira marca da Ases é criada no ano de fundação da entidade, com contribuição do empresário Fernando Antonio Vaz, que viria a ser presidente da Associação entre os anos de 1982 e 1987. A logomarca evoca o sentido de continuidade, representada por oito linhas paralelas formando o nome da Ases.

1993Após mais de cinco meses de avaliação, a Ases aprova sua nova logomarca. No processo de escolha, outras três opções são consideradas. O símbolo é modernizado, mas mantendo os traços do original, com uma linha unindo todas as letras do nome.

2002A Associação inaugura uma nova fase, com a criação do site institucional, o Asesonline, e da nova identidade visual. O logotipo recebe alterações singelas, porém signifi cativas, com destaque para o anel que circunda o nome e representa a integração ao mundo globalizado.

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Parque da Cidade, uma das mais importantes áreas verdes da Serra

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LUGAR DE OPORTUNIDADES E

BOM DE SE VIVERGrandes avanços marcam o caminho percorrido nas últimas três décadas e instigam a Ases a fazer ainda mais para que a sociedade serrana tenha orgulho de empreender, de trabalhar

e de viver na Serra. Várias ações são realizadas para fomentar o crescimento

das empresas, como giro de negócios, visitas técnicas e gestão compartilhada

de polos empresariais. Sempre pensando coletivamente, a Ases busca soluções para en-

traves ao desenvolvimento do município, entre eles mobilidade urbana, contribuindo para o futuro de toda a população.

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O País vive uma signifi cativa mudança na pirâmide social, com a expansão da chamada nova classe C. Essa ca-mada da população começa a se for-mar por volta de 2001, a partir dos in-vestimentos em programas sociais e

crescimento da economia.Entre 2002 e 2012, 35 milhões de brasileiros ascen-

dem à classe média, totalizando 104 milhões de habi-tantes, 53% da população, conforme a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. No Espírito Santo, 1,3 milhão de capixabas passam a integrar a classe C com renda per capita de R$ 291 a R$ 1.019.

O enorme potencial de consumo dessa camada so-cial se revela em um promissor nicho de mercado que atrai, principalmente, o segmento imobiliário. Impulsio-nada pelo programa Minha Casa, Minha Vida, o setor da construção passa a oferecer produtos e serviços vol-tados às necessidades habitacionais da nova classe C.

A formação educacional dos fi lhos e a compra do primeiro automóvel são outras demandas que esse pú-blico busca atender. Cresce ainda o consumo de eletrô-nicos e eletrodomésticos.

AUMENTO DA RENDA

Nesse momento, a Serra contabiliza um salto na renda média do trabalhador serrano que, em 10 anos, mais do que dobra, contribuindo para a melhoria do pa-drão de vida dos moradores. Com base nos Censos de 2000 e 2010, o IBGE aponta o aumento do rendimen-to familiar de R$ 516,26 para R$ 1.199,35, um cresci-mento de 132,3%.

O Executivo Municipal, na década anterior, já traça-va em seu planejamento estratégico a meta de atrair a classe média para a Serra, o que se converte em ações de incentivo ao segmento imobiliário e à constituição de polos industriais, com grande apoio da Ases.

A Serra então se torna líder em loteamentos em-presariais no Espírito Santo, com 11 polos industriais. Os empreendimentos em projeto, aprovados, em operação e a serem implantados já atendem à demanda prevista até 2025, segundo informações do plano de desenvol-vimento do município.

A partir de 2011, a abertura de novos centros de compras, entre os quais o Shopping Mestre Álvaro e o Shopping MontSerrat, surgem como opções para con-sumo e entretenimento no município. Em 2015, o nú-mero de empreendimentos comerciais na Serra chega a 218, totalizando 19.863 salas.

“Chegar ao posto de segundo município em ativida-de econômica do Estado não seria possível sem a con-tribuição e a credibilidade do setor empresarial. No pri-meiro momento, tínhamos somente as empresas que compunham o parque industrial. Hoje, a cidade diversi-fi cou sua economia, com uma participação do setor de serviços e do comércio na cidade extremamente maior do que a do setor industrial, mostrando que o empresa-riado, independente da área de atuação, tem uma par-ticipação efetiva no crescimento da cidade”, destaca o ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal.

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Novos centros de compras surgem como opção de consumo

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NOVOS CAMINHOS PARA A SERRA

Os rumos do desenvolvimento da Serra voltam a ser discutidos, em 2012, em um esforço coletivo da so-ciedade serrana e empresários em cooperação com o poder público, dando origem ao projeto Serra Agenda do Futuro 2012-2032.

Serra, nos quais a Ases tem participação efetiva, re-corda o ex-presidente Adão Cellia.

A atração de população de maior renda e o desen-volvimento de atividades de serviços e lazer no municí-pio geram um aumento significativo nos deslocamen-tos entre os bairros, impondo desafios para a logística de transporte e para a mobilidade urbana da cidade.

Devido à forma com que se dá historicamente a ocupação do território, a Serra se desenvolve por meio de núcleos isolados sobre um sítio seccionado por pro-fundos vales, o que dificulta as conexões viárias entre as regiões e eleva o tempo das viagens, especialmen-te do transporte coletivo.

Como forma de repensar alternativas para solucio-nar os gargalos logísticos que prejudicam a mobilidade urbana e a indústria local, a Associação promove, em julho de 2011, o Fórum de Logística e Mobilidade Urba-na Empresarial da Serra, em Nova Almeida.

O município, nessa época, lida com um contin-gente populacional que em 50 anos aumentou 40 ve-zes e ainda com uma trajetória ascendente de desen-volvimento econômico. Entre 2001 e 2010, a frota da Serra praticamente triplica, chegando a 117.210 veícu-los. Esse crescimento é apontado como uma das prin-cipais causas da retenção do tráfego, especialmente nos horários de pico.

Sandro Lobato durante a apresentação do Serra Agenda do Futuro

Público em palestra do Fórum de Logística e Mobilidade Urbana Empresarial da Serra

Iá! Comunicação

Trata-se da segunda revisão dos estudos do plane-jamento iniciado em 2000 e revisado pela primeira vez em 2007. A Ases mantém sua forte atuação no proces-so de viabilização do documento, que avalia os avanços e desafios a partir de várias temáticas e apresenta os ce-nários e projeções para os próximos 20 anos.

“Desde a sua fundação, a Ases tem atuado de ma-neira socialmente sustentável na construção de estra-tégias que contribuam para o desenvolvimento do mu-nicípio. O Agenda do Futuro é mais uma prova de que, ao exercermos a democracia, garantimos um futuro melhor para nossa cidade”, destacou o ex-presidente Sandro Lobato.

Um dos temas prioritários da Agenda do Futuro, a mobilidade urbana ganha espaço nos debates da

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Reportagem destaca proposta dos empresários

VEÍCULOS DE CARGA

Sandro Lobato, presidente da Ases de 2011 a 2013, relembra outro desafi o superado no decorrer de 2011. A Associação, em acordo com diversos segmentos em-presariais, entidades de classe e empresários, elabora um documento contendo os principais impactos do De-creto Municipal 6033/2011, que restringia o horário de circulação de veículos de carga em vias da Serra. A me-dida, além de trazer prejuízos aos setores produtivos, não evidenciava melhora no sistema viário do município.

A norma passa por uma série da avaliações, resul-tando em um acordo entre a Prefeitura e os empresá-rios quanto aos horários e vias atingidas pela restrição. Também são apontadas medidas necessárias para as-segurar a fl uidez do trânsito, como a duplicação de tre-chos da BR-101 e a abertura de acesso do Civit I para a BR, entre outras intervenções.

VELOCIDADE

A Ases ainda faz gestões junto ao Departamento Nacional de Infraestru-tura de Transportes (Dnit-ES), indican-do a necessidade de se manter o li-

mite de velocidade na BR-101 Norte, na Serra, de 80km/h nas vias cen-trais e de 60 km/h nas vias laterais.

Em 2012, o Dnit havia instala-do radares nas vias, fi xando a velo-cidade em 60 km/h na pista prin-cipal e 40 km/hora nas laterais, gerando uma série de reclama-

ções dos motoristas. A Ases, então, propõe o aumento da velocidade ao menos no tre-

cho compreendido entre o Vitória Apart Hospital e o

acesso à ArcelorMittal Tubarão, em Carapina, como for-ma de evitar os constantes congestionamentos que ocor-riam, principalmente, nos horários de pico.

Os empresários alertavam ainda que um limite me-nor de velocidade causaria lentidão no trânsito e não re-solveria o maior problema: a segurança do pedestre. Na oportunidade, cobram a construção de passarelas, a du-plicação de pistas e a melhoria da sinalização.

SOLUÇÕES VIÁRIAS

A necessidade de melhorias na mobilidade urba-na da Serra leva a Ases a criar um grupo de trabalho para estudar a estrutura viária do município e buscar soluções em conjunto. Além dos representantes da Associação, participa das discussões um time de pro-fi ssionais da Prefeitura da Serra, do Governo do Esta-do e Dnit. Os encontros resultam na elaboração de um projeto, contendo sugestões de intervenções viá-rias para melhorar as condições do tráfego na BR-101 e vias de acesso.

A logística rodoviária é escolhida como tema cen-tral do 102º Café de Negócios (Caneg) da Ases, em março de 2012. Na ocasião, o Dnit apresenta os inves-timentos federais e estaduais previstos para melhorias do trânsito na Serra.

Sandro Madureira Lobato,PRESIDENTE DA ASES DE 2011 A 2013

“Temos um dos maiores polos industriais em diversidade da América Latina, e conviver bem com isso passa pela questão da mobilidade urbana.”

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Entre as obras anunciadas, destaque para a amplia-ção da BR-101 e a construção do Contorno do Mestre Ál-varo, com a finalidade de retirar o tráfego de caminhões da região de Carapina. A Ases já vinha reivindicando tais intervenções e chega a incluí-las em documento entre-gue a candidatos à Câmara dos Deputados e ao Sena-do, em 2010, defendendo que as obras eram essenciais para melhorar o trânsito e atrair empreendimentos es-tratégicos para a Serra.

Em 2013, o assunto volta a ser debatido durante o 115º Caneg, realizado na CVC, com a presença do Dnit, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Serra e da concessionária Eco 101. As discussões giram em tor-no da privatização da BR-101, da integração da ES-010 com a rodovia federal e do Contorno do Mestre Álvaro.

ATUAÇÃO PELO BEM-ESTAR DE TODOS

A Ases também se engaja na discussão de outros problemas que afetam a população serrana, entre os quais o saneamento básico. Em parceria com associa-ções e entidades empresariais de Vitória, Vila Velha e Cariacica, a entidade apoia a realização do Seminário Regional Saneamento Básico, em maio de 2011, promo-vido pelo Espírito Santo em Ação. Durante o evento, os participantes discutem a realidade capixaba e propõem soluções para a universalização do saneamento básico.

Em 2013, a taxa de IPTU entra em discussão. A Ases realiza uma reunião de empresários com as Se-cretarias de Finanças e Desenvolvimento Econômi-co da Serra para sanar dúvidas quanto à cobrança do imposto. Na oportunidade, são esclarecidos diversos questionamentos sobre a elevada taxa do IPTU e tam-bém sobre os valores dos imóveis, alguns bem acima do mercado. É aberto, inclusive, um canal direto com a Secretaria de Finanças, por meio da Associação, pos-

sibilitando a avaliação dos critérios de lançamento de valor do imóvel, de forma a evitar cobranças injustas.

Secretária da Ases desde 1995, Marinete Reis acom-panhou de perto a gestão de sete presidentes e desta-ca o comprometimento dos dirigentes. “Não vi nenhum deles lutar em benefício próprio. Todos sempre traba-lharam pensando no coletivo.”

ASES SE TORNA INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA

Um marco na história da Ases é o reconhecimen-to por parte do Governo dos relevantes serviços presta-dos pela Associação à sociedade. Em 2010, o governa-dor Paulo Hartung sanciona a Lei nº 9.425, aprovada pela Assembleia Legislativa, declarando a Ases instituição de utilidade pública estadual. O autor do projeto que deu origem à lei é o então deputado estadual Givaldo Vieira.

Em 2009, a entidade representativa do empresaria-do serrano recebia o título de utilidade pública munici-pal, por meio da Lei nº 3.444, sancionada pelo prefei-to Sérgio Vidigal. O projeto foi apresentado pelo então vereador Bruno Lamas.

CANDIDATOS APRESENTAM PROPOSTAS

Nas eleições de 2010, a Ases dá continuidade ao já tradicional ciclo de debates, recebendo candidatos aos cargos de governador e de senador. Em cada encontro, a Associação mostra às lideranças políticas as principais de-mandas do empresariado serrano e entrega aos candida-tos documento com propostas e expectativas da classe.

Adão Cellia, presidente da Associação à época, relem-bra que esses debates políticos se tornaram uma tradição na Ases, mobilizando o mundo empresarial e a sociedade.

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POLO EMPRESARIAL CERCADO DA PEDRA

Fruto de uma gestão compartilhada entre a Suppin, a Ases e a Prefeitura da Serra, o Polo Empresarial Cer-cado da Pedra, inaugurado em novembro de 2014, no governo Renato Casagrande, torna-se mais um atrati-vo para novos negócios no município.

Com uma área total de 1.246.000 metros quadra-dos, incluindo uma área de preservação permanente e localizada ao lado do Civit II e do bairro Feu Rosa, o polo oferece 109 lotes, 20% deles reservados a mi-

cro e pequenas empresas. A expectativa é de que mil postos de trabalho surjam na região, que deve rece-ber empreendimentos de ramos estratégicos para a Serra, entre os quais metalmecânica, logística, comér-cio atacadista, rochas ornamentais e construção civil.

Em maio de 2015, durante a 127ª edição do Caneg, é assinado pela Suppin, Ases e Prefeitura da Serra ter-mo de cooperação técnica relacionado à gestão com-partilhada do Civit I, II e Cercado da Pedra.

Dois anos depois, nas eleições municipais, são rea-lizados encontros empresariais com os candidatos a pre-feito e, em 2014, a Ases também abre espaço para de-bate das propostas dos candidatos ao governo.

Antonio Geraldo de Lima, presidente da Ases, des-taca que, paralelamente, vem sendo estreitada a relação com parlamentares com liderança na Serra para tratar assuntos voltados ao desenvolvimento do município, especialmente no que tange à infraestrutura e logísti-ca, incluindo a duplicação da ES-010. Candidatos a prefeito apresentam suas propostas aos empresários

1 Momento da inauguração

do Cercado da Pedra

2 Ases, Suppin e Prefeitura da

Serra firmam termo de

cooperação técnica na

gestão de polos empresariais

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Thiago Guimarães/Secom-ES Guida Jr.

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RECONSTRUÇÃO DA ESTRADA DE QUEIMADO

Fruto da união entre Ases, empresas sediadas no Polo Empresarial Piracema e adjacências e Prefeitura da Serra, a primeira etapa de reconstrução da estrada de acesso ao sítio histórico de São José do Queimado é concluída e entregue no início de 2015.

Localizada no Contorno de Vitória, a antiga via foi parcialmente danificada pelas fortes chuvas registradas no final de 2013. Inundações ocorreram em diversos bairros da Serra, afetando empresas e comunidades.

Por considerar a importância social da obra, de interesse público, diversas empresas se unem e apor-tam os recursos financeiros e materiais necessários para a reconstrução da estrada, visando à prevenção de inundações na região da Fazenda de Queimado (Ro-dovia do Contorno/BR-101) e proximidades dos bair-ros mais afetados.

A partir de um convênio de cooperação técnica e material assinado no final de 2014 entre a Ases e Prefei-tura da Serra, a obra é executada com a colaboração de empresas. A segunda etapa, até a Fazenda de Queima-do, será realizada pela Prefeitura da Serra, beneficiando mais de 70 mil moradores dos bairros Jardim Tropical, José de Anchieta, Cantinho do Céu e Central Carapina, além dos polos empresariais.

INCENTIVO AOS NEGÓCIOS

Com uma atuação focada em geração de receitas para os associados, a Ases firma parceria, em 2014, com a Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes) para a reali-zação do 1º Giro de Negócios e Oportunidades na Serra.

A rodada é promovida em março de 2014, como parte da programação do 118º Caneg, na faculdade UCL.

Candidatos a prefeito apresentam suas propostas aos empresários

Segundo o diretor geral da Suppin, Sergio Muniz Gia-nordoli, a Ases tem sido uma ativa parceira no processo de desenvolvimento econômico da Serra. “Suas ações em promover reuniões e rodadas de negócios visando à integração e ao incremento da competitividade entre as empresas fomentam novos investimentos e ofere-cem um apoio substancial às empresas associadas ins-taladas no município.”

Governador do Espírito Santo entre os anos 2011 e 2014, Renato Casagrande destaca que o dinamismo econômico da Serra é impulsionado por um setor pro-dutivo pulsante, inovador, em perfeita sintonia com os caminhos da cidade.

RENATO CASAGRANDE, EX-GOVERNADOR DO ESPÍRITO SANTO E

PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO JOÃO MANGABEIRA

“A Ases contribui para a segurança nos negócios realizados na Serra,

fomenta novos investimentos e ocupa lugar de destaque na

economia serrana. Conheço muito bem a condução séria

das atividades empresariais da Associação. Registrar esse sucesso

faz a diferença e consolida nossa certeza de que os empresários da

Serra vão continuar ajudando a manter o município na vanguarda

empresarial capixaba.”

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Superando a expectativa inicial da diretoria da Ases e da Aderes, o evento gera R$ 53,7 milhões em negócios nos meses seguintes. Outro saldo positivo é a amplia-ção da rede de relacionamento das participantes.

Nas 306 reuniões realizadas de forma individualiza-da, empreendedores apresentam seus produtos e ser-viços a 11 empresas âncoras de grande porte: Arcelor-Mittal Tubarão, Vale, Estaleiro Jurong Aracruz, Petrobras, Biancogrês, Viminas, Hospital Metropolitano, Hospital Jayme Santos Neves, Grupo Líder – CVC, Grupo Sá Ca-

valcante e Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger).

Materiais de construção, mecânicos, elétricos, de in-formática e hidráulicos, além de serviços de manutenção e de capotaria, aparecem entre as demandas das âncoras.

Na ocasião, Antonio Geraldo de Lima, presidente da Ases no biênio 2013-2015, atribui o sucesso do giro de negócios às características do município, um dos mais produtivos do Espírito Santo, pela concentração de indús-trias e fornecedores com elevado nível de especialização.

VISITAS

A Ases também organiza visitas técnicas a grandes empresas, a fim de estimular interações comerciais. Em novembro de 2014, por meio de uma missão técnica, a diretoria e um grupo de associados visitam o Estalei-ro Jurong Aracruz para acompanhar o andamento das obras e conhecer as oportunidades de negócios gera-das com a implantação do empreendimento.

Também ocorrem visitações à ArcelorMittal Tuba-rão e à Vale, onde os participantes puderam conhecer o funcionamento das empresas e estreitar relaciona-mento comercial.

Gui

da J

r.

Guida Jr.

Empreendedores se reúnem durante o

evento, na UCL

Diretoria da Ases e associados em visita às instalações do Estaleiro

Jurong Aracruz

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CANEG: DESTAQUE NA HISTÓRIA DA ASES

Ao longo dos anos, a Ases vem construindo uma trajetória exitosa que faz com que seja considerada re-ferência em associativismo. E o Café de Negócios (Ca-neg) tem papel de destaque nessa história.

O evento é a principal atividade de integração e in-tercâmbio de negócios promovida pela Associação. Rea-lizado mensalmente desde 2000, o Caneg soma 133 edi-ções até novembro de 2015, com média de público de 100 pessoas.

Antonio Geraldo de Lima, presidente da Ases no biênio 2013-2015, destaca que o formato do Caneg foi atualizado com o intuito de oferecer mais conteúdo aos participantes. “Nosso foco será sempre trazer informa-ção acerca de temas relevantes que ajudem o setor a entender o cenário ao seu redor.”

O panorama político e econômico em 2015, por exem-plo, motiva a palestra sobre perspectivas para o Espírito San-to, feita pelo economista Orlando Caliman, no 128º Caneg.

Fotos: Acervo Ases

Edições do Caneg: evento promove a integração e a realização de negócios entre empresários

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PRÊMIO MÉRITO EMPRESARIAL

Para homenagear os empreendedores que se destacam em seus ramos de atuação e que contribuem para o de-senvolvimento do município, a Ases promove anualmente, desde 2007, o Prêmio Mérito Empresarial da Serra.

Além de destaques empresariais nos ramos Indústria, Comércio e Serviços, anualmente a Associação homena-geia uma personalidade que tenha colaborado efetivamente com o desenvolvimento da Serra. Em 2012, a premiação é ampliada, com a inclusão da categoria Pequena e Microempresa. Os eleitos são escolhidos por meio de votação da qual participam as empresas associadas à Ases.

2007José Francisco Aresi • ComércioMaurício da Silva Ribeiro • IndústriaRemegildo Gava Milanez • ServiçosSergio Rogério de Castro • Homenageado

2008Francisco de Assis Soares • ComércioFernando José de Barros • IndústriaAntônio Geraldo de Lima • ServiçosPaulo Hartung • Homenageado

2009Luiz Carlos Maioli • ComércioAda Mota • IndústriaSandro Lobato • ServiçosJoão Felício Scardua • Homenageado

2010José Carlos Bufon • ComércioLeonardo de Castro • IndústriaDjalma Quintino Malta Filho • ServiçosJosé Armando de Figueiredo Campos • Homenageado

2011Geraldo Alves • ComércioJosé Elcio Lorenzon • IndústriaBruno Lamas • ServiçosRicardo Ferraço • Homenageado

2012Idalberto Moro • ComércioDarks Cesar Casotti • IndústriaGilmar Régio • ServiçosMagno Alves de Queiroz • MicroempresaRonaldo Roque Campo • Homenageado

2013Flávio dos Santos Quintanilha • ComércioLuiz Henrique Toniato • IndústriaAdemar Araújo Alencastre • ServiçosFernando Coelho Xavier • MicroempresaAda Mota • Homenageada

2014Sebastião Jayme de Almeida • ComércioJosé Roberto Varella • IndústriaIldo Steffen • ServiçosKamila Zamprogno • MicroempresaMaurício Max • Homenageado

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FORTE REDE DE RELACIONAMENTOS“A Ases é uma entidade extremamente importante para o desenvolvimento empresarial da Serra. Em decorrência do trabalho sério e constante que vem realizando, a Associação já é reconhecida como a principal entidade de repre-sentação dos interesses empresariais do município com repercussão importante também no Estado. O diferencial da Ases está justamente na capacidade de proporcionar uma forte rede de relacionamento entre as empresas associadas, seja através de seus eventos ou a partir da interação que mantém com todos os níveis na ca-deia produtiva, integrando comércio, indústrias e serviços.”

Maurício Max, DIRETOR DE PELOTIZAÇÃO DA VALE

FORMAÇÃO DE NOVAS LIDERANÇAS“Vale a pena registrar o trabalho persistente que a Ases vem fazendo ao reunir os empresários da Serra em tor-no de objetivos comuns. É importante para os que em-preendem no Brasil poder contar com uma entidade que busca, eticamente, criar um ambiente mais propício à geração de riquezas, renda e empregos.

Vejo na Ases uma escola para a formação de novas li-deranças e para que consigamos ter um País que não nos envergonhe mais e que saiba cuidar dos seus fi lhos. Aqui se forjam líderes com a têmpera dos bons valores da ética e da cidadania. Não se reúnem para cuidar de interesses pequenos. Suas lutas se confundem com as

melhores lutas empreendidas no município da Serra em sua recente história de crescimento.

Essas lutas dizem respeito à competitividade de seus ne-gócios, é claro. Mas são, sobretudo, alicerçadas na sus-tentabilidade do território e do contexto em que atuam, onde habita o Homem com suas aspirações básicas de educação, segurança, mobilidade e qualidade de vida. Todas elas, bandeiras da Ases e dos que por ela passam.”

José Armando de Figueiredo Campos,PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃODA ARCELORMITTAL BRASIL

EXEMPLO DE FORTALECIMENTO DO EMPRESARIADO“A Ases tem exercido um importante papel no município da Serra, pois reúne lideranças de diversos segmentos com um objetivo em comum: o desenvolvimento. A troca constante de experiências e informações entre seus associa-dos fez com que a Ases seja um exemplo de fortalecimento do empresariado por meio da união.”

Ricardo Ferraço, SENADOR

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A CASA DO EMPRESÁRIO DA SERRA

A Ases segue empenhada na construção de uma sede própria que será uma verdadeira casa para o em-presário da Serra no que se refere a serviços. A sede será erguida em uma área de 5 mil metros quadrados na avenida Paulo Pereira Gomes, em frente ao Portal de Manguinhos, em terreno próprio, fruto de permuta de área com a Prefeitura da Serra.

O local irá dispor de salas de treinamento, auditó-rio, salas de apoio, setor administrativo e amplo esta-cionamento, permitindo a realização de reuniões de ne-gócios, eventos corporativos e palestras, entre outros.

Desde a fundação da Ases, é um sonho dos empre-sários construir uma sede própria para servir de apoio aos trabalhos da Associação e de suporte à classe, o que vem demandando esforços por parte do movimen-to empresarial serrano.

A pedra fundamental da sede foi lançada em ou-tubro de 2011, durante o 100º Caneg, realizado no lo-cal onde está sendo construída.

Com uma arquitetura moderna e sustentável, o projeto desenvolvido pelo escritório D&R Arquitetura, da Serra, será executado por etapas. A primeira delas, a terraplanagem, já foi concluída.

ANTONIO GERALDO DE LIMA, PRESIDENTE DA ASES DE 2013 A 2015

“Nossa ideia é oferecer uma estrutura que sirva de referência também para o empreendedor de fora do Estado que busca informações sobre a Serra, o potencial do município, a economia local e as empresas ligadas à Ases. Além disso, temos a intenção de trazer para dentro desse espaço órgãos do Governo e da Prefeitura ligados ao segmento.”

Fotos: Acervo Ases

Autoridades municipais e estaduais com a diretoria da Ases no lançamento da pedra fundamental da sede

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GALERIA DE PRESIDENTES

20062009

DJALMA QUINTINO MALTA FILHODIKMA SERVIÇOS GERAIS LTDA

20092011

ADÃO CELLIAVITÓRIA APART HOSPITAL

19931994

JOÃO LUIZ VASSALO REISEMPROL S/A EMBALAGENS

19941998

ERNESTO MOSANER JUNIORCARBODERIVADOS S/A

19771982

SERGIO ROGÉRIO DE CASTROFIBRASA S/A EMBALAGENS

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20112013

SANDRO MADUREIRA LOBATOUCL FACULDADE

20132015

ANTONIO GERALDO DE LIMAG&R MICROLINS

19982004

WYLSON ZON FILHOMACAFÉ IMP. E EXPORTAÇÃO LTDA

20042006

LEONARDO SOUZA ROGÉRIO DE CASTROFIBRASA S/A EMBALAGENS

19821987

FERNANDO ANTONIO VAZ POLYDOMUS IND. E COM. DE PLÁSTICOS

19881992

OSMAR PEIXOTO FILHOPREFORT INDUSTRIAL E CONSTRUTORA LTDA

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DIRETORIA BIÊNIO 2013-2015

Diretor-Presidente: Antonio Geraldo de Lima Diretor Administrativo Financeiro: Benoni Antonio Santos 1º Diretor vice-presidente: José Nivaldo Campos Vieira 2º Diretor vice-presidente: Francisco de Assis Soares 3º Diretor vice-presidente: Gilmar Régio Diretor Social e de Eventos: Paulo Henrique Marques

CONSELHO FISCALTitulares: Eugênio Fonseca, Enelcio de Souza Araújo e Cícero Moro

Suplentes: Ademar Araujo Alencastre, Ricardo Maeski e Mauricio Silva Ribeiro

DIRETORIA BIÊNIO 2015-2017

Diretor-Presidente: Remegildo Gava Milanez Diretor Administrativo Financeiro: Pedro Daffini (Delfino) 1º Diretor vice-presidente: Paulo Henrique Marques 2º Diretor vice-presidente: Carlos Bressan 3º Diretor vice-presidente: Djalma Quintino Malta Neto Diretora Social e de Eventos: Rosa Maria Picoli

CONSELHO FISCALTitulares: Sandro Madureira Lobato,

Ademar Araujo Alencastre e Eugênio FonsecaSuplente: Célio Guerra, Rafael Brum Ribeiro e Cícero Moro

SECRETÁRIO EXECUTIVODeusdedith de Azevedo Dias

Secretária: Marinete ReisAssistente Administrativo: Leticia Lopes

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EXPEDIENTE

Projeto editorial e edição: Inova Comunicação EstratégicaPesquisa: Thales Delaia e Weverton CamposTextos: Eliana Teixeira, Juliana Gomes, Karina Soares e Roberta PeixotoProjeto gráfico e editoração: BiosAprovação: Deusdedith de Azevedo DiasImpressão: GSA Gráfica e Editora

Produzido em novembro de 2015

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Patricia Krug

A artista plástica Patrícia Krug encontrou nas artes plásticas um refúgio para conviver com a esclerodermia, uma doença autoimune que a acompanha desde a infância. O sentimento de incompreensão e o confronto com o distanciamento social fizeram-na levantar bandeira em solidariedade e defesa do respeito às pessoas com doenças raras. Sua primeira exposição foi realizada em 2012, no Museu Inimá de Paula, em Belo Horizonte (MG). Desde então, a artista, que reside na Serra, já apresentou suas obras em diversos países da Europa, como França, Itália, Portugal e Espanha.

No Olho do FuracãoAcrílica sobre telaJaneiro de 2009

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APOIO CULTURAL