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DOI: 10.1074/jbc.M111.330100 Code: 4A94 GP4, PL3
Fonte Biológica
›Inibidor de Carboxipeptidases de caracol marinho - espécie Nerita versicolor
›Carboxipeptidase – origem humana, homo sapiens
Metalocarboxipeptidase - MCP
EC: 3.4.17
› 3. Hidrolase
› 3. 4. Peptidase
› 3.4.17. Metalocarboxipeptidase
CPA 3 – Digestão das proteínas pelos mastócitos CPA 4 - Envolvido na progressão tumoral CPA 5 – Não é bem estudada CPA 6 – Presente na matriz extracelular onde é ativa
human carboxypeptidase A4 – hCPA4
Atividade
Exopeptidase: quebra as ligações peptídicas entre
os aminoácidos na região C-terminal.
Envolvida em processos como:
›Digestão
›Coagulação/Fibrinólise do sangue
›Inflamação
›Processamento de prohormonas e neuropéptidos
›Progresso de alguns cancros
Inibição
Localização biológica:
Inibidores já estudados:
› PCI – potato carboxypeptidase inhibitor de Solanum tuberosum › LCI – leech carboxypeptidase inhibitor de Hirudo medicinalis › TCI – tick carboxypeptidase inhibitor de Rhipicephalus bursa › ACI – Ascaris carboxypeptidase inhibitior de Ascaris suum
Pequeno tamanho
(39-75 resíduos)
Estabilização por pontes de
dissulfito
Nerita Versicolor carpoxypeptidase inhibitor - NvCI
› 53 resíduos de aminoácidos
› Composto por 2 folhas b anti-paralelas, ligadas por 3 loops
› Cauda C-terminal inibitória
› Estabilização por 3 pontes de dissulfito.
› Liga-se fortemente a M14A – subfamília das carboxipeptidases
bCPA1 – bovine carboxypeptidase A1
CPA1 – human carboxypeptidase A1
hCPA4 – human carboxypeptidase A4
Inibição bastante eficiente relativamente a outros inibidores
exógenos
Objetivo:
Caraterizar estruturalmente o NvCI e o complexo formado quando se liga à hCPA4
Estudar o seu modo de atuação numa subfamília de carboxipeptidases
Comparar atividade com outros inibidores já estudados
Procedimento Experimental
1. Expressão e Purificação de NvCI recombinante
2. Expressão e Purificação de hCPA4 recombinante
3. Formação e Purificação do complexo NvCi – hCPA4
4. Cristalização e Organização dos dados
5. Determinação da estrutura e Refinamento
6. Determinação das constantes de inibição
Produção de NvCI recombinante
Sequência de aminoácidos
Degradação de Edman e
MALDI-TOF-MS
Concentração da proteína no
sobrenadante
Método BCA e atividade
inibitória contra bCPA1
O resíduo N-terminal é marcado e clivado, deixando intactas todas as outras ligações peptídicas
Técnica de ionização usada em espetrometria de massa, permitindo a análise de biomoléculas que se fragmentam quando ionizadas por métodos convencionais.
Semelhante ao método de Lowry no entanto o reagente – ácido bicinchonínico - é mais estável em condições alcalinas.
Purificação do NvCI recombinante
Combinação de dois processos de cromatografia de troca iónica:
Pureza do NvCI recombinante determinada pela sua massa molecular, obtida por:
›MALDI-TOF-MS
›Tris/Tricina/SDS-PAGE
›Atividade funcional contra bCPA1
As proteínas movem-se através da coluna a velocidades determinadas pela sua carga efetiva e pelo pH a ser usado
Sistema de electroforese de preferência para a resolução de proteínas mais pequenas do que 30 kDa
1. Troca catiónica fraca
20 mM Tris-HCl
pH 7.0
Gradiente de força iónica (até
1 M NaCl)
2. Troca aniónica
Gradiente linear de 0-100% de 20
mM Tris-HCl contendo 1 M
NaCl
Produção e purificação de hCPA4 recombinante
› Produção: feita da mesma forma que o descrito para NvCI.
› Purificação: combinação de cromatografia de interação hidrofóbica e cromatrografia de fraca troca aniónica.
› Pureza: determinada por SDS-PAGE.
› Atividade enzimática funcional: hidrólise de um substrato sintético, N-(4-methoxiphenylazoformyl)phenylalanine.
Baseia-se em interacções hidrofóbicas entre as proteínas e os ligandos na fase estacionária.
Formação e purificação do complexo NvCI-HCPA4
Incubação de ambos
(razão molar de 1:2 enzima/inibidor)
30 min
50 mM de Tris-HCl
pH 8.5
150 mM de NaCl
37 ºC
16 mg de rhCPA4
5.5 mg de rNvCi
Volume reacional: 70
ml
Cromatografia de exclusão por tamanho
(filtração em gel)
Ultracentrifugação
Complexo concentrado a 17.6
mg/ml
Separa as moléculas dissolvidas com base no seu tamanho, bombeando-as por colunas especializadas que contêm material de preenchimento de tamanhos diferentes Complexo purificado
Cristalização
0.04 M NH4NO3
25 % (m/v) PEG 3350
T = 18ºC
4 dias… Crio-conservação
em azoto líquido e 12%
glicerol
› A estrutura do complexo foi determinada por difração
de raio-X a 1.7 , usando hCPA4 como modelo, através
do código 2 PCU do Protein Data Bank.
› Refinamento: CNS e PHENIX.
Bom modelo
A maioria dos resíduos encontram-se nas regiões
preferenciais do Gráfico de Ramachandran
Determinação das constantes de inibição
› Variação da concentração de inibidor
› Variação do tempo de incubação
› Concentração fixa de enzima
› Concentração fixa de substrato (0.1 mM N-(4-
methoxiphenylazoformyl)phenylalanine)
pH = 7.5 T = 37 ºC
• 8 alfa-hélices
• 8 folhas beta
Resultados experimentais: Estrutura da hCPA4
Motivo a/b
Centro catalítico:
Zn2+ coordenado a H2O, His-69, His-196, Glu-72
Resultados experimentais: Estrutura do NvCI
› Duas folhas b antiparalelas ligadas por 3
major loops e duas caudas (N e C
terminal)
› 3 pontes dissulfito (Cys 9 e 23, Cys 15 e 51
e Cys 27 e 38)
› Centro hidrofóbico perto do C
terminal da proteína
– Resíduos hidrofóbicos expostos ao
solvente – redução da solubilidade
– Interações apolares com a cadeia
lateral do Trp-42
– 2 pontes dissulfito do inibidor
Cauda C-terminal: ligação aos resíduos do centro ativo e também ao Zn2+
– Tyr- 52
– Ala- 53
Resultados experimentais: Estrutura do NvCI
Dímero: dois complexos idênticos
Cada monómero:
estrutura binária hCPA4 + NvCI
Resultados experimentais: Estrutura do complexo hCPA4 - NvCI
› Ligando H2O substituído por grupo carboxilato do C-terminal do inibidor (coordenação bidentada) na ligação ao Zn2+
› Mudança: movimento da cadeia lateral da Tyr-248 em 180º para acomodar a cadeia C-terminal do inibidor
Resultados experimentais: Estrutura do complexo hCPA4 - NvCI
Mais pequeno que os outros inibidores (2 resíduos da cauda C-terminal – P1 e P2) e 53 resíduos no total.
Resultados experimentais: Porquê o NvCI?
NvCI Outros inibidores
P1’- Presença de Nitrato P1’ – aminoácido aleatório
Interage muito mais fortemente com os resíduos do centro ativo da proteína
onde se liga o substrato
P1 - resíduos alifáticos (Ala)
P2 – resíduos geralmente aromáticos (Tyr)
Resultados experimentais: Porquê o NvCI ? – química do C-terminal
Estabilização da Tyr-248
Forte inibição do NvCI
› Ala-53 – Liga-se pelo seu grupo carboxilato de forma bidentada ao zinco
– O seu grupo amino estabelece pontes de H com o O da Tyr-248
Proteína Ki/ pM
bCPA1 5,8
hCPA1 1,2
hCPA4 4,9
Resultados experimentais: Determinação das constantes de inibição (Ki)
› NvCI apresenta as mais fortes constantes de inibição (grandeza picomolar), ao contrário dos outros inibidores estudados, que geralmente apresentam Ki de grandeza nanomolar.
Menor Ki Inibição mais forte
Resultados experimentais: NvCI e outros inibidores – um exemplo de
evolução convergente
C-terminal
mimetiza a ligação
do substrato
Interação do C-
terminal do NvCI
semelhante à de
outros inibidores
exógenos
Resíduos P1 e P2 da C-terminal
conservados
Mecanismo de inibição semelhante
Conformação e estrutura
da C-terminal parecidas
Origem de organismos diferentes
Resíduo P3 (Gly-51) – diferença estrutural curiosa
NvCI – a exceção
Formaçao de 2 pontes de H extra com Glu-163 da hCPA4
Inibição mais forte do NvCI, redução de Ki
Estabilização da formação do complexo NvCI – hCPA4
Interação Secundária Contactos entre
resíduos das folhas B de NvCI com resíduos distantes do centro ativo da hCPA4
Interações Van der Walls
Aumento do caráter
inibitório de NvCI
Pontes de H:
Gln39-Asn123
Glu37-Arg130 (CPK)
Arg7-Asn159
Cauda C-terminal mais pequena em NvCI – não há clivagem
Estruturas diferentes, cauda C-terminal semelhante
Afinidade entre inibidor-carboxipeptidase maior em NvCI –
interação Glu163-Cys51
Biotecnologia e Biomédica:
- Formas de atuação na Natureza com a evolução
- Descobrir mecanismo geral de inibição
Discussão de Resultados/ Perspetivas Futuras