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Geografia em múltiplas escalas: do local ao global - estudo da hidrografia do município de Cambé Rosângela Nogueira 1 RESUMO O objetivo geral deste artigo consiste em relatar as atividades realizadas em cumprimento da etapa final do PDE (Programa de Desenvolvimento educacional). O objeto de estudo voltou-se para a hidrografia do município de Cambé e o trabalho foi realizado junto a três turmas de quinta série do período vespertino do Colégio Estadual “Antônio Raminelli”, de Cambé. Partiu-se do pressuposto de que a Geografia, conforme as determinações constantes nas Diretrizes Curriculares da disciplina, o homem deve ser visto como um sujeito, ser social e histórico que produz o mundo e a si próprio. Deste modo, entender o espaço e suas representações torna-se essencial para atuar de forma crítica e consciente na sociedade. A problematização do estudo foi formulada a partir de questionamentos que levem a ampliar a compreensão sobre a Geografia em escala local, bem como sua inserção no contexto cotidiano dos alunos. A metodologia adotada partiu do embasamento teórico, com a análise de livros e artigos que versam sobre o tema, bem como de pesquisa documental em diferentes sítios de busca. Em seguida, foi desenvolvida a aplicação da proposta de intervenção junto ao grupo de alunos. Foram aplicadas várias atividades, voltadas para o cumprimento do objetivo proposto. Os resultados obtidos por meio da intervenção realizada permitem comprovar que os alunos mostraram-se motivados para participar das atividades, além de identificarem os problemas relacionados à questão ambiental, sobretudo na questão dos recursos hídricos. Palavras-chave: Geografia. Meio ambiente. Hidrografia. Preservação ABSTRACT The aim of this article is to report the activities carried out in compliance with the final stage of the PDE (Program for Educational Development). The object of study turned to the hydrography of the city of Cambé and the work was performed with three classes of the fifth series evening period of State College "Antônio Raminelli" of Cambé. It was assumed that the Geography, as specified in the Curriculum Guidelines set of discipline, the man should be seen as a subject, be social and historical background that produces the world and oneself. Thus, understanding the space and its representations becomes essential to act as a critical and conscious society. The problem of the study was made from questioning leading to broaden the understanding of the geography on a local scale, and its insertion in the daily life of students. The methodology adopted was made from the theoretical basis, with the analysis of books and articles that deal with the issue, as well as documentary 1 Professora PDE/2007, pertencente ao NRE de Londrina

Geografia em múltiplas escalas: do local ao global ... · difícil a construção de uma Geografia dinâmica, interessante e essencial para o dia-a-dia na formação do cidadão

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Geografia em múltiplas escalas: do local ao global - estudo da hidrografia do município de Cambé

Rosângela Nogueira1

RESUMO

O objetivo geral deste artigo consiste em relatar as atividades realizadas em cumprimento da etapa final do PDE (Programa de Desenvolvimento educacional). O objeto de estudo voltou-se para a hidrografia do município de Cambé e o trabalho foi realizado junto a três turmas de quinta série do período vespertino do Colégio Estadual “Antônio Raminelli”, de Cambé. Partiu-se do pressuposto de que a Geografia, conforme as determinações constantes nas Diretrizes Curriculares da disciplina, o homem deve ser visto como um sujeito, ser social e histórico que produz o mundo e a si próprio. Deste modo, entender o espaço e suas representações torna-se essencial para atuar de forma crítica e consciente na sociedade. A problematização do estudo foi formulada a partir de questionamentos que levem a ampliar a compreensão sobre a Geografia em escala local, bem como sua inserção no contexto cotidiano dos alunos. A metodologia adotada partiu do embasamento teórico, com a análise de livros e artigos que versam sobre o tema, bem como de pesquisa documental em diferentes sítios de busca. Em seguida, foi desenvolvida a aplicação da proposta de intervenção junto ao grupo de alunos. Foram aplicadas várias atividades, voltadas para o cumprimento do objetivo proposto. Os resultados obtidos por meio da intervenção realizada permitem comprovar que os alunos mostraram-se motivados para participar das atividades, além de identificarem os problemas relacionados à questão ambiental, sobretudo na questão dos recursos hídricos.

Palavras-chave: Geografia. Meio ambiente. Hidrografia. Preservação

ABSTRACT

The aim of this article is to report the activities carried out in compliance with the final stage of the PDE (Program for Educational Development). The object of study turned to the hydrography of the city of Cambé and the work was performed with three classes of the fifth series evening period of State College "Antônio Raminelli" of Cambé. It was assumed that the Geography, as specified in the Curriculum Guidelines set of discipline, the man should be seen as a subject, be social and historical background that produces the world and oneself. Thus, understanding the space and its representations becomes essential to act as a critical and conscious society. The problem of the study was made from questioning leading to broaden the understanding of the geography on a local scale, and its insertion in the daily life of students. The methodology adopted was made from the theoretical basis, with the analysis of books and articles that deal with the issue, as well as documentary

                                                            1 Professora PDE/2007, pertencente ao NRE de Londrina

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research on different search sites. It was then developed the implementation of the proposed intervention with the group of students. It was implemented several activities, geared to achieving the objective proposed. The results achieved through the intervention can prove that the students seemed to be motivated to participate in activities, and identify problems related to environmental issue, especially on the issue of water resources. Key words: Geography. Environment. Hydrography . Preservation 1 INTRODUÇÃO

O trabalho ora apresentado tem como objetivo geral compreender a

Geografia em escala local, ou seja, do município de cambe a partir da analise de

seus diferentes arranjos territoriais. A partir do mesmo, é possível o estabelecer

articulações dessa escala com aquelas em nível regional e global abordadas nos

livros didáticos de Geografia e em outros materiais.

A hipótese que norteia o trabalho esta fundada no entendimento de

que a construção do conhecimento supõe o movimento do pensamento que se

constrói partindo da singularidade, passando pela particularidade chegando a

generalidade, para então, em movimentos dialéticos sucessivos, retornar novamente

as instancias anteriores de conhecimentos está no plano da singularidade ou do

cotidiano, dimensões imprescindíveis para construção dos conceitos em geografia

que estão no plano da abstração ou da generalidade, ponto de chegada do processo

de ensino-aprendizagem em Geografia.

O professor, ao preparar suas aulas, deve imprimir nelas os

conteúdos e estratégias de uma forma dinâmica e prazerosa, propiciando condições

para que o aluno se sinta parte integrante do conteúdo que está sendo estudado. A

partir desta perspectiva, o aluno e sua real aprendizagem são os focos principais

que norteiam este trabalho, bem como todos os seus objetivos.

Dentre os vários objetivos desta proposta de trabalho, estão em

evidência os de proporcionar ao aluno condições para que este possa

operacionalizar seus direitos e deveres como cidadãos, também, através do

desempenho deste trabalho, o aluno possa realizar leituras relacionadas à disciplina

em questão, bem como pode resgatar a importância das disciplinas de História e

Geografia para que o aluno entenda e consiga fazer ligações com os fatos passados

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ocorridos e as conseqüências atuais, situando-o no espaço-tempo e no contexto

geográfico-político global atual.

Desta forma, o aluno, inserido neste contexto ampliado, pode

construir seu conhecimento explorando toda sua capacidade, criatividade e

individualidade.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A CIÊNCIA GEOGRÁFICA: CONTORNOS E PERSPECTIVAS

A Geografia tem assumido um papel muito importante nesta época

em que as informações são transmitidas pelos meios de comunicação com muita

rapidez e em grande volume. É impossível acompanhar e entender as mudanças e

os fatos ou fenômenos que ocorrem no mundo sem o domínio dos conhecimentos

geográficos.

É no espaço geográfico – conceito fundamental da ciência

geográfica - que se realizam as manifestações da natureza e as atividades

humanas. Por isso, compreender a organização e as transformações sofridas por

esse espaço é essencial para a formação do cidadão consciente e critico dos

problemas do mundo em que vive.

Por conseqüência, pensa-se no aluno como agente atuante e

modificador do espaço geográfico dentro de uma proposta educacional que requer

responsabilidade de todos, visando conseguir um mundo mais ético e menos

desigual (ALMEIDA, RIGOLIN, 2002).

É por parte das ações dos alunos que se espera ver o fruto desse

trabalho, não mais meros reprodutores do que aprenderam, mas como pessoas

integrantes e atuantes dentro de um sistema que é modificado a cada dia em virtude

de novas necessidades, fatos e fenômenos, sejam estes humanos, econômicos ou

naturais.

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Conforme Vesentini (1995, p.10), O século XXI preconiza novas mudanças que já se esboçam nos anos 1990, assim como novas temáticas que caracterizam essa nova era. Para ilustrar tem-se: a nova ordem mundial, globalização, revolução técnico – cientifica, multipolaridade, sociedade pós-capitalista, competição econômica e tecnológica e a questão ambiental.

Essas mudanças, em particular as econômico-sociais deste novo

tempo, também se manifestam e são impactantes na vida escolar e no ensino de

Geografia, uma vez que ocorrem de forma muito rápida, e professores e alunos,

muitas vezes, em virtude de tantas novas tecnologias e das constantes

transformações por que passa o próprio planeta, nem sempre conseguem se inserir

plenamente no novo e atual cenário geográfico.

A Geografia tem um papel importantíssimo neste contexto, pois dá o

embasamento necessário para o individuo se situar no momento, época e lugar em

que estão ocorrendo os fatos.

A ciência geográfica passou por profundas transformações desde

que surgiu nos currículos pedagógicos, como citam Sene e Moreira (1997, p. 1): A Geografia conheceu, num passado recente, um movimento vigoroso de renovação teórica, que exercitou com radicalidade a critica às perspectivas tradicionais e introduziu novas orientações metodológicas no horizonte de investigação dessa disciplina. No caso brasileiro, ao contrário de outros países, o último campo a ser atingido por tal processo foi o ensino pré-universitário. Tal demora talvez seja a responsável pela forma na qual finalmente o movimento renovador chegou ao ensino de Geografia do primeiro e segundo graus: um formato “revolucionário”, que radicaliza e empobrece a politização introduzida no debate desse campo disciplinar.

Todo este processo de renovação da Geografia tem como premissa a

necessidade de repensar o espaço tendo em vista a confluência de inúmeras

dimensões que podem ser exploradas no trabalho com esta disciplina.

Guimarães e Ribeiro (2002, p.1), também tratam das transformações

da Geografia, com repercussões no ensino: A geografia produzida no Brasil viveu nos últimos anos um intenso processo de renovação de seus postulados teórico-metodológicos. Foi grande o esforço da comunidade geográfica para compreender a realidade de forma mais dinâmica, considerando-se a totalidade das relações entre a sociedade e a natureza. É por isso que a disciplina tem reunido instrumentos de análise e de prática social que colocam no centro do debate questões como impacto ambiental, desemprego, falta de moradia, reforma agrária, direito à saúde e a educação. Essa renovação do pensamento geográfico brasileiro há muito extrapolou os muros das universidades. Um marco dessa mudança foi o Encontro Nacional de Ensino de Geografia, promovido pela Associação dos Geógrafos Brasileiros, 1987, em Brasília. Era a primeira reunião nacional especifica para debater temas referentes ao ensino da Geografia. Desde

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então, inúmeros tem sido os fóruns de discussão de propostas alternativas às estruturas curriculares tradicionais de Geografia, centradas na reprodução do saber puramente disciplinar e conteudista, na memorização e no trabalho competitivo individual.

Face aos pressupostos apresentados pelos autores, constata-se que

o papel do professor é ajudar os alunos a ver, compreender e expressar a realidade,

descobrir, assumir, ser assim, um elemento de mudança da mesma. As respostas

que o professor der e os caminhos que perseguir dependem fundamentalmente de

como ele se localiza diante da realidade, se tem consciência de que também esta

contribuindo com a sua historia e construindo seu espaço, através de ação

consciente, seja individual ou coletiva (NIDELCOFF, 1991).

Nidelcoff (1991, p. 58) enfatiza também o papel fundamental que o

professor tem para “[...] levar as crianças e os jovens a descobrirem sua importância

como agentes formadores e transformadores da sociedade em que vivem.” Para

tanto, as várias metodologias empregadas em sala de aula pelo professor tornam-se

o elo entre a sala de aula e a realidade vivida fora da sala de aula.

Nesta linha de pensamento, a Geografia contemporânea, para

abarcar as necessidades globais, não pode mais ser realizada de modo tradicional,

fragmentado ou estanque. Ela deve deixar o aluno descobrir o mundo no qual está

inserido, enfocando criticamente a questão ambiental e as relações

sociedade/natureza.

Atualmente, a Geografia acadêmica tem se preocupado mais com o

estudo das dimensões objetivas pelas quais o educando vive a sociedade e a

natureza, ou seja, parte de suas experiências vividas e das percepções dos espaços

geográficos. Desse modo, é praticar uma Geografia [...] que trabalhe tanto as relações sócio-culturais da paisagem como os elementos físicos e biológicos que dela fazem parte, investigando as múltiplas interações entre eles estabelecidas na constituição de um espaço: o espaço geográfico (BRASIL, 1997, p. 6).

Não é fácil praticar esse tipo de Geografia e muitos são os

obstáculos que se apresentam para a realização desse modo de ensinar. Quanto

aos conteúdos, a maior dificuldade encontra-se no ensino fragmentado que divide a

Geografia em duas partes: física e humana, na memorização como critério de

avaliação do conhecimento e na falta de preocupação com a criticidade e explicação

dos temas.

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O processo de formação do professor é parte fundamental para que

se tenha ou se faça uma Geografia preocupada com a criticidade e explicação dos

temas geográficos, posto que o objetivo principal é conseguir com que o próprio

aluno construa conceitos e idéias. Assim, se o professor não possuir um

embasamento teórico-metodológico adequado para uma prática inovadora, torna-se

difícil a construção de uma Geografia dinâmica, interessante e essencial para o dia-

a-dia na formação do cidadão.

A partir da compreensão do espaço geográfico com um “conjunto

indissociável, solidário e também contraditório de sistemas, de objetos e sistemas de

ações, não considerados isoladamente, mas como um quadro único no qual a

historia se dá” (SANTOS, 1996, p. 51), propõe uma concepção de geografia que

possibilite ao educando desenvolver um conhecimento do espaço, que auxilie na

compreensão do mundo privilegiando a sua dimensão socioespacial.

Para Moraes (1998, p. 166) Formar o indivíduo crítico implica estimular o aluno a questionar, dando-lhe não uma explicação pronta do mundo, mas elementos para o próprio questionamento das várias explicações. Formar o cidadão democrático implica investir na sedimentação do aluno do respeito à diferença, considerando a pluralidade de visões como um valor em si.

Neste contexto, a Geografia explicita o seu objetivo de analisar e

interpretar o espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é

entendido como produto das múltiplas, reais e complexas relações, pois como

mostra Santos (2001, p.174): “vive-se em um mundo de indefinição entre o real e o

que se imagina dele”.

Em conformidade com Resende (1986, p.181): É preciso reconhecer a existência de uma saber geográfico que é o próprio do educando trabalhador, um saber que está diretamente ligado com sua atitude intelectiva, respondendo sempre ao seu caráter social, objetivo, de um todo integrado, um espaço real.

Deste modo, à Geografia escolar cabe fornecer subsídios que

permitam aos educandos compreenderem a realidade que os cerca em sua

dimensão espacial, em sua complexidade e em sua velocidade, onde o espaço seja

entendido como o produto das relações reais que a sociedade estabelece entre si e

com a natureza.

Esta posição é confirmada por Carlos (2002, p.165), quando se

destaca a relação entre a sociedade e a natureza:

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A sociedade não é passiva diante da natureza; existe um procedimento dialético entre ambas que reproduz espaços e sociedades diferenciadas em função de momentos históricos específicos e diferenciados. Nesse sentido o espaço é humano não porque o homem o habita, mas porque o produz.

Face às diferentes abordagens teóricas analisadas, verifica-se que é

urgente romper com a compartimentalização do conhecimento geográfico. Neste

sentido, faz-se necessário considerar o espaço geográfico a partir de vários

aspectos interligados e interdependentes, os fenômenos naturais e as ações

humanas, as transformações impostas pelas relações sociais e as questões

ambientais de alcance planetário, não desprezando a base local e regional.

Nesse contexto, o homem passa a ser visto como um sujeito, ser

social e histórico que produz o mundo e a si próprio. Segundo Cavalcanti (1998,

p.192): O ensino de geografia deve proporcionar ao aluno a compreensão de espaço geográfico na sua concretude, nas suas contradições, contribuindo para a formação de raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço, pensando os fatos e acontecimentos mediante várias explicações.

Deste modo, o ponto de partida para o trabalho com a disciplina de

Geografia pode ser estabelecido pela compreensão dos fenômenos geográficos.

Os fenômenos geográficos possuem localização espacial e uma

determinada orientação e, a partir desta construção conceitual, estabelecer as

correlações entre as geograficidades dos fenômenos em diferentes lugares e em

múltiplas escalas. Estes conceitos constituem os passos iniciais da alfabetização

geográfica, condição fundamental para que o aluno compreenda os arranjos

espaciais.

Para que estes objetivos sejam atingidos sugere-se que o

professor trabalhe com os alunos no sentido de:

• Observar o entorno, identificando a ordenação territorial da

distribuição dos fenômenos;

• Reconhecer a localização dos fenômenos tendo como

referência a sua espacialidade;

• Construir habilidades e noções de localização e orientação

(lateralidade em relação ao próprio ponto de vista e em relação a um objeto externo

  8

ao sujeito, relatividade das localizações dos fenômenos, pontos cardeais, colaterais

e subcolaterais, coordenadas geográficas);

• Elaborar representações gráficas e cartográficas a fim de

sistematizar a localização e a orientação dos fenômenos;

• Apreender a localização e orientação dos fenômenos e

interpretar os seus significados em representações gráficas, cartográficas e em

outras linguagens (imagens as mais diversas, textos literários, desenho animado,

filmes, entre outros);

• Correlacionar as informações sobre localização e orientação

dos fenômenos em diferentes escalas;

• Sistematizar os conceitos de localização e orientação, tendo

como base as noções e habilidades trabalhadas no ensino fundamental;

• Elaborar análises de síntese por meio da operacionalização

dos conceitos de localização e orientação.

• Entender como as expressões espaciais do município

articulam-se com os arranjos espaciais pretéritos e presentes.

2.2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CAMBÉ

O município de Cambé está localizado a 670 metros acima do nível

do mar ,nas coordenadas geográficas de 23º 16’ latitude Sul e 51º 17’ longitude

Oeste. A área urbana é de 28 m², com área rural de 44,986 ha (PREFEITURA

MUNICIPAL DE CAMBÉ, 1991).

Cambé é um dos 30 municípios que compõem a região homogênea

de número 281 do Estado do Paraná. Essa região tem a população estimada em 2

milhões de habitantes e configura-se como a mais dinâmica do Estado. Tem

localização privilegiada, que permite acesso, em um raio de 550 quilômetros, aos

principais mercados em expansão do país, como São Paulo e todo o interior daquele

Estado, Curitiba e todo o Estado do Paraná, Campo Grande e parcela significativa

do Mato Grosso do Sul, Norte e Oeste de Santa Catarina, Cidade de Leste –

Paraguai e Puerto Iguazu – Argentina (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMBÉ,

1991).

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A microrregião também tem fácil acesso a dois importantes

corredores de exportação, um que vai ao Porto de Paranaguá, no Sul do Paraná, e

outro ao Porto de Santos, em São Paulo.

O Norte do Paraná tem como pólo o município de Londrina, distante

apenas 10 quilômetros do centro de Cambé e em franco processo de conurbação.

Ao longo das duas rodovias que ligam Cambé à Londrina – BR – 369 e PR – 445-,

indústrias se instalam e novos investimentos são aplicados pela iniciativa privada. O

poder público trata de oferecer a infra-estrutura necessária aos investidores. A

proximidade de Londrina permite a Cambé o rápido acesso aos variados serviços de

uma metrópole regional (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMBÉ, 1991).

Já na década de 1940, o advento da Segunda Guerra Mundial fez

com que o governo do Estado obrigasse as cidades e as colônias de nomes

relacionados com os países inimigos a trocarem de denominação. Nova Dantzig

passou a se chamar Cambé, nome de um Ribeirão que banha o Município.

As conseqüências das transformações no setor rural e do

desenvolvimento das forças produtivas de toda região refletem-se no espaço urbano

no final da década de 1960. Isto pode ser visto ao longo da Rodovia BR 369 onde

começavam a surgir os primeiros assentamentos de processos industriais (indústrias

de transformação de soja, indústria de derivados de plásticos, bebidas, metalurgia,

entre outras).

Com a implantação da Rodovia PR 445, nos anos 1970, surgem

novas opções no espaço urbano, para a localização, às suas margens, de novas

indústrias. A industrialização nos anos 1970 passa a ser reconhecida como única

política capaz de promover o desenvolvimento social e econômico no Município.

Assim como o uso do solo urbano, as ações da política de industrialização são

desordenadas, fundamentando-se nos eixos rodoviário e ferroviário. Em seguida

surgem os loteamentos vizinhos com vistas a abrigar a mão de obra vinda do

campo.

Deste modo, configura-se o Núcleo Industrial, que tinha como único

meio de ligação ao Núcleo de Origem, a Rodovia BR 369, apresentando entre estes

dois pólos, extensas áreas utilizadas com agricultura ou pastagens. O núcleo se

solidifica de acordo com o surgimento de loteamentos desordenados que

começaram se instalar, sem que seguissem diretrizes de políticas urbanas de

integração com o núcleo de origem.

  10

O prolongamento da malha urbana de Londrina para o lado oeste, de

encontro a Cambé, torna difícil a identificação do limite entre um e outro Município.

Além da polarização de Londrina, a intensidade do ritmo de crescimento da

população urbana neste período foi, também, resultado das transformações

ocorridas no setor agrícola regional e do processo de industrialização em

andamento. O Núcleo Conurbado da PR 445 surge simultaneamente ao núcleo

industrial como resultado do crescimento urbano de Londrina, de forma que, os

primeiros loteamentos aparecem entre os ribeirões Cambé e Esperança, como se

fossem uma continuidade da malha urbana de Londrina. O adensamento ocorre

primeiramente no sentido Londrina - Cambé, o que leva a crer que a cidade de

Cambé absorveu o crescimento de parte da área oeste de Londrina.

O intenso crescimento populacional urbano de Cambé foi resultado

das transformações ocorridas no campo, do início do processo de industrialização

ocorrido no contexto regional e estadual e particularmente da proximidade com

Londrina que é pólo regional.

A população urbana de Cambé é de 98.788 habitantes, segundo

dados de 2006, perfazendo uma densidade demográfica de 199,7 habitantes/km2.

Na tabela a seguir, são apresentados os dados mais significativos do

município.

Taxa crescimento anual

2,3%;

População Masculina 43.657

População Feminina 55.131

População Urbana 91.819

População Rural 6.969

População Total 98.788

Residências Urbanas: 26.500

Numero de Bairros: 135 bairros

Tabela 1- Dados demográficos do município de Cambé Fonte: IBGE, 2006.

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O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do município de Cambé

é de 0,793 PNUD/2000.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida

comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e

outros fatores para os diversos países do mundo. É uma maneira padronizada de

avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente bem-estar

infantil. O índice foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul

Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento em seu relatório anual.

A partir dos elementos apresentados, depreende-se que a ordenação

do uso e ocupação do solo urbano deve estar voltada a proporcionar a melhoria da

qualidade de vida da população de uma cidade, à vista das modificações que visam

adaptar a população à dinâmica da cidade.

Segundo a classificação do IBGE (2000), a área do Município de

Cambé está inserida na região da floresta, e próximo aos rios, apresentando

também influência da floresta, com composição floristica de gêneros como:

exemplos: Parapiptadenia rígida (Gurucaia), Cedrella físsilis (Cedro Rosa), Araucária

angustifólia (Araucária), Luehea devaricata (Açoite-cavalo), Campomanesta

xanhocarpa (Guabirova), Cabralea canjerana (Canjerana), Cassia leptophylla

(Canafistula), Talebuia alba (Ipê-amarelo), Ocotea cf.acutifolia (Canetão),

Patagonula americana (Guajuvira), entre outras.

O município começou a sofrer influência antrópica com maior

intensidade, a partir do processo de ocupação do território, por volta dos anos de

1954, com a expansão da agricultura. A derrubada das matas para fins agropastoris

contribuiu para o desaparecimento de grande parte das florestas nativas da região.

Cambé está situado no 3º Planalto. Possui altitudes que variam

entre 550 e 820 metros. A cidade está assentada num espigão, cujo ponto mais alto

atinge 670 metros de altitude com relevo suavemente ondulado.

Cambé está localizado na área da Bacia do rio Paranapanema, cujo

principal afluente é o rio Tibagi. Do rio Tibagi são influentes três rios, cujas

nascentes estão localizadas em áreas urbanas de Cambé: Ribeirão, Jacutinga,

ribeirão Cafezal e ribeirão Três Bocas. O ribeirão Vermelho que tem nascentes em

Rolândia e segue em direção da região norte do Município, é afluente do rio

Paranaense e recebe as águas dos rios Barra Grande e Caçadores que tem

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cabeceiras também na área urbana de Cambé. O Município tem ainda os ribeirões

Verdes, Cambezinho, Esperança, Glória, dos Porcos, Lins, Mimoso.

O mapa hidrográfico do Paraná representa os principais rios do

Estado, conforme se pode identificar pela figura a seguir.

Figura 1 – Mapa hidrográfico do Paraná

FONTE: IPARDES, 1995

O trabalho com mapas representa uma possibilidade valiosa no

ensino de Geografia, no sentido de ampliar a compreensão sobre os limites, os

quais podem ser conceituados como linhas que marcam uma extensão de área,

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terreno, território, espaço geográfico. Pode-se usar como a demarcação de um limite

um rio, uma estrada, uma montanha, uma cerca de arames ou uma divisa entre dois

países, Estados, municípios, propriedades, que pode ser desenhada apenas em

mapas ou plantas.

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento metodológico do presente trabalho buscou-

se informações locais com fundamentação científica, a partir das mesmas, organizar

de forma clara e objetiva os conteúdos, facilitando assim, o trabalho do professor de

geografia do ensino fundamental e médio. A sistematização dessas informações no

material ora apresentado contribuirá para maior compreensão da organização do

espaço local, como ponto de partida para articulação com outras unidades escalares

(regional e mundial).

Este trabalho pretendeu, por meio de problematizações, ensinar o

aluno a compreender os arranjos territoriais vivenciados por ele. Assim, ao criar

condições para que o estudante compreenda o seu cotidiano por meio dos

conhecimentos e conceitos científicos, o professor auxiliará a construir condições

materiais para uma produção mais democrática dos arranjos espaciais.

O trabalho foi desenvolvido junto a junto a três turmas de quinta

série do período vespertino do Colégio Estadual “Antônio Raminelli”, instituição de

ensino da rede pública estadual, localizada na periferia do município de Cambé,

Paraná.

Trata-se de uma instituição que atende a aproximadamente 1800

alunos do bairro Jardim Ana Rosa e demais localidades vizinhas, com turmas nos

períodos matutino, vespertino e noturno, atendendo de 5ª a 8ª séries do Ensino

Fundamental e Ensino Médio.

A clientela da escola é constituída por alunos provenientes de

famílias de classe baixa, com rendas salariais em torno de um a três salários-

mínimos.

Na figura a seguir, observa-se a fachada da instituição em que foi

desenvolvida a implementação da proposta de trabalho.

  14

 

Figura 2- Fachada do Colégio Estadual “Antônio Raminelli” Fonte: diaadiaeducação@seed,pr.gov.br

As etapas que foram desenvolvidas ao longo da implementação da

proposta de trabalho podem ser descritas da seguinte forma:

• Apresentação e explicação da proposta de intervenção;

• Apresentação da música O rio, e elaboração de desenhos

sobre o conteúdo constante na letra;

• Exposição do conteúdo Água e hidrografia do município de

Cambé, com utilização de textos e mapas;

• Trabalho com recorte e colagem sobre a água e os rios;

• Produção de textos com o tema Água;

• Produção de textos com o tema Um final para o Rio Tietê;

• Palestra sobre o abastecimento de água do município de

Cambé e a importância da preservação dos rios e mananciais hídricos.

Na seqüência são apresentados os resultados do trabalho

desenvolvido.

  15

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 RELATO DOS RESULTADOS DA ATIVIDADE 1

Na atividade relacionada à música O rio, cantada por Chitãozinho e

Xororó (1989) composição de César Augusto e Márcio Marcos, foi possível perceber

que a dinâmica utilizada mostrou-se positiva, uma vez que os alunos demonstraram

grande interesse pela mesma e desenvolveram as atividades de interpretação e

representação da letra da música em forma de desenho. Foi possível constatar que

uma parcela expressiva dos alunos apropriou-se dos conhecimentos necessários

quanto à preservação das riquezas hídricas. Os alunos deveriam escolher um trecho

da letra da música que mais havia desertado sua atenção e ilustraram. Destacou-se,

em maior índice, a escolha relativa à estrofe: Será que eles não percebem Que a natureza pede pra viver Enquanto vai morrendo o rio Nada à sua volta poderá nascer (Chitãozinho e Xororó).

Acrescenta-se aos benefícios mencionados em relação à utilização

da música no desenvolvimento integral dos indivíduos a motivação que pode

desencadear em relação ao trabalho pedagógico. Numa época em que a maioria

das queixas dos problemas dos professores é quanto à falta de atenção,

concentração e criatividade dos alunos nas alas, quando a indisciplina torna-se

assunto do dia, a realização da atividade aqui descrita permitiu repensar o modo de

se fazer Geografia, valendo-se dos diferentes recursos disponíveis e inserindo os

conteúdos de modo a despertar o interesse dos alunos.

Na mesma direção, Collermann (1992, p.2) enfatiza que: A música trata do processo que visa à formação geral da pessoa, ou seja, sempre dentro do contexto arte-educação, e tem um papel importantíssimo como elemento em educação, a música é mais abrangente, não visa apenas à educação pela técnica musical, mas a formação como um todo e se desenvolve no sentido de conscientizar o professor para que seja mais criativo no seu trabalho do dia-a-dia, as crianças que têm atividades musicais comprovadamente desenvolvem uma melhor criatividade, se concentram com mais facilidade e, ao mesmo tempo, são mais atenciosas.

Desta forma, verifica-se que o trabalho desenvolvido permitiu a

exploração das potencialidades do ensino de Geografia em uma perspectiva mais

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global, permitindo a ampliação dos conhecimentos geográficos em uma dimensão

local, conforme o direcionamento que foi dado na seqüência à intervenção realizada.

Quanto às ilustrações dos alunos, procuraram representar, conforme

se percebe na reprodução de um dos trabalhos obtidos.

Figura 3- Trabalho referente à atividade 1 Fonte: Trabalho realizado pela aluna C, 2008.

Verifica-se, na visualização do trabalho de C., que a aluna

representou a natureza agredida, cansada e preocupada. Os detalhes inseridos na

ilustração confirmam a preocupação em relação aos prejuízos que a ação

desordenada do homem pode causar ao meio ambiente. Ressalta-se, em relação

aos trabalhos dos demais alunos, que estes apresentam uma preocupação em

alertar e conscientizar as pessoas para a realidade.

Nesta fase da idade dos alunos juntos aos quais foi realizado o

trabalho, a imaginação e a criatividade são componentes essenciais e sempre

presentes, por esta razão eles corresponderam de modo satisfatório aos objetivos

propostos na atividade, conseguindo atingir os propósitos previamente traçados.

  17

4.2 RELATO DOS RESULTADOS DA ATIVIDADE 2

Destacou-se nesta atividade os principais rios que formam a

hidrografia do município de Cambé, por meio do estudo de um texto informativo

sobre o tema, com destaque para a importância destes no desenvolvimento de uma

região.

Logo após, procurou-se ilustrar o texto por meio de atividades com os

diversos tipos de mapas: O mapa do Brasil com a localização do Estado do Paraná,

o mapa do Estado do Paraná com a localização do município de Cambé, o mapa

com os limites político-administrativos do município, o mapa hidrográfico do Estado

do Paraná mostrando as bacias hidrográficas em que o município de Cambé está

inserido.

Logo após, trabalhou-se um texto enfatizando a importância da mata

ciliar para a conservação dos rios.

O objetivo desta atividade consistiu em propiciar condições para que

os alunos conseguissem se localizar no tempo e no espaço, através dos vários

mapas apresentados para as atividades, bem como conhecer a localização do

município de Cambé em várias escalas.

A realização desta atividade atendeu aos pressupostos de conceber

os conteúdos da Geografia como uma forma de, nos moldes propostos por Gratão

(1991), situar-se como sujeito em um determinado espaço, agindo sobre e ele e

podendo interferir em relação ao meio. Assim, é importante que o ensino Geografia

possa propiciar condições para que o aluno possa: [...] compreender a sociedade nas suas relações e injunções históricas, para transformá-la, reconstruí-la, no tempo. Através do seu trabalho, as sociedades humanas diferem suas formas de relação com a natureza e constróem o meio ambiente (GRATÃO, 1991, p. 5)

Foi possível identificar, no trabalho desenvolvido ao longo da

implementação da proposta de trabalho, que os alunos demonstram um real

envolvimento com a questão ambiental, demonstrando de forma inequívoca sua

compreensão sobre os conteúdos trabalhados.

Na figura a seguir, observa-se a representação dos aspectos

hidrográficos do município de Cambé, visualizando do local ao global.

  18

Figura 4- Trabalho referente à atividade 2 Fonte: Trabalho realizado pela aluna N., 2008.

No tocante à atividade, verifica-se que a aluna demonstrou a

compreensão das diferentes escalas que constituem o conhecimento geográfico,

desde a localização do município no estado ao lugar ocupado pelo estado no país.

4.3 RELATO DOS RESULTADOS DA ATIVIDADE 3

Para a realização desta atividade, foi pedido aos alunos para

trazerem papel almaço, cola, tesoura e algumas gravuras que mostrassem o estado

da água limpa e gravuras que mostrassem o estado da água poluída.

O objetivo desta atividade foi de mostrar ao aluno a importância da

preservação do elemento água, fazendo menção às condições dos rios, suas

  19

nascentes e seu percurso, estimulando os alunos a perceberem a diferença entre a

água limpa e suja e suas principais conseqüências.

A professora, nesta atividade, procurou deixar claro os elementos

constituintes do elemento água, através de um texto informativo, em que foram

trabalhados conteúdos em interdisciplinaridade com Ciências. Os conteúdos foram

reforçados pela leitura da cartilha informativa Rio Limpo, da Secretaria de Educação

do Estado do Paraná.

Os alunos teriam que escrever uma frase para cada gravura de água

limpa e uma frase para cada gravura de água poluída.

Na atividade seguinte, os alunos deveriam produzir frases sobre as

figuras que representavam a água limpa e a água poluída. Apresentam-se, em

seguida, algumas das produções realizadas pelos alunos, no que se refere à água

limpa: Se a água acabar, nada poderá viver.

Sem a água o ser humano não existiria.

Ä água é uma fonte de vida.

A água purifica o ar e mata a nossa sede.

A água dos rios serve para a pesca e para apreciar a paisagem.

A água possui criaturas impressionantes, lindas.

Temos pouca água e devemos economizar.

Verifica-se a compreensão dos alunos em relação à essencialidade

do elemento água para a sobrevivência da espécie humana, expressa pelas falas

dos três primeiros alunos. Ao longo da atividade, a professora reforçou a importância

da preservação das águas dos rios, lençóis freáticos, aqüíferos e poço artesianos,

pois das águas doces depende a preservação da vida e a perpetuação das

espécies. O último recorte apresentado expõe a preocupação do aluno em

economizar água como uma forma de preservar os recursos hídricos existentes.

Dentre as frases dos alunos a respeito da água poluída destacam-se: A água poluída é transmissora de doenças graves.

Poluindo, estamos acabando com a natureza.

Não devemos fazer queimadas, pois além de poluir o ar, poluem também

os rios.

Com o derramamento de produtos químicos, os peixes vão se extinguir.

Se poluirmos os rios, vamos matar os peixes.

  20

Com a água poluída, os pescadores que sobrevivem da pesca não terão o

que pescar.

Depreende-se, dos recortes apresentados, que os alunos, além de

estabelecer a correlação com as figuras que haviam selecionado para representar a

poluição das águas, demonstraram a apropriação dos conteúdos referentes à

importância da preservação do ambiente, relacionando aspectos naturais, sociais e

econômicos. É interessante destacar que em todas as frases, os alunos

estabeleceram relações de causa e conseqüência, ao associar a poluição da água a

doenças, à escassez de recursos e às próprias condições de sobrevivência da

espécie humana.

Para corroborar esta idéia, busca-se respaldo em Favarão e Gratão

(2007), quando as autoras descrevem uma atividade desenvolvida nos mesmos

moldes: É gratificante perceber a cada trabalho que a água representa um assunto inesgotável e que merece ser aprendida e trabalhada por todos os professores, de maneira interdisciplinar e em todas as series do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, para que o cuidado com a água faça parte da vida dos brasileiros e de todos os povos de todas as idades. (FAVARÃO e GRATÃO apud CALVENTE et al, 2007, p. 186).

No final desta atividade, a professora pediu para que os alunos

escrevessem versos com rima em homenagem ao rio. São transcritos, a seguir,

alguns destaques: Cuidemos do rio com muita esperança e não esperemos futura vingança. Com o rio e a água o ser humano vai sobreviver sem o rio e a água o ser humano vai morrer. O pôr-do-sol é lindo, o nascer do sol também, Mas com o rio limpo tudo fica bem. Sem a água o ser humano não existiria, Com a água tudo vive com alegria. O rio deve ser cuidado e não mal administrado. Não seja desonesta, limpe o rio e faça a festa. O rio faz parte do coração, o meu, o seu, o da população O rio mata a sede, forma a eletricidade que corre pela rede. Amo a lua, amo o luar, Amo meu rio em primeiro lugar.

  21

O rio não é ouro nem diamante, mas sua limpeza deve ser constante. Geograficamente o rio é um elemento, mas para minha vida é um alimento.

Verifica-se, pela observação dos versos produzidos pelos alunos,

que, a par da sensibilidade demonstrada pelos mesmos, estão presentes vários dos

conteúdos trabalhados ao longo das atividades anteriores, como a relação entre os

recursos hídricos e a preservação da espécie humana, a importância da

preservação de rios e mananciais e a possibilidade de as ações humanas

destrutivas voltarem-se contra o próprio homem.

Deste modo, com uma proposta diferenciada de trabalho e utilizando

metodologia motivadora, tornou-se possível desenvolver conteúdos geográficos, na

confluência com outras disciplinas e com o desenvolvimento da perspectiva global e

ética da educação.

4.4 RELATO DOS RESULTADOS DA ATIVIDADE 4

A atividade seguinte teve por objetivo despertar a criatividade dos

alunos por meio da exposição de uma gravura que representa uma torneira

pingando. Foi solicitado que observassem com atenção a gravura e produzissem um

texto a respeito da ação expressa pela imagem.

Os trechos a seguir, extraídos dos textos produzidos pelos alunos,

corroboram a necessidade de um novo olhar para o ensino de Geografia. A água é muito importante para a nossa vida, não devemos desperdiçá-la, pois talvez ela vai nos fazer falta. Para a água sair da nossa torneira, ela é retirada dos rios, e passa por reservatórios onde é tratada e chega à nossa casa. Na verdade, a água não está sobrando. Tem estudos que falam que um dia ela vai acabar. Nós aqui do Paraná temos uma parte do Aqüífero Guarani, que é a reserva de água doce subterrâneo. Essa água é tirada dos rios e aqüíferos, que são reservatórios de água subterrânea e passa por um tratamento para matar as bactérias e colocam remédios para prevenir as cáries dentárias e outras doenças, então a água vai para um reservatório que se chama caixa d’água e essa caixa manda a água até a torneira. Júlia é uma menina que se preocupa muito com água e o meio ambiente. Ela está sempre verificando se as torneiras estão bem fechadas para não ocorrer vazamentos.

  22

[...] não tem, não, pois a maior parte é água salgada e não serve para o consumo. E o pouco de água doce que temos está sendo poluída e não devemos desperdiçá-la, senão ela acaba e sem água nós morreremos.

Percebe-se que os alunos demonstraram ter construído um

conhecimento sólido sobre os conteúdos trabalhados. Destaca-se que eles retomam

conteúdos anteriormente trabalhados, sobre ao Aqüífero Guarani e o processo de

tratamento da água. No penúltimo recorte, percebe-se que o aluno, de forma

narrativa, expôs sua preocupação em relação a atitudes de contenção de

desperdícios como forma de preservação dos recursos hídricos.

Na última fala, extraída de um diálogo criado pelo aluno, é exposto,

de forma argumentativo-dissertativa, as razões pelas quais se deve economizar

água pelo simples gesto de fechar corretamente uma torneira.

Na figura a seguir, verifica-se o resultado do trabalho de uma aluna a

partir da atividade proposta.

Figura 5- Trabalho referente à atividade 4 Fonte: Trabalho realizado pela aluna J., 2008.

  23

Segundo Torres (2003, p.70) a limitação dos recursos hídricos era

responsável pela não fixação do homem primitivo, este se mudava constantemente,

numa permanente busca de locais com suposta abundância de água. Essas

mobilizações tornaram-se cada vez mais difíceis em razão do crescimento das

populações, surgindo a necessidade de as comunidades disciplinarem e

racionalizarem o usa da água.

A escassez de água apresenta-se sob duplo aspecto: disponibilidade

e uso pretendido. Essa distinção é bem aparente comparando-se o consumo rural,

no qual se perde água pela evaporação e poluição, com o consumo urbano, no qual

a água não é perdida, mas termina fortemente poluída.

A escassez progressiva da água em âmbito mundial tem incentivado

pesquisas aplicadas do mais alto nível cientifico e tecnológico para os países da

Comunidade Econômica Européia e, de forma análoga, para mais de 21 países,

cujas regiões apresentam a maior escassez de água do planeta e abrigam 300

milhões de pessoas possuindo apenas 1% do estoque anual renovável do planeta.

Com base na disponibilidade de menos de 1000 m³ de água

renovável por pessoa/ano, existem projeções que antecipam a escassez progressiva

de água em diversos países do mundo, no intervalo 1955-2025. Em 1955, cinco

países entravam besta lista, em 1990 mais de 13 países foram adicionados e sob

todas as projeções de crescimento populacional das Nações Unidas para o ano de

2025 mais de dez países se encontram adicionados aos anteriores.

Assim, com o crescimento populacional estimado em 80% nas áreas

urbanas, por volta de 2025, a população com escassez será dez vezes maior do que

a atual.

Medidas como conservar, aumentar a eficiência no consumo e

recusar, adiam a escassez que se aproxima no futuro e podem trazer

sustentabilidade ao crescimento populacional.

 

4.5 RELATO DOS RESULTADOS DA ATIVIDADE 5

Na quinta atividade desenvolvida em cumprimento aos propósitos

estabelecidos no plano de ação, a professora apresentou o texto Um rio que pede

  24

água, da escritora Ruth Rocha, onde se descreve a formação do rio Tietê,

promovendo uma intertextualidade com O sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro

Lobato.

O texto enfatiza a importância da preservação das nascentes,

discorrendo também sobre sua trajetória e a iminência dos desastres ambientais que

podem ocorrer com a poluição. A autora deixa ao final do texto uma lacuna para que

o leitor tire suas conclusões e elabore um outro desfecho para o rio.

O objetivo desta atividade é favorecer a reflexão sobre os vários

procedimentos que as pessoas tiveram com o rio ao longo de sua existência, a

maneira de cada cidadão fazer sua parte para a conservação deste recurso natural.

Os alunos, além de produzirem os parágrafos de conclusão,

deveriam ilustrar a figura apresentada junto ao texto. Então os moradores da região foram parando de poluir, e a empresa de saneamento básico também os ajudou, até que uns dez anos depois o rio estava limpo. Trazia alegria e alimento para todos. O rio Tietê causou muitas doenças e muitas mortes. As pessoas nunca mais conseguiram despoluí-lo. O Tietê nunca será feliz novamente.

Percebe-se que os dois alunos demonstraram a compreensão dos

elementos contidos no texto de Ruth Rocha e reforçaram, por um lado, a

necessidade de atitudes positivas em relação à poluição, embora o trecho do

primeiro aluno enfatize a demora no processo de limpeza do rio (“Até que uns dez

anos depois o rio estava limpo”). Em direção contrária, o trecho do segundo aluno

exprime, com exatidão, as conseqüências da falta de consciência ambiental. A

ilustração da figura confirma o conteúdo presente no texto do aluno, que pintou o rio

de marrom, expressando o estágio de poluição sinalizado pela frase “O Tietê nunca

será feliz novamente.”

Nas figuras a seguir, pode-se observar os resultados obtidos junto a

estes dois alunos.

Figura 6- Trabalhos referentes à atividade 5 Fonte: Trabalho realizado pelos alunos M. e G., 2008.

Os resultados demonstrados pelos alunos em relação a esta

atividade demonstraram, de forma inequívoca, a relevância de se promover o ensino

dos conteúdos de Geografia em situações diferenciadas, que objetivem promover a

reflexão necessária para o aprofundamento da questão ambiental.

4.6 RELATO DOS RESULTADOS DA ATIVIDADE 6

Para a finalização das atividades relacionadas ao tema desenvolvido

junto aos alunos, foi convidada uma funcionária da SANEPAR para o

desenvolvimento de uma palestra sobre o tema Água, importância, tratamento,

fontes de poluição e escassez de recursos e abastecimento do município de Cambé.

A palestrante iniciou o encontro indagando as crianças a respeito de

alguns conhecimentos e curiosidades sobre a água. Foi apresentado um slide sobre

as fases de tratamento da água pela companhia de saneamento. Ao abordar a

questão sobre as fontes de onde é captada a água que abastece a cidade de

  26

Cambé, transmitiu informações de que a coleta pode ser feita do Rio Tibagi, do

ribeirão Cafezal e de alguns aqüíferos e poços artesianos. De cada dez residências,

cinco são abastecidas pelo rio Tibagi, três, pelo ribeirão Cafezal e duas por

aqüíferos.

O abastecimento de água do município de Cambé é feito pela

SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná, através de sistema composto

por uma rede de poços semi-artesianos, Aqüífero Serra Geral e do sistema Tibagi.

Ao longo da palestra, que teve a duração de quarenta minutos, a

palestrante expôs sua preocupação com o aumento do consumo de água, gerado

uma conseqüente redução da disponibilidade do recurso; a incidência de doenças

devidas à má qualidade da água e as alterações do meio ambiente provocadas

pelas atividades agroindustriais.

Para abordar o consumo consciente de água, foi apresentada ainda

uma tabela que mostra o consumo de água em algumas atividades domésticas, o

desperdício em situações de vazamento e algumas recomendações para evitar o

consumo exagerado de água.

Atividades Domésticas Consumo

de água

Atividade Doméstica Consumo

Banho de 15 minutos 105 litros Banho de 10 minutos 70 litros

Barba com a torneira aberta 65 litros Barba com a torneira fechada

Menos de 1 litro

Escovar os dentes com a torneira aberta 10 litros Escovar os dentes com a torneira fechada

Apenas 1 copo

Lavar a louça com a torneira aberta 112 litros Lave toda a louça com a

torneira fechada e depois enxágue

10 litros

Lavar as mãos com a torneira aberta 7 litros Mangueira aberta ao lavar o carro 360 litros

Vazamento em torneira

Gotejando simplesmente 60 litros por dia

Vazamento filete de 1mm 2000 litros por dia

Vazamento filete de 2mm 4.500 litros por dia

Vazamento filete de 6mm 16.500

litros por dia

Recomendações

Procure usar a água que usou para lavar roupa e lave a calçada, os tapetes, tênis

e sapatos.

  27

Quando você for viajar desligue o registro do cavalete de entrada da água, evitando

qualquer desperdício.

Procure usar a capacidade máxima da máquina de lavar roupas. Não lave

roupas todos os dias,espere acumular.

Evite lavar calçadas e carros várias vezes por semana, assim como irrigar demais

o jardim.

Tabela 2- Consumo consciente Fonte: http//www.sanepar.com.br, 2007

Ao término da palestra, os alunos fizeram questionamentos, sendo

que o principal problema abordado voltou-se para a questão da não-utilização da

água dos aqüíferos para o abastecimento do município.

Em seguida foi solicitado que os alunos escrevessem um relatório

sobre os temas abordados na palestra. Verificou-se um grande avanço no

posicionamento crítico dos alunos, o qual pode ser confirmado pelos trechos

transcritos na seqüência. Apesar de todo tratamento, eu acho que deveríamos beber água de aqüíferos, alguns cidadãos recebem essa água, mas muitos recebem água dos rios e muitos rios são poluídos e podem nos trazer muitas doenças graves. Mas, afinal, por que eles não pegam água dos aqüíferos que é água pura do que pegar água dos rios que são água suja, apesar de toda essa limpeza?

No questionamento da última aluna, verifica-se a postura crítica dos

alunos face à política de abastecimento do município. Deste modo, constata-se que

a palestra trouxe resultados satisfatórios, não apenas na transmissão de

informações sobre diversos temas relacionados à água, mas na possibilidade de

suscitar questionamentos sobre as condições de vida das sociedades e a postura de

órgãos públicos no tratamento da questão de recursos hídricos.

Retoma-se, neste ponto, a importância da atuação do professor, ao

assumir a postura de problematização na abordagem dos conteúdos e Geografia. Ao

levantar questões referentes à hidrografia do município de Cambé, a professora

inseriu o conteúdo no cotidiano dos alunos das quintas séries e, no coletivo, buscou

explicações e relações e construiu os conceitos geográficos pertinentes.

  28

A vivência na execução deste trabalho vai ao encontro do que

relatam Krajewski, Guimarães e Ribeiro (2000, p. 5): O exercício da problematização permanente tem resgatado a capacidade de inquietar-se dos jovens, primeira condição para o movimento no sentido da aprendizagem. Somam-se a elas as capacidades de compreender questões e de adequar-se e fazer uso das condições oferecidas para a busca de respostas. Esses são os sustentáculos que conduzem os estudantes a vivenciar, de forma cada vez mais plena, a aventura do conhecimento, permitindo-lhes não apenas estar no mundo, mas participar de sua construção e transformação.

Tendo em vista os relatos das atividades, notou-se um empenho dos

alunos para escreverem, analisarem e representarem seus trabalhos sempre com o

incentivo e a ajuda e intervenção do professor.

Neste ponto, concorda-se com Nidelcoff (1991, p. 58) quando afirma: [...] o papel do professor é ajudar as crianças a ver, compreender a realidade, expressar esta realidade, descobrir, assumir, ser assim, um elemento de mudança desta realidade. As respostas que o professor der e os caminhos que prosseguir dependem fundamentalmente, de como ele se localiza diante da realidade.

Acredita-se, assim, haver sido dado um passo significativo na

construção de um fazer geográfico mais sólido e significativo, a partir de um

posicionamento em que a direção assumida pela professora foi relevante para

influenciar nos resultados dos trabalhos dos alunos, através de suas ações

conscientes, individuais e coletivas, dentro e fora do ambiente escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao se retomar o objetivo inicial proposto, que consistiu em

contemplar, como objeto de estudo a hidrografia do município de Cambé por meio

de trabalho realizado junto a três turmas de quinta série do período vespertino do

Colégio, torna-se possível tecer algumas considerações sobre a importância de

redimensionar as formas de trabalho com o ensino de Geografia na

contemporaneidade.

Assim, a partir do entendimento de que o aluno deve perceber-se

como sujeito, produto e ao mesmo tempo transformador do espaço, a questão

ambiental encontra-se na articulação entre o fazer pedagógico crítico e

comprometido com as necessárias articulações referentes ao espaço geográfico.

  29

Deste modo, ao escolher a temática da hidrografia, buscou-se, por

meio de atividades motivadoras, valorizar a realidade dos educandos, empregando-

se uma metodologia que atribuiu novos significados para a aprendizagem, ao

mesmo tempo em que se buscou explicitar e oportunizar a observação, a análise e

a reflexão, categorias essenciais para o desenvolvimento de um olhar geográfico da

realidade, ou seja, do mundo vivido.

Assim sendo, os resultados expostos nos relatos apresentados

permitem comprovar que a problematização do conteúdo de hidrografia no município

de Cambé permitiu levantar questões referentes à questão de preservação dos

recursos hídricos, do consumo consciente de água e da necessidade de uma

mudança de atitude em relação ao meio ambiente, sobretudo em relação aos rios e

mananciais. Deste modo, atingiu-se o objetivo da disciplina, que consiste em ampliar

a compreensão sobre as expressões espaciais do município na articulação com os

arranjos espaciais pretéritos e presentes e o posicionamento dos indivíduos como

agentes transformadores de seu meio.

Sabe-se que a educação vive hoje uma fase de transição, em que o

novo e o tradicional se misturam, e por vezes se confundem. Assim sendo, a

intervenção descrita neste artigo emerge como uma possibilidade de ação para

reverter os resultados pouco satisfatórios para o ensino.

Assim, o ensino de Geografia sob uma dimensão teórico-prática

permite uma nova maneira de repensar a realidade e uma forma de preservar e

valorizar o contexto em que o educando se insere. Representa ainda a oportunidade

para que professores e alunos posicionem-se de forma critica, visando um ensino de

qualidade que leve à formação de cidadãos capazes de interferir criticamente na

realidade, além de contemplar o desenvolvimento de competências e habilidades

que possibilitam a produção e circulação de novos conhecimentos e informações

diante de um complexo intrincado de situações que permeiam a questão ambiental

neste início de século.

 

 

  30

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